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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL LUIS HENRIQUE CAMARGO WESCINSKI ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE SOFTWARES ENQUADRADOS NA PLATAFORMA BIM PARA O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E PROJETOS DE EDIFICIOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PATO BRANCO 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LUIS HENRIQUE CAMARGO WESCINSKI

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE SOFTWARES ENQUADRADOS NA PLATAFORMA

BIM PARA O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E PROJETOS DE EDIFICIOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO

2016

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LUIS HENRIQUE CAMARGO WESCINSKI

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE SOFTWARES ENQUADRADOS NA PLATAFORMA

BIM PARA O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E PROJETOS DE EDIFICIOS

Trabalho de conclusão de curso apresentada

ao curso de Engenharia Civil da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná para a

obtenção do título de “Bacharel em

Engenharia Civil”.

Orientador: Prof. Msc. Normélio Vitor Fracaro

PATO BRANCO

2016

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TERMO DE APROVAÇÃO

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DE SOFTWARES ENQUADRADOS

NA PLATAFORMA BIM PARA O PROCESSO DE

PLANEJAMENTO E PROJETOS DE EDIFÍCIOS

LUÍS HENRIQUE CAMARGO WESCINSKI

No dia 24 de junho de 2016, às 16h30min , na Sala de Treinamento da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, este trabalho de conclusão de curso foi julgado e, após

argüição pelos membros da Comissão Examinadora abaixo identificados, foi aprovado como

requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná– UTFPR, conforme Ata de Defesa Pública nº19-TCC/2016.

Orientador: Prof. Msc. NORMÉLIO VITOR FRACARO (DACOC/UTFPR-PB)

Co-orientador: Prof. Dr. GUSTAVO LACERDA DIAS (DACOC/UTFPR-PB)

Membro 1 da Banca: Prof. Msc. JAIRO TROMBETTA (DACOC/UTFPR-PB)

Membro 2 da Banca: Prof. Dr. OSMAR JOÃO CONSOLI (DACOC/UTFPR-PB)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me permitir a busca do conhecimento a

todo momento, aos professores do departamento de construção civil da UTFPR,

câmpus, Pato Branco, em especial professor Msc. Cleovir José Milani, que foi quem deu

origem ao trabalho, ao professor Msc. Jairo Trombetta, que forneceu seus

conhecimentos em projeto e execução para contribuir ao trabalho, aos meus

orientadores professor Msc. Normelio Vitor Fracaro e professor Dr. Gustavo Lacerda

Dias, que me deram aporte e direção no trabalho, e a professora Msc. Elizangela

Marcelo Siliprandi, que forneceu seus conhecimentos em elaboração de projetos de

pesquisa em prol do trabalho.

Também agradeço ao meu pais Navilio Wescinski e Silmara Camargo Wescinski,

que sempre me deram amparo emocional e motivacional para qualquer decisão a ser

tomada.

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RESUMO

WESCINSKI, Luís Henrique Camargo. Análise da aplicação de softwares enquadrados na plataforma BIM para o processo de planejamento e projetos de edifícios. 58 páginas. Monografia. (Curso de Engenharia Civil) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Pato Branco 2016.

Este estudo demonstra uma análise qualitativa de um método de aplicação de alguns softwares que se enquadram na metodologia BIM (Building Information Modeling), na forma de um estudo de caso de duas disciplinas, arquitetônica e estrutural, pertencentes ao mesmo empreendimento.

Para tal estudo se apresenta uma revisão bibliográfica sobre a história dos processos de projeto e executivo de construções, tecnologia BIM, compatibilização e modelagem. Há a proposição de uma metodologia própria para atingir os objetivos, apresentação do objeto do estudo de caso, descrição da modelagem realizada no software REVIT, bem como é feita a atribuição de informações ao modelo computacional, também a descrição da leitura do modelo pelo software NAVISWORKS e aplicação de suas ferramentas de compatibilização, quantificação e planejamento da obra, bem como os anexos com os resultados produzidos pela modelagem e pelas ferramentas aplicadas.

Em decorrência dos aspectos demonstrados, os resultados se demonstraram satisfatórios por gerenciarem as informações de forma automática, precisa e rápida. Ainda são exibidas recomendações de outros potenciais da aplicação dos softwares.

Palavras-chave: tecnologia BIM, compatibilização, quantificação e planejamento.

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ABSTRACT

WESCINSKI, Luís Henrique Camargo. Application of analysis software covered by the BIM platform for process planning and building projects. 58 pages. Monograph. (Civil Engineering Course) Federal Technological University of Paraná UTFPR. Pato Branco in 2016. This study shows a qualitative analysis about the application method onto softwares that fit the BIM methodology (Building Information Modeling), in the form of a case study of two disciplines, architectural and structural, belonging to the same building. This study presents a literature review on the history of design and construction processes, BIM, compatibility and modeling, the proposal of a methodology to achieve the objectives, using object in the case of study, description of the modeling held in REVIT and the assignment of information to the computer model, also reading the description of the model by NAVISWORKS software and application of its compatibility tools software, quantification and work planning as well as attachments with the modelling results and applied tools. Due to the stated aspects, the results have proved satisfactory to manage the information automatically, accurately and quickly, recommendations from other potential of the software application are still displayed.

Key-words: BIM technology, compatibility, quantification and planning.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Detalhes de acabamento na antiguidade clássica ..................................... 14

Figura 2 - Planta da Catedral de Chartres (Localização: Paris – França). Fonte:

Benévolo (1987) ...................................................................................................................... 15

Figura 3 - Modelos integrados. Fonte: adaptado de Lloyd’s Registrer Energy. .... 18

Figura 4 – Quatro níveis de Ayres. Fonte: Extraído de Ayres (2009) ....................... 19

Figura 5 - Logo de Arquivo IFC. Fonte: BuildingSMART ............................................. 20

Figura 6 – Curva de MacLeamy. Fonte: adaptado de AIA - American Institute of

Architects. ................................................................................................................................ 23

Figura 7 - Triangulação de dados qualitativos e quantitativos. Fonte: adaptado de

Fellows e Liu (2003). .............................................................................................................. 27

Figura 8 - Planta de Situação. Fonte: Projeto arquitetônico....................................... 28

Figura 9 - Planta Baixa - Pavimento térreo. Fonte: Projeto arquitetônico. ............. 29

Figura 10 - Planta baixa pavimentos tipo. Fonte: Projeto arquitetônico ................. 29

Figura 11 - Elevação Lateral. Fonte: Projeto arquitetônico. ....................................... 30

Figura 12 - Elevação frontal. Fonte: Projeto arquitetônico. ........................................ 30

Figura 13 - Vigas de transição. Fonte: Projeto Estrutural ........................................... 31

Figura 14 - Indicação de espessura de laje maciça. Fonte: Projeto Estrutural ..... 31

Figura 15 - Indicação do descarregamento de laje pré-moldada.

Fonte: Projeto Estrutural ...................................................................................................... 32

Figura 16 - Fôrmas do pavimento Térreo. Fonte: Projeto Estrutural ....................... 32

Figura 17 - Locação da fundação. Fonte: Projeto Estrutural...................................... 33

Figura 18 - Fluxograma de pesquisa. Fonte: Autor. ..................................................... 34

Figura 19 - Modelo Arquitetônico (Vista 3D).

Fonte: Autor (Extraído do software REVIT) ..................................................................... 35

Figura 20 - Atribuição de informações ao modelo. Fonte: Autor .............................. 36

Figura 21 - Quadro de revestimentos. Fonte: Projeto Arquitetônico ....................... 36

Figura 22 - Quadro de esquadrias. Fonte: Projeto Arquitetônico ............................. 38

Figura 23 - Atribuição de informações as esquadrias. Fonte: Autor ....................... 38

Figura 24 - Esquema de modelagem do piso. Fonte: Autor (Extraído do software

REVIT) ........................................................................................................................................ 39

Figura 25 - Modelo estrutural (vista 3D). Fonte: Autor (Extraído do software

REVIT) ........................................................................................................................................ 40

Figura 26 - Modelo analítico integrado ao geométrico. Fonte: Autor (Extraído do

software REVIT) ...................................................................................................................... 40

Figura 27 - Definição de níveis estruturais. Fonte: Autor ........................................... 41

Figura 28 - Mudança de seção de viga entre os níveis. Fonte: Autor ...................... 41

Figura 29 - Informações das plantas para construção do modelo estrutural.

Fonte: Autor (Extraído do software REVIT) ..................................................................... 42

Figura 30 - Deslocamento da cota da viga. Fonte: Autor (Extraído do software

REVIT) ........................................................................................................................................ 43

Figura 31 - Elementos de fundação do modelo estrutural. Fonte: Autor(Extraído

do software REVIT) ................................................................................................................ 43

Figura 32 - Inconsistência de projetos. Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

..................................................................................................................................................... 45

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Figura 33 - Inconsistência estrutural (viga 40 desalinhada). Fonte: Autor

(Extraído do software REVIT) .............................................................................................. 45

Figura 34 - Inconsistência arquitetônica entre planta e elevação. Fonte: Autor

(Extraído do projeto arquitetônico) ................................................................................... 46

Figura 35 - Planta e elevação do modelo arquitetônico. Fonte Autor ...................... 46

Figura 36 - Interferências entre pilares e janelas (pavimentos tipo). Fonte:

Autor (Extraído do software NAVISWORKS) .................................................................. 47

Figura 37 - Falso positivo entre estrutura e alvenaria. Fonte: Autor (Extraído do

software NAVISWORKS) ...................................................................................................... 48

Figura 38 - Diferença entre face de pilar e face de alvenaria. Fonte: Autor

(Extraído do software NAVISWORKS) .............................................................................. 48

Figura 39 - Classificação de interferências. Fonte: Autor (Extraído do software

NAVISWORKS) ........................................................................................................................ 49

Figura 40 - Mudanças do modelo arquitetônico para compatibilização (devido a

diferença entre níveis dos modelos). Fonte: Autor (Extraído do software

NAVISWORKS) ........................................................................................................................ 50

Figura 41 – Conflito ‘novo’ entre janelas e vigas. Fonte: Autor (Extraído do

software NAVISWORKS) ...................................................................................................... 51

Figura 42 - Exemplificação de recursos e serviços. Fonte: Autor (Extraído da

planilha de serviços da SEOP) ........................................................................................... 53

Figura 43 - Propriedades automáticas do objeto. Fonte: Autor (Extraído do

software NAVISWORKS) ...................................................................................................... 53

Figura 44 - Ferramentas de seleção "sets". Fonte: Autor (Extraído do software

NAVISWORKS) ........................................................................................................................ 54

Figura 45 - Ferramenta Show e Hide Takeoff. Fonte: Autor (Extraído do software

NAVISWORKS) ........................................................................................................................ 54

Figura 46 - Transferência de cronograma do Project para NAVISWORKS. Fonte:

Autor .......................................................................................................................................... 55

Figura 47 - Simulador 4D. Fonte Autor (Extraído do software NAVISWORKS) ..... 56

Figura 48 - Real executado x real planejado. Fonte: Autor (Extraído do software

NAVISWORKS) ........................................................................................................................ 57

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 10

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................................... 10

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................. 12

1.2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 12

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................................... 12

1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 14

3. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 25

3.1 ANÁLISE DE MOTIVAÇÃO ...................................................................................................... 25

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ENVOLVIDO .................................................................... 25

3.3 DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA................................................................................. 26

3.4 ABORDAGEM DOS SOFTWARES UTILIZADOS ........................................................................ 27

3.5 OBJETO DE ESTUDO ............................................................................................................... 28

4. MODELAGEM .......................................................................................................................... 35

4.1 MODELAGEM ARQUITETÔNICA ............................................................................................ 35

4.2 MODELAGEM ESTRUTURAL .................................................................................................. 39

5. DISCUSSÕES E RESULTADOS ................................................................................................... 44

5.1 COMPATIBILIZAÇÃO .............................................................................................................. 44

5.1.1 COMPATIBILIZAÇÃO VISUAL ............................................................................................... 44

5.1.2 COMPATIBILIZAÇÃO COMPUTACIONAL (por meio de software) ....................................... 47

5.2 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO ......................................................................................... 51

5.3 CRONOGRAMA FÍSICO E SIMULAÇÃO 4D .............................................................................. 55

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 58

ANEXOS E APÊNDICES ........................................................................................................ 60

REFERENCIAS ..................................................................................................................... 75

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1. INTRODUÇÃO

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O avanço tecnológico, principalmente do campo da tecnologia da informação, já

trouxe e ainda traz impactos significativos, tanto às pessoas quanto às organizações.

Um dos aspectos deste avanço é a alta velocidade de disponibilização de informações

na construção civil. Além de informações iniciais, surgem ou se alteram as informações

no decorrer do seu desenvolvimento.

O grande número de informações trocadas neste processo de projeto, e por

estas serem base de decisões, é necessária que haja precisão na sua geração e

manipulação. Neste contexto surge a necessidade do uso de softwares para produzir

um modelo computacional, cujo objetivo é unir os dados dos projetos e mantê-los

atualizados. Neste modelo é onde devem ser modeladas as informações para dar

suporte a equipe colaborativa, assim uma abordagem de maior abrangência sobre

‘modelo’ será feita adiante neste capítulo. Com este ‘núcleo’ único de informações,

busca-se garantir que estas informações sejam baseadas nas soluções de todos os

envolvidos no projeto.

Para tal feito, surgem novos métodos, processos, conceitos e ferramentas e cabe

as empresas do ramo utilizá-las para que se mantenham competitivas neste mercado.

O ‘Building Information Modeling’ (BIM), surge como uma ferramenta valiosa, desde seu

surgimento em 1987 vem evoluindo tanto em sua filosofia de pessoas cooperando para

um mesmo objetivo como para a tecnologia, de modo a facilitar o acesso e analisar esta

administração de informações.

Uma pequena abordagem da evolução das tecnologias aplicadas à execução de

obras e elaboração de projetos, nos proporciona um melhor entendimento de que o

próximo passo evolutivo na construção civil, vem a ser a plataforma BIM. Segundo

estudos históricos, uma época onde teoricamente começou a se construir, esta era a

Era pré-histórica como um hipotético início, nota-se que não havia distinção entre

arquitetura, técnica construtiva e estrutura, ou seja tudo era feito em uma mesma etapa.

Chegando a antiguidade clássica, com as construções possuindo uma maior

complexidade, já se exigia um planejamento prévio para execução apropriada.

Avançando para a Idade Média, dividindo os estilos construtivos em dois estilos, o gótico

e o renascentista, no estilo gótico a maneira de se pensar no projeto, era feita de

maneira peculiar, usando a estrutura como elemento arquitetônico principal, o que era

viável devido a maioria das construções serem de caráter religioso. Já no estilo

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Renascentista surge uma grande mudança, pois era destinado um bom tempo prévio a

obra, para seu planejamento.

Com a chegada da Revolução Industrial, já na Era moderna, o compromisso

com a representação gráfica era muito maior, exigindo então grande responsabilidade

dos projetistas, uma vez que estes deveriam documentar seus projetos, assim gerando

melhores planejamentos e precisão em sua representação. Avançando até tempos

contemporâneos, com a criação do computador, foi possível a criação do sistema

“Computer Aided Design” (CAD), que já digitalizou quase a totalidade dos processos

que envolvem os projetos da construção civil. Em 1987, é criado o sistema BIM, de

planejamento, logicamente que este vem evoluindo até hoje e ganha cada vez mais

espaços devido aos novos horizontes que o desenvolvimento dos computadores vem

alcançando, mas a ideia central do planejamento permanece a mesma até os dias de

hoje.

Desta forma, esta nova tecnologia, vem a unir o planejamento em execução ao

projeto gráfico, assim atribuindo informação as representações, que para esta

plataforma é chamada de ‘modelo’, de tal forma a munir qualquer contribuinte no

planejamento com informação suficiente para tomada de decisões a qualquer momento.

Para este propósito, a tecnologia tem tal definição: “Modelagem da Informação

da Construção ou BIM, deve ser entendida como um novo paradigma de

desenvolvimento de empreendimentos de construção envolvendo todas as etapas do

seu ciclo de vida, desde os momentos iniciais de definição e concepção, passando pelo

detalhamento e planejamento, orçamentação, construção até o uso com a manutenção

e mesmo as reformas ou demolição. É um processo baseado em modelos paramétricos

da edificação visando a integração de profissionais e sistemas com interoperabilidade

de dados e que fomenta o trabalho colaborativo entre as diversas especialidades

envolvidas em todo o processo do início ao fim” (CAMPESTRINI, Tiago F., Et al.

Entendendo o BIM, pág. 7. 1ª Ed. 2015)

As pesquisas neste tema, de acordo com Mills (2003), se derivam em duas

linhas: a primeira centrada em tecnologia, que procura desenvolver tecnologias para

melhor suportar pessoas trabalhando juntas; a segunda centrada no trabalho, com

ênfase no entendimento dos processos de trabalho e, a partir destas, na melhoria dos

desenhos de sistemas.

Partindo para a vertente tecnológica do tema, torna-se capaz a produção de um

único modelo que detém informação suficiente para aportar decisões dos colaboradores

do planejamento da construção. Feito isto, as consequências esperadas são: redução

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no tempo de trabalho e redução de divergências de informações entre as disciplinas que

envolvem um projeto.

Com foco nesta possibilidade, este trabalho tem por objetivo, analisar o uso

destes softwares, de tal forma que possa fornecer informações suficientes para análises

e planejamentos para a execução dos projetos.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar vantagens do uso de softwares enquadrados na plataforma BIM,

visando o gerenciamento, aplicado em edifícios.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Unificar projetos arquitetônico, estrutural em um único modelo (modelar

informação da construção);

Detectar principais inconsistências de projeto, visualmente e

computacionalmente;

Demonstrar método iterativo computacional de solução de inconsistências de

projeto;

Gerar breve levantamento quantitativo (Quantificar alguns serviços

demonstrando funcionamento do software);

Gerar processos demonstrativos dos softwares para aportar o gerenciamento

da obra;

Simular cronograma físico (simulação 4D);

1.3 JUSTIFICATIVA

Os empreendimentos de construção civil têm como característica um número

grande de profissionais envolvidos, e as diferentes especialidades destes envolvidos

traz ao todo uma variabilidade de informações e complexidade ao produto final.

Abordando especificamente edifícios, já se tem conhecimento que são estruturas

complexas resultantes de um longo processo de projeto, planejamento e construção,

com equipes de projetos multidisciplinares envolvendo a participação de vários agentes,

em uma associação temporária.

Esta complexidade atualmente exige novos procedimentos para viabilizar uma

gestão integrada, neste contexto, entre as soluções para as empresas de construção

civil, existem novos sistemas e fluxos de trabalho baseados em softwares integrados,

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capazes de trazer ganhos em todas as etapas do ciclo de um empreendimento. Para

tanto a tecnologia BIM mostra-se capaz de trazer vários benefícios para a coordenação

destes processos, uma importante ferramenta para o gerenciamento e aproveitamento

pleno das informações. Esta tecnologia busca uma interoperabilidade total da

informação, ou seja, não somente a criação da mesma, e sim o aproveitamento total

destas, que devem estar contidas em um único modelo.

É importante ressaltar que trabalhar de forma colaborativa levará profissionais e

empresas a obter resultados melhores, tanto na esfera interna quanto externa aos seus

ambientes. Entretanto, ainda é um desafio para todos obter a efetiva colaboração,

conforme explicam Akintoye e McIntosh (2000).

A colaboração é um dos temas centrais no estudo da melhoria do

processo de projeto, porém é importante identificar com maior precisão o significado

desse conceito. Esta requer um maior comprometimento que a cooperação, para o

alcance de um objetivo comum, pois implica no aumento dos riscos, exigindo um nível

maior de confiança entre os projetistas colaboradores dos grupos envolvidos. Segundo

Kalay (1998) a colaboração é um acordo entre os agentes envolvidos para compartilhar

suas habilidades em um processo para participar e atingir os objetivos do projeto como

um todo. E esta crescente difusão da tecnologia BIM, ou do que se diz ser BIM, mostra a

necessidade de uma melhor definição e uma padronização do método, um estudo do

quanto é possível o uso continuo e mútuo de informação em um mesmo projeto.

A relevância deste trabalho se dá, no sentido de verificar quais tarefas são

facilitadas e quão rápido é o uso de informações, amparado por vários softwares

integrados e capazes de fazer leitura de um mesmo arquivo. Ou seja, qual o nível de

aproveitamento de informações pode ser obtido por estes softwares.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Souza (2007), no período da Pré-História, as construções eram feitas

com técnicas construtivas simples, e não havia distinção entre arquitetura, técnica

construtiva e estrutura. Como não haviam figuras ou representações gráficas de um

projeto como ferramenta de referência para execução da construção, era necessária a

presença de quem planejou no local para nortear os demais envolvidos. Na Antiguidade

Clássica, as construções possuíam uma maior complexidade programática, devido às

novas funções que os edifícios deviam desempenhar. Apesar do avanço tecnológico

construtivo, a forma dos edifícios era limitada à exequibilidade e funcionalidade do

sistema estrutural. Pode considerar que este período é precursor do planejamento de

construções, devido ao surgimento das primeiras representações gráficas de projetos.

A Figura 2 ilustra uma construção desta época.

Figura 1 - Detalhes de acabamento na antiguidade clássica Fonte: BOLTSHAUSER (1963).

Já na Idade Média pode-se dividir a tecnologia construtiva em dois estilos: o

Gótico e o Renascimento. Para Benevolo (1987), no período gótico “a renovação da

cultura arquitetônica aponta decididamente para o campo da técnica e da organização,

e não discute o caráter da cidade românica, mas fornece uma série de métodos para o

perfeito conhecimento da extensão e da rapidez das transformações mais recentes”.

Nesta época, os edifícios, em sua maioria religiosos, demonstravam uma maneira

peculiar de se pensar na arquitetura, esta dando uma atenção maior a estrutura. No

renascimento, a estrutura de trabalho sofre uma grande mudança, pois o planejamento

não acontecia mais durante a execução da obra. Os detalhes da construção eram

pensados anteriormente à sua execução, graças a uma técnica que ao que tudo indica

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é precursora ao projeto arquitetônico. A Figura 2 demonstra uma planta de uma

construção Gótica.

Figura 2 - Planta da Catedral de Chartres (Localização: Paris – França). Fonte: Benévolo

(1987)

Chegando à Modernidade, a Revolução Industrial trouxe mudanças na estrutura

do trabalho, na forma de produção, ciência e tecnologia. Para esta nova realidade, se

fez necessária a criação de um desenho técnico que fosse eficiente para possibilitar a

produção em larga escala. Para Menezes (1999), neste período “existia a necessidade

de uma correspondência traço a traço com o real, fazendo do desenho um documento.

A informação contida num desenho técnico é percebida da mesma maneira por todos

conhecedores dos códigos”.

De acordo com Souza (2007), esta nova forma de representação gráfica era

exata e precisa, provinha do método Mongeano de Projeções. Este método foi criado

por um geômetra francês e engenheiro militar, Gaspard Monge no final do século XVIII.

Este novo método possibilitou a criação da disciplina Geometria Descritiva e

consequentemente o desenho arquitetônico, como é conhecido atualmente. Foi nesta

época fundada a École Politechnique de Paris e consequentemente a profissão de

Engenheiro Civil. E isto estabeleceu pela primeira vez o profissional que planeja a forma

da construção, do profissional que projeta a estrutura do mesmo.

Existiram evoluções no métodos e materiais usados para a elaboração e

planejamento de projetos, porém nada revolucionário, mantendo assim o mesmo

processo com pequenas variações e aperfeiçoamentos. Uma evolução significativa só

foi realizada com a chegada dos computadores.

Segundo o site ethw.org/Ted_Hoff, o qual descreve a biografia do engenheiro e

cientista Ted Hoff Jr., constata que este construiu o primeiro microprocessador, e só

pôde ser lançado comercialmente em 1971. Em 1969, foi elaborado um software pela

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“Computervision Corporation”, tornando possível o desenvolvimento do “Computer

Aided Design” (CAD), ou projeto auxiliado por computador.

Em 1981 foi lançado o IBM PC, popularizando ainda mais os

microcomputadores, pela capacidade de processamento e custo baixo, o Personal

Computer. Após 1980, o microcomputador e os programas CAD ganharam novas

versões, mais rápidas e eficientes.

De acordo com Alves (2012), em 1982, a empresa húngara Graphisoft, inicia o

desenvolvimento do software ArchiCAD®, que foi considerado a primeira

implementação da tecnologia BIM, porém enquadrado na tecnologia somente em 1987,

sob o conceito do ‘virtual building’, sendo também considerado o primeiro software

capaz de gerar desenhos 3D em computadores pessoais.

O processo de projeto já foi estudado por inúmeros autores e pesquisadores

internacionais e nacionais, tais como: Austin e Baldwin (1996); Fabrício (2002); Melhado

(1994) e Urich e Eppinger (1999). Se observarmos em uma escala evolutiva a tecnologia

Building Information Modeling (BIM) e o trabalho colaborativo, podem ser considerados

o próximo passo na escala evolutiva do processo de projeto.

Com base nisto, surge o “trabalho cooperativo suportado por computador”, mais

conhecido por seu acrônimo em inglês: Computer Supported Cooperative Work

(CSCW), este termo sendo criado por Greif (1988), como forma de se referir a uma linha

de pesquisa sobre como suportar múltiplos agentes trabalhando em conjunto, em

sistemas computacionais.

Porém sistemas computacionais por si só, tendem a falhar por não terem a

flexibilidade que um processo de projeto desenvolve, pois quem os executa são

pessoas, no entanto, o método não procura substituir o processo humano no fluxo de

projetos. Mas sim desenvolver um espaço de informação única e compartilhada, ou seja,

a tecnologia BIM.

Tal tecnologia começou a surgir na década de 70, por meio de pesquisas em

países onde a construção civil é mais desenvolvida tecnologicamente, devido a

necessidade de melhor compreender e administrar as informações que um projeto deve

conter e atender novas exigências e especialidades que o mercado daqueles países

esperava (tais como segurança, sustentabilidade, conforto, certificações ambientais,

entre outros).

A tecnologia BIM pode ser utilizada em todas as fases de uma edificação (fases

de projeto, manutenção e demolição, acompanhamento de obras), focando seu uso em

projeto e execução de obras, pode-se classificar BIM como a ‘tecnologia das

tecnologias’, e seu conceito de desenvolvimento de edificações exige dos profissionais

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envolvidos um comprometimento em auxiliar o desenvolvimento tecnológico nas

empresas de forma gradual, eficaz e eficiente.

Como toda transformação, necessita de um processo, a indústria construção civil

está no início desta transformação, que irá mudar profundamente a percepção de como

o ser humano vê e interage com o meio ambiente construído. A tecnologia BIM está

impulsionando o avanço desta mudança, segundo Underwood e Isikdag (2010).

Em uma palestra realizada na Universidade de Tecnologia de Tallinn, na Estônia,

Sacks (2012), argumenta que BIM não é um exercício necessariamente técnico, mas

sim social, e, como exercício social, seu enfoque é em colaboração e cooperação entre

pessoas. Segundo o autor, só podemos ter edifícios inteligentes se possuímos

profissionais inteligentes. E ainda enfatiza que a tecnologia BIM não deve tomar as

decisões, esta tarefa fica por responsabilidade dos usuários.

Logo para dar andamento ao crescimento da tecnologia, torna-se necessária a

criação de um contingente de usuários com um bom nível de compreensão dos

processos construtivos e dos softwares que são contemplados a plataforma.

Na mesma palestra, a principal mensagem de Sacks (2012) é:

A tecnologia é interessante, nos excita e sua capacidade é

imensa, mas o objetivo principal é de criar situações para que

profissionais colaborem entre si da melhor forma possível. Se

isso não for alcançado, pouco teremos feito.

Ainda segundo Underwood e Isikdas (2010), BIM é um processo com modelos,

compartilhados, integrados e interoperáveis, assim denominados Building Informations

Models.

Deste modo, Building Information Modeling pode ser definido como o processo

que permite a gestão da informação, já Building Information Model, é o conjunto de

modelos digitais, compartilhados e detentores de informação, e que juntos formam a

espinha dorsal do processo.

Para tal finalidade Underwood e Isikdas (2010) elencam as características que

os Building Information Models devem possuir:

a) Tridimensionais: estes modelos devem representar a geometria da

edificação em três dimensões;

b) Semanticamente ricos: os modelos devem manter grande quantidade de

informação semântica sobre os elementos da edificação;

c) Espacialmente relacionados: os modelos devem manter relações

espaciais entre os elementos da edificação de maneira hierárquica;

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d) Ricos em dados e abrangentes: os modelos atendem estes requisitos

enquanto cobrem e mantêm características físicas e funcionais e os estados

dos elementos do edifício;

e) Modelos capazes de suportar vistas: capacidade de gerar vistas, como

subconjuntos ou instantâneos do modelo para atender a finalidade requerida,

mas mantendo as configurações iniciais do modelo principal;

f) Orientados à objetos: Capacidade de armazenar informações em forma de

objetos.

Já Eastman, et al. (2008), definem BIM como a associação de processos de uma

tecnologia de modelagem de modo a produzir, interoperar e analisar modelos

paramétricos de um mesmo edifício.

Para os autores os modelos constituintes de um edifício, são caracterizados

como componentes representados digitalmente através de objetos que ‘sabem’ o que

são, e que podem ser associados através da computação gráfica, possuindo

propriedades, atributos e regras paramétricas.

Os componentes incluem dados que descrevem como eles devem se comportar:

de forma coordenada, consistente e não redundante. A figura 3 ilustra esta definição

com maior clareza, demonstra como um modelo principal deve servir de base para

geração de outros modelos paramétricos e para suas tais finalidades.

Figura 3 - Modelos integrados. Fonte: adaptado de Lloyd’s Registrer Energy.

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Ayres (2009) propõe uma classificação do BIM em quatro níveis:

Primeiro nível: Metamodelagem, onde são discutidas as questões sobre

modelos conceituais, interoperabilidade de aplicações e impactos da

tecnologia sobre a indústria;

Segundo nível: Modelagem, são abordadas questões relacionadas à

criação de modelos e interfaces das aplicações CAD (Computer Aided

Design), que realizam a modelagem do produto;

Terceiro nível: Modelagem, são enfocadas relações semânticas entre os

diferentes objetos que o compõem;

Quarto nível: Objetos, são abordadas as questões sobre a funcionalidade

das partes componentes do modelo, como comportamento, propriedades

atributos, etc.

A figura 5 ilustra esse esquema de relações propostas.

Figura 4 – Quatro níveis de Ayres. Fonte: Extraído de Ayres (2009)

Apesar de bem desenvolvido no meio científico, a tecnologia BIM vem sendo

utilizada em larga escala há pouco tempo, e por ser tão recente, as metodologias se

atualizam e se adaptam constantemente, assim tornando bibliografias e softwares

ultrapassados em pouco tempo. Porém, os conceitos sempre permanecem os mesmos.

Uma das principais ideias da tecnologia BIM, é a interação dos modelos

de projeto em um ambiente virtual, em 1994 surgiu a concepção do IFC (Industry

Foundation Classes), de modo a padronizar estes arquivos e permitir a

interoperabilidade e compatibilização entra os softwares.

Com o padrão desenvolvido pela BuildingSMART, este tipo de arquivo

recentemente recebeu uma atualização para a versão IFC4 (v2x4), mas a maioria dos

softwares ainda opera com a versão v2x3. Apesar do objetivo ser a transferência total

de informações, é sabido que esta não é plena, que cada software tem limitações na

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importação e exportação de dados, permitindo assim uma compatibilidade parcial. Esta

situação só mudará se houver um esforço conjunto dos desenvolvedores de softwares

com a BuildingSMART, para que ultrapassem essas barreiras, segundo Pinho (2013).

A figura 6 demonstra o logotipo do arquivo IFC, que é universal, ou seja, é a mesma

para qualquer software que o importe ou exporte.

Figura 5 - Logo de Arquivo IFC. Fonte: BuildingSMART

Como já abordado anteriormente, em 1987 a Graphisoft lançou o primeiro

software de modelagem arquitetônica, o ArchiCAD, que seguia conceitos que mais tarde

se tornaram o BIM, a partir de então, outras empresas entraram no segmento, nas áreas

de modelagem, instalações, dimensionamento, análises diversas, entre outras

funcionalidades aplicadas à construção civil.

Empresas como a Bentley, Optira, Autodesk e Commonpoint tiveram um papel

importante no movimento de adoção do BIM em larga escala. O ponto chave para a

tecnologia, ocorreu em 2003, na Conferência de Construção em Seattle, nos Estados

Unidos, onde foi apresentado à GSA (General Services Administration – órgão máximo

de gestão de edificações públicas dos EUA) a modelagem 3D parametrizada, integrando

cronograma e análises energéticas das edificações. Esta demonstração inspirou a

implementação de um plano de adoção do BIM em construções públicas no país, e

também resultou na adoção em larga escala do BIM nas empresas de projeto,

construção e fornecimento de materiais na América do Norte, segundo Peggy Yee

(2009).

Na situação atual, tanto no mercado brasileiro quanto mundial, o processo de

projeto ainda é predominantemente tradicional, claro que mudanças estão acontecendo,

mas a utilização do sistema CAD 2D (Computer Aided Design em duas dimensões), é

o modo de representação de projetos mais utilizado. Este método onde simplesmente o

computador auxilia o usuário na confecção de desenhos, fornece um resultado final com

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maior precisão se comparado aos métodos antecessores a este, e permitem uma

representação dos objetos que são sujeitas a várias interpretações por não conter

informação suficiente.

Segundo Resende (2013), as principais causas de atrasos nos projetos em um

nível internacional estão atreladas a ordens de alterações, por parte de donos de obras,

e isto ainda com um mau planejamento e controle de serviços por parte dos

empreiteiros. Assim estas alterações geram uma reação em cadeira, provocando

retrabalho em todas as instâncias da obra.

O setor de projetos, em geral, está resistindo à mudança em direção a esse novo

modelo de informação. As causas por esta resistência são diversas, entre elas, o longo

processo de aprendizagem, a falta de tempo e recursos financeiros dos escritórios de

projeto e a deficiência dos softwares (BAZJANAC, 2004).

O site da empresa Coordenar Consultoria de Ação diz que a situação do

mercado mundial com relação a aplicação do método, é favorável nos países onde a

construção civil é mais desenvolvida, principalmente na área tecnológica. Países como

Reino Unido, Singapura e Estados Unidos, são pioneiros em linhas de pesquisas, e hoje

além destes três, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Hong Kong, Coréia do Sul e Holanda,

tem políticas, para que todos ou maioria dos projetos desenvolvidos para obras públicas

sejam desenvolvidos com o uso do BIM.

Por se tratar de uma tecnologia recente, o número de profissionais utilizando

efetivamente as ferramentas BIM ainda é restrito. Tal fato ocasiona certo isolamento

daqueles que investiram na tecnologia e acarreta no uso incipiente da totalidade de suas

possibilidades (CAMPBELL, 2007).

Como abordado acima, por ser um método aplicado em todo o ciclo de vida da

obra, o BIM atua na maioria dos campos que envolvem a construção civil, para isto ser

possível, é difícil encontrar um único software que consiga essa atuação total. No

entanto, as empresas de softwares, oferecem plataformas de vários softwares, cada um

com sua funcionalidade para os tantos objetivos que podem envolver os projetos.

Descrito brevemente o que é BIM, é preciso buscar quais as consequências da

aplicação da tecnologia, ou seja quais aspectos serão atingidos diretamente ou

indiretamente.

Deve-se ressaltar que o BIM, pode ser aplicado para muitos serviços e

finalidades, porém para este trabalho é esperado que haja uma compatibilização entre

os projetos estrutural e arquitetônico, pois o software Autodesk Navisworks Manage®

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2016, possui uma ferramenta específica para detecção de conflitos multidisciplinares,

assim por consequência da modelagem dos dois projetos, haverá a detecção das

incompatibilidades e proposição de solução para elas.

As incompatibilidades de projeto hoje são mais abordadas, devido à

complexidade que os empreendimentos vêm assumindo ultimamente, espera-se cada

vez mais atender as necessidades dos usuários, porém na contramão desta

complexidade está o processo de projeto, pois segundo Ávila:

O processo projetual no Brasil era tratado de forma pouco

investigativa pelos empreendedores, desconsiderando questões

fundamentais para o desenvolvimento do empreendimento.

“Apesar dessa importância, os projetos têm sido tratados pelas

empresas de construção como uma atividade secundária que é

via de regra, delegada a projetistas independentes, contratados

por critérios preponderantemente de preço do serviço. Outra

característica dos projetos no setor é que eles são orientados

para a definição do produto sem considerar adequadamente a

forma e as implicações quanto à produção das soluções

adotadas. Mesmo as especificações e detalhamentos de

produto, muitas vezes, são incompletas e falhas, sendo

resolvidas durante a obra, quando a equipe de produção acaba

decidindo sobre determinadas características do edifício não

previstas em projeto. (AVILA, 2011, p.12-13).

A organização dos projetos e seus processos a partir de um certo porte da

construção é imprescindível, e para atender as necessidades no tempo devido, o

número de profissionais envolvidos tanto em projetos quanto na execução é grande,

assim deve-se conscientizar de que as soluções para as inconsistências entre projetos

devem ser tomadas em conjunto e na fase de projeto ainda. Segundo a NORMA

ISO9001: 2008, durante ou até mesmo após a conclusão de um projeto ou de um

desenvolvimento, há a possibilidade da identificação de melhorias do que já foi

projetado. Quando isso acontece, no item 7.3.7 – Controle de alterações de projeto e

desenvolvimento da ISSO 9001: 2008 exige da organização que essas alterações

sejam devidamente controladas.

Ou seja, deve ser feito o estudo dessas alterações para saber o que estas vão

fazer em outros componentes de projetos de outras disciplinas, alguns profissionais em

seu processo de projeto já mesclam os projetos para antever conflitos, isto claro

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dependendo do nível hierárquico que seu projeto atende. Há um conjunto de

informações que direcionam projetistas, para que desenvolvam ou excluam soluções

durante o processo do desenvolvimento de uma edificação (JACQUES, 2000), que

normalmente acontece na produção do projeto executivo. Salgado (2007) afirma que

este projeto se bem planejado é um instrumento de valor, capaz de otimizar os materiais,

diminuindo o desperdício no momento de sua colocação, e já orientando para as

melhores soluções com relação aos sistemas construtivos utilizados, assim, evitando

incompatibilidades.

A compatibilização de projetos de acordo com o SEBRAE (1995), define-se como

a atividade de gerir e integrar projetos correlatos, visando um ajuste perfeito entres eles

e induzindo para padrões de controle de qualidade total da obra. Ainda Grilo (2002) a

compatibilização deve subordinar os interesses individuais dos projetistas as demandas

do todo e argumenta sobre a necessidade do trabalho dentro de uma visão sistêmica,

onde todos os envolvidos passam a ter um papel fundamental no processo, cooperando

para o desenvolvimento do projeto e do processo.

Estas mudanças têm por principal objetivo de que o projeto seja o que

exatamente deve ser executado, ou seja um maior esforço na fase de projeto e

planejamento resultará em um menor esforço na fase de execução, a figura 6 ilustra em

forma de gráfico o que é esperado.

Figura 6 – Curva de MacLeamy. Fonte: adaptado de AIA - American Institute of Architects.

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Para entender como realmente se esperam estes resultados é preciso entender

como a informação será compartilhada. Assim necessitando entender os conceitos de

modelo, pois é através deste que a informação é compartilhada em várias instâncias e

além disso, a qual nível este modelo pode atender os envolvidos com estas informações.

Um modelo computacional tem como objetivo ser uma base sólida de dados, em

cima da qual são modeladas informações para alimentar a equipe de colaboração do

processo. Estes modelos têm o mesmo objetivo dos modelos físicos, com o objetivo de

simulação, complementação ou validação de cálculos matemáticos. Aos modelos

computacionais voltados à construção civil nomeia-se Modelo Integrado ou Modelo BIM,

(Campestrini, Et al, Entendendo o BIM, 2015).

Campestrini (2015) ainda classifica estes Modelos BIM em 3D, 4D, 5D, 6D e nD,

esta classificação refere-se a como ele está programado e aos tipos de informações que

serão extraídas dele. Assim, um modelo 3D, possibilita a extração sobre

compatibilização espacial e especificações dos materiais, quantitativo destes materiais,

entre outros. Ao programar este modelo para receber informações de prazo, tais como

produtividade das equipes, número de equipes e sequência construtiva, este modelo já

se enquadra na classificação de 4D, possibilitando informações para o cronograma da

obra. Quando o modelo recebe informações sobre custos de materiais, mão de obra,

equipamentos e despesas indiretas, receberá o nome de modelo BIM 5D, este

possibilita informações de custos das atividades e curvas ABC. Atribuindo informações

sobre validade dos materiais, ciclos de manutenção, consumo de recursos entre outros,

este modelo atinge parâmetros de Modelo BIM 6D, podendo informar custos de

operação e manutenção da edificação, abrangendo ainda mais o ciclo de vida da

construção. Quantos mais dimensões tiver este modelo, mais informações podem ser

extraídas para amparar a tomada de decisões mais complexas.

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3. METODOLOGIA

3.1 ANÁLISE DE MOTIVAÇÃO

Existem muitos artigos, seminários, convenções que vem demonstrando

definições do que é BIM, definindo esta como apta a reduzir a fragmentação que se

exibe hoje no mercado da AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), ou como uma

tecnologia de ponta.

Assim esta tecnologia é muito abordada, porém em algumas situações está

baseada em informações incorretas. Charles Eastman, em uma palestra proferida no

evento TIC 2011 em Salvador, cita o termo BIM, como um enorme ‘chavão’, e se observa

que na prática, são feitas afirmações errôneas, que se propagam de maneira

exponencial nos diversos meios de comunicação. Poucos vêem a necessidade de unir

o processo de projeto a um processo de modelagem de informação e a uma gestão

integrada.

Além deste conhecimento superficial, podemos listar a demanda de mercado,

investimento em inovação, redução de custos, oportunidade, ineficiência nos processos,

etc.

O recente estabelecimento de políticas públicas de incentivo a adoção do BIM,

seminários de divulgação das ferramentas técnicas sobre o assunto a um nível

internacional, demonstra um grande interesse de profissionais técnicos, empresas, meio

acadêmico e setor público, esperando resultados melhores em processos de projeto e

planejamento com maior eficácia.

O fato de não aceitar mais os métodos de processos de planejamento e projeto

convencionais, também entram de modo a motivar e justificar a necessidade de

desenvolver uma estrutura conceitual e aplicar o método a um conjunto de projetos

reais, feitos no processo atual, para comparação das tecnologias e detecção de ganhos

em tempo, custos, cooperação e precisão.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ENVOLVIDO

O principal objetivo de uma pesquisa é solucionar um problema. Fellows e Liu

(2003), demonstram uma classificação simples sobre os problemas envolvidos:

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1. Problemas fechados: problemas simples com uma solução correta. A

existência do problema, a sua natureza e as variáveis envolvidas podem ser

identificadas facilmente. São problemas comuns que podem ser

solucionados com facilidade através de heurísticas ou práticas de rotina. São

conhecidos como problemas ‘domináveis’.

2. Problemas abertos: tendem a ser complexos; a existência do problema

pode não ser detectada de início, pois, provavelmente, o problema tem

natureza dinâmica e suas variáveis são difíceis de ser isoladas. Pode não

ser evidente quando a solução é alcançada, e muitas soluções alternativas

podem ser possíveis. A solução desses problemas pode vir de insights do

pesquisador.

O problema abordado nesta pesquisa, pertence a uma natureza não trivial,

devido as características complexas, envolvendo a construção de um conhecimento

considerado ‘novo’ no cenário brasileiro e devido a mudança de paradigmas no que diz

respeito a proposta de uma mudança no método tradicional de se projetar e construir.

3.3 DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA

Existem várias formas para se definir o método de uma pesquisa. Phillips e Pugh

(2000) definem três categorias de pesquisa, a exploratória, testes de hipóteses e de

solução de problemas. Fellows e Liu (2003) exibem conceitos de pesquisa qualitativa e

pesquisa quantitativa.

Os objetivos exibidos anteriormente da pesquisa, tem aspectos de natureza

qualitativa e quantitativa.

Os conceitos de Fellows e Liu (2003), para a pesquisa são descritos de tal forma.

Na pesquisa qualitativa, a exploração do assunto é realizada sem formulações

anteriores. O objetivo é ganhar entendimento e coletar informações e dados que a teoria

emerja. A pesquisa qualitativa procura os entendimentos e os insights, do porquê as

coisas acontecem e como acontecem, para determinar os significados para os quais as

pessoas atribuem eventos, processos e estruturas.

A pesquisa quantitativa adota o método cientifico no qual o estudo inicial da

teoria na literatura gera objetivos com proposições e hipóteses a serem testadas. A

pesquisa é feita através de avaliação de aplicações práticas e tem por objetivo

determinar relacionamento por meio de dados factuais. Com este método pretende-se

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‘tirar retratos’ (snapshots), usados para resolver questões do tipo: o que, quanto ou

quantos.

A metodologia abordada nesta pesquisa, se demonstra de modo qualitativa,

devido ao fato de que o processo tem a função de ser o argumento chave, assim os

resultados gerados serão intuitivos, e os números meramente representativos. A figura

7 demonstra a triangulação de dados proposta.

Figura 7 - Triangulação de dados qualitativos e quantitativos. Fonte: adaptado de Fellows e Liu (2003).

3.4 ABORDAGEM DOS SOFTWARES UTILIZADOS

Os softwares que serão utilizados neste trabalho, pertencem a uma ‘suíte’

(conjunto de softwares), de uma única empresa, o que facilita a interoperabilidade dos

modelos, porém é importante ressaltar que para atender ao grande número de serviços

desenvolvidos na engenharia, softwares provenientes de vários desenvolvedores,

podem e em alguns casos devem ser utilizados, e estes devem assumir

interoperabilidade de informações, para possibilitar que a tecnologia BIM se aplique.

Para a construção do modelo principal, será utilizado o software Autodesk

REVIT™ 2016, este foi desenvolvido especialmente para o método BIM,

incluindo recursos de arquitetura, de engenharia MEP (Mechanical, Eletrical and

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Plumbing), engenharia estrutural e de construção (Autodesk REVIT®, visão

geral).

Autodesk AutoCAD™ 2016, um software que permite a visualização dos projetos

de forma mais clara, e permite a manipulação das representações gráficas com

maior precisão (Autodesk AutoCAD®, visão geral).

Autodesk Navisworks Manage™ 2016, um software de análise de projetos, que

permite que os profissionais da AEC (arquitetura, engenharia e construção),

possam rever de forma holística os modelos e dados integrados com os

interessados para obter um melhor controle sobre os resultados do projeto

(Autodesk Navisworks Manage®, visão geral).

MS PROJECT™, um software de gerenciamento de projetos, que permite que

os membros da equipe gerenciem tarefas, façam colaborações, enviem quadros

de horários e sinalizem problemas e riscos do projeto (MS PROJECT, página

inicial do Project).

3.5 OBJETO DE ESTUDO

Os projetos abordados são pertencentes às disciplinas de arquitetura e estrutura,

estes foram elaborados por dois profissionais, o que imprime maior realidade ao estudo.

A execução do projeto se localiza na cidade de Pato Branco, Bairro Bortot, Rua

Tocantins, quadra 770, lote 11, Latitude -26.213256, Longitude -52.670792 e elevação

de 785 m com relação ao nível do mar. A figura 8, ilustra a situação em que o lote se

enquadra com relação a quadra.

Figura 8 - Planta de Situação. Fonte: Projeto arquitetônico.

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O edifício conta com 7 pavimentos, sendo um pavimento térreo de caráter

comercial, um mezanino também de caráter comercial, o mesmo nível do mezanino

conta com as garagens, o terceiro ao sétimo níveis são denominados ‘tipos’ por

possuírem as mesmas plantas, estes sendo destinados a apartamentos residenciais,

sendo 4 apartamentos por andar, três destes com três quartos e um com dois quartos.

As figuras 9, 10, 11 e 12 demonstram o projeto arquitetônico estudado, pois são

‘recortes’ do mesmo.

Figura 9 - Planta Baixa - Pavimento térreo. Fonte: Projeto arquitetônico.

Figura 10 - Planta baixa pavimentos tipo. Fonte: Projeto arquitetônico

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Figura 11 - Elevação Lateral. Fonte: Projeto arquitetônico.

Figura 12 - Elevação frontal. Fonte: Projeto arquitetônico.

A estrutura do prédio é desenvolvida em concreto armado, com barras de aço

CA-50 e CA-60, que variam das bitolas de 5,0 mm à 20,0 mm, o sistema estrutural é

constituído de lajes, vigas, pilares, blocos de coroamento e estacas. É visível a

predominância de pórticos no menor sentido do edifício desde o nível térreo ao último

tipo, existem algumas vigas de transição, presentes no nível do Tipo 01, ou seja, vigas

que suportam as cargas provenientes de lajes do pavimento e de pilares que nascem

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sobre a mesma. A figura 13 demonstra o caso citado acima, na mesma os pilares com

hachura sólida preta, são os que ‘morrem’ no nível, os pilares com hachura em diagonal,

são os que continuam e os pilares sem hachura são os pilares que nascem no nível, ou

seja, nascem na viga, estes circulados em vermelho.

Figura 13 - Vigas de transição. Fonte: Projeto Estrutural

As lajes da estrutura são pré-moldadas e maciças, com espessura total de 12

cm, não havendo variação nesta espessura em todo o projeto, e seu descarregamento

nas vigas se dá de forma unidirecional, como ilustram as figuras 14 e 15.

Figura 14 - Indicação de espessura de laje maciça. Fonte: Projeto Estrutural

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Figura 15 - Indicação do descarregamento de laje pré-moldada. Fonte: Projeto Estrutural

As seções de pilares variam de 12x30 cm a 40x70 cm, e as seções de vigas de

12x25 cm à 60x65 cm, o que demonstra uma certa complexidade na concepção deste

projeto. As fundações foram projetadas em blocos sobre estacas, as figuras 16 e 17

demonstram uma planta de formas de um dos pavimentos da estrutura e das formas e

locação da fundação.

Figura 16 - Fôrmas do pavimento Térreo. Fonte: Projeto Estrutural

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Figura 17 - Locação da fundação. Fonte: Projeto Estrutural

3.6 PROCESSO DE PESQUISA

A divisão das etapas estão dispostas de tal forma:

Coleta de projetos arquitetônico e estrutural para o estudo de caso;

Revisão bibliográfica dos impactos da aplicação da tecnologia BIM;

Levantamento dos softwares a serem utilizados;

Modelagem dos projetos arquitetônico e estrutural e levantamento de

inconsistências visuais, utilizando software Autodesk REVIT 2016;

Análise e detecção de interferências entre modelo estrutural e

arquitetônico, por meio da ferramenta Clash Detective, utilizando o

software Autodesk NAVISWORKS MANAGE 2016;

Atualização direta dos modelos, por meio da ferramenta Refresh,

presente no software Autodesk NAVISWORKS MANAGE 2016,

atualizando assim os modelos que já estavam presentes no software,

provindos do software Autodesk REVIT 2016, esta atualização devido

mudanças em prol da compatibilização de uma das situações

demonstradas pelo Clash Detective;

Inserção de composições de serviço da SEOP (Secretaria Estadual de

Obras Públicas), do estado do Paraná revisão de Agosto/2015,

relevantes para este trabalho, no software Autodesk NAVISWORKS

MANAGE 2016, para geração de um breve quantitativo dos modelos;

Geração de cronograma físico, no software MS Project, com datas

fictícias e com precedências em suas atividades;

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Inserção do arquivo do MS Project, para o software Autodesk

NAVISWORKS MANAGE 2016, para simulação 4D do cronograma físico;

Apresentação dos resultados e discussões;

Conclusões e recomendações.

A figura 18, mostra um fluxograma, para melhor compreensão dos itens e do

procedimento adotado.

Figura 18 - Fluxograma de pesquisa. Fonte: Autor.

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4. MODELAGEM

Este tópico tem por objetivo descrever e comentar a construção do modelo

computacional para dar origem ao estudo de caso.

4.1 MODELAGEM ARQUITETÔNICA

A modelagem arquitetônica é relevante para o método, pois é o modelo que

contém informações a serem utilizadas para os modelos de outras disciplinas, neste

caso da disciplina estrutural. Para tal modelagem ser confiante no mérito de suas

informações, é importante que sejam atribuídas estas informações a um nível de detalhe

o mais profundo possível, para este estudo de caso, o projeto arquitetônico é o

responsável por conter estas informações a serem atribuídas na modelagem. A figura

19 demonstra o modelo arquitetônico, em uma vista 3D.

Figura 19 - Modelo Arquitetônico (Vista 3D). Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

Este modelo foi gerado a partir de informações contidas nas plantas, cortes e

elevações do projeto arquitetônico, estas informações sendo representações gráficas

dos elementos dispostos em um plano (x,y) e em cota (z).

Para que a modelagem obtenha um nível informativo alto, é necessário que

hajam mais informações para se atribuir ao modelo além das geométricas, tais como de

materiais empregados nos elementos, uma vez que quando estamos gerando este tipo

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de modelo BIM, que deve conter informações com nível para possibilitar outras funções

no processo de projeto. Para este intuito, é necessário o uso de um software como o

REVIT, para que se atribuam informações a este objeto geométrico, as informações que

se atribuíram a este modelo vieram parte do projeto arquitetônico, parte do projetista e

executor da obra, pois nem todas as informações estão contidas nos projetos. A figura

20 demonstra por meio de um fluxo entre projeto arquitetônico e modelo esta atribuição

de informações de acabamento às faces das alvenarias, já seu núcleo foi fornecido pelo

projetista executor, que previu um bloco cerâmico com espessura de 9 cm, e

regularizações de 2 cm de espessura em cada face da alvenaria.

Figura 20 - Atribuição de informações ao modelo. Fonte: Autor

Os tipos de paredes empregados no projeto possuem espessuras de 15 e 20

cm, os acabamentos propostos são de cerâmica e pintura vinílica sobre massa de PVA

(sigla de acetato de polivinila), logo para a modelagem foi tomada a atenção com

relação a tal espessura e qual acabamento estava empregado no cômodo, para atender

a este quesito 6 tipos de paredes foram criadas, a figura 21 e a tabela 1, demonstram

as especificações de acabamento e os tipos de paredes criados respectivamente.

Figura 21 - Quadro de revestimentos. Fonte: Projeto Arquitetônico

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Nota-se que há um erro neste quadro, os revestimentos de paredes e teto estão

invertidos, para sanar isto uma consulta ao executor esclareceu esta troca e a

modelagem da arquitetura pôde seguir com o acerto dos revestimentos.

Tabela de alvenarias

Tipo Espessura

Alv. 15cm (Pintura-Pintura massa PVA) 0.15 m

Alv. 15cm (Cerâmica-Cerâmica) 0.15 m

Alv. 15cm (Cerâmica-Pintura massa PVA) 0.15 m

Alv. 20cm (Cerâmica-Pintura massa PVA) 0.20 m

Alv. 20cm (Pintura-Pintura massa PVA) 0.20 m

Alv. 20cm (Cerâmica-Cerâmica) 0.20 m

Tabela 1 - Quadro de alvenarias extraídas do REVIT. Fonte: Autor

Para a inserção das esquadrias (portas, janelas, perfis, etc.), utilizou-se a tabela

de esquadrias disponível no projeto arquitetônico, que foi capaz de munir a modelagem

com informações geométricas e de características dos materiais empregados, para sua

locação a planta arquitetônica bastou como fonte de informação. As figuras 22 e 23

demonstram as informações sobre esquadrias e sua representação no modelo

respectivamente.

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Figura 22 - Quadro de esquadrias. Fonte: Projeto Arquitetônico

Figura 23 - Atribuição de informações as esquadrias. Fonte: Autor

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Para a modelagem dos pisos tomou-se um cuidado para que não houvesse a

sobreposição entre o piso do modelo arquitetônico e a laje do modelo estrutural, assim

cabendo a modelagem arquitetônica somente o acabamento deste elemento, no caso a

cerâmica e seu elemento colante. A figura 24 demonstra um esquema desta

modelagem.

Figura 24 - Esquema de modelagem do piso. Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

Com a união de informações provenientes do responsável pela execução e do

projeto arquitetônico, foi possível a criação dos outros elementos constituintes, tais

como cobertura, escada, corrimão, guarda-corpos, componentes do estacionamento na

garagem, escadas de marinheiro, aberturas, terreno e topografia, etc.

4.2 MODELAGEM ESTRUTURAL

Para a modelagem estrutural o projeto estrutural é o carro chefe, este define a

disposição dos elementos e sua geometria, porém na modelagem não foram inseridas

as armaduras, pois pressupõe-se que estas virão do software de dimensionamento

estrutural, o ROBOT, assim para esta modelagem bastando atribuição de

características geométricas e de materiais atribuídos ao modelo. A figura 25 demonstra

em uma vista 3D o modelo estrutural.

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Figura 25 - Modelo estrutural (vista 3D). Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

Deve ser dada atenção no sentido de que quando se modela a estrutura, este

elemento geométrico carrega consigo um modelo analítico, que para este modelo é o

que permite a análise estrutural, assim tomando o devido cuidado para este modelo

analítico, a análise e dimensionamento da estrutura pode ocorrer de forma integrada,

uma vez que o software REVIT possui integração com o software ROBOT de forma

direta. A imagem 26 ilustra o modelo tridimensional atrelado ao modelo analítico.

Figura 26 - Modelo analítico integrado ao geométrico. Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

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Este modelo analítico é capaz de conter informações de discretização do

elemento, tais como, se ele representa um pilar, viga, laje ou fundação e ainda mais

contêm informações de vinculações estruturais entre os elementos, como por exemplo,

se o apoio é engastado ou rotulado, e aonde um elemento se apoia sobre outro, isto

ampara informações iniciais aos softwares de análise estrutural, onde este fica somente

incumbido da discretização com relação ao seu método de cálculo estrutural.

Com o intuito da detecção de divergências entre os projetos, a modelagem

estrutural não usufruiu dos níveis pré-dispostos no modelo arquitetônico, foram

utilizados os níveis contidos no projeto estrutural, assim a construção do modelo seguiu

com a inserção das plantas de fôrmas nível a nível, pois a cada pavimento as dimensões

de pilares e vigas se alteram, diferentemente do arquitetônico, onde os pavimentos tipos

são cópias um do outro. As figuras 27 e 28 exemplificam as indicações dos níveis e as

informações mudança de seção entre os pavimentos.

Figura 27 - Definição de níveis estruturais. Fonte: Autor

Figura 28 - Mudança de seção de viga entre os níveis. Fonte: Autor

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Constata-se que a viga V21 do primeiro pavimento possui uma seção de

25x75cm, já a viga que é correspondente a esta no segundo pavimento é a V25, que

possui uma seção de 14x50cm, o que demonstra que apesar de estarem na mesma

posição em planta suas seções transversais não se mantém as mesmas, a este fator

precisa ser dada atenção para que a modelagem seja fiel as informações do projeto.

Um aspecto importante do modelo estrutural é que os elementos atrelados a um

nível no projeto estrutural estão locados imediatamente em cotas abaixo do mesmo, e

no software REVIT os elementos estão anexados ao nível e para qualquer

deslocamento que exista, este deve ser informado no elemento, o deslocamento será

feito com relação ao nível, o que por exemplo acontece com as vigas da borda das

sacadas, que possuem um deslocamento negativo em 10cm. A figura 29 demonstra

como as informações contidas nas plantas orientam a construção do modelo

tridimensional, e a figura 30 exemplifica os deslocamentos dos objetos na cota (z).

Figura 29 - Informações das plantas para construção do modelo estrutural. Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

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Figura 30 - Deslocamento da cota da viga. Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

Para a construção da fundação bastou as informações geométricas das

mesmas, uma vez que o próprio software REVIT se encarrega de caracterizar o

elemento como uma fundação bem como os materiais empregados no elemento. Como

em projeto o arranque dos pilares, que interligam a subestrutura com a superestrutura,

possui a altura variável, para a construção do modelo foi pré-definida esta altura como

um metro, esta altura também sendo utilizada para os arranques do poço do elevador,

mesmo sabendo que esta estrutura deve ser rebaixada em virtude do próprio poço. A

figura 31 demonstra os elementos de fundação presentes no modelo estrutural.

Figura 31 - Elementos de fundação do modelo estrutural. Fonte: Autor(Extraído do software REVIT)

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5. DISCUSSÕES E RESULTADOS

Gerado o modelo e este munido de informações, podemos agora utilizá-las para

realizar o devido gerenciamento dos modelos e por consequência dos projetos.

Para isto, este tópico irá demonstrar e discutir os resultados obtidos devido ao

uso dos softwares para as atividades destinadas dentro de um processo de projeto e

planejamento.

5.1 COMPATIBILIZAÇÃO

Devido ao fluxo de trabalho com os softwares e construção dos modelos, este

projeto sofreu dois tipos de compatibilização.

A primeira pelo ato da modelagem, visualmente sendo possível a detecção de

inconsistências dos projetos, assim sendo feita em três instancias, arquitetura x

arquitetura, estrutura x estrutura, estrutura x arquitetura, e para cada situação sendo

feita a elaboração de um relatório, este sendo apresentado no tópico de anexos.

A segunda só é possível com a construção de dois modelos, feita pelo software

NAVISWORKS, por meio da ferramenta ClashDetective, que tem a função de detectar

pontos conflitantes no mesmo espaço ocupado pelos dois modelos inseridos, assim

gerando um relatório de inconsistências, este disponibilizado também em anexos.

5.1.1 COMPATIBILIZAÇÃO VISUAL

Este tipo de compatibilização já é usado a mais tempo, derivado do surgimento

de softwares modeladores 3D, que oferecem uma melhor visualização espacial dos

projetos, assim permitindo mais eficiência visual na detecção de inconsistências. A

figura 32 ilustra uma detecção de inconsistência visual.

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Figura 32 - Inconsistência de projetos. Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

Nota-se que a prumada do pilar 39 ocupa a mesma posição que as janelas dos

quartos, para este tipo de inconsistência deve ser movido um dos dois objetos, ou o pilar

ou a janela sofrem alterações espaciais.

O relatório de inconsistências visuais disponibilizado em anexos, demonstra a

inconsistência e aborda uma possível solução para cada caso encontrado.

Também devido a construção do modelo, foi possível a detecção de

inconsistências dentro de um mesmo projeto, tanto na disciplina arquitetônica quanto na

estrutural. As figuras 33 e 34 demonstram estas inconsistências, respectivamente.

Figura 33 - Inconsistência estrutural (viga 40 desalinhada). Fonte: Autor (Extraído do software REVIT)

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Observa-se que a viga 40 sofre um desalinhamento quando cruza a viga 12,

devido ao fato da viga 40 ser contínua deveria estar alinhada em seu comprimento. Com

a construção desta viga no software REVIT este tipo de inconsistência é sanado pois

ele entende que a viga é contínua e mantém ela alinhada durante seu comprimento.

Figura 34 - Inconsistência arquitetônica entre planta e elevação. Fonte: Autor (Extraído do projeto arquitetônico)

Esta inconsistência é notada na diferença entre as cotas de 196cm (elevação) e

150cm (planta baixa), que deveriam ser iguais por representarem o mesmo espaço. Já

com a construção do modelo no software REVIT este tipo de inconsistência não ocorre

devido a representação em planta estar atrelada a um plano vertical, assim tudo que é

informado em planta é igual ao plano vertical. A figura 35 exemplifica esta situação, onde

as cotas do modelo são condizentes, ou seja, em qualquer vista ela será igual pois a

cota representa o mesmo espaço.

Figura 35 - Planta e elevação do modelo arquitetônico. Fonte Autor

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5.1.2 COMPATIBILIZAÇÃO COMPUTACIONAL (por meio de software)

Este tipo de compatibilização é feito por meio do software NAVISWORKS, este

tem a capacidade de leitura de vários modelos interdisciplinares em uma mesma

plataforma, em outras palavras, une vários modelos em um mesmo lugar, isto torna

capaz a análise de interferências entre estes modelos, de modo que o software detecta

cada parte dos elementos que se interceptam no espaço ou de elementos que deveriam

estar contidos dentro de outros, e os enfoca em vários quadros para uma melhor

visualização da interferência entre os modelos. A figura 36 demonstra uma das

inconsistências encontradas em um teste rodado entre as esquadrias (modelo

arquitetônico) e o modelo estrutural.

Figura 36 - Interferências entre pilares e janelas (pavimentos tipo). Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Para cada dois elementos que se interceptam o software guarda a imagem e os

demonstra um a um, porém com este método surgem falsos positivos, que para o

software são ponto de inconsistência de projetos, mas não são, como exemplo um teste

entre alvenarias e estrutura para este estudo gerou 3246 pontos conflitantes, porém

muitos apontam a situação de que a estrutura está passando pela alvenaria, e se

pensarmos bem isto deve acontecer, pois uma prumada de pilar prosseguirá adiante,

mesmo que a alvenaria vá somente de um nível ao outro. A figura 37 demonstra um

falso positivo.

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Figura 37 - Falso positivo entre estrutura e alvenaria. Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Este tipo de situação apontado é classificado como aprovado, assim os testes

rodados entre alvenaria e estrutura foram quase todos classificados da mesma maneira,

alguns sofrem uma aprovação sob ressalva, como o exemplo da figura 38, onde uma

face do pilar tem um leve deslocamento com relação a face da parede.

Figura 38 - Diferença entre face de pilar e face de alvenaria. Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

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Este tipo de compatibilização é basicamente um mecanismo iterativo, onde o

primeiro teste identifica os pontos conflitantes e os indica em forma de visualização,

cada ponto é previamente classificado como novo, podendo sofrer alteração em sua

classificação para ativo, revisado, aprovado e resolvido, esta classificação e o

agrupamento das situações semelhantes é uma tarefa a ser realizada pelo usuário,

quando necessárias as modificações devem ser feitas no software de modelagem, neste

caso o REVIT, assim tornando o método além de preciso adaptativo as situações. A

figura 39 ilustra esta classificação.

Figura 39 - Classificação de interferências. Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Esta tabela de classificação informa tudo sobre os testes rodados, por exemplo,

o símbolo em amarelo na primeira coluna indica que o modelo sofreu atualizações no

software REVIT, e os testes devem ser refeitos para a atualização dos resultados, isto

dando maior precisão ao método. Outra vantagem é a ferramenta ‘switchback’, esta tem

a capacidade de no momento em que foi encontrando um ponto conflitante retornar ao

objeto no software responsável pela modelagem para que haja a edição do objeto.

Os anexos contêm um pequeno relatório extraído do software com relação aos

conflitos, com os testes rodados foram achados pontos relevantes, que necessitam de

uma ação, e irrelevantes que foram aprovados sem nenhuma ação a ser tomada, assim

o gráfico 1 demonstra brevemente em porcentagens os números obtidos nos testes.

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Gráfico 1 - Pontos conflitantes. Fonte: Autor

Este gráfico demonstra que apesar de um número elevado de conflitos é

importante a classificação do usuário, pois somente 13,4% destes são relevantes e

precisam de alguma mudança, ou de parte arquitetônica ou de parte estrutural.

Sendo assim, mudanças foram feitas para uma parte do grupo de ativos, assim

tendo uma compatibilização parcial entre os projetos. Um exemplo de mudança foi o

ajuste de níveis, o que ocorria era que a partir do nível do Tipo 01 de apartamentos

residenciais os níveis da estrutura eram 20cm mais altos, acarretando uma

inconsistência do tipo estrutura cruzando o espaço das esquadrias, para sanar isso o

nível arquitetônico foi elevado em 20cm nesses pavimentos, assim ‘casando’

perfeitamente os níveis dos dois modelos, estrutural e arquitetônico. A figura 40 ilustra

o que ocorria e como ficou após a solução adotada.

Figura 40 - Mudanças do modelo arquitetônico para compatibilização (devido a diferença entre níveis dos modelos). Fonte: Autor (Extraído do

software NAVISWORKS)

3246

2811

435

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Total

Aprovados (irrelevantes)

Ativos (Relevantes)

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Porém, como citado anteriormente, este tipo de compatibilização é iterativo,

neste caso esta ação solucionou o problema onde os níveis do arquitetônico e do

estrutural tinham um desencontro. Com esta mudança feita e com a reanalise dos

pontos conflitantes entre esquadrias e estrutura novos pontos surgiram, que neste caso

foi constatado como as esquadrias 20cm mais altas passaram a tocar as faces inferiores

das vigas. A figura 41 demonstra este novo ponto conflitante encontrado.

Figura 41 – Conflito ‘novo’ entre janelas e vigas. Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Com isto é demonstrada a complexidade da ação de compatibilizar projeto e que

os softwares auxiliam muito no quesito de precisão, mas cabe ao usuário informar a sua

equipe sobre estes pontos e tomar decisões com relação as ações a serem tomadas.

5.2 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO

Com o objetivo de descrever um breve levantamento quantitativo e por

consequência seu orçamento, a aplicação dos softwares trabalha no intuito da

informatização das informações do levantamento quantitativo, cabendo ao usuário

atribuir coeficientes e valores. Para tal feito poderiam ser utilizados tanto o software

REVIT quanto o NAVISWORKS, a cada um dada a devida programação têm a

capacidade de realizar estes levantamentos com precisão. Neste estudo a adoção foi

do software NAVISWORKS, por absorver um maior número de arquivos em sua

plataforma de trabalho.

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Para amparar este estudo, foi utilizada a composição de serviços de edificações

(com desoneração), resolução conjunta SEIL/PRED 007/2015, disponibilizada pela

Paraná Edificações e pela SEOP (Secretaria de Estado de Obras Públicas).

Para realizar o levantamento automatizado, é preciso inserir os coeficientes e

custos dos serviços provenientes da composição de serviços, esta fase é manual, trata-

se de uma programação do software para que ele se adeque a sua necessidade, feito

isto uma vez é possível salvar a opção e usá-la em outros projetos de forma automática.

Para exemplificar este levantamento, foram escolhidos serviços considerados

relevantes para o trabalho e presentes nos modelos, com o quantitativo dos itens

exibidos no item anexos e apêndices (apêndice I).

Do modelo arquitetônico foram realizados os levantamentos e orçamentos dos

seguintes serviços:

Alvenarias com espessura de 15cm

Portas de correr de vidro

Acabamento de pisos (cerâmica)

Cobertura (estrutura de madeira e telhas)

Do modelo estrutural foram realizados os levantamentos e orçamentos dos

seguintes serviços:

Lajes (pré-moldadas)

Para inserir os serviços no software, é preciso entender que este para quantificar

conta com três instâncias, o catálogo de recursos, que são os recursos que irão ser

empregados em cada serviço, o catálogo de itens, que transcrevendo para uma

linguagem usual é o catálogo de serviços, estes são a união dos recursos empregados

para realizar o serviço e por fim o livro de quantificação, este é especificamente sobre o

serviço realizado, não permite a edição ou exclusão de serviços ou recursos, somente

a inclusão dos mesmos no orçamento realizado. A figura 42 exemplifica o que foi

descrito no texto.

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Figura 42 - Exemplificação de recursos e serviços. Fonte: Autor (Extraído da planilha de serviços da SEOP)

Tomados os cuidados com esta ação a quantificação passa a se tornar uma ação

automatizada, pois o software é capaz de ler quantidades dos objetos, tais como metros

quadrados, metros cúbicos, peso, perímetro, etc. A figura 43 demonstra esta ação do

software, onde é possível notar o menu de propriedades do objeto, que é ativado ao

selecionarmos um objeto.

Figura 43 - Propriedades automáticas do objeto. Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

As ferramentas de seleção se fazem muito poderosas para este tipo de tarefa,

pois com ela é capaz de selecionar itens com mesmo nome, mesmo tipo, mesmo nível

e salvá-las para qualquer uso dentro do programa, assim selecionada uma vez por

exemplo lajes pré-moldadas com altura de 12 cm, e a salvando seu uso pode servir as

ações de animação, cronograma, compatibilização e quantificação. A figura 44 ilustra

as ferramentas de seleção.

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Figura 44 - Ferramentas de seleção "sets". Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Com estas quantidades lidas de modo automático, o ganho esperado é menor

tempo neste serviço de quantificação e precisão pois além da leitura o software possui

as ferramentas hide e show takeoff, que auxiliam no aspecto de demonstrar objetos que

já foram ou não quantificados. As figuras 45 ilustram as ferramentas de esconder e

mostrar o que foi quantificado, respectivamente.

Figura 45 - Ferramenta Show e Hide Takeoff. Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Apesar de automatizar o processo de quantificação o programa não traz uma

lista de materiais visualmente agradável, para melhor compreensão se faz o uso do

software Microsoft Excel, onde a exportação do NAVISWORKS é bem aceita, assim

dentro do Excel é possível o ajuste visual para uma planilha apresentável, esta

apresentada como apêndice I.

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Outro ponto relevante é a flexibilidade com relação aos levantamentos, uma vez

que se no planejamento ou em projeto um tipo de material ou elemento foi proposto

pode sofrer alteração em outra fase da construção, por exemplo, se uma alvenaria com

blocos cerâmicos for modificada em instância de serviço ou de materiais empregados,

basta que o usuário vá ao catalogo de serviços ou de materiais e altere o serviço ou o

índice do material modificado, assim alterando automaticamente os resultados da

medição que foi realizada.

5.3 CRONOGRAMA FÍSICO E SIMULAÇÃO 4D

Com o intuito de demonstrar como o cronograma físico é realizado no processo

e como ele torna possível uma simulação 4D (simulação da construção no decorrer do

tempo), o software MS Project será utilizado no sentido de cadastrar as principais

atividades e dar a devida precedência as mesmas, assim importando estes dados ao

NAVISWORKS, será possível atrelar as atividades e seu tempo aos objetos dos

modelos e por fim gerar uma simulação. A figura 46 demonstra esse processo de

inclusão de datas do MS Project para o NAVISWORKS.

Figura 46 - Transferência de cronograma do Project para NAVISWORKS. Fonte: Autor

O NAVISWORKS é capaz de efetuar a leitura de arquivos advindos do programa

MS Project de modo direto, cabendo ao NAVISWORKS somente a função de atrelar as

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atividades aos objetos do modelo. A ferramenta Timeliner, é a incumbida de fazer a

função deste atrelamento, através de uma ação Atach, o que retorna a importância das

ferramentas de seleção que auxiliam na precisão e diminuição de tempo deste serviço,

após efetuada isto o simulador temporal do mesmo está habilitado a realizar a simulação

do cronograma físico. A figura 47 demonstra através de vários recortes a simulação 4D.

Figura 47 - Simulador 4D. Fonte Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Este simulador é capaz de administrar objetos que irão ser construindos,

temporários e a serem demolidos, diferenciando-os por cor, facilitando o entendimento

de cada fase a ser executada, também tem a capacidade de locar equipamentos e

máquinas em seu cronograma e descrever o trajeto das mesmas, assim possibilitando

uma compatibilização dos serviços executados na obra. Devido ao fato de ser um

software de planejamento, a ferramenta Timeliner, pode ser alimentada com datas da

execução, gerando assim também uma simulação 4D cruzada entre real planejado e

real executado. A figura 48 exemplifica esta simulação cruzada.

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Figura 48 - Real executado x real planejado. Fonte: Autor (Extraído do software NAVISWORKS)

Isto facilita a abordagem da situação da execução, como demonstrado há um

atraso na simulação do real executado com relação ao planejado, auxiliando na tomada

de uma decisão com relação a mudanças do plano de ataque da obra.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do desenvolvimento deste trabalho foi possível constatar as

inúmeras potencialidades que podem ser alcançadas através da aplicação dos

softwares que se enquadram na filosofia da modelagem da informação da construção.

É preciso ressaltar que os processos de projeto impostos em nosso cotidiano

brasileiro precisam sofrer mudanças para melhor amparar o gerenciamento das obras,

e assim aportar melhores soluções a serem adotas em quaisquer fases de uma obra.

Para isto estes softwares se mostraram satisfatórios no quesito em que aumentam a

precisão ao gerar e administrar as informações que sustentam decisões no

gerenciamento, além de poupar tempo neste tipo de serviço.

Outro ponto importante notado no trabalho com relação a aplicações dos

softwares foi a flexibilidade, uma vez que podem ser programados a inúmeras

necessidades, o que é muito bom se pensarmos que a indústria da construção civil é

altamente mutável observando as inúmeras situações em que as construções são

empregadas. Assim a tecnologia BIM demonstra a importância da união entre o ser

humano e máquina, neste caso entre os softwares e o usuário, pois estes são

responsáveis por automação da informação cabendo totalmente ao usuário programar

seu uso e atribuir informações corretas aos equipamentos, produtos e elementos

construtivos.

Com relação ao problema proposto neste trabalho, em questões de

gerenciamento, cronograma, levantamento quantitativo e compatibilização os softwares

se mostraram totalmente satisfatórios, pois atenderam rapidamente, precisamente e de

modo adaptativo (com devida programação), às situações impostas pelos projetos. Visto

que os softwares REVIT e NAVISWORKS de forma integrada puderam gerenciar as

informações atribuídas e gerar breves resultados que comprovaram suas

funcionalidades, este trabalho conseguiu atingir certa relevância, além da aplicação em

meio acadêmico tanto a metodologia quanto os softwares podem sim ser aplicados ao

mercado comercial com relação aos processos de planejamento e de projeto.

Além das questões abordadas neste trabalho, o fato destes softwares

pertencerem a uma plataforma (aglomerado de softwares), esta tem capacidade total

de atingir outros aspectos ligados à construção civil em todo o ciclo de vida de uma

construção, tais como: engenharia estrutural de forma integrada ao modelo, análises

energéticas atreladas a modelagem, modelagem de infraestruturas, simulações de

maquinário, simulações de entorno e vizinhança, etc. Além destes aspectos citados a

metodologia aplicada pode ser modificada para cada tipo de projeto ou cada tipo de

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situação imposta, a adoção desta metodologia e dos softwares empregados se deu pelo

fator destes atenderem potencialmente as questões de gerenciamento de obras.

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ANEXOS E APÊNDICES

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ANEXO I – RELATÓRIO DE INCONSISTENCIAS DETECTADAS

COMPUTACIONALMENTE (SOFTWARE NAVISWORKS)

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Esquadrias x Estrutura Clash Detective

Tolerance0.001m Self-Intersect 0 Total4 New1 Active2 Reviewed0 Approved0 Resolved1 TypeHard (Conservative) StatusOld

NameEsquadrias x Vigas Distance*-0.140m Status*New Clash Point*4.223m, -2.969m, 5.550m

Item 1*

Element ID381362 LayerLaje Mesanino Item Name* Concreto-Retangular-Coluna Item Type*Quadro estrutural: Concreto-Retangular-Viga: 14x50 cm

Item 2*

Element ID594625 LayerTérreo Item Name* 150x125 cm Item Type* Janela de correr 2 painéis

For group fields marked with an asterisk (*), the most significant value from the group is shown.

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NamePortas x Estrutura (elevação do nível estrutural) Distance*-0.200m Status*Resolved Clash Point*3.597m, 23.794m, 17.230m

Item 1*

Element ID417354 LayerLaje T5 Item Name* Piso Item Type* Pisos: Piso: Maciça 12cm

Item 2*

Element ID673893 LayerTipo 5 Item Name* Wood - Supa Doors - Painted White Item Type* Solid

For group fields marked with an asterisk (*), the most significant value from the group is shown.

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NameMontante x Estrutura Distance*-0.140m Status*Active Clash Point*4.269m, -2.969m, 0.150m

Item 1*

Element ID368763 LayerLaje térreo Item Name* Concreto-Retangular-Coluna Item Type* Pilares estruturais: Concreto-Retangular-Coluna: 14x50 cm

Item 2*

Element ID594589 LayerTérreo Item Name* 50 x 150mm Item Type* Montantes de parede cortina

For group fields marked with an asterisk (*), the most significant value from the group is shown.

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APÊNDICE I – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO (SOFTWARE NAVISWORKS)

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Código SEOP

Descrição Unidade Índice Quantidade

74088/1 TELHAMENTO COM TELHA DE FIBROCIMENTO ONDULADA, ESPESSURA 6MM, INCLUSO

JUNTAS DE VEDAÇÃO E ACESSÓRIOS DE FIXAÇÃO, EXCLUINDO MADEIRAMENTO m² - 153,140

88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 0,22 33,691

88323 TELHADISTA COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 0,22 33,691

1607 CONJUNTO ARRUELAS DE VEDAÇÃO 5/16" PARA TELHA FIBROCIMENTO (UMA

ARRUELA METÁLICA E UMA ARRUELA PVC - CONICAS) cj 1,42 217,459

4299 PARAFUSO ZINCADO ROSCA SOBERBA, CABEÇA SEXTAVADA, 5/16 " X 110 MM, PARA

FIXAÇÃO DE TELHA EM MADEIRA unid. 1,42 217,459

7194 TELHA DE FIBROCIMENTO ONDULADA E = 6 MM, DE *2,44 X 1,10* M (SEM AMIANTO) m² 1,15 176,111

72084 ESTRUTURA DE MADEIRA DE LEI PRIMEIRA QUALIDADE, SERRADA, NÃO APARELHADA,

PARA TELHAS ONDULADAS, VÃOS DE 13M ATÉ 18M

m² - 153,140

88239 AJUDANTE DE CARPINTEIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 1,4 214,396

88262 CARPINTEIRO DE FORMAS COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 1,4 214,396

4463 !EM PROCESSO DE DESATIVAÇÃO! PEÇA DE MADEIRA DE LEI NATIVA/REGIONAL *4 X

30* CM, NÃO APARELHADA

m³ 0,024 3,675

21142 ESTRIBO COM PARAFUSO EM CHAPA DE FERRO FUNDIDO DE 2" X 3/16" X 35 CM,

SEÇÃO "U", PARA MADEIRAMENTO DE TELHADO

kg 0,167 25,574

5061 PREGO POLIDO COM CABEÇA 18 X 27 unid. 0,15 22,971

87510

ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS FURADOS NA HORIZONTAL DE 14X9X19CM (ESPESSURA 14CM) DE PAREDES COM ÁREA LÍQUIDA MAIOR OU IGUAL A

6M² SEM VÃOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO MANUAL.

TELHAS ONDULADAS, VÃOS DE 13M ATÉ 18M

m² - 2955,231

88309 PEDREIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 3,1 474,734

88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 1,55 237,367

87369 ARGAMASSA TRAÇO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MÉDIA) PARA EMBOÇO/MASSA

ÚNICA/ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO, PREPARO MANUAL. AF_06/2014 NÃO APARELHADA

m³ 0,0135 39,896

7267 BLOCO CERÂMICO (ALVENARIA VEDAÇÃO), 6 FUROS, DE 9 X 14 X 19 CM unid. 55,85 165049,65

74067/1

JANELA DE CORRER EM ALUMÍNIO, COM QUATRO FOLHAS PARA VIDRO, DUAS FIXAS E DUAS

MOVEIS, INCLUSO GUARNIÇÃO E VIDRO LISO INCOLOR (adaptado para portas, por unidade)

unid. - 20,000

88309 PEDREIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 2,1 42,000

88315 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 4,62 92,400

88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 7,92 158,400

88627 ARGAMASSA TRAÇO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MÉDIA) PARA EMBOÇO/MASSA

ÚNICA/ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO, PREPARO MANUAL. AF_06/2014 NÃO APARELHADA

m³ 0,0252 0,504

597 ARGAMASSA TRAÇO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA MÉDIA) PARA EMBOÇO/MASSA

ÚNICA/ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO, PREPARO MANUAL. AF_06/2014 NÃO APARELHADA

unid. 1 20,000

87251 REVESTIMENTO CERÂMICO PARA PISO COM PLACAS TIPO GRÊS DE DIMENSÕES 45X45

CM APLICADA EM AMBIENTES DE ÁREA MAIOR QUE 10 M2

m² - 1715,698

88256 AZULEJISTA OU LADRILHISTA COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 0,26 446,081

88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 0,15 257,355

1287 PISO EM CERÂMICA ESMALTADA EXTRA, PEI MAIOR OU IGUAL A 4, FORMATO MENOR

OUIGUAL A 2025 CM2 m² 1,06 1818,640

1381 ARGAMASSA COLANTE AC I PARA CERÂMICAS kg 6,14 10534,386

34357 REJUNTE COLORIDO kg 0,19 325,983

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74141/2

LAJE PRÉ-MOLD BETA 12 P/3,5KN/M2 VÃO 4,1M INCL VIGOTAS TIJOLOS ARMADURA NEGATIVA CAPEAMENTO 3CM CONCRETO 15MPA ESCORAMENTO MATERIAIS E MÃO

DE OBRA.

m² - 2188,000

6045 CONCRETO FCK=15MPA, PREPARO COM BETONEIRA, SEM LANÇAMENTO m³ 0,045 98,460

74157/3 LANÇAMENTO/APLICAÇÃO MANUAL DE CONCRETO EM ESTRUTURAS m³ 0,045 98,460

88262 CARPINTEIRO DE FORMAS COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 0,19 415,720

88309 PEDREIRO COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 0,35 765,800

88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES h 0,85 1859,800

3747 LAJE PRÉ-MOLDADA DE PISO CONVENCIONAL SOBRECARGA 350KG/M2 VÃO ATÉ

3,50M m² 1 2188,000

4491 PEÇA DE MADEIRA NATIVA / REGIONAL 7,5 X 7,5CM (3X3) NÃO APARELHADA

(P/FORMA) m 1,1 2406,800

5075 PREGO POLIDO COM CABEÇA 18 X 30 kg 0,02 43,760

6189 TÁBUA MADEIRA 2A QUALIDADE 2,5 X 30,0CM (1 X 12") NÃO APARELHADA m 0,3 656,400

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APÊNDICE II – RELATORIO DE INCONSISTÊNCIAS VISUALMENTE

DETECTADAS

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Código Objeto A Objeto B Tipo de inconsistência

Arquivo A Arquivo B Local

1 Planta Baixa entrada social

edifício

Fachada frontal do edifício

Cotas não condizentes Projeto arquitetônico

Projeto arquitetônico

Nível Térreo

2 Janela caixa de escada

Caixa de escada Janela não locada corretamente (peitoril

baixo)

Projeto arquitetônico

Projeto arquitetônico

Nível Mezanino ao Nível Tipo 05

3 Colunas C50 Colunas C50 As colunas não ocupam o mesmo espaço

Modelo arquitetônico

Modelo estrutural

Nível Térreo

4 BWC adaptado PNE

Pilares P52 e P45

Pilares locados de forma que interferem no uso e na abertura

da porta

Modelo arquitetônico

Modelo estrutural

Nível Térreo

5 Pilar P43 Escada da loja Pilar ocupa grande espaço da escada

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Térreo

6 Pilar P35 Porta do lixo orgânico

Pilar ocupa o espaço da abertura da porta

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Térreo

7 Bloco B14 Rampa de ligação entre

térreo e garagem

Bloco ultrapassa os limites da rampa

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Térreo/Nível

Garagem

8 Pilares P55 e P57

Montante metálico da

fachada

Pilar ocupa espaço destinado aos

montantes

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Térreo/Nível

Mezanino

9 Pilares P33 P41 P47 P40

P46 P53

Pergolado arquitetônico

Deveriam ocupar o mesmo espaço, mas

não ocupam

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Mezanino

10 Pilar P39 Janela J1 quarto do

apartamento direito frontal

Pilar e janela ocupam o mesmo espaço

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Tipo 01 ao Nível Tipo

05

11 Pilar P34 Janela J1 quarto do

apartamento esquerdo

frontal

Pilar e janela ocupam o mesmo espaço

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Tipo 01 ao Nível Tipo

05

12 Pilares P3 P5 Portas de alumínio e

vidro 4 folhas dos

apartamentos posteriores

saída p/ sacada

Pilar e porta ocupam o mesmo espaço

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Tipo 01 ao Nível Tipo

05

13 Pilares P7 P11 P17 P31

Telhado Pilares ocupam o mesmo espaço do

telhado

Modelo estrutural

Modelo arquitetônico

Nível Cobertura

14 Viga V53 Viga V53 Desalinhamento ao longo de seu comprimento

Projeto estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 02

15 Pilar P50 Pilar P50 Desaprumo no segmento

Modelo estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 02/ Nível Tipo 03

16 Pilar P37 Pilar P37 Desaprumo no segmento

Modelo estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 02/ Nível Tipo 03

17 Pilar P28 Pilar P28 Desaprumo no segmento

Modelo estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 02/ Nível Tipo 03

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18 Pilar P29A Pilar P29A Desaprumo no segmento

Modelo estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 02/ Nível Tipo 03

19 Pilar P30 Pilar P30 Representação gráfica não condiz com sua

dimensão

Projeto estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 03

20 Pilar P25 Pilar P25 Representação gráfica não condiz com sua

dimensão

Projeto estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 04

21 Pilar P09 Pilar P09 Representação gráfica não condiz com sua

dimensão

Projeto estrutural

Modelo estrutural

Nível Tipo 04

Código da inconsistência

Ilustração

1

3

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4

5

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7

8

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9

10

13

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17

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