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UNIVERSO POÉTICO (Resposta ao “QUANDO FUI QUASE EU”) Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu. (Fernando Pessoa) Nos meandros do obscuro, procuro, A oculta face do além de mim. Vago, perfuro, suturo, Por um caminho traçado assim: Tento fugir do meu Eu funesto, Carne demais pra pouca alma, Massa disforme, eis aqui meu resto, Que me tortura e compromete a calma. Poeta, descrevo o absurdo, Utopia composta em versos, Então, faço de mim, um ser diverso. “Alheio ao mundo perverso”, ...................................................... Prossigo cego, mudo e surdo. A viagem, que enfim começa, Um voo alçado, num céu sem fim, Num tempo sem tempo, num tempo sem pressa, Que me arremessa pra dentro de mim. (PHASMartins)

UNIVERSO POÉTICO

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UNIVERSO POÉTICO

(Resposta ao “QUANDO FUI QUASE EU”)

Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu.

(Fernando Pessoa)

Nos meandros do obscuro, procuro,

A oculta face do além de mim.

Vago, perfuro, suturo,

Por um caminho traçado assim:

Tento fugir do meu Eu funesto,

Carne demais pra pouca alma,

Massa disforme, eis aqui meu resto,

Que me tortura e compromete a calma.

Poeta, descrevo o absurdo,

Utopia composta em versos,

Então, faço de mim, um ser diverso.

“Alheio ao mundo perverso”,

......................................................

Prossigo cego, mudo e surdo.

A viagem, que enfim começa,

Um voo alçado, num céu sem fim,

Num tempo sem tempo, num tempo sem pressa,

Que me arremessa pra dentro de mim.

(PHASMartins)