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1 Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de análise da função autonômica: revisão de literatura e comparação do comportamento autonômico e metabólico em recuperação pós-exercício Rosangela Akemi Hoshi Presidente Prudente 2009 Campus de Presidente Prudente

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Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de

análise da função autonômica: revisão de literatura e

comparação do comportamento autonômico e

metabólico em recuperação pós-exercício

Rosangela Akemi Hoshi

Presidente Prudente

2009

Campus de Presidente Prudente

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Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de

análise da função autonômica: revisão de literatura e

comparação do comportamento autonômico e

metabólico em recuperação pós-exercício

Rosangela Akemi Hoshi

Dissertação apresentada à Faculdade de

Ciências e Tecnologia da Universidade

Estadual Paulista – Unesp, para

obtenção do Título de Mestre em

Fisioterapia.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Marcelo Pastre

Presidente Prudente

2009

Campus de Presidente Prudente

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SUMÁRIO

Agradecimentos ________________________________________________4

Epígrafe ______________________________________________________6

Apresentação __________________________________________________7

INTRODUÇÃO ____________________________________________________8

Objetivos _____________________________________________________12

ARTIGO I: "Noções básicas de variabilidade de frequência cardíaca e sua

aplicabilidade clínica" ___________________________________________13

ARTIGO II: " Correlação entre variabilidade de frequência cardíaca e

concentração sanguínea de lactato na recuperação pós-exercício" ________29

CONCLUSÕES __________________________________________________52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________53

Anexos ______________________________________________________57

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Agradecimentos

Eu agradeço...

... primeiramente, a Deus, por todas as dádivas que me foram

proporcionadas, por ter sido o amparo imediato nas horas de angústia...

... ao meu pai que, mesmo com todas as dificuldades, nunca deixou de me

apoiar e dar o suporte que sempre precisei e, à minha mãe, pelo apoio e

serenidade perante meus choros ao telefone, quando eu dizia não aguentar mais,

me conduzindo ao pensamento mais sensato...

... às minhas irmãs, Kátia, Ana Cristina, Andreia e Maithe que, se não fosse

pela ajuda de cada uma, da sua forma e possibilidade, não teria conseguido

chegar a esta Universidade, muito menos, a mais esta conquista...

... aos meus cunhados, Mauro e Heraldo, que também à maneira de cada

um, muito contribuíram para essa formação...

... às minhas “irmãs prudentinas”, pela compreensão e força. Mesmo

distantes nunca deixaram de se preocupar e tentar fazer dos meus dias os

melhores possíveis, como sempre fora durante os quatro anos que passamos

juntas...

... ao grupo de pesquisa ao qual componho, pela cumplicidade e

companheirismo, com cada integrante ciente de sua função e exercendo-a com

responsabilidade... uma equipe competente que sempre está a postos para o que

for preciso e que, com carinho e eficiência, as realiza...

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... ao meu orientador, Marcelo, pela paciência, compreensão, atenção,

presença, exigência e carinho, que sempre disponibilizou com seu jeito ímpar de

ser. Foram 5 anos de convívio, nos quais pude crescer não somente

cientificamente, mas também pessoalmente. Orientadores competentes que não

faltam com seus alunos são materiais raros. Eu tive essa sorte! E espero que

tenha conseguido aproveitar ao máximo essa oportunidade...

... ao professor Luiz Carlos, que também se enquadra na descrição de

orientador extremamente competente e presente com seus alunos. Muito de

minhas conquistas e conhecimentos provêm deste mestre que, com seu jeito “pai”

de ser, muito ensinou e participou de minha formação pessoal e profissional...

...e a todos os amigos que sempre me atenderam com apoio e carinho,

nesses dias que não foram nada fáceis!!!

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A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.”

Aristóteles

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Apresentação

Esta dissertação é composta de uma introdução e de dois artigos

científicos, originados de pesquisas realizadas nos Laboratórios de Fisiologia do

Estresse e Fisiologia do Exercício, dos Departamentos de Fisioterapia e

Educação Física, respectivamente, da FCT/UNESP – Presidente Prudente.

Em consonância com as regras do Programa de Pós-Graduação em

Fisioterapia, os artigos foram redigidos de acordo com as normas dos periódicos:

Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (anexo I) e International Journal of

Sports Medicine (anexo II).

Vanderlei LCM, Pastre CM, Hoshi RA, Carvalho TD, Godoy MF. Noções

básicas de Variabilidade de Frequência Cardíaca e sua aplicabilidade clínica.

Publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 2009; 24 (2): 205-217.

Hoshi RA, Vanderlei LCM, Godoy MF, Bastos FN, Balikian Jr P, Padovani

CR, Pastre CM. Correlação entre Variabilidade da Frequência Cardíaca e

concentração sanguínea de lactato na recuperação pós-exercício. Submetido à

apreciação, visando à publicação na revista International Journal of Sports

Medicine.

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INTRODUÇÃO

A realização de exercícios físicos requer o envolvimento de diversos

sistemas, desde o autonômico, por meio de impulsos nervosos aferentes e

eferentes (1,2), até o metabólico, responsável pelas reações bioquímicas

intracelulares (3,4), caracterizando um estado de estresse sobre o organismo. A

reorganização destas funções é essencial para que a realização de novos

estímulos se proceda com reduzidos riscos à saúde além de possibilitar melhora

da performance (5,6).

O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) responde ao exercício promovendo,

dentre outros eventos, modificações no sistema cardiovascular, pois é o principal

responsável pelas respostas cardíacas e vasomotoras exigidas pelo esforço,

impondo ao coração maior capacidade de bombeamento sanguíneo e, aos vasos,

dilatação e constrição para redirecionamento de fluxo (7,8). Estas condições são

promovidas por alterações na atuação simpato-vagal, que consistem na inibição

da modulação parassimpática e estimulação da atividade simpática (9,10). Cessada

a atividade, a situação se inverte, envolvendo reativação vagal seguida por

redução simpática, gradativamente restabelecendo a homeostase (11,12).

Um método utilizado para avaliar o comportamento autonômico é a

Variabilidade de Frequência Cardíaca (VFC), definida como o conjunto de

oscilações periódicas e não-periódicas, normais e esperadas, dos batimentos

cardíacos. Caracterizada como uma ferramenta não-invasiva, simples e de fácil

aplicação, fornece índices que representam a atuação dos ramos simpático e

parassimpático do SNA sobre o coração (13,14), obtidos por métodos lineares, nos

domínios do tempo e da frequência, e não-lineares, no domínio do caos.

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No domínio do tempo, cada intervalo entre batimentos, chamado de

intervalo RR, é medido durante determinado tempo e os índices são calculados,

traduzindo as flutuações ao longo dos ciclos cardíacos. Em se tratando do

domínio da frequência, a VFC sofre transformação em componentes oscilatórios

fundamentais (15) e, no domínio do caos, a análise procede-se por métodos não-

lineares, os quais possuem associação com o comportamento orgânico, que não

obedece à linearidade (16).

No âmbito fisiológico, a análise da concentração de lactato sanguíneo é o

método mais utilizado como marcador de fadiga (4,17). Durante o exercício de

elevada intensidade, ocorre desequilíbrio na taxa de oxidação mitocondrial e o

metabolismo energético passa de aeróbio para anaeróbio, elevando a produção

de ácido lático (18). Variáveis lactacidêmicas, como pico de concentração, máxima

fase estável e limiar (4,17,19), têm relação com a capacidade oxidativa, e podem ser

associados ao tempo de remoção do lactato e, conseqüentemente, à recuperação

orgânica (20).

Ambos os sistemas, autonômico e metabólico, bem como seus

marcadores, possuem relação conhecida durante a execução de exercícios,

conforme verificado no estudo de Karapetian et al. (21). A ativação simpática

promove aumento na liberação de catecolaminas, que estimulam a glicólise e a

glicogenólise, cujo produto final, em condições de anaerobiose, é o lactato

sanguíneo. A cascata de reações descrita permite estabelecer um parâmetro

denominado limiar de VFC, o qual, segundo os autores, pode ser empregado para

estimar os limiares ventilatório e de lactato.

Não existe, no entanto, registros sobre esta relação após a cessação do

esforço, ou seja, durante a recuperação, processo fundamental para restaurar os

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sistemas alterados pelo exercício. Quando respeitado adequadamente, o período

de regeneração previne instalação de lesões associadas à fadiga e favorece os

processos de supercompensação e de ressíntese dos substratos energéticos (6).

O entendimento sobre a dinâmica da recuperação contempla importante

estratégia de treinamento, pois fornece informações que asseguram a prescrição

de estímulos adequados e em momentos corretos, ou seja, quando o organismo

já se encontra preparado para realizar nova atividade. Dessa maneira, evita-se a

ocorrência de sobrecarga física, fadiga e maior propensão a comprometimentos

músculo-esqueléticos (5,6).

Considerando os desequilíbrios orgânicos promovidos pelo exercício e a

importância do período de recuperação para reverter tais condições, faz-se

importante o estudo dos processos envolvidos na restauração, tanto autonômica

quanto metabólica, uma vez que a integridade de ambos os sistemas é

fundamental para um rendimento físico excelente.

A dosagem do lactato sanguíneo, embora seja mais eficiente para

verificações das respostas metabólicas ao exercício a curto prazo (22, 23), merece

ser acompanhada até sua remoção completa, fornecendo melhor compreensão

sobre o tempo necessário para tal, após atividade. Em contrapartida, recomenda-

se monitoração do comportamento da VFC por período mais prolongado,

considerando a estabilidade do sinal elétrico emitido pelo coração (9,24,25) um fator

relevante, para análises lineares.

Assim, considerando a relação entre os referidos marcadores, verificada

durante o exercício, é pertinente que o mesmo seja avaliado em condições de

recuperação, permitindo analisar o ritmo de restauração autonômica e fisiológica.

A partir de estudos desta natureza, estímulos específicos e apropriados poderão

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ser determinados, conforme o tempo necessário para restabelecer a função de

cada sistema.

A presente pesquisa justifica-se, ainda, pela reduzida quantidade de

elementos na literatura pertinente sobre a recuperação pós-exercício, verificada

durante o processo de pesquisa bibliográfica nos bancos de dados MEDLINE

(Medical Literature, Analysis and Retrieval System Online), SCIELO (Scientific

Electronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de

Informação em Ciências da Saúde).

Na busca pelos termos lactato, variabilidade da frequência cardíaca,

sistema nervoso autonômico e recuperação, individualmente e em cruzamentos,

observou-se ocorrência de 157 artigos, especificamente relacionados ao exercício

e/ou à recuperação, nos últimos cinco anos, dos quais nove abordaram a

remoção do lactato, 12 se referiram à recuperação autonômica e apenas um

estudou a associação entre recuperação da frequência cardíaca e lactacidemia.

Não foram verificados artigos referentes à relação entre VFC e concentração de

lactato no período pós-exercício.

Além disso, deve-se reiterar que os modelos de análise, a partir dos

métodos de mensuração de lactato sanguíneo como ferramenta, são amplamente

descritos, estabelecidos e há consenso sobre sua importância. Todavia, o mesmo

não é verificado quanto à VFC, pois informações referentes aos dispositivos de

mensuração, métodos de filtragem, aplicação e interpretação dos dados

coletados, não apresentam descrição detalhada, sobretudo compilada em

documento único, dificultando o estabelecimento de padronização de seu uso.

A partir do exposto, os objetivos determinados para a presente

dissertação foram compilar informações acerca da VFC e sua aplicabilidade nas

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condições de saúde e de doença e, analisar a recuperação pós-exercício a partir

do SNA, por meio da VFC, comparando-o à concentração sanguínea de lactato.

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Volume: 24 Edição: 2 - Abr/Jun – 2009

Artigo de Revisão Imprimir:

Noções básicas de variabilidade da frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica

Basic notions of heart rate variability and its clinical applicability

Luiz Carlos Marques VANDERLEI1, Carlos Marcelo PASTRE1, Rosângela Akemi HOSHI2, Tatiana Dias de CARVALHO2, Moacir Fernandes de GODOY3

Páginas: 205 a 217

Descritores: Sistema nervoso autônomo. Frequência cardíaca. Sistema nervoso parassimpático. Sistema nervoso simpático.

Descriptors: Autonomic nervous system. Heart rate. Parasympathetic nervous system. Sympathetic nervous system. Como citar este Artigo

Educação Médica Continuada

PDF Português

Resumo: O sistema nervoso autônomo (SNA) desempenha um papel importante na regulação dos processos fisiológicos do organismo humano tanto em condições normais quanto patológicas. Dentre as técnicas utilizadas para sua avaliação, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) tem emergido como uma medida simples e não-invasiva dos impulsos autonômicos, representando um dos mais promissores marcadores quantitativos do balanço autonômico. A VFC descreve as oscilações no intervalo entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R), assim como oscilações entre frequências cardíacas instantâneas consecutivas. Trata-se de uma medida que pode ser utilizada para avaliar a modulação do SNA sob condições fisiológicas, tais como em situações de vigília e sono, diferentes posições do corpo, treinamento físico, e também em condições patológicas. Mudanças nos padrões da VFC fornecem um indicador sensível e antecipado de comprometimentos na saúde. Uma alta variabilidade na frequência cardíaca é sinal de boa adaptação, caracterizando um indivíduo saudável, com mecanismos autonômicos eficientes, enquanto que, baixa variabilidade é frequentemente um indicador de adaptação anormal e insuficiente do SNA, implicando a presença de mau funcionamento fisiológico no indivíduo. Diante da sua importância como um marcador que reflete a atividade do SNA sobre o nódulo sinusal e como uma ferramenta clínica para avaliar e identificar comprometimentos na saúde, este artigo revisa aspectos conceituais da VFC, dispositivos de mensuração, métodos de filtragem, índices utilizados para análise da VFC, limitações de utilização e aplicações clínicas da VFC. Abstract: Autonomic nervous system (ANS) plays an important role in the regulation of the physiological processes of the human organism during normal and pathological conditions. Among the techniques used in its evaluation, the heart rate variability (HRV) has arising as a simple and non-invasive measure of the autonomic impulses, representing one of the most promising quantitative markers of the autonomic balance. The HRV describes the oscillations in the interval between consecutive heart beats (RR interval), as well as the oscillations between consecutive instantaneous heart rates. It is a measure that can be used to assess the ANS modulation under physiological conditions, such as wakefulness and sleep conditions, different body positions, physical training and also pathological conditions. Changes in the HRV patterns provide a sensible and advanced indicator of health involvements. Higher HRV is a signal of good adaptation and characterizes a health person with efficient autonomic mechanisms, while lower HRV is frequently an indicator of abnormal and insufficient adaptation of the autonomic nervous system, provoking poor patient's physiological function. Because of its importance as a marker that reflects the ANS activity on the sinus node and as a clinical instrument to assess and identify health involvements, this study reviews conceptual aspects of the HRV, measurement devices, filtering methods, indexes used in the HRV analyses, limitations in the use and clinical applications of the HRV.

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INTRODUÇÃO O controle do sistema cardiovascular é realizado, em parte, pelo sistema nervoso autônomo (SNA), o qual fornece nervos aferentes e eferentes ao coração, na forma de terminações simpáticas por todo o miocárdio e parassimpáticas para o nódulo sinusal, o miocárdio atrial e o nódulo atrioventricular [1]. A influência do SNA sobre o coração é dependente de informações que partem, dentre outros, dos baroceptores, quimioceptores, receptores atriais, receptores ventriculares, modificações do sistema respiratório, sistema vasomotor, sistema renina-angiotensina-aldosterona e sistema termorregulador [2,3]. Este controle neural está intimamente ligado à frequência cardíaca (FC) e atividade reflexa barorreceptora [1]. A partir das informações aferentes, por meio de uma complexa interação de estímulo e inibição, respostas das vias simpática e parassimpática são formuladas e modificam a FC, adaptando-a às necessidades de cada momento. O aumento da FC é consequência da maior ação da via simpática e da menor atividade parassimpática, ou seja, inibição vagal, enquanto que, a sua redução depende basicamente do predomínio da atividade vagal [1,4,5]. O coração não é um metrônomo e seus batimentos não possuem a regularidade de um relógio, portanto, alterações na FC, definidas como variabilidade da frequência cardíaca (VFC), são normais e esperadas e indicam a habilidade do coração em responder aos múltiplos estímulos fisiológicos e ambientais, dentre eles, respiração, exercício físico, estresse mental, alterações hemodinâmicas e metabólicas, sono e ortostatismo, bem como em compensar desordens induzidas por doenças [1,4,6-8]. De forma geral, a VFC descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R), que estão relacionadas às influências do SNA sobre o nódulo sinusal, sendo uma medida não-invasiva, que pode ser utilizada para identificar fenômenos relacionados ao SNA em indivíduos saudáveis, atletas e portadores de doenças [1,9,10]. A Figura 1 mostra tacogramas de frequências obtidos a partir dos intervalos RR de um adulto jovem normal e de um recém-nascido normal. Observa-se que a VFC está bem menor no recém-nascido.

Fig. 1 - Tacograma de um adulto jovem normal (A) e de um recém-nascido normal (B). A variabilidade da

frequência cardíaca no painel B está bem menor do que no painel A A VFC vem sendo estudada há vários anos, sendo cada vez maior o interesse pela compreensão de seus mecanismos e de sua utilidade clínica em doenças. Historicamente, seu interesse clínico surgiu em 1965, quando Hon e Lee demonstraram uma aplicação clínica bem definida da VFC na área de monitorização do sofrimento fetal. Em 1977, Wolf et al. mostraram associação entre VFC diminuída e maior risco de

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mortalidade após infarto agudo do miocárdio e Kleiger et al., em 1987, confirmaram que a VFC era um potente e independente preditor de mortalidade após infarto agudo do miocárdio [11]. Mudanças nos padrões da VFC fornecem um indicador sensível e antecipado de comprometimentos na saúde. Alta VFC é sinal de boa adaptação, caracterizando um indivíduo saudável com mecanismos autonômicos eficientes. Inversamente, baixa VFC é frequentemente um indicador de adaptação anormal e insuficiente do SNA, o que pode indicar a presença de mau funcionamento fisiológico no indivíduo, necessitando de investigações adicionais de modo a encontrar um diagnóstico específico [10]. A ampla possibilidade de uso e a facilidade para aquisição de dados caracterizam esse recurso. Destaca-se também que a apresentação de informações atuais referentes à VFC como conceitos, modelos de análise, formas de interpretação de resultados e aplicabilidade clínica, constitui um auxílio tanto para pesquisadores, quanto para clínicos que atuam nas diversas áreas da saúde. Dessa forma, no sentido de inserir elementos na literatura referentes a uma técnica não-invasiva, de fácil utilização e abrangente, entendeu-se como adequado empreender investigação sobre o tema. DISPOSITIVOS DE MENSURAÇÃO A excitação cardíaca inicia-se com um impulso gerado no nódulo sinusal, o qual é distribuído pelos átrios, resultando na despolarização atrial, que é representada no eletrocardiograma (ECG) pela onda P. Este impulso é conduzido aos ventrículos por meio do nódulo atrioventricular e distribuído pelas fibras de Purkinje, resultando na despolarização dos ventrículos, a qual no ECG é representada pelas ondas Q, R e S, formando o complexo QRS. A repolarização ventricular é representada pela onda T [12]. Os índices de VFC são obtidos pela análise dos intervalos entre as ondas R, as quais podem ser captadas por instrumentos como eletrocardiógrafos, conversores analógicos digitais e os cardiofrequencímetros, a partir de sensores externos colocados em pontos específicos do corpo [1,4]. Um dos conversores analógicos digitais disponíveis é o Powerlab, um instrumento usado para monitoração multimodal de biosinais, considerado o padrão-ouro para mensuração de ECG de alta fidelidade, cujos sinais captados são transferidos para um computador, salvos e analisados após filtragem [13]. O ECG e o conversor analógico digital utilizados para análise da VFC, além de apresentarem alto custo, dificultam a aplicabilidade em situações externas ao ambiente laboratorial, como em condições de treinamento físico [14-16]. Os cardiofrequencímetros solucionaram essas dificuldades, já que são mais acessíveis tanto em relação ao custo quanto à praticidade [17]. Um modelo com tais características é o frequencímetro Polar S810 que, segundo Kingsley et al. [15], apresentou boa acurácia nos registros em exercícios de baixa intensidade, quando comparado aos do eletrocardiograma ambulatorial, o que foi também observado por Gamelin et al. [14], em estudo comparando os dados obtidos pelo ECG e pelo Polar S810, tanto em situações de exercício quanto de repouso. Neste dispositivo, uma cinta com eletrodos, posicionada no tórax do avaliado, capta os impulsos elétricos do coração e os transmite por um campo eletromagnético ao monitor. O sinal captado é enviado por uma interface ao software Polar Precision Perfomance. Neste equipamento, as unidades de tempo são fixadas em 1ms e as amostras dos intervalos RR são coletadas a uma frequência de 1000 Hz [1,18-21]. MÉTODOS DE FILTRAGEM A presença de batimentos ectópicos prematuros ou artefatos interfere na análise da VFC, comprometendo a confiabilidade dos índices obtidos, se eles não forem removidos [21-23]. Os métodos de filtragem são capazes de detectar intervalos RR anormais e corrigi-los [24]. A maioria dos textos selecionados para elaboração deste manuscrito não aborda com detalhes os procedimentos adotados para filtragem. Contudo, apesar da escassez de informações, alguns autores descrevem a metodologia utilizada. No estudo de Thuraisingham [22], o método adotado para remover os artefatos foi um filtro de rejeição de impulsos que se mostrou efetivo para esse fim. Já Godoy et al. [23] utilizaram o Polar S810 para a coleta dos intervalos RR e realizaram filtragem em duas etapas, uma digital por meio do próprio software do equipamento e outra manual, caracterizada pela inspeção visual dos intervalos RR e exclusão de intervalos

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anormais. Neste trabalho, somente séries com mais de 95% de batimentos sinusais foram incluídas no estudo. ÍNDICES DE VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA Para análise da VFC, índices obtidos por meio de métodos lineares, no domínio do tempo e da frequência, e métodos não-lineares podem ser utilizados [1]. Métodos lineares Os métodos lineares são divididos em dois tipos: análise no domínio do tempo, realizada por meio de índices estatísticos e geométricos, e análise no domínio da frequência. Para a análise da VFC no domínio do tempo, assim denominada por expressar os resultados em unidade de tempo (milisegundos), mede-se cada intervalo RR normal (batimentos sinusais) durante determinado intervalo de tempo e, a partir daí, com base em métodos estatísticos ou geométricos (média, desvio padrão e índices derivados do histograma ou do mapa de coordenadas cartesianas dos intervalos RR), calculam-se os índices tradutores de flutuações na duração dos ciclos cardíacos [9,25]. Os índices estatísticos, no domínio do tempo, obtidos pela determinação de intervalos RR correspondentes em qualquer ponto no tempo, são [1,10,26-29]: a) SDNN - Desvio padrão de todos os intervalos RR normais gravados em um intervalo de tempo, expresso em ms; b) SDANN - Representa o desvio padrão das médias dos intervalos RR normais, a cada 5 minutos, em um intervalo de tempo, expresso em ms; c) SDNNi - É a média do desvio padrão dos intervalos RR normais a cada 5 minutos, expresso em ms; d) rMSSD - É a raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes, em um intervalo de tempo, expresso em ms; e) pNN50 - Representa a porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferença de duração maior que 50ms. Os índices SDNN, SDANN e SDNNi são obtidos a partir de registros de longa duração e representam as atividades simpática e parassimpática, porém não permitem distinguir quando as alterações da VFC são devidas ao aumento do tônus simpático ou à retirada do tônus vagal [28,29]. Já os índices rMSSD e pNN50 representam a atividade parassimpática [1,10,26,27], pois são encontrados a partir da análise de intervalos RR adjacentes [25]. Outra possibilidade de processar intervalos RR no domínio do tempo é a partir de métodos geométricos, sendo o índice triangular e a plotagem de Lorenz (ou Plot de Poincaré) os mais conhecidos. Os métodos geométricos apresentam os intervalos RR em padrões geométricos e várias aproximações são usadas para derivar as medidas de VFC a partir delas [1,4]. O índice triangular é calculado a partir da construção de um histograma de densidade dos intervalos RR normais, o qual mostra, no eixo horizontal (eixo x), o comprimento dos intervalos RR e, no eixo vertical (eixo y), a frequência com que cada um deles ocorreu. A união dos pontos das colunas do histograma forma uma figura semelhante a um triângulo e a largura da base deste triângulo expressa a variabilidade dos intervalos RR. O índice triangular (correspondente à base do triangulo) pode ser calculado dividindo-se a área (corresponde ao número total de intervalos RR utilizados para construir a figura) e a altura (corresponde ao número de intervalos RR com frequência modal) do triângulo [4,25,30]. Este índice tem uma íntima correlação com o desvio padrão de todos os intervalos RR e não sofre a influência dos batimentos ectópicos e artefatos, pois os mesmos ficam fora do triângulo [4]. O plot de Poincaré é um método geométrico para análise da dinâmica da VFC, que representa uma série temporal dentro de um plano cartesiano no qual cada intervalo RR é correlacionado com o intervalo antecedente e definem um ponto no plot [17,31-34]. A Figura 2 mostra o plot de Poincaré de um adulto jovem normal e de um recém-nascido normal.

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Fig. 2 - Gráfico de Poincaré de um adulto jovem normal (A) e de um recém-nascido normal (B). A dispersão tanto de curto (SD1) quanto de longo prazo (SD2) no painel B está menor do que no painel A

A análise do plot de Poincaré pode ser feita de forma qualitativa (visual), por meio da avaliação da figura formada pelo seu atrator, a qual é útil para mostrar o grau de complexidade dos intervalos RR [35], ou quantitativa, por meio do ajuste da elipse da figura formada pelo atrator, de onde se obtém três índices: SD1, SD2 e a razão SD1/SD2 [17]. O SD1 representa a dispersão dos pontos perpendiculares à linha de identidade e parece ser um índice de registro instantâneo da variabilidade batimento a batimento; o SD2 representa a dispersão dos pontos ao longo da linha de identidade e representa a VFC em registros de longa duração; a relação de ambos (SD1/SD2) mostra a razão entre as variações curta e longa dos intervalos RR [4,14]. A análise qualitativa (visual) do plot de Poincaré é feita por meio da análise das figuras formadas pelo atrator do plot, as quais foram descritas por Tulppo et al. [36] que as classificaram como: 1) Figura com característica de um cometa, na qual um aumento na dispersão dos intervalos RR batimento a batimento é observado com aumento nos intervalos RR, característica de um plot normal; 2) Figura com característica de um torpedo, com pequena dispersão global batimento a batimento (SD1) e sem aumento da dispersão dos intervalos RR a longo prazo; 3) Figura complexa ou parabólica, na qual duas ou mais extremidades distintas são separadas do corpo principal do plot, com pelo menos três pontos incluídos em cada extremidade. Outro método linear é o domínio da frequência, sendo a densidade de potência espectral a mais utilizada atualmente, quando se trata de estudos com indivíduos em condições de repouso [17]. Exemplos da análise no domínio da frequência podem ser visualizados na Figura 3.

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Fig. 3 - Análise espectral de frequências (Fast Fourier Transform) de um adulto jovem normal (A) e de um recém-nascido normal (B). O componente de alta frequência (HF) está proporcionalmente bem mais reduzido

no recém-nascido (setas) assim como a potência total Esta análise decompõe a VFC em componentes oscilatórios fundamentais, sendo que os principais são [4,7,23,29,37-42]: a) Componente de alta frequência (High Frequency - HF), com variação de 0,15 a 0,4Hz, que corresponde à modulação respiratória e é um indicador da atuação do nervo vago sobre o coração; b) Componente de baixa frequência (Low Frequency - LF), com variação entre 0,04 e 0,15Hz, que é decorrente da ação conjunta dos componentes vagal e simpático sobre o coração, com predominância do simpático; c) Componentes de muito baixa frequência (Very Low Frequency - VLF) e ultrabaixa frequência (Ultra Low Frequency - ULF) - Índices menos utilizados cuja explicação fisiológica não está bem estabelecida e parece estar relacionada ao sistema renina-angiotensina-aldosterona, à termorregulação e ao tônus vasomotor periférico [23,29]. A relação LF/HF reflete as alterações absolutas e relativas entre os componentes simpático e parassimpático do SNA, caracterizando o balanço simpato-vagal sobre o coração [29]. Para obtenção dos índices espectrais, o tacograma de frequência sofre processamento matemático, gerando um tacograma, gráfico que expressa a variação dos intervalos RR em função do tempo. O tacograma contém um sinal aparentemente periódico que oscila no tempo e que é processado por algoritmos matemáticos, como a transformada rápida de Fourier (FFT) ou modelos auto-regressivos (AR) [1]. O método FFT é utilizado para obter uma estimativa de potência espectral da VFC durante fases estacionárias do experimento com a finalidade de permitir comparações entre os resultados de estudos. Possibilita que o sinal do tacograma seja recuperado mesmo após a transformação pela FFT, o que demonstra a objetividade da técnica, uma vez que informações não são perdidas durante o processo. A facilidade de aplicação desse método e a boa apresentação gráfica são as principais razões para sua maior utilização [1]. No modelo AR, a estimativa dos parâmetros pode ser feita facilmente pela resolução de equações lineares.

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Dessa maneira, os componentes espectrais podem ser distinguidos independentemente de bandas de frequência pré-selecionadas e a potência contida nos picos pode ser calculada sem a necessidade de bandas espectrais pré-definidas [1,43]. A normalização dos dados da análise espectral pode ser utilizada para minimizar os efeitos das alterações da banda de VLF. Essa é determinada a partir da divisão da potência de um dado componente (LF ou HF) pelo espectro de potência total, subtraída do componente de VLF e multiplicada por 100 [9,44,45]. Para análise dos índices de VFC por meio de métodos lineares vários softwares podem ser utilizados, dentre ele o software HRV analysis [28], o qual pode ser obtido gratuitamente pela Internet. Métodos não-lineares O comportamento não-linear é o que predomina nos sistemas humanos, em razão de sua natureza dinâmica complexa, a qual não pode ser descrita adequadamente por métodos lineares. A teoria do Caos descreve elementos manifestando comportamentos que são extremamente sensíveis às condições iniciais, dificilmente se repetem, mas apesar de tudo são determinísticos [23]. As teorias dos sistemas não-lineares têm sido progressivamente aplicadas para interpretar, explicar e prever o comportamento dos fenômenos biológicos. Esses parâmetros têm se mostrado bons preditores de morbi-mortalidade no âmbito clínico, apesar da necessidade de aprofundamento científico, com amostras expressivas e acompanhamento prolongado. Tais estudos poderão ser úteis na investigação e no tratamento de cardiopatias [23]. Dentre os métodos não-lineares utilizados para análise da VFC, podemos citar: análise de flutuações depuradas de tendências, função de correlação, expoente de Hurst, dimensão fractal e o expoente de Lyapunov [4,23,29]. Os registros para análises dos índices de VFC por meio de métodos lineares podem ser obtidos em curtos períodos (2, 5, 15 minutos) ou em longos períodos (24 horas), o que é mais comum na prática clínica [25], sendo que um mínimo de 256 intervalos RR é recomendado para esta análise [7,9]. Em seus experimentos, para análise de índices lineares de VFC, Seiler et al. [18], Brown & Brown [46] e Parekh & Lee [47] descartaram períodos iniciais de captação, nos quais ocorrem muitas oscilações e o sistema não se encontra em estado de estabilidade. Para análise dos índices no domínio do caos, um número maior de intervalos RR é recomendado. Godoy et al. [23] utilizaram uma quantidade de 1000 intervalos RR consecutivos para análise. LIMITAÇÕES DE UTILIZAÇÃO Além de fatores como batimentos ectópicos e artefatos [22], outras condições, como transplantes cardíacos, presença de arritmias e marcapassos, produzem intervalos RR inadequados para avaliação da VFC, limitando o uso dessa ferramenta nessas condições. Nos pacientes transplantados, o controle do coração denervado é feito em função do retorno venoso, da estimulação de receptores atriais, do estiramento atrial e de hormônios e outras substâncias presentes no sistema circulatório [48-51], o que indica que a análise da VFC não representa a modulação do coração pelo SNA. Os marcapassos cardíacos artificiais são dispositivos eletrônicos de estimulação multiprogramável capazes de substituir impulsos elétricos e/ou ritmos ectópicos, para se obter atividade elétrica cardíaca a mais fisiológica possível [52]. Uma vez que sujeitos portadores de marcapasso podem ter a sua frequência cardíaca modulada por estes equipamentos, a análise de VFC também não refletirá a modulação autonômica do coração, limitando seu uso nessa condição. Condição também limitante para a análise da VFC é a presença de bloqueio atrioventricular, pois o impulso não é conduzido ao ventrículo de forma adequada, impossibilitando a análise dos intervalos RR [53]. APLICAÇÕES CLÍNICAS Atualmente, os índices de VFC têm sido utilizados para compreensão de diversas condições, como: doença

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arterial coronariana [54-57], miocardiopatia [26,58], hipertensão arterial [29,59-61], infarto do miocárdio [62-64], morte súbita [65], doença pulmonar obstrutiva crônica [2,66,67], insuficiência renal [68], insuficiência cardíaca [69], diabetes [70], acidente vascular cerebral [71], doença de Alzheimer [72], leucemia [73], apnéia obstrutiva do sono [74], epilepsia [75], enxaqueca [76], entre outras. A redução da VFC tem sido apontada como um forte indicador de risco relacionado a eventos adversos em indivíduos normais e em pacientes com um grande número de doenças, refletindo o papel vital que o SNA desempenha na manutenção da saúde [10]. Em doenças como hipertensão arterial [29,59-61], infarto agudo do miocárdio, insuficiência coronariana [29] e aterosclerose [56] os índices de VFC encontram-se reduzidos. Menezes Jr et al. [60] encontraram diminuição da VFC em hipertensos, quando comparados a normotensos, ao analisar os índices SDNN, RMSSD, pNN50, HF, LF, LF/HF, provavelmente por uma hiperatividade simpática. Diminuição da VFC pós-IAM também foi encontrada por diversos trabalhos, como apresentado por Pecyna [63] em artigo de revisão. Na cardiomiopatia hipertrófica, supõe-se que a captação neuronal de norepinefrina esteja comprometida em função de uma diminuição da densidade de receptores beta [26]. Estudos utilizando índices de VFC em doenças cardiovasculares podem ser visualizados no Quadro 1.

Quadro 1 - Estudos utilizando comparativamente a VFC em doenças cardiovasculares.

Autores Ano Doença Índices avaliados Conclusões

Reis et al. [64] 1998 IAM Artigo de revisão

O poder preditivo positivo de métodos não invasivos

normalmente é baixo, sustentando a utilização de outros

recursos na estratificação do risco pós IAM.

Carnethon et al.

[56] 2002 DAC SDNN, HF

A VFC pode ser usada para identificar diferenças no balanço

autonômico cardíaco de adultos saudáveis.

Novais et al. 2004 HA RMSSD, VLF, LF,

HF

Sem diferenças durante o repouso, entre indivíduos saudáveis

e ativos com IAM e HA.

Menezes et al.

[60] 2004 HA

SDNN, RMSSD,

pNN50, HF, LF,

LF/HF

A VFC está diminuída em hipertensos, quando comparados a

normotensos.

Terathongkum et

al. [61] 2004 HÁ Artigo de revisão.

A diminuição da VFC é preditor independente de HA em

pacientes.

Takahashi et al.

[55] 2005 DAC RMSSD

Não foram encontradas diferenças significantes nos índices de

VFC de homens saudáveis sedentários e coronariopatas

ativos.

Bittencourt et al.

[26] 2005 CMH RMSSD, pNN50, HF

Houve aumento significativo da modulação parassimpática

durante respiração controlada associada ao teste de inclinação

nos pacientes

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Pecyna [63] 2006 IAM Índices no domínio do

tempo e da frequência. A VFC está diminuída em pacientes pós IAM.

Carney et al. [54] 2007 DAC HF, LF, VLF Foi encontrada correlação moderada entre fatores

inflamatórios e VFC de coronariopatas deprimidos.

Limongelli et al.

[58] 2007 CMH

SDNN, pNN50,

RMSSD, LF, HF,

LF/HF.

A principal implicação clínica é o baixo valor preditivo da

VFC na estratificação de risco de crianças e jovens com

CMH.

Karas et al. [59] 2008 HA LF,HF,

LF/HF

Observou-se redução das respostas hemodinâmicas (PAS e

PAD) e simpáticas (LF) de idosos hipertensos.

Larosa et al. [62] 2008 IAM SDNN, domínio da

frequência. A VFC está diminuída em pacientes com IAM.

IAM: infarto agudo do miocárdio; DAC: doença arterial coronariana; HA: hipertensão arterial; CMH: cardiomiopatia

hipertrófica; VFC: variabilidade da frequência cardíaca; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial

diastólica.

A prática regular de atividade física tem sido referida como um fator de incremento no tônus vagal devido às adaptações fisiológicas ocorridas pelo aumento do trabalho cardíaco, uma vez que há uma redução da sensibilidade dos receptores beta [29]. Assim, a elevação da modulação parassimpática induz uma estabilidade elétrica do coração, ao passo que a atividade simpática elevada aumenta a vulnerabilidade do coração e o risco de eventos cardiovasculares [17]. Novais et al. [29], avaliando os índices RMSSD, VLF, LF, HF, não encontraram diferenças significantes durante o repouso entre homens saudáveis sedentários e pacientes com HA e IAM ativos, sugerindo efeito da atividade física sobre a modulação autonômica desses doentes. Tal efeito também foi proposto por Takahashi et al. [55], ao analisarem o índice RMSSD em repouso de coronariopatas ativos e indivíduos saudáveis, em que diferenças significantes também não foram encontradas. Além disso, esses índices também permitem verificar a influência de fatores como idade [4,7,37,79,80], sexo [81-83] e exercício [17-19,29,38] sobre o controle autonômico. O Quadro 2 mostra estudos utilizando a VFC em diversas condições fisiológicas e patológicas.

Quadro 2 - Estudos utilizando comparativamente a VFC em diversas condições.

Autores Ano Condição Índices

avaliados Conclusões

Paschoal et al.

[2] 2002 DPOC SDNN

Com a evolução os pacientes tendem a apresentar redução

da VFC.

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Javorka et al.

[38] 2002

Recuperação Pós-

Exercício

SDNN,

RMSSD,

pNN50, LF,

HF

A cardiodesaceleração pós-exercício está relacionada à

recuperação imediata, confirmando a contribuição

parassimpática nesta fase.

Catai et al.

[7] 2002

Treinamento

aeróbio em homens

jovens e de meia

idade

LF, HF,

LF/HF

A predominância vagal durante o sono é reduzida com o

aumento da idade. A bradicardia em repouso induzida pela

manobra postural ativa sugere que a adaptação está mais

relacionada a mudanças intrínsecas no nódulo sinusal que

pela modulação vagal.

Weerapong et

al. [41] 2005

Efeitos da

massagem esportiva Revisão

Evidências de que aumente a atividade parassimpática e a

VFC. Ocorre aumento de substâncias relaxantes, como as

endorfinas.

Mello et al. [37] 2005 Idade e atividade

física

RMSSD, LF,

HF, LF/HF

O avançar da idade reduz a VFC. Entretanto, atividade

física regular possivelmente afeta a atividade vagal no

coração e conseqüentemente atenua os efeitos da idade.

Paschoal et al.

[72] 2006

Diferentes faixas

etárias

RMSSD,

pNN50, LF,

HF, LF/HF

A análise da VFC é uma importante ferramenta de

investigação da função autonômica cardíaca relacionada ao

aumento da idade.

Sin DD et al.

[66] 2007 DPOC

SDNN,

SDANN,

RMSSD,

TINN

Aplicação noturna de ventilação mecânica não invasiva

durante três meses pode melhorar a VFC de pacientes com

DPOC estável.

Kudaiberdieva

et al. [65] 2007 Morte Súbita

Artigo de

revisão

O valor preditivo positivo para morte súbita cardíaca

permanece baixo, exigindo a combinação de outros

marcadores.

Lopes et al. [71] 2007 Idade e treinamento

de força

SDNN,

pNN50,

RMSSD

O aumento da idade provoca alteração na modulação

autonômica sobre o nodo sinusal, diminuindo a VFC em

indivíduos de meia-idade. O treinamento físico estudado

não modificou a VFC.

Neves et al.

[73] 2007

Mulheres pós-

menopausa sob

terapia de

estrogênio

SDNN,

RMSSD, LF,

HF, LF/HF

Terapia com estrogênio parece atenuar o processo de

redução da VFC com o aumento da idade, promovendo

redução na atividade simpática sobre o coração.

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Furuland et al.

[68] 2008 Insuficiência Renal

SDNN,

LF

Doentes renais crônicos não submetidos à diálise

apresentam reduzida VFC.

DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; VFC: variabilidade da frequência cardíaca.

Lopes et al. [79] e Pachoal et al. [80] observaram que o processo de envelhecimento causa uma depleção do tônus vagal e consequente aumento da atividade simpática, portanto indivíduos mais velhos possuem uma VFC mais reduzida. Em 2006, Rajendra Acharya et al. [4] observaram que a VFC é menor com a idade e que a variação é maior em mulheres. Melo et al. [37], em estudo relacionando os efeitos da idade e exercício, mostraram que a prática de exercício pode atenuar esses efeitos. Ribeiro et al. [82] e Mercuro et al. [83] propõem que depressão dos níveis hormonais de estrogênio, ocorrida durante a menopausa, pode ser a responsável pela redução da VFC em mulheres idosas. Contudo, em estudo feito por Neves et al. [81] foram observadas maior modulação vagal e menor simpática em mulheres, quando comparadas aos homens de mesma idade, sugerindo que diferenças relacionadas ao gênero não se devem apenas aos níveis hormonais de estrogênio. Apesar da larga utilização da análise da VFC na compreensão dos fenômenos envolvidos com o SNA em condições normais e patológicas, estudos relacionados a sua utilização na prática clínica ainda são escassos. Contudo, alguns trabalhos têm demonstrado o grande potencial que a análise da VFC pode ter na prática clínica. Godoy et al. [23], utilizando índices de VFC no domínio do caos, mostraram que estes índices podem ser utilizados para prever morbidade e mortalidade em pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica. Pacientes com índices de VFC que mostraram redução no comportamento caótico apresentaram aumento nas taxas de morbidade e mortalidade. Os autores relatam que a análise de índices de VFC pode ser uma nova abordagem na prática clínica como ferramenta de prognóstico na avaliação pré-operatória de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica. Meyerfeldt et al. [84] avaliaram se alterações da VFC poderiam servir como sinais indicativos precoces de taquicardia ventricular e predizer taquicardia ventricular de baixa ou de alta frequência em pacientes com cardioversores-desfibriladores implantáveis. Os autores analisaram séries temporais de intervalos RR armazenados no dispositivo e que haviam acontecido imediatamente antes do episódio de fibrilação e compararam a um período de controle sem taquiarritmia em 63 pacientes com insuficiência cardíaca congestiva crônica. A comparação destas séries mostrou que os pacientes apresentaram baixa VFC antes da ocorrência dos episódios de taquicardia ventricular, o que poderá permitir a construção de dispositivos com algoritmos para detecção precoce de arritmias. Índices de VFC têm sido também utilizados como ferramenta de prognóstico para mortalidade entre pacientes com infarto agudo do miocárdio e função sistólica ventricular esquerda deprimida [85,86] e na caracterização de um grande número de condições mórbidas, sugerindo que a Variabilidade da Frequencia Cardíaca possa ser um possível marcador da perda da homeostase. CONCLUSÃO A VFC vem ganhando importância atualmente como ferramenta de avaliação do SNA, o qual tem um importante papel na manutenção da homeostase. Sua utilização é diversificada e se firma, conforme o exposto, como preditor das funções internas do organismo, tanto em condições normais quanto patológicas. A ampla possibilidade de uso, o custo-benefício com a aplicação da técnica e a facilidade para aquisição de dados fazem da VFC uma opção interessante para interpretações do funcionamento do SNA e uma ferramenta clínica promissora para avaliar e identificar comprometimentos na saúde. REFERÊNCIAS 1. Aubert AE, Seps B, Beckers F. Heart rate variability in athletes. Sports Med. 2003;33(12):889-919. 2. Paschoal MA, Petrelluzzi KFS, Gonçalves NVO. Estudo da variabilidade da frequência cardíaca em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Rev Ciênc Med. 2002;11(1):27-37.

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ARTIGO II

CORRELAÇÃO ENTRE VARIABILIDADE DA FREQUENCIA CARDÍACA E

CONCENTRAÇÃO SANGUINEA DE LACTATO NA RECUPERAÇÃO

PÓS-ESFORÇO

RESUMO

Introdução: Um adequado retorno às condições basais após a realização

de exercícios é essencial na prescrição de treinamento físico e alguns métodos de

avaliação podem ser empregados, como análise da concentração de lactato e da

variabilidade da frequência cardíaca. Objetivo: Estudar a recuperação após

exercício de alta intensidade a partir de valores de concentração de lactato

sanguíneo e índices de variabilidade da frequência cardíaca, e analisar a

correlação entre estas duas variáveis. Métodos: 20 sujeitos, classificados como

fisicamente ativos foram induzidos à exaustão e, em seguida, submetidos à

recuperação passiva por 120 minutos. A frequência cardíaca, batimento a

batimento, foi registrada do momento basal ao fim do procedimento. Previamente

ao exercício, e a cada 10 minutos da recuperação, foram realizadas coletas de

amostras sanguíneas para verificação da lactacidemia. A variabilidade foi

analisada nos mesmos momentos das coletas de lactato e os índices

considerados foram: RMSSD, PNN50, LF, HF, LF/HF, SD1, SD2, RR, Det, Ent,

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Lmean, Lam e TT. Empregou-se a análise da correlação canônica, para verificar

associação entre lactato e todos os índices de variabilidade da frequência

cardíaca, variável denominada VFCc. Também foi aplicado o teste de Friedman,

para análise não-paramétrica dos momentos em relação ao basal,

complementado pelo teste de comparações múltiplas de Dunn. Considerou-se o

nível de 95% de significância. Resultados: Constatou-se relação elevada e

significante entre lactato e VFCc (r = 0,815 e p<0,0001). As variáveis

apresentaram alteração significante durante o esforço e retornaram aos níveis

basais em tempos diferenciados. Aos 60 minutos, observou-se normalização

significante dos índices SD2 e LF/HF. Para o lactato e índice LF, o mesmo foi

verificado aos 70 minutos. Os índices HF, RR, Det, Lmean, Ent, Lam e TT não

apresentaram mais diferenças significantes em relação ao basal aos 80 minutos

e, os índices RMSSD, pNN50 e SD1, aos 90. Conclusões: Existe relação entre

concentração de lactato sanguíneo e comportamento da variabilidade da

frequência cardíaca, na recuperação pós-esforço, e há a necessidade de um

período mínimo de, em média, 70 minutos para remoção de lactato e 90 minutos

para recuperação do Sistema Nervoso Autônomo após exercício de elevada

intensidade.

Palavras-chave: Sistema Nervoso Autônomo, restauração de função fisiológica,

metabolismo anaeróbio.

INTRODUÇÃO

O processo de recuperação após esforço é de fundamental importância no

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âmbito do treinamento e, quando respeitado adequadamente, permite que

estímulos sejam dados em momentos corretos, favorecendo não só os processos

de supercompensação e de ressíntese dos substratos energéticos, mas também

a redução dos riscos de lesões relacionados à instalação de fadiga [6, 35].

A concentração de lactato sanguíneo é um método muito utilizado em

trabalhos de campo, como em treinamentos de variadas modalidades esportivas.

Os resultados obtidos a partir desta técnica, como características referentes ao

pico de concentração, à máxima fase estável e ao limiar, têm relação com a

capacidade oxidativa e podem ser associados ao tempo de remoção do lactato e,

conseqüentemente, à recuperação orgânica [7, 9, 21, 33].

Além de modificações no marcador descrito, o exercício físico de alta

intensidade promove, também, alterações no funcionamento do sistema nervoso

autônomo (SNA). O monitoramento destas alterações parece adequado, já que o

balanço entre os sistemas simpático e parassimpático determina o controle de

várias funções internas do organismo [23]. Tal avaliação pode ser feita por meio

do estudo de índices de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) [1, 2, 30].

Apesar de apontar alterações e condições de recuperação em universos

diferentes, parece haver alguma relação entre os dois marcadores biológicos

mencionados, lactato e VFC. Sobre o tema, Karapetian et al. [18] demonstraram

que durante um exercício incremental, a ferramenta de avaliação autonômica

pode ser utilizada para estimar o limiar de lactato, pois verificaram um ponto de

deflexão dos intervalos RR, definido como limiar de VFC, que coincidiu com o

limiar lactacidêmico.

Contudo, no levantamento bibliográfico realizado para elaboração deste

estudo, não foram observadas publicações referentes à relação entre tais

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marcadores, especificamente no processo de recuperação. Dessa forma, um

estudo das duas variáveis em conjunto, e a interpretação biológica da resposta de

recuperação frente ao esforço, pode acrescentar novos elementos às ciências do

esporte.

Assim, os objetivos do presente estudo foi observar a recuperação após

exercício de alta intensidade a partir de valores de concentração de lactato no

sangue e índices de VFC, e analisar a correlação entre estas duas variáveis.

MÉTODOS

Casuística e critérios de inclusão e exclusão

A amostra do estudo foi composta por 20 voluntários, do sexo masculino,

com média de idade de 22 ± 1,2 ano, 72,8 ± 8,4 kg e 1,80 ± 0,10 m, classificados

como fisicamente ativos, por meio do International Physical Activity Questionnaire

– IPAQ [11]. No teste de captação máxima de oxigênio, obtiveram consumo

máximo (VO2máx) de 55,85 ± 4,75 ml.kg-1min-1 e atingiram a velocidade máxima

(VVO2máx) 15,6 ± 0,88 Km/h. Adotou-se como critérios de exclusão as seguintes

características: tabagismo, uso de medicamentos que influenciam a atividade

autonômica do coração, alcoolismo e presença de doenças cardiovasculares,

metabólicas ou endócrinas conhecidas.

A presente investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus de Presidente Prudente da

Universidade Estadual Paulista. Os participantes foram devidamente informados

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sobre os procedimentos e objetivos do estudo e, após concordância, assinaram

um termo de consentimento livre e esclarecido, passando a fazer parte

efetivamente do mesmo.

Desenho do Ensaio

O procedimento para obtenção dos dados da pesquisa realizou-se em dois

dias, com 24 horas de intervalo entre ambos. No primeiro dia, foram feitas as

avaliações das condições físicas dos participantes e dos parâmetros físicos e

funcionais para prescrição da atividade. No segundo dia, foi executado o ensaio,

propriamente dito, caracterizado pelo protocolo de exercício e a avaliação da

recuperação a partir dos dois métodos propostos.

Todos os procedimentos foram realizados no Laboratório de Fisiologia do

Exercício - LAFE da Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT/UNESP, com

temperatura (entre 21 e 23°) e umidade controladas (entre 40 e 60%). Permitiu-se

apenas a circulação de pessoas relacionadas ao experimento durante os

processos de coleta de dados.

Determinação do VO2máx e VVO2máx

Previamente ao primeiro dia de coleta, os voluntários foram orientados a

consumir refeição leve até, no máximo, duas horas antes do teste e evitar

esforços físicos vigorosos. Ao chegar ao laboratório, foram registradas as

seguintes informações: nome, idade, sexo e nível de atividade física.

Num segundo momento, mensurou-se estatura, por meio de um

estadiômetro Sanny (American Medical do Brasil, São Paulo, Brasil), e peso, em

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uma balança digital TIN 00139 MAXIMA (Plenna Especialidades, São Paulo,

Brasil), ambos sem sapatos e com roupa de banho. Em seguida, foi explicado

aos participantes todo o procedimento de coleta de dados, realizado de forma

individual.

Terminada esta fase os voluntários se encaminharam à esteira ergométrica

Super ATL (Inbrasport, Rio Grande do Sul, Brasil) e executaram cinco minutos de

aquecimento a 8 km/h, cujo objetivo era preparar o organismo para o intenso

esforço que realizaria posteriormente. Em seguida, por cinco minutos

permaneceram na posição sentada para uma pausa passiva, enquanto os

parâmetros cardiorrespiratórios se estabilizavam [13]. Após os dois primeiros

minutos deste repouso, a máscara Hans Rudolph 7400 (Hans Rudolph Inc,

Estados Unidos) de captação de gases foi posicionada no rosto do participante,

certificando-se da adequada vedação da mesma, para evitar troca de gases com

o meio externo.

O teste para determinação do VO2máx foi realizado utilizando-se a base do

protocolo descrito por Harling et al [13]. Os voluntários se posicionaram em

ortostatismo sobre a esteira por alguns instantes, para estabilização dos valores

e, em seguida, iniciou-se o teste de esforço físico máximo. A inclinação foi fixada

a 1% e a velocidade de partida foi de 10 km/h, sendo que, a cada minuto, ocorreu

o incremento de 1 km/h até a exaustão voluntária. Outro critério de interrupção

proposto foi a presença de alterações clínicas, como aumento excessivo da

frequência cardíaca, tontura, náusea, entre outras, que pudessem impedir a

continuidade do teste. Contudo, não houve, neste ensaio, tais intercorrências.

O consumo de oxigênio (VO2) foi mensurado durante toda avaliação pelo

analisador de gases metabólicos VO2000 (MedGraphics, Minessota, Estados

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Unidos). A partir do gás expirado, a dosagem de O2 e CO2 pôde ser mensurada a

cada 10 segundos, utilizando-se a câmara de mistura e analisadores (Oxygen

Analyser OM-11 e Carbon Dioxide analiser LB-2 respectivamente) e os dados

obtidos foram registrados pelo software AeroGrafh.

Interrompido o teste mediante exaustão, foram registrados os valores de

VO2máx e VVO2máx para posterior aplicação no protocolo de exaustão. Os

participantes foram então solicitados a retornar no dia seguinte e orientados a

não consumir bebida alcoólica ou cafeína e não realizar atividades físicas

moderadas ou vigorosas, neste intervalo temporal entre os procedimentos.

Teste de exaustão e coleta de variáveis biológicas

No segundo dia de ensaio, os voluntários foram informados a respeito dos

procedimentos vigentes e permitiram o posicionamento da cinta de captação do

cardiofrequencímetro Polar Electro Oy S810i (Polar, Kempele, Finlândia),

equipamento previamente validado para captação da frequência cardíaca

batimento a batimento, e que possibilita a utilização dos seus dados para análise

da VFC [26,34].

Inicialmente, permaneceram na posição supina por dez minutos, em

repouso e com respiração espontânea, para captação das variáveis em condição

basal. Ao final deste período, definido como basal, foi coletado 25 µl de sangue

arterializado do lóbulo da orelha esquerda, em capilares heparinizados [28], e

depositados em tubos de polietileno tipo ependorff (1,5 mL) contendo 50 µl de

fluoreto de sódio (NaF – 1%), para posterior análise lactacidêmica em lactímetro

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YSI 1500 (Yellow Springs Instruments, Ohio, Estados Unidos), devidamente

calibrado [22].

Previamente ao procedimento de indução ao estresse físico proposto, os

participantes realizaram aquecimento e pausa passiva, idênticos aos do dia

anterior. Terminado o período de repouso e certificadas todas as condições de

teste, os voluntários dirigiram-se à esteira ergométrica, onde permaneceram por

alguns instantes na posição ortostática até estabilização dos parâmetros. Foi,

então, dado início à manobra de exaustão, que consistiu na execução de corrida

contínua e com 1% de inclinação, em intensidade constante, correspondente à

VVO2máx até a exaustão. Incentivo verbal foi empregado pelo avaliador, com a

finalidade de obter um esforço físico mais próximo do máximo [13]. Não foi

permitido segurar nas barras lateral ou frontal da esteira, para que não houvesse

qualquer tipo de auxílio externo durante o esforço.

Imediatamente após o término da corrida, foi retirada a máscara e os

voluntários se posicionaram em decúbito dorsal, permanecendo por 120 minutos

contínuos em recuperação passiva. A cada dez minutos deste período, foram

coletadas amostras sanguíneas (T1 a T12), para análise da concentração de

lactato.

A frequência cardíaca, captada batimento a batimento à frequência de

1000HZ, foi registrada pelo cardiofrequencímetro durante todo o procedimento

experimental. Os dados obtidos, após serem transferidos ao computador, foram

submetidos a uma filtragem digital, realizada pelo software do próprio dispositivo,

o Polar Precision Performance, versão 3.0. Este é capaz de identificar e corrigir

batimentos ectópicos ocasionais (irregularidades no ritmo cardíaco, envolvendo

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extrassístoles e consecutiva pausa compensatória) [8]. Somente séries com mais

de 95% de batimentos sinusais foram incluídas no estudo.

A partir disto, 13 períodos com cerca de 300 batimentos foram

selecionados para uma segunda etapa de filtragem, caracterizada pela inspeção

visual dos intervalos RR e exclusão de intervalos anormais [10]. Por fim,

batimentos excedentes ao número mínimo de 256, preconizado pelo Task Force

[30], foram excluídos do final do trecho selecionado.

O primeiro momento de análise (basal), foi obtido do final da série captada

previamente à indução ao estresse e, os 12 demais (T1 a T12), a cada dez

minutos durante os 120 de recuperação. Destaca-se que as coletas de lactato e

as análises de VFC foram realizadas em momentos coincidentes, possibilitando a

comparação de ambas as variáveis.

Descrição dos índices de VFC

A análise da VFC foi realizada por métodos lineares e não-lineares, nos

domínios do tempo, frequência e caos. Por meio da análise no domínio do tempo,

que utiliza métodos estatísticos para obtenção dos valores, foram considerados

os seguintes índices: RMSSD (raiz quadrada da média do quadrado das

diferenças entre intervalos R-R normais adjacentes, em um intervalo de tempo,

expresso em ms) e pNN50 (porcentagem dos intervalos RR adjacentes com

diferença de duração maior que 50ms) [30].

No domínio da frequência, foram analisados os componentes de baixa

frequência (LF – 0,04 a 0,15 Hz) e alta frequência (HF – 0,15 a 0,4 Hz), além da

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relação LF/HF. A análise espectral foi calculada usando o algoritmo da

Transformada Rápida de Fourier [2, 30].

Os índices no domínio do caos foram obtidos por meio do Plot de Poincaré,

com os índices SD1 (dispersão dos pontos perpendiculares ao componente

atrator) e SD2 (dispersão dos pontos ao longo da linha de identidade) [23], e do

Recurrence Plot, utilizando os índices Taxa de Recorrência (RR – porcentagem

de pontos recorrentes no período) [20], Determinismo (Det – percentual de pontos

recorrentes que formam linhas diagonais), Entropia (Ent – distribuição do

comprimento da linha diagonal) [20, 29], Lmean (comprimento médio das linhas

verticais) [29], Laminaridade (Lam – porcentagem de pontos recorrentes formando

linhas verticais) e Trapping Time (TT – comprimento médio das linhas verticais)

[15].

Forma de Análise dos Dados

O estudo da associação entre o lactato e o conjunto de variáveis que

compõem a VFC, denominado variável VFC canônica (VFCc), foi realizado a

partir da construção das funções canônicas, cujos resultados dos coeficientes e

cargas das funções elegidas obedeceram aos seguintes critérios: i) o nível de

significância estatística da função; ii) magnitude da correlação canônica (maior

que 0,70); iii) medida do percentual total, explicado pela informação retida na

variância do conjunto de dados (coeficiente de determinação canônica) [14].

A análise da recuperação pós-exercício dos participantes nos diferentes

momentos de observação de cada índice de VFC e lactato, considerando a não

aderência dos dados ao modelo gaussiano, foi realizada a partir da técnica de

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análise de variância não-paramétrica para o modelo de medidas repetidas (teste

de Friedman), complementada com o teste de comparações múltiplas de Dunn,

envolvendo os contrastes entre os níveis de observação em relação ao momento

basal [36].

Considerou-se significante o valor de p<0,05 para todas as discussões do

presente estudo.

RESULTADOS

Na tabela 1 encontram-se as medidas de associação e coeficientes da

correlação canônica e cargas canônicas entre o lactato e a VFCc. Verifica-se

correlação elevada e significante entre os dois grupos de variáveis, lactato e

VFCc (R = 0,815 e p<0,001). A partir das cargas canônicas, observa-se maior

contribuição dos índices SD2, Lam, Ent, TT, HF, LF/HF, Lmean e LF no processo

de construção da função canônica VFCc, enquanto que os índices Det, pNN50,

RR e RMSSD, apresentam menor contribuição relativa. A partir das informações

sobre a carga canônica, pode-se observar contraste dos índices SD2, Ent, LF/HF,

LMean e Lam em relação aos índices HF, LF e TT.

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40

Tabela 1. Medidas de associação e coeficientes da correlação canônica e cargas canônicas entre lactato e índices de VFC.

Variável Coeficiente canônico Carga Canônica

Lactato -1,243

RMSSD 0,003 0,444

pNN50 -0,224 -0,218

LF 0,001 -0,527

HF 0,061 -0,838

LF/HF -0,048 -0,683

SD1 0,115 -0,448

SD2 -0,068 -0,999

RR -0,71 0,320

Det 0,248 -0,060

Lmean -0,441 0,650

Ent -0,375 0,914

Lam -0,153 0,995

TT 0,045 0,910

Coeficiente de Correlação Canônica (R) 0,815*

Coeficiente de Determinação Canônica 66,42%

RMSSD: raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos R-R normais adjacentes; pNN50: porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferença de duração maior que 50ms; SD1: desvio-padrão da variabilidade instantânea batimento-a-batimento; SD2: desvio-padrão a longo prazo de intervalos R-R contínuos; LF: componente de baixa frequência - low frequency; HF: componente de alta frequência - high frequency; RR: taxa de recorrência; Det: determinismo; Lmean: comprimento médio das linhas verticais; Ent: entropia; Lam: laminaridade; TT: trapping time; * p<0,0001

Page 41: Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de ... · 2 Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de análise da função autonômica: revisão de literatura

41

As medidas descritivas dos valores de lactato e dos índices de VFC,

segundo o momento de análise podem ser visibilizadas na tabela 2. Observa-se

que, durante o período completo de análise das variáveis pós-exercício, há

recuperação de todos os índices. Não são observadas diferenças estatísticas em

relação ao basal nos índices SD2 e LF/HF aos 60 minutos. Os valores de lactato

e LF não diferem em relação ao repouso aos 70 minutos após a cessação do

esforço. Posteriormente, aos 80 minutos, nota-se o mesmo para HF, RR, Det,

Lmean, Ent, Lam e TT e, por fim, aos 90, os demais índices, RMSSD, pNN50 e

SD1 passam também a não apresentar diferença significante em relação ao

momento basal.

Page 42: Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de ... · 2 Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de análise da função autonômica: revisão de literatura

42

Tabela 2. Medidas descritivas das médias e medianas (n) das variáveis lactato e índices de VFC, segundo o momento de análise.

Momento de análise Variável

Basal T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12

Lactato (mmol/L)

1,32± 0,35

(1,19)

10,68±3,05

(10,56)***

8,34±2,92

(8,10)***

5,86±2,66

(5,67)***

4,33±1,93

(3,98)***

3,25±1,54

(3,01)***

2,62±1,18

(2,39)*

2,13±0,89

(2,03)

1,76±0,71

(1,64)

1,52±0,61

(1,43)

1,40±0,58

(1,34)

1,22±0,42

(1,23)

1,22±0,35

(1,24)

RMSSD (ms)

55,59±37,41

(45,4)

4,85±2,72

(3,9)***

7,15±6,81

(4,95)***

11,05±11,55

(7,8)***

13,43±8,79

(10,1)***

16,93±10,28

13,2***

21,38±15,47

17,25***

25,44±17,64

17,4**

29,12±16,16

34,35*

31,27±14,94

(32,9)

34,89±16,34

(37,95)

39,98±19,48

(39,15)

41,01±16,14

(41,05)

pNN50 (%) 28,60±23,44

(25,3)

0±0

(0)***

0,53±237

(0)***

2,04±7,44

(0)***

1,67±4,07

(0)***

3,42±5,42

(0,2)***

5,51±9,64

(1)***

9,13±12,57

(3,6)**

11,33±12,37

(8,95)*

12,39±10,38

(10,95)

16,17±12,78

(15,3)

20±16,43

(16,35)

19,53±13,37

(20,55)

LF (ms2) 334,45±293,73

(255)

3,25±4,22

(1)***

7,85±9,97

(4,5)***

31,35±64,56

(7)***

29,34±32,92

(15)***

57,75±71,61

(16,5)***

68,55±105,52

(33,5)**

123,60±123,09

(59)

124,11±118,92

(94)

160,50±160,38

(129)

209,11±158,72

(227)

239,95±205,43

(206)

340,15±259,90

(204)

HF (ms2) 239,95±261,10

(128,5)

0,7±1,34

(0)***

2,80±6,73

(0,5)***

14,81±41,74

(2,5)***

13,55±23,14

(3,5)***

19,05±27,38

(6,5)***

35,6±56,13

(13,5)***

54±80,71

(10)**

80,35±114,99

(44,50)

85,15±112,40

(40,50)

100,05±93,40

(77)

132,75±144,34

(75,5)

134,10±107,65

(120,5)

LF/HF (ms2)

2,08±1,49

(1,83)

6,81±4,63

(5,70)***

8,84±7,46

(6,17)***

8,76±8,77

(4,62)***

6,85±7,95

(4,41)**

5,28±14,81

(4,62)**

3,29±2,23

(2,86)

5,40±4,55

(5,21)

2,94±1,94

(2,24)

3,97±4,46

(1,86)

3,08±1,82

(2,49)

2,28±1,68

(1,65)

3,12±2,05

(2,56)

SD1 (ms) 39,92±26,66

(32,5)

3,63±1,94

(3)***

5,22±4,88

(3,60)***

8,02±8,28

(5,65)***

9,70±6,29

(7,34)***

12,45±7,82

(9,50)***

15,36±11,05

(12,25)***

18,33±12,60

(12,65)**

20,90±11,55

(21,65)*

22,42±10,67

(23,50)

25,01±11,69

(27,2)

28,97±13,87

(27,95)

29,7±11,69

(29,4)

SD2 (ms) 86,77±29,51

(95,45)

18,63±9,34

(15,5)***

31,55±19,52

(25,05)***

41,45±25,72

(34,95)***

48,22±20,76

(41,05)**

54,26±27,69

(44,95)*

57,10±36,64

(48,55)

72,69±31,85

(67,55)

79,33±34,49

(72,9)

77,67±25,28

(71,2)

85,75±37,96

(83,75)

91,38±35,60

(89,7)

95,89±38,68

(92,5)

RR (%) 13,52±11,06

(8,64)

85,32±15,76

(93,32)***

67,99±22,66

(71,79)***

55,59±23,15

(62,09)***

44,34±18,74

(43,78)***

42,79±21,57

(48,23)***

38,09±20,58

(38,13)***

28,15±16,87

(29,21)*

22,65±16,80

(16,43)

23,54±17,62

(19,09)

21,82±19,48

(12,22)

16,38±13,50

(13,36)

13,15±12,92

(9,34)

Det (%) 75,88±16,04

(80,29)

99,83±0,21

(99,91)***

98,91±2,49

(99,77)***

97,27±7,09

(99,62)***

96,49±5,31

(98,77)***

94,79±5,88

(97,93)***

93,54±7,62

(96,49)***

90,22±9,54

(96,03)*

86,35±10,91

(88,39)

85,92±11,25

(87,74)

82,6±13,06

(83,97)

78,82±13,64

(79,38)

77,02±12,79

(75,97)

Lmean (beats)

3,46±0,95

(3,15)

56,69±41,99

(51,59)***

29,01±24,56

(21,83)***

17,12±12,89

(13,63)***

9,25±4,06

(8,98)***

11,9±15,36

(7,15)***

7,36±4,28

(5,98)***

6,06±2,89

(5,54)***

5,04±2,56

(3,92)

5,04±2,75

(3,96)

4,59±2,39

(3,52)

3,91±1,41

(3,57)

3,72±1,69

(3,25)

Ent 1,54±0,59

(1,46)

4,34±0,75

(4,16)***

3,64±0,69

(3,81)***

3,62±1,63

(3,63)***

2,81±2,92

(5)***

2,63±0,67

(2,69)***

2,50±0,64

(2,47)***

2,27±0,63

(2,35)***

2,02±0,62

(1,85)

1,99±0,65

(1,86)

1,87±0,64

(1,67)

1,75±0,59

(1,69)

1,60±0,48

(1,52)

Lam (%) 1,17±2,56

(0,72)

0,99±0,01

(1)***

0,99±0,03

(1)***

0,96±0,13

(0,99)***

0,97±0,07

(0,99)***

0,95±0,07

(0,98)***

0,92±0,14

(0,97)**

0,88±0,14

(0,97)*

0,81±0,21

(0,87)

0,79±0,22

(0,86)

0,72±0,24

(0,72)

0,66±0,28

(0,67)

0,66±0,24

(0,66)

TT 3,3±0,95

(2,83)

101,50±87,12

(82,03)***

41,54±34,18

(32,33)***

25,53±22,02

(19,77)***

13,24±6,52

(13,28)***

11,83±11,58

(8,73)***

9,37±7,20

(6,42)***

7,3±4,12

(6,26)*

5,75±4,12

(3,75)

5,68±4,46

(3,62)

4,98±3,69

(3,26)

3,96±2,06

(3,34)

3,9±2,48

(3,34)

RMSSD: raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos R-R normais adjacentes; pNN50: porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferença de duração maior que 50ms; SD1: desvio-padrão da variabilidade instantânea batimento-a-batimento; SD2: desvio-padrão a longo prazo de intervalos R-R contínuos; LF: componente de baixa frequência - low frequency; HF: componente de alta frequência - high frequency; RR: taxa de recorrência; Det: determinismo; Lmean:

comprimento médio das linhas verticais; Ent: entropia; Lam: laminaridade; TT: trapping time; *** p<0,001, ** p<0,01 e * p<0,05 em relação aos valores basais.

Page 43: Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de ... · 2 Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de análise da função autonômica: revisão de literatura

43

DISCUSSÃO

Foi observada existência de relação elevada e significante entre

concentração de lactato sanguíneo e a variável VFCc. Os dados permitem

considerar SD2, Lam, Ent, TT, HF, LF/HF, Lmean e LF como os índices mais

contributivos dentro da VFCc, devido aos seus valores de carga canônica.

A maioria dos índices apontados pelas cargas canônicas mais elevadas é

analisada no domínio do caos (Lam, Ent, TT, Lmean e SD2). Isso pode sugerir

que, os métodos não lineares são mais sensíveis para análise da VFC na

recuperação pós-exercício. Neste contexto, Thiel et al. [32] descrevem os

métodos não lineares como os mais adequados para analisar sinais elétricos

não-estacionários e, Acharya et al. [1] mencionam a importância do domínio do

caos, para análise da VFC, por representar a dinâmica das complexas interações

em sistemas orgânicos.

Sobre o processo de recuperação, no âmbito metabólico, observa-se que

ocorre restauração significante dos valores de concentração de lactato no

período compreendido entre 61 e 70 minutos após o término do exercício.

Resultados semelhantes foram verificados por Burnler et al. [4], cujos achados

demonstram rápido declínio lactacidêmico na primeira hora após a atividade,

porém com manutenção de valores estatisticamente superiores aos de pré-

exercício.

Em relação aos índices de VFC analisados, observa-se que LF/HF e SD2

apresentam recuperação significante, acima de 50 minutos após o exercício. O

primeiro caracteriza o balanço simpato-vagal sobre o coração [24] e, no estudo

de Casties et al. [5], atingiu valores que não diferiam do basal aos 40 minutos da

recuperação, após ter sofrido redução durante o exercício. Os valores de SD2,

Page 44: Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de ... · 2 Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de análise da função autonômica: revisão de literatura

44

que representam a modulação simpática e parassimpática [23], acompanharam a

dinâmica de recuperação do índice LF/HF, já que o aumento da variabilidade

global depende da restauração da condição simpato-vagal.

Os valores de LF indicam recuperação significante no período

compreendido entre 61 e 70 minutos do fim do exercício, como também

observado, e já descrito, sobre o lactato sanguíneo. Este índice de VFC reflete,

segundo Javorka et al. [16], a atividade simpática predominantemente. Tal

achado pode estar relacionado à integração fisiológica e autonômica destacada

por Ba et al. [3], que mencionam o lactato como estimulante do sistema

simpático, atribuindo à lactacidemia aumentada o retardo na recuperação do

SNA.

Os índices, HF, RR, Det, Lmean, Ent, Lam e TT, se recuperam no período

entre 71 e 80 minutos. O HF, que representa a modulação parassimpática,

demonstra recuperação da atividade deste ramo do SNA, inibido durante a

realização do exercício [16]. Tal condição também é descrita por Terziotti et al.

[31], que sugerem restabelecimento do controle autonômico uma hora após o

esforço. Ocorre, no entanto, que os autores utilizaram intensidades inferiores à

empregada no presente estudo, podendo ser este o motivo da diferença no

tempo de recuperação.

A observação dos índices não lineares durante o período de recuperação,

após esforço de elevada intensidade, permite constatar perda da complexidade

do SNA. O processo de recuperação deste sistema ocorre de maneira gradual,

retornando a valores que não diferem significantemente em relação ao basal

entre 71 e 80 minutos pós-exercício.

Heffernan et al. [12] sugerem que a retirada vagal é mais importante para

Page 45: Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de ... · 2 Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de análise da função autonômica: revisão de literatura

45

a modulação não-linear que o tônus simpático. Porém, deve-se atentar ao fato de

que os índices analisados no domínio do caos não permitem distinção exata da

contribuição dos ramos autonômicos sobre as flutuações não-lineares, como se

observa nos métodos lineares.

Ainda sobre o domínio do caos, no estudo de Casties et al. [5], foi

verificado que a dinâmica dos batimentos cardíacos se encontrou desorganizada

no inicio da recuperação. Os autores explicam que o momento pós-esforço de

elevada intensidade envolve o restabelecimento do controle vagal associada à

hiperpnéia residual, presente em decorrência da eliminação do lactato após o

exercício, atribuindo a estes eventos a manutenção de valores elevados nos

índices não-lineares durante a recuperação.

No período entre 81 e 90 minutos após o exercício, os índices RMSSD,

pNN50 e SD1, apresentam recuperação significante. Estes são representantes

da modulação vagal [2, 16] e coincidem no padrão de comportamento, com

redução no pós-exercício, e no intervalo de tempo até a recuperação. Tais

achados confirmam e complementam os resultados de Javorka et al. [16], devido

ao tempo de monitoração pós-exercício. Os autores, que observaram o

comportamento dos índices RMSSD e pNN50, após exercício a 70% da potência

máxima, também verificaram redução nos valores após o esforço e constataram

que 30 minutos de recuperação, observados em seu estudo, não foram

suficientes para restabelecimento da função parassimpática.

De maneira geral, observa-se que após 80 minutos de recuperação, todos

os índices de VFC se apresentaram restaurados, porém com valores ainda

acima dos encontrados em condições basais. Ao final dos 120 minutos de

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46

recuperação, todas as variáveis analisadas atingiriam valores medianos

próximos aos de pré-exercício.

Sobre a relevância da pesquisa, ressalta-se que a partir da busca

bibliográfica feita para realização deste estudo, não foi verificado

acompanhamento autonômico tão detalhado ao longo de duas horas após

exercício físico. A maior parte dos registros analisou apenas respostas imediatas,

por um período de 5 a 30 minutos [16, 17, 19, 24, 25], enquanto que Terziotti et

al. [31] e Seiler et al. [27] monitoraram a VFC durante 180 e 240 minutos,

respectivamente. No entanto, nestes estudos, os intervalos entre as análises

foram maiores. Terziotti et al. [31] analisaram momentos com até 120 minutos de

intervalos e Seiler et al. [27] variaram de 10 a 60 minutos entre uma mensuração

e outra.

Sobre o aspecto metodológico, deve-se enfatizar que, embora todos os

voluntários tenham sido classificados como fisicamente ativos, a partir do

questionário de atividade física (IPAQ), não foi possível garantir a especificidade

das atividades que os voluntários realizavam, caracterizando uma limitação, visto

que o nível e o tipo de atividade física praticada exercem influencia sobre o SNA

[19, 27]. Assim, sugere-se este ensaio para amostras que tenham rotinas de

atividades semelhantes.

Por fim, pode-se concluir que há relação entre concentração de lactato

sanguíneo e comportamento da VFC na recuperação pós-esforço, e que há a

necessidade de um período mínimo de, em média, 70 minutos para remoção de

lactato e 90 minutos para restauração do SNA após exercício de elevada

intensidade. Tais achados permitem apontar, como perspectivas futuras, a

exploração da VFC como ferramenta complementar no âmbito da prescrição de

Page 47: Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de ... · 2 Variabilidade da freqüência cardíaca como ferramenta de análise da função autonômica: revisão de literatura

47

exercício físico, incluindo o treinamento esportivo.

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52

CONCLUSÕES

Conclui-se, a partir do proposto que o estudo da VFC é uma importante

ferramenta para explorar o comportamento autonômico. Em síntese, descreve-

se a ampla possibilidade de uso, o custo-benefício com a aplicação da técnica

e a facilidade para aquisição de dados como pontos positivos para sua

utilização e que, dentre as diversas situações de uso, pode-se relacionar sua

aplicação a condições de exercício. Especificamente sobre a recuperação pós-

exercício, identifica-se relação entre concentração de lactato sanguíneo e

comportamento da VFC e, ainda neste âmbito, que há a necessidade de um

período mínimo de, em média, 60 minutos para remoção de lactato e 70

minutos para recuperação do Sistema Nervoso Autônomo após exercício de

elevada intensidade.

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25 Terziotti P, Schena F, Gulli G, Cevese A. Post-exercise recovery of autonomic

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Anexo I

Instruções aos autores – Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular

INSTRUÇÕES AOS AUTORES _ Informações aos Autores _ Informações Gerais _ Seções do Manuscrito Informações aos Autores

ISSN 0102-7638 versão impressa ISSN 1678-9741 versão online

Os trabalhos enviados para publicação na Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular – Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery – devem versar sobre temas relacionados à cirurgia cardiovascular e áreas afins. Todas as contribuições científicas são revisadas pelo Editor, Editores Associados, Membros do Conselho Editorial e Revisores Convidados e envolvem as seções de Artigos Originais, Editoriais, Revisões, Atualizações, Relatos de Casos, "Como–eu-Faço", Comunicações Breves, Notas Prévias, Experiência de Serviço, Correlação Clínico-Cirúrgica, Trabalho Experimental e Cartas ao Editor. A aceitação será feita baseada na originalidade, significância e contribuição científica. Todos os artigos, cartas e comunicações deverão ser encaminhados ao endereço acima. Os manuscritos devem ser enviados eletronicamente, em disquete, compact disk (CD) ou via Internet, para o endereço acima, ou para o e-mail [email protected], não esquecendo de colocar no campo Assunto (Subject) o nome do artigo. Os textos devem ser editados em Word e os gráficos, fotos, tabelas e ilustrações devem estar após o texto ou em arquivos separados. Figuras devem ter extensão jpeg e resolução mínima de 300dpi. Também cópias impressas do texto e ilustrações podem ser anexadas em eventual correspondência. Todos os artigos devem vir acompanhados por uma Carta de Submissão, indicando a Seção em que o artigo deva ser incluído (vide lista acima), declaração do autor e dos co-autores de que todos estão de acordo com o conteúdo expresso no trabalho, explicitando presença ou não de conflito de interesse e a inexistência de problema ético relacionado. Esta Carta deve ser obrigatoriamente enviada por fax (17-210-7045) ou correio. Para artigos com Publicação Duplicada, ver tópico específico. Norma: A Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular – Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery adota as normas de Vancouver - Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals, organizadas

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pelo International Committee of Medical Journal Editors – "Vancouver Group". (www.icmje.org) Avaliação pelos pares (peer review): Todos os trabalhos enviados à Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular serão submetidos à avaliação dos pares (peer review) por pelo menos três revisores selecionados entre os Editores Associados e os membros do Conselho Editorial. Os revisores responderão a um questionário no qual farão a classificação do manuscrito, sua apreciação rigorosa em todos os itens que devem compor um trabalho científico, dando uma nota para cada um dos itens do questionário. Ao final farão comentários gerais sobre o trabalho e informarão se o mesmo deve ser publicado, corrigido segundo as recomendações ou rejeitado definitivamente. De posse destes dados, o Editor tomará a decisão final. Em caso de discrepâncias entre os avaliadores, poderá ser solicitada uma nova opinião para melhor julgamento. Quando forem sugeridas modificações, as mesmas serão encaminhadas ao autor principal e em seguida aos revisores para estes verificarem se as exigências foram satisfeitas. Após a editoração os manuscritos serão enviados ao autor para que o mesmo verifique se o mesmo não contém erros. Todo o processo será realizado por via eletrônica e em cada fase serão exigidos prazos rigorosos de execução. Em caso de atraso, um novo avaliador será escolhido, o mesmo acontecendo se algum dele se recusar a analisar o trabalho. Em casos excepcionais, quando o assunto do manuscrito assim o exigir, o Editor poderá solicitar a colaboração de um profissional que não conste da relação os Editores Associados e Conselho Editorial para fazer a avaliação. Idioma: Os artigos devem ser redigidos em português (com a ortografia vigente) e em inglês. Para os trabalhos que não possuírem versão em inglês ou que esta seja julgada inadequada pelo Conselho Editorial, a revista providenciará a tradução com ônus para o(s) autor(es). A versão em inglês será publicada na íntegra no site da Scielo (www.scielo.br) permanecendo "online" à disposição da comunidade internacional, com links específicos no site da nossa sociedade, aqui no Brasil e no nosso site, que está hospedado na CTSNET (www.ctsnet.org) nos Estados Unidos da América do Norte. Pesquisa com seres humanos e animais: Os autores precisam citar no item Método que a pesquisa foi aprovada pelo Comissão de Ética em Pesquisa de sua Instituição, em consoante à Declaração de Helsinki – ver endereço eletrônico http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/helsin5.htm. Nos trabalhos experimentais envolvendo animais, as normas estabelecidas no "Guide for the Care and Use of Laboratory Animals" (Institute of Laboratory Animal Resources, National Academy of Sciences,Washington, D.C., 1996) e os Princípios éticos na experimentação animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) devem ser respeitados (www.meusite.com.br/COBEA/etica.htm). Informações Gerais Os artigos devem ser redigidos em processador de textos Word 97 ou superior (A 4); corpo 12; espaço 1,5; fonte Times New Roman; paginados e conter, sucessivamente:

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Versão em português a) título em português e inglês; b) nome completo dos autores; Instituição ou Serviço onde foi realizado o trabalho c) Resumo em português e inglês (máximo de 250 palavras, cada. Cem, cada, nos Relatos de Caso e "Como eu Faço"); d) Introdução; e) Método; f) Resultados; g) Comentários; h) Agradecimentos; i)Referências; j) Legendas das ilustrações k) Tabelas Seções do manuscrito Primeira página Deve conter o título do trabalho de maneira concisa e descritiva, em português e inglês, o nome completo dos autores e o nome e endereço da instituição onde o trabalho foi elaborado. A seguir o nome do autor correspondente, juntamente com o endereço, telefone, fax e e-mail. Se o trabalho foi apresentado em congresso, deve ser mencionado o nome do congresso, local e data da apresentação. Deve ser incluída a contagem de palavras. A contagem eletrônica de palavras deve incluir a página inicial, resumo, texto, referências e legenda de figuras. Segunda Página - Resumo O resumo deve ser estruturado em quatro seções: Objetivo, Método, Resultados e Conclusão(ões). Devem ser evitadas abreviações. O número máximo de palavras deve seguir as recomendações da tabela. Nos Relatos de Casos e Como-eu- Faço o resumo deve ser não-estruturado(informativo ou livre). Também devem ser incluídos de 3 a 5 descritores (palavras-chave), assim como a respectiva tradução para os Key-words (descriptors). Esses descritores podem ser consultados no endereço eletrônico: http://decs.bvs.br, que contém termos em português, espanhol e inglês ou www.nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês. Texto Deve ser dividido em Introdução, Métodos, Resultados e Discussão. As Referências devem ser citadas numericamente, por ordem de aparecimento no texto, entre colchetes. Se forem citadas mais de duas Referências em seqüência, apenas a primeira e a última devem ser digitadas, sendo separadas por um traço (Exemplo: [6-9]). Em caso de citação alternada, todas as referências devem ser

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digitadas, separadas por vírgula (Exemplo: [6,7,9]).As abreviações devem ser definidas na primeira aparição no texto. Agradecimentos Devem vir após o texto. Referências De acordo com as Normas de Vancouver, as referências devem ser numeradas seqüencialmente conforme aparição no texto. As referências não podem ter o parágrafo justificado, e sim alinhado à esquerda. Comunicações pessoais e dados não publicados não devem ser incluídos na lista de referências, mas apenas mencionados no texto e em nota de rodapé na página em que é mencionado. Citar todos os autores da obra se forem seis ou menos ou apenas os seis primeiros seguidos de et al. Se forem mais de seis. As abreviações das revistas devem estar em conformidade com o Index Medicus/ MEDLINE. Exemplos: Artigo de Revista 1. Sader AA, Carneiro JJ, Vicente WVA, Rodrigues AJ, Sader SL. Implante subvalvar do anel da prótese no tratamento cirúrgico dos aneurismas da aorta ascendente. Rev Bras Cir Cardiovasc 1997;12:248-53. Instituição como Autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand. Clinical exercise stress testing. Safety and performance guidelines. Med J Aust 1996;116:41-2. Sem indicação de autoria Cancer in South Africa. [editorial]. S Af Med j 1994;84-15. Capítulo de Livro 1. Mylek WY. Endothelium and its properties. In: Clark BL Jr, editor. New frontiers in surgery. New York: McGraw-Hill; 1998. p.55-64. Livro 1. Nunes EJ, Gomes SC. Cirurgia das cardiopatias congênitas. 2a ed. São Paulo: Sarvier;, 1961. p.701. Tese 1. Brasil LA. Uso da metilprednisolona como inibidor da resposta inflamatória sistêmica induzida pela circulação extracorpórea [Tese de doutorado]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, 1999. 122p. A EPM virou Universidade em 20 de dezembro 1994, de lá para cá se faz necessário colocar Unifesp e EPM.

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Devem ser numeradas por ordem de aparecimento no texto, conter um título e estar em páginas separadas. As tabelas não devem conter dados redundantes já citados no texto. Devem ser abertas nos lados e com fundo totalmente branco. Abreviações usadas nas tabelas devem ser explicadas na legenda em ordem alfabética (veja exemplo abaixo). As tabelas e figuras somente serão publicadas em cores se o autor concordar em arcar com os custos de impressão das páginas coloridas. Os manuscritos passam a ser propriedade da Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular – Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery – não podendo ser reproduzidos sem consentimento por escrito do Editor. Os trabalhos aprovados e publicados na RBCCV não serão devolvidos aos autores. Aqueles não aprovados serão sistematicamente devolvidos. Para a reprodução de qualquer material já previamente publicado ou disponível na mídia eletrônica (incluindo tabelas, ilustrações ou fotografias), deve ser anexada carta com permissão por escrito do Editor ou do detentor do copyright. Artigos Duplicados A convenção de Vancouver estabelece que artigos duplicados, no mesmo ou outro idioma, especialmente em países diferentes, podem ser justificáveis e mesmo benéficos. Assim, artigos publicados por autores brasileiros em revistas científicas de outros países poderão ser aceitos, se o editor considerar a relevância e a necessidade. Em nota de rodapé na primeira página da segunda versão deverá informar aos leitores, pesquisadores que o artigo foi publicado integralmente ou em parte e apresentar a referência da primeira publicação. A nota deve conter "Este artigo está baseado em estudo previamente publicado em (título da revista com referência completa)". Limites por tipo de artigo Visando racionalizar o espaço da revista e permitir maior número de artigos por edição, devem ser observados os critérios abaixo delineados por tipo de publicação. A contagem eletrônica de palavras deve incluir a página inicial, resumo, texto, referências e legenda de figuras. Os títulos têm limite de 100 caracteres (contando-se os espaços) para os artigos originais e de 80 caracteres (contando-se os espaços) para as demais categorias. Verifique antes de enviar o trabalho - Carta de submissão indicando a categoria do manuscrito;

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- Declaração do autor e co-autores de que concordam com o conteúdo do manuscrito; - Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética da Instituição; - Manuscrito redigido em processador de texto Word 97 ou superior (formatado para A 4); corpo 12; espaço 1,5; fonte Time News Roman; paginado; - Manuscrito dentro dos limites adotados pela RBCCV para a sua categoria

© 2009 Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, 1505 15091-450 São José do Rio Preto SP Brasil

Tel./Fax: +55 17 210-7000 [email protected]

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Anexo II

Instruções aos autores – International Journal of Sports Medicine

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