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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PNAP WASHINGTON BARBOSA ROSA LICITAÇÕES PÚBLICAS QUANTITATIVO DOS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MODALIDADES Volta Redonda 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E … Barbosa Rosa... · metodologia utilizada foi análise quantitativa e seu objetivo foi de pesquisa exploratória,

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PNAP

WASHINGTON BARBOSA ROSA

LICITAÇÕES PÚBLICAS QUANTITATIVO DOS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE

LICITAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MODALIDADES

Volta Redonda 2015

WASHINGTON BARBOSA ROSA

LICITAÇÕES PÚBLICAS QUANTITATIVO DOS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE

LICITAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MODALIDADES

Monografia apresentada ao Curso de Administração Pública, modalidade semipresencial, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração Pública.

Volta Redonda 2015

TERMO DE APROVAÇÃO

WASHINGTON BARBOSA ROSA

LICITAÇÕES PÚBLICAS QUANTITATIVO DOS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE

LICITAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS MODALIDADES

Monografia aprovada pela Banca Examinadora do Curso de Administração Pública PNAP da Universidade Federal Fluminense – UFF.

Volta Redonda, .......... de ........................................ de .................

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

____________________________________

____________________________________

Dedico esse trabalho ao meu Deus, pois me deu força para continuar, mesmo nos momentos desanimadores.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha esposa Viviana, que sempre me incentivou a terminar o curso de Administração Publica e me deu apoio para escrever meu trabalho final. Não posso esquecer-me da minha amiga Pillar Hernandes, pois em todos os momentos mostrou-se disposta a colaborar. Agradeço também a todos os amigos do curso de Administração Pública do polo de Paracambi que direta ou indiretamente me ajudaram nessa jornada.

“As adversidades despertam em nós capacidades que, em outras circunstâncias ficariam adormecidas”.

Horácio

RESUMO

O presente trabalho tem como tema a Licitação Pública, de maneira mais específica, como a dispensa e inexigibilidade de licitação se comportam em quantidades de processos e valores em relação às modalidades licitatórias. Num primeiro momento conceitua-se Administração Pública, bem como seus princípios norteadores e as razões pela qual o seu funcionamento eficaz se torna necessário. Em seguida aborda-se a licitação pública tendo como base a lei que a institui (Lei 8.666/93), diferenciam-se as modalidades de licitação e os tipos de licitação para depois fazer uma abordagem dos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação e mostrar as especificidades de cada um desses casos. Na sequência são abordados os quantitativos dos casos de contratação direta em relação às modalidades. A metodologia utilizada foi análise quantitativa e seu objetivo foi de pesquisa exploratória, os procedimentos adotados na coleta de dados foi o documental de natureza quantitativa, mas também bibliográfica. O objetivo foi analisar o comportamento, em termos quantitativos, das modalidades de licitação e relacioná-los aos casos de dispensa e inexigibilidade, também teve como objetivo verificar se a hipótese de que os processos licitatórios são crescentes se confirmam. A resposta para o problema foi que os casos de dispensa de licitação são os mais utilizados, se comparado a outras modalidades, porém o seu uso vem diminuindo a cada ano, ainda assim continua em quantidade superando em muito às modalidades. Perde em valores de compras para modalidade pregão eletrônico, pois esta teve aumento em quantitativos e em valores, neste foi muito superior à dispensa. Os casos de inexigibilidade cresceram consecutivamente e algumas modalidades diminuíram em muito o seu uso, como é o caso do pregão presencial. De forma geral o uso da licitação pública diminuiu nos últimos sete anos (2008 a 2014), logo, a hipótese de que a licitação pública é crescente não se confirmou.

Palavras-chave: Administração Pública, licitação Pública, dispensa e inexigibilidade de licitação, modalidades de licitação, contratação direta.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Percentual dos casos de dispensa em anos ............................................. 44 Gráfico 2: Quantitativo de inexigibilidade em valores percentuais ........................... 45 Gráfico 3: Processo de compra e valor de compra .................................................. 46 Gráfico 4: Percentual anual de processos de compras ............................................ 47 Gráfico 5: Percentual anual de valores de compras ................................................. 47

LISTA DE QUADROS Quadro 1: Quantidade de compras públicas por tipo de processos .......................... 43 Quadro 2: Valores das compras públicas .................................................................. 44

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UASG’s – Unidades Administrativas de Serviços Gerais SIASG – Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13 2.1 Objetivos Gerais .................................................................................................. 13 2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 13 2.3 Hipótese .............................................................................................................. 13 2.4 Problema ............................................................................................................. 13 2.5 Justificativa .......................................................................................................... 14 3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 15 3.1 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................ 15 3.1.2 Da Organização da Administração Pública ...................................................... 16 3.1.3 Dos Princípios Constitucionais ......................................................................... 19 3.2 DA LICITAÇÃO PÚBLICA ................................................................................... 23 3.2.1 Dos Princípios da Licitação .............................................................................. 24 3.2.2 Do Dever de Licitar ........................................................................................... 25 3.2.3 Dos Impedimentos ........................................................................................... 27 3.2.4 Do Objeto da Licitação ..................................................................................... 27 3.2.5 Dos Tipos de Licitação ..................................................................................... 28 3.2.5.1 Do menor preço ............................................................................................. 29 3.2.5.2 Da melhor técnica ......................................................................................... 30 3.2.5.3 Da melhor técnica e preço ............................................................................. 30 3.2.5.4 Do maior lance ou oferta ............................................................................... 31 3.2.6 Das Modalidades de Licitação .......................................................................... 31 3.2.6.1 Concorrência ................................................................................................. 31 3.2.6.2 Tomada de preços ........................................................................................ 32 3.2.6.3 Convite .......................................................................................................... 33 3.2.6.4 Concurso ....................................................................................................... 33 3.2.6.5 Leilão ............................................................................................................. 34 3.2.6.6 Pregão ........................................................................................................... 34 3.2.7 Da Escolha da Modalidade ............................................................................... 35 3.2.8 Da Dispensa e Inexigibilidade de Licitação ...................................................... 36 3.2.9 Das Hipóteses de Dispensa de Licitação ......................................................... 36 3.2.9.1 Em função da economicidade ....................................................................... 37 3.2.9.2 Em razão de situação excepcional ................................................................ 38 3.2.9.3 Em razão do objeto ....................................................................................... 38 3.2.9.4 Em razão da pessoa...................................................................................... 38 3.2.9.5 Da inexigibilidade de licitação ....................................................................... 39 3.2.9.6 Dos casos de inexigibilidade de licitação ...................................................... 39 3.2.9.7 Das formalidades .......................................................................................... 40 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 42 5 ANÁLISE DA PESQUISA ...................................................................................... 43 6 RESULTADOS ....................................................................................................... 48 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 49 8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 51

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1 - INTRODUÇÃO

A Administração Pública, para cumprir suas funções atua nos mais variados

segmentos, produzindo bens, serviços e realizando uma série de atividades das

mais variadas possíveis (NIEBUHR, 2011, p. 14).

Tomando como base os ensinamentos de Niebuhr (2011, p.31) entende-se que a

finalidade da Administração Pública é a consecução do interesse público e este

pertence a toda a coletividade, por isso o funcionamento da Administração Pública é

regido por princípios, os mais diversos, e por leis que regem o funcionamento das

atividades públicas, por isso o Administrador Público não pode utilizar de vontade

própria, mas está preso à lei e esta existe justamente para proteger o interesse

público de procedimentos escusos.

Para manter a satisfação do interesse coletivo e perpetuar seu funcionamento é

necessário adquirir bens e serviços dos mais variados possíveis, para isso a

Administração pública precisa utilizar-se de compras, porém não pode ela proceder

como o particular, pois este utiliza de compras e serviços e contrata com quem

deseja, visto que tem liberdade legal para isso, mas as compras e contratações

feitas pelo Setor Público são regidas por lei, justamente para guardar os interesses

coletivos e evitar que agentes públicos usem de interesses pessoais (BARROS,

2008, p. 24).

A Lei que rege as atividades de compras de bens e serviços, bem como as

contratações feitas pelo Setor Público é a Lei 8.666/93, esta traz todas as

formalidades que devem ser obedecidas pelos agentes públicos, nos casos de

contratações de serviços e compras e também dos casos de dispensa e

inexigibilidade de licitação. A dispensa e inexigibilidade de licitação acontecem

quando a lei, por motivos específicos, permite contratações sem a necessidade de

todas as formalidades do processo licitatório (MORAES, 2008, p. 24).

Diante do exposto esse trabalho tem como objetivo analisar os dados sobre licitação

pública, mais especificamente, os caos de dispensa e inexigibilidade de licitação

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(contratação direta), pois, a Administração Pública utiliza-se de modalidades

específicas para contratar com o particular, logo, é necessário saber como elas se

comportam no tempo (anos) em quantitativos de uso e valores das contratações.

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2 - OBJETIVOS

2.1 - Objetivos Gerais

Analisar os dados sobre modalidades de licitação, bem como o uso da dispensa e

inexigibilidade de licitação com a finalidade de entender o seu comportamento nos

últimos sete anos (2008 á 2014).

2. 2 – Objetivos específicos

Verificar se os casos de contratação direta são crescentes, analisar como as

modalidades de licitação se comportam em quantitativos em relação à dispensa e

inexigibilidade e saber se a licitação pública no Brasil é crescente ou não.

2.3 – Hipótese

Esse trabalho baseia-se na hipótese que a licitação pública nas UASGs (Unidades

Administrativas de serviços Gerais são Crescentes) e que os casos de licitação

direta são maiores o quantitativo de licitação.

2.4 - Problema

Qual a relação existente entre os casos de contratação direta com as modalidades

de licitação, em quantitativos de processos e valores de compras?

Os casos de dispensa e inexigibilidade de licitação têm sido crescentes ou

decrescentes nos últimos sete anos?

O uso da licitação nas UASGs (Unidades Administrativas de Serviços Gerais) tem

aumentado nos últimos sete anos?

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2.5 - Justificativa

Este estudo se faz importante para que se possa entender o funcionamento da

Administração Pública, seus princípios norteadores e o comportamento em bases

quantitativas dos casos de licitação pública e seus valores monetários no decorrer

dos últimos sete anos (2008 á 2014).

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3 - REVISÃO DE LITERATURA

3.1 - Da Administração Pública

O governo, em sentido amplo significa a totalidade de órgãos representativos

da soberania, a administração pública, subordinada diretamente ao poder executivo,

alcança o complexo de funções que esses órgãos exercitam. Nesse sentido a

Administração Pública significa a atividade de gestão de negócios ou serviços

públicos com finalidade de prover as necessidades coletivas (MEIRELLES, 2000).

Para Moraes (2008, p. 78):

A expressão “administração pública” é, no sentido objetivo, o conjunto de bens, e direitos próprios para a execução da função administrativa; no sentido subjetivo, o conjunto de pessoas (órgãos) públicos ou privados que executam atividades administrativas.

Ainda citando Moraes (2008, p.11), pode-se apresentar o conceito de serviço

Público, que se diferencia de Administração Pública, para ele:

Não é tarefa fácil conceituar serviço público, principalmente após a adoção de políticas neoliberais pelos governos brasileiros e a tendência mundial de enxugamento do Estado através da transferência cada vez mais, de atividades públicas ao setor privado, de modo a permitir que o Estado reúna forças para a solução de questões centrais como segurança, saúde e educação. O entendimento do que vem a ser serviço público passa, necessariamente, pela distinção entre aquilo que é público e o que é privado. Públicos são os serviços de interesse comum, necessários para satisfazer o bem-estar da sociedade, mesmo que prestado pelo setor privado.

Neste caso a Administração Pública é exercida através dos serviços públicos

ofertados a população com a finalidade de atingir o bem comum. Corrobora com

esse pensamento Barros (2008), pois para ele o grande fim da Administração

Pública é o bem da coletividade administrada a defesa do interesse público. O

fundamento dessa afirmação reside no fato de que, sendo a administração a gestora

das determinações do Estado, e sendo este a perpetração dos interesses sociais, o

fim do agir administrativo será sempre a prática do bem comum.

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3.1.2 - Da Organização da Administração Pública

A organização da Administração Pública se concretiza através de duas

estruturas típicas: administração direta e indireta, conforme o inciso I e II, do artigo

4º, do Decreto-Lei n. 200/67.

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

De forma genérica, a administração direta é o conjunto de órgãos integrados na estrutura da chefia do executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares daquela chefia. Na administração direta não há uma hierarquia, um vínculo de subordinação, que parte do chefe do Executivo para seus auxiliares diretos e destes para seus subordinados, e assim por diante (BARROS, 2008, p.36).

Moraes (2008, p. 78) entende que “a execução de atividades próprias de Estado é

realizada diretamente por órgãos públicos. Eles são unidades administrativas

desprovidas de personalidade jurídica própria e subordinadas diretamente e

hierarquicamente ao Poder que o integram”.

II A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de

entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987).

De acordo com Moraes (2008, p. 79):

A administração indireta representa a atuação do Estado em determinada atividade econômica ou na prestação de serviço público por meio de uma entidade administrativa destacada da administração centralizada, porém, mantendo vínculo com aquela.

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Neste ponto Olivo (2010, p.93) diz que “administração indireta é o conjunto de

pessoas administrativas, que vinculadas à administração direta, tem o objetivo de

desempenhar atividades administrativas descentralizadas”.

Vale descrever a diferença entre a descentralização e desconcentração, pois de

acordo com Barros (2008, p.36), naquela há a transferência de determinadas

competências a outras pessoas jurídicas e nesta, não há a criação de outra pessoa.

De acordo com Moraes (2008, p.80) a descentralização é uma necessidade

verificada na prestação de serviços públicos especializados, pra tanto a

administração centralizada destaca uma porção de si fazendo nascer outra pessoa,

com a mesma natureza jurídica, porém com personalidade, patrimônio e receita

próprios.

Conforme ensina Barros (2008, p.38), a administração indireta é composta pelas

autarquias, fundações públicas, sociedade de economia mista e empresas públicas,

ainda, entende ele ser os fundos especiais e as entidades controladas pelo poder

público classificadas como administração indireta.

Para Meirelles (1979, p.298) a autarquia é pessoa jurídica de Direito Público, com

função pública própria e típica, outorgada pelo Estado, autarquia é forma de

descentralização administrativa, através da personificação de um serviço retirado da

Administração centralizada.

Junquilho (2010, p.125) ensina que empresa pública é uma entidade de

personalidade de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da

União, criada por lei para exploração de atividades econômicas que o governo seja

levado a exercer por alguma contingência de conveniência administrativa. Segundo

os termos do inciso II, do artigo 5º, do Decreto-Lei nº 200/67 com redação dada pelo

Decreto/Lei nº 900, de 1969 a empresa pública pode revesti-se de qualquer das

formas (societárias) admitidas em direito.

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Barros (2008, p.40) afirma que as sociedades de economia mista são estruturadas

sob a forma de sociedade anônima, constituída por capital público privado, devendo

existir participação majoritária do Poder Público e participação na gestão da

empresa, logo, o Estado tem o maior peso no direito a voto.

Nos termos do Decreto Lei nº 200/ 67, Fundação Pública é:

Art. 5º Para os fins desta lei considera-se: IV - Fundação Pública - é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987).

Entende Moraes (2008, p. 81), sobre determinadas prestações de serviço pelo

Estado, que este não está obrigado a prestar determinados serviços, mas possui

interesse em sua realização em face da relevância social. Para tanto, cria uma

pessoa jurídica regida pelo direito privado, sem fins lucrativos, mantida pelo poder

público com a colaboração da sociedade, para prestação de tais serviços sociais

com finalidade de atingir benefícios em favor da sociedade.

Rosa (2006, p. 39) inclui no rol da administração indireta as associações e

consórcios públicos.

A associação de pessoas políticas ou Entes Estatais (União, Estados e Municípios) para atuação cooperada e conjunta pode ensejar a constituição de associações públicas, espécie de pessoa jurídica de direito público. Prevista no art.41, IV, do CC (com redação dada pela lei n. 11.107/2005), as associações públicas detêm personalidade jurídica de direito público, a semelhança das autarquias (seriam também uma subespécie de autarquia), não se prestando à exploração de atividades econômicas e destinadas a viabilizar a constituição de consórcios públicos. Os consórcios públicos integram a administração indireta dos entes federados consorciados.

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3.1.3 - Dos princípios constitucionais que regem a Administração Pública

Barros (2008, p.59) define princípios como sendo toda proposição, pressuposto de

um sistema, que lhe garante a validade e o legitima. Em sentido jurídico são

proposições normativas básicas que orientam e condicionam a aplicação do direito.

Rosa (2006, p.9) ensina que esses princípios estão previstos na Constituição

Federal, em seu art.37, e que somam - se a outros implícitos na Carta Magna e

correspondem aos alicerces da ciência jurídica e deles decorrem todo o sistema

normativo.

De acordo com ensinamentos de Barros (2008, p.36) os princípios da Administração

Pública têm como objetivo maior orientar o administrador público em suas ações e

garantir a boa gestão na administração dos interesses da coletividade.

Esses princípios estão explicitados na Constituição Federal em seu artigo 37, caput,

conforme disposto:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (Caput com redação dada pela emenda constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998).

Esses princípios são expressos a seguir:

Princípio da Legalidade

No dizer de Penteado Filho (2006, p. 13):

O princípio da legalidade vem a ser a mola mestra de todo o sistema jurídico brasileiro, o quer dizer que “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, como preconiza o art. 5º inciso II da Carta Maior. Submeter a Administração Pública ao princípio da legalidade significa impor limites à ação do Estado, característica da democracia.

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Significa dizer que todos os atos da Administração Pública, devem estar previstos

em lei e ainda assim fazem-se necessários atos de decretos, portarias, entre outros,

como forma de legalizar os feitos públicos em suas esferas. Medauar, (2007).

Concordando com os autores acima citados, porém colocando o princípio da

legalidade em igualdade aos demais princípios, Freitas (2009, p.72) cita que:

A legalidade é valioso princípio, mas princípio entre outros de igual hierarquia alojados no texto constitucional. Daí se exige a “atuação conforme a lei e o direito”. O princípio da legalidade só experimenta significado na interação com os demais princípios e direitos fundamentais.

Entende Freitas (2009, p.72) que o princípio da legalidade apresenta sua

importância, desde que, esteja agindo junto com os demais princípios norteadores

da Administração Pública e que a legalidade devidamente temperada requer a

observância cumulativa dos princípios em sintonia com a teleologia constitucional,

para além do textualismo normativo escrito.

Princípio da Impessoalidade

Para Meirelles (1979, p. 88),

Impessoalidade e finalidade - O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas (CF, art. 37, § 1º) (47).

Penteado Filho (2006, p.14), também entende ser o princípio da impessoalidade o

mesmo princípio da finalidade administrativa, e que ele impõe a Administração agir

sempre dentro de um equilíbrio, evitando perseguições políticas deletérias, assim

como a concessão de benesses aos protegidos.

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Princípio da Moralidade

Na opinião de Moraes (2008, p 40) o princípio da moralidade impõe ao Poder

Judiciário exercer o controle administrativo e examinar, além dos aspectos legais, se

ele atende à moralidade, à razoabilidade, à probidade administrativa e a justiça.

Logo, é necessário não só a observância à lei, mas também aos princípios éticos.

Barros (2008, p 71) diz haver alguns autores que entendem que o conceito de

moralidade administrativa é vago e que é absorvido pelo próprio conceito de

legalidade, porém que o citado princípio está insculpido no art. 37, caput, da

Constituição Federal, tratando-se de princípio constitucional expresso.

Princípio da Publicidade

É através deste princípio que a Administração Pública torna-se

transparente para que a sociedade e os órgãos de controle

possam tomar conhecimento de seus atos e impugná-los, se

viciados ou em desacordo com a legalidade e a moral

administrativa. (Barros, 2008, p 70).

O autor expõe, ainda, que o princípio da publicidade impõe que todos os atos

administrativos se tornem públicos e, com isto, condiciona a que a administração

pública aja com transparência dando a conhecer todas as suas decisões.

Penteado Filho (2006, p. 20) concorda ao dizer que este princípio consiste no

acesso difuso do público às informações, relativas às atividades desempenhadas

pelos órgãos públicos.

Princípio da Eficiência

No dizer de Penteado Filho (2006, p. 25) “a eficiência na gestão da coisa pública

significa obrigação do agente público agir com eficácia funcional, real e concreta”.

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Moraes (2008, p.48) alega que o planejamento inadequado das ações do Estado,

quase sempre leva a paralisação de serviços e obras e traz prejuízos a sociedade e

que deriva dessa falta de observância ao princípio da eficiência.

Informa Olivo (2010, P.26) que:

O princípio da eficiência não constava na redação original da Constituição de 1888. Ele foi introduzido em 1998, quando da Reforma do Estado, que incorporou noções adotadas na iniciativa privada, como eficiência, eficácia, resultados, controle e cumprimento de metas.

Além desses princípios encontrados no artigo 37, caput, da Carta Magna, existem

outros princípios norteadores da Administração Pública, porém não é pretensão

exauri-los e sim mostrar a importância desses para nortear a Administração Pública

e os casos de licitação pública.

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3.2 - Da Licitação Pública

Para Lacombe (2009, p. 379) a licitação é:

Procedimento para verificar, entre os vários concorrentes, quem oferece melhores condições para a organização licitante realizar obras, prestar serviços ou fornecer produtos. Uma licitação bem feita deve proporcionar igualdade entre os licitantes em termos de divulgação e avaliação das condições oferecidas.

Mas, para Barros (2008, p 119) a ideia que consubstanciou a implementação da

licitação no direito administrativo brasileiro ainda no século XIX nada tinha a ver com

a observância do princípio da isonomia ou da igualdade de todos perante a lei e sim

com a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, a concorrência,

como era chamada a licitação, visava tão somente o interesse financeiro do Estado

em obter o menor preço.

Segundo Meirelles (1998, p. 237),

A sistemática da licitação sofreu fundamental modificação no Direito brasileiro desde o seu incipiente tratamento no Código da Contabilidade Pública da União, de 1922, até o Dec.-lei 200/67, Lei .456/68, Lei 6.946/81 e Dec.-lei 2.300/86, ora revogados e substituídos pela Lei 8.666, de 21.6.93 (alterada pela Lei 8.883, de 8.6.94), que, embora diga que regulamenta o art. 37, XXI, da CF, na verdade estabelece as normas gerais sobre licitações e contratos previstas no art. 22, XXVII, da mesma CF, aplicáveis à Administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle. Por normas gerais devem entender-se todas as disposições da lei aplicáveis indistintamente às licitações e contratos da União, Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios, bem como de seus desmembramentos autárquicos e paraestatais. Como já vimos precedentemente, continua com os Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios a faculdade de editar normas peculiares para suas licitações e contratos administrativos de obras, serviços, compras e alienações, como o fizeram na vigência do Dec.-lei 200/67, da Lei 5.456/68 e do Dec.-lei 2.300/86, em tudo que não contrariar as normas gerais (71), notadamente no procedimento da licitação, na formalização e execução dos contratos, nos prazos e nos recursos admissíveis.

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Barros (2008, p 119) menciona que a licitação na sua evolução histórica deixou o

aspecto exclusivamente econômico para se transformar em instrumento, que

embora continue visando tal benefício à Administração Pública, buscou também

permitir uma maior participação de todos os interessados e sujeitou a Administração

a um comportamento obediente a lei e com isso afastou a subjetividade.

Corroborando com essa ideia Nascimento (2007) afirma que:

Licitação é o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da sua função administrativa, abre a todos os interessados que se sujeitem as condições fixadas no instrumento convocatório a possibilidade de formularem propostas, dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para celebração de contrato. Visa propiciar iguais oportunidades aos que desejam contratar com o Poder Público, obedecendo a uma sequência determinada por lei e a condições preestabelecidas. (NASCIMENTO, 2007, p.27, Grifo do autor).

Para Niebuhr (2011, p.36) “a licitação pública é o meio para celebrar contrato

administrativo, que é o meio para contemplar o interesse público, a fim de propiciar a

Administração Pública o recebimento de utilidades produzidas por terceiros [...]”.

3.2.1 - Dos Princípios da Licitação

Além dos princípios constitucionais já citados no capítulo sobre a Administração

Pública (capítulo 3), a saber: Princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade a Lei 8.666/93 cita em seu artigo terceiro os princípios básicos da

licitação:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010).

Na verdade a Lei 8.666/93 em seu artigo 3º acrescenta outros três princípios aos

dos art. 37, caput da Constituição Federal que são o princípio da igualdade, da

vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e os correlatos, ou

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seja, todos os princípios que tem relação com a lei de licitações, portanto, essa

relação citada no art. 3º não é esgotável.

Nascimento (2007, p.30) ensina que o princípio da igualdade ou isonomia trata do

direito que todo licitante tem de competir em igualdade de condições com os demais,

sem qualquer forma discriminatória ou de favoritismo.

É o princípio que pode ser considerado como um dos principais alicerces da

licitação, visto que o processo licitatório, além de permitir a escolha da melhor

proposta para a Administração, também permite que todos os interessados

participem de forma igual.

O princípio da probidade administrativa, conforme cita Pazzaglini Filho (2008, p.43)

impõe aos agentes públicos, no desempenho de suas competências, o dever jurídico

de agir com honestidade, lisura, e honradez na gestão de negócios e bens públicos,

tendo somente por parâmetro o interesse público, logo, se o gestor público procede

de forma equivocada em relação a este princípio sofrerá as sanções cabíveis em lei.

Em relação ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório Nascimento

(2007, p.30) expõe que:

Mediante este princípio, o licitante encontra-se inteiramente vinculado aos ditames do edital ou instrumento convocatório. Com isso, evita-se modificação de forma de julgamento, de forma de pagamento, etc. Isto não quer dizer que a Administração está liberada para fixar regras divorciadas da legalidade e dos demais princípios previstos na licitação.

O princípio do julgamento objetivo para Nascimento (2007, p. 31) obriga a

Administração Pública a se ater aos critérios adotados no edital para promover o

julgamento do processo. A administração, nesse caso não poderá se desvincular da

forma de julgamento previsto no edital. Mesmo que tenha certo grau de

discricionariedade está deve optar por tomar atitudes as mais próximas possíveis

dos ditames da lei, a fim de que haja segurança tanto para Administração quanto

para o licitante.

26

O conjunto de princípios tem por objetivo não só proteger a Administração Pública

como também os participantes do certame.

3.2.2 - Do Dever de Licitar

Sobre a obrigação de licitar, Barros nos ensina que:

A Administração Pública tem como dever constitucional a necessidade de licitar se pretende contratar, salvo nos casos específicos de dispensa e inexigibilidade. Esse é o princípio. Buscando delimitar o conceito de Administração Pública para cumprimento da obrigação constitucional, a Lei nº 8.666/93, no seu art.º, parágrafo único, expressamente estabeleceu que, além dos órgãos da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), também estariam vinculados as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e para não deixar dúvida de que a vinculação era a mais ampla possível, os fundos especiais e as entidades controladas diretas ou indiretamente pela União, Estados , Distrito Federal e Municípios. (BARROS, 2008, p.122, Grifo do autor).

Nascimento (2007, p. 33) acrescenta que os órgãos do poder legislativo (Câmara de

Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado Federal), do

Poder Judiciário e Tribunais de Contas estão, também, obrigados a licitar.

Niebuhr (2011, p.48) lembra que:

A realização de licitação pública é obrigatória em virtude do princípio da indisponibilidade do interesse público, dados que os agentes administrativos encarregados de celebrarem contratos em nome da administração pública não podem fazê-lo de acordo com suas vontades, com seus desígnios pessoais, porém sempre norteados pelo interesse público. Com isso rechaça-se a celebração de contratos administrativos ofensivos à moralidade administrativa, que tenham sido levados a cabo em obséquio ao clientelismo, para beneficiarem particulares cooptados por aqueles que deveriam curar dos interesses coletivos.

27

3.2.3 - Dos Impedimentos

O art. 9º da Lei 8.666/93 esclarece que:

Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. § 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada. § 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração. § 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.

Nascimento (2007, p.32) nos informa que os impedimentos previstos nesse artigo

tem importância significativa, porque retiram do certame os agentes públicos que,

pelo conhecimento da administração licitante, poderiam influenciar em seu resultado.

3.2.4 - Do Objeto da Licitação

Moraes (2008, p.189) entende que tudo (produtos, serviços, compras e alienações)

que as pessoas públicas estejam obrigadas a licitar, e que possa ser fornecido ou

prestado por mais de uma pessoa (competição) será objeto da licitação.

Barros (2008, p.123) lembra que a licitação é formalizada através de um processo

administrativo onde são praticados atos administrativos de cunho material e

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processual, mas sempre motivadamente e que a licitação não se exaure em si

mesma e é o antecedente e preparatório do contrato.

Barros (2008, p.123) ainda cita que:

Portanto, como ato administrativo composto que é a licitação deverá descrever o objeto que pretende licitar no edital ou carta – convite de modo sucinto e claro (inciso I do artigo 40 da Lei nº 8.666/93), e, quando se tratar de obra e serviço, deve ser calcado em projeto básico aprovado pela autoridade competente (inciso I do § 2º do artigo 7º).

3.2.5 - Dos Tipos de Licitação

Existe uma confusão que sempre ocorre quando se trata de tipo e modalidade de

licitação, muitas vezes usam-se os termos trocados em relação ao que se quer

dizer.

Barros (2008, p.125) diferencia os termos, pois para ele enquanto na linguagem

comum os termos tipos de licitação e modalidades possam ter o mesmo significado,

outro conceito é dado pela Lei de licitações, pois ela outorgou a tais termos

conceituação diferenciadas. Tipos seriam os modelos de licitação enquanto

modalidades se caracterizam pela forma processual como os tipos são licitados.

Os Tipos de licitação encontram-se no § 1º do artigo 45 da Lei 8.666/93 (com

redação dada pela Lei nº 8.883/94) que prevê os tipos de licitação (exceto na

modalidade de concurso), sendo vedada a utilização de outros tipos, podendo ser

assim resumidas: menor preço, melhor técnica, melhor técnica e preço e maior lance

ou oferta. Segundo a referida Lei explicita:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. § 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o

29

licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II - a de melhor técnica; III - a de técnica e preço. IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994). § 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo. § 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994). § 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo. § 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação.

3.2.5.1 - Do Menor Preço

Meirelles (1998, p.263) afirma que a licitação de menor preço é a mais usual em

relação aos demais tipos de licitação, pois esses vêm a atender casos especiais da

Administração Pública. É utilizada para contratar obras simples, serviços que não

requerem especialização, para aquisição de materiais ou gêneros padronizados.

Isso ocorre, pois a Administração procura, nesses casos, obter simplesmente a

melhor vantagem econômica.

Concorda Barros (2008, p.125) quando diz que esse tipo de licitação é a mais

aplicada, e ocorre quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a

Administração determinar que seja vencedor o licitante que apresentar a proposta de

acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço.

30

3.2.5.2 - Da Melhor Técnica

Moraes (2008, p. 227) afirma que:

Neste tipo de licitação a Administração pretende selecionar a proposta que apresente a melhor técnica dentre aquelas que atingirem a valoração mínima, com parâmetro na proposta de menor preço. Para fins de classificação, a Administração fixará, no instrumento convocatório, o preço, máximo que se propõe a pagar. Com base no preço máximo fixado, os licitantes devem apresentar dois envelopes contendo as propostas, a saber: o primeiro com a melhor ”técnica”; e o segundo, a proposta de “preço”.

Esclarece Barros (2008, p.125) que esse tipo é aplicado nas licitações de natureza

predominante intelectual, como a elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,

supervisão e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para elaboração de

estudos técnicos e projetos básicos executivos.

3.2.5.3 - Da Melhor Técnica e Preço

Moraes (2008, p. 230) explica que esse tipo de licitação é feito um ajuste entre a

proposta técnica e a proposta preço, ou seja, com esse tipo licitatório busca-se

atingir um objeto que seja capaz de possuir certo grau de qualidade, mas que o

preço, também seja interessante e vantajoso.

Moraes (2008, p. 230) faz a diferenciação entre a licitação de melhor técnica e

melhor técnica e preço nos dizendo que:

Ao usar a licitação do tipo melhor técnica, a Administração visa à contratação do licitante que tiver obtido maior valoração na proposta técnica. Para tanto após a abertura inicia-se a negociação com o seu autor, para contratá-lo pelo menor preço entre todas as propostas. Já no tipo técnica e preço não haverá negociação: A Administração não terá prerrogativa de preferir a melhor técnica apresentada. Para se chegar ao vencedor será feita uma operação matemática de modo a se obter uma média ponderada entre a valoração da técnica e a valoração do preço. (MORAES, 2008, P.230, grifos do autor).

31

3.2.5.4 - Maior Lance ou Oferta

Barros (2008, p.126) expõe que de acordo com a Lei 8.666/93 esse tipo de licitação

tem aplicação nos casos de bens ou concessão de direito real de uso, conforme o

artigo 45 da referida Lei:

V - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994). § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e depois de obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.

Moraes (2008, p.235) acrescenta que “o tipo de licitação maior lance é utilizado na

modalidade leilão, enquanto a maior oferta é empregada para alienação de bens,

quando for utilizada a concorrência”.

3.2.6 - Das Modalidades de Licitação

Modalidade de licitação são os procedimentos para realização da licitação, ou seja,

os ritos previstos em lei para o desenvolvimento do processo de seleção do

fornecedor para o Estado. Também se defini como a sequência de atos para que a

Administração celebre contrato. (Informação verbal).

As modalidades de licitação são as seguintes, conforme o artigo 22 da Lei de

Licitações (nº 8.666/93):

Art. 22. São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão.

3.2.6.1 - Concorrência

O § 1º do artigo 22 da Lei nº 8.666/93 define a concorrência da seguinte forma:

32

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

Madeira (2010) nos ensina que “a principal característica da concorrência é sua

maior complexidade procedimental, mais formalista que as outras modalidades de

licitação”.

Sobre a concorrência, Madeira (2010) afirma que essa pode ser usada

independentemente dos valores, por ser mais formal.

Moraes (2008, p.202) informa que “a ampla publicidade e a universalidade são, pois

características peculiares da concorrência, a qual é utilizada para compras e

contratação de grande vulto”.

Ainda citando Moraes (2008, p.202) ele explica que mesmo sendo a concorrência

utilizada para valores de grande vulto, a mesma pode ser usada para compras de

qualquer valor.

3.2.6.2 - Tomada de Preços

O § 2º do artigo 22 da Lei nº 8.666/93 explica que:

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

Barros (2008, p. 127) explica que “enquanto na concorrência qualquer interessado

pode participar habilitado ou não, na tomada de preços só podem participar os

previamente habilitados”.

Madeira (2010) colabora dizendo que “a tomada de preços, então, é uma

modalidade licitatória de menor vulto, ou vulto médio, em relação à concorrência, de

grau intermediário de complexidade, figurando entre a concorrência e o convite”.

33

3.2.6.3 - Convite

O convite é definido pelo § 3º do artigo 22 da Lei nº 8.666/93 da seguinte forma:

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

Conforme ensina Moraes (2008, p. 205) é a única modalidade de licitação em que a

lei não exige publicação do instrumento convocatório no diário oficial e/ou em jornal

de grande circulação. A publicidade se dá com a entrega da carta-convite aos

convidados e pela fixação do instrumento convocatório no átrio da repartição

licitante, cadastrado ou não.

O § 6º e 7º do artigo 22 da Lei nº 8.666/93 esclarece que:

§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

3.2.6.4 - Concurso

A definição legal de concurso no § 4º do artigo 22 da Lei nº 8.666/93 é a seguinte:

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

34

Madeira (2010) argumenta que o concurso não visa à contratação, o que se quer

apenas, é premiar alguém por seu trabalho, e não significa que este trabalho será

executado, mas poderá ser mais tarde, dependendo da viabilidade.

Ainda sobre o concurso Barros (2008, p128) explica que:

Outra peculiaridade do concurso é que o julgamento do concurso será feito por uma comissão especial integrada por pessoa ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, sejam servidores públicos ou não (§ 5º do art. 51 da Lei nº 8.666/93) devendo o autor ceder os direitos patrimoniais de sua obra para a Administração (art. 111 da mencionada lei).

3.2.6.5 - Leilão

Usando as definições do § 5º do artigo 22 da Lei 8.666/93 é:

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstas no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

Sobre o leilão Moraes (2008, p.210) refere-se a este como:

Modalidade especial que se presta para alienação de bens móveis inservíveis para a Administração, ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, bem como para alienar bens imóveis adquiridos judicialmente ou mediante dação em pagamento.

Madeira (2010) esclarece que o que diferencia o leilão das outras modalidades é o

fato de que neste a proposta de valor mais alto é a que será aceita.

3.2.6.6 - Pregão

O pregão não está relacionado no rol das modalidades trazidas pela Lei 8.666/93 em

seu artigo 22, este foi trazido pela Lei 10.520, de 17 de julho de 2002.

35

O pregão é aplicado para aquisição de bens e serviços comuns, segundo o

parágrafo único do artigo 1º da referida lei.

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei. Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Moraes (2008, p.212) esclarece que o “a desburocratização do sistema de compras

administrativas, bem como a agilização e diminuição dos custos, constituem-se em

objetivos centrais dessa modalidade de licitação”.

3.2.7 - Escolha da Modalidade

A escolha da modalidade deverá obedecer aos parâmetros estabelecidos no artigo

23 da Lei de licitações, que utiliza, como critério único, o fator preço, estabelecendo

que:

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998). a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

36

Sobre a escolha da modalidade de licitação Moraes (2008, p.207) afirma que:

A definição da modalidade não constitui ato discricionário. Deve recair sobre a modalidade que se enquadrar dentro da despesa esperada no art.23 da Lei Licitatória. Será discricionária, contudo, a opção a opção pela realização de uma modalidade mais rígida que a exigida pela lei. Ou seja, quando couber convite, poderá ser realizada tomada de preços e, em qualquer caso, concorrência.

3.2.8 – Da Dispensa e Inexigibilidade de Licitação

Conforme já asseverado, a realização da licitação é obrigatória e está determina da

pela Constituição, em seu artigo 37, inciso XXI, e Lei nº 8.666/93. Tem por

finalidade, garantir a efetividade do princípio constitucional da Isonomia, a

indisponibilidade do interesse público e a escolha da proposta mais vantajosa para a

Administração pública (MARTINES Júnior; LATANCE NETO, 2009, p.49).

Niebuhr,( 2011, p37) apesar de ser regra que se faça a licitação pública, há casos

em que essa pode ser dispensada ou inexigida e razão de situações especiais.

Nasce aqui a dispensa e inexigibilidade de licitação autorizada por lei.

3.2.9 - Das Hipóteses de Dispensa de Licitação

A dispensa de licitação pode ser verificada em situações nas quais, mesmo sendo

viável que ocorra competição, esta poderia colocar em dificuldade à satisfação do

interesse público.

“Percebe-se que só é pertinente aludir à dispensa de algo que poderia ser realizado.

Só se dispensa aquilo de que se dispõe não o que está fora do alcance” (Niebuhr,

2011, p.41).

“As hipóteses descritas no artigo 24 da Lei nº 8.666/93 são exaustivas e estão

previstas em função da economicidade, em função da pessoa, da ineficácia ou

desnecessidade do próprio certame ou de acordo internacional, impondo dispensa”

(MARTINES Júnior; LATANCE NETO, 2009, p.49).

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Moraes (2008, p.195) considera que:

A licitação será dispensável em decorrência do fator econômico, quando se leva em conta o valor da contratação e a despesa na realização do certame – custo/benefício do procedimento-; ou por fatores circunstanciais, como tempo (pouco prazo para acudir a situação de emergência), o objeto pretendido e a pessoa a ser contratada.

3.2.9.1 - Em Função da Economicidade

Niebuhr (2011, p.233) esclarece que a licitação pública é obrigatória apenas para

contrato acima de determinado patamar econômico, que justifique os gastos a serem

efetuados.

Neste caso, está autorizado a contratar diretamente, por dispensa de licitação,

publica, com amparo do nos inciso I e II artigo 24 da Lei 8.666/93:

Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente. II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.

Niebuhr (2011, p.235) não concorda com esses valores para critério de dispensa,

pois para ele é perfeitamente possível realizar a licitação pública para contrato de tal

montante, sem que a administração incorra em prejuízo econômico. Ainda cita que

R$ 15.000,00 (quinze mil reais), para obras e serviços de engenharia e R$ 8.000,00

(oito mil reais), para os demais serviços e compras, talvez, não sejam valores tão

elevados para União, porém para milhares de municípios brasileiros, tais valores são

altíssimos, a ponto de levar muitos deles a não realizar licitações, pois a grande

maioria de seus contratos não ultrapassam os respectivos montantes.

38

3.2.9.2 - Em Razão de Situação Excepcional

Niebuhr (2011, p. 245) explica que as situações excepcionais se conceituam como

eventos externos e incertos, frequentemente imprevisíveis, cuja ocorrência é

presumida pelo legislador de modo abstrato, e por isto afastou a obrigatoriedade de

licitação pública com o fito de evitar o perecimento de bens, objetos e valores úteis

aos membros da sociedade ou à regularidade administrativa.

3.2.9.3 - Em Razão do Objeto

São dispensas de licitação concedidas em razão das especificidades de certos

objetos portadores de características peculiares, na medida em que, se houvesse a

obrigatoriedade de licitação pública, haveria risco de comprometimento do interesse

público. Niebuhr (2011, p.274).

3.2.9.4 - Em Razão da Pessoa

Moraes (2008, p.199) entende que esses casos se assemelham aos casos de

inexigibilidade de licitação, porém recebeu tratamento de dispensa pela lei. Cita que

“se a intenção é contratar determinada pessoa e o interesse público exigir, não há

como licitar”.

A licitação também pode ser dispensada em razão de acordo internacional, nos

termos do inciso XIV, do artigo 24:

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacionais específicos aprovados pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994).

39

3.2.9.5 - Da Inexigibilidade de Licitação

A licitação será inexigível quando for inviável a competição. Com isso, mesmo se

quiser licitar, a Administração não terá condições de realizar o certame pela

impossibilidade de fazê-lo (MORAES, 2008, p. 200).

Niebuhr (2001, p.139) ensina que a inexigibilidade ocorre por falta de elementos que

possibilitem a competição e que não há como inventariar os casos de inexigibilidade

de licitação, visto que, no futuro pode haver situações que se sequer hoje são

supostas, bem a frente das que hoje se delineiam. Por esse motivo esses casos não

se esgotam e estão abertos ao aparecimento de novas situações que exigem a

inexigibilidade.

3.2.9.6 - Dos Casos de Inexigibilidade de Licitação

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. § 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

40

No caso do fornecedor exclusivo, como disposto no inciso I Niebuhr (2011, P.154)

comenta que passa valer a inexigibilidade de licitação, no caso de licitação pública

para fornecedor exclusivo, porque só ele tem em mãos o bem que a Administração

Pública pretende.

Em relação ao inciso II do artigo 25 da Lei 8.666/93 Meirelles (2000, p.247)

caracteriza os serviços técnicos profissionais especializados como os que são

prestados por quem, além da habilitação técnica e profissional exigida para os

serviços técnicos profissionais em geral, aprofundou-se nos estudos, no exercício da

profissão, na pesquisa científica, ou através de cursos de pós-graduação ou de

estágios de aperfeiçoamento.

O inciso III do mesmo artigo da Lei em pauta fala sobre a contratação de

profissionais do setor artístico, quanto a esses Niebuhr (2001, p.180) ensina que:

A inexigibilidade para contratação de serviços artísticos, por sua vez, não segue fundamento na subjetividade que lhe é imanente. [...] a contratação de serviços não depende da inexistência de outros artistas que também possam prestar o serviço. Aliás, pode e costuma haver vários artistas capazes e habilitados, mas, mesmo assim, inexigível é a licitação pública, em tributo à singularidade da expressão artística.

3.2.9.7 - Das Formalidades

Moraes (2008, p.201) alude que:

A autoridade deverá observar as exigências constantes do inc. I ao IV do parágrafo único do art. 26 da Lei 8.666/93, principalmente as razões da emergência em caso de dispensa e as justificativas pela escolha de fornecedor, bem como preço, valendo-se conforme o caso, de pesquisa de mercado.

41

Essas observações encontram-se na Lei de licitações, como descrito abaixo:

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005). Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço. IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998).

Como aponta Martines Júnior; Latance Neto (2009, p.80):

Com efeito, o legislador, exigiu, com prudência, que se observassem determinadas formalidades a fim de comprovar efetivamente a ocorrência das hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação. Em outras palavras, consagrou-se como tal procedimento administrativo com o escopo de evitar fraudes que burlasse a exigência constitucional de realização do certame licitatório.

No art. 26 da lei 8.666/93, bem como em seu parágrafo único a intenção do

legislador foi não permitir que a licitação direta se tornasse algo banal, ou seja, que

fosse usada por quaisquer motivos e sem respeitar nenhuma exigência. Procurou o

legislador dificultar a ação dos que poderiam conseguir benefícios próprios fazendo

uma dispensa ou indevida ou fraudulenta.

Mesmo com todo o esforço do legislador em dificultar o uso da licitação direta, esta

supera em quantitativo às modalidades como mostram os capítulos seguintes.

42

4 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa teve como proposta descobrir qual o quantitativo de processos de

compra e valores em todas as modalidades, objetivando relacioná-los aos casos de

dispensa e inexigibilidade de licitação.

Para tanto, foi realizada uma análise quantitativa, a partir do levantamento dos

dados de processos e seus valores entre os anos de 2008 a 2014, publicados no

site de compras do Governo Federal (http://www.comprasgovernamentais.gov.br/).

Os referidos dados serviram de base para a análise e foram organizados de maneira

a facilitar a visualização do seu comportamento (através de gráficos e quadros).

Quanto aos objetivos da pesquisa esta foi exploratória, pois a finalidade era de

ampliar o conhecimento acerca dos quantitativos da atividade licitatória.

A pesquisa também se valeu de fontes bibliográficas, principalmente de livros, de

acordo com a temática do trabalho.

43

5 – ANÁLISE DA PESQUISA

As modalidades de licitação são, de acordo com o artigo 22 da Lei de licitações:

concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Há ainda a modalidade

pregão, que apesar de não estar expresso no referido artigo da Lei 8.666/93, faz

parte da Lei 10.520/02 e é, também, uma modalidade de licitação.

Mas, é possível observar como os casos de dispensa e inexigibilidade de licitação se

comportam no tempo em relação ás modalidades de licitação e qual a sua

correspondência numérica e estatística em relação a esta.

Para isso foram analisados os dados numéricos de janeiro 2008 passando pelos

anos consecutivos até dezembro de 2014. Esses dados referem-se aos órgãos da

Administração Direta, Autárquica e Fundacional, ou seja, as Unidades

Administrativas de Serviços Gerais (UASG) estas fazem parte do Sistema de

Serviços Gerais (SISG) que tem a função de cuidar das atividades administrativas

de edifícios públicos e imóveis residenciais, materiais, transportes, comunicações

administrativas e documentos.

Os casos de dispensa e inexigibilidade de licitação tem um volume quantitativo muito

superior ao das modalidades.

Quadro 1 – Quantidade de compras públicas por tipo de processos

Fonte: Retirado de: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-

apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Modalidade

Concorrência 771,00 1.319 934 1.086 1.314 1.062 721 7.207,00

Concorrência internacional 50 44 105 51 40 40 48 378

Concurso 8 16 16 11 16 11 32 110

Convite 4.957 1.499 961 621 452 318 244 9.052

Dispensa de licitação 246.635 235.566 211.029 186.301 169.875 158.765 134.628 1.342.799

Inexigibilidade de licitação 14.048 15.838 16.677 19.742 23.783 24.759 26.338 141.185

Pregão eletrônico 30.865 33.700 33.698 32.357 34.747 36.956 33.837 236.160

Pregão presencial 1.297 1.083 657 334 268 184 158 3.981

Tomadas de preços 1.641 1.636 1.334 1.170 1.307 1.073 948 9.109

Total 300.272 290.701 265.409 241.673 231.802 223.168 196.954 1.749.979

Quantidade de compras públicas, segundo o tipo de processo – Órgãos SISG

Total por modalidade

44

Mas, se comparada ano a ano conclui-se que os casos de dispensa de licitação têm

sofrido quedas consecutivas. Nesse caso, ao averiguar o valor total dos sete anos

em relação a cada ano tem-se um percentual como mostrado no gráfico 1.

Gráfico 1 – Percentual dos casos de dispensa em anos

Fonte: Elaborada pelo autor. Dados de referência retirados de: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.

Ao comparar o percentual de uso em 2008 com o percentual em 2014 nota-se que

há uma queda de oito por cento (8%) no uso da dispensa de licitação, que

demonstra uma desaceleração gradual nesse período.

Essa queda é refletida no valor monetário, que se comparado ao mesmo período

visto anteriormente, nos indica uma economia significativa, de acordo com o quadro

2.

Quadro 2 – Valores das compras públicas

Fonte:<http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Modalidade

Concorrência 13.456.670.716,80 20.148.909.307 16.463.016.572,27 8.008.631.427 15.057.952.739 5.776.221.843 2.510.075.593,45 81.421.478.197,38

Concorrência internacional 214.827.655,73 1.459.691.989,66 1.371.671.541,48 107.939.111,79 167.382.648,26 13.908.112,44 137.860.740,38 3.473.281.799,74

Concurso 546.943,35 1.594.752,68 3.951.770,83 1.132.191,29 3.066.040,10 3.772.299,68 18.344.111,88 32.408.109,81

Convite 239.519.849 101.388.785 65.529.821,71 41.298.084,29 26.614.847,57 16.638.637,70 11.365.632,50 502.355.658

Dispensa de licitação 22.214.401.827 12.085.428.315 15.510.976.925 9.602.800.560 16.392.404.515 10.609.382.708 9.760.902.761 96.176.297.610

Inexigibilidade de licitação 4.713.106.112 8.067.063.745 10.271.129.033 14.459.147.379 12.674.627.575 13.189.243.110 11.640.511.186 75.014.828.141

Pregão eletrônico 31.231.343.559 30.509.445.966 38.067.296.305 30.951.594.593 39.951.669.007 46.026.210.766 37.087.967.661 253.825.527.856

Pregão presencial 4.113.109.339 4.318.723.463 1.744.263.496 1.277.914.553 1.369.325.513 815.980.923 567.727.761 14.207.045.047

Tomadas de preços 1.094.512.910 964.458.649 740.342.635 581.376.796 602.210.212 443.583.287 370.733.085 4.797.217.574

Total 77.278.038.912 77.656.704.971 84.238.178.100 65.031.834.694 86.245.253.096 76.894.941.687 62.105.488.531 529.450.439.992

Valores das compras públicas, segundo o tipo de processo – Órgãos SISG

Total por modalidade

18%

17%

16% 14%

13%

12%

10%

DISPENSA DE LICITAÇÃO

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

45

A diferença em valor quando se compara o ano de 2008 ao ano de 2014 é de R$

12.453.499.066, o que é uma quantia expressiva.

Em relação à inexigibilidade de licitação esta caminhou em sentido crescente, tanto

em comparação aos quantitativos do certame como ao dos valores das compras, ao

contrário dos casos de dispensa de licitação. Foi um aumento gradativo e

significativo, pois como já visto anteriormente há casos específicos para o uso da

inexigibilidade e mesmo assim aconteceu um aumento destes. O gráfico 2 mostra

em termos percentuais o quantitativo dos casos de inexigibilidade em anos com

valor de referência no somatório das quantidades de casos de inexigibilidade dos

sete anos em apreço.

Gráfico 2 – Quantitativo de inexigibilidade em valores percentuais

Fonte: Elaborada pelo autor. Dados de referência retirada de: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.

Mesmo com valores decrescentes na dispensa de licitação e crescentes na

inexigibilidade esses quantitativos ainda são muito altos se comparados a

modalidades, apesar de que, o pregão eletrônico vem sofrendo um aumento

consecutivo no decorrer dos anos, mas ainda assim está longe de se comparar ao

uso dos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação, porém no que tange aos

valores das compras o pregão tem percentuais altos e nos anos de 2013 e 2014

teve um pico de 60% no seu valor de compra.

Em valor monetário o pregão eletrônico supera, no somatório geral aos valores de

dispensa e inexigibilidade de licitação, mesmo, sendo muito inferior em valores

quantitativos, isso mostra que a modalidade pregão tem sido usada para compras

46

com valores altos e que seu aumento em quantitativo se dá por essa modalidade ser

mais dinâmica.

Uma novidade trazida pelo pregão é a inversão das fases, onde primeiro é realizada

a abertura das propostas e, após ocorrem os lances, é aberto o envelope contendo a

documentação de habilitação do licitante que ofertou o melhor lance.

Nesta modalidade não se impões limite de valor para contratações.

Scarpinella (2002, p.75) explana que no pregão não há relação entre o procedimento

e o valor da futura contratação, desde que o objeto a ser licitado seja um bem ou

serviço comum.

Para Moraes (2008, p. 211) serviços comuns os que se encontram com facilidade no

mercado e cuja classificação independe de aferição técnica.

O gráfico de número 3 mostra em percentuais no decorrer dos anos desde 2008 até

2014 as oscilações nos processos de compra e valores e o crescimento do pregão

eletrônico, principalmente em relação aos valores das compras.

Gráfico 3 – Processo de compra e valor de compra

Fonte: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-

dados-gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.

47

Como não há limite de valor para contratações e essa modalidade é mais

simplificada, é possível que essa seja a resposta para um montante tão expressivo.

De modo geral houve queda no uso das licitações, no decorrer dos últimos sete

anos, essa queda se refletiu nos valores das compras. Isso indica que as

Administrações Direta, Autárquica e Fundacional (UASG) estão gastando menos

anualmente conforme mostra o gráfico 4 e 5:

Gráfico 4 – Percentual anual de processos de compras

Gráfico 5 – percentual anual dos valores das compras

Fonte: Elaborada pelo autor. Dados de referência retirado de: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/estatisticas/01-apresentacao-siasg-dados-

gerais-_2014.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015.

A queda nos processos de compras refletiu diretamente nos valores desta com uma

relação direta entre as duas. Não, necessariamente, é regra que essa relação seja

diretamente proporcional, pois em alguns anos (2010 e 2012) houve diminuição nas

quantidades de processos de compras sem que isso refletisse tão expressivamente

nos valores.

48

6 - RESULTADOS

Este trabalho obteve como resultado que a dispensa de licitação é maior em

quantidade de uso, quando comparado às modalidades de licitação (concorrência,

convite, tomada de preços, leilão, pregão e concurso), porém se comparada a si

mesma, o seu uso ao longo dos últimos sete anos diminuiu em quantidade de

processo e também em valores de compras.

O uso da inexigibilidade aumentou consideravelmente, passando de 14.048 em

2008 para 26.338 em 2014. Isso também refletiu no valor das compras, pois

aumentou consideravelmente nos sete anos em apreço, de acordo com o quadro 2.

Os casos de dispensa e inexigibilidade ainda são campeões de uso, mas no que se

refere a valores o pregão eletrônico tem as maiores altas.

Algumas modalidades desaceleraram em quantidade como é o caso do convite, pois

decresceu em quantidade de processos de compra de 4.957 (quatro mil novecentos

e cinquenta e sete) para 244 (duzentos e quarenta e quatro) no ano de 2014, nota-

se isso no Quadro 1. O mesmo ocorreu com a tomada de preços e com o pregão

presencial.

No caso da concorrência houve crescimento e declínio, pois no ano de 2008 teve

771 processos, aumentou e diminuiu nos anos seguintes até retornar para 721 em

2014. A concorrência internacional seguiu o mesmo modelo.

A modalidade concurso teve crescimentos dobrados terminando o ano de 2014 com

32 casos de processo de uso, equivalente a 29%, porém iniciou o ano de 2008 com

apenas 8, representando 7% de casos de utilização dessa modalidade.

De modo geral o uso da licitação pública diminuiu ao longo dos últimos anos, logo,

não se confirmou a hipótese de que a licitação é crescente, porém foi confirmado

que o uso da licitação direta é maior que o das modalidades de licitação.

49

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho teve como objetivo pesquisar os quantitativos de processos e valores

das compras nas modalidades de licitação, bem como os casos de dispensa e

inexigibilidade do ano de 2008 ao ano de 2014, tendo como hipótese que os

mesmos são crescentes. Também foi objetivo verificar o uso de dispensa e

inexigibilidade de licitação em relação às modalidades de licitação e analisar como

se comportam em termos de quantidade de uso e valores de compras.

Conclui-se que a dispensa de licitação vem sofrendo queda em quantidade de uso e

valores, mas ainda é a mais utilizada em relação às modalidades de licitação e que

a inexigibilidade de licitação está em crescimento gradual desde o ano de 2008,

tendo uma evolução em quantidade de 9% (nove por cento), se comparada ao ano

de 2014.

O pregão eletrônico se destacou em valores de compras e vem crescendo, também,

em quantidade de uso, sendo seus valores de compras superiores aos valores da

dispensa e inexigibilidade de licitação, tendo um aumento de 60% nos valores das

compras no ano de 2013 e 2014.

Por ser o pregão eletrônico uma modalidade mais abrangente e com inversão de

fases, o que facilita o trabalho das comissões de licitação e aumenta o interesse dos

concorrentes, tem ocorrido uma migração das demais modalidades para esta, ainda

que incipiente.

O trabalho revelou que a licitação pública não é crescente, aliás, vem decrescendo

em quantidade total de uso nos anos analisados. Houve queda de 6%, se

comparado ao ano de 2008, logo, a hipótese de crescimento não se confirmou, pois

na verdade aconteceu uma diminuição do uso da licitação no período analisado.

50

É possível dizer que essa queda nos processos de compras e nos seus valores se

dá por existir uma diminuição nos investimentos governamentais, ou mesmo um

sucateamento dos bens públicos. A também a questão das privatizações, das

parcerias públicas privadas (PPPs), e da desestatização.

Trabalhos futuros poderão descobrir o motivo dessa diminuição ocorrida tanto nos

processos de compras como nos valores dessa ao longo dos anos, também se faz

importante descobrir a contribuição do pregão eletrônico para a economicidade e

agilidade dos processos de compras.

51

8 - REFERÊNCIAS

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52

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