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ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E PESQUINA DA ARÉA DE ALIMENTOS NA UTFPR-CM CTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE NA RAGIÃO DE CORUMBATAÍ DO SUL: APROVEITAMENTO DA CASCA ESTÁGIO SUPERVISIONADO Campo Mourão Fevereiro/2014 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso Superior de Tecnologia em Alimentos ISABELA DE SOUZA CELLONI

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ · usado em tubos, era esterilizado em autoclave diretamente dentro dele, com o volume ideal para realizar a análise, assim, depois que

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ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E

PESQUINA DA ARÉA DE ALIMENTOS NA UTFPR-CM

CTERIZAÇÃO

DA INDÚSTRIA DE NA RAGIÃO DE CORUMBATAÍ DO SUL: APROVEITAMENTO

DA CASCA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Campo Mourão

Fevereiro/2014

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus – Campo Mourão

Curso Superior de Tecnologia em Alimentos

ISABELA DE SOUZA CELLONI

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Análises microbiológicas e seus respectivos reagentes/meios de cultura e

técnicas. ........................................................................................................... 12

Tabela 2. Símbolos de reagentes químicos ..................................................... 14

Tabela 3 - Regras de segurança em laboratório. ............................................. 15

4

Sumário

1 Introdução ....................................................................................................... 6

2 Descrição do local ........................................................................................... 7

2.1 Laboratório C002 ...................................................................................... 7

2.2 Laboratório C003 ...................................................................................... 7

2.3 Laboratório C004 ...................................................................................... 7

2.4 Laboratório C005 ...................................................................................... 7

2.5 Laboratório C103 ...................................................................................... 8

2.6 Laboratório C105 ...................................................................................... 8

3 Atividades desenvolvidas ............................................................................. 9

3.1 Recebimento e registro de pedidos de aulas práticas. .............................. 9

3.2 Preparo de aulas práticas ......................................................................... 9

3.3 Controle de estoque de reagentes. ........................................................... 9

3.4 Apoio às atividades de pesquisa. ............................................................ 10

3.5 Organização e limpeza de bancadas, vidrarias e equipamentos. ........... 10

3.6 Preparo de meios de cultura ............................................................... 11

3.7 Acondicionamento e esterilização de materiais. ..................................... 12

3.8 Registro de reserva de laboratórios e equipamentos. ............................. 13

3.9 Preparo e padronização de soluções químicas....................................... 13

3.10 Descarte de resíduos químicos e microbiológicos. ............................... 15

3.11 Averiguação do cumprimento das normas de segurança. .................... 15

4 Conclusão ................................................................................................. 16

5 Referências Bibliográficas ......................................................................... 17

Anexo 1 ............................................................................................................ 18

Anexo 2 ............................................................................................................ 19

Anexo 3 ............................................................................................................ 22

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Resumo

O estágio foi realizado na área de Ensino e Pesquisa em Alimentos, nos

Laboratórios de Ensino e Pesquisa da Área de Alimentos da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPr), no campus de Campo Mourão, onde foram

realizadas atividades técnicas, como preparo de aulas práticas, e administrativas,

como controle e organização de aulas práticas, controle de reagentes, reserva de

equipamentos e laboratórios, organização e limpeza dos laboratórios.

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1 Introdução

O estágio foi realizado no laboratório de ensino e pesquisa na área de

alimentos, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPr), campus de

Campo Mourão, durante o período de 01 de abril de 2013 à 30 de novembro de

2013, tendo como objetivo por em prática o que tinha sido aprendido durante o

curso e também novos conhecimentos sobre atividades não realizadas durante

as aulas práticas.

Foram desenvolvidas diversas atividades, sendo elas nas áreas práticas,

como preparo de meios de culturas para as aulas de microbiologia, organização

das aulas práticas, preparo e padronização de soluções químicas, descarte de

resíduos químicos e de meios de cultura, desinfecção de materiais

contaminados, uso de equipamentos, limpeza e acondicionamento de vidrarias,

bancadas e equipamentos, averiguação das normas de segurança do laboratório,

já na área administrativa, foram realizados a parte de pedido de aulas práticas,

controle de reagentes químicos e meios de cultura, reserva de laboratórios e

equipamentos.

Durante o período de estágio, foram realizadas duas pesquisas, juntamente

com alunos do curso, na área de microscopia, nos quais foram aplicadas

técnicas e metodologias aprendidas nas aulas práticas e usando equipamentos e

vidrarias do laboratório. As pesquisas são intituladas “Perfil microscópico de

amostras de méis de Apis meliifera provenientes da região Sudoeste do Paraná”

e “Análise de sujidade em amostras de povilho azedo comercializadas em

Goioerê/PR” e encontram-se em anexo.

7

2 Descrição do local

O estágio foi realizado nos Laboratórios de Ensino e Pesquisa da Área de

Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPr), no campus de

Campo Mourão.

As atividades foram desenvolvidas nos seguintes laboratórios:

2.1 Laboratório C002

Neste laboratório são realizadas as aulas relacionadas à produtos de origem

animal ou vegetal, utilizando o processamento do leite, carnes, frutas e vegetais,

onde passam por processos térmicos, cortes, descascamento para a obtenção do

produto final desejado.

2.2 Laboratório C003

São realizadas as aulas de análise sensorial e química orgânica, muitas vezes, é

utilizado também por alunos de pesquisa para realização de algumas análises.

2.3 Laboratório C004

Este laboratório é dedicado ao preparo das aulas práticas e comporta também os

alunos de pesquisa. Nele encontra-se maioria dos equipamentos, reagentes e meios

de cultura utilizados no procedimento das aulas, em anexo a ele, foi construída uma

sala de autoclaves, para uso exclusivo das mesmas, onde estão as autoclaves do

laboratório dos cursos de Tecnologia e Engenharia de Alimentos e as que são

usadas também, pelos alunos, professores e técnicos do curso de Engenharia

Ambiental.

2.4 Laboratório C005

8

Neste laboratório são realizadas as aulas de microbiologia geral, microbiologia de

alimentos e microscopia.

2.5 Laboratório C103

São realizadas as aulas relacionadas à panificação, tais como a fabricação de

biscoitos, pães e outros produtos do gênero.

2.6 Laboratório C105

Neste laboratório são realizadas as aulas de análise de alimentos e

bioquímica. Nele encontra-se também uma sala dedicada ao preparo das aulas de

Engenharia Ambiental.

9

3 Atividades desenvolvidas

As atividades desenvolvidas durante o seguinte estágio estão dispostas nos

tópicos abaixo.

3.1 Recebimento e registro de pedidos de aulas práticas.

Os pedidos eram feitos pelos professores, geralmente no início do semestre

com um cronograma sobre todas as práticas ocorridas naquele determinado tempo.

Juntamente, eram entregue os roteiros, indicando os materiais e regentes que

seriam utilizados naquela aula e o número de equipes que realizariam a prática. Em

caso de mudança de datas, era necessário o aviso prévio para o cancelamento e

anúncio da nova data. Cada curso tem sua lista, onde são marcadas separadamente

as aulas práticas, para melhor controle e organização. Era pedido no mínimo uma

semana de antecedência, para que houvesse tempo suficiente para o preparo de

todos os materiais e limpeza de vidrarias e laboratórios.

3.2 Preparo de aulas práticas

Para o preparo das aulas, o professor disponibilizava um roteiro, no qual continha

os materiais necessários. Os materiais eram separados, e preparavam-se as

soluções químicas ou meios de cultura necessários para as aulas.

Nas aulas de microbiologia, era necessário o acondicionamento e esterilização

dos materiais, como garfos, facas, pratos, placas de Petri, das soluções e meios de

cultura.

3.3 Controle de estoque de reagentes.

O controle era feito periodicamente, para que houvesse uma noção do quanto

estava sendo usado, para que fossem repostos o mais rápido possível, e para ter

uma base do quanto seria comprado para o próximo ano.

10

3.4 Apoio às atividades de pesquisa.

Durante o estágio, vários alunos dos cursos de Tecnologia e Engenharia de

Alimentos, Química, Técnico em Informática, frequentaram o laboratório para fins de

pesquisa e trabalho de conclusão de curso. Sempre que necessário, o apoio era

dado das seguintes maneiras: auxílio no uso de equipamentos e vidrarias,

fornecimento de materiais e reagentes, reserva de equipamentos, descarte de

resíduos e outros.

3.5 Organização e limpeza de bancadas, vidrarias e equipamentos.

Antes e após as aulas práticas todas as vidrarias, bancadas e equipamentos

utilizados eram limpos de acordo com a sua superfície. As bancadas eram limpas

com esponja e detergente neutro, e com auxílio da flanela, limpava-se com álcool

70% para reduzir a carga microbiana.

A lavagem, segundo Gava (1984) é uma operação de grande importância no

sentido de reduzir a quantidade de resíduos aderentes aos equipamentos e, quando

efetuada de forma adequada, chega a remover até 90% do material solúvel

presente.

As vidrarias que estavam contaminadas por microrganismos passavam pelo

processo de esterilização na autoclave, a 121ºC por 21 minutos, após eram

descartados os resíduos e lavadas com detergente neutro, acontecia então o

enxague com água e torneira e depois com água destilada.

Posteriormente eram colocadas na estufa a temperatura de 100ºC para secar,

assim que estivessem secas, eram guardadas em seus respectivos lugares. As

vidrarias volumétricas eram secas a temperatura ambiente, para não haver nenhum

tipo de desvio de volumetria ocasionado pelo aquecimento.

A lavagem de vidrarias pode produzir vapores tóxicos de diversos produtos

químicos que entram em contato com a água, dessa forma sempre eram lavadas

algumas vidrarias que entraram em contato com produtos químicos diversas

precauções eram tomadas para evitar a inalação de vapores tóxicos (FERRAZ,

2004).

11

Por fim equipamentos eram limpos com álcool 70%.

3.6 Preparo de meios de cultura

Os meios de cultura eram preparados com o propósito de haver a inoculação

de amostras e proliferação de microrganismos desejáveis naquele meio, durante as

práticas realizadas pelos alunos em laboratório. Eles tem condições favoráveis para

o crescimento dos mesmos, oferecendo água, nutrientes e pH ideal para o seu

crescimento. Para que não haja contaminação de outros microrganismos

indesejáveis naquele meio, é necessária a esterilização do meio de cultura e demais

materiais utilizados.

Cada meio de cultura tem um propósito e uma maneira de ser preparado,

dependendo do microrganismo que vai ser inoculado. Eles podem ser caldos ou

ágares, diferenciando em líquidos e solidificados, como é utilizado e quantidade.

Existem vários tipos de meios de cultura, há os seletivos que têm substâncias

inibitórias á certos grupos de microrganismos, sem agir sobre outros (MacConkey,

Selenito do Sódio, Baird-Parker); os de pré- enriquecimento tem a função de

proporcionar a dessensibilização dos microrganismos injuriados (Água peptonada,

caldo lactosado); os de enriquecimento têm em sua composição sangue, soro ou

extrato de tecidos animais ou vegetais como forma de nutrir microrganismos

exigentes com nutrientes extras (Caldo Tetrationato, Selenito-Cistina, Caldo

Tioglicolato); os diferenciais apresenta substâncias que após a incubação

proporcionam crescimento alterado, proporcionando assim, melhor identificação dos

microrganismos presentes (Ágar sangue, Ágar MacConkey, Baird-Parker, Teague)

(RUIZ, 2000).

12

Tabela 1. Análises microbiológicas e seus respectivos reagentes/meios de cultura e técnicas.

Análise Reagentes/Meios de cultura Técnica

Mesófilos

aeróbios

PCA e SP. Plaqueamento

em profundidade

Bolores e

leveduras

Ágar batata glicose; Ácido tartárico e SP. Plaqueamento

em superfície

Coliformes Caldo EC; SP; VB; Cristal violeta; LST; BEM;

PCA; Caldo e Ágar Citrato; Caldo Triptona;

Caldo VM-VP; Reagentes de Kovac’s; Vermelho

de Metila; Alfa-Naftol e KOH.

Plaqueamento1,

NMP2 e NMP em

água e gelo3

Salmonella

sp.

SP; SP tamponada; α- naftol; os caldos Rappaport

Vassiliadis, Uréia, Selenito cistina, Vm/VP e os

Ágares BPLS, XLD, Hectoen, Rambach, LIA.

Plaqueamento

em superfície

S. aureus Ágar BP; Ágar DNAse; Caldo triptona; BHI; SP;

Solução de azul de toluidina; Telurito de

potássio; Plasma de coelho oxalatado ou com

EDTA; Peróxido de hidrogênio 3%; e reagentes

para coloração de Gram.

Plaqueamento

em superfície1,

NMP2 ou

Presença/

Ausência4

PCA- Ágar padrão para contagem; BDA- Ágar batata glicose; VB- Caldo verde brilhante; BPLS- Ágar

verde Brilhante, BP- Baird Parker; BHI- Caldo cérebro-coração; LIA- Ágar lisina ferro Solução salina

peptonada; TSI- Ágar ferro três açúcares; SP- Salina Peptonada. 1Aplica-se quando o limite máximo

tolerado é ≥100UFC/g ou mL; 2Utilizado quando o limite máximo tolerado for inferior a 100UFC/g ou

mL; 3Aplica-se a amostras de água e de gelo usados em estabelecimentos produtores de alimentos.

O valor é obtido em NMP/ 100mL; 4Utilizado em alimentos processados, com baixa contagem e

provável incidência de células injuriadas.

3.7 Acondicionamento e esterilização de materiais.

Quando se trata de análises microbiológicas, é necessário ter um enorme

cuidado para não haver a contaminação cruzada, que pode ser oriunda de vidrarias

mal lavadas e sem esterilização, ambiente, entre outros. Para que isso não ocorra,

os materiais que são usados nesses tipos de análises, passam pelo processo de

esterilização. Eles são embrulhados em papel Kraft de uma maneira que todo o

conteúdo, esteja totalmente coberto.

13

Todo meio de cultura e solução química que entraria em contato direto com o

material que fosse ser analisado, era esterilizado em autoclave. Os meios de cultura

podiam ser feitos de maneira distintas dependendo de como seria usado. Se fosse

usado em tubos, era esterilizado em autoclave diretamente dentro dele, com o

volume ideal para realizar a análise, assim, depois que saísse da autoclave, já

estaria sem risco nenhum de contaminação. Quando o meio teria que ser vertido em

placas de Petri, eles eram feitos em erlenmeyers, vedados com um tampão de

algodão e posteriormente embrulhado com papel Kraft.

3.8 Registro de reserva de laboratórios e equipamentos.

A reserva era feita maioria das vezes por alunos de pesquisa e alunos para

trabalho de conclusão de curso. Cada equipamento e laboratório têm uma ficha,

onde são anotados os dias de uso, tempo e nome do requisitante, onde para

confirmar a reserva, deveria ter a assinatura do técnico ou estagiário do laboratório,

podendo ter uma hora de atraso, caso não houvesse o comparecimento do

requisitante, a reserva era cancelada e passada para outro aluno. No Anexo 1 é

apresentada a planilha de reserva de equipamentos.

3.9 Preparo e padronização de soluções químicas

No preparo de soluções químicas era essencial ter cautela, para que

acidentes não ocorressem. O primeiro passo no preparo de uma solução química é

ler o rótulo do reagente ou solvente, e de acordo com o grau de periculosidade

tomavam-se os cuidados necessários.

Para fazer soluções no balão volumétrico, é absolutamente essencial agitar a

mistura, para que esta se torne homogênea, antes de fazer o ajuste final de volume.

(CONSTANTINO; SILVA; DONATE, 2004)

É sempre importante conhecer os símbolos que indicam os riscos para que o

trabalho dentro do laboratório fique menos perigoso.

A Tabela 2 apresenta os principais símbolos a serem observados no rótulo de

produtos químicos antes de manuseá-los.

14

Tabela 2. Símbolos de reagentes químicos

Identificação Efeitos Medidas Preventivas

Comburente

Pode provocar

incêndios e

explosões

Armazenar em local arejado.

Não manusear perto de fonte de calor.

Não fumar perto dos produtos.

Não usar vestes de nylon e ter sempre extintor

perto.

Não guardar produtos inflamáveis junto com

comburentes.

Inflamável

Explosivo

Pode provocar

incêndios e

explosões

Evitar aquecimento excessivo e choques.

Proteger do sol.

Não colocar perto de fontes de calor.

Nocivo/Irritante

Perigoso para

a saúde

Evitar contato com a pele – utilizar meios de

proteção como luvas e viseiras.

Trabalhar preferencialmente em capelas ou

local arejado.

Tóxico

Corrosivo

Perigoso para

a saúde

Manter o frasco sempre bem fechado.

Utilizar sempre luvas e óculos de proteção.

Proteger os olhos e pele de salpicos.

Perigoso para o

ambiente

Perigoso para

o ambiente

Eliminar o produto ou seus resíduos através

de empresas que tratam de produtos

perigosos. Nunca atirar para o meio ambiente.

15

3.10 Descarte de resíduos químicos e microbiológicos.

Tanto os resíduos químicos e microbiológicos eram descartados. Os resíduos

químicos eram descartados em frascos identificados, e recolhidos por uma empresa

certificada. Os resíduos microbiológicos sofriam um processo de descontaminação

na autoclave à 121ºC por 21 minutos, sendo posteriormente descartados na forma

de lixo orgânico.

3.11 Averiguação do cumprimento das normas de segurança.

Todos os alunos, sendo de pesquisa ou não, tinham que estar sempre dentro

das normas exigidas para que não ocorresse nenhum tipo incidente dentro do

laboratório. Os professores passavam para os alunos o que era necessário para o

uso na aula prática conforme os materiais e risco de uso. Já os alunos de pesquisa,

assim que chegavam ao laboratório recebiam um papel dizendo todas as regras do

laboratório, na qual deveriam sempre cumprir.

Ferraz (2004) apresenta as seguintes regras para um bom trabalho no

laboratório sem riscos de acidentes.

Tabela 3 - Regras de segurança em laboratório.

É proibido: Deve-se Usar: Fique atento:

Ingerir alimentos e

bebidas

Jaleco de algodão ou material

pouco inflamável

Aos sinais de

advertências

Tocar boca e olhos

quando usar reagentes

químicos

Calçados fechados, de

preferência couro

Aos rótulos dos

reagentes

Brincadeiras ou

qualquer exaltação

desnecessária

Lenços de papel e não de

tecidos

Á sons incomuns

Manipular substâncias

inflamáveis perto de

fogo

Pipetadores sempre que

utilizarem pipetas

Á odores

incomuns

Nunca corra, sempre

ande

Equipamentos de segurança

extra sempre que necessário

Á compatibilidade

de reagentes

16

4 Conclusão

Todas as atividades propostas no plano de estágio foram cumpridas com

êxito, além de descobrir coisas novas e interessantes quando se trata na pesquisa

na área de alimentos.

Durante este tempo de estágio, o conhecimento que obtive dentro do

laboratório foi muito útil durante as matérias que estavam sendo aplicadas

teoricamente no curso.

17

5 Referências Bibliográficas

CONSTANTINO, M. G; SILVA, G. V. J. da; DONATE, M. P. Fundamentos de

Química Experimental. São Paulo : Editora da Universidade de São Paulo, 2004

FERRAZ, F. C.; FEITOZA, A. C. Técnicas de segurança em laboratórios: regras e

práticas. São Paulo: Hemus, 2004.

GAVA, A. J. Princípio de Tecnologia de Alimentos. São Paulo : Nobel, 1984

RUIZ, R. L. Manual prático de microbiologia básica. São Paulo: Universidade de

São Paulo, 2000. 50-51p.

18

Anexo 1

FICHA DE RESERVA DE EQUIPAMENTO

Identificação do equipamento:__________ Localização:____________

Datas e horários de início e

término do uso

Nome do

requisitante e

Assinatura

Data Técnico Situação

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Anexo 2

Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus Campo Mourão

Coordenação dos Cursos Superiores de Engenharia de Alimentos e de

Tecnologia em Alimentos

INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA USO DOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E

PESQUISA

1. Ao chegar e sair dos laboratórios comunique os técnicos ou o professor responsável pelo local.

2. Não é permitido o desenvolvimento de quaisquer atividades nos laboratórios sem o uso de jaleco

fechado até os joelhos, preferencialmente de manga longa, calça comprida até os pés, calçado

completamente fechado e o cabelo preso, se longo.

3. Procedimentos necessários antes de iniciar qualquer trabalho nos laboratórios:

a. tenha a metodologia determinada e faça um estudo prévio buscando elucidar as dúvidas;

b. estabeleça um cronograma de atividades, liste os equipamentos necessários e faça as

reservas dos mesmos com os técnicos em função da disponibilidade deles;

c. cheque a disponibilidade de reagentes e meios de cultura;

d. verifique com os técnicos se é possível executar o trabalho com o número e natureza de

atividades previstas. Ao planejar as atividades é importante certificar-se que a

capacidade dos equipamentos é suficiente;

e. verifique os horários disponíveis para uso do laboratório requerido. Os horários de

atendimento dos técnicos ficam dispostos na porta dos laboratórios C004 e C105.

4. Medidas de segurança:

a. em casos de acidentes (cortes, queimaduras, etc.) com equipamentos, vidrarias,

reagentes, microrganismos procure manter a calma, comunique os técnicos e solicite

ajuda. Existe um procedimento de atendimento para estes casos;

b. execute os trabalhos com atenção:

compostos voláteis devem ser manipulados na capela;

ácidos e bases corrosivos, irritantes e/ou nocivos devem ser manipulados com

luvas, óculos de proteção, e na capela, quando for o caso;

20

procedimentos de esterilização de materiais devem ser acompanhados

completamente: se preciso, solicite ajuda dos técnicos. Equipamentos que

usam calor e pressão precisam de cuidados redobrados no uso;

não deixe materiais sob aquecimento sem o seu acompanhamento. Peça

auxílio aos técnicos, se necessário;

coloque vidrarias quentes sobre panos ou flanelas, nunca as coloque

diretamente sobre a bancada ou outras superfícies mais frias, pois podem

trincar ou quebrar;

cuidado ao trabalhar com vidrarias: elas são frágeis, fáceis de quebrar, e o

estoque é limitado;

mantenha um comportamento apropriado e com disciplina: não corra e faça

somente o barulho necessário. Podem existir outros trabalhos sendo

conduzidos próximos a você.

c. não misture soluções químicas sem o conhecimento de suas reações, bem como não as

ingira, as inale ou as experimente com o tato.

5. Ao precisar de reagentes e meios de cultura, solicite-os aos técnicos, e após o uso deixe-os

sobre a bancada indicada por eles, avisando o término do uso.

6. Certifique-se que sabe usar os equipamentos que precisa. Não use equipamentos que você não

tem certeza do seu funcionamento. Peça explicação de uso aos técnicos nestes casos.

a. equipamentos de medição analítica (balanças, pHmetros, espectrofotômetros, etc.)

devem ser manuseados com muita cautela, delicadeza, segurança e atenção.

b. antes de usar equipamentos de medição verifique a sua limpeza, pois a presença de

resíduos de qualquer natureza podem interferir nos resultados da sua pesquisa.

c. nunca enrole fios elétricos dos equipamentos em torno dos mesmos, em especial aqueles

que realizam aquecimento, pois podem danificar a proteção isolante existente ao longo

do fio.

d. equipamentos reservados cujo uso não se iniciou após uma hora do início do tempo

marcado ficam à disposição de uso para outro usuário, exceto se o atraso for comunicado

até uma hora do início da reserva.

e. logo após o uso do equipamento, deixe-o limpo para outro usuário e para você mesmo.

7. Organização e limpeza:

a. procure executar suas atividades em uma única bancada. Isto vai facilitar a organização e

limpeza que você terá que fazer durante e/ou no final do trabalho;

b. para que as suas vidrarias sujas não se misturem com as de outros trabalhos, mantenha-

as na sua bancada de trabalho até o momento da lavagem das mesmas, quando poderão

ser levadas até a pia principal;

c. marcações com canetinha, etiqueta ou fitas adesivas em vidrarias devem ser

completamente retiradas após o término de uso;

d. no final dos trabalhos organize e limpe as vidrarias, equipamentos e bancadas que

utilizou. Deixe limpo para receber limpo;

21

e. se for preciso deixar material em solução detergente para lavar no dia seguinte,

comunique os técnicos, e fixe um bilhete junto do recipiente em que ele está. Lembre-se

desse compromisso para o dia seguinte;

f. planeje suas atividades de modo que seja possível deixar o espaço e os materiais que

utilizou limpos e organizados no final do trabalho.

8. É proibido comer, beber e/ou fumar nos laboratórios. A ingestão de alimentos é permitida apenas

em trabalhos envolvendo análise sensorial e/ou industrialização de alimentos, com ciência do

professor orientador.

9. Converse com seu orientador e com a Coordenação de Curso para a aquisição de materiais

(vidrarias especiais e reagentes) para atividades de pesquisa e para averiguação dos recursos

necessários.

RECEBIMENTO DAS INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA USO DOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E PESQUISA

Nome Data Assinatura Motivo*

10. * AMB: ambientização; IC: iniciação científica; TCC: trabalho de conclusão de curso; AEC: atividade extra-classe.

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Anexo 3

V SIMTEA

V Simpósio de Tecnologia e Engenharia de

Alimentos UTFPR, Campo Mourão, PR, Brasil, 04 a 06 de setembro de 2013

Perfil microscópico de amostras de méis de Apis mellifera

provenientes da região Sudoeste do Paraná

Giseli Cristina Pante – UTFPR/CM – [email protected]

Franciele Leila Giopato Viell – UTFPR/CM – [email protected] Isabela de Souza Celloni – UTFPR/CM – [email protected]

Tiago Faquineti de Aragão – UTFPR/CM – [email protected] Natara Fávaro Tosoni – UTFPR/CM – [email protected] Gislaine Franco Lemes – UTFPR/CM – [email protected]

Márcia Regina Ferreira Geraldo Perdoncini – UTFPR/CM – [email protected] Maria Josiane Sereia – UTFPR/CM – [email protected]

Resumo. O mel é uma substância natural produzida pelas abelhas, Apis mellifera e o isolamento e detecção de sujidades e matérias estranhas presentes neste produto traduzem suas condições de higiene e sanidade. O objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos microscópicos de 22 amostras de méis de abelhas melíferas produzidos na região Sudoeste do estado do Paraná, para verificar a presença de sujidades e substâncias estranhas de qualquer natureza, tais como: fragmentos de insetos, madeira e vegetais, larvas, ovos, pelos de roedores e outros. As análises foram realizadas em microscópio estereoscópico com aumento total de 100 vezes e a confirmação do tipo de sedimento entre lâmina e lamínula ao microscópio óptico com aumento total de 100 e 400 vezes. Todas as amostras avaliadas foram desclassificadas por não atenderem aos padrões de identidade e qualidade do mel estabelecido pela Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Ficou evidente a necessidade da implantação das Boas Práticas Apícolas (BPA) em todas as etapas de beneficiamento do mel, a fim de atender o padrão de qualidade e garantir a permanência do mel produzido no estado do Paraná em mercados exigentes nacionais e internacionais.

Palavras-chave: Qualidade; Higiene; Legislação; Microscopia.

1. Introdução

O mel é uma substância natural produzida pelas abelhas, Apis mellifera, em

quase todos os países do mundo (BLASA et al., 2006). É produzido a partir do

néctar das flores ou das secreções procedentes de plantas, que as abelhas

23

recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas, armazenam e

deixam madurar nos favos da colmeia (BRASIL, 2000).

O mel quando comparado a outros produtos de origem animal, apresenta um

pequeno número e variedade de microrganismos. Entretanto, não é um alimento

estéril e está sujeito a contaminações, que estão associadas à veiculação de

microrganismo pelas próprias abelhas melíferas, ao seu beneficiamento, a

manipulação inadequada, e más condições de armazenamento e acondicionamento

(MALLMANN, 2010).

De acordo com a Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos

(BRASIL, 1978) e Instrução Normativa nº 11, de 20 de Outubro de 2000 (BRASIL,

2000), quanto aos critérios macroscópicos e microscópicos, o mel não deve conter

substâncias estranhas, de qualquer natureza, tais como insetos, larvas, grãos de

areia e outros, podendo apresentar grãos de pólen e cristais de glicose em forma de

lâminas largas, irregulares ou alongadas.

Os materiais estranhos encontrados no mel originam-se da matéria prima que

sofre ataque de pragas no campo e são carregadas até o produto final. Além disso,

podem ser proveniente do manuseio, processo, armazenamento e distribuição

inadequados (MALLMAN, 2010).

O controle microscópico dos alimentos, incluindo sua identificação histológica,

isolamento e detecção de matérias estranhas são alternativas essenciais para o

controle de qualidade, tendo em vista que vale como parâmetro para a avaliação das

condições de higiene e sanidade na produção (BARBIERI, 2001).

Segundo Moura (2010) e Sereia et al. (2011) a produção de um mel seguro

está relacionada com a implantação das Boas Práticas Apícolas (BPA) em todas as

etapas de produção, pois são ferramentas utilizadas pelo apicultor para reduzir o

risco de contaminação obtendo assim um produto final de qualidade que atende as

normas e padrões vigentes.

Tendo em vista a importância de assegurar a qualidade do mel e sua

comercialização segura o objetivo desta pesquisa foi avaliar os aspectos

microscópicos de 22 amostras de méis de abelhas Apis mellifera produzidos na

região Sudoeste do estado do Paraná.

24

2. Metodologia

Foram analisadas 22 amostras de méis de abelhas Apis mellifera

provenientes de municípios da região Sudoeste do Paraná, coletadas diretamente

do apicultor durante o ano de 2012. Na coleta, as amostras foram identificadas por

uma abreviação do nome do produtor, seguido por um número.

As análises foram realizadas no laboratório de microbiologia e microscopia de

alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) campus Campo

Mourão no período de fevereiro a junho de 2013.

A pesquisa de sujidades e matérias estranhas foi realizada seguindo

metodologia da Association of Official Analytical Chemistry (AOAC, 2000) nº 945.79,

que utiliza filtração da amostra na presença de ácido nítrico.

Para o preparo, dissolveu-se 100 g da amostra em 200 mL de água destilada

aquecida e acidificada com 5 mL de ácido nítrico (HNO3) com concentração de 6 M.

A amostra foi filtrada em funil de Büchner. O papel de filtro foi marcado em quatro

quadrantes e analisado em microscópio estereoscópico com aumento total de 100

vezes e a confirmação do tipo de sedimento entre lâmina e lamínula ao microscópio

óptico com aumento total de 100 e 400 vezes.

3. Resultados e Discussão

Na Tabela 1 e Figura 1 são apresentados os resultados e percentuais de

larvas, fragmento de insetos, pelo humano, pelo de roedor, fragmento de madeira,

cera e folhas encontradas em 22 amostras de méis de Apis mellifera produzidos na

região Sudoeste do estado do Paraná.

Tabela 1: Frequência (%) e tipos de sujidades e matérias estranhas encontradas em 22 amostras de mel de abelhas Apis mellifera produzidos na região Sudoeste do estado do Paraná.

Produtor Larvas Fragmento

de Insetos

Pelo

Humano

Pelo de

Roedor

Fragmento

de Madeira Cera Folha

P1 X X - - X X -

P2 - X - X X X X

P3 - X - - - - -

P4 X X - - - X -

P6 - - X - X - X

25

P7 - X - X X - -

P8 - X - - X X -

P9 X X - - X X -

P10 - X - X X - -

P11 X - - - X - X

P12 - X - - - X -

P13 - X - - - - -

P14 - X - - X - X

P15 - X - - - - -

P16 - X - - X X X

P17 - X - - - - -

P18 X - - - X X X

P19 - X - X X - -

P20 - - - - X X X

P21 - X - X - - -

P22 - X - X X - X

Frequência (%) 23 77 4,5 27 64 41 36

Nota: Os itens marcados com X representam a presença e - a ausência de sujidades e matérias

estranhas

Todas as amostras avaliadas foram desclassificadas por não atenderem aos

padrões de identidade e qualidade do mel estabelecido pela Instrução Normativa nº

11, de 20 de outubro de 2000 (BRASIL, 2000) que estabelece ausência de

matérias estranhas de qualquer natureza, tais como insetos, larvas, grãos de areia e

outros.

Das sujidades observadas, 77% foram de fragmentos de insetos e 64% de

estilhas de madeira, 27% pelo de roedor e 4,5% apresentaram pelo humano (Figura

1). Estes tipos de fragmentos podem ser provenientes de contaminações físicas, que

ocorrem devido a falhas durante ou após as operações de colheita, transporte,

desoperculação, centrifugação e extração do mel, indicando deficiências e/ou

ausência de procedimentos relacionados às Boas Práticas Apícolas (BPA) que

deveriam estar implantados nas “casas de mel” dos apicultores, local onde as

amostras foram obtidas.

26

Figura 1: Percentual de sujidades e matérias estranhas isoladas e

identificadas nas amostras analisadas.

Os pelos de roedores representam um problema sanitário prejudicial à saúde

humana, provocando diminuição da qualidade.

Sousa e Carneiro (2008) pesquisando sujidades e matérias estranhas em 52

amostras de mel de abelhas melíferas do Piauí, concluíram que 65,4% das amostras

analisadas não atendiam aos aspectos macroscópicos e microscópicos e aos

padrões de identidade e qualidade estabelecidos para o mel (BRASIL, 2000). Das

sujidades 68% eram constituídas por fragmentos de insetos, 24% de ácaros, 53% de

larvas, 3% de pelo humano e roedor e 6% de traças.

Segundo Correia e Roncada (2002), insetos e ácaros, além de depositarem

seus dejetos sobre os alimentos causam doenças, contaminam os alimentos com

microrganismos que estão presentes no seu corpo e nas suas pernas. Além disso,

os ácaros quando ingerido com alimentos, podem provocar alergias.

Cardoso Filho et al. (2012) analisaram amostras de méis comercializados em

um mercado municipal de Campo Grande (MS) e observaram a presença de

fragmento de insetos em 100% das amostras, provando que as amostras não estão

atendendo aos padrões estabelecidos para o parâmetro microscópico. Entretanto,

Almeida Filho et al. (2011) avaliando amostras de méis comercializadas na região

de Pombal (PB), concluíram que 100% das amostras apresentaram ausência total

de sujidades e/ou matérias estranhas.

4. Conclusões

27

Os resultados das amostras de méis provenientes da região Sudoeste do

Paraná apresentaram baixa qualidade microscópica.

Isto demonstrou que, na região estudada, muitos problemas possíveis de

serem superados, ainda persistem, como a falta de esclarecimentos voltados às

Boas Práticas Apícolas (BPA). Este fato suscita várias preocupações, entre elas a

mais evidente relaciona-se com a falta de limpeza e cuidados na execução de

processos adequados para extração segura do mel no seu local de origem.

O fortalecimento do setor apícola, como de qualquer outro setor passa pelo

desenvolvimento tecnológico. Isto só será concretizado com adoção de

procedimentos básicos de limpeza e cuidados que evitarão consequências danosas

à saúde do consumidor e à durabilidade do produto.

5. Referências

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no município de Pombal – PB. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. v.

6, n. 3, p. 83-90, 2011.

AOAC – ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY. Official methods of analysis of

AOAC international. 17. ed. Gaithersburg: AOAC, 2000.

BARBIERI, M. K. Microscopia em alimentos: Identificação histológica e material estranho. 2. ed.

Campinas: ITAL, 2001.

BLASA, M. et al. Raw Millefiori honey is packed full of antioxidants. Food Chemistry. v. 97, n. 2, p.

217–222, 2006.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – Comissão Nacional de Normas e

Padrões para Alimentos (CNNPA) nº 12, de 24 julho de 1978. Aprova 47 padrões de identidade e

qualidade relativos a alimentos e bebidas para serem seguidos em todo território brasileiro. Diário

Oficial da União, Brasília, 1978.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Instrução normativa 11, de 20 de outubro de

2000. Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de

outubro de 2000.

CORREIA, M.; RONCADA, M. J. Padronização de métodos e quantificação de matérias estranhas e

filamentos micelianos em doces de frutas em pasta. Revista do Instituto Adolfo Lutz. v. 62, n. 2, p.

85-90, 2002.

CARDOSO FILHO, N. et al. Avaliação do mel comercializado no Mercado Municipal de Campo

Grande – Mato Grosso do Sul. Acta Veterinaria Brasilica. v. 6, n. 4, p. 294-301, 2012.

MALLMANN, B. A. Avaliação microbiológica e pesquisa de matérias estranhas e sujidades em

méis coloniais de Apis mellifera produzidos na região extremo-oeste catarinense. 2010.

Monografia (Graduação em Farmácia) – Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Chapecó,

28

2010. Disponível em: <http://www5.unochapeco.edu.br/pergamum/biblioteca/php/imagens/000069/

0000697D.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2013.

MOURA, S. G. Boas práticas apícolas e a qualidade do mel de abelhas Apis mellifera Linnaeus,

1758. 2010. Dissertação (Doutorado em Sanidade e Reprodução Animal) – Universidade Federal do

Piauí, Teresina, 2010. Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ciencianimal/arquivos/files/

Tese%20Sinevaldo.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2013.

SEREIA, M. J. et al. Microbial flora in organic honey samples of Africanized honeybees from Parana

River islands. Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 31, n. 2, p. 462-466, 2011.

SOUSA, R. S; CARNEIRO, J. C. de M. Pesquisa de sujidades e matérias estranhas em mel de

abelhas (Apis mellifera L). Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 28, n.1, p. 32-33, jan./mar., 2008.

29

V SIMTEA

V Simpósio de Tecnologia e Engenharia de

Alimentos UTFPR, Campo Mourão, PR, Brasil, 04 a 06 de setembro de 2013

Análise de sujidades em amostras de polvilho azedo

comercializadas em Goioerê/PR

ARAGÃO, Tiago Faquineti de; CELLONI, Isabela de Souza; GERALDO, Márcia Regina

Ferreira; PANTE, Giseli Cristina.

Departamento de Tecnologia e Engenharia de Alimentos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão

Resumo. O polvilho azedo é um derivado da fécula de mandioca, classificado assim devido ao seu teor de acidez sendo ainda o amido modificado para alimentos mais consumido no Brasil. A demanda por alimentos diferenciados e as mudanças nos hábitos alimentares exigem da indústria a adoção de novos ingredientes e os amidos se destacam devido a sua funcionalidade. A legislação é clara sobre a produção de amidos exigindo que a matéria prima seja limpa, isenta de sujidades, matéria terrosa, parasitos e larvas. Foi realizada a pesquisa de sujidades e matérias estranhas em amostras de amido comercializadas na região de Goioerê – Pr. Os resultados apresentam estruturas vegetais, material arenoso, pelos de insetos e ácaro, mostrando que o processo, embora artesanal, não está obedecendo as boas práticas de fabricação.

Palavras-chave: microscopia; amido; boas práticas de fabricação.

1 Introdução

Amido é o produto amiláceo extraído das partes aéreas comestíveis dos

vegetais e fécula é o produto amiláceo extraído das partes subterrâneas comestíveis

dos vegetais (tubérculos, raízes e rizomas) (BRASIL, 1978).

O polvilho azedo é um derivado da fécula de mandioca, encontrado

praticamente em todos os países da América do Sul, exceto o Equador. Pela

legislação brasileira, polvilho ou fécula de mandioca é um produto amiláceo extraído

da mandioca, e que de acordo com o teor de acidez, será classificado em polvilho

doce ou polvilho azedo (DINIZ, 2006; BRASIL, 1978).

É o amido modificado para alimentos com maior consumo no mercado

nacional, sendo na forma direta como alimento (cozida, frita, etc) enquanto muito

30

pouco desta produção agrícola é processada na forma de farinha, fécula (ou polvilho

doce) e polvilho azedo (CEREDA; VILPOUX, 2003; CEREDA, 2002).

A demanda por alimentos diferenciados e a constante mudança nos hábitos

alimentares, que tendem à utilização de alimentos de preparo rápido, exigem da

indústria alimentícia a atenção para a formulação de novos produtos e/ou a adoção

de novos ingredientes, e os amidos se destacam pela sua funcionalidade (ARAÚJO

et al., 2009).

A legislação brasileira é clara em relação qualidade de amidos féculas onde

amidos e féculas devem ser fabricados a partir de matérias primas sãs e limpas,

isentas de sujidades, matéria terrosa, parasitos e larvas (BRASIL, 1978).

Baseado na utilização do polvilho azedo em produtos destinados ao consumo

este trabalho teve como objetivo analisar as sujidades presentes em amostras de

polvilho azedo comercializados na cidade de Goioerê, Estado do Paraná.

2. Materiais e métodos

Foram adquiridas 5 amostras de polvilho azedo de marcas diferentes em

supermercados na cidade de Goioerê, Estado do Paraná. As análises de

microscopia procederam-se no laboratório de Microbiologia da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão.

A técnica aplicada consistiu na dissolução de 50 gramas da amostra em 600

ml de água destilada, em seguida foram peneiradas e filtradas em funil de Büchner

utilizando-se de um filtro para retenção da amostra. Estes filtros foram analisados

em microscópio estereoscópico sendo que pontos suspeitos foram isolados em

lâminas de vidro para microscopia e em seguida foram analisados utilizando-se

microscópio óptico composto.

3. Resultados e Discussões

A análise de sujidades tem um significado importante quanto à relação

higiene e sanidade na qual o processamento do produto foi obtido.

Os resultados obtidos dão conta que das 5 amostras analisadas, todas

apresentaram estruturas vegetais, estas estruturas podem ter vindo do processo

31

falho de limpeza, fermentação e secagem do polvilho. Sendo que elas podem ser de

origem do próprio campo ou por meio de animais ou vento.

A presença de pelos de insetos deu-se em 4 do total de amostras analisadas

e 1 delas apresentou um ácaro, Zamboni et al. (1991), relata que a presença de

pelos de roedores e de ácaros traduz as péssimas condições de higiene dos

produtos alimentícios, e não se deve permitir limites de tolerância para tais

sujidades.

Foi identificada em 2 amostras material arenoso, a presença destes materiais

nos polvilhos azedos ocorre devido as falhas no processamento e de

armazenamento dos produtos, principalmente nos tanques de fermentação não

revestidos de plástico e secagem a céu aberto (APLEVICZ, 2006). Sugere-se ainda

que esse tipo de contaminação pode surgir de duas situações, sendo a primeira na

secagem ao sol, pois fica exposto à poeira do ambiente, em locais sem

pavimentação ou próximos de estradas, o outro fator que pode contribuir para a

presença de material arenoso ou terroso são os tanques de fermentação que, em

geral, são de alvenaria, revestidos de lajotas ou azulejos, que sofrem ataques às

paredes do tanque e às juntas do revestimento, com o arraste do material no

produto fermentado (ADITIVOS E INGREDIENTES, 2010).

A legislação brasileira é clara em relação à ausência de sujidades em

produtos alimentares, determinando que as amostras analisadas devem estar

ausentes de sujidades, parasitas e larvas, porém, por se tratar de um produto ainda

artesanal, mesmo quando fabricado em fecularias modernas, apresenta grande

heterogeneidade da qualidade, sendo este extremamente vulnerável às sujidades

(CEREDA; VILPOUX, 2003; BRASIL, 1978; DINIZ, 2006; ADITIVOS E

INGREDIENTES, 2010).

Diniz (2006) relata que a secagem ao sol ocasiona uma série de transtornos,

desde a elevada contaminação por poeira até a falta de padrão de lotes, pois a

mesma é feita sobre jiraus de bambu traçado ou arames, sobre os quais se

estendem panos, plásticos ou lona.

A resolução RDC nº175 da ANVISA estabelece as disposições gerais para

avaliação de matérias macroscópicas e microscópicas prejudiciais à saúde humana

em alimentos embalados destinados ao consumo humano. Define ainda que insetos,

em qualquer fase de desenvolvimento, vivos ou mortos, inteiros ou em partes,

reconhecidos como vetores mecânicos, outros animais vivos ou mortos, inteiros ou

32

em partes, reconhecidos como vetores mecânicos, parasitos, excrementos de

insetos e ou de outros animais, objetos rígidos, pontiagudos e ou cortantes, que

podem causar lesões no consumidor, sendo estes materiais prejudiciais a saúde

humana quando detectados em produtos destinados a alimentação

A ANVISA define que estes produtos devem ser obtidos de ingredientes sãos,

limpos e isentos de impurezas, processados, embalados, armazenados,

transportados e conservados em condições que não produzam, agreguem ou

desenvolvam substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em risco a

saúde do consumidor, devendo ser obedecida à legislação vigente de boas práticas

de fabricação.

Campos (1995) relata ainda que vários trabalhos têm sido realizados no

sentido de aperfeiçoar a produção de amido fermentado e de desenvolver técnicas

para obtenção de produto de qualidade comparável à da fécula doce.

4. Conclusão

Conclui-se que mesmo se tratando de um processo artesanal, ainda que em

indústrias mais modernas, os cuidados básicos com as boas práticas de fabricação

do polvilho azedo comercializado na região de Goioerê, estão sendo falhos,

necessitando de especial atenção neste quesito, pois a presença de pelos, materiais

estranhos e fragmentos de insetos podem ser prejudiciais a saúde humana.

5. Referências

APLEVICZ, K. S. Caracterização de produtos panificados à base de féculas de mandioca

nativas e modificadas. 2006. 131 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) -

Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2006.

ARAÚJO, W. M. C. et al. Alquimia dos alimentos. Brasília: SENAC-DF, 2009.

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 12, de vinte e

quatro de julho de 1978, que aprova normas técnicas, do Estado de São Paulo, revistas pela CNNPA,

relativas a alimentos (e bebidas), para efeito em todo território brasileiro.

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 175, de

oito de julho de 2003, que aprova o Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e

Microscópicas Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados.

33

BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta pública n° 84, de

treze de dezembro de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para Produtos de Cereais,

Amidos, Farinhas e Farelos.

CAMPOS, H. de (coord). Enciclopédia Agrícola Brasileira. São Paulo: Editora da Universidade de

São Paulo, 1995.

CEREDA, M. P. Caracterização dos subprodutos da industrialização da mandioca. In: CEREDA, M. P.

Série: Culturas de tuberosas amiláceas latino americanas. v. 4: Manejo, uso e tratamento de

subprodutos da industrialização da mandioca. São Paulo: Fundação Cargill, 2000.

CEREDA, M. P. Série: Culturas de tuberosas amiláceas latino-americanas. v. 1: propriedades

gerais do amido. São Paulo: Fundação Cargill, 2002.

CEREDA, M. P; VILPOUX, O. Polvilho azedo, critérios de qualidade para uso em produtos

alimentares. In: CEREDA, M. P. Série: Culturas de tuberosas amiláceas latino americanas. v. 3:

Tecnologia, usos e potencialidades de tuberosos amiláceas latino-americanas. São Paulo: Fundação

Cargill, 2003.

DINIZ, I. P. Caracterização tecnológica do polvilho azedo produzido em diferentes regiões do

Estado de Minas Gerais. 2006. 103 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos)

- Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006.

O polvilho azedo. Aditivos e Ingredientes. São Paulo, n.72, 2010. Disponível em: <http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/207.pdf>. Acesso em: 17 mai. 2013.

ZAMBONI, C. de Q.; ALVES, H. I.; BATISTIC, M. A.; RODRIGUES, R. M. M. S.; ATUI, M. B.;

SANTOS, M. C. dos. Sujidades e fraudes em amidos e féculas. Boletim do Centro de Pesquisa e

Processamento de Alimentos, Curitiba, v.9, n.1, 1991.