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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL - IACS DEPARTAMENTO DE CIENCIA DA INFORMAÇÃO GCI CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUIVOLOGIA LILIANE NUNES VALENTIM DA COSTA GESTÃO DE DOCUMENTOS FRENTE À REALIDADE DIGITAL: UMA PROPOSTA DE APLICABILIDADE NA INSTITUIÇÃO CURSOS E CONSULTORIA LTDA-ME NITERÓI 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL - IACS

DEPARTAMENTO DE CIENCIA DA INFORMAÇÃO – GCI

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUIVOLOGIA

LILIANE NUNES VALENTIM DA COSTA

GESTÃO DE DOCUMENTOS FRENTE À

REALIDADE DIGITAL: UMA PROPOSTA

DE APLICABILIDADE NA INSTITUIÇÃO

CURSOS E CONSULTORIA LTDA-ME

NITERÓI

2017

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LILIANE NUNES VALENTIM DA COSTA

GESTÃO DE DOCUMENTOS FRENTE À REALIDADE DIGITAL: UMA

PROPOSTA DE APLICABILIDADE NA INSTITUIÇÃO CURSOS E

CONSULTORIA LTDA-ME

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Universidade Federal Fluminense, como

requisito para obtenção do Grau de Bacharel.

Área de Concentração: Arquivologia.

ORIENTADOR: PROFESSOR RENATO DE MATTOS

Niterói

2017

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Costa, Liliane Nunes Valentim da

Gestão de Documentos frente à realidade digital: Uma proposta de

aplicabilidade na Instituição Cursos e Consultoria Ltda-me. / Liliane Nunes

Valentim da Costa – Niterói, 2017.

40 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquivologia) –

Universidade Federal Fluminense, 2017.

1. Gestão de Documentos. 2. Documentos Eletrônicos. 3. Documentos

Digitais. I. Mattos, Renato de (Orientador). II. Universidade Federal Fluminense.

III. Título.

C 837

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LILIANE NUNES VALENTIM DA COSTA

GESTÃO DE DOCUMENTOS FRENTE À REALIDADE DIGITAL: UMA

PROPOSTA DE APLICABILIDADE NA INSTITUIÇÃO CURSOS E

CONSULTORIA LTDA-ME

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Universidade Federal

Fluminense, como requisito para

obtenção do Grau de Bacharel. Área de

Concentração: Arquivologia.

APROVADO EM: / /

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Professor Renato de Mattos - Orientador

Universidade Federal Fluminense

______________________________________________

Professora Clarissa Schimidt

Universidade Federal Fluminense

______________________________________________

Professora Raquel Pret

Universidade Federal Fluminense

Niterói

2017

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia em primeiro lugar a Deus, que esteve comigo sempre, me dando

capacidade durante minha trajetória acadêmica, aos meus pais Gelson Faria Valentim e

Juliana Nunes de Camargo por toda educação e incentivo que me deram. À minha irmã

Lillian Nunes Valentim, que foi a minha base e o meu exemplo. Ao meu esposo André

Luiz, por não medir esforços para que eu concluísse meu curso e especialmente à minha

filhinha Letícia Valentim da Costa, que chegou à tão pouco tempo em minha vida e por

quem eu venho enfrentando todos os obstáculos a fim de oferecer um futuro melhor.

Enfim, dedico também a todos os amigos e familiares.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me dado capacidade, saúde e sabedoria durante a minha

trajetória acadêmica e por ter suprido todas as minhas necessidades.

Aos meus pais Gelson e Juliana, por todo apoio, educação, incentivo e conselhos.

A todos os meus irmãos, em especial à minha irmã Lillian, pelo seu grande

exemplo que foi para mim e por toda a sua ajuda.

Ao meu esposo André, que sempre me incentivou e não mediu esforços para que

eu chegasse até aqui.

Aos professores da UFF, que acrescentaram muito ao meu conhecimento, em

especial ao meu orientador Renatto de Mattos por toda ajuda.

Em especial à minha filhinha Letícia, que eu amo mais do que tudo, chegou na

minha vida à tão pouco tempo, e já foi um dos maiores motivos para que eu não desistisse

e continuasse, afim de oferecer um futuro melhor a ela.

Enfim, agradeço a todos os meus amigos e familiares que me ajudaram de alguma

forma.

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Um país sem Arquivistas é um país sem arquivos e um país

sem arquivos é um país sem cultura, sem memória e sem

direitos. (João Maria de Lima)

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo detalhado sobre a gestão de

documentos diante dos avanços da tecnologia da informação, conforme a literatura da

área. Propõe, assim, uma aplicabilidade de instrumentos da Gestão de Documentos como

a tabela de temporalidade na instituição de cursos e consultoria – C&C e aplicar em

conjunto com gerenciamento eletrônico de documentos – GED.

Analisaremos o tratamento documental realizado pela instituição afim de obedecer as

etapas da gestão de documentos com a finalidade de melhoramento da organização

documental, e assim atender às necessidades informacionais de seus clientes.

Palavras-Chave: Gestão de Documentos, Documentos Eletrônicos, Documentos

digitais

.

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ABSTRACT

This work wants to make a detailed study on the management of documents in the face

of advances in information technology, according to the literature of the area. Propose,

therefore, an applicability of Document Management tools such as the time table in the

institution application and consulting - C & C and apply in conjunction with electronic

document management - GED.

It is also intended to analyze the documentary treatment performed by the institution in

order to obey the steps of document management for the purpose of improving

documentary organization, and then meet the informational needs of its clients.

Key words: Document management, Electronic Documents, Digital documents

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

C&C Cursos e Consultoria

CONARQ

CTED

Conselho Nacional de Arquivos

Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos

DI Document Imaging

DM Document Management

GED Gerenciamento Eletrônico de Documentos

ICR Intelligent Character Recognition

InterPARES International Research on Permanent Authentic Records in

Eletronics Systems

OCR

Optical Character Recognition

RAMP

Records and Archives management programs

RIM

Records and Information Management

RPA

SIGAD

Registro de Profissional Autônomo

Sistema informatizado de Gestão arquivística de Documentos

TI

Tecnologia da informação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

1.1 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 11

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 11

1.2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................ 11

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................. 12

1.3 METODOLOGIA.................................................................................................... 12

2 GESTÃO DE DOCUMENTOS: CONCEITOS.................................................. 13

2.1

2.2

GESTÃO DE DOCUMENTOS: PANORAMA ATUAL.......................................

GESTÃO DE DOCUMENTOS: A REALIDADE DIGITAL.................................

16

18

3 DOCUMENTO ARQUIVÍSTICO CONVENCIONAL X

DOCUMENTOELETRÔNICO.............................................................................

21

3.1 O AVANÇO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA ARQUIVÍSTICA.... 24

3.2 GED E SIGAD........................................................................................................ 26

4 EMPRESA CURSOS INDUSTRIAIS C&C......................................................... 29

4.1 HISTÓRICO.............................................................................................................. 29

4.2 QUADRO DE USUÁRIOS E FUNCIONÁRIOS DA INSTITUIÇÃO.................... 30

4.3 DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELA INSTITUIÇÃO E SEU

FUNCIONAMENTO................................................................................................

30

4.4 ORGANIZAÇÃO DOCUMENTAL NA INSTITUIÇÃO CURSOS

INDUSTRIAIS C&C : QUADRO ATUAL............................................................

31

4.5 ANÁLISE DOS DADOS: CRIANDO UMA TABELA DE TEMPORALIDADE.. 32

4.6 APLICANDO O GED............................................................................................. 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 36

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 38

ANEXO – QUESTIONÁRIO APLICADO............................................................ 40

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1.INTRODUÇÃO

O documento tem por sua principal característica o registro das ações decorrentes das

atividades cotidianas das quais são geradas informações, podendo ser armazenadas em diversos

suportes para uma consulta posterior. Isso ocorreu no decorrer da história das civilizações,

durante o processo de produção de informações, mesmo em suportes arcaicos, cujo objetivo

principal foi o registro da memória.

Em virtude das mudanças observadas desde a segunda metade do século XX, período

em que se observou transformações no que diz respeito à produção documental à sua forma de

arquivamento, temos hoje um cenário que valoriza a informação contida nos documentos nos

seus mais variados suportes, advindos da tecnologia da informação, inerentes aos nossos dias.

De acordo com Bellotto (1998, p. 23) o ponto crucial da identificação da informação

arquivística ligada às informações de outra natureza nos dá a ideia de que a mesma é produzida

dentro de um contexto organizacional, que as torna orgânica, mantendo entre si as mesmas

relações que conferem fidedignamente às atividades executadas pelas entidades. Tais relações

articulam-se à gestão administrativa e ao cumprimento de imposições jurídicas.

Dentro de um contexto organizacional, o documento institucional passou a ser entendido

não mais na sua forma física, mas passou-se a valorizar seu conteúdo, isto é, a informação

registrada. Daí surge a necessidade de organizar os mais complexos contextos informacionais

dentro de uma administração, tornando-se uma necessidade emergente.

A partir desses conceitos, será abordado no presente trabalho a Gestão de Documentos,

a qual vem causando uma revolução na disciplina Arquivística. De acordo com Bernardes e

Delatorre (2008, p. 6) entende-se por Gestão de Documentos a aplicabilidade de normas e

procedimentos referentes à produção, à tramitação, à avaliação, ao uso e ao arquivamento

durante o ciclo de vida dos documentos, visando economia e eficácia. Ainda, segundo as

autoras, a ausência dessas normas gera dificuldades nos acessos informacionais e provoca um

grande acúmulo de massa documental desordenada. Essa é uma realidade vivenciada por muitas

instituições devido a ausência de uma gestão eficaz.

Com base nas etapas da Gestão de Documentos será realizada uma pesquisa de campo

e um levantamento sobre a gestão dos documentos produzidos pela instituição Cursos

Industriais C&C, localizada em Itaboraí (RJ), com o objetivo de identificar os problemas

enfrentados pela instituição, em relação ao procedimento de Gestão Documental, estimulando

programas de gestão de documentos produzidos em decorrência das funções administrativas do

órgão e, principalmente, o controle de produção dos documentos em quantidade excessiva,

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fazendo o possível para que possa ser reduzida a massa documental. Por fim, será realizado um

estudo de caso, abordando a Gestão de Documentos e todas as funções arquivísticas possíveis

de serem aplicadas em seu cotidiano de trabalho, sabendo-se que tal instituição ainda não aderiu

a tais procedimentos por falta de profissional arquivista no corpo de funcionários.

1.1 JUSTIFICATIVA

A gestão de documentos é de suma importância para uma administração transparente cuja

burocratização assomada pelas massas documentais tem causado verdadeiros transtornos no

serviço público: Dentre essas assertivas pode-se concluir que: o bom funcionamento do ciclo

documental, a redução da massa documental acumulada, a preservação dos acervos e a

conservação da memória institucional, bem como a disposição física adequada dos documentos

são fundamentais para o gerenciamento eficaz de uma instituição, seja qual for. Além disso,

apesar de se tratar de uma organização de uma pequena empresa, nota-se que há a ausência de

um profissional Arquivista para a organização documental.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral, analisar o tratamento documental ao que

é submetido o acervo documental, permitindo assim, a organização lógica e o gerenciamento

eletrônico de documentos produzidos por ele e como consequência, o fácil acesso aos alunos,

professores e funcionários da instituição, tendo como base uma busca de acesso à conteúdos de

interesse dos usuários.

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1.2.2 Objetivos específicos

Identificar como funciona o gerenciamento documental na instituição ;

Sugerir a aplicação de uma tabela de temporalidade;

Propor a organização dos tipos de documentos produzidos pela instituição e pelos

alunos;

Digitalizar todo o acervo documental, incorporando o mesmo ao sistema GED

1.3 METODOLOGIA

Para a realização do presente trabalho será realizado um estudo de caso da instituição

Cursos Industriais C&C, localizada em Itaboraí (RJ), com o intuito de fazer um levantamento

da situação real dessa organização, para então propor soluções aos problemas enfrentados pelos

mesmos, visando um melhor atendimento aos usuários dos documentos. Será utilizada como

metodologia a confecção de questionários que serão aplicados aos funcionários com a

finalidade de coletar os dados necessários para a conclusão do objeto deste estudo. Os dados

serão analisados e comentados posteriormente a fim de se ter uma base consistente para sugerir

soluções que possam gerar uma satisfação nos usuários, incluindo também os funcionários que

se utilizam dos serviços do curso, somando-se à eficiência no atendimento. A metodologia

aplicada será o levantamento bibliográfico relacionado com a temática proposta.

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2. GESTÃO DE DOCUMENTOS:CONCEITOS

A Gestão de Documentos visa à organização dos documentos, e tem como foco principal

o cumprimento dessas práticas em âmbito público ou privado. Segundo José Maria Jardim:

A gestão cobre todo ciclo de existência dos documentos desde sua produção até serem

eliminados ou serem recolhidos para arquivamento permanentes, ou seja, trata-se de

todas as atividades inerentes ás idades correntes e intermediárias. (JARDIM 1987,

p.35)

Portanto, pode-se perceber que a função da gestão envolve as fases de produção, utilização

e destinação dos documentos com o objetivo de alcançar economia e eficácia. Como pode ser

observado há diferentes definições para Gestão de Documentos. Sendo assim, segundo o

Conselho Nacional de Arquivos:

Considera-se a gestão de documentos, o planejamento e o controle das atividades

técnicas relacionadas à produção, classificação, tramitação, uso, arquivamento,

avaliação e seleção dos documentos de arquivo em fase corrente e intermediária,

visando sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. (CONARQ, 1995,

p.7)

Ainda pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (ARQUIVO

NACIONAL 2005, p.100) a Gestão de Documentos se define como o conjunto de

procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e

arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária, visando sua eliminação ou

recolhimento.

A necessidade de deixar registradas suas ações é algo inerente à atividade humana.

Desde os primórdios o homem vem acumulando uma imensidade de registro de modo a garantir

sua memória afetiva e institucional. O termo “Gestão de Documentos” ou “Administração de

Documentos” é uma tradução do termo inglês “records management”. Em 1984, o Dicionário

de Terminologia Arquivística define Gestão de Documentos como um aspecto administrativo

geral relacionado com a busca, economia e eficácia, manutenção, uso e destinação final dos

documentos.

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Desde a antiguidade até a Revolução Francesa os documentos sempre foram o registro

das ações de uma instituição das mais variadas sociedades e regimes. Sua função probatória

permeou todas as decisões administrativas, além de valores testemunhais e históricos que

representam. Era perceptível a problemática das perdas informacionais e tal fato se baseia

simplesmente porque seus documentos eram eliminados sem qualquer critério.

A ideia de Gestão de Documentos foi norteada no início do século XX com a pretensão

da eliminação documental. Tal situação ficou mais crítica na Segunda Guerra Mundial.

Com base na problemática da massa documental acumulada, segundo o historiador

norte-americano Lawrence Burnet (apud JARDIM 1987, p.53), a Gestão de Documentos é uma

operação arquivística com o intuito de reduzir seletivamente proporções manipuláveis da massa

de documentos característica da administração moderna, de forma a conservar

permanentemente os que tem valor cultural futuros, sem menosprezar a integridade substantiva

para efeitos de pesquisa.

As práticas da Gestão de Documentos estão em constante desenvolvimento, até os dias

atuais. Nesse sentido, podemos dizer que o conceito de Gestão de Documentos tem evoluído

no que diz respeito à arquivística contemporânea, principalmente em se tratando da Gestão

Eletrônica de Documentos.

No decorrer da história, os documentos produzidos e utilizados pelas mais diversas

sociedades, sempre foram e atualmente é de suma importância para uma administração/

instituição, pois tem valor probatório, valoriza a memória institucional ou pessoal,

principalmente no que diz respeito à reconstituição da história. Com o passar do tempo, estão

surgindo novos desafios para a gestão, a preservação e o acesso à informação arquivística, o

qual tem ocorrido de modo ágil conforme o avanço das tecnologias da informação.

Baseado nas funções da Gestão de Documentos observa-se as seguintes fases:

— produção: concepção e gestão de formulários, preparação e gestão de

correspondência, gestão de informes e diretrizes, fomento de sistemas de gestão da

informação e aplicação de tecnologias modernas a esses processos;

— utilização e conservação: criação e melhoramento dos sistemas de arquivos e de

recuperação de dados, gestão de correio e telecomunicações, seleção e uso de

equipamento reprográfico, análise de sistemas, produção e manutenção de programas

de documentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos;

— destinação: a identificação e descrição das séries documentais, estabelecimento de

programas de avaliação e destinação de documentos, arquivamento intermediário,

eliminação e recolhimento dos documentos de valor permanente às instituições

arquivísticas. Introduzidos esses aspectos conceituais, é oportuno tentar compreendê-

los em dois níveis, antes de discuti-los sob uma perspectiva brasileira (JARDIM 1987,

p. 36).

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15

Jardim afirma que embora sua concepção teórica e aplicabilidade tenha se desenvolvido

após a Segunda Guerra Mundial, a partir dos EUA e do Canadá, a Gestão de Documentos

remonta ao final do século XIX, em função dos problemas então detectados nas administrações

públicas destes dois países, no que se referia ao uso e a guarda. Segundo Jardim (1987 p. 36)

na primeira metade do século citado anteriormente foram criadas comissões governamentais

nos EUA e no Canadá, visando soluções para a melhoria dos padrões de eficiência no uso dos

documentos, por parte da administração pública. Sobre essa questão, o autor ainda afirma que

“a tal concepção opunha-se, de forma dicotômica, a de 'documento administrativo', cujos

problemas eram considerados da alçada exclusiva dos órgãos da administração pública que os

produziam e utilizavam”.

O envolvimento dessas instituições na área de gestão de documentos tende a ser maior

em termos de avaliação e recolhimento, muito limitado no que se refere ao uso e manutenção

de documentos de primeira e segunda idades e ainda mais restrito em termos de intervenção na

produção documental.

Segundo Indolfo (2007 p.33) houve uma grande difusão do conceito de Gestão de

Documentos, pois não podia-se falar como um conceito único, ou seja, universal, tendo em vista

que de sua elaboração e de seu desenvolvimento participaram fatores determinantes em que se

destaca uma dada e específica tradição arquivística. Os principais fatores ressaltados em quase

todos os conceitos da gestão documental são: economia, eficácia, eficiência e produtividade.

No que diz respeito aos modelos, há uma grande variedade em relação aos modelos de

gestão que, conforme diz Indolfo (2007, p. 35), levou a UNESCO, por intermédio da Records

and Archives Management Program (RAMP), a apresentar uma definição do conceito de Gestão

de Documentos como “domínio da gestão administrativa geral com vistas a assegurar a

economia e a eficácia das operações desde a criação, manutenção e utilização, até a destinação

final dos documentos”. Através do ciclo de vida dos documentos, dentro de uma organização,

a Gestão de Documentos se ocupará de tudo o que sucede aos mesmos. Segundo (INDOLFO

apud RHOADS, 2007, p.36) sua proposta é a mais aceita tanto no cenário nacional, quanto

internacional. Ainda segundo tal proposta:

A gestão de documentos, pode-se desenvolver em quatro níveis que são o nível

mínimo: estabelece que os órgãos devem contar, ao menos, com programas de

retenção e eliminação de documentos e estabelecer procedimentos para recolher à

instituição arquivística pública aqueles de valor permanente; nível mínimo ampliado:

complementa o primeiro, com a existência de um ou mais centros de arquivamento

intermediário; nível intermediário: compreende os dois primeiros, bem como a

adoção de programas básicos de elaboração e gestão de formulários e

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correspondências e a implantação de sistemas de arquivos; nível máximo: inclui todas

as atividades já descritas, complementadas por gestão de diretrizes administrativas, de

telecomunicações e o uso de recursos da automação” (INDOLFO apud ARQUIVO

NACIONAL, Brasil, 1993, p. 15-16).

Nesse contexto, em outro estudo do programa RAMP da Unesco, Indolfo :

propunha que a racionalização da criação, manutenção, uso e eliminação de

documentos, deveria observar que cada Arquivo refletisse tradições e práticas

administrativas diferentes, nas quais, sem dúvida, poderiam assentar-se serviços de

arquivos eficientes (INDOLFO apud EVANS 1979, p.73).

2.1 GESTÃO DE DOCUMENTOS: PANORAMA ATUAL

Atualmente tem se discutido muito sobre a Gestão de Documentos, principalmente por

envolver o acesso às informações. Nesse sentido, juntamente com o avanço das tecnologias da

informação cresce a necessidade de novas operações e procedimentos de trabalho. Tais

procedimentos estão relacionados a uma política de gestão, para que possam ser preservada as

informações dos documentos acumulados de maneira orgânica e que surgem na Administração

pública atual, com o objetivo de buscar valor probatório, pesquisas científicas, consultas, além

da preservação da memória institucional.

É através desses objetivos que hoje muitas instituições adotam uma política de Gestão

de Documentos, buscando eficiência no serviço, pois a falta da mesma pode causar grandes

transtornos como o acúmulo de massas documentais, a eliminação sem critérios de documentos

que ainda possam ter valor, além de documentos em péssimo estado de conservação, devido à

ausência de um espaço físico adequado.

Nesse contexto, surgem novas ferramentas de trabalhos nas instituições para melhor

atender aos usuários e se ter maior eficiência na recuperação das informações contidas nos

documentos, o qual são de necessidade para o funcionamento da instituição. Em consequência

do avanço da tecnologia da informação, surge o desenvolvimento de sistemas de gestão

eletrônica de documentos, que contribui como uma ferramenta de suma importância para a

sociedade contemporânea e tem sido o foco de estudo de muitas instituições na era da

informação digital.

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17

Muitos são os documentos produzidos hoje, em suporte magnético em decorrência das

atividades de pessoas ou instituições. Tais documentos são considerados registro arquivístico.

Dessa forma facilita bastante o acesso às informações.

O avanço das tecnologias de informação e comunicação (TIC), a partir dos anos 90,

muda radicalmente os mecanismos de registro e comunicação da informação nas

instituições públicas e privadas. Os documentos produzidos no decorrer das atividades

dessas instituições, até então em meio convencional, assumem novas características,

isto é, passam a ser gerados em ambientes eletrônicos, armazenados em suportes

magnéticos e ópticos, em formato digital, e deixam de ser apenas entidades físicas

para se tornarem entidades lógicas. Além disso, o gerenciamento dos documentos,

tanto os digitais como os convencionais, começa a ser feito por meio de um sistema

informatizado conhecido como gerenciamento eletrônico de documentos (GED)

(CTDE, 2011, p. 16).

Uma das principais mudanças operadas pelas TIC foi à forma como são armazenados os

arquivos. Além do suporte físico, ou seja, do próprio documento, surgiram os suportes

magnéticos e ópticos. O último diz respeito à armazenagem em materiais que utilizam um leitor

óptico tanto para gravação como para reprodução.

Já o suporte magnético recebe esse nome por contar com um campo magnético que atua

na gravação e no processamento das informações. É o sistema utilizado por HDs de computador

e externos, por exemplo. Conta com uma capacidade de armazenamento grande e são

considerados seguros, e por isso são amplamente utilizados. É importante destacar que

legalmente, o processo de guarda dos documentos é a mesma para suporte magnético como

para arquivos físicos.

Segundo Rondinelli (2002 p. 51)

[...] pode-se afirmar que a tecnologia da informação tem gerado um movimento de

revisitação dos preceitos da arquivologia que muito tem contribuído para a

dinamização do processo de construção de estatutos epistemológicos dessa área do

conhecimento.

Tal evolução na sociedade contemporânea tem causado um grande impacto na disciplina

Arquivística, nas suas práticas e tem solucionado problemas em relação ao acesso às

informações. É nesse contexto que se percebe a importância da às informações Além de outras

importâncias que vai desde a classificação dos documentos, sua avaliação, onde seu objetivo

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primordial é estabelecer prazos de guarda e destinação a partir da identificação de seus valores,

a preservação e a eliminação, ou seja, abrangendo todo seu ciclo de vida, principalmente no que

diz respeito à tramitação.

Vale ressaltar que a informação é de grande importância para o funcionamento de um

órgão, pois para que desempenhem sua função é necessário o acesso, independentemente da

missão da instituição ou setor de atividade. Hoje no quadro atual da Gestão de Documentos

desenvolvida em algumas instituições, o arquivo e seus serviços têm sido muito desvalorizados,

situação agrava pela ausência de pessoal especializado, falta de recursos financeiros. Em

consequência disso, surgem dificuldades no acesso às informações, pois esses problemas

afetam a qualidade das atividades no órgão.

Em muitos casos, devido à falta de uma gestão eficaz, os métodos de trabalho utilizados,

como, por exemplo, o de arquivamento, não são baseados nos princípios arquivísticos e nem

possuem uma metodologia consolidada, ou seja, os documentos são organizados

empiricamente. Em relação a isso sobre o arquivo institucional:

Sua posição hierárquica na estrutura administrativa dos órgãos públicos e das

empresas privadas induz ao desprestigio, à desvalorização de seus serviços e até a

falta de recursos materiais e humanos com qualificação técnica adequada ao seu pleno

funcionamento” (BERNARDES, DELATORRE 2008, p.7).

Dessa forma, observa-se que existe a necessidade de uma Gestão de Documentos dentro

de uma instituição para que se valorize o documento e a informação nele contido, provendo o

acesso à informação de maneira eficaz e, assim, garantir o bom funcionamento da instituição

de arquivo, atendendo seu público-alvo de maneira que possa satisfazer suas necessidades

informacionais. Deve-se então, buscar através de um programa de Gestão Documental, práticas

que visem melhorias na organização do setor de arquivo de uma administração.

2.2 GESTÃO DE DOCUMENTOS: A REALIDADE DIGITAL

A informatização da sociedade é uma realidade que tem se desenvolvido desde,

principalmente, a Segunda Guerra Mundial. Com o avanço das TIC para ambientes informais,

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com a comercialização de computadores pessoais, passou-se a presenciar a realidade de uma

necessidade de documentos não apenas físicos, mas também digitais. Assim, surgiu a

preocupação com o funcionamento de documentos digitais, bem como a busca por formas de

armazenamento que fossem mais eficientes:

A produção de documentos digitais levou à criação de sistemas informatizados de

gerenciamento de documentos. Entretanto, para se assegurar que documentos

arquivísticos digitais sejam confiáveis e autênticos e que possam ser preservados com

essas características, é fundamental que os sistemas acima referidos incorporem os

conceitos arquivísticos e suas implicações no gerenciamento dos documentos digitais.

(CTDE, 2011, p. 4)

Dentro dessa preocupação com as novas formas de ação em relação aos documentos, foi

necessário que se adaptasse um Sistema de Informação para tanto. Por Sistema de informação,

entende-se:

Conjunto organizado de políticas, procedimentos, pessoas, equipamentos e programas

computacionais que produzem, processam, armazenam e provêem acesso à

informação proveniente de fontes internas e externas para apoiar o desempenho das

atividades de um órgão ou entidade (CTDE, 2011, p. 4).

Todo o sistema faz parte de um meio maior, que é a Gestão Arquivística de Documentos,

considerado como um “conjunto de procedimentos e técnicas” (CTDE, 2011, p. 4). O objetivo

da Gestão é selecionar, por meio dos procedimentos, qual a fase em que se encontra

determinado documento, bem como sua destinação (eliminação ou guarda permanente) (CTDE,

2011).

Todos os processos foram pensados, em um primeiro momento, para o encaminhamento

de documentos físicos. Porém, com a revolução tecnológica, surgiram novos tipos de

documentos e novas demandas foram necessárias. Assim, pensar a Gestão Arquivística de

Documentos sofreu uma mudança:

A partir dos documentos digitais, a gestão arquivística de documentos tornou-se o

principal foco de estudo da comunidade arquivística internacional. Nos últimos anos,

projetos desenvolvidos nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália resultaram

na revisão de conceitos arquivísticos, na definição de diretrizes de gestão e na

especificação de requisitos funcionais e metadados para sistemas de gestão

arquivística de documentos (CTDE, 2011, p. 12).

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Assim, percebe-se que a arquivologia está passando por reformulações e tem sido alvo de

constantes estudos que buscam compreender como deve se dar, de forma efetiva, o

arquivamento de documentos digitais. Porém, por ser já uma realidade, existem práticas que

são desenvolvidas e, em uma maioria, os processos que foram pensados para arquivos físicos

passaram a ser utilizados meios digitais.

Dessa forma, o que acontece é que procedimentos foram apenas importados para o meio

digital, enquanto outros sofreram ajustes para funcionarem em um novo ambiente. Em relação

ao recolhimento, bem como o processamento de arquivos, os procedimentos são os mesmos,

seja em meio físico ou digital. A lei em relação à guarda de documentos também não distingue

uma prática da outra.

A principal mudança ocorre em relação ao acesso ao arquivo e à autenticidade desses em

meio a outros órgãos. Quando se trata de documentos físicos, o acesso ocorre facilmente, por

estarem arquivados em um local determinado e físico. O mesmo acontece com a verificação da

veracidade, que pode ser realizada em contraste com certas marcas, como assinaturas. Já em

relação aos digitais, em especial os gerados em ambiente digital, foram necessários certos

ajustes:

No caso dos documentos arquivísticos digitais, os órgãos e entidades devem dispor de

políticas e diretrizes para conversão ou migração desses documentos de maneira a

garantir sua autenticidade, acessibilidade e utilização. Os procedimentos de conversão

e migração devem detalhar as mudanças ocorridas nos sistemas e nos formatos dos

documentos (CTDE, 2011, p. 34).

O suporte também influencia a Gestão dos documentos. Isso porque, por mais que seja

um armazenamento diferenciado em relação a um documento físico, ainda sim é uma questão

que pode promover certos problemas, se não atender as necessidades. Uma das preocupações

que vem sendo apontada é a manutenção do acesso. Todos os documentos devem ser facilmente

acessados, por todos os que dele precisam. Assim, a maioria dos arquivos é público. Quando se

trata de suportes diferentes do físico, surge o problema de que certos documentos podem não

ser facilmente acessados e, também, que podem sofrer com o desaparecimento no meio digital

(CTDE, 2011, p. 38).

Dessa forma, percebe-se que a tecnologia é hoje uma realidade da Gestão Arquivística de

Documentos. Por conta disso, muitos dos procedimentos têm sido adaptados e pensados para

essa realidade. Porém, ainda falta um direcionamento maior para essa nova realidade.

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3. DOCUMENTO ARQUIVÍSTICO CONVENCIONAL X DOCUMENTO

ELETRÔNICO

A Gestão de Documentos surgiu em consequência da massa documental acumulada e

que, juntamente com o avanço da tecnologia, evoluiu na teoria arquivística. O arquivo até então

era visto apenas como locais onde eram armazenados os documentos produzidos por uma

administração. De acordo com Negreiros e Dias (2008, p. 3): “os arquivos passaram a ser visto

então, como sistemas e as tecnologias da informação tornaram-se ferramentas essenciais para a

sua gestão”. Portanto, a partir de tais avanços tecnológicos é que houve um grande crescimento

no modo de produção de ferramentas para o funcionamento da gestão.

Ainda nesse contexto, Negreiros e Dias (2008, p. 4) afirmam que , “independente de ser

ou não um documento eletrônico, para ser um documento arquivístico, o mesmo precisa

respeitar os princípios e as características dos documentos arquivísticos convencionais”. Ou

seja, entende-se que todas as atividades arquivísticas como identificação, classificação, arranjo,

descrição, preservação, transferência e recolhimento, arquivamento e disseminação da

informação, deve ser obedecidas no âmbito dos documentos eletrônicos, assim como são nos

documentos tradicionais e devem ser respeitadas para que sejam considerados documentos

arquivísticos.

Assim, podemos analisar que há algumas diferenças em trabalhos entre os documentos

arquivísticos tradicionais com os eletrônicos, ou seja, em comparação com todos os métodos

utilizados em ambos e em relação á sua organização.

Para Negreiros e Dias (2008, p. 5) “a questão informacional é uma consequência, mas

não uma prioridade”, uma vez que o principal foco está nas suas características administrativas,

físicas e legais. Sendo assim, ainda segundo os autores, existem quatro prioridades da

Arquivologia: o documento como prova de um ato ou fato, ou seja, o seu valor; a sua

comunidade ou público-alvo, no qual um pequeno número de pessoas fazem uso dos

documentos; a preservação, quando há um cuidado de prevenção em relação à deterioração dos

documentos, o que no contexto do documento eletrônico se refere a preservação das

características dos documentos arquivísticos, devendo haver a preservação física, porém não

descartando a intelectual. Enfim, a quarta prioridade que é o sigilo e a segurança, ou seja, deve

haver o sigilo da informação do documento considerado sigiloso e a sua segurança, proteção

para não violação dos mesmos, restringindo o acesso a eles de acordo com o grau de sigilo

estabelecido para o documento.

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Em relação aos procedimentos arquivísticos, compara-se as definições para os

documentos tradicionais e eletrônicos. Sobre a identificação, Negreiros e Dias (2008, p. 7)

dizem que “tal atividade ocorre na primeira fase da idade do documento, definida como

corrente, e a ela cabe a identificação da tipologia e das funções à que se refere os documentos”,

ou seja, priorizando a unicidade do documento, pois ele é único no conjunto, tanto para o

documento tradicional, quanto para o eletrônico, são determinada as atividades e funções que

o geraram, dependendo sempre do contexto de produção.

O segundo procedimento arquivístico é a classificação. Tal atividade pode ocorrer na

fase corrente ou na permanente, gerando um plano de classificação e uma tabela de

temporalidade para os documentos, caminhando sempre em conjunto e cumprindo as funções

da classificação em arquivo. Isso se cumprindo também com os documentos eletrônicos, pois a

classificação não depende do formato do documento de arquivo.

O terceiro item é a avaliação, que corresponde à análise e decisão. Tal atividade se inicia

junto com a seleção dos documentos eletrônicos. O que vai definir o ciclo de vida dos

documentos é a tabela de temporalidade, e que deverá intervir também nos prazos e condições

de guarda. Em relação aos documentos eletrônicos, a tabela de temporalidade ganhou

complemento como observações que diz respeito à migração de suporte e transferência de

mídias. Dessa forma os documentos contidos no sistema, são gerenciados pelas tabelas de

temporalidade e ainda o documento que vencer o prazo de guarda poderá ser eliminado.

Na etapa da descrição, é realizada o termo descrição da gestão de documentos, a qual é

utilizada para representação do documento. Seu uso no documento eletrônico se dá com a

intenção de recuperá-lo, além de determinar como foram gerados os documentos, através dos

metadados e como consequência descobrir a proveniência do mesmo. Portanto, assim sendo, a

descrição possui três pontos cruciais: representar o documento; caracteriza-lo para preservar e

por último localizá-lo, tudo isso por meio dos metadados.

Segundo Mori e Carvalho (2004, p. 1):

Metadados são comumente definidos como dados sobre os dados. Quando se trata do

assunto, essa é a definição mais simples e comumente utilizada. A palavra originou-

se do latim meta- que significa “além”, “através de” ou “sobre”, isto é, dados sobre os

dados.

Pode-se perceber então, que a partir dessas definições, os metadados servem para

descrever os dados dos documentos eletrônicos, ou seja, sua localização física, o seu suporte,

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que é a tecnologia utilizada para tal, além de fornecer o contexto em que foi produzido o

documento e a sua proveniência.

Outra etapa de suma importância é a preservação. Negreiros cita Conway (2001, p. 14)

que afirma que preservação é a “aquisição, organização e distribuição de recursos a fim de que

venham a impedir posterior deterioração ou renovar possibilidades de utilização de um seleto

grupo de materiais”, ou seja, para o autor, é de suma importância para que se preserve e

administre o documento, para que se prolongue e renove a sua utilização. Há, porém, casos de

migração de um sistema para outro, ou seja, seus registros, devendo-se manter compreensíveis

no novo sistema.

Logo após vem a transferência e recolhimento onde tais processos vão ocorrer de acordo

com o uso e valor dos documentos. A transferência é a passagem dos documentos de arquivos

correntes para intermediários. Quando a transferência é feita para os arquivos permanentes

recebe a denominação recolhimento. O fato é que nos documentos eletrônicos, esses

procedimentos recebem um tratamento mais uniforme, onde é iniciado no momento que o item

é produzido.

Em seguida vem o arquivamento, que tem como foco, a guarda ordenada de

documentos, podendo utilizar métodos alfabéticos ou numéricos, visando à organização física

dos documentos correntes, intermediários e permanentes nas estantes, gavetas ou fichários. Tal

atividade em relação aos documentos eletrônicos, devem estar ligadas aos seus metadados,

sendo protegidos.

Em seguida, encontra-se a atividade de referência ou a disseminação da informação, em

que são estabelecidas políticas de uso e acesso para definir o que pode ou não ser consultado e

manuseado. Em comparação com o documento convencional, os documentos eletrônicos

baseiam-se nas funções arquivísticas, relacionam o acesso e uso dos documentos, difundindo

mais ainda seu acesso, através das novas tecnologias. Porém para que o acesso ocorra de

maneira correta, o processo deve estar em conformidade à teoria arquivística, sempre

preservando a característica do documento eletrônico, procurando atender às necessidades

informacionais dos usuários, priorizando a segurança do documento. Assim, as tecnologias da

informação vem contribuindo bastante no campo da arquivística no que diz respeito ao acesso

à informação e nesse sentido tem evoluído bastante o campo dos estudos em relação a isso.

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3.1 O AVANÇO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA ARQUIVÍSTICA

Atualmente muito tem se falado sobre os avanços tecnológicos no que diz respeito à

área da Arquivologia, onde o foco tem sido o avanço e a disseminação da tecnologia da

informação, processamento e comunicação, o que causou uma revolução comparável à

Revolução Industrial. Tal revolução foi denominada como a revolução da tecnologia da

informação (TI), o que fez com que atingisse uma maior representação de informações em

formato digital, permitindo maior agilidade para acessar as informações de maneira eficaz e

ágil. Segundo Lacombe e Silva:

Atualmente, verifica-se um avanço cada vez mais acelerado em todos os componentes

da tecnologia da informação: processadores, memórias, comunicação, interfaces,

linguagens de programação e aplicativos. Passo a passo, a tecnologia vai tornando a

utilização do computador mais amigável e mais rápida e a comunicação com o mundo

já se faz de forma instantânea e fácil. (LACOMBE, SILVA 2007, p. 114)

A partir desse avanço tecnológico os documentos arquivísticos passaram a ser

registrados em bancos de dados, tais como sistemas de informação geográfica, planilhas

eletrônicas, mensagens de correio eletrônico, páginas web, imagens digitais e uma variedade

crescente de formatos digitais.

Dessa forma houve a necessidade de garantir a autenticidade e acesso de longo prazo

dos documentos arquivísticos, a partir do gerenciamento do acervo digital, tendo em vista que

servem de prova para assegurar o exercício dos direitos do cidadão e a transparência das ações

das instituições, bem como de fonte para a pesquisa histórica e científica.

Assim como no documento de arquivo tradicional, o qual é produzido ou recebido por

qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, no exercício de suas atividades, também

é o documento em formato digital, pois seu registro é produzido, tramitado e armazenado, sendo

considerado documento arquivístico digital.

O documento digital trouxe muitas vantagens no que diz respeito ao seu acesso, também

na economia de tempo e espaço, porém, devendo haver os procedimentos necessários como

com os documentos arquivísticos tradicionais, como a preservação a longo prazo, a

autenticidade e a confiabilidade, devendo haver uma segurança conforme o sigilo do

documento, assim como afirma Lacombe e Silva (2007, p.116):

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Para se garantir as características do documento arquivístico digital como a

confiabilidade, a autenticidade e o acesso de longo prazo é indispensável a

implantação de procedimentos desde o início do ciclo de vida do documento digital,

bem como adotar uma política de preservação digital.

Temos, por exemplo, alguns projetos de pesquisa acadêmica, dentre os quais, segundo

Lacombe, podem-se destacar três : Universidade de Pittsburg – “Requisitos funcionais para

prova em gerenciamento arquivístico de documentos” (1993-1996); Universidade de British

Columbia (UBC) – “A proteção da integridade dos documentos eletrônicos” (1994-1997); e

InterPARES (1999-2006), que envolveu pesquisadores de diversos países, coordenado pela

UBC.

Vale destacar aqui, o projeto InterPARES que apresentou uma importante base

conceitual para a preservação de documentos arquivísticos digitais autênticos, construída a

partir da integração da diplomática com a arquivologia, bem como diversos outros

instrumentos. No que diz respeito à gestão de documentos pode-se dizer que também é de suma

importância para o procedimento de preservação dos documentos digitais, além do uso de

metadados.

A falta de gestão documental dentro de uma administração continua sendo um problema

enfrentado atualmente, pois muitos profissionais acreditam que a tecnologia da informação irá

resolver os problemas decorrentes da falta de gestão, como ,por exemplo, a produção e

manutenção de documentos pouco confiáveis e a falta de espaço para o armazenamento.

Portanto deve-se primeiramente implantar um programa de gestão de documentos, para depois

verificar as operações que já estão funcionando corretamente. Sobre isso Lacombe e Silva

(2007, p. 121) afirmam que “a distinção entre um Sistema Informatizado de Gestão

Arquivísticas de Documentos – SIGAD e uma ferramenta de Gerenciamento Eletrônico de

Documentos – GED, são determinadas características que um sistema que pretende gerir os

documentos arquivísticos deve ter”. Ainda sobre isso, um SIGAD deve garantir a identificação

dos contextos de produção dos documentos, armazenando as informações necessárias nos

metadados dos documentos.

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3.2 GED E SIGAD

O Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) tem sido uma opção de

gerenciamento adotado por muitas organizações atualmente, com o objetivo de reduzir o espaço

físico, agilizar na obtenção de informações, sejam as instituições públicas ou privadas. Hoje

muitas organizações têm aderido ao seu sistema. Segundo o CONARQ, o GED pode ser

definido como:

Conjunto de tecnologias utilizadas para organização da informação não estruturada

de um órgão ou entidade, que pode ser dividido nas seguintes funcionalidades:

captura, gerenciamento, armazenamento e distribuição . Entende-se por informação

não estruturada aquela que não está armazenada em banco de dados, tal como

mensagem de correio eletrônico, arquivo de texto, imagem ou som, planilhas, etc.

Conselho Nacional de Arquivos (2006, p. 4)

Um GED trata os documentos de maneira compartimentada, e nem sempre incorpora o

conceito arquivístico de ciclo de vida dos documentos, partindo da concepção orgânica. Tal

sistema tem como objetivo captar, armazenar e localizar as informações digitais, convertendo

as informações para o formato digital para após gerenciá-las. Portanto, o tratamento documental

deve ser realizado com o uso das tecnologias, tais como:

1 Document Imaging (DI): onde se pode converter o papel em imagem, através de

processo de digitalização com scanners;

Document Management (DM): Permite gerenciar os documentos eletrônicos da

criação ao descarte. Dentre as suas principais funcionalidades está o controle de informações

(autoria, revisão, versão, datas etc.), segurança, busca, “check-in” /” check-out” e

versionamento;

2 Workflow: Controla e gerencia processos dentro de uma organização, além de

organizar tarefas, prazos, trâmites, documentos e sincronizar a ação de pessoas, garantindo que

as tarefas sejam executadas pelas pessoas corretas no tempo previamente definido.

COLD/ERM: Tecnologia que trata páginas de relatórios, incluindo a captura,

indexação, armazenamento, gerenciamento e recuperação de dados. Esta tecnologia permite

que relatórios sejam armazenados de forma otimizada, em meios de baixo custo, mantendo-se

sua forma original;

1 Disponível em < http://www.ged.net.br/definicoes-ged.html> Acesso em 23.06.2017. 2 Disponível em < http://www.ged.net.br/definicoes-ged.html> Acesso em 23.06.2017.

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Forms Processing: Tecnologia que possibilita reconhecer as informações e relacioná-

las com campos em bancos de dados, automatizando o processo de digitação. Neste sistema são

utilizados o ICR (Intelligent Character Recognition) e OCR (Optical Character Recognition)

para o reconhecimento automático de caracteres;

Records and Information Management (RIM): É o gerenciamento do ciclo de vida de

um documento, independente da mídia em que se encontre. Através de um sistema RIM

gerencia-se a criação, armazenamento, processamento, manutenção, disponibilização e descarte

dos documentos, sob controle de categorização e tabelas de temporalidade;

Algumas das vantagens do Gerenciamento Eletrônico de Documentos dentro de uma

empresa são: 3 velocidade e precisão na localização de documentos; possibilidades ilimitadas

de indexação e localização de documentos; aprimoramento da qualidade no atendimento ao

usuário; gerenciamento automatizado de processos, minimizando recursos humanos e

aumentando a produtividade; otimização no processo de tomada de decisões; redução de custos

com cópias, já que há disponibilidade dos documentos em rede; melhor aproveitamento de

espaço físico; facilita as atividades que envolvem colaboração entre pessoas e equipes.

Portanto pode-se perceber a partir dessas vantagens, que o GED é de suma importância

ao ser implantado, pois é uma ferramenta que auxilia na recuperação de dados. É uma tecnologia

que está em constante aprimoramento visando melhorias no que diz respeito ao atendimento ao

usuário.

Assim, permite uma correção rápida de problemas, além de possibilitar a integração dos

processos de arquivamento de arquivos.

O SIGAD é definido como:

É um sistema informatizado desenvolvido para produzir, receber, armazenar, dar

acesso e destinar documentos arquivísticos. Pode compreender um software

particular, um determinado número de softwares integrados, adquiridos ou

desenvolvidos por encomenda, ou uma combinação desses. O sucesso do SIGAD

dependerá fundamentalmente da implementação prévia de um programa de gestão

arquivística de documentos (CTDE, 2011, p. 4).

Segundo o CONARQ, o SIGAD:

É um conjunto de procedimentos e operações técnicas que visam o controle do ciclo

de vida dos documentos, desde a produção até a destinação final, seguindo os

princípios da gestão arquivística de documentos e apoiado em um sistema

informatizado (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS 2011, p.11).

3 Disponível em < http://www.ged.net.br/benefícios-ged.html >Acesso em 23.06.2017.

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Portanto, o SIGAD que é o sistema informatizado de gestão arquivística de documentos

é aplicado em sistemas híbridos, além de utilizar documentos digitais e convencionais,

incluindo as mesmas operações como por exemplo, o plano de classificação, prazos de guarda,

destinação final dos documentos. Contudo, um SIGAD deve ter como prioridade, manter a

relação orgânica entre os documentos, garantindo autenticidade e confiabilidade ao longo do

tempo.

O SIGAD é um conjunto de processos e, por isso, é um método eficiente a ser usado

juntamente com outros sistemas. Além disso, é importante destacar que tanto ele quanto o GED

podem atuar em conjunto, uma vez que têm como objetivo auxiliar na informatização dos

documentos, bem como fornecer uma série de ferramentas que possibilitem a atuação correta

dentro de um processo informatizado.

Além disso, nem o SIGAD nem o GED foram previstos para serem utilizados de forma

isolada ou para assumirem os processos de arquivamento. Na verdade, são sistemas que buscam

auxiliar na implementação e na execução do processo de arquivamento.

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4. EMPRESA CURSOS INDUSTRIAIS C&C

4.1 HISTÓRICO

A instituição C&C, atualmente, cursos e consultoria , foi criada em janeiro de 2011, em

vistas à necessidade emergente de qualificação profissional para área industrial identificada na

cidade de Itaboraí (RJ) . Antes, porém, na cidade de Itaguaí, a empresa já possuía alguns anos

de experiência na área da educação profissionalizante. Logo após sua inauguração na cidade de

Itaboraí, foi iniciado uma divulgação na matrícula de alunos para os cursos e toda a primeira

parte de documentação, e de registro eram feitas de uma maneira simples, numa planilha em

formato excel e os contratos gerados em textos registrados em arquivo no formato word.

A instituição já passou por uma experiência no qual precisou urgentemente localizar um

documento que tinha valor de prova. Situação essa que foi marcante para a mesma, devido à

precária organização dos documentos, dificultando sua localização. O fato se deu da seguinte

maneira: foi recebida uma ligação de outra instituição oferecendo um serviço onde seria

recebida uma lista com empresas do Brasil inteiro com a intenção de ser divulgado, algo que

seria gratuito. Em conseguinte, a instituição C&C recebeu um fax, com um documento para

que fosse assinado pelo gerente do local. Por um período de seis a sete meses depois, foi

recebida uma ligação de uma rede de advocacia, onde foi informado que a instituição C&C

estava devendo 12 mil reais por um produto adquirido, o que gerou um caos naquele momento,

pois na verdade não tinha sido adquirido nada. Diante desses fatos, surgiu o desafio, que era o

de encontrar o documento que havia sido assinado, para provar que era um material gratuito,

ou seja, precisou-se do documento como valor de prova. Apesar da organização documental

ser de forma precária, o documento foi encontrado e a situação conseguiu ser resolvida, mas

poderia ter ocorrido de forma contrária, devido a não obedecer um padrão arquivístico, ou se

tivesse sido eliminado sem critério. Devido a esse acontecimento, foi descoberto que muitas

empresas haviam caído nesse golpe, onde era lucrado dinheiro de empresas inexperientes.

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4.2 QUADRO DE FUNCIONÁRIOS E USUÁRIOS DA INSTITUIÇÃO

O diretor do curso é o engenheiro mecânico e teólogo Cleberton Souza de Oliveira, com

MBI na área de produção e logística, atualmente fazendo MBI na área de cooperativismo. A

sócia-diretora Hellen dos Santos Ferreira tem a formação em técnica mecânica e também faz

formação na área de cooperativismo.

Atualmente o quadro de funcionários é formado por três membros: diretor, sócia-

diretora e uma profissional, formada em Gestão Empresarial, após realização do curso

profissionalizante na própria Instituição. Há dois anos, o quadro de funcionários era de trinta e

três profissionais registrados e trinta de registro autônomo (RPA). O serviço oferecido pela

instituição de cursos é de educação profissionalizante e seus principais clientes são na maioria

jovens que fazem curso na área de informática, num total de cento e cinquenta alunos. Além

disso, contam-se também como clientes, os profissionais que atuam nas indústrias das

proximidades e buscam aprimoramento na área industrial, somando-se assim, aos principais

clientes dos serviços oferecidos pela instituição C&C.

4.3 DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELA INSTITUIÇÃO E SEU FUNCIONAMENTO

Diariamente são produzidos contratos de prestação de serviços e boletos de

mensalidades de alunos/clientes, que são emitidos para pagamento. Em relação aos contratos

gerados, uma cópia fica com o aluno e o original com a empresa. Há também a produção de

certificados dos profissionais, que só é realizada mediante a solicitação de elaboração, pelo

motivo de existir na instituição, certificados desde o ano de 2011, o qual os alunos não foram

busca-los. Como, por exemplo, terminava-se uma turma com quarenta alunos e eram

produzidos seus respectivos certificados, porém a maioria não compareciam para buscar seus

certificados, e em decorrência desse fato acumulava-se muitos documentos. Por esse motivo,

atualmente, o certificado só é elaborado quando solicitado, e então rapidamente o aluno vai

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busca-lo. Após passar dois anos, caso o aluno não busque, o documento é incinerado. Desse

modo, ele deve fazer uma nova solicitação, dessa vez pagando pela documentação, pois

somente a primeira via é gratuita.

Os documentos que são fundamentais para o funcionamento da Instituição C&C, são

todos os contábeis, certidões da escola, os laudos que precisam ter, com as periodicidades e os

impostos pagos de contratação de funcionários , de água, luz, internet e todos os produtos

contratados pela empresa. Os documentos citados acima são utilizados com pouca frequência ,

desse modo as contas do mês em curso são pagas e arquivadas.

4.4 ORGANIZAÇÃO DOCUMENTAL NA INSTITUIÇÃO CURSOS INDUSTRIAIS

C&C: QUADRO ATUAL

Hoje a organização documental no C&C ocorre da seguinte maneira: para os certificados

há uma pasta sanfonada, organizada alfabeticamente, facilitando a entrega; os contratos estão

organizados em um escaninho, onde são guardados o contrato do decorrer do mês e no final

dele. Os mesmos são arquivados em um envelope, assim como os boletos recebidos e as contas

pagas, que respectivamente, vão para um arquivo, que é um armário de aço com chave.

Atualmente os setores na instituição estão muito interligados, quais sejam: comercial,

administrativo, gerencial e docência. Devido à quantidade de pastas e o volume razoável dos

documentos produzidos, já mencionados aqui, os mesmos ficam arquivados em um escaninho,

com divisórias, até o vencimento do mês para que então seja trocado o escaninho, no qual o

mesmo é retirado para ir para o armário. Apenas documentos como pauta, permanece no

escaninho, pois é utilizado cotidianamente.

No setor de protocolo, existe um caderno de anotações que é assinado pelo aluno, após

ele adquirir um certificado, provando que já foi recebido o documento, ou seja, o registrando

que ele foi retirado da escola. Ainda sobre o certificado, quando o profissional faz uma

solicitação na escola, o registro é realizado em um sistema informatizado escolar, que é um

banco de dados, comprovando que o aluno solicitou tal documento, porém ele não leva nenhum

recibo para casa, apenas consta no sistema.

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Em um período de seis anos, foram realizados oito mil contratos e uma quantidade

imensa de avaliações dos alunos que ficam na instituição, além de apostilas, assim como uma

quantidade grande de contas pagas e notas fiscais recebidas pelo C&C. Portanto, essa é a massa

documental acumulada pela instituição.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS: criando uma tabela de temporalidade

O presente trabalho tem como foco auxiliar na organização documental, criando uma

tabela de temporalidade para os documentos produzidos pela Instituição C&C. Segundo Ieda e

Delatorre:

A Tabela de Temporalidade de Documentos de Arquivo resulta da atividade de

avaliação, que define prazos de guarda para os documentos em razão de seus valores

administrativo, fiscal, jurídico-legal, técnico, histórico, autoriza a sua eliminação ou

determina a sua guarda permanente. (BERNARDES E DELATORRE, 2008 , p.11).

Portanto é de suma importância que se utilize a Tabela de Temporalidade na Instituição,

para determinar quais documentos serão guardados permanentemente, por quanto tempo ficarão

guardados e quais estão autorizados a serem eliminados e de acordo com procedimentos legais.

Ainda conforme Bernardes e Delatorre :

A oficialização e efetiva aplicação da Tabela de Temporalidade permitirá ao órgão ou

entidade preservar os documentos que possuam valor probatório e informativo

relevantes e que sejam considerados de guarda permanente, ou ainda, eliminar com

segurança, de acordo com os procedimentos técnicos e legais, aqueles documentos

desprovidos de valor, sem que haja prejuízo à administração ou à sociedade.

(BERNARDES E DELATORRE, 2008 , p.36).

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O presente trabalho também tem como objetivo sugerir um gerenciamento eletrônico

dos documentos, tendo em vista o plano de digitalização de todo a acervo local. Antes de tudo,

para tal, seria preciso a admissão de profissionais arquivistas. Os documentos produzidos e

acumulados pela Instituição C&C são:

Apostilas referentes aos cursos oferecidos

Boletos para pagamento

Certidões da escola

Certificados

Contas de água, luz, telefone e internet (pagas e não pagas)

Contratos de prestação de serviços

Documentos contábeis

Comprovantes de impostos pagos pela contratação de funcionários

Laudos com periodicidade

Notas fiscais

Pautas

Provas (avaliações dos alunos)

Desse modo, a tabela de temporalidade ficaria da seguinte maneira:

ASSUNTO

PRAZOS

DE GUARDA

DESTINAÇÃO FINAL

OBSERVAÇÕES

E/OU JUSTIFICATIVAS

FASE

CORRENTE

FASE

INTERMEDIÁRIA

Contratos(matrículas)

Enquanto o aluno

mantiver vínculo com a instituição

de cursos

2 anos Eliminação

Provas, trabalhos

Devolução após o

registro das notas

1 ano

---------

Eliminar os documentos não devolvidos após 1

ano do registro das notas

Apostilas

5 anos

5 anos

Guarda

permanente

Registro 5 anos 5 anos Guarda permanente

Eliminar os certificados não entregues 2 anos

após a emissão

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Documentos pessoais dos

alunos ( dossiês)

Enquanto o aluno

mantiver vínculo com a instituição

---------

Eliminação

Projeto dos cursos

Enquanto vigora

--------- Guarda permanente

Criação de cursos,

Reconhecimento

Até a homologaçã

o do ato

5 anos Guarda permanente

Contratos Enquanto vigora

5 anos Guarda permanente

Escola (imposto de

renda)

7 anos -------- Eliminação

Documentos contábeis

5 anos --------- Eliminação

Nota fiscal, cupom fiscal

Até a vida útil

-------- Eliminação

Recibo de pagamento para comprovação

em imposto de renda

7 anos

-------

Guarda permanente

Revistas 1 ano Eliminação

Valor de informação

A partir da criação desta tabela de temporalidade, a Instituição C&C poderá ter uma

redução com os custos relativos à manutenção de documentos com grande importância para a

empresa, aprimorando o controle do que deve ser guardado, por quanto tempo deve ser

guardado, além da sua destinação após o prazo de vigência.

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35

4.6 APLICANDO O GED

Outro projeto para a instituição C&C seria a implementação do gerenciamento

eletrônico de documentos, no qual todo o acervo, incluindo provas, apostilas, documentos

contábeis, certificados, notas fiscais e contratação de funcionários, além de dossiês dos alunos

matriculados no curso seriam digitalizados, ou seja, toda informação seria convertida para o

formato digital para que logo após fosse gerenciada. Assim sendo, seria aplicado a tecnologia

do Document Imaging (DI), onde pode-se converter o papel em imagem, através de processo

de digitalização com scanners.

Após a digitalização, os documentos seriam então gerenciados, ou seja, organizados em

pastas no sistema para eventual consulta, e facilitando a busca manualmente. Para tal

procedimento, pretende-se então, identificar a espécie e o tipo documental dos documentos

gerados através das atividades da Instituição C&C.

Com a definição do que é a espécie e o tipo documental ,o próximo passo seria a

ordenação física dos documentos, em ordem cronológica e alfabética. Utilizar-se-ia então a

tecnologia de COLD/ERM, que inclui a captura, indexação, armazenamento, gerenciamento e

recuperação de dados. Assim, os documentos seriam armazenados de forma otimizada, em

meios de baixo custo, mantendo sua forma original. Para que por fim, fosse complementada a

tabela de temporalidade far-se-ia o uso da tecnologia Records and Information Management

(RIM) que é o gerenciamento do ciclo de vida de um documento, independente da mídia em

que se encontre. Através de um sistema RIM gerencia-se a criação, armazenamento,

processamento, manutenção, disponibilização e descarte dos documentos, sob controle de

categorização e tabelas de temporalidade. Portanto, o gerenciamento obedecerá à tabela de

temporalidade. Após o gerenciamento será então permitido, consultar e controlar os

documentos com o uso de um navegador e uma conexão de internet. Tudo será pensando nos

usuários e até mesmo para facilitar o trabalho dos profissionais que precisarão acessá-los, ou

seja, haverá uma estrutura de índice e marcações múltiplas que torna mais fácil pesquisá-los e

encontrá-los.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como apresentado no trabalho, pode-se perceber que, atualmente muitas instituições

vêm se adequando junto com os avanços da tecnologia da informação, porém apesar desse fato,

ainda existe a problemática no que diz respeito à Gestão de Documentos, pois com tantos outros

instrumentos para gerenciar o acervo eletronicamente, algumas instituições acabam não

incorporando a Gestão de Documentos. Diante dessa situação, podemos ver, o quão tem sido

desvalorizado, o trabalho do profissional Arquivista. Porém isso acaba gerando uma

precariedade na organização do documentos dentro da Instituição, como por exemplo, nessa

pesquisa de campo, onde a empresa não tem um profissional Arquivista no seu quadro de

funcionários, e organizam toda documentação sem um olhar arquivístico. Isso acaba causando

grandes transtornos, até mesmo para os clientes, que são os usuários, na hora da procura à um

documento.

A Gestão de Documentos é um processo essencial em diversos meios, em especial nos

ambientes mais burocráticos, que demandam de uma quantidade maior de processos e,

consequentemente, acabam por gerar uma quantidade maior de documentos. Porém, é

impossível pensar em um local no Brasil que não tenha que processar e arquivar uma variedade

de documentos.

Dessa forma, há no país uma preocupação em que haja uma regulamentação para os

processos de arquivamento. Dentro das leis, há a determinação de quais documentos devem ser

guardados e o período de guarda deles.

A legislação tem sido atualizada em relação às mudanças que vêm ocorrendo na

sociedade, em especial em relação à tecnologia, buscando atender a todas as novidades que

surgem na área. Com isso, a guarda de documentos por diferentes tipos de suporte já é previsto

na legislação e tem sua regulamentação.

Porém, por mais que seja um assunto amplamente conhecido, parece que ainda há dúvidas

em relação à forma como os sistemas digitais para a guarda de documentos funcionam e,

também, como atuar de forma eficiente em relação à modernização dos sistemas.

Assim, por mais que haja todo um suporte legal e efetivo para a utilização de processos

mais modernos e mais seguros para o arquivamento de documentos, ainda é pouco utilizado.

Por outro lado, quando utilizado, muitas vezes falta pessoal qualificado que entenda da

organização Arquivística para executá-lo de forma efetiva.

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A falta de profissionais qualificadas é, na verdade, um grande problema em relação à

organização e classificação de documentos. Por ser um processo que deve ser realizado em

praticamente todos os locais profissionais, acredita-se que qualquer profissional pode realizar

de forma eficiente, quando o correto é que um arquivista realize os processos.

Nos órgãos públicos responsáveis apenas pela massa documental, é comum que haja a

presença de profissionais que conheçam os processos de forma mais efetiva. Porém, quando se

observa outros locais, a realidade é diferente, sendo o Arquivo ligado a profissionais de

diferentes áreas.

Quando se confronta a falta de profissionais qualificados com as alterações provocadas

pela informatização dos processos, acaba-se observando uma realidade desfavorável. É

essencial que, para que a informatização ocorra efetivamente todos os envolvidos estejam em

sintonia e, principalmente, que entendam de arquivamento e da legislação em questão, pois os

sistemas digitais têm se mostrado efetivos.

O objetivo deste trabalho, que foi propor a aplicabilidade da Gestão de Documentos,

frente à realidade digital, foi bem aceita pelo diretor da Instituição analisada, pois o mesmo está

aberto à novas ideias para acrescentar em seu crescimento.

Enfim, é aceita a proposta da tabela de temporalidade, criada para que os documentos

não sejam eliminados sem critério, além da proposta de digitalização de todo o acervo, e

incorporá-lo ao sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos para melhor acesso dos

funcionários e usuários dos serviços oferecidos pela Instituição C&C.

Por fim, foi abordada a relação que o documento convencional tem com o documento

eletrônico, suas semelhanças e diferenças quanto às práticas arquivísticas. Podendo assim

concluir que o Arquivista deve estar sempre atento a tais mudanças e se atualizar

constantemente junto aos avanços da tecnologia da informação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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temporalidade e destinação de documentos de arquivo; relativos às atividades-meio da

administração pública. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 156 p., 2001.

ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística. Rio

de Janeiro, 2005.

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sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos: e-ARQ Brasil. Rio de

Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.

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de 1995. Brasília, DF, seção 1, p.7, 24 Out., 1995.

BELLOTO, Heloísa Liberalli. A especificidade da informação arquivística. USP , p.21-29,

1998.

BERNARDES, Ieda Pimenta; DELATORRE, Hilda. Gestão Documental Aplicada. São

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CÂMARA TÉCNICA DE DOCUMENTOS ELETRÔNICOS (e-ARQ/BRASIL). Modelo de

Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos. Rio de

Janeiro, 2011.

DURANTI, Luciana. Registros documentais contemporâneos como prova de ação. Estudos

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INDOLFO, Ana Celeste. Gestão de Documentos : uma renovação epistemológica no universo

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JARDIM, José Maria. O conceito e a prática da gestão de documentos. Acervo, Rio de

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LACOMBE, Claudia Rocha; SILVA, Margareth. Padrões para garantir a preservação e o

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Acesso em 23.06.2017.

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RONDINELLI, Rosely Curi. Gerenciamento Arquivístico de documentos eletrônicos. Rio

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Questionário aplicado à empresa Cursos Industriais C&C

1. Histórico da instituição (relate um pouco da história da empresa: quando foi criada,

quais desafios foram encontrados desde a sua existência até hoje, principalmente em

relação aos documentos ao longo do tempo).

2. Nome do(a) Diretor (a) do curso :

3. Sua formação:

4. O quadro de funcionários é composto por quantos membros? Quem são? Qual a

formação de cada funcionário?

5. Quem são os usuários?

6. Quais os documentos produzidos pela empresa?

7. Quais desses documentos são considerados importantes para o funcionamento do curso

e quais os usuários fazem o uso de tais documentos?

8. Como é feita a organização dos documentos?

9. Quais os setores dentro da empresa? Há a existência de um setor de protocolo?

10. Há uma base de dados para o armazenamento de informações?

11. Vocês aceitariam que aplicasse uma gestão de documentos para facilitar o trabalho da

organização documental? E quanto a uma proposta de digitalização do acervo

documental produzido e criação de uma base de dados?

12. Já foi pensado sobre o gerenciamento eletrônico de documentos na empresa para

facilidade de acesso?

13. O que vocês pensam e entendem sobre a preservação digital e quais os desafios para que

ela seja aplicada? Quais os problemas e dificuldades para pôr em prática?