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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Caína Manfrinato Bernardo RECOBRÁS RECICLADORA DE COCO BRASIL CURITIBA 2009

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Caína Manfrinato Bernardo

RECOBRÁS

RECICLADORA DE COCO BRASIL

CURITIBA

2009

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RECOBRÁS

RECICLADORA DE COCO BRASIL

Curitiba

2009

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Caína Manfrinato Bernardo

RECOBRÁS

RECICLADORA DE COCO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso de pós-graduação apresentado como requisito ao Curso de MBA- Comunicação Empresarial da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientadora: Profª Denise Stacheski

CURITIBA 2009

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DEDICATÓRIA

Dedico a todas as pessoas que cuidam deste Planeta maravilhoso e lutam por sua

conservação. Às empresas que praticam a responsabilidade social e a

sustentabilidade ambiental. A minha mãe, que sempre me apoiou. Ao meu

namorado, que me ajudou nas pesquisas e formatações. A meu avô, que

proporcionou diálogos a respeito do meio ambiente, indicou livros e contribuiu

na correção. Enfim, a todas as pessoas interessadas neste assunto.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Frederico da Cunha Araújo, o Fred, por suas ideias simples e

práticas, sua insistência, poder de convencimento e, principalmente, pelo

exemplo a todos que com ele convivem em suas realizações. A Isabel Sehbe, por

seu incentivo e confiança. Aos que estavam comigo quando visitei Maragogi,

sem cujo apoio este trabalho não existiria. A Rodrigo Brito, meu amigo colegial,

por sua atuação com reciclagem, modelar para a sociedade.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………….. 9 1.1 O COCO VERDE…………………………………………………….. 12 2. COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ………………………………… 18 2.1 COMUNICAÇÃO INTEGRADA…………………………………….. 21 2.2 Comunicação Externa…………………………………………………. 23 2.3 Comunicação Interna………………………………………………….. 27 2.4 Planejamento Estratégico……………………………………………… 30 2.5 Gestão Ambiental……………………………………………………... 33 3. RECOBRAS…………………………………………………………… 35 3.1 OBJETIVOS E CARACTERÍSTICAS……………………………….. 36 3.2 Plano de Comunicação………………………………………………... 38 3.3 Ecoprodutos..................……………………………………………….. 42 3.4 Processo de Reciclagem ……………………………………………… 47 4. CONCLUSÃO…………………………………………………………. 48 5. ANEXOS……………………………………………………………….. 50 6. REFERÊNCIAS……………………………………………………….. 64

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LISTA DE ANEXOS

I. DISPOSIÇÃO FINAL DO LIXO NO BRASIL....................................... 50 II. CRONOGRAMA DAS AÇÕES RECOBRÁS....................................... 51 III. ORÇAMENTO RECOBRÁS…………………………………………. IV. ORÇAMENTO COMUNICAÇÃO RECOBRAS.................................

52 53

V. LOGOMARCA RECOBRÁS E “AÇÃO PRAIA LIMPA”.................... 54 VI. FLUXOGRAMA PARA PRODUÇÃO DE SUBSTRATO.................. 55 VII. EMBRAPA INCENTIVA RECICLAGEM DE COCO....................... 56 VIII. A CARTA DA TERRA……………………………………………... 57

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RESUMO

O presente trabalho consiste no reaproveitamento das cascas de coco verde para a produção de substrato e comercialização. A empresa Recobras, desenvolvida a partir da necessidade de gerenciar o lixo urbano da população de Alagoas, tem como objetivo, fomentar a geração de trabalho e renda com a implantação de uma unidade de beneficiamento de casca de coco verde, gerando assim benefícios à população, conscientizando e educando o povo alagoano para a construção de uma vida saudável, sustentável e ecológica. A avaliação do potencial de aproveitamento do resíduo do coco verde pode ser uma alternativa para diminuir o espaço ocupado por estes resíduos no aterro sanitário, e desta forma aumentar a vida útil do mesmo, já que a fibra do coco verde pode ser utilizada de diversas maneiras. Os fatores que influenciaram na escolha desta área foram a grande concentração de lixo em áreas impróprias e a enorme quantidade de coco verde no Estado. A implantação de um plano de comunicação empresarial é fundamental para que o projeto seja viável, desta forma, os eco produtos derivados do reaproveitamento geram maior interesse de mídia e do mercado em geral.

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1. INTRODUÇÃO

O século XXI trouxe novos pensamentos e novas posturas mercadológicas.

Hoje, pode-se dizer que muitos países vivem num estágio pós-consumo de massa,

apontando para o renascimento das causas humanistas, dos movimentos

questionadores, dos jovens e minorias sociais, das organizações e das tendências

comunitárias voltadas para a prática da autogestão. Dentro deste novo universo de

relações, o modelo de comunicação a serviço do sistema empresarial deve, além de se

preocupar com as vendas, procurar trabalhar o conceito de credibilidade das

organizações. Surge a necessidade de reativar o marketing de produto e o marketing

social unindo a qualidade do produto à confiabilidade de quem produz. Nesse sentido,

temos a comunicação integrada como responsável pela funcionalidade do conceito.

Harmonizar a política de produto com a política de imagem institucional, descobrir as

tendências de cada grupo social, promover melhorias na qualidade de vida da

população, ajustar as estratégias mercadológicas e institucionais dentro de parâmetros

qualitativos, assim labora um bom planejamento em comunicação. Informação

honesta, compromissos para com o desenvolvimento e identificação com os anseios e

aspirações dos consumidores. Tudo isto resulta em responsabilidade social

empresarial, comprometimento com o esforço sócio-político-econômico.

Reunir produtores e compradores não apenas mais de bens e serviços, mas

também de idéias, através de mecanismos que conciliem os interesses das áreas de

Publicidade, promoção de Vendas, Relações Públicas, informações jornalísticas e

outros segmentos de comunicação, certamente é uma hipótese aconselhável nestes

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momentos difíceis, em que a imagem de um bom produto jamais poderá estar

dissociada da imagem de uma boa empresa. Trata-se, sobretudo, do compromisso que

a empresa constrói com a realidade social, o meio ambiente e o desenvolvimento dos

seus recursos humanos, agora tratados com ações políticas sérias, equipe sólida e

intenções honestas. Responsabilidade social entendida não apenas como uma

possibilidade de gerar empregos, mas com a obrigação de oferecer produtos honestos,

de qualidade, e de reconhecer seus erros, emissões e desleixos.

Deve constituir-se numa nova forma de relação entre a empresa e o mundo onde

está situada; deve representar uma estratégia especial com o objetivo de criar uma

comunidade de símbolos e signos identificada com o novo mundo; deve trabalhar no

processo de humanização da empresa. Em outro nível, a empresa deve ter

sensibilidade para promover os interesses da região onde está localizada. Os grupos

que habitam uma região têm preocupações e aspirações, que devem ser aspirações e

preocupações da empresa, numa identificação e promoção do sentimento empresa-

comunidade. A comunicação empresa-região deve apresentar características de

informação honesta, solidariedade e identificação precisa da imagem que a empresa

quer projetar.

A humanidade é parte de um processo evolutivo universal e com ela vem à

devastação, a redução de recursos, a extinção de espécies e o consumo exacerbado. O

crescimento da população mundial tem sobrecarregado os sistemas ecológicos e

sociais. Devido à precariedade na gestão do lixo na região de Alagoas e à enorme

quantidade de coqueiros, a Recobras – Recicladora de Coco Brasil escolheu este local

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para a construção de sua empresa. Sem cuidado algum, o lixo produzido pelos dois

municípios, que possuem nas belezas naturais seus principais atrativos turísticos, pode

gerar num futuro próximo prejuízos ao meio ambiente, à saúde e à qualidade de vida

da população; interferindo na principal cadeia geradora de emprego e renda dos

municípios, na atividade turística. A região é cercada por lagos e mananciais que

deságuam no oceano. O lixo destinado de forma incorreta é danoso para o meio

ambiente e grande parte destes rejeitos é a casca de coco verde.

A reutilização destes rejeitos é uma forma preventiva de poluição e

seguramente ecológica. A casca do coco verde, se reciclada, pode servir de insumo na

produção de inúmeros materiais. Este fruto de origem duvidosa, não se sabe ao certo

se americana ou asiática, encontra condições favoráveis nas proximidades do mar. Esta

é a mais importante das palmeiras, visto que dela nada se perde tudo pode ser

aproveitado, principalmente o fruto. Desta forma, a Recobras pretende trabalhar com a

reciclagem da casca do coco verde proporcionando melhores condições de vida à

população, trazendo oportunidades de emprego, atraindo empreendedores e

transformando a região em área de preservação e conservação.

Contribuir para a melhoria da qualidade das relações estabelecidas com as

diversas partes interessadas e para o desenvolvimento socioeconômico do país, desta

forma estará reconhecendo o valor da comunicação dentro da empresa na busca de

novos mercados e no aprimoramento das relações além de atuar na transformação

social que implica a responsabilidade social empresarial e o desenvolvimento

sustentável.

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1.1. O COCO VERDE

A popularização da água de coco desencadeou um aumento progressivo de seu

consumo, principalmente a partir da década de 90 para a qual foi fundamental o apoio

da mídia para disseminar a importância e os benefícios que o consumo da água de

coco verde proporciona à saúde humana.

O coco é a terceira fruta de maior cultivo no Brasil, sendo atualmente uma das mais consumidas. O que pouco se imagina é que o consumo da fruta gere tantas toneladas de resíduos, a cada 250 ml de água de coco 1 (um) quilo de resíduo é gerado. (MORAES, Luca, 2004)

Nas regiões onde o coco verde é consumido em grande quantidade, a casca do

coco corresponde a 70 % (setenta por cento) do volume do lixo. Esses materiais, além

de fonte de matéria orgânica, servem como fonte de proteínas, enzimas e óleos

essenciais, passíveis de recuperação e aproveitamento. “Atualmente o país tem 57000

hectares plantados com coco verde o que gera aproximadamente dois milhões de

toneladas de lixo ano.” (MAYER, 2004)

Sendo assim, com este processo pretende-se fornecer as informações

necessárias à criação e desenvolvimento de uma empresa de reciclagem de coco verde.

O reaproveitamento de resíduos sólidos merece uma grande atenção e preocupação por

parte das empresas e do governo. A reutilização destes resíduos provenientes da

indústria e do comércio de alimentos pode diminuir consideravelmente a enorme

quantidade de lixo nos aterros do Brasil. As cascas, quando jogadas sem nenhum tipo

de tratamento em aterros sanitários ou lixões, levam em média dez anos para serem

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decompostas. Servem de abrigo para animais como ratos e favorecem, por exemplo, a

reprodução de insetos, como o mosquito da dengue. De acordo com Sidney Grippi,

segundo dados do IBGE, “80% da disposição final do lixo brasileiro é feita em

vazadouros a céu aberto, sendo o pior cenário o da região Nordeste” (2001, p.3) ver

ANEXO I, pág. 48.

Os resíduos, potencialmente aproveitáveis, são tratados com uma indicação de

desperdício. Uma saída para essa situação deve ser a reciclagem, que transforma a

matéria-prima em uma oportunidade para a geração de novos produtos e,

consequentemente, mais lucro para os sítios de produção, formando assim, uma cadeia

agroindustrial.

A reciclagem das fibras do coco é uma atividade relativamente antiga no

mundo. Na Ásia, onde estão os principais produtores de coco, podem-se encontrar

diversas empresas especializadas na venda de produtos resultantes da reciclagem de

casca de coco, principalmente na Indonésia, Filipinas e Sri-Lanka. O setor

agroindustrial ainda não é reconhecido como sendo um setor que polui o meio

ambiente e a partir desta problemática justifica-se cada vez mais a necessidade de se

falar de meio ambiente a partir de novas formas de atuação, no que se refere aos

aspectos econômicos e empresariais, por meio de propostas do aproveitamento dos

resíduos de coco verde que resultem em inúmeros novos produtos.

O coco apresenta inúmeras vantagens na sua utilização, para Elói Martins

Senhoras (2003), pode ser usado como combustível para caldeiras, na manufatura de

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cordoalha, tapetes, estofamento e capachos. No cultivo de plantas ornamentais e

hortaliças, na indústria do papel, na engenharia de alimentos, na produção de enzimas

e na construção civil. Além de ser um material ecológico e facilmente reciclável,

pertencente à família das fibras duras, tem como principais componentes a celulose e o

lenho que lhe conferem elevados índices de rigidez e dureza, encontrando-se

perfeitamente vocacionada para os mercados de isolamento térmico e acústico, em

face de suas características, que o tornam um material versátil, dada a sua resistência,

durabilidade e resiliência. Esses resíduos, enquanto matérias-primas não utilizadas

apresentam custos de desova importantes para a sociedade. Reaproveitá-los é condição

de avanço na cadeia agroindustrial do coco verde, gerando oportunidades de trabalho e

de renda. Desperdícios ou subprodutos, antes considerados desinteressantes para serem

reaproveitados, são agora tidos como fontes valiosas para reprocessamento e outras

utilizações. Segundo a Embrapa Agroindústria Tropical,

A partir de cinco mil cocos processados, o empreendedor já cobre as despesas e começa a lucrar [5% deste total viram fibra, outros 15% substratos (pó)]. Com a venda desses dois produtos, fibra e pó, o produtor fatura cerca de R$ 1 mil, sendo que R$ 200 em média, como lucro. (BORGES, 2007)

Com o crescimento do mercado mundial nos últimos anos, o estímulo para a

produção agrícola do coco verde aumenta, e com este a modernização e

profissionalização nos processos de plantio, colheita, distribuição e comercialização.

Segundo o Sindicato dos Produtores de Coco Verde, “em 1998, cerca de 1,4% do

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mercado de refrigerantes e bebidas era relativo ao consumo de água de coco verde.”

(SENHORAS, Elói. 2003). De acordo com o Instituto Agronômico,

Aproximadamente 85% da produção nacional de cocos são comercializados como seco: a metade é para uso culinário e o restante é industrializado, obtendo-se uma série de produtos como leite, sabão, óleo etc. Cerca de 15% da produção são consumidos ainda verdes para extração de água que também é industrializada. (COCO, 1998)

Portanto, os rejeitos do coco verde geram volumes significativos e crescentes de

material, que atualmente é enterrado em lixões, causando problemas, especialmente

em grandes centros urbanos. O acúmulo de resíduos dificulta seu gerenciamento

devido ao grande volume e sua lenta decomposição, sendo assim, gerador de impactos

ambientais. A destinação adequada de resíduos sólidos é um aspecto que deve estar no

foco de todos os debates e ações voltadas para o combate à crise ambiental. Para isto,

um estudo de mercado deve ser realizado. A formulação de objetivos, metas,

mensagens-chave e públicos-alvo, tornam-se função estratégica. Assim, objetiva-se

criar uma empresa que reutilize adequadamente a fibra do coco verde, proporcionando

aos consumidores opções de produtos mais econômicos, de alto valor agregado e

ambientalmente correto. Através de um processo inovador e exclusivo podem ser

produzidos, em escala industrial, mais de cem produtos, entre os quais: vasos, placas e

palitos para paisagismo, forragem, substrato, material de decoração, placas acústicas e

térmicas, etc. Alguns dos produtos do coco verde reciclado substituem, com inúmeras

vantagens, todos os artefatos produzidos com o xaxim que, em extinção, tem sua

extração regulada por lei. Ao se transformar a casca do coco verde em pó e fibras, após

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processamento, espera-se que estes possam substituir o xaxim, ainda hoje retirado da

mata atlântica. A preservação da samambaiaçu, uma das espécies vegetais ameaçadas

de extinção no país, torna-se mais um objetivo a alcançar, já que se trata de uma

empresa pró- ambientalista. “A samambaiaçu, fonte de onde se extrai o xaxim para a

fabricação de vasos e ornamentos com flores, é uma planta herbácea que se assemelha

a uma palmeira, mas que demora entre 50 e 100 anos para atingir um metro.” (ABES

2004)

O grande valor da reciclagem está no potencial de sensibilização e mobilização

dos indivíduos em relação à necessidade de desenvolver uma visão crítica dos

processos de produção e consumo. A questão do lixo também pode ser encarada como

um excelente instrumento de educação ambiental, por fazer parte do cotidiano de cada

um de nós. É uma estratégia para se trabalhar conceitos de proteção ambiental e, ao

mesmo tempo, apontar caminhos e mostrar possibilidades de ações concretas. Uma das

atividades propostas pelo setor comunicacional da empresa é instituir na comunidade

aulas regulares de educação ambiental, principalmente para crianças e jovens. Com a

conscientização da população do seu dever de separar o lixo, fica mais fácil executar

outros programas, como o de coleta seletiva, ainda inexistente na região.

Reconhecendo o valor da comunicação dentro da empresa, esta deverá se consolidar

como função estratégica proporcionando melhoria contínua dentro da organização. Na

busca de novos mercados, na divulgação do produto, no aprimoramento das relações

internas, na formulação de planos e práticas empresariais, e principalmente, atuando na

transformação social que implica a responsabilidade social empresarial e o

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desenvolvimento sustentável. Contribuir para a melhoria da qualidade das relações

estabelecidas com as diversas partes interessadas e para o desenvolvimento

socioeconômico do país também se inclui em tal função estratégica.

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2. COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

De acordo com Eraldo Carneiro,

A Comunicação tem vivenciado, nas duas últimas décadas, uma profunda transformação no seu papel dentro das organizações. De setor operacional responsável exclusivamente por publicações, eventos e contatos com a imprensa, passou a uma posição de destaque na gestão empresarial, atuando nos processos de mudança e na busca de melhores resultados para os negócios. (CARNEIRO, Eraldo. 2006. p. 52)

A chegada das novas ferramentas da comunicação, informática,

telecomunicação e eletrônica trouxe influências significativas nas relações comerciais

e no comportamento humano, acarretando uma mudança no universo empresarial. E

essa mudança tornou a vida dos industriais mais difícil e apertada. As exigências do

mercado assim como a de seus colaboradores requerem uma percepção maior. A

decisão de compra e venda, que num passado próximo se concentrava nas mãos do

fabricante, passou para as de quem vende e consome. O cliente/consumidor, o

acionista e o funcionário, hoje, têm uma coisa em comum: a consciência de que são

cidadãos. Como tal, querem saber muito mais da empresa do que apenas sobre seus

produtos e serviços, suas políticas internas e suas dívidas. Eles querem saber se a

empresa produz riquezas para o país, se respeita as leis, os indivíduos e a natureza, se

tem um papel social relevante. Com a escassez do mercado consumidor, as

organizações acabam assumindo um papel ativo na melhoria das condições sociais,

compartilhando essa atuação com o governo e a sociedade. Esta nova visão trouxe aos

empresários a necessidade de trabalhar com a responsabilidade social e a

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sustentabilidade, tão em voga no século XXI. Fruto da globalização, o

comprometimento com os fatores ambientais tornou-se imprescindível nas

organizações. O objetivo é equilibrar o desempenho econômico, social e ambiental.

De acordo com Roberto de Castro Neves, “durante muitos anos a comunicação

empresarial clássica se dividiu em três categorias: a comunicação de marketing, a

institucional e a que está voltada para o público interno.” (NEVES, 2000. p.30). Nos

dias atuais, a comunicação empresarial vai muito além desses três fatores. Ela se

tornou centro propulsor de resultados, exigindo do comunicador um pensamento

voltado para o futuro, além do conhecimento de todas as outras ferramentas da gestão

da cultura empresarial. Este caminho está em construção, e para a viabilização deste

novo conceito é necessário que se pense no histórico da empresa, nos produtos e

serviços, no comportamento dos dirigentes, na atitude profissional dos empregados, na

propaganda, na programação visual, nas cores, na arquitetura dos edifícios, nos

eventos realizados, nos patrocínios, no relacionamento com os variados públicos,

enfim em todas as mensagens visuais e simbólicas da empresa. São todos estes

elementos que sustentam a imagem da empresa e fortalecem seus atributos positivos.

Esta é a nova fronteira de desenvolvimento empresarial, o desempenho da

comunicação. O objetivo é aproximar a comunicação ao nível de seus empregados. De

um lado, temos o conhecimento técnico, de outro, as atitudes, os valores e as normas.

Ajustando estas duas partes, temos um composto comunicacional que pode ser

consumido naturalmente, de forma agradável. Essa grande característica

comunicacional, a de mediadora de objetivos, mostra a sua importância para o

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equilíbrio do clima interno. Os comunicadores devem redobrar seus esforços no

sentido de conhecer ao máximo o seu público, utilizando-se de cada variável de forma

mais eficiente.

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2.1 COMUNICAÇÃO INTEGRADA

A comunicação integrada consiste em integrar elementos do composto de

marketing, combinar mensagens e reunir esforços para que a mensagem tenha

consistência e consiga assim identificar e atingir os públicos prioritários. Noutras

palavras, marketing, vendas, recursos humanos, relações públicas, advogados, serviço

de atendimento ao consumidor, telemarketing, agência de publicidade, relações com a

imprensa, relações com a comunidade, etc. Tudo deve ser operado no mesmo processo

de comunicação.

Comunicação Integrada é tudo aquilo que a empresa faz conscientemente para

se comunicar com os diferentes públicos. Ela visa compatibilizar, harmonizar e

aperfeiçoar os programas de comunicação da empresa. Através de produtos e serviços

alinhados com a ideia; da publicidade criativa e original; de patrocínios relacionados à

marca; da realização de eventos; do posicionamento equilibrado e transparente nas

questões públicas; na disponibilidade de falar com os públicos, sobretudo com a mídia;

através de marketing temático, neste caso com ênfase no Marketing Social; de uma

política de Relações humanas moderna, que não discrimina minorias e seja uma

política de empregabilidade; do uso de tecnologia de ponta; da publicação dos

resultados; do comportamento e a atitude de seus profissionais, sobretudo seus

dirigentes; da participação intensa nas associações, feiras e congressos. Através da

comunicação integrada transmitimos o conceito, os valores e a personalidade da

marca. A imagem corporativa é de fundamental importância. Sabendo como o público

vê a empresa/marca, construiremos uma organização forte e consolidada. É na

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comunicação externa da empresa que se constrói esta organização. Ela constitui a

comunicação com fornecedores, consumidores, concorrentes e poderes públicos,

envolvendo padrões sociais, culturais, políticos, geográficos, ambientais e econômicos.

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2.2 Comunicação Externa

A promoção de vendas é utilizada quando se quer estimular imediatamente a

compra e alavancar as vendas. É a forma mais direta de persuasão. Analisando o

segmento de mercado da Recobras, foi concluído que o marketing direto e de

relacionamento, o relações públicas da empresa, as vendas pessoais e a publicidade e

propaganda seriam as melhores formas de estimular o consumidor.

Já o marketing direto é um sistema interativo que usa um ou mais meios de

propaganda quando se quer estabelecer uma relação direta com o cliente/consumidor,

estimulando uma resposta rápida. Os meios mais usados são o telefone, a internet e o

correio. Para o uso da internet, além da criação do site, um mailing list será

desenvolvido. O mailing tem a finalidade de construir uma relação fiel com os

consumidores, enviando boletins informativos e programas de afinidade. Vendas

através da internet e telefone também podem ser feitas na empresa, principalmente

porque no Estado de Alagoas ainda não existe uma empresa nesta área. A Recobras

utilizará do rádio para a divulgação de ofertas de produtos, através de propagandas

criadas pela agência, principalmente para a população agroindustrial. As vantagens do

uso desta ferramenta se dão no contato direto com o cliente, nas oportunidades de

oferecer informações técnicas sobre o produto e nos serviços pós-venda.

O marketing de relacionamento é uma estratégia de negócios que visa construir

relacionamentos duradouros entre a organização e seus clientes, contribuindo para a

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melhoria do desempenho e a obtenção de resultados sustentáveis. O profissional de

comunicação precisa dispor de informações a respeito de todos os grupos sociais a que

está ligado o seu cliente/consumidor, a respeito da importância de cada grupo, a

respeito dos líderes de opinião para cada assunto, a respeito dos outros meios de

comunicação que atingem seu público, a respeito dos interesses de seus consumidores.

Este profissional poderá elaborar um programa muito mais eficiente com todas estas

informações. Em suma, o segredo principal para que se tenha uma comunicação

empresarial eficiente reside no conhecimento que o profissional tem de seu público e

maneira pela qual sua mensagem veiculada é filtrada pelo seu público. Para cada

envolvido no processo, as considerações desenvolvidas devem ser levadas em conta, a

fim de que se compreenda como se dão os efeitos da comunicação sobre todos na

organização.

O cliente/consumidor precisa se comunicar de alguma forma, ele tem suas

dúvidas, sugestões, seus hábitos de vida e quer saber como funciona a empresa. Todas

estas informações contribuem na busca de oportunidades de negócio e na fidelização

do cliente. Para gerir esta ferrramenta é necessário o uso de um software que guarda

todos os dados dos clientes e ainda extrai relatórios. A internet também é uma

ferramenta importantíssima quando o assunto é relacionamento. Ela serve como porta-

voz da empresa, se comunica com seus clientes e ainda cria vantagem competitiva.

Nenhum outro meio proporciona tantas possibilidades de interação e relacionamento

descobertas a cada dia.

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Sendo a internet um porta-voz eletrônico, compete ao profissional de relações

públicas a mediação dos interesses entre uma empresa e seus stakeholders.

Responsável pela disseminação de informações deve relacionar-se bem com a mídia,

posicionando-se como porta-voz da organização, monitorando os agentes de influência

e ainda relacionando-se com os diversos públicos. Ele deve promover e proteger a

imagem de uma empresa ou de seus produtos. O profissional de relações públicas

garante credibilidade à marca, empresa ou produto. Cria confiança junto à

comunidade, diminui impactos de crises de imagem e cria uma imagem favorável de

uma empresa. O RP tem que ser um profissional multidisciplinado, precisa conhecer as

leis, os fundamentos básicos da economia e como afetam o desenvolvimento da

empresa, conhecer um pouco do ser humano, suas artimanhas e idiossincrasias, seus

objetivos estratégicos dentro empresa, os produtos e serviços e mais do que ninguém,

conhecer a fundo os fundamentos da comunicação. Portanto, não poderia faltar na

Recobras este profissional de tamanha importância. O RP estará sempre à frente dos

eventos promovidos pela empresa, sendo evento todo e qualquer acontecimento

marcante que vise estabelecer um contato pessoal da empresa com seus stakeholders,

com a finalidade de vender ou divulgar um produto ou serviço. Ele será responsável

pela apresentação das qualidades e os benefícios do produto sem força de venda,

apenas como valor agregado.

Os eventos geram interações, transmitem mensagens específicas e

proporcionam uma experiência de contato com a marca ou produto. Para a prévia

divulgação da marca e inauguração da empresa foi pensada uma forma de

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comunicação que torne pública a ideia, o conceito da marca, as vantagens e inovações

do produto. A isto se chama publicidade e propaganda. A estratégia da empresa

Recobras para o dia da inauguração é a de portas abertas. No coquetel de abertura será

convidada toda a população para conhecer a política da empresa, também podendo

colaborar para torná-la pública. A disseminação prévia de informações sobre a

empresa será realizada por meio de boletins, revistas e informativos em veículos de

comunicação como o jornal impresso e o rádio. Quando se quer apresentar a empresa,

produto ou serviço, vender, informar ou influenciar, utiliza-se de materiais publicados

para alcançar ou convencer clientes ou mercados. Assim a assessoria de imprensa

funciona como mediadora entre a organização e o grande público, a opinião pública e

a sociedade, a mídia impressa, eletrônica e internet.

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2.3 Comunicação Interna

A comunicação interna é aquela que se processa no interior da empresa. São

comunicações elaboradas para a construção de um ambiente interno agradável entre os

que trabalham na organização. O programa de comunicação interna agrupa as

estruturas, as redes, normas, políticas, fluxos e diretrizes estratégicas. Visa integrar

objetivos da organização aos objetivos dos integrantes. Em primeiro lugar, são

necessários meios pelos quais os empregados possam se identificar e se relacionar.

Compatibilizando os comportamentos globais da sociedade com os comportamentos

do sistema organizacional, harmonizamos os conflitos entre os dois sistemas. A

proposta do processo comunicativo da Recobras é um modelo que classifica as

informações de acordo com cada departamento, de forma a instalar uma organização

eficaz e harmônica. Preservar a unidade do discurso é a meta final do modelo, evitando

contradições e conflito. Vejamos a seguir como se constitui este modelo. De acordo

com Francisco Gaudêncio Torquato do Rego,

Os mecanismos de comunicação numa organização se movimentam, simultaneamente, em três fluxos e duas direções, entre elas o equilíbrio do sistema. [...] São os fluxos descendente, ascendente e lateral, nas direções vertical e horizontal. (REGO, 1986. p. 54)

O fluxo de comunicação descendente percorre o caminho da direção até a base.

As mensagens desse fluxo são geralmente instrutivas, diretivas, falam sobre

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procedimentos e as práticas organizacionais além da especificação das metas. O

objetivo é assegurar o desempenho correto de cada um dos funcionários dentro da

organização. Os problemas mais comuns neste fluxo dizem respeito à retro

informação, ou seja, a informação ao indivíduo acerca da avaliação de seu trabalho e

suas ações. Para isto, a Recobras adota o sistema participativo, pelo qual o gerente da

empresa conversa, discute e debate com os funcionários para que estes possam dar

suas opiniões e avaliações do sistema implantado. Assim a comunicação se torna

empática e eficiente.

O fluxo ascendente encaminha as informações funcionais e operativas da base

até a direção, resultante dos programas, anseios expectativas e sugestões. O fluxo

lateral é aquele que ocorre entre os grupos de mesmo nível funcional e contribui para o

aperfeiçoamento da coordenação. Esses fluxos são de extrema importância para o

controle das informações. A passagem da informação trabalha com a unidade no

discurso e para isto evitam-se conteúdos e linguagens dissociadas do meio.

Estabelecendo a integração entre os fluxos vertical e horizontal em que se sustenta o

sistema, compreendemos que para uma efetiva comunicação é necessário confiança e

respeito. Sabendo que para cada grupo de indivíduos existem canais de comunicação e

maneiras adequadas de relacionamento, formamos um sistema ideal e eficaz. Para isto

precisamos compreender como se dá este processo. Na rede formal encontram-se todas

as manifestações oficiais e legais da empresa. Na rede informal localizam-se as

manifestações espontâneas da coletividade, incluindo-se aí a famosa rede de boatos,

estruturada a partir dos grupinhos. Para que não existam boatos dentro da empresa,

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alguns eventos de confraternização serão realizados dentro da organização. Assim

evitam-se o desgaste e os ruídos de comunicação. Para a adesão dos funcionários ao

sistema, a Recobras pretende trabalhar com o endomarketing. Esta ferramenta serve

para construir um relacionamento com o público interno. Através das mídias internas

como, por exemplo, os murais e a caixa de sugestões, pode-se fortalecer a relação e o

comprometimento dos funcionários com maior participação.

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2.4 Planejamento Estratégico

A crise que envolve setores da atividade econômica, com profundas

repercussões sociais, indica a necessidade de ativar o marketing social. A mudança de

paradigma nos negócios exigiu trabalhar com a qualidade do produto e a

confiabilidade de quem produz. Na busca de melhores condições de vida, a empresa

pretende modificar a atitude da população através de programas ambientais e

educacionais de forma que esta possa entender e contribuir para a criação de um

ambiente saudável. Construindo um relacionamento de aceitação com a população,

geramos confiança e respeito, assim todos ganham: a empresa e a comunidade. Os

programas desenvolvidos serão:

1. Ação Praia Limpa: consiste na conscientização da população e dos turistas da

região para manter a praia limpa. Na região provida de muitas praias e constante

movimento turístico, verifica-se que muitos resíduos são descartados na praia, no mar

e nas calçadas. É freqüente encontrar sacolas de plástico no mar, latas de refrigerante

na areia, papéis de sorvete, etc. Assim, como tarefa educativa, serão distribuídas

sacolas de papel reciclado para os veranistas além de folders explicativos. Lixeiras

serão colocadas nas praias mais movimentadas e faixas da Ação expostas nos

principais locais. Esta ação terá a duração de três meses, com início marcado para final

de dezembro, durante a alta temporada. A “Ação Praia Limpa” conta com o patrocínio

do Governo do Estado de Alagoas.

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2. Cursos de Jardinagem: Uma das utilizações do substrato do coco verde é a

substituição do xaxim. Na jardinagem, o substrato é o mais adequado no cultivo das

plantas. Os cursos promovidos pela empresa serão realizados mensalmente com a

duração de uma semana. Profissionais da área capacitarão os interessados

proporcionando a estes, emprego e renda. Os cursos terão início no segundo semestre

de 2010.

3. Educação ambiental para crianças e jovens: oferecendo educação às crianças

e jovens, contribui-se para o desenvolvimento de adultos conscientes. A educação

ambiental, quando estimulada na hora certa, forma cidadãos responsáveis pelo meio

ambiente e pelo Planeta. Educadores da área serão contratados pela empresa para que

possam transmitir seus conhecimentos a uma população carente de informações. . A

educação ambiental é um processo de conscientização; as pessoas precisam aprender a

mudar seu relacionamento com o meio ambiente.

Ao investir em práticas educacionais, a empresa contribuirá para a

disseminação do conhecimento em uma população que além de usufruir os benefícios

do programa social, agirá como multiplicadora do conhecimento, contribuindo para a

melhoria da qualidade de vida de toda a comunidade na qual se insere, e,

principalmente gerando efeitos para o futuro. Sabemos que a maioria da população não

coopera com as questões ambientais por falta de informação. É necessário que os

jovens comecem desde cedo a respeitar o meio ambiente e aprender com ele, para que

as gerações futuras sejam beneficiadas e muito mais conscientizadas. A educação

ambiental é praticada na empresa. As estratégias para este plano contextualizam a

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atuação de cada pessoa no processo e indica as conseqüências ambientais para o

planeta. Estabelecendo um processo de relacionamento permanente com a

comunidade, direcionando as questões sociais, criando parcerias com entidades do

terceiro setor, assegurando a saúde mental e ambiental da população, contribuiremos

para um mundo melhor, rico nas relações humanas e seguro para os futuros habitantes.

4. Parcerias: A Recobras pretende trabalhar com parcerias do terceiro setor de

forma que a população e a organização possibilitem melhor qualidade de vida. Sabe-se

que o prefeito de Maragogi instalará uma usina de Compostagem na cidade. De acordo

com Carolina Sanchez e Waldson Costa,

Os depósitos de lixos de parte dos municípios alagoanos estão prestes a explodir. Entre a montanha de entulhos de descartes domésticos faltam leis consistentes, recursos e alternativas eficientes para lidar com o inadiável problema e sobram prejuízos ambientais e sociais, que culminam na saúde pública. Dos 102 municípios alagoanos, incluindo a capital, Maceió, nenhum deles possui as condições corretas de coleta e destinação dos resíduos sólidos. (SANCHEZ, 2008)

Uma precária solução está na parceria de organizações não governamentais

relacionadas ao meio ambiente com a saúde, que, mediante esforço conjunto, presta,

supletivamente, serviço emergencial a uma população indignada em face do

desatendimento dessa atividade essencial. “Só entre os municípios de Maragogi e

Japaratinga, há uma estimativa que oito caminhões ou mais, despejem semanalmente

resíduos nas crateras dos lixões a céu aberto.” (COSTA, Waldson. O JORNAL).

O cronograma e o orçamento da implantação destas ações encontram-se nos ANEXOS

II e III, págs. 51 e 52.

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2.5 Gestão Ambiental

O desenvolvimento das tecnologias limpas, o adequado respeito ao meio

ambiente deixou de ser associado ao risco empresarial e o custo econômico extra,

passou a ser interpretado como oportunidade de mercado e lucro. O termo eco

eficiência foi bastante difundido na Rio Eco-92. Ele tem sido o diferencial entre as

empresas que estão realmente preocupadas com o meio ambiente, fazendo com que os

segmentos industriais, principalmente, mudem a sua visão para a prática do

desenvolvimento sustentável. É um termo que se aplica muito bem à indústria do lixo

e aos segmentos geradores e receptores de resíduos. Um sistema de gestão ambiental

bem implantado proporciona melhorias nos custos das empresas, diminui impactos

ambientais e gera negócios para o empreendimento. Empresas que possuem sistemas

de gestão ambiental são facilmente identificáveis porque estão comprometidas com

políticas ambientais, estabelecem planos e metas de melhoria contínua para o meio

ambiente, elaboram normalização interna sobre gerenciamento ambiental, possuem

imagem aberta e investem em comunicação e relacionamento com a comunidade e

com o governo além de investir na eliminação da poluição e na racionalização do uso

dos recursos naturais. O desenvolvimento sustentável tem sido visto pelo mercado

como elemento fundamental para a sobrevivência das organizações em longo prazo.

Antigamente, na era industrial, o modelo econômico praticado era o de extração sem

se preocupar com o descarte dos recursos naturais. Hoje em dia, isto já não é mais

viável, tendo em vista que estão ameaçados de extinção. A antiga visão do capitalismo

excludente representada pela poluição, degradação ambiental, desigualdade social, e

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outros, virou sinônimo de desrespeito ao próximo e ao consumidor. Como

consequência deste processo predatório, uma reorientação no desenvolvimento

humano foi necessária. Esse redirecionamento reavaliou as prioridades econômicas,

sociais e ambientais, e desencadeou em inúmeras propostas de desenvolvimento que

priorizam a qualidade de vida e a satisfação das necessidades humanas de auto-

realização.

Para o Instituto Ethos (citado por ARRUDA, 2005, p.12) o conceito de responsabilidade social corporativa está para além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa uma mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor para todos.

A responsabilidade social consiste na melhoria da qualidade de vida das

comunidades ao redor da empresa de forma que esta possa reduzir a pobreza e

contribuir para o desenvolvimento econômico e social da comunidade. Atuar no

desenvolvimento da responsabilidade social nas relações com os clientes e mercado

consumidor proporciona como resultado um sistema de trabalho e de gestão orientado

para as necessidades e expectativas de todos os agentes envolvidos na cadeia

mercadológica, alinhando os interesses comerciais, financeiros e socioambientais.

A reciclagem do coco verde transforma as fibras em ecoprodutos. Eles são um

mercado promissor para as empresas rurais, pois a modificação do conceito de

qualidade de vida e do produto, que agora deve ser ecologicamente viável, tem

influenciado as novas preferências dos consumidores por “produtos verdes”.

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3. RECOBRAS

A Recobras pretende levar ao seu público muito mais do que um produto, quer

agir na mudança social, conscientizar a população, melhorar a qualidade de vida,

transformar os cidadãos, cuidar da Terra. Para que isto aconteça, são necessárias

mudanças fundamentais dos valores, instituições e modos de vida da população local.

Nossos desafios socioambientais, econômicos e políticos estão interligados, e juntos

podemos traçar soluções. Para realizar estas aspirações, devemos atuar com

responsabilidade social, identificando-nos com toda a comunidade, bem como com

nossa cidade, estado, etc. Cuidar do planeta é cuidar da nossa casa.

E para concretizar esta proposta, foi elaborado um plano de comunicação para a

empresa. Veremos de que maneira a empresa pretende atingir os seus objetivos, quais

são as características do público, como se dá o conceito da marca e quais as filosofias

da empresa. A Recobras instalará sua fábrica na região litorânea de Alagoas, cidade

Maragogi, entre Maceió e Recife. Um grande pólo turístico e região altamente rica em

coqueiros.

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3.1 OBJETIVOS E CARACTERÍSTICAS

A marca Recobras foi desenvolvida a partir do princípio de ser reconhecida

como uma empresa que preserva e conserva o meio ambiente, instrui e contribui para a

formação de cidadãos conscientes, além de ser a melhor empresa do ramo. Da missão

de tornar-se reconhecida pela reciclagem do coco e pelas ações sociais, transformando

Maragogi em um pólo de preservação e conservação, além de posterior extensão a

outros municípios. De seu posicionamento como empresa socialmente responsável que

investe na produção de ecoprodutos e na valorização do ser humano. De suas políticas

através de participação das associações; desenvolvimento em conjunto com a

comunidade; articulação com associações como ONG; parceria com o governo;

licenças de instalação e operação. E por fim, de seus valores e filosofias: respeito;

conservação; responsabilidade social: adotar planos e regulamentações de

desenvolvimento sustentável, preservação e proteção ambiental; integração (homem

como parte da natureza): fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos

seus próprios ambientes; desenvolvimento sustentável: transmitir às futuras gerações

valores, tradições e instituições que apoiem a prosperidade das comunidades humanas

e ecológicas da Terra, orientando através de ações para a comunidade que é possível

evitar sérios ou irreversíveis danos ambientais; reduzir, reutilizar e reciclar materiais

usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser

assimilados pelos sistemas ecológicos; oferecer a todos, especialmente a crianças e

jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o

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desenvolvimento sustentável; comunicação integrada: incluir totalmente os custos

ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores

a identificar produtos que satisfaçam as altas normas sociais e ambientais. Ver

ANEXO IV, pág. 53.

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3.2 Plano de Comunicação

As principais ferramentas utilizadas pela Recobras a fim de atingir seus

objetivos são a captação e a fidelização de clientes, realizada através do marketing

direto e de relacionamento. Consumidores e clientes compostos pela maioria de

agricultores, floricultores, empresários da indústria civil e jovens e adultos da cidade

de Maragogi. A empresa pretende fixar um posicionamento institucional coerente e

duradouro da organização com seus públicos de interesse através do marketing de

relacionamento, além de proporcionar uma interação da marca e do produto a uma

determinada causa – preservação e conservação do meio ambiente. Projetando um

conceito adequado da empresa perante seus públicos internos e externos, e

desenvolvendo, internamente, formas de comunicação que contribuam para a maior e

melhor operacionalidade dos sistemas e atividades, atingiremos alguns dos objetivos

da Recobras. Assim como contribuir para o desenvolvimento de valores humanos

como a solidariedade, companheirismo, dedicação. Vejamos agora de que maneira

atingiremos estes objetivos.

O relações públicas da empresa estará sempre à frente dos eventos. Ele será

responsável pela apresentação das qualidades e os benefícios do produto sem força de

venda, apenas como valor agregado. No site da Recobras haverá um espaço para o

vídeo institucional da empresa. O apresentador, dentro da fábrica, mostrará quais são

os benefícios da utilização do substrato do coco verde nos diversos segmentos.

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O jornalista da empresa será responsável pela produção de press-releases e

disseminação de informações para os meios de comunicação coletiva, em especial a

imprensa especializada, preparação de textos para os relatórios anuais da organização e

preparação de textos para peças promocionais internas e externas. Projetar junto a

centros de opinião e poder o pensamento ideológico da organização, de forma que os

resultados dessa projeção possam favorecer o desempenho operacional e

administrativo.

Está na área de sistemas de informação, o sucesso de um programa de gestão. O

sistema da Recobras deverá conter uma completa classificação de fontes de

informação especializada com programa de prospecção de clientes, suprir as

necessidades comunicacionais das áreas, fazendo chegar aos interessados resultados de

pesquisas recentes sobre seus campos de interesse, resenhas informativas, indicações e

sinalizações a respeito de medidas, políticas, normas e estratégias que estejam sendo

decididas e tomadas no macrossitema ambiental. O objetivo é suprir os departamentos

da organização, atualizando-os diariamente e preparando-os para melhores decisões

em suas atividades. Os materiais, processados e selecionados pelo sistema, poderão ser

armazenados ou distribuídos horizontalmente e/ou verticalmente, servindo aos

diversos fluxos organizacionais. A editoração é responsável pela organização e

tratamento do material que será transmitido através de canais de comunicação da

empresa. O treinamento aos recicladores, aqueles que estarão produzindo o substrato e

o pó resultante do processo, por exemplo, passarão por um treinamento em vídeo,

organizado por especialistas e editado pela organização. Além desta ferramenta de

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instrução, teremos várias outras como folders, circulares, quadro de avisos, boletins,

relatórios de atividades, cartazes, gráficos, etc.

Para a prévia divulgação da marca e da inauguração da empresa, a equipe de

publicidade e propaganda implantará no Estado uma campanha relacionada à poluição

das praias do litoral de Alagoas em parceria com o governo do Estado durante a época

de maior movimento nas praias. Neste mesmo período da campanha, tendas serão

instaladas nas praias mais frequentadas durante o verão tornando pública a idéia, a

intenção da empresa e o conceito da marca. Divulgadores estarão distribuindo sacolas

plásticas da campanha e expondo alguns produtos derivados da reciclagem do coco

verde, assim como comercializando a água do coco. Após este período a Recobras

pretende abrir as portas de sua empresa para a população e tornar pública a política da

empresa. O dia da inauguração está previsto para o mês de abril de 2010. O coquetel

de abertura convidará jornalistas, empresários, ambientalistas e toda a população da

cidade de Maragogi para participar deste evento. Passado o dia da inauguração, a

empresa contratará vinte funcionários das mais variadas áreas para fazer parte do

quadro de funcionários Recobras. Traduzir em mensagens claras, a política, as

operações, os métodos e as técnicas do trabalho, significa transparência e objetividade

da empresa.

A integração na comunicação dentro da corporação acompanha cada uma de

suas ações, comprometendo-se com a atividade global, entendendo que esta atitude é

uma obrigação empresarial e que, portanto, faz parte do nosso ciclo comercial e

definem nossas premissas básicas, que são: preservação do meio ambiente, proteção da

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natureza e do bem-estar social. Criando contatos junto a poderes públicos,

diagnosticando as tendências político-partidárias e estabelecendo vínculos

representativos, podemos ampliar o negócio e influenciar nas decisões ambientais

junto ao governo. Com essa discussão proposta são fornecidos os subsídios para a

utilização de toda a potencialidade de geração e uso dos subprodutos do coco verde,

que se revela como uma genuína política pública eco eficiente e sócio ambientalmente

responsável do setor privado, potencial de geração de oportunidades de trabalho e

renda e, por conseguinte contribuindo com soluções para o desenvolvimento

econômico da empresa e da agricultura familiar.

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3.3 Ecoprodutos

A fibra do coco verde pode ser empregada na agricultura como matéria-prima

para a proteção de solos, no controle da erosão e na recuperação de áreas degradadas.

A fibra tecida em forma de manta é um excelente material para ser usado em

superfícies sujeitas à erosão, podendo ser utilizada em rodovias, zonas de

reflorestamento, parques urbanos e em qualquer área de declive acentuado ou de

ressecamento rápido. A lenta decomposição das mantas e telas utilizadas na

recuperação de áreas degradadas protege o solo, aumenta a retenção de umidade e cria

condições favoráveis ao desenvolvimento vegetal. O sistema de telas e mantas

biodegradáveis tem a vantagem de proporcionar a rápida recuperação do solo e a um

baixo custo, se comparado com outros sistemas. Tem ainda a vantagem de ser

incorporado ao terreno com o passar do tempo, diminuindo o impacto sobre o meio

ambiente.

Para Senhoras (2003), os substratos elaborados a partir da fibra de coco

destacam-se por sua elevada estabilidade e capacidade de retenção de água, assim

como por sua aeração. A utilização da fibra de coco verde como substrato para o

crescimento de plantas tem sido pesquisada e os resultados mostram que as plantas que

crescem em substratos contendo fibra de coco apresentam altas produções e qualidade

em relação a outros substratos como areia, ou xaxim. A transformação da casca do

coco verde em pó é também uma alternativa ecologicamente correta e adequada a um

substrato agrícola.

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Conforme pesquisa desenvolvida pelo engenheiro Fred Albán, do Departamento

de Materiais da Universidad del Valle, da Colômbia e os estudantes Hector Caviedes e

Walter Rojas do Curso de Engenharia Química da mesma instituição, a celulose

presente na casca do coco verde é ao redor de 35% (VIDAL, citado por SENHORAS,

2003. p. 22). A utilização da casca do coco verde pode representar uma considerável

porcentagem de matéria-prima para a indústria de papel e celulose. Para os padrões

industriais, a porcentagem de celulose é de 33% quando apto para a produção de papel.

Mesclada com outro material, ela pode dar resistência e flexibilidade ao papel.

Uma das alternativas para a casca de coco verde poderia ser o seu

aproveitamento em processos fermentativos, com a produção de enzimas. Como a

maioria dos rejeitos agroindustriais, estes materiais contêm grande quantidade de

compostos como celulose, hemicelulose, pectina e outros, não havendo necessidade de

grandes complementações nutricionais para o adequado desenvolvimento microbiano.

Estes compostos funcionam como indutores para a produção de enzimas

extracelulares, tais como celulases, xilanases, pectinases e outras (Coelho, 1993;

Cunha, 1999 citado por SENHORAS, 2003, p. 23). No Brasil, a comercialização de

enzimas ainda é pouca ou inexistente. Portanto, investir no aproveitamento da casca de

coco verde para a produção de enzimas significa se inserir em um mercado de

tecnologia enzimática que movimenta, anualmente, cerca de dois bilhões de dólares.

Tal montante justifica-se pelo interesse gerado por processos que envolvem tecnologia

de baixo custo energético, com menor impacto ambiental e que utiliza matérias-primas

renováveis, adequando-se ao reaproveitamento de subprodutos da agroindústria. O

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desenvolvimento nesta área pode servir como uma arma estratégia no aproveitamento

das fibras do coco verde e ainda alavancar o desenvolvimento de uma indústria de

enzimas nacional.

A fibra do coco verde pode oferecer excelente opção como alimentação

alternativa para os ruminantes, já que sendo animais poligástricos, possuem um

aparelho digestivo especial, capaz de converter resíduos e subprodutos agropecuários

sem utilidade alguma na alimentação humana, em carne, leite, lã, etc. Segundo

pesquisas, em nível mundial o coco é mais conhecido por suas propriedades

oleaginosas. Depois de extraído o óleo da polpa, ou copra, o resíduo, também chamado

de torta, é empregado na alimentação de animais, por ser uma ração rica, com 20 por

cento de proteína. (SIMÕES, 2002 citado por SENHORAS, 2003 p. 25). Esses

materiais, quando adequadamente tratados e tecnicamente orientados na alimentação

animal podem representar um enorme benefício à população mundial.

Na indústria de embalagens existem projetos para a utilização da fibra de coco

como carga para o PET, podendo gerar materiais plásticos com propriedades

adequadas para aplicações práticas e resultando em contribuição para a resolução de

problemas ambientais, ou seja, reduzindo o tempo de decomposição do plástico.

Na indústria da borracha, inúmeros são os produtos envolvendo a fibra do coco

maduro e verde. Na confecção de solados de calçados, até encostos e bancos de carros,

estofamentos e colchões.

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Portanto, a produção de diversos artefatos derivados da fibra do coco verde para

a indústria é tecnicamente viável, uma vez os produtos obtidos com a adição da fibra

de coco maduro ou verde têm propriedades semelhantes aos compostos originais, ou

até mesmo melhores. Com o surgimento dos eco materiais para revestimentos,

pinturas, tubulações, entre outros, o processo de reciclagem aplicado à construção teve

um progresso considerável. A incorporação de fibras em materiais pouco resistentes à

tração – materiais frágeis – tem sido usada há milênios. Ademais, a crise energética

mundial das últimas duas décadas tem motivado o desenvolvimento de pesquisas sobre

o fibrocimento ou fibroconcreto devido ao fato de a fabricação de cimento exigir

menor demanda de energia comparada com a necessária à fabricação do aço ou dos

plásticos.

Assim, no Brasil, a utilização da fibra de coco verde na construção civil pode

criar possibilidades no avanço da questão habitacional, através da redução do uso e do

custo de materiais, envolvendo a definição de matrizes que inter-relacionam aspectos

políticos e socioeconômicos. A fibra de coco verde tem um excelente potencial para

uso na construção civil através de pranchas pré-moldadas, por suas características de

resistência e durabilidade, ou na utilização do fibrocimento.

No caso da construção civil, a fibra de coco verde deve ser usada com cimento especial, de baixo teor de alcalinidade. A alcalinidade do cimento normal destrói as fibras, fazendo com que a parede apresente rachaduras e fraca resistência. Em testes feitos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, pranchas pré-moldadas apresentaram excelente resultado em termos de resistência ao impacto. As pranchas são produzidas em prensa. É possível utilizar a fibra de coco verde, depois de seca e desfiada em um sistema parecido com o Duratex, no qual a fibra é misturada a uma resina e depois prensada. (TANGO citado por SENHORAS, 2003, p.31)

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Portanto, vários fatores justificam o desenvolvimento de pesquisas quanto à

aplicação das fibras do coco verde no fibrocimento e no concreto fibra, pois além de

viabilizar soluções econômicas para problemas de cobertura, equipamentos sanitários,

placas e painéis, introduzindo novas alternativas no mercado de construção, o

aproveitamento das fibras traria grande incentivo ao reaproveitamento do resíduo da

cadeia comercial e agroindustrial do coco verde. A grande utilização da fibra do coco

verde nas mais variadas áreas, gera possibilidades de mídia instantânea, pois, os eco

produtos quando explorados pela publicidade podem render propagandas boca a boca.

Assim, uma simples campanha publicitária pode gerar muito mais quando bem

executada.

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3.4 Processo de Reciclagem

Inicialmente, foram projetados dois equipamentos capazes de produzir pó de

casca de coco verde. O processo envolve uma sequência de operações que incluem

trituração, secagem e classificação. De acordo com o analista da Embrapa, Adriano

Lincon Albuquerque Matos,

Basicamente é feita uma trituração da casca, depois ela é prensada para a extração do excesso de umidade. Isso porque a casca do coco tem cerca de 80% de umidade. Então, você extrai esse excesso de umidade da casca e junto com ela você extrai parte dos sais cristalinos, que são diluídos nessa fase líquida. Depois é feita uma classificação, onde o pó sai de um lado da máquina e do outro, a fibra. Em seguida, é feito algum trabalho de compostagem sobre o pó para a utilização de substrato agrícola e a fibra é simplesmente seca e enfardada. (EMBRAPA, 2007)

Para o preparo da fibra pode ser utilizada a máquina desintegradora/trituradora

de forragem. A casca deve ser cortada em pedaços para diminuir o embuchamento do

sistema de alimentação da trituradora. Após o desfibramento, as fibras longas devem

passar pela secagem ao sol por cerca de quatro dias ou até atingirem 15-20% de

umidade. Um processo de compostagem do substrato da fibra de coco por cerca de 90

dias é necessário quando o objetivo é a produção de mudas. As principais operações

para a preparação de substrato a partir da casca de coco verde estão sintetizadas em um

fluxograma apresentado. (ANEXO V, pág. 54)

É importante notar que a reciclagem contribui, além de preservar o meio

ambiente, traz ganhos econômicos reais para as organizações.

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4. CONCLUSÃO

Como a economia brasileira se caracteriza pelo elevado nível de desperdício de

recursos naturais e energéticos, a redução desses desperdícios constitui fonte de bons

negócios para empresas decididas a enfrentar essa oportunidade, dado o extraordinário

potencial de recursos subutilizados da produção do coco verde. A eco eficiência

consiste num instrumento de desenvolvimento sustentável, ou seja, uma política

duplamente ganhadora (win-win): ganha a cadeia agroindustrial do coco verde e a

sociedade, onde se procura produzir mais e melhor, associado à elevação contínua dos

atributos do produto, utilizando-se menos insumos, provocando menos poluição,

redução do desperdício e contabilizando-se os menores custos possíveis. Embora o

objetivo seja econômico, a preocupação no sentido social surge com força de

expressão própria, já que a população da região sofre pela falta de condições melhores

de vida. Desta forma, a RECOBRAS constrói uma sociedade/comunidade consciente e

contribui para o meio ambiente. Sendo os resíduos do coco verde um potencial de

recursos ociosos ou mal aproveitados, sua inclusão no horizonte de negócios rurais

pode resultar em atividades que proporcionem lucro através da criação de novos

produtos com valor agregado. Está aí a grande oportunidade para população, com uma

visão para os novos mercados como a indústria civil, por exemplo, pode-se

transformar o substrato em chapas isolantes. Trata-se de um produto extremamente

versátil, de alto valor agregado e ótimo empreendimento. “Uma tonelada dia de lixo de

coco verde cria seis empregos diretos.” (PROJETO COCO VERDE, 2004)

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No Brasil, já existem fábricas de reaproveitamento da casca do coco no Ceará,

Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e Mato Grosso.

Cada uma delas é capaz de processar até 16 toneladas de casca de coco por dia. Um

mercado que gera lucro. De acordo com o site da UFMG, a profissão do futuro é a de

gestor de resíduos.

O gestor de resíduos ou lixólogo é uma dessas profissões, uma vez que a grande produção humana de lixo comum ou lixo de difícil eliminação como o radioativo torna-se um problema cada vez mais presente no mundo. (ALKIMIN, 2008)

Na era da comunicação, quem sai ganhando é o gestor de resíduos que contribui

de forma prática, adotando a tecnologia limpa para um mundo sustentável, ecológico e

economicamente viável.

Trata-se de evidenciar a necessidade de reestruturar processos e preparar

pessoas nas organizações para a prática do desenvolvimento sustentável, envolvendo

as várias funções típicas das empresas –, marketing, operações, pesquisa,

desenvolvimento e logística, finanças, pessoas, buscando por em relevo e identificar as

redefinições que sejam necessárias para alinhar as organizações às mudanças nos

macro processos que derivam de uma governança corporativa redefinida, na busca da

sustentabilidade empresarial. Assim temos uma organização economicamente viável,

socialmente justa e ecologicamente correta. Geradora de empregos e formadora de

cidadãos responsáveis.

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ANEXOS

I. DISPOSIÇÃO FINAL DO LIXO NO BRASIL - 2001

0

20

40

60

80

100

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Vazadouro a céu aberto Reciclagem Outras formas

FONTE: IBGE

NOTA: Disposição final do lixo no Brasil (%)

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II. CRONOGRAMA DAS AÇÕES RECOBRÁS – 2009

AÇÕES DATA DE REALIZAÇÃO

“Ação Praia Limpa” Final de dezembro de 2009 até março de 2010.

Divulgação da marca – jornal impresso e rádio

Fevereiro a abril de 2010

Inauguração Abril de 2010

Educação ambiental As aulas terão duração de 3 meses, realizadas durante os finais de semana. Início previsto para o segundo semestre de 2010.

Curso de Jardinagem Serão realizados mensalmente, com duração de uma semana. Início previsto para o segundo semestre de 2010

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III. ORÇAMENTO RECOBRÁS

MATERIAIS CUSTO

Construção do galpão com escritório de 400m² + mão- de- obra

R$ 300.000,00

Triturador de coco verde R$ 50.000,00

Prensa rotativa horizontal R$ 10.000,00

Classificador de fibra e pó R$ 5.000,00

Instalação elétrica dos equipamentos R$ 50.000,00

Pessoal técnico (8 pessoas) mensal R$ 9.600,00

Pessoal de escritório (5 pessoas) mensal R$ 20.000,00

TOTAL R$ 425.500,00

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IV. ORÇAMENTO COMUNICAÇÃO RECOBRAS

MATERIAIS CUSTO

Materiais de distribuição: sacos e viseiras R$ 2.000,00

Folders “Ação Praia Limpa” R$ 3.000,00

Outdoors (dez) “Ação Praia Limpa” R$ 10.000,00

Material gráfico Recobras R$ 1.000,00

SPOT para divulgação em rádio R$ 1.000,00

Publicidade em revista (página inteira) R$ 1.500,00

Publicidade em jornal impresso (um anúncio) R$ 500,00

Criação de site R$ 2.500,00

Software de relacionamento (CRM) R$ 500,00

Software para mailing list R$ 500,00

TOTAL R$ 22.500,00

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V. LOGOMARCA RECOBRÁS E “AÇÃO PRAIA LIMPA”

LOGOMARCA DA EMPRESA

DESIGN: CACÁ AZEVEDO

LOGOMARCA DA AÇÃO PRAIA LIMPA

DESIGN: CACÁ AZEVEDO

SACOS PARA COLOCAR O LIXO DA PRAIA

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VI. FLUXOGRAMA PARA PRODUÇÃO DE SUBSTRATO

Coleta da matéria- prima

Escolher cascas de mesma procedência e selecioná-las.

Trituração da casca

Cortar com facão em pedaços;

Desfibrar com picadeira de forragem;

Triturar com peneira

Lavagem das fibras

Lavar com água corrente.

Armazenamento

Colocação em contentor para cultivo sem solo

Produção de hortaliças e flores em vasos

Compostagem das fibras

Compostar no mínimo por 90 dias e enriquecer com nutrientes

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VII. EMBRAPA INCENTIVA RECICLAGEM DE COCO

Box II – Exemplo de uma cadeia agroindustrial bem-sucedida no aproveitamento do

coco

Umas das iniciativas bem sucedidas de articulação dos elos da cadeia produtiva do

coco maduro e verde para a utilização de resíduos é o Programa POEMA [1] - Pobreza

e Meio Ambiente na Amazônia, da Universidade Federal do Pará. A cadeia produtiva

do coco envolve, na produção, cerca de 5.000 pessoas de 17 comunidades rurais. A

extração da fibra se dá em 7 agroindústrias comunitárias no interior do Estado do Pará,

que comercializam o produto diretamente no mercado local, para a indústria

POEMATEC. A comercialização da linha de jardinagem beneficia as comunidades

rurais e é, hoje, um incentivo para o uso de materiais recicláveis. A utilização do látex

vem dando um novo impulso para a produção de borracha, servindo como insumo

importante para as peças produzidas.

Além de todos os atores envolvidos diretamente no projeto, ele somente pode ser

explicado com um caso bem sucedido, devido aos incentivos fiscais ao longo de toda a

cadeia do coco assegurados pelo Governo do Pará, concedendo diferimento e redução

fiscal nas operações com o produto final e isenção para máquinas e equipamentos. Ao

conceder os benefícios, a meta foi incentivar a diversificação da produção e melhorar o

padrão de qualidade dos produtos, além de ter garantido mais emprego e renda para a

população pobre local.

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Fonte: Elaboração Própria. Baseada em POEMA (2002).

VIII. A CARTA DA TERRA

A CARTA DA TERRA

PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

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Desafios Para o Futuro

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.

Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

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b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.

b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.

b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.

a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.

b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.

Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.

a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.

b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.

c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.

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d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.

e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.

f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.

a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.

b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.

c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.

d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.

c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.

d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.

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e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.

a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.

b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.

c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.

a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.

b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.

c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.

a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.

b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.

c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas. d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas atividades.

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11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.

a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.

b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.

c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.

b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.

c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.

d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.

IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.

a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.

b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.

c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.

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d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.

e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.

f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.

a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.

b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.

c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.

d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.

b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.

c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.

a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.

b. Programar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.

c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.

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d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.

e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.

f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.

O CAMINHO ADIANTE

Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.

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