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04 - Editorial: João Aguiar Campos06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião: Miguel Oliveira Panão22 - Semana de.. Lígia Silveira24 - Dossier Sílvia Cardoso26 - Entrevista D. António Francisco dos Santos

48 - App Pastoral50 - Estante52 - Concílio Vaticano II54 - Agenda56 - Por estes dias58 - Programação Religiosa59 - Minuto Positivo60 - Liturgia64 - Jubileu da Misericórdia66 - Fundação AIS68 - LusoFonias

Foto da capa: D.R.Foto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

«Urbi et Orbi»contra o terror[ver+]

Páscoa atenta aomundo[ver+]

«Dona Sílvia» dePaços de Ferreira[ver+]

João Aguiar Campos | MiguelOliveira Panão | Manuel Barbosa |Paulo Aido | Tony Neves | BentoOliveira | Lígia Silveira

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Misericórdia em acção

João Aguiar Campos SecretariadoNacional das Comunicações Sociais

Celebramos, no próximo dia 3 de Abril, oDomingo da Divina Misericórdia, instituído emMaio do ano 2000 por João Paulo II.Acontece esta celebração num momento emque é suposto que o Ano da Misericórdia,querido pelo Papa Francisco, esteja a marcar oritmo da Igreja e dos seus filhos. Eis, pois, umbom momento para cada um de nós avaliar seestá a ir além da palavra ou das palavras; seestá, enfim, de coração dado aos pobres, comternura e gestos concretos.Que a misericórdia domine escritos e homilias,reflexões paroquias ou congressos, já é positivoe provocador. Mas será de menos, se ficarmosde fora da experiência do amor de Deus e daesperança que nos oferece; e, depois, não nosabrirmos a quantos connosco convivem ou nosprocuram. Tocados pelo Amor, urge tocar quemestá no nosso caminho -- pondo de lado odistanciamento e apostando na proximidade.É que, se a missão da Igreja é ser testemunhada misericórdia, esta tarefa cabe a cadabaptizado nas suas circunstâncias; e a cada umcumpre pô-la em acção, aqui e agora: nãofechando os olhos às fomes, sedes, injustiças,dores e marginalidades; estendo a mão paralevantar e poupando o indicador da denúnciaagreste; construindo paróquias que sejam ilhasde afecto e de perdão e não reservas de crentesimpecáveis. Enfim, conquistando a virtuosacapacidade de transformar em próximo cadavizinho -- mesmo os que nos surpreendem,porque vindos inesperadamente de longe equestionam

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a nossa cultura ou o nossosossego.Somos muito dados a emoções esentimentos de compaixão; teremos,até, alguma capacidade para alágrima de que a imagem tantogosta... Mais difícil é a acçãosamaritana que decorre de um olharatento e de uma disponibilidadetotal e arriscada. Comprometida.Mas é, de facto, a misericórdiaexercida que nos revela comoverdadeiros filhos de Deus-- como afirmativamenteavisou o Papa Francisco na sua conversa com Andrea Tornielli ;

salientando que o próprio SenhorJesus "colocou a misericórdia comoum ideal de vida e como critério decredibilidade para a nossa fé".Se não for este o caminho, viajamosem sentido contrário ao coração deDeus. E teremos perdido um ano --um Ano Santo.

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Atentado terrorista ensombrou Páscoa no Paquistão @Lusa

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"Se eu lá fosse ainda me arriscava a ser um elementocentral do congresso. O doutor Pedro Passos Coelhoresolveu candidatar-se, com base em ter sido o maisvotado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade,eu não quero perturbar"Rui Rio, ex-vice-presidente do PSD, em entrevista àrádio TSF, Porto, 30 de março "Tomamos boa nota da comunicação, pela defesa, daintenção de interpor recurso judicial em face dagravidade e dimensão das penas hoje decididas pelotribunal de primeira instância; e confiamos que atramitação do processo, nos termos previstos nalegislação angolana, obedeça aos princípios fundadoresdo Estado de Direito, incluindo o direito de oposição pormeios pacíficos às autoridades constituídas"Reação do Ministério dos Negócios Estrangeiros doGoverno Português à condenação a prisão efetiva de 17ativistas angolanos, 28 de março "Resolver e responder aos problemas estruturais dopaís não é compatível nem com atalhos nem comchoques, porque não há choque fiscal, choque deempobrecimento ou choque de conhecimento que nosresolva os problemas estruturais”António Costa, primeiro-ministro, na sessão delançamento do Programa Nacional de Reformas, Centrode Congressos de Lisboa, 29 de março “O senhor não trouxe reforma nenhuma. Não queremosfalar só dos objetivos. É preciso saber que estratégia sesegue”Pedro Passos Coelho, líder do PSD, durante o debatequinzenal com o primeiro-ministro, Assembleia daRepública, 30 de março

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Páscoa atenta aos sofrimentos domundo

Os recentes atos de terrorismo emvários pontos do mundo, a crise dosrefugiados ou o debate sobre aeutanásia marcaram váriasintervenções dos bisposportugueses nas celebrações daPáscoa.O bispo do Algarve alertou para aurgência do testemunho “alegre deCristo ressuscitado” dos cristãosdiante do fundamentalismoterrorista. “Como seria diferente aIgreja se nós, seus membros, nosdecidíssemos

a percorrer um caminho derenovação e conversão! Como seriadiferente a nossa vida e a do mundoque nos rodeia se nos decidíssemosa ser testemunhas alegres de Cristoressuscitado”, disse D. ManuelQuintas, na Sé de Faro.Também o bispo do Porto celebroueste Domingo do Dia de Páscoa, naSé local, recordando “o drama doterrorismo” que esta última semana“feriu a Europa e o mundo”.

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Num tempo dilacerado por tantas edesnecessárias divisões, o mundo emuito concretamente a Europa ePortugal precisam da sabedoria, dalucidez e da determinação de todospara que saibamos fazer do diálogoa chave da harmonia e daconcertação entre todos”, apontouD. António Francisco dos Santos.Já o bispo do Funchal desejou nasua mensagem para a Páscoa queJesus possa “iluminar os cenáriossombrios” da história, evocando asvítimas dos mais recentes atentadosterroristas. “Nos últimos dias, aEuropa e o Mundo foramsurpreendidos pelos dolorososatentados, que fizeram numerosasvítimas e espalharam a dor, o medo,o terror e a morte. Manifestamos onosso pesar e proximidade, pelaoração e solidariedade com todasas vítimas”, refere D. AntónioCarrilho.O arcebispo de Braga afirmou nahomilia da Missa da Vigília Pascalque a ausência da oração revela um“desinteresse pelo bem comum” eque orar é sempre uma “ação emfavor da Humanidade”. “A título deexemplo, após os atentados dapassada terça-feira, a frase maispartilhada nas redes sociais foi‘Pray for the world’ (Rezar pelomundo), um indicativo do quanto aoração pode

ser o motor que reconcilia aHumanidade e cura as feridas daviolência insensata”, lembrou D.Jorge Ortiga.D. Virgílio Antunes, bispo deCoimbra, referiu que a Páscoa temuma “forte e atual mensagem”relativamente às discussões sobre“eutanásia e suicídio assistido”como “festa da vida de Cristo e davida dos homens”.O cardeal-patriarca de Lisboapropôs aos católicos o “dom de si”,em favor dos mais necessitados,como forma de continuar aressurreição de Jesus na vida detodos.“Escolhamos o que Jesusescolheu, esvaziando-nos de nóspara que os outros caibam, certosde que, sempre que assim for,começaremos a ressuscitar e,connosco, o mundo”, afirmou D.Manuel Clemente, na homilia daMissa de Páscoa a que presidiu naSé patriarcal.O bispo de Bragança-Mirandaafirmou na homilia da Missa daVigília Pascal que celebrar aressurreição implica “viver a vida emCristo” para além das “celebraçõeslitúrgicas”, do “folar” ou das“amêndoas”. “Significa reconhecerCristo fora da Catedral e das igrejase capelas, reconhecendo e amando-o nos irmãos e irmãs que sofrem,que são perseguidos”, observou D.José Cordeiro.

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Filme «Fátima» no Festival deCannesO filme "Fátima" vai ser apresentadono Festival Internacional de Cannes,no dia 13 de maio, após acelebração de uma Missa na igrejade Notre Dame de Bon Voyage, nacidade do sul de França.A obra é um remake do “The Miracleof Our Lady of Fatima”, de 1952, daWarner Classic, e vai começar a serproduzido a partir de agosto,maioritariamente em Roma, numacoprodução internacional que juntaas produtoras norte-americanasOrigin Entertainment, Rose Picturese Braven Films e a produtoraitaliana Cinecittà Studios.De acordo com um comunicadoenviado à Agência ECCLESIA, oguião centra-se, sobretudo, nosacontecimentos conhecidos como“O Milagre do Sol”, de 13 deoutubro de 1917, na Cova da Iria.Para o vice-reitor do Santuário deFátima, esta é uma “boa iniciativa” eespera que “possa ser alcançada”,como é desejo dos seus produtores.“Poderá vir a ser um bominstrumento para a difusão damensagem de Fátima”, referiu opadre Vítor Coutinho.A produtora Natasha Howes referiuque foram pensados váriosdiretores para o trabalho derealização

deste filme, tendo a sido escolhido oitaliano Marco Pontecorvo “pelo seudesenvolvido estilo visual”, visívelem 'The Game of Thrones’ (‘AGuerra dos Tronos’). O papel deLúcia, uma das três videntes dasAparições na Cova da Iria, vai serrepresentado pela jovem atrizinglesa Allegra Allen, de 10 anos,que, por exemplo, contracenou como ator e produtor espanhol AntonioBanderas no filme ’Altamira’, de2016.Natasha Howes, da equipa deprodução, valorizou o facto daapresentação do filme acontecerapós a celebração da Eucaristianuma igreja próxima do Festival deCannes, “onde todas as pessoasenvolvidas” vão ser “confiadas aDeus”.Com um orçamento de 12 milhõesde dólares, o filme ‘Fátima’ tem umsítio na internet www.fatimathemovie.com

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EMRC ao lado dos refugiados

O Departamento de Educação Morale Religiosa Católica, doSecretariado Nacional da EducaçãoCristã (SNEC), vai mobilizar osalunos para a campanha ‘E se fosseeu? Fazer a mochila e partir ’, açãode sensibilização para “o drama”dos refugiados.“Cada aluno vai ser desafiado alevar a sua mochila com os bensque transportaria se estivesse nolugar de um refugiado - através deimagens ou, se possível, em formatofísico -, devendo depois partilhar arazão das suas escolhas”, explica osítio online Educris, da ComissãoEpiscopal da Educação e Doutrinada Fé.‘E se fosse eu? Fazer a mochila epartir ’ é o tema da ação, no dia 6 deabril, que decorre no primeiro tempoda manhã em todas as escolas dePortugal, numa sessão onde vai serexibido um vídeo, “mostrando opouco que os refugiados

transportam consigo”.A campanha é da Plataforma deApoio aos Refugiados (PAR) e oSNEC “convida todos os docentes”de EMRC a associarem-se nasensibilização de crianças e jovenspara “as dificuldades pelas quais osrefugiados passam para fugir daguerra, procurando proteçãohumanitária”.“Promovendo assim o compromissobem acolher quem procura proteçãohumanitária e concretizando osprincípios de uma sociedadedemocrática e inclusiva”, observa.O ‘Educris’ informa ainda que a PARvai enviar aos Agrupamentos deEscolas um cartaz e folhetos,disponíveis em formato digital, parapromover a iniciativa e édisponibilizado também um guiãocom sugestões de abordagem eindicação de materiais de apoio,para apoiar as escolas e osdocentes.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Escutismo: «GO3» incentivou a práticas de sustentabilidade e preocupaçãoambiental

«Nostra Aetate»: 50 anos depois, «um diálogo novo entre cristianismo ejudaísmo»

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Urbi et Orbi ao lado dos mais fracos

O Papa condenou no Vaticano arecente vaga de ataques terroristas,atos de “violência cega e brutal”, nasua tradicional mensagem pascal.“A nossa proximidade [está] com asvítimas do terrorismo, forma deviolência cega e brutal que continuaa derramar sangue inocente emdiversas partes do mundo, comoaconteceu nos ataques recentes naBélgica, Turquia, Nigéria, Chade,Camarões, Costa do Marfim eIraque”, disse Francisco, antes deconceder a bênção ‘urbi et orbi’ [àcidade (de Roma) e ao mundo], algoque acontece nos dias de Páscoa

e de Natal. A intervenção, desde avaranda da Basílica de São Pedro,evocou os homens e mulheres quedeixaram a sua terra em busca deum “futuro melhor”. Franciscolamentou que estes “grupos cadavez mais numerosos de migrantes erefugiados – entre os quais muitascrianças - que fogem da guerra, dafome, da pobreza e da injustiçasocial” encontrem muitas vezes “amorte ou a recusa dos quepoderiam oferecer-lheshospitalidade e ajuda”. O Papadesejou que sejam construídos“caminhos de esperança para aquerida Síria”, país “devastado

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por um longo conflito, com o seutriste cortejo de destruição, morte,de desprezo pelo direito humanitárioe desintegração da convivênciacivil”. “Confiamos ao poder doSenhor ressuscitado asconversações em curso, de modoque, com a boa vontade e acooperação de todos, seja possívelcolher os frutos da paz e dar início àconstrução de uma sociedadefraterna, que respeite a dignidade eos direitos de cada cidadão”,apelou.Depois de desejar “Boa Páscoa” àsmilhares de pessoas reunidas naPraça de São Pedro, o Papa passouem revista vários dos principaisconflitos da humanidade, deixandovotos de esperança e de paz paravários países africanos, incluindoMoçambique, “marcados portensões políticas e sociais. “Pensode modo particular no Burundi,Moçambique, RepúblicaDemocrática do Congo e o Sudãodo Sul”, precisou.O pontífice recordou que o mundoestá “cheio de pessoas que sofrem

no corpo e no espírito”, como épossível verificar nos “relatos decrimes brutais, que muitas vezes têmlugar dentro das paredes do lar”, ede “conflitos armados numa grandeescala, submetendo populaçõesinteiras a provas inimagináveis”. Aeste respeito, aludiu às regiões dabacia do Mediterrâneo e do MédioOriente, particularmente o Iraque,Iémen e Líbia. Francisco convidouisraelitas e palestinos a “construir asbases de uma paz justa e duradouraatravés de uma negociação direta esincera”. Em seguida, pediu umasolução “definitiva” para a guerra naUcrânia, apoiando as iniciativas deajuda humanitária, “entre as quais alibertação de pessoas detidas”.O Papa recordou também as“difíceis condições” em que vive aVenezuela, apelando aos que têmnas suas mãos os destinos do país,“para que se possa trabalhar emvista do bem comum, buscandoespaços de diálogo e colaboraçãoente todos”.

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Papa condena atentado vil noPaquistãoO Papa manifestou no Vaticano asua consternação pelo atentadoterrorista do último domingo emLahore, no Paquistão, que causou70 mortos e 300 feridos, na suamaioria mulheres e crianças. “Queromanifestar a minha proximidade atodos quantos foram atingidos poreste ato criminoso, vil eincompreensível, e convido-vos arezar pelas vítimas e seus entesqueridos”, disse Francisco aosperegrinos que encheram a Praçade São Pedro para a oração do‘Regina Caeli’.O atentado no Paquistão, queenvolveu um bombista suicida,aconteceu este domingo pelas19h00 locais (15h00 de Lisboa)junto a um parque infantil deLahore. Muitas famílias cristãsfestejavam a Páscoa, depois de ogoverno paquistanês terreconhecido pela primeira vez estedia como feriado.Na sua intervenção depois do‘Regina Caeli’, enviada à AgênciaECCLESIA, o Papa argentino apelouàs forças civis e sociais doPaquistão para que “se

empenhem a favor da segurança eda serenidade das populações e,em particular, de todas as minoriasreligiosas mais vulneráveis”.“A violência e o ódio homicidaconduzem apenas à dor e àdestruição: o respeito e afraternidade são a única via para apaz”, reforçou Francisco,expressando o seu desejo para que“a Páscoa suscite em todos” orepúdio pela “violência que semeia oterror e a morte”. E deste modo sepossa construir “ o amor, a justiça ea reconciliação”, complementou.O Papa exortou ainda todos oscristãos a “viverem na alegria e naserenidade esta semana queprolonga a alegria da Ressurreiçãode Cristo”.

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Exortação apostólica do Papa sobrea Família chega a 8 de abrilA exortação apostólica do PapaFrancisco, com as conclusões doSínodo da Família, vai ser publicadaa 8 de abril, anunciou o Vaticano. Odocumento tem como título ‘Amorislaetitia’, “A Alegria do Amor”.A 18 de fevereiro, o Papa tinhaadiantado aos jornalistas que odocumento estava em fase deconclusão, defendendo um“trabalho de integração” dosdivorciados que voltaram a casar.“Integrar na Igreja não significacomungar, porque eu conheçocatólicos recasados que vão à igrejauma ou duas vezes por ano [edizem]: «Eu quero comungar», comose fosse uma honorificência”,explicou aos jornalistas, durante ovoo de regresso a Roma, após avisita de seis dias a Cuba e aoMéxico.Para Francisco, neste trabalho deintegração “todas as portas estãoabertas”, mas não é possível dizerque “de agora em diante” todos vãopoder comungar. “Isso seria ferir oscônjuges, o casal, porque não lhespermitiria fazer esse caminho deintegração”, advertiu.O Papa adiantou que o documentopós-sinodal vai retomar a reflexãosobre a “pastoral das famíliasferidas”,

bem como sobre a “preparação parao matrimónio”.Francisco acrescentou que outrocapítulo “muito interessante” serádedicado ao tema da “educação dosfilhos”, da falta de tempo dos pais.“A palavra-chave que o Sínodo usoue que eu vou retomar é ‘integrar’ navida da Igreja as famílias feridas, asfamílias de recasados, mas nãodevemos esquecer-nos de pôr ascrianças no centro. São as primeirasvítimas, seja das feridas, seja dascondições de pobreza”, realçou.Os temas da família estiveram nocentro de duas assembleias doSínodo dos Bispos, em outubro de2014 e 2015, por decisão do PapaFrancisco, antecedidas porinquéritos enviados às diocesescatólicas de todo o mundo.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Missa de Páscoa no Vaticano

Cristãos têm de se livrar da «terrível armadilha» da falta de esperança

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Ressurreição e Universo

Miguel Oliveira Panão Professor Universitário

Estamos em plena semana de Pascoela. Duranteos últimos dias meditámos, experimentámos,vivemos na medida do possível o Mistério daMorte e Ressurreição de Jesus. A questão quecoloco é: qual o seu verdadeiro alcance emrelação ao universo?O universo está permeado de exemplos de mortee ressurreição. Pensemos na possibilidade devida. Não pode haver vida sem carbono e nãopode haver carbono sem a “morte” - por assimdizer - de uma estrela. Aliás, não é por acaso queDavid Ellyard terminava o processo de descriçãoda origem dos elementos do corpo humano com“somos todos feitos do pó das estrelas”. Logo,desde sempre que, no universo, da morteprovém a vida. Por outro lado, uma dasrealidades deste mundo é que evolui. Mastambém aqui, sem a morte não é possível evoluir,caso contrário, não seria possível a emergênciade novas espécies. Embora a Morte eRessurreição de Jesus sejam um Mistério, umarealidade escondida cujo aprofundamento ésempre possível e insaciável, poder-se-ia dizerque outra coisa não seria de esperar de umDeus que criou o mundo assim. Feito de vida queemerge da morte. Mas a pergunta mantém-se:qual o alcance da Morte e Ressurreição deJesus?Quando a minha avó Mariana faleceu penseinisso. Enquanto a maior parte das pessoas écolocada direita e de cara voltada para cima,dada a condição física da minha avó e afragilidade da sua pele nessa altura, optou-sepor colocá-la na posição em que estava a dormirquando faleceu. Esta

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imagem de um sono profundomarcou-me quando me despedi delapela última vez antes de serconfiada à terra. Na altura, o meupai pediu-me se poderia prepararumas palavras. Não sabia bem oque dizer, mas lembrei-me de algoque tinha lido de Chiara Lubich eque me parecia apropriado. Dizia“Jesus, que morre e ressuscita, écom certeza a verdadeira causa datransformação também do cosmos.(…) Se a Eucaristia é causa daressurreição do homem, não poderáo corpo humano, divinizado pelaEucaristia, estar destinado adesfazer-se debaixo da terra paracontribuir para a ressurreição docosmos? Poderíamos então dizerque, em virtude do pão eucarístico,o homem se torna ‘Eucaristia’ para ouniverso, no sentido de que é, comCristo, semente da transfiguraçãodo universo. Nesse caso, a terracomer-nos-ia, como nós comemos aEucaristia, não para nostransformar a nós em terra, maspara que a terra se transforme em“céus novos e numa terra nova” (C.Lubich, Um caminho novo, CidadeNova, 2004, pp. 119-120).Em linguagem jovem “É brutal!”Nunca como antes tinha-me dadoconta daquilo que a Eucaristia,

através de cada um de nós, poderealmente significar para o universoe qual seria o seu verdadeiroalcance. Da mesma forma quefazendo-se nada ao assumir anossa natureza humana, fazendo-senada ao entregar-se a cada um denós através de uma hóstia, tambémnós somos convidados por Ele afazermo-nos nada, pela Eucaristia, ea participar nesta aventura divina daressurreição do cosmos. Mas seráesta somente uma realidade denatureza espiritual compreensívelpara quem acredita ou haverá aquiuma realidade escondida que influi,de algum modo, a narrativa douniverso?Se Jesus é verdadeiro homem, e é-O de facto, também ele era feito dopó das estrelas. Se Jesus éverdadeiro Deus, e é-O de facto,então, a matéria possui umadimensão que está para além damaterialidade e é santificável. Não éo que acontece com a hóstia naEucaristia? Quem poderia imaginar,antes da morte da primeira estrela apartir da qual emerge o elementocarbono, que isso daria origem àvida? Qual o sentido e significadoda transfiguração do cosmos pelaRessurreição? Vida. De que modo?Não sei. Há respostas que exigempaciência e experiência até que setornem história.

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Mais vida

Lígia Silveira Agência ECCLESIA

Uma reportagem recentemente publicadanoticiava que uma empresa portuguesa ofereciamais dois meses de licença de maternidade, aacrescentar aos até seis que o Estado cobre. Osubsídio parental pode ser atribuído ao pai ou àmãe num valor que varia entre os 100 e os 80%do ordenado, dependendo do número de dias delicença.A Segurança Social permite prolongareste período até um ano mas o subsídio descepara 25% do salário entre o sétimo e nono mês;nos restantes três meses não há apoio estatal.«O diretor da empresa, Gonçalo Quadros, pensaque a "ovação explícita”, que recebeu após oanúncio da medida, veio de terem sentido queestavam a ser valorizados aspetos importantesda vida das pessoas, como o nascimento dosfilhos. "É uma medida de proximidade ecumplicidade que diz que sabemos que hámomentos especiais”», pode ler-se nareportagem. A extensão por mais dois meses vaide encontro à indicação da Organização Mundialde Saúde que recomenda o aleitamento maternoexclusivo até aos seis meses.Gostaria que a Exortação Apostólica do Papasobre a Família, a ser publicada a 8 de abril,iluminasse ações proféticas que ajudassem acolocar o catolicismo na vanguarda dohumanismo.Uma Igreja «livre, serva e pobre» é uma Igrejaque aponta ao essencial na vida , denuncia eabre caminhos para o homem novo.Cumprir a lei não basta. Criticar a falta deincentivos públicos à maternidade é escasso senão for acompanhado de exemplo real.

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Ir mais além com sinais decompreensão e reconhecimentopela vida concreta é também umaforma de fazer pastoral familiar emostrar às entidades públicas umcaminho já aberto e exequível.“«A verdadeira promoção da mulherexige que o trabalho sejaestruturado de tal maneira que elanão se veja obrigada a pagar aprópria promoção com o ter deabandonar a sua especificidade ecom detrimento da sua família, naqual ela, como mãe, tem um papelinsubstituível»”,refere o nº 19 dacarta encíclica Laborens exercens,de 1981, de São João Paulo II.Não há família sem a liberdadeefetiva para a poder constituir e,sejamos honestos, uma quota-partereside na capacidade financeira queum agregado familiar possui parapoder fazer escolhas e traçarprojetos.Que liberdade é oferecida quandoapenas 25% da remuneração estáem causa? Que possibilidade deescolha

tem uma família quando, nestetempo em que vivemos, muitos lutampara chegar ao final do mês comcontas saldadas e a fome dos filhossaciada?Considero que sou privilegiadaporque, sem escamoteardificuldades e restriçõesorçamentais, me é dada, familiar eprofissionalmente, essapossibilidade de prolongar a licençade maternidade - escrevo este textona véspera de regressar a casapara continuar a acompanhar o meufilho por mais três meses.Gostaria que para outros essaliberdade pudesse ser efetiva, masem vez disso ouço lamentos: «’Paraque é que queres tanto tempo delicença?’ – perguntou a minha chefe(mulher!) quando lhe disse querequeri a licença alargada dematernidade’», confidenciou-meuma amiga empregada numaautarquia.Mudanças de mentalidade sãonecessárias e, tal como Aquele quenos abriu à esperança há dois milanos, devemos nós hoje apontar amais vida.

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Sílvia Cardoso viveu entre o século XIX e o século XX,deixando marcas profundas na Igreja e na sociedade. Foi umexemplo de vida cristã traduzido nas obras de caridade quefundou e no apostolado itinerante ao serviço da formação deleigos. Desde 1992 que decorre, no Vaticano o seu processo debeatificação e canonização. A 27 de março de 2013, SílviaCardoso foi declarada venerável. Três anos depois a terra que aviu nascer prepara-se para testemunhar um momento histórico:os restos mortais da portuguesa, com processo de beatificaçãoa decorrer no Vaticano desde 1992, vão ser transladados estedomingo para a igreja da cidade, numa celebração transmitidapela ECCLESIA.Este semanário aborda a vida de uma grande figura da IgrejaCatólica, com entrevista ao bispo do Porto, D. AntónioFrancisco dos Santos, e depoimentos dos responsáveiscatólicos que acompanham o processo de canonização, dopresidente da Câmara de Paços de Ferreira e de familiares davenerável.

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«Uma missionária itinerante»Dias antes da trasladação dos restos mortais de Sílvia Cardoso a Ecclesiaconversou com o bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, queenaltece a vida e obra da “criativa D. Sílvia”, uma verdadeira apostola daMisericórdia que trouxe à diocese e ao país uma criatividade e um impulsoinvulgar para o seu tempo.

Entrevista conduzida por Imelda Monteiro Agência Ecclesia (AE) – Nodomingo, dia 03 de abril, acontece atrasladação dos restos mortais davenerável Sílvia Cardoso docemitério paroquial para uma novacapela tumular na Igreja Paroquialde Paços de Ferreira. Quesignificado tem este dia para aDiocese do Porto?D. António Francisco dos Santos(AFS) – Primeiro a escolha da dataé significativa para nós, queremosque a trasladação seja a 03 de abril,por ser o domingo da Misericórdia,integrando assim a celebração e ogesto no Ano Santo do JubileuExtraordinário da Misericórdia,porque há uma identificação muitogrande entre a vida, trabalho e amissão da D. Sílvia Cardoso e esteano santo. Depois porque queremosque, este sinal e este gesto quevamos fazer, signifique também umamarca importante na vida dadiocese,

o processo e a causa dabeatificação e canonização é umprocesso diocesano e por isso oenvolvimento de toda a dioceseneste momento particular dacelebração tem todo o sentido. Emterceiro lugar, D. Sílvia Cardoso foiuma grande apostola daMisericórdia e foi já declaradavenerável pelo Papa Franciscoaliás, num dos primeiros atos do seupontificado, a 27 de março de 2013.Todos estes elementos se conjugame convergem para que façamosdeste dia da trasladação ummomento celebrativo que envolva emobilize toda a diocese.

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AE – É uma forma de aproximartambém os fiéis da veneração a D.Sílvia Cardoso?AFS – É uma forma de dizermos atodos a gratidão pelo testemunhode admiração e valor que a diocesetem, os sacerdotes, diáconos,consagrados e leigos, toda adiocese! Não é só a paróquia ecidade de Paços de Ferreira, nem avigararia, mas toda a diocese. Paralá da diocese, todo o país, porque aD. Sílvia Cardoso foi umamissionária itinerante, foiverdadeiramente protagonista daIgreja em saída. Ela valorizou muitoa vida espiritual e pessoal masdepois quis irradiar por todo o lado,na diocese do Porto, com a criaçãode alguns centros de retiro e vidaespiritual, e mesmo algumasiniciativas e instituições paracrianças, e depois percorreu todo onorte do país. Depois centrou-se emLisboa, o patriarcado de Lisboadeve-lhe muito… Depois foi para oAlentejo.

AE – Há mesmo marcas de Norte aSul, uma itinerância invulgar para oseu tempo...AFS - Não havia fronteiras ao zelomissionário de D. Sílvia Cardoso, elaia ao encontro das populações maisnecessitadas, aliás creio que afisionomia espiritual e testemunhode santidade se podem perceber emtrês dimensões muito importantes. Aprimeira, a dimensão da caridade,ela procurou fazer o bem aospobres. D. Sílvia era de família comrecursos económicos, mas soubereparti-los e distribuí-los, soubecolocar a fortuna de família aoserviço dos que mais precisavam. Asegunda dimensão foi a formação,ela sentia que Portugal naqueletempo, fim do século XIX e início doséculo XX, precisava de formaçãodos leigos, sobretudo das geraçõesmais novas, e dedicou-se à iniciativade retiros espirituais e aos centrosde formação. Eu creio que étotalmente atual é imperativo hojeeste espírito que também o PapaFrancisco nos traz. Depois a terceiradimensão, muito particular, ela eraitinerante, ela sabia que a Igreja émissão e isso vem ao encontro dolema do nosso plano pastoral

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diocesano: fazer da “alegria doevangelho” a nossa missão eproclamar as bem-aventuranças.Estas três dimensões convergem detal maneira que é a identificação ea

fisionomia pastoral da nossadiocese, e este impulso derenovação pastoral que queremosimprimir, encontra, em D. SílviaCardoso, um exemplo, um modelo euma bênção.

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AE – A espiritualidade de SílviaCardoso está devidamenteestudada ou acredita que se podefazer mais ainda neste campo?AFS – Eu creio que a espiritualidadeestá bem compreendida, quer pelaspessoas simples, quer pelas cultas,mas percebo que precisa de sertrabalhada teologicamente e aonível, inclusivamente, de trabalhosuniversitários e académicos. É ummanancial extraordinário ir beber àsfontes da inspiração e daespiritualidade de D. Sílvia epodemos incentivar e estouconvencido que vamos conseguir.Até porque têm sido publicadostextos que são referências e oprocesso, que envolve milhares depáginas, pode ser trabalhado eestudado ao nível académico, deinvestigação, de aprofundamentoteológico, espiritual e pastoral.Estas são as três dimensões, ainvestigação teológica, a valorizaçãoespiritual do seu modo de vida etestemunho e a sua criatividade

pastoral. Eu valorizo muito apastoral no sentido criativo de saídae de criatividade para sermoscapazes de responder a cadatempo, com linguagem nova, comnovo vigor e acrescido entusiasmo:Quando se lê D. Sílvia e se percebeas intuições pastorais da sua vida,encontra-se nela uma pessoa donosso tempo. Faleceu há 66 anosmas é do nosso tempo, não só danossa terra mas do nosso tempo, eé um modelo do nosso viver e serIgreja. É isso que é importante e queprocuramos celebrar, viver etambém fazer irradiar para a diocesee para o país.

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AE – Ao nível de ação socialcontinua a ser um exemplo decriatividade, um bom exemplo paraos dias de hoje?AFS – É, sem dúvida. Ao ler a vida eperceber as intuições espirituais deD. Sílvia Cardoso sinto que ela foi averdadeira realizadora das Obrasde Misericórdia. Procurou realizaratravés da intuição do valor dasbem-

aventuranças do Evangelho e dacapacidade de levar o amor deDeus aos mais simples, pobres efrágeis e por isso ela se dedicou àscrianças, aos jovens e às famíliasem dificuldade. Essa perceção dacriatividade de ir ao encontro e ler arealidade socio-religiosa daqueletempo é, para nós, um dado que énecessário saber

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adquirir, interpretar e cumprir.D. Sílvia não pensava, ela realizavaas coisas e incentivava outros arealizar. Ela foi percorrendo o paíse, em cada lugar, foi entregando asobras às próprias comunidadeslocais e inclusivamente a ordensreligiosas, para que outrospudessem acolher

e continuar as obras que elacomeçou. Não se prendeu ao quecriou, foi semeando pelo país eentregando; aí também hácriatividade, ousadia edespojamento, não de focar apenasno que fez ou na razão porque fezou o método como fez…

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biografia

Sílvia Cardoso Ferreira da SilvaSílvia Cardoso Ferreira da Silva,com o coração imerso no mistériodivino, progrediu no caminho dasantidade e exerceu um apostoladomúltiplo e variegado para o bem daIgreja e da sociedade.Nasceu na cidade de Paços deFerreira, no dia 26 de julho de1882, numa família bastante rica emuito católica. No ano seguinte foilevada com os pais para o Brasil,onde viveu até 1889, ano em que afamília regressou à pátria. Desde aadolescência a Serva de Deusmanifestou apreço à oração ededicação ao próximo,particularmente aos maiscarenciados. No ano de 1912, porinfluência da família, ficou noiva deum primo descrente, mas estetendo-se convertido a Deus, morreurepentinamente, deixando à noivatodos os seus bens e propriedades.Então, provida também depatrimónio, Sílvia Cardoso aplicou-se com mais intensidade às obrasde caridade para com os pobres ecarenciados, de tal modo que foicontagiada pela “febre espanhola”.No ano de 1917, durante unsExercícios

Espirituais, emitiu o voto decastidade perpétua. E, recordadados muitos frutos que neles tinhaalcançado, compreendeu que osExercícios Espirituais eram da maiorimportância para os leigos. Por issoem 1923 fundou a primeira casa deRetiros para leigos na povoaçãode Sequeiros, perto do Porto. Doisanos mais tarde inscreveu-se na“Liga dos Servos de Jesus”, que erauma associação laical fundada peloServo de Deus D. João de OliveiraMatos, bispo auxiliar da Guarda,com o fim de animar a santificação eo apostolado dos membros, e de setornarem animadores das obras eassociações já existentes nasparóquias. No ano de 1926, no decorrer deuma peregrinação a Lourdes e aLisieux, foi movida por um impulsodivino a oferecer a sua vida para ainstituição de uma obra para asalvação das almas.Mais tarde conheceu a Comunidadechamada “Obra de Cedofeita” (donome de uma antiga rua do Porto),fundada pelo P. Pinto da Rocha esua irmã, e quis fundar uma obranova

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para a pregação de missões e parapromover os Exercícios Espirituais.Com este fim comprou uma casachamada “Quinta Amarela”, queseria o centro principal das missões.Encarregou das obras sociais a suaprimeira companheira e reservoupara si o apostolado e os ExercíciosEspirituais.

No ano de 1939, o patriarca deLisboa orientou-a para a AçãoCatólica, fundada como instrumentode formação para uma novageração de leigos. Naquele tempo, aServa de Deus preparou muitosExercícios Espirituais principalmentenas Dioceses de Coimbra, Guarda eÉvora. A vida da Serva de Deusdecorria numa

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época singularmente difícil paraPortugal, quando o liberalismo e olaicismo cresciam fortemente,sobretudo depois das perturbaçõesdevidas à instauração do regimerepublicano no ano de 1910, quedecretou leis contra a Igreja, paraque expressa e certamenteafugentassem a fé Católica dePortugal. Nestas circunstâncias aobra de Sílvia Cardoso foi degrande valor, pois na sua condiçãode cristã leiga, ela agiu com todo oesforço e indústria pelo bem daIgreja e a salvação das almas;distinguiu-se pelas suas obras naIgreja portuguesa do século XX emereceu a sua estima.

Viveu com notável piedade e sentidoda religião, na oração, naparticipação da Eucaristia, no cultoMariano e, numa palavra, na totaloblação de si mesma. Despendeuas suas forças pelo bem espiritual esocial de todas as categorias depessoas, ajudou sempre intensa egenerosamente os Pastores daIgreja na resolução das situaçõesmais difíceis, na promoção deExercícios Espirituais e noapostolado dos leigos. Animou comgrande envolvimento a restauraçãoda Igreja e a ação apostólica, edepois distinguiu-se na propagaçãoespecial da Ação Católica, no queainda hoje é tida como exemplo.

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Em 1948 os médicos identificaramno seu estômago sintomas detumor. Desprezando a notícia, aServa de Deus não suspendeu asua ação evangelizadora: fundou nacidade de Espinho uma instituiçãochamada “Patronato da DivinaProvidência”, que dirigiu duranteano e meio, e depois confiou a umacomissão de leigos. No mesmo ano,em conjunto com uma comissão desenhoras, fundou a chamada “Obrada Redenção”, para a proteção dasjovens. Em 1950 deu origem noPorto ao Lar de Santa Rita para aproteção de mulheres. Esgotada dasaúde, mas sustentada por uma fémuito forte, deixou esta vida mortalna vila de Paços de Ferreira, no dia2 de novembro de 1950.A fama de santidade foi ilustradapelo Inquérito diocesano quedecorreu na

Cúria do Porto de 6 de Junho de1984 a 23 de Junho de 1992, cujavalidade jurídica foi aprovada poresta Congregação para as Causasdos Santos por decreto de 22 deoutubro de 1993. Redigida eapresentada a Positio, foi debatidosegundo as normas, se a Serva deDeus cultivou as virtudes de modoheroico. No dia 4 de outubro de2011, na reunião específica dosConsultores Teólogos, a resposta foipositiva. Os Padres Cardeais e osBispos reuniram-se em SessãoOrdinária, a 8 de janeiro de 2013,reconheceram que a Serva de Deustinha cultivado as virtudes teologais,cardeais e afins em grau heroico. A27 de março de 2013 publicado odecreto de sobre as virtudes aCongregação para a Causa dosSantos aprova a venerabilidade.

Trasladação dos Restos Mortais da Venerável SilviaCardosoA 3 de abril de 2016 – Domingo da Divina Misericórdia15.00 – Saída dos restos mortais do cemitério paroquial para o pavilhãomunicipal de Paços de Ferreira15.30 – Eucaristia presidida por D. António Francisco dos Santos, bispodo Porto.No final da Eucaristia – cortejo litúrgico do pavilhão municipal para aigreja paroquial, onde está a nova capela tumular.(Transmissão em direto na internet a partir das 14h00 emwww.youtube.com/agenciaecclesia)

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Misericórdia e mística na vida deSílvia Cardoso

A cidade de Paços de Ferreira vaiestar este domingo em festa, com atransladação dos restos mortais deSílvia Cardoso, uma portuguesacom processo de beatificação emcurso no Vaticano e que senotabilizou no serviço aos maispobres.Em entrevista emitida no ProgramaECCLESIA, na RTP2, o vice-postulador pela causa decanonização de "Dona Sílvia" (1882- 1950) destaca "uma mulherextraordinária e forte, uma grandebenemérita social e apóstola

das obras da misericórdia"."E além disso, o que é menosconhecido, uma mística da obra doamor que é Deus em obra", realça ocónego Ângelo Alves.O processo de beatificação ecanonização de Sílvia Cardoso estáem curso desde 6 de junho de 1984,tendo dado entrada naCongregação para as Causas dosSantos (Santa Sé) em 1992.Na origem desta iniciativa estevesobretudo "a fama de santidade"que esta mulher natural de Paçosde

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Ferreira "já em vida tinha, paramuitos dos seus colaboradores eaté beneficiários"."E depois da sua morte isso tornou-se comum. Recordo-me de ouvir naaltura do seu falecimento (nr: 2 denovembro de 1950) uma jovemvizinha que dizia que se a DonaSílvia não é santa, ninguém vai parao céu", assinala o cónego ÂngeloAlves.A 27 de março de 2013, SílviaCardoso foi declarada como"venerável" pelo Papa Francisco,através da aprovação e publicaçãode um decreto que reconhece as"virtudes heroicas" destaportuguesa, sobretudo no camposocial.Oriunda de uma família abastada ecom uma sólida formação católica,Sílvia Cardoso Ferreira da Silvadinamizou várias instituições decariz social e solidário, incluindo aSopa dos Pobres (Penafiel), comprioridade à educação de criançaspobres e aos doentes, em váriasregiões do país.Amiga de Guerra Junqueiro eLeonardo Coimbra, deixou escritosespirituais e empenhou-se, durantea sua vida, em promover casas deretiros como espaços de formaçãocatólica.Em reconhecimento pelo seulegado, a cidade de Paços deFerreira ergueu uma estátua emsua homenagem,

inaugurada pelo então cardeal-patriarca de Lisboa, D. ManuelCerejeira.No próximo domingo, a populaçãovai novamente celebrar a suamemória, com a transladação dosseus restos mortais desde ocemitério local para uma capelatumular na igreja da cidade.

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Simplicidade e comunhão eclesial

A trasladação dos restos mortais davenerável Sílvia Cardoso, agendadapara este domingo, vai ser ocasiãopara “avivar memória” e “renovar apastoral”, afirmou o pároco dePaços de Ferreira. “A trasladaçãodo corpo para a igreja paroquialequivale a uma renovação que étambém pastoral, no sentido dedescobrir o valor daqueles que seentregam completamente a Deus,como foi o caso da venerável SílviaCardoso”, explica o padre AntónioMartins à Agência ECCLESIA.

Os restos mortais da portuguesa,com processo de beatificação adecorrer no Vaticano, vão sertransladados este domingo docemitério paroquial para uma novacapela tumular na igreja paroquialcom celebração presidida por D.António Francisco Santos, bispo doPorto.Para a comunidade trata-se de “ummomento especial” que vai deencontro à “devoção” dos maisantigos. “A trasladação vem trazer àmemória também aos mais novos,

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porque os mais antigos têm umamemória mais apurada destapresença e da vida desta mulher”.A comunidade procedeu a algumasalterações para que um espaço daigreja fosse convertido em capelatumular, “com dignidade suficiente”para acolher os restos mortais davenerável e encontrar soluções quepermitissem criar, simultaneamente,recolhimento e “comunhão”.O pároco destaca a simplicidadeque marca “homens e mulheres deDeus”. “Será um espaço simplescomo se quer nos homens emulheres de Deus. Um espaço derecolhimento propício à oração esobretudo sem separar a veneraçãoda fé da Igreja. Ela conduz-nos nacomunhão da Igreja”.A capela tumular encontra-se dentroda igreja, está dividido por portas devidro onde “é mantida a ligação comJesus através do sacramento daeucaristia”, permitindo ao mesmotempo o recolhimento “com a servade Deus Sílvia Cardoso”.O espaço tem “a cor do céu”,porque, assinala o padre AntónioMartins, “acreditamos que é umamulher que está no céu a velar pornós. O seu corpo será colocado nochão. Por cima levará uma pedramármore com as inscriçõeshabituais para identificação”.

Esta celebração vai permitir “avivara memória” da obra de SílviaCardoso uma vez que “atravésdesta mulher vamos poder chegarao coração de muitos que ouviramfalar mas não conhecem. Agorapodem estar próximos, conhecê-la edirigir-se a ela”, finaliza.

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Espiritualidade muito profunda

O vigário da Vigararia de Paços deFerreira, na Diocese do Porto,considera que a Venerável SílviaCardoso foi uma “mulherextraordinária” que dedicou a vidaaos outros e destaca dos seusescritos a “espiritualidade muitoprofunda”.”A espiritualidade é muito profunda,interessante, não é fácil de ler,temos

dificuldade em entender. A suaoração era algo de extraordinário, aSílvia Cardoso era capaz demergulhar profundamente nomistério da oração e comunicar comDeus de forma extraordinária queentusiasma a todos ler”, revelou opadre Samuel Guedes.À Agência ECCLESIA, o sacerdotecomenta que essa espiritualidade,

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de uma “oração tão próxima docoração de Deus”, “deve serinvestigada” porque pode-se “tirarmuito para a própria espiritualidade”.O agora vigário da Vara daVigararia de Paços de Ferreira, queno seu 4.º ano de Teologia foi onotário do processo de beatificaçãode Sílvia Cardoso, no TribunalEclesiástico da Diocese do Porto,manifesta o desejo de que “o mundoacadémico se interessasse pelacausa”.O padre Samuel Guedes que leu eassinou toda a “obra extraordinária,com cinco mil páginas”, consideraque existe “material suficiente paraconduzir uma tese de doutoramento,de investigação”, e revela que já“mostraram essa vontade” àUniversidade Católica Portuguesa.Neste contexto, o sacerdote destacaa importância de num processo debeatificação haver “teólogos aestudar, a confirmar e mostrar ocaminho, que é o certo” paradeclarar a beatificação.Para o sacerdote, após o decretoda venerabilidade, dos processosde estudo e trabalho científico,existe o processo da beatificaçãomas a preocupação agora “é dar aconhecer mais” a serva de Deusporque “tem

de haver vontade do povo” queexista ligação aquela figura.Nesse sentido, revela que queremque os mais novos conheçam SílviaCardoso e destaca um livro queconta essa história de vida, “deforma simpática, ao jeito de conto”,da autoria do padre José Alfredo.Outra preocupação dos padres daVigararia de Paços de Ferreira,adianta o seu vigário, é a criação deum centro dedicado à “reflexão, àmeditação”, dando continuidade aotrabalho e “preocupação” davenerável com a “formação deleigos, com a espiritualidade”.Sílvia Cardoso Ferreira da Silva,mais conhecida por ‘Dona Sílvia’(1882-1950), representa “umamulher extraordinária” que eraproveniente de uma “famíliaabastada, com bens” e foi capaz deos “renunciar” e na sua humildadedistinguiu-se pelo compromisso num“trabalho extraordinário”, que “hojechama-se de social”.O sacerdote refere ainda queexistem pessoas que a conhecerame lembram-se da venerável “pedirpara os pobres, para a assistência”,nas feiras, com a ajuda de outraspessoas.

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Exemplo para responsáveis públicose políticos

O presidente do município de Paçosde Ferreira considera que aautarquia, antes de ser “capital domóvel”, teve como “grandeembaixadora” a venerável SílviaCardoso, um exemplo para quem“tem responsabilidades públicas epolíticas”. “O combate à

exclusão social, as desigualdadessociais, o apoio aos mais frágeisque estão em situação de pobreza éo grande testemunho que a D. Sílviapresta a este concelho e a estepaís”, revela Humberto Brito àAgência ECCLESIA.

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Em entrevista, o responsávelpolítico considera que é “admirável”na Venerável Sílvia Cardoso,“pessoacarismática com um perfilpara a área social”, o que “aindahoje” deve ter presente no seuquotidiano quem tem“responsabilidades públicas epoliticas”.O presidente do município de Paçosde Ferreira destaca que se deve“enaltecer” o dom e as capacidadespessoais que a Sílvia CardosoFerreira da Silva, mais conhecidapor ‘Dona Sílvia’ (1882-1950),colocou “ao serviço dos outros”.“Não sabemos a importância dostestemunhos de pessoas como a D.Sílvia que foram capazes de lutarcontra um conjunto de dificuldadesque muitos dos nossos concidadãosvivem, permitindo-lhes aceder aoutro nível de vida que certamenteque se não existissem instituiçõessocais desta natureza seria muitodifícil”, desenvolve.Neste contexto, para Humberto Britoa obra realizada é um “legadohistórico” mas mais do que legadoSílvia Cardoso é, ainda hoje, “umapresença viva no concelho”.“Através da obra social SílviaCardoso e aquelas que pelo paísainda põem o

nome de D. Sílvia no primeiro lugardas referências de dedicaçãoaos outros, sobretudo aqueles quemais precisam”, observa.Este domingo, a cidade de Paços deFerreira celebra, vive e assiste àscerimónias de transladação dosrestos mortais da Serva de DeusSílvia Cardoso do cemitério, ondeestá numa capela tumular familiar,para a igreja paroquial onde a urnavai ser colocada para veneraçãodos fiéis.Segundo Humberto Brito vai ser umdia “muito importante” para a vidado concelho porque via permitir quea comunidade “testemunhe in loco aimportância” dessa “figuracarismática” do município do Distritoe Diocese do Porto.“Será certamente um dia de festaque partilharemos com a Igreja, comos crentes mas também estouconvicto que estarão muitos nãocrentes e pessoas que admiram asua obra e trabalho não só emPaços de Ferreira mas no país”,acrescenta.O presidente da autarquia constataque hoje Paços de Ferreira éconhecida como a “capital do móvel”mas antes disso foi D. Sílvia a“grande embaixadora” “pela suaobra social” que levou o nome doconcelho a vários pontos do país.

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A tia Sílvia já era uma santaAntónio Lencastre já vai a caminhodos 103 anos, é sobrinho de SílviaCardoso e lembra-se bem da tia aquem “já considerava santa”. “Antesde todas estas manifestaçõesconsiderava-a uma santa porquelembro- me dela calcorreando avida, coitada, com a preocupaçãodas almas; era o anjo das trêsloucuras como lhe chamou Moreiradas Neves, eu diria que ela era oanjo das quatro.A quarta loucura dela era a almas,porque tinha devoção para levar asalmas para Deus, procurava osretiros espirituais para isso e erauma santa já em vida, nossa vida, evida dela”, explicou o sobrinho emdeclarações à Agência ECCLESIA.António Lencastre, o sobrinho maisvelho, recorda a sua tia SílviaCardoso com grande carinho eafeição e há mesmo um episódioque não pode deixar esquecer. Osseus pais não eram a favor do seucasamento e foi a tia que láapareceu para o “acompanhar nasbodas nupciais, ela tinha essesgrandes rasgos de tia”.Recorda também uma passagem deSílvia Cardoso por Lisboa, “no sítioda Amadora, por conta do cardeal

patriarca e exercer coisas de Deus”.António Lencastre explicou que “atia sentiu muito quando foi mandadaembora de lá e dizia que tinha sidouma facada, com faca de cozinha.Era uma santa”.Maria Teresa Lencastre Torres éoutra das sobrinhas de SílviaCardoso. Ainda se recorda dos 20escudos que a tia Sílvia lhe davasempre pelos anos. “Ela era muitonossa amiga, sempre que fazíamosanos ela mandava-nos 20 escudose foi assim com todos nós, tinhaestima por todos nós e a tal pontoque, quando me disseram queestava mal, ela queria eu casassemais cedo para que ela pudesseestar no casamento.Ela gostava de assistir, disse-me e,

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se por acaso morresse, eu que nãofizesse luto e casasse logo. Caseilogo a 18 de fevereiro, ela esteve edepois ainda durou muito tempo”,conta a sobrinha. Maria Teresarecorda Sílvia Cardoso como umapessoa que “tinha sempre muitavontade de comer” e, quandoadoeceu e foi do hospital para a suacasa em Paços de Ferreira, fezmesmo um pedido especial.“Sempre que chegávamos a casa aprimeira coisa que fazíamos era ir acapela, assim foi. Depois ela aliagradeceu aos homens que atransportaram e pediu um cálice devinho do Porto”. “Nessa noite comeuainda uma sopa com gosto e alifaleceu muito calmamente, muitoserena”.A sobrinha lembra a tia Sílvia comouma pessoa que “fazia muitasobras, passou todo o Portugal afazer bem e a preparara pessoaspara comungar, para se casar e atépara receber a extrema unção, iampessoas com ela para preparar eajudar”.Ela sempre viveu com esta ideia defazer mais, sempre ávida de fazerbem e cada vez mais, nada asatisfazia”.

Maria Teresa, mãe de 13 filhos,confessa-se feliz com a trasladaçãoda Tia e afirma que é para todosuma alegria muito grande”,comparando-a mesmo à alegria deser mãe.

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Agregador de conteúdo na Internet:Instapaper? Vivemos na era da informação. Dainformação rápida. Tanta é ainformação que a maior dificuldadecom que nos deparamos é comogeri-la. A informação tornou-se umanecessidade crescente para e emqualquer setor da atividadehumana. Sendo a Igreja tambémuma atividade humana, na pastoralda comunicação da Igreja éfundamental gerir a informação."Gerir a informação é, assim, decidiro que fazer com base eminformação e decidir o que fazersobre informação. É ter acapacidade de selecionar dumrepositório de informação disponívelaquela que é relevante para umadeterminada decisão e, também,construir a estrutura e o designdesse repositório." (Zorrinho, C.(1995) - Gestão da Informação.Condição para Vencer. Iapmei). A aplicação Instapaper é umaferramenta que permite salvar aspáginas para ler depois. Instapaperé uma das formas mais fáceis desalvar e guardar artigos para leituraoffline, fora de casa, a qualquermomento, em qualquer lugar.

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Bento Oliveira @iMissiohttp://www.imissio.net

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Manual do animador perfeito10 conselhos para não fazer perder a fé aos jovensJanet Schaeffer, OP

Não basta a boa vontade para serum bom animador da PastoralJuvenil. Este livro é um breveitinerário de formação paraanimadores paroquiais, que atravésde exemplos concretos e algumhumor à mistura ajudam na missãode transmitir a fé aos jovens.O autor acompanha o jovemanimador da Pastoral Juvenilatravés de 10 conselhos práticos,cheios de humor e enriquecidoscom exemplos concretos e ideias-chave como resumo, num caminhode formação para meditarpessoalmente ou com a própriaequipa de animação paroquial. Dosimples cartaz à organização de umencontro de oração, fornecem-se 10regras para não fazer perder a féaos adolescentes dos grupos dejovens... e também para que opróprio animador não se perca naaventura da educação.

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O abraço de Deus - A confissãoAngelo Comastri

Um livro infantil totalmenteilustrado que fala dosacramento da Reconciliação apartir de episódios da vida dossantos e do Evangelho. Contemainda duas orações, a Jesuscrucificado e a Nossa Senhora,e um pequeno guia que ajuda afazer o exame de consciência.No prefácio, o Papa Franciscodiz ter-se comovido ao ler estelivro. «Espero que todos sintamum arrepio de alegria aopensarem que os braços deDeus estão sempre abertospara nos acolherem e nosdarem a paz, a confiança e aesperança», refere.

Paulus Editora

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II Concílio do Vaticano: Novocaminhoentre católicos e anglicanos

Com a realização do II Concílio do Vaticano (1962-65),as relações da Igreja com o mundo e com as outrasconfissões religiosas ganharam um novo fôlego eoutra abertura ao nível do diálogo. Passados 50 anosdeste acontecimento fulcral, realizado na Basílica deSão Pedro, no Vaticano, convém recordar os passosque deixaram raízes nas relações futuras.Para se poder avaliar o alcance da visita do arcebispode Cantuária ao Papa Paulo VI, realizada a 23 demarço de 1966, é necessário dar o devido relevo a umvasto conjunto de circunstâncias que à primeira vistapodem parecer meros pormenores. De facto, só uma“grande atenção aos acontecimentos” nos permitiráavaliar o caminho andado desde 01 de dezembro de1960, quando o anterior arcebispo de Cantuária,Geoffrey Fisher (1887-1972), visitou o antecessor dePaulo VI, o Papa João XXIII.Enquanto a visita de 1960 teve um caracter particular,seis anos depois o encontro entre Michael Ramsey(1904-1988) e o Papa Paulo VI teve um cunho oficial.Michael Ramsey foi na qualidade de Arcebispo deCantuária e de presidente da Conferência de Lambethdos bispos da Comunhão Anglicana dispersos pelomundo inteiro.O primeiro ato público do Arcebispo de Cantuária aochegar a Roma foi inaugurar o Centro deDocumentação sobre o Anglicanismo instalado noPalácio Doria Pamphili. O centro pretendia, segundoas palavras de D. Michael Ramsey, tornar conhecido opensamento dos teólogos anglicanos. Estes “devemmuito aos textos da Igreja Católica Romana. Estecentro constitui uma

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tentativa de pagar esta dívida,pondo a erudição anglicana àdisposição de quem dela se quiserservir. Paz a esta casa e a quantosnela entrarem” (In: Boletim deInformação Pastoral nº 46-47; 1966;pag. 12).Esta inauguração marca, talvez maisdo que qualquer outra iniciativa, osentido da aproximação entre aIgreja Católica e a ComunhãoAnglicana: uma aproximação feitadentro da plena consciência dosvalores de ambas as partes,realizada com toda

a verticalidade e de energia,sem pretender saltar por cima dasdificuldades. Para diretor do centrofoi nomeado John Findlow,observador anglicano ao II ConcílioVaticano.Para além da inauguração, D.Michael Ramsey encontrou-se comPaulo VI na Capela Sistina e fizeramuma oração em comum na Basílicade São Paulo fora de muros. Nesselocal foi cantado o «Veni Creator»,oração comum a católicos eanglicanos.

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Abril 2016 02 de abril. Évora - Edição do Rock in Scouts -Festival de música escutista . Sardoal - Igreja Matriz - Concertode Páscoa pela Filarmónica UniãoSardoalense . Fátima - Celebração do DiaMundial CVX . Santarém - Encontro diocesano deacólitos . Algarve – Ferragudo - Vigília daMisericórdia . Guarda - Centro D. João deOliveira Matos, 10h00 - Jornadadiocesana da Pastoral destinada apadres, diáconos e colaboradorespastorais que será orientada por D.António Couto . Setúbal - Almada (Igreja daAssunção), 17h00 - Concerto «Assete palavras de Jesus» peloEnsemble en Harmonia (Sevilha) . Beja - Santiago co Cacém (IgrejaMatriz), 21h30 - Sessão do Festival«Terras Sem Sombra» com oconcerto «Petite Messe Solennelle»de Gioachino Rossini

. Porto - Rio Tinto, 21h30 - Concertode Páscoa na Igreja de Rio Tintopromovido pelo Órfeão de Rio Tinto 03 de abril. Fátima - O Santuário deFátima promove um concerto paraapresentar um programa musicalinédito, da autoria de seiscompositores portugueses, com“fragmentos das memórias da IrmãLúcia” . Açores - Ilha de São Miguel - Celebração do Dia Mundial daJuventude . Açores - Ilha do Faial - Inauguração da nova Igreja dos Flamengos, naIlha do Faial, por D. João Lavrador . Lisboa - São Domingos de Rana(Igreja), 11h30 - Bênção dasgrávidas em São Domingos de Rana . Porto - Paços de Ferreira, 15h00 - Trasladação dos restos mortais davenerável Sílvia Cardoso docemitério paroquial para uma novacapela tumular na Igreja Paroquialcom celebração presidida por D.António Francisco Santos

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. Lisboa - Mem Martins, 15h30 - Missa da dedicação da Igreja deNossa Senhora da Natividade (MemMartins) por D. Manuel Clemente . Fátima - Basílica de NossaSenhora do Rosário de Fátima,15h30 - O Santuário de Fátimarecebe um projeto musical “inédito” -«Tropário para uma pastora deovelhas mansas» - produzido apartir das Memórias da Irmã Lúcia . Lamego - Santuário de NossaSenhora dos Remédios, 16h00 - Lançamento da obra «Sempre emMuNdança» da autoria do padreJosé António Pinheiro Teixeira comapresentação de D. António Couto eManuel Teixeira com a chancela daAletheia Editores . Lisboa - Igreja do Campo Grande,17h45 - Missa dos artistas, noâmbito do Dia Mundial do Teatro, naIgreja do Campo Grande 04 de abril. Fátima - Casa Domus Carmeli - Ação de formação sobre «Alfaiaslitúrgicas» promovida peloSecretariado Nacional dos BensCulturais

. Porto – Gaia - As jornadas sobrequestões pastorais de Enxomil(Porto) têm como tema central «AMisericórdia de Deus e a conversãodo homem» . Fátima - Casa de Nossa Senhoradas Dores - Assembleia plenária daCEP (Conferência EpiscopalPortuguesa) – termina a 07 de abril . Fátima - Casa de Acolhimento eEspiritualidade - Capítulo provincialdos Missionários Claretianos com otema «Testemunhos-Mensageirosda Alegria do Evangelho» - terminaa 09 de abril . Fátima, 10h30 - Reunião dosbispos da Província Eclesiástica deLisboa . Lisboa - Capela do Rato, 18h15 - Sessão do ciclo «Os filósofostambém falam de Deus» dedicada aNietzsche e orientada por ViriatoSoromenho Marques . Fátima, 21h00 - Reunião daComissão Episcopal do Laicado eFamília

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Em tempo de Páscoa nada melhor do que a música

como aliada e neste sábado, dia 03 de abril acontecena Igreja Matriz do Sardoal o Concerto de Páscoa pelaFilarmónica União Sardoalense; já em Setúbal, pelas17h na Igreja da Assunção, Almada, tem lugar oConcerto «As sete palavras de Jesus» pelo Ensembleen Harmonia (Sevilha). Ao sul, em Santiago do Cacém,pelas 21h30, está marcada mais uma Sessão doFestival «Terras Sem Sombra» com o concerto «PetiteMesse Solennelle» de Gioachino Rossini. A norte, emRio Tinto, pelas 21h30, pode-se ouvir o Órfeão de RioTinto em concerto de Páscoa. No domingo, em Paços de Ferreira, pelas 15h00acontece a Trasladação dos restos mortais davenerável Sílvia Cardoso do cemitério paroquial parauma nova capela tumular na Igreja Paroquial comcelebração presidida por D. António Francisco Santos.Pode acompanhar a transmissão em direto. Já por Lisboa, na Igreja do Campo Grande, às 17h45,acontece a Missa dos artistas, no âmbito do DiaMundial do Teatro. E neste Ano da Misericórdia há oportunidades dereflexão que ninguém quer perder… No dia 05 deabril, pelas 21h30, na Igreja de São Tomás de Aquino,em Lisboa tem lugar a Conferência sobre «Dar a outraface - Como se vive a misericórdia em contextofamiliar?» por Maria Luis Borges de Castro e integradano ciclo «Bem-aventurados os misericordiosos». Já noSeminário de Aveiro, no dia 06 de abril, pelas 21h15,está programada a Tertúlia sobre «Que labirintos paraa vida?» com o padre Luis Francisco Marques.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

10h30 - Oitavo Dia 11h00 -Transmissão missa

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 20h30Domingo, 03 de abril - 50anos dos maristas noCarcavelos. RTP2, 15h00Segunda-feira, dia 04 -Entrevista a Alice Cabral eIsabel Vale sobre a integraçãode pessoas com deficiênciana pastoral da Igreja. Terça-feira, dia 05 -Informação e entrevista aLaurinda Alves sobre o 3º Encontro Nacional de Leigos Quarta-feira, dia 06- Informação e entrevista a JoãoFerraz sobre o Encontro nacional de alunos do ensinosecundário de EMRC. Quinta-feira, dia 07 - Informação e entrevista sobreos 30 anos dos Leigos para o Desenvolvimento. Sexta-feira, dia 08 - Análise à liturgia de domingopelos padres Nélio Pita e Robson Cruz. Antena 1Domingo, dia 03 de abril - 06h00 - Domingo daMisericórdia Segunda a sexta-feira, 04 a 08 de abril - 22h45Páscoa: o seder pascal; Páscoa em oração; Felicidadede perdoar; "Imagens de Fé" e o Labirinto daMisericórdia

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Ano C – 2.º Domingo do TempoPascal Encontrar oRessuscitadonacomunidade

A comunidade cristã é o espaço privilegiado deencontro com Jesus ressuscitado. É neste tom que sesitua a liturgia da Palavra deste segundo domingo daPáscoa.O Evangelho apresenta Jesus vivo e ressuscitadocomo centro da comunidade, Ele que Se apresentacomo «a paz esteja convosco». É à volta de Cristo quea comunidade se estrutura e recebe a força paraenfrentar as dificuldades e perseguições. O texto doApocalipse insiste no mesmo motivo, assim como aleitura dos Atos dos Apóstolos, sugerindo que acomunidade cristã deve continuar a testemunhar nomundo a missão salvadora e libertadora de Jesus.Deixemo-nos interrogar sobre a nossa vivência cristãem comunidade, nas comunidades familiares, nascomunidades paroquiais e nas comunidadesreligiosas.A nossa comunidade está mesmo centrada em Jesus edele recebe vida, amor e paz? É para Ele que tudotende e é d’Ele que tudo parte? Sabemos que semJesus, ou d’Ele descentrados, andaremos secos eestéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude ede ter uma atitude construtiva e transformadora. SemEle, nunca seremos uma comunidade de irmãos.A comunidade é o lugar onde fazemos a experiênciade Jesus ressuscitado? Nos gestos de amor, departilha, de serviço, de encontro, de fraternidade,encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar omundo? A nossa comunidade testemunha mesmoCristo vivo, ressuscitado? Quem procura Cristoencontra-O em nós e nas nossas comunidades? Ouhá demasiadas atitudes opacas, em nós e nas nossasestruturas eclesiais, que não deixam transparecer abeleza da Pessoa de Jesus Cristo?A nossa comunidade está centrada na Páscoa deCristo,

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na Eucaristia, onde vemos eacreditamos em Jesus, o únicoSenhor e Deus das nossas vidas?Encontramos Jesus no diálogocomunitário, na Palavra partilhada,no pão repartido, no amor que uneos irmãos em comunidade de vida?Ou ficamo-nos quase sempre porexperiências íntimas e fechadas, emque não vemos nem mostramosJesus ressuscitado?Tomé faltara ao primeiro encontrocomunitário com o Ressuscitado.Mas quando vem ao segundoencontro, reconhece Jesus marcadopelas chagas da Paixão, adora-O eproclama o

primeiro ato de fé da Igreja:«Meu Senhor e meu Deus!» Depoisdisso, Jesus anuncia que doravanteserá necessário reconhecê-l’Ounicamente com os olhos da fé. Efaz desta fé uma bem-aventurança:«felizes os que acreditam sem teremvisto!»Também nós, hoje, somosconvidados a viver esta bem-aventurança. Como Tomé e emcomunidade, procuremos que asnossas dúvidas e questões setransformem sempre em caminho defé!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Misericórdia no Antigo Testamento

O Papa encerrou no Vaticano o seuciclo de reflexões sobre aMisericórdia no Antigo Testamento,durante a audiência públicasemanal que levou dezenas demilhares de pessoas à Praça deSão Pedro. Francisco sustentou que“o anelo mais profundo do homem,aquilo de que mais precisa na suavida” é “ser perdoado, ver-se livredo mal e das suas consequências”.“Com o seu perdão, Deus ensina-nos que o seu amor é maior do queo nosso pecado e assegura-nosque

Ele nunca nos abandona”,prosseguiu.Ainda no clima da festa da Páscoa,o Papa sublinhou a imagem de Deusmisericordioso e a importância doperdão. “O salmista sabe que operdão de Deus é realmente eficaz,porque não esconde o pecado, masdestrói-o, elimina-o, e desta maneirao pecador passa a ser uma criaturanova, com um coração novo e umavida nova”, referiu.O pontífice argentino convidou oscatólicos a ter confiança, a “levantara mão” para pedir a ajuda a Deus e

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levantar-se. “Eis a dignidade, Deusajuda-nos a levantar, de novo”,afirmou.“É bom ser perdoados, mas sequeres ser perdoado, perdoa tutambém”, acrescentou.Bandeiras de todo o mudoacompanharam o colorido florido daPraça de São Pedro, Franciscodeixou uma saudação aosperegrinos dos

países de língua portuguesa,particularmente os jovens vindos dePortugal e do Brasil. “Neste AnoSanto da Misericórdia, somoschamados a reconhecer quenecessitamos do perdão que Deusnos oferece gratuitamente, poisquando somos humildes, o Senhornos torna mais fortes e alegres nanossa fé cristã”, declarou.

A Província Portuguesa dos Marianos da Imaculada Conceição está aorganizar um Congresso da Misericórdia, no Centro Pastoral Paulo VI, emFátima. A congregação religiosa enviou o programa à Agência ECCLESIAonde se destaca a participação do bispo da Guarda, D. Manuel Felício,com a conferência de abertura do congresso: ‘Desde o Concílio VaticanoII ao Jubileu extraordinário da Misericórdia.’A 1 de abril, o padre carmelita, Jeremias Vechina, vai falar sobre as seteobras de misericórdia espirituais e no dia seguinte, o presidente daCáritas Portuguesa Eugénio Fonseca, reflete sobre as sete obras demisericórdia corporais. O Congresso da Misericórdia, organizado pelaCongregação dos Marianos da Imaculada Conceição, termina nodomingo: às 11h30 decorre a Eucaristia, presidida pelo bispo da Guarda,é celebrada no recinto de Oração do Santuário e às 15h00 realiza-se oenvio dos participantes e a ‘Coroa da Misericórdia’.

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Angola: Crise do petróleo revela país fracturado

Filhos da má-sorteEm redor dos bairros luxuososde Luanda, ilhas perfumadas nomeio do lixo dos musseques,vivem milhões de pessoas. Oafundamento do preço dopetróleo veio tornar ainda maisdifícil a vida desta multidão depobres, de excluídos. Entreestes filhos da má-sorte, hámilhares de crianças que vivemna rua. Há cicatrizes que não se apagam damemória. Ainda hoje, Angola parecenão conseguir libertar-se dostempos atrozes da guerra civil.Esses 27 anos de sofrimentoparecem ter reaparecido agora coma recente crise do petróleo que fezsoar todos os gritos de alarme. Aeconomia do país, dependente dochamado “ouro negro”, entrou emcolapso, com um aumentogalopante do número dos muitopobres que rivalizam com a riquezaquase obscena de uns quantos,privilegiados. Os Bisposdenunciaram este estado de coisasna sua mais recente Nota Pastoral.Nesse documento, os preladosafirmam que esta crise não pode serexplicada

apenas pela queda do preço dopetróleo, sendo necessário apontaro dedo à “falta de ética, má gestãodo erário público e corrupçãogeneralizada” no país. O fim daguerra e a euforia do dinheiro fácildo petróleo, transformaram a capitalangolana numa terra desejada.Hoje, Luanda é das cidades maiscaras do mundo, o que é difícil deentender nos becos dos mussequesonde vivem milhões na mais abjectapobreza. É um contraste criminoso.Casas luxuosas e barracas imundas,quase lado-a-lado. As palavras dosbispos são a verbalização de umsentimento colectivo. Dizem osbispos que “a falta de critérios nouso dos fundos públicos, gastosexorbitantes e importação de coisassupérfluas”, explicam, em parte, asituação a que se chegou. Meninos da ruaEntre a nova geração de excluídoshá os, que tendo nascido já depoisdo fim da guerra, nunca souberam oque significa viver em paz: são osmeninos

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da rua. Em Luanda há bairros onde éfácil encontrar crianças e jovens queperderam a família, que desconhecema palavra carinho, que não sabem oque é a escola, cama, comida namesa. É nesses emaranhados debarracas, nessas ruas estreitas eperigosas, com esgotos a céu aberto,que vivem dezenas, centenas decrianças. Em Luanda há dois centrosde acolhimento para crianças de rua:a Casa Magone e a Casa MamãMargarida. São dois projectos daIgreja em que se procura darresposta a esta chaga social. Ascrianças que chegam a estas casasvêm com os olhos carregados demedo e trazem consigo históriasterríveis de exploração sexual, deviolência, de doença. Muitos“cheiram” gasolina, que é a droga dasperiferias. Ninguém sabe ao certoquantos meninos de rua haverá emLuanda. Serão, por certo, mais decinco mil. Estes filhos da má-sorteandam pelas ruas como se fosseminvisíveis, mas graças aosresponsáveis da Casa Magone e daCasa Mamã Margarida vãoconseguindo fintar o futuro negroque lhes estava reservado. Paulo Aidowww.fundacao-ais.pt

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Crianças de Angola

Tony Neves Espiritano

Em todas as cidades e aldeias, aí estão elas avibrar de alegria. Refiro-me, claro, ás crianças. E,neste caso, às de Angola. Percorri boa parte dopaís e esta é uma imagem que me ficou gravadana retina. Há muitas, mesmo muitas crianças.Felizes, pelo menos, de aparência. Vêmo-las nospátios das casas, na rua, junto ás Escolas, àentrada das Igrejas, nos campos de desporto. Correm, gritam, pegam-se umas com as outras,jogam, caminham ao longo das ruas, trabalhamnas lavras, transportam coisas á cabeça. São,como disse Fernando Pessoa, ‘o melhor domundo’.Se é verdade que Angola transpira futuro portodos os poros (tanta criança, tanto jovem, tãopoucas pessoas idosas…), também preocupamalguns indicadores que os próprios meios decomunicação social do governo mostram aomundo. Há milhares de crianças que não vão áescola: moram longe, não têm meios, não hátransportes públicos, os professores faltam,estão doentes, têm que trabalhar parasobreviver! É um dos dados mais tristes sobre oestado da infância em Angola. Mas, deve-setambém dizer, que há escolas por todo o lado, hámilhares e milhares de crianças e jovens que jágarantiram o acesso ao ensino.Preocupa muito, nos últimos tempos, a crise quevitima as franjas mais pobres da sociedadeangolana. Uma das consequências é aincapacidade de ter acesso aos cuidados maisbásicos de higiene e saúde. Há lixo por todo olado, chove muito nesta

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época, há charcos com fartura e,por isso, milhões de mosquitos asemear malária e febreamarela, sobretudo nos bairros maispobres. As crianças, mais uma vez,tornam-se presa fácil das doençase, regra geral, os hospitais não têmmeios para tratar e medicar quemrecorre aos serviços de urgência eàs consultas.A situação económica difícil, acorrupção, as injustiças sociaisgritantes…tudo colabora para oempobrecimento de boa parte dapopulação, atingindo muitascrianças. Mal nutridas, maisvestidas, esmagadas pelo trabalho,estas crianças são presa fácil daexploração e, muitas deles,enveredam por caminhos de vício eviolência.

O país nunca esteve tão inseguro,como denunciam os BisposCatólicos em Carta Pastoral.O investimento nas crianças édecisivo para o futuro dahumanidade. Serão os jovens eadultos do futuro e levarão para asociedade os valores que herdarame viveram. Há, por isso, uma granderesponsabilidade social no que dizrespeito ao mundo da infância. Istode dizer apenas que ‘são o melhordo mundo’ não leva a lado nenhum.Há que dar o melhor para que ascrianças cresçam num quadrofamiliar estruturado, tenham acessoá educação, á saúde, ao respeitointegral dos direitos humanos.Assim, há futuro!

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