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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO DANILO COLOMBO PROPOSIÇÃO DE UM MODELO MARKOVIANO DE APOIO AO GERENCIAMENTO DE RISCOS À INTEGRIDADE DE POÇOS SUBMARINOS Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção de Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organização e Estratégia. Linha de Pesquisa: Gestão de Riscos de Processos em Sistemas Industriais. Orientador: Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. Universidade Federal Fluminense Co-orientador: Prof. Pauli Adriano de Almada Garcia, D.Sc. Universidade Federal Fluminense Niterói 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ......Ficha catalográfica automática - SDC/BEE Gerada com informações fornecidas pelo autor C718p Colombo, Danilo Proposição de um Modelo

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE

MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

DANILO COLOMBO

PROPOSIÇÃO DE UM MODELO MARKOVIANO DE APOIO AO GERENCIAMENTO DE RISCOS À INTEGRIDADE DE POÇOS

SUBMARINOS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção de Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organização e Estratégia. Linha de Pesquisa: Gestão de Riscos de Processos em Sistemas Industriais.

Orientador: Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Co-orientador:

Prof. Pauli Adriano de Almada Garcia, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Niterói 2018

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Ficha catalográfica automática - SDC/BEE Gerada com informações fornecidas pelo autor

C718p Colombo, Danilo

Proposição de um Modelo Markoviano de Apoio ao

Gerenciamento de Riscos à Integridade de Poços Submarinos /

Danilo Colombo; Gilson Brito Alves Lima, orientador ; Pauli

Adriano de Almada Garcia, coorientador. Niterói, 2018.

233 p.: il.

Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal

Fluminense, Niterói, 2018.

DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PSG.2018.mp.39549247813

1. Poço de Petróleo. 2. Confiabilidade de Sistema. 3.

Risco. 4. Produção intelectual. I. Lima, Gilson Brito Alves,

Orientador. II. Garcia, Pauli Adriano de Almada, coorientador.

III. Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia.

IV. Título.

CDD -

Bibliotecária responsável: Fabiana Menezes Santos da Silva - CRB7/5274

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AGRADECIMENTOS

À minha família, que sempre foi a base da minha vida. À minha mãe, pelo apoio nas horas

mais difíceis, pelas conversas e pelos conselhos. Ao meu pai, por sempre ter me

incentivado a aprender e a dar o melhor de mim. À minha namorada, pelas conversas e

por não me deixar desanimar quando as coisas estavam difíceis. E especialmente a minha

filha, que sempre me motivou a ser um exemplo.

Ao meu orientador, prof. Gilson B. A. Lima, que me incentivou a ingressar no programa

de mestrado e me guiou em toda a jornada. Agradeço pela confiança e por cada decisão

que tomamos juntos quanto ao rumo deste projeto.

Ao meu co-orientador, prof. Pauli A. A. Garcia, pelas inúmeras discussões que resultaram

no conteúdo desta pesquisa. Agradeço pela inspiração em sala de aula e pelos conselhos

fora dela.

Agradeço ao prof. Paulo F. F. Frutuoso e Melo, pelos conhecimentos que me passou,

pelas colaborações em artigos e outros trabalhos que de muito foram úteis para que eu

concluísse esta dissertação.

Agradeço ao colega Danilo. T. M. P. de Abreu, pelas inúmeras discussões técnicas, pelos

ensinamentos e pela ajuda no aprimoramento constante do código computacional

desenvolvido, sem o qual este trabalho não seria possível. Agradeço por ter contribuido

nos artigos publicados.

A PETROBRAS, representada pelo Gerente André L. N. Concatto, pelo suporte e

recursos a mim fornecido para a conclusão deste trabalho, pelo incentivo e

reconhecimento. Agradeço ao consultor Guilherme S. Vanni por toda a ajuda nestes dois

anos, por todas as vezes que precisei me ausentar para realizar as disciplinas e por ter me

ajuda a resolver diversos problemas que surgiram no caminho.

Agradeço aos colegas da PETROBRAS, Augusto Borella Hougaz que foi quem me

encaminhou para a área de confiabilidade e, Kazuo Miura que me ensinou sobre

integridade de poços. Ambos serviram de inspiração tanto na parte técnica, mas também

como exemplo de profissionais a serem seguidos.

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RESUMO

A integridade de um poço de petróleo offshore pode ser definida como a sua capacidade

de conter os fluidos e pressões, evitando o vazamento indesejado para o meio ambiente.

A medida que a exploração e o desenvolvimento de campos de petróleo avançam para

ambientes mais desafiadores, como águas profundas e ultraprofundas, tornam-se maiores

a complexidade e o risco de vazamentos ao longo da vida produtiva do poço. Neste

contexto, a proposta de uma abordagem de apoio ao cálculo da confiabilidade do poço

pode auxiliar no dimensionamento do risco de vazamento e, consequentemente, na

estimativa de métricas importantes para a gestão de segurança. No presente trabalho,

propõe-se uma abordagem que considera o comportamento da confiabilidade das

barreiras de segurança ao longo da vida produtiva do poço e que mostra a evolução dos

possíveis estados de integridade em que o poço possa se encontrar. A disponibilidade do

poço será modelada por um processo markoviano em que o espaço de estados é dado por

diferentes combinações de falhas. A partir do modelo, não apenas probabilidades de

vazamento e estados degradados são calculadas para diferentes frequências de

manutenção, mas também o número esperado de vazamentos e o tempo não produtivo do

poço devido as operações de reparo, que impactam diretamente o lucro do poço. Desta

forma, a abordagem pode ser utilizada em projetos para permitir a previsão da demanda

de sondas para manutenção de poços ou comparar diferentes configurações de poço para

avaliar a mais robusta em relação à integridade. O cálculo das frequências em cada estado,

dado por diferentes falhas, pode auxiliar o planejamento de materiais sobressalentes e

identificar quais equipamentos são mais críticos para a falha do poço. Durante o

acompanhamento da produção, a abordagem pode ser utilizada para auxiliar a tomada de

decisão, entre continuar a produzir um poço ou executar uma manutenção, quando um

problema de integridade surge. Considerando que os dados utilizados na modelagem

proposta estão sujeitos a incertezas, foi realizada a propagação destas incertezas por meio

de uma simulação de Monte Carlo para avaliar o impacto destas no resultado de

probabilidade de vazamento do poço. Por fim, é apresentado um caso hipotético de

aplicação da abordagem sugerida para se avaliar a situação de um poço específico que se

encontra em produção com algumas falhas detectadas.

Palavras-chave: Integridade de Poço, Engenharia de Confiabilidade, Cadeia de Markov e

Manutenção

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ABSTRACT

Well integrity refers to maintaining full control of fluids within a well at all times, in order

to prevent unintended fluid movement or loss of containment to the environment. As the

exploration and development of oil fields advances to more challenging environments

such as deep and ultra-deep water, the complexity and risk ok leakage over the operational

phase of the well becomes greater. In this context, the proposal of an approach to

determine the reliability of the well can allow the calculation of the risk of leakage and

help in the estimation of important metrics for safety management. In this work we

propose an approach that considers the performance of the reliability of the safety barriers

along the productive life of the well and that shows the evolution of the possible states on

integrity in which the well can be. The reliability of the well will be modeled by a

Markovian process in which the state space is given by different failure combinations.

From the model, not only probability of leakage and degraded states were calculated for

different times between workovers, but also the expected number of leakages and

downtime due to repair, which impacts directly on well profit. In this way, the approach

can be used in projects to allow prediction of the demand of wells for well maintenance

or to compare different well configurations to evaluate the most robust in relation to

integrity. Frequency calculations in each state, given by different failures, can help to plan

spare materials and identify which equipment is most critical to well failure. During

production follow-up, the approach can be used to assist in decision making, between

continuing to produce a well or performing maintenance, when an integrity problem

arises. Considering that the input data of the model are subject to uncertainties,

uncertainties will be propagated through a Monte Carlo simulation to evaluate their

impact on the probability of well leakage. Finally, a hypothetical case of application of

the suggested approach will be presented to evaluate the situation of a specific well that

is in production with some detected failures.

Keywords: Well Integrity, Reliability Engineering, Markov Chain and Workover

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Produção de óleo bruto. Fonte: Adaptado de JPT (2015) apud SUAZNABAR (2016)... 1

Figura 2 – Apresentação do cenário de construção de poços offshore no pré-sal brasileiro.

Fonte: http://www.petrobras.com.br/nossas-atividades ............................................................ 2

Figura 3 – Preços do Petróleo Bruto (U$/Barril). Fonte: BP, 2018. ............................................... 4

Figura 4 – Mapa do mundo com indicação de grandes regiões produtoras de petróleo e a

porcentagem de poços com problemas de integridade. Fonte: adaptado de ALAWAD e

MOHAMMAD, 2016. ..................................................................................................................... 5

Figura 5 – Estrutura Lógica da Fundamentação Teórica. Fonte: Próprio Autor. ......................... 10

Figura 6 – Tipos de Unidade Estacionárias de Produção (UEP). Fonte: MUSTANG ENGINEERING

& OFFSHORE MAGAZINE POSTER, 2013 ..................................................................................... 11

Figura 7 – Sonda Offshore “DeepWater Horizon” no combate a incêndio após o Blowout de

Macondo em 2010. Fonte: BORCHARDT, 2011 ........................................................................... 12

Figura 8 – Esquema de Perfuração de um poço de petróleo vertical com 4 fases. Fonte:

FILARDO, 2012. ............................................................................................................................ 13

Figura 9 – Esquema de completação de um poço horizontal. Fonte: FILARDO, 2012. ............... 13

Figura 10 – Esquema dos anulares formados em um poço de petróleo. Fonte: N-2762, 2014 . 14

Figura 11 - Blowouts ocorridos em diferentes fases do ciclo de vida do poço. Fonte: SINTEF,

2011 ............................................................................................................................................. 15

Figura 12 - Estágios do Gerenciamento de Integridade de Poço. Fonte: JAMES, 2014 apud

ALAWAD E MOHAMMAD, 2016. ................................................................................................. 16

Figura 13 – Barreira de um poço como envelope contendo a energia proveniente do

reservatório. Fonte: ANDERS, 2008. ........................................................................................... 22

Figura 14 - Esquema de dois CSBs Independentes, isto é, sem elementos de barreiras

compartilhados. Fonte: Próprio Autor ........................................................................................ 27

Figura 15 – Esquema de dois CSBs com elemento compartilhado. Fonte: Próprio Autor .......... 27

Figura 16 – Poço Surgente com completação seca produzindo para plataforma. Fonte: NORSOK

D-010, 2013. ................................................................................................................................ 29

Figura 17 – Diferença entre falha (evento), falho (estado) e erro. Fonte: RAUSAND e HØYLAND,

pg.84, 2004. ................................................................................................................................. 32

Figura 18 - Distribuição de Falhas por Modo de Falha para a DHSV. Fonte: WELLMASTER, 2009.

..................................................................................................................................................... 33

Figura 19 – Distribuição das Falhas da DHSV em função dos efeitos no Sistema Poço.

Referência: WELLMASTER, 2009. ................................................................................................ 34

Figura 20 – Curva da Banheira. Fonte: Próprio Autor. ................................................................ 36

Figura 21- Relação de poder de modelagem e complexidade de análise para técnicas de análise

quantitativa. Fonte: COLOMBO et. al., 2017. .............................................................................. 38

Figura 22 – Exemplo de sistema de bombas para controle de nível de caixa d’água. Fonte:

Próprio Autor............................................................................................................................... 39

Figura 23 - RBD de duas bombas em configuração paralela. Fonte: Próprio Autor. .................. 40

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Figura 24 - RBD de duas bombas em configuração série. Fonte: Próprio Autor. ....................... 40

Figura 25 - Principais Símbolos Utilizados em Análises por Árvores de Falhas. Fonte: FONSECA,

2012 ............................................................................................................................................. 42

Figura 26 – Exemplo explicativo de uma Análise por Árvore de Falha. Fonte: IEC-61025,1990. 43

Figura 27- Diagrama de Espaço de Estados para um único componente com dois estados.

Fonte: Próprio Autor ................................................................................................................... 50

Figura 28 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo

para μ = 1 e λ = 1. Fonte: Próprio Autor ...................................................................................... 52

Figura 29 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo

para μ = 0 e λ =1. Fonte: Próprio Autor ....................................................................................... 53

Figura 30 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo

para μ = 0 e λ = 19. Fonte: Próprio Autor .................................................................................... 54

Figura 31 - Esquema do Poço com seus Elementos. Fonte: Próprio Autor ................................. 59

Figura 32 - Esquema do Poço com as Cavidades. Fonte: Próprio Autor ..................................... 59

Figura 33 – Diagrama de Caminhos de Vazamento com Cavidades e Modos de Falhas

comunicantes. Fonte: Próprio Autor ........................................................................................... 60

Figura 34 – CSB primário e secundário vistos sobre o diagrama de caminhos de vazamento.

Fonte: Próprio Autor ................................................................................................................... 61

Figura 35 – Tipos de Estados da Cadeia de Markov. Estado representando: a) Poço Integro; b)

Poço Degradado; c) Poço Falho; d) Estado Impossível. Fonte: Próprio Autor ............................ 64

Figura 36 – Exemplo de transição entre um estado degradado e um estado falho na CM. Fonte:

Próprio Autor............................................................................................................................... 66

Figura 37- Exemplo de transição bidirecional (falha ou reparo). Fonte: Próprio Autor ............. 68

Figura 38- Intervalo de 95% de confiança para a taxa de falha da DHSV obtido com dados

coletados. Fonte: Próprio Autor .................................................................................................. 72

Figura 39 – Causas de Falha. Fonte: FROTA, 2003 ...................................................................... 73

Figura 40 - Gráfico ilustrativo da probabilidade de vazamento de um poço em produção com a

ocorrência de uma falha e um reparo via workover. Fonte: Próprio Autor ............................... 85

Figura 41 – Fases de um processo de reparo de poços (workover). Fonte: Próprio Autor. ....... 86

Figura 42 - Curva de probabilidade de vazametno ao longo do tempo. Ilustração do efeito da

ocorrência de uma falha. Fonte: Próprio Autor .......................................................................... 87

Figura 43 – Avaliação da probabilidade de blowout de um poço contra uma referência de limite

aceitável de probabilidade. a esquerda) requer manutenção imediata; a direita) existe um

tempo para realização do workover. Fonte: Próprio Autor ........................................................ 88

Figura 44 – Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao

longo de 30 anos sem considerar reparo. Fonte: Próprio Autor ................................................ 91

Figura 45 - Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao

longo de 30 anos considerando MTTR para LWO de 2,5 anos e HWO de 10 anos. Fonte: Próprio

Autor ........................................................................................................................................... 92

Figura 46- Probabilidade de vazamento em função da frequência de HWO e do LWO. Fonte:

Próprio Autor............................................................................................................................... 94

Figura 47 – Número esperado de vazamento por poço.ano em função da frequência de LWO e

HWO. Fonte: Próprio Autor ......................................................................................................... 94

Figura 48 – Downtime na produção esperado em função das frequências de LWO e HWO.

Fonte: Próprio Autor ................................................................................................................... 95

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Figura 49 – Pontos ótimos em termos de probabilidade de vazamento e dias esperados de

downtime. Fonte: Próprio Autor ................................................................................................. 96

Figura 50 – MTTF para diferentes estados de partida com e sem reparo. Fonte: Próprio Autor

..................................................................................................................................................... 97

Figura 51 – Histograma resultante da análise de incertezas após 30 anos de produção. Fonte:

Próprio Autor............................................................................................................................... 98

Figura 52 - Probabilidade de Vazamento do Poço consideradno o histórico de eventos e

projeção sem testes e monitoramento. Fonte: Próprio Autor ................................................. 105

Figura 53 – Análise de sensibilidade do impacto da taxa de falha do revestimento de produção

na probabilidade de vazamento do poço segundo seu histórico. Fonte: Próprio Autor .......... 105

Figura 54 – Fases do Ciclo de Vida do Poço. Fonte: Adaptado de AJIMOKO, 2016 .................. 120

Figura 55 – Impacto da variável com base no tempo decorrido no projeto. Fonte: PMI, 2008 122

Figura 56 – Sonda de Perfuração Offshore conectada ao Sistema de Cabeça de Poço Submarino

através do BOP e do riser de perfuração. Fonte: OFFICER OF THE WATCH, 2014. .................. 123

Figura 57 – Poço Vertical, Inclinado e Horizontal. .................................................................... 127

Figura 58 – Principais tipos de unidades marítimas de perfuração (sondas marítimas). Fonte:

FEITOSA, 2013 ........................................................................................................................... 128

Figura 59– Categorias de verificação de barreiras. Fonte: Adaptado de API (2013) ................ 133

Figura 60 - Matriz de Inspeção e Manutenção baseadas em Risco. Fonte: Adaptada da ISO TS

16530-2 (2015). ......................................................................................................................... 134

Figura 61 - Variações no nível de risco em termos de frequência diária de blowout ao longo do

ciclo de vida do poço. Foco: VINNEM, 1999 ............................................................................. 138

Figura 62 – Gráfico mostrando a região de risco intermediário que se enquadra no princípio

ALARP. Fonte: TAMIM et al., 2017. ........................................................................................... 142

Figura 63 – Exemplo de uma Matriz de Risco 5 x 5. Fonte: Próprio Autor ............................... 143

Figura 64 – Gráfico de Pressão de um LOT. Fonte: Norsok D-010, 2013 .................................. 146

Figura 65 – Cimentação do poço como barreira primária e secundária Fonte: Norsok D-010,

2013. .......................................................................................................................................... 147

Figura 66 – Caminhos de fluxos devido a falhas na cimentação. Fonte: VIGNES et. al., 2008 . 148

Figura 67 – Tampão de cimento no interior do revestimento sendo compartilhado pelos CSBs

primário e secundário Fonte: NORSOK D-010, 2013. ............................................................... 148

Figura 68 – Falhas nos revestimentos e tubos de produção ..................................................... 150

Figura 69 – Falhas nos tubos e revestimentos de produção ..................................................... 150

Figura 70 – Sistema de Cabeça de Poço Submarino. Fonte: CAMERON, 2011. ........................ 151

Figura 71 – Sistema de Vedação do SCPS. Fonte: CAMERON, 2011. ........................................ 152

Figura 72- Mandril de gas lift (à esquerda) e Válvula de gas lift (à direita). Fonte: FRYDMAN,

2013. .......................................................................................................................................... 154

Figura 73 – Foto de um suspensor de coluna (TH). Fonte: FRYDMAN, 2013. ........................... 155

Figura 74 – Downhole Safety Valve, tipo tubing mounted (TR) à esquerda e a wireline

retrievable (WR) à direita. Fonte: OLIVEIRA, 2016.................................................................... 157

Figura 75 – Esquema de funcionamento do sistema DHSV. Fonte: OLIVEIRA, 2016 ................ 158

Figura 76 – Foto de uma ANM (Árvore de Natal Molhada) ...................................................... 160

Figura 77 – Esquema de caminhos de fluxo e válvulas da ANM. Fonte: Próprio Autor ............ 161

Figura 78 – Número de poços falhos por elemento e por idade. Fonte: Vignes e Aadnøy, 2008.

................................................................................................................................................... 165

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Figura 79 - Fatores contribuintes para perda de controle de poço no Golfo do México entre

1992 e 2006. Fonte: IZON et. al., 2007...................................................................................... 166

Figura 80 – Frequência de problemas de integridade de poço causados por falha de elementos

de barreira. Fonte: AlAwad e Mohammad, 2016. .................................................................... 168

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de Estados por Categoria. Fonte: Próprio Autor ......................................... 65

Tabela 2 – Taxa de Falha Equivalente entre Cavidades. Fonte: Próprio Autor ........................... 67

Tabela 3 – Efeito do Volume de Dados no Intervalo de Confiança. Fonte: Próprio Autor ......... 72

Tabela 4 – Número de intervenções baseado nos dados do Campo de Marlim. Fonte: Frota,

2003 ............................................................................................................................................. 74

Tabela 5- Número de Intervenções por escopo. Fonte: FROTA, 2003. ...................................... 75

Tabela 6 - Frequência de Blowouts em Diferentes Fases do Ciclo de Vida do Poço. Fonte:

HOLAND, 1997 ............................................................................................................................. 77

Tabela 7 - Frequência de blowout durante a produção excluindo-se as causas externas

(Tornados, tempestades, etc.). Fonte: SINTEF, 2011 .................................................................. 78

Tabela 8- Mínimo e Máximo MTTR adotados por tipo de reparo.Fonte: Próprio Autor ............ 84

Tabela 9- Comparação entre dois cenários simulados na CM. Fonte: Próprio Autor ................. 92

Tabela 10 – Parâmetros Estatísticos obtidos das análises de incerteza sobre a probabilidade de

vazamento. Fonte: Próprio Autor ............................................................................................... 98

Tabela 11 – Intervalos de Confiança Relativos para os Modos de Falha Selecionados. Fonte:

Próprio Autor............................................................................................................................... 99

Tabela 12 - Medidas de Importância para cada um dos modos de falhas utilizados na cadeia de

Markov. Fonte: Próprio Autor ................................................................................................... 100

Tabela 13 – Exemplo de categorias de probabilidade de eventos. Fonte: Adaptado de

DATHLETS e CHASTAIN, 2012 .................................................................................................... 143

Tabela 14 - Exemplo de categorias de severidade de consequências de eventos. Fonte:

Adaptado de DATHLETS e CHASTAIN, 2012) ............................................................................. 144

Tabela 15 – Resumo de Frequência de Falhas de Componentes Individuais por Idade. Fonte:

AlAwad e Mohammad, 2016. .................................................................................................... 168

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Técnicas de Análise de Risco e Análise de Confiabilidade aplicáveis nas fases do ciclo

de vida da instalação. Fonte: Normas Internas da Petrobras N-2781 (PETROBRAS, 2012) e N-

2782 (PETROBRAS, 2015) ............................................................................................................ 17

Quadro 2 - Tipos de Barreira e falhas correspondentes. Fonte: Adaptado de CORNELIUSSEN,

2006 ............................................................................................................................................. 24

Quadro 3– Detalhe de cada uma das cavidades do poço. Fonte: Próprio Autor. ....................... 60

Quadro 4– Modos de falhas que comunicam diferentes cavidades. Fonte: Próprio Autor ....... 62

Quadro 5 - Medidas de Importância. Fonte: Próprio Autor ........................................................ 82

Quadro 6– Histórico de eventos ao longo do tempo e impactos na integridade de vazamento.

Fonte: Próprio Autor ................................................................................................................. 104

Quadro 7 - Quadro Referencial de Normas. Fonte: Próprio Autor ........................................... 131

Quadro 8 - Categorização do Estado de Integridade dos Poços. Adaptado da Recommended

Guidelines 117 for Well Integrity. Fonte: NOG, 2017 ............................................................... 140

Quadro 9- Incidentes de perda de integridade de poços. Fonte: Adaptado de Azevedo (2016))

................................................................................................................................................... 162

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LISTA DE ABREVIATURAS

AI, AIV – Annulus Intervention Valve

ALARP - As Low As Reasonably Practicable

ANM – Árvore de Natal Molhada

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

API – American Petroleum Institute

AQR – Análise Quantitativa de Risco

BAP – Base Adaptadora de Produção

BOP – BlowOut Preventer

BSEE – Bureau of Safety and Environmental Enforcement

CMTC – Cadeia de Markov de Tempo Contínuo

COP – Coluna de Produção

CSB – Conjunto Solidário de Barreiras

DHSV – Downhole Safety Valve

FMEA – Failure Mode and Effects Analysis

FMECA – Failure Mode, Effects and Critically Analysis

FNF – Falha no Fechamento

FPSO – Floating, Production, Storage and Offloading

FTA – Fault Tree Analysis

HSE – Health and Safety Executive

HWO – Heavy Workover

ISO – International Standardization Organization

LDA – Lâmina D’água

LWO – Light Workover

M1 – Master Valve de Produção

M2 – Master Valve de Anular

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MGL – Mandril de gas lift

MIQ – Mandril de Injeção Química

MTTF – Mean Time to Failure

MTTR – Mean Time to Repair

NORSOK – Norsk Sokkels Konkuranseposisjon

NPD – Norwegian Petroleum Directorate

PDG – Permanent Dowhole Gauge

PSA – Petroleum Safety Authority

RB – Rede Bayesiana

S1 - Válvula Swab de produção

S2 – Válvula Swab de anular

SCPS – Sistema de Cabeça de Poço Submarino

SCSSV – Surface Controlled Subsurface Safety Valve

SGIP – Sistema de Gestão de Integridade de Poços (Resolução 46 da ANP)

SIL – Safety Integrity Level

SU – Safety Unavailability

UEP – Unidade Estacionária de Produção

W1 - Válvula Wing de produção

W2 – Válvula Wing de anular

WBS – Well Barrier Schematic

XO – Válvula de Crossover

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SUMÁRIO

RESUMO ..................................................................................................................................... 5

ABSTRACT ................................................................................................................................. 6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................... 7

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... 11

LISTA DE QUADROS ............................................................................................................. 12

LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. 13

SUMÁRIO ................................................................................................................................. 15

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1

1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 6

1.2 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO .................................................................................. 7

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 7

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................................... 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 10

2.1 ENGENHARIA DE POÇO ............................................................................................... 11

2.2 GESTÃO DE INTEGRIDADE AO LONGO DO CICLO DE VIDA DO POÇO ............ 14

2.3 BARREIRAS DE SEGURANÇA DE POÇO ................................................................... 20

2.3.1 O QUE SÃO BARREIRAS DE SEGURANÇA? ................................................... 21

2.3.2 PRINCÍPIO DOS DOIS CONJUNTOS SOLIDÁRIOS DE BARREIRAS ........ 25

2.3.3 ESQUEMÁTICO DE BARREIRAS DE SEGURANÇA ...................................... 28

2.4 TÓPICOS DE ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ................................................ 29

2.4.1 FALHAS, MODOS DE FALHAS E CONFIABILIDADE ................................... 31

2.4.2 CONFIABILIDADE DE SISTEMAS COMPLEXOS .......................................... 37

2.4.3 SISTEMAS REPARÁVEIS - CADEIA DE MARKOV........................................ 45

3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 58

3.1 MODELAGEM DO POÇO .............................................................................................. 59

3.1.1 CONSTRUÇÃO DA CADEIA DE MARKOV PARA O PROBLEMA DE

INTEGRIDADE ................................................................................................................ 63

3.2 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS ...................................................................... 69

Dados de Confiabilidade de Equipamentos ......................................................................... 70

Dados de Manutenção ......................................................................................................... 73

Frequência de Blowouts ...................................................................................................... 76

3.3 ANÁLISE DE INCERTEZAS, SENSIBILIDADE E IMPORTÂNCIA .......................... 80

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4. APLICAÇÃO DA NOVA ABORDAGEM MARKOVIANA............................................ 83

4.1 CASO REFERÊNCIA....................................................................................................... 83

4.2 CASO COM MANUTENÇÃO ......................................................................................... 84

4.3 CASO COM PROBLEMAS DE INTEGRIDADE ........................................................... 86

5. RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................................... 90

5.1 SIMULAÇÃO DA PROBABILDIADE DE VAZAMENTO AO LONGO DA VIDA

PRODUTIVA DO POÇO ....................................................................................................... 90

5.2 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA FREQUÊNCIA DE LWO E HWO NA

PROBABILIDADE DE VAZAMENTO E DISPONIBILIDADE DO POÇO ....................... 93

5.3 EFEITO DA DEGRADAÇÃO NO TEMPO MÉDIO ATÉ A FALHA DO POÇO ......... 96

5.4 ANÁLISE DE INCERTEZAS .......................................................................................... 97

5.5 ANÁLISE DE IMPORTÂNCIA ....................................................................................... 99

5.6. APLICAÇÃO EXPERIMENTAL DA CM PARA SUPORTE À TOMADA DE

DECISÃO ............................................................................................................................. 102

6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 106

6.1 TRABALHOS FUTUROS .............................................................................................. 107

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 109

APÊNDICE A - CICLO DE VIDA DO POÇO DE PETRÓLEO, TIPOS DE POÇOS E

TIPOS DE EMBARCAÇÕES PARA OPERAÇÕES EM POÇOS .................................... 120

CICLO DE VIDA DO POÇO DE PETRÓLEO ................................................................... 120

TIPOS DE POÇOS DE PETRÓLEO .................................................................................... 125

SONDAS DE PERFURAÇÃO E MANUTENÇÃO DE POÇOS ........................................ 127

APÊNDICE B - AVALIAÇÃO DE RISCO NA ENGENHARIA DE POÇO .................... 130

NORMAS E REGULAMENTOS ......................................................................................... 130

ELEMENTOS DE RISCO .................................................................................................... 134

ANÁLISE QUALITATIVA ................................................................................................. 135

ANÁLISE QUANTITATIVA ............................................................................................... 137

CRITÉRIOS DE TOLERABILIDADE AO RISCO ............................................................. 138

APÊNDICE C - PRINCIPAIS BARREIRAS DE POÇOS DE PETRÓLEO EM

PRODUÇÃO ............................................................................................................................ 145

Rocha selante .................................................................................................................... 145

Cimentação ........................................................................................................................ 146

Revestimento ..................................................................................................................... 149

Cabeça de Poço ................................................................................................................. 151

Coluna de Produção .......................................................................................................... 152

Suspensor de Coluna ......................................................................................................... 154

Packer de Produção ........................................................................................................... 155

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Downhole Safety Valve .................................................................................................... 156

Base Adaptadora de Produção ........................................................................................... 158

Arvore de Natal Molhada .................................................................................................. 159

APÊNDICE D- REVISÃO DO HISTÓRICO DE OCORRÊNCIA DE FALHAS DE

BARREIRAS DE SEGURANÇA. ......................................................................................... 162

APÊNDICE E – CÓDIGO DA CADEIA DE MARKOV IMPLEMENTADA ................. 169

1 – Código Principal .............................................................................................................. 169

2 – Função para ler a planilha com as taxas de falha ............................................................ 193

3 – Função de Integração Numérica ...................................................................................... 194

4 – Função para sortear a taxa de falha (Monte Carlo) ......................................................... 194

APÊNDICE F – ESTADOS DO POÇO ................................................................................ 195

ANEXO I – DADOS UTILIZADOS ...................................................................................... 218

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1

1. INTRODUÇÃO

O petróleo tem sido importante para a civilização há milhares de anos, e cada vez mais

seu consumo tem se expandido tanto como fonte de combustível, como matéria-prima

para diversos produtos na indústria petroquímica. O fornecimento mundial de energia

proveniente de óleo e gás corresponde a aproximadamente 60% de toda as fontes de

energia (ALAWAD E MOHAMMAD, 2016). Este consumo crescente levou a uma

expansão na busca por novas jazidas, avançando para o contexto offshore.

Enquanto o início da exploração de petróleo onshore é normalmente associado à

construção do poço de petróleo em Titusville (Pensilvânia, EUA) pelo Coronel Drake no

ano de 1859, a perfuração offshore é muito mais recente. Segundo Manco (2013) o ano

de 1947 é normalmente considerado como o ano de nascimento da indústria offshore pela

produção de um poço localizado a 17 km da costa de Lousiana (EUA). Neste início, a

lâmina d’água era de apenas 6 m, porém, em 2005 haviam aproximadamente 2000 poços

submarinos no mundo, em lâminas d’água superiores a 2.000 m (BIKERLAND, 2005).

Em 2013, a Petrobras perfurou o poço Farfan 2 com 2.917 m de lâmina d’água

(PETROBRAS, 2014) e em 2016, um poço de 3.400 m de lâmina d’água foi perfurado

pela Maersk no Uruguai (SCHULER, 2016).

Figura 1 – Produção de óleo bruto. Fonte: Adaptado de JPT (2015) apud SUAZNABAR (2016).

A Figura 1 (JPT, 2015, apud SUAZNABAR, 2016) mostra que em 2015 a produção de

petróleo proveniente de regiões offshore já era de 13% do total, à frente da produção de

países como Rússia, Arábia Saudita e EUA. Além disso, o Brasil já se encontrava entre

as 4 grandes regiões produtoras do mundo em áreas offshore, e esta participação tende a

crescer ainda mais com o aumento da exploração do pré-sal.

Nesse contexto, os desafios na construção de poços de petróleo vêm aumentando ao longo

do tempo, seja pelo aumento das dificuldades técnicas devido à maior complexidade das

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2

áreas a serem desenvolvidas, sejam pelo surgimento de normas mais restritivas

estabelecidas pelos órgãos reguladores visando aumentar a segurança.

Quanto aos ambientes encontrados na produção offshore, especialmente no pré-sal da

costa brasileira, os seguintes desafios estão em voga: grandes lâminas d’água, altas

temperaturas e pressões, espessa camada de sal, presença de zonas de alta perda de

circulação, que potencializam problemas como a prisão de coluna, e até mesmo a presença

de cavernas, que dificultam as atividades de cimentação. Estes desafios fazem com que

os projetos de poços sejam mais complexos e consequentemente mais caros, por

demandarem tecnologias mais avançadas e inovadoras.

Figura 2 – Apresentação do cenário de construção de poços offshore no pré-sal brasileiro. Fonte:

http://www.petrobras.com.br/nossas-atividades

Além disso, de forma a melhor gerenciar a recuperação de fluidos do reservatório, novos

projetos de poços têm sido estabelecidos. Os cenários encontrados, por exemplo, no pré-

sal da Bacia de Santos são de reservatórios compartimentados em zonas, o que levou à

necessidade do uso de completações inteligentes, que possuem válvulas de abertura

controlável, permitindo uma gestão mais eficiente dos reservatórios. A Figura 2 mostra o

cenário de construção de poços offshore no pré-sal brasileiro.

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3

Todo este aumento de complexidade traz consigo uma série de riscos, tanto do ponto de

vista de segurança, como os vazamentos, como do ponto de vista econômico, como as

perdas de produção, gastos com manutenção, etc. Isto leva a um aumento na demanda por

novos modelos que auxiliem no gerenciamento de tais riscos.

Ao mesmo tempo em que se enfrentam as novas fronteiras com novos projetos, as

companhias de petróleo têm de lidar com o problema de campos maduros. Estes campos

apresentam poços que estão operando próximo do final de sua vida útil planejada ou até

mesmo além desta. Com os altos custos de construção de novos poços, quedas no preço

do barril e, portanto, margens de lucro apertadas, estas companhias tendem a explorar ao

máximo estes poços, levando também a cenários de riscos diferentes dos inicialmente

vislumbrados.

Para se ter uma ideia do envelhecimento das instalações em campos maduros, Stacey et

al (2002) afirmaram que aproximadamente metade das plataformas fixas no Reino Unido

estavam além de sua vida original em 2008. Quanto aos poços, em 2006, cerca de 13%

dos poços offshore ativos na Noruega estavam com mais de 20 anos.

Os poços de petróleo têm a finalidade de conduzir os fluidos produzidos (óleo e gás) do

reservatório até a superfície ou até o leito marinho, no caso de poços submarinos. Este

transporte deve ser feito com segurança, sendo também uma função dos poços de petróleo

evitar o fluxo indesejado para outras formações, para o leito marinho ou mesmo para a

superfície. Esta segunda função é conhecida como função integridade do poço. Quando

esta função falha, ocorre o fluxo indesejado de fluidos, conhecido como blowout

(CORNELIUSSEN, 2006; AJIMOKO, 2016).

Do total do custo de desenvolvimento de um campo de petróleo, metade deste é

aproximadamente gasto com as operações de construção e manutenção de poços

(FORMIGLI FILHO, 2008). Este custo tende a aumentar consideravelmente à medida

que as atividades de exploração e produção vão se afastando da costa e caminhando para

lâminas d’ água cada vez mais profundas (ADDISON et al., 2010). Uma das razões para

este crescimento é a necessidade de uso de sondas de posicionamento dinâmico de última

geração para operar nestes ambientes, cujo valor do aluguel diário pode ultrapassar um

milhão de reais. Além disso, as lâminas d’ água maiores fazem com que o tempo de

operação seja maior e a distância da costa aumenta os gastos com logística (EIA, 2016).

O fator custo crescente, aliado à queda recente do preço do barril, Figura 3, aumentou as

preocupações e esforços com o gerenciamento da integridade dos poços para se evitar

paradas de produção, gastos com manutenções excessivas e até mesmo com abandono e

construção de novos poços. Além do fator custo, os acidentes recentes, como o blowout

de Macondo, no Golfo do México, mostraram os impactos negativos que tal evento pode

causar. O acidente levou ao afundamento da sonda Deepewater Horizon e ao maior

derramamento da história, aproximadamente 5 milhões de barris de óleo, gerando uma

poluição marítima e tendo até mesmo atingido a costa do continente. Além disso, morte

de 11 pessoas e vários outros ficando feridos e prejuízo financeiro devido a multas e queda

de valor de mercado para a empresa operadora do campo (BOEMRE, 2011).

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4

Figura 3 – Preços do Petróleo Bruto (U$/Barril). Fonte: BP, 2018.

A integridade de um poço pode ser definida de forma simplificada como a capacidade do

mesmo em prevenir o vazamento para o meio ambiente (NORSOK, 2013; MIURA, 2004;

API, 2013; MENDES, 2013). Embora a integridade seja importante durante todo o ciclo

de vida do poço (construção, produção, intervenção, abandono), a etapa de produção

representa proporcionalmente a grande maioria da vida do poço.

Uma pesquisa realizada pela Petroleum Safety Authority Norway (PSA), nos poços do

Mar do Norte em 2006, indicou que 18% dos poços da pesquisa possuíam problemas de

integridade e 7% destes estavam fechados devido aos problemas de integridade (PSA,

2006). Portanto, a integridade de poço, além de um problema para a segurança, é também

um problema de aspecto econômico, que leva à parada de produção e gastos com

manutenção dos poços. Segundo Decoword (2014 apud ALAWAD e MOHAMMAD,

2016), 45%, 34% e 18% dos poços no Golfo do México, Mar do Norte no Reino Unido e

Mar do Norte norueguês, respectivamente, estão sofrendo alguma falha de integridade.

No Oriente Médio, cerca de 50% de todos os poços sofrem algum problema de integridade

e entre 10 a 15% destes são problemas críticos (WELL INTEGRITY CONFERENCE,

2015, apud ALAWAD e MOHAMMAD, 2016).

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5

Figura 4 – Mapa do mundo com indicação de grandes regiões produtoras de petróleo e a porcentagem de poços com

problemas de integridade. Fonte: adaptado de ALAWAD e MOHAMMAD, 2016.

A Figura 4, mostra o mapa-múndi com a indicação das principais regiões produtoras

offshore de óleo e gás do mundo (Golfo do México, Mar do Norte- UK e NO e Brasil)

além do Oriente Médio (onshore). Apresentam-se as proporções de poços com problemas

de integridade neste mapa. Não foi encontrada esta proporção de poços com problemas

de integridade no Brasil.

De acordo com a Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE,2016 apud ALAWAD e

MOHAMMAD, 2016), na próxima década, a indústria de óleo e gás irá perfurar mais

poços do que foram perfurados nos últimos 100 anos. Do atual inventário de poços no

mundo, em torno de 1,8 milhões de poços, dos quais 870 mil estão ativos, cerca de 35%

apresentam problemas de integridade.

O projeto de um poço e a posterior avaliação de sua integridade são realizadas, na sua

grande maioria, com base nas metodologias apresentadas em normas internacionais

(NORSOK, 2013; ISO, 2014; API, 2013). É comumente aceito, em tais normas, que a

presença de dois envelopes de barreiras, devido à redundância, garante a integridade do

poço. A própria Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP,

2016) exige a presença destes dois envelopes em todo o ciclo de vida do poço, nomeando-

os de Conjunto Solidário de Barreiras (CSB). Estes critérios rígidos e prescritivos têm

dado lugar, recentemente, a normas que trazem a necessidade de um sistema de

gerenciamento da integridade do poço.

Alguns desenvolvimentos têm sido feitos na busca por metodologias de gerenciamento

da integridade de poço, sendo que o uso de métodos quantitativos para avaliação do risco

de blowout não é novidade. Entretanto, falta uma abordagem que permita analisar os

processos como um todo: falha de barreiras de segurança, testes de integridade e as

operações de manutenção do poço. Para que esta análise seja possível é necessário que o

poço deixe de ser modelado de forma booleana, como íntegro ou falho, e que se passe a

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6

enxergar as diversas condições em que o poço pode se encontrar ao longo da sua vida

produtiva.

Neste aspecto, a questão suscitada nesta dissertação se insere no contexto das lacunas

encontradas nas abordagens atuais de análise, como as mencionadas no parágrafo acima,

que fazem com que os modelos quantitativos ainda não sejam amplamente adotados e a

indústria continue a se apoiar exclusivamente em métodos qualitativos e determinísticos

consolidados em normas, regulamentos e melhores práticas da indústria.

Esta dissertação pertence ao campo da pesquisa aplicada, isto é, os estudos conduzidos

visam à aplicação direta em casos reais da indústria. Os resultados obtidos focam

principalmente em fornecer subsídios, especialmente para as companhias operadoras,

para suportar os processos de tomada de decisão.

1.1 OBJETIVOS

Muitos trabalhos (CORNELIUSSEN, 2006; FONSECA, 2012; BOUÇAS, 2017;

HAALAND, 2017; ZHEN, 2018) têm sido desenvolvidos nos últimos anos para avaliação

da integridade e risco de poços de petróleo durante a fase de produção. Resta, no entanto,

uma abordagem no sentido de abordar o problema da tomada de decisão. Ou seja, há uma

lacuna de modelos que possam fornecer indicadores que auxiliem na tomada de decisão

por parte das companhias operadoras e inclusive órgãos reguladores.

Será realizada uma revisão da literatura para a identificação de metodologias já utilizadas

na modelagem da integridade de poços de petróleo, suas vantagens e limitações. Diante

destas limitações, o objetivo principal deste trabalho é propor uma abordagem para o

problema da análise de confiabilidade de poços de petróleo por modelagem markoviana

que permita estabelecer um procedimento para avaliação da probabilidade de blowout de

um poço de petróleo considerando os estados intermediários de degradação do mesmo

para que se possa avaliar os impactos da ocorrência de falhas e as necessidades dos testes

e manutenções.

Como objetivos específicos têm-se:

(i) Revisar as melhores práticas da indústria, como normas, legislações e

requisitos adotados para o gerenciamento da integridade de poço;

(ii) Revisar metodologias já utilizadas para avaliar a confiabilidade de poço, o

modelo CSB, Diagrama de Blocos de Confiabilidade (DBC) e o modelo

de Árvore de Falhas (AF);

(iii) Identificar os principais elementos de barreiras de segurança e sua

confiabilidade;

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7

(iv) Identificar as principais fontes de dados disponíveis para análise da

confiabilidade dos elementos de barreira de segurança;

(v) Modelar a confiabilidade do poço através de uma cadeia de Markov;

(vi) Avaliar o nível de integridade e a disponibilidade do poço, bem como

avaliar o efeito que a frequência de manutenção tem sobre ambas;

(vii) Análise de Importância e Sensibilidade do Modelo.

1.2 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO

Sobre as delimitações deste trabalho, pode-se dizer que o foco é a análise da probabilidade

de ocorrência de vazamentos, ou seja, falha de integridade, durante a vida produtiva do

poço e o efeito da manutenção sobre esta probabilidade. A vida produtiva do poço envolve

um período longo de tempo nos quais as falhas podem se desenvolver e resultar em riscos

inaceitáveis (CORNELIUSSEN, 2006).

São avaliados apenas fatores técnicos associados aos elementos do poço, isto é, não são

avaliados fatores humanos, riscos ocupacionais ou fatores externos ao sistema poço de

petróleo (como quedas de objetos no poço ou sinistros causados pela ação da natureza

das instalações de produção). Os fatores humanos estão fora do escopo desta dissertação,

especialmente porque há pouca atuação humana durante a produção dos poços, porém,

este aspecto pode ser avaliado em trabalhos específicos.

Serão consideradas apenas intervenções para correções de problemas de integridade, não

levando em consideração a ocorrência de intervenções no poço por outras razões, como

a limpeza de linhas, remoção de hidratos e parafinas, entre outras. Embora estes

problemas, bem como as consequentes intervenções, impactem a disponibilidade do

poço, não será assunto deste trabalho, visto que não são problemas relacionados à

integridade do poço.

Na modelagem da confiabilidade do poço não serão considerados modos de falha comuns.

A presença ou não de modos de falha comuns nas barreiras de segurança de poços de

petróleo demandam estudos específicos caso a caso. Na seção 5.6, onde é realizada a

aplicação experimental da abordagem desenvolvida, haverá um detalhamento maior sobre

a questão de modos de falhas comuns. Caso modos de falhas comuns estejam presentes

nos poços é possível colocar as respectivas taxas de falhas no modelo desenvolvido.

1.3 JUSTIFICATIVA

Independente do segmento da indústria, atualmente é uma tendência a migração para

requisitos funcionais (funções requeridas e requisitos de desempenho para estas funções)

ao invés de regras prescritivas (dizendo exatamente como atingir os requisitos). No caso

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da indústria de óleo e gás, isto transfere em parte a responsabilidade da mão dos

reguladores para as operadoras.

Especificamente no caso da engenharia de poço, esta mudança já começou também. Por

exemplo, no Brasil ocorreu a publicação da resolução nº 46/2016 que estabeleceu o SGIP

(Sistema de Gerenciamento de Integridade de Poço). O SGIP traz requisitos de alto nível

para o abandono de poços, sobre a necessidade de reconstituir as barreiras originais do

reservatório, ao passo que a extinta Portaria nº 25 (ANP, 2002) trazia requisitos

detalhados, especificando o tamanho de cada tampão de comento e o local que eles

deveriam ser colocados.

Esta mudança por um lado benéfica, pois traz a possibilidade de incorporação de novas

tecnologias, incentiva a proatividade e a gestão eficiente por parte das empresas,

entretanto, cria uma necessidade de conhecimentos mais profundos em relação à

avaliação da integridade e risco dos poços. Caberá cada vez mais aos operadores definir

seus limites operacionais, os critérios de tolerabilidade ao risco e também a forma de

avaliar e mitigar estes riscos.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Essa dissertação é estruturada em sete capítulos a fim de facilitar a compreensão do tema

abordado.

O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica sobre conceitos necessários para o

entendimento do trabalho realizado. Como o objetivo é aplicar confiabilidade para a

avaliação da integridade de poços, o capítulo é estruturado de forma a: (i) dar o

entendimento sobre a engenharia de poços; (ii) dar o entendimento dos aspectos

relacionados a gestão de integridade em poços de petróleo; (iii) apresentar as barreiras de

segurança de poço; e (iv) dar o entendimento sobre aspectos da engenharia de

confiabilidade.

O Capítulo 3 apresenta a metodologia utilizada no trabalho que envolve a modelagem da

integridade do poço através de uma cadeia de Markov, a coleta e tratamento de dados de

confiabilidade, as análises de incertezas, sensibilidade e importância a serem realizadas.

O Capítulo 4 apresenta a descrição de casos estudados envolvendo: (i) um caso de

referência; (ii) caso com manutenção e (iii) caso com detecção de problema de falha de

integridade. O capítulo 4 tem como objetivo facilitar o entendimento dos cenários

analisados e, portanto, dos resultados apresentados no Capítulo 5.

O Capítulo 5 apresenta os resultados das metodologias aplicadas a um poço objetivando

determinar as probabilidades de vazamento no tempo e o efeito sobre esta das frequências

de manutenção; apresenta as análises de incertezas e de importância e um exemplo de

como utilizar o modelo para um poço que se encontra degradado.

O Capítulo 6 apresenta as conclusões do trabalho.

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9

O Apêndice A explora alguns detalhes sobre a engenharia de poço, como o ciclo de vida

de um poço de petróleo, os tipos de poços e tipos de embarcações para operações em

poços.

O Apêndice B trata da avaliação de risco na engenharia de poço, mostrando os elementos

e dimensões do risco, tipos de análises e critérios de aceitação ou tolerabilidade.

O Apêndice C detalha cada uma das principais barreiras de poços de petróleo e o

Apêndice D apresenta uma revisão do histórico de ocorrência de falhas de barreira de

segurança.

O Apêndice E traz o código implantado para rodar as simulações da cadeia de Markov e

Monte Carlo para o tratamento de incertezas. Além do código para análises de

importância.

O Apêndice F mostra todos os estados do poço calculados pela abordagem markoviana.

O Anexo I traz os dados de confiabilidade utilizados.

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10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica está dividida em quatro grandes pilares: engenharia de poço,

integridade de poço, barreiras de segurança e engenharia de confiabilidade. Estes quatro

pilares juntos compõem o contexto de aplicação da abordagem a ser explorada nesta

dissertação, como pode ser visto na Figura 5. Além destes quatro pilares, foi considerada

também a análise de risco de poços de petróleo de forma a buscar fundamentos que serão

úteis ao trabalho desenvolvido.

Figura 5 – Estrutura Lógica da Fundamentação Teórica. Fonte: Próprio Autor.

Esta fundamentação teórica esta organizada da seguinte maneira: a Seção 2.1 descreve o

ambiente na qual a pesquisa se insere, o poço de petróleo, a Seção 2.2 explora a gestão

de integridade, a Seção 2.3 aborda o tópico de barreiras de segurança, que é unidade

básica pela qual o poço é avaliado e a Seção 2.4 descreve as ferrramentas de engenharia

de confiabilidade que foram avaliadas para a aplicação.

O Apêndice A apresenta o ciclo de vida de um poço de petróleo e suas etapas, bem como

os tipos de poços e embarcações utilizadas na construção e manutenção de poços. Este

apêndice complementa o conteúdo apresentado na seção 2.1 sobre engenharia de poço.

O Apêndice B mostra o resultado da pesquisa sobre análise de risco de poços, contendo

as principais normas e regulamentação, os elementos de risco, os tipos de análises e a

questão do critério de tolelabilidade ao risco. Este apêndice complementa o conteúdo

apresentado na seção 2.2 sobre integridade de poço.

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11

O Apêndice C descreve com detalhes cada uma das principais barreiras de um poço de

petróleo e o Apêndice D apresenta uma revisão do histórico de ocorrência de falhas das

barreiras. Este apêndice complementa o conteúdo apresentado na seção 2.3 sobre

barreiras de poço.

A principal base utilizada para a pesquisa foi o Onepetro, porém, a maioria dos resultados

encontrados neste banco de dados foram artigos de conferências. Uma busca no Google

Scholar permitiu a identificação de dissertações e teses e também artigos de revistas.

Nestas bases utilizaram-se as palavras-chaves: integridade de poço, confiabilidade, risco

de blowout, cadeia de Markov e barreiras de segurança.

2.1 ENGENHARIA DE POÇO

A principal função de um poço de petróleo é servir de caminho para transportar os fluidos

dos reservatórios para as instalações de produção ou UEP (Unidade Estacionária de

Produção). Um exemplo de UEP é o FPSO (Floating Production Storage and

Offloading), conforme pode ser visto na Figura 6, que é o tipo mais utilizado hoje na

exploração do pré-sal em águas ultra profundas. O transporte dos fluidos deve ser

realizado de maneira segura. Neste sentido, é importante reconhecer a importância de

uma segunda função dos poços de petróleo, a função integridade. Pode-se entender a

integridade como a capacidade de conter os fluidos e evitar vazamentos. A perda de

integridade de um poço pode levar a um vazamento descontrolado de hidrocarbonetos,

evento conhecido como blowout (NORKOK D-010, 2013; FONSECA et al., 2013;

CORNELIUSSEN, 2006).

Figura 6 – Tipos de Unidade Estacionárias de Produção (UEP). Fonte: MUSTANG ENGINEERING & OFFSHORE

MAGAZINE POSTER, 2013

Um blowout, além do vazamento de óleo e gás, pode ter outras consequências como:

poluição ambiental, fogo e explosão nas instalações, fatalidades, entre outros. Um dos

exemplos mais recentes de acidente foi o Blowout de Macondo, no Golfo do México em

2010, que levou à completa destruição da sonda de perfuração DeepWater Horizon, como

pode ser visto na Figura 7. Outras consequências foram o derramamento de 4,9 milhões

de barris e a morte de 11 pessoas (BOEMRE, 2011). Acidentes deste tipo levam a

indústria a repensar seus procedimentos, diretrizes e legislação.

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12

Figura 7 – Sonda Offshore “DeepWater Horizon” no combate a incêndio após o Blowout de Macondo em 2010.

Fonte: BORCHARDT, 2011

A perfuração de um poço é realizada por uma sonda que pode ser terrestre ou marítima.

Os custos com a construção, manutenção e abandono de poços representam grande parte

do custo de um sistema de exploração de um campo de petróleo (MIURA, 2004).

Os poços têm o formato telescópico, isto ocorre, pois, sua perfuração é feita em fases. A

primeira fase é perfurada com a broca de maior diâmetro e ao seu final é descido e

cimentado um revestimento de aço. A fase seguinte deve, portanto, ser perfurada com

uma broca de diâmetro inferior à da primeira, bem como utilizado um revestimento

também de menor diâmetro (FEITOSA, 2013).

Assim, segue a construção do poço, através da perfuração, descida de revestimento e

cimentação, sempre com diâmetros menores. O número de fases de um poço pode variar

de 2 a mais de 5 fases, sendo um caso típico o poço com 4 fases, conforme a Figura 8:

Fase do Revestimento Condutor;

Fase do Revestimento de Superfície;

Fase do Revestimento Intermediário;

Fase do Revestimento de Produção.

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13

Figura 8 – Esquema de Perfuração de um poço de petróleo vertical com 4 fases. Fonte: FILARDO, 2012.

Após a perfuração, tem-se a estrutura do poço completa. Porém, o mesmo ainda não está

pronto para a produção. Este preparo é realizado através de uma operação denominada

completação, na qual são instaladas a coluna de produção e os equipamentos para controle

da produção (BELLARBY, 2009). Um exemplo de completação é ilustrado na Figura 9.

Detalhes destes elementos são apresentados no Apêndice C.

Figura 9 – Esquema de completação de um poço horizontal. Fonte: FILARDO, 2012.

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14

Após a descida dos revestimentos e a completação do poço formam-se diversos anulares,

conforme a Figura 10. Por dentro da coluna de produção é que ocorre a produção e

injeção. No Anular A, formado entre a coluna de produção e o revestimento de produção,

pode ocorrer a injeção de gas lift. Nos poços submarinos apenas a coluna de produção e

o anular A permitem acesso. Nos poços de completação seca ou convencional os demais

anulares são acessíveis através de válvulas nas cabeças de carretel.

Figura 10 – Esquema dos anulares formados em um poço de petróleo. Fonte: N-2762, 2014

Após a completação, o poço é interligado à UEP para o início da produção ou injeção de

fluidos. Durante a produção devem ser mantidos pelo menos dois conjuntos solidários de

barreiras de segurança segundo as melhores práticas da indústria e o SGIP (ANP, 2016).

Uma maneira de se manter esta redundância de barreiras é realizando manutenções, ou

workovers, durante a vida produtiva do poço (FONSECA et al., 2013).

Para uma visão mais completa do ciclo de vida do poço, o Apêndice A descreve cada uma

das etapas.

2.2 GESTÃO DE INTEGRIDADE AO LONGO DO CICLO DE VIDA DO POÇO

O principal risco ao longo de todo o ciclo de vida de um poço de petróleo é a ocorrência

de vazamentos (VANDENBUSSCHE et al., 2012). A Figura 11 mostra que os blowouts

ocorrem em todas as fases do ciclo de vida, principalmente durante a perfuração do poço.

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Figura 11 - Blowouts ocorridos em diferentes fases do ciclo de vida do poço. Fonte: SINTEF, 2011

Isto mostra a importância de um correto gerenciamento de integridade do início ao fim

da vida de um poço de petróleo, do projeto ao abandono, conforme a Figura 12 (JAMES,

2014 apud DAS e SAMUEL, 2015). Um bom gerenciamento de integridade nesta fase,

além de reduzir o risco de blowout na produção, também pode ajudar a reduzir o risco de

blowout nas intervenções, já que parte destas são justamente para corrigir problemas de

integridade do poço.

Outro ponto a ser destacado, é que com as margens de lucro cada vez mais apertadas nas

atividades de exploração e produção de campos petrolíferos, tem havido uma busca pela

extensão da vida útil dos poços de petróleo, o que tende a aumentar os problemas de

integridade na fase produtiva. Associado com as recentes mudanças na legislação, que

tem cobrado um correto monitoramento da integridade na fase produtiva, implicam na

necessidade de melhores métodos para auxiliar a gestão da integridade nesta fase.

Em cada fase do ciclo de vida do poço, o mesmo deve ser submetido a um processo de

identificação de perigos e análise de riscos, bem como avaliada a aplicação de técnicas

de engenharia de confiabilidade. É importante realizar e documentar esta avaliação de

forma a garantir que o poço irá atender aos requisitos funcionais, de segurança

operacional, de risco, metas de desempenho, confiabilidade, manutenibilidade e

disponibilidade.

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Figura 12 - Estágios do Gerenciamento de Integridade de Poço. Fonte: JAMES, 2014 apud ALAWAD E

MOHAMMAD, 2016.

As técnicas aplicáveis e a profundidade dos estudos dependem da fase do ciclo de vida

do poço, como pode ser visto no Erro! Fonte de referência não encontrada. As técnicas

de avaliação de risco são apresentadas no Apêndice B, enquanto as técnicas de

confiabilidade serão abordadas na Seção 2.4.

O objetivo da avaliação de risco durante a fase de projeto é diferente da avaliação de risco

durante a fase operacional. Na fase de projeto, espera-se poder avaliar diferentes

configurações de poços e o uso de diferentes equipamentos de completação e submarinos.

O que se pode fazer nesta fase é priorizar diferentes projetos de acordo com o risco ou

definir um limite mínimo tolerável de forma a descartar alternativas com alto risco.

Durante a fase produtiva, pode-se acompanhar a evolução do risco ao longo do tempo e

caso o nível de risco ultrapasse a faixa estabelecida, seja por ação natural do tempo ou

por uma falha detectada, pode-se então propor ações para se reestabelecer um nível de

risco adequado.

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Quadro 1 - Técnicas de Análise de Risco e Análise de Confiabilidade aplicáveis nas fases do ciclo de vida da

instalação. Fonte: Normas Internas da Petrobras N-2781 (PETROBRAS, 2012) e N-2782 (PETROBRAS, 2015)

O Apêndice B traz uma visão abrangente sobre risco no contexto de produção de poços

de petróleo. Embora existam diversos elementos e dimensões para o risco nesta atividade,

a gestão de integridade é o elemento central desta dissertação e, desta forma, apresenta-

se a seguir o quadro referencial teórico sobre o tema.

Foi realizada uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos na área de integridade de

poço dos últimos 30 anos. Alguns destes trabalhos tratam apenas do problema integridade

sem fazer menção a análise de risco ou confiabilidade. Tais trabalhos avaliam geralmente

a integridade sob a ótica de cumprimento das legislações (ex. BLAAUW, 2012), boas

práticas (ex. KOSTOL, 2014) ou até mesmo do ponto de visa da gestão da integridade

dentro das organizações (ex. VIGNES, 2011). Outros trabalhos tratam exatamente do

Pro

jeto

Co

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RISCO

Lista de Verificação

("Checklist")x x x

E se?

("What if?") x x

Análise Preliminar de Risco (APR) x x x x x x

Estudo de Perigos e Operabilidade (HAZOP) x x x x

Análise de Camadas de Proteção (LOPA) x x x

Análise de Consequências x x x

Análise Quantitativa de Riscos (AQR) x x

CONFIABILIDADE

Definição de requisitos de confiabilidade,

disponibilidade e mantenabilidadex x x

Alocação de confiabilidade x x x

Análise estatística de dados operacionais

(aquisição e tratamento dos dados) x x

Análise de confiabilidade, disponibilidade e

mantenabilidade (RAM) x x x

Análise de Modos, Efeitos e Criticidade de

Falhas (FMEA/FMECA)x x x

Manutenção Centrada em Confiabilidade

(RCM) x x

Inspeção Baseada em Risco (RBI) x x

FASES DO CICLO DE VIDA DA INSTALAÇÃO

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aspecto confiabilidade e análise de risco, seja durante operações com sonda (construção

ou intervenção) ou durante a produção.

Embora o foco desta dissertação seja a vida produtiva do poço, buscou-se na revisão

bibliográfica alguns trabalhos relacionados à integridade em diferentes fases do ciclo de

vida. Abimbola e Khan (2016) apresentaram uma metodologia de análise de risco

dinâmica para as operações de perfuração. Bikerland (2005) analisou riscos à integridade

de poço durante operações de LWO. Ajimoko (2016) realizou uma análise quantitativa

de risco à integridade para intervenções em poços. Lavasani (2015) estudou o uso de

Análise de Árvores de Falhas Nebulosas para quantificar o risco de vazamento em poços

abandonados. Miura et. al. (2006), desenvolveram uma análise quantitativa dinâmica para

avaliar a segurança operacional em poços offshore avaliando o uso dos Conjuntos

Solidários de Barreiras e como cada operação afeta/altera este conjunto.

Sempre que se trata de operações com a presença de uma sonda offshore, o risco de

vazamento é fortemente dependente do sistema de segurança BOP, cuja função é

justamente evitar o vazamento descontrolado de hidrocarbonetos. Por isso, vários autores

têm dado especial atenção a análises de confiabilidade deste equipamento. Holand e

Rausand (1987), Holand (1999), Jorge (2000) e Cai (2012) são alguns exemplos. O tema

confiabilidade de BOP se intensificou após este equipamento ter sido apontado como uma

das causas no blowout de Macondo.

Oliveira et. al. (2017) apresentaram uma formulação hibrida para incorporar uma

avaliação de confiabilidade dependente do tempo em uma rede bayesiana. O sistema

desenvolvido combina a situação do poço, dos sistemas da sonda, incluindo o sistema de

posicionamento dinâmico e a probabilidade de falha do BOP para tomar decisão de

quando retirar ou não o BOP para reparo.

Da mesma forma, para poços em produção, dois equipamentos têm sido alvos de vários

estudos específicos: A ANM e a SCSSV (ou DHSV). Albernaz (2005) utilizou uma

metodologia de análise de árvores de falhas para estudar a confiabilidade da ANM.

Moreira (1993) avaliou a viabilidade de se utilizar novos conceitos de SSV (subsurface

safety valves) em poços submarinos sob o aspecto de segurança. Oliveira (2016) estudou

a confiabilidade do sistema de controle de SSCSV utilizando uma análise markoviana.

Takashina (1989) foi o primeiro a introduzir o conceito de barreira de segurança para

poços no Brasil e chamou a atenção para a necessidade de se quantificar a probabilidade

de falha dos componentes. Utilizando dados de confiabilidade e árvores de falha, modelou

casos de vazamento de hidrocarbonetos ao longo do ciclo de vida do poço. Miura (2004)

aperfeiçoou o conceito e cunhou o termo utilizado hoje, Conjunto Solidário de Barreiras

(CSB). Ele representou a lógica de formação dos CSB através de grafos mostrando as

relações do tipo “e”/”ou” entre os elementos.

Corneliussen (2006) estudou a segurança de poços de petróleo durante a fase operacional

(poço em produção). Ele apresenta em sua tese uma metodologia para a avaliação de risco

de poços durante a fase de produção. Sua principal contribuição foi utilizar os diagramas

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de barreiras para modelar a integridade do poço e, a partir dos diagramas, utilizar métodos

quantitativos de risco e dados de confiabilidade para prever a probabilidade de falha deste

sistema de barreiras.

Da Fonseca (2012) analisou a integridade de poços em projeto utilizando conceitos de

engenharia da confiabilidade com o objetivo de prever recursos a serem utilizados nas

intervenções de manutenção. Comparou duas metodologias, uma baseando-se nos

conceitos de CSB e outra reproduzida de Corneliussen (2006). Os resultados obtidos

foram diferentes e mostraram que a metodologia baseada em CSB é conservadora.

Alves (2012) desenvolveu um modelo para calcular a disponibilidade instantânea de

poços, considerando componentes como sendo não-reparáveis, reparáveis e testados

periodicamente. O modelo foi aplicado para poços operando por gas lift, elevação natural

e poços fechados, Zanetti (2014) estendeu o trabalho de Alves (2012) realizando

avaliações comparativas entre diferentes cenários. Ao comparar cenários e expressá-los

de forma relativa, reduz o nível de incertezas das análises; desta forma, pode-se avaliar o

efeito do tipo e da periodicidade de inspeção na disponibilidade do poço.

Mendes et. al. (2016) aplicaram a metodologia de confiabilidade aos CSB determinando

a confiabilidade de cada CSB e do poço como um todo considerando elementos de

barreira backups. Utilizaram os resultados obtidos para prever o número de intervenções

de manutenção necessárias em uma campanha de poços e compararam o resultado com

uma campanha real, mostrando boa aderência do método.

Bouças (2017) propôs um método de verificação da confiabilidade de sistemas de

barreiras em poços de petróleo utilizando o método de Monte Carlo. O método

desenvolvido permite comparar diferentes configurações de poços submarinos. Foram

considerados 11 caminhos de vazamento na simulação de Monte Carlo. À medida que os

caminhos e componentes aumentam, o custo computacional da simulação aumenta.

Zhen et al. (2018) foi um dos estudos mais recentes encontrados. Os autores fazem uma

avaliação de risco para uma nova proposta de sistema de completação de poços. O

interessante deste trabalho é a proposta de diferentes critérios de aceitação para a

frequência média anual de vazamentos de acordo com a classe de consequência destes.

Desta forma, o problema de análise de risco torna-se um problema de análise de

confiabilidade da configuração proposta. Com base nisso, os autores utilizam um

diagrama de barreiras para calcular caminhos mínimos de vazamento e usam as taxas de

falhas dos elementos de barreira para calcular a indisponibilidade do sistema.

Quanto ao aspecto de manutenção dos poços, Frota (2003) mapeou causas de falha que

levaram à intervenção em poços durante 12 anos na Bacia de Campos. Utilizou a técnica

de análise de dados de vida para modelar estatisticamente tais falhas e obter valores de

confiabilidade. Coca Suaznabar (2016) realizou uma busca na literatura para identificar

as principais causas de perda de produção e realização de manutenção. Utilizando os

dados obtidos, propôs diretrizes e procedimentos para o projeto de poço para reduzir ou

facilitar operações de manutenção.

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Um tema que tem levado a diversos estudos de confiabilidade de poços submarinos é a

necessidade ou não de utilização de uma SCSSV (Surface Controlled Subsurface Safety

Valve) na completação do poço e o que se deve fazer em caso de falha da mesma.

Vesterkjaer (2002) comparou o nível de risco de um poço com e um poço sem a válvula

de segurança. O estudo mostrou que a presença de uma DHSV (Downhole Safety Valve)

de fato reduz a probabilidade de falha de integridade e também permite a formação de

dois CSB independentes, embora este equipamento seja responsável por 50% dos

fechamentos de poços levando à necessidade de workover.

Exprosoft (2012) também avaliaram o tema para poços submarinos na Bacia de Campos

no Brasil. Além da comparação de risco entre poços com e sem uma SCSSV, os autores

avaliaram o que fazer no caso de um fechamento espúrio da mesma. Para avaliarem esta

situação, foi realizado uma comparação entre continuar produzindo o poço através da

colocação de um camisão na DHSV, o que exige uma operação de LWO, ou trocar a

DHSV, o que exige uma operação de HWO. A conclusão foi de que instalar uma DHSV

e não a reparar resultará num menor custo e num menor risco do que executar o HWO.

Uma característica comum a quase todos estes trabalhos é que são geralmente

desenvolvidos para um cenário específico ou objetivo específico e, portanto, são difíceis

de serem generalizados. Embora Da Fonseca (2012) tenha desenvolvido uma

metodologia para a previsão de manutenção em poços, o trabalho não considera o efeito

da manutenção na integridade do poço. Zanetti (2014) considerou o efeito de inspeções

periódicos na disponibilidade dos poços, porém considerando cada componente

individualmente como testável e reparável e não o efeito de um teste ou inspeção como

um todo sobre o estado do poço.

Desta forma, muitos dos trabalhos acabaram não tendo uma implantação sistêmica nas

organizações. Há a necessidade de uma abordagem mais geral, que possibilite o

tratamento da manutenção nos poços, planejamento de recursos e que também permita

considerar poços em diferentes situações de integridade.

2.3 BARREIRAS DE SEGURANÇA DE POÇO

O objetivo desta seção é explorar o conceito de barreira de segurança de poço, quais os

tipos de barreiras, suas funções, requisitos e seus modos de falha. Também explora como

estas barreiras são associadas na configuração do poço para formar os envelopes de

barreira, camadas de proteção ou Conjuntos Solidários de Barreiras.

A segunda parte desta seção explora em detalhes o princípio dos dois Conjuntos

Solidários de Barreiras que é amplamente aceito na indústria. É discutido também o

conceito de independência de barreiras e por fim, o que deve ser feito, segundo as

principais normas e regulamentos, no caso de perda de redundância.

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A última parte da seção apresenta o esquemático de barreiras de segurança (WBS em

inglês – Well Barrier Schematic) que será utilizado como ponto de partida para as análises

a serem realizadas.

Para as principais barreiras, serão mostradas as suas funções, os requisitos de

dimensionamento, testes e verificações exigidas. Foi feita uma revisão bibliográfica

buscando levantar um histórioco das principais falhas de barreiras de poço registradas no

mundo para mostrar a importância de instalar e manter a integridade das barreiras, bem

como avaliar a proporção de falhas associadas a cada uma. Estas informações estão nos

apêndices C e D, respectivamente.

A seção tem por objetivo apresentar o elemento fundamental que define os estados

possíveis de integridade do poço, que são as barreiras de segurança. A configuração destas

barreiras no poço e a confiabilidade de cada uma é que vão determinar a confiabilidade

resultante do poço, objetivo da modelagem.

2.3.1 O QUE SÃO BARREIRAS DE SEGURANÇA?

De acordo com Snorre (2006), barreiras de segurança ou camadas de proteção são meios

físicos e não físicos para prevenir, controlar ou mitigar eventos indesejados ou acidentes.

Destaca-se que as barreiras podem ser físicas, técnicas, humanas e até mesmo

organizacionais. Muito embora todas estas barreiras sejam importantes, este trabalho foca

nas barreiras físicas presentes nos poços de petróleo.

As barreiras de segurança podem ser comumente classificadas segundo sua função em

prevenção, controle e mitigação. Miura (2004) destaca, em sua tese, que sua pesquisa em

nível mundial sobre segurança na indústria de petróleo mostrou que, de modo geral, o

aspecto mais abordado é a mitigação ou remediação de consequências. Embora barreiras

de segurança sejam planejadas e instaladas para mitigar as consequências de eventos

indesejados, neste trabalho o foco são as barreiras planejadas e instaladas para reduzir a

probabilidade ou frequência de ocorrências de tais eventos, ou seja, barreiras de

prevenção.

Mesmo que várias autoridades na área de óleo e gás (NORSOK, PSA, ANP, API) tragam

em suas normas e regulamentos a necessidade de se utilizar as barreiras de segurança nas

instalações, incluindo os poços de petróleo, as definições e conceituação do que são e de

que requisitos devem possuir tais barreiras ainda deixam lacunas que dificultam a

aplicação prática por parte das operadoras (SNORRE, 2006).

O conceito de barreira utilizado neste trabalho baseia-se no modelo de energia, utilizado

por Haddon (1980) como estratégia para prevenir acidentes. Ou seja, a barreira pode ser

entendida como uma separação física entre uma fonte de energia que representa um perigo

e um alvo vulnerável que pode ser uma pessoa, uma instalação ou o meio ambiente. Neste

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sentido, as barreiras direcionam a energia para o caminho desejado e controlam

vazamentos indesejados. Este modelo é ilustrado na Figura 13.

Figura 13 – Barreira de um poço como envelope contendo a energia proveniente do reservatório. Fonte: ANDERS,

2008.

A ISO 13628-1 (2015) define barreira como um elemento formando parte de um container

pressurizado que é projetado para prevenir o fluxo indesejado dos fluidos

produzidos/injetados, particularmente para o ambiente externo. Esta definição é muito

útil para a modelagem que será realizada neste trabalho, onde o poço será representado

por vários containers internos que podem ou não estar pressurizados e que possuem

barreiras entre eles para impedir o fluxo indesejado.

A norma afirma que a definição das características de uma barreira é um passo

fundamental para o entendimento do risco, citando que as características a serem

consideradas incluem:

O tipo de mecanismo de vedação, exemplo: metal-metal ou elastomérico;

Se a barreira é do tipo falha segura (fail-safe-close), geralmente com a presença

de mola, ou se a barreira requer uma ativação manual para ser fechada;

Se a barreira pode ser fechada mecanicamente (override) no caso de um evento

de falha no mecanismo de falha segura;

Se a barreira pode ser testada na direção do fluxo e no diferencial de pressão

esperado durante a operação;

Se existe uma taxa de vazamento tolerável para a barreira quando fechada, a

exemplo da DHSV;

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Se os estados de posição da barreira podem ser determinados positivamente nos

pontos críticos durante a operação;

Quão independente as várias barreiras são umas das outras, em termos de

probabilidade de falha para executar sua função esperada num dado cenário;

Se as barreiras contêm subcomponentes que possam representar possíveis

caminhos de vazamento;

Suscetibilidade da barreira para desgaste, corrosão, erosão e outros mecanismos

de degradação;

Quão confiável um tipo particular de barreira provou ser em serviços passados

sob condições similares, incluindo pressão, temperatura, composição de fluido,

etc. Geralmente, barreiras passivas são mais confiáveis que as barreiras ativas, já

que são menos sujeitas a degradações por movimento;

Quão fácil a barreira pode ser reparada ou trocada em caso de um evento de falha;

Se a funcionalidade de dupla barreira e/ou facilidade de bloquear e drenar é

requerida.

Dentre as características acima, a confiabilidade de um tipo particular de barreira

averiguada através do desempenho em serviços passados é a que será mais utilizada neste

trabalho, onde dados históricos de utilização de cada barreira serão utilizados para

determinar as taxas de falha e, portanto, a confiabilidade da mesma.

De forma geral, as barreiras devem ser dimensionadas para o envelope operacional do

poço considerando todo o seu ciclo de vida. Segundo Ajimoko (2016), no mínimo, elas

devem suportar as cargas máximas combinadas às quais o poço pode ser submetido

enquanto funcionando como planejado e o ambiente que irá encontrar durante todo o ciclo

de vida.

Holand (1997) divide as barreiras de segurança de poço em dois tipos: as estáticas e as

dinâmicas. Na situação de barreiras estáticas é necessária uma disponibilidade destas

durante um longo período de tempo, como é o caso das barreiras utilizadas na fase

produtiva do poço. Para as barreiras na situação dinâmica, a situação destas se altera com

frequência, como é o caso das barreiras utilizadas nas atividades de perfuração,

completação e manutenção de poços.

A ISO 13628-1 (2015) define a diferença entre barreiras passivas e ativas. Basicamente,

enquanto as barreiras de segurança passivas não necessitam de uma ação para

desempenhar sua função, as barreiras ativas precisam mover-se de um estado para outro

de forma a poder desempenhar sua função.

Segundo a ISO 13628-1 (2015), são exemplos de barreiras passivas:

Cimento;

Packer;

Mandril de gaslift e mandril de injeção química;

Sistema de cabeça de poço submarino;

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Bloco da ANM;

Coluna de produção/injeção;

Revestimento;

Linhas submarinas;

Etc.

Segundo a ISO 13628-1 (2015), as barreiras ativas podem ser acionadas manualmente

(através de mergulhador ou ROV) ou remotamente (sistema de controle) ou até mesmo

por fluxo (como as check valves). São exemplos de barreiras ativas:

Válvulas de Segurança de Subsuperfície;

Válvulas da ANM;

Válvulas de Manifold;

Check Valves;

Etc.

As barreiras passivas e ativas possuem diferentes modos de falha, conforme o Erro!

Fonte de referência não encontrada. As barreiras passivas, por não possuírem

necessidade de ação, possuem um único modo de falha, que é o vazamento através do

elemento de barreira. Já as barreiras ativas, além do vazamento pelo elemento de barreira

quando na posição fechada, pode ainda ter uma falha durante o fechamento. Os desvios

aceitáveis de vazamento são normalmente “zero”, porém, para alguns elementos, admite-

se uma pequena taxa de vazamento sem considerar isto como falha.

Quadro 2 - Tipos de Barreira e falhas correspondentes. Fonte: Adaptado de CORNELIUSSEN, 2006

TIPO DE BARREIRA FUNÇÃO MODO DE FALHA DESVIO ACEITÁVEL

PASSIVA Conter fluídos Vazamento através do

elemento de barreira

Vazão (kg/s)

ATIVA Fechar o elemento de

vedação

Falha no fechamento do

elemento de barreira

Tempo de fechamento

(s)

Prevenir vazamento na

posição fechada

Elemento de barreira

vazando na posição

fechada

Vazão (kg/s)

Exemplos de desvios aceitáveis são encontrados, por exemplo, na API 14B (2012) para

vazamento através da DHSV fechada. O desejável é que não haja vazamentos, porém, um

desvio aceitável segundo a norma seria 0,15 SCF/min para gás ou 400 cm³/min para

líquidos. Outro exemplo de desvio aceitável é o tempo de fechamento de uma gaveta de

BOP. Segundo a API STD 53 (2012), o sistema de controle do BOP deve ser capaz de

fechar cada gaveta em 30 s ou menos.

É importante, além de definir quais são os modos de falha, poder, de alguma forma,

quantificar sua probabilidade de ocorrência. Segundo Snorre (2005), a confiabilidade ou

disponibilidade de uma barreira é a sua habilidade de desempenhar sua função dentro do

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tempo de resposta quando necessária ou demandada. Esta confiabilidade pode ser

expressa através da probabilidade de falha em desempenhar esta função.

Pode-se trabalhar também com o conceito de sobrevivência, embora seja mais difícil de

se analisar. A sobrevivência está associada à performance das barreiras de segurança em

situações de carregamentos extremos, geralmente cargas de acidentes ou cargas tipo

impulso, que surgem por um breve período de tempo. Exemplos disto seriam a

performance de um revestimento diante de um blowout (carga de acidente) ou a

performance de uma válvula de segurança no fechamento do poço em fluxo gerando golpe

de aríete (carga impulso). Este trabalho foca na performance das barreiras nas condições

de operação planejada.

Embora este trabalho foque nas análises quantitativas de confiabilidade das barreiras

físicas, é interessante comentar sobre algumas barreiras operacionais importantes:

Durante a etapa de construção ou manutenção do poço, como há atividade de

sondagem e mais ações humanas envolvidas, as barreiras operacionais são, de

fato, essenciais, destacando-se o processo de controle de poço. Por exemplo, o

BOP só é barreira física quando seus elementos de vedação estão fechados. Mas

ao contrário da DHSV e das válvulas da ANM, nos sistemas de produção, o BOP

não é do tipo fail-safe-close. Neste caso é necessário um procedimento para a

detecção de kick (influxo indesejado) na sonda e a execução dos comandos para o

correto fechamento do BOP. Todos estes procedimentos, bem como os

treinamentos necessários, são barreiras operacionais.

No caso de poços projetados pelo critério de tolerância ao kick, as profundidades

das sapatas dos revestimentos são projetadas considerando-se um volume máximo

de kick no poço antes que este pudesse ser detectado e controlado pela sonda. Caso

este volume máximo não seja respeitável, pode haver fratura da formação e até

mesmo um underground blowout.

No caso de poços em produção, onde geralmente há menos ação humana, as

barreiras operacionais acabam sendo mais relevantes quando o poço se encontra

num estado de integridade degradada. Neste caso, as barreiras operacionais

surgem após análises de risco preliminares. Um exemplo de barreira operacional

é o controle das pressões dos anulares. No caso de despressurização excessiva de

um anular durante uma manobra da produção, isso pode levar a problemas no

pack-off do poço e à perda de integridade do anular.

Por fim, vale mencionar a não-surgência, que segundo as melhores práticas da

indústria e o próprio regulamento do SGIP, pode ser considerada como uma

barreira de poço. Desta forma, no caso de poços não-surgentes, para atender ao

princípio da redundância que será exposto na seção 3.4, basta apenas um conjunto

de barreiras físicas. A não-surgência deve ser atestada por equipe de elevação e

escoamento e deve ser renovada periodicamente.

2.3.2 PRINCÍPIO DOS DOIS CONJUNTOS SOLIDÁRIOS DE BARREIRAS

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26

A ISO 13628-1 (2015) estabelece que, como parte de um sistema de produção submarino,

uma filosofia de barreira deve ser desenvolvida. Tal filosofia deve prover um guia dos

requisitos de barreira para prevenir o vazamento de fluidos produzidos/injetados para o

meio ambiente, especialmente quanto aos tipos e quantidades de barreiras a serem

instaladas.

Pode-se dizer que a filosofia de barreiras mais aceita hoje mundialmente é o princípio dos

Conjuntos Solidários de Barreiras. Um Conjunto Solidário de Barreiras (CSB) é um

envelope com diversos elementos de barreiras capaz de prevenir os fluidos de fluir

indesejadamente da formação para as outras formações ou para a superfície.

Na NORSOK D-010 (2013), o termo Conjunto Solidário de Barreira de Segurança

aparece simplesmente como Barreira de Poço (Well Barrier). Cada barreira do CSB é

chamada, na norma norueguesa, de elemento de barreira. O SGIP (ANP, 2016) utiliza os

conceitos de CSB e elemento de CSB para se referir as barreiras.

O intuito de se colocar barreiras de segurança em um poço de petróleo é o de reduzir os

riscos de vazamentos para o ambiente. Prevalece nas atuais boas práticas o princípio da

redundância, que estabelece que pelo menos dois CSBs devem estar presentes ao longo

de todo o ciclo de vida do poço (ANP, 2016).

O CSB primário é aquele localizado mais próximo do reservatório e, embora geralmente

possua rocha e revestimento cimentado como elementos de barreira, sua principal

composição são os equipamentos de completação (Packer, COP, MGL, MIQ, DHSV,

etc.).

O CSB secundário funciona como redundante ao primário, atuando no caso de uma falha

deste. É composto principalmente pelos componentes estruturais do poço (rocha,

revestimento e cabeça de poço) e também pelos equipamentos submarinos (BAP e ANM).

Para garantir a efetividade da redundância, é desejável que os CSB sejam independentes.

Segundo Miura (2004), pode-se dizer que duas barreiras são independentes uma da outra

quando os elementos que compõem uma barreira não pertencem à outra, como na Figura

14.

A definição de independência também tem sido alvo de discussões nas normas e

regulamentos da área, como pode ser visto no Apêndice J da ISO 13628-1 (2015), em que

se levanta a questão: o que constitui uma barreira independente? Traz como exemplo para

ilustrar a dificuldade de se aplicar o conceito de independência o caso de múltiplas árvores

de natal, que podem ser arrancadas simultaneamente por uma âncora e, portanto, sob esta

óptica, não seriam independentes.

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27

Figura 14 - Esquema de dois CSBs Independentes, isto é, sem elementos de barreiras compartilhados. Fonte:

Próprio Autor

Pelo descrito no SGIP, e também nas principais referências normativas da área, fica claro

que o entendimento da independência dos Conjuntos Solidários de Barreiras está

relacionado ao compartilhamento ou não de elementos de barreiras, como na Figura 15.

Figura 15 – Esquema de dois CSBs com elemento compartilhado. Fonte: Próprio Autor

O SGIP (ANP, pg.17, 2016) estabelece que:

“11.3.1.4 Em situações excepcionais, onde haja o compartilhamento de

elementos entre os CSB, ou quando não houver a utilização do diverter,

avaliar os riscos e aplicar previamente medidas mitigadoras e de controle,

de forma a mantê-los em um nível ALARP”

Retomando o princípio da redundância, fica claro que os projetos de poços devem ser

sempre pensados para possuir os dois conjuntos solidários de barreiras, de preferência

independentes, ao longo de todo o seu ciclo de vida. Porém, para que a função integridade

seja desempenhada, basta apenas um único CSB. O que acontece, então, caso um dos

CSB falhe durante a fase de produção do poço e este deixe de possuir redundância?

Neste caso, uma análise de risco deve ser executada para garantir que o mesmo esteja

dentro do nível aceitável e também para determinar o melhor momento de realizar a

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manutenção no poço e reestabelecer os dois CSB. É justamente nesta avaliação que este

trabalho encontra sua maior aplicação para as companhias operadoras.

2.3.3 ESQUEMÁTICO DE BARREIRAS DE SEGURANÇA

Os esquemáticos de barreiras fornecem uma fotografia instantânea das barreiras de

segurança presentes no poço. A representação mais comum é a apresentada na NORSOK

D-010 (2013), em que os envelopes de barreira ou CSBs são desenhados sobre o

esquemático do poço. Esta ilustração tem a vantagem de ser clara, facilitando a

comunicação imediata do estado do poço e também mostra a disposição física real das

barreiras dentro do poço.

O esquema de barreiras (WBS – Well Barrier Schematic) se altera ao longo das diversas

fases do ciclo de vida do poço sendo, portanto, importante mantê-lo sempre atualizado.

Segundo recomendação da NORSOK D-010 (2013), o WBS deve ser feito sempre que:

Um novo componente passa atuar como elemento de barreira;

Para ilustração do poço completado com a ANM (planejado e executado);

Para recompletação ou workover de poços com elementos de barreira falhos ou

degradados; e

Para o projeto final de abandono permanente de poços.

A NORSOK D-010 (2013) também descreve as informações necessárias no WBS:

Um desenho ilustrando as barreiras (CSBs), com a barreira primária mostrada em

cor azul e a barreira secundária mostrada em cor vermelha.

A integridade da formação quando a formação é parte da barreira.

Reservatórios e potenciais fontes de influxo.

Lista tabulada dos elementos de barreira com verificação inicial e requisitos de

monitoramento.

Todos os revestimentos e cimentação. Revestimentos e Cimentação (incluindo

TOC) definidos como elementos de barreira devem ser rotulados com tamanho e

profundidade (TVD e MD).

Os componentes devem ser mostrados em posição correta relativamente um em

relação ao outro.

Informações do poço: campo/instalação, nome do poço, tipo do poço, status do

poço, pressão do poço, número de revisão e data, preparado por, verificado por e

aprovado por.

Rótulo claro do status das barreiras – planejadas ou executadas.

Qualquer elemento de barreira falho ou degradado deve ser claramente indicado.

Um campo de nota para informações importantes sobre integridade de poço

(anormalidades, etc.).

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29

Figura 16 – Poço Surgente com completação seca produzindo para plataforma. Fonte: NORSOK D-010, 2013.

Um exemplo de WBS pode ser visto na Figura 16. Os WBS são os pontos de partida nos

estudos de integridade, pois revelam as barreiras planejadas e de fato instaladas, seu

estado, a forma de verificação e monitoramento, os caminhos de fluxo e outras

informações relevantes para a modelagem de confiabilidade do poço.

2.4 TÓPICOS DE ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE

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30

Confiabilidade é definida como a probabilidade de um componente ou sistema

desempenhar sua função requerida por um dado período de tempo quando utilizado sob

condições de operação especificadas (EBELING, 1997).

A engenharia de confiabilidade é a área de estudo que foca em avaliar e otimizar a

confiabilidade de sistemas. Existe uma grande variedade de temas dentro da engenharia

de confiabilidade, que vão desde o estudo de mecanismos e física de falha até a parte de

modelagem estatística da confiabilidade de sistemas.

As técnicas de confiabilidade podem ser aplicadas em vários momentos do ciclo de vida

de um equipamento ou sistema e com objetivos diferentes. É comum, no início do projeto,

a aplicação das técnicas de alocação de confiabilidade, que baseadas na performance

desejada do sistema, determina os requisitos de confiabilidade necessários a cada um dos

componentes do sistema (EBELING, 1997). Nas fases seguintes, a técnica de

confiabilidade aplicada é a análise de crescimento de confiabilidade, que avalia se a cada

avanço de maturidade no projeto está havendo ganho de confiabilidade.

Após a construção do protótipo ou do sistema final, a engenharia de confiabilidade pode

ser utilizada também para definir os testes necessários a fim de verificar o cumprimento

do que foi definido para cada componente ou para o sistema como um todo. As áreas da

confiabilidade que suportam todo este planejamento são o design de experimentos, a

análise de dados de vida e os testes de vida acelerados (NELSON, 2004).

Com o sistema em operação é necessário monitorar a confiabilidade, detectar e avaliar as

falhas que ocorrerem e planejar as manutenções. As manutenções, quando planejadas em

função da confiabilidade, constituem a disciplina de manutenção centrada em

confiabilidade.

Além destas, diversas outras disciplinas fazem parte da engenharia de confiabilidade.

Para os sistemas de segurança, as análises de confiabilidade, disponibilidade e

manutenabilidade são de extrema importância para reduzir as chances de falha dos

mesmos e, portanto, evitar acidentes (DAS e SAMUEL, 2015). Este é o caso do sistema

de barreiras de segurança de um poço de petróleo.

O modelo desenvolvido neste trabalho considera o poço já em produção, ou seja, trata-se

da análise e avaliação de um sistema já existente. Segundo Rausand e Høyland (2004), a

avaliação da confiabilidade é importante no suporte à tomada de decisão que, no caso de

um poço, pode ser a continuidade operacional ou a necessidade de manutenção. Embora

este seja o objetivo principal do modelo desenvolvido, ele pode ser utilizado também para

avaliar os pontos fracos do projeto e até mesmo permitir avaliar o comportamento

esperado de novos projetos.

A Seção 2.4 de tópicos de engenharia de confiabilidade está organizada da seguinte

forma: a seção 2.4.1 define o que são falhas e modos de falha, e consequentemente, traz

a definição formal de confiabilidade que será utilizada no restante do estudo. A seção

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31

2.4.2 mostra os principais modelos existentes para a confiabilidade de sistemas

complexos. Por fim, a seção 2.4.3 descreve a análise markoviana para sistemas reparáveis.

2.4.1 FALHAS, MODOS DE FALHAS E CONFIABILIDADE

Um poço produtor de petróleo tem a função principal de produzir os fluidos do

reservatório até a unidade de produção (UEP) através dos dutos de produção ou, da

mesma forma, injetar fluidos no reservatório. Outra função do poço é evitar que os fluidos

produzidos vazem para o meio ambiente e interromper o fluxo quando desejável

(CORNELIUSSEN, 2006). A função responsável por alcançar ou manter um estado de

segurança é chamada função segurança (ISO TR 12489, 2013). Esta função é fortemente

dependente da integridade, que está associada à capacidade das barreiras desempenharem

suas funções (ISO 14224, 2016).

Falha é definida como a perda da habilidade de desempenhar uma função confome

especificado (ISO TR 12489, 2013). A falha do poço será considerada então como a perda

da integridade, ou seja, o vazamento dos fluidos do reservatório para o meio ambiente ou

outras formações. O poço pode falhar também no sentido de parada de produção devido

a diversos fatores, como por exemplo: formação de parafina, formação de hidrato,

incrustação da coluna de produção, quebra nos equipamentos de elevação artificial, etc.

A parada de produção não será levada em consideração neste trabalho enquanto falha,

mas será levada em consideração como tempo não produtivo quando consequência da

falha de integridade. Como mencionado, uma maneira de se garantir a disponibilidade do

poço é através de testes, inspeções e manutenção, ambos exigindo a interrupção da

produção do poço. Causas de parada de produção além destas fogem ao escopo da

dissertação.

O poço é equipado com barreiras de segurança de forma a garantir a função integridade

do mesmo. No entanto, cada uma destas barreiras tem uma função própria, um desvio

aceitável e está sujeita a diferentes modos de falha com diferentes performances

(RAUSAND e HØYLAND, 2004). O objetivo desta seção é introduzir os conceitos

necessários para entender o comportamento destas barreiras.

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32

Figura 17 – Diferença entre falha (evento), falho (estado) e erro. Fonte: RAUSAND e HØYLAND, pg.84, 2004.

Como pode ser visto na Figura 17, um determinado componente tem uma performance

esperada ao desempenhar sua função, geralmente esta performance esperada é

acompanhada de um desvio tolerável. Este desvio entre a performance teórica e a real é

o chamado erro. Quando o erro atinge o limite aceitável passa a ser considerado um

evento de falha. A partir deste ponto diz-se que o componente se encontra no estado falho.

Um conceito muito parecido com a função confiabilidade é a função sobrevivência,

porém a diferença é que neste último as condições consideradas não são as de operação,

mas sim as condições extremas de carregamento, como os acidentes (ISO 16530-1, 2017).

Uma grande parte dos equipamentos de emergência devem funcionar durante a operação

normal, e por isto estão sujeitos a uma confiabilidade, mas também devem funcionar em

situações de emergência, nas quais estão sujeitos a uma sobrevivência. Alguns

equipamentos do poço, como revestimentos, BOP, cimentação, são desenhados para

suportar as condições extremas, que seriam os eventos de blowout. É claro que, nestas

situações, estes equipamentos não terão a mesma vida útil que na operação normal.

Além disto, alguns destes componentes permitem reparos ou manutenções. Pode-se

definir a manutenibilidade como a capacidade de um item, sob determinadas condições

de uso, de ser mantido ou restaurado para um estado em que possa desempenhar

novamente sua função requerida. Neste trabalho, o conceito de confiabilidade será

aplicado para cada um dos componentes ou equipamentos individualmente, ao passo que

o conceito de manutenibilidade será aplicado ao sistema poço como um todo, já que os

componentes são apenas trocados e não reparados. Ou seja, a manutenção pode ser

entendida neste contexto como colocar o poço em um estado íntegro novamente.

A disponibilidade é a capacidade de um item estar em condições de desempenhar uma

função requerida, sob determinadas condições, num dado instante ou durante um

determinado intervalo de tempo, considerando que os recursos externos necessários

estejam fornecidos (ISO 14224, 2016). Em sistemas de segurança é utilizar o conceito de

indisponibilidade de segurança (SU – Safety Unavailability) que é a probabilidade de o

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sistema de segurança não estar apto a executar sua função quando necessário. A medida

da indisponibilidade do sistema de barreiras do poço será a medida da probabilidade

esperada de vazamento de fluidos do poço.

MODOS DE FALHA

Modo de falha é o termo utilizado para se referir à maneira pela qual as falhas ocorrem

(ISO 14224, 2016). Os modos de falhas de um determinado componente ou equipamento

podem ser levantados utilizando a metodologia FMECA (Failure Modes, Effects and

Criticality Analysis – Análise de Modos, Efeitos e Criticidade de Falhas). Trata-se de um

método estruturado para identificar os potenciais modos de falha, causas, efeitos e

criticidades no desempenho de um sistema.

O resultado de um FMEA é uma tabela com os modos de falhas e sua criticidade (ISO

31010, 2009) que pode ser útil na modelagem da confiabilidade de sistemas complexos,

como o poço de petróleo. Outro resultado importante é a indicação de medidas para

diminuição da ocorrência de falhas ou consequências.

Figura 18 - Distribuição de Falhas por Modo de Falha para a DHSV. Fonte: WELLMASTER, 2009.

A Figura 18 mostra, por exemplo, a distribuição de falhas por modo de falha da DHSV

segundo o banco de dados de confiabilidade WellMaster (2009). Os modos de falhas

seguem as diretrizes de nomenclatura da ISO 14224 (2016). Algumas destas falhas, como

a falha no fechamento ou vazamento na posição fechada, podem favorecer o vazamento

e, portanto, são consideradas falhas de integridade. Outras falhas, como o fechamento

espúrio, levam a uma parada de produção, gerando prejuízo econômico. Do ponto de vista

de integridade estas são falhas seguras. Conforme a Figura 19, nota-se que as falhas

associadas à íntegridade são as mais relevantes.

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34

Figura 19 – Distribuição das Falhas da DHSV em função dos efeitos no Sistema Poço. Referência: WELLMASTER,

2009.

É importante separar os tipos de falhas de um sistema ou componente deste sistema em

categorias de acordo com a severidade e o tipo de tratamento que será dada a cada um.

Com referência na IEC 61508-4 (1997) e na ISO 14224 (2016), pode-se classificar as

falhas em:

Falha crítica: Falha de um componente ou do próprio sistema que causa a

interrupção imediata da capacidade de desempenhar a sua função. Exemplo: Para

o poço de petróleo, uma falha crítica seria aquela que causa a perda de integridade,

ou seja, a capacidade do poço de exercer a sua função de contenção de fluidos

para o meio ambiente.

Falha degradada: Falha de um componente ou do próprio sistema que não

interrompe sua capacidade de exercer sua função fundamental, mas compromete

uma ou mais funções.

Falhas de causa comum: De acordo com NUREG/CR-5485 (1998) uma falha de

causa comum consiste na falha de componentes que seguem quatro critérios: (1)

dois ou mais componentes falham ou são degradados, incluindo falhas durante a

demanda, em teste ou deficiências que podem ter resultado na falha se um sinal

de demanda tenha sido recebido; (2) componentes falhando dentro de um período

de interesse; (3) componentes falhando devido a uma mesma causa ou mecanismo

de acoplamento compartilhado; e (4) a falha de um componente ocorre dentro da

fronteira estabelecida do componente.

Falha sob demanda: Falha que ocorre imediatamente quando um item é solicitado

a atuar. Ocorre em especial nos equipamentos de emergência em standby.

Falha evidente: Falha detectável pelo pessoal da operação no momento em que a

mesma ocorre. Pode também ser detectada através de sensores.

Falha oculta: É aquela que não é evidente ou observável pelo pessoal de operação

e manutenção. Esta falha só é percebida quando a função é demandada ou testada.

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Falha segura: É a relacionada a um item que desempenha um papel importante na

segurança de um sistema que, quando ocorre, coloca o sistema em segurança,

como o fechamento espúrio de uma válvula de segurança.

Falha perigosa: Falha que quando ocorre inibe o item que desempenha um papel

importante na segurança de executar a sua função de segurança. Desta forma, a

falha perigosa leva o sistema à falha ou o deixa mais susceptível a falha.

PARÂMETROS DE CONFIABILIDADE

A partir da definição de confiabilidade, pode-se representá-la matematicamente como:

𝑅(𝑡) = Pr(𝑇 > 𝑡)

(1)

onde T é a variável aleatória que denota o tempo até falha e t é a variável tempo na qual

a função está sendo avaliada. De forma resumida, a confiabilidade pode ser definida como

a probabilidade de que o tempo de falha do item seja maior que o tempo t. Trata-se de

uma função continua decrescente, iniciando em 1, R (0) = 100%, e tendendo

assintoticamente a zero. A função confiabilidade é uma importante medida, porém, outras

medidas de confiabilidade são importantes. Com base em Rausand e Høyland (2004):

Função densidade de falha [pdf ou f(t)]: relação entre o número de falhas que

ocorrem em um item e o total de unidade de medida de vida (ciclos, tempo,

distância) nos quais as falhas ocorreram, assumindo que os itens estavam

funcionando no início do período.

Função probabilidade acumulada de falha: corresponde à probabilidade de que

um componente falhe até um determinado tempo. É o complemento da função

confiabilidade.

𝐹(𝑡) = ∫ 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡

(2)

𝑅(𝑡) = 1 − 𝐹(𝑡)

(3)

Taxa de falha: relação entre o número de falhas que ocorrem em um item e o total

de unidade de medida de vida (ciclos, tempo, distância) nos quais as falhas

ocorreram, assumindo que os itens estavam funcionando no início do período.

ℎ(𝑡) =

Pr(𝑡 < 𝑇 ≤ 𝑡 + ∆𝑡|𝑇 > 𝑡)

∆𝑡=

𝑓(𝑡)

𝑅(𝑡)

(4)

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36

A taxa de falha pode variar com o tempo e seu comportamento geralmente é

dividido em três grupos: taxa (i) decrescente, (ii) constante, e (iii) crescente. A

taxa decrescente ocorre num período inicial chamado de mortalidade infantil e é

caracterizado por defeitos de fabricação e montagem. O período que se sucede a

este é o período de vida útil, caracterizado por taxa de falha constante. O período

final é o envelhecimento, nos quais ocorrem corrosão, fadiga, desgaste, entre

outros, levando a uma taxa de falha crescente. Os três comportamentos descrito

formam a chamada “curva da banheira”, como pode ser visto na Figura 20.

Figura 20 – Curva da Banheira. Fonte: Próprio Autor.

Neste trabalho serão consideradas taxas de falhas constantes, representada por λ.

A função distribuição de probabilidade para este caso é a exponencial:

𝑓(𝑡) = 𝜆𝑒−𝜆𝑡

(5)

𝑅(𝑡) = 𝑒−𝜆𝑡

(6)

Taxa de reparo: parâmetro de confiabilidade que permite a avaliação da

probabilidade de que o item seja reparado dentro de certo período depois de sua

falha, sendo a relação entre o número de reparos que ocorreram em um item pelo

tempo total gasto para estes reparos. É um conceito semelhante ao da taxa de falha.

MTBF (Mean Time Between Failures): Para um item reparável é o tempo médio

entre falhas. MTTF (Mean Time to Failure): Para itens não reparáveis é o tempo

médio até a primeira falha:

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37

𝑀𝑇𝑇𝐹 (𝑜𝑢 𝑀𝑇𝐵𝐹) = ∫ 𝑡 ∗ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡

+∞

0

= ∫ 𝑅(𝑡)𝑑𝑡+∞

0

(7)

Para o caso específico da taxa de falha constante (distribuição exponencial), o

MTTF pode ser simplesmente calculado como o inverso da taxa de falha (λ):

𝑀𝑇𝑇𝐹 =

1

𝜆

(8)

MTTR (Mean Time to Repair): O tempo médio para o reparo é um indicador

importante para avaliar o desempenho de manutenção. Uma forma simples de se

calcular o MTTR é através da razão entre o período de tempo analisado e número

de reparos:

𝑀𝑇𝑇𝑅 =

∑ 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑜𝑠

𝑛º 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠

(9)

O MTTR pode ser usado para se avaliar quanto tempo em média um sistema fica

parado, neste caso é importante considerar todos os tempos relacionados a

manutenção no somatório de tempos. Este assunto será abordado mais adiante

para o caso de workover em poços.

2.4.2 CONFIABILIDADE DE SISTEMAS COMPLEXOS

Segundo Bouças (2017), as metodologias de cálculo de sistemas podem ser classificadas

como métodos combinatórios (por exemplo: diagrama de blocos de confiabilidade,

árvores de falha), processos estocásticos (por exemplo: cadeia de Markov), e as

simulações (por exemplo: Monte Carlo). Os métodos combinatórios são fáceis de

construir e compreender, têm uma representação gráfica da lógica funcional do sistema,

isto é, como os componentes do sistema estão conectados e como eles se comportam,

podem fornecer soluções analíticas para qualquer distribuição, e o comportamento do

sistema é representado pelo comportamento de seus componentes (OLIVEIRA, 2016).

Nesta seção serão exploradas algumas das metodologias para o cálculo da confiabilidade

de sistemas. Rouvroye e Van Den Bliek (2002) mostram, através de uma comparação

entre diferentes técnicas quantitativas para análise de segurança de sistemas, que a análise

markoviana cobre a maioria dos aspectos necessários para a avaliação de segurança. Os

autores apresentam uma relação de poder de modelagem e complexidade de análise entre

as diferentes técnicas, conforme Figura 21, onde pode ser vista a vantagem da Cadeia de

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Markov. Colombo et al. (2017) apresentaram uma comparação entre as técnicas de

diagrama de bloco de confiabilidade, análise de árvore de falhas e cadeia de Markov para

a determinação da probabilidade de falha de integridade em poços submarinos.

Figura 21- Relação de poder de modelagem e complexidade de análise para técnicas de análise

quantitativa. Fonte: COLOMBO et. al., 2017.

Ainda em Rouvroye e Van Den Bliek (2002), os autores chamam a atenção sobre aspectos

não cobertos pela análise markoviana, como analises de incerteza e sensibilidade. Nesta

dissertação foi escolhida a análise markoviana como técnica para modelar a segurança de

um poço. A razão desta escolha se deve muito ao maior poder de modelagem e

complexidade da análise.

Os efeitos práticos desta escolha vão ser explorados adiante, mas pode-se adiantar:

capacidade de modelar diversos estados degradados do poço, capacidade de criar relações

condicionais (ex. taxas de falha que dependem do estado em que se encontra o poço),

modelagem do processo de reparo e avaliação da disponibilidade do poço. Para superar

os aspectos não cobertos pela técnica, conforme apontado pelos autores, foi

implementada, em conjunto com a cadeia de Markov, uma simulação de Monte Carlo

para análise de sensibilidade e incertezas.

2.4.2.1 ANÁLISE POR DIAGRAMA DE BLOCOS DE CONFIABILIDADE

As características e as relações entre os diferentes componentes de um sistema

influenciam a confiabilidade e a segurança deste sistema. Antes de se avaliar a

confiabilidade de um sistema ou determinar ações de melhoria no mesmo, deve-se avaliar

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39

profundamente o papel de cada componente no todo e como seu funcionamento impacta

as funções do sistema. Uma forma gráfica de representar a conexão lógica dos

componentes de um sistema é através do diagrama de blocos de confiabilidade ou RBD

(RBD – Reliability Block Diagram) (MODARRES, 1999).

Segundo a IEC 61078 (2016), os diagramas de bloco de confiabilidade são estruturas

orientadas ao sucesso e refletem não apenas a organização física do sistema, mas também

o cenário em que o sistema opera e a política de operação do mesmo. Colombo et al.

(2017) e Haaland (2017) apresentaram como a confiabilidade do poço, através dos

conjuntos solidários de barreiras, pode ser calculado utilizando o método RBD.

Um exemplo para ilustrar o conceito acima está representado na Figura 22.

Figura 22 – Exemplo de sistema de bombas para controle de nível de caixa d’água. Fonte: Próprio Autor

As bombas da Figura 22 estão fisicamente ligadas em paralelo, na medida que ambas

sozinhas são capazes de bombear água para dentro da caixa. Porém, a lógica de

confiabilidade entre elas depende do cenário e política de operação. Supõem-se dois

casos:

a) Para a função do sistema que é manter o nível da caixa d’água controlado, cada

uma das bombas tem capacidade de vazão individual suficiente para manter o

nível. Neste caso, se uma das bombas falhar, a outra pode continuar operando,

mantendo o sistema em funcionamento. Diz-se, neste caso, que as bombas

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40

formam uma configuração paralela de confiabilidade, ou seja, são redundantes,

conforme o RBD da Figura 23.

Figura 23 - RBD de duas bombas em configuração paralela. Fonte: Próprio Autor.

b) Já no caso em que, para manter a funcionalidade do sistema, são necessárias

ambas as bombas em funcionamento, porque cada uma consegue fornecer apenas

50% da vazão, elas estão numa configuração em série. A Figura 24 ilustra a

situação em que se qualquer uma das duas bombas falhar, o sistema falha.

Figura 24 - RBD de duas bombas em configuração série. Fonte: Próprio Autor.

Além das configurações série e paralelo, outras configurações mais complexas podem ser

utilizadas. Para ilustrar como o cálculo da confiabilidade é realizado através do RBD

consideremos que para um período de 1 mês cada uma das bombas idênticas acima tem

uma confiabilidade R (1 mês) = 80%.

No caso da configuração paralela (EBELING, 1997), para ocorrer a falha do sistema é

necessário que ambas as bombas falhem, ou seja:

(1 − 𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 ) = (1 − 𝑅𝐴) ∗ (1 − 𝑅𝐵) (10)

Logo,

𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 − 𝑅𝐴 ∗ 𝑅𝐵 𝑜𝑢 𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 1 − ∏(1 − 𝑅𝑖)

𝑛

𝑖=1

(11)

No caso apresentado a confiabilidade do sistema para 1 mês de operação seria 96%. Nota-

se que a colocação de duas bombas em redundância aumentou a confiabilidade do sistema

de 80% para 96%.

No caso da configuração série (EBELING, 1997), para o correto funcionamento é

necessário que ambas as bombas estejam funcionando, ou seja:

𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑅𝐴 ∗ 𝑅𝐵 (12)

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41

No caso apresentado a confiabilidade do sistema para 1 mês de operação seria 64%. Nota-

se que a colocação de duas bombas em série reduziu a confiabilidade do sistema. Na seção

3.4 será mostrado como o RBD pode ser uma ferramenta útil para entender o princípio

dos Conjuntos Solidários de Barreira dos poços.

2.4.2.2 ANÁLISE POR ÁRVORE DE FALHAS

A Análise por Árvore de Falhas (FTA – Fault Tree Analysis) tem sido largamente

utilizada em modelagem de segurança de sistemas complexos (IEC 61025, 2006). Trata-

se de uma técnica dedutiva estruturada e cujo resultado representa graficamente a

associação de portões lógicos para identificar possíveis combinações de eventos que

levam ao evento principal indesejado, conhecido como evento topo (ISO 31010, 2009).

Permite também, quantitativamente, determinar a probabilidade de ocorrência do evento

topo conhecendo-se as probabilidades dos eventos básicos. Tais eventos básicos podem

ser, por exemplo, a falha de um equipamento ou algum outro evento de natureza externa.

O evento topo de uma árvore de falha geralmente é o evento de interesse no estudo, no

caso de avaliação de risco é algum evento catastrófico, como o blowout. É um evento que,

caso ocorra, gera consequências de grande magnitude impactando pessoas, instalações,

meio ambiente e até mesmo a imagem da empresa.

Partindo do evento topo, avalia-se quais as possíveis causas deste evento. Estas causas

serão eventos intermediários na árvore de falha. Para cada um dos eventos intermediários,

pode-se avaliar suas causas. O processo segue até que se chegue nos eventos básicos, que

não requerem nenhum desenvolvimento adicional.

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42

Figura 25 - Principais Símbolos Utilizados em Análises por Árvores de Falhas. Fonte: FONSECA, 2012

A conexão estabelecida entre os eventos causadores e o evento acima deste é realizada

através de portas lógicas do tipo “ou”/”e”, usando a simbologia apresentada na Figura 25.

Quando todas as causas devem ocorrer para que o evento superior se concretize, trata-se

do uso da porta “e”. Quando qualquer uma das causas pode levar ao evento superior,

deve-se utilizar a porta “ou”. Alguns eventos podem não ser desenvolvidos, ou seja,

apesar de não ser um evento básico, por alguma razão o elaborador da AF optou por não

avançar na análise. Isto geralmente ocorre por se julgarem irrelevantes as consequências

deste evento ou por falta de informação.

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43

Figura 26 – Exemplo explicativo de uma Análise por Árvore de Falha. Fonte: IEC-61025,1990.

A Figura 26 mostra um exemplo de árvore de falha. Para se analisar a probabilidade do

efeito topo é importante definir os cortes mínimos da árvore. Quando se trata de FTA,

cortes são combinações de eventos que levam à ocorrência do evento topo. Se um

determinado corte não possuir nenhum subconjunto de eventos que sejam também cortes,

diz-se que este é um corte mínimo.

Quando utilizada qualitativamente, a árvore de falha permite identificar os potenciais

causadores de falhas do sistema. Uma avaliação dos cortes mínimos permite identificar o

grau de redundância do sistema. Por exemplo, se houver algum corte mínimo com apenas

1 evento, então o sistema não possuirá redundância.

De acordo com Rausand et. al. (2011), a FTA foi introduzida pela primeira vez em 1962

nos laboratórios da Bell Telephone para avaliação de segurança do sistema de controle de

lançamento de mísseis. Nas últimas décadas, a FTA passou a ser uma metodologia

amplamente utilizada em análise de risco, não somente na indústria nuclear, mas também

na indústria química e de óleo e gás. Por exemplo, Holand e Rausand (1987) estimaram

a disponibilidade de um sistema BOP utilizando uma FTA.

Vários autores utilizaram árvores de falhas para avaliar a probabilidade de vazamento em

poços de petróleo, como Corneliussen (2006), Fonseca (2012), Alves (2012), Zanetti

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44

(2014). Recentemente, Zulqarnian e Tyargy (2015) realizaram um estudo onde a

frequência de blowout foi calculada através de uma FTA e o volume de óleo derramado

foi estimado utilizando um simulador multifásico.

2.4.2.3 SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO

Esta técnica foi proposta inicialmente por von Neumann no projeto de construção da

bomba atômica para avaliar o problema da difusão de nêutrons em certos materiais. Desde

então, o uso da técnica se generalizou para vários problemas que envolvem estimação de

probabilidades.

A simulação de Monte Carlo é um dos métodos mais versáteis que existem, pois se baseia

na inúmera repetição de eventos aleatórios seguida de uma análise estatística em cima

dos resultados gerados. Desta forma, o método é capaz de modelar sistemas altamente

complexos, porém, por ser um método de baseado em geração de histórias aleatórias para

o sistema, acaba tendo um custo computacional muito elevado. Quando se tratam de

eventos pouco frequentes, como são as falhas de equipamentos de poço e a ocorrência de

blowouts, o número de simulações necessárias para se obter resultados representativos é

ainda maior.

O método não apenas permite a estimação direta de confiabilidade e disponibilidade

(SCHLEDER et. al.,2005; VASQUEZ e WHITING, 2006; BOUÇAS, 2017), mas

também permite a propagação de incertezas nos dados de entrada e análise de

sensibilidade quando associado a outros métodos de análise quantitativa. É o caso

apresentado no presente trabalho, onde o método de Monte Carlo será utilizado em

conjunto com a análise markoviana da confiabilidade de poços. Esta combinação foi

chamada por Rouvroye e Van Den Bliek (2002) de técnica melhorada de análise

markoviana (Enhanced Markov Analysis Technique).

Desta forma, para tornar as análises de confiabiliadade e risco mais robustas será utilizado

o processo de propagação de incertezas utilizando uma simples abordagem por Monte

Carlo. As incertezas consideradas nesta análise são as incertezas nos parâmetros de

entrada no modelo markoviano, que são as taxas de falhas das barreiras de segurança.

O primeiro passo é determinar a distribuição de probabilidades das taxas de falha em

função do número de falhas registradas n e do tempo de operação acumulado Tn, que são

os valores geralmente disponibilizados nas fontes de dados encontradas. O processo para

o cálculo destas taxas e dos intervalos de confiança a partir dos dados disponibilizados

será apresentado em detalhes na Seção 3.2.

Em Epstein (1960) é proposto que dados os valores mencionados, o produto 2.Tn.λn segue

uma distribuição chi-quadrada com 2n graus de liberdade, onde λn =n/ Tn é a estimativa

da taxa de falha. Logo:

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45

2𝑥𝑇𝑛𝑥𝜆𝑛~𝜒2(2𝑛) (13)

Uma vez determinada a distribuição de probabilidades para o parâmetro, é possível

simular as incertezas utilizando a distribuição acumulada inversa (cdf-1) no procedimento

de Monte Carlo, que pode sem encontrado em Zio (2013). Uma amostra de m valores é

gerada para avaliar a incerteza, onde m é o número de rodadas da simulação de Monte

Carlo. Em cada simulação, o cálculo da taxa de falha para cada modo de falha ocorre

utilizando-se a distribuição acumulada inversa avaliada em um número aleatório x que

varia de 0 a 1. Portanto, para o i-ésimo modo de falha, que corresponde a i-ésima taxa de

falha como função de ni falhas registradas em um tempo acumulado de operação, Tni:

𝜆𝑖 = 𝐹𝜒2(2𝑛𝑖)−1 (𝜂)/(2. 𝑇𝑛) (14)

Onde 𝐹𝜒2(2𝑛𝑖)−1 (𝜂) é a distribuição acumulada inversa para uma variável aleatória seguindo

uma distribuição 𝜒2(2𝑛𝑖).

Após gerar todas as taxas de falhas aleatórias, a matriz de transição da cadeia de Markov,

conforme a Seção 2.4.3, é construída. Então, os resultados são calculados a partir desta

matriz de transição. O parâmetro de interesse, que pode ser a probabilidade de blowout,

o MTTF até o vazamento, ou qualquer outra, é armazenada em um vetor de m posições.

Ao final pode-se avaliar a distribuição dos resultados a partir dos m valores obtidos, um

em cada rodada da simulação de Monte Carlo.

2.4.3 SISTEMAS REPARÁVEIS - CADEIA DE MARKOV

O objetivo do estudo da confiabilidade de sistemas reparáveis é obter diversas

informações como a: (i) disponibilidade do sistema, (ii) o número médio de falhas durante

um determinado período de tempo, (iii) o tempo médio da primeira falha do sistema, entre

outros (RAUSAND e HØILAND, 2004).

As técnicas RBD e FTA pertencem aos modelos booleanos. Embora estas técnicas sejam

adequadas em prover um claro entendimento, as mesmas são limitadas a sistemas que se

encontram em dois estados (funcionando ou falho), além de serem estáticos (ISO TR

14489, 2013).

Para trabalhar com sistemas reparáveis, uma outra possibilidade, pode ser utilizando

processos estocásticos {X (t), t ϵ Θ} onde Θ é o conjunto de índices. No caso de Θ ser

enumerável, diz-se que o processo estocástico é discreto, e no caso de Θ ser contínuo,

diz-se que o processo é estocástico contínuo. Dentre estes processos estocásticos,

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46

encontram-se os modelos markovianos, que são modelos dinâmicos capazes de modelar

eventos dependentes de uma sequência ou do tempo (ISO TR 14489, 2013).

ANÁLISE MARKOVIANA

A utilização de cadeias de Markov para a modelagem de confiabilidade de sistemas tem

sido comum na literatura. Problema semelhante ao estudado nesta dissertação foi

estudado por Aguiar et. al. (2010), porém, ao invés do vazamento de hidrocarbonetos em

poços de petróleo, os autores estudaram o vazamento para a superfície no descarte de

material radioativo.

Ainda na área nuclear, Oliveira et. al. (2005) analisaram a indisponibilidade de um

sistema de segurança sujeito ao envelhecimento utilizando variáveis suplementares

considerando reparos imperfeitos. De Pinho et. al. (1999) modelaram a disponibilidade

de componentes sujeitos a falhas precoces utilizando variáveis suplementares.

Observando estes trabalhos fica clara a primeira vantagem da abordagem markoviana em

relação ao RBD ou FTA, que é a possibilidade de considerar taxas de falhas variáveis por

meio do uso de variáveis suplementares. Uma vez que a indústria disponibilize dados de

falha suficientes para calcular a taxa de falha variando ao longo do tempo, seria possível

adaptar o modelo para considerar tais variações. Outra vantagem é a possibilidade de se

considerar taxas de reparos.

Shakuntla et. al. (2011) analisam a confiabilidade e a disponibilidade de uma planta

industrial de fabricação de tubos poliméricos utilizando modelos markovianos e as

equações de Chapman-Kolmogorov. O interessante deste trabalho é que os autores

consideram não apenas os estados bons e falhos, mas também um estado reduzido ou

degradado. Além disso, os autores realizam uma análise de sensibilidade da

disponibilidade total do sistema em relação às taxas de reparo e de falha dos componentes.

A presença de estados degradados permite planejar com eficiência manutenções

preventivas. A probabilidade do sistema poço se encontrar em um destes estados permite

estimar a demanda de embarcações para intervir nos poços com integridade degradada e

reparar as barreiras falhas.

Cadeias de Markov de tempo contínuo

Na seção anterior, foi analisado o problema de falha e reparo considerando dois estados

para o sistema: funcionando e falho. Pode-se, no entanto, considerar diversos outros

estados para um sistema reparável, com diferentes níveis de degradação. Pode-se, então,

considerar o problema de encontrar a probabilidade do sistema se encontrar em cada um

destes estados ao longo do tempo.

Este tipo de abordagem pode ser implantado utilizando um processo estocástico

particular, conhecido como Cadeia de Markov. Uma hipótese a ser considerada para a

utilização das cadeias de Markov é que o conhecimento do estado atual do processo é

suficiente para caracterizá-lo, não acrescentando em nada o conhecimento sobre estados

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passados. Matematicamente, significa dizer que se o processo de Markov se encontra no

estado i num determinado instante s, a probabilidade de o processo caminhar para o estado

j passado um tempo t não depende dos estados passados X (u), onde u é o tempo anterior

a s.

Pr[𝑋(𝑡 + 𝑠) = 𝑗|𝑋(𝑠) = 𝑖, 𝑋(𝑢) = 𝑥(𝑢), 0 ≤ 𝑢 < 𝑠]= Pr [𝑋(𝑡 + 𝑠) = 𝑗|𝑋(𝑠) = 𝑖)]

(15)

Esta propriedade é muitas vezes referida como ausência de memória (RAUSAND e

HØILAND, 2004). Embora na prática, esta hipótese não seja 100% atendida, pode-se

considerá-la uma boa aproximação para a modelagem de diversos sistemas na engenharia.

De forma resumida, os modelos markovianos são um tipo especial de modelo para

predição de confiabilidade cujo comportamento futuro é determinado pelo estado

presente (SRINIVASAN, 2004). O autor destaca ainda que, em contraste com os modelos

combinatórios, estes modelos têm a capacidade de capturar características importantes

dos sistemas tolerantes a falha.

O fato de se poder determinar a probabilidade do sistema se encontrar em um determinado

estado num determinado instante t é muito útil no gerenciamento de integridade de um

poço, pois permite:

(i) Calcular a probabilidade de o poço perder a sua integridade e, portanto, a

probabilidade de ocorrência de um blowout;

(ii) Calcular por quais caminhos e através de quais elementos o poço irá vazar e

permitir avaliar as vazões esperadas do vazamento;

(iii)Calcular a probabilidade de o poço estar em determinados estados degradados

e, portanto, a necessidade de manutenção do tipo light workover (LWO) e do

tipo heavy workover (HWO), bem como a necessidade esperada de

componentes no estoque para troca;

(iv) A proporção média do tempo que o poço passa em cada estado ajuda a

determinar as condições esperadas de carregamento de cada barreira de

segurança

(v) Calcular a disponibilidade média do poço no tempo e, portanto, o tempo

realmente produtivo do poço.

No caso das cadeias de Markov, ao invés de um espaço de estado bidimensional

(funcionando, falho), teremos um espaço de estados com N dimensões, sendo que cada

estado possível representará uma real condição do sistema, no caso deste trabalho, um

poço de petróleo em produção. O objetivo então será calcular a probabilidade do sistema

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se encontrar em cada um dos seus estados ao longo do tempo. Isto poderá ser realizado

em função das Equações de Kolmogorov como será detalhado adiante.

Supondo o sistema com n estados, deseja-se calcular o vetor P (t) = [P0(t), P1(t), ..., PN(t)]

onde Pi (t) é a probabilidade do processo de Markov estar no estado i no instante t. Estas

probabilidades serão determinadas a partir do estado inicial do sistema, P(0), e das

probabilidades ou taxas de transição entre os estados. Neste sentido uma outra hipótese

deverá ser assumida (RAUSAND e HØILAND, 2004):

Pr(𝑋(𝑡 + 𝑠) = 𝑗|𝑋(𝑠) = 𝑖) = Pr (𝑋(𝑡) = 𝑗|𝑋(0) = 𝑖) (16)

Isto significa, na prática, que a probabilidade de transição do estado i para o estado j

depende apenas do intervalo de tempo disponível e não do tempo global do processo. Este

processo é dito possuir probabilidades estacionárias de transição ou ser um processo

homogêneo. Na aplicação que será desenvolvida, consideram-se taxas de falhas

constantes para os modos de falhas dos componentes, o que se enquadra no processo

homogêneo, porém, caso se deseje investigar futuramente o efeito do envelhecimento dos

componentes na confiabilidade do poço, será necessário utilizar processos não-

homogêneos.

Para uma cadeia de Markov de tempo contínuo com um espaço de estados ξ = {1, 2, ...,

N} a probabilidade de transição do estado i para o estado j pode ser escrita como

(RAUSAND e HØILAND, 2004):

Pr𝑖𝑗(𝑡) = Pr (𝑋(𝑡) = 𝑗|𝑋(0) = 𝑖) , 𝑖, 𝑗 𝜖 𝜉 (17)

Sendo:

0 ≤ Pr𝑖𝑗(𝑡) ≤ 1 para todo t ≥ 0 e i, j ϵ £

Além disso, se o processo está no estado i em um determinado instante, ele permanecerá

no mesmo estado ou sofrerá uma transição para qualquer outro estado no instante t. Então:

∑ 𝑃𝑟𝑖𝑗(𝑡)

𝑁

𝑗=0

= 1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑖 ∈ 𝜉

(18)

Estas probabilidades podem ser arranjadas de forma conveniente em uma matriz quadrada

N x N. Desta forma, tem-se a matriz de probabilidade de transição da Cadeia de Markov:

Pr(𝑡) = [𝑃𝑟𝑖𝑗(𝑡)]𝑁 𝑥 𝑁′

𝑖 , 𝑗 ∈ 𝜉 (19)

No caso de tempo contínuo, ao invés de se utilizar as probabilidades de transição, estamos

interessados em utilizar as taxas de transição, isto é, o número de ocorrências por unidade

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de tempo. A taxa de transição de um estado i para um estado j, denotada por αij pode ser

definida como:

𝑎𝑖𝑗 = 𝛼𝑖 ∗ 𝑃𝑖𝑗 (20)

onde αi denota a taxa com que o processo deixa o estado i para um estado diferente

(RAUSAND e HØILAND, 2004). Pode-se demonstrar, a partir das propriedades de

Markov, que αi segue uma distribuição exponencial (ROSS, 1996).

Da mesma forma que as probabilidades de transição, é possível rearranjar as taxas de

transição em uma matriz, chamada de matriz de taxa de transição:

𝐴 = [𝑎𝑖𝑗]𝑁 𝑥 𝑁′

𝑖 , 𝑗 ∈ 𝜉 (21)

onde 𝑎𝑖𝑖 pode ser calculado segundo Rausand e Høiland (2004):

𝑎𝑖𝑖 = −𝛼𝑖 = − ∑ 𝑎𝑖𝑗

𝑁

𝑗=0𝑗≠𝑖

(22)

Equações Diferenciais de Kolmogorov

Segundo Rausand & Hoiland (2004), a equação de Kolmogorov para a Cadeia de Markov

pode ser escrita na forma matricial como:

�̇�(𝑡) = 𝑷(𝑡) ∙ 𝐴 (23)

onde P(t) = [P1(t), P2(t), ..., PN(t)] é o vetor de probabilidade do processo estar em cada

estado de £ no instante t.

A solução da equação diferencia acima juntamente com as condições de contorno e as

condições iniciais permitem a determinação do vetor P(t). Fica claro que:

∑ 𝑃𝑗(𝑡)

𝑁

𝑗=0

= 1

(24)

P(0) é o vetor que representa o estado inicial do sistema. Se neste instante o estado do

sistema for conhecido e for o estado i, a condição inicial pode ser representada por:

Pr𝑖(0) = Pr (𝑋(0) = 𝑖) = 1 (25)

Pr𝑗(0) = Pr (𝑋(0) = 𝑗) = 0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑗 ≠ 𝑖 (26)

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Neste trabalho, o vetor P representa a probabilidade de o poço de petróleo estar em cada

um dos seus possíveis estados ao longo do tempo.

Aplicação das Cadeias de Markov de Tempo Contínuo a problemas de confiabilidade

O processo estocástico descrito anteriormente e equação diferencial de Kolmogorov

podem ser utilizadas em problemas práticos de estudo de confiabilidade e disponibilidade

de sistemas que podem se encontrar em diversos estados discretos ao longo do tempo.

Para ilustrar este tipo de aplicação e resultados obtidos serão analisados alguns casos a

seguir (adaptado de RAMAKUMAR, 1993):

1. Um componente reparável

Neste exemplo, considera-se um único componente que pode existir em dois

estados, falho e funcionando, e as taxas de transição entre tais estados são

constantes e conhecidas. Considera-se ainda que a taxa de transição do estado

funcionando para o estado falho é chamada de taxa de falha (λ) e a taxa de

transição do estado falho para o estado funcionando é chamada de taxa de reparo

(μ). A Figura 27 mostra o diagrama de espaço de estados e as transições possíveis.

Figura 27- Diagrama de Espaço de Estados para um único componente com dois estados. Fonte: Próprio Autor

Como se trata de um caso de Cadeia de Markov de tempo contínuo, o primeiro

passo é calcular a matriz de taxas de transição conforme equação 27.

𝐴 = [𝑎𝑖𝑗]𝑁 𝑥 𝑁′

= [𝑎00 𝑎01

𝑎10 𝑎11] (27)

𝑎01 = 𝜆 (28)

𝑎10 = 𝜇 (29)

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onde 0 é o estado funcionando e 1 é o estado falho. Para calcular o valor de 𝑎00 e

𝑎11 utiliza-se a equação 20, que para dois estados fica reduzida a

𝑎𝑖𝑖 = − ∑ 𝑎𝑖𝑗

𝑁

𝑗=0𝑗≠𝑖

= − 𝑎𝑖𝑗 (30)

𝑎00 = − 𝑎01 = −𝜆 (31)

𝑎11 = − 𝑎10 = −𝜇 (32)

sendo assim, a matriz A fica

𝐴 = [

−𝜆 𝜆𝜇 −𝜇

] (33)

O segundo passo é aplicar a equação diferencial de Kolmogorov

[�̇�0(𝑡) �̇�1(𝑡)] = [𝑃0(𝑡) 𝑃1(𝑡)] ∙ [

−𝜆 𝜆𝜇 −𝜇

] (34)

Onde P0(t) é a probabilidade do componente estar funcionando no instante t e P1(t)

é a probabilidade do componentes estar falho no instante t. Desta forma, pode-se

assumir como condição inicial o funcionamento do componente, assim:

𝑃0(0) = 1 (35)

𝑃1(0) = 0 (36)

Para este caso simples, a solução analítica da equação 36, partindo-se das

condições iniciais acima e com a condição de contorno, P0(t) + P1(t) =1, é

𝑃0(𝑡) =

𝜇

𝜇 + 𝜆+

𝜆

𝜇 + 𝜆𝑒−(𝜆+𝜇)𝑡

(37)

𝑃1(𝑡) =

𝜆

𝜇 + 𝜆−

𝜆

𝜇 + 𝜆𝑒−(𝜆+𝜇)𝑡

(38)

P0 (t) representa a probabilidade de o sistema estar em funcionamento no instante

t, e é conhecida na confiabilidade como função disponibilidade do componente.

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O contrário da disponibilidade, isto é, P1(t), é a chamado de indisponibilidade ou

downtime.

Para mostrar a solução no tempo desta equação, os gráficos abaixo foram gerados.

A Figura 28 mostra a evolução no tempo das probabilidades de o componente

encontrar-se nos estados funcionando e falho, para λ = μ = 1. Note que as soluções

da equação diferencial possuem dois termos, um independente do tempo e um

dependente do tempo. A parte independente do tempo é representada no gráfico

pela assíntota quando o tempo tende ao infinito. Quanto t → ∞, 𝑒−(𝜆+𝜇)𝑡 →0,

restando:

𝑃0 =

𝜇

𝜇 + 𝜆=

𝑀𝑇𝑇𝐹

𝑀𝑇𝑇𝐹 + 𝑀𝑇𝑇𝑅

(39)

𝑃1 =

𝜆

𝜇 + 𝜆=

𝑀𝑇𝑇𝑅

𝑀𝑇𝑇𝐹 + 𝑀𝑇𝑇𝑅

(40)

onde P0 e P1 são as probabilidades no regime permanente, MTTF=1/λ é o tempo

médio até a falha e MTTR=1/μ é o tempo médio até o reparo.

Note na Figura 28, que P0 = P1= 50% pois as taxas de reparo e de falha são iguais.

Figura 28 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo para μ = 1 e λ

= 1. Fonte: Próprio Autor

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53

A Figura 29 mostra o caso onde μ = 0, ou seja, o sistema é irreparável. Neste caso,

as equações se reduzem a

𝑃0(𝑡) = 𝑒−𝜆𝑡 (41)

𝑃1(𝑡) = 1 − 𝑒−𝜆𝑡 (42)

onde neste caso P0 (t) = R (t), ou seja, representa a função confiabilidade do

componente e P1 (t) = F (t), representa a função distribuição acumulada de falha.

Neste caso, não há solução de regime permanente e quando t → ∞ a confiabilidade

vai a 0 e a probabilidade de falha vai a 100%. Como será visto adiante, neste caso,

o estado 1 é chamado de absorvente, pois uma vez nele, não há mais transição

para nenhum outro estado.

Figura 29 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo para μ = 0 e

λ =1. Fonte: Próprio Autor

Por fim, a Figura 30 representa um caso mais próximo da realidade. Neste caso

o sistema opera em regime permanente com uma disponibilidade de 95% e para

isso a taxa de reparo deve ser 19 vezes maior que a taxa de falha.

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Figura 30 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo para μ = 0 e

λ = 19. Fonte: Próprio Autor

2. Dois ou mais componentes idênticos reparáveis

Apesar do exemplo simples, é possível modelar situações mais complexas como

componentes que podem se encontrar em três estados (funcionando, degradado,

falho), sistemas backups, manutenção preventiva, falha no chaveamento de

componentes em stand-by, etc.

Nos exemplos acima fica claro que para um sistema com r componentes onde

cada componente pode estar em apenas dois estados, funcionando ou falho, o

número de estados possíveis é:

𝑁 = 2𝑟 (43)

Cada estado do sistema é composto pela combinação do estado de todos os

componentes. Note que para um sistema com 10 componente o sistema já possui

1024 estados possíveis. Considerando que a matriz de transição é NxN, neste

caso a matriz teria 1.048.576 elementos.

Esta é a principal dificuldade de se modelar sistemas complexos com o uso de

cadeias de Markov. Para contornar tal dificuldade no sistema poço de petróleo,

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que possui mais de 20 barreiras de segurança, será proposta uma nova

abordagem do uso da cadeia de Markov, conforme a seção de Metodologia.

No exemplo com um componente e dois estados foram calculadas as probabilidades em

regime permanente, que independem do tempo. Nem todos os sistemas admitem este tipo

de solução. Isto ocorre devido à presença de estados absorventes. Um estado absorvente

é um estado que, uma vez que o sistema entre nele, não pode deixá-lo, a menos que o

sistema comece uma nova missão (RAUSAND e HØILAND, 2004).

O estado absorvente nas análises de confiabilidade representa um ponto de falha do

sistema que não pode ser reparado. A função que descreve a probabilidade de um destes

estados ser atingido é a função sobrevivência do sistema:

𝑅(𝑡) = ∑ 𝑃𝑗(𝑡)

𝑗∈ 𝐸𝐹

(44)

onde j é o índice dos estados e EF é o conjunto de estados não-absorventes, ou seja,

estados de funcionamento do sistema. Na abordagem matricial, segundo Ramakumar

(1993), para um estado com r estados absorventes e (n-r) estados não absorventes, é

possível rearranjar a matriz de transição para a seguinte forma:

(45)

Para cada estado absorvente haverá um 1 na diagonal e 0 em todos os outros elementos

da linha, pois a probabilidade do estado absorvente continuar nele mesmo é 100% e de ir

para qualquer outro estado é zero. Isso forma a parte superior da matriz P rearranjada. A

matriz Q gerada no rearranjo é chamada de matriz truncada associada a P. Esta matriz

será útil no cálculo do tempo médio até a absorção, ou seja, no tempo médio até a falha

do sistema.

Técnicas de Análise de Frequência e Duração dos Estados

Uma introdução didática a técnicas de frequência e duração podem ser encontradas em

Ramakumar (1993). Os objetivos destas técnicas são:

Encontrar as probabilidades dos estados ao longo do tempo;

Descobrir quanto tempo o sistema reside num determinado estado;

Quanto tempo é requerido para o sistema ir de um estado a outro;

Quanto tempo demora para o sistema completar um ciclo para vários estados;

Quanto tempo é necessário para o sistema ir para um estado absorvente

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Estes cálculos são muito importantes para o estudo da confiabilidade de sistemas

complexos. As probabilidades de o sistema estar em cada estado e o tempo que o sistema

reside em cada um são úteis na avaliação do MTTF do sistema, da curva de probabilidade

de falha. O número de transições que ocorrem entre os estados pode ser utilizado para

auxiliar na estimativa da demanda de recursos para realização de reparos.

Dada uma cadeia de Markov de tempo contínuo (CMTC) e um intervalo finito [0,T], é

de particular interesse avaliar o tempo de ocupação de cada estado, ou seja, a fração

esperada do tempo total gasto em um estado específico. Igualmente interessante é calcular

o número esperado de vezes que cada estado é visitado. Estes resultados são interessantes

pois fornecem vários indicadores de confiabilidade, como a disponibilidade ou

indisponibilidade do sistema e o número esperado de falhas por tipo.

O tempo de ocupação é dependente da condição inicial assumida. Seja mij (T) o tempo de

ocupação relativo ao estado j, dado que o sistema iniciou em i, durante o intervalo [0,T].

Este valor pode ser expresso como (KULKARNI, 1999):

𝑚𝑖,𝑗(𝑡) = ∫ 𝑃𝑖,𝑗(𝑡)𝑑𝑡

𝑇

0

(46)

onde Pi,j é a probabilidade de transição do estado i para o estado j. Seguindo o

procedimento apresentado por Kulkarni (1999) pode-se definir a matriz N x N, M (T) =

[mij], dada por:

𝑀(𝑇) =

1

𝛼∑ 𝑃(𝛼𝑇 > 𝑘)�̂�𝑘

𝑘=0

, 𝑇 ≥ 0 (47)

Onde:

𝛼 = max{𝛼𝑖} , 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑁

�̂� = [�̂�𝑖𝑗]𝑁×𝑁

, 𝑖, 𝑗 ∈ 𝜉

�̂�𝑖𝑗 = {1 −

𝛼𝑖

𝛼, se 𝑖 = 𝑗

𝑎𝑖𝑗

𝛼, se 𝑖 ≠ 𝑗

𝑃(𝛼𝑇 > 𝑘) = 1 − ∑ exp(−𝛼𝑇) (𝛼𝑇)𝑙/𝑙!𝑘

𝑙=0

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A expressão para M(T) depende da uniformização da CMTC, através da reescrita de

Pi,j(t) como:

𝑃𝑖,𝑗(𝑡) = ∑ exp(−𝛼𝑇) (𝛼𝑇)𝑘/𝑘! ∙ [�̂�𝑘]

𝑖,𝑗

𝑘=0

(48)

Como a equação acima depende de uma soma de infinitos termos, é necessário o uso de

um algoritmo para resolvê-la numericamente. Kulkarni (1999) propõe um algoritmo, que

foi utilizado neste trabalho para encontrar numericamente M(T) com uma precisão

desejada ϵ.

Uma vez que o tempo de ocupação para cada estado é calculado, é possível avaliar o

número esperado de transições partindo-se de um determinado estado. Para tal, considere-

se Ti o tempo de ocupação do i-ésimo estado. A probabilidade de k transições partirem de

um estado, num determinado tempo, segue uma distribuição de Poisson. Desta forma,

denotando-se por Xi a variável aleatória que representa o número de transições começando

do i-ésimo estado durante o tempo total T é:

𝑃(𝑋𝑖 = 𝑘) = exp(−𝛼𝑖𝑇𝑖) (𝛼𝑖𝑇𝑖)𝑘/𝑘! (49)

Finalmente, o número esperado de transições partindo-se do i-ésimo estado é igual a

E[Xi]. Como Xi segue uma distribuição de Poisson:

𝐸[𝑋𝑖] = 𝛼𝑖𝑇𝑖 (50)

Caso se deseje saber o número esperados de transição do i-ésimo estado para um estado

específico j, basta substituir na equação acima αi por αij.

Para o caso do cálculo do tempo médio até a absorção, ou do MTTF do sistema, pode-se

utilizar o procedimento computacional proposto por Ramakumar (1993). A partir da

matriz truncada Q pode-se obter a matriz fundamental FM:

𝐹𝑀 = [𝐼 − 𝑄]−1 = [𝜏𝑖𝑗], 𝑖, 𝑗 ∈ 𝜉 (51)

A matriz fundamental permite o cálculo do tempo de transição dos estados transientes até

os estados absorventes. Denotando este tempo como τi para o i-ésimo estado, tem-se que:

𝜏𝑖 = ∑ 𝜏𝑖𝑗

𝑗 ∈𝜉

(52)

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3. METODOLOGIA

Nesta seção será desenvolvida a metodologia a ser utilizada para a análise de

probabilidade de perda de integridade (falha ou vazamento) de um poço de petróleo na

sua fase produtiva. Segundo Schofield (1998) há vários tipos de premissas utilizadas em

uma análise quantitativa de risco, algumas relacionadas aos dados utilizados, outras

relacionados à definição do sistema ou perigos analisados e até em relação às condições

físicas existentes nestes cenários. Algumas premissas, muitas já comentadas em seções

anteriores, que serão adotadas neste trabalho são:

Para o sistema poço como um todo, considera-se que a falha é a perda de

integridade, ou seja, de capacidade de conter os fluidos da formação para o meio

ambiente. Esta é a falha crítica do poço.

Será considerada também, para o sistema poço, a falha degradada, na qual não

ocorre a perda de integridade, mas em que houve perdas de contenções internas,

comprometendo sua capacidade futura de conter os fluidos e tornando-o mais

susceptível a um vazamento.

Para os componentes do sistema poço será admitida apenas a falha crítica, ou seja,

aquela em que se perde por completo sua função. Não serão abordadas falhas

degradadas.

Serão consideradas apenas barreiras físicas (hardware) na análise, não sendo

consideradas barreiras humanas, organizacionais e nem procedimentais. Como o

objetivo é calcular a probabilidade de ocorrência de um blowout, serão deixadas

de lado também as barreiras de mitigação das consequências.

A barreira rocha não aparece no modelo pois considerou-se a mesma como

elemento que não falha a menos que ocorra um erro de projeto ou operacional. As

razões por trás desta consideração estão explicadas no Apêndice C.

Taxas de Falha e Taxas de Reparo são constantes.

O reparo leva o sistema ao estado totalmente íntegro no caso de HWO e no caso

de LWO o reparo restaura apenas uma cavidade comunicada através do reparo da

respectiva barreira falha. Isso ocorre pois nas operações de HWO há remoção ou

substituição da completação existente (RACHMAT et al, 1993) e no LWO onde

não há tal remoção ou substituição (KILE, 2012)

Falhas de causa comum não são consideradas.

Falhas causadas por fontes externas ao poço (ex. queda de objetos, mau tempo,

etc.) não são consideradas.

O primeiro passo no desenvolvimento da abordagem proposta é a modelagem do poço

utilizando um diagrama de caminho de vazamento, com cavidades e barreiras, o que é

apresentado na Seção 3.1. A Seção 3.1.1 modela a confiabilidade do poço através da

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transformação do diagrama de caminhos de vazamento em uma cadeia de Markov.

Posteriormente são apresentados os passos de coleta e tratamento dos dados de forma a

se obter as taxas de falhas utilizadas no modelo, o que é apresentado na Seção 3.2. A

Seção 3.3 apresenta as metodologias para análises de incertezas, sensibilidade e

importância.

3.1 MODELAGEM DO POÇO

Neste trabalho foi realizada uma modelagem simplificada de um poço de petróleo

submarino em produção focando nas barreiras de segurança, mostradas na Figura 31. A

partir do WBS são identificadas as cavidades internas do poço, mostradas na Figura 32.

Figura 31 - Esquema do Poço com seus Elementos.

Fonte: Próprio Autor

Figura 32 - Esquema do Poço com as Cavidades.

Fonte: Próprio Autor

Com estas informações, é construído o diagrama caminhos de vazamento, conforme a

Figura 33, com as caixas arredondadas e enumeradas representando as cavidades e os

retângulos os modos de falha das barreiras que levam a comunicação entre duas cavidades

adjacentes. Em cada retângulo encontram-se um ou mais modos de falhas que, se

ocorrerem, causam a perda de vedação entre as cavidades, ou seja, são modos de falha

em série do ponto de vista de confiabilidade.

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Figura 33 – Diagrama de Caminhos de Vazamento com Cavidades e Modos de Falhas comunicantes. Fonte: Próprio

Autor

A cavidade 1 representa o reservatório, a cavidade 13 representa o meio ambiente e as

demais representam cavidades internas do poço. A Erro! Fonte de referência não

ncontrada. detalha cada uma das cavidades.

Quadro 3– Detalhe de cada uma das cavidades do poço. Fonte: Próprio Autor.

Nº da

Cavidade Definição

1 Reservatório, anular abaixo do Packer, coluna de produção abaixo da

DHSV.

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2 Anular A. Anular entre a coluna de produção e o revestimento de produção,

acima do Packer, delimitado pela SCPS, TH e válvula AI1 da BAP.

3 Coluna de Produção entre a DHSV e a Válvula M1.

4 Cavidade interna da ANM delimitada pelas Válvulas M1, XO, S1 e W1.

5 Cavidade interna da BAP entre as Válvulas AI2 e AI1.

6 Cavidade entre a AI1 e a M2.

7 Cavidade entre o TH e a BAP, acima dos selos do TH.

8 Cavidade interna da ANM delimitada pelas Válvulas M2, XO, S2 e W2.

9 Cavidade interna da ANM entre S2 e a Capa da ANM.

10 Cavidade interna da ANM entre S1 e a Capa da ANM.

11 Linha de produção depois da W1.

12 Linha de intervenção depois da W2.

13 Meio-Ambiente.

Desta forma, com o CSB primário integro, é possível manter os fluidos do reservatório

contidos na cavidade 1, limitada pela DHSV, coluna de produção, packer, revestimento

de produção cimentado e a rocha capeadora. O CSB secundário funciona como backup

do CSB primário no caso de falha do mesmo e comunicação com as cavidades 2 e 3.

Note-se na Figura 34 que o conceito de CSB, embora amplamente utilizado nas boas

práticas, limita-se a observar apenas parte das barreiras deixando de avaliar a

comunicação com diversas outras cavidades.

Figura 34 – CSB primário e secundário vistos sobre o diagrama de caminhos de vazamento. Fonte: Próprio Autor

À medida que falhas vão ocorrendo, as cavidades vão sendo comunicadas e um caminho

de fluxo vai se formando para o fluido. Eventualmente, à medida que falhas vão se

combinando, o fluido pode vir a atingir o meio ambiente. Esta situação representa a falha

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do poço e, quando ocorre, há a possibilidade de vazamento de hidrocarbonetos para o

meio ambiente.

A comunicação entre uma cavidade e outra, chamada aqui de transição de cavidade,

ocorre quando um ou mais modos de falha das barreiras que isolam as respectivas

cavidades ocorrem. O Quadro 4 mostra as transições possíveis e quais modos de falha

causam estas transições. Por exemplo, a cavidade 1 e a cavidade 2a são separadas pelo

packer e coluna de produção, desta forma, caso qualquer um destes elementos venha a

falhar, haverá a comunicação, o que pode ser visto na primeira linha do Quadro 4.

Quadro 4– Modos de falhas que comunicam diferentes cavidades. Fonte: Próprio Autor

Cavidade de Origem

Cavidade de Chegada

Modos de Falha

1 2a PACKER – VCA, COP ABAIXO DA DHSV – VCA 1 2b GLV – VCA 1 3 DHSV – VPF ou FNF

2a ou 2b 3 COP ACIMA DA DHSV – VCA 2a ou 2b 5 AI2 – VPF, AI2 – FNF 2a ou 2b 6 SELO DO TH - VE 2a ou 2b 13 ANEL VX- VE, SCPS- VE, AI2- VE, REV. PROD. - VE

3 2a COP ACIMA DA DHSV – VCA 3 4 M1 – VPF, M1 – FNF 3 13 M1 – VE 4 8 XO – VPF, XO – FNF 4 10 S1 – VPF, S1 – FNF 4 11 W1 – VPF, W1 – FNF 4 13 M1 – VE, XO – VE, S1 – VE, W1 – VE, BLOCO DA

ANM – VE 5 6 AI1 – VPF, AI1 – FNF 5 13 AI1 – VE, AI2 – VE 6 7 SELO DO TH – VE 6 8 M2 – VPF, M2 – FNF 6 13 M2– VE 7 13 CONEXÃO ENTRE BAP E ANM – VE 8 4 XO – VPF, XO – FNF 8 9 S2 – VPF, S2 – FNF 8 12 W2 – VPF, W2 – FNF 8 13 M2 – VE, XO – VE, S2 – VE, W2 – VE, BLOCO DA

ANM – VE 9 13 CAPA DA ANM – VE

10 13 CAPA DA ANM – VE 11 13 LINHA DE PRODUÇÃO – VE 12 13 LINHA DE ANULAR – VE

Pode-se observar que a cavidade 2 foi subdividida em 2a e 2b. Embora fisicamente não

exista esta divisão, foi adotada neste trabalho como estratégia para segregar as falhas do

packer, coluna de produção e DHSV das falhas da válvula de gas lift. Embora todas estas

falhas levem a comunicação da cavidade 1 para a cavidade 2, o tratamento de correção

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das falhas é diferente. Enquanto as primeiras falhas levam a um HWO, a falha da válvula

de gas lift leva apenas a um LWO.

3.1.1 CONSTRUÇÃO DA CADEIA DE MARKOV PARA O PROBLEMA DE

INTEGRIDADE

Conforme descrito na Seção 2.3.4, a cadeia de Markov é capaz de modelar a

confiabilidade de sistemas que possuem diversos estados possíveis. A partir do exposto

sobre as cavidades é possível observar que o sistema poço possui um estado totalmente

integro, no qual não há nenhuma falha, estados degradados com algumas falhas e o estado

falho no qual ocorreu uma combinação suficiente de falhas que levaram à perda de

integridade, ou seja, comunicação com o meio ambiente. Sendo assim, pode-se modelar

os estados do poço através de uma cadeia de Markov.

Foi abordado também que os trabalhos encontrados na literatura que utilizam a

modelagem de confiabilidade de sistemas através de cadeias de Markov utilizam espaços

de estados que são resultantes da combinação de “falha” e “não falha” dos componentes

que compõe o sistema. Caso esta abordagem fosse adotada neste trabalho, o espaço de

estados se tornaria muito grande e, por consequência, a matriz de transição ficaria

impraticável.

Como pode ser observado na Figura 33, há 26 conjuntos de modos de falhas que separam

as cavidades e cada um destes conjuntos pode estar dando passagem ou não (falho ou

não). Neste sentido o número de estados possíveis, de acordo com a Equação 43, seria:

226 = 67.108.864

E a matriz de transição, teria 4,5 x 105 elementos, o que tornaria a modelagem

extremamente complexa e com altíssimo custo computacional.

Para contornar este problema, neste trabalho cada estado é modelado pela combinação da

situação de cada cavidade, comunicada ou não, e não pelos modos de falha. Para ilustrar

o que isto significa considerem-se os estados representados na Figura 35.

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Figura 35 – Tipos de Estados da Cadeia de Markov. Estado representando: a) Poço Integro; b) Poço Degradado; c)

Poço Falho; d) Estado Impossível. Fonte: Próprio Autor

O Estado do Poço Íntegro é representado pelo número binário 1000000000000, em que

apenas a cavidade 1, ou seja, o próprio reservatório, está em contato com hidrocarbonetos.

Observe que, neste estado, nenhuma das barreiras está falha.

Já o poço degrado pode ser visto em vários estados, sendo, no exemplo da Figura 35 b),

representado por 10011000100000, em que além da cavidade 1, outras cavidades também

estão em contato com hidrocarbonetos (comunicadas). A cavidade número 3 foi

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comunicada pela falha da DHSV, a cavidade 4 devido a falha na M1 e a cavidade 8 pela

falha na XO. O estado é degradado justamente devido à ocorrência de algumas falhas,

porém, observe-se que a cavidade 13 não está comunicada, isto é, não houve comunicação

com o meio ambiente ou vazamento. Este tipo de estado é importante pois é justamente

onde deve ocorrer a manutenção do poço para restaurar a integridade e impedir que falhas

adicionais levem a um vazamento. Todos os estados degradados possíveis podem ser

vistos no Apêndice F.

Os estados que representam o poço falho podem ser facilmente identificados pelo

algarismo 1 na 14º posição, que representa a cavidade do meio ambiente. O estado

representado na Figura 35 c), 11100110000001, mostra justamente um exemplo de falha

de integridade do poço. Observe que a 2º e 3º posição do número representam apenas a

cavidade 2 que foi dividida em 2a e 2b por questões de escopo de manutenção do poço.

Além desta cavidade, as cavidades 5 e 6 levam o caminho até o meio ambiente, cavidade

13. Na Figura 35, também podem ser vistas as falhas que levaram ao caminho de fluxo.

Para construir o espaço de estados, o primeiro passo foi determinar todas as combinações

possíveis dos estados de cada cavidade. O poço possui 14 cavidades assumindo a divisão

da cavidade 2 em 2a e 2b, logo são 214= 16.384 estados. Cada estado é, desta forma,

representado por um número binário de 14 posições, em que cada posição pode assumir

0, no caso de cavidade não comunicada, e 1, no caso de cavidade comunicada.

Nem todos os 16.384 estados são possíveis fisicamente de ocorrer, e na verdade, a maioria

destes estados são impossíveis. Os critérios para remoção dos estados impossíveis são: i)

0 na cavidade de número 1; e ii) caminhos impossíveis para os fluidos, saltando cavidades

não comunicadas.

O primeiro critério é obvio, já que o reservatório está sempre em contato com os

hidrocarbonetos, enquanto o segundo demanda a determinação do que são caminhos

impossíveis. Um exemplo de estado impossível é mostrado na Figura 35 d), onde haveria

hidrocarboneto na cavidade 9 sem ter passado pela cavidade 8. A determinação de

caminhos impossíveis é feita com auxílio do Quadro 4.

Após a remoção dos estados impossíveis, o espaço de estados final fica com 1.027

estados. Destes 1.027 estados, 1 representa o poço integro, 513 representam os estados

degradados e 513 representam os estados falhos. Para cada estado degradado existe uma

falha adicional que pode levar o poço a uma falha, por isso, o número igual de estados

degradados e falhos, sendo a única diferença a cavidade 13. A Tabela 1 resume o número

de estados por categoria.

Tabela 1 – Número de Estados por Categoria. Fonte: Próprio Autor

Categoria Número de

Estados

Íntegro 1 Degradado 513

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Falho (vazamento)

513

Total 1027

Para ilustrar o descrito no parágrafo anterior e também mostrar a dinâmica de transição

entre os estados, foi gerada a Figura 36. O estado 4 representa o estado em que além do

reservatório, a cavidade 3 também está comunicada devido a uma falha no fechamento

ou vazamento na posição fechada da DHSV. Este estado é um estado degradado, pois

houve falha de uma barreira do CSB primário, porém, o poço não está comunicado para

o meio ambiente devido à presença do CSB secundário, como pode ser visto pelo valor

“0” na cavidade 13 (meio ambiente). A diferença entre o estado 4 e o estado 15 é

exatamente a comunicação da cavidade 13 que ocorre devido ao vazamento externo da

válvula M1 da ANM.

Figura 36 – Exemplo de transição entre um estado degradado e um estado falho na CM. Fonte: Próprio Autor

Neste caso, note-se que não há retorno do estado 15 para o estado 4. O estado 15, por

representar um vazamento para o meio ambiente, foi considerado na modelagem como

absorvente. Uma vez atingido o vazamento, considera-se, neste trabalho, que entram em

cena as operações de controle de poço e o plano de resposta a emergência, a depender da

severidade do vazamento. A duração destas operações e a possibilidade ou não de

reutilizar este poço são uma grande incógnita e, por isso, não serão considerados neste

estudo.

Dentro de cada retângulo que separa as cavidades, encontram-se diversos modos de falha

que podem levar à comunicação das mesmas. Neste caso, se qualquer um dos modos de

falha ocorrer, ocorrerá a comunicação. Ou seja, devem-se somar as taxas de falha de cada

um dos modos de falha para se obter a taxa com que os estados são comunicados,

conforme Tabela 2. Os dados foram colocados como exemplificação e, na Seção 3.2,

serão detalhadas as fontes de dados utilizados no trabalho e o Anexo I contém a tabela

com os dados utilizados.

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Tabela 2 – Taxa de Falha Equivalente entre Cavidades. Fonte: Próprio Autor

Da

cavidade…

Para

cavidade…

Taxa de falha

equivalente (h-1)

1 2a 5,95 x 10-6

1 2b 3,77 x 10-7

1 3 4,04 x 10-6

2a or 2b 3 3,20 x 10-8

2a or 2b 5 9,00 x 10-8

2a or 2b 6 9,10 x 10-8

2a or 2b 13 7,62 x 10-7

3 2a 3,20 x 10-8

3 4 9,00 x 10-8

3 13 9,10 x 10-8

4 8 7,62 x 10-7

4 10 3,20 x 10-8

4 11 9,00 x 10-8

4 13 1,00 x 10-8

5 6 9,00 x 10-8

5 13 9,00 x 10-8

6 7 9,01 x 10-8

6 8 9,00 x 10-8

6 13 1,00 x 10-8

7 13 3,00 x 10-7

8 9 9,00 x 10-8

8 12 9,00 x 10-8

8 13 3,40 x 10-7

9 13 3,90 x 10-7

10 13 3,90 x 10-7

11 13 1,55 x 10-7

12 13 1,55 x 10-7

Para ilustrar a possibilidade de reparo, observe-se a Figura 37. A transição do estado 1

para o estado 4 se dá quando acontecem os modos de falha na DHSV que comunicam a

cavidade abaixo com a cavidade acima da mesma. O estado 1 é o estado íntegro e o 4 é

um estado degradado. Portanto, um reparo, neste caso do tipo LWO, pode restaurar a

integridade do poço, levando à transição do estado 4 para o estado 1.

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Figura 37- Exemplo de transição bidirecional (falha ou reparo). Fonte: Próprio Autor

Desta forma, baseando-se nas taxas de falha e reparo e nas combinações destas que levam

à transição entre determinados estados, foi possível construir a matriz de transição. Para

associar as transições entre cavidades, Tabela 2, em transições entre estados é necessário

comparar os estados em pares, um a um. Uma transição somente pode ocorrer entre

estados se os seguintes critérios forem cumpridos:

O número de cavidades comunicadas no estado de chegada é igual ao número de

cavidades comunicadas no estado de saída mais uma cavidade comunicada

adicional;

Com exceção da cavidade adicional, todas as cavidades comunicadas no estado

de chegada devem estar comunicadas também no estado de partida;

Seguindo os caminhos de fluxo, a cavidade adicional comunicada no estado de

chegada deve ter pelo menos uma das cavidades precedentes comunicada no

estado de partida.

Uma vez que os três critérios sejam atendidos, a taxa de transição de falha entre cada

estado será igual a soma das taxas de falhas de cada possível transição de cavidade entre

o estado de partida e o de chegada, conforme a Tabela 2. Isto pode ser arranjado em uma

matriz 1027 x 1027 chamada de [𝑓𝑖𝑗], onde 𝑓𝑖𝑗 é o elemento na i-ésima linha e j-ésima

coluna, equivalente à taxa de transição entre o i-ésimo estado e a j-ésima coluna.

Para obter a matriz de transição completa falta obter a matriz de reparos. Foram

considerados, por simplicidade, apenas dois tipos de reparos, LWO e HWO. As taxas de

reparo para ambos foram calculadas simplesmente pelo inverso no MTTR, que será

explorado na Seção 3.2. Estados onde as cavidades 2a e 3 estão comunicadas são

reparados por meio de HWO e também é assumido que este tipo de reparo retorna o poço

a um estado “tão bom quanto novo” (somente cavidade 1 inundada). Para todos os outros

casos, um LWO é executado e somente uma cavidade é retornada ao seu estado estanque.

Na cadeia de Markov, isto representa uma transição entre um estado em que os estados

de todas as outras cavidades são idênticos, com exceção da cavidade reparada.

Analogamente às taxas de falhas, as taxas de reparo podem ser arranjadas em uma matriz

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69

1027 x 1027 chamada de [𝑟𝑖𝑗], onde o elemento na i-ésima linha e j-ésima coluna é

representado por 𝑟𝑖𝑗, a taxa de reparo do estado 𝑖 para o estado 𝑗.

Finalmente, a matriz de transição da cadeia de Markov, A = [a𝑖𝑗], pode ser encontrada

somando-se as matrizes de falha e reparo:

𝐴 = [𝑎𝑖𝑗] = [𝑓𝑖𝑗] + [𝑟𝑖𝑗] (53)

Para os elementos da diagonal, que representam as saídas dos estados para outros estados,

basta fazer:

𝑎𝑖𝑖 = − ∑ 𝑎𝑖𝑗

𝑁

𝑗=1,𝑗≠𝑖

(54)

𝑎ij representa a taxa de transição do i-ésimo estado para o j-ésimo estado considerando

ambos falha e reparo.

No Anexo I, encontra-se o código do programa desenvolvido no qual pode ser visto o

algoritmo utilizado para gerar a matriz de transição a partir das taxas de transição e reparo

e as regras descritas acima.

Uma vez tendo definido a matriz A, pode-se numericamente avaliar a cadeia de Markov,

sendo necessário definir o estado inicial. Por exemplo, pode-se assumir o caso de um

poço que acabou de ser colocado em produção e, portanto, está totalmente integro, isto é,

sem nenhuma barreira falha. Neste caso o vetor inicial seria P0 (T= 0) = [1,0,...,0]. Este

vetor tem 1027 elementos sendo que cada elemento representa a probabilidade do poço

se encontrar em cada um dos 1027 estados possíveis. Neste caso, o poço teria 100% de

chance de estar no estado totalmente integro. Basta então aplicar a equação �̇�(𝑡) = 𝑷(𝑡) ∙

𝐴 para avaliar o vetor P no tempo.

3.2 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS

Esta seção apresenta o método de coleta e tratamento de dados utilizadas para os estudos

de confiabilidade realizados. As principais fontes de dados utilizadas são de domínio

público (artigos, teses, relatórios públicos, etc.), bancos de dados proprietários e dados

fornecidos por Operadoras. Deve se observar que quanto mais complexos os modelos,

maior a quantidade e a qualidade dos dados necessários de entrada.

Os três principais tipos de dados de interesse para a análise de confiabilidade de poços de

petróleo são:

Dados de Confiabilidade de Equipamentos;

Dados de Manutenção;

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70

Frequência de Ocorrência de Eventos Topos.

Os três primeiros tipos servem de entrada nos modelos para o cálculo das probabilidades

dos eventos de interesse ou eventos topos, como os kicks e blowouts. Os últimos dados

podem ser utilizados para avaliar os resultados e geralmente são dados de frequências de

ocorrência de blowouts por tipo de operação ou tipo de poço.

É comum encontrar estudos de blowout em que se utilizam nas análises apenas as

frequências de blowouts obtidas nos dados históricos. Deve-se tomar muito cuidado com

este tipo de estudo, pois estes dados genéricos não refletem nem a operação e nem o tipo

de poço (VINNEM, 1999). Como dados de eventos topos são mais raros de se obter,

recomenda-se a análise do poço através de elementos mais básicos (ex. elementos de

barreiras) e obter a probabilidade do evento topo a partir destes elementos.

Dados de Confiabilidade de Equipamentos

Em relação à confiabilidade dos equipamentos não existe uma única base que reúna todas

estas informações, mas sim diversos bancos disponíveis que podem ser consultados para

equipamentos específicos. O banco de dados mais abrangente na área offshore é o

OREDA (Offshore Reliability Data Handbook) (SINTEF, 2015) que reúne dados de

válvulas, bombas, painéis, sistemas de controles, etc. Outro banco de dado bastante

explorado nesta dissertação é o WellMaster (2009), que fornece dados de confiabilidade

de equipamentos de completação.

Além de dados genéricos encontrados na indústria, as companhias operadoras também

possuem dados internos. Estes dados são interessantes quando se estuda o cenário

específico dos campos desta operadora. O uso de dados específicos dos campos, poços e

instalações traz uma credibilidade maior ao estudo, porém, como são geralmente mais

limitados, trazem uma incerteza maior.

Para a hipótese de falhas aleatórias, ou seja, de que os equipamentos ou eventos tenham

uma taxa de falha ou ocorrência constante, estas ocorrências podem ser modeladas por

uma distribuição exponencial com um parâmetro λ. A partir desta hipótese, para os

conjuntos de dados de falhas dos componentes, pode se calcular uma estimativa pontual

para a taxa de falha, bem como um intervalo de confiança de acordo com Cocozza-

Thivent (1997).

Um estimador não tendencioso para λ pode ser obtido (EPSTEIN, 1960):

�̂� =

𝑁(𝑡)

𝑡⟹

𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 (𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠)

𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

(55)

Um intervalo de confiança com nível de significância ε pode ser obtido:

(

1

2𝑡𝑧1−𝜀

2⁄ ,2𝑛 ,1

2𝑡𝑧𝜀

2⁄ ,2(𝑛+1)) (56)

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71

onde n é o número de ocorrências no tempo t e zε,ν é o 100ε% percentil de uma distribuição

Qui-Quadrada (χ²) com ν graus de liberdade. Uma das grandes vantagens desta

abordagem é que ela permite calcular um intervalo de confiança mesmo no caso onde

nenhum evento foi observado no intervalo (0, t).

Pode-se combinar um λgenérico com um λespecífico da instalação para obter uma média

combinada ponderada de acordo com o volume de dados.

Pode-se considerar, por exemplo, a taxa de falha da válvula de segurança de fundo de

poço (DHSV – Downhole Safety Valve) pode ser obtida através de uma consulta ao banco

de dados WellMaster onde se obtêm os seguintes dados:

Tempo total de operação com DHSV = 20.457,7 anos

Número de falhas de DHSV = 619

Taxa de falha de DHSV = 3,45 x 10-06 h-1

Tempo médio entre falhas = 33,05 anos

Utilizando-se dados de operação de DHSV da Petrobras (COLOMBO, 2018) foi possível

levantar as mesmas características:

Tempo total de operação com DHSV = 2.790,2 anos

Número de falhas de DHSV = 107

Taxa de falha de DHSV = 4,37 x 10-06 h-1

Tempo médio entre falhas = 26,08 anos

É possível combinar estes dois casos ponderando-se pelo volume de dados de cada fonte

(COLOMBO et. al., 2018). Neste caso, como o volume de dados genéricos é mais de sete

vezes maior que o volume de dados específicos, o resultado será algo bem próximo dos

valores do banco genérico.

𝜆𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

= (𝜆𝑔𝑒𝑛𝑒𝑟𝑖𝑐𝑜 ∗ 𝑣𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠𝑔𝑒𝑛𝑒𝑟𝑖𝑐𝑜 + 𝜆𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 ∗ 𝑣𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜)

𝑣𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

(57)

𝜆𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 =

(3,45 𝑥 10−6 ∗ 20.457,7 + 4,38 𝑥 10−6 ∗ 2.790,2)

23.247,91= 3,56 𝑥 10−6

(58)

Calculando-se para os dados anteriores o intervalo de 95% confiança, tem-se os resultados

da Tabela 3. Para melhor visualização, pode-se observar o gráfico dos intervalos de

confiança de 95% para a taxa de falha na Figura 38.

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72

Tabela 3 – Efeito do Volume de Dados no Intervalo de Confiança. Fonte: Próprio Autor

Figura 38- Intervalo de 95% de confiança para a taxa de falha da DHSV obtido com dados coletados. Fonte:

Próprio Autor

Como se pode observar na Figura 38, o parâmetro taxa de falha obtido com os dados

específicos apresentam uma dispersão muito maior, representada pela amplitude do

intervalo de confiança. A razão entre os limites superior e inferior do intervalo de

confiança é de 1,17:1 para os dados genéricos e 1,47:1 para os dados específicos. Os

dados combinados apresentam uma variância menor, porém, em contrapartida,

apresentam um valor médio bem diferente do obtido com dados específicos.

É importante em trabalhos futuros buscar formas mais eficientes de combinar os dados

genéricos com dados específicos. Aven et al. (2006) apresenta o projeto “BORA-Release”

na qual avalia quantitativamente o risco de vazamentos em plataformas de petróleo. Para

tal, usa como insumos dados genéricos sobre a performance das barreiras de segurança e

utiliza um fator de influência de risco (RIF) para ajustar tais taxas genéricas de acordo

com características específicas da planta em análise. O RIF modifica a taxa genérica da

FONTE DE

DADOS

TEMPO

TOTAL EM

SERVIÇO (anos )

Nº DE

FALHASMTTF λ

LIMITE

INFERIOR

LIMITE

SUPERIOR

TR-SCSSV

(WELLMASTER)20.457,70 619 33,05 3,45E-06 3,19E-06 3,74E-06

TR-SCSSV

(PETROBRAS)2.790,21 107 26,08 4,38E-06 3,59E-06 5,29E-06

TR-SCSSV

(COMPOSIÇÃO)

23.247,91 726 32,02 3,56E-06 3,31E-06 3,83E-06

3,10E-06

3,40E-06

3,70E-06

4,00E-06

4,30E-06

4,60E-06

4,90E-06

5,20E-06

1 2 3

Intervalo de 95% de Confiança para a taxa de falha

DADOS GENÉRICOS DADOS ESPECÍFICOS DADOS COMBINADOS

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indústria de acordo com aspectos humanos, administrativos, organizacionais e técnicos

da plataforma. Processo semelhante poderia ser adotado para poços de petróleo.

Vale mencionar ainda que os bancos de dados da área de óleo e gás têm seguido as

recomendações e padronizações da ISO 14224 (2016). Este documento fornece diretrizes

para a coleta de dados de confiabilidade e manutenção de forma padronizada nas

instalações e operações na indústria de óleo e gás. Apresenta uma forma de hierarquizar

as falhas de forma a manter a rastreabilidade e também apresenta características mínimas

desejáveis que devem ser registradas do equipamento e da planta em que ele opera. Os

equipamentos de poço fazem parte desta norma e possuem também alguns modos de

falhas padronizados neste documento.

Neste trabalho, além dos dados encontrados no WellMaster (2009) e OREDA (SINTEF,

2015), alguns dados foram obtidos do estudo realizado pela Exprosoft (2012). O Anexo I

traz uma lista de equipamentos e modos de falha cujos valores foram utilizados no modelo

desenvolvido.

Dados de Manutenção

Periodicamente, tanto poços produtores quanto poços injetores precisam sofrer

manutenção, processo conhecido como workover. Workovers podem ocorrer por diversas

razões, não apenas por problemas de integridade, mas também para reparar problemas

que causem a perda de produção/injeção no poço como, por exemplo, formação de

hidratos, parafinas, incrustação, etc.

Segundo os dados levantados por Frota (2003), a partir de 80 intervenções realizadas na

Bacia de Campos, os problemas de integridade, representados por falhas mecânicas

respondem por mais de um terço das causas de workover, conforme a Figura 39.

Figura 39 – Causas de Falha. Fonte: FROTA, 2003

28%

35%

24%

13%

Causas de Falha em Poço para a Bacia de

Campos Problemas de

Garantia de FluxoFalhas Mecânicas

Problemas de

ReservatórioOutros

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74

Embora os workovers relacionados à correção de problemas de integridade tenham como

objetivo reestabelecer barreiras falhas no poço e, portanto, reduzir o risco de vazamentos

no poço durante a produção, as operações de workover são em si um grande risco de

vazamento. Além disso, representam um grande custo no desenvolvimento de um campo.

Desta forma, o correto planejamento desta atividade tem potencial de redução de custos

e riscos.

O risco relacionado à operação de workover não será assunto deste trabalho. Porém, para

se ter uma ideia, baseado em dados históricos do Mar do Norte e do Golfo do México,

ocorre aproximadamente 1 blowout a cada 800 workovers (HOLAND, 1997).

Tabela 4 – Número de intervenções baseado nos dados do Campo de Marlim. Fonte: Frota, 2003

O trabalho desenvolvido por Frota (2003) possibilitou estimar uma frequência média de

intervenções em poços. A Tabela 4 apresenta o número de intervenções realizados durante

11 anos no Campo de Marlim. A partir da tabela pode-se estimar a frequência de reparos.

Para poços produtores, a frequência de workover por poço é de 0,15 reparos/ano, ou seja,

um MTTR de 6,7 anos. Para poços injetores, a frequência de workover é de 0,068

reparos/ano, ou seja, um MTTR de 14,7 anos.

A Tabela 5 mostra o número de intervenções por tipo de escopo de manutenção. Estes

dados refletem a política da empresa operadora do campo e, por isso, devem ser utilizados

com os devidos cuidados. Um exemplo são as intervenções para a troca da válvula de gas

lift. Pelo tempo médio de falha deste equipamento, menor que 10 anos, seria esperado um

número maior de workovers para o reparo do mesmo; no entanto, justamente pela baixa

Nº de poços

em operação

Anos x poços

de operação

acumulados

Nº de

intervenções

Nº de poços

em operação

Anos x poços

de operação

acumulados

Nº de

intervenções

1991 2 1 1 0 0 0

1992 6 5 3 0 0 0

1993 10 13 2 0 0 0

1994 16 26 3 3 1,5 0

1995 21 44,5 5 12 9 3

1996 22 66 4 12 21 2

1997 28 91 3 11 32 1

1998 42 126 5 17 46 1

1999 50 172 6 26 67,5 1

2000 69 231,5 4 33 97 1

2001 81 306,5 13 42 134,5 2

2002 84 389 9 42 176,5 1

Total 58 12

Poços de Produção Poços de Injeção

Ano

Tabela de Intervenções no Campo de Marlim

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confiabilidade do mesmo é que normalmente se troca a válvula em todas as intervenções.

O que acontece na prática é que, mesmo em workovers para outros fins, acaba-se trocando

a válvula, por isso na Tabela 5 foi registrada apenas uma troca oficialmente motivada por

gas lift.

Tabela 5- Número de Intervenções por escopo. Fonte: FROTA, 2003.

Neste trabalho, não serão estudados diferentes tipos de escopo de workover, dada a

dificuldade apontada no parágrafo anterior. Porém, para obter valores condizentes com a

realidade, serão considerados dois tipos distintos de workover, o LWO e o HWO, devido

à grande diferença de tempo de execução de ambas.

Ainda existe muita escassez de dados estatísticos a respeito de ocorrências de workover

(SINTEF, 2011). O SINTEF realizou uma coleta de dados de 7.790 poços x anos nos

quais foi observada a ocorrência de 498 workovers. Isto resulta em uma frequência média

de workovers de 15,6 anos. Já um estudo realizado pelo NPD com 731 poços x anos

obteve a ocorrência de 88 workovers, o que resulta em uma média bem menor, de 8,3

anos.

A partir de 1995, o NPD estabeleceu uma nova codificação para o registro de workovers.

Desta forma, 273 workovers foram registrados nos quatro anos seguintes a esta

codificação. Segundo SINTEF (2011), é recomendado utilizar uma frequência de

workover de 10,6 anos por poço nas análises. Este valor representa uma média do período

1980-2000.

Causas de Workover

Nº de

Intervenções Distribuição

Hidratos 12 17,1%

Parafina 7 10,0%

ANM 7 10,0%

Reservatório 7 10,0%

DHSV 6 8,6%

Linhas 6 8,6%

Limpeza de Fundo 6 8,6%

Abandono 5 7,1%

Remanejamento 4 5,7%

Gravel Pack 3 4,3%

Coluna 2 2,9%

Estimulação 2 2,9%

VGL 1 1,4%

BAP 1 1,4%

Revestimento 1 1,4%

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76

Frequência de Blowouts

As frequências de kicks e blowouts obtidas através do histórico de ocorrência destes pode

ser uma informação muito útil para avaliar os resultados obtidos pelo modelo. Porém, a

comparação destes valores não é simples. O primeiro passo é entender a diferença entre

estes valores:

Frequência histórica de ocorrência de vazamentos: estes dados são obtidos pelo

registro de vazamentos em poço em bancos de dados específicos. Porém, nem

todas as operadoras e nem todos os poços fazem parte destes bancos. O ponto

mais crítico, no entanto, é o fato de somente serem registrados vazamentos

significativos a ponto de serem detectados. Pequenos vazamentos,

borbulhamentos ao redor da cabeça do poço ou em alguns pontos da linha de

produção podem não ter sido detectados ou registrados.

Probabilidade de vazamento calculada pelo modelo: esta probabilidade, na

verdade, é uma probabilidade de combinação de modos de falha nos equipamentos

que cria um caminho possível para o vazamento de fluidos do poço. Esta

combinação, na prática, pode nem resultar em um vazamento, por exemplo: se o

poço for não surgente ou tiver pressão em fluxo menor do que a hidrostática da

água do mar. Além disso, existem combinações de falhas que levariam a um

caminho de vazamento, mas é provável que este vazamento seja desprezível,

como é o caso de um vazamento através de uma DHSV, M1 e S1 fechadas.

De forma resumida, vemos que os valores de probabilidade de vazamentos obtidos com

o modelo são extremamente conservadores pois consideram quaisquer intensidades de

vazamentos e desprezam alguns elementos que ainda poderiam evitar o vazamento.

Mesmo assim, é importante levantar os dados históricos para comparação de forma a se

ter referências, mas também comparar os resultados obtidos em estudos similares.

Há bancos de dados específicos para registros de vazamentos e blowouts, contemplando

diversas etapas do ciclo de vida do poço. Como foi mostrado na Figura 11, a maioria dos

blowouts registrados ocorrem durante a perfuração de poços, porém, nosso interesse está

na fase produtiva do poço. Seguem alguns dados de frequência de ocorrência de blowouts

durante a fase de produção:

3 x 10-5 a 5 x 10-5 erupções/ano.poço (OGP, 2010);

5 x 10-5 erupções/ano.poço (HSE, 2007)

Pode-se perceber, pelos valores de referência, que os blowouts são eventos raros, o que é

desejável, dada a severidade das consequências deste evento. Porém, por serem raros,

dificultam o estudo estatístico de tais eventos. Isto quer dizer que há poucos dados de

ocorrência de blowouts para basear estudos e investigações mais detalhadas, o que

justifica ainda mais a necessidade de modelar a falha de integridade do poço através das

falhas dos seus subcomponentes, estes sim com mais dados disponíveis.

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77

Quando se trabalha com frequência de ocorrência de blowouts é necessário se preocupar

com a coleta de algumas informações:

Tipo de poço (completação seca, plataforma, submarino, região ou campo, etc.)

Tipo de atividade sendo executada no momento da ocorrência do blowout

Elemento de barreira que falhou (rocha, cimento, revestimento, fluido, válvulas,

BOP, etc.)

Adams (1993) realizou um trabalho de análise quantitativa de risco para revestimentos e

tubos de produção utilizando confiabilidade estrutural e utilizou como alvo de

confiabilidade:

Eventos de Blowout = 10-4 eventos/ano;

Eventos de Reparo = 10-2 eventos/ano;

Andersen (1998) apresentou algumas análises de frequência de blowouts durante a

construção de poços:

Poços Exploratórios: 4,5 x 10-³ por poço perfurado;

Poço de Desenvolvimento: 1,8 x 10-3 por poço perfurado;

Holand (1997) publicou um livro sobre causas e controles de blowouts offshore. Neste

trabalho, podem ser encontradas algumas estatísticas sobre ocorrências de blowouts em

diferentes fases do ciclo de vida, como pode ser visto na Tabela 6. O banco de dados mais

atual a que se conseguiu acesso foi o SINTEF (2011), que possui dados de blowout em

diferentes localidades e diferentes fases do ciclo de vida do poço. A Tabela 7 mostra

especificamente os dados de frequência de blowout na produção por diferentes categorias.

Tabela 6 - Frequência de Blowouts em Diferentes Fases do Ciclo de Vida do Poço. Fonte: HOLAND, 1997

FASE Frequência

Recomendada

Frequência

Mar do Norte

Frequência

Golfo do México

COMPLETAÇÃO POR POÇO COMPLETADO 0,00023 - 0,00023

PRODUÇÃO POR POÇO*ANO 0,00005 0,00006 0,00005

POR POÇO*ANO 0,00012 0,00006 0,00017

POR WORKOVER (8 ANOS) 0,00093 0,0005 0,00136WORKOVER

FREQUÊNCIAS DE BLOWOUT

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78 Tabela 7 - Frequência de blowout durante a produção excluindo-se as causas externas (Tornados, tempestades, etc.).

Fonte: SINTEF, 2011

Holand (1997) cita outros bancos de dados de blowout:

WOAD (World Offshore Accident Databank) – contém aproximadamente 300

blowouts offshore, juntamente com diversos outros tipos de acidentes offshore.

WOAD é organizado pela DNV (Det Norske Veritas);

ERCB (Energy Resources Conservation Board) – contém aproximadamente 300

blowouts onshore; e

NAF (Neal Adams Firefighters) – contém aproximadamente 1000 blowouts entre

offshore e onshore.

Além dos bancos de dados e valores estipulados como referência, é interessante avaliar

resultados obtidos através de outras modelagens para análises probabilísticas de blowouts.

Vesterkjaer (2002) realizou um estudo em sua tese sobre a necessidade ou não de se

instalar uma DHSV em poços de petróleo e calculou os seguintes valores:

A frequência de blowouts durante a produção é de 4,47 x 10-3 / poço.ano para um

poço equipado com DHSV e 1,85 x 10-2 / poço*ano para um poço sem DHSV.

A frequência de blowouts durante workover é de 1,7 x 10-4 / poço.ano para poços

com DHSV e 8,5 x 10-5 por ano.poço para poços sem DHSV.

Um custo de US$ 20 milhões por intervenção não seria fora da realidade. Isto é

claro, para um workover de remoção de coluna que é o caso para troca de DHSV.

Este valor fornece uma ideia de porque é importante avaliar de forma eficiente a

necessidade de manutenção em poços.

Um estudo parecido realizado a pedido da Petrobras (EXPROSOFT, 2012) estimou:

A probabilidade média anual de vazamentos (considerando quaisquer

intensidades) obtida pelos cálculos utilizando FTA é de aproximadamente 0,06%,

o que resulta numa probabilidade acumulada em 25 anos de 1,5% para poços com

DHSV. No caso sem DHSV a média encontrada foi de 0,09% ou 2,25% em 25

anos. Os valores foram obtidos considerando uma frequência de workovers de 7,3

anos para poços com DHSV e 8,3 anos para poços sem DHSV.

Utilizando algumas estatísticas de vazamentos, foi possível determinar que para

poços com DHSV, para um período de 25 anos, é 50 vezes mais provável que um

CATEGORIA

Nº DE ANOS

POÇOS EM

SERVIÇO

Nº DE INCIDENTES

Nº DE ANOS

POÇOS POR

INCIDENTE

Nº DE

INCIDENTE

POR ANOS

POÇOS

Blowout (Surface Flow) 244.144 9 27.127 0,000037

Blowout (Underground Flow) 244.144 1 244.144 0,000004

Diverter Well Release 244.144 0

Well Release 244.144 3 81.381 0,000012

Total 244.144 13 18.780 0,000053

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79

vazamento seja do tipo pequeno (“minor leak”) do que um blowout. Para o caso

de um poço sem DHSV, esta razão é de 28 vezes.

A probabilidade média anual de blowout é de 0,00122 % para poços com DHSV

e 0,0032% para poços completados sem DHSV. Isto significa um tempo médio

entre blowouts de 82.000 anos e 31.000 anos, respectivamente. Os valores foram

obtidos considerando uma frequência de workovers de 7,3 anos para poços com

DHSV e 8,3 anos para poços sem DHSV.

Foi estimada também a probabilidade média anual de blowout para ambos os

casos devido ao workover. Somando-se as probabilidades médias anuais resultou

em 0,0058% (17.300 anos de MTBF) para poços com DHSV e 0,0072% (13.900

anos de MTBF) para poços sem DHSV.

No trabalho da Exprosoft (2012) foram utilizadas algumas estatísticas a respeito de

tamanhos de vazamento para converter a probabilidade de vazamento em probabilidade

de blowout. Observe-se que a razão entre as frequências foi da ordem de 50 vezes para o

poço com DHSV. Isto significa que a diferença entre as probabilidades obtidas pelos

modelos podem ser até duas ordens de grandeza diferentes das dos dados históricos de

frequência de blowout.

Corneliussen (2006) cita uma outra razão para as probabilidades obtidas nos modelos

serem extremamente conservadoras em relação às frequências de blowout. Ele mostra que

para um vazamento resultar em um blowout ele tem que ter um rápido desenvolvimento

ou que as falhas permaneçam não detectadas, pois, do contrário, alguma ação seria

tomada. No modelo de análise markoviana desenvolvido, consideraram-se frequências

médias de reparo e não se considerou a possibilidade de reparo em poços com vazamento.

Na prática, caso ocorram pequenos vazamentos, seria possível executar um reparo e o

tempo até o reparo seria muito menor do que a média, já que seria um workover de

emergência.

Fonseca (2012) obteve um valor de probabilidade de vazamento para uma missão de 27

anos de 6,72%. Isto resultou num MTTF para o vazamento do poço de 388 anos. Este

resultado foi obtido reproduzindo a metodologia apresentada por Corneliussen (2012).

Utilizando sua própria abordagem, baseada no conceito de CSB e grafos de barreiras, ele

obteve uma probabilidade de vazamento de 33,58% em 27 anos. Fonseca justificou este

alto valor obtido pelo fato de não considerar as barreiras redundantes e considerar apenas

aquelas presentes nos CSB. No caso em que considerou as barreiras alternativas, obteve

uma probabilidade de falha de 11,42% em 27 anos.

Alves (2012) avaliou a disponibilidade de poços submarinos durante a produção e obteve

uma indisponibilidade média anual de 2,02 x 10-4 num período de 15 anos. Alves

considerou, por exemplo, que a fração de vazamentos grandes dado que ocorreram no

fluxo de produção é de 0,2, como estimativa. No caso de poços produzindo por elevação

natural, a probabilidade média de erupção encontrada foi de 1,81 x 10-3. Zanetti (2014)

encontrou uma indisponibilidade média de 1,43 x 10-4 considerando testes de

estanqueidade e inspeção visual a cada 3 anos.

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80

3.3 ANÁLISE DE INCERTEZAS, SENSIBILIDADE E IMPORTÂNCIA

Todos os parâmetros utilizados na análise ou obtidos dela são apenas estimativas. Estes

valores podem ser taxas de falha, probabilidade ou frequência de vazamentos, etc. Pode-

se dizer que não se conhecem os reais valores destes parâmetros a menos que se falhassem

todos os equipamentos e todos os poços vazassem, o que é inviável. Neste caso, a opção

é trabalhar com as estimativas feitas com o histórico existente e assumindo que esta

estimativa contém uma “margem de erro”, avaliar esta “margem” e estudar como ela

impacta nas conclusões das análises.

Esta “margem de erro” é conhecida como incerteza. A incerteza mede o quão boa é uma

estimativa (MODARRES et al., 2006). É comumente aceito entre os analistas de risco

que as incertezas em suas análises vêm de três principais fontes:

Incertezas Estatísticas;

Incertezas no Modelo;

Incertezas relacionadas à adequação e completude da análise.

As incertezas epistêmicas estão relacionadas as dificuldades de se representar o mundo

real através de modelos. As incertezas relacionadas a adequação e completude da análise

são as mais difíceis de serem tratadas. Parâmetros incertos são colocados como entradas

no modelo e usados para inferir valores, sendo que estes parâmetros podem ter alta

precisão e, portanto, baixa incerteza epistemológicas, ou baixa precisão e, portanto, alta

incerteza epistemológicas (NASA, 2011)

Para todos os modelos abordados neste trabalho há a necessidade de que eles sejam

alimentados com dados para poderem gerar uma resposta. Para os dados de entrada foram

usadas frequências históricas (modelo frequentista). O modelo frequentista, embora se

baseie em evidências reais de ocorrências, sofre com a escassez de dados e os diferentes

cenários considerados na obtenção destes dados.

Segundo Schofield (1998), as incertezas que afetam os dados de falha e de incidentes

devem ser consideradas em relação a sua significância estatística. Neste trabalho, são

consideradas apenas as incertezas em relação às taxas de falha e reparo utilizadas na

matriz de transição. Para propagar as incertezas e avaliar o impacto desta nos resultados

obtidos será utilizado a simulação de Monte Carlo. A simulação de Monte Carlo foi

descrita na Seção 2.4.2.3 e o código utilizado é descrito no Apêndice E.

Além da análise de incerteza, outra analise interessante é a análise de sensibilidade. O

objetivo desta análise é determinar quais elementos do modelo (ex. taxas de falha) para

os quais uma variação em seus valores causa uma maior variação no resultado final. Desta

forma a análise de sensibilidade pode ser utilizada para:

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81

Determinar quais componentes possuem taxas de falha que, se variadas, produzem

uma maior variação no resultado final, ou seja, quais componentes que, se

melhorados, vão produzir uma maior melhora na integridade do poço ou, se

piorados, vão produzir um maior efeito da perda de integridade do poço. Este tipo

de resultado pode orientar a tomada de decisão em que componentes se investir

para melhorias futuras.

Avaliar o impacto da incerteza nas taxas de falha causam na incerteza sobre os

resultados finais. No caso de o resultado ser muito sensível a uma determinada

entrada, vale a pena tentar obter mais dados e reduzir a incerteza sobre este valor

de entrada.

Avaliar se alguns elementos de entrada do modelo, devido à baixa sensibilidade

no resultado final podem ser desprezados.

A análise de sensibilidade neste estudo foi feita de maneira simples, variando-se

individualmente as taxas de falha em torno do ponto original e avaliando o impacto no

resultado final que seria a taxa equivalente de falha do poço. Esta forma de avaliar a

sensibilidade é equivalente à Importância de Birnbaum, que será descrita a seguir. A

depender da aplicação que se deseja para a análise de sensibilidade podem ser utilizados

outros métodos ou variações nos parâmetros de entrada.

Por fim, um último conceito muito poderoso nas análises quantitativas de risco é a

importância, que mede a contribuição de cada evento no evento topo. O Quadro 5 mostra

as principais medidas de importância (MODARRES, 2006), a forma de calcular e a

utilidade destas medidas como resultados das análises quantitativas realizadas.

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Quadro 5 - Medidas de Importância. Fonte: MODARRES, 2006

Neste trabalho serão avaliadas estas medidas de importância através da análise

markoviana.

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83

4. APLICAÇÃO DA NOVA ABORDAGEM MARKOVIANA

Nesta seção serão descritos os cenários em que a modelagem, desenvolvida no Cap. 4,

pode ser aplicada. Esta descrição precede a seção de resultados para que possa haver um

entendimento do que é considerado em cada tipo de aplicação e que tipo de resultado

pode-se esperar de cada uma. Desta forma, o Cap. 6 pode ser mais objetiva na

apresentação de resultados.

Serão analisados três casos para mostrar as possíveis aplicações do modelo. Na Seção 5.1,

é apresentado o caso em que não se considera a manutenção, portanto, trata-se da

evolução natural dos estados do poço ao longo do tempo. Na seção 5.2, são apresentados

os casos em que se considera a manutenção e por fim, na seção 5.3, é apresentado o

contexto onde há a ocorrência de problemas de integridade.

4.1 CASO REFERÊNCIA

O primeiro caso a ser analisado é considerar o poço livre de qualquer intervenção, seja

para teste ou manutenção, e avaliar o seu comportamento no tempo. Isto é, avaliar a

tendência natural de evolução do vetor de probabilidade dos estados ao longo de um

período de 30 anos. O poço é considerado como estando 100% íntegro ao ser colocado

em produção, pois ao final da construção ele é totalmente testado.

O segundo caso considera que a cada período de 3 anos o poço será testado e inspecionado

para a detecção de vazamentos. O teste inclui a estanqueidade das válvulas da ANM e da

coluna de produção até a DHSV. Este teste pode ser adaptado à política de cada

companhia operadora. Após a execução dos testes e inspeção, assume-se, por hipótese,

que o poço está integro e é colocado novamente para produzir.

Quando o poço reinicia sua produção após um teste ou inspeção periódicos, ele não tem

o mesmo comportamento de quando era novo, pois nem todos os elementos são testados.

Este desconhecimento a respeito do estado de alguns equipamentos é carregado desde o

início da produção. Desta forma a curva de probabilidade de vazamento cresce mais

rapidamente do que quando o poço era novo.

Este caso, embora hipotético, tem uma grande importância nas análises que se seguem.

Como não há nenhum valor de referência amplamente aceito na indústria de óleo e gás

como critério limite para a probabilade de vazamento, a curva gerada por este cenário

hipotético será utilizada neste trabalho como referência para avaliar os casos em que

ocorrem problemas de integridade.

A razão da escolha deste caso como referência se dá pelo fato de que se todos os testes

periódicos fossem bem-sucedidos a operadora não iria questionar-se sobre a integridade

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do poço e manteria o mesmo em produção. Logo, entende-se que a curva de probabilidade

gerada desta forma seria uma curva de probabilidade de vazamento amplamente aceitável.

Outras vantagens do uso desta curva de referênica é que ela resolve a questão de

conversão entre probabilidade de falha de integridade, incluindo qualquer intensidade de

vazamento, e a real probabilidade de haver um blowout. Esta questão deixa de ser

importante, pois a curva de probabilidade do poço será comparada com uma curva ideal

do poço, ambas representando a mesma coisa, ou seja, a probabilidade de perda de

integridade. Além disso, esta comparação diminui a sensibilidade do resultado final aos

dados de entrada, pois uma variação nestes alteraria ambas as curvas.

4.2 CASO COM MANUTENÇÃO

O objetivo desta seção é avaliar o efeito da manutenção na integridade dos poços,

considerando workovers com escopo de correção de problemas de integridade. Neste

caso, são utilizadas taxas de reparo médias e não se avalia o processo de tomada de

decisão sobre realizar ou não a manutenção, sendo esta decisão tratada na seção 5.3.

É importante para uma companhia operadora estimar a necessidade de recursos para as

campanhas de manutenção de cada ano. Quanto maior a quantidade de recursos

disponíveis para a realização de workover em poços, especialmente as embarcações,

menor será o tempo médio entre manutenções e, portanto, menor o MTTR.

Neste trabalho será avaliado o impacto do MTTR de workovers na integridade do poço e

no tempo em que este fica parado devido à manutenção, o que se reflete em perda de

produção e custo com diárias de sonda. Fica claro que há um trade-off entre segurança e

custos. Cabe lembrar que o risco da própria realização do workover não está sendo

considerado na análise.

Para as análises realizadas, foram definidos intervalos máximos e mínimos de MTTR para

o LWO e HWO, ao invés de se utilizar valores fixos. A Tabela 8 mostra os intervalos

adotados para ambos os tipos de workover.

Tabela 8- Mínimo e Máximo MTTR adotados por tipo de reparo.Fonte: Próprio Autor

Primeiramente, pode-se entender o efeito da manutenção em um poço específico através

da sua curva de probabilidade de vazamento no tempo. Este efeito depende do número de

componentes restaurados com a manutenção e das evidências coletadas durante a

operação. Da mesma maneira que uma falha eleva o nível de probabilidade de vazamento

do poço, um reparo reduz este nível após a sua execução. Este processo é importante ao

analisar a vida de um poço específico e tomar decisões em relação a este poço.

TIPO DE REPARO MTTR mínimo MTTR máximo

Light Workover 1 ano 5 anos

Heavy Workover 5 anos 15 anos

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Figura 40 - Gráfico ilustrativo da probabilidade de vazamento de um poço em produção com a ocorrência de uma

falha e um reparo via workover. Fonte: Próprio Autor

A curva de probabilidade de vazamento da Figura 40 ilustra o caso em que uma falha foi

detectada inicialmente e um workover foi planejado para uma data onde o nível de

probabilidade de vazamento atingiria um limite supostamente existente como critério.

Nesta data haveria o workover que levaria alguns dias, nos quais a probabilidade de

vazamento seria dada pelos riscos inerentes ao processo de manutenção de poços e cujo

cálculo não é objeto deste trabalho. Após o workover, o poço é colocado novamente para

produzir a um nível de probabilidade de vazamento menor do que antes do workover.

O tamanho da redução na probabilidade de vazamento poderia ser um indício da

efetividade do workover. Uma continuidade possível deste trabalho poderia ser

correlacionar os escopos de manutenção com o grau de reparo do poço.

Embora este seja o efeito individual do reparo para cada poço, o objetivo aqui é avaliar o

efeito da frequência de manutenção na probabilidade ou frequência média de vazamento

dos poços. Ademais, será avaliado o impacto das atividades de manutenção na parada de

produção, isto é, o tempo em que o poço não estará disponível para a produção. Este tipo

de estudo pode fornecer insumos para o planejamento da companhia operadora.

Como objetivo final da análise de casos com manutenção, deseja-se correlacionar o nível

de probabilidade de vazamento aceitável com o downtime do poço em termos de

produção. Uma baixa tolerabilidade à frequência de vazamentos levará a um grande

número de manutenções e, por conseguinte, a um alto custo com workover e alta perda

de produção. Por outro lado, uma alta tolerabilidade à frequência de vazamentos, embora

reduza o número de intervenções necessárias, aumenta a exposição da empresa à

ocorrência de vazamento e, portanto, às consequências deste.

Quando uma falha é observada, há sempre um certo tempo até que a manutenção corretiva

seja efetuada. O poço pode ser fechado ou não durante este período. É assumido que as

probabilidades de uma falha em outros componentes não serão influenciadas pelo fato do

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poço estar fechado ou não (CORNELIUSSEM, 2006). Desta forma, neste trabalho

considera-se que o poço permanece aberto e produzindo mesmo após a detecção de uma

falha.

Figura 41 – Fases de um processo de reparo de poços (workover). Fonte: Próprio Autor.

A Figura 41 ilustra o tempo de reparo de um poço dividido em suas fases. Este período

pode ser decomposto em:

Período de Priorização: É o período entre a detecção da falha e da decisão pela

necessidade de intervenção até o momento em que o recurso é alocado para a

realização desta manutenção;

Período de Mobilização e Período de Navegação: É o período entre a alocação do

recurso para a atividade e a sua chegada na locação do poço.

Período de Execução: É o tempo que se efetivamente gasta para realizar a

manutenção e desmobilizar os recursos. É neste período que o poço se encontra

fechado e sem produzir.

Os dois tempos mais importantes são o Tempo Ativo de Reparo e o Tempo Total do

Processo de Workover. O primeiro porque determina o tempo de poço fechado e,

portanto, impacta a produtividade média do poço. O segundo é o que determinada o tempo

médio entre reparos que uma sonda pode fazer, assim conhecendo-se o número de poços

e o número de sondas disponíveis seria possível determinar o MTTR para o campo.

4.3 CASO COM PROBLEMAS DE INTEGRIDADE

Problemas de integridade acontecem por uma série de razões. Diferentes tipos de falhas

podem levar à perda de integridade do poço com diferentes graus de severidade

(ALAWAD & MOHAMMAD, 2006). Os casos de incidentes relatados na Seção 3.2

ocorreram não por uma simples falha, mas sim por uma cadeia de eventos. Desta forma,

quando ocorre a falha individual de uma barreira, uma avaliação deve ser realizada para

estabelecer a magnitude do dano ou risco à integridade do poço e uma ação de

manutenção para reestabelecimento da barreira deve ser programada da melhor maneira.

Segundo Holand (1997), a maioria dos blowouts são causados por erros ao tomar ação

depois da ocorrência de falhas de equipamentos. Segundo os levantamentos de dados,

casos típicos são a continuidade da produção após uma falha na coluna ou revestimentos,

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ou quando a DHSV é deixada operando na condição falha. Isto mostra a importância de

um processo de avaliação e tomada de decisão sempre que uma falha ocorre.

Ao ocorrer um problema de integridade (falha de uma barreira), pode-se avaliar o impacto

desta na probabilidade de vazamento do poço naquele instante e no futuro. No instante da

falha, a mesma causa uma descontinuidade na curva de probabilidade, onde a amplitude

do salto na probabilidade depende da importância do elemento de barreira para o poço. O

salto na probabilidade se deve à incorporação da evidência no vetor de probabilidades.

Com o sistema degradado devido ao menor número de barreiras íntegras, a tendência de

falha do poço fica maior, representada pelo aumento da inclinação da curva. Este

comportamento pode ser visto na Figura 42.

Figura 42 - Curva de probabilidade de vazametno ao longo do tempo. Ilustração do efeito da ocorrência de uma

falha. Fonte: Próprio Autor

Caso o salto na probabilidade fosse suficiente para levar o sistema poço a um nível de

risco inaceitável deveria optar-se pela manutenção imediata do mesmo. Caso isto não

aconteça, é possível determinar a data máxima para a manutenção para que não seja

ultrapassada o limite de probabilidade de vazamento tolerável. A Figura 43 ilustra os dois

casos mencionados.

Uma observação importante é que este mesmo raciocínio poderia ser aplicado

considerando a frequência ou densidade de probabilidade de ocorrência de blowouts. Uma

vez que a frequência ultrapasse um certo valor, deveria ser planejada uma manutenção.

Neste trabalho, no entanto, optou-se pelo uso do parâmetro probabilidade para

exemplificar a ocorrência de falhas e o processo de manutenção.

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Figura 43 – Avaliação da probabilidade de blowout de um poço contra uma referência de limite aceitável de

probabilidade. a esquerda) requer manutenção imediata; a direita) existe um tempo para realização do workover.

Fonte: Próprio Autor

De forma geral, o problema que se pretende avaliar é a tomada de decisão do Operador

ao se deparar com uma falha no sistema de barreiras de segurança do poço. As opções

possíveis são listadas abaixo:

Continuar a produzir o poço com alguma medida de controle (aumento do número

de inspeções, redução do tempo entre testes, monitoramento de algumas variáveis,

etc.);

Continuar a produzir o poço por um determinado período e planejar a manutenção

do mesmo para uma data futura;

Fechar o poço e planejar a manutenção do mesmo para uma data futura;

Decidir abandonar o poço.

Segundo a NORSOK D-010 (2013), após a confirmação de perda de integridade do

envelope de barreira primária ou secundária do poço, o mesmo deve ser fechado e o

restante das barreiras verificadas. Somente atividades relacionadas ao restabelecimento

das barreiras devem ser executadas. Porém, se o risco de perda de contenção for

aumentado pelo fechamento do poço, este poderá ser mantido em produção desde que

baseado numa avaliação de risco.

Tanto a decisão de fechar ou não o poço quanto a necessidade de intervir no poço são

complexas e possuem diferentes dimensões. A decisão é influenciada pela

disponibilidade de recursos da empresa, sejam financeiros ou físicos, como sonda,

materiais e equipamentos de completação, ferramentas para intervenção em poço e

contratos com companhias de serviços. Também influenciam os tempos necessários para

a mobilização destes recursos até a locação do poço, a vazão de produção do poço, o total

de óleo e gás disponível no reservatório, os custos de abandono e de construção de um

novo poço. Até mesmo condições sociais e sindicais podem influenciar na tomada de

decisão de um abandono de poço.

Desta forma a metodologia apresentada neste trabalho tem como objetivo apenas suportar

a tomada de decisão focando na dimensão de probabilidade de vazamento do poço. Além

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de determinar o tempo até que o poço degradado atinja uma frequência de blowout

intolerável, a metodologia permite a avaliação de diferentes estratégias de controle do

risco.

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5. RESULTADOS OBTIDOS

Nesta seção serão apresentados vários resultados que podem ser obtidos com a cadeia de

Markov considerando um poço genérico qualquer e sem considerar qualquer informação

ou evidências coletadas ao longo da vida do poço. Isto quer dizer que esta seção serve a

propósito de planejamento como cálculo da necessidade de workovers, número esperado

de vazamentos e necessidade de materiais sobressalentes. No Cap. 6 será apresentado a

análise de um caso específico, com o histórico de um poço em produção e que num dado

momento deseja-se avaliar a probabilidade de vazamento do mesmo para suportar uma

tomada de decisão.

5.1 SIMULAÇÃO DA PROBABILDIADE DE VAZAMENTO AO LONGO DA

VIDA PRODUTIVA DO POÇO

O primeiro resultado gerado foi a probabilidade do poço se encontrar em cada uma das

três categorias (íntegro, degradado e falho) ao longo do tempo. Para isto foram

consideradas duas situações: o poço não sofre manutenção, e o poço sofre manutenção a

uma taxa equivalente a um LWO a cada 2,5 anos e um HWO a cada 10 anos. Os resultados

são apresentados na Figura 44 e na Figura 45, respectivamente, para um tempo de 30

anos.

O resultado da Figura 44 indica uma probabilidade de vazamento ao final de 30 anos de

10,15%, no caso onde não há reparo. O resultado obtido é da mesma ordem de grandeza

do obtido por Fonseca (2012) aplicando sua metodologia baseada em grafos de barreira,

11,42% em 27 anos e aplicando a metodologia proposta por Corneliussen (2006), 6,72%

em 27 anos. Vesterkjaer (2002) obteve uma frequência de blowout de 4,47 x 10-3 /

poço.ano para um poço equipado com DHSV o que equivale a 13,41% em 30 anos.

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Figura 44 – Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao longo de 30 anos sem

considerar reparo. Fonte: Próprio Autor

A Figura 45, mostra uma probabilidade de vazamento de 5,30% ao final de 30 anos, no

caso de reparos periódicos no poço. O estudo realizado pela Exprosoft (2012) obteve um

valor acumulado de probabilidade de vazamento em 25 anos de 1,5% considerando um

reparo perfeito a cada 7,3 anos. Novamente os resultados foram da mesma ordem de

grandeza. Alves (2012) e Zanetti (2014) obtiveram resultados similares considerando

itens reparáveis e testáveis periodicamente.

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Figura 45 - Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao longo de 30 anos

considerando MTTR para LWO de 2,5 anos e HWO de 10 anos. Fonte: Próprio Autor

As diferenças obtidas entre os resultados do atual estudo e os de referência na literatura

são mais do que justificados considerando as diferentes abordagens adotadas, a

configuração diferente do poço e os valores diferentes de taxas de falhas utilizadas. A

Tabela 9 mostra de forma resumida os resultados encontrados. Percebe-se que a adoção

de workovers fez com que a probabilidade de vazamento em 30 anos se reduzisse pela

metade.

Tabela 9- Comparação entre dois cenários simulados na CM. Fonte: Próprio Autor

Cenário

Probabilidade de cada estado para 30 anos de vida do poço

Íntegro Degradado Falho

Sem workover 6,55% 83,31% 10,15%

LWO MTTR = 2,5 anos e HWO MTTR = 10 anos

50,90% 43,80% 5,30%

O modelo utilizado identifica falha de integridade do poço e, como já comentado, não

distingue entre diferentes tamanhos de vazamentos. Logo, a probabilidade de 5,30% de

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vazamento em 30 anos, que pode parecer absurdamente alta, inclui desde vazamentos

desprezíveis, que não representam grandes riscos, até blowouts de consequências

catastróficas. Como mostrado em Exprosoft (2002), a razão entre a frequência de

pequenos vazamentos e grandes vazamentos pode chegar a 50 vezes para um poço

equipado com DHSV. Logo, considerando esta relação e fazendo uma média simples

anual, a frequência média anual de blowout é de 3,53 x 10-5.

Embora não faça parte do escopo deste trabalho a análise de consequência, a abordagem

markoviana permite calcular, em caso de blowout, a probabilidade de que este blowout

ocorra em cada um dos 513 estados falhos. Cada um destes 513 estados tem uma

combinação de falhas de barreiras e caminhos de vazamento que podem auxiliar as

análises de consequência.

5.2 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA FREQUÊNCIA DE LWO E HWO NA

PROBABILIDADE DE VAZAMENTO E DISPONIBILIDADE DO POÇO

Depois de avaliados os cenários específicos acima, com e sem reparo, os resultados foram

generalizados para diferentes combinações de periodicidades de LWO e HWO, conforme

a Tabela 8. Para estas diferentes combinações foram obtidos: (a) probabilidade máxima

de vazamento; (b) downtime do poço devido às operações de reparo; (c) número esperado

de vazamentos por poço.ano.

As superfícies geradas na Figura 46, Figura 47 e Figura 48 foram geradas no Matlab

utilizando o código apresentado no Apêndice E . Para isso os MTTR referentes aos LWO

e HWO foram variados dentro da faixa estabelecida na Tabela 8.

Todos os cálculos foram realizados para uma vida do poço de 30 anos. Para se avaliar o

downtime o número esperado de transições representando LWO e HWO na cadeia de

Markov e multiplicando-se pelo tempo de reparo ativo de cada um. Para este estudo

considerou-se que um LWO dura em média 15 dias e um HWO dura em média, 30 dias.

A Figura 46, Figura 47 e Figura 48 mostram os resultados mencionados acima.

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Figura 46- Probabilidade de vazamento em função da frequência de HWO e do LWO. Fonte: Próprio Autor

Figura 47 – Número esperado de vazamento por poço.ano em função da frequência de LWO e HWO. Fonte: Próprio

Autor

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Os resultados mostram que tanto para a probabilidade de vazamento como o número

esperado de vazamentos por ano.poço são mais sensíveis à frequência de HWO do que a

frequência de LWO. Isto é facilmente observável pela inclinação da superfície no sentido

do eixo de MTTR do HWO, que é maior do que a do eixo de MTTR de LWO. Uma

explicação para isso é que o HWO realiza um reparo mais completo do que o LWO.

No que concerne à Figura 48, referente ao downtime na produção do poço causado pela

atividade de manutenção observa-se o mesmo tipo de comportamento. Como o HWO é

uma operação que possui uma duração maior, ele afeta mais o tempo de poço fechado

para reparo.

Como o HWO possui um maior tempo de reparo e, ao mesmo tempo, um reparo mais

completo do poço, ao passo que o LWO tem um reparo menor levando, também, um

tempo menor, surge a questão de como otimizar as frequências de ambos os tipos para

manter um mesmo nível de risco com menor tempo de poço fechado possível. Esta é uma

análise interessante no sentido de otimização de recursos da operadora, porém ainda é

simplista pois não considera o custo que este atraso na operação significa e nem o custo

com diárias de sonda.

De qualquer forma, a conclusão ao observar-se a Figura 49 é que há uma fronteira ótima

de downtime x probabilidade de vazamento. Combinações de frequências de LWO e

HWO que não estejam nesta fronteira seriam um desperdício, sem levar em conta ainda

os custos de aluguel das embarcações.

Figura 48 – Downtime na produção esperado em função das frequências de LWO e HWO. Fonte: Próprio Autor

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Figura 49 – Pontos ótimos em termos de probabilidade de vazamento e dias esperados de downtime. Fonte: Próprio

Autor

5.3 EFEITO DA DEGRADAÇÃO NO TEMPO MÉDIO ATÉ A FALHA DO POÇO

Um grande problema na gestão de integridade de poços de petróleo é que as operadoras

possuem poços nos mais variados estados de integridade. Isto significa que uma boa

abordagem para a gestão de integridade deve suportar não apenas poços novos, mas poços

em quaisquer situações.

Esta é mais uma das vantagens da abordagem markoviana. Os exemplos mostrados acima

foram todos obtidos partindo-se de poços totalmente íntegros, mas nada impede que

qualquer estado seja utilizado como vetor P0, isto é, como condição inicial de partida para

o processo markoviano. Através da matriz fundamental, apresentada na Seção 2.3.3, é

possível calcular o tempo médio até a absorção partindo-se de qualquer um dos estados

integro ou degradados. A Figura 50 mostra o MTTF partindo-se de diferentes estados

supondo-se dois cenários: sem e com reparo do mesmo. No último caso, o MTTR

considerado foi de 2,5 anos para LWO e 10 anos para HWO.

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Figura 50 – MTTF para diferentes estados de partida com e sem reparo. Fonte: Próprio Autor

Observa-se na Figura 50 que quanto mais degradado está o poço, menor é o tempo médio

até a falha (vazamento). Por exemplo, considerem-se três situações distintas:

Poço totalmente íntegro: Estado [1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0], cujo correspondente

MTTF é de 136 anos caso não haja manutenção e 442 anos caso haja manutenção.

Poço com camisão instalado na DHSV (ou seja, a DHSV não é capaz de fechar):

Estado [1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0] cujo correspondente MTTF é 135 anos caso

não haja manutenção e 441 anos caso haja manutenção.

Poço com packer vazando: Estado [1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0] cujo correspondente

MTTF é 121 anos caso não haja manutenção e 423 anos caso haja manutenção.

Com os exemplos acima é possível perceber a utilidade do gráfico de MTTF como uma

das formas de avaliar os diferentes problemas de integridade. Quanto maior a redução no

MTTF, maior é o impacto da falha na integridade do poço.

5.4 ANÁLISE DE INCERTEZAS

A Figura 51 mostra o resultado da análise de incertezas para avaliar o impacto dos dados

de falha utilizados no resultado de probabilidade de vazamento, conforme procedimento

descrito na Seção 4.3. O número de rodadas na Simulação de Monte Carlo foi de 10.000,

para que seja possível visualizar o formato da distribuição e limitado pelo custo

computacional, e com isso foi gerado o histograma da Figura 51.

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98

Figura 51 – Histograma resultante da análise de incertezas após 30 anos de produção. Fonte: Próprio Autor

Ao invés de um único valor de probabilidade como resposta, o histograma permite

calcular a confiança que se tem em determinados valor. Por exemplo, o valor esperado

para a probabilidade de vazamento em 30 anos é 5,53%, porém pode-se construir um

intervalo de 90% de confiança, entre o 5º percentil e o 95º percentil, dizendo que a

probabilidade de vazamento em 30 anos pode variar entre 2,72% e 8,62%. A Tabela 10

mostra algumas estatísticas sobre a probabilidade de vazamento obtida da simulação.

Tabela 10 – Parâmetros Estatísticos obtidos das análises de incerteza sobre a probabilidade de vazamento. Fonte:

Próprio Autor

Parâmetro Estatístico

Probabilidade de Vazamento

Média 5,53%

Desvio Padrão 1,82%

Percentis

1% 2,15%

5% 2,72%

25% 3,93%

50% 5,00%

75% 6,31%

90% 7,68%

95% 8,62%

99% 10,41%

Para se ter uma ideia de como o número de falhas impacta o grau de incerteza, observe-

se a Tabela 11. Esta tabela mostra que os componentes que possuem menos de 10 falhas

registradas têm intervalos de 90% de confiança relativos maiores que 100% da taxa de

falha.

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99

Tabela 11 – Intervalos de Confiança Relativos para os Modos de Falha Selecionados. Fonte: Próprio Autor

Modos de

Falha

Número

de

Falhas

Tempo

Operacional

Acumulado

(horas)

Taxa de

Falha

(hora-1)

percentil

(hora-1)

95º

percentil

(hora-1)

90% intervalo

de confiança

relativo

AIV – VE 1 1.00E+08 1.00E-08 5.13E-10 3.00E-08 294%

AIV – FNF +

VPF 9 1.00E+08 9.00E-08 4.70E-08 1.44E-07 108%

PACKER –

VCA 35 1.59E+08 2.20E-07 1.63E-07 2.85E-07 55%

SCSSV – FNF

+ VPF 150 3.71E+07 4.04E-06 3.52E-06 4.60E-06 27%

5.5 ANÁLISE DE IMPORTÂNCIA

Como mencionado também na Seção 3.3, é possível calcular algumas medidas de

importância para cada um dos elementos de risco, que no caso são os modos de falhas das

barreiras de segurança. As fórmulas apresentadas na seção 3.3 são diretas para a aplicação

em árvores de falhas, porém, para aplicá-las na cadeia de Markov foram necessárias

algumas manipulações.

Para aplicar as manipulações sugeridas, pode-se representar o risco total do sistema, R,

por uma combinação linear dos cenários de riscos da forma proposta por Wall et al.

(2001):

𝑅 = 𝑎. 𝑃 + 𝑏 (59)

Onde “aP” é o risco de todos os cenários contendo o evento “P” e b é a contribuição dos

cenários que não contêm “P”.

No caso da análise de confiabilidade realizada neste trabalho, ao invés de R ser o risco

total, pode-se pensar como sendo a probabilidade final de vazamento. Cada modo de falha

de barreira utilizado na análise de probabilidade de vazamento pode ser considerado como

evento “P” para análise. O desafio então é encontrar “a” e “b” para cada modo de falha.

Isso é feito da seguinte maneira:

R (base) = a.P + b: é calculado utilizando-se normalmente a cadeia de Markov e

é a probabilidade de vazamento obtida e independe de qual seja o P em questão;

R (Pi = 0) = b: é calculado considerando a probabilidade Pi de ocorrência do i-

ésimo modo de falha como 0. Isto é facilmente implementado na cadeia de

Markov fazendo a taxa de falha do respectivo modo de falha igual a 0.

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100

R(Pi = 1) = a + b: é calculado considerando a probabilidade Pi de ocorrência do

i-ésimo modo de falha como 1. Isto é implementado na cadeia de Markov

colocando-se um valor muito alto para a taxa de falha do respectivo modo de falha

de forma que no primeiro Δt a sua probabilidade vá para 1.

Considerando-se o definido acima e utilizando-se algumas relações apresentadas por

Modarres (2006) tem-se que:

𝐼𝐵 = 𝑅(𝑃𝑖 = 1) − 𝑅(𝑃𝑖 = 0) = 𝑎 (60)

𝐼𝐹𝑉 =

𝑅(𝑏𝑎𝑠𝑒) − 𝑅(𝑃𝑖)

𝑅(𝑏𝑎𝑠𝑒)=

𝑎𝑃

𝑎𝑃 + 𝑏

(61)

𝐼𝑅𝑅𝑊 =

𝑅(𝑏𝑎𝑠𝑒)

𝑅(𝑃𝑖 = 0)=

𝑎𝑃 + 𝑏

𝑏

(62)

𝐼𝑅𝐴𝑊 =

𝑅(𝑃𝑖 = 1)

𝑅(𝑏𝑎𝑠𝑒)=

𝑎 + 𝑏

𝑎𝑃 + 𝑏

(63)

A Tabela 12 mostra os resultados destes cálculos considerando-se o horizonte de tempo

de 30 anos.

Tabela 12 - Medidas de Importância para cada um dos modos de falhas utilizados na cadeia de Markov. Fonte:

Próprio Autor

MEDIDAS DE IMPORTÂNCIA DOS MF UTILIZANDO A CM

Modos de Falha RRW RAW Fussel-Vesely Birnbaum

AIV1_VE 1,00 1,11 2,12E-04 1,08E-02

AIV1_VPF + FNF 1,00 1,00 1,10E-04 1,11E-04

GLV_VCA 9,67 2,54 8,97E-01 2,48E-01

M1_ VE 1,01 6,80 9,13E-03 5,90E-01

M1_ VPF + FNF 1,00 1,30 2,67E-03 3,04E-02

M2_ VE 1,00 1,11 2,14E-04 1,10E-02

M2_ VPF + FNF 1,00 1,00 1,31E-04 3,27E-04

PACKER_VCA 1,05 2,54 4,63E-02 1,61E-01

BLOCO_ BAP_ VE 1,00 1,00 1,10E-04 1,11E-04

REV_PROD_ VE 1,11 8,00 9,87E-02 7,20E-01

COP_ABAIXO_DHSV_VCA 1,03 2,54 3,29E-02 1,60E-01

COP_ACIMA_DHSV_VCA 1,00 1,29 8,36E-04 3,00E-02

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MEDIDAS DE IMPORTÂNCIA DOS MF UTILIZANDO A CM

Modos de Falha RRW RAW Fussel-Vesely Birnbaum

DHSV_ VPF + FNF 1,01 1,02 1,23E-02 3,54E-03

S1_ VE 1,00 1,08 1,82E-04 7,83E-03

S1_ VPF + FNF 1,00 1,00 1,27E-04 2,55E-04

S2_ VE 1,00 1,00 1,11E-04 1,32E-04

S2_ VPF + FNF 1,00 1,00 1,11E-04 1,32E-04

SELO_TH_VPF + FNF 1,00 1,02 2,53E-04 1,75E-03

ANEL_VX_VE 1,12 8,00 1,09E-01 7,21E-01

W1_ VE 1,00 1,08 1,82E-04 7,83E-03

W1_ VPF + FNF 1,00 1,00 1,16E-04 1,12E-04

W2_ VE 1,00 1,00 1,11E-04 1,32E-04

W2_ VPF + FNF 1,00 1,00 1,10E-04 1,11E-04

SCPS_ VE 2,70 8,00 6,29E-01 7,74E-01

XO_ VE 1,00 1,00 1,83E-04 7,92E-03

XO_ VPF + FNF 1,00 1,00 1,25E-04 2,22E-04

BLOCO_ANM_VE 1,00 1,08 2,35E-03 8,14E-03

TREECAP_ VE 1,00 1,00 1,27E-04 4,29E-05

AIV2_ VE 1,12 8,00 1,09E-01 7,21E-01

AIV2_ VPF + FNF 1,00 1,11 2,12E-04 1,08E-02

CONECT_BAP_ANM_ VE 1,00 1,00 1,29E-04 7,04E-05

LINHA_PROD_VE 1,00 1,00 1,17E-04 4,36E-05

Pode-se perceber pela tabela que o elemento com maior importância de Birnbaum é o

Sistema de Cabeça de Poço Submarino, isto significa que a sensibilidade da probabilidade

de vazamento em relação à probabilidade de ocorrência deste modo de falha é a maior,

ou seja, uma variação na probabilidade de ocorrência deste modo de falha causa uma

grande variação na probabilidade de vazamento do poço.

O modo de falha com maior RRW é a Válvula de gas lift; isto significa que, se fosse

possível eliminar este modo de falha, ele traria o melhor ganho para o sistema em termos

de redução da probabilidade de vazamento. Isto se deve à baixíssima confiabilidade desta

válvula em relação aos demais componentes e pode ser um bom indicador para priorizar

investimentos.

Já o RAW indica aquele modo de falha que, quando ocorre, tem maior impacto sobre a

probabilidade de vazamento. No caso analisado, os modos de falha com maior RAW

foram o vazamento extreno no Anel VX, Resvestimento de Produção, SCPS e AI2. Estes

componentes são justamentes os que compõem o segundo CSB. Como a confiabilidade

da válvula de gas lift, que faz parte do CSB primário, é muito baixa, a importância de o

CSB secundário não falhar é muito grande.

Há vários caminhos de vazamentos para um poço e diversos deles podem passar por uma

mesma barreira. Se um determinado modo de falha está presente em muitas combinações

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102

de falhas que levem ao vazamento, este modo de falha tem grande relevância para a

análise; é justamente isso que indica a medida de Fussell-Vesely, cujo maior valor foi

obtido para o modo de falha da válvula de gas lift levando à comunicação coluna-anular.

Vale a pena mencionar que a importância de um determinado componente não depende

apenas da sua taxa de falha, mas também da posição que este ocupa no sistema. Por

exemplo, as válvulas AI1 e AI2 são idênticas e, portanto, têm a mesma taxa de falha,

contudo, o vazamento externo da AI2 tem uma importância RAW de 8,00 enquanto o

mesmo modo de falha da AI1 tem uma importância RAW de 1,11. Isto ocorre, pois, estas

válvulas estão em série e a AI1 vem depois do AI2, logo, quando o anular A está

comunicado, basta o vazamento externo da AI2 para que ocorra o vazamento para o meio

ambiente. Já para ocorrer o vazamento para o meio ambiente através da AI1 é necessário

que além do anular A estar comunicado que a válvula AI2 falhe no fechamento ou vaze

na posição fechada.

5.6. APLICAÇÃO EXPERIMENTAL DA CM PARA SUPORTE À TOMADA DE

DECISÃO

Como visto na Seção 2.2.1, tanto o SGIP quanto as melhores práticas da indústria

preconizam que durante todo o ciclo de vida do poço devem ser garantidos no mínimo

dois CSB independentes entre si. Porém, no caso de não observância deste requisito, uma

análise de risco pode suportar a decisão de aceitação ou não. Esta não observância pode

advir de diversos fatores, como falhas de projeto, impossibilidade prática de constituição

de dois CSBs, porém, na vida produtiva a principal razão é a falha de barreiras de

segurança.

Esta seção encerra o trabalho dando uma visão de como a abordagem desenvolvida

poderia subsidiar a tomada de decisão em uma situação como esta. Trata-se da análise de

um poço submarino produtor, como o da Figura 31, que se encontrava em produção e

durante um dos testes periódicos foram constatadas comunicação coluna-anular e falha

na DHSV. Estes dois problemas de integridade são bem típicos em poços submarinos.

Além de todas as hipóteses adotadas na geração do modelo markoviano para

confiabilidade de poço, adotam-se algumas premissas adicionais neste caso:

Após a comunicação coluna-anular o revestimento de produção não sofrerá

corrosão, pois a sua metalurgia foi corretamente dimensionada e porque não há

fluxo no anular, o que impede o processo de corrosão. Isto implica em manter a

mesma taxa de falha para o revestimento antes e depois da comunicação.

As inspeções do poço com ROV permitem identificar se há ou não vazamento do

poço.

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103

Como critério de referência para a probabilidade de vazamento, será utilizado o

caso descrito na Seção 5.1, devido às razões explicadas naquela seção.

A Quadro 6 mostra uma linha do tempo hipotética para este poço contendo o histórico de

eventos relacionados à integridade. Destaca-se a comunicação coluna-anular com menos

de 1 ano de produção do poço. Posteriormente, a situação foi agravada com à perda de

funcionalidade da DHSV. O poço estava operando com apenas um CSB e, portanto, uma

decisão deveria ser tomada. Supondo que a data mais adequada para o workover, em

termos de recursos seja no dia 1700, pretende-se calcular, então, a probabilidade de

vazamento no dia 1700 e compará-la com a curva de referência.

Os resultados quantitativos resultantes do histórico do poço e a projeção a partir do dia

1414 estão mostradas na Figura 52.

Uma inspeção visual no instante t que não registra vazamento é incorporada na cadeia de

Markov, anulando a probabilidade dos estados que representam vazamento no vetor P(t)

e posteriormente o vetor probabilidade resultante é normalizado e utilizado como

condição inicial para a próxima etapa. As equações a seguir ilustram o processo descrito:

𝑃𝑖𝑛𝑜𝑣𝑜(𝑡) = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 514 < 𝑖 ≤ 1027 (64)

𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = ∑ 𝑃𝑖𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜(𝑡)

514

𝑖=1

(65)

𝑃𝑖

𝑛𝑜𝑣𝑜(𝑡) =𝑃𝑖

𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜(𝑡)

𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 1 < 𝑖 ≤ 514

(66)

Onde 𝑃𝑖𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜(𝑡) é a probabilidade do i-ésimo estado no instante t antes da incorporação

da evidência de não vazamento e 𝑃𝑖𝑛𝑜𝑣𝑜(𝑡) é a probabilidade do i-ésimo estado no instante

t após a incorporação da evidência de não-vazamento. Da mesma forma, quando há

evidência de falha, como comunicação coluna-anular, novamente, basta zerar a

probabilidade daqueles estados que não representam esta comunicação e normalizar o

restante.

Observando a Figura 52, percebe-se uma acentuação na inclinação da curva, que é

resultado das evidências de falha, que tornaram o poço degradado e, portanto, mais

propensos a ter vazamentos.

É interessante notar que no dia 319 quando houve a verificação de comunicação coluna-

anular houve um salto na probabilidade de vazamento e aumento na inclinação da curva.

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104

Imediatamente antes da realização do teste periódico a probabilidade de vazamento havia

atingido seu máximo em 1,21 x 10-2 no dia 970. Nos dias seguintes, a probabilidade é

mantida em níveis baixos devido ao constante monitoramento. A projeção após o dia

1414, sem considerar inspeções e testes, resulta numa probabilidade de vazamento de

4,14 x 10-3 no dia 1700, o que é superior ao máximo no caso base, de 3,27 x 10-3. Por

volta do dia 1580 a probabilidade de vazamento do caso real se igualaria ao caso de

referência.

Embora a hipótese original era de que o revestimento não sofreria degradação devido à

comunicação anular, foi realizada uma análise de sensibilidade para a taxa de falha do

mesmo e obtido o resultado da Figura 53.

Quadro 6– Histórico de eventos ao longo do tempo e impactos na integridade de vazamento. Fonte: Próprio Autor

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105

Figura 52 - Probabilidade de Vazamento do Poço consideradno o histórico de eventos e projeção sem testes e

monitoramento. Fonte: Próprio Autor

Figura 53 – Análise de sensibilidade do impacto da taxa de falha do revestimento de produção na probabilidade de

vazamento do poço segundo seu histórico. Fonte: Próprio Autor

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106

Os modos de falha comuns geralmente encontrados em poços de petróleo geralmente referem-

se à formação de hidratos que bloqueiam o fechamento simultâneo de algumas válvulas da ANM

(EXPROSOFT, 2012). Para este poço específico concluiu-se em uma análise preliminar de riscos

realizada por uma equipe especializada que não há indicativos de que modos de falha comuns

estão presentes. Além disso, estes modos de falha podem ser facilmente detectados através de

testes funcionais das válvulas.

6. CONCLUSÃO

A dissertação, em especial o capítulo de metodologia apresenta um roteiro dos passos

necessários para a análise de confiabilidade de um poço de petróleo em produção. Parte-

se sempre do esquemático de barreiras de segurança do poço que indica as barreiras

presentes e suas posições ao longo do poço. Com base neste esquemático deve ser gerado

o diagrama de caminho de vazamentos, onde serão identificadas as cavidades e as

barreiras que isolam estas cavidades. Baseado no diagrama de caminhos de vazamento é

possível mapear as transições possíveis entre as cavidades e com isso construir a cadeia

de Markov, sendo que o algoritmo necessário para este passo esta no APÊNDICE E. Na

cadeia de Markov são inseridas as taxas de falhas e taxas de reparos. A partir desta

modelagem e de uma condição inicial podem ser calculadas as probabilidades do poço se

encontrar em cada um dos possíveis estados.

As análises, avaliações e cálculos realizados neste trabalho são baseados em inúmeras

hipóteses, limitações, condições de contorno e definições do sistema e ambiente, todas

detalhadas ao longo da dissertação e em referências citadas.

A aplicação deste trabalho em casos reais deve ser precedida de uma validação das

premissas, adequação do modelo e dos dados ao caso real de estudo e validação dos

resultados e conclusões. No caso de avaliação de integridade de poços submarinos sugere-

se sempre contar com um time de especialistas que conheçam o projeto e a operação do

poço para auxiliarem na aplicação dos modelos.

Por fim, vale mencionar que o objetivo deste trabalho é fornecer insumos para a tomada

de decisão e que qualquer decisão relacionada a riscos de vazamentos em poços

submarinos deve ser baseada em uma série de outros fatores que, a priori, não são

contemplados nessa dissertação.

A análise da confiabilidade do poço se mostrou como elemento importante da tomada de

decisão à medida que permite a comparação entre as escolhas a serem feitas, além do que

o julgamento puramente qualitativo permite. De maneira alguma pretende-se eliminar ou

substituir as análises qualitativas e nem o julgamento dos especialistas, mas sim

complementá-los. O uso de métodos quantitativos tem potencial para otimizar a tomada

de decisão, reduzindo o risco ou reduzindo os custos desnecessários com paradas de

produção e manutenção de poços.

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107

O requisito de segurança operacional e integridade de poço comumente aceito estabelece

que dois conjuntos solidários de barreiras independentes e testados estejam presentes em

todos as etapas do ciclo de vida do poço. Este critério, quando devidamente seguido, traz

grande confiabilidade ao poço. A questão principal discutida neste trabalho é como

considerar os casos em que não é possível tecnica ou economicamente manter os dois

CSB conforme preconizado.

Uma das primeiras conclusões obtidas através da revisão bibliográfica sobre o tema de

avaliação de risco e integridade de poços é que mudanças nos procedimentos gerenciais

podem ser uma das maneiras mais custo eficiente de mitigar riscos. Estas medidas devem

ser implantadas antes de considerar outras opções que, geralmente, envolvem um custo

maior. É justamente no apoio aos procedimentos gerenciais que o modelo desenvolvido

poderá encontrar aplicação prática nas organizações.

No contexto da questão em investigação na presente dissertação a abordagem proposta se

configura como potencial alternativa para preencher a lacuna existente, possibilitando a

modelagem de diversos estados do poço além de apenas integro ou falho. Neste caso, os

modelos estudados e apresentados aqui podem ajudar a determinar o nível de risco e se é

possível ou não continuar a operação ou uma medida de mitigação é requerida. Porém, o

diferencial esperado deste trabalho foi, ao incorporar as operações de manutenção de

poços nas análises, dar condições da operadora dimensionar corretamente os recursos

necessários de acordo com o nível de risco que se deseja operar.

Os sete objetivos específicos propostos para o trabalho foram atingidos, em especial a

construção de um código que pode efetivamente ser utilizado para avaliar a confiabilidade

dos poços de petróleo considerando falhas de barreira, testes, inspeções e intervenções

para manutenção do poço. Além disso, foram revisadas as melhores práticas da indústria,

normas e regulamentos; foram revisadas as metodogias de confiabilidade já aplicadas na

integridade de poço; foram identificados os principais elementos de barreiras de

segurança e também as principais fontes de dados para análise de confiabilidade destes

elementos.

Em resumo, a grande contribuição deste trabalho é apresentar uma metodologia para o

cálculo de confiabilidade de poços que suporte analises quantitativas de riscos

preenchendo algumas lacunas da literatura: modelagem de diversos estados, incluindo

estados degradados; inclusão do processo de manutenção no modelo e análise de

propagação de incertezas.

6.1 TRABALHOS FUTUROS

Esta seção indica os possíveis desdobramentos da pesquisa realizada nesta dissertação de

mestrado. Trata-se portante de um bom ponto de partida para pesquisadores que desejam

aprofundar os modelos aqui discutidos, não sendo, no entanto, uma listagem exaustiva,

no sentido de que alguns leitores podem encontrar caminhos diferentes para dar

continuidade a pesquisa.

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108

Os modelos desenvolvidos podem ser continuamente melhorados, porém, sugere-se aqui

que um grande esforço seja dado no futuro na obtenção de mais dados de vida dos

elementos de barreiras. Com base em dados completos de tempos de operação dos

elementos de barreiras de segurança é possível avaliar se a hipótese de distribuição

exponencial se aplica a todos os elementos ou se há algum que possua efeitos de

envelhecimento ou falha precoce. Sugere-se também investigar a melhor distribuição para

a taxa de falha e utilizá-la na propagação de incertezas por Monte Carlo. Além disso,

pode-se utilizar inferências Bayesianas para a combinação de dados específicos e

genéricos fornecidos pela indústria.

Como trabalho futuro, os estados do poço podem ser classificados entre aqueles que são

observáveis, via teste ou monitoramento, e aqueles que são latentes. A cadeia de Markov

pode ser melhorada considerando apenas o processo de reparo para aqueles estados cuja

falha pode ser detectada. Além disso, caso seja identificado em algum projeto de poço a

presença de falhas de causa comum, estas podem ser colocadas na cadeia de Markov.

Sugere-se, inclusive, como trabalho futuro investigar como modelar as taxas de

ocorrência destes modos de falha.

Para se ter uma visão completa do risco de vazamentos é necessário investigar as

consequências dos blowouts. Especial esforço deve ser dado para diferenciar grandes

vazamentos de pequenos vazamentos.

Como pesquisas futuras sugere-se também considerar os riscos durante as próprias

operações de workover no risco total. Uma conclusão obtida nesta dissertação é de que

quanto maior o número de workovers menor o risco de vazamentos durante a fase de

produção. Porém, a própria operação de workover oferece um risco de vazamentos, que

pode ser levado em consideração para tomada de decisão.

As intervenções para workover, divididas em dois grupos neste trabalho (LWO e HWO)

podem ser subdivididas por escopo de workover, com durações e custos específicos.

Sugere-se também avaliar o uso das frequências de blowout ao invés do parâmetro de

probabilidade como critério de aceitação na tomada de decisão.

Pode-se avaliar também se há falhas durante a produção de um poço de petróleo devido

a erros humanos e então incluir aspectos de confiabilidade humana na análise de risco do

poço.

Sugere-se, por fim, avaliar o uso de frequências de blowout ao invés do parâmetro de

probabilidade como critério de aceitação na tomada de decisão. Esta medida permite

calcular o SIL (Safety Integrity Level) que tem sido utilizado na indústria de óleo e gás

(NORWEGIAN OIL INDUSTRY ASSOCIATION, 2004).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ABIMBOLA, M. KHAN, F. KHAKZAD, N. Risk-based Safety Analysis of Well

Integrity Operations. Safety Science, 84, pg. 149-160, 2016.

ABIMBOLA, M. KHAN, F. Development of an Integrated Tool for Risk Analysis of

Drilling Operations. Process Safety and Environmental Protection, 102, pg. 421-430,

2016.

ADDISON, F., KENNELLEY, K., BOTROS, F. Future Challenges for Deepwater

Developments. Offshore Technology Conference, OTC-20404. Houston, Texas, USA,

2010.

AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

(ANP). Portaria 25/2002: Procedimentos a Serem Adotados no Abandono de Poços

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APÊNDICE A - CICLO DE VIDA DO POÇO DE PETRÓLEO, TIPOS DE

POÇOS E TIPOS DE EMBARCAÇÕES PARA OPERAÇÕES EM POÇOS

Este apêndice apresenta em detalhes alguns aspectos da engenharia de poço, a saber:

Ciclo de vida do poço de petróleo e suas fases;

Tipos de poços;

Tipos de embarcações para operações em poços offshore.

O objetivo é complementar a fundamentação teórica sobre o cenário em que a pesquisa

se desenvolve.

CICLO DE VIDA DO POÇO DE PETRÓLEO

Entende-se por ciclo de vida a sequência de fases que vão do começo ao fim de um projeto

(MAXIMIANO, 2014). A Resolução 46 da ANP (2016) estabelece que cinco etapas

distintas para o ciclo de vida de um poço de petróleo. Esta divisão em cinco etapas ou

fases é encontrada em outras referências como Ajimoko (2016). A norma ISO 16530-1

(2017) que trata da governança do ciclo de vida estabelece seis fases, apresentando uma

fase adicional chamada de bases do projeto, que seria uma parte mais conceitual do

projeto.

Figura 54 – Fases do Ciclo de Vida do Poço. Fonte: Adaptado de AJIMOKO, 2016

A Figura 54 mostra o ciclo de vida do poço com duas principais fases, desde a sua

concepção em fase de projeto até o seu descomissionamento na fase de abandono. O

regulamento do SGIP (ANP, 2016) na sua Prática de Gestão Nº 10, chama de etapas do

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ciclo de vida do poço. Embora, conceitualmente, os termos fase e etapa sejam diferentes,

serão utilizadas como sinônimos neste trabalho.

PROJETO

Projeto de poço é a aplicação de soluções técnicas para garantir que o poço possa operar

efetivamente e com segurança durante seu ciclo de vida (HAALAND, 2017). É nesta fase

que se deve garantir que o poço estará aderente aos requisitos legais e às melhores práticas

da indústria (ANP, 2016).

A importância do correto planejamento na fase de projeto pode ser vista através da Figura

55, onde o PMI (2008) mostra que são justamente nas fases iniciais de projeto que se tem

o maior potencial de influência nos custos do empreendimento e também nos riscos. Um

correto planejamento das barreiras de segurança na fase de projeto é essencial para a

integridade do poço (GOUDA e ASLAM, 2018).

Em relação a integridade e confiabilidade do poço, nesta etapa deve ser avaliado se todos

os equipamentos e componentes do poço estejam corretamente dimensionados para

suportar os carregamentos máximos esperados durante todo o seu ciclo de vida

(NORKOK D-010, 2013). Isso envolve um trabalho de previsão de cenários como

pressurização do reservatório por injeção de fluidos, mudança na composição dos fluidos

produzidos com o tempo, desgaste dos equipamentos devido as atividades de intervenção

ou produção de elementos corrosivos e abrasivos.

Por fim, vale mencionar que um dos aspetos mais importantes na fase de projeto é a

correta documentação para garantir que tanto a equipe de construção e manutenção

quanto a equipe de produção estarão a par de todas as informações relevantes como, por

exemplo, os envelopes operacionais que o poço pode operar (ANP, 2016).

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Figura 55 – Impacto da variável com base no tempo decorrido no projeto. Fonte: PMI, 2008

CONSTRUÇÃO

Esta etapa do ciclo de vida compreende basicamente as operações de perfuração,

completação e avaliação (ANP, 2016). A estapa de construção define os elementos

requeridos a serem construídos e as atividades de verificação a serem realizadas de forma

a atingir o planejado em projeto (GOUDA e ASLAM, 2018). É, portanto, nesta fase que

as barreiras de segurança são construídas ou instaladas.

As análises de integridade e risco nesta etapa são mais complexas pela característica

dinâmica das atividades, ou seja, a situação ou estado do poço se altera com a execução

de cada operação (ABIMBOLA et al., 2014). Além disso, nesta etapa, o poço está

conectado a uma sonda de perfuração, geralmente através de um equipamento de

segurança, o BlowOut Preventer (BOP), e o riser. A Figura 56 mostra a sonda conectada

ao poço através do BOP. O sistema riser + BOP possibilita um monitoramento e controle

do poço (MARTINS et al., 2018), porém, por a sonda estar conectada ao poço, aumenta-

se a exposição dos trabalhadores embarcados as consequências de um blowout, pois os

fluidos podem atingir o piso da sonda, possivelmente causando incêndios e explosões

(ABIMBOLA et al., 2014).

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Figura 56 – Sonda de Perfuração Offshore conectada ao Sistema de Cabeça de Poço Submarino através do BOP e

do riser de perfuração. Fonte: OFFICER OF THE WATCH, 2014.

PRODUÇÃO

Esta etapa do ciclo de vida do poço começa após a construção ou intervenção no poço

com a entrega do poço (well handover) para a área de operação da produção

(CORNELIUSSEN, 2016). É durante esta etapa que os fluidos são produzidos do ou

injetados para o reservatório. Esta fase se encerra com a devolução do poço a área de

poços para que seja realizada uma intervenção, workover ou abandono.

Durante a fase de produção, a composição das barreiras é estática, e a funcionalidade

destas deve ser averiguada via monitoração de parâmetros ou testes periódicos (ALVES,

2012). No entanto, alguns componentes não são possíveis de serem testados ou reparados,

especialmente aqueles que compõe a estrutura do poço (revestimentos, cimentação e

cabeça de poço). Desta forma, os problemas de integridade estrutural irão crescer ao longo

do tempo (BOURTON, 2005).

Durante esta fase, a equipe de operação monitora constantemente variáveis de produção

com vazão, RGO (Razão Gás Óleo), BSW (Basic Sediments and Water), RAO (Razão

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Água Óleo), entre outros. O objetivo de monitorar estes parâmetros é avaliar a produção

do poço e garantir que ele produza o mais próximo do seu potencial, evitando a produção

de substâncias indesejadas.

Para se garantir a integridade, outras variáveis devem ser monitoradas, especialmente

pressão e temperatura. O monitoramento da pressão de fundo do poço, nas pressões na

ANM (Árvore de Natal Molhada), entre outras, pode auxiliar a identificar vazamentos na

coluna de produção, válvulas dando passagem, etc (ALVES, 2012). Além disso, o

monitoramento das pressões anulares pode auxiliar a identificar se os elementos tubulares

e as vedações da cabeça de poço estão operando dentro do seu envelope operacional.

É importante destacar o papel do monitoramento e da realização de inspeções periódicas

no poço em produção, pois um modelo eficiente de gestão de integridade durante a

produção, deve levar em conta tais informações para tornar as medidas de integridade e

confiabilidade mais precisas.

INTERVENÇÃO

Ao longo da vida produtiva do poço podem ocorrer problemas devido a garantia de

escoamento (ex. formação de parafina e incrustação), problemas de reservatório (ex.

produção excessiva de água ou gás) ou problemas de integridade (ex. falha de DHSV ou

VGL). A intervenção em poços é definida como uma operação executada para

manutenção ou remediação de tais problemas (COCA SUAZNABAR, 2016).

As intervenções em poços podem ser classificadas em duas categorias: light workover

(LWO) e heavy workover (HWO). A principal diferença é que no heavy workover são

necessárias a remoção da Árvore de Natal Molhada e a instalação do BOP de perfuração.

Além disso, pode incluir a remoção da coluna de completação e requer unidades de

perfuração offshore para tal. No light workover não é necessário a remoção da ANM e as

operações podem ocorrer através desta e da coluna de produção, como por exemplo,

operações com arame, cabo ou flexitubo.

Devido à necessidade de remoção da ANM e instalação de um BOP, o HWO tem um

tempo de duração em média muito superior ao LWO. Segundo Birkeland (2005), uma

operação de light workover leva em média de 15 dias ao passo que as operações de heavy

workover tem uma duração típica que varia de 120 a 240 dias. Um estudo realizado por

Mendes et. al. (2013) baseado em dados da Bacia de Campos mostra, no entanto, que a

duração de heavy workover para alguns poços seria de 30 dias.

Ambas as operações de workover necessitam a parada de produção do poço e o mesmo

deve ser “morto”, isto é, preenchido por um fluido com densidade suficiente para criar

uma pressão interna maior que a pressão de poros do reservatório, de forma a manter a

segurança.

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Desta forma, as operações de intervenção representam um custo triplo para as

companhias: (i) custo de material e equipamentos necessários; (ii) custo da diária da

unidade de intervenção, geralmente uma sonda; (iii) custo com a perda de produção

devido ao fechamento do poço.

ABANDONO

O abandono de poço pode ser classificado em dois tipos (ANP, 2016):

Abandono Temporário: Situação de um poço na qual há o estabelecimento dos

Conjuntos Solidários de Barreiras temporárias. Adicionalmente, são considerados

abandonados temporariamente poços produtores ou injetores já equipados

(completados) que estejam aguardando o início da produção/injeção, bem como

poços já em operação que, por algum motivo, encontram-se fechados.

Abandono Permanente: Situação de um poço na qual há o estabelecimento de

Conjuntos Solidários de Barreiras permanentes e não existe interesse de reentrada

futura.

No caso do abandono temporário há uma preocupação com o retorno após o período de

abandono e como monitorar a integridade dos elementos de barreira durante o período

abandonado. No caso do abandono permanente há uma preocupação em se manter a

integridade do poço para o longo prazo, isto é, com a construção de barreiras que não se

degradem com o tempo.

TIPOS DE POÇOS DE PETRÓLEO

Os poços de petróleo podem ser classificados de várias formas, a depender de sua

finalidade, tipo, localização, etc.

Poço Exploratórios ou de Desenvolvimento da Produção

Os poços exploratórios são aqueles utilizados na descoberta de novos campos ou

jazidas de petróleo, para coletar dados e avaliar a extensão das reservas. Os poços

de desenvolvimento da produção são utilizados para de fato drenarem os fluidos

do reservatório. Os poços de desenvolvimento da produção podem ser produtores

ou injetores.

Poço Produtor ou Poço Injetor

Enquanto os poços produtores são responsáveis por produzirem os

hidrocarbonetos (óleo e gás) do reservatório, os poços injetores são responsáveis

por injetarem fluidos (água ou gás) de forma a manter a pressão do reservatório e

aumentar o fator de recuperação.

Poços Surgentes ou Não-Surgentes

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Poços produtores que possuem pressão no reservatório suficiente para que os

fluidos sejam produzidos naturalmente são chamados de poços surgentes. Neste

caso a pressão no fundo do poço deve ser tal que vença a hidrostática do fluido

somada as perdas de cargas ao longo do caminho de fluxo.

Quando um poço não possui pressão suficiente para naturalmente produzir, pode-

se dizer que este poço é não surgente, ou seja, a própria coluna hidrostática do

fluido e/ou da água do mar é suficiente para matar o poço. A condição de não

surgência de um poço deve ser verificada periodicamente pela equipe de elevação

e escoamento considerando-se as incertezas nas pressões de reservatório e

principalmente na existência de injeção de água ou gás no reservatório.

Métodos de elevação artificial podem ser utilizados até mesmo em poços

surgentes para aumentar a vazão de produção.

O método de elevação mais comum nos poços submarinos no Brasil é o gas lift

contínuo (ALVES, 2012). Neste caso, a coluna de produção é equipada com

válvulas especiais para tal, chamadas de válvulas de gas lift (VGL). Neste trabalho

serão avaliados poços equipados com tais válvulas.

Poço Vertical, Inclinado e Horizontal

No poço vertical a sonda e o objetivo a ser alcançado estão na mesma reta vertical.

Qualquer poço onde a perfuração não é realizada na vertical é chamado de poço

direcional. O poço horizontal é um caso onde a parte final da perfuração é feita na

horizontal, geralmente para garantir uma maior área aberta ao fluxo em

reservatórios pouco espessos. A Figura 57 mostra as diferenças entre as formas de

perfuração.

Poço Terrestre, Marítimo de Completação Seca ou Submarino

Quando o sistema de cabeça de poço fica posicionado na superfície o poço passa

a ser chamado completação seca ou convencional. Se o poço de completação seca

estiver localizado onshore é chamado de poço terrestre, caso esteja localizado em

ambiente offshore é chamado de poço marítimo de completação seca. Já no caso

onde a cabeça do poço fica localizada no fundo do mar, denomina-se poço de

completação molhada ou poço submarino. O foco deste trabalho são os poços

submarinos.

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Figura 57 – Poço Vertical, Inclinado e Horizontal.

Fonte: http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/conheca-os-diferentes-tipos-de-pocos-de-petroleo-e-gas-

natural.htm

Poço HPHT

Poços HPHT (High Pressure, High Temperature) são poços de alta temperatura e

alta pressão. São considerados HPHT, poços com as seguintes características:

Gradiente de pressão de poros acima de 0,8 psi/pé (15,3 lb/gal); ou

Requer equipamento na cabeça do poço com classe de pressão maior que

10.000 psi, baseado na maior pressão esperada na cabeça durante toda a

vida produtiva do poço; e

Temperatura estática do reservatório maior que 149º C (300º F).

Os poços HPHT são, por suas características, poços com maior risco e, portanto,

exigem cuidados especiais.

SONDAS DE PERFURAÇÃO E MANUTENÇÃO DE POÇOS

O processo de perfuração de um poço de petróleo é complexo, exigindo grandes e pesados

equipamentos. A estrutura que contempla todos estes equipamentos, além dos materiais

necessários à construção e as equipes envolvidas nos trabalhos, é chamada de sonda de

perfuração. Tais sondas podem ser terrestres ou marítimas.

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Existem basicamente dois tipos de unidades marítimas, aquelas com BOP na superfície e

aquelas com BOP no fundo do mar (BOP submarino). De forma resumida o BOP

(BlowOut Preventer) é um conjunto complexo de válvulas e sistema de controle, sendo o

equipamento de segurança mais importante de uma sonda. Ele se localiza na superfície

ou fundo do mar a depender da estabilidade da sonda.

As sondas que permanecem fixas em relação a locação do poço possuem o BOP na

superfície. Alguns exemplos são:

Plataformas fixas;

Plataformas Auto-Elevatórias (PA);

Tension Leg Platform (TLP);

A medida que os avanços em termos de lâmina d’ água foram ocorrendo, tornou-se

inviável o uso de plataformas fixas, como pode ser visto na Figura 58. Desta forma

começou-se a utilizar sondas com BOP no fundo do mar e a presença do riser de

perfuração que liga o BOP e, portanto, a cabeça do poço, ao chão da sonda. São exemplos

destas sondas as:

Plataformas Submersível;

Plataformas Semi-Submersíveis (SS);

Navios-Sonda (NS).

Figura 58 – Principais tipos de unidades marítimas de perfuração (sondas marítimas). Fonte: FEITOSA, 2013

Na Figura 58 tem-se quatro exemplos de sondas utilizadas na exploração offshore. Será

feita uma breve descrição das quatro, da esquerda para a direita. A primeira é a Plataforma

Fixa, que foram as primeiras unidades marítimas utilizadas até 300 metros de lâmina

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d’água. O BOP e posteriormente os equipamentos de produção (ex. Árvore de Natal)

ficavam na superfície da plataforma. Possuem elevado custo devido a estrutura de aço

utilizada para fixa-la ao fundo do mar (FEITOSA, 2013).

A segunda é a Plataforma Auto-Elevatória (PA) utilizada apenas para lâminas d’água

inferiores a 100 metros. As pernas são capazes de serem recolhidas (operação jack up),

permitindo a navegação da mesma e, posteriormente, descidas (operação jack down) para

a fixação da mesma na locação. Esta fixação também permite o uso de BOP e Arvore de

Natal na superfície.

A terceira é a Plataforma Semi-Submersível (SS) que no caso de sondas de perfuração

são de posicionamento dinâmico, isto significa que são utilizados propulsores e um

sistema de geolocalização para manter a sonda estacionária em cima do local onde será

construído o poço de petróleo. Este sistema, por mais desenvolvido que seja, não

consegue garantir que a sonda permaneça 100 % do tempo parada, desta forma não se

pode utilizar o BOP na superfície, mas no leito marinho. Quando este tipo de plataforma

é utilizado para produção de petróleo, ela pode ser ancorada.

O quarto exemplo é o Navio Sonda (NS) que possui características semelhantes à das SS.

Além dos principais tipos, há outras informações sobre os principais sistemas das

unidades e como escolher a melhor unidade para cada operação.

As sondas de perfuração marítima, devido a sua complexidade, podem ter uma diária de

afretamento da ordem de um milhão de reais. Esta complexidade associada ao ambiente

em que operam geram uma série de fontes de perigos para potenciais acidentes: choque

de embarcações, queda de objetos pesados, perda de posicionamento, blowout, incêndios.

O perigo mais significante para uma sonda de perfuração em termos de potencial de

fatalidades é o blowout (SHERRARD, 1993).

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APÊNDICE B - AVALIAÇÃO DE RISCO NA ENGENHARIA DE POÇO

As atividades dentro da engenharia de poço trazem diversos riscos. Estes riscos podem

variar desde o atraso logístico na entrega de um equipamento crítico para uma sonda de

perfuração até o um risco geopolítico de uma crise no Oriente Médio que impacte os

preços do petróleo. Contudo, esta dissertação tem seu foco nos riscos provenientes

vazamento dos poços ou blowout, mais especificamente, na frequência com que os

mesmos podem ocorrer.

O risco possui elementos como probabilidade e severidade das consequências, além de

diferentes dimensões como ambiental, individual, econômica e social. Este apêndice tem

por objetivo explorar estes conceitos.

O apêndice também trata da questão da avaliação do risco, tanto no processo de análise,

qualitativa ou quantitativa, quanto nos critérios de tolerabilidade ao risco.

NORMAS E REGULAMENTOS

As principais normas, regulamentos e boas práticas para integridade de poços submarinos

foram desenvolvidas justamente nas principais regiões produtoras de petróleo offshore no

mundo, como o Golfo do México (EUA) e o Mar do Norte (RU e Noruega). Uma

diferença marcante nas formas de regulamentação entre os EUA e o RU/Noruega é que a

primeira é muito mais prescritiva que a segunda, no sentido de dizer “o como fazer”,

sendo que a Norueguesa é mais dirigida a diretrizes de alto nível. Esta última forma de

regulamentação deixa a cargo das Companhias Operadores estabelecerem suas próprias

metodologias e seus critérios para comprovarem o atendimento as diretrizes, sendo

conhecida como regulamentação baseada em performance.

De forma resumida, segundo Corneliussem (2006), a legislação Norueguesa estabelece

que o operador deve:

1) Minimizar o risco de blowout através do uso de barreiras;

2) Controlar o estado das barreiras quando em operação; e

3) Tomar ações necessárias no caso de risco inaceitável.

Na Noruega, é a PSA (Petroleum Safety Authority) o órgão responsável pela elaboração

da regulamentação. No seu regulamento de 2001 (PSA, 2001c), estabelece, entre outros,

os princípios para a redução do risco. Um ponto pode ser destacado é que os perigos às

pessoas, ambiente e ativos devem ser prevenidos ou limitados de acordo com legislações,

mas também incluindo requisitos internos e critérios de aceitabilidade. Acima deste nível,

o risco deverá ser reduzido através de soluções técnicas, operacionais e organizacionais.

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No Reino Unido, a HSE (Health Safety Environment) através da divisão offshore (OSD-

offshore division) é a responsável por regular os riscos na atividade de óleo e gás offshore.

Nos EUA, o órgão responsável pela elaboração de normas e regulamentos na área de

exploração e produção de óleo e gás é o BSEE (Bureau of Safety and Environmental

Enforcement), que foi criado em 2011 como parte de um programa de reestruturação do

setor regulatório americano após o acidente ocorrido no poço de Macondo.

No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), criada

em 1997 pela lei nº 9.478 é o órgão regulador nas atividades da indústria de petróleo. O

Brasil, com a exploração do pré-sal, entrou para a lista dos principais países produtores

de petróleo em ambiente offshore, passando também a regulamentar a questão de

integridade de poços. Atualmente, está em vigor o regulamento nº 46 de outubro de 2016,

da ANP, que estabeleceu o SGIP (Sistema de Gerenciamento de Integridade de Poço) que

se baseia fortemente no princípio não prescritivo da regulamentação Norueguesa.

O SGIP foi baseado em normas, regulamentos internacionais e nas melhores práticas da

indústria (AZEVEDO, 2016). A ANP traz no SGIP o termo Conjunto Solidário de

Barreira (CSB) que é equivalente ao termo barreira de poço (well barrier) da NORSOK

D-010. Nesta dissertação foi adotado o termo CSB.

Além dos órgãos responsáveis em cada país pela elaboração das legislações, existem

organizações como a ISO (International Organization for Standardization), as

associações da indústria como a API (American Petroleum Institute) e a NORSOK que

também estabelecem normas e recomendam boas práticas.

As principais normas referentes a integridade, análise de risco e confiabilidade aplicáveis

a produção de poços submarinos são apresentadas na Erro! Fonte de referência não

ncontrada.. Esta não é uma tabela exaustiva no sentido de trazer todas as normas

existentes, mas tem por objetivo apenas destacar as principais.

Quadro 7 - Quadro Referencial de Normas. Fonte: Próprio Autor

INSTITUIÇÃO DOCUMENTO TÍTULO

NORSOK NORSOK D-010 Well Integrity in Drilling and Well Operations

NORSOK NORSOK Z-013 Risk and Emergency Preparedness Analysis

ISO ISO TS 16530-1 Well Integrity – Part 1: Life Cycle Governance

ISO ISO TS 16530-2 Well Integrity – Part 2: Well Integrity for the

Operational Phase

ISO ISO 13628-1 Design and Operation of Subsea Production

System – Part 1: General Requirements and

recommendations

ISO ISO 13628-4 Design and Operation of Subsea Production

System – Part 4: Subsea Wellhead and Tree

Equipment

ISO ISO 31010 Risk Management – Risk Assessment

Techniques

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ISO ISO 14224 Collection and Exchange of Reliability and

Maintenance Data for Equipment

ISO ISO TR 12489 Reliability Modelling and Calculation of Safety

Systems

API API RP 90 Annular Casing Pressure Management for

Offshore Wells

API API RP 96 Deepwater Well Design and Construction

ANP Regulamento

nº46/2016

SIGIP – Sistema de Gerenciamento de

Integridade de Poços

A norma NORSOK Z-013 (2001) traz em seu texto o que seriam algumas características

desejáveis eu uma avaliação de risco:

Ser adequada para a tomada de decisão no que diz respeito as medidas de risco;

Ser adequada a comunicação;

Ser não ambígua na sua formulação;

Ser independente de conceitos, isto é, não favorecer nenhum conceito em

particular;

A importância da avaliação de risco está na tomada de decisão, seja na aprovação ou não

de um novo projeto, seja na parada ou continuidade da produção, seja na necessidade de

manutenção ou até mesmo para decidir abandonar um determinado poço. Como um dos

principais riscos na operação de um poço de petróleo é o vazamento de hidrocarbonetos,

é necessário avaliar aspectos de integridade nas normas.

A norma NORSOK D-010 (2013) descreve os requisitos de integridade para poço ao

longo das fases de perfuração, completação, avaliação, produção, manutenção e abandono

de poço. O princípio na qual esta norma se baseia é o duplo envelope de barreiras

independentes. Este princípio será explorado na Seção 3 (Barreiras de Segurança).

Provavelmente, esta é a norma sobre integridade mais conhecida na indústria, devido a

abordagem de todas as operações do ciclo de vida de um poço, o uso de exemplos para

ilustrar as barreiras, e a proposição das Tabelas EAC (Element Acceptance Criteria). Tais

tabelas descrevem as funções, critérios de aceitação, monitoramento e testes para os

elementos de barreira.

A API RP 96 (2013) trata do projeto e construção de poços em águas profundas. O

enfoque desta norma é como planejar e garantir o controle de poço através do sistema

BOP (Blowout Preventer) instalado numa cabeça de poço submarina. Descreve com

detalhe as análises de risco que devem ser realizadas nas operações em águas profundas,

bem como as cargas e resistências a serem consideradas no dimensionamento e seleção

dos revestimentos, cabeça de poço e equipamentos de controle de poço, como o sistema

BOP. Afirma que o objetivo de um bom projeto de poço é atingir alto nível de

confiabilidade por meio da combinação de barreiras físicas e operacionais.

Uma grande contribuição da API RP 96 (2013) para a gestão eficaz de integridade de

poços é a esquematização das categorias de verificação de barreiras, conforme Figura 59.

Fica claro pela categorização apresentada que somente devem ser chamados de testes, os

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testes de pressão que forem na direção do fluxo e com valor igual ao máximo diferencial

de pressão que a barreira irá suportar ao longo de sua vida útil. Qualquer coisa diferente

disso, não deve ser chamado de teste e sim de verificação por confirmação da barreira.

Os testes de barreiras serão utilizados na abordagem proposta nesta dissertação pelo fato

de reduzirem o nível de incerteza sobre os estados destas barreiras. Ao coletar evidências

do correto funcionamento ou não de algumas barreiras, pode-se alterar a probabilidade de

um vazamento a priori para que incorpore tais informações, obtendo-se uma

probabilidade a posteriori. Cada tipo de teste tem uma determinada eficiência e permite

averiguar determinados modos de falha, por isso é importante entender bem esta

classificação.

Figura 59– Categorias de verificação de barreiras. Fonte: Adaptado de API (2013)

A ISO TS 16530-2 (2015) está entre as normas mais importantes para a gestão de

integridade durante a fase produtiva do poço. Assim como as normas anteriores, traz a

filosofia das barreiras de segurança, bem como as documentações necessárias, critérios

de aceitação e limites de operação. O diferencial desta norma é que a mesma já introduz

alguns conceitos de confiabilidade e suas aplicações à integridade do poço.

A norma traz uma visão de sistemas redundantes, que seriam sistemas que possuem

elementos adicionais de salvaguarda para garantir a integridade do poço. Chama a atenção

para aspectos importantes a serem observados nos sistemas redundantes, como o tempo

de resposta, o método de operação (manual ou automático) e condições de serviço.

Quanto a análise de risco, a mesma traz diversas abordagens como Análise Qualitativa de

Risco, baseada nas opiniões de especialistas qualificados na área, Análise Quantitativa de

Risco, baseado em banco de dados de falha, e até mesmo o uso de FMECA (Failure

Mode, Effects and Criticality Analysis). A importância das análises de risco é estabelecer

os requisitos de monitoramento, inspeção e manutenção. O resultado da avaliação de risco

pode auxiliar a determinar qual das técnicas é mais apropriada e qual deve ser a frequência

de cada uma.

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Um exemplo de aplicação da avaliação proposta pode ser encontrado na Figura 60. Na

matriz são traçadas linhas de risco constante (frequência x consequência) e definidas três

faixas de valores para cada qual é estabelecida uma periodicidade de inspeção (ISO TS

16530-2, 2015).

Figura 60 - Matriz de Inspeção e Manutenção baseadas em Risco. Fonte: Adaptada da ISO TS 16530-2 (2015).

ELEMENTOS DE RISCO

As normas IEC 60300-3-9 (1995) e ISO 16530-1 (2017) definem risco como uma

combinação de frequência, ou probabilidade, de ocorrência e a consequência de um

evento perigoso específico. Matematicamente:

𝑅 = 𝑓(𝑝, 𝐶) (67)

onde R é o risco como uma função da probabilidade p e da consequência C. A forma mais

comum de se calcular o risco de um determinado evento é através do produto da

probabilidade pelo valor da severidade da consequência.

Os riscos na atividade de exploração e produção de petróleo se apresentam sob diversas

dimensões, como riscos ambientais, riscos individuais e riscos econômicos. O risco

ambiental é uma das maiores preocupações ao longo do ciclo de vida de um poço de

petróleo. Os vazamentos na produção de um poço de petróleo podem advir de um

blowout, de vazamento nos dutos submarinos ou até mesmo ne vazamentos nos tanques

de armazenamento da UEP (VINNEM, 1999).

O risco ambiental oferecido por um blowout depende da probabilidade de ocorrência do

blowout e do valor esperado do volume de hidrocarbonetos derramados. A consequência

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de um blowout é comumente classificada de acordo com o tempo necessário para a

recuperação do ambiente após a ocorrência deste (VINNEM, 1999).

O risco individual geralmente está focado no risco de fatalidade, que deve ser

minimizado. Desta forma, para a área de poços de petróleo, os estudos acabam focando

em eventos catastróficos que de fato levam a morte dos indivíduos que trabalham nas

instalações. Estes acidentes são os blowouts, que podem evoluir para incêndio e

explosões, com possível destruição de sondas e plataformas marítimas.

O risco individual pode advir de fatalidades imediatas, fatalidades durante o escape e

fatalidades durante a evacuação e resgate. Estes riscos podem ser calculados através de

análises específicas, como o cálculo do potencial de perdas de vida, que não será escopo

deste trabalho.

De acordo com Vinnem (1999) o blowout representa um potencial de perda de vida de

4,1x10-3 por ano e uma média de 5,3 fatalidades por acidente. No ambiente offshore

somente o risco aos empregados envolvidos nas instalações, chamados de segunda parte,

é considerado. Não é aplicável neste caso, o risco ao público ou terceira parte. Embora

não seja tão comum, especialmente em atividades offshore, alguns estudos consideram o

risco à sociedade ou GR (Group Risk).

O risco econômico pode estar associado a perdas materiais nas instalações devido aos

acidentes e a perdas de produção devido a parada da produção de um poço. Além disso,

existe o risco financeiro associado a atrasos da construção e manutenção de poços ou

prejuízos com o valor de mercado da companhia no caso de grandes acidentes que

prejudicam a imagem da companhia.

Nos parágrafos anteriores foram abordadas as principais dimensões do risco, como a

individual, ambiental e econômica, além de alguns subcomponentes de cada uma das

dimensões. No entanto, uma avaliação completa do risco em cada uma destas dimensões

depende de informações específicas a respeito do poço, da sonda ou UEP ligada ao poço,

do POB (People on Board), das correntes marítimas, do vento, da distância da costa, do

ecossistema ao redor do poço, da presença de embarcações próximas, da rota de

aeronaves, etc. Desta forma, tais estudos são complexos e específicos para cada

instalação, fugindo ao escopo desta dissertação.

ANÁLISE QUALITATIVA

A norma ISO 31010 (2011) apresenta uma lista de técnicas tanto de análise qualitativa

quanto de análise quantitativa de risco. Algumas abordagens para a avaliação qualitativa

de risco são:

Hazard Identification (HAZID);

Hazard and Operability Study (HAZOP);

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Safety and Operability Study (SAFOP);

Safe Job Analysis (SJA);

Preliminary Hazard Analysis (PHA);

Preliminary Risk Assessment (PRA);

Failure Mode and Effect Analysis (FMEA);

Layers of Protection Analysis (LOPA);

A identificação dos perigos consiste em identificar os incidentes que podem resultar em

danos as instalações, ferimentos e fatalidades no pessoal embarcado e impacto ambiental.

Para as sondas de perfuração a técnica mais utilizada é o FMEA, ao passo que para as

UEP a mais utilizada é o HAZOP (SHERRARD, 1993). Tamim et al. (2015) além de

apontar o papel do Operador no gerencialmento de risco como crucial, aponta as técnicas

HAZID e HAZOP, em conjunto, para identificação e aprofundamento do entendimento

dos riscos.

Em fases iniciais de projeto pode-se utilizar uma Analise Preliminar de Perigos (APP)

que permite a identificação e avaliação dos potenciais perigos (MARTINS, 2013). Trata-

se de uma técnica indutiva estruturada para identificar perigos decorrentes de falhas de

equipamentos ou erros humanos, bem como suas causas e consequências. Quando, além

disso, ocorre a classificação qualitativa destes riscos, chama-se APR (Análise Preliminar

de Riscos).

A técnica LOPA tem uma grande relação com a análise de integridade de poços de

petróleo, pois a filosofia atualmente empregada na indústria exige a presença de dois

conjuntos solidários de barreiras, que nada mais são do que camadas de proteção.

Dethlefs et. al. (2011) propôs um modelo qualitativo para avaliar o risco a integridade de

poço. Eles apontaram como razão para realizar um estudo qualitativo a falta de dados

abrangentes para falhas, tanto porque as Operadoras têm um registro pobre de dados tanto

porque não há um correto compartilhamento. Por outro lado, aponta que as abordagens

qualitativas acabam dependentes da experiência e conhecimento dos participantes.

Compilando análises de autores como Vinnem (1999), Miura (2004) e Corneliussen

(2006), pode-se propor, de forma resumida, um passo-a-passo para a análise de risco de

um poço offshore:

1. Identificação dos perigos relevantes;

2. Descrição dos potenciais riscos para os trabalhadores, para o ambiente e para os

ativos;

3. Para cada um dos perigos levantados:

a. Identificação dos eventos iniciadores;

b. Análise de causas;

c. Análise de consequências;

4. Estimação do Risco.

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137

As análises qualitativas são importantes nas etapas iniciais para identificação dos perigos

e cenários de falhas. O objetivo desta seção é mostrar que existem técnicas estruturadas

para que esta etapa inicial seja realizada. Contudo, não será escopo deste trabalho explorar

estas técnicas e será assumido como dado o perigo blowout, e os cenários são as falhas

dos componentes do poço. Não serão avaliados, portanto, eventos externos ao poço (ex.

queda de objetos na cabeça do poço, problemas ambientais) nem eventos relacionados a

falhas humanas na operação.

ANÁLISE QUANTITATIVA

A Avaliação Quantitativa de Risco (AQR) também é conhecida como Avaliação

Probabilística de Risco (APR) ou Avaliação Probabilística de Segurança (APS). O

objetivo da AQR é expressar o risco em forma de número, isto permite uma melhor

avaliação e comparação do risco. Segundo Aven e Pitblado (1998) as técnicas de AQR

começaram a ser aplicadas amplamente na indústria offshore da Noruega no início dos

anos 1980s. Eles também comentam que uma pesquisa realizada em 1993 com as

Operadoras offshore no Reino Unido mostrou que 14 de 15 Operadoras sentiram uma

melhora no entendimento do risco através do uso de AQR que também os ajudaram a

melhorar a segurança de suas instalações.

A maior parte dos trabalhos em AQR tem sido devotada a avaliação de risco na fase de

projeto, porém, o uso da avaliação de risco nas fases operacionais também é importante

(VINNEM, 1999). Na Noruega, por exemplo, todas as instalações offshore devem passar

por uma AQR para que sejam identificados os eventos perigosos e modelados suas

frequências e consequências. Esta AQR é utilizada então para identificar o melhor layout

da instalação, planejar os sistemas de segurança e backups, entre outros. Porém, o que

ocorre na prática é que a modelagem das consequências é feita de maneira minuciosa

enquanto pouca atenção é dada aos cálculos de probabilidades de ocorrências dos eventos.

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Figura 61 - Variações no nível de risco em termos de frequência diária de blowout ao longo do ciclo de vida do

poço. Foco: VINNEM, 1999

Especificamente no caso do blowout, que ocupa a maior fatia no risco das instalações

offshore, é comum o uso de frequências baseadas em dados históricos de ocorrência de

vazamentos. Sendo assim, os resultados obtidos nestes AQRs são perfeitamente

aplicáveis para o planejamento de soluções que objetivem a redução das consequências

de um blowout. Porém, muito ou pouco pode ser extraído sobre como reduzir a frequência

de ocorrência deste.

Ao agregar a análise pretendida neste trabalho com análises de probabilidade de blowout

em outras fases do ciclo de vida do poço será possível acompanhar a frequência diária de

vazamentos de cada poço, como no gráfico da Figura 61. Muito ainda se discute sob a

forma de expressar os resultados de uma AQR, porém, o modelo adotado aqui é o de

expressar em forma de probabilidade de ocorrência do evento indesejado.

CRITÉRIOS DE TOLERABILIDADE AO RISCO

A NORSOK Z-013 (2001) define o critério de aceitação de risco como um critério que é

utilizado para expressar o nível de risco considerado como aceitável para a atividade em

questão, limitado a expressão global do risco.

Duas informações importantes a respeito desta definição são que cada atividade pode ter

um critério de tolerabilidade diferente e que para este cálculo deve ser considerada uma

expressão global do risco, considerando toda a planta ou sistema sendo analisado. Outra

importante recomendação que pode ser obtida a partir do estudo desta norma é que o

critério de aceitação deve ser definido a priori da realização da análise de risco.

No início dos anos 1980s o NPD (Norwegian Petroleum Directorate) implementou o guia

CSE (Concept Safety Evaluation) no qual estabeleceu o chamado critério 10-4 que

estabelecia este número como probabilidade máxima por ano para cada um dos nove tipos

de acidentes considerados (AVEN e VINNEM, 2005). Este critério não atende a definição

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de critério de aceitação da NORSOK Z-013 (2001) na expressão global do risco. Por isso,

era necessário um limite para o risco total, e acabou sendo utilizado o valor de 10-3

segundo (AVEN e PITBLADO, 1998).

No início, o estabelecimento deste critério limite foi benéfico para a indústria pois

encorajou as Operadoras a formalizar suas análises e reportar os números. Porém alguns

problemas foram surgindo, como por exemplo o foco passou a ser atender a estes números

“mágicos” e as Operadoras deixaram de dar atenção aos reais problemas do risco. Devido

a isso, desde então tem havido uma migração gradual para critérios menos prescritivos.

Os regulamentos não prescritivos como os atuais regulamentos noruegueses e o SGIP, no

Brasil, deixam a cargo das operadoras a definição dos critérios de aceitação, porém,

segundo a NORSOK Z-013 (2001) tais critérios devem ser explícitos, de fácil

comunicação, sem possibilidade de ambiguidades e interpretações variadas.

É importante que os critérios sejam definidos e disponibilizados antes da realização de

uma avaliação de risco. De forma alguma, o resultado de uma análise de risco é que irá

definir os critérios a serem adotados. Sendo assim, sempre que uma análise de risco for

executada deverá ser comparada com os valores de aceitação pré-estabelecidos.

Segundo Kazuo (2004), quando o risco identificado, a partir de uma análise, estiver acima

da região aceitável, o risco associado ao evento analisado deve ser reduzido para permitir

o prosseguimento da atividade.

Deve-se perceber também que o risco é algo subjetivo e existe um fator de aversão ao

risco. Devido a isto, o termo tolerabilidade vem sendo utilizado mais comumente do que

o termo aceitação.

Serão apresentados nesta seção, os principais critérios utilizados para tolerabilidade ao

risco, tanto qualitativamente quanto quantitativamente. Nem todos estes critérios serão

aplicados no trabalho desenvolvido, mas é importante conhecer um pouco de cada um,

especialmente para o desenvolvimento de senso crítico do que deve ou não possuir um

bom critério para ser utilizado na prática. Deve-se entender que não existe um “melhor”

critério, mas sim um que melhor se aplica a determinado contexto e objetivo.

Vale, por fim, ressaltar que os critérios não são necessariamente mutuamente excludentes,

mas podem ser combinados a fim de se conseguir um melhor suporte à tomada de decisão.

CRITÉRIO DE ACEITAÇÃO BASEADO EM CSB

Os conceitos de CSB e detalhes sobre as barreiras, independência e testes foram

detalhados na Seção 2.3. Neste tópico será explorado como o conceito de CSB pode ser

aplicado como critério de aceitação, considerando o evento topo indesejado o vazamento

não controlado de hidrocarbonetos ao meio ambiente, ou blowout.

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O critério de aceitação de risco baseado em CSB foi proposto por Miura (2004), porém,

o mesmo baseou-se no princípio da dupla barreira de segurança ou redundância de

barreiras já exploradas em outras normas como NORSOK D-010 (2013). A vantagem

deste critério é que ele pode ser aplicado durante todo o ciclo de vida do poço, desde a

construção até o abandono.

As melhores práticas da indústria de óleo e gás aceitam que a presença de pelo menos

dois CSBs independentes e testados presentes em uma dada operação garantem a

segurança da operação (NORSOK D-010, 2013; API RP 96, 2013; ISO TS 16530-2,

2014; ANP, 2016).

A grande vantagem do uso do critério de aceitação baseado em CSB é que a análise de

CSB do poço é rápida e não exige grande quantidade de dados. Porém, a grande limitação

deste critério de aceitação é que assume que a segurança ou redução de risco de uma

operação está diretamente relacionada ao número de CSBs presentes no poço. Desta

forma ignora-se alguns pontos, a saber:

Trata-se de um critério binário, ou seja, o poço tem ou não pelo menos dois CSBs

independentes e testados

Diferenças de performance (ex. confiabilidade) dos CSBs presentes no poço

Presença de barreiras alternativas que não estão contempladas nos CSBs;

A consequência da falha de integridade do poço não é avaliada.

A Norwegian Oil and Gas (NOG, 2017) criou um Guia para Integridade de Poços

(Recommended Guidelines 117 for Well Integrity) que propõe um sistema de

categorização para a integridade de poços, também baseado no número de CSBs, porém,

leva-se em conta a condição da barreira e as consequências da perda de integridade.

Kostol (2014) propôs um aprimoramento deste sistema de categorização, especialmente

no que tange a classificação de consequências.

A Erro! Fonte de referência não encontrada., adaptada da Recommended Guidelines

17 for Well Integrity, NOG (2017) mostra o princípio utilizado na categorização da

integridade de poços:

Quadro 8 - Categorização do Estado de Integridade dos Poços. Adaptado da Recommended Guidelines 117 for Well

Integrity. Fonte: NOG, 2017

CATEGORIA PRINCÍPIO

VERMELHO Uma barreira falha e a outra está degradada/ não

verificada, ou vazando para a superfície

LARANJA Uma barreira falha e a outra está intacta, ou uma falha

simples pode levar ao vazamento para a superfície

AMARELO Uma barreira degradada, a outra está intacta

VERDE Poço integro – sem problemas ou com problemas de

menor importância

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141

Kostol (2014) propõe mais uma categoria, a verde clara passa a representar o princípio de

barreiras intactas e pequenos problemas de integridade e a verde representa o poço

integro.

Mesmo com estas categorizações, os critérios de aceitação baseados em CSBs apresentam

a limitação de serem qualitativos e, portanto, não são capazes de medir a probabilidade

de falha da integridade do poço (probabilidade de vazamento) influenciada pela

confiabilidade de cada uma das barreiras presentes no poço.

PRINCÍPIO ALARP

O critério baseado no conceito de CSB é do tipo binário, “passa” ou “não passa”, o que

muitas vezes dificulta sua aplicação prática. Existem diversos fatores que podem

influenciar a tomada de decisão ao aplicar um critério de aceitação ou tolerabilidade.

Segundo Skotnes e Engen (2015) é uma tendência das novas legislações relativas a risco

em vários países industrializados que estas enfatizem o nível de risco desejado e deixe

por conta das organizações que estabelecerem seus próprios requisitos, procedimentos e

critérios de tolerabilidade.

Uma forma de endereçar estas questões seria definindo três regiões para classificar o risco

(ISO 31010, 2009):

Uma região superior onde o nível de risco é absolutamente intolerável,

independente dos benefícios que a atividade pode trazer ou dos custos necessários

para o tratamento do risco;

Uma região mediana, ou área “cinzenta”, onde os custos e benefícios devem ser

levados em consideração como contra as consequências potenciais do risco;

Uma região inferior onde o risco é desprezível ou tão pequeno a ponto de

nenhuma medida ser necessária.

O princípio ALARP deve ser adotado sempre que o risco encontrado a partir de uma

avaliação estiver entre as fronteiras da intolerabilidade e da total aceitabilidade, conforme

a Figura 62 (TAMIM et al., 2017). Nesta região deve-se avaliar as medidas de redução

de risco sob a ótica do custo benefício. Desta forma, o risco deve ser reduzido até um

nível tal em que os custos ou dificuldades de implementação tornem-se desproporcionais

em relação aos benefícios obtidos pela redução adicional do risco.

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142

Figura 62 – Gráfico mostrando a região de risco intermediário que se enquadra no princípio ALARP. Fonte:

TAMIM et al., 2017.

Para que o princípio ALARP possa ser adotado, uma vez que a análise de risco apontou

para esta região, deve haver um processo inicial de investigação de todas as medidas

possíveis para redução do risco (SCHOFIELD, 1998). O nível de risco deve ser reduzido

tanto quanto possível no intervalo ALARP considerando uma avaliação de custo

benefício para cada uma das possíveis medidas de redução de risco (NORSOK Z-013,

2001).

MATRIZ DE TOLERABILIDADE DE RISCOS

Uma forma muito utilizada tanto de expressar o risco como avaliar se o mesmo é aceitável

ou não é a Matriz de Risco (DATHLETS e CHASTAIN, 2012). A norma ISO 31010

(2009) chama esta técnica de matriz de consequência/probabilidade. Trata-se de uma

forma simplificada de avaliação de risco, pois tanto a frequência quanto a severidade das

consequências são dados através de categorias.

Um exemplo de matriz de risco é apresentado na Figura 63, onde a frequência e a

severidade foram ambas divididas em cinco categorias. A escala de consequências deve

cobrir o espectro de diferentes tipos de consequências: perdas financeiras, segurança,

meio ambiente, entre outros (ISO 31010, 2009).

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143

Figura 63 – Exemplo de uma Matriz de Risco 5 x 5. Fonte: Próprio Autor

Na Tabela 13 são exemplificadas, segundo Dathlets e Chastain (2012) algumas categorias

possíveis para a frequência de ocorrência e alguns valores numéricos que poderiam ser

atribuídas a cada categoria, bem como as categorias de severidade sugeridas pelos autores

são mostradas na Tabela 14.

Tabela 13 – Exemplo de categorias de probabilidade de eventos. Fonte: Adaptado de DATHLETS e CHASTAIN,

2012

CATEGORIA ADVÉRBIO FREQUÊNCIA DESCRIÇÃO

5 Frequente >10-1 Provável de ocorrer várias vezes ao ano

4 Provável 10-3 - 10-1 Esperado ocorrer pelo menos uma vez em 10 anos

3 Raro 10-4 - 10-3 Ocorrência considerada rara

2 Remoto 10-6 - 10-4 Não esperado nem previsto de ocorrer

1 Improvável <10-6Virtualmente improvável e irrealista

PROBABILIDADE

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144

Tabela 14 - Exemplo de categorias de severidade de consequências de eventos. Fonte: Adaptado de DATHLETS e

CHASTAIN, 2012)

O formato da matriz e as definições aplicadas dependem do contexto ou circunstâncias

na qual a matriz é utilizada (ISO 31010, 2009). Tanto as categorias apresentadas acima

quanto os valores atribuídos são apenas exemplos e cada Operadora poderá adotar os seus

próprios valores a depender da sua tolerabilidade ao risco.

O resultado da matriz de risco pode ser separado em três regiões, uma região de risco

inaceitável, outra região de risco aceitável e por fim, uma região intermediária onde uma

avaliação precisa ser realizada para determinar se esforços adicionais de redução de risco

são necessários ou se estudos mais detalhados precisam ser realizados (NORSOK Z-013,

2001). Esta região intermediária obedece ao princípio ALARP comentado anteriormente.

CATEGORIA SEGURANÇAIMPACTO

AMBIENTAL DANO MATERIAL

INTERRUPÇÃO

DO NEGÓCIO

EXPOSIÇÃO

NEGATIVA DA

IMAGEM

NOTIFICAÇÃO PÚBLICA

5

Fatalidade,

hospitalização

pública, ou efeitos

severos a saúde

>$10 MM >$10 MM >$10 MMCobertura

Nacional

Evacuação Completa

Área

4

Deficiencia

permanente,

multiplas

hospitalizações, ou

efeitos grave a

saúde

$1 MM a $10 MM $1 MM a $10 MM $1 MM a $10 MMCobertura

Regional

Áreas Selecionadas de

Notificação de

Evacuação

3

Uma ou mais dias

de trabalho

perdidos ou efeitos

significante a saúde

$100 M a $1 MM $100 M a $1 MM $100 M a $1 MMCobertura

Estadual

Notificação para Manter-

se em Abrigo

2

Tratamento médico

com restrição ao

trabalho ou efeitos

médios a saúde

$10 M a $100 M $10 M a $100 M $10 M a $100 M Cobertura Local Local (telefone/nota

informativa)

1

Tratamento

médico, efeitos

pequenos a saúde,

primeiros socorros

ou menos

$0 a $10 M $0 a $10 M $0 a $10 MSem Cobertura

Externa

Sem comunicação ao

público

SEVERIDADE DAS CONSEQUÊNCIAS

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145

APÊNDICE C - PRINCIPAIS BARREIRAS DE POÇOS DE PETRÓLEO EM

PRODUÇÃO

O sistema poço pode ser mais facilmente entendido através da divisão do mesmo em

quatro subsistemas:

- Rocha (rocha capeadora e rochas selantes)

- Estrutura de Poço (Revestimentos, Cabeça de Poço, Cimentação)

- Completação (COP, DHSV, TH, VIF, MIQ, MGL, etc.)

- Equipamentos Submarinos (ANM, BAP, Linhas Flexíveis, etc.)

Os equipamentos submarinos e os equipamentos da completação são aqueles que mais

facilmente são manuteníveis, ao passo que a estrutura de poço pode ser manutenida em

casos muito específicos e na maioria das vezes acaba sendo inviável financeiramente em

poços submarinos devido a duração da operação.

O subsistema rocha não foi analisado do ponto de vista de confiabilidade nesta

dissertação. Esta premissa se baseia no fato da rocha ser altamente confiável pois suportou

as pressões do reservatório durante milhares de anos. Os problemas de integridade que

surgem com a rocha são devido a erros de projeto/operação, na qual se excede a pressão

suportada pela mesma levando a fratura.

Nesta seção serão apresentadas as principais barreiras utilizadas durante a produção e

uma breve descrição de cada uma.

Rocha selante

As formações que são perfuradas durante a construção do poço devem ser consideradas

como barreiras de segurança, uma vez que confinam os fluidos em seu interior e evitam

que migrem para camadas litológicas adjacentes ou para a superfície, evitando a

contaminação de lençóis freáticos e do meio ambiente. Manter a integridade destas rochas

é de fundamental importância para manter as operações em poço aberto seguras e

significa garantir a robustez dos Conjuntos Solidários de Barreiras.

A falha na barreira rocha ocorre quando o limite da pressão de fratura da formação é

excedido, ou seja, quando a carga à qual a rocha está submetida é maior do que o limite

por ela suportado. A densidade do fluido de perfuração utilizado é o principal parâmetro

que deve ser ajustado de acordo com as características da rocha perfurada, a fim de evitar

a fratura ou colapso da formação.

O gradiente de fratura da formação indica a pressão mínima em que as fraturas começam

a se propagar na rocha, em uma determinada profundidade. O conhecimento dos

gradientes de fratura ao longo do poço exerce um importante papel no projeto de

formulação do fluido de perfuração e vários métodos são utilizados para estimá-lo. Um

exemplo de método direto é o Leak-off Test (LOT), conforme Figura 64, que é executado

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146

no início da perfuração de uma nova fase do poço (NORSOK D-010, 2013). Já os métodos

indiretos dependem essencialmente da pressão de poros da formação e da pressão de

sobrecarga e também fornecem uma boa estimativa para o gradiente de fratura.

Figura 64 – Gráfico de Pressão de um LOT. Fonte: Norsok D-010, 2013

Além das questões ambientais e de contaminação de camadas litológicas adjacentes, outro

grande problema da perda de integridade da barreira rocha é a perda de circulação do

fluido de perfuração para a formação. As fraturas induzidas pela carga excessiva exercida

pelo fluido se tornam um caminho preferencial para o fluxo do fluido do poço para a

formação ao invés de retornar pelo anular, resultando em significativas perdas

econômicas e riscos de instabilidades para o poço.

Após a perfuração do poço, realização dos Leak-off Test (LOT) e a perfilagem das rochas

atravessadas, conhece-se muito mais sobre as características das formações que serão

barreiras de segurança. Desta forma, deve ser feito um correto gerenciamento das

pressões de reservatório, em especial naqueles com injeção de água e/ou gás, e nas

pressões anulares quando a rocha estiver exposta. As pressões limites da rocha nunca

devem ser ultrapassadas a fim de se evitar perda de integridade da mesma.

Cimentação

O cimento tem sido importante nos poços de petróleo como forma de isolamento entre

formações. O cimento comumente utilizado na indústria é o cimento Portland. A

cimentação primária é aquela realizada durante a construção do poço e consta no bombeio

de uma pasta de cimento por uma coluna de trabalho e posteriormente pelo revestimento,

deslocada para o espaço anular até atingir a altura desejada.

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147

A cimentação dos revestimentos descidos no poço é necessária para que haja o isolamento

entre o espaço anular poço aberto e o revestimento de forma a garantir o isolamento

hidráulico. Durante a construção do poço, os anulares cimentados servem para isolar

formações mais rasas permitindo o avanço da perfuração com diferentes pesos de fluidos.

Como o cimento promove o isolamento dos anulares, ele é parte integrante dos CSBs do

poço. Geralmente todo o anular é cimentado em uma única operação, porém, as vezes

pode-se realizar a cimentação em estágios, exigindo um equipamento especial no

revestimento chamado colar de estágio. Independentemente de ser em uma única ou mais

operações, diferentes trechos da cimentação podem ser considerados barreiras

independentes e serem utilizadas em mais de um CSB, conforme a NORSOK D-010. A

Figura 65 mostra um mesmo trecho de cimentação sendo utilizado no CSB primário (azul)

e no CSB secundário (vermelho).

Figura 65 – Cimentação do poço como barreira primária e secundária Fonte: Norsok D-010, 2013.

Durante a produção o cimento é submetido a altas pressões e possivelmente migração de

gás. Se o cimento não estiver aderido à formação, o resultado pode levar a um vazamento

ou blowout (ETETIM, 2013). Segundo Coca Suaznabar (2016), os principais problemas

durante a produção devido à má cimentação são:

Micro anulares na interface entre o cimento e a formação ou revestimento;

Perda de aderência do cimento à formação;

Fraturas no cimento;

Corrosão do cimento;

Degradação do cimento.

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148

Figura 66 – Caminhos de fluxos devido a falhas na cimentação. Fonte: VIGNES et. al., 2008

A Figura 66 mostra diversas falhas possíveis na cimentação e os caminhos de vazamento

que podem surgir. A maioria destes problemas surgem devido a uma pobre ou inadequada

operação de cimentação primária que pode ser causado por uma má limpeza do poço, má

circulação do cimento, falta de centralização dos revestimentos ou até um teste/

perfilagem errados (VIGNES, 2011).

Para o abandono permanente dos poços são utilizados tampões de cimento no interior do

poço com comprimento suficiente para serem considerados barreiras permanentes, isto é,

barreiras capazes de resistir a ação do tempo e evitarem a migração dos fluidos

permanentemente, como na Figura 67.

Figura 67 – Tampão de cimento no interior do revestimento sendo compartilhado pelos CSBs primário e secundário

Fonte: NORSOK D-010, 2013.

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149

Segundo Izon et. al. (2007) um estudo realizado pela Minerals Management Service

(MMS) identificou que os problemas de cimentação eram um dos fatores mais

significantes para a ocorrência de blowouts no Golfo do México entre 1992 e 2006.

Vignes (2011) aponta que a integridade da cimentação pode ser melhorada através de

avanços na performance das operações de cimentação e atualização das normas

relacionadas a cimentação.

Revestimento

Os revestimentos são tubo metálicos que desempenham importantes funções na

perfuração e desempenham importantes funções na integridade de poços: previnem o

colapso dos poços durante a perfuração, isolam hidraulicamente os fluidos das formações,

são caminhos de condução dos fluidos para o fundo do mar e juntamente com o BOP ou

ANM são o segundo CSB dos poços permitindo o controle dos mesmos.

Segundo Filardo (2012), Lake e Mitchell (2006) classificam os revestimentos vários

tipos, conforme foi mostrado na Figura 8. Os revestimentos de superfície e intermediários

são projetados para suportar os carregamentos da construção do poço. O principal

revestimento do ponto de vista da integridade do poço durante a produção é o

revestimento de produção ou liner de produção.

Segundo Coca Suaznabar (2016), as conexões são os pontos críticos dos revestimentos e

das colunas de produção, pois são um potencial ponto de vazamento. Se uma conexão

está vazando, isto pode comprometer as colunas e causar a perda de integridade do poço.

Entre 1980 e 1990 a Mobil E&P Technical Center (MEPTEC) realizou uma pesquisa de

vazamento em tubos e descobriram que as principais causas de falha eram devidas as

conexões. A Figura 68 mostra as taxas de falha por mecanismo de falha. O aumento nas

falhas por colapso entre os anos 80 e 90 foi apontado por Schwind et al. (2001) como

resultado do aumento das lâminas d’água e um projeto inadequado para este novo cenário.

A Figura 69 mostra uma pesquisa semelhante realizada por Molnes (1993) a partir de

2016 falhas. Novamente a principal causa identificada foi o vazamento devido a

performance das conexões (COCA SUAZNABAR, 2016). Com o surgimento das

conexões do tipo premium, que são mais modernas e com selo metal-metal, espera-se que

o número de falhas se reduza (KING E KING, 2013).

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150

Figura 68 – Falhas nos revestimentos e tubos de produção

Fonte: SCHWIND et al.,2001 apud COCA SUAZNABAR, 2016

Figura 69 – Falhas nos tubos e revestimentos de produção

Fonte: SCHWIND et al.,2001 apud COCA SUAZNABAR, 2016

Além da conexão, nas análises de integridade de poços na fase produtiva, é importante

analisar os efeitos corrosivos dos materiais produzidos ou injetados. No caso de

comunicação coluna-anular, ou seja, vazamento no packer de produção ou na coluna de

produção, o revestimento de produção pode ser exposto aos fluidos do reservatório e uma

análise de corrosão deve ser realizada. No caso de ocorrer perfuração por dentro de

trechos de revestimento deve ser avaliado o impacto no desgaste mecânico do

revestimento, levando a perda de espessura do mesmo, tornando-o mais frágil.

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151

Cabeça de Poço

O Sistema de Cabeça de Poço Submarino (SCPS) é o responsável por suportar os

revestimentos do poço e oferecer vedação entre o poço e os equipamentos instalados

acima do leito marinho, ou seja, o BOP, durante a construção do poço, e a BAP, durante

a produção do poço. É comum em diversos lugares do mundo instalar a ANM diretamente

sobre a cabeça do poço, porém, esta não é uma prática adotada na Petrobras, com exceção

das ANM horizontais (ANMH) que não serão estudadas neste trabalho.

Figura 70 – Sistema de Cabeça de Poço Submarino. Fonte: CAMERON, 2011.

O sistema de cabeça de poço começa com o AAP (Alojador de Alta Pressão) que é a

terminação do revestimento de superfície e que se encaixa sobre o ABP (Alojador de

Baixa Pressão) no revestimento de condutor. O AAP fornece o perfil para o assentamento

dos demais suspensores de revestimentos das fases seguintes. Externamente possui o

perfil H4 para a conexão do BOP, BAP ou ANM. A Figura 70 mostra o esquema de um

SCPS típico.

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152

A vedação entre os revestimentos e o AAP ocorrem por meio de um conjunto de vedação

chamado packoff. Na Figura 71 é apresentado o sistema de vedação metal-metal entre um

suspensor de revestimento e o alojador e seus principais componentes de vedação e

assentamento (ZANETTI, 2014).

Figura 71 – Sistema de Vedação do SCPS. Fonte: CAMERON, 2011.

Durante a construção do poço, este sistema deve resistir às pressões máximas esperadas,

inclusive em caso de controle de poço, além dos esforços mecânicos transmitidos pelo

riser e BOP submarino.

Durante a produção, o SCPS constitui importante elemento do CSB secundário e deve

suportar as pressões anulares. Um dos grandes problemas em relação ao SCPS durante a

produção são as variações de pressão dos anulares devido ao aquecimento dos fluidos

confinados nos anulares.

Coluna de Produção

A coluna de produção é o conjunto de tubos de produção e equipamentos por onde ocorre

o fluxo de produção do fluido do reservatório. O mesmo vale para a coluna de injeção

que conduz os fluidos a serem injetados no reservatório. O tamanho dos tubos de

produção pode variar, mas geralmente eles têm em torno de 10 m de comprimento, sendo

necessário, portanto, centenas de tubos para completar um poço.

A escolha do tubo de produção deve levar em conta diversos fatores. Para determinar o

diâmetro devem ser considerados, por exemplo, a vazão planejada para o poço e o drift

interno do revestimento ou liner de produção. Para a escolha da metalurgia devem ser

levados em consideração a composição dos fluidos a serem produzidos ou injetados e as

forças que estarão atuando na coluna.

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153

Os tubos de produção podem falhar devido a diversos fatores, mas os principais são:

Falha na conexão

Corrosão (devido à presença de CO2 e H2S nos fluidos produzidos ou O2 na água

injetada)

Erosão (devido à produção de areia e/ou outras partículas sólidas)

Estas causas geralmente levam ao modo de falha conhecido como comunicação coluna-

anular, no qual perde-se a integridade do envelope de barreira primário. Outros problemas

podem acontecer com a coluna de produção, como formação de hidratos, parafinas,

asfaltenos, incrustação, mas que afetam a produção do poço e não a integridade do poço.

Podem ocorrer também falhas mecânicas no corpo do tubo, como ruptura por pressão

interna, colapso ou tração, que afetam a integridade do poço, mas são mais raras que as

destacadas acima, e geralmente estão associadas a falhas de projeto

Além dos tubos de produção, a coluna de produção contém diversos equipamentos como

a DHSV, as válvulas de fundo (VIF, VHIF), o packer de produção, os mandris de injeção

química de gas lift, o PDG, etc. Alguns destes componentes, devido a sua importância

para a integridade do poço serão tratados em tópicos específicos na sequência, outros

serão mencionados brevemente abaixo.

Os mandris de gas lift (MGL) têm como função receberem as válvulas de gas lift (VGL)

que são as responsáveis por controlar o fluxo de gás do gas lift do anular para o interior

da coluna. Além disso, estas válvulas possuem uma check valve que impede o fluxo da

coluna para o anular, sendo, portanto, parte do conjunto solidário de barreira primário.

Um poço pode ser equipado com diversos MGL em diferentes profundidades, permitindo

estratégias diferentes de elevação por gas lift.

A Figura 72, mostra a esquerda um MGL com o bolsão lateral para o encaixe da VGL,

mostrada a direita. O MGL é parte integral da coluna de produção, isto é, possui rosca

para a conexão com tubos de produção acima e abaixo dela. No caso de necessidade de

troca do MGL a coluna terá que ser retirada e substituída, acarretando num heavy

workover. Já a VGL pode ser colocada ou retirada do MGL através de uma operação de

arame que pode ser feita por dentro da coluna e da ANM, portanto, via light workover.

A VGL apresenta uma alta frequência de falha, sendo necessário à sua constante troca.

O principal modo de falha está associado a check valve e é um problema de integridade

pois permite que o fluxo vá do interior da coluna para o anular, causando a perda da

contenção primária do fluido. Os fatores que podem levar a falha desta válvula são:

Bloqueio da check valve devido à presença de detritos ou partículas

Pressão de injeção incorreta

Corrosão da haste da válvula

As válvulas utilizadas durante a injeção de gas lift são chamadas de válvulas de orifício,

justamente porque possuem um orifício para a passagem do gás. Muitos poços são

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154

equipados desde sua completação com MGL para possibilitar a injeção de gás no futuro,

mas deseja-se produzir o poço por elevação natural durante a vida inicial do campo. Neste

caso, são usadas as chamadas válvulas cegas, que são colocadas no MGL e não permitem

o fluxo do anular para o interior da coluna.

Figura 72- Mandril de gas lift (à esquerda) e Válvula de gas lift (à direita). Fonte: FRYDMAN, 2013.

O PDG (Permanent Downhole Gauge) geralmente fica na posição mais inferior possível

da coluna de produção, alojado em um mandril especial, fazendo o monitoramento

elétrico de pressão e temperatura no fundo do poço. O ideal seria ter o PDG posicionado

em frente à zona produtora, porém devido à dificuldade de passagem de cabos, fica

geralmente acima do packer de produção.

Suspensor de Coluna

É o equipamento que realiza a interface entre a ANM e a Coluna de Produção. O

suspensor de coluna é ancorado e travado no perfil interno da BAP. No caso de ANMH,

o suspensor de coluna é ancorado e travado diretamente na ANM.

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155

Figura 73 – Foto de um suspensor de coluna (TH). Fonte: FRYDMAN, 2013.

O suspensor de coluna ou Tubing Hanger (TH) é dotado de um bore de produção que

comunica a coluna de produção com o stab de produção da ANM. Possui também

comunicação do anular, que pode ser via um bore de anular ou via um furo em L. Além

disso, possui furos para passagem do fluido hidráulico de acionamento da DHSV, furo

para passagem de cabo elétrico do PDG. Adicionalmente pode possuir mais furos tanto

elétricos (ex. alimentação de bomba de elevação artificial) ou hidráulico (ex. acionamento

de válvulas de completação inteligente, injeção química). A Figura 73 mostra uma foto

de um TH.

As principais funções do TH são:

• Suspensão da coluna de produção;

• Vedação entre a coluna de produção e o anular;

• Proporcionar a condução do fluido de produção entre a coluna e a ANM;

• Permitir a condução dos fluidos hidráulicos para as válvulas de fundo;

• Permitir a condução de sinais elétricos do PDG;

• Permitir a injeção química através dos MIQ e VIQ;

• Permitir a intervenção de poço.

Packer de Produção

O packer de produção, também conhecido como obturador, é um elemento padrão nas

colunas de produção, responsável por ancorar a coluna de produção no revestimento,

através do acionamento de cunhas. Ao mesmo tempo, o acionamento da cunha promove

a energização de um conjunto de borrachas que promovem a vedação do espaço anular.

O selo formado no anular A, entre o revestimento e a coluna de produção, permite a

proteção do revestimento dos fluidos produzidos/injetados e ao mesmo tempo permite a

injeção de gas lift. Desta forma, o packer além de fazer parte do conjunto solidário de

barreiras primário, ainda protege o revestimento de produção, que faz parte do conjunto

secundário.

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156

Os packers podem ser recuperáveis ou permanentes. Os chamados permanentes são

aqueles que somente podem ser removíveis através do corte com broca. Geralmente os

packers utilizados durante a vida produtiva do poço são do tipo permanente, pois são mais

confiáveis.

Na completação inteligente, os packers são utilizados para isolar diferentes zonas de

interesse de produção. Neste tipo de completação são utilizados um tipo especial de

packer, chamado packer feedthrough, que possui perfurações em seu corpo e permite a

passagem de linhas hidráulicas para acionamento das ICVs (Intelligent Completion

Valve) e cabos elétricos para os PDGs.

Downhole Safety Valve

A DHSV (Downhole Safety Valve) ou também conhecida como de SCSSV (Surface

Controlled Subsurface Safety Valve - Válvula de Subsuperfície Controlada da Superfície)

ou ainda DSSS (Dispositivo de Segurança de Subsuperfície) é um dispositivo que previni

o fluxo descontrolado do poço pela coluna de produção quando fechada.

A DHSV é geralmente instalada logo abaixo do leito marinho em poços submarinos. Há

dois tipos principais de SCSSV, as recuperáveis pela coluna de produção (TR – Tubing

Retrievable) e as recuperáveis por cabo (WR – Wireline Retrievable), conforme Figura

74. Segundo Molnes et. al. (1989) as válvulas do tipo recuperáveis pela coluna são mais

confiáveis do que as recuperáveis por cabo. Outra vantagem da TR é que ela oferece

menor restrição ao fluxo.

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157

Figura 74 – Downhole Safety Valve, tipo tubing mounted (TR) à esquerda e a wireline retrievable (WR) à direita.

Fonte: OLIVEIRA, 2016

As TR são mais utilizadas hoje em dia, especialmente na Petrobras, sendo o único tipo

adotado na empresa. Embora mais confiável, o grande problema desta válvula é a

necessidade de heavy workover para a sua troca, devido a necessidade de se retirar a ANM

e trocar a coluna de produção, o que gera grandes custos com as intervenções.

Além da classificação quanto ao método de recuperação, as válvulas DHSV ainda podem

ser classificadas em:

Tipo esfera ou tipo flapper, auto equalizáveis ou não. As do tipo flapper são mais

comuns e mais confiáveis que a do tipo esfera.

Auto-equalizével e não auto-equalizável, dependendo se a mesma possui o

dispositivo de equalização.

Sensitivas ou não sensitivas a depender se a pressão no intererior da coluna

influencia ou não a abertura da mesma, fazendo com que a pressão de

acionamento não dependa da profundidade de instalação da válvula.

A principal função da válvula DHSV é fechar o poço em caso de emergência, ou seja, no

caso de algum acidente catastrófico na superfície ou leito marinho. Embora a ANM

possua válvulas para realizar o fechamento do poço, no caso de um arranchamento da

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158

ANM ou queda de algum objeto na cabeça do poço que danifique os equipamentos

submarinos, a DHSV é capaz de fechar o poço, por isso é instalado abaixo do leito

marinho. Devido a esta razão, a DHSV é uma válvula do tipo fail-safe-close, mantida

aberta através de pressão no umbilical de controle, conforme Figura 75, e com retorno

através de mola no caso de uma despressurização.

Figura 75 – Esquema de funcionamento do sistema DHSV. Fonte: OLIVEIRA, 2016

Base Adaptadora de Produção

A Base Adaptadora de Produção (BAP) é assentada na cabeça do poço e permite o

assentamento do Suspensor de Coluna (Tubing Hanger) em seu interior e também as

conexões com linhas de fluxo ou flowlines e umbilical. A vedação contra a cabeça do

poço é do tipo metal-metal feita através de um anel metálico.

Na BAB são instaladas os Mandris de Conexão Vertical ou MCVs. O MCV de Produção

(MCVP) faz a interface entre a linha de produção e o equipamento. E o MCV de Anular

(MCVA) de forma análoga faz a interface entre a linha de anular e o equipamento. Ainda

há o MCV de Umbilical (MCVU) que faz a interface entre o Umbilical e a BAP, por onde

passam as linhas hidráulicas de controle e os cabos elétricos.

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Nem todos os lugares do mundo utilizam a BAP, sendo muito comum o assentamento da

ANM diretamente na cabeça do poço. A grande vantagem da utilização da BAP é que ela

permite o lançamento antecipado dos dutos do poço antes da conexão com a ANM. Esta

por sua vez é assentada acima da BAP e sua vedação também é metal-metal. Com exceção

da ANM Horizontal, como o suspensor de coluna fica alojado na BAP, a ANM pode ser

trocada sem a necessidade de retirada da coluna.

Arvore de Natal Molhada

A árvore de Natal é um equipamento submarino composta por um conjunto de válvulas

instaladas na cabeça do poço, mais especificamente acima da Base Adaptadora de

Produção. Trata-se de um equipamento de grande porte, podendo pesar mais do que 70

toneladas, Figura 76. As funções deste equipamento segundo a NORSOK D-010 (2013),

tabela EAC 31, são:

Prover um caminho de fluxo para os hidrocarbonetos da coluna de produção para

a linha de produção com a capacidade de interromper este fluxo através do

fechamento da válvula de fluxo ou válvula mestra;

Prover monitoramento e ajuste de pressão do anular;

Prover acesso vertical a ferramentas através das válvulas swabs.

A ANM possui válvulas instaladas na linha de produção e na linha de anular. Ao todo, a

ANM possui sete válvulas (ALBERNAZ, 2005):

Válvula Master de Produção – PMV ou M1

Válvula Master de Anular – AMV ou M2

Válvula Wing de Produção – PWV ou W1

Válvula Wing de Anular – AWV ou W2

Válvula de Crossover – XO

Válvula Swab de Produção – PSV ou S1

Válvula Swab de Anular – ASV ou S2

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Figura 76 – Foto de uma ANM (Árvore de Natal Molhada)

Fonte: http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/conheca-curiosidades-sobre-equipamentos-de-nossos-sistemas-

submarinos.htm

Ao longo do caminho da produção, fluxo que vem pela coluna de produção, a ANM

possui as válvulas, M1 e W1, seguindo o princípio do duplo bloqueio. O mesmo vale para

o caminho anular, por onde pode ser injetado o gás lift, e que estão as válvulas M2 e W2.

A válvula XO permite a comunicação entre os fluxos de produção e anular, e geralmente

encontra-se fechada. O esquema dos caminhos de fluxo de uma ANM típica pode ser

visto na Figura 77.

Além disso, a ANM possui válvulas em ambas as linhas para permitir acesso das sondas,

sendo chamadas de S1 e S2. Acima destas válvulas fica a Capa da ANM ou Tree-Cap que

tem como uma das funções, ser backup de vedação das válvulas swab.

Estas sete válvulas da ANM são do tipo gaveta e são do tipo fail-safe-close, ou seja, no

caso de uma emergência, e consequente interrupção da pressão hidráulica de

acionamento, a força de uma mola faz com que as mesmas retornem à posição fechada,

interrompendo o fluxo. Devido a criticidade destas válvulas para o controle e segurança

do poço, estas devem ser periodicamente testadas.

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A ANM veda contra a BAP ou contra o SCPS através de uma vedação metal-metal dada

pelo anel de vedação colocado entre o perfil H4 da BAP/SCPS e o conector hidráulico da

ANM. A ANM veda contra os bores do TH através dos stabs de produção e anular.

Figura 77 – Esquema de caminhos de fluxo e válvulas da ANM. Fonte: Próprio Autor

.

É importante mencionar que as válvulas da ANM são do tipo fail-safe-close, ou seja,

fecham no caso de uma emergência. As válvulas são mantidas abertas através de pressão

na linha hidráulica de acionamento, e caso haja perda desta pressão, as válvulas fecham

automaticamente pela atuação da força de uma mola. Na ANM ficam localizados alguns

transdutores de pressão e temperatura que fornecem informações importantes para o

monitoramento dos poços.

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APÊNDICE D- REVISÃO DO HISTÓRICO DE OCORRÊNCIA DE FALHAS DE

BARREIRAS DE SEGURANÇA.

Resumidamente, a seção anterior mostrou que o interesse deste trabalho está nas barreiras

de segurança do tipo físicas e de prevenção. Tais barreiras apresentam funções e, portanto,

modos de falha. Saber as funções e os modos de falhas das barreiras é importante para

mapear os cenários de combinação de falhas que levam aos acidentes.

Mapear todas as barreiras e modos de falha de um poço pode ser muito trabalhoso,

ineficiente ou até mesmo inviável, sendo desta forma, importante avaliar quais barreiras

são significativas para modelar os riscos à integridade dos poços. O objetivo desta seção

é, através de registros históricos encontrados na literatura, avaliar quais são as barreiras

que mais contribuíram para as falhas de integridade de poços.

A Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta um histórico de incidentes

onstruído através de um levantamento feito pela ANP e adaptado por Azevedo (2016). A

tabela apresentada em Azevedo (2016) foi reorganizada e acrescentou-se a coluna final

mostrando para cada incidente quais eram as barreiras físicas que estavam envolvidas. O

acidente de Macondo foi adicionado pelo autor deste trabalho.

Quadro 9- Incidentes de perda de integridade de poços. Fonte: Adaptado de Azevedo (2016))

ÁREA ANO INCIDENTE

ETAPA DO

CICLO DE

VIDA

CARACTERIZAÇÃO

PRINCIPAIS

CAUSAS

IDENTIFICADAS

BARREIRAS

FÍSICAS

ENVOLVIDAS

Reino Unido 2012 Campo de Elgin, Poço G4.

Produção Vazamento de gás na cabeça de poço durante operação de descomissionamento

Corrosão no revestimento; Falha no anular levando ao vazamento

Revestimento Cabeça de Poço

Nigéria 2012 Campo de Funiwa Construção Perda de Jackup KS Endeavour; Morte de dois trabalhadores

Falha de equipamentos de superfície

Equipamentos de Superfície

Austrália 2009 Campo de Montara, Poço H1

Abandono Vazamento descontrolado de óleo e gás (blowout) de 1.000 barris por dia, 30.000 no total; Incêndio na sonda durante operação de abandono

Trabalho de cimentação falho (barreira primária); Instalação incompleta da barreira secundária; Operação fora dos padrões internacionais da indústria

Cimentação Fluido Revestimento

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Noruega 2004 Campo de Snorre, Poço 32A

Intervenção Vazamento de gás proveniente de kick durante a intervenção do poço (retirada da coluna de produção)

Falha de planejamento, procedimentos e avaliação de risco; Falha no extintor do flare (nitrogênio insuficiente); Falha de handover

Fluido

Campo de Frade Área 2

2012 Underground blowout do poço 8-FR-28D-RJS

Produção Vazamento de 55 litros de petróleo; Fratura do reservatório até o leito marinho

Falha no projeto na estimativa da pressão de poros; Limite de resistência mecânica superada

Rocha

Campo de Frade Área 1

2012 Kick/Underground blowout do poço 9-FR-50DP-RJS

Construção Vazamento de 3.700 barris de petróleo; Underground blowout

Falha no projeto na estimativa da pressão de poros; Limite de resistência mecânica superada

Rocha

Cancã 2009 Campo de Cancã Poço 7-CNC-3-ES

Construção Blowout Perda de Sonda

Cimentação de zona portadora de gás; Falha de cimentação; Falha na detecção do kick; BOP sem pressão hidráulica (sonda em DTM); Torque insuficiente nos parafusos das portas do BOP; Falha do material do selo; Teste inadequado do BOP

Cimentação BOP

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Golfo do México

2010 Blowout de Macondo

Construção Blowout e vazamento de milhões de barris de petróleo Afundamento da plataforma Deepwater Horizon Morte de 11 pessoas

Apesar do poço ser exploratório, foi decidido abandoná-lo para transformá-lo num poço produtor futuramente Falha no projeto, instalação e verificação da barreira cimento para abandono Demora no reconhecimento do influxo Falha nas funções de segurança do BOP

Cimentação BOP

A partir da leitura da Erro! Fonte de referência não encontrada., observa-se que os

ncidentes ocorrem nas diferentes fases do ciclo de vida de um poço. Observa-se também

que todos são decorrentes da perda de integridade devido a falha de um ou mais elementos

de barreiras. Alguns casos particulares desta tabela valem a pena serem explorados.

No caso de Snorre (2004), houve uma falha do fluido como barreira de segurança. O

fluido para ser barreira física depende de algumas barreiras operacionais como, por

exemplo, o monitoramento do nível de fluido, a capacidade de fabricação na sonda e

capacidade de reabastecimento do poço quando necessário. Todas estas barreiras

operacionais são necessárias de forma a garantir que o fluido possa ter uma pressão

superior a pressão de poros. Uma outra variável operacional importante é a velocidade de

manobra dos elementos tubulares mergulhados no fluido. O que aconteceu no acidente de

Snorre foi uma manobra de retirada de coluna mal planejada que levou a um efeito

pistoneio gerando uma queda de pressão no fundo do poço e migração de gás para o

interior do poço.

O acidente de Montara talvez seja o mais interessante devido à grande combinação de

falhas que levaram ao acidente. Houve falhas de planejamento, execução e de verificação

das barreiras. O poço foi abandonado temporariamente sem os devidos cuidados: a

cimentação não foi testada com pressão corretamente, a tripulação acreditava que o fluido

deixado no poço tinha pressão maior que a de poros, mas não era possível monitorar e

por fim uma barreira secundária chamada PCCC (pressure controlling anti corrosion

caps) não foi instalada levando a corrosão do revestimento de 13 3/8”.

Os acidentes no Campo de Frade tiveram como causa a falha da barreira rocha, porém a

razão para tal não foi um problema intrínseco da mesma, mas sim um erro de projeto. A

estimativa do limite de fratura da rocha estava errada e o nível de pressão atingido no

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reservatório devido a injeção de água ultrapassou tal limite, levando a uma fratura que se

propagou até o fundo do mar, culminando com o vazamento de petróleo no leito marinho.

A rocha é uma barreira extremamente confiável, pois suportou durante milhares de anos

os fluidos trapeados no reservatório. Contudo, um correto planejamento e monitoramento

é necessário para garantir que a pressão não suba acima dos limites mecânicos da rocha.

Embora a coleta de dados apresentada acima seja interessante, apresentando lições

aprendidas e questões de barreiras operacionais, não é possível fazer análises estatísticas

em cima destes dados devido ao tamanho pequeno da amostra. Por isso, foram

identificados outros com maior representatividade estatística que serão mostrados a

seguir.

O primeiro estudo foi conduzido pela PSA em 2006 e mostrou o estado de integridade de

406 poços na plataforma continental norueguesa. A amostra de poços estudada inclui

poços novos e velhos, completação seca e submarinos, injetores e produtores. O estudo

mostrou que 18% do total de poços estavam com algum problema de integridade e 7%

destes estavam fechados devido a estes problemas.

Figura 78 – Número de poços falhos por elemento e por idade. Fonte: Vignes e Aadnøy, 2008.

Pode-se perceber pela Figura 78 que a coluna de produção é o elemento dominante nas

falhas. Algumas razões para tal são a presença de elementos corrosivos nos fluidos

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produzidos e alto número de conexões. Outro ponto interessante, é que poços entre 25-29

anos apresentam falhas no revestimento e packoff. A razão é que conforme a idade dos

poços aumenta, mais provável é de ocorrer uma falha no CSB primário, levando então a

contaminação do anular e, portanto, do CSB secundário, aos fluidos de produção

O segundo estudo apresentado por Izon et. al. (2007) ilustrou os principais contribuintes

para incidentes de perda de controle de poço, que nada mais são do que problemas de

integridade que resultaram em vazamentos. O grande destaque deste estudo foi para a

contribuição da cimentação, que superou 50% dos incidentes registrados, conforme

Figura 79.

Figura 79 - Fatores contribuintes para perda de controle de poço no Golfo do México entre 1992 e 2006. Fonte:

IZON et. al., 2007.

O estudo apresentado ainda compara as ocorrências do período de 1992 a 2006 com um

estudo anterior que abrangeu o período de 1971 e 1991. O estudo apresentado registrou a

ocorrência de 39 blowouts enquanto o anterior havia registrado 87 blowouts.

Normalizando por poço perfurado o resultado do estudo apresentado foi de 1 blowout a

cada 387 poços enquanto o anterior havia registrado 1 blowout a cada 246 poços. Além

da redução de frequência de blowout o estudo mostrou que também houve redução na

severidade do mesmo.

Por fim, vale mencionar que uma grande contribuição deste estudo foi ter correlacionado

os blowouts com algumas variáveis como a profundidade da lâmina d’ água, se o poço é

exploratório ou de desenvolvimento, duração do mesmo, etc.

Uma diferença entre os estudos conduzidos no Mar do Norte e no Golfo do México é que

o primeiro relata falhas associadas aos elementos de CSB e, portanto, não

necessariamente, evoluíram para um vazamento. Logo, há um banco de dados muito

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167

maior de falhas. No segundo caso, foram registrados apenas blowouts e qual a barreira

cuja falha contribuiu para o acidente.

AlAwad e Mohammad (2016) fizeram uma pesquisa e além dos estudos apontados acima,

avaliaram diversos outros estudos envolvendo falhas de integridade de poço. O resultado

obtido por eles está sintetizado na Tabela 15, com o número de falhas por tipo de elemento

e idade do poço. A Figura 80 mostra o acumulado de falhas por elemento de barreira.

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168 Tabela 15 – Resumo de Frequência de Falhas de Componentes Individuais por Idade. Fonte: AlAwad e Mohammad,

2016.

Figura 80 – Frequência de problemas de integridade de poço causados por falha de elementos de barreira. Fonte:

AlAwad e Mohammad, 2016.

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169

APÊNDICE E – CÓDIGO DA CADEIA DE MARKOV IMPLEMENTADA

Código referente a modelagem por cadeia de Markov proposta no texto. O código foi

implementado no Software MATLAB R2015a.

1 – Código Principal

% Prepara o ambiente de trabalho clc, clear, close all

%{ *-------------------------------------------------------------* | INICIALIZACAO DO PROGRAMA | *-------------------------------------------------------------* %}

% VARIAVEIS GLOBAIS tmax = 30*24*365; % Tempo maximo de simulacao (horas) n = 50; % Numero de subdivisoes do vetor de tempo t = linspace(0,tmax,n); % Vetor de tempo (horas) C = 14; % Numero total de cavidades f = 1; % Indice para as figuras. Atualizado a cada figura gerada. global MT; % Matriz de transicao LWOfix = 2.5*365*24; % Tempo fixo de LWO, para simulacao com tempo

fixo de WO (horas) HWOfix = 10*365*24; % Tempo fixo de HWO, para simulacao com tempo fixo

de WO (horas) LWOvar = 1*365*24:0.5*365*24:5*365*24; % Array com tempos de LWO

(horas), para simulacao com tempo variavel de WO HWOvar = 5*365*24:1*365*24:15*365*24; % Array com tempos de HWO

(horas), para simulacao com tempo variavel de WO CavidadesLWO = [3 5 9 10 11 12 13]; % Cavidades que quando inundadas

demandam LWO CavidadesHWO = [2 4 6 7 8]; % Cavidades que quando inundadas demandam

HWO PosEstadoInicial = 1; % Posicao do Estado Inicial random_seed = 10; % Semente para geracao de numero aleatorio N_sim = 10000; % Numero de simulacoes para analise de incerteza LWOmin = 1*365*24; % Tempo minimo de LWO para a simulacao de

incertezas (horas) LWOmax = 2*365*24; % Tempo maximo de LWO para a simulacao de

incertezas (horas) HWOmin = 4.5*365*24; % Tempo minimo de HWO para a simulacao de

incertezas (horas) HWOmax = 5.5*365*24; % Tempo maximo de HWO para a simulacao de

incertezas (horas) ART_LWO = 15*24; % Tempo ativo de reparo (Active Repair Time) de LWO

(horas) ART_HWO = 30*24; % Tempo ativo de reparo (Active Repair Time) de HWO

(horas)

% PARTES A SEREM EXECUTADAS DO PROGRAMA

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170 GerEstados = true; % Executa o Gerador de Estados? (true/false) GerMatrizTTF = true; % Executa o Gerador de Matriz de Taxas de

Transicao de Falha? (true/false) GerMatrizTTR = true; % Executa o Gerador de Matriz de Taxas de

Transicao de Reparo? (true/false) SimSemWO = true; % Executa Simulacao sem Workover? (true/false) SimWOFixo = true; % Executa Simulacao com Tempos de Workover fixas?

(true/false) SimWOVar = true; % Executa Simulacao com Tempos de Workover variaveis?

(true/false) GerEstadosReorg = true; % Executa o Gerador de Estados Reorganizados

(true/false) GerMatrizTTFReorg = true; % Executa o Gerador de Matriz de Taxas de

Transicao de Falha para os estados reorganizados? (true/false) GerMatrizTTRReorg = true; % Executa o Gerador de Matriz de Taxas de

Transicao de Reparo para os estados reorganizados? (true/false) SimEstadosReorg = true; % Executa as Simulacoes que utilizam a

reorganizacao de estados? (true/false) SimIncertezas = false; % Executa Simulacao de incertezas? (true/false) NumVisitas = true; % Calcula o numero de visitas? (true/false) TempoPerm = true; % Algoritmo para calculo do tempo de permanencia em

cada estado (true/false) AnImport = true; % Executa analises de importancia? (true/false)

%{ *-------------------------------------------------------------* | GERADOR DE ESTADOS | *-------------------------------------------------------------* %}

if GerEstados == true %{ DEFINICAO DA MATRIZ DE DEPENDENCIA DE FALHAS (DF)

Se DF(i,j) = 0, entao nao ha transicao de falha da cavidade i para a cavidade j

Se DF(i,j) = 1, entao ha transicao de falha da cavidade i para a cavidade j %}

DF = [... %1 2a 2b 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; % Cavidade 1

(Reservatorio) 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 2a 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 2b 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1; % Cavidade 4 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 5 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1; % Cavidade 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1; % Cavidade 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0]; % Cavidade 13 (Meio

Ambiente)

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171 % GERA TODOS OS ESTADOS - POSSIVEIS E IMPOSSIVEIS cav = linspace(1,C,C); % Vetor de cavidades Estados = zeros (2^C,C); % Vetor com todos estados. Sao 2^C

estados. m = 2; % Linha a ser preenchida em TodosEstados

% Loop para a geracao de todos os estados de maneira combinatoria for i = 1:C comb = nchoosek(cav, i); % Gera as combinacoes NovosEstados = zeros(size(comb,1),C); % Armazena as

combinacoes for j = 1:size(comb,1) % Preenche as combinacoes NovosEstados(j,comb(j,:)) = 1; end Estados(m:(m+size(comb,1)-1),:) =

NovosEstados(1:size(comb,1),:); % Passa as novas combinacoes ao vetor

de estados m = m + size(comb,1); % Incrementa m end

% ELIMINA OS ESTADOS IMPOSSIVEIS, MANTENDO SOMENTE OS ESTADOS

POSSIVEIS % Altera o vetor de estados, eliminando os estados impossiveiS % Elimina os estados cuja primeira cavidade (reservatorio) esta

vazia Estados(Estados(:,1) == 0,:) = [];

% Elimina os estados cujo caminho eh impossivel for i = 1:size(Estados, 1) % Percorre todos os estados EstadoPossivel = true; % Booleano para verificar se o estado

eh possivel

% Percorre cavidades inundadas, sem considerar a cavidade 1: for j = (find(Estados(i,2:C) == 1) + 1) % Verifica quais as cavidades precedentes para cada

cavidade % inundada k = find(DF(:,j) == 1);

% Coloca como impossivel estados que resultam em caminho

impossivel if (sum(find(Estados(i,k) == 1)) == 0) EstadoPossivel = false; break; end end

% Coloca como linha de zeros as posicoes da matriz que

representam estados impossiveis if EstadoPossivel == false Estados(i,:) = zeros(1,C); end end

% Elimina da matriz as linhas preenchidas com zero Estados(Estados(:,1) == 0,:) = [];

% Armazena a matriz de estados em planilha de formato .xlsx xlswrite('Estados.xlsx',Estados);

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172 % Armazena a matriz de dependencia de falhas em planilha de

formato .xlsx xlswrite('DF.xlsx', DF);

% Elimina variaveis auxiliares clearvars i j k cav comb NovosEstados EstadoPossivel end

%{ *-------------------------------------------------------------* | GERADOR DE MATRIZ DE TAXAS DE TRANSICAO DE FALHA | *-------------------------------------------------------------* %}

if GerMatrizTTF == true % Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); DF = xlsread('DF.xlsx'); end

% Inicializa a Matriz de Taxas de Transicao de Falha (MatrizTTF)

entre % estados MatrizTTF = zeros(size(Estados,1));

% Carrega as taxas de falha na memoria FailureModes;

% Carrega as Taxas de Transicao de Falha (TTF) entre cavidades % TTF(i,j) = Taxa de transicao da cavidade i para j TTF = zeros(C);

% Para cada transicao entre cavidades, associa as taxas de falha TTF(1,2) = FailModes.n(3,1)/FailModes.T(3,1); TTF(4,2) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(1,3) = FailModes.n(8,1)/FailModes.T(8,1) + ... FailModes.n(11,1)/FailModes.T(11,1); TTF(1,4) = FailModes.n(13,1)/FailModes.T(13,1); TTF(2,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(3,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(4,5) = FailModes.n(5,1)/FailModes.T(5,1); TTF(2,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(3,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(2,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(3,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(6,7) = FailModes.n(2,1)/FailModes.T(2,1); TTF(7,8) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1); TTF(5,9) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1); TTF(7,9) = FailModes.n(7,1)/FailModes.T(7,1); TTF(9,10) = FailModes.n(17,1)/FailModes.T(17,1); TTF(5,11) = FailModes.n(15,1)/FailModes.T(15,1); TTF(5,12) = FailModes.n(21,1)/FailModes.T(21,1); TTF(9,13) = FailModes.n(23,1)/FailModes.T(23,1); TTF(2,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ... FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);

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173 TTF(3,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ... FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(4,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1); TTF(5,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1) + ... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ... FailModes.n(14,1)/FailModes.T(14,1) + ... FailModes.n(20,1)/FailModes.T(20,1) + ... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(6,14) = FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1) + ... FailModes.n(29,1)/FailModes.T(29,1); TTF(7,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1); TTF(8,14) = FailModes.n(31,1)/FailModes.T(31,1); TTF(9,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1) + ... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ... FailModes.n(16,1)/FailModes.T(16,1) + ... FailModes.n(22,1)/FailModes.T(22,1) + ... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(10,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1); TTF(11,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1); TTF(12,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1); TTF(13,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1);

% Preenche agora as taxas de transicao entre estados for i = 1:size(Estados,1) % i = indice do estado de partida for j = 1:size(Estados,1) % j = indice do estado de chegada % Verifica se o par de estados i, j representa transicao dif = Estados(j,:) - Estados(i,:); % Vetor de diferenca

entre os estados

% Se sum(dif) == 1, entao somente ha uma cavidade de

diferenca % entre o estado de chegada e o de partida. Mas aqui pode

haver % posicoes com valor -1, o que leva a uma avaliacao

incorreta.

% Se sum(ones(1,C) == dif) == 1, entao nao ha o problema

com % valores -1 indicado acima. if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1) % Busca a linha do estado de chegada (k) k = find(dif == 1);

% Coloca na MatrizTTF o valor de taxa associado a taxa

de % transicao entre estados. % O produto Estados(i,:)*TTF(:,k) resulta na taxa

referente % somente a cavidade de interesse, lembrando que

TTF(z,k) % representa a taxa de transicao da cavidade z para a % cavidade k. MatrizTTF(i,j) = Estados(i,:)*TTF(:,k); end end end

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174 % Armazena a Matriz de Taxas de Transicao de Falha em planilha de

formato .xlsx xlswrite('MatrizTTF.xlsx', MatrizTTF); end

%{ *-------------------------------------------------------------* | GERADOR DE MATRIZ DE TAXAS DE TRANSICAO DE REPARO | *-------------------------------------------------------------* %}

if GerMatrizTTR == true % Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); end

% Inicializa a Matriz de Taxas de Transicao de Reparo (MatrizTTR)

entre % estados MatrizTTR = zeros(size(Estados,1));

% Introduz as taxas de reparo, com base em LWO ou HWO for i = 1:size(Estados,1) % i = indice do estado de partida de

reparo % Reparos envolvendo Heavy Workover % Se sum(Estados(i,CavidadesHWO)) >= 1, entao ha cavidades % inundadas que demandam HWO % Se Estados(i,C) ~= 1, entao a cavidade referente ao meio

ambiente % nao esta inundada if (sum(Estados(i,CavidadesHWO)) >= 1) && (Estados(i,C) ~= 1) % Coloca a taxa de retorno do estado que demanda HWO para

o % estado 100% integro (assume que HWO coloca o poco em

estado % "as good as new" MatrizTTR(i, 1) = 1/HWOfix; end

% Reparos envolvendo Light Workover % Se sum(Estados(i,CavidadesLWO)) >= 1, entao ha cavidades % inundadas que demantam LWO % Se Estados(i,C) ~= 1, entao a cavidade referente ao meio

ambiente % nao esta inundada if (sum(Estados(i,CavidadesLWO)) >= 1) && (Estados(i,C) ~= 1) for j = 1:size(Estados,1) % j = indice do estado de

chegada de reparo % Se isequal(Estados(j,

CavidadesLWO),zeros(1,size(CavidadesLWO,2))) == true % entao o estado de chegada nao possui cavidades que % demandam LWO inundadas, ou seja, representa um

possivel % estado de chegada para LWO

% Se isequal(Estados(i, CavidadesHWO),

Estados(j,CavidadesHWO)) == true

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175 % entao nao ha ha sobreposicao em relacao a uma

transicao % que represente HWO

% Se Estados(j,C) ~= 1, entao a cavidade referente ao

meio % ambiente nao esta inundada if (isequal(Estados(j, CavidadesLWO),

zeros(1,size(CavidadesLWO,2)))) && ... (isequal(Estados(i, CavidadesHWO),

Estados(j,CavidadesHWO))) &&... (Estados(j,C) ~= 1)

% Associa o valor de tempo de LWO na matriz MatrizTTR(i,j) = 1/LWOfix; break; end end end end % Armazena a Matriz de Taxas de Transicao de Reparo em planilha de

formato .xlsx xlswrite('MatrizTTR.xlsx', MatrizTTR); end

%{ *-------------------------------------------------------------* | SIMULACAO COM VALORES SEM WORKOVER | *-------------------------------------------------------------* %}

if SimSemWO == true % Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Falha nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTF == false MatrizTTF = xlsread('MatrizTTF.xlsx'); end

% Constroi a Matriz de Transicao MT = MatrizTTF; for i = 1:size(Estados,1) MT(i,i) = -sum(MT(i,:)); end

% Vetor de probabilidades iniciais p0 = zeros(size(Estados,1),1); p0(1,1) = 1;

% Integracao numerica [tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0);

% Probabilidades dos estados Integro, Degradado e Falha prob_int = pout(:,1);

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176 prob_deg = zeros(n, 1); prob_fal = zeros(n, 1);

for i = 2:size(Estados,1) if (Estados(i,C) == 0) % Degradado prob_deg = prob_deg + pout(:,i); else % Falha prob_fal = prob_fal + pout(:,i); end end

% Plot dos resultados figure(f); hold on; plot(t/(365*24),prob_int, '-k','LineWidth',1.5); plot(t/(365*24),prob_deg, '--b', 'LineWidth',1.5); plot(t/(365*24),prob_fal, '-.r', 'LineWidth',1.5); grid on; legend('Integer', 'Degraded', 'Leakage', 'Location',

'eastoutside'); xlabel('Time (years)'); ylabel('Probability'); axis([0 tmax/(365*24) 0 1]); hold off; f = f + 1; end

%{ *-------------------------------------------------------------* | SIMULACAO COM VALORES FIXOS DE LWO E HWO | *-------------------------------------------------------------* %}

if SimWOFixo == true % Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Falha nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTF == false MatrizTTF = xlsread('MatrizTTF.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Reparo nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTR == false MatrizTTR = xlsread('MatrizTTR.xlsx'); end

% Constroi a Matriz de Transicao MT = MatrizTTF + MatrizTTR;

for i = 1:size(Estados,1) MT(i,i) = -sum(MT(i,:)); end

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177 % Vetor de probabilidades iniciais p0 = zeros(size(Estados,1),1); p0(1,1) = 1;

% Integracao numerica [tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0);

% Probabilidades dos estados Integro, Degradado e Falha prob_int = pout(:,1); prob_deg = zeros(n, 1); prob_fal = zeros(n, 1);

for i = 2:size(Estados,1) if (Estados(i,C) == 0) % Degradado prob_deg = prob_deg + pout(:,i); else % Falha prob_fal = prob_fal + pout(:,i); end end

% Plot dos resultados figure(f); hold on; plot(t/(365*24),prob_int, '-k','LineWidth',1.5); plot(t/(365*24),prob_deg, '--b', 'LineWidth',1.5); plot(t/(365*24),prob_fal, '-.r', 'LineWidth',1.5); grid on; legend('Integer', 'Degraded', 'Leakage', 'Location',

'eastoutside'); axis([0 tmax/(365*24) 0 1]); xlabel('Time (years)'); ylabel('State probability'); hold off; f = f + 1; end

%{ *-------------------------------------------------------------* | SIMULACAO COM VALORES VARIAVEIS DE LWO E HWO | *-------------------------------------------------------------* %}

if SimWOVar == true % Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Falha nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTF == false MatrizTTF = xlsread('MatrizTTF.xlsx'); end

% Vetor que armazenara a probabilidade de falha por tempo de LWO e

HWO ProbFal = zeros(size(LWOvar,2), size(HWOvar,2));

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178 % Vetor que armazenara o Tempo Parado de Poço (TPP) por tempo de

LWO e HWO TPP = zeros(size(LWOvar,2), size(HWOvar,2));

% Vetor que armazenara o Numero de Blowouts (NumBO) por tempo de

LWO e HWO NumBO = zeros(size(LWOvar,2), size(HWOvar,2));

% Realiza a simulacao para cada tempo de LWO e HWO for i = 1:size(LWOvar,2) for j = 1:size(HWOvar,2) % Obs: nao suprimindo o output das proximas duas linhas

para % acompanhar o andamento da simulacao na Command Window LW = LWOvar(i) HW = HWOvar(j)

% Gera a MatrizTTR MatrizTTR = zeros(size(Estados,1));

% Gera a matriz de Active Repair Time (ART) ART = zeros(size(Estados,1));

% Introduz as taxas de reparo, com base em LWO ou HWO. % Identico ao loop que gera a MatrizTTR com tempos fixos,

mas % executado uma vez para cada combinacao de tempos de LWO

e HWO for k = 1:size(Estados,1)

% Reparos envolvendo Heavy Workover if (sum(Estados(k,CavidadesHWO)) >= 1) &&

(Estados(k,C) ~= 1) MatrizTTR(k, 1) = 1/HWOvar(j); ART(k, 1) = ART_HWO; end

% Reparos envolvendo Light Workover if (sum(Estados(k,CavidadesLWO)) >= 1) &&

(Estados(k,C) ~= 1) for l = 1:size(Estados,1) if (isequal(Estados(l, CavidadesLWO),

zeros(1,size(CavidadesLWO,2)))) && ... (isequal(Estados(k,

CavidadesHWO),Estados(l,CavidadesHWO))) && ... (Estados(l,C) ~= 1) MatrizTTR(k,l) = 1/LWOvar(i); ART(k,l) = ART_LWO; break; end end end end

% Constroi a Matriz de Transicao MT = MatrizTTF + MatrizTTR; for k = 1:size(Estados,1) MT(k,k) = -sum(MT(k,:)); end

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179 % Vetor de probabilidades iniciais p0 = zeros(size(Estados,1),1); p0(1,1) = 1;

% Integracao numerica com vetor de tempo de tamanho

reduzido n_reduzido = 10; t_reduzido = linspace(0,tmax,n_reduzido); [tout, pout] = ode45(@func_ODE,t_reduzido,p0);

% Probabilidade de falha total ProbFal(i,j) = sum(pout(n_reduzido,find(Estados(:,C) ==

1)'));

% Algoritmo para calculo de tempo de permanencia em cada

estado R = MatrizTTF + MatrizTTR; OM = OccupancyMatrix(MatrizTTF + MatrizTTR, tmax, 1.0E-

01);

% Calculo do numero do Tempo de Poco Parado (TPP) r_k = sum(R,2); % Taxa de saida do k-esimo estado t_k = OM(1,:)'; % Tempos de ocupacao do k-esimo estado

partindo do estado 1 N_k = r_k.*t_k; % Numero de transicoes partindo do estado

k ART_k = sum(ART.*R,2).*N_k.*(1./sum(R,2)); % ART partindo

do estado k ART_k(end) = []; TPP(i,j) = sum(ART_k);

% Calculo do numero esperado de vazamentos (em tmax anos) Ts = zeros(size(R,1)); for k = 1:size(Ts,1) Ts(k,:) = R(k,:)*t_k(k); end NumBO(i,j) = sum(sum(Ts(:,find(Estados(:,C) == 1)'))); end end

% Plot dos resultados figure(f); hold on; for i = 1:size(HWOvar,2) plot(LWOvar(1,:)/(365*24), ProbFal(:,i), 'LineWidth', 1.3); legendInfo{i} = ['HWO time = ' num2str(HWOvar(1,i)/(365*24)) '

years']; end grid on; legend(legendInfo, 'Location', 'eastoutside'); xlabel('LWO time [years]'); ylabel('Leakage probability'); hold off; f = f + 1;

figure(f); surf(HWOvar/(365*24),LWOvar/(365*24), ProbFal); xlabel('HWO MTTR (years)'); ylabel('LWO MTTR (years)'); zlabel('Leakage state probability');

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180 f = f+1;

figure(f); surf(HWOvar/(365*24),LWOvar/(365*24), TPP/24); xlabel('HWO MTTR (years)'); ylabel('LWO MTTR (years)'); zlabel('Expected well downtime due to repair (days)'); f = f+1;

figure(f); surf(HWOvar/(365*24),LWOvar/(365*24), NumBO/30); xlabel('HWO MTTR (years)'); ylabel('LWO MTTR (years)'); zlabel('Expected number of leakages/(year.well)'); f = f+1;

pf = 0; tpp = 0; for i = 1:size(NumBO,1) pf = horzcat(pf,ProbFal(i,:)); tpp = horzcat(tpp,TPP(i,:)); end

pf(1) = []; tpp(1) = [];

pf_par = 0; tpp_par = 0;

for i = 1:size(pf,2) par = true; for j = 1:size(pf,2) if i ~= j if (and(pf(j) < pf(i), tpp(j) < tpp(i))) par = false; end end end

if (par == true) pf_par = horzcat(pf_par,pf(i)); tpp_par = horzcat(tpp_par,tpp(i)); end end

pf_par(1) = []; tpp_par(1) = [];

figure(f); scatter(tpp/24, pf,'b.'); hold on; scatter(tpp_par/24, pf_par,'r*'); legend('Non-optimal points', 'Optimal points'); xlabel('Expected well downtime due to repair (days)'); ylabel('Leakage state probability'); grid on; f = f+1; hold off;

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181 end

%{ *-------------------------------------------------------------* | GERADOR DE ESTADOS REORGANIZADOS | *-------------------------------------------------------------* %}

if GerEstadosReorg == true % Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); end

EstadosReorg = Estados;

% Reorganiza a posicao dos estados de maneira a deixar no inicio

os % estados absorventes (aqueles com cavidade "meio ambiente"

inundada) for i = 1:size(EstadosReorg,1) if EstadosReorg(i,C) == 1 EstadoAtual = EstadosReorg(i,:); EstadosReorg(i,:) = []; EstadosReorg = vertcat(EstadoAtual,EstadosReorg); end end

% Encontra a posicao do estado inicial (100% integro) PosEstadoInicial = size(EstadosReorg,1) - sum(EstadosReorg(:,C));

% Armazena a matriz de estados reogranizados em planilha de

formato .xlsx xlswrite('EstadosReorg.xlsx',EstadosReorg); clearvars EstadoAtual; end

%{ *-------------------------------------------------------------* | GERADOR DA MATRIZTTF PARA ESTADOS REORGANIZADOS | *-------------------------------------------------------------* %}

if GerMatrizTTFReorg == true % Analogo ao procedimento para geracao da MatrizTTF original

% Se a geracao de estados reorganizados nao foi executada, le

planilha % de excel com a matriz de estados reorganizados. if GerEstadosReorg == false EstadosReorg = xlsread('EstadosReorg.xlsx'); end

% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha % de excel com a matriz de dependencia de falhas if GerEstados == false DF = xlsread('DF.xlsx');

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182 end

% Inicializa a Matriz de Taxas de Transicao de Falha (MatrizTTF)

entre % estados MatrizTTFReorg = zeros(size(EstadosReorg,1));

% Carrega as taxas de falha na memoria FailureModes;

% Carrega as Taxas de Transicao de Falha (TTF) entre cavidades % TTF(i,j) = Taxa de transicao da cavidade i para j TTF = zeros(C);

TTF(1,2) = FailModes.n(3,1)/FailModes.T(3,1); TTF(4,2) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(1,3) = FailModes.n(8,1)/FailModes.T(8,1) + ... FailModes.n(11,1)/FailModes.T(11,1); TTF(1,4) = FailModes.n(13,1)/FailModes.T(13,1); TTF(2,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(3,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(4,5) = FailModes.n(5,1)/FailModes.T(5,1); TTF(2,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(3,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(2,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(3,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(6,7) = FailModes.n(2,1)/FailModes.T(2,1); TTF(7,8) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1); TTF(5,9) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1); TTF(7,9) = FailModes.n(7,1)/FailModes.T(7,1); TTF(9,10) = FailModes.n(17,1)/FailModes.T(17,1); TTF(5,11) = FailModes.n(15,1)/FailModes.T(15,1); TTF(5,12) = FailModes.n(21,1)/FailModes.T(21,1); TTF(9,13) = FailModes.n(23,1)/FailModes.T(23,1); TTF(2,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ... FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(3,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ... FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(4,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1); TTF(5,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1) + ... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ... FailModes.n(14,1)/FailModes.T(14,1) + ... FailModes.n(20,1)/FailModes.T(20,1) + ... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(6,14) = FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1) + ... FailModes.n(29,1)/FailModes.T(29,1); TTF(7,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1); TTF(8,14) = FailModes.n(31,1)/FailModes.T(31,1); TTF(9,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1) + ... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ... FailModes.n(16,1)/FailModes.T(16,1) + ... FailModes.n(22,1)/FailModes.T(22,1) + ... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(10,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1); TTF(11,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1); TTF(12,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1); TTF(13,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1);

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183

for i = 1:size(EstadosReorg,1) for j = 1:size(EstadosReorg,1) % Verifica se o par de estados i, j representa transicao dif = EstadosReorg(j,:) - EstadosReorg(i,:); if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1) k = find(dif == 1); MatrizTTFReorg(i,j) = EstadosReorg(i,:)*TTF(:,k); end end end xlswrite('MatrizTTFReorg.xlsx', MatrizTTFReorg); end

%{ *-------------------------------------------------------------* | GERADOR DA MATRIZTTR PARA ESTADOS REORGANIZADOS | *-------------------------------------------------------------* %}

if GerMatrizTTRReorg == true % Analogo ao procedimento para geracao da MatrizTTR original

% Se a geracao de estados reorganizados nao foi executada, le

planilha % de excel com a matriz de estados reorganizados. if GerEstadosReorg == false EstadosReorg = xlsread('EstadosReorg.xlsx'); PosEstadoInicial = size(EstadosReorg,1) -

sum(EstadosReorg(:,C)); end

% Inicializa a Matriz de Taxas de Transicao de Reparo reorganizada % (MatrizTTRReorg) entre estados MatrizTTRReorg = zeros(size(EstadosReorg,1));

% Introduz as taxas de reparo, com base em LWO ou HWO for i = 1:size(EstadosReorg,1)

% Reparos envolvendo Heavy Workover if (sum(EstadosReorg(i,CavidadesHWO)) >= 1) &&

(EstadosReorg(i,C) ~= 1) MatrizTTRReorg(i, PosEstadoInicial) = 1/HWOfix; end

% Reparos envolvendo Light Workover if (sum(EstadosReorg(i,CavidadesLWO)) >= 1) &&

(EstadosReorg(i,C) ~= 1) for j = 1:size(EstadosReorg,1) if (isequal(EstadosReorg(j, CavidadesLWO),

zeros(1,size(CavidadesLWO,2)))) && ... (isequal(EstadosReorg(i,

CavidadesHWO),EstadosReorg(j,CavidadesHWO))) &&... (EstadosReorg(j,C) ~= 1) MatrizTTRReorg(i,j) = 1/LWOfix; break; end end end end

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184 xlswrite('MatrizTTRReorg.xlsx', MatrizTTRReorg); end

%{ *-------------------------------------------------------------* | SIMULACAO COM ESTADOS REORGANIZADOS | *-------------------------------------------------------------* %}

if SimEstadosReorg == true % Se a geracao de estados reorganizados nao foi executada, le

planilha % de excel com a matriz de estados reorganizados. if GerEstadosReorg == false EstadosReorg = xlsread('EstadosReorg.xlsx'); PosEstadoInicial = size(EstadosReorg,1) -

sum(EstadosReorg(:,C)); end

% Se a geracao da Matriz TTF reorganizada nao foi executada, le

planilha % de excel com a matriz em questao if GerMatrizTTFReorg == false MatrizTTFReorg = xlsread('MatrizTTFReorg.xlsx'); end

% Se a geracao da Matriz TTR reorganizada nao foi executada, le

planilha % de excel com a matriz em questao if GerMatrizTTRReorg == false MatrizTTRReorg = xlsread('MatrizTTRReorg.xlsx'); end

% Vetor de probabilidades iniciais p0 = zeros(size(EstadosReorg,1),1); p0(PosEstadoInicial,1) = 1;

% Matriz de Taxas de Transicao Reorganizada MTReorg = MatrizTTFReorg + 0*MatrizTTRReorg; for i = 1:size(EstadosReorg,1) MTReorg(i,i) = -sum(MTReorg(i,:)); end

% Matriz truncada, Q, e Matriz fundamental, N Q =

MTReorg(PosEstadoInicial:size(EstadosReorg,1),PosEstadoInicial:size(Es

tadosReorg,1)); N = (-Q')^-1;

% Calculo dos MTTFs MTTF = sum(N,1);

% Plot dos resultados figure(f); bar(1:1:PosEstadoInicial, MTTF./(365*24),'r'); axis([1 PosEstadoInicial 0 200]); xlabel('State index'); ylabel('MTTF (years)'); grid on; hold on;

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185 f = f + 1; end

%{ *-------------------------------------------------------------* | SIMULACAO DE INCERTEZAS | *-------------------------------------------------------------* %}

if SimIncertezas == true % Controle do Numero aleatorio rng(random_seed);

% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); DF = xlsread('DF.xlsx'); end

% Carrega as taxas de falha na memoria FailureRates;

% Vetor para armazenamento da amostra de valores prob_fail = zeros(1,N_sim);

for n_sim = 1:N_sim % Loop de simulacoes % Nao suprime os valores de n_sim para acompanhar o andamento

da % simulacao na Command Window n_sim

% Inicializa MatrizTTF e MatrizTTR MatrizTTF = zeros(size(Estados,1)); MatrizTTR = zeros(size(Estados,1));

% Sorteia as Taxas de Transicao de Falha (TTF) entre cavidades % TTF(i,j) = Taxa de transicao da cavidade i para j TTF = zeros(C);

TTF(1,2) =

SortFailureRate(FailModes.n(8,1),FailModes.T(8,1))+ ...

SortFailureRate(FailModes.n(11,1),FailModes.T(11,1)); TTF(1,3) =

SortFailureRate(FailModes.n(3,1),FailModes.T(3,1)); TTF(1,4) =

SortFailureRate(FailModes.n(13,1),FailModes.T(13,1)); TTF(2,4) =

SortFailureRate(FailModes.n(12,1),FailModes.T(12,1)); TTF(2,6) =

SortFailureRate(FailModes.n(2,1),FailModes.T(2,1)); TTF(2,10) =

SortFailureRate(FailModes.n(18,1),FailModes.T(18,1)); TTF(2,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(19,1),FailModes.T(19,1))+ ...

SortFailureRate(FailModes.n(24,1),FailModes.T(24,1))+...

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186

SortFailureRate(FailModes.n(10,1),FailModes.T(10,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1)); TTF(3,4) =

SortFailureRate(FailModes.n(12,1),FailModes.T(12,1)); TTF(3,6) =

SortFailureRate(FailModes.n(2,1),FailModes.T(2,1)); TTF(3,10) =

SortFailureRate(FailModes.n(18,1),FailModes.T(18,1)); TTF(3,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(19,1),FailModes.T(19,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(24,1),FailModes.T(24,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(10,1),FailModes.T(10,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1)); TTF(4,2) =

SortFailureRate(FailModes.n(12,1),FailModes.T(12,1)); TTF(4,5) =

SortFailureRate(FailModes.n(5,1),FailModes.T(5,1)); TTF(4,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(4,1),FailModes.T(4,1)); TTF(5,7) =

SortFailureRate(FailModes.n(26,1),FailModes.T(26,1)); TTF(5,8) =

SortFailureRate(FailModes.n(15,1),FailModes.T(15,1)); TTF(5,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(4,1),FailModes.T(4,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(25,1),FailModes.T(25,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(14,1),FailModes.T(14,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(20,1),FailModes.T(20,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(27,1),FailModes.T(27,1)); TTF(6,7) =

SortFailureRate(FailModes.n(7,1),FailModes.T(7,1)); TTF(6,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(6,1),FailModes.T(6,1)); TTF(7,5) =

SortFailureRate(FailModes.n(26,1),FailModes.T(26,1)); TTF(7,9) =

SortFailureRate(FailModes.n(17,1),FailModes.T(17,1)); TTF(7,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(6,1),FailModes.T(6,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(25,1),FailModes.T(25,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(22,1),FailModes.T(22,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(27,1),FailModes.T(27,1)); TTF(8,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(28,1),FailModes.T(28,1)); TTF(9,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(28,1),FailModes.T(28,1));

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187 TTF(10,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(9,1),FailModes.T(9,1)); TTF(6,11) =

SortFailureRate(FailModes.n(2,1),FailModes.T(2,1)); TTF(11,7) =

SortFailureRate(FailModes.n(30,1),FailModes.T(30,1)); TTF(11,12) =

SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1))+...

SortFailureRate(FailModes.n(29,1),FailModes.T(29,1));

% Usa os tempos de HWO e LWO fixos ou sorteia (comentado) LWO = LWOfix; %unifinv(rand(),LWOmin(1), LWOmax(end)); HWO = HWOfix; %unifinv(rand(),HWOmin(1), HWOmax(end));

% Gera as matrizes TTF e TTR para a rodada atual for i = 1:size(Estados,1) for j = 1:size(Estados,1) % Verifica se o par de estados i, j representa

transicao dif = Estados(j,:) - Estados(i,:); if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1) k = find(dif == 1); MatrizTTF(i,j) = Estados(i,:)*TTF(:,k); end end end

% Introduz as taxas de reparo, com base em LWO ou HWO for i = 1:size(Estados,1)

% Reparos envolvendo Heavy Workover if (sum(Estados(i,CavidadesHWO)) >= 1) && (Estados(i,C) ~=

1) MatrizTTR(i, 1) = 1/HWO; end

% Reparos envolvendo Light Workover if (sum(Estados(i,CavidadesLWO)) >= 1) && (Estados(i,C) ~=

1) for j = 1:size(Estados,1) if (isequal(Estados(j, CavidadesLWO),

zeros(1,size(CavidadesLWO,2)))) && ... (isequal(Estados(i,

CavidadesHWO),Estados(j,CavidadesHWO))) &&... (Estados(j,C) ~= 1) MatrizTTR(i,j) = 1/LWO; break; end end end end

% Constroi a Matriz de Transicao MT = MatrizTTF + MatrizTTR; for i = 1:size(Estados,1) MT(i,i) = -sum(MT(i,:)); end

% Vetor de probabilidades iniciais

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188 p0 = zeros(size(Estados,1),1); p0(1,1) = 1;

% Integracao numerica [tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0);

% Armazena o valor de probabilidade de falha em tmax anos prob_fail(1,n_sim) = sum(pout(n,find(Estados(:,C) == 1)')); end

% Plot dos resultados fig = figure(f); hold on; histogram(prob_fail); xlabel('Leakage probability'); ylabel('Frequency'); saveas(fig,'Histograma.png'); hold off; f = f + 1; end

%{ *-------------------------------------------------------------* | TEMPO DE PERMANENCIA POR ESTADO | *-------------------------------------------------------------* %}

if TempoPerm == true % Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Falha nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTF == false MatrizTTF = xlsread('MatrizTTF.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Reparo nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTR == false MatrizTTR = xlsread('MatrizTTR.xlsx'); end

% Calculo do tempo segundo Algoritmo do Kulkarni R = MatrizTTF + MatrizTTR; N = size(Estados,1); r_i = sum(R,2); r = max(r_i); Pc = zeros(N); T = tmax; for i = 1:N for j = 1:N if i == j Pc(i,j) = 1 - r_i(i)/r; else

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189 Pc(i,j) = R(i,j)/r; end end end

% Parametros da simulacao k = 0; dif = 1.0; eps = 1.0E-5; yek = exp(-r*T); ygk = 1 - yek; A = Pc; B = ygk*eye(N); soma = ygk;

while soma/r < T - eps; k = k + 1; yek = yek*r*T/k; ygk = ygk - yek; B = B + ygk*A; A = A*Pc; soma = soma + ygk; end

M_T = B/r; end

if AnImport == true

% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel

com a % matriz de estados e de dependencia de falhas if GerEstados == false Estados = xlsread('Estados.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Falha nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTF == false MatrizTTF = xlsread('MatrizTTF.xlsx'); end

% Se a Matriz de Taxas de Transicao de Reparo nao foi construida, % le planilha de excel com a matriz if GerMatrizTTR == false MatrizTTR = xlsread('MatrizTTR.xlsx'); end

% GERA OS RESULTADOS BASE MT = MatrizTTF; for i = 1:size(Estados,1) MT(i,i) = -sum(MT(i,:)); end p0 = zeros(size(Estados,1),1); p0(1,1) = 1; [tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0); prob_fal_base = 0; for i = 1:size(Estados,1) if (Estados(i,C) == 1) prob_fal_base = prob_fal_base + pout(size(t,2),i);

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190 end end

% CARREGA OS MODOS DE FALHA NA MEMORIA FailureModes;

% ESTRUTURACAO DE MEDIDAS E VARIAVEIS AUXILIARES prev_n = 0; % Variavel para armazenar os valores modificados prev_T = 0; % Variavel para armazenar os valores modificados

FailModes.RAP = zeros(size(FailModes.id,1),1); % Risk Achievment

Probability (AP) FailModes.RRP = zeros(size(FailModes.id,1),1); % Risk Reduction

Probability (RP) FailModes.RRW = zeros(size(FailModes.id,1),1); % Risk Reduction

Worth (RRW) FailModes.RAW = zeros(size(FailModes.id,1),1); % Risk Achievment

Worth (RAW) FailModes.FV = zeros(size(FailModes.id,1),1); % Fussel Vesely (FV) FailModes.B = zeros(size(FailModes.id,1),1); % Birnbaum (B)

% RRP for mf = 1:size(FailModes.id,1) % Ajusta os parametros modificados da simulacao anterior if (mf > 1) FailModes.n(mf-1,1) = prev_n; end

% Zera o numero de ocorrencias do modo de falha avaliado prev_n = FailModes.n(mf,1); FailModes.n(mf,1) = 0;

% Inicializa a Matriz de Taxas de Transicao de Falha

(MatrizTTF) entre % estados MatrizTTF = zeros(size(Estados,1));

% Carrega as Taxas de Transicao de Falha (TTF) entre cavidades % TTF(i,j) = Taxa de transicao da cavidade i para j TTF = zeros(C);

TTF(1,2) = FailModes.n(8,1)/FailModes.T(8,1)+ ... FailModes.n(11,1)/FailModes.T(11,1); TTF(1,3) = FailModes.n(3,1)/FailModes.T(3,1); TTF(1,4) = FailModes.n(13,1)/FailModes.T(13,1); TTF(2,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(2,6) = FailModes.n(2,1)/FailModes.T(2,1); TTF(2,10) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(2,12) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1)+ ... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1)+... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1)+... FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1); TTF(3,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(3,6) = FailModes.n(2,1)/FailModes.T(2,1); TTF(3,10) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(3,12) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1)+... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1)+... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1)+... FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1); TTF(4,2) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1);

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191 TTF(4,5) = FailModes.n(5,1)/FailModes.T(5,1); TTF(4,12) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1); TTF(5,7) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1); TTF(5,8) = FailModes.n(15,1)/FailModes.T(15,1); TTF(5,12) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1)+... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1)+... FailModes.n(14,1)/FailModes.T(14,1)+... FailModes.n(20,1)/FailModes.T(20,1)+... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(6,7) = FailModes.n(7,1)/FailModes.T(7,1); TTF(6,12) = FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1)+... FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1); TTF(7,5) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1); TTF(7,9) = FailModes.n(17,1)/FailModes.T(17,1); TTF(7,12) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1)+... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1)+... FailModes.n(22,1)/FailModes.T(22,1)+... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(8,12) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1); TTF(9,12) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1); TTF(10,12) = FailModes.n(9,1)/FailModes.T(9,1);

for i = 1:size(Estados,1) for j = 1:size(Estados,1) % Verifica se o par de estados i, j representa

transicao dif = Estados(j,:) - Estados(i,:); if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1) k = find(dif == 1); MatrizTTF(i,j) = Estados(i,:)*TTF(:,k); end end end MT = MatrizTTF; for i = 1:size(Estados,1) MT(i,i) = -sum(MT(i,:)); end

p0 = zeros(size(Estados,1),1); p0(1,1) = 1; [tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0); prob_fal = 0;

for i = 1:size(Estados,1) if (Estados(i,C) == 1) prob_fal = prob_fal + pout(size(t,2),i); end end

% Atualiza a estrutura que armazena o RRP FailModes.RRP(mf,1) = prob_fal; end

% RAP for mf = 1:1:size(FailModes.id,1) % Ajusta os parametros modificados da simulacao anterior if (mf > 1) FailModes.n(mf-1,1) = prev_n; FailModes.T(mf-1,1) = prev_T; end

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192

% Torna a taxa de falhas "infinitamente alta" para fazer a % probabilidade de falha tender a 1 prev_n = FailModes.n(mf,1); prev_T = FailModes.T(mf,1); FailModes.n(mf,1) = 1e+6; FailModes.T(mf,1) = 1;

% Inicializa a Matriz de Taxas de Transicao de Falha

(MatrizTTF) entre % estados MatrizTTF = zeros(size(Estados,1));

% Carrega as Taxas de Transicao de Falha (TTF) entre cavidades % TTF(i,j) = Taxa de transicao da cavidade i para j TTF = zeros(C);

TTF(1,2) = FailModes.n(3,1)/FailModes.T(3,1); TTF(4,2) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(1,3) = FailModes.n(8,1)/FailModes.T(8,1) + ... FailModes.n(11,1)/FailModes.T(11,1); TTF(1,4) = FailModes.n(13,1)/FailModes.T(13,1); TTF(2,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(3,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1); TTF(4,5) = FailModes.n(5,1)/FailModes.T(5,1); TTF(2,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(3,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(2,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(3,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1); TTF(6,7) = FailModes.n(2,1)/FailModes.T(2,1); TTF(7,8) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1); TTF(5,9) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1); TTF(7,9) = FailModes.n(7,1)/FailModes.T(7,1); TTF(9,10) = FailModes.n(17,1)/FailModes.T(17,1); TTF(5,11) = FailModes.n(15,1)/FailModes.T(15,1); TTF(5,12) = FailModes.n(21,1)/FailModes.T(21,1); TTF(9,13) = FailModes.n(23,1)/FailModes.T(23,1); TTF(2,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ... FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(3,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ... FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ... FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ... FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1); TTF(4,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1); TTF(5,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1) + ... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ... FailModes.n(14,1)/FailModes.T(14,1) + ... FailModes.n(20,1)/FailModes.T(20,1) + ... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(6,14) = FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1) + ... FailModes.n(29,1)/FailModes.T(29,1); TTF(7,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1); TTF(8,14) = FailModes.n(31,1)/FailModes.T(31,1); TTF(9,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1) + ... FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ... FailModes.n(16,1)/FailModes.T(16,1) + ... FailModes.n(22,1)/FailModes.T(22,1) + ... FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1); TTF(10,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1);

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193 TTF(11,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1); TTF(12,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1); TTF(13,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1);

for i = 1:size(Estados,1) for j = 1:size(Estados,1) % Verifica se o par de estados i, j representa

transicao dif = Estados(j,:) - Estados(i,:); if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1) k = find(dif == 1); MatrizTTF(i,j) = Estados(i,:)*TTF(:,k); end end end MT = MatrizTTF; for i = 1:size(Estados,1) MT(i,i) = -sum(MT(i,:)); end

p0 = zeros(size(Estados,1),1); p0(1,1) = 1; [tout, pout] = ode23s(@func_ODE,t,p0); prob_fal = 0;

for i = 1:size(Estados,1) if (Estados(i,C) == 1) prob_fal = prob_fal + pout(size(t,2),i); end end % Atualiza a estrutura que armazena o RAP FailModes.RAP(mf,1) = prob_fal; end

% Atualiza as estruturas que representam RRW, RAW, FV e B FailModes.RRW = prob_fal_base./FailModes.RRP; FailModes.RAW = prob_fal_base./FailModes.RAP; FailModes.FV = (prob_fal_base - FailModes.RRP)./prob_fal_base; FailModes.B = FailModes.RAP - FailModes.RRP;

% Corrige inconsistencias numericas FailModes.RAW(FailModes.RAW(:,1)>1,1) = 1; FailModes.RRW(FailModes.RRW(:,1)<1,1) = 1; FailModes.B(FailModes.B(:,1)<0,1) = 0;

% Exporta os resultados para planilha de excel xlswrite('ImportanceMeasures.xlsx', FailModes.name, 'A1:A30'); xlswrite('ImportanceMeasures.xlsx', FailModes.RAW, 'B1:B30'); xlswrite('ImportanceMeasures.xlsx', FailModes.RRW, 'C1:C30'); xlswrite('ImportanceMeasures.xlsx', FailModes.FV, 'D1:D30'); xlswrite('ImportanceMeasures.xlsx', FailModes.B, 'E1:E30'); end

2 – Função para ler a planilha com as taxas de falha % Le a planilha de modos de falha [num,txt,raw] = xlsread('FailureModes.xlsx'); FailModes.id = cell2mat(raw(:,1)); FailModes.name = cellstr(raw(:,2)); FailModes.n = cell2mat(raw(:,3));

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194 FailModes.T = str2num(cell2mat(raw(:,4)));

3 – Função de Integração Numérica

% Funcao de integracao numerica function dp = func_ODE(t, p) global MT; dp = (MT')*p; end

4 – Função para sortear a taxa de falha (Monte Carlo)

function x = SortFailureRate(N, T) %{ Funcao para sortear taxa de falhas com base na distribuicao chi2,

onde: N = Numero de falhas T = Tempo acumulado de operacao %}

p = rand(); x = chi2inv(p,2*N)/(2*T); end

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195

APÊNDICE F – ESTADOS DO POÇO

ESTADO 1 2a 2b 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

3 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

4 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

5 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

6 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

7 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

8 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

9 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

10 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

11 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

12 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

13 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

14 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

15 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

16 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

17 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

18 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

19 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

20 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

21 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

22 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

23 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

24 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

25 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

26 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

27 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0

28 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1

29 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

30 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

31 1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

32 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

33 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

34 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

35 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

36 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0

37 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1

38 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0

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196

39 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0

40 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0

41 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

42 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

43 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0

44 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0

45 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

46 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

47 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

48 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

49 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0

50 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1

51 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0

52 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0

53 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0

54 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0

55 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0

56 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

57 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

58 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

59 1 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

60 1 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0

61 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1

62 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0

63 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0

64 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1

65 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0

66 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1

67 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0

68 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0

69 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1

70 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0

71 1 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0

72 1 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0

73 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0

74 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0

75 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

76 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

77 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

78 1 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

79 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0

80 1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1

81 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0

82 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0

83 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1

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197

84 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0

85 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1

86 1 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0

87 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0

88 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1

89 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0

90 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0

91 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0

92 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0

93 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1

94 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0

95 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1

96 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1

97 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0

98 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0

99 1 1 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0

100 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0

101 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0

102 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1

103 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

104 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

105 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0

106 1 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0

107 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1

108 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0

109 1 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0

110 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1

111 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0

112 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1

113 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0

114 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0

115 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1

116 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0

117 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0

118 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0

119 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0

120 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1

121 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0

122 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0

123 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0

124 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0

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834 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1

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841 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0

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848 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1

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855 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1

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857 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0

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860 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1

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870 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1

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881 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0

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883 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1

884 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0

885 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1

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888 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0

889 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1

890 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 1

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898 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1

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900 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0

901 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1

902 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0

903 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1

904 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1

905 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1

906 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0

907 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0

908 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1

909 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 0

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914 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1

915 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1

916 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0

917 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 1

918 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1

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925 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1

926 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1

927 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0

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929 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1

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933 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 1

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945 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1

946 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1

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948 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0

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956 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1

957 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1

958 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1

959 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1

960 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0

961 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0

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968 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1

969 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1

970 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0

971 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1

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974 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1

975 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1

976 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0

977 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1

978 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1

979 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1

980 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1

981 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1

982 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0

983 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0

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987 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1

988 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0

989 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1

990 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1

991 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1

992 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0

993 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1

994 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1

995 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1

996 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1

997 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1

998 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0

999 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1

1000 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1

1001 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1

1002 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1

1003 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1

1004 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0

1005 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1

1006 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1

1007 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1

1008 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1

1009 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1

1010 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

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1013 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1

1014 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1

1015 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1

1016 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1

1017 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

1018 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0

1019 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1

1020 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1

1021 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1

1022 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1

1023 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1

1024 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1

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1026 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

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ANEXO I – DADOS UTILIZADOS

Os dados de confiabilidade utilizados neste trabalho são provenientes do Banco de Dados

do WellMaster (2009) Fase 6, de estudos de confiabilidade adquirido pela Petrobras para

poços submarinos (EXPROSOFT, 2012) e do OREDA 6º Edição (SINTEF, 2015).

Abaixo são apresentados as falhas e tempos acumulados e as taxas de falha calculadas

com base nestes dados.

Modo de Falha Número

de Falhas

Tempo Operacional

Acumulado (hours)

Taxa de

Falha

(hora-1)

1 AIV1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

2 AIV1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

3 AIV2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

4 AIV2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

5 GLV – VCA 44 7.39E+08 5.95E-08

6 M1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

7 M1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

8 M2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

9 M2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

10 PACKER – VCA 35 1.59E+08 2.20E-07

11 Bloco da BAP – VE 2 6.67E+08 3.00E-09

12 Rev. de Prod. – VE 1 1.22E+07 8.20E-08

13 COP acima da DHSV

– VCA 47 1.47E+09 3.20E-08

14 COP abaixo da DHSV

– VCA 231 1.47E+09 1.57E-07

15 DHSV – VPF + FNF 150 3.71E+07 4.04E-06

16 S1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

17 S1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

18 S2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

19 S2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

20 Selo do TH – VPF +

FNF 1 1.10E+07 9.09E-08

21 Anel VX – VE 2 2.22E+07 9.01E-08

22 W1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

23 W1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

24 W2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

25 W2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

26 Bloco do SCPS – VE 4 8.00E+06 5.00E-07

27 XO – VE 1 1.00E+08 1.00E-08

28 XO – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08

29 Bloco da ANM – VE 2 6.67E+06 3.00E-07

30 Tree Cap – VE 6 1.54E+07 3.90E-07

31 Conector BAP e

ANM – VE 2 6,67E+06 3.00E-07

32 Linhas de Produção

ou Anular - VE 4 2,58E+07 1,55E-07