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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA ERINALDO EDSON DA SILVA ENSINO DE MÚSICA (VIOLÃO) EM PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ONG ILHA DA MÚSICA NATAL/RN 2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

ERINALDO EDSON DA SILVA

ENSINO DE MÚSICA (VIOLÃO) EM PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE

EXPERIÊNCIA NA ONG ILHA DA MÚSICA

NATAL/RN

2019

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

ERINALDO EDSON DA SILVA

ENSINO DE MÚSICA (VIOLÃO) EM PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE

EXPERIÊNCIA NA ONG ILHA DA MÚSICA

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

em Música da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) – como requisito parcial

para a obtenção do Grau de Licenciado em

Música.

NATAL/RN

2019

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Catalogação da Publicação na Fonte

Biblioteca Setorial Pe. Jaime Diniz - Escola de Música da UFRN

S586e Silva, Erinaldo Edson da. Ensino de música (violão) em projetos sociais: um relato de

experiência na ONG Ilha da Música / Erinaldo Edson da Silva. – Natal, 2019.

49 f. : il ; 30 cm.

Orientador: Ticiano Maciel D’Amore.

Monografia (graduação) – Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019.

1. Educação Musical – Monografia. 2. Musicalização – Violão –

Monografia. 3. Música e Projetos Sociais. I. ONG Ilha da Múisca. II.

D’Amore, Ticiano Maciel. II. Título. RN/BS/EMUFRN CDU 78:37

Elaborada por: Elizabeth Sachi Kanzaki – CRB-15/Insc. 293

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ERINALDO EDSON DA SILVA

ENSINO DE MÚSICA (VIOLÃO) EM PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE

EXPERIÊNCIA NA ONG ILHA DA MÚSICA

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

em Música da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) – como requisito parcial

para a obtenção do Grau de Licenciado em

Música.

Aprovada em __/__/__

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________

Profº Drº Ticiano Maciel Damore

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

___________________________________________

Profº Drº Ezequias Oliveira Lira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro da Banca

____________________________________________

Profº Ms José Simião Severo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro da Banca

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida e oportunidade de estudar Música em uma das melhores

instituições do País.

Ao meu Filho Natan por ser meu principal motivo de Amor e querer aprender mais e

mais.

A minha Mãe Severina (In Memoriam) e meu Pai Edilson, por ter sido as minhas

principais fontes de incentivo para ir em busca dos meus objetivos.

Ao meu irmão Erivaldo e sua Esposa Jislahine e Minha Sobrinha Emily pelo apoio de

sempre.

A toda minha família que sempre é fonte de amor e inspiração no dia a dia, em

especial as minhas tias, Tereza, Chinha, Maria, Vitória e Aparecida.

A Inês Latorraca e Gilberto Cabral por terem aberto as portas da música em minha

vida, fica aqui o meu muito obrigado.

A Manoca Barreto (In Memoriam) pelos ensinamentos e a cultivar a paciência nos

momentos em que estive presente com ele.

A família Ilha de Música que é a minha segunda casa e uma fonte de inspiração

constante em minha vida.

A todos os professores da EMUFRN pelos os ensinamentos durante todo esse

tempo.

Ao meu orientador Profº Drº Ticiano D’ Amore por todas as contribuições que foram

todas muito bem-vindas fica aqui o meu muito obrigado.

Aos membros da banca examinadora muito obrigado por todas as contribuições

levarei para o resto da vida.

A todos os meus colegas da turma 2016.1 fica aqui a minha gratidão a todos que

conheci durante esse tempo que tivemos juntos.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

A Ms José Fontes pela grande força que deu no começo do trabalho.

A Damião e Jailma que sempre foram um porto seguro quando meus pais não

estavam presentes.

As minhas vizinhas Nayara, Sayonara, Jucimara, Anny, Gabriel e Dona Mocinha por

ter sido sempre a extensão da minha casa.

A Isabelle, Beatriz, Anderson e Liliane por tá sempre participando e ajudando em

todos os momentos.

A família da E.M. Professora Noilde Pessoa Ramalho em especial a Edson, Lilian e

Joyce, o meu muito obrigado por ter sempre me ajudado em vários momentos.

A todos os meus que contribuíram e contribuem para minha vida pessoal e

profissional o meu muito obrigado e que Deus abençoe cada um.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aula de Violão .......................................................................................... 28

Figura 2 – Aula de Violão – utilizando guitarra .......................................................... 29

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RESUMO

O presente trabalho trata de um relato de experiência vivenciado nas aulas

de violão na ONG Ilha da Música, localizada na comunidade da África no

bairro da Redinha, na Zona Norte de Natal – RN., Por meio de autores que

buscam compreender a educação musical com esses contextos e assim

ajudar a construir um diálogo que fosse capaz de entender como essas

instituições utilizam a música como meio para socializar crianças e

adolescentes que na maioria das vezes essas ONGs estão localizadas em

comunidades carentes. Então esse trabalho tem uma abordagem qualitativa

que aconteceu por meio de estudo de caso para ajudar a compreender além

das práticas musicais que acontecem dentro da ONG as suas contribuições

sociais para os alunos que moram na comunidade, os resultados

apresentados mostram que além da sincronia entre as respostas dos

perguntados mostra que além de ter a oportunidade de aprender um

instrumento ter a chance de ver um caminho melhor que é oportunizado pela

ONG.

Palavras-chave: ONG; Educação Musical; Música; Contribuição Social.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

ABSTRACT

The present work aims to identify and understand the guitar lessons as well as the

musical and social practices that take place in the NGO Ilha de Música, located in the

community of Africa in the Redinha neighborhood, in the North Zone of Natal - RN,

through authors. that seek to understand music education with these contexts and

thus help build a dialogue that would be able to understand how these institutions

use music as a means to socialize children and adolescents that most often these

NGOs are located in underserved communities. So this work has a qualitative

approach that happened through case study to help understand beyond the musical

practices that happen within the NGO their social contributions to students living in

the community, the results presented show that beyond the sync between

Respondents' answers show that in addition to having the opportunity to learn an

instrument, they have a chance to see a better path that is provided by the NGO.

Keywords: NGO; Musical education; Music; Social contribution.

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SÚMARIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 13

2.1 O QUE SÃO ONGS E COMO FUNCIONAM ........................................ 13

2.2 O ENSINO DE MÚSICA EM ONGS ...................................................... 19

2.3 O ENSINO DE VIOLÃO POPULAR ...................................................... 22

3. EXPERIÊNCIA COM A ILHA DA MÚSICA .............................................. 23

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................... 23

3.2 DESCRIÇÃO DA AULAS ..................................................................... 25

3.3 A PESQUISA ....................................................................................... 29

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 33

5. REFERÊNCIAS......................................................................................... 35

APÊNDICES ............................................................................................. 38

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1. INTRODUÇÃO

O ensino de música tem cada vez mais ampliado seus rumos e direções nos últimos

anos tanto na parte acadêmica como na parte social, como as ONGs na maioria

delas trabalham com um aparato social, dá para notar que o primeiro contato com a

música se dá muito por meio de ONGs, projetos sociais e que a maioria das pessoas

que são beneficiadas com esses trabalhos são crianças e adolescentes de baixa

renda que estão situadas em comunidades carentes que sofrem muito com a

violência, pobreza e os problemas muito comuns, porém tristes que tem dentro

dessas comunidades.

Nesse trabalho a pesquisa tem foco no trabalho musical desenvolvido dentro da

Organização Não Governamental Ilha de música, trata-se de uma ONG que já vem

atuando a mais de treze anos na comunidade da África no Bairro da Redinha e o

seu trabalho é com crianças e adolescentes na faixa etária de 8 a 18 anos. A

investigação adotada para esse trabalho foi tentar compreender a dinâmica do

trabalho nas aulas de violão e como se dá o ensino de música (Violão) na ilha de

música. O objetivo geral foi encontrar respostas de como o ensino de violão ajudou

no desenvolvimento musical e social dos alunos que participam ou participaram das

aulas, e como as referidas pode impactar um caminho para melhor entender as

propostas de ensino da ONG.

Os meios para começar a encontrar as respostas sobre: Ensino de Música (Violão),

se deu quando em 2016 entrei para licenciatura em música pela Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Que no durante o curso fui conhecendo

vários autores que explicavam como era o processo sobre a compreensão da

educação musical e contribuição social dentro das Ongs, projetos sociais, etc..,

como essas experiencias durante o curso me ajudou a pesquisar sobre o âmbito das

aulas dentro da ONG Ilha de Música e tentar entender os principais objetivos que

este contexto tenta desenvolver dentro da comunidade através de suas atividades

musicais e culturais.

O meu processo como professor dessa ONG começou em fevereiro de 2011, depois

de quase quatro anos como aluno da instituição, através dos incentivos dos

coordenadores da referida ONG, que notaram uma possibilidade de começar a atuar

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como monitor para ajudar a passar o conhecimento que já tinha adquirido até aquele

momento, para os novos alunos que fossem chegando.

A pesquisa qualitativa se deu por meio da temática que o trabalho se desenvolveu e

por se englobar no campo dos estudos socioculturais da educação, umas das tantas

características que a pesquisa qualitativa se dá e possam legitimar a sua adoção,

para (GIL) 1991, p.30 diz que: “A pesquisa experimental consiste em determinar um

objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir

as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.”

(GIL, 1991, p.30), que traz a soma de material adequado para descobrir os indícios

que possam ajudar no desenvolvimento do trabalho, que também explora o contato

direto e permitir suas atenções ao significado das relações humanas e

desenvolvimento da pesquisa de campo. Já no estudo de caso o mesmo autor

menciona: “o estudo de caso caracteriza-se por grande flexibilidade. Isto significa

que é impossível estabelecer um roteiro rígido que determine com precisão como

deverá ser desenvolvida a pesquisa.”. (GIL, 1991, p.78), já que a Ilha de Música

continua atuante até os dias atuais, poder fazer esse estilo de estudo faz com que

possamos sempre estabelecer uma base para desenvolver a pesquisa.

Elaboramos um questionário para utilizar com os alunos e ex-alunos da ONG para

ter dados que ajudassem a compreender o tema e desenvolver sua temática durante

o desenvolvimento deste trabalho, com seis questões e repassados para dezessete

alunos e ex-alunos.

No segundo capitulo apresento o referencial teórico que utilizo como base para

desenvolver o meu trabalho e entender melhor como os autores relatam em seus

textos as suas visões que se tem sobre os conceitos de ONGs, Projetos sociais,

etc..., e também apresentam as suas definições e visões de música dentro desses

espaços que são muito utilizados para socializar crianças e adolescentes, mas que

as vezes pode ter alunos que possam seguir carreira musical ou até mesmo

acadêmica.

Em seguida faço uma descrição sobre a ONG aqui já citada como seu contexto

histórico e local que está localizada, também tem a descrição das aulas de violão

que acontecem dentro do espaço referido com os fatos que acontecem nas aulas

entre as dinâmicas acontecidas e o trabalho que é desenvolvido. Apresento como

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foram os dados da pesquisa que foi feita com cada aluno e ex-aluno através dos

relatos e suas questões sobre as aulas e a ONG.

No último tópico apresento todos os resultados do trabalho encontrados ao longo da

pesquisa. Assim, abordo as questões observadas pertinentes as práticas musicais,

bem as transformações sociais que ocorreram durante o tempo em que o projeto

vem atuando.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O QUE SÃO ONGS E COMO FUNCIONAM

Com a experiência de ter começado a carreira musical e “acadêmica” dentro da ong

Ilha de música na comunidade onde moro, sempre surgiu o questionamento se é

uma ONG, Projeto Social, movimento social ou terceiro setor, por não ter ainda uma

definição sobre o que são na nossa sociedade vou abranger a alguns trabalhos que

abordam esses temas para esclarecer essa visão, já que sempre existe a dúvida em

relação as suas definições no âmbito de nossa sociedade.

Existe uma impossibilidade para a construção de uma definição precisa sobre “ONG”

por existir essa dificuldade no campo das ciências sociais e conceitualização das

classes médias, até por que, isso não ocorre por acaso, as ONGs representam um

novo canal para institucionalizar a participação das classes menos favorecidas em

nosso país. Desse modo, tem exercido influência na formação dos envolvidos.

Nessa direção Lima (2002, p. 51) discorre:

Essas organizações não governamentais vem assumindo espaços cada vez

mais importantes no mundo contemporâneo e mais recentemente a mídia

passa a tratar o conjunto dessas organizações sob a denominação genérica

de terceiro setor não só a imprensa, mas a população em geral, refere-se as

ONGs, ao Terceiro Setor, as Fundações, as Organizações da Sociedade

Civil (OSCs), entre outras denominações, tendo elas o mesmo significado e

função dentro da sociedade.

Na fala da autora fica claro a importância que as ONGs e suas denominações

assumiram no decorrer dos últimos anos e que a nossa sociedade começou a ter um

olhar mais atento a esses movimentos que ganharam muita força dos anos 90 para

os dias atuais em nosso país.

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E nas mesmas direção para essa definição desse conjunto, Sobre a origem em

comum das ONGs, Fernandes (1995, p.24) corrobora:

“A expressão ‘Organização Não Governamental’ vem originalmente do

vocabulário das Nações Unidas para designar uma categoria especial de

participantes do sistema da ONU, esse contexto original explica a

desajeitada generalidade da expressão – de início incluiria um amplo

espectro de instituições Não Governamentais considerados aptos a

participar de algum órgão da ONU. O significado mudou substancialmente,

mas a conexão com os mecanismos da cooperação internacional continua

sendo um componente relevante disso que acabamos de chamar ONGs (...)

A palavra que surgiu da cooperação entre Países da Europa Ocidental e do

Terceiro Mundo nas últimas décadas refere-se a um tipo institucional

especifico, que merece ser discutido à parte (...) Nesse sentido limitado, as

ONGs são instituições independente, e não uma parte orgânica de

estruturas maiores (...) Além do mais, não são representativas de uma

classe qualquer de indivíduos, o valor da ONGs deriva do que fazem e não

do que representam. Estritamente falando, não podem falar em nome dos

outros o que os diferencia dos movimentos sociais (...) elas também não

são agências de financiamento, o que as torna diferentes das fundações. A

proposta é fornecer serviços sociais que em geral não se auto sustentam,

daí as ONGs terem que sair à procura de fundos de outros lugares”.

A autora Fernandes (1995) define as ONGs como um instrumento de agregar os

valores para os indivíduos em um contexto histórico, e é perceptível em sua fala o

sentido que as ONGs ganharam com o passar dos tempos, não apenas limitando-se

a uma causa, mas várias que agreguem os vários valores de uma parte orgânica de

uma determinada classe. Gohn (1997, p.54) também fala sobre as origens das

ONGs:

“A expressão Não Governamental foi criada pela ONU, na década de 40,

para designar entidades não-oficiais que recebiam ajuda financeira de

órgãos, na verdade públicos, para executar projetos de interesse social,

dentro de uma filosofia de trabalho denominada ‘Desenvolvimento de

comunidade’. O recorte da definição da ONU é dado pela estrutura jurídica:

ser ou não ser governo. As ONGs localizavam-se na esfera do privado.

Para várias ONGs contemporâneas, a concentração das entidades não

passa pelo recorte Público-Privado, pois teria ocorrido a emergência de um

outro setor na esfera da organização geral da sociedade que seria o

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público-comunitário-não-estatal, vindo a se constituir no ‘terceiro setor’ da

economia. No plano informal” (Gohn, 1997, p.54)

Na visão de (Gohn, 1997) a maioria da filosofia adotada para as ONGs são de

ajudar no desenvolvimento de comunidades, como é perceptível em nosso país o

papel dessas organizações que na maioria das vezes trabalham defendendo as

causas sociais como, estatuto do idoso, estatuto da criança e adolescente, etc..,

Dentre outras causas de ambiente sociais, que na maioria das vezes utilizam de

meio privado-público para poder arrecadar meios para executar o seu trabalho nas

zonas onde as classes menos favorecidas não tem oportunidades.

Para Fernandes (1995), as ONGs nasceram dentro de circuitos de cooperação

global, fornecendo canais não-oficiais para o apoio internacional de microprojetos

sociais caracteristicamente executados em nível local. Por serem independentes,

tiveram suas conexões internacionais facilitadas, podendo dessa forma mediar

pautas entre questões internacionais e as locais, especializando-se em projetos que

poderiam fazer sentido para os dois lados do programa de “desenvolvimento”. Por

não terem caráter representativo, nem definição territorial, seu compromisso sendo

com o projeto assumido. O que lhes possibilitou, muitas vezes, desempenharem o

papel de intermediarias entre instituições globais e organizações de base.

Para os autores, o termo ONG eles evidenciam a importância que elas têm dado a

suas contribuições para ajudar no desenvolvimento de uma sociedade com menos

recursos, o trabalho que elas têm travado ao longo dos tempos para superar as

dificuldades das comunidades que as mesmas estão inseridas

No que diz respeito a movimentos sociais Gohn (2000, p. 12-13). Define um conceito

para esse fenômeno:

Movimentos sociais são ações coletivas de caráter sociopolítico,

construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas

sociais. Eles politizam suas demandas e criam um campo político de força

social na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios

criados sobre temas e problemas em situações de conflitos, litígios e

disputas. As ações desenvolvem um processo social e político-cultural que

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cria uma identidade coletiva ao movimento, a partir de interesses em

comum. Esta identidade decorre da força do princípio da solidariedade e é

construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos

compartilhados pelo grupo (GOHN, 2000, p.13).

Para Gohn (2000) os movimentos sociais são uma causa muito importante na luta

de conquista de direitos e valores para as classes atingidas pela desigualdade social

e, que a partir disso surgem os movimentos com o intuito de ganhar força para lutar

pelos seus princípios e valores socais, Scherer-Warren (1999, p.15) concerne que:

“Movimento social é um conjunto mais abrangente de práticas

sociopolíticos-culturais que visam da realização de um projeto de mudança

(Social, sistêmica ou civilizatória), resultante de um projeto de mudança

entre sujeitos e associações civis. É o entrelaçamento da utopia com o

acontecimento, dos valores e representações simbólicas com o fazer

político, ou com múltiplas práticas efetivas. Pode-se, pois, falar dos

movimentos pela paz, ecológico, feminista, contra o racismo, de direitos

humanos, de democratização, das esferas públicas, de combate à pobreza

e exclusão social, dos sem-terra e assim por diante. Por tanto, Movimento

Social é a síntese de múltiplos práticas, produto de articulação de sujeitos e

associações civis”.

Porém no fim da década de 90 os movimentos sociais passaram ter um uma nova

perspectiva de trabalho em relação aos outros anos com uma ampla visão como

associações, fundações e inúmeros movimentos criados para defender as causas

sociais esquecidas pelo estado ao longo dos anos, por exemplo, a causa dos idosos,

negros, crianças, pessoas com deficiências, etc.

Com uma nova discussão sobre o mesmo tema, Gohn (2011) acrescenta novas

abordagens em relação as revoluções tecnológicas para ajudar na propagação dos

trabalhos desses movimentos:

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19

Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de redes

sociais, locais, regionais, nacionais ou internacionais, e utilizam-se muito

dos novos meios de comunicação e informação, como a internet [...]

apresentam um ideário civilizatório que coloca como horizonte a construção

de uma sociedade democrática. Hoje em dia, suas ações são pela

sustentabilidade, e não autodesenvolvimento. Lutam contra a exclusão, por

novas culturas políticas de inclusão. Lutam pelo reconhecimento da

diversidade cultural. Finalmente, os movimentos sociais tematizam e

redefinem a esfera pública, realizam parcerias com outras entidades da

sociedade civil e política, tem grande poder de controle social e constroem

modelos de inovações sociais (GOHN, 2011, p.335-337)

Para (Fontes, 2018) ele afirma:

Com o suporte dessa breve contextualização histórica, os esclarecimentos

básicos de funcionalidade dessas esferas e algumas transformações

causadas em torno dos movimentos sociais como o surgimento das ONGs e

do Terceiro setor, podemos então assumir que um projeto social diz respeito

a intencionalidade, a planejamento e a um modelo de inserção social.

Um conceito central para a reflexão sobre projetos sociais é a própria noção de ação

social. Para a socióloga Weber (2000, p.14), a ação social “orienta-se pelo

comportamento de outros, seja este passado, presente ou esperado futuro(...). os

‘outros’ podem ser indivíduos e conhecidos ou uma multiplicidade de pessoas

desconhecidas”. Sempre vale lembrar que nem todo tipo de pessoa tem o caráter

social para encarar as realidades vividas dentro de um projeto social, pois na maioria

das vezes eles são localizados em áreas de alto risco.

Já para o autor Maciel (2015) ele expõe um breve conceito sobre o que é um projeto

social com ênfase de abordar os caminhos e as necessidades de transformações de

uma determinada realidade social que o projeto está inserido:

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

20

Quando nos referimos a um projeto de forma genérica, estamos nos

reportando a algo que se espera alcançar em uma situação futura, algo a

ser construído; estamos, portanto, falando de sonho, visão, desejo de

realizar alguma coisa para mudar uma determinada situação. Quando

tratamos de projetos sociais não é diferente, pois seu conceito e conteúdo

sempre irão tratar de sonhos, esperanças, desejos de mudança. O

diferencial é o de estarmos lidando, prioritariamente, com ideias e

aspirações coletivas, voltadas para a construção do bem comum. (MACIEL,

2015, p.10).

Para o caso do terceiro setor (Kleber, 2014, p.32) diz que:

Com a ineficiência do estado, o terceiro setor é a dimensão institucional e

política que se volta para questões sociais, constituído por organizações

sem fins lucrativos e não governamentais que têm como objetivo gerar

serviços de caráter público para a sociedade civil.

De acordo com a fala dos autores aqui citados, podemos concluir, que as ongs,

projetos sociais, movimentos sociais ou terceiro setor, tratam exclusivamente de

ajudar a combater as desigualdades causadas a uma classe menos favorecidas da

nossa sociedade, e que sempre eles tem algo em comum, ou seja, utilizam meios

como o esporte, música, artes, dança, etc..., como uma forma de ajudar à socializar

crianças e adolescentes e até mesmo adultos para ajudar contribuir na formação do

indivíduo que vive em situação não contemplada, Nesse trabalho utilizarei o termo

ONG por acreditar que a Ilha de Música se identifique melhor com o termo e

proposta, já que utiliza-se da educação musical para inserir crianças e adolescentes

na sociedade.

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21

2.2O ENSINO DE MÚSICA EM ONGS

Com o passar dos anos a música tem sido discutida como uma forma de ajudar a

desenvolver os trabalhos nas ongs esse trabalho tem a proposta de contribuir no

desenvolvimento de jovens com a sociedade para ter oportunidades com as suas

realidades já que na maioria das vezes as pessoas vivem em uma situação de

violência doméstica, no bairro e até mesmo na escola, a autora Maximiniano

(1997,p.20) diz:

Os projetos sociais geralmente são pensados para solucionar um problema

ou uma necessidade social e seus objetivos são definidos em função “um

problema, oportunidade ou interesse de uma pessoa, grupo ou organização.

Segundo Maximiniano (1997), fala que os projetos sociais são quase que sempre

voltados a preencher lacunas dentro da nossa sociedade, e por tanto sempre tenta

resolver uma problemática dentro de uma determinada comunidade que na maioria

das vezes são afetadas pela violência em geral. Os projetos são sempre pensados

com algo que tente ajudar a mudar a realidade de muitos jovens e adolescentes que

vivem em grande situação de risco nas periferias do nosso País.

Mas a educação musical dentro de Organizações Não Governamentais tem se

tornado um centro de discussões em nosso país desde do final da década de 90

para os dias atuais, por ter uma relação interdisciplinar com várias áreas de

conhecimento não só com a música, mas com a sociologia, a educação,

antropologia e até mesmo a psicologia são abordados ao longo desse tempo, de

acordo com (SOUZA, 2014, p.14). A autora ainda afirma que:

O conhecimento a respeito da rede de relações e da trama social efetiva

nas diversas instituições, depreendendo-se não haver neutralidade nos

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

22

espaços em que tais tramas são construídas, constitui-se outra importante

contribuição da sociologia para o campo da educação musical.

Para a autora diz a música faz parte de um processo de socialização, através do

qual crianças, jovens e adultos criam suas relações sociais; por essa razão, ela

representa um forte potencial de mobilização e agregação. No caso dos projetos

sociais e comunitários, esses aspectos são muito importantes e devem ser

explicitados e analisados pelos profissionais da música.

Já para o modelo interpretado por Green (2000, p.34) que diz “estudar música como

uma realidade social com seus aspectos múltiplos, levando-se em conta que essas

camadas se interpenetram”, vale salientar que na maioria das vezes o valor atribuído

a esses projetos ou ONGs são um meio de socialização de crianças e adolescentes,

como estudar o fato musical por meio social a mesma autora defende que:

Não existe objeto musical independentemente de sua constituição por um

sujeito. Não existe, portanto, por um lado, o mundo das obras musicais (que

não são entidades universais e se desenvolvem em condições particulares

ligadas a dada ordem cultural), e por outro, indivíduos com disposições

adquiridas ou condutas musicais influenciadas pelas normas da sociedade.

A música é, portanto, um fato cultural inscrito em uma sociedade dada [...]

(Grenn, 1987, p.91)

Kater (2004), tratando da formação musical docente ao expor algumas

considerações sobre o mercado de trabalho na contemporaneidade, argumenta que

é em “decorrência da ampliação de perspectivas que as profissões evoluem” e

assim inauguram novas conjunturas de trabalho expandindo suas condições de

contribuição social (KATER, 2004, p.44), o mesmo autor faz uma observação sobre

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

23

o perfil dos educadores musicais dentro das ONGs e trata sobre algumas

perspectivas de formação humana pela educação musical

Quando falamos neste sentido do papel formador do educador musical, seu

esforço sistemático em dedicar-se ao crescimento musical e humano

integrado (seu e de seus alunos), expressamos algo mais. Evocamos

também uma concepção filosófica, uma postura política e alguma coragem,

que deem convicção à crença de que tudo o que é vivo tem movimento e o

que se move possui direção e comporta transformação. As pessoas, a

sociedade, o mundo são transformáveis, e direções para seu movimento

podem ser criadas, inibidas ou reforçadas.

Já para (Souza, 2014, p.18) ela diz:

Nos projetos sociais, o educador deverá pensar nas condições de cada

participante, em suas necessidades e peculiaridades. Sendo assim, cada

criança ou adolescente que sofreu algum tipo de trauma em sua

socialização primária, a educação musical poderá fornecer uma

socialização secundária e nesse caso estará contribuindo para uma

“reconstituição do tecido social.

Na fala de Souza(2014), fica claro o papel que o educador musical ou de qualquer

outra formação deve fornecer dentro de um projeto social, pois ao receber essas

crianças em uma grande situação de risco, que nem sempre estão ali para aprender

música, muitas vezes estão dentro de um projeto para ter um pouco de carinho e

atenção ou até mesmo para poder tomar café, almoçar ou lanchar.

Na maioria das vezes a atuação de um professor pode não só despertar o interesse

do aluno pela música, mas ajudar a seguir nela. Com isso, Nascimento (2014) traz

uma inquietação sobre à preparação humanista da contemporaneidade

A formação profissionalizante do sistema de ensino superior nem sempre

tem em conta a preparação humanística dos profissionais para que atuem

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

24

tendo como foco a promoção da vida. O mais comum tem sido a

preocupação com a sua inserção no mercado de trabalho, com muita

competência técnica e pouco sentimento humanístico (NASCIMENTO,

2014, p.60).

Com uma visão bem elaborada pelos autores citados nesse tópico, temos como

ponto de partida a importância do educador dentro de uma ONG ou projeto social

que nesse caso vislumbra a sua atuação para ajudar a influenciar as crianças e

adolescentes a acreditar que apesar de suas condições de vida não serem as

melhores possíveis, encontram nas ONGs oportunidade de valorização da formação

humana, já que as mesmas na maioria das vezes estão inseridas em comunidades

de alto risco. Assim, podem ser um grande diferencial na vida dos envolvidos, já que

podem ajudar a tornar possível a mudança de suas realidades através de seus

projetos de trabalho que influenciam nas formas e modos que essas pessoas

ganham após participar das ações que esses movimentos causam.

2.2 O ENSINO DE VIOLÃO POPULAR

Sabemos que o Violão é um instrumento bem popular em nosso país e cotidiano, e

que sempre desperta a vontade de pessoas, seja ela criança ou adulto. Desse

modo, a maioria das crianças e adolescentes já trazem consigo essa paixão, algo

que surge por um amigo que já toca ou que ver algum artista tocando em algum

vídeo na internet. Embora, possa ter alguma facilidade ou dificuldade de conseguir

um instrumento.

O trabalho que se deve fazer na maioria das aulas dentro de uma determinada ONG

ou Projeto social, é aquele que o aluno quer ter o resultado imediato para ajudar no

estimulo e desenvolvimento das próximas aulas, com isso (ARAGÃO, 2002, p.1) diz:

“Sendo as aulas de "violão erudito" uma atividade mais distante do

cotidiano e do

conhecimento das pessoas, é natural que o contato com o instrumento seja

feito a partir de uma abordagem mais acessível e com resultados mais

imediatos, daí a formação inicial ser feita com um repertório de canções

populares, nas quais o papel do violão é o de acompanhar uma melodia

cantada”.

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25

Na fala do autor fica clara a importância do trabalho feito com o ensino de violão

popular dentro das ONGs, que trabalha com as músicas populares entre as crianças

e adolescentes mas, sempre trabalhando a melhor forma de passar o conteúdo e

entendendo que o trabalho dentro de ongs ou projetos sociais é voltado a parte de

socialização de pessoas.

Dentro desses espaços, existem muito o trabalho coletivo ou até mesmo o ensino

coletivo do violão, já que a maioria desses alunos são iniciantes. Nesse sentido, o

ensino coletivo oportuniza inserir maior número de alunos. Nessa direção (BRAGA;

TOURINHO, 2013, p. 148) diz que:

“a essência do ensino coletivo de violão acontece quando

existe um professor que trabalha com diversos indivíduos no

mesmo espaço físico, horário, e que várias pessoas aprendem

conjuntamente a tocar a mesma peça, na maioria das vezes,

repertório solo.” (BRAGA; TOURINHO, 2013, p. 148).

Tenho observado que na aula coletiva de instrumento musical, acontece o

desenvolvimento e respeito mútuo diante das diversidades encontradas. Neste

sentido, essa modalidade de ensino tem princípios relevantes no contexto de

projetos sociais. Para Weizmann (2008, p.71) o ensino coletivo é:

Um dos objetivos do Ensino Coletivo de Violão no Brasil é levar o ensino da

música a uma maior quantidade de alunos; isso ocorre principalmente em

projetos sociais, cursos de extensão e escolas de educação básica. Um

projeto de iniciação musical, através do Ensino Coletivo de Violão, é

diferente de um projeto com outros instrumentos, pois "[...] a força intrínseca

do violão no Brasil, está fortemente arraigado nas nossas origens musicais

e no ‘ouvido’ dos alunos." (WEIZMANN, 2008, p. 71).

Na fala dos autores, pude notar a importância do ensino do violão em forma coletiva,

já que na maioria das ONGs e projetos sociais o maior foco é o trabalho de

socialização de crianças e adolescentes visto que em alguns casos os alunos

podem vir a alcançar objetivos maiores como cursos técnicos e superiores.

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3. EXPERIÊNCIA COM A ILHA DE MÚSICA

3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA ILHA DE MÚSICA

A organização Não Governamental está localizada na Rua Padre Cícero Romão N°

560, na comunidade da África, bairro Redinha, na zona norte do município de Natal,

RN, Brasil.

A ilha de música surgiu em 2006 por iniciativa dos músicos e professores Inês

Latorraca e Gilberto Cabral que com uma simples volta encontraram na comunidade

da África mais de 978 crianças e adolescentes ociosos, sem muita expectativa de

vida e de uma boa formação, eles tiveram a intenção de utilizar a música como meio

de socialização, formação humana e ajudar a proteger as crianças da violência na

comunidade da África e ter a Música como uma opção de inserção no mercado de

trabalho.

Entre 2006 e 2019 a Ilha de Música já atendeu em torno de 860 crianças e

adolescentes, o projeto recebe as crianças a partir dos 8 anos de idade, todas as

crianças de 8 à 12 anos é obrigatório fazer a musicalização infantil, todas as

crianças são livres para escolher o seu instrumento de preferência e experimentar

vários deles para ver qual se encaixa melhor, os instrumentos oferecidos são:

instrumentos de percussão, Violão, Guitarra, Baixo elétrico, Bateria, Piano,

Trompete, Trombone e a musicalização infantil, a cada final de semestre é realizado

recitais dos instrumentos, algumas vezes acontece do projeto ser convidado para

eventos em teatros, shows e recitais fora do espaço físico da ONG.

Dentro do projeto além das aulas de instrumento existem os subgrupos que tem a

intenção de ajudar na práticas musicais de todos os alunos para que eles não

fiquem só nas aulas, mas que possam trabalhar em grupo, isso que é uma das

grandes importância que a ONG tenta fornecer as crianças e adolescentes que

frequentam o espaço. Além do desenvolvimento musical, essa prática contribui para

a socialização entre os envolvidos

Outro fator muito importante dentro da ONG é o acompanhamento psicológico que é

feito com os pais de todos os alunos para criar um princípio de aproximação com

todas as famílias com os coordenadores das escolas que os alunos estudam. Há

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uma notória melhora de comportamento de todos os alunos que frequentam a Ilha

de Música, percebida pelos envolvidos.

Para participar da Ilha de Música a criança ou adolescente tem que ter entre 8 e 18

anos e está matriculado na rede pública para poder usufruir do projeto, o horário de

funcionamento é a partir das 8hs com o café da manhã e a partir das 8:30 começam

as aulas ou ensaios.

3.2 DESCRIÇÃO DAS AULAS

As aulas de violão são voltadas aos alunos que fazem parte da ilha de música sem

restrição de idade para participar, dividido em 3 turmas de até quatro alunos por

horário, o intuito é fazer os alunos tocarem as músicas que são voltadas ao grupo

musical do projeto e, no decorrer das aulas oferecer vários assuntos que englobe o

mundo do violão, por exemplo, conhecer escalas, arpejos, acordes e desenvolver a

parte técnica para que os alunos interessados a seguir no meio musical possam

tentar alguma vaga em algum curso da Escola de música da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (EMUFRN), ou até trabalhar como musico profissional.

Nas primeiras aulas são abordados os conhecimentos de música do aluno como

conhecer as notas musicais, conhecer o instrumento como: afinação, mãos e

dedilhados, para isso tudo utilizo um método (APÊNDICES) que desenvolvi para

auxiliar nas aulas, sempre é comum receber alunos que nunca tiveram contato com

o violão, bem como alunos que já tem uma base ou noção do instrumento por já ter

iniciado em alguma igreja, ou mesmo com algum aluno que já tenha passado pela

ONG.

Trabalhamos inicialmente antes de começar todas as aulas um trabalho de

alongamento para que os alunos no futuro não tenham que sofrer com possíveis

problemas causados por prática no instrumento. Logo após esse alongamento,

partimos para a aula técnica e prática no instrumento começando pela parte de

conhecimento das notas musicais, para que o aluno conheça o nome das notas que

utilizaremos no decorrer do estudo, pode-se notar que na maioria das vezes todos

os alunos já tem esse conhecimento adquirido por colegas. A partir desse pequeno

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28

conhecimento teórico partimos para aprender os exercícios iniciais ao violão que

estão no pequeno método (APÊNDICES). Logo após esse começo de

reconhecimento os alunos tem a sua disposição os violões que tem dentro do

projeto para facilitar o desenvolvimento no instrumento. No decorrer das seguintes

aulas, assim que os alunos vão tornando o estudo diário cada vez mais intenso vai

surgindo o desejo de aprender muito mais, logo após o domínio dos primeiros

exercícios de Mão direita e Mão esquerda os alunos começam a trabalhar os

primeiros acordes, esses primeiros acordes são os Dó, Ré, Mi, Sol e Lá. No início,

não trabalho os acordes de Fá e Si, por acreditar que no começo dos estudos esses

acordes geram muita dificuldade para os alunos e que pode desestimula-los. Em

seguida, trabalho três acordes menores Ré menor, Mi menor e Lá menor, para

começar a passar as primeiras sequencias musicais para todos, depois de aprender

esses acordes começamos a trabalhar músicas para estimular no estudo ao violão.

Sobre o repertório, priorizo músicas que os mesmos já conhecem, tais como: as

músicas que eles sempre pedem são as que estão sendo tocadas no rádio ou na

boca do povão. Depois de um certo domínio começo a trabalhar os acordes maiores

e menores com pestana (maiores: Fá Maior e Si Maior, menores: Dó Menor, Fá

Menor, Sol Menor e Si Menor), por se tratar de uma exigência maior para os dedos

da mão esquerda, acontece dificuldade na prática dos referidos acordes. Devido a

essa tal dificuldade tenho percebido que antes deles entrarem pra aula de violão já

vem com o medo dos acordes em “pestana”.

Depois de algumas aulas, os alunos que mostram mais interesse e vontade de

aprofundar os seus estudos, começam a pedir músicas com uma dificuldade maior,

é aí que entra o estudo das tétrades, nessa direção, utilizo o livro “Acordes, Arpejos

e Escalas” de Nelson Faria (2000), nessa parte, procuro explorar um pouco mais

para motiva-los a levar o estudo a sério. Automaticamente, início uma conversa

sobre assuntos como as músicas da Bossa Nova, MPB, tais como as músicas do

Djavan, Caetano Velloso, Ivan Lins, etc...,também trabalhando músicas dos cantores

citados através dos Songbooks, ao iniciar com esses assuntos, alguns começam a

faltar ou colocar desculpas pra não ter que fazer os exercícios, coisa que é encarado

como normal, até por que a ONG não é uma “escola formal”, mas ai, tem caráter

informal.

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Uma das coisas que todos os alunos reclamam é de não ter um instrumento em

casa, ou poder levar um instrumento da ONG para suas residências, noto que os

que tem seus instrumentos em casa quase em toda as situações tem seus

desempenhos melhor do que os outros alunos que não tem, isso é um fato muito

bem observado pela ONG, a qual trata o caso para incentivar os alunos a ter uma

maior participação dentro da projeto.

Compreendo que, algumas decepções fazem parte do processo de ensino, por

exemplo, a falta de incentivo dos país, até por que, esses alunos vivem em uma

situação de risco que as vezes tem muito problemas em casa, moram perto de onde

tem muita violência na comunidade, na maioria das aulas quando percebo que eles

não estão bem, procuro tentar conversar, muitas vezes pela situação que passam

fora da ONG, que interferem muito no dia a dia no estudo e que por vezes chega a

evasão da instituição.

A maior meta das aulas, é fazer com que eles comecem a tocar qualquer música do

repertório popular que eles conhecem e, também estimular a participação nos

grupos da ONG que sempre faz apresentação no bairro ou fora dele. A cada fim de

semestre todos tem a opção de participar dos recitais, acompanhando algum solista

(como um aluno de Trombone, Flauta ou outro instrumento solista) ou tocando

música solo.

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Figura 1: Aula de violão

Fonte: O autor

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Figura 2: aula de violão, utilizando Guitarra

Fonte: O autor

3.3 A PESQUISA

A pesquisa para este trabalho se deu por meio de um questionário. Vários alunos e

ex-alunos tiveram que responder para ajudar a contribuir com o tema. Desse modo,

através de suas respostas, chegar a um dado exato sobre como esses alunos e ex-

alunos veem a proposta das aulas em suas vidas lição e seus deslumbramento na

vida musical, todos os alunos envolvidos na pesquisa, fizeram parte da ONG entre

2006 e os dias atuais.

O seguinte questionário foi aplicado a dezessete pessoas entre alunos e ex-alunos

da ONG na faixa etária de 9 a 27 anos. Em suas respostas, diversificaram muito

sobre as suas experiencias vividas dentro da ONG, bem como mostraram as suas

visões de como a ONG ajudou a ver eles em uma sociedade com mais

oportunidades, tanto no campo da música ou qualquer outra profissão.

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Nas primeiras duas questões que perguntava a idade e qual a situação que se

encontravam atualmente em relação a ONG, se eram aluno ou ex-aluno, todos

responderam com sua devida segurança sem ter que pensar muito sobre o assunto.

Os alunos do projeto em faixa etária entre 9 e 18 anos, foram de forma direta em

suas palavras sobre a realidade que eles vivem atualmente na ONG, no caso dos

ex-alunos entre 18 a 27 anos, deu para perceber que o trabalho realizado com eles

foi de um grande proveito, mas com algumas ressalvas, nem todos passaram a viver

exclusivamente da música, entretanto, eles conseguiram absorver ao máximo de

conhecimento musical que a ONG oferece, Alguns relatos citados nessa pesquisa,

mostra a grande importância que o trabalho feito pela ONG foi muito além de

oferecer música, de tal modo ajudar na socialização das crianças e adolescentes

que passaram por lá.

A partir da terceira questão que abordava sobre os seus objetivos com a música

encontrei diversas respostas entre todos os alunos e ex-alunos da instituição, apurei

que muitos querem ser músicos profissionais ou ter a música como um “hobby”, o

Entrevistado 8 diz que:

“Hoje, o objetivo com a música, é mais o de divertimento, um hobby.”

(Entrevistado 8)

Já para o entrevistado 5 ele descreve sobre o seu principal objetivo com a música:

“Tocar com o ministério de louvor da igreja.” (Entrevistado 5)

É notável que a ONG tem um papel fundamental na vida de todos quando é para

tratar sobre a música, todos os questionados mostram uma grande importância das

aulas de violão na vida deles, pois foi o primeiro instrumento musical que tiveram

contato e oportunidade de poder tocar músicas que nunca imaginaram aprender,

pois esse tenha sido o maior objetivo de todos antes de entrar na instituição.

Na quarta questão do referido questionário os entrevistados foram questionados

sobre suas ocupações de possíveis trabalhos remunerados, a maioria deles ainda

são estudantes e alguns trabalham em outras profissões, e outros dos ex-alunos

trabalham na noite atuando como músicos freelancer em bandas de forró ou com

outros artistas de diferentes estilos musicais, com isso o entrevistado 5 diz:

“A música pra mim só como terceira opção, pois tenho outros planos para

minha vida” (Entrevistado 5).

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33

Já na visão do entrevistado 1 ele diz:

“Vivo da música, e bem por sinal” (Entrevistado 1).

Como a ONG tem a intenção de oferecer a música como um instrumento de

socialização, na maioria das vezes, os alunos se conscientizam do espaço para

aprender e ver que a música pode impactar suas vidas, tanto como profissão ou

como uma atividade de socializar com outras crianças e adolescentes.

Todos os alunos e ex-alunos viram com muita importância as suas experiencias

dentro ONG, pois através dela muito citaram que se tornaram pessoas mais

responsáveis tanto em casa ou na escola, o entrevistado 8 diz que:

“A ilha de música, sem dúvidas, foi a melhor coisa que aconteceu em minha

vida. É uma escola que transcende a música, a ilha de música impactou não

só o jovem com desejo de aprender música que nascera em mim, mas

também, impactou como o cidadão, ser humano, filho, amigo, irmão.”

(Entrevistado 8).

Já na visão do Entrevistado 11 ele diz:

“Hoje em dia me tornei uma pessoa de bom coração graças a ilha de

música, graças aos ensinamentos que tive com Gilberto Cabral, Inês

Latorraca e Liane Medeiros (psicóloga); aprendi a respeitar, amar e ser

gentil, e a amar a música.” (Entrevistado 11).

Na visão do Entrevistado 9 ele fala que sua vida tem um antes e depois da ONG:

“Em muitas coisas, à ilha de música pra mim, foi um divisor de águas, pois

foi lá que tive o prazer de aprender muito com a música e também ser uma

pessoa melhor no meu dia a dia.” (Entrevistado 9).

Dá para ver que muitos deles tinham uma vida antes de ingressar na ONG, que era

um pouco ociosa sem muita pretensão de aprender algo ou participar com um intuito

de levar o lado musical a sério, coisa que acontece nas periferias do nosso País,

com isso, o entrevistado 5 fala sobre a sua experiencia em participar da ONG:

“É uma experiência boa, pois podemos conhecer a música de perto em uma

sociedade tão corrompida pelo tráfico.” (Entrevistado 5).

Como pude apurar os alunos e ex-alunos tem muito algo em comum quando se fala

em suas experiencias dentro da ONG, coisa que eles jamais pensariam ter em suas

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vidas, e nunca imaginaram desfrutar de um ambiente tão singelo que é o universo

musical dentro de sua comunidade.

O assunto sobre a importância da ONG para a sociedade, foi de um extremo

impacto durante o processo de coleta de dados, nos quais todos tem uma visão que

em outras comunidades devem ter muitas ONGs como a referida, o Entrevistado 7

diz:

“É muito importante por que muitos poderiam está nas drogas ou no mundo

do tráfico, mas não eles estão na Ilha de Música, não só aprendendo

música, mas também a viver como uma boa sociedade.” (Entrevistado 7).

O entrevistado 1, fala sobre a importância de uma ONG dentro de uma comunidade

carente e com altos índices de violência, ele diz:

“Vejo que outras comunidades deveriam ter projetos como a ilha de música,

que chame a atenção das crianças e adolescentes pra algo que agregue a

vida deles, antes que a marginalidade os destrua.”

Já para o Entrevistado 8 ele diz que sua maneira de ser como pessoa hoje foi devido

ao convívio dentro da ONG durante o tempo em que participou, ele fala:

“Hoje, como professor, recordo-me dos conselhos do professor Gilberto

Cabral e da professora Inês. Copio-os em grande parte do meu dia. A maior

lição aprendida com a Ilha de música e o professor “Giba” não tem a ver

diretamente com a música, por incrível que pareça, tem a ver com o

compromisso. Compromisso com a felicidade, compromisso com o trabalho,

compromisso com a alegria! Sou grato à Ilha e todos os seus professores.

Como foi dito acima, não trabalho com a música, nem nunca trabalhei

formalmente com ela, mas, a musicalidade proporcionada pelo projeto ilha

de música trabalhou em mim o ser humano que sou hoje. Devo muito à ilha,

seu papel social, como foi dito outrora, transcende a música.” (Entrevistado

8).

Já para o Entrevistado 2 ele diz:

“Eles ajudam as crianças a crescer com a música, eu gosto muito da Ilha de

Música.” Nesse caso o entrevistado cita que a ONG em todos os momentos oferece

a oportunidade de a criança ou adolescente crescer tanto pessoalmente como

profissionalmente em suas vidas.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para o processo de compreensão sobre a temática abordada de acordo com o que

foi coletado junto aos alunos e ex-alunos da referida ONG e ao suporte teórico que

foi usado, temos, que esses espaços ajudam diretamente no desenvolvimento de

uma sociedade mais justa e sensata diante de seus referidos problemas enfrentados

no dia a dia, o que me faz entender que a música é um diferencial na construção

desse processo, como cita o (Entrevistado 5):

“É uma coisa boa para as crianças e adolescentes da nossa comunidade da

África que ao invés de está na rua, está na Ilha.” (Entrevistado 5)

Já para o (Entrevistado 13) ele evidencia o que muitos alunos e ex-alunos que

tiveram a oportunidade de desfrutar do trabalho da ONG:

“Um belo projeto que muda a vida de várias pessoas com o futuro melhor.”

(Entrevistado 13).

O grande problema que essas instituições enfrentam, na maioria das vezes são a

falta de reconhecimento devido com os seus trabalhos e atuações, que remetem

muitas vezes fazer um trabalho em que além de trabalharem as suas propostas

iniciais, tendem a expandir os seus conhecimentos para remeter ao maior número

de crianças e adolescentes que vivem diariamente em grande situação de risco

dentro da sua comunidade.

A socialização é um algo muito constante dentro desses espaços, como o cuidado

com todos os alunos, a forma de receber e tratar cada um, observar como anda os

seu comportamento tanto dentro da ONG como em sua escola que está matriculado,

além do sentimento de cultivar a relação humana presente nesse lugar e que na

maioria das vezes é o principal foco além da música, para fazer as crianças e

adolescentes se sentirem importantes em seus convívio.

A ética que é pregada pelos coordenadores, passa diretamente para os alunos, e

que esses alunos conseguem levar para o resto de suas vidas, seja com o trabalho

na música ou não. O importante é que sempre o ser humano tem a sua maior

relevância muito além dos resultados musicais, ainda que esses também possam

ser fundamental para a continuação do trabalho para as próximas gerações.

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O que pude notar, foi a diversidade musical que sempre é apresentado nas aulas de

violão por cada aluno através dos seus estilos e gêneros musicais de cada um ver e

descreve em sua personalidade, isso nos ajuda muito em nosso processo de

formação, faz pensar o que cada um sente quando ouve uma música, essas

músicas que os alunos adoram, as vezes são a razão de estimularem eles a fazer

parte da ONG, que nesse sentido a música é o grande foco de acolher todos para

assim começar deslumbrar a visão de acolhimento que se faz presente dentro de um

ambiente a educação musical passa a atuar em todas as suas dimensões.

O maior cuidado para que as crianças e adolescentes possam continuar no caminho

do bem é evidente dentro da ONG Ilha de Música, além de todo o trabalho voltado a

utilizar música como meio de socialização, as famílias são sempre convidadas a

participarem no processo de acompanhamento dos seus filhos e, isso é um grande

diferencial para que os alunos tenham um maior interesse em participar de todas as

atividades na ONG.

Espero que esse trabalho ajude a contribui mais no desenvolvimento da ONG e que

tenhamos mais pessoas a ajudar a contribui com estudos e fortalecimentos sobre a

Ilha de Música, que é um lugar encantador para quem visita, frequenta ou trabalha

diariamente no local.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

37

5. REFERÊNCIAS

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Rio de Janeiro, 2002.

BRAGA, Simone; TOURINHO, Cristina. Um por todos ou todos por um: processos

avaliativos em música. Feira de Santana: UEFS Editora, 2013.

FARIA, Nelson. Acordes, Arpejos e Escalas. Lumiar Editora:, 1999.

FERNANDES, Rubem, C. Elos de uma cidadania planetária. Revista Brasileira De

Ciências Sociais. N.28, Junho, 1995.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas,

1991.

GONH, Maria da Glória, Os sem terra, ong e cidadania. São Paulo, Cortez Editora,

1997.

_____. Educação não formal e cultura política. São Paulo, Cortez Editora, 2001.

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_____. Movimentos Sociais na Contemporaneidade. Revista Brasileira de

Educação, v.16, n.47, maio-ago. 2011.

GREEN, Anne-Marie. Les comportements musicaux des adolescents. Inharmoniques

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KATER, Carlos. O que podemos esperar da educação musical em projetos de ação

social. Revista da ABEM, Porto Alegre, v.10, p.4-51, mar. 2004

KLEBER, Música e projetos sociais. Souza, Jusamara. Música, educação e

projetos sociais / Jusamara Souza e outros. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2014.

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JUNIOR, José da Silva Fontes, Ilha de Música: Uma perspectiva Sobre Educação

Musical em Ongs, Natal, 2018.

LIMA, Sandra Maria Faleiros, ONGs, uma investigação sobre sua Natureza,

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MACIEL, Walery Luci Da Silva. Projetos sociais: livro didático / Walery Luci Da

Silva Maciel; designer instrucional Marina Gomes da Silva. Palhoça: UnisulVirtual,

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MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Administração de projetos: transformando

idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 1997.

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Música, Educação e projetos sociais./Jusamara Souza e outros. Porto Alegre:

Tomo Editorial, 2014.

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WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. 3.

Ed. Brasília: EDUnb, 2000.

WEIZMANN, Cláudio. Educação musical: aprendendo com o trabalho social de

uma orquestra de violões. 2008. 190 f. Dissertação (Mestrado em Educação)-

Universidade Presbiteriana MacKenzie, São Paulo, 2008.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

39

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

40

APÊNDICES

NOTAS MUSICAIS

DÓ RÉ MI FA SOL LÁ SI

C D E F G A B

AFINAÇÃO DO VIOLÃO

A AFINAÇÃO DO INSTRUMENTO COMEÇA DE BAIXO PARA CIMA COMO SE

PODE NOTAR NO ESQUEMA ABAIXO:

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41

NOME DAS CORDAS:

1 2 3 4 5 6

MI SI SOL RE LA MI

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42

MÃOS

O USO DAS MÃOS NO VIOLÃO É MUITO IMPORTANTE PARA QUE SE POSSA

INICIAR A PRÁTICA NO INSTRUMENTO E DEVE TER MUITA ATENÇÃO

QUANDO FOR ESTUDAR NO INSTRUMENTO:

MÃO DIREITA

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P = POLEGAR

I = INDICADOR

M = MÉDIO

A = ANELAR

EXERCICIOS: PIMA PMIA PAIM

PIAM PMAI PAMI

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MÃO ESQUERDA

1 = INDICADOR

2 = MÉDIO

3 = ANELAR

4 = MÍNIMO

EXERCICIOS: 1234 ,1243 ,1324 ,1342 ,1423 ,1432

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45

OBSERVE:PODE HAVER OUTRAS COMBINAÇÕES NESSES EXERCICIO.

PRIMEIROS ACORDES

OS PRIMEIROS ACORDES A SEREM ESTUDADOS SÃO OS ACORDES SEM

PESTANA PARA QUE VOCÊ POSSA SE SENTIR CONFORTÁVEL PARA

COMEÇAR A TOCAR SUAS MÚSICAS, DETALHE PROCURE SEMPRE TOCAR

MÚSICAS SIMPLES PARA COMEÇAR A DESENVOLVER RÁPIDO

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47

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE

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QUESTIONÁRIO ILHA DE MÚSICA

1. IDADE?

2. ALUNO OU EX-ALUNO?

3. OBJETIVO COM A MÚSICA?

4. PROFISSÃO ATUAL/TRABALHA COM MÚSICA?

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5. COMO A EXPERIENCIA NA ILHA DE MÚSICA LHE IMPACTOU OU ESTÁ

IMPACTANDO SUA VIDA?

6. COMO VOCÊ VÊ A IMPORTANCIA DA ILHA DE MÚSICA NA SOCIEDADE?