33
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE BACHARELADO EM GEOGRAFIA DAFNE DA SILVA ARAUJO AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE CORREÇÃO ATMOSFÉRICA NAS IMAGENS SENTINEL-2 Niterói 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE BACHARELADO EM GEOGRAFIA

DAFNE DA SILVA ARAUJO

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE CORREÇÃO

ATMOSFÉRICA NAS IMAGENS SENTINEL-2

Niterói

2018

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

DAFNE DA SILVA ARAUJO

Monografia apresentada ao curso de

Bacharelado em Geografia, como

requisito parcial para a obtenção do título

de Bacharel em Geografia.

Orientadora:

Prof.a Dr.

a, Cristiane Nunes Francisco

Niterói

2018

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

A658a Araujo, Dafne da Silva

Avaliação de métodos de correção atmosférica nas

imagens Sentinel-2 : / Dafne da Silva Araujo ; Cristiane

Nunes Francisco, orientadora. Niterói, 2018.

34 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia)-

Universidade Federal Fluminense, Instituto de Geociências,

Niterói, 2018.

1. Sensoriamento Remoto. 2. Correção Atmosférica. 3.

Comportamento Espectral. 4. Produção intelectual. I. Nunes

Francisco, Cristiane , orientadora. II. Universidade Federal

Fluminense. Instituto de Geociências. III. Título.

CDD -

Ficha catalográfica automática - SDC/BIG Gerada com

informações fornecidas pelo autor

Bibliotecária responsável: Yolle Vacariuc Bittencourt - CRB7/6040

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

DAFNE DA SILVA ARAUJO

COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE CORREÇÃO

ATMOSFÉRICA EM IMAGENS SENTINEL-2

Monografia apresentada ao curso de

Bacharelado em Geografia, como

requisito parcial para a obtenção do

título de Bacharel em Geografia.

Aprovada em 21 de novembro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Profª Drª. Cristiane Nunes Francisco (Orientadora) - UFF

_____________________________________________

Prof. Dr. Raúl Sánchez Vicens - UFF

_____________________________________________

Prof. Dr. Marcus Vinícius Alves de Carvalho - UFF

Niterói

2018

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

AGRADECIMENTOS

Agradeço principalmente a Deus por me ter deixado passar por tantas fazes dentro da

universidade e me mostrado que Ele é o criador do universo! Sem a Sua criação eu não

poderia estar agora estudando as leis que regem o universo. Sem Ele eu não conseguiria ter

chegado até aqui, em termos profissionais e pessoais.

Agradeço aos meus pais por terem me ensinado no caminho em que devo seguir.

Agradeço pela educação que me deram e pelo grande ensinamento de agarrar as

oportunidades, inclusive dentro da universidade. Agradeço pelas irmãs que me deram: Rany e

Suzane que são maravilhosas!

Agradeço ao meu, atualmente: namorado e parceiro que entendeu todos os meus finais

de semana estudando e em campo. Obrigada por ter participado e me apoiado nisso!

Agradeço a professora Cristiane que me ensinou as técnicas de correção atmosférica

desde o terceiro semestre da faculdade e me acompanhou até aqui, concedendo-me inclusive

bolsa para continuar a pesquisa.

Agradeço a todo o corpo docente da Geografia! A todos os professores, desde o mais

marxista até o mais conservador, pois todos conversavam e apoiavam a mim e a seus alunos.

Obrigado aos professores de geografia física e ao Lagef por me ensinado mais sobre a

natureza. Pois assim me apaixonei pelas formas de relevo e busquei conhecer mais sobre

geologia.

Agradeço a todos os meus colegas de turma e da geografia de modo geral.

Agradeço à banca examinadora deste trabalho pela disponibilidade e

comprometimento.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

RESUMO

Sensoriamento remoto é um conjunto de técnicas de aquisição de informações sem

contato com o objeto, como por exemplo, a aquisição de imagens de satélite. Há camadas da

atmosfera que ficam entre o satélite e o objeto imageado interferindo nos dados adquiridos.

Para reduzir os efeitos atmosféricos sobre os objetos, existem métodos para corrigi-los

denominados como correção atmosférica, que é uma importante etapa de pré-processamento

de imagens de satélite. Assim, o presente trabalho tem como objetivo a avaliação de três

técnicas distintas de correção atmosférica: Dark Object Subtraction, Sentinel Atmospheric

Correction e Atmospheric Correction, utilizando imagens do sensor MSI do satélite Sentinel

que abrange a bacia hidrográfica do rio Boa Esperança, situada no município de Nova

Friburgo, RJ. Neste trabalho foi possível concluir que dois métodos (Sen2cor e Atcor com

correção topográfica) que atenderam às expectativas de corrigir as imagens. São métodos

baseados em modelagem atmosférica que apresentaram o comportamento esperado de acordo

com a bibliografia. O método Sen2Cor, na região do visível, retirou a interferência do

espalhamento atmosférico, principalmente, na banda azul, com redução média de 75% dos

valores de reflectância, enquanto, nas demais bandas do visível, a redução média situou-se na

faixa de 43%. Na região do infravermelho próximo a reflectância apresentou acréscimo de

15%, devido à absorção eletromagnética da radiação. Já o método ATCOR com correção

topográfica obteve decréscimo médio da ordem de 70%, na faixa do visível, enquanto, no

infravermelho próximo o acréscimo é de ordem de 8%.

Palavras-chave: Sensoriamento Remoto. Correção Atmosférica. Comportamento Espectral.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

ABSTRACT

Remote sensing is a set of techniques to acquire information without contact with the

object, such as acquisition of satellite images. There are layers of atmosphere between the

satellite and the imaged object, interfering with the acquired data. To reduce the atmospheric

effects on the objects, there are methods to correct them, called: atmospheric correction,

which is an important stage of satellite image preprocessing. Thus, the present work aims to

evaluate three different atmospheric correction techniques: Dark Object Subtraction, Sentinel

Atmospheric Correction and Atmospheric Correction, , using images from the MSI sensor of

the Sentinel satellite covering the Boa Esperança river basin, located in the city of Nova

Friburgo, RJ. In this work, it was possible to conclude that two methods (Sen2cor and Atcor

with topographic correction) that more fulfilled the expectations of correcting images. They

are methods based on atmospheric modeling and presented the expected behavior according

to the bibliography. The Sen2Cor method, in the visible region, removed the interference of

the atmospheric scattering, mainly in the blue band, with an average reduction of 75% of the

reflectance values, while in the other visible bands the average reduction was in the range of

43%. In the near infrared region, it had an increase of reflectance values in the order of 15%,

due to the electromagnetic absorption of the radiation, according to the literature. On the other

hand, the ATCOR method with topographic correction obtained an average decrease of the

order of 70%, in the visible range, while in the near infrared the increase is of the order of 8%.

Keywords: Remote Sensing. Atmospheric Correction. Spectral Behavior.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 6

2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................ 8

2.1 EFEITOS ATMOSFÉRICOS SOBRE AS IMAGENS DE

SENSORIAMENTO REMOTO..................................................................... 8

2.2 COMPORTAMENTO ESPECTRAL DOS ALVOS...................................... 10

2.3 CORREÇÃO ATMOSFÉRICA....................................................................... 11

3 METODOLOGIA.......................................................................................... 14

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO............................................ 14

3.2 MATERIAIS.................................................................................................... 15

3.3 MÉTODOS....................................................................................................... 16

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................. 19

4.1 ANÁLISE DA CURVA ESPECTRAL POR ALVOS.................................... 19

4.2 ANÁLISE DA CURVA ESPECTRAL POR MÉTODOS.............................. 24

5 REFERÊNCIAS............................................................................................. 26

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

6

1. INTRODUÇÃO

Segundo Lorenzzetti (2015), sensoriamento remoto é definido como um conjunto de

técnicas de aquisição de informações sobre a propriedade do objeto sem contato físico com

ele. Alguns autores, como Jensen (2009), acreditam que uma fotografia tirada por um

observador na superfície já é uma técnica de sensoriamento remoto, pois se utiliza de um

sensor para obtenção de informações à distância, ou seja, sem contato entre o operador e o

objeto. Outros, como Lorenzzetti (2015), restringem as suas pesquisas em sensoriamento

remoto a dados coletados por sensores instalados em satélites artificiais orbitais.

Tomando-se em conta essa delimitação de Lorenzzetti (2015), em que as imagens de

satélite são principal foco de estudo do sensoriamento remoto, é possível notar o avanço das

pesquisas nessa área do conhecimento, desde a década de 1960, quando a agência espacial

americana, NASA, começou a lançar os seus primeiros satélites para órbita, com apenas

alguns sensores, detectores de radiação e com outras poucas funções. Logo após, os satélites

com sensores imageadores são lançados no espaço, com resolução espacial de algumas

dezenas de metros e com poucas bandas espectrais.

Atualmente, um grande avanço na ciência espacial foi o lançamento da série de

satélites Sentinel pela agência espacial europeia, ESA. Esse sistema conta com a alta

tecnologia, alto nível de processamento de dados, aquisição de imagens e disponibilidade de

softwares gratuitos para o processamento das imagens. Nesse sentido, a missão Sentinel chega

para acrescentar e corroborar com os avanços das pesquisas sobre sensoriamento remoto. O

presente trabalho lança mão dessa inovação tecnológica e busca trazer novos conhecimentos

no estado da arte das imagens desse novo satélite da ESA.

Com a evolução das técnicas de sensoriamento remoto, foram criados algoritmos

para diminuir a influência da camada atmosférica sobre os dados obtidos. Como os sensores

capturam informações das propriedades dos objetos da superfície da Terra em órbita, todas as

camadas da atmosfera ficam entre o satélite e o objeto imageado, interferindo na resposta

espectral dos objetos. Dessa forma, por volta das décadas de 1980 e 1990, pesquisas sobre a

interferência atmosférica em sensoriamento remoto começaram a ser desenvolvidas. Nesse

sentido, destaca-se Chavez (1988) como um dos pioneiros nos estudos sobre os efeitos

atmosféricos nas imagens de satélite. Ele elaborou um dos primeiros e principais métodos, até

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

7

hoje, sobre a correção dos efeitos atmosféricos nas imagens orbitais. Esse procedimento se

tornou, nos últimos anos, um passo essencial para a preparação de imagens a serem

processadas, constituindo assim uma importante etapa do pré-processamento de imagens de

satélite.

As técnicas de correção atmosférica variam em seu grau de complexidade devido aos

parâmetros necessários para corrigir as imagens de sensoriamento remoto. Assim, é possível

classificar as técnicas de sensoriamento remoto de duas maneiras: os métodos empíricos e os

baseados em modelos de transferência atmosférica. Os empíricos utilizam dados que o usuário

capta da imagem, tendo maior participação do usuário no cálculo da interferência atmosférica.

Já os modelos atmosféricos já possuem modelagem atmosférica em seu sistema e utilizam

dados da própria imagem para adquirir características da atmosfera no momento da aquisição

da imagem de satélite. Sendo assim, a correção atmosférica é o tema tratado no presente

estudo sobre as imagens do satélite Sentinel.

Devido à forte influência da atmosfera na aquisição de imagens de satélite, o

presente trabalho tem como objetivo a avaliação de três técnicas distintas de correção

atmosférica: Dark Object Subtraction, modelo empírico, e Sentinel Atmospheric Correction e

Atmospheric Correction, modelos de transferência atmosférica, utilizando imagens do sensor

MSI do satélite Sentinel que abrange a bacia hidrográfica do rio Boa Esperança, situada no

município de Nova Friburgo, RJ.

A escolha da área de estudo, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, foi de

fundamental importância devido aos aspectos climáticos da região onde a área está inserida.

Devido à elevada altitude, a temperatura da área estudada é mais baixa, acarretando elevada

concentração de vapor d’água e aerossóis na atmosfera. Dessa maneira, faz-se necessário a

aplicação de técnicas de correção atmosférica para melhorar a qualidade das informações

contidas na imagem de sensoriamento remoto da área de estudo.

O presente trabalho está dividido em cinco capítulos. O capítulo inicial contém a

introdução do tema abordado. O segundo capítulo de referencial teórico contém os principais

conceitos sobre interferência atmosférica, comportamento espectral dos alvos, correção

atmosférica e as técnicas de correção atmosférica nas imagens de sensoriamento remoto. O

terceiro capítulo discorre sobre os métodos de correção atmosférica utilizadas neste trabalho.

O capítulo quatro traz a apresentação e a discussão dos resultados a partir da comparação e

análise da resposta espectral das classes de cobertura da terra nas técnicas de correção

atmosférica utilizadas. Finalmente, tem-se a conclusão do trabalho no capítulo cinco.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

8

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Como visto anteriormente, as imagens de sensoriamento remoto são adquiridas por

meio da detecção eletromagnética das propriedades dos objetos a longas distâncias

(LORENZZETTI, 2015). O sensor aqui estudado é multiespectral, ou seja, adquire

informações nas faixas do visível e infravermelho do espectro eletromagnético. Desta forma,

como já mencionado, ao imagear a superfície da Terra, os sensores também obtêm

informações sobre a atmosfera, devido aos seus componentes e material particulado que a

compõe, que provocam efeitos sobre a radiação incidente como: absorção, espalhamento e

reflexão.

2.1. EFEITOS ATMOSFÉRICOS SOBRE AS IMAGENS DE

SENSORIAMENTO REMOTO

A radiação eletromagnética é formada por grupos de fótons (partículas de energia)

que se movimentam no vácuo. Cada um desses grupos de fótons está associado a certa

frequência e comprimento de onda (NOVO, 2010). Por isso, há variação espectral do índice

de refração da luz branca, podendo decompor-se em diversos comprimentos de onda (ou

cores). Os comprimentos de onda podem ser agrupados em intervalos. Esses intervalos, em

imagens multiespectrais de sensoriamento remoto, são chamados de bandas do espectro

eletromagnético.

Quando a radiação incide na atmosfera, ou em qualquer superfície, ela é refletida

pelo mesmo plano com ângulo igual e oposto à radiação incidente em superfície lisa

(JENSEN, 2009). A reflectância é a propriedade de refletir a radiação incidente para Ponzoni

e Shimabukuro (2010). Essa reflexão pode ser diferenciada pela superfície refletora, como na

superfície lisa, que é chamada de reflexão especular ou na superfície rugosa, na reflexão

difusa (JENSEN, 2009). Grande parte da radiação incidente no planeta é refletida pelas

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

9

próprias nuvens e gases da atmosfera (superfície rugosa) e os sensores orbitais captam

justamente a radiação refletida.

Contudo, além da superfície de reflexão, há outros parâmetros da atmosfera que

influenciam a radiação, como: umidade atmosférica, aerossóis, dióxido de carbono e outros.

Novo (2010) aponta que a umidade absorve a radiância em sua trajetória pela atmosfera, além

de aumentar a concentração de aerossóis. A concentração de aerossóis também é chamada de

espessura ótica ou turbidez. Quanto menor a visibilidade horizontal, maior a turbidez e o

espalhamento da radiância (NOVO, 2010). A mesma autora também cita o dióxido de

carbono, o oxigênio e o ozônio como os principais componentes da atmosfera que absorvem a

radiação solar.

A absorção é o processo em que a energia dos fótons é convertida em outras formas

de energia (LORENZZETTI, 2015) quando a radiação eletromagnética atravessa a atmosfera.

O conceito de absorção da radiância é importante para entender janelas atmosféricas, que

correspondem a intervalos do espectro eletromagnético em que a atmosfera não absorve a

radiação, ou seja, transmite eficientemente a energia radiante, “abrindo” essa janela

atmosférica (JENSEN, 2009). Ponzoni e Shimabukuro (2010) afirmam que a absorção

atmosférica ocorre especialmente na região do visível do espectro eletromagnético, com isso

torna-se uma constante interferência atmosférica na aquisição de dados de sensoriamento

remoto a partir de sensores multiespectrais.

Outro efeito atmosférico que influencia fortemente a radiação é o espalhamento. Ele

refere-se ao desvio da luz de modo não definido, quando ela passa por dois meios com

densidades distintas (JENSEN, 2009). Em cada meio a velocidade da radiação é diferente,

ocasionando um espalhamento com direção imprevisível. O espalhamento, assim como, os

outros efeitos da atmosfera são condicionados ao tamanho do diâmetro das moléculas

atmosféricas que interferem a radiação (JENSEN, 2009).

Segundo Jensen (2009) há três tipos de espalhamento: espalhamento Rayleigh que é

quando a matéria possui diâmetro inferior ao comprimento de onda da radiação incidente e,

geralmente, ocorre pela interação com as moléculas de gás da atmosfera na altura de 2 a 8

quilômetros de altitude. Já o espalhamento Mie ocorre na camada inferior da atmosfera (sobre

o solo) onde estão as partículas de aerossóis que possuem tamanho bem próximo ao do

comprimento de onda. Também existe o espalhamento não seletivo das partículas maiores que

o comprimento de onda da radiação incidente e que estão na parte mais baixa da atmosfera.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

10

Nesse sentido, Novo (2010) afirma que, quanto menor o comprimento de onda,

maior o espalhamento provocado pela atmosfera. Assim, bandas da região do visível

espalham a radiação, especialmente, a faixa azul devido à presença de vapor de água e

aerossol. Por outro lado, a atmosfera absorve a radiação na faixa espectral do infravermelho

devido à presença de aerossol, umidade atmosférica e dióxido de carbono na atmosfera.

2.2 COMPORTAMENTO ESPECTRAL DOS ALVOS

Os diferentes objetos na superfície terrestre que são imageados pelos sensores podem

ocorrer em áreas distintas e de modos diferentes. A variação radiométrica da energia é

importante para que se analise o objeto dentro do seu contexto em diferentes intervalos

espectrais. A interação radiométrica dá origem ao estudo do comportamento espectral de

objetos ao longo do espectro eletromagnético a partir da assinatura espectral do alvo estudado.

Ponzoni e Shimabukuro (2010) apresentam que o comportamento espectral da

vegetação na região do visível é definido pela presença dos pigmentos da folha vegetal.

Dentre os pigmentos, a clorofila é a dominante, representando cerca de 65%, segundo os

mesmos autores. A clorofila absorve a energia incidente na região do visível e a converte em

calor para a realização da fotossíntese. Já, no infravermelho próximo, a absorção de radiação

pelas plantas é pequena, porém ocorre espalhamento da radiação eletromagnética. Ela incide

diretamente nas folhas com maior volume de energia nessa faixa, se elas absorvessem toda a

energia, provavelmente queimariam; sendo assim a reflectância é geralmente alta nesta faixa

(PONZONI; SHIMABUKURO, 2010).

Jensen (2009) ainda aponta que as células mesófilas das folhas, que são responsáveis

pela fotossíntese, possuem também grande importância na assinatura espectral da vegetação.

O mesófilo paliçádico é mais atuante na região do visível, absorvendo principalmente a

radiação da faixa do azul e do vermelho. Já o mesófilo lacunoso possui maior interação no

infravermelho próximo, porém refletindo a radiação. Sendo, assim, é possível afirmar que o

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

11

comportamento espectral da vegetação é de absorção na região do visível e de reflexão no

infravermelho.

Novo (2010) afirma que em ambientes descampados, como os campos e pampas, o

comportamento espectral é fortemente influenciado pelo solo. Nas amostras deste alvo, bem

como de afloramento rochoso, devido à escassez de água, os valores de reflectância são mais

altos na região visível do espectro, se comparado à vegetação. O afloramento rochoso também

absorve parte da radiação eletromagnética no infravermelho, devido ao vapor d’água nas

inclusões minerais.

Segundo Novo (2010), a região do infravermelho sofre pela absorção dos compostos

de ferro, principalmente, as rochas cristalinas ricas em ferro. Contudo, a superfície de um

AFL reflete a radiação na região do infravermelho próximo devido à presença de minerais, ou

seja, há elevados índices de reflectância de AFL nessa região do espectro.

Dessa forma, na faixa do visível, a VDI possui menores valores de reflectância

devido à clorofila, pois ela absorve a radiação (Jensen, 2009). Já, campo e afloramento

rochoso possuem valores maiores devido à exposição de minerais que refletem a radiação.

Enquanto na região do infravermelho próximo há absorção, conforme a presença de ferro no

solo ou rocha.

2.3 CORREÇÃO ATMOSFÉRICA

Como visto anteriormente, as imagens de sensoriamento contêm informações da

atmosfera devido aos seus componentes que interferem na propagação da radiação

ocasionando espalhamento ou absorção da energia. Para Novo (2010), o maior efeito da

atmosfera sobre as imagens é a redução do contraste da imagem, que dificulta a diferenciação

de pequenos objetos e, também, sua identificação na imagem. A mesma autora aponta ainda

que os efeitos atmosféricos podem alterar a variação de nível de cinza de um pixel, alterando

o comportamento espectral do alvo.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

12

Novo (2010) e Almeida et al. (2015) explicam que, para uma melhor classificação

espectral do objeto, é necessário fazer a correção atmosférica da imagem de satélite, que

consiste num método de alterar os valores de fator de reflectância aparente (com o efeito

atmosférico), para valores de reflectância da superfície, de modo a alterar ou minimizar os

efeitos dos gases e material particulado da atmosfera na resposta espectral do alvo.

Os métodos de correção atmosférica permitem a melhor distribuição dos valores

espectrais dos alvos ao longo do histograma da imagem, reduzindo os valores nulos da

imagem, por exemplo, e assim, o nível de contraste é aumentado em toda a cena. Novo (2010)

destaca a importância da correção atmosférica ao utilizar grandezas radiométricas, como

reflectância, radiância e espalhamento da superfície, para realização de operações aritméticas

entre bandas, bem como para comparar uma série histórica de imagens de satélite.

Diversos trabalhos já foram feitos com intuito de avaliar os métodos de correção

atmosférica e verificar o mais adequado para as imagens orbitais, como: Silveira, Martins e

Cruz (2017), Santos et al. (2017), Soares et al (2015), Gonçalves e Francisco (2017), Almeida

et al (2015).

Para realizar a correção atmosférica, é necessária uma série de informações do

ambiente e do sensor para estimar os processos de espalhamento e de absorção da atmosfera.

Quando esses dados não estão disponíveis, existem métodos empíricos simples que podem

corrigir os erros grosseiros da imagem. Desta forma, existem dois tipos de correção

atmosférica: a correção feita a partir de modelos atmosféricos que utilizam dados da própria

imagem para modelar as características da atmosfera no momento da aquisição da imagem de

satélite e os modelos empíricos que utilizam dados que o usuário capta da imagem.

Neste trabalho será abordado o método empírico de Subtração de Objetos Escuros

(DOS, sigla em inglês), proposta por Chavez (1988), que é um método empírico de correção

atmosférica bem conhecido em sensoriamento remoto. Esse método assume que em qualquer

imagem há uma grande probabilidade de existir alguns pixels completamente escuros, ou seja,

com zero valor de reflectância. O mesmo autor aponta que podem corresponder, por exemplo,

áreas com água limpa ou com sombra devido à topografia acidentada ou à presença de

nuvens. Como essas áreas não refletem energia, na imagem, deveriam se apresentar com valor

zero. Contudo, a diferença entre o valor deste pixel não nulo e o zero que deveria apresentar

corresponde à contribuição da interferência atmosférica.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

13

O método de Chavez (1988) tenta encontrar o valor do pixel escuro (teoricamente,

tais locais não refletem radiação para o sensor) e subtraí-lo da imagem, pois, possivelmente, a

atmosfera adicionou esse valor em todos os pixels. Entretanto, os métodos baseados em

modelos atmosféricos necessitam de informações extras, além das oferecidas pelas imagens

de satélite, como dados atmosféricos ou dados in situ, o método DOS é baseado apenas nas

informações da imagem, o que simplifica e torna mais eficiente o procedimento (CHAVEZ,

1988). A sua precisão não é muito aceita por alguns autores, pois o método DOS considera

apenas o espalhamento e não a absorção atmosférica, porém esse método de correção

atmosférica é melhor que correção nenhuma.

Já o modelo atmosférico de Sen2Cor (Sentinel 2 Atmospheric Correction) é um

método baseado em modelagem atmosférica. Ele depende do cálculo das funções de

transferência radiativa para diferentes sensores e geometrias, elevação do solo e parâmetros

atmosféricos, como: ângulo zenital, azimute, ângulo de visada do sensor, altitude visibilidade

e vapor d’água. O processador lê os parâmetros requeridos a partir dos metadados

pertencentes à imagem através da função Look-Up-Tables (LUTs) e os interpolam se

necessário. As LUTs têm gerado uma biblioteca para o cálculo de energia solar e térmica na

atmosfera da Terra (WILM; DEVIGNOT; PESSIOT, 2018).

ATCOR (Atmospheric Correction) é um método baseado no método MODTRAN

(Moderate Resolution Atmospheric Transmission) e disponível no software proprietário PCI

Geomatics. Os parâmetros do ATCOR e a configuração das bandas são feitas

automaticamente pela ferramenta (DLR GERMAN AEROSPACE CENTER, 2004).

Apresenta a possibilidade de obter uma imagem corrigida atmosfericamente e sem o efeito de

névoa ocasionado pela umidade atmosférica, através do cálculo da regressão entre as bandas

do azul e vermelho, excluindo os pixels da água pela faixa do infravermelho próximo (RESE

APLICAÇÕES SCHLÄPFER, 2016).

O ATCOR também permite que um modelo digital de elevação (MDE) seja

adicionado ao modelo para o relevo da área em estudo ser considerado na correção

atmosférica. O relevo ondulado tem um comportamento de reflectância bidirecional

estabelecido pela lei de reflectância lambertiana, que usa como base, um ângulo de campo de

visão pequeno a médio (RESE APLICAÇÕES SCHLÄPFER, 2016). Assim, o modelo de

correção considera que em relevo plano, a radiação obtida pelo sensor ocorre a partir da

radiação refletida do pixel imageado e dos vizinhos, enquanto, em relevo ondulado ou

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

14

montanhoso, o sinal recebido pelo sensor pode vir de diversas direções devido a inclinação do

relevo (SATELLITE IMAGING COORPORATION, 2017).

3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A cidade de Nova Friburgo, localizada na região serrana do Estado do Rio de

Janeiro, possui clima ameno e relevo com mais de 400 metros de altitude, composto como

serras escarpadas, isoladas e morros, dependendo da sua altitude, de acordo com INEA

(2010). A sua vegetação também é classificada de acordo com a altitude em: floresta

ombrófila densa altomontana, montana e submontana, segundo o mesmo autor. Dentro desse

contexto está a Bacia Hidrográfica do Rio Boa Esperança, área de estudo deste trabalho,

localizada a nordeste do distrito de Lumiar, no município de Nova Friburgo (Figura 1). Como

uso e cobertura da terra são observados as seguintes classes: floresta em diferentes estágios de

sucessão, afloramento rochoso, agricultura, plantio de eucalipto, pastagem e área urbana.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

15

Figura 1: Mapa de localização da bacia hidrográfica do rio Boa Esperança

3.2 MATERIAIS

Foi obtida, a partir do portal USGS Earth Explorer (2018), a imagem 23KQR do dia

2 de agosto de 2016 do satélite Sentinel-2 para a área estudada. Segundo a Agência Espacial

Europeia (ESA), Sentinel é uma missão do Observatório do Copernicus Radar Europeu em

uma iniciativa em conjunto com a Comissão Europeia. Ao todo, a missão Copernicus conta

com sete constelações de 14 satélites cada, ou seja, em cada constelação há um par de satélites

(A e B) para aumentar o tempo de revisita, cobrindo área localizada entre a latitude 84º norte

até 56º sul com largura da faixa orbital possui 290 quilômetros. Operam simultaneamente em

180º de distância, numa altitude de 786 quilômetros da superfície terrestre (ESA, 2017). Essa

posição orbital é medida por Sistema Global de Navegação por Satélites (Global Navigation

Satellite System, GNSS), mantida por um sistema de propulsão.

Cada constelação Sentinel produz determinado tipo de dados. O Sentinel-2 monitora

a parte continental do globo terrestre observando as condições do terreno com tempo de

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

16

revisita de cerca de dez dias na região do Equador e, de cinco dias, nas latitudes médias. Essa

missão conta com dois satélites síncronos, por isso, em situações de céus limpo, a revisita

diminui para dois a três dias nas latitudes médias. (ESA, 2017). A alta frequência de

passagem dos satélites permite o monitoramento do uso e cobertura da terra através de treze

bandas espectrais, sendo quatro com dez 10 metros de resolução espacial, seis bandas com 20

metros e duas bandas com 60 metros (ESA, 2017). Nesse estudo, utilizaram-se as quatro

bandas espectrais com 10 metros de resolução espacial.

Número da

Banda Nome da Banda

Comprimento de Onda

Central (nm)

Comprimento da banda

(nm)

2 Azul 496,6 98

3 Verde 560,0 45

4 Vermelho 664,5 38

8 Infravermelho

Próximo 835,1 145

Tabela 1: Bandas espectrais do satélite Sentinel – 2

Fonte: ESA, 2018 (modificado)

Os sensores do Sentinel-2 são capazes de fornecer imagens de alto nível com os

dados de reflectância de topo da atmosfera na projeção cartográfica UTM WGS 84,

disponibilizados em quatro níveis de processamento. O nível 0 (zero) corresponde aos dados

comprimidos com todas as informações para se obter os demais níveis de processamento. O

nível 1 é dividido em A, B e C. No nível 1A, as bandas espectrais já estão associadas a

informações auxiliares. No nível 1B, a imagem está corrigida radiometricamente, o modelo

geométrico físico é refinado usando pontos de controle de solo disponíveis e anexado ao

produto. Enquanto no nível 1C, utilizado nessa pesquisa, os dados possuem valores de

reflectância de topo-da-atmosfera.

Como o Sentinel-2 foi lançado em órbita em junho de 2015, ainda são necessários

estudos iniciais, diante disso, suas imagens foram escolhidas para a realização desse estudo e,

também, devido às suas características, como alta resolução espacial, temporal e alto nível de

processamento, que justificam a sua utilização.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

17

3.3 MÉTODOS

As imagens do Sentinel-2 foram processadas por três ferramentas de correção

atmosférica: o Sen2Cor acessado pelo software livre SNAP 5.0, o ATCOR disponível no

software proprietário Geomatica 20171 e pelo método DOS calculado com a utilização do

ArcGIS2.

O software livre SNAP 5.0, desenvolvido pela ESA, deve ser instalado

conjuntamente com a extensão Sen2Cor (Sentinel 2 Atmospheric Correction), ambos

disponíveis na internet. Os parâmetros para a correção atmosférica podem ser configurados

pelo usuário ou automaticamente pelo software. Como aerossol da área imageada, foi

selecionado o aerossol rural pelo Sen2Cor entre os três disponíveis, marinho, automático ou

rural, para áreas continentais (WILM; DEVIGNOT; PESSIOT, 2018). Isso também ocorreu

em todos os demais parâmetros. Apenas os valores de ângulo zenital e de azimute foram

definidos pelo usuário calculados com base nos dados disponíveis dos metadados.

O software Geomatica foi utilizado para calcular o ATCOR. Para minimizar o efeito

do relevo pelo ATCOR, neste estudo, foram utilizados dados do SRTM (Shuttle Radar

Topography Mission) com resolução espacial de 30 metros. Através deste MDE, os

parâmetros de elevação foram retirados automaticamente, para calcular a condição de

iluminação diferenciada do relevo ondulado (SATELLITE IMAGING COORPORATION,

2017).

Também foi utilizado o método empírico DOS, proposto por Chavez (1988). Para

realizá-lo, primeiramente, foi feita a coleta dos dados de pixels escuros (como: afloramento

rochoso sombreado e floresta densa sombreada) e, posteriormente, subtraídos da imagem

através do cálculo de bandas (Raster Calculator) do software ArcGis.Como os dados

originais já estavam reflectância de topo da atmosfera (ToA), não foi necessário nenhuma

transformação em dados físicos (radiância para reflectância).

Desta forma, como resultado, foram produzidas cinco imagens com correção

atmosférica: (a) um produto do Sen2Cor (S2C), (b) três corrigidas, com o algoritmo ATCOR ,

1 Licença FreeTrial (teste) de estudante para o Instituto de Geociências 2 Licença do Instituto de Geociências

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

18

sendo que sem correção do efeito de névoa (AT), uma com correção do efeito de névoa

(ATN) e uma com correção do relevo (ATM); e (c) uma com correção por DOS.

Após a obtenção dos resultados da aplicação dos métodos de correção atmosférica,

através do software ArcGis, foram coletados dez pontos amostrais aleatórios de cada um dos

seis alvos de cobertura da terra, totalizando 60 amostras: vegetação densa e iluminada (VDI)

floresta exposta a luz solar, vegetação densa e sombreada (VDS) - floresta na sombra,

eucaliptal (EUC)- plantio de eucalipto, vegetação herbácea (HER) - arbustos, campo (CAM) -

pasto, e afloramento rochoso (AFL) - superfície com substrato rochoso exposto (Figura 2).

Figura 2: Mapa de localização das amostras na área estudada

O valor de reflectância foi retirado de cada ponto amostral nas cinco imagens

corrigidas, além da imagem sem correção, correspondente à reflectância do topo da atmosfera

(TOA), através da ferramenta “extract multivalues to points” do ArcGIS. Com base nos

valores médios dos pontos amostrais de cada alvo foram construídas as curvas espectrais para

as imagens corrigidas e não corrigida. Por fim, as curvas espectrais foram analisadas de

acordo com o comportamento espectral esperado obtido naa literatura.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

19

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados da aplicação dos métodos de correção atmosférica estão representados

por curvas espectrais. Na primeira parte do capítulo, são analisadas, conjuntamente, as curvas

espectrais de cada alvo por todos os métodos aplicados e, na segunda parte, são analisadas as

curvas espectrais de todos os alvos nos métodos que apresentaram desempenho de acordo

com o comportamento espectral esperado.

4.1 ANÁLISE DA CURVA ESPECTRAL POR ALVOS

Pode-se notar que as amostras são compostas pela componente vegetação, que é

predominante na classe VDI, e o componente solo, que é predominante na classe AFL e

também em CAM.

Dessa forma, a partir desses dois componentes é possível relembrar a literatura sobre

o comportamento espectral da vegetação: absorção radiação eletromagnética na região do

visível e a reflete no infravermelho. Enquanto o componente solo possui valores maiores na

região do visível devido à exposição de minerais que reflete a radiação. Enquanto, no

infravermelho há absorção, conforme a presença de ferro no solo ou rocha exposta.

Sendo assim, o comportamento esperado em todos os alvos é que os valores de

reflectância sejam menores no visível e maiores no infravermelho próximo. No entanto, para

os alvos com predominância da componente vegetação, na região do visível, a banda do verde

deve apresentar um valor maior que os valores do azul e do vermelho.

O método sem correção apresenta valores de topo da atmosfera (ToA), no visível

apresenta espalhamento e o infravermelho absorve a radiação eletromagnética. Com base nos

resultados de ToA, espera-se que nas imagens corrigidas, haja queda dos valores da faixa do

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

20

visível, devido ao espalhamento da radiação, e aumento dos valores na faixa do

infravermelho, devido à absorção atmosférica.

Desta forma, é possível analisar que os valores de reflectância de VDI devem cair na

faixa do visível a partir da correção atmosférica. Entretanto, nos métodos ATCOR, ATCOR

sem neblina e DOS, isso não acontece (fig 3a). São sendo ideal para a correção dessa classe

na região do visível. Na faixa do infravermelho próximo, todos os valores aumentam exceto

no método DOS.

O mesmo acontece para as outras classes de vegetação: VDS (fig 3b), EUC (fig 3c),

HER (fig 3d). Sendo que apenas o método S2C conseguiu obter resultados mais elevados na

banda verde do que das outras bandas da região do visível e o método ATCOR com correção

topográfica fez isso apenas para as classes de VDI, EUC e HER.

No infravermelho próximo a maior parte dos métodos eleva os valores dos alvos,

exceto o método DOS. No entanto, a VDS apenas foi corrigida nessa região através do

método ATCOR com correção topográfica, provavelmente por sua localização e estado

sombreado.

Os alvos com componentes de solo: CAM (fig 3e) e AFL (fig 3f), no visível, apenas

os métodos AT e ATN não corrigiram eficientemente as amostras, diminuindo pouco seus

valores, principalmente, na banda do vermelho em que obtiveram valores inclusive maiores

que ToA. No infravermelho próximo todos os métodos conseguiram elevar os valores,

consideravelmente, exceto o método DOS que mais uma vez se mostrou ineficiente na região

do infravermelho, reduzindo os valores de radiação eletromagnética.

Dentre os modelos atmosféricos utilizados neste trabalho, o método S2C apresentou

resultados bem próximos ao esperado. Na região do visível, a correção retirou a interferência

do espalhamento atmosférico, principalmente, na banda azul, que apresentou decréscimo

médio de 75%, enquanto, nas demais bandas do visível, a redução média situou-se na faixa de

43%. No entanto, acentuou o pico na banda 3 verde , comportamento esperado, devido à

atuação da clorofila que absorve a radiação azul e vermelha em maior quantidade do que a

radiação verde.

O método S2C também alcançou resultados esperados para a região do

infravermelho próximo com acréscimo de reflectância na ordem de 15%. Como nessa região a

atmosfera absorve a radiação eletromagnética, espera-se que o modelo adicione valores para

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

21

corrigir o efeito da atmosfera e, desta forma, os valores de reflectância fiquem mais elevados.

Por isso, esse método elevou a resposta espectral de todos os alvos.

Comparando-se os resultados da aplicação do método AT verifica-se que ATM

aproxima-se aos do S2C. Na faixa do visível, o decréscimo médio é da ordem de 70%,

enquanto, no infravermelho próximo o acréscimo é de ordem de 8%.

É interessante notar, no entanto, que a VDS apresentou redução no Sen2Cor,

enquanto, no ATM houve, o acréscimo, possivelmente em função da correção topográfica.

Desta maneira, é correto afirmar que o método AT possui um eficiente modelo de

transferência radiativa para a região do infravermelho próximo, pois leva em consideração o

efeito de espalhamento da atmosfera.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

22

B2 B3 B4 B8

ToA 800 626 406 2305

S2C 136 269 191 2549

AT 634 213 420 2752

ATN 651 220 142 2752

ATM 183 264 166 2463

DOS 372 373 241 2259

0 0,5

1 1,5

2 2,5

3 3,5

4

Re

fle

ctân

cia

(a) VDI

B2 B3 B4 B8

ToA 723 478 291 598

S2C 21 50 45 431

AT 544 19 281 568

ATN 544 19 12 568

ATM 112 102 54 680

DOS 295 225 126 552

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Re

fle

ctân

cia

(b) VDS

B2 B3 B4 B8

ToA 811 638 418 3296

S2C 145 279 200 3785

AT 644 230 434 4019

ATN 667 237 157 4019

ATM 171 260 166 3479

DOS 383 385 253 3250

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Re

fle

ctân

cia

(c) EUC

B2 B3 B4 B8

ToA 887 770 616 2416

S2C 266 478 460 2683

ATM 290 464 421 2735

AT 755 420 686 2894

ATN 773 425 406 2894

DOS 459 517 451 2370

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Re

fle

ctân

cia

(d) HER

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

23

Figuras 3 : Curvas espectrais dos alvos: vegetação densa e iluminada (a - VDI) floresta exposta a luz solar, vegetação densa e sombreada (b -

VDS) - floresta na sombra, eucaliptal (c - EUC)- plantio de eucalipto, vegetação herbácea (d - HER) - arbustos, campo (e - CAM) - pasto, e

afloramento rochoso (f - AFL)

B2 B3 B4 B8

ToA 1037 1023 1022 2560

S2C 505 860 991 2861

AT 970 772 1192 3078

ATN 985 777 914 3078

ATM 446 727 816 2613

DOS 609 770 857 2514

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Re

fle

ctân

cia

(e) CAM

B2 B3 B4 B8

ToA 914 840 726 2247

S2C 327 600 616 2484

AT 805 522 821 2676

ATN 810 523 541 2676

ATM 350 552 534 2378

DOS 486 587 561 2201

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Re

fle

ctân

cia

(f) AFL

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

24

4.2 ANÁLISE DA CURVA ESPECTRAL POR MÉTODOS

Os resultados das classes obtidas serão analisados com base nos valores de ToA. Os

alvos com maior componente de vegetação (VDI, VDS, EUC e HER) possuem

comportamento espectral similar, ou seja, menor reflectância na região do visível com pico no

verde e maior no infravermelho próximo. As classes de EUC e de VDI apresentam maior

similaridade de comportamento, porém no infravermelho, eles se destacam devido ao elevado

valor.

A vegetação herbácea apresenta elevado valor no visível devido ao aumento do

componente solo, em relação à vegetação. Já a vegetação sombreada apresenta os menores

valores nas duas regiões do espectro, provavelmente, devido a sua localização no relevo

inclinado e estado sombreado.

Os alvos com maior influência do componente solo: AFL e CAM possuem maiores

valores de refletância na região do visível. Sendo o AFL menor também no infravermelho.

Porém não é menor que a VDI, que no método ATM, acrescentou mais valor que S2C,

considerando a topografia.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

25

Figuras 4: Curvas espectrais das imagens de acordo com modelos atmosféricos: Sentinel 2

Atmospheric Correction (a - S2C) e Atmospheric Correction com correção topográfica (b -

ATM).

B2 - Azul B3 - Verde B4 - Vermelho B8 - IVP

VDI 136 269 191 2549

VDS 21 50 45 431

EUC 145 279 200 3785

HER 266 478 460 2683

CAM 505 860 991 2861

AFL 327 600 616 2484

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Re

fle

ctân

ica

B2 - Azul B3 - Verde B4 - Vermelho B8 - IVP

VDI 183 264 166 2463

VDS 112 102 54 680

EUC 171 260 166 3479

HER 290 464 421 2735

CAM 446 727 816 2613

AFL 350 552 534 2378

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Re

fle

ctân

cia

(a)

S2C

(b)

ATM

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

26

6 CONCLUSÃO

Este estudo analisou, nas imagens do satélite Sentinel-2, os resultados da correção

atmosférica de cinco métodos distintos S2C, DOS, AT, ATN e ATM. Eles foram comparados

com dados de refletância de ToA das imagens originais.

O método DOS não reduziu o espalhamento nas bandas do visível, conforme

realizado pelos outros métodos, além de ter reduzido o valor da reflectância no infravermelho,

o que é incorreto, pois é a faixa de absorção da atmosfera. Os resultados do TN foram

semelhantes ao método AT, não correspondendo ao esperado.

Dentro os métodos testados, o S2C e ATM foram aqueles que atingiram o resultado

esperado. No entanto, o segundo apresentou melhor desempenho na correção da absorção na

banda do infravermelho da vegetação sombreada, sendo o único entre as técnicas testadas que

acrescentou valor de reflectância, provavelmente, devido à correção considerando a

topografia.

Verificando, assim, a importância da correção topográfica em conjunto com a

correção atmosférica, recomenda-se avaliar a aplicação da técnica S2C utilizando o modelo

digital de elevação, pois este algoritmo pode ser a melhor alternativa, considerando ser um

aplicativo gratuito.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

27

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Rafael Vilela Justino de; et al. Comparação dos Métodos de Correção

Atmosférica: ”6S” e “DOS” processadas em dados do sensor TM/Landsat 5 e

correspondentes a região de ocorrência da turfeira Pd-F.. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR, 17., 2015, João Pessoa. Anais XVII Simpósio

Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR. São José dos Campos: Inpe, 2015. p. 6861

- 6866. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/sbsr2015/files/p1503.pdf>. Acesso em: 02

set. 2018.

DLR GERMAN AEROSPACE CENTER (Alemanha). R. Richter. ATCOR: Atmospheric and

Topographic Correction. 2004. Disponível em:

<http://www.dlr.de/eoc/Portaldata/36/Resources/dokumente/technologie/atcor_flyer_march20

04.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2018.

ESA. Agencia Espacial Europeia. Disponível em: <https://earth.esa.int/web/sentinel/home>

Acesso em julho 2017.

ESA (France). Products and Algorithms. 2017. Disponível em:

<https://earth.esa.int/web/sentinel/technical-guides/sentinel-2-msi/msi-instrument>. Acesso:

06 jul. 2018.

GONÇALVES, J. T.; FRANCISCO, C. N. Comparação entre os métodos de correção

atmosférica MODTRAN e DOS em imagens do RapidEye. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO, 18, 2017, Santos. Anais SBSR. São José dos Campos: INPE,

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

28

2017. p. 2307 - 2314. Disponível em: <http://urlib.net/8JMKD3MGP6W34M/3PSLQC5>.

Acesso em: 28 jun. 2018.

INEA. O estado do ambiente.2010. Disponível em:

<http://www.inea.rj.gov.br/cs/groups/public/documents/document/zwew/mde1/~edisp/inea00

15448.pdf> Acesso em: 06 jul. 2018.

Jensen, J.R. Sensoriamento remoto do ambiente: uma perspectiva em recursos terrestres.

São José dos Campos: Parêntese, 2009.

LORENZZETTI, João Antônio. Princípios físicos de sensoriamento remoto. São Paulo:

Bluvher, 2015. 293 p.

Novo, E. M. L. M. Sensoriamento remoto: princípios e aplicações. São Paulo: Blucher,

2010.

NOVA FRIBURGO. PREFEITURA. A Cidade. 2014. Disponível em:

<http://novafriburgo.rj.gov.br/atendimento-ao-cidadao/nova-friburgo/>. Acesso em: 06 jul.

2018.

Ponzoni; F.J.; Shimabukuro, Y.E. Sensoriamento Remoto no Estudo da Vegetação. São

José dos Campos: Parêntese, 2010.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

29

SATELLITE IMAGING COORPORATION (Houston). Atmospheric & Topographic

Correction (ATCOR). 2017. Disponível em:

<https://www.satimagingcorp.com/services/atcor/>. Acesso em: 19 jul. 2018.

SANTOS, Talita Calaça Costa dos et al. COMPARAÇÃO DE MODELOS DE CORREÇÃO

ATMOSFÉRICA PARA IMAGEM WORLDVIEW-2. Revista Brasileira de Cartografia, Rio

de Janeiro, v. 2, n. 69, p.229-240, 2017. Disponível em:

<https://www.researchgate.net/publication/321792950_COMPARACAO_DE_MODELOS_D

E_CORRECAO_ATMOSFERICA_PARA_IMAGEM_WORLDVIEW-

2_Comparison_of_Atmospheric_Correction_Models_for_Worldview-2_Image>. Acesso em:

02 set. 2018.

SILVEIRA, Jéssica Layna Costa; MARTINS, Jéssica Silva; CRUZ, Carla Bernadete

Madureira. Análise comparativa da correção atmosférica de imagem OLI landsat 8 dos

métodos ATCOR e DOS. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO

- SBSR, 18., 2017, Santos. Anais do XVIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto -

SBSR. São José dos Campos: Inpe, 2017. p. 2600 - 2007. Disponível em:

<https://proceedings.galoa.com.br/sbsr/trabalhos/analise-comparativa-da-correcao-

atmosferica-de-imagem-oli-landsat-8-dos-metodos-atcor-e-dos?lang=pt-br>. Acesso em: 02

set. 2018.

SOARES, Fernanda Silva et al. Análise comparativa da correção atmosférica de imagem do

Landsat 8: o uso do 6S e do ATCOR2. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE

SENSORIAMENTO REMOTO - SBSR, 17., 2015, João Pessoa. Anais XVII Simpósio

Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR. São José dos Campos: Inpe, 2015. p. 1821 -

1828. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/sbsr2015/files/p0358.pdf>. Acesso em: 02 set.

2018.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE … · Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Geografia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Geografia

30

USGS (EUA). Earth Explorer. 2018. Disponível em: <https://earthexplorer.usgs.gov/>.

Acesso em: 19 jul. 2018.

WILM, Uwe Mueller; DEVIGNOT; PESSIOT. Sen2Cor ConfigurationandUser

Manual. 2018. Disponível em: <http://step.esa.int/main/third-party-plugins-2/sen2cor/>.

Acesso em: 06 jul. 2018.