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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ BEATRIZ DE ALMEIDA FIDELIS SIALOCELE SECUNDÁRIA A SIALÓLITO EM UM CÃO RELATO DE CASO. CURITIBA JUNHO 2015

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

BEATRIZ DE ALMEIDA FIDELIS

SIALOCELE SECUNDÁRIA A SIALÓLITO EM UM CÃO – RELATO DE

CASO.

CURITIBA

JUNHO 2015

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BEATRIZ DE ALMEIDA FIDELIS

SIALOCELE SECUNDÁRIA A SIALÓLITO EM UM CÃO – RELATO DE

CASO.

CURITIBA

JUNHO 2015

Relatório apresentado à Coordenação de

Estágio como requisito parcial de Avaliação

do Estágio Curricular Obrigatório do Curso

de Medicina Veterinária da Universidade

Tuiuti do Paraná.

Orientador: Profº: Carlos Henrique do

Amaral.

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DEDICATÓRIA

Aqueles que dedicaram sua vida e fizeram sacrificios por mim, mãe e pai, obrigada

por todo amor, carinho e apoio.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por todas as oportunidades,

benções e por ter me dado esse dom de cuidar dos animais.

Aos meus pais, José Fidelis de Oliveira e Dirce de Almeida Bastos, por terem

dedicado a vida deles para me ajudarem a realizar os meus sonhos, me incentivarem

e me apoiarem nessa caminhada.

A minha família e ao meu irmão por todo carinho e apoio nessa caminhada.

Aos meus amigos, por toda paciência comigo nos momentos de estresse e

nos momentos em que eu não pude estar presente, pelo apoio e incentivo durante

essa jornada.

Ao meu professor de diagnóstico por imagem, Daniel Capucho, que me

apresentou e mostrou como o mundo em preto e branco é divertido, e as minhas

“madrinhas” da imagem, Médica Veterinária Simone Monteiro, Médica Veterinária

Natascha Kellermann Brauer Schepanski, Médica Veterinária Andressa Cristina de

Souza e Médica Veterinária Barbara Sanson por continuarem me guiando nesse

mundo, me ensinando, me apoiando e acreditando em mim. Muito obrigada por tudo,

vocês moram no meu coração.

Aos meus professores da Faculdade Evangélica do Paraná, que me

ensinaram o que é a medicina veterinária e que continuaram se dedicando a ensinar

mesmo em situações adversas. Vocês são aqueles em que eu me espelho quando

penso em um exemplo de profissional.

A Universidade Tuiuti do Paraná e ao meu orientador por me auxiliarem no

final da minha jornada acadêmica.

Ao meu anjinho de quatro patas, obrigada por esses 15 anos juntas, por todas

as lambidas, mordidas, abanadas de rabo e por me ficar esperando chegar em casa,

por ter me ensinado a amar não só você, mas todos os animais e principalmente por

ter me mostrado qual é o meu verdadeiro dom. Cada animal que passar por mim eu

vou ver um pouquinho de você. Espero que você estaja bem aonde estiver, meu

anjinho, Milli.

Por último a todos que me receberam na UHAC da PUC PR durante o meu

estágio obrigatório, residentes, colaboradores, estágiarios, professores e alunos,

obrigada pelo carinho, atenção e aos ensinamentos.

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EPÍGRAFE

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva

intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”

Charles Chaplin

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RESUMO

O estágio obrigatório foi realizado na Unidade hospitalar para animais de

companhia da PUC PR, com duração de três meses, nos setores de diagnóstico por

imagem e clínica médica e teve como objetivo o aperfeiçoamento dos conhecimentos

adquiridos na graduação. O caso a ser relatado, o qual foi acompanhado durante o

estágio, é de um cão, macho, SRD, adulto, que foi retirado da rua e apresentava

aumento de volume em região cervical. Após realização de exames laboratóriais e de

imagem foi possivel confirmar a presença de sialocele, com a presença de sialólitos

como agente causador. Foi realizado a sialodectomia das glândulas submandubular

e sublingual direita e constatado a presença dos sialólitos. O paciente teve a formação

de seroma como complicação, porém com melhora posterior.

Palavras chave: mucocele; glândula salivar; cálculo; mandibular; sublingual.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: (A) Fachada; (B) Recepção; (C) Sala de espera; (D) Sala de emergência.

Fotos da Unidade Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) – PUC - PR

2015............................................................................................................................16

Figura 2: (A) Consultório; (B) Internamento clínico; (C) Pré-operatório; (D) Pós-

operatório. Fotos da Unidade Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) –PUC -

PR 2015......................................................................................................................17

Figura 3: (A) Centro cirúrgico; (B) Sala de procedimentos odontológicos; (C)

Laboratório de análises clínicas; (D) Laboratório de microbiologia. Fotos da Unidade

Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) – PUC - PR 2015.............................17

Figura 4: (A) Sala de ultrassom; (B) Sala de exames radiográficos; (C) Sala de laudos

ultrassonográficos e radiográficos; (D) Isolamento. Fotos da Unidade Hospitalar para

animais de Companhia (UHAC) – PUC - PR 2015......................................................18

Figura 5: (A) Aparelho Ultrassonográfico; (B) Aparelho endoscópio e Retroprojetor.

Fotos da Unidade Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) – PUC - PR

2015............................................................................................................................19

Figura 6: Imagem fotográfica demonstrando aumento de volume cervical (seta) de um

animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.............27

Figura 7: Imagem fotográfica demonstrando aumento de volume cervical lateralizado

para direita (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC

– PUC PR, 2015..........................................................................................................27

Figura 8: Figura 8:Radiografia torácica em projeção latero-lateral esquerda

demonstrando opacificação pulmonar difuso em padrão misto (bronquial e intersticial),

de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR,

2015............................................................................................................................29

Figura 9: Figura 9: Radiografia cervical em projeção latero-lateral direita na qual não

é possível observar a presença dos sialólitos de um animal da espécie canina, adulto,

SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015..................................................................29

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Figura 10: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência

6,6 MHz, demonstrando a glândula salivar mandibular com aumento de volume e

conteúdo hipoecogênico e a presença de estrutura hiperecogênica, formadora de

sombra acústica (sialólito) (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD,

atendido na UHAC – PUC PR, 2015...........................................................................30

Figura 11: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência

6,6 MHz, da glândula salivar mandibular, com aumento de volume e conteúdo

hipoecogênico e a presença de estruturas hiperecogênicas, formadora de sombra

acústica (sialólitos) (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na

UHAC – PUC PR, 2015...............................................................................................30

Figura 12: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência

6,6 MHz, demonstrando as glândulas salivares mandibular (seta azul), com aumento

de tamanho e conteúdo hipoecogênica e estrutura hiperecogênica, formadora de

sombra acústica (seta verda) e glândula sublingual (seta vermelha) com aumento de

tamanho e conteúdo hipoecogênico de um animal da espécie canina, adulto, SRD,

atendido na UHAC – PUC PR, 2015...........................................................................31

Figura 13: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência

6,6 MHz, demonstrando as glândulas salivares mandibular (seta azul), com aumento

de tamanho e conteúdo hipoecogênico e presença de estruturas hiperecogênicas

(sialólitos), e sublingual (seta vermelha) com aumento de tamanho e conteúdo

hipoecogênico de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC –

PUC PR, 2015............................................................................................................31

Figura 14: Imagem fotográfica demonstrando glândula salivar mandibular com a

presença de sialólito (seta) durante o trans - operatório de um animal da espécie

canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015..........................................33

Figura 15: Imagem fotográfica demonstrando o pós operatório imediato com o dreno

de Pen Rose (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC

– PUC PR, 2015..........................................................................................................34

Figura 16: Imagem fotográfica demonstrando as glândulas salivares após a

sialodectomia mandibular e sublingual direita com a presença de sialólito (seta) de um

animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.............34

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Figura 17: Ilustração demonstrando a localização anatômica das glândulas salivares

de um animal da espécie canina e suína. Fonte:

http://rosivaldounir.blogspot.com.br/2012/05/cavidade-oral.html, 2014.....................37

Figura 18: Imagem demonstrando dilatações saculares difusas nas ramificações

distais do ducto de Stenon esquerdo compatíveis com sialodenite crônica, observado

em um exame de sialografia realizado em humano. Fonte: MIZIARA & CAMPELO,

2005............................................................................................................................41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Exames ultrassonográficos acompanhados durante o estágio na UHAC

durante o período de 02 de fevereiro a 30 de abril na PUC PR, 2015..........................21

Tabela 2: Exames radiográficos acompanhados durante o estágio na UHAC durante

o período de 02 de fevereiro a 30 de abril na PUC PR, 2015.......................................21

Tabela 3: Outros exames acompanhados durante o estágio na UHAC durante o

período de 02 de fevereiro a 30 de abril na PUC PR, 2015..........................................21

Tabela 4: Números de alterações observadas em exames ultrassonográficas de

acordo com o sistema avaliado durante o período de estágio na UHAC – PUC PR,

2015............................................................................................................................23

Tabela 5: Sistemas acometidos durante os atendimentos realizados na clínica médica

de pequenos animais durante o estágio currícular de 02 de fevereiro a 30 de abril na

UHAC – PUC PR, 2015...............................................................................................25

Tabela 6: Resultado do hemograma e de exames bioquímicos de um animal da

espécie canina, adulto, macho, SRD, atendido na UHAC, PUC – PR, 2015...................32

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Exames ultrassonográficos realizados no setor de diagnóstico por imagem

durante o período de estágio curricular do UHAC- PUCPR, 2015...............................22

Gráfico 2: Exames radiográficos realizados no setor de diagnóstico por imagem

durante o período de estágio curricular do UHAC- PUCPR, 2015...............................22

Gráfico 3: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a espécie e sexo que

realizaram exame ultrassonográfico durante o período de estágio na UHAC – PUC

PR, 2015.....................................................................................................................24

Gráfico 4: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a espécie e sexo que

realizaram exame radiográfico durante o período do estágio na UHAC – PUC PR,

2015............................................................................................................................24

Gráfico 5: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a espécie e sexo que foram

atendidos na clínica médica durante o período do estágio na UHAC – PUC PR,

2015............................................................................................................................25

Gráfico 6: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a idade que foram

atendidos na clínica médica durante o período do estágio na UHAC – PUC PR,

2015............................................................................................................................26

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

BID- “Bis in die”- Duas vezes ao dia

Bpm- Batimentos por minuto

BR-Brasil

CHGM- Concentração de hemoglobina globular média

cm- Centímetro

FL- Fentolitros

g/dL- gramas por decilitros

HGM- Hemácia Globular Média

kg- Quilograma

mg- Miligrama

mHz- Megahertz

mm³- milímetro cúbicos

Mpm - movimentos por minuto

Pg - Picograma

PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná

SID- “Semeal in die” -Uma vez ao dia

SRD – Sem raça definida

TID- “Tis in die” - Três vezes ao dia

TPC - Tempo de preenchimento capilar

UHAC -Unidade Hospitalar para Animais de Companhia

UHAF- Unidade Hospitalar para Animais de Fazenda

US - Ultrassonografia

VGM - volume globular médio

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....... ............ ........ ........ ............ ........ ........ .... ......14

2 DESCRIÇÃO DA UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO...... ......15

3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS........ ...... ...... .19

3.1 CASUÍSTICA ... ... ......... ........ ........ ............ ........ ........ ............ . ....20

4 DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO....... ............ ........ ........ ..... ......26

5 REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO...... ..... ... ..... ....... ..... .36

5.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES....... .....36

5.2 ETIOLOGIA..... ............ ........ ........ ............ ... ..... ........ ............ .....37

5.3 DIAGNÓSTICO............ ........ ........ ............ ... ..... ........ ............ .....39

5.4 TRATAMENTO............ ........ ........ ............ ... ..... ........ ............ .....42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....... ... ............ ........ ........ ........... . .. ....44

REFERÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............. ........ . ...... . ... ......... .....45

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1. INTRODUÇÃO

O estágio currícular foi realizado na Pontificio Universidade Católica do Paraná

(PUC - PR), na Unidade Hospitalar para Animais de Companhia (UHAC), durante o

período de 02/02/2015 a 30/04/2015, nos setores de diagnóstico por imagem e clínica

médica de pequenos animais, supervisionado pelo professor Ubirajara Lobe Taquesti

no setor de diagnóstico por imagem e pela professora Ana Paula Lopes Saraff no setor

de clínica médica. O estágio teve como carga horária total de 528 horas. O objetivo

do estágio foi o aprendizado e aperfeiçoamente de conhecimento adquiridos durante

a graduação e estágios extra currículares em ambas as áreas.

Este trabalho tem como objetivo apresentar o local concedente do estágio,

assim como as atividades nele realizadas, a casuística acompanhada e a

apresentação, revisão e discussão de um caso de sialocele secundária a sialólito em

um cão .

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2. DESCRIÇÃO DA UNIDADE CONCEDENTE

A PUC - PR foi fundada em 14 de março de 1959 como Universidade Católica

do Paraná, por Dom Manuel da Silveira D’Elboux, Arcebispo de Curitiba. Em 1991 foi

fundado o campus da PUC - PR em São José dos Pinhais, localizado na Rodovia BR

376, quilômetro 14. O campus conta com um Hospital Veterinário que apresenta duas

unidades distintas de atendimento: Unidade Hospitalar para Atendimento de Animais

de Companhia (UHAC) e Unidade Hospitalar para Animais de Fazenda (UHAF). A

UHAC atende nos horários das 8 horas as 12 horas e das 14 horas até as 18 horas,

com o sistema de senhas, sendo 6 distribuídas no período da manhã e mais 6 no

período da tarde. Após a distribuição das senhas apenas animais considerados em

estado de emergência e urgência serão atendidos.

O UHAC fornece atendimento nas áreas de clínica médica de pequenos

animais e clinica cirúrgica de pequenos animais, tendo como especialidades a

cardiologia, endocrinologia, dermatologia, oncologia, neurologia, ortopedia, patologia,

diagnóstico por imagem e anestesiologia veterinária. A equipe de trabalho da UHAC

é formado por médicos veterinários residentes, sendo 4 residentes em clínica médica,

3 residentes em clinica cirúrgica, 2 residentes em anestesiologia, 2 residentes em

diagnóstico por imagem, 1 residente em laboratório clinico, além de técnicos e

colaboradores, sob a supervisão dos professores responsáveis.

O UHAC (Figura 1A) conta com recepção, dispensário e farmácia (Figura 1B),

uma sala de espera (Figura 1C), uma sala de triagem, sala de emergência (Figura

1D), três ambulatórios (Figura 2A), internamento da clínica médica (Figura 2B), sala

de pré operatória (Figura 2C), sala de pós operatório (Figura 2D) com internamento

próprio para os animais após os procedimentos, um centro cirúrgico (Figura 3A) com

capacidade para duas cirurgias durante o mesmo período e anexo ao setor uma sala

de odontologia, porém outros procedimentos que necessitem de sedação, como os

procedimentos odontológicos, endoscopias e otoscopias também eram realizados

(Figura 3B). No setor ainda existiam sala para esterilização de materiais, ala da

limpeza e vestiário.

O UHAC possui seu próprio laboratório para analises clinicas e hematológica

(Figura 3C) e um laboratório de microbiologia (Figura 3D). Possui uma sala para a

realização dos exames ultrassonográficos (Figura 4A), uma sala para a realização dos

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exames radiográficos (Figura 4B) e uma sala para a elaboração dos laudos do setor

de diagnóstico por imagem (Figura 4C). Na parte externa ao hospital encontra-se um

internamento para doenças infecto - contagiosas (Figura 4D). Possui também três

canis para os cães da PUC, espalhados pelo câmpus e uma estrutura para os

funcionários e colaboradores composta por banheiros, cozinha e copa.

Figura 1: (A) Fachada; (B) Recepção; (C) Sala de espera; (D) Sala de emergência. Fotos da Unidade Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) –PUC - PR 2015.

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Figura 2: (A) Consultório; (B) Internamento clínico; (C) Pré-operatório; (D) Pós-operatório. Fotos da Unidade Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) –PUC - PR 2015.

Figura 3: (A) Centro cirúrgico; (B) Sala de procedimentos odontológicos; (C) Laboratório de análises clínicas; (D) Laboratório de microbiologia. Fotos da Unidade Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) –PUC - PR 2015.

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Figura 4: (A) Sala de ultrassom; (B) Sala de exames radiográficos; (C) Sala de laudos ultrassonográficos e radiográficos; (D) Isolamento. Fotos da Unidade Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) –PUC - PR 2015.

No setor de diagnóstico por imagem possui um aparelho de ultrassom Esaote

Mylab 40 Vet, composto por 2 transdutores, linear de 3 a 11 MHz e microconvexo de

14 mm de curvatura variando de 3 a 9 MHz, aparelho de endoscopia Storz Karl storz-

endoskope veterinary vídeo câmera III 692360 20 e aparelho retroprojetor para

visualização das imagens na sala de ultrassonográfia. A sala de radiologia possui um

aparelho radiográfico Siemens 500 Multix/BF, uma processadora de filmes

radiográficos Mectronix Equipement Photographique MV45X 0163, local de revelação

com uma processadora automática e uma sala de elaboração de laudos, com

computadores e negascópios.

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Figura 5: (A) Aparelho Ultrassonográfico; (B) Aparelho endoscópio e Retroprojetor. Fotos da Unidade

Hospitalar para animais de Companhia (UHAC) –PUC - PR 2015.

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio obrigatório foi realizado na unidade hospitalar de animais de

companhia (UHAC), da Pontifício Unidade católica do Paraná (PUC - PR), durante o

período de 2 de fevereiro de 2015 a 30 de abril de 2015, sendo divido entre os setores

de diagnóstico por imagem e clínica médica de pequenos animais.

O estágio no setor de Diagnóstico por imagem ocorreu entre os dias 2 de

fevereiro a 13 de março, com carga horaria de 8 horas diárias. Foi supervisionado pelo

professor Ubirajara Lobe Taquesti, sob a orientação do professor Carlos Henrique do

Amaral. O setor tem como função a realização de exames ultrassonográficos e

radiográficos, e também endoscopias e otoscopias para o auxiliar no diagnóstico dos

pacientes encaminhados pela clínica médica e clínica cirurgia de pequenos animais.

O setor também realiza procedimentos ecoguiados como cistocentese,

abdominocentese, biópsias e punções ecoguiadas.

As atividades que foram desenvolvidas neste setor foram preparo do animal

(tricotomia), contenção de animais para realização dos exames ultrassonográficos,

anotações de possíveis alterações sonográficas no exame, discussão dos casos e a

elaboração dos laudos. Foram possíveis acompanhar também procedimentos

ecoguiados, como cistocentese, abdominocentese e punções ecoguiadas e exames

de ecocardiografia e otoscopias.

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No setor de radiologia as atividades desenvolvidas foram o posicionamento

do animal, contenção, ajuste da técnica utilizada, revelação dos filmes e discussão

dos casos acompanhados. Também eram realizados plantões no horário do almoço

no internamento do pós cirúrgico.

O estágio no setor de Clínica Médica de pequenos animais ocorreu entre os

dias 13 de março a 30 de abril, com carga horaria de 8 horas diárias. Foi

supervisionado pela professora Ana Paula Lopes Saraff, sob a orientação do professor

Carlos Henrique do Amaral. O setor de clínica medica tem como função ofertar

atendimento clinico a animais com alguma afecção ou em estado de urgência e

emergência.

As atividades que foram desenvolvidas neste setor foram o primeiro

atendimento ao paciente, com a anamnese e exame físico, realização de exames,

como biópsia e raspados, procedimentos ambulatoriais, tais como colheita de sangue,

realização de acesso venoso, abdominocentese, tricotomias, curativos, sondagens e

administração de medicações pelas vias oral, intravenosa, subcutânea e

intramuscular. Também foi possível acompanhar exames de ecocardiograma e

eletrocardiografia. Durante o período de estágio no setor de clínica médica, foram

realizados plantões na hora do almoço no internamento do mesmo setor.

Durante todo o período do estágio foi possível também acompanhar palestras

ministradas por representantes comerciais de empresas, participar de seminários e

grupo de estudos. A carga horária total do estágio foi de 528 horas.

3.1 CASUÍSTICA

Durante o estágio curricular foram acompanhados 151 exames

ultrassonográficos (Tabela 1 e gráfico 1), 66 exames de radiográficos (Tabela 2 e

gráfico 2) e outros exames acompanhados na rotina, como 3 exames otoscópicos

(Tabela 3) e 13 exames ecocardiográficos (Tabela 3).

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Tabela 1: Exames ultrassonográficos acompanhados durante o estágio na UHAC durante o período de 02 de fevereiro a 30 de abril na PUC PR, 2015.

Ultrassom abdominal 132

Ultrassom gestacional 10

Ultrassom FAST 3

Ultrassom musculoesquelético 3

Ultrassom cervical 2

Ultrassom encefálico 1

Tabela 2: Exames radiográficos acompanhados durante o estágio na UHAC durante o período de 02 de fevereiro a 30 de abril na PUC PR, 2015.

Radiografia torácica 20

Radiografia de coluna 12

Radiografia abdominal 9

Radiografia de membros torácicos 9

Radiografia de pelve 6

Radiografia de membros pélvicos 4

Radiografia cervical 4

Radiografia de crânio 2

Radiografia contrastada

- Mielografia

- Urografia excretora

- Uretrocistografia retrógrada positiva

- Cistografia retrógrada positiva

1

2

2

1

Tabela 3: Outros exames acompanhados durante o estágio na UHAC durante o período de 02 de fevereiro a 30 de abril na PUC PR, 2015.

Cistocentese 50

Ecocardiografia 13

Biópsia ecoguiadas - Baço

4

Abdominocentese 4

Otoscopia 3

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22

Gráfico 1: Exames ultrassonográficos realizados no setor de diagnóstico por imagem durante o período de estágio curricular do UHAC- PUCPR, 2015.

Gráfico 2: Exames radiográficos realizados no setor de diagnóstico por imagem durante o período de estágio curricular do UHAC- PUCPR, 2015.

Na tabela abaixo (Tabela 4) pode-se observar a prevalência de alterações

encontradas nos exames ultrassonográficos.

87,40%

6,60%

1,32%

2%

2%

0,66%

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%

US Abdominal

US Gestacional

US Cervical

US FAST

US Musculoesquelético

US Encefalico

Exames ultrassonográficos

27,80%

12,50%

8,30%

16,60%

5,50%

2,80%

12,50%

5,50%

8,30%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%

RX Torácico

RX Abdominal

RX Pelve

RX Coluna

RX Cervical

RX Crânio

RX M. Torácico

RX M. Pelvico

RX Contrastado

Exames Radiográficos

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23

Tabela 4: Números de alterações observadas em exames ultrassonográficas de acordo com o sistema avaliado durante o período de estágio na UHAC – PUC PR, 2015.

Alterações hepáticas 54

Alterações esplênicas 54

Alterações renais 52

Alterações trato urinário caudal 37

Alterações uterinas 21

Alterações biliares 20

Alterações em mesentério 11

Alterações entéricas 9

Alterações em linfonodos 9

Alterações ovarianas 8

Alterações prostáticas 8

Alterações testiculares 5

Neoformações sem origem definida 5

Alterações gástricas 4

Alterações pancreática 4

Alterações em glândulas adrenais 3

Alterações vasculares 1

Alterações em glândulas salivares 1

Nos gráficos abaixo (Gráfico 3 e 4) pode-se observar a epidemiologia dos

pacientes que realizaram exame ultrassonográfico e radiográfico.

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Gráfico 3: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a espécie e sexo que realizaram exame ultrassonográfico durante o período de estágio na UHAC – PUC PR, 2015.

Gráfico 4: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a espécie e sexo que realizaram exame radiográfico durante o período do estágio na UHAC – PUC PR, 2015.

Também durante o período do estágio curricular foram realizados 81

atendimentos. Na tabela abaixo (Tabela 5) pode-se observar os sistemas acometidos

desses casos.

45

90

8

11

0 20 40 60 80 100

MACHOS

FÊMEAS

MACHOS

FÊMEAS

13

51

9

ESG

ATO

SEpidemiologia Exames de US

19

27

4

8

0 5 10 15 20 25 30

MACHOS

FÊMEAS

MACHOS

FÊMEAS

46

12

ESG

ATO

S

Epidemiologia Exames de RX

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Tabela 5: Sistemas acometidos durante os atendimentos realizados na clínica médica de pequenos animais durante o estágio currícular de 02 de fevereiro a 30 de abril na UHAC – PUC PR, 2015.

Sistema ósseo 24

Sistema cutâneo 22

Sistema reprodutor 13

Sistema gastrintestinal 10

Sistema urinário 8

Sistema endócrino 6

Sistema respiratório 5

Sistema cardiológico 5

Sistema renal 4

Sistema oftálmico 3

Sistema muscular 3

Sistema hematológico 2

Sistema neurológico 1

Nos gráficos (gráficos 5 e 6) abaixo pode-se observar a epidemiologia dos

animais atendidos na clínica médica quanto a espécie, sexo e idade.

Gráfico 5: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a espécie e sexo que foram atendidos na clínica médica durante o período do estágio na UHAC – PUC PR, 2015.

29

45

4

3

0 10 20 30 40 50

MACHOS

FÊMEAS

MACHOS

FÊMEAS

74

7

ESG

ATO

S

Epidemiologia Clínica médica

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26

Gráfico 6: Avaliação epidemiológica dos pacientes quanto a idade que foram atendidos na clínica médica durante o período do estágio na UHAC – PUC PR, 2015.

4. DESCRIÇÃO DO CASO CLINICO

Foi atendido na Unidade hospitalar para animais de companhia PUC – PR,

um macho, da espécie canina, SRD, adulto, pesando 8,7 Kg, não castrado. Em

primeira consulta, na anamnese, o proprietário informou que encontrou o animal na

rua no dia anterior e que ao levar em outra clínica veterinária diagnosticaram um tumor

em região cervical (Figura 6 e 7). Não foi instituído nenhum tratamento por esse

médico veterinário. Relatou também prurido intenso, escala 8 de 10, por todo o corpo,

principalmente em região de coxins. Relata também oligodipsia e apatia, negou

alterações em demais sistemas.

9

31

25

12

4

0 5 10 15 20 25 30 35

0 - 1 ANO

1 -5 ANOS

5 - 10 ANOS

10 - 15 ANOS

15 - 20 ANOS

Faixa etária

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Figura 6: Imagem fotográfica demonstrando aumento de volume cervical (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

Figura 7: Imagem fotográfica demonstrando aumento de volume cervical lateralizado para direita (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

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No exame físico foram observados frequência cardíaca (120 bpm), frequência

respiratória (24 mpm), mucosas apresentavam-se normocoradas, hidratação

satisfatória, TPC 2 segundos e pulso normoritmico e normocinético. Os linfonodos não

apresentavam alterações, apenas o linfonodo submandibular não pode ser avaliado

devido ao aumento de volume na região cervical.

No exame físico ainda foi observado em região dorsal pêlos ressecados,

descamação e hipotricose em região inguinal e perineal. Em região submandibular foi

observado aumento de volume, medindo aproximadamente 6 cm, de característica

flutuante e circunscrita. O paciente apresentava secreção nasal serosa em ambas as

narinas e sopro em foco mitral, grau V/VI. Com esses achados relacionados ao

aumento de volume em região cervical foi estabelecido como diagnóstico diferencial

mucocele, abcesso, sialodenite e neoplasia.

O paciente foi encaminhado para o setor de diagnóstico por imagem para

exame ultrassonográfico da região cervical e radiografia torácica. Na radiografia foram

realizadas três projeções, latero-lateral direita e esquerda e ventrodorsal, constatou-

se opacificação difusa de campos pulmonares em padrão misto (intersticial

desestruturado e bronquial), com a visualização da parede de alguns bronquios devido

a senescência (Figura 8). Para o exame ultrassonográfico foi realizado tricotomia da

região cervical, o exame foi realizado com o aparelho da marca Esaot MyLab 40 Vet,

utilizando o transdutor linear, com a frequência de 6,6 MHz. Foi constatado no exame

que a glândula mandibular direita apresentava aumento de tamanho, aumento de

ecogênicidade da cápsula glândular, com conteúdo hipoecogênico e pequenas

estruturas hiperecogênicas formadoras de sombra acústica, de aproximadamente 0,3

cm. A glândula sublingual apresentava-se com aumento de tamanho e conteúdo

hipoecogênico, porém a cápsula estava preservada. Os linfonodos submandibulares

também foram observados no exame e encontravam-se sem alterações sonográficas.

Não foram observados os linfonodos retrofaríngeos nem as glândulas tireóide (Figuras

10, 11, 12 e 13). As alterações sonográficas observadas no exame eram compativeis

com o diagnóstico sonográfico de sialocele com a presença de sialólitos. Após o

exame ultrassonográfico foi realizado uma segunda radiográfia, desta vez da região

cervical (Figura 9), para ver se era possível detectar a presença dos cálculos e tentar

quantificar os mesmos, porém a radiografia demonstrou apenas aumento de volume

de tecidos moles, não sendo possível detectar a presença dos sialólitos.

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Figura 8:Radiografia torácica em projeção latero-lateral esquerda demonstrando opacificação pulmonar difuso em padrão misto (bronquial e intersticial), de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

Figura 9: Radiografia cervical em projeção latero-lateral direita na qual não é possível observar a presença dos sialólitos de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

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Figura 10: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência 6,6 MHz, demonstrando a glândula salivar mandibular com aumento de volume e conteúdo hipoecogênico e a presença de estrutura hiperecogênica, formadora de sombra acústica (sialólito) (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

Figura 11: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência 6,6 MHz, da glândula salivar mandibular, com aumento de volume e conteúdo hipoecogênico e a presença de estruturas hiperecogênicas, formadora de sombra acústica (sialólitos) (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

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Figura 12: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência 6,6 MHz, demonstrando as glândulas salivares mandibular (seta azul), com aumento de tamanho e conteúdo hipoecogênica e estrutura hiperecogênica, formadora de sombra acústica (seta verda) e glândula sublingual (seta vermelha) com aumento de tamanho e conteúdo hipoecogênico de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

Figura 13: Imagem ultrassonográfica obtida com trandutor linear, com de frequência 6,6 MHz, demonstrando as glândulas salivares mandibular (seta azul), com aumento de tamanho e conteúdo hipoecogênico e presença de estruturas hiperecogênicas (sialólitos), e sublingual (seta vermelha) com aumento de tamanho e conteúdo hipoecogênico de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

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32

Além dos exames de imagem, foram coletados material para exames

hematológicos e bioquímicos (Tabela 4) e material da região submandibular para

análise de fluido biológico. O último porém foi inconclusivo devido ao material coletado

estar inviável para análise. Nos exames hematológicos foi possível observar

leucocitose por neutrofilia e albumina discretamente diminuída.

Tabela 6: Resultado do hemograma e de exames bioquímicos de um animal da espécie canina, adulto, macho, SRD, atendido na UHAC, PUC – PR, 2015.

Contagem de plaquetas: 255.000/mm³.

Após os exames pode-se concluir como diagnóstico definitivo de sialocele

com a presença de sialólitos. Foram receitados banhos com shampoo Dove baby a

ERITROGRAMA Valor encontrado Valor de referência

Eritrócitos 5,980 milhões/mm³ 5,5 A 8,5

Hemoglobina 13,1 g/dL 12 a 18

Hematócrito 42% 37 a 55

VGM 70,23 fL 60 a 77

HGM 21,91 pg

CHGM 31,19% 32 a 36

LEUCOGRAMA

Leucócitos 22500/mm³ 6000 a 17000

Eosinófilos 4% 900/mm³ 100 a 1250

Basófilos 0% 0/mm³ Raros

Linfócitos 6% 1350/mm³ 1000 a 4800

Linfócitos atípicos 0% 0/mm³ 0

Monócitos 2% 450/mm³ 150 a 1250

Mielócitos 0% 0/mm³ 0

Metamielócitos 0% 0/mm³ 0

Bastonete 0% 0/mm³ 0 a 300

Segmentados 88% 19800/mm³ 3000 a 11500

Neutrófilos 88% 19800/mm³ 3000 a 11800

Proteína plasmática 7,2 g/dL

BIOQUÍMICOS

Uréia 57,71 mg/dL 21 a 60

Creatinina 0,96 mg/dL 0,5 a 1,5

Transaminase pirúvica 53,41 UI 0 a 120

Albumina 2,35g/dL 2,6 a 3,3

Fosfatase Alcalina 28 UI 0 a 156

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cada 7 dias e Conforts para as alterações dermatológicas e como tratamento para a

sialocele foi indicado o procedimento cirúrgico para remoção da glândula salivar.

Após sete dias o paciente retornou para sialodectomia direita, a qual foi

realizada com sucesso. Foram removidas cirurgicamente as glândulas mandibular

direita e sublingual monostomática (Figura 13 e 15) e foi colocado um dreno (Figura

14). Foram enviadas amostras das glândulas para citologia e histopatológico, no qual

o primeiro apresentou hemácias, debri celular, macrófagos e células epiteliais de

descamação, tendo como resultado inconclusivo. O resultado do histopatológico foi

hiperplasia de glândula salivar. Foram prescritos no pós operatório tramadol 2mg/Kg

(TID durante 5 dias), dipirona (TID durante 5 dias), amoxicilina com ácido clavulânico

400mg/5ml (BID durante 5 dias) e maxicam 2mg (SID durante 5 dias).

Figura 14: Imagem fotográfica demonstrando glândula salivar mandibular com a presença de sialólito (seta) durante o trans - operatório de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

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Figura 15: Imagem fotográfica demonstrando o pós operatório imediato com o dreno de Pen Rose (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

Figura 16: Imagem fotográfica demonstrando as glândulas salivares após a sialodectomia mandibular e sublingual direita com a presença de sialólito (seta) de um animal da espécie canina, adulto, SRD, atendido na UHAC – PUC PR, 2015.

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O primeiro retorno pós operatório foi 24 horas após a cirurgia, paciente não

apresentava alterações e a ferida cirúrgica se encontrava em bom estado. Os pontos

e o dreno encontravam-se intactos e no curativo havia grande quantidade de exsudato

e um leve edema na região. No dia seguinte o paciente retornou novamente, tinha

retirado o dreno devido a prurido na região e foi recomendado o uso de colar

elisabetano e limpeza da ferida com solução fisiológica BID. Ferida encontrava-se em

bom estado.

Paciente retornou três dias depois com bastante acúmulo de seroma, sendo

drenado aproximadamente 40 ml. Ferida cirúrgica encontrava-se em bom estado e foi

recomendado que os proprietários continuassem a refazer os curativos BID em casa.

Foi pedido o retorno do paciente em três dias, porém paciente somente retornou em

17 dias. Os proprietários já tinham parado de fazer os curativos e relataram que o

aumento de volume estava diminuindo. Ferida cirúrgica encontrava-se em bom

estado, sem secreção e com boa cicatrização. Foram retirados os pontos e dado alta

cirúrgica ao paciente.

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5. REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO

5.1 Anatomia e Fisiologia das glândulas salivares

Cães e gatos possuem glândulas salivares menores e maiores, estas

menores estão distribuídas por toda cavidade oral, lábios, bochechas, língua, palato,

faringe e esôfago, e as glândulas maiores, que estão em pares e são elas as parótidas,

sublinguais, zigomáticas e mandibulares (Figura 16) (GIOSO, 2003). A glândula

parótida situa-se próxima a orelha, entre o ramo da mandíbula, a asa do atlas e a

cartilagem auricular (DYCE et al, 2004). É pequena e irregularmente triangular, sua

extremidade dorsal é alargada e é dividida em duas partes por um sulco que recebe

a base da orelha, sua extremidade ventral é pequena e sobrepõe a glândula

mandibular (GETTY, 1986). O ducto parotideo deixa a glândula da parte inferior da

borda rostral, cruza o músculo masseter e se abre na boca dorsalmente ao terceiro

dente molar superior nos cães e segundo dente nos gatos (GETTY, 1986).

A glândula sublingual é dividida em duas partes, a glândula sublingual

monostomática, encontrada mais caudalmente, situa-se na parte occipitomandibular

do músculo digástrico e mais intimamente com a glândula mandibular, as quais são

recobertas por uma cápsula fibrosa. O ducto sublingual maior acompanha o ducto

mandibular e se abre ao lado ou une-se a ele (GETTY, 1986). A glândula sublingual

polistomática, encontrada mais rostralmente, é longa e estreita. Situa-se entre a túnica

mucosa da boca e o músculo milo-hióideo, dorsalmente ao músculo estiloglosso. Os

ductos sublinguais menores podem abrir diretamente na boca ou unirem-se ao ducto

principal (GETTY, 1986).

A glândula zigomática é apenas encontrada nos carnívoros, e situa-se no

assoalho da órbita, ventrocaudal ao olho e medial ao arco zigomático (SANTANA et

al, 2014). Apresenta quatro ou cinco ductos, sendo que estes se abrem próximo ao

último dente molar superior (GETTY, 1986).

A glândula mandibular é maior que a glândula parótida, possui uma cápsula

fibrosa. A parte superior encontra-se sob a glândula parótida, porém seu restante é

superficial e pode ser palpada na junção das veias jugular e linguofacial. O ducto

mandibular deixa a face profunda da glândula, passa ao longo da face da parte

occipitomandibular do músculo digástrico e do musculo estiloglosso e abre-se na boca

na carúncula sublingual, próximo ao frênulo da língua (GETTY, 1986).

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Figura 17: Ilustração demonstrando a localização anatômica das glândulas salivares de um animal da espécie canina e suína. Fonte: http://rosivaldounir.blogspot.com.br/2012/05/cavidade-oral.html, 2014.

As glândulas salivares maiores são as responsáveis pela produção da saliva,

na qual cada ducto de cada uma das glândulas leva essa saliva até a boca (GIOSO,

2003). A função da saliva é atuar como parte do processo de digestão do alimento.

Apresenta também como função higienizar, umidificar, lubrificar e fazer a imunização

oral (FOSSUM, 2002).

5.2 Etiologia

Afecções que envolvem as glândulas salivares em cães são incomuns e

apresentam uma baixa incidência, de aproximadamente 0,3% (ANDRADE et al, 2011).

Sialoceles, higroma salivar, cistos salivares, abcessos e mais remotamente as

neoplasias, que ocorrem em aproximadamente 0,17%, são algumas das afecções que

podem ocorrer (FOSSUM, 2002; PIGNONE et al, 2010).

A sialocele acomete mais cães do que gatos, não havendo predisposição

sexual ou racial, porém cães das raças poodle, pastor alemão, yorkshire e dashchund

são frequentemente mais acometidos sem apresentar relevância estatística

(PIGNONE et al, 2009; ANDRADE et al, 2011; FERNANDES et al, 2012). Neste relato,

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38

apesar de se tratar de um cão SRD, o mesmo apresentava várias semelhanças físicas

com a raça Dashchund, o que poderia indicar uma predisposição racial.

Sialocele, também pode ser chamada de mucocele, é uma coleção de saliva

secretada por uma glândula ou ducto salivar lesionado, em tecidos subjacentes e

envolvido por um tecido de granulação (ARNAS, 2009). Apresenta-se como um

aumento de volume progressivo, uni ou bilateral, com tamanhos distintos, não

aderidos, circunscritos, flácidos, de consistência macia, superfície lisa, indolor a

palpação, flutuante e revestido por um epitélio pseudoestratificado (DIAS et al, 2013).

A sialocele é classificada de acordo com o local acometido, como: cervical,

sublingual, faríngea, zigomática e complexa. A sialocele cervical é o acúmulo na parte

profunda da região intermandibular ou da região cervical superior. Já a sialocele

sublingual, também denominada de rânula, é formada na região sublingual. Enquanto

que a faríngea é formada em um tecido adjacente a faringe e a zigomática, ocorre na

parte ventral da região do globo ocular. A sialocele complexa é representada pelo

acometimento de dois ou mais locais (SANTANA et al, 2014). Com as alterações

encontradas no paciente deste relato podemos dizer que se tratava de uma sialocele

cervical, o que condiz com a literatura, uma vez que as sialoceles cervicais são a de

maior prevalência (FOSSUM, 2002), com acometimento das glândulas do lado direito,

uma vez que o aumento de volume estava mais lateralizado para este lado. Em

humanos o local mais acometido é a superfície do lábio inferior, lateralmente a linha

média (CRIVELLARO et al, 2007; KAISER et al, 2008).

A sialocele ocorre devido a traumas ou infecções do parênquima glandular e

seus ductos, sialólitos ou devido a uma causa idiopática (PIGNONE et al, 2009;

ANDRADE et al,2011). Segundo Kazemi et al (2012) a dirofilária poderia estar

envolvida na etiologia da sialocele. Casos em humanos podem ocorrer devido

principalmente a traumas e obstruções dos ductos por sialólitos, porém acredita-se

que podem estar relacionados ao vírus do HIV em alguns casos (ATA-ALI et al, 2010;

ANDRADE et al, 2011). Ao contrário do que acontece nos humanos, no qual sialólitos

são uma das principais causas de sialocele, em cães essa causa para sialocele é

muito rara e pode ser observada como agente desencadeador neste paciente, porém

vale ressaltar que nem sempre é possível identificar a causa das sialoceles (KAZEMI

et al, 2012).

Sialólitos são estruturas mineralizadas que podem se formar dentro da

glândula salivar ou nos ductos, sendo raros em cães (ALCURE et al, 2005; PIGNONE

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39

et al, 2009). Acredita-se que eles se formam devido a deposição de sais minerais no

interior da glândula, associado ao muco, bactérias e células epiteliais descamadas. O

pH alcalino da saliva também pode predispor a formação em cães (PIGNONE et al,

2009). Dentre os sais minerais envolvidos podemos citar os fosfatos e carbonatos,

associados a magnésio, zinco, nitrato e outros materiais orgânicos. Acometem

principalmente a glândula mandibular, de 80 a 90% dos casos, em seguida a glândula

parótida, com 5 a 20% dos casos, a glândula sublingual apresenta uma porcentagem

1 a 2% e as glândulas menores e a zigomática são raramente afetadas (VALE et al,

2009).

Assim como na literatura, o paciente deste caso apresentou sialólito na

glândula mandibular, a qual é a principal glândula acometida. Em humanos a glândula

mandibular também é a que apresenta maior incidência de casos (LIMA et al, 2013),

na medicina existem cinco fatores que interligados podem explicar a alta incidência

de casos nesta glândula. Os quais são: o ducto de Wharton apresenta trajeto longo e

sinuoso; a drenagem da saliva na glândula mandibular ocorre contra a gravidade; a

secreção salivar apresenta ph mais alcalino que a produzida na glândula parótida; a

secreção da glândula é predominantemente mucosa, e as taxas de fosfato e de cálcio

da saliva mandibular são maiores do que das outras glândulas (GOES et al, 2013).

Apesar de não existirem possíveis causas na medicina veterinária do por que

a glândula mandibular é mais afetada, podemos encontrar algumas possíveis causas

quando comparamos com casos em humanos, como a secreção da glândula

mandibular nos cães é tanto mucosa como serosa, ao contrário do que é observado

em seres humanos, porém esse poderia ser um fator que contribuiria com a formação

dos sialólitos. A drenagem da saliva na glândula mandibular também ocorre contra a

gravidade e o ph da saliva dos cães também é alcalina.

5.3 Diagnóstico

O principal sinal clinico de modo geral é o aumento de volume, com

consistência macia e indolor a palpação, porém sinais secundários irão ocorrer de

acordo com a glândula acometida (PIGNONE et al, 2009). Quando ocorre sialocele

cervical observa-se apenas um aumento de volume externo na área ventral do

pescoço de tamanhos variados (GIOSO, 2013), o que pode ser observado no sinal

clinico do paciente deste caso, no qual apenas apresentava o aumento de volume em

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região cervical e nenhuma outra alteração clínica encontrada nos outros tipos de

sialoceles. Já na sialocele faríngea pode-se notar inchaço na área orofaríngea,

podendo causar movimentos anormais da língua, dificuldade na deglutição e

respiratória (VISNIESKI et al, 2013). Em casos que ocorrer a sialocele sublingual, o

animal apresentará dificuldade na apreensão de alimentos, disfagia, movimentos

anormais da língua, hemorragias e hematomas orais e anorexia (ANDRADE et al,

2011). Na sialocele zigomática pode ocorrer protrusão da terceira pálpebra, exoftalmia

e estrabismo divergente (COSTA et al, 2013).

Os exames laboratoriais normalmente se encontram dentro da normalidade

nesta afecção (DIAS, 2013), porém no paciente deste caso foi constatado nos exames

leucocitose e neutrofilia que seriam explicados pela reação inflamatória local devido a

sialocele, e a albumina em limite inferior pode-se ser explica devido ao animal ter sido

retirado da rua e provavelmente não ter uma alimentação adequada.

O diagnóstico vai ser baseado no histórico do paciente, anamnese, exame

físico e em exames complementares, como exame ultrassonográfico, exame

radiográfico e análise do material obtido na punção. (GIOSO, 2003; ATA-ALI et al.,

2010; PEREIRA & MALM, 2011; KAZEMI et al., 2012). O diagnóstico definitivo pode

ser feito apenas com a punção, uma vez que o conteúdo aspirado vai ser viscoso,

espesso, translúcido e de coloração amarelo com aspecto de saliva. Na análise

citológica do conteúdo puncionado irá demonstrar macrófagos vacuolizados e células

gigantes e polimorfonucleares, o que sugere uma inflamação (ANDRADE et al, 2011),

porém no paciente deste relato o material coletado não estava viável para análise.

Em casos de sialoceles com grande aumento de volume e por consequência

não ser possível a identificação de qual lado a glândula está acometida, pode-se

realizar a sialografia, que é a administração de 0,5 a 1,5ml de contraste radiopaco

através de um cateter introduzido no orifício do ducto, o qual irá identificar a glândula

acometida com exatidão (Figura 17) (GIOSO, 2003; ANDRADE et al., 2011). Por se

tratar de um exame mais difícil de ser realizado, o mesmo não é feito com muita

frequência na rotina. No paciente deste caso não foi necessário a realização deste

procedimento, uma vez que era possível observar que o aumento de volume estava

lateralizado para a direita, indicando assim de qual lado as glândulas estavam

acometidas.

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Figura 18: Imagem demonstrando dilatações saculares difusas nas ramificações distais do ducto de Stenon esquerdo compatíveis com sialodenite crônica, observado em um exame de sialografia realizado em humano. Fonte: MIZIARA & CAMPELO, 2005.

Para confirmar a presença de sialólitos, podem ser realizadas radiografias

simples, mas nem sempre pode-se comprovar a presença dos cálculos, uma vez que

eles podem apresentar diferentes graus de mineralização ou serem radioluscentes

(PRETTO et al, 2007; PIGNONE et al, 2009). A avaliação sonográfica de uma glândula

saudável observa-se a superfície de uma estrutura ovóide, com paredes lisas,

ecogênicidade média, posicionada entre a pele e a artéria carótida e uma série de

estruturas lineares hiperecogênicas representando os sistemas de ductos (TORAD &

HASSAN, 2013). Já na avaliação da região acometida com alteração irá observar a

presença de uma estrutura com parede hipercóica, com conteúdo predominantemente

anecóico e pontos hiperecogênicos em suspensão, o que sugere a presença de uma

estrutura cística (COSTA et al, 2013).

No paciente deste relato preconizou-se o exame ultrassonográfico, no qual

foram observados aspectos semelhantes ao descrito em literatura, porém com a

presença de estruturas arredondadas hiperecogênicas e formadoras de sombra

acústica, sugerindo a presença de cálculos. No exame radiográfico não foi possível

detectar a presença de sialólitos, o que pode ocorrer devido ao cálculo não ser muito

mineralizado ou radioluscente, nesses casos a medicina humana indica exames de

imagens mais avançados, como tomografia e ressonância magnética para a

confirmação (PRETTO et al, 2007).

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Um estudo realizado por Torad & Hassan (2013) apresentou aspectos clínicos

e ultrassonográficos de sialoceles e constatou que quanto mais crônico for o quadro,

mais rígida a sialocele irá se apresentar na palpação, o qual não foi o caso do paciente

deste relato, o conteúdo apresentava-se macio na palpação, o que não sugere um

quadro de crônicidade. Ultrassonograficamente em casos que tiveram início entre

duas semanas e um mês, observa-se uma estrutura arredondada, preenchida com

conteúdo anecóico, o conteúdo anecóico parece estar associado com a diminuição da

ecogênicidade do tecido glanduar e a cápsula glândular é facilmente identificada como

uma estrutura hipercogênica.

Em casos com início entre um a dois meses as imagens ultrassonográficas

irão mostrar aumento do conteúdo hipoecogênico e diminuição do conteúdo anecóico.

Para casos com mais de dois meses do início as alterações sonográficas encontradas

serão um conteúdo heterogênio e a diminuição do conteúdo anecóico. Nos casos com

mais de três meses do início observava-se uma aparência hiperecogênica com

acústica distal consistente com metaplásia óssea ou calcificação distrófica (TORAD &

HASSAN, 2013). Apesar de não ser possível ter o histórico do paciente, devido as

alterações ultrassonograficas, pode-se supor que a sialocele teve início entre um a

dois meses.

5.4 Tratamento

O tratamento de eleição para a sialocele, independentemente da causa, é a

remoção da glândula ou ducto acometido, através da técnica da sialodectomia, e da

obliteração do ducto salivar correspondente (GIOSO, 2003; VALE et al, 2009;

ANDRADE et al, 2011). Apesar da maioria dos autores indicarem a sialodectomia

como melhor opção para o tratamento, pode-se optar como tratamento inicial a

realização da marsupialização em casos de sialocele sublingual, que consiste na

realização de uma fístula para drenagem da saliva e deixar ocorrer a cicatrização por

segunda intenção. Em casos recorrentes de sialocele sublingual, em que a

marsupialização não seja eficaz, é recomendado então a realização da sialodectomia

da glândula siblingual (GERALDINI et al, 2006). Durante o procedimento cirúrgico da

sialodectomia é recomendado não romper a cápsula glandular, evitando assim o

extravasamento do conteúdo e consequentes infecções (PIGNONE et al, 2009).

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Ao final do procedimento deve-se colocar o dreno de Pen Rose, que deve ser

mantido por até 5 dias (ANDRADE et al, 2011), o que não foi possível neste caso pois

o paciente retirou o dreno dois dias após o procedimento, favorecendo assim a

formação de seroma, a qual é uma das principais complicações deste procedimento,

além de infecções, recidivas e edema facial (VALE et al, 2009). Outro modo que pode

ser utilizado para evitar a formação do seroma, e que não foi realizada no paciente,

são as bandagens compressivas (ANDRADE et al, 2011).

O tratamento para a sialocele pode ser realizado de forma conservadora

também. O tratamento conservador consiste em realizar a drenagem do conteúdo

salivar acúmulado no subcutâneo, com o auxílio de uma agulha estéreo de grande

calibre. Apesar de ser um procedimento simples, a principal complicação é a recidiva

da sialocele e por esse motivo não é recomendado a realização do procedimento,

além de apresentar um prognóstico desfavorável ao paciente (GAHIR et al, 2011).

Existem relatos de tratamentos conservadores na medicina humana para a

remoção dos sialólitos como litrotripsia por ondas de choque intra ou extracorporal

para diminuir o tamanhos dos sialólitos facilitando a eliminação espontânea, remoção

com sialoendoscopia, ou remoção com cirurgia conservadora (CAPACCIO et al,

2007). Existem relatos em humanos que o uso de calor externo, calor interno e

bochechos com suco de limão ajudariam na expulsão espontânea dos sialólitos

(PRETTO et al, 2007). O prognóstico após o tratamento cirúrgico é favorável

(ANDRADE et al, 2011).

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio currícular teve duração de 3 meses e foi realizado na Unidade

Hospitalar para Animais de Companhia da PUC-PR. Durante o período do estágio

foi possível acompanhar a rotina de dois setores, diagnóstico por imagem e clínica

médica, percebendo que ambos setores se completam. Junto com a rotina foi possivel

adquirir novos conhecimentos teóricos e práticos além de aperfeiçoar conhecimentos

já adquiridos, ter um amadurecimento profissional e assim a confirmação da área de

diagnóstico por imagem como área de maior afinidade, com interesse em realizar uma

especialização nela. Além de cohecimentos técnicos, foi possível observar e conviver

em uma rotina na qual era necessária a comunicação, trabalho em equipe, conduta

de trabalho e interação com o meio de trabalho.

Afecçóes das glândulas salivares apresentam baixa incidência, sendo a

principa delas a sialocele. Essa afecção não apresenta riscos ao animal, com exceção

da sialocele faríngea, que dependendo do seu tamanho pode levar o animal a um

quadro de emergência. Apesar dos exames de imagem não serem necessários para

o diagnóstico, o qual pode ser realizado apenas com a punção e análise da amostra

obtida da região, esses exames mostram-se impressindíveis para a confirmação da

presença dos sialólitos, em alguns casos até das glândulas salivares acometidas e

planejamento cirúrgico mais adequado. Com o tratamento cirúrgico e os cuidados de

pós operatório o quadro do paciente pode ser resolvido sem complicações, obtendo

assim um prognóstico favorável.

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