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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Eloize Rosa COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO (EDUCOMUNICAÇÃO) GRUPO UNINTER CURITIBA 2008

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Eloize Rosatcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/08/comunicacao-e-educacao.pdf · comunicação para esclarecer dúvidas e fornecer informações

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Eloize Rosa

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO (EDUCOMUNICAÇÃO)

GRUPO UNINTER

CURITIBA

2008

1

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO (EDUCOMUNICAÇÃO)

GRUPO UNINTER

CURITIBA

2008

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Eloize Rosa

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO (EDUCOMUNICAÇÃO)

GRUPO UNINTER

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado para o MBA em Gestão da

Comunicação Empresarial da Faculdade de

Ciências Sociais da Universidade Tuiuti do

Paraná, como requisito parcial para a

obtenção do grau de especialista.

Orientador(a): Claudia Quadros

CURITIBA

2008

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu namorado Eduardo, que veio para a minha vida

como uma luz. Ele sempre esteve comigo compartilhando todo o processo de

elaboração deste projeto e nunca permitiu que eu desistisse, mesmo diante de

tantas dificuldades. Eu te amo.

4

AGRADECIMENTOS

A Deus, que está sempre iluminando meus caminhos e permitiu a

conclusão dessa nova etapa da minha vida.

Aos meus pais, que torcem sempre pelas minhas conquistas.

À Edilmery Santos, Regiane Lara, Claudia Quadros e Denise Stacheski.

A todos os funcionários, colaboradores e principalmente aos docentes e

discentes do Grupo Uninter.

E a todas as pessoas que, diretamente ou indiretamente, ajudam a

melhorar o ensino a distância no Brasil.

5

RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar uma ferramenta de comunicação que facilite a produção do audiovisual na Educação a Distância (EAD). As falhas na comunicação interna do Grupo Uninter, com direcionamento ao processo de adaptação do docente, muitas vezes resultam em produtos audiovisuais muito aquém da potencialidade do professor. Por meio da análise de produções audiovisuais e laboratórios de EAD, material didático para tal fim e uma aproximação a educomunicação, percebemos que uma empresa do setor educacional pode gerir o ambiente Educação a Distância com maior eficácia. Os resultados contribuem para uma reflexão sobre a função do docente e do discente. Palavras-chave: educação; EAD; educomunicação; comunicação empresarial; audiovisual

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ABSTRACT The objective of this study is to present a communication tool that facilitates the production of audiovisual in the Distance Education. The imperfections in the internal communication of the company Uninter Group (Grupo Uninter), directing to the process of adaptation of the teacher, often resulting in audiovisual productions with less quality than the teacher could offer. Through analysis of audiovisual productions and training days of the Distance Education, teaching material for this purpose and an approach to educommunication, we realize that a company in the education sector can manage the environment for distance education more effectively. The results contribute to a reflection on the activity of teachers and students. Keywords: education; distance education; educommunication; corporate communications; audiovisual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 08 2 EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA ......................................................................... 12 2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO E A PEDAGOGIA ................ 12 2.2 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES ................................ 14 2.3 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) .......... 17 2.4 EDUCAÇÃO E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ........................................ 19 2.4.1 Videolição ................................................................................................. 22 2.4.2 Videoapoio................................................................................................ 23 2.4.3 Vídeoprocesso.......................................................................................... 24 2.4.4 Programa motivador ................................................................................. 24 2.4.5 Programa monoconceitual ........................................................................ 25 2.4.6 Videointerativo .......................................................................................... 25 2.5 RELAÇÃO ENTRE TV E VÍDEO ................................................................. 30 2.6 INTERATIVIDADE NO EAD ........................................................................ 31 3 COMUNICAÇÃO SOCIAL ............................................................................. 33 3.1 O QUE É COMUNICAÇÃO SOCIAL .......................................................... 33 3.2 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ............................................................... 35 3.3 COMUNICAÇÃO INTERNA ATUAL ............................................................ 38 4 A EMPRESA .................................................................................................. 40 4.1 GRUPO UNINTER....................................................................................... 40 4.1.1 IBPEX ....................................................................................................... 41 4.1.2 Estúdio IBPEX .......................................................................................... 41 4.1.3 Facinter – Faculdades Internacional de Curitiba....................................... 42 4.1.4 Fatec Internacional – Faculdade de Tecnologia Internacional.................. 42 4.1.5 Uninter Idiomas......................................................................................... 43 4.1.6 Uninter Turismo ........................................................................................ 43 4.1.7 Editora IBPEX........................................................................................... 44 4.1.8 IN FOCO................................................................................................... 44 4.2 MISSÃO....................................................................................................... 44 4.3 VISÃO.......................................................................................................... 45 4.4 O PRINCÍPIO DA PRODUÇÃO DAS VIDEOAULAS DO GRUPO UNINTER .......................................................................................................... 45 4.5 PRODUÇÃO DAS VIDEOAULAS DO GRUPO UNINTER .......................... 47 4.6 METODOLOGIA DE PESQUISA E COLETA DE DADOS .......................... 48 4.7 FOCALIZANDO OS PONTOS FUNDAMENTAIS........................................ 49 5 PLANO DE COMUNICAÇÃO ......................................................................... 52 5.1 O PRODUTO (VÍDEO DE CAPACITAÇÃO AUDIOVISUAL DOCENTE) .... 52 5.2 DESCRIÇÃO CRIATIVA DA PRODUÇÃO DO PRODUTO ......................... 54 5.2.1 Escolha das cores .................................................................................... 55 5.2.2 Vinheta ..................................................................................................... 56 5.2.3 Estrutura do vídeo .................................................................................... 57 5.2.4 Reportagens ............................................................................................. 57 5.2.5 Depoimentos............................................................................................. 58 6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 59 7 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 61 8 ANEXOS 8.1 ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO....................................................................... 68

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8.2 ANEXO 2 – PRÉ-ROTEIRO ........................................................................ 70 8.3 ANEXO 3 – ROTEIRO................................................................................. 73

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1 INTRODUÇÃO

Docentes que participam de produções audiovisuais para a Educação a

Distância (EAD) encontram neste trabalho diversas orientações para melhorar o seu

desempenho frente às câmeras. Percebe-se que a produção audiovisual na EAD é

de suma importância para o processo ensino-aprendizagem. Assim, optou-se por

este estudo, que tem por objetivo observar o uso que os docentes desta modalidade

de ensino fazem de tais recursos para então, apontar caminhos possíveis para

explorar e estimular o EAD por meio da gestão da comunicação. Uma vez que todo

meio de comunicação tem uma linguagem específica, e o uso de recursos

audiovisuais no EAD mostra que somente por meio de uma linguagem apropriada é

possível tornar o conteúdo de uma disciplina atraente e, conseqüentemente, o

aprendizado do aluno se dará de maneira mais efetiva e dinâmica.

No processo de aprendizagem, o ensino do EAD necessita de uma linguagem

adequada, no qual conteúdos verbais e não-verbais estejam integrados. A

monografia em tela buscou fundamentos nos estudos da educomunicação, em que o

campo da comunicação estabelece interfaces com a educação. Em outras palavras,

a educomunicação prevê uma série de ações. Soares (apud Campos, et al., 2005)

defende que:

[...] um conjunto de ações inerentes ao planejamento, à implementação e à avaliação dos processos, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presencias ou virtuais, assim como melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, incluindo as relacionadas ao uso dos recursos da informação no processo de aprendizagem. (2005, p. 1).

Observa-se que os projetos que envolvem a educomunicação estão

influenciando de uma maneira positiva a capacidade de entendimento e a expressão

dos jovens. (ESCOLA..., 2007, p. 28).

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Duas perspectivas apontaram os estudos deste tema. Um é o fato de o EAD

estar crescendo no Brasil, e o outro, é de que as experiências acumuladas pela

autora desta monografia em relação a esta temática são fundamentais para levar

adiante este projeto. Ao exercer a função de editora de imagem das videoaulas

gravadas na empresa IBPEX Ltda. – uma das empresas do Grupo Uninter –, foi

possível perceber, ao longo de um ano de trabalho, as dificuldades encontradas

pelos professores que ministram as disciplinas do EAD. Os docentes nem sempre

entendem o processo de produção e edição de videoaulas. E, principalmente, não

conseguem adaptar o conteúdo da disciplina à linguagem utilizada em meios

audiovisuais.

Neste projeto, o processo de produção de videoaulas para o EAD da referida

instituição foi analisado entre os meses de agosto a novembro de 2008. A partir

dessa observação, foi detectada a necessidade de preparar melhor os docentes que

atuam no EAD, bem como, quais as dificuldades encontradas pelos docentes que

iniciam no método do EAD no momento de integrar, propagar e transferir seus

conhecimentos em formato de videoaula.

Esta monografia também aponta para a importância de criar um meio de

comunicação para esclarecer dúvidas e fornecer informações aos referidos

docentes. Para isso, o DVD - Vídeo de Capacitação Audiovisual Docente - mostra

um making of de todo o processo que o professor passará, desde a criação do

roteiro de suas aulas, a gravação no estúdio da IBPEX e, por fim, a edição do

material bruto nas ilhas de edição. Este DVD será entregue como material de apoio,

juntamente com o manual anteriormente produzido pela Ulbra (Universidade

Luterana do Brasil), que é um dos clientes do Grupo Uninter.

Para a elaboração do DVD foi realizada uma pesquisa qualitativa com a

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intenção de mapear as principais dificuldades dos docentes que atuam no EAD. As

reflexões se iniciaram a partir de referenciais teóricos dos campos da educação,

comunicação e comunicação empresarial.

A proposta do EAD evoluiu muito desde seu início oficial em meados do

Século XIX, que começa com a geração textual, passa pela geração analógica e

com a evolução da tecnologia a educação a distância chega ao digital. (MAIA, 2001).

O presente estudo vai descrever uma das artes do EAD, o audiovisual (videoaulas),

partindo do pressuposto de que a educação a distância tende a apoiar-se cada vez

mais em tecnologias emergentes, como computadores, telemática, múltiplos tipos de

redes, multimídia, hipertextos, realidade virtual, entre outras. (MAIA, 2001). Porém,

toda pesquisa está voltada para o emprego do audiovisual como instrumento

mediador do processo educativo através da modalidade de educação a distância.

Na pré-produção das videoaulas, os professores passam pelo processo de

laboratório chamado de CADE (Capacitação Audiovisual Docente), antes de

começarem a gravar suas aulas. Este laboratório tem como função a avaliação

desse professor e não seu treinamento.

O trabalho começa com algumas orientações dadas pelo diretor de cena, o

responsável pela gravação, e, já na seqüência, o docente é levado ao estúdio, onde

gravará alguns minutos, treinando posicionamento, entonação, postura, etc. Tudo

isso acontece dentro de aproximadamente uma hora. Após a gravação, a fita é

assistida pelo diretor de cena, que fará um relatório apontando os pontos positivos e

negativos daquele professor.

Nesse contexto, a Editora IBPEX oferece um manual para a orientação

desses docentes que iniciam no método de EAD, como foi dito anteriormente. Este é

entregue com alguns meses de antecedência da gravação do CADE. Observa-se,

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porém, que muitos deles não têm bom desempenho diante das câmeras, mesmo

com o referido material de apoio. Nesse sentido, acredita-se que esse manual não é

suficiente para capacitá-los a usar a linguagem audiovisual.

O presente estudo objetiva avaliar o uso que os docentes do EAD do Grupo

Uninter fazem dos meios audiovisuais. Para isso, os objetivos específicos são:

verificar as dificuldades encontradas pelos professores no momento de gravar um

vídeo para EAD; valorizar o audiovisual como ferramenta no processo do ensino-

aprendizagem; mostrar que a educomunicação tem uma parcela importante no

processo de evolução da educação e observar roteiros, caminhos e soluções que os

professores do EAD encontraram para desenvolver seu trabalho junto ao Grupo

Uninter.

12

2. EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA

2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO

Para Luzuriaga, a história da educação é o “estudo da realidade humana ao

longo do tempo”. (2001, p. irreg). Tempo não somente no sentido de passado, o

presente também lhe pertence. Segundo o autor, “a história da cultura se refere

antes aos produtos da mente do homem, tais como se manifestam na arte, na

técnica, na ciência, na moral ou na religião”. (2001, p. 23). Para ele, então, a

educação nada mais é que a manifestação dessas culturas e também de toda sua

história.

Segundo Aranha, apud Sousa, a Grécia Clássica pode ser considerada o

berço da pedagogia. A palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança,

no caso, o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se

amplia para designar toda a teoria da educação. Para Luzuriaga a pedagogia “é a

reflexão sistemática sobre educação”. (2001, p. 40). Pode-se afirmar, então, que a

pedagogia é a ciência da educação e dentro dela há o estudo relacionado à filosofia,

à psicologia, à sociologia e entre outras disciplinas.

Para Sousa (2001), os principais pedagogos mais conhecidos são:

Pestalozzi, considerado um dos defensores da escola popular; Froebel, que trabalha

com a atividade lúdica por perceber a sua função no desenvolvimento sensomotor e

Herbat, que afirma que a conduta pedagógica tem três procedimentos básicos: o

governo, a instrução e a disciplina.

Retomando a sua origem, no Renascimento, o educar se torna uma

exigência e moda, segundo a nova concepção de homem. Os colégios surgem do

século XVI até o XVIII. A escola transmite o conhecimento e a formação moral. Ao

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chegar ao Brasil, implanta-se uma sociedade agrária e escravista, em que não há

interesse pela educação elementar, surgindo daí a grande massa de analfabetos. No

século XVII, a educação é atormentada pelas guerras religiosas segundo Luzuriaga

(2001), não sendo a mesma do século XIX, onde a história se desenrola mais

pacificamente.

No século XIX, Sousa (2001), aponta que existe a intervenção do Estado para

estabelecer a escola elementar universal, gratuita e obrigatória. No século XX,

segundo Saviani (2008), a ênfase está nos métodos de aprendizagem. Já para

Luzuriaga é um período de difícil caracterização:

“Seu traço mais marcante será talvez a tendência para a educação democrática, que faz da livre personalidade humana o eixo das atividades, independentemente de posição econômica e social, e proporciona a maior educação possível ao maior número possível de indivíduos. (LUZURIAGA, 2001, p. 7)

O estudo da história da educação e da pedagogia são de suma importância

para o conhecimento do cenário da educação atual, pois essa vem trazendo na sua

história uma gama de conhecimento e não é uma invenção exclusiva da atualidade.

Dessa forma, também poderá ser vista sua evolução e suas possibilidades de

melhora, afinal a educação é parte integrante, essencial, da vida do homem e da

sociedade, e existe desde o início da vida humana. (LUZURIAGA, 2001, p. 52)

Percebe-se, portanto, que a educação já foi vista de diversas maneiras:

política, medieval, religiosa, realista, racionalista... Porém, atualmente, existem

diversos estudos que tentam mostrar o papel da educação, que muitas vezes se

resume a formar um cidadão capaz de inferir na sociedade de diversas formas.

Assim, cabe aos educadores aprimorar suas aulas, uma vez que o aluno está

inserido num mundo virtual e prático, em que a informação chega de forma rápida e

já interpretada pela mídia em geral. Daí a importância do ensino através das

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tecnologias, que é contemplado no EAD.

2.2 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES

Para o docente se adaptar às novas tecnologias do século XXI, a primeira

coisa que precisa fazer é reconhecer o papel da tecnologia como um recurso de

aprendizagem, ou seja, como um apoio ao seu conhecimento. Mas, por outro lado,

também deve perceber que seu papel é insubstituível, que ele continua sendo o

orientador e o cooperador na construção do cidadão, e principal responsável pela

formação do conhecimento do aluno. Então há uma necessidade de uma

capacitação continuada em todas as áreas educacionais, e quando se pensa em

EAD, deve-se também usar as ferramentas desta modalidade para o auxílio da

aprendizagem.

Existe uma Universidade Virtual Brasileira que é o resultado, segundo Maia,

da união de dez universidades e centros universitários, que se uniram para criar a

Rede Brasileira de Educação a Distância. Ressalta-se que esta foi fundada em junho

de 2000 e que lançou o seu primeiro curso com foco para os docentes iniciantes no

EAD, tendo como nome “Preparação de Professores Autores e Tutores para

Educação a Distância”, cujo foco era pesquisas e desenvolvimentos de

metodologias e tecnologias aplicadas ao ensino presencial e à educação a distância

(2001, p. 33).

Diante das múltiplas funções dadas ao docente na EAD, saber midiatizar é

ainda a melhor opção para se adaptar a esse novo universo cheio de tecnologias. As

TICS. (Tecnologias da Informação e Comunicação) são promotoras da mediação

multimidiática, que, segundo Hack (s/d), é a ponte do conhecimento em que ocorre a

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transmissão de dados; informações, ou seja, é o uso de materiais pedagógicos

representados por meio de recursos digitais, para serem utilizados pelo professor

como suporte para a transmissão do conteúdo. Nesse contexto, supõe-se que o

estabelecimento de uma base da percepção da realidade e do conhecimento por

meio do aprendizado que o aluno adquire, no conceito de Citelli (2000), fica claro

que:

[...] tanto os alunos como os professores vivem num espaço social midiatizado (sic) por mensagens televisivas, radiofônicas, jornalísticas, etc., capazes de provocar alterações nos comportamentos, criarem referências para o debate público, influenciarem na tomada de decisões, além de revelarem, muitas vezes, os próprios limites do discurso pedagógico. (2000, p.140).

Após esclarecer o que significa a mediação multimidiática ou midiatização do

conhecimento, é necessário destacar o audiovisual como um dos recursos dentro da

TIC, afinal esse trabalho tem como foco as videoaulas gravadas.

Santelli apud Ferrés (1996, p. 14), “a linguagem audiovisual é aquela que

comunica as idéias por meio das emoções”, tomando como princípio o pensamento

do autor. Já a linguagem audiovisual contribui para que o aprendizado seja um

processo construtivo, significativo e pessoal. Para Basso e Amaral (2006), os meios

audiovisuais propiciam o acesso ao conhecimento, pois permitem o desenvolvimento

do indivíduo em seu conjunto de elementos, e na sua interação com o outro e com o

mundo.

McLuhan (2002), afirma que os meios de comunicação transformam o homem

e o ambiente. Entende-se, então, que quando uma pessoa lê um texto tem reações

em diferentes partes do cérebro do que quando vê uma imagem estática ou não. Ver

e assistir são novas maneiras de conhecer, descobrir e aprender.

É o conhecer por meio de sensações, reagindo aos estímulos dos sentidos,

não diante das argumentações da razão. Um exemplo desses estímulos é quando

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ao comprar alguma coisa o vendedor seduz os clientes com o visual dos seus

produtos ou dos ambientes em que eles estão inseridos (vitrines, expositores). A

publicidade é um dos ramos da comunicação que explora o visual.

Usando o raciocínio de McLuhan (2002), se a palavra falada foi a primeira

tecnologia, a comunicação tem uma função importante no âmbito educativo. Logo, o

comunicador é o mediador entre a realidade e a ficção, ou seja, entre a história e a

literatura. Por esse motivo, o mediador deve estimular o senso crítico nos alunos,

afinal, como foi afirmado anteriormente, as informações que são passadas pelos

meios televisivos, por exemplo, são informações manipuladas e, por esse motivo, se

faz necessário o conhecimento da totalidade deste ambiente tecnológico. Para Maia

(2001), existem vinte dicas básicas para o professor virtual. Abaixo foi destacado em

resumo seis delas, as quais o docente, que está iniciando no EAD, precisa fazer e

saber:

Conheça as novas tecnologias, assim é possível descobrir qual recurso tecnológico se adapta ao seu jeito; Seja crítico com seu trabalho e se conheça como professor; Troque informações com quem já trabalhou com o EAD; Seja organizado com o conteúdo da sua disciplina; Quanto tempo semanalmente você pode ficar on-line para dar um suporte aos seus alunos? Você realmente acredita em ensino a distância?(MAIA, 2001, p. 21).

É bom ressaltar que não importa se é educação a distância, semi-presencial

ou presencial, estamos tratando de educação. Maia (2001) aponta que é essencial a

preocupação com o ensino da melhor qualidade possível, pois quem trabalha com a

educação é um prestador de serviço que apresenta soluções educacionais para o

aluno e o público em geral.

17

2.3 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

Existem várias histórias sobre o início do ensino a distância. Uma delas é

que as primeiras experiências com o EAD são datadas por volta de 1890, na

Alemanha, quando teria sido criado o primeiro curso por correspondência. Há outras

informações que foi por volta de 1728, por intermédio de um jornal de Boston, nos

Estados Unidos, que colocava matérias de ensino para os leitores em anexo às

páginas do jornal. Observa-se a citação de Neto, apud Cajazeiras, sobre o anúncio:

“Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa

várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que

vivem em Boston", em 20 de março de 1728 escrito pelo professor de taquigrafia

Cauleb Phillips. (CAJAZEIRA, s/d, p. 01).

Já outros autores dizem que foi no ano de 1881, quando a Universidade de

Chicago ofereceu, por correspondência, um curso de língua hebraica. No Brasil, o

EAD chegou por volta de 1960, em que o rádio era usado como recurso de

comunicação e os ouvintes acompanhavam a aula com um material impresso. Mas,

o que é o EAD? Moran, em seu artigo afirma que “a educação a distância é o

processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, nas quais professores

e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”. (s/d, p. irreg). Dentre essas

tecnologias podemos destacar o CD-ROM, o rádio, a internet, o vídeo entre outros.

Para Saraiva:

A prática da educação a distância (EAD) tem sido concretamente uma prática educativa, isto é, de interação pedagógica, cujos objetivos, conteúdos e resultados obtidos se identificam com aqueles que constituem, nos diversos tempos e espaços, a educação como projeto e processo humanos, histórica e politicamente definidos na cultura das diferentes sociedades. (SARAIVA, 1996, p.17)

Segundo Loyolla (2008), em 1996 a modalidade Educação a Distância

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(EAD) foi editada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e regulamentada

em dezembro de 1998, por decreto. Em 1999, o Brasil pôde começar a ter seus

primeiros cursos superiores a distância.

Nesse contexto, percebe-se que o perfil do aluno do EAD é de quem trabalha

muito viajando ou quem possui uma atividade diária agitada, e em função disso

dispõe de poucas horas do seu dia para estudar, ou ainda tem a obrigação de ficar

em casa por alguma razão, por exemplo, ter filhos pequenos, ou até mesmo possuir

alguma deficiência física etc.

O EAD é um método de ensino com foco mais adulto, principalmente para

aqueles que já têm experiências consolidadas de aprendizagem individual e de

pesquisa, por exemplo, no ensino de graduação e de pós-graduação. É importante

ressaltar que as crianças, pela especificidade de suas necessidades de

desenvolvimento e socialização, não podem dispensar o contato físico, ou seja, a

interação, logo não podem estudar a distância. (TINOCO, ARAÚJO, 2007).

Para o presidente da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância)

e pesquisador do assunto na Universidade de São Paulo, Fredric Litto, o EAD traz a

possibilidade de levar a escola até as pessoas. “A educação a distância só se realiza

quando um processo de utilização garante uma verdadeira comunicação bilateral

nitidamente educativa”. (SARAIVA, 1996, p. 17). Segundo a autora, a proposta do

ensino a distância não é o somente inserir recursos instrutivos para os alunos, mas

também necessita de um atendimento pedagógico, promovendo, então, uma relação

professor-aluno. LOYOLLA (2008) afirma que cabe as instituições prepararem um

professor presencial para tornar-se capacitado para trabalho com o EAD, pois isso é

um processo que exige dedicação.

19

2.4 EDUCAÇÃO E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Para Rodrigues, apud Torres, a educação está vinculada ao seu tempo e

ambiente, ou seja, a sociedade interfere nas transformações da educação. Existem

padrões nas sociedades que Rodrigues chama de “[...] coexistência das diferentes

concepções e práticas educacionais [...]” (2007, p. 70). Isso é visível tanto na

educação presencial quanto na educação a distância. Para Citelli (1999), quem

influenciou muito os educadores foi Lev Vigotski, ao apontar que “a consciência não

responde a uma dimensão meramente individual”. Já para Bakhtin, apud Citelli, a

consciência coincide com as visões das dinâmicas socioculturais.

E para Rodrigues, apud Torres, “a diversidade da qualidade de vida e o

acesso à tecnologia vão do neolítico à realidade virtual, sendo que estes ambientes

convivem ao mesmo tempo a poucos quilômetros de distância um do outro.” A

sociedade não tem efeito estático sobre a educação. A educação está sempre

mudando e se desenvolvendo conforme a interferência do homem. Faz parte da

cultura, logo varia segundo as características de seu povo e sua época.

(LUZURIAGA, 2001, p. 40).

Por isso, o ensino, antes de ser padronizado, prescritivo, necessita

reconhecer que o aluno é sujeito social. Na teoria piagetiana, o aluno (sujeito)

estabelece a relação de troca com o meio-objeto (pessoas, conhecimentos), em uma

relação de vivência e significados, o que se chama de assimilação. A aprendizagem

necessita sempre de uma atividade de interação, entre o indivíduo e o conteúdo que

será aprendido, tendo em vista que seu grau de desenvolvimento vai interferir nesse

processo. (UCHÔA, 2001, p. 12).

A opinião de Baccega coincide com os demais autores citados anteriormente.

20

Para ela, “a educação é um processo social, e é neste processo, sobretudo por meio

das palavras, que recebemos as análises da realidade feitas pelas gerações

anteriores: os comportamentos; o ambiente no qual o aluno está inserido; sua

particularidade etc...”. (BACCEGA, 2003, p. 40). A mesma autora complementa,

afirmando a importância de elaborar o novo, fazendo avançar a história.

Segundo Freire, apud Baccega (2003), vivemos em um conceito de uma

pedagogia comunicacional, em que as mídias e as relações com elas proporcionam

um diálogo entre a escola e as linguagens midiáticas, estimulando o aluno a

visualizar a realidade, a despertar a leitura do mundo e não somente do meio em

que vive. A educação para Baccega, Freire e outros autores, é um processo de

construção da consciência crítica, em que a mídia é um canal que possibilita e

estimula o exercício crítico nos alunos em relação aos fatos do cotidiano.

Já a comunicação se uniu a educação, no intuito de criar relações sociais

em que os aspectos cognitivos, críticos e comportamentais do público possam ser

trabalhados simultaneamente. Por sua vez, a escola vê os meios de comunicação

como um instrumento que ajuda a formar o julgamento, o senso crítico, o

pensamento hipotético e dedutivo, além de estimular a imaginação, auxiliar a leitura

e análise de textos e imagens (audiovisual) entre outras características. (COSTA,

2007).

Por volta do início do século XXI, a comunicação no meio educativo não é

mais questionada como uma forma de influenciar de maneira negativa, mas, sim, de

estabelecer um diálogo entre ambos. Segundo CASSIANO (2007), no Brasil o

Ministério da Educação apóia projetos especiais, como vídeos e sonoras (rádios), o

que para as escolas e universidades foi uma vitória, pois o trabalho de inserir a

comunicação com mídias diversas no ambiente escolar vem desde a década de 60.

21

Compara-se, então, a diferença do audiovisual, dentro do âmbito escolar, e a

televisão, que o discente assiste em casa. Pois quando a televisão é ligada, o

receptor tem a possibilidade de saber o que está acontecendo no mundo, como, por

exemplo, nos Estados Unidos. Nesse contexto, a imagem é visualizada, mas não

interpretada, trazendo imagens selecionadas pelo apresentador, ou pelo editor-chefe

do jornal, e não pelo telespectador, omitindo assim as mediações - tudo o que

aparece na TV é a mais pura “verdade”. E é por isso que se faz necessária a

formação do cidadão crítico. “É preciso saber ler e interpretar o mundo que,

metonimicamente, os meios nos passam como sendo a totalidade, e saber

reconfigurar essa totalidade”. (BACCEGA, 2003, p. 103).

“O mundo no qual e com o qual vivemos é hoje, predominantemente, esse que é trazido até o horizonte de nossa percepção, até o universo de nosso conhecimento pelos meios de comunicação, com destaque para a televisão. Trata-se, portanto, de um mundo editado, no qual vivem os cidadãos. A realidade editada compõe a cultura na qual todos nos formamos. Aí está a interação comunicação/cultura, aí reside a conjunção comunicação/ educação.” (BACCEGA, 2003, p. 97 ).

Ferrés (1996) aponta que é preciso recorrer à linguagem audiovisual para

colocar seus sentimentos e idéias, dando prioridade ao que ele chama de hemisfério

direito do ser humano, o que para Baccega (2003) se define como transdisciplinar,

que é trabalhar os conteúdos interligando as diversas disciplinas.

Babin, Kouloumdjian apud Ferrés, a linguagem audiovisual se define em:

“Mistura: que nada mais é do que a mixagem, ou seja, a junção de áudio e vídeo dentro do ambiente que chamamos de ilha de edição. Linguagem popular: que não é nem discurso, nem conferência, nem linguagem literária e intelectual. Dramatização: o drama deseja ação. Dramatizar nada mais é que provocar distinção e criar tensão. Relação ótima entre fundo e figura: estabelecimento de relações entre todos os elementos: correspondências e distâncias que criam o relevo. Presença: o canal eletrônico se faz presente, amplifica o efeito de presença. Vê-se ou escuta com todo o corpo. Composição por flashing (piscar): apresentação de aspectos sobressalentes, aparentemente sem ordem, sobre um fundo comum. Concatenamento (encadeamento, conexão, ligação) de mosaico: não - linear dedutivo ou casual. Os elementos de um mosaico parecem desconexos se forem isolados alguns fragmentos; somente se adverte o sentido ao contemplar o conjunto, a coerência interna global” (FERRÉS,

22

1996, p. 15).

O Professor que está inserido no EAD deve preocupar-se com a

aprendizagem do aluno; não esquecer que este é um recurso didático e não o carro

chefe de sua disciplina. É importante que ocorra a mediação do conhecimento

durante as aulas, e, para tanto, elas devem ser mais atrativas e dinâmicas.

“[...] uma educação em estéreo utilizará a comunicação, o diálogo e a

confrontação para facilitar a passagem das emoções ao hemisfério da reflexão e a

racionalidade. De mono ao estéreo. Do homem fragmentado ao homem completo.”

(FERRÉS, p. 17, 1996).

O estéreo, a que Ferrés (1996) se refere, é o audiovisual que chega ao

aluno de uma forma integral, completa as possibilidades expressivas, facilitando a

união dos ambientes culturais. O vídeo didático facilita a coerência entre a

suscetibilidade do aluno, a especificidade do meio e o progresso do sistema cultural.

Os vídeos podem ser complementares ou didáticos. Para Ferrés, existem seis

modalidades diferentes, são elas:

2.4.1 Videolição

“É uma aula expositiva, onde existe uma explanação, um desenvolvimento e

uma narrativa. Existe uma transmissão de informações, onde o aluno assiste e tem

como responsabilidade compreendê-las e assimilá-las.” (FERRÉS, 1996, p. 21)

Para o autor, os problemas que existem na videolição são quando ocorrem

trabalhos em grupos, em função de o ritmo ser diferente em comparação a uma aula

presencial, em que o professor adapta o ritmo da aula conforme sua necessidade, e

pode avançar em um determinado tempo, trazendo assuntos mais complexos para

23

complementar o que se está falando. Na videolição existe uma duração pré-

estabelecida, podendo ocorrer durante o processo de projeção do vídeo a má

compreensão de alguma imagem ou comentário, podendo vir a ocasionar problemas

de compreensão em alunos menos dotados.

Entretanto, Ferrés (1996), julga o vídeo como útil, quando se trata de

transmitir informações visuais que incorporem o movimento e o som, ou seja, para o

aluno é mais fácil entender um vídeo didático, em que os recursos visuais e sonoros

são inseridos simultaneamente de uma forma direta, simples e objetiva, do que uma

boa dissertação de um professor eficiente que possa existir em uma escola.

2.4.2 Videoapoio

“Nesta modalidade temos a interação entre as imagens e o professor em seu

discurso em sala de aula. O professor que proporciona o dinamismo da forma que

lhe convir”. (FÉRRES, 1996, p. 22). As imagens têm a função de acompanhar,

ilustrar e complementar o que o professor está dizendo.

Para Ferrés (1996), esta modalidade de vídeo é mais interessante que a

videolição, porque além do professor ter o domínio do ritmo da aula, ele pode

interagir, podendo até mesmo mediar a aprendizagem, de maneira que o aluno

também traga imagens ou sugira ilustrações que estejam relacionadas ao assunto

proposto pelo professor em sala de aula.

2.4.3 Videoprocesso

24

Com foco mais criativo, o videoprocesso, para Ferrés (1996), é onde se pode

estimular o aluno no processo de criação e de dinâmica de aprendizagem. Nesse o

aluno trabalha com a câmera de vídeo, ou seja, como sujeito ativo do processo.

É a partir daí que vai existir a produção, a busca de informações, elaboração

de textos, gravação com a câmera, sonorização, o que vem estimular o

compromisso e a participação de todos os alunos. Além da possibilidade de se

assistir o que foi gravado por eles, posteriormente, o professor pode vir a analisar

suas atitudes e sugerir novas atividades, como, por exemplo, gravar os alunos:

dançando, correndo, brincando, recitando, lendo, entre outros exemplos. (FÉRRES,

1996).

Também pode se considerar nesta modalidade a possibilidade de trabalhar

com pesquisas, por exemplo, gravando animais em seu habitat, pessoas ou grupos,

fenômenos naturais etc. O videoprocesso é um instrumento lúdico que possibilita um

treinamento criativo. Para o autor, “o videoprocesso é uma das fórmulas mais

criativas no uso didático do vídeo. Uma fórmula que pode e deve ser reinventada a

cada dia”. (FÉRRES, 1996, p. 23).

2.4.4 Programa motivador

Diferencia-se da videolição porque o programa motivador baseia-se na

pedagogia do depois, ou seja, se exibe o vídeo e, posteriormente, é feito um

trabalho de exploração baseado no que foi apresentado, ao contrário da videolição

que tem um foco pedagógico durante a exibição. Esse tipo de vídeo pode ser locado

ou comprado, podendo o próprio professor criar seu programa. (FÉRRES, 1996).

25

É importante se preocupar, quando for executar um programa motivador, em

cuidar do valor didático e, também, da qualidade técnica. Se ele for feito

corretamente, pode ser um material de apoio extremamente eficaz para a

aprendizagem, afinal é uma forma de expressão audiovisual, colocando a imagem e

o som conjuntamente, estimulando a discussão, a expressão, o trabalho e a

pesquisa. (FÉRRES, 1996).

2.4.5 Programa monoconceitual

O professor pode usar esse programa como, por exemplo, em seu

aperfeiçoamento pedagógico, utilizando-o como um complemento de algum

raciocínio ou mesmo como um material de apoio em sala de aula. Para Ferrés, esta

modalidade “exige um aproveitamento de todos os recursos técnicos: congelar a

imagem, repetir a exibição com outro ritmo, observar reiteradamente alguns planos

para analisar a fundo um processo etc.”. (FERRÉS, 1996, p. 24).

Pode-se dizer que este último fica entre o programa motivador e o videoapoio.

Normalmente, as informações desse programa têm o intuito de estimular a atividade

que o professor irá propor.

2.4.6 Videointerativo

Nada mais é que a junção da informática com o vídeo, ou seja, a

possibilidade de uma comunicação com dois sentidos. “Denomina-se vídeointerativo

todo o programa de vídeo nas quais as seqüências de imagens e a seleção das

manipulações estão determinadas pelas respostas do usuário ao seu material.”

26

(FERRÉS, 1996, p. 26).

Ao retomar a linha de pensamento de Baccega, o campo da

comunicação/educação é multi e transdisciplinar, ou seja, vários saberes o

compõem como, por exemplo: economia, política, estética, linguagem etc. (2003, p.

100). Morim, apud Kaveski, esclarece que “[...] o pensar e o agir transdisciplinar

deve ser antecedido de uma reforma do pensamento requerendo a constatação e a

compreensão da complexidade do real em sua multidimensionalidade e seus

antagonismos”. (s/d, p.2).

Piaget, apud Kaveski, define a transdisciplinaridade como “a integração global

das várias ciências”. Para D´Ambrosio, apud Kaveski, é o “despertar da consciência

na aquisição do conhecimento”.(s/d, p. 3). Sendo assim, a transdisciplinaridade é

uma perspectiva de integração da sociedade; é a cooperação e a solidariedade

entre os seres. Se para estudar a linguagem é necessário trocar informações no

meio histórico, sociológico e antropológico, em função da prática social do grupo,

logo a linguagem está inserida no âmbito dos estudos da comunicação, então é

imprescindível estabelecer um contato com a economia. Baccega (2003) afirma que

a economia está inserida na comunicação porque existem as empresas de

comunicação. Já a física e a química, em função da questão operacional das

tecnologias atuais, ou seja, os materiais tecnológicos, requerem conhecimento

nessas duas áreas citadas.

Para Citelli, “a ‘leitura’ dos sistemas de comunicação, no seu compósito de

produção, circulação e, sobretudo, recepção, deve estar integrada aos fluxos crítico-

dialógico dos demais discursos com os quais a escola trabalha.” (1999, p. 17). A

educação e a comunicação passam a ser vistas de uma forma extremamente inter-

relacionada; porém, deve se ter um cuidado para que não ocorra o excesso em

27

nenhum dos dois.

Para ilustrar melhor esse raciocínio, um bom exemplo é o filme que o próprio

Citelli sugere em seu livro: Denise Calls Up (Denise está chamando), do diretor Hal

Salwen. A história acontece em ambientes cercados de tecnologias, fax, telefones,

computadores. Os personagens vivem e se relacionam somente por meio desses

objetos tecnológicos; tudo é virtual, satirizando, assim, os grandes centros urbanos.

E um exemplo inverso que Citelli descreve é o filme Dead Poets Society (Sociedade

dos Poetas Mortos), do diretor Peter Weiss, em que mostra as relações entre um

professor e sua turma de alunos adolescentes, cheios de vontade de viver e de

realizar seus sonhos.

Já o ambiente acadêmico é extremamente rígido e autoritário, não permitindo

que os sonhos individuais dos alunos se concretizem, pois somente os impostos

pela instituição realmente se efetivam. O rompimento dos estereótipos educacionais,

oferecido pelo professor em questão, remete os alunos às novas possibilidades que

a vida lhes proporciona. Carpe Diem (aproveite o dia) é uma expressão muito usada

durante o filme. E o que se vê é a importância dos sentimentos humanos superando

as imposições da sociedade.

Resumindo, não adianta ter o excesso de uso da tecnologia, se do outro lado

existe a escassez do contato com os sentimentos humanos. Então, faz-se

necessário um equilíbrio pelo docente e a instituição, que tem a responsabilidade de

fazer o elo entre o aluno e seu mestre.

Para Baccega, só o conhecimento amplo e sólido de linguagens históricas,

antropológicas, sociológicas, filosóficas etc., possibilita a formação de cidadãos.

Portanto, “a importância da construção do campo comunicação/educação” deve ser

levado em conta. Para a autora, não estamos mais no momento de questionar ou

28

“discutir se devemos ou não utilizar os meios de comunicação no processo

educacional ou de procurar estratégias de educação para os meios”. (BACCEGA,

2003, p. 109). Assim, o professor, ao escolher o conteúdo, deve verificar o interesse

do educando, para que o resultado seja de fato alcançado.

Todas as questões tratadas até aqui estão relacionadas diretamente à

educomunicação, que consiste em unir as áreas de educação e comunicação social

no campo da reflexão e ação, ou seja, utiliza-se de tecnologias e de recursos de

linguagens para estimular as pessoas a expressar seus sentimentos e pensamentos,

assim, optando pelo que querem para o mundo e para elas próprias. Conforme

MENEZES, a educomunicação é:

[...]um campo de implementação de políticas de comunicação educativa, tendo como objetivo geral o planejamento, a criação e o desenvolvimento de ecossistemas educativos mediados por processos de comunicação e pelo uso das tecnologias da informação. (2001, p. irreg.).

A Comunicação para Soares, responsável pelo Núcleo de Comunicação e

Educação da ECA/USP, precisa ser “planejada, administrada e avaliada,

permanentemente. Ainda que complexa e abrangente em sua concepção, a

Educomunicação deve ser introduzida nos espaços educativos com base nas

condições de cada ambiente”.

Para a autora Bortoliero (2001), Mario Kaplún é uma referência no que diz

respeito à comunicação de uma forma geral, seja ela oral, escrita ou audiovisual.

Segundo Kaplún, apud Bortoliero, o método de leitura critica é o que propõe um

receptor ativo e critico diante dos conteúdos veiculados pelos meios de comunicação

de massa. Surge o que ele chama de educomunicação. Segundo Kaplún:

“la criticidad es algo que no se puede ensinar ni aprender, que no si puede transmitir ni transferi como se transfiere um teorema de matemática uma

29

fórmula química. La capacidad crítica no se recibe de outro: se ejercita. Debe ser un processo de auto descubrimiento. No basta com exponer uma información y uma explicación para que el destinatário lãs haga suyas y lãs incorpore.” (KAPLÚN apud BORTOLIERO, 2001, p. 86)

Na perspectiva da educação a distância, tanto Kaplún como Paulo Freire,

segundo Bortoliero, definem este método como “educação bancária”, ou seja, “o

educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-o um depósito.” Para

Kaplún existe todo um compromisso do ato educativo e comunicativo, chegando à

década de 90, marcada segundo Bortoliero com o aumento dos vídeos populares e

das rádios, gerando o que Kaplún chama de um “fôlego e entusiasmo”. (2001).

Para Kaplún (2001), a comunicação é um componente da pedagogia e não

um mero instrumento midiático e tecnológico. Na sua perspectiva, referente ao

século XXI, é preciso usufruir das novas tecnologias, e que elas venham a se

constituírem em ferramentas de aprendizagem, mas nunca deixando de lado a

linguagem, pois ela é a matéria-prima para a construção do pensamento e para o

desenvolvimento intelectual.

“No basta recepcionar (leer u oír) uma palabra para incorporarla al repertorio personal; para que se suscite su efectiva apropriación es preciso que el sujeito la use y la ejercite, la pronuncie, la escriba, la aplique; ejercicio que solo puede darse em la comunicación com otros sujeitos, escuchando y leyendo a otros, hablando y escribiendo para otros” (KAPLÚN apud BORTOLIERO, 2001, p. 88).

Conclui-se que a comunicação depende do emissor e do receptor para que

ela se efetive. Portanto, a interatividade é fundamental para o êxito da

Educomunicação no mundo, uma vez que deve ser respeitada a individualidade e as

necessidades de cada aprendiz.

30

2.5 RELAÇÃO ENTRE TV E VIDEO

No meio televisivo existe o emissor (a estação, aquele que coloca no ar os

programas, em conjunto definido de sons e imagens) de outro, o telespectador

(aquele que recebe as mensagens televisivas) e o mediador, isto é, o receptor, ou o

aparelho de TV. No caso da educação a distância em específico, o audiovisual, o

emissor é o docente, o telespectador são os alunos, e por fim, o mediador, que

neste caso podemos dizer que são os tutores, ou seja, os professores que ficam em

sala de aula para depois da apresentação do audiovisual tirar dúvidas e auxiliar os

alunos na pesquisa para complementar seus estudos.

No meio audiovisual se faz necessário o tempo para a preparação do material

que será gravado. Esse intervalo de elaboração, para Machado (2000), corresponde

à escolha do motivo, ou seja, de que forma será passada a mensagem que foi

previamente elaborada, a escolha do enquadramento, da composição, da

montagem, no caso a edição, da sonorização, entre outros. Ou seja, o material que

será gravado tem um intervalo de tempo até ser finalizado e, posteriormente,

veiculado. Isso tudo para permitir que o material gravado, o que é chamado de

“bruto”, possa vir a render os melhores resultados possíveis, seguindo uma lógica

determinada pelo que chamamos de roteiro.

Para Oliveira (2006), define-se a edição da seguinte forma:

[...] a edição não-linear surge com a digitalização se tornando uma ferramenta de praticidade e agilidade no processo de finalização do audiovisual. Até a chegada do processo não-linear, a edição era linear, ou seja, feita passo a passo, seguindo a ordem preestabelecida no roteiro de cada cena, cada take [...].(OLIVEIRA, 2006, p. 12 ).

Ao término de cada edição do vídeo, era verificada a existência de algumas

31

alterações nas cenas do produto, as quais só poderiam serem substituídas por

outras com a mesma duração, caso contrário, toda a edição, a partir daquele ponto,

teria que ser refeita.

Para Machado (2000), tanto a transmissão ao vivo, quanto as gravadas são

importantes, devendo apenas ser analisados os assuntos antes de serem

transmitidos, garantindo a fidelidade da notícia. Pensando em eventos culturais,

esportivos, religiosos, entre outros, estes requerem a transmissão ao vivo, ao

contrário das novelas, por exemplo, que exigem uma edição antes de entrarem ao

ar. Ao se tratar do ensino a distância, também existe a transmissão ao vivo e a

gravada, que se diferenciam na interatividade; numa o aluno pode interagir

imediatamente com o professor, através da internet ou telefone, já na outra ele é

telespectador, podendo interagir com o tutor e/ou, posteriormente, com o professor

através da comunicação virtual.

2.6 INTERATIVIDADE NO EAD

A educação em estéreo faz com que a escola não seja somente um centro de

ensino, mas também de aprendizagem, ou seja, não existe somente transmissão de

conhecimentos e informações, mas também a troca de conhecimentos. É a

oportunidade de o aluno transportar sua personalidade, trabalhando em equipe,

fazendo acontecer a integração mediante a inter-relação constante com o grupo,

com a escola, com os professores, enfim, com a sociedade como um todo.

(FERRÉS, 1996).

A interatividade na educação a distância ou no semipresencial acontece

desde o início. O aluno, mesmo não estando diante de seu professor, tem o apoio e

32

suporte do tutor, que nada mais é que um docente que tem a função de

complementar, tirar dúvidas, gerar debates, passar exercícios, enfim, ele faz a ponte

entre o aluno e o docente do EAD. (MAIA, 2001).

A educação a distância só obtém sucesso se a interatividade estiver presente

do início ao fim do processo. Por isso, a importância das videoaulas serem bem

estruturadas e bem preparadas, assim, o próprio aluno terá vontade de buscar,

complementar, conhecer, pesquisar sobre determinado assunto. O docente do EAD

precisa estimular no aluno o interesse, a pesquisa e o conhecimento; para tanto, o

seu perfil também deve promover essa atitude ativa. O feedback existe, mas para

isso acontecer, também precisa a participação enérgica de ambas as partes.

O grande responsável pela motivação dos alunos virtuais, para Maia (2001), é

o professor, mesmo os alunos estando distantes geograficamente, eles estão unidos

pela “força do conteúdo apresentado e pelas atividades colaborativas, interativas e

de integração promovidas e mediadas, não pela tecnologia, mas pelo professor”.

(2003, p. 9).

33

3 COMUNICAÇÃO SOCIAL

Da invenção do papiro ao surgimento das novas tecnologias digitais, o

homem percorreu um longo caminho. Atualmente, vive-se a cultura infomático-

midiática, em que os significados das nossas relações com o meio são alterados,

criando assim novos formatos de comunicação. (ALVES, et al., 2008).

Para Alves et al. (2008), vem-se conquistando ao longo da história da

humanidade diversas formas de se comunicar e de transmitir conhecimentos.

Algumas são eficazes outras nem tanto; porém, faz-se necessário um entendimento

sobre o assunto. A comunicação em todos os meios de atividade humana tem de ser

eficaz, rápida, clara e precisa, não podendo assim admitir entrelinhas e suposições.

(GUEDES, 2008)

3.1 O QUE É COMUNICAÇÃO

Entende-se como comunicação a troca de informações, na qual um sujeito e

um objeto interagem. Comunicar nada mais é que a materialização do pensamento

em signos, que são conhecidos pelas partes envolvidas. A comunicação humana

utiliza os sistemas simbólicos para se efetivar. Há milhares de anos, o homem tem

aperfeiçoado suas técnicas e instrumentos para uma comunicação mais eficaz.

McLuhan (2002), escreve que “[...] todos os meios como extensões de nós mesmos

servem para fornecer uma consciência e uma visão transformadoras”. (2002, p. 80).

Segundo os autores Rodrigues et al., a comunicação destaca-se em cinco

funções essenciais: informação, persuasão, socialização, distração e educação. O

homem é o maior responsável para que a comunicação tenha sucesso em seu

34

objetivo. “[...] todos os meios são metáforas ativas em seu poder de traduzir a

experiência em novas formas. A palavra falada foi a primeira tecnologia pela qual o

homem pôde desvincular-se de seu ambiente para retomá-lo de novo modo.”

(MCLUHAN, 2002, p. 76 e 77).

Todo aquele a quem cabe uma tarefa de comunicar deve compreender que a força de sua mensagem jamais dispensa a emoção que se expressa por uma voz que se alterna, falando ora mais alto, ora mais baixo, fazendo que com uma explanação oral possa se apresentar como que em negrito, itálico, caixa alta, caixa baixa, etc. (SANTOS, 2002, p. 114).

O discurso da comunicação se desenvolve com a linguagem, principalmente

a oral. Cada associação entre um significado e um significante, ou seja, cada signo,

cada palavra leva consigo características que uma determinada sociedade lhe

concedeu. As vivências e as experiências de cada grupo manifestam-se nas

palavras que dizem.

Em função do avanço tecnológico, temos a possibilidade de conhecer vários

grupos e sociedades diferentes em todos os lugares do mundo. Sabe-se o que está

acontecendo do outro lado mundo, utilizando a internet ou a televisão, por exemplo.

(CITELLI, 1991). Porém, cada emissor emite sua mensagem da maneira que lhe

convém. “Cabe à retórica mostrar o modo de constituir as palavras visando

convencer o receptor acerca de dada verdade”. (CITELLI, 1991, p. 8). Isso quer

dizer que as construções de orações, por intermédio da linguagem oral ou escrita,

têm um efeito de persuadir.

35

3.2 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

“A empresa é um sistema que reúne capital, trabalho, normas, políticas,

natureza técnica”. (REGO, 1987, p. 13). No contexto político, sua contribuição social

é de suma importância, principalmente no aspecto de geração de empregos diretos

e indiretos. O Grupo Uninter, por exemplo, descreve em sua missão empresarial “...

a justiça social...”, afinal, a educação a distância tem como principal objetivo

ultrapassar fronteiras, oportunizando conhecimento a todos os brasileiros.

O Grupo Uninter faz uso de ferramentas tecnológicas de última geração em

suas aulas, que são transmitidas ao vivo, via satélite e com interação em tempo real

com os professores. Além disso, os alunos contam com canais na web de interação,

através do sistema Voip; canal de interatividade entre alunos e professores –

Claroline - Vídeo on Demand, que equivale a aulas de reforço pela Internet e Rádio

Web, uma rádio educativa com programação variada, 24 horas no ar (GRUPO

UNINTER, 2008), enfim, elaboração de estratégias, produtos e serviços que

resultam em progresso.

A Comunicação é organizada por elementos, canais, mensagem,

decodificador, receptor, ingredientes enfim, que têm a função de tornar vital o

processo. (REGO, 1987). “No âmbito das empresas, a comunicação que se afirma

historicamente como importante é aquela que produz algum tipo de resultado”.

(NASSAR, 2005, p. 21). Utiliza-se dos seus processos e técnicas, ajustando-se de

uma forma simples, criando e mantendo uma identidade, melhorando então suas

vendas e aperfeiçoando os contatos com vários públicos. Já os resultados

dependem de bons administradores que são capazes de produzir significações, ou

seja, de se exprimirem de forma eficaz.

36

É importante que os objetivos do funcionário sejam os mesmos que os

objetivos da empresa. “A eficácia do desempenho comunicativo não é a mesma

coisa que a eficiência do encontro comunicativo”. (REGO, 1987, p. 22). A

comunicação pode ser desastrosa, mesmo quando duas pessoas são eficientes, por

isso o objetivo tem de ser o mesmo para que a interpretação tenha o mesmo

direcionamento, o mesmo foco. Por exemplo, no Grupo Uninter é exigido que toda a

equipe responsável pelas videoaulas tenha a mesma preocupação com a qualidade

do ensino a distância, que por sua vez levarão os clientes a estarem conectados

com a mesma filosofia dos funcionários do grupo. Por isso, a comunicação é

fundamental para gerar a credibilidade e a confiança. (MARCHESI, 2005, p. 47).

A primeira coisa que deve ser elaborada no plano de comunicação é a

criação da identidade da empresa, ou seja, missão, valores e objetivos da mesma.

“Toda organização para ser duradoura precisa tornar explícitos os princípios,

conceitos, valores e crenças que a governam”. (POLIDORO, 2005). Toda a

comunicação da empresa deve ser baseada nessas definições; é importante,

inclusive, que todos os funcionários as conheçam e as apliquem.

“A comunicação interna é, simultaneamente, decorrente da cultura da organização e elemento que consolida os valores próprios dessa cultura. Desempenha, portanto, papel preponderante na formação do clima organizacional e na construção da imagem institucional diante do público interno.” (CARVALHO, 2005, p. 72).

A empresa, então, necessita criar esses comandos de informação, que a

capacite a conhecer o ambiente onde atua, o mercado que deverá competir e o

próprio ambiente interno que reúne a sua estrutura. Por isso, a empresa necessita

dessa recepção e/ou emissão de informações que, para Rego (1986), são três

sistemas diferentes: o sistema ambiental, como o próprio nome já diz, é o ambiente

de atuação; o sistema competitivo, que é o ambiente de competição, e o sistema

organizacional, que é o ambiente interno da organização.

37

A comunicação descendente centrífuga, para Rego (1986), é do tipo

comunicação direcional, ou seja, a da cúpula para a base, que não apresenta muitos

diálogos, apenas normas, políticas, diretrizes, procedimentos, princípios... “Os

métodos utilizados na comunicação descendente centrífuga estão divididos em três

grupos: visuais, auditivos e visuais/auditivos.” (REGO, 1986, p. 55).

Já no Grupo Uninter, o método aplicado quase sempre é o auditivo. Porém,

através deste projeto propõe-se o visual/auditivo. Por outro lado, Rego aponta a

comunicação ascendente centrípeta, que se define como o processo nos quais os

funcionários podem mandar suas opiniões para os superiores, com sugestões de

ações diferenciadas sobre assuntos importantes para a empresa e para eles.

“Através deste fluxo de informações, a direção pode verificar se sua política está

sendo aceita e cumprida”. (REGO, 1987). É o chamado feedback. Ao saber de tudo

isso, cabe perguntar o porquê de algumas empresas insistirem em não executar

uma comunicação eficiente.

A comunicação empresarial, muitas vezes, esbarra em alguns obstáculos,

como pouca verba, falta de foco, pouco conhecimento técnico, o não uso de uma

pesquisa para pontuar as carências e falhas na empresa, o que acabam dificultando

a realização de uma comunicação eficiente. Cabe citar que existem casos de pouca

habilidade comunicacional por parte dos gestores das empresas, que, segundo

Marchesi (2005), a grande maioria delas possui gestores que não têm habilidades

suficientes para estarem exercendo este cargo, cabendo a comunicação interna

assumir um papel estratégico na gestão empresarial.

Marchesi aponta que o comunicador empresarial precisa apresentar seis

características:

38

Conhecer em profundidade o negócio da empresa em que trabalha; Ter bom trânsito político (relacionar-se bem com todas as lideranças representativas da empresa); Ser ético; Ter o pensamento estratégico bem desenvolvido; Ter capacidade de ler e interpretar cenários; Ter os traços definidos de um líder (MARCHESI, 2005, p. 49).

Ao supor que o líder da empresa tenha todas essas qualidades, a estrutura

da comunicação, para Rego (1986), fica assim: Parte-se de um emissor (E) para um

receptor (R), por meio de um canal físico (C), de certo número de sinais extraídos

previamente de um registro (Rr), e reunidos num conjunto (M). Resumindo, os

processos são: emissão, recepção, transferência, difusão, reciprocidade. Percebe-

se, então, que se tudo isso funcionar, o que ficará faltando é o conteúdo da

mensagem, sua freqüência e impacto.

Assim, é necessário evidenciar não só os mecanismos, mas processos efetivos a fim de que a área de comunicação possa conhecer e envolver os colaboradores da organização, buscando entendimento, consciência, compreensão, respeito, enfim, participação e comprometimento. Somente dessa forma a comunicação torna-se eficaz nas empresas.” (MARCHIORI, 2005, p. 112).

3.3 COMUNICAÇÃO INTERNA ATUAL

O trabalho de comunicação interna dentro do Grupo Uninter visa à integração

de todos os profissionais responsáveis pela educação a distância, desde a equipe

técnica até os professores. A empresa já executa um trabalho que tem como foco

principal a familiarização do professor com o ambiente de TV, que é a capacitação

em laboratório, com duração de um dia, onde é simulada sua aula e são recebidas

as orientações do diretor de cena, o que objetiva a avaliação e o aperfeiçoamento

frente às câmeras, propondo assim a reflexão das estratégias de ensino para esse

tipo de modalidade e apresentando o docente para a equipe que irá trabalhar até o

fim do processo.

Essa é a primeira fase que o docente do presencial vai vivenciar para, então,

39

se tornar um docente do EAD. Pode-se dizer que esse momento é o mais

importante, ou seja, a fase da pré-produção.

O professor observa e acompanha o trabalho de cada departamento da

produtora, recebendo explicações aplicadas ao trabalho que irá desenvolver. A

intenção é acostumá-lo com o ambiente audiovisual e instruí-lo em relação à

linguagem, para que ele consiga estruturar sua aula com eficiência.

40

4 A EMPRESA

Uma empresa é um conjunto de recursos, materiais e humanos, organizados

para o atingimento de determinado fim, caracterizado em missão, metas ou objetivos

(TEIXEIRA, 2002). Ansoff, apud Teixeira (2002), afirma que o termo empresa

tradicionalmente tem sido usado para fazer referência a uma organização social com

objetivos próprios, e motivados economicamente ou monetariamente.

4.1 GRUPO UNINTER

O Grupo Educacional Uninter é uma empresa que tem como principal objetivo

proporcionar o acesso dos brasileiros à educação de qualidade, com avançada

tecnologia e professores qualificados. A filosofia da empresa, que está no mercado

há mais de 10 anos, prioriza a formação como ícone de uma sociedade em

crescimento. Com altos conceitos obtidos junto ao MEC, o Uninter demonstra que

valores e princípios são características fundamentais para quem cuida e oferece

crescimento intelectual e pessoal. Em 2007, foi lançado um novo produto no

mercado educacional: o SEU – Sistema de Ensino Uninter. Com linguagem

pedagógica homogênea, o SEU conta com um conjunto de materiais didáticos e de

apoio, visando a uma relação educacional abrangente para as escolas parceiras,

além de ser uma garantia de qualidade e credibilidade, desde o Ensino Infantil até o

Pré-Vestibular. A escola que adota o SEU, além de ter à sua disposição uma

metodologia de ensino eficiente para a formação de seus alunos, também minimiza

custos com material didático, uma vez que o SEU é um sistema com os melhores

valores do mercado. É formado por apostilas, portal eletrônico de conteúdo

41

pedagógico, CD, DVD e toda a tecnologia de aprendizagem para uma relação

educacional abrangente. (GRUPO UNINTER, 2008).

4.1.1 IBPEX

Primeira empresa do Grupo Uninter, foi criada em 1996. O IBPEX – Instituto

Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão – foi fundado com o intuito de oportunizar a

especialização de professores de todas as regiões do Brasil que, até então,

precisavam se deslocar para obter formação mais específica. No ano de 2008, o

IBPEX já possuía 100 cursos de pós-graduação nas áreas de Gestão Empresarial e

Ciências Jurídicas, Ciências Humanas e Educação, Ciências da Saúde e Biológicas,

Meio Ambiente e Desenvolvimento, legalizados pela Facinter e pela Fatec

Internacional, credenciadas pelo MEC para a realização de cursos Lato Sensu.

Alunos do IBPEX ainda têm a oportunidade de participar de programas de

conceituadas instituições estrangeiras, com as quais o Grupo Uninter mantêm

parcerias. Além disso, há a possibilidade de viabilizar turmas especiais na categoria

Extensão Universitária (em conformidade com a LDB nº 9394-96), com emissão de

certificados. (GRUPO UNINTER, 2008).

4.1.2 Estúdio IBPEX

A Editora Ibpex conta com um centro de produção audiovisual, que realiza a

gravação e a edição das videoaulas que acompanham os materiais impressos

publicados pela área de Produção Escrita. Além dessa tarefa, o setor de Produção

Gravada é o responsável pela confecção de todas as peças de comunicação do

42

Grupo Uninter, tanto para clientes externos, como a Ulbra (Universidade Luterana do

Brasil), quanto para o público interno, como a área de marketing da instituição.

(GRUPO UNINTER, 2008).

4.1.3 FACINTER – Faculdade Internacional de Curitiba

Objetivando ampliar sua área de atuação na formação dos brasileiros, o

Grupo Uninter criou, em 2000, a Facinter, instituição de ensino com uma proposta

educacional inovadora, que oferece cursos superiores de graduação – Bacharelado

e Licenciatura – em Curitiba. Credenciamento pelo MEC: Portaria 578, D.O.U. de

03/05/2000 (GRUPO UNINTER, 2008). Por que Internacional? A FACINTER visa

ajudar seus alunos a compreenderem melhor o mundo, através de seu corpo diretivo

e docente de doutores, mestres e especialistas, com larga experiência na área

internacional. Como conseqüência de seu posicionamento, a FACINTER

estabeleceu convênios para intercâmbios, tanto com universidades de países da

América Latina, como dos Estados Unidos e Europa. E ainda, para que seus

professores e alunos pudessem ter acesso à literatura e cultura estrangeiras, foi

criado um centro de línguas de excelência, que os atende em tempo integral, com

cursos e orientações dirigidas aos países de interesse. (GRUPO UNINTER, 2008).

4.1.4 FATEC Internacional – Faculdade de Tecnologia Internacional

A faculdade destaca-se no Brasil todo pela qualidade oferecida em seus

cursos. Fundada em 2002, a Fatec Internacional entrou no mercado com o objetivo

de proporcionar aos brasileiros, na modalidade presencial e a distância, cursos

43

superiores tecnológicos em diversas áreas. Credenciamento pelo MEC: Portaria

4271, D.O.U. de 13/12/2005. (GRUPO UNINTER, 2008). EDSAT / CBED - Nos

cursos de graduação e pós-graduação ministrados na modalidade a distância, o

UNINTER utiliza a tecnologia de duas outras empresas do Grupo: CBED - Centro

Brasileiro de Educação a Distância e a metodologia EDSAT - Rede Brasileira de

Educação Via Satélite. Ambas detêm a metodologia de ensino, bem como a

tecnologia que permite a difusão do sinal das aulas para todo o país. (GRUPO

UNINTER, 2008).

4.1.5 Uninter Idiomas

Preocupado com o ensino integral de seus alunos, o Grupo UNINTER criou o

UNINTER Idiomas, um centro de línguas estrangeiras que permite aos estudantes

agregarem conhecimento, contribuindo, assim, para um melhor posicionamento

diante de um mercado cada vez mais globalizado. (GRUPO UNINTER, 2008).

4.1.6 Uninter Turismo

Realiza atividades de turismo educacional e cultural, de maneira a integrar a

prática ao que os alunos aprendem em sala de aula. Além disso, o UNINTER

Turismo facilita a logística dos professores do Grupo que viajam pelo Brasil todo

para difundir o conhecimento. (GRUPO UNINTER, 2008)

44

4.1.7 Editora IBPEX

Inicialmente, as publicações da Editora IBPEX eram apenas para personalizar

o material didático dos alunos que optavam por estudar na modalidade a distância.

Porém, devido ao sucesso dos títulos e à grande procura do mercado livreiro pelos

mesmos, a Editora ampliou seu leque de atuação e, hoje, além do material didático,

publica obras de caráter didático, técnico e científico, comercializadas em todo o

Brasil. (GRUPO UNINTER, 2008).

4.1.8 IN FOCO

Ao destacar a confiança da sociedade depositada no Grupo Educacional

UNINTER, em 2006 foi criado o IN FOCO – Instituto Superior de Formação

Continuada –, com o objetivo de propagar o Programa de Formação Continuada a

distância. Por meio da metodologia de ensino a distância, o In Foco leva às

Prefeituras cursos específicos para funcionários, além de cursos de capacitação

para professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental. (GRUPO UNINTER,

2008).

4.2 MISSÃO

A missão do Grupo Educacional Uninter é a formação integral de pessoas por

meio do ensino, da pesquisa e da extensão, promovendo a construção, reconstrução

e socialização do conhecimento, visando à educação continuada do cidadão para

atuar com ética e competência, comprometido com a justiça social e o

45

desenvolvimento sustentável do Brasil e do mundo.

4.3 VISÃO

O Grupo Educacional Uninter tem como visão ser um centro de excelência na

produção e difusão de conhecimento, reconhecida pela atuação inovadora e

contribuição social.

4.4 O PRINCÍPIO DA PRODUÇÃO DAS VIDEOAULAS DO GRUPO UNINTER

A produção audiovisual gravada consiste na criação de algo que será

representado por meio de “imagens e sons artificiais”. Pode ser um filme, um

videoclipe, uma animação, uma vinheta gráfica, uma matéria jornalística ou uma

videoaula que contenha todos esses elementos. Nesse tipo de produção existe um

processo criativo e intencional, que para acontecer são necessários determinados

esforços, que vão desde a concepção de uma idéia e/ou argumento, roteiro, equipe,

equipamentos, até a captação e a finalização das imagens. (MANUAL GRUPO

UNINTER, 2008).

A videoaula não é um livro gravado. Portanto, deve ter linguagem própria e de

preferência apresentar conteúdo complementar ao livro. (MANUAL GRUPO

UNINTER, 2008).

Um aspecto importante da produção audiovisual é a linguagem. Nas

experiências com a linguagem, da mesma forma que ocorre na comunicação, pode-

se deparar com outras tantas áreas do conhecimento, como a semiótica, a

psicologia da percepção, a iconografia e a própria lingüística. Como os códigos

46

passíveis de representarem linguagens são muitos, é adequado chamar de poetas,

escritores, pintores, músicos, cineastas, produtores de rádio, cinema e televisão,

publicitários, jornalistas, fotógrafos, arquitetos, desenhistas industriais, entre outros

profissionais de designers da linguagem. (ALVES, et al., 2008).

Qualquer emprego de “linguagem” compreende, sobretudo, uma forma

explícita de comunicação, utilizando diferentes códigos. A experiência com a

linguagem audiovisual faz com que na sua abordagem seja possível para o aluno

deparar-se com outras áreas do conhecimento, ampliando as relações existentes

entre as dimensões físicas das mensagens e as formas percebidas por quem as

interpreta.

A linguagem confere valor estético. O cenário, os objetos que compõem a

cena, o elenco, o figurino, os enquadramentos e movimentos da câmera, todos

esses elementos em conjunto contribuem para ambientar, identificar, comunicar e

subjetivar. As informações sensoriais que emanam desses elementos compõem

narrações que nos fazem ver coisas que existem ou existiram num determinado

momento e lugar. A temporalidade e a espacialidade do audiovisual, por meio da

sua capacidade única de montagem e remontagem, de inversão e recolocação de

elementos, são códigos narrativos da linguagem audiovisual que ultrapassam as

questões tecnológicas que sustentam a sua realização como produto. (MANUAL

GRUPO UNINTER, 2008).

47

4.5 PRODUÇÃO DAS VIDEOAULAS DO GRUPO UNINTER

Três fases caracterizam a produção audiovisual: pré-produção, produção e

pós-produção. Por pré-produção entende-se o período de planejamento, criação de

pré-roteiro e roteiro, além de aprovação dos roteiros pelo professor responsável pela

disciplina e coordenadores pedagógicos do curso. (MANUAL GRUPO UNINTER,

2008). Fiel apud Alves, “um roteiro é uma história contada por imagens”, por isso a

importância de ser escrito dentro de uma estrutura narrativa e de ser muito objetivo.

(ALVES, et al., 2008, p. 164).

A segunda fase, a produção, período de gravação das videoaulas em estúdio

e dos recursos criados para a aula. A terceira e última fase, a pós-produção,

contempla o trabalho de edição e revisão das videoaulas. (MANUAL GRUPO

UNINTER, 2008).

Em um cronograma de produção são mensurados prazos para cada uma das

fases, já prevendo possíveis fatores que alterem o andamento de alguns processos,

como condições climáticas (para gravações feitas fora do estúdio) e conflitos de

agenda dos profissionais envolvidos. (MANUAL GRUPO UNINTER, 2008).

Conversando com a responsável pela consultoria empresarial do Grupo

Uninter Márcia Nogueira Alves foram feitas as seguintes perguntas:

1 - O que demanda uma produção de audiovisual para a educação a distancia? R: “A criação e a produção de um produto audiovisual demandam sinergia dos grupos envolvidos, no sentido de pensar e discutir a escolha de uma estética capaz de promover a identidade do produto, aliada a uma linguagem que agregue valor ao conteúdo, sem perder o foco educativo.” 2 - Tendo em vista que os alunos esperam, também da produção audiovisual no EAD, um trabalho com muita criatividade e estética, o que você tem a dizer sobre esse processo dentro do ambiente da empresa e como isso ocorre? R: “A criatividade é trabalhada intensamente, visando desde o desenvolvimento de cenários e vinhetas, até a escolha de recursos que

48

auxiliem o docente na apresentação de seu conteúdo. Para isso, a boa comunicação entre a coordenação pedagógica, os professores envolvidos e a equipe de criação é fator de extrema importância para o resultado final dessa etapa, visto que é a partir das informações passadas pelo professor que as equipes de criação se unem para buscar o melhor recurso e criar uma linguagem que se mostre atual, atraente e diferenciada”.

4.6 METODOLOGIA DE PESQUISA E COLETA DE DADOS

Para Flick, apud Günther, existem quatro bases teóricas referentes à

pesquisa qualitativa:

A realidade social é vista como construção e atribuição social de significados, a ênfase no caráter processual e na reflexão, as condições objetivas de vida tornam-se relevantes por meio de significados subjetivos, o caráter comunicativo da realidade social permite que o refazer do processo de construção das realidades sociais torne-se ponto de partida da pesquisa.(Flick apud Günther, 2006, p.202)

Segundo Flick, a maneira de chegar a tal compreensão é por meio de

explicações ou compreensões das relações entre variáveis. O pesquisador aponta o

estudo de caso que é o ponto de partida ou elemento essencial da pesquisa

qualitativa.

Além de existirem as perguntas abertas, é necessário que o início seja

centrado num problema, para que assim possa se chegar a um resultado que

contribua para a compreensão do fenômeno e para o avanço do bem-estar social.

(Günther, 2006).

A pesquisa que foi aplicada com os professores do Grupo Uninter é do tipo

qualitativa, uma vez que não foram analisadas variáveis específicas do universo

educacional, mas, sim, interpretados os depoimentos desses professores. Segundo

Richardson (1999, p. irreg.), a pesquisa qualitativa é uma tentativa de compreensão

detalhada de um determinado assunto apresentado aos entrevistados. Sendo assim,

acredita-se, através deste projeto, ser mais viável para chegar aos objetivos

49

propostos a aplicação desse tipo de pesquisa.

4.7 FOCALIZANDO OS PONTOS FUNDAMENTAIS

Texeira (2002), afirma que a primeira etapa para a realização da análise

estratégica é tomar conhecimento ou esclarecer a situação da empresa diante do

seu ambiente competitivo, tendo em vista a relação com os clientes e os

concorrentes. Um plano de comunicação eficiente deve cercar “orbitar” o público-

alvo.

Nesse caso, o ouvir é essencial, e dentro do Grupo Uninter, quem tem que

ser ouvido são os alunos. Este projeto traz, como exemplo, uma aula da modalidade

semipresencial, em que se tratava do curso de Administração, com o professor

Henrique José Castelo Branco, nesse curso, os alunos, em sua maioria, são

pessoas que trabalham o dia todo, mas que têm um objetivo, fazer uma faculdade

de boa qualidade. Pode-se perceber que por parte dos alunos há um grande

interesse em aprender de uma forma dinâmica e com credibilidade. O aluno

Scheldon Isac de Mato destacou o interesse que os recursos estimulam nele, "[...]eu

acho muito engraçado até, muito bom, quando eles fizeram em um vídeo anterior,

dramatizações que demonstram, como um empreendedor deve agir[...]". Já a aluna

Cristiane Tamarossi comentou a respeito da interatividade que existe no EAD "[...]

nós temos um tutor que irá passar estas informações, em caso de dúvidas, além do

acesso por e-mail, também temos acesso ao professor, para esclarecer nossas

dúvidas [...]".

Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos de investigação

educacional: o questionário e a observação das gravações em vídeos, os chamados

50

CADE (Capacitação Audiovisual Docente), que é o laboratório que avalia o

professor. No questionário foram utilizadas perguntas que dizem respeito à

comunicação interna da empresa. Afinal, foi percebido pela autora deste projeto, a

qual já trabalha há mais de um ano no cargo de editora de imagem, uma carência de

comunicação com intuito de familiarizar melhor os professores ao recurso

audiovisual.

Durante esta pesquisa, foram utilizadas perguntas pessoais, para saber se os

próprios docentes se sentiam à vontade dentro do estúdio, e principalmente, diante

da câmera de vídeo. Além de preparados para gravar sua disciplina, tendo

consciência das diferenças e dificuldades que poderiam surgir durante o processo

de produção de sua videoaula, e, por fim, um espaço para os docentes sugerirem

materiais de apoio que venham a beneficiar seus trabalhos. (Anexo 1).

Na primeira resposta obtida na pesquisa qualitativa, pôde-se observar que

existiam falhas no sistema de entrega do Manual da ULBRA. Alguns docentes

recebiam o manual antes de fazer o CADE; outros, depois, e alguns docentes,

esporadicamente, não recebiam o manual, não possuindo então um material de

apoio, caso tivessem dúvidas.

Pôde-se observar que os docentes confiam em sua oratória e sua dinâmica

diante das câmeras. Porém, em seus laboratórios, a partir do momento que estão

diante das câmeras, sua desenvoltura deixa a desejar e seu nervosismo interfere na

dicção e na linha de raciocínio. Talvez pelo fato de o professor se sentir coibido, pois

não tem a quem falar e também por não existir alguém que vai questioná-lo,

interrompendo-o, ou, ainda, devido à necessidade de manter uma informação linear

a cada bloco da aula, ou, quem sabe, por não ter referências de outros professores

para então se comparar. Existem muitos professores que não obtiveram êxito no

51

CADE (laboratório), mas mesmo assim gravaram suas videoaulas para a educação

a distância. Infelizmente, na maioria desse material que foi analisado, observou-se

pouca evolução por parte do docente. Assim, muitos recursos foram inseridos na

pós-produção, para poder suprir conteúdo e, principalmente, cobrir erros do

professor.

Percebe-se que alguns professores evoluíram muito rápido dentro do

ambiente (estúdio), mostrando que a primeira vez pode ser difícil, mas é possível

melhorar o comportamento diante das câmeras com a prática.

O Vídeo de Capacitação Audiovisual Docente, o manual de videoaulas da

ULBRA e o CADE (laboratório) foram a maneira encontrada para dar a esse

professor o treinamento completo, fazendo a junção de teoria e prática, dois

elementos que precisam estar juntos para que o resultado final recebido pelo aluno

seja de ótima qualidade.

52

5 PLANO DE COMUNICAÇÃO

Grupo Educacional Uninter

A ação que foi proposta ao Grupo Educacional Uninter visa à qualidade do

resultado final das videoaulas para alunos do EAD, além de criar dentro da empresa

uma integração maior de cada setor, e, principalmente, dar segurança ao docente

que será recebido dentro do estúdio IBPEX para gravar suas videoaulas.

5.1 O PRODUTO (VÍDEO DE CAPACITACAO AUDIOVISUAL DOCENTE)

Mesmo existindo por parte da empresa um laboratório e um manual

impresso com foco de interação por parte de todos, principalmente do docente, foi

percebido uma carência de comunicação interna. Portanto, partindo da premissa de

que a empresa necessitava de mais um material de apoio com esse foco, foi

desenvolvido um projeto de vídeo nomeado como “Vídeo de Capacitação

Audiovisual Docente”, para que fosse entregue junto com o manual impresso da

ULBRA. Foi escolhido o mesmo nome, Capacitação Audiovisual Docente, para

vincular com o manual que será entregue ao docente.

A empresa aprovou o projeto de criação do vídeo, e a autora desta

monografia juntamente com mais um integrante da equipe, desenvolveu o pré-roteiro

(Anexo 2); depois, uma colaboradora da empresa roteirizou a versão final (Anexo 3).

A partir da aprovação do roteiro, foi sugerido à empresa que a roteirista fosse

responsável também pela apresentação do vídeo e pela direção-geral. A

responsável pela consultoria empresarial, Márcia Nogueira Alves, e o gerente

53

comercial, Richardt Rocha Feller, aprovaram a idéia e o projeto começou a ser

executado.

Antes de ser realizado o presente projeto, o manual que a empresa tinha foi

formatado e estruturado pela Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), cliente da

IBPEX. Durante o processo de produção do vídeo de capacitação audiovisual

docente, a editora-chefe da IBPEX, Lindsay Azambuja e o gerente comercial

Richardt Rocha Feller, começaram a escrever um novo manual para o Grupo

Uninter, com o mesmo intuito que o vídeo, afinal, a idéia é que um complemente o

outro para ficar o mais claro e objetivo possível para qualquer pessoa que o leia e ou

assista.

Outro item que mudou após este projeto é a entrega desse material para o

docente. Atualmente, o docente recebe o DVD e o manual após seu laboratório

(CADE), pois foi notado ao longo do tempo que o docente só sentia necessidade de

pesquisar, estudar e se aperfeiçoar, após ter passado pelo estúdio, ou seja, pela

experiência prática das gravações. Antes disso, o professor normalmente não lia o

manual da ULBRA entregue meses antes de seu CADE (laboratório), ou até mesmo

não recebia o manual.

Ao saber que a empresa pratica a Comunicação descendente centrífuga

somente auditiva ou visual, aplicou-se, então, o que para Rego se denomina como

comunicação visual/auditiva, pois foi produzido um filme sonoro, um demonstrativo

audiovisual, com intuito de transmitir os objetivos da empresa junto ao resultado final

do produto, as videoaulas. A autora instruiu a empresa sobre a importância de se ter

um feedback desse trabalho, aplicando a comunicação ascendente centrípeta, pois

atualmente ela não é praticada.

54

5.2 DESCRIÇÃO CRIATIVA DA PRODUÇÃO DO PRODUTO

O cenário tem o intuito de associar tecnologia, modernidade e dinamismo. Por

isso optou-se pela criação em 3D. O cenário é constituído de placas distribuídas no

ambiente virtual, que quando vistas de cima (FIGURA 02), remete à arte da

logomarca (FIGURA 01). Estas placas, quando vistas frontalmente, remetem a

grandes páginas de livros, e cada página é formada por um acrílico

semitransparente, onde será projetado o assunto que a apresentadora está

abordando (projeção em overlay), tendo de base uma mureta de aço escovado,

utilizando a combinação de tons de azul e cinza, constantemente utilizados para

remeter a atividades futuristas.

FIGURA 01 – LOGOMARCA

FONTE: Vídeo de Capacitação Audiovisual Docente (2008)

55

FIGURA 02 – CENÁRIO VISTO DE CIMA

FONTE: Vídeo de Capacitação Audiovisual Docente (2008)

5.2.1 Escolha das cores

A escolha das cores foi baseada na busca pela tecnologia, por isso a escolha

do azul, definida como a cor principal que remete à tecnologia, buscando na cor

complementar cinza e um degradê da cor azul para compor o fundo que, segundo

Whelan (1994) transmite a sensação de calma e o cinza que segundo o autor está

“no esquema de cores básicas”. Para o vestuário da apresentadora sugere-se uma

outra cor complementar da azul, como por exemplo, o violeta, que para o mesmo

autor é o elemento da surpresa e da magia, transmitindo a sua própria

personalidade. (FIGURA 4).

56

FIGURA 04 – PALETA DE CORES

FONTE: Vídeo de Capacitação Audiovisual Docente (2008)

5.2.2 Vinheta

A vinheta inicial foi criada tendo como base a logomarca que tem um “C” em

sua arte, formado a partir da vista superior do cenário, podendo assim fazer uma

transição entre a assinatura da vinheta e o cenário virtual, simulando em 3D uma

trajetória de câmera, vindo da parte superior (FIGURA 02) até o plano geral

(FIGURA 03). A Vinheta também utiliza de recursos gráficos, mostrando a silhueta

da apresentadora somente gesticulando para a câmera.

FIGURA 03 – PLANO GERAL - PG

57

FONTE: Vídeo de Capacitação Audiovisual Docente (2008)

5.2.3 Estrutura do vídeo

O vídeo de capacitação para professores contém trechos de aulas já

gravadas, mostrando os recursos utilizados nestas e assim ilustrando a gama de

possibilidades que o professor dispõe para a produção de sua aula.

Interagindo com o cenário 3D, a apresentadora poderá mostrar trechos de

aulas que estão projetadas no cenário virtual e poderão a qualquer momento entrar

em primeiro plano para ilustrar o conteúdo explicado.

Como previsto no pré-roteiro, a apresentadora demonstra cenas do estúdio

sem o cenário virtual, ou seja, sem a aplicação da pós-produção, o que ajudará o

professor a compreender melhor o processo de gravação, causando um impacto

importante ao fazer a transição entre o cenário em 3D e o estúdio de gravação sem

nenhuma projeção, tendo somente como cenário o cromaqui, mostrando

previamente para o professor como é composto um estúdio, ajudando-o no processo

de familiarização com o processo de gravação das aulas.

5.2.4 Reportagens

Ao considerar os vários assuntos que serão abordados no decorrer do vídeo,

a reportagem complementa o que está sendo proposto. Foi entrevistado um

profissional de cada departamento: roteiro, produção, direção e edição; partindo do

princípio que o conhecimento prévio de todo processo de produção de um vídeo

ajudará o professor no preparo e na gravação de sua aula.

58

5.2.5 Depoimentos

O vídeo conta também com o depoimento de uma professora de educação a

distância, que passou pelo processo de adaptação para a linguagem audiovisual e,

agora, já está familiarizada com esse método de ensino. A professora conta suas

experiências com o EAD, comentando as possíveis dificuldades que os professores

poderão sentir, e dá dicas que ajudarão os futuros professores que ingressarão

neste modo de educação.

O vídeo, por ter um foco de capacitação de professores, precisa de um

feedback dos alunos. Afinal, sua opinião é de suma importância para este trabalho.

O depoimento dos alunos de EAD finaliza o vídeo concluindo o projeto, respondendo

a seguinte pergunta: Quais as expectativas dos alunos quando assistem a uma

videoaula?

59

6 CONCLUSÃO

No contexto social, percebe-se que a educação é um direito de todos e por

isso deve atingir todas as classes sociais, porém existem diversas formas de

promover o indivíduo ao conhecimento, entre elas estão a graduação e a pós-

graduação, que até 1999 só se tinha acesso através de universidades presenciais,

dificultando algumas pessoas de terem o sonhado diploma. Nesta perspectiva, com

o aparecimento do EAD muitos tiveram a educação superior mais próxima,

rompendo barreiras geográficas.

O que se percebeu também durante a realização deste trabalho é que apesar

de o ensino chegar próximo ao aluno, ainda existem falhas durante a transmissão do

conhecimento nas vídeoaulas, como preparar os docentes que atuam no EAD, bem

como transferir conhecimentos e experiências no ambiente audiovisual para estes.

Atenta-se também que a comunicação para ser eficaz ela precisa ser

compreendida pelo receptor e uma das maneiras para atingir este objetivo é utilizar-

se de uma linguagem apropriada e direta, e é nessa perspectiva que o vídeo foi

produzido.

Não se tratando somente do EAD, mas também das aulas semi-presencias ou

mesmo presencias, as instituições devem preparar e determinar um plano de

atividades aplicando as novas tecnologias, tomando decisões adequadas para que o

objetivo proposto no planejamento seja alcançado. Usando critérios nas aulas

práticas, estimulando a criatividade, o trabalho cooperativo, a consciência e a critica,

proporcionando a possibilidade do diálogo com diferentes culturas, e

consequentemente ensinando-os a administrar suas carreiras e sua vida pessoal,

política e social, ajudando a formar cidadãos preparados para a era do ciberespaço.

60

61

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WHELAN, Bride M. Color Harmony 2: A guide to creative color combinations, United

States of America: Rockport Publishers, 1997.

68

8.1 ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

1 - O Grupo Uninter ou a IBPEX ofereceu algum material de apoio para auxiliá-lo na

criação dos roteiros e para instruí-lo como você deve se posicionar diante da câmera

de vídeo? Quais materiais:

Sim Não

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

2 - Você se sente à vontade em um estúdio de TV diante das câmeras? Por quê?

Sim Não

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

3 - Você acha que está preparado(a) para gravar a sua disciplina? Por quê?

Sim Não

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

69

4 – Você teve alguma experiência anterior com vídeo? Explique:

Sim Não

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

5 - Você aceitaria participar mais diretamente deste trabalho de conclusão de curso

em parceria com o Grupo Uninter e a IBPEX?

Sim Não

Nome:________________________________________________________

E-mail: ___________________ Telefone: ____________________________

6 - Este espaço é para você dar sugestões que possam vir auxiliar o seu trabalho

como professor do ensino a distância?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

70

8.2 ANEXO 2 – PRÉ-ROTEIRO

Duração: entre 30 minutos

Cenário:

O cenário será todo virtual. A apresentadora irá interagir com o cenário deixando o

vídeo mais moderno, e mostrando parte do potencial uso de diversos recursos de

pós-produção na produção de videoaulas.

Vinheta

Ainda não está definido!

Início

Começar com um clipe de making of (bastidores de todo o processo da videoaula).

Trazer um breve histórico do grupo Uninter (Institucional) e a relação do Grupo com

o EAD.

Falar que será feito um agendamento para que ele possa vir gravar o seu CADE e

explicar o que é o CADE.

Divisão dos departamentos (etapas de trabalho)

ROTEIRO:

Entrevista com um roteirista (o roteirista pode listar exemplos de recursos, para que

estimule a criatividade do professor na hora de escrever o seu roteiro e,

principalmente que ele compreenda a necessidade dos recursos nas aulas, partindo

de exemplos já usados em disciplinas anteriores, enfatizando a importância do

71

conteúdo estar bem estruturado. “Entre outras coisas que o roteirista ache

interessante.”

PRODUÇÃO:

Entrevistar um produtor. Lembrar os professores sobre os direitos de uso de imagem

que precisa ser disponibilizado para, posteriormente, inserir nas aulas e o tempo

máximo de inserção de filmes.

GRAVAÇÃO:

Entrevistar um diretor de cena. Importante ele falar, que cada pessoa tem que

respeitar a linguagem do seu corpo e se caso a do professor exceder para a

linguagem de vídeo, o diretor de cena irá avisá-lo. (tranqüilizar o professor)

Falar claro e projetando bem a voz.

Evitar falar rápido demais ou devagar demais. Isso pode cansar os alunos.

Variar a fala, oscilar a entonação para que o aluno não se canse e não perca o foco.

Gesticular e soltar-se no estúdio (qualquer coisa o diretor de cena o avisará sobre os

exageros).

Dentre outras, cabendo aos diretores de cena contratados da empresa, sugerir dicas

que auxiliem o professor a ter uma postura correta em frente a câmera.

APRESENTADORA:

A apresentadora pode complementar o que o diretor comentou:

Frisar sempre a importância do domínio completo do que foi escrito no roteiro antes

da gravação.

Destacar a pontualidade para o início das atividades de gravação.

72

Que o professor deve explorar ao máximo durante a gravação de suas aulas as

comparações, analogias. Que ele deve contextualizar durante a aula, pois isso

facilita o entendimento do aluno e faz com que o mesmo não perca o foco.

O uso da linguagem acessível (porque o audiovisual necessita de uma linguagem

clara).

Relembrar o aluno das coisas que foram citadas durante a aula.

Roupas e maquiagens “eu não sei como funciona, mas seria legal comentar sobre

as roupas e dizer que temos um maquiador na empresa”.

A possibilidade de se movimentar à vontade no estúdio, só cuidando com os

excessos, as câmeras estarão ali para segui-lo, pois o estúdio possui duas câmeras

“na edição a gente coloca o estúdio na visão de cima para o professor entender”.

Falar sobre a virada “se bem que na edição o editor pode mostrar isso na pratica”.

EDIÇÃO:

Entrevistar um editor:

O editor pode mostrar como são feito às viradas no software de edição.

A importância de se falar o plural quando necessário para que não precise inserir “s”

ou quaisquer outras sílabas na locução do professor, etc.

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