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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO ANDRESSA AMORIM DAÁS LETICIA DE AZEVEDO ABREU A INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO DAS VAZÕES DE CH 4 E H 2 E DE TEMPOS REACIONAIS NA PRODUÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO UTILIZANDO CATALISADORES DE COBALTO E MOLIBDÊNIO SUPORTADOS EM ÓXIDO DE MAGNÉSIO Niterói 2/2017

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Andressa... · 2020-05-27 · conseguia e por outras milhares de coisas que eu e você sabemos que fez por mim. A minha querida irmã,

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

ANDRESSA AMORIM DAÁS

LETICIA DE AZEVEDO ABREU

A INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO DAS VAZÕES DE CH4 E H2 E DE TEMPOS REACIONAIS NA PRODUÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO UTILIZANDO CATALISADORES DE COBALTO E

MOLIBDÊNIO SUPORTADOS EM ÓXIDO DE MAGNÉSIO

Niterói 2/2017

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ANDRESSA AMORIM DAÁS LETICIA DE AZEVEDO ABREU

A INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO DAS VAZÕES DE CH4 E H2 E DE TEMPOS REACIONAIS NA PRODUÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO UTILIZANDO CATALISADORES DE COBALTO E

MOLIBDÊNIO SUPORTADOS EM ÓXIDO DE MAGNÉSIO

Projeto Final apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Química, oferecido pelo departamento de Engenharia Química e de Petróleo da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Química.

ORIENTADORES

Profo. Dr. Hugo Alvarenga Oliveira

Me. Laura Margarida de Matos Martins Esteves

Niterói 2/2017

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da

UFF

D111 Daás, Andressa Amorim A influência da variação das vazões de CH4 e H2 e de tempos

reacionais na produção de nanotubos de carbono utilizando catalisadores de cobalto e molibdênio suportados em óxido de

magnésio / Andressa Amorim Daás, Leticia de Azevedo Abreu. – Niterói, RJ : [s.n.], 2017.

79 f.

Projeto Final (Bacharelado em Engenharia Química) – Universidade Federal Fluminense, 2017.

Orientadores: Hugo Alvarenga Oliveira, Laura Margarida de

Matos Martins Esteves.

1. Catálise. 2. Nanotubo de carbono. 3. Metano. I. Abreu, Leticia de Azevedo. II. Título.

CDD 541.395

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Marcio e Ana Paula, por todo amor, incentivo, dedicação,

disponibilidade e paciência ao longo de toda a minha vida, que foram fundamentais para que

eu chegasse até aqui.

Ao meu namorado, Adriano, por todo carinho, amor e paciência durante todo o curso

de graduação e por estar sempre presente em cada decisão na minha vida.

Ao meu tio, Vinícius, que me ajudou em muitos momentos com seus conhecimentos,

tanto no período de ingresso à Universidade, quanto durante todo o curso de graduação.

Aos meus orientadores, Hugo Alvarenga e Laura Esteves, por toda atenção, paciência

e disponibilidade. Agradeço também por todos os conselhos, não só para a elaboração deste

trabalho, mas também para minha vida pessoal e profissional. Obrigada por tudo.

A minha grande amiga Leticia, pelo companheirismo durante todo o curso e na

elaboração deste trabalho. Obrigada por todas as noites em claro ao meu lado, pela paciência e

por todo carinho. Você foi muito importante durante esta etapa da minha vida.

Aos amigos mais antigos, por toda compreensão, carinho, incentivo e paciência

durante o período de graduação. E, aos amigos que fiz durante o curso, obrigada por toda a

ajuda e companheirismo. Agradecimento especial à Anne Zampiér, Juliana Esteves, Vítor

Benigno e Ivi Côgo; foi um prazer enorme conhecer vocês.

Não poderia deixar de agradecer às amigas, Cássia, Leticia, Tamires, Liliane e Juliana;

que conviveram comigo da maneira mais íntima possível, dividindo o mesmo teto. Foi uma

experiência incrível dividir um tempo da minha vida com vocês. A convivência é difícil, mas

a amizade sempre prevaleceu.

Agradeço a UFF pela oportunidade e pela excelência de ensino e aos professores, por

todos os ensinamentos e dedicação, que foram de extrema importância na minha vida.

Andressa Amorim Daás

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me sustentado até aqui, me capacitado e me fortalecido

de tal maneira que eu nunca imaginaria. Por sua misericórdia e infinito amor por mim.

Minha infinita gratidão também ao meu pai, Sérgio Vicente, e a minha mãe,

Margareth, que fizeram o possível e o impossível para me dar suporte, apoio, carinho e muito

amor, não só ao longo da minha formação superior mas durante toda minha vida. Vocês são

meus anjos da guarda aqui na Terra.

Não tenho palavras para agradecer todo o esforço que você meu amor, Gabriel

Gonçalves, fez e faz por mim, para ver minha felicidade. Agradeço por todas as vezes que

você secou minhas lágrimas e que me fez sorrir, por acreditar em mim quando eu mesma não

conseguia e por outras milhares de coisas que eu e você sabemos que fez por mim.

A minha querida irmã, Larissa Azevedo, que sempre esteve ao meu lado, sabendo me

ouvir e me alegrando com sua espontaneidade natural. Sei que és minha melhor amiga, a que

eu posso contar até o fim.

Aos meus familiares que sempre me passaram força. Obrigada por todas as vezes que

demonstraram carinho e orgulho por mim, com certeza isso me fortaleceu.

Não poderia esquecer dos meus amigos de turma que agora são meus amigos da vida,

minhas queridas engenheiras e engenheiros: Ivi Côgo, Vítor Benigno, Igor Ruiz, Juliana

Esteves, Natália Dias e Matheus Millen. Obrigada por passarem tudo isso comigo, juntos

fomos muito mais fortes. Vocês são os melhores!

As minhas “Migs” do 601 ainda não citadas, Cassia Abreu, Liliane Pacheco e minha

irmã Tamires Custódio. Vocês foram a minha segunda família durante todo esse tempo.

Nunca esquecerei nossa cumplicidade e amizade verdadeira. Obrigada!

A minha amiga maravilhosa Andressa Daás, que foi colega de turma, de lar, dupla de

TCC e principalmente uma amiga verdadeira em minha vida!

Aos brilhantes mestres da UFF pelo privilégio de aprender com vocês a base dessa

linda profissão e em especial ao meu orientador Hugo Alvarenga e minha coorientadora Laura

Esteves por toda ajuda, ensinamentos e disponibilidade.

A vitória não seria possível sem cada um de vocês. Essa conquista é nossa! Obrigada!

Leticia de Azevedo Abreu

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RESUMO

Devido ao grande número de aplicações, dadas suas excelentes propriedades,

principalmente mecânicas e eletrônicas, os nanotubos de carbono (NTC) vem sendo bastante

estudados. O aprimoramento das técnicas de produção de nanotubos de carbono através de

métodos catalíticos vem sendo objeto de pesquisa, visando a melhoria da quantidade e da

qualidade dos materiais produzidos. O método de produção de NTC por deposição química de

vapor é um dos mais utilizados para a produção em larga escala, devido a sua praticidade,

além de permitir o controle de parâmetros importantes na produção, como a temperatura e

vazão. Este trabalho teve como principal objetivo estudar como as vazões de CH4 e H2, assim

como o tempo reacional, influenciam na produção de nanotubos de carbono, produzidos

através do método de deposição química de vapor (CVD) de metano com o catalisador

5%Co-10%Mo/MgO. O material produzido em cada teste foi caracterizado por Difração de

Raios-X, Termogravimetria, Espectroscopia Raman, Microscopia eletrônica de varredura e

Microscopia eletrônica de transmissão, e a análise dos resultados permitiu determinar, a

quantidade produzida e a qualidade do material produzido em cada condição experimental.

Com os resultados observou-se a existência de limitação difusional, já que houve maior

produção com o aumento da vazão de metano no sistema. Além disso, também houveram

melhorias na qualidade dos NTC devido a esse aumento da vazão de metano e à fixação da

vazão de hidrogênio, na etapa de ativação do catalisador.

Palavras-chave: Nanotubos de carbono, Deposição química de vapor de metano, vazão de

gases, tempo reacional.

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ABSTRACT

Carbon nanotubes (CNT) have many applications due its excellent properties, mainly

mechanical and electronic. Improvement in CNT production through catalytic methods has

been object of research. The chemical vapor deposition method is one of the most used for

CNT production in large scale due to its easier parameters control in relation to others CNT

production methods. The main objective of this work was to study how the CH4 and H2 flow

rates, as well as the reaction time, influence the CNT production by chemical vapor

deposition of methane. For this study, reaction tests were performed with 5%Co10Mo/MgO

catalyst varying the flow rate of CH4 and H2. The carbon deposits were characterized by

X-Ray Diffraction, Thermogravimetry, Raman Spectroscopy, Scanning Electron Microscopy

and Transmission Electron Microscopy. With the results, there was a diffusional limitation,

since there was a higher production with the increase of the methane flow in the system. In

addition, there were also improvements in the quality of the CNT due to this increase of

methane flow and the fixation of the hydrogen flow, in the step of activating the catalyst.

Keywords: Carbon Nanotubes, Chemical vapor deposition of methane, gas flow, reaction

time.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação de diferentes formas do carbono: a) grafite; b) diamante; c)

fulereno; d) nanotubo de carbono de parede simples; e) nanotubo de carbono de parede

múltipla; f) grafeno (ZARBIN; OLIVEIRA, 2013). ............................................................. 18

Figura 2 - Esquema para estrutura molecular de a) NTCPS e b) NTCPM (FERREIRA, 2009).

............................................................................................................................................ 19

Figura 3 - Estruturas do tipo armchair, quiral e zigzag (SMITH; NAGEL, 2003). ............... 19

Figura 4 - Ilustração esquemática da técnica de descarga de arco (LIMA, 2007). ................ 22

Figura 5 - Ilustração esquemática da técnica de ablação por laser para produção de NTC

(LIMA, 2007). ..................................................................................................................... 23

Figura 6 - Unidade de produção de NTC por CVD em reator horizontal (LIMA, 2007). ...... 24

Figura 7 - Reator vertical de leito fluidizado (adaptado de SZABÓ et al., 2010). ................. 25

Figura 8 - Esquema do mecanismo de crescimento base-growth e tip-growth (adaptado de

MACKENZIE et al., 2010). ................................................................................................. 26

Figura 9 - Difratograma gerado pela análise de um NTCPM sintetizado por CVD usando um

catalisador de Co e Mo (BELIN; EPRON, 2005). ................................................................. 33

Figura 10 - Representação de uma curva termogravimétrica. ............................................... 34

Figura 11 - Modo vibracional referente à Banda G no NTC (TERRONES, 2003 apud LIMA,

2007). .................................................................................................................................. 36

Figura 12 - Espectros Raman típicos de NTCPS (LIMA, 2007). .......................................... 37

Figura 13 - Esquema da unidade utilizada na produção de nanotubos de carbono. ............... 40

Figura 14 - Ilustração do difratômetro Rigaku modelo Miniflex II....................................... 42

Figura 15 - Imagem do analisador térmico diferencial e termogravimétrico Shimadzu modelo

DTG-60H............................................................................................................................. 43

Figura 16 - Resultados de DRX do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de H2 e CH4. ..................................................................................................... 45

Figura 17 - Resultados de termogravimetria do material produzido em cada ensaio de

variação da vazão volumétrica de H2 e CH4. ......................................................................... 47

Figura 18 - Produção de carbono (%) para cada ensaio de variação da vazão volumétrica de

H2 e CH4. ............................................................................................................................. 48

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Figura 19 - Gráfico comparativo das razões das intensidades dos picos encontrados no DRX

em função da produção. ....................................................................................................... 48

Figura 20 - Espectros de Raman do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4 e H2 e o tempo de reação de 1h, com os respectivos ID/IG médios. ........ 49

Figura 21 - Espectros de Raman do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4 e H2 e o tempo de reação de 1h, com bandas de RBM (abaixo dos

500 cm-1)............................................................................................................................. 50

Figura 22 - Imagens de MEV para NTC para as seguintes variações volumétricas:

a) 50 mL/min; b) 75 mL/min; c) 100 mL/min de CH4 e H2. ................................................. 51

Figura 23 - Difratogramas do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de 1h. .. 52

Figura 24 - Resultados de termogravimetria do material produzido em cada ensaio de

variação da vazão volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de

reação de 1h. ........................................................................................................................ 53

Figura 25 - Produção de carbono (%) do material produzido em cada ensaio de variação da

vazão volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de

1h......................................................................................................................................... 54

Figura 26 - Gráfico comparativo de produção de C (%) para os testes com variação da vazão

volumétrica de H2 fixa e variando. ....................................................................................... 55

Figura 27 - Gráfico com razões das intensidades dos picos encontrados no DRX em função

da produção, comparando com o teste feito com vazão de H2. .............................................. 55

Figura 28 - Espectros de Raman do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de 1h,

com os respectivos ID/IG médios. .......................................................................................... 56

Figura 29 - Imagens de MEV para NTC para vazão fixa de H2 a 50 mL/min e tempo

reacional de 1h, com as seguintes variações da vazão volumétrica de CH4: a) 50 ml/min; b) 75

mL/min; c) 100 mL/min; d) 150 mL/min e e) 200 mL/min. .................................................. 57

Figura 30 - Resultados de DRX do material produzido em cada ensaio de variação do tempo

de reação utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de

reação. ................................................................................................................................. 59

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Figura 31 - Resultados de termogravimetria do material produzido em cada ensaio de

variação do tempo de reação utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min

de CH4 na etapa de reação. ................................................................................................... 60

Figura 32 - Produção de carbono (%) do material produzido em cada ensaio de variação do

tempo de reação utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na

etapa de reação. .................................................................................................................... 61

Figura 33 - Ilustração do reator no fim de cada teste catalítico de variação do tempo reacional

utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de reação. . 61

Figura 34 - Gráfico comparativo das razões das intensidades dos picos encontrados no DRX

em função da produção. ....................................................................................................... 62

Figura 35 - Espectros de Raman produzido em cada ensaio de variação do tempo de reação

utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de reação,

com os respectivos ID/IG médios. .......................................................................................... 63

Figura 36 - Imagens de MEV para vazões fixas de CH4 (200 mL/min) e H2 (50 mL/min) para

as seguintes variações no tempo reacional: a) 1h; b) 2h e c) 3h. ............................................ 63

Figura 37 - Imagens de MET dos NTC produzidos para vazão fixa de 50 mL/min de H2 e 1h

de reação com as seguintes variações de vazão volumétrica de CH4: (a) 50 mL/min;

(b) 200 mL/min. ................................................................................................................. 64

Figura 38 - Imagens de MET para vazões volumétricas de 50 mL/min de H2 e 200 mL/min de

CH4 e 1h de reação, mostrando o diâmetro dos NTC produzidos. ......................................... 65

Figura 39 - Comparação entre produção de C(%) e conversão de CH4 (%) para os testes com

variação das vazões de H2 e CH4. ......................................................................................... 69

Figura 40 - Comparação entre produção de C (%) e conversão de CH4 (%) para os testes com

variação da vazão de CH4 e vazão fixa de H2. ...................................................................... 70

Figura 41 - Comparação entre produção de C (%) e conversão de CH4 (%) para os testes com

variação do tempo reacional. ................................................................................................ 70

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Variação de parâmetros na produção de NTC por CVD (Adaptada de Mohammed

et al., 2017) .......................................................................................................................... 32

Tabela 2 - Condições experimentais dos testes catalíticos com o catalisador 5%Co –

10%Mo/MgO. ...................................................................................................................... 41

Tabela 3 - Influência da vazão de CH4 e H2 na razão entre a área do pico de NTC (~26,5º) e o

pico mais intenso do MgO (~42º) para os ensaios com variação da vazão volumétrica de H2 e

CH4 e largura a meia altura dos picos de NTC. ..................................................................... 46

Tabela 4 – Cálculo da perda de massa com dados retirados da análise de TG para os testes

com variação das vazões de CH4 e H2 e 1h de reação. .......................................................... 47

Tabela 5 - Influência da vazão de CH4 na razão entre a área do pico de NTC (~26,5°) e o pico

mais intenso do MgO (~42°) e largura a meia altura para os ensaios de variação da vazão

volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de 1h

comparando com os ensaios anteriores com vazão de H2 variando. ...................................... 52

Tabela 6 – Cálculo da perda de massa com dados retirados da análise de TG para os testes

com variação das vazões de CH4, vazão fixa de H2 e 1h de reação........................................ 54

Tabela 7 - Comparação das razões ID/IG para os testes catalíticos realizados com redução fixa

e variando. ........................................................................................................................... 57

Tabela 8 - Influência do tempo reacional na razão entre a área do pico de NTC (~26,5º) e o

pico mais intenso do MgO (~42º) para os ensaios de variação do tempo de reação utilizando

50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de reação e largura a

meia altura dos picos de NTC............................................................................................... 59

Tabela 9 - Cálculo da perda de massa com dados retirados da análise de TG para os testes

com variação do tempo reacional utilizando vazões fixas de CH4 e H2 e 1h de reação. ......... 60

Tabela 10 - Dados utilizados para o cálculo da conversão. ................................................... 65

Tabela 11 - Cálculos para encontrar a vazão molar de CH4 e a quantidade de produto

formado. .............................................................................................................................. 66

Tabela 12 - Cálculo da conversão de produto formado em relação à quantidade de CH4 na

entrada. ................................................................................................................................ 68

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNT – Carbon Nanotubes

CVD – Deposição química de vapor

DRX – Difração de raios X

JCPDS – Joint Committee on Powder Diffraction Standards

MET – Microscopia eletrônica de transmissão

MEV – Microscopia eletrônica de varredura

MWNT – Multi-walled carbon nanotubes

NTC – Nanotubos de carbono

NTCPS – Nanotubos de carbono de paredes múltiplas

NTCPM – Nanotubos de carbono de paredes simples

NTCPD – Nanotubos de carbono de parede dupla

RBM – Radial Breathing Mode

SWNT – Single-walled carbon nanotubes

TG – Termogravimetria

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................17

2.1. HISTÓRIA DA DESCOBERTA DOS NANOTUBOS DE CARBONO .............................17

2.2. ESTRUTURA DOS NANOTUBOS DE CARBONO.........................................................18

2.3. PROPRIEDADES E APLICAÇÕES DOS NTC ................................................................20

2.4. MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO ...................................22

2.5. DEPOSIÇÃO QUÍMICA DE VAPOR - CVD ...................................................................23

2.6. PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DE NANOTUBOS DE

CARBONO...................................................................................................................................27

2.6.1. Catalisador e Gás precursor de Carbono ................................................................27

2.6.2. Temperatura ............................................................................................................28

2.6.3. Tempo .......................................................................................................................28

2.6.4. Influência da vazão do gás precursor de carbono, do gás diluente e do gás redutor

29

2.7. MÉTODOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS NTC ............................................................32

2.7.1. Difração de Raios – X (DRX) ...................................................................................32

2.7.2. Termogravimetria (TG) ...........................................................................................34

2.7.3. Espectroscopia Raman .............................................................................................35

2.7.4. Microscopia eletrônica de varredura e transmissão (MEV e MET).......................37

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................................................39

3.1. PREPARAÇÃO DOS CATALISADORES ........................................................................39

3.2. PRODUÇÃO DOS NANOTUBOS DE CARBONO (NTC) ...............................................39

3.3. CARACTERIZAÇÃO DOS NANOTUBOS DE CARBONO ............................................41

3.3.1. Difração de Raios X (DRX)......................................................................................42

3.3.2. Termogravimetria (TG) ...........................................................................................42

3.3.3. Espectroscopia Raman .............................................................................................43

3.3.4. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ..........................................................44

3.3.5. Microscopia eletrônica de Transmissão (MET) ......................................................44

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...........................................................................................45

4.1. VARIAÇÃO DAS VAZÕES DE CH4 E H2 (50, 75, 100, 150 E 200 mL/min) PARA 1

HORA DE REAÇÃO ....................................................................................................................45

4.2. VARIAÇÃO DA VAZÃO DE CH4 (50, 75, 100, 150 E 200 mL/min) COM VAZÃO DE H2

FIXA EM 50 ML/MIN E 1 HORA DE REAÇÃO .........................................................................51

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4.3. VARIAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO EM 1, 2 E 3 HORAS UTILIZANDO VAZÃO DE

200 mL/min DE CH4 E 50 mL/min DE H2 ....................................................................................58

4.4. COMPARAÇÕES DE RESULTADOS .............................................................................64

4.4.1. Comparação com imagens de microscopia eletrônica de transmissão (MET) .......64

4.4.2. Comparação entre as influências da variação da vazão e do tempo (melhoria da

produção) .................................................................................................................................65

5. CONCLUSÕES .......................................................................................................................72

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................74

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1. INTRODUÇÃO

Os nanotubos de carbono (NTC) foram descobertos por Iijima (1991), e então

começaram a despertar interesse nos diversos ramos da ciência. Desde então, começou o

empenho pelo aprimoramento das técnicas de produção dos nanotubos, com o objetivo de

aumentar a produção e também de obter materiais com maior pureza e qualidade (LI et al.,

2005). Os NTC têm uma grande variedade de aplicações devido às suas propriedades como,

por exemplo, elevada resistência mecânica, elevada condutividade térmica, flexibilidade e alta

área específica (TERRONES, 2004).

Os nanotubos de carbono são formados por estruturas hexagonais de carbonos com

ligações do tipo sp2. Os NTC são estruturas cilíndricas como se fossem folhas de grafeno

enroladas e na maioria das vezes se distinguem de duas formas: os de paredes simples

(NTCPS) (SWNT, do inglês single-walled carbon nanotubes) e os de paredes múltiplas

(NTCPM) (MWNT, do inglês multi-walled carbon nanotubes), mas também podem ser

encontrados nanotubos de parede dupla (NTCPD) (DANAFAR et al., 2009).

Os três métodos mais utilizados para a produção de nanotubos de carbono são: ablação

a laser, descarga de arco elétrico e deposição química de vapor (CVD) (MUBARAK et al.,

2014). O método de CVD produz NTC pela decomposição de um gás que contém átomos de

carbono na presença de um catalisador metálico, sendo a técnica mais utilizada e promissora

para a produção de NTC em larga escala (SZABÓ et al., 2010; MUBARAK et al., 2014).

Este método é simples e mais econômico em relação aos demais métodos, devido a

possibilidade de controle de parâmetros importantes como temperatura, tempo de síntese, tipo

de catalisador e vazão do hidrocarboneto (SZABÓ et al., 2010).

No processo de CVD geralmente utilizam-se catalisadores suportados em Al2O3, SiO2

ou MgO, com a fase ativa composta, predominantemente, por metais de transição como Co,

Ni ou Fe. Contudo, o uso dos catalisadores bimetálicos (com a adição de Mo ou W) resultam

em uma maior atividade catalítica, gerando maiores produções. Isso ocorre, pois, os metais

utilizados como catalisadores tem uma tendência de aglomeração no suporte em altas

temperaturas e a adição desse outro elemento metálico evita excessos de aglomeração dos

elementos ativos, agindo como estabilizadores (JOURDAIN; BICHARA, 2013; SEAH et al.,

2011). Já em relação ao suporte, o MgO é muitas vezes usado quando se pretende realizar

etapas de purificação para a remoção do suporte, ou de partículas metálicas encapsuladas nos

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nanotubos dado que é de mais fácil solubilização, o que permite máxima remoção do suporte

causando menor dano à estrutura dos nanotubos (FLAHAUT et al., 2000, 2004).

Catalisadores de Co e Mo suportados em MgO são catalisadores ativos para a

produção de NTC através da reação de CVD (TANG et al., 2001). Smarzaro (2015) estudou

catalisadores de Co e Mo suportados em MgO com razões mássicas de 5:10:85 e 5:20:75 para

Co:Mo:MgO, e a preparação se deu por dois métodos distintos, por impregnação seca ou pelo

método sol-gel. Verificou-se que o catalisador 5%Co-10%Mo/MgO preparado por

impregnação seca foi o catalisador mais ativo uma vez que permitiu obter uma produção de

carbono maior. Neste trabalho, o catalisador foi reduzido com H2 (150 mL/min) desde a

temperatura ambiente até 500 °C, a temperatura foi elevada até 800 °C com N2 (150 mL/min)

e nesta temperatura o CH4 foi admitido ao reator por 30 min. Nestas condições uma produção

de 81% de carbono foi obtida, porém não foi testado como variações em alguns parâmetros

reacionais influenciariam nessa produção.

Desta forma, o objetivo deste trabalho é estudar a produção de NTC através do método

CVD de metano usando o catalisador de cobalto e molibdênio suportado em óxido de

magnésio (preparado por impregnação seca), com variações nas vazões de H2 e CH4 e

também com variação no tempo de reação a 800 °C. A finalidade dessas variações é a de

tentar obter maiores rendimentos sem comprometer a qualidade do produto final.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. HISTÓRIA DA DESCOBERTA DOS NANOTUBOS DE CARBONO

A primeira menção de técnica de crescimento de filamentos de carbono a partir da fase

gasosa foi em 1889 (HUGHES,1889), e usava como precursor químico, o metano, como

mencionado por Monthioux; Kuznetsov (2006). Essa técnica foi utilizada para a produção de

filamentos condutores refratários que seriam utilizados na lâmpada elétrica de Edison, porém,

na época, não se tinham disponíveis as técnicas de microscopia, com as quais é possível a

visualização dos materiais.

Em 1952, foram publicadas diversas imagens de microscopia eletrônica de

transmissão (MET) por Radushkevich; Lukyanovichv (MONTHIOUX; KUZNETSOV, 2006)

que mostravam estruturas feitas de carbono, tubulares e com um diâmetro ao redor de 50 nm.

A descoberta foi ignorada por cientistas, devido as condições políticas e econômicas da época.

Há a possibilidade de os NTC terem sido produzidos antes mesmo desta data, porém somente

foi possível visualizar nanoestruturas com a invenção do microscópio eletrônico de

transmissão.

Antes mesmo do famoso artigo de Iijima (1991), foram publicados muitos trabalhos

mencionando os NTC. Um exemplo disso, pode ser o artigo de Oberlin et al. (1976), que

mostra imagens de estruturas ocas de carbono com diâmetro na ordem de alguns nanômetros.

Em 1979 houve evidências sobre a estrutura dos NTC. Eles foram descritos como

fibras de carbono e produzidos utilizando um processo de descarga de arco, com eletrodos de

carbono em uma atmosfera de nitrogênio em baixa pressão (ABRAHAMSON et al.,1993).

Depois, em 1987, houve o registro de uma patente nos EUA mostrando a produção de

fibras de carbono com a região externa composta de camadas ordenadas de átomos de

carbono, com diâmetros entre 35 e 70 nm e comprimentos de 102 vezes o diâmetro

(TENNENT, 1987 apud LIMA, 2007).

Mesmo com todos esses estudos, foi somente a partir de 1991 com o artigo de Iijima et

al. que foram iniciadas as diversas pesquisas e artigos científicos que são encontrados

atualmente. Com as descobertas independentes de Bethune et al. (1993) e de Iijima; Ichihashi

(1993) dos NTCPS, além do método de adição de metais de transição ao processo de descarga

de arco, foram aceleradas as pesquisas nesse assunto.

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2.2. ESTRUTURA DOS NANOTUBOS DE CARBONO

O átomo de carbono tem a possibilidade de se ligar de diferentes formas, criando

estruturas com propriedades diferentes, como por exemplo, o grafeno, a grafite, o diamante,

os fulerenos e os nanotubos (PARADISE; GOSWAMI, 2007). As estruturas de cada um estão

representadas na Figura 1.

Figura 1 - Representação de diferentes formas do carbono: a) grafite; b) diamante; c) fulereno;

d) nanotubo de carbono de parede simples; e) nanotubo de carbono de parede múltipla;

f) grafeno (ZARBIN; OLIVEIRA, 2013).

Os fulerenos são estruturas esféricas, com átomos de carbono com hibridização sp2 em

arranjos pentagonais e hexagonais. O diamante possui estrutura cristalina com arranjo

tetraédrico contendo átomos de carbono hibridizados sp3. A grafite é composta através da

sobreposição de folhas de grafeno, que é constituído de uma camada plana contendo átomos

de carbono hibridizados sp2 com arranjo hexagonal e os nanotubos são formados por

estruturas hexagonias de carbonos com ligações do tipo sp2 (HENNRICH et al., 2006; SERP

et al., 2003).

Os nanotubos de carbono são estruturas compostas por folhas de grafeno com

estruturas cilíndricas, ou seja, com folhas de grafeno enroladas, fechada ou não em sua

extremidade e apresenta diâmetro de alguns nanômetros com comprimento na ordem de

micrômetros até centímetros (FERREIRA, 2009; SERP et al., 2003).

Os NTC podem ser classificados em duas categorias diferentes, que são os nanotubos

de carbono de parede simples (NTCPS) e os nanotubos de carbono de paredes múltiplas

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(NTCPM) (DANAFAR et al., 2009). Os NTCPS são estruturas com um único tubo, podendo

apresentar diâmetro variando entre 0,4 – 2,5 nm. Já os NTCPM são estruturas compostas por

dois ou mais nanotubos concêntricos, sendo a distância entre eles de 0,34 nm, que é

semelhante a distância entre as camadas de folhas de grafeno na grafite (SERP et al., 2003;

HENNRICH et al., 2006). As estruturas de NTC mencionadas podem ser vistas na Figura 2.

Figura 2 - Esquema para estrutura molecular de a) NTCPS e b) NTCPM (FERREIRA, 2009).

Os NTC podem ser classificados também de acordo com o ângulo com a qual a folha

de grafeno é enrolada sobre seu eixo, podendo ter três denominações: estrutura armchair,

estrutura zigzag ou estrutura quiral (PARADISE; GOSWAMI, 2007), que são apresentadas na

Figura 3.

Figura 3 - Estruturas do tipo armchair, quiral e zigzag (SMITH; NAGEL, 2003).

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A variação de algumas estruturas dos NTC, como diâmetro, número de paredes e

quiralidade, podem acarretar diferenças em suas propriedades eletrônicas. Os NTCPS têm

comportamento de semicondutores, como os tubos tipo zigzag e comportamento metálico,

como os tubos tipo armchair (DRESSELHAUS; ENDO, 2001). Já os NTCPM comportam-se

como uma fibra de carbono, mas devido à complexidade da estrutura há dificuldade em se

entender as propriedades eletrônicas (SERP et al., 2003), isso, pois o enrolamento das

camadas de grafeno pode variar ao longo das diferentes camadas. Um aumento na curvatura

presente nas estruturas dos NTC e a presença de defeitos ou impurezas também podem gerar

mudanças nas propriedades eletrônicas do material (DRESSELHAUS; ENDO, 2001; SERP et

al., 2003).

2.3. PROPRIEDADES E APLICAÇÕES DOS NTC

As propriedades dos NTC possibilitam sua aplicação em diversos materiais e

processos (DE VOLDER et al.). Combinações das características estruturais dos NTC

asseguram que o material tenha boa propriedade adsortiva, mecânica e térmica (ENDO et al.,

2008; SERP et al., 2003). Como exemplos de aplicações pode-se citar: utilização em

materiais de revestimento, armazenamento de energia através do uso em baterias

recarregáveis ou em células a combustível, na microeletrônica, na biomedicina com o uso em

biosensores ou em dispositivos médicos, na purificação de água, no armazenamento de gases

e em catálise podem ser usados como suporte de catalisadores (DE VOLDER et al., 2013;

PARADISE; GOSWAMI, 2007).

A elevada resistência mecânica dos NTC individuais é um dos principais atrativos para

esse material, mas ainda existe dificuldade em passar essas propriedades para objetos

macroscópicos. As fibras macroscópicas que são produzidas durante a síntese dos NTC

possuem a maior tenacidade entre os materiais conhecidos. Algumas das principais linhas de

pesquisa tem sido relacionadas ao uso de NTC como agentes reforçantes em compósitos. Os

NTC foram testados em uma diversidade de matrizes poliméricas, cerâmicas e metálicas em

sua utilização para compósitos (THOSTENSON et al., 2001).

As aplicações para as propriedades eletrônicas dos NTC também são de grande

potencial. Um exemplo pode ser a produção de revestimentos condutores elétricos muito finos

e transparentes (ANDRADE et al., 2007). Esses revestimentos podem ter diversas aplicações,

como: produção de monitores de cristal líquido, sistemas de aquecimento e desembaçamento

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de vidros e na produção de painéis solares. Além disso, os filmes transparentes feitos com

NTC tem a característica de ser bastante flexíveis, o que gera uma vantagem com relação aos

materiais que são atualmente utilizados com este fim (de origem cerâmica e frágeis). O uso de

NTC como eletrodo em supercapacitores, no campo de armazenamento de energia, seria

viável já que o material alia elevada condutividade elétrica com alta área específica (LIMA,

2007).

Para a utilização em armazenamento de gases são utilizadas as propriedades adsortivas

dos NTC. Essa aplicação é viabilizada pois é possível que haja interação entre as superfícies

internas ou externas dos NTC com outras substâncias (SERP et al., 2003). Através de estudos

de adsorção de nitrogênio em NTCPS (ESWARAMOORTHY et al., 1999) e NTCPM

(YANG et al., 2001) observaram que os NTCPS possuem uma natureza microporosa, e que

os NTCPM possuem uma natureza mesoporosa. Com esses estudos observa-se também que a

área específica dos NTCPS é geralmente maior que a dos NTCPM.

As propriedades adsortivas também foram utilizadas em estudos para a utilização dos

NTC em sistemas de purificação de água. As tecnologias de tratamento de água que são

fundamentadas em nanotubos de carbono são as mais favoráveis por causa da sua grande área

específica, grande reatividade química e menor impacto no meio ambiente. Com isso, o

desenvolvimento da pesquisa, assim como os interesses comerciais nos NTC estão crescendo,

no que diz respeito a tratar contaminantes da água. Os NTC tem sido largamente utilizados

como um excelente meio adsorvente para orgânicos, inorgânicos e biológicos poluentes da

água (DAS et al., 2014).

Os nanotubos de carbono são de grande interesse na catálise heterogênea, sendo

utilizados como suporte de catalisadores devido à algumas características como: resistência

aos meios ácidos/básicos, possibilidade de controle da porosidade e da química da superfície.

A estabilidade térmica dos nanotubos de carbono sob condições reacionais é outra

propriedade bastante importante a ser levada em consideração. Os NTC têm maior

estabilidade à oxidação do que o carbono ativado, porém apresentam reatividade maior que a

grafite. Existem dois fatores que podem afetar a temperatura em que ocorre a taxa máxima de

decomposição dos NTC. A presença de metal residual da etapa de síntese que se encontra nos

NTC pode catalisar a sua decomposição e a quantidade de defeitos na sua superfície também

pode afetar a temperatura de decomposição (SERP et al., 2003).

Devido à grande variedade de estruturas, propriedades e aplicações que envolvem os

NTC, existe a necessidade de se desenvolver métodos que possam viabilizar o crescimento

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seletivo do material para atingir estruturas uniformes aliadas a uma alta produção, permitindo

sua aplicação em diferentes áreas (LIU; CHENG, 2013).

2.4. MÉTODOS DE PRODUÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO

Os métodos para obtenção de NTC mais utilizados são os três métodos a seguir

(SHAH; TALI, 2016).

I) Descarga de arco

II) Ablação por laser

III) CVD - Deposição Química de vapor através da decomposição catalítica de um

hidrocarboneto.

A técnica de descarga por arco consiste na geração de um arco elétrico entre dois

eletrodos de grafite sob uma atmosfera inerte de hélio ou argônio, a pressão reduzida. Essa

descarga causa uma elevação da temperatura (> 3000º C), o que leva à vaporização do

carbono do anodo e deposição deste no catodo (MUBARAK et al., 2014). Esse carbono se

deposita na forma de NTC e de outros subprodutos de carbono, como fulerenos, carbono

amorfo e fuligem. Os NTC produzidos por esse método podem ser de parede simples ou de

paredes múltiplas, mas para que haja a formação dos NCPS, os eletrodos devem ser dopados

com uma pequena quantidade de catalisadores metálicos como Fe, Co, Ni, Y ou Mo (SZABÓ

et al., 2010). A Figura 4 apresenta um esquema da unidade de produção de NTC por descarga

de arco.

Figura 4 - Ilustração esquemática da técnica de descarga de arco (LIMA, 2007).

O método de ablação por laser para a síntese de NTC consiste na utilização de um

laser para vaporizar um alvo de grafite dentro de um forno na presença de um fluxo de gás

inerte (THOSTENSON et al., 2001). Esse gás arrasta as espécies de carbono vaporizadas da

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zona de alta temperatura até um coletor cônico de cobre resfriado por água (SZABÓ et al.,

2010). A Figura 5 mostra o esquema da técnica de ablação por laser para produção de NTC.

Figura 5 - Ilustração esquemática da técnica de ablação por laser para produção de NTC

(LIMA, 2007).

Essa técnica foi usada pela primeira vez por Guo et al. (1995) e possibilita a formação

de NTCPS e NTCPM. Entretanto, para que haja a formação de NTCPS também é necessário

que o alvo de grafite seja dopado com catalisadores metálicos como Fe, Co e Ni (SZABÓ et

al., 2010). Alguns trabalhos também mostram que NTCPS podem ser obtidos utilizando-se

gases como monóxido de carbono, benzeno, etileno, metano, entre outros, como fonte de

carbono (SHAH; TALI, 2016). Entretanto, dentre estes gases, o metano é relatado como o

melhor para produzir NTCPS de alta pureza e alta qualidade (KONG et al., 1998).

As técnicas I e II produzem nanotubos de paredes simples de elevada qualidade,

entretanto, a técnica CVD apresenta melhor desempenho no scale-up, ou seja, é mais

adequada para produção de nanotubos em larga escala. Sendo assim, o método mais utilizado

para a produção de NTC é o III, o CVD, visto que neste, além do scale-up ocorrer com maior

facilidade, ele possui alta produtividade (SHAH; TALI, 2016), elevado rendimento e menor

custo de implementação (KUMAR; ANDO, 2010), além de possibilitar um melhor controle

das condições reacionais.

2.5. DEPOSIÇÃO QUÍMICA DE VAPOR - CVD

A técnica de deposição química a vapor consiste na decomposição de hidrocarbonetos

utilizando um catalisador em um reator tubular em uma faixa de temperatura entre

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500 - 1100ºC (SZABÓ et al.,2010). O reator tubular pode ser horizontal, com o catalisador

em um recipiente em seu interior ou vertical, de leito fixo ou fluidizado.

Vários gases podem ser usados nessa técnica como fontes de carbono, sendo os mais

comumente usados por pesquisadores: metano, acetileno, etano, etileno, xileno, benzeno,

monóxido de carbono, isobutano e etanol (SHAH; TALI, 2016).

Entretanto, dentre esses gases, o metano é o gás mais estável a elevadas temperaturas, o

que faz dele uma ótima opção de fonte de carbono para a formação de NTC em relação à

auto-decomposição (SHAH; TALI, 2016). O processo de decomposição catalítica do metano

é feita, normalmente por metais de transição. A decomposição da fonte de carbono é a

primeira etapa da formação de NTC. A reação de decomposição do metano é mostrada

abaixo:

CH4 C + 2H2 (1)

A Figura 6 mostra um esquema de uma unidade de produção de NTC por CVD com o

reator tubular horizontal, onde: A, representa a bomba peristáltica usada para injeção do

líquido precursor; B, o controlador de fluxo; C, o evaporador do líquido precursor; D, o forno

elétrico; E, o substrato para crescimento dos NTC; F, o termopar; G, o tubo de mullita e H, a

janela para observação do crescimento dos NTC (LIMA, 2007). Já a Figura 7 mostra a

imagem com o reator tubular vertical (de leito fluidizado).

Figura 6 - Unidade de produção de NTC por CVD em reator horizontal (LIMA, 2007).

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Figura 7 - Reator vertical de leito fluidizado (adaptado de SZABÓ et al., 2010).

Esses sistemas são constituídos de catalisadores suportados formados por

nanopartículas metálicas, catalisando e agindo como sítios de nucleação para o início do

crescimento dos NTC (KUMAR, 2011). Normalmente, as partículas metálicas que são

utilizadas nesses catalisadores suportados são: níquel, cobalto ou ferro. São observadas

também a aplicação de misturas binárias destas substâncias, visando o aumento da atividade e

seletividade catalítica (JOURDAIN; BICHARA, 2013; SEAH et al., 2011). Os suportes mais

utilizados são materiais como Al2O3, MgO ou SiO2 (WANG et al., 2009). Vale ressaltar que o

uso de catalisadores bimetálicos (com a adição de Mo ou W) resultam em uma maior

atividade catalítica, gerando maiores produções (JOURDAIN; BICHARA, 2013; SEAH et al.,

2011). Esse aumento na produção e seletividade do processo ocorre, pois, o uso desses

catalisadores bimetálicos evita a aglomeração da fase ativa do catalisador, contribuindo

positivamente para sua dispersão (AWADALLAH et al., 2014; JOURDAIN; BICHARA,

2013).

A configuração vertical apresenta vantagens em relação à horizontal. Há limitação

espacial na configuração horizontal uma vez que nesta o catalisador fica restrito ao espaço do

recipiente em que é posto e o NTC tem apenas esse espaço para crescer. Já no reator de

configuração vertical e leito fluidizado, o leito é maior, ele é expandido através da fluidização,

propiciando um espaço maior para o crescimento dos NTC e garantindo um melhor contato

gás/sólido, ou seja, entre o hidrocarboneto e o catalisador (DANAFAR et al., 2009).

Apesar de existirem contradições com relação aos mecanismos que tentam explicar o

crescimento dos NTC, existem algumas considerações gerais que podem ser feitas com base

nesse assunto (KUMAR, 2011).

A fonte de carbono para a produção de nanotubos, normalmente, é um hidrocarboneto

ou CO, sob a forma de vapor, que ao entrar em contato com o catalisador metálico se

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decompõe em carbono e hidrogênio (MACKENZIE et al., 2010). O hidrogênio formado é

liberado no meio, enquanto o carbono produzido é dissolvido na partícula metálica e se

difunde na superfície e no interior da partícula, sofrendo uma precipitação. A saturação ocorre

quando o limite de solubilidade do carbono no metal é atingido e forma-se uma estrutura

cristalina cilíndrica (KUMAR, 2011; MACKENZIE et al., 2010).

O processo de crescimento dos NTC ocorre de acordo com a intensidade da interação

entre as nanopartículas metálicas e o suporte, podendo ser dividido em dois tipos: base-

growth e tip-growth. O mecanismo base-growth ocorre quando a interação entre o metal e o

suporte é forte. O processo ocorre através da difusão e cristalização das partículas de carbono

em um dos lados da partícula metálica. A estrutura que se forma é empurrada para fora da

nanopartícula metálica, e forma assim a rede cilíndrica do NTC. A grande diferença deste tipo

de crescimento está na impossibilidade encontrada pelos NTC formados, durante o processo

de precipitação do carbono, em deslocar a partícula metálica para fora do suporte (KUMAR,

2011).

Normalmente, o mecanismo tip-growth se dá quando a interação entre as

nanopartículas e o suporte é fraca, ocorrendo a partir da difusão descendente das partículas de

carbono através do metal e da sua seguinte precipitação na parte inferior da partícula na forma

de NTC. Com o crescimento da estrutura há o deslocamento da partícula metálica para fora

devido a fraca interação entre ambos. O processo ocorre até que a superfície do metal seja

totalmente coberta pelo carbono, que é o momento em que a atividade do catalisador cessa

(KUMAR, 2011). Na Figura 8 encontram-se esquematizados os mecanismos descritos acima.

Figura 8 - Esquema do mecanismo de crescimento base-growth e tip-growth (adaptado de

MACKENZIE et al., 2010).

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2.6. PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DE NANOTUBOS

DE CARBONO

A produção de NTC por CVD, depende da vazão dos gases envolvidos, da

concentração de hidrocarbonetos nos gases precursores, da temperatura do processo, do tempo

de reação, do tamanho e da disposição das partículas do catalisador além do suporte utilizado

para o catalisador metálico (MUBARAK et al., 2014). Nos tópicos a seguir serão discutidos

alguns destes parâmetros.

2.6.1. Catalisador e Gás precursor de Carbono

Os catalisadores mais eficazes e mais utilizados na produção de NTC são metais de

transição, sendo os mais usados os catalisadores de Fe, Co e Ni pois, tendo em conta os

diagramas de fases desses metais e do carbono, em elevadas temperaturas, o carbono tem uma

finita solubilidade nesses metais, o que leva à formação de soluções metal-carbono,

propiciando o mecanismo de crescimento dos NTC (MUBARAK et al., 2014).

Os catalisadores desempenham um papel importante no controle da estrutura dos

NTC, como no seu diâmetro e no número de paredes. Os NTCPM podem ser obtidos sem a

adição de catalisadores, entretanto, ele é adicionado para reduzir a temperatura de

decomposição do hidrocarboneto utilizado como precursor de carbono. Já os NTCPS,

necessitam do catalisador para favorecer a sua formação. O catalisador proporciona uma

maior eficiência na formação de NTC com menor diâmetro (maior curvatura) como os

NTCPS (SHAH; TALI, 2016).

Os estudos com catalisadores na produção de NTC também foram úteis para maior

compreensão do mecanismo de crescimento dos NTC. Constatou-se que a taxa de crescimento

do NTC depende do tamanho de partícula do catalisador e a taxa de difusão do carbono

através do catalisador. Quanto maiores as partículas de catalisador, menor é a área de contato

efetivo entre ele e o gás que fornece o carbono, em uma mesma quantidade de massa de

catalisador, e a taxa de crescimento de NTC diminui. E por outro lado, notou-se que a taxa de

crescimento dos NTC é diretamente proporcional à taxa de difusão de carbono através do

catalisador. O ideal é que as partículas de catalisador sejam pequenas e bem dispersas para

que o contato com o precursor de carbono seja o mais efetivo possível (MUBARAK et al.,

2014).

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Os precursores de NTC mais utilizados são o metano, etileno, acetileno, benzeno,

xileno e monóxido de carbono. Também houve relatos de produção de NTC a partir da

pirólise do benzeno às 1100 °C e de NTCPM helicoidais claros a 700 ºC a partir de acetileno

(MUBARAK et al., 2014).

2.6.2. Temperatura

A taxa de reação depende da temperatura, portanto, espera-se que a concentração de

cada espécie varie com a temperatura. À baixa temperatura, a decomposição de metano é

desfavorecida, o que ocasiona diminuição na formação de NTC, entretanto, se a temperatura

for muito alta, pode ocorrer deformação do catalisador e sinterização do seu suporte, além de

formação de liga em catalisadores bimetálicos e formação de carbono amorfo pirolítico. Por

outro lado, uma elevação na temperatura pode favorece alguns parâmetros como melhor

cristalização, maior pureza e rendimento (DANAFAR et al., 2009).

Foi relatado também que as nanopartículas catalíticas devem ser mais estáveis a

temperaturas mais baixas, levando a um melhor controle do tamanho e da quiralidade dos

NTC (DANAFAR et al., 2009).

A faixa de temperatura utilizada para a produção de NTC, por CVD, que propicia um

crescimento satisfatório deles, está entre 500 °C e 1100 °C (SZABÓ et al., 2010).

Temperaturas maiores que essa faixa no CVD podem ocasionar produção de formas de

carbono não tubulares (DANAFAR et al., 2009). A temperatura exata pode variar de acordo

com o par do material catalisador e seu suporte. Alguns trabalhos foram realizados utilizando

diferentes suportes e metais catalíticos e observou-se temperaturas preferenciais distintas,

porém todas dentro da faixa mencionada (MUBARAK et al., 2014).

Yeoh et al. (2009), produziu NTC por CVD, em reator horizontal, utilizando o

catalisador de cobalto e molibdênio suportado em óxido de magnésio (Co-Mo/MgO), à

temperatura de 800°C e obteve alto rendimento e alta pureza. Sendo satisfatória a realização

do processo à essa temperatura com este catalisador.

2.6.3. Tempo

A determinação do tempo ideal de operação, no que diz respeito à qualidade e ao

rendimento de um processo, é crucial do ponto de vista econômico para qualquer processo.

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Na reação de CVD, há um tempo ótimo de reação, o qual, se excedido, começa a dificultar o

crescimento dos NTC e a desativação das partículas de catalisador começa a ocorrer

(DANAFAR et al., 2009). O tempo de reação normalmente realizado no CVD é de 60

minutos, entretanto, esse tempo vai depender da quantidade de NTC que se deseja produzir e

das demais condições de processo utilizadas (MUBARAK et al., 2014).

No trabalho de Su et al. (2000), foram feitas corridas em vários tempos diferentes, até

um valor de 6 horas e 30 minutos. O aumento da produção de NTC observado foi mais

intenso até a corrida de 60 minutos, após esse tempo o acréscimo na formação de NTC

também foi notável, porém, a taxa de crescimento desacelerou. A explicação dada para esse

fato é que à medida que os NTC crescem na superfície do catalisador, torna-se mais difícil a

difusão do gás precursor para as partículas de catalisador. Além disso, também foi observada

a formação de carbono amorfo nas corridas de maior tempo, o que também ocasiona

decréscimo na taxa de difusão.

Mohammed et al. (2017), também realizou experimentos de produção de NTC por

CVD em diferentes tempos (45 e 60 minutos) e observou uma tendência de aumento da

produção de NTC em corridas realizadas no maior tempo. Entretanto, em determinadas

condições, a corrida de 45 minutos obteve uma produção maior de NTC do que a de 60

minutos.

Já Ghaharpour et al. (2016) em seu trabalho, realizou corridas de 10, 15, 20 e 30

minutos e também observou um aparente aumento da produção de NTC à medida que elevou

o tempo de produção.

Também foi observado em outros trabalhos que, em um reator de leito fixo, que se o

tempo de residência for pequeno, apenas NTC são formados. Mas à medida que o tempo de

residência aumentou, as concentrações de radicais livres e intermediários na fase gasosa

aumentaram, então eles começaram a se combinar e formar moléculas maiores (DANAFAR

et al., 2009).

2.6.4. Influência da vazão do gás precursor de carbono, do gás diluente e do

gás redutor

O estudo da influência das vazões da fonte de carbono, do gás redutor e do gás

diluente é um campo de grande importância, pois possibilita a melhoria do processo,

ocasionando diminuição do desperdício de matéria prima e custo de produção, além de tornar

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possível trabalhar em elevadas taxas de produção, proporcionando as condições ideais para o

processo.

Gás precursor de carbono

A vazão de alimentação do gás precursor de carbono afeta diretamente a reação de

formação dos NTC. Há um ponto ótimo de vazão para a reação, sendo esse diretamente ligado

à disponibilidade de partículas de catalisador. Se a vazão for muito pequena, não haverá

hidrocarboneto suficiente para reagir com o catalisador, diminuindo a taxa de decomposição.

Por outro lado, se a vazão for elevada, haverá mais carbono no meio e a taxa de decomposição

aumentará. Entretanto, após um ponto crítico, não há mais alteração na taxa de decomposição

ou de produção dos NTC decorrentes do aumento de vazão do gás precursor, pois estas são

controladas pela disponibilidade de partículas de catalisador. Grandes valores de vazão

também podem ocasionar crescimento de estruturas desordenadas (DANAFAR et al., 2009).

Segundo o estudo de Allaedini et al. (2016), em uma produção de NTC por CVD, em

condições fixas de temperatura, catalisador (tipo e massa), e demais parâmetros, variando-se

apenas a vazão de gás precursor (metano), a conversão (em porcentagem) de metano

alimentado em metano reagido (convertido em NTC) aumentou à medida que se elevou a

vazão de alimentação. Observou-se também que em temperaturas maiores, esse efeito foi

mais significativo.

Um ponto também importante a ser estudado é a possibilidade de haver limitação

difusional do gás precursor até os sítios ativos do catalisador. Em processos com reações

catalíticas, como o CVD, o fluxo de gás reagente entra no reator e passa ao redor de cada

partícula de catalisador. A reação ocorre na superfície externa e interna (dentro dos poros) do

catalisador e por isso é necessário que as moléculas de reagentes presentes no gás encontrem a

superfície catalítica e realizem difusão, para então ocorrer a reação. Essa difusão se dá através

do filme de gás estagnado, que fica ao redor de cada partícula de catalisador, e dentro dos

poros do catalisador. Entretanto, deve-se considerar a existência de uma resistência à difusão,

ou seja, a ocorrência de limitação difusional (BARTHOLOMEW; FARRAUTO, 2010).

A resistência à difusão ocasiona uma queda na concentração do reagente, primeiro ao

se difundir pela película de gás e depois através dos poros. Sendo assim, a concentração de

reagente na superfície do grânulo é menor do que a da corrente de bulk do processo, e esta

continua diminuindo ao passo que o gás se difunde ao longo do interior dos poros. Quanto

maior o poro, menor será a concentração na superfície mais interna dele. Sendo assim, quando

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há a limitação difusional, a velocidade da reação é menor do que a esperada, pois a

concentração de reagente que está na superfície do catalisador e em seu interior é menor do

que a da corrente alimentada ao processo (BARTHOLOMEW; FARRAUTO, 2010).

Gás diluente

Um gás diluente e inerte pode ser utilizado para reduzir a formação de carbono amorfo

e diminuir o tempo de contato entre o gás precursor de carbono e o catalisador, além de

manter o reator livre de oxigênio, proporcionando uma atmosfera inerte. A retirada de

oxigênio do meio é importante para evitar a oxidação do carbono. Sendo assim, ele deve ser

um gás inerte, como o argônio, nitrogênio, e hélio, e é alimentado juntamente com o gás

precursor de carbono, o diluindo (DANAFAR et al., 2009).

Mohammed et al. (2017) realizou um estudo sobre a influência de alguns parâmetros

na produção de NTC por CVD, o que incluiu a vazão de gás precursor de carbono e a vazão

de gás diluente. Seus resultados estão na Tabela 1 e mostraram que um aumento da vazão de

gás precursor, eleva a produção de NTC, como já relatado em outros trabalhos. Entretanto,

quanto ao gás diluente, há algumas observações a se fazer. Quando se utilizou uma vazão

menor de gás precursor (150 mL/min de acetileno) e temperatura de 700 °C, ao aumentar a

vazão do gás diluente (Argônio) observou-se uma pequena elevação na produção (%) de

NTC. Porém, quando se repetiu o experimento utilizando-se uma vazão maior de acetileno

(190 mL/min), também à 700 °C, observou-se que a elevação da vazão do gás diluente

ocasionou decréscimo na produção (%) de NTC. Os experimentos foram feitos também com a

temperatura de 750 °C e em dois tempos distintos e nota-se uma tendência de que quanto

maior a vazão do gás precursor, o aumento da vazão de gás diluente pode ocasionar uma

diminuição na produção de NTC.

Gás redutor

O gás redutor normalmente utilizado na produção de NTC por CVD é o hidrogênio.

Ele é alimentado ao reator durante ou antes do início do processo de produção dos nanotubos

e tem a função de reduzir os óxidos de metais do catalisador à forma metálica (forma ativa). A

vazão desse gás, bem como o tempo que ele será alimentado ao sistema, devem ser

controlados, uma vez que, se alimentado em excesso, a partir de uma determinada

temperatura, ele começa a ocasionar sinterização das partículas de catalisador (DANAFAR et

al., 2009). Passando o hidrogênio pelo meio antes da alimentação do gás precursor, possibilita

um melhor controle da sua vazão e efeitos, pois é possível cessar sua alimentação antes que o

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sistema atinja uma temperatura prejudicial ao catalisador. Outra vantagem desse controle é

evitar o desperdício desse gás, que tem um custo elevado.

Tabela 1 - Variação de parâmetros na produção de NTC por CVD (Adaptada de Mohammed

et al., 2017)

Variação de parâmetros reacionais

Corrida Tempo

(min)

Temp

(°C)

Vazão de

Acetileno

(mL/min)

Vazão de

Argônio

(mL/min)

Produção

de NTC

(%)

1 45 700 150 230 102

3 45 700 150 290 120

2 45 700 190 230 156

4 45 700 190 290 142

5 45 750 150 230 62

7 45 750 150 290 24

6 45 750 190 230 72

8 45 750 190 290 36

9 60 700 150 230 112

11 60 700 150 290 126

10 60 700 190 230 170

12 60 700 190 290 134

13 60 750 150 230 42

15 60 750 150 290 56

14 60 750 190 230 50

16 60 750 190 290 38

2.7. MÉTODOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS NTC

Muitas técnicas podem ser utilizadas para a caracterização morfológica e estrutural

dos nanotubos de carbono, bem como para a identificação de suas propriedades (BELIN;

EPRON, 2005). Dentre as principais técnicas ressalta-se: microscopia eletrônica de varredura

(MEV), microscopia eletrônica de transmissão (MET), difração de raios-X (DRX),

espectroscopia Raman e análise termogravimétrica (TG).

2.7.1. Difração de Raios – X (DRX)

A técnica de difração de raios X é usada para obter dados sobre a estrutura cristalina

da amostra e ela consiste na obtenção de uma distribuição de sinais de Raio-X, gerados após a

incidência de um feixe de elétrons na amostra (BELIN; EPRON, 2005).

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Esses sinais são recebidos e processados pelo computador, que os organiza na forma

de difratogramas, possibilitando assim a comparação com os padrões das espécies de

interesse.

No caso dos NTC, devido à sua natureza, as características principais do seu padrão de

difração de raios-X são próximas das da grafite, podendo assim utilizar o padrão de grafite

para comparar com os difratogramas de NTC obtidos. Entretanto, nota-se que, ao tratar-se de

NTC, o pico característico tem um leve deslocamento de 26,5° para 26° em 2θ, comparado ao

difratograma do grafite. A Figura 9 mostra o resultado de uma análise de DRX para NTCPM,

onde está presente um pico de grafite (002), e também observa-se uma família de picos, que

caracteriza uma rede de “emaranhados” de uma única folha de grafeno (BELIN; EPRON,

2005).

Figura 9 - Difratograma gerado pela análise de um NTCPM sintetizado por CVD usando um

catalisador de Co e Mo (BELIN; EPRON, 2005).

Devido a essa semelhança com o grafite, os difratogramas de NTC não são muito úteis

para diferenciar os detalhes microestruturais entre essas duas estruturas. Entretanto, essa

análise é de grande ajuda para a determinação de pureza, mostrando se há presença de

catalisador, grupos funcionais, ou outras espécies, analisando os picos decorrentes da análise

(BELIN; EPRON, 2005).

A assimetria no pico de grafite é um indicador da presença de diferentes espécies

cristalinas e, geralmente, há pelo menos duas espécies em uma amostra, que são as partículas

de grafite puras, em forma de uma pilha de folhas de grafeno, e as estruturas grafíticas que

constituem os NTC. No entanto, outras variáveis que também alteram a intensidade e a

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largura dos picos referentes aos NTC, como o número de camadas, as variações do

espaçamento entre camadas, às distorções de rede (RENZIK et al., 1995), a orientação e a

distribuição do diâmetro interno dos NTC (BELIN; EPRON, 2005).

2.7.2. Termogravimetria (TG)

A técnica de termogravimetria permite medir continuamente a massa de um material

enquanto ele é submetido a uma programação controlada de temperatura (CARVALHO

FILHO, 2000; IONASHIRO, GIOLITO, 1980). Geralmente, a medição é feita no ar, em

presença de oxigênio diluído em gás inerte ou em atmosfera inerte, como o Hélio ou o

Argônio, sendo o peso registrado como função da temperatura (LIU; CHENG, 2013). O

registro obtido é a curva termogravimétrica ou a curva de TG, representada na Figura 10. A

curva de TG fornece graficamente degraus que correspondem às mudanças de massa em

função da temperatura ou do tempo (ITKIS et al., 2005). Ti é a temperatura inicial, na qual a

variação de massa alcança uma grandeza em que a termobalança é capaz de detectar e Tf é a

temperatura final, onde a variação de massa atinge o seu valor máximo, que corresponde a

reação completa ou mudança de fase (CARVALHO FILHO, 2000; IONASHIRO, GIOLITO,

1980).

Figura 10 - Representação de uma curva termogravimétrica.

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Para a caracterização dos nanotubos de carbono, é importante a utilização da técnica

de termogravimetria, pois com ela determina-se a perda de massa de carbono na amostra

analisada e assim pode-se calcular a produção de carbono com relação à massa de catalisador

utilizada, como mostrado por Yeoh (2009). A equação utilizada para o cálculo é a seguinte:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶 (%) =(𝑀𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙−𝑀𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟)∗100

𝑀𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 (2)

A termogravimetria é uma das técnicas termoanalíticas mais utilizadas, permitindo a

obtenção de conclusões sobre a estabilidade térmica da amostra, sobre a composição, a

estabilidade de compostos intermediários e também sobre a composição do resíduo. É uma

técnica essencialmente quantitativa, já que a variação da massa pode ser determinada de

maneira exata (LACERDA, 2006).

2.7.3. Espectroscopia Raman

A Espectroscopia Raman permite a análise das características vibracionais das

moléculas. A técnica consiste na incidência de um laser na amostra e o espalhamento desse

laser nas moléculas, sendo que parte dela se espalha em comprimentos de onda pouco

diferentes daqueles dos fótons incidentes. Esse processo pode ocorrer devido a mudanças na

energia vibracional, eletrônica ou rotacional da molécula e é chamado de Efeito Raman. No

caso da caracterização de NTC, apenas os fenômenos de espalhamentos referentes aos modos

vibracionais das moléculas são estudados (LIMA, 2007).

A caracterização de uma amostra por meio dessa técnica se dá através da identificação

de quatro bandas principais do espectro: Radial Breathing Mode (RBM), Banda G, Banda D e

Banda G´ (também conhecida como 2D) (DRESSELHAUS et al., 2010).

Radial Breathing Mode (RBM): localiza-se na região do espectro entre 120 e 250 cm-1, e

corresponde à expansão e contração dos átomos de carbono do NTC na direção radial.

Essa técnica é útil no cálculo aproximado do diâmetro do NTCPS (JORIO et al., 2003).

Entretanto, o cálculo só é possível caso o diâmetro seja menor que 2 nm, se este for maior,

ocorre a atenuação do sinal, devido a necessidade de uma força maior para que haja a

deformação da estrutura, dificultando a detecção (ABE, 2014).

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Banda G: Esse sinal tem seu pico localizado em aproximadamente 1580 cm-1, é

característico do carbono sp2 e se refere à vibração planar da ligação entre dois átomos de

carbono (JORIO et al., 2003). A Figura 11 ilustra o modo vibracional referente à

Banda G.

Figura 11 - Modo vibracional referente à Banda G no NTC (TERRONES, 2003 apud LIMA,

2007).

Essa banda sofre alterações quando o material analisado sofre alterações mecânicas,

como por exemplo quando uma força externa provoca deformações nessa estrutura. No caso

dos NTC, as curvaturas da estrutura e a interação entre as paredes, no caso do NTCPM, geram

uma série de picos nessa banda (DRESSELHAUS et al., 2010).

Os picos G- mostram informações do diâmetro do NTCPS pois são referentes aos

deslocamentos atômicos ao longo da circunferência dele, já os picos G+, dependem do

comprimento do NTC pois são decorrentes das vibrações atômicas nessa direção. A junção

desses picos dá o formato da banda G, e através deste é possível determinar a característica

elétrica do NTC. Assim, ele é considerado semicondutor caso se apresente em uma curva

lorentziana, e metálico, caso a banda G- apresente uma faixa larga (JORIO et al., 2003).

Banda D: Localiza-se normalmente em torno de 1450 cm-1 e é o sinal que indica a

desordem no NTC (JORIO et al., 2003). Ele aparece devido à porosidade, impurezas,

defeitos ou às interações entre as camadas no caso de formação de nanotubos de paredes

múltiplas (SAITO et al., 2011).

Banda G´ ou 2D: Está situada entre 2500 e 2800 cm-1 e também é uma banda

característica de todos os materiais de carbono com ligações do tipo sp2 (DRESSELHAUS

et al., 2010).

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Através da relação entre as intensidades das bandas D e G pode-se obter informações

da estrutura e qualidade do material, que estão relacionadas ao grau de cristalinidade do

carbono ou à presença de defeitos ou desordem nas ligações químicas presentes

(DRESSELHAUS et al., 2010). Quanto menor o valor da relação entre as bandas D e G

(D/G), mais cristalino é o material, apresentando menos defeitos. Para o caso dos nanotubos

de carbono, possibilita também diferenciar a formação de estruturas de paredes simples e

múltiplas (SAITO et al., 2011). A Figura 12 apresenta o espectro de Raman típico de NTCPS.

Os NTCPS apresentam uma grande diferença de intensidade entre os picos das bandas D e G

e também a presença do RBM, já os NTCPM apresentam bandas com intensidades mais

próximas, porém também há diferença entre elas (LIMA, 2007).

Figura 12 - Espectros Raman típicos de NTCPS (LIMA, 2007).

2.7.4. Microscopia eletrônica de varredura e transmissão (MEV e MET)

As microscopias eletrônicas de varredura e de transmissão são, de certa forma,

complementares na determinação de informações morfológicas e estruturais gerais dos NTC

(ITKIS et al., 2005). A técnica MEV gera imagens úteis para o estudo da morfologia dos

NTC. Já as imagens geradas pela técnica MET, possibilitam uma análise mais criteriosa dos

NTC como a identificação da forma filamentar de carbono, obtenção das medidas do diâmetro

interno e externo dos NTC, assim como o número de camadas que o NTC possui e o

espaçamento entre elas. Pode-se dizer que o MET é uma das mais completas técnicas de

caracterização de NTC (OLIVEIRA, 2009).

Apesar de as análises feitas por microscopias eletrônicas serem muito eficientes, elas

apresentam algumas limitações de natureza amostral. Por exemplo, em uma imagem de MEV,

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de uma análise de NTC, a massa da amostra visualizada é da ordem de 10-12 g (ITKIS et al.,

2005) e em imagens do MET, essa massa pode ser várias ordens de grandeza menor. Com

essa limitação, corre-se o risco de a análise não fornecer uma imagem representativa da

amostra, sendo assim necessário fazer várias leituras da mesma até que se tenha um resultado

mais confiável (ABE, 2014).

A MEV é uma técnica que consiste na aceleração de um feixe de elétrons em direção à

superfície da amostra analisada. Este feixe é gerado e acelerado aplicando-se uma diferença

de potencial entre um cátodo, que é alimentado por uma fonte de alta tensão (entre 0,1 e

30 kV), e um ânodo. O feixe de elétrons percorre uma coluna mantida a pressões na ordem de

10-6 Torr até chegar ao detector e posteriormente gerar as imagens (ABE, 2014).

Na técnica de MET um feixe de elétrons atravessa uma amostra fina e os feixes

transmitido e difratado são detectados. Se apenas o feixe transmitido contribuir na formação

da imagem, esta imagem é chamada de campo claro. De outra forma, se somente os feixes

difratados contribuem na formação da imagem, esta é chamada de campo escuro

(NAVARRO, 2013). À medida que o elétron passa através da amostra, pode-se observar a

estrutura interna dos NTC para diferenciar entre NTCPS e NTCPM e o diâmetro também

pode ser medido a partir dessas imagens (LIU; CHENG, 2013).

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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Através dos estudos realizados, optou-se pela utilização do catalisador 5%Co-

10%Mo/MgO, por ter sido testado e apresentado melhores resultados para a produção de NTC

no estudo realizado por Smarzaro (2015). Em base nos estudos de Smarzaro (2015) também

se arbitrou a temperatura de 800 ºC para a realização da reação.

3.1. PREPARAÇÃO DOS CATALISADORES

O catalisador utilizado para a preparação dos nanotubos de carbono foi o de cobalto e

molibdênio suportado em óxido de magnésio (Co-Mo/MgO), já previamente preparado no

Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise (RECAT) da UFF. O catalisador foi preparado

pelo método de impregnação seca, utilizando quantidades adequadas dos sais precursores

(Co(NO3)2.6H2O, VETEC) e ((NH4)6Mo7O24.4H2O, Sigma Aldrich) para obtenção de um

catalisador com as seguintes razões mássicas de 5:10:85 de Co:Mo:MgO. Antes da

impregnação o MgO (Merck) foi calcinado a 550 ºC com uma taxa de aquecimento de

5 ºC/min, por 2h. Depois da impregnação, realizou-se uma secagem, a 150 ºC, por 12 h e por

fim calcinou-se o catalisador nas mesmas condições do suporte (SMARZARO, 2015).

3.2. PRODUÇÃO DOS NANOTUBOS DE CARBONO (NTC)

O método utilizado para a produção de nanotubos de carbono foi o de deposição

química de vapor (CVD) de metano. Para essa preparação usou-se um reator de leito

fluidizado com um diâmetro interno de 27 mm e comprimento de 85,5 cm, com um leito de

fluidização de 17 cm de comprimento. Um esquema da unidade utilizada para a produção de

nanotubos de carbono está apresentado na Figura 13.

Para cada teste catalítico, utilizou-se a massa de 1g de catalisador.

Para o trabalho em questão, os NTC foram produzidos da mesma forma, variando

apenas os parâmetros de estudo que são a vazão volumétrica de CH4, a vazão volumétrica de

H2 e o tempo de reação.

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Figura 13 - Esquema da unidade utilizada na produção de nanotubos de carbono.

O processo de produção dos NTC foi iniciado utilizando diferentes vazões

volumétricas de H2, sob aquecimento desde a temperatura ambiente até 500°C. Atingida essa

temperatura, trocou-se o H2 por N2 mantendo-se a mesma vazão até que a temperatura de

800°C fosse alcançada. Uma vez a 800°C, inicia-se de fato a produção dos nanotubos de

carbono, trocando-se o N2 por CH4 com a mesma vazão utilizada anteriormente. A

permanência com vazão de CH4 teve duração de uma hora com a temperatura estabilizada em

800 °C. Após o tempo de produção, cessou-se o aquecimento e a unidade passou a ser

resfriada com gás N2. As vazões de CH4, H2 e N2 utilizadas foram: 50, 75, 100, 150 e 200

mL/min.

A vazão de todos os gases citados anteriormente foi monitorada e controlada

constantemente para garantir sua estabilidade

Para variar somente a vazão de CH4, o mesmo procedimento foi adotado, porém fixou-

se a vazão de H2 em 50 mL/min. A vazão de N2 utilizada foi a mesma do CH4 e o tempo de

reação foi também de uma hora. As vazões volumétricas de CH4 utilizadas foram 50, 75, 100,

150 e 200 mL/min. Esse estudo foi realizado com o objetivo de verificar se a vazão de H2

influenciaria na tendência apresentada no tópico anterior. Isso porque a utilização de uma

menor quantidade de H2, gerando os mesmos resultados, acarretaria em um menor custo de

produção.

Da mesma forma, para estudo da variação do tempo, o procedimento adotado para a

produção dos NTC foi o mencionado anteriormente. Nesse caso utilizaram-se vazões

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volumétricas fixas de H2 e de CH4, de 50 mL/min e 200 mL/min, respectivamente, variando o

tempo de reação em 1, 2 e 3 horas. Vale ressaltar que a vazão de N2 utilizada para aquecer o

reator da temperatura de redução até a temperatura de reação foi igual à vazão de CH4.

A Tabela 2 apresenta um resumo de todos os testes catalíticos realizados.

Tabela 2 - Condições experimentais dos testes catalíticos com o catalisador 5%Co –

10%Mo/MgO.

Teste Catalítico Vazão (ml/min) Tempo

reacional (h) H2 N2 CH4

NTC_50CH4_50H2_1h 50 50 50 1

NTC_75CH4_75H2_1h 75 75 75 1

NTC_100CH4_100H2_1h 100 100 100 1

NTC_150CH4_150H2_1h 150 150 150 1

NTC_200CH4_200H2_1h 200 200 200 1

NTC_75CH4_50H2_1h 50 75 75 1

NTC_100CH4_50H2_1h 50 100 100 1

NTC_150CH4_50H2_1h 50 150 150 1

NTC_200CH4_50H2_1h 50 200 200 1

NTC_200CH4_50H2_2h 50 200 200 2

NTC_200CH4_50H2_3h 50 200 200 3

3.3. CARACTERIZAÇÃO DOS NANOTUBOS DE CARBONO

A caracterização dos nanotubos de carbono produzidos foi realizada por cinco técnicas

distintas: Difração de raios X, Termogravimetria, Espectroscopia Raman, Microscopia

Eletrônica de Transmissão e Microscopia Eletrônica de Varredura. As caracterizações através

de DRX e TG foram realizadas no Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise (RECAT) da

UFF; a Espectroscopia Raman no Laboratório de Filmes Finos situados no Instituto de Física

da UFF e as caracterizações de MEV e MET foram realizadas no LAMAR/CAIPE no

Instituto de Física da UFF.

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3.3.1. Difração de Raios X (DRX)

As análises de DRX dos nanotubos de carbono foram realizadas em um difratômetro

Rigaku modelo Miniflex II, com radiação monocromática CuKα (λ = 1,540 Å) com o ângulo

do difratograma (2θ) variando de 10° a 100°, com passo de 0,02° e tempo de contagem de 1

segundo. Os difratogramas obtidos foram comparados com os dados de referência fornecidos

pelo Joint Committee on Powder Diffraction Standards (JCPDS) e com os dados disponíveis

na literatura, sendo possível através desta análise observar as estruturas cristalinas presentes

em cada amostra. Uma imagem do aparelho utilizado encontra-se na Figura 14.

Figura 14 - Ilustração do difratômetro Rigaku modelo Miniflex II.

3.3.2. Termogravimetria (TG)

As análises de TG foram realizadas em um analisador térmico diferencial e

termogravimétrico Shimadzu modelo DTG-60H, representado na Figura 15, usando uma

atmosfera de 5% O2/He, a uma vazão volumétrica de 30 mL/min, sendo aquecido desde a

temperatura ambiente até 1000°C, com uma taxa de aquecimento de 10 °C/min.

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43

Figura 15 - Imagem do analisador térmico diferencial e termogravimétrico Shimadzu modelo

DTG-60H.

Calculou-se a produção de carbono através dos dados fornecidos por essa análise,

utilizando a Equação 3:

𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶 (%) =(𝑀𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑀𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 ) ∗ 100

𝑀𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑠𝑎𝑑𝑜𝑟 (3)

Sendo MTotal a massa de amostra após a reação de produção de nanotubos de carbono e

MCatalisador, a massa do catalisador após a oxidação dos depósitos de carbono.

3.3.3. Espectroscopia Raman

As análises de espectroscopia de Raman foram efetuadas em microscópio confocal

Raman Witec, modelo Alpha 300, utilizando uma lente objetiva de 50x e um laser de 532 nm.

As amostras foram preparadas em lamelas de vidro e foram coletados 15 pontos diferentes em

cada amostra.

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44

3.3.4. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

As análises de MEV foram realizadas em um microscópio eletrônico de varredura

JEOL JSM-7100F. As amostras em pó foram colocadas no porta amostras do equipamento

utilizando uma fita de carbono.

3.3.5. Microscopia eletrônica de Transmissão (MET)

As imagens de MET foram obtidas em um microscópio JEOL JEM-101. As amostras

para a técnica de MET foram previamente sonicadas em álcool isopropílico por 15 min e

depois 2 gotas foram pingadas sobre grades de cobre com filme de carbono de 300 Mesh.

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45

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. VARIAÇÃO DAS VAZÕES DE CH4 E H2 (50, 75, 100, 150 E 200 mL/min)

PARA 1 HORA DE REAÇÃO

A técnica de DRX foi realizada para determinar as estruturas cristalinas dos NTC

produzidos. Os resultados de DRX dos materiais obtidos, variando as vazões de CH4 e H2,

estão apresentados na Figura 16, juntamente com as fichas padrão do grafite (JCPDS 75-

2078), do MgO (JCPDS 45-0946) e do Mo2C (JCPDS 35-0787). As principais características

do padrão de difração dos nanotubos de carbono são muito próximas às do grafite, por isso

compara-se os picos obtidos com a ficha padrão do grafite.

Figura 16 - Resultados de DRX do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de H2 e CH4.

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Através da Figura 16 é possível observar picos característicos do MgO, provenientes

do catalisador. Além disso, pode-se observar o principal pico referente ao carbono grafítico a

aproximadamente 26,5° que apresenta um pequeno deslocamento por se tratarem de amostras

de NTC (BELIN; EPRON, 2005). Foram observados também picos de Mo2C, semelhantes

aos obtidos por (XU et al, 2011), o que confirma a presença de carbeto de molibdênio (Mo2C)

na amostra. Isso ocorre durante a produção de NTC, no qual o carbono reage com Mo

formando espécies estáveis de Mo2C.

Ainda através da Figura 16, observa-se que há um aumento da intensidade do pico do

carbono em relação a intensidade dos picos de carbeto de molibdênio (Mo2C) e dos picos

relativos ao MgO à medida que a vazão de gás aumenta. Dessa forma, pode-se observar que

há um indicativo de maior formação de NTC com o aumento da vazão de CH4.

A Tabela 3, apresenta os dados da razão entre a área do pico de NTC e a área do pico

de MgO e também mostra a largura a meia altura dos picos de NTC. Através dela, percebe-se

que a razão aumenta com o aumento da vazão, mostrando a possibilidade de aumento de

produção de NTC. Apesar dos valores de meia altura terem sido bastante parecidos, houve um

pequeno aumento de acordo com o aumento da vazão, que pode ter ocorrido devido à

formação de espécies diferentes de nanotubos.

Tabela 3 - Influência da vazão de CH4 e H2 na razão entre a área do pico de NTC (~26,5º) e o

pico mais intenso do MgO (~42º) para os ensaios com variação da vazão volumétrica de H2 e

CH4 e largura a meia altura dos picos de NTC.

Vazão volumétrica de

CH4 (mL/min) Razão da ANTC/AMgO

Largura a meia altura

(graus)

50 0,64 2,40

75 0,80 2,64

100 1,02 2,71

150 1,39 2,70

200 2,54 3,24

Os resultados para análise de TG estão apresentados na Figura 17 e a Tabela 4 mostra

os dados utilizados para o cálculo de perda de massa. Através dessa técnica foi possível

calcular a quantidade de carbono (Produção de C (%)) contida nas amostras após a reação de

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CVD de metano (Figura 18). Com estes resultados, observou-se que a porcentagem de

carbono aumentou de acordo com o aumento da vazão de CH4.

Figura 17 - Resultados de termogravimetria do material produzido em cada ensaio de variação

da vazão volumétrica de H2 e CH4.

Tabela 4 – Cálculo da perda de massa com dados retirados da análise de TG para os testes

com variação das vazões de CH4 e H2 e 1h de reação.

Vazão de H2 variando

Vazão de CH4

(mL/min)

Massa inicial

(antes da

queima) (mg)

Massa final

(depois da

queima) (mg)

Perda de

massa (mg)

Perda de massa

(%)

50 2,0180 1,3040 0,7140 35,38

75 1,6530 0,9540 0,6990 42,29

100 1,9420 1,0230 0,9190 47,32

150 3,5573 1,7369 1,8203 51,17

200 2,0613 0,7979 1,2635 61,29

A comparação dos dados obtidos através da análise de DRX (razão ANTC/AMgO) com

os valores de produção calculados a partir da análise de TG é apresentada na Figura 19. Na

figura, os valores de vazão de CH4 estão em ordem crescente (50, 75, 100, 150 e

200 mL/min). Através dela, pode-se observar que o aumento da razão ANTC/AMgO, e

consequente o aumento do pico característico de NTC no gráfico de DRX, ocorreu com o

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aumento da produção, reforçando assim o indicativo de maior produção de NTC devido ao

aumento da vazão de metano (Figura 16).

Figura 18 - Produção de carbono (%) para cada ensaio de variação da vazão volumétrica de

H2 e CH4.

Figura 19 - Gráfico comparativo das razões das intensidades dos picos encontrados no DRX

em função da produção.

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160

Ra

o d

e A

NT

C/

AM

gO

Produção de C (%)

Vazões iguais de CH4 e H2

54,8

73,3

89,8

104,8

158,4

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Os resultados de espectroscopia Raman são utilizados para avaliar a qualidade dos

NTC, ou seja, os níveis de grafitização dos NTC produzidos. Isso é observado através das

razões ID/IG, onde a banda D está associada ao nível de desordem do material e a banda G está

associada à grafitização das espécies de carbono, ou seja, ao nível de ordem que os NTC

possuem. Dessa forma, quanto menor forem as razões entre a intensidade da banda D (ID) e a

intensidade da banda G (IG), melhor será a qualidade estrutural do produto obtido.

A Figura 20 apresenta os resultados de espectroscopia Raman obtidos em cada teste

catalítico com variação da vazão volumétrica de CH4 e H2, apresentando-se também no

gráfico as razões ID/IG médias obtidas.

Figura 20 - Espectros de Raman do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4 e H2 e o tempo de reação de 1h, com os respectivos ID/IG médios.

Através dos resultados presentes na Figura 20, é possível observar que à medida que a

vazão de CH4 aumenta, a razão ID/IG diminui. Isso pode ser indicativo de melhoria na

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qualidade dos NTCPM produzidos com o aumento da vazão de CH4 e também da presença de

NTCPS, assim como também uma combinação das duas hipóteses. Em vazões de 150 e

200 mL/min, além de NTCPM também se produziu NTCPS, detectados pelo aparecimento

de bandas de RBM (abaixo dos 500 cm-1). Em vazões abaixo dos 100 mL/min não foram

observadas bandas de RBM (abaixo dos 500 cm-1) indicativas da presença de NTCPS. Isso

pode ser confirmado através do gráfico representado na Figura 21.

Figura 21 - Espectros de Raman do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4 e H2 e o tempo de reação de 1h, com bandas de RBM (abaixo dos

500 cm-1).

As imagens obtidas pela técnica de MEV para as amostras com variação de 50, 75 e

100 mL/min estão dispostas na Figura 22. Esses resultados mostram que o material é

filamentoso e que são bastante semelhantes, mesmo variando as condições de produção. Além

dos NTC produzidos, é possível observar pelos pontos brancos e mais brilhantes das imagens

a presença do catalisador utilizado, como indica a seta.

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Figura 22 - Imagens de MEV para NTC para as seguintes variações volumétricas:

a) 50 mL/min; b) 75 mL/min; c) 100 mL/min de CH4 e H2.

4.2. VARIAÇÃO DA VAZÃO DE CH4 (50, 75, 100, 150 E 200 mL/min) COM

VAZÃO DE H2 FIXA EM 50 ML/MIN E 1 HORA DE REAÇÃO

Os resultados de DRX obtidos nestas condições experimentais estão apresentados na

Figura 23 juntamente com as fichas padrão do grafite (JCPDS 75-2078), do MgO (JCPDS 45-

0946) e do Mo2C (JCPDS 35-0787). Os picos característicos de MgO também são

observados, além dos picos referentes ao carbono grafítico, que são próximos de amostras de

NTC (~26,5°) e também os picos referentes ao carbeto de molibdênio (Mo2C).

Esses resultados, assim como os anteriores, mostram que há um aumento da

intensidade do pico de carbono em relação ao pico de MgO. A Tabela 5 apresenta os dados

das razões entre os picos de NTC e os picos de MgO para cada vazão utilizada comparando

com os resultados do teste anterior para vazões variáveis de H2, e mostra que a mesma

tendência é verificada, ou seja, quanto maior a vazão de CH4, maior a razão ANTC/AMgO. O

valor da razão para o teste de 200 mL/min foi menor que o esperado, pois de acordo com a

tendência seguida era de se esperar que o valor da razão fosse maior que a do teste com

150 mL/min. Isso pode ter ocorrido devido a um problema de amostragem. Um teste poderia

ser refeito para esclarecer melhor o resultado.

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Figura 23 - Difratogramas do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de 1h.

Tabela 5 - Influência da vazão de CH4 na razão entre a área do pico de NTC (~26,5°) e o pico

mais intenso do MgO (~42°) e largura a meia altura para os ensaios de variação da vazão

volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de 1h

comparando com os ensaios anteriores com vazão de H2 variando.

Vazão de CH4

(mL/min)

Razão da

ANTC/AMgO

(Vazão de H2

fixa)

Razão da

ANTC/AMgO

(Vazão de H2

variando)

Largura a meia

altura (Vazão

de H2 fixa)

Largura a meia

altura (Vazão de

H2 variando)

50 0,64 0,64 2,40 2,40

75 0,91 0,80 2,54 2,64

100 1,52 1,02 2,80 2,71

150 1,98 1,39 3,10 2,70

200 1,92 2,54 3,18 3,24

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Comparando os dados para os testes com vazão volumétrica de H2 fixa com os obtidos

anteriormente para vazão volumétrica variando, observa-se que somente para a vazão de

200 mL/min os dados divergem um pouco. Para todos os testes com vazão fixa de H2 as

razões foram maiores do que os resultados obtidos anteriormente, exceto para a vazão de

200 mL/min. Isso pode ter sido ocasionado devido a uma maior produção de carbono no teste

de 200 mL/min com vazão de H2 variando ou devido à problemas de amostragem no teste

com a vazão fixa, como dito anteriormente. Para os valores de largura a meia altura no teste

com vazão fixa de H2 observa-se também que, apesar de serem um pouco parecidos, existem

pequenas variações de acordo com o aumento da vazão de CH4, que pode ter ocorrido devido

à formação de espécies diferentes de NTC. Comparando com o teste anterior, com vazão de

H2 variando, para os valores de largura a meia altura não se observaram diferenças

significativas, mostrando que fixar a vazão de H2 não influenciou nesta tendência.

Com os resultados de termogravimetria, apresentados na Figura 24, com a Tabela 6

que mostra a perda de massa e com o cálculo das quantidades de carbono em porcentagem

contidas em cada amostra (Figura 25), foi possível observar que a porcentagem de carbono

aumentou com o aumento da vazão de CH4, mostrando que há limitação difusional no meio.

Figura 24 - Resultados de termogravimetria do material produzido em cada ensaio de variação

da vazão volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação

de 1h.

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Tabela 6 – Cálculo da perda de massa com dados retirados da análise de TG para os testes

com variação das vazões de CH4, vazão fixa de H2 e 1h de reação.

Vazão de H2 fixa

Vazão de CH4

(mL/min)

Massa inicial

(antes da

queima) (mg)

Massa final

(depois da

queima) (mg)

Perda de

massa (mg)

Perda de massa

(%)

50 2,0180 1,3040 0,7140 35,38

75 2,0160 1,1790 0,8370 41,52

100 1,8440 0,9110 0,9330 50,60

150 2,6370 1,1720 1,4650 55,56

200 1,7820 0,7220 1,0600 59,48

Figura 25 - Produção de carbono (%) do material produzido em cada ensaio de variação da

vazão volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de

1h.

Um gráfico comparativo dos valores de produção nos testes com vazão fixa de H2 com

os valores obtidos nos testes anteriores está apresentado na Figura 26. Com ele pode-se

observar que a tendência permaneceu a mesma nos dois casos, somente com algumas poucas

variações, ou seja, com o aumento da vazão de CH4 houve aumento na produção de carbono,

mesmo com as mudanças nas vazões de H2. Com ele também é possível observar que, como

dito anteriormente, a diferença nos valores da razão ANTC/AMgO dos testes com vazão de

200 mL/min pode ter sido ocasionado devido a maior produção de carbono para o teste com

vazão de H2 variando.

54,7

70,9

102,4

125 146,8

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Figura 26 - Gráfico comparativo de produção de C (%) para os testes com variação da vazão

volumétrica de H2 fixa e variando.

Uma comparação dos dados de razão de ANTC/AMgO, obtidos pela análise de DRX com

os valores de produção calculados a partir do TG estão apresentados na Figura 27. Com a

curva pode-se observar que o aumento da razão ANTC/AMgO, e consequente aumento do pico

característico de NTC no gráfico de DRX, ocorreu com o aumento da produção, reforçando

assim o indicativo de maior produção de NTC devido ao aumento da vazão de metano. O

gráfico mostra ainda uma comparação do teste com variação da vazão de H2 e do teste com

vazão fixa de H2, mostrando que a tendência observada permaneceu a mesma.

Figura 27 - Gráfico com razões das intensidades dos picos encontrados no DRX em função da

produção, comparando com o teste feito com vazão de H2.

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160

Razão d

e A

NT

C/

AM

gO

Produção de C (%)

Vazões iguais de CH4 e H2 Vazão fixa de H2

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Através dos resultados de espectroscopia Raman, indicados na Figura 28, pode-se

observar que da mesma forma que os resultados anteriores, a razão ID/IG diminui, indicando

uma melhora na qualidade dos NTC à medida que há aumento da vazão de CH4.

Figura 28 - Espectros de Raman do material produzido em cada ensaio de variação da vazão

volumétrica de CH4, mantendo a de H2 constante (50 mL/min) e o tempo de reação de 1h,

com os respectivos ID/IG médios.

A Tabela 7 apresenta uma comparação entre os valores das razões de ID/IG para os

testes realizados com vazões de H2 variando e fixas. Através dela pode-se perceber que, a

tendência de diminuição da razão ID/IG com o aumento da vazão permaneceu a mesma. Vale

ressaltar ainda que com a vazão fixa de H2, os valores da razão ID/IG foram menores que para

os testes anteriores, mostrando uma melhora na qualidade dos NTC produzidos ou maior

presença de NTCPS.

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Tabela 7 - Comparação das razões ID/IG para os testes catalíticos realizados com redução fixa

e variando.

Vazão de

CH4

ID/IG

vazão de H2

variando

vazão de H2

fixa

50 0,86 0,86

75 0,76 0,54

100 0,72 0,52

150 0,51 0,45

200 0,41 0,36

As imagens do MEV obtidas para o material carbonáceo nos testes catalíticos estão

dispostas na Figura 29. Da mesma forma que os resultados anteriores, é possível a

identificação de material filamentoso e mesmo variando as condições de produção, mais

precisamente a vazão de redução do catalisador, o material obtido parece ter características

bastante semelhantes. É possível também verificar a presença do catalisador utilizado pela

identificação de aglomerados brancos nas imagens, conforme indicado pela seta.

Figura 29 - Imagens de MEV para NTC para vazão fixa de H2 a 50 mL/min e tempo reacional

de 1h, com as seguintes variações da vazão volumétrica de CH4: a) 50 ml/min; b) 75 mL/min;

c) 100 mL/min; d) 150 mL/min e e) 200 mL/min.

Através dos testes realizados, pode-se perceber que tanto os testes com variação da

vazão de H2 quanto os testes com a vazão fixa funcionam muito bem para a produção de

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NTC. Nos dois casos houve aumento da produção de carbono e possível melhora na qualidade

dos NTC com o aumento da vazão de CH4, ou seja, a tendência observada permaneceu a

mesma nos dois casos. Dessa forma, é possível utilizar uma menor vazão de H2 para realizar a

ativação do catalisador, gerando uma melhora no processo de produção, maior

aproveitamento de gás e consequentemente um custo menor com o H2 utilizado.

4.3. VARIAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO EM 1, 2 E 3 HORAS UTILIZANDO

VAZÃO DE 200 mL/min DE CH4 E 50 mL/min DE H2

De acordo com os dados do tópico anterior, percebeu-se que utilizar uma vazão de

redução do catalisador fixa, de 50 ml/min foi vantajoso para o processo de produção. Assim

sendo, e tendo em conta essa conclusão, realizaram-se testes catalíticos mantendo-se essa

vazão de redução do catalisador e variando-se o tempo reacional para verificar a tendência

dos resultados. Para isso, utilizou-se o melhor resultado obtido anteriormente, aquele com

vazão de CH4 de 200 mL/min, e para essa vazão variou-se o tempo de reação em 1, 2 e 3

horas. Depois de cada teste catalítico o material obtido foi caracterizado por DRX, TG,

Espectroscopia de Raman, MEV e MET.

Os resultados de DRX apresentam-se na Figura 30, juntamente com as fichas padrão

de grafite, MgO e Mo2C. Os resultados são semelhantes aos obtidos anteriormente: são

observados os picos de NTC, de MgO e de Mo2C, mostrando que à medida que o tempo

reacional aumenta há um aumento nos picos relacionados aos NTC e uma diminuição dos

picos relacionados ao Mo2C. Dessa forma, há um indicativo de maior produção de NTC

através do aumento do tempo reacional.

A Tabela 8 confirma ainda mais os resultados, mostrando o aumento da área do pico

de NTC em relação ao pico de MgO e também a largura a meia altura dos picos de NTC. Os

resultados de razão de ANTC/AMgO aumentam de acordo com o aumento do tempo reacional,

mostrando o aumento do pico referente aos NTC. Os valores de largura a meia altura, apesar

de apresentarem pequena variação, podem indicar a produção de nanotubos de espécies

diferentes.

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Figura 30 - Resultados de DRX do material produzido em cada ensaio de variação do tempo

de reação utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de

reação.

Tabela 8 - Influência do tempo reacional na razão entre a área do pico de NTC (~26,5º) e o

pico mais intenso do MgO (~42º) para os ensaios de variação do tempo de reação utilizando

50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de reação e largura a

meia altura dos picos de NTC.

Tempo reacional (horas) Razão da ANTC/AMgO Largura a meia altura

1 1,92 3,18

2 4,47 3,60

3 4,89 3,26

Através da técnica de TG (Figura 31), obteve-se a perda de massa (Tabela 9) e

calculou-se da mesma forma, a quantidade de carbono, em porcentagem, produzida em cada

ensaio. Os resultados de produção estão apresentados na Figura 32, onde se observa que a

porcentagem de carbono na amostra aumenta à medida que há aumento do tempo reacional.

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Figura 31 - Resultados de termogravimetria do material produzido em cada ensaio de variação

do tempo de reação utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na

etapa de reação.

Tabela 9 - Cálculo da perda de massa com dados retirados da análise de TG para os testes

com variação do tempo reacional utilizando vazões fixas de CH4 e H2 e 1h de reação.

Variação de Tempo

Tempo

reacional (h)

Massa inicial

(antes da

queima) (mg)

Massa final

(depois da

queima) (mg)

Perda de

massa (mg)

Perda de massa

(%)

1 1,7820 0,7220 1,0600 59,48

2 1,6630 0,4770 1,1860 71,32

3 2,2440 0,4950 1,7490 77,94

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Figura 32 - Produção de carbono (%) do material produzido em cada ensaio de variação do

tempo de reação utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na

etapa de reação.

Outra forma de se observar o aumento da produção é através da Figura 33, que é uma

ilustração do reator no final de cada teste catalítico, mostrando que para a reação de 3 horas

de duração a quantidade de NTC produzido é bem maior do que para a reação de 1 hora de

duração.

Figura 33 - Ilustração do reator no fim de cada teste catalítico de variação do tempo reacional

utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de reação.

146,8

248,6

353,3

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A comparação dos dados obtidos com a análise de DRX e com os valores de produção

calculados a partir da análise de TG é apresentada na Figura 34. Na figura, os valores de

tempo reacional estão em ordem crescente (1, 2 e 3h). Através dela é possível observar que o

aumento da razão ANTC/AMgO se deu com o aumento da produção de carbono, o que

demonstra mais ainda a ideia de que, com o aumento do tempo reacional houve aumento dos

picos relativos ao NTC, e consequentemente maior produção de NTC.

Figura 34 - Gráfico comparativo das razões das intensidades dos picos encontrados no DRX

em função da produção.

Através dos resultados de espectroscopia Raman, indicados na Figura 35, pode-se

observar que a razão ID/IG não sofre muita variação com o tempo de reação. Apesar de as

razões ID/IG variarem em alguns décimos, essa variação é pouco significativa. Isso mostra que

a qualidade dos NTC não sofre tantas mudanças com essa variação, já que eles já possuem

uma qualidade boa, dado o baixo ID/IG. Essa pequena variação pode mostrar que em tempos

onde a razão foi maior, pode ter tido uma maior produção de NTCPM.

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

140 180 220 260 300 340 380

Ra

zão d

e A

NT

C/

AM

gO

Produção de C (%)

Variação do tempo

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Figura 35 - Espectros de Raman produzido em cada ensaio de variação do tempo de reação

utilizando 50 mL/min de H2 na etapa de redução e 200 mL/min de CH4 na etapa de reação,

com os respectivos ID/IG médios.

Os resultados de MEV estão apresentados na Figura 36, onde é possível observar um

material bastante filamentoso juntamente com catalisador, indicado pela seta, tal como

anteriormente.

Figura 36 - Imagens de MEV para vazões fixas de CH4 (200 mL/min) e H2 (50 mL/min) para

as seguintes variações no tempo reacional: a) 1h; b) 2h e c) 3h.

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4.4. COMPARAÇÕES DE RESULTADOS

4.4.1. Comparação com imagens de microscopia eletrônica de transmissão

(MET)

Para os testes catalíticos utilizando 50 mL/min e 200 mL/min de CH4, com vazão fixa

de 50 mL/min de H2 e 1h de reação, foram realizadas caracterizações com a técnica de MET.

Na Figura 37 encontram-se as imagens de MET para as amostras.

Figura 37 - Imagens de MET dos NTC produzidos para vazão fixa de 50 mL/min de H2 e 1h

de reação com as seguintes variações de vazão volumétrica de CH4: (a) 50 mL/min;

(b) 200 mL/min.

Através desses resultados, observou-se que o teste com vazão de 50 mL/min de CH4 e

H2 levou a formação de NTC com estrutura defeituosa (Figura 37 (a)). Essa análise confirma

os resultados de espectroscopia Raman obtidos que indicaram que com o aumento da vazão

de CH4, melhor a qualidade dos NTC.

Como citado anteriormente, a técnica de MET permite observar o diâmetro dos

nanotubos de carbono, assim como também verificar como estão dispostas as paredes dos

NTC. A Figura 38 mostra um exemplo para o teste catalítico feito com 50 mL/min de H2,

200 mL/min de CH4 e 1h de reação.

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Figura 38 - Imagens de MET para vazões volumétricas de 50 mL/min de H2 e 200 mL/min de

CH4 e 1h de reação, mostrando o diâmetro dos NTC produzidos.

4.4.2. Comparação entre as influências da variação da vazão e do tempo

(melhoria da produção)

Através dos dados obtidos pelos experimentos realizados podemos comparar os

resultados e obter algumas informações relevantes. Para isso, calculou-se a conversão de CH4

em cada teste catalítico e fizeram-se comparações desta conversão com as variações de vazão

de H2, CH4 e tempo de reação. A conversão de cada teste foi calculada conforme descrito a

seguir e usando os dados da Tabela 10 onde estão apresentadas algumas condições reacionais

utilizadas nos cálculos.

Tabela 10 - Dados utilizados para o cálculo da conversão.

Dados utilizados nos cálculos

Pressão P

(atm)

Temperatura

T(K)

Constante dos gases - R

(atm.L/mol.K)

Massa Molar C

(g/mol)

1 294,15 0,082 12

Para cada teste de variação da vazão de CH4 utilizado encontrou-se a vazão de CH4 em

mol/min através da Equação 4:

𝑃. 𝑉 = 𝑛. 𝑅. 𝑇 (4)

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Sendo: P a pressão reacional; V a vazão de CH4 [mL/min]; R a Constante dos gases

[atm.L/mol.K]; T a temperatura em Kelvin e n a vazão de CH4 [mol/min].

Através da vazão molar encontrada, foi possível calcular a quantidade de CH4 em mol

que foi utilizada no processo (Tabela 11), multiplicando o tempo reacional pela vazão. A

quantidade de metano consumido para a formação do produto formado respeita a

estequiometria da reação abaixo. A quantidade de carbono depositado (nanotubos) foi

determinada pela análise de TG.

CH4 C + 2H2 (5)

Tabela 11 - Cálculos para encontrar a vazão molar de CH4 e a quantidade de produto formado.

Variação da vazão de CH4 e H2

Vazão de CH4

(mL/min)

Tempo

(min)

Vazão de CH4

(mol/min)

Quantidade de CH4 usado no

experimento (mol)

50 60 0,002073 0,1244

75 60 0,003109 0,1866

100 60 0,004146 0,2488

150 60 0,006219 0,3731

200 60 0,008292 0,4975

Variação da vazão de CH4 com H2 a 50 mL/min

Vazão de CH4

(mL/min)

Tempo

(min)

Vazão de CH4

(mol/min)

Quantidade de CH4 usado no

experimento (mol)

50 60 0,002073 0,1244

75 60 0,003109 0,1866

100 60 0,004146 0,2488

150 60 0,006219 0,3731

200 60 0,008292 0,4975

200 120 0,008292 0,9950

200 180 0,008292 1,4925

Através do cálculo de produção determinado por TG em porcentagem (Equação 3), e

dividindo o valor obtido por 100 e multiplicando pela massa total de catalisador utilizada na

produção (1 g), temos a quantidade de produto formado em gramas, como mostra a Tabela 12.

Utilizando esse dado juntamente com a Massa Molar do C, calculou-se a quantidade

de carbono formado em mol (Equação 6). E, usando o tempo reacional, calculou-se então a

taxa média de carbono (C) formado em mol/min (Equação 7).

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝐶 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (𝑚𝑜𝑙) =Produção de C (g)

Massa Molar C (g

mol) (6)

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𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝐶 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) =Quant. de produto formado (mol)

Tempo (min ) (7)

Com esses dados foi possível calcular a conversão de produto formado em relação à

quantidade de CH4 que entrou, como mostra a Tabela 12 e que pode ser calculada através da

Equação 8:

𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜(%) =(𝐹𝑜 − 𝐹𝑓)

𝐶𝐻4

(𝐹𝑜)𝐶𝐻4

∗ 100 =𝐹𝑐

(𝐹𝑜)𝐶𝐻4

∗ 100 (8)

Sendo: Fo a vazão de entrada de CH4 [mol/min], Ff a vazão de saída

de CH4 [mol/min] e Fc a taxa média de C formado [mol/min].

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Tabela 12 - Cálculo da conversão de produto formado em relação à quantidade de CH4 na entrada.

Variação da vazão de CH4 e H2

Vazão de CH4

(mL/min)

Vazão de CH4

(mol/min)

Produção de C

(%)

Produção de C

(g)

Quantidade de C formado

(mol)

Taxa média de C formado

(mol/min)

Conversão

(%)

50 0,002073 54,8 0,548 0,0457 0,00076 36,72

75 0,003109 73,3 0,733 0,0611 0,00102 32,74

100 0,004146 89,8 0,898 0,0748 0,00125 30,08

150 0,006219 104,8 1,048 0,0873 0,00146 23,41

200 0,008292 158,4 1,584 0,1320 0,00220 26,53

Variação da vazão de CH4 com H2 a 50 mL/min

Vazão de CH4

(mL/min)

Vazão de CH4

(mol/min)

Produção de C

(%)

Produção de C

(g)

Quantidade de C formado

(mol)

Taxa média de C formado

(mol/min)

Conversão

(%)

50 0,002073 54,8 0,548 0,0457 0,00076 36,72

75 0,003109 71,0 0,710 0,0592 0,00099 31,71

100 0,004146 102,4 1,024 0,0853 0,00142 34,30

150 0,006219 125,0 1,250 0,1042 0,00174 27,92

200 (1h) 0,008292 146,8 1,468 0,1223 0,00204 24,59

200 (2h) 0,008292 248,6 2,486 0,2072 0,00173 20,82

200 (3h) 0,008292 353,3 3,533 0,2944 0,00164 19,73

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Como já dito anteriormente, foi possível observar que utilizar uma vazão fixa de H2

em 50 mL/min e variar a de CH4, não influenciou na tendência observada nos resultados

obtidos para os testes utilizando variação da vazão de H2 e CH4. Isso mostra que, utilizar a

vazão fixa de H2 é mais viável para o processo, já que dessa forma pode-se utilizar uma

quantidade menor de H2 para produzir NTC de boa qualidade, gerando um custo menor.

Utilizando como comparação os dados dos testes de variação da vazão de CH4 com os

dados dos testes de variação do tempo reacional pode-se concluir que à medida que

aumentamos a vazão de CH4 ou o tempo reacional obtém-se uma maior produção de carbono.

Contudo, juntamente, pode-se observar que com o aumento da vazão ou do tempo reacional

observa-se uma diminuição da conversão do processo, como apresentado em Figura 39,

Figura 40 e Figura 41.

Figura 39 - Comparação entre produção de C(%) e conversão de CH4 (%) para os testes com

variação das vazões de H2 e CH4.

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Figura 40 - Comparação entre produção de C (%) e conversão de CH4 (%) para os testes com

variação da vazão de CH4 e vazão fixa de H2.

Figura 41 - Comparação entre produção de C (%) e conversão de CH4 (%) para os testes com

variação do tempo reacional.

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Embora a conversão do processo diminua com o aumento da vazão e do tempo

reacional, há a produção de NTC em quantidade e qualidade consideráveis. Dessa forma, em

um processo em escala maior para a produção de NTC, poderia ser instalado um reciclo dos

gases que são liberados na reação, evitando assim o desperdício dos mesmos.

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5. CONCLUSÕES

Através dos experimentos realizados, observou-se que existe limitação difusional no

sistema reacional, o que explica o aumento da produção de nanotubos de carbono em função

do aumento da vazão de metano. Contudo, não é possível afirmar que ocorrem diferenças

significativas em relação à etapa de ativação do catalisador.

Em relação aos valores de largura a meia altura dos picos de NTC nos espectros de

DRX, observou-se que pode haver indicativo de formação de nanotubos de carbono com

diferentes estruturas em função do aumento da vazão de metano. Os valores apresentam uma

pequena variação para todos os testes catalíticos realizados. Contudo, não ocorreu diferenças

significativas em relação à etapa de ativação do catalisador.

Com a comparação entre a razão das intensidades dos picos de difração dos NTC e do

MgO na análise de DRX e os valores de produção calculados para cada teste em diferentes

vazões, observou-se que existe uma correlação linear entre esses resultados. Através desses

resultados foi possível observar que o aumento da razão, e consequente o aumento do pico

característico de NTC no gráfico de DRX, ocorreu com o aumento da produção, reforçando

assim o indicativo de maior produção de NTC devido ao aumento da vazão de metano.

Comparando os testes realizados, observou-se que para os testes com vazão fixa de H2 foram

obtidos valores um pouco maiores de razão, sendo um indicativo de maior produção em

relação aos testes com vazão de H2 variando. Com relação à amostra NTC_200CH4_50H2_1h,

provavelmente ocorreu algum problema, já que ela não seguiu a linearidade observada, logo

esse experimento deve ser repetido para verificação do valor obtido.

As análises de espectroscopia Raman e os valores calculados para as razões ID/IG

indicam que pode haver maior variedade de nanotubos em função do aumento da vazão

(aumento da população de NTCPS) ou/e um aumento na produção de NTC com estruturas

mais cristalinas com o aumento da vazão. Existe uma pequena diferença entre as razões ID/IG

em relação à etapa de ativação do catalisador, dessa forma, os catalisadores ativados com

vazão constante de H2 apresentaram menor razão ID/IG, mostrando uma melhora na qualidade

dos NTC ou maior presença de NTCPS.

Os testes com variação do tempo reacional mostram que há incremento da produção

de nanotubos de carbono, mas pode ter ocasionado alteração na estrutura dos NTC, formação

de carbono amorfo ou maior produção de NTCPM, pois a razão ID/IG aumentou de acordo

com o tempo.

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Por fim, através de cálculos, observou-se que a conversão de metano do sistema é

baixa, exigindo um reciclo material para melhor aproveitamento do mesmo.

Através das sugestões apresentadas a seguir, pode-se complementar os estudos

realizados neste trabalho.

Verificar se é possível diminuir ainda mais a vazão de H2 sem afetar a

produção e a qualidade dos NTC, gerando custos de produção ainda menores e

calcular o consumo de H2 nesta etapa.

Aumentar o tempo de reação e verificar se a produção e qualidade dos NTC

será melhor.

Aumentar a vazão de CH4 na produção, tendo cuidado para não ocorrer arraste

do catalisador, com o objetivo de verificar a máxima vazão em que ainda

ocorre aumento de produção e qualidade. Verificando, dessa forma, a vazão

necessária para não ocorrer limitação difusional no sistema reacional.

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