Upload
others
View
3
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS
USO DE ADITIVOS NO CONTROLE RUMINAL DE VACAS LEITEIRAS
NICOLE DE CARVALHO LOPES
OURINHOS- SP 2018
NICOLE DE CARVALHO LOPES
USO DE ADITIVOS NO CONTROLE RUMINAL DE VACAS LEITEIRAS
Monografia Científica apresentada ao Curso de
Medicina Veterinária das FIO - Faculdades Integradas
de Ourinhos, como pré-requisito para obtenção do
título de Médico veterinário.
Orientador: Professor Edson Suzuki
OURINHOS- SP
2018
LOPES, Nicole de Carvalho
Uso de aditivos no controle ruminal de vacas leiteiras. / Nicole
de Carvalho Lopes. – Ourinhos, SP: FIO, 2018. 59f.; 30cm.
Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina
Veterinária) – Faculdades Integradas de Ourinhos, 2018.
Orientador: Prof. Me. Edson Suzuki
1. Aditivos. 2. Dieta de alto grão. 3. Doenças metabólicas.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família e
amigos que sempre me incentivaram e me
apoiaram durante todos os momentos da
minha formação e aos animais, que foi a
razão pela qual escolhi estar aqui.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ser o meu guia e estar sempre presente na minha vida
nos momentos bons e nos momentos ruins me dando força e discernimento para concluir
essa importante etapa na minha vida.Aos meus pais, Marcos Antonio Lopes e Benedita
Luzia de Carvalho, por sempre terem sido os melhores pais que alguém poderia ter, por ter
me proporcionado somente coisas boas e feito por mim o impossível para que eu concluísse
esse sonho, é por vocês que hoje me encontro aqui concluindo mais uma etapa na minha
vida e sempre será por vocês que caminharei buscando sempre o certo, vocês me
ensinaram a viver com todo o exemplo, carinho e amor incondicional que me ofereceram e
hoje, concluo mais uma etapa da minha vida que se reflete no que me ensinaram, sempre
ter foco no objetivo e paciência que tudo acontece na hora certa. Agradeço também a minha
irmã, Kalynka Carvalho Lopes que além de dividir o amor pela mesma profissão, me
ajudou, incentivou e buscou sempre acreditar no meu melhor, obrigada minha querida irmã
por todas as brigas, conselhos e cuidados que me ofereceu ao longo dessa vida, você
contribuiu até o final para eu realizar esse sonho. Agradeço ao meu cunhado, Wagner
Fogaça, por ter convivido comigo todos esses anos, correndo atrás do meu melhor,
acreditando e me dando força sempre para encarar os problemas de cabeça erguida,
obrigada por sempre estar do meu lado. A minha namorada, Juliana, que me deu força em
todos os momentos dessas últimas etapas, me incentivando, me fortalecendo e acreditando
no meu potencial, tendo paciência comigo nesses últimos anos e passando ao meu lado
enfrentando comigo todas as barreiras que tive para concluir essa etapa da minha vida. Ao
meu orientador Suzuki, no qual me possibilitou a realidade desse sonho, me orientando me
aconselhando e me ajudando nessa última etapa, sem o senhor isso também não seria
possível. A todos meus professores, em especial as professoras, Yumi, Marcia, Isabela e
Fernanda que buscaram sempre me ajudar em toda a graduação, proporcionando sempre
um jeito de me incentivar até o final, torcendo sempre para o meu melhor. A todas as
meninas da limpeza, em especial a Rosangela, Regina, Cassilda e Aninha por ter feito o
ambiente da faculdade o mais familiar possível, sempre torcendo por mim, me aconselhando
e participando de cada momento da minha graduação. A todos meus amigos, em especial
Daisa, Léo, Richard que lutaram por mim, choraram comigo, me ajudando em cada
momento que precisei, sempre buscando o melhor para mim em toda essa etapa.
A todos que contribuíram para a realização desse sonho. Meu muito obrigado!
EPÍGRAFE
“Em qualquer guerra a calmaria vem entre as tempestades.
Haverá dias em que perderemos a fé,
dias em que nossos aliados se voltarão contra nós.
Mas nunca chegará o dia em que deixarei de lutar por quem vale a pena”.
Optimus Prime - Transformers
RESUMO
O aumento da produção leiteira no país fez com que os produtores criassem uma forma de manejo alimentar que atendesse tanto a demanda diária de leite quanto a necessidade diária energética necessária dos animais em lactação. Grandes produtores leiteiros optaram por utilizar um manejo caracterizado com uma dieta alimentar altamente energética tendo um teor de concentrado muito alto, por um lado, a administração dessa dieta favoreceu a demanda exigida e supriu a necessidade energética das vacas em lactação, por outro, elevou a porcentagem de doenças metabólicas no rebanho. Em busca de minimizar os problemas decorrentes da dieta de alto grão, produtores recorreram à utilização de fontes alternativas que corrigissem o empasse gerado por esta dieta e ao mesmo tempo, melhorasse o retorno econômico da produção, e encontraram como solução deste problema a suplementação de aditivos na dieta alimentar. Aditivos são substâncias formuladas intencionalmente adicionadas à dieta, tendo ou não valor nutricional para melhorar o desempenho do rúmen e, consequentemente, do animal. Os aditivos adicionados à dieta têm um papel essencial no controle ruminal, e cada substancia possui um mecanismo de ação diferente para atender as necessidades de suplementação na dieta do rebanho. Esta revisão enfocará as doenças mais comuns em propriedades de alta produção leiteira e discorrera sobre os aditivos mais utilizados no controle ruminal de vacas em lactação a fim de enfatizar a importância desses aditivos para o desempenho dos animais e para a melhoria da produção. Palavras-chave: Aditivos. Dieta de alto Grão. Doenças Metabólicas.
ABSTRACT
The increase in dairy production in the country led the producers to create a management source that would meet both the daily demand for milk and the necessary daily energy requirement of lactating animals. Large dairy producers chose to use a management characterized by a high energy diet with a very high concentrate content. On the one hand, the administration of this diet favored the demand demanded and supplied the energetic need of lactating cows percentage of metabolic diseases in the herd. In order to minimize the problems arising from the high grain diet, producers used alternative sources that corrected the pottage generated by this diet and at the same time improved the economic return of the production, and found as a solution to this problem the supplementation of additives in the diet. Additives are substances formulated intentionally added to the diet, with or without nutritional value to improve the performance of the rumen and, consequently, of the animal. Additives added to the diet play an essential role in rumen control, and each substance has a different mechanism of action to meet the dietary supplementation needs of the herd. This review will focus on the most common diseases in high milk production properties and discourage the most used additives in the ruminant control of lactating cows in order to emphasize the importance of these additives to the performance of animals and to improve production. Keywords: Additives. High Grain Diet. Metabolic Diseases.
LISTA DE ABREVIATURAS
AGV Ácidos Graxos Voláteis
AGCC Ácidos Graxos de cadeia curta
AGDL Ácidos graxos de cadeia longa
CPAA Coordenação de Fiscalização de Produtos para Alimentação Animal
CMS Consumo de matéria seca
CONAB Companhia Nacional de Abastecimento
DFA Defesa de Fiscalização de Aditivos
SDA Secretaria de Defesa Agropecuária
FAO Food and Agriculture Organization
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MS Matéria Seca
OMS Organização Mundial de Saúde
TGI Trato Gastrointestinal
IN Instrução Normativa
LISTA DE SÍMBOLOS
Ca Cálcio
K Potássio
Mg Magnésio
Na Sódio
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Quantidade de atendimentos realizados ................................................. 16
Tabela 2 – Classificação das bactérias ruminantes por substrato e gram ................ 21
SUMÁRIO
PARTE I: ESTÁGIO CURRICULAR ACOMPANHAMENTO DE ATENDIMENTO A
CAMPO A GRANDES ANIMAIS .............................................................................. 12
RESUMO................................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
1.1 Objetivo do estágio ........................................................................................... 14
1.2 Descrição do estágio ........................................................................................ 15
1.3 Considerações finais ........................................................................................ 16
PARTE II: USO DE ADITIVOS NO CONTROLE RUMINAL DE VACAS LEITEIRAS
.................................................................................................................................. 17
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18
2 FISIOLOGIA DO RÚMEN VERSUS DIETA DE ALTO GRÃO .............................. 20
2.1 Distúrbios metabólicos de maiores incidências em rebanho leiteiro .......... 21
2.1.1 Acidose ruminal bovina ................................................................................. 22
2.1.2 Timpanismo ruminal bovino .......................................................................... 24
2.1.3 Laminite bovina .............................................................................................. 25
3 USO DE ADITIVOS NO CONTROLE RUMINAL DE VACAS LEITEIRAS ............ 28
3.1 Antibióticos ionóforos ...................................................................................... 29
3.1.1 Monensina sódica .......................................................................................... 31
3.1.2 Lasalocida sódica .......................................................................................... 34
3.2 Antibióticos não ionóforos ............................................................................... 35
3.2.1 Virginiamicina ................................................................................................. 37
3.3 Leveduras .......................................................................................................... 39
3.3.1 Saccharomyces cerevisiae ............................................................................ 41
3.4 Tamponantes. .................................................................................................... 43
3.4.1 Bicarbonato de sódio. .................................................................................... 44
3.4.2 Óxido de magnésio. ....................................................................................... 46
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS. .................................................................................. 48
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
12
PARTE I: ESTÁGIO CURRICULAR: ACOMPANHAMENTO DE
ATENDIMENTO A CAMPO DE GRANDES ANIMAIS
13
RESUMO
O presente relatório tem como objetivo descrever e partilhar as principais
atividades realizadas durante o período de estágio curricular obrigatório, que é um
requisito parcial para concluir a graduação no curso de medicina veterinária das
Faculdades Integradas de Ourinhos- FIO.
O estágio curricular foi realizado juntamente com a médica veterinária
Kalynka Carvalho Lopes CRMV/PR 14116, na área de atendimento a campo de
grandes animais, e objetivou relatar as atividades desenvolvida durante todo o
período do estágio obrigatório.
14
1 INTRODUÇÃO
A pecuária de bovino de leite no Brasil, está em constante crescimento, o que
determina que os cuidados referentes a essa produção consequentemente são
redobrados diante desse crescimento.
Atualmente, os produtores leiteiros no Brasil, vêm buscando cada vez mais
um manejo que melhore a qualidade de vida do animal visando também, a produção
e qualidade do produto final. Economicamente falando, há produtores que se
preocupam muito com o retorno que a produção trará para ele, por isso a
necessidade de implantação de um manejo adequado que atenta a necessidade do
animal e consequentemente a do produtor, vem sendo uma busca implacável para a
pecuária de bovino de leite.
Devido a esse fato, a necessidade de ter o médico veterinário acompanhando
o rebanho leiteiro é de importância extrema para o desenvolvimento na produção,
tendo em vista que as atividades exercidas pelo mesmo, engloba o melhoramento
animal atingindo assim como consequência uma melhor produção do rebanho em
um todo.
O estágio foi realizado na região de Jaguariaiva- PR, Arapoti – PR e Piraí Do
Sul-PR onde teve quatro meses de duração, sob supervisão do coordenador de
estágio, professor doutor Breno Fernando Martins de Almeida. Não teve um lugar
fixo para a realização do estágio, pois foi feito atendimentos em várias propriedades
ao redor destas regiões citadas acima.
Durante todo o período de estagio, foi possível contar com a orientação e
supervisão da medica veterinária Kalynka Carvalho Lopes CRMV/ PR 14116, no
qual foi qual foi auxiliada e acompanhada durante todo o período de estágio.
1.1 Objetivo do estágio
O principal objetivo do estágio curricular foi complementar a formação
profissional acadêmica, contribuindo assim também, para que colocássemos em
pratica o que nos foi proposto teoricamente durante os anos de graduação, além de
que, a prática exercida pela atividade de estagio curricular é uma boa forma de
podermos participar da rotina da profissão, podendo assim se adaptar com
circunstancias que teremos rotineiramente durante toda a vida profissional.
15
1.2 Descrição do estágio
Durante todo o período de estágio curricular proposto, foi acompanhado os
atendimentos a campo realizado pela médica veterinária Kalynka Carvalho Lopes
CRMV/PR 14116, auxiliando nas atividades necessárias e ajudando nas soluções
cabíveis diante dos atendimentos solicitados para mesma.
Não teve um lugar especifico para a realização do estágio, foram recebidas
ocorrências de atendimentos na cidade de Jaguariaíva, Arapoti e Piraí do Sul, todas
pertencentes ao estado do Paraná. Os animais que necessitavam de atendimento,
em todas as ocorrências recebidas, eram bovinos de produção leiteira, onde grande
parte das solicitações eram quadros de partos distócicos, lesões traumáticas do teto
e deslocamento do abomaso.
Dos 19 (dezenove) atendimentos relacionados a partos distócicos, 12 (doze)
deles foram feitos a retirada por tração forçada sem a necessidade de intervenção
cirúrgica no animal. Em sete dos casos, foi necessário intervir com cirurgia, onde foi
feita a cesárea retirando o bezerro que já se encontrava morto no útero da vaca em
todas as situações. Em relação aos atendimentos de lesões traumáticas no teto,
foram solicitados para a veterinária oito casos, seis sendo quadros de feridas não
perfurante afetando apenas a camada epitelial e a camada muscular, realizando um
tratamento conservador, fazendo a higienização do teto e a retirada do tecido
necrótico já existente no local para facilitar a cicatrização finalizando com a
administração terapêutica, nos outros dois casos foram necessária a realização da
amputação do teto, pois em um dos casos o teto apresentava ruptura parcial do teto
e o outro feridas por esmagamento profundo no teto, impossibilitando que houvesse
correção na funcionalidade dos tetos acometidos. Foi solicitado para a doutora
apenas um caso de deslocamento do abomaso, onde chegando a propriedade o
proprietário relatou que desde que o animal criou há dez dias, apresentava um
quadro de emagrecimento, apatia, anorexia e redução da produção leiteira, na
auscultação feita pela doutora, foi notado diminuição dos parâmetros ruminais e
sons metálicos característicos do abomaso, e por fim foi constato que havia um
quadro de deslocamento do abomaso á esquerda, foi realizado intervenção
cirúrgica, realizando a ruminotomia pelo flanco esquerdo com o animal em estação e
posteriormente feito o tratamento terapêutica no animal, finalizando o atendimento.
16
Em todos os casos apresentados e realizados pela doutora, coube a
estagiaria, ajudar na contenção dos animais para administração de remédios, na
desinfecção de feridas e troca de curativos. Era responsável também por preparar
os materiais para uso cirúrgicos de forma correta e acompanhar o pós-operatório de
todas as cirurgias realizadas.
Nos dias em que não existiam chamados para atendimentos emergenciais, a
rotina era feita de modo a atender todas as propriedades em que a médica
veterinária era responsável, e prestava auxilio nas mesmas mensalmente, são 6
propriedades nas quais visitamos 17 (dezessete) semanas, indo até elas uma vez na
semana nos dias previamente estabelecidos. Nessas visitas de rotina era feita
avaliação do rebanho como um todo, desde as bezerras, novilhas até os animais em
lactação e vacas secas, avaliando o manejo nutricional, manejo sanitário, manejo
reprodutivo, feita a inspeção de higienização do ambiente de ordenha e do local
onde os animais ficavam.
Tabela 1- Quantidade de atendimentos realizados
Atendimentos solicitados Quantidade de casos Procedimentos cirúrgicos
Partos Distócicos 19 7
Deslocamento de Abomaso 1 1
Lesões Traumáticas no Teto 8 2
TOTAL 28 10
Fonte: Autoria própria (2018).
1.3 Considerações finais
O período de realização do estágio curricular permitiu que fosse colocado em
pratica tudo aquilo que nos foi passado teoricamente em sala de aula,
proporcionando um maior convívio com a rotina diária da vida de um médico
veterinário, para que possamos nos preparar para o futuro da profissão.
17
PARTE II
USO DE ADITIVOS NO CONTROLE RUMINAL DE VACAS LEITEIRAS
18
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do agronegócio leiteiro no Brasil está em constante
crescimento. De acordo com dados descritos pela Conab, 2013, o Brasil é o país
que possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, contando
aproximadamente com 177 milhões de animais sendo que efetivo correspondente a
pecuária leiteira soma 35 milhões de animais, correspondendo uma percentagem de
(20%) desses 177 milhões totais. Cerca de 19 a 20 milhões de vacas, pertencentes
a 1,4 milhões de produtores, produziram cerca de 32 bilhões de litros de leite, em
2012, fazendo com que o país ocupasse a quarta colocação no ranking mundial,
permanecendo até hoje (NETO et al., 2013). Com esse grande aumento constante
na produção leiteira no país, a preocupação de implantar um sistema correto e
especializado tanto na necessidade do animal quanto na melhoria do produto vem
sendo uma busca implacável para os produtores de leite. Contudo, não existe um
sistema de produção fixo, cada produtor define seu sistema baseado no que a
propriedade pode oferecer e no custo-benefício que será gerado para ele (LOPES,
2007).
Existem três tipos de sistemas de manejo que pode ser utilizado pelos
produtores, o sistema extensivo, semi- intensivo e intensivo sendo que este dentre
os três é o mais especializado para produtores que possui um rebanho de alta
produção. O sistema intensivo consiste em confinar o rebanho no estábulo e
administrar a comida exclusivamente no cocho para o animal (NUNES; PEREIRA,
1998), diante disso é necessário assim elaborar uma dieta que forneça para as
vacas em lactação uma alta fonte energética que supra a necessidade do animal
para um bom resultado do produto. O maior problema dessas dietas elaboradas com
alto valor energético é o manejo errôneo alimentar, administrando a dieta muitas
vezes de forma excessiva o que resulta em grandes problemas metabólicos, tais
como acidose ruminal, timpanismo e laminite (ANTUNES et al.,2011).
A implantação do uso de aditivos na dieta de bovino de leite vem sendo uma
medida bem adotada pelos produtores leiteiros, já que essa pratica é uma boa forma
para realizar o controle ruminal que visa prevenir a acidificação do pH e como
19
consequência disso, diminuir a incidência de doenças metabólicas no rebanho, além
de ser também um dos métodos que, por sua vez, adicionados na dieta pode-se
então reduzir o custo do produtor com alimentação (RAMALHO, 2006).
A presente revisão de literatura discorre especificando os aditivos utilizados
na dieta de bovino de leite que façam o controle ruminal, prevenindo assim as
enfermidades decorrentes de uma dieta de alto grão excessiva. É importante
ressaltar que uma dieta de alto grão implantada de forma excessiva em um rebanho
leiteiro poderá trazer consigo consequências que irão prejudicar não somente as
vacas em produção e sim também afetará diretamente o produtor, tendo então um
impacto negativo economicamente no resultado liquido da atividade produto.
20
2. FISIOLOGIA DO RÚMEN VERSUS DIETA DE ALTO GRÃO
O estômago do bovino é divido em quatro compartimentos, sendo o rúmen,
retículo e omaso denominados de pré-estômagos e o abomaso considerado o
estômago verdadeiro do animal. Dentre as quatros cavidades existentes, o rúmen se
apresenta sendo a maior delas, estendendo-se desde o diafragma à entrada pélvica,
preenchendo a metade esquerda da cavidade abdominal e metade da direita
(RADOSTITS; GAY; BLOOD; HINCHCLIFF, 2002).
Segundo Lana (2005), o rúmen constitui um ambiente favorável para o
crescimento microbiano, atuando como câmera de fermentação com condições
estáveis, tais como: temperatura entre 38 a 42ºC (média de 39ºC); anaerobiose; pH
variando entre 5,5 a 7,0 (média de 6,8); presença de bactérias, protozoários e
fungos; suprimento constante de nutrientes e contínua remoção de digesta e dos
produtos de fermentação; matéria seca entre 10 a 15%; gravidade específica entre
1,022 e 1,055; tensão superficial do líquido de 50 dinas/cm e pressão osmótica
constante. A importância da microbiota ruminal está associada ao seu papel na
fermentação de substratos solúveis e insolúveis, proteínas e lipídios da dieta
(RUSSELL; MATOVANI 2002).
Para que a produtividade e a saúde dos ruminantes sejam mantidas, as
bactérias ruminais são indispensáveis (WELKIE; STEVENSON; WEIMER., 2010).
Arcuri; Lopes; Carneiro (2006) citam que a classificação das bactérias comumente
usada pelos pesquisadores é fundamentada no tipo de substrato em que os
microrganismos agem e nos produtos finais da fermentação.
21
Tabela 2 – Classificação das bactérias ruminais por substrato e gram. Bactéria Substrato Gram
Megasphaera elsdenii Degradadoras de ácidos Gram- negativa
Butyrivibrio fibrisolvens Hemiceluloliticas Gram- negativa
Ruminococcus flavefaciens Celulolíticas Gram- positiva
Lactobacillus ruminis Glicolíticas Gram- positiva
Streptococcus bovis Pectinolíticas Gram-positiva
Bacteroides Amylophilus Amilolíticas Gram- negativa
Selenomonas Ruminantium Produtoras de amônia Gram- negativa
Succinivibrio Dextrinosolvens Ureoliticas Gram- negativa
Methanobrevibacter ruminantium Metanogênicas Gram- positiva
Anaerovibrio Lipolytica Lipolíticas Gram- negativa
Fonte: Arcurii et al. 2006
A administração de uma dieta de alto grão para bovinos de leite é uma das
melhores formas para aumentar a produção do rebanho leiteiro, por sua vez, sendo
administrada de forma excessiva trazem inúmeros problemas metabólicos para o
rebanho. Owens; Secrist; Hill, (1998) descrevem que dietas contendo alta
quantidade de amido aumentam a disponibilidade de glicose livre e estimulam o
crescimento de diversas bactérias, aumentando a produção de ácidos graxos
voláteis (AGV) e diminuindo o pH ruminal. As alterações ruminais decorrentes dessa
dieta excessiva desencadeia grandes mudanças no animal, sendo que de forma em
geral faz com o que o animal diminua a ingestão alimentar criando uma forma
interna de combater a fermentação excessiva que está acontecendo no rúmen e
como consequência disso uma queda no desempenho que resulta na declinação da
produção.
2.1 Distúrbios metabólicos de maiores incidências em rebanho leiteiro
O aumento da produção leiteira nos últimos anos fez com o que os produtores
de leite de alta produção, implantasse no rebanho um plano de dieta que atendesse
a demanda do mercado e também suprisse toda a necessidade do animal diante de
22
uma alta produção. Entretanto, essa dieta gerada de um alto teor de grãos somada
com um manejo irregular sendo por administração excessiva pelo tratador para o
consumo do plantel quanto pelo consumo a vontade do rebanho no cocho, acabou
sendo um dor maiores problemas no meio da produção leiteira, resultando em uma
alta taxa de doenças metabólicas (NAGARAJA, 2007)
2.1.1 Acidose ruminal bovina
A acidose ruminal ocorre devido à ingestão de alimentos ricos em
carboidratos não fibrosos, sem adaptação prévia, provocando desequilíbrio
fermentativo (OWENS, 2011, LEAN; VAN SAUN; GARIS, 2013).
Lean et al., (2007) citam que o termo “acidose ruminal” refere-se a uma série
de condições que refletem um decréscimo nos valores de pH no rúmen. A produção
de grandes quantidades de AGV e ácido láctico faz com que o pH ruminal desça até
valores não fisiológicos. Oliveira et al., (2009); Santana Neto et al., (2012)
descrevem que, quando o pH chega a valores inferiores a 5,0, o Streptococcus bovis
é inibido e ocorre a multiplicação do Lactobacillus sp e a concentração de ácido
láctico aumenta significativamente no interior do rúmen.
As principais formas clínicas desta doença são a acidose lática ruminal
aguda, com redução acentuada do pH (pH<5.0) e a acidose subaguda,
caracterizada por episódios transitórios de redução do pH ruminal a níveis não tão
baixos quanto a forma aguda (5,0 <5.5) (NAGARAJA; LECHTENBER, 2007);
(KLEEN; CANNIZZO, 2012). Ambas inicialmente possuem a mesma etiologia, que é
a administração excessiva de grãos na dieta, porém, é possível dizer que a acidose
subaguda se não feito o tratamento curativo resultará na acidose aguda. Em
rebanhos leiteiros de alta produção é comum a ocorrência de acidose ruminal
subaguda, devido à grande exigência da dieta de grãos e a erros sugestivos do
manejo.
O quadro clínico apresentado pela acidose ruminal subaguda é muito variável
e inespecífico, sendo observado quadros de diarreia esporádica, desidratação,
diminuição nos parâmetros ruminais, diminuição na ingestão de alimentos e
resultante disso queda na produção leiteira. Além disso, podem ser observadas
também lesões na parede ruminal, rumenite e paraqueratose, formação de
abscessos hepáticos e maior incidência de lesões digitais relacionadas à laminite
23
(PENNER et al., 2011); (KLEEN; CANNIZZO, 2012); (BICALHO; OIKONOMOU,
2013); (LEAN et al., 2013).
Na acidose ruminal aguda instala-se quadro clínico severo caracterizado por
desidratação e acidose metabólica podendo ser observados distensão abdominal
com líquido, diarreia, desidratação, taquicardia, taquipneia, depressão de estado
mental, podendo o animal evoluir para estado comatoso e óbito (DIRKSEN, 2005),
(RADOSTITS et al., 2007), (ORTOLANI et al., 2010). Vasconcelos; Galyean (2008),
Danscher et al. (2009) complementam que, podem ser observados também
rumenite, formação de abscessos hepáticos, laminite aguda e quadro neurológico
decorrente da acidose metabólica e polioencefalomalácia.
O diagnóstico envolve anamnese, exame clínico dos animais acometidos e
análise de conteúdo rumenal (AFONSO; MENDONÇA, 2007), (RADOSTITS et al.,
2007). No diagnóstico clinico deve ser sempre questionado o manejo nutricional do
animal, é de suma importância no decorrer do diagnóstico, além disso a inspeção
geral do rebanho é muito importante, pois podem haver animais com diferentes
estados clínico da doença. Na avaliação do indivíduo deve ser realizado exame
físico completo com aferição de frequência cardíaca, respiratória, avaliação de
estado mental, auscultação rumenal, avaliação da consistência rumenal, inspeção
do contorno abdominal e aferição de temperatura corporal (OWENS, 2011). Na parte
de diagnóstico laboratorial, a avaliação do liquido ruminal é essencial para a
conclusão do diagnóstico.
O tratamento da acidose ruminal é baseado no grau que a doença se
encontra, sendo subaguda ou aguda. A gravidade dos achados no exame clínico
indicará a necessidade de um ou de outro tratamento. Fatores econômicos também
devem ser levados em consideração na escolha do tratamento (RADOSTITS et al.,
2007). Em caso de acidose ruminal subaguda é feito o tratamento curativo,
realizando a correção da acidose através de administração oral de agentes
alcalinizantes como bicarbonato de sódio ou hidróxido de magnésio, também é feito
a correção da desidratação através de fluidos afim de restabelecer o estado geral do
animal. Nos casos mais graves como acidose aguda é necessário um tratamento
mais especifico, o bicarbonato de sódio também é utilizado nesses casos para a
correção da acidose, mas, deve-se levar em consideração se a acidose ruminal
aguda fez com que houvesse aparições de quadros clínicos de outras doenças
recorrentes dessa acidose. Casos severos, onde o animal se encontra em um
24
quadro superagudo podem requerer intervenção cirúrgica, realizando a rumenotomia
e lavagem ruminal retirando o conteúdo acidótico (MARTIN et al., 2009)
2.1.2 Timpanismo Ruminal Bovino
O timpanismo ruminal também conhecido por alguns autores como
meteorismo ruminal, é uma doença metabólica que acomete ruminantes. Van
Kruininge (1995) descreve que o timpanismo é a causa mais comum da morte súbita
em bovinos. Segundo Radostits et al., (2002) o timpanismo ruminal é caracterizado
pela distensão anormal do rúmen e retículo originado pelo excessivo acumulo de
gases de fermentação, esses gases de fermentação apresentam-se ou na forma de
espuma persistente misturada com o conteúdo ruminal ou de gás livre, separado do
bolo alimentar. Andrews et al., (2008) afirmam que o timpanismo resulta na
incapacidade de eliminação de gases produzidos no rúmen por meio da eructação,
e, é secundário a alguma outra afecção, ele também cita a existência de duas
formas de timpanismo sendo essas: timpanismo ruminal primário também chamado
de timpanismo espumoso e timpanismo ruminal secundário também denominado de
timpanismo gasoso. Dentre as duas formas citadas do timpanismo, observa-se a
ocorrência maior em bovino como causa de dieta alimentar, o timpanismo
espumoso.
O timpanismo espumoso é essencialmente nutricional e está associada a
ingestão de algumas leguminosas ou dietas com excesso de concentrado. Dentre as
leguminosas, destacam-se a alfafa e espécies do gênero Trifolium (RADOSTITS et
al., 2007, RIET-CORREA, 2007, TOKARNIA et al., 2012). Na fisiologia normal dos
ruminantes, as bolhas de gás produzidas no liquido ruminal decorrentes da
fermentação, separam-se do conteúdo formando bolsas de gás livre sendo
eliminadas pela eructação (WAGHORN, 1991). Em uma dieta elaborada com
ingestão excessiva de grãos altamente fermentáveis em um curto período pelo
animal, faz com que aumente a produção de ácidos graxos voláteis e o gás
produzido pela fermentação se mistura com o conteúdo ruminal originando então
uma espuma densa fazendo com que tenha um aumento anormal do conteúdo no
rúmen, impedindo consequentemente a eructação (RADOSTITS et al., 2002).
Manual Mercky (1991) acredita que a origem dessa espuma densa, esteja
relacionada com o aumento da população de bactérias produtoras de muco ou com
a retenção dos gases produzidos pelos alimentos finalmente moídos.
25
De acordo com Andrews et al., (2008) qualquer afecção que provoque uma
obstrução esofágica ou interfira na eructação, provoca timpanismo gasoso, a
ocorrência da afecção normalmente é esporádica e é menos comum que o
timpanismo espumoso. O timpanismo gasoso pode ser ocasionado por obstrução
esofágica aguda por corpos estranhos e estenose física ou funcional do esôfago
(GUARD, 2002, BORGES; MOSCARDINI, 2007, GELBERG, 2013). O timpanismo
gasoso também pode aparecer como forma secundária a outra doença que levam o
enfartamento ganglionar como: leucose, tuberculose, pneumonia e também doenças
que podem causar lesão nas vias nervosas responsáveis pelos processos de
eructação.
Os sinais clínicos apresentado nos casos timpanismo são particularmente
parecidos, sendo que no caso de ambos no exame clinico os animais apresentam
diminuição da ingestão alimentar, aumento na pressão intra-abdominal
desenvolvendo um aumento de volume do flanco do lado esquerdo, dispneia,
taquicardia, alterações nos movimentos ruminais (GUARD, 2002, RADOSTITS et al.
2007), o animal também apresenta micção frequente, dispneia acentuada e
acompanhada por respiração pela boca, protrusão da língua, salivação, decúbito,
extensão da cabeça e membros, frequência respiratória aumentada (BLOOD,
2000). Nos casos de timpanismo gasoso é observado aumento na frequência e força
dos movimentos ruminais nas primeiras fases seguindo-se atonia. Em ambos casos,
tanto no timpanismo espumoso quanto no timpanismo gasoso se não feita a
intervenção corre o risco de agravar até o óbito do animal.
O tratamento é baseado no tipo de timpanismo apresentado pelo animal,
dependendo assim das circunstâncias em que ocorreu o timpanismo, se espumoso
ou gasoso, e se há ou não risco de vida(JONES, 1997). Blood (2000) sugere que no
geral as medidas a serem tomadas são: perfuração do rúmen com trocarte e cânula
com o objetivo de promover a eliminação dos gases, caso não tenha resultado é
necessário a realização da ruminotomia. Uso de bicarbonato para promoção de
saliva, uso de sonda ruminal em casos de timpanismo gasoso e uso de agentes
antiespumantes para resolução de quadros do timpanismo espumoso.
2.1.3 Laminite Bovina
26
A laminite é compreendida como uma inflamação asséptica das lâminas do
cório, causada por um distúrbio da microcirculação e degeneração na junção
derme/epiderme (FERREIRA et al., 2005). Borges et al., (2006) citam que dentre as
doenças digitais comumente encontradas nos criatórios que exploram a
bovinocultura de leite, a laminite é de grande importância e de grande ocorrência.
Greenough (2007) define laminite como uma doença sistêmica com manifestações
locais nos dígitos, já, Danscher et al., (2009) descrevem que o termo laminite
significa, estritamente, inflamação do cório laminar do casco. Alguns autores
discordam dessa definição citada, alegando que não é somente a região do cório
que é afetada pela doença, sendo assim Lischer; Ossent (2002) e Van Amstel
(2009) sugeriram que o termo mais apropriado para a definição de laminite seria
“pododermetite asséptica difusa”.
Apesar da laminite ser uma doença que restritamente acomete os dígitos, ela
é considerada de origem multifatorial. Mesmo que apresente causas distintas,
distúrbios nutricionais ou metabólico que interferem diminuindo o aporte de
nutrientes ao casco, favorecem o aparecimento da laminite. Segundo Vermunt;
Greenough (1994) doenças como mastite, endometrite e acetonemia são apontadas
como desencadeadoras da doença. Entre todos os fatores citados como causa da
laminite, a nutrição alimentar se destaca sendo citada como a principal delas. Em
propriedades que apresentam um sistema de alta produção leiteira a demanda
nutricional é muito grande e a necessidade de implantar uma dieta que supra as
exigências energéticas do animal acaba sendo muitas vezes um dos fatores
predisponente a aparição da doença devido a alta quantidade de carboidratos,
proteína e baixa quantidade de fibra na dieta.
A laminite se manifesta de três formas, sendo elas: aguda, crônica e
subaguda (subclínica). Ferreira (2005) discorre que a forma aguda é menos comum
em bovino, ocorre esporadicamente em vacas no início da lactação. O animal
apresenta, dificuldade de se manter em pé, congestão, edema e sensibilidade da
banda coronária, Thoefener et al (2004) e Nagaraja; Lechtenberg (2007) citam que
em alguns casos é comum o animal apresentar distensão abdominal com líquido e
atonia ruminal, diarréia profusa, desidratação, anorexia, incoordenação e depressão,
Greenough, (2007) relata que o animal pode ter claudicação discreta ou severa
preferindo ou não permanecer em decúbito para evitar o apoio dos dígitos.
27
A forma subclínica também denominada de subaguda, Ferreira (2005)
descreve como a principal forma observada em bovinos onde que os sinais clínicos
são dificilmente observados durante a fase da evolução da lesão e sim surgem
posteriormente a ela, podendo apresentar hemorragia de sola, aparecimento de
ulcera de sola ou de pinça, abcessos de sola, pinça ou talão, sola dupla, formação
de sola amarela e macia sendo esta alteração altamente indicativa da presença da
laminite. Van Amstel (2009) afirma que a manifestação da laminite subaguda é a
mais importante em gado de aptidão leiteira. A forma crônica aparece como uma
modificação no casco resultando na ocorrência de fendas, irregularidades da
muralha, aumento do comprimento, diminuição do ângulo da pinça e convexidade da
sola Ferreira (2005). Van Amstel (2009) cita que a forma crônica da laminite surge
em decorrência de repetidos episódios das manifestações aguda ou subaguda.
O diagnóstico da laminite é obtido através da anamnese do animal,
abordando questões como histórico de doença no rebanho e histórico alimentar, em
relação ao animal acometido é importante questionar o início, progressão e duração
dos sinais clínicos. O exame clinico também é de suma importância para obtenção
do diagóstico, observando postura do animal realizando a palpação do membro
acometido e inspeção dos dígitos realizando teste de sensibilidade do digito. Alguns
exames como: raio-x e ultrassom, podem ser utilizados como complementares para
obtenção do diagnóstico.
O tratamento da laminite varia de acordo com a manifestação apresentada
pelo animal. No geral a base do tratamento consiste na eliminação da causa de base
da doença. É importante também realizar a limpeza e a identificação da lesão no
casco, administração de antinflamatório para controle da dor e da inflamação,
antibiótico em alguns casos, colocação de taco para aliviar a pressão sob o digito
acometido e elaborar uma dieta balanceada sem excesso de carboidratos e
proteínas (GREENOUGH, 2007).
28
3 USO DE ADITIVOS NO CONTROLE RUMINAL DE VACAS LEITEIRAS
Os aditivos alimentares são substancias adicionadas como forma de
complementação na dieta alimentar. Com a exigência de uma dieta altamente
energética em rebanhos leiteiros, o uso do aditivo vem sendo amplamente utilizado
pelos produtores como forma de controlar os parâmetros ruminais do bovino
prevenindo doenças metabólicas no plantel e também como meio de reduzir
economicamente o custo com a alimentação. Autores como Santos (2016) relata
que quando se opta pela utilização dos aditivos alimentares, o resultado que se
espera é aumentar a produtividade e melhorar o desempenho dos animais, tornando
os sistemas mais eficientes e sustentáveis.
Hutjens (1991) descreve que aditivos são ingredientes alimentar ou grupo de
compostos alimentares que produz uma resposta animal desejável de forma não
nutritiva para o animal. Os aditivos são definidos como substancias, microrganismo
ou produto formulado que são adicionados intencionalmente nos produtos, tendo ou
não valor nutritivo que melhora as características dos produtos destinados à
alimentação animal ou dos produtos animais, melhorando o desempenho dos
animais sadio atendendo às necessidades nutricionais dos animais (BRASIL, 2015)
Conforme o Regimento Interno da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA),
publicado pela Portaria MAPA nº 45/07, a Coordenação de Fiscalização de Produtos
para Alimentação Animal (CPAA) e a Divisão de Fiscalização de Aditivos (DFA) são
responsáveis pela fiscalização, normatização e atividades regulatórias relacionadas
aos aditivos para alimentação animal, delegando assim os aditivos proibidos e os
que são liberado para uso na alimentação do animal (BRASIL, 2016). Sindirações
(2009) descreve que os aditivos alimentares são divididos em: tecnológicos,
sensoriais, nutricionais, zootécnicos, agonistas e anticoccidiano.
Seguindo a classificação dada pelo respectivo autor, os aditivos tecnológicos
são substancias empregadas nos produtos com fins industrial e tecnológico, os
sensoriais são substancias adicionadas aos produtos com a função de melhorar ou
modificar suas propriedades organolépticas e características visuais, já os aditivos
nutricionais tem a finalidade de manter ou melhorar as características nutricionais do
produto, os zootécnico são substancias adicionadas ao produto alimentar com a
intensão de influir positivamente na melhoria do desempenho dos animais, os
29
anticoccidianos são aqueles com a função de eliminar os protozoários e os agonista
agem como repartidores de energia.
Mourão et al., (2012) citam que geralmente, a classe dos aditivos tecnológicos
e sensoriais são destinados a uso industriais enquanto que os aditivos nutricionais e
zootécnicos são utilizados por todo ramo de alimentação animal. A classe dos
aditivos zootécnicos liberados pelo MAPA, para utilização, é dividida em grupos
conforme a função de cada aditivo existente na classe, sendo assim os grupos dos
aditivos digestivos que comportam substâncias que facilita a digestão os
equilibradores de microbiota que são microrganismo ou outras substâncias tem
efeito positivo sobre a microbiota do trato digestório e o grupo dos melhoradores,
promotores de desempenho e crescimento que incluem substancias que melhoram o
parâmetro e produtividade dos animais.
Mourão et al., (2012) ainda descrevem que no ramo da pecuária leiteira no
brasil, os aditivos mais utilizados pelos produtores são os zootécnicos promotores de
desempenho, incluindo os antibióticos ionóforos e não ionófororo, descrevendo
também que o uso de leveduras, sabões de cálcio, tamponantes, enzimas, ácidos
orgânicos, extratos de plantas, própolis também são utilizados na pecuária leiteira.
De todos os aditivos relacionados citado pelo autor, o mesmo afirma que os
ionóforo, não ionóforo e tamponantes são as substâncias mais comercializadas no
meio da pecuária bovina, sendo também as que apresentam maior segurança para o
produtor com relação aos benefícios gerados à produção leiteira.
3.1 Antibióticos ionóforos
Os ionóforos são antimicrobianos utilizados como aditivos em rebanhos de
bovino de leite com a finalidade de aumentar a eficiência de produção de leite
(MACHADO et al., 2011). Ovchinnikov (1979) descreve que essas substâncias são
produzidas pela cepa de Streptomyces sp. A utilização dessas substancias na dieta
alimentar vem tendo grandes resultados sobre o rebanho leiteiro devido a ação que
possuem no rúmen de modular a população microbiana. Por agir modificando o
ambiente ruminal de forma positiva, essa substancia acaba sendo uma forma segura
de prevenção de doenças metabólicas originadas da administração de dietas de alto
grão, sendo administrado não com a finalidade de suplementar o valor nutritivo da
dieta, mas sim com o foco de aumentar a eficiência do rebanho reduzindo essas
30
enfermidades de origem metabólica. Morais; Berchielli; Reis (2006) classificam o
benefício da ação biológica dos ionóforos sobre a população microbiana do rúmen
em três áreas, sendo a primeira o aumento da eficiência do metabolismo da energia
das bactérias ruminais e do animal, alterando a proporção de ácido graxos voláteis
produzidos no rúmen e diminuindo a produção de metano, a segunda área acontece
a melhoria do metabolismo de nitrogênio pelas bactérias ruminais diminuindo
absorção de amônia e aumentando a quantidade de proteína de origem alimentar
que chega ao intestino delgado e a última área se característica pela diminuição das
desordens resultantes da fermentação anormal do rúmen.
Segundo Russel; Strobel (1989) os ionóforos são capazes de interagir com
íons e cátions se tornando uma forma de veículo de transporte molecular através da
membrana para esses íons. Nicodemo (2002) afirma que os antibióticos ionóforos
são produzidos por diversas linhagens de Streptomyces. Rangel et al., (2008)
descrevem que fatores de resistência presente na parede celular da bactéria é
responsável por regular o balanço químico do meio interno e externo, o equilíbrio
celular é mantido por um mecanismo que se denomina bomba iônica a ação dos
ionóforos acontece quando o mesmo se liga ao cátion de maior afinidade e é
transportado através dessa membrana celular para dentro da célula da bactéria,
uma vez transportado para dentro o mecanismo da bomba iônica é ativado tentando
manter a osmolariedade celular utilizando de forma excessiva todas as reservas de
energia e com essas reservas esgotadas, o crescimento das bactérias gram-
positivas é afetado, prevalecendo apenas as gram-negativas. Barragry (1994)
complementa que a bomba iônica não funcionando devidamente provoca um
desequilíbrio celular devido á grande quantidade de cátions dentro da célula
resultando no aumento da pressão osmótica, a água entra em excesso e
consequentemente a célula incha até se romper.
Russel; Strobel (1989) discorrem que as bactérias gram-positivas presente no
rúmen são mais susceptíveis a ação dos ionóforos do que as gram-negativas e que
isso se justifica pelo fato de que as bactérias gram-negativas possuem uma camada
lipídica externa que contem canais de proteína menores do que a molécula dos
ionoforos, impedindo assim que o mesmo passe pela camada, já, as bactérias gram-
positivas possui apenas uma camada porosa de peptideoglicanos o que não impede
a ação dos ionóforos. De acordo com Reis et al., (2006), as bactérias que produzem
ácido lático, acético, butirico, fórmico e hidrogênio como produto final, são as gram-
31
positivas e como descrito por Hussel e Strobel (1989) são mais susceptíveis aos
ionóforos, enquanto as produtoras de ácido succínico e propiônico e aquelas que
fermentam o lactato são resistente. De forma geral, o mecanismo de ação dos
ionóforos, está ligado secundariamente pela causa da alteração fisiológica normal da
membrana celular dos microrganismos (MACHADO et al., 2011).
Nagaraja et al., (1997) ressaltam que existe mais de 120 ionóforos descrito,
mas somente a monensina, lasalocida, salinomicina e laidomicinaproprianato são
aprovados para uso na dieta alimentar de ruminantes. Segundo Salman et al.,
(2006) os aditivos ionóforos mais utilizados na pecuária brasileira são a monensina,
lasalocida, salinomicina e lisocelin, destacando que dentre todos esses aditivos
citados a monensina sódica e a lasalocida são os de preferência para produtores de
rebanho leiteiro.
3.1.1 Monensina sódica
A monensina sódica foi introduzida no meio alimentar inicialmente como um
antibiótico utilizado como coccidicida em aves no Estados Unidos e que atualmente
é implantado em dieta alimentar de ruminantes como promotor de crescimento
(ZANINE; OLIVEIRA; SANTOS, 2006). No Brasil a monensina sódica é um aditivos
muito utilizado na dieta alimentar tanto de bovino de leite quanto para bovinos de
corte, a monensina sódica é comercializada pela Elanco Companhia de Produtos, se
apresentando como nome comercial de Rumensin®, de acordo com as informações
do produto disponível pela Elanco, o Rumensin® se apresenta na forma liquida e
seca como suplementação e também pode ser fornecido em bloco ou em mistura
granulada, vale ressaltar que a mesma empresa enfatiza o uso apenas para
ruminantes, sendo bovino e ovino sendo tóxico então para suínos e equinos
(ELANCO, 2018).
Essa substancia se enquadra nos grupos dos aditivos que fazem seleção e
inibição das bactérias gram-positivas existente no rúmen. Salman et al., (2006) citam
que a molécula da monensina sódica é um poliéter carboxílico produzido por uma
cepa de bactérias do gênero Streptomyces cinnamonensis, complementando a
citação do autor, Duffield (2008) descreve que a mesma apresenta a capacidade de
modificar o transporte de íon pela parede bacteriana e também de inibir
seletivamente as bactérias gram-positivas, resultando em alterações na população
32
bacteriana e no padrão fermentativo do rúmen. Dinius; Baile (1977) afirmam que a
monensina sódica age diretamente sobre as bactérias proteolíticas e reduz a
degradação desnecessária feita por elas, Zanine et al., (2006) acrescentam que
esse processo de redução na degradação bacteriana, melhora o desempenho do
animal, pois não haverá perdas do processo de proteólise e síntese proteica
bacteriana o que resulta em uma maior disponibilidade de proteína acarretando em
um ganho adicional para o animal.
Appuhamy et al., (2013), dizem em seu trabalho que a monensina sódica
também atua na seleção das bactérias gram negativas, modificando a produção de
ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) reduzindo a proporção de acetato
acarretando na redução de gás carbônico e metano e aumentando a de propionato.
Em um estudo elaborado por Bargen; Bates (1984) concluíram que as bactérias
produtoras primarias de acetato, butirato, hidrogênio e formato são inibidas pela
ação da monensina, já que são gram-positivas, já as que produzem succinato que é
o precursor do propionato são as mais resistentes, sendo essas classificadas como
as gram-negativas.
Schelling (1984) realizou um estudo onde mostrou o resultado da ação da
monensima e concluiu-se seis modos que essa substancia melhora o desempenho
dos ruminantes: I) redução da produção de ácidos graxos voláteis, II) alteração no
consumo de alimentos, III) diminuição na produção de gases, IV) alteração benéfica
sobre o trato digestivo, V) melhoramento no enchimento do rúmen e na taxa de
passagem, VI) alteração na utilização da proteína. Mouro et al., (2006) relatam que
quando a monensina é fornecida para ruminantes ela proporciona uma vantagem
metabólica para o animal, pois ela vai agir sobre as bactérias ruminais e do intestino
grosso, favorecendo o desenvolvimento de algumas bactérias.
Além de todos os benefícios citados acima, sabe-se que a monensina
também influencia o metabolismo dos microrganismos ruminais, tendo um efeito
primário maior na proporção de ácido propiônico e menor de ácido acético produzido
pela fermentação de carboidratos, segundo o respectivo autor. Zanine et al., (2006)
em seu estudo, descrevem que os efeitos da monensina sódica são maiores em
dietas com elevado teor de proteína e carência de energia, enquanto que as dietas
com baixo teor de proteína livre ou com elevado teor de nitrogênio não proteico
parecem sofrer um efeito menor da monensina.
33
Em bovinos alimentados com dietas ricas em concentrado, a administração
da monensina sódica vem tendo um resultado positivo, aumentando a digestibilidade
da fibra, esse feito está relacionado com o maior tempo de retenção da fibra no
rúmen que favorece a digestão microbiana da mesma.
É posto como ponto positivo também, a redução na taxa de passagem no
rúmen em animais alimentado com gramínea de baixa qualidade e a redução da
taxa de passagem no trato como um todo em bovino em pastejo. Foi relatado
também, que o uso de monensina sódica pode aumentar o teor de proteína no leite,
esse aumento pode ser originado da capacidade que a monensina tem de diminuir a
degradação ruminal das proteínas e aumentar a retenção de nitrogênio, aumentando
o fluxo de propionato e a disponibilidade de lisina e metionina entre outros
aminoácidos no intestino delgado (BECKETT et al., 1998). Bauman; Griinari (2003)
argumentaram que o uso de monensina sódica pode reduzir o teor de gordura no
leite, sendo justificado esse argumento com a explicação de que a bi hidrogenação
dos ácidos graxos de cadeia longa (AGDL) no rúmen interfere com a síntese de
novo dos mesmos ácidos na glândula mamaria.
Segundo recomendações do produto pela Elanco companhia de produto o
Rumensin® deve ser administrado 240 mg a 400 mg do produto Rumensin 100 por
animal, por dia, dependendo do seu peso e da dieta. Para o Rumensin 200 é
indicado fornecer ao animal 150 a 450 mg de monensina por animal por dia também
dependendo do peso do animal e do consumo de alimentos e energia da dieta. É
indicado ao produtor que para ter o resultado esperado siga essas recomendações,
se for administrado de forma errada excedendo os níveis recomendados de
monensina, pode resultar na queda de produção do animal. É válido ressaltar
também que se a ração, ou pastejo do animal tiver nutrientes inadequados para o
crescimento ou produção do leite não é recomendável a utilização da monensina
sódica.
Contudo, podemos afirmar que a utilização desse aditivo ionóforo como
suplementação alimentar de bovinos de leite, trazem bem mais benefícios do que
malefícios para o sistema de produção leiteira, sendo baseada essa afirmação pelo
o mecanismo de ação que este tem sobre o rúmen e pelo resultado de
melhoramento que essa substancia traz para o animal.
34
3.1.2 Lasalocida sódica
A lasalocida sódica no Brasil é um produto comercializado pela Zoetis
Indústria de Produtos Veterinários Ltda, tendo o nome comercial como
Taurotec®, sua formulação contém 15% de lasalocida sódica, sendo o único
ionóforo bivalente do mercado. Segundo a bula do aditivo, o produto pode ser
administrado via oral na ração ou na mistura mineral proteinada ou energética, é
contraindicado o uso deste produto para equinos e nem suínos, pois causa
intoxicação (ZOETIS, 2018).
Essa substância é produzida pela cepa Streptomyces lasaliensis e é utilizada
no Brasil como aditivos promotores de crescimento. Segundo Russel; Strobel, (1989)
o que diferencia o modo de ação dos aditivos ionóforos é a diferença que as
substancias tem de agir sob os envoltórios das bactérias gram-positivas e as gram-
negativas. Pressman (1976) cita que a diferenciação entre o modo de ação dos
mesmos, está relacionada com a especificidade por cátion e a capacidade de atingir
determinada concentrações ruminais. Alfharma (2002) relata que a lasalocida sódica
é o único ionóforo de molécula bivalente, o que no caso atua no transporte de íons
de sódio (Na+) e potássio (k+) que são íons monovalente e também no de cálcio
(Ca++) e magnésio (Mg++) que são íons divalentes.
A lasalocida quando comparada com a monensina sódica, se apresenta com
uma maior palatabilidade, o que assegura que o consumo na dieta seja adequado
tendo um potencial maior sobre o desempenho do animal Salman et al., (2006).
Assim como todos os ionóforos, a lasalocida tem sua participação nas bactérias
ruminais, tendo a função de alterar o fluxo ruminal inibindo as bactérias gram
positivas e em altas doses podendo atingir as gram-negativas. Em trabalhos
realizados por Knowlton et al., (1996) foi relatado que o uso da lasalocida sódica
causa diminuição na porcentagem de gordura no leite e aumento da porcentagem de
proteína, já, em um experimento realizado por Arcaro (2011) onde administrou
lasalocida sódica na dieta dos animais leiteiros por 20 semanas, foi relatado que o
efeito da lasalocida sódica na dieta, diminui linearmente o consumo de matéria seca
(CMS) de uma forma significativa e queda na produção leiteira, os resultados da
lasalocida nesse experimento quanto relacionado a composição do leite, teve um
efeito positivo, aumentando o teor de proteína láctica e também de gordura láctica
no leite.
35
Russel; Strobel (1989) citam em seu trabalho o aumento da concentração
proteica no leite e justifica essa citação com a diminuição da proteólise ruminal e a
diminuição na concentração de amônia. Em um estudo realizado por Blaxter et al.,
(1961) foi demonstrado também que houve uma menor ingestão alimentar quando
administrado o produto juntamente com a dieta do animal, porém foi justificado pelo
autor que este fato pode estar relacionado com a diminuição da degradabilidade da
fibra, sendo o enchimento ruminal, um fator limitante, quando o maior constituinte da
dieta é forragem.
Experimentos realizados por Johnson et al., (1988) também foi relatado que
houve menor produção de leite e ingestão de matéria de matéria seca diária,
contrariando esses resultados concluídos pelo respectivo autor. Lynch et al., (1990);
Christensen et al., (1994) verificaram aumento da eficiência alimentar e no aumento
de produção, sem nenhuma interferência na ingestão de alimentos. Salman, (2006)
cita que a administração da lasalocida sódica para bovinos alimentados com dietas
ricas em concentrados, a digestibilidade da fibra tem sido aumentada, favorecendo o
crescimento microbiano e consequentemente a digestão. Foi relatado também, pelo
respectivo autor, que a utilização desse ionóforo também proporcionou a redução de
amido diferido no rúmen aumentando a quantidade de amido digerido no intestino, o
que proporcionou ao animal uma eficiência maior no uso da energia utilizada no
rúmen.
Contudo, a utilização da lasalocida sódica como suplemento na dieta de
bovino leiteiro tem seus benefícios e seus malefícios, porém, é muito relativo os
seus resultados, dependendo muito da forma como é administrada e também da
dieta elaborada para os animais de produção. As recomendações da dosagem
desse produto pela bula da empresa, para os animais são: dosagem inicial
recomendada de 50 mg a 100mg do princípio ativo/animal/dia (0,33 g a 0,66 gramas
do produto comercial/animal/dia) na primeira semana, chegando-se a 300
mg/cabeça/dia (2,0 gramas do produto comercial/animal/dia) após o período de
adaptação dos animais (ZOETIS, 2018).
3.2 Antibióticos não ionóforos
O uso dos antibióticos não ionóforos no Brasil, ainda vem sofrendo muita
exclusão devido a restrição ao uso dessas substâncias como promotores de
36
crescimento em dietas de animais. Soares et al., (2015) citam que a inclusão dessas
substâncias como aditivos alimentares foi originado dos gastos que os produtores
tinham com produtos comerciais para promover o aumento no ganho de peso e a
eficiência alimentar das aves. Foi observado então, que doses mínimas desses não
ionóforos, atendiam a demanda necessária para acarretar na melhora do animal
diminuindo assim, os gastos com outros produtores comerciais. No entanto, a
utilização dos antibióticos não ionóforos, vem gerando muitos conflitos no meio da
pecuária brasileira, sendo como causa, a falta de atenção de alguns produtores sob
o período de carência que são determinados pela Codex Alimentarius, da FAO
(Food and Agriculture Organization) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
aumentando assim o risco de ingerir produtos derivados de animais como, leite e
carne com resíduos apresentando risco a saúde do consumidor (FONSECA;
SANTOS, 2000).
A classe dos antibióticos não ionóforos são representados por um grupo
extenso de substancias químicas, com amplo espectro antibacteriano, peso
molecular e habilidade de ser absorvido pelo intestino. Segundo Hudd (1983) as
substancias mais aceitas são aquelas que não são absorvidos pelo intestino e/ou
aquelas que são pouco absorvidas em dosagens baixas, por causa da ausência de
resíduos no leite. A utilização dessas substancias como promotores de crescimento
ainda não tem uma atuação definida.
Em um estudo elaborado por Oliveira et al., (2005) foi citado que as ações
dessas substâncias sobre o rebanho, tem efeitos distintos e muito variável, sendo os
efeitos divididos em quatro mecanismo: 1) efeito metabólico- agindo diretamente
sobre o metabolismo animal ; 2) efeito de poupança de nutrientes- alteração na
população bacteriana resultando na conservação de nutrientes; 3) controle de
doenças subclínicas- suprimem bactérias que causam quadro clinico agudo ou
subagudo; 4) modificação na população ruminal- alteram população microbiana no
rúmen proporcionando maior eficiência de fermentação. Os respectivos autores
ainda reportam que o mecanismo de ação desses antibióticos sobre a promoção de
crescimento ainda não é entendido, mas, acredita-se que essas substancias podem
agir sobre a fermentação ruminal e algumas sobre o intestino grosso.
Assim como os antibióticos ionóforos, essas substancias tem a capacidade de
melhorar o funcionamento ruminal. Van Nevel; Demeyer (1992) citam que grandes
números de estudos demonstram que esses antibióticos modificam a digestibilidade
37
ruminal, altera o processo de fermentação e reduzem a produção de metano no
rúmen. Nicodemo (2001) relata que, mesmo com todos os benefícios gerados por
essas substâncias o uso dela ainda se torna indiscriminado, devido a utilização da
mesma de forma errônea, podendo transpassar resíduos nos produtos de origem
animal. Entre os principais antibióticos não ionóforos liberados para utilização pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) destacam-se a
virginiamicina, bacitracina de zinco, flavomicina e a espiramicina. Sendo que de
todos esses citados acima, a substância mais comercializada é a virginiamicina.
3.2.1 Virginiamicina
A virginiamicina é um antibacteriano produzido pela cepa de bactérias
Streptomyces virginiae, é comercializada pelo nome de V-MAX® pela empresa da
Phibro Animal Healt Corporation. Segundo a bula do produto, essa substancia não
deixa resíduo na carne e nem no leite pois não é absorvido( PHIBRO, 2018). Cocito,
(1979) reporta que essa substancia é composta por dois fatores principais, sendo
eles o fator M e o fator S, e a sua função antimicrobiana depende totalmente da
ação sinérgica que esses dois componentes possuem de bloquear a síntese de
proteínas. Vanderhaege; Parmentier, (1960) citam que cada fator possui sua função
antimicrobiana especifica, porém quando esses fatores são combinados, a ação é
potencializada e os efeitos são maiores e muito mais forte.
Nagaraja; Chengapa (1998) relatam em seu estudo que, o espectro de ação
desse antibiótico é similar com os dos antibióticos ionóforos, atuando principalmente
na inibição das bactérias gram-positivas, não tendo efeito efetivo nas bactérias
gram-negativas. Cocito, (1979) ainda descreve que a virginiamicina penetra na
parede celular das bactérias gram-positivas interferindo no processo de síntese
proteica bacteriana, cessando a replicação das bactérias e causando a morte das
mesmas. Rogers et al., (1995) complementam que devido a essa ação de
interrupção na replicação das bactérias, essa substância é considerada um
bactericida diferente dos ionóforos que são bacteriostáticos. Em um experimento
coordenado pelo mesmo autor, onde foi administrado virginiamicina juntamente a
dieta dos animais, foi constatado que houve uma redução na ingestão de matéria
seca (MS), aumento no ganho de peso e maior eficiência alimentar dos animais que
38
participaram da dieta com a suplementação do antibiótico do que daqueles que não
utilizaram a suplementação.
Segundo avaliações feita por Coe et al., (1999), foi relatado que o uso da
virginiamicina proporcionou eficiência em diminuir a concentração de acetado e
aumentar a concentração de propionato. O presente autor também descreve que
além destas substancias serem inibidoras de ácido lático, ela também promove um
aumento nas concentrações de butirato e queda na produção de acetato láctico
mantendo o pH elevado mesmo em dietas ricas em concentrado. Nuñes (2008)
realizou um estudo onde utilizou a virginiamicina como suplementação em uma dieta
com níveis de concentrados elevados, e reporta que essa substância também
proporcionou aos animais diminuição no consumo de matéria seca e melhor
eficiência alimentar. Além destas ações positivas sobre a eficiência alimentar e
sobre os parâmetros ruminais que os presentes autores descreveram em seus
experimentos, Page (2003) cita que a utilização da virginiamicina é um bom meio
para a diminuição do gás metano produzido pelos animais, sendo mais eficiente que
o uso da monensina sódica.
Silva (2013) descreve que a virginiamicina tem a capacidade de evitar perdas
de nitrogênio e aumentar o aporte de aminoácidos que chegará no intestino delgado,
aumentando a absorção dos mesmos influenciando no teor de proteína no leite.
Batista et al., (2012) registram que a principal vantagem da utilização da
virginiamicina na pecuária leiteira, é que com a utilização da mesma como
suplementação na dieta dos animais, é possível administrar uma dieta baseada em
alto grão sem observar efeitos colaterais no rebanho leiteiro, o autor cita também
que é possível trocar uma dieta alimentar composta por volumoso em menos de 24
horas para uma dieta com 90% de grãos, sem ter efeitos colaterais de distúrbios
metabólicos. É recomendado o fornecimento de virginiamicina na dose de 100 a 340
mg/ cabeça/ dia para o animal, a indicação é que a substancia seja fornecida
misturada a ração ou no sal mineral (PHIBRO, 2018).
O uso da virginiamicina na pecuária leiteira, trazem grandes benefícios para o
animal, tornando-se então um antibiótico seguro para o uso dos produtores, levando
em consideração que além de todos os mecanismos positivos gerados por essa
substancia, o risco de haver resíduos eliminados no leite para o consumo humano é
inexistente, já que esse antibiótico não é absorvido. A administração desse não
ionóforo para suplementação alimentar, gera grandes efeitos positivos sobre o
39
rebanho leiteiro, colaborando para o melhoramento animal e consequentemente o
melhoramento da produção leiteira, prevenindo transtorno metabólicos e
apresentando como consequência desse melhoramento e prevenção, um retorno
econômico maior e seguro para o produtor.
3.3 Leveduras
As leveduras são microrganismos vivos utilizados na alimentação animal, são
introduzidas como probiótico alimentar afim de melhorar a eficiência da digestão
animal e consequentemente o desempenho do mesmo. Newbold et al., (1996) cita
que as leveduras podem ser consideradas promotores não químicos de
desempenho animal. A comercialização dessas substancias, são oriundas das
destilarias de álcool e cervejarias, sendo comercializada por todo Brasil. Atualmente
o uso de leveduras na dieta alimentar de bovino de leite, vem tendo uma maior
popularidade, visto que as mesmas possuem boa resistência, com alta viabilidade
sob condições ambientais, e também pelo fato de que são facilmente cultivadas
(TRIPATHI et al., 2008).
Existe uma grande variedade de cepas relacionadas como probiótico
alimentar, mas a principal delas utilizadas para a alimentação ruminantes é a cepa
dos fungos Saccharomyces (MORAIS et al., 2008), as leveduras são de produção
natural no ambiente ruminal, porém Bittencourt et al., (2008) registram que o
ambiente ideal para a proliferação desses microrganismo se dá a uma temperatura
de 25°C, sendo abaixo da temperatura ruminal que se encontra por volta de 38°C, o
que sugere que sejam organismo transitórios, necessitando assim de ser
introduzidas pela alimentação. Os primeiros estudos realizados com a administração
dessas leveduras na dieta alimentar, foi realizado em 1925 por Eckles e Williams,
onde os mesmos utilizaram os microrganismos como suplementação protéica na
dieta, tendo ótimos resultados. Com o desenvolvimento crescente da produção
leiteiras e a necessidade de uma dieta balanceada para o animal, pesquisadores
começaram a aprimorar a utilização de leveduras, e estudos revelaram que o
benefício vai bem mais além do que a utilização como suplementação protéica na
alimentação.
Costa (2004) descreve duas maneiras de utilização das leveduras, sendo
forma à ativa e inativa. As leveduras administradas em sua forma inativa, segundo o
40
respectivo autor, caracterizam-se pelo valor nutricional, tendo o teor de proteína
bruta variando de 30,77% a 56%, são ricas em lisina e treonina, possuindo alta
concentração de vitaminas do complexo B tendo um excelente perfil aminoacítico.
Ainda assim, o autor relata que são altamente palatáveis, porém, se utilizados de
forma errada, administrando níveis acima do recomendado, os animais podem
apresentar redução de peso, e piora na conversão alimentar. Na forma ativa, são
utilizadas leveduras vivas, essa forma de administração favorece a saúde do trato
gastrointestinal dos animais, por não ser um hospedeiro natural do TGI as células
das leveduras não aderem ao epitélio intestinal se movimentando junto com o bolo
alimentar, se tornando assim a melhor forma de administração das leveduras
(COSTA, 2004).
Martin; Nisbet (1992) citam em seu estudo que a utilização de leveduras na
dieta alimentar de ruminantes modifica a fermentação ruminal pelo fornecimento de
fatores que estimulam o crescimento bacteriano e também pelo consumo de
oxigênio que é utilizado no ambiente em sua presença. Pereira (2005) registra que a
suplementação da dieta alimentar com o uso de leveduras, garante uma otimização
no ambiente ruminal, prevalecendo bactérias que são benéficas ao ambiente,
resultando no aumento da digestibilidade de fibras e na melhoria da conversão
alimentar. Complementando a citação, Dawson (2000) descreve que a
administração dessas substancias como aditivo alimentar, resulta no aumento da
ingestão de matéria seca, inibição do acumulo de ácido lático no rúmen,
estabilização do pH ruminal, queda na concentração de amônia, mudança na
população de bactérias ruminais, celuloliticas, proteolíticas e das que utilizam ácido
láctico. Newbold et al., (1996) relatam que essas substâncias tem a capacidade de
diminuir o oxigênio presente no rumén e esse processo resulta no aumento das
bactérias anaeróbicas no ambiente ruminal.
Dentro de todas as classes pertencentes a cepa do fungo Sccharomyces, a
que tem maior utilização e resultados positivos diante do rebanho de bovino de leite,
é a Sccharomyces cerivisiae, sendo essa a de preferência pelos produtores leiteiros
no Brasil.
41
3.3.1 Saccharomyces cerevisiae
Atualmente, com o crescimento da produção leiteira no país nesses últimos
anos e a necessidade de implantar uma dieta que atenda a demanda energética do
animal, os produtores leiteiros cada vez mais buscam ingredientes que supram a
necessidade do rebanho e que diminua o custo da produção. A utilização de aditivos
como a levedura Saccharomyces cerevisiae, tem despertado interesses pelos
produtores, graças a seu baixo custo econômico quando comparado com outros
aditivos e também pelos seus resultados potencialmente favoráveis diante da
produção.
A levedura Saccharomyces cerevisiae é um microrganismo facultativo com a
capacidade de se adaptar metabolicamente tanto em ambiente anaeróbico quanto
em ambiente aeróbico. Essa levedura é produzida pelo processo de fermentação do
caldo de cana ou melaço originado pela produção do álcool, sendo então
comercializada pelas industrias responsável por essa produção. Rose (1997) relata
que esses microrganismos quando administrado como suplementação na dieta
alimentar, estimula as bactérias produtoras de lactato auxiliando no pH ruminal.
Confirmando essa citação, Tricarico (2005) reporta que pesquisando o uso dessa
levedura em outros trabalhos, foi confirmado que a mesma é capaz de estimular o
crescimento das bactérias utilizadoras de ácido láctico no rúmen e também de
outras bactérias como as bactérias celuliticas, melhorando o desempenho ruminal e
favorecendo o aumento da produtividade do animal.
Williams et al., (1991) em seu experimento realizado com a utilização desse
aditivo como suplementação na dieta de vacas leiteiras confirmaram um resultado
favorável, concluindo que esse aditivo aumenta a produção animal, elevando o
consumo de alimentos por reduzir a produção de ácido láctico resultante da
fermentação de concentrado. Lila et al., (2004) realizaram a incubação in vitro dessa
levedura juntamente com outros microrganismos ruminais e como resultado final da
sua pesquisa, concluiu que houve redução de ácido láctico no ambiente ruminal.
Assim como a respectiva autora, Guedes et al., (2008) em sua avaliação
relata a diminuição da acidez no ambiente ruminal em bovinos após alimentação
suplementada com a levedura Saccharomyces cerevisiae. Oliveira et al., (2010)
avaliaram o desempenho dessa levedura em um rebanho de vaca holandesa, e
registrou que a administração desses organismos vivos, diminuiu o consumo de
42
matéria seca e aumentou a produção de leite, melhorando a eficiência alimentar do
rebanho.
Concordando com os resultados do autor, Moallen (2009) também relatou o
aumento da produção leiteira em seu trabalho e a redução no consumo de matéria
seca, e notou além disso que houve redução na produção de amônia favorecendo o
ambiente ruminal. Além de todas as alterações benéficas causadas por essas
leveduras, autores como Piva et al., (1993); Adams et al., (1995) descreveram em
seu estudo, que essa substância aumentou o teor de gordura no leite, porém, o
primeiro autor registrou que houve uma diminuição significativa no teor de proteína
no leite.
Bach et al., (2007) reportou em seu trabalho onde vacas suplementadas com
a cepa Sccharomyces cerevisiae, apresentaram redução de uma hora no intervalo
entre refeições, e diminuição abrupta de ácidos no rúmen pós a alimentação, e
declarou que esses resultados foram notados após uma semana a partir do início do
experimento. Oliveira; Bitencourt (2010) avaliaram o desempenho e a eficiência
digestiva de vacas holandesas suplementadas com essa levedura e constatou que
além do aumento significativo na produção de leite, essa substancia também reduziu
a concentração de células somáticas no leite, comprovando assim a eficiência dessa
substancia como aditivo de suplementação animal.
É valido ressaltar que ainda há muitos estudos relacionados à utilização
dessa levedura, e alguns autores como Dann et al., (2000) mostram em seu
experimento resultados diferentes quanto aos apresentados acima sobre a
composição do leite, relatando que a utilização da mesma não interferiu nem no
aumento de proteína nem no aumento de gordura do leite, Robinson; Garret (1999)
também descrevem em seu estudo, resultados contraditório aos que foram
apresentados, descrevendo que o uso dessa levedura não demonstrou alterações
nos padrões de fermentação e nem na composição do leite, porém, resultados sobre
a produção foram semelhantes aos autores que relataram aumento significativo na
produção do leite durante o experimento.
Os efeitos da levedura Saccharomyces cerevisiae sobre o rebanho leiteiro
apresenta mais resultados positivos do que negativos, concluindo que a
administração desses microrganismos vivos junto a dieta alimentar, traz grandes
benefícios para o desempenho do animal e para o resultado econômico do produtor,
tornando-se um aditivo seguro e econômico para a utilização. A dosagem diária
43
recomendada na literatura para gado de leite é: 10 a 20 g/cabeça/dia (150 bilhões de
UFC). É recomendado não ultrapassar a dosagem indicada, pois a utilização de
forma excessiva pode causar queda na produção e no desempenho do animal.
3.4 Tamponantes
Os aditivos tamponantes são compostos inseridos na dieta alimentar dos
animais com a finalidade de melhorar a eficiência ruminal, mantendo os parâmetros
em condições normais em função da fermentação. A utilização desses agentes
como suplementação na dieta alimentar de bovino de leite se tornou um habito pelos
produtores, visto que a mesma além de trazer grandes benefícios para o
desempenho do animal, também previne a aparição de doenças metabólicas
decorrentes de dieta de alto grão. Essas substâncias, vem sendo mais popular no
ramo de produtores leiteiros que aderem um sistema especializado para alta
produção, onde a exigência nutricional do animal é muito grande necessitando
assim, de uma dieta com índices elevados de concentrado.
Hutjens (1991) define quimicamente o termo tampão como uma substancia
composta por uma junção de ácidos fraco e suas bases correspondente, sendo
capazes de resistir as mudanças na concentração de íons de hidrogênio no rúmen.
Eedman (1988) descreve que a utilização do termo tampão na nutrição de
ruminantes é aplicada livremente, incluindo óxidos e hidróxidos que neutralizam os
ácidos resultantes da fermentação ruminal.
De modo geral, os tampões neutralizam os ácidos ruminais decorrentes da
fermentação da dieta, prevenindo a acidificação do pH no ambiente, Russel; Chow
(1993) reportam que a ação principal dos aditivos tamponantes está relacionada
com o aumento da ingestão de agua e consequentemente o aumento na taxa de
passagem de líquidos, favorecendo a digestão de carboidratos solúveis diminuindo a
produção de lactato e propionato na fermentação ruminal.
Complementando a citação dos autores, Nagaraja et al., (1997) relatam que a
suplementação dessas substancias juntamente com uma dieta rica em concentrado
além de proporcionar modificações no pH ruminal também tem relação direta com
outros parâmetros, interferindo de forma positiva nas concentrações totais de AGV’s,
na produção direta de acetato no rúmen, na digestão de carboidratos e proteínas, e
na síntese de proteínas microbianas. Staples; Lough (1989) citam que as
44
substancias tamponantes encontram seu poder máximo quando o nível do pH
desses agentes, estão de acordo com o pH ruminal, realizando assim toda sua
função positiva sobre o rúmen.
De acordo com Fernandes; Cavaguti (2003) os principais aditivos utilizados
na alimentação de bovinos, são bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, oxido de
magnésio, bentonita de sódio e carbonato de potássio. Dentre todas as substancias
citadas acima, em rebanho leiteiro os mais utilizados são o bicarbonato de sódio e o
óxido de magnésio.
3.4.1 Bicarbonato de Sódio
A administração de bicarbonato de sódio como aditivo alimentar na dieta de
vacas leiteiras, vem demonstrando grandes resultados sob a eficiência do rebanho e
o baixo custo de utilização trouxe ao produtor um retorno econômico favorável, se
tornando um dos aditivos mais solicitados no meio da pecuária leiteira. O
bicarbonato de sódio é um aditivo inorgânico com a capacidade de reduzir a
acidificação do pH ruminal, melhorando as condições fisiológicas do rúmen, Hutjens,
(1991) descreve essa substancia como sendo um tampão verdadeiro, pois é solúvel
em água e possui o pH (6,5) próximo ao pH do rúmen, o que para o autor, são
características primordiais de um aditivo tamponante. Radostits et al., (2002) citam
que a utilização desse agente como aditivo na alimentação de bovinos, é uma ótima
forma para controlar a fisiologia ruminal prevenindo assim, de doenças metabólicas
geradas pelo consumo de uma dieta altamente energética.
West et al., (1987) realizaram um experimento em um rebanho leiteiro, onde
foi administrado bicarbonato de sódio juntamente com uma dieta balanceada de
concentrado e silagem de milho, e obtiveram como resultado que o uso de
bicarbonato diminuiu o consumo de matéria seca e aumento a porcentagem de
gordura no leite, segundo o respectivo autor, o melhor resultado veio com a
interferência positiva do uso deste aditivo sobre o pH ruminal, relatando que houve
menor valor no pH pós quatro horas de ingestão da mistura da dieta com o aditivo
tamponante.
Em um trabalho realizado por Kilmer (1980) onde foi administrado bicarbonato
de sódio como suplementação de uma dieta com silagem, foi relatado também, que
houve redução no consumo de matéria seca, porém, não relatou se houve alteração
45
na composição do leite. Haaland; Tyrrel (1980) relataram em seu estudo que a
utilização do bicarbonato de sódio aumenta o consumo de matéria seca e
consequentemente aumenta a taxa de passagem de líquidos no rúmen, o respectivo
autor, não achou justificativa para o aumento de consumo de matéria seca, mas
acredita que este fato, está ligado com a ação que o bicarbonato de sódio tem sobre
a neutralização dos ácidos na fermentação ruminal. Erdman et al., (1982) citam que
o maior benefício trazido pelo uso do bicarbonato de sódio está relacionado com a
manutenção que este aditivo gera nos níveis de gordura no leite, garantindo que o
teor de gordura permaneça em níveis adequados mesmo que mude abruptamente a
dieta alimentar das vacas de alta aptidão.
Discordando dos autores citados acima, Lanna; Boin (1990) descrevem que a
utilização deste composto como aditivo alimentar na dieta de ruminantes garante ao
animal aumento na ingestão de matéria seca e consequentemente da digestibilidade
de matéria seca, resultando em uma melhor conversão alimentar e no aumento de
peso dos animais.
Ndwiga et al., (1990) em seu experimento realizados com a administração de
bicarbonato de sódio suplementado a uma dieta de silagem para novilhas, obteve
um resultado contraditório aos descritos anteriormente, concluindo que a utilização
deste aditivo não interferiu na composição do leite e nem no aumento de matéria
seca, relatando apenas uma elevação do pH na dieta de silagem. Corroborando com
o respectivo autor, Rogers et al., (1985) relatam em seu estudo, que não houve
interferência do uso do bicarbonato de sódio sobre a produção de leite, porcentagem
e produção diária de gordura do leite, porém, notou uma diferença significante
quanto ao pH ruminal, citando que houve uma neutralização da acidificação
decorrente da dieta alimentar.
A maioria dos experimentos pesquisados sobre a utilização desse aditivo
demonstra mais efeitos positivos sobre o desempenho do animal que negativo, o
que de certa forma torna essa substancia um dos melhores tampões para
administração na dieta alimentar de bovinos leiteiro de alta produção. É valido
lembrar, que a ação desse composto sobre a acidificação do rúmen é de extrema
importância, pois previne inúmeras doenças metabólicas decorrentes da dieta
alimentar de alto grão necessária em rebanhos de alta produção leiteira, o que
garante ao produtor uma segurança maior na utilização desse aditivo e
consequentemente um maior retorno econômico. A dosagem diária recomendada
46
pela literatura é de 150g a 250g por cabeça/dia para animais leiteiros, não indicando
que seja administrada de forma excessiva pois os benefícios gerados por este
produto só prova a eficácia dentro dessas doses, demonstrando afeitos adversos se
for administrado exageradamente a dieta alimentar das vacas leiteiras.
3.4.2 Óxido de magnésio
A utilização do óxido de magnésio como aditivo tamponante suplementar a
dieta alimentar de bovinos, vem sendo cada vez mais solicitada pelos produtores de
alta produção de leite que visam realizar o controle ruminal do rebanho, prevenindo
doenças metabólicas decorrentes da dieta alimentar com alto teor de concentrado. O
óxido de magnésio faz partes dos grupos de aditivos alcalinizantes, apesar de ser
genericamente denominado de aditivo tamponante, Hutjesn, (1991) classifica essa
substancia como alcalinizante, tendo a única função de neutralizar o pH ruminal.
Ensminger et al., (1990) cita que essa substancia proporciona um meio mais
favorável para a atividade da a-amilase pancreática, devido a capacidade que esse
agente tem de aumentar o pH no intestino melhorando a digestão de amido.
Complementando a citação do autor, Silva; Leão (1979) acreditam que o efeito dos
cátions oriundos do óxido de magnésio, apresenta efeito positivo pela influência dos
íons sobre a permeabilidade da membrana celular e a passagem de amônia, o que
favoreceu a melhoria na digestão de amido interferindo positivamente na atividade
da a-amilase pancreática.
Teh et al., (1987) em um estudo sobre o efeito do óxido de magnésio
relataram que a utilização desse aditivo, proporcionou melhora no metabolismo
ruminal pelo aumento do pH, aumento do volume ruminal e contribuiu para o
desaparecimento da digesta, justificando esse último fato pelo uso deste aditivo
somado ao bicarbonato de sódio. Confirmando as alterações relacionadas ao pH
ruminal, Schaefer et al., (1982) relatam que em seu experimento realizado em um
rebanho de vacas leiteiras, foi observado também o aumento do pH ruminal, e o
aumento da ingestão de liquido pelos animais. Estudos realizados por Eroman et al.,
(1982) onde utilizou deste aditivo em uma dieta com alto teor de concentrado,
corroboraram com os realizados pelos autores acima, onde concluiu que houve
neutralização do pH, quando foi adicionado o óxido de magnésio na dieta alimentar
47
das vacas leiteiras. Nrc (1998) cita que o efeito do óxido de magnésio sobre o pH
ruminal é explicado pela solubilidade e tamanho da partícula desta substancia.
Contudo, apesar de vários autores terem utilizado este aditivo em
experimentos comprovando a sua ação positiva sobre o pH ruminal, ainda há muitas
incertezas sobre o modo de utilização, sendo preferido pela literatura o uso desta
substancia somada a outro agente tamponante para potencializar o efeito desejado
sobre a neutralização do pH e no desempenho ruminal. De modo geral, segundo
autores citados nessa revisão, a utilização do óxido de magnésio é uma boa forma
de regular a acidificação do pH, sendo para o produtor que possui um rebanho de
alta produção leiteira uma ótima opção de aditivo alimentar, prevenindo a aparições
de distúrbios metabólicos e gerando grandes retornos econômicos pelo baixo custo
de utilização. A dosagem recomendada destas substâncias é de 50 a 90
g/dia/animal (GOMES, 2010).
48
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o crescimento da produção leiteira no país e a demanda do leite em
constante aumento, a administração de uma dieta de alto grão implantada em um
sistema especializado de rebanho leiteiro, vêm sendo a solução para atender as
necessidades energéticas dos animais em lactação e consequentemente manter a
produção leiteira em alto nível.
Entretanto, o manejo errôneo dessa dieta, sendo muitas vezes administrada
de forma excessiva pelo tratador ou pelo fornecimento a vontade no cocho para o
animal, trouxe um aumento na porcentagem de distúrbios metabólicos decorrentes
da irregularidade na forma de administração de grãos na dieta alimentar, gerando ao
produtor uma queda no retorno econômico, devido aos gastos com tratamentos e a
queda de produção leiteira pelos animais acometidos.
Os aditivos, sendo esses: ionóforos, não ionóforos, leveduras e agentes
tamponantes, suplementados a uma dieta com alto teor de concentrados, mostrou-
se sendo substancias viáveis não somente para a prevenção e controle de distúrbios
metabólicos mas também para elevar a eficiência do rebanho, garantindo ao animal
um maior desempenho e qualidade de vida, e ao produtor, um retorno econômico
positivo, relacionando-se a melhor produtividade do rebanho e ao baixo custo que
essas substâncias possuem no mercado.
49
REFERÊNCIAS
ADAMS, A. L.; HARRIS, B.; VAN HORN, H. H. et al. Effects of varying forage types on milk production responses to whole cottonseed, tallow and yeast. Journal of Dairy Science, v.78, p.573-581, 1995. AFONSO, J. A. B.; MENDONÇA, C. L. Acidose láctica rumenal. In: RIETCORREA, F.; SCHILD, A. L.; LEMOS, R. A. A.; BORGES, J. R. J. Doenças de Ruminantes e Equídeos. 3.ed. Santa Maria: Pallotti, 2007. cap. 5, p. 313-319. ALFHARMA. Boletim Técnico: Diferenciações entre ionóforos utilizados para bovinos. 2002. ANDREWS, A. H.; BLOWEY, R. W.; BOYD, H.; EDDY, R. G. Medicina Bovina Doenças e Criação de Bovinos. São Paulo: Roca, 2008. ANTUNES, R.C.; RODRIGUES, N. M.; SALIBA, E. O. S. Metabolismo dos carboidratos não estruturais. In: BERCHIELLI, T. T.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S.G. Nutrição de ruminantes. p. 237- 263: Funep, 2011. APPUHAMY. JADN, S. A. B.; JAYASUNDARA, S.; WAGNER-RIDDLE, C.; DIJKSTRA J.; FRANCE, J.; KEBREAB, E. Anti-methanogenic effects of monensin in dairy and beef cattle: A meta-analysis. Journal of Dairy Science. 96:1-13, 2013. ARCARO, J. R. P. et al. Efeito da lasalocida sódica sobre o desempenho e composição do leite de vacas em lactação. Dissertação de mestrado no Curso de Pós-Graduação em Nutrição Animal, FMVZ, USP, Campus Pirassununga, SP. 2011. ARCURII, P. B.; LOPES, F. C. F.; CARNEIRO, J. C. Microbiologia do rúmen. In: Berchielli, T. T.; Pires, A. V.; Oliveira, S. G. de. Nutrição de Ruminantes, Jaboticabal: Funep, p. 111-116, 2006. BACH, A.; IGLESIAS, C.; DEVANT, M. Daily rumen pH pattern of loose-housed dairy cattle as affected by feeding pattern and live yeast supplementation. Animal Feed Science and Technology, Amsterdam, v.136, p.146-153, 2007. BARRAGRY, T. B. Growth promoting agents. In: Veterinary Drug Therapy. Philadelphia: LeA e Febiger, 1994. BATISTA, S. S. et al. O uso da virginiamicina em dietas de alta proporção de concentrados para bovinos. Cadernos de Pós-Graduação da FAZU, Uberaba v. 2, 2012. BAUMAN, D. E.; GRIINARI, J. M. Nutritional regulation of milk fat synthesis. Annual Review of Nutrition, v. 23, p. 203–227, 2003. BECKETT, S.; LEAN, I.; DYSON, R. et al. Effects of monensin on the reproduction, health, and milk production of dairy cows. J. Dairy Sci., v.81, p.1563-1573, 1998.
50
BERGEN, W. G.; BATES, D. B. Ionophores: their effect on production efficiency and mode of action. Journal of Animal Science, Champaign, v.58, n.61, p 1465-1483, 1984. BICALHO, R. C.; OIKONOMOU, G. Control and prevention of lameness associated with claw lesions in dairy cattle. Livestock Science, Amsterdam, v. 156, n.1-3, p. 96-105, 2013. BITENCOURT, L.L.; PEREIRA, M.N.; OLIVEIRA, B.M.L. et al. Response of lactating cows to the supplementation with live yeast. J. Dairy Sci., v.91, Suppl.1, p.264, 2008. BORGES, J. R. J.; MOSCARDINI, A. R. C. Timpanismo gasoso, p.336-343. In: Riet-Correa F., Schild A.L., Lemos R.A.A. & Borges J.R. (Eds), Doenças de Ruminantes e Equídeos. Vol.2. 3ª ed. Pallotti, Santa Maria. 694p, 2006. BLAXTER, K. L.; WAINMAN, F. W.; WILSON, R. S. The regulation of food intake in sheep. Anim. Prod.,Edinburgh, v..3,n .1, p. 51, 1961. BLOOD, D. C.; RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; HINCHCLIFF, K.W.; Clínica Veterinária – Um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suinos, caprinos e eqüinos; 9ª Ed.; Guanabara Koogan, p. 269 – 275, 2000. BRASIL. Instrução normativa 13 de 30 de novembro de 2004, alterada pela instrução normativa 44 de dezembro de 2015, MAPA, 2015. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento. Aditivos. Brasília, 2016. COCITO, C. Antibiotics of the virginiamycin family, inhibitors which contain synergistic components. Microbiological Reviews, v. 43, n. 2, p. 145-198, 1979. COE, M. L.; NAGARAJA, T. G.; SUN, Y. D.; WALLACE, N.; TOWNE, E. G.; KEMP, K. E.; HUTCHENSON, J. P. Effect of virginiamycinon ruminal fermentation in cattle during adaptation to a high concentrate diet and during an induced acidosis. Journal of Animal Science, v.77, p.2259-2268, 1999. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Perspectivas para a agropecuária. Companhia Nacional de Abastecimento – v.1 – Brasília: Conab, 2013. COSTA, L. F. Leveduras na nutrição animal. Revista Eletrônica Nutritime, v.1, n. 1, p.01-06, julho/agosto de 2004. CHRISTENSEN, D. E.; WIEDMEIER, R. D.; SHENTON, H. T.et al. Effects of graded ,of dietary on performence of holstein cows during early lactation. J. Anim. Sci., Champaign, v. 72, supl. 2, p.121, 1994.
51
DANN, H. M.; DRACKLEY, J. K.; McCOY, G. C. et al. Effects of yeast culture (Saccharomyces cerevisiae) on prepartum intake and postpartum intake and milk production of Jersey cows. J. Dairy Sci., v.83, p.123-127, 2000. DANSCHER, A. M.; ENEMARK, J. M. D.; TELEZHENKO, E.; CAPION, N.; EKSTROM, C. T.; THOEFNER, M. B. Oligofrutose overloads induces lameness in cattle. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 92, n. 2, p. 607- 616, 2009. DANSCHER, A. M.; THOEFNER, M. B.; HEEGAARD, P. M. H.; EKSTROM, C. T.; JACOBSEN, S. Acute phase protein response during acute ruminal acidosis in cattle. Livestock Science, Amsterdam, v. 135, n. 1, p. 62-69, 2011. DAWSON, K. A. Some limestone in our understanding of yeast culture supplementation in ruminants and their implications in animal productions systems. In: OF the 16th Annual Symposium on Biotechnology in the Feed Industry. Proceedings ... Nottingham: Nottingham University, 16: 473-486, 2000. DINIUS, D.A.; BAILE, C.A. Beef Cattle Response to a Feed Intake Stimulant Given Alone and in Combination With Propionate Enhancer and an Anabolic Agent. Journal of Animal Science, v.45, p.147-155, 1977. DIRKSEN, G. Sistema Digestivo. In: DIRKSEN, G; GRÜNDER, H.D.; STÖBER, M. Exame Clínico dos Bovinos. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. cap. 7, p. 166-228, 1993. DUFFIELD, T. F. et al. A Meta-Analysis of the Impact of Monensin in Lactating Dairy Cattle. Part 2. Production Effects. Journal of Dairy Science, v. 91, n. 4, p. 1347-1360, 2008. ELANCO, A. H. (Indiana, EUA). [Rumensin]. Elanco Animal Health. Disponível em: https://www.elanco.us/products-services/dairy/rumensin. Acesso em 18 mar. 2018. ENSMINGER, M. E.; OLDFIELD, J. E.; HEINEMANN, W. W. Feeds & Nutrition. 2. ed. California: Ensminger, p. 491-526, 1990. ERDMAN, R. A.; HEMKEN, R. W.; BULL, L. S. Dietary sodium bicarbonate and magnesium oxide for early postpartum lactating dairy cows: effects on production, acid-base metabolism, and digestion. Journal of Dairy Science, v.65, n.5, p.712-731, 1982. FERNANDES, L. B.; CAVAGUTI, E. Novas tendências de aditivos na suplementação de bovinos. In: III Simpósio de pecuária de corte: “Realidade e desafios”. Lavras, 2003. FERREIRA, P. M.; CARVALHO, A. U.; FILHO, E. J. F.; COELHO, S. G.; FERREIRA, M. G.; FERREIRA, G. R. Sistema locomotor de ruminantes, Minas Gerais: Escola de Veterinária da Universidade de Minas Gerais,39 p, 2005. [ apostila] FONSECA, L. F. L. Estudo da prevalência da mastite bovina e sua relação com práticas de manejo, higiene e terapia em fazendas produtoras de leite tipo B no
52
Estado de São Paulo.148f, 1992. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal e Pastagens) – Curso de Pós-graduação em Ciência Animal e Pastagens, ESALQ, Universidade de São Paulo. GELBERG, H.B. Sistema alimentar, peritônio, omento, mesentério e cavidade peritonial, p.324-460. In: Zachary J.F. & McGavin M.D. (Eds), Bases da Patologia em Veterinária. 5ª ed. Elsevier, Rio de Janeiro. 1324p, 2013. GOMES, I. P.O. Uso de substâncias tamponantes para bovinos leiteiros. Cav/Udesc. Lages, 2010. GUARD, C. Bloat (ruminal tympany), p. 754-756. In: Smith B.P. (Ed.), Large Animal Internal Medicine. 3rd ed. Mosby, St Louis. 1735p, 2002. GUEDES, C. M.; GONÇALVES, D.; RODRIGUES, M. A. M.; DIAS-DA-SILVA, A. Effects of a Saccharomyces cerevisiae yeast on ruminal fermentation and fibredegradation of maize silages in cows. Animal Feed Science and Technology. Amsterdam, v.145, p.27-40,2008. GREENOUGH, P. R. Bovine Laminitis and Lameness: a Hands on Approach. St. Louis: Saunders Elsevier, 311 p, 2007. HAALAND, G. L.; TYRRELL, H. F. Effect of limestone and sodium bicarbonate on rumen measurements and rate of passage in cattle. Journal of Animal Science, Champaign, 55:935-42, 1982. HUTJENS, M. F. Feed additives. In The Veterinary Clinics of North America – Food Animal Practice. v. 7, n. 2, p.525-540, 1991. HUDD, D. L. The addition of antibiotics to feedinfstuffs. In: Pharmacological Basis of Large Animal Medicine, Ed. J.A. Bogen, P.Less and A.T. Yoxall. Blackwell Scientific, Boston, pp. 107-28, 1983. JOHNSON JR, J. C.; UTLEY, P. R.; MULLINIX JUNIOR, B. C. et al. Effects of adding fat and lasalocid to diets of dairy cows. J.Dairy.Sci, Champaign, v.71, n.8, p.2151-2165, 1988. JONES, T. C. Patologia Veterinária. 6. ed. São Paulo: Manole, 1997. KILMER, L. H.; MULLER, L. D.; WANGSNESS, P. Addition PF Sodium bicarbonate to rations of pre and postpartum dairy cows. Journal Dairy Science, v.63, n.12, p.2026- 2036, 1980. KLEEN, J. N.; CANNIZZO, C. Incidence, prevalence and impact of SARA in dairy herds. Animal Feed Science and Technology, Amsterdam, v. 172, n. 1-2, p. 4-8, 2012. KNOWLTON, K. F.; ALLEN, M. S.; ERICKSON, P. S. Lasalocid and particle size of corn grain for dairy cows in early lactation.1. Effect on performance, serum
53
metabolites and nutrient digetibility. J. Dairy Sci., Champaign, v.79, p. 557-564, 1996. LANA, R. P. Nutrição e alimentação animal. 1. ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005. LANNA, D. P. D. e BOIN, C. Efeito do bicarbonato de sódio, feno e bagaço "in natura" sobre a digestibilidade e desempenho de zebuínos em crescimento alimentados com bagaço de cana auto-hidrolisado. Anais da ESALQ, 47(2):417-434, 1990. LEAN, I. J.; VAN SAUN, R.; De GARIS, P. Energy and protein nutrition management of transition dairy cows. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, Philadelphia, v. 29, n. 2, p. 337-366, 2013. LEAN, I. J.; ANNISON, F.; BRAMLEY, E.; BROWNING, G.; CUSACK, P.; FARQUHARSON, B.; LITTLE, S.; NANDAPI, D. Ruminal acidosis–understandings, prevention and treatment. Australia. Australian Veterinary Association, 2007. LILA, Z. A.; MOHAMMED, N.; YASUI, T.; KUROKAWA, Y.; KANDA, S.; ITABASHI, H. Effects of a twin strain of Saccharomyces cerevisiae live cells on mixed ruminal microorganism fermentation in vitro. Journal of Animal Science. Champaign, v. 82, p. 1847-1854, 2004. LISCHER, C. J.; OSSENT, P.; RABER, M.; GEYER, H. Suspensory structures and supporting tissues oh the third phalanx of cows and their relevance to the development of typical sole ulcers (Rusterholz ulcers). Veterinary Record, London, v. 151, n. 23, p. 694-698, 2002. LOPES, A. D. Caracterização de unidades produtoras de leite na área de abrangência do escritório de desenvolvimento rural de Jaboticabal – SP. 2007. Dissertação – Departamento de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2007. LYNCH, G. A; HUNT, M. E., McCUTCHEON, S. N. A note on the effects of monensin sodium administered by intraruminal controlled-release devices on productivity of dairy cows at pasture. Anim. Prod., Edimburgh, v.51, n.2, p. 418-421, 1990. MACHADO, F. S.; PEREIRA, L. G. R.; GUIMARAES JR., R.; LOPES, F. C. F.; CARNEIRO, J. C.; CHAVES, A.V.; CAMPOS, M. M.; MORENZ, M. J. F.; Emissões de metano na pecuária: conceitos, métodos de avaliação e estratégias de mitigação. Embrapa Gado de Leite Documentos, 147. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 92p, 2011. MANUAL MERCK DE VETERINÁRIA. Um manual para o diagnóstico, tratamento, prevenção e controle de doenças para o veterinário. São Paulo: Roca, 1803p, 1991.
54
MARTIN, S. A.; NISBET, D. J. Effect of direct-fed microbials on rumen microbial fermentation. Journal of Dairy Science, v. 75, n. 6: p. 1736- 1744, 1992. MARTIN, H. S.; BRANDÃO NETO, R. A.; SCALABRINI NETO, A.; VELASCO, I. T. Emergências clínicas: abordagem prática. 4ª ed. Barueri: Manole; 2009. MOALLEM, U.; H. LEHRER, L.; Livshitz, M.; ZACHUT and S. YAKOBY. The effects of live yeast supplementation to dairy cows during the hot season on production, feed efficiency, and digestibility. J. Dairy Sci. 92:343-351, 2009. MORAIS, J. A. S.; BERCHIELLI, T. T.; REIS, R. A. Aditivos. In: BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. (ED). Nutrição de ruminantes. Jaboticabal: FUNEP, P. 539-570, 2006. MOURÃO, R. D. C et al. Aditivos alimentares para vacas leiteiras. Revista eletrônica nutritime, Art. 179, v. 9, v. 5, p. 2011–2040. Setembro/Outubro, 2012. MOURO, G. F. et al. Fontes de carboidratos e ionóforo em dietas contendo óleo vegetal para ovinos: digestibilidade, balanço de nitrogênio e fluxo portal de nutrientes. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.5, p.2144-2153, 2006. NAGARAJA, T. G., NEWBOLD, C.J., VAN NEVEL, C.J. Manipulation of ruminal fermentation. In: Hobson, P.N., Stewart, C.S (eds). The rumen microbial ecosystem. Blackie Academic and professional, London. p. 523-632, 1997. NAGARAJA, T. G.; LECHTENBERG, K. F. Acidosis in feedlot cattle. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, Philadelphia, v. 23, n. 2, p. 333-350, 2007. NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirement of swine. 10.ed. Washington, D.C.: National Academic of Sciences. 189p, 1998. NETO, J. R. M. A.; SANTOS, G. M.; ARROYO, R. J. O.; SOUSA, V. O.; FERREIRA, A. M. Sustentabilidade da pequena propriedade leiteira. 2013. NEWBOLD, C.J. et al. Mode of action of the yeast Saccharomyces cerevisiae as a feed additive for ruminants. British Journal of Nutrition, v.76, p.249-261, 1996. NICODEMO, M. L. F. Uso de aditivos na dieta de bovinos de corte. Documentos 106. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte. 54 p, 2001. NICODEMO, M. L. F. Uso de Aditivos na Dieta de Bovinos de Corte. Documentos. Embrapa Gado de Corte. n. 106, 54 p, 2002. NUNES, A; PEREIRA, A. Manual da produção de gado leiteiros nos trópicos. Ed Cultivar. Associação de Técnicos de Culturas Tropicais. Portugal: 192, 1998. NUÑES, A. J. C. Uso combinado de ionóforo e virginiamicina em novilhos Nelore confinados com dietas de alto concentrado. 2008. 68 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – ESALQ, Piracicaba, 2008.
55
NDWIGA, C. A.; ERDMAN, R. A.; VANDERSALL, J. H.; SHARMA, B. K. Effect of type and site of acid neutralization on voluntary intake of corn silage by dairy heifers. Journal of Dairy Science, v.73, n.6, p.1571-1577, 1990. OLIVEIRA, J. S. Utilização da monesina e da própolis para manipulação e fermentação ruminal em bovinos. / Juliana Silva de Oliveira. – Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005. OLIVEIRA, J. S.; ZANINE, A. M.; SANTOS, E. M. Uso de aditivos na nutrição de ruminantes. Revista Electrónica de Veterinária (REDVET), 2005. OLIVEIRA, D.M.; MEDEIROS, J. M. A.; ASSIS, A. C. O.; NEVES, P. B.; GALIZA, G. J. N.; SIMÕES, S. V. D.; DANTAS, A. F. M.; RIET-CORREA, F. Acidose láctica ruminal aguda em caprinos. Ciência Animal Brasileira, [S.l.], p. 117 – 122, 2009. OLIVEIRA, B. M. L.; BITENCOURT, L. L.; SILVA, J. R. M.; DIAS JÚNIOR, G. S.; BRANCO, I. C. C.; PEREIRA, R. A. N.; PEREIRA, M. N.; Suplementação de vacas leiteiras com Saccharomyces cerevisiae cepa KA500. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. vol.62 no.5 Belo Horizonte - Out. 2010. ORTOLANI, E. L.; MARUTA, C. A.; MINERVINO, A. H. M. Aspectos clínicos da indução experimental de acidose láctica ruminal em zebuínos e taurinos. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v. 47, n. 4, p. 253-261, 2010. OVCHINNIKOV, J. A. Physico chemical basis of ion transport through biological membranes: Ionophores and íon channels. European Journal of Biochemistry, Berlin, v.94, p. 321- 336, 1979. OWENS, F. N., D. S.; SECRIST, W. J.; HILL,D. R. Acidosis in cattle: A review. J. Anim. Sci. 76:275-286, 1998. OWENS, F. N. Clinical and subclinical acidosis. In: Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Saúde do Rúmen, 3., 2011, Botucatu. Anais eletrônicos... [CD-ROM], Botucatu: UNESP, 2011. PAGE, S. W. Mode of action, In: PAGE, S.W. (Ed.) The role of enteric antibiotics in livestock production. p. 1-2; 2-14, 2003. PAGE, S. W. The role of enteric antibiotics in livestock production. Australia: Avcare Limited, 2003. PEREIRA, M. N. Morfologia e fisiologia ruminais. In: Seminário de Integridade Digestiva, Itatiba. Anais... São Paulo, Elanco Saúde Animal,1-10, 2005. PENNER, G. B.; STEELE, M. A.; ASCHENBACH, J. R.; McBRIBE, B. W. Molecular adaptation of ruminal epithelia to highly fermentable diets. Journal of Animal Science, Champaign, v. 89, n. 4, p. 1108-1119, 2011.
56
PIVA, G.; BELLADONA, S.; FUSCONI, G. et al. Effects of yeast on dairy cow performance, ruminal fermentation, blood components, and milk manufacturing properties. Journal of Dairy Science, v.76, p.2717-2722, 1993. PHIBRO, A. H. C. (Nova Jersey, EUA). [V-max]. Pahc. Disponível em: https://www.pahc.com/search-results. Acesso em 15 mar. 2018. PRESSMAN, B. C. Biological applications of ionophores. Annual Review of Biochemistry, v.45, p.501-530, 1976. RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. RADOSTITS, O. M; GAY, C. C; HINCHCLIFF, K. W; CONSTABLE, P. D. Veterinary Medicine. 3.ed. St. Louis: Elsevier, 2156p, 2007. RAMALHO, T.R.A. Suplementação protéica ou energética para bovinos recriados em pastagens tropicais. p. 64. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2006. RANGEL, A. H. N. et al. Utilização de ionóforos na produção de ruminantes. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v.8, n.2, p.174-182, 2008. REIS, R. A. et al. Aditivos Alternativos para a Alimentação de Ruminantes. In: II CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE NUTRIÇÃO ANIMAL -II CLANA. São Paulo- SP. 2006. RIET-CORREA. F. Timpanismo espumoso em pastagens de leguminosas, p.326-332. In: RIET-CORREA. F. Schild A.L., Lemos R.A.A; Borges J.R. (Eds), Doenças de Ruminantes e Equídeos. Vol.2, 3ª ed. Pallotti, Santa Maria. 694p, 2007. ROGERS, J. A.; MULLER, L. D.; DAVIS, C. L.; CHALUPA, W.; KRONFELD, D. S.; KARCHER, L. F.; CUMMINGS, K. R. Response of dairy cows to sodium bicarbonate and limestone in early lactation. Journal of Dairy Science, v.68, n.3, p.646-660, 1985. ROSE, A. H. Yeast, a microorganism for ali species: a theoreticallook at its mode of action. In: L YONS, T. P., ed. Biotechnology in the feed industry. Nicholasville: Alltech Technical Publications, p. 113-118, 1997. RUSSEL, J. B.; MANTOVANI, H. C. The bacteriocins of ruminal bacteria and their potential as an aiternative to antibiotics. Journal of Molecular Microbiology and Biotechnology, v.4, p.347-55, 2002. RUSSEL, J. B. and STROBEL, H. J. Minireview. Effect of ionóforos on ruminal fermentation. Applied and Environmental Microbiology, p. 1-6, 1989.
57
RUSSEL, J. B. and STROBEL, H. J. Effects os additives on in vitro ruminal fermentation: a comparison of monensin and bacitracin, another gram-positive antibiotic. J. Anim. Sci., v. 66, p. 552-558, 1988. SANTANA NETO, J. A.; OLIVEIRA, V. S.; VALENÇA, R. L.; CAVALCANTE, L. A. D. Características da Fermentação Ruminal de Ovinos em Pastejo-Revisão de Literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 10, p. 1-21, 2012. SALMAN, A. K. D. et al. Métodos de Amostragem para Avaliação Quantitativa de Pastagens. Circular Técnica Embrapa Rondônia. n. 84, 6 p, 2006. SALMAN, A. K. D.; PAZIANI, S. D. E. F.; SOARES, J. P. G. Utilização de ionóforos para bovinos de corte. 20p. Documentos 101. Embrapa Rondônia. Porto Velho, 2006. SANTOS, R. L. C. Avaliação da monensina, da virginiamicina e do óleo funcional na suplementação da dieta de bovinos. 2016. 56 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília. Brasília, 2016. SILVA, J. F. C.; LEÃO, M. I. Fundamentos de nutrição dos ruminantes. Piracicaba: Livroceres, 1979. SILVA, R. C. Suplementação da dieta de vacas leiteiras mantidas em pastagens com virginiamicina e soja crua ou tostada. 2013. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2013. SINDIRAÇÕES. Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal: Guia de aditivos. 66p, 2009. SOARES, M. S. et al. Aditivos alimentares na nutrição de ruminantes. Revista eletrônica nutritime, Art. 314, v.12, v.4, p. 4162-4174. Julho/ Agosto, 2015. SCHAEFER, D. M.; WHEELER, J. L.; NOLLER, C. H.; KEYSER, R. B.; WHITE, J. L. Neutralization of acid in the rumen by magnesium oxide and magnesium carbonate. Journal of dairy science, Champaign, v. 65, n. 5, p. 732-739, 1982. SCHELLING, G. T. Monensin mode of action in the rúmen. Journal of Animal Science. V. 58, n. 6, p. 1518- 1527, 1984. STAPLE, C. R.; LOUGH, D. S. Efficacy of supplemental dietary neutralizing agent for lactating dairy cows: a review. Animal feed science technology, p.277-303, 1989. TEH, T. H.; HEMKEM, R. W.; BREMEL, D. H.; HARMONET, R. J. Comparison of buffers on rúmen functions, turnover rate and gastric secretion in folstein steers. Animal Feed Science and Tecnology, Amsterdam, v. 17, n. 4, p. 257-270, Janeiro, 1987.
58
TOKARBUA, C. H.; BRITO, M. F.; BARBOSA, J. D.; PEIXOTO, P. V.; DÖBEREINER, J. Plantas que causam timpanismo agudo, p.145-146. In: Ibid. (Eds), Plantas tóxicas do Brasil para animais de produção. 2ª ed. Helianthus, Rio de Janeiro. 586p, 2012. THOFNER, M. B.; POLLIT, C. C.; VAN EPS, A. W.; MILINOVICH, G. J.; TROTT, D. J.; WATTLE, O.; ANDERSEN, P. H. Acute bovine laminitis: a new induction model using alimentary oligofrutose overload. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 87, n. 9, p. 2932-2940, 2004. TRIPATHI, M. K.; KARIM, S. A.; CHATURVEDI, O. H.; VERMA, D. L. Effect of different liquid cultures of live yeast strains on performance, ruminal fermentation and microbial protein synthesis in lamb. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v. 92, n. 6, p. 631-639, 2008. VAN AMSTEL, S. R. Noninfectious disorders of the foot. In: ANDERSON, D. E.; RINGS, D. M. Current Veterinary Practice in Food Animal Practice. 5.ed. St. Louis: Saunders Elsevier, cap. 51, p. 222-234, 2009. VAN KRUININGEN, H. J. Gastrointestinal system. IN: CARLTON, W.W., McGAVIN, M.D. Thomson’s special veterinary pathology. Mosby: Philadelphia, 2ª Ed.; Cap. 1; p. 1-80; 1995. VAN NEVEL, C. J.; DEMEYER, D. I. Influence of antibiotics and a deaminase inhibitor on volatile fatty acids and methane production from detergent washed hay and soluble starch by rumen microbes in vitro. Animal Folding Science Technology, 37, 21-31. 1992. VANDERHAEGHE, H.; PARMENTIER, G. The structure of factor S of staphylomycin. Journal of American Chemical Society, Easton, v.82, p.4414, 1960. VASCONCELOS, J. T.; GALYEAN, M. L. Contributions in the Journal of Animal Science to understanding metabolic and digestive disorders. Journal of Animal Science, Champaign, v. 86, n. 7, p. 1711-1721, 2008. VERMUNT J.J; Grenough, P. R. Predisposing factors of laminitis in cattle. Brit.Vet. J. 150(2):150-164, 1994. VERMUNT, J. J. One step closer to unraveling the pathophysiology of claw horn disruption: for the sakes of the cow´s welfare. The Veterinary Journal, London, v. 174, n. 2, p. 219-220, 2007. WAGHORN, G. C. Bloat in cattle. Relationships between intra-ruminal pressure, distension and the volume of gas used to simulate bloat in cows. NZ J. Agric. Res., 34: 213-220, 1991. WELKIE, D. G.; STEVENSON, D. M.; WEIMER, P. J. analysis of ruminal bacterial community dynamics in lactating dairy cows during the feeding cycle. Anaerobe, 16(2):94–100, 2010.
59
WEST, J. W.; COPPOCK, C. E.; NAVE, D.H.; LABORE, J. M.; GREENE, L. W.; ODOM, T. W. Effects os potassium carbonate and sodium carbonate on rúmen function in lactating Holstein cows. Journal of Dairy Science, v. 70 , n.1, p.81- 90, 1987. WILLlAMS, P. E. V.; TAIT, C. A. G; INNES, G. M.; NEWBOLD, C. J. Effects of the inclusion of yeast cu lture (Saccharomyces cerevisae plus growth medium) in the diet of dairy cows on milk y ield and forage degradation and fermentation patterns in the rumen of steers. Journal of Animal Science, Champaign , v. 69, n. 7, p. 3016-3026, 1991. ZANINE, A. M.; OLIVEIRA, J. S.; SANTOS, E. M. Importância, uso, mecanismo de ação e retorno econômico dos ionóforos na nutrição de ruminantes. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça, n.6, p.1-18, jan., 2006. ZOETIS, I. P. V. (São Paulo, BR). [Taurotec]. Zoetis Indústria de produtos veterinários. Disponível em: https://www.zoetis.com.br/produtos-e-servicos/bovinos/taurotec.aspx. Acesso em 12 mar. 2018.