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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO PANTANAL - UNIDERP MARNILCE SOARES MENDES RODRIGUES PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E QUESTÕES SÓCIO-ECONÔMICAS E AMBIENTAIS DO PLANO DIRETOR DE PRIMAVERA DO LESTE- MT CAMPO GRANDE MATO GROSSO DO SUL 2008

UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E … · marnilce soares mendes rodrigues planejamento participativo e questÕes sÓcio-econÔmicas e ambientais do plano diretor de

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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO

PANTANAL - UNIDERP

MARNILCE SOARES MENDES RODRIGUES

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E QUESTÕES SÓCIO-ECONÔMICAS E

AMBIENTAIS DO PLANO DIRETOR DE PRIMAVERA DO LESTE- MT

CAMPO GRANDE

MATO GROSSO DO SUL

2008

MARNILCE SOARES MENDES RODRIGUES

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E QUESTÕES SÓCIO-ECONÔMICAS E

AMBIENTAIS DO PLANO DIRETOR DE PRIMAVERA DO LESTE- MT

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em nível de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.

Comitê de Orientação: Profa. Dra. Regina Sueiro de Figueiredo Prof. Dr. Silvio Favero Profa. Dra. Lídia Maria L. Rodrigues Ribas

CAMPO GRANDE

MATO GROSSO DO SUL

2008

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UNIDERP

Rodrigues, Marnilce Soares Mendes.

Planejamento participativo e questões sócio-econômicas e

ambientais do Plano Diretor de Primavera do Leste - MT. /

Marnilce Soares Mendes Rodrigues. -- Campo Grande, 2008.

78f. il. color

Dissertação (mestrado) - Universidade para o

Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, 2008.

“Orientação: Profa. Dra. Regina Sueiro de Figueiredo”

1. Desenvolvimento sustentável 2. Planejamento urbano e rural 3. Planejamento municipal I. Título.

CDD 21.ed. 711.5

R614p

FOLHA DE APROVAÇÃO

Candidata: Marnilce Soares Mendes Rodrigues Dissertação defendida e aprovada em 30 de outubro de 2008 pela Banca

Examinadora: __________________________________________________________ Profa. Doutora Regina Sueiro de Figueiredo (orientadora) Doutora em Educação __________________________________________________________ Prof. Doutor Milton Augusto Pasquotto Mariani (UFMS) Doutor em Geografia __________________________________________________________ Prof. Doutor Ivo Martins Cezar (UNIDERP) Doutor em Socioeconomia

_________________________________________________ Prof. Doutor Silvio Favero

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

________________________________________________ Prof. Doutor Raimundo Martins Filho

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UNIDERP

ii

Dedico a DEUS essa conquista, acreditando que eu possa retribuir

através de competência, generosidade e contribuição à comunidade.

A minha família, em especial àqueles que me educaram e me

prepararam para esta vitória. De um modo carinhoso aos meus pais

Maria Nilce e José Marcos pela vida, pelo apoio e incentivo.

Ao meu marido e companheiro de todas as horas Francisco Rodrigues

Filho pelo apoio, incentivo e compreensão pelas horas ausentes.

Aos meus filhos amados Vinícius e Marina, que mesmo sem entender o

significado deste trabalho, abdicaram de momentos preciosos de

convívio, me motivaram a concluí-lo.

iii

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida.

A toda equipe da Pós-Graduação da UNIDERP, principalmente à minha

orientadora Professora Doutora Regina Sueiro de Figueiredo, mestra,

amiga e conselheira, pela visão inovadora na condução das atividades de

ensino que com paciência contribuiu de forma singular para o

desenvolvimento deste trabalho.

Aos meus co-orientadores, Doutores Silvio Favero e Lídia Maria L. R.

Ribas pela atenção com que sempre me atenderam.

Ao Professor Doutor Ido Michels pela amizade e atenção com que

compartilhou da sua sabedoria.

Aos professores com os quais tive a oportunidade de conviver durante o

curso, e cuja cordialidade e profissionalismo foram fundamentais para o

meu crescimento profissional.

Aos que colaboraram direta e indiretamente para a realização deste

trabalho, representantes da Câmara de Vereadores de Primavera do

Leste, assim como representantes das Secretarias Municipais, os quais

não mediram esforços para colaborar com fomento de dados e

informações para execução deste trabalho.

iv

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................... 3

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL...................................................... 3

2.2 PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO PÚBLICO.......................................... 8

2.3 PLANEJAMENTO URBANO E RURAL....................................................... 9

2.4 PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANOS COMO INSTRUMENTO DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL............................................................

11

2.5 PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO (PDP)................................................. 13

2.5.1 O Contexto e a Lei................................................................................... 13

2.5.2 Atores do Processo de Planejamento......................................................

2.5.3. Zoneamento Ecológico Econômico como instrumento de planejamento

ambiental............................................................................................................

14

16

3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................... 20

3.1 MATERIAL................................................................................................... 20

3.2 MÉTODOS................................................................................................... 24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 28

4.1 PROCESSO DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO................................ 28

4.2 INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO............................................. 42

4.3 IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO.... 44

4.4 ACOMPANHAMENTO “POPULAR” E “PÚBLICO”...................................... 44

4.5 ATENDIMENTO ÀS DIRETRIZES DO PDP 2007....................................... 45

4.5.1 Legislação................................................................................................. 46

4.5.2 Geração de renda..................................................................................... 47

4.5.3 Proteção ambiental................................................................................... 48

4.5.4 Promoção social........................................................................................ 53

4.5.5 Saúde........................................................................................................ 55

4.5.6 Educação.................................................................................................. 56

4.5.7 Ocupação do espaço urbano.................................................................... 57

v

5 CONCLUSÕES............................................................................................... 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 61

APÊNDICES...................................................................................................... 64

ANEXOS........................................................................................................... 77

vi

APÊNDICES

APÊNDICE A - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO – CÂMARA

MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE.........................................................

64

APÊNDICE B - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO –

PREFEITURA MUNICIPAL – SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO

ASSESSORIA JURÍDICA..................................................................................

65

APÊNDICE C - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO –

SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRONEGÓCIO E MEIO AMBIENTE............

67

APÊNDICE D - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO –

SECRETARIA MUNICIPAL DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS.......................

69

APÊNDICE E - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO –

SECRETARIA MUNICIPAL DE PROMOÇÃO SOCIAL.....................................

71

APÊNDICE F - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO –

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE............................................................

72

APÊNDICE G - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO –

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO....................................................

73

APÊNDICE H - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO – MINISTÉRIO

PÚBLICO DO ESTADO DO MATO GROSSO...................................................

75

APÊNDICE I - ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO –

MUNÍCIPES.......................................................................................................

76

vii

ANEXOS

ANEXO A – LEGISLAÇÃO PERTINENTE (DIVERSA)..................................... 77

ANEXO B – PROCEDIMENTO n.°002585-13/2006 do MPE – MT.................. 80

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa da Região Sul-Leste do Estado do Mato Grosso........................... 22

Figura 2. Aplicação dos recursos financeiros do Município de Primavera do

Leste - MT...............................................................................................................

23

Figura 3. Vista aérea parcial do município de Primavera do Leste/MT................... 24

Figura 4. Reuniões para leitura comunitária ZU 8 e ZR 9 no município de Primavera do Leste – MT.......................................................................................

29

Figura 5. Reuniões para leitura comunitária ZR 10 no município de Primavera do Leste – MT.........................................................................................................

29

Figura 6. Vista aérea da zona urbana 01 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

32

Figura 7. Vista aérea da zona urbana 02 no município de Primavera do Leste – MT.......................................................... ...............................................................

32

Figura 8. Vista aérea da zona urbana 03 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

33

Figura 9. Vista aérea da zona urbana 04 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

34

Figura 10. Vista aérea da zona urbana 05 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

35

Figura 11. Vista aérea da zona urbana 06 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

36

Figura 12. Vista aérea da zona urbana 07 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

37

Figura 13. Vista aérea da zona urbana 08 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

38

Figura 14. Vista aérea da zona rural 09 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

38

Figura 15. Vista aérea da zona rural 10 no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

39

Figura 16. Reuniões comunitárias no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

ix

39

Figura 17. Reuniões comunitárias e oficinas com idosos no município de Primavera do Leste – MT.......................................................................................

40

Figura 18. Reuniões e oficinas nas Faculdades Unicen no município de Primavera do Leste – MT.....................................................................................

40

Figura 19. Resumo das reuniões com pauta de necessidades do perímetro urbano no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

41

Figura 20. Resumo das reuniões com pauta de necessidades do perímetro rural no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

42

Figura 21. Plano geral de proteção ambiental no perímetro urbano de Primavera

do Leste/MT............................................................................................................

49

Figura 22. Rio das Mortes no município de Primavera do Leste – MT..........................................................................................................................

51

Figura 23. Área degradada da Bacia do Rio Traíras no município de Primavera do Leste – MT.........................................................................................................

52

Figura 24. Bacia do rio Traíras no município de Primavera do Leste – MT...........................................................................................................................

52

Figura 25. Moradores em área de risco na BR 070 no município de Primavera do Leste – MT.........................................................................................................

54

Figura 26. Áreas de declive com habitações irregulares no município de Primavera do Leste – MT.......................................................................................

55

Figura 27. Obras de Saneamento Básico no município de Primavera do Leste – MT..........................................................................................................................

58

x

RESUMO

O objetivo da pesquisa foi analisar o acompanhamento da implementação das ações

consolidadas no Plano Diretor Participativo de Primavera do Leste, Estado de Mato

Grosso, exercício de 2007, voltadas às questões sócio-econômicas e ambientais,

junto aos representantes da Prefeitura Municipal, Câmara dos Vereadores, Ministério

Público, e Secretarias Municipais. Essas ações originaram-se do processo de gestão

pública democrática no âmbito municipal em que a metodologia do planejamento

favoreceu a participação de atores da sociedade para discussão das temáticas

referentes às questões ambientais, sociais e econômicas, via oficinas, plenárias e

audiências. O método utilizado nesta pesquisa foi o indutivo, pois descreve o

processo para o registro de ações diagnosticadas e analisa os procedimentos

adotados. Como por exemplo, a elaboração de projetos de leis para a

implementação das ações estabelecidas no Plano. Alguns dos resultados mostraram

que o andamento relativo aos aspectos de cunho jurídico é moroso, enquanto outros

necessitam de iniciativas de capacitação pessoal, elaboração de propostas de

projetos de leis, e de iniciativa do Poder Executivo para que isso ocorra. Assim, o

estudo confirma que o Plano, apesar de ter sido concebido de forma participativa, o

efetivo acompanhamento de execução das ações estabelecidas não é vivenciado

pelos representantes das comunidades locais e sim por representantes formais,

investidos de cargos públicos, comprometendo o retorno à sociedade como um todo.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável; Planejamento urbano e rural;

Planejamento Municipal.

xi

ABSTRACT

The objective of the research was to analyze the accompaniment of the

implementation of the actions consolidated in the Managing Plan with Participation

Common Citizen of Primavera of the East, Been of Mato Grosso, exercise of 2007,

come back to the partner-economic and ambient questions, next to the

representatives of the Municipal City hall, Chamber of the Councilmen, Public

prosecution service, and City departments. These actions had originated from the

process of democratic public administration in the municipal scope where the

methodology of the planning favored the participation of actors of the society for

quarrel of thematic the referring ones to the ambient questions, social and economic,

saw workshops, plenary and hearings. The method used in this research was the

inductive one, therefore it describes the process for the register of diagnosised

actions and analyzes the adopted procedures. As for example, the elaboration of

projects of laws for the implementation of the actions established in the Plan. Some

of the results had shown that the relative course to the aspects of legal matrix is

weak, while others need initiatives of personal qualification, elaboration of proposals

of projects of laws, and initiative of the Executive so that this occurs. Thus, the study

it confirms that the Plan, although to have been conceived with Participation

Common Citizen, the effective accompaniment of execution of the established

actions is not lived deeply by the representatives of the local communities and yes for

formal representatives, invested of public offices, compromising the return to the

society as a whole.

KEY - WORDS: Sustainable development; Urban and agricultural planning;

Municipal planning;

1

1 INTRODUÇÃO

As questões relacionadas ao ambiente, especialmente àquelas ligadas à

ampliação da ocupação territorial da cidade e ao avanço do progresso técnico,

atingem de forma considerável a fauna e a flora, principalmente em zonas de

preservação ambiental, tornando expressivas as preocupações com a relação ao

crescimento econômico.

Portanto, é importante considerar o “território” como componente do

desenvolvimento e não somente “espaço” ou suporte passivo do desenvolvimento de

atividades, mesmo porque a interação dos grupos humanos com os elementos

naturais se apresenta através da história de forma a determinar o tipo de ocupação

territorial e o desenvolvimento de grupos sociais.

O Brasil é um país que se urbanizou rapidamente, transformando-se de

um país rural em um país eminentemente urbano. Dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 81,25% da população brasileira vivem

na zona urbana, e apenas 18,75% vivem na zona rural, de um total aproximado de

170 milhões de habitantes. Este processo de transformação do habitat da sociedade

brasileira trouxe consigo conseqüências indesejáveis ao ambiente e agravou as

desigualdades sociais (IBGE, 2008).

O incentivo a adoção de posturas sociais e pessoais que levem às

interações construtivas, justas e sustentáveis, que incorporam uma visão ambiental,

atuação reativa e pró-positiva, garantindo um ambiente saudável e vida de boa

qualidade em níveis local, regional e global, é imprescindível para a perpetuação da

vida no planeta Terra.

A partir dessa premissa, surge a necessidade do planejamento público

urbano e rural, para que a participação de atores da sociedade neste processo

possa acrescentar um efeito positivo na construção de uma cidade sustentável e que

proporcione uma melhor qualidade de vida a todos.

A questão-problema desta pesquisa é: Que contribuições o planejamento

participativo alinhado ao urbano e rural trouxe para a elaboração e implementação

das ações voltadas às questões ambientais, sociais e econômicas consolidadas no

Plano Diretor de Primavera do Leste, Mato Grosso, ano 2007?

2

Este trabalho tem como objetivo geral analisar o método adotado que

favoreceu a participação de atores da sociedade para discussão das temáticas

referentes às questões ambientais, sociais e econômicas, bem como, o

acompanhamento da implementação das diretrizes que foram consolidadas no Plano

Diretor Participativo de Primavera do Leste/MT (PDP).

Os objetivos específicos são:

- avaliar se o processo de planejamento participativo adotado pelo

município garantiu a participação popular como vetor contributivo para elaboração do

Plano Diretor Participativo (PDP) no período de 2006 a 2007;

- identificar que critérios foram estabelecidos para a seleção dos atores da

sociedade que participaram dos encontros previstos pelo planejamento para

discussão de temáticas/assuntos relativos às questões ambientais, sociais e

econômicas;

- examinar as formas de condução e registro dos encontros temáticos que

mantiveram a participação e contribuição dos atores selecionados;

- observar/ressaltar temáticas de âmbitos ambiental, econômico e social

que foram priorizadas e critérios de escolha estabelecidos pelos atores participes do

processo;

- verificar que instrumentos legais permitem o acompanhamento das

ações/diretrizes que foram estabelecidas pelos os atores participantes do processo;

- examinar como o acompanhamento das ações/diretrizes estabelecidas

vem sendo realizado;

- averiguar se as ações estabelecidas no PDP voltadas aos aspectos

ambientais, econômicos e sociais foram cumpridas.

3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

As evoluções tecnológicas se tornaram um fator decisivo na definição das

mudanças históricas e principalmente no desenvolvimento da sociedade, alcançando

dimensões não imaginadas anteriormente, como por exemplo: comunicação em

tempo real por computador (via internet), a ida do homem à Lua, telefonia celular,

entre outros.

As questões relacionadas ao ambiente, especialmente àquelas ligadas à

ampliação ocupação territorial e ao avanço do progresso técnico, vêm afetando de

forma considerável a vida da fauna e da flora, principalmente em zonas de

preservação ambiental, tornando expressivas as preocupações com a relação desse

avanço na difusão do crescimento econômico.

Salienta-se que associado a degradação do ambiente, o crescimento

econômico também pode provocar desigualdades sociais, exemplificando-se com o

Brasil que apresentava a 4ª. maior concentração de renda do mundo em 2001,

gerando uma crise social no país, segundo Senna (2001). Tais como: o

deslocamento de populações de baixa renda que se encontram em regiões centrais

para áreas de periferia, de forma a atender objetivos de empreendimentos

imobiliários, ou ainda, a desvalorização de imóveis de luxo, pela instalação próxima

de favelas, entre outros. De acordo com (RICO, 2004, p.17):

“se enfrentar desigualdades sociais depende de decisões em

nível de políticas públicas e sociais, cuja elaboração e implementação é

uma responsabilidade prioritária do Estado, diante de uma crise social sem

precedentes no nosso país torna-se praticamente imprescindível que

segmentos da sociedade civil, empresariado, associações de classe,

entidades assistenciais e filantrópicas realizem parcerias com o setor

governamental como uma possibilidade para esse enfrentamento”.

O princípio de sustentabilidade surge no contexto da globalização como a

marca de um limite e o sinal que reorienta o processo civilizatório da humanidade

(LEFF, 2001).

De acordo com Andrade et al., (2002), a Comissão Mundial do Ambiente e

Desenvolvimento (Comissão Brundtland), no seu relatório de 1987, intitulado Nosso

4

Futuro Comum, ressaltou a importância da proteção do ambiente na realização do

desenvolvimento sustentável.

Com estes objetivos que a Carta Empresarial para o Desenvolvimento

Sustentável foi criada, com 16 princípios relativos à gestão do ambiente, auxiliando

as organizações a cumprirem de forma abrangente suas obrigações em matéria

de gestão do ambiente, aspecto de importância vital do desenvolvimento

sustentável. Ela foi oficialmente divulgada em 1991 por ocasião da Segunda

Conferência Mundial da Indústria sobre a Gestão do Ambiente (WICEM II)

(ANDRADE et al., 2002).

Ainda de acordo com o mesmo autor, a Carta Empresarial considera que

as organizações dinâmicas e lucrativas devem ter a força impulsora do

desenvolvimento econômico sustentável, assim como a fonte da capacidade de

gestão e dos recursos técnicos e financeiros indispensáveis à resolução dos

desafios ambientais. As economias de mercado, caracterizadas pelas iniciativas

empresariais, são essenciais à obtenção desses resultados.

Segundo a Carta Empresarial, as organizações necessitam partilhar do

entendimento de que deve haver um objetivo comum, e não um conflito, entre

desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o momento presente

como para o futuro (ANDRADE et al., 2002).

Além desta Carta, há inúmeros instrumentos que podem ser utilizados

para promover a conservação do ambiente sem que isto implique ficar parado no

tempo em relação ao desenvolvimento.

E entre eles, admite-se que para se falar em conservação ambiental tem-

se que passar pela seara da educação ambiental.

O texto do Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da

Amazônia Legal, disponibilizado pela UFV (2006, p.6) coloca que:

Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal

afirma: Que é preciso considerar que: a natureza não é fonte inesgotável de

recursos. Suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira

racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como princípio

vital. Lembrando que as demais espécies que existem no planeta merecem

nosso respeito. Além disso, a manutenção da biodiversidade é fundamental

para nossa sobrevivência. Contudo é necessário planejar o uso e ocupação

do solo nas áreas urbanas e rurais, considerando que é necessário ter

condições dignas de moradia, trabalho, transporte e lazer, áreas destinadas

a produção de alimentos e proteção dos recursos naturais.

5

Isolada em si mesma, a questão ambiental não é problema, não é solução,

não é nada. Ela só tem sentido quando está inserida em um contexto sócio-

político-econômico que diz respeito, não somente ao Brasil, mas a todo o

planeta. Aliado à tendência atual de se dar ênfase ao global, ao automático,

ao descartável, ao supérfluo e ao trágico, o ser humano perdeu o senso de

auto-estima, o senso crítico, o Valor dos pequenos gestos, a importância

das atitudes individuais, o valor das ações coletivas, a noção do perene e do

eterno.

Valores e compreensão não bastam. É preciso que as pessoas saibam

como atuar, como adequar a sua prática a esses valores. Há que se

aprender procedimentos muito simples, como a realidade que está a nossa

volta, bem como a trama da vida, suas necessidades, seus vínculos, como

formular hipóteses sobre essa realidade, como comparar as formas de agir

e de pensar em relação à natureza, como formular e dimensionar as

respostas e algumas soluções para tomadas de decisões.

Atrelado à importância da educação ambiental para a conservação

ambiental sem tolher o desenvolvimento, faz-se a necessidade de ter políticas

públicas que incentivem esse desenvolvimento.

A abordagem do desenvolvimento como problema, tornou-se mais

enfática a partir das flutuações econômicas do século XIX, e mais presente a ação

do Estado na economia, adotando políticas anticíclicas, com a finalidade de reduzir o

desemprego e amenizar as repercussões da crise. Os agentes econômicos têm

necessidades básicas que precisam ser atendidas, não podendo deixar de serem

satisfeitas. Desse modo, não apenas a estabilidade é uma condição necessária,

como também o crescimento econômico precisa ocorrer em ritmo suficiente para

atender as reivindicações das diferentes classes sociais, regiões e países

(GREMAUD et al., 2004).

Santoro e Pinheiro (2004) observam que praticamente todos os países

europeus ocidentais implementam por conta própria, alguma forma de política

regional. E assim também ocorre no Brasil, porém de maneira menos acentuada.

De acordo com Alvarenga (2005), a Constituição da República Federativa

do Brasil de 1988 marcou significativamente o Direito Ambiental no Brasil, pois

aperfeiçoou a Política Nacional do Meio Ambiente e os instrumentos de prevenção e

de repressão em defesa da natureza, de forma a preservar o meio ambiente para as

atuais e futuras gerações.

6

Um evento importante ocorreu em 1992, já incorporando o conceito de

proteção ambiental associado ao desenvolvimento econômico: a Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD, também

conhecida como Eco 92 ou Rio 92, contribuiu por reafirmar a necessidade de

proteção jurídica ao meio ambiente (JACOBI, 2005).

A Eco 92 trouxe o desafio de estabelecer uma série de acordos voltados a

enfrentar a destruição do planeta, bem como de integrar a participação dos cidadãos

como fator fundamental para o alcance do desenvolvimento em suas bases

sustentáveis. Entre estes acordos e convenções, vale destacar a Agenda 21, a

Conferência sobre Mudanças Climáticas, assim como a Conferência sobre

Diversidade Biológica - CDB e a Declaração do Rio. Esta última enfatiza o ser

humano como centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável e

estabelece relações apropriadas entre desenvolvimento econômico e proteção

ambiental (JACOBI, 2005).

Para tanto, o conceito de responsabilidade social, que fora medido

apenas dentro da especificação legal, começou a ser reorientado dentro das

organizações resultando na maior percepção e consciência do que está ocorrendo

no ambiente dos negócios em que a organização opera. Esse novo enfoque foi

denominado de conscientização social referindo-se à capacidade de uma

organização responder às pressões da sociedade, seguindo valores morais,

preceitos da lei no sentido de implementar mecanismos internos que favoreçam a

conservação ambiental (DONAIRE, 1999).

Neste contexto, a ISO (Organização Internacional de Normalização)

observa Donaire (1999), tem o propósito de prover às organizações os elementos de

um Sistema de Gestão Ambiental eficaz, passível de integração com os demais

objetivos da organização, oficializou as normas da série ISO 14000, reiterando a

preservação ambiental como um dos norteadores da ordem econômica, com notório

o aumento de atividades com repercussões ambientais, como nos coloca

De acordo com Alvarenga (2005), o reconhecimento de que os recursos

naturais do planeta são finitos trouxe à tona uma questão fundamental. Sendo os

recursos disponíveis escassos, de que maneira deve-se regular o acesso, a

distribuição, os deveres e obrigações com relação a estes recursos? E de que

maneira responsabilizar e punir os infratores?

7

No mundo inteiro destaca-se a importância de se evitar a degradação

ambiental por meio de uma atuação preventiva, visto ser o dano ambiental

irreversível. É incontestável que os instrumentos preventivos de tutela do ambiente

devem sempre ser prestigiados, em detrimento dos mecanismos repressivos, estes

pelos quais só se deve optar em hipóteses extremas, em que todas as outras

alternativas falharam. É neste contexto que surge a importância do licenciamento

ambiental, da eco-auditoria, do zoneamento ecológico econômico e, mais do que

todos, da educação ambiental. Com efeito, é regra que a conscientização do povo,

em todas as suas diversas camadas sociais, proporciona um elemento dos mais

eficazes contra a degradação ambiental. Somente conhecendo os resultados que a

conduta lesiva pode causar é que cada um terá o necessário estímulo para agir em

defesa do meio ambiente (ALVARENGA, 2005).

Observado isto, conforme coloca Destefenni (2005), e consta na

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, de modo expresso, que,

dentre os deveres do Poder Público destinados a assegurar o direito ao ambiente

ecologicamente equilibrado, está o de “promover a educação ambiental em todos os

níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”

(art. 225, §1º, VI).

Segundo o mesmo autor, em nível infraconstitucional, a matéria é

regulada pela Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999, que “dispõe sobre a educação

ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras

providências”. A lei divide as ações a ser adotadas no ensino formal (artigos de 9 a

12) e na esfera não-formal (art. 13). Quanto à primeira, destaque se dê à regra que

estabelece que “a dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de

professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas” (art. 11). Já a educação

ambiental não-formal é conceituada pela lei como sendo aquela que contempla “as

ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as

questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do

meio ambiente” (art. 13, caput).

A referida norma legal foi regulamentada pelo Decreto n. 4.281, de 25-06-

02, do Presidente da República, que criou o Órgão Gestor da Política Nacional de

Educação Ambiental e um Comitê Assessor do mesmo, este composto por diversos

segmentos da sociedade organizada (DESTEFENNI, 2005).

8

Assim, apesar da vasta legislação existente no Brasil, o que se pode

perceber, na prática, é uma significativa carência de ações voltadas à educação

ambiental, bem como a falta de implementação da Política Nacional, instituída em

lei. Entretanto, a inserção do tema “preservação ambiental” seguindo as

recomendações previstas em lei no planejamento e na gestão urbanos são

indiscutivelmente, meios para alcançar um desenvolvimento sustentável.

2.2 PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO PÚBLICO

Observa-se diferentes formas de organização, de ordenamento das

cidades ao longo da história do planejamento urbano brasileiro, entretanto, não se

levava em conta o bem-estar humano ou a temática ambiental.

Com o objetivo de promover uma reorganização das cidades de forma a

contemplar melhorias para o ambiente e para o homem, a instituição de um novo

quadro jurídico refletindo a necessidade da reforma urbana se deu através da

Constituição Federal de 1988, nos seus artigos 182 e 183, Fiorillo (2005, p.260-

262):

Art.182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder

Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei têm por objetivo

ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o

bem-estar de seus habitantes.

Ainda conforme Fiorillo (2005, p.263), o artigo 182 está vinculado

diretamente ao bem-estar e ao direito à qualidade de vida humana. Da mesma

forma, no artigo 183, a Constituição Federal valorizou a função social da moradia,

transmitindo o entendimento de que uma cidade só cumpre a sua função social

quando possibilita aos seus habitantes uma moradia digna, cabendo ao Poder

Público proporcionar condições de habitação adequada e fiscalizar sua ocupação.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e

cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem

oposição, utilizando-a para a sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o

domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem

ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma

vez.

§3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usocapião.

9

Esse novo enfoque de planejamento abordado pela Constituição de 1988

leva em conta temas como da função social da cidade, da justa distribuição de bens

e serviços urbanos, da propriedade, da gestão democrática e da questão ambiental.

(GREEN apud SEGUNDO, 2003).

A participação das populações constitui um pressuposto decisivo para o

fortalecimento de sistemas comunitários de gestão de recursos.

A Lei 10.257 de 2001, conhecida como o “Estatuto das Cidades” de

acordo com Oliveira (2001), leva a visão dos gestores públicos e dos planejadores

para a participação da comunidade no processo de definição das políticas públicas e

das suas ações. Neste sentido, o Plano Diretor Participativo de Primavera do Leste

2007 procurou revisar as Leis Urbanísticas anteriores, segundo as necessidades

atuais, além de criar normas no sentido da ampliação de negócios, desenvolver a

cidadania e dar uma forma mais digna de convivência entre setores que poderiam

contrapor-se entre si.

Logo, o Plano Diretor Participativo (PDP) é entendido como um conjunto

de normas que orientam a administração pública a atender as necessidades da

população promovendo uma melhor qualidade de vida aos cidadãos e organizando a

cidade segundo suas potencialidades. É obrigatório para todas as cidades com

população acima de vinte mil habitantes e deve ser revisado no máximo em 10 anos,

pois é instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão do município

(OLIVEIRA, 2001).

A realização do Plano Diretor pelos municípios deve ser contribuir para

construir soluções para os problemas que afligem os moradores das cidades

brasileiras, que cresceram de forma excludente e desequilibrada, penalizando

principalmente a população mais pobre, assim como pode contribuir também para a

construção da política nacional de desenvolvimento urbano.

2.3 PLANEJAMENTOS URBANO E RURAL

Durante o século XX o Brasil cresceu e se modificou e a população

multiplicou-se quase dez vezes ao longo do século. Fazendo um comparativo, a

população brasileira cresceu em média 2,28% ao ano neste período, enquanto a

10

taxa anual de crescimento da população mundial foi de 1,36% (GREMAUD et al.,

2004).

O Brasil passou por uma transformação estrutural, tendo alterado tanto a

sua base produtiva quanto as condições de vida da população. O desenvolvimento

das cidades com o advento da industrialização trouxe consigo conseqüências

severas em relação ao bem-estar da população, assim como ao ambiente, pois o

processo de urbanização tanto influencia o meio ambiente, como é influenciado por

este.

Importante organismo para o efetivo cumprimento da função

socioambiental das cidades e das propriedades urbanas, o Estatuto da Cidade (Lei

Federal nº 10.257/01), consolida o Plano Diretor como instrumento básico da política

de desenvolvimento e expansão urbana dos municípios brasileiros. O parágrafo 2º

do art. 40 estabelece que esse instrumento deva englobar o território do município

como um todo, abrangendo as zonas urbanas e rurais (OLIVEIRA, 2001).

Questões ambientais são importantes no processo de planejamento

urbano, visto que há a possibilidade de se planejar usos e impactos e fazer um

zoneamento da área de maneira que cada atividade interfira o mínimo possível nas

atividades vizinhas e no ambiente. Levar as condições ambientais em consideração

auxilia na preservação dos recursos naturais e na capacidade do ambiente em se

recuperar dos prejuízos causados pela urbanização, e ainda proporcionar uma

melhor qualidade de vida à população.

Há uma grande discussão entre diferentes entendimentos e significados

do que se concebe por território urbano e rural. Santoro e Pinheiro (2004) nos

informam que no aspecto legal e jurídico estas definições são essenciais para fins da

organização político-administrativa e territorial do município, assim como para

estabelecer a política tributária aplicável sobre a propriedade urbana e rural. O IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) adota critérios para quantificar a

população urbana e rural, a partir dos perímetros urbanos demarcados nos

municípios. Entretanto, José Eli da Veiga (2002) apud Santoro e Pinheiro (2004),

propõe outros critérios para definir esses termos, como o número total de moradores

e a densidade populacional. Para esse pesquisador, alguns municípios podem ter

perfil eminentemente rural se possuírem um número ínfimo de moradores na sede.

Em muitos casos, pelos critérios do IBGE, esse tipo de município é considerado

como núcleo urbano.

11

A definição do que é urbano e rural para o planejamento do município, é

feita a partir da aprovação de lei municipal pela Câmara de Vereadores, em cada

localidade, são desenhados os perímetros urbanos e rurais em função dos

interesses e das perspectivas de desenvolvimento territorial do município. Essa

definição conserva relação estreita com os objetivos políticos e esbarra muitas vezes

em relações clientelistas, resultando no crescimento da lógica de expansão do

urbano sobre o rural, com a abertura de loteamentos residenciais, muitas vezes de

cunho eleitoreiro. Além desse viés político, é comum alguma precariedade dos

instrumentos de planejamento do território rural, na maioria dos municípios

brasileiros, dos quais poucos ainda possuem sequer mapas que mostrem estradas,

recursos naturais, vilas, etc. De fato, ainda se sabe muito pouco do que ocorre fora

dos perímetros urbanos (SANTORO; PINHEIRO, 2004).

Entretanto, a sustentabilidade não pode ser esquecida pelo planejamento

municipal. O Plano Diretor de Primavera do Leste 2007, afirma em seu artigo 7º, que

sustentabilidade urbana e rural é o desenvolvimento produzido a partir do local:

socialmente justo, ambientalmente equilibrado, e economicamente viável, garantindo

qualidade de vida para as gerações presentes e futuras (BRASIL, 2007).

2.4 PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANOS COMO INSTRUMENTO DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

No que concerne aos conceitos de planejamento e gestão, não é

incomum haver confusão entre os termos. Isto se deve ao fato de que eles se

referem a diferentes tipos de atividades, e possuem referenciais temporais distintos.

Planejar significa projetar, tentar prever a evolução de um fenômeno, no sentido de

tentar prevenir-se contra possíveis problemas ou no sentido de procurar tirar melhor

aproveitamento da situação.

Segundo Matus, (1996 apud SOUZA, 2003):

“... e planejar é sinônimo de conduzir conscientemente, não existirá então

alternativa ao planejamento. Ou planejamos ou somos escravos da

circunstância. Negar o planejamento é negar a possibilidade de escolher o

futuro, é aceitá-lo seja ele qual for.”

É imprescindível o planejamento para prever a evolução de fatos e de

possibilitar a correção e/ou mudança de curso do objetivo que se pretende atingir.

12

Principalmente no mundo atual, seja no âmbito individual ou coletivo.

Buscando-se evitar ou minimizar problemas e ampliar margens de

manobra, o planejamento pode ser entendido como a preparação para uma gestão

futura, de acordo com Souza (2003).

O conceito de gestão significa administrar fatos ou situações visando

atender necessidades emergentes, utilizando recursos presentes. Gestão é um

conceito ligado à administração de empresas e tem ganhado expressividade no meio

intelectual no que se refere à administração contemporânea, no presente (SOUZA,

2003).

Desde a segunda metade do ano de 1980, no Brasil, há um crescente uso

dos termos como gestão educacional, gestão de ciência e tecnologia, gestão

territorial, gestão urbana, gestão ambiental, etc.

Em países com uma larga tradição e uma cultura de planejamento

consolidada, o planejamento urbano é, de fato, um campo que congrega os mais

diferentes profissionais (SOUZA, 2003).

No Brasil, o planejamento urbano é quase sempre prioridade de

arquitetos. Entretanto, essa vertente tende a mudar quando se discute a importância

da multidisciplinariedade. A participação de profissionais de diversos ramos da

ciência que poderão colaborar positivamente para lidar com o espaço urbano e não-

urbano (rural). Profissionais de variados ramos de atividades mobilizarão seus

conhecimentos a favor de contemplar as dimensões sociais, econômicas, políticas,

culturais, e ambientais, além das meramente ligadas à funcionalidade e estética dos

logradouros públicos.

O planejamento urbano que segundo Korda (1999) apud Souza (2003), se

ocupa, acima de tudo, com o direcionamento da evolução espacial e com o uso das

superfícies de uma cidade, tem como aliado o urbanismo, cuja missão é a aplicação

do planejamento e a modelagem formal do espaço urbano por intermédio da

atividade construtiva.

É consenso geral que a finalidade maior do planejamento e da gestão

urbanos é contribuir para uma mudança social positiva, superando problemas de

injustiça social, e buscando a melhoria da qualidade de vida, atingindo o

desenvolvimento sustentável.

Entretanto, se faz necessário esclarecer o termo “desenvolvimento”,

comumente confundido com crescimento econômico. O crescimento econômico é a

13

ampliação quantitativa da produção representada pelo PIB (Produto Interno Bruto), o

aumento de bens que atendam às necessidades humanas. Já o desenvolvimento

econômico engloba o crescimento econômico e está associado à melhoria da

qualidade de vida dos residentes no país, como nos informa Gremaud et al., (2004).

Portanto, a finalidade do planejamento e da gestão urbanos é contribuir

para mudança social positiva.

2.5 PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO

2.5.1 Elaboração do Plano Diretor: O Contexto e a Lei

O Brasil possui 5.560 municípios, onde 81% da população vivem nas

áreas urbanas, ressaltando a grande concentração demográfica em alguns poucos e

importantes centros urbanos e a reduzida população de uma grande parte dos

municípios brasileiros (IBGE, 2008).

A falta de uma política voltada para permanecer o homem ao campo

provoca a acelerada migração da população rural para as cidades, como pôde ser

observado nos últimos anos. E a falta de soluções para atender as novas demandas,

na área da habitação, transporte, saneamento, saúde e educação provoca

conseqüências como o aumento da marginalidade, o desemprego, o aumento de

demanda por saúde, educação, coleta de lixo e a inevitável redução dos padrões de

qualidade de vida urbana.

A obrigatoriedade de elaboração ou revisão de Plano Diretor fica

estabelecida com o “Estatuto da Cidade” (Lei Federal Nº. 10.257 de 10/07/2001) e

a criação do Ministério das Cidades constituindo uma ferramenta legal e institucional

federal que permite a existência de condições efetivas para a implementação de

políticas urbanas de cunho democrático e social (OLIVEIRA, 2001).

No seu Capítulo III, artigo 41, p.6, o Estatuto da Cidade prevê a

obrigatoriedade para os municípios:

“I. Com mais de vinte mil habitantes;

II. Integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;

III. Onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos

previstos no § 4 º do art. 182 da Constituição Federal;

IV. Integrantes de áreas de especial interesse turístico;

V. Inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com

significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.”

14

O Estatuto da Cidade vem regulamentar os artigos 182 e 183 da

Constituição Federal de 1988, que norteiam o capítulo relativo à Política Urbana

(OLIVEIRA, 2001). Além disso, o mesmo estatuto fixa como princípio fundamental a

função social da cidade e da propriedade urbana, conforme disposto no artigo 5º,

incisos XXII e XXIII, da Constituição Federal (BRASIL, 2008).

A participação dos atores da sociedade no processo de planejamento

estratégico municipal para a construção do plano diretor é muito importante, visto

que, os atores são as partes efetivamente interessadas na melhoria qualidade de

vida e do ambiente da região. Pressupõe um comprometimento em alcançar

objetivos de médio ou longo prazo, possibilitando exigir do Poder Público a

implementação das ações decididas.

O diálogo com os atores locais permite obter uma visão integral da

problemática local, identificar tendências e descobrir oportunidades, formular

objetivos com perspectivas de futuro, definir linhas de políticas, programas e projetos

(MOISÉS, 1999).

Ainda de acordo com Moisés (1999), o plano diretor participativo tem

como objetivo potencializar um “querer” da sociedade que passa a estar inserida em

um processo de planejamento na qual, com a participação dos diferentes setores,

tende-se a identificar e debater tais contradições.

2.5.2 Atores do Processo de Planejamento

Os problemas do plano diretor municipal, estão mais relacionados com as

temáticas territoriais: desenvolvimento econômico; reabilitação de áreas centrais da

cidade e sítios históricos, políticas habitacionais, regularização fundiária, entre outros

(REZENDE; ULTRAMARI, 2007). Estas temáticas carecem da participação social

para que possam refletir, de fato, as reais necessidades dos cidadãos.

O envolvimento dos atores sociais no processo de planejamento do Plano

Diretor, de acordo com o Estatuto da Cidade, e como indica Oliveira (2001), deve ser

realizado em bases participativas, através de Oficinas, Plenárias e Audiências.

Assim, o desenvolvimento dos trabalhos necessariamente levará em consideração a

interação das três seguintes esferas:

15

Poder Público

Da primeira esfera fazem parte não só a Prefeitura, mas também os

demais órgãos, autarquias e secretarias do nível municipal, além daquelas do nível

estadual e até federal. Igualmente pertence a esta esfera a empresa contratada, que

neste momento representa a própria Prefeitura, para os assuntos relativos ao próprio

objeto de trabalho.

A esfera do poder público municipal tem no seu peculiar interesse a

manutenção e melhoria da qualidade de vida de sua população e do ambiente que a

abriga. Dessa forma tem todas as condições de chamar a participar todas as

entidades de âmbito municipal, assim como convidas para o diálogo as demais

entidades de âmbito estadual ou federal.

Sociedade Civil

Esta esfera contém a fauna do ecossistema em análise. Os moradores das

comunidades locais são a um só tempo: a razão da existência das condições

presentes, os seres vivos que sofrem as deficiências daquele modo de vida, a mão-

de-obra do sistema econômico da região envolvente e o mercado consumidor do

comércio e serviços locais.

Poder Econômico

Pode contribuir para o desenvolvimento da região tanto quanto pode gerar

disfunções. Não se apegam a um lugar, mas aos lugares adequados ao

desempenho das atividades econômicas e à realização de lucros. Entretanto, devem

ser considerados como geradores de empregos.

Deve-se estabelecer um canal específico de participação pelo qual

poderão ser detectadas as tendências do mercado e definidas estratégias para

melhor potencializá-las em prol da sociedade.

Buscando identificar que critérios foram estabelecidos para a seleção dos

atores da sociedade que participaram dos encontros previstos pelo planejamento

para discussão de temáticas/assuntos relativos às questões ambientais, sociais e

econômicas averiguou-se que o processo de elaboração do Plano se deu em duas

principais etapas conforme determinado pelo Estatuto da Cidade e como indica

Oliveira (2001):

A Leitura Comunitária deve ser realizada através de reuniões e oficinas

para ouvir os anseios da comunidade no que se refere à construção de uma cidade

melhor para todos. E a Leitura Técnica, com coleta de dados sócio-econômicos que

16

permitirão o reconhecimento da população sob o enfoque de renda, emprego,

estrutura etária, consumo, qualidade de vida e com isso avaliar as condições de

acesso a educação, saúde, cultura e segurança, além de obtenção de dados como

recursos naturais, transporte coletivo, estrutura viária, permitindo a elaboração de

mapas. O conjunto desses dados deve formar o diagnóstico que fornece ao

administrador público um anexo de informações gráficas, analíticas e qualitativas

fundamental ao processo de tomada de decisões.

A partir daí será possível a formulação da Proposta Urbanística que

permitirá especificar, qualificar, localizar, avaliar e dispor cronologicamente as

medidas voltadas a direcionar o crescimento urbano permitindo estabelecer

prioridades de governo, alimentar o Plano Plurianual de Investimentos, elaborar a Lei

de Diretrizes Orçamentárias e, através do cumprimento destes, cumprir a Lei de

Responsabilidade Fiscal.

Após elaboração técnica, é gerado o texto inicial do anteprojeto de Lei que

será apresentado e discutido com a população em audiência pública, onde poderão

ser incorporadas eventuais revisões.

O resultado final é um conjunto de peças gráficas e escritas consistentes,

em condição de encaminhamento à Câmara de Vereadores para análise e

aprovação.

2.5.3 Zoneamento Ecológico Econômico

Visando o desenvolvimento sustentável, Zoneamento Econômico

Ecológico - ZEE faz parte da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), e é um

dos instrumentos legais de planejamento municipal, previsto na Lei 6.938/1981 e

também no Estatuto da Cidade Artigo 4.o, III, alínea “c”, da Lei 10.257/2001

(SEGUNDO, 2003).

Fiorillo (2005) coloca que as más distribuições do parcelamento e da

ocupação do solo urbano apresentam-se como fatores de depreciação da qualidade

de vida, dando razão para que o zoneamento ambiental constitua um dos

instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.

De acordo com Alvarenga (2005), o Zoneamento Ambiental pode

contribuir para a sustentabilidade da cidade na medida em que for utilizado como

instrumento eficaz da política urbana voltada para ordenação e controle do uso do

solo, sendo a instalação de empreendimentos ou atividades que produzam poluição

17

ou degradação de áreas ou espaços urbanos demarcados pela sua relevância

ambiental.

Conforme Segundo (2003), o Zoneamento Econômico Ecológico

assemelha-se ao Plano Diretor dos municípios, entretanto, em grande escala e, mais

voltado para os aspectos ambientais, dividindo a terra em zonas, a partir dos

recursos naturais, da sócio-economia e de marcos jurídicos, onde são definidas

potencialidades econômicas, necessidades ecológicas e as tendências de ocupação,

incluindo as condições de vida da população. Essas informações reunidas irão

compor cenários com diretrizes para a tomada de decisões e investimentos.

Existe há cerca de 20 anos no país em nível federal, com sua execução a cargo da

Comissão Coordenadora do ZEE, instituída por decreto, em 1990. O objetivo maior

da coordenação é organizar as decisões de agentes públicos e privados quanto a

planos, programas de governo e atividades que utilizem recursos naturais orientando

os estados e municípios. Também busca metodologias para estabelecer áreas

prioritárias de conservação da biodiversidade, da água e do solo. O Zoneamento é

apresentado em forma de representação cartográfica de áreas com características

homogêneas (SEGUNDO, 2003). Após o uso do conhecimento técnico para

planejar a exploração dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentável num

Estado, Governo, setor produtivo e sociedade local precisam orientar suas decisões

e atuações, tendo como foco as fontes de sobrevivência naturais mapeadas. Quais

serão as áreas destinadas à preservação permanente, à indústria, aos loteamentos

residenciais, entre outros. Esforço que depende de participação e de um amplo

movimento social para esse novo processo de ordenamento (SEGUNDO, 2003).

O maior desafio do Município, conforme indica o mesmo autor, é produzir em

consonância com a legislação federal e estadual um zoneamento ambiental

interdisciplinar que irá delimitar áreas mais adequadas aos diversos usos e

ocupações do solo. O Estado do Mato Grosso já possui desde o ano de 2004 o

Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico, no qual o Município de Primavera do

Leste figura como a Unidade Sócio-Econômico Ecológica (USEE) n°42, entretanto o

mesmo ainda não criou as suas leis voltadas para o ZEE.

20

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 MATERIAL

O Plano Diretor Participativo 2007 em Primavera do Leste foi elaborado

por uma equipe multidisciplinar contratada pela prefeitura, da qual a pesquisadora

fez parte, que em conjunto com representantes da sociedade, conduziram o mesmo

por meio de um processo democrático e participativo nos anos de 2006/2007. Para

que o plano se tornasse uma realidade e fosse um instrumento eficaz de gestão e

planejamento, foi pactuado por todos os segmentos da sociedade e respaldado por

uma ampla discussão no município.

Para a elaboração do Plano Diretor de Primavera do Leste foi constituída

uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de várias áreas do

conhecimento. Esta equipe iniciou os trabalhos traçando os “eixos estratégicos” do

planejamento, procurando sensibilizar e garantir a participação de todos os

segmentos do município em “Oficinas de Trabalho”, onde a manifestação de todos

apresentou características da cidade que gostariam de viver.

O processo metodológico do planejamento dispôs de alguns critérios que

permitiu o envolvimento de mais de 3.398 diferentes atores representantes da

sociedade de Primavera do Leste, município de Mato Grosso, nas áreas de

educação, planejamento urbano e rural, saneamento básico, esporte, saúde, lazer,

clube lojistas (comércio), indústria e associações de classe (CREA – Conselho

Regional de Engenharia e Arquitetura, Associação dos. Engenheiros Agrônomos,

entre outras). Os atores discutiram as diversas necessidades da população e

priorizaram-nas por área de interesse e apresentaram em forma de ações que foram

inseridas e consolidadas no Plano Diretor Participativo do ano de 2007.

O município de Primavera do Leste/MT apresenta as seguintes

características sócio-econômicas e geográficas:

a) É um município que passou por muitas transformações desde a sua

emancipação em 13 de maio de 1986, a partir do seu surgimento em meio ao

Centro-Oeste do Brasil - Região Sudeste Mato-grossense do país (Figura 1).

b) A 230 km de distância a Leste da capital Cuiabá, faz parte da Micro-

região 364 - Médio Araguaia, o município apresenta uma taxa de crescimento

populacional anual de 7,83% ao ano. A estimativa populacional para o ano de 2017

21

é de que Primavera terá cerca de 137.000 habitantes, se a taxa de crescimento se

mantiver constante (RODRIGUES et al., 2007).

c) Possui área total de 5.472 Km², e ocupa a 7ª. (sétima) posição em

população, dentre os 141 municípios do Estado do Mato Grosso, apresentando

60.060 habitantes, com 50%homens e 50% de mulheres, de acordo com IBGE

(2006). Sua densidade demográfica é de 3,82 habitantes por Km², apresentando

taxa de urbanização da ordem de 91,67%. Tem como principal procedência de

migrantes os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e

Goiás.

d) Situada em uma região de planície, com 45% de relevo ondulado e

55% de relevo plano com solo arenoso e calcário, vegetação de Cerrados,

apresentando manchas de matas nas cabeceiras dos rios. Possui um clima tropical

com temperatura média variando de 18 a 24ºC, com temperatura mínima oscilando

entre 10 e 19ºC e a temperatura máxima variando entre 29 e 34ºC. Conta com

precipitação pluviométrica em torno de 1.560 mm/ano, variando de 5 a 300mm como

média mensal, sendo abundante no verão entre Outubro à Abril e inverno seco de

Maio a Agosto (RODRIGUES at al., 2007).

e) O município é banhado pelos seguintes rios: Rio das Mortes, Rio Sapé,

Rio Várzea Grande, Rio Cumbuco, Rio Café, Ribeirão Coité, Rio dos Perdidos,

Córrego Xavante, Córrego Chimbica, Cabeceira do Mário e Córrego Fundo.

f) A estrutura produtiva baseia-se na agricultura moderna de grãos

(cereais, leguminosas e oleaginosas) desenvolvida com o uso intensivo de

tecnologia e capital, contando com maquinários e equipamentos de última geração

garantindo uma produção de alta qualidade estando associada aos grandes e

médios estabelecimentos.

Primavera do Leste é referência no Estado e em todo o país no tocante à

sua produção agrícola, cotada como uma das maiores produtoras e exportadoras de

soja e algodão. Dotada de grandes extensões de terras férteis e altamente

cultivadas o município se destaca pela produção de soja, que ocupa mais de 210 mil

hectares e produz mais de 630 mil toneladas do grão, segundo a Secretaria

Municipal de Agronegócios e Meio Ambiente. Produz ainda, 40 mil ha de algodão, 67

mil ha de milho, dentre outras lavouras como, girassol, milheto, sorgo, arroz e feijão

caupi. Destaca-se também na produção de uva e vinho, tendo o primeiro vinho

produzido dentro do Estado de Mato Grosso, na vinícola Goellner. Além do plantio

22

direto e das lavouras tradicionais o município conta com 143 pivôs, responsável pela

irrigação de mais de 17 mil hectares (RODRIGUES at al., 2007).

Nos três distritos industriais o município possui 7 indústrias extrativas e 248

indústrias de transformação (IBGE, 2006), gerando em torno de 1.000 empregos

diretos e indiretos. Três grandes empresas estão se instalando no ano de

2007/2008: a multinacional Cargil, a Agrobrás, fábrica de pipoca e a Granja

Mantiqueira, que juntas oferecerão 8.200 empregos diretos e indiretos, aquecendo o

mercado local.

Dados do IBGE (2006) indicam que o PIB 2005, a preço de mercado

corrente, foi da ordem de R$ 1.303.335,00 (um milhão, trezentos e três mil, trezentos

e trinta e cinco reais).

Figura 1. Mapa da Região Sul-Leste do Estado do Mato Grosso, Brasil. Fonte: IBGE (2006)

Em sua região de influência há sete municípios (Quadro 1). Dentro da

região dois municípios se destacam a nível populacional: Campo Verde e Primavera

do Leste.

23

Quadro 1. População dos municípios da Grande Primavera – área de

influência.

Municípios PopulaçãoTotal

Paranatinga 15.830

Poxoréo 17.186

Primavera do Leste 60.060

Novo São Joaquim 8.944

General Carneiro 4.380

Campo Verde 25.533

Dom Aquino 8.165

Santo Antônio do Leste 2.216

Fonte: Rodrigues et al.(2007)

De acordo com o IBGE (2006), o IDH (Índice de Desenvolvimento

Humano) do município é da ordem de 0,805, sendo considerado elevado, estando

na 8ª posição no ranking IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), e

demonstrando que o nível de desenvolvimento é muito bom, o que pode ser

comprovado observando a aplicação de recursos prioritariamente na educação e

saúde (Figura 2).

Despesas por Órgãos + Imprev Exercício 2006

0,80%14,54%

3,72%

33,82%

4,51%

4,00%1,29%3,42%

2,91%

25,71%

5,29%

Câmara de Vereadores

Imprev

Gabinete do Prefeito

Secr.Agric.Meio Ambiente

Secr.Admin.e Planejamento

Secr.da Fazenda

Secr.da Educação

Secr.da Saúde

Secr.Promoção Social

Secr.Viação e Obras Públicas

Secr.Ind.Com. e Turismo

Figura 2. Aplicação dos recursos financeiros em Primavera do Leste – MT Fonte: Rodrigues et al.(2007)

24

Verifica-se, na Figura 2, que a maior parcela dos recursos do município,

33,82% são aplicados na educação, seguida de 25,71%, que são destinados à

saúde e, 14,54%, seguem para obras públicas, evidenciando-se assim, o

direcionamento de recursos financeiros para os principais pilares que proporcionam

a melhoria da qualidade de vida da população.

A cidade de Primavera do Leste encontra-se em franco desenvolvimento,

cuja vista parcial é apresentada na Figura 3.

Figura 3. Vista aérea parcial do município de Primavera do Leste/MT. Fonte: Fonte: Rodrigues et al.(2007)

3.2 MÉTODOS

O objeto de estudo desta pesquisa foi o acompanhamento da

implementação do planejamento participativo adotado pela Prefeitura em 2006,

tendo como foco as ações voltadas às questões sócio-econômicas e ambientais

acordadas nas audiências públicas, oficinas e reuniões e dentro do prognóstico para

os dez anos seguintes.

O método adotado nesta investigação foi o indutivo, utilizando técnicas

quantitativas e qualitativas, porque descreve o processo do método adotado para o

registro de ações diagnosticadas, e analisa os procedimentos dinâmicos adotados

pelos órgãos competentes na implementação e execução das ações voltadas às

questões sócio-econômicas e ambientais, consolidadas no Plano Diretor

25

Participativo do município de Primavera do Leste em Mato Grosso, no ano de 2007,

como por exemplo, a elaboração de projetos de leis a serem aprovados na Câmara

de Vereadores para a implementação das ações, respeitando os dispositivos legais.

Os projetos de leis, uma vez aprovados e expressos em lei, devem

atender a interesses coletivos dos diferentes segmentos da sociedade externados no

processo de gestão democrática, quando da execução do planejamento

participativo, mostrando o compromisso social, político dos órgãos competentes

elegidos para tais fins.

Os procedimentos percorridos de modo a subsidiar o delineamento do

estudo pretendido foram a pesquisa bibliográfica (literatura centrada em Plano

Diretor e Planejamento Participativo), que conforme Gil (1996), é desenvolvida a

partir de material já elaborado como livros e artigos científicos. E a pesquisa

documental ocupando-se de dispositivos legais vigentes relacionados à situação em

estudo, diferenciando-se da pesquisa bibliográfica pela natureza das fontes, que

busca informações de materiais que ainda não receberam tratamento analítico, ou

que podem ser reelaboradas de acordo com as finalidades a que se destinam.

Igualmente, utilizou-se da pesquisa de campo que foi realizada por meio

de entrevistas direcionadas a oito dirigentes públicos investidos de cargos de

responsabilidade pela implementação e execução das ações consolidadas no Plano

Diretor sendo cada um deles representante dos respectivos órgãos.

A Prefeitura Municipal de Primavera do Leste conta com sete secretarias

no total. Todas foram contatadas para pesquisa, entretanto, o representante da

Secretaria de Finanças, encontrava-se viajando, não tendo sido possível aplicar o

instrumento de pesquisa à referida Secretaria.

Foram consultadas as secretarias que estão diretamente ligadas aos

temas de maior relevância, no intuito de providenciar os requisitos básicos para que

o município atinja um nível satisfatório de desenvolvimento sustentável, sendo eles

os seguintes: Secretaria de Administração (Assessor jurídico), Secretaria de

Agronegócios e Meio Ambiente, Secretaria de Educação, Secretaria de Promoção

Social, Secretaria de Saúde, Secretaria de Viação e Obras Públicas. Juntamente

com as Secretarias de governo, foram escolhidos dois órgãos públicos responsáveis

pela fiscalização e pelo acompanhamento das atividades desenvolvidas pelo Poder

Executivo Municipal, quais sejam: Câmara Municipal de Vereadores, Ministério

Público do Estado do Mato Grosso, além de vinte pessoas da comunidade local.

26

O instrumento de pesquisa aplicado foi o roteiro de entrevista, composto

de cinco questões para a Câmara de Vereadores, sete questões para o Ministério

Público do Estado, e seis questões para a Secretaria de Administração. Foram

submetidas seis questões para Secretaria de Viação e Obras Públicas, onze

questões aplicadas à Secretaria de Saúde, sete questões submetidas à Secretaria

de Educação, treze à Secretaria de Ação Social, e seis à Secretaria de

Agronegócios e Meio Ambiente, questões estas que tratam do conhecimento dos

trâmites do teor do processo e andamento de projetos de leis para fins de aprovação

e criação de leis que atendam as problemáticas/temáticas elegidas no Plano Diretor

relativo à habitação, ambiente, saneamento básico, mobilidade, educação, entre

outros.

Assim como, trata de averiguar a revisão e adequação de outras seis leis

já existentes para que fiquem em consonância com o PDP. Aborda ainda, se as

diretrizes previstas no Plano Diretor estão sendo concretizadas em ações e quais

dos objetivos previstos já foram contemplados.

Foi também aplicado roteiro de entrevista com onze questões, para vinte

moradores da comunidade local escolhidos propositadamente entre universitários

(50%), visto que foram realizadas 27,7% do total de reuniões/ oficinas de trabalho

com a participação desta parcela da comunidade, por serem indivíduos que

teoricamente possuem um maior grau de esclarecimento. Os outros 50%, foram

escolhidos entre pessoas que sabidamente participaram do planejamento de alguma

forma, sejam por meio de colaboração com informações à equipe contratada pela

Prefeitura, ou por meio de participação em plenárias, reuniões, audiências públicas,

devido supostamente terem senso de cidadania mais aguçado.

As questões das entrevistas aplicadas aos oito dirigentes/representantes

legais investidos em cargos públicos, e as questões diferenciadas aplicadas aos

vinte moradores da comunidade, assim como, a pesquisa documental em atas de

registros das audiências públicas, atas das reuniões/oficinas comunitárias, relatórios,

fotos registradas de reuniões realizadas, foram organizadas para obter:

-o acompanhamento avaliativo se o processo de planejamento

participativo adotado pelo município garantiu a participação popular como vetor

contributivo para elaboração do PDP no período de 2006 a 2007.

-a identificação dos critérios estabelecidos pela Equipe de Assessoria

para a seleção dos atores da sociedade que participaram dos encontros previstos

27

pelo planejamento na discussão de temáticas/assuntos relativos às questões

ambientais, sociais e econômicas.

-o conhecimento das formas de condução e registros dos encontros

temáticos que mantiveram a participação e contribuição dos atores selecionados.

-quais as temáticas que emergiram de âmbitos ambiental, econômico e

social, e foram priorizadas pelos atores partícipes do processo, dentre todas que

foram discutidas, realizado no período de 2006 a 2007, mediante critérios

estabelecidos de escolha pela comunidade participativa e de acordo com as

necessidades prementes.

-acesso aos dispositivos legais pertinentes e em vigor foi buscado na

literatura e mediante entrevistas aos oito dirigentes/ representantes legais investidos

em cargos públicos e permitiram o exame e acompanhamento da implementação e

do cumprimento das ações voltadas aos aspectos ambientais, econômicos e sociais

consolidadas no PDP, ano 2007.

-o conhecimento de como o acompanhamento das diretrizes traçadas no

PDP 2007 vem sendo realizado pela população e pelos órgãos competentes

(Secretarias municipais, Câmara de vereadores e Ministério Público), e se de fato,

as ações previstas foram cumpridas no período de doze meses da aprovação da lei

do Plano diretor.

Os dados coletados na pesquisa, junto ao PDP, foram do tipo quantitativo,

apresentados em percentuais distribuídos entre as necessidades elegidas para o

Município, tais como: atração de indústrias, instalação de hospital público com UTI,

construção de Centro Comunitário, entre outras.

Os dados qualitativos foram obtidos mediante observações de áreas

degradadas no perímetro urbano, principalmente em zonas de recuperação, sendo

analisados segundo os seguintes critérios:

-possibilidade de identificação das áreas de risco com a indicação dos

locais onde poderão ocorrer acidentes;

-observação do uso do solo, se está sendo utilizado de maneira racional,

se há saneamento básico, exploração inadequada, ou coleta de lixo ineficiente;

-identificação da forma de preservação das nascentes;

-análise da existência, nas zonas de recuperação de obras estruturais

como: obras de contenção, recuperação, drenagem, proteção superficial, colocação

de placas com avisos, cercamento de áreas de preservação;

28

-observação se houve em áreas de risco a reurbanização e relocação de

moradias e população.

Esses dados foram registrados em fotos e analisados comparando-se o

que foi estabelecido como diretriz no Plano Diretor Participativo - 2007, com o que

está sendo realizado efetivamente pelo Poder Público, e comparando-se ainda, com

os depoimentos coletados por meio de questões abertas realizadas via entrevistas

com representantes da comunidade como: Câmara Municipal de Vereadores,

Ministério Público, Secretarias Municipais (Promoção Social, Educação, Agronegócio

e Meio Ambiente, Viação e Obras Públicas, Saúde, Administração) e moradores do

local.

Concretizada as coletas e análises preliminares de dados, eles foram

organizados de maneira a permitir a o exame e análise detalhada efetuada no

próximo capítulo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROCESSO DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

Comprovou-se por meio de pesquisa que o processo de planejamento

participativo adotado pelo município garantiu a participação popular como vetor

contributivo para elaboração do PDP no período de 2006 a 2007, elencando as

solicitações consideradas mais importantes para os munícipes, pelo número de

vezes que foram apontadas nas reuniões e oficinas comunitárias, como pode ser

observado nas Figuras 4 e 5.

A verificação dos critérios estabelecidos no processo metodológico

adotados pela Equipe de Assessoria para a seleção de atores da sociedade que

participaram dos encontros previstos pelo planejamento na discussão de temáticas/

assuntos relativos às questões ambientais e econômicas, que ocorreram no período

de 2006 a 2007, estavam de conformidade com a orientação estabelecida no

Estatuto da Cidade, e abarcou três esferas, assim descritas: poder público,

sociedade civil e poder econômico. Este processo está embasado também nas

afirmações de Cavalcanti (1999), onde reforça que para que uma sociedade

identifique os seus problemas, deverá haver um processo social em que os diversos

segmentos apresentem e discutam suas percepções e aspirações.

As formas de condução do processo e registro dos encontros também

seguiram orientações previstas no Estatuto da Cidade, e informa Oliveira (2001), ou

seja, a realização em duas etapas, a forma da divisão entre leitura comunitária e

técnica que foram a seguir descritas e comentadas, neste estudo:

a) A Leitura Comunitária: seguindo orientações da equipe da Seplan

(Secretaria de Planejamento do Estado), iniciaram-se as reuniões com a

comunidade após dividir a cidade em oito zonas urbanas e duas zonas rurais, para

então aplicar as oficinas e reuniões de trabalhos (Figuras 4 e 5).

29

Figura 4. Reuniões para leitura comunitária ZU 08 e ZR 09 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

A organização de reuniões com a comunidade para a “leitura da cidade”

foi de suma importância, sensibilizando a população por meio de grupos

representativos constituídos por representação de classe (associações, conselhos,

órgãos interessados, secretarias municipais) e com cidadãos divididos por zonas

urbanas e rurais, estes sendo escolhidos de forma aleatória, dada a ampla

divulgação das reuniões, plenárias e audiências.

Por meio de palestras e promoção de oficinas de trabalho foi possível

trazer o anseio da comunidade para dentro do plano, consolidando as informações

colhidas das leituras e o estabelecendo as prioridades de ação, ou, os eixos

estratégicos do plano, estas diretrizes embasaram as propostas para o

desenvolvimento sustentável, integrado e participativo de Primavera do Leste 2007,

bem como definiram estratégias e ações para tornarem isso realidade.

Figura 5. Reuniões para leitura comunitária ZR10 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

30

b) A Leitura Técnica: distribuiu suas atividades em três partes: A primeira

revisando as leis urbanísticas, outra fazendo a leitura das ações municipais atuais e

futuras, onde através das secretarias municipais foi sendo montado um plano

setorial simplificado, mas capaz de mostrar as ações de cada uma delas, em função

de suas diretrizes, seus programas e o setor da secretaria que os executam. Isto,

além daquilo que cada secretaria gostaria de implantar, visando também um melhor

atendimento ao público. E a terceira parte, encarregada de levantamento de dados

para completar a leitura, realizou no período de 23 a 27/08/06 durante a Expoprima

(Feira de Exposições Municipal-Ano 2006) uma pesquisa sócio-econômica

objetivando complementar os dados provenientes das Secretarias, além da

elaboração de mapas temáticos.

Simultaneamente às leituras comunitárias, foi-se buscando os dados

técnicos e legais em vigor, junto às secretarias, departamentos municipais, nas

instituições civis e visitas “in loco”, sobre as temáticas da política de

desenvolvimento, da dinâmica econômica, da dinâmica social, sobre o ambiente

natural, a dinâmica de ocupação do território municipal, do patrimônio histórico e

cultural, a Infra-estrutura social e urbana, a gestão democrática da cidade e a

respeito dos Instrumentos de política urbana.

Após a organização dos dados sócio-econômicos e ambientais acima

descritos, os mesmos foram apresentados em reuniões com os segmentos

interessados, para confrontação, apuramento e aprimoramento, no sentido de uma

consolidação dos mesmos. Tais dados evidenciaram as necessidades manifestadas

pela área urbana e área rural, como por exemplo, a atração de indústrias com

objetivo de geração de emprego e construção de hospital com Unidade de

Tratamento Intensivo.

Isto feito possibilitou a composição de um diagnóstico, para a melhor

compreensão do Município, o qual deverá estar à disposição da população nas

bibliotecas das escolas municipais, das universidades e entidades interessadas para

eventuais estudos e pesquisas.

Os dados obtidos das duas leituras foram então discutidos, vendo a

convergência de proposições e de soluções para as questões levantadas e foram

então escolhidos os “eixos” estratégicos que devem ser atingidos no planejamento.

Estas informações que deram sustentação ao Plano Diretor Participativo, a

31

consolidação das informações colhidas das leituras, e o estabelecimento das

prioridades de ação, ou, os eixos estratégicos do plano, embasaram todo o projeto,

gerando um diagnóstico do município. A composição de mapas temáticos da cidade

e do município, a zona rural, que até então não existiam, ilustra e complementa de

forma mais clara o eixo estratégico do Plano Diretor Participativo. Após, foram

definidas ações agora sob forma de políticas e projetos de lei, que foram

encaminhadas para serem submetidas à aprovação na Câmara Municipal de

vereadores.

As temáticas emergiram dos encontros divididos em reuniões

comunitárias, plenárias e audiências públicas que foram realizados com o objetivo

de discutir problemas como educação, saúde, indústria, meio ambiente, transporte,

entre outros, e as possíveis melhorias para o município de Primavera, como por

exemplo: a construção de um hospital público com UTI, e o desenvolvimento de um

plano de atração de indústrias como forma de geração de emprego e renda. O

município foi dividido em dez (12) zonas setoriais. Das quais oito (8) compreendem a

zona urbana (ZU) e quatro (4) abrangem a zona rural (ZR). Neste trabalho as zonas

rurais foram consolidadas em duas zonas (ZR 09 e ZR 10), pelas semelhanças entre

as características da área e das reivindicações dos habitantes.

Para efeito de visualização as zonas setoriais foram assim organizadas:

ZU 01 – CENTRO – Formado pela Região Central e Bairro Jardim Riva:

• Limitado pela Br 070 ao sul;

• Pela MT 130 ao Leste;

• Pela Av. Amazonas e nascente junto à Águas de Primavera ao Norte;

• Pelo Córrego das Traíras ao Oeste.

Na Figura 6 pode ser visto a ZU 01 – Centro - para a qual emergiram da

comunidade as propostas de melhorias como a construção de um parque ecológico,

a construção de centro comunitário e profissionalizante, e centro esportivo, e a

proteção de nascentes.

32

Figura 6. Vista aérea da zona urbana 01 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

ZU 02 - PRIMAVERA II – Formado pelo Bairro Primavera II :

• Limitado: Av. Amazonas e nascente junto às Águas de Primavera ao Sul;

• Pela MT 130 ao Leste;

• Pela Fazenda Nova Esperança ao Norte;

• Pelo Córrego das Traíras ao Oeste.

A Zona Urbana 02, ZU 02, na Figura 7, e para esta área a comunidade

apresentou as propostas de melhorias que consistem na ampliação da rede de

esgotos, asfalto, iluminação pública, e preservação da nascente “Velha Joana”.

Figura 7. Vista aérea da zona urbana 02 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

33

ZU 03 - SÃO CRISTOVÃO – Formado pelos Loteamentos Conjunto

Residencial São Cristóvão, Ponche Verde I e II e Bairro Novo Horizonte:

• Limitado pela Av. Dom Aquino e Córrego Velha Joana ao Sul;

• Pela Fazenda Arizona ao Leste e Norte;

• Pela MT 130 ao Oeste.

Na Figura 8 tem-se a visualização da ZU 03 – cujas propostas de

melhorias emanadas da comunidade consistem na contensão de grandes áreas com

erosão às margens do córrego, construção de novas escolas e ampliação de

creches.

Figura 8. Vista aérea da zona urbana 03 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

ZU 04 - CENTRO-LESTE - Formado por parte do Loteamento Primavera I

e Parque Eldorado:

• Limitado pela BR 070 ao Sul;

• Pelo Córrego Velha Joana ao Norte e Leste;

• Pela MT 130 ao Oeste.

34

Para a ZU 04, a comunidade formulou propostas de melhorias como a

construção de viaduto para travessia da BR 070, indústrias para geração de

emprego e renda, recuperação das encostas, escoamento e tratamento de esgoto,

construção de hospital e ciclovia (Figura 9)

Figura 9. Vista aérea da zona urbana 04 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

ZU 05 - SÃO JOSÉ – Formado pelos Loteamentos São José, Jardim

Progresso, Jardim Santa Clara, Cristo Rei, Jardim Milano, Jardim Gnoato, Jardim

Serra das Flores, Coohab Tancredo Neves e Castelandia II e III e VI:

• Limitado pela BR 070 ao Norte;

• Pelas chácaras ao Leste;

• Pela Av. Brasil ao Oeste;

• Pela Encosta da Serra ao Sul.

A ZU 05 pode ser vista na Figura 10, e comunidade formulou a proposta

contemplando melhorias voltadas a construção de viaduto para travessia da BR 070,

35

atração de indústrias, construção ou ampliação de creches, segurança pública,

instalação de postos médico 24 horas.

Figura 10. Vista aérea da zona urbana 05 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

ZU 06 - CASTELANDIA - Formado pelos Loteamentos Castelandia I, IV

e V, Conjunto Habitacional Nossa Senhora Aparecida, Firenze e Popular:

• Limitado pela BR 070 ao Norte;

• Pela Av. Brasil ao Leste;

• Pelo Projeto Parma Vida ao Oeste;

• Pela Encosta da Serra ao Sul;

Quanto a ZU 06 – Castelândia, a comunidade registrou propostas

centradas em construções de escolas e ginásio de esportes, de áreas de lazer,

asfaltamento e instalação de iluminação pública (Figura 11).

36

Figura 11. Vista aérea da zona urbana 06 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

ZU 07 - DISTRITO INDUSTRIAL E TUIUIÚ – Formado pelos Distritos

Industriais I e II, Área comercial frontal à BR 070 e Condomínio Residencial Tuiuiú:

• Limitado pela Fazenda Tupã ao Norte;

• Pelo Córrego das Traíras prolongando até Projeto Parma Vida ao Leste;

• Pelo Córrego Cabeceira dos Bois ao Oeste;

• Pela Encosta da Serra ao Sul.

Em relação à ZU 07, visualizada na Figura 12, a comunidade apresentou

propostas de melhorias relativas às construções de asfalto, posto de saúde 24

horas, casas populares e solicitações voltadas à atração de indústrias.

37

Figura 12. Vista aérea da zona urbana 07 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

ZU 08 - PRIMAVERA III – Formado pelo Loteamento Cidade Satélite e

Loteamento Jardim Esperança:

• Limitado pela Fazenda Nova Esperança ao Norte;

• Pela Fazenda Tupã ao Sul;

• Pelo Córrego das Traíras ao Leste;

• Pela Fazenda Tupã ao Oeste.

Para a ZU 08, a comunidade salientou em sua proposta melhorias

relativas a pavimentação de ruas e instalação de luz, cuja iluminação será para Via

de Acesso e do Bairro (Figura 13).

38

Figura 13. Vista aérea da zona urbana 08 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

ZR 09 – ZONA RURAL GAÚCHO/VILA UNIÃO/CARAZINHO - Formado

pelas Regiões Norte e Oeste do Município.

A Figura 14 mostra a ZR 09. Para esta zona rural, a comunidade registrou

propostas de melhorias salientando a instalação de posto de saúde, asfaltamento

ligando a comunidade Nossa Sra. Aparecida à comunidade Sto. Antonio do Leste e

instalação de telefone público.

Figura 14. Vista aérea da zona rural 09 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

39

ZR 10 - MASSAPÉ - Formado pela Região Noroeste do Município.

Na Figura 15, visualiza-se a ZR-10 para a qual a comunidade registrou a

proposta de melhoria para tratamento e reciclagem do lixo, instalação de postos de

saúde e construção de áreas de lazer.

Figura 15. Vista aérea da zona rural 10 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

Em cada uma destas zonas apresentadas, foram realizadas reuniões e

oficinas, delas emergindo as respectivas propostas de melhorias capar cada área.

O critério adotado de seleção dos moradores foi aleatório, incentivando a

livre participação da comunidade por meio ampla divulgação das datas e horários

das reuniões como pode ser observado na Figura 16.

Figura 16. Reuniões comunitárias no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

40

Oficinas de trabalho para leitura comunitária também foram realizadas em

faculdades e grupos especiais como grupos de idosos e agentes de saúde do

município (Figuras 17 e 18).

Figura 17. Reuniões comunitárias e oficinas com idosos no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

Figura 18. Reuniões e oficinas nas Faculdades Unicen no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

As reuniões e oficinas realizadas durante o PDP nos anos de 2006 e 2007,

ouviram 3.398 pessoas representando 5,66% da população do município apontaram

41

as principais necessidades e anseios da população que ao participar do processo de

planejamento buscam transformar o município em um lugar com melhores condições

de vida. Como apresenta a Figura 19, a pauta de necessidades do perímetro urbano,

traz como principal reivindicação a solicitação de atração e instalação de indústrias

no município. Este fato reflete o desejo dos munícipes pela elevação do número de

empregos e aumento do nível de renda familiar.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0 IndústriasHospital com UTICentro ComunitárioPreservação ambientalÁrea de LazerAsfaltoCrecheViaduto BR 070Universidade PúblicaEnconsta SerraEscola MunicipalPosto PolicialRede de EsgotoZoneamentoAnel ViárioCasas PopularesPosto de SaúdeAção SocialCalçadãoEscola TécnicaFarmácia PúblicaReciclagem lixoTransparência

Figura 19. Resumo das reuniões com pauta de necessidades no perímetro urbano do município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

Em segundo lugar na pauta de reivindicações aparece a solicitação de um

hospital público com unidade de tratamento intensivo (UTI), seguido de instalação de

centro comunitário, e em quarto lugar de importância, surge a necessidade de

preservação ambiental, demonstrando que apesar de não haver um trabalho efetivo

direcionado à educação ambiental no município, o tema é considerado relevante

pela população. O tema ressurge ainda nas solicitações de recuperação da encosta

da serra (região de furnas) e reciclagem de lixo.

42

Figura 20. Resumo das reuniões com pauta de necessidades no perímetro rural do município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

Nas zonas rurais, conforme demonstra a Figura 20, dentre a pauta de

necessidades, as reivindicações voltaram-se principalmente para a infra-estrutura na

medida em que figuram em primeiro lugar posto de saúde, pois a distância do centro

da cidade para quem mora na zona rural é significativa. A instalação de telefone

público na área rural como meio de comunicação de massa figura como a segunda

mais importante solicitação.

O resumo das reuniões apresentados nas figuras 19 e 20 evidenciam que

as plenárias e audiências públicas temáticas, realizadas após a fase de reuniões

comunitárias e oficinas, visavam discutir e propor políticas, estratégias, planos e

programas de atuação administrativa pertinente a cada um dos temas em foco,

como mobilidade, habitação, meio ambiente, infra-estrutura, desenvolvimento

econômico e social, e redigir diretrizes que seriam incluídas no Plano Diretor

Participativo 2007.

4.2 INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO

No que tange aos aspectos de instrumentos legais de acompanhamento,

constatou-se os seguintes fatos:

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Posto de Saúde

Telefône Fixo - Orelhão

Distrito

Asfalto

Escola Técnica

Infra-estrutura

43

Pode-se afirmar mediante pesquisa documental que a população conta

com instrumento legal de acompanhamento, como consta no Capítulo II do Plano

Diretor de Primavera do Leste, Brasil (2007) que rege sobre os instrumentos de

democratização da gestão democrática da política urbana, ou seja, os incisos dos

artigos 179 e 180 (como instrumento da conferência municipal de política urbana)

assegurando a participação popular em todas as fases do processo de gestão

democrática da política urbana; artigos 181 e 182 (como instrumentos da

conferência municipal de política urbana); artigo 184 (as Audiências Públicas são

instrumentos de apoio no acompanhamento, implementação e alteração do Plano

Diretor Municipal) e artigos 185 e 186 (iniciativas de projetos de lei, projetos e

programas).

Outro instrumento de que pode fazer uso a população é a iniciativa

popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de desenvolvimento e do

plebiscito e referendo popular de que trata os artigos 185 e 186:

Artigo 185 - A iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas e

projetos de desenvolvimento poderá ocorrer a qualquer momento

objetivando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e direcionada ao

Conselho de Desenvolvimento Municipal.

Artigo 186 - O Plebiscito e referendo popular poderão ser convocados para

fins e nos termos da Legislação em vigor.

O NÚCLEO ESPECIAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO de

acompanhamento do plano diretor com capacidade de interferir naquilo que não

estiver sendo atendido é mais uma forma de fiscalização que prevê o Plano Diretor

de Primavera do Leste 2007. Esta comissão deverá ser autônoma e provida por um

convênio entre a Câmara de Vereadores e a Prefeitura Municipal, devendo manter

um banco de dados para que possa, oportunamente, fazer correções e ajustes no

plano, sempre com a participação comunitária, conforme trata o seu Artigo 187:

Artigo 187 - O Poder Executivo, em cumprimento da Cláusula Quinta, do

COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, celebrado com o

Ministério Público do Estado de Mato Grosso, em 24 de outubro de 2006,

instituirá no âmbito da administração municipal, e no prazo de dois (02)

meses após a aprovação desta lei, o NÚCLEO DE GESTÃO E

44

PLANEJAMENTO URBANO, composto de pelo menos 03 (três)

profissionais com capacitação para a atividade, que será responsável pela

avaliação, adequação, revisão e fiscalização inerentes a este Plano Diretor

Participativo, garantindo a efetividade quanto à sua aplicação e atualização

às necessidades do Município, com vistas a evitar que o Plano Diretor se

torne um documento meramente programático, mas sim um efetivo

instrumento direcionador das políticas públicas do Município.

4.3 IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO

Como resultado da pesquisa, até julho de 2008, o poder público municipal

ainda não constituiu este núcleo contrariando o Termo de Acordo firmado entre o

Poder Executivo e o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, em 24 de outubro

de 2006.

Para alcançar diretrizes, objetivos e metas (ações) traçados no Plano

Diretor Participativo – 2007, de maneira eficaz e eficiente se faz necessário que os

órgãos competentes (Poder Legislativo e Ministério Público), assim como, a

população em geral, exerçam o seu direito de cobrança junto ao Poder Executivo

Municipal de forma que os bens coletivos, como é o meio ambiente, um bem comum

de responsabilidade global, e os aspectos sócio-econômicos sejam contemplados

adequando-se à realidade local.

4.4 ACOMPANHAMENTO “POPULAR” E “PÚBLICO”

O exame das formas de acompanhamento por parte da população

realizou-se por meio de pesquisa utilizando questionário estruturado, num universo

de vinte (20) munícipes do qual resultaram as seguintes análises:

a) Do total de entrevistados que não participaram de nenhuma fase do

PDP, 20% afirmaram saber o que é o Plano Diretor e qual o seu

objetivo, e 30% desconhecem. E apenas 10% dizem conhecer a

importância do PDP para o município.

b) 65% do total de participantes da pesquisa afirmaram não terem

conhecimento de que a Lei N.1000 do Plano Diretor Participativo 2007,

45

de Primavera do Leste, tinha sido aprovada pela Câmara de

Vereadores em 19.07.2007, estando em vigor a partir então.

c) Entre os entrevistados 55% participou de alguma fase do processo de

planejamento do Plano Diretor, seja por meio de reunião comunitária,

audiência pública, colaborando com informações, ou participando da

pesquisa.

d) Apenas 35% do total questionado responderam que acompanha de

alguma forma, ou tem conhecimento da execução das diretrizes

definidas no PDP 2007. E 75% não acompanham o processo.

e) Respondendo a questão sobre qual a razão do não acompanhamento

a maioria, 60% responderam que se deve ao desconhecimento dos

meios para tal fim. E 15% acham que a Prefeitura Municipal deveria

divulgar na mídia o andamento das ações previstas nas diretrizes do

PDP.

Por parte da Câmara Municipal de Vereadores, em entrevista realizada à

secretária legislativa e ao Presidente da Câmara, questionados em relação ao

acompanhamento realizado por estes, ambos afirmaram que em plenário, sempre é

cobrado do poder executivo que as diretrizes previstas no PDP 2007 sejam

implementadas; entretanto ainda não foi encaminhada nenhuma cobrança formal,

via ofício.

O Ministério Público também consultado sobre o acompanhamento e

execução das diretrizes e planos propostos no Plano Diretor Participativo 2007,

afirmou que considera que o Município, representado pelo poder executivo, cumpriu

com sua obrigação no que se refere à elaboração e aprovação do PDP 2007,

procedendo ao arquivamento do processo. Entretanto, a partir da nova gestão

administrativa em fevereiro de 2009, procederá à reabertura do processo e tomará

providencias no sentido de averiguar a execução das ações.

4.5 ATENDIMENTO ÀS DIRETRIZES DO PDP 2007

A averiguação sobre o atendimento das diretrizes previstas no PDP 2007,

voltadas aos aspectos ambientais, econômicos e sociais se deram a partir de coleta

de depoimentos por meio de entrevistas aos representantes das Secretarias

46

Municipais, a seguir descritas neste estudo:

4.5.1 Legislação

O representante da Prefeitura Municipal, na qualidade de assessor

jurídico, afirmou que tem conhecimento de que já se passaram doze meses da data

de aprovação da Lei do Plano Diretor, que se deu em 19.07.2007 e da sua

publicação no Diário Oficial de Primavera do Leste – MT em 27.07.2007. Portanto,

algumas ações com prazos expressamente previstos nesta Lei, já deveriam ter sido

efetivamente concluídas, tais como:

a) De acordo com o Artigo 187 da Lei N.1000, Rodrigues et al.,(2007) a

criação do Núcleo de Gestão e Planejamento Urbano que será responsável pela

avaliação, adequação, revisão e fiscalização inerentes ao PDP, garantindo a

efetividade quanto a sua aplicação e atualização às necessidades do Município.

Constata-se a não criação do referido Núcleo devido a desinteresse, ou

acomodação do Executivo em atender a essa exigência prevista no PDP 2007, visto

que o Município conta com profissionais capacitados, inclusive participantes da

equipe que elaborou o PDP, que bem o conhecem e que poderiam prestar tal

serviço e a dotação de recursos para este fim já deveria estar prevista quando da

elaboração do mesmo.

b) Um dos pré-requisitos para que a Lei do Plano Diretor funcione

adequadamente consiste na criação de algumas leis complementares, como por

exemplo: Projetos de lei do Plano de Saneamento Básico ou ainda, Projeto de Lei de

Uso e Ocupação do Solo na Área de Proteção ambiental, conforme estabelece o

Artigo 189 da Lei N.1000 (RODRIGUES et al., 2007).

Pelo depoimento do representante da Prefeitura, os encaminhamentos

providenciados para atender ao artigo descrito acima foram referentes aos incisos

terceiro (III - Projeto de Lei do Plano Diretor de Mobilidade Urbana), que se encontra

em discussão com o Ministério Público, baseando-se na Lei federal N.10.098 que

trata deste assunto. E inciso décimo segundo (XII - Projeto de Lei do Fundo

Municipal do Meio Ambiente) projeto que já foi encaminhado à Câmara e tendo sido

aprovado, constituiu a Lei N. 993/07. Os demais incisos não tiveram nenhum

encaminhamento, devido à falta de iniciativa política.

47

c) De acordo com o Artigo 190, da Lei 1000 do Plano Diretor Participativo

2007, seis leis deveriam ser revistas em até seis meses, para que ficassem em

consonância com o Plano Diretor, como por exemplo: (IV - Lei n° 500 de 17 de junho

de 1998 – Código de Posturas Municipal) e (V - Lei n° 691/2001 – Código Sanitário).

Foi verificado que a Prefeitura providenciou uma equipe composta de duas

pessoas para revisarem e adequarem estas leis. Foi atualizada apenas a Lei N.497

– Lei do Zoneamento e Uso do Solo Urbano pela Lei N.1.062 de 24/06/2008,

motivada principalmente devido ao apelo popular pela permissão de

estabelecimentos comerciais em área inicialmente considerada como estritamente

residencial. Houve também a adequação da Lei N.699/2001- Código Tributário, e por

falta de recursos financeiros não houve continuidade dos trabalhos.

Constatou-se que pelo não atendimento do que se refere os itens b e c

anteriores, há falta de harmonização entre o Plano Diretor e as diretrizes

programadas para serem implementadas. Uma das razões para que isso ocorra

deve-se a escassez de recursos para remuneração de pessoal qualificado para

desenvolver e adequar as leis requeridas pelo Plano Diretor.

Para que não ocorram barreiras para a execução dos objetivos propostos,

e respectivas ações a serem executadas no Plano Diretor, principalmente no que se

refere aos aspectos ambientais e socioeconômicos, se faz necessária e urgente a

sua adequação.

4.5.2 Geração de renda

Das necessidades apontadas nas Figuras 19 e 20, a que mais foi

requerida pela população consiste na geração de emprego e renda por meio de

atração de indústrias para o município, de forma a verticalizar a sua base produtiva

centrada na agricultura. A serem coordenadas e implementadas por meio da

Secretaria Municipal de Agronegócios e Meio Ambiente.

Dessa forma, foram geradas as seguintes diretrizes, expressas no Plano

Diretor (BRASIL, 2007):

a) O Artigo 10 trata da política de desenvolvimento econômico:

Artigo 10 - A política do desenvolvimento econômico do Município

articula-se às demais políticas setoriais, objetivando redução das

48

desigualdades sociais e a melhoria da qualidade de vida da população.

b) E sobre as diretrizes do Plano Municipal do Desenvolvimento Social:

o Artigo 13 - Para alcançar as diretrizes do desenvolvimento social, o

município deverá elaborar o Plano Municipal de Política Social, Trabalho e

Renda com as seguintes estratégicas:

I - subsidiar os lotes para indústrias que desejarem se instalar em área

industrial definida pelo Plano Diretor, exceto para as ligadas a produtos

agrotóxicos, que atenderão a legislação própria;

Essa diretriz delineada pelo PDP 2007, foi atendida pelo poder público

municipal. A Secretaria municipal oferece incentivos para que se desenvolva a área

industrial na cidade. As empresas interessadas adquirem os lotes da Prefeitura

Municipal a um preço simbólico de R$ 2,00 (dois reais) o metro quadrado, nos

distritos industriais. Há ainda, a isenção dos impostos municipais por até cinco anos.

Isto ocorre, após a instalação da indústria, e depois que a mesma estiver

funcionando, ato baseado na Lei 578/99.

Os distritos industriais estão sendo modernizados com obras de infra-

estrutura e saneamento, encontrando-se com sua licença prévia de funcionamento

de acordo com Legislação Ambiental junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente

(SEMA).

Algumas indústrias de médio e grande porte já estão se instalando no

município atualmente.

4.5.3 Proteção ambiental

Analisando os encaminhamentos referentes às questões ambientais,

pode-se observar na Figura 21, o Plano Geral de Proteção Ambiental no Perímetro

Urbano de Primavera do Leste/MT, as áreas demarcadas com a cor verde que

abrangem as áreas de reestruturação e de recuperação ambientais.

49

Figura 21. Plano Geral de Proteção Ambiental no Perímetro Urbano de Primavera do Leste/MT. Fonte: Rodrigues et al.(2007)

Segundo depoimentos dos representantes legais entrevistados, a

Secretaria de Agronegócios e Meio Ambiente encaminhou e foi aprovada pela

Câmara a Lei N.1.007 de 23/08/07 que Estabelece a Política Municipal de Meio

Ambiente, criando a legislação ambiental municipal. Assim como, já foi aprovada

também a Lei N.1.027 de 11/12/07 que dispõe sobre a cobrança pelos serviços de

licenciamento ambiental de atividades, autorizando a cobrança de tributo pelos

serviços de análise, inspeção e vistoria para fins de licenciamento dos

estabelecimentos e atividades que utilizem recursos ambientais no âmbito municipal

de Primavera do Leste.

c) Os Artigos 46 e 47 definem a Zona de Reestruturação Urbana e que

pode ser vista na Figura 9, representando a Zona Urbana 4:

Artigo 46 - A Zona de Reestruturação Urbana caracteriza-se pela

50

predominância de uso misto, carência de equipamentos públicos e terrenos

subutilizados ou não utilizados.

Artigo 47 - São objetivos da Zona de Reestruturação Urbana:

I - reconverter e implantar novos usos e atividades, inclusive o habitacional;

II - requalificar a paisagem;

III - estabelecer um controle ambiental eficiente;

IV - valorizar e proteger o patrimônio cultural.

Nesse sentido, foi constatado que está em andamento o “Projeto Velha

Joana”, que visa conservar o local onde encontra-se sepultada a moradora mais

antiga do Município, construindo na área um monumento. É objetivo deste projeto

proteger e recuperar o patrimônio cultural, visto que Primavera do Leste não possui

ainda nenhum patrimônio tombado. O projeto já foi encaminhado pela Secretaria de

Agronegócios e Meio Ambiente à Prefeitura Municipal para análise.

d) Os Artigos 48 e 49 definem a Zona de Recuperação Urbana e que pode ser

vista nas Figuras 7 e 8, que representam as Zonas Urbanas 2 e 3.

Artigo 48 - A Zona de Recuperação Urbana caracteriza-se pelo uso

predominantemente residencial, carência de infra-estrutura e equipamentos

públicos e alta incidência de loteamentos irregulares e núcleos

habitacionais de baixa renda.

Artigo 49 - São objetivos na Zona de Recuperação Urbana:

I - priorizar o atendimento de infra-estrutura básica;

II - implantar equipamentos públicos, espaços verdes e de lazer;

III - promover a regularização fundiária das moradias irregulares;

IV - incentivar a construção de moradias populares, ocupando

prioritariamente loteamentos providos de infra-estrutura;

V - conter a ocupação de áreas ambientalmente fragilizadas.

Está previsto no PDP 2007, em seus Artigos 27 e 28, a recuperação da

mata ciliar do Rio das Mortes, (Figura 22), assim como a elaboração de um plano de

controle de pesca nas proximidades da Usina Hidrelétrica Carmelito Torres, e de

acordo com os depoimentos, nenhuma providência foi adotada.

O Rio das Mortes é utilizado tanto pra geração de energia elétrica, como

também, como forma de lazer e turismo. São realizadas atividades de pesca, de raft

e de canoagem, recebendo freqüentemente, atletas para competições regionais e

51

nacionais. Em suas margens está instalado um balneário privado, que serve de

apoio a essas atividades.

Figura 22. Rio da Mortes no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Dados da pesquisa

Conforme diretrizes traçadas no PDP 2007, no que trata da gestão dos

recursos naturais em seus artigos 27 inciso II, e 28 inciso I, o município deve

incentivar a criação de unidades de conservação, fazer estudo de desapropriação de

áreas do entorno de mananciais com objetivo de verificar a viabilidade de instalação

de parques municipais visando a proteção da unidade de conservação.

Como pode ser observado nas Figuras 23 e 24, existe uma grande área

que era utilizada pela própria prefeitura como fonte de cascalho. Atualmente

desativada, funcionando apenas como área para depósito de materiais para

construção civil (brita, piche, etc.) da Secretaria de Obras Municipal.

O local, uma Área de Preservação Permanente (APP), apresenta alto

nível de degradação ambiental devido às atividades antrópicas ali realizadas, tendo

sido demasiadamente explorado e estando na iminência de provocar assoreamento

do Córrego Traíras, que abastece a cidade.

52

Figura 23. Área degradada da Bacia do Rio Traíras no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Dados da pesquisa

Figura 24. Braço do Rio Traíras no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Dados da pesquisa

As providências tomadas neste sentido, segundo depoimentos dos

responsáveis foram as seguintes: O Ministério Público Estadual (MPE), promoveu

audiência pública em 2007, para discutir a questão da recuperação da área e serve

de mediador entre os proprietários, responsáveis pelo dano ambiental, e o município.

Tenta-se um acordo para que os proprietários doem a área e o município construa

um parque municipal visando a recuperação e conservação do ecossistema ali

existente, e beneficiando a população também com uma área de lazer. O projeto do

parque já foi providenciado, e aguarda decisão das partes (município e proprietários)

com relação a desapropriação da área. No caso de insucesso do acordo, o MPE irá

53

responsabilizar os proprietários de forma a repararem o dano ambiental.

4.5.4 Promoção social

Das diretrizes delineadas e consolidadas no Plano Diretor Participativo

que versam sobre promoção social e habitação, se destacam os artigos 19 e 20

(BRASIL, 2007):

Artigo 19 - A política municipal de habitação tem como objetivos:

I - garantir o acesso a terra urbanizada e à moradia, ampliando a oferta e

melhorando as condições de habitabilidade da população de baixa renda;

Artigo 20 - Para a consecução da política deverão ser adotadas as

seguintes diretrizes:

I - promover a requalificação urbanística e regularização fundiária dos

assentamentos habitacionais precários e irregulares, inclusive de áreas

centrais degradadas;

Foi constatada por esta pesquisa a existência de populações residentes

em áreas de risco: às margens da BR 070, próximo a um córrego e em áreas de

declive, (Figuras 25 e 26). Trata-se de Área de Proteção Ambiental (APP) protegida

por lei.

Para Brandão (2002), as Áreas de Preservação Permanente (APP’s)

devem ser mantidas com suas características originais, pois são fundamentais para

a preservação da qualidade das águas, vegetação e fauna, bem como para a

dissipação de energia erosiva.

Segundo os depoimentos da Secretaria Municipal de Promoção Social,

encontram-se em construção noventa e nove casas (99) populares a serem

entregues ainda no ano de 2008. No total são 264 casas direcionadas a pessoas de

baixa renda, inclusive atendendo aos moradores da área de risco às margens da BR

070, área da encosta do Bairro São José, e área de invasão do Bairro Primavera III.

O Cadastramento das famílias foi realizado em março de 2007, e seguem

critérios para contemplação estipulados pela Caixa Econômica Federal (CEF), visto

que o projeto se desenvolve em parceria com a CEF e o Governo do Estado.

Os critérios de seleção consistem em comprovar a residência em áreas de

risco por pelo menos dois anos, ter título de eleitor e certidões de nascimento dos

filhos. Na falta desses documentos, a secretaria auxilia o cidadão para que o mesmo

providencie. A contemplação das casas segue a seguinte ordem de distribuição:

54

40% preferência para mulheres chefes de família; 30% para famílias com maior

número de filhos; 4% para portadores de deficiência; 3% para famílias com idosos.

A Secretaria atende ao inciso II do Artigo 13 do PDP 2007, o “Projeto

Conviver”, que atende a cerca de 500 idosos oferecendo cuidados com a saúde e

bem-estar e entretenimento, garantindo qualidade de vida.

E a outras diretrizes previstas como, por exemplo, o Centro de Referência

Social Municipal - CRAS, que é um serviço destinado às famílias em situação de

vulnerabilidade social decorrentes da pobreza, privação ou fragilização de vínculos

afetivos, relacionais e de pertencimento social. No CRAS são realizadas ações como

oficinas, palestras, cursos e orientações com finalidade de geração de emprego e

renda através de cursos profissionalizantes.

Figura 25. Moradores em área de risco na BR 070 no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Dados da pesquisa

55

Figura 26. Áreas de declive com habitações irregulares no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Dados da pesquisa

4.5.5 Saúde

Das diretrizes delineadas e consolidadas no Plano Diretor Participativo, no

seu Artigo 15, e incisos de I a XIV como indica Brasil (2007), estabelece estratégias

direcionadas à saúde pública, os quais tiveram os encaminhamentos, segundo

depoimentos dos representantes legais entrevistados da Secretaria Municipal de

Saúde, assim detalhados:

O inciso IV trata da criação da Fundação Hospitalar e da estrutura física

do hospital municipal com número mínimo de leitos, e o inciso VII, complementa

tratando da implantação de UTI na estrutura física onde funciona a Fundação

Hospitalar. Entretanto, houve um estudo no sentido de adquirir um hospital

juntamente com o Estado do Mato Grosso, visto ser uma das prioridades apontadas

pela população (Figuras 19 e 20).

Pela falta de recursos, não foi dada continuidade a essa diretriz. Mas,

para atendimento emergencial à população, o Municipio conta com uma unidade de

Pronto-atendimento 24h, onde os casos considerados mais graves são

encaminhados a hospitais conveniados com o SUS (Sistema Único de Saúde), para

Rondonópolis, ou para Cuiabá. Há ainda, o atendimento ao inciso IX que trata do

apoio ao tratamento de doenças não solucionadas no município, como hemodiálise e

56

câncer, sendo disponibilizado transporte municipal aos doentes que necessitarem

fazer o tratamento em outra cidade.

Constatou-se o cumprimento dos incisos VIII que trata de programas de

acompanhamento de gestantes, neonatal, infância, adolescência e até a velhice,

desenvolvidos através dos Programas de Saúde da Família – PSFs, assim como do

inciso XIII, onde os hospitais e unidades clínicas de saúde, deverão dispor de

gerenciamento de resíduos hospitalares, de acordo com as normas vigentes, e

também do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA e da Agência Nacional

de vigilância sanitária - ANVISA, podendo para tanto, firmar um convênio com a

municipalidade através das Operações Consorciadas. O gerenciamento ocorre da

seguinte forma: é feito o recolhimento semanal de resíduos hospitalares, sendo

encaminhados para incineração no aterro sanitario municipal. O incinerador está em

processo de licenciamento, faltando apenas a licença de operação.

Os demais incisos ainda não foram encaminhados.

4.5.6 Educação

Dentre as diretrizes traçadas pelo PDP 2007 em seu Artigo 16, e incisos

de I a XX, como indica Brasil (2007), que tratam sobre educação, constatou-se o

cumprimento e/ou encaminhamento dos seguintes incisos, segundo depoimentos

dos representantes legais entrevistados, assim detalhados:

Para a implantação e desenvolvimento de centro de excelência em

educação visando à modernização do padrão de ensino e a formação dos

profissionais em educação, constante do inciso I, constatou-se que o Município doou

o terreno ao Estado e a Secretaria Estadual de Educação irá construir. O

funcionamento em parceria com o município está previsto para 2009.

Com relação à expansão da rede pública de ensino conforme a demanda

populacional, como previsto no inciso III da Lei n.°1000, de acordo com Brasil

(2007), há projeto em andamento de ampliação do número de escolas, aumentando

em 600 novas vagas para educação infantil e 250 novas vagas no ensino

fundamental em parceria com o Estado.

O inciso VII da Lei n°1000 conforme Brasil (2007), que trata da inclusão na

grade escolar do município da educação ambiental, ainda não foi contemplado,

57

entretando, segundo depoimentos está sendo realizada análise da grade estadual

para possível inclusão da disciplina no âmbito municipal para o ano de 2009.

No que se refere ao inciso XIII que versa sobre fomento à instalação de

campus de universidade pública no município, da mesma Lei, já está sendo

atendido. O município conta com campus da Universidade Federal de Mato Grosso

UFMT, instalado em área cedida pelo município. Assim como conta também, com

uma unidade da Universidade Aberta do Brasil – UAB, e parcerias com o Centro

Federal de Educação Tecnológica – CEFET, em funcionamento no Campus da

UFMT com cerca de 500 alunos.

Observa-se pelos depoimentos que nenhum encaminhamento foi

providenciado com relação à esfera da educação relativo à criação de escola

agrícola profissionalizante no município, com todos os recursos necessários à

implantação, como prevê o inciso XIX.

4.5.7 Ocupação do espaço urbano

No que se refere à ocupação do espaço urbano constatou-se que a Lei

municipal n°498, Lei de Parcelamento do Solo Urbano ainda não foi revisada pelo

município, assim como não foi encaminhado os Projetos de Leis que tratam do Uso,

Ocupação e Parcelamento do Solo em Área de Proteção Ambiental, e Plano de

Desenvolvimento Rural, por exemplo.

De acordo com depoimentos dos responsáveis, as barreiras

arquitetônicas da cidade, de que trata o Artigo 10 e inciso XV do PDP 2007, já foram

todas removidas permitindo o acesso às pessoas com dificuldade de locomoção.

Artigo 10 - A política do desenvolvimento econômico do Município articula-

se às demais políticas setoriais, objetivando redução das desigualdades

sociais e a melhoria da qualidade de vida da população.

XV - promoção do acesso dos portadores de necessidades especiais aos

serviços regulares prestados pelo município mediante a remoção de

barreiras arquitetônicas;

Ainda pelos depoimentos, as estradas da zona rural estão sendo

recuperadas para permitir o escoamento da produção agrícola, como para

58

possibilitar o tráfego de ligação com a sede do município, para que ônibus escolares

possam trafegar com segurança e moradores se locomover com tranquilidade.

Com relação ao saneamento básico, a secretaria está trabalhando na

instalação de rede de esgotos em alguns bairros da cidade (Figura 27).

No que se refere ao asfaltamento, foi dado encaminhamento e já está em

execução a ampliação das áreas asfaltadas na cidade, como por exemplo nos

bairros: Parque Eldorado, São Cristóvão, Castelândia, Parque Sta. Clara, entre

outros (Figura 27).

Figura 27. Obras de Saneamento básico no município de Primavera do Leste – MT. Fonte: Dados da pesquisa

Os encaminhamentos providenciados em relação à habitação se deram

por meio de contratação de serviços terceirizados, via licitação pública.

Verificou-se ainda, que em algumas áreas situadas na zona de

reestruturação e zona de recuperação, a Secretaria realizou obras de contenção e

colocou placas de proibição de jogar lixo.

Assim, a principal contribuição deste trabalho para a sociedade reside na

pesquisa e investigação que propiciaram o confronto entre as proposições da Lei do

Plano Diretor Participativo 2007 e a averiguação da execução destas, e ainda no

sentido de alertar, não só a população, como também o Ministério Público e o Poder

59

Legislativo, responsáveis legais pela fiscalização dos atos do Poder Executivo, para

requerer e fazer cumprir a lei para a melhoria do bem-estar e qualidade de vida dos

munícipes .

Igualmente contribui para o meio acadêmico e para as cidades que

desejam questionar seus planejamentos e sua gestão.

A discussão pode inclusive, motivar e facilitar pesquisas aplicadas em

outras cidades de forma a auxiliar o entendimento e sugerir alternativas para os seus

desafios emergentes de planejamento e gestão públicos.

59

5 CONCLUSÕES

O Município garantiu a participação popular como vetor contributivo para

elaboração do PDP (Plano Diretor Participativo) no período de 2006 a 2007.

A participação da população norteou a definição dos principais aspectos a

serem atingidos com o plano.

Constatou-se que há falta de harmonização entre o Plano Diretor e as

diretrizes programadas para serem implementadas porque as Leis municipais não

estão na mesma dinâmica que o processo concluído em sua primeira fase.

Observou-se que a grande maioria das metas traçadas pelo Plano Diretor

Participativo 2007 não foi colocada em prática dentro do prazo de um ano, a contar a

partir da data da sua aprovação pela Câmara Municipal.

Verificou-se, a realização de ações importantes em relação a preservação

ambiental, como a criação da Legislação Ambiental Municipal e a criação do Fundo

Municipal de Meio Ambiente.

Evidenciou-se a ausência de interesse popular, no tocante à cobrança de

execução do PDP-2007, ou o desconhecimento das possibilidades de cobrança

junto ao Poder Público Municipal. Ocorreu notadamente a cobrança popular apenas

no que se refere a alteração de zoneamento, requerendo-se a permissão para

licenciamento de atividades comerciais em zonas anteriormente demarcadas como

exclusivamente residenciais.

Constatou-se que o Município não criou o Núcleo de Gestão e

Planejamento Urbano, que seria responsável pela avaliação, adequação, revisão e

fiscalização inerentes a este Plano Diretor Participativo.

Verificou-se que o Ministério Público considera que o Município, cumpriu

com sua obrigação no que se refere à elaboração e aprovação do PDP 2007,

entretanto, a partir da nova gestão administrativa em fevereiro de 2009, tomará

providencias no sentido de averiguar a execução das ações.

Os novos desafios para o Plano Diretor Participativo de 2007 são muitos

no intuito de preservar a participação popular e o melhor aproveitamento do

território, e das potencialidades do Município. E, para vencê-los recomenda-se

constituir o Núcleo de Gestão e Planejamento Urbano, de forma a permitir um

60

acompanhamento constante e a implementação das adequações necessárias,

inerentes a este. Executar as ações previstas pelas diretrizes contempladas no

mesmo, garantindo a efetividade quanto à sua aplicação e atualização às

necessidades do Município, com vistas a evitar que o Plano Diretor se torne um

documento meramente programático, mas sim um efetivo instrumento direcionador

das políticas públicas do Município, de forma a não comprometer o cumprimento dos

objetivos traçados nas diretrizes desse instrumento de indiscutível importância para

o desenvolvimento sustentável regional.

61

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APÊNDICES

64

APÊNDICE A ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO

CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE - MT

Entrevistado:_____________________________________

a) Qual a data em que foi aprovada a Lei N. 1000, do Plano Diretor? b) Você tem conhecimento do andamento do Plano Diretor Participativo de PVA? c) Você tem conhecimento do Artigo 189 - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal, em até 1 (um) ano após a aprovação desta lei:

I - Projeto de Lei do Plano Municipal de Habitação (PMH); II - Projeto de Lei do Plano de Saneamento Básico; III - Projeto de Lei do Plano Diretor de Mobilidade Urbana; IV - Projeto de Lei do Plano de Preservação do Patrimônio Cultural de P. do Leste; V - Projetos de Lei das Zonas Especiais; VI - Projeto de Lei do Plano de Reserva Particular do Patrimônio Natural; VII - Projeto de Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo na Área de Proteção Ambiental; VIII - Projeto de Lei da Operação Consorciada; IX - Projeto de Lei delimitando áreas em que incidirá o direito de superfície; X - Projeto de Lei regulando o instrumento do Estudo de Impacto de Vizinhança; XI - Plano Municipal de Esportes e Lazer; XII - Projeto de Lei do Fundo Municipal do Meio Ambiente; XIII - Projeto de Lei do Plano de Desenvolvimento Rural. A Câmara Municipal já recebeu enaminhamento destas leis?

d) Você possui conhecimento do Artigo 190 - O Poder Executivo Municipal encaminhará à Câmara Municipal, em até 6 (seis) meses da aprovação desta lei, projetos de leis de revisão e adequação, nos termos do Plano Diretor Participativo, das seguintes normas: I - Lei n° 497 de 17 de junho de 1998 – Lei do Zoneamento e Uso do Solo Urbano; II - Lei n° 498 de 17 de junho de 1998 – Lei de Parcelamento do Solo Urbano; III - Lei n° 499 de 17 de junho de 1998 – Código de Obras; IV - Lei n° 500 de 17 de junho de 1998 – Código de Posturas Municipal; V - Lei n° 691/2001 – Código Sanitário; VI - Lei n° 699/1999 – Código Tributário. Qual a situação até o momento? e) Existe algum tipo de cobrança por parte do legislativo, ao executivo sobre o andamento do Plano Diretor?

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APÊNDICE B ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO

PREFEITURA MUNICIPAL – SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO -ASSESSORIA JURÍDICA

Entrevistado:_____________________________________

a) O Senhor tem conhecimento da data de aprovação da Lei N.1000 Plano Diretor? Aprovado em 19.07.2007? b) De acordo com o Artigo 187 da Lei N.1000 (PDP)- O Poder Executivo, em cumprimento da Cláusula Quinta, do COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, celebrado com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, em 24 de outubro de 2006, instituirá no âmbito da administração municipal, e no prazo de dois (02) meses após a aprovação desta lei, o NÚCLEO DE GESTÃO E PLANEJAMENTO URBANO, composto de pelo menos 03 (três) profissionais com capacitação para a atividade, que será responsável pela avaliação, adequação, revisão e fiscalização inerentes a este Plano Diretor Participativo, garantindo a efetividade quanto à sua aplicação e atualização às necessidades do Município, com vistas a evitar que o Plano Diretor se torne um documento meramente programático, mas sim um efetivo instrumento direcionador das políticas públicas do Município.

O NÚCLEO DE GESTÃO E PLANEJAMENTO URBANO já foi constituído?

c) O Senhor tem conhecimento do Artigo 189 - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal, em até 1 (um) ano após a aprovação desta lei: I - Projeto de Lei do Plano Municipal de Habitação (PMH); II - Projeto de Lei do Plano de Saneamento Básico; III - Projeto de Lei do Plano Diretor de Mobilidade Urbana; IV - Projeto de Lei do Plano de Preservação do Patrimônio Cultural de P. do Leste; V - Projetos de Lei das Zonas Especiais; VI - Projeto de Lei do Plano de Reserva Particular do Patrimônio Natural; VII - Projeto de Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo na Área de Proteção Ambiental; VIII - Projeto de Lei da Operação Consorciada; IX - Projeto de Lei delimitando áreas em que incidirá o direito de superfície; X - Projeto de Lei regulando o instrumento do Estudo de Impacto de Vizinhança; XI - Plano Municipal de Esportes e Lazer; XII - Projeto de Lei do Fundo Municipal do Meio Ambiente; XIII - Projeto de Lei do Plano de Desenvolvimento Rural. A Prefeitura já encaminhou para a Câmara estas leis? d) Você possui conhecimento do Artigo 190 - O Poder Executivo Municipal encaminhará à Câmara Municipal, em até 6 (seis) meses da aprovação desta lei, projetos de leis de revisão e adequação, nos termos do Plano Diretor Participativo, das seguintes normas: I - Lei n° 497 de 17 de junho de 1998 – Lei do Zoneamento e Uso do Solo Urbano; II - Lei n° 498 de 17 de junho de 1998 – Lei de Parcelamento do Solo Urbano; III - Lei n° 499 de 17 de junho de 1998 – Código de Obras;

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IV - Lei n° 500 de 17 de junho de 1998 – Código de Posturas Municipal; V - Lei n° 691/2001 – Código Sanitário; VI - Lei n° 699/1999 – Código Tributário. Qual a situação até o momento? e) A população local tem se manifestado de alguma forma, cobrando a execução do Plano Diretor? f) Quais as providências estão em andamento?

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APÊNDICE C

ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRONEGÓCIO E MEIO AMBIENTE

Entrevistado:_____________________________________

a) Quais políticas previstas no Plano Diretor estão em andamento atualmente? b) O que já foi encaminhado sobre as áreas de reestruturação e recuperação? c) O Plano Diretor Participativo prevê em seu Artigo 27 - A gestão recursos naturais obedecerá as seguintes diretrizes:

I - elaborar plano de controle para pesca nas proximidades das dependências da Usina Hidrelétrica Carmelito Torres (Usina do Rio das Mortes); - já teve encaminhamento?

II - incentivar a criação de Unidades de Conservação; III - promover o manejo sustentável e ações de combate ao tráfico de

espécies, incidentes sobre a flora e a fauna e no que couber aos microorganismos; - já teve encaminhamento?

IV - criar em áreas de cerrado, espaços para coleta de matéria prima para

o trabalho dos artesãos locais (frutos nativos, madeiras, raízes etc.), através do manejo sustentável; - já teve encaminhamento? d) -O que já foi feito em relação aos artigos que se seguem?

V - preservar áreas de entorno de cavidades (cavernas, grutas, cânion, voçorocas, ravinas, etc);

VI - garantir a proteção das nascentes e cursos fluviais. VII - preservar áreas de entorno de atrativos naturais (Lagoa Azul, Ilha

Flutuante, etc). e) Com relação ao Artigo 28 a seguir, - quais já foram

providenciados? - São estratégias para realização dessas diretrizes: I - estudo da desapropriação de áreas do entorno de mananciais com o

objetivo de verificar a viabilidade de instalação de parques municipais visando a proteção da unidade de conservação;

II - fomento à criação de RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) a partir de estudo e indicação de áreas;

III - estudo e indicação de áreas para pesquisa, preservação e recuperação ambiental;

IV - plano de manejo dos mananciais e do sistema de abastecimento de água do município;

V - criação de unidades de uso sustentável voltada aos produtos do cerrado;

VI - proteção, fiscalização e monitoramento das áreas legalmente protegidas;

VII - confecção de um mapa de remanescentes de vegetação e declividade de forma a identificar as áreas legalmente protegidas;

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VIII - criação do Fundo Municipal do Meio Ambiente; IX - aplicação dos recursos provenientes da compensação ambiental

preferencialmente nas proximidades do empreendimento. Parágrafo Único - Os proprietários rurais deverão, no prazo de 06 (seis)

meses da aprovação desta lei, identificar junto ao departamento municipal adequado, suas áreas de reserva legal para cadastramento

e) -O que destas ações estão sendo colocadas, ou já foram colocadas

em prática? Artigo 24 - A política de saneamento ambiental integrado deverá respeitar

as seguintes diretrizes:V - viabilizar estudo e implementar sistema de gestão e plano de manejo de resíduos sólidos, inclusive seu tratamento, coleta seletiva e reciclagem de lixo;

XI - adequar o funcionamento das lagoas de efluentes, da rede de captação e elevação de esgoto, utilizando as novas tecnologias de acordo com as normas ambientais;

XXI - criar e implementar um sistema de coleta e destinação adequada ao lixo hospitalar (Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços Hospitalares);

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APÊNDICE D

ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO SECRETARIA MUNICIPAL DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS

Entrevistado:_____________________________________

a) Há algum projeto em execução que esteja previsto no Plano Diretor?

b) Está sendo divulgado na mídia a construção de casa populares no bairro PVA III, quem são os contemplados ( moradores instalados ao longo da BR?), a quem se destina, e como funciona o programa de casas populares?

c) Na Lei N.1000, Plano Diretor no seu CAPÍTULO I - DA HABITAÇÃO, está previsto no Artigo 19 - A política municipal de habitação tem como objetivos:

I - garantir o acesso a terra urbanizada e à moradia, ampliando a oferta e melhorando as condições de habitabilidade da população de baixa renda;

II - estimular a produção de Habitação de Interesse Social – HIS e Loteamentos pela iniciativa privada, contíguos à área urbanizada da cidade;

III - garantir a sustentabilidade social, econômica e ambiental nos programas habitacionais, por intermédio das políticas de desenvolvimento econômico e de gestão ambiental;

IV - garantir padrões mínimos de qualidade da estrutura física e ambiental dos empreendimentos imobiliários.

- Estas metas estão sendo atendidas? De que forma?

d) - Comente sobre cada item a seguir, o que está sendo realizado, o que não está e por quê. Se ‘faltam recursos, pessoal especializado, ou vontade política.

No Artigo 20 - Para a consecução da política deverão ser adotadas as

seguintes diretrizes: I - promover a requalificação urbanística e regularização fundiária dos

assentamentos habitacionais precários e irregulares, inclusive de áreas centrais degradadas;

II - assegurar o apoio e o suporte técnico às iniciativas individuais ou coletivas da população para produzir ou melhorar sua moradia;

III - garantir o incentivo e o apoio à formação de agentes promotores e financeiros não estatais, a exemplo das cooperativas e associações comunitárias autogestionárias na execução de programas habitacionais;

IV - promover o acesso a terra, por meio do emprego de instrumentos que assegurem as utilizações adequadas das áreas vazias e sub-utilizadas;

V - impedir novas ocupações irregulares nas áreas urbanas e de mananciais;

VI - inibir o adensamento dos núcleos habitacionais de baixa renda urbanizados ou não urbanizados;

VII - implementar programas de reabilitação física e ambiental nas áreas de risco;

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VIII - garantir alternativas habitacionais para a população removida das áreas de risco ou decorrentes de programas de recuperação ambiental e intervenções urbanísticas;

IX - promover o tratamento urbanístico das áreas de risco, visando evitar novas situações de risco;

X - recuperar as áreas de preservação ambiental, ocupadas por moradia, não passíveis de urbanização e regularização fundiária;

e) O Senhor tem conhecimento do Artigo 189 - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal, em até 1 (um) ano após a aprovação desta lei:

I - Projeto de Lei do Plano Municipal de Habitação (PMH); II - Projeto de Lei do Plano de Saneamento Básico; III - Projeto de Lei do Plano Diretor de Mobilidade Urbana; IV - Projeto de Lei do Plano de Preservação do Patrimônio Cultural de P.

do Leste; V - Projetos de Lei das Zonas Especiais; VI - Projeto de Lei do Plano de Reserva Particular do Patrimônio Natural; VII - Projeto de Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo na Área de

Proteção Ambiental; VIII - Projeto de Lei da Operação Consorciada; IX - Projeto de Lei delimitando áreas em que incidirá o direito de

superfície; X - Projeto de Lei regulando o instrumento do Estudo de Impacto de

Vizinhança; XI - Plano Municipal de Esportes e Lazer; XII - Projeto de Lei do Fundo Municipal do Meio Ambiente; XIII - Projeto de Lei do Plano de Desenvolvimento Rural. -A Prefeitura já encaminhou para a Câmara estas leis? f)Você possui conhecimento do Artigo 190 - O Poder Executivo Municipal

encaminhará à Câmara Municipal, em até 6 (seis) meses da aprovação desta lei, projetos de leis de revisão e adequação, nos termos do Plano Diretor Participativo, das seguintes normas:

I - Lei n° 497 de 17 de junho de 1998 – Lei do Zoneamento e Uso do Solo

Urbano; II - Lei n° 498 de 17 de junho de 1998 – Lei de Parcelamento do Solo

Urbano; III - Lei n° 499 de 17 de junho de 1998 – Código de Obras; IV - Lei n° 500 de 17 de junho de 1998 – Código de Posturas Municipal; V - Lei n° 691/2001 – Código Sanitário; VI - Lei n° 699/1999 – Código Tributário. -Qual a situação até o momento?

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APÊNDICE E

ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO SECRETARIA MUNICIPAL DE PROMOÇÃO SOCIAL

Entrevistado:_____________________________________

a) A Sra. Tem conhecimento que a Lei N.1000 do plano Diretor já tem um ano que foi aprovada? b) A Sra. Tem conhecimento do teor, das diretrizes da Lei N.1000? c) Há algum projeto em execução que esteja previsto no Plano Diretor? d) Com relação a mobilidade urbana? Há algum projeto em andamento? e) O município está construindo 88 casas populares, quem serão os beneficiados? A população residente em área de risco às margens da BR 070? f) Na Seção II do Desenvolvimento Social - Artigo 13 – consta que: Para alcançar as diretrizes do desenvolvimento social, o município deverá elaborar o Plano Municipal de Política Social, Trabalho e Renda com as seguintes estratégicas:

I - subsidiar os lotes para indústrias que desejarem se instalar em área industrial definida pelo Plano Diretor, exceto para as ligadas a produtos agrotóxicos, que atenderão a legislação própria;

-Isso já está sendo realizado? II - implantação de centros sociais regionalizados no município para

atividades de entretenimento, ocupação e formação dos jovens; -Isso já está sendo realizado?

III - fomento ao “PROJETO CONVIVER”; -Existe alguma ação neste

sentido? V - regularização e incentivo ao artesanato e pequenas indústrias

caseiras; -Há esse incentivo? Se positivo de que forma? VIII - melhoria das creches existentes e implantação de novas unidades,

conforme a demanda; -Há algum projeto em andamento? IX - promoção periódica de cursos profissionalizantes; -Isso já está sendo

realizado? X - definição de setores prioritários para destinação de verbas; -Comente.

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APÊNDICE F

ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Entrevistado:_____________________________________

a) Há algum projeto em execução que esteja previsto no Plano Diretor? b) Na SEÇÃO IV DA SAÚDE o PDP prevê no seu Artigo 15 - Para cumprir as diretrizes sobre a saúde deverá ser elaborado o Plano Municipal de Saúde, respeitadas a oportunidade e conveniência do Município para implementação das medidas, com as seguintes estratégias: c) I - criação de um sistema de telefone 24 horas para denúncias de práticas nocivas à saúde; - Esse serviço já existe?

II - criação de conselho de segurança anti-drogas comunitário, representado pelos mais diversos segmentos sociais; -Isso já está sendo realizado?

III - obrigatoriedade de cumprimento pelo município dos requisitos necessários para a permanência da gestão plena de saúde; -Isso já está sendo realizado? d) IV - criação da Fundação Hospitalar e da estrutura física do hospital municipal com número mínimo de leitos; e VII - implantação de UTI na estrutura física onde funciona a Fundação Hospitalar; -Esta é uma das principais reivindicações da população. Qual a situação atual sobre esse assunto? e) V - obrigatoriedade do município em estabelecer prioritariamente, dentro dos princípios de eficiência, qualidade e econômia, convênios de compra de serviços de média e alta complexidade da fundação hospitalar; f) VI - obrigatoriedade pelo município da continuidade dos PSF já existentes, uniformização dos serviços prestados e ampliação de sua estrutura conforme crescimento populacional;

- Quais destas ações a seguir estão em andamento?

g) VIII - programas de acompanhamento de gestantes, neonatal, infância, adolescência e até a velhice; h) IX - apoio ao tratamento de doenças não solucionadas no município; i) X - criação do Centro de Doenças Epidêmicas; j) XI - ampliação de corpo clínico e procedimentos na área de odontologia, fonoaudiologia, psicologia e fisioterapia; k) XII - disponibilização de ambulância e médicos 24 horas para atendimentos emergenciais; l) XIII - os hospitais e unidades clínicas de saúde, deverão dispor de gerenciamento de resíduos hospitalares, de acordo com as normas vigentes, e também da CONAMA e da ANVISA, podendo para tanto, firmar um convênio com a municipalidade através das Operações Consorciadas;

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APÊNDICE G

ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Entrevistado:_____________________________________

a) A Sra. Tem conhecimento que a Lei N.1000 do plano Diretor já tem um ano que foi aprovada? b) A Sra. Tem conhecimento do teor, das diretrizes da Lei N.1000? c) Há algum projeto em execução que esteja previsto no Plano Diretor? d) Na SEÇÃO V DA EDUCAÇÃO, no Artigo 16 - Objetivando a realização das diretrizes para a educação deverá ser elaborado o Plano Municipal de Educação sendo participativo e contendo as seguintes estratégias: comente sobre cada uma:

I - implantação e desenvolvimento de centro de excelência em educação visando a modernização do padrão de ensino e a formação dos profissionais em educação;

-Existe um centro de treinamento para professores? e)- Poderia comentar sobre os itens a seguir? Se estão em execução? II - incentivo do conselho municipal de educação; III - programa de avaliação da necessidade de criação, manutenção e

expansão da rede pública de ensino conforme a demanda populacional; IV - distribuição de recursos e equipamentos adequados para a

implantação de centro de educação infantil, educação pré-escolar, ensino fundamental e médio;

V - estratégias de integração entre as escolas e a comunidade, visando atividades de educação, saúde e lazer;

VI - inclusão na grade escolar do município de atividades como: música, canto, dança e teatro;

f) Um dos assuntos de maior relevância atualmente é a preservação

do meio ambiente. E como forma de contribuição, estando previsto na Lei do plano Diretor, conforme inciso VII - inclusão na grade escolar do município a Educação Ambiental; Isso já foi contemplado? Está em andamento algum projeto?

g)- Poderia comentar sobre os itens a seguir? Se estão em

execução? VIII - incentivo ao aprendizado do espanhol e do inglês visando o potencial

turístico do município; IX - programa de acesso à informática a todos os estudantes do município; X - presença de policiais ou guarda de trânsito em frente aos

estabelecimentos de ensino nos períodos de entrada e saída de alunos; XI - construção e adequação de quadras cobertas em todas as escolas do

município, para as práticas esportivas diurnas e noturnas; XII - fomento à criação de cursos pré-vestibular e cursos técnicos e

profissionalizantes;

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XIII - fomento à instalação de campus de universidade pública no município;

XIV - estabelecimento de critérios para que a iniciativa privada e pública possam ser parceiras;

XV - incentivo a estudos para implementação de metodologia diferenciada para alunos da zona rural.

XVI - disponibilização de profissional na área de psicopedagogia para atender necessidade educacional;

XVII - implementar e ampliar a biblioteca municipal; XVIII - distribuição adequada do número de vagas nas escolas, nos bairros

inibindo o deslocamento de alunos de outras regiões; XIX - fomento à criação de uma escola agrícola profissionalizante no

município com todos os recursos adequados para a implantação; XX - assegurar transporte escolar para alunos do ensino público.

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APÊNDICE H

ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MATO GROSSO

Entrevistado:_____________________________________

a) O Sr. tem conhecimento que a Lei N.1000 do Plano Diretor já tem um ano que foi aprovada? Em 19.07.2008 ? b) Qual é a posição do MPE sobre o cumprimento da obrigação de criar a Lei do PDP? Considera-se que o Município cumpriu ou não com a sua obrigação? c) E com relação à execução daquilo que está previsto na Lei do PDP 2007, há algum tipo de acompanhamento por parte do MPE? d) Qual a posição do MPE em relação à execução das diretrizes previstas no PDP 2007? e) Qual a preocupação do MPE com relação às questões ambientais que envolvem a intervenção direta do município no sentido de recuperar e/ou preservar áreas? f) Qual é a perspectiva do MPE com relação ao acompanhamento da execução do PDP? g) O MPE recebe algum tipo de cobrança ou representação em relação ao Plano Diretor, à sua execução ou falta dela?

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APÊNDICE I

ROTEIRO DE LEVANTAMENTO DE CAMPO MUNÍCIPES

Entrevistado:_____________________________________

1) O Sr.(a) sabe o que é Plano Diretor Participativo? E qual seu objetivo? ( ) SIM ( ) NÃO

2) O Sr.(a) tem conhecimento da importância da elaboração e execução do PDP para o município e seus habitantes?

( ) SIM ( ) NÃO

3) O Sr.(a) tem conhecimento que a Lei N.1000 do plano Diretor já tem um ano que foi aprovada? Em 19.07.2007?

( ) SIM ( ) NÃO

4) O Sr.(a) possui conhecimento do teor (conteúdo) do PDP 2007? ( ) SIM ( ) NÃO

5) O Sr.(a) participou de alguma fase do processo de planejamento do Plano Diretor Participativo 2007?

( ) SIM ( ) NÃO

6) O Sr.(a) participou de que forma? (responder se a questão “5”for positiva). ( ) REUNIÃO COMUNITÁRIA/OFICINAS ( ) PLENÁRIAS( )

AUDIÊNCIAS PÚBLICAS ( ) PARTICIPANDO DA PESQUISA ( ) COLABORANDO COM INFORMAÇÕES

7) O Sr.(a) acompanha ou tem conhecimento da execução do PDP 2007, se as diretrizes ali definidas estão sendo atendidas pelo poder executivo?

( ) SIM ( ) NÃO

8) Qual a razão de não acompanhar ou não ter conhecimento do andamento do Plano Diretor? (responder se a questão “7”for negativa).

( ) DESINTERESSE PESSOAL ( ) FALTA DE DIVULGAÇÃO ( )DESCONHECIMENTO DOS MEIOS LEGAIS PARA TAL

9) O Sr.(a) tem conhecimento dos meios de acompanhamento e/ou cobrança da execução do Plano Diretor Participativo?( ) SIM ( ) NÃO

10) O Sr.(a) possui conhecimento de que a Câmara Municipal Poder Legislativo) é o órgão responsável por fiscalizar as ações do Poder Executivo (prefeitura)?( ) SIM ( ) NÃO 11)Quais temas o Sr.(a) considera mais importante dentre as diretrizes contempladas pelo Plano Diretor Participativo (PDP) 2007? (numere de 1 a 5 por ordem de importância: mais importante=1, menos=5) ( )SAÚDE ( ) EDUCAÇÃO ( ) PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ( ) INDÚSTRIAS ( ) INFRA-ESTRUTURA

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ANEXOS

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ANEXO A LEGISLAÇÃO PERTINENTE DIVERSA

- Artigos da Constituição Federal de 1988, Fiorillo (2005, p.260- 262):

Artigo 179 - Fica assegurada a participação da população em todas as fases do processo de gestão

democrática da política urbana, mediante as seguintes instâncias de participação:

I - Conferência Municipal de Política Urbana;

II - Assembléias territoriais de política urbana;

III - Audiências Públicas;

IV - Iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

V - Plebiscito e Referendo popular;

VI - Conselhos municipais relacionados à política urbana.

Artigo 180 - Anualmente, o Executivo submeterá ao Conselho de Desenvolvimento Municipal

relatório de gestão do exercício e plano de ação para o próximo período.

Parágrafo Único - Uma vez analisado pelo Conselho, o Executivo o enviará à Câmara Municipal e

dará publicidade ao mesmo, por meio do Jornal Dioprima (Diário Oficial de Primavera do Leste) e

outros jornais locais.

Artigo 181 - As Conferências Municipais ocorrerão ordinariamente a cada dois anos, e

extraordinariamente quando convocadas pelo Conselho Municipal de Política Urbana.

Parágrafo Único - As conferências serão abertas à participação de todos os cidadãos e cidadãs.

Artigo 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme

diretrizes gerais fixadas em lei têm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais

da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

§1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte

mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

§2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de

ordenação da cidade expressas no plano diretor.

§3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em

dinheiro.

§4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano

diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou

não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente de:

I – parcelamento ou edificação compulsórios;

II – impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente

aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e

sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

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Artigo 182 - A Conferência Municipal de Política Urbana, deverá, dentre outras atribuições:

I - apreciar as diretrizes da política urbana do Município;

II - debater os relatórios anuais de gestão da política urbana, apresentando criticas e sugestões;

III - sugerir ao Executivo adequações nas ações estratégicas destinadas a implementação dos

objetivos, diretrizes, planos programas e projetos;

IV - deliberar sobre plano de trabalho para o biênio seguinte;

V - sugerir propostas de alteração da Lei do Plano Diretor, a serem consideradas no momento de sua

modificação ou revisão.

Artigo 184 - As Audiências Públicas são instrumentos de apoio no acompanhamento, implementação

e alteração do Plano Diretor Municipal, podendo ser solicitada pelos Vereadores, Executivo Municipal

ou Conselho de Desenvolvimento Municipal, sempre que se fizer necessário, considerando os

interesses da população.

Artigo 189 - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal, em até 1 (um) ano após a

aprovação desta lei:

I - Projeto de Lei do Plano Municipal de Habitação (PMH);

II - Projeto de Lei do Plano de Saneamento Básico;

III - Projeto de Lei do Plano Diretor de Mobilidade Urbana;

IV - Projeto de Lei do Plano de Preservação do Patrimônio Cultural de Primavera do Leste;

V - Projetos de Lei das Zonas Especiais;

VI - Projeto de Lei do Plano de Reserva Particular do Patrimônio Natural;

VII - Projeto de Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo na Área de Proteção Ambiental;

VIII - Projeto de Lei da Operação Consorciada;

IX - Projeto de Lei delimitando áreas em que incidirá o direito de superfície;

X - Projeto de Lei regulando o instrumento do Estudo de Impacto de Vizinhança;

XI - Plano Municipal de Esportes e Lazer;

XII - Projeto de Lei do Fundo Municipal do Meio Ambiente;

XIII - Projeto de Lei do Plano de Desenvolvimento Rural.

Artigo 190 - O Poder Executivo Municipal encaminhará à Câmara Municipal, em até 6 (seis) meses

da aprovação desta lei, projetos de leis de revisão e adequação, nos termos do Plano Diretor

Participativo, das seguintes normas:

I - Lei n° 497 de 17 de junho de 1998 – Lei do Zoneamento e Uso do Solo Urbano;

II - Lei n° 498 de 17 de junho de 1998 – Lei de Parcelamento do Solo Urbano;

III - Lei n° 499 de 17 de junho de 1998 – Código de Obras;

IV - Lei n° 500 de 17 de junho de 1998 – Código de Posturas Municipal;

V - Lei n° 691/2001 – Código Sanitário;

VI - Lei n° 699/2001 – Código Tributário.

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