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Saúde Ruminal e seus Efeitos na Produção de Leite Ronaldo Braga Reis, PhD

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Saúde Ruminal e seus Efeitos na

Produção de Leite

Ronaldo Braga Reis, PhD

Foto: Coelho (1997)

35%

6,5%

3,3%

11,3%

Microbiota ruminal

• Trappeiner (1884)

• Maior fermentador mundial (100x109 litros)

• Bactérias 1010 cel/g matéria ruminal

• Protozoários 107 cel/mL (50% da biomassa)

• Fungos 6% da biomassa

• Anaerobiose

Características importantes do

rúmen • Relação simbiótica

• Nenhuma atividade enzimática

• Alta atividade de fermentação

– Ácidos graxos voláteis

– Massa microbiana

– Gases

– calor

Produção de AGV Absorção & Passagem

Forragem

Concentrados Papilas

Taxa de

passagem

pH Saliva

5,7 a 7,3

Tamanho de partícula da

forragem

Comprimento

(cm)

Consumo MS

(kg)

Mastigação

(min)

1 Índice

forrageiro

Acetato:

Propionato

Gordura

(%)

Feno longo 24,0 704 29,3 3,6 3,5

0,78 25,1 668 26,5 3,8 3,5

0,17 23,6 219 9,3 2,1 2,9

1 - Índice forrageiro+ tempo de mastigação / kg MS consumida

Fonte: Shaver (1986)

30 a 40% das vacas devem estar ruminando

Recomendação tamanho de

partícula (Penn State)

Alimento Distribuição nas peneiras

% na matéria natural

1a 2a 3a Fundo

Dieta total > 10% 40-50% <35% <20%

Silagem de milho < 5% > 50% <30 % < 10%

Partículas grandes na fração fibrosa

Partículas pequenas na fração líquida

Gás

Estratificação Ruminal

Degradação de carboidratos no

rúmen de vacas

CHO Degradado, %

Média Variação

Açúcares ~ 100 -

Amido 67,7 47 - 87

FDN 43,6 11 - 62

Digestão Ruminal do Amido

Variação % do amido

consumido digerido

no rúmen

Experimentos

Trigo 94 1

Cevada 88 1

Milho de alta umidade 89-90 89,5 5 2

Milho floculado a vapor 79-94 84,5 1,3 10

Milho seco amassado 61-93 79 3,3 10

Milho inteiro 52-75 63,5 5,6 13

Sorgo floculado a vapor 61-96 78 3,1 4

Sorgo seco amassado 39-86 62 4 15 1 2

Velocidade de fermentação:

Aveia > Trigo > Cevada > Milho > Sorgo

FDN mínimo define o CNF máximo

CNF mínimo define o FDN máximo

O que é mais importante ?

A qualidade da FDN ou do CNF ?

Digestibilidade

cerca de 40%

Digestibilidade

Cerca de 90%

Açúcar

Amido e Pectina

Amido s/ processar

Celulose e Xilose

Variação do pH ruminal ao longo do

dia

Risco

FDN

Acidose

17 horas

Adapted from Penner & Oba, 2009 – J Dairy Sci.

5,5

5,7

5,9

6,1

6,3

6,5

6,7

6,9

6:30 8:30 9:30 12:30 15:30 18:30 20:30 21:30 0:30 3:30 6:30

Hora do dia

pH

MG

MP

PC

MU

Milho processado e polpa de citros para vacas em

pasto

Adaptado de Garcia, 2007

pH ruminal de vacas leiteiras em pastejo intensivo suplementadas

com milho processado de diferentes formas.

Adaptado de Moura (2013)

N-amoniacal no líquido ruminal de vacas leiteiras em pastejo intensivo

suplementadas com milho processado de diferentes formas.

Adaptado de Moura (2013)

Características das dietas com

forragens conservadas

• Ad libitum (Ingestão de MS 20% maior);

• Normalmente consumidos de 3 – 4 horas;

• Fibra suficiente para diminuir as enfermidades

metabólicas (28 – 35 % FDN);

• Baixos conteúdos de PB (16-18%);

• Podem ser fornecidas como TMR.

Características das dietas com

forragens pastejadas

• Digestibilidade da forragem varia dia a dia;

• Composição depende do clima e piquete

• Nem sempre ad libitum;

• Requer mais tempo para o consumo;

• Altos teores de humidade (75-90%);

• Suplementos separados das forragens;

• DESAFIOS SEPARADOS

• aporte de energia fermentável

• dinâmica da utilização da proteína

Fisiologia do pH ruminal

• Considera-se a ocorrência de acidose sub-

clinica (SARA) quando o pH ruminal é < 5,5;

• Causas: •Consumo excessivo de CNF; •Tamponamento ruminal inadequado; •Adaptação microbiana ruminal inadequada.

SARA

• A diminuição do consumo é pouco significativa enquanto o pH > 5,5;

• Porém quando o pH <5,5 há uma forte inibição do consumo;

pH ruminal para BAIXAS frequências de

alimentação

Cajarville et al., 2006

pH

Horas pós alimentação

Cajarville et al., 2006

pH ruminal para ALTAS frequências de

alimentação

pH

Horas pós alimentação

Estresse pelo calor afeta o

rúmen?

• Vacas menos tempo deitadas;

• Menos ruminação por unidade de MS injerida;

• Alcalose metabólica :hiperventilação perde CO2

• Maior tempo de retenção ruminal;

• Menor fluxo de saliva.

Digestibilidade aparente da MS, FDN, amido das dietas de vacas leiteiras em

pastejo suplementadas com milho processado de diferentes formas

Médias seguidas por letras diferentes na mesma linha diferem entre si pelo teste de Tukey p<0.05

EPM = erro padrão da média, P = probabilidade, DA = digestibilidade aparente, MS = matéria seca;

FDN = fibra insolúvel em detergente neutro; MM = Milho seco moído, ME = Milho Expandido, MF =

Milho floculado a vapor, MU = Milho reidratado e ensilado.

Variáveis

Tratamentos

EPM

P MM ME MF MU

DA MS 64,5 ab 64,3 b 66,1 a 63,7 b 0,098 <0,01

DA FDN 52,1 a 49,1 ab 51,9 a 45,0 b 0,697 0,02

Adaptado de Moura (2013)

Relação entre fluxo de N microbiano e

pH ruminal

Kolver and de Veth, 2002

SARA

• Há uma tênue linha entre saúde e doença em vacas que consomem dietas ricas em CNF;

• Os tamponantes são importantes e contam positivamente para manter uma margem de segurança.

• Fibra Físicamente Efetiva

– Partículas > 3,8 cm contribuem para ruminação e formação do Mat

Mecanismos de Controle do

Ruminante

• Primeira Linha de Defesa:

Tamponamento endógeno via saliva

Absorção de ácidos

Depressão do apetite

• Segunda Linha de Defesa:

pKa dos ácidos

Adaptação da microbiota ruminal

Patofisiologia de SARA

• Excesso de ácidos ataca o eptélio ruminal levando a rumenite;

• A médio e longo prazos a rumenite leva a uma cascata de eventos:

– Penetração de bactérias na circulação portal

• Abcessos no fígado;

– Bactérias na circulação sistêmica • Pneumonia, endocardite, pielonefrite y atrites

( Nordlund et al. 1995)

Rumenite

Ver Nordlund et al. 1995

Erosão de Talão & Úlcera

Abcessos

de Sola

Anéis que marcam

crescimento defeituoso

Hemorragia Subsolar

Mary Beth Hall -

pictures

Aditivos Nutricionais

• Minimizar flutuações de pH e controlar concentração

de lactato;

• Reduzir riscos de doenças entéricas, metabólicas;

• Melhorar desenvolvimento rúmen;

• Melhorar eficiência ruminal de utilização de energia;

• Melhorar eficiência ruminal de utilização de proteína;

• Melhorar eficiência ruminal de utilização da fibra e MO;

• Melhorar metabolismo intermediário;

• Melhorar metabolismo de minerais;

• Melhorar o nível e eficiência do desempenho animal.

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