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  Currículo   se m Fr on te i r as, v.5, n.2, pp.79-85, Jul/Dez 2005 Governo ou Governamento  Alfredo Veiga-Neto Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil Resumo Este texto tem um objetivo muito específico que é desenvolver a proposta de ressuscitar, na língua portuguesa, a palavra governamento, a fim de tornar mais rigoroso e mais fácil o duplo entendimento que, na perspectiva foucaultiana, é possível atribuir à palavra governo. Como Foucault empregou duas palavras diferentes – gouverne e gouvernement   em seus escritos de Filosofia Política, a discussão pretendida por este texto é demonstrar quão adequado é o emprego, também em português, das palavras governo e governamento para expressar de forma mais precisa o sentido original. Palavras-chave: governo; governamento; Foucault.  Abstract This paper intends to reach a very specific goal that is to revive, in the context of Portuguese speakers, the use of the word ‘governamento’, in order to make it easier and rigorous the two possible understandings that are possible to give to the word ‘governo’, from a foucauldian perspective. Considering that Foucault used two different words – gouverne and gouvernement  – in his writings on Political Philosophy, this paper attempts to demonstrate how adequate is to use, in Portuguese as well, the words ‘governo’ and ‘governamento’ to express, more accurately, the original sense given by Foucault. Key-words: ‘governo’; ‘governamento’; Foucault.  ISSN 1645-1 384 (onli ne) www.curriculosemfronteiras.org  79

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Currculo sem Fronteiras, v.5, n.2, pp.79-85, Jul/Dez 2005

Governo ou GovernamentoAlfredo Veiga-NetoUniversidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil

Resumo Este texto tem um objetivo muito especfico que desenvolver a proposta de ressuscitar, na lngua portuguesa, a palavra governamento, a fim de tornar mais rigoroso e mais fcil o duplo entendimento que, na perspectiva foucaultiana, possvel atribuir palavra governo. Como Foucault empregou duas palavras diferentes gouverne e gouvernement em seus escritos de Filosofia Poltica, a discusso pretendida por este texto demonstrar quo adequado o emprego, tambm em portugus, das palavras governo e governamento para expressar de forma mais precisa o sentido original. Palavras-chave: governo; governamento; Foucault.

Abstract This paper intends to reach a very specific goal that is to revive, in the context of Portuguese speakers, the use of the word governamento, in order to make it easier and rigorous the two possible understandings that are possible to give to the word governo, from a foucauldian perspective. Considering that Foucault used two different words gouverne and gouvernement in his writings on Political Philosophy, this paper attempts to demonstrate how adequate is to use, in Portuguese as well, the words governo and governamento to express, more accurately, the original sense given by Foucault. Key-words: governo; governamento; Foucault.

ISSN 1645-1384 (online) www.curriculosemfronteiras.org

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Introduo sempre difcil estabelecer os limites entre a parcimnia e o esbanjamento, entre a economia e a dissipao. No caso da escrita do texto, essa dificuldade manifesta-se de vrias maneiras: na retrica, nas amarraes argumentativas, no vocabulrio, no recurso bibliografia, etc. Nunca fcil atingir o equilbrio entre o dizer tudo o que se tem a dizer, de forma clara, e o manter o texto legvel, fluente, interessante, produtivo. O quanto necessrio recorrer a palavras especiais? At que ponto o jargo ajuda ou atrapalha? Por que a crescente profuso de expresses, na maioria dos campos de conhecimento? a que se tornam teis as palavras de Rorty (1988, p.288): preciso abandonar a noo de correspondncia, tanto para as frases como para os pensamentos, e ver as frases como estando mais ligadas s outras frases do que ao mundo. esse estar ligado a outras frases que nos obriga sempre, ao escrever e ao ler, mantermos ressoando outras frases, de outros discursos, que se conectam com o que estamos escrevendo ou lendo. por isso que, em alguns campos, parece proliferar demais a nomenclatura, enquanto que em outros parece ocorrer uma profuso retrica. Valho-me livremente da paradigmatologia kuhniana para fazer uma distino entre as duas grandes reas que se convencionou chamar de hard e soft.1 Se nas reas mais paradigmatizadas a retrica acessvel porque simples, seca e descarnada o jargo que parece servir de obstculo aos de fora; nas reas no-paradigmatizadas, ocorre o inverso. Os que esto no primeiro grupo vem os do segundo como (desnecessariamente) verborrgicos; esses vem aqueles como (desnecessariamente) impenetrveis. Seja com o jargo, seja com a retrica, cada um tem as suas dificuldades, cada um est s voltas com seus prprios limites. Para ser mais especfico, trago o problema do vocabulrio tcnico. Se, num determinado enunciado, um termo tcnico pode ser necessrio na medida em que serve de elo com outros enunciados de uma mesma srie discursiva , ele pode, por outro lado, ser um complicador, um estorvo, um a mais que s dificultar a fluncia e at a compreenso dos enunciados. na demarcao do limite entre o necessrio e o suprfluo de uma palavra tcnica que est a dificuldade a que me refiro. Quando tematizamos sobre conceitos que fazem parte de descries e teorizaes mais ou menos intrincadas, complexas, refinadas, esse dilema torna-se agudo. E fica ainda mais problemtico quando abandonamos a noo de que os discursos seriam combinaes de palavras que funcionariam como signos que servem para representar as coisas do mundo. claro que os discursos so feitos de signos; mas o que eles fazem mais do que utilizar esses signos para designar coisas (Foucault, 1987, p.56).

Governo e governamento a partir desse entendimento que eu desenvolvo, neste pequeno texto, a proposta de fazermos ressuscitar, na lngua portuguesa, a palavra governamento. A ressurreio que 80

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aqui proponho tem, como objetivo, tornar mais rigoroso e mais fcil o duplo entendimento que, na perspectiva foucaultiana, possvel atribuir palavra governo. Foi por isso, certamente, que o filsofo usou duas palavras diferentes gouverne e gouvernement em seus escritos de Filosofia Poltica. Para compreendermos melhor a questo, esclareo que, no mbito da literatura que mais tem circulado entre ns, essas duas palavras so de uso corrente tanto na lngua francesa (Le Nouveau Petit Robert, 1993; Larrousse, 1979), quanto nas lnguas espanhola (Dicionario de la Real Academia Espaola, 1995) e inglesa (Websters, 1961). Vejamos, de modo muito sucinto, em que consiste, na perspectiva foucaultiana, esse duplo entendimento que, na lngua portuguesa, expresso por uma nica palavra governo. Como discuti em outro artigo (Veiga-Neto, 1997), a crtica de Michel Foucault razo poltica foi desenvolvida e vem sendo desdobrada por muitos outros autores na contramo das teorizaes mais difundidas da Politicologia. Seguindo Nietzsche e dando as costas para qualquer fundamentao transcendental, o filsofo escolheu o, digamos, mtodo genealgico para examinar como o poder se organizou de modo a engendrar certas prticas discursivas e no-discursivas. Trata-se de prticas que funcionaram como condies de possibilidade para a emergncia da noo moderna de Estado e de tudo o mais que se implica tanto na vida poltica de hoje, quanto nas prprias tentativas de instituir o sujeito moderno (Sennelart, 1995). Recorro ao meu texto acima referido, para uma longa citao:Analisando as dificuldades que se estabeleceram, ao longo do sculo XVII, pelo embate entre a soberania e a famlia, Foucault nos mostra que a arte de governo esse conjunto de saberes que estatui uma racionalidade prpria, particular ao Estado s conseguiu se desbloquear quando mudaram as condies econmicas e demogrficas da Europa e, por isso mesmo, se articulou o conceito moderno de populao e, na esteira deste, tambm o conceito moderno de Economia. Tambm o conceito de governo mudou no sentido de se restringir. Se, pelos fins do Renascimento, governar no se referia apenas gesto poltica e do Estado, seno que se referia tambm maneira de dirigir a conduta dos indivduos ou dos grupos: governo das crianas, das almas, das comunidades, das famlias, dos doentes (Foucault, 1995, p.244), na Modernidade o uso da palavra governar se restringiu s coisas relativas ao Estado.2 O filsofo nos mostra que o estreitamento do significado de governo decorreu do fato de que as relaes de poder foram progressivamente governamentalizadas, ou seja, elaboradas, racionalizadas e centralizadas na forma ou sob a cauo das instituies do Estado (ib., p.247). da que se coloca uma nova questo poltica para a Modernidade: a relao entre a segurana, a populao e o governo. Para dar conta dessa questo, a arte do governo comeou a tornar-se Cincia Poltica (Foucault, 1992, p.290). Todo esse processo resumido pelo filsofo nas seguintes palavras: Em suma, a passagem de uma arte de governo para uma cincia poltica, de um regime dominado pela estrutura de soberania

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para um regime dominado pelas tcnicas de governo, ocorre no sculo XVIII em torno da populao e, por conseguinte, em torno do nascimento da economia poltica (ib.). (Veiga-Neto, 1997, p.4).

No que concerne citao acima, aquilo que entre ns se costuma chamar de governo o Governo da Repblica, o governo municipal, o Governo do Estado (em geral grafado com G maisculo) essa instituio do Estado que centraliza ou toma, para si, a cauo da ao de governar. Nesse caso, a relao entre segurana, populao e governo uma questo de Governo... E fcil ver que o uso do mesmo vocbulo para a instituio e para a ao gera, no mnimo, alguma ambigidade. justamente nesse ponto que passo a sugerir que o vocbulo governo o nico usado em textos foucaultianos, seja nas tradues para a lngua portuguesa, seja nos textos escritos por autores de lngua portuguesa passe a ser substitudo por governamento nos casos em que estiver sendo tratada a questo da ao ou ato de governar. Algumas citaes ilustraro a vantagem de usar governamento no lugar de governo. Ao discutir a arte de governar, Foucault (1992, p.280) diz:os governantes, as pessoas que governam, a prtica de governo so, por um lado, prticas mltiplas, na medida em que muita gente pode governar: o pai de famlia, o superior do convento, o pedagogo e o professor em relao criana e ao discpulo. Existem, portanto, muitos governos, em relao aos quais o do prncipe governando seu Estado apenas uma modalidade. Por outro lado, todos esses governos esto dentro do Estado ou da sociedade.

Ao comentar os saberes que so necessrios ao Prncipe, Foucault (1999, p.151) explica: Trata-se do conjunto de conhecimentos sobre o Estado, o governo, o pas, necessrio a quem vai ser chamado, dentro de alguns anos, quando Lus XIV tiver morrido, a dirigir esse Estado, esse governo e esse pas evidente que, na primeira citao, o filsofo no est se referindo a uma instncia governamental, administrativa, central, mas a uma ao de governar. Na Segunda citao, ao contrrio, trata-se exatamente de uma instncia governamental, administrativa, central. Basta lermos a primeira citao fazendo a substituio de governo por governamento, para se ver a vantagem do que proponho. Vejamos mais um caso: So as tticas de governo que permitem definir, a cada instante, o que deve ou no competir ao Estado, o que pblico ou privado, o que ou no estatal, etc. (id., p.292). Numa passagem como essa, a substituio de governo por governamento evitaria a possvel leitura enviesada que, no raras vezes, feita e que acarreta o entendimento de que Foucault estaria, aqui, atribuindo instituio Governo enquanto instncia central do Estado a deciso de definir o que compete ou no ao Estado. Basta conhecer minimamente o pensamento do filsofo para saber que, para ele,

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no se trata de pensar o poder e a ao poltica como algo que possa se distribuir, no Estado, a partir de um centro de irradiao. Machado (1992, p.XXIII), comentando o deslocamento da arqueologia para a genealogia, explica que a questo do estado da maior importncia para essa ltima: O que se deu atravs do projeto de explicar a gnese do Estado a partir das prticas de governo, da gesto governamental, ou da governamentalidade, que tm na populao seu objeto, na economia seu saber mais importante e nos dispositivos de segurana seus mecanismos bsicos. Esta passagem particularmente til na medida em que mostra a superposio entre prticas de governo, gesto governamental e governamentalidade, nenhuma delas relativa a governo enquanto instncia central no Estado moderno. A, governamental e governamentalidade parecem clamar por governamento e no por governo... Em suma: o que est grafado como prticas de governo no so aes tomadas por um staff que ocupa uma posio central no Estado, mas so aes distribudas microscopicamente pelo tecido social; por isso, soa bem mais claro falarmos em prticas de governamento.

A derivao Dicionarizado por lingistas mais antigos como Laudelino Freire (1954, v.III, p.2755) e Caldas Aulete (1958, v.III, p.2469) o vocbulo governamento simplesmente desapareceu dos dicionrios mais recentes como o Aurelio (Ferreira, 1999) e o Michaelis (1998) , embora permanea registrado no V.O.L.P. (Academia Brasileira de Letras, 1998). E mesmo naqueles dicionrios mais antigos acima referidos, o vocbulo aparece com a ressalva de em desuso. Como sinnimo, citado governao. Em ambos os casos, os dois dicionrios explicam esses vocbulos como ato, ao ou efeito de governar. Se no uso trivial, a palavra governo por si s parece dar conta de vrios sentidos pois, afinal, o substantivo pode expressar aes, estados e fenmenos (Basilio, p.51) , no uso mais aguado da crtica foucaultiana Razo Poltica ela no agenta, isso , ela semanticamente no d conta, minimamente, dos significados que dela se reclamam. Sua ambigidade manifesta-se a cada momento em que ela aparece, exigindo que o leitor decida de que governo se est falando. Como vimos, essa situao fica facilmente resolvida com o uso, quando for o caso, da derivada governamento. Entendo que aqui se trata de uma derivao sufixal imprpria, ou seja, uma derivao por sufixao que, no caso, criou um substantivo a partir de um verbo (governar). Trata-se, aqui, de fazer uma referncia na forma nominativa substantivada ao de governar, que, nos seus sentidos mais arcaicos significava executar uma ao de conduzir ou dirigir as aes alheias (cf. a forma latina gubernare que, por sua vez, deriva do grego kubernan). Conforme registra Said Ali (2001), o portugus antigo criava com excepcional facilidade substantivos abstratos com o sufixo mento; mas j a partir do sculo XVI isso ficou mais raro. De qualquer maneira, o desaparecimento de inmeros vocbulos com essa terminao 83

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como o caso de mostramento, repousamento, soltamento, satisfazimento e tantos outros que nos soam estranhos no impediu contudo que se continuasse a empregar muitos outros e que a eles se juntassem ainda vrias criaes novas (id., p.180). Do mesmo tipo a derivao que originou governao. Ento, por que governamento e no governao? Por que no optar pelo sufixo o/so? Alm do critrio eufnico talvez o mais subjetivo e arbitrrio de todos os critrios e, de qualquer maneira, insuficiente para explicar por que se usam audio, perseguio, consecuo, nomeao, declarao, obrigao, etc. , penso que se pode considerar que o sufixo mento denota no apenas ao ou resultado dela, como tambm instrumento da ao e pode implicar uma noo coletiva (Cunha, 1975, p.115; Almeida, 1980, p.394-395), enquanto que o sufixo o/so mais restritivo a ao ou resultado dela. Chegado aqui, volto ao incio deste texto, lembrando que a proliferao dos termos tcnicos s se justifica se tiver, como objetivo, clarear e refinar os sentidos que se quer dar ao discurso e dele retirar maiores possibilidades nas infinitas leituras a que ele se abre. Com isso, quero deixar claro que a ressurreio de governamento no tem, por objetivo, fixar finalmente algum sentido na crtica foucaultiana da Razo Poltica, um sentido que estaria sendo deturpado pelo uso indistinto do vocbulo governo. Esse tipo de pretenso no faz qualquer sentido na perspectiva em que esse texto se movimenta.

Notas1

Isso no significa, claro, que eu esteja tomando essa distino como tranqila e correta. interessante notar que o registro, em francs, do verbo gouverner, com o sentido de orientar ou conduzir (um navio, as aes alheias, etc.) data de 1150, enquanto que com o sentido poltico esse mesmo verbo s viria a ser usado no incio do sculo XVI. (Larousse/Lexis, 1979).

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CorrespondnciaAlfredo Veiga-Neto, Professor Colaborador Convidado no Programa de Ps-Graduao em Educao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS, Porto Alegre, Brasil. E-mail: [email protected] Stio: www.ufrgs.br/faced/alfredo

Texto publicado em Currculo sem Fronteiras com autorizao do autor.

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