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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE COMPARATIVA: SISTEMAS ESTRUTURAIS CONVENCIONAIS E ESTRUTURAS DE LAJES NERVURADAS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Valdi Henrique Spohr Santa Maria, RS, Brasil 2008

Valdi Henrique Spohr

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Tese de mestrado - Comparativo entre lajes maciças e nervuradas

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    ANLISE COMPARATIVA: SISTEMAS ESTRUTURAIS CONVENCIONAIS E ESTRUTURAS

    DE LAJES NERVURADAS

    DISSERTAO DE MESTRADO

    Valdi Henrique Spohr

    Santa Maria, RS, Brasil 2008

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    ANLISE COMPARATIVA: SISTEMAS ESTRUTURAIS CONVENCIONAIS E ESTRUTURAS DE LAJES

    NERVURADAS

    por

    Valdi Henrique Spohr

    Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil, rea de Construo Civil e Preservao Ambiental, da Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM, RS), como requisito parcial para obteno do grau de Mestre em Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. Dr. Eduardo Rizzatti

    Santa Maria, RS, Brasil 2008

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    Universidade Federal de Santa Maria

    Centro de Tecnologia Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil

    A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertao de Mestrado

    ANLISE COMPARATIVA: SISTEMAS ESTRUTURAIS CONVENCIONAIS E ESTRUTURAS DE LAJES NERVURADAS

    elaborada por Valdi Henrique Spohr

    como requisito parcial para obteno do grau de Mestre em Engenharia Civil

    COMISSO EXAMINADORA:

    Dr. Eng Eduardo Rizzatti (Presidente/Orientador)

    Dr. Eng Emil de Souza Snchez Filho (UFF)

    Dr. Eng Gihad Mohamad (UNESC)

    Santa Maria, 25 de Abril de 2008.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    Dedico este trabalho a

    Deus

    A minha Famlia em especial aos meus Pais

    e a Renata

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    AGRADECIMENTOS

    Ao professor Eduardo Rizzatti, pela oportunidade concedida, orientao e

    pela amizade.

    Aos meus pais pelo apoio incondicional em todas as horas, pelos

    ensinamentos e pela formao concedida.

    A minha noiva Renata que sempre esteve ao meu lado, sendo compreensiva

    e incentivadora em todos os momentos.

    Aos meus amigos em especial aos colegas Magnus e Fabiano cmplices

    das dificuldades e alegrias dessa jornada.

    Aos colegas da Reticulex Sistemas Estruturais na pessoa do seu diretor

    Eng Oscar Orlandini e em especial ao Amigo Eng Luis Carlos Preuss pela

    colaborao e contribuies valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa.

    iii

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    RESUMO

    Dissertao de Mestrado Programa de Ps-Graduao Engenharia Civil

    Universidade Federal de Santa Maria

    ANLISE COMPARATIVA: SISTEMAS ESTRUTURAIS CONVENCIONAIS E ESTRUTURAS DE LAJES NERVURADAS

    AUTOR: VALDI HENRIQUE SPOHR ORIENTADOR: EDUARDO RIZZATTI

    Data e Local da Defesa: Santa Maria, 25 de Abril de 2008.

    Este estudo tem como objetivo analisar, comparativamente, os custos entre

    os sistemas estruturais convencionais e os sistemas estruturais de lajes nervuradas

    em concreto armado. Parte do pressuposto que devido ao grande nmero de

    sistemas estruturais encontrados no mercado da construo civil os profissionais

    precisam optar por um determinado tipo. S que muitas vezes a escolha adotada

    no a mais adequada ao empreendimento. Isso porque, cada obra tem

    caractersticas arquitetnicas particulares, dificultando a utilizao de um modelo

    padro.

    O trabalho inicialmente traz conceitos bsicos sobre o tema e uma reviso

    bibliografia abordando os critrios de projetos, as caractersticas e as

    particularidades dos sistemas adotados. Em seguida, faz-se o lanamento e anlise

    da estrutura para os sistemas estruturais escolhidos, obtendo-se os quantitativos de

    materiais, os quais vem a formar os ndices definidos para comparao. Foram

    comparados os custos totais da obra obtidos por meio de composies de preos

    chegando-se a um valor global para cada tipologia adotada.

    Para isso, adota-se um edifcio de escritrios como objeto de anlise desse

    trabalho. E por ltimo faz uma anlise comparativa com base nos custos unitrios de

    cada alternativa levando em considerao os materiais, mo de obra e

    equipamentos necessrios.

    Palavras-chaves: estruturas de concreto armado, sistemas estruturais, lajes

    nervuradas e custos.

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  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    ABSTRACT

    Master Thesis Civil Engineering Graduate Program Universidade Federal de Santa Maria

    COMPARATIVE ANALYSIS: CONVENTIONAL STRUCTURAL SYSTEMS AND RIB SLABS STRUCTURES

    AUTHOR: VALDI HENRIQUE SPOHR

    ADVISER: EDUARDO RIZZATTI Date and local of examination: Santa Maria, 25 de April de 2008.

    This study has as objective to analyze, comparativily, the costs between the

    conventional structural systems and the rib slabs structural systems in reinforced

    concrete. Part of the estimated one that had to the great number of structural

    systems found in the market of the civil construction the professionals they need to

    opt to one determined type. But many times the adopted choice is not adjusted to the

    enterprise because each workmanship has characteristics particular architectural,

    making it difficult the use of a model standard.

    The work initially brings basic concepts on the subject and a revision

    bibliographic approaching the criterion of projects, the characteristics and the

    particularitities of the adopted systems. After that, one becomes the launching and

    analysis of the structure for the chosen structural systems, getting the quantitative

    ones of materials, which they see to form the indices defined for comparison. The

    total costs of the workmanship gotten by means of compositions of prices had been

    compared arriving itself it a global value for each adopted kind.

    For that, a building of offices is adopted as object of analysis of this

    work. And finally makes a comparative analysis on the basis of the unitary costs of

    each alternative leading in consideration the materials, necessary hand of

    workmanship and equipment.

    Keywords: reinforced concrete structures, structural systems, rib slabs and costs.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Diagrama de tenso-deformao do concreto na compresso simples...20

    Figura 2 Isopletas da velocidade bsica Vo (m/s) ..................................................23

    Figura 3 Obteno dos coeficientes de arrasto ......................................................25

    Figura 4 Esquema estrutural indeformado e deformado .........................................28

    Figura 5 Representao esquemtica do sistema construtivo convencional em

    concreto armado .......................................................................................................30

    Figura 6 Mltiplos prticos garantem boa rigidez ...................................................32

    Figura 7 Laje com armao treliada (Catalogo Tcnico Belgo, 2006) ..................33

    Figura 8 Armao treliada (Catalogo Tcnico Belgo, 2006) .................................34

    Figura 9 Laje cogumelo (A) e laje lisa (B) apoiadas diretamente sobre pilares......35

    Figura 10 Laje lisa nervurada apoiada diretamente sobre pilares (visualizao

    inferior) ......................................................................................................................36

    Figura 11 Caminhamento das cargas de lajes apoiadas diretamente sobre pilares37

    Figura 12 Laje nervurada recebendo acabamento superficial................................38

    Figura 13 Laje lisa nervurada apoiada diretamente sobre pilares (visualizao

    superior) ....................................................................................................................38

    Figura 14 pavimentos de lajes nervuradas com utilizao de vigas de borda........39

    Figura 15 Faixas de laje para distribuio dos esforos nos prticos mltiplos .....41

    Figura 16 Runa por puno em lajes lisas nervuradas .........................................42

    Figura 17 Permetro critico de pilares internos (NBR-6118/2004) ..........................43

    Figura 18 Armadura contra colapso progressivo....................................................45

    Figura 19 Edifcio Exemplo.....................................................................................48

    Figura 20 Planta Baixa do Pavimento Tipo ............................................................49

    Figura 21 Tela do CYPECAD - Diagrama de isovalores de deslocamentos no

    Pavimento Tipo .........................................................................................................52

    Figura 22 Tela do Eberick - grelha de lajes com deslocamentos no Pavimento Tipo

    ..................................................................................................................................54

    Figura 23 Vista 3D da estrutura convencional........................................................57

    Figura 24 Planta de forma do pavimento tipo no sistema convencional de lajes

    macias .....................................................................................................................58

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    Figura 25 Planta de locao e cargas das fundaes no sistema convencional de

    lajes macias.............................................................................................................59

    Figura 26 Planta de forma do pavimento tipo no sistema convencional de com lajes

    treliadas...................................................................................................................62

    Figura 27 Planta de forma das fundaes no sistema convencional de lajes

    treliadas...................................................................................................................63

    Figura 28 Planta de forma do pavimento tipo no sistema de lajes lisa nervuradas 66

    Figura 29 Planta de forma das fundaes no sistema convencional de lajes

    treliadas...................................................................................................................67

    Figura 30 Comparativo do volume de concreto entre os sistemas estruturais

    adotados ...................................................................................................................70

    Figura 31 Comparativo peso do ao entre os sistemas estruturais adotados ........70

    Figura 32 Comparativo de reas de forma entre os sistemas estruturais adotados

    ..................................................................................................................................71

    Figura 33 Custo percentual do sistema convencional ............................................72

    Figura 34 Custo percentual total por elemento do sistema convencional ..............72

    Figura 35 Custo percentual total por material do sistema convencional ................73

    Figura 36 Custo percentual do Sistema convencional com lajes treliadas ...........74

    Figura 37 Custo percentual total por elemento do Sistema convencional com lajes

    treliadas...................................................................................................................75

    Figura 38 Custo percentual total por material do Sistema convencional com lajes

    treliadas...................................................................................................................75

    Figura 39 Custo percentual do sistema de lajes lisas nervuradas..........................76

    Figura 40 Custo percentual total por elemento do sistema de lajes lisas nervuradas

    ..................................................................................................................................77

    Figura 41 Custo percentual total por material do sistema de lajes lisas nervuradas

    ..................................................................................................................................77

    Figura 42 Custo total dos sistemas estruturais.......................................................81

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Consumo de materiais.............................................................................44

    Tabela 2 Consumo de materiais.............................................................................60

    Tabela 3 ndices. ....................................................................................................60

    Tabela 4 Deslocamentos e instabilidade. ...............................................................60

    Tabela 5 Consumo de materiais.............................................................................64

    Tabela 6 Blocos de enchimento. ............................................................................64

    Tabela 7 ndices . ...................................................................................................64

    Tabela 8 Deslocamentos e instabilidade. ...............................................................64

    Tabela 9 Consumo de materiais.............................................................................68

    Tabela 10 Elemento de enchimento.......................................................................68

    Tabela 11 ndices . .................................................................................................68

    Tabela 12 Deslocamentos e instabilidade. .............................................................68

    Tabela 13 Comparativo de materiais e ndices. .....................................................69

    Tabela 14 Resumo de custos.................................................................................71

    Tabela 15 Resumo de custos.................................................................................74

    Tabela 16 Resumo de custos.................................................................................76

    Tabela 17 Clculo do custo unitrio Sistema 1. .....................................................78

    Tabela 18 Clculo do custo unitrio Sistema 2. .....................................................79

    Tabela 19 Clculo do custo unitrio Sistema 3. .....................................................80

    Tabela 20 Comparativo de custos totais em Reais (R$). .......................................81

    Tabela 21 Comparativo de custos encontrados por Albuquerque (1997). .............82

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  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    SUMRIO

    AGRADECIMENTOS ..................................................................................................4 RESUMO.....................................................................................................................5 ABSTRACT.................................................................................................................6 LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................7 LISTA DE TABELAS ..................................................................................................9

    11.. APRESENTAO DO TRABALHO .....................................................................13 1.1. Introduo .......................................................................................................13 1.2. Justificativa.....................................................................................................15 1.3. Objetivos .........................................................................................................16 1.3.1. Objetivos especficos:..............................................................................16

    1.4. Estrutura do trabalho .....................................................................................17

    22.. CONCEITOS BSICOS E REVISO BIBLIOGRFICA ......................................18 2.1. Critrios do projeto estrutural.......................................................................18 2.2. Materiais utilizados nas estruturas de concreto armado............................19 2.2.1. Aos utilizados.........................................................................................19

    2.2.2. Resistncia do concreto ..........................................................................19

    2.2.3. Mdulo de elasticidade do concreto ........................................................20

    2.2.4. Cobrimento da armadura.........................................................................21

    2.3. Aes verticais na estrutura .........................................................................21 2.4. Aes Horizontais na subestrutura ..............................................................23 2.5. Verificao da Indeslocabilidade da estrutura ............................................25 2.5.1. Parmetro de instabilidade Alfa () .........................................................26

    2.5.2. Coeficiente Gama-Z ( z ) ........................................................................27 2.6. Deslocamentos horizontais nas estruturas .................................................28 2.7. Introduo aos sistemas estruturais adotados ...........................................29 2.7.1. Sistema estrutural convencional com lajes macias................................30

    2.7.1.1. Prescries da NBR-6118 .......................................................................31

    2.7.1.2. Caractersticas do sistema ......................................................................31

    2.7.2. Sistema estrutural convencional com lajes nervuradas pr-moldadas

    treliadas ................................................................................................................33

    2.7.2.1. Caractersticas do sistema ......................................................................34

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  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    2.7.3. Sistema estrutural com lajes lisas nervuradas ........................................35

    2.7.3.1. Prescries da NBR-6118 .......................................................................39

    2.7.3.2. Anlise estrutural.....................................................................................40

    2.7.3.3. Puno ....................................................................................................41

    2.7.3.4. Colapso progressivo................................................................................44

    33.. METODOLOGIA DO TRABALHO ........................................................................46 3.1. Consideraes gerais ....................................................................................46 3.2. Tipologia e concepo dos sistemas construtivos adotados ....................46 3.3. Escolha do edifcio exemplo .........................................................................47 3.4. Caractersticas do solo ..................................................................................50 3.5. Ferramentas de clculo e anlise estrutural ................................................50 3.5.1. CYPECAD 3D..........................................................................................51

    3.5.2. AltoQI/Eberick Gold .................................................................................52

    3.5.2.1. Principais caractersticas do programa:...................................................53

    3.5.2.2. Diafragma rgido ......................................................................................53

    3.5.2.3. Analogia de grelha...................................................................................54

    3.6. Parmetros de comparao adotados..........................................................55 3.6.1.1. ndice de concreto (ic) .............................................................................55

    3.6.1.2. ndice de ao (ia) .....................................................................................55

    3.6.1.3. ndice de forma (if)...................................................................................55

    3.7. Critrios para o clculo dos custos..............................................................55

    44.. CONCEPES E RESULTADOS ........................................................................57 4.1. Sistema estrutural convencional com lajes macias ..................................57 4.1.1. Caracterizao adotada para o projeto ...................................................57

    4.1.2. Resultados ..............................................................................................60

    4.2. Sistema estrutural convencional com lajes nervuradas pr-moldadas treliadas..................................................................................................................61 4.2.1. Caracterizao adotada para o projeto ...................................................61

    4.2.2. Resultados ..............................................................................................64

    4.3. Sistema estrutural com lajes lisas nervuradas............................................65 4.3.1. Caracterizao adotada para o projeto ...................................................65

    4.3.2. Resultados ..............................................................................................68

    55.. DISCUSSO E ANLISE DOS RESULTADOS E CUSTOS ...............................69 5.1. Resultados ......................................................................................................69

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  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    5.2. Custos .............................................................................................................71 5.2.1. Sistema 1 Estrutura convencional com lajes macias ..........................71

    5.2.2. Sistema 2 Estrutura convencional com lajes nervuradas pr-moldadas

    treliadas ................................................................................................................73

    5.2.3. Sistema 3 Estrutura com lajes Lisas nervuradas..................................75

    5.3. Custos unitrios .............................................................................................78 5.4. Comparativo de custos totais .......................................................................81 5.5. Consideraes complementares ..................................................................82 5.5.1. Trabalhos publicados ..............................................................................82

    66.. CONCLUSES E CONSIDERAES FINAIS ....................................................84 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .........................................................................87 ANEXOS ...................................................................................................................91

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  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    11..APRESENTAO DO TRABALHO

    1.1. Introduo

    A construo civil brasileira vive um momento histrico, trata-se de um novo

    ciclo de crescimento do mercado imobilirio. visvel o aumento da oferta de

    emprego para o setor e a falta de mo de obra qualificada.

    Segundo o Sinduscon-RS, o Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo

    (SBPE) prev aplicao de R$ 25 bilhes no setor habitacional em 2008 com o

    financiamento de aproximadamente 250 mil moradias. Porm, muito longe ainda da

    soluo do dficit habitacional que atinge 7,964 milhes de unidades.

    Muito se tem falado em melhora da segurana jurdica, estabilidade

    econmica, recuperao de renda do trabalhador e ainda sobre o aumento da oferta

    de empregos. Tais fatores so determinantes para a continuidade da expanso do

    crdito imobilirio no Brasil.

    Com o crescimento do mercado imobilirio a busca por solues mais

    econmicas que as convencionais tornou-se uma preocupao para os construtores.

    Enquanto as estruturas eram construdas com vos relativamente pequenos e

    sujeitas apenas a cargas distribudas, o emprego de lajes macias no acarretava

    maiores problemas.

    No passado, as construes em concreto armado necessitavam de peas

    com volumes superiores comparados aos de hoje. Devido evoluo da cincia dos

    materiais, houve um incremento das resistncias do ao e do concreto ao longo dos

    anos, o que possibilitou a diminuio das sees das peas estruturais, e a

    possibilidade de aplicao a vos cada vez maiores.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    14

    De acordo com Costa (1997 apud Albuquerque, 1999) a evoluo do

    processo construtivo comea pela qualidade dos projetos, e entre os projetos

    elaborados para a construo civil, destaca-se o estrutural. A estrutura de uma

    edificao, individualmente, responde pela etapa de maior representatividade no

    custo total da construo (15% a 20% do custo total).

    Albuquerque (1999) acrescenta que uma reduo de 10% no custo da

    estrutura pode representar uma diminuio de 2% no custo total de uma edificao.

    Em termos prticos, 2% do custo total correspondem execuo de toda etapa de

    pintura ou a todos os servios de movimento de terra, soleiras, rodaps, peitoris e

    coberta juntos.

    medida que os vo cresceram e as alvenarias foram sendo apoiadas

    diretamente sobre as lajes, o emprego de lajes macias leva espessuras

    antieconmicas. Por conseguinte, surgiram novos sistemas estruturais, tais como

    lajes nervuradas, pr-moldadas, protendidas, entre outras.

    Segundo Dias (2004) esse sistema tem sua origem em 1854, quando

    William Boutland Wilkinson patenteou um sistema em concreto armado de pequenas

    vigas regularmente espaadas, onde os vazios entre as nervuras foram obtidos pela

    colocao de moldes de gesso, sendo uma fina capa de concreto executada como

    plano de piso.

    Atualmente, obtm-se concretos e aos cada vez mais resistentes, em

    decorrncia da crescente evoluo dos materiais da construo civil. Ao se darem

    conta desse processo, as empresas da construo civil esto primando pela

    eficincia e produtividade, a fim de manterem-se permanentes e competitivas no

    mercado com visualizao de um produto de maior qualidade com custo reduzido.

    Devido ao grande nmero de sistemas estruturais encontrados no mercado

    da construo civil os profissionais precisam optar por um determinado tipo. S que

    muitas vezes a escolha adotada no se adapta as condies especificas do

    empreendimento. Isso porque, cada obra possui caractersticas arquitetnicas

    particulares, dificultando a utilizao de um modelo padro.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    15

    As ferramentas de clculo (softwares) auxiliam no processo de anlise e

    aceleram a produtividade no detalhamento dos projetos para os diversos sistemas

    estruturais existentes. No entanto, cabe ao engenheiro de estruturas juntamente com

    o arquiteto fazer a opo mais adequada para um determinado tipo de obra.

    1.2. Justificativa

    Os avanos tecnolgicos em diversas reas trazem progressos para a

    sociedade, muitas vezes representadas na forma de otimizao de processos ou

    reduo de custos. Na construo civil no poderia ser diferente, onde muitos

    processos construtivos esto em constante evoluo.

    Diante dessa constatao, citam-se como exemplo os sistemas construtivos

    de estruturas de concreto armado, onde notadamente verificamos estruturas cada

    vez mais econmicas. Sabe-se que os novos sistemas estruturais contribuem

    efetivamente para o crescimento da construo civil. Vrios trabalhos tm sido

    realizados considerando isoladamente cada um dos sistemas estruturais existentes.

    No entanto, percebe-se a falta de dados consistentes que forneam

    parmetros para os profissionais da construo civil. Situao que dificulta, a tomada

    de deciso pelo sistema estrutural a ser empregado numa determinada obra.

    A partir disso, desenvolve-se neste trabalho uma anlise comparativa entre

    alguns sistemas estruturais usuais. Tomando-se como base um edifcio modelo,

    analisou-se quantitativamente e economicamente alguns modelos estruturais. Para

    tanto, foram concebidas trs opes para projeto estrutural, entre as quais:

    Sistema estrutural 1 Estrutura convencional com lajes, vigas e pilares; Sistema estrutural 2 Estrutura convencional com lajes nervuradas pr-

    moldadas treliadas, vigas e pilares;

    Sistema estrutural Estrutura com lajes lisas nervuradas apoiadas em pilares;

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    16

    1.3. Objetivos

    O objetivo deste trabalho realizar uma anlise comparativa de custos entre

    os sistemas estruturais convencionais e sistemas estruturais de lajes nervuradas em

    concreto armado. Pretende-se com isso divulgar os resultados encontrados para

    auxiliar nas decises referentes utilizao ou no de um modelo estrutural

    particular.

    1.3.1. Objetivos especficos:

    Realizar para os sistemas estruturais adotados uma breve reviso

    bibliogrfica, descrevendo-se as principais caractersticas, bem como apontar as

    suas vantagens e desvantagens.

    Analisar quantitativamente os materiais empregados, verificando-se volumes

    de formas, concreto e ao para os diferentes modelos estruturais.

    Desenvolver uma anlise qualitativa dos processos construtivos, comparando-

    se o tempo de execuo, a qualidade, etc.

    Estabelecer relaes entre os custos unitrios de alguns insumos e servios,

    para os sistemas estruturais adotados e analis-los comparativamente;

    Apresentar resultados que possibilitem uma estimativa de custos aos

    profissionais da construo civil, para servir de referncia na tomada de deciso por

    um modelo estrutural a ser adotado.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    17

    1.4. Estrutura do trabalho

    No primeiro captulo constam a introduo, a justificativa e os objetivos.

    No captulo 2 apresentam-se conceitos bsicos sobre o assunto e tambm a

    reviso bibliogrfica do trabalho. So mostrados ainda os sistemas estruturais em

    concreto armado adotados para esse estudo, com suas caractersticas, vantagens e

    desvantagens.

    Na seqncia apresenta-se no captulo 3 o edifcio exemplo escolhido para a

    pesquisa e a metodologia adotada. So descritos os parmetros de comparao e

    os critrios utilizados para o clculo dos custos.

    No captulo 4 descrevem-se as concepes e critrios adotados, bem como

    os quantitativos resultantes para os respectivos sistemas estruturais.

    No captulo 5 apresentam-se a discusso e a anlise dos resultados e

    custos.

    As concluses deste trabalho so apresentadas no captulo 6.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

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    22..CONCEITOS BSICOS E REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1. Critrios do projeto estrutural

    A interao entre os projetos arquitetnico, estrutural, de instalaes e

    outros, tem importncia fundamental para que a construo atenda os requisitos

    bsicos de funcionalidade, durabilidade e esttica.

    O projeto deve ter uma concepo estrutural clara, oferecendo o perfeito

    entendimento de como a estrutura funciona, para que se possam validar os

    resultados obtidos, qualquer que seja o processo de clculo utilizado.

    A concepo estrutural dever considerar os seguintes itens:

    a) limitaes impostas pelo projeto arquitetnico;

    b) adequao do sistema estrutural escolhido para cada pavimento;

    c) anlise da interface entre a estrutura e os projetos de instalaes

    hidrulicas, eltricas, ar condicionado, etc;

    d) adequao da interface da vedao interna e externa com a estrutura;

    e) construtibilidade (facilidade de execuo).

    O lanamento da estrutura de um edifcio de vrios andares comea pelo

    pavimento-tipo, fixando-se a posio das vigas e dos pilares neste pavimento, que

    normalmente repetido vrias vezes no projeto de um edifcio de diversos andares.

    Aps fixar a estrutura do pavimento tipo, verifica-se se a posio dos pilares

    pode ser mantida nos outros pavimentos. De preferncia as estruturas dos demais

    pavimentos devem obedecer a uma mesma projeo das lajes e vigas; porm, elas

    podem ser diferentes desde que conservem a posio dos pilares.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    19

    Caso a posio dos pilares no possa ser mantida para os demais

    pavimentos, deve-se estudar novas posies que possam ser adequadas s plantas

    de alvenaria (projeto bsico de arquitetura), de modo, que no haja pilares no

    coincidentes com as paredes e que esses fiquem aparecendo nos compartimentos,

    ou atravessando portas ou janelas. Para o andar trreo sempre preciso buscar

    uma soluo esttica, enquanto que para a garagem necessrio verificar se os

    pilares projetados no prejudicam o trnsito e o estacionamento dos automveis.

    2.2. Materiais utilizados nas estruturas de concreto armado

    Os materiais componentes da estrutura para os diferentes sistemas

    estruturais em concreto armado que foram utilizados seguem a disponibilidade

    comercial encontrada.

    2.2.1. Aos utilizados

    Ao CA 60 de dimetro 5,0 mm para o emprego como armadura de lajes e

    estribos de vigas e pilares.

    Ao CA 50 de dimetros 6,3; 8,0; 12,5; 16,0; 20,0 e 25,0 mm para o

    emprego como armaduras longitudinais de lajes, vigas e pilares.

    A ltima verso da NBR 7480/96 a separao em classes foi eliminada e

    todo o material do tipo barra, caso do CA 25 e CA 50, deve ser fabricado

    obrigatoriamente por laminao a quente, e todo fio, caso do CA 60, deve ser

    fabricado por trefilao ou processo equivalente (estiramento ou laminao a frio).

    2.2.2. Resistncia do concreto

    A escolha da resistncia compresso do concreto depende da classe de

    agressividade ambiental. Em se tratando de um edifcio comercial com ambiente

    interno seco, em zona urbana e estrutura revestida de argamassa e pintura,

    possvel considerar a classe de agressividade I para o edifcio em estudo.

    No caso das vigas de fundao, deve-se considerar a classe II, pois se trata

    de estrutura em contato com solo mido no agressivo.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    20

    Para esses casos tem-se pela NBR-6118:2003, a classe de resistncia

    mnima exigida para o concreto C25 (concreto com ckF =25 MPa aos 28 dias de

    idade).

    2.2.3. Mdulo de elasticidade do concreto

    O concreto apresenta um comportamento no-linear quando submetido a

    tenses de certa magnitude. Esse comportamento decorrente da microfissurao

    progressiva que ocorre na interface entre o agregado grado e a pasta de cimento.

    O diagrama tenso-deformao especfica, obtido em um ensaio de

    compresso simples mostrado na Figura 3, onde se observa que no h

    proporcionalidade entre tenso e deformao especifica. O trecho descendente do

    diagrama obtido em um ensaio com velocidade de deformao controlada.

    Figura 1 Diagrama de tenso-deformao especifica do concreto na compresso simples.

    O mdulo de deformao longitudinal tangente CE representado pela

    inclinao da reta tangente curva na origem do diagrama (Figura 3).

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    21

    De maneira anloga, o mdulo secante CSE representa a inclinao da reta

    que passa pela origem e corta o diagrama no ponto correspondente a uma tenso

    da ordem de Cf4,0 , sendo Cf a resistncia compresso simples.

    Segundo Arajo (2003) a expresso para o mdulo tangente, proposta na

    NBR 6118:2003 derivada do ACI. Na verdade a mesma expresso do ACI, onde

    o coeficiente 5565 substitudo por 5600. Assim, a frmula apresentada na NBR

    6118:2003 dada por:

    ckC FE 5600= , em MPa. (Equao 1)

    O mdulo secante dado por:

    CCS EE .85,0= (Equao 2) 2.2.4. Cobrimento da armadura

    Os cobrimentos de concreto adotados para os elementos estruturais so os

    seguintes:

    Classe I: 2,0 cm para lajes e 2,5 para vigas e pilares.

    Classe II: 2,5 cm para lajes e 3,0 para vigas e pilares.

    2.3. Aes verticais na estrutura

    Arajo (2003) relata que as aes so as causas que provocam esforos ou

    deformaes nas estruturas, sendo que em funo de sua variabilidade no tempo

    essas podem ser classificadas como aes permanentes, variveis e excepcionais.

    a) Aes permanentes

    As aes permanentes so as que ocorrem com valores praticamente

    constantes durante toda a vida da construo. As aes permanentes podem ser

    subdivididas em diretas e indiretas.

    As aes permanentes diretas correspondem ao peso prprio da estrutura,

    peso dos elementos construtivos fixos (alvenarias, revestimentos, etc.), peso dos

    equipamentos fixos, empuxos de terra.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    22

    As aes permanentes indiretas so representadas pelas deformaes

    impostas por retrao e fluncia do concreto, imperfeies geomtricas, recalques

    de apoio e protenso no caso do concreto protendido.

    A NBR 6120:1980 Cargas para Calculo de Estruturas de Edificaes,

    utilizaram-se como peso especifico dos materiais:

    Alvenaria de tijolos furados 13 kN/m

    Concreto armado 25 kN/m

    Argamassa de cal, cimento e areia 19 kN/m

    Cargas de revestimentos 1,0 kN/m

    Peso do telhado (mais revestimento laje de cobertura) 1,0 kN/m

    b) Aes variveis

    As aes variveis so caracterizadas por valores que tm significativas

    variaes durante a vida da construo. Podendo-se considerar as cargas acidentais

    previstas para o uso da edificao, ao do vento, cargas mveis, fora longitudinal

    de frenao ou acelerao, etc.

    Para o caso especifico deste estudo, adotamos, conforme a NBR 6120:1980,

    as seguintes cargas acidentais:

    Pisos de escritrios (salas de uso geral e banheiros) 2 kN/m

    Pavimento cobertura (sem acesso a pessoas) 0,5 kN/m

    Escada sem acesso ao pblico 2,5 kN/m

    c) Aes excepcionais

    As aes excepcionais so aquelas cuja durao muito curta e a

    probabilidade de ocorrncia muito pequena durante a vida da construo, como,

    exploses, choques de veculos, incndios, enchentes, sismos excepcionais, etc.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    23

    2.4. Aes Horizontais na subestrutura

    A ao do vento no edifcio foi calculada de acordo com a NBR-6123:1988

    Foras Devidas ao Vento em Edificaes e para isso consideram os seguintes

    dados:

    o edifcio est localizado no centro da cidade de Santa Maria em terreno plano;

    as edificaes vizinhas so do mesmo porte ou mais baixas que o edifcio considerado;

    a velocidade do vento no local da edificao, obtida pelo grfico de isopletas, : smV /440 = .

    Figura 2 Isopletas da velocidade bsica 0V (m/s).

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    24

    Fator topogrfico 1S : tratando-se de um terreno plano ou fracamente

    acidentado, tem-se 0,11 =S .

    Fator 2S : segundo a localizao do edifcio consideramos a categoria IV

    para rugosidade do terreno. Como a maior dimenso do edifcio est entre 20 e 50 m

    consideram-se que o edifcio pertence a classe B.

    Com a tabela 1 da NBR 6123:1988, obtemos os coeficientes b = 0,85,

    rF = 0,98 e p = 0,125.

    125,0

    2 10

    = zbFS r (Equao 3)

    Substituindo tem-se 125,0

    2 10833,0

    = zS , onde a altura do edifcio (em

    metros) acima do nvel do terreno.

    Fator estatstico 3S : como se trata de uma edificao para uso comercial

    com alto fator de ocupao 0,13 =S , grupo 2.

    Coeficiente de arrasto: foram considerados os dois casos da Figura 3, onde

    a=17,00 m; b=27,90 m e h=31,50 m.

    Caso 1 Caso 2

    vento

    l1l2

    l1 l2

    a

    b b

    a

    l1 = b ; l2 = a

    vento 27,9

    0 m

    17,00 m

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    25

    Figura 3 Obteno dos coeficientes de arrasto.

    Caso 1: vento segundo a direo X

    Neste caso tem-se 90,271 =l m e 00,172 =l m. Com grfico 4 da NBR-

    6123:1988 e as seguintes relaes 64,100,1790,27

    2

    1 ==ll ; 13,1

    90,2750,31

    1

    ==lh .

    Com esse grfico obtm-se o coeficiente da arrasto 24,1aC .

    Caso 2: vento segundo a direo Y

    Neste caso, tem-se 00,171 =l m e 90,272 =l m. Entrado no grfico 4 da NBR-

    6123:1988 e as seguintes relaes 61,090,2700,17

    2

    1 ==ll ; 85,1

    00,1750,31

    1

    ==lh .

    Por meio desse grfico obtm-se o coeficiente da arrasto 0,1aC .

    2.5. Verificao da Indeslocabilidade da estrutura

    Segundo Arajo (2004) uma estrutura usual de edifcios constituda por um

    prtico espacial ligado s lajes dos pisos, dispostas ao longo dos diversos andares.

    Tratando-se, portanto, de uma estrutura tridimensional formada por elementos

    lineares (vigas e pilares) e por elementos bidimensionais (lajes).

    A NBR-6118:2003 relata que por convenincia de anlise, possvel

    identificar, dentro da estrutura, subestruturas que devido sua grande rigidez a

    aes horizontais, resistem maior parte dos esforos decorrentes dessas aes.

    Essas subestruturas so chamadas subestruturas de contraventamento e os

    elementos que no participam da subestrutura de contraventamento so chamados

    elementos contraventados.

    A estabilidade global do edifcio pode ser verificada por meio da anlise da

    estrutura de contraventamento. Isso torna-se possvel usando-se dos recursos

    computacionais hoje disponveis. Pode-se analisar tridimensionalmente o conjunto

    do edifcio, considerando-se cargas verticais e horizontais devidas ao vento atuando

    simultaneamente na estrutura.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    26

    importante lembrar ainda que os parmetros de instabilidade devem ser

    verificados nas duas direes, isso porque a direo secundria muitas vezes,

    devido falta de prticos, apresenta resultados mais desfavorveis que os da

    direo principal (Albuquerque, 1999).

    Para efeito prtico recomenda-se que as estruturas sejam dimensionadas

    como de ns fixos, quando os deslocamentos horizontais dos ns so pequenos e,

    por decorrncia, os efeitos globais de 2 ordem so desprezveis (inferiores a 10%

    dos respectivos esforos de 1 ordem). Nessas estruturas a prpria NBR-6118:2003

    recomenda considerar apenas os efeitos localizados de 2 ordem.

    2.5.1. Parmetro de instabilidade Alfa

    Arajo (2004) relata que o parmetro de instabilidade foi proposto por

    Bech e Knig, sendo um parmetro capaz de avaliar os efeitos de segunda-ordem

    em uma estrutura. O modelo proposto por esses autores considera um pilar

    engastado em sua base com um carregamento uniformemente distribudo ao longo

    de sua altura, supondo-se o comportamento elstico-linear. Esse parmetro dado

    por:

    ccs

    ktot IE

    NH= (Equao 4)

    onde:

    n1,02,01 += se 3n

    6,01 = se 4n

    n nmero de nveis de barras horizontais (andares) acima da fundao ou

    de um nvel pouco deslocvel do subsolo;

    totH altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundao ou de

    um nvel pouco deslocvel do subsolo;

    kN somatrio de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir

    do nvel considerado para o clculo de totH ) com seu valor caracterstico;

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    27

    ccs IE somatrio dos valores de rigidez de todos os pilares na direo

    considerada; no caso de estruturas de prticos, de trelias ou mistas, ou com pilares

    de rigidez varivel ao longo da altura, pode ser considerado o valor da expresso

    ccs IE de um pilar equivalente de seo constante.

    2.5.2. Coeficiente z

    Este parmetro denominado de coeficiente z , foi criado pelos engenheiros Mrio Franco e Augusto Carlos Vasconcelos para medir a importncia dos efeitos de

    segunda ordem em edificaes. Alm de medir a intensidade dos efeitos de

    segunda ordem serve como um majorador, aplicado somente s foras horizontais,

    para determinar com grande aproximao esses efeitos de segunda ordem que

    efetivamente ocorrem nos elementos estruturais.

    Conforme a NBR 6118:2003 o coeficiente z uma avaliao da importncia dos esforos de segunda ordem global, sendo vlido para estruturas

    reticuladas de no mnimo quatro andares. Ele pode ser determinado a partir dos

    resultados de uma anlise linear de primeira ordem, para cada caso de

    carregamento, adotando-se os valores de rigidez dados em 15.7.2.

    O valor de z para cada combinao de carregamento dado por:

    dtot

    dtotz

    MM

    ,,1

    ,1

    1

    = (Equao 5)

    onde:

    dtotM ,,1 o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de

    todas as foras horizontais da combinao considerada, com seus valores de

    clculo, em relao base da estrutura;

    dtotM , a soma dos produtos de todas as foras verticais atuantes na estrutura, na combinao considerada com seus valores de clculo, pelos

    deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicao, obtidos da

    anlise de 1 ordem.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    28

    Considera-se que a estrutura de ns fixos se for obedecida a condio:

    z 1,1.

    Segundo Arajo (2004) a vantagem do coeficiente z sobre o parmetro de instabilidade que o z serve para uma avaliao aproximada dos esforos globais na estrutura. Sendo que o parmetro s indica se a estrutura pode ser

    considerada indeslocvel ou no.

    Sendo assim, para este estudo, optou-se por se utilizar apenas como

    parmetro de instabilidade global o coeficiente z considerando que a estrutura ser de nos fixos, donde 1,1z .

    2.6. Deslocamentos horizontais nas estruturas

    De acordo com a Tabela 13.2 da NBR 6118:2003 o deslocamento limite no

    topo da edificao U deve ser calculado como sendo H/1700, onde H a altura da

    edificao, provocado pela ao do vento para combinao freqente ( 1=0,30).

    Figura 4 Esquema estrutural indeformado e deformado.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    29

    A NBR 6118:2003 prescreve que o deslocamento horizontal (U) entre

    pavimentos, deve ser comparado com os valores limites, os quais so calculados por

    ih /850 definidos na Tabela 13.2, onde ih o desnvel entre dois pavimentos

    vizinhos. Logo se ih = 350 cm, tem-se para este estudo 350/850 = 0,41cm de

    deslocamento entre andares adjacentes.

    2.7. Introduo aos sistemas estruturais adotados

    Pode-se caracterizar um Sistema Construtivo pelos materiais empregados

    na sua composio, como por exemplo, o sistema objeto deste estudo, Sistema

    Construtivo em Concreto Armado, onde o prprio nome j indica que so usados o

    concreto e armadura de ao na sua composio. Citam-se outros sistemas

    encontrados no mercado, bem como sistema construtivo em Ao, em Alvenaria

    Estrutural, Madeira, etc.

    Como definido por Sabbatini (1989), Sistema Construtivo um processo

    construtivo de elevados nveis de industrializao e de organizao, constitudo por

    um conjunto de elementos e componentes inter-relacionados e completamente

    integrados pelo processo.

    Para efeito neste trabalho, adotou-se a denominao de sistema estrutural

    com a caracterstica de cada tipo de estrutura seguido do que caracteriza o processo

    construtivo escolhido, concreto armado.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    30

    2.7.1. Sistema estrutural convencional com lajes macias

    As lajes macias so placas de espessura uniforme, apoiadas ao longo de

    seu contorno. Estes elementos estruturais so responsveis pelo recebimento das

    cargas de utilizao aplicadas nos pisos das edificaes e transmisso aos apoios,

    que geralmente so constitudos por vigas.

    Um sistema convencional de estruturas de concreto armado aquele que

    pode ser constitudo basicamente por lajes macias, vigas e pilares, sendo que as

    lajes recebem os carregamentos oriundos da utilizao, ou seja, das pessoas,

    mveis acrescidos de seu peso prprio, os quais so transmitidos s vigas, que por

    sua vez descarregam seus esforos aos pilares e esses s fundaes.

    Armadura Laje

    Laje

    Viga

    Pilar

    Figura 5 Representao esquemtica do sistema construtivo convencional em concreto armado.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    31

    2.7.1.1. Prescries da NBR-6118:2003

    Nas lajes macias devem ser respeitados os seguintes limites para a

    espessura:

    a) 5 cm para lajes de cobertura no em balano;

    b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balano;

    c) 10 cm para lajes que suportem veculos de peso total menor ou igual

    a 30 kN;

    d) 12 cm para lajes que suportem veculos de peso total maior que 30

    kN.

    2.7.1.2. Caractersticas do sistema

    A laje macia no adequada para vencer grandes vos. pratica usual

    adotar-se como vo mdio econmico um valor entre 3,5 m e 5 m. A seguir, algumas

    caractersticas desse sistema:

    apresenta uma grande quantidade de vigas, fato esse que deixa as formas do pavimento muito recortadas, diminuindo a produtividade da

    construo e o reaproveitamento das formas;

    grande consumo de formas; existncia de muitas vigas, por outro lado, forma muitos prticos que

    garantem uma boa rigidez estrutura;

    um dos sistemas estruturais mais utilizados nas construes de concreto armado, por isso a mo-de-obra j bastante treinada;

    o volume de concreto grande devido ao consumo das lajes.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    32

    Segundo Franca (1997) as lajes nos edifcios de vrios pisos respondem por

    elevada parcela de consumo de concreto. No caso de lajes macias, essa parcela

    chega usualmente a quase dois teros do volume total do concreto da estrutura.

    Figura 6 Mltiplos prticos garantem boa rigidez.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    33

    2.7.2. Sistema estrutural convencional com lajes nervuradas pr-moldadas

    treliadas

    Conforme o item 14.7.7 da NBR-6118:2003 as lajes nervuradas podem ser

    moldadas no local ou com nervuras pr-moldadas. A zona de trao (regio abaixo

    da linha neutra) constituda por nervuras dispostas em uma ou duas direes com

    espaamentos regulares formando vazios entre si, sendo colocado, um material

    inerte para o preenchimento dos mesmos.

    Esse item trata do sistema convencional com lajes nervuradas pr-

    moldadas. A utilizao deste sistema na construo brasileira tem sido crescente. As

    vigotas de painis treliados permitem uma melhor aderncia dos mesmos ao

    capeamento de concreto moldado in loco, e tambm algumas facilidades e

    vantagens na utilizao deste sistema estrutural.

    Figura 7 Laje com armao treliada (Catlogo Tcnico Belgo, 2006).

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    34

    Os fios longitudinais superiores S, alm de garantirem rigidez ao conjunto,

    podem ainda colaborar como armadura resistente ao momento fletor negativo aps a

    retirada dos escoramentos, e tambm como armadura de compresso durante a

    montagem e concretagem da estrutura treliada.

    As diagonais D, alm de colaborarem como armaduras resistentes fora

    cortante, servem para promover uma perfeita ligao entre o concreto do elemento

    pr-moldado e o concreto de capeamento.

    Os fios longitudinais inferiores I colaboram como armadura resistente ao

    momento fletor positivo.

    Figura 8 Armao treliada (Catlogo Tcnico Belgo, 2006).

    2.7.2.1. Caractersticas do sistema

    Em relao ao sistema tradicional de lajes macias, as lajes com armao

    treliada apresentam as seguintes vantagens (Muniz, 1991):

    diminuio do peso da laje e conseqente alvio sobre as fundaes; reduo significativa de formas acarretando economia de

    madeiramentos e evitando desperdcios:

    sensvel reduo do escoramento das lajes, j que se recomenda apenas a colocao de escoras com travessas entre 1,05 m e 1,90 m,

    dependendo do tipo de escoramento (metlico ou madeira), durante a

    fase de cura do concreto;

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    35

    reduz a quantidade de estoque e movimentao de materiais no canteiro de obras;

    diminuem custos de mo de obra de ferreiros e carpinteiros; reduzem-se os prazos de execuo de obras; os blocos de EPS tm como vantagem o fato de deixarem o teto

    pronto para receber o acabamento, alm de serem muito leves ( = 0,1 a 0,25 kN/m);

    as lajes pr-fabricadas apresentam como vantagens a rapidez de execuo e a economia de formas e de escoramento.

    2.7.3. Sistema estrutural com lajes lisas nervuradas

    Como visto no sub-item anterior, verifica-se que as Lajes nervuradas so

    formadas por um conjunto de nervuras em uma ou duas direes, formando espaos

    entre as mesmas nos quais so utilizados elementos de enchimento.

    Para o referido sistema, os elementos de enchimento so de polipropileno, e

    deixam um vazio que d a forma a esse tipo de laje. Os moldes podem ser retirados

    para que sejam reutilizados nos pavimentos seqentes.

    A NBR-6118:2003 em seu item 14.7.8, define como sendo laje-cogumelo

    aquelas apoiadas em capteis, enquanto as lajes lisas so apoiadas diretamente em

    pilares (Figura 9).

    Figura 9 Laje cogumelo (A) e laje lisa (B) apoiadas diretamente sobre pilares.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    36

    As lajes lisas nervuradas so apoiadas diretamente sobre os pilares,

    utilizando-se na regio dos apoios macios de concreto, com objetivo de resistir as

    tenses de cisalhamento caractersticas dessas regies. Na Figura 10 pode-se

    verificar a situao de apoio de uma laje nervurada sobre pilares.

    Figura 10 Laje lisa nervurada apoiada diretamente sobre pilares (visualizao inferior).

    As lajes nervuradas adaptam-se a qualquer tipo de estrutura, tais como:

    prdios residenciais. prdios comerciais. garagens. escolas. indstrias. hospitais. hotis. shopping Centers.

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    37

    Figura 11 Caminhamento das cargas de lajes apoiadas diretamente sobre pilares.

    As lajes nervuradas apresentam vantagens em relao s demais, entre elas

    citam-se:

    a maior inrcia em relao s lajes convencionais possibilita o aumento dos vos entre pilares, facilitando os projetos e criando maior rea de manobras

    nos estacionamentos;

    os pilares podem ser distribudos de acordo com as necessidades do projeto arquitetnico, sem a necessidade de alinhamento;

    o posicionamento das paredes no fica condicionado por vigas, propiciando mais liberdade ao projeto arquitetnico;

    maior facilidade na execuo, uma vez que as vigas so embutidas na prpria laje (sem vigas altas), evitando-se recortes e agilizando-se os servios de

    montagem das formas;

    quando associadas a um sistema de formas industrializadas aceleram muito o processo construtivo, chegando a um ciclo mdio de execuo de sete dias

    por pavimentos com aproximadamente 450,00 m.

    nos prdios de salas de aula e bibliotecas podem ser utilizadas apenas com acabamento superficial contribuindo para o conforto acstico do ambiente.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    38

    Figura 12 Laje nervurada recebendo acabamento superficial.

    Figura 13 Laje lisa nervurada apoiada diretamente sobre pilares (visualizao superior).

    Arajo (2003) relata que as lajes nervuradas exigem uma altura th cerca de

    50% superior que seria necessria para as lajes macias. Entretanto, o peso

    prprio da laje nervurada (e o consumo de concreto) inferior ao da laje macia,

    resultando em uma soluo mais econmica para vos acima de aproximadamente

    8 m.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    39

    A utilizao de viga de borda conectada aos pilares nos contornos dos

    pavimentos tambm traz outras vantagens, como a formao de prticos para

    resistir s aes laterais.

    Figura 14 Pavimentos de lajes nervuradas com utilizao de vigas de borda.

    2.7.3.1. Prescries da NBR-6118:2003

    A NBR 6118:2003 estabelece alguns limites quanto espessura da mesa,

    quando no houver tubulaes horizontais embutidas essa deve ser maior ou igual a

    1/15 da distncia entre as nervuras e no menor que 3 cm. O valor mnimo absoluto

    deve ser de 4 cm, quando existirem tubulaes embutidas de dimetro mximo 12,5

    mm.

    A espessura das nervuras no pode ser inferior a 5 cm.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    40

    Nervuras com espessura menor que 8 cm no devem conter armadura de

    compresso.

    Para o projeto das lajes nervuradas devem ser obedecidas as seguintes

    condies, conforme recomenda a NBR6118:2003:

    a) para lajes com espaamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 60

    cm pode ser dispensada a verificao da flexo da mesa, e para a verificao do

    cisalhamento da regio das nervuras permite-se a considerao dos critrios de laje;

    b) para lajes com espaamento entre eixos de nervuras de 60 cm a 110 cm

    exige-se a verificao da flexo da mesa e as nervuras devem ser verificadas ao

    cisalhamento como vigas; permite-se essa verificao como lajes se o espaamento

    entre eixos de nervuras for menor que 90 cm e a espessura mdia das nervuras for

    maior que12 cm;

    c) para lajes nervuradas com espaamento entre eixos de nervuras maior

    que 110 cm, a mesa deve ser projetada como laje macia apoiada na grelha de

    vigas, respeitando-se os seus limites mnimos de espessura.

    2.7.3.2. Anlise estrutural

    De acordo com a NBR6118:2003 a anlise estrutural das lajes lisas e

    cogumelo deve ser realizada mediante emprego de procedimento numrico

    adequado, por exemplo, diferenas finitas, elementos finitos e elementos de

    contorno.

    Sendo que nos casos em que os pilares estiverem dispostos em filas

    ortogonais, de maneira regular e com vos pouco diferentes, o clculo dos esforos

    pode ser realizado pelo processo elstico aproximado, com redistribuio, que

    consiste em adotar em cada direo prticos mltiplos para obteno dos esforos

    solicitantes.

    Para cada prtico deve ser considerada a carga total. A distribuio dos

    momentos, obtida em cada direo, segundo as faixas indicadas na Figura 24 deve

    ser feita da seguinte maneira:

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    41

    a) 45% dos momentos positivos para as duas faixas internas;

    b) 27,5% dos momentos positivos para cada uma das faixas externas;

    c) 25% dos momentos negativos para as duas faixas internas;

    d) 37,5% dos momentos negativos para cada uma das faixas externas;

    As ligaes das lajes com os pilares devem ser cuidadosamente estudadas,

    com especial ateno para os casos em que no haja simetria de forma ou de

    carregamento da laje em relao ao apoio.

    Obrigatoriamente devem ser considerados os momentos de ligao entre as

    lajes e os pilares extremos.

    Figura 15 Faixas de laje para distribuio dos esforos nos prticos mltiplos.

    2.7.3.3. Puno

    Arajo (2003) define a puno como sendo o estado limite ltimo por

    cisalhamento no entorno de foras concentradas (cargas ou reaes),e que a

    ruptura por puno se d com a propagao de fissuras inclinadas atravs da

    espessura da laje, com inclinao mdia de 30. Acrescenta ainda que sua anlise

    de fundamental importncia no caso de lajes cogumelo.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    42

    Figura 16 Runa por puno em lajes lisas nervuradas.

    Segundo a NBR-6118:2003 o modelo de clculo corresponde verificao

    do cisalhamento em duas ou mais superfcies crticas definidas no entorno de foras

    concentradas.

    Na primeira superfcie crtica (contorno C) do pilar ou da carga concentrada,

    deve ser verificada indiretamente a tenso de compresso diagonal do concreto, por

    meio da tenso de cisalhamento.

    Na segunda superfcie crtica (contorno C) afastada 2d do pilar ou carga

    concentrada, deve ser verificada a capacidade da ligao puno associada

    resistncia trao diagonal. Essa verificao tambm se faz por meio de uma

    tenso de cisalhamento atuando no contorno C.

    Caso haja necessidade a ligao deve ser reforada por armadura

    transversal.

    A terceira superfcie crtica (contorno C) apenas deve ser verificada quando

    for necessrio colocar armadura transversal.

    No caso em que o efeito do carregamento pode ser considerado simtrico

    tem-se:

    duFSd

    Sd .= (Equao 6)

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    43

    onde

    2/)( yx ddd += (Equao 7)

    sendo

    d altura til da laje ao longo do contorno crtico C', externo ao contorno C da rea

    de aplicao da fora e deste distante 2d no plano da laje;

    xd e yd as alturas teis nas duas direes ortogonais;

    u permetro do contorno crtico C';

    du. rea da superfcie crtica;

    SdF fora ou a reao concentrada (valor de clculo).

    A fora de puno SdF pode ser reduzida da fora distribuda aplicada na

    face oposta da laje, dentro do contorno considerado na verificao, C ou C'.

    Figura 17 Permetro critico de pilares internos (NBR 6118/2003).

    No caso de pilar interno com efeito de momento, no qual alm da fora

    vertical, existe transferncia de momento da laje para o pilar, o efeito de assimetria

    deve ser considerado de acordo com a expresso:

    dWkM

    duF

    p

    SdSdSd += . (Equao 8)

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    44

    onde k o coeficiente que fornece a parcela de SdM transmitida ao pilar por

    cisalhamento, que depende da relao 21 /CC .

    O coeficiente K assume os valores indicados na Tabela 19.2.

    Tabela 1 Consumo de materiais.

    C1/C2 0,5 1 2 3k 0,45 0,6 0,7 0,8

    C1 a dimenso do pilar paralela excentricidade da fora;C2 a dimenso do pilar perpendicular excentricidade da fora.

    O valor de pW , para pilar retangular, deve ser calculado pela expresso:

    12

    221

    21 ...2.16..4.2

    CdddCCCCWp ++++= (Equao 9)

    2.7.3.4. Colapso progressivo

    Conforme recomenda a NBR-6118:2003, para garantir a ductilidade local e a

    conseqente proteo contra o colapso progressivo, a armadura de flexo inferior

    que atravessa o contorno C deve estar suficientemente ancorada, alm do contorno

    C', (Figura 19.10), sendo dada por:

    sdyds FfA . (Equao 10)

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    45

    onde sA o somatrio de todas as reas das barras que cruzam cada uma das

    faces do pilar.

    Figura 18 Armadura contra colapso progressivo.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    46

    33..METODOLOGIA DO TRABALHO

    3.1. Consideraes gerais

    Neste presente trabalho desenvolveu-se uma anlise comparativa entre os

    sistemas estruturais de concreto armado, onde primeiramente, foram definidos os

    sistemas construtivos a serem analisados. Em seguida foi escolhido um edifcio

    modelo para ser utilizado como base para as concepes estruturais de cada um

    dos sistemas em anlise.

    Numa segunda etapa, fez-se o lanamento e anlise da estrutura para os trs

    sistemas escolhidos, obtendo-se os quantitativos de materiais, os quais vem a

    formar os ndices definidos para comparao. Foram comparados os custos totais da

    obra obtidos por meio de composies de preos chegando-se a um valor global

    para cada tipologia adotada.

    Por meio da formao dos custos unitrios estudaram-se comparativamente

    os valores dos ndices encontrados com o custo unitrio da construo (CUB) para

    as tipologias construtivas adotadas.

    3.2. Tipologia e concepo dos sistemas construtivos adotados

    a) Sistema construtivo:

    estrutura convencional com lajes, vigas e pilares;

    estrutura convencional com lajes nervuradas pr-moldadas treliadas, vigas e pilares;

    estrutura com lajes lisas nervuradas apoiadas em pilares.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    47

    b) Etapas consideradas (subsistemas)

    A estrutura propriamente dita, sapatas, pilares vigas e lajes.

    c) Os servios e insumos envolvidos so:

    concreto; ao; formas.

    3.3. Escolha do edifcio exemplo

    A arquitetura do edifcio exemplo foi gentilmente cedida pelo escritrio de

    Arquitetura ARQ Conjunta. Esse edifcio pertence UNIFRA (Centro Universitrio

    Franciscano), onde atualmente so abrigadas as instalaes da Administrao da

    Instituio. Localiza-se Rua Silva Jardim, na Cidade de Santa Maria, Estado do Rio

    Grande do Sul.

    Como objeto deste estudo considerou-se que o edifcio tem dez pavimentos,

    todos iguais ao pavimento tipo, como indica a Figura 12, e com uma distncia entre

    pisos de 3,50 m. Sendo que para este estudo no ser considerada a existncia de

    outros pavimentos, tais como: subsolo, cobertura, reservatrios.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    48

    Figura 19 Edifcio Exemplo.

    O motivo pelo qual optou-se por esse edifcio exemplo deve-se ao fato de o

    mesmo ser de utilizao comercial/administrativa, o que caracteriza uma arquitetura

    com utilizao de vos maiores do que os normalmente usados em edificaes

    residenciais.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    49

    27.9

    175.83 1.75 6.182.4

    3.3

    2.52

    3.86

    6.54

    2.53

    2.52

    2.53

    2.5

    3.09 4.08 2.48 1.85 2.45

    0.8

    5.38

    15.8

    21.38

    5.72

    Figura 20 Planta Baixa do Pavimento Tipo.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    50

    3.4. Caractersticas do solo

    Adotou-se como tenso admissvel para o solo local 0,35 MPa, sendo as

    fundaes diretas com a utilizao de sapatas como elemento de fundao. Essas

    simplificaes foram utilizadas baseadas no fato deste trabalho ser apenas um

    estudo comparativo.

    3.5. Ferramentas de clculo e anlise estrutural

    Para a realizao do trabalho utilizaram-se os softwares de clculo de

    estruturas de concreto armado CYPECAD 3D e o AltoQI/Eberick para a anlise e

    detalhamento dos diversos sistemas estruturais. Esses programas permitem a

    modelagem de estruturas de concreto armado convencionais de lajes macias e pr-

    moldadas, assim como de estruturas de lajes lisas nervuradas.

    Devido ao fato do CYPECAD no calcular flecha diferida em lajes macias e

    nervuradas, levando em conta a fluncia, optou-se pela verificao dos

    deslocamentos nos elementos de lajes e vigas com o Eberick V5. Esse programa

    tem o recurso implementado, conforme o processo do item 17.3.2.1 da NBR

    6118:2003 para avaliao das flechas nas vigas considerando-se a fissurao e a

    fluncia, assim como para o dimensionamento e verificao de lajes no ELS

    (Estados Limites de Servio) localizados no item 19.3.1 da NBR-6118:2003, devem

    ser usados os critrios dados em 17.3.2, considerando-se a possibilidade de

    fissurao (estdio II).

    Sendo assim, pretende-se utilizar os resultados de sada (quantitativos de

    concreto, ao e formas) dos materiais obtidos por meio do software CYPECAD.

    Lembrando-se que o objetivo deste trabalho no o de comparar programas de

    clculo estrutural, mas comparar os sistemas estruturais em concreto armado

    adotados para esta pesquisa.

    As anlises foram feitas considerando-se o comportamento elstico-linear

    dos elementos estruturais sendo que foram extradas do programa plantas de

    formas, detalhamentos de armaduras e quantitativos, tais como o volume de

    concreto, consumo de ao e quantitativos das formas.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    51

    3.5.1. CYPECAD 3D

    Desenvolvido e comercializado pela CYPE INGENIEROS S.A., o CYPECAD

    um software para o projeto de edifcios de concreto armado que permite a anlise

    espacial com dimensionamento de todos os elementos estruturais, a edio das

    armaduras e seces, e obteno dos desenhos para execuo da estrutura.

    A norma NBR 6118:2003 encontra-se implementada no programa, onde

    podemos desatacar alguns itens importantes encontrados na memria de clculo do

    programa, listados a seguir.

    A anlise das solicitaes realiza-se por meio de um clculo espacial em 3D,

    por mtodos matriciais de rigidez, considerando-se todos os elementos que definem

    a estrutura: pilares, paredes, muros, vigas e lajes.

    Estabelece-se a compatibilidade de deformaes em todos os ns,

    considerando-se seis graus de liberdade, e cria-se a hiptese de indeformabilidade

    do plano de cada piso para simular o comportamento rgido da laje, impedindo-se os

    deslocamentos relativos entre os ns do mesmo (diafragma rgido). Por isso, cada

    piso apenas poder rodar e deslocar-se no seu conjunto (trs graus de liberdade).

    A considerao de diafragma rgido para cada zona independente de um

    piso mantm-se, mesmo quando da introduo de vigas e de no se introduzirem

    lajes no piso.

    Emprega-se o mtodo P-, para o qual se deve indicar o coeficiente

    multiplicador dos deslocamentos, que o inverso do redutor de rigidez, tomando-se

    como padro 1 / 0,7 = 1,43.

    No referido mtodo so considerados os efeitos locais calculando-se a

    excentricidade adicional por flambagem e os efeitos globais aplicando-se o mtodo

    P- e o coeficiente amplificador de esforos z s combinaes de vento.

    O programa no calcula flecha diferida em lajes macias e nervuradas,

    levando em conta a fluncia. A flecha instantnea pode ser consultada na guia

    ISOVALORES.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    52

    Figura 21 Tela do CYPECAD Diagrama de isovalores de deslocamentos no Pavimento Tipo.

    3.5.2. AltoQI/Eberick Gold

    Desenvolvido e comercializado pela AltoQi Tecnologia em Informtica Ltda,

    o Eberick verso Gold um computacional em ambiente Windows destinado ao

    projeto de edificaes em concreto armado.

    Com sistema grfico de entrada de dados associado anlise da estrutura

    em um modelo de prtico espacial, e a diversos recursos de dimensionamento e

    detalhamento dos elementos. Esses so lajes, vigas, pilares, blocos sobre estacas e

    sapatas.

    A estrutura da edificao definida por meio de pavimentos que

    representam os diferentes nveis existentes no projeto arquitetnico. O lanamento

    dos elementos feito de forma grfica, diretamente sobre a planta arquitetnica,

    permitindo definir diversas hipteses no clculo do modelo. O programa possibilita a

    visualizao da estrutura completa em 3D e os resultados so fornecidos por meio

    de janelas de dimensionamento em forma de planilha. O detalhamento dos

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    53

    elementos segue as prticas usuais do mercado brasileiro e pode ser organizado em

    pranchas para posterior impresso.

    3.5.2.1. Principais caractersticas do programa:

    entrada de dados grfica em ambiente de CAD integrado, com possibilidade de importao da arquitetura em formato DXF;

    visualizao tridimensional da estrutura; anlise da estrutura em modelo de prtico espacial, com verificao

    da estabilidade global;

    possibilidade de modelar as ligaes entre os elementos (rtulas, engastes, ligaes semi-rgidas);

    possibilidade de analisar os painis de lajes em um modelo de grelha plana, com discretizao semi-automtica;

    dimensionamento dos elementos de acordo com a norma NBR-6118:2003;

    detalhamento dos elementos com possibilidade de edio da ferragem e atualizao da relao de ao;

    gerao de quantitativos de materiais por elemento, prancha, pavimento ou projeto;

    gerao de diversos diagramas, apresentando reaes de lajes e vigas, flechas em pavimentos, entre outros;

    gerao de relatrios formatados graficamente, em formato HTML (para Internet) ou RTF (para leitura no Microsoft Word);

    gerao de pranchas de formato configurvel distribuindo os detalhamentos.

    3.5.2.2. Diafragma rgido

    Embora as lajes no participem efetivamente do modelo de prtico espacial

    (um "esqueleto" composto pelas vigas e pilares da estrutura), sua presena na

    estrutura considerada por meio da hiptese de diafragma rgido. Essa hiptese

    considera as lajes infinitamente rgidas no seu plano, garantindo um comportamento

    mais real da estrutura no tocante aos deslocamentos horizontais.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    54

    Cada laje presente no pavimento fornece ao prtico uma restrio ao

    deslocamento horizontal dos ns no seu contorno, fazendo com que eles se

    desloquem em conjunto. Com o deslocamento restringido no ocorrem cargas axiais

    nas barras pertencentes aos contornos das lajes.

    3.5.2.3. Analogia de grelha

    As vigas so discretizadas em barras e as lajes em uma grelha com faixas

    ortogonais. A malha da grelha gerada pelo programa, cabendo ao usurio definir o

    espaamento entre as barras nas duas direes (quando a laje for macia) e a

    direo da malha. O espaamento padro pode ser configurado em menu

    configuraes.

    Figura 22 Tela do Eberick: grelha de lajes com deslocamentos no Pavimento Tipo.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    55

    3.6. Parmetros de comparao adotados

    3.6.1.1. ndice de concreto ic

    a razo entre o consumo total de concreto extrado do projeto estrutural e

    a rea real global da edificao, obtida segundo as NBR12721.

    ic = V9 (m) / A (m) (Equao 11)

    3.6.1.2. ndice de ao ia

    a razo entre o consumo de ao utilizado na estrutura e a rea total do

    edifcio.

    ia = P (kg) / A (m) (Equao 12)

    3.6.1.3. ndice de formas if

    a razo entre rea de formas constante no projeto da estrutura e a rea

    total do edifcio.

    if = Af (kg) / A (m) (Equao 13)

    3.7. Critrios para o clculo dos custos

    A comparao de custos uma tarefa que apresenta um elevado grau de

    complexidade, uma vez que o custo final da obra influenciado por inmeras

    variveis complexas e de difcil caracterizao.

    Optou-se por utilizar as composies usuais para os servios considerados.

    As composies consideram apenas os servios propriamente ditos, sendo assim,

    no se consideram os custos relacionados aos servios iniciais, de instalao da

    obra, do terreno, administrativos ou quaisquer outros no relacionados diretamente

    com os servios abordados neste trabalho.

    As composies adotadas, com pequenas adaptaes, foram obtidas da

    coletnea publicada periodicamente pela PINI. Essas composies so

    apresentadas nas Tabelas para Composies de Preos para Oramentos TCPO

    (PINI, 2003).

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    56

    Os valores em reais utilizados neste trabalho referem-se ao ms de fevereiro

    de 2008. O CUB/RS (custo unitrio bsico calculado pelo SINDUSCON/RS)

    correspondia a R$ 950,66. Os preos mdios de mo de obra considerados foram

    fornecidos pela tabela de Preos e Custos da Construo (Sinduscon/RS) referente

    ao mesmo ms. Para os preos dos insumos das composies utilizaram-se aqueles

    praticados no mercado local no mesmo perodo.

    Considerou-se que as condies do canteiro de obras, acesso e

    fornecimento de materiais, fossem semelhantes para todas as situaes estudadas.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    57

    44..CONCEPES E RESULTADOS

    4.1. Sistema estrutural convencional com lajes macias

    4.1.1. Caracterizao adotada para o projeto

    A resistncia caracterstica do concreto adotada para o sistema

    convencional foi de ckF = 25 MPa para toda estrutura, inclusive para as fundaes.

    Figura 23 Vista 3D da estrutura convencional.

    Outros parmetros tais como o tipo de ao, os dimetros e cobrimento da

    armadura para esse sistema foram utilizados aqueles descritos no capitulo 2.

    As composies de formas e escoramentos utilizadas para o sistema

    convencional foram basicamente em madeira com chapas de compensados com

    espessura igual a 12 mm, tboas e pontaletes de pinho, conforme as composies

    apresentadas nos Anexos deste trabalho.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    58

    Figura 24 Planta de formas do pavimento tipo no sistema convencional de lajes macias.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    59

    Figura 25 Planta de locao e cargas das fundaes no sistema convencional de lajes macias.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    60

    4.1.2. Resultados

    Tabela 2 Consumo de materiais.

    Vigas Pilares Lajes Fundaes TotalCA50 25.094,0 9.286,0 22.679,0 3.912,7 60.971,7CA60 655,0 1.795,0 1.061,0 3.511,0Total 25.749,0 11.081,0 23.740,0 3.912,7 64.482,7

    313,3 107,4 376,8 107,9 905,42.940,6 1.045,5 3.118,0 7.104,1

    82,2 103,2 63,0 36,3 71,2

    Ao (kg)

    Volume concreto (m)rea de formas (m)Consumo de ao

    Tabela 3 ndices.

    Taxa de concreto (m/m)

    Taxa de Ao II (Kg/m)

    Taxa de Formas (m/m)

    0,212 15,07 1,66

    Tabela 4 Deslocamentos e instabilidade.

    Direo X Direo Y

    Gama-Z 1,07 1,07

    0,80 (lim 1,94)Desloc total (cm) 0,67(lim 1,94)

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    61

    4.2. Sistema estrutural convencional com lajes nervuradas pr-moldadas treliadas

    4.2.1. Caracterizao adotada para o projeto

    A resistncia caracterstica do concreto adotada para o sistema

    convencional com lajes treliadas foi de ckF = 25 MPa para toda estrutura (lajes,

    vigas e pilares) inclusive para as fundaes.

    Outros parmetros tais como o tipo de ao, os dimetros e cobrimento da

    armadura para esse sistema foram utilizados aqueles descritos no captulo 2.

    As composies de formas e escoramentos utilizadas para o esse sistema

    foram basicamente em madeira com chapas de compensados com a espessura

    igual a 12 mm, tboas e pontaletes de pinho, conforme as composies

    apresentadas nos Anexos deste trabalho.

  • Anlise comparativa: sistemas estruturais convencionais e estruturas de lajes nervuradas.

    62

    Figura 26 Planta de formas do pavimento tipo no sistema convencional de com lajes

    treliadas.

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    Figura 27 Planta de formas das fundaes no sistema convencional de lajes treliadas.

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    4.2.2. Resultados

    Tabela 5 Consumo de materiais.

    Vigas Pilares Lajes Fundaes TotalAo trelia CA60 6.620,5 6.620,5

    CA50 18.961,0 9.822,0 10.891,2 3.598,5 43.272,7CA60 1.860,0 1.314,0 5.647,3 8.821,3TOTAL 20.821,0 11.136,0 16.538,5 3.598,5 52.094,0h=16 cm 463,32h=20cm 1.276,20h=25cm 1.401,66

    270,34 90,32 213,97 93,76 668,392.417,26 961,70 3.378,96

    77,02 123,29 108,23 38,38 77,94

    Pr-moldados (m)

    AO (kg)

    Volume concreto (m)rea de forma (m)Consumo de ao (kgf/m)

    Tabela 6 Blocos de enchimento.

    Blocos de enchimento Dimenses(cm)Pavimento Tipo Nome hb bx by

    EPS Unidirecional B12/40/120 12 40 120 EPS Unidirecional B16/40/120 16 40 120 Tipo EPS Unidirecional B20/40/120 20 40 120

    Tabela 7 ndices.

    Taxa de concreto

    Taxa de Ao II (Kg/m)

    Taxa de Forma (m/m)

    0,156 13,72 1,52

    Tabela 8 Deslocamentos e instabilidade.

    Direo X Direo Y Desloc total

    (cm) 1,14 (lim 1,94) 1,17 (lim 1,94)

    Gama-Z 1,09 1,07

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    4.3. Sistema estrutural com lajes lisas nervuradas

    4.3.1. Caracterizao adotada para o projeto

    A resistncia caracterstica do concreto adotada para esse sistema estrutural

    foi de ckF = 25 MPa para toda estrutura (lajes, vigas e pilares) incluindo as

    fundaes do edifcio.

    Para esse sistema adotaram-se vigas de borda em todo contorno do

    pavimento com a funo de diminuir os momentos fletores, deslocamentos

    horizontais e puno nas extremidades das lajes.

    Outros parmetros tais como o tipo de ao, os dimetros e cobrimento da

    armadura para esse sistema foram utilizados aqueles descritos no captulo 2 item 3.

    As composies de formas e escoramentos utilizadas para esse sistema

    encontram-se apresentadas nos anexos deste trabalho.

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    Figura 28 Planta de formas do pavimento tipo no sistema de lajes lisas nervuradas.

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    Figura 29 Planta de formas das fundaes no sistema de lajes lisas nervuradas.

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    4.3.2. Resultados

    Tabela 9 Consumo de materiais.

    Vigas Pilares Lajes Fundaes TotalCA50 (kg) 7.307,3 7.631,0 30.227,0 3.270,0 48.435,3CA60 (kg) 1.903,7 2.449,0 4.352,7

    Peso total (kg) 9.211,0 10.080,0 30.227,0 3.270,0 52.788,0Volume concreto (m) 138,2 130,0 439,0 94,7 801,8rea de forma (m) 1.251,4 1.303,4 3.257,7 5.812,5Consumo de ao (kgf/m) 66,7 77,5 68,9 34,5 65,8

    Tabela 10 Elemento de enchimento.

    Blocos de enchimento Dimenses(cm) Pavimento Tipo Nome hb bx by Quantidade

    Cubeta polipropileno A22 22 80 80 3330Tipo Cubeta polipropileno A22M 22 80 40 235

    Tabela 11 ndices .

    Taxa de concreto (m/m)

    Taxa de Ao II (Kg/m)

    Taxa de Forma (m/m)

    0,187 12,34 1,36 Tabela 12 Deslocamentos e instabilidade.

    Direo X Direo YDesloc. Max. (cm) 1,08 (lim 1,94) 1,24 (lim 1,94)

    Gama-Z 1,1 1,09

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    55..DISCUSSO E ANLISE DOS RESULTADOS E CUSTOS

    5.1. Resultados

    Tabela 13 Comparativo de materiais e ndices.

    (m) % (kg) % (m) %

    Estrutura convencional 905,4 100% 64.482,7 100% 7.104,13 100% 0,212 71,22 15,07 1,66

    Estrura conv. c/ lajes

    treliadas668,4 -26% 58.714,5 -9% 6.520,14 -8% 0,156 77,94 13,72 1,52

    Estrutura de lajes lisas

    nervuradas801,8 -11% 52.788,0 -18% 5.812,52 -18% 0,187 65,84 12,34 1,36

    Taxa concreto (m/m)

    Consumoao

    (kgf/m)

    Taxa Ao

    (Kg/m)

    Taxa Formas (m/m)

    Volume concreto Peso Ao rea formasSISTEMAS

    * Valor de Referncia = 100%

    Segundo Frana (1997) as lajes nos edifcios de vrios pisos respondem por

    elevada parcela de consumo de concreto. No caso de lajes macias essa parcela

    chega usualmente a quase dois teros do volume total de concreto da estrutura.

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