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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS KELLY CRISTINI BERTACHINI ESTUDO DO USO DE PSEUDOBOEMITA NA LIBERAÇÃO DE ACICLOVIR São Paulo 2015

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

KELLY CRISTINI BERTACHINI

ESTUDO DO USO DE PSEUDOBOEMITA NA LIBERAÇÃO DE ACICLOVIR

São Paulo

2015

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KELLY CRISTINI BERTACHINI

ESTUDO DO USO DA PSEUDOBOEMITA NA LIBERAÇÃO DE ACICLOVIR

Dissertação de mestrado apresentado ao

Programa de Mestrado Profissional em

Engenharia de Materiais da

Universidade Presbiteriana Mackenzie,

como requisito parcial à obtenção do

título de Mestre Profissional em

Engenharia de Materiais.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Prof. Dr. Antonio Hortêncio Munhoz Júnior

Universidade Presbiteriana Mackenzie

____________________________________

Leila Figueiredo de Miranda

Universidade Presbiteriana Mackenzie

____________________________________

Leonardo Gondin Andrade e Silva

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN

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KELLY CRISTINI BERTACHINI

ESTUDO DO USO DE PSEUDOBOEMITA NA LIBERAÇÃO DE ACICLOVIR

Dissertação de mestrado

apresentado ao Programa de Mestrado

Profissional em Engenharia de Materiais da

Universidade Presbiteriana Mackenzie,

como requisito parcial à obtenção do título

de Mestre Profissional em Engenharia de

Materiais.

ORIENTADOR: PROF. DR. ANTONIO HORTENCIO MUNHOZ JÚNIOR

São Paulo

2015

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B536e Bertachini, Kelly Cristini

Estudo do uso de pseudoboemita na liberação de Aciclovir

/ Kelly Cristini Bertachini - 2015.

61f.: il., 30 cm

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) –

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015.

Orientação: Prof. Dr. Antônio Hortêncio Munhoz Junior

Bibliografia: f. 53-61

1. Pseudoboemita. 2. Aciclovir. 3. Liberação controlada. I.

Título.

CDD 620.5

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AGRADECIMENTOS

A Deus sobre todas as coisas, pois a Fé e a esperança não foram perdidas.

À Universidade Presbiteriana Mackenzie e à Escola de Engenharia por me

proporcionar um excelente curso de pós-graduação.

Ao Dr. Antônio Hortêncio Munhoz Júnior, pela oportunidade dada e acreditada.

Ao MackPesquisa pela concessão da bolsa de pesquisa e pelo apoio aos estudos.

A Juliana Aparecida da Silva pelo apoio nos estudos em São Paulo e apoio na vida

cotidiana, pelo companheirismo e dedicação.

Ao Valentin Gabriel pelo companheirismo nas viagens, pelo gosto de viajar e

conquistar novos horizontes, pela sua dedicação, demonstração de amor, afeto e carinho.

Obrigada.

A minha família em especial pelo incentivo aos estudos, a minha mãe Ana Mariza

Sbrana Bertaquini, meu pai Paulo Roberto Bertaquini e meu irmão Paulo Fernando

Bertachini, minha madrinha Jane Mary Ferrari e Sidney Ferrari.

Aos queridos sobrinhos e amigos, Frederick Lawton Azevedo, Letícia Gabriela

Azevedo, Murilo Bertachini, Tiago Bertachini, Nilva Panigossi, Silvia Regina Teodoro.

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Dedicatória

Dedico ao Valentin Gabriel, filho de alma e coração, valente e

destemido, mas sensível e humano, que você possa continuar o legado.

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“No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade”. Albert Eistein

“Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. Albert

Eistein

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RESUMO

A pseudoboemita é um nanomaterial do tipo cerâmica fina, usada em sínteses farmacêuticas e

nanosistemas para liberação de moléculas. É um material que foi obtido pelo grupo de

engenharia de materiais da Universidade Presbiteriana Mackenzie por diferentes métodos,

precipitação e polimerização inorgânica. Este trabalho pesquisou a liberação controlada de

aciclovir com o uso de pseudoboemita, dando ênfase na determinação do teor de aciclovir em

ensaios realizados pela técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Foram

realizados ensaios “in vivo”, demonstrando o efeito da adição da pseudoboemita na liberação

controlada do fármaco. Sua liberação controlada foi avaliada pelos resultados da análise de

concentração do fármaco aciclovir no plasma sanguíneo de “wistar rats”, determinada por

CLAE em função do tempo de administração do fármaco nos ensaios “in vivo”. Concluiu-se

que a pseudoboemita teve um papel importante na liberação controlada em relação ao tempo,

demonstrando que teve maior eficiência comparando-se com a administração do fármaco em

“wistar rats” sem a pseudoboemita. Os resultados mostraram que a concentração de aciclovir

é menor nos ratos em que a gavagem foi com pseudoboemita.

Palavras-chave: Liberação Controlada de Fármacos, Nanomaterial, Nanotecnologia,

Nanocompósitos, Pseudoboemita, Aciclovir.

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ABSTRACT

The pseudoboehmite is a nanomaterial of fine ceramics type, used in pharmaceutical

synthesis and nanosystems to release molecules. It is a material that was obtained by the

Mackenzie University materials engineering group by different methods, precipitation

and inorganic polymerization. This study investigated the controlled release acyclovir

using pseudoboehmite, with emphasis on the determination of acyclovir content in tests

carried out by liquid chromatography High Performance (HPLC). Assays were performed

"in vivo," demonstrating the effect of addition of pseudoboehmite in controlled drug

release. Its controlled release was assessed by the results of analysis of the drug

concentration of acyclovir in plasma of "wistar rats", determined by HPLC according to

the administration time of the drug in the tests "in vivo". It was concluded that the

pseudoboehmite has a role in the controlled release over time, showing that it has higher

efficiency compared with the drug administration "wistar rats" without pseudoboehmite.

The results showed that the concentration of acyclovir is lower in rats that were gavage

with pseudoboehmite.

Keywords: Drug Release System, Nanocomposites, Nanotechnology, Pseudoboehmite,

Acyclovir.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) de Amidon (1995). 7

Espectro 1 Espectro FT-IR espectro Captopril (a), EC (b) captopril – EC (1:1)

mistura (c)............................................................................................

9

Cromatograma 1 Solução padrão à concentração de 1 mg.mL de aciclovir. Fonte:

(NOVICKIS, 2009) 12

Esquema 1 Fórmula estrutural do fármaco aciclovir, 9-[(2-

hidroxietoxi)metil]guamina. Fonte: Soares (2003). 15

Micrografia 1 Microscopia eletrônica de varredura de amostra da

pseudoboemita. 16

Esquema 2 Difusão por solubilização e liberação de fármacos 18

Quadro 2 Principais diferenças entre adsorção física e adsorção química 18

Fotografia 1 HPLC, CLAE (Cromatógrafo Líquido de Alta Resolução) TSP com

detector UV.vis. 28

Gráfico 1 C Comparação entre as energias envolvidas na adsorção física e

química. 18

Cromatograma 2 R Relação de cromatogramas identificados nas devidas concentrações 32

Gráfico 2 C Dados obtidos da tabela de curva linear. 33

Cromatograma 3 Concentrações de aciclovir com pseudoboemita 34

Cromatograma 4 Concentração de aciclovir no plasma sanguíneo 35

Cromatograma 5 Concentração de aciclovir com pseudoboemita no plasma sanguíneo 35

Cromatograma 6 Limite de concentração próximo ao campo amostral 36

Gráfico 3 Linearidade das concentrações de ACV 37

Gráfico 4 Linearidade da concentração em relação ao tempo 38

Gráfico 5 Gráfico da linearidade da concentração 39

Difratograma 1 Difratograma de raio-X da pseudoboemita 30

Termograma 1 DTA e TG da pseudoboemita 31

Termograma 2 TG e DTG da pseudoboemita 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição dos 20 ratos em grupos n 26

Tabela 2 Concentração de aciclovir x área do pico dado 33

Tabela 3 Concentração de ACV em plasma sanguíneo 37

Tabela 4 C Concentração DO ACV em soro sanguíneo em mg.L-1 38

Tabela 5 C Concentração do ACV em soro sanguíneo 39

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LISTA DE SIGLAS

ABC Associação Brasileira de Cerâmica

ACV Aciclovir

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

LCAP Alumino Calcium Phosphorous Oxide Ceramics

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CEUA Comitê de Ética no Uso de Animais

CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

EDTA Ethylenediamine Tetraacetic Acid

FDA Food and Drugs Administration

OECD Organization for Economic Cooperation and Development

PSG Processo Sol-Gel

TCP Tricálcio de fosfato

UPM Universidade Presbiteriana Mackenzie

UV Vis Espectroscopia no Ultravioleta Visível

LOQ Limite de Quantificação Obtido

LOD Limite de Detecção Obtido

SPE Extração por Fase Sólida

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 3

1.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 4

1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO...................................................................................... 4

1.3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 5

1.4 METODOLOGIA.................................................................................................... 5

2 REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA................................................................................................. 6

2.1 EXCIPIENTE (Liberação controlada de fármacos.)................................................ 8

2.2 Utilização de Polímeros na liberação controlada de farmacos................................. 8

2.3 Liberação e Dissolução............................................................................................. 9

2.3.1 Ensaios “in vitro”...................................................................................................... 11

2.3.2 Ensaios “in vivo” (Regulamentação das pesquisas em animais no Brasil)............... 13

2.4 Aciclovir................................................................................................................... 14

2.5 Pseudoboemita......................................................................................................... 15

2.6 Adsorção, Biodisponibilidade e Solubilidade.......................................................... 17

2.6.1 Biodisponibilidade................................................................................................... 19

2.6.2 Solubilidade............................................................................................................. 20

2.6.3 Difusão de Fármacos............................................................................................... 20

2.7 FARMOCINÉTICA............................................................................................... 21

2.8 Liberação Controlada na forma farmacêutica......................................................... 21

3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................... 23

3.1 Materiais................................................................................................................. 23

3.1.1 Poli(álcool vinílico) (PVAI)................................................................................... 23

3.1.2 Nitrato de Alumínio hexahidratado....................................................................... 23

3.1.3 Hidróxido de amônio (NH4OH)............................................................................. 23

3.1.4 Pseudoboemita........................................................................................................ 23

3.1.5 Fármaco aciclovir.................................................................................................... 24

3.2 Ratos Machos para experimental “in vivo”............................................................. 24

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3.2.1 Estabelecimento das doses de ensaio e administração. Preparo para quantificação

por CLAE em ensaio “in vivo”................................................................................

25

3.2.2 Obtenções de amostras (plasma), avaliação bioquímica – ensaio quantitativo pelo

método de CLAE. Determinação da presença do fármaco Aciclovir no plasma

sanguíneo..................................................................................................................

27

3.2.3 Método de preparo e análise por CLAE in vivo 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................ 30

4.1 Curva de calibração do aciclovir ............................................................................. 32

4.2 Resultados das análises de aciclovir no plasma dos ratos....................................... 34

4.3 Limite de detecção e quantificação.......................................................................... 36

5 CONCLUSÕES...................................................................................................... 41

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 42

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1 INTRODUÇÃO

A liberação controlada do fármaco é avaliada por meio de análises “in

vitro” e “in vivo”. No processo “in vitro” é definido um modelo matemático preditivo que

descreve a relação entre a propriedade in vitro de uma forma farmacêutica e uma resposta

“in vivo”.

No processo “in vitro”, a concentração do fármaco é determinada em

função do tempo utilizando um dissolutor com condições determinadas de pH e

temperatura. Já no estudo “in vivo”, são administrados aos animais (por exemplo, ratos),

concentrações variadas de aciclovir em pseudoboemita e analisados o teor de aciclovir no

plasma animal dos ratos por Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (CLAE),

considerando o estudo de biodisponibilidade do fármaco. Neste trabalho, para analisar

qual o efeito gerado pela pseudoboemita, também foi administrado aos animais, aciclovir

sem a presença de pseudoboemita.

No estudo “in vivo” foi quantificada e determinada a concentração do

fármaco no metabolismo dos animais utilizado no presente estudo. Na liberação

controlada de fármaco, utilizando pseudoboemita na administração do aciclovir como

ativo espera-se que a adição de pseudoboemita promova a disponibilização controlada na

dose certa e constante, facilitando a dissolução do aciclovir no plasma animal em função

do tempo. Assim pretende-se melhorar a metabolização do aciclovir em presença da

pseudoboemita no organismo “in vivo”. Esse processo evita a excreção do mesmo, dando

maior eficiência do princípio ativo no organismo, diminuindo os problemas terapêuticos

crônicos, melhorando o uso em terapias como doenças da imunodeficiência (NOVICKS,

2009). O aciclovir é utilizado no tratamento de várias patologias como no tratamento de

pacientes com aids (HIV - Human Immunodeficiency Virus), os tipos I e II de herpes

simples e vírus de varicela zoster, dentre outros. (COUVREUR., 2006; VAUTHIER,

2006; MUNHOZ JÚNIOR et al., 2010).

A pseudoboemita é um composto de alumínio e possui uma estrutura

similar a boemita (MUNHOZ JÚNIOR, MIRANDA, UEHARA, 2006). É um pó

cerâmico sintético de pureza elevada. Dentre as diversas técnicas utilizadas para a síntese

de pós nanoparticulados de cerâmicas, o processo sol gel é o mais utilizado e estudado.

A grande vantagem deste processo é a obtenção de materiais com características e

propriedades pré planejadas, sendo possível, portanto, a realização de controle de suas

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características físicas e químicas quanto a estequiometria, porosidade, estrutura cristalina

e tamanho das partículas (MUNHOZ JÚNIOR, MIRANDA, UEHARA, 2006). Por meio

da análise dessas nanopartículas, observou-se que a pseudoboemita é constituída por uma

superfície bastante porosa e viável como sistema de liberação controlada dos fármacos.

Utilizando o processo sol gel, a partir de reagentes de pureza alta, é

possível obter pseudoboemita pura, com área específica elevada e com total ausência de

contaminantes, tornando-a, portanto, promissora para aplicações como a liberação

controlada de fármacos (MUNHOZ JÚNIOR, MIRANDA, UEHARA, 2006; MUNHOZ

JÚNIOR et al., 2010). Demonstrou-se por meio de análises “in vitro”, que a

pseudoboemita formada pelo precursor nitrato de alumínio e obtida pelo processo sol gel

é bastante porosa e viável como sistema de liberação controlada dos fármacos aciclovir e

atenolol (NOVICKS, 2009). Neste presente estudo, a pseudoboemita será utilizada para

a liberação controlada do fármaco aciclovir em ensaios “in vivo”. Será obtido o teor de

aciclovir no plasma sanguíneo de ratos machos “wistar rats”.

As concentrações de aciclovir liberado pela pseudoboemita são

determinadas por meio de um padrão de aciclovir em solvente alcoólico, onde cinco

concentrações são analisadas em equipamento HPLC pelo método CLAE para obter a

curva de calibração que relaciona unidade de área com o teor de aciclovir na solução.

Preparou-se dois padrões com proximidades ao campo amostral das concentrações

encontradas em plasma sanguíneo de ratos machos. O ensaio utilizando CLAE favoreceu

o aumento da precisão do teor de aciclovir no plasma animal em ensaios “in vivo”.

1.1 OBJETIVO GERAL

Em vista da possível utilização da pseudoboemita como excipiente para

liberação controlada de fármacos, este trabalho teve como objetivo determinar a adsorção

e dessorção em pseudoboemita de um fármaco para verificar a possibilidade de utilizar

pseudoboemita na liberação controlada de fármacos.

1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Avaliar o uso da pseudoboemita para liberação controlada de aciclovir

como excipiente farmacêutico utilizando a técnica CLAE “in vivo” em ratos machos

“Wistar rats”.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Novicks (2009) e Munhoz Júnior et al. (2010) demonstraram por meio de

análises “in vitro”, que a pseudoboemita obtida pelo processo sol gel era viável como

sistema de liberação controlada dos fármacos aciclovir e atenolol. Souza (2013) deu

continuidade ao estudo demonstrando que o material nanoparticulado utilizado não é

tóxico realizando ensaios in vivo em” wistar rats”. Portanto torna-se importante o estudo

do uso de pseudoboemita em aciclovir como liberação controlada e ampliando a

investigação “in-vitro” para “in vivo”. A quantificação do aciclovir no sangue de “wistar

rats” será realizada por CLAE em ensaios “in vivo”.

No laboratório de Engenharia de Materiais do Mackenzie já se encontra

em estudos a obtenção de micro e nanopartículas de pseudoboemitas obtidas por

tecnologia de Cerâmica Fina, via processo sol gel.

1.4 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizado um levantamento

bibliográfico pela consulta em livros, periódicos, anais de congressos e em sites

especializados da internet.

Na parte experimental foram produzidas e caracterizadas pseudoboemitas

pelo processo sol gel.

Com relação aos procedimentos experimentais, a metodologia consistiu na

realização de ensaios em roedores “in vivo” utilizando ratos machos “wistar rats”.

Foi comparado o teor de aciclovir no sangue do grupo de ratos controle

com o teor de aciclovir no grupo dos ratos em que o aciclovir foi administrado com

pseudoboemita. No grupo de ratos controle foi administrado somente aciclovir.

A metodologia a ser seguida é oficialmente utilizada para análise do ativo

e já usada para detecção e quantificação de fármacos segundo a ANVISA (ANVISA,

2012).

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Dando continuidade ao estudo de excipientes e liberação controlada de

fármacos com o uso de aciclovir e pseudoboemita são apresentadas duas importantes

citações que definem a importância de suas funções, que são dados para as determinações

associadas a este conteúdo.

A primeira citação de Soares (2003) que resume as funções dos excipientes

farmacêuticos:

Os produtos de uso farmacêutico, excipientes ou ativos, precisam atender a um

número de requerimentos com respeito a segurança de seu uso, estabilidade e eficácia

terapêutica. Em termos dos excipientes farmacêuticos, a propriedade fundamental destes

produtos se refere a sua inocuidade química, microbiológica e ausência de atividade

farmacológica, enquanto que alguns atributos físicos podem ter importância, como sabor

e cor que afetam a aceitação pelo paciente, ou ainda a textura e o conteúdo de água que

afetam os processos de fabricação.

A segunda citação refere-se a (ANVISA, 2003), glossário de

denominações comuns brasileiras, que define os excipientes farmacêuticos da seguinte

forma:

EXCIPIENTES – 1) Os excipientes são substâncias que, em concentrações presentes

em algumas formas farmacêuticas, não apresentam atividade farmacológica. Contudo,

isso não exclui a possibilidade de que determinados excipientes possam causar reações

alérgicas ou efeitos indesejáveis. Os excipientes são empregados para dotar as formas

farmacêuticas de características que assegurem a estabilidade, biodisponibilidade,

aceitabilidade e facilidade de administração de um ou mais princípios ativos. Na medida

que os excipientes afetam a liberação do princípio ativo, eles podem modificar a

magnitude (efetividade)potência) e o perfil temporal (farmacocinética) das ações

farmacológicas dos produtos farmacêuticos através de modificações na sua estabilidade.

Os excipientes servem, além disso, para dar uma forma ou consistência adequada a uma

preparação. 2) Certas farmacopéias não aceitam o uso de excipientes que possam

interferir nas provas e avaliações farmacopeicas descritas nelas, tal como acontece com a

Farmacopéia Britânica. 3) Os termos “ingrediente inativo” e “substância agregada” são

geralmente empregados nas farmacopéias, tanto que os outros sinônimos se empregam

com preferência na terminologia da tecnologia farmacêutica. Exemplos de excipientes:

desintegrantes, emulsificantes (emulsionantes), corantes, favorizantes, conservantes,

espessantes, etc.

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Segundo o glossário de denominações comuns brasileiras (ANVISA,

2012), os excipientes são substâncias que, em concentrações presentes em algumas

formas farmacêuticas, apresentam inocuidade química, microbiológica e ausência de

atividade farmacológica, segundo Novickis (2010), suas funções são de otimizar a

estabilidade do fármaco, favorecer a biodisponibilidade (liberação do fármaco e

farmacocinética) e fornecer a melhor consistência para facilitar na manufatura dos

produtos farmacêuticos.

Em 1995 Amidon e colaboradores, elaboraram o chamado Sistema de

Classificação Biofarmacêutica (SCB), que subdivide os fármacos em 4 classes distintas,

levando em conta a relação solubilidade e a permeabilidade pelas membranas do Trato

Gastro Intestinal TGI (Quadro 1). Segundo o Sistema de Classificação Biofarmacêutica

(SCB), a dissolução e a permeação intestinal do fármaco podem limitar a absorção e,

conseqüentemente, a ação terapêutica. A classificação SCB auxilia para se prever o

comportamento ”in vivo” de um fármaco levando-se em conta o ensaio de dissolução

deste, ”in vitro” sendo também decisivo no desenvolvimento de metodologias para os

testes de dissolução (AMIDON et al; 1995 apud LIRA, 2004). O Quadro 1 apresenta o

sistema de classificação biofarmacêutica (SCB) de Amidon (1995).

Quadro 1 – Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) Amidon et al. (1995).

Classe Sulibilidade/Permeabilidade

I

II

III

IV

Solubilidade alta e permeabilidade alta

Solubilidade baixa e permeabilidade alta

Solubilidade alta e permeabilidade baixa

Solubilidade baixa e permeabilidade baixa

O aciclovir pertence a classe IV aliando solubilidade e permeabilidade

baixas. Novicks (2010) observou experimentalmente que a adição de pseudoboemita

afeta favoravelmente a liberação do aciclovir, facilitando a solubilização do fármaco.

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2.1 EXCIPIENTES E LIBERAÇÃO CONTROLADA DE FÁRMACOS

Na definição de excipientes, as substâncias que podem ser sólidas, líquidas

e semi sólidas, em forma de géis em diversos estados, utilizados em medicamentos e

manipulação, ocorre a presença de excipientes que têm a função de somente diluir,

dissolver ou avolumar os princípios ativos em suas respectivas formas farmacêuticas.

Esses estão inseridos na concepção tradicional de excipiente. Entretanto, ocorre também

outra função mais importante, que é a melhoria do desempenho desses princípios ativos

dos fármacos, em termos de assegurar sua estabilidade, biodisponibilidade (liberação

controlada), aceitabilidade, facilidade de administração de um ou mais princípios ativos,

direcionamento e absorção em sítios específicos. (PIFFERI; SANTORO; PEDRANI,

1999; LIRA, 2004 ).

A pseudoboemita estudada no presente trabalho é um excipiente

modificador da liberação de fármacos (NOVICKS, 2009; MUNHOZ JÚNIOR et al.,

2010), que controla a liberação do fármaco ativando o processo de solubilização do

aciclovir.

2.2 UTILIZAÇÃO DE POLÍMEROS NA LIBERAÇÃO CONTROLADA DE

FÁRMACOS

A utilização de polímeros e matrizes poliméricas na esfoliação homogênea

de frações mássicas baixas (0,2 a 10% em massa) de lamelas de argilas dentro de matrizes

poliméricas, modificando as propriedades mecânicas, térmicas de barreira a gases dos

polímeros, resultando em materiais com propriedades melhoradas para diversas

aplicações, mantendo boas propriedades ópticas (evitando a opacificação de materiais).

A esfoliação de lamelas de argilas dentro de matrizes poliméricas é facilitada pela sua

organofilização, que promove melhoras na compatibilização entre as fases das lamelas

inorgânicas de argila e a matriz polimérica orgânica (SOARES, 2003).

As nanopartículas inorgânicas são partículas utilizadas em seu interesse

maior na área médica, a variação é dada pela morfologia das partículas com as substâncias

que recobrem a nanopartícula. As vantagens dos carregadores que são excelentes para

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manter a integridade do material durante o processo de liberação do fármaco, faz com que

sua biodegradação no plasma e citoplasma do corpo humano não seja comprometida.

Essas partículas são acumuladas nas células ou circularão pelo plasma, ou serão

metabolizadas (CUNHA et al., 2009; CALLISTER, JUNIOR, 2008; RING, 1996).

Um exemplo de medicamentos revestido com blendas poliméricas é o

Captopril, com Etilcelolose (EC) (LEE, LIN; 2004).

No Espectro 1 são mostrados os espectros infravermelho com

transformada de Fourier de captopril, EC e da mistura EC e captopril onde são observados

os picos de 1747 e 1590 cm-1 correspondente a espectro FT-IR Captopril.

Espectro 1: Espectros FT-IR Captopril (a), EC (b) mistura captopril – EC

(1:1) (c).

No estado vibracional para o EC é mostrado o pico característico a 3478

cm-1, observa-se um pico característico do grupo hidroxila. Na possível distinção dos

picos espectrais na diferença das misturas pela determinação da intensidade na

sensibilidade do espectro IR nas bandas do Captopril (1747 cm-1) e EC (3478 cm-1).

2.3 LIBERAÇÃO E DISSOLUÇÃO

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10

É constituído por um conjunto de fenômenos entre a relação da

administração de um ativo fármaco com excipiente, nos quais são estudadas a intensidade

e o tempo de absorção, ocorrendo a dissolução e a liberação ativa no organismo por

absorção. No ensaio in vitro o fármaco deve ser liberado em dissolutor sendo observada

a concentração do fármaco em função do tempo e desintegração do comprimido. A

liberação controlada ocorrerá em pH estável coerente a digestibilidade gastrointestinal.

Neste processo a substância solubilizará em um solvente sendo determinada a

concentração do fármaco por diferentes tempos no dissolutor.

O Fluxograma 1 apresenta o fármaco indicando o percurso e a distribuição

do fármaco disponibilizado no organismo O Fluxograma 1 apresenta as diferentes fases

do fármaco durante a disponibilização no organismo.

Fluxograma 1: O percurso e a distribuição do fármaco disponibilizado no

organismo nas diferentes fases.

1ᵃ. Fase Farmacêutica 2ᵃ. Fase Farmacocinética 3ᵃ. Fase

Farmacodinâmica

As três fases dos processos os quais fazem parte do percurso da

disponibilidade de ativos, são relativos ao organismo que será quantificado pela

distribuição “in vivo”, no qual o meio depende totalmente da interação veicular entre o

fármaco e seu sítio receptor com as alterações moleculares e celulares correspondentes

ao efeito farmacológico.

No sistema de dissolução “in vitro” é decisivo no desenvolvimento de

metodologias para os testes de dissolução (AMIDON et al., 1995 apud LIRA, 2004).

Desintegração e

desagregação,

liberação e

dissolução do

fármaco

Absorção, distribuição,

biotransformação e excreção Interação fármaco-

receptor.

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A adsorção em superfícies podem melhorar a biodisponibilidade de

fármacos de solubilidade baixa em água (Classe II e IV da classificação SCB).

aumentando a área superficial do adsorvente responsável pela adsorção do fármaco,

melhorando a dissolução do meio. Esta técnica foi descrita inicialmente por Monkhouse

e Lach em 1972. Alguns adsorventes são: celulose microcristalina, compostos de

magnésio, alumínio, silicatos e caulim.

A liberação de fármacos a partir de cerâmicos, antiácidos, carbonato de

cálcio, carbonato de magnésio e sais de alumínio, podem diminuir a biodisponibilidade

de fármacos em função da adsorção do ativo ou do efeito quelante (“chelation”), exceto

o bicarbonato de cálcio (DUREJA; PHARAM ; MADAN, 2007).

No Quadro 1, tem-se a classificação de fármacos de um excipiente ideal.

Quadro 1: Características de um excipiente ideal Fonte: Pifferi, Santoro;

Pedrani (1999).

Fármaco toxicologicamente inativo

Quimicamente e fisicamente inerte à droga

Compatível com outros componentes da formulação

Incolor e sem sabor

Alta fluidez

Alta compressibilidade

Disponibilidade mundial e econômico

Garantia de qualidade

Fácil armazenamento

Desempenho consistente com fármaco específico

2.3.1 – Ensaios in vitro de pseudoboemita com aciclovir

Ensaio “in vitro” é determinado pela dissolução do Aciclovir e

pseudoboemita que é definido pelo fator tempo, pelo ganho ou perda de concentração.

No processo in vitro, Richard Novickis (2009) analisou o teor de aciclovir

em função do tempo para condições semelhantes (pH, temperatura) à dos ensaios “in

vivo”.

Novickis (2009) construiu uma curva de concentração utilizando um

dissolutor observando o patamar de liberação (dessorção), analisando a quantidade de

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aciclovir liberado. Nos primeiros 15 minutos, resultando a absorbância praticamente nula

após este tempo.

Nos resultados determinados por UV-vis, Novickis, (2009) mostrou que

teve um aumento da concentração do aciclovir no pH = 7 .

As concentrações do aciclovir tornaram-se relativamente constantes,

acima do esperado, foi observado um aumento da solubilização de aciclovir pela presença

da pseudoboemita, o que pode ser colocado como hipótese o processo de filtração da

pseudoboemita, retendo partículas não solubilizadas do fármaco. A pseudoboemita sendo

levemente turva promoveu uma posterior solubilização do aciclovir, resultando

aparentemente um aumento de concentração de aciclovir no ensaio.

Neste caso segundo Novickis, (2009) os interferentes provocados pela

turbidez demonstraram aumento da concentração acima do esperado.

Novickis (2009) analisou o aciclovir por Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência apresentados no cromatograma 1, onde utilizou um padrão de aciclovir

referência de 1 mg.mL-1 para comparação do mesmo.

Em uma solução de aciclovir em presença de pseudoboemita foi

identificado por comparação dos tempos de retenção a presença de aciclovir. No

cromatograma 1 observa-se que o tempo de retenção de aciclovir para as condições de

análise estudadas é de 7,6 minutos.

Cromatograma 1 : Solução padrão à concentração de 1 mg.mL de

Aciclovir. Fonte: (NOVICKIS, 2009)

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Nas identificações, Novickis (2009) obteve o tempo de retenção para

aciclovir, de acordo com normas e dados da literatura (STULZER, et al., 2008)

A comparação destes cromatogramas utilizando a literatura (KULKAMP,

2003), permitiu dizer que o fármaco ainda está presente mesmo após as dessorções do

substrato da pseudoboemita, sendo este um indício de que se manteve a estabilidade

química.

2.3.2 – Ensaios ” in vivo”

Segundo norma da Anvisa para a administração por via oral do fármaco

em ratos por ensaios “in vivo”, segue o mesmo procedimento inicial da toxicidade em

ratos machos. O teste de toxicidade aguda é um pré requisito para agências reguladoras

dos países, como a Food and Drugs Administration (FDA) e (ANVISA) Agência

Nacional de Vigilância Sanitária, para a aprovação de novos fármacos aditivos

alimentares e outros. Para a realização deste teste, é necessário conduzí-lo de acordo com

protocolos internacionais preconizados por organizações como a Organization for

Economic Cooperation and Development: OECD (OGA; OGA; CAMAREO;

BATISTUZZO, 2008; ANVISA, 2010) Agência Nacional de Vigilância Sanitária e

Centro de Estudos com Animais. O comitê de ética no uso de animais da Universidade

Presbiteriana Mackenzie aprovou os procedimentos éticos do referido projeto pelo

documento CEUA No 120/11/2014.

Para o estudo “in vivo” da pseudoboemita em roedores, segue-se as

diretrizes do Guia OECD 423 (OECD, 2001; SOUZA, 2013), pois seus protocolos são de

grande aceitação pelos órgãos reguladores e atendem requisitos de experimentação e

critérios de bem estar animal.

Conforme o Guia OECD - 423/2001, no método, as doses fixas

administradas devem ser de 5, 50, 300, 2000 mg/kg/dia ou a máxima dose disponível que

foi de 16,4 mg/kg/dia. Utilizou-se 2 animais por dose e teve como princípios identificar

a concentração, identificar e quantificar a biodisponibilidade do fármaco. Para a

realização desse teste foi adotado o protocolo internacional preconizado pela Organização

para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – Organization for Economic

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Cooperation and Developmente: OECD, no qual serão seguidas diretrizes do Guia 407

(OECD, 2001). Seus protocolos são de grande aceitação pelos órgãos reguladores e

atendem requisitos de experimentação e critérios de bem estar animal.

Em relação ao número de animais, conforme, foram utilizados 2 grupos

(teste e controle), sendo cada grupo composto por 5 animais (ratos machos). Os grupos

teste são aqueles em que a gavagem foi realizada com a pseudoboemita e aciclovir. O

grupo controle é aquele em que o aciclovir foi administrado somente em água.

Em determinação a resolução da ANVISA (2010) , as pesquisas clínicas

no Brasil com medicamentos e produtos para a saúde, com a finalidade de registro futuro

devem ser submetidas à avaliação da (ANVISA) e dados pré clínicos e de estudos clínicos

de fases anteriores ao protocolo devem ser apresentados para dar subsídio à esta

avaliação. Portanto, as pesquisas em modelos animais fundamentam as pesquisas clínicas.

Sem pesquisa pré-clínica, não há a realização de ensaio clínico, não havendo,

conseqüentemente, nem a aprovação nem a liberação de medicamentos novos e produtos

para a saúde em nosso país. Há rigor na avaliação de protocolos de pesquisa envolvendo

seres humanos.

A regulamentação das pesquisas em animais no Brasil se iniciou em 1934. A

primeira lei que regulamentou a utilização de animais em pesquisa no mundo foi

publicada em 1876, no Reino Unido. Quase 60 anos depois, em 10 de julho de 1934, o

Chefe do Governo Provisório dos Estados Unidos do Brasil, o Sr. Getúlio Vargas,

publicou o Decreto Lei nº 24.645, regulamentado posteriormente pelo Decreto Lei nº

3.688 de 3 de outubro de 1941. Esta lei determina que todos os animais existentes no país

são tutelados pelo estado e penaliza quem aplicar ou fizer aplicar maus tratos aos animais.

O artigo 3º apresenta 31 incisos, que conceituam o que são maus tratos aos animais.

Com relação à pesquisa científica o inciso IV determina que é considerado

maus tratos “golpear, ferir ou mutilar voluntariamente qualquer órgão ou tecido, exceto a

castração, só para animais domésticos, ou outras operações praticadas em benefício

exclusivo do animal e exigidas para defesa do homem, ou do interesse da ciência. Ainda

é importante ressaltar que: praticar ato de abuso e crueldade; manter animais em locais

anti higiênicos, que impeçam a respiração, movimentos e descanso ou os privem de água

e luz; abandonar animal doente ou ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de

ministrar a ele tudo o que humanitariamente possa prover; não dar morte rápida, livre de

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15

sofrimento prolongado a todo animal cujo extermínio seja necessário para consumo ou

não.

2.4 ACICLOVIR

Aciclovir é um fármaco denominado 9-[(2-hidroxietoxi)metil]guamina

similar, porém sintético, aos nucleosídeos purínicos com atividade antiviral. É

considerado um dos agentes antivirais mais eficazes e mais seletivo contra todos os tipos

de herpes simples, tipo 1(HSV1) e tipo 2(HSV2) e também contra o vírus Varicella Zoster

(VZV), sendo as atividades bastante seletivas para as células infectadas (ELION, 1982).

Sendo de natureza hidrofílica e anfótera, o aciclovir possui valores de pKa=2,4 para a

protonação e pKa=9,2 para a desprotonação em razão do potencial hidrogeniônico e

hidroxiliônico (OH-) e (H+). A via oral é preferida em relação a parental em razão dos

riscos de toxicidade local, entretanto, quando administrado via oral é pouco absorvido

pelo trato gastrintestinal, com uma biodisponibilidade variando entre 15 - 30 %. Assim,

para a garantia de uma maior eficiência de absorção muitas vezes são utilizados métodos

com doses excessivas e, desta forma, muitas vezes atingindo o intervalo tóxico. O

Esquema 2 apresenta a fórmula do aciclovir.

Esquema 1 Fórmula estrutural do aciclovir, 9-[(2-

hidroxietoxi)metil]guamina. Fonte: Soares (2003).

O aciclovir é utilizado no tratamento de doenças como a Herpes e HPV,

quando administrado por via oral é parcialmente absorvido no trato gastrointestinal,

apenas 20% da dose é absorvida e as concentrações plasmáticas máximas são atingidas

em 1-2 h, sendo necessária a sua administração normalmente em duas vezes ao dia

(STULZER et al., 2007).

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O aciclovir é um fármaco de Classe IV do sistema de classificação

biofarmacêutica segundo Amidon (1995). Um dos principais alvos de estudos em

tecnologia farmacêutica, por apresentar problemas de dissolução, são aqueles para

melhorar sua solubilidade, sem partir para modificações moleculares (LIRA, 2004).

2.5 PSEUDOBOEMITA

A pseudoboemita é um material sintético com estrutura muito próxima ao

do mineral boemita. Pseudoboemita e pseudoboemita fibrilar são caracterizáveis por

difração de raios X e por expalhamento de elétrons utilizando microscopia eletrônica de

transmissão. (SANTOS et al., 2009).

A produção de nanoparticulados inclui grande variedade de métodos

físicos, químicos e mecânicos. Dentre as diversas técnicas utilizadas para a síntese de pós

nanoparticulados de cerâmicas, o processo sol gel é o mais utilizado e estudado. Novicks

(2009) e Munhoz Júnior et al. (2010), realizaram análises microscópicas da

pseudoboemita em microscópio eletrônico de varredura, a fim de caracterizar a

morfologia de suas partículas. Em análise de microscopia eletrônica de varredura

utilizando detector de elétrons secundário (Micrografia 1), Novicks (2009) observou que

a pseudoboemita é constituída por uma superfície bastante porosa que aparenta ter uma

morfologia homogênea, o que favorece a adsorção quanto a sua maior superfície em

função do material ser microscopicamente amorfo. Esta porosidade alta do material

também foi confirmada pela obtenção de sua área específica pela técnica BET 277,5 m2/g

(KLOPROGGE et al., 2006; MACEPO et al., 2006)

Micrografia 1: Microscopia eletrônica de varredura de amostra da

pseudoboemita, Fonte: MUNHOZ JÚNIOR et al. (2010).

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Mazalli (2005), demonstrou que no processo de obtenção de cerâmicas

pelo processo sol gel, utilizando precursores alcóxidos após a hidrólise, ocorreu o

fenômeno de formação do gel por reação de policondensação.

Kloprogge e colaboradores (2006), em estudo entre a boemita e

pseudoboemita mostraram que a diferença entre elas era que a célula unitária da

pseudoboemita é levemente maior que a boemita, podendo entender que sua forma

estrutural é do Al+3 “mal cristalizado” na composição de Al2O3.xH2O (2,0 > x >1,0) com

espaçamentos inter planares aumentados na direção [020] até o valor de 0,67 nm (6.7 Ā)

em comparação com 6.12 Ā para boemita (COELHO et al., 2008).

Segundo Novickis (2009) e Munhoz Júnior (2009), a pseudoboemita

quando calcinada pode fornecer as seguintes fases cristalinas da alumina:

Pseudoboemita gamma-alumina delta-alumina theta-alumina alpha-alumina.

A obtenção da pseudoboemita pela técnica sol gel em meio aquoso a partir

da polimerização inorgânica dos precursores que contenham alumínio e que contenham

hidroxílas, por exemplo, cloreto de alumínio hexahidratado (AlCl3.6H2O) e hidróxido de

amônio (NH4OH) pôde ser realizada. A adição destes reagentes formaram um gel pelo

íon hidroxônio (OH-) e o pH era elevado no meio básico, passando a ganhar um elétron,

passando de [Al(OH)2] + para [Al(OH)3]

+. A derivação da reação passou de dímero para

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tetrâmeros e octâmeros, formando então um polímero linear da pseudoboemita também

chamado de pseudoboemita fibrilar (ALMEIDA FILHO et al., 1999).

2.6 ADSORÇÃO, BIODISPONIBILIDADE E SOLUBILIDADE

A adsorção é um processo similar ao de absorção, por meio da qual uma

substância no estado gasoso ou líquido torna-se ligado a um sólido. A superfície de

contato é determinada pelas ligações secundárias ou cruzadas sem sofrer reação química,

onde forma-se uma camada de interface. Sendo a superfície maior do material sólido,

maior será a natureza adsorvente (DUREJA; PHARAM; MADAN, 2007). A adsorção

pode ser física ou química sendo que a diferença entre elas é apresentada na Quadro 2.

Quadro 2 Principais diferenças entre adsorção física e adsorção química. Fonte:

MUNHOZ JUNIOR et al. (2010).

Adsorção física Adsorção química

Causada pela força de van der Walls Causada pelas forças eletrostáticas e ligações covalentes

Não há transferência de elétrons Há trasferência de elétrons

Calor de adsorção = 2 – 6 kcal/mol Calor de adsorção = 100 – 200 kcal/mol

Fenômeno geral para qualquer espécie Fenômeno específico e seletivo

A camada adsorvida pode ser removida por A camada adsorvida só é removida por aplicação

aplicação de vácuo de vácuo e aquecimento por temperatura acima

Formação de multicamadas da temperatura Somente a formação de monocamadas

crítica

Acontece somente abaixo da temperatura Acontece também a altas temperaturas

crítica

Lenta ou rápida Instantânea

Adsorvente quase não é afetado Adsorvente altamente modificado na superfície

No Quadro 2, são apresentadas as diferenças entre reações físicas e

químicas, em que as reações físicas é demostrada pela equação 1.

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A + B = A.B (Equação 1)

Em que A é o adsorbato, B é o adsorvente e A.B é o composto adsorvido

ligado a forças químicas. A comparação entre as energias envolvidas na adsorção química

e física é apresentada no Gráfico 1.

Gráfico 1. Comparação entre as energias envolvidas na adsorção física e

química.

+

As mudanças de estados e reações são sempre exotérmica em relação as

entalpias em que a ΔH acompanha a adsorção. Este fenômeno de superfície está ligado a

tensão superficial das soluções, onde depende da temperatura de mudança de estado e

adsorção entre as concentrações de adsorvato e adsorbato juntamente com o fluído de

contato com o adsorvente. A fórmula representativa da variação de entalpia em relação a

troca de energias é sempre negativa, sendo no final maior que zero. (Equação 2)

ΔHads = ΔGads + TΔSads, (-ΔHads) >0 ( Equação 2 )

Em que: ΔHads é a variação de entalpia do adsorvente, ΔGads é a energia de

Gibbs de adsorção que é negativa e TΔSads é a variação do adsorbato sendo

necessariamente negativa.

Existem dois tipos conhecidos de adsorção: a adsorção física ou

fisiosorção e a adsorção química ou quimiosorção, os dois fenômenos podem ocorrer

juntos (CHEREMISINOFF; ELLERBUSSCH, 1978).

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Os efeitos das forças de van der Walls são chamados de fisiosorção ou

fenômeno físico, sendo exotérmico e reversível, as forças de atração são consideradas

interações fracas, a energia produzida é fisicamente adsorvida e na condensação é

liberada. Neste processo a interação é eletrostática entre o particulado e o sólido

superficial.

2.6.1 Biodisponibilidade

A biodisponibilidade é a medida da quantidade de medicamento, contida

em uma fórmula farmacêutica, que chega à circulação sistêmica e a velocidade na qual

ocorre esse processo. Na farmacologia, o termo biodisponibilidade é usado para descrever

a fração de uma dose administrada de um fármaco que atinge a circulação sistêmica. É

uma das principais propriedades farmacocinéticas dos fármacos.

A biodisponibilidade é uma das ferramentas essenciais da famarcocinética,

já que seu valor deve ser considerado quando se calcula as doses para administração de

drogas por vias não intravenosas. Por definição, quando uma medicação é administrada

intravenosamente, sua biodisponibilidade é 100%. Entretanto, quando uma medicação é

administrada por outras vias (como a via oral, por exemplo), sua biodisponibilidade

diminui (em razão da absorção incompleta e ao metabolismo de primeira passagem).

Esse fenômeno de biodisponibilidade se expressa em relação à

administração intravenosa do princípio ativo (biodisponibilidade absoluta) ou a

administração, por via oral, de um produto de referência (biodisponibilidade relativa ou

comparativa).

A biodisponibilidade de um medicamento não deve ser confundida com a

fração biodisponível, a menos que se refira à biodisponibilidade absoluta (ANVISA,

1998).

O fenômeno de biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão de

absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva

concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. (ANVISA, 1999)

2.6.2 Solubilidade

Os princípios de solubilidade e o grau de dissolução de um soluto em um

solvente depende de vários fatores, entre eles a origem de interação entre o solvente e o

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soluto e da temperatura. O efeito de solubilidade entre um soluto e solvente são

principalmente relacionados às moléculas apolares e polares (MASTERTON;

SLOWINSKI; STANITSKI, 1990).

2.6.3 Difusão de fármacos

O Esquema 2 apresenta a difusão entre o fármaco, o solvente e o soluto

tendo em vista as modificações de um material polimérico e a solubilização sem mudança

de estado químico.

Esquema 2: Difusão por solubilização e liberação de fármacos por meio

da solubilização de polímero e fármaco. Fonte: Martins Lopes, 2006.

A substância é contida na parte interna do polímero em tempo igual a zero

e após esse tempo determinado igual a t, o fármaco (soluto) difunde no solvente,

ocorrendo a solubilização.

O processo de difusão na liberação controlada de fármacos é descrito pela

primeira lei de Fick (Equação 3 )

J = - DKΔC (Equação 3)

L

em que, no caso de liberação de fármacos ;

J = fluxo de difusão (massa que difunde/tempo);

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D = coeficiente de difusão (cm2/tempo);

K = constante conforme a geometria do dispositivo de liberação (obs: originário

da segunda lei de Fick que calcula a cinética de liberação pela forma).

ΔC = fluxo proporcional ao gradiente (delta concentração/distância em cm);

A difusão entre os fármacos é demonstrada pela lei de Fick, no qual o

movimento browniano, fundamentam os aspectos entre o soluto e o solvente.

2.7 FARMOCINÉTICA

A farmacocinética estuda a atividade do antimicrobiano no interior do

organismo a partir dos parâmetros de velocidade de absorção, distribuição e eliminação

do fármaco e de seus metabólitos. Com os conhecimentos de farmacocinética e das

características do microrganismo frente ao antimicrobiano é possível adequar posologia,

via de administração e intervalo entre cada dose, visando melhorar o resultado terapêutico

e, ao mesmo tempo, reduzir a probabilidade de desenvolver efeitos tóxicos potenciais.

2.8 LIBERAÇÃO CONTROLADA NA FORMA FARMACÊUTICA

A liberação de formas farmacêuticas também conhecida como

farmocinética, tendo como principal motivo intuito a não desagregação e a liberação do

fármaco lentamente (mudança de área quase nula não atingindo as condições de

equilíbrio) é expressa pela Equação 4.

W0 – Wt = Kt ( Equação 4 )

Sendo: W0 a quantidade inicial de fármaco na forma farmacêutica, Wt a quantidade que

resta de fármaco na forma farmacêutica ao fim do tempo t e K uma constante de

proporcionalidade.

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Da Equação 4 quando dividida por W0 obtem-se a Equação 5.

ƒt = K0t ( Equação 5 )

Sendo ft =1 - (Wt/W0), em que ft representa a fração de fármaco liberado no

tempo t e K0 a constante de velocidade aparente de dissolução ou constante de liberação

de ordem zero.

Desse modo, um gráfico da fração liberada do fármaco versus tempo será

linear se as condições previamente estabelecidas forem cumpridas.

Esta relação pode ser utilizada para descrever a liberação controlada de

fármacos por vários tipos de formas farmacêuticas de liberação controlada. (Equação 6)

Qt = Qo + K0 t ( Equação 6 )

sendo Qt a quantidade de fármaco liberada no tempo t, Q0 a quantidade inicial de fármaco

na solução (na maior parte das vezes, Q0= 0) e K0 a constante de liberação de ordem zero.

Para achar a velocidade da reação divide-se a variação na concentração do

material pelo período de tempo no qual a variação ocorreu. Em razão do fato do material

estar sendo consumido nesta reação, obtem-se um resultado negativo. Por convenção os

dados de velocidade são colocados com o sinal positivo, nestes casos.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

3.1.1 Poli(àlcool vinílico) (PVAI)

O PVAI tem a função de aumentar a viscosidade do meio na solução

precursora do nitrato de alumínio, a solução utilizada foi de 8 % em massa de PVAI em

água deionizada (fornecedor: LabSynth).

3.1.2 Nitrato de alumínio (AlNO3.9H2O)

O nitrato de alumínio foi utilizado para formação da solução precursora de

pseudoboemita, sendo a solução utilizada de 980 g/L (fornecedor: LabSynth)

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3.1.3 Hidróxido de Amônio (NH4OH)

Para obtenção da pseudoboemita por polimerização inorgânica, com o

aumento do pH, formando um gel. A solução utilizada foi de NH4OH, 28 % em massa de

NH3 (fornecedor: LabSynth)

3.1.4 Pseudoboemita

Os géis de pseudoboemita foram sintetizados via processo sol gel utilizando-

se como precursores soluções de nitrato de alumínio nono-hidratado, Al(NO3)3·9H2O

(950 g/L) e hidróxido de amônio, NH4OH (28 % em massa). O uso bem sucedido desses

reagentes como precursores da pseudoboemita já havia sido reportado por Moroz et al

(2006). Segundo Moroz et al (2006), as pseudoboemitas obtidas a partir de nitrato de

alumínio são as que apresentam maior área específica.

Com o auxílio de uma bureta, o nitrato de alumínio foi gotejado sobre um

béquer contendo hidróxido de amônio com constante agitação até se atingir pH 7. A

solução de nitrato de alumínio foi adicionada a solução de álcool polivinílico (8 % em

massa).

As condições de manuseio e temperatura no preparo da reação de síntese foi

de (-5° C), sem utilizar agitação no meio. Após a formação do gel, foi envelhecido e

lavado durante a filtração com água destilada para a retirada dos subprodutos (NH4NO3).

O material particulado resultante da síntese do gel foi seco a 70 °C em estufa por 12 horas,

finalmente o material foi moído e peneirado em peneira com abertura de malha de 90

micrometros.

As pseudoboemitas foram caracterizadas por análises térmicas utilizando

razão de aquecimento de 20 º C/minuto em atmosfera de nitrogênio e difração de raios X

utilizando radiação cobre kα.

3.1.5 Fármaco Aciclovir

O fornecedor do fármaco Aciclovir utilizado no experimanto “in vivo” foi

fornecido pela Henrifarma.

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25

3.2 RATOS MACHOS PARA EXPERIMENTAL “IN VIVO”

Os animais utilizados no processo “in vivo” foram adquiridos na

Universidade de São Paulo – SP, ao todo foram 20 ratos, levados e mantidos no Biotério

Central da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em condições especiais controladas de

umidade, temperatura (21º ± 2º C) e ciclo de claro/escuro de 12 horas.

No processo em que os animais passaram pelo experimento, foram

alimentados com ração comercial própria para a espécie (ração para animais de

laboratório, marca Nuvital) e água.

A manutenção, alimentação, tratamento e eutanásia dos animais utilizados

seguiram normas éticas recomendadas. No procedimento de administração via oral até o

tempo de metabolização do Aciclovir e pseudoboemita, esses animais, no total 20 ratos

machos sofreram eutanásia, livre de sofrimento e dor, por sobrecarga anestésica de

Cetamina.

Foram tomadas medidas e procedimentos experimentais adotados para o

estudo, onde obedeceram às normas estabelecidas pela comissão de pesquisa e ética da

Universidade Presbiteriana Mackenzie. Estes foram aprovados pelo Comitê de Ética no

uso de animais da Universidade Presbiteriana Mackenzie – processo (CEUA) Comissão

de Ética no uso de Animais 120/11/2014.

3.2.1 Estabelecimento das doses de ensaio e administração.

Para o ensaio “in vivo” no teste proposto foram utilizados 20 ratos “wistar

machos”. Os animais após a chegada ao Mackenzie ficaram 5 dias de quarentena no

biotério da Universidade. Após esse período eles foram pesados e marcados. Caso o peso

estivesse abaixo do ideal, esperava-se uma semana e repetia-se a pesagem.

Eles foram alimentados com ração e água. No dia do procedimento a

alimentação permaneceu a mesma.

A gavagem foi feita em uma sala separada. A caixa toda era levada e os

ratos recebiam a gavagem de um em um. Ao final do procedimento eles retornavam ao

biotério para esperar o tempo de intervalo entre a gavagem e a eutanásia. Nesse período

a comida e água continuaram disponíveis.

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No final do intervalo determinado (1, 2 ou 3 horas) cada rato era levado

para sala separada em uma gaiola individual enquanto os demais permaneciam no

biotério. A anestesia era administrada com agulha própria para insulina e seringa de 1

mL.

Os anestésicos admistrados foram uma mistura de cetamina, um anestésico

que atua nas viceras e xilazina, um relaxante muscular.

Após a administração do anestésico, se esperou o tempo adequado para

total sedação do animal e só então iniciou-se o processo de eutanásia.

Em uma tábua de madeira, o animal sedado foi preso pelas patas com fita

crepe. Com auxílio de tesoura e pinça cirúrgicas, o tronco do animal foi aberto, de modo

a revelar sua veia cava, localizada abaixo do fígado.

Com o auxílio de uma agulha de 0,70x30 mm e uma seringa de 5 mL, foi

coletado 4 mL de sangue do animal. Em alguns casos, quando não era possível coletar

esse volume, um pouco de sangue foi coletado diretamente do coração. O sangue foi

transferido para um tubo hemo roxo com EDTA e após a adição do sangue este era

armazenado em uma geladeira.

Ao final da eutanásia, o rato era colocado em um saco plástico branco para

material infectante e colocado no freezer para encaminhamento do próprio biotério.

No final da eutanásia de todos os animais, o sangue foi centrifugado para

separação do soro. Esse foi armazenado em eppendorfs e colocado em um freezer para

posterior análise.

Os ratos foram divididos em 4 grupos e separados 5 em 5 com dose de

aciclovir e pseudoboemita, que foram administradas oralmente por gavagem com doses

de ensaio predeterminadas, conforme apresentado na Tabela 3. Foram administrados 16,4

mg de aciclovir/kg de rato em 1 ml de água destilada. Utilizou-se 100 mg de

pseudoboemita em gel.

Após a administração, os animais foram observados por um período total

de 8 horas, o teor de aciclovir no plasma foi analisado pela técnica de CLAE em função

do tempo. Os períodos propostos tiveram efeito da concentração em função do tempo,

demonstrando uma diminuição da concentração por CLAE.

Durante o experimento, cada grupo de ratos foi mantido em uma gaiola de

polipropileno com maravalha limpa.

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27

Tabela 1: Distribuição dos 20 ratos em grupos, n = número de animais;

procedimento de gavagem e método CLAE para ensaio “in vivo”

Na tabela 1 são apresentados os grupos grupos para a gavagem e os ensaios “in

vivo”.

ENSAIOS No DE RATOS DATA ADMINISTRAÇÃO aciclovir

GRUPO 1

(n=5)

5 06/06/2015 16,4 mg/kg

GRUPO 2

(n=5)

5 06/06/2015 16,4 mg/kg+Pseudoboemita

GRUPO 3

(n=5)

5 23/06/2015 16,4 mg/kg

GRUPO 4

(n=5)

5 23/06/2015 16,4 mg/kg +pseudoboemita

3.2.2 Obtenção das amostras (plasma): avaliação bioquímica – ensaio quantitativo

pelo método de CLAE. Determinação da presença do fármaco aciclovir no plasma

sanguíneo.

Foi realizado o teste para detecção e quantificação do aciclovir no plasma

dos ratos.

Neste teste foram utilizados 20 ratos wistar, machos. Estes foram

divididos em 4 grupos todos tratados com dose única de aciclovir (ACV) (16,4 mg/kg) +

água destilada e outro grupo tratado com dose única de uma mistura de ACV +

pseudoboemita + água destilada por gavagem. O peso de cada rato foi em torno de 300

gramas.

Após 1 hora e meia, os animais foram anestesiados com cloridrato de

cetamina 10 % por via intraperitonial. As amostras de sangue foram colhidas com

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anticoagulantes (EDTA 1 mg/ mL) e centrifugadas a 1500 rpm para obtenção do plasma.

As amostras foram agitadas em agitador magnético da marca Vortex por 15 segundos e

filtradas com auxílio de cartuchos acoplados em uma cuba coletora de amostra, onde foi

efetuado o vácuo.

O tempo de retenção do ACV puro e sua concentração plasmática foi

determinada por CLAE para sua comparação e detecção.

Os procedimentos descritos anteriormente foram realizados

individualmente e em local isolado, a fim de evitar qualquer estresse nos demais animais.

Em todos os grupos foi realizado jejum prévio às coletas.

As amostras foram analisadas imediatamente com o preservante e o preparo

com (E.D.T.A) em temperatura de 20 °C em análise por CLAE.

As amostras de plasma dos animais de todos os grupos posteriormente foram

analisadas por CLAE com detector de UV vis para determinação da quantidade do

aciclovir no plasma em função do tempo de absorção no organismo como um todo.

Nas análises por CLAE, para a determinação de aciclovir foram utilizados

kits de SPE (Extração por Fase Sólida) comerciais da marca Strata Phenomenex e

extraídos em microvials com tampa de teflon. Os valores foram determinados por

equipamento automatizado por software da marca TSP, capaz de medir com exatidão na

absorbância de 254 nm (Fotografia 1) a qual é a banda característica para detecção de

aciclovir. Foram analisados padrões de aciclovir nas mesmas condições para construir

uma curva de calibração para determinar o teor de aciclovir no plasma dos “wistar rats”.

Fotografia 1: Cromatógrafo Líquido de Alta Resolução (CLAE) TSP com

detector UV-vis. Fonte: UPM – Mackenzie

O equipamento utilizado (Fotografia 1) demonstrou ter um desempenho

eficiente para análise de aciclovir em plasma sanguíneo e em soro.

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29

Para a determinação da curva de concentração de aciclovir no plasma, fez-

se um gráfico em função do tempo de administração nos “wistar rats”.

3.2.3 Método de preparo e análise por CLAE, para ensaios “in vivo”.

A análise por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência(CLAE), ocupa uma

grande gama de fármacos, por ter uma seleção de métodos nas Farmacopeias Brasileiras

e Europeias e é utilizado com freqüência em ensaios de validação farmacêutica, possui

boa robustez, sensibilidade e é utilizado para análise de instabilidade de materiais.

A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), como um método de

comparação, tem sido aplicado à determinação quantitativa de analitos nas amostras. A

aplicação da metodologia Cromatografia Líquida de Alta Eficiência clássica, consiste no

uso de cromatogramas obtidos de um único comprimento de onda. A fase estacionária

consiste em um meio, sólido adsorvente empacotado em uma coluna de metal do tipo

inoxidável, com diâmetros e comprimentos diferentes e a fase móvel consiste em

solventes aquosos, para a formação de um gradiente de separação, podendo ser isocrático,

onde este eluente é bombeado por meio de uma bomba unitária, binária ou quaternária,

no caso para fármacos, a melhor é a quaternária pela formação do gradiente e eficiência

alta, pressurizada, fornecendo uma vazão de fase móvel adequada para a análise

(LANÇAS, 2006).

Os experimentos foram feitos no Laboratório do Mackenzie, com os

equipamentos iniciais de preparo e dissolutor no laboratório de química. O Cromatógrafo

utilizado foi da marca Thermo Separation Products (TSP) com software acoplado, no

estilo robótico com amostrador automático para melhor repetibilidade, com fase reversa

C-18 (nano octadecilsiloxano) da marca NST (Nano Separation Technologies) de 25 cm,

0,5 nm e detector UV vis de duplo feixe.

Inicialmente foram preparados padrões do fármaco aciclovir para determinar

o tempo de retenção do ativo em solução de HCl 0,1 M, as concentrações foram de 0;5;

1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0 mg.mL-1 determinando assim, os limites de detecção e quantificação

do fármaco, o desvio padrão foi automaticamente calculado pelo software OCS-2 (TSP).

As condições de ensaio para o aciclovir foram com detector UV vis 254

nm. A fase móvel utilizada era constituída de água ultra pura e acenotinitrila

(95:5 v/v), utilizando bomba quaternária sob fluxo de 0,8 mL/min. O tempo de retenção

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30

do aciclovir foi de 7,5 min com pico simétrico, para fluxo isocrático (STULZER, et al.

2007).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados dos ensaios de caracterização da pseudoboemita mostraram

pelo difratograma de raios X que somente uma fase (pseudoboemita) está presente na

amostra (Difratograma 1).

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Difratograma 1. Difratograma de raios X da pseudoboemita

A análise térmica diferencial-DTA e termogravimétrica-TG (Termograma

1) mostraram que o material apresentou uma perda de massa em torno de 100 º C em

razão da água adsorvida e uma perda de massa em torno de 438 º C de acordo com a DTG

(Termograma 2) devido a transformação de fase de pseudoboemita em gamma alumina.

Ainda de acordo com o Termograma 1, observou-se em torno de 1200º C a última

transformação de fase da alumina com a formação da fase alpha alumina.

Termograma 1. DTA e TG da pseudoboemita

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Termograma 2. TG e DTG da pseudoboemita

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33

4.1 CURVA DE CALIBRAÇÃO DO ACICLOVIR

A curva de calibração foi obtida em função da área do pico para as

seguintes concentrações: 1,0 g.L-1, 2,0 g.L-1, 3,0 g.L-1, 4,0 g.L-1 e 5,0 g.L-1 . Também

foram obtidos os respectivos tempo de retenção, tr0.

No Cromatograma 2 são apresentados os resultados das análises de

aciclovir utilizados para a confecção da curva de calibração do teor de aciclovir.

No gráfico 2 são mostrados os resultados dos teores de aciclovir para a

confecção da curva de calibração e apresentados na Tabela 4. No Gráfico 2 observou-se

que foi obtida uma linearidade 0,96 dos dados experimentais.

Cromatograma 2: Relação dos cromatogramas identificados nas devidas

concentrações de 1,0, 2,0, 3,0, 4,0 e 5,0 g.L-1 de aciclovir com as respectivas áreas dos picos.

Fonte: HPLC – Detector UV vis -245 nm - UPM – Mackenzie – SP, 2015

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Tabela 2. Concentração do aciclovir x área do pico dado. Resultados das análises

por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).

Concentração de aciclovir (g.L-1). Área do pico (unidades)

1 142.965

2 241.796

3 499.521

4 556.234

5 726.250

A linearidade obtida da curva de concentração para análises de aciclovir foi de

0,96.

Gráfico 2. Curva de calibração de aciclovir na concentração em função da

área do pico.

y = 148101x - 10949R² = 0,9693

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

0 1 2 3 4 5 6

área

concentração

ACV

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4.2 RESULTADOS DAS ANÁLISES DE ACICLOVIR NO PLASMA DOS RATOS.

Foram obtidos os resultados para análise de aciclovir utilizando a técnica

de CLAE com e sem a peseudoboemita.

No cromatograma 3 está indicando a concentração padrão do aciclovir no

plasma dos ratos após 1 hora de injeção

Cromatograma 3: concentração de aciclovir padrão após 1 hora, injeção

1. Tr0: 6,891.

A partir das análises do soro sanguíneo foram determinadas as

concentrações de aciclovir no plasma dos ratos analisados, para os ratos que foram

administrados por gavagem aciclovir com e sem o excipiente pseudoboemita.

No cromatograma 4 apresenta-se o resultado do ensaio de aciclovir com

pseudoboemita em ratos na análise do plasma sanguíneo após tempo de gavagem de 2

horas

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Cromatograma 4: Resultado da concentração de aciclovir no plasma

sanguíneo da amostra de sangue do rato 5 após 2 horas de gavagem no dia 23/06/2015.

Cromatograma 5 Concentração de aciclovir no plasma sanguíneo da amostra de

sangue do rato 5 após 3 Horas de gavagem no dia 23/06/2015

No cromatograma 5 são apresentados os resultados ensaio de aciclovir com

pseudoboemita em ratos por análise do plasma sanguíneo após tempo de gavagem de 3

horas

Nos cromatogramas 4 e 5 o tempo de retenção foi comparado com os

padrões, principalmente com a mesma resolução, mesma absortividade molar e mesma

intensidade x área do pico. Em todos os cromatogramas observou-se uma grande

quantidade de picos em razão da complexidade da composição do plasma de ratos.

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No mesmo campo amostral demonstrou-se áreas muito próximas, desvio

padrão de 0,7 % em unidade de área a 4 mg. L-1 , comparando com esses dados

determinou-se o campo amostral entre padrões e as amostras de soro e plasma sanguíneo.

Nos ensaios em plasma sanguíneo houve uma dificuldade na detecção pela

quantidade de matéria orgânica presente no sangue, 80% de orgânico e biológico.

Alguns picos sobrepostos e entupimentos atrapalharam as resoluções, pois

não é um ensaio indicado para sangue concentrado pelo método de Cromatografia Líquida

de Alta Eficiência (CLAE), houve um grau elevado de dificuldade na análise. Neste caso

utilizou-se filtros porosos e diluições para avaliação dos resultados.

4.3 LIMITE DE DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO

Na Tabela 3 estão representados os resultados a partir da determinação em

CLAE e o tempo do padrão de comparação nas proximidades do campo amostral do

aciclovir, com concentração de 4 mg. L-1.

No cromatograma 6 são mostrados o tempo de retenção igual a 7,119

próximo ao campo amostral das amostras de soro e plasma sanguíneo.

Cromatograma 6:. Limite de Quantificação próximo ao campo amostral,

concentração 4 mg.L-1

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Tabela 3: Concentração de ACV em plasma sanguíneo em mg/l-1, ensaios (17/06/2015).

Ensaios Horas Concentração T. ret. ACV Diluição

rato 1(ACV) 1 5,400 7,000 1:1

rato 3(ACV) 2 4,125 6,795 1:1

rato 4(ACV) 3 4,000 7,188 1:1

rato 1(ACV+PSEU) 1 2,780 7,674 1:1

rato 2(ACV+PSEU) 2 1,920 6,210 1:1

rato 5(ACV+PSEU) 3 1,215 6,213 1:1

No gráfico 3, apresenta-se a curva de concentração em relação ao tempo

de gavagem do ACV e a liberação controlada do fármaco. Observa-se que para os casos

em que a gavagem foi realizada com pseudoboemita o teor de aciclovir no plasma

sanguíneo é menor.

Gráfico 3: Concentrações de ACV em plasma sanguíneo (pontos azuis:

gavagem com aciclovir e água; pontos laranjas: gavagem com acicolvir e

pseudoboemita).

Na tabela 4, as concentrações de aciclovir para gavagem com

pseudoboemita iniciaram com 5,84 mg.L-1 e finalizaram com 2,24 mg. L-1, monstrando

0

1

2

3

4

5

6

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5

con

cen

traç

ão d

e ac

iclo

vir

(mg/

L)

tempo (horas)

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que o tempo de adsorção no plasma sanguíneo com pseudoboemita mais eficaz. Com os

dados da Tabela 4 foi obtido o Gráfico 4.

Tabela 4: Concentração de aciclovir em soro sanguíneo em mgL-1, ensaios

realizados dia 22/06/2015

Ensaios Horas Concentração T. ret. ACV diluição

Rato 1(ACV) 1 5,380 6,943 1:1

Rato 2(ACV) 2 5,360 6,790 1:1

Rato 3(ACV) 3 4,140 6,213 1:1

Rato 4(ACV+PSEU) 1 5,840 6,989 1:1

Rato 5(ACV+PSEU) 2 4,480 7,000 1:1

Rato 6(ACV+PSEU) 3 2,240 6,948 1:1

No Gráfico 4, obtido a partir dos dados da Tabela 4, apresenta-se a curva de

concentração em relação ao tempo de gavagem do ACV e a liberação controlada do

fármaco.

Gráfico 4: Concentração de aciclovir em relação ao tempo de gavagem no

plasma (pontos azuis: gavagem com aciclovir e água; pontos laranjas: gavagem com

acicolvir e pseudoboemita).

0

1

2

3

4

5

6

7

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5

con

cen

traç

ão d

e ac

iclo

vir

(mg/

L)

tempo (horas)

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Na tabela 5 analisados o soro preparado com perclórico, aciclovir e

pseudoboemita com aciclovir demonstraram maior liberação pela maior absorção.

Tabela 5: Concentração do ACV em soro sanguíneo com preparo de ácido

Perclórico após centrifugação na data 06/07/2015.

Ensaios Horas Concentração T. ret. ACV diluição

rato 1 (ACV) 1 2,780 6,303 1:1

rato 2 (ACV) 2 1,630 6,497 1:1

rato 3 (ACV) 3 1,400 6,489 1:1

rato 4 (ACV+PSEU) 1 2,790 6,896 1:1

rato 5 (ACV+PSEU) 2 0,630 6,565 1:1

rato 6 (ACV+PSEU) 3 0,600 6,464 1:1

No grafico 5 apresenta-se a concentração em relação ao tempo em horas

de gavagem do aciclovir e aciclovir com a pseudoboemita (dados da Tabela 5).

Gráfico 5: Curva da concentração de aciclovir em relação ao tempo de

gavagem no soro extraído com ácido perclórico. (pontos azuis: gavagem com aciclovir e

água; pontos laranjas: gavagem com acicolvir e pseudoboemita).

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.

Cabe observar que as concentrações de aciclovir no plasma dos diferentes grupos

de wistar rats para um mesmo intervalo de tempo não são iguais.

Os ratos dos diferentes grupos possuem idades diferentes e portanto metabolismo

diferente segundo Andreollo e colaboradores (2012), na idade adulta a cada mês do animal é

equivalente a 2,5 anos humanos. Assim sendo uma diferença de alguns meses na idade dos ratos

significa uma grande diferença de idade e consequentemente de metabolismo.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5

con

cen

traç

ão d

e ac

iclo

vir

(mg/

L)

tempo (horas)

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5. CONCLUSÕES

O método de cromatografia líquida de alta eficiência mostrou-se adequado para

quantificar o teor de aciclovir nas concentrações estudadas. A curva de calibração de teor de

aciclovir em função da área do cromatograma mostrou uma linearidade com coeficiente de

correlação de 0,96.

A análise de aciclovir no soro dos “wistar rats” embora tenha apresentado um

grande número de picos permitiu a quantificação de aciclovir em função do tempo de retenção

observado em torno de 7 minutos.

Nos ensaios “in vivo”, concluiu-se que, a concentração do fármaco aciclovir com

o excipiente pseudoboemita mostrou uma concentração menor do fármaco no plasma dos “ wistar

rats”. Tal fato sugere que a presença de pseudoboemita tenha promovido a melhor adsorção do

aciclovir pelos ratos reduzindo a concentração do aciclovir no plasma sanguíneo.

Os ensaios com o soro, tiveram uma resposta adequada ao tempo em relação a

concentração, comprovado nos ensaios de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE).

Cálculos de repetibilidade mostraram que o desvio padrão do teor de aciclovir analisado ficou

abaixo de 1%.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA FILHO, C. et al Síntese de alumina ativada via sol-gel. In: 43º

CONGRESSO BRASILEIRO DE CERÂMICA, Florianópolis-SC, 1999. Anais...

São Paulo:ABC, 1999, p.24-901-13-10.

AMIDON, G.L; LENNERNAS, H; SHAH, V.P.; CRISON, J.R. A theoretical basis for

a biopharmaceutical drug classification: the correlation of in vitro drug product

dissolution: the correlation of in vitro drug product dissolution and “in vivo”

biovailability. Pharmaceutical research, v.12, p. 413-420, 1995.

ANDREOLLO, N.A.; SANTOS, E.F.; ARAÚJO, M.R.; LOPES, L.R. Idade dos ratos

versus idade humana: Qual é a relação? ABCD Arq. Bras. Cir. Dig. 2012; 25(1); 49-51.

ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

(http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home), acesso em 14/novembro/1998.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Lei nº 9.787, de

10 de fevereiro de 1999, Decreto nº 3.961, de 10 de outubro de 2001 Resolução - RDC

nº 84, de 19 de março de 2002, Resolução - RDC nº 135, de 29 de maio de 2003

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