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27 IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA Uso da modelagem numérica de terreno para a construção de um mapa de riscos em encostas em Salvador/Ba. Araújo, W. T UEFS; EPUSP. Resumo: Este artigo tem como objetivo, demonstrar através da utilização do módulo de modelagem numérica de terreno e da Linguagem Espacial de Geoprocessamento Algébrico (Legal) do Software Spring 3.8 a construção de um mapa de riscos em encostas urbanas. Escolhemos como área de estudo um bairro densamente povoado no miolo da cidade do Salvador/Ba, (São Caetano) o qual localiza-se no retângulo envolvente que tem como coordenadas: 12º56’30’’/12º56’45’’ de latitude sul e 38º29’30’/38º29’45’’ de longitude oeste (Figura. 01). Abstract: This paper has to objective, to shown through the applying of the terrain numerical moddeling model, and too the use of the (Legal) Algebrical Geoprocessing Spatial Language, inside of the software Spring version 3.8, the built of the risk map in urban slopes. Has analyzed like study area, a high density neighboorhood on the center of the Salvador city/Ba (São Caetano’s) the same is localized on the coordinates: 12º56’30’’/12º56’45’’ south lattitude and 38º29’30’’/ 38º29’45’’ west longittude (Picture 01). 1 INTRODUÇÃO Cada vez mais presente e mais importante no contexto atual, o Geoprocessamento, cada vez mais presente é mais importante no contexto atual, é uma tecnologia cuja aceitação vem gradativamente crescendo a cada ano. O Geoprocessamento pode ser interpretado como sendo técnicas computacionais relacionadas com o tratamento de informações espaciais, podendo ser usado em conjunto com banco de dados, para aplicações diversas que façam uso de Espaço Geográfico, o qual geralmente é mapeado a partir do georeferenciamento de pontos linhas e áreas, como também, na base de modelos vetoriais. Mapas confiáveis, no que diz respeito à sua precisão, sistemas de orien- tação marítima, GPS, sistemas de logística de trânsito e controle ambiental são alguns exem-

Uso da modelagem numérica de terreno para a construção de ... · outras denominações, como áreas de Baixo, Moderado e Alto risco. Figura 01: Localização e Sistema Cartográfico

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27IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA

Uso da modelagem numérica de terreno para aconstrução de um mapa de riscos em encostas emSalvador/Ba.

Araújo, W. TUEFS; EPUSP.

Resumo: Este artigo tem como objetivo, demonstrar através da utilização do módulo de modelagemnumérica de terreno e da Linguagem Espacial de Geoprocessamento Algébrico (Legal) do SoftwareSpring 3.8 a construção de um mapa de riscos em encostas urbanas. Escolhemos como área deestudo um bairro densamente povoado no miolo da cidade do Salvador/Ba, (São Caetano) o quallocaliza-se no retângulo envolvente que tem como coordenadas: 12º56’30’’/12º56’45’’ de latitudesul e 38º29’30’/38º29’45’’ de longitude oeste (Figura. 01).

Abstract: This paper has to objective, to shown through the applying of the terrain numericalmoddeling model, and too the use of the (Legal) Algebrical Geoprocessing Spatial Language,inside of the software Spring version 3.8, the built of the risk map in urban slopes. Has analyzedlike study area, a high density neighboorhood on the center of the Salvador city/Ba (São Caetano’s)the same is localized on the coordinates: 12º56’30’’/12º56’45’’ south lattitude and 38º29’30’’/38º29’45’’ west longittude (Picture 01).

1 INTRODUÇÃOCada vez mais presente e mais importante nocontexto atual, o Geoprocessamento, cada vezmais presente é mais importante no contextoatual, é uma tecnologia cuja aceitação vemgradativamente crescendo a cada ano. OGeoprocessamento pode ser interpretado comosendo técnicas computacionais relacionadascom o tratamento de informações espaciais,

podendo ser usado em conjunto com banco dedados, para aplicações diversas que façam usode Espaço Geográfico, o qual geralmente émapeado a partir do georeferenciamento depontos linhas e áreas, como também, na basede modelos vetoriais. Mapas confiáveis, no quediz respeito à sua precisão, sistemas de orien-tação marítima, GPS, sistemas de logística detrânsito e controle ambiental são alguns exem-

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plos que estão ligados ao Geoprocessamento.Na Geografia, como nas demais geociências,as geotecnologias surgem, e cada vez mais sãoincorporadas na análise do meio físico, sendoaplicadas no monitoramento ambiental, assimcomo no diagnóstico de áreas propensas a fe-nômenos diversos, como as áreas de risco, prin-cipalmente as encostas em áreas urbanas. Asgeotecnologias têm as melhores respostas paraa tomada de decisões possibilitando omapeamento digital, consultas a bancos dedados, imagens de satélite, fotografias aéreas,software, instrumental de recursos físicos ehumanos para aumentar o controle e melhoraro gerenciamento da cidade, estado e país, comotambém de análise intra-urbana como no casode estudo. Segundo Burrough (1986)“geoprocessa-mento é um conjunto poderosode ferramentas para coletar, armazenar, recupe-rar, transformar e visualizar dados sobre o mun-do real”. Um banco de dados indexado espaci-almente, sobre o qual opera um conjunto deprocedimentos para responder a consultas so-bre entidades espaciais” (Smith et al., 1987)apud (Spring, 2000). Segundo Rodrigues (1988)é “a tecnologia de coleta e tratamento de infor-mações espaciais e de desenvolvimento de sis-temas que as utilizam”. Um sistema de suporteà decisão que integra dados referenciados es-pacialmente num ambiente de respostas a pro-blemas” Cowen, (1988) apud Spring (2000). Deforma mais abrangente, Aronoff (1989) o defi-ne como “um conjunto manual oucomputacional de procedimentos utilizadospara armazenar e manipular dadosgeoreferenciados. Para Câmara (1998) ogeoprocessamento pode ser definido como ouso automatizado de informação, que de algu-ma forma está vinculado a um determinado lu-gar no espaço, seja por meio de um simplesendereço ou por coordenadas. Juntamente com

o emprego do geoprocessamento, como umconjunto de técnicas com a finalidade de reco-nhecimento da superfície terrestre através desistemas ou imagens georeferenciadas, alia-setambém o GIS, na nomenclatura internacional(Geographical Information System), ou simples-mente SIG’s (Sistemas de Informações Geográ-ficas) na nomenclatura nacional. “Sistemas deInformações Geográficas são modelos do mun-do real úteis a um certo propósito; subsidiam oprocesso de observação (atividades de defini-ção, mensuração e classificação), a atuação(atividades de operação, manutenção, gerencia-mento, construção, etc.) e a análise do mundoreal” (Rodrigues e Quintanilha, 1991). Sistemade Informação Geográfica, SIG ou GIS, é umatecnologia baseada em hardware e softwareutilizada para descrição e análise do EspaçoGeográfico. Esta tecnologia integra operaçõesde banco de dados , análise estatística e mapea-mento digital espacialmente referenciadas (co-ordenadas geográficas ). Suas principais apli-cações são em: planejamento urbano e regio-nal, meio ambiente, transportes, agricultura,segurança e educação.

Sendo um banco de dados, os SIG’s são degrande interesse para a ciência que dela sou-ber tirar proveito, pois pode-se ao mesmo tem-po agregar, interpolar e retirar informações domesmo, tendo como propósito ter a melhor res-posta possível sobre o processo físico ou hu-mano como também de sistemas diversos quepoderá ser analisado através de sua aplicação.

Os SIG’s e o Geoprocessamento distin-guem-se principalmente pelo primeiro ter comocaracterística principal a análise espacial. O Sis-tema de Informações Geográficas distingue-sede outros sistemas no que se refere a poderosaferramenta de análise espacial , ou seja , cruza-mento de informações geográficas (espacial) ebanco de dados que permitem respostas às

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questões que envolvem o Espaço Geográfico.No entanto, o termo geoprocessamento(Antunes, 1993), refere-se ao processamento ,coleta e visualização de dados georreferen-ciados como a Cartografia, GPS, SensoriamentoRemoto e Topografia, com a finalidade de for-mar a base cartográfica elemento fundamentaldo GIS. Utilizando a ferramenta tecnológicacomo um meio e não um fim para a análise einterpretação do uso e ocupação do solo, sefaz necessário também utilizar uma base teóri-ca para dar suporte acadêmico à pesquisa pro-posta. Propõe-se então utilizar a base teóricade Jean Tricart (1977) para caracterizar o meioenquanto um sistema dinâmico e estamentadoem meios vulneráveis segundo uma taxonomiade riscos e probabilidades de desencadea-mentos de sistemas morfogené-ticos influen-ciados principalmente pela ação antrópica.Dessa forma, no seu estudo denominado deEcodinâmica (1977) o autor voga defende a clas-sificação do meio em três níveis: Meios Está-veis, Meios Intermediários e Meios Instáveis.Para uma melhor visualização nos mapas oucartas síntese utilizaremos esta classificação eoutras denominações, como áreas de Baixo,Moderado e Alto risco.

Figura 01: Localização e Sistema Cartográfico (SICAR)do município de Salvador-BA

1.1 Linguagem espacial para geoprocessa-mento algébrico (LEGAL).

Na construção de um modelo de elevação,como no presente estudo, utilizou-se comosuporte o programa de GeoprocessamentoSPRING versão 3.8 (Sistema para Processa-mento de Informações Georeferencia-das) doINPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaci-ais). Este programa é também um banco de da-dos e faz parte de um sistema maior denomina-do Sistema de Informações Geográficas, poisnele pode-se fazer diversas análises espaciaisjá que estamos lidando com uma base digitalgeoreferenciada.

O LEGAL, utiliza vários caracteres que fun-cionam como palavras de comando, realizandotodos os cálculos matemáticos e estatísticospara por fim se ter um modelo espacial a partirde tais dados. Palavras mestras como as“Instanciações”, “Declarações”, e “Opera-ções” são as que iniciam os cálculos. Dentrodas orações inferiu-se as variáveis de trabalhopela qual buscou-se saber suas característicasem termos de porcentagem de área e grau deestabilidade das encostas, tais palavras foram:as “classes de declividade”, “área de risco”,“classe temática”, “Estabilidade”, “Edifica-ções” etc. acompanhadas de caracteres espe-ciais como: // e { .

Como resultado da inserção desses dadostemos o seguinte enunciado:

1.2 Edição de modelo – Linguagem Espacialpara Geoprocessamento Algébrico:

//Alto do Peru-{//DeclaracaoTematico decli (“Classe_de_declividade”);Tematico edif (“Tematico”);Tematico risco (“Area_de_Risco”);

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// Instanciacaodecli = Recupere (Nome=”Estabilidade”);edif = Recupere (Nome=”Edificacoes”);risco = Novo (Nome = “Risco”, ResX = 1, ResY= 1, Escala = 2000);// Operacaorisco= Atribua (Categoria Fim =“Area_de_Risco”){ “Alta” : (decli == “>35 (Instavel)” && edif== “Edificacoes”), “Moderada” : (decli == “15-35 (Intermediario)”&& edif == “Edificacoes”),“Baixa” : (decli == “0-15 (Estavel)” && edif ==“Edificacoes”) };

1.3 Resultados e discussões

Tabela 1 - Cálculo de áreas por geo - classe (kmx km)

Tabela 2 -Cálculo de áreas por geo-classe (kmxkm)

Tabela 3-Cálculo de áreas por geo-classe(kmXkm)

Tabela 4 - Cálculo de áreas por geo-classekmXkm)

Como as informações foram derivadas do mo-delo digital de elevação, evidencia-se que é pos-sível gerar várias informações mais objetivas

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1.4 Modelos derivados

Figura 02- Imagem Sombreada

Figura 03 - Área de risco sobre imagem em perspecti-va (SW - NE) com elevação de 45º

Fig. 04 - Área de risco sobre imagem em perspectiva(NW - SW)

sobre as diversas unidades espaciais urbanascomo lotes, quadras, ruas sem implicar em eleva-ção de custos com o trabalho de campo paraessa finalidade. Percebe-se, com isso, a impor-tância da correta estruturação da base de dadosdigital quando se pretende utilizá-la para fins maisnobres do que simplesmente a representaçãoespacial do cadastro. Informações como as des-critas acima podem subsidiar análises como adefinição de áreas impróprias ou com restriçõesà construção civil (numero de pavimentos, porexemplo) em função da declividade muito acen-tuada ou em função da falta de insolação, quepode causar problemas à saúde no inverno ex-cessivamente úmido da região.

No estabelecimento de novos loteamentosou avaliação de potenciais áreas de riscos, asinformações relativas ao relevo, à rede de drena-gem e à vegetação, apesar destes dois últimosnão terem sido utilizados neste trabalho, podemser usados na definição de áreas a preservar ouinclusive na definição da orientação doarruamento. Esta base permite também a identifi-cação, nas áreas já urbanizadas, de locais de ris-co potencial, nos quais os tipos de uso deve serrestrito. É possível levar informações constan-tes no banco de dados cadastral para a forma demapa e fazer o caminho inverso, atualizando obanco de dados com informações oriundas demapas. A utilização do SPRING, um software dedomínio público, mostrou-se bastantesatisfatória, apesar deste ser pouco amigável, oque exigiria um longo período de treinamento porparte de seus usuários. Contudo, ele oferece óti-mas ferramentas de apoio à decisão, além de umalinguagem de manipulação da informação espa-cial bastante fácil de se utilizar. A análise de sis-temas intra-urbanos sejam eles locacionais ouestruturais como no caso de estudo, torna-semais eficiente quando aliados às chamadas no-vas tecnologias computacionais direcionadas aoestudo, diagnóstico e principalmente paraviabilizar um planejamento urbano.

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Figura 05 - Área de risco sobre imagem em perspecti-va (N - S)

1.5 Referencia Bibliográfica

Antunes, A. F. B. & Lingnau, C. (1997). Avalia-ção da Acurácia de Mapas Temáticos oriun-dos da Classificação Digital de Imagens;VI Simpósio de Geoprocessamento. SãoPaulo. 22p.

Aronoff, S. (1989). Geographical InformationSystems: A Management Perspective. WDIPublications. Ottawa. 125p.

Burrough, P.A.(1986). Principles of GeographicInformation Systems for Land Resources

Assessment. Oxford University Press.Oxford.

Câmara,G. (1998). Geoprocessamento. INPE -São José dos Campos.

Casseti, W. (1995). Ambiente e Apropriação doRelevo. Ed. Contexto, 2ª Ed. São Paulo.

Christofoletti, A.(1980). Geomorfologia. Ed.Edgard Blucher. 2ªEd. São Paulo. 225p.

Cintra, J. P.(1999). Modelos Digitais do Terre-no: In Geoprocessamento- Epusp. USP.SãoPaulo.

Inpe - Spring.(2000). Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais. São José dos Campos.

Rodrigues, M. & J. A . Quintanilha. (1991).Geoprocesamento. Anais do 3º encontronacional de Geoprocessamento. USP. SãoPaulo.

Tricart, J. (1965). Principles et Méthodes de laGeomorphologie, Masson et Ca. SaintGermain, Paris VI.

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Tricart, J.(1977). Ecodinâmica, Ed. Ibge-Supren(Recursos Naturais e Meio Ambiente), Riode Janeiro. 120p.

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