77
VALOR CULTURAL DA GEODIVERSIDADE NO PARANÁ Antonio Liccardo Departamento de Geociências UEPG

VALOR CULTURAL DA GEODIVERSIDADE NO PARANÁfiles.geocultura.net/200001356-cc6d5cd66d/palestra CULTURA E... · Arqueologia Artefatos líticos são os vestígios da pré-história encontrados

  • Upload
    hathuy

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

VALOR CULTURAL DA GEODIVERSIDADE NO PARANÁ

Antonio Liccardo Departamento de Geociências

UEPG

PRINCIPAIS PONTOS

- Qual o significado e sua importância?

- Valor subestimado;

- Valorização cultural conduz à geoconservação;

- O patrimônio geológico no Paraná e a cultura;

- Relações da Cultura com o meio ambiente;

- Dispositivos e legislação do meio cultural para a geoconservação;

- Inserção da geodiversidade na discussão de cultura no Brasil.

A atribuição de valor em aspectos da geodiversidade tem sido a sistemática utilizada internacionalmente para prover parâmetros que visam a geoconservação e o planejamento de possíveis geoparques.

a) Valor intrínseco: reflete um valor próprio, de existência, independente de ter utilidade ou não para o homem.

b) Valor cultural: revela-se nas inúmeras relações que existem entre a sociedade e o mundo natural que a rodeia, no qual ela está inserida e ao qual ela pertence.

c) Valor estético: possuem este valor todas aquelas paisagens geológicas/geomorfológicas que causam um deslumbramento de seu público, que são alvo de atividades de lazer, contemplação ou inspiração artística.

d) Valor econômico: esta atribuição está ligada à total dependência do homem perante os materiais geológicos para atividades como produção de energia, construção civil, fabricação de uma infinidade de produtos, extração de água subterrânea, gemas para joalheria, etc.;

e) Valor funcional: é o valor de utilidade que a geodiversidade tem para o homem enquanto suporte para a realização de suas atividades e como substrato para a sustentação dos sistemas físicos e ecológicos da Terra;

f) Valor científico e didático: A investigação de certos aspectos do meio abiótico permite delinear a longa história da Terra, desenhar os cenários futuros de uma região e prevenir-se diante situações de risco, como em áreas de vulcanismo ou tectonismo ativos.

Valores da Geodiversidade – Gray, 2004

Econômico Intrínseco Estético Cultural Funcional Didático Científico

Murray Gray, 2004

Entre os valores da geodiversidade, o econômico recebe maior ênfase em detrimento de outros

O que é valor cultural?

É o valor atribuído pela sociedade em algum aspecto do ambiente físico por razões sociais e/ou com significados para a comunidade. Gray, 2004

Revela-se nas inúmeras relações que existem entre a sociedade e o mundo natural que a rodeia, no qual ela está inserida e ao qual ela pertence. Existem íntimas relações entre elementos da geodiversidade e as comunidades humanas, sejam no processo de ocupação de determinada região, no uso destes elementos para a sua sobrevivência e desenvolvimento, na toponímia dos lugares, na influência sobre o folclore, a religiosidade e a identidade destas populações;

Folclore ou geomitologia

Aspectos do valor cultural

Devil’s Arse mudou de nome e recebeu 30% a mais de visitação !

Gray, 2004

Devil’s Tower – primeiro monumento nacional declarado nos EUA, intrusão ígnea (fonolito) sagrada na mitologia dos índios Dakota, Sioux, Cheyenne e Kiowa.

Folclore

Folclore no PR Vila Velha – relevo ruiniforme explicado como “cidade perdida de pedra”

Arqueologia

Artefatos líticos são os vestígios da pré-história encontrados em muitas partes do Brasil

Pinturas rupestres utilizam a geodiversidade como “tela” – Serra da Capivara.

Arqueologia

Muiraquitãs de jade apontam intercâmbio entre culturas

Amazônicas e da América Central

Arqueologia no PR Guartelá – Pinturas rupestres em lapas ao longo do canyon

Arqueologia no PR

Estudos de caracterização para determinar procedência na UEPG

História

Fachada da Igreja de N. Sra. do Carmo em Ouro Preto – obra de Aleijadinho em quartzito e esteatito – geodiversidade no patrimônio construído

Karst em Cuba hoje reconhecido pelo papel na história recente, durante a Crise dos Mísseis, em 1962.

História no PR

As ruinas de S. Francisco, em Curitiba, são tombadas pelo patrimônio, sendo uma obra nunca terminada. São muitas as lendas a seu respeito, sobre túneis ou o uso de suas pedras em outras igrejas.

Gruta de Bacaetava, em Colombo, foi refúgio para italianos perseguidos durante a segunda guerra mundial.

Pintura de William Lloyd, 1872

Espiritual

Lugares sagrados ou “mágicos”, como Machu Picchu no Peru – ruinas de granito

Monolitos de Stonehenge Inglaterra – Era pré-cristã

Espiritual no PR Paredão da Santa - Jaguariaiva

Gruta do Monge - Lapa Santuário Nossa Senhora dos Cadeados – Serra do Mar

Senso de lugar

Relações sutis ou intangíveis da comunidade com a paisagem.

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!

Carlos Drummond de Andrade

Paisagem tombada Unesco x Mineração

Geoconservação

- É necessário? SIM ! URGENTEMENTE, porque está sob risco.

- Só haverá a geoconservação do patrimônio geológico por uma evolução de consciência quanto à cultura e ao meio ambiente.

- Atualmente há uma maior sensibilidade ao pensamento de preservar por parte do ser humano do que há 50 anos.

- Cultura e meio ambiente já são tratados de maneira semelhante em muitas instâncias de conservação.

Valorização cultural

O enriquecimento de minorias em detrimento da perda do patrimônio público, implica a perda de parcelas da soberania estatal e da cidadania de um povo.

ABAIDE, Jalusa Prestes. Fósseis: Riqueza do subsolo ou Bem Ambiental? Curitiba. Ed Juruá. 2010.

Carlos Drummond de Andrade e Sete Quedas no Paraná

O valor cultural x valor econômico ou funcional

Antigas fotos de Sete Quedas revelam a natureza que o Brasil perdeu O Salto de Sete Quedas era a maior cachoeira do mundo em volume de água, que desapareceu com a construção do lago da usina hidrelétrica de Itaipu. No entanto resquícios dela reaparecem quando o nível de água da usina está baixo. por Geraldo Nunes , Seção: Geral 04/05/2010 - Estadão

Sete Quedas foi, possivelmente, a maior perda da geodiversidade na história do Brasil...

O patrimônio geológico no Paraná e a cultura

Patrimônio geológico in situ, ex situ

e a geodiversidade em patrimônios construídos

A geodiversidade como um dos fatores determinantes para a evolução cultural do Paraná

Paraná

O patrimônio geológico em museus e acervos

Sala Orville Derby – Museu MINEROPAR Cultura pela educação não formal

Projeto Geodiversidade na Educação – UEPG

O patrimônio geológico em museus e acervos www.geocultura.net

Cultura pela educação não formal

Museu Virtual

• Há um importante papel do meio físico na ocupação, história e cultura de um território;

• O entendimento sobre a geodiversidade pode ser um instrumento de análise na discussão histórico-cultural;

• O uso de materiais geológicos revela a história da sociedade em relação ao seu território e sua geodiversidade;

• Presença de patrimônio geológico reconhecido a nível internacional;

• Boa parte do patrimônio histórico e cultural do Paraná apresenta o uso destacado de rochas em sua construção;

O patrimônio geológico in situ e geodiversidade no patrimônio construído no Paraná

Mapa de 1912 e Guerra do Contestado 1912-1916

Paraná como território

Território atual do Paraná e regiões políticas

Identidade cultural como Estado Brasileiro

5ª Comarca de São Paulo Mapa de 1896 Pós-emancipação

Em 1853 o Paraná

se emancipa de São

Paulo como estado

brasileiro

A B C

Compartimentação geológica clara

Geodiversidade do Paraná

A geologia não tem fronteiras !

Nem geográficas nem culturais.

Paraná como território

A

A - Escudo cristalino Primeiro Planalto, Serra do Mar e Litoral

Maior geodiversidade

Paraná como território

B

B - Segundo Planalto – rochas sedimentares

Estratigrafia didática

Vários pontos do patrimônio geológico.

Paraná como território

C

C – Terceiro Planalto – cobertura basáltica e arenitos Paraná como território

Geodiversidade reduzida

Ocupação mais recente

Paranaguá – Debret , 1827

Serra do Mar – Andersen 1920

Curitiba – Keller, 1865

Paraná como território

A geodiversidade do escudo, extraída de

Pintores da Paisagem Paranaense

Ponta Grossa

Rio do Funil, Sengés

Curitiba – Keller, 1865

Paraná como território

A geodiversidade dos Campos Gerais, extraída de

Pintores da Paisagem Paranaense – Debret, 1827

Lapa

Canyon do Rio Itararé, Sengés

Foz do Iguaçu – Antonio Parreiras , 1920

Serra de Apucarana – John Elliot ,1846

Guarapuava - Debret, 1827

Paraná como território

A geodiversidade do oeste, extraída de

Pintores da Paisagem Paranaense

Foz do Iguaçu – Lange de Morretes, 1920

Paraná como território

A compartimentação geomorfológica foi

determinante para o processo de ocupação e a

formação da identidade cultural em cada planalto.

Fase 1 – 1558 – 1700

Mineração de ouro

Fase 2

1700 - 1940

Tropeirismo

Fase 4

1940 – 1970

Contestado

e gaúchos

Fase 3

1890 – 1970

Cafeicultura

Fase 0

1554 – 1590

Reduções jesuíticas

Ciclos de ocupação no território paranaense

Histórico de evolução social

Painel em granito da Praça 19 de

dezembro (Curitiba).

Centenário da emancipação do

Paraná - 1953

História do Paraná entalhada na rocha

Erbo Stenzel e

Humberto Cozzo

Histórico de evolução social

A - Escudo cristalino

Fase 1 da ocupação – desbravamento do território

O Paraná “Antigo” se desenvolve a partir do litoral e

ocupa o primeiro planalto em função do ouro, a

partir de 1578.

O conhecimento geográfico desta parte do Estado,

portanto é mais antigo.

Geodiversidade e Evolução Social

Paranaguá e litoral – o Paraná

mais antigo

Paisagens Jean-Baptiste Debret 1827

Geodiversidade e Evolução Social

Igreja de São Benedito em Paranaguá Foi a primeira igreja construída no sul do Brasil por escravos negros devotos de São Benedito, acredita-se que por volta de 1600 a 1650. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1962 e pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1967. Possui em seu interior, magnífico acervo sacro que também foi tombado. Está entre as melhores e mais autênticas edificações populares do colonial brasileiro.

Cantaria em granito

Geodiversidade e Evolução Social

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Igreja de Nossa Senhora do Rosário – Paranaguá A capela foi edificada em 1578, na época da mineração, por escravos e libertos devotos de Nossa Senhora. Foi a primeira em solo paranaense e a primeira dedicada a Nossa Senhora do Rosário no Brasil. É o marco central do povoado e da Vila de Paranaguá, que cresceu ao seu redor. Em 1962, passou a Catedral Diocesana, tendo sido tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1967.

Paredes e detalhes

em granito

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres

Ilha do Mel

Construída em 1769, teve transferida, em 1982, sua utilização para a fundação Nacional Pró-Memória, hoje IPHAN. Neste local foi encontrado marco de pedra que assinalava os limites das capitanias de São Vicente e Santo Amaro

Valor funcional da Geodiversidade

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Trabalhos executados no Colégio dos Jesuítas, por apenas 50 operários (pedreiros, carpinteiros) e escravos.

A Fortaleza é construída sobre migmatitos, mas toda a cantaria é de rochas exóticas, trazidas por navios.

Concepção arquitetônica apurada e placa retangular em lioz chanfrada nos cantos, onde se gravou a memória da construção.

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Serra do Mar – Pico Paraná, ponto mais alto da região sul – 1877 m de altitude

PATRIMÔNIO NATURAL DO PARANÁ – Tombamento pelo CEPHA em 1986

1879 - A ferrovia e a imigração

Fonte de granito

A subida da Serra – ligação do litoral com o interior

Serra do Mar como obstáculo natural

A construção da Ferrovia Paranaguá-Curitiba foi definitiva para a integração do Estado. Desafio da engenharia, utilizou a mão-de-obra de canteiros italianos recém-chegados na imigração e que não trabalhavam na agricultura.

PATRIMÔNIO CULTURAL DO PARANÁ

Toda a cantaria de Curitiba a partir do final do século XIX foi desenvolvida por imigrantes e descendentes de italianos. O granito da Serra do Mar, trazido pelo trem foi a matéria prima revolucionária para a urbanização de Curitiba.

PATRIMÔNIO CULTURAL

Primeiro Planalto Rochas metamórficas e ígneas disponíveis

Debret – Primeira iconografia de Curitiba – presença de um canteiro - 1827

Geodiversidade do Paraná

A mais antiga pedreira de Curitiba – Rua Inácio Lustoza - 1857

Antiga calçada descoberta na escavação arqueológica da Praça Tiradentes em

2008 e ferramentas de canteiro encontradas, do século XIX

Múltiplas fontes

Gnaisse, migmatito e diabásio

Ruinas São Francisco – rochas do embasamento PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

A ocupação do centro histórico em

três momentos

1873

1910

1972 Diabásio

Gnaisse

Mármore

dolomítico

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Marco Zero de Curitiba – Praça

Tiradentes

Granito

Início séc. XX Granito

Início séc. XVII PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Confecção do monumento do Centenário da Independência – Domingos Greca - 1922

Granito Granito

Mapeamento das rochas do Cemitério

Municipal de Curitiba em 2013

Cemitérios como vitrines da

geodiversidade Diabásio

Granito Rosa Curitiba

Arenito

Lioz Mármore de

Carrara

Mármore de

Carrara

Diabásio

Arenito

Ainda no Primeiro Planalto, Estação Ferroviária de Castro

Tombado pelo CEPHA e alicerçado sobre riolitos.

Provavelmente único caso no Brasil

B

B - Segundo Planalto – rochas sedimentares

Fase 2 da ocupação

Desbravamento dos Sertões do Tibagi

Tropeirismo

Patrimônio Geológico no Segundo Planalto

Vila Velha

Guartelá

Guartelá

Buraco do Padre Estrias de Witmarsum

Canyon e Salto São Jorge

Salto Santa Rosa

Dropstone – Rio Negro

Jaguariaíva Fósseis

Paisagens Debret 1827

Lapa – centro histórico tombado por sua arquitetura

preservada. Importância histórica ligada ao

tropeirismo, à Revolução Federalista (1894) e à questão

do Contestado

A região dos Campos Gerais foi palco do tropeirismo em

função da abundância de pastos. Os arenitos resultam

em solos pobres que permitem o

desenvolvimento preferencial de gramíneas.

Arenito

Lapa – arquitetura característica e uso intenso

de detalhes em arenito. Cantaria e pavimentos fazem parte do Setor

Tombado.

Arenito

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

“Procissão no Tamanduá” – de Arthur Nisio ~1950

Capela de Tamanduá – em Balsa Nova

Diamictito

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO PILAR DE TAMANDUÁ

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA em 1970

Diamictito

Diamictito

Diamictito

Ponte sobre o Rio dos Papagaios – Palmeira. Passagem de D. Pedro II

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Arenito

Cantaria em diabásio na Estação Ferroviária de Ponta Grossa. Casa da Memória.

PATRIMÔNIO tombado pelo CEPHA

Registro como patrimônio imaterial

do Paraná.

C

C – Terceiro Planalto

Fase 3 e 4

Ocupação mais recente

Agricultura

Arenitos e quartzitos (“arenito recozido”) da Formação Botucatu.

Igreja holandesa em Mauá da Serra.

Blocos de “arenito recozido”. Século XX

Blocos de rochas orientados Pavimentação em boa parte do caminho.

Patrimônios tombados no Terceiro Planalto Foz do Iguaçu e Cratera de Impacto de

Coronel Vivida

Desafios culturais para a geoconservação no Paraná

- Patrimônio Natural x Patrimônio Cultural ? - Patrimônio Natural x Mineração ? - Patrimônio Natural x Agronegócio ? - Patrimônio Natural x Expansão Urbana ? - Valor econômico x outros valores? - Valor cultural x outros valores? - Geodiversidade x Biodiversidade ? - Patrimônio Geológico x Geologia ? - Patrimônio Natural x Paleontologia ?

Desafios culturais para a geoconservação no Paraná É aceitável o comprometimento de fósseis, pinturas rupestres ou paisagens para a geração de petróleo, cimento ou areia?

Constituição de 1988 Título VIII - Da Ordem Social, Seção II, que versa sobre a Cultura: Art. 216 - “Constituem patrimônio cultural brasileiro, os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:” ... “ V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”

Constituição de 1942 O art. 1. do decreto-lei n. 4146/42 assim dispõe: Art.1º - Os depósitos fossilíferos são propriedade da Nação, e, como tais, a extração de espécimes fósseis depende de autorização prévia e fiscalização do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Ministério da Agricultura. Parágrafo único - Independem dessa autorização e fiscalização as explorações de depósitos fossilíferos feitas por museus nacionais e estaduais, e estabelecimentos oficiais congêneres, devendo, nesse caso, haver prévia comunicação ao Departamento Nacional da Produção Mineral.

A quem compete a geoconservação de sítios paleontológicos?

Recurso mineral Recurso cultural

O valor cultural x valor econômico ou funcional

Desafios culturais para a geoconservação no Paraná

Tombamentos e medidas de proteção

- Sítios urbanos

- Sítios arqueológicos

- Sítios paleontológicos

- Sítios geológicos

- Unidades de Conservação

Em 2015 está em andamento o processo de tombamento da Escarpa Devoniana junto ao CEPHA, proposto por pesquisadores da UEPG

-Estrias glaciais de Witmarsum -Icnofósseis de São Luiz do Purunã -Cratera de Impacto de Coronel Vivida -Sítio paleontológico de Cruzeiro do Oeste

BASE NO VALOR CULTURAL

Marcas de trilobitas em arenitos devonianos são ameaçadas por maquinário de rodovias e até por alunos de geologia!

Caso de sucesso

São Luiz do Purunã

A infraestrutura foi instalada pela concessionária da rodovia, incluindo delimitação da área, suporte do painel e cobertura.

Planejamento contempla a possibilidade de estacionamento– ideal para geoturismo!!!

Caso de sucesso

O valor cultural apresenta complexidade e subjetividade em sua mensuração, no entanto, A CULTURA possui mecanismos próprios de avaliação e uma ampla legislação que pode respaldar ações de preservação.

Dispositivos e legislação do meio cultural para a geoconservação

Dispositivos de FOMENTO E FINANCIAMENTO ligados à cultura abrigam iniciativas de proteção, tombamento e conservação de patrimônio num sentido mais amplo, seja material ou imaterial.

• O entendimento histórico-cultural sobre a sociedade não pode prescindir do conhecimento da geodiversidade;

• A informação sobre o uso das rochas pelo homem e os processos naturais pode constituir em si um patrimônio cultural;

• A análise da geodiversidade correlacionada com os aspectos da evolução social pode representar uma boa ferramenta para a Geografia moderna.

• Recursos para pesquisas em patrimônio geológico construído podem ser buscados em órgãos e mecanismos financiadores de cultura.

• Para a Geologia traz uma nova interface com outras linhas do conhecimento e a coloca no patamar de análise cultural

Reflexões finais

Reflexões finais

• Não há dúvida de que a cultura, como entendida hoje pela sociedade, carece de maior aporte de conhecimento geocientífico.

• Planejadores e gestores, sem este conhecimento em sua “bagagem cultural”, têm demonstrado amplamente sua ignorância e insensibilidade na solução de problemas de manejo dos recursos.

• Os critérios utilizados pelo IPHAN e MinC podem ser utilizados para atribuir adequadamente o valor cultural à geodiversidade.

• Geocientistas podem suprir a necessidade constante de dados que balizem melhor a legislação cultural no Brasil.

Obrigado! www.geocultura.net