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Universidade Federal do Tocantins
Campus de Gurupi
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
TAYNAR COELHO DE OLIVEIRA TAVARES
ADAPTABILIDADE, ESTABILIDADE E DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE
CULTIVARES DE FEIJÃO COMUM NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS
GURUPI-TO
2015
1
Universidade Federal do Tocantins
Câmpus de Gurupi
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
TAYNAR COELHO DE OLIVEIRA TAVARES
ADAPTABILIDADE, ESTABILIDADE E DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE
CULTIVARES DE FEIJÃO COMUM NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação
em Produção Vegetal da Universidade Federal do
Tocantins como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Doutor (a) em Produção
Vegetal.
Orientador: Prof. Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis
Co-orientador: Prof. Dsc. Hélio Bandeira Barros
GURUPI-TO
2015
2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Gurupi
Tavares, Taynar Coelho de Oliveira
Título: Adaptabilidade, estabilidade e divergência genética entre cultivares
de feijão comum no sul do Estado do Tocantins / Taynar Coelho de Oliveira Tavares. - Gurupi, 2015. 78f.
Tese de Doutorado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-
Graduação em Produção Vegetal, 2015.
Linha de pesquisa: Melhoramento Genético Vegetal.
Orientador: Prof. Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis.
1. Feijão comum. 2. Interação genótipos versus ambientes. 3. Dissimilaridade
genética. I. Fidelis, Rodrigo Ribeiro (orientador) II. Universidade Federal do
Tocantins. III. Título.
CDD: 630
Bibliotecária:
CRB-2 / 1309
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou
por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos
do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Universidade Federal do Tocantins
Câmpus de Gurupi
Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
3
Defesa nº 2
ATA DA DEFESA PÚBLICA DA TESE DE DOUTORADO DE TAYNAR
COELHO DE OLIVEIRA TAVARES, DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS
Aos 02 dias do mês de março do ano de 2015, às 14:00 horas, no(a) Sala de 15 do
Bloco II, reuniu-se a Comissão Examinadora da Defesa Pública, composta pelos
seguintes membros: Prof. Orientador Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis do Câmpus
Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Hélio Bandeira
Barros do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof.
Dsc. Manoel Mota dos Santos do Câmpus Universitário de Gurupi/Universidade
Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Gil Rodrigues dos Santos do Câmpus Universitário
de Gurupi/Universidade Federal do Tocantins, Prof. Dsc. Roberto Antonio Savelli
Martinez do Câmpus Universitário de Tangará da Serra/Universidade do Estado do
Mato Grosso sob a presidência do primeiro, a fim de proceder à arguição pública da
Tese de Doutorado de Taynar Coelho de Oliveira Tavares, intitulada "Adaptabilidade,
estabilidade e divergência genética entre cultivares de feijão comum no sul do Estado
do Tocantins". Após a exposição, a discente foi arguida oralmente pelos membros da
Comissão Examinadora, tendo parecer favorável à aprovação, habilitando-o (a) ao
título de Doutora em Produção Vegetal. Nada mais havendo, foi lavrada a presente ata,
que, após lida e aprovada, foi assinada pelos membros da Comissão Examinadora.
Dsc. Hélio Bandeira Barros
Primeiro examinador
Dsc.Manoel Mota dos Santos
Segundo examinador
Dsc. Gil Rodrigues dos Santos
Terceiro examinador
Dsc. Roberto Antonio Savelli Martinez
Quarto examinador
Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis
Universidade Federal do Tocantins
Orientador e presidente da banca examinadora
Gurupi, 02 de março de 2015.
Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis
Coordenador do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal
4
“Eis o que diz o Senhor que criou (a terra), que
a modelou e consolidou e cujo nome é javé:
Invoca-me, e te responderei, revelando-te
grandes coisas misteriosas que ignoras”.
Jeremias 33, 2-3
“Quando eu era ainda jovem, antes de ter viajado,
busquei abertamente a sabedoria na oração: pedia-
a a Deus no templo, e buscá-la-ei até o fim de
minha vida”.
Eclesiástico 51, 18-19
“Traze sempre na boca (as palavras) deste livro da
Lei; medita-o dia e noite, cuidando de fazer tudo o
que nele está escrito; assim prosperarás em teus
caminhos e serás bem-sucedido. Isto é uma
ordem: sê firme e corajoso. Não te atemorizes, não
tenhas medo, porque o Senhor está contigo em
qualquer parte para onde fores”.
Josué 1, 8-9
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da minha vida e todas as oportunidades que me ofereceu nos
últimos anos, incluindo esta conquista e outras imensas alegrias... Na certeza que o
impossível Deus já realizou na minha vida.
Aos meus pais (Antonia Coelho Soares e Marinho Ribeiro de Oliveira), minhas
irmãs (Gardênia Coelho de Oliveira e Virgínia Coelho de Oliveira) e meu esposo (Marcos
Antonio Matos Tavares) por todo amor, apoio, compreensão e companheirismo.
A todas minhas amigas pela amizade, incentivo e consideração, especialmente
Tatyuscia Pereira Resplandes Vargas, Lina Carvalho do Nascimento, Silmara Pimentel de
Sousa, Maria de Jesus Dias Brito e Lívia Rodrigues Brito.
À Universidade Federal do Tocantins, pela oportunidade concedida para a
realização do curso de graduação e pós-graduação.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela
bolsa de estudo concedida.
Ao meu orientador, Dsc. Rodrigo Ribeiro Fidelis, pela orientação, competência,
dedicação, incentivo e pelos valiosos ensinamentos.
A todos os professores da Universidade Federal do Tocantins, em especial os
professores Tarcisio Castro Alves de Barros Leal, Clóvis Maurílio Souza, Manoel
Mota dos Santos, Gil Rodrigues dos Santos, Hélio Bandeira Barros, Rubens Ribeiro da
Silva, Ildon Rodrigues do Nascimento e Joênes Mucci Pelúzio.
Ao professor Roberto Antonio Savelli Martinez pela participação na banca
examinadora e a colaboração com esta pesquisa.
Agradeço a todos os integrantes do Grupo Fidelis (Marília, Leila, Carlos Henrique,
Raphael, Danilo Veloso, Patrícia Mourato, Vanessa Santos, Ricardo, Fabiano, Justino e
Flávia) que contribuíram para a execução desta pesquisa, especialmente Sérgio Alves de
Sousa pela amizade, disponibilidade e parceria.
A todos os amigos da pós-graduação, pela amizade e convívio.
A todos os funcionários da Universidade Federal do Tocantins, especialmente a
Erika de Araujo Menezes Borba.
A todos que, de alguma maneira, contribuíram para a realização desta conquista.
Obrigada!
6
RESUMO GERAL
O Brasil é um dos principais produtores e consumidores de feijão do mundo, sendo
que, seu cultivo ocorre em todas as regiões do país, podendo ser cultivada em
diferentes épocas e sistemas de cultivos. Em decorrência das condições ambientais
diversas que o feijoeiro comum é submetido espera-se que determinados genótipos
apresentem comportamento diferenciado nos variados ambientes. O presente estudo
foi dividido em três capítulos, sendo que no capítulo 1 avaliou-se a adaptabilidade e
estabilidade de 10 cultivares de feijão comum em quatro ambientes, no sul do Estado
do Tocantins. As análises de adaptabilidade e estabilidade foram obtidas pelo método
Eberhart e Russel, Centróide e Annicchiarico, com base na produtividade de grãos. Os
métodos possibilitaram selecionar cultivares de feijão para condições especificas
(favorável e desfavorável). As cultivares IPR Juriti, IPR Colibri e IPR Corujinha
foram recomendadas para ampla condição ambiental, sendo consideradas, produtivas,
estáveis e adaptadas no período de entressafra. No capítulo 2, estudou-se a
adaptabilidade e estabilidade de 6 cultivares de feijão comum em seis ambientes, na
entressafra de 2010 a 2012 no sul do Estado do Tocantins. Os métodos utilizados para
avaliar a adaptabilidade e estabilidade foram Eberhart e Russel (1966), Centróide e
Annicchiarico (1992). As cultivares IAC Una e Princesa são indicadas para ambientes
de condições gerais por serem produtivas, adaptáveis e estáveis na entressafra. Nas
condições de ambientes favoráveis, as cultivares IAC Centauro, IAC Una e Princesa
são as mais adequadas por responderem à melhoria do ambiente. Finalmente, no
capítulo 3 avaliou-se a divergência genética de dezenove cultivares de feijão comum
no sul do estado do Tocantins, por meio do método de agrupamento Tocher e
Hierárquico (UPGMA). Conclui-se que existe variabilidade genética entre as
cultivares estudadas. A variabilidade genética permitiu a identificação de cultivares
divergentes, sugerindo os cruzamentos entre (IAC Boreal x IPR Chopim), (IAC Boreal
x IAC Carioca Eté), (IAC Boreal x IPR Saracura), (IAC Boreal x IPR Corujinha),
(IAC Boreal x IPR Colibri), (IAC Boreal x IAC Diplomata), (IAC Boreal x IAC Una),
(IAC Boreal x IPR Juriti), (IAC Boreal x IAC Centauro) e (IAC Boreal x IAC
Galante) visando à produtividade de grãos.
7
Palavras chave: interação cultivares x ambientes; dissimilaridade genética;
melhoramento.
GENERAL ABSTRACT
Brazil is one of the main world’s bean producers and consumers, and its cultivation
occurs in all the regions of the country, and it can be cultivated in different seasons
and cropping systems. The national average productivity is still low in the country, a
result of the technology used, climate conditions to which and the use of non-adapted
genetic materials. Thus, due to the diverse environmental conditions the common bean
is submitted, it’s expected that specific genotypes present different behaviors in
different environments. This study was divided into three chapters, and in chapter 1 it
was evaluated the adaptability and stability of 10 common bean cultivars in four
environments, in the south of Tocantins State. The adaptability and stability analysis
were obtained by the Eberhart and Russel method, Centróide and Anicchiarico, based
as in grain productivity. The methods allowed provided to select bean cultivars for
specific conditions (favorable and unfavorable). The IPR Juriti, IPR Colibri and IPR
Corujinha cultivars were recommended for a wide environmental condition in the dry
season period, being considered productive, stable and adapted. In chapter 2, the
adaptability and stability of 6 cultivars of common bean in six environments, in the
dry season of 2010 until 2012 in the south of Tocantins State was studied. The
methods used to evaluate the adaptability and stability were Eberhart and Russel,
Centróide and Annicchiarico. The IAC Una and Princesa cultivars are indicated to
environments of general conditions for being productive, adaptable and stable in the
dry season period. In conditions of favorable environments, the IAC Centauro, IAC
Una and Princesa cultivars are the most suited due to respond to the environmental
improvement. Finally, in chapter 3 the genetic divergence of nineteen common bean
cultivars in the south of Tocantins State was evaluated, using the Tocher and the
Hierarchica clustering methods (UPGMA). It was concluded that there is a genetic
variability among the studied cultivars. The genetic variability allowed the
identification of different cultivars, suggesting the crossing between (IAC Boreal x
IPR Chopim), (IAC Boreal x IAC Carioca Eté), (IAC Boreal x IPR Saracura), (IAC
8
Boreal x IPR Corujinha), (IAC Boreal x IPR Colibri), (IAC Boreal x IAC Diplomata),
(IAC Boreal x IAC Una), (IAC Boreal x IPR Juriti), (IAC Boreal x IAC Centauro) e
(IAC Boreal x IAC Galante) aiming the grains productivity.
Key words: cultivars interaction x environments; genetic dissimilarity; improvement
9
SUMÁRIO
1 DEDICATÓRIA .............................................................................................................................. 4
2 AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... 5
3 RESUMO GERAL ........................................................................................................................ 6
4 ABSTRACT .................................................................................................................................. 7
5 SUMÁRIO ..................................................................................................................................... 9
4 INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................................. 10
5 CAPÍTULO 1: ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO
COMUM NO SUL ESTADO DO TOCANTINS ................................................................................... 15
6 CAPÍTULO 2: ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DA PRODUTIVIDADE DE
GRÃOS DE FEIJÃO COMUM ............................................................................................................. 36
7 CAPÍTULO 3: DIVERGÊNCIA GENÉTICA DE CULTIVARES DE FEIJÃO COMUM
CULTIVADO NO ESTADO DO TOCANTINS ................................................................................... 57
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 75
10
INTRODUÇÃO GERAL
O Brasil vem se destacando como um dos principais produtores e consumidores
de feijão do mundo, sendo que, seu cultivo ocorre em todas as regiões do país,
podendo ser cultivada em diferentes épocas e sistemas de cultivo. O cultivo do feijão
comum exerce importante função no aspecto socioeconômico, sendo na grande
maioria cultivada por pequenos a médios produtores.
No país, a produtividade média nacional ainda é baixa (1.082 kg ha-1
) comparando
com as melhores regiões produtoras de feijão do Brasil como o Distrito Federal, Goiás
e Paraná que atingiram rendimento superior a 1.835 kg ha-1
na safra 2013/1014. Tal
fato está relacionado com a tecnologia empregada, condições climáticas e utilização de
materiais não adaptados. Assim, o melhoramento de plantas tem sido uma das
estratégias determinantes para elevar a produtividade e atender a demanda interna do
feijão.
Em virtude das condições ambientais diversificadas as quais o feijoeiro é
submetido, espera-se que determinados genótipos apresentem comportamentos
diferenciado nos variados ambientes. Segundo Cruz et al. (2012) a interação do
ambiente versus genótipos pode ser de natureza simples ou complexa, sendo que a
indicação de cultivares não pode ser feita de forma generalizada quando detectada a
existência da interação do tipo complexa. Além do mais, o conhecimento dessa
interação esclarece sobre a necessidade de análises mais detalhadas como as análises
de adaptabilidade e estabilidade que auxiliam na indicação de novo cultivar e também
das cultivares existentes de acordo com as condições específicas do ambiente.
Diversos estudos têm utilizado as análises de adaptabilidade e estabilidade para
recomendação de cultivares de varias espécies, como feijão (RIBEIRO et al., 2008;
PEREIRA et al., 2009a; PEREIRA et al., 2009b; DOMINGUES et al., 2013) arroz
(RAMOS et al., 2011), soja (PELUZIO et al., 2008; BARROS et al., 2012; POLIZEL
et al., 2013) e milho (CARVALHO et al., 2013).
Para obtenção de novos cultivares são necessários estudos sobre divergência
genética, para que possa se conhecer a variabilidade genética na população disponível.
A escolha da população base e a identificação de cultivares mais promissoras em
11
diversos ambientes são uma das etapas fundamentais em um programa de
melhoramento genético de plantas (PRADO et al., 2001; CRUZ et al., 2012).
A escolha e seleção de genitores podem ser auxiliadas por várias análises
multivariadas que orientam os melhoristas na tomada de decisão em um programa de
melhoramento, dentre elas, pode-se destacar os métodos de agrupamentos. Dentre
esses métodos mais utilizados estão os hierárquicos e os de otimização (CRUZ et al.,
2012).
O estudo da divergência genética é uma das etapas iniciais imprescindível em
um programa de melhoramento genético, sendo importante para a escolha adequada
dos progenitores com variabilidade genética e as possíveis combinações híbridas. A
análise multivariada em estudos sobre divergência genética tem sido rotineiramente
utilizada em pesquisas do feijoeiro (BONETT et al., 2006; COELHO et al., 2007;
CABRAL et al., 2011; CORREA e GONÇALVES, 2012; GONÇALVES et al., 2014).
Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo identificar os melhores
cultivares de feijão comum para região sul do Estado do Tocantins. Os objetivos
específicos foram: a) avaliar a adaptabilidade e estabilidade de 10 cultivares de feijão
comum em quatro ambientes, nas entressafras de 2010 e 2012; b) obtenção de
estimativas de parâmetros de adaptabilidade e estabilidade de 6 cultivares de feijão
comum em seis ambientes, nas entressafras de 2010, 2011 e 2012 no sul do Estado do
Tocantins; c) avaliar a divergência genética de 19 cultivares de feijão comum no sul
do Estado do Tocantins.
12
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13
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15
CAPÍTULO 1
ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO
COMUM NO SUL ESTADO DO TOCANTINS
Resumo: O feijão comum é um dos principais culturas cultivadas e consumida no
país, sendo que os grãos apresentam excelentes fontes nutricionais. As condições
climáticas diversificadas do país favorecem o cultivo do feijão durante todo o ano,
podendo ser plantado em três épocas diferentes. O Estado do Tocantins apresenta
potencial de exploração da cultura no período de entressafra, embora a sua
participação na produção nacional de feijão ainda é baixa. Diante disso, objetivou-se
com este estudo avaliar a adaptabilidade e estabilidade de 10 cultivares de feijão
comum no sul do Estado do Tocantins, em quatros ambientes. O delineamento
experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. Os experimentos foram
conduzidos na entressafra de 2010 e 2012, na estação experimental da Universidade
Federal do Tocantins, campus Universitário de Gurupi. Para avaliar os parâmetros de
adaptabilidade e estabilidade utilizaram-se os métodos de Eberhart e Russel, Centróide
e Annicchiarico, com base na produtividade de grãos (kg ha-1
). Conclui-se que os
métodos possibilitaram selecionar cultivares de feijão para condições especificas. As
metodologias de Eberhart e Russell, Centroide e Annicchiarico apresentaram
similaridade quanto à identificação das cultivares IPR Juriti, IPR Colibri e IPR
Corujinha, sendo consideradas produtivas, estáveis e adaptadas, no período de
entressafra. A cultivar IAC Una é indicada para ambientes favoráveis e as cultivares
IPR Eldorado e IAC Carioca Eté são recomendadas para cultivo em condição
desfavorável.
Palavras chave: Phaseolus vulgaris L.; produtividade; interação cultivar x ambiente;
cerrado.
16
ADAPTABILITY AND STABILITY OF COMMON BEAN CULTIVARS IN
TOCANTINS STATE
Abstract: The common bean crop is one of the cultural cultivated and consumed
crops in the country, and the grains present excellent nutritional sources. The different
climate conditions of the country are favorable for the bean productivity during the
whole year, being possible to be planted in three different seasons. The Tocantins
State present potential for the cultural exploration in dry season time, although the
bean crop on the participation in national production is still low. Thus, this study
aimed to evaluate the adaptability and stability of 10 common bean cultivars in the
south of Tocantins State, on in four different environments. The experimental design
was a randomized black desing, with four replications. The experiments were
conducted in the season of 2010 until 2012, in the experimental campus station of the
Tocantins Federal University, Gurupi. To evaluate the parameters of adaptability and
stability the Eberhart and Russel, Centroid and Annicchiarico methods were used,
based on grain productivity (kg ha-1
). It was concluded that the methods allowed
selecting bean cultivars to specific conditions. The methodologies of Eberhart and
Russel, Centroide and Annicchiarico presented similarity in relation to the
identification of the IPR Juriti, IPR Colibri and IPR Corujinha cultivars, being
considerated productive, stable and adaptable. The IAC Una cultivar is indicated to
favorable environments and the IPR Eldorado and IAC Carioca Eté cultivars are
recommended for the productivity in unfavorable conditions.
Key words: Phaseolus vulgaris L., yield; productivity; cultivar interaction x
environment; savannah.
17
INTRODUÇÃO
O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) tem importante participação na dieta
alimentar da população mundial, exercendo relevante função na segurança alimentar e
nutricional da população. O Brasil vem se destacando como um dos principais
produtores e consumidores de feijão comum do mundo, sendo que, seu cultivo ocorre
em todas as regiões do país, podendo ser cultivado nas três safras. A produção
brasileira de feijão na safra 2013/2014 foi de 3.384,5 mil toneladas, insuficiente para
atender a demanda interna do feijoeiro comum de 3.450,0 mil toneladas (CONAB,
2014).
Atualmente, a participação do Estado do Tocantins na produção nacional de
feijão é pouco expressiva, entretanto, apresenta potencial para elevar os índices de
produção no país, principalmente, nos cultivos da 3º safra conhecida como safra de
“inverno” ou “entressafra”, que atingiu produtividades de grãos de 1.635 kg ha-1
na
safra 2013/2014, sendo superior a média nacional de produtividade que é de 1.118 kg
ha-1
(CONAB, 2014).
No Brasil, o feijão comum é cultivado em condições ambientais diversas, no
entanto, existe a carência de informação quanto ao comportamento das cultivares
quando submetidas a esses ambientes. O conhecimento da existência ou ausência da
interação das cultivares versus ambientes e a predominância da natureza desta
interação são fatores que contribuem para melhor identificação e seleção dos genótipos
potencialmente superiores.
Segundo Cruz et al. (2012) a interação pode ser de natureza simples ou
complexa, sendo que a indicação de cultivares não pode ser feita de forma
generalizada quando detectada a existência da interação do tipo complexa. Além do
mais, o conhecimento dessa interação esclarece sobre a necessidade de estudos mais
detalhadas para auxiliar na indicação de cultivares, como as análises de adaptabilidade
e estabilidade que tem sido uma ferramenta usualmente empregada permitindo uma
maior precisão na seleção e recomendação de cultivares.
Diversos autores (OLIVEIRA et al., 2006; PEREIRA et al., 2009a; PEREIRA et
al., 2009b; PERINA et al., 2010) relataram a importância de conhecer a adaptabilidade
e estabilidade das cultivares, uma vez que fornecem as informações mais minuciosas
18
sobre o desempenho de cada cultivar referente às diversas variações ambientais em
condições específicas ou amplas (CRUZ et al., 2012). Segundo Elias et al. (2007) a
adaptabilidade refere-se à capacidade dos genótipos em responder à melhoria do
ambiente, e a estabilidade é a capacidade dos genótipos terem comportamento
previsível em decorrência às oscilações nas condições ambientais.
Segundo Borges et al. (2000), aspectos como facilidade de análise e
interpretação dos resultados devem ser considerados no momento da escolha dos
métodos. Os principais métodos são baseados na regressão (FINLAY e WIKINSON,
1963; EBERHART e RUSSEL, 1966 e; TAI, 1971), na análise não paramétrica
(HUEHN, 1990; LIN e BINNS, 1988), nos componentes principais do Centróide
(ROCHA et al., 2005) e na análise de variância (PLAISTED e PETERSON, 1959;
ANNICCHIARICO, 1992).
Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho avaliar a adaptabilidade e
estabilidade de 10 cultivares de feijão comum, em quatros ambientes, no sul do Estado
do Tocantins por intermédio das metodologias propostas por Eberhart e Russel,
Centróide (Rocha et al., 2005) e Annicchiarico.
MATERIAL E MÉTODOS
Neste trabalho foram utilizados os dados de produtividade de grãos (kg ha-1
) de
dez cultivares de feijão comum em quatro ambientes. Os ambientes foram
caracterizados de acordo com a adubação e o ano de cultivo, sendo que o ambiente 1
(120 kg ha-1
de P2O5, 70 kg ha-1
de K2O e 90 kg ha-1
de N, em 2010), ambiente 2 (120
kg ha-1
de P2O5, 60 kg ha-1
de K2O e 90 kg ha-1
de N, em 2012), ambiente 3 (20 kg ha-1
de P2O5, 70 kg ha-1
de K2O e 90 kg ha-1
de N, em 2010) e ambiente 4 (20 kg ha-1
de
P2O5, 60 kg ha-1
de K2O e 90 kg ha-1
de N, em 2012). A adubação de cobertura do
nitrogênio foi realizada aos 20 dias após a emergência.
O solo da área experimental era um Latossolo Vermelho - Amarelo distrófico,
textura média (EMBRAPA, 2013). Os experimentos foram conduzidos na estação
experimental da Universidade Federal do Tocantins - Campus Universitário de
Gurupi, no período de entressafra, com plantio em julho de 2010 e junho de 2012. O
19
município de Gurupi localiza-se na região sul do Estado do Tocantins, 11º 43` 45``
latitude sul e 49º 04` 07`` longitude oeste, 280m altitude.
Para realização do estudo foram utilizadas cultivares do Instituto Agronômico de
Campinas (IAC) e Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), sendo a IAC Centauro,
IAC Galante, IAC Carioca Eté, IAC Una, IPR Juriti, IPR Colibri, IPR Eldorado, IPR
Siriri, IPR Tiziu e IPR Corujinha. Na Tabela 1 encontram-se as informações referentes
às principais descrições das dez cultivares de feijoeiro comum.
Tabela 1: Principais características agronômicas e nutricionais de dez cultivares de
feijão comum utilizadas no estudo de adaptabilidade e estabilidade no sul do Estado
do Tocantins. Tocantins, 2014.
Cultivares Classe comercial Arquitetura Ciclo Teor de proteínas (%)
IAC Centauro Mulatinho Ereto 92 dias 22
IAC Galante Rosinha Ereto 92 dias 22
IAC Carioca Eté Carioca Ereto 95 dias 24,64
IAC Una Preto Ereto 92 dias 24,1
IPR Juriti Carioca Ereto 89 dias 22,4
IPR Colibri Carioca Ereto 67 dias 22,68
IPR Eldorado Carioca Semiereto 75 dias 21
IPR Siriri Carioca Semiereto 85 dias 21
IPR Tiziu Preto Ereto 89 dias 24,5
IPR Corujinha Pintado Ereto 87 dias 25
Informações retiradas do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
O sistema de preparo de solo foi de forma convencional com aração e gradagem.
Os ensaios foram conduzidos em delineamento experimental de blocos casualizados
com quatro repetições. Cada parcela experimental foi constituída por quatro linhas de
4,0 m de comprimento, espaçadas 0,45 m entre as fileiras. A área útil foi de 2,7 m2,
considerando as duas linhas centrais com 3,0 m de comprimento cada, desprezando-se
a 0,5 m das extremidades, sendo que a densidade final de plantas foi de 12 plantas por
metro linear.
Visualizam-se na Tabela 2 os dados da análise química e física do solo na
camada de 0-20 cm antes da implantação dos experimentos.
20
Tabela 2: Resultados da análise química e física do solo das amostras coletadas a
profundidade 0-20 cm, na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins-
Gurupi, 2010-2012.
Amostras
P K Ca+Mg H+Al Al V M.O pH Areia Silte Argila
Mehlich mg dm-3 ------ cmol dm-3 ----- ----- (%) ---- CaCl2 ---------- g kg-1 -----------
Ambiente 1 4,9 25,5 1,1 1,4 0,0 45,1 1,5 5,1 737,9 26,1 236,0
Ambiente 2 2,1 18,0 2,9 1,6 0,1 64,8 1,4 5,2 737,9 26,1 236,0
Ambiente 3 4,9 25,5 1,1 1,4 0,0 45,1 1,5 5,1 737,9 26,1 236,0
Ambiente 4 3,2 23,6 3,1 3,0 0,0 51,4 1,1 5,4 737,9 26,1 236,0
Os tratos culturais foram realizados de acordo com a necessidade das plantas,
controlando as plantas daninhas e pragas, sendo a aplicação de produtos químicos
realizado conforme a recomendação da cultura. As doenças foram monitoradas e
avaliadas durante o ciclo das plantas, observando-se que durante o cultivo não houve
evolução significativa na incidência de doenças. O suprimento de água necessária foi
disponibilizado pelo sistema de aspersão convencional com turno de rega de dois dias,
com período de funcionamento de duas horas, seguindo a recomendação para Santo
Antônio de Goiás - GO (CURI e CAMPELO JÚNIOR, 2001) (Figura 1).
Dias após a semeadura
Figura 1: Dados de precipitação (P), temperatura mínima (TºC Min), e máxima (TºC
Max) durante o desenvolvimento do feijão comum na entressafra 2010 (A) e
entressafra 2012 (B) (BDMEP, 2013).
21
A colheita foi realizada após estádio de maturação fisiológica (R9), onde se
avaliou o rendimento de grãos da área útil da parcela em quilogramas, com correção
para 13% de umidade, transformando os dados para kg ha-1
.
Os dados de produtividade de grãos foram submetidos à análise de variância,
considerando-se o efeito de tratamentos como fixos e os demais como aleatórios. Em
seguida, foi realizada a análise conjunta dos ensaios. Para isso, verificou-se a razão
entre o maior e o menor quadrado médio do resíduo, constatando que este valor foi
superior a sete, indicado por Pimentel-Gomes (2000), como limite mínimo para que as
variâncias residuais não sejam consideradas homogêneas. Realizou-se o ajuste dos
graus de liberdade da interação dos genótipos com ambientes, para análise adequada
dos testes de hipóteses.
As estimativas da parte complexa da interação foram obtidas por meio da
metodologia proposta por Cruz e Castoldi (1991), em que a parte complexa é expressa
por:
Onde:
Q1= maior quadrado médio entre genótipos nos dois locais;
Q2 = menor quadrado médio entre genótipos nos dois locais;
r = coeficiente de correlação simples entre genótipos nos dois locais.
A decomposição da interação em partes complexa foi realizada em pares de
ambientes sendo considerados locais divergentes aqueles que apresentaram
percentagem da interação complexa acima de 50%. Após a verificação da existência
da interação do tipo complexa, os dados foram submetidos às análises de
adaptabilidade e estabilidade para melhor seleção e recomendação das cultivares.
A análise de adaptabilidade e estabilidade das cultivares foi realizada pelos
seguintes métodos: Eberhart e Russel (1966), Centróide (ROCHA et al., 2005) e
Annicchiarico (1992).
O método proposto por Eberhart e Russell (1966) fundamenta-se na análise de
regressão linear simples, sendo que a adaptabilidade é fornecida pela estimativa do
parâmetro de coeficiente de regressão (β1i) e pela produtividade média (β0i). Enquanto
que, a estabilidade pela variância dos desvios da regressão (α2di), segundo o modelo:
Yij= β0i + β1i Ij + αij + Ɛij
22
Onde:
Yij: é a média do genótipo i no ambiente j;
β0i: equivale à média geral do genótipo i;
β1i: corresponde ao coeficiente de regressão linear, cuja estimativa representa a
resposta do i-ésimo genótipo à variação do ambiente j;
Ij: é o índice de ambiente codificado (Ʃj Ij =0), dado por
para g genótipos e a ambientes;
αij: equivale ao desvio da regressão;
Ɛij: é o erro experimental médio.
O método de Annicchiarico (1992) baseia-se no índice de confiança genotípico,
estimado por: Wi(g) = û (g) – Z (1-α) α z I (r), em que û (g) é a média porcentual das
cultivares; α z I (r), é o desvio padrão dos valores de Zij, associado ao i-ésimo genótipo;
Z (1-α) é o percentil da função de distribuição normal padrão, sendo que o coeficiente
de confiança adotado foi de 75%, ou seja, α = 0,25.
O método do Centróide (ROCHA et al., 2005) consiste da comparação de
valores de distância cartesiana entre as cultivares e quatro (I, II, III e IV) referências
ideais (ideótipos), uma vez que os ambientes são classificados em favoráveis e
desfavoráveis, segundo o índice ambiental proposto por (FINLAY e WILKINSON,
1963).
Com base nos dados experimentais, verifica-se que a máxima adaptabilidade
geral (ideótipo I) é aquela que apresenta os valores máximos obtidos para todos os
ambientes estudados. A máxima adaptabilidade específica a ambientes favoráveis
(ideótipo II) são representados por máxima resposta em ambientes favoráveis e
mínima resposta em ambientes desfavoráveis (ideótipo II), e máxima resposta em
ambientes desfavoráveis e mínima em ambientes favoráveis (ideótipo III). O ideótipo
de mínima adaptabilidade (ideótipo IV) é aquele que apresenta os menores valores
obtidos no conjunto de genótipos estudados de acordo com metodologia recomendada
por Rocha et al. (2005).
Equação do índice ambiental:
23
Yij: média do genótipo i no ambiente j;
Y..:total das observações;
a: número de ambientes;
g: número de genótipos.
Todas as análises foram efetuadas com o auxílio do Programa Genes (CRUZ,
2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resumo da análise de variância conjunta para o caráter produtividade de grãos
(kg ha-1
) encontra-se na Tabela 3, e nele observa-se a existência de diferenças
significativas (P≤0,01) entre ambientes e para a interação cultivares versus ambientes.
Percebe-se também a existência da interação G ×A em estudos com o feijão comum e
outras espécies (BURATTO et al., 2007; ROCHA et al., 2010; PEREIRA et al., 2012;
DOMINGUES et al., 2013; POLIZEL et al., 2013). Constatou-se ainda que a média
geral de produtividade de grãos para todos os ambientes foi de 1.054,44 kg ha-1
e o
coeficiente de variação (CV) de 33,05%. Este valor de CV não é considerado como
inadequado, pois, segundo Blum (1988) estudo englobando estresse mineral podem
apresentar valores mais elevados de coeficiente de variação.
Tabela 3: Resumo da análise de variância conjunta da produtividade de grãos (kg ha-1
)
de dez cultivares de feijão comum, cultivados em quatro ambientes. Gurupi, Tocantins.
Fonte de variação GL QM F
Blocos/amb 9 -------- ------
Cultivares (C) 9 358060,03 1,33ns
Ambientes (A) 3 7308643,47 60,15**
C x A 21(1)
268645,30 2,21**
Resíduo 71 (1)
121495,51 ------
Média 1.054,44
CV (%) 33,05
ns não significativo;
** significativo para P ≤ 0,01;
*Significativo para P ≤ 0,05 pelo teste F.
(1) Graus de
liberdade ajustado (Pimentel-Gomes, 2000).
24
As estimativas da parte complexa da interação foram determinadas acordo com o
método de Cruz e Castoldi (1991) podendo ser visualizada na tabela 4. Percebe-se que
cinco dos seis pares de combinações de ambientes apresentaram interação
predominantemente do tipo complexa com valores acima de 50%, demonstrando
assim que os genótipos tiveram desempenhos diferentes conforme as variações
ambientais submetidas. Dessa forma, a indicação das cultivares é dificultada, havendo
a necessidade de análises mais detalhadas para recomendação de acordo com as
particularidades do ambiente. Assim, as análises da adaptabilidade e da estabilidade
são necessárias, pois possibilita uma maior segurança na indicação de cultivares.
Tabela 4: Combinações de ambientes e porcentagem da parte complexa da interação,
de acordo com a metodologia de Cruz e Castoldi (1991), nos experimentos de feijão
comum no sul do estado do Tocantins. Gurupi-TO, 2014.
Pares de ambientes Parte complexa da interação (%)
A1 x A2 95,58
A1 x A3 57,98
A1 x A4 101,70
A2 x A3 38,75
A2 x A4 73,00
A3 x A4 67,50
Quanto à produtividade de grãos em cada ambiente (Tabela 5), observam-se
médias de 1.498,34; 1.333,04; 614,18 e; 772,21kg ha-1
, respectivamente, para os
ambientes A1, A2, A3 e A4. Verificam-se nos ambientes A1 e A2 maiores médias de
produtividade de grãos, o que já era esperado, pois cultivo ocorreu em condição ideal
de fósforo resultando em bom crescimento e desenvolvimento da cultura do feijoeiro,
enquanto que, nos ambientes A3 e A4 o cultivo ocorreu sob estresse mineral de
fósforo. Os coeficientes de variação (%) de cada ambiente (Tabela 4) oscilaram de
14,36 % (A3) a 30,53 % (A4). Observa-se ainda que os ambientes foram classificados
de acordo com o índice ambiental, sendo identificados como ambientes favoráveis (A1
e A2) e ambientes desfavoráveis (A3 e A4).
25
Tabela 5: Média da produtividade de grãos (Yj), quadrado médio do resíduo (QM) e
coeficiente de variação (CV) de dez cultivares de feijão comum, cultivados em quatros
ambientes (A1, A2, A3 e A4) em Gurupi, Tocantins
Ambiente Yj QM (resíduo) CV
(%)
Índice Classe
A1 1.498,34 112066,37 22,34 443,89 Favorável
A2 1.333,04 135848,58 27,64 278,59 Favorável
A3 614,18 7787,98 14,36 -440,26 Desfavorável
A4 772,21 55609,09 30,53 -282,23 Desfavorável
Média geral 1.054,44
Os dados de produtividade de grãos das cultivares em diferentes ambientes estão
expostos na Tabela 6. Dessa forma, observa-se que a diferença de produtividade de
grãos das cultivares pode ser um indicativo da existência de variabilidade genética.
Considerando a média geral (Yij) das cultivares nos quatros ambientes, observa-se que
a produtividade de grãos variou de 1.215,57 kg ha-1
(IAC Una) a 766,53 kg ha-1
(IAC
Galante), sendo que as cultivares (IAC Una, IPR Eldorado, IPR Colibri, IPR Juriti,
IPR Siriri e IPR Corujinha) apresentaram média de produtividade de grãos acima de
1.000 kg ha-1
. Rocha et al. (2010) avaliando 27 ambientes no estado do Paraná
encontraram resultados semelhantes aos obtidos neste estudo para a produtividades de
grãos dos cultivares IPR Colibri e IPR Juriti.
Tabela 6: Média de produtividade de grãos (kg ha-1
) de dez cultivares de feijão comum
em quatro ambientes, em Gurupi - TO.
Cultivares
Ambientes
A1 A2 A3 A4 Média geral (Yi)
IAC Centauro 1.481,15 1.306,08 663,14 489,48 984,96
IAC Galante 1.388,07 1.045,4 416,98 215,66 766,53
IAC Carioca Eté 1.400,57 1.004,69 546,93 1.115,85 994,51
IAC Una 1.861,05 1.580,49 714,17 706,56 1.215,57
IPR Juriti 1.586,33 1.560,51 687,25 795,75 1.157,57
IPR Colibri 1.503,05 1.565,89 789,33 822,32 1.170,15
26
IPR Eldorado 1.124,31 1.776,27 528,14 1.347,42 1.194,04
IPR Siriri 1.799,40 1.110,82 569,06 914,65 1.098,48
IPR Tiziu 1.284,53 999,57 650,63 517,22 862,99
IPR Corujinha 1.554,91 1.380,67 666,14 797,18 1.099,72
Média geral 1.498,34 1.333,04 614,18 772,21
Quanto à média geral dos ambientes, constata-se resultados de produtividade de
grãos para ambiente 1 (1.498,34 kg ha-1
), ambiente 2 (1.333,04 kg ha-1
), ambiente 4
(772,21 kg ha-1
) e ambiente 3 (614,18 kg ha-1
). Observa-se ainda que a IPR Juriti, IPR
Colibri e IPR Corujinha apresentaram resultados superiores à média geral em todos os
ambientes (Tabela 6).
Os dados da adaptabilidade e estabilidade das cultivares obtida pelas
metodologias proposto por Eberhart e Russell, Annicchiarico e Centróide (ROCHA et
al., 2005) podem ser visualizados nas Tabelas 7, 8 e 9.
Tabela 7: Estimativa de adaptabilidade geral e específicas (favorável e desfavorável)
obtidas pela metodologia centróide (ROCHA et al., 2005), em Gurupi-TO
Cultivares Média (kg ha-1
) Classe P (I) P (II) P (III) P (IV)
IAC Centauro 984,96 IV 0,1875 0,2800 0,2009 0,3317
IAC Galante 766,53 IV 0,1062 0,1800 0,1283 0,5854
IAC Carioca Eté 994,51 III 0,2070 0,1604 0,4161 0,2165
IAC Una 1.215,57 II 0,3014 0,3352 0,1785 0,1848
IPR Juriti 1.157,57 I 0,3022 0,274 0,2176 0,2063
IPR Colibri 1.170,15 I 0,3058 0,2484 0,238 0,2078
IPR Eldorado 1.194,04 I 0,3227 0,1862 0,3079 0,1832
IPR Siriri 1.098,48 I 0,2730 0,2304 0,2688 0,2278
IPR Tiziu 862,99 IV 0,1464 0,1806 0,2192 0,4538
IPR Corujinha 1.099,72 I 0,2665 0,2491 0,2494 0,2350
Média geral 1.054,44
Classe I: Adaptabilidade geral (++); Classe II: Adaptabilidade específica a ambientes favoráveis (+-); Classe
III: Adaptabilidade específica a ambientes desfavoráveis (+-); Classe IV: Pouco adaptado (--).
27
A análise dos dados pelo método Centróide (Tabela 7) classificou cinco das 10
cultivares como sendo de adaptabilidade geral (IPR Eldorado, IPR Colibri, IPR Juriti,
IPR Siriri e IPR Corujinha). Já a cultivar IAC Una foi identificada como de
adaptabilidade média a ambiente favorável e o IAC Carioca Eté como de
adaptabilidade média a ambiente desfavorável. Por fim, as cultivares IAC Galante,
IPR Tiziu e IAC Centauro foram classificadas como pouco adaptadas às condições de
cultivo que foram submetidos.
Com base na metodologia sugerida por Annicchiarico (Tabela 8), a estabilidade
é avaliada pela superioridade da cultivar em relação à média em cada ambiente. Desta
forma, calcula-se um índice de confiança (Wi) de um determinado cultivar, sendo
considerada a cultivar mais estável aquela que apresentar valor superior à média, com
índice de confiança (Wi ≥ 100), ou seja, apresentando assim resposta igual ou superior
à média da cultivar.
Tabela 8: Média geral da produtividade de grãos (kg ha-1
), Índice de confiança geral
(Wi), Índice de confiança desfavorável (Wid) e Índice de confiança favorável (Wif)
baseado pelo método Annicchiarico, em Gurupi-TO.
Cultivares Média geral Wi Wid Wif
IAC Centauro 984,96 86,67 77,06 98,24
IAC Galante 766,53 59,12 40,18 82,78
IAC Carioca Eté 994,51 87,93 95,89 80,92
IAC Una 1.215,57 108,67 99,09 120,29
IPR Juriti 1.157,57 107,75 105,76 109,30
IPR Colibri 1.170,15 109,79 113,24 105,57
IPR Eldorado 1.194,04 104,67 113,13 92,88
IPR Siriri 1.098,48 98,58 100,56 94,60
IPR Tiziu 862,99 78,79 78,92 78,27
IPR Corujinha 1.099,72 104,08 104,83 103,63
Alfa = 0,25; Z(1-alfa) = 0,2734
Segundo o índice de confiança (Wi) recomendam-se o uso das cultivares IPR
Colibri, IAC Una, IPR Juriti, IPR Eldorado e IPR Corujinha para as diversas
28
condições ambientais. Para os ambientes desfavoráveis (Wid) as cultivares IPR
Eldorado, IPR Colibri, IPR Juriti, IPR Corujinha e IPR Siriri foram classificadas como
sendo mais estáveis. Isso pode estar relacionado a uma possível tolerância desse grupo
de cultivares as condições adversas do ambiente, podendo assim ser indicadas para os
agricultores que utilizam baixo nível fósforo. Já, a IAC Una, IPR Juriti, IPR Colibri e
IPR Corujinha tiveram valores de (Wi) superiores a 100, sendo, desse modo,
consideradas adequadas para ambientes favoráveis (Wif) por apresentarem
desempenho mais estável nessas condições (Tabela 8). Pereira et al. (2009b)
recomendam o uso do método Annicchiarico para o feijoeiro comum, devido a
facilidade de identificação dos genótipos mais estáveis e pela simplicidade da análise.
Verifica-se a classificação dos quatros ambientes de acordo com o índice
ambiental (favorável e desfavorável) descrito por ANNICCHIARICO (Tabela 8).
Conforme a análise de adaptabilidade e estabilidade identificou com índice ambiental
favorável para os ambientes A1 e A2; e índice ambiental desfavorável para os
ambientes A3 e A4 (Tabela 4).
Os resultados dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade como
produtividade média de grãos (β0i), as estimativas dos coeficientes de regressão (β1i),
desvios da regressão (α2di) e coeficiente de determinação (R
2i), obtidos segundo o
método de Eberhart e Russell (1966) encontram-se na Tabela 9.
Tabela 9: Estimativa da produtividade média de grãos (β0i), coeficientes de regressão
(β1i), desvios da regressão (α2di) e coeficiente de determinação (R
2i) obtidos pelo método
Eberhart e Russel (1966), de dez cultivares de feijão comum, em Gurupi-TO.
Cultivares β0i β1i (1)
α2di
(2) R
2i (%)
IAC Centauro 984,96 1,07ns
10339,06 ns
91,31
IAC Galante 766,53 1,20ns
23963,11 ns
90,11
IAC Carioca Eté 994,51 0,70ns
78793,93 **
57,84
IAC Una 1.215,57 1,37**
-6490,55 ns
97,45
IPR Juriti 1.157,57 1,11ns
-12217,41 ns
97,77
IPR Colibri 1.170,15 0,95ns
-3587,57 ns
93,85
IPR Eldorado 1.194,04 0,69ns
252907,76 **
32,68
29
IPR Siriri 1.098,48 1,09ns
54894,60 * 81,40
IPR Tiziu 862,99 0,75ns
2466,24 ns
87,55
IPR Corujinha 1.099,72 1,01ns
-19759,88 ns
99,91
Média geral 1.054,44
(1) ns
não significativo; **
significativo para P ≤ 0,01; *Significativo para P ≤ 0,05 pelo teste t. (2)
ns não
significativo; **
significativo para P ≤ 0,01; *Significativo para P ≤ 0,05 pelo teste F.
As cultivares IPR Juriti, IPR Colibri e IPR Corujinha apresentaram
produtividade acima da média geral (β0i), coeficientes regressão estatisticamente igual
a 1 (Β1i = 1) e desvio da regressão (α2di) não significativos, dessa maneira, foram
classificadas com ampla adaptabilidade e alta estabilidade (Tabela 9). Além disso,
apresentaram elevados (acima de 93%) coeficientes de determinação (R2i) indicando
assim, ajustamento da equação. Segundo Cruz et al. (1989), um cultivar com
desempenho ideal é aquele que apresenta alta produtividade, ampla adaptabilidade,
alta previsibilidade, além do coeficiente de determinação acima de 80%. Pereira et al.
(2009a) avaliando 16 genótipos em 45 ambientes da Região Central do Brasil
consideraram a cultivar BRS Estilo aquela que apresentou uma performance ideal.
Das dez cultivares analisadas seis obtiveram produtividade de grãos acima da
média geral (1.054,44 kg ha-1
), sendo elas IAC Una, IPR Eldorado, IPR Colibri, IPR
Juriti, IPR Corujinha e IPR Siriri, com produtividade de grãos 1.215,57 kg ha-1
;
1.194,04 kg ha-1
; 1.170,15 kg ha-1
; 1.157,57 kg ha-1
; 1.099,72 kg ha-1
; 1.098,48 kg ha-
1, respectivamente (Tabela 9). As cultivares IAC Centauro, IAC Galante, IAC Carioca
Eté, IPR Eldorado, IPR Siriri, IPR Juriti, IPR Colibri, IPR Tiziu e IPR Corujinha
apresentaram ampla adaptabilidade (Β1i = 1), podendo ser cultivadas tanto em
ambientes favorável (sem estresse de fósforo) como desfavorável (com estresse de
fósforo). Esses resultados corroboram os obtidos por Buratto et al. (2007) que
utilizando a mesma metodologia encontraram resultados semelhantes dos parâmetros
avaliados para a cultivar IPR Colibri, só diferiu na identificação por apresentar
adaptabilidade para ambientes favoráveis. Por outro lado a cultivar IAC Una mostrou-
se com adaptabilidade a ambiente favorável (B1 i>1).
Considerando a estabilidade das cultivares estudadas, evidencia-se que IAC
Una, IPR Colibri, IPR Juriti, IPR Corujinha, IAC Centauro, IAC Galante e IPR Tiziu
30
foram consideradas os mais estáveis, além do elevado coeficiente de determinação
com valores oscilando de 87,55 a 99,91%.
Comparando as três metodologias (Tabelas 7, 8 e 9), observa-se que os métodos
foram concordantes na identificação das cultivares IPR Juriti, IPR Colibri e IPR
Corujinha, como sendo as mais produtivas com ampla adaptabilidade e alta
estabilidade. A cultivar IPR Eldorado apresentou ampla adaptabilidade e alta
estabilidade nos métodos de Annicchiarico e Centróide, entretanto, a IPR Eldorado é
considerada de baixa previsibilidade pelo método Eberhart e Russel.
Avaliando os resultados de ambos os métodos para indicação das cultivares para
ambiente com condições favoráveis, percebe-se a concordância entre as metodologias
estudadas na classificação da IAC Una considerando adaptável e com alta
previsibilidade para ambiente favorável. Quanto à classificação das cultivares com
adaptabilidade para ambientes desfavoráveis, constata-se que a cultivar IAC Carioca
Eté foi identificado pelo método Centróide e as cultivares IPR Juriti, IPR Colibri, IPR
Eldorado, IPR Siriri e IPR Corujinha no método de Annichiarico.
Dentre o grupo de cultivares estudadas, evidencia-se a similaridade nos
resultados dos métodos (Centróide e Annicchiarico) na identificação das cultivares
IPR Centauro, IPR Galante e IPR Tiziu como sendo de baixa adaptabilidade e pouco
estáveis, além do IAC Carioca Eté classificado como pouco estável (Annicchiarico e
Eberhert e Russel). Diversos são os trabalhos (BURATTO et al., 2007; RIBEIRO et
al., 2008; PEREIRA et al., 2009a; PEREIRA et al., 2009b; ROCHA et al., 2010;
DOMINGUES et al., 2013) que utilizaram duas ou mais metodologia para estimar
adaptabilidade e estabilidades das cultivares de feijão comum com base na
produtividade de grãos. Ribeiro et al. (2008) estudaram a estabilidade e a
adaptabilidade da produtividade de grãos de 12 genótipos de feijão, avaliados em doze
ambientes. Os autores evidenciaram concordância entre as metodologias de
(EBERHART e RUSSEL, 1966; LIN e BINNS MODIFICADO).
Pereira et al. (2009b) avaliando cinco métodos no estudo de adaptabilidade e
estabilidade de feijão comum, recomendaram a utilização conjunta dos métodos
complementares, aconselhando o uso de um método do grupo (Lin e Binns, Lin e
Binns modificado e Annicchiarico) e outro entre os métodos de (Eberhart e Russel,
Cruz e Ammi). Porém, resultados diferentes foram observados por Domingues et al.
31
(2013) que compararam diferentes metodologias na identificação de cultivares de
feijão comum adaptável e estável, utilizando dados de 10 ambientes e 17 linhagens,
concluíram que os métodos não são concordantes.
CONCLUSÃO
1. Os métodos possibilitaram selecionar cultivares de feijão para condições
específicas, indicando as melhores cultivares para os ambientes estudados (favorável e
desfavorável);
2. As metodologias de Eberhart e Russell, Centróide e Annicchiarico apresentaram
similaridade quanto à identificação das cultivares IPR Juriti, IPR Colibri e IPR
Corujinha, classificando-as como estáveis, adaptadas e mais produtivas;
3. A cultivar IAC Una é indicada para os ambientes favoráveis estudados e as
cultivares IPR Eldorado e IAC Carioca Eté são recomendadas para cultivo em
condição desfavorável estudados.
32
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36
CAPÍTULO 2
ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE DA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS
DE FEIJÃO COMUM
Resumo: O feijoeiro comum é cultivado praticamente em todos os Estados do Brasil,
nas diversas condições edafoclimáticas, em diferentes níveis tecnológicos, épocas de
plantio e sistema de cultivo. A identificação de cultivares mais promissores em
diversos ambientes é uma das etapas fundamentais em um programa de melhoramento
genético de plantas visando à recomendação de cultivares. Objetivou-se com este
trabalho avaliar a adaptabilidade e estabilidade da produtividade de grãos de feijão
comum, cultivados em seis ambientes, no sul do Estado do Tocantins. Os ensaios
foram conduzidos em delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições, em
três entressafras, nos anos de 2010 a 2012. Para a realização das análises de
adaptabilidade e estabilidade utilizou-se as cultivares tipo comercial preto (IAC Una e
BRS Esplendor), carioca (Princesa e IPR Colibri), mulatinho (IAC Centauro) e
roxinho (Safira). Os métodos utilizados para avaliar a adaptabilidade e estabilidade
foram Eberhart e Russel, Centróide e Annicchiarico. Concluiu-se que as metodologias
do Centróide, Annicchiarico e Eberhart e Russel, com base na produtividade de grãos
tornaram possível à identificação de cultivares promissores para ambientes de
condições gerais e especificas (favoráveis e desfavoráveis). A cultivar IAC Centauro é
indicada para ambiente de condição geral por ser produtivo, adaptável e estável. Nas
condições de ambientes favoráveis, a IAC Una é a mais adequada por responder a
melhoria do ambiente.
Palavras chave: Phaseolus vulgaris L.; interação cultivar x ambiente; melhoramento.
37
ADAPTABILITY AND STABILITY OF GRAIN PRODUCTIVITY OF
COMMON BEAN
Abstract: The common bean is cultivated in almost all the states of Brazil, in different
climate conditions, in a different technological levels, planting season and cropping
system. The identification of the most promising cultivars in different environments is
one of the fundamental steps in a breeding plant program aiming the recommendation
of cultivars. This study aimed to evaluate the adaptability and stabaility of grain
productivity of common bean, cultivated in six environments, in the south of
Tocantins State. The tests were conducted in a random block design, with four
repetitions, in three intercropping dry seasons in the years of 2010 to 2012. To perform
the adaptability and stability analysis, cultivars of black bean commercial type (IAC
Una and BRS Esplendor), carioca (Princesa and IPR Colibri), mulatinho (IAC
Centauro) and roxinho (Safira) were used. The methods used to evaluate the
adaptability and stability were Eberhart and Russed, Centroid and Annicchiarico. It
was concluded that the Centroid, Annicchiarico and Eberhart and Russel
methodologies, based on grain productivity, have become possible to the
recommendation of cultivars for environments of general and specific conditions
(favorable and unfavorable). The IAC Una and Princesa cultivars are indicated for
general environmental conditions due to being productive, adaptable and stable. In
favorable environmental conditions, the IAC Centauro, IAC Una and Princesa
cultivars are the most suitable due to answering environmental improvement.
Key words: Phaseolus vulgaris L.; cultivar interaction x environment; improvement.
38
INTRODUÇÃO
O feijão comum é cultivado pela maioria dos Estados brasileiros, nas diversas
condições edafoclimáticas, em diferentes níveis tecnológicos, épocas de plantio e
sistemas de cultivo. A identificação de cultivares mais promissoras em diversos
ambientes é uma das etapas fundamentais em um programa de melhoramento genético
de plantas (PRADO et al., 2001; CRUZ et al., 2012). Uma vez que, determinados
genótipos podem apresentar comportamentos diferenciados nos variados ambientes.
Segundo Borém e Miranda (2013) a mudança no desempenho relativo dos genótipos,
está associada diretamente com as diferenças de ambientes, denominando assim
interação genótipos e ambientes.
O estudo da interação genótipos versus ambientes torna-se de grande relevância
para o melhorista, principalmente, com a existência da interação. Cruz et al. (2012)
relatam que a presença da interação está associada a dois fatores: o primeiro
denominado natureza simples o qual é proporcionado pela diferença entre genótipos,
podendo a recomendação ser feita de forma generalizada; o segundo denominado
complexo é dado pela falta de correlação entre os genótipos, existindo assim a
possibilidade de um melhor genótipo em um ambiente não ser em outro. Desta forma,
torna-se mais difícil a seleção e recomendação, sendo necessárias as análises de
adaptabilidade e estabilidade para indicação de cultivares de acordo com cada
ambiente.
Diversos são os métodos usados para estimar a adaptabilidade e estabilidade das
cultivares. Entre eles o método tradicional proposto por Eberhart e Russel (1966) que
se baseia na regressão linear simples, é a metodologia mais empregada nos estudos
desses parâmetros nas principais culturas como feijão (BURATTO et al., 2007;
RIBEIRO et al., 2008; PEREIRA et al., 2009a; PEREIRA et al., 2009b;
DOMINGUES et al., 2013) arroz (RAMOS et al., 2011), soja (PELUZIO et al., 2008;
BARROS et al., 2008; BARROS et al., 2012; POLIZEL et al., 2013) e milho
(CANCELLIER et al., 2012; CARVALHO et al., 2013). De acordo com Eberhart e
Russel (1966), o genótipo ideal é aquele que apresenta produtividade média elevada,
adaptabilidade ampla e desempenho altamente previsível.
39
Outra metodologia que usualmente tem sido utilizada é a descrita por
Annicchiarico (1992), que também fornece informações sobre os genótipos estáveis
entre os mais produtivos, de ser de fácil utilização (PEREIRA et al., 2012).
O método centróide é outra opção para analisar a adaptabilidade dos cultivares,
pois baseia-se na comparação da resposta individual das cultivares com a resposta de
quatro cultivares ideais, observando a máxima ou mínima resposta em relação ao
conjunto de dados avaliados, representando os genótipos de máxima adaptabilidade
geral, adaptabilidade específica (favoráveis ou desfavoráveis), além de identificar os
de mínima adaptabilidade (ROCHA et al., 2005).
Objetivou-se com este trabalho avaliar a adaptabilidade e estabilidade da
produtividade de grãos de feijão comum, cultivados em seis ambientes, no sul do
Estado do Tocantins através das metodologias de Eberhart e Russel, Centróide e
Annicchiarico.
MATERIAL E MÉTODOS
Os ensaios foram conduzidos na área experimental da Universidade Federal do
Tocantins- Campus Universitário de Gurupi, no período de entressafra, com plantio
em 12/06/2010, 21/06/2011 e 02/07/2012, em Latossolo Vermelho - Amarelo
distrófico, textura média (EMBRAPA, 2013). O município de Gurupi localiza-se na
região sul do Estado do Tocantins, 11º 43` 45`` latitude sul e 49º 04` 07`` longitude
oeste, 280m altitude.
Para a realização do estudo utilizaram-se os dados da produtividade de grãos de
seis cultivares de feijão comum em seis ambientes. Os ambientes foram definidos de
acordo com a adubação aplicada e ano de cultivo, sendo Gurupi I (120,7 kg ha-1
de
P2O5, 50 kg ha-1
de K2O e 120 kg ha-1
de N – entressafra de 2010), Gurupi II (113,9 kg
ha-1
de P2O5, 60 kg ha-1
de K2O e 120 kg ha-1
de N – entressafra de 2011), Gurupi III
(114,92 kg ha-1
de P2O5, 60 kg ha-1
de K2O e 120 kg ha-1
de N – entressafra de 2012),
Gurupi IV (120,7 kg ha-1
de P2O5, 50 kg ha-1
de K2O e 21,3 kg ha-1
de N – entressafra
de 2010), Gurupi V (113,9 kg ha-1
de P2O5, 60 kg ha-1
de K2O e 20,1 kg ha-1
de N –
entressafra de 2011) e Gurupi VI (114,92 kg ha-1
de P2O5, 60 kg ha-1
de K2O e 20,28 kg
ha-1
de N – entressafra de 2012). As cultivares utilizadas têm tipo de grãos comercial
40
preto (BRS Esplendor e IAC Una), carioca (IPR Colibri e Princesa), mulatinho (IAC
Centauro) e roxinho (Safira).
O preparo do solo foi semelhante para todos os experimentos, consistindo de
aração e gradagens. Os experimentos foram conduzidos em delineamento experimental
em blocos ao acaso com quatro repetições. Cada unidade experimental foi constituída
por quatro linhas de 4,0 m de comprimento, espaçadas 0,45m entre fileiras. Como área
útil foram utilizadas as duas linhas centrais desprezando-se 0,50 m das extremidades
de cada linha e eliminando as duas linhas laterais, sendo o total da área útil de 2,7 m2.
Verificam-se na Tabela 1 os resultados da análise química e física do solo nos seis
ambientes na camada de 0-20 cm antes da implantação dos experimentos.
Tabela 1: Resultados da análise química e física do solo das amostras coletadas a
profundidade 0-20 cm, na estação experimental da Universidade Federal do Tocantins-
Gurupi, entressafra de 2010, 2011 e 2012.
Amostras
P K Ca+Mg H+Al Al V M.O pH Areia Silte Argila
Mehlich cmol dm-3 ------ cmol dm-3 ----- ----- (%) ---- CaCl2 ---------- g kg-1 -----------
Gurupi I 1,1 0,1 5,0 4,7 0,0 52,0 2,9 4,6 735,2 57,2 207,6
Gurupi II 15,6 0,1 1,6 1,3 0,0 56,6 4,7 4,5 735,2 57,2 207,6
Gurupi III 9,9 0,08 1,4 0,23 0,0 88,2 1,1 5,3 735,2 57,2 207,6
Gurupi IV 1,1 0,1 5,0 4,7 0,0 52,0 2,0 4,6 651,9 123,9 224,3
Gurupi V 17,9 0,1 1,9 1,7 0,0 54,0 5,1 4,7 651,9 123,9 224,3
Gurupi VI 11,1 0,08 1,5 1,0 0,0 61,5 1,3 5,5 651,9 123,9 224,3
O controle de plantas daninhas e pragas foram realizados com produtos químicos
de acordo com o recomendado para a cultura. Embora, as doenças estivessem
presentes nos experimentos, observou-se baixa incidência durante todo o
desenvolvimento da cultura. A irrigação foi realizada de acordo com as necessidades
da cultura e seguindo recomendação para Santo Antônio de Goiás - GO (CURI e
CAMPELO JÚNIOR, 2001). Utilizou-se sistema por aspersão convencional com turno
de rega de dois dias, tendo um período de funcionamento de duas horas. A vazão dos
aspersores utilizados com pressão na base de 20 mca propiciou lâmina d’água de 5,2
mm/hora. (Figura 1).
41
Tem
per
atu
ra (
°C)/
Prec
ipit
açã
o (
mm
)
Figura 1: Dados de precipitação, temperatura (ºC) mínima e máxima, ocorridas
durante o cultivo do feijão comum. (BDMEP, 2013).
Os dados de produtividade de grãos foram submetidos à análise de variância
individual e, posteriormente, a análise conjunta, considerando o efeito das cultivares
como fixos e os demais como aleatórios. Na análise conjunta, verificou-se a existência
da homogeneidade das variâncias residuais dos experimentos obtidas pela razão entre
o maior e o menor quadrado médio do resíduo dos experimentos (4,57), inferior ao
valor 7,0, indicado por Pimentel-Gomes (2000) como limite para ter consideradas as
variâncias residuais homogêneas.
As estimativas da parte complexa da interação foram obtidas por meio da
metodologia proposta por Cruz e Castoldi (1991), em que a parte complexa é expressa
por:
Dias após o plantio
42
Onde:
Q1= maior quadrado médio entre genótipos nos dois locais;
Q2 = menor quadrado médio entre genótipos nos dois locais;
r = coeficiente de correlação simples entre genótipos nos dois locais.
A decomposição da interação em partes complexa foi realizada em pares de
ambientes sendo considerados locais divergentes aqueles que apresentaram
percentagem da interação complexa acima de 50%, sendo a análise efetuada por meio
do programa Genes (CRUZ, 2006). Após a verificação da existência da interação do
tipo complexa, os dados foram submetidos às análises de adaptabilidade e estabilidade
para melhor seleção e recomendação das cultivares.
A análise de adaptabilidade e estabilidade dos genótipos foi realizada pelas
metodologias de Annicchiarico (1992), Centróide (ROCHA et al., 2005) e Eberhart e
Russel (1966) com o auxílio do Programa Genes (CRUZ, 2006).
a) Método de Annicchiarico (1992): baseia-se no índice de confiança genotípico,
estimado por: Wi(g) = û (g) – Z (1-α) α z I (r), em que û (g) é a média porcentual das
cultivares; α z I (r), é o desvio padrão dos valores de Zij, associado ao i-ésimo genótipo;
Z (1-α) é o percentil da função de distribuição normal padrão, sendo que o coeficiente
de confiança adotado foi de 75%, ou seja, α = 0,25.
b) Método de Centróide (ROCHA et al., 2005): consiste da comparação de valores
de distância cartesiana entre os genótipos e quatro (I, II, III e IV) referências ideais
(ideótipos), uma vez que os ambientes são classificados em favoráveis e desfavoráveis,
segundo o índice ambiental proposto por (FINLAY e WILKINSON, 1963).
Com base nos dados experimentais, verifica-se que a máxima adaptabilidade geral
(ideótipo I) é aquele que apresenta os valores máximos obtidos para todos os
ambientes estudados. A máxima adaptabilidade específica a ambientes favoráveis
(ideótipo II) são representados por máxima resposta em ambientes favoráveis e
mínima resposta em ambientes desfavoráveis (ideótipo II), e máxima resposta em
ambientes desfavoráveis e mínima em ambientes favoráveis (ideótipo III). O ideótipo
de mínima adaptabilidade (ideótipo IV) é aquele que apresenta os menores valores
43
obtido no conjunto de genótipos estudado de acordo com metodologia recomendada
por Rocha et al. (2005).
Equação do índice ambiental:
Yij: média do genótipo i no ambiente j;
Y..:total das observações;
a: número de ambientes;
g: número de genótipos.
c) Método de Eberhart e Russell (1966): fundamenta-se na análise de regressão
linear simples, sendo que a adaptabilidade é fornecida pela estimativa do parâmetro de
coeficiente de regressão (β1i) e pela produtividade média (β0i). Enquanto que, a
estabilidade pela variância dos desvios da regressão (α2di), segundo o modelo:
Yij= β0i + β1i Ij + αij + Ɛij
Onde:
Yij: é a média do genótipo i no ambiente j;
β0i: equivale à média geral do genótipo i;
β1i: corresponde ao coeficiente de regressão linear, cuja estimativa representa a
resposta do i-ésimo genótipo à variação do ambiente j;
Ij: é o índice de ambiente codificado (Ʃj Ij =0), dado por
para g genótipos e a ambientes;
αij: equivale ao desvio da regressão;
Ɛij: é o erro experimental médio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se na Tabela 2 o resumo da análise de variância conjunta para a
característica produtividade de grãos (kg ha-1
). Detectou-se efeito significativo
(P≤0,01) pelo teste F para ambientes e para a interação cultivares versus ambientes,
indicando assim que o grupo de cultivares estudado apresentou comportamento
44
diferenciado em, pelo menos, um dos ambientes analisados. Diversos estudos com o
feijoeiro comum têm relatado a existência da interação genótipos x ambientes
(OLIVEIRA et al., 2006; BURATTO et al., 2007; PERINA et al., 2010; ROCHA et
al., 2010; PEREIRA et al., 2012; DOMINGUES et al., 2013), sendo utilizados nesses
trabalhos metodologias de adaptabilidade e estabilidade para facilitar a indicação de
genótipos de acordo com as condições especificas de cada ambiente.
Evidencia-se que a média geral de produtividade de grãos para todos os
ambientes foi de 1.614,38 kg ha-1
, sendo superior a média nacional de produtividade
que é de 1.118 kg ha-1
(CONAB, 2014). Rocha et al. (2010) estudando um grupo de 20
genótipos de feijão comum, no Estado do Paraná, encontraram média geral de
produtividade de grãos 1.442,90 kg ha-1
. Resultados semelhantes também foram
observados por diversos autores (BURATTO et al., 2007; PEREIRA et al., 2012;
DOMINGUES et al., 2013). Estudos realizados por Ribeiro et al. (2008) no estado do
Rio Grande do Sul, Pereira et al. (2009b) nos Estado de Goiás, Tocantins, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal e
por Oliveira et al. (2006) no Estado de Minas Gerais encontraram médias de
produtividades de grãos acima de 2.000 kg ha-1
.
Tabela 2: Resumo da análise de variância conjunta da produtividade de grãos (kg ha-1
)
de seis cultivares de feijão comum, cultivados em seis ambientes em Gurupi, Tocantins.
Fonte de variação GL QM F
Blocos/amb 15 ---------- ----------
Cultivares (C) 5 1505802,28 1,42 ns
Ambientes (A) 5 12156499,45 55,94**
C x A 25 1057069,32 4,84**
Resíduo 90 217295,58 --------
Média 1.614,38
CV (%) 28,87
ns não significativo;
** significativo para P ≤ 0,01;
*Significativo para P ≤ 0,05 pelo teste F.
Após a confirmação da significância da interação, quantificou-se a natureza
dessa interação conforme o método de Cruz e Castoldi (1991). Constatou-se que três
dos quinze pares de combinações de ambientes apresentaram interação
45
predominantemente de natureza complexa com valores acima de 50%, demonstrando
assim que os genótipos tiveram desempenhos diferenciados nos ambientes de cultivo
(Tabela 3). Deste modo, observa-se que a indicação das cultivares pode ser
prejudicada (CRUZ e CASTOLDI, 1991), havendo a necessidade de análises mais
detalhadas para indicação de cultivares de acordo com a peculiaridade de cada
ambiente, tornando assim necessário as análises da adaptabilidade e da estabilidade,
visando maior confiança na recomendação de cultivares. Pereira et al. (2010)
observando os efeitos da interação, identificaram pares de ambientes com interação
complexa e simples.
Tabela 3: Combinações de ambientes e porcentagem da parte complexa da interação,
de acordo com a metodologia de Cruz e Castoldi (1991), nos seis ambientes
cultivados com feijão comum no sul do estado do Tocantins. Gurupi-TO, 2014.
Pares de ambientes
Parte complexa
da interação (%)
Pares de ambientes
Parte complexa
da interação
(%)
Gurupi I x Gurupi II 24,46 Gurupi II x Gurupi VI 39,56
Gurupi I x Gurupi III 19,78 Gurupi III x Gurupi IV 21,78
Gurupi I x Gurupi IV 43,58 Gurupi III x Gurupi V 62,17
Gurupi I x Gurupi V 37,13 Gurupi III x Gurupi VI 8,67
Gurupi I x Gurupi VI 56,34 Gurupi IV x Gurupi V 31,86
Gurupi II x Gurupi III 27,24 Gurupi IV x Gurupi VI 66,38
Gurupi II x Gurupi IV 6,45 Gurupi V x Gurupi VI 39,55
Gurupi II x Gurupi V 35,94
As médias de produtividade de grãos dos ambientes oscilaram de 2.852,80 kg
ha-1
(Gurupi II) a 1.097,00 kg ha-1
(Gurupi IV) podendo ser visualizadas na Tabela 4.
Os coeficientes de variação (%) oscilaram entre 40,92 % (Gurupi IV) a 19,37%
(Gurupi II). Os ambientes foram classificados de acordo com o índice ambiental, como
ambientes favoráveis (Gurupi I e Gurupi II) e ambientes desfavoráveis (Gurupi III,
Gurupi IV, Gurupi V e Gurupi VI).
46
Tabela 4: Média da produtividade de grãos (Yj), quadrado médio do resíduo (QM) e
coeficiente de variação (CV) de seis cultivares de feijão comum, cultivados em seis
ambientes em Gurupi, Tocantins.
Ambiente Yj QM (resíduo) CV (%) Índice Classe
Gurupi I 2.096,66 281612,18 25,31 482,27 Favorável
Gurupi II 2.852,80 305355,32 19,37 1238,41 Favorável
Gurupi III 1.284,35 145831,54 29,73 -330,02 Desfavorável
Gurupi IV 1.112,42 207305,52 40,92 -501,96 Desfavorável
Gurupi V 1.242,70 107664,38 26,40 -371,68 Desfavorável
Gurupi IV 1.097,00 66722,42 23,53 -517,01 Desfavorável
A produtividade de grãos variou entre 4.322,13 kg ha-1
(Gurupi II) a 601,61 kg
ha-1
(Gurupi V), representado uma diferença de 3.720,52 kg ha-1
entre os ambientes de
maior e menor produtividade de grãos (Tabela 5). As cultivares IAC Una, Princesa,
IAC Centauro, IPR Colibri, Safira e BRS Esplendor apresentaram média geral de
produtividade de grãos de 1.921,18 kg ha-1
, 1.840,76 kg ha-1
, 1.673,52 kg ha-1
,
1.552,28 kg ha-1
, 1.450,33 kg ha-1
e 1.248,22 kg ha-1
, respectivamente. Resultados
semelhantes aos obtidos neste estudo foram encontrados para o cultivar IPR Colibri
(BURATTO et al., 2007; ROCHA et al., 2010). Observa-se ainda que a média geral
das cultivares IAC Una, Princesa e IAC Centauro apresentaram resultados superiores à
média geral 1.614,38 kg ha-1
(Tabela 2).
Tabela 5: Média de produtividade de grãos (kg ha-1
) de cultivares de feijão comum em
seis ambientes, em