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UTILIZAÇÃO DA LEUCENA (LEUCAENA LEUCOCEPHALA) NA SUPLEMENTAÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE Prof. Adelmo Ferreira de Santana – Caprinocultura e Ovinocultura E-mail [email protected] Departamento de Produção Animal Escola de Medicina Veterinária Universidade Federal da Bahia CEP- 40.170-110 Salvador - Bahia Anderson Maynart Viana – Acadêmico de Medicina Veterinária Monografia apresentada como parte de conclusão do curso de Medicina Veterinária-Julho/2001 RESUMO A diminuição na disponibilidade de forragem, bem como a perda acentuada e progressiva na qualidade da mesma, fato observado na estação seca do ano, é um dos problemas mais graves enfrentados pelos pecuaristas na região Nordeste do Brasil.Esta carência acarreta em perda de peso acentuada dos animais, o que leva a diminuição na eficiência produtiva e reprodutiva dos mesmos. Desta forma faz-se necessário buscar alternativas alimentares para suplementação neste período, objetivando minimizar ou até zerar os efeitos negativos decorrentes desta carência nutricional. A leucena (Leucaena leucocephala) é uma leguminosa perene, bastante resistente a seca e que se adapta bem às condições tropicais. Produz boa quantidade de forragem e esta possui alto valor nutritivo, especialmente alto teor de proteína. Sua forragem apresenta boa digestibilidade e pode ser usada na alimentação animal sob a forma de pastejo direto (consorciada com gramínea ou banco de proteína) ou fornecida no cocho (fresca, fenada ou ensilada), entretanto, seu consumo deve ser limitado a 30% da matéria seca consumida/animal/dia, para que a mesma não provoque intoxicação aos mesmos. Propaga-se por sementes ou mudas, entretanto por proporcionar um estabelecimento mais rápido seu plantio deve ser feito preferencialmente por mudas. Seu uso como suplemento na estação seca, justifica-se principalmente no fato de que as pastagens apresentam neste período um baixo nível protéico.

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UTILIZAÇÃO DA LEUCENA (LEUCAENA LEUCOCEPHALA) NA SUPLEMENTAÇÃO DE CAPRINOS E

OVINOS DE CORTE

Prof. Adelmo Ferreira de Santana – Caprinocultura e Ovinocultura

E-mail [email protected]

Departamento de Produção Animal

Escola de Medicina Veterinária

Universidade Federal da Bahia

CEP- 40.170-110 Salvador - Bahia

Anderson Maynart Viana – Acadêmico de Medicina Veterinária

Monografia apresentada como parte de conclusão do curso de Medicina Veterinária-Julho/2001

RESUMO

A diminuição na disponibilidade de forragem, bem como a perda acentuada e

progressiva na qualidade da mesma, fato observado na estação seca do ano, é um dos

problemas mais graves enfrentados pelos pecuaristas na região Nordeste do Brasil.Esta

carência acarreta em perda de peso acentuada dos animais, o que leva a diminuição na

eficiência produtiva e reprodutiva dos mesmos. Desta forma faz-se necessário buscar

alternativas alimentares para suplementação neste período, objetivando minimizar ou até

zerar os efeitos negativos decorrentes desta carência nutricional. A leucena (Leucaena

leucocephala) é uma leguminosa perene, bastante resistente a seca e que se adapta bem

às condições tropicais. Produz boa quantidade de forragem e esta possui alto valor

nutritivo, especialmente alto teor de proteína. Sua forragem apresenta boa digestibilidade e

pode ser usada na alimentação animal sob a forma de pastejo direto (consorciada com

gramínea ou banco de proteína) ou fornecida no cocho (fresca, fenada ou ensilada),

entretanto, seu consumo deve ser limitado a 30% da matéria seca consumida/animal/dia,

para que a mesma não provoque intoxicação aos mesmos. Propaga-se por sementes ou

mudas, entretanto por proporcionar um estabelecimento mais rápido seu plantio deve ser

feito preferencialmente por mudas. Seu uso como suplemento na estação seca, justifica-se

principalmente no fato de que as pastagens apresentam neste período um baixo nível

protéico.

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1. INTRODUÇÃO

No Nordeste brasileiro ocorrem apenas duas estações climáticas bem definidas, uma

estação úmida ou estação das águas, com duração de quatro a seis meses, e uma estação

seca que dura de seis a oito meses. Durante a estação das chuvas, desenvolvem-se

forragens abundantes e de boa qualidade, fornecendo condições ideais para que os

rebanhos alcancem elevadas taxas de crescimento (SOUZA & ESPINOLA 1999). No entanto,

durante a estação seca a ausência de chuvas impede a renovação das pastagens e o pasto

remanescente perde rápida e progressivamente seu valor nutritivo, em conseqüência, na

plenitude da seca, as pastagens são escassas e de baixo valor nutricional o que resulta em

severa perda de peso, redução de produção de leite e aumento da taxa de mortalidade do

rebanho (SOUZA 1996).

Mesmo em áreas de pastagens cultivadas, onde se utilizam gramíneas artificiais, o

nível protéico, neste período, muitas vezes não é suficiente para os animais ganharem ou

manterem seu peso (SALVIANO 1983), segundo RAMOS et al. (1997), a alternativa viável

para aumentar a eficiência produtiva do rebanho é efetuar a suplementação neste período.

O suprimento desta deficiência pode ser feito através de concentrados protéicos, fonte de

nitrogênio não-protéico (uréia e outros) e leguminosas (SALVIANO 1983).Segundo RAMOS

et al. (1997) as duas primeiras formas têm custo elevado e são de difícil aquisição em

alguns centros urbanos, a terceira fonte, ou seja, as leguminosas podem ser produzidas na

própria fazenda.

A leucena (Leucaena Leucocephala) é uma leguminosa perene de porte arbustivo a

arbóreo, capaz de se adaptar as condições de baixa pluviosidade (SILVA 1992). Segundo

RAMOS et al. (1997), produz forragem de boa qualidade, rica em proteína e com teores de

minerais capaz de atender as exigências nutricionais dos animais, podendo ser fornecida no

cocho (fresca, fenada ou ensilada), como banco de proteína ou em consorcio com

gramíneas.

As principais limitações para seu uso na produção animal residem principalmente no

seu lento estabelecimento, por não se adaptar em solos ácidos e mal drenados e pelo seu

potencial tóxico quando consumida em excesso (JONES 1979). Quando não bem manejada

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por se tratar de planta arbustiva, pode atingir altura de crescimento alem do alcance animal

(SÁ 1997).

Sendo a ovinocaprinocultura no Nordeste do Brasil, uma atividade caracterizada,

principalmente, pela importância sócio-econômica que a mesma assume junto à população

rural das regiões mais áridas (fonte de proteína animal) e pelos índices zootécnicos destes

rebanhos estarem aquém da potencialidade produtiva dos mesmos, dentre outros pela

alimentação deficiente dos animais durante a estação seca, procedeu-se a revisão de

literatura com a finalidade de avaliar o potencial de uso da leucena (Leucaena leucocephala)

como suplemento alimentar para caprinos e ovinos de corte durante este período.

2. REVISÃO DE LITERATURA.

2.1-Considerações Gerais Sobre a Leucena (Spp).

A leucena é uma planta perene de porte arbustivo a arbóreo, a depender do tipo,

originária da América Central e México. Apresenta folhas de 15 a 25cm de comprimento,

flores brancas agrupadas em cabeça globular e vargens finas e achatadas com 15 a 25

sementes, estas ultimas de coloração marrom brilhante.

Segundo PUPO (1979) e KLUTHCOUSKI (1982), possui um sistema radicular possante

e profundo que lhe permite reciclar nutrientes do subsolo como também captar água nas

camadas mais profundas, o que lhe confere grande resistência à seca. Possui também

capacidade de fixar grandes quantidades de nitrogênio atmosférico, este em simbiose com

bactérias do gênero RHIZOBIUM, as quais fixam até 400 Kg de N/ha/ano.

De acordo com (MITIDIERI, 1988) a leucena desenvolve-se bem em regiões de clima

tropical ou subtropical, em altitude abaixo de 500m, embora suporte altitudes em regiões

próximas do Equador. Desenvolve-se melhor com precipitação entre 600 e 1700 mm,

todavia cresce bem onde ocorrem longas e severas estiagens, e com temperatura entre 22

e 30ºC, sendo que raramente cresce em temperatura inferior a 15ºC.

Prefere solos bem drenados, férteis e corrigidos quanto à acidez e ao alumínio

tóxico(SÁ 1997), sendo o solo de baixa fertilidade e ácido (pH abaixo de 5,5), com alto teor

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de alumínio trocável, prejudicial ao desenvolvimento do seu sistema radicular tornando a

planta menos resistente a estiagens prolongadas (RAMOS et al.1999a).

Existem mais de 100 variedades de leucena que são classificadas em três tipos:

Havaí ou arbustivo com até cinco metros de altura, floração precoce, boa produção de

sementes, pouca folhagem e elevada competitividade; Salvador ou Arbóreo, alto com até

20m de altura, tronco pouco engalhado e folhas, vargens e sementes maiores; e Peru ou

tipo médio, mais engalhada e folhosa, de maior aptidão forrageira e de mais fácil alcance

pelos animais em pastejo. As variedades Peru e Cunningham (Leucaena leucocephala) são

as mais conhecidas e usadas na nutrição animal (VEIGA & NETO 1992; OLIVEIRA 2000).

2.1.1-Composição Química e Digestibilidade.

O valor nutritivo da leucena para a pecuária refere-se principalmente ao nível de

proteína bruta que ela possui, sendo de 35% nas folhas jovens e 14 a 17% nas folhas mais

hastes e vargens (OLIVEIRA 2000). Segundo SILVA (1992), a composição química

encontrada na leucena demonstra ser esta espécie um suplemento forrageiro de alta

qualidade para as regiões semi-áridas. Seu valor nutritivo é comparável ao da alfafa por

possuir entre 27 a 34% de proteína de alto valor nutricional, devido ao adequado

balanceamento dos aminoácidos o que pode ser visto no quadro 1 (KLUTHCOUSKI 1982;

MITIDIERI 1988; VEIGA & NETO 1992; SILVA 1992). SÁ (1997) encontrou valores de

proteína bruta de 25% na fração folha e 17% na fração folha mais hastes de até meio

centímetro de diâmetro.

RAMOS et al. (1997), concordando com SÁ(1997) e OLIVEIRA(2000), afirma que

a qualidade da forragem depende muito da proporção entre folhas e caule(hastes), uma vez

que a primeira apresenta um percentual de proteína três vezes maior que a encontrada no

caule, mesmo aqueles com diâmetro menor que 6mm, como mostra a tabela abaixo.

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Quadro 1. Composição comparativa da farinha de folhas de leucena e de farinha de

folhas de alfafa.

Componente Unidade Folhas de

Leucena

Folhas de Alfafa

Total de cinzas % 11,0 16,6

Total de N % 4,2 4,3

Proteína bruta % 25,9 26,9

Fibra

modificada/detergente

ácido

% 20,4 21,7

Cálcio % 2,36 3,15

Fósforo % 0,23 0,36

β-Caroteno (mg/Kg) 536,0 253,0

Energia bruta (kJ/g) 20,1 18,5

Taninos (mg/g) 10,15 0,13

Aminoácidos (mg/gN)

Arginina 294 357

Cistina 88 77

Histidina 125 139

Isoleucina 563 290

Leucina 469 494

Lisina 313 368

Metionina 100 96

Metionina + Cistina 188 173

Fenilalanina 294 307

Treonina 231 290

Tirosina 263 232

Valina 338 356

Fonte: National Academy of Sciences, 1977.

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Tabela 1. Teores de fibra bruta (FB), proteína bruta (PB), cálcio (Ca) e fósforo (P)

na parte aérea da leucena var. Cunningham, com base na matéria seca.

Parte da

Planta

FB% PB% P% Ca%

Caule1 45,61 7,65 0,31 7,3

Folhas 10,99 23,00 0,27 0,21

1Diâmetro menor que 06mm.

Fonte: Ramos et Al, 1997.

Os teores de fósforo e cálcio da leucena estão acima das necessidades nutricionais do

rebanho, alem disso é uma excelente fonte de caroteno, característica valiosa,

especialmente durante a estação seca, quando há carência dessa provitamina nas

pastagens de gramíneas (VEIGA & NETO 1992). KLUTHCOUSKI (1982), concorda e afirma

ser a leucena rica fonte de outras vitaminas.

Outra qualidade nutricional da leucena segundo JONES (1979), é a presença de

quantidades importantes de tanino, este fator estaria relacionado ao fato de não se

observar timpanismo em animais que a consomem, como se observa com os que pastejam

alfafa.

De acordo com TEIXEIRA(1992), o tanino interage com as proteínas solúveis

liberadas pela maceração da forragem, inibindo assim a formação de espumas e gases.

Ainda segundo JONES, esta substância também pode desempenhar papel importante na

proteção de proteína contra a degradação ruminal, fazendo com que esta seja mais

assimilada no intestino delgado. TEIXEIRA(1992), afirma que esta resistência à degradação

bacteriana no rúmen deve-se a ligação do tanino a proteína. Quando este complexo

“tanino-proteína” chega ao abomaso, poderá ocorrer a dissociação do mesmo(pelas

condições de ph ou ação de pepsina), ficando a proteína sujeita a ação das enzimas do

quimo intestinal. O teor de fibra bruta nas folhas é de 13%, sendo inferior ao da alfafa que

é de 31%(KLUTHCOUSKI 1982 e RAMOS et al. 1997).

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SILVA (1992) entre os anos de 1984 e 1987 avaliou oito cultivares de leucena quanto

a digestibilidade “in vitro” e composição de macro e microminerais. As cultivares mais

utilizadas para pastejo, Cunningham, Peru e K-8, apresentaram valores de digestibilidade

para a fração comestível (folhas e ramos com até seis mm de diâmetro) de 56,39%,

53,09% e 55,54%, respectivamente (tabela 2). JONES (1979) encontrou valores de

digestibilidade de 71% da matéria seca em caprinos alimentados só com leucena. O feno de

leucena possui alto potencial de degradação ruminal da proteína, podendo ser usado como

suplemento protéico na alimentação de caprinos na região semi-árida do Nordeste

(VASCONCELOS et al, 1997).

Quanto à composição mineral da leucena, SILVA (1992) conclui que pode não haver

deficiência de macro e microminerais em animais que pastejam satisfatoriamente, o que é

corrobado pôr RAMOS et al. (1997). Os resultados são mostrados nas tabelas 3 e 4.

Tabela 2. Dados de altura das plantas e digestibilidade “in vitro” de algumas

cultivares de leucena avaliadas no BAG/CPATSA.

Altura Digestibilidade “in

vitro”

Cultivar

Código

acesso

no SPCA 1o

Ano

2o

Ano

� F. Comestível F.

Lenhosa

K8 1,60 1,91 1,75 55,54 44,42

Cunningham 1,70 1,99 1,84 56,39 43,59

Peru 1,61 1,74 1,67 53,09 42,36

CPATSA

83470

1,52 1,44 1,48 56,18 45,82

CPATSA

83443

BRA-

001422

1,51 1,61 1,56 53,83 46,86

CPATSA

82382

BRA-

001864

1,15 1,22 1,18 56,94 44,37

CPATSA

83444

BRA-

001414

2,05 2,35 2,20 51,32 43,16

CPATSA

83405

1,14 --- --- 50,88 43,19

Fonte: SILVA, 1992.

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Tabela 3. Teores de macronutrientes (%) encontrados na fração comestível das

cultivares de leucena.

Elemento K8 Cunningham Peru CPATSA

83470

CPATSA

83443

CPATSA

82382

CPATSA

83444

CPATSA

83405

P 0,125 0,136 0,121 0,142 0,177 0,164 0,143 0,150

N 4,38 4,64 4,19 4,40 4,33 4,47 4,28 4,38

K 1,57 1,77 1,74 1,85 1,89 1,89 1,65 1,94

Ca 1,22 1,42 1,40 1,22 0,99 1,00 1,40 1,25

Mg 0,46 0,48 0,47 0,40 0,41 0,41 0,45 0,41

Fonte: SILVA, 1992.

Tabela 4. Teores de micronutrientes (ppm) encontrados na fração comestível das

cultivares de leucena.

Elemento K8 Cunningham Peru CPATSA

83470

CPATSA

83443

CPATSA

82382

CPATSA

83444

CPATSA

83405

Na 40 51 39 30 34 33 33 37

Cu 22 28 27 22 14 17 22 17

Mn 135 107 113 135 113 112 75 90

Zn 22 27 26 22 21 23 23 23

Fé 138 130 151 130 123 133 141 159

Fonte: SILVA, 1992.

2.1.2-Valor Alimentar.

As folhas da leucena alem de serem constituídas de alto teor de proteína de boa

qualidade, são altamente palatáveis e tanto as mesmas, como seus ramos, flores, vagens e

sementes prestam-se à alimentação animal (XAVIER 1989; VEIGA & NETO 1992 ; RAMOS

et al. 1997), podendo ser consumida fresca, fenada ou ensilada, tanto jovens quanto

maduras (SALVIANO 1983), sendo muito apreciada pelos caprinos (RAMOS et al. 1999b).

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GURGEL et al. (1992) alimentando cordeiros em confinamento, com feno de leucena

(controlado) mais capim elefante (à vontade), observou que à medida que se aumentava a

quantidade de feno na dieta dos animais (250g;350g;450g e 550g), havia um decréscimo

no consumo do capim, enquanto que aumentava o consumo de matéria seca total. Segundo

os autores, os animais mostraram clara preferência pelo feno de leucena,

comparativamente ao capim elefante, o que pode ser explicado, em parte, pelo maior

conteúdo de proteína bruta e menor teor de fibra do primeiro em relação ao segundo

(Tabela 5).

Tabela 5. Composição químico-bromatológica do feno de leucena e do capim-elefante.

% na matéria seca Alimentos

MS(%)

PB EE FB ENN RM

ED

(Mcal/Kg MS)

Feno de leucena 89,30 20,16 3,36 20,27 49,94 6,27 2,48a

Capim-elefante 18,84 4,78 2,72 26,63 50,98 14,89 2,16b

Fonte: Gurgel et al(1992)

a- Costa(1989)

b- Valor extraído de National Research Council(1975)

O feno de leucena, por ser uma forragem de alta palatabilidade, quando associado

com forragens de baixo valor nutritivo, como a palha de espiga de milho, promove sensível

aumento de consumo de matéria seca e aumento da digestibilidade aparente das dietas

(COSTA et al. 1990).

2.1.3- Princípio Tóxico.

A leucena possui um principio tóxico que pode causar alterações nos animais que a

ingerem em excesso, trata-se da mimosina (PUPO 1979). Segundo Jones (1979) todas as

partes da planta contem este aminoácido tóxico, podendo alcançar um nível de 12% na

matéria seca, especialmente nas folhas, vagens e sementes. Esta intoxicação segundo

(MITIDIERI, 1988), é decorrente da produção do 3,4 dihidroxi-piridina (DHP), que é um

metabólito da degradação da mimosina por bactérias do rúmen. O DHP circulante interfere

no metabolismo do iodo, impedindo que a tiroxina seja sintetizada, o que leva a redução

dos níveis séricos desta e ao bócio (JONES 1979).

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Segundo SÁ (1997) o sintoma mais comum desta intoxicação é a queda de pelo da

cabeça e na inserção da cauda, observa-se também salivação excessiva, redução da taxa

de crescimento e falta de apetite.

Esta intoxicação só ocorre quando a leucena é ministrada como alimentação exclusiva

ou em excesso na dieta animal (JONES 1979 ; RAMOS et al. 1997). Desta forma a toxidez

pode ser evitada usando-se a leucena em pastejo controlado por cerca de duas horas ao

dia, ou não permitindo que seu fornecimento ultrapasse 30% do total ingerido pelo

animal/MS/dia (SÁ 1996). Segundo VEIGA (1992), os ovinos são menos tolerantes a

mimosina que bovinos e caprinos.

NETO & VELLOSO (1986), alimentando ovinos exclusivamente com feno de leucena,

observaram acentuada queda de lã dez dias após o inicio do consumo e deslanamento total

por volta do volta do décimo quarto dia. Entretanto, quando os mesmos animais foram

alimentados com uma dieta contendo feno de leucena (30% e 60%) associado a feno de

Capim-Rhodes (70% e 40%), não foram observados sinais de intoxicação.

2.1.4-Produção de Forragem.

A leucena é uma planta forrageira que produz grandes quantidades de ramos, folhas,

flores, vagens e sementes, todos alimentos de boa qualidade. Sua produtividade vai

depender principalmente da variedade cultivada, clima, fertilidade do solo, espaçamento e

intensidade de uso (VEIGA & NETO 1992 ; RAMOS et al 1997).

Segundo SALVIANO (1983), as variedades Cunningham e Peru em Petrolina (PE),

tem apresentado produtividade em torno de 8T de matéria seca (MS/ha/ano). Na região do

Cerrado, a produtividade eleva-se para 11T de MS/ha/ano, e em condições mais úmidas já

se conseguiram até 20T de MS/ha/ano. Estes resultados são corrobados por SILVA (1992) e

COSTA et al.(1997).

SILVA (1992), avaliando o desempenho de oito cultivares de leucena no Centro

Nacional de Pesquisa do Semi-Árido, localizado no município de Petrolina (PE), obteve

produção de 9,2T; 8,4T e 7,1t/ha no ano de 1985 para a fração comestível para os

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cultivares CPATSA 83444, Cunningham e Peru, respectivamente (Tabela 6). Os dados

indicam que a menor produção foi de 2,6T/MS/ha, para a variedade CPATSA, sendo a

precipitação neste ano 756mm.

Tabela 6. Produção de matéria seca (Kg/ha/ano) de algumas cultivares de leucena

avaliadas no BAG/CPATSA, em 02 anos.

Fração Comestível Fração Lenhosa Cultivares Código

acesso

no

SCPA

1985 1986 � 1985 1986 �

K8 ---- 5.981 3.543 4.762 2.531 2.070 2.300

Cunningham ---- 8.427 4.430 6.428 4.886 3.848 4.367

Peru ---- 7.151 4.394 5.771 3.140 2.860 3.000

CPATSA

83470

---- 5.646 1.022 3.334 1.912 891 1.401

CPATSA

83443

BRA-

001422

3.622 1.310 2.466 1.702 574 1.138

CPATSA

82382

BRA-

001864

2.961 479 1.720 706 357 528

CPATSA

83444

BRA-

001414

9.269 4.818 7.043 5.911 3.961 4.936

CPATSA

83405

---- 2.622 ---- 1.311 778 ---- 389

� ---- 5.710 2.499 ---- 2.695 1.819 ----

Fonte: SILVA, 1992.

Já COSTA et al (1997), avaliando o desempenho de quatro cultivares quanto à

produção de matéria seca e proteína bruta, no cerrado de Rondônia, onde a precipitação

anual é em torno de 2000mm, obteve uma produção de 15,8T de MS/ha/ano de fração

comestível para a cultivar Cunningham. No ensaio este mesmo cultivar foi o que apresentou

maior produção de proteína bruta.

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12

COSTA et al. (1998b), avaliou os efeitos da freqüência (42, 56,70 e 84 dias) e altura

de sobre o rendimento de matéria seca, obtendo os melhores resultados com cortes a cada

70 ou 84 dias e a cada 50 ou 80cm de altura do solo (Quadro 2).

Quadro 2. Rendimento de matéria seca comestível (MSC), teores de proteína

bruta (PB), fósforo, potássio, cálcio e magnésio da leucena, em função

da freqüência e altura de corte.

Freqüência

(dias)

Altura

de

corte

(cm)

MSC

(t/há)

PB (

%)

P

(g/Kg)

K

(g/Kg)

Ca

(g/Kg)

Mg

(g/Kg)

42

30

50

80

17,22

23,87

26,60

19,99

22,05

23,57

1,91

1,89

1,95

18,54

19,36

17,55

7,49

7,11

6,88

4,33

3,79

5,02

56 30

50

80

21,31

28,78

28,49

19,26

20,06

21,70

1,87

1,76

1,80

20,08

18,99

19,10

8,09

7,68

8,59

4,38

3,97

4,06

70 30

50

80

24,74

35,92

33,26

17,34

18,17

18,81

1,81

1,93

1,97

18,76

19,00

20,01

8,33

8,20

8,56

3,81

3,90

4,14

84 30

50

80

25,11

37,05

34,10

17,61

17,72

18,30

2,06

2,10

2,17

17,99

19,32

18,55

9,87

9,23

9,48

4,59

3,86

4,77

Fonte: COSTA et al, 1998.

LOPES et al.(1998), avaliando a composição química da leucena submetida a dois

espaçamentos (1,0 x 1,0 e 1,0 x 0,5), constatou não ter diferença significativa no teor de

proteína bruta entre os mesmos.

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13

2.2-Implantação.

2.2.1-Correção do solo.

Este procedimento deve basear-se em prévia analise de solo, sendo que a quantidade

de calcário deve ser suficiente para elevar a saturação de bases para 45 a 50% ( USO

1996).

2.2.2-Adubação de Plantio.

As adubações fosfatadas e potassicas também devem ser baseadas em analise de

solo. O teor de fósforo recomendado é de 10ppm em se tratando de solos argilosos e

18ppm em solos arenosos. O adubo deve ser aplicado por ocasião do plantio, sendo metade

da dose a lanço e incorporada ao solo e a outra metade aplicada no sulco ou cova de

plantio. A adubação potassica é feita se o teor desse elemento no solo for inferior a 40ppm.

A aplicação deve ser preferencialmente parcelada, sendo 1/3 da dose no sulco ou cova de

plantio e os 2/3 restantes em cobertura, de 30 a 50 dias após a germinação (USO 1996).

2.2.3- Preparo das Sementes e Mudas.

O plantio pode ser feito por mudas ou sementes, o primeiro tem a vantagem de

proporcionar um estabelecimento mais rápido. Considerando-se sementes de boa

qualidade, onde 1Kg contem em média 15mil sementes, são necessários: 13Kg/ha com 1m

entre as linhas; 9Kg/ha com 1,5m entre as linhas e 6,5Kg/ha com 2m entre as linhas (SÁ

1997).

As sementes desta leguminosa apresentam naturalmente percentuais baixos de

germinação, geralmente inferiores a 50%. Esta dormência é explicada pela rigidez da casca

ou tegumento que impede a entrada de água (KLUTHCOUSKI 1982 ; RAMOS et al. 1997). A

escarificação é o processo utilizado com o objetivo de provocar pequenas ranhuras na casca

das sementes, permitindo desta forma a entrada de água e conseqüentemente elevando os

percentuais de germinação. Os métodos mais usados para quebra da dormência são:

escarificação em soda caustica a 20%; imersão em água quente (80ºC); escarificação com

ácido sulfúrico forte (98º); tratamento com água a temperatura ambiente e escarificação

com lixa. TELES et al. (1997) avaliando três dos métodos citados acima, obteve maiores

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14

percentuais de germinação com imersão em água a 80ºC por cinco a 10minutos e em ácido

sulfúrico 98º por 10, 15 e 20 minutos. As sementes não tratadas apresentaram taxa de

germinação de 32,7%, como mostra o quadro 3.

Quadro 3. Efeito de métodos para quebra da dormência sobre a qualidade de sementes

e desenvolvimento de mudas de leucena (Leucaena leucocephala (Lam) De

Wit.).

Tratamentos Germinação

(%)

IVE1 Altura

de

plantas

(cm)1

Número

de

folhas/

planta1

Comprimento

de raiz

(cm)1

Matéria

seca

(%)1

T1- Sem

escarificação

32,7 e

1,46 c 37,90a 11,81ª 26,53ª 26,01ª

T2- Água a 80 ºC

por 5 minutos

94,7ab 6,9ª 38,60ª 12,67ª 25,63ª 26,19ª

T3- Água a 80 ºC

por 10 minutos

83,3abc

---

---

---

---

---

T4- Água a 80 ºC

por 15 minutos

63,3d

---

---

---

---

---

T5- Água a 80 ºC

por 80 minutos

36,7e

---

---

---

---

---

T6- H2S04 98 ºC

por 5 minutos

82,0bc

---

---

---

---

---

T7- H2S04 98 ºC

por 10 minutos

88,0ab

---

---

---

---

---

T8- H2S04 98 ºC

por 15 minutos

96,6ab

---

---

---

---

---

T9- H2S04 98 ºC

por 20 minutos

97,3ª 7,23ª 43,50ª 12,40ª

26,11ª 28,55ª

T10- Escarificação

com lixa

70,7cd 4,14b 41,62ª 12,69ª 25,24ª 28,39ª

Fonte: Telles, 1997.

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15

Outro método que pode ser usado é a inoculação das sementes com rizóbio específico

para a leucena. Este tratamento permite intensificar o desenvolvimento de nódulos em seu

sistema radicular e conseqüentemente das bactérias que ai se desenvolvem em simbiose

(VEIGA & NETO 1992). Este processo proporcionará uma maior fixação de nitrogênio

atmosférico, este será usado pelas plantas, aumentando-lhes a produção de forragem e o

nível protéico da mesma (SÁ 1997). A inoculação é uma pratica simples, que consiste em

dissolver o inoculante em água e misturar com as sementes já escarificadas, até que se

forme uma película ao redor das mesmas e em seguida deixa-las secar a sombra.

Recomenda-se 20gr do inoculante por Kg de semente, o plantio deve ser feito

imediatamente após a inoculação (RAMOS et al. 1999b).

2.2.4- Época e Espaçamento.

De acordo com KLUTHCOUSKI (1982) e SÁ (1997), o plantio deve ser feito no inicio

da estação chuvosa, o que proporciona um desenvolvimento mais rápido, podendo atingir

em seis meses a condição de pastejo. O espaçamento depende exclusivamente do tipo de

exploração desejado. Para implantação de campo de produção de forragem, pede plantios

densos com distancia pequena entre as fileiras, proporcionando maximo rendimento por

área e permite manter as hastes mais finas o que garante uma forragem de melhor

qualidade. Recomenda-se neste caso distancia de um a dois metros entre as fileiras e cinco

a dez cm entre as plantas (SALVIANO 1983; SÁ 1997).

Para a formação de pastagens consorciadas, recomenda-se espaçamento de dois a

cinco metros entre as fileiras entre as quais será plantada a gramínea, este espaço permite

que estas últimas desenvolvam-se satisfatoriamente (KLUTHCOUSKI 1982).

VEIGA & NETO (1992) recomendam para uso em banco de proteína, a distancia de

um a dois metros entre as linhas ou sulcos e de 30 a 50 cm entre as plantas.

Segundo PUPO (1979) como a leucena apresenta um crescimento inicial lento,

principalmente na primeira fase depois da germinação das sementes, é aconselhável evitar

“competições” (capins e invasoras) até que a mesma atinja de 60 a 90 cm de altura. De

acordo com SEIFERT & THIAGO (1983), como esta leguminosa é bastante perseguida por

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16

formigas, cupins, lagartas e herbívoros silvestres, a fase que decorre entre a semeadura e

os primeiros 90 dias é bastante delicada, exigindo freqüentes replantes.

2.3- Formas de Utilização.

A leucena pode ser usada na alimentação animal de diversas formas: em pastejo

direto, sob a forma de banco de proteína ou consorciada com gramínea; ou fornecida no

cocho fresca, sob a forma de feno ou de silagem (RAMOS et al. 1997). Esta leguminosa

exige um manejo cuidadoso, pois, por ser altamente palatável e conseqüentemente bem

aceita pelos ruminantes, e seu consumo em excesso pode levar a um super pastejo

(pastejo direto) o que pode prejudicar o rebrote da planta e ainda provocar intoxicação nos

animais (SÁ 1997).

Quando usada com a finalidade de pastejo direto recomenda-se mantê-la a 1,5m de

altura, o que é conseguido através de podas sistêmicas dos “ponteiros” (pontos de

crescimento), tornando-a perfeitamente acessível a todas as categorias animais (PUPO

1979).

Segundo RAMOS et al. (1997), em se tratando de caprinos o controle deve ser

cuidadoso e rigoroso, pois, após consumir as folhas e ramos finos, esses animais roem a

casca da leucena o que pode levar a morte da planta.

2.3.1-Banco de Proteína.

Consiste em uma área implantada exclusivamente com uma planta forrageira de alto

teor protéico, a qual os animais têm acesso controlado. A forma de acesso dependerá do

manejo da propriedade, podendo ser: por cerca de duas horas ao dia; por três a quatro dias

por semana ou em dias alternados (SÁ 1997; RAMOS et al. 1997). SEIFERT & THIAGO

(1983), recomendam que a leguminosa ocupe de 20 30% da área de pastagem, desta

forma o banco de proteína cobrirá as necessidades de suplementação no período seco.

Segundo SALVIANO (1983), o uso do banco de proteína no período seco, fornece ao animal

proteína suficiente para contrabalancear o baixo nível protéico da pastagem.

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17

2.3.2-Consorciação com Gramínea.

Consiste em plantar a leucena em linhas únicas ou faixas de linhas, entre as quais

será plantada a gramínea. Devido ao crescimento inicial da leucena ser lento, a gramínea

deverá ser semeada um ano após o plantio da mesma, evitando assim competição entre

ambas (RAMOS et al. 1997). Segundo VEIGA & NETO (1992) esta pratica proporciona

elevar o nível nutricional dos animais em pastejo, o que resulta em aumento de

produtividade.

Segundo COSTA et al. (1998a), o diferimento de pastagem de leucena no final do

período chuvoso, proporciona um bom acumulo de forragem para suplementar o rebanho

no período seco.

2.3.3- Fornecimento no Cocho.

De acordo com RAMOS et al. (1997) , o primeiro corte é feito de 12 a 18 meses após

o estabelecimento. Daí em diante, poderão ser feitos cortes a cada 60 dias na estação

chuvosa e um corte no período seco, a uma altura de 40 a 60 cm do solo.

COSTA et al. (1998b) encontrou maior rendimento de matéria seca com cortes

realizados a 50 ou 80 cm do solo e a cada 70 ou 84 dias. A melhor época para se realizar o

corte é ao inicio do florescimento, quando a quantidade de folhas e o valor nutritivo são

elevados, como mostra a tabela 7.

Tabela 7. Produção de forragem e percentagem dos componentes da leucena.

Componentes (% da MS) Época dos

cortes

Altura das

plantas

(cm)

Rendimento

(Kg/MS/ha) Folha Caule1 Infloresc.

Janeiro/95 278 4.190 68,4 31,6 0,0

Março/95 216 3.030 47,8 48,7 3,4

1 Diâmetro menor que 6mm.

Fonte: RAMOS et al, 1997.

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18

Para a confecção do feno, após feito o corte, o material deve ser triturado em

maquina forrageira e em seguida espalhado em chão acimentado, coberto por plástico ou

terreiro batido, para secar ao sol. O material deve ser revirado cerca de quatro vezes ao

dia, durante os dois dias de exposição. O feno deve então ser armazenado em local seco e

ventilado, neste caso, o teor de proteína é de 14 a 17%. Pode-se também, depois de feito o

corte, colocar os ramos para secar sem tritura-los. Decorridos os dois dias de desidratação,

os galhos são batidos para separa-los das folhas, estas então são recolhidas e ensacadas.

Este feno somente de folhas alcança um valor de 24 a 27% de proteína bruta (OLIVEIRA

2000).

O material após ser triturado pode ser servido fresco aos animais ou pode ser

ensilado. Pode-se ensilar a leucena com capim elefante, cana ou outra gramínea na

proporção de 1:1 ou 1:2(RAMOS et al. 1999a). A leucena também pode ser ensilada

sozinha, neste caso o teor médio de proteína é de 25%, com 60% de digestibilidade

(OLIVEIRA 2000).

2.4-Produção Animal.

De acordo com ANDRIGUETTO et al (1986), os animais devem receber durante toda

a vida uma quantidade mínima diária de proteína, para atender suas necessidades de

crescimento, recuperação de tecidos, gestação ou produção.

SOUZA & ESPINOLA (1999) no município de Pentecoste-CE, usando borregos da raça

Morada Nova, compararam o efeito da suplementação com feno de leucena e com guandu,

em pastagem consorciada, sobre o desenvolvimento ponderal dos animais durante a seca.

Os resultados mostraram que a suplementação com leucena foi capaz de melhorar

significadamente a taxa de crescimento dos animais neste período. Por outro lado os

borregos que não receberam suplementação ou foram suplementados com guandu, não

tiveram desempenho satisfatório (Tabela 8). Ainda segundo os autores, os animais

suplementados durante a estação seca devem estar prontos para o abate ao final da

mesma, pois, a vantagem obtida com a suplementação tende a ser anulada caso os animais

sejam mantidos em regime de pasto na estação das águas seguinte.

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19

Tabela 8. Ganho de peso médio diário dos borregos na estação seca, na estação

das águas e nas duas estações em conjunto.

Ganho de Peso diário (g) Tratamento

Estação Seca Estação das Águas Duas

Estações

A- Capim-Buffel 21.40b 65,1a 39,6a

B- Capim Buffel +

Guandu

8,80b 65,3a 32,3a

C- Capim Buffel +

250g de Leucena

31,70ab 57,1a 42,3a

D- Capim Buffel +

500g de Leucena

59,60a 15,1b 41,1a

Médias, na coluna, seguidas de letras diferentes são diferentes (p<0,05) pelo teste Tukey.

Fonte: SOUZA & ESPÍNDOLA, 1999.

GURGEL et al (1992), no município de Quixadá-CE, avaliaram o uso do feno de

leucena no crescimento de carneiros confinados. Os animais foram divididos em quatro

grupos de acordo com os tratamentos (A,B,C e D). As dietas eram constituídas de Capim-

elefante à vontade e feno de leucena nas seguintes quantidades: tratamento A, 250g

(32,2%); B, 350g (42,3%); C, 450g (50,6%) e D, 550g (59,0%). Os autores observaram

que o aumento do percentual de feno de leucena na dieta resultou em diminuição no

consumo de capim elefante, entretanto, houve aumento do consumo de matéria seca total

(Tabela 9). No entanto, no que diz respeito ao ganho de peso diário, não houve diferença

significativa (Tabela 10), o que segundo os autores, pode ser explicado pelo baixo consumo

de energia.

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Tabela 9. Consumo médio diário de matéria seca, em Kg por animal e em Kg

por 100Kg de peso vivo.

TRATAMENTO ALIMENTO

A B C D

Feno de leucena

Capim-elefante

Total

Consumo

0,223

(32,2)

0,470a

(67,8)

0,693c

de matéria

seca

0,311 (42,3)

0,427b

(57,7)

0,738b

(Kg/dia/animal)

0,394 (50,6)

0,385c (49,4)

0,779a

0,478 (59,0)

0,332d

(41,0)

0,810a

Feno de leucena

Capim-elefante

Total

Consumo

1,2

2,7a

3,9c

de matéria

seca

1,7

2,4b

4,1b

( Kg/dia/100Kg

2,3

2,2c

4,5a

de peso vivo)

2,7

1,9d

4,6a

Médias na mesma linha seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente em nível de

5% pelo teste de Tukey.

*Número entre parênteses indica as percentagens de capim-elefante e feno de leucena nas

respectivas dietas.

Fonte: GURGEL et al, 1992.

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21

Tabela 10. Consumo diário de matéria seca, ganho de peso diário, ganho de

peso total, conversão alimentar e rendimento de carcaça.

Tratamentos Consumo

de

MS(g)

Ganho/dia

(g)

Ganho

total

(Kg)

Conversão

alimentar

Rendimento

de carcaça

A 693c 31,60a 3,54a 23,64a 38,3a

B 738b 34,19a 3,83a 22,30a 39,6a

C 779a 28,75a 3,22a 29,46a 38,4a

D 810a 27,41a 3,07a 30,76a 39,0a

Fonte: Gurgel et al(1992)

Médias na mesma coluna seguidas de letras diferentes diferem estatisticamente.

JUNIOR et al. (1999), em Fortaleza-CE, realizaram um experimento visando avaliar o

efeito da inclusão do feno de leucena sobre a digestibilidade e balanço de nitrogênio em

dietas à base de cana-de-açúcar desidratada em ovinos. Os resultados mostraram que a

inclusão do feno de leucena nas dietas proporcionou uma diminuição do teor de fibra bruta

e aumento do teor de proteína, o que resultou em aumento da digestibilidade de matéria

seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e celulose (Tabela 11). Também houve

maior retenção de nitrogênio, com conseqüente aumento de disponibilidade da amônia

ruminal (Tabela 12).

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22

Tabela 11–Coeficiente de digestibilidade aparente dos constituintes das dietas.

Nível do feno de leucena(%) Constituintes

0 10 20 30 40

CV*(%)

Matéria seca

49,37b

51,66ab

52,32ab

52,65ab

55,16a

3,26

Matéria

orgânica

52,10 53,22 53,90 54,36 55,46 3,15

Proteína bruta

61,33b

60,63b

60,83b

62,11ab

64,15a

1,50

Fibra em

detergente

neutro

40,88b

41,00ab

43,64ab

46,11ab

50,63a

2,30

Fibra em

detergente

ácido

36,72 37,71 37,44 36,98 36,64 5,90

Energia bruta 48,45 49,05 50,77 50,59 50,53 3,10

Celulose 47,08c 47,50c

51,07b

50,86b

55,45a

1,80

Fonte: Júnior et al (1999).

* Coeficiente de variação.

Médias seguidas por letras diferentes, na mesma linha, diferem entre si estatisticamente.

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23

Tabela 12. Balanço de nitrogênio diário de ovinos para as diferentes dietas.

Níveis do feno de leucena(%) Parâmetros (Diário)

O 10 20 30 40

CV(%)

Ingerido (g/Kg 0,75) 0,62b 0,56b 0,90ab 0,93ab 1,21a 17,5

Ingerido (g/dia) 0,21b 6,30b 10,66ab 11,30ab 14,87a 21,0

Perdido nas fezes(g/dia) 3,12b 3,27b 4,76ab 4,83ab 5,97a 19,3

Perdido na urina(g/dia) 3,19b 2,49b 4,72ab 4,34ab 5,45a 23,2

Retido(g/dia) 0,91b 0,64b 1,18ab 2,13ab 3,45a 52,0

Fonte: Júnior et al (1999).

* Coeficiente de variação.

Médias seguidas por letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente entre si.

SOUZA (1996), avaliou o uso da leucena e do guandu como banco de proteína para

borregos em pastagem de capim-Buffel (Cenchrus ciliaris) durante a estação seca, sob

diferentes taxas de lotação. Os resultados mostraram que a leucena elevou o valor

nutricional da pastagem, permitindo elevar a taxa de lotação de quatro para seis

borregos/ha sem diminuir a taxa de ganho de peso diário e aumentando significativamente

a produtividade por área. O guandu não se comportou como uma leguminosa adequada

para melhorar a qualidade da pastagem, em termos de produtividade dos animais. Os

resultados são mostrados nas tabelas 13 e 14.

Tabela 13. Ganho de peso médio diário dos borregos(g/animal/dia) nas três

associações, em três diferentes taxas de lotação.

Associação de pastagem Lotação(borregos/ha)

Buffel exclusivo Buffel+Guandu Buffel+Leucena

04 42,4aA 26,7aB 50,0aA

06 19,5bB 18,5bB 49,1aA

10 16,6bA 11,5bA 15,6bA

Fonte: Souza (1996).

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24

Médias na mesma linha seguidas de letras maiúsculas diferentes diferem entre si

estatisticamente.

Médias na mesma coluna seguida de letras minúscula diferente diferem entre si

estatisticamente.

Tabela 14. Ganho médio de peso dos borregos por unidade diária(Kg/ha) nas

três associações de pastagens, em três diferentes taxas de lotação,

durante 238 dias de pastejo.

Associação de pastagem Lotação

(borregos/ha) Buffel

exclusivo

Buffel+Guandu

Buffel+Leucena

04 40,4aA 25,6aB 47,6bA

06 27,6aB 27,0aB 70,2aA

10 39,0aA 27,0aA 38,0bA

Fonte: Souza (1996).

Médias na mesma linha seguidas de letras maiúsculas diferentes diferem entre si

estatisticamente.

Médias na mesma coluna seguida de letras minúscula diferente diferem entre si

estatisticamente.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

De acordo com os dados da revisão de literatura, pode-se concluir que:

1- A leucena é uma leguminosa que se adapta bem a regiões tropicais, principalmente por

sua elevada resistência a seca, fruto do seu vigoroso e profundo sistema radicular.

2- Produz uma forragem de excelente qualidade, sendo fonte de: proteína, vitaminas e

minerais. Alem disso é altamente palatável, podendo ser consumida verde, fresca, fenada

ou ensilada, sendo muito apreciada por caprinos e ovinos.

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3-Possui um principio tóxico, a mimosina, aminoácido presente em todas as partes da

planta. Este só provoca intoxicação quando consumido em excesso, assim sendo seu

consumo deve ser limitado a 30% da matéria seca/dia.

4- Apresenta boa produtividade de forragem, sendo esta influenciada por fatores climáticos

e características do solo. Os cultivares mais utilizados são o Cunningham e Peru.

5- Desenvolve-se bem nas seguintes condições: altitude abaixo de 500m; precipitação

entre 600 e 2000mm/anuais; temperatura entre 22 e 30ºC e em solos férteis e bem

drenados.

6- Propaga-se por mudas ou sementes, sendo que esta apresenta dormência natural. O

plantio principalmente em áreas de sequeiro deve ser feito preferencialmente por mudas,

por ser de estabelecimento mais rápido.

7- Possui a importante capacidade de fixar grandes quantidades de nitrogênio atmosférico,

devido à simbiose com bactérias do gênero Rhizobium.

8- Pode ser utilizada na alimentação animal em pastejo direto, sob a forma de banco de

proteína ou em consorciação com gramínea, ou fornecida no cocho, fresca, fenada ou

ensilada. Por proporcionar um melhor controle da quantidade ingerida, recomenda-se o uso

como banco de proteína ou fornecimento no cocho.

9- Os resultados experimentais mostram boa possibilidade de uso na suplementação de

ovinos durante a estação da seca, permitindo minimizar ou até zerar os efeitos nocivos

deste período sobre os mesmos.

10-São necessárias mais pesquisas, principalmente com caprinos, para melhor e mais

completa avaliação sobre o desempenho produtivo dos mesmos, quando suplementados

com leucena.

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