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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
ERINALDO EDSON DA SILVA
ENSINO DE MÚSICA (VIOLÃO) EM PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA NA ONG ILHA DA MÚSICA
NATAL/RN
2019
ERINALDO EDSON DA SILVA
ENSINO DE MÚSICA (VIOLÃO) EM PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA NA ONG ILHA DA MÚSICA
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura
em Música da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) – como requisito parcial
para a obtenção do Grau de Licenciado em
Música.
NATAL/RN
2019
Catalogação da Publicação na Fonte
Biblioteca Setorial Pe. Jaime Diniz - Escola de Música da UFRN
S586e Silva, Erinaldo Edson da. Ensino de música (violão) em projetos sociais: um relato de
experiência na ONG Ilha da Música / Erinaldo Edson da Silva. – Natal, 2019.
49 f. : il ; 30 cm.
Orientador: Ticiano Maciel D’Amore.
Monografia (graduação) – Escola de Música, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019.
1. Educação Musical – Monografia. 2. Musicalização – Violão –
Monografia. 3. Música e Projetos Sociais. I. ONG Ilha da Múisca. II.
D’Amore, Ticiano Maciel. II. Título. RN/BS/EMUFRN CDU 78:37
Elaborada por: Elizabeth Sachi Kanzaki – CRB-15/Insc. 293
ERINALDO EDSON DA SILVA
ENSINO DE MÚSICA (VIOLÃO) EM PROJETOS SOCIAIS: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA NA ONG ILHA DA MÚSICA
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura
em Música da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) – como requisito parcial
para a obtenção do Grau de Licenciado em
Música.
Aprovada em __/__/__
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________
Profº Drº Ticiano Maciel Damore
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientador
___________________________________________
Profº Drº Ezequias Oliveira Lira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro da Banca
____________________________________________
Profº Ms José Simião Severo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro da Banca
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida e oportunidade de estudar Música em uma das melhores
instituições do País.
Ao meu Filho Natan por ser meu principal motivo de Amor e querer aprender mais e
mais.
A minha Mãe Severina (In Memoriam) e meu Pai Edilson, por ter sido as minhas
principais fontes de incentivo para ir em busca dos meus objetivos.
Ao meu irmão Erivaldo e sua Esposa Jislahine e Minha Sobrinha Emily pelo apoio de
sempre.
A toda minha família que sempre é fonte de amor e inspiração no dia a dia, em
especial as minhas tias, Tereza, Chinha, Maria, Vitória e Aparecida.
A Inês Latorraca e Gilberto Cabral por terem aberto as portas da música em minha
vida, fica aqui o meu muito obrigado.
A Manoca Barreto (In Memoriam) pelos ensinamentos e a cultivar a paciência nos
momentos em que estive presente com ele.
A família Ilha de Música que é a minha segunda casa e uma fonte de inspiração
constante em minha vida.
A todos os professores da EMUFRN pelos os ensinamentos durante todo esse
tempo.
Ao meu orientador Profº Drº Ticiano D’ Amore por todas as contribuições que foram
todas muito bem-vindas fica aqui o meu muito obrigado.
Aos membros da banca examinadora muito obrigado por todas as contribuições
levarei para o resto da vida.
A todos os meus colegas da turma 2016.1 fica aqui a minha gratidão a todos que
conheci durante esse tempo que tivemos juntos.
A Ms José Fontes pela grande força que deu no começo do trabalho.
A Damião e Jailma que sempre foram um porto seguro quando meus pais não
estavam presentes.
As minhas vizinhas Nayara, Sayonara, Jucimara, Anny, Gabriel e Dona Mocinha por
ter sido sempre a extensão da minha casa.
A Isabelle, Beatriz, Anderson e Liliane por tá sempre participando e ajudando em
todos os momentos.
A família da E.M. Professora Noilde Pessoa Ramalho em especial a Edson, Lilian e
Joyce, o meu muito obrigado por ter sempre me ajudado em vários momentos.
A todos os meus que contribuíram e contribuem para minha vida pessoal e
profissional o meu muito obrigado e que Deus abençoe cada um.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Aula de Violão .......................................................................................... 28
Figura 2 – Aula de Violão – utilizando guitarra .......................................................... 29
RESUMO
O presente trabalho trata de um relato de experiência vivenciado nas aulas
de violão na ONG Ilha da Música, localizada na comunidade da África no
bairro da Redinha, na Zona Norte de Natal – RN., Por meio de autores que
buscam compreender a educação musical com esses contextos e assim
ajudar a construir um diálogo que fosse capaz de entender como essas
instituições utilizam a música como meio para socializar crianças e
adolescentes que na maioria das vezes essas ONGs estão localizadas em
comunidades carentes. Então esse trabalho tem uma abordagem qualitativa
que aconteceu por meio de estudo de caso para ajudar a compreender além
das práticas musicais que acontecem dentro da ONG as suas contribuições
sociais para os alunos que moram na comunidade, os resultados
apresentados mostram que além da sincronia entre as respostas dos
perguntados mostra que além de ter a oportunidade de aprender um
instrumento ter a chance de ver um caminho melhor que é oportunizado pela
ONG.
Palavras-chave: ONG; Educação Musical; Música; Contribuição Social.
ABSTRACT
The present work aims to identify and understand the guitar lessons as well as the
musical and social practices that take place in the NGO Ilha de Música, located in the
community of Africa in the Redinha neighborhood, in the North Zone of Natal - RN,
through authors. that seek to understand music education with these contexts and
thus help build a dialogue that would be able to understand how these institutions
use music as a means to socialize children and adolescents that most often these
NGOs are located in underserved communities. So this work has a qualitative
approach that happened through case study to help understand beyond the musical
practices that happen within the NGO their social contributions to students living in
the community, the results presented show that beyond the sync between
Respondents' answers show that in addition to having the opportunity to learn an
instrument, they have a chance to see a better path that is provided by the NGO.
Keywords: NGO; Musical education; Music; Social contribution.
SÚMARIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10
2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 13
2.1 O QUE SÃO ONGS E COMO FUNCIONAM ........................................ 13
2.2 O ENSINO DE MÚSICA EM ONGS ...................................................... 19
2.3 O ENSINO DE VIOLÃO POPULAR ...................................................... 22
3. EXPERIÊNCIA COM A ILHA DA MÚSICA .............................................. 23
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................... 23
3.2 DESCRIÇÃO DA AULAS ..................................................................... 25
3.3 A PESQUISA ....................................................................................... 29
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 33
5. REFERÊNCIAS......................................................................................... 35
APÊNDICES ............................................................................................. 38
12
1. INTRODUÇÃO
O ensino de música tem cada vez mais ampliado seus rumos e direções nos últimos
anos tanto na parte acadêmica como na parte social, como as ONGs na maioria
delas trabalham com um aparato social, dá para notar que o primeiro contato com a
música se dá muito por meio de ONGs, projetos sociais e que a maioria das pessoas
que são beneficiadas com esses trabalhos são crianças e adolescentes de baixa
renda que estão situadas em comunidades carentes que sofrem muito com a
violência, pobreza e os problemas muito comuns, porém tristes que tem dentro
dessas comunidades.
Nesse trabalho a pesquisa tem foco no trabalho musical desenvolvido dentro da
Organização Não Governamental Ilha de música, trata-se de uma ONG que já vem
atuando a mais de treze anos na comunidade da África no Bairro da Redinha e o
seu trabalho é com crianças e adolescentes na faixa etária de 8 a 18 anos. A
investigação adotada para esse trabalho foi tentar compreender a dinâmica do
trabalho nas aulas de violão e como se dá o ensino de música (Violão) na ilha de
música. O objetivo geral foi encontrar respostas de como o ensino de violão ajudou
no desenvolvimento musical e social dos alunos que participam ou participaram das
aulas, e como as referidas pode impactar um caminho para melhor entender as
propostas de ensino da ONG.
Os meios para começar a encontrar as respostas sobre: Ensino de Música (Violão),
se deu quando em 2016 entrei para licenciatura em música pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Que no durante o curso fui conhecendo
vários autores que explicavam como era o processo sobre a compreensão da
educação musical e contribuição social dentro das Ongs, projetos sociais, etc..,
como essas experiencias durante o curso me ajudou a pesquisar sobre o âmbito das
aulas dentro da ONG Ilha de Música e tentar entender os principais objetivos que
este contexto tenta desenvolver dentro da comunidade através de suas atividades
musicais e culturais.
O meu processo como professor dessa ONG começou em fevereiro de 2011, depois
de quase quatro anos como aluno da instituição, através dos incentivos dos
coordenadores da referida ONG, que notaram uma possibilidade de começar a atuar
13
como monitor para ajudar a passar o conhecimento que já tinha adquirido até aquele
momento, para os novos alunos que fossem chegando.
A pesquisa qualitativa se deu por meio da temática que o trabalho se desenvolveu e
por se englobar no campo dos estudos socioculturais da educação, umas das tantas
características que a pesquisa qualitativa se dá e possam legitimar a sua adoção,
para (GIL) 1991, p.30 diz que: “A pesquisa experimental consiste em determinar um
objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir
as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.”
(GIL, 1991, p.30), que traz a soma de material adequado para descobrir os indícios
que possam ajudar no desenvolvimento do trabalho, que também explora o contato
direto e permitir suas atenções ao significado das relações humanas e
desenvolvimento da pesquisa de campo. Já no estudo de caso o mesmo autor
menciona: “o estudo de caso caracteriza-se por grande flexibilidade. Isto significa
que é impossível estabelecer um roteiro rígido que determine com precisão como
deverá ser desenvolvida a pesquisa.”. (GIL, 1991, p.78), já que a Ilha de Música
continua atuante até os dias atuais, poder fazer esse estilo de estudo faz com que
possamos sempre estabelecer uma base para desenvolver a pesquisa.
Elaboramos um questionário para utilizar com os alunos e ex-alunos da ONG para
ter dados que ajudassem a compreender o tema e desenvolver sua temática durante
o desenvolvimento deste trabalho, com seis questões e repassados para dezessete
alunos e ex-alunos.
No segundo capitulo apresento o referencial teórico que utilizo como base para
desenvolver o meu trabalho e entender melhor como os autores relatam em seus
textos as suas visões que se tem sobre os conceitos de ONGs, Projetos sociais,
etc..., e também apresentam as suas definições e visões de música dentro desses
espaços que são muito utilizados para socializar crianças e adolescentes, mas que
as vezes pode ter alunos que possam seguir carreira musical ou até mesmo
acadêmica.
Em seguida faço uma descrição sobre a ONG aqui já citada como seu contexto
histórico e local que está localizada, também tem a descrição das aulas de violão
que acontecem dentro do espaço referido com os fatos que acontecem nas aulas
entre as dinâmicas acontecidas e o trabalho que é desenvolvido. Apresento como
14
foram os dados da pesquisa que foi feita com cada aluno e ex-aluno através dos
relatos e suas questões sobre as aulas e a ONG.
No último tópico apresento todos os resultados do trabalho encontrados ao longo da
pesquisa. Assim, abordo as questões observadas pertinentes as práticas musicais,
bem as transformações sociais que ocorreram durante o tempo em que o projeto
vem atuando.
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O QUE SÃO ONGS E COMO FUNCIONAM
Com a experiência de ter começado a carreira musical e “acadêmica” dentro da ong
Ilha de música na comunidade onde moro, sempre surgiu o questionamento se é
uma ONG, Projeto Social, movimento social ou terceiro setor, por não ter ainda uma
definição sobre o que são na nossa sociedade vou abranger a alguns trabalhos que
abordam esses temas para esclarecer essa visão, já que sempre existe a dúvida em
relação as suas definições no âmbito de nossa sociedade.
Existe uma impossibilidade para a construção de uma definição precisa sobre “ONG”
por existir essa dificuldade no campo das ciências sociais e conceitualização das
classes médias, até por que, isso não ocorre por acaso, as ONGs representam um
novo canal para institucionalizar a participação das classes menos favorecidas em
nosso país. Desse modo, tem exercido influência na formação dos envolvidos.
Nessa direção Lima (2002, p. 51) discorre:
Essas organizações não governamentais vem assumindo espaços cada vez
mais importantes no mundo contemporâneo e mais recentemente a mídia
passa a tratar o conjunto dessas organizações sob a denominação genérica
de terceiro setor não só a imprensa, mas a população em geral, refere-se as
ONGs, ao Terceiro Setor, as Fundações, as Organizações da Sociedade
Civil (OSCs), entre outras denominações, tendo elas o mesmo significado e
função dentro da sociedade.
Na fala da autora fica claro a importância que as ONGs e suas denominações
assumiram no decorrer dos últimos anos e que a nossa sociedade começou a ter um
olhar mais atento a esses movimentos que ganharam muita força dos anos 90 para
os dias atuais em nosso país.
16
E nas mesmas direção para essa definição desse conjunto, Sobre a origem em
comum das ONGs, Fernandes (1995, p.24) corrobora:
“A expressão ‘Organização Não Governamental’ vem originalmente do
vocabulário das Nações Unidas para designar uma categoria especial de
participantes do sistema da ONU, esse contexto original explica a
desajeitada generalidade da expressão – de início incluiria um amplo
espectro de instituições Não Governamentais considerados aptos a
participar de algum órgão da ONU. O significado mudou substancialmente,
mas a conexão com os mecanismos da cooperação internacional continua
sendo um componente relevante disso que acabamos de chamar ONGs (...)
A palavra que surgiu da cooperação entre Países da Europa Ocidental e do
Terceiro Mundo nas últimas décadas refere-se a um tipo institucional
especifico, que merece ser discutido à parte (...) Nesse sentido limitado, as
ONGs são instituições independente, e não uma parte orgânica de
estruturas maiores (...) Além do mais, não são representativas de uma
classe qualquer de indivíduos, o valor da ONGs deriva do que fazem e não
do que representam. Estritamente falando, não podem falar em nome dos
outros o que os diferencia dos movimentos sociais (...) elas também não
são agências de financiamento, o que as torna diferentes das fundações. A
proposta é fornecer serviços sociais que em geral não se auto sustentam,
daí as ONGs terem que sair à procura de fundos de outros lugares”.
A autora Fernandes (1995) define as ONGs como um instrumento de agregar os
valores para os indivíduos em um contexto histórico, e é perceptível em sua fala o
sentido que as ONGs ganharam com o passar dos tempos, não apenas limitando-se
a uma causa, mas várias que agreguem os vários valores de uma parte orgânica de
uma determinada classe. Gohn (1997, p.54) também fala sobre as origens das
ONGs:
“A expressão Não Governamental foi criada pela ONU, na década de 40,
para designar entidades não-oficiais que recebiam ajuda financeira de
órgãos, na verdade públicos, para executar projetos de interesse social,
dentro de uma filosofia de trabalho denominada ‘Desenvolvimento de
comunidade’. O recorte da definição da ONU é dado pela estrutura jurídica:
ser ou não ser governo. As ONGs localizavam-se na esfera do privado.
Para várias ONGs contemporâneas, a concentração das entidades não
passa pelo recorte Público-Privado, pois teria ocorrido a emergência de um
outro setor na esfera da organização geral da sociedade que seria o
17
público-comunitário-não-estatal, vindo a se constituir no ‘terceiro setor’ da
economia. No plano informal” (Gohn, 1997, p.54)
Na visão de (Gohn, 1997) a maioria da filosofia adotada para as ONGs são de
ajudar no desenvolvimento de comunidades, como é perceptível em nosso país o
papel dessas organizações que na maioria das vezes trabalham defendendo as
causas sociais como, estatuto do idoso, estatuto da criança e adolescente, etc..,
Dentre outras causas de ambiente sociais, que na maioria das vezes utilizam de
meio privado-público para poder arrecadar meios para executar o seu trabalho nas
zonas onde as classes menos favorecidas não tem oportunidades.
Para Fernandes (1995), as ONGs nasceram dentro de circuitos de cooperação
global, fornecendo canais não-oficiais para o apoio internacional de microprojetos
sociais caracteristicamente executados em nível local. Por serem independentes,
tiveram suas conexões internacionais facilitadas, podendo dessa forma mediar
pautas entre questões internacionais e as locais, especializando-se em projetos que
poderiam fazer sentido para os dois lados do programa de “desenvolvimento”. Por
não terem caráter representativo, nem definição territorial, seu compromisso sendo
com o projeto assumido. O que lhes possibilitou, muitas vezes, desempenharem o
papel de intermediarias entre instituições globais e organizações de base.
Para os autores, o termo ONG eles evidenciam a importância que elas têm dado a
suas contribuições para ajudar no desenvolvimento de uma sociedade com menos
recursos, o trabalho que elas têm travado ao longo dos tempos para superar as
dificuldades das comunidades que as mesmas estão inseridas
No que diz respeito a movimentos sociais Gohn (2000, p. 12-13). Define um conceito
para esse fenômeno:
Movimentos sociais são ações coletivas de caráter sociopolítico,
construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas
sociais. Eles politizam suas demandas e criam um campo político de força
social na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios
criados sobre temas e problemas em situações de conflitos, litígios e
disputas. As ações desenvolvem um processo social e político-cultural que
18
cria uma identidade coletiva ao movimento, a partir de interesses em
comum. Esta identidade decorre da força do princípio da solidariedade e é
construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos
compartilhados pelo grupo (GOHN, 2000, p.13).
Para Gohn (2000) os movimentos sociais são uma causa muito importante na luta
de conquista de direitos e valores para as classes atingidas pela desigualdade social
e, que a partir disso surgem os movimentos com o intuito de ganhar força para lutar
pelos seus princípios e valores socais, Scherer-Warren (1999, p.15) concerne que:
“Movimento social é um conjunto mais abrangente de práticas
sociopolíticos-culturais que visam da realização de um projeto de mudança
(Social, sistêmica ou civilizatória), resultante de um projeto de mudança
entre sujeitos e associações civis. É o entrelaçamento da utopia com o
acontecimento, dos valores e representações simbólicas com o fazer
político, ou com múltiplas práticas efetivas. Pode-se, pois, falar dos
movimentos pela paz, ecológico, feminista, contra o racismo, de direitos
humanos, de democratização, das esferas públicas, de combate à pobreza
e exclusão social, dos sem-terra e assim por diante. Por tanto, Movimento
Social é a síntese de múltiplos práticas, produto de articulação de sujeitos e
associações civis”.
Porém no fim da década de 90 os movimentos sociais passaram ter um uma nova
perspectiva de trabalho em relação aos outros anos com uma ampla visão como
associações, fundações e inúmeros movimentos criados para defender as causas
sociais esquecidas pelo estado ao longo dos anos, por exemplo, a causa dos idosos,
negros, crianças, pessoas com deficiências, etc.
Com uma nova discussão sobre o mesmo tema, Gohn (2011) acrescenta novas
abordagens em relação as revoluções tecnológicas para ajudar na propagação dos
trabalhos desses movimentos:
19
Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de redes
sociais, locais, regionais, nacionais ou internacionais, e utilizam-se muito
dos novos meios de comunicação e informação, como a internet [...]
apresentam um ideário civilizatório que coloca como horizonte a construção
de uma sociedade democrática. Hoje em dia, suas ações são pela
sustentabilidade, e não autodesenvolvimento. Lutam contra a exclusão, por
novas culturas políticas de inclusão. Lutam pelo reconhecimento da
diversidade cultural. Finalmente, os movimentos sociais tematizam e
redefinem a esfera pública, realizam parcerias com outras entidades da
sociedade civil e política, tem grande poder de controle social e constroem
modelos de inovações sociais (GOHN, 2011, p.335-337)
Para (Fontes, 2018) ele afirma:
Com o suporte dessa breve contextualização histórica, os esclarecimentos
básicos de funcionalidade dessas esferas e algumas transformações
causadas em torno dos movimentos sociais como o surgimento das ONGs e
do Terceiro setor, podemos então assumir que um projeto social diz respeito
a intencionalidade, a planejamento e a um modelo de inserção social.
Um conceito central para a reflexão sobre projetos sociais é a própria noção de ação
social. Para a socióloga Weber (2000, p.14), a ação social “orienta-se pelo
comportamento de outros, seja este passado, presente ou esperado futuro(...). os
‘outros’ podem ser indivíduos e conhecidos ou uma multiplicidade de pessoas
desconhecidas”. Sempre vale lembrar que nem todo tipo de pessoa tem o caráter
social para encarar as realidades vividas dentro de um projeto social, pois na maioria
das vezes eles são localizados em áreas de alto risco.
Já para o autor Maciel (2015) ele expõe um breve conceito sobre o que é um projeto
social com ênfase de abordar os caminhos e as necessidades de transformações de
uma determinada realidade social que o projeto está inserido:
20
Quando nos referimos a um projeto de forma genérica, estamos nos
reportando a algo que se espera alcançar em uma situação futura, algo a
ser construído; estamos, portanto, falando de sonho, visão, desejo de
realizar alguma coisa para mudar uma determinada situação. Quando
tratamos de projetos sociais não é diferente, pois seu conceito e conteúdo
sempre irão tratar de sonhos, esperanças, desejos de mudança. O
diferencial é o de estarmos lidando, prioritariamente, com ideias e
aspirações coletivas, voltadas para a construção do bem comum. (MACIEL,
2015, p.10).
Para o caso do terceiro setor (Kleber, 2014, p.32) diz que:
Com a ineficiência do estado, o terceiro setor é a dimensão institucional e
política que se volta para questões sociais, constituído por organizações
sem fins lucrativos e não governamentais que têm como objetivo gerar
serviços de caráter público para a sociedade civil.
De acordo com a fala dos autores aqui citados, podemos concluir, que as ongs,
projetos sociais, movimentos sociais ou terceiro setor, tratam exclusivamente de
ajudar a combater as desigualdades causadas a uma classe menos favorecidas da
nossa sociedade, e que sempre eles tem algo em comum, ou seja, utilizam meios
como o esporte, música, artes, dança, etc..., como uma forma de ajudar à socializar
crianças e adolescentes e até mesmo adultos para ajudar contribuir na formação do
indivíduo que vive em situação não contemplada, Nesse trabalho utilizarei o termo
ONG por acreditar que a Ilha de Música se identifique melhor com o termo e
proposta, já que utiliza-se da educação musical para inserir crianças e adolescentes
na sociedade.
21
2.2O ENSINO DE MÚSICA EM ONGS
Com o passar dos anos a música tem sido discutida como uma forma de ajudar a
desenvolver os trabalhos nas ongs esse trabalho tem a proposta de contribuir no
desenvolvimento de jovens com a sociedade para ter oportunidades com as suas
realidades já que na maioria das vezes as pessoas vivem em uma situação de
violência doméstica, no bairro e até mesmo na escola, a autora Maximiniano
(1997,p.20) diz:
Os projetos sociais geralmente são pensados para solucionar um problema
ou uma necessidade social e seus objetivos são definidos em função “um
problema, oportunidade ou interesse de uma pessoa, grupo ou organização.
Segundo Maximiniano (1997), fala que os projetos sociais são quase que sempre
voltados a preencher lacunas dentro da nossa sociedade, e por tanto sempre tenta
resolver uma problemática dentro de uma determinada comunidade que na maioria
das vezes são afetadas pela violência em geral. Os projetos são sempre pensados
com algo que tente ajudar a mudar a realidade de muitos jovens e adolescentes que
vivem em grande situação de risco nas periferias do nosso País.
Mas a educação musical dentro de Organizações Não Governamentais tem se
tornado um centro de discussões em nosso país desde do final da década de 90
para os dias atuais, por ter uma relação interdisciplinar com várias áreas de
conhecimento não só com a música, mas com a sociologia, a educação,
antropologia e até mesmo a psicologia são abordados ao longo desse tempo, de
acordo com (SOUZA, 2014, p.14). A autora ainda afirma que:
O conhecimento a respeito da rede de relações e da trama social efetiva
nas diversas instituições, depreendendo-se não haver neutralidade nos
22
espaços em que tais tramas são construídas, constitui-se outra importante
contribuição da sociologia para o campo da educação musical.
Para a autora diz a música faz parte de um processo de socialização, através do
qual crianças, jovens e adultos criam suas relações sociais; por essa razão, ela
representa um forte potencial de mobilização e agregação. No caso dos projetos
sociais e comunitários, esses aspectos são muito importantes e devem ser
explicitados e analisados pelos profissionais da música.
Já para o modelo interpretado por Green (2000, p.34) que diz “estudar música como
uma realidade social com seus aspectos múltiplos, levando-se em conta que essas
camadas se interpenetram”, vale salientar que na maioria das vezes o valor atribuído
a esses projetos ou ONGs são um meio de socialização de crianças e adolescentes,
como estudar o fato musical por meio social a mesma autora defende que:
Não existe objeto musical independentemente de sua constituição por um
sujeito. Não existe, portanto, por um lado, o mundo das obras musicais (que
não são entidades universais e se desenvolvem em condições particulares
ligadas a dada ordem cultural), e por outro, indivíduos com disposições
adquiridas ou condutas musicais influenciadas pelas normas da sociedade.
A música é, portanto, um fato cultural inscrito em uma sociedade dada [...]
(Grenn, 1987, p.91)
Kater (2004), tratando da formação musical docente ao expor algumas
considerações sobre o mercado de trabalho na contemporaneidade, argumenta que
é em “decorrência da ampliação de perspectivas que as profissões evoluem” e
assim inauguram novas conjunturas de trabalho expandindo suas condições de
contribuição social (KATER, 2004, p.44), o mesmo autor faz uma observação sobre
23
o perfil dos educadores musicais dentro das ONGs e trata sobre algumas
perspectivas de formação humana pela educação musical
Quando falamos neste sentido do papel formador do educador musical, seu
esforço sistemático em dedicar-se ao crescimento musical e humano
integrado (seu e de seus alunos), expressamos algo mais. Evocamos
também uma concepção filosófica, uma postura política e alguma coragem,
que deem convicção à crença de que tudo o que é vivo tem movimento e o
que se move possui direção e comporta transformação. As pessoas, a
sociedade, o mundo são transformáveis, e direções para seu movimento
podem ser criadas, inibidas ou reforçadas.
Já para (Souza, 2014, p.18) ela diz:
Nos projetos sociais, o educador deverá pensar nas condições de cada
participante, em suas necessidades e peculiaridades. Sendo assim, cada
criança ou adolescente que sofreu algum tipo de trauma em sua
socialização primária, a educação musical poderá fornecer uma
socialização secundária e nesse caso estará contribuindo para uma
“reconstituição do tecido social.
Na fala de Souza(2014), fica claro o papel que o educador musical ou de qualquer
outra formação deve fornecer dentro de um projeto social, pois ao receber essas
crianças em uma grande situação de risco, que nem sempre estão ali para aprender
música, muitas vezes estão dentro de um projeto para ter um pouco de carinho e
atenção ou até mesmo para poder tomar café, almoçar ou lanchar.
Na maioria das vezes a atuação de um professor pode não só despertar o interesse
do aluno pela música, mas ajudar a seguir nela. Com isso, Nascimento (2014) traz
uma inquietação sobre à preparação humanista da contemporaneidade
A formação profissionalizante do sistema de ensino superior nem sempre
tem em conta a preparação humanística dos profissionais para que atuem
24
tendo como foco a promoção da vida. O mais comum tem sido a
preocupação com a sua inserção no mercado de trabalho, com muita
competência técnica e pouco sentimento humanístico (NASCIMENTO,
2014, p.60).
Com uma visão bem elaborada pelos autores citados nesse tópico, temos como
ponto de partida a importância do educador dentro de uma ONG ou projeto social
que nesse caso vislumbra a sua atuação para ajudar a influenciar as crianças e
adolescentes a acreditar que apesar de suas condições de vida não serem as
melhores possíveis, encontram nas ONGs oportunidade de valorização da formação
humana, já que as mesmas na maioria das vezes estão inseridas em comunidades
de alto risco. Assim, podem ser um grande diferencial na vida dos envolvidos, já que
podem ajudar a tornar possível a mudança de suas realidades através de seus
projetos de trabalho que influenciam nas formas e modos que essas pessoas
ganham após participar das ações que esses movimentos causam.
2.2 O ENSINO DE VIOLÃO POPULAR
Sabemos que o Violão é um instrumento bem popular em nosso país e cotidiano, e
que sempre desperta a vontade de pessoas, seja ela criança ou adulto. Desse
modo, a maioria das crianças e adolescentes já trazem consigo essa paixão, algo
que surge por um amigo que já toca ou que ver algum artista tocando em algum
vídeo na internet. Embora, possa ter alguma facilidade ou dificuldade de conseguir
um instrumento.
O trabalho que se deve fazer na maioria das aulas dentro de uma determinada ONG
ou Projeto social, é aquele que o aluno quer ter o resultado imediato para ajudar no
estimulo e desenvolvimento das próximas aulas, com isso (ARAGÃO, 2002, p.1) diz:
“Sendo as aulas de "violão erudito" uma atividade mais distante do
cotidiano e do
conhecimento das pessoas, é natural que o contato com o instrumento seja
feito a partir de uma abordagem mais acessível e com resultados mais
imediatos, daí a formação inicial ser feita com um repertório de canções
populares, nas quais o papel do violão é o de acompanhar uma melodia
cantada”.
25
Na fala do autor fica clara a importância do trabalho feito com o ensino de violão
popular dentro das ONGs, que trabalha com as músicas populares entre as crianças
e adolescentes mas, sempre trabalhando a melhor forma de passar o conteúdo e
entendendo que o trabalho dentro de ongs ou projetos sociais é voltado a parte de
socialização de pessoas.
Dentro desses espaços, existem muito o trabalho coletivo ou até mesmo o ensino
coletivo do violão, já que a maioria desses alunos são iniciantes. Nesse sentido, o
ensino coletivo oportuniza inserir maior número de alunos. Nessa direção (BRAGA;
TOURINHO, 2013, p. 148) diz que:
“a essência do ensino coletivo de violão acontece quando
existe um professor que trabalha com diversos indivíduos no
mesmo espaço físico, horário, e que várias pessoas aprendem
conjuntamente a tocar a mesma peça, na maioria das vezes,
repertório solo.” (BRAGA; TOURINHO, 2013, p. 148).
Tenho observado que na aula coletiva de instrumento musical, acontece o
desenvolvimento e respeito mútuo diante das diversidades encontradas. Neste
sentido, essa modalidade de ensino tem princípios relevantes no contexto de
projetos sociais. Para Weizmann (2008, p.71) o ensino coletivo é:
Um dos objetivos do Ensino Coletivo de Violão no Brasil é levar o ensino da
música a uma maior quantidade de alunos; isso ocorre principalmente em
projetos sociais, cursos de extensão e escolas de educação básica. Um
projeto de iniciação musical, através do Ensino Coletivo de Violão, é
diferente de um projeto com outros instrumentos, pois "[...] a força intrínseca
do violão no Brasil, está fortemente arraigado nas nossas origens musicais
e no ‘ouvido’ dos alunos." (WEIZMANN, 2008, p. 71).
Na fala dos autores, pude notar a importância do ensino do violão em forma coletiva,
já que na maioria das ONGs e projetos sociais o maior foco é o trabalho de
socialização de crianças e adolescentes visto que em alguns casos os alunos
podem vir a alcançar objetivos maiores como cursos técnicos e superiores.
26
3. EXPERIÊNCIA COM A ILHA DE MÚSICA
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA ILHA DE MÚSICA
A organização Não Governamental está localizada na Rua Padre Cícero Romão N°
560, na comunidade da África, bairro Redinha, na zona norte do município de Natal,
RN, Brasil.
A ilha de música surgiu em 2006 por iniciativa dos músicos e professores Inês
Latorraca e Gilberto Cabral que com uma simples volta encontraram na comunidade
da África mais de 978 crianças e adolescentes ociosos, sem muita expectativa de
vida e de uma boa formação, eles tiveram a intenção de utilizar a música como meio
de socialização, formação humana e ajudar a proteger as crianças da violência na
comunidade da África e ter a Música como uma opção de inserção no mercado de
trabalho.
Entre 2006 e 2019 a Ilha de Música já atendeu em torno de 860 crianças e
adolescentes, o projeto recebe as crianças a partir dos 8 anos de idade, todas as
crianças de 8 à 12 anos é obrigatório fazer a musicalização infantil, todas as
crianças são livres para escolher o seu instrumento de preferência e experimentar
vários deles para ver qual se encaixa melhor, os instrumentos oferecidos são:
instrumentos de percussão, Violão, Guitarra, Baixo elétrico, Bateria, Piano,
Trompete, Trombone e a musicalização infantil, a cada final de semestre é realizado
recitais dos instrumentos, algumas vezes acontece do projeto ser convidado para
eventos em teatros, shows e recitais fora do espaço físico da ONG.
Dentro do projeto além das aulas de instrumento existem os subgrupos que tem a
intenção de ajudar na práticas musicais de todos os alunos para que eles não
fiquem só nas aulas, mas que possam trabalhar em grupo, isso que é uma das
grandes importância que a ONG tenta fornecer as crianças e adolescentes que
frequentam o espaço. Além do desenvolvimento musical, essa prática contribui para
a socialização entre os envolvidos
Outro fator muito importante dentro da ONG é o acompanhamento psicológico que é
feito com os pais de todos os alunos para criar um princípio de aproximação com
todas as famílias com os coordenadores das escolas que os alunos estudam. Há
27
uma notória melhora de comportamento de todos os alunos que frequentam a Ilha
de Música, percebida pelos envolvidos.
Para participar da Ilha de Música a criança ou adolescente tem que ter entre 8 e 18
anos e está matriculado na rede pública para poder usufruir do projeto, o horário de
funcionamento é a partir das 8hs com o café da manhã e a partir das 8:30 começam
as aulas ou ensaios.
3.2 DESCRIÇÃO DAS AULAS
As aulas de violão são voltadas aos alunos que fazem parte da ilha de música sem
restrição de idade para participar, dividido em 3 turmas de até quatro alunos por
horário, o intuito é fazer os alunos tocarem as músicas que são voltadas ao grupo
musical do projeto e, no decorrer das aulas oferecer vários assuntos que englobe o
mundo do violão, por exemplo, conhecer escalas, arpejos, acordes e desenvolver a
parte técnica para que os alunos interessados a seguir no meio musical possam
tentar alguma vaga em algum curso da Escola de música da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (EMUFRN), ou até trabalhar como musico profissional.
Nas primeiras aulas são abordados os conhecimentos de música do aluno como
conhecer as notas musicais, conhecer o instrumento como: afinação, mãos e
dedilhados, para isso tudo utilizo um método (APÊNDICES) que desenvolvi para
auxiliar nas aulas, sempre é comum receber alunos que nunca tiveram contato com
o violão, bem como alunos que já tem uma base ou noção do instrumento por já ter
iniciado em alguma igreja, ou mesmo com algum aluno que já tenha passado pela
ONG.
Trabalhamos inicialmente antes de começar todas as aulas um trabalho de
alongamento para que os alunos no futuro não tenham que sofrer com possíveis
problemas causados por prática no instrumento. Logo após esse alongamento,
partimos para a aula técnica e prática no instrumento começando pela parte de
conhecimento das notas musicais, para que o aluno conheça o nome das notas que
utilizaremos no decorrer do estudo, pode-se notar que na maioria das vezes todos
os alunos já tem esse conhecimento adquirido por colegas. A partir desse pequeno
28
conhecimento teórico partimos para aprender os exercícios iniciais ao violão que
estão no pequeno método (APÊNDICES). Logo após esse começo de
reconhecimento os alunos tem a sua disposição os violões que tem dentro do
projeto para facilitar o desenvolvimento no instrumento. No decorrer das seguintes
aulas, assim que os alunos vão tornando o estudo diário cada vez mais intenso vai
surgindo o desejo de aprender muito mais, logo após o domínio dos primeiros
exercícios de Mão direita e Mão esquerda os alunos começam a trabalhar os
primeiros acordes, esses primeiros acordes são os Dó, Ré, Mi, Sol e Lá. No início,
não trabalho os acordes de Fá e Si, por acreditar que no começo dos estudos esses
acordes geram muita dificuldade para os alunos e que pode desestimula-los. Em
seguida, trabalho três acordes menores Ré menor, Mi menor e Lá menor, para
começar a passar as primeiras sequencias musicais para todos, depois de aprender
esses acordes começamos a trabalhar músicas para estimular no estudo ao violão.
Sobre o repertório, priorizo músicas que os mesmos já conhecem, tais como: as
músicas que eles sempre pedem são as que estão sendo tocadas no rádio ou na
boca do povão. Depois de um certo domínio começo a trabalhar os acordes maiores
e menores com pestana (maiores: Fá Maior e Si Maior, menores: Dó Menor, Fá
Menor, Sol Menor e Si Menor), por se tratar de uma exigência maior para os dedos
da mão esquerda, acontece dificuldade na prática dos referidos acordes. Devido a
essa tal dificuldade tenho percebido que antes deles entrarem pra aula de violão já
vem com o medo dos acordes em “pestana”.
Depois de algumas aulas, os alunos que mostram mais interesse e vontade de
aprofundar os seus estudos, começam a pedir músicas com uma dificuldade maior,
é aí que entra o estudo das tétrades, nessa direção, utilizo o livro “Acordes, Arpejos
e Escalas” de Nelson Faria (2000), nessa parte, procuro explorar um pouco mais
para motiva-los a levar o estudo a sério. Automaticamente, início uma conversa
sobre assuntos como as músicas da Bossa Nova, MPB, tais como as músicas do
Djavan, Caetano Velloso, Ivan Lins, etc...,também trabalhando músicas dos cantores
citados através dos Songbooks, ao iniciar com esses assuntos, alguns começam a
faltar ou colocar desculpas pra não ter que fazer os exercícios, coisa que é encarado
como normal, até por que a ONG não é uma “escola formal”, mas ai, tem caráter
informal.
29
Uma das coisas que todos os alunos reclamam é de não ter um instrumento em
casa, ou poder levar um instrumento da ONG para suas residências, noto que os
que tem seus instrumentos em casa quase em toda as situações tem seus
desempenhos melhor do que os outros alunos que não tem, isso é um fato muito
bem observado pela ONG, a qual trata o caso para incentivar os alunos a ter uma
maior participação dentro da projeto.
Compreendo que, algumas decepções fazem parte do processo de ensino, por
exemplo, a falta de incentivo dos país, até por que, esses alunos vivem em uma
situação de risco que as vezes tem muito problemas em casa, moram perto de onde
tem muita violência na comunidade, na maioria das aulas quando percebo que eles
não estão bem, procuro tentar conversar, muitas vezes pela situação que passam
fora da ONG, que interferem muito no dia a dia no estudo e que por vezes chega a
evasão da instituição.
A maior meta das aulas, é fazer com que eles comecem a tocar qualquer música do
repertório popular que eles conhecem e, também estimular a participação nos
grupos da ONG que sempre faz apresentação no bairro ou fora dele. A cada fim de
semestre todos tem a opção de participar dos recitais, acompanhando algum solista
(como um aluno de Trombone, Flauta ou outro instrumento solista) ou tocando
música solo.
30
Figura 1: Aula de violão
Fonte: O autor
31
Figura 2: aula de violão, utilizando Guitarra
Fonte: O autor
3.3 A PESQUISA
A pesquisa para este trabalho se deu por meio de um questionário. Vários alunos e
ex-alunos tiveram que responder para ajudar a contribuir com o tema. Desse modo,
através de suas respostas, chegar a um dado exato sobre como esses alunos e ex-
alunos veem a proposta das aulas em suas vidas lição e seus deslumbramento na
vida musical, todos os alunos envolvidos na pesquisa, fizeram parte da ONG entre
2006 e os dias atuais.
O seguinte questionário foi aplicado a dezessete pessoas entre alunos e ex-alunos
da ONG na faixa etária de 9 a 27 anos. Em suas respostas, diversificaram muito
sobre as suas experiencias vividas dentro da ONG, bem como mostraram as suas
visões de como a ONG ajudou a ver eles em uma sociedade com mais
oportunidades, tanto no campo da música ou qualquer outra profissão.
32
Nas primeiras duas questões que perguntava a idade e qual a situação que se
encontravam atualmente em relação a ONG, se eram aluno ou ex-aluno, todos
responderam com sua devida segurança sem ter que pensar muito sobre o assunto.
Os alunos do projeto em faixa etária entre 9 e 18 anos, foram de forma direta em
suas palavras sobre a realidade que eles vivem atualmente na ONG, no caso dos
ex-alunos entre 18 a 27 anos, deu para perceber que o trabalho realizado com eles
foi de um grande proveito, mas com algumas ressalvas, nem todos passaram a viver
exclusivamente da música, entretanto, eles conseguiram absorver ao máximo de
conhecimento musical que a ONG oferece, Alguns relatos citados nessa pesquisa,
mostra a grande importância que o trabalho feito pela ONG foi muito além de
oferecer música, de tal modo ajudar na socialização das crianças e adolescentes
que passaram por lá.
A partir da terceira questão que abordava sobre os seus objetivos com a música
encontrei diversas respostas entre todos os alunos e ex-alunos da instituição, apurei
que muitos querem ser músicos profissionais ou ter a música como um “hobby”, o
Entrevistado 8 diz que:
“Hoje, o objetivo com a música, é mais o de divertimento, um hobby.”
(Entrevistado 8)
Já para o entrevistado 5 ele descreve sobre o seu principal objetivo com a música:
“Tocar com o ministério de louvor da igreja.” (Entrevistado 5)
É notável que a ONG tem um papel fundamental na vida de todos quando é para
tratar sobre a música, todos os questionados mostram uma grande importância das
aulas de violão na vida deles, pois foi o primeiro instrumento musical que tiveram
contato e oportunidade de poder tocar músicas que nunca imaginaram aprender,
pois esse tenha sido o maior objetivo de todos antes de entrar na instituição.
Na quarta questão do referido questionário os entrevistados foram questionados
sobre suas ocupações de possíveis trabalhos remunerados, a maioria deles ainda
são estudantes e alguns trabalham em outras profissões, e outros dos ex-alunos
trabalham na noite atuando como músicos freelancer em bandas de forró ou com
outros artistas de diferentes estilos musicais, com isso o entrevistado 5 diz:
“A música pra mim só como terceira opção, pois tenho outros planos para
minha vida” (Entrevistado 5).
33
Já na visão do entrevistado 1 ele diz:
“Vivo da música, e bem por sinal” (Entrevistado 1).
Como a ONG tem a intenção de oferecer a música como um instrumento de
socialização, na maioria das vezes, os alunos se conscientizam do espaço para
aprender e ver que a música pode impactar suas vidas, tanto como profissão ou
como uma atividade de socializar com outras crianças e adolescentes.
Todos os alunos e ex-alunos viram com muita importância as suas experiencias
dentro ONG, pois através dela muito citaram que se tornaram pessoas mais
responsáveis tanto em casa ou na escola, o entrevistado 8 diz que:
“A ilha de música, sem dúvidas, foi a melhor coisa que aconteceu em minha
vida. É uma escola que transcende a música, a ilha de música impactou não
só o jovem com desejo de aprender música que nascera em mim, mas
também, impactou como o cidadão, ser humano, filho, amigo, irmão.”
(Entrevistado 8).
Já na visão do Entrevistado 11 ele diz:
“Hoje em dia me tornei uma pessoa de bom coração graças a ilha de
música, graças aos ensinamentos que tive com Gilberto Cabral, Inês
Latorraca e Liane Medeiros (psicóloga); aprendi a respeitar, amar e ser
gentil, e a amar a música.” (Entrevistado 11).
Na visão do Entrevistado 9 ele fala que sua vida tem um antes e depois da ONG:
“Em muitas coisas, à ilha de música pra mim, foi um divisor de águas, pois
foi lá que tive o prazer de aprender muito com a música e também ser uma
pessoa melhor no meu dia a dia.” (Entrevistado 9).
Dá para ver que muitos deles tinham uma vida antes de ingressar na ONG, que era
um pouco ociosa sem muita pretensão de aprender algo ou participar com um intuito
de levar o lado musical a sério, coisa que acontece nas periferias do nosso País,
com isso, o entrevistado 5 fala sobre a sua experiencia em participar da ONG:
“É uma experiência boa, pois podemos conhecer a música de perto em uma
sociedade tão corrompida pelo tráfico.” (Entrevistado 5).
Como pude apurar os alunos e ex-alunos tem muito algo em comum quando se fala
em suas experiencias dentro da ONG, coisa que eles jamais pensariam ter em suas
34
vidas, e nunca imaginaram desfrutar de um ambiente tão singelo que é o universo
musical dentro de sua comunidade.
O assunto sobre a importância da ONG para a sociedade, foi de um extremo
impacto durante o processo de coleta de dados, nos quais todos tem uma visão que
em outras comunidades devem ter muitas ONGs como a referida, o Entrevistado 7
diz:
“É muito importante por que muitos poderiam está nas drogas ou no mundo
do tráfico, mas não eles estão na Ilha de Música, não só aprendendo
música, mas também a viver como uma boa sociedade.” (Entrevistado 7).
O entrevistado 1, fala sobre a importância de uma ONG dentro de uma comunidade
carente e com altos índices de violência, ele diz:
“Vejo que outras comunidades deveriam ter projetos como a ilha de música,
que chame a atenção das crianças e adolescentes pra algo que agregue a
vida deles, antes que a marginalidade os destrua.”
Já para o Entrevistado 8 ele diz que sua maneira de ser como pessoa hoje foi devido
ao convívio dentro da ONG durante o tempo em que participou, ele fala:
“Hoje, como professor, recordo-me dos conselhos do professor Gilberto
Cabral e da professora Inês. Copio-os em grande parte do meu dia. A maior
lição aprendida com a Ilha de música e o professor “Giba” não tem a ver
diretamente com a música, por incrível que pareça, tem a ver com o
compromisso. Compromisso com a felicidade, compromisso com o trabalho,
compromisso com a alegria! Sou grato à Ilha e todos os seus professores.
Como foi dito acima, não trabalho com a música, nem nunca trabalhei
formalmente com ela, mas, a musicalidade proporcionada pelo projeto ilha
de música trabalhou em mim o ser humano que sou hoje. Devo muito à ilha,
seu papel social, como foi dito outrora, transcende a música.” (Entrevistado
8).
Já para o Entrevistado 2 ele diz:
“Eles ajudam as crianças a crescer com a música, eu gosto muito da Ilha de
Música.” Nesse caso o entrevistado cita que a ONG em todos os momentos oferece
a oportunidade de a criança ou adolescente crescer tanto pessoalmente como
profissionalmente em suas vidas.
35
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para o processo de compreensão sobre a temática abordada de acordo com o que
foi coletado junto aos alunos e ex-alunos da referida ONG e ao suporte teórico que
foi usado, temos, que esses espaços ajudam diretamente no desenvolvimento de
uma sociedade mais justa e sensata diante de seus referidos problemas enfrentados
no dia a dia, o que me faz entender que a música é um diferencial na construção
desse processo, como cita o (Entrevistado 5):
“É uma coisa boa para as crianças e adolescentes da nossa comunidade da
África que ao invés de está na rua, está na Ilha.” (Entrevistado 5)
Já para o (Entrevistado 13) ele evidencia o que muitos alunos e ex-alunos que
tiveram a oportunidade de desfrutar do trabalho da ONG:
“Um belo projeto que muda a vida de várias pessoas com o futuro melhor.”
(Entrevistado 13).
O grande problema que essas instituições enfrentam, na maioria das vezes são a
falta de reconhecimento devido com os seus trabalhos e atuações, que remetem
muitas vezes fazer um trabalho em que além de trabalharem as suas propostas
iniciais, tendem a expandir os seus conhecimentos para remeter ao maior número
de crianças e adolescentes que vivem diariamente em grande situação de risco
dentro da sua comunidade.
A socialização é um algo muito constante dentro desses espaços, como o cuidado
com todos os alunos, a forma de receber e tratar cada um, observar como anda os
seu comportamento tanto dentro da ONG como em sua escola que está matriculado,
além do sentimento de cultivar a relação humana presente nesse lugar e que na
maioria das vezes é o principal foco além da música, para fazer as crianças e
adolescentes se sentirem importantes em seus convívio.
A ética que é pregada pelos coordenadores, passa diretamente para os alunos, e
que esses alunos conseguem levar para o resto de suas vidas, seja com o trabalho
na música ou não. O importante é que sempre o ser humano tem a sua maior
relevância muito além dos resultados musicais, ainda que esses também possam
ser fundamental para a continuação do trabalho para as próximas gerações.
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O que pude notar, foi a diversidade musical que sempre é apresentado nas aulas de
violão por cada aluno através dos seus estilos e gêneros musicais de cada um ver e
descreve em sua personalidade, isso nos ajuda muito em nosso processo de
formação, faz pensar o que cada um sente quando ouve uma música, essas
músicas que os alunos adoram, as vezes são a razão de estimularem eles a fazer
parte da ONG, que nesse sentido a música é o grande foco de acolher todos para
assim começar deslumbrar a visão de acolhimento que se faz presente dentro de um
ambiente a educação musical passa a atuar em todas as suas dimensões.
O maior cuidado para que as crianças e adolescentes possam continuar no caminho
do bem é evidente dentro da ONG Ilha de Música, além de todo o trabalho voltado a
utilizar música como meio de socialização, as famílias são sempre convidadas a
participarem no processo de acompanhamento dos seus filhos e, isso é um grande
diferencial para que os alunos tenham um maior interesse em participar de todas as
atividades na ONG.
Espero que esse trabalho ajude a contribui mais no desenvolvimento da ONG e que
tenhamos mais pessoas a ajudar a contribui com estudos e fortalecimentos sobre a
Ilha de Música, que é um lugar encantador para quem visita, frequenta ou trabalha
diariamente no local.
37
5. REFERÊNCIAS
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Rio de Janeiro, 2002.
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FARIA, Nelson. Acordes, Arpejos e Escalas. Lumiar Editora:, 1999.
FERNANDES, Rubem, C. Elos de uma cidadania planetária. Revista Brasileira De
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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas,
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GONH, Maria da Glória, Os sem terra, ong e cidadania. São Paulo, Cortez Editora,
1997.
_____. Educação não formal e cultura política. São Paulo, Cortez Editora, 2001.
38
_____. Movimentos Sociais na Contemporaneidade. Revista Brasileira de
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KATER, Carlos. O que podemos esperar da educação musical em projetos de ação
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MACIEL, Walery Luci Da Silva. Projetos sociais: livro didático / Walery Luci Da
Silva Maciel; designer instrucional Marina Gomes da Silva. Palhoça: UnisulVirtual,
2015.
MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Administração de projetos: transformando
idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 1997.
NASCIMENTO, Antônio Dias. Projetos sociais e Educação. Souza, Jusamara.
Música, Educação e projetos sociais./Jusamara Souza e outros. Porto Alegre:
Tomo Editorial, 2014.
SCHERER-WARREN, Ilse. Redes de movimentos sociais. São Paulo: Loyola,
1993.
WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. 3.
Ed. Brasília: EDUnb, 2000.
WEIZMANN, Cláudio. Educação musical: aprendendo com o trabalho social de
uma orquestra de violões. 2008. 190 f. Dissertação (Mestrado em Educação)-
Universidade Presbiteriana MacKenzie, São Paulo, 2008.
39
40
APÊNDICES
NOTAS MUSICAIS
DÓ RÉ MI FA SOL LÁ SI
C D E F G A B
AFINAÇÃO DO VIOLÃO
A AFINAÇÃO DO INSTRUMENTO COMEÇA DE BAIXO PARA CIMA COMO SE
PODE NOTAR NO ESQUEMA ABAIXO:
41
NOME DAS CORDAS:
1 2 3 4 5 6
MI SI SOL RE LA MI
42
MÃOS
O USO DAS MÃOS NO VIOLÃO É MUITO IMPORTANTE PARA QUE SE POSSA
INICIAR A PRÁTICA NO INSTRUMENTO E DEVE TER MUITA ATENÇÃO
QUANDO FOR ESTUDAR NO INSTRUMENTO:
MÃO DIREITA
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P = POLEGAR
I = INDICADOR
M = MÉDIO
A = ANELAR
EXERCICIOS: PIMA PMIA PAIM
PIAM PMAI PAMI
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MÃO ESQUERDA
1 = INDICADOR
2 = MÉDIO
3 = ANELAR
4 = MÍNIMO
EXERCICIOS: 1234 ,1243 ,1324 ,1342 ,1423 ,1432
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OBSERVE:PODE HAVER OUTRAS COMBINAÇÕES NESSES EXERCICIO.
PRIMEIROS ACORDES
OS PRIMEIROS ACORDES A SEREM ESTUDADOS SÃO OS ACORDES SEM
PESTANA PARA QUE VOCÊ POSSA SE SENTIR CONFORTÁVEL PARA
COMEÇAR A TOCAR SUAS MÚSICAS, DETALHE PROCURE SEMPRE TOCAR
MÚSICAS SIMPLES PARA COMEÇAR A DESENVOLVER RÁPIDO
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47
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QUESTIONÁRIO ILHA DE MÚSICA
1. IDADE?
2. ALUNO OU EX-ALUNO?
3. OBJETIVO COM A MÚSICA?
4. PROFISSÃO ATUAL/TRABALHA COM MÚSICA?
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5. COMO A EXPERIENCIA NA ILHA DE MÚSICA LHE IMPACTOU OU ESTÁ
IMPACTANDO SUA VIDA?
6. COMO VOCÊ VÊ A IMPORTANCIA DA ILHA DE MÚSICA NA SOCIEDADE?