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Vanessa Olivieri de Oliveira Puga ADAPTAÇÕES TRANSCULTURAIS E TESTES DE PROPRIEDADES DE MEDIDA DE QUESTIONÁRIOS DESENVOLVIDOS EM PORTUGUÊS- BRASILEIRO PARA PACIENTES COM DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2011

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Vanessa Olivieri de Oliveira Puga

ADAPTAÇÕES TRANSCULTURAIS E TESTES DE PROPRIEDADES DE

MEDIDA DE QUESTIONÁRIOS DESENVOLVIDOS EM PORTUGUÊS-

BRASILEIRO PARA PACIENTES COM DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO

DO OMBRO

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2011

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Vanessa Olivieri de Oliveira Puga

ADAPTAÇÕES TRANSCULTURAIS E TESTES DE PROPRIEDADES DE

MEDIDA DE QUESTIONÁRIOS DESENVOLVIDOS EM PORTUGUÊS-

BRASILEIRO PARA PACIENTES COM DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO

DO OMBRO

Defesa apresentada ao Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito para obtenção do título de Mestre, sob orientação do Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa e co-orientação do Prof. Dr. Alexandre Dias Lopes.

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2011

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Banca Examinadora

Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa ___________________________

Universidade Cidade de São Paulo

Prof. Dr. Richard Eloin Liebano ___________________________

Universidade Cidade de São Paulo

Prof. Dr. Arnaldo Hernandes ____________________________

Universidade de São Paulo

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação aos meus pais, Sandra Olivieri de Oliveira e Antonio Carlos de

Oliveira e ao meu avô Umberto Olivieri (in memoriam) que são os meus maiores

exemplos de luta, perseverança, honestidade e caráter.

Dedico também ao meu marido Rodrigo Sampaio Puga que sempre me ajudou muito

com conselhos, apoio, paciência e carinho e principalmente por ficar ao meu lado em

todas as minhas decisões.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Professor Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa pela oportunidade em

poder trabalhar sob sua orientação que foi oferecida sempre com muita competência,

comprometimento e respeito diante de minhas dificuldades. Pelas palavras de apoio e

incentivo e pelas cobranças que sempre vieram no momento certo. Será sempre um

exemplo que buscarei alcançar.

Ao meu co-orientador Professor Dr. Alexandre Dias Lopes pelas opiniões, sugestões e

críticas que auxiliaram muito no desenvolvimento e concretização deste trabalho.

À Lucíola Menezes Costa e aos meus colegas Maurício Oliveira Magalhães e Sílvia

Shiwa pela participação em algumas etapas sempre com sugestões pertinentes que

foram muito bem aproveitadas.

Ao meu ex-chefe e amigo Dr. Sérgio Augusto Xavier por ter cedido o espaço de sua

clínica para a realização da coleta de dados, disponibilizando os seus pacientes e pelo

seu incentivo sempre em todas as etapas da minha vida profissional.

Aos colegas Claudio Cotter e Camila da Costa Albanese por terem gentilmente cedido

suas clínicas e seus pacientes para a realização da coleta de dados e às colegas Paula

Prisco, Thaisa Helena, Débora Dinis e Sílvia Shiwa pela eficiente ajuda na coleta de

dados.

À professora Sandra Freitas e às amigas Adriana Recena e Fernanda Amaral Couto pela

ajuda nas etapas de tradução do trabalho.

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SUMÁRIO

Páginas Sumário........................................................................................................................vi Prefácio ..................................................................................................................... viii

Resumo ........................................................................................................................ x

Abstract .................................................................................................................... xii

Capítulo 1 - Introdução .............................................................................................. 1

1.1 Epidemiologia das disfunções musculoesqueléticas do ombro ....................... 2

1.2 Diagnóstico e prognóstico das disfunções do ombro ...................................... 3

1.3 Instrumentos de avaliação do ombro ............................................................... 4

1.4 Tradução e adaptação transcultural ................................................................. 6

1.5 Avaliação das propriedades de medida ........................................................... 7

1.6 Objetivos da dissertação .................................................................................. 8

1.7 Referências ...................................................................................................... 9

Capítulo 2 - Avaliação das adaptações transculturais e propriedades de medida

de questionários relacionados às disfunções do ombro em língua portuguesa:

uma revisão sistemática ........................................................................................... 14

Resumo ................................................................................................................ 16

Abstract ............................................................................................................... 17

Introdução ............................................................................................................ 18

Métodos ............................................................................................................... 19

Resultados. .......................................................................................................... 26

Discussão ............................................................................................................. 31

Conclusão.............................................................................................................36

Referências Bibliográficas................................................................................... 37

Apêndice 1 – Características clinimétricas dos questionários ............................. 41

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Capítulo 3 – Propriedades de medida de cinco questionários utilizados

para pacientes com disfunções do ombro ............................................................... 50

Resumo ................................................................................................................ 52

Introdução ............................................................................................................ 54

Métodos ............................................................................................................... 56

Resultados ........................................................................................................... 64

Discussão ............................................................................................................. 73

Referências Bibliográficas................................................................................... 79

Apêndice 2 – Instrumentos de coleta de dados ................................................... 84

Capítulo 4 – Conclusões. .......................................................................................... 94

4.1 - Resultados encontrados ............................................................................... 95

4.2 - Implicações clínicas .................................................................................... 96

4.3 - Recomendações para futuras investigações ................................................ 97

4.4 – Referências bibliográficas .......................................................................... 98

Anexo 1- Instruções para os autores – Revista Brasileira de Fisioterapia ........ 101

Anexo 2 – Documento de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa .............108

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PREFÁCIO

Essa dissertação de mestrado aborda tópicos relacionados a instrumentos de avaliação

da articulação do ombro que já foram traduzidos e adaptados para a língua portuguesa e

que já tiveram suas propriedades de medida testadas, além da tradução e adaptação do

Shoulder Pain and Disabilty Index (SPADI) e testes das propriedades de medida de

instrumentos específicos e genéricos utilizados para a população brasileira com

disfunções diversas na articulação do ombro.

É composta por quatro capítulos que podem ser lidos de forma independente e cada

capítulo possui sua própria lista de referências bibliográficas. O Programa de Mestrado

em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo permite a inclusão de artigos

publicados, aceitos ou submetidos para publicação a serem incluídos em seu formato de

publicação ou submissão no corpo do exemplar da dissertação.

O capítulo 1 apresenta uma contextualização sobre os tópicos que serão abordados nessa

dissertação. O capítulo 2 tem como objetivo revisar sistematicamente os instrumentos

de avaliação de disfunções do ombro que foram adaptados transculturalmente para o

português-brasileiro e que tiveram suas propriedades de medida testadas. Este capítulo

está formatado segundo as normas da Revista Brasileira de Fisioterapia, na qual o artigo

foi aceito para publicação. O capítulo 3 tem como objetivos realizar a tradução e

adaptação do questionário SPADI para a língua portuguesa, além de avaliar as

propriedades de medida do SPADI e dos instrumentos Quick Disabilities of the Arm

Shoulder and Hand, Pain Numerical Rating Scale, Patient-Specific Functional Scale e

Global Perceived Effect que foram previamente adaptados para a língua portuguesa.

Este capítulo está em preparação para a submissão para o periódico Rheumatology. O

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capítulo 4 apresenta a conclusão da dissertação, discutindo os resultados principais, as

implicações clínicas e para a pesquisa, assim como sugestões para estudos futuros.

Uma cópia das instruções para os autores da Revista Brasileira de Fisioterapia está

apresentada como anexo. O estudo apresentado no capítulo 2 não necessitou de

aprovação ética e o estudo apresentado no capítulo 3 foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo (número 13506638).

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RESUMO

Contextualização: Não existe um instrumento de avaliação ideal para avaliar todas as

disfunções do ombro. A partir dos anos 80, foram desenvolvidos vários instrumentos

que avaliam a articulação do ombro de forma geral ou avaliam uma patologia

específica, sendo que a maioria deles foi desenvolvida em inglês. Para que um

instrumento possa ser utilizado no Brasil é recomendada a tradução, adaptação cultural

e a realização de testes que avaliem suas propriedades de medida. Existem questionários

específicos para avaliar disfunções do ombro que já foram traduzidos e adaptados para a

língua portuguesa e que tiveram algumas de suas propriedades de medida testadas,

porém ainda não existe um documento que sintetiza toda a informação sobre estes

questionários. Também não se sabe qual o melhor instrumento a ser utilizado na prática

clínica ou em pesquisas científicas.

Objetivos: Realizar uma revisão sistemática de todos os instrumentos que avaliam

disfunções no ombro que foram traduzidos/adaptados para a língua portuguesa; avaliar

os procedimentos de tradução, adaptação transcultural e das propriedades de medida

desses instrumentos que foram adaptados; traduzir e adaptar o questionário SPADI

(Shoulder Pain and Disability Index); e testar as propriedades de medida das versões em

português-brasileiro dos questionários SPADI, QuickDASH (Quick Disabilities of the

Arm, Shoulder and Hand) , PSFS (Patient Specific Functional Scale), Pain NRS (Pain

Numerical Rating Scale) e GPE (Global Perceived Effect).

Métodos: Foram realizadas buscas sistematizadas nas bases de dados eletrônicas

MEDLINE, EMBASE, CINAHL, SCIELO e LILACS para identificar os estudos

relevantes. Foram extraídos os dados referentes à tradução, adaptação cultural e às

propriedades de medida, e em seguida os instrumentos foram avaliados de acordo com

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as respectivas diretrizes. As propriedades de medida dos questionários SPADI,

QuickDASH, PSFS, Pain NRS e GPE foram testadas em 100 pacientes com disfunções

musculoesqueléticas no ombro que responderam os instrumentos em três ocasiões: ao

início do tratamento, 24/48 horas e 4 semanas após o início do tratamento. Foram

testadas as seguintes propriedades de medida: consistência interna, reprodutibilidade,

validade do construto, efeitos de teto e piso e responsividade.

Resultados: Foram encontrados 7 instrumentos traduzidos/adaptados para o português-

brasileiro (DASH, ASORS, UCLA, PSS, ASES, WORC e SPADI). A maioria destes

instrumentos foi adaptada para a língua portuguesa de acordo com as recomendações

das diretrizes de tradução e adaptação transcultural. Porém, as propriedades de medida

desses mesmos instrumentos foram realizadas de forma incompleta na maioria dos

casos. Os instrumentos SPADI, QuickDASH, Pain NRS, PSFS e GPE apresentaram

valores adequados de consistência interna. A reprodutibilidade dos instrumentos variou

entre substancial e excelente. A validade do construto dos instrumentos variou entre

fraca e boa. Todos os instrumentos apresentaram níveis aceitáveis de responsividade

interna e externa e não foram detectados efeitos de teto e piso.

Conclusão: A maioria dos instrumentos que foi adaptada para o português-brasileiro

não teve suas propriedades de medida testadas adequadamente. As versões em

português-brasileiro dos questionários SPADI, QuickDASH, Pain NRS, PSFS e GPE

são instrumentos reprodutíveis, válidos e responsivos para avaliação de pacientes com

disfunções no ombro. Recomendamos que as escalas Pain NRS, GPE e PSFS devam ser

utilizadas em conjunto com questionários específicos de ombro (como o SPADI e o

Quick DASH).

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ABSTRACT

Background: There is no gold standard for assessing shoulder disability in the general

population. Since the 1980’s, several instruments were developed to evaluate disability

for general or specific shoulder conditions. Being most of them developed in English. In

order to a measurement tool be used in Brazil it is recommended the process of

translation and cross-cultural adaptation as well testing their measurement properties.

There are specific questionnaires that were developed for assessing shoulder disability

that have been translated and cross-culturally adapted into Portuguese and had some of

their measurement properties tested. However there is no document available that

summarizes all the information about these questionnaires. It is also unclear which of

the available instruments is the best for using in clinical practice or in research.

Objectives: Our primary objective was to identify all available cross-cultural

adaptations into Brazilian-Portuguese of shoulder disability questionnaires and also to

evaluate the quality of the cross-cultural adaptation procedures as well as the

measurement properties testing that has occurred for each adaptation. Secondly we

aimed to translate and cross-culturally adapt the SPADI (Shoulder Pain and Disability

Index) into Brazilian-Portuguese and to assess the measurement properties of the

Brazilian-Portuguese versions of the SPADI, QuickDASH (Quick Disabilities of the

Arm, Shoulder and Hand) , PSFS (Patient Specific Functional Scale), Pain NRS (Pain

Numerical Rating Scale) e GPE (Global Perceived Effect).

Methods: Searches on MEDLINE, EMBASE, CINAHL, SCIELO e LILACS databases

were used to identify relevant studies. Data on the quality of the cross-adaptation

procedures and measurement properties testing were evaluated using the current

guidelines.The measurement properties of SPADI, QuickDASH, PSFS, Pain NRS and

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GPE were tested in 100 patients with shoulder musculoskeletal conditions who

answered the questionnaires at three time-points: at baseline, 24/48 hours and 4 weeks

after baseline. The following measurement properties were assessed: internal

consistency, reproducibility, construct validity, responsiveness and ceiling and floor

effects.

Results: Seven different questionnaires adapted into Brazilian-Portuguese (DASH,

WORC, SPADI, PSS, ASORS, ASES and UCLA) were indentified. Most of the studies

performed the cross-cultural adaptation procedures following the recommendations

from the guidelines. However none of the questionnaires were fully tested for their

measurement properties. The instruments SPADI, QuickDASH, Pain NRS, PSFS and

GPE showed adequate internal consistency. The reproducibility of the instruments

ranged from substantial and excellent. The construct validity estimates ranged between

poor and good. All instruments showed acceptable levels of internal and external

responsiveness. Ceilling and floor effects were not detected.

Conclusion: Most of the shoulder disability questionnaires adapted into Brazilian-

Portuguese were either inadequately tested or not tested at all. The Brazilian versions of

the SPADI, QuickDASH, Pain NRS, PSFS e GPE were reproducible, valid and

responsive for assessing patients with shoulder disability. We recommend that the Pain

NRS, PSFS and GPE scales should be used together with shoulder-specific

questionnaires (such as the SPADI and QuickDASH).

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Capítulo 1

Introdução

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1.1 Epidemiologia das disfunções musculoesqueléticas do ombro

As disfunções musculoesqueléticas da articulação do ombro podem ocasionar dor e

limitação dos movimentos e por consequência podem afetar as atividades da vida diária,

atividades profissionais e esportivas3, 4. Além disso, a dor no ombro influencia

negativamente os padrões de sono, além de afetar também a capacidade de concentração

e o humor5. Indivíduos com dor no ombro apresentaram um escore substancialmente

inferior aos valores normativos de qualidade de vida (mensurados pelo questionário SF

– 36) para as dimensões física, social, emocional e dor6, 7.

Apesar de não haver estudos sobre a prevalência de dor e disfunções no ombro na

população brasileira, vários estudos de outros países apresentam estimativas de

prevalência anual variando entre 5 e 47% 5, 8-10. As disfunções do ombro são

responsáveis por 1,2% de todas as consultas médicas anuais na Austrália, sendo a

terceira causa de dor musculoesquelética mais comum, após a dor lombar e cervical8.

Na Holanda, a incidência de disfunções do ombro foi estimada entre 12 e 25 para cada

1000 pacientes registrados por ano4, 11. Um estudo realizado na Inglaterra relatou que a

prevalência de dor no ombro na população geral varia de 70 a 260 a cada 1000 pessoas5.

Na Noruega, um estudo reportou uma incidência de 7% de disfunções do ombro no

período de um ano, esse estudo também observou uma prevalência de 50% nos últimos

doze meses e 10% em algum momento da vida12. Esses dados confirmam a alta

prevalência de disfunções do ombro e consequentemente um alto investimento no

tratamento desses pacientes. Por exemplo, em 2000 os Estados Unidos gastaram cerca

de 7 bilhões de dólares com o tratamento das disfunções do ombro13.

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1.2 Diagnóstico e prognóstico das disfunções do ombro

A fisiopatologia e a etiologia das disfunções de ombro são pouco conhecidas, embora as

associações com a obesidade, idade, sexo feminino, carga de trabalho físico e fatores

psicossociais têm sido propostas como possíveis fatores de risco para o

desenvolvimento das disfunções do dessa articulação4. Essas disfunções podem ser

classificadas de acordo com o processo patológico (como, por exemplo, tendinites,

tendinoses e rupturas), pela localização anatômica (como, por exemplo, disfunção do

manguito rotador, síndrome da dor subacromial), pelo mecanismo da lesão (como, por

exemplo, síndrome do impacto) e pela etiologia (como, por exemplo, lesão por esforço

repetitivo)14.

As principais patologias que causam dor e disfunção na articulação do ombro são as

lesões do manguito rotador, tendinopatias, fraturas, instabilidades, artroses e capsulite

adesiva (ombro congelado)15, 16. As disfunções mais encontradas nos pacientes com

afecções no ombro são as disfunções do manguito rotador, acometendo 44 a 65% das

queixas de dor no ombro e podem acometer indivíduos de qualquer faixa etária

(principalmente adultos jovens e idosos), sedentários ou atletas17.

Vários estudos referem que apenas cerca de 50% de todos os novos episódios de

queixas relacionadas ao ombro apresentam recuperação completa dentro de 6 meses,

sendo que depois de 1 ano esta proporção aumenta para 60%18-21. Porém, sabe-se que os

pacientes com disfunções agudas, subagudas ou crônicas apresentam diferentes

características, um curso diferente dos sintomas, e possivelmente diferentes resultados

após 6 meses. Os resultados de um estudo de coorte prospectivo que investigou o curso

dos sintomas de dor no ombro decorrente de disfunções musculoesqueléticas durante os

primeiros 6 meses depois da primeira consulta demonstraram uma redução média da dor

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em 70% entre os pacientes com sintomas agudos, 54% entre os pacientes com sintomas

subagudos e 44% em pacientes com sintomas crônicos4. Uma revisão sistemática que

avaliou o prognóstico de pacientes com disfunções de ombro concluiu que trabalhadores

com idade entre 45 e 54 anos, com altos níveis de dor e incapacidade no início dos

sintomas e com longa duração dos sintomas são aqueles que apresentam o pior

prognóstico22.

1.3 Instrumentos de avaliação do ombro

A avaliação do ombro usualmente consiste em realizar um exame físico que inclui a

inspeção e palpação das estruturas envolvidas na articulação do ombro, a mensuração de

medidas objetivas como a amplitude de movimento e o grau de força muscular, além de

testes específicos que auxiliam a identificar as estruturas acometidas e um possível

diagnóstico. Estas medidas clínicas auxiliam os profissionais a diagnosticar e observar

mudanças clínicas ao longo do tempo. Entretanto elas não refletem necessariamente a

qualidade de vida do paciente, a satisfação com o tratamento e a capacidade de realizar

atividas diárias23, 24.

Atualmente os instrumentos de avaliação estão sendo amplamente utilizados e abordam

o impacto da condição na qualidade de vida do paciente24, 25. Esses instrumentos podem

ser genéricos ou específicos15. Existem instrumentos específicos para a articulação do

ombro que avaliam qualquer disfunção relacionada à articulação do ombro ou uma

disfunção específica (como, por exemplo, instabilidades, lesões do manguito rotador).

Alguns instrumentos são de auto-avaliação e outros são dependentes do avaliador pois

também utilizam medidas objetivas15. Alguns exemplos de instrumentos de auto-

avaliação são o SPADI26 (Shoulder Pain and Disability Index), o DASH27 (Disabilities

of the Arm, Shoulder and Hand) e o SST28 (Simple Shoulder Test) e de instrumentos que

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utilizam medidas objetivas são o UCLA29 (University of California Los Angeles

Shoulder Rating Scale), Constant Score30 e o ASES31 (American Shoulder and Elbow

Surgeons Standardized Shoulder Assessment Form).

Os instrumentos genéricos oferecem um retrato geral da saúde ao longo de condições

diversas e podem ser utilizados para qualquer região do corpo. Podem ser citados como

instrumentos genéricos as escalas PSFS (Escala Específica Funcional do Paciente -

Patient Specific Functional Scale)2, 32-34, Pain NRS (Escala Númerica da Dor - Pain

Numerical Rating Scale)2, 34, 35 e a GPE (Escala de Percepção do Efeito Global - Global

Perceived Effect)2, 35. Estas escalas globais, além de serem utilizadas para qualquer

segmento corporal, podem ser utilizadas na avaliação das disfunções do ombro ou

podem complementar os instrumentos específicos desta articulação2, 33-36.

Existem vários instrumentos desenvolvidos para avaliar as disfunções do ombro e

detectar mudanças clínicas ao longo do tempo. Uma revisão sistemática identificou 38

instrumentos desenvolvidos para mensurar disfunções no ombro37. Os instrumentos

mais antigos geralmente combinavam medidas objetivas e subjetivas e a maioria dos

instrumentos mais recentes são de auto-avaliação, apresentando maior praticidade na

aplicação do questionário, além de possuírem melhores propriedades de medida quando

comparados a instrumentos mais antigos37.Visto que existem condições diversas da

articulação do ombro e que foram desenvolvidos vários instrumentos para tais

condições, não existe um instrumento ideal para avaliar diferentes níveis de

incapacidade associados à articulação do ombro na população geral37, 38.

Outra revisão sistemática38 que identificou questionários relacionados às disfunções do

ombro e avaliou a qualidade de suas propriedades de medida, constatou que os

questionários mais citados na literatura internacional são o DASH27 (Disability of the

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Arm, Shoulder and Hand Questionnaire), SPADI26 (The Shoulder Pain and Disability

Index) e ASES31 (American Shoulder and Elbow Surgeons Standardized Shoulder

Assesment Form). Além disso, esses questionários foram os que apresentaram uma

maior quantidade de estudos relacionados às propriedades de medida desses

instrumentos. Apesar do DASH ter sido o questionário que apresentou melhores

classificações para as suas propriedades de medida, os estudos apresentaram limitações

relacionadas ao delineamento, tamanho da amostra ou na avaliação da sua

dimensionalidade38.

A maioria dos instrumentos de avaliação da articulação do ombro foi desenvolvida em

inglês37, 38, para que possam ser utilizados no Brasil é recomendada a tradução,

adaptação cultural e a realização de testes que avaliem suas propriedades de medida39,

40. Existem instrumentos que já foram traduzidos e adaptados culturalmente para a

língua portuguesa e que tiveram algumas de suas propriedades de medida testadas,

porém não existe um documento que sintetize esta informação e que qualifique como

foram realizados os processos de tradução/adaptação desses instrumentos, assim como

os testes das propriedades de medida. O capítulo 2 dessa dissertação apresenta uma

revisão sistemática que sumariza esses pontos supracitados.

1.4 Tradução e adaptação transcultural

Para se utilizar um questionário desenvolvido em outra língua, tanto na prática clínica

quanto em pesquisas, é necessário realizar o processo de tradução e adaptação cultural à

língua nativa39. Este processo é importante para resolver as diferenças de costumes,

linguagem e percepção de saúde entre países e culturas diferentes, permitindo

comparações entre diferentes populações e troca de informações através de barreiras

lingüísticas e culturais39. Há um trabalho substancial envolvido no desenvolvimento e

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validação de um questionário, portanto adaptar um questionário já existente tende a ser

mais eficiente do que desenvolver um novo39.

O processo de tradução e adaptação transcultural é mais complexo do que uma simples

tradução para a língua nativa. Existem diretrizes que auxiliam a realizar de maneira

adequada este processo para que seja possível atingir a equivalência com a versão

original, no que diz respeito à linguagem (equivalência semântica e idiomática),

experiências da vida diária e formas de pensar41-43.

1.5 Avaliação das propriedades de medida

As propriedades de medida são critérios de qualidade relacionados a instrumentos de

avaliação40. Esses critérios são necessários para determinar a qualidade metodológica

dos estudos de desenvolvimento e avaliação dos questionários40. Existem diretrizes que

auxiliam a realizar os testes das propriedades de medida de maneira adequada para que

seja possível determinar qual é o melhor instrumento de avaliação40.

As propriedades de medida são a Consistência Interna, a Validade, a Reprodutibilidade,

a Responsividade e os Efeitos de Teto e Piso39. A Consistência Interna é uma medida de

homogeneidade de um instrumento e indica o grau em que os itens de um determinado

instrumento estão correlacionados, medindo assim o mesmo construto. A Validade

indica se o instrumento está avaliando o construto que se propôs a medir, e pode ser

medida pela Validade do Critério (quando há um “padrão ouro”) ou pela Validade do

Construto (quando não há um padrão ouro para comparação). A Reprodutibilidade é a

capacidade de determinado teste obter resultados semelhantes em indivíduos estáveis e

pode ser avaliada pela confiabilidade (erro relativo da medida) e pela concordância (erro

absoluto da medida). A Responsividade é a capacidade do questionário em detectar

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mudanças clínicas ao longo do tempo e os Efeitos de Teto e Piso se referem ao número

de entrevistados que alcançaram o máximo ou o mínimo escore possível39, 40.

Quando uma adaptação transcultural de um questionário é realizada, assume-se que as

propriedades de medida originais serão mantidas39. Porém, esta premissa nem sempre é

verdadeira já que podem haver diferenças culturais entre populações distintas. Sendo

assim, faz-se necessário testar as propriedades de medida mesmo que estas já tenham

sido testadas no questionário original, além de avaliar se o questionário adaptado retém

as propriedades de medida da versão original39. O capítulo 3 dessa dissertação testou a

Consistência interna, a Validade do Construto, a Reprodutibilidade (Confiabilidade e

Concordância), a Responsividade e os Efeitos de Teto e Piso dos questionários SPADI,

QuickDASH, PSFS, Pain NRS e GPE que foram traduzidos e adaptados para a língua

portuguesa.

1.6 Objetivos da dissertação

Esta dissertação tem como objetivo abordar dois tópicos relevantes relacionados a

instrumentos de avaliação da articulação do ombro, como:

1. Realizar uma revisão sistemática de todos os instrumentos que avaliam dor e

incapacidade no ombro que foram traduzidos/adaptados para a língua portuguesa

e avaliar os procedimentos de tradução, adaptação cultural e de suas

propriedades de medida (capítulo 2).

2. Traduzir e adaptar transculturalmente o questionário SPADI e testar as

propriedades de medida das versões em português-brasileiro dos

questionários/escalas: SPADI, QuickDASH, PSFS, Pain NRS e GPE (capítulo

3).

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Capítulo 2

Avaliação das adaptações transculturais e propriedades de medida de

questionários relacionados às disfunções do ombro em língua

portuguesa: uma revisão sistemática

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Avaliação das adaptações transculturais e propriedades de medida de

questionários relacionados às disfunções do ombro em língua

portuguesa: uma revisão sistemática

Assessment of cross-cultural adaptations and measurement

properties of self-report outcome measures relevant to shoulder

disability in Portuguese: a systematic review

Título Resumido: Revisão sistemática questionários ombro

Running title: Systematic review of shoulder questionnaires

Autores: Vanessa Olivieri de Oliveira Puga1, Alexandre Dias Lopes1,

Leonardo Oliveira Pena Costa1,2*

1Programa de Mestrado em Fisioterapia - Universidade Cidade de São Paulo

2Musculoskeletal Division – The George Institute for Global Health

* Autor Correspondente: Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé,

São Paulo/SP, (11) 2178 1564, [email protected]

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Resumo:

Objetivos: Avaliar os procedimentos de tradução/adaptação cultural e das propriedades

de medida de questionários que avaliam dor e disfunções no ombro que já foram

traduzidos/adaptados para a língua portuguesa.

Métodos: Foram realizadas buscas sistematizadas nas bases de dados eletrônicas

MEDLINE, EMBASE, CINAHL, SCIELO e LILACS para identificar os estudos

relevantes. Foram extraídos os dados referentes à tradução e adaptação cultural, além

dos dados das propriedades de medida de cada estudo. Todos os estudos foram

analisados quanto a sua respectiva qualidade metodológica de acordo com as diretrizes

para adaptação cultural e de propriedades de medida.

Resultados: Um total de 876 estudos foi identificado nas buscas, e destes apenas 11

foram considerados elegíveis, sendo que estes estudos adaptaram e/ou testaram sete

instrumentos diferentes (DASH, WORC, SPADI, PSS, ASORS, ASES e UCLA). A

maioria dos estudos cumpriu adequadamente as recomendações das diretrizes de

adaptação transcultural. Dois dos sete questionários não foram testados para nenhuma

propriedade de medida (PSS e ASES) e apenas dois questionários (WORC e DASH)

foram testados para praticamente todas as propriedades de medida, porém nem todas

foram testadas adequadamente. Nenhum questionário testou por completo todas as

propriedades de medida.

Conclusões: Os processos de tradução e adaptação transcultural foram realizados de

maneira adequada para a maioria dos instrumentos, porém a maioria dos instrumentos

não teve suas propriedades de medida testadas adequadamente. Recomenda-se que

somente instrumentos testados para suas respectivas propriedades de medida sejam

utilizados na prática clínica, assim como em pesquisas.

Palavras-Chave: Questionários, Tradução (produto), Estudos de validação, Ombro.

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Abstract:

Objectives: To evaluate the quality of the cross-cultural adaptation procedures as well

as the clinimetric testing of the shoulder disability questionnaires available in

Portuguese that has occurred for each adaptation.

Methods: Systematic literature searches on MEDLINE, EMBASE, CINAHL, SCIELO

and LILACS were performed to identify relevant studies. Data on the quality of the

adaptation procedures and clinimetric testing were extracted. All studies were evaluated

according to the current guidelines for cross-cultural adaptation and measurement

properties.

Results: Seven different questionnaires adapted into Brazilian-Portuguese (DASH,

WORC, SPADI, PSS, ASORS, ASES and UCLA) were indentified from eleven studies.

Most of the studies performed the cross-cultural adaptation procedures following the

recommendations from the guidelines. From a total of seven instruments, two were not

tested for any clinimetric property (PSS and ASES) and two questionnaires (DASH and

WORC) were evaluated for almost all properties. None of the questionnaires were fully

tested for their measurement properties.

Conclusions: Although most of the shoulder disability questionnaires have been

properly adapted into Brazilian-Portuguese, some of them were either inadequately

tested or not tested at all. It is recommended that only tested instruments can be used in

clinical practice, as well as in research.

Keywords: Questionnaire, Translation, Validation studies, Shoulder

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Introdução

A dor na articulação do ombro é considerada a terceira condição musculoesquelética

mais comum encontrada na prática médica, seguida da dor lombar e dor cervical, sendo

que a prevalência de distúrbios do ombro varia entre 5% e 47% na população em

geral1,2. As disfunções da articulação do ombro são encontradas com freqüência em

trabalhadores e atletas que são expostos a movimentos repetitivos e esforços excessivos,

porém alguns estudos também reportam uma alta prevalência deste problema em idosos

e em indivíduos sedentários2-4.

Os métodos de avaliação das lesões musculoesqueléticas têm sido modificados nos

últimos anos5. Ao invés da avaliação ser feita somente de acordo com o exame físico,

que inclui testes de força muscular, mobilidade articular e avaliação dos exames de

imagem, a avaliação pode ser acompanhada por questionários ou escalas6,7. Os

questionários são amplamente utilizados para coletar informações de importantes

desfechos clínicos como a intensidade da dor, os níveis de qualidade de vida do

paciente, a satisfação com o tratamento e a incapacidade de realizar atividades

diárias1,8,9.

Existem vários instrumentos para avaliar pacientes com disfunções no ombro e detectar

mudanças em seu quadro clínico ao longo do tempo, porém a maioria deles foi

desenvolvida na língua inglesa9,10. Para que estes instrumentos sejam utilizados no

Brasil é recomendada a tradução, adaptação cultural, assim como a realização de testes

que avaliem as propriedades de medida destes instrumentos, como consistência interna,

reprodutibilidade, validade e responsividade11-13. O processo de tradução e adaptação é

necessário para que seja possível testar se há equivalência com a versão original,

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resolvendo as diferenças de costumes, linguagem e percepção da saúde entre países e

culturas diferentes13. Faz-se necessário testar as propriedades de medida mesmo que

estas já tenham sido testadas no questionário original, já que podem haver diferenças

culturais entre populações distintas, gerando interpretações diferentes e

consequentemente, informações diferentes. Além disso, faz-se necessário avaliar se o

questionário adaptado retém as propriedades de medida da versão original12. Existem

diretrizes que auxiliam a realizar de maneira adequada tanto a tradução e adaptação

transcultural11, quanto os testes das propriedades de medida11-13.

Existem questionários específicos para avaliar disfunções do ombro que já foram

traduzidos e adaptados para a língua portuguesa e que tiveram algumas de suas

propriedades de medida testadas, porém ainda não existe um documento que sintetiza

toda a informação sobre estes questionários. Sendo assim, através de uma revisão

sistemática para identificar todos estes instrumentos, os objetivos deste estudo foram:

1) descrever e avaliar os procedimentos de tradução e adaptação cultural desses

instrumentos; e 2) descrever e avaliar as propriedades de medida que foram testadas em

cada um dos estudos.

Métodos

Seleção dos estudos

Para identificar os instrumentos que avaliam dor e incapacidade no ombro na língua

portuguesa foram realizadas buscas sistematizadas em cinco bases de dados eletrônicas

(MEDLINE via OVID, EMBASE, CINAHL via EBSCO, SCIELO e LILACS). Os

termos de busca e os operadores (AND, OR ou NOT) utilizados nas bases MEDLINE,

EMBASE, CINAHL e SCIELO foram: (shoulder OR impingement OR rotator cuff OR

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arm OR upper limb OR instability OR upper extremity) AND (questionnaire OR index

OR scale OR score OR assessment OR evaluation OR self report OR inventory) AND

(Brazil OR Brasil OR Portuguese OR Brazilian Portuguese OR Brazilian). Os termos

de busca utilizados na base LILACS foram: (ombro OR manguito rotador OR membro

superior OR instabilidade) AND (questionário OR escala OR índice OR instrumento

OR escore OR avaliação) AND (Brasil OR português OR português brasileiro). As

buscas não foram limitadas por língua ou data de publicação. A última busca foi

realizada em abril de 2011.

Critérios de Inclusão

Foram incluídos no estudo somente instrumentos que foram desenvolvidos para

avaliação das disfunções da articulação do ombro, podendo ser combinado com

disfunções de outras articulações do membro superior, que foram submetidos a qualquer

procedimento de tradução e/ou adaptação para a língua portuguesa. Os instrumentos de

auto-avaliação e instrumentos dependentes do avaliador que utilizaram medidas

objetivas, como força e amplitude de movimento também foram incluídos nessa revisão.

Apenas estudos que foram publicados em textos completos foram incluídos, e foram

excluídos textos advindos de teses/dissertações, resumos de congressos e livros.

Extração de dados e avaliação da qualidade metodológica dos estudos elegíveis

Foram extraídos os dados referentes à tradução e adaptação cultural com o objetivo de

avaliar como foram realizados os procedimentos de tradução e adaptação cultural, além

dos dados referentes às propriedades de medida de cada estudo, incluindo o tamanho

amostral, os dados referentes à reprodutibilidade (confiabilidade e concordância),

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responsividade e seus intervalos de medidas, consistência interna e validade do

construto, como pode ser visto no Apêndice online.

Posteriormente, cada estudo foi classificado em relação ao método de tradução e

adaptação cultural de acordo com as Diretrizes de Adaptação Transcultural de

Questionários11. O processo de tradução e adaptação inclui a tradução inicial, a síntese

das traduções, a retro-tradução, a revisão de um comitê de especialistas e o teste da

versão pré-final. A qualidade de cada etapa foi classificada como positiva (+) quando o

procedimento realizado estava de acordo com o critério de qualidade adotado; duvidosa

(?) quando o método foi realizado de forma questionável; negativa (-) quando o

procedimento foi realizado corretamente, porém com número insuficiente de tradutores

e/ou retro-tradutores; ou nula (0) quando não havia informações suficientes para

qualificar cada etapa (Tabela 1).

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Tabela 1 Diretrizes para os procedimentos de adaptação transcultural de questionários24

(adaptado por Menezes-Costa 200930).

Etapa Descrição Critérios de qualidade Tradução Dois (ou mais) tradutores devem

traduzir o questionário de forma independente. Preferencialmente a língua nativa dos tradutores deve ser a língua-alvo da tradução.

+ Tradução realizada por dois ou mais tradutores independentes; ? Processo de tradução questionável; - Tradução realizada por somente um tradutor; 0 Não há informações sobre o processo de tradução.

Síntese das traduções

Os tradutores devem sintetizar todas as traduções e produzir uma versão consensual.

+ Síntese realizada; ? Delineamento questionável; 0 Não há informações sobre a síntese ou a tradução foi realizada somente por um tradutor.

Retro-tradução

Tradutores que não tenham conhecimento do questionário original devem traduzir a versão consensual das traduções novamente para a língua original do questionário.

+ Retro-tradução realizada por dois ou mais tradutores independentes. ? Procedimento de retro-tradução questionável. - Retro-tradução realizada por somente um tradutor. 0 Não há informações sobre o processo de retro-tradução.

Análise do comitê

Um comitê de especialistas deve analisar todas as versões do questionário e desenvolver o que será considerada a versão pré-final do questionário.

+ Foi claramente relatada à existência de um comitê de especialistas. ? Delineamento questionável. 0 Não há informações sobre o comitê de especialistas.

Pré-teste da versão pré-final

A versão pré-final deve ser testada em membros da população-alvo.

+ Foi realizado o pré-teste. ? Desenho duvidoso. 0 Não há informações sobre o pré-teste.

+=classificação positiva; -= classificação negativa; 0= não há informações disponíveis; ?= não está claro.

As propriedades de medida foram classificadas através dos Critérios de Qualidade para

Propriedades de Medida de Questionários da Área de Saúde12 e a avaliação foi restrita

somente aos itens relevantes para os instrumentos avaliados. Outros itens originais dos

Critérios de Qualidade como a “validade do conteúdo (ou validade de face)” e a

“interpretabilidade” somente são relevantes durante o desenvolvimento do questionário

22

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original. Da mesma forma, o item “validade do critério” só pode ser considerado

quando há um instrumento de comparação que seja padrão ouro, o que não é o caso dos

instrumentos de avaliação do ombro, portanto, estes três itens não foram considerados

aplicáveis neste estudo.

Os itens avaliados neste estudo foram a validade do construto, a consistência interna, a

reprodutibilidade (concordância e confiabilidade), a responsividade e os efeitos de teto e

piso. Assim como nos critérios adotados para a adaptação transcultural, a qualidade de

cada etapa dos critérios de qualidade das propriedades de medida, também foi

classificada como positiva (+) quando os procedimentos de cada etapa eram realizados

de acordo com o critério de qualidade adotado; duvidosa (?) quando os métodos ou o

delineamento do estudo eram questionáveis; negativa (-) quando os dados referentes a

cada propriedade clinimétrica tinham valores maiores ou menores aos definidos pelos

critérios adotados mesmo que o delineamento ou método do estudo estivessem

adequados; ou nula (0) quando não havia informação suficiente para qualificar cada

propriedade de medida (Tabela 2). A extração de dados e as avaliações foram realizadas

por um avaliador e em seguida, conferidos por um revisor independente que checou

todos os dados. Não houve nenhuma divergência de opiniões entre o avaliador e o

revisor independente que se reuniram e discutiram os dados avaliados.

23

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Page 38: Vanessa Olivieri de Oliveira Pugaarquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/... · 2014. 2. 14. · Dedico esta dissertação aos meus pais, Sandra Olivieri de Oliveira

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Resultados

Foram encontrados 876 estudos nas buscas, sendo que apenas 11 estudos foram

considerados elegíveis para a análise dos dados (Figura 1). Dos 11 estudos elegíveis, sete

instrumentos diferentes que foram traduzidos/adaptados para a língua portuguesa foram

identificados, sendo eles: DASH (Disabilities of the Arm, Soulder and Hand)14, SPADI

(Shoulder Pain and Disability Index)15, WORC (Western Ontario Rotator Cuff Index)16,

ASES (American Shoulder and Elbow Surgeons Questionnaire)17, PSS (Penn Shoulder

Score)18, ASORS (Athletic Shoulder Outcome Rating Scale)23 e Modified-UCLA

(Modified-University of California at Los Angeles Shoulder Rating Scale)19. Dos sete

instrumentos traduzidos/adaptados para a língua portuguesa, cinco instrumentos foram

testados em relação às suas propriedades de medida (DASH14,20, WORC16,20-22, SPADI15,

ASORS23 e Modified-UCLA22). Somente o PSS18 e o ASES17 não apresentavam

nenhuma das propriedades de medida testadas.

26

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Figura 1 Fluxograma da revisão sistemática A Tabela 3 apresenta as avaliações das traduções/adaptações de acordo com as Diretrizes

de Adaptação Transcultural de Questionários24. Dos sete instrumentos encontrados nos 11

estudos avaliados, todos os instrumentos realizaram corretamente as etapas de tradução,

síntese, análise do comitê de especialistas e o pré-teste. A etapa de retro-tradução não foi

realizada adequadamente para os instrumentos WORC e ASORS, pois foi realizada

somente por um único tradutor, não seguindo os critérios de qualidade adotados em que

esta etapa deveria ser realizada por dois ou mais tradutores independentes.

27

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Tabela 3 – Análise das adaptações trans-culturais dos questionários de dor e incapacidade

no ombro em língua portuguesa de acordo com as Diretrizes do Processo de Adaptação

Transcultural dos Questionários24.

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especialistas

Pré-

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WORC, DASH e UCLA22 N/A N/A N/A N/A N/A

ASES17 + + + + +

PSS18 + + + + +

SPADI15 + + + + +

ASORS 23 + + _* + +

Legenda: DASH, Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand; UCLA, University of

California Los Angeles Shoulder Rating Scale; WORC, Western Ontario Rotator Cuff

Index; ASES, American Shoulder and Elbow Surgeons Questionnaire; PSS, Penn

Shoulder Score; ASORS, Athletic Shoulder Outcome Rating Scale; SPADI, Shoulder,

Pain and Disability Index. N/A: Não se aplica – Não foi realizada a tradução e adaptação cultural, somente os testes clinimétricos. Os questionários utilizados nestes estudos já haviam sido traduzidos anteriormente em outros estudos.* Retro-Tradução realizada apenas por 1 tradutor +=classificação positiva; -= classificação negativa; 0= não há informações disponíveis; ?= não está claro.

A Tabela 4 apresenta as avaliações de todas as propriedades de medida avaliadas de

acordo com os Critérios de Qualidade para propriedades de Medida de Questionários da

área de Saúde12. A confiabilidade foi a propriedade de medida mais testada, já que dos

cinco instrumentos que testaram as propriedade de medida, quatro deles a testaram,

(somente o Modified-UCLA não a testou), além de terem realizado o teste de maneira

28

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correta e de obterem valores do Coeficiente de Correlação Intraclasse ≥ 0,7014,15,21,23. Já a

concordância foi testada somente no WORC, no mesmo estudo em que foi testada a

confiabilidade deste instrumento também apresentando valores adequados21. A

consistência interna foi testada no DASH25, no SPADI15 e no WORC21, sendo que os dois

primeiros apresentaram níveis aceitáveis (alfa de Cronbach entre 0,70 e 0,95) e o último

apresentou um delineamento questionável, pois a consistência interna foi testada intra e

inter-examinador, não seguindo os critérios sugeridos pela diretriz12. Somente o DASH

realizou a análise fatorial. A validade do construto não foi testada adequadamente em

nenhum dos instrumentos encontrados nessa revisão (DASH14,20, WORC21,22 e

ASORS23), devido às hipóteses entre as correlações dos instrumentos/escalas não terem

sido formuladas a priori. A responsividade foi testada em um estudo que utilizou os

instrumentos DASH, WORC e UCLA22, porém não pode ser considerada adequada, já

que o tamanho amostral foi de apenas 30 pacientes. Os efeitos de teto e piso não foram

testados em nenhum dos instrumentos identificados em nossa revisão.

De forma sumarizada, pode-se observar os instrumentos DASH e o WORC tiveram quase

todas as suas propriedades de medida testadas, o WORC somente não testou os efeitos de

teto e piso20-22 e o DASH, além dos efeitos de teto e piso também não testou a

concordância18,21,22,25. Tanto o SPADI quanto o ASORS tiveram duas de suas

propriedades de medida testadas. O SPADI testou adequadamente tanto a confiabilidade

quanto a consistência interna15 e o ASORS testou adequadamente a confiabilidade, porém

não testou adequadamente a validade do construto23. O UCLA somente testou a

responsividade, mas foi avaliada de forma inadequada22.

29

Page 43: Vanessa Olivieri de Oliveira Pugaarquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/... · 2014. 2. 14. · Dedico esta dissertação aos meus pais, Sandra Olivieri de Oliveira

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Discussão

Os objetivos do estudo foram descrever e avaliar os procedimentos de tradução e

adaptação cultural e das propriedades de medida de instrumentos que avaliam dor e

incapacidade no ombro que foram traduzidos e adaptados para a língua portuguesa

através de uma revisão sistemática que identificou todos estes instrumentos. Foram

encontrados 7 instrumentos diferentes que avaliam disfunções na articulação do ombro

que foram traduzidos/adaptados para a língua portuguesa e 5 destes instrumentos tiveram

algumas de suas propriedades de medida testadas. Os processos de tradução/adaptação

foram avaliados de acordo com as Diretrizes de Adaptação Transcultural de

Questionários11 e as propriedades de medida foram avaliadas de acordo com os Critérios

de Qualidade para Propriedades de Medida de Questionários da Área de Saúde12.

Os instrumentos DASH14, SPADI15, UCLA19, PSS18 e ASES17 seguiram as diretrizes de

tradução/adaptação cultural24 e tiveram todas as suas etapas testadas corretamente, o

WORC16 seguiu o protocolo específico de equivalência lingüística sugerido pelos autores

da versão original do instrumento, seguindo os critérios definidos pelo MAPI Research

Institute26 e, portanto teve a etapa de retro-tradução traduzida por um único tradutor. Os

autores desse estudo relataram que as diretrizes propostas por Guillemim et al27 e Beaton

et al11 podem apresentar processos de difícil realização dependendo da população testada,

complexidade das etapas, longa duração e alto custo, por isso seguiram o protocolo

sintetizado, ressaltando que todas as versões em desenvolvimento do WORC em outras

línguas utilizavam o mesmo protocolo. O ASORS23 seguiu as diretrizes propostas por

Guillemin et al27, porém não realizou a etapa de retro-tradução de acordo com essa

diretriz, traduzindo-a somente por um tradutor. Todas as outras etapas foram realizadas

corretamente em ambos os questionários.

31

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Nenhum questionário testou por completo todas as propriedades de medida, dois dos sete

questionários não foram testados para nenhuma propriedade de medida (PSS e ASES) e

dois questionários (WORC e DASH) foram testados para praticamente todas as

propriedades de medida, porém, nem todas foram testadas adequadamente. A

confiabilidade foi a propriedade de medida mais testada, sendo que todos os instrumentos

que a testaram14,15,21,23, aplicaram os testes de maneira correta, com tamanho amostral

adequado e utilizaram os intervalos de medidas adequados12, porém nenhum dos estudos

mencionou qual o tipo do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) utilizado para

mensurar a confiabilidade, somente os estudos que testaram a confiabilidade do SPADI15

e do ASORS23 descreveram seus intervalos de confiança, ambos a 95%. É extremamente

importante informar o tipo de CCI utilizado nos diferentes testes, uma vez que CCIs

diferentes podem apresentar resultados completamente distintos, o que pode subestimar

(ou superestimar) a confiabilidade dependendo do tipo de CCI utilizado28. A

concordância é uma importante propriedade de medida, medindo o grau em que medidas

repetidas em indivíduos estáveis fornecem respostas semelhantes12. Infelizmente nesta

revisão encontramos somente um estudo21 que testou a concordância. A concordância é

mais fácil de ser clinicamente interpretada do que a confiabilidade devido a ela ser

expressa nas unidades de medida do instrumento, já a confiabilidade apresenta seus

índices (CCI ou Kappa) expressos em uma escala que varia de 0 a 1, que em muitos casos

são mais abstratos de interpretar. Para testar-se a reprodutibilidade por completo, o ideal

seria testar tanto a confiabilidade (erro relativo da medida) quanto a concordância (erro

absoluto da medida), porém a maioria dos estudos testou somente a confiabilidade.

A Validade do Construto foi testada em três instrumentos (DASH14,20, WORC21 e

ASORS23). Todos os estudos utilizaram os testes de Correlação de Pearson,

correlacionando um questionário específico com outras medidas similares, porém é

32

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importante que sejam formuladas hipóteses antes de serem realizados os testes de

validade de construto, e estas hipóteses devem especificar tanto a magnitude quanto a

direção da correlação esperada12. Não foram formuladas hipóteses em nenhum dos

estudos avaliados que testaram a validade do construto14,20,21,23. Isso é necessário, pois

sem as hipóteses específicas os riscos de viés podem ser altos já que seria mais fácil

desenvolver uma explicação alternativa para baixas correlações ao invés de concluir que

o questionário pode não ter altos índices de validade do construto12.

A consistência interna foi avaliada para os instrumentos DASH25, WORC21 e SPADI15.

Somente o estudo que avaliou a consistência interna do DASH25 utilizou o teste Alfa de

Cronbach em combinação com a análise fatorial, identificando três fatores diferentes.

Esta análise é importante, pois este procedimento pode identificar quantas escalas estão

presentes em um questionário, e se existirem mais de uma escala, o Alfa de Cronbach

deverá ser calculado para cada subescala separadamente12. Os estudos que avaliaram o

WORC21 e o SPADI15 utilizaram o Alfa de Cronbach, mas não utilizaram a análise

fatorial.

A responsividade foi avaliada somente em um estudo que testava os instrumentos DASH,

WORC e UCLA22, com um intervalo de medidas adequado (3 meses) porém com um

tamanho amostral reduzido (30 pacientes). A responsividade representa a habilidade de

um questionário em detectar mudanças clínicas no tempo e pode ser medida pela

responsividade interna (tamanho do efeito) ou externa (teste de correlação de Pearson

e/ou pela construção de curvas ROC)29. Nenhum estudo dessa revisão sistemática testou a

responsividade por completo. Além disso, nenhum estudo testou os efeitos de teto e piso,

e consequentemente, não se sabe se os instrumentos avaliados podem falhar em detectar

melhora ou piora em alguns pacientes12,29.

33

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Outros estudos relacionados à revisão sistemática de instrumentos de medida e análise de

suas propriedades de medida confirmam os nossos achados de que há uma clara

necessidade de pesquisas futuras que avaliem por completo todas as suas propriedades de

medida para que possamos escolher o melhor questionário para cada situação30,31. Em

uma avaliação das propriedades de medida de questionários que avaliam disfunções do

ombro na língua inglesa feita através de uma revisão sistemática9 foram encontrados

diferentes métodos de avaliação das propriedades de medida, além de falhas nas

avaliações da validade do construto, consistência interna e responsividade. Na maioria

dos instrumentos avaliados não foram formuladas hipóteses relacionadas à magnitude e à

direção das correlações esperadas com os outros instrumentos, não foram utilizadas as

análises fatoriais, mas quando foram utilizadas, algumas das análises não confirmaram as

dimensões que o questionário se propunha medir. A responsividade foi testada na maioria

das vezes em uma amostra de tamanho inadequado (n<43) e a maioria dos estudos não

descreveu adequadamente o método do estudo e/ou a análise dos dados.

Os mesmos problemas foram encontrados em uma revisão sistemática sobre adaptações

transculturais e testes das propriedades de medida de um instrumento que avalia a

qualidade e a intensidade da dor (McGill Pain Questionnaire)30, sendo que mesmo com

44 diferentes versões do questionário, representando 26 diferentes línguas/culturas, na

maioria das vezes os testes não foram realizados, ou foram realizados de forma

inadequada, resultados esses compatíveis também com os encontrados na revisão

sistemática de instrumentos de medida para dor lombar31, em que a maioria dos

questionários avaliou a confiabilidade e validade do construto dos instrumentos, porém a

consistência interna, a responsividade e os efeitos de teto e piso não foram testados para a

maioria deles.

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É importante ressaltar que existem outras diretrizes que podem ser utilizadas como guias

metodológicos para avaliação dos procedimentos de tradução/adaptação e dos testes das

propriedades de medida que discordam da necessidade de todos os passos seguidos nas

diretrizes utilizadas neste estudo, porém nós optamos por seguir estes critérios de

qualidade por serem os mais recentes, atualizados e amplamente aceitos na literatura.

Todos os estudos de tradução e adaptação analisados nessa revisão foram realizados após

a publicação das Diretrizes de Adaptação Transcultural de Questionários11 e apenas um

estudo que testou as propriedades de medida (confiabilidade e validade do construto) do

DASH14 foi realizado antes da publicação dos Critérios de Qualidade para propriedades

de Medida de Questionários da área de Saúde12.

Utilizamos todos os recursos durante a busca sistematizada para que fossem identificados

todos os estudos sobre instrumentos de avaliação das disfunções do ombro em português-

brasileiro. Apesar das buscas terem sido realizadas nas bases de dados mais utilizadas

(inclusive bases de dados locais como LILACS e SCIELO), alguns estudos podem não

ter sido capturados, uma vez que algumas revistas brasileiras e portuguesas podem não

estar indexadas em nenhuma das bases utilizadas, o que pode ser interpretado como uma

possível limitação dessa revisão. Além disso, pode haver dados em relação às

propriedades de medida dos instrumentos identificados que não tenham sido considerados

nos métodos e portanto, não tenham sido publicados, porém podem estar presentes nas

versões originais de dissertações e teses. Outra possível limitação que podemos citar é o

fato de não termos realizado a avaliação dos dados referentes à tradução/adaptação e aos

testes das propriedades de medida por dois avaliadores, impossibilitando a mensuração da

concordância entre eles, porém optamos por realizar a avaliação por um avaliador e

checar os dados através de um revisor e consideramos improvável que a acurácia das

informações seria diferente.

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Baseados nos dados dessa revisão podemos dizer que o DASH14,20,22,25 e o WORC16,20-22

foram os instrumentos mais adequados para serem utilizados em relação aos outros

questionários testados, pois foram os que tiveram mais propriedades de medida

apropriadamente testadas assim como obtiveram as melhores estimativas em relação aos

outros. Cabe ressaltar que o DASH14, o SPADI15, o UCLA19, o PSS18 e o ASES17 são

instrumentos desenvolvidos para avaliar qualquer disfunção do ombro, o WORC16 avalia

somente indivíduos com disfunções no manguito rotador e o ASORS23 avalia o ombro do

atleta. Portanto, ao fim desta revisão podemos dizer que o WORC16 seria o instrumento

mais adequado para avaliar pacientes com disfunções no manguito rotador e o DASH14

seria o instrumento mais adequado para avaliar qualquer outra disfunção da articulação

do ombro.

Conclusão

A relevância deste estudo reside na observação da importância de seguir diretrizes

adequadas na realização tanto da tradução/adaptação quanto dos testes das propriedades

de medida, além de mostrar que sem a realização de testes adequados que possam

determinar um critério de qualidade para os instrumentos de medida, não é possível

escolher o melhor instrumento para ser utilizado na prática clínica e/ou pesquisa

científica. Sem adequada realização dos testes das propriedades de medidas os

fisioterapeutas, médicos e profissionais da área da saúde devem ter cuidado ao interpretar

os escores dos questionários adaptados que não testaram estas propriedades de medida.

Estudos futuros que realizem os testes de todas as propriedades de medida são

necessários.

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RC

xSF

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0,00

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309

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44

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Ta

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35

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RC

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5

45

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tra

Des

criç

ão

Am

ostr

al

Inte

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s m

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as

Rep

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ênci

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LA

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46

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18 a

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47

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inte

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66)

48

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49

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Capítulo 3

Propriedades de medida de cinco questionários adaptados para o

português-brasileiro utilizados para pacientes com disfunções do

ombro

50

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Propriedades de medida de cinco questionários adaptados para o

português-brasileiro utilizados para pacientes com disfunções do

ombro

Autores: Vanessa Olivieri de Oliveira Puga1, Alexandre Dias Lopes1, Sílvia Regina

Shiwa1, Sandra Regina Alouche1, Leonardo Oliveira Pena Costa1,2*

1Programa de Mestrado em Fisioterapia - Universidade Cidade de São Paulo

2Musculoskeletal Division – The George Institute for Global Health

* Autor correspondente: Rua Cesário Galeno 448/475, CEP 03071-000, Tatuapé, São

Paulo/SP, (11) 2178 1564, [email protected]

Palavras-chave: ombro, questionários, adaptação transcultural, confiabilidade, validade,

responsividade, tradução, efeitos de teto e piso, Brasil

51

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Resumo

Objetivos: Traduzir e adaptar transculturalmente o questionário Shoulder Pain and

Disability Index (SPADI) para o português-brasileiro e testar as propriedades de medida

das versões em português-brasileiro dos questionários/escalas SPADI, Quick

Disabilities of the Arm Shoulder and Hand (QuickDASH), Patient-Specific Functional

Scale (PSFS), Pain Numerical Rating Scale (Pain NRS) e Global Perceived Effect

(GPE) em pacientes com disfunções do ombro.

Métodos: O SPADI foi traduzido/adaptado seguindo as recomendações das diretrizes

atuais. As propriedades de medida dos instrumentos/escalas SPADI, QuickDASH,

PSFS, Pain NRS e GPE foram testadas em 100 pacientes com disfunções de origem

musculoesquelética na articulação do ombro em tratamento que responderam os

instrumentos em três ocasiões: na linha de base, 24/48 horas e 4 semanas após a linha de

base. Foram testadas as seguintes propriedades de medida: consistência interna,

reprodutibilidade, validade do construto, efeitos de teto e piso e responsividade.

Resultados: Os instrumentos apresentaram valores adequados de consistência interna

(alfa de Cronbach variando entre 0,78 a 0,93). A confiabilidade dos instrumentos variou

entre substancial e excelente (Coeficiente de Correlação Intraclasse variando entre 0,82

a 0,96) e um bom nível de concordância (Erro Padrão da Medida variando entre 0,92 a

8,77 e a Mínima Mudança Detectável variando de 2,55 a 24,29). Os instrumentos

SPADI (e suas subescalas) e QuickDASH apresentaram boa correlação. Não foram

observadas correlações estatisticamente significantes entre a GPE e PSFS com a maioria

dos demais instrumentos. Finalmente, a escala Pain NRS apresentou correlação

moderada com a maioria dos instrumentos. Todos os instrumentos apresentaram níveis

52

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aceitáveis de responsividade interna e externa (tamanho do efeito variando entre 0,70 a

1,36, correlações entre 0,41 a 0,51 e área abaixo da curva entre 0,70 a 0,82)

Conclusão: As versões brasileiras dos instrumentos/escalas SPADI, QuickDASH, Pain

NRS, PSFS e GPE são instrumentos reprodutíveis, válidos e responsivos para avaliação

de pacientes com disfunções no ombro. Recomendamos que as escalas Pain NRS, GPE

e PSFS devam ser utilizadas em conjunto com instrumentos específicos de ombro

(como por exemplo o SPADI e Quick DASH).

53

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Introdução

As disfunções da articulação do ombro ocasionam dor e limitação de movimentos,

podendo afetar as habilidades funcionais, as atividades profissionais, esportivas e da

vida diária, ou até mesmo a qualidade de vida dessas pessoas1. Estudos realizados na

Europa e América do Norte estimaram que cerca de metade da população tenha pelo

menos um episódio de dor no ombro por ano, acarretando um alto investimento no

tratamento desses pacientes1-3.

Atualmente os métodos de avaliação evoluíram para uma abordagem funcional, em que

o enfoque está relacionado às medidas que tenham significado clínico direto para os

pacientes4, 5. Além da avaliação ser realizada de acordo com o exame físico, que inclui

medidas objetivas como testes de força muscular, mobilidade articular e avaliação dos

exames de imagem, os questionários e escalas tem sido muito utilizados tanto na prática

clínica quanto na pesquisa científica para a mensuração dos níveis de dor, incapacidade

e qualidade de vida desses pacientes6-8.

Na última década foi desenvolvido um grande número de questionários que avaliam as

disfunções na articulação do ombro9, 10. Uma revisão sistemática10 conduzida em 2005,

identificou 38 questionários desenvolvidos para mensurar disfunções no ombro ou no

membro superior, encontrando instrumentos de auto-avaliação ou em conjunto com

medidas objetivas. Outra revisão9 feita um ano antes da citada anteriormente, limitou a

busca somente a instrumentos de auto-avaliação, identificando 16 questionários. Estas

revisões concluíram que não há um instrumento ideal para pacientes com disfunções no

ombro, portanto a escolha de qual questionário utilizar deve ser baseada no tipo de

paciente a ser avaliado, no construto que o instrumento se propõe a medir, nas

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considerações práticas (escore de fácil aplicação e tempo de aplicação do questionário),

nas suas propriedades de medida e se o instrumento já foi traduzido e adaptado para o

idioma de utilização do instrumento9-11.

Entre os questionários mais utilizados na literatura internacional estão o QuickDASH

(Quick Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand)12 e o SPADI13 (The Shoulder Pain

and Disability Index), sendo que ambos instrumentos foram desenvolvidos em inglês.

Para que possam ser utilizados no Brasil é recomendada a tradução, adaptação cultural e

a realização de testes que avaliem suas propriedades de medida, como a validade, a

consistência interna, a reprodutibilidade, a responsividade e os efeitos de teto e piso14, 15.

O processo de tradução e adaptação é necessário para que seja possível testar se há

equivalência com a versão original, resolvendo as diferenças de costumes, linguagem e

percepção da saúde entre países e culturas diferentes14. É necessário testar as

propriedades de medida mesmo que estas já tenham sido testadas no questionário

original, já que pode haver diferenças culturais entre populações distintas15.

Nosso grupo de pesquisa realizou uma revisão sistemática16 das adaptações

transculturais e propriedades de medida de questionários relacionados às disfunções do

ombro em língua portuguesa. Nessa revisão foram identificados 7 instrumentos

traduzidos/adaptados ao português-brasileiro (DASH, WORC-The Western Ontario

Rotator Cuff Index , SPADI, PSS-Penn Shoulder Score , ASES-American Shoulder and

Elbow Surgeons Standardized Shoulder Assessment Form, UCLA- The University of

California at Los Angeles Shoulder Rating Scale e ASORS-Athletic Shoulder Outcome

Rating Scale), sendo que 5 tiveram algumas de suas propriedades de medida testadas

(DASH, WORC, SPADI, UCLA e ASORS). Os processos de tradução/adaptação

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transcultural foram realizados adequadamente, porém os testes das propriedades de

medida não foram realizados por completo para a maioria dos instrumentos avaliados,

concluindo que há uma clara necessidade de estudos que avaliem por completo todas as

suas propriedades de medida para que possamos escolher o melhor questionário para

cada situação.

Além dos instrumentos de avaliação específica das disfunções do ombro, os

instrumentos genéricos têm sido recomendados como parte da avaliação. Esses

instrumentos oferecem um retrato geral da saúde ao longo de condições diversas e

podem ser utilizados para qualquer região do corpo. As escalas PSFS (Escala Específica

Funcional do Paciente - Patient Specific Functional Scale), Pain NRS (Escala Númerica

da Dor - Pain Numerical Rating Scale) e a GPE (Escala de Percepção do Efeito Global -

Global Perceived Effect) são exemplos de escalas globais que podem ser utilizadas na

avaliação das disfunções do ombro ou podem complementar os instrumentos

específicos desta articulação17-20. Esses instrumentos também nunca foram testados em

uma população brasileira com disfunções da articulação do ombro.

Sendo assim, os objetivos desse estudo foram: 1) traduzir e adaptar transculturalmente o

questionário SPADI e 2) testar as propriedades de medida das versões em português-

brasileiro dos questionários/escalas: SPADI, QuickDASH, PSFS, Pain NRS e GPE.

Métodos

Visão geral do estudo

O estudo foi realizado em duas etapas. A primeira teve como objetivo traduzir e adaptar

transculturalmente o questionário SPADI para o português-brasileiro. A segunda teve

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como objetivo testar as propriedades de medida da versão em português-brasileiro dos

questionários SPADI, QuickDASH e das escalas globais: PSFS, Pain NRS e GPE.

Tradução e adaptação transcultural

A tradução e adaptação transcultural do SPADI foi realizada seguindo as diretrizes do

Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures21, como

descrito abaixo:

1. Tradução inicial: Dois tradutores independentes traduziram a versão original do

SPADI para a língua portuguesa;

2. Síntese das traduções: Após a discussão e revisão das duas traduções, os dois

tradutores sintetizaram o resultado das traduções independentes e produziram

uma tradução consensual para o português;

3. Retro-tradução: A nova versão do SPADI em português-brasileiro foi traduzida

novamente para a língua inglesa por outros dois tradutores independentes que

não tinham conhecimento da versão original na língua inglesa;

4. Análise do comitê de especialistas: Os autores deste projeto revisaram todos os

procedimentos anteriores, comparando todas as traduções e corrigindo possíveis

discrepâncias e desenvolveram a versão final do SPADI para ser testada no

Brasil.

Testando as propriedades de medida

As propriedades de medida dos cinco instrumentos foram testadas em uma amostra de

100 pacientes com dor e/ou disfunções na articulação do ombro que foram recrutados

por conveniência em diferentes clínicas de fisioterapia de São Paulo, Brasil. Para serem

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elegíveis os pacientes precisavam estar sendo submetidos a qualquer tipo de tratamento

para dor e/ou disfunções no ombro de origem musculoesquelética, além de serem

capazes de ler e escrever na língua portuguesa, com nível escolar igual ou superior a

quinta série do ensino básico e com idade superior a 18 anos.

O tamanho amostral foi determinado de acordo com as recomendações do Quality

Criteria for Health Status Questionnaires15

que sugere que pelo menos 50 pacientes são

necessários para uma análise apropriada da validade do construto, reprodutibilidade,

responsividade e efeitos de teto e piso e pelo menos 100 pacientes são exigidos para

realizar uma análise apropriada da consistência interna.

Os pacientes responderam os questionários em três ocasiões: (1) ao início do

tratamento, (2) após 24/48 horas do início do tratamento e (3) após 4 semanas do início

do tratamento ou alta clínica (o que ocorria primeiro). Dados demográficos como idade,

gênero e profissão foram coletados ao início do tratamento. O estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São

Paulo, SP, Brasil, e todos os participantes foram informados sobre o estudo e assinaram

o termo de consentimento livre e esclarecido.

Descrição dos Instrumentos

Shoulder Pain and Disability Index - SPADI

O SPADI foi desenvolvido para mensurar dor e incapacidade associados com as

disfunções do ombro7, 13, 22. O questionário consiste de 13 itens, sendo 5 para

mensuração da dor e 8 para a mensuração da incapacidade, em que cada item é

mensurado por uma escala do tipo Likert de 11 pontos23. A escala de dor varia de

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“nenhuma dor” até “a pior dor imaginável” e a escala de incapacidade varia de “sem

dificuldades” até “tão difícil que exija ajuda”23. A pontuação final do questionário e a

pontuação obtida separadamente para cada domínio é convertida em percentagem para

valores que variam de 0 a 100%. Quanto maior a pontuação, pior é o nível de

incapacidade do paciente7, 23

Quick Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand - QuickDASH

QuickDASH é uma versão reduzida do questionário DASH, que é um questionário

desenvolvido para mensurar incapacidade em pessoas com qualquer disfunção

musculoesquelética dos membros superiores24. O QuickDASH contém 11 itens. Cada

item contém uma escala do tipo Likert de 5 pontos, variando de 1 a 5. As 6 primeiras

questões se referem a incapacidade e a escala varia de “não houve dificuldade” até “não

conseguiu fazer”, as questões 7 e 8 se referem às limitações das atividades sociais e

trabalho e variam de “não afetou” e “não limitou” até “afetou extremamente” e “não

conseguiu fazer”, as questões relacionadas à gravidade dos sintomas variam de

“nenhuma” até “extrema”24. A pontuação é convertida em uma escala de 100 pontos e

quanto maior, pior é a condição do membro superior do paciente24.

Patient Specific Functional Scale - PSFS

A escala funcional específica do paciente é uma escala global, portanto pode ser usada

para qualquer região do corpo17, 25. É solicitado para o paciente identificar até 3

atividades que está incapaz de realizar ou apresenta alguma dificuldade, podendo

incorporar questões que não foram abordadas em uma escala genérica mas que seja

importante para o problema do paciente. A mensuração é feita por escalas do tipo Likert

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de 11 pontos para cada atividade, sendo que quanto maior a pontuação média (0-10)

melhor é a capacidade do paciente para realizar as atividades17, 25.

Pain Numerical Rating Scale – Pain NRS

A escala numérica da dor avalia a intensidade da dor do paciente, em uma escala do tipo

Likert de 11 pontos em que 0 significa “nenhuma dor”e 10 significa “a pior dor

possível”18, 26.

Global Perceived Effect scale - GPE

A escala da percepção do efeito global é uma escala que compara o estado atual do

paciente ao início dos seus sintomas, em uma escala do tipo Likert de 11 pontos

(variando de -5 a +5), em que escores negativos se aplicam aos pacientes que estão

piores e escores positivos se aplicam aos que estão melhores em relação ao início dos

sintomas20, 26.

As escalas GPE, Pain NRS e PSFS foram traduzidas/adaptadas ao português-brasileiro e

testadas em estudos anteriores com pacientes com dor lombar17, 20,porém não foram

testadas em pacientes com disfunções no ombro.

Análise estatística

Para avaliar as propriedades de medida dos questionários foram realizados os seguintes

testes:

Consistência Interna

A consistência interna foi avaliada para testar a homogeneidade dos itens dos

instrumentos usando o índice Alfa de Cronbach. Um valor baixo neste índice significa

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que alguns itens estão medindo outros construtos, enquanto que um valor alto significa

que os itens do questionário mostram homogeneidade excessiva e alguns itens podem

ser considerados redundantes. Nós também calculamos o índice Alfa de Cronbach para

cada item deletado (Cronbach alfa if item deleted) para identificar a possibilidade de

alguns itens do questionário (ou das subescalas) serem redundantes ou heterogêneos.

Foi testada a consistência interna das versões português-brasileiro do SPADI (total e

suas subescalas) e QuickDASH. Os valores do Alfa de Cronbach são considerados

adequados entre 0,70 e 0,9515.

Reprodutibilidade

É a capacidade de determinado teste obter resultados semelhantes em indivíduos

estáveis15. A reprodutibilidade foi testada utilizando um modelo teste-reteste e foi

avaliada por duas medidas: a confiabilidade (erro relativo da medida) e a concordância

(erro absoluto da medida)15. A confiabilidade foi avaliada usando o Coeficiente de

Correlação Intraclasse (CCI, tipo 2,1), e seus respectivos intervalos de confiança (IC) a

95%. O CCI é interpretado da seguinte maneira: menor do que 0,40, baixa

reprodutibilidade; entre 0,40 e 0,75, reprodutibilidade moderada; entre 0,75 e 0,90,

reprodutibilidade substancial e maior do que 0.90, reprodutibilidade excelente15. Para

avaliar a concordância foram usadas duas medidas, o Erro Padrão da Medida (EPM) e a

Mínima Mudança Detectável (MMD). O EPM reflete o erro do instrumento e foi

calculado pela razão entre o desvio padrão (DP) da média das diferenças e a raiz

quadrada de 2 (DP das diferenças/√2). A MMD é a mínima mudança em um escore que

pode ser interpretado como mudança real e foi calculada usando a fórmula MMD=1,96

x√2 x EPM15. A percentagem do EPM relacionada com o escore total de um

questionário é proposta por Ostelo et al27 como um importante indicador da

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concordância e deve ser interpretado como: ≤ 5%, muito bom; > 5% e ≤ 10%, bom; >

10% e ≤ 20%, duvidoso e > 20%, negativo.

Validade do Construto

Para avaliar se o instrumento de medida está avaliando o construto específico é

necessário mensurar a correlação dos escores com outro instrumento que avalia o

mesmo construto ou um construto similar, já que não existe um “padrão ouro” para

questionários de ombro15. Neste caso, foi calculada a correlação de todas as versões

português-brasileiro de todos os questionários/escalas citados anteriormente, no início

do tratamento, utilizando o teste de Correlação de Pearson (r). Quando r < 0,30, a

correlação é considerada fraca, quando r ≥ 0,30 e < 0,60 a correlação é considerada

moderada e quando r ≥ 0,60 a correlação é considerada boa28.

Efeitos de Teto e Piso

Os efeitos de teto e piso foram calculados através da percentagem dos pacientes que

marcaram os escores máximo (teto) ou mínimo (piso) para todos os questionários. Esses

efeitos são considerados quando 15% dos entrevistados pontuaram escores mínimos ou

máximos15.

Responsividade

Responsividade indica a capacidade de um questionário de detectar mudanças clínicas

no tempo, mesmo que essas mudanças sejam pequenas15. A responsividade interna foi

medida pelo tamanho do efeito (TE - média das diferenças entre a primeira e terceira

medida, divida pelo desvio padrão da primeira medida) com 84% do intervalo de

confiança (IC). O IC de 84% foi escolhido para possibilitar uma comparação direta dos

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TEs de diferentes instrumentos porque IC que não se sobrepõem a 84% são equivalentes

a escores Z a 95%25, 29. Um valor ≤ 0,20 representa uma mudança de aproximadamente

1/5 do desvio padrão no início do tratamento e é considerado pequeno. Um valor de

0,50 é considerado moderado e um valor ≥ 0,80 é considerado grande30.

A responsividade externa foi medida por dois testes: 1) pelo teste de Correlação de

Pearson (medindo a correlação entre a diferença entre a primeira e terceira medida dos

instrumentos SPADI, QuickDASH, PSFS e NRS com a terceira medida da escala GPE e

2) pela construção de curvas ROC (Receiver-Operator Caracteristics Curve) usando as

diferenças entre a primeira e a terceira medida dos instrumentos SPADI, QuickDASH,

PSFS e NRS e usando os escores dicotomizados da GPE para categorizar sujeitos que

melhoraram dos que não melhoraram. O ponto de corte escolhido para construir as

curvas ROC foi de 3 pontos na escala GPE. A análise foi baseada na área abaixo da

curva (AAC) e os valores ≥ 0,70 são considerados responsivos15. A responsividade foi

avaliada nas versões em português-brasileiro de todos os questionário/escalas citados

anteriormente.

Hipóteses

As seguintes hipóteses foram definidas, a priori:

1. As versões em português-brasileiro dos questionários SPADI total e suas

subescalas e do QuickDASH apresentarão um nível aceitável de consistência

interna (Alfa de Cronbach entre 0,70 e 0,95);

2. A versão em português-brasileiro do SPADI total e suas subescalas irão se

correlacionar positivamente com a versão em português-brasileiro do

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QuickDASH, e com a Pain NRS. A magnitude esperada destas correlações será de

moderada a alta.

3. A versão em português-brasileiro do SPADI total e suas subescalas irão se

correlacionar negativamente com a versão em português-brasileiro da PSFS e

GPE. A magnitude esperada destas correlações será de moderada a alta.

4. Tanto o SPADI total e suas subescalas, quanto o QuickDASH, a PSFS, a GPE e a

Pain NRS apresentarão uma alta confiabilidade (CCI ≥ 0,70) e concordância (a

porcentagem do EPM relacionada ao escore total dos questionários ≤ 10%) em um

teste-reteste com um ou dois dias de intervalo.

5. Tanto o SPADI total e suas subescalas, quanto o QuickDASH, a PSFS, a GPE e a

Pain NRS apresentarão aceitáveis níveis de “efeitos de teto e piso” (isto é,

inferiores a 15%).

6. Tanto o SPADI total e suas subescalas, quanto o QuickDASH, a PSFS, a GPE e a

Pain NRS apresentarão níveis aceitáveis de responsividade interna e externa. A

magnitude do TE e das correlações esperadas usadas para testar a responsividade

será moderada (ex., TE ≥ 0,70 e as correlações ≥ 0,30). Nós também

consideramos que a AAC deveria alcançar pelo menos 0,70 para considerar o

questionário como responsivo30.

Resultados

Adaptação transcultural do SPADI

Foi desenvolvida a versão em português-brasileiro do questionário SPADI. Na fase de

tradução, os dois tradutores e o pesquisador se reuniram e fizeram pequenas alterações

para termos que não existem tradução direta para o português-brasileiro (por exemplo, o

“at its worst”). Discordâncias entre os tradutores também foram observadas para o

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termo “undershirt or pullover swetter” visto que não é comum o uso de “pullover” no

Brasil por ser um país tropical, decidimos alterar para a palavra “blusa” para que fosse

possível adaptar à cultural brasileira,além de manter o sentido da pergunta se referindo à

dificuldade que o paciente apresenta em colocar uma camiseta, ou blusa, por cima da

cabeça. As retrotraduções e a versão original do SPADI foram comparadas pelos autores

do projeto identificando alta similaridade entre elas. A versão final do SPADI em

português-brasileiro pode ser vista no Apêndice 1.

Análise das propriedades de medida

A Tabela 1 apresenta as características clínicas e demográficas dos participantes do

estudo nas três etapas. Dos 100 pacientes inicialmente recrutados, 99 responderam os

questionários no reteste de 24/48 horas e 98 responderam os questionários na terceira

aplicação. A amostra foi composta por 57 mulheres e 43 homens, com idade média de

55 anos, sendo que a maioria dos pacientes possuía diagnósticos relacionados à lesões

tendíneas.

65

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Tabela 1 – Características dos participantes do estudo.

Características Dia 0 (n=100)

Dia 1 ou 2 (n=99)

Dia 30 ou após a alta (n=98)

Idade (anos), média (DP) 55,1 (15,7) Gênero (feminino), n (%) 57 (57) Lado dominante Destro Canhoto Ambidestro

92 (92) 7 (7) 1 (1)

Lado Afetado, n (%) Direito Esquerdo

66 (66) 34 (34)

Nível educacional, n (%) 1 grau incompleto 1 grau completo 2 grau incompleto 2 grau completo Superior incompleto Superior completo Pós-Graduação Sem informação

5 (5) 7 (7) 5 (5) 19 (19) 4 (4) 30 (30) 29 (29) 1 (1)

Diagnóstico Médico, n (%) Tendinopatias Rupturas parciais de tendão Rupturas totais de tendão Instabilidades Fraturas Capsulite Adesiva Artroses Outros

33 (33) 18 (18) 18 (18) 11 (11) 7 (7) 6 (6) 4 (4) 3 (3)

Tipo de Tratamento, n (%) Fisioterapia Fisioterapia pós cirúrgica

65 (65) 35 (35)

Medicamentos para dor no ombro, n (%) Não Sim

61 (61) 39 (39)

Atividade física, n (%) Não Sim

62 (62) 38 (38)

Classificação de saúde, n (%) Excelente Muito boa Boa Regular Pobre

6 (6) 31 (31) 41 (41) 20 (20) 2 (2)

SPADI dor (0-100), média (DP) 62,26 (23,60) 60,16 (24,80) 33,69 (25,24) SPADI incapacidade (0-100), média (DP) 49 (26,99) 47,65 (26,56) 23,82 (22,62) SPADI total (0-100), média (DP) 54,16 (24,72) 52,59 (24,59) 27,62 (22,89) QuickDASH (0-100), média (DP) 45,95 (17,40) 44,74 (17,14) 26,16 (17,81) GPE (-5 a +5), média (DP) 0,86 (2,78) 0,75 (2,62) 2,79 (1,95) Pain NRS (0-10), média (DP) 5,37 (2,39) 5,51 (2,16) 3,72 (2,46) PSFS (0-10), média (DP) 3,49 (2,31) 3,81 (2,32) 6,65 (2,49)

Legenda: SPADI, Shoulder Pain and Disability Index; QuickDASH, Quick Disabilities of the

Arm, Shoulder and Hand; GPE, Escala de Percepção do Efeito Global; Pain NRS, Escala

Numérica da Dor; PSFS, Escala Funcional Específica do Paciente.

Altos escores nos instrumentos SPADI, QuickDASH e Pain NRS representam piora enquanto

altos escores nas escalas GPE e PSFS representam melhora.

66

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Consistência Interna

Os questionários SPADI (total e suas subescalas) e o QuickDASH apresentaram

consistência interna adequada, com valores entre 0,78 e 0,93 (Tabela 2). A análise do

“Cronbach alfa if item deleted” demonstrou que nenhum item de ambos os

questionários foi redundante ou heterogêneo, portanto não houve necessidade de

nenhum deles serem removidos.

Reprodutibilidade

Confiabilidade

Todos os instrumentos apresentaram índices de confiabilidade variando entre

substancial [ex: CCI 0,82; IC 95%: 0,88 a 0,94 (QuickDASH)] e excelente [ex: CCI

0,96; IC 95%: 0.94 a 0.97 (SPADI Total)] (Tabela 2).

Concordância

O EPM variou de 0,92 a 8,77 e o MMD de 2,55 a 24,29. Avaliando a percentagem do

EPM relacionada com o escore total dos instrumentos é possível observar que todos os

instrumentos possuem um bom nível de concordância (Tabela 2).

67

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68

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Validade do Construto

A Tabela 3 apresenta a matriz de correlação entre os cinco instrumentos (e suas

subsescalas). Os instrumentos SPADI (e suas subescalas) e QuickDASH apresentaram

boa correlação. Não foram observadas correlações significantes entre a GPE e PSFS

com a maioria dos instrumentos. Finalmente, a escala Pain NRS apresentou correlação

moderada com a maioria dos instrumentos.

69

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Tab

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Efeitos de Teto e Piso

Não foram encontrados efeitos de teto e piso em nenhum dos instrumentos avaliados.

Responsividade

A Tabela 4 apresenta a responsividade interna e externa dos instrumentos. Em relação à

responsividade interna foi observado que as escalas SPADI (total e suas subescalas),

QuickDASH e a PSFS apresentaram altos níveis de responsividade interna e as escalas

GPE e a Pain NRS apresentaram níveis moderados de responsividade interna. Em

relação à responsividade externa, todas as correlações analisadas pelo teste de

Correlação de Pearson foram estatisticamente significantes e todos os instrumentos

foram considerados responsivos pela análise das curvas ROC, sendo que os valores da

AAC variaram de 0,70 a 0,82.

71

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Discussão

Os objetivos deste estudo foram traduzir e adaptar transculturalmente o questionário

SPADI para o português-brasileiro e testar as propriedades de medida das versões em

português-brasileiro dos questionários/escalas SPADI, QuickDASH, PSFS, Pain NRS e

GPE. Foram recrutados pacientes de diferentes clínicas da cidade de São Paulo com

várias disfunções de origem musculoesquelética na articulação do ombro e diversos

níveis educacionais o que corresponde demograficamente a população brasileira. Todos

os instrumentos apresentaram valores aceitáveis das propriedades de medida, somente

as escalas PSFS e a GPE não apresentaram uma boa validade do construto.

Os questionários SPADI e QuickDASH foram escolhidos devido a serem questionários

muito utilizados na literatura internacional6, 9. O DASH (versão estendida) é o

questionário mais utilizado para disfunções do membro superior e já foi

traduzido/adaptado ao português-brasileiro e a maioria de suas propriedades de medida

já foi testada na população brasileira em pacientes com disfunções no ombro16. O

QuickDASH é composto por 11 questões contra 30 questões na versão estendida

(DASH), apresentando maior praticidade devido ao menor tempo de aplicação24. Suas

propriedades de medidas não foram testadas na população brasileira até o presente

momento. No início do nosso estudo, não encontramos nenhuma versão em português

do SPADI, porém um estudo de adaptação cultural e testes clinimétricos desse

instrumento foi publicado31 durante a realização do nosso estudo. Esse estudo concluiu

que o SPADI possui consistência interna e confiabilidade excelentes, resultados esses,

similares aos encontrados em nosso estudo, porém algumas importantes propriedades de

medida como a concordância, a validade do construto, os efeitos de teto e piso e a

responsividade não foram testadas.

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Tanto o SPADI quanto o QuickDASH apresentaram níveis aceitáveis de consistência

interna confirmando nossas hipóteses. Outros estudos que testaram a consistência

interna do QuickDASH também encontraram valores semelhantes. Beaton et al24

relataram que a consistência interna do QuickDASH em 200 pacientes com disfunções

do ombro, punho ou mão foi de 0,94 enquanto Imaeda et al32 observaram um Alfa de

Cronbach de 0,88 em 73 pacientes com disfunções variadas do membro superior.

Outros estudos que testaram a consistência interna do SPADI também apresentaram

valores aceitáveis, como no estudo de Roach et al13, em que o Alfa de Cronbach variou

de 0,86 a 0,95. Hill et al33 testaram a consistência interna em 588 pacientes com

disfunções no ombro, apresentando um Alfa de Cronbach de 0,92 para o escore total do

SPADI e de 0,85 e 0,92 para as subscalas de dor e incapacidade. Outro estudo22

apresentou Alfa de Cronbach de 0,95 para o escore total e 0,92 e 0,93 para as subscalas

dor e incapacidade. A versão brasileira do SPADI31 testou a consistência interna em 32

pacientes com disfunções no ombro e apresentou Alfa de Cronbach de 0,89 para o

escore total e 0,88 e 0,87 para as subescalas dor e incapacidade; valores semelhantes aos

do nosso estudo.

A reprodutibilidade de todos os instrumentos foi testada em um delineamento de teste-

reteste de 24/48 horas. Esse intervalo foi estabelecido para evitar que os pacientes se

lembrassem das respostas no início do tratamento e para que não houvesse tempo

suficiente para ocorrer mudanças no quadro clínico dos pacientes. Os instrumentos

SPADI total e a subescala de incapacidade apresentaram confiabilidade excelente e

todos os outros instrumentos/escalas apresentaram confiabilidade substancial

confirmando nossas hipóteses, sendo que os CCIs variaram de 0,82 a 0,96. A

confiabilidade do QuickDASH foi avaliada em outros estudos confirmando nossos

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achados no presente estudo (por exemplo, 0,9424, 0,9034, 0,8232, 0,9335). Os níveis de

confiabilidade do SPADI apresentados em outros estudos também confirmam nossos

achados apresentando valores excelentes de CCI no SPADI total, como na versão

alemã36 (0,94), turca37 (0,92) e brasileira31 (0,94). Somente um estudo13, que

desenvolveu a versão original do SPADI, apresentou confiabilidade moderada com um

CCIs variando entre 0,63 e 0,65. A confiabilidade da escala Pain NRS foi testada em

um estudo34 com 101 pacientes com dor na articulação do ombro, apresentando

confiabilidade moderada (CCI 0,74). Não foram encontrados estudos avaliando a

confiabilidade das escalas GPE e PSFS em pacientes com disfunções no ombro.

Em relação à concordância, os achados foram compatíveis com os de confiabilidade.

Avaliando a percentagem do EPM relacionada com o escore total dos instrumentos foi

possível observar que os instrumentos SPADI total e QuickDASH apresentaram uma

concordância muito boa e todos os outros instrumentos/escalas apresentaram uma

concordância boa, confirmando nossas hipóteses. Apenas um estudo avaliou a

concordância no QuickDASH34, além disso dois estudos avaliaram a concordância no

SPADI36, 38, sendo que todos observaram bons níveis de concordância.

A validade do construto foi avaliada correlacionando todos os instrumentos/escalas

entre si e pode ser observada na matriz de correlação apresentada na Tabela 3. Os

instrumentos referentes à incapacidade (QuickDASH e SPADI) possuem bons níveis de

validade de construto. Observamos correlações moderadas entre a escala Pain NRS e as

escalas de incapacidade, o que é esperado uma vez que os construtos dor e incapacidade

são diferentes. A PSFS foi a escala com as piores estimativas de validade, apresentando

apenas correlações fracas com o SPADI total e SPADI incapacidade. A escala GPE

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somente se correlacionou com a Pain NRS, uma possível interpretação seria que os

pacientes quando perguntados se eles estão melhores clinicamente através da GPE, os

mesmos se baseiam mais nos sintomas álgicos do que na incapacidade. Nossos achados

são similares com a maioria dos estudos que utilizaram esses instrumentos32 22, 39, 40.

Inicialmente as nossas hipóteses eram de que a PSFS apresentaria uma correlação

negativa de magnitude moderada a alta com os instrumentos específicos de ombro o que

nos levaria a acreditar que esta escala poderia ser utilizada de forma isolada no lugar de

instrumentos que avaliam as condições gerais da articulação do ombro. Porém isso não

foi observado, isso significa que as atividades que mais incomodam os pacientes não

estavam sendo abordadas pelos questionários específicos de ombro utilizados neste

estudo, portanto não recomendamos o uso da PSFS como medida de avaliação da

articulação do ombro de forma isolada. Acreditamos que para ter um retrato específico

de incapacidade em pacientes com disfunções no ombro deve-se utilizar um instrumento

de incapacidade, como a escala PSFS em conjunto com instrumentos de incapacidade

específicos para a articulação do ombro, como o QuickDASH e / ou o SPADI. Achados

esses que não corroboram os estudos realizados com a PSFS para pacientes com dor

lombar20 e dor fêmoro-patelar17.

As responsividades interna e externa de todos os instrumentos foram testadas em

intervalo de 4 semanas após a linha de base ou após a alta clínica. Este intervalo foi

estabelecido para que houvesse tempo suficiente para ocorrer mudanças no quadro

clínico. Nós classificamos a habilidade dos instrumentos em detectar mudanças ao

longo do tempo (responsividade interna) como moderada a alta. Os instrumentos/escalas

SPADI (e suas subesalas), QuickDASH e PSFS apresentaram altos níveis de

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responsividade interna e as escalas GPE e Pain NRS apresentaram responsividade

interna moderada. A escala PSFS foi a que apresentou maior responsividade com um

TE de -1.36. A responsividade externa foi testada de duas maneiras. Primeiramente, foi

observado correlações moderadas entre os instrumentos e a escala GPE na alta clínica,

medidos pelo teste de Correlação de Pearson. Posteriormente, foi testada a habilidade

dos instrumentos para distinguir pacientes que melhoraram dos que não melhoraram

utilizando as curvas ROC. Nesta análise foi possível observar que todos os instrumentos

se mostraram responsivos, com os valores da área embaixo da curva variando de 0,70 a

0,82. Nossas hipóteses para responsividade foram confirmadas tanto para

responsividade externa quanto interna para todos os instrumentos. Outros estudos que

testaram a responsividade do QuickDASH34, 41 e do SPADI39, 42-44 também confirmaram

nossos achados de que ambos os questionários são responsivos. Costa et al20 testou a

responsividade das escalas PSFS e Pain NRS em pacientes com dor lombar e também

observou valores similares ao nosso estudo.

Nosso estudo possui algumas limitações, por exemplo, não realizamos pré-testes da

versão em português-brasileiro do SPADI sugeridos pelas diretrizes de adaptação

transcultural21. Apesar de haverem poucas discordâncias entre os tradutores e de o

SPADI ser de fácil compreensão, não se pode descartar a possibilidade de que o pré-

teste teria identificado a necessidade de revisão de algum dos itens do SPADI. Outra

limitação que podemos observar é o fato de não termos realizado a análise fatorial.

Os resultados desse estudo fornecem um importante conjunto de instrumentos para

avaliação das disfunções musculoesqueléticas da articulação do ombro. Até o presente

momento não tinha sido realizado um estudo aprofundado de todas as propriedades de

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medida de um questionário específico para disfunções do ombro. Esses instrumentos

seguiram as recomendações das diretrizes atuais tanto na tradução/adaptação quanto na

avaliação das propriedades de medida, consequentemente, os clínicos e os

pesquisadores de países que tenham a língua portuguesa como sua língua nativa podem

fazer uso desses instrumentos de avaliação na prática clínica e/ou na pesquisa científica.

Mensagens-chave:

• As versões brasileiras do SPADI e QuickDASH apresentaram níveis adequados

de consistência interna, reprodutibilidade, validade do construto, responsividade

e efeitos de teto e piso.

• Todos os instrumentos podem ser recomendados para uso na clínica e na

pesquisa para pacientes com disfunções do ombro.

• Não é recomendado que se utilize a PSFS como medida de avaliação única para

disfunções do ombro.

Agradecimentos:

Nós agradecemos a Fernanda Amaral Couto, Adriana Quevedo, Sandra Freitas e

Priscila Sanches que participaram do processo de adaptação transcultural; Paula Prisco,

Thaisa Helena, Sérgio Augusto Xavier, Claudio Cotter, e Débora Dinis Pereira pela

ajuda na coleta de dados.

78

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post-lumbar disc surgery. J Clin Epidemiol 2004;57(3):268-76.

28. Innes E, Straker L. Validity of work-related assessments. Work 1999;13(2):125-52.

29. Tryon WW. Evaluating statistical difference, equivalence, and indeterminacy using

inferential confidence intervals: an integrated alternative method of conducting null

hypothesis statistical tests. Psychol Methods 2001;6(4):371-86.

30. Husted JA, Cook RJ, Farewell VT, Gladman DD. Methods for assessing

responsiveness: a critical review and recommendations. J Clin Epidemiol

2000;53(5):459-68.

31. Martins J, Napoles BV, Hoffman CB, Oliveira AS. Versão brasileira do Shoulder

Pain and Disability Index: tradução, adaptação cultural e confiabilidade. Rev Bras

Fisioter 2010;14(6):527-36.

81

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32. Imaeda T, Toh S, Wada T, Uchiyama S, Okinaga S, Kusunose K, et al. Validation

of the Japanese Society for Surgery of the Hand Version of the Quick Disability of the

Arm, Shoulder, and Hand (QuickDASH-JSSH) questionnaire. J Orthop Sci

2006;11(3):248-53.

33. Hill CL, Lester S, Taylor AW, Shanahan ME, Gill TK. Factor structure and validity

of the shoulder pain and disability index in a population-based study of people with

shoulder symptoms. BMC Musculoskelet Disord 2011;12:8.

34. Mintken PE, Glynn P, Cleland JA. Psychometric properties of the shortened

disabilities of the Arm, Shoulder, and Hand Questionnaire (QuickDASH) and Numeric

Pain Rating Scale in patients with shoulder pain. J Shoulder Elbow Surg

2009;18(6):920-6.

35. Gummesson C, Ward MM, Atroshi I. The shortened disabilities of the arm, shoulder

and hand questionnaire (QuickDASH): validity and reliability based on responses

within the full-length DASH. BMC Musculoskelet Disord 2006;7:44.

36. Angst F, Goldhahn J, Pap G, Mannion AF, Roach KE, Siebertz D, et al. Cross-

cultural adaptation, reliability and validity of the German Shoulder Pain and Disability

Index (SPADI). Rheumatology (Oxford) 2007;46(1):87-92.

37. Bicer A, Ankarali H. Shoulder pain and disability index: a validation study in

Turkish women. Singapore Med J 2010;51(11):865-70.

38. Ekeberg OM, Bautz-Holter E, Tveita EK, Keller A, Juel NG, Brox JI. Agreement,

reliability and validity in 3 shoulder questionnaires in patients with rotator cuff disease.

BMC Musculoskelet Disord 2008;9:68.

39. Staples MP, Forbes A, Green S, Buchbinder R. Shoulder-specific disability

measures showed acceptable construct validity and responsiveness. J Clin Epidemiol

2010;63(2):163-70.

40. Paul A, Lewis M, Shadforth MF, Croft PR, Van Der Windt DA, Hay EM. A

comparison of four shoulder-specific questionnaires in primary care. Ann Rheum Dis

2004;63(10):1293-9.

82

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41. Polson K, Reid D, McNair PJ, Larmer P. Responsiveness, minimal importance

difference and minimal detectable change scores of the shortened disability arm

shoulder hand (QuickDASH) questionnaire. Man Ther 2010;15(4):404-7.

42. Heald SL, Riddle DL, Lamb RL. The shoulder pain and disability index: the

construct validity and responsiveness of a region-specific disability measure. Phys Ther

1997;77(10):1079-89.

43. Fayad F, Lefevre-Colau MM, Gautheron V, Mace Y, Fermanian J, Mayoux-

Benhamou A, et al. Reliability, validity and responsiveness of the French version of the

questionnaire Quick Disability of the Arm, Shoulder and Hand in shoulder disorders.

Man Ther 2009;14(2):206-12.

44. Tveita EK, Ekeberg OM, Juel NG, Bautz-Holter E. Responsiveness of the shoulder

pain and disability index in patients with adhesive capsulitis. BMC Musculoskelet

Disord 2008;9:161.

83

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Apêndice 2 – Instrumentos de coleta de dados

O paciente está interessado em participar? SIM ���� NÃO ����

Critérios de inclusão

Todas as questões DEVEM ser respondidas SIM para que o paciente entre no estudo

Sim Não

� � O paciente apresenta dor no ombro?

� � Paciente está em início de tratamento?

� � Possui diagnóstico ortopédico?

� � Compreende o idioma português?

� � Cursou no mínimo até a quinta série do ensino fundamental?

� � Idade acima de 18 anos

Comentários (se necessário)

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

84

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Dados descritivos

Sexo (M) (F) Data de Nascimento ___/___/___

País de nascimento_____________________ Estado civil__________________

Peso: ________ Altura:______________

Profissão:________________________ Tempo de atividade: ________________

Lado dominante: __________________

Diagnóstico médico: ________________________________________________

Lado afetado: ____________________

Tratamento cirúrgico � ou Tratamento conservador �

Tratamento conservador:

� Fisioterapia

� Acupuntura

� Outros: _____________________________________

Local do tratamento: _____________________________

Você está tomando medicamentos para dor no ombro?

Sim � Não �

Você já teve outro episódio de dor no ombro antes?

Sim � Não �

Você faz exercícios (mais de 30 minutos por dia, 3 vezes por semana)? Sim � Não �

Você classifica sua saúde como:

Excelente � muito boa � boa � regular � pobre �

Nível educacional:

Primeiro grau incompleto � Primeiro grau completo � Segundo grau incompleto �

Segundo grau completo � Superior incompleto � Superior completo � Pós graduação �

Dados para contato

Telefone (res.):________________Telefone (com.):________________Fax: __________

Celular:________________ E-mail: ___________________________________________

Endereço:_______________________________________________________________

Bairro:______________________________ CEP:________________________________

Telefone para recado (familiar ou amigo próximo):________________________________

85

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COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, ____________________________________________________________________

RG.: _________________________de ______________, do sexo __________________

Nascido em ____________________, residente à _______________________________

_________________________________________na cidade de ______________, declaro ter sido

informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo, sobre as técnicas e

procedimentos e que estarei sendo submetido e sobre os riscos e desconfortos que poderão ocorrer.

Recebi garantias de total de sigilo e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Assim,

concordo em participar voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a

qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de qualquer beneficio (caso o sujeito de

pesquisa esteja matriculado na Instituição onde a pesquisa está sendo realizada).

Data: __/__/___

___________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa

ou representante legal

86

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COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Pesquisador responsável / orientador

Eu, Leonardo Oliveira Pena Costa, responsável pela pesquisa: Propriedades clinimétricas de cinco

questionários/escalas utilizadas para pacientes com disfunções do ombro, declaro que obtive

espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para

realizar este estudo.

Data: __/__/___

___________________

Assinatura Pesquisador

87

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Escalas Globais

Escala de percepção do efeito global (GPE) Comparado a quando este episódio começou como você descreveria seu ombro nestes dias? - 5 - 4 - 3 - 2 - 1 0 1 2 3 4 5 Extremamente Sem Completamente pior modificação recuperada

Escala Numérica da Dor (Pain NRS)

Eu gostaria que você desse uma nota para sua dor numa escala de 0 a 10 onde 0 seria nenhuma dor e 10 seria a pior dor possível. Por favor, dê um numero para descrever sua média de dor nos últimos sete dias 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nenhuma Pior dor dor possível

88

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Escala funcional específica do paciente (PSFS)

Esquema de notas (mostre a escala ao paciente): 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Incapaz para realizar a atividade

Capaz de realizar a atividade como você

realizava antes da lesão.

Data/nota

Atividade 1.

2.

3.

TOTAL:

Leia na avaliação inicial Eu vou pedir para você identificar até 3 atividades importantes que você está incapaz de fazer ou tem dificuldade de realizar como resultado do seu problema. Hoje, há alguma atividade que você está incapaz de fazer ou tem dificuldade de realizar por causa de seu problema? (mostre a escala)

Leia nas visitas seguintes Quando eu avaliei você (diga a data da avaliação anterior), você me disse que tinha dificuldades com (leia 1, 2, 3 da lista). Hoje você ainda tem dificuldade com a atividade 1 (solicite ao paciente dar nota a essa atividade); 2 (solicite ao paciente dar nota a essa atividade); 3 (solicite ao paciente dar nota a essa atividade).

89

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Versão brasileira do QuickDASH (Quick Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand)

Disfunções do braço, ombro e mão: QuickDASH – BRASIL

Esse questionário pergunta sobre seus sintomas, assim como suas habilidades para fazer certas atividades. Por favor, responda cada questão, baseando-se em uma média de sua condição nos últimos sete dias, circulando o número apropriado.

Se você não teve a oportunidade de fazer uma das atividades nos últimos sete dias, por favor, tente estimar qual resposta seria a mais correta. Não importa qual mão ou braço você usa para fazer a atividade; por favor,responda baseando-se na sua habilidade independentemente da forma como você faz a tarefa.

Não houve dificuldade

Pouca dificuldade

Dificuldade moderada

Dificuldade severa

Não conseguiu fazer

1. Abrir um vidro novo ou com a tampa muito

apertada.

1 2 3 4 5

2. Fazer tarefas domésticas pesadas (por exemplo: lavar paredes,

lavar o chão).

1 2 3 4 5

3. Carregar uma sacola ou uma maleta.

1 2 3 4 5

4. Lavar suas costas. 1 2 3 4 5 5. Usar uma faca para

cortar alimentos. 1 2 3 4 5

6. Atividades recreativas que exigem alguma força ou impacto nos braços, ombros ou mãos (por exemplo: jogar vôlei,

martelar).

1 2 3 4 5

Não afetou

Afetou pouco

Afetou moderadamente

Afetou muito

Afetou Extremamente

7. Durante a semana passada, em que ponto o seu problema

com braço, ombro ou mão afetaram suas atividades

normais com família, amigos, vizinhos ou colegas?

1 2 3 4 5

90

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Não Limitou

Limitou pouco

Limitou moderadamente

Limitou muito

Não conseguiu fazer

8. Durante a semana passada, o seu trabalho ou outras

atividades diárias regulares foram limitadas devido ao seu

problema com braço, ombro ou mão?

1 2 3 4 5

Por favor, meça a gravidade dos seguintes sintomas na

semana passada.

Nenhuma Pouca Moderada Severa Extrema

9. Dor no braço, ombro ou mão

1 2 3 4 5

10. Desconforto na pele (alfinetadas) no braço,

ombro ou mão.

1 2 3 4 5

Não houve dificuldade

Pouca dificuldade

Dificuldade moderada

Dificuldade severa

Tão difícil que não eu pude

dormir 11. Durante a semana

passada,quanto de dificuldade você teve para dormir por causa da dor no seu braço, ombro ou mão?

1 2 3 4 5

Escore QuickDASH

Escore QuickDASH Total

[(soma das respostas / n) – 1] x 25

Obs: n é o número de respostas onde pelo menos 10, dos 11 itens devem ser respondidos.

91

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Versão brasileira do Shoulder Pain and Disability Index (SPADI-Brasil)

Indice de Dor e Incapacidade do ombro: SPADI-BRASIL

Por favor, coloque uma marca no número que melhor representa sua experiência durante a semana passada em relação ao seu problema do ombro.

Escala de dor: Quão grave é a sua dor?

Por favor, circule o número que melhor descreva a sua dor, onde 0=sem dor e 10=a pior dor que você possa imaginar

1 - Quando está no nível máximo? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2 - Quando deitado (a) sobre o lado afetado?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

3 - Alcançando algo em uma prateleira alta ?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4 - Tocando a parte posterior do pescoço?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

5 - Empurrando algo com o braço afetado?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Escala de Incapacidade: Quanta dificuldade você tem?

Circule o número que melhor descreva sua experiência, onde 0=sem dificuldade e 10=tão difícil que necessite de ajuda

1 - Lavando o cabelo?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2 - Lavando as costas?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

3 - Colocando uma camiseta ou blusa pela cabeça?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4 - Colocando uma camisa com botões na frente?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

5 - Colocando sua calça?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

6 - Colocando um objeto em uma prateleira alta?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

7 - Carregando um objeto pesado de 5.0 Kg?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

8 - Retirando algo do bolso de trás da calça? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

92

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Escore SPADI

ESCALA DE DOR

Total escore escala de dor [soma das respostas/50] x100

ESCALA DE INCAPACIDADE

Total escore escala de incapacidade

[soma das respostas/80] x100

TOTAL

Total SPADI escore

[soma das respostas/130] x100

93

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Capítulo 4

Conclusão

94

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4.1 Resultados encontrados

Os objetivos dessa dissertação de mestrado foram realizar uma revisão sistemática de

todos os questionários desenvolvidos para pacientes com disfunções da articulação do

ombro traduzidos e adaptados ao português-brasileiro e avaliar os procedimentos de

adaptação cultural e de suas propriedades de medida (capítulo 2); além de traduzir e

adaptar o questionário SPADI1 e testar as propriedades de medida das versões em

português-brasileiro dos instrumentos SPADI1, QuickDASH2, PSFS3-5, Pain NRS5-7 e

GPE6, 7 (capítulo 3).

Os principais achados do capítulo 2 foram que 7 instrumentos (DASH8-11, WORC9, 10, 12,

SPADI13, PSS14, ASORS15, ASES16 e UCLA17) que avaliam disfunções do ombro

foram traduzidos e adaptados ao português-brasileiro, sendo que os processos de

tradução/adaptação transcultural foram realizados de maneira adequada, segundo as

diretrizes18 propostas. Nenhum questionário testou por completo todas as propriedades

de medida e a maioria dos instrumentos não teve suas propriedades de medida testadas

adequadamente. O DASH e o WORC foram os instrumentos que tiveram mais

propriedades de medida testadas, portanto pode-se afirmar que estes são os instrumentos

mais adequados para serem utilizados em relação aos outros questionários testados.

Os principais achados do capítulo 3 indicam que os questionários/escalas SPADI e suas

subescalas, QuickDASH, PSFS, Pain NRS e GPE apresentaram níveis adequados de

consistência interna, confiabilidade, concordância, responsividade interna e externa e

efeitos de teto e piso. Os instrumentos SPADI (e suas subescalas) e QuickDASH

apresentaram boa correlação, a escala Pain NRS apresentou correlação moderada com a

maioria dos instrumentos, porém não foram observadas correlações significantes entre a

GPE e a PSFS com a maioria dos instrumentos. Todos os instrumentos avaliados podem

95

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ser recomendados para serem utilizados no Brasil em pacientes com disfunções no

ombro, entretanto, as escalas Pain NRS, GPE e PSFS devem ser utilizadas em conjunto

com os instrumentos específicos de ombro, como o SPADI e o QuickDASH.

4.2 Implicações clínicas

Através da revisão sistemática foi possível observar que os estudos relacionados aos

testes das propriedades de medida de questionários que avaliam as disfunções do ombro

na população brasileira não foram realizados de maneira adequada, segundo as

diretrizes19. Nenhum questionário testou por completo todas as propriedades de medida,

o que dificulta a escolha do instrumento adequado para cada situação, afinal só podemos

utilizar com segurança um instrumento no qual teremos certeza que é reprodutível,

consistente, válido e responsivo para uma população alvo19.

Tanto os clínicos quanto os pesquisadores deveriam utilizar os instrumentos que foram

testados de forma abrangente, portanto baseado nos resultados obtidos na revisão

sistemática foi possível observar que o DASH e o WORC foram os instrumentos mais

adequados para serem utilizados em relação aos outros. Os instrumentos ASORS,

UCLA, PSS, ASES e SPADI não deveriam ser utilizados antes de terem suas

propriedades de medida testadas adequadamente.

Baseado nos achados do capítulo 3 pode-se afirmar que os questionários SPADI e

QuickDASH podem ser recomendados para uso na clínica e na pesquisa para pacientes

com disfunções do ombro.Também, recomendamos o uso concomitante das escalas

PSFS (que mede incapacidade para atividades específicas) e da Pain NRS (que mede

intensidade da dor) com as escalas SPADI ou QuickDASH para que se obtenha um

retrato completo dos sintomas de pacientes com problemas na articulação do ombro.

96

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Finalmente, os instrumentos SPADI, QuickDASH, PSFS e Pain NRS podem ser

utilizados tanto na prática clínica quanto em estudos clínicos realizados no Brasil.

4.3 - Recomendações para futuras investigações

Sugerimos novos estudos que testem por completo as propriedades de medida dos

questionários específicos de ombro já traduzidos/adaptados ao português-brasileiro

identificados em nossa revisão sistemática (ASES, PSS, ASORS, UCLA, DASH e

WORC) para que seja possível indicar, ou não, o uso desses instrumentos para a prática

clínica e pesquisa científica. Além disso, recomendamos que esses estudos utilizem as

diretrizes19 adequadas na realização dos testes das propriedades de medida. Sugerimos

novos estudos sobre a análise fatorial do questionário SPADI e QuickDASH, que não

foi testada em nosso estudo. É possível a partir desse momento que estudos clínicos

sejam realizados no Brasil utilizando os instrumentos que foram testados nessa

dissertação, e que os resultados desses novos estudos comparados em meta-análises

sobre disfunções do ombro realizados em diferentes países do mundo, uma vez que

esses instrumentos são muito utilizados em estudos clínicos em diferentes países.

97

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4.4 Referências

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shoulder pain and disability index. Arthritis Care Res 1991;4(4):143-9.

2. Beaton DE, Wright JG, Katz JN. Development of the QuickDASH: comparison of

three item-reduction approaches. J Bone Joint Surg Am 2005;87(5):1038-46.

3. Westaway MD, Stratford PW, Binkley JM. The patient-specific functional scale:

validation of its use in persons with neck dysfunction. J Orthop Sports Phys Ther

1998;27(5):331-8.

4. Chatman AB, Hyams SP, Neel JM, Blinkley JM, Stratford PW, Schomberg A, et al.

The Patient-Specifc functional scale: measurement properties in patients with knee

dysfunction Phys Ther 1997;77(8):820-29.

5. Young IA, Cleland JA, Michener LA, Brown C. Reliability, construct validity, and

responsiveness of the neck disability index, patient-specific functional scale, and

numeric pain rating scale in patients with cervical radiculopathy. Am J Phys Med

Rehabil 2010;89(10):831-9.

6. Costa LO, Maher CG, Latimer J, Ferreira PH, Ferreira ML, Pozzi GC, et al.

Clinimetric testing of three self-report outcome measures for low back pain patients in

Brazil: which one is the best? Spine (Phila Pa 1976) 2008;33(22):2459-63.

7. Pengel LH, Refshauge KM, Maher CG. Responsiveness of pain, disability, and

physical impairment outcomes in patients with low back pain. Spine (Phila Pa 1976)

2004;29(8):879-83.

8. Orfale AG, Araújo PMP, Ferraz MB, Natour J. Translation into Brazilian Portuguese,

cultural adaptation and evaluation of the reliability of the Disabilities of the Arm,

Shoulder and Hand Questionnaire. Braz J Med Biol Res 2005;38(2):293-302.

9. Lopes AD, Furtado RdVe, Silva CAd, Yi LC, Malfatti CA, Araújo SAd. Comparison

of self-report and interview administration methods based on the Brazilian versions of

the Western Ontario Rotator Cuff Index and Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand

Questionnaire in patients with rotator cuff disorders. Clinics 2009;64(2):121-5.

98

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10. Lopes DA, Ciconelli RM, Carrera EF, Griffin S, Faloppa F, Baldy F. Comparison of

the responsiveness of the Brazilian version of the Western Ontario Rotator Cuff Index

(WORC) with DASH, UCLA and SF-36 in patients with rotator cuff disorders. Clin

Exp Rheumatol 2009;27(5):758-64.

11. Cheng HMS, Sampaio RF, Mancini MC, Fonseca ST, Cotta RMM. Disabilities of

the arm, shoulder and hand (DASH): factor analysis of the version adapted to

Portuguese/Brazil. Disabil Rehabil 2008;30(25):1901-9.

12. Lopes AD, Stadniky SP, Masiero D, Carrera EF, Ciconelli RM, Griffin S. Tradução

e adaptação cultural do WORC: um questionário de qualidade de vida para alterações

do manguito rotador. Rev Bras Fisioter 2006;10(3):309-15.

13. Martins J, Napoles BV, Hoffman CB, Oliveira AS. Versão brasileira do Shoulder

Pain and Disability Index: tradução, adaptação cultural e confiabilidade. Rev Bras

Fisioter 2010;14(6):527-36.

14. Napoles BV, Hoffman CB, Martins J, Oliveira AS. Translation and cultural

adaptation of the Penn Shoulder Score to Portuguese Language: PSS-Brazil. Rev Bras

Reumatol 2010;50(4):389-97.

15. Leme L, Saccol M, Barbosa G, Ejnisman B, Faloppa F, Cohen M. Validacao,

reprodutibilidade, traducao e adaptacao cultural da escala Athletic Shoulder Outcome

Rating Scale para a lingua portuguesa. Rev Bras Med 2010;67(3):29-38.

16. Knaut LA, Moser ADL, De Andrade Melo S, Richards RR. Translation and cultural

adaptation to the portuguese language of the American shoulder and elbow surgeons

standardized shoulder assessment form (ASES) for evaluation of shoulder function. Rev

Bras Reumatol 2010;50(2):183-9.

17. Oku EC, Andrade AP, Stadiniky SP, Carrera EF, Tellini GG. Tradução e adaptação

cultural do Modified-University of California at Los Angeles Shoulder Rating Scale

para a língua portuguesa. Rev Bras Reumatol 2006;46(4):246-52.

18. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of

cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine 2000;25(24):3186-91.

99

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19. Terwee CB, Bot SD, de Boer MR, van der Windt DA, Knol DL, Dekker J, et al.

Quality criteria were proposed for measurement properties of health status

questionnaires. J Clin Epidemiol 2007;60(1):34-42.

100

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Anexo 1- Instruções para os autores – Revista Brasileira de Fisioterapia

FORMA E PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS

A RBF/BJPT aceita, no máximo, 6 (seis) autores em um manuscrito. O manuscrito deve

ser escrito preferencialmente em inglês e pode conter até 3.500 palavras (excluindo

Resumo/Abstract, Referências, Figuras, Tabelas e Anexos). Estudos de caso não devem

ultrapassar 1.600 palavras, excluindo Resumo/Abstract, Referências, Figuras, Tabelas e

Anexos.

Ao submeter um manuscrito para publicação (http://www.scielo.br/rbfis), os autores

devem inserir no sistema, todos os dados dos autores e ainda inserir como documento(s)

suplementar(es):

1) Carta de encaminhamento do material, contendo as seguintes informações:

a) Nomes completos dos autores;

b) Tipo e área principal do artigo;

c) Número e nome da Instituição que emitiu o parecer do Comitê de Ética para

pesquisas em seres humanos e para os experimentos em animais. Para as pesquisas em

seres humanos, incluir também uma declaração de que foi obtido o Termo de

Consentimento dos participantes do estudo;

d) Número de Ensaio Clínico - Conforme descritos em OBJETIVOS, ESCOPO E

POLÍTICA, os manuscritos com resultados relativos aos ensaios clínicos deverão

apresentar número de identificação, que deverá ser registrado no final do

Resumo/Abstract.

(Sugestão de site para registro: http://www.anzctr.org.au/Survey/UserQuestion.aspx);

2) Declaração de responsabilidade de conflitos de interesse. Os autores devem declarar

a existência ou não de eventuais conflitos de interesse (profissionais, financeiros e

benefícios diretos e indiretos) que possam influenciar os resultados da pesquisa;

3) Declaração assinada por todos os autores, com o número de CPF, indicando a

responsabilidade pelo conteúdo do manuscrito e transferência de direitos autorais

(copyright) para a RBF/BJPT, caso o artigo venha a ser aceito pelos Editores.

101

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Os modelos da carta de encaminhamento e das declarações encontram-se disponíveis no

site da RBF/BJPT: http://www.rbf-bjpt.org.br.

É de responsabilidade dos autores a eliminação de todas as informações (exceto na

página do título e identificação) que possam identificar a origem ou autoria do artigo.

FORMATO DO MANUSCRITO

O manuscrito deve ser elaborado com todas as páginas numeradas consecutivamente na

margem superior direita, com início na página de título. Os Artigos Originais devem ser

estruturados conforme sequência abaixo:

• Página de título e identificação (1ª. página)

A página de identificação deve conter os seguintes dados:

a) Título do manuscrito em letras maiúsculas;

b) Autor: nome e sobrenome de cada autor em letras maiúsculas, sem titulação,

seguidos por número sobrescrito (expoente), identificando a afiliação

institucional/vínculo (Unidade/ Instituição/ Cidade/ Estado/ País); para mais de um

autor, separar por vírgula;

c) Nome e endereço completo. (É de responsabilidade do autor correspondente manter

atualizado o endereço e e-mail para contatos);

d) Título para as páginas do artigo: indicar um título curto, em Português e em Inglês,

para ser usado no cabeçalho das páginas do artigo, não excedendo 60 caracteres;

e) Palavras-chave: termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis), em Português

e em Inglês. A RBF/BJPT recomenda o uso do DeCS - Descritores em Ciências da

Saúde para consulta aos termos de indexação (palavras-chave) a serem utilizados no

artigo <http://decs.bvs.br/>.

• Resumo/Abstract

Uma exposição concisa, que não exceda 250 palavras em um único parágrafo, em

português (Resumo) e em Inglês (Abstract) deve ser escrita e colocada logo após a

página de título. Notas de rodapé e abreviações não definidas não devem ser usadas. Se

for preciso citar uma referência, a citação completa deve ser feita dentro do resumo. O

Resumo e o Abstract devem ser apresentados em formato estruturado, incluindo os

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seguintes itens separadamente: Contextualização (Background), Objetivos (Objectives),

Métodos (Methods), Resultados (Results) e Conclusões (Conclusions).

• Corpo do texto: Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão

Incluir, em itens destacados:

Introdução: deve informar sobre o objeto investigado e conter os objetivos da

investigação, suas relações com outros trabalhos da área e os motivos que levaram o(s)

autor(es) a empreender a pesquisa.

Materiais e Métodos: descrever de modo a permitir que o trabalho possa ser

inteiramente repetido por outros pesquisadores. Incluir todas as informações necessárias

ou fazer referências a artigos publicados em outras revistas científicas - para permitir a

replicabilidade dos dados coletados. Recomenda-se fortemente que estudos de

intervenção apresentem grupo controle e, quando possível, aleatorização da amostra.

Resultados: devem ser apresentados de forma breve e concisa. Tabelas, Figuras e

Anexos podem ser incluídos quando necessários para garantir melhor e mais efetiva

compreensão dos dados.

Discussão: o objetivo da discussão é interpretar os resultados e relacioná-los aos

conhecimentos já existentes e disponíveis, principalmente àqueles que foram indicados

na Introdução do trabalho. As informações dadas anteriormente no texto podem ser

citadas, mas não devem ser repetidas em detalhes na discussão.

Os artigos de Revisão Sistemática e Metanálises devem incluir uma seção que descreva

os métodos empregados para localizar, selecionar, obter, classificar e sintetizar as

informações.

• Agradecimentos

Quando apropriados, os agradecimentos poderão ser incluídos, de forma concisa, no

final do texto, antes das Referências Bibliográficas, especificando: assistências técnicas,

subvenções para a pesquisa e bolsa de estudo e colaboração de pessoas que merecem

reconhecimento (aconselhamento e assistência). Os autores são responsáveis pela

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obtenção da permissão documentada das pessoas cujos nomes constam dos

Agradecimentos.

• Referências Bibliográficas

O número recomendado é de, no mínimo, 50 (cinquenta) referências bibliográficas para

Artigo de Revisão; 30 (trinta) referências bibliográficas para Artigo Original,

Metanálise, Revisão Sistemática e Metodológico. Para Estudos de Caso recomenda-se,

no máximo, 10 (dez) referências bibliográficas.

As referências bibliográficas devem ser organizadas em sequência numérica, de acordo

com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os

Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos,

elaborados pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas - ICMJE

<http://www.icmje.org/index.html>.

Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com a List

of Journals do Index Medicus <http://www.index-medicus.com>. As revistas não

indexadas não deverão ter seus nomes abreviados.

As citações das referências bibliográficas devem ser mencionadas no texto em números

sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das referências bibliográficas constantes

no manuscrito e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do

manuscrito. (Ver exemplos no site:

<http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html>).

• Tabelas, Figuras e Anexos: as Tabelas, Figuras e Anexos são limitados a 5

(cinco) no total.

Tabelas: devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito

longas (tamanho máximo permitido: uma página em espaço duplo), e devem ser

numeradas, consecutivamente, com algarismos arábicos e inseridas no final do texto.

Título descritivo e legendas devem torná-las compreensíveis, sem necessidade de

consulta ao texto do artigo. Não devem ser formatadas com marcadores horizontais nem

verticais, apenas necessitam de linhas horizontais para a separação de suas seções

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principais. Devem ser usados parágrafos ou recuos e espaços verticais e horizontais para

agrupar os dados.

Figuras: as Figuras não devem repetir os dados já descritos nas Tabelas. Todas devem

ser citadas e devem ser numeradas, consecutivamente, em arábico, na ordem em que

aparecem no texto. Não é recomendado o uso de cores. As legendas devem torná-las

compreensíveis, sem necessidade de consulta ao texto. Digitar todas as legendas em

espaço duplo e explicar todos os símbolos e abreviações. Usar letras em caixa-alta (A,

B, C, etc.) para identificar as partes individuais de figuras múltiplas. Se possível, todos

os símbolos devem aparecer nas legendas; entretanto, símbolos para identificação de

curvas em um gráfico podem ser incluídos no corpo de uma figura, desde que isso não

dificulte a análise dos dados.

Em relação à arte final, todas as Figuras devem estar em alta resolução. Figuras de baixa

qualidade podem resultar em atrasos na aceitação e publicação do artigo.

As Tabelas, Figuras e Anexos publicados em outras revistas ou livros devem conter as

respectivas referências e o consentimento, por escrito, do autor ou editores.

Para artigos submetidos em língua portuguesa, um conjunto adicional em inglês das

Tabelas, Figuras, Anexos e suas respectivas legendas deve ser anexado como

documento suplementar.

• Notas de Rodapé

As notas de rodapé do texto, se imprescindíveis, devem ser numeradas

consecutivamente em sobrescrito no manuscrito e escritas em folha separada, colocada

no final do texto.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Unidades: usar o Sistema Internacional (SI) de unidades métricas para as medidas e

abreviações das unidades.

Cartas ao Editor: críticas às matérias publicadas de maneira construtiva, objetiva e

educativa; consultas às situações clínicas e discussões de assuntos específicos da

Fisioterapia serão publicados a critério dos editores (com até 700 palavras e até 8

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referências). Quando a carta se referir a comentários técnicos (réplicas) sobre os artigos

publicados na RBF/BJPT, esta será publicada junto com a tréplica dos autores do artigo

objeto de análise e/ou crítica.

Estudos de Caso: devem ser restritos às condições de saúde ou métodos/procedimentos

incomuns sobre os quais o desenvolvimento de artigo original seja impraticável. Dessa

forma, os relatos de casos clínicos não precisam necessariamente seguir a estrutura

canônica dos artigos originais, mas devem apresentar um delineamento metodológico

que permita a reprodutibilidade das intervenções ou procedimentos relatados.

Recomenda-se muito cuidado ao propor generalizações de resultados a partir desses

estudos. Desenhos experimentais de caso único serão tratados como artigos originais e

devem seguir as normas estabelecidas pela RBF/BJPT.

Estudos de Revisão Sistemática com Metanálise: Devem incluir: a) uma seção que

descreva os métodos empregados para localizar, selecionar, obter, classificar e sintetizar

as informações, b) número suficiente de artigos, com qualidade metodológica alta

(segundo mecanismos próprios de avaliação) de tal forma que seja possível uma análise

apropriada sobre o tema de investigação, e c) técnica de metanálise, que integre os

resultados dos estudos selecionados, sobre a questão de pesquisa. Manuscritos de

revisão sistemática com metanálise que apresentem uma quantidade insuficiente de

artigos selecionados e/ou artigos de baixa qualidade, que não utilizem técnica estatística

para síntese ponderada dos efeitos dos estudos (metanálise) e que não apresentem uma

conclusão assertiva e válida sobre o tema, não serão considerados para análise de

revisão por pares.

Conflitos de Interesse: os autores são responsáveis pela declaração de qualquer tipo de

conflito de interesse na realização da pesquisa, tanto de ordem financeira como de

qualquer outra natureza.

O relator deve comunicar aos editores quaisquer conflitos de interesse que possam

influenciar a emissão de parecer sobre o manuscrito e, quando couber, deve declarar-se

não qualificado para revisá-lo.

Considerações Éticas e Legais: evitar o uso de iniciais, nomes ou números de registros

hospitalares dos pacientes. Um paciente não poderá ser identificado em fotografias,

exceto com consentimento expresso, por escrito, acompanhando o trabalho original.

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Estudos realizados em humanos devem estar de acordo com os padrões éticos e com o

devido consentimento livre e esclarecido dos participantes (reporte-se à Resolução

196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata do Código de Ética para Pesquisa em

Seres Humanos).

Para os experimentos em animais, considerar as diretrizes internacionais (por exemplo,

a do Committee for Research and Ethical Issues of the International Association for the

Study of Pain, publicada em PAIN, 16:109-110, 1983).

Para as pesquisas em humanos e em animais, deve-se incluir, no manuscrito, o número

do Parecer da aprovação das mesmas pela Comissão de Ética em Pesquisa, que deve ser

devidamente registrado no Conselho Nacional de Saúde do Hospital ou Universidade ou

no mais próximo de sua região.

A RBF/BJPT reserva-se o direito de não publicar trabalhos que não obedeçam às

normas legais e éticas para pesquisas em seres humanos e para os experimentos em

animais.

É recomendável que estudos relatando resultados eletromiográficos sigam os "Standards

for Reporting EMG Data", recomendados pela ISEK.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se o artigo for encaminhado aos autores para revisão e não retornar à RBF/BJPT dentro

de 6 (seis) semanas, o processo de revisão será considerado encerrado. Caso o mesmo

artigo seja reencaminhado, um novo processo será iniciado, com data atualizada. A data

do aceite será registrada quando os autores retornarem o manuscrito após a correção

final aceita pelos Editores.

As provas finais serão enviadas aos autores por e-mail, no endereço indicado na

submissão, para revisão final (dúvidas e/ou discordâncias de revisão), não sendo

permitidas quaisquer outras alterações. Manuscrito em prova final não devolvido em 48

horas poderá, a critério dos editores, ser publicado na forma em que se apresenta ou ter

sua publicação postergada para um próximo número.

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Andamento do projeto - CAAE - 0036.0.186.000-10

Título do Projeto de Pesquisa

PROPR

IEDADES

CLINIM

ÉTRICAS DE CINCO QUES

TIO

NÁRIO

S/ES

CALA

S UTILIZADAS PA

RA PACIENTES

COM DISFU

NÇÕES

DO OMBR

O

Situação

Data Inicial no CEP

Data Final no CEP

Data Inicial na CONEPData Final na CONEP

Aprovado no

CEP

31/05/20

10 17:31

:53

28/06/20

10 12:52

:26

Descrição

Data

Documento

Nº do Doc

Origem

1 - En

vio da Folha de Ro

sto pela Internet

28/05/20

10 15:05

:07

Folha de Rosto

FR34

4406

Pesquisado

r

3 - Protocolo Aprovado no

CEP

28/06/20

10 12:52

:26

Folha de Rosto

PP 135

0663

8CEP

2 - Re

cebimento de Protocolo pelo CEP

(Check-List)

31/05/20

10 17:31

:53

Folha de Rosto

0036

.0.186

.000

-10

CEP

Andamento do Projeto

http://portal2.saude.gov.br/sisnep/extrato_projeto.cfm?CODIGO=344406

1 de 1

19/12/2011 17:09

108