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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE ÉTICA VALÉRIA CARNEIRO DOS SANTOS ORIENTADOR: Nelson J. V. de Magalhães RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL MAIO DE 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO A VEZ DO MESTRE

ÉTICA

VALÉRIA CARNEIRO DOS SANTOS

ORIENTADOR: Nelson J. V. de Magalhães

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASILMAIO DE 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO ‘AVEZ DO MESTRE’

RESUMO DO TRABALHO MONOGRÁFICO APRESENTADO COMO REQUISITO

PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA

EM REENGENHARIA E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.

VALÉRIA CARNEIRO DOS SANTOS

ÉTICA

ORIENTADOR: Luiz Cláudio Lopes Alves

O Presente trabalho tem por objetivo, questionar e apontar conceitos éticos nas

relações humanas.

Na verdade o debate sobre a ética e seus conceitos é fundamental e constitui

diretrizes que servirão de bússola para a orientação do homem enquanto ser social que se

preocupa com as questões no âmbitos de suas relações com o seu semelhante.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MAIO DE 2002

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ÍNDICE

Capítulo 1..................................................................................... 1Introdução ........................................................................... ........ 1Capítulo 2 – Objetivo da ética.............................................. ........ 22.1 Campo da ética....................................................................... 22.2 Definição da ética................................................ ................. 22.3 Ética e Filosofia..................................................................... 32.4 Ética e outras Ciências.......................................................... 3Capítulo 3 – Moral..................................................................... . 43.1 Conceito de Moral.................................................................. 53.2 Caráter Histórico e Moral........................... .......................... 63.3 Origens da Moral.................................................................. 73.4 Mudanças Histórico Sociais e Mudanças da Moral..... 7Capítulo 4.................................................................................... . 104.1 Análise da ética no entendimento dos pensadores

Clássicos................................................................................. 10Capítulo 5...................................................................................... 135.1 Ética pelo pelos pensadores Modernos................................... 135.2 Ética de Bérgson.................................................................... 145.3 Ética do valor de Scheler, Hartman e Wagner..................... 15Capítulo 6...................................................................................... 176.1 Ética e Profissão............................................................... 176.2 Código de ética................................................................ 196.3 Ética e a convivência humana......................................... 196.4 Conduta Humana.............................................................. 206.5 Aspectos especiais de relações profissionais................... 20Capítulo 7...................................................................................... 217.1 Virtudes Profissionais....................................................... 217.1.1 Virtude do Zelo................................................................ 217.1.2 Virtude do Sigilo.............................................................. 227.1.3 Virtude da Competência................................................. 227.1.4 Ética do Coleguismo...................................................... 23Capítulo 8..................................................................................... 248.1 – Os Guardiões da ética.......................................................... 24Capítulo 9..................................................................................... 25Conclusão..................................................................................... 25Bibliografia.................................................................................... 27Anexos........................................................................................... 28

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CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

No presente trabalho pretendo trazer uma visão global do tema ÉTICA, com o

principal objetivo de abordar o essencial para esclarecer o que realmente significa esse

tema para nossa sociedade.

A relação entre a capacidade dos homens e seus efeitos na sociedade sempre foram

motivos para preocupação na história do pensamento humano. Atualmente percebo que

essa preocupação está aumentando cada vez mais e assim, à necessidade de buscar

dignidade e justiça para a sociedade. A cada nova concepção do que é racional, surgem

mudanças, as quais nos põe a decidir se seguimos por caminhos suspeitos ou seguimos os

princípios dos compromissos sociais, os quais são indispensáveis para que o sucesso

profissional seja alcançado em nossa carreira.

Utilizei como material bibliográfico o livro Ética de Adolfo Saches Vasquez nos

capítulos 2 e 3. O Capítulo 2, que tem como enfoque, os objetivos da Ética, tendo elucidar

conceitos e relacionar o tema com a filosofia e outras ciências. No Capítulo 3 escrevo sobre

moral e o seu significado na sociedade. Nos Capítulos 4 ,5 e 6 utilizei como referencial o

livro Ética Profissional de Antonio Lopes de Sá que aborda o tema de maneira abrangente,

enfoco a conduta no meio profissional e suas regras para uma melhor convivência no

mercado de trabalho, já que o trabalho está relacionado com a qualidade de vida do

cidadão. No capítulo 7, cito uma reportagem da revista Exame, editora Abril, de 01/04/02,

que fala da grande novidade no organogramas das empresas: o profissional que trata de

assuntos Éticos.

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CAPÍTULO 2

OBJETIVO DA ÉTICA

2.1 - CAMPO DA ÉTICA

Muitas éticas tradicionais partem da idéia de que a missão do teórico, neste campo,

é dizer aos homens o que devem fazer, ditando-lhes as normas ou princípios pelos quais

pautar o seu comportamento. O ético transforma assim numa espécie de legislador do

comportamento moral dos indivíduos ou de uma comunidade. Mas a função fundamental

da ética é a mesma de toda teoria: explicar, esclarecer ou investigar uma determinada

realidade, elaborando os conceitos correspondentes.

2.2 - DEFINIÇÃO DA ÉTICA

Segundo Adolfo Sanches Vasquez ética é a teoria do comportamento moral dos

homens em sociedade. Ou seja, é a ciência de uma forma especifica de comportamento

humano. Ela surge no período clássico-grego. Os filósofos começam a discutir as formas de

comportamento nas sociedades, e defendem as mais diferentes situações como sendo

éticas.Ethos — ética, em grego — designa a morada humana. O ser humano separa uma

parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente.

A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser

humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si.

Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para

que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e

espiritualmente fecunda.

Na ética há o permanente e o mutável. O permanente é a necessidade do ser

humano de ter uma moradia: uma maloca indígena, uma casa no campo e um apartamento

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na cidade. Todos estão envolvidos com a ética, porque todos buscam uma moradia

permanente.

O mutável é o estilo com que cada grupo constrói sua morada. É sempre

diferente: rústico, colonial, moderno, de palha, de pedra... Embora diferente e mutável, o

estilo está a serviço do permanente: a necessidade de ter casa. A casa, nos seus mais

diferentes estilos, deverá ser habitável.

Quando o permanente e o mutável se casam, surge uma ética verdadeiramente

humana.

2.3 -ÉTICA E FILOSOFIA

Esta pretensão se opõe à concepção tradicional que a reduzia a um simples

capitulo da filosofia, na maioria dos casos especulativa, desta forma, não tem autonomia

para ser ciência adquirindo um caráter normativo (diz aos homens como se devem

comportar). Esta ética filosófica, preocupa-se mais em buscar a concordância com

princípios filosóficos universais do que a realidade. A antropologia, a psicologia e as

ciências sociais nos proporcionam materiais valiosíssimos para o estudo do fato moral, não

se justifica mais a existência de uma ética puramente filosófica, especulativa ou dedutiva,

divorciada da ciência e da própria realidade humana moral. O comportamento moral é

próprio do homem como um ser histórico, social e pratico, isto é, como um ser que

transforma conscientemente o mundo em sua volta. Toda uma série de conceitos com os

quais a ética trabalha de uma maneira especifica, como os de liberdade, necessidade, valor,

consciência, sociabilidade, etc.,pressupõem um prévio esclarecimento filosófico. Trata-se

de uma filosofia que se apóia na própria ciência.

2.4 -A ÉTICA E OUTRAS CIÊNCIAS

Parte da investigação - estudo - analise do comportamento moral de uma dada

sociedade para promover o conhecimento dos princípios e valores ai inseridos. A partir

desse conhecimento possibilitar transformações. Apontar novos caminhos, basicamente, se

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discute dois propostos da ética. A cientifica de caráter investigativo (onde buscam

respostas), e a normativa, normas e leis que dizem aos homens como devem se comportar e

agir diante de determinadas situações. É uma forma especifica do comportamento humano -

a ética se relaciona com outras ciências que sob ângulos diversos, estudam as relações e o

comportamento dos homens e sociedade e proporcionam dados e conclusões que

contribuem para esclarecer o tipo peculiar de comportamento humano que é o moral.

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CAPÍTULO 3

MORAL

3.1 - CONCEITO DE MORAL

Segundo Adolfo Sánchez Váquez, Moral do latim mos, mores, designa os

costumes e as tradições. Quando um modo de se organizar a casa é considerado bom a

ponto de ser uma referência coletiva e ser reproduzido constantemente, surge então uma

tradição e um estilo arquitetônico. Assistimos, ao nível dos comportamentos humanos, ao

nascimento da moral.

Nesse sentido, moral está ligada a costumes e a tradições específicas de cada

povo, vinculada a um sistema de valores, próprio de cada cultura e de cada caminho

espiritual.

Por sua natureza, a moral é sempre plural. Existem muitas morais, tantas

quantas culturas e estilos de casa. A moral dos yanomamis é diferente da moral dos

garimpeiros. Existem morais de grupos dentro de uma mesma cultura: são diferentes a

moral do empresário, que visa o lucro, e a moral do operário, que procura o aumento de

salário. Aqui se trata da moral de classe. Existem as morais das várias profissões: dos

médicos, dos advogados, dos comerciantes, dos psicanalistas, dos padres, dos catadores de

lixo, entre outras. Todas essas morais têm de estar a serviço da ética. Devem ajudar a tornar

habitável a moradia humana, a inteira sociedade e a casa comum, o planeta Terra.

Existem sistemas morais que permanecem inalterados por séculos. São

renovadamente reproduzidos e vividos por determinadas populações ou regiões culturais.

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Assim, a poligamia entre os árabes e a monogamia das culturas ocidentais. Por sua

natureza, a moral se concretiza como um sistema fechado.

A ética, portanto, desinstala a moral. Impede que ela se feche sobre si mesma.

Obriga-a à constante renovação no sentido de garantir a habitabilidade e a sustentabilidade

da moradia humana: pessoal, social e planetária.

Concluindo, podemos dizer: a moral representa um conjunto de atos, repetidos,

tradicionais, consagrados. A ética corporifica um conjunto de atitudes que vão além desses

atos. O ato é sempre concreto e fechado em si mesmo. A atitude é sempre aberta à vida com

suas incontáveis possibilidades. A ética nos possibilita a coragem de abandonar elementos

obsoletos das várias morais.

3.2 - CARÁTER HISTÓRICO E MORAL

A moral é um fato histórico e, por conseguinte, a ética, como ciência da moral,

não pode concebê-la como um aspecto da realidade humana mutável com o tempo. Enfoca

o modo comportamental do homem. Maioria das doutrinas éticas a prioridade morais

históricas concretas. Ao histórico moral temos três campos de reflexão, seguindo direções

fundamentais:

a) Deus como fonte da moral -(o qual enfoca o poder sobrenatural).

b) A natureza como fonte da moral- (igualando o homem ao animal, como um fator

biológico da moral e seus sentimentos).

c) O homem como origem e fonte, (onde o homem é um ser majoritário, com essência

eterna e imutável inerente a outros indivíduos).

Estas três concepções coincidem quando procuram a origem e a fonte da moral

fora do homem concreto, real ou seja, do homem como um ser histórico e social. O

comportamento moral no homem desde que existe como tal, ou seja nas sociedades mais

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primitivas, onde a moral muda e se desenvolve das diversas sociedades concretas. O

reconhecimento destas mudanças históricas, da moral, levanta dois problemas: o das causas

ou fatores que determinam estas mudanças e o seu sentido ou direção.

3.3 - ORIGENS DA MORAL

A moral só pode surgir natural, para substituir e defender-se. A própria

fragilidade de suas forças diante do mundo que o rodeia determina e tenta dominá-lo,

reunindo todo seu poder para tentar dominá-lo, reunindo todos os seus esforços, visando

multiplicar seu poder. Adquirindo um trabalho com caráter coletivo. Assim uma série de

normas, mandamentos ou prescrições não escritas, a partir dos atos ou qualidades que

beneficiam a comunidade. Assim nasce a moral com finalidade de assegurar a concordância

do comportamento de cada um com interesses coletivos.A necessidade de ajustar o bom

comportamento aos interesses da coletividade leva a que se considera como bom ou

proveitoso tudo aquilo que contribui para reforçar a união ou a atividade comum; mau ou

perigoso o oposto; o qual contribui para debilitar ou minar a união. Estabelece-se o que é

bom e o que é mau, deveres e obrigações baseada naquilo que se considera bom ou útil para

a comunidade. Moral única e valida para todos, limitada pelo próprio âmbito. O individuo

existia somente em fusão com a comunidade, onde não pudesse ter interesses pessoais,

exclusivos, que entrassem em choque com os outros. A coletividade se apresenta como um

limite da moral, trata-se de uma moral pouco desenvolvida. A moral mais elevada, é

baseada na responsabilidade pessoal.

3.4 - MUDANÇAS HISTÓRICO-SOCIAIS E MUDANÇAS DA MORAL

O aumento geral da produtividade (desenvolvimento da criação de gado, da

agricultura e trabalhos manuais), bem como o aparecimento de novas forças de trabalho

( pioneiros de guerra em escravos), elevou a produção gerando produtos excedentes, os

quais não eram exigidos para necessidades imediatas gerando a desigualdade de bens entre

os chefes de família. Com a decomposição do regime comunal e o aparecimento da

propriedade, foi-se acentuando a divisão de homens livres e escravos. A propriedade

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livrava da necessidade de trabalhar. O trabalho físico acabou por se transformar numa

ocupação indigna de homens livres. Os escravos não eram pessoas mais coisas, os quais

eram comercializados como um objeto qualquer. A divisão da sociedade antiga em duas

classes antagônicas (divisão da moral). Existiam duas morais: uma dominante, dos homens

livres, considerada como verdadeira e outra dos escravos. A moral dos homens livres não

só era uma moral efetiva, vivida, mas tinha também seu fundamento e sua justificação

teóricas nas grandes doutrinas éticas dos filósofos da antiguidade. Aristóteles opinava que

uns homens são livres e outros escravos por natureza, e que esta distinção é justa e útil. Os

escravos eram objeto de um tratamento desapiedado, feroz, que nenhum dos grandes

filósofos daquele tempo julgava imoral. Reprimidos, os escravos não podiam deixar de ser

influenciados por aquela moral servil que os fazia considerar a si próprios como coisas.

Prática e teoricamente, a moral que dominava era a dos homens livres Os traços desta moral

mais estreitamente relacionados com seu caráter de classe extinguiram-se com o

desaparecimento da sociedade escravista, mas isso não significa que todos seus traços

tenham sido perecíveis. Dentro desses limites cresce uma nova relação para a moral dos

indivíduos e da comunidade, cresce a consciência dos interesses da coletividade e, de outro,

surge uma consciência reflexa da própria individualidade. O individuo se sente membro da

comunidade, sem que, outro lado, se veja - como nas sociedades primitivas - absorvido

totalmente por ela. Esta compreensão da existência de um domínio pessoal. Desaparecendo

o mundo antigo, o qual assentava sobre a instituição da escravidão, nasce uma nova

sociedade. Trata-se da sociedade feudal, dos senhores feudais e a dos camponeses servos.

Os servos da gleba, eram vendidos e comprados com as terras às quais pertenciam e não

podiam abandonar. Os homens que eram considerados livres (artesãos, pequenos

industriais, comerciantes, etc.) estavam sujeitos à autoridade do senhor feudal. A igreja era

o instrumento do senhor supremo, ou Deus. A moral da sociedade medieval correspondia às

suas características econômico sociais e espirituais.De acordo com o papel preponderante

da igreja na vida espiritual da sociedade, a moral estava impregnada de conteúdo religioso.

Havia uma pluralidade de códigos morais, nos quais o código dos nobres, código das

ordens religiosas, código das corporações, código dos universitários, etc. Os servos não

tinham código e nem direitos, mas entre estes códigos é preciso destacar o da classe social

dominante: o da aristocracia feudal. A moral cavalheiresca e aristocrática, por seu desprezo

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pelo trabalho físico e a sua exaltação do ócio e da guerra. Onde os nobres tinham o direito

de fazer exercícios, os quais não passavam de lazer, mas o que chama mais a atenção é o

"direito da pernada", o que dava o direito ao senhor que desfruta-se da noiva antes do

marido (servo), no dia de núpcias, inclusive violentá-la. A moral cavalheiresca partia da

premissa, o nobre por razões de sangue tinha qualidades que o diferenciavam dos plebeus e

servos. No interior da velha sociedade feudal deu-se a gestação de novas relações sociais às

quais devia corresponder uma nova moral, isto de um modo regular as relações entre os

indivíduos e entre estes e a comunidade. Nasceu e fortaleceu, uma nova classe social - a

burguesia.Os principais interesses era o desenvolvimento da produção e da expansão do

comercio, exigiam mão de obra livre (e, portanto, a liberação dos servos). Tendo como

fundamental a lei da produção de mais-valia a qual funciona eficazmente somente no caso

de garantir lucros. O operário era considerado um homem econômico, um meio de

produção sem sofrimentos e desgraças. Assim gera o fenômeno da alienação ou do trabalho

alienado, o sujeito produz objetos que satisfazem a necessidades humanas, mas pelo

contrario, o operário não reconhece, lhe proporcionando a miséria. Neste sistema a boa ou

má vontade individual não alteram a necessidade objetiva: o lucro. Cada um confia em suas

próprias forças, desconfia dos demais e busca seu próprio bem-estar, ainda que tenha de

passar por cima e do bem-estar dos outros. Tal moral é individualista e egoísta que

corresponde às relações sociais burguesas. Nos paises mais desenvolvidos, a imagem do

capitalismo não corresponde mais à do capitalismo clássico. A moral é baseada numa

pretensa humanização ou moralização do trabalho. Aos incentivos materiais se acrescenta

agora uma aparente solicitude para com o homem, inculcando no operário a idéia de que,

como ser humano, faz parte da empresa e deve integrar-se nela. A moral que é inculcada

como uma moral comum, livre de qualquer conteúdo particular, ajuda a justificar e a

reforçar os interesses do sistema regido pela lei de produção da mais-valia o que esconde os

seus verdadeiros interesses humanos e de classe. Assim a moral burguesa trata de justificar

e regular as relações, baseada na exploração do homem pelo homem, do mesmo modo se

lança mão da moral para justificar e regular as relações de opressão e de exploração no

âmbito de uma política colonial. A vontade, porém, de cobrir essa política com um manto

moral é relativamente recente. Nos tempos modernos recorre-se a moral para justificar a

opressão.

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A moral vivida realmente na sociedade muda historicamente de acordo com as reviravoltas

fundamentais que se verificam no desenvolvimento social, passando das mudanças

decisivas que passaram da sociedade escravista feudal a desta sociedade à sociedade

burguesa. Uma nova moral, verdadeiramente humana, implicará numa mudança de atitude

diante do trabalho, num desenvolvimento do espírito coletivista.

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CAPÍTULO 4

4.1 - ANÁLISE DA ÉTICA NO ENTENDIMENTO DOS PENSADORES

CLÁSSICOS

Expostas essas idéias genéricas, é preciso esclarecer sobre os dois aspectos sob

os quais tem ela sido aceita pelos estudiosos da questão, ou seja:

1o Como ciência que estuda a conduta dos seres humanos, analisando os meios

que devem ser empregados para que a referida conduta se reverta sempre em favor do

homem. Nesse aspecto o homem torna-se o centro da observação, em consonância com o

meio que lhe envolve.

Cuida das formas ideais de ação humana e busca a essência do Ser, procurando

conexões entre o material e o espiritual.

2o Como ciência que busca os modelos da conduta conveniente, objetiva, dos

seres humanos.

A correlação, nesse aspecto, é objetiva, entre o homem e seu ambiente. Os

modelos, como valores, passam a guiar a estrutura normativa.

Tais critérios de entender possuem posicionamentos distintos em seus

desenvolvimentos, embora possam parecer semelhantes.

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O primeiro situa-se no campo do ideal e o segundo no das forças que

determinam a conduta, ou seja, das causas que levam ao ato comportamental do ser.

Um estuda a essência ou natureza e, outro, os motivos ou relações que influem

sobre a conduta.

Embora seja possível identificar tais posicionamentos, no aprofundamento das

obras dos autores, a realidade é que entrelaçamentos e mesclas diversas foram e ainda são

operados.

Comum entre tais aspectos é todavia, a análise do bem, como prática de amor

em suas variadas formas: igualmente relevante destaca-se o da conduta respeitosa que evita

prejudicar a terceiros, bem como ao próprio ser.

Existem os que contestam, essa forma imprecisa de estudar o bem, ou ainda,

objetivá-lo como um fenômeno em si mesmo (o que é) ou o que deve ser tomado como

modelo para uma finalidade ideal ( o que deve ser objeto de vontade).

São detalhes da forma sob a qual se estuda um mesmo objetivo e que é o bem.

Os que criticam essa duplicidade de enfoques alegam que uma coisa é estudar-

se o bem como uma realidade (como algo concreto) e outra e de sua análise como meta a

ser atingida ou vontade de sua prática.

São aspectos de uma só coisa, mas, competentes para mudar a forma de

tratamento no desenvolvimento de um tema, embora considerada irrelevante ou como

preciosismo, por escritores famosos da atualidade.

Quando Aristóteles afirmou que “para o homem não existe maior felicidade que

a virtude e a razão” situou tal pensamento no sentido de que a prática do bem (que deflui do

exercício da virtude) é a felicidade e que ela deve ser praticada como ideal e como ato

consciente.

É uma verdade aceita pelo grande pensador que bem caracteriza o aspecto ético,

sob o prisma de uma realidade aceita como modelo de conduta racional.

Isto se confirma na asserção do mesmo filósofo, quando escreve que a

felicidade é diferentemente concebida pelo leigo e pelo sábio e que o bem é o que se

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relaciona com o espírito e com a mente, mas não apenas concebida, senão praticada, através

da atividade virtuosa.

Ao afirmar que “pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens

nos tornamos justos ou injustos”e que “É preciso atentar, pois, pela qualidade dos atos que

praticamos, porquanto de sua diferença se pode aquilar a diferença dos caracteres”,

Aristóteles deixa claro que mesmo as situações ideais não alcançam todo o valor se não

materializam pela conduta virtuosa.

A Ética das virtudes, ou seja, a que considera como objeto de seu exame essa

disposição da alma é a que explora Platão, estudando as funções da alma, forma essa de

desenvolver, que haveria de influenciar bastante os estudos dessa ciência e que ainda

prevalece em nossos dias.

Em todos esses estudos filosóficos da questão, mesmo diante das mudanças do

ambiente por alterações conceituais, observa-se que a preocupação é o homem, em suas

formações espiritual e mental, com vistas aos seus procedimentos perante terceiros, mas

sempre buscando praticar o que não venha a ferir ou prejudicar a quem que seja, inclusive o

responsável pelo ato.

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CAPÍTULO 5

5.1 - ÉTICA PELOS PENSADORES MODERNOS

Segundo Antonio Lopes de Sá, os filósofos modernos buscaram inspirações

remotas para seus estudos, mas aplicaram, alguns, certas doses de radicalismo, de acordo

com suas preferências em atender o ideal do bem e da conduta do ser.

Não faltaram os que analisaram o bem como algo natural, inerente à alma, nem

os que o encararam como auto-afirmação do ser e nem os que confundiram a lei e o Estado

como a materialização do bem.

Particularizar ou universalizar o bem são tendências que se desenvolvem ainda

no campo da ciência Ética, assim como as de avaliação dos agentes ativos e passivos.

Entender a ação ética, como o desejar assumir a Deus, este como algo infinito

em virtude, foi, também, uma posição supremamente ideal que invadiu os estudos

modernos dessa ciência.

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Existem muitos aspectos na filosofia moderna que abordam que não se

conseguiu totalmente modificar em relação aos clássicos; apenas aprimorou-se e

acrescentou-se algo, através dos maiores recursos de que hoje dispomos em face das

evoluções tecnológicas e da ciências da mente, mas merecem o mais profundo respeito os

escritos clássicos, ainda plenos de imensa sabedoria.

No pensamento moderno todavia, merecem destaque alguns filósofos que se

dedicaram ao assunto:

5.2 - ÉTICA DE BERGSON

Henri Bérgson enfocou os estudos morais e éticos sob dois ângulos distintos a

que denominou de moral fechada e moral aberta, como conceitos de suas razões.

Moral fechada, no entender desse filósofo, é a derivada do instinto, na

preservação das sociedades em que se grupam os seres.

Ao comparar o comportamento derivado de uma inspiração religiosa com

aquele da formação do indivíduo, esse filósofo termina por aceitar uma Ética do fim, ou

seja, como finalidade a ser perseguida.

Admitindo a necessidade ou ideal de uma renovação moral, terminou ele por

deduzir que existem forças que se destinam a promover essa mesma renovação, fazendo a

apologia da intuição. Não foi sem razão que em Bolonha, em 1910, reafirmava que “não é

necessário, para chegar à intuição, transporta-se para fora do domínio dos sentidos e da

consciência”e que “A vida cotidiana poderá ser reanimada e iluminada”.

A aproximação do sentimento humano a uma perfeição que Deus criou, para o

desempenho de uma conduta, parece-me ser o que se pode depreender do expressado por

Bérgson, em seus pensamentos comparativos com Aristóteles, Espinosa e outros, na

tentativa de uma situação de seus estudos éticos.

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Apregoou uma posição de consciência na prática comportamental, com

amplitudes de natureza temporal, quando afirmou que “toda consciência é, pois, memória

conservação e acumulação do passado no presente, Mas toda a consciência é antecipação

do futuro.

Explicou a condição futura, na mesma ocasião, afirmando: “Considerando a

direção de nosso espírito a qualquer momento: veremos que ele se ocupa do que ele é, mas,

sobretudo em vista que ele vai ser.”

Com um espírito crítico acentuado esse filósofo, em sua ansiedade de

renovação social pelo comportamento humano ã liberdade e comportamento virtuoso e

pragmático, não poupou os demais que pensaram diferentemente sobre a questão ética.

5.3 -ÉTICA DO VALOR DE SCHELER, HARTMANN E WAGNER

Em que pese a fama de Scheler, a expressão de Hartmann, como propulsores

dos estudos sobre o valor, na Ética, é preciso dar destaque a Charles Wagner, autor da

valiosa obra Valor, premiada pelo Ministério da Instrução Pública da França.

Os referidos autores desenvolveram estudos de rara expressão sobre o conceito

de valor e que segundo Abbagnano, veio substituir a noção de bem que era a predominante

nos dominós da Ética, mas poucos filósofos tiveram a virtude da clareza e da facilidade de

expressão que Wagner empregou em seu trabalho premiado.

Wagner enfoca a conquista da energia, o preço da vida, a obediência, a

simplicidade, a guarda interior, a educação heróica, os começos difíceis, o esforço e o

trabalho, a fidelidade, a jovialidade, a honra viril, o medo, o combate, o espírito de defesa, a

bondade reparadora, formas de comportamentais que considerou relevantes e fez de

maneira a ressaltar um tudo o valor como o que se deve eleger para a qualidade de vida.

É um estímulo à necessidade do valor que tanto foi defendido pelos grandes

filósofos Scheler e Hartmann.

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O valor é uma expressão de um aspecto de aferição sobre o que se elege,

escolhe ou se atribui uma preferência (esse sentido filosófico e que diverge daquele

contábil, em que o valor é uma expressão de grandeza do fato patrimonial).

Quando o que se escolhe ou se elege torna-se um objetivo da vontade, quando a

eleição se transforma em dever, torna-se um valor, dentro da acepção que lhe foi dada

filosoficamente no campo da Ética.

Tal concepção não é de todo moderna, em suas bases, já possuíam na acepção

dos objetos da escolha moral. Só no século XIX, entretanto, é que o valor substitui a noção

de bem nos estudos de Ética.

Scheler todavia, a admitiu mesmo sob as condições de que não representasse

uma aspiração.

Para ele, a Ética não se baseia nem na noção de bem, nem em aspirações

desejadas, mas na intuição dos valores, observados em suas diversas hierarquias.

Hartmann segue, nesse pensamento, o que Scheler também defendeu como

princípio: concebe uma esfera ideal ética.

A defesa da hierarquia de valores não é só defendida, todavia, por esses ilustres

pensadores, mas também por outros.

Outras questões sobre o valor da Ética, surgiram através dos estudos de seus

aspectos, ou seja, se é algo conectado com o homem ou se é algo independente, se fundado

no ressentimento, ou no vital etc., ou seja, qual o parâmetro para a atribuição do “valor”.

O valor como algo desejável, como norma e critério de juízo, como

possibilidade de escolha inteligente, é aquele que modernamente é aceito no campo da

Ética.

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CAPÍTULO 6

6.1 - ÉTICA E PROFISSÃO

O grupamento de profissionais que exercem o mesmo ofício termina por criar

as distintas classes profissionais e também a conduta pertinente.

Existem aspectos claros de observação do comportamento, nas diversas esferas

em que ele se processa: perante o conhecimento, perante o cliente, perante o colega, perante

a classe, perante a sociedade, perante a pátria, perante a própria humanidade como conceito

global.

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A consideração ética, sendo relativa, também hoje se analisa do ponto de vista

da necessidade de uma conduta de efeitos amplos, globais, mesmo diante de povos que

possuem tradições e costumes diferentes.

Quem pratica a profissão dela se beneficia, assim como o usuário dos serviços

também desfruta de tal utilidade. Isto não significa, entretanto, que tudo o que é útil entre

duas partes o seja para terceiros e para a sociedade.

Um empresário que precisa estar informado e orientado sobre seus negócios,

em face do que vai ocorrendo com o seu capital, necessita de um profissional especializado

em contabilidade. Em reciprocidade, o diplomado em contabilidade necessita do trabalho e

da oportunidade que o empresário vai lhe oferecer. Estas são relações diretas entre quem

presta serviço e o que deste se beneficia.

Na oportunidade oferecida, tem o contabilista meios de mostrar todas as suas

capacidades e, em decorrência, construir seu conceito profissional.

O conceito profissional é a evidência, perante terceiros, das capacidades e

virtudes de um ser no exercício de um trabalho habitual de qualidade superior.

O valor profissional deve acompanhar-se de um valor ético para que exista uma

integral imagem de qualidade.

Quando só existe a competência técnica e científica e não existe uma conduta

virtuosa, a tendência é de que o conceito, no campo do trabalho, possa abalar-se,

notadamente em profissões que lidam com maiores riscos.

Um advogado, por exemplo, que defenda o réu e sirva também ao autor, quebra

um princípio ético e se desmerece, conceitualmente, como profissional.

A profissão que pode enobrecer pela ação correta e competente, pode também

ensejar a desmoralização, através da conduta inconveniente, com a quebra de princípios

éticos.

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O sentido de utilidade pode existir e a ética não se cumprir.

No exemplo, o advogado serviu, sendo útil a uma das partes, mas, eticamente,

praticou conduta condenável.

A ausência de responsabilidade para com o coletivo gera, como conseqüência

natural, a irresponsabilidade para com a qualidade de trabalho.

Planos econômicos são elaborados para efeitos políticos, sem atenção aos danos

sociais que causam, sobrepondo interesses monetários àqueles humanos e do bem-estar.

Vendem-se pareceres profissionais para certificar situações estáveis de empresas onde já há

plena instabilidade, atos de corrupção e decadência.

Até que ponto à vontade do ser, para ser ética, deva seguir os princípios de uma

ciência ou de uma vontade exigível que se ajusta ou amolda a critérios de conveniências de

“bandeiras”políticas, mascaradas como social, em um momento histórico? Se a política fere

os princípios éticos, estabelecidos pela ciência, o que nesse sentido se produzir como

conduta, pode ser do interesse do Estado, mas não o será daquele social, em sentido

absoluto. Ou seja: pode ser bom para o Estado, mas não o ser para os indivíduos.

6.2 - CÓDIGO DE ÉTICA

Segundo Antonio Lopes de Sá, um código de ética é um acordo explicito entre

os membros de um grupo social: uma categoria profissional, um partido político, uma

associação cível, etc. Seu objetivo é explicitar como aquele grupo social, que o constitui

pensa e define sua própria identidade política e social, e como aquele grupo social se

compromete a realizar seus objetivos particulares de um modo compatível com os

princípios universais da ética. Um código de ética começa pela definição dos princípios que

o fundamentam e se articula em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres. Ao

definir direito, o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu grupo. Ao

definir deveres, abre o grupo à universalidade. Esta é a função principal de um código de

ética. A definição de deveres deve ser tal que, por seu cumprimento, cada membro daquele

grupo social realize o ideal de ser humano.

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6.3 - ÉTICA E A CONVIVÊNCIA HUMANA

Falar de ética é falar de convivência humana. São os problemas da convivência

humana que geram os problemas da ética. Há necessidades de ética porque os seres

humanos não vivem isolados, e os seres humanos convivem não por escolha, mas por sua

constituição vital. Há necessidade de ética porque há outro ser humano.

Mas o outro, para a ética, não é apenas o outro imediato, próximo, com quem

convivo, ou com quem casualmente me deparo com outro esta presente também no futuro

(temporalidade) e esta presente em qualquer lugar, mesmo que distante. O principio

fundamental que constitui a ética é este: o outro é um sujeito de direitos e sua vida deve ser

digna tanto quanto a minha dever ser. O fundamento dos direitos e da dignidade do outro e

a sua própria vida e a sua liberdade (possibilidade) de viver plenamente. As obrigações

éticas da convivência humana devem pautar se não apenas por aquilo que já temos, já

realizamos, já somos, mas também por tudo aquilo que poderemos vir a ter, a realizar, a ser.

As nossas possibilidades de ser são parte de nossos direitos e de nossos deveres. São partes

da ética da convivência.A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade

6.4 - CONDUTA HUMANA

A conduta do ser, segundo Antonio Lopes de Sá, é sua resposta a um estímulo

mental, ou seja, é uma ação que se segue ao comando do cérebro e que, manifestando-se

variável, também pode ser observada e avaliada.

Como tais respostas aos estímulos não são sempre as mesmas, variando sob

diversas circunstâncias e condições, não se deve confundir tal fenômeno com um simples

comportamento.

6. 5 - ASPECTOS ESPECIAIS DE RELAÇÕES PROFISSIONAIS

Diversos são os aspectos especiais ou condições ambientais, sob os quais

podemos observar a atuação do profissional, em seus espaços e relações no trabalho, mas,

basicamente, encontramos os seguintes:

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a) Empregado, particular ou público;

b) Autônomo, individual ou coletivo

c) Sócio de uma empresa;

d) De uma empresa multinacional.

Cada desempenho processa-se em uma ambiente próprio, com relações

definidas, exigindo condutas compatíveis.

Existem variações de ambiências que tornam complexo o quadro da conduta

humana, com notórias variações do exercício da vontade do ser humano. A harmonia que

precisa existir em uma sociedade profissional obriga uma solidariedade. Tal solidariedade

obriga ao consenso , inclusive a aceitação de atos que podem contrariar a vontade de um

sócio, mas que não contrariam ao da maioria que tem poder de decisão.

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CAPÍTULO 7

7.1 -VIRTUDES PROFISSIONAIS

Muitas são as virtudes que um profissional precisa ter para que desenvolva com

eficácia seu trabalho. Quase sempre, na maioria dos casos o sucesso profissional se faz

acompanhar de condutas fundamentais corretas. Tais virtudes básicas são comuns a quase

todas as profissões.

7.1.1 - VIRTUDE DO ZELO

Segundo Antonio Lopes de Sá, o zelo ou cuidado com o que se faz, começa,

portanto, com uma responsabilidade individual, ou seja, fundamentada na relação entre o

sujeito e o objeto do trabalho. Marco Aurélio, na Antigüidade clássica, já advertia,

escrevendo sobre a questão: “O homem1 comum é exigente com os outros; o homem

superior é exigente consigo mesmo”.

1 Marco Aurélio, imperador romano, sábio e filósofo, reinou dos anos de 161 a 180 da era cristã. Nasceu no ano de 121 emorreu no poder, em 180.

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O zelo é uma virtude que, como as demais, muito depende do próprio ser. Pela

qualidade do serviço mede a qualidade do profissional. Um profissional o que é preciso

para fazer para que a tarefa se desempenhe da melhor maneira possível e se não o sente é

porque ainda não está apto para ser um profissional.

7.1.2 - VIRTUDE DO SIGILO

Revelar o que sabe, quando a respeito do conhecido, quem o confiou, pediu

reserva, é quebra do sigilo.

O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das instituições, é protegido

legalmente, pois trata-se de algo muito importante; eticamente, o sigilo assume o papel de

algo que é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.

Nem tudo é objeto de sigilo, mas preferível será sempre que o profissional se

reserve quanto a tudo o que sabe e lhe é revelado pelo cliente ou que ele veio a saber por

força da execução do trabalho. Casos muitos mais graves que os que os ocorridos

involuntariamente são os que se processam com a intenção de tirar proveito próprio.

7.1.3 - VIRTUDE DA COMPETÊNCIA

Competência é o conhecimento acumulado por um indivíduo, suficiente para o

desempenho eficaz de uma tarefa. Do ponto de vista funcional, competência é o exercício

do conhecimento de forma adequada e pertinente ao trabalho.

O conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas profissionais

é condição essencial para a prestação de um serviço de boa qualidade. Eticamente, é preciso

que se tenha consciência de que se instruir é o caminho para bem servir e que desejamos

evitar danos a terceiros, na prestação de serviços , é preciso que nos habilitemos a prestá-

los. O males que a incompetência tem causado à humanidade são muito grandes. O erro na

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conduta, não está em não ter conhecimento, mas em ter consciência de que dele não se

dispõe e mesmo assim aceitar uma tarefa..

Nem sempre é possível acumular todo o conhecimento que uma tarefa requer,

mas é preciso que se tenha a postura ética de recusar o serviço que se sabe não poder

realizar dentro dos limites da capacidade que o profissional possui.

7.1.4 - ÉTICA DO COLEGUISMO

Virtude essencial na vida dos seres é atribuir a seus semelhantes o mesmo amor

que a si se atribui. Há, todavia, no campo do trabalho, uma identificação maior ainda que

aquela existente entre os demais seres. O colega de profissão é aquela conosco identificada

pela prática de um mesmo conhecimento, sujeita aos mesmos problemas e as mesmas

alegrias, decorrente do êxito , da eficácia no mesmo desempenho.

Eticamente faz-se necessário exercer a virtude do coleguismo e que se

fundamenta na fraternidade profissional, com absoluta solidariedade, desde, também, que

esta se exerça dentro dos preceitos da moral e do direito. A prática virtuosa do coleguismo

guia-se pela dedicação aos companheiros de profissão, fundamentada no respeito, na

identidade de propósitos.

Ninguém é competente, em sentido absoluto, para condenar, atos ou trabalhos

de terceiros, deve-se evitar tal atitude quando se relacionar com a execução de tarefas de

um colega. Podemos e ate é construtivo ter idéias divergentes de nossos semelhantes, mas

não possuímos o direito de defendê-las ã custa de dilapidar o nome de terceiros.

Eticamente, tudo o que se investe contra um colega e que possa prejudicar o seu

o seu conceito, seu trabalho, é susceptível de apreciação pelos tribunais competentes dos

Conselhos profissionais.

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CAPÍTULO 8

8.1 - OS GUARDIÕES DA ÉTICA

Segundo o autor Fernando Eichenberg no artigo da revista Exame, São Paulo,

ano 36, n.9, p.16 –18 (teste em anexo) já existe um profissional que tem a função de

guardião da Ética nas Empresas: o Deontologista, cuja a definição se encontra no Aurélio.

Deontologia significa “estudo dos princípios, fundamentos e sistema moral”. Esse

executivo que tem a função de guardião da ética nas empresas formalizando regras de boa

conduta e instituindo regulamento para funcionários. Ela está sempre atendo às ações na

Justiça por parte de consumidores, defensores dos direitos humanos ou do meio ambiente.

Também é todo ouvidos às interrogações dos acionistas preocupados com o futuro moral

das corporações nas quais investem seu dinheiro.

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A maioria dos Deontologistas vem da magistratura, mas também podem ser

funcionários aposentados. Pode também constar no organograma como “encarregado das

questões éticas”ou outro similar.

Dois fatores devem provocar a proliferação do novo cargo nas corporações. O

primeiro: o aumento da concorrência num mundo cada vez mais globalizado e no qual a

ética seria um diferencial. O segundo: a “onda” de escândalos no mundo dos negócios e na

política. A idéia é seguir o raciocínio que diz ser melhor prevenir do que remediar.

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CAPÍTULO 9

CONCLUSÃO

Que devemos aceitar como Ética? Por vezes também designada como Moral

(nem sempre adequadamente), e qual sua moderna forma de ser entendida?

A preocupação com tal ramo da Filosofia, considerado como ciência, também, é

milenar, desde os trabalhos de Pitágoras, no século VI a.C., e se agasalha em manifestações

remotas.

Muda o mundo, os conceitos. Com a Ética não foi diferente. As organizações

criaram códigos balizando o relacionamento com os clientes, fornecedores e funcionários.

Nos tempos modernos, a Ética anda de mãos dadas com a responsabilidade social, respeito

ao consumidor, obediência à legislação, preservação do meio ambiente e tratamento justo e

digno aos empregados de qualquer nível.

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Até o início dos anos 90, exigia-se dos funcionários um comportamento ético

que significava obediência às normas internas das empresas, submissão aos superiores

hierárquicos, honestidade e assiduidade no trabalho. Era a Ética de mão única, na qual o

funcionário era cobrado mas não tinha reconhecido os seus direitos elementares como ser

humano. Os movimentos sociais, originários dos países desenvolvidos, trataram de mudar

esse quadro.

As organizações, assim como os indivíduos, agora precisam estabelecer e

seguir diretrizes a parâmetros de comportamento e de atividades que sejam referências para

as suas ações. Devem abandonar a busca pelo lucro a qualquer custo e o uso de

justificativas trapaceiras de que os fins justificam os meios no balizamento de seu

desempenho.

Inicialmente na Europa e nos Estados Unidos, e mais recentemente no Brasil, a

questão ética passou a influenciar decisivamente no mercado. Empresas de grande porte

perderam clientes por serem mal vistas pelo consumidor. Numa atitude de defesa, as

organizações elaboraram ou revisaram seus códigos ampliando significativamente o antes

estreito conceito de ética.

O discurso ético sem conseqüência apenas dissimula a falsa moral, é um logro

para iludir. Aquele que fala de Ética, de renovação de valores, sem mudar sua própria vida

é um lobisomem ético e moral. O pior dos inimigos da ética é o falso moralista, o

oportunista que deixa todas as patifarias ao abrigo de um suposto interesse coletivo.

Num mundo regido pela Ética, é inaceitável que organizações visem o interesse

exclusivo de seus acionistas, com a exclusão dos demais participantes do processo, como os

empregados, clientes, fornecedores, governos, sociedade e até concorrentes. Esse tipo de

discriminação é tão odiosa quanto a praticada contra negros, mulheres e portadores de

deficiência física.

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O movimento pela Ética, tendo nas empresas quanto nos indivíduos, é

irreversível no mundo inteiro, que procura incrementar formas mais eqüitativas nos

relacionamentos, nos direitos de propriedades, mais cidadania e maneiras de avaliar o

desempenho organizacional que contribuam para construção de uma democracia econômica

e um mercado livre fundamentado no desenvolvimento humano.

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BIBLIOGRAFIA

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Rio de Janeiro: Sextante, 2000.

EICHENBERG, Fernando. Os guardiões da ética. Exame, São Paulo, ano 36, n.9, p.16 –

18, maio de 2002.

ROITMAN, Ari (Org.). O desafio ético. Rio de Janeiro: Garamond, 2000.

SÁ, Antonio Lopes de. Ética profissional. 3.ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2000.

SÁNCHEZ VÁSQUEZ, Adolfo. Ética 21.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

SPAEMANN, Robert. Felicidade e benevolência: ensaio sobre ética. Tradução: Paulo

Astor Soethe. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

TUGENDHAT, Ernst. Lições sobre ética. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESPRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAISPROJETO A VEZ DO MESTRE

VALÉRIA CARNEIRO DOS SANTOS

ÉTICA

TRABALHO MONOGRÁFICO APRESENTADO COMO REQUISITO PARCIALPARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM REENGENHARIA E GESTÃO

DE RECURSOS HUMANOS

_______________________________________ Autor

APROVADO POR: ______________________________________ Nelson J.V. de Magalhães

_______________________________________

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASILMAIO DE 2002