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UTILIZAÇÃO DE RECURSO DIDÁTICO-VISUAL PARA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Dagoberto Martins de Oliveira Orientadores: Profª Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues Profº Marcelo da Silva Genestra (in memorian) Volta Redonda 2009 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRO-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

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UTILIZAÇÃO DE RECURSO DIDÁTICO-VISUAL PARA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Dagoberto Martins de Oliveira

Orientadores: Profª Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues

Profº Marcelo da Silva Genestra (in memorian)

Volta Redonda

2009

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRO-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

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Dagoberto Martins de Oliveira

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ORIENTADORES: Drª Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues Dr. Marcelo da Silva Genestra (in memorian)

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, como requisito para obtenção do Grau de Mestre.

Volta Redonda 2009

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FICHA CATALOGRÁFICA

O48u Oliveira, Dagoberto Martins de Utilização de recurso didático-visual para gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde./ Dagoberto Martins de Oliveira. – Volta Redonda: UniFOA, 2009. 110f. : il. Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA. Pós-graduação em Ensino de Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, 2008. Orientador:

1. Resíduos sólidos 2. Biossegurança 3. Odontologia. 4. Risco Biológico. 5. Risco Físico. I.Título

CDD: 363.7285

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Dagoberto Martins de Oliveira

Utilização de recurso didático-visual para gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde

ORIENTADORES: Drª. Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues Dr. Marcelo da Silva Genestra (in memorian)

Aprovada em, ___/___/___

EXAMINADORES

Profª.Dra. Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues (Presidente da Banca)

Prof. Dr. Jairo Conde Jogaib (Examinador Interno)

____________________________________________ Profa. Dra. Denise Barçante Castro Pinto (Examinadora

Externa – FIOCRUZ)

Volta Redonda 2009

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DEDICATÓRIA

Ao meu amigo Marcelo Genestra

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a esta Instituição pela oportunidade de qualificar-me, dentro de minha

cidade, morando em minha casa, estando juntos de todos a quem amo.

Agradeço a todos que me ajudaram na realização deste trabalho: Andreia Leite,

Leila Guimarães, Marco Martins, Sandra Marliere, Ivanete Oliveira, Thabata

Mendes, Marianne Lemos.

Agradeço à Profª Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues, pela continuidade

com carinho e boa vontade.

Agradeço ao Dr. Jairo Conde Jogaib pelas oportunidades e por estar sempre ao

meu lado, mesmo quando distante.

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“Nasci filho e neto de fazendeiros, meu

destino estava determinado”. Minha mãe

(professora) era contra, dizia que os seus

filhos estudariam. Com luta e sacrifício

custeou nossos estudos e nos orientou

para a escolha de uma profissão: nem

fazendeiro, nem professor (ganha pouco

e leva serviço para casa). Com seus

afazeres domésticos, solicitava minha

ajuda nos diários, datilografias e

correções de provas. Alertava-nos

sempre: dentista! Fazendeiro e professor

não!

Mãe, na verdade antes de me tornar um

dentista, você já havia me iniciado como

professor. Hoje, na minha defesa, eu

peço a sua benção! “

Beto.

Dagoberto Martins de Oliveira

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ÌNDICE

LISTA DE FIGURAS...............................................................................................10

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.................................... .............................12

RESUMO................................................................................................................13

ABSTRACT ............................................................................................................14

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 15 2. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 17

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 17 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 18

3.1. Aspectos Gerais da Biossegurança na Odontologia ........................... 18 3.2. Agentes de Risco......................................................................................... 19

3.2.1. Agentes de Risco Causadores de Acidentes .............................. 19

3.2.2. Agentes Ergonômicos de Risco ................................................... 20

3.2.3. Agentes Físicos de Risco.............................................................. 20

3.2.4. Agentes Químicos de Risco.......................................................... 20

3.2.5. Agentes Biológicos de Risco........................................................ 21

3.3. Resíduos de Sistemas de Saúde .............................................................. 22 3.3.1. Classificação para Resíduos de Saúde (Resolução CONAMA 005/93) 23

3.3.2. Importância da Gestão de Serviços de Saúde em Odontologia 24

3.4. Descarte de Resíduos em Estabelecimentos de Saúde: aspectos legais e ambientais ................................................................................................. 24

3.4.1. Resíduos Biológicos...................................................................... 25

3.4.2. Resíduos Químicos ....................................................................... 27

3.4.3. Resíduos Perfurocortantes ........................................................... 29

3.4.4. Resíduos Comuns ......................................................................... 29

3.5. Normatização do Manuseio e Acondicionamento de Resíduos Produzidos em Estabelecimentos Odontológicos ........................................... 30

3.5.1. Armazenamento Interno e Externo............................................... 30

3.5.2. Coleta e Transporte ....................................................................... 32

3.6. Segurança Ocupacional e Capacitação Permanente de Pessoal..... 33 3.7. Aspectos do Ensino de Biossegurança no Curso de Odontologia ........... 35 3.8. Uso de Recursos Visuais no Ensino............................................................ 36

4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 38

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5. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO DE ESTUDOS.......................................................... 40 6. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO ......................................................................... 43 7. RESULTADOS .......................................................................................................... 45 8. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 51 9. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 54 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 55

11. APÊNDICES......................................................................................................57

APÊNDICE A– Resolução 304 de Dezembro de 2004 ANVISA.... ........................57

APÊNDICE B – Resolução CONAMA 005/93.........................................................96

APÊNDICE C – NBR 10.004/ 1987 ABNT............................................................102

APÊNDICE D – Resolução CONAMA 257/99.......................................................105

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LISTA DE FIGURAS

Figura.1- Armazenamento Externo.........................................................................31

Figura.2- Depósito de armazenamento interno de resíduos...................................31

Figura.3- Veículo de transporte interno de resíduos...............................................33

Figura.4- Símbolo Reciclável..................................................................................34

Figura.5- Símbolo Infectante...................................................................................34

Figura.6- Símbolo Radiação Ionizante....................................................................35

Figura.7- Símbolo Resíduos Químicos Perigosos................................................. 35

Figura.8- Clínica Multidisciplinar do Curso de Odontologia do UniFOA................ 41

Figura.9- Descarte Inadequado em Descarpack I................................................. 41

Figura.10- Descarte Inadequado em Descarpack II...............................................42

Figura.11- Adesivo Educativo sobre Descarte de Resíduos Sólidos de Saúde.....44

Figura.12- Resultado dos questionários aplicados relativos à primeira pergunta..45

Figura.13- Resultado dos questionários aplicados relativos à segunda pergunta..46

Figura.14- Resultado dos questionários aplicados relativos à terceira pergunta...46

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Figura.15- Resultado dos questionários aplicados relativos à quarta pergunta.....47

Figura.16- Resultado global da pesquisa relativo à primeira pergunta dos

questionários...........................................................................................................48

Figura.17- Resultado global da pesquisa relativo à segunda pergunta dos

questionários...........................................................................................................49

Figura.18- Resultado global da pesquisa relativo à terceira pergunta dos

questionários...........................................................................................................49

Figura.19- Resultado global da pesquisa relativo à quarta pergunta dos

questionários...........................................................................................................50

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

COEPS – Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Vivos

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos

MT – Ministério do Trabalho

NR – Norma Regulamentadora

NBR – Norma da ABNT

PCMSO – Programa de Prevenção Médico Ocupacional

PPRA – Programa de Prevenção em Riscos Ambientais

PNI - Programa Nacional de Imunização

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

RSS – Resíduos de Serviços de Saúde

SP – São Paulo

UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda

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UTILIZAÇÃO DE RECURSO DIDÁTICO-VISUAL PARA GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

DEFESA DE MESTRADO PROFISSIONAL DAGOBERTO MARTINS DE OLIVEIRA

RESUMO

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) constituem assunto de interesse à saúde

pública e ao meio ambiente, visto que seu potencial de contaminação pode

interferir diretamente nestes dois setores. Torna-se, portanto, necessário o

gerenciamento destes resíduos, levando-se em consideração as normas e

legislações vigentes. Este trabalho ressalta o cumprimento das normas de

descarte de RSS no Curso de Odontologia do Centro Universitário de Volta

Redonda (UniFOA), através do desenvolvimento, aplicação e avaliação de um

produto ilustrado, na forma de sinalizador educativo. O sinalizador foi instalado

nos boxes de atendimento odontológico, visando a orientação de docentes,

discentes e pessoal auxiliar para o correto descarte de RSS gerado

rotineiramente. A utilização deste produto contribui para o estabelecimento de

estratégias que busquem a minimização de custos e riscos para estabelecimentos

de serviços de saúde, bem como iniciar uma educação ambiental nos

acadêmicos, futuros profissionais da odontologia em conformidade com as

disposições legais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através

de um trabalho de divulgação e educação continuada.

Palavras–chave: Resíduos saúde; Biossegurança; Odontologia; Risco Biológico; Risco Físico.

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USE OF VISUAL-EDUCATIONAL RESOURCE FOR MANAGEMENT OF SOLID

RESIDUES OF SERVICES OF HEALTH

DEFENSE - MSci THESIS

DAGOBERTO MARTINS DE OLIVEIRA ABSTRACT

Waste of Health Services (WHS) constitute subjects of interest to the public health

and the environment, for as much its potential of contamination can interfere

directly in these two sectors. Thus, the administration of these residues becomes

necessary taking into consideration the norms and legislations in vigour. This work

points out the accomplishment of the WHS discard norms in the of Dentistry

Course at Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA, through the

development, application and evaluation of a illustrated product in a form of a

signaling educational to be sticked on the dentistry attendance boxes applied to the

teachers, students and aide staff guidance for the correct RSS discard, customarily

generated. The use of this product can contribute for the settlement of strategies

that seek to minimize the costs and risks of the health service facilities, in

conformity with the legal dispositions of the National Agency of Sanitary

Surveillance (ANVISA), through a publicizing work and continuous education.

Key words: Residues health; Biosafety; Dentistry; Biological Risk; Physical risk.

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil gera cerca de 228 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. Estima-se que

a geração de Resíduos de Serviços de Saúde represente de 1 a 3% deste montante, cerca

de 2.300 toneladas diárias (BRASIL, 2007). Os problemas são agravados quando se

constata o descaso com o gerenciamento de resíduos. Dados da pesquisa do saneamento

básico mostram que 74% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos de serviços

de saúde a céu aberto, e apenas 14% das prefeituras tratam adequadamente estes

(GARCIA, 2004).

Neste contexto a educação da população, seja a nível primário, secundário ou de

nível superior, torna-se primordial na obtenção da redução de impactos à natureza com

novas posturas e uma conduta ambiental consciente.

No exercício da docência superior há dez anos, constata-se que acadêmicos em

fase de formação profissional comprometem-se no descarte adequado dos resíduos

gerados por eles próprios, não pela falta de fundamentação teórica, mas pela ausência de

uma rotina educativa permanente na orientação deste descarte em suas atividades

práticas, contribuindo para as estatísticas desfavoráveis deste segmento. É de grande

valor que indivíduos em sua fase de formação profissional tenham inseridos em sua

formação básica, hábitos e rotinas embasadas em normas legislativas, levando por onde

forem praticas saudáveis e dissemináveis relacionadas a educação ambiental.

Este trabalho de dissertação, objetiva orientar de forma didática e permanente o

descarte dos resíduos sólidos de saúde, gerados por alunos, no ambiente de ensino da

prática profissional no curso de odontologia de um centro universitário, obtendo através de

práticas adequadas e orientação permanente: educação ambiental, minimização do

impacto à natureza, e dos riscos na coleta.

Mastroeni (2004) orienta que a estratégia mais indicada para o gerenciamento

destes resíduos consiste em seu acompanhamento do local de geração até a sua

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disposição final. As distintas etapas processam-se dentro ou fora dos limites do

estabelecimento gerador, considerado responsável pelo transporte, tratamento e

disposição final, tornando-se co-responsável em caso de acidente. Se os resíduos são

depositados de acordo com a norma estabelecida, seguindo a RDC 306/04, não há riscos

para o meio ambiente (contaminação do solo, águas superficiais e profundas, e atmosfera)

ou para a população em decorrência de ingestão de alimentos, água contaminada,

proliferação de vetores e manipulação direta destes resíduos.

A abordagem escolhida para o alcance dos objetivos estipulados, consiste na

idealização e criação de um sinalizador educativo com apelo visual permanente aos

usuários das clínicas de prática profissional do curso de odontologia, posicionado na

estação de trabalho para que a todo instante atue educativamente.

A realização deste trabalho trouxe um grande aprendizado a todos da disciplina:

alunos, funcionários e professores, e estão descritas neste trabalho.

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2. OBJETIVO GERAL

Desenvolver um produto didático-educativo com aplicação ao gerenciamento de

resíduos de serviços de saúde (RSS).

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a. Descrever os cuidados específicos relativos aos RSS, visando a prevenção da

contaminação humana e do meio ambiente;

b. Analisar as rotinas de procedimentos de descarte de RSS;

c. Desenvolver um sinalizador educativo para orientação no descarte de resíduos visando

prevenir a ocorrência de acidentes e contaminação durante o manuseio de RSS no

ambiente interno de um serviço de saúde.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Aspectos Gerais da Biossegurança na Odontologia

A Odontologia é por si só, uma profissão em que o potencial de contaminação de

suas atividades práticas necessita da Biossegurança como atividade de atuação

permanente em todos os seus níveis. Medidas padronizadas de Biossegurança vão

proteger pacientes e equipe profissional contra a infecção cruzada de agentes infecciosos

como caxumba, herpes, influenza, hepatite B, hepatite C, e AIDS. Estas medidas incluem

vacinação, anamnese cuidadosa de seus pacientes, uso de equipamentos de proteção

individual como luvas, máscara e óculos de proteção, a degermação das mãos, preparo do

ambiente e do instrumental, desinfecção e esterilização, descarte apropriado de resíduos.

Todos os procedimentos deverão ocorrer dentro das técnicas recomendadas, chamadas

de precaução padrão para que se atinja a prevenção pretendida (RAMOS, 2002).

Ramos (2002), enfatizou que a transmissão pode ocorrer do paciente para o

profissional, entre os próprios pacientes, e do profissional para o paciente. Assim, o

profissional deverá conscientizar-se do custo x benefício e adotar as medidas de

precaução padrão, tornando seu desempenho fundamentado na qualidade e conduta

técnica adequada, visando sempre seus atendimentos em condições biologicamente

seguras. As medidas de proteção padrão são definidas como um conjunto de medidas de

controle de infecção a serem adotadas universalmente, como forma eficaz de redução de

risco ocupacional e de transmissão de agentes infecciosos nos serviços odontológicos.

Essas precauções foram criadas para reduzir o risco de transmissão de patógenos

nosocomiais através do sangue e saliva, bem como os de transmissão oral-oral,

baseando-se em quatro princípios:

1. o profissional deverá tomar medidas para proteger sua saúde e a da sua equipe;

2. o profissional deverá evitar contato direto com a matéria orgânica;

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3. o profissional deverá limitar a propagação de microorganismos;

4. o profissional deverá tornar seguro o uso de instrumentos, peças anatômicas e

superfícies.

As práticas odontológicas, segundo o CONAMA (1993) geram resíduos que se

enquadram nos grupos A (infectantes ou biológicos), B (químicos) e D (resíduos

comuns). No grupo A, exigem atenção especial os resíduos perfurocortantes. No grupo B

exige atenção o mercúrio metálico, que também requer critérios especiais de manuseio,

acondicionamento, e destinação final. O maior risco para a equipe odontológica em

relação ao mercúrio está no momento da preparação do amálgama, quando ocorre o

aquecimento e a conseqüente liberação de vapor de mercúrio. Para a população, o risco

está na organificação e biomagnificação do mercúrio lançado no ambiente natural.

3.2. Agentes de Risco

Risco é a probabilidade de sofrer os efeitos nocivos resultantes da exposição a

determinado fator físico, químico, biológico ou de acidente. A identificação e avaliação de

riscos, bem como a adoção de medidas preventivas, geralmente requerem o uso de

protocolos e metodologias que viabilizem a implantação de programas e auxiliem na

integração deles, preconizados nas normas regulamentadoras NR-7 – Programa de

Controle Médico e de Saúde Ocupacional (PCMSO) e NR-9 – Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais (PPRA), da Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de

08/06/78) (MASTROENI, 2004).

3.2.1. Agentes de Risco Causadores de Acidentes

Acidente é a ação não programada que pode resultar em dano, lesão ou morte.

Considera-se agente de risco causador de acidente qualquer fator que coloque o

trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e

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moral. São exemplos agentes de risco causadores de acidente as máquinas e

equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico

inadequado, armazenamento inadequado, etc. (UniFOA, 2008).

3.2.2. Agentes Ergonômicos de Risco

Ergonomia é a ciência que estuda as relações da adequação do ambiente de

trabalho ao homem, com objetivo principal de harmonizar as condições de trabalho às

necessidades do ser humano. Considera-se agente ergonômico de risco, qualquer fator

que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando

desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de agentes ergonômicos de risco o

levantamento e transporte manual de equipamentos pesados, o ritmo excessivo de

trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura

inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc. (UniFOA, 2008).

3.2.3. Agentes Físicos de Risco

Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que

possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais,

temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som,

materiais cortantes e pontiagudos, etc.

3.2.4. Agentes Químicos de Risco

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos

que possam penetrar no organismo pela via respiratória, na forma de poeiras, fumos,

névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,

possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

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3.2.5. Agentes Biológicos de Risco

Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitos, vírus,

dentre outros. Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes,

de 1 a 4, por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios de

patogenicidade para o homem, virulência, modos de transmissão, disponibilidade de

medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz e endemicidade

(UniFOA, 2008). De acordo com o mesmo autor, as classes de risco biológico

estabelecidas são:

Classe de Risco I – Escasso ou baixo risco individual e comunitário. Microrganismo

com pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou enfermidades de

importância veterinária. Ex: Bacillus subtilis, Lactobacillus sp;

Classe de Risco II - Risco individual moderado, risco comunitário limitado. A

exposição ao agente patogênico pode provocar infecção, porém, se dispõe de

medidas eficazes de tratamento e prevenção, sendo o risco de propagação limitado.

Ex: Schistosoma mansoni; Trypanosoma cruzi;

Classe de Risco III - Risco individual elevado, baixo risco comunitário. O agente

patogênico pode provocar enfermidades humanas graves, podendo propagar-se de

uma pessoa infectada para outra, entretanto, existe profilaxia e/ou tratamento.Ex:

Mycobacterium tuberculosis, Yersima pestis;

Classe de Risco IV - Elevado risco individual e comunitário. Os agentes

patogênicos representam grande ameaça para as pessoas e animais, com fácil

propagação de um indivíduo ao outro, direta ou indiretamente, não existindo

profilaxia nem tratamento. Ex: Vírus Ebola, Lasa vírus;

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3.3. Resíduos de Sistemas de Saúde

Os resíduos de Serviços de Saúde são produtos finais da prática clínica e

cirúrgica nos ambientes de saúde (hospitais e clínicas médicas), às vezes, por isto são

chamados de “lixo hospitalar”. O problema dos resíduos de saúde tem sido tema de

interesse mundial e tem sido tratado juntamente com os problemas relativos à saúde

pública (Fernandes, 2007). Entretanto, resíduos de natureza semelhante são

produzidos por farmácias, clínicas e consultórios odontológicos e veterinários,

assistências domiciliares, necrotérios, hemocentros, laboratórios clínicos e de

pesquisas, instituições de ensino na área de saúde, dentre outros.

Dentre os dejetos que constituem Resíduos de Serviços de Saúde estão

bolsas de sangue, seringas, agulhas, restos de medicamentos e curativos, fios de

sutura, material radioativo, lâminas de bisturi, membros humanos amputados e restos

de comida servida a pacientes com doenças infecciosas. Existem regras para o

descarte destes resíduos, dispostas na Resolução 306 de Dezembro de 2004, da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004), conforme Apêndice 1.

Nazar (2005) relata que o gerenciamento de resíduos deve ser implantado e

implementado em qualquer estabelecimento que preste serviços de atenção à saúde,

conforme determinam as legislações federal e estadual no Brasil. Estas impõem a

necessidade de implantação de um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de

saúde em todos os estabelecimentos deste tipo. Estes planos de gerenciamento devem

seguir o que determina o CONAMA (2004), abrangendo aspectos técnicos,

operacionais, gerais, organizacionais e de recursos humanos. Os riscos para a saúde

pública gerados pelos resíduos dos serviços de saúde são comparáveis aos riscos

ocasionados pelos resíduos domésticos, o que dispensaria, para os primeiros, uma

atenção especial no que diz respeito ao tratamento, à coleta e à disposição final.

Quando questionados em relação a este posicionamento, estes autores são unânimes

à conduta com os resíduos perfurocortantes e as culturas microbiológicas. O risco de

contaminação pelo manuseio desses resíduos é alto, tanto no momento da geração, do

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acondicionamento e do descarte, quanto durante a coleta externa e a disposição final,

devidos às suas características físicas e ao seu potencial de contaminação através de

microorganismos retidos, requerendo normas seguras de manuseio e

acondicionamento. Entretanto, Nazar (2005) concluiu que a mera existência de uma lei

não é suficiente para atingir o objetivo que se propõe, como no caso da legislação que

rege a elaboração e implantação de um programa de gerenciamento de resíduos de

saúde. Torna-se necessária a conscientização pública para a importância de

implantação destas rotinas, enquanto isto, deve-se manter a vigilância rigorosa e

permanente para o seu cumprimento legal.

Torna-se um exemplo para os municípios brasileiros, a legislação vigente em

Campinas (SP), em que o Decreto 11.510, de 29 de Abril de 1994, apoiada na

Resolução Conjunta do Estado SS/SMA/SJDC -1, de 20 de junho de 1998 e na

Resolução federal RDC n 33, de 25 de fevereiro de 2003 que informa caber ao

responsável pelos estabelecimentos de serviço de saúde geradores de resíduos

sólidos, a responsabilidade pelo gerenciamento de seus resíduos, desde a origem ate a

disposição final (SILVA, 2004).

3.3.1. Classificação para Resíduos de Saúde (Resolução CONAMA 005/93)

Segundo a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas –

ABNT, resíduos nos estados sólido e semi-sólido, resultam de atividades da

comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de

sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de

controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem

inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para

isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia

disponível. A Resolução CONAMA 005/93, que estabelece a classificação de RSS,

está disposta no Anexo 2.

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3.3.2. Importância da Gestão de Serviços de Saúde em Odontologia

Dentre os resíduos de serviços de saúde, em especial os provenientes de serviços

odontológicos, necessitam de ampliação e aprofundamento de estudos devidos às

controvérsias decorrentes das implicações desses resíduos no que se refere a saúde

ambiental. Nelas estão contidas questões vinculadas à saúde ocupacional dos usuários

dos serviços odontológicos e ao saneamento ambiental. O gerenciamento é capaz de

minimizar e impedir os efeitos adversos causados pelos Resíduos de Serviços de Saúde

do ponto de vista sanitário sempre que realizado adequadamente e racionalmente. Fica

sob a responsabilidade do estabelecimento gerador a implantação do plano de

gerenciamento de acordo com as normas estabelecidas na RDC/ANVISA no 306, de 07 de

dezembro de 2004.

Sob o ponto de vista de Silva (2004), o gerenciamento constitui um conjunto de

procedimentos de gestão que devem ser planejados e implementados com o objetivo de

reduzir a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento

seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, preservação da saúde

pública, dos recursos naturais e meio ambiente.

3.4. Descarte de Resíduos em Estabelecimentos de Saúde: aspectos legais e ambientais

Até a década de 80, os resíduos patogênicos e/ou tóxicos à saúde pública e ao

meio ambiente, por suas características químicas e biológicas gerados em ambientes de

saúde, denominavam-se lixo hospitalar. Atualmente este termo foi substituído por

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) (SILVA, 2004).

Dentre os RSS, em especial os de serviços odontológicos, necessitam de

ampliação e aprofundamento de estudos devidos às controvérsias decorrentes das

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implicações desses resíduos no que se refere a saúde ambiental, nelas estão contidas

questões vinculadas à saúde ocupacional dos usuários dos serviços odontológicos e ao

saneamento ambiental. O gerenciamento é capaz de minimizar e impedir os efeitos

adversos causados pelos RSS do ponto de vista sanitário sempre que realizado

adequadamente e racionalmente. Fica sob a responsabilidade do estabelecimento gerador

a implantação do plano de gerenciamento de acordo com as normas estabelecidas na

RDC/ANVISA no 306, de 07 de dezembro de 2004.

Os resíduos gerados nos serviços odontológicos podem ser classificados em

biológicos, químicos, perfurocortantes e comuns (BRASIL, 2006).

3.4.1. Resíduos Biológicos

Os resíduos biológicos são aqueles com possível presença de agentes biológicos

que apresentem ricos de infecção. Devem ser manejados de diferentes formas de acordo

com sua composição. Dentre estes, identificam-se:

a) Resíduos resultantes da atenção á saúde de indivíduos com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes com classe de risco 4, em conformidade com

a RDC/ANVISA n 306, de 7 de dezembro de 2004. Após sua geração, estes resíduos

devem ser acondicionados em saco vermelho, substituídos quando atingirem 2/3 de sua

capacidade ou pelo menos uma vez a cada 24 horas, e identificados conforme o item 1.3.3

da RDC 306/04 . Devem ser submetidos a tratamento que eliminem a carga microbiana ,

em equipamento compatível com o Nível III de Inativação Microbiana. Uma vez que não

tenha havido descaracterização física das estruturas, devem ser novamente

acondicionados conforme o item 1.2 da RDC/ ANVISA n 306, de 7 de dezembro de 2004,

em sacos brancos leitosos, substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo

menos uma vez a cada 24 horas, e identificados conforme o item 1.3.3 da mesma RDC.

Caso ocorra descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como

resíduos do Grupo D – resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou

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radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparado aos resíduos

domiciliares.

b) Resíduos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde,

contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Devem ser acondicionados

conforme o item 1.2 da RDC 306/04, em sacos vermelhos, substituídos quando atingirem

2/3 de sua capacidade ou pelo menos uma vez a cada 24 horas, e identificados conforme

o item 1.3.3 da RDC 306/04. Serão submetidos a tratamento que eliminem a carga

microbiana, em equipamento compatível com o Nível III de Inativação Microbiana

(Apêndice IV da RDC 306/04), e que desestruture as suas características físicas, de modo

a se tornarem irreconhecíveis. Após o tratamento podem ser acondicionados como

resíduos do Grupo D. Caso o tratamento previsto tenha sido realizado fora da unidade

geradora, o acondicionamento para transporte deve ser em recipiente rígido, resistente a

punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de controle e fechamento e

devidamente identificado, conforme o item 1.3.3 da RDC 306/04, de forma a garantir o

transporte seguro até a unidade de tratamento.

c) Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não

contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre (luvas, óculos, mascaras,

gaze e outros) e peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de

procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação

diagnóstica devem ser dispostos sem tratamento prévio, em local devidamente licenciado

para disposição final de RSS. Devem ser acondicionados em sacos brancos leitosos

substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos uma vez a cada 24

horas, e identificados conforme o item 1.3.3 da RDC 306/04. Os sacos devem estar

contidos em recipiente de material lavável, resistente a punctura, ruptura e vazamento,

com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos

arredondados, e resistente ao tombamento. Devem ser dispostos em local devidamente

licenciado para disposição final, e, na ausência deste, as orientações do órgão ambiental

competente devem ser observadas.

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3.4.2. Resíduos Químicos

Resíduos químicos são aqueles que contém substâncias que podem apresentar

risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade (BRASIL, 2006), como:

a) produtos antimicrobianos, citostáticos e antineoplásicos;

b) imunossupressores vencidos;

c) anestésicos;

d) efluentes de processadores de imagem – revelador e fixador;

e) saneantes e desinfetantes;

f) resíduos de amálgama;

g) radiografias odontológicas descartadas;

h) demais produtos considerados perigosos, conforme a classificação da NBR 10.004 da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para tóxicos, corrosivos, inflamáveis, e

reativos (Apêndice 3).

As características dos resíduos pertencentes a este grupo são as contidas na Ficha

de informações de segurança de produtos químicos – FISPQ (NBR 14.725 da ABNT, de

julho de 2001). Resíduos químicos que apresentem risco à saúde ou ao meio ambiente,

quando não forem submetidos a processos de reutilização, recuperação ou reciclagem,

devem ser submetidos a tratamento e disposição final específicos. No estado sólido,

quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos – Classe I. No

estado líquido, devem ser submetidos a tratamento específico, sendo vedado o seu

encaminhamento para disposição final em aterros. Se submetidos a tratamento térmico por

incineração, devem seguir as orientações contidas na Resolução CONAMA n 316, de 29

de outubro de 2002, que dispõe que o acondicionamento deve ser feito em recipientes

individualizados, observadas as exigências de compatibilidade química do resíduo x

embalagem para que não ocorram reações químicas entre os componentes colocando o

resíduos aos risco de exposição.

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Grigoletto (2008) alerta para os efluentes gerados a partir de processamentos

radiográficos como o revelador, fixador e água de lavagem radiográficos, utilizados na

maior parte dos estabelecimentos de saúde que realizam diagnóstico por imagem,

incluindo entidades de ensino e pesquisa, são classificados como resíduos químicos

altamente tóxicos, e caracterizados segundo o CONAMA, em sua Resolução n 358, como

resíduos do grupo B (resíduos químicos perigosos) não podendo ser descartados no meio

ambiente, pois encontram-se fora dos padrões estabelecidos pelo órgãos reguladores.

Os efluentes gerados a partir do processamento radiográfico constituem-se em

soluções com alta concentrações de prata (Hg), além de apresentarem em sua

composição hidroquinona, quinona, metol, tiossulfato de sódio, sulfito de sódio e ácido

bórico.

O resíduo gerado pelo revelador radiológico deve ser neutralizado até que alcance

pH entre 7 e 9, sendo posteriormente lançado na rede coletora de esgoto ou em corpo

receptor, enquanto o gerado pelo fixador radiológico e pela água de lavagem podem ser

submetidos a processo de recuperação da prata ou ao constante do item 11.16 da RDC

306/04, ou seja, serem encaminhados a aterro de resíduos perigosos, de acordo coma a

legislação municipal em vigor.

As pilhas e baterias apresentam em sua composição metais considerados perigosos

à saúde humana e ao meio ambiente como o chumbo (Pb), Cádmio (Cd) e Mercúrio (Hg).

O descarte de pilhas, baterias e acumuladores de carga devem estar de acordo com o

disposto no Artigo 6º. da Resolução do CONAMA no 257/99 (Apêndice 4), ou seja,

poderão ser dispostas, juntamente com os resíduos domiciliares, em aterros sanitários

licenciados (AMBIENTEBRASIL, 2008).

Pécora (2003) relatou que o amálgama dental é um dos materiais restauradores

mais utilizados na clínica odontológica, um composto de liga de prata e mercúrio que gera

no seu preparo vapor de mercúrio, e promove uma sobra de 30% de sua manipulação

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inclusas as raspas da escultura dental. O descuido com os resíduos deste material

odontológico causa prejuízos ao meio ambiente por sua volatilidade e aos seres vivos

com intoxicações sistêmicas. Os compostos de mercúrio devem ser acondicionados em

recipiente dotado de boca larga, de material inquebrável sob selo de água e

hermeticamente fechado em local de baixa temperatura e isento de luz solar direta. Os

resíduos devem ser encaminhados para recuperação e reciclagem a fim de eliminar

possíveis contaminações com o mercúrio, ou obedecer o constante do item 11.16 da RDC

306/04, ou seja, serem encaminhados a aterro de resíduos perigosos, de acordo coma a

legislação municipal em vigor.

Resíduos químicos que não apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente não

necessitam de tratamento podendo ser submetidos a processo de reutilização,

recuperação ou reciclagem. No estado sólido devem ser encaminhados para sistemas

licenciados de disposição final. Se em estado líquido, podem ser lançados na rede coletora

de esgoto ou corpo receptor (BRASIL, 2006).

3.4.3. Resíduos Perfurocortantes

Resíduos perfurocortantes são todos os objetos e instrumentos contendo cantos,

bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas capazes de cortar ou perfurar: bisturis,

agulhas, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, e outros.

Devem ser acondicionados em recipientes rígidos, com tampa vedante, estanques,

resistentes a ruptura e à punctura, e dispostos em local devidamente licenciado para

disposição final de RSS (BRASIL, 2006).

3.4.4. Resíduos Comuns

Resíduos comuns são aqueles que não apresentam risco biológico, químico ou

radiológico à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadram nas categorias anteriores

podendo serem equiparados aos resíduos domiciliares. Podem submeterem-se a

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programas de reciclagem e devem seguir as orientações estabelecidas pelo órgão

competente e pelo serviço de limpeza urbana (CAMPANER, 2002). Haddad (2006)

comenta que, sobretudo nos últimos anos, com o aumento da densidade populacional das

cidades e seu crescimento desordenado, aliado às formas de vida que contemplam a

praticidade do uso de produtos descartáveis ou de uso único, a geração de resíduos

aumentou de maneira preocupante. Além da maior quantidade de resíduos, a qualidade

destes é outro ponto consideravelmente importante. A tecnologia dos tempos modernos

disponibilizou para o mercado produtos sintéticos com características diversas, de difícil

reciclagem, muitas vezes potenciais causadores de impactos ambientais.

3.5. Normatização do Manuseio e Acondicionamento de Resíduos Produzidos em Estabelecimentos Odontológicos

A atividade odontológica produz vários tipos de resíduos, devido à diversidade

de materiais utilizados para seu exercício, que devem ser classificados de acordo com a

NBR 10.004 da ABNT e manuseados de maneira adequada para garantir proteção aos

pacientes, funcionários, saúde pública, assim como ao meio ambiente. Desta forma, todos

os resíduos necessitam de cuidados especiais no acondicionamento, armazenagem,

remoção, transporte e destino final, sendo fundamental durante a execução destes

procedimentos a utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI. (MASTROENI,

2004).

3.5.1. Armazenamento Interno e Externo

O armazenamento consiste na guarda temporária até que seja realizada a coleta. Em

pequenos estabelecimentos, os resíduos devem ficar em recipientes constituídos de

material rígido, impermeável, dotado de tampa, em abrigo interno de resíduos construído

em alvenaria, com piso, paredes, porta e teto de material liso, impermeável e lavável,

dotado de duas aberturas teladas para ventilação e para proteção contra insetos,

identificado externamente como depósito contaminado (MASTROENI, 2004). (Figuras 1 e

2)

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Figura 1: Armazenamento Externo (Fonte: www.sesi.com.br)

Figura 2: Depósito de armazenamento interno de resíduos

(Fonte: www.residuos.com.br)

Em grandes estabelecimentos, os resíduos devem ser armazenados em contêineres

com tampa, que apresentem as mesmas características descritas anteriormente. Os

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contêineres deverão ficar acondicionados em uma área denominada abrigo externo de

resíduos, construída em ambiente exclusivo, com acesso externo facilitado à coleta, e

devidamente identificado com símbolos e inscrições, e restrito aos funcionários do

gerenciamento de resíduos, de fácil acesso aos veículos coletores e de transporte externo.

Deve ser dimensionado de acordo com a geração de resíduos e com a periodicidade da

coleta. Deve ter as especificações citadas anteriormente, acrescidas de porta com tela de

proteção contra vetores, com sentido de abertura para fora, de largura compatível com os

contêineres. Deve ter pontos de iluminação, tomada elétrica, água e ralo sifonado com

tampa que permita a sua vedação, ligado a rede de esgoto. O abrigo deve possuir uma

área de higienização, para limpeza e manejo dos RSS (MASTROENI, 2004).

3.5.2. Coleta e Transporte

A coleta deve ser pautada pela segregação, ou seja, a separação do lixo na fonte

geradora de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas. Para tal, a

partir de uma prévia identificação, cada tipo deve ser colocado em recipientes distintos

como citado anteriormente (MASTROENI, 2004). Os resíduos, devidamente

acondicionados e armazenados devem ser transportados do local de geração ao local de

armazenamento. O sistema de transporte pode empregar carrinhos, dutos de gravidade,

tubos pneumáticos, elevadores ou carregamento manual. Para o transporte de

quantidades superiores a 20 kg, devem-se utilizar carrinhos específicos para transporte

atendendo as normas ABNT – NBR 12.810.

O transporte dos recipientes deve ser realizado sem esforço excessivo ou risco de

acidente para o funcionário, exigindo a utilização de EPIs. Deve ser realizado pela equipe

de funcionários da coleta de lixo, adequadamente treinados pela vigilância sanitária

municipal, em veículos apropriados, visando a preservação da saúde publica e controle da

poluição ambiental (MASTROENI, 2004).

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Figura 3 : Veículo de transporte interno de residuos

(Fonte: www.fiocruz.com.br/biosseguranca)

3.6. Segurança Ocupacional e Capacitação Permanente de Pessoal

As doenças profissionais constituem um importante problema de saúde pública em

todo o mundo. O risco ocupacional vai estar diretamente relacionado com as atividades

realizadas pelo profissional e os setores de atuação dentro dos serviços de saúde, a

natureza e a freqüência das exposições, a presença de material infectado no ambiente de

trabalho, a resposta imunológica do indivíduo e a possibilidade de infecção após a

exposição. De forma geral, a transmissão dos agentes ocorre por inalação, penetração na

pele, contato com a pele e mucosas, ou ingestão. A equipe envolvida aos RSS deve

submeter-se a exames médicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho, mudança

funcional e demissional, conforme estabelecido no Programa de Controle Medico de

Saúde Ocupacional -PCMSO da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho- MT (1978). Os

funcionários serem imunizados em conformidade com o Programa Nacional de Imunização

– PNI, realizando controle laboratorial sorológico para avaliação da resposta imunológica

(UniFOA, 2008).

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Deve na admissão, sob responsabilidade do empregador, ocorrer a capacitação do

funcionário como forma de prevenção, e ser mantida sob educação continuada para as

atividades de manejo de resíduos, incluindo a responsabilidade com higiene pessoal, dos

materiais e dos ambientes. Esta, deverá valorizar a utilização dos EPI, bem como mantê-

los em perfeita higiene e estado de conservação. Faz-se primordial o reconhecimento dos

símbolos e expressões de sinalização, que são mostrados nas figuras 4, 5, 6 e 7

(MASTROENI, 2004):

Figura 4: Símbolo Reciclável

Fonte: www.biossegurança.com

Figura 5 : Símbolo Infectante

Fonte: www.prt.com.br/noticia.jsp?id=9

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Figura 6 : Símbolo Radiação Ionizante

Fonte: www.biossseguranca.com

Figura 7: Símbolo Resíduos Químicos Perigosos

Fonte: www.biosseguranca.com

3.7. Aspectos do Ensino de Biossegurança no Curso de Odontologia

Qualquer treinamento prático requer uma rotina de procedimentos que levem o

individuo no seu cumprimento, a adquirir segurança na sua execução e com garantia na

minimização de acidentes. Os alunos do curso de odontologia do UniFOA, recebem uma

capacitação teórica que os direciona à pratica segura de suas necessidades clínicas e

laboratoriais. As aulas de práticas profissionais realizam-se sob supervisão docente com

conteúdos que valorizam o respeito e a obediência a estas normas. Entretanto, o

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manuseio de instrumentos cortantes os expõe a riscos de infecção cruzada, que os torna

estatisticamente os mais acometidos por acidentes e exposições a contaminação, por isto,

é imprescindível que os cursos de saúde ofereçam disciplinas específicas sobre medidas

de biossegurança.

O número de acidentes ocupacionais com estudantes do curso de odontologia

aumenta com o decorrer dos períodos cursados e o cuidado com a biossegurança e

imunização pelos alunos é deficiente. Desta forma os cursos de graduação de odontologia

devem abordar mais rotineiramente a necessidade da prática do controle de risco, bem

como orientar como proceder em casos de acidentes, a fim de formar profissionais mais

conscientes com o cuidado à sua saúde, de sua equipe e de seus pacientes. (LIMA e cols,

2008)

Cruz e Gaparetto (1999) descrevem que as recomendações sobre os cuidados no

controle de infecções no ambiente clínico devem ser regularmente reforçadas ao corpo

discente.

3.8. Uso de Recursos Visuais no Ensino

Dentro da aprendizagem humana, a maior interpretação com o mundo exterior se

dá através do órgão visual, do mecanismo senso – percentual da vista. Por isso, o

emprego dos recursos de ensino e em especial dos recursos visuais facilita o ótimo

aproveitamento de nossos mecanismos sensoriais. O uso dos recursos visuais aliado aos

recursos verbais favorece, a aquisição do conhecimento lexical, já que a multimodalidade

capacita os indivíduos a construírem representações mentais ricas, bem como a

estabelecerem conexões entre elas. Nesse contexto, o aprendizado se torna mais

significativo e os aprendizes são capazes de criar uma compreensão mais profunda,

retendo a informação com maior facilidade. Isso se deve ao fato de que a dupla

codificação produz ainda aproximadamente duas vezes mais a capacidade de lembrança

do que uma única codificação, sendo que o código visual contribui mais para a memória de

longo termo do que o código verbal. (PROCOPIO, 2009)

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Segundo Palasio (2009), dos cincos sentidos, a visão humana é a que provê o

maior número de informações a serem processadas pelo cérebro. Estima-se que metade

do potencial de processamento cerebral humano seja utilizada para lidar com informações

visuais e sabe-se também que o ser humano é um animal predominantemente visual. Por

estas entre outras tantas razões a questão da sinalização como ferramenta para a

prevenção é de suma importância para o sucesso de qualquer programa de segurança

educativa que tenha como objetivo alcançar melhores resultados.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo com enfoque quali-quantitativo, descritivo, com pesquisa de

campo. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos,

de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – Ministério da

Saúde, visando a coleta de dados junto a docentes, discentes e pessoal auxiliar técnico-

administrativo que utilizam a Clínica Integrada e Centro Cirúrgico do Curso de Odontologia

do Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA.

Inicialmente, desenvolveu-se um produto didático-educativo para orientação ao

gerenciamento de RSS interno específico denominado DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE. O modelo do adesivo foi desenvolvido em parceria com o Curso de

Graduação em Design (Desenho Industrial) do UniFOA. Este dispositivo foi, após anuência

da Coordenação do Curso de Odontologia do UniFOA, afixado em todos os boxes de

atendimento odontológico, em local visível e próximo às lixeiras localizadas em cada box

(lixeiras com sacos plásticos da cor branca e preta), e ao reservatório para descarte de

perfuro-cortantes na cor amarela, também disposto em cada box de atendimento

odontológico. O número de adesivos a serem utilizados foi 50.

Anteriormente à afixação dos adesivos nos boxes de atendimento odontológico, foi

realizada uma orientação dirigida aos discentes, docentes e funcionários envolvidos nos

boxes de atendimento prático da clínica integrada e centro cirúrgico do Curso de

Odontologia/UniFOA, de modo a explicitar as funções do dispositivo ilustrado, dirimir

eventuais dúvidas e promover capacitação permanente quanto ao gerenciamento de RSS.

Todos os coletores foram esvaziados anteriormente à afixação, bem como analisados

seus conteúdos para uma análise comparativa da eficiência do produto, após sua

utilização.

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Após 30 dias de exposição, foi aplicado um questionário semi-aberto a 100 usuários

da Clínica Integrada e Centro Cirúrgico, dentre discentes, docentes e pessoal auxiliar, sem

identificação dos respondentes, com o objetivo de avaliar a aceitabilidade do produto

desenvolvido, eficiência e coleta de sugestões de melhorias ao mesmo, nas seguintes

proporções: 60% a discentes, 30% a docentes e 10% a funcionários auxiliares. O

questionário foi aplicado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa de seres

Humanos do UniFOA. Ademais, o questionário possuiu questões relacionadas a utilidade e

eficiência do produto didático-educativo afixado nos boxes de atendimento.

A análise dos dados coletados foi realizada através de freqüência relativa simples,

com tabulação e elaboração de gráficos em planilha Microsoft Office Excel 2007. Os

dados foram analisados discutidos à luz de reflexão crítica, embasada em literatura

atualizada sobre o assunto, bem como na legislação vigente.

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5. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO DE ESTUDOS

O estudo foi realizado nas clínicas multidisciplinares do Curso de Odontologia do

UniFOA, onde os alunos realizam atendimentos clínicos e cirúrgicos sob supervisão

docente. Estas clínicas são compostas por boxes individuais de atendimento, que compõe-

se de equipamento odontológico completo, mesas auxiliares, mochos, armários e pias

individuais, bem como estrutura de apoio ao descarte de resíduos gerados neste

ambiente: coletor para perfuro-cortantes, lixeira para resíduos contaminados e lixeira para

resíduos comuns.

Os atendimentos transcorrem em horário curricular gerenciados por uma recepção

de atendimentos, equipe de técnicos auxiliares, central de medicamentos, laboratório de

radiologia, central de esterilização e central de professores.

Os procedimentos antes de realizarem-se são analisados e planejados junto aos

docentes preceptores. Há um agendamento destes procedimentos com o devido preparo

do paciente, da equipe e do material e instrumental necessário à sua realização. Durante

os atos operatórios há uma equipe de técnicos de manutenção de equipamentos em

sobreaviso, e uma equipe de apoio auxiliar. Os alunos trabalham em sistema de duplas ou

trios, sendo responsáveis pelo box ocupado desde a sua montagem até sua desocupação,

e tendo de entrega-lo nas condições que o assumiram.

As disciplinas utilizam as clínicas e laboratórios dentro de uma escala de

distribuição de horários, coincidentes com os dias das mesmas na matriz curricular. Uma

equipe de limpeza é responsável por manter o ambiente limpo e descontaminado antes de

iniciarem-se os atendimentos. (Figura 8)

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Figura 8: Clinica Multidisciplinar do Curso de Odontologia

Após a realização dos atendimentos, os resíduos gerados devem ser descartados

de forma seletiva nos recipientes próprios à sua classificação, disponíveis nos boxes de

atendimentos. Neste momento, observa-se o descumprimento a esta norma do disposto

da clínica, quando pela ausência de uma rotina permanente de orientação ao descarte, os

membros participantes do procedimentos realizados, descumprem as normas de descarte

aos resíduos sólidos de saúde gerados naquele local. (Figuras 9 e 10)

Figura 9: Descarte Inadequado em Descarpack I

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Figura 10: Descarte Inadequado em Descarpack II

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6. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO

Como produto deste estudo, apresenta-se na Figura 11 adesivo ilustrado

denominado DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE, confeccionado em papel

adesivo impermeabilizado, adequado à afixação em paredes e quadros.

Sua criação ocorreu durante o curso. A idéia inicial seria desenvolver um folder de

orientação ao descarte dos resíduos. Entretanto, observamos que os alunos precisavam

de um produto que os orientasse de forma permanente com visualização direta. A troca de

idéias e experiências com colegas de curso, professores e orientador, levou à finalização

da idéia do adesivo sinalizador. A partir deste ponto, buscou-se agregar idéias de colegas

que dominassem outras áreas e outros cursos da Instituição, mas que pudessem contribuir

com seus conhecimentos específicos e formação especializada: Design e Informática. A

finalização transcorreu da interação com o curso de Design e supervisão do orientador.

Trata-se de um produto disseminável a todas as áreas de saúde, e a outras

instituições, podendo ser adaptado às necessidades específicas de cada ambiente de

trabalho em tamanho, cores e formato, com baixo custo e amplo alcance de penetração.

O dispositivo é composto por 3 partes sinalizadoras do destino de RSS:

a) Parte Branca: para RSS a serem descartados em lixeiras que contenham sacos de lixo

brancos, onde serão acondicionados materiais que mantiveram contato com secreções

e fluidos (sangue e saliva): fios de sutura usados, gazes contaminadas, algodão

contaminado e luvas usadas;

b) Parte Preta: para RSS a serem descartados em lixeiras que contenham sacos de lixo

pretos, onde serão depositados materiais inertes: papéis-toalha usados e embalagens

descartáveis, sacos plásticos e invólucros;

c) Parte Amarela: para RSS perfurocortantes a serem descartados em caixa de descarte

amarela (tipo Descarpack), onde serão acondicionadas seringas descartáveis, lâminas

de bisturi, agulhas anestésicas e de sutura, limas endodônticas, brocas e pontas

diamantadas.

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Figura11: Adesivo Educativo sobre Descarte de Resíduos Sólidos de Saúde

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7. RESULTADOS

Após a exposição e aplicação do produto, através de sua afixação nos boxes de

atendimento, os usuários dos ambientes geradores de resíduos foram submetidos, em

grupos distintos conforme discriminados nos gráficos abaixo, a um questionário aprovado

pelo COEPS, para pesquisa da eficiência educativa do produto. Foram submetidos

conforme na previsão, 10 questionários a funcionários técnico-administrativos, 30 a

docentes e 60 a discentes, perfazendo um total de 100 questionários aplicados. Os

resultados são apresentados nas figuras 12, 13. 14 e 15.

Os resultados foram também avaliados conjuntamente para análise dos

procedimentos de descarte de RSS do Curso de Odontologia, sendo observados em todos

os seus aspectos: segregação e descarte dos lixos comum, contaminado e perfuro-

cortante, estando esta análise em conformidade com a NR30.

Você observou a presença do adesivo em seu box de trabalho na Clínica?

80% 86%96%

20% 14%4%

Funcionários TécnicosAdm.

Docentes Discentes

simnão

Figura 12: Resultado dos questionários aplicados relativos à primeira pergunta.

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O adesivo foi útil na orientação ao descarte dos resíduos?

70%80%

90%

30%20%

10%

FuncionáriosTécnicos Adm.

Docentes Discentes

sim

não

Figura 13: Resultado dos questionários aplicados relativos à segunda pergunta.

Em sua opinião o adesivo deveria estar sempre próximo aos recipientes de descarte?

80%93% 93%

20%7% 7%

FuncionáriosTécnicos Adm.

Docentes Discentes

sim

não

Figura 14: Resultado dos questionários aplicados relativos à terceira pergunta.

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Figura 15: Resultado dos questionários aplicados relativos à quarta pergunta.

Na análise dos resultados observamos que o público discente apresentou-se com

maior receptividade a novas propostas: no que diz respeito a aceitação do produto, e

observação atenta ao sinalizador no ambiente de trabalho. Este fato vem de encontro à

educação e formação que vem sendo implementada através de conceitos de

multidisciplinariedade.

Em espaço reservado ao final do questionário, obteve-se retorno dos participantes da

pesquisa com sugestões e críticas construtivas ao melhor aprimoramento do produto. As

sugestões apresentadas pelos participantes encontram-se agrupadas por seguimento a

seguir:

Funcionários técnico-administrativos:

Melhorou muito a orientação ao descarte;

Utilização de cores mais vibrantes;

Realização de palestras semestrais de orientação ao descarte.

As cores e ilustrações utilizadas favoreceram na orientação ao descarte?

70% 73%

90%

30%

10%27%

FuncionáriosTécnicos Adm.

Docentes Discentes

sim

não

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Docentes

Utilização de cores mais vibrantes;

Maior divulgação e reforçar orientação;

Utilizar material de melhor qualidade;

Fazer em maior tamanho.

Discentes:

Realização de palestra de orientação ao descarte;

Trabalho educativo e preventivo a acidentes;

Utilizar cores mais fortes.

A seguir os resultados são apresentados de forma integrada, para todos os grupos,

para uma análise conjunta, em formato plano segmentado (Figuras 16, 17, 18 e 19)

.

Figura 16: resultado global da pesquisa relativo à primeira pergunta dos questionários

O adesivo foi útil na orientação ao descarte dos resíduos ?

85%

15%

sim

não

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Figura 17: resultado global da pesquisa relativo à segunda pergunta dos questionários

Figura 18: resultado global da pesquisa relativo à terceira pergunta dos questionários

Em sua opinião o adesivo deveria estar sempre próximo aos recipientes de descarte?

92%

8%

sim

não

Você observou a presença do adesivo em seu box de trabalho na Clínica?

92%

8%

sim

não

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Figura 19: resultado global da pesquisa relativo à quarta pergunta dos questionários

As cores e ilustrações utilizadas favoreceram na orientação ao descarte?

83%

17%

sim

não

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8. DISCUSSÃO

Podem ser vários os danos decorrentes do mau gerenciamento de RSS. Dentre eles

destaca-se a contaminação do meio ambiente, a ocorrência de acidentes de trabalho

(envolvendo profissionais da saúde, da limpeza pública e catadores) e a propagação de

doenças para a população em geral, por contato direto ou indireto através de vetores

(BIDONE, 2001). Assim, o objetivo maior de um sistema de gestão de resíduos deve

voltar-se não só para a diminuição da quantidade final de resíduos a serem eliminados,

como também para o impacto ambiental e as conseqüências para saúde da população,

causadas pela disposição inadequada dos diferentes tipos de resíduos produzidos pela

sociedade do século XXI (RODRIGUES, 2007).

Os RSS são de natureza heterogênea, e desta forma, é necessária uma

classificação para a segregação desses resíduos. Diferentes classificações foram

propostas por várias entidades, incluindo o Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), governos estaduais e

municipais. A Resolução no 283 do CONAMA 5, de 2001, atualiza e complementa a

Resolução no 5, e determina que cabe ao responsável legal pelo estabelecimento gerador

a responsabilidade pelo gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a

disposição final (GARCIA & ZANETTI-RAMOS, 2004).

O número de acidentes e doenças ocupacionais ocorridos em profissionais da

saúde vem aumentando devido a fatores como excesso de carga horária de trabalho,

estresse, uso incorreto da biossegurança, estado emocional do paciente e/ou profissional

durante o atendimento e ambiente de trabalho. Durante o manejo com instrumentais

pérfurocortantes e materiais biológicos, há uma grande chance de ocorrer acidentes

ocupacionais e/ou doenças oriundas destes, acometendo profissionais da área de saúde –

como é o caso dos cirurgiões-dentistas e estudantes de Odontologia, que fazem grande

uso e estão constantemente ligados ao risco ocupacional e fluidos biológicos

potencialmente capazes de causar doenças infecto-contagiosas. A freqüência de

acidentes ocupacionais envolvendo estudantes é alta. No descarte inadequado do material

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perfuro-cortante e no reencape de agulhas ocorre o maior número de acidentes

ocupacionais. (LIMA, 2008)

Dentro dos objetivos deste estudo, propõe-se a instalação de um adesivo

sinalizador educativo em todos os boxes de atendimento odontológico do UniFOA, visando

o estabelecimento de um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e

implementados baseando-se em normas científicas, normativas e legais, objetivando

minimizar a produção e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro,

de forma eficiente, com a proteção dos funcionários, a preservação da saúde pública, dos

recursos naturais e do meio ambiente (GUIMARÃES JUNIOR, 2001). Entretanto, é

importante ressaltar que, aliado à utilização deste dispositivo, destacamos a importância

da conscientização dos profissionais de saúde e discentes na aplicação da Biossegurança,

caracterizada por um conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e

adequados à manutenção de saúde em atividades de risco. Esta conscientização deve

ocorrer de forma permanente, aplicada à produção, coleta e tratamento dos RSS, de modo

a evitar conseqüências nocivas ao homem e ao meio ambiente, ou seja, redução do

volume total produzido, implantação de condições adequadas ao seu armazenamento e

destino final, de modo a não haver contaminação química ou biológica do solo ou lençóis

de água, que possam estar atingindo o meio ambiente.

Cruz e Gasparetto (1999), concluiram em seu trabalho direcionado ao estudo de

acidentes com instrumentais perfuro-cortantes em alunos de graduação de odontologia, a

necessidade permanente de medidas preventivas relacionadas a capacitação e educação

dos públicos relacionados aos ambientes de ensino.

Ao final da jornada diária de trabalho, os profissionais de saúde, regidos pelos seus

códigos de ética, devem depositar os RSS em recipientes adequados contendo o material

contaminante e em sacos/recipientes adequados de resíduos hospitalares, em local

previamente delimitado nas normas de Biossegurança, sendo vedado o descarte desses

resíduos na lixeira comum (RODRIGUES, 2007). Tendo em vista a precariedade do

tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde em nosso país (em que

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apenas pequena parte é depositada em aterros sanitários controlados) não se pode

desprezar a contaminação ambiental provocada por esses resíduos (GARCIA & ZANETTI-

RAMOS, 2004).

Nesse contexto, o desenvolvimento e a aplicação deste produto educativo,

promoverão estimulo à formulação de estratégias e soluções para problemas locais, em

busca da aproximação entre processos educativos e a realidade cotidiana dos

profissionais de saúde, onde as ações se apresentam como uma oportunidade única de

compreender a interação dos diferentes aspectos ecológicos, políticos, econômicos e

sócio-culturais do binômio saúde/meio ambiente (HADDAD, 2006).

Desta forma, os objetivos foram plenamente atingidos com a aplicação nas clinicas

do Curso de Odontologia do UniFOA, do produto sinalizador educativo podendo serem

comprovados os resultados obtidos através dos questionários aplicados aos usuários das

clinicas durante a exposição do produto, quando observou-se uma grande aceitação e

efetivo resultado.

A análise dos questionários nos apontou maior receptividade dos discentes, seja na

capacidade de observação ou no aproveitamento didático-educativo do produto. Através

das sugestões obtidas pelos participantes, concordamos na necessidade da capacitação

permanente dos públicos de saúde, seja com produtos educativos, palestras ou

treinamento técnico. Em relação a sugestão de utilizarem-se cores mais vibrantes, não

podemos acata-la, pois as cores utilizadas são padronizadas segundo Norma ABNT para o

descarte daqueles resíduos.

A comprovação efetiva dos resultados foi obtida pela observação comparativa dos

coletores, esvaziados ao início dos trabalhos, quando observamos o descarte sem regras

ou segregação, ao conteúdo contido nestes na

finalização da aplicação do produto, quando as regras de descarte foram respeitadas e

pôde-se observar também, segregação ao descarte.

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9. CONCLUSÕES O produto sinalizador-educativo veio de encontro às necessidades dos públicos que

utilizam as clínicas do UniFOA, obtendo-se grande poder de penetração, com importante

resultado educativo. Outras vertentes do produto são: seu vasto poder de disseminação

podendo ser adaptado a outras clínicas, setores e outras instituições, a baixo custo.

A submissão do questionário aos participantes neste processo, foi uma etapa crucial

na busca dos resultados. Um grande número de participantes sinalizou este aspecto com

sugestões e solicitações de amostra do produto ao pesquisador valorizando a eficiência e

aceitação do mesmo.

A comprovação dos resultados foi realizada através da inspeção dos coletores de

resíduos, esvaziados ao inicio da pesquisa e comparados ao final, quando já identificavam

o correto descarte dos RSS alí gerados.

Concluímos que os estabelecimentos de Ensino em saúde que geram RSS, são

responsáveis por seus resíduos e devem promover uma rotina de educação e orientação

permanente direcionada aos seus públicos envolvidos.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FERNANDES, M.I. e cols. Gerenciamento dos resíduos sólidos nos serviços de saúde dos hospitais de Caruaru – PE. Revista Saúde Com, 3(1): 43-54, 2007.

GARCIA, L.P.; ZANETTI-RAMOS, B.G. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde: uma questão de biossegurança. Cadernos de Saúde Pública, 20(3), 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br. Acesso em 30.set.07. GRIGOLETTO, J.C.; TAKAYANAGUI A.M.M. Efluentes de processadores de imagem radiográfica: impactos na saúde pública e ambiental. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. 2008. Disponivel em www.fsp.usp.br Acesso 14. nov.08. GUIMARÃES JUNIOR, J. Biossegurança e Controle de Infecção Cruzada em Consultórios Odontológicos. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2001.

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HADDAD, C.M.C. Resíduos de serviços de saúde de um hospital de médio porte do município de Araraquara: subsídios para elaboração de um plano de gerenciamento. Tese - Dissertação Mestrado. UNIARA – Centro Universitário de Araraquara. 2006.

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MASTROENI, M.F. Biossegurança Aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde. São Paulo: Atheneu, 2004. MASTROENI, M.F. Biossegurança Aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2006.

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APÊNDICE A

Resolução 306 de Dezembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA)

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RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de

resíduos de serviços de saúde.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11,

inciso IV, do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto n.º 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o Art. 111, inciso I, alínea "b", § 1º do Regimento Interno aprovado pela Portaria n.º 593, de 25 de agosto de 2000, publicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada em 6 de dezembro de 2004, considerando as atribuições contidas

nos Art. 6º , Art. 7º, inciso III e Art. 8º da Lei 9782, de 26 de janeiro de 1999; considerando a necessidade de aprimoramento, atualização e complementação dos procedimentos contidos na Resolução RDC 33, de 25 de fevereiro de 2003, relativos ao gerenciamento dos resíduos gerados nos serviços de saúde - RSS, com vistas a

preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente considerando os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes, preservando a saúde pública e o meio ambiente; considerando que os serviços de saúde são os responsáveis pelo correto gerenciamento de todos os

RSS por eles gerados, atendendo às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até a sua destinação final; considerando que a segregação dos RSS, no momento e local de sua geração, permite reduzir o volume de resíduos perigosos e a incidência de acidentes ocupacionais dentre outros benefícios à saúde pública e

ao meio ambiente; considerando a necessidade de disponibilizar informações técnicas aos estabelecimentos de saúde, assim como aos órgãos de vigilância sanitária, sobre as técnicas adequadas de manejo dos RSS, seu gerenciamento e fiscalização; Adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente,

determino a sua publicação:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, em Anexo a esta

Resolução, a ser observado em todo o território nacional, na área pública e privada.

Art. 2º Compete à Vigilância Sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, com o apoio dos Órgãos de

Meio Ambiente, de Limpeza Urbana, e da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, divulgar, orientar e fiscalizar o cumprimento desta Resolução .

Art. 3º A vigilância sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, visando o cumprimento do Regulamento Técnico, poderão estabelecer normas de caráter supletivo ou complementar, a fim de adequá-lo às especificidades locais.

Art. 4º A inobservância do disposto nesta Resolução e seu Regulamento Técnico configura infração sanitária e sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das

responsabilidades civil e penal cabíveis.

Art. 5º Todos os serviços em funcionamento, abrangidos pelo Regulamento Técnico em anexo, têm prazo máximo

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de 180 dias para se adequarem aos requisitos nele contidos. A partir da publicação do Regulamento Técnico, os

novos serviços e aqueles que pretendam reiniciar suas atividades, devem atender na íntegra as exigências nele contidas, previamente ao seu funcionamento.

Art. 6º Esta Resolução da Diretoria Colegiada entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Resolução ANVISA - RDC nº. 33, de 25 de fevereiro de 2003.

CLÁUDIO MAIEROVITCH PESSANHA HENRIQUES

ANEXO

REGULAMENTO TÉCNICO PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - DIRETRIZES GERAIS

CAPÍTULO I - HISTÓRICO

O Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, publicado inicialmente por meio da RDC ANVISA nº. 33 de 25 de fevereiro de 2003, submete-se agora a um processo de harmonização das normas federais dos Ministérios do Meio Ambiente por meio do Conselho Nacional de Meio Ambiente/CONAMA e da Saúde

através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA referentes ao gerenciamento de RSS.

O encerramento dos trabalhos da Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos do

CONAMA, originaram a nova proposta técnica de revisão da Resolução CONAMA nº. 283/2001, como resultado de mais de 1 ano de discussões no Grupo de Trabalho. Este documento embasou os princípios que conduziram à revisão da RDC ANVISA nº. 33/2003, cujo resultado é este Regulamento Técnico harmonizado com os novos

critérios técnicos estabelecidos .

CAPÍTULO II - ABRANGÊNCIA

Este Regulamento aplica-se a todos os geradores de Resíduos de Serviços de Saúde-RSS.

Para efeito deste Regulamento Técnico, definem-se como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de

embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para

diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares.

Esta Resolução não se aplica a fontes radioativas seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, e às indústrias de produtos para a saúde, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental.

CAPÍTULO III - GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

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O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a

partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.

O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS.

Todo gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, baseado nas características dos resíduos gerados e na classificação constante do Apêndice I, estabelecendo as diretrizes de

manejo dos RSS.

O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final

dos resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por estas etapas.

1 - MANEJO: O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra

estabelecimento, desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas:

1.1 - SEGREGAÇÃO - Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as

características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.

1.2 - ACONDICIONAMENTO - Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que

evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo.

1.2.1 - Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

1.2.2 - Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser

resistente ao tombamento.

1.2.3 - Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto não necessitam de

tampa para vedação.

1.2.4 - Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o

líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.

1.3 - IDENTIFICAÇÃO - Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos

sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS.

1.3.1 - A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e

externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na

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norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco

específico de cada grupo de resíduos.

1.3.2 - A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte poderá ser feita por adesivos,

desde que seja garantida a resistência destes aos processos normais de manuseio dos sacos e recipientes.

1.3.3 - O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com

rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos

1.3.4 - O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com

discriminação de substância química e frases de risco.

1.3.5 - O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor

magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO.

1.3.6 - O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com

rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo

1.4 - TRANSPORTE INTERNO - Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.

1.4.1 - O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes

específicos a cada grupo de resíduos.

1.4.2 - Os recipientes para transporte interno devem ser constituídos de material rígido, lavável, impermeável,

provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, e serem identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo neles contidos, de acordo com este Regulamento Técnico. Devem ser providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os recipientes com mais de 400 L de

capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar os limites de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

1.5 - ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO - Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e

otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento.

1.5.1- O armazenamento temporário poderá ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo justifiquem.

1.5.2 - A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas e laváveis,

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sendo o piso ainda resistente ao tráfego dos recipientes coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área

suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores, para o posterior traslado até a área de armazenamento externo. Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como “SALA DE RESÍDUOS”.

1.5.3 - A sala para o armazenamento temporário pode ser compartilhada com a sala de utilidades. Neste caso, a sala deverá dispor de área exclusiva de no mínimo 2 m2, para armazenar, dois recipientes coletores para posterior

traslado até a área de armazenamento externo.

1.5.4 - No armazenamento temporário não é permitida a retirada dos sacos de resíduos de dentro dos recipientes ali

estacionados.

1.5.5 - Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser coletados por período superior a 24 horas de seu

armazenamento, devem ser conservados sob refrigeração, e quando não for possível, serem submetidos a outro método de conservação.

1.5.6 - O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da ABNT.

1.6 TRATAMENTO - Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos

riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento

gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente.

1.6.1 - O processo de autoclavação aplicado em laboratórios para redução de carga microbiana de culturas e estoques de microrganismos está dispensado de licenciamento ambiental, ficando sob a responsabilidade dos

serviços que as possuírem, a garantia da eficácia dos equipamentos mediante controles químicos e biológicos periódicos devidamente registrados.

1.6.2 - Os sistemas de tratamento térmico por incineração devem obedecer ao estabelecido na Resolução CONAMA nº. 316/2002.

1.7 - ARMAZENAMENTO EXTERNO - Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.

1.7.1 - No armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados.

1.8 COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS -Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio

ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.

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1.8.1 - A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de acordo com as

normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT.

1.9 - DISPOSIÇÃO FINAL - Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los,

obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97.

Capítulo IV - RESPONSABILIDADES

2. Compete aos serviços geradores de RSS:

2.1. A elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana e outras

orientações contidas neste Regulamento.

2.1.1 - Caso o estabelecimento seja composto por mais de um serviço com Alvarás Sanitários individualizados, o

PGRSS deverá ser único e contemplar todos os serviços existentes, sob a Responsabilidade Técnica do estabelecimento.

2.1.2 - Manter cópia do PGRSS disponível para consulta sob solicitação da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral.

2.1.3 -Os serviços novos ou submetidos a reformas ou ampliação devem encaminhar o PGRSS juntamente com o Projeto Básico de Arquitetura para a vigilância sanitária local, quando da solicitação do alvará sanitário.

2.2. A designação de profissional, com registro ativo junto ao seu Conselho de Classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica-ART, ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber, para exercer a função de Responsável pela elaboração e implantação do PGRSS.

2.2.1 - Quando a formação profissional não abranger os conhecimentos necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as qualificações correspondentes.

2.2.2 - Os serviços que geram rejeitos radioativos devem contar com profissional devidamente registrado pela CNEN nas áreas de atuação correspondentes, conforme a Norma NE 6.01 ou NE 3.03 da CNEN.

2.2.3 - Os dirigentes ou responsáveis técnicos dos serviços de saúde podem ser responsáveis pelo PGRSS, desde que atendam aos requisitos acima descritos.

2.2.4 - O Responsável Técnico dos serviços de atendimento individualizado pode ser o responsável pela elaboração e implantação do PGRSS.

2.3 - A designação de responsável pela coordenação da execução do PGRSS.

2.4 - Prover a capacitação e o treinamento inicial e de forma continuada para o pessoal envolvido no gerenciamento de resíduos, objeto deste Regulamento.

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2.5 - Fazer constar nos termos de licitação e de contratação sobre os serviços referentes ao tema desta Resolução e

seu Regulamento Técnico, as exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcionários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que pretendam atuar nos estabelecimentos de saúde, bem como no transporte, tratamento e disposição final destes resíduos.

2.6 - Requerer às empresas prestadoras de serviços terceirizados a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, e documento de cadastro emitido pelo órgão

responsável de limpeza urbana para a coleta e o transporte dos resíduos.

2.7 - Requerer aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta, transporte, tratamento ou disposição final

dos resíduos de serviços de saúde, documentação que identifique a conformidade com as orientações dos órgãos de meio ambiente.

2.8 - Manter registro de operação de venda ou de doação dos resíduos destinados à reciclagem ou compostagem, obedecidos os itens 13.3.2 e 13.3.3 deste Regulamento. Os registros devem ser mantidos até a inspeção subseqüente.

3 - A responsabilidade, por parte dos detentores de registro de produto que gere resíduo classificado no Grupo B, de fornecer informações documentadas referentes ao risco inerente do manejo e disposição final do produto ou do

resíduo. Estas informações devem acompanhar o produto até o gerador do resíduo.

3.1 - Os detentores de registro de medicamentos devem ainda manter atualizada, junto à Gerência Geral de

Medicamentos/GGMED/ANVISA, listagem de seus produtos que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem riscos de manejo e disposição final. Devem informar o nome comercial, o princípio ativo, a forma farmacêutica e o respectivo registro do produto. Essa listagem ficará disponível no endereço eletrônico da

ANVISA, para consulta dos geradores de resíduos.

Capítulo V - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - PGRSS

4 - Compete a todo gerador de RSS elaborar seu Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS;

4.1. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos,

contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

O PGRSS deve contemplar ainda:

4.1.1. Caso adote a reciclagem de resíduos para os Grupos B ou D, a elaboração, o desenvolvimento e a

implantação de práticas, de acordo com as normas dos órgãos ambientais e demais critérios estabelecidos neste Regulamento.

4.1.2. Caso possua Instalação Radiativa, o atendimento às disposições contidas na norma CNEN-NE 6.05, de acordo com a especificidade do serviço.

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4.1.3. As medidas preventivas e corretivas de controle integrado de insetos e roedores.

4.1.4. As rotinas e processos de higienização e limpeza em vigor noserviço, definidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar-CCIH ou por setor específico.

4.1.5. O atendimento às orientações e regulamentações estaduais, municipais ou do Distrito Federal, no que diz respeito ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

4.1.6. As ações a serem adotadas em situações de emergência e acidentes.

4.1.7. As ações referentes aos processos de prevenção de saúde do trabalhador.

4.1.8. Para serviços com sistema próprio de tratamento de RSS, o registro das informações relativas ao

monitoramento destes resíduos, de acordo com a periodicidade definida no licenciamento ambiental. Os resultados devem ser registrados em documento próprio e mantidos em local seguro durante cinco anos.

4.1.9 - O desenvolvimento e a implantação de programas de capacitação abrangendo todos os setores geradores de RSS, os setores de higienização e limpeza, a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH, Comissões Internas de Biossegurança, os Serviços de Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho - SESMT, Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, em consonância com o item 18 deste Regulamento e com as legislações de saúde, ambiental e de normas da CNEN, vigentes.

4.2 - Compete ainda ao gerador de RSS monitorar e avaliar seu PGRSS, considerando;

4.2.1 - O desenvolvimento de instrumentos de avaliação e controle, incluindo a construção de indicadores claros,

objetivos, auto-explicativos e confiáveis, que permitam acompanhar a eficácia do PGRSS implantado.

4.2.2 - A avaliação referida no item anterior deve ser realizada levando-se em conta, no mínimo, os seguintes

indicadores:

• Taxa de acidentes com resíduo pérfurocortante

• Variação da geração de resíduos

• Variação da proporção de resíduos do Grupo A

• Variação da proporção de resíduos do Grupo B

• Variação da proporção de resíduos do Grupo D

• Variação da proporção de resíduos do Grupo E

• Variação do percentual de reciclagem

4.2.3 - Os indicadores devem ser produzidos no momento da implantação do PGRSS e posteriormente com

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freqüência anual.

4.2.4 - A ANVISA publicará regulamento orientador para a construção dos indicadores mencionados no item 4.2.2.

CAPÍTULO VI - MANEJO DE RSS

Para fins de aplicabilidade deste Regulamento, o manejo dos RSS nas fases de Acondicionamento, Identificação,

Armazenamento Temporário e Destinação Final, será tratado segundo a classificação dos resíduos constante do Apêndice I

5 - GRUPO A1

5.1 - culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os

hemoderivados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Estes resíduos não podem deixar a unidade geradora sem tratamento prévio.

5.1.1 - Devem ser inicialmente acondicionados de maneira compatível com o processo de tratamento a ser utilizado.

5.1.2 - Devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV).

5.1.3 - Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:

5.1.3.1 - Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados conforme o item 1.2 , em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.1.3.2 - Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.2 - Resíduos resultantes de atividades de vacinação com microorganismos vivos ou atenuados, incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo de validade, com conteúdo inutilizado, vazios ou com restos do produto, agulhas e seringas. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

5.2.1 - Devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III

de Inativação Microbiana (Apêndice IV).

5.2.2 - Os resíduos provenientes de campanha de vacinação e atividade de vacinação em serviço público de saúde,

quando não puderem ser submetidos ao tratamento em seu local de geração, devem ser recolhidos e devolvidos às Secretarias de Saúde responsáveis pela distribuição, em recipiente rígido, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e devidamente identificado, de forma a garantir o transporte seguro até a unidade de

tratamento.

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5.2.3 - Os demais serviços devem tratar estes resíduos conforme o item 5.2.1 em seu local de geração.

5.2.4 - Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:

5.2.4.1 - Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados conforme o item 1.2 , em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.2.4.2 - Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.3 - Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes Classe de Risco 4 (Apêndice II), microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo

de transmissão seja desconhecido. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

5.3.1 - A manipulação em ambiente laboratorial de pesquisa, ensino ou assistência deve seguir as orientações

contidas na publicação do Ministério da Saúde - Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, correspondente aos respectivos microrganismos.

5.3.2 - Devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.3.3 - Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice V).

5.3.4 - Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:

5.3.4.1 - Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.3.4.2 - Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.4 - Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à

saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

5.4.1 - Devem ser acondicionados conforme o item 1.2 , em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

5.4.2 - Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III

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de Inativação Microbiana (Apêndice IV) e que desestruture as suas características físicas, de modo a se tornarem

irreconhecíveis.

5.4.3 - Após o tratamento, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.

5.4.4 - Caso o tratamento previsto no item 5.4.2 venha a ser realizado fora da unidade geradora, o acondicionamento para transporte deve ser em recipiente rígido, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de

controle de fechamento e devidamente identificado, conforme item 1.3.3, de forma a garantir o transporte seguro até a unidade de tratamento.

5.4.5 - As bolsas de hemocomponentes contaminadas poderão ter a sua utilização autorizada para finalidades específicas tais como ensaios de proficiência e confecção de produtos para diagnóstico de uso in vitro, de acordo com Regulamento Técnico a ser elaborado pela ANVISA. Caso não seja possível a utilização acima, devem ser

submetidas a processo de tratamento conforme definido no item 5.4.2.

5.4.6 - As sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, podem ser descartadas

diretamente no sistema de coleta de esgotos, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

6 - GRUPO A2

6.1 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de

experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. Devem ser submetidos a

tratamento antes da disposição final.

6.1.1 - Devem ser inicialmente acondicionados de maneira compatível com o processo de tratamento a ser utilizado.

Quando houver necessidade de fracionamento, em função do porte do animal, a autorização do órgão de saúde competente deve obrigatoriamente constar do PGRSS.

6.1.2 - Resíduos contendo microrganismos com alto risco de transmissibilidade e alto potencial de letalidade (Classe de risco 4) devem ser submetidos, no local de geração, a processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III

de Inativação Microbiana (Apêndice IV) e posteriormente encaminhados para tratamento térmico por incineração.

6.1.3 - Os resíduos não enquadrados no item 6.1.2 devem ser tratados utilizando-se processo físico ou outros

processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana (Apêndice IV). O tratamento pode ser realizado fora do local de geração, mas os resíduos não podem ser encaminhados para tratamento em local externo ao serviço.

6.1.4 - Após o tratamento dos resíduos do item 6.1.3, estes podem ser encaminhados para aterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de RSS, ou sepultamento em cemitério de animais.

6.1.5 - Quando encaminhados para disposição final em aterro sanitário licenciado, devem ser acondicionados

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conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade

ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3 e a inscrição de “PEÇAS ANATÔMICAS DE ANIMAIS”.

7 - GRUPO A3

7.1 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que

500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.

7.1.1 - Após o registro no local de geração, devem ser encaminhados para:

I - Sepultamento em cemitério, desde que haja autorização do órgão competente do Município, do Estado ou do

Distrito Federal ou;

II - Tratamento térmico por incineração ou cremação, em equipamento devidamente licenciado para esse fim.

7.1.2 - Se forem encaminhados para sistema de tratamento, devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24

horas e identificados conforme item 1.3.3 e a inscrição “PEÇAS ANATÔMICAS”.

7.1.3 - O órgão ambiental competente nos Estados, Municípios e Distrito Federal pode aprovar outros processos

alternativos de destinação.

8 - GRUPO A4

8.1 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sobras de amostras de

laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou

cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenham sangue ou líquidos

corpóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de

microorganismos, bem como suas forrações; cadáveres de animais provenientes de serviços de assistência; Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.

8.1.1 - Estes resíduos podem ser dispostos, sem tratamento prévio, em local devidamente licenciado para disposição final de RSS.

8.1.2 - Devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificados conforme item 1.3.3.

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9 - GRUPO A5

9.1 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

9.1.1 - Devem sempre ser encaminhados a sistema de incineração, de acordo com o definido na RDC ANVISA nº 305/2002.

9.1.2 - Devem ser acondicionados conforme o item 1.2, em saco vermelho, que devem ser substituídos após cada procedimento e identificados conforme item 1.3.3. Devem ser utilizados dois sacos como barreira de proteção, com

preenchimento somente até 2/3 de sua capacidade, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

10 - Os resíduos do Grupo A, gerados pelos serviços de assistência domiciliar, devem ser acondicionados e

recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade, de acordo com este Regulamento, e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência.

11 - GRUPO B

11.1 - As características dos riscos destas substâncias são as contidas na Ficha de Informações de Segurança de

Produtos Químicos - FISPQ, conforme NBR 14725 da ABNT e Decreto/PR 2657/98.

11.1.1 - A FISPQ não se aplica aos produtos farmacêuticos e cosméticos.

11.2 - Resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente, quando não forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento ou disposição final

específicos.

11.2.1 - Resíduos químicos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos

perigosos - Classe I.

11.2.2 - Resíduos químicos no estado líquido devem ser submetidos a tratamento específico, sendo vedado o seu

encaminhamento para disposição final em aterros.

11.2.3 - Os resíduos de substâncias químicas constantes do Apêndice VI, quando não fizerem parte de mistura

química, devem ser obrigatoriamente segregados e acondicionados de forma isolada

11.3 - Devem ser acondicionados observadas as exigências de compatibilidade química dos resíduos entre si

(Apêndice V), assim como de cada resíduo com os materiais das embalagens de forma a evitar reação química entre os componentes do resíduo e da embalagem, enfraquecendo ou deteriorando a mesma, ou a possibilidade de que o material da embalagem seja permeável aos componentes do resíduo.

11.3.1 - Quando os recipientes de acondicionamento forem constituídos de PEAD, deverá ser observada a compatibilidade constante do Apêndice VII.

11.4- Quando destinados à reciclagem ou reaproveitamento, devem ser acondicionados em recipientes

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individualizados, observadas as exigências de compatibilidade química do resíduo com os materiais das embalagens

de forma a evitar reação química entre os componentes do resíduo e da embalagem, enfraquecendo ou deteriorando a mesma, ou a possibilidade de que o material da embalagem seja permeável aos componentes do resíduo.

11.5 - Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. Devem ser identificados de acordo com o item 1.3.4 deste Regulamento Técnico.

11.6 - Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, adequados para cada tipo de substância química, respeitadas as suas características físico-químicas e seu estado físico, e identificados de

acordo com o item 1.3.4 deste Regulamento Técnico.

11.7- As embalagens secundárias não contaminadas pelo produto devem ser fisicamente descaracterizadas e

acondicionadas como Resíduo do Grupo D, podendo ser encaminhadas para processo de reciclagem.

11.8- As embalagens e materiais contaminados por substâncias caracterizadas no item 11.2 deste Regulamento

devem ser tratados da mesma forma que a substância que as contaminou.

11.9 - Os resíduos gerados pelos serviços de assistência domiciliar, devem ser acondicionados, identificados e

recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade, de acordo com este Regulamento, e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência.

11.10 - As excretas de pacientes tratados com quimioterápicos antineoplásicos podem ser eliminadas no esgoto, desde que haja Sistema de Tratamento de Esgotos na região onde se encontra o serviço. Caso não exista tratamento de esgoto, devem ser submetidas a tratamento prévio no próprio estabelecimento.

11.11 - Resíduos de produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços assistenciais

de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos, devem ter seu manuseio conforme o item 11.2.

11.12 - Os resíduos de produtos e de insumos farmacêuticos, sujeitos a controle especial, especificados na Portaria MS 344/98 e suas atualizações devem atender à legislação sanitária em vigor.

11.13 - Os reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9, sendo posteriormente lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento

competentes.

11.14- Os fixadores usados em radiologia podem ser submetidos a processo de recuperação da prata ou então

serem submetidos ao constante do item 11.16.

11.15 - O descarte de pilhas, baterias e acumuladores de carga contendo Chumbo (Pb), Cádmio (Cd) e Mercúrio

(Hg) e seus compostos, deve ser feito de acordo com a Resolução CONAMA nº. 257/1999.

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11.16- Os demais resíduos sólidos contendo metais pesados podem ser encaminhados a Aterro de Resíduos

Perigosos-Classe I ou serem submetidos a tratamento de acordo com as orientações do órgão local de meio ambiente, em instalações licenciadas para este fim. Os resíduos líquidos deste grupo devem seguir orientações específicas dos órgãos ambientais locais.

11.17 - Os resíduos contendo Mercúrio (Hg) devem ser acondicionados em recipientes sob selo d’água e encaminhados para recuperação.

11.18 - Resíduos químicos que não apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente

11.18.1 - Não necessitam de tratamento, podendo ser submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem.

11.18.2 - Resíduos no estado sólido, quando não submetidos à reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser encaminhados para sistemas de disposição final licenciados.

11.18.3 - Resíduos no estado líquido podem ser lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

11.19 - Os resíduos de produtos ou de insumos farmacêuticos que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem risco à saúde e ao meio ambiente, conforme definido no item 3.1, quando descartados

por serviços assistenciais de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos, devem atender ao disposto no item 11.18.

11.20 - Os resíduos de produtos cosméticos, quando descartados por farmácias, drogarias e distribuidores ou quando apreendidos, devem ter seu manuseio conforme o item 11.2 ou 11.18, de acordo com a substância química de maior risco e concentração existente em sua composição, independente da forma farmacêutica.

11.21- Os resíduos químicos dos equipamentos automáticos de laboratórios clínicos e dos reagentes de laboratórios clínicos, quando misturados, devem ser avaliados pelo maior risco ou conforme as instruções contidas na FISPQ e

tratados conforme o item 11.2 ou 11.18.

12 - GRUPO C

12.1 - Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com a natureza física do material e do radionuclídeo presente, e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da

CNEN. Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação.

12.1.1 - Os rejeitos radioativos sólidos devem ser acondicionados em recipientes de material rígido, forrados internamente com saco plástico resistente e identificados conforme o item 12.2 deste Regulamento.

12.1.2 - Os rejeitos radioativos líquidos devem ser acondicionados em frascos de até dois litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado, sempre que possível de plástico, resistentes, rígidos e estanques,

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com tampa rosqueada, vedante, acomodados em bandejas de material inquebrável e com profundidade suficiente

para conter, com a devida margem de segurança, o volume total do rejeito, e identificados conforme o item 10.2 deste Regulamento.

12.1.3 - Os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeos, devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes estanques, rígidos, com tampa, devidamente identificados, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento. As

agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente.

12.2 - IDENTIFICAÇÃO:

12.2.1 - O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor

magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO, indicando o principal risco que apresenta aquele material, além de informações sobre o conteúdo, nome do elemento radioativo, tempo de decaimento, data de geração, nome da unidade geradora, conforme norma da CNEN NE 6.05 e

outras que a CNEN determinar.

12.2.2 - Os recipientes para os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeo devem receber a

inscrição de “’PERFUROCORTANTE” e a inscrição REJEITO RADIOATIVO, e demais informações exigidas.

12.2.3 - Após o decaimento do elemento radioativo a níveis do limite de eliminação estabelecidos pela norma CNEN

NE 6.05, o rótulo de REJEITO RADIOATIVO deve ser retirado e substituído por outro rótulo, de acordo com o Grupo do resíduo em que se enquadrar.

12.2.4 - O recipiente com rodas de transporte interno de rejeitos radioativos, além das especificações contidas no item 1.3 deste Regulamento, deve ser provido de recipiente com sistema de blindagem com tampa para acomodação de sacos de rejeitos radioativos, devendo ser monitorado a cada operação de transporte e ser

submetido à descontaminação, quando necessário. Independente de seu volume, não poderá possuir válvula de drenagem no fundo. Deve conter identificação com inscrição, símbolo e cor compatíveis com o resíduo do Grupo C.

12.3 - TRATAMENTO:

12.3.1 - O tratamento dispensado aos rejeitos do Grupo C - Rejeitos Radioativos é o armazenamento, em condições

adequadas, para o decaimento do elemento radioativo. O objetivo do armazenamento para decaimento é manter o radionuclídeo sob controle até que sua atividade atinja níveis que permitam liberá-lo como resíduo não radioativo. Este armazenamento poderá ser realizado na própria sala de manipulação ou em sala específica, identificada como

sala de decaimento. A escolha do local de armazenamento, considerando as meia-vidas, as atividades dos elementos radioativos e o volume de rejeito gerado, deverá estar definida no Plano de Radioproteção da Instalação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da CNEN. Para serviços com atividade em Medicina Nuclear, observar

ainda a norma NE - 3.05 da CNEN.

12.3.2 - Os resíduos do Grupo A de fácil putrefação, contaminados com radionuclídeos, depois de atendido os

respectivos itens de acondicionamento e identificação de rejeito radioativo, devem observar as condições de conservação mencionadas no item 1.5.5, durante o período de decaimento do elemento radioativo.

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12.3.3 - O tratamento preliminar das excretas de seres humanos e de animais submetidos à terapia ou a

experimentos com radioisótopos deve ser feito de acordo com os procedimentos constantes no Plano de Radioproteção.

12.3.4 - As sobras de alimentos provenientes de pacientes submetidos à terapia com Iodo 131, depois de atendidos os respectivos itens de acondicionamento e identificação de rejeito radioativo, devem observar as condições de conservação mencionadas no item 1.5.5 durante o período de decaimento do elemento radioativo. Alternativamente,

poderá ser adotada a metodologia de trituração destes alimentos na sala de decaimento, com direcionamento para o sistema de esgotos, desde que haja Sistema de Tratamento de Esgotos na região onde se encontra a unidade.

12.3.5 - O tratamento para decaimento deverá prever mecanismo de blindagem de maneira a garantir que a exposição ocupacional esteja de acordo com os limites estabelecidos na norma NE-3.01 da CNEN. Quando o tratamento for realizado na área de manipulação, devem ser utilizados recipientes blindados individualizados.

Quando feito em sala de decaimento, esta deve possuir paredes blindadas ou os rejeitos radioativos devem estar acondicionados em recipientes individualizados com blindagem.

12.3.6 - Para serviços que realizem atividades de Medicina Nuclear e possuam mais de 3 equipamentos de diagnóstico ou pelo menos 1 quarto terapêutico, o armazenamento para decaimento será feito em uma sala de decaimento de rejeitos radioativos com no mínimo 4 m², com os rejeitos acondicionados de acordo com o

estabelecido no item 12.1 deste Regulamento.

12.3.7 - A sala de decaimento de rejeitos radioativos deve ter o seu acesso controlado. Deve estar sinalizada com o

símbolo internacional de presença de radiação ionizante e de área de acesso restrito, dispondo de meios para garantir condições de segurança contra ação de eventos induzidos por fenômenos naturais e estar de acordo com o Plano de Radioproteção aprovado pela CNEN para a instalação.

12.3.8 - O limite de eliminação para rejeitos radioativos sólidos é de 75 Bq/g, para qualquer radionuclídeo, conforme estabelecido na norma NE 6.05 da CNEN. Na impossibilidade de comprovar-se a obediência a este limite,

recomenda-se aguardar o decaimento do radionuclídeo até níveis comparáveis à radiação de fundo.

12.3.9 - A eliminação de rejeitos radioativos líquidos no sistema de esgoto deve ser realizada em quantidades

absolutas e concentrações inferiores às especificadas na norma NE-6.05 da CNEN, devendo esses valores ser parte integrante do plano de gerenciamento.

12.3.10 - A eliminação de rejeitos radioativos gasosos na atmosfera deve ser realizada em concentrações inferiores às especificadas na norma NE-6.05 da CNEN, mediante prévia autorização da CNEN.

12.3.11 - O transporte externo de rejeitos radioativos, quando necessário, deve seguir orientação prévia específica da Comissão Nacional de Energia Nuclear/CNEN.

13 - GRUPO D

13.1 - ACONDICIONAMENTO

13.1.1 - Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos serviços locais de limpeza urbana, utilizando-

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se sacos impermeáveis, contidos em recipientes e receber identificação conforme o item 13.2 deste Regulamento.

13.1.2 - Os cadáveres de animais podem ter acondicionamento e transporte diferenciados, de acordo com o porte do animal, desde que submetidos à aprovação pelo órgão de limpeza urbana, responsável pela coleta, transporte e

disposição final deste tipo de resíduo.

13.2 - IDENTIFICAÇÃO :

13.2.1 - Para os resíduos do Grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações,

baseadas na Resolução CONAMA nº. 275/2001, e símbolos de tipo de material reciclável :

I - azul - PAPÉIS

II- amarelo - METAIS

III - verde - VIDROS

IV - vermelho - PLÁSTICOS

V - marrom - RESÍDUOS ORGÂNICOS

13.2.2 - Para os demais resíduos do Grupo D deve ser utilizada a cor cinza nos recipientes.

13.2.3 - Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não existe exigência para a padronização de cor

destes recipientes.

13.2.3 - São admissíveis outras formas de segregação, acondicionamento e identificação dos recipientes destes

resíduos para fins de reciclagem, de acordo com as características específicas das rotinas de cada serviço, devendo estar contempladas no PGRSS

13.3 - TRATAMENTO

13.3.1- Os resíduos líquidos provenientes de esgoto e de águas servidas de estabelecimento de saúde devem ser

tratados antes do lançamento no corpo receptor ou na rede coletora de esgoto, sempre que não houver sistema de tratamento de esgoto coletivo atendendo a área onde está localizado o serviço, conforme definido na RDC ANVISA nº. 50/2002.

13.3.2 - Os resíduos orgânicos, flores, resíduos de podas de árvore e jardinagem, sobras de alimento e de pré-preparo desses alimentos, restos alimentares de refeitórios e de outros que não tenham mantido contato com

secreções, excreções ou outro fluido corpóreo, podem ser encaminhados ao processo de compostagem.

13.3.3 - Os restos e sobras de alimentos citados no item 13.3.2 só podem ser utilizados para fins de ração animal, se

forem submetidos ao processo de tratamento que garanta a inocuidade do composto, devidamente avaliado e comprovado por órgão competente da Agricultura e de Vigilância Sanitária do Município, Estado ou do Distrito

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Federal.

14 - GRUPO E

14.1 - Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no local de sua geração,

imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 13853/97 da ABNT, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu reaproveitamento.

As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada manualmente.

14.2 - O volume dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária deste tipo de resíduo.

14.3 - Os recipientes mencionados no item 14.1 devem ser descartados quando o preenchimento atingir 2/3 de sua capacidade ou o nível de preenchimento ficar a 5 (cinco) cm de distância da boca do recipiente, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

14.4 - Os resíduos do Grupo E, gerados pelos serviços de assistência domiciliar, devem ser acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade, de acordo com este

Regulamento, e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência.

14.5 - Os recipientes devem estar identificados de acordo com o item 1.3.6, com símbolo internacional de risco

biológico, acrescido da inscrição de “PERFUROCORTANTE” e os riscos adicionais, químico ou radiológico.

14.6- O armazenamento temporário, o transporte interno e o armazenamento externo destes resíduos podem ser

feitos nos mesmos recipientes utilizados para o Grupo A.

14.7 - TRATAMENTO

14.7.1 - Os resíduos perfurocortantes contaminados com agente biológico Classe de Risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne

epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido, devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana

(Apêndice IV).

14.7.2 - Dependendo da concentração e volume residual de contaminação por substâncias químicas perigosas,

estes resíduos devem ser submetidos ao mesmo tratamento dado à substância contaminante.

14.7.3 - Os resíduos contaminados com radionuclídeos devem ser submetidos ao mesmo tempo de decaimento do

material que o contaminou, conforme orientações constantes do item 12.3.

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14.7.4 - As seringas e agulhas utilizadas em processos de assistência à saúde, inclusive as usadas na coleta

laboratorial de amostra de paciente e os demais resíduos perfurocortantes não necessitam de tratamento.

As etapas seguintes do manejo dos RSS serão abordadas por processo, por abrangerem mais de um tipo de resíduo

em sua especificação, e devem estar em conformidade com a Resolução CONAMA nº. 283/2001

15 - ARMAZENAMENTO EXTERNO

15.1 - O armazenamento externo, denominado de abrigo de resíduos, deve ser construído em ambiente exclusivo, com acesso externo facilitado à coleta, possuindo, no mínimo, 01 ambiente separado para atender o

armazenamento de recipientes de resíduos do Grupo A juntamente com o Grupo E e 01 ambiente para o Grupo D. O abrigo deve ser identificado e restrito aos funcionários do gerenciamento de resíduos, ter fácil acesso para os recipientes de transporte e para os veículos coletores. Os recipientes de transporte interno não podem transitar pela

via pública externa à edificação para terem acesso ao abrigo de resíduos.

15.2 - O abrigo de resíduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com capacidade

de armazenamento compatível com a periodicidade de coleta do sistema de limpeza urbana local. O piso deve ser revestido de material liso, impermeável, lavável e de fácil higienização. O fechamento deve ser constituído de alvenaria revestida de material liso, lavável e de fácil higienização, com aberturas para ventilação, de dimensão

equivalente a, no mínimo, 1/20 (um vigésimo) da área do piso, com tela de proteção contra insetos.

15.3- O abrigo referido no item 15.2 deste Regulamento deve ter porta provida de tela de proteção contra roedores e

vetores, de largura compatível com as dimensões dos recipientes de coleta externa, pontos de iluminação e de água, tomada elétrica, canaletas de escoamento de águas servidas direcionadas para a rede de esgoto do estabelecimento e ralo sifonado com tampa que permita a sua vedação.

15.4- Os resíduos químicos do Grupo B devem ser armazenados em local exclusivo com dimensionamento compatível com as características quantitativas e qualitativas dos resíduos gerados.

15.5 - O abrigo de resíduos do Grupo B, quando necessário, deve ser projetado e construído em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas para ventilação adequada, com tela de proteção contra insetos. Ter piso e paredes

revestidos internamente de material resistente, impermeável e lavável, com acabamento liso. O piso deve ser inclinado, com caimento indicando para as canaletas. Deve possuir sistema de drenagem com ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedação. Possuir porta dotada de proteção inferior para impedir o acesso de vetores e

roedores.

15.6 - O abrigo de resíduos do Grupo B deve estar identificado, em local de fácil visualização, com sinalização de

segurança-RESÍDUOS QUÍMICOS, com símbolo baseado na norma NBR 7500 da ABNT.

15.7 - O armazenamento de resíduos perigosos deve contemplar ainda as orientações contidas na norma NBR

12.235 da ABNT.

15.8- O abrigo de resíduos deve possuir área específica de higienização para limpeza e desinfecção simultânea dos

recipientes coletores e demais equipamentos utilizados no manejo de RSS. A área deve possuir cobertura, dimensões compatíveis com os equipamentos que serão submetidos à limpeza e higienização, piso e paredes lisos,

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impermeáveis, laváveis, ser provida de pontos de iluminação e tomada elétrica, ponto de água, preferencialmente

quente e sob pressão, canaletas de escoamento de águas servidas direcionadas para a rede de esgotos do estabelecimento e ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedação.

15.9 - O trajeto para o traslado de resíduos desde a geração até o armazenamento externo deve permitir livre acesso dos recipientes coletores de resíduos, possuir piso com revestimento resistente à abrasão, superfície plana, regular, antiderrapante e rampa, quando necessária, com inclinação de acordo com a RDC ANVISA nº. 50/2002.

15.10 - O estabelecimento gerador de RSS cuja geração semanal de resíduos não exceda a 700 L e a diária não exceda a 150 L, pode optar pela instalação de um abrigo reduzido exclusivo, com as seguintes características:

• Ser construído em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas teladas para ventilação, restrita a duas aberturas de 10X20 cm cada uma delas, uma a 20 cm do piso e a outra a 20 cm do teto, abrindo para a área

externa. A critério da autoridade sanitária, estas aberturas podem dar para áreas internas da edificação;

• Piso, paredes, porta e teto de material liso, impermeável e lavável. Caimento de piso para ao lado oposto ao da

abertura com instalação de ralo sifonado ligado à instalação de esgoto sanitário do serviço.

• Identificação na porta com o símbolo de acordo com o tipo de resíduo armazenado;

• Ter localização tal que não abra diretamente para a área de permanência de pessoas e, circulação de público, dando-se preferência a locais de fácil acesso à coleta externa e próxima a áreas de guarda de material de limpeza

ou expurgo.

CAPÍTULO VII - SEGURANÇA OCUPACIONAL

16 - O pessoal envolvido diretamente com os processos de higienização, coleta, transporte, tratamento, e armazenamento de resíduos, deve ser submetido a exame médico admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de

mudança de função e demissional, conforme estabelecido no PCMSO da Portaria 3214 do MTE ou em legislação específica para o serviço público

16.1 - Os trabalhadores devem ser imunizados em conformidade com o Programa Nacional de Imunização-PNI, devendo ser obedecido o calendário previsto neste programa ou naquele adotado pelo estabelecimento.

16.2 - Os trabalhadores imunizados devem realizar controle laboratorial sorológico para avaliação da resposta imunológica..

17 - Os exames a que se refere o item anterior devem ser realizados de acordo com as Normas Reguladoras-NRs do Ministério do Trabalho e Emprego .

18 - O pessoal envolvido diretamente com o gerenciamento de resíduos deve ser capacitado na ocasião de sua admissão e mantido sob educação continuada para as atividades de manejo de resíduos, incluindo a sua responsabilidade com higiene pessoal, dos materiais e dos ambientes.

18.1- A capacitação deve abordar a importância da utilização correta de equipamentos de proteção individual -

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uniforme, luvas, avental impermeável, máscara, botas e óculos de segurança específicos a cada atividade, bem

como a necessidade de mantê-los em perfeita higiene e estado de conservação.

19 - Todos os profissionais que trabalham no serviço, mesmo os que atuam temporariamente ou não estejam

diretamente envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos, devem conhecer o sistema adotado para o gerenciamento de RSS, a prática de segregação de resíduos, reconhecer os símbolos, expressões, padrões de cores adotados, conhecer a localização dos abrigos de resíduos, entre outros fatores indispensáveis à completa

integração ao PGRSS.

20 - Os serviços geradores de RSS devem manter um programa de educação continuada, independente do vínculo

empregatício existente, que deve contemplar dentre outros temas:

• - Noções gerais sobre o ciclo da vida dos materiais;

• - Conhecimento da legislação ambiental, de limpeza pública e de vigilância sanitária relativas aos RSS;

• - Definições, tipo e classificação dos resíduos e potencial de risco do resíduo;

• - Sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento;

• - Formas de reduzir a geração de resíduos e reutilização de materiais;

• - Conhecimento das responsabilidades e de tarefas;

• - Identificação das classes de resíduos;

• - Conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;

• - Orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual-EPI e Coletiva-EPC;

• - Orientações sobre biossegurança (biológica, química e radiológica);

• - Orientações quanto à higiene pessoal e dos ambientes;

• -Orientações especiais e treinamento em proteção radiológica quando houver rejeitos radioativos;

• - Providências a serem tomadas em caso de acidentes e de situações emergenciais;

• - Visão básica do gerenciamento dos resíduos sólidos no município;

• - Noções básicas de controle de infecção e de contaminação química.

20.1 - Os programas de educação continuada podem ser desenvolvidos sob a forma de consorciamento entre os

diversos estabelecimentos existentes na localidade.

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21 - Todos os atos normativos mencionados neste Regulamento, quando substituídos ou atualizados por novos atos,

terão a referência automaticamente atualizada em relação ao ato de origem.

Apêndice I

Classificação

GRUPO A

Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de

infecção.

A1

- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para

transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética.

- Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação

biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.

- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.

- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

A2

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que

foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.

A3

- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor

científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.

A4

- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.

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- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de

pesquisa, entre outros similares.

- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes

que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de

contaminação com príons.

- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica

que gere este tipo de resíduo.

- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos

corpóreos na forma livre.

- Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos

anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica.

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de

experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações.

- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.

A5

- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

GRUPO B

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente,

dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

- Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos;

imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.

- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).

- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas

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- Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos,

inflamáveis e reativos).

GRUPO C

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não

prevista.

- Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de

laboratórios de análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05.

GRUPO D

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

- papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não

classificados como A1;

- sobras de alimentos e do preparo de alimentos;

- resto alimentar de refeitório;

- resíduos provenientes das áreas administrativas;

- resíduos de varrição, flores, podas e jardins

- resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde

GRUPO E

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro,

brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

APÊNDICE II

Classificação de Agentes Etiológicos Humanos e Animais - Instrução normativa CTNBio nº 7 de 06/06/1997 e Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico - Ministério da Saúde - 2004

CLASSE DE RISCO 4

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BACTÉRIAS Nenhuma

FUNGOS Nenhum

PARASITAS Nenhum

VÍRUS E MICOPLASMAS Agentes da Febre Hemorrágica ( Criméia-Congo, Lassa,

Junin, Machupo, Sabiá, Guanarito e outros ainda não identificados)

Encefalites transmitidas por carrapatos (inclui o vírus da Encefalite primavera-verão Russa, Vírus da Doença de

Kyasanur, Febre Hemorrágica de Omsk e vírus da Encefalite da Europa Central).

Herpesvírus simiae (Monkey B vírus) Mycoplasma agalactiae (caprina) Mycoplasma mycoides (pleuropneumonia contagiosa

bovina) Peste eqüina africana Peste suína africana Varíola caprina Varíola de camelo Vírus da dermatite nodular contagiosa Vírus da doença de Nairobi (caprina) Vírus da doença de Teschen Vírus da doença de Wesselsbron Vírus da doença hemorrágica de coelhos Vírus da doença vesicular suína Vírus da enterite viral dos patos, gansos e cisnes Vírus da febre aftosa (todos os tipos) Vírus da febre catarral maligna Vírus da febre efêmera de bovinos Vírus da febre infecciosa petequial bovina Vírus da hepatite viral do pato Vírus da louping III Vírus da lumpy skin Vírus da peste aviária Vírus da peste bovina Viris da peste dos pequenos ruminantes Vírus da peste suína clássica (amostra selvagem) Vírus de Marburg Vírus de Akabane Vírus do exantema vesicular Vírus Ebola

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OBS : Os microorganismos emergentes que venham a ser identificados deverão ser classificados neste nível até que

os estudos estejam concluídos.

APÊNDICE III

Quadro resumo das Normas de Biossegurança para o Nível Classe de Risco 4 -

AGENTES PRATICAS EQUIP. SEGURANÇA

BARREIRAS PRIMÁRIAS

INSTALAÇÕES

BARREIRAS SECUNDÁRIAS

- Agentes exóticos ou

perigosos que impõem um alto

- Práticas padrões de

microbiologia

- Acesso controlado

Todos os procedimentos

conduzidos em Cabines

- Edifício separado ou área

isolada

- Porta de acesso dupla

risco de doenças que ameaçam a vida;

- Avisos de risco biológico

- Precauções com objetos

de Classe III ou Classe I ou II, juntamente com

macacão de pressão

com fechamento automático

- Ar de exaustão não

- infecções laboratoriais

transmitidas via

perfurocortantes

- Manual de Biossegurança que defina qualquer

positiva com suprimento de

ar.

recirculante

- Fluxo de ar negativo dentro do laboratório

- Sistema de abastecimento

aerossol ou relacionadas a agentes com risco desconhecido de

descontaminação de dejetos ou normas de vigilância médica

- Descontaminação de

e escape, a vácuo, e de descontaminação.

transmissão. todo o resíduo

- Descontaminação da roupa

usada no laboratório antes de ser

lavada

- Amostra sorológica

- Mudança de roupa antes de entrar

- Banho de ducha na saída

- Todo material descontaminado na saída das

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instalações

Fonte : Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia - CDC-NIH 4ª edição-1999

APÊNDICE IV

NÍVEIS DE INATIVAÇÃO MICROBIANA

Nível I Inativação de bactérias vegetativas, fungos e vírus lipofílicos com redução igual ou maior que 6Log10

Nível 2 Inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e micobactérias com redução igual ou

maior que 6Log10

Nível III Inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e

hidrofílicos, parasitas e micobactérias com redução igual ou maior que 6Log10, e inativação de esporos do B. stearothermophilus ou de esporos do B. subtilis com redução

igual ou maior que 4Log10.

Nível IV Inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e micobactérias, e inativação de esporos do B. stearothermophilus com redução igual ou maior

que 4Log10.

Fonte : Technical Assistance Manual: State Regulatory Oversight of Medical Waste Treatment Technologies - State

and Territorial Association on Alternate Treatment Technologies - abril de 1994

APÊNDICE V

Tabela de Incompatibilidade das principais substâncias utilizadas em Serviços de Saúde

Substância Incompatível com

Acetileno Cloro, Bromo,Flúor, Cobre, Prata, Mercúrio

Ácido acético Ácido crômico, Ácido perclórico, , peróxidos,

permanganatos, Ácido nítrico, etilenoglicol

Acetona Misturas de Ácidos sulfúrico e nítrico concentrados,

Peróxido de hidrogênio.

Ácido crômico Ácido acético, naftaleno, cânfora, glicerol, turpentine, álcool, outros líquidos inflamáveis

Ácido hidrociânico Ácido nítrico, álcalis

Ácido fluorídrico anidro, fluoreto de hidrogênio Amônia (aquosa ou anidra)

Àcido nítrico concentrado Ácido cianídrico, anilinas, Óxidos de cromo VI, Sulfeto de

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hidrogênio, líquidos e gases combustíveis, ácido acético,

ácido crômico.

Ácido oxálico Prata e Mercúrio

Ácido perclórico Anidrido acético, álcoois, Bismuto e suas ligas, papel, madeira

Ácido sulfúrico Cloratos, percloratos, permanganatos e água

Alquil alumínio Água

Amônia anidra Mercúrio, Cloro, Hipoclorito de cálcio, Iodo, Bromo, Ácido

fluorídrico

Anidrido acético Compostos contendo hidroxil tais como etilenoglicol,

Ácido perclórico

Anilina Ácido nítrico, Peróxido de hidrogênio

Azida sódica Chumbo, Cobre e outros metais

Bromo e Cloro Benzeno, Hidróxido de amônio, benzina de petróleo, Hidrogênio, acetileno, etano, propano, butadienos, pós-

metálicos.

Carvão ativo Dicromatos, permanganatos, Ácido nítrico, Ácido

sulfúrico, Hipoclorito de sódio

Cloro Amônia, acetileno, butadieno, butano, outros gases de

petróleo, Hidrogênio, Carbeto de sódio, turpentine, benzeno, metais finamente divididos, benzinas e outras frações do petróleo.

Cianetos Ácidos e álcalis

Cloratos, percloratos, clorato de potássio Sais de amônio, ácidos, metais em pó, matérias orgânicas particuladas, substâncias combustíveis

Cobre metálico Acetileno, Peróxido de hidrogênio, azidas

Dióxido de cloro Amônia, metano, Fósforo, Sulfeto de hidrogênio

Flúor Isolado de tudo

Fósforo Enxofre, compostos oxigenados, cloratos, percloratos, nitratos, permanganatos

Halogênios (Flúor, Cloro, Bromo e Iodo) Amoníaco, acetileno e hidrocarbonetos

Hidrazida Peróxido de hidrogênio, ácido nítrico e outros oxidantes

Hidrocarbonetos (butano, propano, tolueno) Ácido crômico, flúor, cloro, bromo, peróxidos

Iodo Acetileno, Hidróxido de amônio, Hidrogênio

Líquidos inflamáveis Ácido nítrico, Nitrato de amônio, Óxido de cromo VI, peróxidos, Flúor, Cloro, Bromo, Hidrogênio

Mercúrio Acetileno, Ácido fulmínico, amônia.

Metais alcalinos Dióxido de carbono, Tetracloreto de carbono, outros hidrocarbonetos clorados

Nitrato de amônio Ácidos, pós-metálicos, líquidos inflamáveis, cloretos, Enxofre, compostos orgânicos em pó.

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Nitrato de sódio Nitrato de amônio e outros sais de amônio

Óxido de cálcio Água

Óxido de cromo VI Ácido acético, glicerina, benzina de petróleo, líquidos inflamáveis, naftaleno,

Oxigênio Óleos, graxas, Hidrogênio, líquidos, sólidos e gases inflamáveis

Perclorato de potássio Ácidos

Permanganato de potássio Glicerina, etilenoglicol, Ácido sulfúrico

Peróxido de hidrogênio Cobre, Cromo, Ferro, álcoois, acetonas, substâncias combustíveis

Peróxido de sódio Ácido acético, Anidrido acético, benzaldeído, etanol,

metanol, etilenoglicol, Acetatos de metila e etila, furfural

Prata e sais de Prata Acetileno, Ácido tartárico, Ácido oxálico, compostos de

amônio.

Sódio Dióxido de carbono, Tetracloreto de carbono, outros

hidrocarbonetos clorados

Sulfeto de hidrogênio Ácido nítrico fumegante, gases oxidantes

Fonte: Manual de Biossegurança - Mario Hiroyuki Hirata;Jorge Mancini Filho

APÊNDICE VI

Substâncias que devem ser segregadas separadamente

Líquidos inflamáveis

Ácidos

Bases

Oxidantes

Compostos orgânicos não halogenados

Compostos orgânicos halogenados

Óleos

Materiais reativos com o ar

Materiais reativos com a água

Mercúrio e compostos de Mercúrio

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Brometo de etídio

Formalina ou Formaldeído

Mistura sulfocrômica

Resíduo fotográfico

Soluções aquosas

Corrosivas

Explosivas

Venenos

Carcinogênicas, Mutagênicas e Teratogênicas

Ecotóxicas

Sensíveis ao choque

Criogênicas

Asfixiantes

De combustão espontânea

Gases comprimidos

Metais pesados

Fonte: Chemical Waste Management Guide. - University of Florida - Division of Environmental Health & Safety - abril de 2001

APÊNDICE VII

Lista das principais substâncias utilizadas em serviços de saúde que reagem com embalagens de Polietileno de Alta Densidade (PEAD)

Àcido butírico Dietil benzeno

Àcido nítrico Dissulfeto de carbono

Ácidos concentrados Éter

Bromo Fenol / clorofórmio

Bromofórmio Nitrobenzeno

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Álcool benzílico o-diclorobenzeno

Anilina Óleo de canela

Butadieno Óleo de cedro

Ciclohexano p-diclorobenzeno

Cloreto de etila, forma líquida Percloroetileno

Cloreto de tionila solventes bromados & fluorados

Bromobenzeno solventes clorados

Cloreto de Amila Tolueno

Cloreto de vinilideno Tricloroeteno

Cresol Xileno

Fonte: Chemical Waste Management Guide - University of Florida - Division of Environmental Health & Safety - abril

de 2001

APÊNDICE VIII

GLOSSÁRIO

AGENTE BIOLÓGICO - Bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, micoplasmas, prions, parasitas, linhagens celulares, outros organismos e toxinas.

ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO - ação desenvolvida em estabelecimento onde se realiza o atendimento com apenas um profissional de saúde em cada turno de trabalho. (consultório)

ATERRO DE RESÍDUOS PERIGOSOS - CLASSE I - Técnica de disposição final de resíduos químicos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, minimizando os impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos

de engenharia para o confinamento destes.

ATERRO SANITÁRIO - Técnica de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, por meio de confinamento

em camadas cobertas com material inerte, segundo normas específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde e à segurança, minimizando os impactos ambientais.

CADÁVERES DE ANIMAIS : são os animais mortos. Não oferecem risco à saúde humana, à saúde animal ou de impactos ambientais por estarem impedidos de disseminar agentes etiológicos de doenças.

CARCAÇAS DE ANIMAIS : são produtos de retaliação de animais, provenientes de estabelecimentos de tratamento de saúde animal, centros de experimentação, de Universidades e unidades de controle de zoonoses e outros similares

CARROS COLETORES - são os contenedores providos de rodas, destinados à coleta e transporte interno de resíduos de serviços de saúde .

CLASSE DE RISCO 4 (elevado risco individual e elevado risco para a comunidade): condição de um agente biológico que representa grande ameaça para o ser humano e para os animais, representando grande risco a quem

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o manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro, não existindo medidas preventivas e

de tratamento para esses agentes.

CONDIÇÕES DE LANÇAMENTO - condições e padrões de emissão adotados para o controle de lançamentos de

efluentes no corpo receptor.

COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR - CCIH - órgão de assessoria à autoridade máxima da

instituição e de coordenação das ações de controle de infecção hospitalar.

COMPOSTAGEM - processo de decomposição biológica de fração orgânica biodegradável de resíduos sólidos,

efetuado por uma população diversificada de organismos em condições controladas de aerobiose e demais parâmetros, desenvolvido em duas etapas distintas: uma de degradação ativa e outra de maturação.

CORPO RECEPTOR - corpo hídrico superficial que recebe o lançamento de um efluente.

DESTINAÇÃO FINAL- processo decisório no manejo de resíduos que inclui as etapas de tratamento e disposição

final.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI - dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a

integridade física do trabalhador, atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional ou funcional.

Estabelecimento: denominação dada a qualquer edificação destinada à realização de atividades de prevenção,

promoção, recuperação e pesquisa na área da saúde ou que estejam a ela relacionadas.

FONTE SELADA - fonte radioativa encerrada hermeticamente em uma cápsula, ou ligada totalmente a material

inativo envolvente, de forma que não possa haver dispersão de substância radioativa em condições normais e severas de uso.

FORMA LIVRE - é a saturação de um líquido em um resíduo que o absorva ou o contenha, de forma que possa produzir gotejamento, vazamento ou derramamento espontaneamente ou sob compressão mínima

HEMODERIVADOS - produtos farmacêuticos obtidos a partir do plasma humano, submetidos a processo de industrialização e normatização que lhes conferem qualidade, estabilidade e especificidade.

INSUMOS FARMACÊUTICOS - Qualquer produto químico, ou material (por exemplo: embalagem) utilizado no processo de fabricação de um medicamento, seja na sua formulação, envase ou acondicionamento.

INSTALAÇÕES RADIATIVAS - estabelecimento onde se produzem, processam, manuseiam, utilizam, transportam ou armazenam fontes de radiação, excetuando-se as Instalações Nucleares definidas na norma CNEN-NE-1.04 "Licenciamento de Instalações Nucleares" e os veículos transportadores de fontes de radiação.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL - atos administrativos pelos quais o órgão de meio ambiente aprova a viabilidade do local proposto para uma instalação de tratamento ou destinação final de resíduos, permitindo a sua construção e

operação, após verificar a viabilidade técnica e o conceito de segurança do projeto.

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LICENCIAMENTO DE INSTALAÇÕES RADIATIVAS - atos administrativos pelos quais a CNEN aprova a viabilidade

do local proposto para uma instalação radiativa e permite a sua construção e operação, após verificar a viabilidade técnica e o conceito de segurança do projeto.

LIMITE DE ELIMINAÇÃO - valores estabelecidos na norma CNEN-NE-6.05 "Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radioativas" e expressos em termos de concentrações de atividade e/ou atividade total, em ou abaixo dos quais um determinado fluxo de rejeito pode ser liberado pelas vias convencionais, sob os aspectos de proteção

radiológica.

Líquidos corpóreos: são representados pelos líquidos cefalorraquidiano, pericárdico, pleural, articular, ascítico e

amniótico

LOCAL DE GERAÇÃO - representa a unidade de trabalho onde é gerado o resíduo.

Materiais de assistência à saúde: materiais relacionados diretamente com o processo de assistência aos pacientes

MEIA-VIDA FÍSICA - tempo que um radionuclídeo leva para ter a sua atividade inicial reduzida à metade.

METAL PESADO - qualquer composto de Antimônio, Cádmio, Crômio (IV), Chumbo, Estanho, Mercúrio, Níquel,

Selênio, Telúrio e Tálio, incluindo a forma metálica.

PATOGENICIDADE - capacidade de um agente causar doença em indivíduos normais suscetíveis.

PLANO DE RADIOPROTEÇAO - PR - Documento exigido para fins de Licenciamento de Instalações Radiativas, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, conforme competência atribuída pela Lei 6.189, de 16 de dezembro de

1974, que se aplica às atividades relacionadas com a localização, construção, operação e modificação de Instalações Radiativas, contemplando, entre outros, o Programa de Gerência de Rejeitos Radioativos - PGRR

Príon: estrutura protéica alterada relacionada como agente etiológico das diversas formas de Encefalite Espongiforme

Produto para Diagnóstico de Uso In Vitro: reagentes, padrões, calibradores, controles, materiais, artigos e instrumentos, junto com as instruções para seu uso, que contribuem para realizar uma determinação qualitativa, quantitativa ou semi-quantitativa de uma amostra biológica e que não estejam destinados a cumprir função

anatômica, física ou terapêutica alguma, que não sejam ingeridos, injetados ou inoculados em seres humanos e que são utilizados unicamente para provar informação sobre amostras obtidas do organismo humano. (Portaria n º 8/MS/SVS, de 23 de janeiro de 1996)

QUIMIOTERÁPICOS ANTINEOPLÁSICOS - substâncias químicas que atuam a nível celular com potencial de produzirem genotoxicidade, citotoxicidade e teratogenicidade .

RECICLAGEM - processo de transformação dos resíduos que utiliza técnicas de beneficiamento para o reprocessamento, ou obtenção de matéria prima para fabricação de novos produtos.

Redução de carga microbiana: aplicação de processo que visa a inativação microbiana das cargas biológicas

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contidas nos resíduos

RESÍUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS - são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços definidos no artigo 1o que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo,

exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final

Sistema de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde: conjunto de unidades, processos e procedimentos que

alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo promover a sua descaracterização, visando a minimização do risco à saúde pública, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador.

Sobras de amostras: restos de sangue, fezes, urina, suor, lágrima, leite, colostro, líquido espermático, saliva, secreções nasal, vaginal ou peniana, pêlo e unha que permanecem nos tubos de coleta após a retirada do material

necessário para a realização de investigação

VEÍCULO COLETOR - veículo utilizado para a coleta externa e o transporte de resíduos de serviços de saúde.

APÊNDICE IX

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NORMAS e ORIENTAÇÕES TÉCNICAS

- CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

Resolução nº 6 de 19 de setembro de 1991 - "Dispõe sobre a incineração de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos"

Resolução nº 5 de 05de agosto de 1993 - "Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários"

Resolução nº 237 de 22 de dezembro de 1997 - "Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente"

Resolução nº 257 de 30 de junho de 1999 - "Estabelece que pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou

disposição final ambientalmente adequados"

Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001- "Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta

seletiva"

Resolução nº 283 de 12 de julho de 2001- "Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços

de saúde"

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Resolução nº 316, de 29 de outubro de 2002 - : "Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de

sistemas de tratamento térmico de resíduos"

- ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR 12235- Armazenamento de resíduos sólidos perigosos, de abril de 1992

NBR 12.810 - Coleta de resíduos de serviços de saúde - de janeiro de 1993

NBR 13853- Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes - Requisitos e métodos de

ensaio, de maio de 1997

NBR - 7.500 - Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Material, de março de 2000

NBR - 9191 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e métodos de ensaio, de julho de 2000

NBR 14652 - Coletor-transportador rodoviário de resíduos de serviços de saúde, de abril de 2001.

NBR 14725 - Ficha de informações de segurança de produtos químicos - FISPQ - julho de 2001

NBR - 10004 - Resíduos Sólidos - Classificação, segunda edição - 31 de maio de 2004

- CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

NE- 3.01 - Diretrizes Básicas de Radioproteção

NN- 3.03 - Certificação da qualificação de Supervisores de Radioproteção

NE- 3.05 - Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de Medicina Nuclear

NE- 6.01 - Requisitos para o registro de Pessoas Físicas para o preparo, uso e manuseio de fontes radioativas.

NE- 6.02 - Licenciamento de Instalações Radiativas

NE- 6.05 - Gerência de Rejeitos em Instalações Radiativas

- ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

RDC nº 305 de 14 de novembro de 2002 - Ficam proibidos, em todo o território nacional, enquanto persistirem as condições que configurem risco à saúde, o ingresso e a comercialização de matéria-prima e produtos acabados,

semi-elaborados ou a granel para uso em seres humanos, cujo material de partida seja obtido a partir de tecidos/fluidos de animais ruminantes, relacionados às classes de medicamentos, cosméticos e produtos para a

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saúde, conforme discriminado

- MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Instrução Normativa CTNBio nº 7 de 06/06/1997

- MINISTÉRIO DA SAÚDE

Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com material biológico - 2004

Portaria SVS/MS 344 de 12 de maio de 1998 - Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.

- MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978 - Norma Reguladora - NR-7- Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional

- PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Decreto 2657 de 03 de julho de 1998 - Promulga a Convenção nº 170 da OIT, relativa à Segurança na Utilização de Produtos Químicos no Trabalho, assinada em Genebra, em 25 de junho de 1990

- OMS - Organização Mundial de Saúde

Safe management of waste from Health-care activities

Emerging and other Communicable Diseases, Surveillance and Control - 1999

- EPA - U.S. Environment Protection Agency

Guidance for Evaluating Medical Waste Treatment Technologies

State and Territorial Association on Alternative Treatment Technologies, April 1994

LITERATURA

- CARVALHO , Paulo Roberto de. Boas Práticas Químicas em Biossegurança. Rio de Janeiro: Interciência, 1999.

- COSTA, Marco Antonio F. da; COSTA, Maria de Fátima Barrozo da; MELO, Norma Suely Falcão de Oliveira.

Biossegurança - Ambientes Hospitalares e Odontológicos. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda., 2000.

- DIVISION OF ENVIRONMENTAL HEALTH AND SAFETY. Photographic Materials: Safety issues and disposal

procedures. Florida: University of Florida. (www.ehs.ufl.edu)

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- FIOCRUZ. Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde, 1998.

- Chemical Waste Management Guide. - University of Florida - Division of Environmental Health & Safety - abril de 2001

- GUIDANCE for evaluating medical waste treatment technologies. 1993

- HIRATA, Mario Hiroyuki; FILHO, Jorge Mancini. Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora Manole, 2002.

- RICHMOND, Jonathan Y.; MCKINNE, Robert W. Organizado por Ana Rosa dos Santos, Maria Adelaide Millington,

Mário César Althoff. Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia - CDC.Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

- The Association for Practicioners in Infection Control, Inc.- Position Paper: Medical Waste (revised) - American Journal of Infection Control 20(2) 73-74, 1992.

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APÊNDICE B

Resolução CONAMA 005/93

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RESOLUÇÃO Nº 5, DE 5 DE AGOSTO DE 1993

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições previstas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pelas Leis nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e no Regimento Interno aprovado pela Resolução/conama/nº 025, de 03 de dezembro de 1986,

Considerando a determinação contida no art. 3º da Resolução/conama/nº 006, de 19 de setembro de 1991, relativa a definição de normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, bem como a necessidade de estender tais exigências aos terminais ferroviários e rodoviários;

Considerando a necessidade de definir procedimentos mínimos para o gerenciamento desses resíduos, com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente; e,

Considerando, finalmente, que as ações preventivas são menos onerosas e minimizam os danos à saúde pública e ao meio ambiente, resolve:

Art. 1º Para os efeitos desta Resolução definem-se:

I - Resíduos Sólidos: conforme a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - "Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível".

II - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento integrante do processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no art. 2º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública;

III - Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente;

IV - Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades,

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processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

Art. 2º Esta Resolução aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

Art. 3º Para os efeitos desta Resolução, os resíduos sólidos gerados nos estabelecimentos, a que se refere o art. 2º, são classificados de acordo com o Anexo I, desta Resolução.

Art. 4º Caberá aos estabelecimentos já referidos o gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública.

Art. 5º A administração dos estabelecimentos citados no art. 2º, em operação ou a serem implantados, deverá apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a ser submetido à aprovação pelos órgãos de meio ambiente e de saúde, dentro de suas respectivas esferas de competência, de acordo com a legislação vigente.

§ 1º Na elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, devem ser considerados princípios que conduzam à reciclagem, bem como a soluções integradas ou consorciadas, para os sistemas de tratamento e disposição final, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de saúde competentes.

§ 2º Os órgãos de meio ambiente e de saúde definirão, em conjunto, critérios para determinar quais os estabelecimentos estão obrigados a apresentar o plano requerido neste artigo.

§ 3º Os órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, definirão e estabelecerão, em suas respectivas esferas de competência, os meios e os procedimentos operacionais a serem utilizados para o adequado gerenciamento dos resíduos a que se refere esta Resolução.

Art. 6º Os estabelecimentos listados no art. 2º terão um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o correto gerenciamento dos resíduos sólidos gerados em decorrência de suas atividades.

Art. 7º Os resíduos sólidos serão acondicionados adequadamente, atendendo às normas aplicáveis da ABNT e demais disposições legais vigentes.

§ 1º Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" do Anexo I desta Resolução, serão acondicionados em sacos plásticos com a simbologia de substância infectante.

§ 2º Havendo, dentre os resíduos mencionados no parágrafo anterior, outros

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perfurantes ou cortantes estes serão acondicionados previamente em recipiente rígido, estanque, vedado e identificado pela simbologia de substância infectante.

Art. 8º O transporte dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, será feito em veículos apropriados, compatíveis com as características dos resíduos, atendendo às condicionantes de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Art. 9º A implantação de sistemas de tratamento e disposição final de resíduos sólidos fica condicionada ao licenciamento, pelo órgão ambiental competente em conformidade com as normas em vigor.

Art. 10. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser dispostos no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure:

a) a eliminação das características de periculosidade do resíduo;

b) a preservação dos recursos naturais; e,

c) o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública.

Parágrafo único. Aterros sanitários implantados e operados conforme normas técnicas vigentes deverão ter previstos em seus licenciamentos ambientais sistemas específicos que possibilitem a disposição de resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A".

Art. 11. Dentre as alternativas passíveis de serem utilizadas no tratamento dos resíduos sólidos, pertencentes ao grupo "A", ressalvadas as condições particulares de emprego e operação de cada tecnologia, bem como considerando-se o atual estágio de desenvolvimento tecnológico, recomenda-se a esterilização a vapor ou a incineração.

§ 1º Outros processos de tratamento poderão ser adotados, desde que obedecido o disposto no art. 10 desta Resolução e com prévia aprovação pelo órgão de meio ambiente e de saúde competentes.

§ 2º Após tratamento, os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" serão considerados "resíduos comuns" (grupo "D"), para fins de disposição final.

§ 3º Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser reciclados.

Art. 12. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "B" deverão ser submetidos a tratamento e disposição final específicos, de acordo com as características de toxicidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade, segundo exigências do órgão ambiental competente.

Art. 13. Os resíduos sólidos classificados e enquadrados como rejeitos radioativos pertencentes ao grupo "C", do Anexo I, desta Resolução, obedecerão às exigências

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definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.

Art. 14. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "D" serão coletados pelo órgão municipal de limpeza urbana e receberão tratamento e disposição final semelhante aos determinados para os resíduos domiciliares, desde que resguardadas as condições de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Art. 15. Quando não assegurada a devida segregação dos resíduos sólidos, estes serão considerados, na sua totalidade, como pertencentes ao grupo "A", salvo os resíduos sólidos pertencentes aos grupos "B" e "C" que, por suas peculiaridades, deverão ser sempre separados dos resíduos com outras qualificações.

Art. 16. Os resíduos comuns (grupo "D") gerados nos estabelecimentos explicitados no art. 2ºm provenientes de áreas endêmicas definidas pelas autoridades de saúde pública competentes, serão considerados, com vistas ao manejo e tratamento, como pertencentes ao grupo "A".

Art. 17. O tratamento e a disposição final dos resíduos gerados serão controlados e fiscalizados pelos órgãos de meio ambiente, de saúde pública e de vigilância sanitária competentes, de acordo com a legislação vigente.

Art. 18. Os restos alimentares "IN NATURA" não poderão ser encaminhados para a alimentação de animais, se provenientes dos estabelecimentos elencados no art. 2º, ou das áreas endêmicas a que se refere o art. 16 desta Resolução.

Art. 19. Os padrões de emissão atmosférica de processos de tratamento dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, serão definidos no âmbito do PRONAR - Programa Nacional de Controle e Qualidade do Ar, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data de publicação desta Resolução, mantendo-se aqueles já estabelecidos e em vigência.

Art. 20. As cargas em perdimento consideradas como resíduos, para fins de tratamento e disposição final, presentes nos terminais públicos e privados, obedecerão ao disposto na Resolução do CONAMA nº 002, de 22 de agosto de 1991.

Art. 21. Aos órgãos de controle ambiental e de saúde competentes, mormente os partícipes do SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente, incumbe a aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização, bem como a imposição das penalidades previstas na legislação pertinente, inclusive a medida de interdição de atividades.

Art. 22. Os órgãos estaduais do meio ambiente com a participação das Secretarias Estaduais de Saúde e demais instituições interessadas, inclusive organizações não governamentais, coordenarão programas, objetivando a aplicação desta Resolução e garantir o seu integral cumprimento.

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Art. 23. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 24. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os itens I, V, VI, VII e VIII, da Portaria/MINTER/nº 013, de 01 de março de 1979.

ANEXO I

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

GRUPO A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento; restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos meios de transporte, objeto desta Resolução. Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

GRUPO B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados; b) resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não-utilizados); e, c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO C - rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05.

GRUPO D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente.

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APÊNDICE C

NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

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NBR 10.004/1987 da ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas OBJETIVO Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que estes resíduos possam ter manuseio e destinação adequados. DEFINIÇÕES RESÍDUOS SÓLIDOS Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividade da comunidade de origeem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isto soluções técnica e economicamente inviáveis, devido a uma melhor tecnologia disponível no País. PERICULOSIDADE DE UM RESÍDUO Característica apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode: a) apresentar risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, e/ou; b) apresentar riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. Nota:Os resíduos radioativos não são objeto desta Norma, pois são de competência exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. CLASSES DOS RESÍDUOS Os resíduos são classificados em: a) resíduos classe I : perigosos b) resíduos classe II : não-inertes c)resíduos classe III : inertes Nota: Quando as caaracterísticas de um resíduo não puderem ser determinadas nos termos desta Norma, por motivos técnicos ou econômicos, a classificação deste resíduo caberá aos orgãos Estaduais ou Federais de controle da poluição e preservação ambiental. Resíduos Classe I : PERIGOSOS Aaqueles que apresentam periculosidade, ou uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade, patogenicidade.

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Resíduos Classe II : NÃO-INERTES Estes resíduos podem ter propriedades, tais como: combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em água. Resíduos Classe III : INERTES São quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.

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APÊNDICE D

Resolução CONAMA no 257/99

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RESOLUÇÃO CONAMA Nº 257, de 30 de junho de 1999

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, no uso das atribuições e competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981 e pelo Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990, e conforme o disposto em seu Regimento Interno, e

Considerando os impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte inadequado de pilhas e baterias usadas;

Considerando a necessidade de se disciplinar o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final;

Considerando que tais resíduos além de continuarem sem destinação adequada e contaminando o ambiente necessitam, por suas especificidades, de procedimentos especiais ou diferenciados, resolve:

Art. 1o As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos eletro-eletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada.

Parágrafo Único. As baterias industriais constituídas de chumbo, cádmio e seus compostos, destinadas a telecomunicações, usinas elétricas, sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme, segurança, movimentação de cargas ou pessoas, partida de motores diesel e uso geral industrial, após seu esgotamento energético, deverão ser entregues pelo usuário ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor da bateria, observado o mesmo sistema químico, para os procedimentos referidos no caput deste artigo.

Art. 2o Para os fins do disposto nesta Resolução, considera-se:

I - bateria: conjunto de pilhas ou acumuladores recarregáveis interligados convenientemente.(NBR 7039/87);

II - pilha: gerador eletroquímico de energia elétrica, mediante conversão geralmente irreversível de energia química.(NBR 7039/87);

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III - acumulador chumbo-ácido: acumulador no qual o material ativo das placas positivas é constituído por compostos de chumbo, e os das placas negativas essencialmente por chumbo, sendo o eletrólito uma solução de ácido sulfúrico. (NBR 7039/87);

IV - acumulador (elétrico): dispositivo eletroquímico constituído de um elemento, eletrólito e caixa, que armazena, sob forma de energia química a energia elétrica que lhe seja fornecida e que a restitui quando ligado a um circuito consumidor.(NBR 7039/87);

V - baterias industriais: são consideradas baterias de aplicação industrial, aquelas que se destinam a aplicações estacionárias, tais como telecomunicações, usinas elétricas, sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme e segurança, uso geral industrial e para partidas de motores diesel, ou ainda tracionárias, tais como as utilizadas para movimentação de cargas ou pessoas e carros elétricos;

VI - baterias veiculares: são consideradas baterias de aplicação veicular aquelas utilizadas para partidas de sistemas propulsores e/ou como principal fonte de energia em veículos automotores de locomoção em meio terrestre, aquático e aéreo, inclusive de tratores, equipamentos de construção, cadeiras de roda e assemelhados;

VII - pilhas e baterias portáteis: são consideradas pilhas e baterias portáteis aquelas utilizadas em telefonia, e equipamentos eletro-eletrônicos, tais como jogos, brinquedos, ferramentas elétricas portáteis, informática, lanternas, equipamentos fotográficos, rádios, aparelhos de som, relógios, agendas eletrônicas, barbeadores, instrumentos de medição, de aferição, equipamentos médicos e outros;

VIII - pilhas e baterias de aplicação especial: são consideradas pilhas e baterias de aplicação especial aquelas utilizadas em aplicações específicas de caráter científico, médico ou militar e aquelas que sejam parte integrante de circuitos eletro-eletrônicos para exercer funções que requeiram energia elétrica ininterrupta em caso de fonte de energia primária sofrer alguma falha ou flutuação momentânea.

Art. 3o Os estabelecimentos que comercializam os produtos descritos no art.1o, bem como a rede de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e importadores desses produtos, ficam obrigados a aceitar dos usuários a devolução das unidades usadas, cujas características sejam similares àquelas comercializadas, com vistas aos procedimentos referidos no art. 1o.

Art. 4o As pilhas e baterias recebidas na forma do artigo anterior serão acondicionadas adequadamente e armazenadas de forma segregada, obedecidas as normas ambientais e de saúde pública pertinentes, bem como as recomendações definidas pelos fabricantes ou importadores, até o seu repasse a estes últimos.

Art. 5o A partir de 1o de janeiro de 2000, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:

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I - com até 0,025% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;

II - com até 0,025% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;

III - com até 0,400% em peso de chumbo, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;

IV - com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas miniaturas e botão.

Art. 6o A partir de 1o de janeiro de 2001, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:

I - com até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;

II - com até 0,015% em peso de cádmio, quando forem dos tipos alcalina-manganês e zinco-manganês;

III - com até 0,200% em peso de chumbo, quando forem dos tipos alcalina-manganês e zinco-manganês.

Art. 7o Os fabricantes dos produtos abrangidos por esta Resolução deverão conduzir estudos para substituir as substâncias tóxicas potencialmente perigosas neles contidas ou reduzir o teor das mesmas, até os valores mais baixos viáveis tecnologicamente.

Art. 8o Ficam proibidas as seguintes formas de destinação final de pilhas e baterias usadas de quaisquer tipos ou características:

I - lançamento "in natura" a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais;

II - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não adequados, conforme legislação vigente;

III - lançamento em corpos d'água, praias, manguezais, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, em redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação.

Art. 9o No prazo de um ano a partir da data de vigência desta resolução, nas matérias publicitárias, e nas embalagens ou produtos descritos no art. 1o deverão constar, de forma visível, as advertências sobre os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, bem como a necessidade de, após seu uso, serem devolvidos aos revendedores ou à rede de assistência técnica autorizada para repasse aos fabricantes ou importadores.

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Art. 10 Os fabricantes devem proceder gestões no sentido de que a incorporação de pilhas e baterias, em determinados aparelhos, somente seja efetivada na condição de poderem ser facilmente substituídas pelos consumidores após sua utilização, possibilitando o seu descarte independentemente dos aparelhos.

Art. 11. Os fabricantes, os importadores, a rede autorizada de assistência técnica e os comerciantes de pilhas e baterias descritas no art. 1o ficam obrigados a, no prazo de doze meses contados a partir da vigência desta resolução, implantar os mecanismos operacionais para a coleta, transporte e armazenamento.

Art. 12. Os fabricantes e os importadores de pilhas e baterias descritas no art. 1o ficam obrigados a, no prazo de vinte e quatro meses, contados a partir da vigência desta Resolução, implantar os sistemas de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final, obedecida a legislação em vigor.

Art. 13. As pilhas e baterias que atenderem aos limites previstos no artigo 6o poderão ser dispostas, juntamente com os resíduos domiciliares, em aterros sanitários licenciados.

Parágrafo Único. Os fabricantes e importadores deverão identificar os produtos descritos no caput deste artigo, mediante a aposição nas embalagens e, quando couber, nos produtos, de símbolo que permita ao usuário distinguí-los dos demais tipos de pilhas e baterias comercializados.

Art. 14. A reutilização, reciclagem, tratamento ou a disposição final das pilhas e baterias abrangidas por esta resolução, realizadas diretamente pelo fabricante ou por terceiros, deverão ser processadas de forma tecnicamente segura e adequada, com vistas a evitar riscos à saúde humana e ao meio ambiente, principalmente no que tange ao manuseio dos resíduos pelos seres humanos, filtragem do ar, tratamento de efluentes e cuidados com o solo, observadas as normas ambientais, especialmente no que se refere ao licenciamento da atividade.

Parágrafo Único. Na impossibilidade de reutilização ou reciclagem das pilhas e baterias descritas no art. 1o, a destinação final por destruição térmica deverá obedecer as condições técnicas previstas na NBR - 11175 - Incineração de Resíduos Sólidos Perigosos - e os padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Resolução Conama no 03, de 28 de junho de l990.

Art. 15. Compete aos órgãos integrantes do SISNAMA, dentro do limite de suas competências, a fiscalização relativa ao cumprimento das disposições desta resolução.

Art. 16. O não cumprimento das obrigações previstas nesta Resolução sujeitará os infratores às penalidades previstas nas Leis no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 17. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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