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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Geraldo Mendes Gutian Júnior Geraldo “Análise da Variabilidade da Freqüência Cardíaca em Indivíduos Revascularizados submetidos a um Teste de Potência Anaeróbia” São José dos Campos, SP 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Geraldo Mendes Gutian Júnior

Geraldo

“Análise da Variabilidade da Freqüência Cardíaca em Indivíduos Revascularizados submetidos a um Teste de Potência Anaeróbia”

São José dos Campos, SP

2006

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Geraldo Mendes Gutian Júnior

Geraldo Mendes

“Análise da Variabilidade da Freqüência Cardíaca em Indivíduos Revascularizados submetidos a um Teste de Potência Anaeróbia”

Dissertação apresentada no

Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Aléxis Lazo Osório.

São José dos Campos, SP 2006

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“Nada detém um homem que quer chegar lá. Os obstáculos que surgem

servem apenas para aumentar sua capacidade de realização, e o tornam

mais forte para alcançar o que quer que seja”.

ERIC BUTTERWORTH

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Dedicatória

Dedico essa dissertação primeiramente a Deus.

Aos meus pais, que eu amo muito e sempre me apoiaram e me incentivaram em todos os momentos da minha vida. Aos meus irmãos Rafael e Diogo, que sempre me confortavam com palavras de incentivo. A minha noiva Joicy, pela demonstração de carinho, amor e paciência durante esta jornada.

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Agradecimentos

• Ao meu orientador Prof. Dr. Rodrigo Osório, por ter me orientado durante a

pesquisa.

• Ao Prof. Dr. Alderico Rodrigues de Paula, por ter me ajudado a entender as

configurações do Matlab.

• Ao Prof. Leandro Kawaguchi, por ter fornecido artigos sobre variabilidade

da freqüência cardíaca.

• Ao acadêmico do quinto ano de Engenharia Biomédica Walter Andres, por

ter me ajudado a interpretar os dados da modulação autonômica.

• A Escola Paulista de Medicina por ter emprestado o material necessário

para a realização dos testes.

• Ao Prof. Carlos Aquiles Yañes, da Escola Paulista de Medicina, por ter

ajudado á organizar o protocolo do teste.

• A Tenente Andréa Monteiro, da Academia Militar das Agulhas Negras, por

ter ajudado com muita disposição nos dados estatísticos.

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Outros Agradecimentos

A Fabiano Barros, Simone Aparecida, Emmelin Monteiro, Aline Nascimento,

Wellington Ribeiro, Daniela Marin, Renato Aparecido, Alexandre Souza,

Regiane Duarte, Ronildo Martins, Luiz Vicente Oliveira, Cristina Pacheco,

Nilton Soares, Rui Prado, André Luiz Cavalheiro, José Luiz Souza, Renato

Halfeld, Patrícia Luciene, Marcos Guimarães, Luz Alba, Lauro Boechat, Elenice

Ferreira, Daniele Nicolau, Shirley Pires, Thais Helena, Darcy Neto, Glauco

Fonseca, Ângela Mirabet, Gláucia Henriques, Ângela Bersot, Melina Braga,

Fabrício Duarte, Danillo Barbosa, Alisson Brás, Ênio Farias, André Luiz de

Toledo e a todos os professores que participaram da minha formação.

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Resumo

O objetivo desse estudo foi analisar o comportamento da modulação

autonômica antes, durante e após o Teste de Wingate Modificado (WanTM),

através da analise da VFC. Participaram 6 voluntários na faixa etária entre 40 e 70

anos, pós revascularização do miocárdio (angioplastia e/ou cirurgia), submetidos a

treinamento supervisionado no mínimo de 10 a 14 meses. Usamos o seguinte

protocolo divididos em 5 fases: 1) Fase Repouso (FR): 180 segundos; 2) Fase

Submáxima(FS): 30 segundos; 3) Fase Máxima(FM): 30 segundos; 4) Fase

Recuperação Ativa(FRA): 120 segundos e; 5) Fase Recuperação Passiva(FRP):

180 segundos. Para o teste WanTM, selecionamos a carga de 3,75% do peso

corporal para todos os voluntários. Para analisar a VFC utilizamos os parâmetros:

MNN, SDNN,RMSSD e PNN50. Os resultados observados do grupo de acordo

com o parâmetro RMSSD, revelou que somente na fase de repouso do protocolo

do teste o grupo permaneceu com presença vagal e durante todas as outras fases

em depressão vagal. Entretanto ao analisar o PNN50 foi observado que o grupo

estava em presença vagal média durante todas as fases do protocolo do teste,

porém não houve diferença estatisticamente significante (p> 0,05) entre as fases.

Portanto podemos dizer que todos os indivíduos tiveram um perfil semelhante na

resposta autonômica ao WanTM confirmadas pelos parâmetros estudados na

analise da VFC no domínio do tempo. Assim, também podemos concordar com

achados na literatura, que existem algumas variáveis tais como efeitos

farmacológicos, tempo de treinamento físico e fatores de risco que influenciam

direta e indiretamente, sobre a modulação vagal, alterando a VFC.

Palavras-chaves: Modulação autonômica. Teste de Wingate. Revascularização

do miocárdio. Variabilidade da freqüência cardíaca

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ABSTRACT

The objective of this study was to analyze the behavior of the heart autonomic

modulation before, during and after the Wingate Modified Test (WanTM) analyzing

the Heart Rate Variability (HRV). The following protocol divided into five phases

was applied to six volunteers after revascularization of the myocardium

(angioplasty and/or surgery bypass) having the age between 40 and 70 year-old

and submitted to a supervised training for at least 10 to 14 months: (1) Rest Phase

(FR): 180 seconds; (2) Submaximum Phase (FS): 30 seconds; (3) Maximum

Phase (FM): 30 seconds; (4) Active Recovery Phase(FRA): 120 seconds and (5)

Passive Recovery Phase (FRP): 180 seconds. A load of 3,75% of the corporal

weight was selected for all the volunteers. The parameters: MNN, SDNN, RMSSD

and PNN50 were selected for all the volunteers. The observed results related to

the parameter RMSSD indicated the predominance of the vagal behavior during

the rest phase and a predominance of vagal depression during all the other

phases. Analyzing the parameter PNN50, a vagal predominance was observed

during all the phases of the protocol, however no statistical significant difference (p

>0,05) was noted among the phases. Therefore, one can concluded that all the

volunteers had a similar autonomic profile when submitted to the WanTM

confirmed by the observed parameters in the time domain. The results agree with

the findings in literature indicating the modification of the autonomic modulation

due to pharmacological effects, physical training and other risk factors.

Keywords: Autonomic modulation, Test of Wingate, Revascularization of the

myocardium, Heart Rate Variability.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................1

1.1 Objetivos.................................................................................................................2

1.2 Justificativa.............................................................................................................2

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................4

2.1 Revascularização do Miocárdio................................................................4

2.1.1 Histórico..................................................................................................4

2.1.2 Angioplastia Transluminal Coronária...................................................5

2.1.3 Cirurgia de Revascularização do Miocárdio........................................7

2.2 Variabilidade da Freqüência Cardíaca....................................................10

2.2.1 Mecanismos de Controle Autônomo...................................................10

2.2.2 Métodos de estudos da Variabilidade da Freqüência Cardíaca.......14

2.3 Metabolismo Anaeróbio..........................................................................18

2.4 O Teste de Wingate.................................................................................20

3..MATERIAL E MÉTODOS............................................................................23

3.1 CASUÍSTICA.............................................................................................23

3.2 PROTOCOLOS.........................................................................................23

3.2.1 Generalidades.......................................................................................23

3.2.2 Idade......................................................................................................24

3.2.3 Estatura................................................................................................24

3.2.4 Peso......................................................................................................24

3.2.5 Protocolo de indicações para 24 horas antes do teste..................24

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO...........................................25

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3.4 VARIÁVEIS DOS VOLUNTÁRIOS REVASCULARIZADOS...............26

3.5 METODOLOGIA DO TESTE DE WINGATE.........................................27

3.5.1 Aquecimento....................................................................................27

3.5.2Características do Teste de Wingate..............................................28

3.6 VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA..............................29

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA.....................................................................30

4. RESULTADOS........................................................................................31

4.1 Dados dos voluntários estudados (variáveis independentes).......31

4.2 Resultados do Teste de Wingate (variáveis dependentes)...............32

4.3 Análise dos resultados dos voluntários no domínio do tempo......33

4.3.1 Análise dos resultados do parâmetro MNN...................................33

4.3.2 Análise dos resultados do parâmetro SDNN.................................36

4.3.3 Análise dos resultados do parâmetro RMSSD...............................38

4.3.4 Análise dos resultados do parâmetro PNN50................................40 4.4 PORCENTAGENS DE INTENSIDADE DO TESTE COM E SEM BETA BLOQUEADOR, RECUPERAÇÃO E ÍNDICE DE FADIGA............................42 4.5 FREQUÊNCIA CARDÍACA DE ESFORÇO MÁXIMO...........................43 5. DISCUSSÃO............................................................................................44

5.1 Teste de Wingate, Intensidade do Exercício e Variabilidade da Freqüência Cardíaca......................................................................................44 5.2 Fases do protocolo a resposta individual dos voluntários no teste.. ......................................................................................................................46

5.3 Alguns fatores que influenciam na VFC............................................52 5.4 Reabilitação e a Análise da Variabilidade da Freqüência Cardíaca....

....................................................................................................................56

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6. CONCLUSÃO.........................................................................................59

BIBLIOGRAFIA........................................................................................61

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO EM PESQUISA.................68

ANEXO B - QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA......................71

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LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS UTILIZADAS

ADP – Adenosina Difosfato

ATC – Angioplastia Transluminal Coronária

ATP – Adenosina Trifosfato

CP - Fosforeatina

DT – Domínio do tempo

ECG – Eletrocardiograma

FEVE – Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo

FC – Freqüência Cardíaca

FCR – Freqüência Cardíaca de Repouso

Hz – Hertz

IAM – Infarto Agudo do Miocárdio

IECA – Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina

IRR – Intervalos RR

Matlab – Ambiente para processamento de sinais e cálculo de matrizes

MAPA – Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial

MmHg – Milímetro de mercúrio

MNN – Média dos intervalos RR

ms – Milissegundos

PA – Pressão Arterial

PNN50 – Porcentagem dos intervalos RR á cada 50 milissegundos

RM – Revascularização do Miocárdio

RMSSD – Raiz quadrada média das diferenças sucessivas entre os intervalos

RR normais adjacentes

SDNN – Desvio padrão dos intervalos RR

SNA – Sistema Nervoso Autônomo

VE – Ventrículo Esquerdo

VFC – Variabilidade da Freqüência Cardíaca

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais

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WantM – Teste de Wingate Modificado

W - Watts

W.Kg-1 – Watts multiplicado por quilo elevado à menos um

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LISTA DE TABELAS

Tabela A – Variáveis dos Voluntários Revascularizados........................................26

Tabela 1 – Características Físicas e Variáveis dos Voluntários........................................31

Tabela 2 – Valores de Potência Máxima Absoluta, Máxima Relativa, Média Absoluta,

Média Relativa e Índice de Fadiga Real...............................................................................32

Tabela 3 - Comparação dos parâmetros entre as fases do protocolo..................33

Tabela 4 - Valores médios e desvios padrão dos intervalos RR (MNN E SDNN),

em milisegundos, dos voluntários durante as diferentes fases do teste............38

Tabela 5 - Valores médios e desvios padrão dos RMSSD (em milisegundos) dos

voluntários nas diferentes fases do teste .........................................................40

Tabela 6 - Valores médios e desvios padrão dos PNN50 ( %) dos voluntários nas

diferentes fases do teste...................................................................................42

Tabela 7 - Porcentagens de intensidade do teste com beta-bloqueador(BB),

recuperação e índice de fadiga dos voluntários..............................................43

Tabela 8 - Porcentagem da Freqüência Cardíaca de Esforço Máximo (FCEM%) de cada voluntário...............................................................................................44

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Valores médios do intervalo RR (MNN) com seus respectivos desvios

padrão na mesma escala no grupo de voluntários................................................35

Gráfico 2 – Média dos intervalos RR (MNN) de cada voluntário durante as fases do

protocolo................................................................................................................36

Gráfico 3 – Valores médios do parâmetro SDNN com seus respectivos desvios

padrão na mesma escala no grupo de voluntários................................................37

Gráfico 4 – Média do parâmetro SDNN de cada voluntário durante as fases do

protocolo.

Gráfico 5 - Valores médios do parâmetro RMSSD na mesma escala no grupo de

voluntários.

Gráfico 6 – Média do parâmetro RMSSD de cada voluntário durante as fases do

protocolo.

Gráfico 7 - Valores médios do parâmetro PNN50 com seus respectivos desvios

padrão na mesma escala no grupo de voluntários.

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1. INTRODUÇÃO

A medida da Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC) tornou-se uma

ferramenta extensamente utilizada por avaliar o funcionamento autonômico

cardiovascular de forma não invasiva em várias situações fisiológicas, como por

exemplo utilização de substâncias farmacológicas (RIBEIRO et al, 1991;

MONTANO et al, 1998; STEIN et al, 2002), em posições de decúbitos

(PIKKUJÃMSÃ et al, 2001) e na manobra de valsalva (JUNQUEIRA Jr, 1991).

Durante o exercício anaeróbio, existem poucas pesquisas de análise da

VFC e posteriormente, do comportamento do sistema nervoso autônomo e suas

respostas durante e após a atividade física. Nesse contexto, os estudos das

repostas ao exercício físico são particularmente úteis, por permitirem uma

aplicação de diferentes níveis de estresse, quantificáveis de carga de trabalho ou

das repercussões nas respostas metabólicas (TASK FORCE, 1996).

A atividade física revela-se do ponto de vista fisiológico extremamente

complexo, porque envolve uma interação de todos os sistemas que compõem o

organismo vivo, tais como o neuromuscular, o cardiorrespiratório, o termo-

regulador, o hormonal, sistemas tampões, amplificações de sinais, ativadores

(excitadores) ou inibidores e tantos outros, atuando ininterruptamente em nível

central e periférico, objetivando a condição de equilíbrio favorável à fisiologia

humana, modificado pelo fator do estresse físico (ROWELL, 1986; GALLO Jr et al,

1990; SAUL, 1990).

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1.1 OBJETIVOS

O propósito do estudo foi realizar o teste de potência anaeróbia em

indivíduos revascularizados para avaliar a resposta do sistema nervoso autônomo

(SNA) antes, durante e após o exercício, através da análise da Variabilidade da

Freqüência Cardíaca (VFC).

1.2 JUSTIFICATIVA

Analisando estes fatos, resolveu-se realizar um estudo com indivíduos

revascularizados, analisando a Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC) antes

e após a um teste de potência anaeróbica. O teste anaeróbico escolhido foi o

Teste de Wingate, realizado em cicloergômetro com o membro inferior. A

resistência de pedalagem depende da massa corporal (resistência de 0,0035 kg

por quilograma de peso corporal, lembrando que o teste foi modificado para os

pacientes com a metade da carga do protocolo original do Teste de Wingate), que

foi colocada dentro de 3 segundos após a inércia inicial (GORDON et al, 1997). A

potência máxima é a maior potência mecânica gerada a qualquer período de 3 a 5

segundos do teste.(FAYH et al, 2003).

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Durante o exercício anaeróbio, existem poucos estudos envolvendo à

análise da VFC e posteriormente, do comportamento do sistema nervoso

autônomo e suas respostas durante e após a atividade física intensa e seu

desempenho anaeróbio. Durante as atividades de vida diária, há a necessidade da

realização de movimentos com grande potência, instantaneamente ou em poucos

segundos (Bar-Or, 1987; INBAR et al., 1996). Nesse contexto, os estudos das

repostas ao exercício físico são particularmente úteis, por permitirem uma

aplicação de diferentes níveis de estresse, quantificáveis através da carga de

trabalho ou das repercussões nas respostas metabólicas.

Franchini et al, (1999), estudaram a influência da potência e da capacidade

aeróbia sobre o desempenho em uma tarefa anaeróbia intermitente (4 séries de

Wingate para membros superiores com intervalo de três minutos entre as séries).

Eles concluíram que os indivíduos com maior condicionamento aeróbio pode

auxiliar no desempenho de exercícios intermitentes anaeróbios.

Recentemente, a análise da VFC, trouxe possibilidades reais de

observação e compreensão dos mecanismos do controle do ritmo cardíaco em

situações fisiológicas e patológicas. A VFC é definida como a variação que ocorre

entre batimentos cardíacos sucessivos em ritmo sinusal. (RIBEIRO; BRUM;

FERRARIO, 1992).

A análise da VFC reflete a influência autonômica sobre o coração, que

consiste na análise da variabilidade dos intervalos RR. (IRIGOYEN; CONSOLIM-

COLOMBO; KRIEGER, 2001).

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Revascularização do Miocárdio

2.1.1 Histórico

As técnicas cirúrgicas para tratamento da angina do peito tiveram início há

mais de 60 anos na tentativa de melhorar o fluxo sangüíneo miocárdico. No

entanto, apenas no início da década de 60, com o desenvolvimento da

cinecoronariografia por Sones Jr. e Shiire (1962), pôde-se definir as lesões

anatômicas que serviram de base para as operações de revascularização do

miocárdio atual. No final dos anos 60, Favaloro et al., 1969 e Effler et al., 1968

iniciaram a revascularização do miocárdio (RM) utilizando um segmento da veia

safena interposta entre aorta ascendente e artéria coronária, cuja técnica foi

publicada por Favaloro (1969). Green et al.(1968,) realizaram a primeira

revascularização direta do miocárdio usando a artéria torácica interna esquerda

como enxerto. Com a padronização da técnica e a melhora clínica precoce,

rapidamente as intervenções nas artérias coronárias passaram a ser utilizadas em

todo o mundo.

O emprego de enxertos arteriais das cirurgias de revascularização do

miocárdio, apesar de ser uma preocupação antiga, perdeu espaço para as

cirurgias de pontes de safena, popularizadas pelo argentino René Favaloro, na

Cleaveland Clinic (USA), principalmente pelo duvidoso argumento de melhor fluxo

coronariano propiciado pelos enxertos venosos. Entretanto, estudos retrospectivos

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e prospectivos mostraram a incrível superioridade em permeabilidade à longo

prazo, dos enxertos de artéria mamária interna (a torácica interna) comparados às

pontes de safena, com índices de 90% contra 30% de potência, respectivamente,

em 10 anos. A razão de um índice de falência tão elevado, dos enxertos venosos

comparados aos dos enxertos arteriais, está no fato de que as veias não estão

adaptadas anátomo - funcionalmente para circulação de alta pressão,

desenvolvendo a médio e longo prazo, alterações degenerativas em sua camada

média (elástica) e conseqüente obstrução. Diferentemente, os enxertos arteriais

adaptados a regime de tensão arterial sistêmica, as custas de camada média

muscular, exibem desempenho superior. (CARRANZA ,1998).

Como forma alternativa de revascularização miocárdica, a angioplastia

transluminal coronária (ATC) passou a ser aplicada a partir do final de 1977,

quando foi realizada pela primeira vez, por Andréas Gruentzig, e introduzida no

nosso país em fins de 1979. (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 1995)

2.1.2 Angioplastia Transluminal Coronária (ATC)

O objetivo principal da ATC é aliviar a estenose do vaso, restaurando a

normalidade do fluxo, para debelar a isquemia miocárdica e seus sintomas, e

evitar a sua oclusão. A estenose coronária (lesão) é significativa quando excede

em 50% do diâmetro do vaso normal. (DIRETRIZES DA SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,1995).

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A ATC está indicada quando uma ou mais artérias estão bloqueadas pelo

estreitamento localizado, resultante do acúmulo de colesterol (a chamada placa

aterosclerótica) diluindo assim o fluxo de sangue e oxigênio para o músculo

cardíaco. Quando essa obstrução é parcial o doente desenvolve o que se chama

de angina de diversas características, por outro lado quando a obstrução é

completa e não existe o que se chama de circulação colateral o doente

desenvolve um quadro de Infarto agudo do miocárdio.

A angioplastia coronária está indicada em ambas as situações. A

angioplastia coronária é realizada sob anestesia local, no laboratório de

hemodinâmica. A angioplastia coronária é realizada com o auxílio de um delicado

e sofisticado catéter-balão, disponíveis em diversos diâmetros e comprimentos, na

dependência do tamanho e extensão da placa aterosclerótica, que é posicionado

no local da lesão obstrutiva. A seguir este balão é expandido (insuflado) sob

pressão (que também é variável, dependendo das características da placa)

"esmagando" assim a placa contra as paredes do vaso, desobstruindo a artéria e

permitindo que o fluxo sanguíneo retorne ao normal.

Trata-se de um tratamento extremamente seguro e eficiente, onde as

complicações graves ocorrem na ordem de 2 a 3%. Entretanto se essas

complicações ocorrerem, há que se estar preparado para resolve-las. Em função

desta percentagem pequena de complicações é que a angioplastia coronária, em

hospitais é sempre realizada com uma equipe cirúrgica em "stand by". Nestes

casos é possível em um curto espaço de tempo (aproximadamente 15 minutos) se

iniciar e realizar uma cirurgia de revascularização miocárdica com a realização de

pontes de safena e/ ou mamária.

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Em um número ainda significativo de casos (cerca de 30 %) pode ocorrer o

que se chama de reestenose, ou seja a obstrução retorna na mesma localização

anterior, geralmente no período entre 3 e 6 meses após a realização da

angioplastia, e que poderá ser tratada com nova angioplastia "convencional" ou

ainda com nova angioplastia com implante de uma prótese endovascular "stent",

que impede a reestenose, com maior segurança.

Em 1987, foi descrito pela primeira vez o uso de stents em seres humanos.

A técnica de angioplastia com stent funciona assim: Identificada a área obstruída,

coloca-se um cateter. Há um balão vazio nesse fio, que é inflado no local de

bloqueio, esmagando as placas que provocaram o entupimento. O stent (tela de

aço inoxidável) acompanha o balão e consegue aumentar a eficácia do

procedimento. Além de esmagar a placa de obstrução, o balão, quando cheio,

monta o stent que cola na parede interna da artéria e impede que esta se feche.

(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,1995).

2.1.3 Cirurgia de Revascularização do Miocárdio

A cirurgia de revascularização do miocárdio tem um efeito positivo e

benéfico em portadores de angina não-responsiva à tratamento clínico, mesmo

quando há lesão coronária de uma única artéria. Existe, comprovadamente, um

prolongamento da vida em pacientes com lesão de tronco de coronária esquerda e

em pacientes com lesão de 3 vasos que são revascularizados cirurgicamente; o

efeito benéfico é mais pronunciado em pacientes portadores de disfunção

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ventricular ou de isquemia de surgimento aos pequenos esforços. (DIRETRIZES

DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,1995).

A melhora dos sintomas isquêmicos é conseguida em 80 a 90% dos

pacientes. O uso da artéria mamária interna está associado a um índice de

patência de 90 % após 10 anos, se comparado com à veia safena (patência de

40% em 10 anos).

O risco da cirurgia de revascularização do miocárdio inclui uma mortalidade

operatória de 1 a 4% (em pacientes sem disfunção ventricular expressiva) e de

infarto transoperatório de 5 a 10%. Aproximadamente 15 a 20% dos enxertos

fecham no primeiro ano; nos próximos 5 anos, a porcentagem de oclusão é de 2%

ao ano, e subsequentemente, 4% ocluem ao ano. Em pacientes com angina muito

grave ou isquemia que surge aos mínimos esforços, a cirurgia de revascularização

do miocárdio pode estar indicada até mesmo em casos em que não haja doença

trivascular. (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA,1995).

As indicações cirúrgicas de Revascularização do miocárdio estão

enumeradas abaixo, segundo o Departamento de Cirurgia da Faculdade de

Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG):

• Pacientes muito sintomáticos que apresentam intolerância aos

medicamentos usados no tratamento.

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• Alívio de quadro anginoso não controlado por terapêutica medicamentosa

máxima, especialmente quando há comprometimento da qualidade de vida

do paciente

• Pacientes que apresentam lesões importantes que não sejam passíveis de

tratamento com angioplastia e/ou com a colocação de stent.

• No infarto agudo do miocárdio, para revascularização precoce e limitar o

tamanho do infarto; na angina persistente pós-infarto, para tratar outras

lesões que não sejam as causadoras do infarto; no tratamento das

complicações do infarto (ex: CIV, insuficiência mitral aguda, ruptura da

parede ventricular) e no choque cardiogênico

• Na angina instável e no infarto sem Q, após terapêutica médica máxima,

especialmente em artéria coronária esquerda, portadores de valvopatias

associadas, portadores de lesões vasculares associadas, pacientes em

fase aguda do infarto do miocárdio, pacientes com complicações pós-infarto

como comunicação inter-ventricular e insuficiência mitral aguda, pacientes

com disfunção grave do ventrículo esquerdo).

Em situações de lesão isolada de artéria coronária direita ou da artéria

circunflexa, a avaliação de cada caso deve ser feita em separado; em situações

nas quais a artéria seja de grande importância, irrigando área extensa do

miocárdio, e com lesões que não sejam passíveis de tratamento em laboratório de

hemodinâmica, poderá estar indicada a cirurgia de revascularização miocárdica.

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2.2 Variabilidade da Freqüência Cardíaca

2.2.1 Mecanismos de Controle Autônomo

O reconhecimento das variações da freqüência do pulso remonta à

antiguidade e a primeira observação de que a freqüência cardíaca(FC) e a

pressão arterial(PA) variam batimento a batimento data do século XVIII e foi

efetuada por Stephens Hales que, pela primeira vez, efetuou a medição

quantitativa da pressão arterial. Esse autor verificou existir uma correlação entre o

ciclo respiratório e o intervalo, interbatimentos e a pressão sistólica. Os indivíduos

normais têm uma variação fisiológica nos intervalos interbatimentos em fase com

os ciclos respiratórios. Esta arritmia sinusal tem sido considerada como sinal de

um sistema cardiovascular saudável e é mais acentuada nos jovens e nos

desportistas.(LONGO ; FERREIRA ; CORREIA , 1995).

O sistema nervoso autônomo produz uma variação batimento a batimento

no ritmo cardíaco cuja valorização, como parâmetro fisiológico, tem sido

reconhecida somente na última década. Vários trabalhos têm demonstrado que a

diminuição da VFC pode ser um indicador prognóstico não-invasivo de algumas

doenças cardíacas e sistêmicas.(KITNEY ; ROMPELMAN; 1980).

O sistema nervoso autônomo (SNA) influencia tônica e reflexamente as

principais variáveis do sistema cardiovascular (ou seja, PA, resistência vascular

periférica e débito cardíaco). A liberação tanto de noradrenalina como de

acetilcolina no coração modifica o débito cardíaco por alterar a força de contração

das fibras miocárdicas e a freqüência cardíaca, enquanto a liberação de

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noradrenalina na parede dos vasos de resistência da circulação sistêmica modifica

o estado contrátil do músculo liso vascular e, assim, a resistência vascular

periférica. (FRANCHINI, 1998).

O sistema cardiovascular, formado pelo coração e vasos sanguíneos,

desempenha importantes funções fisiológicas em todos os organismos vivos. Sua

principal função é o transporte de substâncias presentes no sangue, participando

também da manutenção da temperatura corporal e do controle neuro-hormonal do

organismo (GALLO Jr et al., 1996).

O estudo da freqüência cardíaca (FC) requer necessariamente uma revisão

preliminar da fisiologia do sistema cardiocirculatório. Segundo Gottschall (1995),

do ponto de vista fisiológico, o sistema cardiocirculatório apresenta um

funcionamento dinâmico e sincrônico, destinado ao transporte de nutrientes e

oxigênio vitais para o funcionamento dos órgãos e sistemas, entre eles o próprio

coração, bem como a remoção de metabólitos e dióxido de carbono gerados por

esses mesmos órgãos e sistemas em função do seu metabolismo intrínseco.

Os ajustes rápidos do sistema cardiovascular são modulados

principalmente pelo sistema nervoso autônomo por meio da estimulação ou

inibição das fibras nervosas simpática e parassimpática (nervo vago) e pelas

substâncias químicas que circulam no sangue (ROWELL, 1986).

As fibras nervosas eferentes simpáticas possuem terminações nervosas

nos nódulos sinusal e atrioventricular, bem como nos músculos do átrio e

ventrículo. Sua estimulação libera as catecolaminas, adrenalina e noradrenalina.

Esses hormônios neurais aumentam a freqüência dos batimentos cardíacos e a

força da contração do miocárdio. As catecolaminas circulantes liberadas pelas

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glândulas supra-renais em resposta a ativação simpática generalizada, também

produzem um efeito semelhante, porém de ação mais lenta, sobre a função

cardíaca. Já as terminações nervosas das fibras parassimpáticas (nervos vagos)

se concentram nos nódulos sinusal e atrioventricular e nos músculos atriais. Sua

estimulação libera acetilcolina, que retarda o ritmo de descarga sinusal,

diminuindo a freqüência cardíaca (FC) (ROWELL, 1986; McCARDLE, 1998).

A regulação da FC pode ser em decorrência do controle intrínseco, fatores

humorais e do sistema nervoso autônomo. Assim a influência da estimulação ou

inibição das fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas, nas respostas da FC,

sobrepõe ao ritmo inerente do miocárdio (TASK FORCE, 1996). A complexa

interação entre estas duas eferências resulta em oscilações da FC instantânea e

dos intervalos R-R, as quais denominamos de variabilidade da freqüência cardíaca

(VFC). (LONGO et al, 1995; TASK FORCE, 1996).

Os principais mecanismos de controle cardiovascular responsáveis pelas

flutuações da FC, ou seja, por sua variabilidade são: a respiração, a termo-

regulação, o sistema renina-angiotensina, e a atividade barorreflexa. Estes

mecanismos levam a contínuos ajustes da FC, adaptando ás necessidades de

cada momento (LONGO et al., 1995).

Sabe-se hoje que as alterações da FC são caracterizadas por flutuações

periódicas, como se devessem, embora de uma maneira não muito exata, à soma

da ação de osciladores periódicos centrais que, mesmo sofrendo influências de

inúmeros estímulos periféricos e centrais, mantém um ritmo de resposta próprio.

(AKSELROD; GORDON; MADWED, 1985).

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As flutuações periódicas da FC melhor conhecidas são as que estão

relacionadas com a respiração, com o mecanismo dos barorreceptores e com as

variações do tônus vasomotor e da termo-regulação (MOLGAARD; SORENSEN;

BJERREGARD, 1991).

Rosenblueth e Simeone mostraram em 1934, que à modulação da atividade

eferente vagal correspondiam respostas muito rápidas da FC, que se podiam

manifestar logo no primeiro batimento subseqüente. As influências na FC da

estimulação simpática fazem-se de forma muito mais lenta, ocorrendo durante 20

segundos (WARNER; COX; 2002).

Estes fenômenos correspondem às características anatômicas e fisiológicas

dos dois sistemas. O parassimpático é um sistema com alta velocidade de

condução, composto por fibras curtas e múltiplas sinapses ganglionares e o

simpático é um sistema de baixa velocidade, com fibras longas e menor número

de sinapses (WARNER; COX; 2002).

Devido à inibição inspiratória do tônus vagal, um grupo importante de

flutuações da FC tem freqüência semelhante à da freqüência respiratória e podem

ser inibidas pela atropina e pela vagotomia. A inibição inspiratória é evocada

primariamente pela irradiação central de impulsos dos centros respiratórios para

centros cardiovasculares. Contribuem também para a variação sinusal respiratória,

os reflexos periféricos, devido a alterações hemodinâmicas, e reflexos evocados

por receptores de pressão ou estiramento torácico. (MOLGAARD; SORENSEN;

BJERREGARD; 1991).

Outro grupo de oscilações na FC, também chamado ritmo dos 10 segundos

(0,10Hz), tem origem na parte vasomotora do arco barorreflexo e na estimulação

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do simpático. Estas oscilações são acompanhadas por flutuações síncronas da

pressão arterial (ondas de Mayer), que são mais intensas com o aumento do tônus

simpático e diminuem com o bloqueio simpático e/ou parassimpático. (BROWN ;

RANDALL; KNAPP, 1999).

2.2.2 Métodos de Estudo da Variabilidade da Freqüência Cardíaca

As variações da duração dos intervalos RR estão na dependência da

atividade dos sistemas nervosos simpático e parassimpático. Essas variações

constituem o que é comum designar-se por variabilidade da freqüência cardíaca

(VFC). O seu estudo tem vindo a permitir reconhecer e caracterizar algumas

situações em que a doença afeta o controle autônomo do coração. (LONGO ;

FERREIRA ; CORREIA, 1995).

A VFC é um importante parâmetro de avaliação não-invasivo da integridade

da função neurocardíaca. Estudos têm mostrado que a diminuição da VFC é um

poderoso preditor de mortalidade e complicações arrítmicas em pacientes pós-

infarto agudo do miocárdio (KLEIGER et al, 1987; CRIPPS et al, 1991; BIGGER et

al, 1992). Nos indivíduos com diabetes e hipertensão arterial também tem sido

observada uma redução na VFC. Há indícios que esta redução esteja relacionada

a um aumento na atividade simpática ou a uma diminuição da atividade vagal

(TASKE FORCE, 1996).

A determinação dos valores normais de VFC representa importante área de

estudos, servindo de base para avaliar alterações da mesma, nas diversas

doenças que, direta ou indiretamente, afetam o coração (AMERICAN COLLEGE

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OF CARDIOLOGY CARDIOVASCULAR TECHNOLOGY ASSESMENT

COMMITTEE, 1993). Para isso diversos estudos foram e estão sendo realizados

em diferentes condições tais como: repouso, manobras autonômicas e durante

exercício físico (AHMED et al, 1994; GROSSMAN et al, 1991).

A VFC pode ser estudada de múltiplas maneiras, desde as mais simples,

como a comparação entre o menor e maior ciclos, o estudo das variações da

duração de cada ciclo em relação à média ou a outro intervalo preconizado, ou a

sucessão de variações periódicas de cada ciclo, etc, até à análise espectral e à

análise não-linear. Qualquer que seja o método de análise, esta pode ser baseada

em registros de curta duração de 5 á 30 minutos – e de longa duração (24 horas)

(CRIPPS; MALIK; CAMM, 1991).

Segundo a literatura, (FREITAS et al, 2001; FRANCCHINI, 1998;

MALFATTO et al, 1998; COOK et al, 1991) algumas variáveis como tempo de

treinamento, tipo de cirurgia, alguns medicamentos e alguns fatores de risco que

podem influenciar a VFC.

Neste estudo será abordado apenas o domínio do tempo. A análise no

domínio do tempo de curta de duração apresenta algumas vantagens como, por

exemplo, o curto período de monitorização e a utilização de equipamentos

simples. É possível a associação de outras técnicas, por vezes invasivas, para

sensibilização do método, tais como: monitorização em freqüência respiratória

espontânea ou controlada, após mudanças posturais, manobra de Valsalva,

estimulação do seio carotídeo, exercício e infusão de fenilefrina e atropina (GRUPI

et al; 1994).

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A análise do domínio do tempo reflete a atividade autonômica de maneira

global, ou seja, se ela apresenta alguma alteração ou não. Embora

freqüentemente usados na clínica (os estatísticos, sobretudo), este método é no

entanto alvo de críticas; a mais importante será o fato de, apesar de darem uma

imagem global e quantitativa da VFC, esquecem um aspecto qualitativo, ou seja,

não permite saber se a variação da FC é periódica ou não.(BIGGER, 1998).

Outros autores como Martin et al (1985), argumentam que o pequeno período de

observação só permite avaliar a atividade parassimpática, deixando de colher

dados sobre a atividade simpática e outras influências diurnas. Além disso, as

técnicas de sensibilização do método exigem uma participação ativa do paciente

que nem sempre é viável. Para a análise da VFC no domínio de tempo de longa

duração utiliza-se o sistema holter, com os cuidados já referidos com a eliminação

de artefatos, ectopias e possíveis erros de velocidade de gravação.

Segundo Pumprla et al (2002), a análise do tempo da série de intervalos

RR, indica o grau da variabilidade da FC e constitui a forma mais simples e usual

de avaliação da modulação autonômica da FC. No entanto, somente os intervalos

entre os batimentos de origem sinusal (normais) refletem esta modulação,

portanto, os batimentos de origem ectópica - na forma de extrassístoles

ventriculares isoladas ou episódios de taquicardia ventricular - devem ser

detectados e removidos do sinal (ALBERTO; NADAL, 2002; PITZALIS et al., 1996;

TASK FORCE, 1996; PUMPRLA et al., 2002). Também, o ruído (como por

exemplo os artefatos devido ao movimento) deverá ser excluído para se obter uma

série temporal de intervalos RR considerados como normais.

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Segundo a Sociedade Européia de Cardiologia (TASK FORCE, 1996), os

parâmetros estatísticos no domínio do tempo podem ser divididos em duas

categorias: a) baseados na série de intervalos NN (MNN, MBPM, SDNN), em que

o MNN representa a média dos intervalos NN; O MBPM representa a média da

freqüência cardíaca expressa em batimentos por minutos; O SDNN representa o

desvio padrão dos intervalos NN em milisegundos; b) baseados nas diferenças

entre intervalos adjacentes (PNN50 e RMSSD), na qual, o PNN50 representa a

percentagem de intervalos NN subseqüentes com diferença de duração superior a

50 milissegundos; e o RMSSD representa a raiz quadrada da média dos quadrado

das diferenças entre intervalos NN subseqüentes, em milisegundos.

Os índices baseados na medida dos intervalos RR individualmente

representam a variabilidade global e refletem a atividade de ambos os sistemas

parassimpático e simpático. O SDNN é um método de representar a dispersão dos

valores ao redor da média e reflete todos os componentes cíclicos responsáveis

pela variabilidade durante o período de gravação (TASK FORCE, 1996;

PUMPRLA et al., 2002). Delaney e Brodie (2000), observaram em seu estudo que

sujeitos submetidos a estresse psicológico (aumento do tônus simpático),

apresentaram um incremento significativo na frequência cardíaca (p<0,0001) e

diminuição significativa no parâmetro SDNN (p<0,03). Também RMSSD (p<0,001)

e PNN50 (p<0,01) foram significativamente reduzidos.

Os parâmetros PNN50 e RMSSD estimam variações de alta freqüência na

VFC e desta forma, refletem predominantemente o tônus vagal (DELANEY;

BRODIE, 2000), isto devido ao fato que a estimulação parassimpática resulta

numa resposta rápida e de curta duração, fazendo-se notar já no primeiro ou

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segundo batimento. Por outro lado, a estimulação simpática tarda alguns

segundos para se manifestar. Após um período latente de cerca de 5 segundos, a

FC aumenta gradativamente até atingir um estado estável após 20 a 30 segundos.

(RIBEIRO et al., 1992).

2.3 Metabolismo Anaeróbio

O organismo pode gerar energia útil para contração muscular,

aerobicamente (em presença de oxigênio) ou anaeróbicamente. Os músculos

esqueléticos, em repouso, contêm trifosfato de adenosina (ATP) e CP

(fosfocreatina) que são compostos energéticos de alta disponibilidade quando a

célula necessita de energia livre. À medida que estes compostos diminuem, nas

condições de repouso, os mecanismos de metabolismo aeróbico formam novas

moléculas de ATP e ressintetizam a CP. Estes compostos podem ser formados,

também, anaerobicamente, a partir da glicose até ácido lático (via aeróbica). O ser

humano só tem três sistemas energéticos para gerar energia para os processos

vitais: 1) Sistema Anaeróbico Alático, 2) Sistema Anaeróbico Lático e 3) Sistema

Aeróbico (LEITE, 2000). Nesta dissertação será apenas os dois primeiros

sistemas anaeróbicos.

O sistema anaeróbico alático se desenvolve com o exercício de curta

duração e alta intensidade, como uma corrida de 100 metros, uma natação de 25

metros ou o levantamento de peso que requer um suprimento de energia imediata

proporcionado quase que exclusivamente pelos fosfatos intramusculares de alta

energia, ou fosfagênios, representados pelo ATP e pela CP. Admitindo-se que um

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grande grupo muscular se torna ativo durante o exercício, existe uma quantidade

suficiente de energia armazenada na forma de fosfagênio para rapidamente correr

com um ritmo de maratona por 20 a 30 segundos ou correr com velocidade

máxima por 5 a 8 segundos.(McCARDLE, 2003).

Em um pique de 100 metros que representa o recorde mundial (9,84

segundos), o corredor não consegue manter a velocidade máxima durante toda a

corrida. Entretanto a capacidade de prosseguir com um exercício além de um

curto período e de recuperar-se após um esforço prévio máximo requer energia

adicional para o reabastecimento do ATP. Se isso não ocorre, o suprimento de

“combustível” diminui e o movimento de alta intensidade cessa.(McCARDLE,

2003)

O sistema anaeróbico lático envolve o metabolismo do ácido lático durante

o exercício intenso. A ressíntese dos fosfatos de alta energia terá que prosseguir

com um ritmo rápido para que o exercício extenuante possa continuar. A energia

para fosforilar o adenosina trifosfato (ADN) durante o exercício intenso deriva

principalmente do glicogênio muscular armazenado através da glicólise

anaeróbica, com a subseqüente formação de lactato. De certa forma, a glicólise

anaeróbica com formação de lactato poupa tempo. Torna possível a formação

rápida de ATP pela fosforilação ao nível do substrato, mesmo quando o

fornecimento de oxigênio continua sendo insuficiente e/ou quando as demandas

energéticas ultrapassam a capacidade do músculo para a ressíntese aeróbica do

ATP. Os acúmulos rápidos e significativos de lactato sanguíneo ocorrem durante o

exercício máximo com duração entre 60 e 180 segundos. (McCARDLE, 2003).

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2.4 O Teste de Wingate

Na evolução humana, a capacidade anaeróbia foi um componente

essencial para a sobrevivência, especialmente para os primeiros seres humanos,

os quais dependiam mais do metabolismo anaeróbio do que o aeróbio para caçar

e fugir do perigo (SALTIN, 1990). A potência anaeróbia pode ser definida como o

máximo de energia liberada, enquanto a capacidade anaeróbia pode ser definida

como a quantidade total de energia disponível nesse sistema. Existem vários

testes com o objetivo de avaliar a potência e a capacidade anaeróbia, dentre os

quais o Teste de Wingate é o mais utilizado.(FRANCHINI, 2002).

O Teste Anaeróbio de Wingate foi desenvolvido durante a década de 1970,

no Instituto Wingate, em Israel. Desde a sua criação este teste tem sido utilizado

em diversos trabalhos com os mais diferentes tipos de pessoas. A elaboração

desse teste surgiu da necessidade de obter-se mais informações sobre o

desempenho anaeróbio, uma vez que em algumas atividades diárias e,

principalmente nas modalidades esportivas há a necessidade da realização de

movimentos com grande potência, instantaneamente ou em poucos segundos

(BAR-OR, 1987; INBAR et al; 1996).

O Teste de Wingate tem sido amplamente utilizado para a avaliação do

desempenho anaeróbio (BAR-OR, 1987), por se tratar de um teste não-invasivo,

de fácil aplicabilidade, validado, com alta reprodutibilidade (VANDEWALLE,

PERES; MONOD; 1987), e por poder ser administrado em diversos segmentos

populacionais, incluindo crianças e pessoas debilitadas. (BLIMKIE et al; 1988).

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Os testes de capacidade anaeróbia envolvem esforços de grande

intensidade, com durações de frações de segundo até alguns minutos. O teste

anaeróbio de Wingate tem duração de 30 segundos, durante a qual o indivíduo

que está sendo avaliado tenta pedalar o maior número possível de vezes contra

uma resistência fixa, objetivando gerar a maior potência possível nesse período de

tempo. A potência gerada durante os 30 segundos é denominada potência média,

e provavelmente reflete a resistência localizada do grupo muscular em exercício,

utilizando energia principalmente das vias anaeróbias. A maior potência gerada de

3 à 5 segundos é denominada de potência de pico e fornece informação sobre o

pico de potência mecânica que pode ser desenvolvido pelo grupo muscular que

realiza o teste. Como a potência de pico ocorre normalmente nos primeiros 5

segundos do teste, acredita-se que a energia para tal atividade provenha

essencialmente do sistema ATP-CP, com alguma contribuição da glicólise. O teste

proporciona também o índice de fadiga, o qual é calculado conforme a equação

abaixo :

Índice de Fadiga (%) = (Potência de pico - Menor potência durante o teste) x 100/Potência de pico

O índice de fadiga informa a queda de desempenho durante o teste. A

potência média e a potência de pico podem ser expressas em relação à massa

corporal (W.kg-1), permitindo a comparação entre sujeitos de diferentes massas

corporais (Bar-Or, 1987; Inbar et al., 1996). Existem programas específicos para o

teste de Wingate, disponíveis no mercado, que fornecem automaticamente essas

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medidas. Além disso, o teste anaeróbio de Wingate pode ser realizado tanto na

sua versão original para membros inferiores, quanto em uma forma adaptada para

membros superiores (KOUTEDAKIS ; SHARP, 1986; HORSWILL et al., 1992). Em

geral, a potência média desenvolvida por indivíduos saudáveis não atletas

utilizando os membros superiores é cerca de 65% da gerada com os membros

inferiores. Relação similar é observada com a potência de pico (Inbar et al., 1996).

Como existe grande dificuldade em diferenciar a potência e a capacidade dos

sistemas ATP-CP e glicolítico, tem sido sugeridas as denominações potência

anaeróbia e capacidade anaeróbia, sem suas subdivisões alática e lática. Alguns

autores sugerem que a potência de pico no teste de Wingate seria um indicativo

da potência anaeróbia, enquanto a potência média seria um indicativo da

capacidade anaeróbia (GASTIN,1994; VANDEWALLE et al., 1987).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CASUISTICA

Considerando-se as variáveis de sexo e idade, esporte praticado,

desempenho físico foi escolhida uma amostra de seis indivíduos do sexo

masculino na faixa etária entre 40 e 70 anos.

Todos os participantes pertencem ao Programa de Reabilitação

Cardiovascular da Univap, com treinamento aeróbico em bicicleta ergométrica e

esteira e já realizam estas atividades no intervalo de 8 a 14 meses. Cada um deles

recebeu uma aprimorada explicação dos procedimentos e objetivos a serem

desenvolvidos durante o trabalho e responderam a um questionário de qualidade

de vida (ANEXO B). Os participantes assinaram um “Termo de Consentimento”

(ANEXO A) por escrito e individualizado.

3.2 PROTOCOLOS

3.2.1 Generalidades

O Teste de Wingate foi realizado em um único dia no Laboratório de

Reabilitação Cardiovascular da Univap.

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3.2.2 Idade

A idade considerada foi aquela que o participante tinha no começo da

coleta de dados, ainda se ele mudasse de faixa etária durante o período de

avaliação. Considerada em um ano inteiro entre o dia de nascimento e 364 dias

após.

3.2.3 Estatura

A estatura foi avaliada com estadiômetro CARDIOMED, e foi aproximada

em 0,5 centímetros, para cima ou para baixo a unidade mais próxima, com

pacientes sem sapatos e aproximadamente 10 cm de separação entre os pés.

3.2.4 Peso

A massa corporal foi mensurada em kilogramas, com aproximação de 0,1

kg, em uma balança calibrada FILIZOLA, Brasil.

3.2.5 Protocolo de indicações para 24 horas antes do teste

• Não tomar café

• Não fumar

• Não comer chocolate

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• Não fazer sauna

• Não comer três (3) horas antes do teste

• Não fazer atividade física (se possível)

• Não tomar bebida alcoólica

• Tomar bastante água no dia anterior

• Traje: roupa esportiva leve (calção, camiseta, tênis ou chuteiras)

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Os critérios para inclusão são:

• Os pacientes devem fazer parte do programa de Reabilitação da Univap.

• Os pacientes devem estar treinados no mínimo 8 (oito) meses.

• Os pacientes devem ser do sexo masculino, pois existem diferenças

fisiológicas entre homens e mulheres e este fato pode interferir nos

resultados, como por exemplo, o ritmo respiratório, sistema músculo-

esquelético, sistema cardiovascular, endócrino, etc. (GUYTON ; HALL,

1999).

• Apenas os pacientes revascularizados com mais de 6(seis) meses pós-

cirúrgico serão aprovados para o teste.

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Os critérios para exclusão são:

• Os pacientes que possuem contra-indicações do teste como: doença de

chagas, arritmias, cirurgia cardiovascular recente (até seis meses),

cardiomiopatias, etc.

3.4 VARIAVEIS DOS VOLUNTÁRIOS REVASCULARIZADOS

Tabela A – Variáveis dos voluntários revascularizados.

VOLUNTÁRIOS VARIÁVEIS __________________________________________________________________

JOAN Uso de vasclin 40/100mg, atenolol 25 mg, sinvastatina

20mg; Realizou uma cirurgia de ponte de safena; Sem

patologias associadas.

MIL Uso de losartan 50mg, atenolol 25mg, glugovanci 500/

5 e insulina 26; Realizou uma cirurgia de ponte de

safena e uma angioplastia; Patologias: Hipertensão e

diabetes.

JES Uso de lopid 600mg; aspirina 100mg e renitec 10mg

Realizou uma angioplastia; Patologia: Hipertensão.

JOAU Uso de aldactone 100mg; aspirina 100mg; atenolol 25

mg. Realizou uma cirurgia de ponte de safena;

Patologia associada: Hipertensão.

GEN Uso de monocordil 20mg; lexotam 3mg; e

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Sinvastatina 40mg. Relizou duas cirurgias de ponte de

Safena e uma angioplastia; Patologia associadas:

Hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia.

GER Uso de atenolol 50mg; sinvastatina 40mg;

Realizou uma angioplastia. s/patologia associada.

3.5 METODOLOGIA DO TESTE DE WINGATE

Para o Teste de Wingate (WAnT) foi usada uma bicicleta ergométrica

(CYBEX,Nova Iorque, EUA).

3.5.1 Aquecimento

Realizou-se um aquecimento aproveitando o mesmo aparelho dos testes.

Consiste em duas repetições de simulação do teste: Uma pedalada de dois (2)

minutos, devagar aumentando a velocidade (sprints) conforme aumenta a

resistência até começar a contagem regressiva, sendo interrompido após 5 a 10

segundos; depois do descanso ativo, uma pedalada apenas com uma resistência

por dois minutos para repetir o mesmo protocolo, com um intervalo de descanso,

antes do teste definitivo, de aproximadamente 3 a 4 minutos. Terminando o teste

(Fase Máxima), o paciente continua pedalando por 2 a 3 minutos a uma

velocidade “à vontade”, com a finalidade de facilitar a recuperação.

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3.5.2 Características do Teste de Wingate

O teste de Wingate consiste em 30 segundos de exercícios a uma

velocidade máxima com uma resistência constante equivalente a 3,75% do peso

corporal (neste caso, foi adaptado para cardiopatas, segundo GORDON et al,

1995). Deve-se realizar um aquecimento intermitente de 5 a 10 minutos,

alternando 30 segundos de exercícios e 30 segundos de repouso (INBAR & BAR-

OR, 1975), em um cicloergômetro para contribuir a especificidade das adaptações

motoras e fisiológicas (INBAR ; BAR – OR;SKINNER , 1996).

Existe também uma versão mais curta de aquecimento, quando pertinente,

que consiste em pedalar 2 a 4 minutos intercalados com 2 ou 3 “sprints”

(marcação para mudança de velocidade), com uma duração de 4 a 8 segundos

para que os indivíduos possam ter a sensibilidade real do teste. Após o

aquecimento, devem ter um período de repouso de 3 a 5 minutos para eliminar

alguma fadiga associada. Com um comando verbal “já”, se dá início ao teste para

que o indivíduo pedale a máxima velocidade que puder, contra uma resistência

baixa para vencer a inércia e a resistência intrínseca do aparelho, e encurtar a

fase de aceleração. A carga total determinada para o indivíduo é aplicada ao

começar os 30 segundos do teste. O encorajamento verbal deve ser feito no

transcurso do teste, especialmente na segunda metade, quando o desconforto é

maior e mais força de vontade é necessária.

Deve-se também realizar um período de relaxamento em todos os

pacientes, especialmente idosos, considerando potencialmente que estes são

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susceptíveis de dispnéia e síncope, após o esforço, pedalando 2 a 3 minutos

contra uma resistência leve imediatamente à continuação do teste.

3.6 VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA

Para coletar os dados da Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC),

foram usados Notebook Pentium-2, da Extenser; Placa analógica-digital DATAQ

DI-194RS; monitor ACTIVE ECAFIX.

O sistema de registro eletrocardiográfico escolhido durante o teste foi a

Derivação MC5, de acordo com o Conselho Nacional de Ergometria(1995).

O ECG foi coletado durante 2 minutos em repouso pré-teste e após o teste,

novamente coletado por 1 minuto durante a recuperação ativa e por 3 minutos na

recuperação passiva.

Para facilitar a coleta dos dados da VFC, foi utilizado o seguinte protocolo

durante o exercício:

Fase Repouso: 180 segundos

Fase Submáxima: 30 segundos

Fase Máxima: 30 segundos

Fase Recuperação Ativa: 120 segundos

Fase Recuperação Passiva: 180 segundos

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3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados das amostras foram submetidos à análise de variância (ANOVA)

seguido do Teste de Kruskal-Wallis e do Teste de Mann-Whitney. As análises

estatísticas foram conduzidas utilizando os programas MINITAB, Excel e

STATISTICA.

O princípio do Teste de Kruskal Wallis, que é usado para testar hipóteses

de que diferentes amostras provenham da mesma população, tem o objetivo de

testar a igualdade das medianas entre os voluntários (Hipótese Nula) ou se há

pelo menos uma diferença entre eles (Hipótese Alternativa) (TRIOLA, 1999).

O Teste de Mann-Whitney foi usado para duas amostras independentes

quando comparamos os grupos, dois a dois, procurando achar diferenças

significativas entre eles (TRIOLA, 1999).

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4. RESULTADOS

4.1 DADOS DOS VOLUNTÁRIOS ESTUDADOS (VARIÁVEIS

INDEPENDENTES)

Estão apresentados na Tabela 1, a média (X) e o desvio padrão (DP) dos

voluntários, idade em anos, estatura em metros, peso em quilos, pressão arterial

sistólica (PAS) em mmHg, pressão arterial diastólica (PAD) em mmHg, índice de

massa corporal (IMC) em Kg/m2, freqüência cardíaca de repouso (FCR) em

batimentos por minuto (bpm). Utilizou-se a Estatística Descritiva para analisar os

dados dos voluntários estudados.

Tabela 1 - Características físicas e variáveis dos voluntários revascularizados (n=6) __________________________________________________________ Variáveis Média DP Idade (anos) 54,83 8,75 Estatura (m) 1,723 0,051 Peso (Kg) 73,33 7,79 PAS (mmHg) 113,3 8,16 PAD (mmHg) 70,0 8,94 IMC (kg/m2) 24,65 1,93 FCR (bpm) 79,50 3,45 _____________________________________________________________________ Legenda: PAS – Pressão arterial sistólica; PAD – Pressão arterial diastólica; IMC – Índice de massa corpórea; FCR – Freqüência cardíaca de repouso.

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4.2 RESULTADOS DO TESTE DE WINGATE (VARIÁVEIS DEPENDENTES)

A Tabela 2 apresenta os valores da potência máxima absoluta, potência

máxima relativa, potência média absoluta, potência média relativa, índice de

fadiga real e média de todos os índices. O voluntário MIL apresentou a maior

potência média absoluta e a maior potência média relativa durante o teste com

274 W.Kg-1 e 4 W.Kg-1, respectivamente.

O voluntário MIL apresentou a maior potência máxima absoluta e a maior

potência relativa durante o Teste de Wingate com 335 W.Kg-1 e 4,9 W.Kg-1,

respectivamente, enquanto o voluntário JOAU apresentou a menor potência

máxima absoluta com 192 W.Kg-1 e a menor potência máxima relativa com 3,4

W.Kg-1, junto com o voluntário GEN.

Tabela 2 - Valores da potência máxima absoluta (W), potência máxima relativa (W.Kg-1), potência média absoluta (W), potência média relativa (W.Kg-1), índice de fadiga real %, média e desvio padrão de todos os índices.

Sujeito Pot. Máx. Pot. Max Pot. Méd Pot. Média Ind. Fadiga Absoluta Relativa Absoluta Relativa Real

JOAN 262 3,9 241 3,5 14 GER 296 3,9 237 3,2 69 JES 258 4,3 208 3,5 42 GEN 260 3,4 230 3 20 JOAU 192 3,4 157 2,8 31 MIL 335 4,9 274 4 29 X± DP 267,1±43,2 3,9±0,5 224,5±35,9 3,3±0,39 34,1±17,8

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4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS VOLUNTÁRIOS NOS PARÂMETROS

DO DOMÍNIO DO TEMPO

Os resultados a seguir referem-se aos parâmetros MNN, RMSSD, SDNN e

PNN50 que foram obtidos durante a fase repouso, fase submáximo, fase máxima,

fase recuperação ativa e fase recuperação passiva entre os voluntários. O teste

escolhido foi o Teste de Kruskal Wallis, que é usado para testar hipóteses de que

diferentes amostras provenham da mesma população ou de populações idênticas,

utilizando o p<0,01 (TRIOLA, 1999). O Teste de Mann-Whitney foi usado para

duas amostras independentes quando comparamos os grupos, dois a dois,

procurando achar diferenças significativas entre eles. Lembrando que nos

gráficos, o voluntário 1 representa o voluntário GER; o voluntário 2 representa o

voluntário GEN; o voluntário 3 representa o voluntário JES; o voluntário 4

representa o voluntário JOAN; o voluntário 5 representa o voluntário JOAU; e o

voluntário 6 representa o voluntário MIL.

4.3.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PARÂMETRO MNN

Segundo o Teste de Kruskal-Wallis com relação ao parâmetro MNN, na

fase repouso, houve diferença significante entre os voluntários (p<0,01); na fase

submáxima houve diferença significativa entre os voluntários (p<0,01); na fase

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máxima, não houve diferença significativa entre os voluntários (p>0,01); na fase

recuperação ativa, houve diferença significativa entre os voluntários (p<0,01).; na

fase recuperação passiva, houve diferença significativa entre os voluntários

(p<0,01) e todos os parâmetros rejeitaram a Ho nesta fase que durou 3 minutos

(180 segundos).

Apenas as Fases Recuperação Ativa e Recuperação Passiva não

apresentaram diferenças significativas.

Tabela 3 – Comparação entre os grupos no parâmetro MNN (ms).

FASES Repouso Submáximo Máximo Recuperação

Ativa Recuperação

Passiva Repouso x 0 0 0 0 Submáximo 0 x 0 0 0 Máximo 0 0 x 0,0001 0,0027 Recuperação Ativa 0 0 0,0001 x 0,3796 Recuperação Passiva 0 0 0,0027 0,3796 x

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No Gráfico 1 estão representados os valores médios do intervalo RR (MNN

em ms) com seus respectivos desvios padrão na mesma escala no grupo de

voluntários.

Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

Inte

rval

o R

R (M

NN m

s)

Fases

MNN

Gráfico 1 – Valores médios do intervalo RR (MNN em ms) com seus respectivos desvios padrão na mesma escala no grupo de voluntários.

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No Gráfico 2 estão representados a média dos intervalos RR (MNN) de cada

voluntário durante as fases do protocolo.

Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

Inte

rval

o R

R (M

NN m

s)

Fases

Voluntário 1 Voluntário 2 Voluntário 3 Voluntário 4 Voluntário 5 Voluntário 6

Gráfico 2 – Média dos intervalos RR (MNN) de cada voluntário durante as fases do protocolo.

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4.3.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PARÂMETRO SDNN

Na Fase Repouso apresento uma diferença significativa em relação

as Fases Submáximo, Recuperação Ativa e Recuperação Passiva; A Fase

Repouso apresentou uma diferença significativa em todas as outras fases.

No Gráfico 3 estão representados os valores médios do parâmetro

SDNN com seus respectivos desvios padrão na mesma escala no grupo de

voluntários.

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Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

SD

MNN d

o gr

upo

(ms)

Fases

SDMNN

Gráfico 3 – Valores médios do parâmetro SDNN com seus respectivos desvios padrão na mesma escala no grupo de voluntários.

No Gráfico 4 estão representados os valores médios do parâmetro SDNN e

na Tabela 4 estão representados os valores médios e desvio padrão dos

parâmetros MNN.

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Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

SDMNN

do

grup

o (m

s)

Fases

Voluntário 1 Voluntário 2 Voluntário 3 Voluntário 4 Voluntário 5 Voluntário 6

Gráfico 4 – Média do parâmetro SDNN de cada voluntário durante as fases do protocolo.

TABELA 4 - Valores médios (MNN) e desvios padrão (SDNN) dos intervalos RR , em milisegundos, dos voluntários durante as diferentes fases do teste

sujeitos Repouso (180s) Submáximo

(30s) Máximo

(30s) Recuperação Ativa (120s)

Recuperação Passiva (180s)

GEN 690± 10 600± 20 400± 01 400± 30 600± 21 GER 1120± 10 900± 20 700± 50 700± 50 900± 50 JES 1120± 10 400± 30 400± 30 400± 50 400± 20 JOAN 800± 40 800± 30 500± 10 600± 80 900± 40 JOAU 860± 20 600± 10 500± 08 600± 90 800± 40 MIL 1000± 20 600± 31 400± 10 500± 30 600± 30 X± DP 931,6± 18,3 760± 23,5 480,3± 18,1 533,3± 55 700± 33,5

p<0,01 em todas as fases do protocolo do teste (rejeição Ho), p>0,01 na fase máxima Tabela 4.1. - Comparação entre os grupos no parâmetro SDNN.

FASES Repouso Submáximo MáximoRecuperação

Ativa Recuperação PassivaRepouso x 0 0,0969 0,0061 0,0006 Submáximo 0 x 0,0195 0,0028 0 Máximo 0,0969 0,0195 x 0,9212 0,5618 Recuperação Ativa 0,0061 0,0028 0,9212 x 0,4473 Recuperação Passiva 0,0006 0 0,5618 0,4473 x

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4.3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PARÂMETRO RMSSD A Fase Repouso teve uma diferença significativa em relação as

Recuperação Ativa e Recuperação Passiva. A Fase Recuperação Ativa

apresentou uma diferença significativa em relação a Fase Recuperação Passiva.

No Gráfico 5 estão representados os valores médios do parâmetro RMSSD

na mesma escala do grupo de voluntários.

Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva0

20

40

60

80

100

120

140

RM

SSD

ms

Fases

RMSSD

Gráfico 5 - Valores médios do parâmetro RMSSD na mesma escala no grupo de voluntários.

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No Gráfico 6 estão representados os valores médios do parâmetro RMSSD e

na Tabela 5 estão representados os valores médios e desvio padrão do parâmetro

RMSSD de cada voluntário.

Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva0

20

40

60

80

100

120

140

RMSS

D m

s

Fases

Voluntário 1 Voluntário 2 Voluntário 3 Voluntário 4 Voluntário 5 Voluntário 6

Gráfico 6 – Média do parâmetro RMSSD de cada voluntário durante as fases do protocolo.

TABELA 5 - Valores médios e desvios padrão dos RMSSD (em milisegundos) dos voluntários nas diferentes fases do teste

sujeitos Repouso (180s) Submáximo (30s)Máximo

(30s) Recuperação Ativa (120s)

Recuparação Passiva (180s)

GER 90± 18 130± 10 10± 04 70± 20 60± 40 GEN 10± 03 10± 04 10± 02 10± 04 10± 03 JES 16± 09 11± 09 10±01 17± 05 10± 01 JOAN 30± 10 10± 10 10± 01 19,9± 10 55± 20 JOAU 10± 20 10± 10 20± 09 33± 10 15± 04 MIL 30± 15 10± 03 10± 07 17± 1,7 25± 1,8

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X± DP 31± 12,5 28,5± 7,6 11,6± 71,1 27,8± 9,83 29,1 ±17,8 p<0,01 em todas as fases do protocolo do teste (rejeição Ho), p>0,01 na fase máxima Tabela 5.1. - Comparação entre os grupos no parâmetro RMSSD

FASES Repouso Submáximo Máximo Recuperação

Ativa Recuperação

Passiva Repouso x 0,3999 0,2115 0,0385 0,0399 Submáximo 0,3999 x 0,7584 0,2305 0,269 Máximo 0,2115 0,7584 x 0,6541 0,1982 Recuperação Ativa 0,0385 0,2305 0,6541 x 0,0122 Recuperação Passiva 0,0399 0,269 0,1982 0,0122 x 4.3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PARÂMETRO PNN50

A Fase Repouso teve uma diferença significativa em relação as Fases

Submáximo e Máximo; A Fase Submáximo apresentou uma diferença significativa

em relação as Fases Máxima, Recuperação Ativa e Recuperação Passiva; A Fase

Máxima apresentou uma diferença significativa em relação as Fases Recuperação

Ativa e Recuperação Passiva.

No Gráfico 7 estão representados os valores médios do parâmetro PNN50

com seus respectivos desvio padrão.

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Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva-10

0

10

20

30

40

50

60

70

PNN50

%

Fases

PNN50

Gráfico 7 - Valores médios do parâmetro PNN50 com seus respectivos desvios padrão na mesma escala no grupo de voluntários. No Gráfico 8 estão representados os valores médios do parâmetro PNN50 e na

Tabela 6 estão representados as médias dos valores do parâmetro PNN50 nas

diferentes fases do protocolo.

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Repouso Submáximo Máximo Rec Ativa Rec Passiva-10

0

10

20

30

40

50

60

70

PNN50

%

Fases

Voluntário 1 Voluntário 2 Voluntário 3 Voluntário 4 Voluntário 5 Voluntário 6

Gráfico 8 – Média do parâmetro PNN50 de cada voluntário durante as fases do protocolo.

TABELA 6 - Valores medios e desvios padrão dos PNN50 ( %) dos voluntários nas diferentes fases do teste

sujeitos Repouso (180s) Submáximo (30s)Máximo

(30s) Recuperação Ativa (120s)

Recuparação Passiva (180s)

GER 27±27,5 65±34,1 52,2±10,4 39,9±24,2 21,9±33,2 GEN 0±0 0±0 0±0 0±0 0±0 JES 0,41±1,9 0±0 4,5±4,1 1,9±3,3 19,23±18,3 JOAN 16,1±18,09 0±0 0±0 5,9±11,05 38,68±21,82 JOAU 11,3±17,5 5,3±6,5 4,8±5,7 6,7±5,5 0,833±3,2 MIL 18±34,5 0±0 3,6±4,9 2,6±5,8 5,56±8,58 X± DP 12± 12,5 11± 12,9 9± 1,8 3,5± 1,6 31± 12,5

p<0,01 em todas as fases do protocolo do teste (rejeição Ho), p>0,01 na fase máxima

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Tabela 6.1. - Comparação entre os grupos no parâmetro RMSSD

FASES Repouso Submáximo Máximo Recuperação

Ativa Recuperação

Passiva Repouso x 0,3999 0,2115 0,0385 0,0399 Submáximo 0,3999 x 0,7584 0,2305 0,269 Máximo 0,2115 0,7584 x 0,6541 0,1982 Recuperação Ativa 0,0385 0,2305 0,6541 x 0,0122 Recuperação Passiva 0,0399 0,269 0,1982 0,0122 x

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4.4 PORCENTAGENS DE INTENSIDADE DO TESTE COM E SEM BETA-

BLOQUEADOR, RECUPERAÇÃO E ÍNDICE DE FADIGA DOS VOLUNTARIOS.

Quanto a representação porcentual da intensidade do teste com e sem

Beta-bloqueador e o porcentual de recuperação e o índice de fadiga dos

voluntários podemos dizer que na maioria dos voluntários a intensidade foi

submáxima (86,9%) e que somente um voluntário foi representado com

intensidade supramáxima (Voluntário MIL=110%), de acordo com a freqüência

cardíaca máxima (220 – idade) (ASTRAND ; RODHAL, 1980). Entretanto em

relação a recuperação foi observado um porcentual com média de 78% e somente

um voluntário não conseguiu se recuperar (Voluntário JES=35,7%). Estes achados

correlacionados ao índice de fadiga dos voluntários mostraram uma média do

índice de fadiga igual a 34,1% porém, um voluntário apresentou o maior índice

que foi 69% (Voluntário GER). Estes resultados caracterizam a condição de

treinado dos voluntários. Abaixo na Tabela 7, estão representados as

porcentagens de intensidade do teste com e sem beta-bloqueador, a recuperação

e o índice de fadiga dos voluntários. Obs: Os voluntários JES e GEN não

utilizaram Beta-bloqueador.

Tabela 7 - Porcentagens de intensidade do teste com beta-bloqueador(BB), recuperação e índice de fadiga dos voluntários.

Sujeitos % Intensidade

com BB % Recuperação Indice de fadiga %

JES 93 35,7 42 GEN 87 86,9 20 GER 51 (+15) = 66 80,3 69

JOAN 68 (+12) = 80 112,5 14 JOAU 73,6 (+12) =85,6 93 31 MIL 98 (+12) = 110 60 29

X± DP 78,4 (+12) =86,9 78 34,1

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4.5 FREQUÊNCIA CARDÍACA DE ESFORÇO MÁXIMO (FCEM) A porcentagem da Freqüência Cardíaca de Esforço Máximo (FCEM) tem a

sua importância durante um treinamento físico, pois esta pode determinar o

desempenho do indivíduo em diferentes esportes (McCardle, 1998). Neste estudo

os voluntários apresentaram a FCEM de acordo com os fatores de risco e tempo

de treinamento físico de cada voluntário. Abaixo na Tabela 8, estão relacionados

os voluntários e a freqüência cardíaca de esforço máximo de cada um deles:

Tabela 8 – Porcentagem da Freqüência Cardíaca de Esforço Máximo (FCEM%) de cada voluntário:

VOLUNTÁRIO

FCEM (%)

JOAN 50 GEN 60

JOAU 60 JES 50 MIL 60 GER 70

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5. DISCUSSÃO

5.1 Teste de Wingate, Intensidade do Exercício e Variabilidade da Frequência

Cardíaca (VFC)

O teste de wingate tem sido amplamente utilizado como alternativa para

avaliar a potência e a capacidade anaeróbia (FRANCHINI, 2002), pois o mesmo

trata-se de um teste não-invasivo, de fácil aplicabilidade, com alta

reprodutibilidade e por poder ser administrado em diversos segmentos

populacionais incluindo crianças e pessoas debilitadas (OKANO, 2001).

Efeitos benéficos do treinamento físico têm sido reportados em pacientes

pós-infarto do miocardio (MALFATTO et al 1996, MEYER et al, 1996) e em

pacientes após transplante cardíaco. (MALFATTO et al, 1998). Portanto, pode-se

lançar a hipótese de que o treinamento de exercícios seriam efetivos para

melhorar o equilíbrio autônomo no público geral.

Neste estudo, os dados dos porcentuais da FC atingido no teste, indicam

que 4 (quatro) dos indivíduos tiveram uma FC submáxima de 80 a 90% da FC

máxima e dois indivíduos com a FC fora desta faixa, sendo que um deles teve um

porcentual de 66% e o outro teve um porcentual de 110% da FC máxima.

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Em relação as potências máximas e médias, tanto relativas como

absolutas, os valores foram menores que os valores encontrados no estudo de

Gordon et al,. 1987, que foi realizado em voluntários com doença coronariana pós-

infarto submetidos a revascularização.

A recuperação da regulação autonômica da FC tem sido proposta à curto

prazo dentro de alguns minutos depois de exercícios máximos ou submáximos.

(ARAI et al., 1989; GOLDBERGER; KANNANKERIL, 2002; PERINI et al., 1989).

Desta forma, a recuperação lenta da FC depois do exercício dinâmico máximo ou

submáximo à curto prazo é considerado preditor poderoso de mortalidade global

com base em dados populacionais (NISSINEN et al., 2003; COLE et al., 2000).

No estudo observamos que 5 (cinco) dos indivíduos conseguiram a

recuperação entre 66 e 110% e somente um individuo teve uma recuperação de

(35%) em relação a FC de repouso.

Em um estudo de Grodjinovsky et al. (1980) foi analisado o efeito do

treinamento anaeróbio durante oito semanas em 45 indivíduos de 11 a 12 anos de

idade, divididos em três grupos de 15: (1) treinamento em cicloergômetro com alta

intensidade e curta duração; (2) treinamento de corrida-tiros de 40 metros e 150

metros; (3) grupo controle. Houve aumento de 3-5% na potência média absoluta e

na potência de pico nos dois primeiros grupos, enquanto o terceiro grupo manteve

o desempenho. Os autores concluíram que o treinamento anaeróbio possibilitou

um melhor rendimento muscular nos grupos 1 e 2.

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Analisando os resultados do índice de fadiga no teste observou-se que a

media do grupo foi 34,1%, tendo um desempenho anaeróbio durante o teste

semelhante ao estudo de Gordon et al(1987).

Franchini et al (1999), estudaram a influência da potência e da capacidade

aeróbia sobre o desempenho em uma tarefa anaeróbia intermitente (4 séries de

Wingate para membros superiores com intervalo de 3 minutos entre as séries).

Eles concluíram que os indivíduos com maior condicionamento aeróbio pode

auxiliar no desempenho de exercícios intermitentes anaeróbios.

5.2 Fases do protocolo e a resposta individual dos voluntarios no teste

Em relação aos parâmetros avaliados da variabilidade da freqüência

cardíaca no domínio do tempo MNN, SDNN, RMSSD e PNN50, podemos dizer

que o índice MNN apresentou uma diferença estatisticamente significante (p<0,05)

entre as fases, caracterizando uma diminuição dos intervalos RR na fase máxima

do teste em relação a fase de repouso e a fase recuperação passiva pós-teste.

No parâmetro SDNN observamos diferença estatisticamente significante (p<0,05)

nas fases da recuperação ativa e passiva em relação as fases de repouso,

submáxima e máxima.

Sthale et al(1999), pesquisaram um grupo de 29 pacientes Pós-IAM

submetidos a um treinamento físico de 3 meses, 3 vezes por semana durante 50

minutos, e um grupo controle com 36 pacientes. Concluíram que o índice SDNN,

do grupo que treinou três meses, aumentou mais do que o grupo controle, com

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diferença significativa (p<0,05). O exercício físico proporciona um treinamento do

sistema cadiovascular, melhorando a performance do bombeamento cardíaco.

Alonso et al (1998), realizaram um estudo entre a associação da VFC e

ergoespirometria, em 17 homens sedentários (28 ± 6 anos). Os indivíduos foram

submetidos a um teste ergoespirométrico com exercício físico progressivo máximo

em um cicloergômetro (30 w/ 3 mins). O parâmetro SDNN reduziu

progressivamente, atingindo níveis significantes em relação ao repouso a partir de

60% do consumo de oxigênio do pico do exercício, a partir de 45-60% da potência

máxima e a partir da intensidade do limiar anaeróbio, estabilizando-se nos

períodos subseqüentes. Concluíram que quanto maior o consumo de oxigênio,

menor participação do tônus parassimpático durante o exercício.

Em um total de 808 pacientes pós-infarto do miocárdio com seguimento

clínico médio de 31 meses, Kleiger et al,(1987) observaram uma modalidade de

34,4% em 125 pacientes que apresentavam valores do SDNN < 50 ms; de 13,8%

em um total de 472 pacientes com o índice > 50 e < 100 ms e de 9,0% em 211

pacientes com o SDNN > 100 ms. Assim, um corte < 50,0 ms parece estratificar

esta população específica.

Segundo a Task Force(1996), o parâmetro PNN50 acima de 24% indica

presença de atividade vagal, entre 4% e 24% presença vagal media, e abaixo de

4%, representa depressão da atividade vagal. Quanto ao parâmetro RMSSD, se

apresentar valor abaixo de 30 milissegundos, indica depressão vagal e acima

deste mesmo valor representa presença vagal.

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Em relação aos resultados referentes ao RMSSD e PNN50 não houve

diferenças estatisticamente significante entre as fases.

Em relação a PNN50 houve a presença vagal media em todas as fases do

testes e no RMSSD foi observado nas fases de repouso e submáxima presença

vagal e nas demais fases houve uma depressão vagal segundo Task Force(1996).

Na Fase Submáxima, apenas o voluntário GER apresentou um predomínio

vagal, enquanto os demais voluntários apresentaram predomínio simpático.

Analisando o parâmetro PNN50, apenas o voluntário GER apresentou os valores

acima de 24%, demonstrando atividade vagal. No parâmetro RMSSD, apenas

GER e GEN apresentaram valores acima de 30 milisegundos, simbolizando o

predomínio vagal. Sobre o parâmetro SDNN, apenas o voluntário GER foi

classificado como paciente Pós-IAM de baixo risco. Os outros mostraram os seus

valores na classificação de pacientes Pós-IAM de alto risco.

Schuit et al (1999), compararam a VFC entre 51 idosos, antes e após um

treinamento de 6 meses, 3 vezes por semana durante 45 minutos e concluíram

que durante o exercício aeróbico, o componente de baixa freqüência (simpático)

não modificou. Ou seja, mesmo com o treinamento de 6 meses, o tônus simpático

não foi alterado na maioria dos pacientes.

Na Fase Máxima, durante o Teste Anaeróbio de Wingate, todos os

voluntários apresentaram um predomínio simpático. Analisando o parâmetro

PNN50, apenas o voluntário GER apresentou presença vagal durante o esforço.

Observando o parâmetro RMSSD verificamos que todos os voluntários

apresentaram depressão vagal e com relação ao parâmetro SDNN, o voluntário

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GER foi o único classificado como paciente Pós-IAM de médio risco, enquanto

todos os outros voluntários apresentaram uma performance como pacientes Pós-

IAM de alto risco.

Na Fase Recuperação Ativa, ao verificar o parâmetro PNN50, apenas o

voluntário GER apresentou presença vagal nesta fase. Quanto ao parâmetro

RMSSD, apenas o voluntário MIL apresentou depressão vagal. Analisando o

parâmetro SDNN, o voluntário GER foi classificado como paciente Pós-IAM de

médio risco, enquanto os outros voluntários foram classificados como pacientes

Pós-IAM de alto risco.

Na Fase Recuperação Passiva, os voluntários GER e JES foram os únicos

que apresentaram predomínio vagal. No parâmetro PNN50, apenas os voluntários

GER e JES apresentaram predomínio vagal. Já no parâmetro RMSSD, apenas os

voluntários GEN e JOAU demonstraram a presença de depressão vagal. Quanto

ao índice SDNN, apenas o voluntário GER foi classificado como paciente Pós-IAM

de baixo risco.

Além de ser um fator preditor de mortalidade Pós-IAM, a VFC parece ser

também capaz de identificar maior morbidade. Por exemplo, Kleiger et al,(1987),

observaram que a VFC correlacionou-se, diretamente, à fração de ejeção do

ventrículo esquerdo (FEVE) e à capacidade aeróbica e, inversamente, com

insuficiência cardíaca esquerda e choque na fase aguda do IAM. Esses fatores

sugerem que a baixa VFC desenvolve-se paralelamente à falência de bomba

como conseqüências comuns à doença aterosclerótica e isquemia miocárdica.

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Uma outra questão interessante diz respeito à localização do IAM e ao

comprometimento da VFC. Estudando-se a relação entre VFC e a parede

acometida no IAM, foi demonstrada uma menor VFC nos pacientes com IAM

anterior do que naqueles com IAM inferior, sendo esta diferença ainda mais

acentuada durante à noite. Uma das possíveis explicações é a maior densidade

de inervação vagal na parede ínfero-posterior do ventrículo esquerdo (VE).

(JIMENEZ ;MYEBURG ,1993).

A magnitude da disfunção autonômica no pós-IAM apresenta

comportamento temporalmente dinâmico após o evento agudo. Os pacientes

apresentam uma disautonomia mais acentuada nos primeiros três meses, período

de maior incidência de morte súbita , com progressivo aumento do tônus vagal e

diminuição da atividade simpática ao longo dos primeiros seis a 12 meses,

tendendo à normalização no final desse período. Alguns pacientes apresentam

uma maior capacidade de recuperação da disautonomia após o IAM, fator que

modifica seu prognóstico (BIGGER Jr et al, 1991). Assim sendo, do ponto de vista

autonômico, os pacientes vítimas de IAM deveriam ao final de um ano ser

submetidos à nova estratificação de risco.(CASTRO; NÓBREGA; ARAÚJO, 1993).

Melanson e Freedson, (2001), verificaram a influência do treinamento físico

no SNA em um grupo de 11 jovens do sexo masculino com idade entre 25 e 40

anos. O grupo participou de um programa de treinamento físico com uma duração

de 16 semanas e 3 vezes por semana com sessões de 30 minutos. Os autores

chegaram a conclusão que após o programa de treinamento houve um aumento

no parâmetro parassimpático (Alta freqüência) e presença vagal nos parâmetros

PNN50 e RMSSD.

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Em um estudo com indivíduos em repouso, Stein, Kleiger e Rottman,

(1997), observaram que o PNN50 é relativamente maior em pessoas mais jovens,

ao comparar o grupo A (23±3) e o grupo B (60±8). Com isso, concluíram que o

grupo B apresentou uma inibição vagal em repouso, possivelmente devido á

hipertensão, diabetes e cardiomiopatia dilatada.

Sosnowski et al,(2002), estudaram um grupo de 298 pacientes com 3

meses de pós-infarto do miocárdio em repouso com idades variando entre 30 e 65

anos e os resultados revelaram que os índices PNN50 e RMSSD não

apresentaram uma diferença significativa entre o grupo dos jovens (36±6) e o

grupo dos idosos (61±4). O grupo dos jovens apresentou uma pequena presença

vagal com os valores da PNN50 oscilando entre 4 a 7%, enquanto o grupo dos

idosos permaneceu abaixo de 4% durante toda a análise da VFC. Os valores do

parâmetro RMSSD permaneceram em depressão vagal nos dois grupos. Com isso

os autores concluíram que a idade não influenciou nos parâmetros PNN50 e

RMSSD na comparação entre o grupo de jovens e de idosos.

Korkushko, Pisaruk e Shatilo, (2001), estudaram 88 pacientes na

monitorização do holter de 24 horas com idades entre 20 a 79 anos, e acharam

diferenças significativas(p<0,05) entre o grupo de idosos(71±8) e do grupo dos

jovens(25±5), mostrando um predomínio simpático no grupo dos idosos ao avaliar

os índices SDNN e RMSSD. Eles concluíram que o envelhecimento pode alterar a

modulação autonômica.

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5.3 Alguns fatores que influenciam na VFC

Neste estudo, os voluntários estavam em tratamento farmacológico, 4

(quatro) dos voluntários faziam uso de beta-bloquadores (atenolol), porém em um

dos pacientes foi observado durante o teste uma resposta menor do sistema

simpático (voluntário GER, com 50mg-dia de atenolol) em relação aos outros

voluntários e durante o programa de reabilitação cardíaca. Apenas um voluntário

utilizava medicamento do grupo de inibidores da enzima conversora de

angiotensina (IECA).

A VFC é influenciada por um grande número de fármacos, principalmente

pelos beta-bloqueadores e estas influências têm de ser conhecidas para uma

correta interpretação dos resultados. (MALFATTO et al, 1998; GUZZETI et al

1987; BEKHEIT e col, 1990). Por outro lado,a VFC poderá vir a ser utilizada para

melhor caracterizar e quantificar o efeito dos fármacos no sistema nervoso

autônomo. Segundo Cook et al, (1991), o atenolol, em indivíduos normais,

aumentou consideravelmente a pNN50 e a RMSSD, sem afetar o SDNN na

monitorização holter de 24 horas.

Malfatto et al,(1998), estudaram 53 pacientes após infarto agudo do

miocárdio em uma pesquisa para saber se os beta-bloqueadores e o exercício

físico influenciavam na VFC. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: o grupo 1

com 19 pacientes, submeteu-se à reabilitação com treinamento físico; o grupo 2

com 20 pacientes, fazia tratamento com beta-bloqueadores e submeteu-se à

reabilitação; o grupo 3 com 14 pacientes, fazia tratamento com beta-bloqueadores

e não incorporou o programa da reabilitação. Chegaram a conclusão que os

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grupos 1 (Reabilitação com treinamento físico) e 2 (Reabilitação e uso de beta-

bloqueadores) apresentaram uma predominância vagal após o programa de

reabilitação com um aumento de 48% e 69% do PNN50, respectivamente. Os

pesquisadores concluíram que a prática de exercícios físicos favorece o aumento

do tônus parassimpático, aumentando a predominância vagal em relação ao tônus

simpático.

Guzzeti et al (1987), em um estudo com doentes hipertensos, o atenolol

fazia subir a componente de alta freqüência (HF) e descer as oscilações de baixa

freqüência (LF), mediadas pelo simpático. Esta diminuição da atividade simpática

foi também encontrada com o metoprolol, em doentes no pós-IAM, e com o

acebutolol em doentes com insuficiência cardíaca e em doentes hipertensos. A

explicação para esses resultados, os autores mostram que os beta bloqueadores

são medicamentos que aumentam a atividade do tônus vagal, procurando diminuir

o tônus simpático, na tentativa de preservar a qualidade de vida dos indivíduos

cardiopatas, diminuindo o risco de eventos coronarianos.

De acordo com Katona et al.(1982) a frequência cardíaca mais baixa em

repouso em atletas treinados em resistência é somente devida a uma redução na

freqüência cardíaca intrínseca, e não a um aumento no tonus parassimpático. Eles

demonstraram usando um bloqueio farmacológico (propranolol e atropina) para

suprimir a atividade simpática e parassimpática do SNA. Ainda, Bonaduce et

al.,1990 chegaram a conclusão que outros mecanismos no controle cardíaco

autônomo poderiam ser envolvidas para determinar a bradicardia profunda dos

atletas. Alguns autores concluem que os bloqueadores-beta aumentam o tônus

vagal, devido a um bloqueio simpático e também provavelmente por um

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mecanismo de ação central, e que a esta ação se deve aos seus efeitos protetores

na fase pós-IAM. (MALFATTO el al 1998, PERINI et al, 2002).

Quanto aos fatores de risco, podemos observar que 4 (quatro) dos

voluntários apresentavam hipertensão arterial sistêmica (MIL, JES, JOAU e GEN).

Entretanto dois dos voluntários apresentaram diabetes (MIL e GEN) como um

segundo fator de risco e também dois voluntários (GEN e JES) apresentaram

hipercolesterolemia, fazendo parte da história patológica pregressa. Os pacientes

JOAU e GEN apresentaram um predomínio simpático durante todas as fases do

protocolo do teste.

O voluntário GEN apresentava hipercolesterolemia como fator de risco, ou

seja, um dos motivos do predomínio simpático no perfil deste indivíduo, sendo

classificado como paciente Pós-IAM de alto risco.

Em relação a outros fatores que poderiam estar influenciando a VFC, a

Diabetes também está entre estes. Um estudo sobre VFC em diabéticos tipo 2,

analisou-se o parâmetro SDNN nesses pacientes, sendo 11 do sexo feminino e 11

do sexo masculino, com idades entre 39 e 45 anos. Mais de 70% dos pacientes

apresentaram o parâmetro SDNN<50 ms, o que indica alto predomínio simpático.

(FRANCCHINNI, 1999). O mesmo autor Francchini, (1998), realizou um estudo

sobre VFC em diabéticos tipo 2, e analisou o parâmetro SDNN nesses pacientes,

sendo 11 do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com idades entre 39 e 45

anos. Mais de 70% dos pacientes apresentaram o parâmetro SDNN<50 ms, o que

indica alto predomínio simpático. Os pesquisadores concluíram que a diabetes tipo

2 influencia diretamente a modulação autonômica, deprimindo o tônus vagal.

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Freitas et al, (2001) realizaram uma comparação da VFC entre 30 doentes

com hipertensão essencial não tratada e 30 normotensos da mesma idade que

realizaram também Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) de 24

horas procurando uma correlação entre estas variáveis. A Pressão arterial teve

uma fraca correlação negativa com a atividade vagal (r= -0,14 nos Hipertensos e

r= -0,17 nos Normotensos) e teve uma correlação positiva com a atividade

simpática vasomotora (r= 0,33) apenas nos hipertensos. Os autores concluíram

que à medida que a pressão arterial aumenta, a atividade simpática vasomotora

predomina sobre o tônus vagal. Esses resultados também foram encontrados por

Guzzetti et al, (1991), que compararam um grupo de 49 indivíduos hipertensos e

30 indivíduos normais, e perceberam que o parâmetro simpático (banda de baixa

freqüência) estava aumentado no grupo de hipertensos em comparação com o

grupo de indivíduos normais. Concluíram que a hipertensão se caracteriza por

uma depressão do sistema nervoso autônomo, alterando o sistema nervoso

simpático.

Wennerblom et al, (1999), estudaram 65 pacientes com angina estável, sem

uso de drogas que poderiam influenciar o nó sinuatrial, e compararam com 33

indivíduos saudáveis. Chegaram a conclusão que a PNN50 e a banda alta

freqüência (parassimpático) dos indivíduos com angina estavam reduzidos em

relação aos pacientes saudáveis, mostrando uma redução do tônus

parassimpático.

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5.4 Reabilitação e a Análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca

Segundo Sthale et al, (1999), em seu estudo com pacientes Pós-IAM,

observaram que o grupo de indivíduos submetidos á três meses de treinamento

aeróbico apresentou uma tolerância maior a um teste de esforço, em relação ao

grupo controle, e concluíram que o treinamento físico aeróbico aumenta a

tolerância à um esforço físico.

Malfatto et al, (1996), observaram os efeitos do treinamento físico a longo e

a curto prazo realizados em pacientes pós-infarto do miocárdio, submetidos a

treinamento de 8 semanas, chegaram a seguinte conclusão quando comparam os

parâmetros pré e pós treinamento, observaram que o parâmetro SDNN aumentou

25% (p<0,01); o PNN50 aumentou 120% (p<0,01) e o RMSSD aumentou 69%

(p<0,01). Entretanto Perini et al, 1989, após um programa de reabilitação cardíaca

com duração de 8 semanas em 14 idosos (73,9 ± 3.5 anos), observaram que não

houve diferenças significativas dos parâmetros PNN50 e RMSSD (p>0,01), pré e

pós o programa de reabilitação. Entretanto a prática de exercício físico regular

praticado por pacientes pós-IAM, além de melhorar a capacidade funcional e atuar

favoravelmente em vários fatores de risco coronário (CLAUSSEN , 1976), também

modifica a atividade autonômica cardíaca, levando a um maior predomínio

parassimpático, demonstrado experimentalmente em cães (HULL Jr et al; 1994) e

em pacientes com infarto recente (LA ROVERE et al; 1992). Apesar de existir uma

susceptibilidade individual variável para a magnitude do efeito do treinamento

sobre a função parassimpática, este efeito vagomimético parece constituir um dos

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mecanismos através dos quais o treinamento físico diminui a morbimortalidade

pós-IAM.

Segundo os índices de Kleiger et al. (1987), em nosso estudo observou-se

que a média do grupo de acordo ao parâmetro RMSSD, somente na fase de

repouso do protocolo do teste o grupo permaneceu com presença vagal e nas

outras fases observou-se uma diminuição da atividade vagal e quando analisamos

o parâmetro PNN50 e podemos observar que a média do grupos foi a presença

vagal média durante todas as fases do protocolo, porém não houve diferença

estatisticamente significante (p> 0,05) entre as fases, quando observamos a

resposta individual dos voluntários, concluímos que um dos voluntários (G.S.)

permaneceu durante todas as fases em depressão vagal.

Perini et al, (2002), concluíram após um programa de reabilitação cardíaca

com duração de 8 semanas em 14 idosos (73,9 ± 3.5 anos), que não ocorreram

diferenças significativas dos parâmetros PNN50 e RMSSD (p>0,01), fazendo a

comparação “antes e após” o programa de reabilitação.

Hayano et al, (1999), compararam a VFC com os achados na

cineangiocoronariografia em 56 pacientes (55% deles sem IAM prévio) e

observaram correlação entre a severidade das lesões angiográficas e a presença

de diminuição da VFC, independente da localização das lesões coronárias e da

função ventricular. Além disso, pacientes coronariopatas com disfunção

segmentar, que normalizam a contratilidade da parede previamente isquêmica

após angioplastia bem sucedida, apresentam aumento da VFC com valores

próximos ao grupo normal (BONADUCE et al, 1994). Os autores interpretaram que

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as alterações da geometria ventricular existentes previamente levavam a uma

maior descarga nervosa mecanorreceptora aferente, a qual contribuía para a

disautonomia existente. Os autores mostraram também que quanto maior a lesão

do miocárdio, menor será a VFC.

Em relação às estratégias não farmacológicas, a prática de exercício físico

regular praticado por pacientes pós-IAM, além de melhorar a capacidade funcional

e atuar favoravelmente em vários fatores de risco coronário vistos neste trabalho e

no trabalho de Claussen (1976), também modifica a atividade autonômica

cardíaca, levando a um maior predomínio parassimpático, demonstrado

experimentalmente em cães (HULL Jr et al; 1994) e em pacientes com infarto

recente (LA ROVERE et al; 1992). Apesar de existir uma susceptibilidade

individual variável para a magnitude do efeito do treinamento sobre a função

parassimpática, este efeito vagomimético parece constituir um dos mecanismos

através dos quais o treinamento físico diminui a morbimortalidade pós-IAM.

À respeito de algumas perspectivas, podemos pensar futuramente em realizar

novos experimentos para contribuir nos estudos da VFC e modulação autonômica:

1) Realizar um novo estudo com cardiopatas, comparando os voluntários

antes e depois de um treinamento físico.

2) Verificar a VFC com outros testes de potência.

3) Estudar o comportamento da VFC em outras patologias cardiovasculares,

neuroendócrinas e respiratórias.

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6. CONCLUSÃO

• A intensidade do exercício atingido no teste, indicaram que quatro dos

indivíduos tiveram uma FC submáxima de 80 a 90% da intensidade máxima

do teste e dois indivíduos ficaram fora desta faixa, sendo que um deles

teve um porcentual de 66% da FC máxima e o outro teve um porcentual de

110% da FC máxima pela idade.

• Os voluntários foram considerados treinados por possuírem uma

recuperação rápida após uma atividade intensa de exercício, observou-se

neste estudo que quatro dos indivíduos conseguiram a recuperação entre

66 e 87% e dois indivíduos tiveram uma recuperação diferente, um não

conseguiu se recuperar (35%) e o outro teve uma recuperação de 112,5%

em relação a FC de repouso.

• Durante o teste houve uma diminuição da VFC os voluntários apresentaram

um perfil semelhante na resposta ao teste de wingate modificado,

caracterizado pelo aumento dos intervalos RR na fase de repouso seguido

da diminuição destes intervalos na fase submáxima e máxima e um

aumento paulatino dos intervalos RR nas fases de recuperação ativa e

passiva caracterizando um aumento na descarga simpática e diminuição do

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tonus parasimpatico, com a exceção de um voluntário que manteve uma

diminuição dos intervalos RR nas fases de recuperação ativa e passiva.

• O grupo apresentou um predomínio do sistema parassimpático na fase de

repouso e durante as outras fases do protocolo observou-se uma queda

parassimpática e predomínio simpático de acordo com a análise dos

parâmetros RMSSD e PNN50.

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ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO EM PESQUISA

Nome do Voluntário:________________________________________________________ Endereço:_________________________________________________________

Cidade:___________________________________________________________ Telefone paracontato:_______________________________________________ As informações contidas neste prontuário foram fornecidas por Geraldo Mendes Gutian Júnior e Prof. Dr. Rodrigo Alexis Lazo Osorio, objetivando firmar acordo escrito mediante o qual, o voluntário da pesquisa autoriza a participação com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que se submeterá, com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação. Título: Variabilidade da Freqüência Cardíaca em Indivíduos Revascularizados submetidos a um Teste de Potência Anaeróbica. Objetivo: Avaliar a Variabilidade da Freqüência Cardíaca(VFC) nos indivíduos revascularizados após o Teste Anaeróbico de Wingate. Justificativa: O propósito do presente estudo é realizar o teste de potência anaeróbica em pacientes revascularizados para avaliar o desempenho do sistema nervoso autônomo (SNA) antes, durante e após o exercício, através da VFC, analisando os intervalos RR, verificando as possíveis modificações, procurando estudar também as respostas cardiovasculares, respiratórias e músculo-esqueléticas. Procedimento Experimental: Serão avaliados 6 indivíduos revascularizados do sexo masculino na faixa etária entre 50 e 70 anos, não portadores de qualquer distúrbio neurológico, metabólico e cardiovascular. Após anamnese, será feita a aplicação dos eletrodos (com a devida higienização local com tricotomia, para aqueles com presença de pêlos na região a ser fixada o eletrodo e, algodão embebido em álcool para evitar interferências nos sinais) para coleta do eletrocardiograma através da derivação (MC5). Será feita primeiramente uma adaptação do indivíduo ao teste através de uma simulação e, posteriormente, dar-se-à início às coletas. O teste de Wingate será realizado em uma bicicleta ergométrica onde o indivíduo terá que realizar o maior número possível de pedalagem contra uma resistência fixa (3,5% do peso corporal do indivíduo), com duração de 30 segundos. Anteriormente ao teste, o indivíduo pedala durante 30

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segundos contados regressivamente. Aos 10 segundos, o equipamento aplica 50% da carga, 5 segundos após, 75% e aos 0 (zero) segundos a carga já se encontra em 100% para realização do teste e coleta de dados. Os dados eletrocardiográficos serão coletados durante 2 minutos em repouso antes do teste com o indivíduo já posicionado na bicicleta, durante o teste, 1 minuto de recuperação ativa no qual o indivíduo continua pedalando em seguida ao teste e durante 4 minutos com o indivíduo estático, porém, ainda posicionado no equipamento. Desconforto ou Riscos Esperados: Um possível cansaço físico devido à atividade anaeróbica pode surgir durante o teste. Informações: Os voluntários têm a garantia que receberão respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa em questão. Também os pesquisadores supracitados assumem o compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo em continuar participando. Retirada do Consentimento: Os voluntários têm a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo. Aspectos legais: Elaborados de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde – Brasília – DF. Garantia de Sigilo: Os pesquisadores asseguram a privacidade dos voluntários quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Formas de Ressarcimento das Despesas Decorrentes da Participação na Pesquisa: Não serão ressarcidas despesas com eventuais deslocamentos. Local da pesquisa e tempo de pesquisa: A coleta de dados será no Laboratório de Reabilitação Cardiovascular da Univap. Telefone dos pesquisadores para Dúvidas ou Emergências: Prof. Dr. Rodrigo Alexis Lazo Osorio – (12) 3947-1000 ramal 1087 ou (11) 9911-8547. Geraldo Mendes Gutian Júnior – (12) 3947-1000 ramal 1087 ou (24) 88111660. Consentimento do Voluntário: Nome do Voluntário:________________________________________________ Endereço:_________________________________________________________ Telefone para contato:______________________________________________ Cidade:___________________________________________________________

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Declaro ser voluntário da pesquisa, intitulada como “Variabilidade da Freqüência Cardíaca em Indivíduos Revascularizados submetidos a um Teste de Potência Anaeróbica” a ser realizada no Laboratório de Reabilitação Cardiovascular, da Faculdade de Ciências da Saúde, Bloco 07, na Universidade do vale do Paraíba – São José dos Campos; e ter pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que me submeterei, com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.

_________________________________ _____________________

Assinatura do voluntário ou responsável Documento de identificação

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ANEXO B - QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA

VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO GENÉRICO DE AVALIAÇÃO DE

QUALIDADE DE VIDA – SF-36

Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre a sua saúde. Estas informações

nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de

fazer suas atividades da vida diária. Responda cada questão riscando a resposta

como indicado. Caso você esteja inseguro(a) em como responder, por favor tente

responder o melhor que puder.

1. Em geral, você diria que a sua saúde é: (circule uma)

Excelente Muito boa Boa Ruim Muito ruim 1 2 3 4 5

2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde, em geral, agora?

(circule uma) Muito

melhor Um pouco

melhor Quase a mesma

Um pouco pior

Muito pior

1 2 3 4 5 3. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente

durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldades para fazer essas atividades? Nesse caso, quanto?

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(circule um número em cada linha)

Atividades

Sim Dificulta muito

Sim Dificulta

um pouco

Não Não dificulta

de modo algum

Atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar de esportes árduos

1

2

3

Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa

1

2

3

Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 Subir vários lances de escada 1 2 3 Subir um lance de escada 1 2 3 Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3 Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3 Andar vários quarteirões 1 2 3 Andar 1 quarteirão 1 2 3 Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

4. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como conseqüência de sua saúde física?

(circule uma em cada linha) Sim Não

1. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1

2

2. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2 3. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades?

1 2

4. Teve dificuldades para fazer seu trabalho ou outras atividades (por ex.: necessitou de um esforço extra)?

1

2

5. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?

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(circule um em cada linha) Sim Não 1. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?

1

2

2. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2 3. Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz?

1 2

6. Durante as últimas quatro semanas, de que maneira sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, vizinhos, amigos ou em grupo?

(circule uma) De forma nenhuma

Ligeiramente

Moderadamente

Bastante Extremamente

1 2 3 4 5 7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas?

(circule uma) Nenhuma

Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave

1 2 3 4 5 6 8. Durante as últimas quatro semanas, quando a dor interferiu com seu trabalho

normal (incluindo o trabalho fora de casa e dentro de casa)? (circule uma)

De maneira alguma

Um pouco

Moderadamente

Bastante Extremamente

1 2 3 4 5 Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas quatro semanas. Para cada questão, por favor, dê uma resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente. Em relação às últimas quatro semanas:

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(circule um número para cada linha)

Todoo

tempo

A maior parte

do tempo

Uma boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma pequena parte

do tempo

Nunca

a. Quanto tempo você tem se sentido cheio de vigor, cheio de vontade, cheio de força?

1 2 3 4 5 6

b. Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c. Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

d. Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e. Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f. Quanto tempo você tem se sentido desanimado e abatido?

1 2 3 4 5 6

g. Quanto tempo você tem se sentido esgotado?

1 2 3 4 5 6

h. Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i. Quanto tempo você tem se sentido cansado?

1 2 3 4 5 6

9. Durante as últimas quatro semanas, quanto do seu tempo a sua saúde

física ou problemas emocionais, interferiram com suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc.)?

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(circule uma) Todo o tempo

A maior parte do tempo

Alguma parte do tempo

Uma pequena parte do tempo

Nenhuma parte do tempo

1 2 3 4 5

10. O quanto verdadeira ou falsa é cada uma das afirmações, para você? (circule uma)

Definitiva mente

verdadeira

A maior parte das vezes verdadeira

Não sei

A maior parte das

vezes falsa

Definiti- vamente

falsa a. Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas

1

2

3

4

5

b. Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço

1

2

3

4

5

c. Eu acho que a minha saúde vai piorar

1

2

3

4

5

d. Minha saúde é excelente

1 2 3 4 5

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PONTUAÇÃO E DADOS PARA OBTENÇÃO DO ESCORE DE CADA DOMÍNIO

VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO GENÉRICO DE QUALIDADE DE

VIDA – SF-36

Questão Pontuação

01 1=5,0 2=4,4 3=3,4 4=2,0 5=1,0

02 Soma Normal

03 Soma Normal

04 Soma Normal

05 Soma Normal

06 1=5,0 2=4,0 3=3,0 4=2,0 5=1,0

07 1=5,0 2=5,4 3=4,2 4=3,1 5=2,2 6=1,0

08 Se 8=1 e 7=1 ----------6

Se 8=1 e 7=2 a 6 -----5

Se 8=2 e 7=2 a 6 -----4

Se 8=3 e 7=2 a 6 -----3

Se 8=4 e 7=2 a 6 -----2

Se 8=5 e 7=2 a 6 -----1

Se a questão 7 não for respondida, o escore da questão 8 passa a

ser o seguinte: 1=6 2=4,75 3=3,5 4=2,25 5=1,0

09 a, d, e, h = valores contrários (1=6, 2=5, 3=4, 4=3, 5=2, 6=1)

Vitalidade = a+g+c+i Saúde Mental = b+c+d+f+h

10 Soma Normal

11 a,c = valores normais

b,d = valores contrários (1=5, 2=4, 3=3, 4=2, 5=1)

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Dados para obtenção dos valores de cada domínio (Raw Scale)

Questão Limites Score Range

Capacidade Funcional 3 (a+b+c+d+e+f+g+h+i+j) 10-30 20

Aspectos Físicos 4 (a+b+c+d) 4-8 4

Dor 7+8 2-12 10

Estado Geral de Saúde 1+11(a+b+c+d) 5-25 20

Vitalidade 9 (a+e+g+i) 4-24 20

Aspectos Sociais 6+10 2-10 8

Aspecto Emocional 5 (a+b+c) 3-6 3

Saúde Mental 9 (b+c+d+f+h) 5-30 25

O cálculo do escore de cada domínio é feito da seguinte forma:

Como exemplo:

Capacidade funcional = 21

Valor limite mais baixo = 10

(21 – 10) x 100 / 20 = 55

(valor obtido no domínio – valor limite mais baixo) x 100

Escore range