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1/21 www.abiec.com.br/news/GerarNewsletterPDF.asp?idNewsletter=38 Caso não esteja visualizando este e-mail, clique aqui Ano 1 | Número 17 | Segunda, 3 de setembro de 2012 Clique aqui para fazer o download da newsletter em PDF Clique aqui para conferir edições anteriores do clipping Valor Econômico Segregação de carne bovina com aditivo deve levar mais duas semanas A criação do sistema de segregação da produção de carne bovina que garantirá à União Europeia receber o produto segundo suas especificações estava prevista para o final deste mês, mas deve levar pelo menos mais uma semana A criação do sistema de segregação da produção de carne bovina que garantirá à União Europeia receber o produto segundo suas especificações estava prevista para o final deste mês, mas deve levar pelo menos mais uma semana, afirmou ao Valor o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio. “O pessoal está trabalhando no sistema. Deve demorar mais uma ou duas semanas”, disse ele. O sistema de segregação é uma exigência do bloco europeu para continuar importando a carne bovina produzida caso o Brasil dê início às vendas de melhoradores de desempenho da classe dos betagonistas (cloridrato de zilpaterol e ractopamina). Proibidos na Europa, os aditivos foram liberados pelo Ministério da Agricultura no fim de junho. Conforme já informou o Valor, o ministério fechou um acordo com as duas farmacêuticas responsáveis pelos aditivos — as americanas MSD Saúde Animal e Elanco — para iniciarem as vendas dos dois produtos somente após a Comissão de Saúde do Consumidor da UE (DG Sanco, na sigla em inglês) receber as garantias de que o Brasil possui o “split system”. Pelos termos do acordo, a Abiec ficou responsável pela criação do sistema de segregação, que será auditado e certificado pelo Ministério da Agricultura. Só depois desse processo é que o “split system” será enviado para apreciação das autoridades europeias. “Temos uma reunião na semana que vem para tentar finalizar o protocolo”, afirmou Sampaio. G1 JBS doará R$ 5 milhões a entidades em acordo trabalhista em MS Multas por descumprir regras trabalhistas são convertidas em doações. O frigorífico JBS terá de destinar bens a órgãos públicos e fazer doações mensais de carne bovina até 2020 para entidades civis em Mato Grosso do Sul. A determinação faz parte de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado pela empresa com o Ministério Público do Trabalho (MPT-MS). O compromisso foi firmado na última terça-feira (28), após quatro meses de negociação entre as partes. Por meio da assessoria de imprensa, o frigorífico JBS informou que irá atender às solicitações e cumprir os acordos firmados com o Ministério Público do Trabalho. Os valores resultam de multas pelo descumprimento de obrigações trabalhistas relacionadas à jornada e à concessão de intervalos, nas duas unidades da empresa em Campo Grande, nos últimos dois anos, de acordo com o MPT- MS. No total, o frigorífico terá de repassar oito caminhonetes, viaturas, equipamentos de informática e outros bens, avaliados em R$ 2 milhões, a órgãos públicos como Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar Ambiental. Além disso, serão doados R$ 3 milhões em carne bovina pelo período de oito anos a 15 entidades civis serão beneficiadas, entre asilos, creches e hospitais. Segundo a procuradoria, a entrega dos bens aos órgãos públicos deverá ser feita em quatro parcelas semestrais de R$ 500 mil, e não serão permitidas doações em dinheiro. As remessas de carne deverão ser entregues entre outubro de 2012 e dezembro de 2020. Portal DBO Semana termina com preços em alta Redução da oferta estimula aumentos na cotação do boi gordo O mercado de boi gordo encerra a semana com novas altas nas cotações.A dificuldade para compra de boiadas aumentou durante a semana e estimulou a procura dos frigoríficos por animais terminados. Parte das indústrias que conseguiu se abastecer, alongou as programações de abate, que atendem, em média, dois a três dias úteis. Em São Paulo a cotação da arroba no mercado à vista teve novo aumento, de 1,68% para R$ 94,33/@, de acordo com o indicador boi gordo da Esalq BM&F/Bovespa. Nas negociações a prazo, o reajuste foi 0,82% com a arroba sendo comercializada por R$ 93,27. No Mato Grosso do Sul são mais frequentes os valores próximos a R$90,00/@, à vista, puxados por pequenos frigoríficos. A disponibilidade de boiadas no Rio Grande do Sul está boa e deve continuar

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Ano 1 | Número 17 | Segunda, 3 de setembro de 2012

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Valor Econômico

Segregação de carne bovina com aditivo deve levarmais duas semanas

A criação do sistema de segregação da produção de carne bovina quegarantirá à União Europeia receber o produto segundo suasespecificações estava prevista para o final deste mês, mas deve levarpelo menos mais uma semana

A criação do sistema de segregação da produção de carne bovina que garantirá à União Europeiareceber o produto segundo suas especificações estava prevista para o final deste mês, mas deve levarpelo menos mais uma semana, afirmou ao Valor o diretor-executivo da Associação Brasileira dasIndústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio. “O pessoal está trabalhando nosistema. Deve demorar mais uma ou duas semanas”, disse ele.

O sistema de segregação é uma exigência do bloco europeu para continuar importando a carnebovina produzida caso o Brasil dê início às vendas de melhoradores de desempenho da classe dosbetagonistas (cloridrato de zilpaterol e ractopamina). Proibidos na Europa, os aditivos foram liberadospelo Ministério da Agricultura no fim de junho.

Conforme já informou o Valor, o ministério fechou um acordo com as duas farmacêuticasresponsáveis pelos aditivos — as americanas MSD Saúde Animal e Elanco — para iniciarem asvendas dos dois produtos somente após a Comissão de Saúde do Consumidor da UE (DG Sanco, nasigla em inglês) receber as garantias de que o Brasil possui o “split system”.

Pelos termos do acordo, a Abiec ficou responsável pela criação do sistema de segregação, que seráauditado e certificado pelo Ministério da Agricultura. Só depois desse processo é que o “split system”será enviado para apreciação das autoridades europeias. “Temos uma reunião na semana que vempara tentar finalizar o protocolo”, afirmou Sampaio.

G1

JBS doará R$ 5 milhões a entidades em acordotrabalhista em MS

Multas por descumprir regras trabalhistas são convertidas em doações.

O frigorífico JBS terá de destinar bens a órgãos públicos e fazer doações mensais de carne bovina até2020 para entidades civis em Mato Grosso do Sul. A determinação faz parte de um Termo de Ajustede Conduta (TAC) firmado pela empresa com o Ministério Público do Trabalho (MPT-MS). Ocompromisso foi firmado na última terça-feira (28), após quatro meses de negociação entre as partes.

Por meio da assessoria de imprensa, o frigorífico JBS informou que irá atender às solicitações ecumprir os acordos firmados com o Ministério Público do Trabalho. Os valores resultam de multaspelo descumprimento de obrigações trabalhistas relacionadas à jornada e à concessão de intervalos,nas duas unidades da empresa em Campo Grande, nos últimos dois anos, de acordo com o MPT-MS.

No total, o frigorífico terá de repassar oito caminhonetes, viaturas, equipamentos de informática eoutros bens, avaliados em R$ 2 milhões, a órgãos públicos como Exército Brasileiro, Corpo deBombeiros e Polícia Militar Ambiental. Além disso, serão doados R$ 3 milhões em carne bovina peloperíodo de oito anos a 15 entidades civis serão beneficiadas, entre asilos, creches e hospitais.

Segundo a procuradoria, a entrega dos bens aos órgãos públicos deverá ser feita em quatro parcelassemestrais de R$ 500 mil, e não serão permitidas doações em dinheiro. As remessas de carnedeverão ser entregues entre outubro de 2012 e dezembro de 2020.

Portal DBO

Semana termina com preços em alta

Redução da oferta estimula aumentos na cotação do boi gordo

O mercado de boi gordo encerra a semana com novas altas nas cotações.A dificuldade para comprade boiadas aumentou durante a semana e estimulou a procura dos frigoríficos por animaisterminados. Parte das indústrias que conseguiu se abastecer, alongou as programações de abate,que atendem, em média, dois a três dias úteis.

Em São Paulo a cotação da arroba no mercado à vista teve novo aumento, de 1,68% para R$94,33/@, de acordo com o indicador boi gordo da Esalq BM&F/Bovespa. Nas negociações a prazo, oreajuste foi 0,82% com a arroba sendo comercializada por R$ 93,27.

No Mato Grosso do Sul são mais frequentes os valores próximos a R$90,00/@, à vista, puxados porpequenos frigoríficos. A disponibilidade de boiadas no Rio Grande do Sul está boa e deve continuar

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pequenos frigoríficos. A disponibilidade de boiadas no Rio Grande do Sul está boa e deve continuaraté a retirada dos animais para o cultivo dos grãos.

No mercado atacadista de carne com osso houve valorização para todas as peças, também reflexoda queda na oferta de matéria prima .

Na BM&F/Bovespa, os contratos de agosto foram liquidados por R$ 92,82/@ aumento de 0,08%. Omaior volume de negociações concentra-se em outubro e os contratos encerraram a semanaavaliados em R$ 105,69, queda de 0,09%.

Beef Point

Acrimat: rodovias interditadas podem causarredução na escala de abate

Interdições nas rodovias mato-grossenses causam prejuízos parafrigoríficos e perdas de produtos.

Interdições nas rodovias mato-grossenses causam prejuízos para frigoríficos e perdas de produtos. AsBR-364 e BR-174 interditadas passam a causar prejuízos para os pecuaristas e ameaça oabastecimento de carnes em Mato Grosso e para outros estados compradores. De acordo com aAssociação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), os produtores podem ser lesados com a quedanas vendas de animais para os frigoríficos, que poderão reduzir a escala de abates a fim de evitar

perdas de produtos.

Devido à interdição por parte dos índios de diferentes etnias, caminhões carregados com produtosperecíveis, como carne, estão impedidos de circular e com isso corre-se o risco de que o alimentoestrague. Na manhã desta quinta-feira (30.08), o Sindicatos das Indústrias Frigoríficas de MatoGrosso (Sindifrigo-MT) recorreu à Assembleia Legislativa em busca de ajuda para o desbloqueio dasestradas.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, explica que aos produtores o prejuízo chega a partirda suspensão do abate para evitar que os produtos estraguem durante a espera nos caminhões ouque os estoquem superem a capacidade das unidades. “Os pecuaristas poderão ter acomercialização comprometida com a redução da escala de abates. Além disso, pode haverdificuldades para entrega de animais nas indústrias em algumas cidades mais distantes doscompradores”.

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, está em Brasília para conversar com o Ministro daJustiça, José Eduardo Cardoso e pedir a intervenção no caso. Com a Serra de São Vicente bloqueadaas principais cidades mato-grossenses correm o risco de ficarem desabastecidas, como é caso deCuiabá e a Baixada Cuiabana.

Beef Point

Rally da Pecuária 2012 chega à capital do MatoGrosso

Após avaliar a qualidade das pastagens e entrevistar produtores deGoiás, Tocantins, Pará e do noroeste do Mato Grosso, o Rally daPecuária 2012 chegou à capital deste estado no final de semana.

Após avaliar a qualidade das pastagens e entrevistar produtores de Goiás, Tocantins, Pará e donoroeste do Mato Grosso, o Rally da Pecuária 2012 chegou à capital deste estado no final desemana. A viagem técnica de 40 mil quilômetros por nove Estados avaliará a pecuária brasileira emaspectos como qualidade de pastagens, evolução do rebanho de corte, técnicas de manejo utilizadase índices zootécnicos. A Equipe 3, coordenada por Maurício Palma Nogueira, visitará propriedades naregião de Cuiabá na 2ª feira, dia 3 de setembro. À noite, acontece uma palestra sobre mercado parapecuaristas na FAMATO.

Na terça-feira (04), a equipe técnica deixará a capital com destino a Pontes Lacerda. Na sequência,visitará propriedades nas regiões de Campo Novo do Parecis e Juína. Na sexta-feira, dia 7 desetembro, chegará então a Rondônia, avaliando pastagens nas regiões de Pimenta Bueno e Ji-Paraná, onde encerra essa etapa com um evento para pecuaristas no sábado, dia 8.

O rebanho brasileiro é estimado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária em 213 milhões decabeças, sendo 185 milhões de gado de corte. O Mato Grosso é o Estado que detém o maiorrebanho no Brasil, com um total de 29,17 milhões de cabeças. Já Rondônia ocupa o 7º lugar entre osmaiores produtores, com rebanho estimado em 12 milhões de cabeças.

Único levantamento in loco das principais regiões de cria, recria, engorda e confinamento do país, oRally terá cinco equipes técnicas que realizarão encontros e eventos com cerca de 3 mil pecuaristas,colhendo informações para formar uma completa e extensa base de dados, tornando-se assim umaradiografia do setor no país. Nesta edição, o objetivo dos técnicos é dobrar o volume de amostras depasto colhidas nas propriedades visitadas – em 2011, foram avaliadas 400 amostras.

“Hoje há dificuldade em obter estatísticas sobre pecuária. Estimativas são feitas com pouca pesquisade campo e os números apresentam-se escassos e até contraditórios. As informações coletadasdurante o Rally serão organizadas e divulgadas para que o mercado conheça o grau de degradaçãode pastagens e seus impactos no rebanho nacional”, explica André Pessôa, diretor da Agroconsult,empresa que organiza a expedição junto com a Bigma Consultoria.

As cinco equipes do Rally da Pecuária percorrerão cerca de 40 mil quilômetros em Goiás, Tocantins,

Pará, Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. No roteiroestão programadas visitas a cerca de 120 fazendas, cujas pastagens serão mapeadas e fotografadas,levando em consideração informações como a homogeneidade do pasto, volume de massa,população de plantas, altura do capim, presença de erosão, plantas invasoras, além de um históricode utilização dessas pastagens relatado pelos pecuaristas.

Nos encontros com pecuaristas, técnicos do Rally realizarão entrevistas qualitativas e quantitativaspara levantar, entre outros dados, áreas de pastagem e de agricultura em cada propriedade, total decabeças de gado, confinamento, índices de fertilidade, natalidade e mortalidade, manejo sanitário ede pastagens e comercialização de animais.

As cinco equipes do Rally da Pecuária 2012 realizarão 11 palestras sobre o mercado de pecuária,finalizadas com jantar para pecuaristas convidados, ao longo da expedição com o objetivo de discutir

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finalizadas com jantar para pecuaristas convidados, ao longo da expedição com o objetivo de discutircom os pecuaristas as tendências do mercado e a realidade local. Palmas, Araguaína, Xinguara eÁgua Boa já receberam os eventos. Os demais acontecerão em Campo Grande (MS), Londrina(PR),Araçatuba (SP), Uberaba (MG) e Goiânia (GO).

São 150 profissionais do agronegócio envolvidos entre a organização e a realização do Rally daPecuária2012, patrocinado por Dow AgroSciences, MSD Saúde Animal, Vale/ Serrana NutriçãoAnimal, Fertilizantes Heringer e Grupo Marfrig, com apoio da FIESP, Mitsubishi e INPE. Todos osdados quantitativos e qualitativos colhidos pelo Rally serão processados pela Agroconsult e Bigma eapresentados em outubro na Fiesp, em São Paulo.

Canal Rio Claro

Perdas na safra de grãos afetam produção de carnesno Brasil

A produção de carne de frango, que em 2011 cresceu 4,5%, deve fechareste ano com redução de 4%, segundo estimativas da CompanhiaNacional de Abastecimento (Conab).

A produção de carne de frango, que em 2011 cresceu 4,5%, deve fechar este ano com redução de4%, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “A redução da ofertamundial de milho e farelo de soja é a principal causa para a queda da produção de carne, haja vistaos elevados custos de produção, sobretudo aqueles relacionados à ração”, destacou relatóriodivulgado pela companhia.

O Brasil, que é um dos maiores produtores e consumidores de carne do mundo, tem um cenário dequeda projetado para este ano em todos os tipos de produção desse mercado.

“A complicação para carnes está relacionada ao suprimento de ração, principalmente em função domilho. Já houve anúncio de aumento de 10% do valor de derivados de frango [cortes] e os produtoresjá anunciaram redução para alojamento [de aves]. Isso vai significar redução de oferta e impactar nopreço”, afirmou Wander Sousa, analista de Mercado da Conab.

Os suinocultores devem ser ainda mais afetados pelo desequilíbrio entre o preço de mercado e ocusto de produção. A carne suína, que em 2011 teve um incremento de produção de 5%, deverá

sofrer, segundo a Conab, uma inversão da curva com redução de cerca de 5% em 2012.

A seca afetou a produção em todas as regiões do país. Os produtores de feijão do Nordeste jáperderam 69% da produção entre outubro do ano passado e abril deste ano. A produção total daregião contabilizada até o momento pela Conab foi de apenas 295 mil toneladas, enquanto, no anopassado, o volume alcançou os 961 mil toneladas.

No caso do milho, a perda dos produtores nordestinos chegou a 30%, o equivalente a quase 2milhões de toneladas a menos na contabilidade dos agricultores.

José Negreiros, técnico de Avaliação de Safra da Conab, ainda destaca os prejuízos causados pelaseca aos produtores de arroz do Sul do país. “O arroz, principal cultura da região, teve uma quebra de14,7% na safra 2011/2012”, destacou. Negreiros lembra que a participação do centro-sul do país naprodução nacional chega a quase 90%. Na safra 2010/2011, a produção nacional de arroz atingiu opatamar de 13,6 milhões de toneladas no Brasil, quando o centro-sul respondeu por 11,3 milhões detoneladas. Este ano, a produção da região caiu para 9,8 milhões de toneladas.

O fenômeno da seca deste ano não respeitou barreiras. Os produtores dos Estados Unidos estimamperdas entre 20% e 30% nos cultivos de grãos. A estiagem atingiu grande parte do território norte-americano, agravando a redução de oferta e elevando as cotações internacionais.

No Brasil, o clima intensificou diferenças regionais. Diferentemente dos desastres registrados no Sule Nordeste, o Centro-Oeste manteve níveis relativamente altos de segurança da produtividade, compoucos registros de quebra de produção. A produção de milho em Mato Grosso dobrou em volume.Enquanto, em 2011 a produção alcançou 7 milhões de toneladas, este ano, os produtores produziram15 milhões de toneladas.

“Quanto à soja, tivemos ano agrícola muito bom em Mato Grosso, com produção um pouco menor doque em 2011, mas com maior produtividade”, disse Nelson Picolli, diretor financeiro da Associação deProdutores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja)

A crítica, diante da disparidade, recai sobre estratégias públicas. “Temos no Centro-Oestesuperprodução e no Sul e Nordeste com problemas sérios climáticos, onde [os produtores] nãoproduziram bem sequer para sustentar o setor de frango e suínos e tiveram que sacrificar animais”,afirmou Picolli, destacando o impacto dos prejuízos no mercado de carne. Recentemente, denúnciasapontaram o descarte de mais de 100 mil aves em fase de engorda, por falta de ração animal, que éproduzida, principalmente, a partir do milho.

Conselho Nacional da Pecuária de Corte - CNPC

Cresce mercado de luxo da carne

Com o aumento da renda do brasileiro e a entrada de novas famílias naclasse média, o consumo de proteína animal, especialmente carnebovina, acompanhou a evolução do poder aquisitivo.

Com o aumento da renda do brasileiro e a entrada de novas famílias na classe média, o consumo deproteína animal, especialmente carne bovina, acompanhou a evolução do poder aquisitivo. Astendências de consumo e a forma com que o setor produtivo deverá responder ao crescimento da

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tendências de consumo e a forma com que o setor produtivo deverá responder ao crescimento dademanda por carne foram os temas centrais da tarde de ontem, na Casa RBS na Expointer.

Dados apresentados no evento pela consultoria BeefPoint apontam para um crescimento de 25% nomercado de luxo em 2012, o que inclui a procura por carnes selecionadas. Para oferecer o melhorproduto ao consumidor, as entidades de raças bovinas buscam melhoramento genético epadronização da produção.

Casos de sucesso de parcerias com frigoríficos, varejo e redes de fast-food foram apresentadosdurante o evento, promovido com a Associação Brasileira de Angus (ABA). Entre os exemplos, foicomentado o convênio com o McDonald’s para oferecer um hambúrguer de carne angus. Desde 2003,a entidade promove o programa Carne Angus Certificada, que abateu, neste primeiro semestre, 100

mil animais certificados, 25% a mais que no primeiro semestre de 2011.

– O consumidor pode comprar uma carne de qualidade e consumir sem o menor risco. Essa carne émacia, saborosa e suculenta – avalia o diretor do programa, Reynaldo Salvador.

A Associação Brasileira de Hereford e Braford mantém desde 2001 o programa Carne CertificadaPampa. Só no primeiro semestre deste ano, foram certificados 27 mil animais, número 78% superiorao mesmo período do ano passado.

– Mesmo com carnes selecionadas, também podemos oferecer cortes com preços mais baratos eque vão manter padrão e qualidade aos consumidores – avalia o gerente executivo do programa,Guilherme Dias.

Propriedades criam programas de certificação

A preocupação em oferecer carne de qualidade também chega às propriedades, que criam programasde certificação interna. A fazenda Jaguaretê, de Eldorado do Sul, apresentou, durante a Expointer, oPrograma Carne Macia. Neste ano, serão abatidas 600 cabeças de gado com certificação. O plano échegar a um abate de 40 mil cabeças de gado em 2020.

– Hoje a carne de alto padrão vem da Argentina e do Uruguai. Há lugar para todos produzirem carnede qualidade – salienta Luiz Antonio Queiroz, proprietário da Jaguaretê.

Beef Point

Abrafrigo propõe que entidades se responsabilizempelas ações sócio-ambientais dos frigoríficos

Desde que se relacionou a pecuária ao desmatamento da Amazônia, apartir de 2009, as entidades ligadas a produção de carne bovina temprocurado orientar seus associados para que não comprem gado deáreas embargadas, provenientes de terras indígenas, de fazendas quefigurem na lista de trabalho escravo ou envolvidas em conflitos agráriose grilagem de terras, além de outras sanções previstas em Lei.

Desde que se relacionou a pecuária ao desmatamento da Amazônia, a partir de 2009, as entidadesligadas a produção de carne bovina tem procurado orientar seus associados para que não compremgado de áreas embargadas, provenientes de terras indígenas, de fazendas que figurem na lista detrabalho escravo ou envolvidas em conflitos agrários e grilagem de terras, além de outras sançõesprevistas em Lei.

Nesta sexta-feira, dia 31, em reunião com a Procuradoria Geral da República (PGR), a AssociaçãoBrasileira de Frigoríficos apresentou sua proposta ao Ministério Público Federal para que a entidadesirva de vetor de informações aos frigoríficos brasileiros sobre a legislação ambiental e asresponsabilidades pelo seu cumprimento.

“Nós não concordamos com a ideia de que cada frigorífico necessite assinar um Termo Aditivo aoTermo de Cooperação Técnica que estamos propondo porque a Lei deve ser do conhecimento detodos e ajustamento de conduta deve ser feito somente quando houver erro ou desajuste”, explica oPresidente Executivo da ABRAFRIGO, Péricles Salazar. “ Também não concordamos com o plano dese criar um “rating” de produtores porque esta não é nossa função e não temos poder de polícia parafazê-lo”, acrescenta.

Os associados da entidade representam perto de 70% do mercado brasileiro de carne bovina e “caberá a nós esclarecer, conscientizar e informar que os frigoríficios não podem e não devem adquirirgado de áreas com restrições”, afirma Péricles Salazar. “Acreditamos que o tema da produçãosustentável deve ser priorizado por todos e estamos propondo que se agregue ao processo o GAP –Grupo de Acompanhamento do Protocolo, a participação do Ministério da Agricultura e das entidadesque representam os produtores pecuaristas”, conta ele. “Unindo os frigoríficos, pecuaristas, MAPA eo Ministério Público Federal vamos ter resultados mais produtivos e eficientes do que a improvavel

adesão de centenas de frigoríficos em termos aditivos que nem sempre geram os resultadosesperados”, conclui o dirigente.

Beef Point

Reino Unido: consumidores estão dispostos a pagarmais pelo bem-estar animal

Devido à maior preocupação pública sobre questões de bem-estaranimal, a Universidade de Reading, na Inglaterra, realizou umapesquisa e constatou que as pessoas estão dispostas a pagar mais pelacarne produzida com práticas de bem-estar animal, com maior forçapara as carnes bovina e de frango do que a suína.

Devido à maior preocupação pública sobre questões de bem-estar animal, a Universidade de Reading,na Inglaterra, realizou uma pesquisa e constatou que as pessoas estão dispostas a pagar mais pelacarne produzida com práticas de bem-estar animal, com maior força para as carnes bovina e defrango do que a suína.

O economista agrícola do Governo do Reino Unido, Richard Bennett, liderou a pesquisa para saberem que extensão as pessoas querem melhorar o bem-estar dos animais de produção. “Abatemosmais de dois milhões de bovinos, nove milhões de suínos e quase 800 milhões de frangos por ano noReino Unido para satisfazer nossa demanda por carnes”.

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A pesquisa, publicada no jornal Animal Welfare, sugere que por apenas um ponto de aumento naescala de bem-estar animal, os consumidores estão dispostos a pagar £5,24, £5,10 e £4,57 (US$8,29, US$ 8,06 e US$ 7,23) a mais para melhorar o bem-estar de bovinos, frangos e suínos,respectivamente.

Em 30/08/12 – 0,63196 Libra Esterlina = US$1,00 (Fonte: Oanda.com)

Correio do Norte

Secretaria da Agricultura e Mapa discutemabastecimento

O encontro marcou o lançamento do Projeto de Regionalização doMapa que irá abrir escritórios regionais do Ministério em todos osEstados do País

O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, o ministro da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro, e os secretários da Agricultura dos Estados doSul se reuniram na terça-feira, 28, no estande do Mapa na Expointer, em Esteio –RS.

O encontro marcou o lançamento do Projeto de Regionalização do Mapa que irá abrir escritóriosregionais do Ministério em todos os Estados do País. O ministro Mendes Ribeiro explica que haverácasas do Ministério em todos os Estados, onde serão tratados temas como defesa agropecuária epolítica agrícola, tornando-o assim um Ministério Regional.

Na ocasião, o secretário João Rodrigues entregou ao ministro um projeto de abastecimento de milhopara Santa Catarina, que sugere medidas emergenciais, até 31 de dezembro, para amenizar a faltado grão que afeta a avicultura, a suinocultura e a bovinocultura de leite catarinense.

O documento foi elaborado em conjunto entre Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca,Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e entidades ligadas ao setor produtivo.

“A avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite são atividades tradicionais da economia catarinensee passam por uma crise severa, sem precedentes na história, devido a dificuldades de acesso a

insumos. O milho e o farelo de soja representam mais de 70% do custo de produção dessasatividades. A estiagem reduziu a produção catarinense em 900 mil toneladas, elevando o déficit anualdo Estado para mais de 2,7 milhões de toneladas em 2012”, destaca João Rodrigues.

O Governo Catarinense sugere que seja aplicado um subsídio, denominado de Valor de Escoamentodo Produto (VEP), com limite de até 4 mil toneladas/mês por unidade agroindustrial do Estado.

Também que seja mantido o VEP de até mil toneladas/mês anunciado para iniciar na próximasemana, que atenderá os pequenos e médios criadores.

E, ainda, que seja disponibilizado milho, no estado de origem, para clientes do balcão, no valorpraticado atualmente em Santa Catarina de R$ 21 a saca, permanecendo o subsídio do frete e dotributo, além de ser criado um subsídio oferecido ao frete para o farelo de soja. João Rodrigues aindalevou ao ministro Mendes Ribeiro a boa notícia de que Santa Catarina irá exportar carne suína para oJapão.

O anúncio foi feito na segunda-feira, 27, pelo Governador Raimundo Colombo e a expectativa é de queo mercado japonês compre mais de 130 mil toneladas de carne suína por ano.

O Japão, assim como a Coréia, só importa produtos de zonas livres de febre aftosa sem vacinação.No Brasil, apenas Santa Catarina tem essa condição.

Globo Rural

Criadores do NE dependem do milho da Conab paraalimentar os rebanhos

Falta de transporte prejudica o abastecimento dos depósitos da região.Governo de Pernambuco paga pelo frete, mas outros estados ainda não.

Depois de um mês de atraso, as carretas voltaram a descarregar o milho em Petrolina, no sertão dePernambuco. Preço bem abaixo do mercado serve para garantir o alimento de pequenas criações.

Cada beneficiado pode comprar, por mês, até três toneladas de milho, no valor de R$18,12 a sacacom 60 kg. Acima desse volume, até sete toneladas, o preço da saca sobe para R$ 21.

Quem define o que cada cadastrado pode adquirir é a Conab, com base na quantidade do rebanhoque é informada pelo próprio criador.

A iniciativa do Governo Federal em vender milho mais barato para os criadores de animais é paratentar diminuir o prejuízo causado pela seca. Oito estados do Nordeste e três da região Sul estãosendo contemplados com essa medida.

O frete para levar o milho de Goiás teve que ser pago pelo governo de Pernambuco, porque a empresaque fazia o transporte rompeu o contrato com a Conab. Isso prejudicou as entregas em toda a região.A Conab destinou para o Nordeste do país 400 mil toneladas de milho. Para Pernambuco irão 10%desse total.

Sem pasto, o milho é a única saída para os criadores manterem o rebanho vivo.

Norte do Ceará

Em outras regiões do Nordeste, entretanto, os criadores reclamam da falta do milho da Conab. É oque acontece no norte do Ceará. O criador Miguel Arcanjo, de Massapê, diz que alguns animais jámorreram e o rebanho perde peso a cada dia.

No armazém da Conab em Sobral os pequenos produtores esperam encontrar milho a preço maisbaixo. São quatro mil criadores cadastrados no programa. Seriam necessárias sete mil toneladas demilho por mês para atender a todo mundo, mas só estão chegando 150 toneladas, ou seja, 2% dototal.

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O depósito passa a maior parte do tempo quase vazio. De acordo com o gerente da Conab de Sobral,Paulo Lourenço, o milho deveria vir do Mato Grosso e o problema é a falta de transporte.

Enquanto isso, quem cria animais está prejudicado.

Globo Rural

Produtores gaúchos pagam, mas não recebem milhodo governo

Programa da Conab contra a seca ofertou milho por preços menores.Com o produto pago, em algumas propriedades a espera dura seismeses.

A estiagem deste ano queimou o pasto e acabou com 70% do milho plantado por Armindo Seibert,produtor de leite de Arroio do Tigre, no Vale do Rio Pardo.

Armindo conta que viu as vacas emagrecerem e a possibilidade de não ter alimento para os animais,quando resolveu comprar milho a baixo custo da CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento.

O pedido foi feito em fevereiro e a promessa era de que o milho seria entregue até abril. Ele já pagoupelo produto R$ 21 cada saca, mas sem alimento suficiente para os animais, precisou vender umporco e quatro, das nove vacas que tinha.

De acordo com o sindicato dos Trabalhadores Rurais, somente na região de Arroio do Tigre, mais de500 produtores de 10 municípios já pagaram e aguardam o milho prometido.

O superintendente da Conab no Rio Grande do Sul, Glauto Melo, reconhece o atraso e informa que acompanhia vai fazer um leilão eletrônico para contratar serviço de frete para trazer o milho de outrasregiões do país.

Os preços devem ser reajustados para atrair interessados, já que o mercado está aquecido.

Globo Rural

Milho, café e algodão foram destaques no PIB

Economista José Garcia Gasques atribui resultados às boas safras dascommodities

O economista José Garcia Gasques, coordenador do Planejamento Estratégico do Ministério daAgricultura, afirmou que as boas safras de milho, café e algodão, cujas colheitas começaram nosegundo trimestre, foram pontos positivos do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Ele observa que,em relação ao segundo trimestre do ano passado, houve crescimento de 1,7% do PIB agropecuário,que foi três vezes superior ao geral.

Gasques cita os dados de julho do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram crescimento de 27% na safra demilho, 14,2% no café e 4,9% no algodão. Segundo ele, o bom desempenho destas culturascontrabalançou as quebras provocadas pela estiagem no início deste ano, como as perdas de 12,2%na produção de soja e de 14,9% no arroz.

Gasques afirma, ainda, que a tendência para os próximos levantamentos é de aumento do PIBagropecuário, impulsionado pelo cenário positivo de preços e otimismo dos agricultores em relação àpróxima safra de grãos, que deve atingir novo recorde.

O Estado de São Paulo

Puxado pelo agronegócio, Centro-Oeste é a regiãoque mais cresce no Brasil

Bom momento da agropecuária, com cotação dos preços dos grãossubindo e seca nos EUA, amplia a riqueza dos Estados na região

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Globo Rural

Clima e investimentos fazem safra de milho superarsoja pela 1ª vez em MS

Produção no estado deve alcançar 6,1 milhões de toneladas em2011/2012. Alta no preço dos grãos prejudica criadores de suínos e aves.

A produção de milho na safra 2011/2012 vai ser superior à colheita de soja pela primeira vez nos 34anos de história de Mato Grosso do Sul: serão 6,1 milhões de toneladas de milho, contra 4,6 milhõesda soja, segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O consultor em agronegócios da BM&F, João Pedro Cuthi Dias, diz que uma série de fatorescontribuiu para que a chamada "safrinha" se transformasse em uma "supersafra". "Primeiro umasituação excepcional do clima. Nunca houve uma distribuição tão boa de chuvas e no período certo.Some a isso o fato dos produtores estarem capitalizados e terem investido nas lavouras e ao inícioum pouco mais cedo do plantio", explica.

Depois de três meses de retração, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário voltou acrescer no 2º trimestre deste ano, com uma taxa de 4,9%. A expansão foi a maior entre os setoresda economia brasileira, que cresceu 0,4% no período, segundo dados divulgados nesta sexta-feira(31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), AlmirDalpasquale, diz que, além de uma colheita excepcional, os produtores da "safrinha" de milho aindaforam beneficiados pela alta dos preços nos mercados nacional e internacional, em decorrência daquebra de safra da produção dos Estados Unidos, o maior produtor mundial da cultura.

"Além de uma produtividade média que deve ficar em torno dos 4.700 quilos por hectare, 45,3%superior a do ciclo passado, estamos tendo a sorte de casar a produção recorde com bons preços nomercado internacional. Isso para o produtor está sendo muito bom", comenta.

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Os produtores rurais Carlos e Sandro Brauner, que administram uma fazenda no município deBandeirantes, a 66 quilômetros de Campo Grande, confirmam os bons resultados da "safrinha" demilho. Eles cultivaram 1.300 hectares com o grão e colheram em média 98 sacas por hectare, oequivalente a 5.880 quilos – incremento de aproximadamente 63% em relação à produtividaderegistrada em 2010/2011, quando foram colhidas cerca de 60 sacas por hectare.

Soja no verão

Do total produzido pela família Brauner, 30% já estavam comercializados. O restante da produçãosegue estocado na propriedade para comercialização futura. Apesar dos bons preços no mercado eda produção recorde da "safrinha", pai e filho afirmam que vão continuar a plantar soja no ciclo deverão, deixando o milho para a segunda safra.

"Vamos continuar a plantar soja porque os preços estão muito atrativos. Atualmente a saca estásendo comercializada na casa dos R$ 80 e os contratos futuros estão fechados a cerca de R$ 60.Então compensa muito. Além disso, não é possível migrar tão rapidamente de uma cultura para outra.É preciso um suporte melhor", explica Sandro Brauner.

O presidente da Associação Campo-Grandense das Revendas Agrícolas (Acra), Milton Folino,concorda com os produtores. Com base nas vendas de insumos, ele acredita que não deve haveraumento da área plantada com milho no estado na safra de verão em detrimento das áreas cultivadascom soja.

"O produtor faz com pelo menos 30 dias de antecedência do começo do plantio a compra dassementes e insumos para a produção. Atualmente cerca de 80% dos produtos já foramcomercializados e retirados. O agricultor deixa uma reserva de cerca de 20% nas lojas, para o casode precisar. Como essa compra foi feita em um momento muito bom dos preços da soja, oinvestimento na safra de verão foi em grande parte voltado para a cultura", analisa.

Com os preços do milho e da soja em alta, o presidente da Acra diz que o mercado de insumos estáaquecido e que o produtor rural animado com os bons resultados da "safrinha" está disposto a investirnas lavouras, apesar da alta de 10% a 20% nos preços dos produtos registrada nos últimos meses.

Reflexos negativos

A alta no preço do milho, mesmo com a produção recorde na safrinha, e da soja, em razão da quebrada produção americana, apesar de benéfica para os agricultores, segundo o presidente daAprosoja/MS, provoca também reflexos negativos para outros segmentos do agronegócio, queutilizam esses produtos como matéria-prima, como os criadores de suínos e aves, que usam raçãofeita a partir destes grãos.

"Estamos falando já há algum tempo da preocupação com esses setores. Estamos alertando porqueé preciso que o governo busque uma alternativa para diminuir os impactos da alta do preço do milho eda soja para esses setores. É preciso agir agora, porque tentar resgatar esses setores depois é maiscomplicado", comenta Dalpasquale.

Issao Kurokawa, diretor da Cooperativa Agrícola Mista de Várzea Alegre (Camva), maior produtora deovos de Mato Grosso do Sul, afirma que os produtores estão acumulando seguidamente prejuízos."Hoje em cada dúzia de ovos nosso prejuízo chega a R$ 0,25. Quando calculamos isso baseados naquantidade de dúzias por caixa, que é de 30 unidades, o valor é ainda maior, R$ 9".

Kurokawa diz que, por mês, a cooperativa consome cerca de 24 mil sacas de milho, para produzir emsua fábrica a ração que é consumida pelas aves. A ração é composta por um percentual que varia de60% a 50% de milho e 23% de farelo de soja. A perspectiva, conforme ele, é que o aumento no preçodo milho e da soja, seja repassado em um prazo máximo de 60 dias para os consumidores.

"Vamos ter que repassar, porque não vamos conseguir manter desse jeito. Antes de iniciar a colheitada safrinha do milho o preço da saca variava de R$ 18,50 a R$ 20. Hoje, no fim de safra, com umaprodução recorde, o que deveria levar os preços a cair, ocorreu o contrário, o valor subiu para R$ 26em média. É uma variação de 30%. Se isso ocorreu no pico de safra nada indica que com o fim dacolheita esses valores vão cair", analisa.

Já o presidente da Associação Sul-Matogrossense de Suinocultores (Asumas), Arão Antônio Moraes,diz que o cenário de dificuldades que os criadores vinham enfrentando em razão da alta no custo daração fornecida aos animais começa a se alterar gradativamente com a elevação no preço da carne."A ração representa 80% do nosso custo de produção", comenta, completando que a expectativa dosprodutores é que nos próximos meses o panorama para a atividade melhore.

Globo Rural

Aumento de 40% no custo do frete preocupaprodutores de Mato Grosso

Em fase final de colheita, algodão e milho precisam ser escoados. Deum ano para outro a majoração do preço foi de 15%.

O custo do frete cotado em Mato Grosso aumentou 40% em 30 dias. Os produtores de algodão emilho são os principais prejudicados com a majoração do preço, já que a pluma e o grão retirados docampo precisam ser levados para as indústrias.

“Além do escoamento da algodão, o aumento na produção do milho está incentivando o preço alto

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“Além do escoamento da algodão, o aumento na produção do milho está incentivando o preço altopara o transporte dos produtos”, afirma a analista do Instituto Mato-grossense de EconomiaAgropecuária (Imea), Elisa Gomes.

Os dados, que fazem parte do último levantamento divulgado pelo Imea, aponta que os valoresdestinados para o frente estão até 15% mais caro do que foi registrado na safra passada. Para se terideia, em 30 dias, os gastos aumentaram acima dos 40% na última semana de agosto.

Em valores, significa que o custo com o frete passou de R$ 190 a tonelada para R$ 273 a toneladaem um mês, levando em conta o percurso entre o município mato-grossense de Campo Verde, 139quilômetros de Cuiabá, até o porto de Santos.

Segundo a analista do Imea, mais da metade do algodão do ciclo 11/12 já foi beneficiado. O preço do

frente, que representa até 2% do custo total na produção da pluma e quase 5% no gasto com oplantio do milho, continuará alto até outubro.

Folha de S. Paulo

Fungo asiático ameaça plantações no Mato Grosso

A 15 dias do início do plantio de soja em Mato Grosso, o Estado podeiniciar a safra 2012/13 em meio a ameaças reais de contaminação daslavouras

A 15 dias do início do plantio de soja em Mato Grosso, o Estado pode iniciar a safra 2012/13 emmeio a ameaças reais de contaminação das lavouras com a temida ferrugem asiática, fungo queprovoca intensa redução na produtividade da oleaginosa.

De acordo com Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja, vistorias indicam que grande parte dasplantas que nascem involuntariamente estão infectadas.

A explicação para a elevada contaminação é que as chuvas se estenderam além do normal neste anoem Mato Grosso, até o final de junho.

Valor Econômico

Governo aposta em divisão de ruralistas paramanter MP

Pressionado por divisões na bancada ruralista, o governo DilmaRousseff sabe que corre o risco de enfrentar novas derrotas natramitação da medida provisória que trata do Código Florestal e játrabalha com a possibilidade de a MP caducar.

Pressionado por divisões na bancada ruralista, o governo Dilma Rousseff sabe que corre o risco deenfrentar novas derrotas na tramitação da medida provisória que trata do Código Florestal e já trabalhacom a possibilidade de a MP caducar. O relatório aprovado na comissão especial mista doCongresso precisará ser apreciado pelos plenários da Câmara e do Senado antes de 8 de outubro.Enquanto calcula o impacto das modificações realizadas pelo colegiado num acordo que foidesautorizado pela presidente, o Executivo busca consolidar o apoio de uma parte da bancadaruralista para manter as regras previstas no texto original da medida provisória.

O governo, no entanto, encontra forte resistência da ala "mais radical" dos parlamentares ligados aoagronegócio. Líderes do segmento trabalham pela união da bancada, caso o governo resolvaendurecer nas negociações. As mudanças feitas pela comissão aumentaram os benefícios dosgrandes e médios produtores rurais, assim como a Câmara havia feito antes de Dilma vetar o CódigoFlorestal aprovado pelo Congresso.

"O governo, em certas circunstâncias, tem o dom de complicar as coisas", criticou o presidente daUnião Democrática Ruralista", Luiz Antonio Nabhan Garcia, para quem o governo cedeu às pressõesde organizações não governamentais estrangeiras e a países que querem reduzir a produtividade daagropecuária nacional. "Ela [bancada ruralista] tem uma divisão. Mas, se o governo não ceder, vaitomar outra surra. Se existe radicalismo, existe da parte do governo e da bancada ambientalista. Estegoverno tem a mania de empurrar goela abaixo. Quem vota com ele é bonzinho. Quem não vota éradical?"

Em público, os articuladores políticos do governo evitam ameaçar o Congresso com novos vetos.Auxiliares da presidente não escondem, porém, que o Executivo mantém a disposição de impedir aconcessão de anistias a desmatadores e a aprovação de dispositivos que permitam o aumento dodesmatamento no país.

Em maio, ao vetar trechos do projeto que havia sido aprovado pelo Parlamento e publicar uma medidaprovisória com mudanças no Código Florestal, o governo fixou regras obrigando que os produtores

rurais preservem e recuperem áreas de proteção ambiental de forma proporcional ao tamanho de suaspropriedades. A aposta do governo era justamente provocar um racha na bancada ruralista, uma vezque a maior parte dos produtores detém pequenas propriedades. No entanto, até agora não conseguiuvotos suficientes para manter suas posições.

Os avanços das conversas de uma ala da bancada ruralista com o governo coincidiram com aaproximação entre o Palácio do Planalto e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente daConfederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para algumas lideranças ruralistas, porém, oobjetivo da parlamentar é credenciar-se para virar ministra de Estado, movimento com potencial dereduzir a margem de negociação do setor.

O racha da bancada ruralista ficou evidente durante a discussão da MP 571 na comissão especialmista do Congresso. O entendimento desautorizado por Dilma foi obtido após sete horas denegociações na quinta-feira, quando os integrantes do colegiado redigiram um novo texto parasubstituir o acordo fechado no dia 12 de junho. Sem o acerto, as emendas seriam votadasindividualmente. E o governo dificilmente venceria a bancada ruralista.

Mas os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), vice-líder do DEM, integrante da cúpula ruralista e ex-presidente da UDR, Bernardo Santana (PR-MG) e Abelardo Lupion (DEM-PR) não concordaram.Durante os discursos, Kátia Abreu chegou a pedir "pelo amor de Deus" para que Caiado mudasse deideia. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Homero Pereira (PSD-MT), e o ex-presidente da FPA, Moreira Mendes (PSD-RO), também apelaram ao colega. Em determinadomomento, mais de 15 pessoas foram ao redor do deputado tentar demovê-lo. O impasse permaneceuaté que a mudança nas APPs foi proposta pela presidente da CNA.

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até que a mudança nas APPs foi proposta pela presidente da CNA.

A insatisfação de Dilma com o resultado da votação na comissão do Congresso foi evidenciada emuma cerimônia pública na última semana, quando a presidente enviou um bilhete questionando asministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) se a decisão dosparlamentares havia sido acertada com o Executivo. Ambas apressaram-se a dizer que o governo nãoconcordara com o texto. Na sequência, diversos parlamentares também passaram a tentar sedesvincular do entendimento alcançado.

Na sexta-feira, por exemplo, o líder do governo no Senado Federal, Eduardo Braga (PMDB-AM),negou que tenha participado de qualquer acordo. "Desde o início, trabalhamos para que o texto-baseda MP fosse aprovado", assegurou o senador.

Num contra-ataque, Caiado chegou a ameaçar tentar anular a votação. "Como o governo rechaçouoficialmente o acordo feito na comissão mista que viabilizou a votação do tema, a análise da propostaterá que ser refeita", disse. "Estou encaminhando ofício ao presidente do Congresso para que, diantedesse golpe que fomos vitimados, continuemos então a votação na comissão especial a partir deterça-feira. Em momento que o acordo é descumprido, não podemos aceitar que a etapa da comissãoespecial esteja vencida."

A iniciativa não conta com a adesão da maioria da bancada ruralista. Mesmo assim, osparlamentares ligados ao setor já falam em unir esforços no plenário da Câmara. "Vai acontecer o quenão gostaria [o embate], e a chamada bancada ruralista, mordida, com seu calo doendo, vai se juntaroutra vez e derrubar o governo. O mais contundente com o Caiado fui eu, e estou dizendo que ficazerado [indisposição entre os ruralistas] se tiver tentativa de intervenção do governo", afirmou MoreiraMendes. "O ruim é se cair a MP, é o pior dos mundos. Seria uma insegurança jurídica absoluta."

Globo Rural

EUA deve importar milho do Brasil para abastecerpecuária, diz professor de Iowa

Para Bruce Babcock, produção estadunidense de etanol não sofreráqueda, pois demanda continuará alta

O volume da produção de etanol dos Estados Unidos não diminuirá, mesmo com o aumento do custodo milho provocado pela seca que assola o país. É o que diz Bruce Babcock, diretor do Centro de

Estudos em Bioenergia e professor de economia agrícola da Universidade Estadual de Iowa, nosEstados Unidos. Para o especialista, que falou com exclusividade à Globo Rural, “o Brasil deveinvestir em novas refinarias para se tornar o maior exportador mundial de etanol”. Confira a íntegra daentrevista.

GLOBO RURAL – Quais são as projeções para o mercado de etanol mundial, após a seca queatingiu os Estados Unidos?

Bruce Babcock – A seca diminuiu a produção de milho dos Estados Unidos em 25%,aproximadamente, em comparação com volumes anteriores. Essa queda causou um aumento demais de 50% no preço do cereal. Como o milho representa uma grande parcela dos custos daprodução de etanol, o preço do combustível também cresceu substancialmente. A maioria dosanalistas das companhias de petróleo acredita que o preço do etanol nos Estados Unidos crescerápor conta do mandato do Governo que força as companhias a continuar usando uma alta quantidadede etanol [10% de mistura]. Nesse caso, é provável que a produção de etanol nos EUA não caiasignificantemente, apesar do aumento nos custos da produção.

GLOBO RURAL – Você acredita que os Estados Unidos serão capazes de manter o mesmo volumede exportação de etanol?

Bruce Babcock – É provável que o aumento do preço do etanol de milho dos Estados Unidos faça asexportações para o Brasil caírem. Assim, em geral, as exportações do biocombustível sofrerão umaqueda significante. O Canadá também tem um mandato que impõe certa quantidade de etanol emseus combustíveis [5% de mistura]. Isso cria uma alta demanda pelo produto. Caso o país continueimportando etanol, os EUA continuarão a exportar.

GLOBO RURAL – Alguns especialistas brasileiros acreditam que os Estados Unidos terão queescolher para onde destinar a produção de milho: para ração de porcos e aves; ou para etanol. O quevocê acredita que acontecerá?

Bruce Babcock – Eu acredito que o volume da produção de etanol não cairá significantemente. Masisso significa que as exportações de milho dos Estados Unidos sofrerão uma queda. Assim comoacontecerá com a quantidade de grão destinada para a indústria pecuária. As únicas possibilidadespara que os Estados Unidos tenham milho para a pecuária são a diminuição da produção de ovos, deleite e de carne ou a importação do grão de outros países, como o Brasil.

GLOBO RURAL – Como o Brasil pode tirar vantagem desse momento?

Bruce Babcock – O mandato sobre o combustível estadunidense está sendo atendido pelo etanol decana brasileiro. Esse quadro se manterá pelos próximos anos. Além disso, se a União Europeiacontinuar com suas diretrizes para energia renovável, haverá também uma forte demanda nocontinente europeu. É provavel, porém, que a própria demanda interna do Brasil supere a oferta dopaís nos próximos cinco anos. Assim, é difícil dizer se será o mercado internacional ou o própriomercado interno que estará mais atrativo para o etanol brasileiro. Basta dizer que, enquanto o preçodo petróleo continuar alto, continuará a existir uma forte demanda por etanol, seja produzido no Brasilou nos Estados Unidos.

GLOBO RURAL – Você acredita que o Brasil é capaz de voltar a ser o maior exportador de etanol?

Bruce Babcock – O Brasil tem uma vasta capacidade para aumentar sua produção de etanol.Certamente, o país poderá se tornar o grande produtor e exportador mundial de etanol. O que falta éinvestimento: tanto em novos campos para plantação de cana-de-açúcar como em novas refinarias.Só quando houver esses investimentos, o Brasil alcançará um maior potencial.

Globo Rural

Produtores do MT visitam 'cinturão' de milho dosEUA e conferem perdas

Comitiva da Aprosoja conversaram com autoridades americanas sobre

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Comitiva da Aprosoja conversaram com autoridades americanas sobre

os problemas com a estiagem

Em visita aos Estados Unidos, no "Intercâmbio da Soja", promovido pela Aprosoja, produtores ruraisdo Mato Grosso que formavam a comitiva da entidade conferiram as perdas dos produtores norte-americanos devido à seca que assolou as lavouras nos últimos meses. Os produtores brasileirostiveram a oportunidade de conversar com o secretário de Agricultura de Iowa, Bill Northey, queconfirmou a redução de produtividade das lavouras de milho.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) estima que aslavouras vão render uma média de 140 bushels por acre (medida americana), convertido à medidausada no Brasil equivale à 147 sacas por hectare. Segundo o secretário de Iowa, na safra passada,os Estados Unidos tiveram uma média de produtividade nas lavouras de milho de 170 bushels poracre ou 178 sacas por hectare.

Ainda de acordo com Northey, a perda não será maior porque, entre outras coisas, a genética dassementes garantiu o mínimo de produtividade. Na última estiagem como a que assolou o país esteano, em 1988, os produtores colheram cerca de 80 bushels por acre.

O secretário disse ainda que 90% dos produtores norte-americanos estão assegurados, com umseguro que custa US$ 40 por acre.

O seguro agrícola também garantiu que os expositores da Farm Progress Show, feira dinâmica detecnologia agrícola mais conhecida no mundo, não tivessem reduções na comercialização dasmáquinas.

Etanol

O secretário Bill Northey também comentou sobre a política norte-americana de etanol. Algunsgovernadores americanos solicitaram ao governo federal modificações na lei, que obriga a mistura de10% a 15% de etanol à gasolina.

A princípio, os Estados Unidos previam uma produtividade recorde de milho, o que derrubaria o preço.No entanto, após os resultados da seca nos Estados Unidos, a prioridade de utilização do cerealdeve ser para atender a outros setores, como a indústria de alimentos.

A decisão será tomada em novembro, depois das eleições presidenciais e da colheita.

Globo Rural

Integração lavoura e pecuária avança no norte deMato Grosso

Área de cada cultura da integração varia conforme o comportamento domercado para os produtos

Na busca de uma maior rentabilidade e aproveitamento das pastagens, os pecuaristas do norte deMato Grosso estão investindo cada vez mais na integração com a lavoura. As culturas predominantesna região são o milho e a soja, conforme constatou a Equipe 2 do Rally da Pecuária, comparticipação da Agência Estado.

Na Fazenda Piraguassu, do Grupo Itaquerê, localizada no município de Porto Alegre do Norte, a áreatotal é de 36 mil hectares. A pecuária ocupa somente um pouco mais de 5 mil hectares - com umrebanho de 15 mil cabeças de gado próprio e de arrendamentos - e a integração lavoura-pecuária,onde se planta soja e milho, corresponde a 4 mil hectares.

"Na seca (a integração) é a melhor coisa: o nosso boi continua engordando", disse o gerente dePecuária do estabelecimento que faz a cria, recria e engorda de bois, André Cavalcanti Velasco.Segundo ele, a área da pecuária e da lavoura na integração varia conforme o comportamento domercado para os produtos. Hoje, por exemplo, na região, a saca do milho é vendida a partir de R$ 30e a da soja, por volta de R$ 75. Já a arroba do boi tem sido negociada na praça por entre R$ 82 a R$

85 à vista.

"Se a soja ou o milho rendem financeiramente bem, a área da pecuária diminui e vice-versa. Outrobenefício da técnica ocorre nos confinamentos: com os grãos aqui, consigo fazer uma dietabalanceada e de melhor custo", explicou. A fazenda tem uma capacidade estática de confinar 4 milanimais. No ano passado, a oferta dos animais engordados nesse sistema intensivo foi de 2 milcabeças. Neste ano, mesmo com a alta dos grãos, a produção será de 6 mil cabeças e, no ano quevem, pode alcançar 10 mil cabeças. O estabelecimento, conforme Velasco, vende a quase totalidadede seus animais para o Grupo JBS e agora que firmar parceria com o frigorífico Plena, de Tocantins.

Agentes do mercado da região ainda não chegaram a um consenso sobre qual o caminho seria mais"fácil" para aplicar a integração lavoura-pecuária. Uns dizem que é mais desafiador para o agricultor,já que questões comerciais da pecuária são diferentes da agricultura. Para outros, o grande desafiodo pecuarista ao entrar na agricultura é o alto custo do maquinário.

Apesar do grande esforço dos produtores da região em adotar tecnologias na produção e em manejoe recuperação de pastagens, além da regularização da documentação e georreferenciamento, oprincipal empecilho citado pelos agentes é a questão ambiental. Isso pode forçar pequenos e médiospecuaristas a desistirem da atividade.

O Rally da Pecuária, organizado pelas consultorias Bigma e Agroconsult, passará por nove Estadosbrasileiros, percorrendo cerca de 40 mil quilômetros, onde estão concentrados 75% do rebanho e85% da produção de carne bovina do País. Nessa edição, ocorrerão também encontros comprodutores, além dos eventos já programados.

Nesta sexta-feira (31/8), a Equipe 2 do Rally da Pecuária percorrerá o trecho de Querência até ÁguaBoa, no Mato Grosso, totalizando cerca de 225 quilômetros. Até domingo (2/8) a expedição passaráainda pela cidade de Primavera do Leste, encerrando percurso em Cuiabá.

Valor Econômico

Naq Global planeja expansão no Brasil

A empresa indiana Naq Global, de aditivos para fertilizantes, planejaexpandir a produção no Brasil.

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A empresa indiana Naq Global, de aditivos para fertilizantes, planeja expandir a produção no Brasil. Acompanhia vai implantar um complexo industrial em Minas Gerais, próximo à divisa com o Estado deSão Paulo, e outra fábrica em Rondonópolis, Mato Grosso.

A expectativa da empresa com os novos projetos é quintuplicar seu faturamento no país em cincoanos, para US$ 500 milhões. A companhia não revelou, porém, quanto vai investir.

A Naq Global, que atua há sete anos no país, tem uma unidade fabril instalada há cinco anos emPorto Alegre, no Rio Grande do Sul, e outra em Uberaba, Minas Gerais, com produção de dez miltoneladas mensais cada uma.

O complexo industrial em Minas Gerais deve entrar em operação no primeiro semestre de 2013.Fernanda Dias, gerente geral de operações, afirma que o projeto vai envolver outros negócios nomesmo segmento, com capacidade de produção maior que a existente. A construção da fábrica emMato Grosso, cujo terreno já foi adquirido, deve começar neste ano. A unidade deverá produzir dez miltoneladas de aditivos por mês.

Com matriz em Mumbai e escritório central em Jaipur, a Naq Global tem uma fábrica na Índia e outraem Dubai, além das unidades brasileiras. A companhia também exporta para vários países do OrienteMédio, Golfo Pérsico, África, além da América Latina (Colômbia, Chile, Argentina e México). Osembarques totais da companhia somam de 8 mil a 10 mil toneladas por bimestre. As fábricas noBrasil atendem aos mercados da América Latina.

A empresa utiliza tecnologia única para os aditivos e tem como clientes também grandes players domercado de adubos. Os aditivos são substâncias usadas para melhorar a qualidade e processos dosfertilizantes como, por exemplo, diminuir o empedramento dos adubos. São produtos que facilitamtambém a adesão de micronutrientes e liberam de forma controlada nutrientes como o nitrogênio,com redução de custos.

O presidente e CEO da Naq Global, Avdhesh Mathur, afirma que a escolha do Brasil para ampliar aprodução se deve ao grande potencial do país na área agrícola. "Precisamos de mais alimentos, maissafras agrícolas e mais fertilizantes", afirma.

Mathur conta que o crescimento da receita no Brasil é expressivo, de 125% por ano. Atualmente,segundo ele, está em US$ 100 milhões anuais, 20% do faturamento mundial de US$ 500 milhões. Egarantiu que em cinco anos, quando os dois projetos estiverem concluídos, a receita deve chegar aUS$ 500 milhões no país.

Beef Point

CattleFax: previsões de longo prazo para o mercadoe indústria dos EUA

A seca e suas consequências para a indústria

A seca e suas consequências para a indústria

Os diversos fatores atuais, influenciando o mercado de 2012 deverão causar efeitos de longo-prazopara a indústria. Muitas das tendências registradas em 2011 ainda estão ocorrendo – declínio naoferta de gado, demanda doméstica de carne bovina mais forte e desaceleração econômica nosEstados Unidos. As tendências que pareciam estar melhorando no começo deste ano se desfizeramnos últimos meses – escassa oferta de milho e seca disseminada. As menores exportações de carnebovina e a maior importação também impactaram na previsão feita pelo CattleFax.

O clima teve um importante papel na mudança destas expectativas. A seca se disseminou para amaior parte dos Estados Unidos e deverá ameaçar a lucratividade para quase todo a cadeia produtivada carne bovina. A escassa oferta de forragem, de grãos para alimentação animal (ração) e de gadoaumentarão a importância do controle de custo dos insumos em 2012 e 2013 para todos osprodutores.

Os criadores de bovinos terão poucas oportunidades para crescimento em 2012 e o potencial paraexpansão em 2013 enfrentará pressão do alto custo recorde dos insumos. O abate de gado de corteestá 6% menor que no ano anterior e 2% menor que a média dos últimos cinco anos, porém não ésuficiente para compensar a contínua liquidação do rebanho. A seca forçou os criadores a venderemseus bezerros mais cedo e o maior custo dos alimentos para animais está aumentando o risco daatividade para os recriadores.

O preço recorde dos bezerros nesta primavera ameaça as margens de cria e recria. Então, ademanda por gado de reposição perdeu força rapidamente no verão, à medida que a seca forçou asvendas antecipadas e levou o preço do milho para novos picos. A demanda por reposição deverámelhorar no final deste ano. Entretanto, o potencial de aumento de preço dependerá do maior preçofuturo do gado e do declínio no preço do milho.

A maioria dos confinamentos têm operado com margens negativas por pelo menos dois meses e issonão deverá mudar em 2012. Devido à contínua liquidação do rebanho (que levará à menor oferta dereposição) junto com a escassa oferta de milho, as margens permanecerão estreitas em 2012 e2013.

As exportações estão menores em 2012 comparado com o volume recorde registrado em 2011. Opreço da carne bovina está alto em relação ao mercado mundial e os volumes de exportaçãoprovavelmente aumentarão uma vez que os preços estejam mais comparáveis. A volta da exportaçãode carne bovina ao Japão (de animais de 30 meses de idade ou menos) deverá impulsionar asexportações dos Estados Unidos. A importação de carne moída magra está maior do que em 2011devido ao maior preço nos Estados Unidos. O mercado para carne 90% magra continua forte, e estatendência deverá continuar no longo-prazo com prováveis quedas no abate de bovinos.

A economia continua uma preocupação, mas a demanda doméstica continua sendo mais forte do queem 2011. A demanda por carne Choice está mais forte, com maior número de clientes emrestaurantes e pressão adicional de compra do Wal-Mart (de carne de melhor qualidade). Nestesegundo semestre, a forte demanda será necessária caso os preços fiquem próximos aos picos doprimeiro semestre, devido à maior oferta de carne per capita do que o esperado. Para 2013, se ademanda ficar estável em relação a 2012, os preços provavelmente alcançarão novos recordes, àmedida que as ofertas deverão diminuir.

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Oferta: o clima limita o aumento do rebanho

O preço dos bezerros alcançou nível recorde em 2012. O novo pico foi de US$ 26/100 libras (US$57/100 quilos) maior do que o recorde de 2011. Entretanto, os produtores de gado e bezerroprovavelmente lutarão para aproveitar os maiores preços devido à contínua liquidação do rebanho.

O rebanho de corte deverá ser menor em 1o de janeiro/13 devido à seca. Um aumento no rebanho denovilhas de corte para reposição em 1 de janeiro de 2012 ficou com números estáveis no relatório de10 de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A seca tem reduzido aretenção de novilhas para muitos produtores e ao mesmo tempo, o abate de bovinos de corte deverácair em 375.000 cabeças – totalizando 3,5 milhões de cabeça em 2012. Entretanto, isso ainda émais que 200.000 cabeças a mais que a média dos 10 anos anteriores. A expectativa é que orebanho de corte dos Estados Unidos seja 400.000 cabeças menor em 10 de janeiro/13.

Os abates de novilhos e novilhas deverão cair em 800.000 cabeças comparado com 2011. Combinadocom o menor abate de vacas e touros, a produção de carne bovina em 202 será 250 a 300 milhões delibras (113 a 136 milhões de quilos) menor. O declínio na produção de carne bovina ésignificantemente menor do que o declínio dos abates. O peso das carcaças está 20 libras (9 quilos)mais pesado do que em 2011 devido ao maior peso do boi gordo e ao menor abate de vacas forçadopela seca. Como exemplo, se o peso das carcaças se mantivesse no mesmo nível do ano anterior, aredução na produção animal seria de 900 milhões de libras (408 milhões de quilos) em 2012.

O balanço comercial de carne bovina dos Estados Unidos mudou significativamente nos últimos seismeses – resultando em maior oferta per capita líquida de carne bovina em 2012. O volume de carnebovina exportado foi consideravelmente menor do que o esperado e as importações de carne bovinaaumentaram. Existe mais carne bovina no mercado doméstico e a oferta per capita de carne deveráaumentar para 57,8 libras (26 quilos) – cerca de meia libra (o,22kg) a mais que em 2011. O peso dascarcaças provavelmente será menor em 2013, os níveis de abate deverão cair e as exportaçõesdeverão crescer, levando a uma oferta menor per capita de carne bovina.

Demanda doméstica pressiona alta dos preços da carne bovina

A demanda por carne bovina até junho aumentou 5%. Durante a primeira metade do ano, os preços

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atacadistas – conforme medido pelo composto cutout – ficou em média em US$ 188/100 libras (US$397/100 kg), enquanto o preço varejista da carne bovina fresca do USDA em junho registrou umrecorde de US$ 4,71/libra (US$ 10,4/kg).

Para o futuro, o CattleFax espera que a demanda termine 2012 próximo aos níveis atuais. Aumentosna demanda dependerão de dois fatores: 1) maior volume de exportação de carne bovina, que estáabaixo do ano anterior e 2) melhora econômica em ritmo maior do que o previsto. Qualquercontratempo econômico durante os próximos 12 meses deverá pressionar a demanda para baixo dosníveis de 2011.

A publicidade varejista da carne bovina tem sido irregular neste ano devido ao aumento de preço dacarne. Além disso, o preço da carne suína no atacado beneficiou os varejistas – junto com boaoportunidade de lucro durante a maior parte de 2012. Essa situação pode continuar à medida que aprodução de carne suína tipicamente aumenta no outono, enquanto a produção de carne bovinadeclina sazonalmente. A competitividade de preço com a carne suína está caindo, enquanto a menoroferta de carne de frango melhora os preços da carne bovina com relação à de frango. Entretanto, amelhora ainda é marginal, à medida que a carne de frango ainda tem um preço bem menor do que acarne bovina e continua sendo valorizada pela maioria dos consumidores.

A diferença de preço entre os cortes Choice-Select aumentou consideravelmente neste verão,principalmente devido à decisão do Wal-Mart de incluir a carne bovina Choice em seus departamentosde carne em todo o país. Os cortes de costela e lombo Choice aumentaram mais na primavera e noverão, à medida que os varejistas garantiram sua oferta para o verão. A maior diferença deverácontinuar em 2012. Os valores poderão exceder US$ 15/100 libras (US$ 33/100 quilos) nesse outonose as ofertas de cortes médios Choice forem limitadas pela menor oferta de gado.

Os cortes de carne magra continuam encontrando forte suporte em 2012 e o CattleFax espera queessa tendência continue em 2013. A demanda dos consumidores por carne bovina moída continuaforte e a menor oferta tem mantido os preços da carne 90% magras em valores recordes. Os maiorespreços domésticos também atraíram mais importações de carne bovina. A demanda por chuckandround tem sido mais fraca do que em 2011 com os preços modestamente maiores que no anoanterior. As menores exportações são um fator que contribuiu para reduzir os valores dos cortes, maso forte mercado está fornecendo uma base para mais cortes subutilizados.

Mercado global: o preço dos Estados Unidos ultrapassa o mundial e as exportações de carnebovina caem

A escassa oferta global de carne bovina e a crescente demanda têm apoiado os maiores preçosglobais das carnes nos últimos oito anos. Os preços de exportação de carne bovina dos EstadosUnidos aumentaram bastante – 43% de janeiro de 2010 a maio de 2012. O aumento foi ainda maiornos últimos seis meses. A inflação do preço de exportação da carne bovina aumentou 15% –ultrapassando a inflação da carne bovina australiana e brasileira.

O rápido aumento de preços reduziu os volumes de exportação no começo de 2012, levando oCattleFax a prever um declínio de 8% nas exportações anuais de carne bovina dos Estados Unidos.As exportações de carne bovina devem aumentar 10% no próximo ano após o declínio de 2012 –assistidas pelo maior acesso ao Japão. A oferta doméstica mais estreita deverá continuar em 2013com ofertas globais mais estáveis de carne bovina. O Brasil está expandindo a produção comexportações estáveis ou menores, devido ao crescente consumo doméstico. A Índia continuaexpandindo a produção, mas não compete nos principais mercados dos Estados Unidos. O aumentoesperado na produção em 2012 e 2013 deverão ser de menos de 1%.

Oficiais japoneses propuseram uma mudança nos requerimentos de testes de encefalopatiaespongiforme bovina (EEB) no outono de 2011. As mudanças reportadas incluíram aumento da idademínima de abate para carne bovina importada – revisando a atual restrição de 21 meses de idade para30 meses de idade. Essa mudança política deverá ter um efeito positivo no preço da carne bovina edo gado dos Estados Unidos. O CattleFax espera um anúncio nesse sentido no final de 2012, commaiores volumes sendo concretizados em 2013. O maior acesso ao Japão deverá somar de US$40 aUS$55 por cabeça ao boi gordo dos Estados Unidos através da adição de demanda por línguas,acém, ponta de agulha (short plates), e outros cortes subutilizados. A previsão de exportações decarne bovina em 2013 será menor sem a expansão no Japão.

As importações de carne bovina aumentaram na primeira metade de 2012 após a liquidação dorebanho de 2011 induzida pela seca. As menores ofertas domésticas de carne moída pressionaramos preços da carne 90% magra para recordes e aumentaram as importações de carne bovina. A secade 2012 provavelmente apoiará os abates de vacas e ouras categorias próximos aos elevados níveisde 2011. O CattleFax espera que as importações de carne bovina aumentem 19% em 2012, para 2,48bilhões de libras (1,12 bilhão de quilos) e para 2,89 bilhões de libras (1,31 bilhão de quilos) em 2013(+16%).

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Mercado de milho – produção dos Estados Unidos determinará racionamento da demanda

As condições da colheita dos Estados Unidos declinaram consideravelmente nas últimas semanas ea produção de milho poderá declinar mais 1 a 2 bilhões de bushels com relação a estimativa doUSDA em julho. As persistentes condições de calor e seca na maioria das regiões produtoras demilho dos Estados Unidos – especialmente durante os principais estágios de desenvolvimento daplanta – reduziram bastante o potencial de rendimento. A condição geral dos principais estados deNebraska e Illinois foi pior nesse ano comparado com 1988 durante a segunda metade de julho. Osúnicos Estados com classificações bem acima dos níveis de 1988 são Minnesota e Ohio. Comoresultado, a estimativa nacional média de rendimento de milho do USDA em agosto deverá declinarpara 125 a 130 bushels/acre ( 1,27 a 1,32 mil sacas/ha) comparado com a estimativa de julho, de 146(1,48 mil sacas).

Desde 1980, a área plantada de milho nos Estados Unidos tem tipicamente ficado de 90 a 92% dototal plantado. Anos afetados por seca ou enchentes, como 1983, 1988, 1993 e 2002 tiveram umaqueda nessa porcentagem apara 85,5% a 88,0%. Para 2012, espera-se que a área plantada de milhodecline com relação à estimativa de 92,2% em julho para cerca de 89 a 90%. Com uma área plantadade 96,4 milhões de acres (38,6 milhões de ha), o declínio equivale a 2 a 3 milhões e menos de acres(0,8 a 1,2 milhões de ha) cultivados em 2012 do que o projetado atualmente.

Em julho, o USDA projetou o uso total de milho dos Estados Unidos em 12,72 bilhões de bushels(323 bi sacas) para o ano comercial de 2012-2013. Não é difícil considerar quedas no uso de 400 a700 milhões de bushels (10,16 a 17,8 milhões sacas) com relação à atual estimativa.

Uma vez que o mercado tenha confiança no tamanho da colheita dos Estados Unidos, o controle dademanda será a maior prioridade. Agora, a expectativa dos níveis da razão estoque-uso (stocks-to-use ratio, que mede a relação entre oferta e demanda de commodities) projetada é de 4 a 6% para oano comercial de 2012-2013. As menores projeções da razão estoques-uso provavelmente ocorrerãoem agosto ou setembro, à medida que a queda na produção ultrapassa o declínio no uso projetado.Isso apoia a base de maior risco de preços em curto prazo para US$ 8,50 por bushel para contratosfuturos spot. Um preço suporte de US$ 6,75 a US$ 7,25 por bushel é esperado, a menos que osníveis da razão estoques-uso aumentem em mais de 6% durante o ano comercial.

Economia global

Os atuais dados sugerem que o produto interno bruto (PIB) real global cresceu entre 2,5% e 5% em2012. Entretanto, as atuais preocupações focam na taxa de crescimento asiático. Essa temdesacelerado consideravelmente e a China tem representado mais de 30% de todo o crescimentoglobal do PIB nos últimos cinco anos. A inflação global estimada é de cerca de 3% – cerca de 1% amenos que no ano anterior – e o crescimento global na oferta de crédito continua moderado ou lento.

A taxa mais lenta de crescimento na China e o crescimento estagnado nos Estados Unidos e naEuropa pressionaram o preço do petróleo para baixo nos valores sazonais de 2008 e 2010. Issocertamente reduziu os encargos enfrentado pelos consumidores dos Estados Unidos no final doprimeiro trimestre. O preço mais barato da energia deverá beneficiar a demanda por carne bovina noverão e o movimento nos restaurantes. Essa também é uma boa notícia para os custos de energiados produtores.

As exportações de carne bovina dos Estados Unidos estão altamente correlacionadas com ocrescimento econômico e a desaceleração econômica na China, Índia e Brasil, preocupa a demandade exportação de carnes dos Estados Unidos. O enfraquecimento na Ásia certamente afetou asexpectativas para o comércio de carne suína e bovina de 2012. As exportações de carne bovina dosEstados Unidos estão 11% menores nesse ano e o valor das exportações permanece relativamenteestável. Os valores dos miúdos também foram comercializados abaixo dos níveis do ano anterior porrazões similares.

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Previsão de preço do gado

O CattleFax espera que os preços do gado fiquem em média em US$ 121 a US$ 122/100 libras (US$267 a US$ 269/100 kg) para 2012. A média desse ano até agora é de apenas US$ 122. O alcanceprevisto para o mercado é de US$ 113/100 libras (US$ 249/100 kg) para o valor mais baixo de verãopara US$ 130 (US$ 287/100 kg), que foi o pico da primavera. O CattleFax não espera que o mercadoultrapasse os picos da primavera nesse outono, a menos que a exportação ao Japão seja maior doque a projetada.

Com base na expectativa de oferta líquida per capita de carne bovina menor e demanda adequada, omercado em 2013 deverá fechar em média a US$ 126 ou US$ 127/100 libras (US$ 278 ou US$280/100kg). O alcance médio em 20 anos do maior ao menor é 21% do preço médio anual –sugerindo um alcance em 2013 de US$ 110 a US$ 130. Os aumentos deverão ocorrer durante oquarto trimestre.

Os valores dos grãos terão uma influência significante no mercado pecuário durante os próximos 12meses. O valor mais baixo deverá ser próximo a US$ 120/100 libras (US$ 265/100 kg) e o maior valordeverá ser de US$ 150/100 libras (US$ 331/100 kg). A maior expectativa de oferta de grãospressionará o mercado de milho e resultará em maiores ganhos no mercado de reposição durante asegunda metade de 2013. Os preços para novilhos de engorda de 750 libras (340 quilos) poderáalcançar US$ 160/100 libras (US$ 353/100 kg) ou mais.

Os preços dos bezerros na segunda metade de 2012 enfrentarão extrema pressão, à medida que opreço dos grãos estará próximo a níveis recordes. Isso será um fator limitante no começo de 2013. Ovalor de mercado dos bezerros deverão aumentar, à medida que aumenta a demanda dos criadores.O preço deverá aumentar à medida que o pasto melhore durante a primavera. O CattleFax espera queos picos da primavera sejam de US$ 190/100 libras (US$ 419/100 quilos). O preço dos bezerrospoderá encontrar maior suporte na segunda metade de 2013 – considerando que as ofertas de milhoaumentarão e os preços podem retornar a US$ 5/bushel (US$11,8/saca). O mercado de fêmeas decria continuará afetado pela seca, pela falta de alimentos para animais e, nos próximos 12 meses,pelo alto preço do milho. O preço das vacas matrizes aumentará significantemente a partir do quartotrimestre de 2012 até o segundo trimestre de 2013 caso as precipitações de inverno possam trazeralgum alívio às condições de seca e beneficiar as condições de pastagens da primavera e do verão.Os valores podem melhorar em até US$ 350 por cabeça, dependendo das condições climáticas.

O mercado de abate de vacas seguirá o padrão sazonal normal durante os próximos 18 meses. Aexpectativa é que o abate de vacas da classificação Utility tenham caíram neste outono para menosde US$ 70/100 libras (US$ 154/100 kg), o que colocará a média de 2012 em quase US$ 78/100 libras(US$ 172/100 quilos). O mercado deverá fechar em média a US$ 88/100 libras (US$194/100 kg) em2013, com um alcance de US$ 72 a US$ 100/100 libras (US$ 159 a US$ 220/100 kg).

Beef Point

MAPA: Brasil colabora com novo sistema deinformações da OIE

A nova versão do Sistema Mundial de Informação Zoosanitária (WAHIS,sigla em inglês) da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, siglaem inglês), lançado na última segunda-feira, 27 de agosto, em Paris,contou com a colaboração do Brasil.

A nova versão do Sistema Mundial de Informação Zoosanitária (WAHIS, sigla em inglês) daOrganização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), lançado na última segunda-feira, 27 de

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agosto, em Paris, contou com a colaboração do Brasil. Segundo o diretor do Departamento de SaúdeAnimal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, aferramenta foi aprimorada ao longo dos últimos seis anos e recebeu contribuições dos técnicosbrasileiros.

“O Brasil, como um dos países membros, vem sistematicamente contribuindo com o aperfeiçoamentodo sistema e do Código Sanitário da OIE. Acreditamos que essas melhorias trarão mais agilidade eclareza nas informações divulgadas sobre a saúde animal em todo o mundo”, avalia Marques, quetambém é vice-presidente da Comissão Regional da OIE para as Américas.

A segunda edição do WAHIS passará a contar com uma seção específica para a notificação deenfermidades de animais silvestres. Isso permitirá aos membros complementar a informaçãoobrigatória sobre as enfermidades da lista da OIE que afetam essas espécies e notificar, com carátervoluntário, doenças específicas da fauna silvestre não-inscritas na lista oficial da Organização.

A nova versão prevê ainda a possibilidade de identificar pela família taxonômica e pelo nome em latimespécies silvestres afetadas e disponibiliza uma base de dados integrada que contém a lista deespécies silvestres susceptíveis por enfermidade. Os países também podem selecionar asenfermidades presentes em seus territórios, oferecer informações mensais sobre essas doençasdurante um semestre em curso e completar o resto dos dados solicitados ao final de um semestre.

Avicultura Industrial

Carne de frango continua em alta no mercadointerno

Ainda que os preços de venda no mercado de frango tenham tidorelativa sustentação, a combinação da alta dos principais insumos comcrédito limitado para a atividade ocasionou, nos últimos meses, ademissão de mais de 5.000 pessoas, segundo a União Brasileira deAvicultura (Ubabef).

Ainda que os preços de venda no mercado de frango tenham tido relativa sustentação, a combinaçãoda alta dos principais insumos com crédito limitado para a atividade ocasionou, nos últimos meses, ademissão de mais de 5.000 pessoas, segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef).

Além disso, a sociedade pode ser prejudicada também pela diminuição do volume de animaisabatidos, o que tende a elevar os preços da carne - de fato, as cotações do frango vivo e da carnevoltaram a subir na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea.

Os preços do farelo de soja, em termos nominais, bateram recorde em agosto. Quanto ao milho, opreço médio da saca de 60 kg esteve, neste mês, nos patamares mais altos do ano.

No atacado do Estado de São Paulo, entre os dias 23 e 30 de agosto, a média de preços do frangointeiro congelado caiu 3,3%, passando para R$ 3,27/kg nessa quinta-feira, 30. Quanto ao frangoresfriado, o preço do quilo caiu 0,7% no período, a R$ 3,28/kg.

Globo Rural

Crise na avicultura provocada pelo alto custo daração causa demissões

Funcionários dispensados chegam a cinco mil em todo o país. Galpõesestão vazios e frigoríficos estão declarando férias coletivas.

Há mais de 40 dias, o criador Eduardo Pavan não recebe pintinhos na granja, no município deConchas, no estado de São Paulo. Segundo ele, em 30 anos na atividade, esse foi o maior períodoem que ficou com os quatro galpões vazios. O local tem estrutura para abrigar 60 mil aves. O criador,que é integrado a um frigorífico da região, investiu cerca de R$ 300 mil nas instalações e emequipamentos como comedores e bebedouros automáticos. Mas, com a crise, ele não tem maiscerteza de que o investimento valeu a pena.

Frigoríficos

A queda na produção de frango nas granjas começa a se refletir na atividade dos frigoríficos em SãoPaulo. Algumas empresas estão preferindo reduzir o ritmo de atividade a continuar trabalhando novermelho. É o que acontece com uma unidade industrial que fica no município de Arealva.

O abatedouro tem capacidade para processar 35 mil frangos por dia, mas o ritmo de trabalho vaidiminuir. A empresa decidiu colocar os 200 funcionários em férias coletivas no mês de setembro. Anotícia deixou os empregados apreensivos.

Globo Rural

Rússia e China investem fortemente na produção desuínos

Aumento da demanda e busca pela auto-suficiência incentivam amodernização dos sistemas de criação

Os mercados onde a criação de suínos mais crescerá nos próximos anos serão a China e a Rússia.“Os Estados Unidos e o Brasil continuarão sendo os grandes players no cenário internacional, mas ocrescimento da demanda na Rússia e na China está dando suporte para consolidados programas deinvestimentos na suinocultura”, disse Phil Christianson, diretor da empresa Genius dos EstadosUnidos no encerramento do 10 Seminário Internacional de Suinocultura realizado no Guarujá.Segundo ele, a Rússia está diminuindo o ritmo das importações e deve se tornar auto-suficiente naprodução de carne suína nos próximos anos.

O executivo informou que na China há um pesado investimento na modernização da suinocultura. Láa produção de suínos de fundo de quintal caiu para 30%,enquanto a produção especializada cresceue já responde por 55% das integrações. “Os investimentos refletem a urbanização do país, que em2020 terá 58% da população vivendo nas cidades”, diz. Na Rússia os investimentos visam somar 2,8milhões de fêmeas em 2020.

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Consumo de carnes

Para o consultor norte-americano da área de carnes, Bruce Ginn, o consumo de carne bovina está emqueda nos Estados Unidos e sobe no México e no Canadá. “O pico no mercado norte-americano foide que 132 milhões de cabeças de gado em 1996, hoje estamos com 100 milhões de cabeças, ouseja, uma queda de um terço em 15 anos”, diz Ginn, que traçou as tendências e os desafios para omercado mundial de carnes. De acordo com ele, o cenário atual dos Estados Unidos é de aumentono consumo de frango e de certa estabilidade em suínos. “O consumo de suínos cresce a taxas de3% ao ano há vários anos”, disse.

No caso dos suínos, o grande desafio é saber hoje qual o peso ideal de abate do animal com o milhocustando 8 centavos de dólar por bushel. “Em 2009 pagávamos 2,5 centavos de dólar pela ração e em2005 cerca de 5 centavos. Precisamos descobrir qual o melhor ponto de abate”, diz. Segundo ele, oanimal muito pesado não faz sentido uma vez que os últimos quilos ganhos são de gordura apenas ea conversão em carne não compensa.

Para Tim Loula, do Centro de Pesquisa Veterinária de Minnesota, a ração tem sido mesmo umgrande problema, pois o produtor de suínos dos Estados Unidos foi pego de surpresa com a seca quederrubou a safra de milho. “Teremos que importar milho do Canadá e isso terá um custo de transportemaior”, comenta. Segundo ele, justamente por conta do aumento dos custos de ração é importanteque as granjas não tenham perdas. “Nos Estados Unidos as granjas são completamenteautomatizadas. Você aperta um botão e 5 mil animais são alimentados de uma só vez. Isso ajudaeconomizar tanto com ração – pois evita o desperdício, quanto com pessoal”, diz.

O evento também discutiu a questão do bem estar animal com a pressão de grandes consumidoresdo varejo para a exclusão das celas de gestação do sistema de produção, uma vez que são muitoapertadas. A tendência é de grande pressão para a retirada das gaiolas principalmente por parte depaíses europeus. No Reino Unido elas foram retiradas em 1999 e houve aumento no custo deconversão. Como resultado o plantel caiu pela metade para 500 mil fêmeas.

Atualmente cerca de 12% da produção norte-americana não tem gaiolas, “mas acho que ossuinocultores têm grandes perdas e por isso não devem ter medo de discutir e questionar o bem estaranimal”, disse Christianson.

O Estado de São Paulo

Exportações registram pior resultado em três anos

Recuo de 3,9% das vendas externas ante o primeiro trimestre evidenciaa fragilidade da indústria

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Valor Econômico

Comércio com a Ásia traz surpresas ao país

Notícias curiosas chegam da Ásia: as exportações brasileiras tiveram,nos primeiros sete meses do ano, mau desempenho nos principaismercados, China e Japão, mas excelente resultado em países daregião, como Índia, Tailândia, Vietnã e Filipinas.

Notícias curiosas chegam da Ásia: as exportações brasileiras tiveram, nos primeiros sete meses doano, mau desempenho nos principais mercados, China e Japão, mas excelente resultado em paísesda região, como Índia, Tailândia, Vietnã e Filipinas. O grande salvador da pátria exportadora foi opetróleo, com um aumento nas vendas brasileiras de mais de US$ 1 bilhão aos asiáticos, mais que osuficiente para cobrir a queda de quase US$ 300 milhões nas importações asiáticas de minérios deferro e cobre. Aumentam também exportações de produtos manufaturados a países como a Tailândia,para onde o Brasil duplicou as vendas totais, elevando-as a US$ 1,2 bilhão.

Os dados mostram que há mercado para o Brasil na Ásia, e não só para as commodities quedominam a pauta. "As empresas brasileiras tradicionalmente pensam na América Latina e EstadosUnidos, quando falam em exportação. Abrir-nos para a Ásia é um desafio", comenta a secretária deComércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres.

O interesse asiático, inclusive por produtos não tradicionais, é confirmado por empresários comexperiência na região, como Deonisio Petry, da Figwal Transportes Internacionais, especializada emcomércio exterior. "Nossos parceiros na China e Índia aumentaram consultas por compras, sãopequenas quantidades, mas produtos diversos", confirma. Vinho, para a China, e vagões de açoinoxidável, da Alstom, para a Índia, por exemplo.

"Existem mercados na Ásia a serem explorados, inclusive em commodities", endossa o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. "Um denossos maiores problemas ainda é a infraestrutura de exportação."

De fato, levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento para o Valor mostra que o maioraumento nas exportações brasileiras à Ásia se deu nos produtos básicos, como petróleo, soja,algodão e milho: US$ 2 bilhões, ou 35% a mais que nos primeiros sete meses do ano, em relação aomesmo período de 2011. As vendas de mercadorias industrializadas aumentaram 12%, o que fez aparticipação desse tipo de produto no total da exportações baixar de 31% entre janeiro e julho de2011 para 27,5% nos sete primeiros meses deste ano.

Alguns produtos mostram grandes percentuais de crescimento nas exportações aos asiáticos devidoà pequena base de comparação em 2011. É o caso das partes e peças automotivas, 767% deaumento, que elevaram as vendas a US$ 82 milhões neste ano, até julho. Ainda assim, chama aatenção o salto nas vendas de algodão, 275%, e milho, 126%. As vendas de óleo de soja cresceramduas vezes e meia.

Parte do aumento nas compras de soja em grão é atribuída à antecipação nas vendas em 2012. Anovidade é a entrada de novos compradores, com a desaceleração na China. A Tailândia, que nãocomprou nem um grão do Brasil nos primeiros sete meses de 2011, neste ano comprou US$ 400milhões, quase 785 milhões de toneladas.

Tatiana Prazeres anuncia hoje os resultados do comércio exterior em agosto, que devem confirmar asnovas tendências de comércio com os asiáticos. Ela reconhece o desequilíbrio na pauta deexportações à Ásia, 73% da qual em produtos básicos. O governo e empresas privadas tentamaumentar o valor agregado das vendas aos asiáticos e têm a simpatia da China, cujos dirigentes jáprometeram à presidente Dilma Rousseff apoiar o esforço exportador brasileiro.

Em novembro, uma missão comercial com empresas de alimentos, chefiada pelo ministro doDesenvolvimento, Fernando Pimentel, vai à China em busca de compradores para produtosbrasileiros. Empresas do setor, como a Marfrig, já tem se associado a empresas chinesas paraexplorar o promissor mercado de alimentos prontos no país. As vendas de carne de frango à Ásiaaumentaram 18,5%, apesar da queda de quase 30% nas importações do produto brasileiro no Japão,que foram parcialmente compensadas por um aumento de 30% nas vendas à China. O setor estáotimista, mesmo em relação aos japoneses, que estariam apenas fazendo ajustes de estoques.

No Japão os produtores fazem campanha de marca: há restaurantes em Tóquio onde o cardápioexplicita os pratos feitos com "brazilian chicken". O setor espera missões de técnicos sanitários da

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Indonésia e da Malásia, neste ano, no esforço para derrubar barreiras como se fez na China, duranteo governo Lula. "Desde que os chineses abriram o mercado, nossas exportações crescemexponencialmente", comenta Ricardo Santin, da Abef, a associação dos exportadores de frango."Saltaram de 20 mil toneladas para 80 mil e, neste ano, devemos chegar a 200 mil."

No ano passado, a Índia passou do 20º ao 8º lugar entre os mercados consumidores de produtosbrasileiros, principalmente pelo aumento nas compras de petróleo, óleo de soja, açúcar e sucata deferro e aço. Oito destinos da região (Índia, Tailândia, Hong Kong, Vietnã, Taiwan, Filipinas, Indonésiae Coreia do Sul) passaram de um quinto a um quarto do mercado para exportações do Brasil na Ásia.

Seria um erro fechar os olhos para o potencial asiático como consumidor de manufaturados. Chamaatenção, em alguns países, como a Tailândia, o aumento nas compras de semimanufaturados deferro e aço e outros produtos com crescimento de quase 500%. Empresas manufatureiras, comoGerdau e Eaton, de autopeças, mostram-se galhardamente entre os cinco principais exportadores doBrasil ao país, quebrando a predominância das tradings e grandes multinacionais agrícolas nas listasdos maiores fornecedores do Brasil aos países da região.

Valores baixos, em vendas inferiores a US$ 1,5 milhão, escondem crescimento impressionante,como a venda de tubos de ferro e de cilindros de laminadores para a Coreia, que aumentaram mais de500%. Pesquisar os números do comércio para a Ásia é uma fonte de surpresas, olhar com maisambição para esses mercados pode se mostrar mais surpreendente ainda.

Folha de S. Paulo

Para governo, pior momento 'já passou'

Guido Mantega diz que recuperação gradual da atividade já está emcurso, mas ainda 'não é nada espetacular'

O resultado do PIB foi recebido pelo governo como um sinal de que a atividade se recuperalentamente.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem, após a divulgação dos dados do segundotrimestre, que "passamos a pior fase" e que existe uma retomada em curso.

"A economia já está em aceleração gradual. Não é nada espetacular, mas a recuperação estáocorrendo neste momento", afirmou. "Temos vários sinais disso. No terceiro trimestre, a economiaestá melhor do que [estava] no segundo trimestre."

Mantega reconheceu que os estímulos dados pelo governo estão demorando a surtir efeito. Observouque a taxa de juros está em queda há um ano e o dólar, acima de R$ 2 há quatro meses.

Para o ministro, a culpada é a crise externa.

"O governo tomou várias iniciativas cujo impacto ainda não se fez sentir. A crise está retardando oresultado, por exemplo, da redução da taxa de juros", afirmou.

Na avaliação do ministro, o setor mais punido no primeiro semestre, a indústria, deve se recuperarnesta segunda metade do ano, na esteira dos incentivos em vigor, como a redução do IPI paraveículos e eletrodomésticos.

Apesar do resultado fraco até junho, Mantega reafirmou a projeção de que o ritmo de crescimento noquarto trimestre será de 4% ao ano. Para tanto, espera uma expressiva recuperação. No segundotrimestre, o ritmo de crescimento era de 1,6% ao ano.

Folha de S. Paulo

Superavit primário volta a recuar em julho

Economia feita pelo setor público para pagar dívida atingiu o menorvalor registrado desde novembro de 2010

Com a atividade econômica fraca afetando a arrecadação de tributos, a economia feita pelo setorpúblico para conter sua dívida voltou a recuar em julho e somou 2,51% do Produto Interno Bruto noacumulado em 12 meses.

Este é o menor valor do superavit primário desde novembro de 2010 e está abaixo da meta fixada paratodo o ano, de R$ 139,8 bilhões, o equivalente a 3,1% do PIB.

Em junho, o superavit primário estava em 2,71% do PIB.

Em sete meses, o total economizado pelo setor público foi de R$ 71,2 bilhões, 50,9% da meta que foifixada para 2012. No mesmo período do ano passado, esse percentual era de 72%.

"São situações distintas. A economia em 2011 começou muito forte e se moderou ao longo do ano",disse Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.

"Este ano é o contrário. A atividade começou fraca e vai crescer daqui para a frente", afirmou ele.

BOM SINAL

O economista do Banco Central destacou que o superavit de julho, de R$ 5,6 bilhões, foi o dobro doapresentado no mês anterior.

"É um bom sinal da evolução das contas públicas e pode indicar uma tendência para o restante desteano", declarou Tulio Maciel.

Em relação a julho do ano passado, quando houve um recolhimento extraordinário de impostos ematraso, há uma queda de 60%.

Com o resultado fraco, o deficit nominal (a dívida restante, após o pagamento ou parte dos juros)alcançou R$ 11,9 bilhões no mês passado, mais do que o dobro do que foi registrado em julho do anopassado. No ano, o deficit está em 2,27% do PIB.

O deficit nominal tem aumentado a despeito da queda dos juros pagos aos credores da dívida pública,que tem acompanhado a redução da Selic.

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