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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE - UFCSPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA MESTRADO EM HEPATOLOGIA UTILIZAÇÃO DE MEIO DE CONTRASTE ORAL NEGATIVO PARA COLANGIORRESSONÂNCIA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO Juliana Ávila Duarte Porto Alegre 2008

UTILIZAÇÃO DE MEIO DE CONTRASTE ORAL ... - Livros Grátislivros01.livrosgratis.com.br/cp082933.pdf · Milhares de livros grátis para download. JULIANA ÁVILA DUARTE UTILIZAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE

PORTO ALEGRE - UFCSPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA

MESTRADO EM HEPATOLOGIA

UTILIZAÇÃO DE MEIO DE CONTRASTE ORAL NEGATIVO PARA COLANGIORRESSONÂNCIA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO

Juliana Ávila Duarte

Porto Alegre

2008

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

JULIANA ÁVILA DUARTE

UTILIZAÇÃO DE MEIO DE CONTRASTE ORAL NEGATIVO PARA

COLANGIORRESSONÂNCIA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Augusto Marroni

Porto Alegre

2008

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso

de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia da

Universidade Federal de Ciências da Saúde de

Porto Alegre.

Ficha Catalográfica

Ruth Oliveira CRB10/501 Bibliotecária

C812u Duarte, Juliana Ávila

Utilização de meio de contraste oral negativo paracolangiorressonância: um estudo multicêntrico / Juliana Ávila Duarteorient. Cláudio Augusto Marroni - Porto Alegre: UFCSPA, 2008.

67 fls.; il.; tab.

Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Ciências da Saúdede Porto Alegre. Programa de Pós-Graduação em Medicina. Área deconcentração: Hepatologia.

1 Colangiopancreatografia por ressonância magnética. 2. Gadolínio DPTA. 3. Suco de abacaxi. 4. Meio de contraste oral negativo. IMarroni, Cláudio Augusto. II. Título.

CDD 6l6.075 4837CDU 537.635 : 6l6.37

ii

Aos meus pais, Wolmir Lourenço Duarte e

Moema Ávila Duarte, incentivadores

incansáveis de tudo o que eu faço e peças

fundamentais de todas as minhas conquistas.

Ao meu avô, César Augusto da Costa Ávila,

(in memoriam) que sempre me inspirou pelo

seu legado acadêmico.

iii

Agradecimentos

• Ao meu orientador, Prof. Dr. Cláudio Augusto Marroni, que tornou possível a

realização deste trabalho, pelo seu rigor científico e perfeccionismo. Agradeço,

sobretudo, pelos ensinamentos em pesquisa científica, pela paciência e estímulo

constante. A ele, a minha mais profunda gratidão.

• Ao Prof. Dr. Álvaro Porto Alegre Furtado, chefe do serviço de radiologia do

Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que sempre me apoiou e incentivou

integralmente em todos os momentos. Sem seu apoio certamente esse projeto

não teria se concretizado.

• Ao Dr. Eduardo Pitrez, que sempre me apoiou como chefe do setor de

Ressonância Magnética do HCPA e como colega.

• Aos colegas de profissão, Drs. José Francisco Vieira, Juliano Adams Pérez e Roberto Campos Pellanda, por todo o tempo dispensado e pela disposição na

participação do trabalho.

• Ao amigo e colega de profissão, Dr. Carlos Kalin Kalakun, pelo apoio constante

e exemplo de dedicação, luta, amor pela profissão e busca eterna pelo

aperfeiçoamento científico.

• À professora Ana Maria Ponzio que me auxiliou muito no início deste projeto.

• Aos funcionários e colegas da Ressonância Clínica de Canoas e aos do setor de

Ressonância Magnética do Hospital Moinhos de Vento, especialmente aos que

participaram diretamente deste trabalho, oferecendo apoio e possibilitando a

iv

utilização de recursos para a produção científica. Agradeço pela luta,

colaboração, dedicação e carinho dispensados durante a realização deste projeto.

• Aos estatísticos, Vânia Hirakata, Mathias Bressel, Daniela Benzano Bumaguin e

Dr. Mário Bernardes Wagner, agradeço pelo excelente trabalho realizado.

• Ao Prof. Dr. Ângelo Mattos, pelos ensinamentos e apoio.

• À amiga e colega, Dra. Fernanda Branco de Araújo, pelo apoio desde o início

deste trabalho e pelo exemplo de dedicação e luta.

• Às biólogas e pesquisadoras, Silvia Bona e Graziella Rodrigues, meu

reconhecimento pela incansável dedicação, pelas sugestões e pela sua

experiência em pesquisa, que foram fundamentais para o término desta

dissertação.

• Aos meus irmãos, Marcelo Ávila Duarte e Luciana Ávila Duarte, minha cunhada

Marta Spies, meus sobrinhos, Wolmir Neto e Henrique, e demais familiares que,

direta ou indiretamente, me apoiaram e incentivaram para a conclusão deste

trabalho, meu carinho e reconhecimento.

• Ao meu namorado Dr. João Paulo Stein Ferreira, cujo carinho, compreensão e

incentivo foram fundamentais para a finalização deste trabalho.

• Aos amigos que me apoiaram na luta pela conquista da vitória nessa etapa da

minha vida, em especial, às minhas queridas colegas Dras. Caroline Aleixo e Nina

Stein e à Beatriz Burlamaque além do reconhecimento, gratidão pela companhia e

respeito.

v

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original”.

(A. Einstein)

vi

Sumário

Lista de abreviaturas e símbolos...................................................................... vii Lista de Tabelas ................................................................................................. ix Lista de Figuras.................................................................................................. x RESUMO.............................................................................................................. xiiiABSTRACT......................................................................... ................................ xv 1 - INTRODUÇÂO................................................................................................ 01 1.1 - Aspectos históricos................................................................................ 01 1.2 - Conceituação e justificativa.................................................................... 02 1.3 - Aquisição de imagens de CPRM............................................................ 06 1.3.1 - CPRM com a utilização de apnéia.............................................. 06 1.3.2 - CPRM sem a utilização de apnéia.............................................. 08 1.3.3 - CPRM com meio de contraste positivo....................................... 08 1.3.4 - CPRM com meio de contraste negativo...................................... 09 1.4 - Anatomia dos ductos biliares................................................................. 12 2 - OBJETIVOS................................................................................................... 17 2.1 - Geral....................................................................................................... 17 2.2 - Específicos ............................................................................................ 17 3 - PACIENTES E MÉTODOS............................................................................. 18 3.1 - Características dos pacientes................................................................ 18 3.2 - Critérios de exclusão.............................................................................. 19 3.3 - Características do meio de contraste oral negativo............................... 19 3.3.1 - Gadolínio DTPA........................................................................... 20 3.4 - Características dos aparelhos de RM.................................................... 20 3.5 - Obtenção e análise das imagens de CPRM........................................... 21 3.6 - Escore aplicado às imagens de CPRM.................................................. 22 3.7 - Aspectos éticos...................................................................................... 23 3.8 - Análise estatística.................................................................................. 24 4 - RESULTADOS................................................................................................ 25 5 - DISCUSSÃO................................................................................................... 32 6 - CONCLUSÃO................................................................................................. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 40 ANEXOS............................................................................................................... 49

vii

Lista de Abreviaturas e Símbolos

% Porcentagem CD Compact Disccm Centímetros

CPRM Colangiopancreatografia por Ressonância Magnética CPRE Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica CTPH Colangiografia Transparieto-hepática C/R Contraste/RuídoCONEP Comitê Nacional de Ética em Pesquisas DC Ducto ColédocoDCIS Ducto CísticoDHC Ducto Hepático ComumDH / VBI Ductos Hepáticos Direito e Esquerdo / Ductos Intra-Hepáticos DW Ducto de WirsungEE Ecoendoscopia

FOV Field of View / Campo de VisãoGd-DTPA Gadolínio - DTPAGPPG/ HCPA

Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação/ Hospital de Clínicas de Porto Alegre

HASTE Half Fourier Acquisition Single Shot Turbo Spin-Echo HMV Hospital Moinhos de Ventomm Milímetros Mn Manganês mg/L Miligrama / Litro mL Mililitro ms Milissegundos

M/F Masculino / Femininomg/Kg Miligrama / quilogramaMIP Máxima Intensidade de Projeção mT/m Mili tesla / metroPDDC Porção Distal do Ducto ColédocoR1 Radiologista 1R2 Radiologista 2R3 Radiologista 3RM Ressonância Magnética RARE Half-Fourier Rapid Acquisition With Relaxation Enhancement RCC Ressonância Clínica Canoas

viii

s Segundos S/R Sinal / RuídoT1 Tempo de Relaxamento Longitudinal T2 Tempo de Relaxamento Transversal

TC Tomografia ComputadorizadaTSE Turbo Spin-EcoTR Tempo de RepetiçãoTE Tempo de EcoT/m/s Tesla / metro/ segundos T Tesla UFCSPA Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

ix

Lista de Tabelas

Tabela 1 Características dos pacientes......................................................... 18

Tabela 2 Média individual dos escores atribuídos pelos radiologistas na

avaliação das imagens das seis variáveis antes e após o uso do

contraste oral negativo..................................................................

25

Tabela 3 Média dos escores do radiologista (R1) às imagens das

estruturas analisadas antes e após o uso do contraste oral

negativo..........................................................................................

26

Tabela 4 Média dos escores do radiologista (R2) às imagens das

estruturas analisadas antes e após o uso do contraste oral

negativo..........................................................................................

26

Tabela 5 Média dos escores do radiologista (R3) às imagens das

estruturas analisadas antes e após o uso do contraste oral

negativo..........................................................................................

27

Tabela 6 Média da soma dos escores das imagens das estruturas

analisadas antes e após o uso do meio de contraste oral negativo

atribuídos pelos três radiologistas..................................................

27

Tabela 7 Média dos escores das imagens das estruturas analisadas antes

e após a ingestão do meio de contraste oral negativo..................

28

Tabela 8 Correlação das médias dos escores atribuídos pelos três

radiologistas antes do uso do meio de contraste oral negativo.....

29

Tabela 9 Correlação das médias dos escores atribuídos pelos três

radiologistas após o uso do meio de contraste oral negativo........

30

x

Lista de Figuras

Figura 1 (A) Ilustração demonstrando a sobreposição do tubo digestivo e,

em (B) imagem de CPRM, demonstrando a sobreposição do

duodeno.........................................................................................

10

Figura 2 Imagem ilustrativa demonstrando as relações anatômicas entre

o tubo digestivo alto e as vias biliares............................................

13

Figura 3 Desenho esquemático da vesícula biliar e dos ductos biliares

extra-hepáticos, seccionada...........................................................

14

Figura 4 Ilustração da sobreposição do duodeno às vias biliares extra-

hepáticas (A), a sobreposição do duodeno em outro ângulo (B) e

sobreposição com transparência do duodeno demonstrando a

complexa anatomia da região que envolve o ducto colédoco

distal (C).........................................................................................

15

Figura 5 Diferença das médias dos escores das estruturas visibilizadas

antes e após o uso do meio de contraste oral negativo nos

diferentes serviços.........................................................................

29

Figura 6 Casos ilustrativos demonstrando a diferença da visibilização dos

ductos biliares antes (A,C,E) e após a utilização do meio de

contraste oral negativo (B,D,F)......................................................

30

xiii

RESUMO

Objetivo: Avaliar a eficácia do suco de abacaxi com Gadolínio-DTPA como

meio de contraste oral negativo para a colangiopancreatografia por ressonância

magnética (CPRM).

Pacientes e métodos: Foi realizado um estudo multicêntrico em três

instituições, nas quais foram avaliados 71 pacientes que realizaram o exame de

CPRM. Os pacientes eram examinados anteriormente e posteriormente ao ato de

ingestão de 180 ml do meio de contraste oral negativo. Foram obtidos escores,

quanto à qualidade das imagens, em seis locais da árvore biliar. Três radiologistas

cegados para o experimento fizeram a leitura das imagens, e os escores obtidos

foram submetidos à análise estatística.

Resultados: Não houve nenhuma reação adversa e nem queixas sobre o

sabor do meio de contraste. O teste t de Student mostrou diferença estatisticamente

significativa entre as imagens anteriormente e posteriormente à utilização do meio

de contraste (p<0,001) para os três radiologistas (R1, R2 e R3). A melhora dos

escores foi de 0,89 para o R1, 0,86 para o R2 e 0,67 para o R3. A média dos

escores dos radiologistas antes da ingestão do meio de contraste foi de 2,49 ± 0,42

(R1), 2,62 ± 0,32 (R2) e 2,22 ± 0,46 (R3). Posteriormente à ingestão, as médias

foram de 3,38 ± 0,62 (R1), 3,48 ± 0,55 (R2) e 2,89 ± 0,69 (R3). O índice de

correlação de Pearson foi fraco entre os radiologistas R1 e R3 e entre o R2 e R3,

antes da ingestão do meio de contraste; passou para moderado, após a utilização do

meio de contraste. Os ductos que apresentaram maior aumento nos escores foram

os ductos colédoco, ducto de Wirsung, porção distal do ducto colédoco e o ducto

cístico. Os escores do HMV foram os que aumentaram menos após o uso do meio

de contraste oral negativo em relação aos ductos de Wirsung e para o ducto

hepático comum.

xiv

Conclusão: A ingestão de 180 ml da solução do suco de abacaxi com

Gadolínio-DTPA eliminou de forma eficaz o sinal do tubo digestivo nas imagens de

CPRM, havendo melhora significativa nos índices de visibilização dos ductos

(p<0,001) avaliados pelos três radiologistas. Todos os pacientes ingeriram-no com

facilidade e acharam o sabor agradável. Sugerimos que o meio de contraste do suco

de abacaxi com Gadolínio-DTPA constitui um meio de contraste oral negativo

eficiente para a CPRM.

xv

ABSTRACT

Purpose: The aim of our study was to evaluate the use of pineapple juice (PJ)

solution with gadolinium as a oral negative contrast agent for magnetic resonance

cholangiopancreatography (MRCP).

Patients and Materials: A multicentric study with three institutions and 71

patients who underwent MRCP. The subjects were examined before and after

administration of 180 ml of PJ with gadolinium. Image quality scores were obtained

before and after contrast ingestion in six different sites of the biliary tree. Three

blinded radiologists evaluated the films and a statistical analysis was made.

Results: No adverse reaction was reported after ingestion of PJ/gadolinium

solution. There were no complaints about the taste or amount of the solution.

Student´s t test showed significant threshold: the image quality improved statistically

(p<0.001) for the three radiologists (R1, R2 and R3). The score improvement for R1

was 0.89; for R2 0.86 and for R3 0.67 after ingestion of the solution. The radiologists

mean before PJ ingestion was 2,49 ± 0,42 (R1); 2,62 ± 0,32 (R2); and 2,22 ± 0,46

(R3) (mean±standard deviation). After ingestion the improvement was: 3,38 ± 0,62

(R1); 3,48 ± 0,55 (R2) and 2,89 ± 0,69 (R3). Pearson´s correlation was poor between

R1 and R3 and between R2 and R3 before ingestion of PJ/gadolinium, and after

ingestion of negative contrast medium it was found a moderate correlation. The best

scores were found for coledocal duct, Wirsung, distal coledocal duct and the cystic

duct. The HMV´s scores were the lowest between the hospitals mainly for Wirsung

duct and common hepatic duct.

Conclusion: Ingestion of 180 ml of PJ/gadolinium solution eliminated

efficiently the gastroduodenal SI in MRCP, improving significantly the rates of

complete visualization of the pancreatobiliary ducts (P<0.01) for the three

xvi

radiologists. All patients easily ingested the contrast solution and found the solution

palatable. PJ/gadolinium constituted an efficient negative oral contrast agent for

MRCP.

1 INTRODUÇÃO

1.1 - Aspectos Históricos

A primeira descrição da utilidade da ressonância magnética (RM) em detectar

dilatação das vias biliares foi publicada por Dooms et al.,1986, com imagens axiais

de RM convencional spin-echo ponderadas em T2 (Tempo de relaxamento

transversal)[1]. Wallner et al., 1991, descreveram a técnica de

colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM), introduzida como um

método não invasivo para a avaliação da árvore biliar [2]. A CPRM se tornou uma

alternativa não invasiva à colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)

no estudo dos ductos biliares e pancreáticos, sem riscos ao paciente e de alta

acurácia diagnóstica [3-6]. As primeiras seqüências de colangiopancreatografia por

ressonância magnética eram muito demoradas, o que impedia a realização de

aquisições rápidas, determinando menor resolução espacial e de artefatos de

movimentos. Problemas inerentes dos estudos por imagem do abdômen, como a

peristalse intestinal, artefatos de respiração, batimentos cardíacos e de fluxo

sangüíneo, dificultaram a ampla utilização clínica da RM para o estudo do abdômen [6, 7].

Diversas modificações na técnica da CPRM foram descritas e aprimoraram as

seqüências de CPRM que geram imagens de alta qualidade das vias biliares e

pancreáticas [8-22]. Uma das novas seqüências é a RARE (half-Fourier rapid

acquisition with relaxation enhancement) que permite a aquisição rápida das

imagens (13 imagens em 18-20 segundos de apnéia) e reduz os artefatos de

respiração, bem como artefatos de susceptibilidade, como gases de alças intestinais

e de clips metálicos [8,20-22].

1 Introdução

2

O desenvolvimento de técnicas rápidas tem estimulado a pesquisa de meios

de contraste intraluminais para melhorar ainda mais a qualidade das imagens do

abdômen [23].

1.2 - Conceituação e Justificativa

As imagens dos ductos biliares e pancreáticos são avaliadas rotineiramente

por técnicas não invasivas como ultra-som, tomografia computadorizada e

ressonância magnética convencional, com acurácia diagnóstica variável e limitação

das imagens da anatomia do ducto pancreático e da árvore biliar seccional, que não

permitem a avaliação direta delas [24,25].

Atualmente, o papel da colangiografia intravenosa é muito limitado pela

opacificação incompleta da árvore biliar em cerca de 30-40% dos casos e pelo alto

número de reações adversas ao contraste intravenoso [26,27]. A colangiografia por TC

representou um avanço técnico, pois combina as vantagens da TC (reconstruções

multiplanares) com o estudo colangiográfico. Essa modalidade, assim como a

colangiografia intravenosa, possui limitação em pacientes com suspeita de doenças

das vias biliares com níveis de bilirrubina elevados, pois o fígado fica impossibilitado

de extrair ou excretar o agente de contraste no sistema biliar [28].

As técnicas invasivas, como a CPRE e CTPH oferecem imagens projecionais

da árvore biliar pela introdução do meio de contraste, sendo mais acuradas e

precisas. As principais vantagens são imagens de alta resolução e a possibilidade

terapêutica no mesmo momento do diagnóstico. Algumas limitações técnicas podem

levar ao insucesso da CPRE, e complicações podem ocorrer em um número elevado

de pacientes (hiperamilasemia assintomática em 70% dos casos, pancreatite pós

CPRE em cerca de 0,5% e colangite em 1%), com mortalidade de,

aproximadamente, 1% [29-32].

A colangiografia transparieto-hepática (CTPH) possui o mesmo papel

diagnóstico e terapêutico da CPRE, porém é mais invasiva e mais arriscada (a

incidência de sepse é em torno de 1,4% dos casos) além de ser mais onerosa.

1 Introdução

3

Recentemente, devido ao surgimento de técnicas rápidas com alta qualidade

nas imagens de RM de abdômen, foi possível o desenvolvimento da CPRM, gerando

novo interesse na RM para a avaliação das doenças pancreatobiliares. A

implementação de bobinas de corpo com arranjo de fase permite imagens de alta

qualidade com apnéia e excelente resolução espacial [6].

A CPRM é uma técnica diagnóstica não invasiva que permite a visibilização

dos ductos biliares com imagens semelhantes às obtidas com a CPRE, mas sem a

necessidade de utilizar meio de contraste intravenoso ou qualquer intervenção nas

vias biliares [2,10]. Essa técnica combina os benefícios das imagens de RM

convencional do abdômen com as imagens projecionais da CPRM, que podem ser

realizadas num mesmo momento [33,34].

A RM provou ser um excelente método de imagem não invasivo, de alta

acurácia, sem a necessidade do uso de radiação ionizante e, em muitos casos, sem

a necessidade de administração de meio de contraste intravenoso. É relativamente

operador independente e sem risco de morbi/mortalidade [34].

O meio de contraste oral mais comumente utilizado para realização de RM é o

quelato de Gadolínio-DTPA (Gd-DTPA), que apresenta boa tolerabilidade pelos

pacientes e é considerado seguro, principalmente para pacientes pacientes com

história de reações alérgicas aos meios de contraste iodados. As limitações da RM

relacionam-se a pacientes com claustrofobia, marcapasso cardíaco ou com aerobilia

difusa, geralmente secundária à papilotomia prévia [34], circunstâncias nas quais a

CPRE é superior à CPRM, como exame de eleição para detecção de litíase biliar [28].

Outras limitações da CPRM são os cálculos biliares menores do que 4 mm e

pequenas lesões expansivas pancreáticas e periampulares, melhor diagnosticados

com a ecoendoscopia (EE) [35]. Além disso, faz-se necessária a opacificação de

alças intestinais, assim como a tomografia computadorizada (TC), com o uso de

meios de contraste orais, para diferenciar colapso, alças contendo líquido, órgãos

intra-abdominais e lesões intra-abdominais [6].

A CPRM demonstrou eficácia de 96 a 100% para detecção da obstrução da

via biliar e cerca de 90% para detecção da sua causa [36,37]. Ela demonstra com

clareza os ductos biliares proximais à obstrução, geralmente de difícil acesso pela

1 Introdução

4

CPRE. Nesses casos, a CPRM representa um importante exame que pode atuar

como guia da CPRE [12,38-40].

A CPRM apresenta algumas desvantagens em comparação com a

colangiografia direta, pois possui resolução espacial inferior [34]. A imagem de

somação das reconstruções pode ocultar pequenos cálculos [37]. Novas técnicas com

a utilização de meios de contraste para a CPRM, específicos para os hepatócitos,

que são excretados na bile, podem ser úteis para avaliar disfunção do parênquima

hepático quando excretados na via biliar [41,42].

Essa técnica é um procedimento passivo em que se visibilizam os ductos

biliares no seu estado de repouso e, portanto, demonstra-os de forma mais acurada

no seu calibre original, ao passo que na CPRE os ductos biliares estão sob pressão

de injeção do contraste. Nesta, alguns segmentos ductais podem ficar mais

distendidos do que o normal, pela necessidade de o operador demonstrar

adequadamente estenoses ou estreitamentos, ou de subestimar alguns segmentos

pelo cuidado em evitar colangites ou pancreatites [4].

A comparação entre a acurácia da CPRM e da CPRE foi avaliada por Tamura

et al., (2006) em relação ao ducto pancreático, em pacientes com pancreatite

crônica, corroborando com dados da literatura [43]. Em diversos estudos, a CPRM e a

CPRE apresentaram a mesma acurácia no diagnóstico de cálculos biliares [16,35,44-46],

entretanto, a CPRM foi superior à CPRE no diagnóstico de litíase intra-hepática [46].

Mesmo em situações em que a CPRE está indicada para drenagem paliativa

da via biliar, a CPRM pode ser útil. O principal exemplo consiste no

colangiocarcinoma da confluência dos hepáticos (tumor de Klatskin), onde a

drenagem endoscópica é tecnicamente difícil, não raramente incompleta, levando à

colangite de difícil tratamento [35]. Assim, através da CPRM, Zidi et al. (2000)

classificaram corretamente 16 dos 20 colangiocarcinomas hilares (80%), conforme a

classificação de Bismuth, nos quais a CPRE foi realizada após a CPRM, sem o

conhecimento do seu resultado. Seis desses pacientes (30%) foram drenados

inadequadamente e evoluíram com colangite [47]. Utilizando-se deste conhecimento,

Hintze et al., 1997, orientaram a drenagem biliar por via endoscópica em 35

pacientes, baseando-se nos achados da CPRM. Procuraram contrastar e drenar um

1 Introdução

5

único lobo. A resolução da icterícia ocorreu em 86%, e apenas 6% evoluíram para

colangite [45]. Essas observações justificam a realização de estudos comparativos.

A acurácia da RM para o estudo das vias biliares não se repete para a

visibilização dos ductos pancreáticos. Assim, novos métodos, tais como a

pancreatorressonância dinâmica, feita com a administração intravenosa de

secretina, melhoram a visibilização dos ductos pancreáticos [18, 35, 48].

A CPRE é considerada padrão de referência para o estudo da árvore biliar e

do ducto pancreático. A acurácia diagnóstica da CPRM é comparável à da CPRE na

avaliação da coledocolitíase [8,9,11,12,19,21], na obstrução biliar por neoplasia maligna [10,11,18], na avaliação das variantes anatômicas das vias biliares e do ducto

pancreático [13,14,17] e nas doenças do ducto pancreático [17,18,22]. Diferentemente da

CPRE, a CPRM pode ser realizada de forma rápida, sem necessidade de utilização

de instrumentos e evita as complicações da CPRE, que incluem pancreatite, sepse,

perfuração e hemorragia [38].

As vantagens da CPRM sobre as demais técnicas relacionam-se a não ser

invasiva, não requerer anestesia, não ser operador dependente, ter alto padrão de

imagens, não necessitar de meio de contraste intraductal ou intravenoso, não utilizar

radiação ionizante, visibilizar os ductos proximais a uma obstrução, ser realizada

com sucesso na presença de anastomoses biliodigestivas, medir a espessura da

parede ductal e avaliar doença extraductal em conjunto com a RM convencional.

A grande vantagem da CPRE é possibilitar a realização do diagnóstico e da

terapêutica no mesmo momento, como um procedimento seguro. Entretanto, a não

canulização do ducto biliar comum ocorre de 3-10%, a morbidade pode ser de 8% e

a mortalidade em torno de 1% [49-51]. Por todos esses motivos, em algumas

instituições, a CPRM está se tornando gradualmente a modalidade preferencial na

investigação das vias biliares e a CPRE, reservada para fins terapêuticos [38].

O ultra-som, pelo seu baixo custo e boa resolução, ainda é a primeira

modalidade de investigação de imagens das vias biliares, principalmente na

colelitíase, que representa 90% das doenças da vesícula biliar.

1 Introdução

6

Como a CPRM é derivada da RM convencional, na sua leitura, é possível

realizar RM, angioRM e CPRM ao mesmo tempo, obtendo-se informações sobre

lesões neoplásicas ou císticas, presença de linfonodos, comprometimento de

grandes vasos. Nesses parâmetros, a CPRM e a TC helicoidal são equivalentes [35].

As imagens de CPRM são realizadas com seqüências de pulso que geram

imagens sensíveis à água (longo trem de ecos e seqüências fortemente pesadas em

T2), fazendo com que a bile fique com alto sinal, ou seja, se torne “branca”,

permitindo a adequada avaliação dos ductos biliares e o mesmo ocorre com suco

pancreático e os ductos pancreáticos.

Por ser uma técnica de RM ponderada em T2 pesado, as imagens são

obtidas dos líquidos que estão em movimento lento “estacionários” (ex: bile, suco

gástrico, urina no sistema coletor e ureter). Os ductos biliares e o ducto pancreático

aparecem hiperintensos e os tecidos de fundo (fígado, pâncreas, gordura do

retroperitônio, sangue com circulação rápida) ficam escuros, permitindo ótima

visibilização das vias biliares.

Independentemente da seqüência de pulso utilizada, as imagens de CPRM

são imagens fortemente pesadas em T2, permitindo que em uma única imagem,

seja possível analisar a anatomia das vias biliares e do ducto pancreático de forma

semelhante à CPRE.

A mais recente modificação dessa técnica foi o surgimento das aquisições

volumétricas 3 “D”, que permitem resolução espacial com melhora da qualidade das

imagens dos ductos biliares e pancreáticos. Essas seqüências são analisadas para a

utilização clínica e já estão incluídas na rotina dos exames de CPRM [52,53].

1.3 - Aquisição de Imagens de CPRM

1.3.1 - CPRM com a utilização de apnéia

Diversos autores exploraram a possibilidade de melhorar a técnica com

utilização de apnéia para CPRM. Takehara et al.,1994, propuseram a técnica de

turbo spin echo (TSE) com apnéia, bobina de superfície e campo de visão pequenos

1 Introdução

7

para melhorar a relação sinal/ruído (S/R) e a resolução espacial [54]. As maiores

limitações são os longos períodos de apnéia (44s), com suporte extra de oxigênio

nos pacientes idosos, segmentação das imagens, dificuldades na avaliação do

pâncreas nos pacientes obesos, pois o órgão fica muito profundo e longe da

superfície das bobinas. Na série de Guibaud et al., 1994, eram realizadas

seqüências com apnéia de mais de um minuto, e os pacientes hiperventilavam com

100% de oxigênio dez minutos antes da realização do exame [55].

A técnica com apnéia mais rápida, com menor tempo de aquisição (18 s),

utilizando-se a seqüência com o tempo de inversão rápido para se obter uma melhor

relação contraste/ruído (C/R), também foi proposta [56].

Mais recentemente, novas técnicas têm sido desenvolvidas, baseando-se nas

seqüências TSE modificadas, como a RARE (half-Fourier rapid acquisition with

relaxation enhancement) e HASTE (half-Fourier single shot turbo spin-echo). Essas

técnicas permitem a obtenção de imagens colangiográficas com um período bem curto

de apnéia, com a vantagem de evitar artefatos de movimento (relacionados à

peristalse, respiração e movimentos voluntários) e possibilitam o estudo em pacientes

não colaborativos.

No trabalho de Laubenberger et al., 1995, a técnica de aquisição single-shot

RARE possibilitou que em um único corte espesso se tomasse todo o volume da

imagem com 4s de apnéia. A principal desvantagem dessa técnica é a

impossibilidade do pós-processamento da imagem, porque não há imagem de

aquisição para se avaliar [57]. O impacto desse fator deve ser avaliado no diagnóstico

de pequenos cálculos e de pequenas lesões.

Estudos realizados por Sananes et al., 1995, demonstraram a possibilidade

de realização da técnica multislice CPRM com a seqüência HASTE, com cerca de 2s

de apnéia por corte, combinando as vantagens da aquisição em apnéia e a técnica

multislice [19,58].

Outras técnicas foram exploradas, mas não estão comercialmente disponíveis

no momento [59,60].

1 Introdução

8

1.3.2 - CPRM sem a utilização de apnéia

O motivo para investigar o uso de técnicas sem o uso de apnéia é que a

maioria dos pacientes são idosos e não colaborativos, portanto, não conseguem

apneia por mais do que 20s, tempo necessário para a maioria das técnicas de

apnéia.

As seqüências sem apnéia são TSE e foram primeiramente propostas por

Meakem et al.,1995 [61], e Outwater, 1995 [62]. Tanto a técnica 2 “D” quanto a 3 “D”

foram desenvolvidas por Reinhold et al., 1995, e Macaulay et al., 1995, que

exploraram as vantagens potenciais da técnica TSE 2 “D”, cuja principal limitação é

a espessura do corte (no mínimo, de 3 mm) devido a restrições de gradiente [15,63]. A

técnica TSE 3 “D”, usada por Barish et al., 1995, com aparelho de 1,5 T [9] e por

Pavone et al., 1996, com um aparelho de 0,5 T pode superar essas limitações [64]. O

uso das aquisições 3 “D” melhora a S/R e a resolução espacial, além de reduzir os

artefatos. A resolução praticamente isotrópica permite a utilização da técnica de

máxima intensidade de projeção (MIP) e reconstruções em qualquer plano, bem

como a realização de reformatações multiplanares [65].

Outros avanços técnicos que atualmente têm utilizado bobinas “phase-array”

permitem a obtenção de imagens com cortes mais finos, reduzem artefatos de

susceptibilidade de movimento e aumentam a relação sinal/ruído [13,20,54,62].

1.3.3 - CPRM com meio de contraste positivo

Os meios de contraste positivos gastrointestinais aumentam o sinal

intraluminal pelo efeito paramagnético de redução do T1 (Tempo de relaxamento

longitudinal) dos tecidos vizinhos ou pela redução do relaxamento do T1 intrínseco.

Atualmente, muitas substâncias têm a capacidade de aumentar a intensidade de

sinal pela presença de metais pesados como o Gd-DTPA, manganês, ferro e cobre [6].

Recentemente, meios de contraste que são capturados e excretados pelos

hepatócitos entraram em fase de avaliação para a comercialização. Esses meios de

contraste são excretados na bile e podem ser utilizados em estudos por imagem da

1 Introdução

9

árvore biliar. Os agentes, atualmente aprovados nos Estados Unidos, são o

gadobenato dimeglumínico (MultiHance; Bracco Diagnostics Inc) e o mangafodipir

trisodium (Teslascan, Amersham GE Healthcare, Piscataway, NJ). O gadobenato

dimeglumínico foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) para a

avaliação do sistema nervoso central, mas não é autorizado para o estudo das vias

biliares, a não ser em pesquisas controladas. Esses dois meios de contraste

possuem utilidade no pré e pós transplante de fígado, na avaliação da anatomia

biliar pré transplante e na detecção de complicações pós-transplante [66-73].

As imagens de CPRM com cortes finos e grossos são amplamente utilizadas

para a avaliação das vias biliares antes das cirurgias laparoscópicas e também na

avaliação dos doadores para transplantes intervivos. A experiência do grupo do

Hospital Clinic de Barcelona, nesses casos, foi ruim na avaliação dos ductos biliares

não dilatados, sendo importante a utilização do mangafodipir trisodium [71], pois a

injeção intravenosa desse meio de contraste secretado pela bile permite redução do

T1, aumenta a intensidade de sinal da bile nas seqüências ponderadas em T1 e

possibilita a melhor avaliação da anatomia dos ductos biliares não obstruídos nos

candidatos doadores de fígado. Esses meios de contraste são também úteis para

avaliar a complexa anatomia do sítio das anastomoses entero-biliares que não são

acessíveis com a CPRE [74].

O maior problema em técnicas com uso de meios de contrastes especiais é a

necessidade de boa função hepática para a excreção do agente de contraste a fim

de obter ótima imagem das vias biliares. Além disso, o mangafodipir trisodium já não

está mais disponível nos Estados Unidos.

1.3.4 - CPRM com meio de contraste negativo

O jejum é recomendado para a realização da CPRM a fim de eliminar o sinal

do trato gastrointestinal. Diversos agentes de contraste, portanto, têm sido utilizados

com diferentes mecanismos para o delineamento intraluminal.

Os meios de contraste negativos utilizam as propriedades paramagnéticas

intrínsecas dos íons de metais pesados de algumas substâncias que, expostas a um

1 Introdução

10

campo magnético externo, como meios de contrastes paramagnéticos, causarão

aumento no campo magnético local do tecido no qual serão expostas, reduzindo o

T1 e o T2, o que interfere na intensidade de sinal e, conseqüentemente, no contraste

da RM. O aumento da concentração de substâncias paramagnéticas, como o

manganês, aumenta a intensidade de sinal em T1 e reduz a intensidade de sinal em

T2 [78]. Exemplos de agentes negativos são aqueles baseados nos

perfluorocarbonos, partículas superparamagnéticas, sulfato de bário ou o ar [7]. Uma

variedade de meios de contraste naturais tem sido descritos como meios de

contraste intraluminais [75,76]. Existem também meios de contraste bifásicos (positivos

nas seqüências ponderadas em T1 e negativos nas seqüências ponderadas em T2),

sendo que a maioria é à base de manganês (Mn) [77,78].

Pela natureza de projeção das imagens de CPRM, todos os líquidos

estacionários apresentarão sinal elevado (hiperintensidade de sinal), ou seja, os

líquidos no interior do estômago e do duodeno irão se sobrepor às imagens dos

ductos biliares e do ducto pancreático, dificultando a adequada análise deles (Figura

1). Para reduzir essa interferência de sinal do tubo digestivo, preconiza-se a

realização de jejum e, se possível, a utilização de um meio de contraste negativo,

administrado por via oral [16,23].

Figura 1: (A) Ilustração demonstrando a sobreposição do tubo digestivo e, em (B) imagem de CPRM demonstrando a sobreposição do duodeno. (fonte: gettyimages.com)

A B

1 Introdução

11

Diversos trabalhos têm utilizado meios de contrastes que suprimam o sinal do

tubo digestório [6,23,79]. O meio de contraste oral ideal para RM deve ser de boa

aceitação pelo paciente, ter distribuição uniforme no lúmen do trato digestório, não

diluir ao longo do trajeto, não ser tóxico, não estimular peristaltismo e ter custo

aceitável [6].

Já existem meios de contraste negativo, comercializados com partículas

superparamagnéticas, que são de custo elevado e paladar desagradável. A

utilização de gadolínio diluído em água, leite, chás ou em suco de frutas tende a

contornar esses dois problemas. Para atingir uma concentração eficiente de

manganês de 19mg/L a 30 mg/L (77-81), utilizam-se 400 a 600 mL de suco de mirtilo.

O açaí, que é uma fruta da Amazônia, também pode ser utilizado satisfatoriamente,

como meio de contraste intraluminal, reduzindo o tempo de relaxamento T1 e T2 [6].

Espinosa et al., 2006, destacaram o abacaxi, entre outras frutas analisadas in

vitro, como a fruta com maior concentração de manganês [79].

Coppens et al., 2005, demonstraram in vitro e in vivo, por meio de análises

quantitativas e qualitativas, o efeito de supressão de sinal do tubo digestivo com

meio de contraste negativo utilizando o suco de abacaxi com gadolínio [80]. Na

análise quantitativa, foi medida a perda de sinal no estômago e no duodeno, sendo

de 96% ± 5% e 90% ± 16%, respectivamente, demonstrando ser altamente efetivo

como meio de contraste negativo.

O uso de Ferriseltz® como meio de contraste, à base de citrato de amônio e

ferro foi misturado ao leite, tornando-o mais palatável aos pacientes, mas

apresentando efeitos colaterais, como diarréia, após o exame [22].

O Lumiren® (Guerbert) é meio de contraste negativo, composto por

suspensão de cristais de óxido de ferro, superparamagnéticos, revestidos por

silicone, e com elevada suscetibilidade magnética. Galvão et al., 2002,

apresentaram, em seus estudos, efeitos colaterais como náuseas (27%), cólicas

(20%), azia e parestesia labial (14%) e cerca de 63% dos pacientes fizeram

referência a gosto muito ruim [81].

1 Introdução

12

O uso de Gd-DTPA também foi utilizado como meio de contraste oral negativo

para CPRM, sendo que Chan et al., 2000, encontraram resultados satisfatórios [82].

1.4 - Anatomia dos Ductos Biliares

A bile é secretada pelas células hepáticas para os canalículos biliares, os

menores ramos do sistema de ductos intra-hepático. A maioria dos canalículos

drenam para pequenos canais biliares interlobulares, que se unem a outros para

formar ductos progressivamente maiores. Finalmente, são formados ductos

hepáticos que emergem da “porta hepática”. O ducto hepático direito drena o lobo

direito do fígado e o ducto hepático esquerdo drena o lobo esquerdo. As áreas do

fígado drenadas pelos ductos hepáticos são as mesmas supridas pelos ramos direito

e esquerdo da artéria hepática e veia porta. Logo após deixar a ”porta hepática”, os

ductos hepáticos direito e esquerdo unem-se para formar o ducto hepático comum,

podendo existir ductos acessórios, como também pode ocorrer a presença de ductos

aberrantes, condutos biliares que saem diretamente do lobo hepático direito para a

vesícula biliar [83,84].

O ducto hepático comum, com cerca de 4 cm de comprimento, segue para

baixo e para a direita, entre as lâminas do omento menor. Recebe pelo lado direito e

em ângulo agudo o ducto cístico da vesícula biliar para formar o ducto colédoco

(ducto biliar comum). Este grande ducto possui 8 a 10 cm de comprimento e 5 a 6

mm de diâmetro [81].

O ducto colédoco corre na borda livre do omento menor juntamente com a

artéria hepática e a veia porta. Segue para baixo, adiante do forame omental, onde

está na frente da margem direita da veia porta e à direita da artéria hepática. O ducto

colédoco passa atrás da parte superior do duodeno e da cabeça do pâncreas,

ocupando um sulco na parte posterior da cabeça ou nela incluído. À medida que

passa por trás do duodeno, o ducto colédoco situa-se à direita da artéria

gastroduodenal. No lado esquerdo da porção descendente do duodeno, o ducto

colédoco entra em contato com o ducto pancreático e ambos correm obliquamente

através da parede do duodeno, onde geralmente se unem para formar a ampola

1 Introdução

13

hepatopancreática. A estreita extremidade distal da ampola abre-se para a porção

descendente do duodeno no ápice da papila maior, 8 a 10 cm do piloro.

O músculo circular, ao redor da extremidade distal do ducto colédoco, é

espessado para formar o esfíncter coledociano, uma bainha muscular que circunda o

ducto colédoco imediatamente antes e depois de penetrar na parede duodenal.

Como mencionado anteriormente, há também um esfíncter hepatopancreático. Este

esfíncter controla a passagem de bile e suco pancreático para o duodeno. Quando o

esfíncter do ducto colédoco se contrai, a bile não pode entrar na ampola e/ou no

duodeno; portanto ela reflui e segue, ao longo do ducto cístico, até a vesícula biliar,

para concentração e armazenamento [83].

O ducto cístico tem 2 a 4 cm de comprimento e junta-se ao ducto hepático em

posições anterior, laterais direita ou esquerda e posterior, em ângulos geralmente

agudos (Figura 2). Essa junção pode ocorrer próximo ao hilo hepático (junção alta)

ou distal ao hilo hepático (junção baixa) [84].

Figura 2: Imagem ilustrativa demonstrando as relações anatômicas entre o tubo digestivo alto e as vias biliares. (fonte: www.hepfoundation.org.nz/liver.html).

A túnica mucosa do ducto cístico forma uma prega espiral com um centro de

músculo liso. Essa prega é contínua com a prega espiral do colo da vesícula biliar

(válvula de Heister) [84]. À medida que se espirala ao longo do ducto cístico adquire o

1 Introdução

14

aspecto de uma válvula espiral. A prega espiral mantém o ducto cístico

constantemente aberto, de forma que a bile possa passar facilmente à vesícula biliar

quando o ducto colédoco está fechado pelo seu esfíncter e, pelo esfíncter da

ampola, para que a bile possa passar em direção oposta, para o duodeno, quando a

vesícula biliar se contrai [83].

A anatomia das vias biliares é variável e o padrão convencional dos seus

ramos hepáticos direito e esquerdo e ducto hepático comum está presente em 57%

a 60% da população normal [71]. (Figura 3).

A confluência biliar ocorre no hilo, fora do parênquima hepático, formando o

ducto hepático comum. Essa junção clássica é encontrada em, aproximadamente,

56% dos indivíduos, com muitas variantes anatômicas. [85].

Figura 3: Desenho esquemático da vesícula biliar e dos ductos biliares extra-hepáticos, seccionada. (Fonte: Netter,1999)

Os ductos biliares extra-hepáticos são compostos por segmentos originários

dos ductos hepáticos direito e esquerdo, que se juntam para formar a confluência

1 Introdução

15

biliar e o colédoco, o qual drena no duodeno. O aparelho biliar acessório

compreende a vesícula biliar e o ducto cístico [85].

A confluência dos ductos hepáticos direito e esquerdo ocorre à direita no hilo

hepático, ao longo e anteriormente à veia porta direita, onde se posiciona

superiormente e medialmente, à esquerda do tronco portal principal [85].

A vesícula biliar, de um modo geral, encontra-se na porção ínfero-anterior do

fígado, no lobo direito, e projeta-se à parede abdominal anterior no nível da nona

costela direita e linha hemiclavicular direita. No colo da vesícula biliar, pode existir

uma saculação chamada de infundíbulo da vesícula biliar (bolsa de Hartmann), a

qual pode predispor à formação de cálculos nesta região [84] (Figura 4).

A área delimitada pelos ductos cístico e hepático comum e pela borda do hilo

hepático é chamada trígono cistohepático (triângulo de Calot). Neste trígono há

componentes importantes do pedículo hepático que, uma vez identificados

erroneamente, num procedimento cirúrgico, podem trazer graves repercussões pós-

operatórias como estenoses biliares, hemorragias e trombose hepática [84].

Figura 4: Ilustração da sobreposição do duodeno às vias biliares extra-hepáticas (A), a sobreposição do duodeno em outro ângulo (B) e sobreposição com transparência do duodeno demonstrando a complexa anatomia da região que envolve o ducto colédoco distal (C).(fonte: gettyimages.com)

Tendo em vista essas considerações anatômicas e a necessidade de um

exame com imagem de qualidade e confiável, procuramos através deste estudo

desenvolver uma metodologia simples para acompanhar as alterações anatômicas.

As vantagens da CPRM, que ocupa importante papel na avaliação das doenças de

A B C

1 Introdução

16

vias biliares, promovem interesse na realização deste estudo para avaliar o emprego

do suco de abacaxi comercializado com pequena quantidade de Gd-DTPA como

meio de contraste oral negativo, com a possibilidade de melhorar a visibilização das

estruturas biliares.

2 - OBJETIVOS

2.1 - Geral

Avaliar o efeito do uso do suco de abacaxi comercializado, adicionado com

Gd-DTPA, como meio de contraste oral negativo, na CPRM.

2.2 - Específicos

- Avaliar a diferença na qualidade das imagens de CPRM, visibilizada pelos

três radiologistas (R1, R2 e R3), cegados para o protocolo de pesquisa, antes e após

o uso do suco de abacaxi como meio de contraste oral negativo.

- Comparar a diferença na qualidade das imagens de CPRM, obtidas nos

ductos hepáticos direito e esquerdo, ducto hepático comum, ducto cístico, colédoco,

porção distal do colédoco e no ducto de Wirsung, antes e após o uso do suco de

abacaxi como meio de contraste oral negativo.

- Avaliar a diferença na qualidade das imagens de CPRM, obtidas nos

diferentes aparelhos das instituições em estudo, antes e após o uso do suco de

abacaxi como meio de contraste oral negativo.

3 - PACIENTES E MÉTODOS

Este trabalho é um estudo transversal, prospectivo, multicêntrico, realizado

simultaneamente em três instituições: Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),

Hospital Moinhos de Vento (HMV) e Ressonância Clínica em Canoas (RCC).

A seleção dos pacientes incluiu todos os que realizaram o exame de CPRM

nessas instituições, entre agosto de 2005 e dezembro de 2006, e que assinaram o

termo de consentimento informado (Anexo A) de livre e espontânea vontade.

3.1 - Características dos Pacientes

Foram incluídos 71 pacientes, 33 provenientes do HCPA (46,47%), 19 do

HMV (26,76%) e 19 da RCC (26,76%); 31 estavam internados (43,66%) e 40 eram

ambulatoriais (56,33%); 46 eram do gênero feminino (64,78%) e 25 masculinos

(35,22%); a média de idade foi de 45 anos (18 a 75 anos) Tabela 1.

Tabela 1 - Características dos pacientes

PACIENTES

HCPA n=33

HMV n=19

RCC n=19

Gênero (M/F) 13 / 20 10 / 9 2 / 17 Idade 20 a 70 25 a 65 19 a 71 Internados 20 / 13 6 / 13 3 / 16

3 Pacientes e Métodos

19

Cada paciente era o seu próprio controle, pois, na comparação das

imagens de CPRM, foram efetuados dois estudos, um, antes da ingestão do

composto e outro, dez minutos após a ingestão dele. O composto refere-se a 180

mL de suco de abacaxi industrializado e comercializado, misturado com 1 mL de Gd-

DTPA, em jejum prévio de quatro horas.

O suco de abacaxi com Gd-DTPA era administrado, via oral, por canudo de

plástico, estando o paciente em decúbito dorsal, já na mesa de exame, logo após

CPRM, sem o meio de contraste negativo.

3.2 - Critérios de exclusão

Foram excluídos da análise os exames que possuíam baixa qualidade ou que

dificultassem a análise adequada das vias biliares.

3.3 - Características do meio de contraste oral negativo

Foi realizada análise de espectrofotometria de duas amostras do suco de

abacaxi, utilizado no estudo como meio de contraste oral negativo, para a dosagem

da concentração de manganês. As amostras não continham glúten.

Amostra 1 - Maguary®

• Identificação: Suco integral e concentrado de abacaxi

• Marca: Maguary®

• Composição: Água potável, aromatizante, aroma idêntico ao abacaxi,

acidulante, ácido cítrico, conservantes, benzoato de sódio, metabissulfito de

sódio, estabilizante, goma gelama e citrato de sódio.

• Validade: 05/06/2008

• Lote: 70810011-A

• Concentração de Manganês: 14,08 mg/kg

3 Pacientes e Métodos

20

Amostra 2 - Maguary®

• Identificação: Suco integral e concentrado de abacaxi

• Marca: Maguary®

• Água potável, aromatizante, aroma idêntico ao abacaxi, acidulante, ácido

cítrico, conservantes, benzoato de sódio, metabissulfito de sódio,

estabilizante, goma gelama e citrato de sódio.

• Validade: 07/07/2008

• Lote: 70810011-B

• Concentração de Manganês: 14,97 mg/kg

3.3.1 - Gadolínio DTPA

Utilizou-se para este estudo o Gd-DTPA da Bayer Schering Pharma® e da

Guerbet®.

O Gd-DTPA (GD+3) é um íon metálico paramagnético que reduz o tempo de

relaxamento T1 e T2. Devido à toxicidade de sua forma iônica, ele é usado como um

quelato, ou seja, moléculas orgânicas grandes (complexo ligante) formam um

complexo estável ao seu redor. O quelato reduz a chance de toxicidade. A

freqüência de reações adversas é baixa. Os meios de contraste paramagnéticos são

largamente utilizados sendo considerados seguros, e eliminados rapidamente em

pacientes com função renal normal, entretanto, em pacientes com insuficiência renal,

a meia-vida é prolongada e possíveis efeitos colaterais podem ocorrer.

3.4 - Características dos aparelhos de RM

Os exames de CPRM foram realizados em três aparelhos diferentes de RM.

Nos exames realizados na RCC, utilizou-se um aparelho de 0,5 T Gyroscan Intera

NT, com “slew rate” (taxa subida) de 120 T/m/s e pico de amplitude de gradiente de

27 mT/m (Philips Medical Systems, Best, Netherlands), utilizando-se bobina

envolvente BWA dedicada a abdômen (Philips Medical Systems, Netherlands).

3 Pacientes e Métodos

21

Foram utilizados outros dois aparelhos de ressonância magnética de

1,5 T. No HMV, utilizou-se o Avanto com “slew rate “de 200 T/m/s e pico de

amplitude de gradiente de 45 mT/m (Siemens, Erlangen, Germany) e no HCPA, o

Achieva, com “slew rate “de 120 T/m/s e pico de amplitude de gradiente de 33 mT/m

(Philips Medical Systems, Best, Netherlands). Nesses aparelhos, foram utilizadas

bobinas de torso “body matrix” com quatro canais tipo “phased-array” (arranjo de

bobina em fase), com técnica Grappa e Sense, respectivamente.

3.5 - Obtenção e análise das imagens de CPRM

As imagens de CPRM foram adquiridas com seqüências rápidas, utilizando-se

apnéia, com espessura de cortes grossos e também seqüências com sincronismo

respiratório, tanto nos pacientes hígidos quanto nos pacientes sem condições de

realizarem as seqüências com técnica em apnéia devido ao seu estado clínico

debilitado.

As seqüências de CPRM com técnica de apnéia 2 “D” single-shot TSE foram

adquiridas na ponderação T2 no plano coronal com aquisição de cerca de nove

imagens radiais, com TR=8000 ms e TE=900 ms, com espessura de corte de 40mm,

FOV=250 mm, matriz = 171 X 256, tempo de aquisição de cada imagem cerca de

dois segundos.

As seqüências com sincronismo respiratório eram volumétricas (MRCP 3D

Sense), sem espaçamento, ponderadas em T2, com técnica multislice, com

realização de 120 cortes com espessura de 0,8 mm, TR=1151 ms, TE=650ms,

Matriz= 512X512 e o tempo variando de acordo com a freqüência respiratória de

cada paciente.

Também foram adquiridas imagens de RM convencional ponderadas em T2,

sem e com supressão de gordura, nos planos coronal e axial, TR=2031ms, TE=80

ms, espessura= 7mm, Matriz= 512 X 512, e seqüências ponderadas em T1, com

supressão de gordura nos planos axial e coronal, dinâmicas durante a injeção de 10

mL de meio de contraste paramagnético Gd-DTPA endovenoso com TR=4,0 ms,

3 Pacientes e Métodos

22

TE=1,9ms, espessura de corte= 8 mm, Matriz= 512 X 512 nos casos com

suspeita de neoplasia ou de processo inflamatório.

Após a ingestão do suco de abacaxi como meio de contraste oral negativo,

foram realizadas seqüências de RM convencionais complementares ao diagnóstico

e, nos casos de pesquisa de neoplasia ou de processo inflamatório, seqüências

dinâmicas ponderadas em T1 com supressão de gordura antes, durante e após a

injeção do agente paramagnético Gd-DTPA, por via endovenosa para, melhor

avaliação diagnóstica.

Após a obtenção das amostras, as imagens de cada exame foram

selecionadas aleatoriamente e organizadas em forma de apresentação de slides no

Power Point, contendo a numeração de 1 a 71, apresentadas no Anexo B.

Cada slide continha duas imagens selecionadas da CRPM, de boa qualidade

técnica, que permitiam a visibilização das vias biliares, antes e após a administração

do meio de contraste oral negativo de suco de abacaxi com Gd-DTPA.

Tais imagens foram gravadas em CD (Anexo B) e impressas (Anexo C). Cada

página continha duas imagens (antes e após o uso do meio de contraste) e espaços

para o escore da avaliação de cada variável. Esse material foi entregue aos três

médicos radiologistas (R1, R2 e R3) cegados para o protocolo de pesquisa, entre si,

juntamente com a ficha que continha os critérios de avaliação a serem utilizados na

análise das imagens (Anexo D).

Não foi fornecido aos avaliadores nenhum dado clínico dos pacientes ou da

origem das imagens onde o exame foi realizado. O três médicos radiologistas têm

experiência em RM e CPRM e trabalham em hospitais universitários, porém não

participaram da realização dos exames do estudo.

3.6 - Escore aplicado às imagens de CPRM

Na análise das imagens de CPRM, obtidas antes e após a ingestão do meio

de contraste oral negativo, os três radiologistas selecionados pela sua experiência

3 Pacientes e Métodos

23

em RM e que não fizeram parte da realização dos exames, classificaram a

qualidade das imagens de acordo com o escore abaixo, que varia de 1 a 4:

1 - A hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno impossibilita a análise das

estruturas;

2 - A hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno dificulta parcialmente a

análise das estruturas;

3 - A hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno não dificulta a análise das

estruturas;

4 - Não há hiperintensidade de sinal no estômago ou no duodeno.

Os escores foram aplicados nas imagens de CPRM obtidas das estruturas

abaixo, listadas:

1 - Ductos hepáticos direito e esquerdo e/ou ductos intra-hepáticos (DH/VBI);

2 - Ducto hepático comum (DHC);

3 - Ducto cístico (DCIS);

4 - Colédoco (DC);

5 - Porção distal do colédoco (PDDC);

6 - Ducto de Wirsung (DW).

3.7 - Aspectos Éticos

O termo de consentimento informado, contendo minucioso detalhamento

sobre a natureza e objetivo do estudo, foi apresentado a todos os pacientes e aceito

antes da realização do exame de CPRM (Anexo A). Este estudo foi aprovado pela

comissão de ética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (protocolo 06-460

HCPA/GPPG) e pelo comitê de ética e pesquisa da UFCSPA.

Todo o procedimento corresponde às normas éticas, legais e regulatórias das

instituições e do CONEP.

3 Pacientes e Métodos

24

3.8 - Análise Estatística

O cálculo amostral foi de 36 pacientes, considerando taxa de visibilização

completa de 60%, pré-uso do meio de contraste e, 91%, após uso do meio de

contraste, com 95% de confiança e poder de 80%. A análise estatística foi realizada

no software SPSS statistical (Versão 13.0 Windows; Chicago, IL).

Realizou-se uma análise descritiva, através de cálculo de média dos escores,

desvio padrão, freqüência e percentual. Posteriormente, foi realizada uma análise de

comparações pelo teste t de Student de amostras emparelhadas para avaliar a

melhoria da qualidade das imagens de CPRM antes e após a ingestão do suco meio

de contraste oral negativo.

Para comparar as médias da variação dos escores das imagens de cada

hospital, foi realizado o teste ANOVA seguido pelo teste post Hoc de Tuckey para

comparações múltiplas. Foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson entre

as medidas dos radiologistas, e utilizou-se um nível de significância de 5%.

4 - RESULTADOS

De acordo com o relato dos pacientes, o Gd-DTPA não alterou o sabor do

suco de abacaxi, e o volume de 180 mL foi fácil de ingerir. Não ocorreu nenhuma

reação adversa após a ingestão do meio de contraste.

A Tabela 2 apresenta a média individual dos escores atribuídos pelos três

radiologistas após a análise das imagens das seis variáveis estudadas, obtidas pelo

exame de CPRM nos três centros de coleta. Pode-se notar que houve um aumento

significativo dos escores para os três radiologistas, quando comparamos os

resultados do momento posterior aos do anterior à ingestão do meio de contraste

oral negativo.

O radiologista 1 (R1) e o radiologista 2 (R2) apresentaram escores

significativamente maiores do que o radiologista 3 (R3) (p= 0,013).

Tabela 2: Média individual dos escores atribuídos pelos radiologistas na avaliação das imagens das seis variáveis antes e após o uso do contraste oral negativo.

Os resultados acima são expressos como a média ± desvio padrão. *= teste t de Student para amostras emparelhadas; **= teste ANOVA na comparação dos deltas.

Radiologistas Sem meio de contraste

Com meio de contraste

Diferença P

R1 2,49 ±0,42 3,38 ± 0,62 0,89 <0,001* R2 2,62 ± 0,32 3,48 ± 0,55 0,86 <0,001* R3 2,22 ± 0,46 2,89 ± 0,69 0,67 <0,001*

p<0,013**

4 Resultados

26

As Tabelas 3, 4 e 5 apresentam a média individual dos escores atribuídos

pelo R1, R2 e R3, respectivamente, às imagens obtidas através de CPRM das

diferentes estruturas analisadas nos três centros estudados, antes e após o uso do

meio de contraste oral negativo.

Tabela 3: Média dos escores do radiologista (R1) às imagens das estruturas analisadas antes e após o uso do contraste oral negativo.

Variáveis

analisadas (R1)Sem meio de

contraste Com meio de

Contraste Diferença p

DH/VBI 2,94 ± 0,29 3,46 ± 0,53 0,52 < 0,001 DHC 2,75 ± 0,55 3,46 ± 0,53 0,72 < 0,001 DCIS 2,34 ± 0,88 3,39 ± 0,67 1,05 < 0,001 DC 2,21 ± 0,77 3,32 ± 0,73 1,11 < 0,001 PDDC 2,44 ± 0,75 3,33 ± 0,72 0,89 < 0,001 DW 2,16 ± 0,75 3,31 ± 0,73 1,16 < 0,001

Os resultados acima são expressos como a média ± desvio padrão. Teste t de Student para amostras emparelhadas.

Tabela 4: Média dos escores do radiologista (R2) às imagens das estruturas analisadas antes e após o uso do contraste oral negativo.

Variáveis

analisadas (R2) Sem meio de

contraste Com meio de

contraste Diferença

p

DH/VBI 2,97 ± 0,24 3,52 ± 0,50 0,55 <0,001 DHC 2,79 ± 0,48 3,52 ± 0,50 0,73 <0,001 DCIS 2,28 ± 0,81 3,50 ± 0,58 1,22 <0,001 DC 2,57 ± 0,53 3,47 ± 0,58 0,90 <0,001

PDDC 2,57 ± 0,61 3,45 ± 0,63 0,88 <0,001 DW 2,48 ± 0,53 3,44 ± 0,65 0,96 <0,001

Os resultados acima são expressos como a média ± desvio padrão. Teste t de Student para amostras emparelhadas.

4 Resultados

27

Tabela 5: Média dos escores do radiologista (R3) às imagens das estruturas analisadas antes e após o uso do contraste oral negativo.

Variáveis

analisadas (R3) Sem meio de

contraste Com meio de

contraste Diferença p

DH/VBI 2,49 ± 0,61 2,94 ± 0,81 0,45 <0,001 DHC 2,57 ± 0,63 3,06 ± 0,81 0,49 <0,001 DCIS 2,11 ± 0,87 2,57 ± 1,10 0,46 <0,001 DC 2,24 ± 0,68 3,24 ± 0,68 1,00 <0,001 PDDC 2,06 ± 0,81 3,11 ± 0,85 1,05 <0,001 DW 1,60 ± 0,73 2,29 ± 1,13 0,69 <0,001 Os resultados acima são expressos como a média ± desvio padrão. Teste t de Student para amostras emparelhadas.

A Tabela 6 apresenta a média da soma dos escores atribuídos pelos três

radiologistas às imagens obtidas nos três centros onde foi aplicado o estudo, para

cada variável analisada.

Tabela 6: Média da soma dos escores das imagens das estruturas analisadas antes e após o uso do meio de contraste oral negativo atribuídos pelos três radiologistas.

Variáveis

analisadas Sem meio de

contraste Com meio de

contraste Diferença p

DH/VBI 2,80 ± 0,26 3,31 ± 0,47 0,51 <0,001 DHC 2,70 ± 0,41 3,35 ± 0,47 0,65 <0,001 DCIS 2,15 ± 0,73 2,95 ± 0,95 0,80 <0,001 DC 2,33 ± 0,54 3,35 ± 0,53 1,02 <0,001 PDDC 2,36 ± 0,54 3,31 ± 0,59 0,95 <0,001 DW 2,10 ± 0,51 3,05 ± 0,65 0,96 <0,001

Os resultados acima são expressos como a média ± desvio padrão. Teste t de Student para amostras emparelhadas.

Observa-se que a média dos escores atribuídos pelos três radiologistas na

amostra de qualidade das imagens obtidas por CPRM nas diferentes estruturas,

antes do uso do meio de contraste aproxima-se ao escore 2, onde a

hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno dificulta parcialmente a análise das

estruturas. As imagens analisadas, após a administração do meio de contraste oral

negativo determinam a média dos três radiologistas, aproximando-se do escore 3,

4 Resultados

28

onde a hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno não dificulta a análise das

estruturas.

A Tabela 7 apresenta a média dos escores das imagens das estruturas

analisadas por CPRM, antes e após a ingestão do meio de contraste oral negativo,

em cada instituição do estudo.

Tabela 7: Média dos escores das imagens das estruturas analisadas antes e após a ingestão do meio de contraste oral negativo.

Os resultados acima são expressos como a média ± desvio padrão. P[1] “t” de Student para amostras emparelhadas; P[2] ANOVA; Letras-índice não coincidentes representam diferenças estatisticamente significativas ao teste de Post-Hoc de Tukey. Todos os escores foram iguais entre as clínicas no início (sem o meio de contraste).

Houve melhora dos escores após o uso do meio de contraste oral negativo

em todas as instituições. O HMV aumentou em menor proporção a pontuação no

escore após o uso do meio de contraste oral negativo na análise do ducto hepático

comum e ducto de Wirsung em relação às demais instituições.

Variáveis analisadas

Local N Sem meio de contraste

Com meio de contraste

Diferença P[1]

1-HCPA 33 2,80 ± 0,31 3,33 ± 0,47 0,54 <0,001 2-HMV 19 2,79 ± 0,17 3,12 ± 0,45 0,33 <0,001 3-RCC 19 2,82± 0,26 3,46 ± 0,46 0,63 <0,001

DH/VBI P[2]= 0,079

1-HCPA 33 2,61 ± 0,49 3,36 ± 0,45 0,75(ª) <0,001 2-HMV 19 2,79 ± 0,30 3,13 ± 0,48 0,34(b) <0,002 3-RCC 19 2,79 ± 0,32 3,56 ± 0,40 0,77(ª) <0,001

DHC P[2]= 0,023

1-HCPA 33 2,03 ± 0,76 2,82 ± 1,06 0,78 <0,001 2-HMV 19 2,06 ± 0,71 2,65 ± 0,94 0,59 <0,001 3-RCC 19 2,46 ± 0,64 3,48 ± 0,43 1,02 <0,001

DCIS P[2]= 0,242

1-HCPA 33 2,30 ± 0,59 3,32 ± 0,54 1,03 <0,001 2-HMV 19 2,35 ± 0,41 3,13 ± 0,52 0,78 <0,001 3-RCC 19 2,37 ± 0,59 3,63 ± 0,40 1,26 <0,001

DC P[2]= 0,081

1-HCPA 33 2,38 ± 0,56 3,24 ± 0,68 0,86 <0,001 2-HMV 19 2,21 ± 0,60 3,11 ± 0,48 0,90 <0,001 3-RCC 19 2,48 ± 0,42 3,63 ± 0,41 1,15 <0,001

PDDC P[2]= 0,275

1-HCPA 33 2,07 ± 0,53 3,12 ± 0,69 1,06 (ª) <0,001 2-HMV 19 2,10 ± 0,44 2,75 ± 0,55 0,65 (b) <0,001 3-RCC 19 2,16 ± 0,55 3,25 ± 0,59 1,09(ª) <0,001

DW P[2]=0,043

4 Resultados

29

Na Figura 5, encontram-se representadas, em forma de gráfico, as

informações apresentadas na Tabela 7.

Por meio do gráfico, pode-se observar que as imagens obtidas pelo aparelho

de RM localizado no Hospital Moinhos de Vento apresentam menor pontuação no

escore na análise do DHC e DW (a inclinação da reta que une as médias antes e

após o uso do meio de contraste oral negativo é menos acentuada).

Figura 5: Diferença das médias dos escores das estruturas visibilizadas antes e após o uso do meio de contraste oral negativo nos diferentes serviços.

As Tabelas 8 e 9 apresentam os índices de correlação dos radiologistas antes

e após o uso do meio de contraste oral negativo.

Tabela 8: Correlação das médias dos escores atribuídos pelos três radiologistas antes do uso do meio de contraste oral negativo.

**= Correlação significativa com p<0,01 *= Correlação significativa com p<0,05

Local R1 R2 R3 Correlação de Pearson 1 0,474** 0,305**

R1 N 71 71 71 Correlação de Pearson 0,474** 1 0,284*

R2 N 71 71 71 Correlação de Pearson 0,305** 0,284* 1

R3 N 71 71 71

4 Resultados

30

Tabela 9: Correlação das médias dos escores atribuídos pelos três radiologistas após o uso do meio de contraste oral negativo.

**= Correlação significativa com p<0,01 *= Correlação significativa com p<0,05

Figura 6: Casos ilustrativos demonstrando a diferença da visibilização dos ductos biliares antes (A,C,E) e após a utilização do meio de contraste oral negativo (B,D,F).

Local R1 R2 R3 Correlação de Pearson 1 0,566** 0,478**

R1 N 71 71 71 Correlação de Pearson 0,566** 1 0,434**

R2| N 71 71 71 Correlação de Pearson 0,478** 0,434** 1

R3 N 71 71 71

4 Resultados

31

Na figura 6A, o ducto colédoco está parcialmente encoberto pelo sinal do

líquido no interior da primeira porção do duodeno e o ducto de Wirsung, pelo

estômago; nas figuras 6C e 6E a visibilização dos ductos hepático comum e cístico

também está dificultada pela sobreposição de alça duodenal. As figuras 6B, 6D e 6F

demonstram claramente a melhora na identificação das vias biliares após a ingestão

do meio de contraste oral negativo.

5 - DISCUSSÃO

Este estudo foi realizado pela necessidade de obtenção de imagens de boa

qualidade que permitam avaliação diagnóstica satisfatória das vias pancreato-

biliares pela CPRM que se assemelhem às imagens de CPRE.

Os líquidos localizados no estômago e no interior do duodeno podem se

sobrepor aos ductos biliares e pancreáticos e dificultar a sua visibilização nas

imagens de CPRM. Para minimizar esse problema, solicita-se que os pacientes

submetidos ao exame de CPRM façam jejum prévio de, aproximadamente, quatro

horas, e administra-se meio de contraste oral negativo antes do exame [86-88]

Neste trabalho, sugerimos aos pacientes a ingestão de suco de abacaxi

comercializado e adicionado ao Gd-DTPA, permitindo uma efetiva eliminação de

sinal do tubo digestivo sobre as vias biliares e ducto pancreático nas seqüências de

CPRM no presente estudo.

Diversos trabalhos utilizaram meios de contraste exógenos, artificiais e

naturais, administrados por via oral para permitir melhor visibilização das vias

biliares. Os artificiais são feitos de partículas magnéticas macroscópicas e os

naturais podem ser suco ou polpa de fruta, água ou chá [79]. Coppens et al., 2005,

relatam que a substância responsável pela alteração de sinal causada pelos meios

de contraste naturais é o manganês. Entre sucos de frutas, o suco de abacaxi

apresenta maior quantidade de manganês [80].

O Ferumoxsil (Lumiren®) é um meio de contraste oral negativo artificial com

partículas superparamagnéticas de óxido de ferro, quando exposto a um campo

5 Discussão

33

magnético externo, induz campos magnéticos microscópicos que perturbam a

homogeneidade do campo e produzem defasagem dos spins, com redução do

tempo de relaxamento em T2, resultando numa imagem escura. O Ferumoxsil,

também oblitera o sinal dos líquidos do TGI, tornando-os escuros,

independentemente da seqüência de pulso utilizada [89].

Os agentes de contraste oral artificial são pouco tolerados pelos pacientes,

pois determinam efeitos adversos como manchas nos dentes, irritação gástrica,

vômitos, diarréia e constipação [6,79]. Esses efeitos adversos não são verificados na

utilização de meios de contraste oral natural, como em suco de mirtilo, amora,

abacaxi, açaí, água e chá [6].

O suco de mirtilo é um agente de contraste natural que, em concentrações

apropriadas, tem demonstrado ser um meio de contraste negativo efetivo e bem

tolerado pelos pacientes. Suprime de forma satisfatória o sinal dos líquidos do

estômago e do duodeno nas imagens ponderadas em T2, pelas suas propriedades

paramagnéticas, devido à presença de alto conteúdo de manganês, com redução

dos tempos de recuperação de T1 e de T2, e age como agente de contraste oral

negativo nas seqüências ponderadas em T2 e, positivo, nas seqüências ponderadas

em T1 [89]. O suco de mirtilo na sua forma natural é de comercialização limitada, o

que o torna relativamente caro, dificultando o seu uso na prática clínica.

O açaí é outro agente natural que também possui efeito paramagnético, reduz

o tempo de relaxamento em T1 e T2, aumenta a intensidade de sinal dos líquidos

nas seqüências ponderadas em T1 e T2, propriedade que se deve à presença e à

concentração do manganês [6].

No trabalho de Espinosa et al., 2006, a amora foi usada como meio de

contraste oral negativo. Foram analisadas e comparadas as características de vários

produtos naturais como ameixa, mirtilo, abacaxi, beterraba e uva, constatando-se

que o abacaxi é a fruta com maior concentração de manganês, e a amora silvestre,

a fruta que possui maior conteúdo de ferro. A amora foi a fruta que apresentou maior

contraste negativo, porém, assim como o açaí e o mirtilo, não é de grande consumo

e utilização no nosso meio, o que as torna menos acessíveis e mais onerosas no

uso rotineiro da prática clínica nos exames de CPRM [79].

5 Discussão

34

No presente estudo, o uso do suco de abacaxi com Gd-DTPA, como meio de

contraste oral negativo, foi eficiente e conveniente para o exame de CPRM. Não

sendo referida reação adversa ao seu uso, foi bem tolerado, pois a pequena

quantidade de gadolínio não modificou o seu sabor, fatos também descritos por

Coppens et al., 2005 [80]. O suco de abacaxi é amplamente comercializado no nosso

meio, ao contrário dos outros agentes de contraste oral negativo citados

anteriormente, é palatável e possui baixo custo, ideal para ser utilizado na prática

clínica.

Todos os 71 pacientes apreciaram o sabor do composto, inclusive alguns

mostraram-se mais entusiasmados e menos ansiosos para a realização do exame,

pois estavam em jejum de, pelo menos, quatro horas e, na maioria das vezes,

chegavam aos serviços ansiosos pelo fato de terem de “entrar no aparelho” e pelos

eventuais resultados do exame.

A pequena quantidade de Gd-DTPA utilizada no composto com o suco de

abacaxi é facilmente reprodutível, pois se utiliza suco de abacaxi comercializado, o

que torna a mistura extremamente econômica, cerca de dez vezes menos onerosa

do que o meio de contraste oral negativo Lumirem, comercializado no Brasil.

Uma das explicações da ação do suco de abacaxi com a pequena quantidade

de Gd-DTPA pode ser o sinergismo já demonstrado previamente entre partículas

magnéticas e o Gd-DTPA [90].

Uma interação similar entre o gadolínio e o manganês foi sugerida no estudo

de Coppens et al., 2005, pela grande influência da concentração de manganês nos

valores de T2 dos testes in vitro realizados com o suco de abacaxi [80].

O efeito da modificação de sinal, tanto no tempo de relaxamento T1 quanto

em T2, após a ingestão do meio de contraste oral negativo já foi explicado

previamente pelo componente dipolo-dipolo da equação de Solomon-Bloembergen [91]. De acordo com essa equação, o efeito do meio de contraste no tempo de

relaxamento do tecido tem correlação linear com a concentração do meio de

contraste.

5 Discussão

35

Outra forma de explicar o comportamento bifásico do meio de contraste é pelo

TE [92]. TEs curtos determinam encurtamento dos tempos T1, reduzindo o

encurtamento do tempo T2. Por outro lado, os longos TE aumentam o encurtamento

dos tempos T2 e de seus efeitos, reduzindo os tempos T1. Isso já foi comprovado

ser o caso da CPRM aplicando longos TEs efetivos em seqüências ponderadas em

T2 pesado [93]. O Gd-DTPA foi escolhido pela segurança da sua administração por

via oral, demonstrada previamente [94] e documentada em vários estudos de RM da

motilidade e esvaziamento gástrico [95,96], trânsito intestinal e colônico [97],

gastrografia tridimensional [98] e colonografia com marcador fecal [100]. Não existem

relatos de sua toxicidade ou de interação medicamentosa pelo suco de abacaxi na

literatura [89].

Outros estudos demonstraram que o uso do gadolínio com o suco de abacaxi

não apresentou reações adversas [80], e foi demonstrado que o Gd-DTPA

administrado por via oral é excretado 99,2% nas fezes e não é absorvido [100].

Publicações em cujos experimentos utilizaram-se meios de contraste natural,

administrados por via oral, contendo manganês, demonstraram que o nível sérico de

manganês não se alterou após a ingestão do contraste e que a quantidade de

manganês absorvido, quando ingerido por via oral, foi de 3-4% [88].

Coppens et al., 2005, demonstraram que o suco de abacaxi comercializado

contém concentração de manganês entre 9,3 mg/L e12,7mg/L o que é eficaz para a

eliminação do sinal do tubo digestivo. Outros trabalhos que utilizaram suco de

abacaxi “feito em casa” tiveram concentração de manganês duas a três vezes

maiores (27,6 mg/L), o que demonstra diversidade muito grande nos produtos

utilizados, pois a quantidade de íons de manganês pode variar muito de acordo com

o solo onde foi cultivado e a maneira como foi preparado. A utilização de um produto

comercializado, preferencialmente por uma única “marca”, padroniza o procedimento [80].

No presente estudo, foi constatada melhora estatisticamente significativa na

qualidade das imagens de CPRM após a ingestão do meio de contraste oral

negativo, tanto no geral, quanto nas estruturas analisadas pelos três radiologistas

cegados, o que foi concordante com a literatura [80,88,97].

5 Discussão

36

Observou-se, no entanto, correlação fraca dos escores atribuídos às imagens

de CPRM antes da ingestão do meio de contraste oral negativo entre o R1 e o R3 e,

entre o R2 e o R3. Isso provavelmente se deve ao fato de que a análise das

imagens trata de uma informação subjetiva. Mesmo se estabelecendo escores

numéricos bem definidos como no presente estudo, a informação pode variar de

acordo com a experiência, opinião, local e contexto no qual as imagens foram

analisadas pelos radiologistas. Houve, no entanto, discreta melhora nos índices de

correlação após o uso do meio de contraste oral negativo, passando a ser moderada

entre os três radiologistas.

Os três radiologistas, apesar de terem formação em RM, trabalharem em

hospitais universitários e realizarem leitura de exames de RM de corpo e CPRM nas

suas atividades diárias, diferem entre si quanto aos anos de experiência. O R1 e o

R2 têm dez anos de formação em imaginologia, e o R3, aproximadamente trinta

anos de formação. Esse fato poderia explicar a correlação fraca entre os escores

atribuídos às imagens de CPRM em relação ao R3, sendo que os índices de

visibilização do R3 foram os mais baixos, possivelmente por ser o mais experiente e,

conseqϋentemente, o mais rigoroso em sua análise.

O presente estudo demonstrou que 181 mL do composto de suco de abacaxi

comercializado, com apenas 1 mL de Gd-DTPA, permitiu melhor avaliação das

imagens de CPRM nas variáveis analisadas pelos três radiologistas. Houve

visibilidade maior e aumento estatisticamente significativo dos escores, eliminação

parcial e, em vários casos, completa do hipersinal do tubo digestivo, o que auxiliou

na visibilização das estruturas da árvore biliar e do ducto pancreático principal. O

escore da qualidade das imagens aumentou de forma estatisticamente significativa

após o uso do meio de contraste oral negativo.

Observa-se, no entanto, que os ductos que apresentaram maior aumento nos

escores foram na ordem decrescente: ducto colédoco, ducto de Wirsung, porção

distal do ducto colédoco, ducto cístico, ducto hepático comum e vias biliares intra-

hepáticas / ductos hepáticos direito e esquerdo. Os quatro primeiros ductos não

diferiram estatisticamente entre si, o ducto hepático comum ocupa posição

intermediária e as vias biliares intra-hepáticas / ductos hepáticos direito e esquerdo

diferiram dos demais.

5 Discussão

37

Os ductos que apresentaram maiores índices de aumento dos escores de

visibilização após a ingestão do meio de contraste oral negativo apresentam calibres

semelhantes e pequenos. Geralmente são os ductos que apresentam maiores

dificuldades de visibilização pelos radiologistas quando fazem a interpretação de

imagens de CPRM. Isso costuma ocorrer especialmente em relação ao ducto de

Wirsung, que obteve o maior delta, a porção distal do ducto colédoco e o ducto

cístico.

Esses valores encontrados estão de acordo com o que já era esperado pelas

modificações que o meio de contraste ocasiona nas imagens. Isso pode ser

explicado por um fenômeno que reflete o aumento da participação total do sinal

proveniente dos ductos na formação da imagem daquela fatia, após a ingestão do

suco de abacaxi com Gd-DTPA, e não deve ser considerado apenas um realce dos

ductos, porque a relação sinal/ruído dos ductos bilio-pancreáticos não aumenta

significativamente após a ingestão do meio de contraste. Essa hiperintensidade de

sinal relativa é devida à pré-amplificação do sinal, que resulta da compressão da

variação dinâmica (dynamic range) ou efeito de escalonamento [101], o que é

intrínseco do processamento eletrônico da ressonância magnética.

No nosso estudo, houve aumento dos escores após o uso do meio de

contraste oral negativo, o que foi avaliado pelos deltas (diferença), sendo

estatisticamente demonstrável pela avaliação radiológica nos três centros de

ressonância magnética, o que é compatível com outros trabalhos previamente

publicados que estudaram um meio de contraste oral à base de manganês em

quatro tipos de campos magnéticos (0,2 T; 0,5 T; 1,0 T e 1,5 T) sendo que, em todos

os aparelhos com diferentes campos magnéticos, houve uma redução dos tempos

de T1 e de T2, sendo a resolução de contraste pior nos campos magnéticos mais

baixos, o que era esperado [88].

Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à melhoria da

qualidade das imagens entre as três instituições quanto aos ductos hepáticos / vias

biliares intra-hepáticas, ducto cístico, ducto colédoco e porção distal do ducto

colédoco. Notou-se, no entanto, diferença limítrofe nas vias biliares intra-hepáticas /

ductos hepáticos principais e no ducto colédoco.

5 Discussão

38

Houve diferença estatisticamente significativa entre o HMV e as demais

instituições nos ductos hepático comum e no ducto de Wirsung. O HMV apresentou

menor índice de aumento dos escores após a utilização do meio de contraste

negativo nessas duas variáveis. Isso pode ser explicado por esses ductos serem

mais facilmente identificados nas imagens iniciais, e pelo HMV possuir o melhor

aparelho. Na análise estatística, não houve diferença significativa quanto aos

escores sem o meio de contraste oral negativo nas três instituições.

O meio de contraste oral negativo, utilizado no nosso trabalho, melhorou a

qualidade das imagens de CPRM nos três centros de imagem visibilizadas pelos três

radiologistas que avaliaram os exames de CPRM, independentemente do campo

magnético dos aparelhos. Mostrou-se também com ampla aceitabilidade pelos

pacientes, além de apresentar baixo custo.

6 - CONCLUSÃO

O meio de contraste com suco de abacaxi e Gd-DTPA demonstrou ser

excelente opção como meio de contraste oral negativo para a realização de CPRM.

Houve diferença estatisticamente significativa na qualidade das imagens de

CPRM, visibilizadas pelos três radiologistas cegados, após ingestão do meio de

contraste oral negativo.

Os radiologistas apresentaram correlação fraca e moderada quanto aos

valores dos escores atribuídos à visibilização das imagens antes e após o uso do

meio de contraste oral negativo.

As imagens analisadas apresentaram melhora significativa quanto à

visibilização dos ductos, após a ingestão do meio de contraste oral negativo, nas três

instituições onde foi realizado o estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Gostaria de convidar o Sr.(a) a participar do projeto de pesquisa, no qual utilizaremos os dados e as imagens do seu exame com o objetivo de avaliar a eficácia do suco de abacaxi com mínima quantidade de meio de contraste gadolínio administrado por via oral em exames de colangiorressonância. Na primeira parte do seu exame, serão obtidas imagens de colangiorressonância sem a necessidade de injetar contraste ou de ingerir qualquer substância. Na segunda parte, caso deseje participar, as imagens serão obtidas após tomar o suco de abacaxi, o que determinará acréssimo de dez (10) minutos no tempo do seu exame. Esse composto não tem riscos para a sua saúde e é eliminado completamente pelas fezes.

O Sr.(a) foi selecionado porque realizará o exame de colangiorressonância. Seus dados pessoais não serão divulgados em nenhum momento, e somente o pesquisador responsável terá acesso a eles.

A sua participação é voluntária e, mesmo que opte por não participar, o seu exame será realizado com a mesma qualidade. Isso não influenciará no resultado, tendo plena liberdade de retirar o seu consentimento em qualquer momento, sem nenhum tipo de penalidade. A participação no estudo não traz nenhum risco adicional ao seu exame. Estarei disponível para responder a qualquer dúvida ou informação relacionada ao projeto de pesquisa. Eu,____________________________________, RG________________, DECLARO, para fins de participação no projeto de pesquisa, na condição de voluntário, que fui devidamente esclarecido da participação no Projeto de Pesquisa intitulado: UTILIZAÇÃO DE MEIO DE CONTRASTE ORAL NEGATIVO PARA COLANGIORRESSONÂNCIA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO. DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e entendido o que me foi explicado, consinto, voluntariamente, participar desta pesquisa. Pesquisador responsável : Dr. ÁLVARO PORTO ALEGRE FURTADO Telefone (51) 21017622 ou Dra. JULIANA AVILA DUARTE Telefone: (51) 91229909

Porto Alegre,___ /___/____.

________________________________ _____________________ Assinatura do Pesquisador Responsável Assinatura do Participante

Anexos

50

ANEXO B – CD com todas as imagens

Anexos

51

ANEXO C – Ficha de avaliação das imagens

IMAGEM ILUSTRATIVA DA FICHA DE AVALIAÇÃO ENTREGUE AOS RADIOLOGISTAS

VARIAVÉIS ANALISADAS ESCORES ATRIBUÍDOS ANTES APÓS

1) Ducto hepático direito e esquerdo e/ou ductos intra-hepáticos

2) Ducto hepático comum 3) Ducto cístico 4) Colédoco 5) Porção distal do colédoco 6) Ducto de Wirsung

Imagem antes do uso do meio de contraste.

Imagem após o uso do meio de contraste.

Anexos

52

ANEXO D - Critérios de avaliação

UTILIZAÇÃO DE MEIO DE CONTRASTE ORAL NEGATIVO PARA COLANGIORRESSONÂNCIA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO

Aos colegas que irão participar do estudo:

São 71 casos de colangiorressonância pré e pós administração por via oral de 180 mL de suco de abacaxi com 1 mL de gadolínio, utilizado neste trabalho como meio de contraste oral negativo.

A avaliação deverá ser aplicada as seguintes variáveis:

1 - Ductos hepáticos direito e esquerdo e/ou ductos intra-hepáticos (DH/VBI);

2 - Ducto hepático comum (DHC);

3 - Ducto cístico (DCIS);

4 - Colédoco (DC);

5 - Porção distal do colédoco (PDDC);

6 - Ducto de Wirsung (DW).

O resultado da avaliação de cada uma das variáveis será expresso conforme a

escala abaixo, que varia de 1 a 4:

a) Escore 1 onde a hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno impossibilita a análise das estruturas;

b) Escore 2, a hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno dificulta parcialmente a análise das estruturas;

c) Escore 3, onde a hiperintensidade de sinal do estômago/duodeno não dificulta a análise das estruturas;

d) Escore 4, onde não há hiperintensidade de sinal no estômago ou no duodeno.

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