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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA EM ALIMENTOS Relatório de Estágio Curricular Carolina de Souza Prof. Dr. Augusto Tanamati ESTÁGIO CURRICULAR - LABORATÓRIO DE APOIO EM ENSINO E PESQUISA DE TECNOLOGIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS - UTFPR Campo Mourão 2012

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ … · CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA EM ALIMENTOS Relatório de Estágio ... quimíca orgânica, bioquímica, análise sensorial, industrialização

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

Relatório de Estágio Curricular Carolina de Souza

Prof. Dr. Augusto Tanamati

ESTÁGIO CURRICULAR - LABORATÓRIO DE APOIO EM ENSINO E PESQUISA DE TECNOLOGIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS - UTFPR

Campo Mourão

2012

1

RESUMO

O estágio foi realizado no período de maio a agosto de 2011, nos

laboratórios de apoio em ensino e pesquisa de tecnologia e engenharia de

alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, campus

Campo Mourão, oferendo suporte técnico para a realização de aulas práticas e

desenvolvimento de pesquisas acadêmicas. Durante o período de estágio

realizou-se auxílio aos técnicos laboratoriais nos preparos de aulas práticas,

onde pode-se fazer preparação de meios de cultura, ativação de

microrganismos, esterilização de vidrarias e acessosórios para as aulas

voltadas as áreas de microbiologia e microscopia; realizou-se a manipulação

de reagentes químicos, preparação, padronização e descarte de soluções para

as aulas voltadas a área de química analítica, química orgânica, bioquímica, e

fisico-quimicas; e efetuou-se a organização e limpeza nos laboratórios,

equipamentos e vidrarias; além da orientação aos usuários as normas de

segurança para a utilização dos laboratório e apoio as atividade de pesquisas

realizadas no laboratórios da UTFPR. Realizou-se um trabalho de pesquisa

durante o período de estágio com o intuito de obter maior conhecimento, e

complementar as atividades desenvolvidas, o artigo entitulado como

“Composição centesimal da Carne Mecanicamente Separada de Tilápia do Nilo

(Oreochromis niloticus)”, encontra-se no ANEXO I, este foi exposto no III

Simpósio de Tecnologia e Engenharia de Alimentos, da UTFPR, campus

Campo Mourão.

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1. INTRODUÇÃO

Os laboratórios são locais que apresentam alto potencial de acidentes.

Isto se deve a natureza dos materiais manuseados, aos equipamentos usados

e a extensa escala de atividades praticadas. Para garantir que os acidentes

sejam evitados é essencial que se estabeleçam instruções e procedimentos de

segurança capaz de prevenir perigos potenciais de riscos que podem surgir no

laboratório (CIENFUEGOS, 2001).

O conceito de soluções é a mistura homogênea de duas ou mais

substâncias, onde teremos a divisão de solvente e o soluto, o primeiro é

caracterizado em seu estado físico líquido e o que tem a maior porção, já o

segundo se apresenta em estado sólido em porção menor, na união dos dois,

teremos uma solução. Uma solução pode se apresentar nos três estados

físicos, gás, líquido ou sólido. (CONSTANTINO, 2004).

Um dos aspectos mais importante em uma solução é sua preparação e a

expressão de sua concentração, uma vez que os cálculos efetuados levam em

conta sua concentração molar, que significa quanto de soluto está presente em

um volume ou uma massa especifica,sendo assim, concentração é uma

medida das quantidades relativas dos componentes de uma solução, pode-se

então ser definida como a razão entre quantidade de soluto e quantidade de

solvente. (VOGUEL, 1992).

De acordo com Holfling e Gonçalves (2008), a esterilização é um

processo de destruição total de qualquer microrganismo, por meio de agentes

físicos ou químicos.

O uso do vapor d’água sob pressão é o método mais prático e seguro de

aplicações do calor úmido para realizar a esterilização. Em um sistema fechado

de volume constante, um aumento de pressão permitirá um aumento na

temperatura. Vapor d’água sob pressão fornece temperaturas maiores do que

aqueles possíveis com vapor sem pressão ou água fervente. Na autoclave há a

vantagem também de um aquecimento rápido e maior penetração.

Desenvolvida no século XIX, a autoclave é um equipamento essencial em

todos os laboratórios de microbiologia. Muitos meios de cultura, soluções e

materiais contaminados são esterilizados rotineiramente com este aparelho

(PELCZAR; CHAN; KRIEG, 1996).

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Segundo Okura e Rende (2008), os meios de cultura destinam-se ao

cultivo artificial dos microrganismos e fornecem os princípios indispensáveis ao

seu crescimento. As exigências nutritivas estão relacionadas a uma fonte de

carbono, nitrogênio, de energia e sais minerais. Alguns microrganismos

também necessitam de fatores de crescimento, substâncias que eles não

podem sintetizar, tais como vitaminas, aminoácidos, entre outras. Além disso,

alguns meios podem ser formados por preparados de sangue, de carne, de

leite e de vários outros produtos.

O presente trabalho tem como objetivo descrever as atividades

exercidas durante o período de estágio nos laboratórios de apoio em ensino e

pesquisa de tecnologia e engenharia de alimentos, a fim se de obter

aprimoramento dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos em aulas na

área de atuação de tecnologia em alimentos.

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL

A UTFPR foi inagurada em 1909 como Escola de Aprendizes Artífices e,

depois de algumas transformações, em 1959 passou a ser chamada de Escola

Técnica Federal do Paraná, alguns anos depois passou a Centro Federal de

Educação Tecnológica , e em 2005 transformou-se em Universidade

Tecnológica Federal do Paraná.

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Campo

Mourão, iniciou suas atividades em 10 de abril de 1995, como Centro Federal

de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET), e seguindo a mudança dos

demais campus em 2005 passou a ser denominado de Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

A UTFPR, campus Campo Mourão possui laboratórios próprios

equipados para a área de alimentos, com ambientes apropriados para

ministrar aulas e pesquisas científicas referentes a microbiologia, microscopia,

físico-química, química analítica, quimíca orgânica, bioquímica, análise

sensorial, industrialização de alimentos, panificação e anexos como sala de

análise microbiológica, sala de cromatografia, sala de espectrofotometria, sala

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anexa ao laboratório de análise sensorial e sala de pesagem para melhor

atender aos usuários.

Na área que se encontram os laboratórios, estão disponíveis armários

para a armazenagem de reagentes, soluções, meios de culturas, ferramentas,

utensílios entre outros materiais devidamente identificados, além de contar com

uma forte extensão de equipamentos, que são disponibilizados pelos técnicos e

estagiários.

No interior dos laboratórios de apoio em ensino e pesquisa de tecnologia

e engenharia de alimentos todos os visitantes recebem as instruções

estabelecidas para a permanência nos laboratórios, para tornar ciente os

riscos, e se portar de forma segura tornando-se possivel realizar aulas práticas

para as disciplinas dos cursos de tecnologia e engenharia de alimentos, além

de pesquisas científicas favorecendo o aprendizado e a experiência laboratorial

para a formação profissional.

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio curricular obrigatório foi realizado no período de maio a agosto

de 2011, onde realizaram-se atividades laboratoriais a fim de se obter

conhecimento e experiência na área de tecnologia de alimentos. Foram

desenvolvidas atividades como:

- Orientar aos usuários sobre segurança dentro dos laboratórios da

instituição;

- Oferecer apoio às aulas práticas e pesquisas científicas;

- Realizar testes de aulas práticas para as áreas de química e

microbiologia;

- Organizar e limpar materiais utilizados diariamente nos laboratórios;

- Limpar e preparar vidrarias para as aulas práticas microbiológicas e

químicas;

- Preparar e padronizar soluções químicas;

- Preparar e esterilizar meios de cultura e vidrarias;

- Executar outras tarefas de mesma natureza e nível de complexidade,

quando solicitados pelos técnicos de laboratório.

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3.1 SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2004), as boas

práticas de laboratórios e procedimentos a utilização do equipamento de

segurança ajudará a reduzir os riscos ao enfrentar os perigos inerentes à

segurança dentro de um laboratório.

Para garantir que tais acidentes sejam prevenidos é essencial que se

estabeleçam instruções e procedimentos de segurança capaz de prever

perigos e potenciais de riscos que podem surgir no laboratório (CIENFUEGOS,

2001).

3.1.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Equipamentos de proteção individual são destinados a proteger o

usuário do laboratório em operações com risco de exposição em que se podem

ter emanações de produtos químicos, risco de quebras ou explosões de

aparelhos de vidro, cortes com vidrarias, lâminas, ferramentas perfurocortantes

etc. Os EPI’s devem ser de boa qualidade e proporcionar o mínimo desconforto

possível, sem tirar a liberdade de movimento do usuário (OLIVEIRA et al.,

2007).

Para desenvolver qualquer prática laboratorial o jaleco é item

imprescendivel para manusear qualquer tipo de material, dentro dos

laboratórios da UTFPR não é permitida em nenhuma hipótese trabalhar sem

ele, sua principal função é proteger eventuais acidentes como o

derramamentos de reagentes e vestígios microbiológicos. Caso ocorra algum

tipo de acidente este deve ser retirado imediatamente.

O jaleco de forma geral deve ser feito de material resistente e tecido de

algodão que evita a propagação de fogo, os tecidos sintéticos devem ser

evitados, devem ter mangas compridas, ir até a altura dos joelhos e ser usado

sempre fechado e limpo.

O uso de luvas têm como objetivo proteger as mãos e manter a

integridade da pele, e devem ser utilizadas especialmente ao manusear

material corrosivo, tóxico, contaminante e irritante, a escolha do tipo de luva

tem por base o material que se está manipulando.

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Óculos de segurança servem como proteção para a área ocular, devem

ser de material transparente e não devem causar distorções na visão,

precisam ser usados sempre, especialmente em situações onde a projeção de

material é uma possibilidade como, por exemplo, reações em sistemas com

alta pressão, montagens para destilação de solventes ou mesmo a utilização

de ácidos voláteis, entre outros tipos de manipulação dentro do laboratório.

A máscara é o equipamento de proteção das vias respiratórias,

precisam ser utilizadas quando a atmosfera do laboratório apresentar

características prejudiciais à saúde, tanto pela presença de vapores tóxicos

e/ou irritantes, o ideal é que não se tenha que fazer uso das máscaras

protetoras, o que significa uma atmosfera limpa no laboratório. Há vários tipos

de máscaras, elas podem ser montadas com filtro mecânico, filtro químico ou

filtro combinado de acordo com o material contaminante da atmosfera e de

acordo com a proteção que se deseja obter. Como elemento filtrante para os

filtros químicos utiliza-se o carvão ativo e para os filtros mecânicos utiliza-se

um material poroso.

3.1.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

De acordo com Oliveira et al. (2007), são equipamentos de uso

laboratorial que permitem executar tarefas em condições seguras tanto para

quem está manuseando como para as demais pessoas, são equipamentos que

devem permanecer em local de fácil acesso e todos devem ser treinados para

sua utilização.

As capelas e exaustores precisam sempre estar disponíveis no

laboratório e funcionando adequadamente, a principal função é de garantir uma

atmosfera saudável no ambiente de trabalho. Sempre deve-se usar a capela

para o preparo de soluções, evitando assim o risco de contaminação da

atmosfera de trabalho. Para abrir amostras que apresentam volatilidade deve-

se utilizar a capela de exaustão, para o uso da capela deve-se manter o frasco

do reagente na parte de dentro e em hipótese alguma pode colocar a cabeça

dentro da capela para, por exemplo, verificar o andamento de uma reação,

além de manter o local sempre limpo e organizado.

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O chuveiro e lava-olhos estão em áreas de fácil acesso, são usados em

caso de respingo de reagente sobre o corpo ou o rosto, devem ser averiguados

de sua funcionalidade periodicamente e seu acesso nunca deve estar

bloqueado.

3.2 PREPARO E TESTES DE AULAS PRÁTICAS

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná ao oferecer os cursos de

graduação, busca formar profissionais de alto nível de conhecimento, e assim

com esse intuito proporciona aulas práticas, para que se obtenha

conhecimento e adquira experiência antes da entrada no mercado de trabalho.

Com este objetivo os laboratórios de apoio ao ensino e pesquisa da instituição,

os professores elaboram roteiros de aulas práticas, sendo estes entregues aos

técnicos de laboratórios, que ficam responsáveis juntamente com os

estágiarios de prepará-las, e deixa-las devidamente montada para a disciplina

que será ministrada, e assim oferecer aos acadêmicos a oportunidade de

vivenciar alguns processos de rotina dentro de um laboratório.

Todos os roteiros entregues são guardados, as aulas registradas, os

equipamentos que serão utilizados durante as aulas são previamente testados

e calibrados sempre que necessário. Caso a aula possa vir a proporcionar

alguma tipo de dúvida, erro, problema ou até mesmo para verificar os

resultados obtidos, este segue para teste para que não se tenha nenhum tipo

de contratempo.

3.3 ORGANIZAÇÃO DOS LABORATÓRIOS

Os laboratórios têm uma rotina de muitas atividades realizadas durante o

período de funcionamento, para que as tarefas sejam realizadas com os

devidos cuidados é imprescindível que o local esteja organizado e limpo, por

isso, sempre que necessário, realiza-se atividades para que se mantenha a

ordem do local para facilitar o trabalho dos usuários no desenvolvimento de

aulas e pesquisas. A organização torna o local seguro, pois pode evitar

acidentes com reagentes, vidrarias, meios de culturas infectados,

equipamentos, entre outros.

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3.4 REGISTROS

E de extrema importância que se registre tudo que se ocorre dentro de

um laboratório, tanto para garantir a segurança dos usuários, integridade dos

equipamentos, como para se obter uma boa organização. Com o intuito de

manter os laboratórios organizados, os técnicos aderiram a um sistema de

organização utilizando planilhas, para registrar as atividades desenvolvidas no

interior dos laboratórios.

Os registros permitem organizar as aulas práticas solicitadas pelos

professores, identificar cada esquipamento, além de controlar a entrada de

usuários a salas especificas do laboratório, para que se tenha noção de

responsabilidade se algo vir a ocorrer.

Com os registros de equipamentos tornar-se possível agendar data e

horário de utilização dos usuários, onde os mesmos devem se identificar para

que se torne possível a reserva, impedindo que vários usuários utilizem o

mesmo equipamento no mesmo horário evitando maiores transtornos.

Os registros de aulas práticas deve constar o nome do professor que irá

ministrar a aula prática, o nome da aula a ser montanda, o número de equipes

que cada turma terá e o laboratório que será realizada a aula, estes registros

ficam expostos em um painel visível aos técnicos e estágiarios, para que se

possa ter controle do cotidiano dos laboratórios.

Todas as vidrarias quebradas que são de responsabilidade do

laboratório também possui planilha de resgistro , onde contêm o nome do

material quebrado, a quantidade, nome do manipulador e data do ocorrido, as

vidrarias são armazenadas em caixas e destinadas ao almoxarifado UTFPR-

CM.

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3.5 PREPARO DE MEIOS DE CULTURA

Os meios de cultura consistem da associação qualitativa e quantitativa

de substâncias que fornecem os nutrientes necessários ao desenvolvimento de

microrganismos fora do seu meio natural (PELCZAR; CHAN; KRIEG, 1996).

De acordo com o Brasil (2003), recomenda-se que, antes da

manipulação e descarte das referidas substâncias, sejam consultadas fichas

próprias ou manuais de segurança, visando o reconhecimento dos principais

riscos inerentes e das medidas indispensáveis para prevenir ou evitar a

ocorrência de acidentes e minimizar os danos a saúde do usuário e ao meio

ambiente.

O ágar é um agente solidificante largamente utilizado em meios de

cultura, formado por extrato de algas marinhas, funde-se em torno do ponto de

ebulição da água, formando uma solução transparente que permanece no

estado líquido até em torno de 40°C. Uma vez que a maioria dos

microrganismos não é morta a 45°C, eles podem ser adicionados a um meio

com ágar ainda liquefeito em tubos de ensaio ou placas de Petri. Depois que o

meio com ágar se resfria e se solidifica, ele permanecerá solidificado a

temperatura de incubação e pode ser inoculado com microrganismos. O ágar

não serve como nutriente para a maioria dos microrganismos e não é

metabolizado durante o crescimento (PELCZAR; CHAN; KRIEG, 1996).

Para o preparo de meios de cultura, segue-se as instruções de acordo

com a do fabricante, sendo que todos os preparados durante o período de

estágio utilizou-se a seguinte metodologia: pesa-se o meio de cultura

comercial, e segue para hidratação em pequena quantidade de água até que

todo o meio fique úmido e logo após acrescenta-se o restante da água, segue-

se para aquecimento até que todo o meio se apresente completamente

dissolvido e posteriormente são esterilizados em autoclave a 121ºC, por 15

minutos, como alguns casos os meios são seletivos, e possuem em sua

composição componentes que não podem ser aquecidos durante muito tempo,

estes não são expostos ao processo de autoclavação.

Segundo Sant’Anna e Cerqueira (2007), os diversos meios de cultura

existentes podem ser classificados de diversas formas (FIGURA 1).

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Figura 1. Tipos de meios de cultura (Sant’Anna e Cerqueira, 2007).

11

3.6 TÉCNICAS DE SEMEADURAS

A inoculação é a contaminação de um meio de cultura de forma

proposital, ou seja, é a transferência de certa quantidade de microrganismos

neste meio com a finalidade que esse venham a se desenvolver e permitam a

sua identificação. A inoculação das bactérias em diferentes meios envolve

várias técnicas de semeadura (SANT’ANNA; CERQUEIRA, 2007).

Na maioria dos casos, o crescimento resultará em uma cultura pura,

contendo um único tipo de microrganismo. Para obter ou manter uma cultura

pura, é essencial que outros organismos não contaminem. Um dos principais

métodos para a obtenção de culturas puras e avaliação de sua pureza

corresponde à utilização de meios sólidos, especialmente de meios sólidos

acondicionados em placas de Petri e também de meios líquidos. (MADIGAN;

MARTINKO; PARKER, 2004).

De acordo com as características físicas dos meios de origem e destino,

podem-se utilizar diferentes técnicas de inoculação. A transferência de inóculo

de um meio para outro também é denominada genericamente como repique

(SANT’ANNA; CERQUEIRA, 2007).

Nos meios sólidos o crescimento cessa, por exaustão de nutrientes,

devendo realizar-se a transferência de colônias para novo meio. No entanto

estes meios permitem a individualização das colônias. Os meios líquidos

permitem melhor difusão de metabólitos, mas não o isolamento de colônias.

(SEELEY; VANDEMARK; LEE, 1991).

De acordo com Sant’Anna e Cerqueira (2007), para realizar a inoculação

é necessário prestar atenção em quatro procedimentos (FIGURA 2).

1 - fazer a desinfecção da área de trabalho e anti-sepsia das mãos antes

e depois de qualquer trabalho.

2 - trabalhar sempre na área de segurança: uma área de

aproximadamente 10 cm ao redor da chama do bico de Bunsen.

3 - esterilizar adequadamente todo material (ex.: alças e agulhas

bacteriológicas) antes e depois de seu uso à sempre aquecer da base para a

ponta, evitando a formação de aerossóis.

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4 - flambar a boca dos frascos e tubos antes e depois das inoculações,

evitando a contaminação da cultura/material a ser analisado e garantindo que

somente o microrganismo desejado será inoculado.

A inoculação correta da amostra é um dos passos mais importantes na

identificação de um patógeno e pode ser feita por meio de swabs, ou de outras

fontes, com uso de alças de inoculação devidamente esterilizadas. Os meios

devem ser sempre examinados antes da inoculação a fim de que se verifique a

presença de contaminantes já existentes na placa (OKURA; RENDE, 2008).

A seguir a FIGURA 3 representa como deve ser realizada a repicagem em

meio sólido em tubos de ensaio, a FIGURA 4 como realizar a inoculação em

placas de Petri, a FIGURA 5 em meio semi-sólido, e a FIGURA 6 em meio

líquido.

Figura 2. Procedimento para inoculação (Sant’Anna e Cerqueira, 2007).

Figura 3. Inoculação de meio sólido em tubos de ensaio (Sant’Anna e Cerqueira, 2007).

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Figura 4. Inoculação em placas de Petri (Sant’Anna e Cerqueira, 2007).

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Figura 5. Inoculação meio semi-sólido (Sant’Anna e Cerqueira, 2007).

Figura 6. Inoculação meio liquído (Sant’Anna e Cerqueira, 2007).

O método de semeadura Pour Plate é um procedimento para obter

colônias isoladas pela mistura do inóculo com o ágar liquefeito resfriado e

distribuído da mistura em uma placa de Petri estéril (PELCZAR; CHAN; KRIEG,

1996).

Após a inoculação, as bactérias deverão ser incubadas em ambiente com

tensão de oxigênio e temperatura ideal para seu desenvolvimento. O período

de incubação deve ser entre 24 e 48 horas (MADIGAN; MARTINKO; PARKER,

2004).

3.7 DESCONTAMINAÇÃO E DESCARTE DE RESÍDUOS DE ANÁLISES

MICROBIOLÓGICAS

De acordo com Unesp (2012), as disposições inadequadas dos resíduos

gerados em laboratório poderão constituir focos de doenças infecto-

contagiosas se não forem observados os procedimentos para seu tratamento.

As taxas de crescimento e morte microbianas são fortemente

influenciadas por vários fatores ambientais. O controle microbiano compreende

uma série de procedimentos com a finalidade de reduzir a quantidade, eliminar,

diminuir ou impedir a multiplicação de microrganismos existentes em um

determinado equipamento ambiente, em alimentos ou em superfícies vivas. É

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de extrema importância apresentando inúmeras aplicações práticas na área

médica e de alimentos (BROWN, 2001).

De acordo com Holfling e Gonçalves (2008), a esterilização é um

processo de destruição total de qualquer microrganismo, por meio de agentes

físicos ou químicos.

O uso do vapor d’água sob pressão é o método mais prático e seguro de

aplicações do calor úmido para realizar a esterilização e morte de

microrganismos. Em um sistema fechado de volume constante, um aumento de

pressão permitirá um aumento na temperatura. Vapor d’água sob pressão

fornece temperaturas maiores do que aqueles possíveis com vapor sem

pressão ou água fervente. Na autoclave há a vantagem também de um

aquecimento rápido e maior penetração. Desenvolvida no século XIX, a

autoclave é um equipamento essencial em todos os laboratórios de

microbiologia. Muitos meios de cultura, soluções e materiais contaminados são

esterilizados rotineiramente com este aparelho (PELCZAR; CHAN; KRIEG,

1996).

Para realizar a esterilização em autoclave uma fonte de calor na base de

dispositivo gera a energia necessária para a vaporização da água em seu

interior, e à medida que o vapor vai sendo gerado, a mistura ar-vapor que

surge vai sendo retirada por uma válvula mecânica na parte superior do

recipiente, até que se obtenha o máximo vapor saturado, a uma dada

temperatura e pressão de acordo com a lei dos gases ideais. A partir desse

ponto inicia-se a contagem de tempo de exposição e, ao término deste,

descarrega-se o vapor da câmara e retira-se o material (LUQUETA, 2008).

Segundo Pelczar, Chan e Krieg (1996), uma autoclave é usualmente

operada a uma pressão de um atm acima da pressão atmosférica, na qual a

temperatura do vapor é de 121ºC. O tempo necessário para esterilizar nesta

temperatura depende do material que está sendo tratado. Leva mais tempo

para o calor penetrar em um material viscoso ou sólido do que um material

fluido.

Os materiais utilizados em todas as análises microbiológicas devem

receber tratamento de descontaminação, para assim tornar sua manipulação e

limpeza mais seguras. Após o processo de autoclavagem por calor úmido a

121°C durante 30 minutos, o material

se a diluição deste material em água para o descarte

3.8 PREPARO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES

De acordo com Voguel (

necessário que se tenha

fabricada dentro dos limites especificados, particularmente

respeito a exatidão da calibração.

A exatidão de uma medida está relacionada com seu erro absoluto, isto

é, com a proximidade do valor medido em relação ao valor verdadeiro da

grandeza. A precisão, por outro lado, está relacionada com a conc

medidas entre si, ou seja, quanto maior a dispersão dos valores, menor a

precisão (BACCAN, 2001).

De acordo com Oliveira et al.

em laboratórios, deve mencionar no

uso específico, quando não for de uso geral, data de preparação e validade

fator estequiométrico, simbologia internacional de

e nome do responsável.

na FIGURA 7.

Figura

O risco oferecido por uma substância é indicado no rótulo de sua embalagem por ícones que atendem a padrões intersão os símbolos de risco e são como se apresenta na FIGURA

utos, o material sofre liquefação, e em seguida

este material em água para o descarte na pia.

PREPARO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES

De acordo com Voguel (1992), para realizar o preparo de soluções, é

necessário que se tenha aparelhagem aferida destinada a análise quantitativa,

fabricada dentro dos limites especificados, particularmente no que se diz

speito a exatidão da calibração.

A exatidão de uma medida está relacionada com seu erro absoluto, isto

é, com a proximidade do valor medido em relação ao valor verdadeiro da

grandeza. A precisão, por outro lado, está relacionada com a conc

medidas entre si, ou seja, quanto maior a dispersão dos valores, menor a

precisão (BACCAN, 2001).

De acordo com Oliveira et al. (2007), toda solução química preparada

mencionar no rótulo o nome da solução, concentração,

uso específico, quando não for de uso geral, data de preparação e validade

simbologia internacional de riscos e terminologia de risco

nome do responsável. O rótulo utilizado para as soluções preparadas estão

Figura 7. Rótulo para soluções químicas

O risco oferecido por uma substância é indicado no rótulo de sua embalagem por ícones que atendem a padrões internacionais. Estes ícones

isco e são apresentados em quadrados deFIGURA 8.

16

em seguida efetuava-

), para realizar o preparo de soluções, é

stinada a análise quantitativa,

no que se diz

A exatidão de uma medida está relacionada com seu erro absoluto, isto

é, com a proximidade do valor medido em relação ao valor verdadeiro da

grandeza. A precisão, por outro lado, está relacionada com a concordância das

medidas entre si, ou seja, quanto maior a dispersão dos valores, menor a

(2007), toda solução química preparada

nome da solução, concentração,

uso específico, quando não for de uso geral, data de preparação e validade,

riscos e terminologia de risco

O rótulo utilizado para as soluções preparadas estão

O risco oferecido por uma substância é indicado no rótulo de sua nacionais. Estes ícones

apresentados em quadrados de fundo branco,

17

Figura 8. Simbologia de riscos Oliveira et al. (2007),

18

De acordo com a quantidade de soluto dissolvido, as soluções podem

ser não saturadas, saturadas e supersaturadas. A solubilidade de um soluto é

a quantidade máxima deste que pode dispersar-se numa certa massa de

solvente a uma dada temperatura (MORA; SIHVENGER; LUCAS, 2006).

Soluções podem ser preparadas mais comumente a partir de soluto

sólido ou a partir de uma solução concentrada em estoque do soluto. Quando

se prepara uma solução, sabe-se que se quer obter um certo volume da

solução a uma dada concentração. Assim, para preparar uma solução a partir

de um soluto sólido há necessidade de se saber qual o valor de massa do

soluto que deve ser tomado; analogamente, no caso de soluto em solução em

estoque, há que se saber qual o volume da solução estoque que deve ser

tomado (SOMERA et al., 2004).

De acordo com Mora, Sihvenger e Lucas (2006), a concentração de

uma solução deve ser expressa em unidades quantitativas. São usadas as

chamadas unidades de concentração que são medidas quantitativas da

afinidade de soluto que se dissolve. A quantidade relativa de uma substância é

conhecida como concentração e é expressa em diferentes unidades.

Concentração em gramas por litro (FIGURA 9) é o termo utilizado para

indicar a relação entre a massa do soluto (m), expressa em gramas, e o volume

(V), da solução em litros.

Figura 9. Cálculo para concentração comum

O termo concentração em quantidade de matéria “molaridade” (FIGURA

10) é a relação entre a quantidade de matéria, ou números de mols do soluto

(n) e o volume da solução (V), expresso em litros.

Figura 10. Cálculo para molaridade

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A fração molar X (FIGURA 11) de um componente em solução é a

razão do número de mols daquele componente pelo número total de mols de

todos os componentes, sendo n o número de mols.

Figura 11. Cálculo para fração molar

Porcentagem molar (FIGURA 12) indica o número de mols de um componente expresso como uma porcentagem de número total de mols presentes.

Figura 12. Cálculo para porcentagem em mol

Molalidade é o número de mols de soluto dissolvido por quilograma de solvente. Assim, a molalidade do soluto A em solução com o solvente B (FIGURA 13).

Figura 13. Cálculo para molalidade

onde nA é o número de mols do soluto A e mB é a massa de solvente B em kg.

Partes por milhão (ppm) é a unidade conveniente para expressar a

concentração de substâncias extremamente diluídas, como por exemplo, os

contaminantes do ar. É a relação entre a massa de soluto e a massa da

solução em gramas, multiplicada por 1000000 (FIGURA 14).

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Figura 14. Cálculo para partes por milhão

onde mA representa a massa do soluto A em gramas e m a massa da solução.

Padrão primário é um composto com pureza suficiente para permitir a

preparação de uma solução padrão mediante a pesagem direta da quantidade

da substância, seguida pela diluição até um volume definido de solução, deve

atender algumas condições, entre elas, pode-se destacar: fácil obtenção,

purificação, secagem e preservação em estado puro, devem permanecer

inalteradas ao ar durante a pesagem, seu grau de pureza e massa molecular

deve ser alto, para evitar possíveis erros e, além disso, deve ser facilmente

solúvel (VOGUEL, 1992).

O intuito da análise volumétrica é determinar a quantidade de

substâncias desconhecidas por meio de medidas de volumes, fazendo reagir

uma solução de concentração conhecida (padrão) com a amostra, cuja

concentração ou quantidade é desconhecida. (CONSTANTINO, 2004).

Na análise volumétrica o reagente de concentração conhecida é o

titulante e a substância com a concentração desconhecida é o titulado, em uma

titulação pequenos volumes da solução de reagente (titulante) são adicionados

ao titulado até que a reação termine. A esse término dar-se o nome de ponto

de equivalência, ou o ponto final da titulação. O ponto de equivalência ocorre

quando a quantidade de titulante adicionado é a quantidade exata necessária

para uma reação estequiométrica, ou seja, neste ponto o número de mols de

OH- ou H+ adicionados como titulante é igual ao número de mols existente no

titulado. O sucesso da técnica se dar em detectar esse ponto. (HARRIS, 2005).

Os reagentes utilizados para o preparo de solução encontram-se

guardadas em armários onde são separados e identificados em: sais, bases,

ácidos e álcoois, verificando a segurança a todos os usuários do laboratório.

Para realizar o preparo de uma solução o soluto deve ser inicialmente

dissolvido em um béquer, utilizando-se um volume de solvente inferior ao

volume final de solução a ser preparado, após deve-se seguir para um balão

21

volumétrico com o volume desejado e adiciona-se o solvente até que o volume

atinja a marca no gargalo do balão, essa solução deve ser homogeneizada

invertendo diversas vezes o balão volumétrico devidamente tampado para que

não ocorra nenhum tipo de acidente. No preparo de soluções, como em todo

procedimento experimental, alguns erros podem ser cometidos, podem ter

como causas comuns o uso inadequado de vidrarias, falhas na determinação

da massa e de volume e a utilização de reagentes de baixo grau de pureza,

entre demais erros.

Após o preparo da solução deve-se verificar o seu tipo, para que as

solução ácidas sejam postas em recipientes de vidro, e solução básicas em

plástico, onde segue para o acondicionamento em frascos limpos e

identificados de acordo com sua especificações e segue para armazenamento

em local seguro.

3.9 DESCARTE DE RESÍDUOS QUÍMICOS

De acordo com Unesp (2012), os resíduos químicos apresentam riscos

potenciais de acidentes inerentes às suas propriedades específicas. Devem ser

consideradas todas as etapas de seu descarte com a finalidade de minimizar

não só acidentes decorrentes dos efeitos agressivos imediatos (corrosivos e

toxicológicos), como os riscos cujos efeitos venham a se manifestar a mais

longo prazo.

Os resíduos químicos nos laboratórios devem ser segregados e

armazenados em recipientes adequados, em local ventilado, rotulados e

afastados de áreas de circulação. Sempre que possível, os resíduos poderão

ser tratados no laboratório e descartados na rede de esgoto. Resíduos aquosos

ácidos ou básicos, por exemplo, devem ser neutralizados antes do descarte

(OLIVEIRA et al., 2007).

Para estocar as soluções coloca-se em frascos identificados de acordo

com o seu tipo, e destinados a uma empresa especializada em gerenciamento

de resíduos químicos, as demais soluções concentradas como sais, são

diluídos em água e descartados nas pias do laboratório.

22

3.10 LIMPEZA DE VIDRARIAS E MATERIAIS

Para garantir o bom desempenho das aulas práticas todos os

equipamentos e vidrarias devem estar em boas condições e apresentar-se

limpos para que não ocorra nenhum tipo de erro relacionada a este.

Todos os materiais e vidrarias utilizados em aulas práticas seguem para

a lavagem com detergente comercial neutro, e enxaguados por três vezes em

água corrente e posteriormente com o auxilio de pisete o enxague com água

destilada, os materiais e vidrarias não utilizados para medição de volume são

colocados em estufa para secagem a 50°C, e vidrarias como buretas, pipetas

volumétricas e graduadas, provetas e balões volumétricos são dispostos em

suporte especifico para secagem.

3.11 APOIO ÀS ATIVIDADES DE PESQUISA

Para manter o controle dos laboratórios e o uso de materiais é realizado

o apoio as atividades de pesquisa juntamente a alunos e professores. Este

auxílio visa ceder aos que estão desenvolvendo suas atividades os materiais e

equipamentos necessários, prevendo melhor organização e atendendo as

necessidades de todos os usuários.

3.12 ATIVIDADE EXTRA

Para fixar todas as atividades desenvolvidas, além de assegurar um

bom desempenho durante o período de estágio, foi executada uma atividade

extra, no qual foi realizar a composição centesimal de carne mecanicamente

separada de Tilápia do Nilo, com os resultados obtidos foi possivel redigir o

artigo entitulado “Composição centesimal da Carne Mecanicamente Separada

de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)” (ANEXO I) , onde foi apresentado

durante III Simpósio de Engenharia e Tecnologia de Alimentos da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, campus Campo Mourão, realizado no mês de

setembro de 2011.

O rendimento em filé de tilápia do Nilo é considerado baixo (30 a 35%)

(KUBITZA; CAMPOS, 2006), quando comparado com outros peixes cultivados

23

de água doce, como o pacu (52,7%), a truta (41,17%) e a piracanjuba (40,5%)

(VIEGA; SOUZA, 2004). Estes motivos induz a processos industriais que

possam vir a promover a obtenção desta carne, pois além de uma ótima

qualidade nutricional e custo reduzido pode-se utilizar para desenvolver novos

produtos derivados de peixes.

Diferente da carne mecanicamente separada de aves, a de pescados

ainda é pouco utilizada no desenvolvimento de produtos, sendo que o principal

destino da carcaça do peixe é a produção de farinha, cuja aplicabilidade em

alimentos é reduzida.

O objetivo deste trabalho foi estabelecer a composição centesimal da

CMS de tilápia do Nilo, foram obtidos para umidade 83,35%, proteína 16,00%,

lipídios 0,86% e cinzas 0,82%. Houve a comparação com a CMS de frango,

onde se mostrou com valores menores em relação a proteínas e maiores em

teores de lipídios, quando comparada com a CMS de tilápia do Nilo.

4. CONCLUSÃO

As atividades desenvolvidas durante o período de estágio atingiram a

todos os objetivos, como orientar sobre segurança dentro dos laboratórios da

instituição aos usuários, oferecer apoio às aulas práticas e pesquisas

científicas, realizar testes de aulas práticas, organizar e limpar materiais

utilizados diariamente, preparar e esterelizar vidrarias, preparar e padronizar

soluções químicas, preparar meios de cultura e executar outras tarefas de

mesma natureza e nível de complexidade.

Os laboratórios da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,

campus Campo Mourão dispõem de uma boa infra-estrutura no qual tornou

possível realizar o estágio curricular, oferecendo materiais imprescidiveis para

um bom funcionamento dos laboratórios para a realização das aulas práticas e

pesquisas cientificas.

Com o desenvolver do estágio houve enriquecimento de conhecimento e

entendimento sobre as atividades teóricas e práticas adquiridos na vida

acadêmica, proporicionando a vivência profissional, e maior aptidão na

realização de tarefas realizadas na rotina de laboratórios.

24

5. REFERÊNCIAS

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Blucher, 2001.

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em: <http://pt.scribd.com/doc/60707537/Microbiological-Applications-a-

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ANEXO I

III Simpósio de Tecnologia e Engenharia de

UTFPR, Campo Mourão, PR, Brasil, 13 a

Composição centesimal da Carne Mecanicamente Separada de Tilápia do Nilo (

Resumo. A carne de tilápia do Nilo tem um alto valor nutritivo, porém o seu consumo no Brasil ainda é baixo. Por possuir um alto valor de resíduos com cerca de 65%, carne mecanicamente separada (CMS), é um produto que se obtém através do processo de separação, e uma saída para diminuir esse número, além de ser utilizada para a formulação de novos produtos. O objetivo deste trabalho foi estabelecer a composição centesimal da CMS de tilápia do Nilo, foram obtidos para umidade 83,35%, proteína 16,00%, lipídios 0,8apresenta um alto valor protéico e baixo teor de lipídios, características importantes para desenvolvimentos de produtos mais saudáveis. Houve a comparação com a CMS de frango, onde essa se mostrou com valores menores maiores em teores de lipídiosCMS de tilápia do Nilo pode proporcionar novos produtos com apropriado valor nutricional, além de estabelecer a necessprimeira qualidade e aumentar o número de consumidores de carne de peixe por todo o país.

Palavras-chave: Carne mecanicamente separada; tilápia do Nilo; composição centesimal.

1. Introdução

A produção de peixe em cativeiro vem aumentando muito no

últimos anos. Dentre os peixes produzidos em grande escala, tem

do Nilo (Oreochromis niloticus

do Paraná, principalmente na região oeste. No entanto o consumo de peixes no

país ainda é baixo. Apesar de ser uma carne de elevado valor nutritivo, leve e

saborosa, seu consumo de 6,5 kg per capita está muito aquém do ideal. O

consumo baseia-se principalmente no file de tilápia, o que gera uma grande

quantidade de resíduos, que pode inclusive pr

(SEBRAE, 2008).

O aumento do consumo de pescado no Brasil pode dar

aumento da aqüicultura e melhor organização nos processos de produção,

III SIMTEA

III Simpósio de Tecnologia e Engenharia de Alimentos

UTFPR, Campo Mourão, PR, Brasil, 13 a 16 de setembro de 2011

Composição centesimal da Carne Mecanicamente Separada de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

A carne de tilápia do Nilo tem um alto valor nutritivo, porém o seu consumo no Brasil ainda é baixo. Por possuir um alto valor de resíduos com cerca de 65%, carne mecanicamente separada (CMS), é um produto que se obtém através do

e uma saída para diminuir esse número, além de ser utilizada para a formulação de novos produtos. O objetivo deste trabalho foi estabelecer a composição centesimal da CMS de tilápia do Nilo, foram obtidos para umidade 83,35%, proteína 16,00%, lipídios 0,86% e cinzas 0,82%. Esta matéria prima apresenta um alto valor protéico e baixo teor de lipídios, características importantes para desenvolvimentos de produtos mais saudáveis. Houve a comparação com a CMS de frango, onde essa se mostrou com valores menores em relação a proteínas e maiores em teores de lipídios, quando comparada com a CMS de tilápia do Nilo. A CMS de tilápia do Nilo pode proporcionar novos produtos com apropriado valor nutricional, além de estabelecer a necessidade de proteínas de origem animprimeira qualidade e aumentar o número de consumidores de carne de peixe por todo

Carne mecanicamente separada; tilápia do Nilo; composição

A produção de peixe em cativeiro vem aumentando muito no

últimos anos. Dentre os peixes produzidos em grande escala, tem

Oreochromis niloticus), uma espécie amplamente cultivada no estado

, principalmente na região oeste. No entanto o consumo de peixes no

ixo. Apesar de ser uma carne de elevado valor nutritivo, leve e

saborosa, seu consumo de 6,5 kg per capita está muito aquém do ideal. O

se principalmente no file de tilápia, o que gera uma grande

quantidade de resíduos, que pode inclusive prejudicar o meio ambiente

O aumento do consumo de pescado no Brasil pode dar

aumento da aqüicultura e melhor organização nos processos de produção,

27

Composição centesimal da Carne Mecanicamente Oreochromis niloticus)

A carne de tilápia do Nilo tem um alto valor nutritivo, porém o seu consumo no Brasil ainda é baixo. Por possuir um alto valor de resíduos com cerca de 65%, a carne mecanicamente separada (CMS), é um produto que se obtém através do

e uma saída para diminuir esse número, além de ser utilizada para a formulação de novos produtos. O objetivo deste trabalho foi estabelecer a composição centesimal da CMS de tilápia do Nilo, foram obtidos para umidade

6% e cinzas 0,82%. Esta matéria prima apresenta um alto valor protéico e baixo teor de lipídios, características importantes para desenvolvimentos de produtos mais saudáveis. Houve a comparação com a CMS

em relação a proteínas e quando comparada com a CMS de tilápia do Nilo. A

CMS de tilápia do Nilo pode proporcionar novos produtos com apropriado valor idade de proteínas de origem animal de

primeira qualidade e aumentar o número de consumidores de carne de peixe por todo

Carne mecanicamente separada; tilápia do Nilo; composição

A produção de peixe em cativeiro vem aumentando muito no Brasil nos

últimos anos. Dentre os peixes produzidos em grande escala, tem-se a Tilápia

), uma espécie amplamente cultivada no estado

, principalmente na região oeste. No entanto o consumo de peixes no

ixo. Apesar de ser uma carne de elevado valor nutritivo, leve e

saborosa, seu consumo de 6,5 kg per capita está muito aquém do ideal. O

se principalmente no file de tilápia, o que gera uma grande

ejudicar o meio ambiente

O aumento do consumo de pescado no Brasil pode dar-se através do

aumento da aqüicultura e melhor organização nos processos de produção,

28

beneficiamento e comercialização. Outros fatores como a intensificação de um

programa de marketing e agregação de valor ao pescado pelo seu

processamento, e a obtenção de CMS de pescado com baixo valor comercial e

de resíduos de filetagem industrial, com posterior transformação em produtos

acabados como hambúrgueres, empanados e salsichas, aumentariam o

consumo de pescado (OLIVEIRA FILHO, 2009).

O rendimento em filé de tilápia do Nilo é considerado baixo (30 a 35%)

(KUBITZA e CAMPOS, 2006), quando comparado com outros peixes cultivados

de água doce, como o pacu (52,7%), a truta (41,17%) e a piracanjuba (40,5%)

(VIEGAS e SOUZA, 2004), gerando em torno de 65% de resíduos. Somado a

este baixo rendimento, ocorrem perdas devido a não utilização de animais com

peso reduzido, uma vez que o crescimento na tilápia não ocorre de forma

homogênea, sendo encontrados animais de diversas categorias do peso na

despesca. Por estes motivos, processos industriais que promovam a obtenção

desta carne são de grande importância para o fornecimento de matéria prima

de qualidade nutricional e custo reduzido, que pode ser utilizada no

desenvolvimento de novos produtos derivados de peixes. A carne

mecanicamente separada (CMS) é um produto que se obtém que se obtém

deste processo de separação.

De acordo com Kirschnik e Macedo-Viegas (2009), em geral, o processo

de lavagem das CMS ocasionou diminuição dos teores de proteína bruta,

lipídios e cinzas, alterou a composição mineral provocando a lixiviação de

minerais como Fe, Zn, Na, K e Ca. Ao elaborar nuggets de peixe a partir de

Carne Mecanicamente Separada (CMS) obtida de duas matérias-primas,

verificou que nutricionalmente, todos os produtos avaliados demonstraram ser

excelente fonte de proteína, por seu conteúdo equilibrado de aminoácidos e

elevada digestibilidade

Diferente da carne mecanicamente separada de aves, a de pescados

ainda é pouco utilizada no desenvolvimento de produtos, sendo que o principal

destino da carcaça do peixe é a produção de farinha, cuja aplicabilidade em

alimentos é reduzida.

Segundo Terra (1998), ao lado das carnes bovina e suína, destaca-se a

carne mecanicamente separada de frango como matéria-prima amplamente

utilizada na fabricação dos produtos cárneos submetidos ao cozimento. Seu

29

baixo custo recomenda-a, sempre que for necessário, para a redução do custo

de fabricação dos produtos cárneos.

As principais vantagens de utilizar a CMS em relação ao peixe filetado

são a redução dos custos pelo maior rendimento em carne, a possibilidade de

aproveitamento de diversas espécies e uma grande linha de produtos que

podem ser comercializados, tais como: “fishburger”, salsichas, empanados,

empanados e enlatados, tirinhas de peixe, nuggets etc. (MARCHI, 1997). A

produção de CMS, em larga escala, permite a elaboração de produtos de alto

valor agregado, que possam atingir determinados segmentos de mercado, ou

mesmo quando transformados em produtos mais simples que atendam à

necessidade social de demanda por proteína de origem animal de primeira

qualidade (KUHN e SOARES, 2002).

O desenvolvimento de uma linha de produtos que utiliza como matéria-

prima a CMS de tilápia, pode contribuir para incrementar a qualidade nutricional

de produtos industrializados, além de aumentor o consumo per capita nacional

de pescados. O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição centesimal da

Carne Mecanicamente Separada de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus).

2. Materiais e Métodos

Foram obtidos dois lotes das amostras de CMS de Tilapia do Nilo

(Oreochromis niloticus), nos meses de março e maio de 2011, de um frigorífico

da região oeste do Paraná. As mesmas foram acondicionadas em embalagem

de polietileno e congeladas a -18°C de acordo à especificação do fabricante,

para a realização das posteriores análises. As análises foram realizadas em

triplicata e os resultados expressos como a média dos valores encontrados.”.

Utilizou-se a metodologia descrita pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) para

a determinação de umidade e cinzas. Inicialmente pesou-se aproximadamente

3,000 g da CMS de Tilapia do Nilo (Oreochromis niloticus), em cadinho de

porcelana, previamente calcinados em mufla a 600ºC e tarado. Para a

determinação gravimétrica da umidade levou-se os cadinhos para a estufa a

105ºC por 4 horas. Após, deixou-se esfriar em dessecador com sílica gel. e em

seguida pesou-se. Repetiram-se as operações de aquecimento e resfriamento

até obter peso constante. Na determinação gravimétrica de cinzas, utilizaram-

se as amostras em que se realizaram a determinação de umidade.

30

Primeiramente, carbonizou-se a amostra em bico de Bunsen. Logo, procedeu-

se à incineração em mufla a 600ºC durante 6 horas ou até a obtenção de uma

cinza clara (sinal da ausência completa de matéria orgânica). Após, esfriou-se

em dessecador e determinou-se o peso da cinza.

A determinação do teor de lipídios realizou-se de acordo com o proposto

por Bligh e Dyer (1959). Pesou-se aproximadamente 15,000 g da amostra,

num béquer e foram adicionados 30,0 mL de metanol, agitou-se

mecanicamente por 2 minutos e em seguida, acrescentou-se 15,0 mL de

clorofórmio. Agitou-se por 5 minutos. Após, acrescentou-se mais 15,0 mL de

clorofórmio e agitou-se por mais 2 minutos, em seguida adicionou-se 15,0 mL

de água destilada e agitou-se por mais 5 minutos. Em seguida a amostra foi

filtrada em funil de Büchner, o resíduo foi lavado com mais 10 mL de

clorofórmio e agitado por mais 5 minutos. O resíduo lavado foi filtrado, e lavou-

se novamente o béquer com mais 10,0 mL de clorofórmio. Em seguida, foi

recolhido o filtrado num funil de separação de 250,0 mL. Após a separação

das fases recolheu-se a inferior que contém o clorofórmio com o lipídio, em

balão de fundo chato devidamente pesado, a fase superior que contem

metanol, água e outros compostos polares foi descartada. O solvente foi

evaporado em evaporador rotatório a vácuo, com aquecimento de 35ºC até sua

completa secagem. O resíduo de solvente com lipídio foi terminado de

evaporar em estufa a 105ºC durante 4 horas. Após, esfriados os balões com

lipídios foram pesados e o os lipídios determinados gravimetricamente.

A determinação do teor de proteína bruta foi baseada no processo semi-

micro Kjeldahl, conforme técnicas da AOAC (CUNNIFF, 1998). Pesou-se 0,30

g (± 0,1 mg) de amostra e transferida para um tubo digestor, ao qual foram

adicionados cerca de 2 g de mistura catalítica (100,0 partes de Na2SO4 anidro;

1,0 parte de CuSO4.5H2O; e 0,8 parte de selênio metálico em pó) e 10,0 mL de

ácido sulfúrico concentrado. Em seguida, levaram-se os tubos ao bloco

digestor, utilizando uma rampa de aquecimento com percentagens de potência,

variando de 30, 50 e 70%, num tempo de 20 minutos cada, e mais 40 minutos

para resfriar. Resfriado à temperatura ambiente realizou-se a destilação em

destilador de nitrogênio, onde através da reação com hidróxido de sódio 40%,

todo nitrogênio contido na amostra foi convertido em amônia, a qual foi

coletada em erlenmeyer contendo solução de ácido bórico 4% e indicador

31

verde de bromocresol. A solução resultante foi titulada com ácido clorídrico 0,1

mol L-1 padrão.

Os resultados das médias obtidas foram submetidos à análise de

variância (ANOVA) para verificar a existência de diferenças significativas e

comparadas com o teste de Tukey ao nível de 5% de significância por meio do

programa computacional Microsoft® Office Excel 2007.

3. Resultados e Discussões

A Instrução Normativa nº 4, de 31 de março de 2000 (MAPA, 2000),

aprova o uso da Carne Mecanicamente Separada em produtos cárneos

industrializados. Define-a como sendo a carne obtida por processo mecânico

de moagem e separação de ossos de animais de açougue, destinada a

elaboração de produtos cárneos específicos: produtos cozidos e/ou

esterilizados. As composições físico-químicas da CMS exigidas são: mínimo

12% para proteína e máximo 30% para gordura.

Na Tabela 1 são apresentados valores referentes à composição

centesimal obtida para as amostras de CMS de Tilápia do Nilo avaliadas. Os

valores encontrados estão próximos aos descritos na literatura. Neste trabalho

foram obtidos para umidade 83,35%, proteína 16,00%, lipídios 0,86% e cinzas

0,82%. Os teores de lipídios totais e cinzas apresentaram diferença significativa

(p<0,05) entre os lotes avaliados. Esta matéria prima apresentou um alto valor

protéico e baixo teor de lipídios, características importantes para

desenvolvimentos de produtos mais saudáveis.

Tabela 1 - Composição centesimal da CMS de Tilápia do Nilo

Umidade Proteína Lipídios Cinzas

Lote 1

83,02 ± 0,48 a 16,00 ± 1,19 a 0,93 ± 0,08 a 1,15 ± 0,14 a

Lote 2

83,68 ± 0,28 a 16,00 ± 1,15 a 0,79 ± 0,07 b 0,48 ± 0,15 b

Média

83,35 ± 0,46 16,00 ± 0,00 0,86 ± 0,10 0,82 ± 0,47 * Letras diferentes na mesma coluna indica que houve diferença significativa

(p<0,05) entre os valores médios obtidos nas repetições pelo teste de Tukey.

A composição centesimal da CMS de tilápia não lavada observadas por

Kirschnik e Macedo-Viegas (2009) foram de 79,83%, 15,13%, 2,91% e 1,35%

para umidade, proteína bruta, lipídios totais e cinzas, respectivamente. De

32

acordo com Kirschnik e Macedo-Viegas (2009) a Carne Mecanicamente

Separada elaborada com tilápia do Nilo abaixo do peso de abate é uma

alternativa viável para o aproveitamento de peixes sem o peso ideal, e a adição

de tripolifosfato de sódio à carne mecanicamente separada da tilápia do Nilo

melhorou a capacidade de retenção de água. Oliveira Filho (2009) analisou a

composição centesimal da CMS de tilápia (Oreochromis niloticus) como

matéria-prima utilizada na formulação de salsichas, obteve para umidade,

proteína, lipídios e cinzas valores de 75,47%, 12,76%, 10,54% e 1,14%,

respectivamente.

De acordo com Mello (2009), que realizou a caracterização físico-

química de “fishburguer” e “kamaboko” obtidos de polpa e “surimi” de tilápia do

Nilo (Oreochromis niloticus), a polpa e o “surimi” (CMS) são matérias primas

intermediarias de alto valor protéico e baixo teor de lipídios que podem ser

utilizadas na elaboração de “fishburguer”. A composição centesimal obtida pelo

autor, ao analisar o “surimi’ foi de 80,82%, 14,6%, 0,27% e 0,98% para

umidade, proteína, lipídios e cinzas, respectivamente.

De acordo com Terra (1998), a composição centesimal da CMS é

variável, devido principalmente ao tipo de matéria-prima utilizada na sua

fabricação. Dos seus constituintes merece atenção especial a gordura, capaz

de apresentar variação no seu conteúdo, que se reflete diretamente tanto na

estabilidade da emulsão cárnea como nos processos oxidativos. A CMS de

frango é utilizada como matéria prima na elaboração dos produtos cárneos. Na

Tabela 2 encontra-se a composição centesimal para a CMS de frango, onde se

pode notar que o valor de proteínas é menor e porcentagem de lipídios maior,

quando comparada com a CMS de tilápia do Nilo.

Tabela 2 - Composição centesimal da CMS de frango.

A indústria estabelece para o “Surimi” de Tilápia (contendo carcaça com

rabo, barbatana, barrigada, com uma lavagem e sem crioprotetores) padrões

físico-químicos de umidade entre 75% a 85%, proteína de no mínimo 11% e

gordura no máximo 2,5%. Todavia, sendo estes valores uma referência para a

indústria que processa a CMS de tilápia, os mesmos estão de acordo com os

Umidade Proteína Lipídios Cinzas

64,295

12,191

22,660

0,854

Fonte: TERRA (1998)

33

parâmetros estabelecidos pela legislação que relaciona este produto, pois não

existe ainda uma legislação especifica para a CMS de tilápia do Nilo.

No processamento da tilápia, no espinhaço residual dependendo do

rendimento durante a filetagem, ficam disponíveis 13 a 25% de músculo

aderido que pode ser aproveitado na obtenção da Carne Mecanicamente

Separada de Pescado. Esta matéria prima pode ser empregada para diversos

fins como ingrediente intermediário utilizada para elaboração de uma grande

variedade de produtos, como a produção de salsichas, “fishburguer”, “corned

fish” e do Surimi que é a proteína miofibrilar estabilizada (MELLO, 2009).

5. Conclusão

A Carne Mecanicamente Separada de Tilápia do Nilo é um produto com

alto valor proteíco e baixo teor de lipídios, e ao ser comparada com a carne

mecanicamente separada de aves mostra-se com nível superior em seu valor

nutricional com relação às proteínas e lipídios. Esta matéria prima poder ser

incorporada a uma dieta saudável a fim de diminuir o teor de lipídios ingeridos

em comparação com a CMS de frango. A CMS de tilápia do Nilo pode ser

utilizada em novos produtos, que beneficiará a ingestão de protéinas de alto

valor biológico, controlando o desperdicio que este causa à indústria

alimentícia.

5. Referências

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