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Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA
Secretaria de Desenvolvimento Territorial - SDT
Relatório Analítico
Célula de Acompanhamento e Informação (CAI)
Território Vales do Curu e Aracatiaçu
Equipe:
Coordenador: José César Vieira Pinheiro - Eng. Agrônomo/Doutor em Economia Agrária.
Colaboradora: Araguacy Paixão Almeida Filgueiras - Economista Doméstica/Doutora em
Engenharia Têxtil.
Técnicos da CAI: Marciano de Gois Moreira – Eng. Agrônomo.
Manoel Alves – Eng. de Pesca.
Fortaleza, setembro de 2011
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│ Relatório analí co │ Página | 2
APRESENTAÇÃO
Este trabalho é resultado do conjunto de pesquisas que abordam a Política de
Desenvolvimento Territorial, coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial
(SDT) vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). São pesquisas
exploratórias e descritivas (quantitativas e qualitativas) desenvolvidas nos 18 (dezoito)
municípios que compõem o espaço geográfico, político e socialmente construído do
território dos Vales do Curu e Aracatiaçu, no estado do Ceará.
As pesquisas integram o rol de atividades desenvolvidas pela Célula de
Acompanhamento e Informação (CAI). Esta exerce o papel de unidade administrativa e
operacional do Projeto de Monitoramento e Avaliação dos Territórios Rurais Cearenses, sob
a gestão da Universidade Federal do Ceará. A CAI integra o Sistema de Gestão Estratégica
(SGE) da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, disponibilizando um conjunto de informações sobre a dinâmica do território dos
Vales do Curu e Aracatiaçu.
O presente relatório analítico apresenta informações, análises e sugestões para o
aperfeiçoamento da dinâmica territorial a partir de pesquisas/entrevistas com:
i) Membros do Conselho de Desenvolvimento Territorial (CDT) Vales do Curu e
Aracatiaçu – pesquisas sobre Identidade Territorial e Acompanhamento da Gestão do
Colegiado Territorial,
ii) Representantes do poder público dos 18 municípios do Território – pesquisa
sobre Capacidades Institucionais, e
iii) Unidades familiares residentes no Território Vales do Curu e Aracatiaçu –
pesquisa sobre Índice de Condição de Vida (ICV).
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│ Relatório analí co │ Página | 3
Este documento está organizado em 08 (oito) partes e seus anexos, ordenado da
seguinte forma:
1. Contextualização
Caracterização do Território dos Vales do Curu e Aracatiaçu nas dimensões
geográfica, histórica, demográfica, econômica, infraestrutura, cultura e de
organização político-institucional.
2. Identidade Territorial
Análise da identidade territorial como fator de coesão social, identificando
quais dos elementos investigados/pesquisados aglutinam o território e se eles
de fato determinam a delimitação territorial.
3. Capacidades institucionais
Estabelecer a situação das capacidades institucionais dos municípios e de que
forma se relaciona com o desempenho do Colegiado, com os resultados obtidos
pelos projetos desenvolvidos no território e, não menos importante, em que
medida essas capacidades contribuem para o desenvolvimento territorial, para
a construção de espaços de diálogo, de trabalho conjunto e de organizações da
base.
4. Gestão do colegiado
Avaliar a organização e a gestão social do território, como ocorre a correlação
de forças políticas e como este interfere na condução e no desempenho do
Colegiado como instância representativa.
5. Avaliação dos Projetos
Avaliar os efeitos (eficácia e efetividade) dos investimentos financeiros em
projetos de investimentos da SDT/MDA.
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6. Índice de condição de vida da população territorial
Estabelecer a qualidade de vida na percepção das famílias rurais tendo em
vista a situação do território, indicando em que medida a condição percebida
se relaciona aos indicadores objetivos de desenvolvimento;
Comparar as condições de vida de agricultores familiares com outros tipos de
domicílios, produtivos e não produtivos, levando em conta o contexto
econômico e social do território, indicando os aspectos mais frágeis de cada
segmento. Indicar pontos em comum e aspectos divergentes entre os
segmentos, levantando fatores que possam justificar os resultados obtidos.
7. Análise integradora de indicadores e contexto
Estabelecer a relação entre os indicadores (identidade, capacidades
institucionais, gestão do Colegiado e resultados dos projetos), as
características do Território e as condições de vida da população rural;
Agregar observações e análises que abarquem aspectos específicos do
Território e que não foram contemplados pelos instrumentos definidos.
8. Propostas de ação para o território
Fazer recomendações de novas pesquisas de caráter complementar e/ou
contextualizada, articulada com o colegiado, tendo em vista suprir lacunas de
pesquisa e/ou aprofundar conhecimento sobre o território;
Levantar propostas de ações para qualificação da política territorial da SDT,
com foco no planejamento, gestão e controle social dos territórios.
ANEXOS
1. Validação de instrumentos de pesquisa e seus respectivos procedimentos
2. Registro fotográfico das entrevistas da pesquisa ICV
3. Ilustração dos setores censitários da pesquisa ICV
4. Relatório resumido da situação dos projetos do território
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1 - Contextualização
Síntese das principais características do Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
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Caracterização geográfica
O Território dos Vales do Curu e Aracatiaçu, anteriormente denominado de Território
de Itapipoca, tem uma extensão de 12.094,38 km² e uma população total de 570.908
habitantes, da qual 45,44% residem na área que o IBGE convenciona chamar de zona rural e
54,56% reside na área urbana (tabela 1). Nesse espaço geográfico existem 26.644
estabelecimentos rurais, correspondendo a uma área de 711.221 hectares que abrigam
30.701 agricultores (as) familiares. No tocante a política de colonização e reforma agrária, o
território possui 64 assentamentos federais (3.479 famílias) e 44 estaduais (703 famílias).
A Figura 1 mostra a localização espacial/geográfica do território distribuído em seus
18 (dezoito) municípios. Devido a sua grande extensão territorial aliada ao grande número
de municípios o território foi subdividido em 04 (quatro) microterritórios, a saber:
Microterritório Umirim: Umirim, Uruburetama, Itapajé e Irauçuba;
Microterritório Médio Curu: Pentecoste, Apuiarés, General Sampaio e Tejuçuoca;
Microterritório Itapipoca: Amontada, Itapipoca, Itarema, Miraíma e Tururu;
Microterritório Paraipaba: Paraipaba, São Gonçalo do Amarante, São Luis do Curu,
Paracuru e Trairi.
O território apresenta peculiaridades e especificidades de uma região caracterizada
pela existência de ecossistemas distribuídos em áreas de serras, sertões e litoral. Estes
fatores ambientais se misturam aos elementos socioculturais e econômicos na formação da
identidade territorial.
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Formação histórica
O território dos Vales do Curu e Aracatiaçu possui características particulares a
respeito da ocupação e uso do solo, pois o mesmo apresenta regiões de serra, praia e sertão,
essas singularidades permitiram o surgimento de importantes centros urbanos nesse
território, onde ganha destaque a cidade de Itapipoca com o seu forte comércio e agora
mais recente o município de São Gonçalo do Amarante com o Complexo Portuário do Pecém
(CPP). Outras cidades litorâneas como Paracuru, Paraipaba, Trairi, Amontada e Itarema
apresentam um grande potencial turístico devido suas belas praias e as cidades de General
Sampaio, Pentecoste e Umirim também contribuem com o desenvolvimento do território
devido aos seus importantes recursos hídricos.
A grande maioria das cidades dos Vales do Curu e Aracatiaçu tem seus nomes
relacionados alguns fatores que remontam característica ou fatos históricos vividos nessas
cidades, uma delas foram a presença de alguns aldeamentos indígenas que possibilitaram os
nomes de cidades como Itapipoca (pedra quebrada), Itarema (pedra cheirosa), Itapajé
(pedra do frade), Tejuçuoca (morada do grande lagarto), Irauçuba (amizade), Tururu (local
de caracóis), Uruburetama (lugar dos urubus) e Paracuru (lagarto do mar), as cidades de São
Luís do Curu e São Gonçalo do Amarante tem seus nomes relacionados ao padroeiro de suas
cidades, Pentecoste por conta da primeira missa ter acontecido no dia de Pentecostes (dia
do Espírito Santo) e General Sampaio em homenagem a um herói cearense.
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Figura 01 - Localização do território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Aspectos demográficos
A Política de Desenvolvimento Territorial desenvolvida pelo MDA tem como
prioridade o conjunto de atores sociais que se enquadram nos critérios que definem o
conceito de agricultura familiar, reunindo agricultores de base familiar, pescadores,
mulheres artesãs, pescadores, extrativistas, indígenas, quilombolas, etc. A tabela 1 e 2
mostra os dados da distribuição da população no território.
A demanda social a ser atendida por políticas pública no território é bastante
diversificada, formada por 536.385 habitantes, dos quais 47,1%, ou seja, 252.978 pessoas
vivem em área rural; são 30.701 agricultores e agricultoras familiares, 3.527 famílias
assentadas, 4.536 famílias de pescadores, duas comunidades quilombolas e três terras
indígenas.
Fonte: Instituto de pesquisa e estratégia econômica do Ceará - IPECE (adaptado).
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Características econômicas do território
O território apresenta um grande potencial agropecuário como a cultura da
mandioca, do coco, da banana, do caju, do mamão e hortaliças, além da criação de gado,
ovinos e caprinos, aves, peixes e abelhas melíferas, possui também uma grande atividade
extrativista na exploração da carnaúba, além de contar com a crescente área do turismo e a
produção de artesanato.
As cidades litorâneas além de apresentarem seu potencial turístico, contribuem
ainda na produção de coco e mandioca e seus derivados, já as serras úmidas como Itapipoca,
Itapajé e Uruburetama participam na produção de banana, mamão e outras variedades de
frutas, as cidades que possuem açudes com grande espelho d’água como Pentecoste,
General Sampaio, Umirim e Miraíma apresentam forte atividades de piscicultura e alguns
destas desenvolvem também agricultura irrigada e projetos de apicultura.
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Tabela 2 – Público prioritário da política territorial do MDA.
Fonte: Sistema de Informações territoriais – SIT (MDA/SDT)
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2 - Identidade Territorial
Análise dos fatores que contribuem na coesão social no Território, relacionando os elementos de formação da identidade territorial, assim como, a influência destes aspectos na delimitação do Território.
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INTRODUÇÃO
Conceito de Território: espaço físico definido em termos geográfico, no geral
contínuo, incluindo a cidade e o campo, caracterizados por critérios multidimensionais –
entre eles meio ambiente, economia, sociedade, cultura, política, as instituições e a
população, com grupos sociais relativamente distintos que se relacionam interna e
externamente via processos específicos, onde é possível distinguir elementos indicativos da
identidade e coesão social, cultural e territorial‖ (MDA/SDT. Marco Referencial para Apoio
ao Desenvolvimento de Territórios Rurais, 2005. Documentos Institucionais, 2).
Do ponto de vista operacional a SDT/MDA adota o conceito de identidade da
seguinte forma: “[...] características e os traços - de uma população ou grupo cultural -
distintos que possibilitam que os indivíduos que fazem parte de uma população específica,
reconheçam-se mutuamente, assim como se diferenciem de outras populações ou grupos. A
expressão do grupo, a ação social e coletiva frente a outros grupos, é a manifestação da
identidade.” (manual de identidade territorial – SGE/SDT/MDA, 2011).
Construída a partir de efeitos da história, geografia, biologia, organizações
econômicas e políticas, religião, a identidade manifesta-se pelas influências presentes no
espaço ocupado pela população, que processam e reorganizam seus significados em função
de seus valores, tendências sociais e culturais.
A SDT considera a identidade uma característica do Território, relacionando-a com
suas origens, com os modos de ocupação do espaço e com o contexto social construído.
Definida como um elemento aglutinador, a identidade territorial facilita a construção de um
futuro mais solidário e interdependente, onde se reconhece e se valoriza a diversidade, a
coesão de princípios, a mediação de interesses e a convergência de dinâmicas sociais,
culturais e econômicas.
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METODOLOGIA
A proposta metodológica aqui apresentada visa contribuir com a identificação das
diversas identidades que caracterizam o território dos Vales do Curu e Aracatiaçu. Dessa
forma, foram identificados sete fatores próximos às realidades territoriais que, em maior ou
menor grau, influenciam o desenvolvimento territorial. Esses fatores ou indicadores de
identidade são: Ambiental, Agricultura Familiar, Economia, Pobreza, Etnia, Colonização e
Político. A identificação das identidades permite à SDT/MDA elaborar tipologias de
Territórios que orientam suas ações com relação ao desenvolvimento rural sustentável.
O cálculo dos indicadores de identidade, segundo os fatores mencionados, é feito
pelas Células de Acompanhamento e Informação. Para isso, desenhou-se um instrumento
que indaga os integrantes dos Colegiados sobre sua percepção a respeito da influência de
tais fatores nos seguintes aspectos chave para o desenvolvimento territorial:
i) A delimitação territorial;
ii) A gestão territorial em termos de participação de organizações;
iii) O planejamento relacionado com a visão de futuro, a definição de metas e objetivos
e diagnóstico das características marcantes do Território;
iv) A construção da história comum do Território; e
v) A resolução de conflitos.
Apresentação dos Indicadores de Identidade Territorial
Para elaboração das características que compõem a identidade do Território Vales do
Curu e Aracatiaçu foram definidos os seguintes indicadores ou fatores:
Ambiental - Demonstra o peso que tem os atributos relativos aos recursos naturais, áreas de
proteção, patrimônio natural e problemas ambientais nos aspectos do desenvolvimento
territorial;
Agricultura familiar - Aponta para a influência das condições de desenvolvimento da
agricultura local, suas organizações, os problemas e expectativas dos agricultores;
Economia - Indica o efeito dos processos produtivos, pólos de desenvolvimento, geração de
emprego e da estrutura econômica local;
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Pobreza - Refere-se ao impacto da marginalidade, exclusão social, desigualdade e outras
precariedades econômicas;
Etnia - Mostra a interferência dos grupos que agem baseados em suas crenças e perfis
étnicos;
Colonização - Trata dos processos de ocupação territorial;
Político - Refere-se à influência dos grupos políticos, filiação partidária e das organizações
comprometidas com os processos políticos nos aspectos chaves do desenvolvimento
territorial.
Cada indicador de identidade varia entre 0 (zero) e 1 (um), sendo que, o valor 1(um)
indica maior influência do indicador da identidade nos aspectos chaves de desenvolvimento
do Território, e, 0 (zero), menor influência da identidade. Para efeitos didáticos e para
melhor compreensão dos resultados as respostas em números (0 a 5) foram convertidas em
expressões crescentes do nível de importância dos indicadores da seguinte forma:
Número Nível/grau de importância
0 nenhuma importância
1 pouca importância
2 alguma importância
3 importância (média)
4 muita importância
5 não sabe
Coleta de Dados
A coleta dos dados referentes à identidade territorial é realizada a partir do
Questionário de Identidade Territorial (Q2). Este questionário é composto por 14 perguntas,
onde as sete primeiras correspondem à identificação da entrevista e as outras sete
correspondem aos aspectos chave para o desenvolvimento – definição dos limites
territoriais, gestão territorial, visão de futuro, metas e objetivos, características marcantes,
história e conflitos existentes no Território.
As sete perguntas que tratam dos aspectos chave de desenvolvimento são compostas
por sete itens, a serem avaliados em uma escala de 1(nenhuma importância) a 5(muito
importante) que se referem aos indicadores de identidade: Ambiental, Agricultura Familiar,
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Economia, Pobreza, Etnia, Colonização e Política. Como mencionado anteriormente, mede-
se o efeito de cada característica de identidade em relação aos aspectos chave do
desenvolvimento territorial.
O questionário de Identidade Territorial é aplicado a todos os membros da plenária
do Colegiado Territorial (censo) em cada Território rural. A aplicação do questionário pode
ser realizada de duas formas: i) aplicar o questionário, individualmente, a cada membro do
colegiado.
Cálculo dos Indicadores de Identidade Territorial
O cálculo da identidade territorial é aferido a partir da média aritmética simples dos
itens referentes às características - Ambiental, Agricultura Familiar, Economia, Pobreza,
Etnia, Colonização e Política – em cada uma das perguntas sobre os aspectos chaves de
desenvolvimento.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
1. DEFINIÇÃO DOS LIMITES DO TERRITÓRIO
O figura 1 mostra o conjunto de gráficos que retratam - na percepção dos membros
colegiado territorial – o grau de importância e contribuição de cada um dos elementos
apresentados pela pesquisa na definição dos limites territoriais. Analisadas as respostas
individualmente, percebe-se que os movimentos sociais foi o setor que mais recebeu a
avaliação do tipo “muito importante” (42% dos entrevistados) na definição do limites do
Território. No outro extremo, os povos/comunidades tradicionais foi o segmento que mais
recebeu a avaliação “nenhuma importância” (12% dos entrevistados).
Aspectos de maior influência na definição dos limites do Território
Quando analisadas os somatórios das respostas “alguma importância”, “importância”
e “muita importância”, pode-se concluir que o setor da agricultura familiar - juntamente com
as atividades econômicas e movimentos sociais - foram os elementos com maior
expressividade no processo de definição dos limites do Território (figura 2).
Aspectos de menor influência na definição dos limites do Território
Verificando o somatório das respostas “pouca importância” e “nenhuma importância”
pode-se observar o segmento dos povos e comunidades tradicionais - junto com os processos
de colonização/ocupação – foram os setores com menor importância na delimitação do
contorno territorial (figura 3).
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Figura 1 – Gráficos comparativos na avaliação do grau de importância dos principais
aspectos na definição dos limites do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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Figura 2 – Gráfico com os segmentos de maior importância na definição dos limites do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Figura 03 – Gráfico com os segmentos de menor importância na definição dos limites do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
1 Somatório percentual das respostas dos entrevistados que responderam: “alguma importância”; “importância” e “muita importância”. 2 Somatório percentual das respostas dos entrevistados que responderam: “pouca importância” e “nenhuma importância”.
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2. PARTICIPAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES NA GESTÃO TERRITORIAL
O segmento organizações de agricultores familiares foi o setor que recebeu o maior
número de avaliações do tipo “muito importante” - percepção de 53% dos entrevistados - no
tocante a sua participação na gestão do Território. Por outro lado, as organizações públicas
junto com as organizações ambientais receberam o maior número de avaliações do tipo
“nenhuma importâcia” ( 6% dos entrevistados) relativo a participação destas nos processos de
gestão territorial.
Aspectos de maior influência na definição dos limites do Território
Quando somados os percentuais das respostas “alguma importância”, “importância” e
“muita importância”, pode-se confirmar que as organizações de agricultores familiares é o
setor de maior importância para gestão territorial (figura 5).
Aspectos de menor influência na definição dos limites do Território
Ao passo que somadas as respostas do tipo “pouca importância” e “nenhuma
importância”, observa-se que as organizações ambientais obtiveram a pior avaliação no
aspecto da gestão do Território (figura 4/gráfico 07).
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Figura 4 – Conjunto de gráficos que avaliam a participação das organizações e movimentos sociais/políticos na gestão territorial.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│Movimentos e organizações com maior importância na gestão Territorial│
Figura 5 – Gráfico com a comparação entre os setores com maior importância na gestão territorial.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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3. ASPECTOS IMPORTANTES NA CONSTRUÇÃO DA VISÃO DE FUTURO DO TERRITÓRIO
O PTDRS é o principal instrumento de planejamento das ações a serem executadas
no território. A partir dos eixos de ação nele definidos é que se operacionaliza os propostas
técnicas que são convertidas em projetos com fins de atender os objetivos a política de
desenvolvimento territorial a partir do PTDRS.
A definição de visão de futuro é o primeiro componente que estrutura o
planejamento propriamente dito no PTDRS. Neste foi definida a seguinte visão de futuro:
“O Território da Cidadania dos Vales do Curu e Aracatiaçu é um
espaço social, político, cultural, econômico e geográfico que
tem reduzido seus índices de miséria, pobreza, analfabetismo e
violência. A geração de trabalho e renda ocorre por meio de um
sistema de produção (rural e urbano) com bases sustentáveis
que melhora a distribuição e geração de renda, visando à
autonomia financeira dos/as trabalhadores/as. As cadeias
produtivas estão articuladas e consolidadas com base nos
princípios da economia solidária. A segurança alimentar e
nutricional está garantida pela produção e revalorização do
consumo dos produtos da agricultura familiar com a
comercialização do excedente. É, portanto, um território com
oportunidades para todos/as e com um ambiente saudável para
esta e para as futuras gerações.” (PTDRS – versão 2011).
Como se percebe, a definição de visão de futuro exposta acima foge do conceito
consolidado nas Ciências da Administração. De forma simples, a visão de futuro define o que
a organização pretende ser no futuro. Ela incorpora as ambições da organização e descreve
o quadro futuro que a organização quer atingir.
Aprofundando os aspectos importantes na visão de futuro, esta identifica as
aspirações da organização, criando um clima de envolvimento e comprometimento dos
participantes com seu futuro. A definição de onde se pretende chegar permite entender com
clareza o que é preciso mudar na organização ou como ela precisa mudar para que a visão
seja concretizada. Uma visão compartilhada une e impulsiona as pessoas para buscarem
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│ Relatório analí co │ Página | 24
seus objetivos, apesar de todas as dificuldades. Uma organização sem visão é uma
organização sem direção.
Analisando o conceito de visão de futuro (equivocado) do Território Vales do Curu
traz em sua parte inicial do que seria o conceito (o que é o território Vales do Curu e
Aracatiaçu) e os resultados (?) alcançados pelo mesmo (... tem reduzido seus índices de
miséria, pobreza, analfabetismo e violência). No corpo de seu texto traz informações que
consolidam ações em suas áreas de atuação (as cadeias produtivas estão articuladas e
consolidadas com base nos princípios da economia solidária; a segurança alimentar e
nutricional está garantida pela produção e revalorização...). Por fim, em sua parte final versa
sobre o que seria uma proximidade de sua real visão de futuro (... um território com
oportunidades para todos/as e com um ambiente saudável para esta e para as futuras
gerações). Conclui-se que a definição de visão de futuro exposta no PTDRS deve ser
redefinida de forma mais clara e concisa, para que assim os atores sociais percebam qual o
horizonte ideal para o desenvolvimento do território.
Segundo a percepção dos membros do colegiado os elementos de maior importância
para construção da visão de futuro do território foram: agricultura famliar e recursos naturais
(figura 06/gráfico 02 e 03). Estes receberam o maior número de avaliações do tipo “muito
importante”, destacando-se como os setores com maior expressividade neste aspecto.
Os processos de colonização junto com os povos tradicionais são os aspectos com
menor importância na construção de visão de futuro para o Território (figura 06/ gráficos 04 e
07). Estes receberam o maior número de respostas do tipo “nenhuma importância” (8%),
sendo os elementos com menor grau de importância no processo de elaboração da visão de
futuro para o Território. Vale resaltar, que estas comparações entre os graus de importância é
somente didática, pois percebe-se que todos os aspectos abordados na pesquisa foram
avaliados sempre numa escala crescente de importância, sendo que, mesmo somando as
respostas do tipo “pouca importância” e “muita importância” observa-se índices percentuais
muito baixo para os aspectos abordados na pesquisa (ver figura 06/gráficos 01 á 7).
A figura 07 traz uma avaliação geral da importância de cada um dos aspectos chaves
do desenvolvimento territorial. Para efeito comparativos e de identificação dos aspectos mais
importantes na formação da visão de futuro (qual dos aspectos foi mais importante na
construção da visão de futuro?) foram somadas as respostas do tipo: “alguma importância”;
“importância”; e “muita importância”. Os resultados levam a conclusão que o segmento
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agricultura familiar de maior expressividade na construção da visão de futuro para o território.
Em seguida vieram os elementos recursos naturais e atividades econômicas. Por outro lado,
povos tradicionais e os processos de colonização tiveram a “menor” importância quando
comparando com os demais.
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Figura 06 – Conjunto de gráficos comparativos na avaliação dos aspectos importantes na visão de futuro do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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05 06
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Figura 07 - Principais elementos na construção da visão de futuro do Território
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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4. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES TERRITORIAIS
O principal instrumento de planejamento do Território é o Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS). Este contém as orientações gerais do
desenvolvimento territorial no qual se articulam projetos específicos territoriais. Em torno
de cada projeto específico aglutinam-se instituições que implementam ações e lhes dão
sustentação. Os arranjos congregam instituições que organizam a demanda e articula-se
com outros organismos com vistas à oferta de serviços. Esta rede de organizações, entidades
e instituições formam um sistema complexo e flexível, responsável pela gestão do plano de
desenvolvimento sustentável do Território, bem como dos projetos setoriais nele contidos.
A partir do PTDRS os projetos são concebidos para o Território. Em linhas gerais estes
projetos visam superar ou minimizar as fragilidades sociais, fortalecendo os potenciais do
espaço geográfico - a partir do diagnóstico territorial -, se articulado com a sociedade e com
instrumentos de políticas públicas que os respaldem, que apresentam três características
fundamentais: inovadores, demonstrativos e associativos.
Neste contexto torna-se fundamental a participação do atores sociais e entidades
estatais no processo de planejamento e definição das estratégias de promoção de
desenvolvimento territorial. Neste aspecto a pesquisa buscou identificar o grau de
contribuição de cada uma das representações que compõem o colegiado territorial. A partir
da figura 08 pode-se constatar que a agricultura familiar foi considerada como o aspecto de
maior importância para 83% dos entrevistados. O dado demonstra que a base de
planejamento das ações e projetos para o desenvolvimento do território tem sua matriz
vinculada ao público identificado como agricultores familiares. Outros dois aspectos que
também possuem grande importância neste aspecto foram as atividades econômicas e os
recursos naturais. Neste caso percebe-se a estreita relação e interdependência entre as
atividades econômicas exercidas pelos/as agricultores/as familiares e a utilização de
recursos do meio.
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Figura 08 – Conjunto de gráficos que avaliam os aspectos mais importantes do planejamento do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│Elementos do planejamento Territorial│
Figura 09 – Gráfico com a comparação entre os elementos com maior importância no planejamento territorial.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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5. CARACTERÍSTICAS MARCANTES DO TERRITÓRIO
Figura 10 – Conjunto de gráficos que avaliam as características marcantes do Território.
3. 4. 5. 6. 7.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│Análise das caracterís cas marcantes do Território│
Figura 11 – Gráfico comparativo das características marcantes do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 33
6. HISTÓRIA COMUM DO TERRITÓRIO
O marco operacional da implementação da abordagem de desenvolvimento
territorial rural no Ceará data do ano de 2003, quando a SDT/MDA deu início a uma política
nacional de fortalecimento territorial - com o programa Nacional de Desenvolvimento
Sustentável de Territórios Rurais (PRONAT) – que envolveu na época, além da própria
SDT/MDA, a Delegacia Federal do MDA (DFMDA), governos estaduais (Secretaria de
desenvolvimento agrário, Ematerce, etc.), o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável
(CEDRS) e o conjunto de organizações e movimentos sociais (sociedade civil organizada) com
vínculo de atuação no meio rural. Tal programa contempla ações centradas no apoio a partir
de uma dada territorialidade definida no estado através de uma ação inicial de mobilização,
organização e capacitação no território e uma fase seguinte baseada na promoção e
integração de políticas públicas e sua consequente implementação.
O processo de implementação do enfoque territorial se deu nos anos de 2003 e 2004.
A SDT realizou diversos eventos nomeados “Oficinas Estaduais de Construção da Estratégia
para o Desenvolvimento Territorial”. O objetivo geral destes eventos consistia em
desencadear e animar um processo de constituição dos territórios no estado, sendo o
território de Itapipoca um dos contemplado nestes eventos. Tal ação contou com a
participação de diversos atores sociais (ONGs, associações, etc.), representantes do
movimento sindical (Sindicatos dos Trabalhadores/as Rurais - STTRs, Federação dos
Trabalhadores/as na Agricultura do Estado do Ceará - FETRAECE), movimentos sociais
(Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST, Cáritas diocesana), organizações do poder
público (municipal, estadual e federal), entre outras organizações que direta ou
indiretamente possuem relação com a temática do apoio a organização e desenvolvimento
rural no território.
Nas oficinas, além dos aspectos conceituais sobre desenvolvimento territorial
sustentável, foram definidos grupos de trabalho com representantes do poder público e da
sociedade civil voltados para realização de atividades específicas. Entre estas, pode-se
destacar: a definição de critérios para o mapeamento do território, a mobilização de agentes
do território e a delimitação da territorialidade propriamente dita. Vale destacar que a
expressão “mapeamento do território” é somente didática, visto que o território de
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 34
Itapipoca (atualmente Vales do Curu e Aracatiaçu) já existia anterior a este processo,
cabendo os atores sociais identificá-los.
O Território da Cidadania dos Vales do Curu e Aracatiaçu está situado no norte do
estado do Ceará e apresenta peculiaridades e especificidades de uma região caracterizada
por ecossistemas de serra, litoral e sertão. Essa diversidade é um elemento que se incorpora
à identidade do Território, que tem 62% dos municípios inseridos no semiárido legal e que se
integram em termos religiosos, comerciais, culturais e tantos outros.
A noção de identidade está presente nesse Território desde antes das discussões e
incidência de políticas públicas desencadeadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA/SDT). Pode-se dizer que ela se impulsionou a partir de 1971, ano da instalação da
Diocese de Itapipoca que, desmembrada da Arquidiocese de Fortaleza e da Diocese de
Sobral, agregou os municípios de Amontada, Apuiarés, General Sampaio, Irauçuba, Itapagé,
Itapipoca, Itarema, Miraíma, Paracuru, Paraipaba, Pentecoste, São Gonçalo do Amarante,
São Luis do Curu, Tejuçuoca, Trairi, Tururu, Umirim e Uruburetama. A partir daí, a ação
pastoral e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) contribuíram para a construção de uma
unidade territorial baseada na religiosidade, mas também na cultura e nas lutas comuns,
mantendo o município de Itapipoca (sede da Diocese) como centro de encontro e referência
para o comércio, trocas e debates políticos de uma região que passou a ser reconhecida
como Região de Influência de Itapipoca. Dos 66 entrevistados apenas um relacionou a
origem do território com os movimentos eclesiásticos de base da igreja católica na região.
A constituição de espaços de participação popular é importante para que se amplie a
participação, a diversidade de atores e a identidade territorial. A partir deste espaço,
normalmente um ‘fórum territorial’, constituem-se as institucionalidades deliberativas e
gerenciais.
Nesse contexto, em 2003, foi formada a CIAT – Comissão de Implantação de Ações
Territoriais, com caráter transitório, encarregado de liderar o processo embrionário de
consolidação de uma institucionalidade estável para a gestão do desenvolvimento territorial
por intermédio de um plano estratégico de longo prazo.
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Figura 12 – Gráficos comparativos entre os aspectos mais importantes na história comum do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│Principais elementos na formação histórica do Território│
Como se percebe na figura 13, o processo de formação histórica do Território Vales
tem marcadamente a participação da agricultura familiar através das diversas entidades e
organizações que apoiam e defendem os interesses desta categoria. Analisando os PTDRS
(versão 2010), percebe-se que as organizações e movimentos filiados estão ligados aos
agricultores/as familiares. As ONGs (CETRA, Instituto SESEMAR, ADEL e SETAH), movimentos
sociais ligados à igreja católica (CÁRITAS diocesana) e os movimentos sociais e sindicais (MST
e FETRAECE) que atuam no Território também possuem relação estreita com esta categoria,
repercutindo diretamente na história comum do Território.
As atividades econômicas - representadas por todas as ações desenvolvidas nas
cadeias produtivas do território – foram percebidas pelos entrevistados como o segundo
elemento de maior importância na composição da identidade territorial. Este resultado é
reflexo direto do grande número de agricultores de base familiar que desenvolvem
atividades produtivas nas cadeias produtivas identificadas como prioritárias no PTDRS
(2010): artesanato, apicultura, mandiocultura, cajucultura e caprinovinocultura.
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│ Relatório analí co │ Página | 37
Figura 13 – Gráfico com a comparação entre os elementos que tiveram maior destaque/importância na formação histórica do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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7. PRINCIPAIS CONFLITOS EXISTENTES NO TERRITÓRIO
Figura 14 – Gráficos com o grau de importância dos conflitos existentes nos segmentos do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│Elementos geradores de conflitos no Território│
Figura 15 – Gráfico comparativo com os setores de maior conflito no Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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INDICADORES DE IDENTIDADE TERRITORIAL
A figura 16 mostra os resultados dos sete indicadores da identidade do Território Vales
do Curu e Aracatiaçu, gerados pelo SGE, a partir dos aspectos chave para o Desenvolvimento
Territorial. Como se percebe, o segmento da agricultura familiar é o fator com maior
expressividade na formação da identidade. Os recursos naturais – representado pelo fator
ambiente – é o segundo elemento com maior peso na construção deste aspecto
(identidade).
Comparando os fatores de identidade, percebe-se que os aspectos relacionados à
etnia e os processos de colonização tiveram menor influência nos processo de formação da
identidade territorial.
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│ Relatório analí co │ Página | 41
A figura 17 mostra os resultados gerais dos aspectos com maior expressão na
formação dos traços de identidade do território Vales do Curu e Aracatiaçu. A pesquisa
revelou que o segmento social da agricultura familiar é considerada como o mais importante
aspecto na formação da identidade no território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Figura 17 – Quadro dos gráficos que comparam os fatores que mais contribuiram, assim como, os que menos contribuiram na formação da identidade territorial.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
1 Média aritmética do somatório percentual das respostas dos entrevistados que responderam: “alguma importância”; “importância” e “muita importância”. 2 Média aritmética do somatório percentual das respostas dos entrevistados que responderam: “pouca importância” e “nenhuma importância”.
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Figura 18 – Gráficos comparativos dos indicadores de maior importância na definição da identidade territorial.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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Figura 19 – Indicadores de formação da identidade do Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Identidade Territorial
Categorias Valor Classificação Legenda
1. Ambiente 0,811 Alto 0,00 - 0,20 = Baixo
2. Agricultura familiar 0,887 Alto 0,20 - 0,40 = Médio Baixo
3. Economia 0,795 Médio Alto 0,40 - 0,60 = Médio
4. Pobreza 0,749 Médio Alto 0,60 - 0,80 = Médio Alto
5. Etnia 0,669 Médio Alto 0,80 - 1,00 = Alto 6. Colonização 0,675 Médio Alto
7. Político 0,770 Médio Alto
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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CONCLUSÕES
A partir da análise da figura 18 e 19 foram identificados os indicadores com maior
influência na formação da identidade territorial. Assim, a agricultura familiar e meio
ambiente foram os aspectos de maior relevância na construção dos elementos de coesão
social dos atores sociais do território. Neste aspecto os critérios de seleção dos territórios a
serem contemplados com política de Desenvolvimento Territorial do MDA/SDT se coadunam
com o principal aspecto da identidade do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu:
Agricultura Familiar.
Por outro lado, os aspectos relacionados à etnia e processos de colonização tiveram a
menor importância na formação da identidade no território.
Por fim, cabe destacar que todos os sete indicadores da pesquisa obtiveram índices
acima de 0,6 (médio alto a alto). Este fato evidencia que são diversos e integrados os
elementos de formação da coesão social do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu. Segue
abaixo as principais conclusões da pesquisa sobre identidade territorial.
Agricultura Familiar
1. Agricultura familiar é o elemento de coesão social mais forte na formação de identidade
territorial, percebido a partir dos membros do Conselho de Desenvolvimento Territorial
Vales do Curu e Aracatiaçu, sendo o principal aspecto:
No planejamento das ações do território (definição de metas e objetivos);
Na definição dos limites do território;
Na história comum do território;
Na definição da visão de futuro para o território;
Na gestão territorial.
2. O segmento da agricultura familiar foi avaliado como sendo o segundo elemento de
maior importância na geração de conflitos sociais no Território. Por ser um elemento
gerador de muitos conflitos sociais a presença e atividade de movimentos sociais
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(sindicatos, ONGs, igrejas, etc.) de apoio e defesa a esta categoria é muito intensa no
território;
3. Para todos os aspectos chave de desenvolvimento levantado pela pesquisa, a agricultura
familiar teve grande importância na formação da identidade territorial.
Meio ambiente
1. O fator meio ambiente foi considerado pelos membros do colegiado territorial como a
característica mais marcante na definição do território. A própria mudança do nome do
território - de Itapipoca para Vales do Curu e Aracatiaçu – expressam este aspecto.
2. Os recursos naturais – representados pelo elemento meio ambiente - do Território se
caracterizam como segundo elemento de maior reconhecimento na construção do
Território;
3. Na gestão do Território os órgãos e entidades ambientais tiveram a mais baixa avaliação
sobre sua importância. Segundo os entrevistados as organizações ambientais (Secretaria
Estadual de Meio Ambiente do Ceará - SEMACE, IBAMA) estão ausentes das discussões
sobre desenvolvimento territorial;
Economia
1. Assim como agricultura familiar e meio ambiente, é considerado um dos principais
aspectos que congregam os interesses comuns no território. Destaca-se como elemento de
grande importância na formação histórica do território, assim como na definição de metas e
objetivos para o desenvolvimento territorial.
Política
1. É considerado como o quarto principal indicador da identidade territorial. Este aspecto é
caracterizado pela existência de diversos movimentos e organizações sociais que
defendem e apoiam os interesses da Agricultura Familiar no território.
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Problemas sociais
1. Os problemas sociais (pobreza, marginalidade, exclusão social, etc.) têm sido o principal
aspecto na geração de conflitos no Território Vales do Curu e Aracatiaçu;
Povos tradicionais
1. A existência de povos e comunidades tradicionais no território foi o aspecto de menor
importância na formação da identidade territorial;
2. Também foi considerado como o aspecto de menor relevância/influência nos conflitos
existentes no território.
Processos de colonização
1. Os processos sociais vinculados às questões fundiárias (ocupação, colonização e reforma
agrária) foram considerados como o segundo aspecto de menor expressividade na
formação da identidade territorial. Este informação revela que este elemento teve pouca
importância na coesão social entre os atores territoriais.
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3 - Capacidades Institucionais
Avaliação das capacidades institucionais dos 18 municípios do Território Vales do Curu e
Aracatiaçu - Ceará
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INTRODUÇÃO
Para SDT/MDA o conceito de capacidades institucionais traz o seguinte significado:
“Referem-se às condições e recursos disponíveis às estruturas organizativas do Território -
considerando seu arranjo político-institucional - e às organizações autônomas da sociedade
civil e de representação estatal/social, para a gestão social das políticas públicas, bem como
para a execução dos seus projetos. Especificamente sobre as organizações de gestão dos
territórios rurais, a compreensão das Capacidades Institucionais deve considerar as
principais áreas de desenvolvimento institucional referidas aos territórios rurais no marco da
política de desenvolvimento rural sustentável.” (MDA/SDT/SGE - Manual de Capacidades
Institucionais).
Para Delgado, Bonnal e Leite (2007) o território não é simplesmente um espaço social
propício à “harmonia” política, gerencial e social (sugerida por alguns autores), pelo
contrário, leva à necessidade de projetos políticos participativos e democratizadores que
possam ser compartilhados por atores do setor público e da sociedade civil. Para os autores
isso exige esforço coletivo objetivando reduzir as tensões existentes entre gestão e
democratização resultando em oportunidades de articulação de diferentes instituições e
políticas públicas.
Nesse contexto, entende-se que a gestão de Políticas Públicas necessita da
participação de diversos atores e protagonistas sociais, tendo como pressuposto básico e
constitucional a democracia participativa na promoção dos interesses da coletividade. Um
dos meios para mensuração do “grau” de controle e efetivação das políticas públicas é
através da identificação dos instrumentos e organizações/entidades públicas e da sociedade
civil legitimados para o controle e gestão de políticas públicas.
A pesquisa teve como foco principal as organizações da sociedade civil e
órgãos/entidades do poder público municipal dos dezoito (18) municípios que constituem o
Território Vales do Curu e Aracatiaçu. As fontes de dados que proporcionaram a avaliação
das capacidades institucionais foram coletadas através de entrevistas com representantes
do poder público/administração municipal.
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│ Relatório analí co │ Página | 49
Por meio de questionário elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial
(SDT/MDA) os entrevistados foram indagados sobre diversos aspectos, estes divididos nas
seguintes áreas:
1. Gestão dos Conselhos;
2. Capacidade das Organizações;
3. Serviços Institucionais Disponíveis;
4. Instrumentos de Gestão Municipal;
5. Mecanismos de Solução de Conflitos;
6. Infra-estrutura Institucional;
7. Iniciativas Comunitárias e Participação.
Cada uma destas áreas permite conhecer as capacidades das organizações nos
Territórios, bem como estabelecer diferenças entre eles, gerando informações necessárias a
elaboração do índice de capacidades institucionais dos Territórios Rurais apoiados pela
SDT/MDA. O indicador revela o grau de “maturidade” das organizações públicas e civis na
gestão de políticas públicas.
OBJETIVO
A pesquisa tem como objeto avaliar as capacidades institucionais dos 18 (dezoito)
municípios que compõem o Território dos Vales do Curu e Aracatiaçu. Esta avaliação teve
como base a criação de critérios/indicadores para verificação da capacidade institucional dos
municípios do Território, englobando as organizações/segmentos do Poder Público e da
Sociedade Civil.
Em linhas gerais, buscou-se investigar as principais formas de organização do poder
público municipal e organizações da sociedade civil nos processos de gestão, controle e
implementação de políticas públicas no Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
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METODOLOGIA
Coleta de dados (pesquisa de campo)
As informações primárias da pesquisa foram coletadas a partir do formulário
capacidades institucionais da SDT/MDA. Os 18 (dezoito) entrevistados foram abordados em
seus respectivos municípios com entrevistas individuais orientadas a partir das questões
apresentadas no instrumento de pesquisa. No processo de aplicação do formulário, os
entrevistados tinham a liberdade em responder a partir de sua percepção e de acordo com
seu nível de conhecimento das questões abordadas.
Tabulação e sistematização dos dados
Os dados primários da pesquisa foram lançados no Sistema de Gestão Estratégica
(SGE – SDT/MDA), no ambiente específico da CAI Vales do Curu e Aracatiaçu. Com os dados
no sistema, foram geradas planilhas com os resultados das respostas para cada item
(pergunta) do questionário.
Análise e interpretação dos resultados
Os dados primários da pesquisa são apresentados na forma de gráficos com as
respectivas porcentagens para cada uma das respostas estruturadas no instrumento de
pesquisa. Cada item foi analisado em particular para em seguida correlacionar com os
demais, gerando os indicadores de capacidade institucional para as oito áreas de abordadas
na pesquisa.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para avaliação dos resultados da pesquisa foram definidos 8 (oito) indicadores sobre
a capacidade institucional das organizações públicas e da sociedade civil identificada nos 18
(dezoito) municípios integrantes do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu. Por último,
estes critérios serviram como base para cálculo do índice geral sobre as capacidades
institucionais do Território.
O presente estudo integra informações de outras pesquisas desenvolvidas no
território. Especificamente foram utilizados dados primários das pesquisas sobre
acompanhamento da gestão do colegiado territorial (Q3) e avaliação dos projetos de
investimento (Q5) apoiados pela política de desenvolvimento territorial, sob
responsabilidade da SDT/MDA. Entende-se que a avaliação das capacidades institucionais
dos municípios que compoem o território possa identificar o grau de organização e
capacidade de gestão de políticas públicas no território.
Os resultados são apresentados a partir da análise das respostas/percepção de cada
uma das perguntas do instrumento de pesquisa. Cada bloco de perguntas integra um dos 8
(oito) indicadores e o conjunto destes constitui o indicador geral da Capacidade Institucional
das organizações do poder público (órgãos públicos municipais) e sociedade civil (ONGs,
associações, sindicatos, cooperativas, etc.) identificada no território. O diagrama abaixo
mostra os indicadores que constituem o indicador geral da capacidade institucional.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011. (adaptado)
Indicador de Capacidade Institucional Indicador 01 - Gestão dos Colegiados
Indicador 02 – Capacidades Organizacionais
Indicador 03 - Serviços Institucionais Disponíveis
Indicador 04 - Instrumentos de Gestão Municipal
Indicador 05 - Mecanismos de Solução de Conflitos
Indicador 06 – Infra-estrutura Institucional
Indicador 07 - Iniciativas Comunitárias
Indicador 08 - Participação
Indicador de Capacidade Institucional
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1. GESTÃO DO COLEGIADO
Este primeiro aspecto da pesquisa aborda questões referentes à gestão do colegiado
territorial - representado pelo Conselho de Desenvolvimento Territorial (CDT) dos Vales do
Curu e Aracatiaçu - na gestão dos projetos. Analisam os componentes sociais e ambientais
dos projetos, a atuação em busca por fontes de financiamento e a promoção da integração
dos projetos. As questões que nortearam a identificação deste aspecto se deram a partir da
observação da atuação dos conselhos municipais e o controle social que estes exercem
sobre os investimentos públicos alocados no município como também as estratégias que
visam mobilizar os recursos disponíveis no território – humanos, financeiros e materiais.
1.1 Assessoria técnica ao colegiado territorial
O colegiado territorial dos Vales do Curu e Aracatiaçu (CDT) está organizado em
quatro instâncias: plenária geral com caráter deliberativo; núcleo dirigente com perfil de
gerenciamento; núcleo técnico e conselho fiscal. Toda esta estrutura organizacional conta
com o apoio permanente do assessor territorial. Em linhas gerais este possui as seguintes
atribuições: i) acompanhar as atividades do território rural (reuniões com o núcleo dirigente,
construção do PTDRS, etc.); ii) promover a mobilização e sensibilização do público
destinatário da política territorial; e iii) articulação das organizações do poder público e
sociedade civil na ações desenvolvidas no território (reuniões microterritoriais, plenária
geral, oficinas dos comitês temáticos, etc.). Além da confirmação – por 82% dos
entrevistados - da existência de um assessor técnico – o assessor territorial – que apoia
permanentemente as ações do colegiado, o território ainda possui um acompanhamento
constante através do articulador estadual (governo federal) que representa a SDT/MDA no
território.
Na pesquisa, 17% dos entrevistados afirmaram que o território não possui assessor
no apoio à gestão no território, desconhecendo sobre a existência de assessoria técnica que
preste serviço contínuo na gestão territorial. Vale ressaltar que a presença da assessoria é
fundamental na estratégia de implementação e consolidação do colegiado territorial. A
figura 01 (gráficos 01 e 02) mostra a percepção dos membros do CDT em relação à
assessoria técnica ao colegiado. Atualmente o processo de seleção e definição do assessor
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territorial é coordenado pelo núcleo dirigente do colegiado territorial, que define critérios e
a forma de seleção do mesmo. Periodicamente a plenária geral avalia as ações do assessor
territorial. A forma de prestação de conta dos seus serviços prestados ocorre através da
apresentação de relatórios de atividade desenvolvidos. Para maioria dos entrevistados a
assessoria técnica na gestão do colegiado territorial concentra-se na figura do assessor
territorial.
Figura 01 – Assessoria na gestão do colegiado.
Fonte: SGE - MDA/SDT, 2011.
Gráfico 01
Gráfico 02
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1.2 Dinâmica de funcionamento do colegiado territorial
A maioria dos membros do colegiado territorial afirma que a principal forma de
seleção e eleição das organizações é através do convite direto às organizações que tenham
interesse em compor o quadro de entidades sócias do Conselho de Desenvolvimento
Territorial (CDT Curu/Aracatiaçu). Outras formas de seleção e eleição entidades foram
apontadas, tais como, a convocatória aberta e a solicitação voluntária (figura 02/gráfico 01).
Este aspecto demonstra a variedade de formas e flexibilidade que oportuniza a inclusão de
um maior número de organizações no processo de gestão de políticas de desenvolvimento
rural na instância territorial.
Os dados da pesquisa ainda apontam para o grande número de reuniões que a
plenária do colegiado realizou desde a sua constituição. Para maioria dos entrevistados
(62,1%) já foram mais de vinte reuniões. De fato, percebe-se no cotidiano do colegiado um
grande número de encontros que se dividem entre reuniões nos quatro microterritórios,
oficinas de construção e qualificação do PTDRS, reuniões dos comitês temáticos e as
plenárias propriamente ditas. Aliado a esta situação, os membros do colegiado responderam
em sua maioria que as plenárias no território acontecem em intervalos bimestrais (figura
01/gráfico 02). Apesar de todos os membros serem indagados sobre o mesmo tema
(mesmas perguntas objetivas), observou-se que não existe uma unidade de coerência nas
respostas dos entrevistados, demonstrando que no colegiado territorial existem “distorções”
de informações sobre sua organização e funcionamento. Segundo relato dos entrevistados,
as reuniões para constituição do colegiado territorial ocorreram a partir da instalação da
comissão de iniciativas das ações territoriais (CIAT), ainda em 2003, dando origem ao fórum
territorial do território de Itapipoca.
No PTDRS, o processo de gestão envolve organização, planejamento, direção,
implementação, monitoramento e avaliação de estratégias e ações planejadas. A ausência do
assessor técnico, fundamental nesse processo, acaba por prejudicar o desenvolvimento das quatro
instâncias anteriormente citadas: a plenária geral, o núcleo dirigente, o núcleo técnico e o conselho
fiscal.
No ano de 2007 surge um novo marco de consolidação do colegiado territorial, que
passou a ser chamado de Conselho de Desenvolvimento Territorial (CDT Curu/Aracatiaçu)
substituindo os usuais termos Território de Itapipoca e CIAT. Este veio a se tornar o primeiro
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
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colegiado territorial com personalidade jurídica de direito privado, aumentando sua
autonomia de articulação e representatividade legal dos interesses do território. A mudança
do nome do território de Itapipoca para Vales do Curu e Aracatiaçu foi sugerida pelos
membros do colegiado com objetivo de valorizar os dois vales (Curu e Aracatiaçu) e
representariam o aspecto comum aos 18 municípios do território.
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Figura 02 – Constituição e dinâmica de funcionamento do CDT.
Fonte: SGE - MDA/SDT, 2011.
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Gráfico 02
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1.3 Relações de poder no colegiado territorial
Nesta seção a pesquisa buscou evidenciar as relações de poder entre as
representações do poder público e sociedade civil, tendo como objeto identificar o grau de
influência das organizações sobre as deliberações do colegiado territorial. Inicialmente
foram comparadas as relações de poder entre entidades do mesmo setor (poder público e
sociedade civil) para em seguida confrontá-las entre si (poder público x sociedade civil),
identificando como ocorre a “divisão de forças” durante os processos de decisão do
colegiado. Para avaliar a capacidade de decisão das organizações os entrevistados
responderam as questões atribuindo pontos numa escala crescente de 1 (muito baixa) até 5
(muito alta), tendo ainda a opção de responder “não sabe” ou ainda que “não existe”, caso o
entrevistado entenda que a representação não participe das ações do CDT.
Quando avaliados somente as organizações do poder público percebe-se que existe
uma certa paridade de forças entre as três esferas administrativas - federal, estadual e
municipal – (figura 03). Quando indagados sobre o poder de decisão dos representantes das
universidades, metade dos entrevistados responderam que estas não participam das
decisões territoriais. Destaca-se que as universidades ainda estão muito distantes do
processo de fortalecimento do território.
Comparando as organizações da sociedade civil (figura 04) percebe-se que existem
desequilíbrios de forças entre estas representações. Fazendo uma avaliação geral - a partir
da soma percentual das notas 4 e 5 – percebe-se que as representações de associações e
sindicatos junto com as ONGs foram avaliadas como aquelas que possuem maior poder de
decisão/influência sobre os processos decisórios do colegiado. Do outro lado, os
representantes de comunidades tradicionais e das entidades colegiadas tiveram avaliação
mais baixa neste quesito. Esta situação reflete-se na prática, quando constata-se a baixa
participação das entidades colegiadas (CMDRS) nas reuniões do colegiado, o mesmo
acontecendo para os representantes de povos tradicionais no território (quilombolas e
indígenas.). Observa-se também a baixa participação do poder legislativo (municipal e
estadual e federal) e ausência do poder judiciário, apesar destes terem assento junto ao
CDT. Existe ainda uma insatisfação geral dos membros do colegiado acerca da ausência dos
prefeitos nas discussões sobre o território, enviando somente a representação, geralmente a
secretaria de desenvolvimento rural ou similar.
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Percebe-se a necessidade de consolidação das instâncias do CDT, principalmente na
definição do seu quadro de organizações efetivas, composição de um núcleo técnico
permanente para avaliação e proposição de projetos com viabilidade econômica e social.
Observa-se uma maior articulação e participação das organizações no período de definição
dos projetos a serem contemplados no território. Situação que não se repete nos processos
de monitoramento e avaliação dos projetos – que ficam restritos ao poder púbico municipal,
(prefeitura e secretarias).
O fato das entidades sócias do CDT (públicas e da sociedade civil) não possuirem uma
cultura sobre processos de acompanhando e sobre a dinâmica de funcionamento do CDT,
nota-se que no nível municipal há maior participação dos Sindicatos do Trabalhadores
Trabalhadores/as Rurais e das secretarias municipais de agricultura, sendo estes setores os
que apresentam maior frequência nas reuniões do colegiado territorial. Representando o
poder público estadual, destacam-se a participação de duas instituições: Instituto Agropolos
do Ceará e EMATERCE. As ONGs (Instituto SESEMAR, ADEL e CETRA), Caritas diocesana são
as principais organizações que atuam nos processos de capacitação sobre temáticas de
Desenvolvimento territorial, assim como, mobilização do atores sociais e na organização das
oficinas e plenárias para elaboração e qualificação do PTDRS. A figura 04 mostra um quadro
geral com a avaliação do poder de decisão de cadas uma das representações do poder
público no colegiado.
Comparando os gráficos das figuras 04 e 05, percebe-se que as organizações da
sociedade civil exercem maior poder de decisão no colegiado (média de 14,9% dos
entrevistados consideram “muito alta” a capacidade de decisão destas organizações)
quando comparadas com a representações do poder público (média de 9,4% para aqueles
que consideram como “muito alta” a capacidade de decisão dos órgãos e entidades do
poder público). Analisando a média das respostas do tipo “muita baixa” para o conjunto de
organizações da sociedade civil obtiveram menor percentual (5%) quando comparadas com
as representações do poder público (11%), confirmando que estas possuem menor
capacidade de decisão no colegiado quando confrontadas com aquelas (sociedade civil).
Os dados mostram uma certa diferença no poder de decisão entre os dois setores
(poder público x sociedade civil), cabe refletir quais os possíveis resultados desta
“desigualdades” no poder decisório.
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Figura 03 – Capacidade de decisão das organizações do poder público no colegiado territorial.
Fonte: SGE - MDA/SDT, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 60
Figura 04 – Capacidade de decisão das organizações da sociedade civil no colegiado territorial.
Fonte: SGE - MDA/SDT, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 61
1.4 Atuação dos conselhos municipais
Dos 18 municípios pesquisados, 17 possuem no mínimo 04 conselhos constituídos. A
média geral de conselhos por município foi de 4,5 (tabela 1).
Tabela 1 – Número mínimo de conselhos por município no território.
Município Número mínimo de conselhos Amontada 05 Apuiarés 04
General Sampaio 06 Irauçuba 04 Itapajé 05
Itapipoca 05 Itarema 05 Miraíma 05 Paracuru 04 Paraipaba 06
Pentecoste 04 São Gonçalo do Amarante 02
São Luís do Curu 04 Tejuçuoca 04
Trairi 05 Tururu 04 Umirim 05
Uruburetama 04 Média = 4,5
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
A tabela 1 nos revela, em termos quantitativos, quais os conselhos municipais
formalmente constituídos e que possuem atuação em suas respectivas áreas. Pode-se
verificar que em todos os municípios do Território já existem conselhos constituídos,
demostrando-se que a fase de estruturação e implantação dos conselhos municipais têm
avançado em todos os dezoito entes federados que compõem o território.
Do ponto de vista formal, os dados destacam a presença majoritária dos conselhos
municipais de saúde (100%), desenvolvimento rural sustentável (94,4%) e o conselho da criança e
adolescente (88,9%). De acordo com o PTDRS, esses conselhos são responsáveis pelo
acompanhamento e controle social de ações e políticas públicas dentro de sua instância/área.
No setor de políticas ambientais, percebe-se o avanço significativo de criação e
atuação dos conselhos de meio ambiente - presente em 66,7% dos municípios do Território.
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Situação semelhante pode-se identificar para os conselhos de segurança alimentar e
conselhos da criança e adolescente, presentes em 72,2% e 88,9% dos municípios do
Território Vales do Curu e Aracatiaçu, respectivamente.
Vale destacar que 72,2% dos municípios possuem outros conselhos além dos
idenficados na pesquisa (merenda escolar, idoso, anti-drogas, etc.), demostrando que o
processo de implementação e atuação dos conselhos municipais tem avançado no sentido
de alcançar todas as áreas de prestação de serviços públicos.
Apesar da existência de diversos conselhos municipais no território, a participação
destes no colegiado territorial é muito baixa, restrigindo-se apenas os CMDRS, que por sua
vez, também têm pouca expressividade e atuação no CDT. A realidade dos CMDRSs também
é precária em suas bases de atuação, em sua grande maioria estão desarticulados e
desestruturados, comprometendo sua participação nas instâncias municipal e territorial.
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Figura 5 – Conselhos atuantes nos municípios do Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Controle social dos conselhos municipais sobre os investimentos públicos
A figura 2 nos revela o nível de controle exercido pelos conselhos municipais na
aplicação dos investimentos públicos. Segundo os entrevistados, de uma forma geral os
conselhos municipais exercem, no mínimo, algum grau de controle sobre os investimentos
públicos em suas áreas específicas.
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Figura 2 – Nível de controle realizado pelos conselhos na aplicação de investimentos públicos.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
2. CAPACIDADES ORGANIZACIONAIS Em síntese, este indicador enfatiza a capacidade de gestão das organizações presentes e
atuantes no Território, tais como: cooperativas, grupos de mulheres, cadeias produtivas,
acordos de comercialização, prestadores de serviços tecnológicos, organizações
comunitárias, entre outras. As questões que nortearam a construção deste indicador foram
as seguintes:
1. Quais segmentos sociais realizam ações de apoio às áreas rurais do município?
2. Os investimentos municipais de estímulo ao desenvolvimento são orientados por
cadeias produtivas?
3. Existem acordos de venda da produção entre os produtores do município e
organizações para comercialização?
4. Quantas instituições de prestação de serviços tecnológicos (para apoio e melhoria
das atividades produtivas) existem no município?
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2.1 Organizações sociais atuantes nas áreas rurais do território
Neste aspecto, priorizou-se identificar a quantidade e os tipos de organizações sociais
com algum vínculo de atuação no setor rural. A tabela 2 apresenta a distribuição dos
principais tipos de organizações sociais que apoiam ações na área rural nos municípios do
Território Vales do Curu Aracatiaçu. Em média, cada município conta com seis categorias de
organizações sociais que atuam direta ou indiretamente com o público rural –
principalmente o público da agricultura de base familiar.
Tabela 2 – Distribuição das organizações de apoio às áreas rurais no Território
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Através da figura 03 percebe-se a grande variedade de organizações sociais presentes
nos municípios do território. As associações de agricultores familiares representam o
segmento social com maior presença nas ações de apoio às áreas rurais, presente em todos
os municípios do Território. Neste ponto, ainda pode-se destacar a participação expressiva
de outras formas de organização social, tais como: associação de assentados de reforma
agrária (88,9%), sindicatos (77,8%) e grupos religiosos (77,8%). Os dados ainda nos mostram
a participação significativa de grupos de jovens (83,3%) e de mulheres (66,7%) que também
apoiam iniciativas relacionadas ao meio rural.
Em relação à presença e apoio de grupos étnicos no setor rural, somente 11,1% dos
municípios do território possuem comunidades indígenas (Itarema e São Gonçalo do
Amarante) e quilombolas (Itapajé e Tururu).
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Quanto à atuação de organizações cooperativas observou-se o baixo número desta
forma de organização entre os segmentos que apoiam o segmento rural, sendo que somente
o município de Miraíma conta com o apoio de cooperativa de técnicos. Segundo os
entrevistados, as cooperativas de produtores estão presentes em apenas três municípios do
território: Itarema, Paraipaba e Tururu. Por último, vale destacar que os dados refletem o
nível de informação dos entrevistados, podendo estes fornecer informações desatualizadas
ou que não condizem com dados oficiais.
Embora as associações de agricultores familiares e de assentados de reforma agrária
estejam presentes no apoio às áreas rurais em, praticamente, todos os municípios do
território, observa-se que ainda é muito baixa a participação destes na gestão e controle de
políticas públicas no qual estes são os principais beneficiários. Esse fato torna tímidos os
avanços na direção da consolidação de um processo sistemático de controle social dois
projetos territoriais.
Figura 03 – Segmentos sociais de apoio às áreas rurais no Território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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2.2 Investimentos municipais nas cadeias produtivas
No tocante aos investimentos públicos no fomento ao desenvolvimento do setor
produtivo/agropecuário, 72,2% (figura 04) dos entrevistados afirmam que os recursos
financeiros são alocados com base nas cadeias produtivas do município. Entende-se que
nestes municípios - através de suas secretarias de agricultura ou similar -, desenvolvem-se
atividades que atendem às diversas cadeias produtivas presentes na região, ficando a cargo
das secretarias, o planejamento e execução das ações a partir dos recursos financeiros
disponibilizados pelo município. Estes dados revelam uma nova postura para maior parte
dos municípios do território, facilitando os processos de planejamento e melhor definição
das áreas de intervenção do pode público local.
Por outro lado, para 27,8% dos entrevistados, estes investimentos municipais para o
setor agropecuário não são executados a partir da organização das cadeias produtivas.
Nessa situação encontram-se aqueles municípios que executam seus investimentos públicos
a partir daquilo que foi definido nos instrumentos orçamentários, sem necessariamente
estar vinculada à determinada cadeia de produção no município.
Quando os investimentos são suscitados pela cadeia produtiva e direcionados à
mesma, a probabilidade para resultados positivos não são garantidas, mas, como um
processo participativo, que envolve todos os elos desta cadeia leva à articulação de
diferentes programas e políticas públicas. Com profissionalismo e adoção de tecnologias
modernas e apropriadas tende a contribuir para a diminuição do custo da produção, permitir
uma margem de lucro satisfatória sob condições de preço de venda viável.
Para Delgado, Bonnal e Leite (2007), a ocorrência dessa realidade pode ser descrita como
importante indício de transformação no meio rural, constituindo-se num modelo de
desenvolvimento mais inclusivo possivelmente à maior consciência do aspecto ambiental. Enfim,
um desenvolvimento multidimensional no desenvolvimento territorial.
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Figura 04 – Orientação dos investimentos municipais com base nas cadeias produtivas.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
2.3 Acordos de comercialização da produção
A figura 05 nos traz a informação sobre os acordos existentes nos municípios do
Território para venda da produção – as organizações de comercialização. No Território, 16
municípios (88,9%) já possuem estratégias de mercado para venda da produção através das
organizações de comercialização.
A maioria dos acordos é realizada entre produtores/agricultores familiares e os
programas de compra governamental do Governo Federal. Destes, destacam-se o Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE – merenda escolar) e o Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Os acordos de compra
e venda da produção são operacionalizados pelas secretarias de agricultura de cada
município, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará
(EMATERCE) - nos municípios onde esta possui atuação. São beneficiados com os alimentos
do PNAE os estudantes da educação infantil (creches e pré-escolas) e do ensino
fundamental. Apenas dois municípios (11%) não possuem estes tipos de acordo para
comercialização da produção.
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Os programas mencionados levam a pontos positivos tanto para o produtor como
para o território. Por um lado, garantir a venda do que for produzido e, por outro, garantir a
fonte de produção. A implantação dessas parcerias tem como objetivo garantir a segurança
alimentar e nutricional da sociedade local e das famílias dos agricultores, por meio da
utilização de produtos próprios do Território e no incremento da merenda escolar e
alimentação em outras instituições.
Figura 05 – Existência de acordo da venda da produção entre produtores e organizações para comercialização.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
2.4 Prestação de serviços tecnológicos
Os entrevistados foram consultados sobre a quantidade de entidades ou
organizações (ONGs, cooperativa de técnicos, empresas de assistência técnica, etc.) que
realizam atividades de apoio às atividades agrícolas no município. Dos dezoito municípios do
Território, dezesseis contam com o apoio tecnológico de pelo menos uma
entidade/organização de assessoria ou assistência técnica às atividades agropecuárias. Dois
municípios afirmam não existir instituições específicas na prestação de serviços tecnológicos.
Vale ressaltar que apesar destes dois municípios que registraram não haver nenhuma
instituição, em ambos existem secretarias de agricultura que deveriam prestam algum tipo
de serviço público na melhoria das atividades produtivas. Acima de 60% dos municípios do
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Território possuem de 01 a 03 organizações de apoio aos agricultores em suas atividades
produtivas. Em síntese, a figura 4 revela o quantitativo destas organizações no Território. De
acordo com Delgado, Bonnal e Leite (2007), pode ocorrer repetição de projetos e ou
ausência de inovações uma vez que são poucos técnicos, limitando a criatividade.
Figura 10 – Número de instituições de prestação de serviços tecnológicos
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
3. SERVIÇOS INSTITUCIONAIS DISPONÍVEIS
Este indicador demonstra a disponibilidade de serviços de informação sobre comercialização
da produção, assim como, seus meios/órgãos de acesso. Pode-se ainda relacionar os serviços
prestados pelas organizações no território, tais como: assistências técnicas, apoio
tecnológico, informações sobre preços e etc. A análise dos dados teve como eixo orientador
as seguintes questões:
1. Quem disponibiliza informações comerciais e de mercado no município?
2. Quais os meios de divulgação das informações comerciais e de mercado no
munícipio?
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3.1 Informações comerciais
Neste aspecto, foram levantadas informações sobre os meios de divulgação das
informações sobre mercado e as formas de acesso disponíveis aos interessados. Observou-
se que os instrumentos midíáticos (TV e rádio) junto com mídia impresa são os principais
meios utilizados na divulgação de informações comerciais (figura 11).
Figura 11 – Instrumentos de difusão de informações comerciais e de mercado utilizado pelos
municípios do Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
3.2 Acesso as informações comerciais
Quanto aos meios de acesso as informações de mercado, os entrevistados
responderam que as prefeituras municipais e os orgão de assistência técnica são os
principais orgãos na oferta destes serviços (figura 12). Apesar dos dados mostrarem que os
orgãos públicos são os principais meios de acesso as informações sobre mercado, ainda não
se percebe na prática ações efetivas neste sentido. No territóro existe ONGs (instituto
SESEMAR, ADEL, CETRA, etc.) que trabalham no fortalecimento de ações com foco
comercialização dos produtos da agricultura familiar, mobilizando produtores das diversas
cadeias produtivas para inserção de seus produtos no mercado.
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Figura 12 – Instrumentos de acesso as informações sobre mercado nos municípios do
território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
4. INSTRUMENTOS DE GESTÃO MUNICIPAL
Relativo aos instrumentos disponíveis nos municípios para o desenvolvimento de sua gestão,
tais como: ordenamento de uso do solo, utilização de produtos perigosos, manejo de
dejetos, normas sobre impactos ambientais, mapeamento de zonas de risco, planos de
gestão, projetos e estratégias de coordenação com instituições federais e estaduais. No
intuito de identificar estes instrumentos de gestão existentes nos municípios, os
entrevistados foram questionados nos seguintes itens:
1. A prefeitura possui cadastro de imóveis rurais?
2. Nos últimos dois anos quais normas foram expedidas pela prefeitura com o propósito
de garantir a conservação dos recursos naturais do município?
3. Existem mapas das áreas degradadas e de risco de degradação no município?
4. Quais funções são desempenhadas pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, ou
similar?
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4.1 Cadastro de imóveis rurais A figura 13 mostra os resultados sobre a existência de informações nos municípios do
território sobre os imóveis rurais. Percebe-se que pouco mais da metade dos municípios do
território possui banco de dados sobre a situação das propriedades rurais. A ausência de um
banco de dados acarreta diretamente na baixa capacidade de planejamento no
ordenamento agrário e reduz a capacidade arrecadatória dos municípios sobre a cobrança
do imposto sobre a propriedade rural (ITR). Destaca-se que o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) é a autarquia federal que possui a responsabilidade
sobre o banco de dados sobre imóveis rurais no Brasil, podendo ser consultada pelos
municípios para ações de planejamento e reordenamento agrário em suas bases territoriais.
Figura 13 – Cadastro de imóveis rurais nos municípios do território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
4.2 Medidas de conservação dos recursos naturais
Outro aspecto abordado nas entrevistas foi sobre a existência de instrumentos legais
que tratem sobre aspectos de preservação e conservação dos recursos naturais. Neste
aspecto, foi observado que a maior parte dos municípios (38,9%) do território não produziu
nenhum tipo de norma que verse sobre a conservação dos recursos naturais. Em termos
gerais, as iniciativas do poder público municipal em prol da preservação dos recursos
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│ Relatório analí co │ Página | 74
naturais têm-se mostrado precária. A figura 14 retrata as iniciativas do poder público
municipal na defesa do meio ambiente
Figura 14 – Instrumentos legais de proteção e conservação dos recursos naturais utilizados pelos municípios do Território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Na aplicação da pesquisa pode-se perceber certa insegurança - por partes dos
entrevistados - ao responder sobre a existência real de documentos formais que versem
sobre mecanismos de proteção e preservação dos recursos ambientais no município.
4.3 Mapeamento de áreas degradadas e de risco ambiental
Segundo o Instituto de Planejamento e Estatística do Ceará – IPECE (2011), o
território possui dez municípios dentro da região semiárida (figura 15), com áreas
degradadas e susceptíveis aos processos de desertificação, com níveis mais críticos (alta
susceptibilidade) nos municípios de Irauçuba, Itapipoca, Amontada, Miraíma, Tejuçuoca e
Itapajé. Diante da situação torna-se importante a construção de instrumentos de
planejamento e gestão de áreas com risco ambiental.
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Figura 15 – Municípios semiáridos do território.
Fonte: IPECE. (modificado)
Mesmo aqueles municípios que ainda não sofrem com estes processos, torna-se
necessário que os órgãos municipais e organizações da sociedade civil vinculados ao meio
ambiente se articulem no enfrentamento das questões de degradação ambiental. A figura 16
mostra os municípios do território com áreas degradadas e susceptíveis a desertificação.
Figura 16 - Áreas degradadas susceptíveis aos processos de desertificação no
território.
Fonte: IPECE. (modificado)
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As condições edafoclimáticas (solo rasos e pobres, baixa pluviometria, temperaturas
elevadas, etc.) desfavoráveis aliados à atuação antrópica (desatamento, queimadas, etc.) e a
deficiência dos órgãos de fiscalização ambiental fragilizam o delicado ecossistema da
caatinga, presente em todos os municípios do território. É perceptível a ausência de políticas
públicas de proteção ao meio ambiente nestes municípios, onde estes não possuem ações
estratégicas de contenção ou minimização dos fatores que resultam na degradação dos
recursos naturais. Neste contexto, onze municípios afirmaram existir mapas com a
identificação de áreas com riscos ambientais e/ou áreas em processo de degradação (figura
17). Cabe refletir em que medida estes instrumentos são utilizados no planejamento e
resolução das questões ambientais nos municípios. Ainda são pontuais e pouco significativas
as ações no território com foco na preservação dos recursos naturais
Figura 17 – Percentual de municípios do Território com mapas das áreas de risco e
degradação ambiental.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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4.4 Atuação das secretarias municipais de agricultura
Todos os municípios do território têm em sua estrutura organizacional secretaria de
agricultura, sendo o principal órgão do poder público municipal de promoção do
desenvolvimento rural no âmbito local. Diversas destas secretarias são polivalentes em suas
funções, assumindo ações estratégicas e integradas nas áreas de desenvolvimento rural,
meio ambiente e recursos hídricos.
Segundo a pesquisa (figura 18), todas as secretarias de desenvolvimento rural do
território possuem programas e projetos articulados com entidades do governo federal e
órgãos estaduais. Na esfera federal se destacam a parceria nos projetos e programas
vinculados as secretarias de Estado (Secretaria de Desenvolvimento Territorial, Secretaria da
Agricultura Familiar e Secretaria de Reordenamento Agrário) do MDA. Ainda no âmbito
federal, diversas destas secretarias desenvolvem projetos em parceria com o Ministério de
Desenvolvimento Social (MDS) e Ministério do Meio Ambiente (MMA). No nível estadual, as
secretarias municipais atuam em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário
(SDA) e órgãos vinculados a esta (EMATERCE, Instituto Agropólos, etc.).
Observa-se ainda que a elaboração de projetos é uma atividade comum em todas
estas secretarias. Ainda segundo os entrevistados, todas as secretarias de desenvolvimento
rural já elaboram seus planos de desenvolvimento rural para o município. Somente a
secretaria de agricultura do município de Uruburetama não promove assistência técnica aos
produtores.
Dentro da política de desenvolvimento territorial da SDT/MDA todos os projetos de
investimento implantados, nos períodos de 2003 á 2008, tiveram como proponentes
(executores) as prefeituras municipais, sob a articulação de suas secretarias de agricultura,
que na maioria dos casos, elaboram os projetos sem a participação dos beneficiários. Alguns
secretários de agricultura também reclamam da demora no empenho dos projetos, levando
um descrédito dos beneficiários em relação às políticas públicas voltadas ao meio rural.
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Figura 18 - Ações desenvolvidas pelas secretarias municipais de desenvolvimento rural.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011. 5. MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
Neste item, foram investigados os principais meios utilizados pela sociedade civil
na resolução dos conflitos, tendo por base o seguinte questionamento: Quais os
mecanismos de negociação e resolução de conflitos são adotados pela sociedade civil, no
município?
5.1 Mecanismos de solução de conflitos no território
No Território, quinze municípios buscam o apoio das autoridades municipais na
deliberação de problemas que geram insatisfação por parte de seus munícipes. Ainda
neste aspecto, nota-se que poder judiciário (juízes, fóruns e tribunais) é o segundo meio
mais utilizado pela comunidade. Metade dos municípios apela aos próprios membros das
comunidades na resolução dos problemas (figura 19). Os dados revelam que o poder
público é principal instância na resolução dos conflitos sociais do território.
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Figura 19 – Mecanismos de negociação e resolução dos conflitos no Território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
6. INFRAESTRUTURA INSTITUCIONAL
Refere-se à existência de infraestrutura pública para o desenvolvimento de atividades
econômicas e prestação no Território. Buscou-se identificar nos municípios do Território as
estruturas/equipamentos e espaços públicos disponíveis a população.
Dos indicadores sobre a capacidade institucional dos municípios do território, a
infraestrutura institucional teve a maior média, indicando um avanço significativo dos
municípios do território neste aspecto.
Espaços culturais e recreativos
Na dimensão cultural/recreativa, os principais espaços existentes nos municípios são
os salões de festas e parques (figura 20). Todos os 18 (dezoito) municípios do Território
possuem salões de festas e estes representam o principal meio utilizado pela população para
prática de atividades culturais – mais vinculadas aos aspectos recreativos e de
entretenimento (festas dançantes, festejos religiosos, etc.). Constata-se o pequeno número
de municípios que possuem teatros (5) e cinemas (3).
Relativo as presença de parques, estes estão presentes em 12 (doze) municípios,
sendo os tipos mais comuns os parques de vaquejadas e parques municipais para eventos
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 80
festivos do município (festa do município, festas regionais, etc.). Somente o município de
São Gonçalo do Amarante possui parque ecológico.
Figura 20 - Estruturas existentes para as atividades culturais nos municípios do Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Secretarias municipais de apoio ao desenvolvimento rural
Em todos os 18 (dezoito) municípios do Território Vales do Curu e Aracatiaçu existe
órgão da administração direta que tem por finalidade o apoio ao desenvolvimento de
atividades agropecuárias, genericamente denominadas de Secretarias de Agricultura.
Algumas destas secretarias vinculam-se a outras áreas de atuação do Poder público
municipal (meio ambiente, recursos hídricos, etc), incorporando em sua estrutura ações nas
áreas de proteção ao meio ambiente e gestão dos recursos hídricos, recebendo as mais
variadas denominações (Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, de
Agricultura e Desenvolvimento Sustentável, Secretaria de Agricultura e Recursos Hídricos,
etc.).
Segundo os servidores públicos entrevistados, catorze secretarias possuem quadro
de técnicos permanentes (figura 21). Nas outras quatro secretarias, a equipe técnica é
formada por servidores temporários com contratos de trabalho que variam de um a três
anos. Observa-se também que em algumas destas secretarias atuam em parceria com os
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escritórios regionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATERCE), nos
programas de distribuição de sementes e mudas, vacinação contra febre aftosa, biodiesel,
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA/CONAB), etc.
Figura 21 – Situação do quadro técnico das secretarias de Desenvolvimento Rural, ou similares.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Secretarias municipais de planejamento
Segundo os servidores públicos entrevistados, treze municípios do território já
contam em sua estrutura organizacional com secretaria de planejamento - órgão estratégico
que integra todas as ações das secretarias municipais (figura 22). Esta situação indica um
significativo avanço na integração e fortalecimento do planejamento institucional dos
municípios. Em muitos municípios do território não se constatou a existência destas
secretarias, sendo que a função de planejamento municipal vincula-se a outras secretarias
do município (secretaria de finanças, orçamento, etc.).
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Figura 22 – Número de municípios do Território que possuem secretarias municipais de planejamento.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011. 7. INICIATIVAS COMUNITÁRIAS
Corresponde à expressão política territorial, refletindo os diferentes tipos de iniciativas das
organizações sociais frente aos diferentes temas de importância para o desenvolvimento
territorial, assim como a capacidade da população em estabelecer alianças para defender
seus interesses, em especial, projetos e alianças para o desenvolvimento social, produtivo,
cultural, ambiental, turístico, ente outros. Neste item buscou-se identificar quais os projetos
surgidos a partir da iniciativa comunitária em cada um dos municípios do Território.
As questões chaves para análise deste indicador foram:
1. Quais tipos de projetos de iniciativa comunitária ou de produtores são desenvolvidos
no município, sem apoio de governos?
2. Havendo parceria entre organizações de produtores e prefeitura municipal, esta
ocorre com qual finalidade?
7.1 Projetos de iniciativa comunitária
Segundo os entrevistados, os projetos de iniciativa comunitária para o fomento de
atividades produtivas estão presentes nos dezoito municípios do território (figura 23). Os
projetos de apoio à proteção ambiental são as iniciativas comunitárias com menor expressão
nos municípios. Os projetos sociais e culturais estão presentes em mais de 80% dos
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municípios do território. Os projetos/iniciativas com foco na proteção ao meio ambiente
possuem menor expressividade nos municípios do território.
As iniciativas comunitárias tem maior expressividade nos projetos produtivos e de
infraestrutura, o que pode indicar uma positiva correlação entre os mesmos. Ainda que
exista elevada dependência destes projetos em relação ao poder público, os dados apontam
para existência de diversas iniciativas do território que surgiram a partir das próprias
comunidades. Na avaliação da pesquisa (capacidades institucionais) o indicador que trata
das iniciativas comunitárias obteve índice acima da média dos demais indicadores,
demonstrando a existência do movimento das organizações de base nas comunidades que
buscam estratégias na resolução de suas dificuldades, que posteriormente estabelecem
parceiras com outras organizações, sejam através poder público ou na sociedade civil.
Figura 23 – Projetos de iniciativa comunitária.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 24 – Tipos de parcerias entre prefeitura e organizações de produtores.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
8. PARTICIPAÇÃO
Tratam-se, tanto do grau de participação das organizações municipais, no território, quanto
da participação dos beneficiários de projetos locais, na sua demanda, elaboração e gestão.
Neste indicador foram utilizados dados da pesquisa de avaliação dos projetos de
investimento (Q5). As questões diretrizes que avaliaram a participação foram as seguintes:
1. Quantos protestos ou manifestações sociais ocorreram durante o último ano?
2. Houve participação dos beneficiários na elaboração do projeto?
3. Havendo participação dos beneficiários, em que fase ocorreu?
4. Quem participou da definição de critérios para identificação de beneficiários do
projeto?
5. Quais foram as etapas de elaboração dos projetos que houve participação dos
beneficiários?
6. A implementação dos projetos foi acompanhada pelos beneficiários?
Como se percebe, este indicador (da questão 2 a 6) retrata informações sobre o nível de
participação dos beneficiários nas fases de elaboração, execução, monitoramento e
avaliação.
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8.1 Protestos e manifestações sociais
Em linhas gerais, houve um pequeno número de manifestações e protestos da
sociedade civil do território (figura 25). Segundo os entrevistados, em onze municípios (60%)
houveram de 1 a 3 manifestações sociais durante o último ano. Em seis municípios do
território não houve protestos ou manifestações da sociedade civil. Apenas um município
afirmou que ocorreram de 4 a 6 protestos no ano anterior. Este traço característico - baixo
poder de manifestação diante dos problemas que afetam a população em geral – da
população do território pode está relacionado ao baixo grau de formação política, aliado a
uma cultura de pouca participação em movimentos da sociedade civil.
Figura 25 – Número de protestos de manifestações nos municípios do Território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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8.2 Participação dos beneficiários
Observa-se a baixa participação dos beneficiários na etapa de elaboração dos
projetos no território (figura 26). Segundo os entrevistados, em mais da metade dos projetos
executados no território não contou com a participação do público atendido com o projeto.
Este fato contribui com o não comprometimento dos beneficiários na gestão e
responsabilização pelos projetos implantados. De modo geral, a participação na elaboração
do projeto se restringe ao representante da entidade (presidente ou membro da associação
a ser beneficiada) que acompanha junto ao colegiado ou ao órgão executor a tramitação do
projeto para a comunidade. Os projetos são elaborados por técnicos das prefeituras
municipais - e em regra não passam pela avaliação das comunidades a serem beneficiadas.
A participação dos beneficiários é mais comum nas etapas de acompanhamento e
implantação/instalação dos projetos e definição do tipo de projeto demandado pela
comunidade (figura 27). Ainda que haja uma maior participação nestas duas etapas,
geralmente esta é centralizada nas lideranças da comunidade/associação.
A figura 28 mostra que o colegiado territorial e as entidades proponentes são as
instâncias que definem os critérios na definição dos beneficiários do projeto. Esta
informação sugere que estas instâncias possuem autonomia na identificação dos públicos
prioritários a serem beneficiados com os projetos alocados no território.
Ainda segundo os entrevistados, as prefeituras municipais são os principais parceiros
durante a fase de implantação dos projetos. Esta realidade é observada pelo fato de ter a
prefeituras como as principais entidades proponentes dos projetos de investimento no
território. Depois de implementado o projeto, a maioria das prefeituras continuam dando
suporte e apoio técnico as comunidades beneficiadas o que muitas vezes leva a estas
comunidades a tornarem-se totalmente dependentes do poder público municipal.
Quando questionados sobre as fases em que houve participação dos beneficiários,
mais de um terço dos entrevistados (figura 30) afirmam não existir participação dos
beneficiários dos projetos em qualquer fase de implantação do projeto. Nesta questão
ainda afirmam que a maior participação ocorre durante a fase de definição dos beneficiários
do projeto.
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A fase de acompanhamento de implementação dos projetos é acompanhada em
somente metade dos projetos (figura 31), o que pode indicar a baixa participação ou
desconhecimento das comunidades beneficiadas com os projetos no território.
Em linhas gerais, percebe-se que ainda é baixa a participação – em todas as fases de
implantação dos projetos - do público beneficiário, afetando a gestão e sustentabilidade dos
empreendimentos apoiados pela política de desenvolvimento territorial. Cabe as instâncias
territoriais definirem novas formas e metodologias de implementação destes projetos com
objetivo de fortalecer o comprometimento da comunidade com estes empreendimentos.
Dos indicadores da pesquisa sobre as capacidades institucionais demonstram que o
elemento “participação” foi o que teve o menor índice, indicando que ainda são muitos os
desafios em efetivar mecanismos que propiciem um maior envolvimento e participação das
comunidades com os projetos do território.
Figura 26 – Participação dos beneficiários na elaboração dos projetos.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 27 – Fases dos projetos em que houve a participação dos beneficiários.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Figura 28 – Participantes na definição dos beneficiários do projeto.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 29 – Parceria na implantação do projetos
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Figura 30 – Etapas de participação dos beneficiários do projeto
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 31 - Acompanhamento dos beneficiários na fase de implementação dos projetos.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 32 – Resultados dos indicadores de capacidade institucional.
Indicadores de Capacidades Institucionais Média = 0,467 (MÉDIO)
Indicador Valor Situação
1. Gestão dos colegiados 0,600 Médio Legenda
2. Capacidades organizacionais 0,608 Médio Alto 0,00 - 0,20 = Baixo
3. Serviços institucionais disponíveis 0,363 Médio Baixo 0,20 - 0,40 = Médio Baixo
4. Instrumentos de gestão municipal 0,488 Médio 0,40 - 0,60 = Médio
5. Mecanismos de solução de conflitos 0,426 Médio 0,60 - 0,80 = Médio Alto
6. Infraestrutura institucional 0,632 Médio Alto 0,80 - 1,00 = Alto 7. Iniciativas comunitárias 0,537 Médio
8. Participação 0,309 Médio Baixo
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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4 - Gestão do Colegiado
Avaliar a organização e a gestão social do território a partir da atuação do colegiado territorial na condução da Política de Públicas com foco no Desenvolvimento Territorial.
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INTRODUÇÃO
No momento em se toma a decisão de descentralizar e desconcentrar as ações do
Estado, aumentando o número de decisores independentes, possibilitando a participação
ativa das populações no processo de construção e de gestão do desenvolvimento, cresce o
desafio de propor um modelo de gestão para execução do PTDRS, pois remete à expectativa
desse modelo ser exeqüível e institucionalizado.
A SDT como agente estatal indutor desse processo, dentro e fora do Ministério de
Desenvolvimento Agrário, por meio do PRONAT, assume a missão oficial de apoiar a
organização e o fortalecimento institucional dos atores sociais locais na gestão participativa
do desenvolvimento sustentável dos territórios rurais e promover a implementação e
integração de políticas públicas. Diante desse quadro e das referências conceituais que
norteiam a dimensão político-institucional do PTDRS, apresenta-se a Gestão Social como
elemento central na proposta de gestão do desenvolvimento territorial.
A Gestão Social é entendida dentro do PRONAT como um processo de gerir assuntos
públicos, por meio da descentralização político-administrativa, redefinindo formas de
organização e de relações sociais com sustentabilidade, transparência e efetiva participação
da sociedade, o que implica na ampliação dos níveis das capacidades humanas, sociais e
organizacionais do Território. A Gestão Social condiz com o empoderamento da sociedade,
com a formulação de compromissos entre o público e o privado, garantindo a participação
social na gestão pública que requer, tal como propõe o PRONAT, sistemas descentralizados,
baseados em forte participação, maior densidade de informação, parcerias e articulações em
rede. Essa forma de gestão também se confunde com o conceito de governança, que
pressupõem envolvimento de atores políticos, sociais e econômicos, como empresas,
organizações da sociedade civil e outras entidades representativas, não deixando a
resolução dos problemas sob responsabilidade exclusiva do Estado, tornando-as cada vez
mais responsáveis pela identificação e busca das soluções, fazendo com que se sintam
verdadeiramente parceiras na condução do processo de desenvolvimento e na negociação
política para sua viabilização.
A tradução destes princípios na prática da gestão do desenvolvimento territorial
proposto pelo PRONAT implica na ruptura das concepções e práticas de gestão
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tradicionalmente centralizadoras e pouco participadas que, de forma geral, caracterizam
ainda a administração pública. O processo de gestão do desenvolvimento territorial
proposto pelo PRONAT está fundamentado na visão processual, cíclica e dinâmica
perpassando as fases de: planejamento, organização, monitoramento e avaliação,
conforme a figura ilustrativa apresentada a seguir:
Fonte: PTDRS – Guia para o planejamento/IICA, 2005 (adaptado).
Monitoramento e Avaliação
Organização
Planejamento
Gestão Territorial
Fases do ciclo de gestão territorial
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Planejamento
É o momento de tomada de decisões e estabelecimento das diretrizes e das
estratégicas, a partir das capacidades e dos recursos (materiais, humanos, tecnológicos,
financeiros, etc.) mobilizados e de arranjos institucionais, em função das prioridades de
intervenção discutidas para os territórios e materializadas na forma dos PTDRS, objeto deste
guia.
Organização
Realizada a partir dos eixos e ações estratégicas do PTDRS. Nesta face priorizam-se as
definições de papéis, atribuições e tarefas articuladas com todas as atividades. O colegiado
territorial exerce o papel de principal instância do protagonismo territorial, com ações
estratégicas nas negociações verticais e horizontais com os atores sociais, promovendo a
capacitação das organizações locais existentes com objetivo de fortalecer sua capacidade de
intervenção e inserção nos espaços de gestão compartilhada.
Monitoramento e Avaliação
Diz respeito ao acompanhamento e avaliação da execução das ações dentro da
gestão, redirecionando-as em intervalos de curto prazo, na avaliação refere-se a momentos
de aprofundamento sobre os rumos do processo de desenvolvimento e a necessidade de
redirecioná-lo.
OBJETIVOS
A presente pesquisa tem por objeto avaliar os processos de gestão social do
colegiado territorial dos Vales do Curu e Aracatiaçu, compreendendo os processos de
planejamento, organização, direção e controle social das políticas públicas para o
Desenvolvimento Territorial, com foco nas diretrizes que norteiam o Programa Nacional de
Desenvolvimento dos Territórios Rurais da SDT/MDA.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
1. ASSESSORIA NA GESTÃO DO COLEGIADO TERRITORIAL
A grande maioria dos membros do colegiado territorial reconhece a existência e
atuação de um assessor técnico, responsável pelos processos de gestão e animação dos
eventos territoriais (plenárias, reuniões microterritoriais, reuniões do núcleo dirigente,
reuniões dos comitês temáticos, etc.).
Parte dos entrevistados ainda desconhece ou afirma não existir a figura de um
assessor técnico que desempenhe as funções e atribuições relativas ao apoio na gestão do
colegiado territorial. Aqueles que reconhecem a existência do assessor técnico, quando
indagados sobre o tempo de atuação do assessor técnico de apoio as ações do colegiado,
variaram suas respostas entre: i) 1 e 2 anos; ii) acima de três anos; e iii) outros que não
tinham o conhecimento sobre o período de atuação do mesmo no Território. As figura 1
sintetiza a percepção dos entrevistados sobre a existência e período de atuação do assessor
técnico no Território.
Figura 1 – Percepção dos membros do colegiado territorial sobre a existência e período de atuação da assessoria técnica na gestão do colegiado territorial.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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2. FORMAS DE SELEÇÃO E FORMAÇÃO DO COLEGIADO TERRITORIAL
Quando questionados sobre os mecanismos de seleção e eleição dos representantes
para composição do colegiado territorial, os entrevistados reconhecem que existem diversas
formas para tal processo. Segundo os entrevistados, os principais meios utilizados são: i) o
convite direto as organizações selecionadas; e ii) a convocação aberta para escolha de
representantes das entidades/organizações públicas e civis que terão assento no colegiado
territorial. Os resultados demonstram que o colegiado utiliza de variados mecanismos para
garantir a participação das entidades e organizações do Território.
Destacaram-se ainda outras formas que também são utilizadas para o ingresso
formal no Território, podendo haver a solicitação voluntária de organizações, assim como, o
convite direto a aquelas entidades e organizações que tenham interesse em participar da
formação do CDT Vales do Curu e Aracatiaçu. A figura 03 retrata as principais formas de
seleção e eleição dos membros do colegiado territorial.
Figura 3 – Mecanismos de seleção e eleição dos membros do Conselho de Desenvolvimento Territorial (CDT).
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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3. CONSTITUIÇÃO E DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DO COLEGIADO TERRITORIAL Figura 4 – Gráfico com o grau de conhecimento dos membros do colegiado sobre a data
de constituição do Colegiado Territorial.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Figura 5 – Gráfico com a percepção dos entrevistados sobre o número de reuniões realizadas pelo colegiado Territorial.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Figura 6 – Gráfico com a percepção dos entrevistados sobre a freguência de reuniões da plenária do colegiado territorial.
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│ Relatório analí co │ Página | 99
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Figura 7 – Formas de tomada de decisão do Colegiado Territorial (CDT).
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 100
4. ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO DAS AÇÕES DO COLEGIADO TERRITORIAL
Diversas são as formas utilizadas pelo colegiado territorial na comunicação e
divulgação de suas ações aos atores territoriais, sendo que, o meio mais utilizado é internet
(email, sites, etc). Destaca-se ainda a comunicação pessoal entre os membros do colegiado,
que divulgam as informações e decisões aos seus pares. Na avaliação dos membros do CDT,
as mídias de massa (rádio, tv, carro de som, etc) são os instrumentos menos utilizados pelo
colegiado territorial. Percebe-se ainda o importatnte papel dos parceiros do poder público e
das organizações civis na divulgação das ações territoriais. Segundo os entrevistados, as
reuniões comunitárias também têm sido uma oportunidade para levar informações sobre a
dinãmica territorial. A figura 8 nos mostra os principais meios de comunicação utilizados
pelo colegiado territorial.
Figura 8 – Formas de divulgação das ações do colegiado territorial à comunidade.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 101
5. INSTRUMENTOS DO PLANEJAMENTO TERRITORIAL
Neste item, a pesquisa buscou identificar quais os instrumentos de planejamento existentes
no Território (visão de futuro, diagnóstico territorial e PTDRS). Além disso, buscou-se
determinar em quais etapas houve a participação efetiva dos membros do colegiado na
construção coletiva destes documentos.
5.1 Diagnóstico Territorial
Para SDT/MDA o diagnóstico territorial é um componente fundamental e necessário
na elaboração e qualificação do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável
(PTDRS), podendo ser utilizado pelo colegiado territorial na construção da visão de futuro
para o Território. Trata-se de uma leitura participativa da realidade numa perspectiva
territorial. Trata-se de um documento que aborda a caracterização geral do Território
constituído a partir das dimensões de sustentabilidade (ambiental, sociocultural,
educacional, socioeconômica, política e institucional).
Sobre o diagnóstico territorial, a maior parte dos entrevistados afirmou sobre a
existência deste documento no Território. A figura 9 mostra as etapas onde houve a maior
participação dos membros do colegiado na elaboração deste documento. Verificou-se um
elevado índice de participação dos atores territoriais nas etapas de concepção e elaboração
(84,4%); discussão nas oficinas (84,4%); e revisão (72,7%).
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│ Relatório analí co │ Página | 102
Figura 09 – Gráfico com as etapas de participação do colegiado territorial na elaboração do diagnóstico territorial.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
5.2 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável - PTDRS
No processo de fortalecimento da gestão social dos Territórios rurais o Plano
Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável - PTDRS é a ferramenta que auxilia na
consolidação dos colegiados, contribuindo na reflexão e tomada de decisões sobre sua
organização, elaboração e qualificação dos planos, identificação e aprofundamento de
projetos e ações estratégicas e no controle social. O PTDRS é considerado o principal
instrumento construído de forma participativa pelo colegiado em apoio à gestão social do
desenvolvimento territorial.
No Território Vales do Curu e Aracatiaçu o processo de construção e elaboração do
PTDRS tem garantido a participação de seus atores em suas diversas etapas. Verifica-se a
partir da figura 10, uma maior participação dos membros do colegiado nas fases de
concepção e discussão - durante as oficinas de elaboração. Na fase de qualificação/revisão
houve uma menor participação dos membros do CDT. Destaca-se ainda o pequeno índice
(3%) de não participação nos processos de elaboração e qualificação do PTDRS. Outros 3%
dos entrevistados não souberam responder sobre o papel desempenhado pelo colegiado
territorial neste processo.
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Figura 10 – Participação do colegiado territorial na elaboração do PTDRS.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
5.3 Visão de futuro para o Território
Segundo a SDT/MDA a visão de futuro do Território possui relação direta com os
sonhos individuais e coletivos das comunidades e sujeitos que fazem parte do Território.
Dito de outra forma, a visão de futuro surge de uma análise sobre a situação atual do
Território, e define um ideal a ser alcançado num universo temporal a ser estabelecido pelo
grupo. Poderá também ser elaborada a partir da analise e reflexão das dimensões do
diagnóstico territorial e considerando os elementos do ambiente interno e externo para ser
confrontado com os grandes sonhos e objetivos dos atores do Território. A partir da análise
os participantes do processo de planejamento poderão se indagar, por exemplo, sobre onde
querem chegar com o território nos próximos dois, cinco ou dez anos.
Quanto à elaboração do documento que contenha a visão de longo prazo para o
território, 72,2% dos entrevistados afirmaram existir um documento. Outros 21,2% dos
entrevistados não souberam responder sobre a elaboração deste documento no território
(figura 11).
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Figura 11 – Percepção dos membros do colegiado territorial sobre a elaboração de algum documento que contenha a visão de futuro para o Território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
Quanto ao desempenho dos membros do colegiado, observou-se uma maior
participação durante as etapas de concepção e discussão (figura 12). 21,2% dos
entrevistados não souberam responder sobre o papel do colegiado territorial na construção
de sua visão de futuro.
Figura 12 - Participação do colegiado na visão de futuro do território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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6. GESTÃO DE PROJETOS PELO COLEGIADO TERRITORIAL
Os membros do colegiado territorial destacam que existem mecanismos que auxiliam a
gestão dos projetos. As ações ocorrem principalmente na priorização e seleção dos projetos
a partir de critérios – que são definidos pelo próprio colegiado. Estes critérios possuem
relação com os eixos de desenvolvimento definidos no PTDRS. Ainda segundo os
entrevistados outros mecanismos são utilizados, tais como: Avaliação pelos membros do
colegiado sobre a oportunidade e conveniência dos projetos; e a análise de viabilidade
técnica. Das ações apresentadas pela pesquisa, os entrevistados percebem uma maior
carência na disponibilidade de técnicos especializados nas áreas dos projetos priorizados
pelo colegiado territorial. A figura 12 retrata as principais ações do CDT na gestão dos
projetos para o Território.
Figura 13 – Ações desenvolvidas pelo colegiado territorial na gestão dos projetos para o
Território.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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7. FORMAÇÃO DOS MEMBROS DO COLEGIADO TERRITORIAL
A pesquisa também buscou identificar o grau de formação/capacitação dos membros
do colegiado em diversas temáticas que possuem relação com as diretrizes da Política de
Desenvolvimento Territorial. De acordo com os entrevistados, a principal temática em que
os membros do colegiado territorial receberam capacitação foi na área de Desenvolvimento
Territorial.
Outro temas também tiveram destaque, tais como: elaboraçao de projetos;
planejamento participativo; e elaboração de planos de desenvolvimento. De acordo com a
pesquisa, as áreas de gestão de conflitos e controle social tiveram menor abordagem nos
processos de capacitação dos atores territoriais. A figura 14 traz a distribuição percentual
para cada uma das áreas em que os membros do CDT receberam capacitação.
Figura 14 – Áreas em que os membros do colegiado receberam capacitação.
Fonte: SGE – SDT/MDA, 2011.
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5 - Avaliação de Projetos de Investimento Avaliar os impactos resultantes dos projetos implantados no Território Vales do Curu e Aracatiaçu a partir Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (SDT/MDA).
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INTRODUÇÃO
A partir do ano de 2003, o Governo Federal, através da SDT/MDA, deu iniciativa a
construção de uma Política Pública com foco na promoção do Desenvolvimento dos
Territórios Rurais, tendo como base de ação o Programa Desenvolvimento Sustentável de
Territórios Rurais (Pronat).
O conjunto de ações de fortalecimento dos Territórios Rurais converge para seguintes
objetivos:
1. Promover e apoiar iniciativas das institucionalidades representativas dos territórios
rurais que visem o incremento sustentável dos níveis de qualidade de vida da
população rural;
2. Desenvolver processos de gestão social, envolvendo a organização dos atores sociais,
o planejamento participativo e ascendente nos territórios apoiados, bem como o
controle social das políticas implementadas nesses espaços;
3. Fortalecer as institucionalidades territoriais enquanto sujeitos fundamentais para a
implementação do Pronat;
4. Propiciar espaços para a participação e o protagonismo dos sujeitos sociais (poder
público e sociedade civil) na formulação, implementação e gestão social de políticas
públicas voltadas ao desenvolvimento rural sustentável e qualificar essa participação
por intermédio de processos de formação e capacitação contínuos;
5. Contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar. (manual de
operacionalização do Proinf 2011 – MDA/SDT)
O Pronat apoia, com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), ações conjuntas
entre municípios, territórios, estados, União e instituições sem fins lucrativos, na forma de
investimentos em obras e serviços destinados às comunidades rurais e beneficiários do MDA
que estão nos territórios. Estimula o fortalecimento das organizações sociais locais e a
articulação de recursos de diversas fontes e origens que já estejam disponibilizados ou que
podem ser mobilizados em favor do desenvolvimento dos territórios.
O Proinf é uma ação orçamentária que compõe o Pronat, cuja finalidade é financiar
os projetos estratégicos para o desenvolvimento territorial definidos no Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS). Essas demandas são traduzidas em propostas
técnicas que podem ser apoiadas com recursos de investimento em obras, máquinas,
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 109
equipamentos e outros bens necessários para o fortalecimento da agricultura familiar, bem
como, recursos de custeio que permitem fortalecer os processos de organização e de
capacitação dos grupos de beneficiários, organizações e demais agentes de desenvolvimento
territorial.
O Proinf tem como foco ações voltadas para a dinamização econômica dos
territórios, o fortalecimento da gestão social e das redes sociais de cooperação, de formação
de agentes de desenvolvimento e estimula uma maior articulação das políticas públicas nos
territórios.
Colegiado Territorial na gestão dos projetos de investimento
O colegiado territorial (também denominado Fórum ou Conselho) é uma
institucionalidade que reúne representantes do poder público e da sociedade civil atuantes
no território, com o objetivo de ampliar a participação social, a representação das
organizações que compõem o território e a articulação necessária para a gestão social das
políticas públicas. Seu principal instrumento na condução e operacionalização da estratégia
de desenvolvimento territorial se expressa nos eixos e projetos estratégicos que compõem o
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS).
Espera-se que esses projetos estratégicos, de caráter abrangente, sejam a fonte das
demandas específicas que irão se transformar em propostas técnicas visando o uso dos
recursos do Proinf. A outra parte dos recursos necessários para a consecução desses
projetos estratégicos deverá ser captada de outras fontes de recursos como outros órgãos
do Governo Federal, o orçamento dos estados e municípios, agentes financeiros e outros.
Monitoramento e avaliação de projetos de investimento
Monitorar e avaliar os projetos de infraestrutura e serviços nos territórios permite
identificar quais atividades estão sendo realizadas estão na direção certa - se os objetivos
propostos estão sendo cumpridos - e o grau de contribuição para o desenvolvimento
territorial. Para isto a SDT desenhou o Sistema de Gestão Estratégica (SGE) cujo módulo
Gestão de Projetos, sistematiza e processa os dados de monitoramento e avaliação de
projetos.
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│ Relatório analí co │ Página | 110
O papel do Colegiado é estratégico neste processo. Além de acompanhar o
monitoramento feito pelas equipes estaduais da SDT, contribui na gestão dos
encaminhamentos gerados a partir do monitoramento. De igual maneira, caso nessa etapa
seja identificado que um projeto foi concluído, mas não está funcionando ou está
funcionando parcialmente, o Colegiado contribuirá na elaboração de um Plano de
Providência cujo objetivo é implementar medidas de adequação para funcionamento dos
projetos definidos pelos próprios colegiados territoriais.
OBJETIVO
Neste contexto estratégico de avaliação e monitoramento dos projetos de
investimento a Célula de Acompanhamento e Informação (CAI) dos Vales do Curu e
Aracatiaçu, sob coordenação da Universidade Federal do Ceará (UFC) realizou a pesquisa de
Avaliação de Projetos de Investimento. Esta teve como objetivo central a análise da situação
dos projetos implantados no território quanto a seus impactos sociais, econômicos, políticos
e culturais, assim como, avaliar os processos de gestão e controle social destes projetos. O
público participante da pesquisa foram os beneficiários do projeto, os executores
(proponentes) e os membros do Conselho de Desenvolvimento Territorial (CDT) dos Vales do
Curu e Aracatiaçu (Conselho territorial).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os índices gerados pelo SGE - a partir da coleta de dados da pesquisa de avaliação
dos projetos de investimento implantados do território - sintetizam a situação dos projetos
em suas fases de planejamento, execução, gestão e impactos. Na análise dos dados foram
atribuídos escores/valores, de 0 (categorias no extremo negativo) a 1 (categorias no
extremo positivo) às respostas dos entrevistados em cada um dos tópicos propostos pela
pesquisa. Quatro índices gerais foram obtidos a partir de dezesseis indicadores sobre a
situação dos 35 projetos de investimento implementados no território – executados nos
períodos de 2003 a 2009. Todos os projetos tiveram como proponentes das propostas
técnicas as prefeituras municipais. Os instrumentos de pesquisa foram estruturados dentro
de uma concepção cíclica dos projetos, compostos pelas fases de planejamento, execução e
gestão social. A partir disso segue para uma avaliação dos resultados (impactos e benefícios)
gerados no território a partir destes projetos.
Situação dos projetos de investimento
O território dos Vales do Curu e Aracatiaçu foi o território cearense com maior
número de projetos implantados através do PROINF (Apoio a projetos de infraestrutura e
serviços nos territórios rurais) – MDA/SDT. Dos 18 municípios que compõem o território,
apenas 02 (dois) municípios não tiveram projetos apoiados diretamente pela SDT (Tejuçuoca
e Uruburetama). Na pesquisa de avaliação dos projetos de investimento executados
(concluídos no período entre 2003 a 2008) no território foram visitados na pesquisa 34
(trinta e quatro), distribuídos em 15 municípios do território.
No sistema gestão estratégica (SGE) da SDT/MDA consta a relação de um total de 36
(trinta e seis) projetos concluídos no território. Por ocasião das péssimas condições de
acesso a um dos projetos (açude na comunidade de Almas – Irauçuba/CE) não foi possível
realizar a avaliação do mesmo. No caso específico do município de Itapipoca foi aprovado 01
(um) projeto, que segundo informações de servidores da prefeitura e membros do CDT o
recurso teria retornado pela não execução do projeto pela administração municipal. Neste
caso embora o projeto conste como concluído no SGE, o mesmo não foi executado e
também não foi pesquisado.
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Assim dos 36 projetos concluídos no território, 34 foram alvo da pesquisa de
avaliação dos projetos de investimento realizada pela Célula no território. A figura 01 mostra
a situação geral dos projetos apoiados pela SDT/MDA. A pesquisa revelou que a maior parte
dos projetos apoiados possuem dificuldades quanto à gestão, liderança e sustentabilidade
dos empreendimentos. Vale ressaltar que a CAI teve algumas dificuldades na aplicação dos
questionários da pesquisa devido à forma de aprovação e execução dos projetos. Para cada
projeto desdobram-se metas que atendem públicos diferentes. Uma forma de contornar
essa situação foi realizada uma avaliação global para cada projeto visitado, observado cada
uma das metas, comparando-as com execução e funcionamento dos projetos “in locu”.
A situação dos projetos concluídos no território através do PRONAT (Programa
Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais) apresenta na seguinte
situação: 58% dos projetos funcionando; 31% funcionando parcialmente e 11% encontram-
se totalmente parado (figura 01). Diversos são os fatores que contribuem com baixa eficácia
nos resultados destes projetos, dentre eles pode-se destacar a baixa participação dos
beneficiários nas fases de implantação dos projetos. Outro aspecto que pode estar
relacionado aos baixos índices de funcionamento destes projetos em que haja de fato o
envolvimento da comunidade, o empreendimento continuará nas condições anteriores.
As figuras 2 (A) e 2 (B) mostram a situação dos projetos por município do território.
Em oito municípios existem projetos parados (50%); quatro municípios apresentaram
projetos com dificuldade de operacionalização (25%); e em apenas seis municípios (37,5%)
todos os projetos executados encontravam-se em funcionamento. Os resultados apontam
para uma baixa eficiência no funcionamento destes proejtos.
A figura 3 mostra a quantidade de projetos executados no território no período entre
2003 e 2008. Observa-se uma tendência cíclica, com aumento e diminuição intercalados de
projetos de investimento (PROINF). O ano de 2003 – início das ações instalação dos
colegiados territoriais e estruturação da Política de Desenvolvimento Territorial – teve o
maior número de projetos aprovados para o território. Já ano de 2008 foi registrado o
menor número de aprovação de propostas de projeto no território. Vale destacar que nos
anos de 2009 e 2010 foram executados projetos de investimento do território e não
constam na pesquisa de avaliação por estarem numa situação de não concluídos.
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Figura 01 – Quadro geral da situação dos projetos no território
Fonte: CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 2 (A) – Situação dos projetos por município
Fonte: CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 2 (B) – Situação dos projetos por município
Fonte: CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 3 – Quantidade anual de projetos aprovados no território
Fonte: CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE – SDT/MDA, 2011.
Áreas atendidas com os projetos
A figura 4 mostra as áreas atendidas com a implantação dos projetos. Percebe-se
uma maior concentração de projetos voltados para apoio as cadeias produtivas do território.
Nota-se ainda que outra significativa parte destes projetos destinam-se as instituições do
território (públicas e da sociedade civil) serviços de assistência técnica e extensão rural
(secretarias de agricultura, ONGs, etc.).
Figura 4 – Áreas atendidas pelos projetos no território
Fonte: CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE – SDT/MDA, 2011.
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Figura 5 – Situação dos projetos por área de atuação
Fonte: CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE – SDT/MDA, 2011
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A figura 5 mostra o quadro geral da situação dos projetos por área de atuação. Pode-
se deduzir que os projetos de infraestrutura (galpões de comercialização, “kits” feiras e
centros de comercialização de produtos artesanais) obtiveram os piores índices de
funcionamento.
1. AVALIAÇÃO DA FASE DE PLANEJAMENTO DOS PROJETOS
Nesta etapa foram avaliadas os elementos o conjunto de ações e atividades que
antecedem a execução propriamente dita dos projetos – fase de planejamento. Neste
aspecto, os entrevistados foram questionados sobre:
1) A participação do beneficiários;
2) Capaciade de planejamento;
3) As atividades atendidas pelo projeto;
4) A função das organizações locais no planejamento do projeto; e
5) As organizações que foram apoidas com o advento do projeto. Para cada uma
destas questões foram gerados os índíces correspondentes.
1.1 Participação dos beneficiários do planejamento do projeto
Os resultados concluiram que os beneficiários em sua maioria não possuem
informações acerca da origem do projeto ou em que instrumento de planejamento foi
definida. Embora estes projetos tenham a orientação da SDT/MDA que sejam definidos
dentro dos eixos de ação do PTDRS, apenas 15,2% dos entrevistados assim responderam.
Parte dos entrevistados entendem que os projetos são demandas apresentadas pela
SDT/MDA.
Mais da metade dos entrevistados afirmam que os projetos implantados não contam
com a participação dos beneficiários, rompendo com a diretriz do PRONAT que orienta que
os projetos tenham a partcipação destes em todas as etapas do projeto. Para 36% dos
entrevistados que afirmaram haver participação dos beneficiários, as principais fases se dão
no acompanhamento de implantação do projeto e na definição do tipo de projeto. Nas
visitas aos projetos, a equipe da CAI pôde perceber que estes apresentam deficiência em
sua gestão (quem e quantos são responsáveis). Neste aspecto somente 14,1% dos
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entrevistados confirmaram a participação dos beneficiários nos processos de gestão do
projeto.
No tocante a participação dos beneficiários na fase de elaboração dos projetos,
37,4% dos entrevistados afirmam a etapa em que houve participação foi na definição do
público alvo do projeto. Parte significativa dos entrevistados (31,3%) afirmaram que os
beneficiários não partcipam desta etapa (elaboração dos projetos). Outros 31,3% dos
entrevistados afirma que o público beneficiário participou na definição da área de
investimento do projeto.
1.2 Capacidade de planejamento do projeto
No tocante a capacidade de planejamento dos projetos no território observou-se que
as principais ações utilizadas na fase de planejamento dos projetos foram: as visitas técnicas
e de intercâmbio; o levantamento de informações; e a capacitação. A estratégia de acesso
ao crédito foi a ação menos utilizada durante o processo de planejamento dos projetos, o
que tem dificultado o andamento e a sustentabilidade de alguns projetos implantados no
território (falta de capital de giro).
A participação em acordos é a principal estratégia utilizada pelos projetos no
fortalecimento das cadeias produtivas do território.Para maioria dos entrevistados, os
projetos produtivos instalados no território utilizam o aumento da produtividade, a
diversificação da produção e a redução de custos como os principais meios de aumentar a
competividade de seus produtos.
A pesquisa ainda revela - segundo 39% dos entrevistados - que foram realizados
estudos sobre a viabilidade econômica dos projetos produtivos (que atendem as cadeias
produtivas). Os estudos de demanda e de localização dos projetos também foram apontados
como uma ação presente no planejamento dos projetos. Apenas 29,3% dos projetos foi
realizado algum tipo de estudo ou levantamento sobre comercialização. De modo geral
percebe-se que os projetos produtivos possuem baixo número de estudos sobre a
viabililidade dos empreendimentos e que estes instrumentos ainda são pouco utilizados na
fase de planejamento.
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1.3 Atividades socioeconômicas atendidas pelo projeto
Segundo os entrevistados, a grande maioria dos projetos implantados no território
tem uma vinculação com as questões produtivas que promovam a geração de trabalho e
renda para os agricultores familiares. As atividades dos projetos concentram-se em apoio
aos empreendimentos produtivos (vinculados as cadeias produtivas) e sua respectiva
infraestrutura necessária ao funcionamento dos empreendimentos (casa do mel, casa de
farinha, centros de artesanato, etc.).
No tocante aos aspectos econômicos atendidos pelos projetos, percebe-se uma
grande diversidade. Os dados revelam que mais da metade dos projetos executados
possuem uma relação com a geração de renda a partir da comercialização dos produtos
apoiados ou gerados pelo objeto do projeto (mel, farinha, produtos artesanais, etc.).
1.4 Papel das organizações locais no planejamento do projeto
Em regra, o colegiado territorial é a instância máxima no planejamento e definição
dos projetos apoiados pela SDT/MDA. Neste aspecto, os entrevistados foram questionados
sobre o papel desempenhado pelo CDT Curu/Aracatiaçu na definição dos componentes dos
projetos aprovados em plenária geral. Segundo os entrevistados, as principais ações
desempenhadas pelo colegiado são: avaliação do projeto; consulta; e autorização da
liberação dos recursos financeiros para implantação dos projetos. Apenas 16,2% dos
entrevistados afirmamaram que o colegiado co-administra os projetos, o que parece
cmprometer o monitoramento e controle social sobre os projetos. 28,3% dos entrevistados
desconhecem a função do colegiado neste processo.
As entidades do poder público são co-financiadoras na grande maioria dos projetos
aprovados para o território. Vale destacar que em todos os projetos de investimento
implantados no projeto teve como proponente as prefeituras municipais - que também
elaboraram a proposta técnica. Mais da metade dos entrevistados também apontam as
seguintes ações desenvolvidas pelas entidades públicas: i) o apoio técnico de suas
secretarias de agricultura no acompanhamento e execução; e a elaboração da proposta de
projeto. Segundo 65,7% dos entrevistados, as entidades públicas não avaliam os projetos,
fato que compromete os aspectos relacionados a viabilidade e gestão dos mesmos.
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1.5 Organizações locais apoiadas pelo projeto
Segundo os entrevistados, as principais organizações apoiadas com os projetos se
concentram nas associações comunitárias - formais e informais. Os empreendimentos
autônomos foi o segundo grupo mais beneficiado com a execução dos projetos. As
entidades do território que prestam serviços foram contempladas mais de 13,1% dos
projetos. 21,2% dos projetos executados apoiam direta ou indiretamente as cooperativas do
território.
2. FASE DE EXECUÇÃO DO PROJETO
Nesta etapa foram avaliadas os aspectos relacionados a execução propriamente dita dos
projetos – participação, instrumentos de controle, capacidades de execução das entidades,
etc. A matriz de análise da etapa de execução dos projetos teve por base as seguintes
questões:
1) Participação dos beneficiários na fase de execução dos projetos;
2) Capacidade de execução dos projetos;
3) Capacidade de execução do projeto;
4) Inexistência de capacidade ociosa do projeto.
2.1 Participação dos beneficiários na fase de execução do projeto
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A pesquisa revelou que na fase de implementação, mais da metade dos projetos teve
o acompanhamento direto dos beneficiários. Relacionado a este aspecto, 64% do público
beneficiário detinham informações suficientes da execução do projeto na localidade.
Os entrevistados atribuem a responsabilidade de monitoramento dos projetos
principalmente aos beneficiários, aos técnicos da entidade executora e ao colegiado
territorial. Percebe-se que somente 26,3% dos entrevistados afirmam que os técnicos das
entidades financiadoras (SDT/MDA) possui responsabilidade sobre o acompanhamento da
situação dos projetos implantados.
A maior parte dos entrevistados entende que os projetos tem uma gestão que se
caracteriza pela elevada participação dos beneficiários. Outros 26,3% dos projetos
executados no território estão sob a gestão das prefeituras municipais. Apenas 5,1% dos
entrevistados afirmam existir uma articulação entre colegiado e os beneficiários nos
processos de gestão dos projetos, demostrando a baixa participação do CDT nesse aspecto.
Noutros 14,1 % dos projetos não existe uma gestão bem caracterizada, com indefinição de
quem são os responsáveis pela administração destes.
2.2 Capacidade de execução do projeto
Em relação à existência de instrumentos de acompanhamento financeiro dos
projetos, a maioria (42%) dos entrevistados desconhece sobre a existência de algum tipo de
auditoria. Apenas 15,2% dos entrevistados afirma existir controle social sobre os recursos
financeiros.
Em mais da metade (57%) dos projetos pesquisados, os processos de transferência da
gestão e dos bens – adquiridos ou recuperados – foram legalizados. 22% dos entrevistados
não souberam responder em que situação se encontra este aspecto. No que diz respeito aos
indicadores de acompanhamento, percebe-se que a grande maioria dos entrevistados não
tem conhecimento sobre a existência destes. Somente 27% dos entrevistados asseguraram
existir indicadores de acompanhamento. Ainda neste aspecto, a maioria dos entrevistados
não sabia se estes indicadores existentes eram utilizados no monitoramento
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│ Relatório analí co │ Página | 123
permanente/contínuo dos projetos. Em mais da metade dos projetos (54,5%), as estratégias
utilizadas para o monitoramento e controle social é realizada através de reuniões de
avaliação.
No tocante a sustentabilidade dos projetos, os principais aspectos citados pelos
entrevistados foram: apropriação de novas tecnologias, lideranças locais consolidadas,
definição de acordos na gestão do projeto e envolvimento de todos os beneficiários na
gestão do projeto.
2.3 Inexistência de capacidade ociosa do projeto
Dos projetos de investimento implantados no território, 44,8% estão com sua
estrutura funcionando com capacidade ociosa, demonstrando a baixa eficiência de grande
parte dos projetos. Ainda neste aspecto, percebe que em mais da metade dos projetos do
território existem equipamentos não utilizados, corroborando para os baixos índices de
eficiência dos empreendimentos. Estes resultados se relacionam com baixa capacidade
técnica de dimensionamento da demanda real dos projetos. A pesquisa ainda revela que
34% dos projetos estão funcionando com menos de 40% de sua capacidade instalada. Em
linhas gerais percebe-se que mesmo estando em funcionamento, estes projetos operam
com baixos índices de eficácia e eficiência. Segundo os entrevistados, apenas 16% dos
projetos estão operando com sua capacidade instalada entre 80 e 100%.
3. FASE DE AVALIAÇÃO DO PROJETO/INDÍCIOS DE IMPACTO
Nesta etapa foram analisadas os resultados alcançados com os projetos implantados e em
funcionamento no território. Nesta dimensão, os entrevistados foram abordados nas
seguintes questões:
1) Quais os públicos atendidos pelos projetos?
2) Quais os impactos positivos na qualidade de vida dos beneficiários?
3) Qual o tamanho do mercado coberto pelo projeto?
4) Quais foram os impactos positivos nas condições sócio-político-econômicas
territoriais?
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3.1 Públicos atendidos pelos projetos
Como citado anteriormente, as principais organizações beneficiadas com os projetos
de investimento foram as associações comunitárias – com caráter formal e informal.
Também neste rol se encontram os empreendimentos autônomos, que foram apoiados em
28,3% dos projetos executados no território.
Em relação ao atendimento de públicos específicos, foi registrado que a grande
maioria dos projetos tem como público alvo os agricultores familiares (78,8%). Outros
públicos beneficiados foram os jovens, assentados de reforma agrária e mulheres. Estes três
grupos foram citados em mais da metade dos projetos implantados no território.
Comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas) foram os grupos menos contemplados.
Pescadores e ribeirinhos foram relacionados como beneficiários em 23,2% dos projetos.
Ainda segundo os entrevistados, dos projetos em funcionamento, 42% destes atendem
outros públicos que não estavam previstos no projeto original. Em linhas gerais, conclui-se
que esses projetos atendem em sua grande maioria aos públicos que se enquadram no
conceito de Agricultura Familiar (MDA), abrangendo além dos agricultores de base familiar,
assentados de reforma agrária, quilombolas, indígenas, pescadores, ribeirinhos, etc.
3.2 Impactos positivos na qualidade de vida dos beneficiários
Os dados da pesquisa revelam que, 31% dos projetos em funcionamento atendem
menos de 40% do público previsto no plano de trabalho. Segundo a percepção dos
entrevistados, somente 12% dos projetos estão atendendo de 80 a 100% do público descrito
no projeto original. Estes dados reforça aspectos que estão relacionados com a baixa
capacidade de gestão social dos empreendimentos, assim como, no levantamento de
informações e estudos sobre viabilidade social, econômica e política dos projetos.
Quanto aos impactos dos projetos, 34% dos entrevistados avaliaram que os projetos,
após implantados, melhoraram muito a qualidade de vida dos beneficiários; 31% avaliam
que melhorou; e outros 9% não perceberam nenhuma melhoria.
Embora a maioria dos entrevistados avaliem que os projetos melhoraram a qualidade
de vida dos beneficiários, a percepção sobre a melhoria/aumento da renda seguiu uma
tendência contrária, onde 33% dos entrevistados afirmam que os projetos não contribuirão
no aumento da renda das famílias. Apenas 4% dos entrevistados percebem um aumento na
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│ Relatório analí co │ Página | 125
renda dos beneficiários - entre 70 e 100%. Outros 8% asseguram que houve um aumento
superior a 100%. Quanto a aparente contradição entre melhoria da qualidade de vida e o
não aumento da renda, sugere que os entrevistados não correlacionam qualidade de vida
com aumento da renda.
3.3 Tamanho do mercado coberto pelo projeto
Outra informação levantada na pesquisa foi sobre o aumento a demanda após a
implantação do projeto. Em linhas gerais os entrevistados consideram que o aumento da
demanda foi pequena ou nula. Esta informação tem relação direta com aquela citada
anteriormente, onde se constatou que a maioria dos projetos atende menos de 40% da
demanda prevista no plano de trabalho do projeto. Segundo a percepção de 27% dos
entrevistados não houve alteração na demanda após a execução do projeto. Em
contraponto, outros 24% dos entrevistados afirmam que houve um aumento da procura
pelo projeto – entre 70 e 100%. Este último dado gera a seguinte contradição: Como pode
haver projetos que em sua maioria não chegam a atender 40% do público previsto e por
outro lado estes mesmos projetos aumentarem sua demanda entre 70 e 100%?
Dos projetos implantados no território, 67,7% possuem relação com a
comercialização. Neste contexto, 82% dos projetos atendem aos mercados municipais. Os
produtos gerados a partir dos projetos e que seguem para o mercado. 16% dos produtos
oriundos dos projetos atendem os mercados institucionais (PAA, PNAE, etc.).
3.4 Impactos positivos nas condições sócio-político-econômicas territoriais
Na avaliação geral dos impactos positivos dos projetos no território, os entrevistados
percebem que as cinco principais mudanças foram: i) na melhoria da infraestrutura; ii)
aumento do nível de organização da comunidade; iii) fortalecimento de redes; iv) integração
da cadeia produtiva; e v) maior acesso a mercados.
Em relação aos ganhos institucionais, segundo os entrevistados, os projetos
favorecem uma maior aliança entre as instituições do território e a comunidade, assim
como, aliança entre os próprios produtores.
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ANEXOS Anexo I – Gráficos com avaliação das fases dos projetos de investimento.
1. FASE DE PLANEJAMENTO DO PROJETO
1.1 Participação dos beneficiários na fase de planejamento do projeto
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1.2 Capacidade de planejamento do projeto
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1.3 Atividades socioeconômicas atendidas pelo projeto
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1.4 Papel das organizações locais no planejamento do projeto
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1.5 Organizações Locais apoiadas pelo Projeto
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│ Relatório analí co │ Página | 133
2. FASE DE EXECUÇÃO DO PROJETO
2.1 Participação dos beneficiários na fase de execução do projeto
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2.2 Capacidade de execução do projeto
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₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
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2.3 Inexistência de capacidade ociosa do projeto
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3. FASE DE AVALIAÇÃO DO PROJETO
3.1 Públicos Atendidos pelos Projetos
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3.2 Impactos positivos na qualidade de vida dos beneficiários
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3.3 Tamanho do mercado coberto pelo projeto
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3.4 Impactos positivos nas condições sócio-político-econômicas territoriais
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6 - Índice de Condições de Vida (ICV) Avaliar as condições e aspectos relacionados com a qualidade de vida das famílias do Território dos Vales do Curu e Aracatiaçu.
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INTRODUÇÃO
Os sujeitos representam e simbolizam a sua realidade através da sua percepção, da
intuição, de sensações e de concepções. O universo real é sempre uma realidade para um
indivíduo ou grupos de indivíduos que compartem entre si o sentido dessa realidade.
A vida coletiva dos indivíduos é formada por normas, conceitos, interesses coletivos,
princípios e valores. Para Teves (1992), a concepção de sociedade procede da apreensão da
sua ordem constitutiva, informa sobre a sua organização e o seu funcionamento. Essa ordem
aponta para as realidades de coesão e disputas, cooperação e conflitos, presentes no
contexto social. Pesquisar uma realidade social pressupõe obter um conjunto de
representações, uma estrutura de sentidos e de significados que circulam entre seus
membros, mediante diferentes formas de linguagem e de pensamento, que o autor
denomina como imaginário social.
O Índice de Condições de Vida (ICV) é um indicador que visa representar as mudanças
percebidas, em termos das condições de vida, das famílias nos territórios rurais. Este índice é
um instrumento de análise e acompanhamento das condições de vida das famílias nos
territórios rurais, permitindo as análises comparativas, tanto ao longo do tempo como entre
territórios distintos, sem depender da disponibilidade e atualização dos dados secundários.
O ICV é composto por três dimensões, chamadas de “instâncias”:
1) Fatores que favorecem o desenvolvimento;
2) Características do desenvolvimento; e
3) Efeitos do desenvolvimento.
A cada instância associam-se oito indicadores. Cada indicador baseou a elaboração
de um ou mais quesitos do formulário de pesquisa, que serão utilizados para o cálculo do
ICV do Território Rural. Esses indicadores são avaliações registradas em escalas de cinco
pontos, desde 1=péssimo até 5=ótimo com variações intermediárias (2,3 e 4).
A pesquisa busca a partir da percepção dos membros das famílias identificar os
pontos críticos que afetam na qualidade de vida destas. O que se busca é a percepção desses
indivíduos ou famílias sobre as condições de vida no território rural e as respostas são
anotadas em escalas de valor pré-estabelecidas. Não se pergunta o valor monetário da
renda familiar (que pode ser informada com imprecisão ou viés), mas se a renda é suficiente
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para viver de forma adequada. Em vez de perguntar qual a produtividade da área naquele
ano específico (novamente de difícil mensuração ou sujeita à imprecisão), é indagado se,
para ele, a produtividade da área está boa. As respostas são claramente subjetivas, mas
expressam as percepções dos indivíduos sobre cada um dos 24 indicadores que compõem o
ICV. O que importa é o ponto de vista dos entrevistados, a avaliação feita por eles sobre os
diversos aspectos que compõem o instrumento de captação de dados.
OBJETIVO
A pesquisa visa possibilitar uma reflexão sobre a importância de contribuir na
discussão sobre os aspectos subjetivos da qualidade de vida das famílias do meio rural, mais
especificamente, sobre a percepção dos indivíduos, considerando que a maioria dos estudos
que visam analisar a qualidade de vida, busca a análise de dados e indicadores objetivos, que
se referem exclusivamente às necessidades básicas ou fundamentais dos indivíduos. Este
estudo, parte do princípio que qualidade de vida não se restringe à cobertura ou satisfação
das necessidades básicas (alimentação, educação, moradia, etc.), sendo necessário
considerar os aspectos subjetivos da população (cultura, lazer, segurança, participação, etc.),
que vão além das necessidades básicas, dessa forma, levando em conta a percepção das
famílias em relação às suas condições de vida. O presente estudo tem por objeto avaliar as
condições de vida das famílias rurais do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu, a partir da
percepção dos membros que constituem o grupo familiar. A pesquisa de campo buscou
identificar as características, fatores e resultados das políticas públicas na melhoria das
condições de vida das famílias deste Território.
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METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em dez setores censitários do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE, localizados em nove municípios do Território Vales do Curu,
nos meses de janeiro e fevereiro de 2011. A seleção dos setores da pesquisa foi realizada de
forma aleatória pela equipe da SDT/MDA. Em cada setor censitário foram entrevistadas
vinte e sete famílias, totalizando uma amostra de duzentos e setenta domicílios visitados
pelos técnicos da Célula de Acompanhamento e Informação do território dos Vales do Curu e
Aracatiaçu. A tabela abaixo resume as informações sobre os setores censitários da pesquisa.
Tabela 01 – Setores censitários da pesquisa ICV no território dos Vales do Curu e Aracatiaçu.
Município Distrito/setor
censitário
Número de
domicílios
Espaçamento entre
domicílios
1. Amontada Mosquito 27 10,3
2. Irauçuba Juá 27 4,2
3. Itapipoca Itapipoca 27 7,0
4. Itapipoca Bela Vista 27 6,6
5. Itarema Itarema 27 4,3
6. Paracuru Jardim 27 3,4
7. Pentecoste Matias 27 2,6
8. Tejuçuoca Tejuçuoca 27 9,3
9. Trairi Canaan 27 7,4
10. Umirim Umirim 27 10,0
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2010.
O processo para seleção dos domicílios a serem entrevistados também foi realizado
de modo aleatório. Os domicílios abordados respeitavam um espaçamento entre eles
(espaçamento entre domicílios – EED), que variavam de acordo com a densidade
populacional/residencial do setor pesquisado. Este método teve como objetivo preservar
uma distância mínima entre os domicílios visitados - evitando a concentração de
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│ Relatório analí co │ Página | 150
entrevistados num mesmo local -, garantindo uma distribuição espacial homogênea de
entrevistados dentro do setor censitário.
A pesquisa caracteriza-se como qualitativa e quantitativa. No primeiro aspecto
(qualitativo) visa evidenciar a percepção/opinião dos entrevistados, aprofundando sobre
assuntos que possuem relação com a qualidade de vida do meio em que vivem as famílias do
Território (condições de saúde, educação, renda, moradia, etc.). No aspecto quantitativo a
pesquisa buscou informações numéricas das famílias residentes no território (quantidade de
membros na família, de crianças na escola, etc.). As entrevistas foram realizadas de forma
pessoal com questionário estruturado com perguntas objetivas que versam sobre condições
de vida da unidade familiar.
Vale destacar que a proposta desta pesquisa foi tentar delimitar estas variáveis de
uma forma abrangente, por isso, buscou-se a opinião das pessoas tendo por um grande
universo de questões – desde as condições de trabalho até a participação política -, desta
forma, foi necessário utilizar-se de um instrumento metodológico quantitativo, o
questionário. Todavia, este foi utilizado somente como meio, considerando que o objeto da
pesquisa e a análise busca identificar aspectos qualitativos e subjetivos sobre as condições e
qualidade de vida da população do território.
Todos os indicadores possuem uma variação numérica de 0 a 1. Quanto mais próximo
do valor um, maior o grau de satisfação nas temáticas abordadas pela pesquisa. Em nossas
análises consideramos como referencial de comparação o valor 0,7 - sendo este um valor
que objetivamente indica satisfação das famílias.
O aspecto metodológico utilizado na leitura dos resultados será feito a partir da
leitura gráfica (em percentuais) dos 24 indicadores, de forma sucinta e objetiva, que
compõem as três instâncias. Após a análise particular de cada um dos indicadores serão
analisadas, de forma global, as instâncias que abordam os fatores, características e efeitos
do desenvolvimento presentes ou não nas famílias do território dos Vales do Curu e
Aracatiaçu. Por fim, serão feitas conclusões e proposições para qualificação das políticas
públicas no território.
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DISCUSSÃO E RESULTADOS 1. FATORES QUE FAVORECEM O DESENVOLVIMENTO
Este primeiro indicador reflete os fatores de promoção do desenvolvimento das famílias
entrevistadas e teve sua análise e reflexão a partir das seguintes indagações:
1. Quantas pessoas fazem parte da família e moram neste estabelecimento/domicílio?
2. Quantas dessas pessoas trabalham apenas neste estabelecimento/domicílio?
3. Quantas dessas pessoas trabalham apenas fora do estabelecimento/domicílio?
4. Quantas dessas pessoas trabalham no estabelecimento/domicílio e também em
outro local, permanente ou temporário?
5. Em sua opinião, em relação à quantidade de pessoas de sua família que está
trabalhando a situação está...
6. Em relação às características da mão de obra da família que está trabalhando, acha
que a situação está...
1.1 Mão-de-obra familiar em atividade dentro ou fora da unidade
A pesquisa sobre as condições de vida da das famílias do território caracteriza-se
como qualitativa e quantitativa. No primeiro aspecto (qualitativo) visa evidenciar a
percepção/opinião dos entrevistados, aprofundando sobre assuntos que possuem relação
com a qualidade de vida do meio em que vivem as famílias do Território (condições de
saúde, educação, renda, moradia, etc.). No aspecto quantitativo a pesquisa buscou
informações numéricas das famílias residentes no território (quantidade de membros na
família, de crianças na escola, etc.). As entrevistas foram realizadas de forma pessoal com
questionário estruturado com perguntas objetivas que versam sobre condições de vida da
unidade familiar.
Vale destacar que a proposta desta pesquisa foi tentar delimitar estas variáveis de
uma forma abrangente, por isso, buscou-se a opinião das pessoas tendo por um grande
universo de questões – desde as condições de trabalho até a participação política -, desta
forma, foi necessário utilizar-se de um instrumento metodológico quantitativo, o
questionário. Todavia, este foi utilizado somente como meio, considerando que o objeto da
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pesquisa e a análise têm como foco os aspectos qualitativos e subjetivos da qualidade de
vida da população do território.
Figura 01 – Quantitativo e situação de trabalho dos membros das famílias do território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Analisando a percepção dos entrevistados sobre as características da mão-de-obra
familiar, a maioria (42,2%) considera que o número de membros da família que trabalham
está regular, o que pode indicar uma situação de instabilidade na manutenção destas
famílias, e que seria mais seguro para estas um maior número de membros trabalhando.
Outra significativa parte das famílias do território avalia que esta situação
(trabalhadores/família) encontra-se numa situação mais confortável (boa), sugerindo que
estas famílias possuem maior estabilidade no provimento das condições básicas da unidade
familiar quando comparadas com as que se encontram em situação regular.
Outra informação levantada pela pesquisa diz respeito das condições gerais – de
saúde, idade, motivação e disposição física, grau de escolaridade para o trabalho, etc -
daqueles que exercem atividades laborais na família. Neste item, a maioria das famílias
01 02
03 04
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considera entre boa e regular. Muitas das famílias consideram que para o exercício de
atividades no meio rural são necessárias a saúde física e disposição.
O grau de escolaridade não foi considerado um elemento importante para o exercicio
das atividades no domicílio. Esta informação indica que na percepção dos membros das
famílias que o trabalho exercido nas unidades produtivas (agricultura, criação de animais,
etc) não se exige graus avançados de escolaridade. As atividades nos domícilios rurais ainda
se concentram na figura do (a) “chefe” da família, sendo que os demais membros são
citados como auxiliares. A maioria das famílias entrevistadas possui de 01 a 02 membros que
trabalham na manutenção da unidade familiar (figura 1 – gráfico 3).
A pesquisa revelou que apenas 9,3% das famílias do território possui pelos menos 01
(um) membro da família trabalha na própria unidade e também fora da propriedade (figura
1 – gráfico 2). A situação mais comum identificada no território foi aquela em que a força de
trabalho das famílias é utilizada na própria propriedade. Esta realidade é reforçada pela
baixa oferta de oportunidades de trabalho no meio rural assiciada a baixa escolaridade dos
membros das famílias.
No que concerne a quantidade e as características da mão de obra familiar a pesquisa
revelou que a maior parte dos entrevistados variaram suas respostas entre “boa” e “regular”
(figura 2 – gráficos e 1 e 2). Esta realidade pode ser interpretada no sentido de que a baixa
oferta de trabalho no meio rural gera um sentimento de conformidade com a situação,
levando estas famílias alocarem seus membros na própria propriedade até surgirem uma
melhor oportunidade de trabalho.
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Figura 02 – Percepção das famílias do Território sobre a mão-de-obra familiar.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
1.2 Caracterização das unidades produtivas (estabelecimento/domicílio)
Na caracterização das atividades produtivas das famílias do território, o primeiro
aspecto abordado foi sobre a existência ou não de produção (vegetal, animal,
beneficiamento, artesanato, etc.) no estabelecimento. A partir desta questão a pesquisa
dividiu-se em dois grupos: i) famílias com produção; e ii) famílias sem produção. Das famílias
que se caracterizam com produção subdividiram-se – a partir de critérios que se enquadram
na categoria agricultura familiar – em dois outros grupos: agricultura familiar1 e produção
não familiar2.
No tocante à produção nos domicílios familiares, os dados da pesquisa revelaram que
76,3% dos domicílios rurais do território exercem algum tipo de atividade produtiva,
podendo ser em caráter permanente ou temporário, sendo este o mais comum (agricultura
de sequeiro).
01
02
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Figura 03 – Distribuição percentual das famílias rurais com e sem produção.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Das famílias que desempenham atividades agropecuárias (com produção), quase que
a totalidade (99%) destas possui áreas produtivas com tamanho inferior a quatro módulos
fiscais (um dos critérios necessários ao enquadramento na categoria de agricultor/a
familiar).
Em relação à mão de obra utilizada na produção, constatou-se que em 99% dos
domicílios entrevistados, a principal fonte de mão de obra é formada pelas pessoas da
própria família (mão de obra familiar). Verificou-se que em todos os domicílios rurais
pesquisados a gestão é realizada pelos próprios membros da família. Desta forma, percebe-
se que a famílias do território são os responsáveis tanto pelos aspectos da gestão, assim
como na execução das atividades cotidianas no domicílio/propriedade.
No que concerne à utilização de empregados permanentes na produção, verificou-se
que 93,2% das famílias não possuem empregados em suas atividades produtivas,
demonstrando que o perfil da agricultura no território caracteriza-se pelo regime de
trabalho familiar.
1. Agricultura familiar - todos os domicílios que atendem simultaneamente às seguintes condições:
i) Área de produção menor que quatro módulos fiscais; ii) A gestão do domicílio (produção) é feita pelos membros da família;
ii) Não possui acima de dois empregados permanentes; iv) A maior fonte de renda tenha origem da unidade produtiva.
2. Produção não familiar – todos os domicílios que não atendem pelo menos uma das condições citadas acima (i, ii, iii e iv).
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No aspecto da destinação final da produção verificou-se que 61,2 % das famílias
utilizam a produção para o consumo interno/familiar; e 38,8% são utilizados com dupla
finalidade (comercialização e consumo). Em nenhum estabelecimento rural foi identificada
produção com finalidade exclusiva para a venda. Constata-se que a maioria das famílias
possui uma lógica de produção voltada para o consumo interno baseando-se nas premissas
apontadas pela segurança alimentar, garantindo os alimentos básicos na manutenção da
família, comercializando aquilo que excede a produção ou aqueles produtos que não tem
utilização freguente na alimentação da família (castanha de caju, mel, etc.).
As famílias rurais do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu, apresentam
percepções diversas em relação qualidade da área utilizada para a produção. 47,6% das
famílias avaliam como boas as condições de suas áreas produtivas. Para estas, o tamanho,
qualidade do solo e as demais características de suas unidades produtivas satisfazem suas
expectativas. Outras 34,0% das famílias entrevistadas já as consideram essas áreas regulares
para a produção, demostrando certo grau de insatisfação que variam desde o tamanho e
qualidade da propriedade até as condições de exploração.
Por fim, foi abordado sobre a contribuição da produção na geração de renda para
manutenção da família. Neste aspecto, notou-se que mais da metade (64,6%) das famílias do
Território afirmaram que a principal fonte de renda é oriunda da produção agropecuária. As
outras 35,4% das famílias utilizam a produção agropecuária como complemento das demais
receitas da família - através da comercialização - ou para o consumo familiar (segurança
alimentar). Para aquelas famílias que não têm na atividade produtiva sua principal fonte de
renda, estes provêm suas necessidades a partir dos programas assistenciais dos governos
federal e estadual (bolsa família, benefício assistencial – LOAS, garantia safra, etc.) ou de
algum benefício previdenciário (pensão, aposentadoria, etc.). A figura 04 sistematiza as
principais características dos domicílios rurais do território.
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Figura 04 – Caracterização das unidades produtivas do Território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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1.3 Escolaridade
Numa avaliação geral das condições de escolaridade da família, a maioria dos
entrevistados (45,1%) percebe que esta situação é boa. Os responsáveis pelas famílias
entendem que o fato de seus filhos estarem matriculados na escola – oportunidade que
muitos deles não tiveram – gera uma satisfação ao avaliarem sobre a qualidade de estudo da
família. Neste aspecto, a situação escolar de crianças e adolescentes no meio rural mostra-se
satisfatória quando se percebe o grande número de matriculados e que frequentam
regularmente a escola (94,2%). Vale destacar que esta situação (crianças matriculadas e com
freguencia escolar) é um dos critérios exigidos pelo Programa Bolsa-Família, “forçando” os
país a garantir a matrícula de seus dependentes.
Do lado oposto, a pesquisa demonstrou que a grande maioria dos adultos que vivem
no meio rural possuem baixos índices de escolaridade, sendo que somente 13,7% do adultos
chegaram a concluir o ensino fundamental.
Os dados sobre a escolaridade das famílias do território ainda revelaram que 56,1%
dos membros com idade superior a quinze anos são alfabetizados. Os outros 43,9% estão na
situação de não alfabetizados, com ausencia total de habilidades para escrita e leitura. Neste
grupo encontram-se parte dos membros da família que não concluiram o ensino
fundamental. A figura 05 traz o quadro da situação educacional das famílias residentes no
meio rural do Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Essa realidade tem gerado, ao longo dos anos, a situação de precariedade em que
vive a educação no meio rural, com resultados pedagógicos insuficientes e altos índices de
analfabetismo no meio rural.
Os dados demostram que a população adulta do território é a que possui os menores
indíces de alfabetização. Esse fato reflete diretamente com questões sobre a baixa
capacidade de gerenciamento de projetos ou na capacidade de planejamento das
organizações a qual estão vinculados. A situação exposta sugere uma maior atuação de
políticas públicas (programas e projetos de educação) voltados para alfebetização de adultos
no meio rural. O gráfico revela dados preocupantes, segundo esse, 86,3% dos pesquisados
responderam que nem todos os adultos da familia completaram o ensino fundamental (1º
Grau) e somente 13,7% dos adultos concluiram o ensino fundamental (1º grau).
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Embora o número de estudantes que frequentam a escola no meio rural do território
seja superior aqueles que não frequentam, cabe-nos refletir e buscar-mos avaliar sobre a
qualidade e condições de ensino-aprendizagem e projetos pedagógicos estão adequados
suficientemente adequados a realidade e valoração do espaço rural. A figura 06 mostra as
informações sobre a escolaridade das famílias do território.
Figura 05 – Gráficos com a situação e percepção sobre escolaridade da famílias rurais do
Território Vales do Curu e Aracatiaçu.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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1.4 Condições de moradia
Quando questionados sobre as condições de moradias, 44,7% das famílias
pesquisadas sentem-se satisfeitas com suas moradias, apesar de serem registrados casos de
total miserabilidade (anexo 01). Parte desta percepção, apesar das poucas condições de
conforto das residências, baseia-se não somente nas condições materiais, mas também em
questões sobre a segurança e tranquilidade do espaço em que vivem. Vale resaltar que
como a pesquisa atinge um público rural com baixos índices de escolaridade, não permitindo
uma avaliação mais crítica ou referencial, isso pode acarretar em um maior número de
respostas do tipo boa, quando na realidade percebe-se condiçoes precárias de suas
moradias. A pequena minoria dos entrevistados, cerca de 5,8% e 2,4% , acreditam que a
situação de moradia encontra-se ruim e péssima, respectivamente. A figura 07 mostra a
percepção dos entrevistados sobre as condições de moradia de suas famílias.
Figura 06 – Percepção ds famílias sobre as condições de moradia.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
As famílias também foram questionadas sobre a existência de itens básicos em suas
residências (infraestrutura, eletrodomésticos, etc.), sendo constatados um significativo
avanço no acesso aos serviços de energia e acesso à água, presentes em mais de 80% dos
domicílios entrevistados. Nas duas últimas décadas os programas de eletrificação rural têm
avançado de forma bastane significativa no meio rural, com dados que se aproximam da
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universalização deste serviço no território. A figura 08 destaca os principais itens presentes
nos domicílios rurais.
Figura 07 – Itens presentes nos domicílios das famílias entrevistadas.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
1.5 Acesso aos mercados A maioria das comunidades rurais do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu não
possui estratégias de divulgação e inserão de seus produtos no mercado. Neste aspecto
observou-se que a estratégia mais comum de comercialização se dá por meio de
intermediários (atravessadores). De acordo com a pesquisa, observou-se que a maioria dos
trabalhadores estão filiados a alguma associação ou cooperativas, mas não exploram de
maneira correta a força do trabalho em grupo para divulgação de seus produtos. Os
resulatados revelam que 96,6% dos agricultores nunca venderam seus produtos por
intermédio de cooperativas ou associações. Somente 3,4% responderam que às vezes
realizam esse tipo de venda. Vale lembrar que não houveram respostas para a opção de
sempre vender os produtos para cooperativas ou associação. Outro dado interessante foi a
percepção dos entrevistados sobre a atuação de atravessadores na comercialização dos
produtos. Para mais da metade dos entrevistados a atuação deste é benéfica, mesmo diante
da exploração dosbaixa remuneração paga pelos seus produtos. Para muitos dos
entrevistados á idéia é a seguinte: “ruim com o atravessador, pior sem ele”. Isto reflete que
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│ Relatório analí co │ Página | 162
aqueles que vendem sua produção aos atravessadores só enxergam nestes como o único
meio de venda de seus produtos, aliados a comodidade de não terem que se deslocar até as
sedes dos municípios na tentativa de comecializarem seus produtos.
A pesquisa revelou ainda que mais da metada das famílias considera que as
condições gerais para venda dos produtos é boa, que tendo produção
Figura 08 – Condições e estratégias de mercado e comercialização das famílias do território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
As comunidades rurais dos Vales dos Curu e Aracatiaçu sentem uma certa dependência dos
intermediários ou atravessadores, pois para eles tornam-se mais cômodos venderem seus
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produtos a uma pessoa e assim não se preocuparem em buscarem mercados que julgam
incertos. De acordo com o gráfico, quando perguntados sobre a atuação dos intermediários
50,8% acreditam que atuação deste está mais para boa, e os 49,2 % restantes pensam de
maneira diferente, achando que atuação desses atravessadores prejudica de alguma forma o
desenvolvimento de seu negócio e a valorização de seus produtos.
De acordo com o gráfico, muito dos produtores rurais dos Vales do Curu e Aracatiaçu
não avaliam a ida ao mercado como sendo uma dificuldade ou um problema, pelo contrário,
56,1% deste acreditam que as condições de acesso aos mercados estão relativamente boas e
43,9% avaliam que a situação não pareça tão favorável. Quando observarmos a forte
influencia dos intermediários fica a indagação de que deve ser feito para que os produtores
possam valorizar seus produtos, pois muitos ainda preferem entregar sua mercadoria a
essas pessoas.
A grande dificuldade enfrentada pela maioria dos pequenos produtores é a falta de
apoio técnico para melhor utilização dos poucos recursos existentes. A falta de recursos
naturais e principalmente de recursos financeiros acabam por se tornarem um entrave na
produção desses agricultores. Segundo 51,5% dos entrevistados, a compra de insumos, para
a melhoria na produção, torna-se uma das principais barreiras encontrada pelos pequenos
produtores, por esses não disporem de recursos suficientes para adequação de seus
negócios. No entanto, 48,5% acreditam que as condições para a compra de insumos são
boas, por se tratar de elementos essenciais e de uso obrigatório para o bom desempenho e
qualidade da produção.
A grande maioria dos produtores dos Vales do Curu e Aracatiaçu não encontram
dificuldades para venderem seus produtos, pois quase sempre existem atravessadores que
facilitam o processo. O preocupante é que muitos desses agricultores deixam de receberem
um pouco mais por aquilo que produziram. De acordo com o gráfico 51,2% dos pesquisados
avaliam como positiva a venda de seus produtos e cerca 48,8%, acreditam que a situação
não está tão boa assim e que condições de venda precisa de uma considerável mudança
para que os produtores possam receber justamente pela sua produção.
De acordo com a percepção dos entrevistados, as condições de acesso aos mercados
são de certa forma tranquila, pois 36,4% deste avaliam como regular as condições para se
chegar aos mercados e 34,5% acreditam que as condições de entrada são relativamente
boas. De acordo com as demais pessoas que opinaram, cerca de 15,0% destas, julgam como
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ruim as condições para acessar os mercados, 7,8% consideram péssimas essas condições e
somente 6,3% dos entrevistados acharam ótimas as condições de entrarem nos mercados.
1.6 Acesso a políticas públicas
Grande parte das famílias entrevistadas participa ou já participou de algum programa
do governo, pois boa parte desse Território encontra-se dentro de áreas castigadas pela
seca. Essa característica proporciona um maior investimento de recursos públicos para
tentar amenizar a situação de sofrimento dessa gente. Segundo o gráfico, 92,2% afirmaram
terem participado ou participam de algum programa do governo e somente 7,8% deste,
negaram qualquer participação em programas do governo.
Figura 09 - Participação e percepção das famílias do território sobre os programas de governo.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Os programas sociais juntamente com outras políticas públicas possibilitaram de
certa forma o aumento do poder de compra dessas famílias. De acordo com a percepção de
31,6% dos entrevistados, deles, acreditam que as condições de acesso a esses programas são
mais ou menos fáceis de conseguir, já 29,6% creditam ser complicada a participação nesses
programas. A pesquisa mostra ainda que 21.8% acreditam ser simples a participação nessas
políticas pública e 15,5% dizem serem muito complicadas as condições exigidas para
participarem nesses programas. Aquelas pessoas que optaram por responderem que não
sabiam sobre as condições ou que essas seriam muito simples, representam
respectivamente 1,0% e 0,5% dos entrevistados.
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1.7 Acesso a crédito e assistência técnica
A maioria das famílias percebe que o acesso às políticas de crédito rural ainda são
complicadas. Esta percepção é condicionada por uma série de fatores que vão desde a
burocratização e demora na liberação dos recursos até a falta de conhecimento sobre a
disponibilidade deste serviço. Segundo relato das famílias, as diversas barreiras burocráticas
acabam desestimulando o pequeno produtor rural, pois mesmo cumpridas todas as
exigências, esses ainda tem que aguardar longas datas para aprovação do crédito. Apesar da
disponibilidade de linhas especiais de crédito do Programa Nacional de Apoio a Agricultura
Familiar (PRONAF) - com as menores taxas de juros do mercado, bônus de adimplência,
maiores prazos de carência – as famílias tem dificuldade de acesso a estas políticas. Dos 24
indicadores da pesquisa, as políticas de crédito rural e assistência técnica foram os aspectos
de pior avaliação na percepção dos entrevistados, indicando a necessidade de aprimoração
destes serviços. Em linhas gerais, as famílias desconhecem ou nunca receberam assistência
técnica em seus domicílios. A figura 10 mostra os resultados da percepção dos entrevistados
sobre crédito e assistência técnica.
Figura 10 - Percepção dos entrevistados sobre crédito e assistência técnica no apoio a produção.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Grande parte das secretarias de agricultura dos municípios dos territórios dos Vales
do Curu e Aracatiaçu apresenta deficiências em seu corpo técnico. De acordo com a maioria
dos entrevistados (36,9%) consideram que as condições para receber assistência técnica em
seus domicílios são complicadas e 26,2% acham essas condições mais ou menos, ou seja,
nem simples, nem complicadas. A pesquisa mostra também que 22,8% dessas pessoas
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acreditam que as condições pra se conseguirem assistência técnica são muito complicadas,
13,6% acham simples e somente 0,5% acreditam que as condições são muito simples.
1.8 Presença de instituições que favorecem o desenvolvimento rural
As instituições públicas e organizações da sociedade civil (sindicatos, ONGs,
associações, etc.) têm papéis fundamentais no apoio ao desenvolvimento das áreas rurais do
território, contribuindo com a prestação de serviços de natureza pública (educação, saúde,
assistência técnicas às unidades produtivas), fomentando atividades de geração de renda e
incentivo as manifestações culturais. Neste aspecto as famílias rurais foram questionadas
sobre a atuação destas organizações em suas localidades. A maioria destas avaliou como boa
a atuação destas em sua localidade. No outro extremo, parcela significante dos
entrevistados (20,9%) avalia como péssima esta atuação, indicando insatisfação das famílias
com os serviços de natureza pública. Em linhas gerais, os entrevistados tinham dificuldade
em avaliar esta questão, pois na maioria dos casos, desconheciam que tipos de organizações
e quais os serviços eram prestados em sua localidade. Somente 9,2% das famílias
consideraram ótimas. A figura 11 revela a percepção das famílias sobre a prestação de
serviços de organizações na localidade.
Figura 11 – Avaliação da atuação de entidades na localidade.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 167
Existe em nosso país uma má distribuição de renda, onde a pequena minoria detém
grande parte dos recursos e a grande maioria se contenta com tão pouco. No Território dos
vales do Curu e Aracatiaçu a situação não poderia ser diferente, por estar localizada em uma
área castigada pela seca a situação torna-se ainda mais agravante. De acordo com as famílias
pesquisadas, 48,5% acham a situação de sua renda regular, 19,4% avaliam como boa as suas
situações, 15,0% acreditam ser ruim, 13,1% falaram ser péssima e somente 3,9% disseram
ser ótima a situação de sua renda familiar.
2. CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO 2.1 Renda familiar
O primeiro aspecto abordado na pesquisa como atributo de desenvolvimento foi o
fator renda. Neste item, 48,5% das famílias do território avaliaram que os ganhos em
dinheiro da família são regulares, numa situação mediana. Apenas 19,4% consideram boas
estas condições. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas com foco na geração
de renda meio rural.
Figura 12 – Percepção sobre a situação e as fontes de renda das famílias do território.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
2.2 Produtividade do trabalho
Os resultados da figura 12 mostram a percepção das famílias rurais do território
sobre os resultados alcançados com a produção em relação à mão-de-obra utilizada.
Segundo 41,7% destas famílias a produtividade do trabalho é regular, resultado que pode
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 168
está vinculada ao pequeno tamanho das áreas produtivas (minifúndios), descapitalização e
baixa utilização de técnicas que aumentam a produção agrícola. Figura 13 – Percepção das famílias sobre a produtividade do trabalho.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
2.3 Produtividade da terra
Em relação à produtividade (produção/área) dos domicílios entrevistados, os
resultados da pesquisa evidenciam que 30,6% destes consideram como bom. Já para maioria
das famílias entrevistadas (46,6%), os resultados da produção são regulares. Vale ressaltar
que 99% das famílias entrevistadas exploravam áreas com menos de 04 módulos fiscais
(minifúndios), com solos de baixa produtividade aliados a baixa utilização de técnicas
agrícolas para o aumento da produtividade (conservação e manejo de solos, irrigação,
adubação, etc.). Mesmo diante desta situação, 25,2% das famílias julgam como boa a
produtividade que obtém das atividades agropecuárias – levando em conta a área utilizada.
A figura 13 mostra o gráfico com os diversos graus de percepção dos entrevistados sobre
esta questão.
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│ Relatório analí co │ Página | 169
Figura 14 - Produtividade das áreas utilizada pelas famílias do território
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
2.4 Diversificação da produção agropecuária
Figura 15 - Diversidade da produção das unidades produtivas.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 170
2.5 Diversificação das fontes de renda
Segundo dados da pesquisa a grande maioria das famílias rurais do território ainda
dependem das políticas assistenciais do governo federal (bolsa família). A principais fontes
de renda destas famílias são oriundas do programas de tranferência de renda e produção
agrícola. As condições de baixa oferta de trabalho no meio rural aliado as pequenas
propriedades comprometem a diversidade de fontes de rendas desta famílias. (figura 16).
Figura 16 - Diversidade das fontes de renda das famílias no território
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
As famílias também tiveram a oportunidade de opinar sobre a diversidade das fontes
de renda, entendendo que quanto mais diversas forem as fontes de renda (provenientes de
mais uma pessoa ou trabalho), maior a estabilidade diante das possíveis situações de crise e
imprevistos. Os resultados apontam que 40,8% das famílias do território consideram suas
fontes de ganhos pouco variadas, refletindo a situação de baixa empregabilidade ou falta de
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│ Relatório analí co │ Página | 171
oportunidades de trabalho no meio rural, gerando esta percepção por parte das famílias
entrevistadas. A figura 17 a opinião das famílias do território sobre este aspecto.
Figura 17 – Percepção das famílias sobre a diversidade das fontes de renda.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
2.6 Uso e preservação da água No aspecto de conservação dos recursos naturais a maioria (48,5% - figura 18) das
famílias entrevistadas entende que as fontes hídricas que abastecem seus estabelecimentos
encontram-se em boa situação de preservação. Outras 17% das famílias avaliaram como
ótimas as condições de integridade e segurança deste recurso natural (água). Esta percepção
“boa” sobre conservação das fontes hídricas pode está relacionada com as políticas de
sustentabilidade hídrica no território (cisternas de placa, cisternas calçadão, etc.).
Figura 18 - Conservação dos recursos hídricos
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 172
2.7 Uso e preservação do solo Referente à preservação das áreas produtivas em suas propriedades, grande parte
das famílias (38,3% - figura 19) considera que estas estão em boas condições. Já para mais
da metade das famílias citaram que suas propriedades as respostas variaram entre regular e
péssima. Este fato pode indicar que os processos de degradação das áreas produtivas ainda
é uma constante no meio rural. A maior parte destas famílias não possuem acesso à
tecnologias ou orientação técnica sobre conservação de seus recursos naturais.
Figura 19 - Conservação das áreas de produção.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
2.8 Uso e preservação da vegetação nativa
A figura 20 mostra os resultados da percepção das famílias sobre a conservação das
matas nativas em suas propriedades e no seu entorno. A maior parte destas famílias
(35,44%) percebe como "boa" a situação de preservação/conservação das áreas nativas.
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Figura 19 - Conservação das áreas de vegetação nativa.
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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COMPARAÇÃO ENTRE FAMÍLIAS COM PRODUÇÃO E SEM PRODUÇÃO Numa das etapas da pesquisa sobre as condições de vida as famílias do território -
com produção e sem produção - foram comparadas quanto aos efeitos de desenvolvimento
nos seguintes aspectos: alimentação, saúde, situação da mão de obra familiar, situação
econômica, situação ambiental, participação política e participação cultural). O objetivo
desta comparação era identificar a existência ou não de diferenças na qualidade de vida
entre as famílias com produção e aquelas que não desenvolviam nenhum tipo de atividade
agropecuária. Para todos estes aspectos pesquisados pode-se constatar que não houve
diferenças significativas entre estas duas categorias. Os gráficos abaixo demonstram esta
comparação (figuras 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26).
Figura 20 - Condições de alimentação
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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│ Relatório analí co │ Página | 175
Figura 21 - Condições de saúde
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Figura 22 - Mão de obra familiar fora do domicílio
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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Figura 23 - Situação econômica
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Figura 24 - Situação ambiental
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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Figura 25 - Participação política
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
Figura 26 - Participação cultural
Fonte: SGE – MDA/SDT, 2011.
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CONCLUSÕES ÍNDICE GERAL SOBRE AS CONDIÇÕES DE VIDA DAS FAMÍLIAS DO TERRITÓRIO
Neste aspecto foram considerados somente os dados coletados junto às famílias que
tinham como característica comum a produção em seus domicílios rurais (agricultura
familiar e produção não familiar). As famílias caracterizadas como não produtivas não serão
avaliadas neste aspecto, tão somente quanto aos efeitos do desenvolvimento (3ª instância
da pesquisa). Abaixo segue uma conclusão dos pontos de maior relevância em cada um dos
oito indicadores.
Os dados gerados pelo SGE resumem a situação para cada um indicadores gerais da
pesquisa ICV (figura 27). Numa primeira avaliação percebe-se que o índice geral de
condições de vida percebido pelas famílias do território foi média (0,574), demostrando uma
situação insatisfatória dos aspectos subjetivos sobre qualidade de vida. Diante da grande
dívida histórica que a sociedade tem para com os camponeses, podemos considerar uma
situação mais próxima de satisfação quando o índice atingir o patamar de 0,7. Analisando as
três dimensões abordadas na pesquisa pode-se perceber que os fatores e características de
desenvolvimento foram os elementos que tiveram menor contribuição na formação do
índice geral, demonstrando a situação de exclusão social e econômica que ainda vive
população rural do território e precariedade de serviços públicos básicos (acesso a terra,
educação, moradia, crédito, etc.).
Por outro lado, os efeitos do desenvolvimento (situação real em vivem os
entrevistados) teve o resultado de médio alto (0,669), apresentando como o elemento mais
próximo do grau de satisfação (0,7) na qualidade de vida das famílias do território. Este
resultado demostra que mesmo na ausência ou baixa eficiência do Estado com políticas
públicas básicas (educação, saúde, moradia, etc.), as famílias consideram boa sua situação
de vida nas questões sobre alimentação, aumento da renda, melhoria das condições
ambientais e participação. Estes resultados apontam para uma maior autonomia das famílias
em garantir uma melhor condição de vida para seus membros, mesmo diante da
ausência/ineficiência de políticas públicas para o meio rural. Estes dados ajudam na reflexão
de políticas públicas a partir da percepção dos beneficiários, servindo como orientador para
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│ Relatório analí co │ Página | 179
os gestores públicos na qualificação e ampliação de suas ações e programas de
desenvolvimento rural.
Figura 27 - Indicadores gerais do ICV no território.
Fonte: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu.
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1. FATORES DE DESENVOLVIMENTO
Figura 28 – Indicadores dos fatores de desenvolvimento
Fonte: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu.
1.1 Mão de obra familiar em atividade dentro ou fora da unidade
A maioria dos estabelecimentos rurais do território possui sua composição familiar
formada por mais de cinco membros. Estes desempenham atividades no próprio domicílio.
Este indicador revelou que a mão de obra utilizada nos domicílios rurais é oriunda das
próprias famílias, e que a quantidade de membros que trabalham é suficiente no
atendimento da demanda de trabalho nas propriedades – sem necessidade de contratação
de mão de obra.
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│ Relatório analí co │ Página | 181
1.2 Área da unidade de produção familiar
Caracterizam-se como pequenas unidades de produção (áreas produtivas com
tamanho inferior a quatro módulos fiscais) em 99% dos domicílios pesquisados. Os
processos de gestão/administração da propriedade são realizados pelos próprios membros
da unidade familiar, assim como, as atividades propriamente ditas.
1.3 Escolaridade
Quanto à escolaridade as famílias do território, a maioria percebe que as condições
de escolaridade estão boas, apesar de grande parte dos adultos serem analfabetos ou não
chegaram a concluir o ensino fundamental. Os resultados indicam que o grau de satisfação
das famílias está relacionado com a situação em que as crianças e adolescentes em idade
escolar estão matriculados e frequentam a escola. Mesmo diante das dificuldades e
precariedade das escolas no meio rural, há uma percepção positiva das famílias sobre este
serviço. A escolaridade das famílias foi o segundo melhor indicador avaliado pelas famílias,
demonstrando que estas possuem acesso à educação, seja na área urbana ou nas
comunidades rurais. Convém observar que os entrevistados - geralmente o pai ou a mãe -
avaliam a melhoria de condições de acesso á escola comparada a sua situação remota.
Assim, estes consideram que seus filhos atualmente têm mais condições de acesso as
escolas em comparação às gerações passadas. Pode-se observar que esta comparação serviu
como base dos entrevistados, considerando que as atuais gerações possuem mais
oportunidades de acesso à educação formal.
1.4 Condições da moradia
No tocante as condições de moradia, percebe-se que a maioria das famílias avaliaram
estas suas condições como satisfatórias. Mesmo diante de residências com infraestrutura
precária, as respostas dos moradores sugerem que suas avaliações subjetivas não estão
relacionadas somente a infraestrutura física, e sim, em outros elementos subjetivos, tais
como o sentimento de segurança e de identidade/pertencimento ao local. Durante as
entrevistas foram constatadas situações de extrema pobreza, e mesmo diante desta
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│ Relatório analí co │ Página | 182
situação estas famílias entendiam que suas moradias atendem suas expectativas. Esta
percepção positiva pode está relacionada com a melhoria e acesso destas famílias aos
serviços de energia elétrica e abastecimento de água - já presente na grande maioria das
moradias. O acesso a estes serviços desdobram num maior estímulo para aquisição de itens
para sua moradia (eletrodomésticos, eletrônicos, etc.) contribuindo no aumento da
autoestima destas famílias e melhoria da qualidade de vida. Esse foi o indicador com melhor
avaliação pelas famílias do território, o que pode demonstrar a satisfação das famílias em
seus ambientes de moradia.
1.5 Acesso a mercados
Grosso modo, a maioria das famílias entrevistadas, considera que as condições de
venda de produtos, assim como, meios de acesso ao mercado - tanto na compra como
venda - são boas. Foi verificado ainda que a maior parte das famílias do território não possui
estratégias nos processos de comercialização de seus produtos, tendo como agente desse
processo os atravessadores/intermediadores. Assim, as famílias avaliam que a presença de
atravessadores como única opção para venda de seus produtos.
Os programas institucionais de compra da produção familiar (PAA, PNAE) foram
identificados em todos os municípios do território – através de secretarias de agricultura
e/ou Ematerce – sendo um meio alternativo de comercialização de seus produtos.
1.6 Acesso a políticas públicas
A grande maioria das famílias do território participa ou já participou dos programas
de governo. Boa parte das famílias considera complicado o acesso às políticas públicas. Este
indicador ficou abaixo de 0,5 sugerindo que os programas de governo não satisfazem as
expectativas das famílias do território.
1.7 Acesso a crédito e assistência técnica
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│ Relatório analí co │ Página | 183
Foi o indicador mais baixo na avaliação das famílias do território, indicando a
insatisfação da população do território com os serviços de assistência técnica em suas
unidades produtivas. O acesso ao crédito foi o segundo pior indicador nos fatores de
desenvolvimento. Assim, assistência técnica e acesso a crédito são políticas de fomento ao
desenvolvimento rural que necessitam ser ampliadas e consolidadas no território.
1.8 Presença de instituições que favorecem o desenvolvimento rural
A presença de instituições e desenvolvimento rural nas localidades não foi percebida
pela maioria das famílias entrevistadas. Este fato sugere que as comunidades rurais
percebem um distanciamento entre estas instituições da realidade vivenciada no campo.
2. CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO
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│ Relatório analí co │ Página | 184
Figura 29 – Indicadores das características de desenvolvimento
Fonte: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu.
2.1 Renda familiar
Este indicador ficou abaixo da média geral, demostrando que há uma insatisfação da
maioria das famílias com sua situação de renda. Este indicador está relacionado com o
indicador 12 que revela a baixa diversificação das fontes de renda das famílias do território.
Relaciona-se ainda com as poucas oportunidades de trabalho no meio rural, ficando a renda
restrita aos bons períodos de colheita na agricultura de sequeiro (período chuvoso restrito
as culturas anuais – feijão, milho, mandioca, etc.), aos benefícios assistenciais do governo
federal e estadual (bolsa família, seguro safra, etc.). Vale destacar que este foi o pior
indicador dentro daqueles que compõem a dimensão que versa sobre as características do
desenvolvimento, demostrando a urgência da intervenção estatal em questões de geração
de emprego e renda do meio rural. O baixo índice deste indicador aponta para formulação
de políticas públicas que tenha como escopo o apoio aos mecanismos de geração de
oportunidades de trabalho nos meios rurais.
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│ Relatório analí co │ Página | 185
2.2 Produtividade do trabalho
Os aspectos relacionados a produtividade do trabalho indicaram que as famílias
demonstraram satisfação média em relação a quantidade e as condições de trabalho dos
membros da família na propriedade.
2.3 Produtividade da terra
Neste aspecto a maior parte das famílias (46,6%) do território percebem que a
produtividade de suas unidades produtivas encontras-se em situação regular. Em quase a
totalidade (99%) das famílias visitadas na pesquisa possuem propriedades que se
caracterizam como minifúndios (áreas menores de quatro módulos fiscais) e utilizam a
própria mão de obra familiar na execução das atividades de exploração destas áreas. Em
30,6% das famílias entrevistas consideraram como boa a produtividades em suas
propriedades.
2.4 Diversificação da produção agropecuária
Para maior parte das famílias do território (43,7%) percebem que a diversidade das
atividades em suas unidades produtivas é boa, indicando que apesar das dificuldades
encontradas na manutenção das atividades agropecuárias em suas propriedades, estes
demonstram uma relativa satisfação na variedade de atividades desenvolvidas.
2.5 Diversificação das fontes de renda
Constatou-se que ainda são poucas as alternativas de geração de renda disponíveis
para as famílias do território. Este indicador revelou-se um dos mais baixos, demonstrando a
dificuldade famílias e a dependência delas dos programas assistências do governo.
2.6 Uso e preservação da água
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│ Relatório analí co │ Página | 186
A conservação dos recursos hídricos foi o melhor indicador da dimensão sobre
características do desenvolvimento, sendo o mais próximo do satisfatório. Este aspecto
relaciona-se com o aumento da disponibilidade e acesso a água nos municípios do território
a partir de políticas públicas de saneamento e abastecimento de água no meio rural -
programas e estratégias de armazenamento de água (cisternas de placa, cisternas calçadão,
etc.), construção grandes reservatórios públicos. Este aspecto tem significativa importância
para região que historicamente sofre com as condições de escassez de agua nos períodos de
seca. Este indicador aponta para um avanço significativo no cumprimento do direito básico
de acesso a água em quantidade e qualidade suficiente. Aliado as ações governamentais de
acesso à água, percebe-se uma maior articulação da sociedade civil através dos comitês
regionais de bacias hidrográficas presentes no território. No território atuam dois comitês de
bacia – Curu e Acaraú – onde todos os municípios do território possuem assento. Nestes
espaços colegiados, os poderes públicos e representantes de organizações da sociedade civil
discutem e propõem estratégias de uso e conservação dos recursos hídricos.
2.7 Uso e preservação do solo
Em linhas gerais as famílias percebem que a utilização e a preservação dos solos em
seus domicílios são boas. Apesar da grande maioria dos agricultores não disporem de terras
férteis, percebe-se que o sentimento de satisfação das famílias está relacionado ao
pertencimento e identidade com o local.
2.8 Uso e preservação da vegetação nativa
Este indicador ficou acima da média geral, o que pode indicar uma maior
sensibilização da população do território sobre a importância da manutenção e preservação
dos recursos naturais.
3. EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 187
Este foi o elemento de maior contribuição do indicador geral sobre as condições de
vida da população do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu. Para efeito de análise
comparativa, creditamos o valor 0,7 como uma situação hipotética de satisfação das famílias
em relação a sua qualidade de vida. Desta forma, percebe-se que apenas a situação em que
os membros das famílias permanecem no domicílio alcançou o patamar de satisfação
(0,827), indicando uma possível diminuição do êxodo rural no território. Segue uma síntese
para cada um dos indicadores.
Figura 30 – Indicadores de efeitos de desenvolvimento
Fonte: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu.
3.1 Condições de alimentação da família
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│ Relatório analí co │ Página | 188
Este foi o terceiro pior indicador dos efeitos de desenvolvimento no território. Esta
realidade sugere que muitas famílias do meio rural permanecem sem acesso as condições
básicas de alimentação nos aspectos quantitativos e qualitativos.
3.2 Condições de saúde da família
Caracterizou-se como o segundo pior indicador dos efeitos de desenvolvimento.
Pode-se inferir que este resultado é reflexo da precariedade de políticas de saúde no meio
rural.
3.3 Permanência dos membros da família da unidade de produção
Este foi o melhor indicador dos efeitos do Desenvolvimento no território. Este fato
pode indicar uma diminuição dos movimentos de migração do campo para os grandes
centros urbanos.
3.4 Mudanças na situação econômica da família
Os aspectos econômicos se caracterizam pela baixa oferta de serviços no meio rural e
a maior parte da renda das famílias tem origem na produção e dos programas assistências
do governo.
3.5 Mudanças na situação ambiental da unidade
Apesar de o público pesquisado residir num território em que se identificam diversos
problemas ambientais (áreas em processos de desertificação, queimadas, desmatamento,
assoreamento de recursos hídricos, etc.) estes consideram que nos últimos anos há uma
maior sensibilização da população em torno desta questão – fortalecida pela mídia – e
respectiva melhoria das condições ambientais no entorno de seu estabelecimento ou
localidade. Este foi o pior indicador apontado pela pesquisa no tocante aos efeitos do
desenvolvimento. Para uma grande parte das famílias a percepção é que os recursos
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│ Relatório analí co │ Página | 189
naturais têm sofrido um processo de intensificação da degradação dos recursos naturais ao
longo do tempo.
3.6 Participação social
Dentro da concepção sobre o que vem a ser participação social, as famílias avaliaram
como “boa” a participação social no meio e que vivem. A participação social destas famílias
está relacionada ao envolvimento em eventos religiosos e festas tradicionais em sua
localidade e seu entorno.
3.7 Participação política
Em relação à participação política, a maioria das famílias percebe esta como sendo
boa ou ótima. Sobre isso, as respostas dos entrevistados mostraram que as famílias avaliam
sua participação política satisfatória. Grosso modo, percebe-se que as famílias entendem
que uma boa participação política está relacionada com sua participação dos processos de
eleição municipal, estadual e federal, gerando um sentimento e entendimento do
cumprimento de sua obrigação cívica. Foram poucas as famílias que ampliaram o conceito
de participação política para além dos processos eleitorais, tais como: participação em
conselhos e sindicatos, das decisões em sua comunidade através das associações, etc.
3.8 Participação cultural
As famílias do território avaliaram sua participação cultural como satisfatória. A
maioria das famílias entende que a sua participação nos eventos da comunidade
(festividades religiosas, festas dançantes, reisados, “farinhadas”, etc.) por si já são elementos
que demonstram o seu efetivo envolvimento dos aspectos culturais em suas localidades.
Percebe-se que nas comunidades rurais um enfraquecimento na manutenção e valorização
dos aspectos culturais locais, com dificuldades em perpetuar estes elementos com as novas
gerações.
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7 - Análise integradora de indicadores e
contexto
ANÁLISE INTEGRADORA DAS PESQUISAS
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│ Relatório analí co │ Página | 191
A partir da conclusão do primeiro ciclo de pesquisas da CAI Vales do Curu e
Aracatiaçu (2010/2011) pode-se identificar uma enorme variedade de informações sobre o
desenvolvimento e construção do território, assim como, os aspectos positivos e
dificuldades no avanço de uma Política de Desenvolvimento Territorial Sustentável. Nessa
etapa do documento, desenvolveremos uma avaliação sistemática a partir das cinco
primeiras pesquisas realizadas no Território dos Vales do Curu e Aracatiaçu, destacando os
principais aspectos e características da gestão territorial - desde a formação e dinâmica do
colegiado territorial e seu respectivo controle e comprometimento com a Política de
Desenvolvimento Territorial.
1. Identidade x Gestão do colegiado
No aspecto da formação da identidade no território os resultados indicam que a
Agricultura Familiar é o principal elemento de coesão social entre os participantes do
colegiado territorial. Este aspecto é reforçado ao se analisar que a grande maioria das
organizações (poder público e sociedade civil) do colegiado territorial é formada por
entidades que trabalham direta ou indiretamente na defesa e apoio ao público enquadrado
no conceito de Agricultura Familiar. Neste aspecto observa-se um grande envolvimento dos
movimentos sociais – podendo citar a atuação STTRs e ONGs que têm neste público seu
principal foco de ação.
Percebe-se ainda que o segmento Agricultura Familiar no Território também tem sido
o principal público beneficiado com as políticas de Desenvolvimento Rural desenvolvidas
pelas entidades que representam o poder público municipal, estadual e federal - através das
secretárias de agricultura e similares; Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do
Ceará (SDA) e Empresa de assistência técnica e extensão rural do Ceará (Ematerce); e
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Assim observa-se que o segmento da
Agricultura Familiar relaciona-se diretamente com a gestão territorial por ser o principal
público alvo da Política de Desenvolvimento Territorial, onde há um consenso no colegiado
territorial no sentido de que a políticas públicas alocadas no território devem ter como
prioridade ações de fortalecimento da Agricultura Familiar.
Outro aspecto que pode comprovar esta identidade é o fato de todos os projetos de
investimento executados no território atendem o público da Agricultura Familiar,
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 192
contemplando grupos organizados em entidades com caráter associativo. Todos estes fatos
reforçam a identidade territorial tendo como principal elemento este público. Tanto
organizações da sociedade civil como do poder público concordam que agricultura familiar é
o principal elemento motivador das discussões no território, gerando as propostas de
projeto para o fortalecimento social e econômico das comunidades do território. A
agricultura familiar é um dos critérios obrigatórios para aprovação dos projetos junto à
plenária territorial, demonstrando a interdependência existente entre o principal elemento
da identidade (agricultura familiar) e a gestão de projetos. A plenária possui autonomia para
definir – respeitando as diretrizes gerais da política territorial – quais projetos e cadeias
produtivas serão contempladas no território, tendo como critério comum em todos os
projetos aprovados a caracterização do público beneficiado ser obrigatoriamente grupos
organizados de agricultores/as de base familiar.
2. Gestão do colegiado x Avaliação de projetos
No tocante a gestão do colegiado observou-se deficiências que vão desde a definição
das entidades sócias do colegiado territorial até a formação de suas respectivas instâncias
que exerça o controle/monitoramento e avaliação dos projetos no território. Percebe-se o
baixo controle social e acompanhamento das instâncias territoriais nas fases de implantação
dos projetos. A falta de um núcleo técnico para o apoio na elaboração e análise das
propostas técnicas compromete a boa gestão dos projetos alocados no território, assim
como o alcance das metas e objetivos propostos pela política territorial. Assim, percebe-se
que a deficiência na gestão do colegiado compromete a eficiência e eficácia dos resultados
projetos de investimento. Nota-se ainda a ausência de acompanhamento pelas instâncias
colegiadas da situação dos empreendimentos apoiados quanto aos resultados e impactos
sobre as comunidades atendidas. Outro aspecto percebido e citado por muitos membros
que compõem o núcleo dirigente do colegiado territorial (CDT) é a dificuldade de o conselho
territorial prover recursos financeiros para manutenção da própria entidade e animação dos
eventos (plenárias, reuniões dos comitês temáticos, etc.). Esta realidade compromete a
gestão territorial em todas suas instâncias, enfraquecendo a dinâmica territorial.
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8 - Propostas de ação para o Território
PROPOSTAS E RECOMENDAÇÕES
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Com a conclusão do primeiro ciclo de pesquisas no território dos Vales do Curu e
Aracatiaçu (2010/2011) a célula de pesquisa disponibiliza para todos os agentes territoriais
(poder público e sociedade civil) um conjunto de informações que podem auxiliar na
avaliação dos impactos efetivos das políticas públicas - com viés no Desenvolvimento
Territorial Sustentável – junto aos seus respectivos beneficiários. Com objetivo de contribuir
no processo de aperfeiçoamento destas políticas públicas, a CAI Vales do Curu e Aracatiaçu,
sob a coordenação do Departamento de Economia Agrícola da Universidade Federal do
Ceará identificou alguns pontos críticos – a partir dos resultados das pesquisas e do
acompanhamento da dinâmica territorial – que dificultam a boa gestão dos projetos e o
efetivo controle social das políticas públicas alocadas no território.
A partir da avaliação dos resultados das pesquisas cumpre destacar alguns pontos
que consideramos de grande valia para melhoria da qualidade de vida das famílias do
território dos Vales do Curu e Aracatiaçu. As propostas são apresentadas nos seguintes eixos
estratégicos: fortalecimento da gestão territorial e projetos de investimento.
Fortalecimento da gestão territorial
1. Consolidar e fortalecer as instâncias do colegiado territorial (núcleo dirigente, comitês
temáticos e núcleo técnico) com foco na discussão e priorização dos projetos estratégicos
para o território definidos em seus instrumentos de planejamento (diagnósticos, planos
de cadeias produtivas, PTDRS, etc.);
2. Articulação do colegiado territorial com instâncias/representações do poder público
municipal e estadual com foco na integração de políticas públicas para o desenvolvimento
territorial;
3. Construir mecanismos de operacionalização e acompanhamento das ações propostas no
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável – PTDRS.
Projetos de investimento
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│ Relatório analí co │ Página | 195
1. Avaliar a situação dos projetos implantados no território (2003-2010) com a finalidade de
identificar os principais aspectos que comprometem a sustentabilidade dos projetos;
2. Criar estratégias de monitoramento e avaliação dos projetos implantados no território;
3. Elaborar propostas de projetos a partir de estudos e/ou avaliação técnica e social da
viabilidade e sustentabilidade dos projetos apoiados no território, evitando o desperdício
de recursos públicos, aumentando assim a eficiência e eficácia das políticas públicas para
o território;
4. Aprovar projetos a partir de critérios objetivos, tais como: identificando a capacidade de
gestão dos empreendimentos; existência de lideranças comprometidas; e capacidade
empreendedora dos beneficiários.
5. Celeridade e eficiência na aprovação e execução dos projetos de investimento,
minimizando as etapas (trâmites) burocráticas na operacionalização dos projetos
(PROINF).
6. Criar mecanismos de participação dos beneficiários nas fases dos projetos (concepção,
diagnóstico, definição de beneficiários, elaboração, execução, acompanhamento e
avaliação).
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ANEXOS
Anexo 1 - Validação dos instrumentos de pesquisa
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│ Relatório analí co │ Página | 197
Obs.: Todos os questionários das pesquisas (Q1, Q2, Q3, Q4 e Q5) foram aplicados com o
acompanhamento e orientação dos técnicos da CAI Vales do Curu e Aracatiaçu - com base
nas orientações da SDT e os respectivos manuais de cada pesquisa. Acreditamos que a
adoção deste método - entrevista estruturada a partir dos formulários – gerou maior
credibilidade a pesquisa. Não optamos pelo método de aplicação de questionário em
grupo/plenária. Valorizando as entrevistas individuais por acreditar que este método possuir
um maior controle e seriedade nas respostas, possibilitando ainda o esclarecimento dos
entrevistados acerca de possíveis dúvidas das questões abordadas pelos instrumentos de
pesquisa.
Segue abaixo as considerações da CAI Vales do Curu e Aracatiaçu sobre os questionários do
primeiro ciclo de pesquisas realizadas no território (2010/2011).
Pesquisa Q1 - CAPACIDADES INSTITUCIONAIS
Nas questões que continham a opção "outro" foram nominadas no papel/questionário,
porém não apareceram depois de tabulado no SGE.
Questionário de aplicação rápida e sem grandes dificuldades de compreensão dos
entrevistados.
Q1_P8: Quais Conselhos e/ou Consórcios Público estão atuando no Município?
No SGE não apareceram informações dos "outros" conselhos existentes no município;
Q1_P10: Quais segmentos sociais realizam ações de apoio às áreas rurais do município?
No SGE não apareceram informações dos "outros" segmentos sociais existentes no
município;
Q1_P11: Os investimentos municipais de estímulo ao desenvolvimento são orientados por
cadeias produtivas?
Faltou à opção "não sabe". Seria interessante o entrevistado mencionar em qual
instrumento se comprova que estes investimentos são realmente orientados por cadeia
produtiva. O entrevistado não tendo convicção da existência ou não pode fornecer uma
informação falsa para pesquisa.
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│ Relatório analí co │ Página | 198
Q1_P12: Existem acordos de venda da produção entre os produtores do município e
organizações para comercialização?
Faltou a opção/espaço para o entrevistado citar os programas ou organização que atuam
nestes acordos. (PAA, PNAE, Base de serviços, etc).
Q1_P13: Quantas instituições de prestação de serviços tecnológicos (para apoio e melhoria
das atividades produtivas) existem no município?
Seria interessante, se possível, um espaço para o entrevistado citar os nomes destas
instituições (poder público x organizações da sociedade civil).
Q1_P16: A prefeitura possui cadastro de imóveis rurais?
Faltou à opção "não sabe". Caso a resposta fosse afirmativa, poderia ser feita a seguinte
pergunta: As informações são disponíveis em que meio\qual a sua utilização pela
administração?
Q1_P18: Existem mapas das áreas degradadas e de risco de degradação no município?
Faltou à opção "não sabe". Qual a utilização destes mapas?
Q1_P20: Quantos protestos ou manifestações sociais ocorreram durante o último ano?
Estes protestos estavam relacionados ao meio rural (ocupação de terras, passeatas, etc.) ou
zona urbana (greve, sem teto, etc.).
Q1_P21: Indique as estruturas existentes para as atividades culturais no município:
Faltou à opção não existe. Os "outros" citados por extenso não estão disponíveis no SGE.
Q1_P22: O município possui Secretaria de Desenvolvimento Rural, ou similar?
Poderia ampliar esta pergunta na identificação das secretarias existentes no município.
Assim como foi para os tipos de conselhos.
Q1_P23: A Secretaria de Desenvolvimento Rural, ou similar, possui quadro de técnicos
permanente?
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│ Relatório analí co │ Página | 199
Nesta pergunta deveria ter ficado mais claro se estes técnicos eram servidores públicos
efetivos (concursados) ou se eram servidores temporários (contratados).
Q1_P27: Há neste município Secretaria Municipal de Planejamento?
Complemento da pergunta: ...ou que exerça função similar. Poderia formular uma única
pergunta sobre as secretarias existentes nos municípios.
Pesquisa Q2 - IDENTIDADE TERRITORIAL
Devido às perguntas possuírem caráter subjetivo, este foi o questionário com maior
dificuldade de compreensão por parte dos entrevistados. Como mudavam somente as
perguntas do “cabeçário” (os itens das "bolinhas" eram os mesmos) havia uma tendência de
marcar os mesmos itens (na mesma intensidade), principalmente aqueles entrevistados que
possuíam menor capacidade de subjetividade ou baixo conhecimento sobre o território;
Necessidade de definição com idéias chave ou exemplos de cada um dos itens a marcar
(p.e.: processos de colonização = reforma agrária, ocupação de terras, colonos, etc.).
Q2_P9: Na gestão do território, como é avaliada a participação das seguintes instituições:
Neste item, ouve duplo sentido na interpretação: i) avaliar a participação das organizações
ambientais; ou ii) avaliar qual a importância da participação das organizacionais ambientais
na gestão do território (independente de estas estarem ou não participando do colegiado).
Proposta: durante os encontros nacionais das CAIs, reservar um dia específico para
esclarecimento dos itens do formulários das próximas pesquisas.
Q2_P10: Quanto a visão de futuro do território, como você avalia a importância dos
seguintes aspectos:
Poderia ser mais objetivo nesta pergunta. Da seguinte forma: Numa visão de futuro para o
território, qual a importância dos recursos naturais; agricultura familiar... etc.
Q2_P11: Na definição das metas e objetivos de desenvolvimento propostos pelo território,
qual a importância dos seguintes aspectos:
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│ Relatório analí co │ Página | 200
Outra opção de texto, tornando mais claro para os entrevistados: Para o planejamento
(metas e objetivos) territorial qual a importância dos recursos naturais; agricultura familiar...
etc.
Q2_P13: Que importância tem tido cada um dos seguintes aspectos na história comum do
território:
Outra opção de texto: Na história comum do território, qual foi a importância dos recursos
naturais; da agricultura familiar...etc.
Q2_P14: Que importância tem os seguintes aspectos, nos principais conflitos existentes no
território:
Esta foi a pergunta de maior dificuldade de entendimento e também para esclarecer os
entrevistados. Sugestão: Para cada item citar exemplos práticos (processos de
colonização=ocupação de terras).
Pesquisa Q3 – ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO DOS COLEGIADOS TERRITORIAIS
Este foi o questionário com menor dificuldade para os entrevistados e também o que levou
menor tempo de aplicação;
Nas questões que constavam opções do item "outro" não apareciam nos formulários
tabulados no SGE.
Q3_P9: Existe um assessor técnico que apoie permanentemente a gestão do Colegiado?
Não há necessidade da opção "não se aplica". Não entendi a diferença entre "não" e "não se
aplica".
Q3_P13: Você sabe qual a data de constituição do Colegiado?
Não percebi a diferença entre as opções ( ) Não ( ) Não sabe ( ) Não se aplica.
Não deveria ser somente as opções "sim" e "não"?
Q3_P16: Como é avaliada a capacidade de decisão de cada um dos seguintes membros do
colegiado?
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│ Relatório analí co │ Página | 201
"Representantes dos agricultores familiares" se confundem com "Representantes de
associações e sindicatos". Especificar ou esclarecer que tipo de sindicato (rural, servidores,
etc.) e associações (de agricultores, de técnicos agrícolas, etc.).
Q3_P18: Indique o ano de constituição do Colegiado?
Faltou a opção "não sabe" (no nosso caso, grande parte dos entrevistados não sabiam).
Q3_P19: Com que frequência cada um dos seguintes temas são tratados no Colegiado?
A opção "Nunca é tratado - 1" confunde-se com a opção "não se aplica". Por exemplo: se o
tema saúde nunca é tratado poderia ser respondido das duas formas: não se aplica e nunca
é tratado.
Acrescentar turismo na opção "lazer" = lazer e turismo ou lazer/turismo.
Q3_P22: Foi elaborado algum documento que contenha uma visão de longo prazo do
território (visão de futuro)?
A opção "não se aplica" não tem utilidade como opção de resposta. Para esta pergunta,
entendo haver somente 3 possibilidades de resposta (sim, não e não sabe).
Pesquisa Q4 - ÍNDICE DE CONDIÇÕES DE VIDA (ICV)
Pesquisa com nível médio de interpretação e entendimento das famílias do território. Vinte
minutos foi o tempo médio para realização da entrevista com formulário "cheio" (pesquisa
em domicílios com produção). Nos casos "sem produção" o tempo médio foi de oito
minutos;
Nos setores onde deveriam aplicar os questionários para dois grupos (AF e demais) gerava
uma "falta de espontaneidade/aleatoriedade" e desperdício de tempo em campo - na
procura de residências que se enquadram no grupo restante. Por exemplo: finalizados a
aplicação da pesquisa para AF, teríamos que sair abordando de "casa em casa" os que se
caracterizavam no grupo dos "demais". Ao abordar a família, convidar para entrevista,
fazíamos as primeiras perguntas e só depois de 10 minutos era que saberíamos se a
entrevista iria prosseguir ou não - caso respondesse que tinha produção, automaticamente
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│ Relatório analí co │ Página | 202
teria que encerrar a pesquisa, o que gerava certo constrangimento entre entrevistador e
entrevistado, pois muitos entrevistados se sentiam orgulhosos em estar participando de
uma pesquisa para o governo federal.
q4_p16: vii) Você tem alguma produção* no seu domicílio ou estabelecimento?
A pesquisa foi realizada no período não chuvoso, sem produção - pois na maioria dos
domicílios se caracterizavam pela agricultura de sequeiro/anual. Desta forma, surgiram duas
situações: agricultores que responderam que não tinha produção atualmente, pois ainda
estava no período de chuva. Outros responderam ter produção, ou seja, independente do
tempo (com inverno ou sem inverno) estes consideram que possuem produção.
q4_p17: Responda: x) A renda da família vem da principalmente dessa produção?
As respostas foram ponderadas da seguinte forma: quando se tem um bom inverno (chuva
em quantidade, em frequência e no tempo certo), a principal fonte de renda vem da
produção, resultados da boa safra. Caso contrário, a produção não será a principal fonte de
renda. Questão: O mesmo produtor (com menos de 4 módulos fiscais, sem empregados,
gestão e trabalho na propriedade realizado pela família) que teve safra em um ano se
caracterizou como Agricultor familiar, caso no próximo ano ocorra uma seca e sua principal
fonte de renda não venha da produção, este não será mais agricultor familiar? Esta situação
descrita foi muito comum em nosso território.
q4_p17: Responda: xii) Tem até dois empregados permanentes?
Gerou certa confusão de interpretação. Sugestão: Tem mais de dois empregados
permanentes?
q4_p30: 5) Na sua opinião, as condições de acesso aos mercados são...
Esclarecer, dar exemplos do que se entende por "condições de acesso".
Nas questões que expressavam a percepção nos graus de muito simples, simples, regular,
complicado e muito complicado foram utilizados termos de maior familiaridade dos
entrevistados: muito fácil, fácil, mais ou menos, difícil e muito difícil.
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│ Relatório analí co │ Página | 203
As questões abaixo também poderiam ser utilizadas para avaliação da qualidade de vida
das famílias sem produção (estas só responderam as questões a partir da terceira
instância)
Primeira instância:
q4_p20: 1.1) Na sua opinião, em relação à quantidade de pessoas de sua família que está
trabalhando* a situação está...
q4_p21: 1.2) Em relação às características da mão de obra da família que está trabalhando,
acha que a situação está...
q4_p23:3.a) Todos os membros da família maiores de 15 anos são alfabetizados?
3.b) Todos os adultos completaram o ensino fundamental (Primeiro Grau)?
q4_p24: 3.c) Todas as crianças e adolescentes em idade escolar estão matriculados e
frequentam regularmente a escola?
q4_p25: 3) Sobre a escolaridade dos membros da família, você acha que a situação está...
q4_p26: 4.a) A casa da família tem...
q4_p27: 4) O que você acha das condições de moradia da família?
Segunda instância
q4_p31: 6.a) A família participa ou já participou de algum programa do Governo?
q4_p40: A renda ou os gastos em dinheiro de sua família vêm de...
q4_p41: 13) As fontes de renda ou ganhos em dinheiros em sua família são...
q4_p42: 14) A conservação da(s) fonte(s) de água que abastece(m) seu estabelecimento
está(ão)...
q4_p44: 16) A preservação da vegetação nativa, em seu estabelecimento está...
q4_p32: 6) Sobre os programas do Governo, acha que as condições para conseguir participar
são:
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│ Relatório analí co │ Página | 204
q4_p33: 7.1) Sobre as condições para ter crédito/financiamento para a sua produção, acha
que são...
q4_p35: 8) Como avalia a atuação de instituições e organizações em sua localidade?
Pesquisa Q5 - AVALIAÇÃO DOS PROJETOS DE INVESTIMENTO
Questionário objetivo e de fácil compreensão pelos entrevistados. Em média, a aplicação
durou 40 minutos/questionário.
Q5_P18: Qual critério foi utilizado para definir a abrangência do projeto dentro do
território?
Esclarecer, citar exemplos ( ) Político/Administrativo(?)
Em termos gerais, não houve dificuldades de compreensão na aplicação e interpretação das
questões;
Em alguns casos, foram aplicados mais de um questionário (de projetos diferentes) a mesma
pessoa.
Exemplo: O município de Umirim foi contemplado com cinco projetos de investimento. O
representante da entidade executora (prefeitura municipal) teve que avaliar os cinco
projetos do município, ou seja, respondeu cinco questionários, um para cada projeto.
Anexo 2 - Registro fotográfico das entrevistas da pesquisa ICV
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│ Relatório analí co │ Página | 205
Município: Amontada/distrito de mosquito
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Irauçuba/distrito de Juá
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│ Relatório analí co │ Página | 206
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Itapipoca
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│ Relatório analí co │ Página | 207
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Itapipoca/distrito de Bela Vista
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│ Relatório analí co │ Página | 208
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Itarema
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│ Relatório analí co │ Página | 209
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Trairi/distrito de Canaan
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│ Relatório analí co │ Página | 210
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Tejuçuoca
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│ Relatório analí co │ Página | 211
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Umirim
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 212
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Paracuru/distrito de Jardim
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│ Relatório analí co │ Página | 213
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Município: Pentecoste/distrito de Matias
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│ Relatório analí co │ Página | 214
Amostra: 27 domicílios pesquisados
Fotos: SGE/CAI Vales do Curu e Aracatiaçu
Anexo 3 - Distribuição dos setores censitários da pesquisa ICV
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│ Relatório analí co │ Página | 215
Figura 01 - Distribuição dos setores censitários da pesquisa ICV no território.
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 02 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Irauçuba/CE.
Território Vales do Curu e Aracatiaçu
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 216
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 03 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Itarema/CE.
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 217
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 04 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Itapipoca/CE.
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│ Relatório analí co │ Página | 218
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 05 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Itapipoca/CE.
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 219
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 06 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Amontada/CE.
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│ Relatório analí co │ Página | 220
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 07 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Trairi/CE.
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│ Relatório analí co │ Página | 221
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 08 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Tejuçuoca/CE.
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│ Relatório analí co │ Página | 222
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 09 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Tejuçuoca/CE.
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│ Relatório analí co │ Página | 223
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 10 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Umirim/CE.
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│ Relatório analí co │ Página | 224
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Figura 11 – distribuição dos domicílios entrevistados no município de Paracuru/CE.
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│ Relatório analí co │ Página | 225
Fonte: IPECE (adaptado); CAI Vales do Curu e Aracatiaçu; SGE/SDT/MDA.
Anexo 4 - Situação dos projetos de investimento no território dos Vales do Curu e
Aracatiaçu
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│ Relatório analí co │ Página | 226
MUNICÍPIO DE APUIARÉS
Situação: Funcionando
Objetivo/meta: Aquisição de veículos utilitários e equipamentos de informática
Valor total: R$ 51.663,54
Observações: Foi o único projeto contemplado no município. Porém, os veículos e
equipamentos de informática estão sob a gestão do CETRA (ONG com sede em Itapipoca e
atuação no território).
Registro fotográfico: sem foto
MUNICÍPIO DE GENERAL SAMPAIO
Situação: Funcionando
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│ Relatório analí co │ Página | 227
Objetivo/Metas: Construção de mini-fábrica de ração; aquisição de equipamentos;
construção de abatedouro para aves; e capacitação.
Valor total: R$ 94.073,15
Observações:
1. O abatedouro de aves e a mini-fábrica de ração estão instalados nos mesmo terreno,
possibilitando a integração entre os vendedores de aves para o abatedouro e a compra
de ração;
2. A gestão dos empreendimentos tem a parceria entre a prefeitura municipal e a federação
das associações comunitárias do município;
3. A fábrica de ração possui dificuldades para formação de capital de giro para ampliação do
empreendimento;
Registro fotográfico:
MUNICÍPIO DE GENERAL SAMPAIO
Situação: Funcionando
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│ Relatório analí co │ Página | 228
Objetivo/meta: Construção de viveiro de mudas com equipamentos
Valor: R$ 23.611,08
Observações:
1. O viveiro está sendo utilizado na produção de mudas nativas da caatinga e exóticas para
doação em ações de reflorestamento, embelezamento e sombreamento (sabiá, nim,
aroeira, etc.). Além das mudas nativas, são produzidas mudas de frutíferas da região
(caju, goiaba, etc.) que atendem os municípios do microterritório Vales do Curu (General
Sampaio, Apuiarés, Tejuçuoca e Pentecoste).
Registro fotográfico: sem foto
MUNICÍPIO DE GENERAL SAMPAIO
Situação: Funcionando parcialmente
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│ Relatório analí co │ Página | 229
Objetivo: Aquisição de trator, sulcador, roçadeira, beneficiadora de milho, beneficiadora de
feijão e máquina de engraxar.
Observações:
1. O trator está sendo utilizado pela Secretaria de Agricultura de General Sampaio, em
transporte de produtos da agricultura (madeira e forragem);
2. Até a data da pesquisa, faltavam alguns equipamentos do projeto inicial (grade
sulcadora e roçadeira).
Valor: R$ 118.000,00
Registro fotográfico:
MUNICÍPIO DE PENTECOSTE
Situação: Funcionando parcialmente.
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│ Relatório analí co │ Página | 230
Objetivos/metas: Construção da sede do Posto Avançado da Cooperativa de Crédito de
Itapipoca (PAC); aquisição de motocicleta; aquisição de equipamentos de informática.
Observações:
1. A instalação da COOCREDI junto com os equipamentos de informática foi concluída. No
entanto, o projeto continua parado e sem perspectivas de reativação;
2. As motocicletas ficaram a serviço da prefeitura municipal de Pentecoste (secretaria de
agricultura) e do projeto Agência de Comercialização (base de serviços de
comercialização), sob a gestão do Instituto SESEMAR (Itapipoca – CE).
Valor total: R$ 74.868,70
Registro fotográfico:
MUNICÍPIO DE PENTECOSTE
Situação: Parado
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│ Relatório analí co │ Página | 231
Objetivo/metas: Construção de passagem molhada, bueiro e pavimentação da estrada que
liga a sede do Projeto de Assentamento Eva Moura; mini-fábrica de ração; infraestrutura e
equipamentos para sede da CREDIVALE (Cooperativa de crédito).
Observações:
1. A construção da passagem molhada, bueiro e pavimentação da estrada do PA Eva Moura
foi executadas. Atualmente a passagem molhada encontra-se em estado precário, devido
à utilização constante pelos transportes de passageiros, chuvas intensas e falta de
manutenção pela administração municipal;
2. A CREDIVALE foi criada juridicamente, mas nunca teve atuação efetiva;
3. A mini-fábrica de ração atualmente está desativada. Veio a funcionar parcialmente nos
anos de 2009 e 2010 sob a gestão da Agência de Desenvolvimento Econômico Local -
ADEL (ONG). Em 2011 foi desativada devido sua localização em espaço urbano, gerando
transtornos sonoros à vizinhança pelos equipamentos e máquinas. Atualmente existe
uma articulação da ADEL e prefeitura municipal com objetivo de deslocar os
equipamentos para alguma comunidade (associação) rural.
Valor total: R$ 184.731,29
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 232
MUNICÍPIO DE PENTECOSTE
Situação: Funcionando
Objetivos/metas: Construção de casa de mel; aquisição de maquina de sache; aquisição de
kit móvel de armazenamento de forragem; e aquisição de motocicletas.
Valor total: R$ 95.027,82
Observações:
1. O empreendimento está funcionando sob a gestão da Associação Comunitária dos
Apicultores de Três Lagoas - ACAPI (Pentecoste – CE), beneficiando diretamente 35
famílias da comunidade;
2. A ACAPI possui um projeto para ampliação da unidade de processamento do mel, com
objetivo de atender as regulamentações sanitárias e adequação do espaço para
implantação da máquina de sache.
3. O kit móvel de forragem tem sua utilização em capacitações sobre estratégias de
armazenamento de forragem (técnicas produção de feno e silagem) promovidas pela
secretaria de agricultura de Pentecoste e ADEL.
₪ Território Vales do Curu e Aracatiaçu Célula de Acompanhamento e Informação ₪
│ Relatório analí co │ Página | 233
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 234
MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE
Situação: Funcionando
Objetivo: Cercamento do perímetro do jardim botânico.
Valor total: R$ 110.221,38
Observações:
1. O projeto foi implantado com cercas do tipo arame galvanizado em todo o perímetro do
Parque Ecológico. O espaço é o único do território dos Vales do Curu e Aracatiaçu, que
serve para educação ambiental, produção de mudas de plantas ornamentais. A gestão
fica a cargo da Secretaria de Meio Ambiente de São Gonçalo do Amarante. Situado numa
área com 19,8 hectares foi entregue à sociedade cearense em 14 de dezembro/2002, mas
seu diploma legal data de 08 de março de 2003, através do Decreto Municipal N° 799/03.
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 235
MUNICÍPIO DE PARACURU
Situação: Parado
Objetivo: Construção da central de abastecimento; aquisição de equipamentos; e
capacitação dos agricultores.
Valor total: R$ 216.333,48
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 236
MUNICÍPIO DE PARAIPABA
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição de equipamentos para implantação de unidade processamento da casca
do coco; e construção da unidade de processamento da casca do coco.
Valor total: R$ 133.846,84
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 237
MUNICÍPIO DE TRAIRI
Situação: Parado (somente as motos funcionam)
Objetivo: Aquisição de equipamento de informática, motocicleta, estrutura da sede ? E
implantação unidade central de ?
Valor: R$ 72.945,51
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 238
MUNICÍPIO DE TRAIRI
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição de computadores e motocicletas
Valor total: R$ 53.283,68
Registro fotográfico: sem fotos
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│ Relatório analí co │ Página | 239
MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS DO CURU
Situação: Parado
Objetivos/metas: Construção de um centro de artesanato e capacitação para artesãos/ãs
Valor total: R$ 166.077,03
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 240
MUNICÍPIO DE UMIRIM
Situação: Funcionando
Objetivo: Pavimentação em pedra tosca do acesso a escola agrícola na sede do município.
Valor: R$ 134.931,30
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 241
MUNICÍPIO DE UMIRIM
Situação: funcionando parcialmente
Objetivo: Implantação unidade central de beneficiamento do pedúnculo do caju, maquina e
equipamentos.
Valor: R$ 14.587,01
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 242
MUNICÍPIO DE UMIRIM
Situação: Funcionando
Objetivo: Adequação de escola de educação básica (Escola Agrotécnica de Umirim) e
aquisição de material de consumo.
Valor: R$ 43.943,13
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 243
MUNICÍPIO DE UMIRIM
Situação: Funcionando
Objetivo: Implantação ou melhoria de obras de infraestrutura, aquisição de motocicleta e
equipamentos.
Valor: R$ 135.293,84
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 244
MUNICÍPIO DE UMIRIM
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição de veículo; aquisição motocicletas; aquisição de computador, birô,
cadeira giratória, gelágua e ar condicionado.
Valor: R$ 46.090,74
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 245
MUNICÍPIO DE UMIRIM
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição de mobiliário, máquina e utensílios para escola de educação básica do
campo e aquisição de veiculo caminhão
Valor: R$ 281.619,44
Registro fotográfico: sem fotos
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│ Relatório analí co │ Página | 246
MUNICÍPIO DE TURURU
Situação: Parado
Objetivo: Implantação da unidade de beneficiamento do caju e construção de área de
secagem; e construção do laboratório de fitoterápicos.
Valor: R$ 147.820,79
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 247
MUNICÍPIO DE TURURU
Situação: Parado
Objetivo: Aquisição de equipamentos e utensílios para unidade laboratorial; e de kit de
irrigação e insumos agrícolas.
Valor: R$ 140.699,93
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 248
MUNICÍPIO DE ITAPIPOCA
Situação: Parado (projeto não executado)
Objetivo: aquisição de barracas, veículos, caixas plásticas e estrados de madeira.
Valor: R$ 237.697,95
Registro fotográfico: sem foto
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│ Relatório analí co │ Página | 249
MUNICÍPIO DE ITAPAJÉ
Situação: Funcionando
Objetivo: construção e pavimentação da estrada da banana (pavimentação em pedra tosca).
Valor: R$ 189.239,65
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 250
MUNICÍPIO DE ITAPAJÉ
Situação: Parado
Objetivo: Aquisição de kit feira
Valor: R$ 25.913,10
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 251
MUNICÍPIO DE ITAPAJÉ
Situação:Funcionando
Objetivo: Construção de minifábrica de beneficiamento/processamento de frutas
Valor: R$ 123.132,89
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 252
MUNICÍPIO DE IRAUÇUBA
Situação: Funcionando
Objetivo: Reconstrução e ampliação do açude almas.
Valor: R$ 157.469,32
Registro fotográfico: sem fotos
MUNICÍPIO DE IRAUÇUBA
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição veículo utilitário
Valor: R$ 53.965,46
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 253
MUNICÍPIO DE IRAUÇUBA
Situação: Funcionando
Objetivo: Construção da casa do mel; aquisição máquina de sachê.
Valor: R$ 55.000,00
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 254
MUNICÍPIO DE IRAUÇUBA
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição de tanques de resfriamento de leite construção de prédios para
armazenamento do leite
Valor total: R$ 55.000,00
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 255
MUNICÍPIO DE AMONTADA
Situação: Parado
Objetivo/meta: construção de casa de farinha e aquisição de equipamentos.
Observações: O projeto encontra-se totalmente parado e sem perspectivas de revitalização.
Segundo informações de lideranças da comunidade, a infraestrutura do prédio apresenta
rachaduras nas paredes e o telhado apresenta-se problema de sustentação. Os
equipamentos (motores) para processamento da farinha encontram-se inutilizados.
Valor total investido: R$ 85.860,42
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 256
MUNICÍPIO DE AMONTADA
Situação: Parado
Objetivo: Capacitação; Construção de depósito e aquisição de equipamentos para
processamento do pedúnculo de caju; Construção do centro de artesanato.
Valor: R$ 120.252,68
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 257
MUNICÍPIO DE AMONTADA
Situação: Funcionando
Objetivo: Construção da casa de mel, aquisição de máquina de sachê e de 02 motocicletas.
Valor: R$ 73.000,00
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 258
MUNICÍPIO DE ITAREMA
Situação: Parado (açude arrombou)
Objetivo: Construção de açude no projeto de assentamento pachicu.
Valor: R$ 160.075,28
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 259
MUNICÍPIO DE ITAREMA
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição de kit volante para gado leiteiro; aquisição de barracas e balanças.
Valor: R$ 25.447,88
Registro fotográfico:
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│ Relatório analí co │ Página | 260
MUNICÍPIO DE ITAREMA
Situação: Funcionando
Objetivo: Aquisição veículos.
Valor total: R$ 163.885,24
Registro fotográfico: sem fotos
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MUNICÍPIO DE MIRAÍMA
Situação: Funcionando
Objetivos/metas: Construção de casa de mel; aquisição de maquina de sache; e aquisição de
motocicletas.
Observações: Casa do mel construída fora dos padrões técnicos para realizações de todas as
operações de processamento de mel. O espaço interno pequeno dificulta a realização das
operações com a máquina e sachê. O empreendimento atende apicultores do assentamento
Boa Vista – Miraíma/CE.
Valor total: R$ 79.090,71
Registro fotográfico: