101
. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM ASSISTENCIAL IZABEL CRISTINA LUIZ AVALIAÇÃO DE RISCOS DE QUEDAS DE IDOSOS OCTAGENÁRIOS NO DOMICÍLIO: SUBSÍDIO PARA TECNOLOGIA GERENCIAL COM FOCO NA SEGURANÇA DO PACIENTE Niterói, RJ 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

  • Upload
    lyphuc

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM

ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

IZABEL CRISTINA LUIZ

AVALIAÇÃO DE RISCOS DE QUEDAS DE IDOSOS OCTAGENÁRIOS

NO DOMICÍLIO: SUBSÍDIO PARA TECNOLOGIA GERENCIAL COM

FOCO NA SEGURANÇA DO PACIENTE

Niterói, RJ

2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

AVALIAÇÃO DE RISCOS DE QUEDAS DE IDOSOS OCTAGENÁRIOS NO DOMICÍLIO: SUBSÍDIO PARA TECNOLOGIA GERENCIAL COM FOCO NA SEGURANÇA DO PACIENTE

Autora: Izabel Cristina Luiz Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Karine Ramos Brum

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa, da Universidade Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre.

Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde

Niterói, 29 de novembro de 2016.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM

ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

AVALIAÇÃO DE RISCOS DE QUEDAS DE IDOSOS OCTAGENÁRIOS NO DOMICÍLIO: SUBSÍDIO PARA TECNOLOGIA GERENCIAL COM FOCO NA

SEGURANÇA DO PACIENTE

LINHA DE PESQUISA: O CONTEXTO DO CUIDAR EM SAÚDE

Autora: Izabel Cristina Luiz Orientadora: Drª Ana Karine Ramos Brum (UFF)

Banca Examinadora: Presidente da banca: _______________________________________________ Profª Dra. Ana Karine Ramos Brum (UFF) Titulares: _______________________________________________ Profª Dra. Karine Cristine Cunha (UNIRIO) _______________________________________________ ProfªDra. Simone Cruz Machado Ferreira (UFF) Suplentes: _______________________________________________ Profª Dra. Sônia Regina de Souza (UNIRIO) _______________________________________________ Profª Dra. Gisella de Carvalho Queluci … (UFF)

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

L 953 Luiz, Izabel Cristina. Avaliação de riscos de quedas de idosos

octogenários no domicílio: subsídio para tecnologia gerencial com foco na segurança do paciente. / Izabel

Cristina Luiz. –Niterói: [s.n.], 2016. 102 f.

Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem

Assistencial) - Universidade Federal Fluminense, 2016.

Orientador: Profª Ana Karine Ramos Brum.

1. Enfermagem. 2. Idoso. 3. Gestão de Riscos. 4.

Segurança do paciente. 5. Acidentes por Quedas. I. Título.

CDD 610.7365

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

Dedico este Trabalho à minha sobrinha

Marina, que sempre esteve ao meu lado,

compartilhando minhas angústias e

incertezas, me incentivando com seu

lindo sorriso e com olhos de quem pedia

para eu acabar logo, apenas para deitar

no meu colo e dormir.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

Agradecimentos Sou muito grata a Deus pelo infinito Amor, pela graça inspiradora e pelas

eternas misericórdias, e por permitir que todas as coisas aconteçam nos

momentos certos.

À minha mãe, Creuza Maria Monteiro Luiz, e minha irmã, Iris Cristiane Luiz, pela

doação incondicional, enfrentando saudades e nunca me deixando fraquejar.

À minha sobrinha Marina Luiz da Silva que, sem saber, foi minha inspiração, e

aos meus filhos Thainá Luiz Fenelon e Lucas Luiz Fenelon pelo excelente

caráter nas minhas ausências.

A todas as famílias e pacientes convidados a participar, minha profunda

gratidão.

Às Doutoras Fabiana e Juliana, e a toda a equipe Bem Viver, em especial à

enfermeira Letícia.

Ao Programa Bem Viver, do qual tenho o prazer de participar, que viabilizou este

estudo.

Aos colegas e professores do curso de mestrado, pelo conhecimento

compartilhado.

Ao amigo e administrador do Centro de Convivência da Terceira Idade, Cleber

Alves Carneiro.

À minha orientadora, Ana Karine Brum.

Minha especial gratidão ao Eng. Sydney Bragantine Germano, MSC,e a toda a

Família Germano, por manterem as portas de sua casa sempre abertas.

E finalmente, a todos que de alguma forma colaboraram e acreditaram na

realização deste estudo, e que fazem parte da minha história.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

A arte de envelhecer é encontrar o prazer que

todas as idades proporcionam, pois todas têm seu

conhecimento e a prática de suas virtudes. Na velhice não

é “a força, a agilidade física, nem a rapidez que autorizam

as grandes façanhas, mas as qualidades como a

sabedoria, a clarividência e o discernimento”. A

respeitabilidade é sempre recompensa de um passado

exemplar e de uma memória que permanece

intelectualmente ativa. Uma existência, mesmo curta, é

sempre suficientemente longa para se viver na sabedoria e

na honra.

(CÍCERO, Marco Túlio, 103-43 A.C. Saber Envelhecer e a

Amizade; tradução de Paulo Neves. POA, L&PM, 2007).

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

RESUMO

Nos séculos passados o envelhecimento era um fenômeno raro devido às

precárias condições de saúde. Com o decorrer dos anos, ocorreram alterações

nesse perfil populacional e o envelhecimento se tornou uma realidade mundial.

Nesse contexto, as quedas passaram a constituir uma das principais causas de

morbidade e mortalidade junto à população, agora idosa. Considerando essas

condições, este estudo tem como objetivos identificar os fatores de riscos de

quedas intrínsecos e extrínsecos dos idosos octogenários no domicílio,

correlacionar os fatores de riscos de quedas intrínsecos e extrínsecos dos

idosos, a partir de oitenta anos, com ações que visam monitorar e mitigar por

meio das (PP) Políticas Públicas e discutir os resultados frente ao (PNSP)

Programa Nacional de Segurança do Paciente (meta 6) e a (PNPI) Política

Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Este é um estudo descritivo e exploratório,

de natureza quantitativa, que assumiu a forma de um estudo de caso,

instrumentos utilizados, Escala de Downton e Escala Ambiental de Riscos de

Queda e Mini Exame do Estado Mental. Para responder aos objetivos do estudo

foi realizada análise descritiva simples, além de técnicas básicas de análise

exploratória. O presente estudo propiciou a compilação de informações sobre o

comportamento dos idosos quanto aos sempre presentes riscos de quedas intra-

domiciliar. Os resultados apresentados demonstram alto histórico de quedas

dos idosos que participaram do estudo e realçam a necessidade de métodos de

prevenção e cuidados com tais idosos, sendo elaborados produtos com objetivo

minorar os riscos de quedas de idosos no ambiente domiciliar, com foco na

segurança do paciente, os produtos foram: Um check list para avaliação e

orientação dos fatores; intrínsecos e extrínsecos de quedas no ambiente

domiciliar, um plano de acompanhamento do idoso, baseado no check list e um

guia de orientações com cuidados para prevenção dos fatores predisponentes

específicos que aumentam o risco de queda de idoso no domicílio.

Descritores: Enfermagem; Idoso; Gerenciamento de Riscos; Segurança do

Paciente; Acidentes por Quedas.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

ABSTRACT

Aging was a rare phenomenon centuries ago, mostly due to poor health and

hygiene conditions. Over the years, though, there have been many changes in

population profile and aging became a global reality. In this context, falling

became one of the most common causes of morbity and mortality amongst the

elders. This study intends to identify risk factors that can be linked to falling in

octogenarians in their homes, correlate risk factors intrinsic and extrinsic to old

age, 80 years and above, with actions to monitor and mitigate those risk factors

with the help of Public Politics (PP) and discuss the results with National Patient

Security Program (PNSP) and National Health Politics for Elderly People (PNPI).

This is a descriptive and exploratory study, of quantitative nature, that took the

shape of case study, instruments used Downton Fall Risk Score, Ambiental Fall

Risk Score and Mini Mental State Examination. To meet the objectives of this

study a simple descriptive analysis was applied, along with basic exploratory

analysis tools. This present study allowed the compilation of information related

to elderly people behavior in face of always present risks of falls in their homes.

The results show a history of frequent falls in those patients who participated in

this study, which reinforces the need to develop methods of prevention and care

to those patients, being elaborated products to help minimize the fall risks in

home, focusing on patient security, the products were: A checklist to evaluate risk

factors as intrinsic or extrinsic to home environment, a follow-up plan to care for

the patient based on the checklist and a orientation guide to prevent fall risk

factors in home care.

Descriptors: Nursery, Elderly People, Risk Management, Patient Security,

Accidents by Fall.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Aspectos da revisão integrativa sobre a temática.

Quadro 2 - Descritores associados nas buscas da literatura científica para a

revisão integrativa.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização e divisão da amostra por idade em idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.

Tabela 2: Tipo de renda econômica de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 3: Grau de escolaridade de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 4: Existência de acompanhamento domiciliar de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 5: Número de cômodos em moradia de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 6: Risco de intrínseco para queda e do score da escala de Downton entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 7: Uso de remédios entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 8 : Existência de déficit sensorial entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domicilia. Rio de janeiro, 2016. Tabela 9: Tipo de deambulação com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 10: Auto percepção de risco de queda dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 11: Distribuição dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar segundo na Escala de Downton. Rio de janeiro, 2016 Tabela 12: Porcentagem de alto índice de queda prevalência de queda em 6(seis) meses de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 13: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (áreas de locomoção) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 14: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (iluminação) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 15: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (quarto de dormir) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 16: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (banheiro) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016. Tabela 17: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (cozinha) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 18: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (escada) com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016. Tabela 19: Prevalência do risco de queda de acordo com Escala Ambiental de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

LISTA DE ABREVIATURAS

BVS- Biblioteca Virtual de Saúde

BDENF - Base de Dados de Enfermagem

CINAHL - The Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature.

CNQPS - Comissão Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde

DCNTs - Doenças Crônicas não Transmissíveis

DOU- Diário Oficial da União

EAs – Eventos Adversos

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IOM - Institute of Medicine

IRAS- Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

MEEM - Mini Exame do Estado Mental

MS - Ministério da Saúde

NECIGEN - Núcleo de Pesquisa Cidadania e Gerência em enfermagem

OMS - Organização Mundial de Saúde

PBV- Programa Bem Viver

PP - Políticas Públicas.

PNSP - Programa Nacional de Segurança do Paciente

PNPI - Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

PBQP- Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade

SBGG- Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

TG - Tecnologia Gerencial

VD - Visita Domiciliária

VE - Visita da Enfermagem

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14

1.1 QUESTÕES NORTEADORAS .............................................................. 17

1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................... 17

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................... 18

1.4 REVISÃO INTEGRATIVA .................................................................... 19

2 BASE TEÓRICA .......................................................................................... 23

2.1 Envelhecimento .................................................................................... 23

2.2 Idoso Octogenário ................................................................................. 26

2.3 Queda ................................................................................................... 27

2.4 Quedas de idosos e seus fatores intrínsecos e extrínsecos: ................. 30

2.5 Segurança do Paciente ......................................................................... 31

2.6 Definições dos Atributos da Qualidade ................................................. 33

2.7 Visita Domiciliária .................................................................................. 36

2.8 Papel do Enfermeiro e os Cuidados de Enfermagem ao Paciente Idoso no Ambiente Domiciliar. .................................................................................. 39

2.9 Tecnologia Gerencial ............................................................................ 40

2.10 Instrumentos Utilizados na Avaliação dos riscos de Quedas do Estudo .......... ................................................................................................ 41

3 METODOLOGIA ......................................................................................................44

3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO .......................................................... 444

3.2 CENÁRIO............................................................................................ 444

3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO .......................................................... 444

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ........................................ 455

3.5 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA ................................ 455

3.6 DESENVOLVIMENTO DO CHECK-LIST DE GERENCIAMENTO DE QUEDA ........................................................................................................ 456

4 RESULTADOS ............................................................................................ 47

4.1 Caracterização social, cognitiva e física da amostra. ............................ 47

4.2 Fatores Intrínsecos de Risco de Queda ................................................ 50

4.3 Riscos Extrínsecos .............................................................................. 534

5 DISCUSSÃO ............................................................................................... 57

6 PRODUTO .................................................................................................. 66

7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 77

8 REFERENCIAS ........................................................................................... 78

9 APÊNDICE A ............................................................................................... 93

11 ANEXOS .................................................................................................. 99

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

14

INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objeto investigar o risco de quedas e propor

ações educativas em saúde, orientando no ambiente domiciliar sobre prevenção

a risco de quedas de idosos octogenários, acompanhados pelo Programa Bem

Viver, com foco na segurança do paciente.

Consequentemente, essas implicações sobre as quedas dos idosos

fazem alusão à importância da segurança do paciente perante a área de saúde e

suas exigências.

A partir dessa realidade, compreender que quedas recorrentes poderão

favorecer o agravamento da saúde desse público em questão e, tendo em vista

a proporção e a seriedade desse tema, propor uma tecnologia gerencial que

reduza essa problemática.

Desse modo, a motivação para essa pesquisa emergiu da experiência na

prática profissional da pesquisadora, mediante ação com visitas de enfermagem

(VE) na residência dos clientes/pacientes, pelo Programa Multidisciplinar

intitulado Bem Viver de Monitoramento de Pacientes Com Doenças Crônicas

não Transmissíveis - no domicílio - De uma Instituição de Assistência Médica

Privada.

O Programa Bem Viver (PBV) foi desenvolvido a partir de 2001, em uma

Operadora de Saúde Suplementar no Rio de Janeiro. Tem no campo da

Gerontologia e na especialidade clínica da Geriatria seu referencial teórico.

Fundamenta-se no estudo de modelos de programas para idosos que adotam

ações de prevenção, organização da assistência ao idoso após alta hospitalar e

assistência (1).

A captação da população a ser assistida pelo PBV, é de idosos com idade

maior ou igual a 65 anos e alto risco de adoecimento. A sistematização da porta

de entrada inicia com a aplicação de um questionário que percebe a população

com maior risco de internação hospitalar (1).

O PBV é um instrumento eficiente na redução de gastos hospitalares,

fortalecendo os vínculos entre cliente – profissional/família, que necessitam de

acompanhamento, sendo indicado para pacientes idosos, com doenças

crônicas, risco de hospitalização na avaliação pós-alta hospitalar e

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

15

desospitalização deste grupo . As regularidades das visitas diferem conforme o

estado de saúde do paciente.

A equipe do Programa Bem Viver é formada por enfermeiros, médicos,

fisioterapeutas, nutricionista, fonoaudióloga e nutricionista com especializações

diversas nas áreas de Geriatria e Gerontologia. O treinamento constante da

equipe sob a forma de seminários, leituras especializadas, comparecimento em

congressos é estimulado para criar uma linguagem comum, para a compreensão

dos protocolos utilizados pelo Programa e para o aprofundamento nas questões

da área do envelhecimento. Reuniões de equipe são rotina no desenvolvimento

do caráter interdisciplinar e manutenção do cuidado contínuo aos pacientes (1).

Os usuários do Programa, ou seja, os indivíduos que dele participam,

através desse acompanhamento contínuo, atingem o objetivo de integrar as

modalidades de assistência domiciliar, ambulatorial e hospitalar, empregando

práticas específicas de caráter preventivo para a atenção aos idosos no

ambiente domiciliar.

O desenvolvimento de programas de promoção da saúde e prevenção de

riscos e doenças tem como objetivo a mudança do modelo assistencial vigente

no sistema de saúde e a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários de

planos de saúde, visto que grande parte das doenças que acomete a população

é passível de prevenção. Cabe destacar que a necessidade de racionalização

dos custos por parte das operadoras é importante, na medida em que seja

complementar à Política do Ministério da Saúde (MS), empreendida para todo o

país (2).

A enfermagem tem lugar de destaque nos programas de prevenção de

internação hospitalar e no planejamento da alta hospitalar (3). A enfermagem

gerontológica visa contribuir de forma integral ao idoso e sua família/ cuidador,

gerando clareza e adaptação no processo de envelhecimento seguro, motivando

a participação no planejamento do autocuidado.

A visita domiciliar é um conjunto de ações de saúde voltadas para o

atendimento, seja ele assistencial ou educativo. É uma dinâmica utilizada nos

programas de atenção à saúde, visto que acontecem no domicílio da família (4).

Também deve ser considerada, no contexto de educação em saúde, por

contribuir para a mudança de padrões de comportamento e, consequentemente,

promover a qualidade de vida através da prevenção de doenças e promoção da

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

16

saúde. Garante atendimento holístico por parte dos profissionais, sendo,

portanto, importante para a compreensão dos aspectos psicoafetivo-sociais e

biológicos da clientela assistida (5).

Nesse contexto, percebe-se a importância do papel dos profissionais de

enfermagem, onde destacamos que Enfermagem é a ciência e a arte de assistir

o ser humano (indivíduo, família e comunidade) no atendimento de suas

necessidades básicas, tornando-o independente, quando possível pelo ensino

do autocuidado, bem como manter, promover e recuperar a saúde em

colaboração com outros profissionais (6).

Por meio dessa ótica, e através do estudo com a visita domiciliar (VE),

observou-se uma primeira constatação do expressivo número de idosos que

caíam, sem uma causa aparente, em seus domicílios. Tal circunstância

despertou a inquietação da pesquisadora, levando-a ao desejo de averiguar os

motivos que promoviam essas ocorrências.

No decorrer dessa trajetória surgiram inúmeras inconformidades com

esse tema, à medida que os pacientes, familiares e/ou cuidadores, relatavam as

constantes quedas no ambiente domiciliar.

Através das queixas apresentadas, foram analisadas possíveis causas e

motivos que poderiam provocar tal situação, como também, por intermédio de

diálogos realizados com vários pacientes, membros da família e/ou

acompanhantes, observamos que os mesmos não se atentavam à gravidade e

as consequências decorrentes desse fato; situações extremas, geradas por

ferimentos ou sequelas que poderiam provocar doenças e até óbitos; e aos

fatores e as ações de prevenção para essa situação recorrente.

Logo, percebeu-se que o Programa Bem Viver é o cenário ideal para a

realização do estudo, proporcionando a avaliação da história psicossocial, clínico

funcional, déficit cognitivo, avaliação dos medicamentos e o ambiente domiciliar

onde o idoso octogenário está inserido, usando instrumentos consolidados e

validados na área de geriatria e gerontologia.

Uma vez abordados todos esses aspectos, inicia-se a análise dos

resultados obtidos com a aplicação de alguns instrumentos, o que vai determinar

o grupo de acompanhamento de acordo com a avaliação funcional, cognitiva e

de atividades de vida geral.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

17

Os grupos se dividem de acordo com um estrato de dependência, a saber (1):

Grupo 1: Pacientes com dependência total;

Grupo1A: Pacientes com dependência total e sem acompanha-

mento médico ambulatorial;

Grupo 2: Pacientes com dependência parcial;

Grupo 3: Pacientes com autonomia;

Grupo 3A: Pacientes com autonomia preservada e idade maior ou

igual a 80 anos (1).

De tal modo, a partir dos conceitos abordados anteriormente, de acordo

com a vivência cotidiana da pesquisadora em sua prática profissional no

Programa Bem Viver, optou-se pelo Grupo 3A – Pacientes com autonomia

preservada e idade maior ou igual a 80 anos, como alvo deste estudo.

1.1 QUESTÕES NORTEADORAS

- Quais são os fatores de riscos de quedas extrínsecos e intrínsecos do

idoso octogenário, no ambiente domiciliar?

- Como minorar os fatores de riscos de quedas do idoso em domicílio, a

partir do Programa Nacional de Segurança do Paciente e Política Nacional de

Saúde da Pessoa Idosa.

- Qual tecnologia gerencial voltada para o idoso e sua família pode

monitorar e mitigar as quedas no domicilio?

1.2 OBJETIVO GERAL

Elaborar uma tecnologia gerencial, visando monitorar e mitigar as

possibilidades de quedas decorrentes de causas extrínseca e intrínseca nos

idosos octogenários, em ambiente domiciliar.

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar os fatores de riscos de quedas intrínsecos e extrínsecos dos

idosos octogenários no domicílio.

Correlacionar os fatores de riscos de quedas intrínsecos e extrínsecos

dos idosos, a partir de oitenta anos, com ações que visam monitorar e mitigar os

fatores de riscos de quedas do idoso por meio das (PP) Políticas Públicas.

Discutir os resultados frente ao (PNSP) Programa Nacional de Segurança

do Paciente (meta 6) e a (PNPI) Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

18

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Este estudo se insere na linha de pesquisa, O contexto do cuidar em

saúde, do Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial; e no núcleo de

Pesquisa Cidadania e Gerência em enfermagem (NECIGEN).

A escolha por este tema é importante tendo em vista a grande incidência

de quedas, e isto significa um problema real. A magnitude do problema, diante

do processo de envelhecimento populacional, gera um problema de saúde

pública, e julga-se necessária uma reflexão sobre os riscos de quedas em idosos

inseridos no Programa Bem Viver no ambiente domiciliar.

As quedas ocorrem devido a vários fatores de risco, segue abaixo sua

listagem: (7)

Demográfico: Idosos acima de 65 anos; Psico-cognitivos: Declínio

cognitivo, depressão, ansiedade. Condições de saúde e presença de doenças

crônicas: acidente vascular cerebral prévio; hipotensão postural; tontura;

convulsão; síncope; dor intensa; baixo índice de massa corpórea; anemia;

insônia; incontinência ou urgência miccional; incontinência ou urgência para

evacuação; artrite; osteoporose; alterações metabólicas (como, por exemplo,

hipoglicemia); Funcionalidade: dificuldade no desenvolvimento das atividades

cotidianas, necessidade de dispositivo de auxílio à marcha; fraqueza muscular e

articular; amputação de membros inferiores; e deformidades nos membros

inferiores; Comprometimento sensorial: visão; audição; ou tato; Equilíbrio

corporal: marcha alterada; Uso de medicamentos: Benzodiazepínicos;

Antiarrítmicos; anti-histamínicos; antipsicóticos; antidepressivos; digoxina;

diuréticos; laxativos; relaxantes musculares; vasodilatadores; hipoglicemiantes

orais; insulina; e Polifarmácia (uso de quatro ou mais medicamentos);Obesidade

severa ;Histórico prévio de queda (7). Sendo estes fatores de riscos a

fonte direta ou indireta das quedas.

Quedas de pacientes produzem danos em 30% a 50% dos casos, sendo

que 6% a 44% desses pacientes sofrem danos de natureza grave, como

fraturas, hematomas subdurais e sangramentos, que podem levar ao óbito (8).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

19

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

publicados o Diário Oficial da União (DOU), em 1° de Dezembro de 2014(9), a

expectativa de vida do brasileiro, ao nascer, é de 74,9 anos. Se comparada com

a expectativa de vida divulgada em anos anteriores, verifica-se a tendência de

crescimento anual da taxa. Ainda segundo a nova tabela, pessoas com 80 anos

em 2014 têm a expectativa de viver mais 9,2 anos(9). De acordo com o IBGE, a

população brasileira com essa faixa etária deve passar de 14,9 milhões (7,4% do

total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060 (10). Nesse período,

a expectativa média de vida do brasileiro deve aumentar para 81 anos.

Para elaboração do tema do estudo foi aplicada a estratégia PICO, que é

um acrônimo de Paciente, Intervenção, Comparação e Outcome. Para o

Desfecho, não tendo grupo de controle para comparar, não foi utilizado o C (11).

Neste estudo, o ‘P’ traça os idosos, o ‘I’ as quedas, e o ‘O’ os fatores de riscos.

Diante disso, construiu-se a seguinte questão de pesquisa: No que se refere à

prevenção de agravo, quais são os fatores de riscos para a ocorrência de

quedas de idosos?

1.4 REVISÃO INTEGRATIVA

Para a melhor compreensão da temática, foi realizado o levantamento do

“Estado da Arte”, na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com seguintes

descritores e depois associados:

Quadro 1- Aspectos da Revisão Integrativa Sobre a Temática

Descritores Questão da

pesquisa

Critérios de

inclusão

Critérios de

Exclusão

Recorte

Temporal

1. Enfermagem;

2. Idoso;

3. Gerenciamento de Riscos

4. Segurança do Paciente;

5. Acidentes por

Como se

apresenta a

produção

científica

relacionada

à

prevalência

e fatores de

risco de

Artigos

eletrônicos,

dissertações

publicadas

em inglês,

português e

espanhol,

pertinentes a

questão da

Estudos

secundários,

estudos sem

metodologia,

resenha, nota

prévia.

2009 a 2014

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

20

Quedas. quedas

domiciliar

em idosos?

pesquisa.

Quadro 2- Descritores associados nas buscas da literatura científica para a

revisão integrativa, elaborado pela própria pesquisadora.

DESCRITORES ASSOCIADOS

LILACS MEDLINE BDENF CINAHL

Achados Pertinentes ao tema

Achados pertinentes ao tema

Achados Pertinen-tes ao tema

Achados Pertinen-tes ao tema

Acidentes por quedas (and) Idoso

N=134 N=5 N=1763 N=6 N=15 N=1 N=1480 N=9

Acidentes por quedas (and) Enfermagem (and) Idoso

N=2 N=0 N=2 N=0 N=1 N=0 N=0 N=0

Idoso (and) Segurança do Paciente

N=4 N=0 N=580 N=0 N=0 N=0 N=567 N=0

Segurança do Paciente (and) Enfermagem

N=3 N=0 N=14 N=0 N=1 N=0 N=0 N=0

A revisão foi operacionalizada mediante as seguintes etapas: formulação

do problema, coleta de dados, avaliação dos dados coletados, análise,

interpretação e apresentação dos resultados. O problema de pesquisa partiu da

questão: Como se apresenta a produção de conhecimento acercada prevalência

e fatores de risco de queda domiciliar em idosos (12).

Os dados foram coletados em outubro de 2014, nas bases de dados

BDENF (Base de Dados de Enfermagem), LILACS (Literatura Latino-Americana

e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and

Retrieval System Online) e CINAHL (The Cumulative Indez to Nursing and Allied

Health Literature). Como critérios de inclusão foram definidos os artigos

publicados no período de 2009 a 2014, referindo-se ao fato de que nelas estão

concentrados um maior número de pesquisas na área da saúde; nas línguas

portuguesa, inglesa ou espanhola; e que tivessem relação com o tema de

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

21

pesquisa. Foram excluídos os artigos repetidos, erratas, cartas, editoriais e

comentários ao editor. Para viabilização da busca, empregaram-se os seguintes

descritores: Acidentes por quedas, idoso, fatores de risco. Estes foram

combinados por meio do operador booleano AND(12).

Para a coleta de dados elaborou-se um instrumento cujas variáveis foram:

título da publicação, periódico, base de dados em que foi encontrada, ano de

publicação, tipo de artigo, autor(es), objetivos do estudo e fatores de risco para

quedas de idosos em domicílio (12).

Durante as buscas foram encontradas 4.605 publicações, das quais 4589

foram excluídas depois de lidos os títulos e resumos e não atenderem aos

critérios de elegibilidade. Assim, apenas 16 artigos foram lidos na íntegra e

analisados com base no conhecimento teórico da pesquisadora. A interpretação

dos dados e discussão dos resultados ocorreu a partir de outras bibliografias da

Enfermagem e da Gerontologia, relativas aos acidentes por quedas (12).

Verificou-se maior quantidade de artigos datados de 2011 (n=4) e 2013

(n=4); escritos na língua inglesa (n=11); e publicados em 15 periódicos distintos,

sendo sete da área de geriatria/gerontologia, quatro de enfermagem, três de

saúde pública e um voltado para o cuidado domiciliar.

A partir da questão norteadora para buscar os artigos na literatura

cientifica, evidenciaram-se vários fatores de risco de quedas em domicílio

apontados pelas publicações que compuseram amostra desse estudo, tais como

os ambientais, especialmente no que tange a inadequações arquitetônicas e de

mobiliário e ausência de aparatos de proteção. Resultados semelhantes foram

encontrados em outros estudos, que citaram, ainda, como riscos adicionais, a

presença de escadas e tapetes em áreas de acesso a cômodos e a iluminação

ausente ou precária (13,14,15).

A maior prevalência de quedas de idosos em domicílios está associada ao

sexo feminino, em razão de fatores endógenos (menopausa, com baixa de

hormônios femininos que predispõem a osteoporose) e de hábitos sociais (maior

participação das mulheres no desenvolvimento de tarefas domésticas); idade

mais avançada, dado o maior comprometimento dos sistemas cognitivos e

fragilidade muscular e óssea; e episódios anteriores de quedas. No que tange

aos fatores de risco para quedas, eles podem ser intrínsecos, decorrentes do

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

22

próprio processo de envelhecimento, sendo, portanto, fatores fisiológicos, mas

que diferem a depender do gênero, idade e estado funcional do idoso; e fatores

extrínsecos, geralmente associados ao próprio domicílio. Entre os fatores

intrínsecos, os mais apontados foram: a diminuição da acuidade visual, menor

flexibilidade muscular, fragilidade óssea e diminuição do equilíbrio. Entre os

extrínsecos, os mais importantes relacionam-se à disposição de móveis e

objetos no interior da residência, ausência ou inadequação de luminosidade, e

ausência de aparatos de apoio. É importante considerar alterações no domicílio

que o tornem um ambiente mais saudável e seguro, facilitando o trânsito dos

idosos e o desenvolvimento de atividades de vida diárias e, por consequência,

diminua os fatores de risco para quedas. Ações de promoção e prevenção

devem ser implementadas pelos familiares e pelos profissionais de saúde, que

têm papel fundamental na educação em saúde, a qual subsidia o conhecimento,

a adesão às mudanças impostas pelo envelhecimento e o autocuidado (12).

Esses dados justificam que as quedas em domicílio são constantes e

muito comuns. Nesse caso, é importante enfatizar que a família precisa ser

orientada com relação ao processo de envelhecimento e também sobre os

problemas associados a ele. Os fatores mencionados devem ser levados em

maior consideração quando se tem um idoso no próprio lar, pois pequenos

utensílios em lugares inadequados podem levar a grandes fraturas que, muitas

das vezes, são irreversíveis. Por isso a família deve ser orientada quanto a

adequações necessárias no âmbito do domicilio (12).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

23

2 BASE TEÓRICA

2.1 ENVELHECIMENTO

No passado, envelhecer não era algo tão corriqueiro como acontece

atualmente. Devido às condições ambientais, a saúde dos indivíduos geralmente

não permitia que alcançassem a terceira idade. A partir, principalmente, do

século XX, aconteceram alterações no perfil populacional, transformando o

envelhecimento num fenômeno global.

Foram várias as mudanças que aconteceram nos indicadores de saúde,

conduzindo a sociedade globalizada a um aumento na expectativa de vida

global. A composição da pirâmide populacional se alterou, com o aumento da

população idosa e alterações na divisão entre as faixas etárias.

Nas primeiras décadas do século XX acontecia uma alta taxa de

mortalidade devido a doenças infecciosas, condições sanitárias e pobreza. A

expect

ativa de vida era baixa, apenas uma parcela reduzida da população

alcançava a terceira idade. (16) o elevado número de integrantes por família não

se revertia em crescimento populacional devido ao alto percentual de óbitos. Os

idosos representavam uma reduzida parcela da população. Ao longo do século

XX acontece a transição para a nova configuração populacional, uma evolução

flagrante ocorreu nas políticas de saúde, refletindo-se numa diminuição dos

índices de mortalidade. A diminuição dos índices de mortalidade é um dos

fatores que atuaram na transição demográfica global, sendo causa ou efeito de

avanços sociais e políticos, além da incorporação de novas tecnologias (16).

“Ressaltamos que a longevidade surge como consequência de

avanços no sistema de saúde, melhorias das condições gerais de

vida, descoberta de novos medicamentos, somadas às intervenções

estratégicas modernas de diagnóstico e cirurgias, que possibilitam o

controle e tratamento de doenças infectocontagiosas e crônico-

degenerativas, modificando-se os contornos da expectativa de vida”

(17).

Outro fator determinante para o aumento da longevidade é o

acontecimento de mudanças comportamentais e científicas que interferiram na

reprodução humana, reduzindo índices de natalidade. A redução da taxa de

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

24

mortalidade infantil também pode ser mencionada como fator determinante para

o aumento do número de idosos. A taxa de fecundidade diminuiu em 60%, entre

as décadas de 1970 e 2000, o número de filhos chegou a 2,2 filhos por mulher,

reduzindo a população jovem para 30%, enquanto acontecia simultaneamente

um aumento no número de idosos (18).

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o

envelhecimento é um “processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível,

universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a

todos os seres de uma espécie” (19, 20). Para o Ministério da Saúde (MS), a

definição de envelhecimento é “mudança na estrutura etária populacional, com

aumento do número relativo das pessoas acima de uma determinada idade,

considerada como definidora do início da velhice”(21).

Como os padrões populacionais têm passado por alterações, é relevante

que aumente o número de pesquisas acadêmicas que tratem do assunto. A

parcela da população de idosos no país tende a crescer, ocasionando

consequências sócio- econômicas:

“De acordo com projeções do Banco Mundial (2011), a velocidade do

envelhecimento populacional no Brasil será significativamente maior

do que ocorreu nas sociedades mais desenvolvidas no século

passado. A estimativa é que a população idosa mais do que triplique

nas próximas quatro décadas, passando de 20 milhões em 2010 para

cerca de 65 milhões em 2050. Dessa forma, os idosos - que em 2000

compunham 10% da população - somarão 49% em 2050, ao passo

que a população em idade escolar diminuirá de 50% para 29% no

mesmo período” (22).

Se o envelhecimento populacional significa uma vitória da humanidade

frente a um passado de altas taxas de mortalidade, aumentar a expectativa de

vida exige novos posicionamentos para o atendimento às demandas sociais,

médicas e econômicas que surgem como consequência. Uma das principais

atenções das políticas públicas devem ser os cuidados em relação à saúde da

população idosa (23). Diversas iniciativas foram tomadas a partir de políticas de

saúde para as pessoas idosas, principalmente a partir da década de 1970.

Foram criados benefícios não contributivos para os trabalhadores com mais de

70 anos, que até então não tinham acesso aos benefícios da Previdência Social.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

25

Nesse período o poder público começa a se atentar para a necessidade da

condução de políticas voltadas para os idosos. Nas décadas anteriores as

iniciativas governamentais geralmente eram voltadas para a caridade e proteção

(24).

A lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994, pode ser considerada um marco para

assegurar direitos sociais para a população idosa. A legislação propunha mais

autonomia, integração e participação da sociedade no assunto (25), sendo os

idosos os principais agentes e destinatários do conhecimento por detrás das

novas políticas (25). Estes idosos passaram a ter uma garantia através da

legislação do recebimento de assistência independente do nível de

complexidade de seu problema de saúde, além de investimentos em prevenção,

promoção, proteção e recuperação através dos programas profiláticos (25). As

novas iniciativas partem dos princípios voltados para a descentralização,

universalidade e equidade do acesso aos serviços de saúde. Inicia-se um

processo de reorganização da prática assistencial (25).

Em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs uma política

para o envelhecimento ativo, o Brasil aderiu à proposta em 2005: “envelhecer

bem não é apenas uma questão individual, e sim um processo que deve ser

facilitado pelas políticas públicas e por iniciativas sociais e de saúde no decorrer

do ciclo vital” (23).

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, Portaria GM 2.528, de 19

de outubro de 2006, voltada para os indivíduos idosos, com mais 60 anos, onde

acontece uma avaliação da atividade de vida diária, a partir da proposta

existente num plano de cuidados e tratamentos do idoso. A política é voltada

para a garantia da qualidade de vida, priorizando a independência e autonomia

dos idosos, com o objetivo de evitar a institucionalização da população idosa

oferecendo a essa população atenção adequada à saúde (21).

O envelhecimento populacional é merece ser considerado como uma

oportunidade, fazendo-se primordial a criação de politicas públicas de

assistência social apropriada e com orientações que promovam um

envelhecimento saudável, incentivando a interação familiar na defesa do idoso

(26).

Todas essas iniciativas mencionadas anteriormente atendem aos anseios

da população idosa. A situação estava tão crítica que o poder público se viu

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

26

obrigado a cumprir uma agenda de estratégias de mudança do modelo

assistencial, ideias como os atendimentos humanizado e integral à saúde,

voltados para a pessoa idosa, que passava a dispor de uma assistência

multidisciplinar e intersetorial (27).

A antiga realidade voltada para um modelo curativo, para a tentativa de

implantação de estratégias de caráter preventivo além de aprimorar a qualidade

dos serviços vinculados ao sistema, também tinha objetivos econômicos, que

era a redução da necessidade de visitas dos idosos aos hospitais. Manter

hospitais públicos exige altos investimentos e recursos para a manutenção, além

de expor os idosos a riscos desnecessários. Um acompanhamento domiciliar

pode reduzir eventuais danos à saúde do idoso que uma internação poderia

causar. O modelo ainda inclui atendimento integral, manutenção do cuidado,

aumentando a relação do indivíduo com o profissional, associado ao estímulo do

vínculo familiar e proporcionando autonomia em suas atividades diárias.

“A lei 10.424, de 15 de abril de 2002, acrescenta a lei orgânica de saúde

nº 8080, de 19 de setembro de 1990 as condições para a promoção, proteção e

recuperação da saúde, a organização e o funcionamento de serviços

correspondentes e dá outras providências, regulamentando a assistência

domiciliar no Sistema Único de Saúde” (28).

2.2 IDOSO OCTOGENÁRIO

A proporção de idosos com idade superior a 80 anos aumenta

praticamente em todo o planeta, fenômeno que provoca implicações na área da

saúde, essa faixa etária é marcada por uma maior frequência de co-morbidades

e maior incidência de declínio funcional. No Brasil existem cerca de 14 milhões

de idosos acima de 65 anos, dentre os quais quase três milhões (1,6%)

pertencem à faixa etária acima de 80 anos(29,30). Esse aumento da expectativa

de vida exige da gerontologia uma atenção maior, principalmente com as

pessoas com idade superior a 80 anos. A partir dessa faixa etária, problemas de

saúde são mais frequentes (30,31,32).

O crescimento da população idosa ocorre tanto entre os mais jovens, com

idade aproximada aos 60 anos, como com idade superior a 80 anos. Esse

fenômeno indica a necessidade de atenção dos profissionais de saúde. Embora

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

27

não existam diferenças na atenção prestada para os idosos, é importante

considerar que os indivíduos com idade superior a 80 anos apresentam maior

vulnerabilidade (33). Estudos indicam que na população octogenária, a presença

de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são frequentes e geralmente

são vinculadas à maior incapacidade funcional (34,35).

Entre os idosos longevos, com idades superiores a 80 anos, denominados

também de muito idosos, o aumento da população é notável. Consequência do

envelhecimento e do aumento da expectativa de vida, (36) os muito idosos estão

em um dos segmentos populacionais que mais crescem. A expectativa de vida

nos países desenvolvidos é superior, o aumento populacional é tamanho que em

países de língua inglês costuma-se utiliza a expressão “oldest-old”, os indivíduos

com idade superior aos 85 anos (38). Embora reflexo de iniciativas vitoriosas e

positivas, a inversão demográfica provoca problemas de ordem na saúde,

política e economia (37).

Como é alarmante o crescimento do número de idosos, também é

necessário que medidas sejam adotadas, os indivíduos mais longevos devem

ser inseridos em situações que visem um envelhecimento com qualidade de

vida, onde mesmo com as incapacidades relacionadas à idade mais avançada, é

possível manter o bem-estar (39,40).

Sendo o grupo de idosos que mais cresce, os indivíduos com idade

superior a 80 anos chegarão a 350 milhões até 2050, sendo as mulheres idosas

mais predominantes conforme a idade aumenta (41). Embora existam inúmeros

estudos que abordam o assunto “idosos em idade avançada”, ainda há espaço

na produção de conhecimento para mais trabalhos acadêmicos que deem conta

da saúde de idosos longevos (42).

2.3 QUEDA

A queda é um evento que acontece com bastante frequência, conduzindo

o idoso a uma limitação, sendo definida como um evento inesperado e não

intencional. O evento muitas vezes traz mudanças marcantes para o indivíduo,

pois o reduzem a um nível mais baixo de locomoção e independência, se

comparado ao momento anterior à queda. A queda que acontece se dá como

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

28

consequência da perda total do equilíbrio postural e da ineficiência dos

mecanismos necessários à manutenção do controle postural (43).

Sendo de etiologia multifatorial, pode provocar lesão, perda da confiança

do idoso para caminhar, além de incapacidade funcional. Acontece de forma tão

recorrente entre idosos, que está entre as sete síndromes geriátricas mais

relevantes, embora sejam previsíveis e passiveis de métodos de prevenção

eficientes (44).

As quedas estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade

na população idosa. Quase 30% das pessoas com mais de 65 anos e metade

com idade superior a 80 anos sofrem pelo menos uma queda por ano. No país,

entre 1996 e 2005, cerca de 22,5% (9.249) dos óbitos de idosos foram atribuídos

ao fator queda ( 44,45,46):

“No caso dos idosos octogenários, a queda tem uma prevalência de

40%. No Brasil, segundo os dados do Projeto Diretrizes/ Sociedade

Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) de 2008, 51% de

pessoas acima de 85 anos sofrem quedas”(47).

As pessoas que interagem com os idosos e eles próprios devem se atentar

a um fato, os idosos sofrem mais quedas em casa do que em ambientes

externos (49,50). 70% das quedas acontecem nas residências, geralmente com

indivíduos que moram sozinhos (48). Fatores de risco intrínsecos e extrínsecos

são determinantes nas quedas, o acidente doméstico ocorre frequentemente

entre idosos (51). As quedas em sua maioria (85%) acontecem no interior da

residência ou arredores, em atividades simples como caminhar, mudar de

posição, ir ao banheiro, cozinhar, limpar a casa ou tomar banho (52).

As consequências físicas e psicológicas, além dos custos financeiros,

demonstram como as quedas são problemas altamente relevantes para a saúde

pública, justificando a necessidade de realização de cada vez mais pesquisas na

área. Reconhecer e avaliar os fatores de risco responsáveis pelas quedas

possibilita identificar quais populações e indivíduos são mais vulneráveis,

servindo para elaboração de estratégias, como os programas de intervenção,

que servem para atender as necessidades de uma população específica,

classificada conforme a idade, sexo, competência funcional, condição clínica,

tipo de atividades realizadas e etc. (53).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

29

A queda é classificada (54) segundo suas consequências, que são

dimensionadas devido à gravidade das lesões. As lesões graves são as fraturas,

trauma crânio encefálico e luxações. Já as lesões classificadas como leves são

as abrasões, cortes, escoriações, hematomas e edema. O tempo de

permanência no chão, como uma queda prolongada, desde 15 minutos até a

incapacidade do idoso de levantar-se sem ajuda. As quedas prolongadas

acontecem com mais frequência em indivíduos acima dos 80 anos, em

atividades cotidianas, geralmente provocadas por disfunções nos membros

inferiores, ou como consequência da ingestão de sedativos, nessa faixa etária

ainda é comum que pessoas permaneçam por longos períodos sem a mínima

assistência (54).

O problema mais comum, quando ocorre uma queda, é o medo da vítima

em cair de novo, reduzindo a locomoção do idoso, restringindo sua vida ao leito

ou à cadeira, levando-o a um ciclo vicioso de paralisia, falta de condicionamento

físico e novas quedas. A questão do equilíbrio corporal e a estabilidade postural

são determinantes entre os idosos, pois o equilíbrio corporal depende da

integração entre informações sensoriais, entre elas a visão, o sistema vestibular

e os próprios receptores. Já o equilíbrio corporal possibilita a correção da

posição do corpo em relação à base de sustentação (55).

O fator psicológico envolvido no medo de ter novas quedas acontece em

muitos casos, ocorrendo em 30% a 73% dos idosos (56). A redução da confiança

na capacidade de locomoção em segurança agrava o declínio funcional, levando

a outros quadros como a depressão, a baixa autoestima e o isolamento social.

Depois de uma queda, o medo leva o idoso a restringir suas atividades. Outros

fatores que podem ser mencionados, além do fator psicológico, são a dor e a

incapacidade funcional. Reabilitar um idoso pós-queda não é uma tarefa das

mais fáceis e pode demorar a levar a resultados favoráveis. A imobilidade

prolongada conduz a diversos tipos de complicações, como tromboembolismo

venoso, úlceras de pressão e incontinência urinária. Depois da queda e de suas

consequências, o idoso torna-se ainda mais dependente de seu cuidador,

necessitando mais tempo de dedicação e gerando consequências de ordem

social. Os pacientes que já sofreram quedas estão entre as pessoas com mais

chances de requererem institucionalização (57).

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

30

Inúmeros trabalhos relatam que existe uma associação entre uso de

medicamentos e o evento das quedas, estudos vinculam o uso de

medicamentos ao aumento de risco. Esse fato é atestado principalmente em

pacientes idosos mais frágeis ou que usam medicamentos mais severos (58).

Num dos estudos analisados, existe a associação entre o consumo de

medicação de uso contínuo e a ocorrência de quedas (59). A avaliação dos

fatores de risco de quedas de idosos em domicílios é relevante principalmente

pela sensibilização do próprio individuo sobre os riscos iminentes.

2.4 QUEDAS DE IDOSOS E SEUS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS:

2.4.1 Fatores Intrínsecos

Estes fatores ocorrem seguindo alterações próprias do processo de

envelhecimento, como, por exemplo, diminuição da força muscular, equilíbrio,

flexibilidade, lentidão dos mecanismos de integração central, importantes para

reflexos posturais; diminuição da visão (catarata, glaucoma), da audição e

sensibilidade, alteração de marcha (passos curtos, arrastados, base

alargada), deformidades nos pés (calosidades, joanetes, problemas nas

unhas) e úlceras por pressão (32); existem fatores por histórico de quedas,

idade, sexo feminino, viver sozinho, medicação psicotrópica, uso de muitos

medicamentos diariamente, superior a quatro, doenças crônicas, como

obstrução pulmonar crônica, depressão, osteoporose; além de mobilidade

reduzida e desequilíbrio (medo de cair), deficiências nutricionais (falta de

vitamina D), dificuldades cognitivas (demências), história de enfartes, doença

de Parkinson (instabilidade postural), infecções graves (infecções urinárias,

gripe, pneumonia e outras), hipotermia, hipertermia, hipotensão postural e

incontinência urinária. Geralmente, as mulheres apresentam mais quedas se

comparadas aos homens, possivelmente causadas pelo maior desequilíbrio

hormonal (hipo e hipertireoidismo), além de doenças osteomusculares.

2.4.2 Fatores Intrínsecos

São caracterizados pelos riscos ambientais, dependem de atenções simples

ao ambiente interno e externo da residência (32), como iluminação deficiente,

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

31

pisos escorregadios, tapetes soltos, superfícies irregulares, móveis instáveis,

cadeiras de balanço, banquinhos, camas e sofás muito baixos, calçados

inadequados (chinelos ou sapatos) mal adaptados aos pés e com solado

escorregadio, vestuário não apropriado, bengalas e andadores inadequados,

ambiente com objetos espalhados que podem provocar tropeços (fios,

brinquedos), móveis e mesas com bordas pontiagudas, quedas ao entrar e

sair de automóveis, subir e descer de veículos (ônibus, táxi, trens, bicicleta e

outros), quedas (bancos, cadeiras, cama, escadas, telhados e árvores),

expor-se a situações de risco (subir em escada) para pegar objetos em

armários e ferramentas em prateleiras ou para molhar folhagens (32, 60,61).

Embora inúmeros fatores de risco ambientais induzam as quedas, existem

escassos estudos a respeito. É bastante provável que, quando ocorre

intervenção sobre esses fatores, sendo realizada por profissional especializado,

exista eficácia no aspecto da prevenção, principalmente como forma de prevenir

quedas em idosos com histórico de quedas (62).

2.5 SEGURANÇA DO PACIENTE

Hipócrates, considerado por muitos o pai da medicina, num contexto de

saúde ainda bastante rudimentar, alertava para a importância da prevenção.

Atualmente, a prevenção ainda se apresenta de forma bastante modesta,

mesmo considerando o elevado nível científico. Hipócrates, há milhares de anos,

escrevia: “Primum non nocere” ou “primeiro não causar dano”(63).

No século XIX, outro grande cientista, Florence Nightingale escrevia em

seu livro Notes on Hospitals: “Pode parecer estranho enunciar que a principal

exigência em um hospital seja não causar dano aos doentes” (63).

Já no século XX, um cirurgião norte americano, Ernest Codman, estudou

o tratamento final de diversos pacientes, incluindo as principais falhas no

atendimento. Em 1918, com a criação da Joint Commission on Accreditation of

Health care Organizations (JCAHO), pelo Colégio Americano de Cirurgiões, é

publicado o estudo Diseases of Medical Progress, considerado pioneiro no

assunto, onde demonstra a prevalência e evitabilidade de doenças iatrogênicas.

Geralmente essas doenças são resultado de um procedimento ou ocorrência

nocivos, sem vinculação com a doença originário do paciente(63).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

32

A Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (Joint Commission on

Accreditation of Hospitals – JCAHO) surgiu nos Estados Unidos da América, em

1952. Criada a partir da participação de associações profissionais e de hospitais

deste país e do Canadá. No Brasil, a acreditação foi utilizada como estratégia

para a melhoria da qualidade dos serviços hospitalares durante a década de

1990. Em 1994, o Ministério da Saúde implantou o Programa Brasileiro de

Qualidade e Produtividade (PBQP) e a Comissão Nacional de Qualidade e

Produtividade em Saúde (CNQPS), duas iniciativas relevantes para a

acreditação. Tanto a avaliação quanto a certificação de serviços de saúde

passaram a ser estratégias e prioridades do Ministério da Saúde a partir de

1997(64,65).

O relatório do Institute of Medicine (IOM) To Err is Human (66), de 1999,

foi responsável pela divulgação da importância do tema segurança do paciente.

A partir desse relatório, que foi baseado em revisões retrospectivas de

prontuários realizados por duas pesquisas de avaliação da incidência de eventos

adversos (EAs) nos hospitais de Nova York, Utah e Colorado (67,68). As pesquisas

definiram o termo evento adverso como sendo um dano causado pelo cuidado à

saúde e não pela doença de base. O evento adverso prolonga tanto o tempo de

permanência do paciente nos hospitais, como interfere na capacidade física

após a alta médica. O relatório ainda demonstrava que aproximadamente 100

mil pessoas morrem em hospitais a cada ano por causa da ocorrência de

eventos adversos (EA) nos EUA. O resultado alarmante demonstrava ainda uma

alta incidência de mortalidade, superior aos números apresentados por

pacientes com HIV positivo, câncer de mama ou atropelamentos (66).

O relatório do Instituto de Medicina (IOM) demonstrou como as

ocorrências de EA são um problema financeiro. Em países, como o Reino Unido

e a Irlanda do Norte, a permanência em hospitais por causa de EA gera um

prejuízo de 2 bilhões de libras ao ano. Se considerados também os gastos do

Sistema Nacional de Saúde com litígios de oriundos de EA, são mais de 400

milhões de libras ao ano. Nos EUA, o prejuízo anual decorrente de EA é

calculado em até 29 bilhões de dólares (66).

Desde a década passada, o IOM nos EUA incorpora a “segurança do

paciente” como um dos seis atributos da qualidade, com a efetividade, a

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

33

centralidade no paciente, a oportunidade do cuidado, a eficiência e a equidade

(69).

“O IOM define qualidade do cuidado como o grau com que os serviços de

saúde, voltados para cuidar de pacientes individuais ou de populações,

aumentam a chance de produzir os resultados desejados e são consistentes

com o conhecimento profissional atual (70)”.

2.6 DEFINIÇÕES DOS ATRIBUTOS DA QUALIDADE:(70)

2.6.1 Segurança:

Para evitar lesões e danos nos pacientes decorrentes do cuidado que tem

como objetivo ajudá-los.

2.6.2 Efetividade:

Cuidado baseado no conhecimento científico para todos que dele possam

se beneficiar, evitar a subutilização ou a sobreutilização.

2.6.3 Cuidado centrado no paciente:

Cuidado respeitoso e responsivo às preferências, necessidades e valores

individuais dos pacientes, para assegurar que o paciente participe das decisões

clínicas.

2.6.4 Oportunidade:

Redução do tempo de espera e de atrasos danosos a quem recebe e

presta o cuidado.

2.6.5 Eficiência:

Cuidar sem desperdícios, incluindo uso de equipamentos, suprimentos,

idéias e energia.

2.6.6 Equidade:

Qualidade no cuidado, independente das características do paciente,

incluindo questões pessoais, como gênero, etnia, localização geográfica e

condição socioeconômica.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

34

“O cuidado à saúde, que antes era simples, menos efetivo e relativamente

seguro, passou a ser mais complexo, mais efetivo, porém potencialmente

perigoso” (71).

Donabedian definiu sete características dos cuidados de saúde que

podem caracterizar a qualidade no atendimento: eficácia, efetividade, eficiência,

otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade (72).

Em 2004, a OMS, preocupada com essa situação, criou a World Alliance

for Patient Safety. O programa tinha os seguintes objetivos: organizar os

conceitos e as definições sobre segurança do paciente, além de propor medidas

para reduzir os riscos e mitigar os eventos adversos(73.74,75).

Para a Classificação Internacional de Segurança do Paciente da

Organização Mundial da Saúde o objetivo principal dentro deste tema é reduzir a

um mínimo aceitável o risco de dano desnecessário, associado ao cuidado de

saúde.

2.6.7 Dano

Comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito

dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou

disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico.

2.6.8 Risco

Probabilidade de um incidente acontecer.

2.6.9 Incidente

Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano

desnecessário ao paciente.

2.6.10 Circunstância Notificável

Incidente com potencial dano ou lesão.

2.6.11 Near miss

Incidente que não atingiu o paciente. Incidente sem lesão Incidente que

atingiu o paciente, mas não causou dano.

2.6.12 Evento Adverso

Incidente que resulta em dano ao paciente.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

35

2.6.13 Incidente sem lesão

Incidente que atingiu o paciente, mas não causou dano.

Segundo a Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, que instituiu o

Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), o programa tem como

objetivo geral a contribuição para a qualificação do cuidado em saúde em todos

os estabelecimentos de saúde do território nacional (76).

Em 2011, a ANVISA/MS publicou a RDC 63, que aborda os requisitos de

boas práticas de funcionamento para os serviços de Saúde (77). O artigo 8 da

RDC trata do serviço de saúde, estabelecendo estratégias e ações voltadas para

Segurança do Paciente. Segundo a RDC, os serviços devem utilizar a Garantia

da Qualidade como ferramenta de gerenciamento e desenvolvimento de políticas

de qualidade envolvendo a tríade de gestão: estrutura, processo e resultado (77).

A segurança do paciente é considerada prioridade na qualidade dos

sistemas de saúde, alguns estudos epidemiológicos constataram os efeitos de

uma assistência à saúde de má qualidade (78,79). Consequentemente, vários

outros estudos baseados em dados comprovaram a associação do risco com a

assistência à saúde, a OMS, em outubro de 2004, a Aliança Mundial para a

Segurança do Paciente.

A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente é um grupo de estudos

responsáveis pela formulação de Desafios Globais para a Segurança do

Paciente, com periodicidade de dois anos, e tem como objetivo fomentar o

comprometimento global, além de destacar os assuntos mais relevantes

envolvendo o risco para pacientes (80). Com o objetivo de mobilização de

esforços para a melhoria da segurança dos cuidados de saúde para os

pacientes nos países que fazem parte da OMS, A Aliança Mundial para a

Segurança do Paciente estabelece uma agenda voltada para a segurança e

risco dos pacientes (81).

Os chamados Desafios Globais para a Segurança do Paciente visam

essencialmente a orientação e a identificação de ações que auxiliem na

prevenção aos riscos para os pacientes, norteando aos países que demonstrem

interesse em sua implantação.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

36

O primeiro desafio global, estabelecido pela chamada Aliança Mundial,

ocorreu no biênio 2005-2006, voltado para infecções relacionadas à assistência

à saúde (IRAS), levando para a discussão o tema “Uma Assistência Limpa é

uma Assistência mais Segura”. Uma das principais indicações era a necessidade

de higienização correta das mãos, demonstrado como método eficaz na

prevenção das infecções (82).

Durante o biênio 2007-2008, o desafio foi a promoção da segurança para

pacientes que passam por processos cirúrgicos, aproximadamente 234 milhões

de cirurgias são realizadas no mundo e sete milhões de pacientes apresentam

complicações comprometedoras e um milhão morre no ato cirúrgico ou no pós

operatório imediato. O tema “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” demonstrou a

necessidade de se diminuir a morbimortalidade causada pelas intervenções

cirúrgicas (83,84). A relevância do assunto foi tamanha, que o assunto passou a ter

grande notoriedade, com governos e organizações internacionais passando a

dar maior atenção ao problema.

Outra iniciativa semelhante à Aliança Mundial para a Segurança do

Paciente foi a Commission on Accreditation of Healthcare Organizations

(JCAHO), estabelecida pela OMS, em 2005, voltada também para segurança do

paciente, com seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente:

1) Identificar os pacientes corretamente;

2) Melhorar a comunicação efetiva;

3) Melhorar a segurança de medicamentos de alta vigilância;

4) Assegurar cirurgias com local de intervenção, procedimento e

paciente corretos;

5) Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde;

6) Reduzir o risco de lesões ao paciente, decorrentes de quedas

(85).

2.7 VISITA DOMICILIÁRIA

A possibilidade de intervenção domiciliária começou no Brasil ao longo do

século XX, através de intervenções sanitárias originadas na Europa,

especialistas como Oswaldo Cruz, Emílio Ribas e Carlos Chagas foram os

pioneiros no país. Inicialmente, a visita domiciliária (VD) estabeleceu-se como

estratégia para o combate às doenças transmissíveis (86).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

37

A visita domiciliária permitiu um novo paradigma, sendo definida como

"um conjunto de ações de saúde voltadas para o atendimento tanto educativo

como assistencial” (4).

Considera-se, como marco inicial no Brasil, o artigo publicado em 1919

pelo "O Jornal". O autor, Fontelle, coloca a educação e formação sanitárias

como essenciais para enfermeiras que visitam seus pacientes, estabelecendo

como consequência a possibilidade de intervenção através do novo serviço

proposto, que teria como objetivo principal a prevenção (87).

Cada vez mais as visitas domiciliárias ganham notoriedade. A prática

popularizou-se no país principalmente a partir da década de 1990; a efetivação

de um novo modelo de atenção à saúde, voltado para a promoção da saúde

individual e coletiva, através do Programa Agentes Comunitários de Saúde

(PACS) e da institucionalização da Estratégia Saúde da Família (ESF), na última

década, tornou possível um avanço envolvendo a discussão e aplicação de

novos conhecimentos (88).

A visita domiciliária é um dos instrumentos mais indicados na prestação

de cuidados à saúde do indivíduo, sua família e comunidade, desde que

associada a um processo de formação de conhecimento, com objetivos bem

definidos consegue eficácia no restabelecimento da independência e autonomia

dos pacientes (89).

Diversos estudos mencionam as visitas domiciliárias como sendo

essenciais na assistência à saúde, por permitirem uma concretização da

longitudinalidade, integralidade, acessibilidade e a interação entre o profissional

e o usuário/família (90).

Um dos principais objetivos da visita domiciliária é a atenção às famílias e

à comunidade. Cada contexto deve ser levado em conta pelos prestadores de

serviços de saúde. As relações familiares são essenciais na atuação dos

profissionais de saúde, que devem considerar seus planejamentos vinculados ao

modo de vida e recursos das famílias atendidas (91,92).

A VD é uma atividade externa à unidade de saúde, mas que deve ser

encarada com a mesma seriedade das equipes de saúde. Ela se caracteriza por

utilizar uma tecnologia leve, permitindo o cuidado à saúde de forma mais

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

38

humana e acolhedora, estabelecendo laços de confiança entre os profissionais e

os usuários, a família e a comunidade, ampliando o acesso da população às

ações da Saúde em um dos pontos de sua rede de atenção: o domicílio, a

unidade residencial de determinada família (91,93,94).

A VD propõe, entre outras coisas, um rompimento com o modelo que era

centrado essencialmente na doença, demonstrando como o papel

desempenhado pelos profissionais, com maior interação com o usuário, pode

resultar num novo tipo de atendimento integral e humanizado aos indivíduos no

contexto familiar (95).

A visita domiciliar é um instrumento integrador entre usuários, famílias e

unidades hospitalares. O instrumento permite ainda conscientizar outros

indivíduos além do próprio paciente. Quando se compreende a dinâmica familiar,

pode-se favorecer o engajamento na assistência ao enfermo (96), dos gastos

hospitalares, e fortalecem-se os vínculos entre o cliente – profissional/família que

necessitam de acompanhamento, sendo indicada para pacientes idosos,

crônicose acamados, e na avaliação pós alta hospitalar desse grupo. A

regularidade das visitas varia conforme o estado de saúde do paciente

A visita domiciliária é um método de estudo em enfermagem que tem

como objetivo principal levar ao indivíduo, no seu domicílio, assistência e

orientação sobre a sua saúde.

A assistência em domicílio é fundamental no processo de

contextualização às peculiaridades individuais, integrando-se na relação

usuário/profissional/família (97).

É crescente a demanda por VD. Entre as vantagens está a integração

com o ambiente familiar, facilitando tanto o planejamento das ações de saúde,

como o relacionamento com a equipe de saúde. Com a característica de menor

formalidade é possível expor os problemas do domicílio, além de reduzir custos,

riscos de infecção, trazer mais comodidade, prevenção e detecção de moléstias

(98).

As visitas ocorrem no sentido de orientar, educar, fazer o levantamento

dos possíveis problemas e soluções envolvendo a saúde do paciente, além de

fornecer subsídios educativos, para que o tratamento vise a independência do

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

39

indivíduo. É necessário atentar-se para a realidade do paciente em seu lar,

fazendo o levantamento das características do domicílio, contexto domiciliar,

estrutura física e material ou de relações pessoais intrafamiliares que também

podem realizar orientações (99).

2.8 PAPEL DO ENFERMEIRO E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE IDOSO NO AMBIENTE DOMICILIAR.

O enfermeiro tem de desempenhar um papel que vai além das atividades

curativas, agindo também como uma espécie de educador. Deve expor seu

conhecimento e senso crítico pela promoção, prevenção, recuperação e

reabilitação (100).

Entre os cuidados de enfermagem possíveis estão as ações voltadas para

a manutenção, melhora ou recuperação da saúde. Como finalidade e

especificidade dos cuidados domiciliares está a estratégia de manutenção do

doente em casa, pois é um ambiente que tem mais potencial de identidade e

segurança do que uma unidade hospitalar. Estar em casa deve favorecer o

autocuidado e reduzir a necessidade de hospitalização (101).

O cuidar, para a enfermagem, é algo central, caracterizando os esforços

no auxílio ao indivíduo em sua recuperação. O cuidado não está voltado apenas

para a doença instalada, ela também tem o objetivo de prevenir que ela se

instale. O cuidado para a enfermagem é algo bem abrangente, personalizado,

que, além de curar, ainda promove a saúde (102).

O cuidado envolve diversos elementos bem complexos, requerendo uma

doação pessoal para contribuir com o lado profissional, estudar e forma

conhecimentos específicos e interferir nas atitudes práticas faz parte da relação

estabelecida entre o ser que cuida e o que é cuidado, e destes com o mundo

vivido e experimentado por ambos no tempo e espaço compartilhados (103).

O cuidado é um fundamento que depende do contato do paciente e do

enfermeiro, o conhecimento é essencial, além da dedicação, planejamento,

percepção, por parte do profissional, da singularidade de cada pessoa cuidada

(104).

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

40

O cuidado de enfermagem domiciliar é essencial na constituição das

necessidades sociais e de saúde da população. O domicílio depende de um

“tratamento médico residencial padronizado”, voltado para as habilidades

funcionais do paciente, com ações de assistência e cuidados diários, tendo de

existir uma equipe de estudo para troca de conhecimentos. A enfermagem tem

essa característica de proximidade com o paciente e sua família. O lado bom é

que também favorece a criação de relações afetivas, incluindo a recuperação e a

promoção da saúde (105).

O papel realizado pelo enfermeiro durante a assistência domiciliar

depende do engajamento do profissional. A autonomia e a flexibilidade da

atividade desempenhada requerem muito aprofundamento. A tomada de

decisões está atrelada também à vivência, são os dois elementos, emocional e

científico. Os conhecimentos tecnológicos também são necessários no ambiente

domiciliar, sabendo qual a forma de alcançar soluções de problemas para

pacientes e familiares.

2.9 TECNOLOGIA GERENCIAL

A Tecnologia pode ser definida como “o resultado de processos

concretizados a partir da experiência cotidiana e da pesquisa, para o

desenvolvimento de um conjunto de conhecimentos científicos para a construção

de produtos materiais, ou não, com a finalidade de provocar intervenções sobre

uma determinada situação prática. Todo esse processo deve ser avaliado e

controlado sistematicamente” (106).

As Tecnologias Gerenciais (TG) são consideradas “um processo

sistematizado e testado de ações teórico-práticas (planejamento, execução e

avaliação), utilizadas no gerenciamento da assistência e dos serviços de saúde,

para intervir no contexto da prática profissional, buscando a melhoria da sua

qualidade. Na TG ocorre a aplicação efetiva dos recursos humanos e materiais.

Ela permite uma visão compartilhada baseada no diálogo entre os sujeitos. A TG

proporciona aos profissionais e clientela interação, disposição para escutar e

falar. Ela possibilita um ambiente de estudo criativo, prazeroso, de autoestima,

de processo ensino e aprendizagem, e de desenvolvimento do ser humano na

construção de um mundo melhor” (106).

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

41

Na enfermagem, a tecnologia gera impacto significativo no processo de

estudo (107), sendo designada como a aplicação dos conhecimentos científicos

de modo sistemático no auxílio para melhor atender o ser humano. É importante

destacar, ainda, que o uso da tecnologia não deve ser entendido como

paradigma de cuidado contrário ao indivíduo, e sim como fator de humanização,

até mesmo nos ambientes mais tecnologicamente intensos de cuidados (108).

O impacto da tecnologia na assistência de enfermagem é tamanho que

necessita um profissional com conhecimentos que determinem o equilíbrio entre

o uso da tecnologia e o papel desempenhado pelo enfermeiro (107). Sendo social,

o enfermeiro estabelece novas relações; busca harmonia entre o cuidado e a

tecnologia, além de se relacionar humanamente com indivíduos, e não com

equipamentos (109).

As tecnologias são diferentes, de vários tipos. Existem as Tecnologias

Educacionais, voltadas para a mediação de processos de ensinar e aprender,

utilizadas entre educadores e educandos, englobando processos na educação

formal-acadêmica, formal-continuada. Existem também as Tecnologias

Assistenciais, destinadas para a mediação de processos de cuidar, para

profissionais com os clientes-usuários dos sistemas de saúde - atenção primária,

secundária e terciária. As Tecnologias Gerenciais são voltadas para processos

de gestão, visando profissionais nos serviços e unidades dos diferentes sistemas

de saúde (106).

A tecnologia sendo um instrumento para trabalho e estudo com forte

carga educacional, interfere na organização e em toda lógica do cotidiano do

profissional. É tão detalhada que as atividades devem ser sistematicamente

observadas, compreendidas e transmitidas (106).

As tecnologias que são produzidas pela Enfermagem devem passar por

um processo de avaliação e validação. Entretanto, levantamentos que cobriram

o período entre 1986 e 2000 não encontraram número expressivo de estudos na

área deste trabalho(110,111).

2.10 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE QUEDAS DO ESTUDO.

1º Instrumento

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

42

Fall Risk Score de Downton (112), lançada em 1992 e publicada em 1993,

seu score já validado em português por Schiaveto em 2008, o instrumento tem

sensibilidade de 74,2%. Com a especificidade de 58,8, considerando o ponto de

corte igual a 3, a acurácia obtida foi de 62,5% (113). Bem utilizado, é um

instrumento de fácil aplicação e bastante completo, pois avalia vários aspectos,

utilizando cinco critérios para avaliar o risco de queda:

1) Quedas prévias;

2) Uso de medicações;

3) Déficit sensorial;

4) Estado mental e

5) Tipo de marcha.

A pontuação do instrumento varia de zero a onze pontos, sendo que três

ou mais pontos indicam que o idoso possui risco para queda (112).

2 º Instrumento

A Escala Ambiental de Risco de Queda envolve a segurança de áreas de

locomoção, disposição da mobília, iluminação, disponibilidade e acesso aos

objetos, nos seguintes locais: quarto de dormir, banheiro, cozinha, escada e

sala. O teste consta de 29 questões, com pontuação “0 (zero) para cada

resposta afirmativa e 1(um) para cada negativa”, sendo que, quanto maior o

escore final, maior o risco de quedas(114). Demonstrou-se que os pontos de corte

para a Escala Ambiental de Risco de Queda a ser adotada deve ser: menos de

10 pontos considerado baixo risco, de 10 a 20 pontos médio risco e maior que

20 pontos alto risco ambiental para quedas (114).

3ºInstrumento

O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) (115) é uma escala mais utilizada

para rastreamento do comprometimento cognitivo. Clinicamente, detecta e

acompanha a evolução do quadro cognitivo, assim como o monitoramento da

eficácia de tratamentos. Os instrumentos de pesquisa são empregados em

estudos populacionais de larga escala (116,117,118,119,123), com baterias de testes

neuropsicológicos (120,121,123). Eles compõem o MEEM, de cinco questões, que

são: concentração, linguagem/práxis, orientação, memória e atenção, com um

escore máximo de 30 pontos (122,123). Na prática clínica, o ponto de corte 23/24 é

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

43

mais comumente empregado, apresentando alta sensibilidade e especificidade

para a detecção de comprometimento cognitivo e demência.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

44

3 METODOLOGIA

3.1 Delineamento do estudo

O presente estudo é descritivo, exploratório, quantitativo, apresentando

um estudo de caso, realizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, com idosos com

idade igual ou superior a 80 anos, associados a uma Operadora de Saúde

Suplementar. A pesquisa descritiva busca uma descrição dos fatos e de

fenômenos para alcançar informações a respeito daquilo que já se definiu como

problema a ser investigado (124).

O objetivo da pesquisa exploratória é aprofundar-se num assunto

específico que ainda não foi totalmente explorado, é mais específico e tende a

se transformar num estudo de caso (125), enquanto a pesquisa quantitativa tende

a um levantamento de determinado assunto. Este tipo de abordagem permite um

alcance diversificado, com um conhecimento objetivo da realidade, permitindo a

sistematização por dados, tabelas e gráficos (125).

O estudo de caso se volta para fenômenos sociais contemporâneos e o

pesquisador fica impedido de manipular comportamentos relevantes que possam

influenciar e alterar o objetivo de estudo. A metodologia permite dar conta de

ampla variedade de evidências, enquanto que o estudo de caso favorece uma

visão mais ampla sobre a vida, que a forma de investigação empírica aborda

mais diretamente(126).

3.2 CENÁRIO

O estudo foi realizado em residências de idosos octogenários associados

a uma operadora de saúde suplementar, durante seis meses de duração de

acompanhamento. A pesquisa ocorreu no Rio de Janeiro, na área de Geriatria e

Gerontologia, onde foi investigado o risco de queda em idosos octogenários no

ambiente domiciliar.

3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO

Os participantes são 36 idosos octogenários associados a uma Operadora

de Saúde Suplementar, no município do Rio de Janeiro. Todos preencheram o

(TCLE) Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

45

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

3.4.1 Critérios de inclusão:

Indivíduos idosos, com idade igual ou superior a 80 anos, que ouvem e

entendem e Mini Exame do Estado Mental superior a 24 pontos.

3.4.2 Critérios de Exclusão:

Idosos acamados, portadores de deficiência visual e/ou auditiva graves,de

comunicação, que inviabilizem a aplicação do inquérito pelo investigador.

Após a aplicação dos critérios restaram 37 idosos, dos quais 1 se recusou

a participar do estudo totalizando uma amostra de 36 participantes.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA

A autorização para a coleta de dados deste estudo foi submetida ao

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense – UFF,

atendendo às exigências da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de

Saúde (CNS) (127), que normatiza as pesquisas envolvendo seres humanos,

sendo necessário ler e assinar o TCLE (Anexo) pelos participantes da pesquisa

(126).

O estudo “Avaliação de Riscos de Quedas de Idosos Octogenários no

domicílio: subsídio para tecnologia educacional com o foco na segurança do

paciente” foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal Fluminense em 18/12/2014, conforme o Parecer nº 912.067 (Anexo).

Referindo-se ao risco apresentado pelo estudo, fazendo uso da mesma

resolução466/2012 do (CNS),que define como “risco mínimo”, próximo ao risco

presente na realização das ações de rotina, como, por exemplo, tomar banho,

cortar unhas ou pentear os cabelos. Os métodos e as técnicas do estudo, as

avaliações pela Escala de Downton, escala Ambiental de Risco de Quedas e,

MEEM não foram invasivos, de modo que não realizaram nenhuma intervenção

ou modificação intencional nas variáveis fisiológicas ou psicológicas e sociais

dos indivíduos participantes. As informações foram sigilosas, sem custos. Todos

foram submetidos à análise estatística descritiva simples pela escala de

Downton, escala Ambiental de risco de quedas e o mini exame do estado mental

(MEEM), sendo os resultados apresentados em tabelas. Este estudo estará

dividido em três fases metodológicas.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

46

3.6 DESENVOLVIMENTO DO CHECK-LIST DE GERENCIAMENTO DE QUEDAS

O processo de desenvolvimento seguiu três etapas:

1ª Etapa:

Nessa etapa foram utilizados critérios de inclusão e exclusão para a

escolha dos participantes. Todos sabiam o objetivo do estudo e foi solicitada a

assinatura do TCLE para a coleta de dados, a aceitação e a caracterização dos

sujeitos por meio de questionário semiestruturado.

Os dados foram coletados nos domicílios dos idosos através das escalas

Ambiental de Riscos de Quedas, de Downton e MEEM em dois encontros:

O primeiro encontro foi realizado de forma a seguir os itens da Escala

Ambiental de Riscos de Quedas, avaliando fatores extrínsecos, como área de

locomoção, iluminação, quarto de dormir, cozinha, banheiro e escada,

juntamente com o paciente, para inseri-lo no processo de compreensão desses

riscos.

O segundo encontro foi conduzido pela escala de Downton para avaliação

de risco de quedas intrínsecos como quedas anteriores, medicamentos, déficits

sensoriais, estado mental e deambulação, checando item a item. O MEEM foi

realizado pela pesquisadora nas VE semestralmente e estes dados foram

introduzidos ao estudo.

Após avaliações, informações são reunidas na construção de um banco

de dados.

2ª Etapa:

A segunda etapa consistiu numa análise descritiva simples de cada dado

coletado e, ao obter os resultados, foram elaborado as tabelas, evidenciando os

principais fatores de risco de quedas no ambiente domiciliar.

3ª Etapa

A elaboração da tecnologia gerencial é demonstrada pelos dados obtidos

e pela análise de resultados, sendo uma execução simples e aplicável aos

idosos e/ou famílias no domicílio, como forma de prevenção e mitigação de

episódios de quedas entre os participantes do estudo acompanhados pelo

(PBV).

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

47

4 RESULTADOS

4.1 Caracterização social, cognitiva e física da amostra.

A amostra em estudo é composta por 36 idosos participantes de um

programa multidisciplinar de monitoramento de pacientes crônicos do estado do

Rio de Janeiro.

Tabela 1 - Permite observar a distribuição dos idosos participante do

programa de acompanhamento por sexo, sendo a maioria da amostra composta

por participantes de sexo feminino, atingindo 72% de participação. Observamos

as médias das idades dos homens e das mulheres, sendo estas muito próximas,

em um todo o grupo apresentou idade média de 87 anos. E possível ver o

resultado do MEEM (Mini Exame do Estado Mental) onde a amostra atingiu o

valor de 27,2 pontos. Aliado a isto, os resultados dos testes individuais aplicados

mantiveram-se sempre acima de 24 pontos, o que garante que todo o espaço

amostral é composto de pacientes lúcidos e com capacidade de compreensão

de instruções

Tabelas 2,3,4 e 5 - Podemos observar as características sócios -

econômicas da amostra como: Fonte de renda, acompanhamento domiciliar, tipo

de moradia e quantos cômodos existem na casa. 94% da amostra é compostas

por pacientes aposentados ou pensionistas.

Pelo perfil de escolaridade observado na amostra, percebe-se que 97%

dos elementos possui capacidade intelectual suficiente para compreender e

seguir instruções acerca de procedimentos comportamentais que lhes sejam

ministrados.

Em relação ao número de cômodos das moradias 67% dos idosos

residem em aposentos com quatro cômodos. Na residência, 19,4% dos idosos

da amostra residem sós e, dentre Referente a acompanhamento os 80,6% que

vivem acompanhados, 38% destes residem com o cônjuge.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

48

Tabela 1: Caracterização e divisão da amostra por idade em idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.

Sexo Valor absoluto de participante

% Idade média em anos

Resultado MEEM

Feminino 26 72,2 86,2 27,2

Masculino 10 27,8 86,8 27,2

Tabela 2: Tipo de renda econômica de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.

Atividade Econômica Valor Total

Valor porcentual

Aposentado por tempo de serviço 10 27,8

Aposentado por motivo de saúde 1 2,8

Aposentado por idade 17 47,2

Pensionista 6 16,7

Sem renda 1 2.8

Total 36 100

Tabela 3: Grau de escolaridade de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.

Escolaridade Valor Total Valor porcentual

Primário incompleto 1 2,8

Primário completo 16 44,4

Ginásio 11 30,6

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

49

Ensino médio 1 2,8

Colégio/ Curso superior 7 19,4

Total 36 100

Tabela 4: Existência de acompanhamento domiciliar de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016.

Acompanhante Valor Total Valor porcentual

Não existente ( moram só) 7 19,4

Cuidador profissional 5 13,9

Cônjuge 11 30,6

Outros da mesma geração 4 11,1

Filhos 9 25

Total 36 100

Tabela 5: Número de cômodos em moradia de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016.

Número de cômodos na residência

Valor Total Valor porcentual

Quatro cômodos 24 66,7

Mais de quatro

cômodos

12 33.3

4.2 Fatores Intrínsecos de Risco de Queda

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

50

Para avaliação dos fatores intrínsecos de risco de queda foi aplicada a

Escala Downton.

Os itens da escala de Downton (64) estão apresentados na tabela 6. Uma

parcela expressiva desta população (86%) já apresentou ao menos uma queda

anterior à aplicação desta escala.

Quanto ao uso de medicamentos, quase a totalidade dos idosos (97%)

faz uso de algum. As classes de medicamentos mais utilizadas são

tranquilizantes e sedativos (47%), e hipotensores (81%).

Em relação à presença de déficit sensorial, de acordo com a escala de

Downton, são divididos em 3 tipos de alterações: visuais, auditivas e de

extremidade. Através de auto-relatos e observações “in loco” do pesquisador,

constatou-se que 30,6% da amostra possuía alterações visuais e 47,2%,

alterações auditivas, mas nenhum idoso apresentou alterações de extremidades,

sendo que 11% dos idosos apresentava mais de um tipo de déficit sensorial.

Todos os idosos desta amostra foram orientados, fato reforçado pela

média do MEEM.

Tabela 6: Risco de intrínseco para queda e do score da escala de Downton entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Risco intrínseco para quedas

Sim % Não %

Quedas anteriores 31 86 5 14

Uso de medicações 35 97 1 3

Déficit sensorial 24 66 12 33

Estado mental (orientação)

36 100 00 00

Deambulação 27 75 9 25

Total 36 100 36 100

Risco intrínseco para quedas Sim % Não

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

51

Tabela 7: Uso de remédios entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Tipo de medicação

Sim % Não %

Tranqüilizantes e sedativos

17 47 19 53

Hipotensores 29 81 7 19 Antiparkinsonianos

1 3 35 97

Antidepressivos 8 22 28 78 Outros 3 8 33 92

Total 36 100 36 100

Tabela 8: Existência de déficit sensorial entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domicilia. Rio de janeiro, 2016.

Déficit Sensorial Sim % Não %

Alterações visuais 11 30 25 69

Alterações auditivas 17 47 19 52

Alterações de extremidade

00 00 36 100

Mais de um déficit 4 11 32 88

Total 36 100 36 100

Tabela 9: Tipo de deambulação com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Deambulação Sim % Não %

Segura com auxilio 9 25 27 75

Insegura com ou sem auxílio

00 00 36 100

Impossível 00 00 36 100

Total 36 100 36 100

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

52

Tabela 10 : Auto percepção de risco de queda dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Auto percepção do Risco de queda %

Sim 39

Não 61

Total 100

Tabela 11: Distribuição dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar segundo na Escala de Downton. Rio de janeiro, 2016.

Número de Idosos Escore de risco intrínseco de queda de Downton

1 00

1 1

3 2

12 3

3 5

4 6

Total 36 100

De acordo com a interpretação da Escala de Downton, uma pontuação

maior que 2 indica alto risco para queda, assim observamos que 86% da

amostra apresentava alto risco intrínseco de queda caracterizado por pontuação

maior ou igual a 3,dado confirmado pelo índice acima de 50 % no período de

acompanhamento, como mostra a tabela 12.

Tabela 12: Porcentagem de alto índice de queda prevalência de queda em 6 (seis) meses de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

53

Risco elevado de Queda dentro da amostra (%)

Prevalência de Queda durante

acompanhamento (%)

Sim 86 55

Não 14 44

Total 100 100

4.3 Riscos Extrínsecos

Para avaliação dos riscos extrínsecos, a escala Ambiental de Risco de

Queda foi aplicada entre os participantes da pesquisa. A escala apresenta cinco

domínios, referentes os cômodos da residência. A prevalência dos fatores de

risco da escala ambiental está representada nas Tabelas - 13,14, 15, 16, 17 e

18.

No domínio áreas de locomoção observa-se maior prevalência de itens

conformes, sendo 80% das residências com áreas desimpedidas e 61% com

revestimentos uniformes ou tapetes bem fixos.

Todos os idosos residiam em moradias com iluminação em conformidade

como o necessário, assim como interruptores acessíveis, e a maioria possui

sentinela (sensor de presença) e iluminação exterior satisfatória.

Quanto aos domínios quarto de dormir, banheiro, cozinha e escada, foi

encontrada maioria de conformidades e sem associação com a ocorrência de

queda.

Tabela 13: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de

risco de queda (áreas de locomoção) entre idosos participantes de um programa

de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Área de deambulação Sim % Não %

Áreas de locomoção desimpedidas 29 80,6 7 19,4

Revestimentos: uniformes ou tapetes bem fixos

22 61.1 14 38,9

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

54

Tabela 14: Risco de quedas extrínsecos e do escore da escala de ambiental de risco de queda (iluminação) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Iluminação Sim % Não %

Suficiente para clarear toda a superfície de marcha no interior de cada cômodo incluindo degraus

36 100 00 00

Interruptores: acessíveis na entrada dos cômodos

36 100 00 00

Iluminação exterior: suficiente para iluminar toda a entrada exterior

35 97,2 1 2,8

Sentinela: iluminando o quarto o corredor e o banheiro

22 61,1 14 38,9

Tabela 15: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (quarto de dormir) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

QUARTO DE DORMIR Sim % Não %

Guarda-roupa: cabides facilmente acessíveis

35 97,2 1 2,8

Cadeira permitindo se assentar para se vestir

22 61,51 14 38,9

Cama de boa altura (45 cm) 27 75 9 25

Tabela 16: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (banheiro) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016.

Banheiro Sim % Não %

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

55

Lavabo: facilmente acessível e bem fixo 34 94,6 2 5,6

Área do chuveiro: antiderrapante 23 63,9 13 36.1

Box: abertura fácil 34 34,4 2 5,6

Tabela 17: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (cozinha) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

COZINHA Sim % Não %

Armários: baixos, sem necessidade de uso de escada

26 72,2 10 27,8

Pia sem vazamentos 36 100 00 00

Tabela 18: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (escada) com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016.

ESCADA Sim % Não %

Revestimento antiderrapante 21 58,3 15 41,7

Corrimão bilateral 31 86,1 5 13,9

Corrimão sólido

32 88,9 4 11,1

Corrimão que se prolonga além do primeiro e do último degraus

25 69,4 11 30,6

36 100 00 00

Espelho de degrau fechado

Uniformidade dos degraus: altura dos espelhos e profundidade

34 94,4 2 5,6

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

56

dos degraus constantes

De acordo com a escala Ambiental de risco de queda, abaixo de 10

pontos obtidos é indicativo de baixo risco, entre 10 e 20 indica médio risco e

acima de 20 significa alto risco ambiental de queda.

A Tabela 20 apresenta a prevalência de risco ambiental de queda onde se

nota que 97% dos idosos apresenta baixo risco, apenas 3% com médio risco,

sendo que nenhum idoso apresentou alto risco.

Tabela 19: Prevalência do risco de queda de acordo com Escala Ambiental de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.

Risco Ambiental %

Alto 97

Médio 3

Baixo 0

Total 100

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

57

5 DISCUSSÃO

A resolução da diretoria colegiada RDR 36 da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa), no momento de seu lançamento, suscitou

polêmica, devido à sua ambição. Embora apresente boas intenções, como

aumentar a segurança do paciente, e a qualidade dos serviços prestados,

excluem do escopo desta Resolução os consultórios individualizados,

laboratórios clínicos e os serviços móveis e de atenção domiciliar(77).

A questão da segurança dos pacientes é bastante recorrente nas medidas

da Anvisa que, como agência reguladora, estabeleceu que os serviços de saúde

do Brasil criassem um novo departamento, chamado de Núcleo de Segurança

do Paciente (NSP) (128).

Atentando ao fato de que a vigilância e o monitoramento sobre os

serviços de saúde seguem recomendações da Aliança Mundial para a

Segurança do Paciente e da Organização Mundial da Saúde (OMS), nota-se a

coerência da preocupação da Anvisa com a segurança dos tais. Entretanto, a

exclusão, que inicialmente faz dos ambientes de consultórios individualizados,

laboratórios clínicos e os serviços móveis e de atenção domiciliar, deixa aberta

uma importante lacuna, que pode ser preenchida pelo conteúdo mostrado neste

trabalho.

De acordo com a amostra utilizada (n=36), 72,2% era do sexo feminino,

orientados, e dentre eles 7 moram sozinhos, o que representa 19,4%. O

presente estudo desenvolvido com idosos mostrou que 86% tiveram quedas

anteriores, sendo que 35 idosos (97%) faziam uso de medicações. Dentre os 35

idosos deste estudo, 47% faziam uso de tranquilizantes e 81% de hipotensores.

O envelhecimento é um processo degenerativo no qual ocorrem diversas

mudanças morfológicas e funcionais no corpo. Dentre as morbidades destacam-

se as doenças crônico-degenerativas como as cardiovasculares, as

cerebrovasculares, a hipertensão arterial, o glaucoma, a catarata, a osteoporose,

o diabetes mellitus, a depressão, o Alzheimer e a doença de Parkinson. Algumas

destas doenças crônicas levam à limitação funcional, aumentando o risco de

quedas(129).

O envelhecimento, além de trazer alterações da marcha, acaba

aumentando a possibilidade de tropeços. Durante esta fase da vida, há uma

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

58

diminuição da flexibilidade e mobilidade do quadril e joelhos, limitação da

amplitude de dorsiflexão dos tornozelos, diminuição da força, alteração do

equilíbrio e tonturas. Essas alterações são responsáveis, em grande medida,

pelos tropeços ou escorregões e, por consequência, de quedas(130).

Segundo o Ministério da Saúde (MS), a maioria das quedas acidentais

ocorre dentro de casa ou em seus arredores, geralmente durante o desempenho

de atividades cotidianas como caminhar, mudar de posição e ir ao banheiro. A

influência dos fatores ambientais no risco de quedas associa-se ao estado

funcional e mobilidade da pessoa idosa. Quanto mais frágil o idoso, mais

suscetível a quedas. Manobras posturais e obstáculos ambientais que não são

problemas para idosos mais saudáveis podem, no entanto, transformar-se em

séria ameaça à segurança e mobilidade daqueles com alterações no equilíbrio e

marcha(131).

As consequências das quedas podem ser das mais simples (tipo

escoriação), até as mais complexas como restrição de atividades, síndrome do

medo de cair, declínio na saúde, o que gera demanda por cuidados de longa

duração(132).

As quedas em indivíduos acima dos 60 anos são tão frequentes que há

muito tempo são aceitas como efeitos “naturais” do envelhecimento. Tal

observação repousa no fato que pelo menos 30% dos idosos no Brasil sofre um

episódio de queda por ano, sendo que as mulheres têm uma frequência um

pouco mais elevada do que os homens da mesma faixa etária. Os idosos na

faixa entre 75 e 84 anos que necessitam de auxílio em algumas atividades da

vida diária têm probabilidade de sofrer queda aumentada em 14 vezes (133).

Para o autor, da mesma forma que o número de idosos vem aumentando,

o consumo de medicamentos acompanha esse crescimento. Os idosos hoje

demonstram ser responsáveis pelo consumo de 43% de todos os medicamentos

fornecidos sob prescrição médica. Assim, define-se o grupo etário mais

medicalizado na sociedade, em razão do aumento de prevalência de doenças

crônicas que acompanham o envelhecimento (134).

Muitos idosos tomam os medicamentos sem saber a razão. Dentre os

motivos podem estar o desconhecimento do diagnóstico, o não entendimento da

terminologia médica usada pelo prescritor, ou a falta de orientação pela equipe

multiprofissional(134).

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

59

O número de pacientes idosos que dependem de alguma forma de

fármacos para doenças crônicas e/ou para melhoria da sua qualidade de vida

está crescendo dia após dia. Pode-se notar que, nas salas de emergência, uma

larga porção de pacientes acima de 60 anos já sofreu algum tipo de queda e/ou

fratura, e toma regularmente fármacos de uso contínuo (135).

O envelhecimento traz como consequências mais diretas a modificação

do perfil epidemiológico brasileiro, com crescimento significativo das doenças

denominadas crônicas não-transmissíveis. Entre elas, a hipertensão ocupa um

efetivo espaço no hall das doenças crônicas comuns entre os mais velhos (133).

Vale salientar que processo de envelhecimento acarreta alterações na

marcha, causada pela diminuição da flexibilidade e mobilidade de quadril e

joelhos, limitação da amplitude de dorsiflexão dos tornozelos e a diminuição da

força. Tais limitações implicam em maior possibilidade de tropeços (46).

Salientando ainda mais a ideia do autor, alguns dos fatores que tem sido

contabilizados para o aumento do risco de quedas e fraturas na população idosa

são: uso de fármacos causando sonolência, mudando o equilíbrio, tônus

muscular e/ou hipotensão, principalmente a hipotensão ortostática. Como

exemplo, podem-se citar os agentes anti-hipertensivos, que podem causar

hipotensão postural, principalmente quando associada ao uso de agentes

diuréticos, que requer que o idoso acorde durante a noite e ande até o banheiro

para urinar, facilitando a ocorrência de quedas que resultam em fraturas (135).

A hipertensão e suas sequelas podem ser um fator determinante no

desenvolvimento de episódios de hipotensão em idosos, pois tanto a idade

quanto a hipertensão diminuem a sensibilidade do reflexo baroceptor

independentemente, e, ainda, estes efeitos sobrepostos podem desregular a

homeostase, deixando os idosos hipertensos particularmente vulneráveis a

episódios de hipotensão (135).

Para o autor, há grande risco de hipotensão no uso de anti-hipertensivos

por idosos sem seguimento clínico adequado, principalmente naqueles que

usam mais de um fármaco para controle da hipertensão arterial. Faz-se

necessário orientar melhor os idosos quanto à necessidade de

acompanhamento periódico sem grandes intervalos entre as consultas (135).

O predomínio do consumo de benzodiazepínicos é alto em indivíduos

idosos, especialmente nas mulheres. Entre idosos mais velhos esta diferença é

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

60

menos acentuada (136). Isto é relatado em estudos internacionais (136) e nacionais

(136). No caso da população idosa Norte Americana, estudos demonstram que

estes idosos confiam nos benzodiazepínicos em função de suas propriedades

tranquilizantes e eficácia no controle do estresse. Já na população idosa

brasileira (137,138),o consumo de benzodiazepínicos de meia vida longa está

relacionado ao controle de distúrbios de ansiedade e sono.

Em relação à prevalência do risco de quedas intrínseco e do escore da

escala de Downton, 66% possuía déficits sensoriais, sendo 30% com alterações

visuais, 47% com alterações auditivas e 11 % com mais de um déficit.

Com o envelhecimento, o sistema visual sofre uma série de mudanças,

tais como: a diminuição da acuidade visual, diminuição na velocidade de

adaptação ao escuro e o aumento de limiar de percepção luminosa. Esse

decréscimo na capacidade visual está associado às quedas. Além das

alterações próprias do envelhecimento, as moléstias oftalmológicas mais

comuns nos idosos incluem a catarata, glaucoma e degeneração muscular,

fatores que aumentam ainda mais o risco para quedas (139).

As doenças que afetam o sistema vestibular são muito frequentes na

população idosa (...). A informação sensorial assume uma função fundamental

no controle postural dos idosos, e a integração dessas informações visuais,

proprioceptivas e vestibulares tornam-se necessárias para gerar respostas

apropriadas para a manutenção do equilíbrio. Assim, fica claro que a inabilidade

na recepção dos elementos sensoriais múltiplos pode ser um fator contribuinte

para a instabilidade e, consequentemente, um forte risco de quedas (139).

No que se refere ao potencial risco de queda, foi possível observar que

86% (n=36) representa alto risco de queda nos idosos participantes deste

estudo, sendo que apenas 39,1% tem percepção sobre os riscos de queda e

61% não possui conhecimento sobre os potenciais riscos de queda.

O conhecimento em relação aos fatores causais relacionados à queda

constitui condição necessária, e antecede as ações do indivíduo para sua

prevenção. As ações educativas constroem a base para a promoção da saúde e

podem auxiliar na prevenção de quedas em pessoas idosas, aumentando a

capacidade dos indivíduos de tomar decisões relativas a comportamentos que

influenciarão no risco de cair. O autor, relata que os idosos conhecem

parcialmente os fatores de risco para a ocorrência de quedas, ignorando alguns

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

61

fatores importantíssimos como o uso de medicamentos e a presença de animais

domésticos no lar (140) .

A mudança de hábitos e atitudes dos indivíduos é um processo que

recebe interferências de vivências prévias, de fatores culturais, entre outros.

Para que a ação educativa seja resolutiva, é necessário discutir os

conhecimentos por meio de um mecanismo de comunicação que facilite a

compreensão e estimule a sua prática e que torne o idoso e a sua família

participantes ativos do processo de promoção da sua saúde (141).

Os programas de prevenção das quedas devem incluir educação para a

saúde e materiais de promoção da saúde sobre redução de riscos. No entanto,

estes alertam que os materiais educacionais por si só podem não promover

mudanças comportamentais. Muitos programas utilizam um check-list de fatores

de risco ambientais, que o cuidador informal pode utilizar para ajudar o idoso a

identificar os riscos, e onde podem também estar sugeridas as ações corretivas,

como, por exemplo, eliminar tapetes ou colocar faixas antiderrapantes por baixo

dos mesmos, fixando-os ao pavimento, melhorar a iluminação durante a noite

através de luzes de presença e instalando barras de apoio nos banheiros. As

intervenções direcionadas apenas para a educação e o conhecimento sobre a

modificação de fatores de risco (sem medidas que implementem as alterações

recomendadas) parecem não ser significativas na redução das quedas, mas

revelam-se importantes na melhoria do nível de auto eficácia do idoso, reduzindo

o medo de cair e melhorando a atitude do idoso face às quedas (141).

Vale ressaltar que as Políticas Públicas de Saúde objetivam assegurar a

atenção à toda a população dando visibilidade a um segmento populacional até

então pouco notado pela saúde pública - os idosos e as idosas com alto grau de

dependência funcional. É possível a criação de ambientes físicos, sociais e

atitudinais que possibilitem melhorar a saúde das pessoas com incapacidades

tendo como uma das metas ampliar a participação social dessas pessoas na

sociedade (142).

O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), do Ministério da

Saúde, visa a “redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário

associado à atenção à saúde”. O PNSP foca nos atendimentos prestados, na

segurança do paciente e na promoção da qualidade nos serviços de saúde.

Cabe ressaltar que EA é o “incidente que resulta em dano à saúde”. Os Eventos

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

62

Adversos causam prejuízos a pacientes e profissionais do sistema de saúde, e

geralmente estão associados a falhas decorrentes de processos e estruturas de

assistência. A Portaria 529, de 2013, promove e apoia iniciativas voltadas à

segurança do paciente, por parte dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP)

(76).

A prevenção de quedas exige a orientação e identificação destes fatores

de risco, além de uma corresponsabilidade de todos os envolvidos, como os

cuidadores, familiares e profissionais de saúde, contribuindo para uma melhor

qualidade de vida e garantia de um processo de envelhecimento ativo (133).

A educação para a saúde evidencia-se como papel facilitador da

promoção para a saúde, não podendo, no entanto, ser encarada como simples

passagem de informação. Implica um planejamento adequado e uma

metodologia enquadrada visando uma mudança de comportamentos cujo intuito

é a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e um consequente aumento de

ganhos em saúde (143).

O autor reforça que as medidas preventivas passam pela promoção da

saúde, com adoção de medidas de educação para a saúde e capacitação dos

idosos para o auto cuidado e prevenção de incapacidades e doenças, e serão

tanto mais eficazes quanto maior o envolvimento de todos os setores da

comunidade, idosos e família (143).

Em seis meses de estudo foi possível observar que 55% dos idosos

inseridos na pesquisa apresentaram prevalência de queda, e como fator

extrínseco a escada representou um elevado índice de queda.

Os fatores ambientais são muito comuns na origem das quedas sofridas

por pessoas idosas. No entanto, estes fatores tornam-se tanto mais perigosos

quanto maior for a vulnerabilidade e a instabilidade da pessoa. Nos idosos, o

desenvolvimento de atividades rotineiras são geradores de uma maior

percentagem de quedas do que as situações mais perigosas, como, por

exemplo, subir escadas ou subir para uma cadeira (143).

Muitos fatores de risco para quedas em residentes idosos de diferentes

comunidades têm sido relatados. A etiologia da queda é normalmente

multifatorial, resultante da interação entre fatores predisponentes e precipitantes,

que podem ser intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos podem ser

definidos como aqueles relacionados ao próprio sujeito, o qual pode apresentar

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

63

redução da função dos sistemas que compõem o controle postural, doenças,

transtornos cognitivos e comportamentais, apresentando incapacidade em

manter ou para recuperar o equilíbrio, quando necessário. Como fatores

extrínsecos têm-se aqueles relacionados ao ambiente, tais como iluminação,

superfície para deambulação, tapetes soltos, degraus altos ou estreitos. Há, no

entanto, divergência com relação aos fatores de risco extrínsecos para quedas,

pois se considera que eles não podem ser cogitados somente em termos de

fatores do local onde o idoso vive, por haver interferência também de fatores

culturais, religiosos, etários e étnicos (144).

Os fatores extrínsecos ou ambientais, por si só, proporcionam um grande

risco de quedas, e quando associados às características físicas do indivíduo,

que podem estar debilitados, com comprometimento do equilíbrio, limitações na

força muscular, marcha ou mobilidade, aumentam a chance da ocorrência do

evento (129).

Ao identificar os fatores de risco ambientais para quedas é importante

orientar o individuo e os familiares a adequarem a casa, proporcionando um

ambiente seguro, permitindo uma movimentação o mais livre quanto possível, e

aliviando a família da constante preocupação com a segurança. Um dos meios

eficientes de comunicação e orientação é a participação por meio de palestras,

visitas domiciliares, grupos de terceira idade e consultas de enfermagem, para

que o idoso e familiares se conscientizem em relação aos fatores de risco

modificáveis existentes em sua residência (129).

Quanto à percepção do risco de queda em idosos participantes de um

programa domiciliar, foi possível observar que 86% (n=36) representa alto risco

de queda, sendo que 61% não possui conhecimento sobre os potenciais riscos

de queda e 39,1% desconhece.

A queda é um evento frequente e limitante, sendo considerada um dos

principais problemas que ocorrem com o envelhecimento. Ela gera uma grande

e progressiva insegurança no indivíduo e, não raro, é o marco a partir do qual se

inicia um processo de involução física pela redução das atividades diárias

decorrentes do receio de uma nova queda (145).

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG, 2009) (143)

informa que uma casa segura contra quedas de idosos deve ter boa iluminação

nas escadas e corredores. Devem ser eliminados os tapetes soltos, móveis

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

64

baixos e obstáculos do chão; deve possuir piso antiderrapante, especialmente

no banheiro, e tapete antiderrapante no box; ter um banquinho no box, que

auxilia a ensaboar e enxaguar os pés durante o banho; ter suportes de parede

no box e ao lado do vaso sanitário, para auxiliar o equilíbrio; não usar chaves na

porta do banheiro, local de acidentes frequentes; ter interruptor próximo à porta e

em boa altura; ter boa iluminação no trajeto da cama ao banheiro durante a

noite; ter luzes noturnas que evitam a desorientação durante a noite; manter

telefones próximos à cama, luzes de cabeceira fixas; remover soleiras altas das

portas; não encerar o piso; altura da cama e cadeiras apropriadas para manter

os pés no chão, quando sentado; manter corrimão nas escadas; colocar

utensílios e mantimentos em locais de fácil alcance e não subir em escadas ou

banquinhos. Esses seriam alguns cuidados importantes para serem implantados

nas residências dos idosos (145).

As Políticas Publicas de Saúde objetivam assegurar a atenção à toda a

população, dando visibilidade a um segmento populacional até então pouco

notado pela saúde pública - os idosos e as idosas com alto grau de dependência

funcional. É possível a criação de ambientes físicos, sociais e atitudinais, que

possibilitem melhorar a saúde das pessoas com incapacidades tendo como uma

das metas ampliar a participação social dessas pessoas na sociedade (21).

A atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa deverá ser

estruturada nos moldes de uma linha de cuidados, com foco no usuário,

baseado nos seus direitos, necessidades, preferências e habilidades;

estabelecimento de fluxos bidirecionais fucionantes, aumentando e facilitando o

acesso a todos os níveis de atenção; providos de condições essenciais -

infraestrutura física adequada, insumos e pessoal qualificado para a boa

qualidade técnica. Instrumentos gerenciais, baseados em levantamento de

dados sobre a capacidade funcional (inventários funcionais) e sóciofamiliares da

pessoa idosa, deverão ser implementados pelos gestores municipais e estaduais

do SUS, para que haja a participação de profissionais de saúde e usuários na

construção de planos locais de ações para enfrentamento das dificuldades

inerentes à complexidade de saúde da pessoa idosa (147).

A prática de cuidados às pessoas idosas exige abordagem global,

interdisciplinar e multidimensional, que leve em conta a grande interação entre

os fatores físicos, psicológicos e sociais que influenciam a saúde dos idosos e a

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

65

importância do ambiente no qual está inserido. A abordagem também precisa

ser flexível e adaptável às necessidades de uma clientela específica. A

identificação e o reconhecimento da rede de suporte social e de suas

necessidades também faz parte da avaliação sistemática, objetivando prevenir e

detectar precocemente o cansaço das pessoas que cuidam. As intervenções

devem ser feitas e orientadas com vistas à promoção da autonomia e

independência da pessoa idosa, estimulando-a para o autocuidado (21).

Uma vez conhecida a condição de fragilidade, será necessário avaliar os

recursos locais para lidar com ela, de modo a facilitar o cuidado domiciliar, incluir

a pessoa que cuida no ambiente familiar como um parceiro da equipe de

cuidados, fomentar uma rede de solidariedade para com o idoso frágil e sua

família, bem como promover a reinserção da parcela idosa frágil na comunidade

(147).

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

66

6 PRODUTO

Os produtos apresentados neste capítulo tem como objetivo minorar as

quedas no ambiente domiciliar. As questões deste checklist foram pensadas

para um público-alvo de idosos.

Após análises das escalas de Downton, Escala Ambiental de Risco de

Quedas e MEEM, os resultados apontaram a necessidade de uma tecnologia

essencial para a minoração destas quedas de idosos no domicílio, e assim foram

elaborados Check List, Plano e Guia.

6.1 CHECK LIST PARA AVALIAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS DE QUEDAS NO AMBIENTE DOMICILIAR.

Enfermeiro visitador: _____________________________________________

Data da visita___/___/____ 1. Identificação do Paciente

Nome___________________________________________________________

MO:_____________________________________________________________

Data de nascimento: ____/____/____ - Idade: ____anos- Sexo: F M

Endereço:________________________________________________________

Telefone: _________________________

2. Doenças e Sinais Referidos:

Artrite------------------------------ Artrose-------------------------

Audição alterada-------------- AVC e AVE------------------

Desequilíbrio------------------- Diabetes----------------------

Doença Vascular-------------- Hipertensão arterial------

Incontinências urinárias---- Insônia------------------------

Labirintite------------------------ Neuropatia-------------------

Reumatismo------------------- Visão alterada---------------

Quedas:

Datas das quedas: 1) ___/____/___ 2) ___/____/___ 3) ___/____/___

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

67

Locais das quedas:

Sala-------- Sala---------- Sala--------

Banheiro--- Banheiro--- Banheiro-

Cozinha---- Cozinha---- Cozinha--

Quarto------ Quarto----- Quarto----

Escada----- Escada----- Escada----

Outros------ Outros----- Outros-------

Se outros, descrever: ______________________________________________

Ocorrência da queda:

Manhã--- Manhã-- Manhã----

Tarde---- Tarde---- Tarde-----

Noite----- Noite----- Noite-------

A queda ocorreu: Da cama -------------------------

Da cadeira de rodas -----------

Da própria altura ----------------

Do vaso sanitário ---------------

No chuveiro da cadeira higiênica

No chuveiro da própria altura

3. Medicamentos:

Faz uso de mais de 4 medicações: Sim Não

Tranquilizante: Sim Não

Sedativo: Sim Não

Hipotensores: Sim Não

Antiparkinsonianos: Sim Não

Antidepressivo: Sim Não

Houve alguma modificação na medicação usada habitualmente? Sim Não

Se sim Qual? ____________________________________________________

Algum medicamento novo foi introduzido ou retirado? Sim Não

Se sim Qual? _____________________________________________________

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

68

Fez uso de alguma medicação por conta própria? Sim Não

Se sim Qual? ___________________________________________________

4. Déficit sensorial

Alterações visuais? Sim Não

Se sim Qual? ___________________________________________________

Alterações auditivas? Sim Não

Se sim Qual? ___________________________________________________

Se auto avaliadas ou percebidas alterações, orientar consulta médica na especialidade correta.

Consulta agendamento para: ____/____/_____

Especialidade Indicada: ____________________________________________

5. Deambulação:

Desequilíbrio na marcha? Sim Não

Deambula com auxilio de: Bengala? Sim Não / Muletas? Sim Não

6. Residência:

a) Tem tapetes soltos na sua casa? Sim Não

Obs.: Se sim, orientar retirar o tapete ou colar no chão.

b) Iluminação suficiente em todos os cômodos da residência? Sim Não

c) Em residência que tenha escada, orientar sobre a necessidade de interruptor “threeway”, de ligar e desligar embaixo e em cima (sentinela)

d) Existe algum fio solto pela casa que, quando se caminhe precise passar por cima? Sim Não

Obs.: Se sim, orientar a reorganização dos fios pelos cantos das paredes.

e) O quarto tem uma luz (sentinela) ou abajur ao lado da cama, que seja fácil de alcançar? Sim Não

Obs.: Se não, orientar sobre a necessidade de um ambiente iluminado.

f) O quarto tem uma cadeira permitindo se assentar para se vestir? Sim

Não

g) A cama é baixa > 45 cm?

Obs.: Se sim, orientar que camas baixas dificultam o idoso sentar ou levantar sem auxilio.

h) O banheiro da casa tem:

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

69

1. Barra de apoio na parede lateral do vaso sanitário? Sim Não

2. Barra de apoio na lateral do chuveiro? Sim Não

3. Tapete antiderrapante? Sim Não

Obs.: Se não, orientar para instalar barras de segurança nos banheiros e utilizar tapetes emborrachados e que não escorreguem, e ter no banheiro uma cadeira de plástico forte e segura.

7. Escada:

Na residência tem escada? Sim Não Obs.: Se sim, orientar para a necessidade de ter piso antiderrapante,

corrimão bilateral e sólido, uniformidade dos degraus.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

70

6.2 PLANO DE ACOMPANHAMENTO DO IDOSO, BASEADO NO CHECK LIST.

Data do acompanhamento:_____/____/____

Nome do Paciente _________________________________________________

Idade:________ DN: ___/___/___

1. Identificação

Avaliação cognitiva sobre seus dados pessoais e inclusive sobre a compreensão das receitas médicas e orientação.

Alteração? Sim Não

Relatar se houve alteração.

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2. Doenças e sinais referidos.

Visão

Alteração? Sim Não

Relatar se houve alteração.

________________________________________________________________

________________________________________________________________

Data da última avaliação oftalmológica ___/___/______

Audição: ________________________________________________________

Alteração? Sim Não

Relatar se houve alteração.

________________________________________________________________

Data da última avaliação otorrinológica ___/___/______

Encaminhamentos: ________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

3. Queda

Quedas anteriores

Queda recente

Onde caiu:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

Estava sozinho Estava acompanhado

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

71

Com fratura Sem fratura

Necessidade de hospitalização: Sim Não

________________________________________________________________

4. Medicamento

Orientar

Supervisionar

Auxiliar

________________________________________________________________

5. Deambulação

Anotar alterações na marcha:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

6. Informações adicionais

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

72

6.3 GUIA DE ORIENTAÇÕES COM CUIDADOS PARA PREVENÇÃO DOS FATORES PREDISPONENTES ESPECÍFICOS QUE AUMENTAM O RISCO DE QUEDA DE IDOSO NO DOMICÍLIO.

A prevenção de quedas na pessoa idosa é a primeira medida para que

ela continue vivendo sua autonomia, e, assim, tenha melhor qualidade de vida.

Afirmar isto não é demasia, uma vez que A Associação Médica Brasileira (AMB)

relata que 30% das pessoas com 65 anos ou mais caem pelo menos uma vez ao

ano e mais de 60% dos idosos que sofreram queda terão novos episódios no

ano seguinte.

Medicamentos

Identificando os medicamentos que mais predispõem risco de quedas.

Fazer uso de mais de 4 medicações:

• Tranquilizante

• Sedativo

• Hipotensores

• Antiparkinsonianos

• Antidepressivo

Orientações referentes os medicamentos:

1 º Tomar medicamentos na hora certa, ressaltando que se a dose não for

ministrada, tomá-la o mais breve possível. Se faltar pouco tempo para a próxima

dose, pular a dose que não tomou. Não tomar duas doses ao mesmo tempo;

2º Tomar medicamentos na dose certa;

3º Fazer uso da via certa;

4º Mantenha a prescrição sempre organizada, para não haver dúvida de

quais e quantos comprimidos devem ser tomados em cada horário;

5º Nunca se automedicar;

6 º Certificar que entendeu todas as instruções antes de usar uma nova

medicação;

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

73

7 º Solicitar na consulta que a letra seja legível e se possível digitalizada;

8 º Atentar a idosos que vivem sozinhos, porque correm um maior risco de

erros de automedicação;

9 º Deixar todos cientes das alergias medicamentosas;

10 º Não tomar nenhuma medicação prescrita para outra pessoa, nem dê sua

prescrição para outros;

11 º Jogar fora remédio velho ou com prazo de validade vencido;

12 º Siga as orientações de seu médico ao tomar medicamentos. Fique atento

para o período em que estes devem ser utilizados. Não abandone ou

prolongue o tratamento sem conversar com o profissional que fez sua

prescrição;

13 º Anote os medicamentos que você deve tomar diariamente numa planilha,

de forma que seja mais fácil para o seu entendimento. Cole em sua geladeira

ou em outro local visível em sua casa;

14 º Peça ajuda a seus familiares ou a seu cuidador quando não entender ou

ficar confuso sobre qual remédio que deve ser tomado ou ao horário de

administração do mesmo;

15 º Tente utilizar as caixinhas disponíveis no mercado, as quais separam as

medicações por dias da semana ou períodos do dia. Caso seja necessário peça

para seu familiar enchê-la previamente para você;

16º Nas caixinhas, guarde em suas embalagens originais, em local seco, de

temperatura ambiente (até 30 graus);

17 º Guarde separadamente aqueles medicamentos que possui em sua casa e

que não esta fazendo uso no momento. Também jogue fora aqueles fora

do prazo de validade;

18 º Não misture medicamentos com álcool;

19º Guarde a insulina em uma caixinha de isopor em sua geladeira, a

abertura da porta da geladeira sem esta proteção pode danificá-la;

20 º Ocorrendo qualquer alteração em seu organismo avise imediatamente o

seu médico, por exemplo, náuseas, vômitos, alterações na pele, alterações no

seu hábito intestinal e inapetência;

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

74

Visão

Com o aumento da idade, passamos a ter embaraços para enxergar

degraus, mesinhas, pequenos animais, especialmente em locais com a

iluminação precária.

Como prevenir?

Orientar as famílias/cuidador e aos próprios idosos a manter uma

iluminação adequada e manter regularmente a consultar com um oftalmologista,

prevenido ou tratando problemas com a visão.

Se indicado o uso de óculos, observar se está sendo usado diariamente.

Doenças crônicas

Orientar que algumas doenças crônicas podem ocasionar o incidente de

quedas.

Como prevenir?

Orientar as famílias/cuidador sobre as doenças crônicas que este

paciente tem e orientar que é imprescindível que o idoso tenha

acompanhamento médico periódico.

Cozinha

1º Orientar quando os armários forem altos, apenas utilizar a parte baixa na

rotina do dia a dia organizando de forma que os objetos utilizados estejam em

fácil alcance;

2º Colocar passadeira antiderrapante;

3º Não usar bancos ou escada;

4º Se houver necessidade de pegar alguma coisa no alto, solicitar ajuda.

Quarto

• Orientar sobre a altura da cama. Os pés do idoso, ao sentar na beirada da

cama, devem estar totalmente no chão;

• Orientar a família sobre o uso da luz de sentinela (luz com sensor de

presença), de modo que, quando o idoso se levanta, a luz acenda, evitando que

ele se levante no escuro;

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

75

• Orientar sobre o uso de comadre ou patinho se o banheiro for longe;

• Orientar que os cabides do guarda roupa sejam de fácil acesso;

• Orientar o uso de campainha, ao alcance para chamar necessidades em

caso de urgência;

• Orientar a jamais trancar a porta.

Sala

• Orientar que sofás ou poltronas devem ter braços para facilitar o sentar e

levantar; ajuste a altura dos sofás, isso também é importante. As costas do idoso

precisam ficar apoiadas e os totalmente pés no chão, escolhendo sempre se

possível poltrona individual;

• Orientar que os tapetes devem ser removidos e nunca passar cera no

piso;

• Os tapetes devem ser removidos se não possuírem forro antiderrapante,

e os pisos jamais devem ser encerados.

Escadas e corredores

• Orientar a família para botar corrimãos nos corredores e nas escadas,

para que ele se sinta mais livre e menos dependente; nas escadas também

colocar fitas adesivas antiderrapantes;

• Orientar sobre boa iluminação;

• Orientar que os interruptores tem que ser de fácil acesso.

Banheiro

• Orientar sobre a necessidade de o interruptor estar próximo a porta;

• Orientar que o banheiro deve ter trancas que abre pelos dois lados;

• Orientar sobre a necessidade de o vaso sanitário ter uma altura maior,

facilitando o levantar;

• Orientar sobre a necessidade do banheiro de ter piso e tapete

antiderrapante, sobre a colocação de barras de apoio, banco ou cadeiras

especiais para banho;

• Jamais trancar a porta;

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

76

7 CONCLUSÃO

Este estudo permitiu conhecer o perfil dos idosos inseridos no Programa

de Acompanhamento Domiciliar, bem como destacar a prevalência de quedas, e

seus fatores intrínsecos e extrínsecos, e identificou que grande parte dos idosos

avaliados não possuem informações e nem conhecimento sobre os riscos e

que os fatores intrínsecos apresentavam maior ameaça.

Podemos concluir que torna-se necessário investir na orientação da

prevenção de quedas, em processos de educação continuada para idosos e

familiares, e sensibilizá-los da importância da identificação de fatores de risco,

orientando-os sobre a importância das Políticas Públicas de Segurança do

Paciente no ambiente domiciliar, minorando os riscos.

Esta experiência vivenciada permitiu-me um maior envolvimento

profissional, na busca da conscientização de todas as pessoas envolvidas no

processo de cuidados com idosos, focando principalmente na prevenção de

quedas e riscos correlatos.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

77

8 REFERENCIAS

1. Souza KAE. Análise de custo de um programa de prevenção de internação

para idosos no ambiente da saúde suplementar [tese]. Rio de Janeiro:

Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2008.

2. Agência Nacional de Saúde Suplementar (BR). Manual técnico para promoção

da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar. Rio de

Janeiro: ANS; 2011.

3. Naylor M, Brooten D, Jones R, Lavizzo-Mourey R, Mezey M, Pauly M.

Comprehensive discharge planning for the hospitalized elderly. A randomized

clinical trial. Ann Inter Med. 1994 Jun 15;120(12):999-1006.

4. Mattos TM. Visita domiciliar. In: Kaompson R, Santos MCH, Mattos TM.

Enfermagem comunitária. São Paulo: EPU; 1995. p. 35-8.

5. Souza CR, Lopes SCF, Barbosa MA. A contribuição do enfermeiro no

contexto de promoção à saúde através da visita domiciliar. Rev UFG [Internet].

2004 Dez [acesso em 02 jan 2016];6(n. esp). Disponível em:

https://teste.proec.ufg.br/revista_ufg/familia/G_contexto.html.

6. Horta WA. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU; 1979.

7. Ministério da Saúde (BR); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR);

Fundação Oswaldo Cruz. Programa Nacional de Segurança do Paciente:

protocolo prevenção de quedas [Internet]. Rio de Janeiro: ANVISA; 2013 [acesso

em 18 out 2013]. Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2013/Mai/06/protocolos

_CP_n6_2013.PDF.

8. Boushon B, Nielsen G, Quigley P, Rutherford P, Taylor J, Shannon D, et al.

How-to guide: reducing patient injuries from falls [Internet]. Cambridge, MA:

Institute for Healthcare Improvement; 2012 [cited 2016 mar 22]. Available from:

www.ihi.org.

9. Cardoso C. Expectativa de vida dos brasileiros sobe para 74,9 anos, diz IBGE.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

78

G1 [Internet]. 2014 Dez 01 [acesso em 15 abr 2016]. Disponível em:

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/12/expectativa-de-vida-dos-

brasileiros-sobe-para-749-anos-diz-ibge.html.

10. Affonso J. Proporção de idosos no Brasil deve ser três vezes maior em 2060,

diz IBGE. UOL [Internet]. 2013 Ago 29 [acesso em 15 abr 2016]. Disponível em:

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/08/29/idosos-devem-

ser-267-da-populacao-brasileira-em-2060-diz-ibge.htm.

11. Akobeng AK. Principles of evidence based medicine. Arch Dis Child [Internet].

2005 Aug [cited 2014 jul13];90(8):837-40. Available from:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16040884.

12. Luiz IC, Brum AKR. Prevalência e fatores de risco de queda em idosos

no domicílio: revisão integrativa da literatura. Rev Enferm UFPE On Line

[Internet]. 2015 Dez [acesso em 24 ago 2016]; 9(Supl. 10):1556-64. Disponível

em:

http://www.periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/10870/

12106.

13. Bizerra CDA, Gonçalves RF, Carmo AFS, Mendes RNC, Moura LA. Queda

de idosos: identificação de fatores de risco extrínsecos em domicílio. Rev Pesqui

Cuid Fundam (Online) [Internet]. 2014 Jan/Mar [acesso em 10 jan

2015];6(1):203-12. Disponível em:

http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/2858/pdf_11

04.

14. Gomes ECC, Marques APO, Leal MCC, Barros BP. Fatores associados ao

risco de quedas em idosos institucionalizados: uma revisão integrativa. Ciênc

Saúde Coletiva [Internet]. 2014 [acesso em 26 mar 2015];19(8):3543-51.

Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v19n8/1413-8123-csc-19-08-

03543.pdf.

15. Chaves ECL, Cordeiro LAM, Goyatá SLT, Godinho MLC, Meirelles VC,

Nascimento AM. Identificação do diagnóstico risco de quedas em idosos

atendidos pelo programa de atenção ao idoso. Rev Enferm UFPE On Line

[Internet]. 2011 Dez [acesso 29 mar 2015];5(10):2507-14. Disponível em:

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

79

http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/viewFile/2

059/pdf_730.

16. Simões CCS, Oliveira LAP. O processo demográfico brasileiro. In: Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas nacional do Brasil Milton Santos

[Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2010 [acesso em 15 ago 2016]. Disponível em:

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv47603_cap5_pt1.pdf.

17. Chaimowicz F. Saúde do idoso. 2. ed. Belo Horizonte: NESCON UFMG;

2013.

18. Fries AT, Pereira DC. Teorias do envelhecimento humano. Rev Contexto

Saúde. 2013;10(20):507-14.

19. Rinaldi FC, Campos MEC, Lima SS, Sodré FSS. O papel da enfermagem e

sua contribuição para a promoção do envelhecimento saudável e ativo. Rev

Eletrônica Gest Saúde. 2013;4(2):454-66.

20. Torres AG, Silva HMP, Torres DFN, Firmo WCA, Chaves AS. Efeitos da

prática da caminhada de idosos em grupo: um olhar do protagonista. J Manag

Prim Health Care. 2013;4(1):19-26.

21. Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006.

Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Brasília; 2006.

22. Cotlear D, editor. Population aging: is Latin America ready? Washington, DC:

The World Bank; 2011.

23. World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de saúde.

Brasília: OPAS; 2005.

24. Fernandes MTO, Soares SM. O desenvolvimento de políticas públicas de

atenção ao idoso no Brasil. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(6):1494-502.

25. Brasil. Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994 [Internet]. Dispõe sobre a

política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras

providências. Brasília; 2006 [acesso em 22 ago 2016]. Disponível em:

http://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/politica-nacional-do-idoso.pdf.

26. Sequeira C. Cuidar de idosos com dependência física e mental. Lisboa:

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

80

Lidel; 2010.

27. Day CB. Benefícios da atenção ao idoso portador de dano crônico: revisão

sistemática da literatura [dissertação na internet]. Porto Alegre: Universidade

Federal do Rio Grande do Sul; 2010. [acesso em 23 ago 2016]. Disponível em:

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/28229/000769367.pdf?sequen

ce=1.

28. Brasil. Lei nº 10.424, de 15 de abril de 2002 [Internet]. Acrescenta capítulo e

artigo à lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições

para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento de serviços correspondentes e dá outras providências,

regulamentando a assistência domiciliar no Sistema Único de Saúde. Brasília;

2002 [acesso em 16 set 2016]. Disponível em:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10424.htm.

29. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sinopse dos resultados do

Censo 2010 [Internet]. Brasília: IBGE; 2010 [acesso em 02 dez 2011]. Disponível

em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/.

30. Nogueira SL. Capacidade funcional, nível de atividade física e condição de

saúde de idosos longevos: um estudo epidemiológico [dissertação]. Viçosa:

Universidade Federal de Viçosa; 2008.

31. Ministério da Saúde (BR). Envelhecimento e saúde da pessoa idosa.

Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

32. Lourenço TM, Lenardt MH, Kletemberg DF, Seima MD, Tallmann AEC, Neu

DKM. Capacidade funcional no idoso longevo: uma revisão integrativa. Rev

Gaúcha Enferm. 2012 Jun;33(2):176-85.

33. Pivatto Júnior F, Valle FH, Pereira EMC, Aguiar FM, Henn NT, Behr PEB, et

al. Sobrevida em longo prazo de octogenários submetidos à cirurgia de

revascularização miocárdica isolada. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2011

Jan/Mar;26(1):21-6.

34. Gènova-Maleras R, Álvarez-Martín E, Catalá-López F, Fernández de Larrea-

Baz N, Morant-Ginestar C. Aproximación a la carga de enfermedad de las

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

81

personas mayores en España. Gac Sanit. 2011;25(Supl. 2):47-50.

35. Nogueira CA, Alves FP, Coura AS, Vieira CENK, Enders BC, Xavier ISF.

Percepção da qualidade de vida dos cuidadores de octogenários. Rev RENE

[Internet]. 2013 [acesso em 23 jun 2016];14(1):32-41. Disponível em:

http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=324027985005.

36. Camarano AA, organizadora. Os novos idosos brasileiros muito além dos

60? Rio de Janeiro: IPEA; 2004.

37. Di Pietro L, Singh MF, Fielding R, Nose H. Successful aging. J Aging Res.

2012; 2012:1-2.

38. Xie J, Matthews FE, Jagger C, Bond J, Brayne C. The oldest old in England

and Wales: a descriptive analysis based on the MRC Cognitive Function and

Ageing Study. Age Ageing. 2008;37(4):396-402.

39. Formiga F, Ferrer A, Albuquerque J, Fernández-Quevedo M, Royo C, Pujol R.

The challenge of maintaining successful aging at 87 years old: the Octabaix

study two-year follow-up. Rejuvenation Res. 2012;15(6):584-9.

40. Knappe MFL, Espírito Santo ACG, Leal MCC, Marques APO. Successful

aging in the oldest old: an integrative review. Geriatr Gerontol Aging. 2015

Abr/Jun;9(2):66-70.

41. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2000 [Internet]. [acesso

em 19 ago 2011]. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2008/

projecao.pdf.

42. Rosset I, Roriz-Cruz M, Santos JLF, Haas VJ, Fabrício-Wehbe SCC,

Rodrigues RAP. Diferenciais socioeconômicos e de saúde entre duas

comunidades de idosos longevos. Rev Saúde Pública. 2011 Abr;45(2):391-400.

43. Inácio CCF. Prevenção de queda em idosos: possibilidades da garantia de

um envelhecimento saudável [dissertação na Internet]. Salvador: Universidade

Castelo Branco; 2011 [acesso em 24 ago 2016]. Disponível em:

http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/EE/EE08/INACIO-

Candice%20Cristina%20Fiuza.pdf.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

82

44. Logghe IH, Zeeuwe PE, Verhagen AP, Wijnen-Sponselee RM, Willemsen SP,

Bierma-Zeinstra SM, et al. Lack of effect of Tai Chi Chuan in preventing falls in

elderly people living at home: a randomized clinical trial. J Am Geriatr Soc.

2009;57(1):70-5.

45. Calvalcante ALP, Aguiar JB, Gurgel LA. Fatores associados a quedas em

idosos em um bairro de Fortaleza, Ceará. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet].

2012 [acesso em 12 dez 2014];15(1):137-46. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-

98232012000100015.

46. Antes DL, D’Orsi E, Benedetti TRB. Circunstâncias e consequências das

quedas em idosos de Florianópolis. Epi Floripa Idoso 2009. Rev Bras Epidemiol

[Internet]. 2013 Jun [acesso em 20 dez 2014];16(2):469-81. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v16n2/1415-790X-rbepid-16-02-00469.pdf.

47. Serra JN. Quedas de idosos representam um grave problema de saúde

pública, alerta SBGG. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia [Internet].

2013 Jun 24 [acesso em 23 ago 2016]. Disponível em: http://sbgg.org.br/quedas-

de-idosos-representam-um-grave-problema-de-saude-publica-alerta-sbgg/.

48. Fabrício SCC, Rodrigues RAP, Costa Junior ML. Causas e consequências de

quedas de idosos atendidos em hospital público. Rev Saúde Pública.

2004;38(1):93-9.

49. Coutinho ESF, Silva SD. Uso de medicamentos como fator de risco para

fratura grave decorrente de queda em idosos. Cad Saúde Pública.

2002;18(5):1359-66.

50. Pereira SRM, Buksman S, Perracini M, Py L, Barreto KML, Leite VMM.

Quedas em idosos. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Geriatria e

Gerontologia; 2001 [acesso em 27 jun 2012]. Disponível em:

http://www.sbgg.org.br/profissionais/index.php?diretrizes.

51. Lange C. Acidentes domésticos em idosos com diagnóstico de demência,

atendidos em um ambulatório de Ribeirão Preto, SP [tese]. Ribeirão Preto:

Universidade de São Paulo; 2005.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

83

52. Souza ACA. Quedas no idoso. In: Terra NL, organizador. Entendendo as

queixas do idoso. Porto Alegre: Edipucrs; 2003. p. 379-401.

53. Pereira CLN, Vogelaere P, Baptista F. Role of physical activity in the

prevention of falls and their consequences in the elderly. Eur Rev Aging Phys Act.

2008;5(1):51-8.

54. Perracini MR. Prevenção e manejo de quedas no idoso [Internet]. 2006

[acesso em 20 maio 2016]. Disponível em:

http://www.pequi.incubadora.fapesp.br/portal/quedas.pdf.

55. Erdem N, Chu FM. Management of overactive bladder and urge urinary

incontinence in the elderly patient. Am J Med. 2006 Mar;119(3 Suppl 1):29-36.

56. Rubenstein LZ, Josephson KR. The epidemiology of falls and syncope. Clin

Geriatr Med. 2002;18(2):141-58.

57. Dunn JE, Furner SE, Miles TP. Do falls predict institutionalization in older

persons? An analysis of data from the Longitudinal Study of Aging. J Aging

Health. 1993;5(2):194-207.

58.Dall JO, Van Lieshout JJ. Falls and medications in the elderly. Neth J Med.

2005;63(3):91-6.

59. Ramos LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos

residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad Saúde Pública.

2003;19(3):793-8.

60. Yuaso DR, Sguizzatto GT. Fisioterapia em pacientes idosos. In: Papaléo

Netto M. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São

Paulo: Atheneu; 2002. p. 331-47.

61. Terra NL. Prevenção de quedas em idosos. In: IV Encontro Estadual de

Saúde da Pessoa Idosa; 2011 set 27; Porto Alegre, Brasil. Porto Alegre:

Departamento de 118 Ações em Saúde, Seção da Saúde do Idoso da Secretaria

Estadual da Saúde; 2011.

62. Gillespie LD, Gillespie WJ, Robertson MC, Lamb SE, Cumming RG, Rowe

BH. Interventions for preventing falls in elderly people. Cochrane Database Syst

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

84

Rev. 2003;(4):CD000340.

63. Wachter RM. Compreendendo a segurança do paciente. Porto Alegre:

Artmed; 2010.

64. Feldman L, Gatto M, Cunha I. História da evolução da qualidade hospitalar:

dos padrões à acreditação. Acta Paul Enferm. 2005;18(2):213-9.

65. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Assistência segura: uma

reflexão teórica aplicada à prática. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

66. Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS, McKay T, Pike KC. To err is human.

Washington, DC: National Academy Press; 2000.

67. Brennan TA, Hebert L, Lair NM, Lawthers AG, Thorpe KE, Leape LL, et al.

Hospital characteristics associated with adverse events and substandard care.

JAMA. 1991; 265(24):3265-9.

68. Gawande AA, Thomas EJ, Zinner MJ, Brennan TA. The incidence and nature

of surgical adverse events in Colorado and Utah in 1992. Surgery.

1999;126(1):66-75.

69. Corrigan JM, Kohn LT, Donaldson MS, Maguire SK, Pike KC. Crossing the

quality chasm: a new health system for the 21st century. Washington, DC:

National Academy Press; 2001.

70. Chassin MR, Galvin RW. The urgent need to improve health care quality.

Institute of Medicine National Roundtable on Health Care Quality. JAMA.

1998;280(11):1000-5.

71. Chantler C. The role and education of doctors in the delivery of healthcare.

Lancet. 1999;353(9159):1178-81.

72. Donabedian A. The seven pillars of quality. Arch Pathol Lab Med.

1990;114(11):1115-8.

73. World Health Organization. World alliance for patient safety: forward

programme. Geneva: WHO; 2005.

74. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Boletins informativos -

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

85

segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde [Internet]. 2013

[acesso em 12 abr 2015]. Disponível em:

http://www.Anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/documentos/junho/Modulo

%201%20-%20Assistencia%20Segura.pdf.

75. Proqualis; Fundação Oswaldo Cruz. Centro colaborador para a qualidade do

cuidado e a segurança do paciente [Internet]. [acesso em 11 nov 2015].

Disponível em: http://proqualis.net/.

76. Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o

Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Diário Oficial da União 2

abr 2013; Seção 1:43.

77. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Resolução RDC nº 36, de 25

de julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de

saúde e dá outras providências. 2013.

78. Brennan TA, Leape LL, Laird NM, Hebert L, Localio AR, Lawthers AG, et al.

Incidence of adverse events and negligence in hospitalized patients - results of

the Harvard Medical Practice Study I. N Engl J Med. 1991;324(6):370-6.

79. Kohn LT, Lorrigan JM. To err is human. Building a safer health system.

Washington, DC: National Academy Press; 2001.

80. Organização Mundial da Saúde. Segundo desafio global para a segurança

do paciente: cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da

OMS) [Internet]. Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde; 2009

[acesso em 13 fev 2014]. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_cirurgias_segura

s_salvam_vidas.pdf.

81. World Health Organization. Conceptual framework for the International

Classification for Patient Safety: version 1.1 [Internet]. [Geneva]: WHO; 2009

[cited 2016 oct 03]. Available from:

http://www.who.int/patientsafety/implementation/taxonomy/icps_technical_report_

en.pdf.

82. World Alliance for Patient Safety. Global patient safety challenge: 2005-2006.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

86

Geneva: WHO; 2005.

83. World Health Organization. WHO guidelines for safe surgery 2009: safe

surgery saves vives [Internet]. Geneva: WHO; 2009 [cited 2009 aug 13].

Available from:

http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44185/1/9789241598552_eng.pdf.

84. Weiser TG, Regenbogen SE, Thompson KD, Haynes AB, Lipsitz SR, Berry

WR, et al. An estimation of the global volume of surgery, a modelling strategy

based on available data. Lancet. 2008;372(9633):139-44.

85. Joint Commission International Center For Patient Safety. International

patient safety goals [Internet]. 2008 [cited 2015 dez 01]. Available from:

www.jcipatientsafety.org/29083/.

86. Abrahão AL, Lagrange V. A visita domiciliar como uma estratégia da

assistência no domicílio. In: Morosini MVGC, Corbo AD. Modelos de atenção e a

saúde da família. Rio de Janeiro: ESPJV; 2007. p. 151-72.

87. Augusto I, Franco LHRO. Aspectos históricos da assistência de enfermagem

domiciliar. Laes Haes. 1980;1(5):50-2.

88. Santos EM, Kirschbaum DIR. A trajetória histórica da visita domiciliária no

Brasil: uma revisão bibliográfica. Rev Eletrônica Enferm. 2008;10(1):220-7.

89. Rehem TCMSB, Trad LAB. Assistência domiciliar em saúde: subsídios para

um projeto de atenção básica brasileira. Ciênc Saúde Coletiva. 2005

Set/Dez;10(Supl):231-42.

90. Pereira MJB, Mishima SM, Fortuna CM, Matumoto S, Teixeira RA, Ferraz

CA, et al. Assistência domiciliar: instrumento para potencializar processos de

estudo na assistência e na formação. In: Barros AFR. Observatório de recursos

humanos em saúde no Brasil: estudos e análise. Brasília: Ministério da Saúde;

2004. p. 71-80.

91. Sakata KN, Almeida MCP, Alvarenga AM, Craco PF, Pereira MJB.

Concepções da equipe de saúde da família sobre as visitas domiciliares. Rev

Bras Enferm. 2007;60(6):659-64.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

87

92. Takahashi RF, Oliveira MAC. A visita domiciliária no contexto da saúde da

família [Internet]. 2001 [acesso em 15 abr 2008). Disponível em: http://ids-saude.

uol.com.br/psf/enfermagem/tema1/texto8_1.asp.

93. Merhy EE, Onocko R, organizadores. Agir em saúde: um desafio para o

público. 2. ed. São Paulo: Hucitec; 2002.

94. Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-

Americana da Saúde; 2011.

95. Albuquerque ABB, Bosi MLM. Visita domiciliar no âmbito da Estratégia Saúde

da Família: percepções de usuários no município de Fortaleza, Ceará, Brasil.

Cad Saúde Pública. 2009;25(5): 1103-12.

96. Reinaldo AMS, Rocha RM. Visita domiciliar de enfermagem em saúde

mental: idéias para hoje e amanhã. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2002

[acesso em 20 fev 2007];4(2):36-41. Disponível em:

http://www.fen.ufg.br/revista/revista4_2/pdf/visita.pdf.

97. Mantovani MF, Mottin JV, Rodrigues J. Visita domiciliar de enfermagem com

atividades no tratamento da pressão arterial. Online Braz J Nurs (Online)

[Internet]. 2007 [acesso em 20 fev 2007];6(1). Disponível em:

http://www.uff.br/objnursing/index.php/nursing/article/view/757/171.

98. Gomes IM, Kalinowski LC, Lacerda MR, Ferreira RM. The domiciliary health

care and its state of art: a bibliographic study. Online Braz J Nurs (Online)

[Internet]. 2008 [cited 2012 jul 09];7(3). Available from:

http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/j.16764285.2008.1781/

411.

99. Lacerda MR, Giacomozzi CM, Oliniski SR, Truppel TC. Atenção à saúde no

domicílio: modalidades que fundamentam sua prática. Saúde Soc [Internet].

2006 Maio/Ago [acesso em 22 set 2016];15(2):88-95. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

12902006000200009.

100. Garanhani ML, Kikuchi EM, Garcia SM, Ribeiro RP. As práticas educativas

realizadas por enfermeiros da área hospitalar em periódicos nacionais. Ciênc

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

88

Cuid Saúde [Internet]. 2009 Abr/Jun [acesso em 01 dez 2012];8(2):205-12.

Disponível em:

http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/8200/4927.

101. Campedelli MC. Atuação da enfermagem em geriatria e gerontologia. Rev

Paul Hosp. 1983;31(9/10):198-200.

102. Boehs AC, Patrício ZM. O que é este cuidar/cuidado: uma abordagem

inicial. Rev Esc Enferm USP. 1990;24(1):111-6.

103. Schaurich D, Crossetti MGO. O elemento dialógico no cuidado de

enfermagem: um ensaio com base em Martin Buber. Esc Anna Nery Rev Enferm.

2008 Set;12(3):544-8.

104. Silva LF, Sousa AAC, Rabêlo ACS, Silva FVF, Damasceno MMC, Guedes

MVC. Metas grupais e adesão ao controle da hipertensão arterial: contribuição

da teoria de Imogene King. ReTEP. 2013;5(1):829-33.

105. Santos LR, Ponce de Leon CGRM, Funghetto SS. Princípios éticos como

norteadores no cuidado domiciliar. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(Supl. 1):855-

63.

106. Nietsche EA. As tecnologias assistenciais, educacionais e gerenciais

produzidas pelos docentes dos cursos de enfermagem das instituições de ensino

superior de Santa Maria-RS. In: Universidade Federal de Santa Maria. Relatório

final. Santa Maria, RS: UFSM/CNPq; 2003.

107. Silva RC, Ferreira MA. A tecnologia em saúde: uma perspectiva

psicossociológica aplicada ao cuidado de enfermagem. Esc Anna Nery Rev

Enferm [Internet]. 2009 Jan/Mar [acesso em 04 nov 2012];13(1):169-73.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v13n1/v13n1a23.pdf.

108. Martins CR, Dal Sasso GTM. Tecnologia: definições e reflexões para a

prática em saúde e enfermagem. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2008 Jan/Mar

[acesso em 03 nov 2012];17(1):11-2. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n1/01.pdf.

109. Schwonke CRGB, Lunardi Filho WD, Lunardi VL, Santos SSC, Barlem ELD.

Perspectivas filosóficas do uso da tecnologia no cuidado de enfermagem em

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

89

terapia intensiva. Rev Bras Enferm [Internet]. 2011 Jan/Fev [acesso em 03 nov

2012];64(1):189-92. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/reben/v64n1/v64n1a28.pdf.

110. Mendes IAC, Leite JL, Trevizan MA, Trezza MCSF, Santos RM. A produção

tecnológica e a interface com a enfermagem. Rev Bras Enferm. 2002;55(5):556-

60.

111. Teixeira E. Tecnologias educacionais na enfermagem: evidências na

literatura 1980-2009. In: Anais da X Conferência Ibero americana, II Encuentro

LatinoaméricaEuropa, III Simposio de Investigación de Educación em

Enfermería; 2009 oct 26-30; Panamá. p. 41-9.

112. Downton JH. Falls in the elderly. London, UK: Edward Arnold; 1993.

113.Schiaveto FV. Avaliação do risco de quedas em idosos na comu

nidade [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2008.

114. Borges PS, Marinho Filho LEN, Mascarenhas CHM. Correlação entre

equilíbrio e ambiente domiciliar como risco de quedas em idosos com acidente

vascular encefálico. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010;13(1):41-50.

115. Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. Mini-mental state: a practical method

for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiat Res.

1975;12(3):189-98.

116. Espino DV, Lichtenstein MJ, Palmer RF, Hazuda HP. Ethnic differences in

mini-mental state examination (MMSE) scores: where you live makes a

difference. J Am Geriatr Soc. 2001;49(5):538-48.

117. Huppert FA, Cabelli ST, Matthews FE, MRC Cognitive Function and Ageing

Study. Brief cognitive assessment in a UK population sample – distributional

properties and the relationship between the MMSE and an extended mental state

examination. BMC Geriatr. 2005;5:7.

118. Herrera Jr E, Caramelli P, Silveira AS, Nitrini R. Epidemiologic survey of

dementia in a community-dwelling Brazilian population. Alzheimer Dis Assoc

Disord. 2002;16(2):103-8.

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

90

119. Han C, Jo SA, Jo I, Kim E, Park MH, Kang Y. An adaptation of the Korean

mini-mental state examination (K-MMSE) in elderly Koreans: demographic

influence and population-based norms (the AGE study). Arch Gerontol Geriatr.

2008;47(3):302-10.

120. Morris JC, Heyman A, Mohs RC, Hughes JP, Van Belle G, Fillenbaum G, et

al. The Consortium to Establish a Registry for Alzheimer’s Disease (CERAD).

Part I: clinical and neuropsychological assessment for alzheimer’s disease.

Neurology. 1989;39(9):1159-65.

121. Roth M, Tym E, Mountjoy CQ, Huppert FA, Hendrie H, Verma S, et al.

CAMDEX: a standardized instrument for the diagnosis of mental disorder in the

elderly with special reference to the early detection of dementia. Br J Psychiatry.

1986;149:698-709.

122. Jones RN, Gallo J. Dimensions of the mini-mental state examination among

community dwelling older adults. Psychol Med. 2000;30(3):605-18.

123. Castro-Costa E, Fuzikawa C, Uchoa E, Firmo JOA, Lima-Costa MF. Norms

for the mini-mental state examination: adjustment of the cut-off point in

population-based studies (evidences from the Bambuí health aging study). Arq

Neuro-Psiquiatr. 2008;66(3a):524-8.

124. Triviños ANS. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa

qualitativa em educação. São Paulo: Atlas; 2008.

125. Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas; 2008.

126. Yin RK. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre:

Bookman; 2005.

127. Conselho Nacional de Saúde (BR). Resolução nº 466, de 12 de dezembro

de 2012 [Internet]. Brasília; 2012 [acesso em 11 mar 2014]. Disponível

128. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Implantação do Núcleo de

Segurança do Paciente em Serviços de Saúde. Brasília: Anvisa; 2014.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

91

129. Santos JS, Valente JM, Carvalho MA, Galvão KM, Kasse CA. Identificação

dos fatores de riscos de quedas em idosos e sua prevenção. Rev Equilíbr Corpor

Saúde. 2013;5(2):53-9.

130. Cruz DT, Ribeiro LC, Vieira MT, Teixeira MTB, Bastos RR, Leite ICG. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev Saúde Pública [Internet]. 2012 Fev [acesso em 24 fev 2017];46(1):138-46. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102012000100017&lng=en.

131. Piovesan AC, Pivetta HMF, Peixoto JMB. Fatores que predispõem a quedas em idosos residentes na região oeste de Santa Maria, RS. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2011 Jan/Mar [acesso em 24 fev 2017];14(1):75-83. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232011000100009&lng=en.

132. Fhon JRS, Fabrício-Wehbe SCC, Vendruscolo TRP, Stackfleth R, Marques S, Rodrigues RAP. Quedas em idosos e sua relação com a capacidade funcional. Ver. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. set.-out. 2012 [acesso em 15/02/2014] ;20(5):[08 telas].

133. Machado TR, Oliveira CJ, Costa FBC, Araujo TL. Avaliação da presença de risco para queda em idosos. Rev Eletrônica Enferm [Internet]. 2009 [acesso em 02 jan 2013];11(1):32-8. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n1/pdf/v11n1a04.pdf.

134. Botosso RM, Miranda EF, Fonseca MAS. Reação adversa medicamentosa em idosos. Rev Bras Ciênc Envelhecimento Hum. 2011;8(2):285-97.

135. Sá MPBO, Sá MB, Ferreira RAG, Sá MVBO, Silva NPC. Risco de hipotensão arterial em idosos um uso de medicação anti-hipertensiva sem acompanhamento clínico adequado. Rev Bras Clín Méd. 2009;7:290-4.

136. Cook JM, Biyanova T, Masci C, Coyne JC. Older patients perspectives on long-term anxiolytics benzodiazepine use and discontinuation: a qualitative study. J Gen Intern Med. 2007;22(8):1094-100.

137. Alvarenga JM, Loyola Filho AI, Firmo JOA, Lima-Costa MF, Uchoa E. Prevalence and socio-demographic characteristics associated with Benzodiazepines use among community-dwelling older adults: results from the Bambuí study. Rev Bras Psiquiatr. 2007;30(1):7-11.

138. Alvarenga JM, Loyola Filho AI, Firmo JOA, Lima-Costa MF, Uchoa E. Estudo de base populacional sobre condições de saúde associadas ao uso de benzodiazepínicos em idosos (Projeto Bambuí). Cad Saúde Publica. 2009;25(3):605-12.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

92

139. Silva NSM, Lopes AR, Mazzer LP, Trelha CS. Conhecimento sobre fatores de risco de quedas e fontes de informação utilizadas por idosos de Londrina (PR). Rev Kairós Gerontol. 2014 Jun;17(2):141-51.

140. Silva NSM, Lopes AR, Mazzer LP, Trelha CS. Conhecimento sobre fatores de risco de quedas e fontes de informação utilizadas por idosos de Londrina (PR). Rev Kairós Gerontol. 2014 Jun;17(2):141-51.

141. Silva NSM. As quedas nos idosos: a importância da educação para a saúde [dissertação]. Porto: Universidade do Porto; 2012.

142. Lollar DJ, Crews JE. Redefining the role of public health in disability. Annu Rev Public Health. 2003;24:195-208.

143. Palma CMTC. Quedas nos idosos: do rísco à prevenção [dissertação]. Beja: Instituto Politécnico de Beja; 2012.

144. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. AMB Rev Assoc Med Bras. 2012;58(4):427-33.

145. Perracini MR Desafios da prevenção e do manejo de quedas em idosos. BIS, Bol Inst Saúde (Impr.) [Internet]. 2009 Abr [acesso em 18 nov 2016];(47):45-8. Disponível em: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-18122009000200012&lng=.

146. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Quedas em idosos [Internet]. [acesso em 17 maio 2009]. Disponível em: http://sbgg.org.br/.

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

93

9 APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O IDOSO/FAMILIA

Dados de Identificação

Título do Projeto: Avaliação de Riscos de Quedas de idosos no domicílio: Subsídio para tecnologia educacional com foco na segurança do paciente Pesquisador Responsável: Izabel Cristina Luiz Ana Karine Ramos Brum (orientadora). Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável:

Universidade Federal Fluminense

Telefones para contato: (21) 2596-2853 e (21) 99108-2473 Dados do Paciente:

Nome:___________________________________________________________

Idade: ____ anos

RG: ____________________

Responsável legal (quando for o caso): _________________________________

RG do Responsável legal: ____________________

Prezado Senhor, o(a) Sr(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de Pesquisa:

“Avaliação de riscos de quedas de idosos no domicílio: Subsídio para tecnologia educacional

com foco na segurança do paciente”, de responsabilidade da pesquisadora Izabel Cristina Luiz,

sob orientação da Dra. Ana Karine Ramos Brum.

Este estudo propõe analisar a ocorrência de quedas de pacientes no ambiente domiciliar,

em uma população assistida pelo Programa Multidisciplinar Bem Viver para a pessoa idosa (com

idade igual ou superior a 65 anos), abrangendo o ambiente domiciliar, ou seja, o próprio idoso,

sua família/cuidador. Será desenvolvida uma pesquisa do tipo quantitativa, serão discutidos os

resultados de acordo com as recomendações do Protocolo de Prevenção de Quedas /

Segurança do Paciente (MS), no âmbito de capacitação de idosos, familiar/cuidador subsidio

para tecnologia educacional com foco na segurança do paciente. Este estudo oferece riscos

mínimos, quando consideramos o possível desconforto em colaborar na aplicação das escalas

de avaliação. No entanto, informo que o mesmo pode desistir da sua participação em qualquer

momento do estudo, e ainda informo que as informações são sigilosas, mantendo o anonimato, e

não oferece custos para o idoso e família. Os benefícios são plausíveis quando comparados aos

riscos, pois o estudo objetiva a elaboração de uma Tecnologia Educacional que seja uma

intervenção viável e aplicável aos idosos e suas famílias no domicílio a fim de prevenir e mitigar

quedas no domicílio, que levam a hospitalização e óbitos.

Eu,__________________________________________, RG n°____________ declaro ter

recebido as informações sobre este programa e concordo em participar como voluntário do

projeto de pesquisa acima descrito.

Rio de Janeiro, ___ de __________ de 2016.

_______________________ _________________________ Assinatura do pesquisador Assinatura do participante

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

94

APENDICE B

CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS PARTICIPANTES

Solicito um pouco do seu precioso tempo para responder a este questionário, através do qual pretendo avaliar seu conhecimento referente a “Quedas de idosos no Ambiente Domiciliar”.

1. Nome do Paciente: ________________________________________________

2. Idade: ____anos 3. Sexo: M F 4. O Sr.(a) tem algum problema de saúde? Sim Não

Se sim, qual? ________________________________________________________________

________________________________________________________________

5. Faz uso de alguma medicação? Sim Não

Se sim, qual? _______________________________________________________________

6. Tem identificado alguma reação advinda do uso da medicação? Sim Não

Se sim, qual?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

7. Possui alguma dificuldade para enxergar, ouvir ou de locomoção?

Sim Não

Se sim, qual?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

8. O Sr.(a) já sofreu alguma queda? Sim Não Se sim, onde? Em casa Na rua Outro lugar

Se em outro lugar, onde? _____________________________________________

9. Em consequência dessa queda, foi atendido (a) em algum serviço de saúde?

Sim Não

Se sim, onde?______________________________________________________

10. Depois que caiu o Sr. (a) passou a sentir medo? Sim Não 11. Sofreu alguma fratura em consequência

dessa queda? Sim Não

Se sim, qual foi o tipo de fratura?

________________________________________________________________

12. Para o Senhor ou Senhora, quais são os lugares que apresentam maior risco

de quedas dentro de sua residência/domicílio? Por quê?

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

95

APÊNDICEC

ARTIGOS DA REVISÃO INTEGRATIVA

Título Periódico Ano Autor(s) Objetivo

Residential Light and Risk for

Depression and Falls: Results from

the LARES Study of Eight

European Cities

Public Health Rep. 2011 Brown J, Jacobs D

Examinar a relação

entre a luz inadequada residencial natural e

risco para a depressão e

quedas.

Quedas de idosos:

identificação de fatores de

risco extrínsecos em

domicílios

Rev. pesqui.

cuid. fundam.

(Online)

2014

Bizerra, CDA, Gonçalves, RF,

Carmo, AFS,

Mendes, RNC,

Moura, LA

Identificar fatores de risco extrínsecos que

predispõem a ocorrência

de quedas de idosos em

ambiente domiciliar.

Environmental Assessment

and Modification as Fall-

Prevention Strategies for

Older Adults10

Clin Geriatr

Med. 2010

Pynoos J, Steinman

BA, Nguyen AQ,

2010

Discutir o papel de

avaliação da residência

na modificação

ambiental na redução dos riscos de quedas.

Fall Risk in Older Adults:

Roles of Self-Rated Vision,

Home Modifications, and

Limb Function

J Aging Health 2009 Steinman BA,

Pynoos J, Nguyen

AQ

Avaliar os efeitos diretos

da visão, modificações

em casa e o funcionamento dos

membros inferiores e

superiores e suas

alterações sobre o risco de queda em idosos.

Older people living at

home: associations

between falls and health

complaints in men and

women

J Clin Nurs 2013 Hedman AM,

Fonad E,

Sandmark H

Investigar a associação

entre quedas

autorrelatadas e queixas de saúde de idosos e

investigar as diferenças

de gênero nas associações

de risco de quedas. Automated Technology for

In-home Fall Risk

Assessment and Detection Sensor

System

J Gerontol Nurs 2013

Rantz MJ, Skubic M,

Abbott C, Galambos C,

Pak Y, Ho DKC et al

Testar um sistema de

sensores para avaliar e

detectar risco de queda

em idosos.

Falls in older people

receiving in-home informal

care across Victoria:

Influence on care

recipients and caregivers

Australas J Ageing 2012

Meyer C, Dow B, Bilney

BE, Moore

KJ, Bingham AL, Hill KD

Investigar a frequência,

as circunstâncias e os

fatores associados ao

risco de quedas de idosos que recebem cuidados de

seus cuidadores.

Housing Conditions and

Risk: Reporting on a

European Study of Housing

Qualityand Risk of

Accidents for Older

People

J Hous Elderly 2011

Leland N, Porell F,

Murphy

SL

Investigar a frequência,

as circunstâncias e os fatores associados ao

risco de quedas de idosos

que recebem cuidados de

seus cuidadores.

Does Fall History Influence

Residential Adjustments? Gerontologist 2011

Leland N, Porell F, Murphy SL

Determinar se as quedas de

idosos estão associadas com alterações na

residência.

Home safety, safe

Behaviors of elderly

People, and fall accidents

At home

Educ Gerontol 2010 Erkal S

Analisar a segurança do

domicílio e

comportamentos contra

quedas de idosos.

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

96

Older Adults’ Attitudes

Toward Home

Modifications for Fall Prevention

J Hous Elderly 2010

Kruse RL, Moore CM, Tofle RB,

LeMaster JW, Aud

M, Hicks LL et al

Determinar as atitudes dos idosos em relação às

modificações do

domicílio para a

prevenção de quedas.

Falls Risk Assessment and

Modification

Home Health Care

Manag Pract 2012 Flores EK

Dar aos prestadores de

serviços de saúde em casa

uma atualização sobre os

fatores de risco para as

quedas, rever as recomendações das

diretrizes atuais para a

prevenção de quedas,

fornecer uma abordagem passo a passo para avaliar

os pacientes e aplicar a

literatura clínica para

diminuir quedas em pacientes idosos que vivem

em domicílio.

Quedas em idosos e sua relação

com a capacidade funcional

Rev. Latino-Am. Enfermagem

2012

Fhon JRS, Wehbe SCCF,

Vendruscolo TRP, Stackfleth R, Marques S et

al

Determinar a prevalência

de quedas em idosos e sua relação com a capacidade

funcional.

Circunstâncias e consequências das

quedas

em idosos de Florianópolis

Rev. bras. epidemiol.

2013 Antes DL, d’Orsi E,

Benedetti TRB

Investigar as circunstâncias

e consequências das quedas e os fatores associados a

limitações para realizar

atividades após a queda.

Prevalência de quedas e fatores

associados em

Idosos

Rev. Saúde Pública 2012

Cruz DT, Ribeiro LCR, Vieira MT, Teixeira

MTB, Bastos RR, Leite

ICG

Estimar a prevalência de quedas em idosos e analisar

fatores associados.

Fatores que predispõem a quedas

em idosos

residentes na região oeste

de Santa Maria, RS

Rev. Bras. Geriatr.

Gerontol. 2011

Piovesan, AC, Pivetta,

HMF, Peixoto

Investigar incidência de

quedas em idosos e os

fatores de risco que as

predispõem; desenvolver estratégias para a

prevenção de quedas em

idosos.

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

97

10 ANEXOS A

ESCALA DE RISCO DE QUEDAS – DOWNTON

Alto Risco >2

Fonte: DOWNTON, 1993.

Quedas Não

Anteriores Sim

Nenhum

Tranquilizantes / Sedativos

Medicamentos Hipotensores (não diuréticos)

Antiparkinsonianos

Antidepressivos

Outros Medicamentos

Nenhum

Déficits Alterações Visuais

Sensoriais Alterações Auditivas

Extremidades

Estado Mental Orientado

Confuso

Normal

Deambulação Segura com ajuda

Insegura com ou sem ajuda

Impossível

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

98

ANEXO B

ESCALA AMBIENTAL RISCO DE QUEDAS

LOCAL AVALIAÇÃO SIM(0) NÃO(1)

Áreas de

Locomoção

Áreas de locomoção: Desimpedidas

Revestimentos: Uniformes ou tapetes bem fixos

Iluminação

Luz: Suficiente para clarear toda a superfície de marcha no interior de cada cômodo, incluindo degraus

Interruptores:

Acessíveis na entrada dos cômodos

Sentinela: Iluminando o quarto, o corredor e o banheiro

Iluminação exterior: Suficiente para iluminar toda a entrada exterior

Quarto de dormir

Guarda-roupa: Cabides facilmente acessíveis

Cadeira: Permitindo se assentar para se vestir

Cama: De boa altura (45 cm)

Banheiro

Lavabo: Facilmente acessível e bem fixo

Área do chuveiro: Antiderrapante

Box: abertura fácil

Cozinha

Armários:

Baixos, sem necessidade de uso de escada

Pia: Sem vazamentos

Escada

Revestimento: Antiderrapante

Corrimão: Bilateral

Corrimão: Sólido

Corrimão: Que se prolonga além do primeiro e do último degraus

Espelho do degrau da escada: Fechado

Uniformidade dos degraus:

Altura dos espelhos e profundidade dos

degraus constantes

Pontuar 0(zero) para cada resposta afirmativa e 1(um) para cada negativa

Obs.: Escore obtido na escala Ambiental de risco de queda:

a) Abaixo de 10 pontos: É indicativo de baixo risco, b) Entre 10 e 20: É indicativo de médio risco c) Acima de 20: É indicativo de Alto risco ambiental de queda,

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

99

ANEXO C

MINI MENTAL STATE EXAM – FOLSTEIN ET AL, 1975

Orientação • Qual é o (ano) (estação) (dia da semana) (dia do mês) e (mês).

• Onde estamos (país) (estado) (cidade) (rua ou local) (andar).

5

5

Registro • Dizer três palavras: Parente, Rua, Azul. Pedir para prestar atenção, pois terá que repetir mais tarde. Pergunte pelas três palavras após tê-las nomeado. Repetir até que evoque corretamente e anotar número de vezes.

3

Atenção e Calculo

• Subtrair: 100-7 (5 tentativas: 93 – 86 – 79 – 72 – 65). Alternativo: série de 7 dígitos (5 8 2 6 9 4 1)

5

Evocação • Perguntar pelas três palavras. ( citadas acima) 3

Linguagem • Identificar lápis e relógio de pulso

• Repetir: “nem aqui, nem ali, nem lá”.

• Seguir o comando de três estágios:”pegue o papel com a mão direita, dobre ao meio e ponha no chão”.

• Ler em voz baixa e executar: “Feche os olhos”

• escrever uma frase ( um pensamento, idéia completa)

• copiar o desenho.

2 1 3

1 1 1

TOTAL

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

100

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Todos os termos foram apresentados, e os TCLEs estão redigidos adequadamente. Recomendações: Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Não há pendências Situação do Parecer: Aprovado

Necessita apreciação da CONEP: Não

Endereço: Rua Marquês de Paraná, 303, 4º Andar Bairro: Centro CEP: 24.030-210 UF: RJ Município: Nitéroi Telefone: (21)2629-9189Fax: (21)2629-9189 E-mail: [email protected]

ANEXO D

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE … Cristina Luiz.pdf · Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a ... Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói,

101

ANEXO E