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Colégio Lúcia Vasconcelos ® - Concursos Públicos e Vestibulares Fone: (62) 3093-1415 EXERCÍCIOS VARIEDADES LIGUÍSTICAS E NORMA CULTA 1 Acesse os materiais extras no site: www.luciavasconcelos.com.br/novo/aluno.php EXERCÍCIOS - VARIEDADES LIGUÍSTICAS E NORMA CULTA Questão 01) Leia a tira abaixo. COUTINHO, Laerte. Striptiras 3. Porto Alegre L&PM, 2008. p. 39. A linguagem presente nos quadrinhos a) usa predominantemente elementos não verbais para a produção do sentido. b) caracteriza-se pelo registro formal da língua, típico das conversas cotidianas. c) tem seu sentido construído pela mescla de elementos oriundos da informática e das histórias infantis. d) usa inadequadamente termos estrangeiros que não são utilizados nem compreendidos no uso cotidiano. Questão 02) Assinale a frase correta em relação ao português- padrão escrito. a) Aquelas orientações tinham-lhe sido bastante insufi- cientes e, por isso, restavam-lhe ainda algumas dúvi- das pontuais. b) Aliado a tudo isso, coloca-se principalmente as baixas condições sócio econômicas das famílias que mora- vam nas margens dos rios. c) Foi feito até agora apenas duas visitas, e apenas dois terços das obras foi contratado. d) Devem haver outras vantagens em fazer o negócio, mas, por enquanto, as informações prometidas se- guem anexo. Questão 03) Analise a tira. (www.monica.com.br/comics/tirinhas. Adaptado.) a) Tendo em vista a significação das palavras e seu em- prego na língua, transcreva duas expressões da tira que são utilizadas normalmente em situações mais in- formais, relacionando-se a variedades sociais ou regi- onais. b) Articulando tais expressões a situações típicas de um contexto mais formal, substitua-as por termos mais comuns à norma-padrão da língua, reescrevendo as frases em que aparecem. Questão 04) Na charge acima: Analise as proposições e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) A palavra “bicha”, muito comum no uso da linguagem coloquial, foi usada no sentido de nomear um objeto estranho para a personagem. ( ) Há referência à leitura imprecisa do “código de bar- ras”, provocando um efeito de humor. ( ) A expressão “HMMM...” é um recurso de linguagem utilizado para repetir um mesmo som consonantal. ( ) Apresenta-se uma interação verbal conflituosa em consequência da ausência de envolvimento com as múltiplas práticas de leituras. Marque a alternativa correta. a) V V F V b) F V V V c) V F V V d) F V F V e) V V V F Questão 05) Leia o fragmento de texto abaixo. O sertão abria-se naquela manhã de junho festivo, na gló- ria fecunda das ondulações verdes, sombreado aqui pelas restingas das matas, escalonado mais além pelas colinas aprumadas, a varar o céu azul com suas aguilhadas de ou- ro; batuíras e xenxéns chalravam nas embaúbas digitadas dos grotões; e um sorvo longo de vida e contentamento errava derredor, no catingueiro roxo dos serrotes, empe- rolado da orvalhada, a recender acre, e nas abas dos mon- tes e encruzilhadas, onde preás minúsculos e calangos es- verdinhados retouçavam familiares, ao esplendor crescen- te do dia. Hugo de Carvalho Ramos in Tropas e Boiadas. Em relação à linguagem empregada pelo autor no fragmento de texto apresentado acima, é CORRETO afirmar que: a) Para obter maior realismo em seu relato, o autor uti- liza uma linguagem rebuscada, carregada de figuras de linguagem como hipérboles, antíteses e parado- xos, característica marcante do estilo barroco. b) Ao empregar expressões como “a varar o céu azul com suas aguilhadas de ouro”, “emperolado da orva- lhada, onde preás minúsculos”, e “calangos esverdi- nhados retouçavam familiares”, o autor procura se- parar a pintura da paisagem do cotidiano do sertane- jo.

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    EXERCCIOS - VARIEDADES LIGUSTICAS

    E NORMA CULTA

    Questo 01) Leia a tira abaixo.

    COUTINHO, Laerte. Striptiras 3. Porto Alegre L&PM, 2008. p. 39.

    A linguagem presente nos quadrinhos

    a) usa predominantemente elementos no verbais para a

    produo do sentido.

    b) caracteriza-se pelo registro formal da lngua, tpico

    das conversas cotidianas.

    c) tem seu sentido construdo pela mescla de elementos oriundos da informtica e das histrias infantis.

    d) usa inadequadamente termos estrangeiros que no so

    utilizados nem compreendidos no uso cotidiano.

    Questo 02) Assinale a frase correta em relao ao portugus-padro escrito.

    a) Aquelas orientaes tinham-lhe sido bastante insufi-cientes e, por isso, restavam-lhe ainda algumas dvi-das pontuais.

    b) Aliado a tudo isso, coloca-se principalmente as baixas condies scio econmicas das famlias que mora-vam nas margens dos rios.

    c) Foi feito at agora apenas duas visitas, e apenas dois teros das obras foi contratado.

    d) Devem haver outras vantagens em fazer o negcio, mas, por enquanto, as informaes prometidas se-guem anexo.

    Questo 03) Analise a tira.

    (www.monica.com.br/comics/tirinhas. Adaptado.)

    a) Tendo em vista a significao das palavras e seu em-

    prego na lngua, transcreva duas expresses da tira

    que so utilizadas normalmente em situaes mais in-formais, relacionando-se a variedades sociais ou regi-

    onais.

    b) Articulando tais expresses a situaes tpicas de um

    contexto mais formal, substitua-as por termos mais

    comuns norma-padro da lngua, reescrevendo as

    frases em que aparecem.

    Questo 04)

    Na charge acima:

    Analise as proposies e coloque V para as verdadeiras e F

    para as falsas.

    ( ) A palavra bicha, muito comum no uso da linguagem coloquial, foi usada no sentido de nomear um objeto

    estranho para a personagem.

    ( ) H referncia leitura imprecisa do cdigo de bar-ras, provocando um efeito de humor.

    ( ) A expresso HMMM... um recurso de linguagem utilizado para repetir um mesmo som consonantal.

    ( ) Apresenta-se uma interao verbal conflituosa em

    consequncia da ausncia de envolvimento com as

    mltiplas prticas de leituras.

    Marque a alternativa correta.

    a) V V F V

    b) F V V V

    c) V F V V

    d) F V F V

    e) V V V F

    Questo 05) Leia o fragmento de texto abaixo.

    O serto abria-se naquela manh de junho festivo, na gl-ria fecunda das ondulaes verdes, sombreado aqui pelas restingas das matas, escalonado mais alm pelas colinas aprumadas, a varar o cu azul com suas aguilhadas de ou-ro; baturas e xenxns chalravam nas embabas digitadas dos grotes; e um sorvo longo de vida e contentamento errava derredor, no catingueiro roxo dos serrotes, empe-rolado da orvalhada, a recender acre, e nas abas dos mon-tes e encruzilhadas, onde pres minsculos e calangos es-verdinhados retouavam familiares, ao esplendor crescen-te do dia.

    Hugo de Carvalho Ramos in Tropas e Boiadas.

    Em relao linguagem empregada pelo autor no fragmento de texto apresentado acima, CORRETO afirmar que:

    a) Para obter maior realismo em seu relato, o autor uti-liza uma linguagem rebuscada, carregada de figuras de linguagem como hiprboles, antteses e parado-xos, caracterstica marcante do estilo barroco.

    b) Ao empregar expresses como a varar o cu azul com suas aguilhadas de ouro, emperolado da orva-lhada, onde pres minsculos, e calangos esverdi-nhados retouavam familiares, o autor procura se-parar a pintura da paisagem do cotidiano do sertane-jo.

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    c) As imagens poticas construdas pela linguagem do texto no demonstram integrao artstica entre pensamento e expresso, pois no h envolvimento do narrador com os fatos que relata, nem relao de-les com a vida no serto.

    d) Pela leitura do fragmento, pode-se depreender que a extenso dos segmentos fraseolgicos obtida pelo emprego dos adjetivos tem como objetivo a busca pela fidelidade na descrio da paisagem.

    e) As imagens poticas criadas pelo retouar dos pres minsculos e dos calangos esverdinhados pelas abas dos montes e encruzilhadas ao esplendor do dia remetem ao leitor esttica romntica, da qual Hugo de Carvalho Ramos foi um de seus maiores ex-poentes.

    Questo 06) Considerando a relao entre os excertos abaixo, marque a alternativa CORRETA:

    Texto 01 O caipira pousou a braada de lenha encostada cerca do roado; passou a perna por cima e pulando do outro lado, as alpercatas de couro cru a pisar forte o espinharal resse-quido que estralejava, entranhou-se pelo groto nesses dias sem pinga dgua galgou a barroca fronteira e endi-reitou rumo da maria-preta, que abria ao mormao cre-puscular da tarde a galharada esguia, toda tostada desde a poca da queima pelas lufadas de fogo que subiam da ma-lhada. Hugo de Carvalho Ramos in Tropas e Boiadas. Texto 02 O empresrio Wilmar Bastos, um dos trinta proprietrios de chcaras situadas s margens do Lago do Lageado, a-tingidas por incndio nestes ltimos trs dias, disse que um verdadeiro desastre ecolgico aconteceu no local, ten-do consumido (sic), s na sua propriedade, 36 hectares de Cerrado. Ns fizemos um levantamento e eu vi que jabu-tis, iguanas, pres, diversos tipos de aves e ninhais foram consumidos pelo fogo, relatou. (...) Segundo ele, o fogo destruiu plantaes de mandioca, mamo e cajueiros nati-vos e de vrias outras plantaes l existentes. (...) Eu la-mento que isso configura a falta de gesto, de manejo cor-reto, da falta de instrumentos do poder pblico para com-bater incndios. a prova de que no h educao ambi-ental. No existe nenhum cuidado para a preservao do meio ambiente

    (Jornal do Tocantins, 14 de setembro de 2010, Ano 31 n. 5.000, p. 10)

    a) Pela leitura dos textos, pode-se perceber que ambos

    fazem referncia s queimadas, por isso, do ponto de vista estrutural e lingustico, os textos pertencem ao mesmo gnero e servem aos mesmos propsitos co-municativos.

    b) Em relao ao texto 1, pode-se afirmar que o autor utilizou-se da linguagem subjetiva, conforme se ob-serva em expresses como galharada esguia e lu-fadas de fogo, perdendo com isso o compromisso com a informao, caracterstica do texto 2.

    c) O descontentamento com a destruio da natureza demonstrado por Wilmar Bastos no trecho a prova

    de que no h educao ambiental. No existe ne-nhum cuidado para a preservao do meio ambien-te. (texto 2), pode ser observado tambm pela voz do caipira na frase galgou a barroca fronteira e endi-reitou rumo da maria-preta (...) toda tostada (...) pe-las lufadas de fogo (texto 1).

    d) Pela natureza do gnero a que pertencem e pelas ca-ractersticas da linguagem, pode-se afirmar que o tex-to 1 um texto no literrio e o texto 2 um texto li-terrio, porque no se utiliza da linguagem conotati-va e sua principal finalidade a informao.

    e) Em virtude do tempo que separa os dois textos e das diferenas de perspectivas, a reportagem sobre as queimadas no cerrado tocantinense no dialoga com o conto de Hugo de Carvalho Ramos, por demonstrar maior conscincia na relao do homem com a natu-reza.

    Questo 07) Das frases abaixo, a nica construo frasstica aceita pela norma culta ou padro da lngua :

    a) A negao do encontro entre a ministra e a secretria complicou o governo a nvel de eleio.

    b) Haja vista os problemas ocorridos com o Senado, a ala oposicionista entrou com uma chuva de aes.

    c) O garoto detido pelo policial na "crackolndia" se de-fendeu: Eu sou de menor.

    d) Segundo o IBGE, o eletrodomstico mais presente nos lares brasileiros a TV a cores.

    e) A rede de lojas de eletrodomsticos faz entregas a domiclio tambm na Baixada Santista.

    Questo 08) Assinale a frase que est escrita de acordo com as normas da lngua portuguesa padro.

    a) Nas propostas que j foram encaminhadas pelas as-semblias sindicais, est contemplado tambm algu-mas sugestes sobre a nova tabela de pontuao.

    b) Sobre essa nova obra, quem aprovou ela foi a Comis-so de Oramento do Senado.

    c) Se a deciso razovel, penso que somente o Conse-lho Regional possa rev-la.

    d) Estamos solicitando a doao de mveis, equipamen-tos de informtica, eletroeletrnicos, no estado que se encontra, para que possamos reutilizar na nossa instituio.

    Questo 09) A RAPADURA NOSSA!

    Foi notcia de jornal e tambm da televiso que a nossa rapadura, produto de exportao, teve o registro firmado por grande grupo alemo.

    (...) A rapadura nossa e no tem balacobaco,

    no adianta estrangeiro querer encher nosso saco, pois nosso povo capaz de armar um grande barraco.

    Adaptado de: Jos Pedrosa (RN).

    Disponvel em: .

    Acessado em: 23 out. 2009.

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    O termo ou expresso que est empregado em sentido denotativo ocorre em a) exportao. b) registro firmado. c) alemo. d) estrangeiro.

    e) armar um grande barraco.

    Questo 10) Leia o fragmento abaixo.

    Perdoai-me, senhora, aqui me tendes a vossos ps! tende pena de mim que eu sofri muito, que amei-vos, que vos amo muito! Compaixo! que serei vosso escravo, beijarei vossas plantas ajoelhar-me-ei noite vossa porta, ouvi-rei vosso ressonar, vossas oraes, vossos sonhos e isso me bastar. Serei vosso escravo e vosso co, deitar-me-ei a vossos ps quando estiverdes acordada, velarei com meu punhal quando a noite cair: e se algum dia, se algum dia vs me puderdes amar ento! ento!....

    AZEVEDO, lvares de. Noite na taverna. Porto Alegre: L&PM, 2009. p. 69.

    O trecho acima constitui uma amostra de como a lngua portuguesa era usada no sculo XIX e um exemplo de como a lngua passa por transformaes ao longo dos tempos. Levando em conta esses aspectos, a) Transcreva do trecho acima quatro formas lingusticas

    que hoje esto em desuso no portugus do Brasil. b) Reescreva o trecho Perdoai-me, senhora, aqui me

    tendes a vossos ps! tende pena de mim que eu sofri muito, que amei-vos, que vos amo muito!, substituin-do as construes em desuso atualmente no Brasil por correspondentes contemporneos e tambm de varie-dade padro da lngua.

    Questo 11) A nica frase que segue as normas da lngua escri-ta padro :

    a) A janela propiciava uma vista para cuja beleza muito contribua a mata no alto do morro.

    b) Em pouco tempo e gratuitamente, prepare-se para a universidade que voc se inscreveu.

    c) Apesar do rigor da disciplina, militares se mobilizam no sentido de voltar a cujos postos estavam antes de se li-cenciarem.

    d) Sem pretender passar por heri, aproveito para contar coisas as quais fui testemunha nos idos de 1968 e que hoje tanto se fala.

    e) Sem muito sacrifcio, adotou um modo de vida a qual o permitia fazer o regime recomendado pelo mdico.

    Questo 12)

    Ziraldo. Manchete.

    Na organizao sinttico-semntica do texto, o emprego da

    expresso ser que se justifica por: a) compor uma frase interrogativa indireta.

    b) separar oraes subordinadas.

    c) constituir-se de verbo e pronome interrogativo. d) tratar-se de uma expresso de valor enftico.

    e) ser uma locuo de funo nominal.

    Questo 13) Leia o seguinte excerto de um artigo sobre o te-logo Joo Calvino.

    Foi preciso o destemor conceitual de um telogo exigente feito ele para dar o passo racional necessrio. Ousou: para salvar a onipotncia de Deus, no d para no sacrificar pe-lo menos um qu da bondade divina.

    Antnio Flvio Pierucci, Folha de S. Paulo, 12/07/2009.

    a) O excerto est redigido em linguagem que apresenta

    traos de informalidade. Identifique dois exemplos dessa informalidade.

    b) Mantendo o seu sentido, reescreva o trecho no d para no sacrificar pelo menos um qu da bondade di-vina, sem empregar duas vezes a palavra no.

    Questo 14) Leia atentamente esta frase:

    O acusado vai estar chegando em Porto Alegre, vindo dos EUA, amanh.

    Citado por MACHADO, Josu. In: Revista Lngua Portuguesa, So Pau-lo, ano II, n. 15, p.45, 2007.

    Veiculada em jornal de grande circulao no Pas, essa fra-se, de acordo com a norma culta da lngua, apresenta dois problemas.

    Com base em seus conhecimentos lingusticos, a) IDENTIFIQUE e EXPLIQUE esses problemas.

    Problema 1 Problema 2

    b) REESCREVA a frase, de modo a evitar que ela seja alvo de crtica.

    Questo 15) Considere a tirinha.

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    (www.custodio.net)

    Na situao comunicativa em que se encontram, os persona-

    gens valem-se de uma variedade lingustica marcada pela

    informalidade.

    Reescreva as frases a seguir, adequando-as norma padro, e justifique as alteraes realizadas.

    a) Onde ele foi? e Vai onde for preciso! b) Voc conhece ele... e A gente tem camisa pro frio?

    Questo 16) OS DEGRAUS

    No desas os degraus do sonho Para no despertar os monstros.

    No subas aos stos - onde Os deuses, por trs das suas mscaras,

    Ocultam o prprio enigma. No desas, no subas, fica.

    O mistrio est na tua vida! E um sonho louco este nosso mundo...

    (Disponvel em: http://www.fabiorocha.com.br/ mario.htm. Acesso em 10/05/10.)

    Observando o verso O mistrio est na tua vida!, do poema de Mario Quintana, pode-se concluir que a) h um erro gramatical, pois o vocbulo no tem

    qualquer funo. b) h duas oraes com o mesmo sujeito. c) o vocbulo tem a funo de dar nfase ou reforo

    ao enunciado. d) h um erro gramatical, pois existem dois verbos e

    uma nica orao. e) no h erro, pois a construo representa uma li-

    cena potica.

    Questo 17) Indique a alternativa que est de acordo com a norma culta, no apresentando desvios gramaticais ou erros de grafia:

    a) Se Joo reouvesse o dinheiro roubado, a situao se-ria resolvida.

    b) Se Joo reavisse o dinheiro roubado, a situao seria resolvida.

    c) Se a Polcia intervir no caso, Joo reaver o dinheiro roubado.

    d) Se a Polcia intervisse no caso, Joo reaveria o dinhei-ro roubado.

    e) Se Joo reavesse o dinheiro roubado, a situao seria resolvida.

    Questo 18) A nica frase que est redigida de acordo com a norma escrita padro :

    a) Os resultados da tendncia de reduo do ndice de natalidade s poder ser sentido dentro de aproxima-damente vinte anos.

    b) Com o aumento das pessoas com mais de 60 anos au-mentou consideravelmente as despesas de nosso sis-tema previdencirio.

    c) A queda nas taxas de fecundidade de vrios pases cos-tuma ser reflexo de seu desenvolvimento econmico e social.

    d) Inmeros fatores modificaram a pirmide etria brasi-leira e pode causarem uma sria consequncia, caso seja mantido.

    e) Em pases onde os problemas do controle da natalida-de j se tornou realidade, prope-se incentivos eco-nmicos para o aumento de filhos.

    Questo 19) Leia atentamente os versos a seguir e, depois, faa o que pedido.

    Eu sei que vou te amar Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida eu vou te amar Em cada despedida, eu vou te amar Desesperadamente, eu sei que vou te amar

    E cada verso meu ser Pra te dizer Que eu sei que vou te amar Por toda a minha vida

    Eu sei que vou chorar A cada ausncia tua, eu vou chorar Mas cada volta tua h de apagar O que esta tua ausncia me causou

    Eu sei que vou sofrer A eterna desventura de viver espera de viver ao lado teu

    Por toda a minha vida Vinciuis de Morais e Tom Jobim

    No texto dessa letra de msica (MPB), observa-se a presen-a da linguagem coloquial, quando o leitor verifica a) o uso da segunda pessoa do singular, em ocorrncias como a

    cada ausncia tua, forma de tratamento empregada em situa-es comunicativas menos formais, sobretudo quando seu produtor utiliza no texto grias e jarges.

    b) o emprego da expresso h de apagar, uma vez que, nesse caso especfico, o verbo haver, por no ser sinnimo de exis-tir, refere-se a uma forma tpica do portugus falado esponta-neamente.

    c) a ocorrncia da expresso eu sei que vou te amar, porquan-to, na linguagem coloquial, a tendncia no empregar o pro-nome oblquo posposto locuo verbal; desse modo, na mo-dalidade padro, a forma a ser empregada seria: eu sei que

    vou amar-te.

    d) a inverso sinttica no verso A cada ausncia tua, eu vou chorar, pois, como a linguagem coloquial ocorre principalmente em situaes comunicativas menos tensas e formais, natural o uso de inverses lingusti-cas, como a que se observa no verso citado.

    Questo 20) Assinale a alternativa que contenha uma orao que atenda norma padro da lngua portuguesa:

    a) Funcionrios e populao em geral, temem pela a-meaa que o novo produto representa para o meio ambiente, argumentando que a cincia tem descon-siderado, cada vez mais, a ecologia.

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    b) As decises internas influnciam o pblico externo, o que impe sobre os gestores grande responsabilida-de social.

    c) A perca da memria em certos casos irreversvel, podendo levar o paciente total invalidade.

    d) A natureza, muito embora alguns insistam em contes-tar exaustivamente , tem dado boas respostas aos exacerbados atos humanos contra ela, haja vista os recentes desastres naturais ocorridos pelo mundo.

    e) Diante de tamanha demonstrao de poder e, ao mesmo tempo, de incompetncia, resta perguntar at onde vai essa cultura instaurada da impunidade?

    Questo 21) A frase que est redigida de maneira clara e cor-reta :

    a) Frente algumas questes, atrapalhou-se, sendo que ficou prejudicado.

    b) Minha trajetria estudantil, como a maioria dos ind-genas brasileiros, marcada por muitos preconceitos e com alguma superao das dificuldades.

    c) No sculo XIX, casamentos arranjados eram muito comum e mais ainda, para garantir asceno social.

    d) uma forma de fraude inovadora, que no nos de-mos conta ainda.

    e) A questo de o exerccio do jornalismo dispensar di-ploma controversa, por isso muitos reivindicam dis-cusso mais ampla sobre o tema.

    Questo 22) A frase em que o emprego do elemento destaca-do respeita o padro culto escrito :

    a) Nem tudo o que eles citaram advinha de doaes dos associados.

    b) Ele que continui a atrasar as encomendas e perder a clientela.

    c) Se ele requiser a aposentadoria antecipadamente, perder alguns benefcios.

    d) Alguns estudos do artista constituem-se verdadeiras obras-prima.

    e) Caso ele repe o que desviou, pode conseguir atenu-ao de pena.

    Questo 23)

    BESSINHA. Disponvel em: http://pattindica.files.wordpress.com/

    2009/08/bessinha458904-jpgimage_1245119001858.jpeg (adaptado).

    As diferentes esferas sociais de uso da lngua obrigam o fa-

    lante a adapt-la s variadas situaes de comunicao.

    Uma das marcas lingusticas que configuram a linguagem

    oral informal usada entre av e neto neste texto

    a) a opo pelo emprego da forma verbal era em lugar de foi.

    b) a ausncia de artigo antes da palavra rvore. c) o emprego da reduo t em lugar da forma verbal

    est. d) o uso da contrao desse em lugar da expresso de

    esse. e) a utilizao do pronome que em incio de frase ex-

    clamativa.

    Questo 24) Venho solicitar a clarividente ateno de Vossa Excelncia para que seja conjurada uma calamidade que est prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Re-firo-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta que est empolgando centenas de moas, atraindo-as para se transfor-marem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher no poder praticar este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilbrio fisiolgico das suas funes orgnicas, devido natureza que disps a ser me. Ao que dizem os jor-nais, no Rio de Janeiro, j esto formados nada menos de dez quadros femininos. Em So Paulo e Belo Horizonte tambm j esto se constituindo outros. E, neste crescendo, dentro de um ano, provvel que em todo o Brasil estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 ncleos destroa-dos da sade de 2,2 mil futuras mes, que, alm do mais, fica-ro presas a uma mentalidade depressiva e propensa aos exibi-cionismos rudes e extravagantes.

    Coluna Penalti. Carta Capital. 28 abr. 2010.

    O trecho parte de uma carta de um cidado brasileiro, Jos Fuzeira, encaminhada, em abril de 1940, ao ento presidente da Republica Getlio Vargas. As opes lingus-ticas de Fuzeira mostram que seu texto foi elaborado em linguagem a) regional, adequada troca de informaes na situa-

    o apresentada. b) jurdica, exigida pelo tema relacionado ao domnio do

    futebol. c) coloquial, considerando-se que ele era um cidado

    brasileiro comum. d) culta, adequando-se ao seu interlocutor e situao

    de comunicao. e) informal, pressupondo o grau de escolaridade de seu

    interlocutor.

    Questo 25) Fazendo uma pesquisa a respeito dos efeitos do lcool sobre o crebro, um estudante encontrou, entre outras, estas informaes, que decidiu reunir em um s perodo.

    O lcool pode comprometer irremediavelmente o funcio-namento do crebro. O consumo de lcool vem crescendo entre os jovens. O lcool causa danos memria e s capacidades de ra-ciocnio lgico-abstrato.

    Considerando a variedade padro da lngua portuguesa es-crita, assinale a(s) proposio(es) que APRESENTA(M) re-dao apropriada. 01. O lcool, cujo consumo vem crescendo entre os jovens,

    pode comprometer irremediavelmente o funciona-mento do crebro, causando danos memria e s ca-pacidades de raciocnio lgico-abstrato.

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    02. O lcool, cujo o consumo vem crescendo entre os jo-vens pode comprometer irremediavelmente o funcio-namento do crebro, o qual causa danos memria e s capacidades de raciocnio lgico-abstrato.

    04. O lcool, cujo consumo vem crescendo entre os jovens, causa danos memria e s capacidades de raciocnio lgico-abstrato, podendo comprometer irremediavel-mente o funcionamento do crebro.

    08. O lcool, no qual o consumo vem crescendo entre os jovens, podendo comprometer irremediavelmente o funcionamento do crebro, onde causa danos me-mria e s capacidades de raciocnio lgico-abstrato.

    16. Vem crescendo entre os jovens o consumo de lcool, que pode comprometer irremediavelmente o funcio-namento do crebro, uma vez que causa danos me-mria e s capacidades de raciocnio lgico-abstrato.

    32. O lcool que pode comprometer irremediavelmente o funcionamento do crebro, causa danos memria e s capacidades de raciocnio lgico-abstrato, onde seu consumo vem crescendo entre os jovens.

    TEXTO: 1 - Comum questo: 26

    A retirada da Laguna

    Formao de um corpo de exrcito incumbido de atu-ar, pelo norte, no alto Paraguai Distncias e dificul-dades de organizao.

    Para dar uma idia aproximada dos lugares onde ocor-

    reram, em 1867, os acontecimentos relatados a seguir, necessrio lembrar que a Repblica do Paraguai, o Estado mais central da Amrica do Sul, aps invadir e atacar simul-taneamente o Imprio do Brasil e a Repblica Argentina em fins de 1864, encontrava-se, decorridos dois anos, reduzida a defender seu territrio, invadido ao sul pelas foras con-juntas das duas potncias aliadas, s quais se unira um pe-queno contingente de tropas fornecido pela Repblica do Uruguai.

    Do lado sul, o caudaloso Paraguai, um dos afluentes do rio da Prata, oferecia um acesso mais fcil at a fortaleza de Humait,

    1 que se transformara, graas sua posio espe-

    cial, na chave de todo o pas, adquirindo, nesta guerra en-carniada, a importncia de Sebastopol na campanha da Crimia.2

    Do lado da provncia brasileira de Mato Grosso, ao nor-te, as operaes eram infinitamente mais difceis, no ape-nas porque milhares de quilmetros a separam do litoral do Atlntico, onde se concentram praticamente todos os recursos do Imprio do Brasil, como tambm por causa das cheias do rio Paraguai, cuja poro setentrional, ao atra-vessar regies planas e baixas, transborda anualmente e inunda grandes extenses de terra.

    O plano de ataque mais natural, portanto, consistia em subir o rio Paraguai, a partir da Repblica Argentina, at o centro da Repblica do Paraguai, e em desc-lo, pelo lado brasileiro, a partir da capital de Mato Grosso, Cuiab, que os paraguaios no haviam ocupado.

    Esta combinao de dois esforos simultneos teria sem dvida impedido a guerra de se arrastar por cinco anos consecutivos, mas sua realizao era extraordinariamente difcil, em razo das enormes distncias que teriam de ser

    percorridas: para se ter uma idia, basta relancear os olhos para o mapa da Amrica do Sul e para o interior em grande parte desabitado do Imprio do Brasil.

    No momento em que comea esta narrativa, a ateno geral das potncias aliadas estava, pois, voltada quase ex-clusivamente para o sul, onde se realizavam operaes de guerra em torno de Curupaiti e Humait. O plano primitivo fora praticamente abandonado, ou, pelo menos, outra fun-o no teria seno submeter s mais terrveis provaes um pequeno corpo de exrcito quase perdido nos vastos espaos desertos do Brasil.

    Em 1865, no incio da guerra que o presidente do Para-guai, Lpez,3 sem outro motivo que a ambio pessoal, sus-citara na Amrica do Sul, mal amparado no vo pretexto de manter o equilbrio internacional, o Brasil, obrigado a de-fender sua honra e seus direitos, disps-se resolutamente luta. A fim de enfrentar o inimigo nos pontos onde fosse possvel faz-lo, ocorreu naturalmente a todos o projeto de invadir o Paraguai pelo norte; projetou-se uma expedio deste lado.

    Infelizmente, este projeto de ao diversionria no foi realizado nas propores que sua importncia requeria, com o agravante de que os contingentes acessrios com os quais se contara para aumentar o corpo de exrcito expe-dicionrio, durante a longa marcha atravs das provncias de So Paulo e de Minas Gerais, falharam em grande parte ou desapareceram devido a uma epidemia cruel de varola, bem como s deseres que ela motivou. O avano foi len-to: causas variadas, e sobretudo a dificuldade de forneci-mento de vveres, provocaram a demora.

    S em julho pde a fora expedicionria organizar-se em Uberaba4, no alto Paran (a partida do Rio de Janeiro ocorrera em abril); contava ento com um efetivo de cerca de 3 mil homens, graas ao reforo de alguns batalhes que o coronel Jos Antnio da Fonseca Galvo havia trazido de Ouro Preto.5

    No sendo esta fora suficiente para tomar a ofensiva, o comandante-em-chefe, Manoel Pedro Drago, conduziu-a para a capital de Mato Grosso, onde esperava aument-la ainda mais. Com esse intuito, o corpo expedicionrio avan-ou para o noroeste e atingiu as margens do rio Paranaba, quando lhe chegaram ento despachos ministeriais com a ordem expressa de marchar diretamente para o distrito de Miranda, ocupado pelo inimigo.

    No ponto onde estvamos, esta ordem tinha como conseqncia necessria obrigar-nos a descer de volta at o rio Coxim

    6 e em seguida contornar a serra de Maracaju

    pela base ocidental, invadida anualmente pelas guas do caudaloso Paraguai. A expedio estava condenada a atra-vessar uma vasta regio infectada pelas febres palustres.

    A fora chegou ao Coxim7 no dia 20 de dezembro, sob

    o comando do coronel Galvo, recm-nomeado comandan-te-em-chefe e promovido, pouco depois, ao posto de bri-gadeiro.

    Destitudo de qualquer valor estratgico, o acampa-mento de Coxim encontrava-se pelo menos a uma altitude que lhe garantia a salubridade. Contudo, quando a enchen-te tomou os arredores e o isolou, a tropa sofreu ali cruis privaes, inclusive fome.

    Aps longas hesitaes, foi necessrio, enfim, aventu-rarmo-nos pelos pntanos pestilentos situados ao p da serra; a coluna ficou exposta inicialmente s febres, e uma

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    das primeiras vtimas foi seu infeliz chefe, que expirou s margens do rio Negro; em seguida, arrastou-se depois pe-nosamente at o povoado de Miranda.

    8

    Ali, uma epidemia climatrica de um novo tipo, a para-lisia reflexa,

    9 continuou a dizimar a tropa.

    Quase dois anos haviam decorrido desde nossa partida do Rio de Janeiro. Descrevramos lentamente um imenso circuito de 2112 quilmetros; um tero de nossos homens perecera.

    (VISCONDE DE TAUNAY (Alfredo dEscragnolle-Taunay). A retirada da Laguna Episdio da guerra do Paraguai. Traduo de Sergio Medeiros.

    So Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 35 a 41.)

    NOTAS DA EDIO ADOTADA (1) Humait e Curupaiti, situadas s margens do rio Para-guai, constituam o mais forte obstculo fluvial no caminho da esquadra brasileira para atingir Assuno a partir de Corrientes, na Argentina. Este complexo de empecilhos flu-viais foi vencido em 15 de fevereiro de 1868. (Nota do tra-dutor) (2) Sebastopol, um importante porto militar da U-crnia, resistiu por onze meses, em 1854, ao ataque da Frana, Inglaterra e Turquia, durante a guerra da Crimia, que ops os trs pases citados Rssia czarista. (Nota do tradutor) (3) Francisco Solano Lpez (1826-1870) era filho do ditador Carlos Antonio Lpez, que governou o Paraguai entre 1840 e 1862. Foi educado no Paraguai e na Europa, e, ao retornar a seu pas, passou a colaborar com o pai, tor-nando-se logo ministro da Guerra e da Marinha. Subiu ao poder em 1862. Em 1870, foi morto por tropas brasileiras. (Nota do tradutor) (4) A 594 quilmetros do litoral do A-tlntico. (Nota original do autor) (5) Capital da provncia de Minas Gerais. (Nota original do autor) (6) Coxim tambm o nome dado ao ponto de confluncia dos rios Taquari e Coxim. (Nota do tradutor) (7) 18 33 58 lat. S. 32 37 18 long. da ilha de Fer (astrnomos portugueses). (Nota original do autor) (8) A 396 quilmetros ao sul do Coxim. Essas duas localidades pertencem provncia de Mato Grosso e esto a cerca de 1522 quilmetros do litoral. (No-ta original do autor) (9) Este mal, de natureza palustre, conhecido no Brasil sob o nome de beribri. (Nota original do autor)

    Questo 26) Como se observa no captulo apresentado, boa parte do vocabulrio de A retirada da Laguna tem relao com a guerra.

    Partindo desta constatao, encontre nesse captulo quatro palavras ou expresses equivalentes a corpo de exrcito.

    TEXTO: 2 - Comum questo: 27

    Analise esta tira, extrada do stio

    http://educacao.uol.com.br/album/tiras.

    Questo 27) Com relao ao gerundismo, correto afirmar que

    01. um dos principais problemas da ortografia do portu-gus brasileiro.

    02. denota aspectos do padro do uso da lngua portugue-sa.

    04. acontece devido a uma influncia direta da lngua in-glesa no portugus.

    08. denota o uso coloquial da variante brasileira da lngua portuguesa.

    16. caracteriza-se como um fenmeno sinttico.

    TEXTO: 3 - Comum questo: 28

    INSNIAS Carlos Heitor Cony

    Um dos argumentos usados para promover a venda de canais a cabo foi o da insnia. A TV dita aberta tinha o hbi-to de sair do ar por volta das duas da manh. E alguns ca-nais saam antes, outros depois.

    Aqueles que, por um motivo ou por outro, no esta-vam dormindo nem fazendo coisa melhor e ligavam o apa-relho em busca de alguma coisa para ver ficavam condena-dos aos chuviscos. Com o advento da TV por assinatura, os insones poderiam dispor de entretenimento, cultura, lazer, o diabo.

    Pois sim. Outro dia - alis, outra noite dessas -, dormi a tarde inteira e, noite, fiquei sem sono. Fui testar as mara-vilhas prometidas pelas duas TVs a cabo que aluguei.

    Por Jpiter! Nada daquilo me interessava. No preten-do comprar tapetes, no vou adquirir complicadssimos a-parelhos de malhao, no rezo o tero bizantino, no pos-so nem quero testar as receitas culinrias oferecidas e de-monstradas.

    A vida sexual dos golfinhos nunca me interessou e mi-nhas preocupaes presentes, passadas e futuras no esto nas grutas pr-histricas do Tibete. Tampouco preciso e-xorcizar os demnios que me frequentam, convivo bem com todos eles. Mudei o canal para uma cena incompreen-svel. Dois javalis ou coisas equivalentes disputavam uma fmea, acho que da mesma espcie. Era um porn animal

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    narrado cientificamente por um especialista de um institu-to canadense.

    Apertei mais uma vez o controle remoto e vi um sujeito barbado lendo um texto apocalptico e anunciando o fim do mundo. Ao contrrio de me despertar, deu-me sono letal. E voltei para a cama, donde no deveria ter sado.

    Questo 28) A frase do texto que mostra uma variao infor-mal do uso da lngua :

    a) ...os insones poderiam dispor de entretenimento, cul-tura, lazer, o diabo.;

    b) Um dos argumentos usados para promover a venda de canais a cabo foi o da insnia.;

    c) A TV dita aberta tinha o hbito de sair do ar por volta das duas da manh.;

    d) A vida sexual dos golfinhos nunca me interessou...; e) E voltei para a cama, donde no deveria ter sado.

    TEXTO: 4 - Comum questo: 29

    O Colocador de Pronomes (excerto)

    1Havia em Itaoca um pobre moo que definhava de t-dio no fundo de um cartrio. 2Escrevente. Vinte e trs anos. Magro. Ar um tanto palerma. (...)

    3Vivia em paz com as suas certides quando o flechou venenosa seta de Cupido. Objeto 4amado: a filha mais mo-a do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do 5escrevente, ento nos dezessete, e a do Carmo, enca-lhe da famlia (...).

    6Triburtino no era homem de brincadeira. (...) Toda gente lhe tinha um vago medo; mas o 7amor, que mais forte que a morte, no receia sobrecenhos enfarruscados nem tufos de

    8cabelos no nariz.

    9Ousou o escrevente namorar-lhe a filha, apesar da dis-tncia hierrquica que os separava. 10Namoro moda ve-lha, j se v, pois que nesse tempo no existia a gostosura dos cinemas. 11Encontros na igreja, missa, troca de olha-res, dilogos de flores o que havia de inocente e 12puro. (...) Depois, a serenata fatal esquina, com o Acorda, don-zela sapecado a medo num

    13velho pinho de emprsti-

    mo. Depois, bilhetinho perfumado. 14

    Aqui se estrepou 15

    Escrevera nesse bilhetinho, entretanto, apenas qua-tro palavras, afora pontos exclamativos

    16e reticncias: An-

    jo adorado! Amo-lhe! 17Para abrir o jogo bastava esse movimento de peo.

    Ora, aconteceu que o pai do anjo 18apanhou o bilhetinho celestial e, depois de trs dias de sobrecenho carregado, mandou 19cham-lo sua presena, com disfarce de pre-texto para umas certidezinhas, explicou.

    20(...) Mal o pilhou portas aqum, o coronel trancou o escritrio, fechou a carranca e disse: 21A famlia Triburtino de Mendona a mais honrada desta terra, e eu, seu chefe natural, 22no permitirei nunca nunca, ouviu? que con-tra ela se cometa o menor deslize.

    23Parou. Abriu uma gaveta. Tirou de dentro o bilheti-

    nho cor- de- rosa, desdobrou-o. 24

    sua esta pea de flagrante delito? 25

    O escrevente, a tremer, balbuciou medrosa confirma-o.

    26 Muito bem! Continuou o coronel em tom mais se-reno. Ama, ento, minha filha e tem a 27audcia de o decla-rar Pois agora

    28O escrevente, por instinto, ergueu o brao para de-

    fender a cabea e relanceou os olhos 29

    para a rua, sondan-do uma retirada estratgica.

    30 casar! Concluiu de improviso o vingativo pai. 31

    O escrevente ressuscitou. Abriu os olhos e a boca, num pasmo. Depois, tornando a si, 32comoveu-se e com l-grimas nos olhos disse, gaguejante:

    33 Beijo-lhe as mos, coronel! Nunca imaginei tanta generosidade em peito humano! Agora 34vejo com que in-justia o julgam a fora!

    35Velhacamente o velho cortou-lhe o fio das expan-

    ses. 36

    Nada de frases, moo, vamos ao que serve: declaro-o solenemente noivo de minha filha!

    37E voltando-se para dentro, gritou:

    38 Do Carmo! Venha abraar o teu noivo!

    39O escrevente piscou seis vezes e, enchendo-se de co-ragem, corrigiu o erro.

    40 Laurinha, quer o coronel dizer

    41O velho fechou de novo a carranca. 42 Sei onde trago o nariz, moo. Vassunc mandou es-

    te bilhete Laurinha dizendo que 43ama-lhe. Se amasse a ela deveria dizer amo-te. Dizendo amo-lhe declara que ama a uma

    44terceira pessoa, a qual no pode ser seno a

    Maria do Carmo. Salvo se declara amor minha 45mulher Monteiro Lobato, Negrinha.

    Questo 29) Apesar de ter apontado um erro gramatical no bi-lhete escrito pelo namorado de sua filha, o coronel no seguiu a norma culta em uma das suas falas, como se pode verificar em:

    a) sua esta pea de flagrante delito? b) Ama, ento, minha filha e tem a audcia de o decla-

    rar c) declaro-o solenemente noivo de minha filha! d) Do Carmo! Venha abraar o teu noivo! e) Se amasse a ela deveria dizer amo-te.

    TEXTO: 5 - Comum questo: 30

    (Quino, Toda Mafalda)

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    Questo 30) Assinale a alternativa correta. a) No primeiro quadrinho, muitos e muita so, res-

    pectivamente, pronome indefinido e advrbio de in-tensidade.

    b) A mistura de pronomes de 2 e de 3 pessoa, presente no segundo quadrinho, uma marca tpica da lingua-gem coloquial.

    c) A conjuno se (segundo quadrinho) denota ideia de finalidade em relao orao anterior.

    d) Se estivesse na 2 pessoa do singular, o verbo expe-rimentar (terceiro quadrinho) seria alterado para ex-perimente.

    e) Na segunda ocorrncia do verbo ter, no ltimo qua-drinho, o acento grfico diferencial foi abolido aps o Acordo Ortogrfico.

    TEXTO: 6 - Comum questo: 31

    O ladro entra numa joalheria e rouba todas as jias da lo-ja. Guarda tudo numa mala e, para disfarar, coloca roupas em cima. Sai correndo para um beco, onde encontra um amigo, que pergunta: - E a, tudo jia? - Que nada! Metade roupa..

    Questo 31) Com relao frase Sai correndo para um beco, correto afirmar:

    01. O sujeito expresso de forma anafrica. 02. Trata-se de caso explcito de gerundismo. 04. Apresenta um problema de referenciao, consideran-

    do que o sujeito no expresso. 08. O sujeito oculto, o que torna a frase ambgua. 16. A construo est de acordo com os padres coloquiais

    da lngua portuguesa.

    TEXTO: 7 - Comum questo: 32

    1TIO [...] Bem, gente... Hoje meu dia... J ganhei pre-sente de noivado... 2ROMANA Saiu o aumento? 3OTVIO Que aumento! Sem greve no sai aumento! 4ROMANA (repreendendo-o) Otvio!... 5TIO Aumento nada... Tive minha chance no cinema!...

    6[...]

    7OTVIO Seu pai vai fic irritado com esse recado, mas eu

    digo. Seu pai tem outro recado pra 8voc. Seu pai acha que a culpa de pens desse jeito no

    sua s. Seu pai acha que tem 9culpa...

    10TIO Diga a meu pai que ele no tem culpa nenhuma.

    11OTVIO (perdendo o controle) Se eu te tivesse educado

    mais firme, se te tivesse mostrado 12melhor o que a vida, tu no pensaria em no ter confiana na tua gente... GUARNIERI, Gianfrancesco. Eles no usam black-tie. 19. ed. Rio de Janeiro:

    Civilizao Brasileira, 2008. p. 36-37; 105.

    Questo 32) Considerando o texto, assinale a(s) proposi-o(es) CORRETA(S).

    01. Se a fala de Otvio Sem greve no sai aumento! (ref. 3) fosse substituda por S com greve sai aumento!, haveria considervel alterao de significado no con-texto.

    02. Ambas as construes: Se eu te tivesse educado mais firme (ref. 11) e tu no pensaria (ref. 12) apresen-tam o mesmo nvel de formalidade e revelam que a personagem tem alto nvel de escolaridade.

    04. Os dois trechos de dilogo apresentam um registro co-loquial, mas o segundo trecho (refs. 7-12) evidencia mais marcas de oralidade que o primeiro.

    08. No segundo trecho (refs. 7-12), pai e filho mantm um dilogo no qual simulam a intermediao de uma ter-ceira pessoa; assim, as expresses seu pai e meu pai remetem ao mesmo referente Otvio; da mesma forma, os pronomes voc e tu remetem ao mesmo re-ferente Tio.

    16. A frase Diga a meu pai que ele no tem culpa nenhu-ma (ref. 10) pode ser reescrita, sem prejuzo de signi-ficado, como Diga a meu pai que ele no tem culpa alguma.

    32. A palavra gente (refs. 1 e 12) est funcionando como pronome de primeira pessoa do plural, com o mesmo sentido de ns.

    TEXTO: 8 - Comum questo: 33

    Gripe: sala de aula vazia, shopping cheio

    Durante a epidemia de influenza (a gripe espanhola) que grassou no pas em 1918, as autoridades municipais de Curitiba determinaram o fechamento de todas as casas de espetculos e proibiram aglomeraes, inclusive o acom-panhamento dos enterros e a frequncia a templos religio-sos. Ante os parcos recursos e conhecimentos mdico-cientficos de ento, estima-se que a epidemia tenha mata-do cerca de 50 milhes de pessoas no mundo.

    Agora, no sculo 21, nossas autoridades esto permi-tindo a desinformao e o caos. Enquanto diversas escolas adiaram o incio das aulas do segundo semestre ou as sus-penderam, e a Secretaria de Sade do Estado de So Paulo determinou a volta s aulas apenas no dia 17 de agosto, o secretrio de Sade do Paran inicialmente criticou as insti-tuies curitibanas pela atitude precipitada depois, a-cabou cedendo, embora argumentando que os motivos no so tcnicos, e que aderiu medida apenas para tranquili-zar as famlias. Vrias vozes qualificadas classificaram o adi-amento como intil e incuo.

    Os especialistas divergem. Uns dizem que a gripe A tem gravidade e letalidade parecidas com a da gripe sazonal e que bastam as aes preventivas que esto sendo tomadas para conter riscos maiores. Outros especialistas, por sua vez, afirmam que a situao mais grave do que se noticia e que deveriam ser tomadas medidas mais drsticas, justi-ficando a suspenso das aulas.

    Quando nem as autoridades da sade se entendem, como o cidado pode ter uma orientao segura? Se h uma pandemia, trata-se de um problema de sade pblica portanto, cabe ao Poder Pblico orientar e inclusive bai-xar normas a respeito, determinando que atitudes devem ser tomadas. Se no o faz, ou o faz de modo contraditrio, continuamos nessa situao absurda, com suspenso de al-gumas atividades e de outras no. A capa da Gazeta do Po-vo de 30/07 sintomtica: ao mesmo tempo em que noti-cia em grande manchete a suspenso de aulas, apresenta a chamada: Frias e chuva lotam shoppings de Curitiba. O

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    texto dessa chamada informa que julho foi um ms de ou-ro para os shoppings, por causa das frias escolares e do clima frio e chuvoso, capaz de encher lojas e cinemas. E o texto completa: a previso de um agosto ainda melhor. Portanto, a suspenso das aulas provavelmente ter como efeito a aglomerao de pessoas em outros ambientes, com riscos iguais ou maiores que a frequncia s aulas.

    (Gazeta do Povo, 01.08.2009. Adaptado.)

    Questo 33) A frase que reproduz uma ideia do texto de ma-neira gramaticalmente correta :

    a) Em 1918, com a gripe espanhola, em Curitiba, ficou proibidas as aglomeraes, inclusive o acompanha-mento dos enterros e a frequncia a templos religio-sos.

    b) Estimam-se que cerca de 50 milhes de pessoas no mundo tenham sido vtima da gripe espanhola no in-cio do sculo.

    c) Evidentemente cabem ao Poder Pblico a orientao e a publicao de normas, determinando que atitudes devem ser tomadas.

    d) No seria de se espantar se muitos jornais trouxessem a seguinte manchete: Frias lota shoppings de Curiti-ba.

    e) Existe divergncias entre os especialistas: uns dizem que a gripe A tm gravidade e letalidade parecidas com a da gripe sazonal, outros afirmam que a situao mais grave.

    TEXTO: 9 - Comum questo: 34

    Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.

    Meu caro Mrio, Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja

    muitssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Confe-rncia, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade i-mensa de desabafar com voc tudo o que ela me fez sentir. Mas longo, no tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.

    Fernando Sabino.

    Questo 34) Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mrio de Andrade, o emprego de linguagem informal bem e-vidente em

    a) se bem que haja. b) que acabei de ler agora. c) Vem-me uma vontade. d) tudo o que ela me fez sentir. e) tomar seu tempo e te chatear.

    TEXTO: 10 - Comum questo: 35 Considere o texto de Rachel de Queiroz, transcrito a seguir:

    01

    Era o bonde Engenho de Dentro, ali na Praa 02

    Quinze. Vinha cheio, mas como diz, empurrando 03sempre encaixa. O que provou ser otimismo, porque 04

    talvez encaixasse metade ou um quarto de pessoa 05

    magra, e a alentada senhora que se guindou ao alto 06estribo e enfrentou a plataforma traseira junto com 07um bombeiro e outros amveis soldados, dela talvez

    08coubesse um oitavo. Assim mesmo, e isso prova 09bem a favor da elasticidade dos corpos gordos, ela 10conseguiu se insinuar, ou antes, encaixar. E tratava

    11de acomodar-se

    gingando os ombros e os quadris 12

    direita e esquerda, quando o bonde parou em outro

    13poste, o soldado repe-

    tiu o tal slogan do encaixe, e 14foi subindo logo quem! uma baiana dos seus 15noventa quilos, e mais uma bolsa que continha o

    16fogareiro, a lata dos doces, o banquinho

    e o tabuleiro. 17E aquela baiana pesava os seus noventa 18quilos mas era nua, com licena da palavra, pois 19com tanta saia en-gomada e mais os balangands, 20chegava mesmo era aos cem. E esqueci de dizer que 21junto com ela ainda vinha uma cunhzinha esperta

    22que era um saci, que se insinu-

    ou pelas pernas do 23pessoal e acabou cavando um lugar-zinho sentada, na

    24beirinha do banco, ao lado de uma

    moa carregada de 25

    embrulhos e que assim mesmo teve o corao de

    26arrumar a garota.

    Rachel de Queiroz (Texto extrado do livro O melhor da crnica brasileira. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1997, p. 53)

    Questo 35) Aps a leitura do texto acima, pode-se deduzir que a autora empregou uma linguagem

    a) erudita, com alguns arcasmos e vocbulos raramente usados.

    b) popular, com um vocabulrio prprio da norma culta. c) popular, com alguns vocbulos e construes regio-

    nais. d) erudita, com alguns desvios em relao norma cul-

    ta. e) regional, com alguns arcasmos e estrangeirismos.

    TEXTO: 11 - Comum questo: 36

    Trabalhar e sofrer

    1O trabalho enobrece uma dessas frases feitas que a gente repete sem refletir no que significam, feito reza automatizada. Outra "A quem Deus ama, ele faz sofrer", que fala de uma divindade cruel, fria, que no mereceria uma vela acesa sequer. Sinto muito: nem sempre traba-lhar nos torna mais nobres, nem sempre a dor nos deixa mais justos, mais generosos. O tempo para contemplao da arte e da natureza, ou 5curtio dos afetos, por exem-plo, deve enobrecer bem mais. Ser feliz, viver com alguma harmonia, h de nos tornar melhores do que a desgraa. A iluso de que o trabalho e o sofrimento nos aperfeioam uma ideia que deve ser reavaliada e certamente desmas-carada. O trabalho tem de ser o primeiro dos nossos valores, nos ensinaram, colocando nossa frente cartazes pintados que impedem que a gente enxergue alm disso. Eu prefiro a velha dama esquecida num

    10canto feito uma mala fura-

    da, que se chama tica. Palavra refinada para dizer o que est ao alcance de qualquer um de ns: decncia. Prefiro, ao mito do trabalho como nica salvao, e da dor como cursinho de aperfeioamento pessoal, a realidade possvel dos amores e dos valores que nos tornariam mais huma-nos. Para que se trabalhe com mais fora e mpeto e se vi-va com mais esperana. O trabalho que d valor ao ser humano e algum senti-do vida pode, por outro lado, deformar e

    15destruir. O

    desprezo pela alegria e pelo lazer espalha-se entre muitos

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    de nossos conceitos, e nos sentimos culpados se no es-tamos em atividade, na cultura do corre-corre e da com-petncia pela competncia, do poder pelo poder, por mais tolo que ele seja. Assim como o sofrimento pode nos tornar amargos e at emocionalmente estreis, o trabalho pode aviltar, hu-milhar, explorar e solapar qualquer dignidade, roubar nos-so tempo, sade e possibilidade de

    20crescimento. Na ver-

    dade, o que enobrece a responsabilidade que os deve-res, incluindo os de trabalho, trazem consigo. O que nos pode tornar mais bondosos e tolerantes, eventualmente, nasce do sofrimento suportado com dignidade, quem sabe com estoicismo. Mas um ser humano decente resultado de muito mais que isso: de gentica, da famlia, da socie-dade em que est inserido, da sorte ou do azar, e de esco-lhas pessoais (essas a gente costuma esquecer: queixar-se to mais fcil). 25Quanto tempo o meu trabalho se que temos es-colha, pois a maioria de ns d graas a Deus se consegue

    trabalhar por um salrio vil me permite para lazer, ou o que eu de verdade quero, se que paro para refletir sobre isso? Quanto tempo eu me dou para viver? Quanto sobra para meu crescimento pessoal, para tentar observar o mundo e descobrir meu lugar nele, por menor que seja, ou para entender minha cultura e minha gente, para amar minha famlia? 30

    E, se o luxo desse tempo existe, eu o emprego para ser, para viver, ou para correr atrs de mais um trabalho a fim de pagar dvidas nem sempre necessrias? Ou apenas no me sinto bem ficando sem atividade, tenho de me agi-tar sem vontade, rir sem alegria, gritar sem entusiasmo, correr na esteira alm do indispensvel para me manter sadio, vagar pelos shoppings quando nada tenho a fazer ali

    e j comprei todo o possvel muito mais do que preciso, no maior nmero de prestaes que me ofereceram? E, quando 35tenho momentos de alegria, curto isso ou me preocupo: algo deve estar errado? Servos de uma culpa generalizada, fabaricamos capri-chosamente cada elo do crculo infernal da nossa infelici-dade e alienao. Essas frases feitas, das quais aqui citei s duas, podem parecer banais. At rimos delas, quando al-gum nos leva a refletir a respeito. Mas na verdade so instrumento de dominao de mentes: sofra e no se queixe, no se poupe, no se d folga, mate-se trabalhan-do, seja humilde, seja pobre,

    40sofrer nosso destino, da-

    rs luz com dor e todo o resto da tola e desumana la-vagem cerebral de muitos sculos, que a gente em geral nem questiona mais.

    Lya Luft, Veja, 20/1/2010

    Questo 36) Considere a seguinte passagem do texto: Prefiro, ao mito do trabalho como nica salvao, e da dor como cursi-nho de aperfeioamento pessoal, a realidade possvel dos amo-res e dos valores que nos tornariam mais humanos. (ref.10).

    Sobre os elementos formais do perodo destacado, IN-CORRETO afirmar: a) O verbo preferir tem como ncleos de seus com-

    plementos realidade e mito. b) O padro culto do portugus admite, nessa constru-

    o, preferir com o advrbio mais.

    c) A ltima orao do perodo refere-se a amores e valores.

    d) Preferir significa querer antes, achar melhor e, nessa acepo, emprega-se com objeto direto e obje-to indireto.

    TEXTO: 12 - Comum questo: 37

    Composio da letra do Hino Nacional completa 100 anos Em 2009, alm do centenrio desse importante smbolo nacional, foi aprovada lei que define como obrigatria a

    execuo do Hino ao menos uma vez por semana em esco-las pblicas e particulares de ensino fundamental.

    Leia este conjunto de textos, quase todos adaptados, que

    fazem vrias referncias ao Hino Nacional.

    TEXTO 1

    Ptria amada, me gentil? MIGUEL SROUGI

    Como lembrava o arcebispo Desmond Tutu, incansvel na luta pelos direitos civis: Se ficarmos neutros numa si-tuao de injustia, teremos escolhido o lado do opres-sor. Presidente, principalmente voc, que tem histria para ser o exemplo, pode atender ao grito ensurdecedor de tantos filhos da nao. Assumindo o combate sem limites ao grupo de preda-dores assentados no poder. Exigindo que a Justia faa das leis instrumentos verdadeiros de defesa dos direitos, e no objetos de proteo aos mprobos e poderosos. E, tomado por compaixo, adotando aes genunas para reduzir os efeitos da desigualdade e para resgatar a condio humana desses brasileiros. S assim, perfilado no dia da ptria, voc conseguir, marejado, declamar com a multido: Dos filhos deste solo s me gentil, ptria ama-da, Brasil.

    MIGUEL SROUGI, 62, mdico, ps-graduado em urologia pela Harvard Medical School (EUA), professor titular de urologia da Faculdade de

    Medicina da USP e presidente do Conselho do Instituto Criana Vida.

    In: FOLHA de S. Paulo. Opinio, 06/09/2009

    TEXTO 2

    Nossa ptria me gentil Intrprete: Beth Carvalho

    Composio: Vaguinho / Boneco

    Preserve a Amaznia, me gentil Com sua beleza sem igual Ela o tesouro do Brasil Com suas riquezas naturais

    Esto vendendo nossa nao Esto entregando nosso quinho

    A gente tem que gritar No vamos nos acomodar Pois isso aqui nossa terra

    Esses homens vo ter que entender Que isto aqui o nosso Brasil Nosso cho, nossa vida, nossa ptria me gentil Isso um dia vai ter que mudar

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    A justia vai ter que acordar E a igualdade um dia vai raiar

    In: PAGODE de mesa: Ao Vivo Vol. 2. Indie Records 2000

    TEXTO 3

    PAINEL DO LEITOR

    Me gentil

    O artigo do doutor Miguel Srougi de domingo ("Ptria amada, me gentil?", "Tendncias/Debates') um grande alento, principalmente por tratar-se de algum que, sendo um dos nossos mais ilustres e respeitados profissionais da medicina, optou por no se omitir, colocando sua lideran-a e credibilidade a servio da cidadania ativa e da justia social. Sua voz qualificada renova as esperanas de que o Es-tado brasileiro, sistematicamente saqueado ao longo de sua histria por vorazes minorias pblicas e privadas, que o manipulam em benefcio prprio, venha a tornar-se, um dia, a me gentil de todos os brasileiros.

    JOS BENJAMIM DE LIMA, promotor de Justia aposentado (Assis, SP)

    In: FOLHA de S. Paulo. Opinio, 08/09/2009

    Questo 37) No texto 2, os versos A gente tem que gritar / No vamos nos acomodar, h mistura de pessoas verbais: a gente (3 pessoa do singular) e ns (1 pessoa do plural). Trata-se de

    a) uma caracterstica da linguagem coloquial e, conside-rando a situao comunicativa, no configura erro.

    b) um erro, pois, ainda que se trate de um samba, deve seguir o que prescreve a norma culta.

    c) um acerto, pois em sambas tem de haver essa mistu-ra.

    d) uma caracterstica da linguagem coloquial e, conside-rando a situao comunicativa, configura erro.

    e) uma caracterstica da linguagem coloquial, cujo alto grau de formalidade est adequado para o contexto em que circula.

    TEXTO: 13 - Comum questo: 38

    Marte o futuro

    1Aos onze anos de idade, no final dos anos 1960, o cl-

    max do entusiasmo de qualquer menino era alcanado com um foguete Saturno-5, que levou o homem Lua em 20 de julho de 1969. Depois da Ltus verde de Jim Clark, claro,

    5que voava baixo nas pistas de automobilismo. Tudo

    de bom ainda era made in USA, como as cobiadas cal-as Lee (pelas quais um adolescente brasileiro pagava os olhos da cara junto a importadores clandestinos). Hoje as faanhas da corrida espacial so produzidas na China, co-mo quase tudo 10mais. Prepara-se a Longa Marcha para a Lua e, talvez, Marte. A empreitada soa to verossmil quanto a consagrao do vocbulo taikonauta no dicio-nrio espacial, ao lado de astronauta (Estados Unidos) e cosmonauta (Ex-Unio Sovitica). 15Naquela noite de julho em Ubatuba, quarenta anos atrs, foi preciso encontrar um aparelho de TV. Poucas ca-sas de veraneio no bairro do Itagu, do lado de l do aero-

    porto onde pousaram alguns DC-3 da Vasp, contavam com esse eletrodomstico de luxo. Pai e filho acabaram por 20

    encontr-lo no casebre de um dos moradores permanen-tes, num arrabalde povoado por caiaras. Foi uma grande decepo em preto e branco. Era pssima a qualidade da imagem recebida pelo par de antenas em V, apesar dos suplicantes chumaos de palha de ao nas pontas. Man-chas e fantasmas

    25se arrastavam pelo que bem poderia

    ser um cenrio montado com queijo suo, como pronun-ciou um dos cticos presentes. O feito se confirmaria de-pois com a publicao das famosas fotos da cmera Has-selblad nas revistas ilustradas. Duvidava quem queria, e acreditava quem tinha 30imaginao e f na tecnologia. Revoluo Verde, Guerra Fria e Era Atmica iam de vento em popa. O pouso na Lua no foi s o pice da corrida espacial. Foi tambm o passo inicial do turbocapitalismo que domi-naria as trs dcadas seguintes. Capitalismo avanado, sim,

    35mas dependente, porm, de matrias-primas do s-

    culo 19: ao, carvo, leo. Lanar-se ao espao implicava algum reconhecimento dos limites da Terra. Ela era azul, como j testemunhara o astronauta pioneiro Yuri Gagarin, mas finita. Com o imprio da tecnocincia ascendeu tam-bm sua 40nmesis*, representada pelo movimento ambi-ental. Fixar Marte como objetivo para dentro de 20 ou 30 anos, hoje, parece to louco quanto chegar Lua em dez, como deter minou John F. Kennedy. No h um imperialis-ta visionrio como ele vista, e isso bom. A ISS (Estao Espacial 45Internacional) representa a prova viva de que certas metas s podem ser alcanadas pela humanidade como um todo, no por naes forjadas no tempo das ca-ravelas, vidas por constituir imprios duradouros e exer-cer uma hegemonia poltica em nvel planetrio. 50

    Uma misso a Marte trar outros benefcios para o imaginrio terrqueo. Se Neil Armstrong e Buzz Aldrin en-contraram na Lua um satlite morto, cinzento, desrtico e coberto de cicatrizes, Marte sero outros quinhentos. Antes de mais nada, vale lembrar que um planeta de 55verdade, no um apndice. Mais vermelho do que cinza. Em vez de crateras e mais crateras, algumas paisagens fa-miliares aos humanos: vales, ravinas, dunas, montanhas. Um mundo morto mais recentemente, quem sabe apenas moribundo, com resqucios de gua e microrganismos. 60Marte o futuro da humanidade. Ele nos fornecer a experincia vvida e a imagem perturbadora de um plane-ta devastado, inabitvel. Destino certo da Terra em vrios milhes de anos. Ou, mais provvel, em poucas dcadas, se prosseguir o saque a descoberto de tanta energia fssil pelo 65hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha am-biental. Todo sucesso, portanto, Misso Planeta Verme-lho. Ela nos trar de volta ao Azul. *Nmesis = vingana exigida, retaliao necessria, tributo cobrado.

    (Adaptado de Marcelo Leite, Folha de S. Paulo, 26/07/2009)

    Questo 38) A frase do texto que, tendo sido alterada, foge ao padro culto escrito :

    a) Destino certo da Terra daqui h vrios milhes de anos.

    b) No existem mais imperialistas visionrios. c) Destino certo da Terra em poucas dcadas, se pros-

    seguirem o saque e o desperdcio.

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    d) Duvidava quem queria e acreditavam os que tinham imaginao e f na tecnologia.

    e) A retaliao tecnocincia est em ascenso.

    TEXTO: 14 - Comum questo: 39

    O que segue fragmento do Prefcio do tradutor, na obra Os jogos olmpicos na Grcia antiga: Olmpia antiga e os jogos olmpicos.

    1

    O leitor talvez fique surpreso de encontrar a palavra Grcia apenas no ttulo deste livro (apenas por uma questo de primeira identificao), ao passo que em todas as outras pginas unicamente se mencione o seu sinnimo mais erudito: 5Hlade. Do mesmo modo, no encontrar, como ocorre praticamente em todas as tradues que ver-sam sobre a Grcia antiga, o etnnimo grego, com re-ferncia ao povo da Hlade, mas sim o termo heleno, utilizado para este mister. No se trata, desde logo, de pedantismo ou mera 10afetao de erudio. O termo Grcia jamais foi em-pregado pelos povos de lngua helnica para designar o seu pas: nos tempos histricos, os helenos chamavam sua ptria de Hells (que , atualmente, o nome oficial do pas) e denominavam-se a si mesmos helenos, nome de uma tribo que, na poca das 15migraes, estabeleceu-se em uma parte da Tesslia. Foram os romanos que denomina-ram Graii os colonos de Cumas, pois Graia era o nome de um distrito obscuro da Grcia ocidental, de onde, talvez, ti-vessem emigrado alguns colonos. Graeci , portanto, uma forma derivada de Graii, e Graecia foi 20o nome dado pelos romanos Hlade. Desse modo, o termo Grcia est vin-culado ao perodo de dominao da Hlade pelos romanos. Esse termo se imps no Ocidente, mesmo depois que a H-lade se tornou independente. Ora, recentemente, quando a Hlade passou a fazer 25parte da Unio Europeia, o nome que passou a ser inclu-do entre as naes integrantes foi Hells (Hlade), que o nome oficial do pas, e no Graecia ou Greece [...].

    (M. Andronicos e outros. Trad. de Luiz Alberto Machado Cabral. So Paulo: Odysseus Editora, 2004, p. XII)

    Questo 39) No prefcio, onde (ref. 15) est empregado em consonncia com o padro culto escrito. A frase em que o em-prego dessa palavra foge a tal padro :

    a) Acabamos resolvendo tudo, onde eu digo que no adianta sofrer por antecipao.

    b) Nas pginas iniciais do trabalho, onde se nota o maior cuidado com a preciso.

    c) Encontrei-o numa feira de produtos orgnicos, onde jamais pensei encontr-lo.

    d) O lugar onde ele nasceu foi-lhe irreconhecvel depois de dez anos.

    e) No sabiam onde se realizaria o encontro.

    TEXTO: 15 - Comum questo: 40

    TEXTO I

    Trinta anos na estrada

    Uma Viagem pelas referncias econmicas de Bye Bye Brasil, o Filme e a cano

    ________________

    No dia em que completa trs anos, Negcios&Cia pede licena e reverencia os mestres Cac Diegues, Roberto Me-nescal e Chico Buarque. De carona na Caravana Rolidei, passeia pelas transformaes socioeconmicas expressas em Bye Bye Brasil, o filme e a cano que esto fazendo 30 anos neste 2009. Chico no lembra; Cac, sim. Viu o fil-me duas vezes antes de pr a letra na msica de Menescal. Recheou o texto com referncias economia. Esto l o embrio da globalizao e a opo nacional pelo transporte rodovirio; o emprego fcil de baixa qualificao e a tele-comunicao restrita; a industrializao do Brasil grande e a massificao da TV. Um detalhe: a usina no mar, como muita gente pensa, no era o complexo nuclear de Angra, mas Jari, no Par, Chico garante. Foi um Filme muito pre-monitrio, que nasceu em 1972, numa viagem a Alagoas, diz Cac. Ele voltara de filmagens em unio dos Palmares e avistou uma luz azulada. Parecia um disco voador, mas era uma TV instalada pelo prefeito em plena praa. Ali, tive o insight de que algo importante estava acontecendo no Bra-sil. Minha motivao foi antropolgica, mas hoje percebo que aquilo era o incio da globalizao. O Brasil passou por uma modernizao intensa. Para o bem e para o mal, completo o cineasta. prova de que cinema e msica do economia. Ou msica e economia que do cinema?

    Flvia Oliveira. O Globo, Caderno Economia, 22 de agosto de 2009. Adap-tao.

    A articulista Flvia Oliveira associa, no Texto Trinta anos na estrada, a cano Bye Bye Brasil de Chico Buarque e Rober-to Menescal s injunes socioeconmicas vividas pelo Bra-sil e pelo mundo nas ltimas trs dcadas.

    TEXTO II

    Bye, Bye Brasil 1 Oi,corao No d pra falar muito no Espera passar o avio Assim que o inverno passar 5 Eu acho que vou te buscar Aqui t fazendo calor Deu pane no ventilador J tem fliperama em Macau Tomei a costeira em Belm do Par 10 Puseram uma usina no mar Talvez fique ruim pra pescar Meu amor

    No Tocantins O chefe dos parintintins 15 Vidrou na minha cala Lee Eu vi uns patins pra voc

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    Eu vi um Brasil na tev Capaz de cair um tor Estou me sentindo to s 20 Oh, tenha d de mim Pintou uma chance legal Um lance na capital Nem tem que ter ginasial Meu amor 25 Baby, bye bye Abraos na me e no pai Eu acho que vou desligar As fichas j vo terminar Eu vou me mandar de tren 30 Pra Rua do Sol , Macei Peguei uma doena em Ilhus Mas j t quase bom Em maro vou pro Cear Com a bno do meu orix 35 Eu acho bauxita por l Meu amor

    Bye bye, Brasil A ltima ficha caiu Eu penso em vocs night and day 40 Explica que t tudo okay Eu s ando dentro da lei Eu quero voltar, podes crer Eu vi um Brasil na tev Peguei uma doena em Belm 45 Agora j t tudo bem Mas a ligao t no fim Tem um japons trs de mim Aquela aquarela mudou No Tabariz 50 O som que nem os Bee Gees Dancei com uma dona infeliz Que tem um tufo nos quadris Tem um japons trs de mim Eu vou dar um pulo em Manaus 55 Aqui t quarenta e dois graus O sol nunca mais vai se pr Eu tenho saudades da nossa cano Saudades de roa e serto Bom mesmo ter um caminho 60 Meu amor Na estrada peguei uma cor Capaz de cair um tor Estou me sentindo um jil Eu teso no mar 65 Assim que o inverno passar Bateu uma saudade de ti T afim de encarar um siri Com a bno de Nosso Senhor O sol nunca mais vai se pr.

    Roberto Menescal e Chico Buarque

    Questo 40) Oi, corao No d pra falar muito no Espera passar o avio Assim que o inverno passar

    Eu acho que vou te buscar Aqui t fazendo calor Deu pane no ventilador

    a) Transcreva o pronome que recupera o vocativo pre-

    sente nos versos acima. b) Comente o recurso lingustico utilizado pelo composi-

    tor, Chico Buarque, ao atribuir um determinado fato a algum fora do texto, no seguinte verso: Puseram uma usina no mar (Texto II, verso 10)

    c) A cano Bye Bye Brasil (Texto II) apresenta, em rela-o construo lingustica, uma srie de exemplos de registro familiar. Transcreva dois (2) exemplos e rees-creva-os em registro padro.

    TEXTO: 16 - Comum questo: 41

    Remdio para o Terceiro Mundo

    As multinacionais farmacuticas costumam propagan-dear que o custo do desenvolvimento de um novo rem-dio da ordem de US$ 800 milhes. Se forem considera-dos tambm os fracassos e o gasto com marketing, trata-se de um valor que, praticamente, impede o desenvolvi-mento de frmacos seno pelas multinacionais de pases ricos. Ao menos essa a noo que se costuma ter. No entanto, uma histria bem diferente dessa est sendo contada por alguns cientistas brasileiros. De modo alternativo, sem apoio do governo ou da indstria, eles subverteram o modelo tradicional de pesquisa farmacol-gica e desenvolveram um composto 100% nacional, com potencial para tratar infeces virais (incluindo a Aids), no-virais (como tuberculose e malria) e tumores, a um custo estimado de US$ 10 milhes. A diferena impressio-nante de valor o resultado de um longo processo de per-sistncia que se estende desde a dcada de 1950, quando o mdico Odilon da Silva Nunes comeou a testar fungos na esperana de encontrar uma cura para o cncer. O trabalho de Nunes acabaria levando ao desenvolvi-mento do P-Mapa, medicamento que mostrou, em expe-rimentos com animais e estudos preliminares com huma-nos, agir como imunomodulador. Ou seja, ele capaz de reequilibrar o sistema imunolgico abalado pelo ataque de tumores, vrus, bactrias ou protozorios, tornando-o mais forte para combat-los. Essa habilidade foi confirmada tambm em estudos realizados nos EUA. A pesquisa, que comeou isolada no laboratrio casei-ro de Odilon, e por dcadas enfrentou a resistncia das u-niversidades, de agncias de fomento e da indstria, rene atualmente cerca de 150 pesquisadores no Brasil e no ex-terior, em um esquema de rede aberta de pesquisa que se assemelha s plataformas de desenvolvimento de softwa-re livre. Foi a sada encontrada para driblar as dificuldades de criar um remdio novo em um pas sem essa tradio. A droga foi colocada em domnio pblico, de modo que as descobertas esto disponveis a todos. Assim que todas as fases de pesquisa estiverem cumpridas, inclusive os tes-tes clnicos, e o P-Mapa for aprovado pelas agncias regu-latrias, a propriedade intelectual e os royalties sero libe-rados sem custos, desde que seja para uso em programas de sade pblica.

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    A equipe de cientistas decidiu direcionar as pesquisas para as molstias que atacam populaes mais pobres, ge-ralmente negligenciadas pela indstria. Essa alternativa vem sendo considerada um modelo que poderia ser segui-do fora do Primeiro Mundo para solucionar carncias de medicamentos.

    (Giovana Girardi. Revista UnespCincia. Outubro-2009. Adaptado)

    Questo 41) Em ... a equipe de cientistas decidiu direcionar as pesquisas para as molstias... , a orao-direcionar as pes-quisas para as molstias encontra-se na forma reduzida. De-senvolvida, ela deve assumir a seguinte forma, de acordo com a norma culta e sem alterao de sentido:

    a) direcion-las para as molstias. b) se deveria direcionar as pesquisas para as molstias. c) por direcionar-lhes para as molstias. d) que direcionaria as pesquisas para as molstias. e) desenvolver pesquisas direcionadas a molstias.

    TEXTO: 17 - Comum questo: 42

    MEMORIAL DE AIRES

    (Machado de Assis)

    Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi, estando a beber caf, o prego de um vendedor de vassouras e espanado-res. Vai vassouras! Vai espanadores! Costumo ouvi-lo outras manhs, mas desta vez trouxe-me memria o dia do desembarque, quando cheguei aposentado minha terra, ao meu Catete, minha lngua. Era o mesmo que ouvi h um ano, em 1887, e talvez fosse a mesma boca.

    Questo 42) A alternativa em que a modificao da frase inicial feita de forma gramaticalmente correta :

    a) faz hoje um ano / fazem hoje dois anos; b) estando a beber caf / estando a bebermos

    cafs; c) Era o mesmo que ouvi h um ano / eram os

    mesmos que ouvi h um ano; d) O que me lembrou esta data / o que me lem-

    braram estas datas;

    e) trouxe-me memria o dia do desembarque / trouxeram-me memria os dias dos desembarques.

    TEXTO: 18 - Comum questo: 43

    1Todo o barbeiro tagarela, e principalmente quando

    tem pouco que fazer; comeou portanto a puxar conversa com o fregus. Foi a sua salvao e fortuna. O navio a que o marujo pertencia viajava para a 5Costa e ocupava-se no comrcio de negros; era um dos combis que traziam fornecimento para o Valongo, e estava pronto a largar. mestre! disse o marujo no meio da conversa, voc tambm no sangrador? 10

    Sim, eu tambm sangro... Pois olhe, voc estava bem bom, se quisesse ir conos-co... para curar a gente a bordo; morre-se ali que uma praga. Homem, eu da cirurgia no entendo muito... 15 Pois j no disse que sabe tambm sangrar? Sim...

    Ento j sabe at demais. No dia seguinte saiu o nosso homem pela barra fora: a fortuna tinha-lhe dado o meio, cumpria sab-lo 20

    aproveitar; de oficial de barbeiro dava um salto mortal a mdico de navio negreiro; restava unicamente saber fazer render a nova posio. Isso ficou por sua conta. Por um feliz acaso logo nos primeiros dias de viagem adoeceram dois marinheiros; chamou-se o

    25mdico; ele

    fez tudo o que sabia... sangrou os doentes, e em pouco tempo estavam bons, perfeitos. Com isto ganhou imensa reputao, e comeou a ser estimado. Chegaram com feliz viagem ao seu destino; tomaram o seu carregamento de gente, e voltaram para 30o Rio. Gra-as lanceta do nosso homem, nem um s negro morreu, o que muito contribuiu para aumentar-lhe a slida reputa-o de entendedor do riscado.

    Manuel Antnio de Almeida, Memrias de um sargento de milcias.

    Questo 43) A linguagem de cunho popular que est presente tanto na fala das personagens quanto no discurso do narrador do romance de Manuel Antnio de Almeida, est mais bem e-xemplificada em:

    a) quando tem pouco que fazer; cumpria sab-lo a-proveitar.

    b) Foi a sua salvao; a que o marujo pertencia. c) saber fazer render a nova posio; Chegaram com

    feliz viagem ao seu destino. d) puxar conversa; entendedor do riscado. e) adoeceram dois marinheiros; slida reputao.

    TEXTO: 19 - Comum questo: 44

    J na segurana da calada, e passando por um trecho em obras que atravanca nossos passos, lano queima-roupa: Voc conhece alguma cidade mais feia do que So Pau-lo? Agora voc me pegou, retruca, rindo. H, deixa eu ver... Lembro-me de La Paz, a capital da Bolvia, que me pareceu bem feia. Dizem que Bogot muito feiosa tam-bm, mas no a conheo. Bem, So Paulo, no geral, feia, mas as pessoas tm uma disposio para o trabalho aqui, uma vibrao empreendedora, que d uma feio muito particular cidade. Acordar cedo em So Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar algo que me toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente.

    R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva urbana de So Paulo.

    National Geographic Brasil. Adaptado.

    Questo 44) Ao reproduzir um dilogo, o texto incorpora mar-cas de oralidade, tanto de ordem lxica, caso da palavra gar-ra, quanto de ordem gramatical, como, por exemplo,

    a) lano queima-roupa. b) Agora voc me pegou. c) deixa eu ver. d) Bogot muito feiosa. e) algo que me toca.

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    TEXTO: 20 - Comum questo: 45

    1O poltico famoso estava sem dinheiro e foi ao banco.

    Dentro da agncia descobriu que estava sem documento. Falou direto com

    2o gerente.

    3 Sabe quem sou? Estou sempre nos jornais, na TV. 4 , sua fisionomia no me estranha. Mas sempre que isso acontece, eu fao um teste com o cliente. Por e-xemplo, outro dia 5esteve aqui um senhor dizendo ser um famoso poeta. Ele fez um poema lindo, em poucos minu-tos, e ento ns pagamos o cheque. 6Depois veio um car-tunista, desenhou uma piada tima, e ns pagamos. De-pois veio o Pel e marcou cinco gols no nosso caixa. E o 7senhor?

    8O poltico ficou meio sem graa e falou pro gerente: 9

    Mas... eu no sei fazer nada! 10

    E o gerente, direto para o caixa: 11

    Pode pagar o cheque! Ziraldo. Anedotinhas do Bichinho da ma.

    So Paulo: Melhoramentos, 1988, p. 23-24.

    Questo 45) O autor do texto:

    ( ) Descreve uma situao do cotidiano urbano entre dois personagens com a intencionalidade de produzir humor.

    ( ) Apresenta particularidades da linguagem oral, embo-ra o texto se apresente no registro verbal escrito.

    ( ) Consegue de forma bem humorada ironizar a funo do cliente e a imagem que o personagem tem de si.

    Analise as proposies e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas. Marque a alternativa correta. a) V V F b) F V F c) V F V d) V V V e) F F V

    TEXTO: 21 - Comum questo: 46

    Leia a peleja de Pinto do Monteiro e Louro do Paje sobre Esse negcio de errar

    Lourival Batista, falando sobre plantas, usou o termo ca-rola em vez de corola. Pinto bateu forte.

    1Um rapaz que teve escola 2E ainda canta errado 3Fala em flor e diz carola 4Muito tem se confessado

    5Parte de flor corola

    6Precisa tomar coidado

    O cochilo de linguagem de Pinto, falando coidado, em vez de cuidado, deu a Lourival a oportunidade de poder vingar-se do colega. E fulminou.

    7Pra no ter um s errado 8Errei eu, erraste tu,

    9Errou Pinto do Monteiro

    10E Louro do Paje

    11Nesta palavra coidado 12Tire o o e bote o u

    Questo 46) Do texto, pode-se considerar:

    I. Ambiguidade, tendo em vista o uso de duplo sentido das palavras carola e corola.

    II. Que no verso cinco as palavras corola e flor so consideradas cognatas.

    III. Paralelismo sinttico, no verso oito, em razo da rei-terao das estruturas lexicais em ritmo cadenciado.

    IV. Que nos versos onze e doze, no se leva em conta o fenmeno da variao lingustica e suas implicaes no uso da lngua.

    Analise as proposies e marque a alternativa que apre-senta a(s) correta(s). a) II, III e IV apenas b) I, II e III c) III e IV apenas d) III apenas e) IV apenas

    TEXTO: 22 - Comum questo: 47

    Entrevista com Evanildo Bechara

    Jornalista. fato que o portugus est sendo invadido por expresses inglesas ou americanizadas como back-ground, playground, delivery, fastfood, dowload... Isso o preocupa? Bechara. No. preciso diferenciar lngua e cultura. O sistema da lngua no sofre nada com a introduo de termos estrangeiros. Pelo contrrio, quando esses termos entram no sistema tm de se submeter s regras de fun-cionamento da lngua, no caso, o portugus. Um exemplo: ns recebemos a palavra xerox. Ao entrar na lngua, ela acabou por se submeter a uma srie de normas. Da surgi-ram xerocar, xerocopiar, xerografar, enfim, nasceu uma constelao de palavras dentro do sistema da lngua por-tuguesa. Jornalista. Ento esse processo no ruim? Bechara. at enriquecedor, pois incorpora palavras. No h lngua que tenha seu lxico livre dos estrangeiris-mos. A lngua que mais os recebe, curiosamente, o in-gls, por ser um idioma voltado para o mundo. Hoje, fala-se delivery, mas poderamos dizer entrega a domiclio. E h quem diga que o correto entrega em domiclio. Ser? Na dvida, h quem fique com o deli-very. A palavra inglesa delivery no chegou a entrar nos sis-temas da nossa lngua, pois dela no resultam outras pala-vras. Apenas entrou no vocabulrio do dia a dia no contex-to dos alimentos. Agora deram de falar que entrega em domiclio melhor do que entrega a domiclio. No sei de onde isso saiu, porque o verbo entregar normalmente se constri com a preposio a. Fulano entregou a alma a Deus. De qualquer modo, a lngua se enriquece quando voc tem dois modos de dizer a mesma coisa. Jornalista. E por que usar delivery, se temos uma ex-presso prpria em portugus? No mais um badulaque desnecessrio?

  • Colgio Lcia Vasconcelos

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    Bechara. No sei se badulaque, o fato que a lngua, que no tem vida independente, tambm admite modis-mos, alm de refletir todas as qualidades e os defeitos do povo que a fala. Estrangeirismos aparecem, somem e po-dem ser substitudos por termos nossos. Foi o que aconte-ceu com a terminologia clssica e introdutria do futebol no Brasil, quando se falava em goalkeeper, off side e cor-ner. Com a passar do tempo, e sem nenhuma atitude con-troladora, os termos estrangeiros do futebol foram dando lugar a expresses feitas no Brasil, como goleiro, impedi-mento, escanteio.

    (Entrevista de Evanildo Bechara. Disponvel em http.//www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=. Acesso em 30

    de maro de 2008. Adaptado).

    Questo 47) A compreenso global do Texto 1 que resulta da articulao entre os elementos contextuais e o material lingus-tico presente nos leva a reconhecer como afirmaes princi-pais do texto as seguintes:

    1. o portugus est sendo invadido por expresses in-glesas ou americanizadas.

    2. No h lngua que tenha seu lxico livre dos estran-geirismos.

    3. a lngua se enriquece quando voc tem dois modos de dizer a mesma coisa.

    4. O sistema da lngua no sofre nada com a introdu-o de termos estrangeiros.

    5. os termos estrangeiros do futebol foram dando lu-gar a expresses feitas no Brasil.

    Esto corretas: a) 1, 2, 3 e 5 apenas b) 2, 3 e 4 apenas c) 3 e 5, apenas d) 1, 2 e 4, apenas e) 1, 2, 3, 4 e 5

    TEXTO: 23 - Comum s questes: 48, 49

    Texto 3

    [...] 1Um dos tipos de fatores que produzem diferenas na fala de pes-soas so externos lngua. Os principais so os fatores geogrfi-cos, de classe, de idade, de sexo, de etnia, de 3profisso etc. Ou se-ja: as pessoas que moram em lugares diferentes acabam caracteri-zando-se por falar de algum modo de maneira diferente em rela-o a outro grupo. Pessoas que pertencem a classes sociais dife-

    rentes, do mesmo modo (e, de certa forma, 6pela mesma razo, a distncia s que esta social) acabam caracterizando sua fala por traos diversos em relao aos de outra classe. O mesmo vale para diferentes sexos, idades, etnias, profisses. De uma forma um pouco simplificada: assim como certos grupos 9se caracterizam a-travs de alguma marca (digamos, por utilizarem certos trajes, por terem determinados hbitos etc.), tambm podem caracterizar-se por traos lingusticos.

    [...] POSSENTI, Srio. Por que (no) ensinar gramtica na escola. Campinas: ALB

    Mercado Aberto, 2005. p.34.

    Texto 4

    Xaxado Chiado Gabriel O Pensador / Andr Gomes

    1Eu botei o som na caixa e testei o microfone no capricho mas o som saiu chiado Eu tentei fazer um xote, um chorinho ou um maxixe mas no sei quem foi que disse que o 3que eu fiz era xaxado xente, vixe! Um xaxado diferente, de repente t chegan-do pra ficar Resolvi dar uma chegada l no Sul pra mostrar o meu xa-xado porque achei que l embaixo 6iam gostar Chinelo, chapu, xampu Enchi minha mochila e parti pro Sul 9Encaixei um toca-fitas no chevete e achei o meu cassete

    do Raul Na estrada eu nem parei na lanchonete porque eu tinha pouco cash e esperei at chegar Em territrio gacho s pra rechear o bucho de chuleta na chapa na churrascada de l 12

    xente, vixe! o xaxado o maxixe! No se avexe, chefe, chega nesse show s de chinfra xente, vixe! o xaxado o maxixe! 15No se avexe, se mexe, meu chefe, chama na xinxa! Uai, s! Que trem doido s! Que som doido s! Que troo doido esse? Uai, s! Que trem doido s! Que som doido s! Que trem bo! [...]

    Disponvel em:.

    Acesso em: 08 jun. 2010.

    Questo 48) Considerando o tema apresentado no texto 4, os autores,

    a) ao utilizarem a expresso chuleta na chapa (ref. 9), caracterizam o modo de falar da regio de origem do sujeito apresentado no texto.

    b) ao mesmo tempo em que tratam da aproximao en-tre diversos ritmos musicais, tambm apresentam a diversidade lingustica regional.

    c) ao escolherem o ttulo da cano, pretendem mos-trar que o resultado do seu trabalho de composio musical genuinamente nordestino.

    d) ao usarem a expresso No se avexe, chefe (ref. 12), revelam a formalidade da fala do sujeito apre-sentado no texto diante de seu superior.

    Questo 49) Com relao ao uso diferenciado da lngua, a) no texto 3, discutem-se os vrios fatores que provo-

    cam as diferenas na fala. Essas diferenas so ilus-tradas na ref. 15 do texto 4.

    b) no texto 4, o uso repetido de palavras com ch e x provoca uma sonoridade. Essa repetio comprome-te o propsito comunicativo do texto.

    c) no texto 4, essas diferenas revelam a classe social e o nvel de escolaridade dos autores da cano. Isso se comprova na ref. 15 desse texto.

    d) nos textos 3 e 4, apresenta-se um contedo que re-fora o preconceito quanto s diferentes formas de falar. Esse preconceito , predominantemente, regio-nal.

  • Colgio Lcia Vasconcelos

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    TEXTO: 24 - Comum questo: 50

    Analise a tirinha.

    Questo 50) Tendo-se em vista o emprego das palavras e o apelo a expresses como sarado (primeiro quadrinho), ficar na nossa, pro nosso lado rola (segundo quadrinho) e vai mina (quarto quadrinho), afirma-se:

    I. O texto segue as regras gramaticais com esmero, ob-servando com rigor a norma-padro da lngua.

    II. O texto aproveita elementos tpicos da gria, afastan-do-se do uso estrito da norma-padro da lngua.

    III. A adoo de elementos tpicos da gria, no texto, re-vela um grande preconceito lingustico do autor.

    Est correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) I e II. d) II e III. e) III.

    GABARITO:

    1) Gab: C 2) Gab: A

    3) Gab: a) As expresses so baita e u e evidenciam um uso

    popular, regional, mais adequado a situaes infor-mais.

    b) Sonhei que voc pegou o coelhinho da Mnica e deu um n enorme nas orelhas dele. Ora! E qual foi o pe-sadelo?

    4) Gab: A 5) Gab: D 6) Gab: B 7) Gab: B

    8) Gab: C 9) Gab: E

    10) Gab: a) Perdoai-me, tendes, vossos, tende, amei-vos, vos amo,

    vosso, vossas, ajoelhar-me-ei, deitar-me-ei, estiverdes, vs, puderdes.

    b) Perdoe-me, senhora, aqui me tem a seus ps! tenha pena de mim que eu sofri muito, que a amei, que a amo muito!

    11) Gab: A 12) Gab: D

    13) Gab: a) No excerto identificam-se os seguintes exemplos de in-

    formalidade: a palavra feito usada com valor comparativo em lu-gar de como, em telogo exigente feito ele; o emprego da expresso dar para + infinitivo para transmitir a ideia de ser possvel + infinitivo. Por exemplo, no d para esperar. No excerto, a ex-presso usada na sua forma negativa em no d pa-ra no sacrificar....

    b) Reescrita do trecho segundo a solicitao: imposs-vel no sacrificar pelo menos um qu da bondade divi-na.

    14) Gab: a) Problema 1:

    Gerundismo, problema tpico da linguagem coloquial, caracterizado pelo uso abusivo de locues verbais compostas por verbos no gerndio. Problema 2: A regncia do verbo chegar, que exigiria o uso da pre-posio a em vez da preposio em. Esse tipo de inadequao tambm caracterstico da linguagem co-loquial, que tende a associar a ideia de espao, contida no verbo chegar, preposio em.

    b) Reescrita: O acusado chegar a Porto Alegre, vindo dos EUA, a-manh.

    15) Gab: a) Aonde ele foi? e Vai aonde for preciso!

    Na norma culta cannica h uma oposio entre on-de, advrbio que designa lugar em que se situa ao ou processo e aonde (preposio a + advrbio onde), que indica lugar a que se dirige a ao, seu ponto de destino. Exemplos: Hotel onde nos hospedamos. Hotel aonde nos dirigimos.

    b) Voc conhece-o... ou Voc o conhece... O pronome pessoal na forma reta ele com funo de objeto direto tpico da informalidade. O usual, na norma culta, o pronome oblquo o. Ns temos camisa para o frio? Compreendemos que a ban