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MAYARA SILVA DE MELO MÉTODO DE SIMILARIDADE COM SOLUÇÃO IDEAL. Produção. Niterói, RJ 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ANÁLISE DO DESEMPENHO DE EMPRESAS DO SEGMENTO DE ENERGIA COM APLICAÇÃO DOS MÉTODOS MULTICRITÉRIO TOPSIS E AHP. MAYARA SILVA DE MELO ORIENTADOR: GILSON BRITO ALVES LIMA NITERÓI 07 / 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

MAYARA SILVA DE MELO

MÉTODO DE SIMILARIDADE COM SOLUÇÃO IDEAL.

Produção.

Niterói, RJ

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE DO DESEMPENHO DE EMPRESAS DO

SEGMENTO DE ENERGIA COM APLICAÇÃO DOS

MÉTODOS MULTICRITÉRIO TOPSIS E AHP.

MAYARA SILVA DE MELO

ORIENTADOR: GILSON BRITO ALVES LIMA

NITERÓI

07 / 2018

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

2

MAYARA SILVA DE MELO

ANÁLISE DO DESEMPENHO DE EMPRESAS DO SEGMENTO DE ENERGIA COM

APLICAÇÃO DOS MÉTODOS MULTICRITÉRIO TOPSIS E AHP.

Projeto final apresentado ao curso de

Graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para a aquisição do Grau de

Engenheiro de Produção.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Prof. GILSON BRITO ALVES LIMA – Orientador

UFF

___________________________________________________________________________

Prof. RUBEN HUAMANCHUMO GUTIERREZ

UFF

___________________________________________________________________________

Profª. NÍSSIA CARVALHO ROSA BERGIANTE

UFF

Niterói, RJ

2018

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

3

Ficha catalográfica automática - SDC/BEE

Bibliotecária responsável: Fabiana Menezes Santos

da Silva - CRB7/5274

D278a De Melo, Mayara Silva

ANÁLISE DO DESEMPENHO DE EMPRESAS DO SEGMENTO DE ENERGIA COM APLICAÇÃO DOS MÉTODOS MULTICRITÉRIO TOPSIS E AHP. / Mayara

Silva De Melo ; GILSON BRITO ALVES LIMA, orientador. Niterói, 2018.

76 p. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção)-Universidade Federal Fluminense, Escola de Engenharia, Niterói, 2018.

1. AHP. 2. TOPSIS. 3. DIstribuição de Energia. 4. Regulação. 5. Produção intelectual. I. Título II. BRITO ALVES LIMA,GILSON, orientador. III. Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia. Departamento de Engenharia de Produção.

CDD -

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Meishu-Sama, por ter me dado a permissão de chegar até aqui,

e por toda a força concedida na concretização desse sonho.

Aos meus pais, minhas bases, que sempre apoiaram em meus projetos perto ou longe de casa, e que

me ensinaram tudo que sei, me incentivando apesar das inúmeras dificuldades, me estimulando

sempre a continuar.

A minha irmã Larissa, por me inspirar e me apoiar nas principais decisões da minha vida como a

escolha desse curso, o intercâmbio e até no desenvolvimento desse trabalho.

A minha irmã Thainá, pelo companheirismo e paciência, a minha vida não teria a mesma graça sem

você.

Ao meu namorado Alexandre, pela paciência, companheirismo e por todos os finais de semana

perdidos me dando o apoio incondicional que tornou possível a concretização desse trabalho.

As minhas amigas e companheiras de intercâmbio Mariana Thebit, Mariana Cerne e Luciana

Furtado que mesmo de longe me apoiaram e acreditaram em mim.

Ao meu orientador Prof. Dr. Gilson Brito Alves Lima pelos ensinamentos, paciência, dedicação e

sabedoria.

Aos meus colegas de trabalho do Grupo Enel, pela atenção e apoio durante o período de

desenvolvimento desse trabalho, em especial ao colega Daniel Alfradique por todas as luzes, ideias

e horas dedicadas a me ajudar a desenvolver esse trabalho, compartilhando seu conhecimento, com

dicas e muita paciência.

À banca examinadora pelo convite aceito e pela presença tão especial.

A Universidade Federal Fluminense que foi como minha segunda casa ao longo desses últimos 6

anos.

A todas as pessoas que, de forma direta ou indireta, contribuíram com o enriquecimento deste

trabalho.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

5

RESUMO

O atual modelo regulatório brasileiro do setor de distribuição de energia impõe que cada vez

mais as distribuidoras busquem adotar medidas de melhoria contínua capazes de assegurar a

sua competitividade no setor. Para se manter em linha com o crescente nível de exigência do

consumidor e com o ambiente cada vez mais competitivo criado pela ANEEL, torna-se

imprescindível para as distribuidoras monitorar seus indicadores de desempenho de forma a

possibilitar a eficácia e agilidade das decisões gerenciais. Este estudo, utiliza dois métodos de

análise multicritério, AHP e o TOPSIS, com o objetivo de comparar o desempenho das

distribuidoras do setor a partir dos principais indicadores de qualidade, rentabilidade e custos

operacionais, fornecendo um instrumento de apoio ao processo decisório das companhias.

Nesse estudo foram analisados, 31 distribuidoras de energia elétrica a partir de 6 indicadores

previamente selecionados para os anos de 2014 a 2017. Os resultados do estudo, mostram que

a metodologia proposta no estudo pode se converter em um importante instrumento de apoio a

decisão, não só pelas companhias de distribuição, como por órgãos da administração Públicas

responsáveis pela regulação do setor.

Palavras-chave: AHP, Indicadores de Distribuição de Energia, Regulação, TOPSIS.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

6

ABSTRACT

The current Brazilian regulatory model of the energy distribution sector imposes that more and

more distributors seek to adopt measures of continuous improvement capable of ensuring their

competitiveness in the sector. In order to keep in line with the increasing level of consumer

demand and the increasingly competitive environment created by ANEEL, it is essential for

distributors to monitor their performance indicators in order to enable efficiency and agility of

management decisions. This study uses two methods of multicriteria analysis, AHP and

TOPSIS, with the objective of comparing the performance of the distributors of the sector from

the main indicators of quality, profitability and operating costs, providing a tool to support the

decision-making process of companies. In this study, 31 electricity distributors were analyzed

from six indicators previously selected for the years 2014 to 2017. The results of the study show

that the methodology proposed in the study can become an important decision support tool, not

only by distribution companies, and by public administration bodies responsible for regulating

the sector.

Key words: AHP, Energy Distribution Indicators, Regulation, TOPSIS.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

7

SUMÁRIO

1 O PROBLEMA ................................................................................................................. 13

1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA .................................................... 14

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO ....................................................................................... 15

1.4 QUESTÕES DO ESTUDO ....................................................................................... 16

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................ 16

1.5.1 Empresas de mesmo porte .................................................................................. 16

1.5.2 Relevância dos indicadores selecionados ........................................................... 17

1.5.3 Delimitações do Amostra para aplicação do Questionário ................................. 17

1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................... 17

2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 20

2.1 O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ...................................................................... 20

2.1.1 Geração ............................................................................................................... 20

2.1.2 Transmissão ........................................................................................................ 21

2.1.3 Distribuição ........................................................................................................ 22

2.1.4 Comercialização de energia ................................................................................ 23

2.2 A ESTRUTURA TARIFÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA .................................... 24

2.2.1 Parcela A; ........................................................................................................... 24

2.2.2 Parcela B; ............................................................................................................ 25

2.2.3 Composição Tarifária ......................................................................................... 26

2.3 O MODELO REGULATÓRIO BRASILEIRO ........................................................ 27

2.4 INDICADORES DE PERFORMANCE DO SETOR ............................................... 28

2.4.1 Qualidade ............................................................................................................ 29

2.4.2 Custos Operacionais ........................................................................................... 29

2.4.3 Rentabilidade ...................................................................................................... 30

2.5 MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ATUALMENTE EMPREGADOS PELA ANNEL

31

2.6 MÉTODOS DE TOMADA DE DECISÃO MULTICRITÉRIO .............................. 31

2.6.1 Método TOPSIS ................................................................................................. 32

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

8

2.6.2 Método AHP ....................................................................................................... 33

2.6.3 Software IPÊ ....................................................................................................... 34

3 METODOLOGIA E APLICAÇÃO .................................................................................. 35

3.1 DEFINIÇÃO DOS TIPOS DE INDICADORES ...................................................... 35

3.1.1 Custo Operacional .............................................................................................. 35

3.1.2 Qualidade ............................................................................................................ 36

3.1.3 Rentabilidade ...................................................................................................... 37

3.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP PARA DEFINIÇÃO DOS PESOS DOS

CRITÉRIOS SELECIONADOS ........................................................................................... 39

3.2.1 Coleta de dados ................................................................................................... 39

3.2.2 Banco de Dados .................................................................................................. 40

3.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO TOPSIS ..................................................................... 40

3.3.1 Matriz de Decisão ............................................................................................... 41

3.3.2 Padronização de Medidas ................................................................................... 42

3.3.3 Calculo dos Pesos adotados ................................................................................ 44

3.3.4 Identificar as soluções ideais .............................................................................. 44

3.3.5 Distâncias Euclidianas ........................................................................................ 45

3.3.6 Coeficiente de Aproximação .............................................................................. 46

3.3.7 Ranking ............................................................................................................... 47

4 ANÁLISE DE RESULTADOS ........................................................................................ 49

4.1 Julgamento dos Especialistas ..................................................................................... 49

4.2 Análise Geral do Ranking .......................................................................................... 51

4.2.1 Melhores Resultados .......................................................................................... 51

4.2.2 Maiores avanços ................................................................................................. 53

4.2.3 Piores Resultados ................................................................................................ 54

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 55

5.1 Trabalhos Futuros ...................................................................................................... 56

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 57

7 ANEXOS ........................................................................................................................... 61

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

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ANEXO I – Questionário de Análise de Desempenho das Distribuidoras .............................. 61

ANEXO II – Modelagem de 2014 ............................................................................................ 62

ANEXO III – Modelagem de 2015 .......................................................................................... 66

ANEXO IV – Modelagem de 2016 .......................................................................................... 70

ANEXO V – Modelagem de 2017 ........................................................................................... 74

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Metodologias de Comparação da ANEEL .............................................................. 15

Figura 2 – Relação entre Questão Geral e Objetivo Geral ....................................................... 16

Figura 3 – Estrutura de Organização do Estudo ....................................................................... 19

Figura 4 – Sistema de Distribuição de Energia Elétrica ........................................................... 20

Figura 5 – Sistema Interligado Nacional – (Fonte: ONS, 2015) .............................................. 22

Figura 6 – Componentes de Tarifa ........................................................................................... 26

Figura 7 – Comparativo de Modelos Regulatórios ................................................................... 28

Figura 8 – Perdas sobre a Energia Injetada .............................................................................. 30

Figura 9 - Fatores de decisão para escolha do Método Multicritério – TOPSIS ...................... 33

Figura 10 – Cargo dos profissionais que responderam à pesquisa ........................................... 39

Figura 11 – Resultado do Julgamento dos Especialistas .......................................................... 49

Figura 12 – Analise de Rentabilidade da ESCELSA ............................................................... 51

Figura 13 –DEC das Empresas Benchmarking ........................................................................ 52

Figura 14 – FEC das Empresas Benchmarking ........................................................................ 52

Figura 15 – Perdas das Empresas Benchmarking ..................................................................... 53

Figura 16 – Análise do Coeficiente de Aproximação............................................................... 54

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Axiomas de Seleção de Critérios ............................................................................ 33

Tabela 2 – Escala SAATY........................................................................................................ 34

Tabela 3 – Pesos dos Critérios dados por Especialistas ........................................................... 40

Tabela 4 – Etapas do Método TOPSIS ..................................................................................... 40

Tabela 5 – Matriz de Decisão pela Mediana de 2014 a 2017 ................................................... 42

Tabela 6 – Máximos utilizados para normalizar a Matriz de Decisão da Mediana.................. 43

Tabela 7 – Matriz de Decisão Normalizada da Mediana de 2014 a 2017 ................................ 43

Tabela 8 – Pesos Calculados através Do software IPÊ ............................................................ 44

Tabela 9 – Benefícios por Critério ........................................................................................... 45

Tabela 10 – Solução Ideal Positiva........................................................................................... 45

Tabela 11 – Solução Ideal Negativa ......................................................................................... 45

Tabela 12 – Distâncias Euclidianas da mediana de 2014 a 2017 ............................................. 46

Tabela 13 – Coeficiente de aproximação da mediana de 2014 A 2017 ................................... 47

Tabela 14 – Ranking do Modelo .............................................................................................. 48

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

12

LISTA DE ABREVIATURAS

ABRADEE Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica

AHP Analytic Hierarchy Process

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

DEC Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

EPE Empresa de Pesquisa Energética

FEC Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

GRI Global Reporting Initiative

IASC Índice ANEEL de satisfação do consumidor

MCDM Multiple-criteria decision-making

MME Ministérios de Minas e Energia

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

PRORET Procedimento de Revisão Tarifária

PRODIST Procedimento de Distribuição de Energia Elétrica

TOPSIS Technique for Order Performance by Similarity to Ideal Solution

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

13

1 O PROBLEMA

1.1 INTRODUÇÃO

Em meados dos anos 90 o setor elétrico brasileiro encontrava-se em um cenário de baixos

investimentos, com um grande número de obras paralisadas, tarifas defasadas e altos níveis de

inadimplência. Tentando contornar esse cenário, o governo federal passou a adotar uma série

de medidas para abrir o caminho na direção da privatização e modernização do setor, como o

“Programa Federal de Apoio à Reestruturação” (MOURA, 2002).

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), teve papel fundamental

para antecipar os recursos aos estados compromissados em vender suas concessionárias de

distribuição, participando de cerca de vinte operações (GOMES, ABARCA, et.al, 2002). Com

isso, o cenário elétrico, ao longo do final da década de 90, foi progressivamente passando de

um modelo predominante estatal, completamente administrado pelo estado, para um modelo

com forte participação privada, com uma mudança do papel do estado de um administrador

direto para o papel de agente regulador. Nesse ambiente, foi criada em 1996 a Agência Nacional

de Energia Elétrica (ANEEL), responsável pelas atividades de regulação do setor.

O ambiente regulado pela ANEEL tem como objetivo solucionar o dilema de como a sociedade

pode ao mesmo tempo, delegar a iniciativa privada a gestão de monopólios naturais, impedindo,

contudo, que esses mesmos agentes adotem comportamentos deletérios a sociedade (PEANO,

2005).

O modelo atual de regulação do setor elétrico foi desenvolvido sob um pensamento político e

econômico que tinha como principal interesse alinhar a agilidade operacional e a eficiência do

setor elétrico com o interesse público de desenvolvimento econômico e bem-estar social e

ambiental (EL HAGE & DELGADO, 2011).

De modo a criar o ambiente competitivo entre as companhias, a ANEEL utiliza-se de

ferramentas de Benchmarking, método que permite a comparação entre as distribuidoras do

setor, na definição das tarifas a serem cobradas dos consumidores. Uma vez definido a

companhia mais eficiente, no processo de revisão tarifária as concessionárias são reavaliadas

via comparação e incentivadas a reduzirem seus custos, perseguindo a eficiência alcançada pela

empresa mais eficiente (JAMASB & POLLITT, 2004).

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

14

Como forma de se manter em linha com o crescente nível de exigência do consumidor e com o

constante ambiente de competitividade criado pelo órgão regulador, torna-se imprescindível

para as empresas monitorar seus indicadores de forma a possibilitar a eficácia e agilidade das

decisões gerenciais. Permitindo um enfrentamento ideal de ameaças internas e externas à

organização.

Lembrando que, não só no ponto de vista organizacional o acesso à energia é fundamental para

o progresso da sociedade. A utilização deste recurso de forma mais eficiente se faz necessária

já que sua geração é finita e limitada o que torna constante e acirrada a preocupação com os

padrões de desempenho no fornecimento de energia elétrica pelas companhias e pelo governo

federal.

1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

Em face ao atual cenário do setor de energia elétrica do Brasil, tanto concessionárias de

distribuição de energia, quanto o governo, através da agência reguladora do setor (ANEEL),

tem concentrado esforços no objetivo de melhorar a qualidade de energia do país e em paralelo

reduzir os custos operacionais das distribuidoras (SCHMIDT, 2004).

A agência nacional de energia elétrica tem aumentado significativamente as fiscalizações sobre

a qualidade do serviço entregue aos consumidores, apurando constantemente seus indicadores

e estabelecendo limites cada vez mais rígidos para os indicadores já existentes de qualidade das

concessionárias. Como consequência, o órgão regulador tem aplicado rigorosas multas as

distribuidoras que não cumprem metas estabelecidas pela agência (SOARES, 2015).

O desempenho de um setor pode ser medido através de diversos métodos que, por sua vez,

possuem seus pontos fortes e suas limitações. A metodologia utilizada pela ANEEL para a

definição dos custos operacionais regulatórios das distribuidoras até 2010 era a de comparar as

distribuidoras e uma de Empresa de Referência fictícia, criada a partir das condições ambientais

nas quais a distribuidora estava inserida.

Em 2011, a Aneel resolveu alterar essa metodologia, passando a adotar uma metodologia de

Benchmarking direto entre as distribuidoras do setor. Uma comparação entre essas

metodologias é descrita na figura 1 abaixo:

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

15

Figura 1 – Metodologias de Comparação da ANEEL

Do ponto de vista acadêmico as decisões no meio empresarial devem, preferencialmente, se

basear em resultados confirmados por mais de um método de cálculo (JAMASB & POLLITT,

2003).

O setor elétrico é composto por uma grande quantidade de empresas com enorme relevância

econômica para o país, tendo em vista que o serviço fornecido é indispensável para a

manutenção da vida em sociedade. Os processos desse setor impactam de forma direta o meio

ambiente e a sociedade ao seu entorno. (OLIVEIRA, 2017)

Este estudo se propõe a comparar a desempenho das 31 maiores concessionárias, em unidades

consumidoras, de distribuição do Brasil através das técnicas de apoio à decisão conhecidas

como TOPSIS (Método de ordenação de preferências por similaridade e solução ideal) e AHP

(Processo Hierárquico Analítico) com objetivo de direcionar as organizações no caminho ideal

para cumprir as metas estabelecidas pela ANEEL e ao mesmo tempo entender e justificar

medidas que já estão sendo tomadas durante os últimos anos para melhorar a performance das

companhias.

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO

O objetivo desse estudo é, conforme a figura 2, entender quais fatores podem influenciar na

performance das distribuidoras do Brasil, a partir de duas ferramentas multicritério TOPSIS e

AHP.

Empresa de Referência

Benchmarking é a própria empresa de referência

Definido com base em custos padrões para diversos processos e atividades

Benchmarking(Atual)

Comparação direta entre distribuidoras

Utilização de abordagens estatisticas e não paramétricas.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

16

Figura 2 – Relação entre Questão Geral e Objetivo Geral

1.4 QUESTÕES DO ESTUDO

1. Identificar os indicadores que mais impactam o desempenho das distribuidoras de

energia no Brasil.

2. Quantificar a percepção de especialistas de regulação do setor em relação ao impacto

dos indicadores identificados no desempenho das empresas.

3. Comparar o desempenho das empresas públicas e privadas do setor em relação aos custo

operacional, qualidade e rentabilidade.

4. Elaborar um modelo que ordene as distribuidoras selecionadas por nível de

desempenho, possibilitando a identificação de empresas de referência.

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

1.5.1 Empresas de mesmo porte

Para uma melhor aplicação do método proposto nesse estudo foram selecionadas 31

concessionárias de distribuição de médio e grande porte, classificadas com base no número de

consumidores.

Segundo o procedimento de distribuição de energia (PRODIST) confeccionado pela ANEEL a

metodologia utilizada para delimitação e medição dos indicadores nacionais de distribuição de

energia divide as concessionárias e permissionárias de energia em 3 grupos:

Grupo 1: distribuidoras com mais de 400.000 unidades consumidoras;

Grupo 2: distribuidoras com mais de 60.000 até 400.000 unidades consumidoras

Grupo 3: distribuidoras com até 60.000 unidades consumidoras.

Questão Geral

Objetivo Geral

Quais fatores podem influenciar

na performance de uma

distribuidora?

Elaborar um modelo multicritério

para avaliar a performance de

distribuidoras no Brasil.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

17

Considerando a estrutura proposta da ANEEL de níveis de consumidores esse estudo estará

delimitado as 31 distribuidoras que até o final do ano de 2017 possuíam mais que 400 mil

consumidores (ANEEL - PRODIST, 2017).

1.5.2 Relevância dos indicadores selecionados

Como cada indicador selecionado no estudo mensura uma dimensão distinta daquilo que se

pode denominar como eficiência empresarial, houve a necessidade de balancear a sua influência

na aplicação do método utilizado. Para tal, foi realizada uma pesquisa com especialistas de

regulação do setor elétrico para atribuir pesos a cada um dos indicadores previamente

selecionados.

A definição dos pesos a partir dos resultados da pesquisa foi calculado através do método AHP

(Processo Hierárquico Analítico).

1.5.3 Delimitações do Amostra para aplicação do Questionário

A pesquisa aplicada na etapa do AHP com o intuito de identificar a percepção dos especialistas

de regulação do setor elétrico, com relação a importância de cada indicador no desempenho das

distribuidoras do Brasil, foi aplicada dentro de um grupo limitado de pessoas (13 pessoas) que

compõe um mesmo grupo empresarial responsável por distribuidoras da região, Sudeste,

Nordeste e Centro-Oeste.

1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo está estruturado em cinco capítulos, cujo conteúdo de cada um deles e seus respectivos

objetivos estão descritos abaixo:

O Capítulo 1 abordará os aspectos de contextualização do tema; definição do problema;

objetivo geral e específico; relevância e delimitação do estudo.

O Capítulo 2 se destina a revisão da literatura que apresenta os conceitos básicos do setor de

energia elétrica, e a base conceitual dos métodos utilizados.

O Capítulo 3 apresenta a metodologia utilizada, isto é, onde e como os dados foram coletados,

e como os métodos TOPSIS e AHP foram aplicados no decorrer do estudo com os cálculos

realizados de forma propriamente dita.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

18

O Capítulo 4 analisa os resultados encontrados no capítulo anterior, compilando as

informações da revisão da literatura com o modelo.

O Capítulo 5 apresenta a conclusão do trabalho, com as considerações finais, e possíveis

propostas de desdobramentos da pesquisa para trabalhos futuros.

A seguir pode ser visto n a Figura 3 a Estrutura de organização do Estudo com as etapas do

desenvolvimento (capítulos) e seus objetivos (entregáveis).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

Figura 3 – Estrutura de Organização do Estudo

Capítulo 1

Introduzir o Estudo

Apresentar o Problema

Definir questões e Objetivos

Apresentar delimitações

Descrever estrutura do estudo

Capítulo 2

Apresentar o Setor Elétrico

A estrutura tarifária Brasileira

O Modelo Regulatório

Indicadores do Setor

Método TOPSIS

Método AHP

Software IPÊ

Capítulo 3

Definição dos Indicadores usados no modelo

Teoria e Aplicação do AHP

Aplicação do IPÈ

Teoria e Aplicação do TOPSIS

Capítulo 4

Copilar as informações da Revisão

Agrupar Resultados

Comparar os Resultados

Demonstração de Consistência

Capítulo 5

Conclusão do Estudo

Sugestão de pesquisas futuras

ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

O sistema elétrico, diferentemente de outros sistemas de redes, como saneamento e gás, não

pode armazenar o seu produto final. Isto é, a energia não pode ser guardada ou armazenada.

Desta forma surge a necessidade de um equilíbrio constante entre oferta e demanda. Em outras

palavras, toda a energia consumida deve ser produzida instantaneamente e, quando há

desequilíbrios, mesmo que por frações de minuto, todo o sistema corre o risco de desligamentos

em cascata, os chamados “apagões” (ABRADEE, 2017).

No Brasil a titularidade de fornecimento de energia elétrica é federal. O titular do serviço pode

exercê-lo de forma direta ou indireta por meio de uma concessão. É de responsabilidade das

agências reguladoras evitar abusos por parte do monopolista e que os concessionários fiquem a

mercê de ingerências políticas. Um contrato de concessão permite que uma empresa do ramo

atue em uma ou todas essas áreas.

Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, ABRADEE, o setor

elétrico brasileiro se divide nos segmentos de geração, transporte, distribuição e

comercialização de energia. (Figura 4).

Figura 4 – Sistema de Distribuição de Energia Elétrica

2.1.1 Geração

A geração é o segmento do sistema elétrico responsável pelo processo de produção da energia

elétrica e por injeta-las às linhas de transmissão e distribuição para ser entregue aos

consumidores (GOLDEMBERG & LUCON, 2017).

Segundo dados do relatório de informações gerenciais (GRI) do quarto trimestre de 2017 da

ANEEL, o setor de geração é bem disperso e conta atualmente com a operação de 4.908

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

21

empreendimentos com uma capacidade instalada de, aproximadamente, 157.112 MW.

Aproximadamente 64% da energia elétrica gerada no Brasil são provenientes de hidrelétricas

as quais são divididas, segundo a ANEEL em três grupos:

• Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGE): com capacidade instalada inferior a 1 MW;

• Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH): com capacidade entre 1 e 30 MW e tamanho de

reservatório de até 3 km²;

• Usinas Hidrelétricas de Energia (UHE): capazes de produzir acima de 30 MW.

A matriz brasileira de geração conta com uma elevada participação de fontes renováveis de

energia, principalmente a hídrica. A geração termelétrica, cuja participação no território

brasileiro foi intensificada no final da década de 90, foi concebida inicialmente para operar de

forma complementar ao sistema hidrelétrico, tendo como combustíveis o carvão, gás natural,

óleo diesel/ combustível e biomassa (PARENTE, 2014).

2.1.2 Transmissão

A área de transmissão de energia é a etapa de integração do setor. É o segmento que exige

menor investimento em comparação com os elos de geração de distribuição.

O Brasil dispõe de um dos sistemas elétricos mais integrados do mundo. O território brasileiro

é composto principalmente de grandes hidrelétricas espalhadas por diferentes bacias

hidrográficas, favorecendo a construção de uma extensa “rede básica” de transmissão que

interliga todas as regiões do país (SCHMIDT, 2004).

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no Brasil as linhas de transmissão

são classificadas de acordo com o nível de tensão de sua operação. Para cada faixa de tensão,

existe um código são eles:

• A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV

• A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV

• A3 – tensão de fornecimento de 69 kV

A classe A1 representa o Sistema Interligado Nacional (SIN), também denominado rede básica.

Composta por 77 concessionárias dos serviços públicos de transmissão, responsáveis pela

administração de mais de 105 mil km de linhas de transmissão de alta voltagem (230 kV ou

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

22

mais), abrangendo quase a totalidade do mercado consumidor e território nacional (ABRADEE,

2017)

As empresas transmissoras também operam instalações de tensão inferior a 230 kV, que são as

chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT). As classes A2 e A3, quando não são de

propriedade das transmissoras, são administradas pelas empresas de distribuição.

Figura 5 – Sistema Interligado Nacional – (Fonte: ONS, 2015)

2.1.3 Distribuição

As distribuidoras possuem o papel de receber a energia dos agentes supridores (transmissoras,

geradores ou outras distribuidoras), entregando-a aos consumidores finais, que são divididos

em classes como: residenciais, comerciais, rurais e industriais.

Até final de 2017, o mercado brasileiro de distribuição de energia era composto por 60

concessionárias, responsáveis pelo atendimento de mais de 80 milhões de unidades

consumidoras (ANEEL, 2017).

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23

Segundo dados do relatório de informações gerenciais (GRI) do quarto trimestre de 2017 da

ANEEL, os dez maiores agentes de distribuição por receita de fornecimento foram responsáveis

por 57% da receita total do segmento de distribuição. Segundo a ABRADEE, atualmente o

Brasil conta com 60 concessionárias de distribuição, sendo que destas, somente 16 são de

administração pública direta, seja municipal, estadual ou federal.

2.1.4 Comercialização de energia

Existem dois “ambientes” para relações comerciais no atual modelo do setor elétrico brasileiro.

O ACR (Ambiente de Contratação Regulada) e ACL (Ambiente de Contratação Livre)

• ACR: onde ocorre a compra pelas distribuidoras, por meio de leilões, de toda a energia

elétrica necessária para fornecimento a seus consumidores (cativos);

• ACL: onde acontece a compra de energia elétrica por agentes não regulados (como

consumidores livres e agentes comercializadores), de forma competitiva.

Concomitante com os ambientes de comercialização os consumidores de energia são

divididos em:

• Consumidores cativos: compram energia elétrica apenas da distribuidora responsável

por sua localidade e são submetidos às tarifas reguladas;

• Consumidores livres: podem escolher seu fornecedor de energia elétrica, desde que

atendam a requisitos da legislação vigente (demanda maior que 3,0MW e tensão acima

de 69kV);

• Consumidores especiais: podem adquirir energia gerada por fontes especiais (PCH,

biomassa e eólica), desde que atendam aos requisitos da legislação vigente (demanda

maior que 0,5 MW).

O segmento de distribuição, assim como o de transmissão, constitui um monopólio natural, uma

vez que sua estrutura inviabiliza economicamente a competição entre agentes para uma mesma

área de concessão (ABRADEE, 2017). As companhias que detém esse monopólio podem ter

dois tipos de controle acionário: estatal ou privado. Quando estatal, os acionistas majoritários

são compostos pelo governo federal, estadual e/ou municipal, o grupo de controle privado

possui investidores nacionais internacionais.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

24

2.2 A ESTRUTURA TARIFÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA

As tarifas cobradas ao consumidor pelas distribuidoras são definidas pela ANEEL de forma a

permitir o equilíbrio econômico financeiro para o agente distribuidor e ao mesmo tempo

beneficiar o consumidor com valores razoáveis.

A tarifa é atualizada anualmente e revisada em períodos que variam de três a cinco anos,

dependendo do período estabelecido no contrato de concessão de cada distribuidora. Está

revisão tem como objetivo promover um realinhamento geral de custos de operação,

manutenção e remuneração de capital da companhia. Entre uma revisão e outra, a tarifa sofre

anualmente reajustes de inflação (INSTITUTO ACENDE BRASIL, 2011).

A estrutura tarifaria pode ser decomposta em três componentes:

2.2.1 Parcela A;

A parcela A, nome utilizado para definir o conjunto de custos não gerenciáveis pela

distribuidora, são os custos que, pela regulação brasileira, não estão sob a esfera de controle da

administração da distribuidora. Estes custos são repassados diretamente para as tarifas (pass-

through). A Parcela A é composta pelos seguintes itens: (RAMOS, BRANDÃO et.al., 2012)

2.2.1.1 Pagamento dos serviços de transmissão e geração de energia

Toda a energia no mercado regulado é adquirida a partir de leilões regulados organizados pelo

Governo Federal que atual como uma espécie de comprador único em nome das distribuidoras,

cabendo as distribuidoras apenas declarar previamente suas necessidades de energia

O Governo possui certa liberdade para definir as regras do leilão (tipo de fonte, data de entrega,

etc) tendo grande influência na viabilização da construção de novos empreendimentos de

geração (RAMOS, BRANDÃO et.al., 2012).

Sendo a capacidade da distribuidora de influir sobre os custos de energia bastante limitada, a

regulação garante que os custos de energia da distribuidora sejam repassados integralmente aos

consumidores.

2.2.1.2 Encargos setoriais

Os encargos setoriais considerados na tarifa, são aqueles determinados pela legislação e

regulamentação. Segundo o Módulo 5 do Procedimento de Regulação Tarifária (PRORET) de

2017 até o ano de 2018, os encargos que serão reconhecidos pela ANEEL em tarifa são:

• Conta de Desenvolvimento Energético – CDE;

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25

• Encargos de Serviços do Sistema – ESS e de Energia de Reserva – EER;

• Programa de Incentivo à Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA;

• Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos – CFURH;

• Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE;

• Pesquisa e Desenvolvimento – P&D e Programa de Eficiência Energética – PEE; e

• Contribuição ao Operador Nacional do Sistema – ONS

2.2.2 Parcela B;

A parcela B, contém os chamados de custos gerenciáveis, são aqueles sobre os quais a

distribuidora tem poder de livre arbítrio nas decisões. Estes custos estão divididos entre:

2.2.2.1 Custos Operacionais

Os Custos Operacionais correspondem aos gastos com:

• Força de trabalho da distribuidora (Pessoal);

• Compra de materiais;

• Contratação de serviços de terceiros;

• Seguros;

• Administração.

Ao contrário do que acontece com a parcela A, a ANEEL não permite repasse automático dos

custos operacionais para a tarifa. Por definição, somente são repassados para as tarifas os custos

considerados pelo regulador como eficientes (INSTITUTO ACENDE BRASIL, 2011).

Se o repasse dos custos operacionais ocorresse de forma automática para a tarifa, o órgão

regulador estaria desestimulando a procura pela eficiência. Sendo este item gerenciável pela

distribuidora, a capacidade de administrar sua operação de forma a aperfeiçoar o uso de

recursos será maximizada e estimulada, visto que a ineficiência e despesas além do necessário

não são reconhecidas em tarifa, resultando em uma redução da receita e da remuneração da

distribuidora (RAMOS, BRANDÃO et.al., 2012).

2.2.2.2 Remuneração dos Investimentos.

A remuneração de investimentos tem duas componentes:

• Quota de reintegração regulatória: que corresponde à aplicação da depreciação da BRR.

• Remuneração bruta: consiste na aplicação do custo médio ponderado de capital

(WACC na sigla em inglês) sobre a BRR.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

26

Os investimentos na expansão e reforço da rede também são remunerados via tarifa. Novos

investimentos realizados pela distribuidora são acompanhados pelo regulador e incorporados à

Base de Remuneração Regulatória, sendo, a partir de sua entrada em operação, depreciada de

acordo com a vida útil regulatória dos equipamentos e instalações.

2.2.3 Composição Tarifária

Como descrito nas seções anteriores, apesar de a tarifa ser paga para a distribuidora de energia,

uma boa parcela do percentual arrecadado não se destina à distribuidora. A maior parte da tarifa

cobrada pela distribuidora destina-se a outros agentes da cadeia produtiva de energia elétrica e

para governo, na forma de pagamento de tributos e encargos (INSTITUTO ACENDE BRASIL,

2011).

Isto é, como podemos ver na figura 6, menos de um terço da tarifa de eletricidade é destinada

à distribuidora.

Figura 6 – Componentes de Tarifa

53%

17%

30%

Parcela A Parcela B Tributos

Parcela A

• Custos não controlados pelas

distribuidoras.

• Preços de Geração e

Transmissão determinados

em leilões.

• Encargos determinados pela

legislação e regulamentação.

Parcela B

• Custos controlados pelas

distribuidoras.

• Custos Operacionais e

Remuneração de

Investimentos.

Tributos

• Tributos Federais:

PIS/Pasep e COFINS

• Tributos Estatuais:

ICMS

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

27

2.3 O MODELO REGULATÓRIO BRASILEIRO

A regulação no setor elétrico tem evoluído muito, no Brasil e no mundo, desde o início da

década de 1990. O marco foi o reconhecimento de que as agências reguladoras não devem ser

subordinadas ao governo e sim atuar de forma independente como órgão do estado (EL HAGE

& DELGADO, 2015).

A regulação deve atuar como mediador das relações comerciais no setor em prol da satisfação

dos consumidores e equilíbrio econômico das empresas. Neste cenário, não somente os preços

de energia elétrica seriam suscetíveis à regulação, mas também a qualidade do serviço, a

quantidade eficiente de perdas técnicas (perdas de energia no processo de transmissão) e não

técnicas (perda de energia por furto ou fraudes do consumidor) existentes e o gerenciamento

dos recursos de geração e distribuição de energia (HAGE & DELGADO, 2015).

Segundo Viscusi, Harrington Jr. e Vermon (2005), podemos dividir os modelos de regulação

de monopólios naturais em dois grandes grupos: regulação por incentivos e regulação pela taxa

de retorno (custo do serviço). O primeiro modelo, regulação por incentivos, também chamado

de price cap tem como objetivo incentivar a redução de custos e inovações tecnológicas, de

forma a aumentar a produtividade das empresas. Já o segundo modelo, define uma taxa de

retorno sobre uma base de ativos contábeis.

De maneira geral, o papel de ambos os modelos regulatórios quando nos referimos a preços

justos é através da receita obtida equacionar preços regulados que incluem o custo operacional,

de manutenção e de capital do agente de distribuição.

O atual modelo de regulação do setor elétrico estabelecido na Lei 8.987 é o Price Cap (preço-

teto) que estipula um preço máximo a ser cobrado dos consumidores, que reflita os níveis de

eficiência no custeio das atividades das empresas concessionárias. Assim, existirá um incentivo

para as companhias agirem de forma prudente e operarem a custos menores e com garantia de

qualidade (EL HAGE & DELGADO, 2015). A Figura 7, visa demonstrar as principais

diferenças entre o modelo atual e o utilizado até o final da década de 60.

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28

Figura 7 – Comparativo de Modelos Regulatórios

Para garantir preços justos e ao mesmo tempo capazes de equilibrar os custos para prestação de

serviços, são aplicados incentivos para que as empresas estejam constantemente reduzindo seus

custos e consequentemente aumentando a sua eficiência. A regulação por incentivo é o modelo

majoritariamente utilizado.

Em resumo, a ideia central consiste em fixar preços para as tarifas que poderiam ser cobradas

ao consumidor para que, então, periodicamente, as distribuidoras fossem incentivadas a

reduzirem seus custos operacionais de forma a auferirem os lucros advindos da diferença entre

a tarifa cobrada ao consumidor e seus ganhos de eficiência na produtividade (PARENTE,

2014).

O Revenue Cap, método adotado na Noruega e Alemanha, tem sido proposto como uma

alternativa ao Price Cap uma vez que sob esses modelos a concessionária não sofre prejuízos

em caso de queda do consumo (EL HAGE & DELGADO, 2015).

2.4 INDICADORES DE PERFORMANCE DO SETOR

Atualmente o órgão regulador se utiliza de alguns parâmetros para controlar e avaliar o

desempenho das distribuidoras no Brasil. Esses indicadores acabam sendo um espelho da

eficiência da distribuidora no setor.

Regulação pelo custo de serviço

Tarifa definida com base em custos incorridos pelas empresas

Investimentos são remunerados à taxa determinada pelo regulador

Revisão tarifária ocorre sempre que for observada mudanças significativas nos custos

Regulação por incentivos(Atual)

Tarifa Máxima mantida constante durante um ciclo tarifário

Revisão Tarifária com base em custos comparativos (Benchmarking)

Ganhos de produtividade são compartilhados com o consumidor

Revisão Tarifária com periodicidade pré determinada

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29

As distribuidoras são avaliadas em diversos aspectos. Dentre esses aspectos estão a qualidade

do serviço e do produto oferecidos aos consumidores, a percepção que os consumidores têm

das distribuidoras de energia elétrica, rentabilidade e seus custos operacionais.

Uma vantagem clara na utilização desses dados em um processo de benchmarking, é que esses

dados além de padronizados pela ANEEL são também constantemente fiscalizados o que

assegura a maior acuracidade da informação.

Alguns indicadores que fornecem um bom reflexo do desempenho das distribuidoras são:

2.4.1 Qualidade

Segundo a ANEEL, a qualidade dos serviços prestados pelas distribuidoras compreende a

avaliação das interrupções no fornecimento de energia elétrica. Para tal avaliação, são

considerados principalmente os indicadores de continuidade coletivos (DEC e FEC),

Indicadores de Inadimplência e Atraso e o Indicador de Satisfação do Consumidor (SILBERT

2017).

• Indicadores de Continuidade: Visando manter a qualidade na prestação do serviço

público de distribuição de energia elétrica, a ANEEL exige que as distribuidoras

mantenham um padrão de continuidade e, para tal, edita limites para os indicadores

coletivos de continuidade abaixo:

o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora)

o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora)

Os indicadores são apurados pelas distribuidoras e enviados periodicamente para a

ANEEL para verificação da continuidade do serviço prestado, representando,

respectivamente, o tempo e o número de vezes que uma unidade consumidora ficou sem

energia elétrica para o período considerado (mês, trimestre ou ano), o que permite que

a Agência avalie a continuidade da energia oferecida à população.

• Indicadores de Inadimplência e Atraso: mede a quantidade de consumidores

inadimplentes ou com atraso no pagamento da conta de energia

• Indicador de Satisfação do Consumidor: Mais conhecido como IASC, permite avaliar a

satisfação do consumidor residencial com os serviços prestados pelas distribuidoras.

2.4.2 Custos Operacionais

• Indicadores de Perdas de Energia:

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

30

Para cada KWh de energia vendida, há outros tantos que são “perdidos” nos processos de

transmissão e distribuição (INSTITUTO ACENDE BRASIL, 2011).

Figura 8 – Perdas sobre a Energia Injetada

Segundo a ANEEL, as perdas referem-se à energia elétrica gerada que passa pelas linhas de

transmissão e de distribuição, mas não chegam a ser comercializadas, seja por motivos técnicos

ou comerciais. Como descrito abaixo:

As Perdas da Rede Básica e as Perdas Técnicas são aquelas decorrentes do processo físico de

transporte da energia medem o nível de perdas relacionadas à transformação de energia

elétrica em energia térmica nos condutores (efeito joule), e de perdas nos núcleos dos

transformadores, perdas dielétricas.

As Perdas Não Técnicas são decorrentes de problemas na medição e medem a quantidade em

MWh de furtos (ligação clandestina, desvio direto da rede) ou fraude de energia (adulterações

no medidor), erros de medição e de faturamento.

• Custo Operacional:

Este indicador mede em milhões de reais as despesas relacionadas com as atividades de

operação e manutenção, atividades comerciais e administrativas da companhia.

2.4.3 Rentabilidade

• EBIT: indicador financeiro, que representa quanto uma empresa gera de recursos

através de suas atividades operacionais, sem contar impostos e outros efeitos financeiros

(juros, depreciação e amortização).

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31

2.5 MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ATUALMENTE EMPREGADOS PELA ANNEL

A ANEEL vem ampliando a adoção de métodos de benchmarking entre as distribuidoras nos

processos de definição de custos a serem reconhecidos na tarifa, garantindo um maior

reconhecimento as empresas mais eficientes. Além de estimular a competição entre os agentes,

esses modelos reduzem um problema clássico da regulação em todo mundo: a assimetria de

informação.

Uma das mudanças mais relevantes, se refere a definição dos custos operacionais regulatórios.

Até o segundo ciclo de Revisão Tarifária Periódica, Aneel utilizava o modelo de “Empresa de

Referência” para avaliar os custos operacionais das empresas. A partir do terceiro Ciclo de

Revisão Tarifária (2011) a Aneel substituiu o modelo de “Empresa de Referência” por um

modelo comparativo (benchmarking) utilizando a Análise Envoltória de Dados (Data

Envelopment Analysis – DEA).

O modelo de DEA proposto pela ANEEL, considera apenas indicadores que afetem diretamente

os custos operacionais das distribuidoras. O presente estudo, analisa de forma mais global itens

como qualidade, rentabilidade e custo de operação, não sendo a comparação de resultados entre

os modelos adequada.

Outras experiências com modelos de benchmarking podem ser observadas na definição de

perdas e da inadimplência regulatória por parte da ANEEL.

2.6 MÉTODOS DE TOMADA DE DECISÃO MULTICRITÉRIO

Grandes esforços e avanços foram feitos para o desenvolvimento de várias metodologias de

tomadas de decisão para solucionar diferentes tipos de problemas do mundo real. Os métodos

de decisão que consideram o uso de mais de um critério para avaliação de uma ou mais

alternativas são definidos como métodos de decisão multicritério (ou métodos MCDM –

Multicriteria Decision Making) (KAHRAMAN, 2008).

Ao se tratar da metodologia multicritério existem diversas vertentes e fontes de pesquisa, porém

as principais linhas de estudo são a Escola Americana e a Escola Francesa, as quais são

representadas, fundamentalmente, pelos métodos: Analytic Hierarchy Process (AHP),

Elimination and Choice Expressing Reality (ELECTRE) e Preference Ranking Organisation

Method for Enrichment Evalutations (PROMETHEE), Technique for Order Performance by

Similarity to Ideal Solution (TOPSIS) (LEITE & FREITAS, 2012).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

32

Na fase da pesquisa desde estudo, cujos resultados serão apresentados no capítulo 5 foram

utilizados dois dos métodos listados: o “Processo Analítico Hierárquico” (AHP) e a ‘Técnica

para avaliar o desempenho de alternativas através de similaridade com a solução ideal”

(TOPSIS). Por essa razão, os próximos itens deste capítulo serão dedicados a apresentar esses

dois métodos.

2.6.1 Método TOPSIS

O método TOPSIS desenvolvido por Hwang & Yoon “Técnica para avaliar o desempenho de

alternativas através da similaridade com a solução ideal” criada em 1994 que vem sendo

bastante utilizado para ranquear alternativas por ordem de preferência (LAI & HWANG, 1994).

Este método busca avaliar a distância em relação a um ideal e a uma inversa, denominada anti-

ideal, por meio de uma taxa de similitude. A solução ideal positiva em inglês Positive Ideal

Solution (PIS) é formada tomando-se os melhores valores alcançados pelas alternativas durante

a avaliação em relação a cada critério de decisão (indicadores), enquanto a solução ideal

negativa em inglês Negative Ideal Solution (NIS) é composta de forma similar, tomando-se os

piores valores (YZENG e HUANG, 2011).

O princípio básico do TOPSIS consiste em escolher uma alternativa que esteja tão próxima

quanto possível da solução ideal positiva e o mais distante quanto possível da solução ideal

negativa.

Dentre o universo dos métodos multicritérios existentes e aqui citados, a metodologia que

melhor se adequa à natureza da análise requerida neste estudo é o TOPSIS influenciado pelos

fatores abaixo:

Simplicidade no desenvolvimento

Desenvolvido em planilhas eletrônicas

Possibilidade de utilização de diversos

critérios para avaliação.

Analisa sensibilidade em diferentes cenários.

Permite a inclusão de um número ilimitado de

propriedades e atributos

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33

Figura 9 - Fatores de decisão para escolha do Método Multicritério – TOPSIS

2.6.2 Método AHP

O método AHP foi desenvolvido por Saaty nos anos 1970 e é um dos métodos de MCDM mais

conhecidos e utilizados que objetiva a seleção/escolhas de alternativas, em um processo que

leve em consideração diferentes critérios de avaliação. Além disso, é uma das ferramentas de

apoio multicritério à tomada de decisão que apresenta o maior número de aplicações práticas

presentes na literatura, como engenharia, indústria e setores do governo, para solucionar

problemas relacionados à seleção e avaliação subjetiva de alternativas (DUTRA &

FOGLIATTO, 2007).

Este método está baseado em três princípios básicos, segundo Saaty:

• Construção de hierarquias, colocadas em camadas específicas;

• Definição de prioridades, comparando pares à luz de um foco ou critério (julgamentos

paritários);

• Consistência lógica, com vistas a avaliar o modelo de priorização.

A aplicação do método AHP nesse estudo foi feita na forma de comparação paritária. Isto é,

selecionado um critério, o decisor (especialistas de regulação) compara duas alternativas, A e

B, avaliando qual é a mais satisfatória e o quanto esta alternativa é mais satisfatória em relação

a outra (CALILI, 2017).

Para uma comparação eficaz, isto é, garantir que as alternativas são comparáveis, os princípios

abaixo devem ser obedecidos na escolha dos critérios:

Tabela 1 – Axiomas de Seleção de Critérios

Axiomas Definição

Axioma 1 - Independência Os critérios declarados como preferenciais

na estrutura AHP devem ser independentes.

Axioma 2 - Comparabilidade Os indicadores selecionados devem permitir

a comparação e a imposição de preferências.

Axioma 3 - Expectativa Os critérios devem refletir as características

essenciais do estudo.

Axioma 4 - Consistência Os critérios devem ser consistentes com o

objetivo do estudo

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

34

2.6.3 Software IPÊ

O sistema IPÊ, versão 1.0, foi desenvolvido pelo professor Helder Gomes Costa da

Universidade Federal Fluminense (UFF) com o objetivo de implementar o algoritmo do AHP,

proposto por Thomas L. Saaty no início dos anos 70 (COSTA, 2004)

O software possibilita o desenvolvimento e a implementação de modelos MCDA

fundamentados no Método de Análise Hierárquica (AHP). Foram realizados testes pela UFF

nas mais diversas situações. Nos testes de validação, diferentes hierarquias foram construídas

e testadas. Esses testes incluíram hierarquias com até três níveis de subcritérios e com até 10

elementos em um mesmo nível da hierarquia (COSTA, 2004).

Este estudo utilizou-se o sistema computacional IPÊ, para cálculo dos pesos dos critérios

utilizados no método TOPSIS para classificação dos agentes de distribuição com melhor

performance do Brasil.

A escala para avaliar o nível de importância de cada critério e subcritério pelo método de

comparações pareadas é definida a partir da captura de julgamentos feitos por especialistas. O

cálculo para quantificar a importância de um atributo sobre o outro foi feito em função do

julgamento de cada especialista na escala de Saaty em 9 níveis conforme a tabela 2 abaixo

(SAATY, 2012):

Tabela 2 – Escala SAATY

Nível de Importância Definição

1 Mesma Importância

3 Importância Moderada

5 Forte Importância

7 Importância demonstrada

9 Importância extrema

2,4,6,8 Valores intermediários

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3 METODOLOGIA E APLICAÇÃO

A seção abaixo, explicará a teoria e a prática utilizada na aplicação das ferramentas TOPSIS e

AHP nos indicadores selecionados de 31 distribuidoras de Energia do Brasil em um período de

4 anos (2014 a 2017).

3.1 DEFINIÇÃO DOS TIPOS DE INDICADORES

Para o estudo foram selecionados apenas indicadores reconhecidos e validados pelo órgão

regulador. A pesquisa segue uma linha baseada em três pilares de medição de desempenho:

Qualidade, Rentabilidade e Custo Operacional. Todos os dados para cálculo dos indicadores

foram retirados do relatório econômico-financeiro da ANEEL em conjunto com notas técnicas

emitidas pelo regulador. Portanto, a forma de cálculo incluirá o delta entre o resultado realizado

da distribuidora com o seu limite regulatório aprovado pela ANEEL.

Para garantir que os critérios selecionados atendam os axiomas descritos no capitulo dois, a

seção abaixo foi dividida em 3 macro critérios (Custo operacional, Qualidade e Rentabilidade)

demonstrando que os indicadores selecionados estão de acordo com os Axiomas 3 e 4 de refletir

a essência e o objetivo do estudo. De forma a assegurar a independência dos parâmetros

(Axioma 1), na seção abaixo foi demonstrada a forma de cálculo em conjunto com a descrição

teórica da função de cada indicador na estrutura das distribuidoras.

3.1.1 Custo Operacional

3.1.1.1 Custo de Operação por Consumidor

Os custos operacionais, para fins de distribuição, correspondem a:

• Pessoal

• Materiais

• Serviço de Terceiros

• Outros Custos Operacionais

• Tributos

• Seguros relativos à atividade de Distribuição e Comercialização.

No modelo, essa variável de custo operacional será baseada no número de consumidores. Ao

passo que as distribuidoras possuem números de consumidores diferentes a análise

individualizada poderia enviesar a pesquisa.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

36

Logo o cálculo utilizado na modelagem é:

CO𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 = CO𝑅𝐸𝐴𝐿

𝑁ª 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠

3.1.1.2 Perdas não Técnicas

As perdas não técnicas, eufemismo utilizado para designar o furto de energia podem se dar,

através da adulteração do sistema de medição da distribuidora, ou por uma ligação direta à rede

de concessão, de forma que uma parte da energia consumida não seja faturada pela distribuidora

(INSTITUTO ACENDE BRASIL, 2011).

Como as Perdas Técnicas não são evitáveis, visto que são perdas físicas no processo de

transmissão de energia, o presente estudo utilizará apenas as perdas não técnicas como

indicador relevante de desempenho das distribuidoras.

No entanto a agência reguladora reconhece que dificilmente a cultura do furto de energia pode

ser erradicada de forma rápida de uma região, mas para as distribuidoras que atuam em áreas

onde ocorre muito furto de energia a ANEEL costuma estabelecer metas de redução

progressivas de perdas incorporando na tarifa uma parcela do valor perdido reduzindo o

impacto no faturamento (SILBERT, 2017).

O estudo irá analisar aquela parcela de perdas que não é reconhecida em tarifa pelo órgão

regulador impacta diretamente o faturamento de uma distribuidora. Portanto, o cálculo será o

delta entre o valor reconhecido pela ANEEL e o realizado pelas distribuidoras.

Logo o cálculo utilizado na modelagem é:

∆ 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠𝐴𝑁𝐸𝐸𝐿 − 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠𝑅𝐸𝐴𝐿

3.1.2 Qualidade

Dentre os indicadores de qualidade que serão considerados no estudo temos dois indicadores

coletivos de continuidade e um indicador de medição de satisfação do consumidor de medições

anuais:

3.1.2.1 Indicadores Coletivos de Continuidade

Na mesma linha do indicador de perdas os indicadores de continuidade possuem uma parcela

que é reconhecida em tarifa. Portanto, este estudo irá analisar apenas o delta entre o valor

reconhecido pela ANEEL e o realizado pelas distribuidoras.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

37

O delta é calculado visto que apenas a diferença entre a composição da ANEEL e a composição

real que de fato afeta o faturamento das distribuidoras.

• DEC: Indicador que mede a duração equivalente de interrupção por unidade

consumidora. Em outras palavras o DEC representa o tempo em que uma unidade

consumidora ficou sem energia elétrica por um período considerado.

∆ 𝐷𝐸𝐶 = 𝐷𝐸𝐶𝐴𝑁𝐸𝐸𝐿 − 𝐷𝐸𝐶𝑅𝐸𝐴𝐿

• FEC: Indicador que mede a frequência equivalente de interrupção por unidade

consumidora. Em outras palavras o FEC representa o número de vezes em que uma

unidade consumidora ficou sem energia elétrica por um período considerado.

∆ 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 𝐹𝐸𝐶𝐴𝑁𝐸𝐸𝐿 − 𝐹𝐸𝐶𝑅𝐸𝐴𝐿

3.1.2.2 Indicadores de Medição de Satisfação do Consumidor

O Índice ANEEL de satisfação do consumidor (IASC) é um indicador que permite avaliar a

satisfação do consumidor com os serviços prestados pelas distribuidoras de energia

elétrica. Este parâmetro é obtido anualmente a partir de pesquisa amostral realizada com

consumidores de todas as distribuidoras, concessionárias e permissionárias, que atuam no

território nacional, atualmente são realizadas cerca de 25.000 entrevistas por área de concessão.

(ANEEL - IASC, 2017)

O IASC engloba cinco variáveis em um único indicador, que são:

• Qualidade percebida pelo consumidor;

• Valor percebido (relação custo-benefício);

• Satisfação global;

• Confiança no distribuidor de energia;

• Fidelidade.

3.1.3 Rentabilidade

O pilar de rentabilidade considerado no estudo inclui dois indicadores cruciais na medição da

saúde financeira das distribuidoras: o EBIT e a base de investimentos.

No estudo, essas duas variáveis serão utilizadas em conjunto ao passo que uma análise

individualizada poderia enviesar a pesquisa. Esse viés deve ser considerado, em vista que a

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

38

situação financeira da distribuidora deve considerar não só seus lucros, mas também todo o

investimento realizado no período.

EBIT: é considerado um indicador financeiro, quem tem como objetivo representar quanto uma

empresa gera de recursos através de suas atividades operacionais. A diferença entre o EBIT e o

IBITDA é que o primeiro já está descontado os valores de depreciação.

Esse parâmetro é utilizado essencialmente para analisar o desempenho das organizações, pois

ele é capaz de medir a produtividade e a eficiência de uma empresa. No entanto, quando usado

como método de comparação, deve estar atrelado a outros indicadores como quantidade de

investimentos e número de consumidores.

Base de Remuneração Liquida (BRL): No setor de distribuição de energia, este indicador

representa o valor de mercado em uso do conjunto de investimentos em bens elétricos e

instalações das concessionárias, deduzido das obrigações especiais e depreciações do setor.

A remuneração dos investimentos aos acionistas é através da tarifa cobrada aos consumidores

e o cálculo é feito em função da BRL e do valor da WACC (Custo Médio Ponderado de Capital)

reconhecido pela ANEEL.

Para o estudo aqui analisado, iremos considerar a razão entre essas duas variantes, isto é:

EBIT𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 = EBIT𝑅𝐸𝐴𝐿 − EBITANEEL

BRL

No indicador acima, o EBITANEEL é toda aquela rentabilidade reconhecida em tarifa pelo órgão

regulador. Enquanto o real, é a rentabilidade realizada pela distribuidora no período.

O Quadro I a seguir mostra quais indicadores foram selecionados como critérios para avaliar o

desempenho e suas respectivas unidades.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

39

QUADRO I.

CRITÉRIOS PARA AVALIAR O DESEMPENHO

Dimensão Critério Medidas Unidade

Qualidade

CQ1 Δ DEC Horas

CQ2 Δ FEC Vezes

CQ2 IASC %

Custos Operacionais CC1 Δ PERDAS %

CC2 CO𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 R$ mil

Rentabilidade CR1 EBIT𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 %

3.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP PARA DEFINIÇÃO DOS PESOS DOS CRITÉRIOS

SELECIONADOS

Esta seção apresenta o processo de coleta de dados através do questionário aplicado aos

especialistas e o processo de compilação dos resultados da pesquisa através do software Ipê.

3.2.1 Coleta de dados

Esta primeira etapa teve como objetivo definir os pesos dos critérios adotados. Elaborou-se e

aplicou-se um instrumento de pesquisa, apresentado no Anexo I. Foram consultados 13

profissionais especialistas na área de regulação, conforme gráfico abaixo, com o intuído de

comparar 2 a 2 os indicadores selecionados no início da pesquisa conforme os critérios do

TOPSIS.

Figura 10 – Cargo dos profissionais que responderam à pesquisa

23%

54%

23%

Gerência

Especialista

Analista

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

40

3.2.2 Banco de Dados

O resultado da etapa anterior de coleta de dados, permitiu uma análise preliminar dos

julgamentos dos especialistas, considerando as notas atribuídas aos critérios. Desta forma foi

possível compor os indicadores dos pesos das dimensões avaliadas evitando os outliers da

pesquisa conforme quadro abaixo:

Tabela 3 – Pesos dos Critérios dados por Especialistas

Indicadores Mediana %

Δ DEC 0,1515 16,2%

Δ FEC 0,145 15,5%

IASC 0,112 12,0%

Δ PERDAS 0,1055 11,3%

CO𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 0,1625 17,4%

EBIT𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 0,2595 27,7%

3.3 APLICAÇÃO DO MÉTODO TOPSIS

Após a definição dos julgamentos dos especialistas, a próxima etapa do estudo consiste em

empregar o TOPSIS que segundo Olson (2004, p.721 – 727) pode ser aplicado utilizando-se as

etapas descritas no Quadro II:

Tabela 4 – Etapas do Método TOPSIS

Normalizar medidas

Normalizar a matriz transformando-a em uma matriz

adimensional para que seja possível a comparação entre os vários

critérios.

Desenvolver pesos Calcular os pesos de cada um dos critérios adotados,

desenvolvido pelo método AHP

Matriz de decisão

normalizada pelos pesos Calcular os valores normalizados pelos pesos

Identificar as soluções ideais

positivas

Identificar a alternativa ideal (desempenho extremo em cada

critério) 𝑠+ ou SIP.

Identificar soluções ideais

negativas

Identificar a alternativa de ponto ante ideal (desempenho extremo

reverso em cada critério) 𝑠− ou SIN.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

41

Medidas de distância Desenvolver uma medida de distância sobre cada critério para o

ponto ideal (D+) e para o ponto ante ideal (D−).

Determinar razão R

(coeficiente de aproximação)

Para cada alternativa, determinar a razão R igual à distância para

o ponto ante ideal dividido pela soma da distância ao ponto ante

ideal e a distância para o ponto ideal.

Classificação Ordem de classificação das alternativas pela maximização da

relação da etapa 6.

3.3.1 Matriz de Decisão

3.3.1.1 Matriz Teórica

A seguir estão descritos os passos para montar a matriz de decisão a partir de uma base de

indicadores.

Seja a matriz abaixo de decisão A composta por “m” alternativas avaliadas por “n” critérios:

A= [

𝑥11 ⋯ 𝑥1𝑛

⋮ ⋱ ⋮𝑥𝑚1 ⋯ 𝑥𝑚𝑛

]

𝑎1

⋮𝑎𝑚

𝑐1 … 𝑐𝑛

Onde:

𝑎1, 𝑎2, 𝑎3, ..., 𝑎m são as alternativas viáveis

𝑐1, 𝑐2, 𝑐3, ..., 𝑐𝑛 são os critérios

Assim, 𝑥𝑖𝑗 indicará o desempenho da alternativa 𝑎ij segundo o critério 𝑐𝑗.

3.3.1.2 Matriz de Decisão Aplicada

Como no estudo foram analisados indicadores de 4 anos consecutivos (2014 a 2017), foram

feitas 4 matrizes de decisão.

A Tabela 5 a seguir representa a Matriz de decisão contendo a mediana dos quatro anos

analisados. A base completa contendo as 4 matrizes de decisão de cada ano se encontram nos

anexos.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

42

Tabela 5 – Matriz de Decisão pela Mediana de 2014 a 2017

Distribuidoras Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 2,10 16,77 49,11 -0,58 0,52 -10,14

E2 Ampla -10,56 -2,47 58,99 -0,06 0,26 -0,08

E3 Bandeirante 0,74 1,99 63,00 -0,03 0,20 0,00

E4 CEB -2,01 -0,31 64,93 -0,02 0,38 -0,09

E5 CELESC -0,55 1,51 69,18 -0,03 0,30 -0,08

E6 CELG -21,01 -9,24 54,90 -0,02 0,34 -0,16

E7 CEMIG 0,04 2,38 66,23 -0,04 0,27 -0,07

E8 CERON -10,63 -3,26 54,62 -0,24 0,54 -0,93

E9 CELPA -3,73 8,51 42,77 -0,05 0,30 -0,02

E10 COELBA -6,09 1,06 60,30 -0,04 0,23 -0,02

E11 CEAL -10,69 -6,77 57,41 -0,16 0,31 -0,33

E12 CELPE -3,45 2,99 58,70 -0,01 0,25 -0,10

E13 Enel Ceará 3,04 3,48 62,11 -0,04 0,17 0,06

E14 CEMAR 6,04 5,77 59,20 0,06 0,22 0,05

E15 CEPISA -3,42 -2,70 49,72 -0,19 0,33 -0,76

E16 COSERN 0,38 2,68 66,26 0,02 0,22 0,04

E17 CEEE -5,72 -1,40 66,42 -0,14 0,39 -0,42

E18 CPFL PAULISTA 0,36 2,25 64,37 -0,02 0,19 0,01

E19 CPFL PIRATININGA 0,03 2,32 64,68 0,00 0,18 0,02

E20 COPEL -0,70 1,33 74,15 -0,01 0,30 -0,08

E21 ELEKTRO 0,67 2,65 66,17 -0,03 0,21 0,05

E22 ELETROPAULO -6,27 -0,60 57,67 0,00 0,21 -0,04

E23 EMT -1,55 4,19 54,27 -0,04 0,41 0,01

E24 EMS 0,56 3,66 65,65 0,02 0,36 -0,02

E25 EMG 2,00 3,55 70,65 0,00 0,29 0,03

E26 EPB 2,93 5,63 70,18 0,03 0,23 0,10

E27 ESE 0,70 2,68 61,24 0,04 0,25 0,12

E28 ETO -1,90 6,50 53,36 -0,04 0,44 -0,05

E29 ESCELSA 1,21 2,35 68,73 -0,09 0,23 -0,03

E30 LIGHT -3,17 0,24 59,49 -0,04 0,24 -0,09

E31 RGE SUL -5,13 1,89 68,24 -0,04 0,25 -0,11

3.3.2 Padronização de Medidas

3.3.2.1 Normalização da Matriz – Teoria

Na primeira etapa de aplicação do TOPSIS deve-se normalizar a matriz transformando-a em

uma matriz adimensional para que assim, seja possível a comparação entre os vários critérios.

A matriz A é normalizada para cada critério Cj através da seguinte equação:

𝑁𝑖𝑗 =𝑥𝑖𝑗

𝑀𝐴𝑋 𝑥𝑖

Sendo: j = 1,....n e representa o máximo valor de 𝑥𝑖 para cada critério 𝑐𝑗.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

43

A matriz 𝑉𝑛 abaixo, representa a matriz de decisão normalizada.

𝑉𝑛= [

𝑛11 ⋯ 𝑛1𝑛

⋮ ⋱ ⋮𝑛𝑚1 ⋯ 𝑛𝑚𝑛

]

𝑎1

⋮𝑎𝑚

𝑐1 … 𝑐𝑛

3.3.2.2 Matriz de Decisão Normalizada

Como primeira etapa da normalização, definimos os valores de máximo da matriz de decisão.

A tabela 6 abaixo representa os valores de máximo identificados na matriz de decisão da

mediana do período estudado. As outras tabelas contendo os valores de máximo de todos os

anos se encontram nos Anexos.

Tabela 6 – Máximos utilizados para normalizar a Matriz de Decisão da Mediana

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Máximo 6,04 16,77 74,15 0,06 0,54 0,12

A Tabela 7 representa a Matriz de decisão normalizada que foi utilizada no estudo contendo os

dados da mediana entre o período de 2014 a 2017. A base completa contendo as 4 matrizes

normalizadas individualmente se encontram nos Anexos.

Tabela 7 – Matriz de Decisão Normalizada da Mediana de 2014 a 2017

Distribuidoras Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 0,35 1,00 0,66 -10,24 0,97 -84,12

E2 Ampla -1,75 -0,15 0,80 -1,09 0,48 -0,65

E3 Bandeirante 0,12 0,12 0,85 -0,56 0,37 -0,03

E4 CEB -0,33 -0,02 0,88 -0,43 0,71 -0,78

E5 CELESC -0,09 0,09 0,93 -0,57 0,56 -0,68

E6 CELG -3,48 -0,55 0,74 -0,37 0,64 -1,30

E7 CEMIG 0,01 0,14 0,89 -0,77 0,51 -0,55

E8 CERON -1,76 -0,19 0,74 -4,18 1,00 -7,69

E9 CELPA -0,62 0,51 0,58 -0,95 0,56 -0,16

E10 COELBA -1,01 0,06 0,81 -0,74 0,43 -0,14

E11 CEAL -1,77 -0,40 0,77 -2,88 0,57 -2,71

E12 CELPE -0,57 0,18 0,79 -0,23 0,46 -0,81

E13 Enel Ceará 0,50 0,21 0,84 -0,69 0,32 0,53

E14 CEMAR 1,00 0,34 0,80 1,00 0,41 0,42

E15 CEPISA -0,57 -0,16 0,67 -3,28 0,62 -6,28

E16 COSERN 0,06 0,16 0,89 0,28 0,41 0,36

E17 CEEE -0,95 -0,08 0,90 -2,47 0,72 -3,46

E18 CPFL PAULISTA 0,06 0,13 0,87 -0,29 0,35 0,09

E19 CPFL PIRATININGA 0,01 0,14 0,87 0,09 0,34 0,13

E20 COPEL -0,12 0,08 1,00 -0,11 0,55 -0,70

E21 ELEKTRO 0,11 0,16 0,89 -0,45 0,39 0,44

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

44

E22 ELETROPAULO -1,04 -0,04 0,78 0,00 0,39 -0,29

E23 EMT -0,26 0,25 0,73 -0,70 0,76 0,09

E24 EMS 0,09 0,22 0,89 0,36 0,67 -0,16

E25 EMG 0,33 0,21 0,95 -0,03 0,54 0,23

E26 EPB 0,49 0,34 0,95 0,47 0,42 0,84

E27 ESE 0,12 0,16 0,83 0,65 0,46 1,00

E28 ETO -0,31 0,39 0,72 -0,73 0,82 -0,42

E29 ESCELSA 0,20 0,14 0,93 -1,57 0,42 -0,27

E30 LIGHT -0,52 0,01 0,80 -0,67 0,45 -0,75

E31 RGE SUL -0,85 0,11 0,92 -0,62 0,47 -0,95

3.3.3 Calculo dos Pesos adotados

Segundo a seção 3.2 deste capítulo os pesos adotados foram calculados através do Software ipê

e definidos segundo a tabela 8 abaixo:

Tabela 8 – Pesos Calculados através Do software IPÊ

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Pesos 16,2% 15,5% 12,0% 11,3% 17,4% 27,7%

A tabela 8 acima deve satisfazer a condição:

∑ 𝑤𝑗𝑛𝑖=1 = 1.

3.3.4 Identificar as soluções ideais

3.3.4.1 Cálculo Teórico – Solução Ideal

De acordo com a Técnica do TOPSIS, a melhor alternativa será a mais próxima da solução ideal

positiva e a mais distante da solução ideal negativa.

A solução ideal positiva é composta por todos os melhores valores atingíveis em relação a cada

critério. Já a solução ideal negativa, evidência os piores valores atingíveis em relação a cada

critério de decisão (LAI & HWANG, 1994).

As soluções ideais (Positivas) e (negativas), são identificadas segundo função a seguir:

𝐴+ = {𝑉1+ … , 𝑉𝑗

+ … , 𝑉𝑛+} = {(𝑀𝑎𝑥𝑗𝑉𝑖𝑗| 𝑗 = 1, … 𝑛)| 𝑖 = 1, … , 𝑚}

𝐴− = {𝑉1− … , 𝑉𝑗

− … , 𝑉𝑛−} = {(𝑀𝑎𝑥𝑗𝑉𝑖𝑗| 𝑗 = 1, … 𝑛)| 𝑖 = 1, … , 𝑚}

3.3.4.2 Aplicação - Solução Ideal

A primeira etapa para o cálculo das soluções ideais é identificar quais indicadores devemos

maximizar e quais devemos minimizar. Como indicado na tabela 9 abaixo:

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

45

Tabela 9 – Benefícios por Critério

Indicadores Beneficio Explicação

Δ DEC Maximizar Como é o cálculo é referente ao delta com o órgão regulador, o

indicador ideal é aquele que é menor ou igual ao limite regulatório.

Δ FEC Maximizar Como é o cálculo é referente ao delta com o órgão regulador, o

indicador ideal é aquele que é menor ou igual ao limite regulatório.

IASC Maximizar Devemos maximizar a satisfação cliente, sendo o IASC um

indicador de máximo.

Δ PERDAS Maximizar Como é o cálculo é referente ao delta com o órgão regulador, quanto

mais afastado positivamente do reconhecido pela ANEEL, melhor.

CO𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 Minimizar Quanto menor o custo de operação por unidade consumidora, mais

eficiência é o agente. Logo, devemos minimizar este indicador.

EBIT𝐴𝐽𝑈𝑆𝑇 Maximizar Este parâmetro indica rentabilidade, medida a qual a solução ideal

é a maior possível.

Em seguida, identificamos as soluções ideais positivas e negativas, segundo a função descrita

anteriormente nesta seção.

Tabela 10 – Solução Ideal Positiva

C1 C2 C3 C4 C5 C6

PIS 1,00 1,00 1,00 1,00 0,32 1,00

Tabela 11 – Solução Ideal Negativa

C1 C2 C3 C4 C5 C6

NIS -3,48 -0,55 0,58 -10,24 1,00 -84,12

PIS: Maximiza os critérios de benefício e minimiza os critérios de custo.

NIS: Maximiza os critérios de custo e minimiza os critérios de benefício.

Após identificar as soluções ideais foi necessário medir a distância euclidiana entre cada

indicador 𝑉𝑖𝑗 aos pontos de solução ideal positivo e negativo.

3.3.5 Distâncias Euclidianas

Para identificar o quão distante da solução ideal está cada alternativa foi calculado a distância

euclidiana entre os pontos de máximo e mínimo encontrados na seção 3.3.4.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

46

As funções utilizadas no estudo para o cálculo das distâncias foram:

𝐷+ = √∑ 𝑊𝑗(𝑉𝑖𝑗 − 𝑉𝑗+)2

𝑛

𝑗=1

𝐷− = √∑ 𝑊𝑗(𝑉𝑖𝑗 − 𝑉𝑗−)2

𝑛

𝑗=1

A tabela 12 abaixo, contém o resultado da aplicação da função acima, para os dados médios

dos indicadores do período entre 2014 e 2017.

Tabela 12 – Distâncias Euclidianas da mediana de 2014 a 2017

Distribuidoras 𝐷+ 𝐷−

E1 AME 44,98 1,66

E2 Ampla 1,64 44,07

E3 Bandeirante 0,90 44,42

E4 CEB 1,26 44,03

E5 CELESC 1,18 44,08

E6 CELG 2,31 43,73

E7 CEMIG 1,14 44,14

E8 CERON 5,05 40,31

E9 CELPA 1,14 44,34

E10 COELBA 1,22 44,35

E11 CEAL 2,66 42,95

E12 CELPE 1,26 44,01

E13 Enel Ceará 0,72 44,72

E14 CEMAR 0,41 44,71

E15 CEPISA 4,17 41,07

E16 COSERN 0,65 44,65

E17 CEEE 2,77 42,57

E18 CPFL PAULISTA 0,82 44,49

E19 CPFL PIRATININGA 0,76 44,52

E20 COPEL 1,13 44,08

E21 ELEKTRO 0,75 44,67

E22 ELETROPAULO 1,19 44,29

E23 EMT 0,97 44,48

E24 EMS 0,82 44,38

E25 EMG 0,68 44,58

E26 EPB 0,39 44,91

E27 ESE 0,51 44,99

E28 ETO 1,14 44,21

E29 ESCELSA 1,19 44,27

E30 LIGHT 1,30 44,03

E31 RGE SUL 1,42 43,93

3.3.6 Coeficiente de Aproximação

Por fim, a última etapa do TOPSIS para realizar o ranking das distribuidoras é identificar a

similaridade relativa para cada alternativa (distribuidoras) em relação a solução ideal positiva e

a solução ideal negativa.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

47

Conforme a equação abaixo:

𝑅 =𝐷𝐼

𝐷𝑖− + 𝐷𝑖

+

A tabela 13 abaixo, contém o resultado da aplicação da função acima, para os dados médios

dos indicadores do período entre 2014 e 2017.

Tabela 13 – Coeficiente de aproximação da mediana de 2014 A 2017

Distribuidoras 𝑅

E1 AME 0,036

E2 Ampla 0,964

E3 Bandeirante 0,980

E4 CEB 0,972

E5 CELESC 0,974

E6 CELG 0,950

E7 CEMIG 0,975

E8 CERON 0,889

E9 CELPA 0,975

E10 COELBA 0,973

E11 CEAL 0,942

E12 CELPE 0,972

E13 Enel Ceará 0,984

E14 CEMAR 0,991

E15 CEPISA 0,908

E16 COSERN 0,986

E17 CEEE 0,939

E18 CPFL PAULISTA 0,982

E19 CPFL PIRATININGA 0,983

E20 COPEL 0,975

E21 ELEKTRO 0,983

E22 ELETROPAULO 0,974

E23 EMT 0,979

E24 EMS 0,982

E25 EMG 0,985

E26 EPB 0,991

E27 ESE 0,989

E28 ETO 0,975

E29 ESCELSA 0,974

E30 LIGHT 0,971

E31 RGE SUL 0,969

3.3.7 Ranking

Como resultado das 7 etapas do TOPSIS descritas neste capítulo, temos o ranking das 31

distribuidoras.

O estudo foi copilado seis vezes para vias de comparações, segundo os critérios abaixo:

• Apenas dados de 2014 (Com pesos dos especialistas)

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48

• Apenas dados de 2015 (Com pesos dos especialistas)

• Apenas dados de 2016 (Com pesos dos especialistas)

• Apenas dados de 2017 (Com pesos dos especialistas)

• Mediana dos indicadores do período (Com pesos dos especialistas) – Mediana A

• Mediana dos indicadores do período (Sem pesos) – Mediana B

Os resultados do Ranking dessas 6 análises se encontram na tabela 14 a seguir. As etapas da

modelagem para os 4 anos se encontram nos anexos II, III, IV e V. No próximo capitulo iremos

discutir as principais diferenças entre cada resultado.

Tabela 14 – Ranking do Modelo

Distribuidoras 2014 2015 2016 2017 Mediana A Mediana B

E1 AME 31 31 31 31 31 31

E2 Ampla 24 25 25 23 25 25

E3 Bandeirante 12 11 12 9 11 11

E4 CEB 19 18 18 12 21 20

E5 CELESC 14 19 21 18 17 15

E6 CELG 29 26 26 25 26 26

E7 CEMIG 11 13 16 26 16 14

E8 CERON 25 29 30 30 30 30

E9 CELPA 26 16 13 16 13 19

E10 COELBA 20 21 17 20 20 21

E11 CEAL 30 28 28 27 27 28

E12 CELPE 22 17 15 22 22 18

E13 Enel Ceará 9 9 5 7 6 9

E14 CEMAR 1 2 2 6 2 1

E15 CEPISA 28 30 29 29 29 29

E16 COSERN 7 5 4 3 4 4

E17 CEEE 27 27 27 28 28 27

E18 CPFL PAULISTA 6 8 7 13 10 10

E19

CPFL

PIRATININGA 5 6 9 15

8 7

E20 COPEL 16 14 23 19 15 13

E21 ELEKTRO 10 7 10 4 7 8

E22 ELETROPAULO 17 24 20 14 19 17

E23 EMT 13 23 8 8 12 12

E24 EMS 8 10 6 10 9 6

E25 EMG 3 4 11 5 5 5

E26 EPB 2 1 1 1 1 2

E27 ESE 4 3 3 2 3 3

E28 ETO 18 12 22 11 14 16

E29 ESCELSA 23 15 14 17 18 23

E30 LIGHT 21 20 19 21 23 22

E31 RGE SUL 15 22 24 24 24 24

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Está seção sintetiza os fatos pertinentes ao resultado final da modelagem proposta no capítulo

anterior.

Ela terá três etapas principais:

1. Análise do julgamento dos especialistas, incluindo a comparação do resultado do

ranking com o uso dos pesos e sem o uso dos pesos.

2. Análise do avanço das distribuidoras, incluindo:

a. Melhores Resultados ao longo do período analisado

b. Maiores avanços ao longo do período analisado

c. Piores Resultados ao longo de período analisado

3. Desempenho das distribuidoras públicas do setor

4.1 Julgamento dos Especialistas

O resultado do questionário aplicado aos especialistas de regulação foi plotado no gráfico radar

abaixo:

Figura 11 – Resultado do Julgamento dos Especialistas

Através do gráfico, podemos identificar desvios relevantes em três indicadores. Houve uma

priorização pelos especialistas do indicador de Rentabilidade (EBIT) em detrimento dos

indicadores IASC e de Perdas. Isso reflete uma maior preocupação dos especialistas com a

Δ DEC

Δ FEC

IASC

Δ Perdas não

Técnicas

Custo

Operacional

EBIT

Ajustado

Pesos Iguais

PesosEspecialistas

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

50

situação financeira das distribuidoras em detrimento da capacidade das distribuidoras de

atenderem aos limites regulatórios de perdas e de ser bem avaliados pelos consumidores.

No caso do IASC, o peso atribuído foi menor que a média, isto pode ser justificado pelo fato

que, os funcionários do setor de regulação são instruídos a entender e se preocupar mais com o

que a empresa precisa para seu bom desempenho do que com o que os consumidores esperam

dela. Por ser um indicador de final de processo e com elevado grau de subjetividade, não se

classifica como um indicador tão relevante, na opinião dos especialistas, que ajude tanto o órgão

regulador quanto o agente de distribuição a identificar falhas de processo e auxiliar em tomadas

de decisões. Isto é, dentro da distribuição o IASC possui um papel muito mais de sensor de

qualidade e satisfação que apoio em tomadas de decisão.

Já o peso atribuído as perdas não técnicas, demonstra um certo descredito dos especialistas

sobre a capacidade de gestão das distribuidoras do tema de perdas em conjunto com uma certa

descrença dos especialistas da factibilidade das metas de perdas não técnicas estabelecidas pela

ANEEL. Logo, por mais que o papel do distribuidor seja reduzir suas perdas através de novas

tecnologias e melhores métodos de medição, o desempenho desde indicador não depende tão

somente da distribuidora.

Ao avaliar a diferença entre o ranking mediano com os pesos atribuídos pelos especialistas e o

ranking utilizando pesos iguais, é possível notar que não houve grandes variações nas posições

das distribuidoras de forma geral. As maiores variações de posições no resultado foram, em seis

posições pela distribuidora CELPA que melhorou da 19ª posição para a 13ª posição e a estatal

ESCELSA que melhorou da 23ª posição para a 18ª posição.

No caso da CELPA, a empresa possui problemas crônicos na qualidade do serviço com um

IASC de 42,77% e um DEC 4 horas a mais do que o considerado eficiente pelo órgão regulador.

No entanto, o EBIT desta distribuidora ainda está inflado devido há um bom resultado em 2014

permanecendo em linha com o EBIT regulatório, tendo uma diferença em pontos percentuais

de apenas 2% negativos, sendo assim beneficiada pelo julgamento dos especialistas.

No caso da ESCELSA, pelo gráfico 12 podemos notar que o modelo sem pesos ficou mais

próximo da realidade de 2014 da distribuidora. O modelo com pesos, mostrou de forma mais

eficaz o avanço da distribuidora devido ao projeto iniciado em 2014 de ampliação,

modernização e manutenção da rede de distribuição, com mais de 500 milhões investidos que

impactaram diretamente a base de investimentos da companhia e seu EBIT (CTEE, 2016).

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

51

Figura 12 – Analise de Rentabilidade da ESCELSA

4.2 Análise Geral do Ranking

4.2.1 Melhores Resultados

Verifica-se que a empresa de energia que apresentou o melhor desempenho, segundo os

critérios selecionados para esta análise, foi a EPB (Energisa Paraíba Distribuidora) em três dos

quatro anos avaliados. Identificam-se ainda que na mediana dos quatro anos as empresas abaixo

estão entre as seis melhores empresas avaliadas:

1ª – EPB (Energisa)

2ª – CEMAR (Equatorial)

3ª – ESE (Energisa)

4ª – COSERN (Neoenergia)

5ª – EMG (Energisa)

6ª – ENEL CEARÁ (Enel Brasil)

Nota-se que holding de capital aberto Energisa responsável por 13 empresas de distribuição

atuantes em território brasileiro é o principal grupo gestor das empresas benchmark sendo

responsável por três dos 6 primeiros lugares. O que torna fácil a conclusão de que os modelos

de gestão são grandes influenciadores no desempenho de uma companhia (ENERGISA, 2014).

Os três gráficos abaixo foram baseados nos indicadores medidos no ano de 2017 e têm como

objetivo comparar o limite regulatório imposto pela ANEEL com o valor realizado dos

indicadores de continuidade e perdas utilizados no presente estudo para as 6 empresas listadas

acima.

2014 2015 2016 2017

Rentabilidade da ESCELSA

ESCELSA

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52

Figura 13 –DEC das Empresas Benchmarking

Figura 14 – FEC das Empresas Benchmarking

Enel Ceará

CEMAR

COSERN

EMG

EPB

ESE

DEC Regulatório DEC Realizado

Enel Ceará

CEMAR

COSERN

EMG

EPB

ESE

FEC Regulatório FEC Realizado

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53

Figura 15 – Perdas das Empresas Benchmarking

Através da análise gráfica podemos concluir que as companhias com melhores resultados estão

correspondendo positivamente ao ambiente competitivo criado pela ANEEL. Isto é, mantendo

os indicadores avaliados bem próximos ou até mesmo abaixo do limite imposto pelo órgão

regulador.

4.2.2 Maiores avanços

No quesito melhoria, podemos destacar duas distribuidoras, ETO e CELPA, que apesar de não

serem consideradas empresas benchmark tiveram uma melhora significativa em seus

indicadores de desempenho entre os anos de 2014 e 2017.

Ambas as distribuidoras pertenciam ao grupo Rede Energia que foi a falência em virtude de

uma situação gerencial delicada, deixando sob intervenção administrativa da ANEEL 8

distribuidoras do Brasil de 2012 até 2014 (DUTRA & GONÇALVES, 2017). A decisão de

intervenção pelo órgão regulador foi devido ao alto endividamento das concessionárias que

colocava em risco a prestação adequada dos serviços de distribuição de eletricidade

(ENERGISA, 2014)

Em 2014, houve a transferência do controle das concessionárias. A distribuidora de Tocantins

(ETO) passou a ser administrada pelo Grupo Energisa e a distribuidora do Pará (CELPA) teve

o seu controle administrativo transferido para o grupo Equatorial (CASTRO & BRANDÃO,

2013). O processo de recuperação devido a mudança do controle administrativo das duas

Enel Ceará

CEMAR

COSERN

EMG

EPB

ESE

Perdas Regulatórias Perdas Realizadas

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54

distribuidoras é evidente nesse estudo. A ETO passou da 18ª posição para a 11ª posição e a

CELPA de 26ª para 16ª posição no período estudado.

O gráfico abaixo, compara o coeficiente de aproximação da ETO e CELPA com a

benchmarking EPB e com a CEPISA, empresa que não vem mostrando bons resultados no

período.

Figura 16 – Análise do Coeficiente de Aproximação

Pelo gráfico, podemos notar que ambas as empresas estão cada vez mais próximas da

considerada Benchmark EPB e mais afastadas da CEPISA. O que está em linha com o ranking

geral feito com a mediana apresentado neste estudo.

4.2.3 Piores Resultados

Dentre as empresas que não apresentaram bons resultados, tivemos a empresa estatal AmE que

ficou com a última posição (31ª) em todos os anos avaliados e CERON que veio em um período

de queda de desempenho relevante de cinco posições entre 2014 (25ª) até 2017 (30ª) e a

CEPISA que se manteve em média na 29ª posição no estudo. Conforme os resultados

apresentados pela literatura, empresas com indicadores mais distantes dos valores considerados

eficientes pela ANEEL apresentam um pior desempenho econômico financeiro e vice-versa.

As três empresas citadas, são pertencentes a Eletrobrás e estão em processo de desestatização

devido a problemas crônicos de gestão que impactaram na qualidade do serviço de distribuição

das companhias.

2014 2015 2016 2017

ETO CELPA EPB CEPISA

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5 CONCLUSÃO

Esta pesquisa atende o objetivo geral de propor uma metodologia multicritério de avaliação da

performance das empresas de distribuição do setor elétrico brasileiro. Utilizando os métodos

TOPSIS e AHP foi apresentado e testado um modelo capaz de auxiliar no processo de

comparação entre a distribuidora, contribuindo no processo de tomada de decisão.

As abordagens conceituais e metodológicas discutidas nos capítulos 2 e 3 foram fundamentais

para o desenvolvimento do referido modelo, contribuindo de forma significativa para que os

objetivos do trabalho fossem alcançados.

Este projeto demonstra a relevância dos métodos multicritério no ordenamento de alternativas

num processo decisório, principalmente em virtude da simplicidade e facilidade de

implementação e entendimento que esses métodos apresentam. A utilização dos métodos

TOPSIS e AHP voltados para a tomada de decisão propiciam discussões mais claras e objetivas,

tornando o processo de escolha um processo mais estruturado e em certa medida racional.

O resultado da aplicação da metodologia, proposto nesse estudo, conduziu a uma ordenação das

distribuidoras de energia elétrica que se mostrou coerente com as expectativas dos especialistas,

levando em conta o contexto regulatório, econômico e social nos anos analisados.

Um exemplo claro disso é o processo de desestatização das distribuidoras de energia da

Eletrobrás, que obtiveram baixo desempenho nesse estudo. O processo de desestatização é uma

medida que está sendo tomada pelo órgão regulador em conjunto com o governo federal na

expectativa de melhorar o desempenho das companhias do setor.

A desestatização de companhias do setor elétrico vem se mostrado eficiente, tanto neste estudo

como na análise oficial da ANEEL. Como comprova o caso da Enel Goiás, antiga CELG

(Distribuidora pertencente a Eletrobrás), onde houve uma de melhora substancial da qualidade

do serviço após a mudança de gestão.

Esses achados de forma geral são relevantes, pois permitem aos stakeholders, incluindo o

próprio governo federal, decidir de forma transparente em quais organizações vão investir seus

recursos e realizar medidas mais drásticas para melhorar o sistema de energia elétrica do país e

o desempenho econômico das companhias.

Em particular, após a mudança do modelo regulatório de “Empresa de Referência” para

Remuneração via Benchmarking a informação quanto ao posicionamento de uma distribuidora

perante as outras torna-se financeiramente relevante. Pois dependendo do resultado desta

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

56

comparação a empresa pode priorizar esforços e aplicar medidas e recursos antes da revisão

tarifária de forma a melhorar o seu posicionamento e aumentar a parcela de custos reconhecida

em tarifa pela ANEEL.

5.1 Trabalhos Futuros

Dentre as expectativas para futuros estudos temos:

1. Incluir fatores de sustentabilidade no modelo a fim de considerar problemas de cunho

social e ambiental na análise;

2. Explorar a dispersão dos resultados da pesquisa utilizando a metodologia Fuzzy;

3. Aplicar o modelo em distribuidoras de outros países, como forma de comparar os

resultados e destacar as diferenças de resultados alinhada aos modelos regulatórios de

cada país, permitindo também ao órgão regulador comparar o desempenho das

distribuidoras em diversos países, contextualizando-o em seu ambiente regulatório

particular;

4. Aplicação de um questionário de avaliação para o julgamento de especialista de grupos

mais heterogêneos, como representantes da sociedade em geral, funcionários do órgão

regulador e ambientalistas.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

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7 ANEXOS

ANEXO I – Questionário de Análise de Desempenho das Distribuidoras

DEC FEC 1 2 3 4 5 6 7 8 9

DEC EBITDA/BASE 1 2 3 4 5 6 7 8 9

DEC Custo Operacional 1 2 3 4 5 6 7 8 9

DEC Perdas não Técnicas 1 2 3 4 5 6 7 8 9

DEC IASC 1 2 3 4 5 6 7 8 9

FEC EBITDA/BASE 1 2 3 4 5 6 7 8 9

FEC Custo Operacional 1 2 3 4 5 6 7 8 9

FEC Perdas não Técnicas 1 2 3 4 5 6 7 8 9

FEC IASC 1 2 3 4 5 6 7 8 9

EBITDA/BASE Custo Operacional 1 2 3 4 5 6 7 8 9

EBITDA/BASE Perdas não Técnicas 1 2 3 4 5 6 7 8 9

EBITDA/BASE IASC 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Custo Operacional Perdas não Técnicas 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Custo Operacional IASC 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Perdas não Técnicas IASC 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Preferência Julgamento

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62

ANEXO II – Modelagem de 2014

• Matriz de Decisão de 2014

Distribuidoras Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME -2,63 11,89 62,59 -59,0% 0,54 92,2%

E2 Ampla -10,02 0,73 60,75 -4,6% 0,23 4,0%

E3 Bandeirante 1,45 2,23 68,59 -3,7% 0,20 -0,7%

E4 CEB -4,40 -1,12 66,80 -0,7% 0,40 -34,1%

E5 CELESC -0,65 1,46 74,58 -2,1% 0,33 -3,4%

E6 CELG -23,77 -11,73 56,75 -4,0% 0,34 -17,1%

E7 CEMIG 1,19 3,08 68,75 -2,9% 0,33 -3,7%

E8 CERON -2,07 -0,52 56,21 -12,6% 0,60 8,8%

E9 CELPA -14,99 3,77 47,49 -12,1% 0,31 6,3%

E10 COELBA -5,22 2,97 67,63 -4,8% 0,23 2,5%

E11 CEAL -20,39 -9,00 52,30 -15,8% 0,32 -21,7%

E12 CELPE -9,12 3,21 57,36 -2,0% 0,24 -9,2%

E13 Enel Ceará 3,80 5,58 70,72 -4,1% 0,18 14,3%

E14 CEMAR 6,37 5,70 64,24 5,5% 0,22 7,2%

E15 CEPISA -9,23 -3,03 53,24 -16,6% 0,34 17,8%

E16 COSERN -0,95 2,47 66,27 1,4% 0,23 6,0%

E17 CEEE -13,96 -5,27 63,51 -11,1% 0,45 -49,6%

E18 CPFL PAULISTA 1,32 2,62 72,23 -0,3% 0,19 6,0%

E19 CPFL PIRATININGA 0,61 2,47 70,57 0,2% 0,18 9,5%

E20 COPEL -1,73 1,13 75,24 -1,4% 0,32 -8,0%

E21 ELEKTRO 0,82 2,94 73,23 -2,9% 0,22 12,3%

E22 ELETROPAULO -4,72 1,24 65,45 -0,1% 0,20 4,0%

E23 EMT -1,67 1,72 68,29 -0,9% 0,46 0,9%

E24 EMS 0,75 3,85 68,50 1,5% 0,37 -14,3%

E25 EMG 2,40 4,41 75,02 0,9% 0,30 3,4%

E26 EPB 2,57 5,63 72,73 3,3% 0,23 2,8%

E27 ESE -1,17 2,32 58,84 3,5% 0,30 12,0%

E28 ETO -0,86 10,08 58,75 -5,0% 0,50 -6,0%

E29 ESCELSA -0,02 1,67 71,61 -9,9% 0,24 -1,8%

E30 LIGHT -3,36 0,27 65,49 -6,3% 0,25 -6,1%

E31 RGE SUL -4,07 2,72 66,09 0,2% 0,25 1,7%

• Máximos utilizados para normalizar em 2014

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Máximo 6,04 16,77 74,15 0,06 0,54 0,12

• Pesos dados pelos especialistas

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Pesos 16,2% 15,5% 12,0% 11,3% 17,4% 27,7%

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63

• Matriz Normalizada de 2014

Distribuidoras

Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME -0,41 1,00 0,83 -10,70 0,90 1,00

E2 Ampla -1,57 0,06 0,81 -0,83 0,38 0,04

E3 Bandeirante 0,23 0,19 0,91 -0,68 0,33 -0,01

E4 CEB -0,69 -0,09 0,89 -0,13 0,66 -0,37

E5 CELESC -0,10 0,12 0,99 -0,37 0,54 -0,04

E6 CELG -3,73 -0,99 0,75 -0,73 0,57 -0,19

E7 CEMIG 0,19 0,26 0,91 -0,52 0,55 -0,04

E8 CERON -0,32 -0,04 0,75 -2,29 1,00 0,10

E9 CELPA -2,35 0,32 0,63 -2,20 0,52 0,07

E10 COELBA -0,82 0,25 0,90 -0,87 0,38 0,03

E11 CEAL -3,20 -0,76 0,70 -2,87 0,54 -0,24

E12 CELPE -1,43 0,27 0,76 -0,37 0,40 -0,10

E13 Enel Ceará 0,60 0,47 0,94 -0,74 0,29 0,16

E14 CEMAR 1,00 0,48 0,85 1,00 0,37 0,08

E15 CEPISA -1,45 -0,25 0,71 -3,01 0,56 0,19

E16 COSERN -0,15 0,21 0,88 0,26 0,38 0,06

E17 CEEE -2,19 -0,44 0,84 -2,02 0,75 -0,54

E18 CPFL PAULISTA 0,21 0,22 0,96 -0,06 0,31 0,07

E19 CPFL PIRATININGA 0,10 0,21 0,94 0,03 0,31 0,10

E20 COPEL -0,27 0,10 1,00 -0,25 0,53 -0,09

E21 ELEKTRO 0,13 0,25 0,97 -0,53 0,37 0,13

E22 ELETROPAULO -0,74 0,10 0,87 -0,02 0,34 0,04

E23 EMT -0,26 0,14 0,91 -0,17 0,76 0,01

E24 EMS 0,12 0,32 0,91 0,27 0,61 -0,16

E25 EMG 0,38 0,37 1,00 0,17 0,50 0,04

E26 EPB 0,40 0,47 0,97 0,59 0,39 0,03

E27 ESE -0,18 0,20 0,78 0,64 0,50 0,13

E28 ETO -0,14 0,85 0,78 -0,90 0,84 -0,07

E29 ESCELSA 0,00 0,14 0,95 -1,79 0,40 -0,02

E30 LIGHT -0,53 0,02 0,87 -1,15 0,41 -0,07

E31 RGE SUL -0,64 0,23 0,88 0,04 0,42 0,02

• Solução Ideal Positiva de 2014

C1 C2 C3 C4 C5 C6

PIS 1,00 1,00 1,00 1,00 0,29 1,00

• Solução Ideal Negativa de 2014

C1 C2 C3 C4 C5 C6

NIS -3,73 -0,99 0,63 -10,70 1,00 -0,54

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64

• Distância Euclidiana de 2014

Distribuidoras 𝐷+ 𝐷−

E1 AME 3,98 1,75

E2 Ampla 1,36 3,47

E3 Bandeirante 0,89 3,77

E4 CEB 1,16 3,77

E5 CELESC 0,91 3,80

E6 CELG 2,23 3,35

E7 CEMIG 0,87 3,81

E8 CERON 1,41 3,18

E9 CELPA 1,82 2,97

E10 COELBA 1,13 3,56

E11 CEAL 2,34 2,65

E12 CELPE 1,26 3,64

E13 Enel Ceará 0,78 3,84

E14 CEMAR 0,53 4,42

E15 CEPISA 1,80 2,79

E16 COSERN 0,79 4,00

E17 CEEE 1,92 2,99

E18 CPFL PAULISTA 0,75 3,96

E19 CPFL PIRATININGA 0,75 3,97

E20 COPEL 0,95 3,81

E21 ELEKTRO 0,83 3,81

E22 ELETROPAULO 0,99 3,83

E23 EMT 0,91 3,84

E24 EMS 0,80 4,04

E25 EMG 0,68 4,06

E26 EPB 0,62 4,20

E27 ESE 0,75 4,11

E28 ETO 1,00 3,67

E29 ESCELSA 1,20 3,40

E30 LIGHT 1,17 3,50

E31 RGE SUL 0,95 3,86

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

65

• Coeficiente de Aproximação de 2014 e Ranking

Distribuidoras 𝑹 Posição

E1 AME 0,305 31

E2 Ampla 0,719 24

E3 Bandeirante 0,808 12

E4 CEB 0,765 19

E5 CELESC 0,806 14

E6 CELG 0,600 29

E7 CEMIG 0,813 11

E8 CERON 0,692 25

E9 CELPA 0,620 26

E10 COELBA 0,759 20

E11 CEAL 0,531 30

E12 CELPE 0,742 22

E13 Enel Ceará 0,831 9

E14 CEMAR 0,893 1

E15 CEPISA 0,608 28

E16 COSERN 0,836 7

E17 CEEE 0,609 27

E18 CPFL PAULISTA 0,840 6

E19 CPFL PIRATININGA 0,842 5

E20 COPEL 0,801 16

E21 ELEKTRO 0,822 10

E22 ELETROPAULO 0,794 17

E23 EMT 0,808 13

E24 EMS 0,834 8

E25 EMG 0,856 3

E26 EPB 0,872 2

E27 ESE 0,845 4

E28 ETO 0,787 18

E29 ESCELSA 0,739 23

E30 LIGHT 0,749 21

E31 RGE SUL 0,803 15

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

66

ANEXO III – Modelagem de 2015

• Matriz de Decisão de 2015

Distribuidoras Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 4,17 19,12 45,93 -0,58 0,53 -4,11

E2 Ampla -16,20 -3,34 50,62 -0,07 0,27 -0,08

E3 Bandeirante 0,89 2,44 52,75 -0,03 0,20 0,02

E4 CEB -5,03 -2,41 58,31 -0,04 0,35 -0,05

E5 CELESC -1,19 0,85 59,11 -0,02 0,30 -0,12

E6 CELG -27,43 -10,78 41,25 -0,01 0,35 -0,22

E7 CEMIG 0,08 2,45 66,71 -0,04 0,27 -0,02

E8 CERON -16,03 -9,05 52,15 -0,19 0,54 -0,78

E9 CELPA -6,39 8,83 38,05 -0,07 0,22 0,04

E10 COELBA -8,13 1,37 55,47 -0,05 0,23 -0,01

E11 CEAL -14,38 -8,11 54,56 -0,17 0,31 -0,44

E12 CELPE -3,83 2,92 57,43 -0,01 0,25 -0,09

E13 Enel Ceará 0,26 2,57 52,24 -0,04 0,17 0,07

E14 CEMAR 6,40 6,08 56,98 0,06 0,22 0,05

E15 CEPISA -3,98 -4,12 46,76 -0,21 0,33 -1,08

E16 COSERN 0,20 3,27 59,36 0,02 0,21 0,07

E17 CEEE -4,61 -0,67 52,97 -0,13 0,38 -0,48

E18 CPFL PAULISTA 0,34 2,40 60,75 -0,01 0,19 0,02

E19 CPFL PIRATININGA 0,13 2,17 58,82 0,03 0,18 0,05

E20 COPEL -1,89 1,00 60,26 -0,01 0,30 -0,06

E21 ELEKTRO 0,28 2,61 57,00 -0,02 0,21 0,05

E22 ELETROPAULO -15,72 -0,64 54,42 0,01 0,24 -0,07

E23 EMT -4,61 -2,46 44,80 -0,03 0,40 -0,11

E24 EMS -0,74 3,31 50,29 0,03 0,36 0,01

E25 EMG 1,59 2,79 70,12 0,00 0,29 0,10

E26 EPB 3,19 5,95 63,08 0,05 0,22 0,14

E27 ESE 0,62 3,06 58,81 0,06 0,24 0,10

E28 ETO -2,94 6,44 47,96 -0,06 0,44 0,14

E29 ESCELSA 1,32 2,91 58,81 -0,10 0,23 -0,01

E30 LIGHT -3,73 0,20 49,81 -0,04 0,25 -0,09

E31 RGE SUL -6,14 2,32 51,72 -0,03 0,26 -0,10

• Máximos utilizados para normalizar em 2015

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Máximo 6,40 19,12 70,12 0,06 0,54 0,14

• Pesos dados pelos especialistas

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Pesos 16,2% 15,5% 12,0% 11,3% 17,4% 27,7%

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

67

• Matriz Normalizada de 2015

Distribuidoras

Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 0,65 1,00 0,66 -9,80 0,98 -29,16

E2 Ampla -2,53 -0,17 0,72 -1,11 0,50 -0,56

E3 Bandeirante 0,14 0,13 0,75 -0,50 0,38 0,14

E4 CEB -0,79 -0,13 0,83 -0,62 0,65 -0,37

E5 CELESC -0,19 0,04 0,84 -0,41 0,56 -0,87

E6 CELG -4,29 -0,56 0,59 -0,18 0,65 -1,55

E7 CEMIG 0,01 0,13 0,95 -0,72 0,49 -0,11

E8 CERON -2,50 -0,47 0,74 -3,31 1,00 -5,56

E9 CELPA -1,00 0,46 0,54 -1,20 0,41 0,25

E10 COELBA -1,27 0,07 0,79 -0,91 0,42 -0,06

E11 CEAL -2,25 -0,42 0,78 -2,89 0,58 -3,09

E12 CELPE -0,60 0,15 0,82 -0,16 0,46 -0,66

E13 Enel Ceará 0,04 0,13 0,75 -0,64 0,32 0,52

E14 CEMAR 1,00 0,32 0,81 1,00 0,41 0,39

E15 CEPISA -0,62 -0,22 0,67 -3,53 0,60 -7,62

E16 COSERN 0,03 0,17 0,85 0,30 0,39 0,46

E17 CEEE -0,72 -0,04 0,76 -2,20 0,71 -3,40

E18 CPFL PAULISTA 0,05 0,13 0,87 -0,10 0,35 0,12

E19 CPFL PIRATININGA 0,02 0,11 0,84 0,54 0,34 0,36

E20 COPEL -0,30 0,05 0,86 -0,11 0,55 -0,44

E21 ELEKTRO 0,04 0,14 0,81 -0,38 0,39 0,34

E22 ELETROPAULO -2,46 -0,03 0,78 0,09 0,44 -0,48

E23 EMT -0,72 -0,13 0,64 -0,59 0,75 -0,80

E24 EMS -0,12 0,17 0,72 0,45 0,67 0,04

E25 EMG 0,25 0,15 1,00 0,01 0,54 0,71

E26 EPB 0,50 0,31 0,90 0,85 0,42 1,00

E27 ESE 0,10 0,16 0,84 0,99 0,45 0,67

E28 ETO -0,46 0,34 0,68 -0,94 0,82 1,00

E29 ESCELSA 0,21 0,15 0,84 -1,64 0,42 -0,05

E30 LIGHT -0,58 0,01 0,71 -0,65 0,46 -0,63

E31 RGE SUL -0,96 0,12 0,74 -0,52 0,48 -0,69

• Solução Ideal Positiva de 2015

C1 C2 C3 C4 C5 C6

PIS 1,00 1,00 1,00 1,00 0,32 1,00

• Solução Ideal Negativa de 2015

C1 C2 C3 C4 C5 C6

NIS -4,29 -0,56 0,54 -9,80 1,00 -29,16

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

68

• Distância Euclidiana de 2015

Distribuidoras 𝐷+ 𝐷−

E1 AME 16,29 2,08

E2 Ampla 1,85 15,36

E3 Bandeirante 0,84 15,85

E4 CEB 1,25 15,53

E5 CELESC 1,26 15,32

E6 CELG 2,63 14,89

E7 CEMIG 0,98 15,70

E8 CERON 4,05 12,64

E9 CELPA 1,19 15,81

E10 COELBA 1,30 15,66

E11 CEAL 2,89 13,95

E12 CELPE 1,20 15,43

E13 Enel Ceará 0,80 16,03

E14 CEMAR 0,43 16,12

E15 CEPISA 4,86 11,63

E16 COSERN 0,63 16,06

E17 CEEE 2,68 13,88

E18 CPFL PAULISTA 0,79 15,86

E19 CPFL PIRATININGA 0,65 16,03

E20 COPEL 1,07 15,56

E21 ELEKTRO 0,78 15,95

E22 ELETROPAULO 1,67 15,48

E23 EMT 1,38 15,32

E24 EMS 0,79 15,85

E25 EMG 0,59 16,18

E26 EPB 0,35 16,40

E27 ESE 0,53 16,22

E28 ETO 0,94 16,23

E29 ESCELSA 1,14 15,68

E30 LIGHT 1,27 15,41

E31 RGE SUL 1,34 15,37

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

69

• Coeficiente de Aproximação de 2015 e Ranking

Distribuidoras 𝑹 Posição

E1 AME 0,113 31

E2 Ampla 0,892 25

E3 Bandeirante 0,950 11

E4 CEB 0,926 18

E5 CELESC 0,924 19

E6 CELG 0,850 26

E7 CEMIG 0,941 13

E8 CERON 0,757 29

E9 CELPA 0,930 16

E10 COELBA 0,923 21

E11 CEAL 0,828 28

E12 CELPE 0,928 17

E13 Enel Ceará 0,952 9

E14 CEMAR 0,974 2

E15 CEPISA 0,705 30

E16 COSERN 0,962 5

E17 CEEE 0,838 27

E18 CPFL PAULISTA 0,953 8

E19 CPFL PIRATININGA 0,961 6

E20 COPEL 0,936 14

E21 ELEKTRO 0,953 7

E22 ELETROPAULO 0,902 24

E23 EMT 0,917 23

E24 EMS 0,952 10

E25 EMG 0,965 4

E26 EPB 0,979 1

E27 ESE 0,969 3

E28 ETO 0,945 12

E29 ESCELSA 0,932 15

E30 LIGHT 0,924 20

E31 RGE SUL 0,920 22

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

70

ANEXO IV – Modelagem de 2016

• Matriz de Decisão de 2016

Distribuidoras Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 0,02 15,43 52,28 -0,64 0,49 -16,16

E2 Ampla -11,09 -3,32 59,93 -0,08 0,26 -0,09

E3 Bandeirante 0,16 1,74 60,43 -0,03 0,20 -0,06

E4 CEB 0,39 0,50 63,21 -0,03 0,39 -0,14

E5 CELESC -0,44 1,56 64,46 -0,05 0,29 -0,14

E6 CELG -14,61 -6,06 53,04 -0,03 0,33 -0,14

E7 CEMIG -0,44 2,31 64,04 -0,04 0,24 -0,10

E8 CERON -9,52 -3,19 60,76 -0,28 0,48 -1,07

E9 CELPA -1,07 8,19 35,47 -0,04 0,35 -0,08

E10 COELBA -6,95 0,74 61,02 -0,04 0,25 -0,02

E11 CEAL -6,95 -5,43 62,04 -0,22 0,28 -0,45

E12 CELPE -1,09 3,06 72,98 -0,01 0,25 -0,10

E13 Enel Ceará 3,30 3,80 65,87 -0,03 0,16 0,05

E14 CEMAR 5,70 5,84 61,41 0,06 0,22 0,05

E15 CEPISA -2,85 -2,36 42,62 -0,25 0,34 -0,96

E16 COSERN 0,56 2,05 77,91 0,01 0,22 0,03

E17 CEEE -4,82 -1,58 70,76 -0,19 0,36 -0,35

E18 CPFL PAULISTA 0,33 2,09 67,99 -0,03 0,19 0,01

E19 CPFL PIRATININGA -1,10 2,47 67,91 0,01 0,19 -0,02

E20 COPEL 0,33 1,52 73,06 -0,01 0,29 -0,20

E21 ELEKTRO 0,51 2,69 69,93 -0,05 0,20 -0,01

E22 ELETROPAULO -7,81 -0,98 58,03 -0,01 0,20 -0,06

E23 EMT 1,33 6,66 52,87 -0,05 0,37 0,01

E24 EMS 0,94 3,82 66,85 0,03 0,34 -0,02

E25 EMG 1,22 2,29 58,86 0,00 0,29 -0,06

E26 EPB 2,87 5,63 76,75 0,02 0,22 0,11

E27 ESE 1,33 3,03 68,48 0,04 0,23 0,13

E28 ETO -3,76 6,03 59,18 -0,03 0,40 -0,12

E29 ESCELSA 1,10 2,25 69,10 -0,08 0,22 -0,05

E30 LIGHT -2,97 -0,03 63,92 -0,04 0,23 -0,11

E31 RGE SUL -7,20 0,44 70,39 -0,06 0,24 -0,13

• Máximos utilizados para normalizar em 2016

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Máximo 5,70 15,43 77,91 0,06 0,49 0,13

• Pesos dados pelos especialistas

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Pesos 16,2% 15,5% 12,0% 11,3% 17,4% 27,7%

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

71

• Matriz Normalizada de 2016

Distribuidoras

Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 0,00 1,00 0,67 -10,72 1,00 -127,54

E2 Ampla -1,95 -0,22 0,77 -1,27 0,54 -0,69

E3 Bandeirante 0,03 0,11 0,78 -0,53 0,40 -0,48

E4 CEB 0,07 0,03 0,81 -0,45 0,79 -1,07

E5 CELESC -0,08 0,10 0,83 -0,78 0,58 -1,08

E6 CELG -2,56 -0,39 0,68 -0,52 0,66 -1,13

E7 CEMIG -0,08 0,15 0,82 -0,75 0,49 -0,76

E8 CERON -1,67 -0,21 0,78 -4,71 0,98 -8,43

E9 CELPA -0,19 0,53 0,46 -0,63 0,71 -0,62

E10 COELBA -1,22 0,05 0,78 -0,62 0,51 -0,19

E11 CEAL -1,22 -0,35 0,80 -3,75 0,58 -3,54

E12 CELPE -0,19 0,20 0,94 -0,18 0,50 -0,80

E13 Enel Ceará 0,58 0,25 0,85 -0,58 0,33 0,37

E14 CEMAR 1,00 0,38 0,79 1,00 0,44 0,37

E15 CEPISA -0,50 -0,15 0,55 -4,19 0,68 -7,59

E16 COSERN 0,10 0,13 1,00 0,21 0,45 0,22

E17 CEEE -0,85 -0,10 0,91 -3,12 0,72 -2,80

E18 CPFL PAULISTA 0,06 0,14 0,87 -0,45 0,39 0,05

E19 CPFL PIRATININGA -0,19 0,16 0,87 0,13 0,38 -0,17

E20 COPEL 0,06 0,10 0,94 -0,10 0,59 -1,56

E21 ELEKTRO 0,09 0,17 0,90 -0,89 0,40 -0,06

E22 ELETROPAULO -1,37 -0,06 0,74 -0,13 0,41 -0,49

E23 EMT 0,23 0,43 0,68 -0,78 0,75 0,10

E24 EMS 0,16 0,25 0,86 0,57 0,70 -0,17

E25 EMG 0,21 0,15 0,76 -0,07 0,58 -0,48

E26 EPB 0,50 0,36 0,99 0,34 0,45 0,84

E27 ESE 0,23 0,20 0,88 0,65 0,46 1,00

E28 ETO -0,66 0,39 0,76 -0,55 0,81 -0,98

E29 ESCELSA 0,19 0,15 0,89 -1,38 0,44 -0,38

E30 LIGHT -0,52 0,00 0,82 -0,65 0,48 -0,88

E31 RGE SUL -1,26 0,03 0,90 -0,93 0,48 -1,03

• Solução Ideal Positiva de 2016

C1 C2 C3 C4 C5 C6

PIS 1,00 1,00 1,00 1,00 0,33 1,00

• Solução Ideal Negativa de 2016

C1 C2 C3 C4 C5 C6

NIS -2,56 -0,39 0,46 -10,72 1,00 -127,54

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

72

• Distância Euclidiana de 2016

Distribuidoras 𝐷+ 𝐷−

E1 AME 67,80 1,17

E2 Ampla 1,74 66,87

E3 Bandeirante 1,07 67,00

E4 CEB 1,32 66,69

E5 CELESC 1,37 66,68

E6 CELG 1,98 66,65

E7 CEMIG 1,23 66,85

E8 CERON 5,46 62,75

E9 CELPA 1,16 66,93

E10 COELBA 1,28 67,14

E11 CEAL 3,06 65,34

E12 CELPE 1,18 66,83

E13 Enel Ceará 0,71 67,45

E14 CEMAR 0,42 67,48

E15 CEPISA 4,91 63,21

E16 COSERN 0,70 67,38

E17 CEEE 2,58 65,74

E18 CPFL PAULISTA 0,87 67,28

E19 CPFL PIRATININGA 0,90 67,18

E20 COPEL 1,50 66,44

E21 ELEKTRO 0,98 67,22

E22 ELETROPAULO 1,36 67,00

E23 EMT 0,88 67,30

E24 EMS 0,79 67,19

E25 EMG 0,98 67,01

E26 EPB 0,40 67,71

E27 ESE 0,46 67,80

E28 ETO 1,38 66,74

E29 ESCELSA 1,18 67,04

E30 LIGHT 1,35 66,78

E31 RGE SUL 1,60 66,70

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

73

• Coeficiente de Aproximação de 2016 e Ranking

Distribuidoras 𝑹 Posição

E1 AME 0,017 31

E2 Ampla 0,975 25

E3 Bandeirante 0,984 12

E4 CEB 0,981 18

E5 CELESC 0,980 21

E6 CELG 0,971 26

E7 CEMIG 0,982 16

E8 CERON 0,920 30

E9 CELPA 0,983 13

E10 COELBA 0,981 17

E11 CEAL 0,955 28

E12 CELPE 0,983 15

E13 Enel Ceará 0,990 5

E14 CEMAR 0,994 2

E15 CEPISA 0,928 29

E16 COSERN 0,990 4

E17 CEEE 0,962 27

E18 CPFL PAULISTA 0,987 7

E19 CPFL PIRATININGA 0,987 9

E20 COPEL 0,978 23

E21 ELEKTRO 0,986 10

E22 ELETROPAULO 0,980 20

E23 EMT 0,987 8

E24 EMS 0,988 6

E25 EMG 0,986 11

E26 EPB 0,994 1

E27 ESE 0,993 3

E28 ETO 0,980 22

E29 ESCELSA 0,983 14

E30 LIGHT 0,980 19

E31 RGE SUL 0,977 24

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

74

ANEXO V – Modelagem de 2017

• Matriz de Decisão de 2017

Distribuidoras Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 8,26 18,12 45,89 -0,24 0,52 -16,24

E2 Ampla -7,47 -1,62 58,05 -0,06 0,25 -0,08

E3 Bandeirante 0,59 1,65 65,56 -0,03 0,20 0,00

E4 CEB 0,94 0,79 66,64 -0,02 0,38 -0,02

E5 CELESC -0,24 1,59 73,90 -0,04 0,30 -0,04

E6 CELG -18,25 -7,70 60,69 -0,01 0,34 0,01

E7 CEMIG 0,00 2,11 65,75 -0,07 0,28 -0,17

E8 CERON -11,73 -3,33 53,02 -0,34 0,54 -1,89

E9 CELPA 2,38 9,60 48,77 -0,02 0,29 -0,07

E10 COELBA -4,69 0,62 59,57 -0,01 0,23 -0,05

E11 CEAL -7,01 -5,30 60,26 -0,12 0,31 -0,06

E12 CELPE -3,06 1,77 59,96 -0,02 0,24 -0,10

E13 Enel Ceará 2,77 3,15 58,34 -0,06 0,17 0,05

E14 CEMAR 5,42 4,76 53,91 0,05 0,22 -0,06

E15 CEPISA -2,69 -2,24 52,67 -0,16 0,33 -0,55

E16 COSERN 0,94 2,89 66,25 0,03 0,22 0,03

E17 CEEE -6,62 -1,22 69,33 -0,15 0,40 -0,34

E18 CPFL PAULISTA 0,38 1,65 57,87 -0,04 0,19 -0,01

E19 CPFL PIRATININGA -0,07 1,56 61,44 -0,03 0,19 -0,02

E20 COPEL 0,44 1,71 80,69 0,01 0,30 -0,09

E21 ELEKTRO 1,11 2,34 62,40 -0,01 0,21 0,06

E22 ELETROPAULO -3,96 -0,57 57,30 0,00 0,21 -0,01

E23 EMT -1,43 7,34 55,67 -0,05 0,41 0,04

E24 EMS 0,37 3,51 64,44 -0,02 0,36 -0,02

E25 EMG 3,12 4,30 71,18 -0,02 0,29 0,02

E26 EPB 2,99 4,95 67,62 0,02 0,23 0,10

E27 ESE 0,77 2,33 63,64 0,03 0,26 0,12

E28 ETO -0,81 6,55 45,15 0,02 0,45 -0,04

E29 ESCELSA 1,37 2,44 68,36 -0,03 0,23 -0,05

E30 LIGHT -0,60 0,86 55,05 -0,03 0,24 -0,09

E31 RGE SUL -4,12 1,45 71,09 -0,04 0,25 -0,13

• Máximos utilizados para normalizar em 2017

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Máximo 8,26 18,12 80,69 0,05 0,54 0,12

• Pesos dados pelos especialistas

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Pesos 16,2% 15,5% 12,0% 11,3% 17,4% 27,7%

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

75

• Matriz Normalizada de 2017

Distribuidoras

Critério

C1 C2 C3 C4 C5 C6

E1 AME 1,00 1,00 0,57 -4,82 0,96 -134,32

E2 Ampla -0,90 -0,09 0,72 -1,17 0,47 -0,64

E3 Bandeirante 0,07 0,09 0,81 -0,64 0,37 -0,01

E4 CEB 0,11 0,04 0,83 -0,44 0,70 -0,17

E5 CELESC -0,03 0,09 0,92 -0,80 0,56 -0,33

E6 CELG -2,21 -0,43 0,75 -0,14 0,63 0,08

E7 CEMIG 0,00 0,12 0,81 -1,31 0,52 -1,39

E8 CERON -1,42 -0,18 0,66 -6,73 1,00 -15,60

E9 CELPA 0,29 0,53 0,60 -0,36 0,54 -0,60

E10 COELBA -0,57 0,03 0,74 -0,15 0,44 -0,39

E11 CEAL -0,85 -0,29 0,75 -2,43 0,57 -0,47

E12 CELPE -0,37 0,10 0,74 -0,31 0,45 -0,84

E13 Enel Ceará 0,34 0,17 0,72 -1,23 0,32 0,45

E14 CEMAR 0,66 0,26 0,67 1,00 0,41 -0,50

E15 CEPISA -0,33 -0,12 0,65 -3,20 0,62 -4,56

E16 COSERN 0,11 0,16 0,82 0,69 0,41 0,23

E17 CEEE -0,80 -0,07 0,86 -3,02 0,73 -2,82

E18 CPFL PAULISTA 0,05 0,09 0,72 -0,72 0,35 -0,07

E19 CPFL PIRATININGA -0,01 0,09 0,76 -0,58 0,34 -0,20

E20 COPEL 0,05 0,09 1,00 0,13 0,56 -0,74

E21 ELEKTRO 0,13 0,13 0,77 -0,28 0,39 0,49

E22 ELETROPAULO -0,48 -0,03 0,71 0,03 0,40 -0,07

E23 EMT -0,17 0,40 0,69 -0,90 0,76 0,33

E24 EMS 0,04 0,19 0,80 -0,40 0,66 -0,15

E25 EMG 0,38 0,24 0,88 -0,30 0,54 0,18

E26 EPB 0,36 0,27 0,84 0,34 0,42 0,79

E27 ESE 0,09 0,13 0,79 0,55 0,47 1,00

E28 ETO -0,10 0,36 0,56 0,34 0,83 -0,35

E29 ESCELSA 0,17 0,13 0,85 -0,68 0,42 -0,39

E30 LIGHT -0,07 0,05 0,68 -0,52 0,45 -0,76

E31 RGE SUL -0,50 0,08 0,88 -0,79 0,46 -1,11

• Solução Ideal Positiva de 2017

C1 C2 C3 C4 C5 C6

PIS 1,00 1,00 1,00 1,00 0,32 1,00

• Solução Ideal Negativa de 2017

C1 C2 C3 C4 C5 C6

NIS -2,21 -0,43 0,56 -6,73 1,00 -134,32

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

76

• Distância Euclidiana de 2017

Distribuidoras 𝐷+ 𝐷−

E1 AME 71,28 1,55

E2 Ampla 1,43 70,41

E3 Bandeirante 0,93 70,75

E4 CEB 0,96 70,67

E5 CELESC 1,08 70,59

E6 CELG 1,54 70,80

E7 CEMIG 1,57 70,02

E8 CERON 9,19 62,51

E9 CELPA 1,03 70,45

E10 COELBA 1,11 70,56

E11 CEAL 1,66 70,50

E12 CELPE 1,26 70,32

E13 Enel Ceará 0,91 70,99

E14 CEMAR 0,86 70,52

E15 CEPISA 3,33 68,34

E16 COSERN 0,65 70,89

E17 CEEE 2,57 69,25

E18 CPFL PAULISTA 0,97 70,72

E19 CPFL PIRATININGA 0,99 70,65

E20 COPEL 1,10 70,38

E21 ELEKTRO 0,71 71,02

E22 ELETROPAULO 0,98 70,73

E23 EMT 0,92 70,93

E24 EMS 0,93 70,68

E25 EMG 0,74 70,86

E26 EPB 0,46 71,19

E27 ESE 0,53 71,30

E28 ETO 0,94 70,59

E29 ESCELSA 1,04 70,55

E30 LIGHT 1,21 70,36

E31 RGE SUL 1,45 70,17

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF

77

• Coeficiente de Aproximação de 2017 e Ranking

Distribuidoras 𝑹 Posição

E1 AME 0,021 31

E2 Ampla 0,980 23

E3 Bandeirante 0,987 9

E4 CEB 0,987 12

E5 CELESC 0,985 18

E6 CELG 0,979 25

E7 CEMIG 0,978 26

E8 CERON 0,872 30

E9 CELPA 0,986 16

E10 COELBA 0,984 20

E11 CEAL 0,977 27

E12 CELPE 0,982 22

E13 Enel Ceará 0,987 7

E14 CEMAR 0,988 6

E15 CEPISA 0,954 29

E16 COSERN 0,991 3

E17 CEEE 0,964 28

E18 CPFL PAULISTA 0,986 13

E19 CPFL PIRATININGA 0,986 15

E20 COPEL 0,985 19

E21 ELEKTRO 0,990 4

E22 ELETROPAULO 0,986 14

E23 EMT 0,987 8

E24 EMS 0,987 10

E25 EMG 0,990 5

E26 EPB 0,994 1

E27 ESE 0,993 2

E28 ETO 0,987 11

E29 ESCELSA 0,985 17

E30 LIGHT 0,983 21

E31 RGE SUL 0,980 24