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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXI Setembro de 2015 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] QUINZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 097 - João Orlando Pavão - Patronesse: Maria de Lourdes Reis 254 VEM AÍ MAIS UMA SESSÃO MAGNA ACADEMICUS PRAECLARUS

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXI Setembro de 2015

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

QUINZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 097 - João Orlando Pavão - Patronesse: Maria de Lourdes Reis

254VEM AÍ MAIS UMA SESSÃO MAGNA

ACADEMICUSPRAECLARUS

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2 3EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL

Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e Arte Final, Admi-nistração e Publicidade: Coopia Digitação e Serviços Editoriais, Rua Jacob Diehl, 77, BairroMorumbi, Cep 13420-410, Piracicaba/SP. Não fornecemos números atrasados. Matérias assi-nadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03.Correspondência: Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP, Fonefax:(0xx19) 3426-8568. Editor Responsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail:[email protected] Site: www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Banco do Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

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Carlos Moraes Júnior

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

VEM AÍ MAIS UMA SESSÃO MAGNA

Com algumas dificuldades, vem aí a sexagésima-oitava SessãoMagna da história do Clube. Mesmo que as Medalhas, Diplomas e os estojos já estejamprontos, ainda faltam algumas despesas que sempre aparecem e que foram resolvidascom uma campanha rápida. Agradecemos, então, a todos que compraram convites paraajudar, aos que aceitaram a Medalha e o Colar, que só serão outorgados no ano que vem.Isso demonstra claramente o quanto o Clube é querido e a confiança em nós depositada.

Continuamos o nosso trabalho como sempre: com alegria emuita garra. Esse otimismo se deve ao número de pessoas que tomarão posse, ou serãohomenageadas em 28 de novembro. São 88 pessoas, de 27 cidades de 6 estados. Muitosnão estarão presentes, mas de coração, aplaudirão conosco, mais um verdadeiro encontrode escritores promovido pelo Clube dos Escritores Piracicaba. Até lá muito trabalho,muitos detalhes que vão sendo superados no dia-a-dia, num entusiasmo só.

E todas as nossas Sessões Magnas são assim: verdadeirosencontros de escritores, pois vem gente de todo Brasil fazer uma visita à Noiva daColina. Já se tornou tradição a nossa festa de encerramento do ano! Mesmo que duranteestes quase vinte e seis anos de existência do Clube dos Escritores sempre tivemosmuita dificuldade para organizar esta festa tão grande e importante. Porém, ano apósano, ela foi sendo encurtada e simplificada, de tal maneira que nossos visitantes dizemque as nossas Sessões Magnas são curtas, simples, mas emocionantes. Estamos felizestambém que a nossa maneira de fazer cultura seja tão bem aceita pelo Brasil e porque,sem querer, ensinamos a todas as entidades que é possível fazer uma cerimônia de nomáximo uma hora e meia, sem nenhum prejuízo. Sempre achamos que chegamos a isso,porque as dificuldades foram aumentando cada vez mais, de 2008 para cá. E assim vamosnós: os anos passando e o Clube, além de não conseguir preencher o número total deCadeiras,vai cada vez mais se adequando à realidade do país. Se a crise continuar,teremos que mudar nosso modo de atuar, para não fechar. Então, seremos obrigados anos adequar. E isso pode afetar as medalhas e o Diploma de Praeclarus,que talvez sejam modificados para que todos os diplomas sejam enviadospor e-mail. Infelizmente, por causa do custo absurdo do sedex e dacunhagem de medalhas, essa parece uma ótima idéia!

ACIDENTE NA ESQUINADo apartamento ouvi um arrastar de rodas freadas

abruptamente seguido de um estrondo. Como um tropel. Sons de passos apressadosassinalavam que houve uma batida bem ali na esquina. Fui à janela e vi no meio de umgrande ajuntamento de curiosos, um ônibus que colidira com uma caminhonete, que delonge parecia ser azul. Logo chegaram os bombeiros, a ambulância e uma viatura comsirene ligada que fez os curiosos se aproximarem mais.

Com todo aparato, colocaram o motorista do ônibus numamaca, e incrivelmente, em volta, davam opinião aos paramédicos de como atuar num casodesses. Alguns se ofereceram para levar o motorista da caminhonete para tomar umaágua na sua casa para passar o susto. Um vozerio se instalou em volta do acidente, unsdando palpite de quem seria a culpa, se do motorista do ônibus ou da caminhonete.

E assim, cada um ia discorrendo sua experiência sobre comoser assistente de acidentes. Um chegou correndo e veio saber se deram um tiro porqueouviu um estampido, e se o homem da maca fora baleado por um assaltante.Outro chegou e disse olhando para a maca: “Está morto?”

A conversa foi diversificando com o passar das horas, muitosaté sentaram na sarjeta para discorrerem melhor sobre o assunto. Uns começaram a falarsobre futebol. O tema, do momento, ser contra ou a favor do gasto exagerado com aconstrução das arenas para a Copa do Mundo do Brasil.

Mulheres com sacolas nas mãos, talvez vindo do mercado,pararam para observar, e a conversa entre elas era de como tudo está tão caro, que nãotinham esperanças que os altos preços melhorassem. Logo as receitas tomaram conta daconversa: o que iriam cozinhar com certos conteúdos da sacola, tamanho da forma parafazer torta. Uma delas não fazia pudim uma delas não fazia pudim no forno, só na boca dofogão em banho-maria. Outra, queria ensinar mais que todo mundo e as outras ficaramsem poder falar, por causa da verborragia da mulher loira e magra. Daí partiram para falardos netos e todos eram para elas, lógico, lindos e inteligentes demais.

Cada uma contava as gracinhas dos netinhos e chegavam atéa falar de modo infantil, como se fosse um deles. Uma moça bonita disse que preferiamorar sozinha no apartamento, daí já viu, os olhares entre elas foram bem suspeitos.

Muitos homens levaram a conversa para a pescaria e até seorganizaram para uma próxima lá pelos lados do Coxim no Mato Grosso. Combinaramcomo iriam, que apetrechos de pesca levar, se a pesca seria de sondá, porque com a rede,por lei era proibido. O mais animado dizia “Vamos no meu rancho.

Tem muitas camas, bom fogão, motor de rio e ajuda de umpirangueiro, mas cada dia um vai ter que cozinhar!”

As conversas iam surgindo as mais diversas possíveis. Foiuma oportunidade dos vizinhos se encontrarem e todos estavam gostando desse ensejosocial, cordial e inusitado no bairro, pois esticavam esse momento, porque ali nada eravirtual, mas sim real, cara-a-cara.

Na manhã seguinte saiu no jornal a notícia do acidente e nãose falou nem de tiro, nem de assalto nem de morte, mas que os doismotoristas passavam bem quando deram entrada no hospital. A ocorrênciaque se dava naquela rua era mera vontade de conversar. Eram vizinhos quenão se encontravam amiúde.

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4 5-----------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/[email protected]

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/AM

AUTONOMIA

Eu andei pôr caminho de flores e espinhos.Para esse lugar seguiu também os meus pensamentos.Entre as flores coloridas e os espinhos espevitados.

Descobri ali o coração, mensageiro do amor.

Mas, ele não me mostrou o caminho fácil para passar.Pulsando fortemente me fez meditar,

agir e distinguir a direção.Exatamente o que eu necessitava no momento.

Autonomia, condição essencialpara seguir em frente.

Opção de poder abrir os braços e voar.

Agindo em busca da felicidade.Escolhendo o lugar certo para pousar.

Dominando os impulsos para não perder a direção.

Assumindo as conseqüências de meus atos.Procurando o meu caminho, o meu futuro.

Responsável pelos meus êxitos ou meus fracassos.Nesse mundo onde a liberdade é primordial.

Agtda de Carvalho FigueiredoDecana/Campo Grande/MS

[email protected]

A PRAIA DO DESTINO

O rio correu para o marenquanto a noite desceuno céu pintado de estrelas.Eu senti a saudadeolhar apaixonadapara as minhas lembranças.E como passageira do tempo,viajei no espelhodas águas azuis.E junto as ondasdo infinito oceano,naveguei a alma...E adormeci na praia,enlaçada pelos braçosmolhados do destino!

Alais Monteiro Pickersgill Praeclarus/Rio Grande/RS

[email protected]

VOCÊ, O MEU TUDO.

No seu caminhar,O meu caminhar.No seu olhar,O meu olhar.No seu sorriso,O meu riso.Se você choraO meu pranto imploraFica feliz,Sorria pra mim,Manda a tristeza embora.Você, o meu tudo,Por você eu mudo,Amor de alma,Que tudo acalma.

Alberto SlompPraeclarus/São Paulo/[email protected]

A ARTE DA GUERRA(contrariando a Sun Tsu)

Nego-me a saber quem sãoaqueles meus inimigos,e a todos eu dou a mão,embora tantas as intrigas.

No calor dessas batalhas,sem brigar, dou-lhes amor.Se ainda houver uma mortalhaminha, dá-la-ei a qualquer ator

que se dispuser a continuaruma grande luta inversa,sem ódios, atirando ao armuitas balas de vida, em versos

PONTEIOS

Das sesmarias do espíritose elevam potros aladosque vão pastar utopiasnos belos campos douradosdo sublime imaginário.

O misticismo do espíritoque enroupa o sonho da gentetransforma a verde esperançaem botão, flor e sementede matizado orquidário.

Nos ombros das ondas bravas,no pulular da cascataa lua beija o cardume,refletindo nas escamassuaves guizos de prata.

E das sombras que deslizampelas montanhas dormidasa aragem sopra o rociomolhando as folhas da noitepejadas de serenata.

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

MENSAGEM DE AMOR

O amor infinito de DeusE a luz que ilumina e resplandeceE a justiça divinaQue se manifesta em nossa prece.

A luz espiritual do amorIlumina a tristeza do coraçãoTrazendo alegria e vigorE a felicidade com todo resplendor.

Para amar tenha coragemEssa é a mensagem que diz:lodo aquele que amaNesse mundo será feliz!

SANTUÁRIO

No alto da escada de pedras,erguida na mata,uma imagem de Nossa Senhoranum nicho em forma de mãos.O ruído de um córregoquebra o silêncioda quietude do santuário.Recanto de prece e reflexão.Uma parada nos caminhos.Os olhos voltados à santaem agradecimentoa dilemas superadose proteção na caminhadade volta à vidaruídos e pazentrelaçados.

Ana Maria OsórioTitular Enperito/Pelotas/RS

[email protected]

Antonio Araújo LoiolaPraeclarus/Campo Maior/PI

VOCÊ FOI

Você foiO bemQue eu não soube amarO bemQue eu não soube terO sonhoQue eu não soube sonharA vidaQue eu não soube viverVocê foiTudoQue eu queria terU grande bemQue eu deixei fugirVocê foi como ninguémMinha alegria, meu sorrirVocê foiO que eu buscava achei e não viO sonho que eu amavaSonhei e perdi.

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6 7CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA----------------------------------CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA

PENSANDO O MAR

Debruçar frente ao mar, apreciar sua beleza e versatilidade éum ato gratificante, e sem dúvida, repleto de intermináveis emoções. A força do mar épenetrante, alcança o âmago de nosso ser enchendo-nos os olhos, os ouvidos, a pelee os pulmões com sua brisa revigorante, que nos revolve- os cabelos fazendo-nos maisternos e mais felizes.Podemos correr olhos, demoradamente, indo e vindo em sua vastidão,vagueando a atenção naquela amplidão sem limites, curtindo água e céu, e nuncachegaremos a encontrar seu fim. É maravilhoso o abandono nessa fuga relaxante,quando nosso olhar se arrasta e se perde até bem distante, lá longe, buscando a linhado horizonte... e deixar que se prenda na figura apagada de um barquinho solto ao largo,ou que acompanhe um voo rasante de uma avezinha que molha as asas.

Assim o mar nos fascina e faz sonhar. Está sempre em buscada praia, tocam-se como dois seres que se amam, doando-se. Ele eternamente se deitanas curvas mornas da praia, beijando-a, depositando nela suas brancas e frescas espumas,enquanto ela se entrega numa cumplicidade de calor e vida que nos inspira.

Quanta energia naquelas águas! Profusão de vida, poesia emistério! Inspiração de poetas, alegria de navegantes, rota de descobridores.Arco-íris de

mil cores! Uma gama de matizes colore suas águas, chegando aosconfins do horizonte e se desmantelando num verde esfumado que tentabeijar o azul claro do céu. Um namoro do mar com o céu. O mar serásempre o dono das conquistas, das belezas e dos fascínios, dos perigose das traições. Engolidor de sonhos e de ambições. Paraíso de riquezas!Doador de vida! Abismo de preservação! Que seja preservado! Amem!

Evane Barros BarbutoColegiado/Eugenópolis/MG

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SAUDADE DE VOCÊ

Lá vem de novo na minha cabeça a canção do Dominguinhosna voz da Maria Betânia: “Tô com saudade de tu meu desejo, tô com saudade do beijo edo mel, do teu olhar carinhoso, do teu abraço gostoso, de passear no teu céu....”E éverdade. Te vi faz poucas horas e já estou com saudade de novo.

Não provei ainda o teu beijo que tenho certeza é de mel, maso teu olhar carinhoso, o teu abraço gostoso já é para mim um verdadeiro céu. Sei que parati talvez não faça muito sentido, afinal, o teu coração tem sinais de morador antigo;sombra de inquilino que saiu temporariamente mas que a qualquer momento pode voltar.No entanto, como venho vagando há muito tempo à procura de um teto (e de um afetotambém), ao sentir o aspecto meio que vazio do teu colo, não titubeei em bater na portapedindo para entrar. Eu quisera poder entrar pra ficar, pra fazer do teu seio minha eternamoradia, porém, hoje já mais refeito da emoção brutal que tu me causastes, posso até meconformar em morar nos fundos, só pra poder ficar pertinho de ti, só pra poder te consolarnos momentos em que esse amor itinerante se tornar retirante; só pra poder absorveressa luz que vem dos teus olhos; só pra sentir o calor que emana do teu corpo e, enfim,só pra não deixar faltar carinho pra essa alma linda que tu tens.

E, naqueles momentos em que a solidão estiver por perto,quero ser o teu amparo, quero afagar teus cabelos, enxugar a lágrima dosteus olhos, acalentar teu peito de encontro ao meu; quero te pegar no coloe cantar canções de ninar para ti.O que eu não quero e continuar sentindoessa saudade danada que eu sinto com a tua ausência. Não dá pra segurar.

Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

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PAPAGAIO SABIDO

O guri Juquinha desperta devido ao trautear do papagaiolouro de matriz amarela e toques verde-encarnados . Família dos psitacídios. Correspondeaos estímulos vindos do aglomerado próximo, principalmente , no quietinho habitat dagaiola. Ele fala Vó, Vó Vó; Carol, Carol, Carol.

No amplo pomar rodeado de fruteiras: cajás, mangas, acerolas,laranjas, seriguelas. Chegando no sábado e domingo vem muita gente visitá-lo, saber oque apronta o canoro pássaro. Quando está agitado, reage bicando a mão estendida paradá-lhe milho e frutas.Contam , inclusive, gerações mais antigas que um pássaro escapoudo abrigo em que estava para empreender vôo fugaz em meio a chuvas , trovoadas,relâmpagos.Diante disso, não encontrando os companheiros ,voltou,feliz ao lar.

Trinam no arvoredo voando de galho em galho : canários ,sabiás ,bem-te-vis. Enchendo o ar de emanações musicais que faz bem ao espírito. OTempo é inexorável para todos . Os pais de Juquinha confabulando com amigos, vindo a

berlinda a fita saudosa” O doce pássaro da juventude”. Os caçadores,agora, de pássaros silvestres, ameaçando a ecologia , vão de encontro asnormas fixadas pelo homem. Sabemos que a natureza deve ser conservadae até mesmo preservada para o bem de nosso meio ambiente.

Valdemar Alves JúniorConselho/Fortaleza/CE

A SOCIEDADE SECRETA CAMPINEIRA

Sim, eles escondem para onde vão. Não revelam o caminhoque seguem. Atuam na rua, de dia, de noite, mas ninguém consegue tirar qualquerinformação deles. Subvertem a lei que afirma ser necessário – e obrigatório, até – deixarbem claro o que pretender fazer. Mas, não. Vivem em um mundo à parte, uma sociedadesecreta formada pela quase totalidade dos cidadãos. Daí ter o nome de campineira notítulo.Por onde quer que se olhe, a pé ou motorizado, eles são constantemente vistos.Nas esquinas, nas avenidas, nas vias expressas, nos cruzamentos e até em faróis.

Parecem não se importar com a indiferença que da boa práticade urbanismo fazem. Parecem não levar em consideração que atrapalham a vida alheia.Tampouco se sentem infratores. Apenas seguem literalmente seu caminho.

Os motoristas de Campinas não usam as setas indicadorasde direção e ponto final. Nada percebem, e é necessário alguém de fora chamar-lhes aatenção, ainda que inocuamente. Uma sociedade secreta por não revelar adireção em que seguirá o veículo, mas que revela muito sobre sua formaçãoe cultura.

Adilson Roberto GonçalvesColegiado/Lorena/SP

[email protected]

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8 9CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------VERDADE?

Nenhuma verdade é acabada ou é absoluta. A verdade é frutodo bom censo individual ou coletivo, que venha contribuir para a melhora da qualidadede vida da vida. Os Dez Mandamentos, por exemplo, foram regras para o bom convívioentre as treze tribos de Moisés. Em Jerusalém, uma jovem, percebendo que havia a presençade um rapaz de fora e desconhecido, levantou o vestido para cobrir o rosto, conforme ospreceitos. Quem já não ouviu dizer que olhando para a lua, se vê a imagem de São Jorge,em seu cavalo, com sua lança, matando um dragão.

Ou que todos os rios correm para o mar. Que o homem édescendente do macaco, de seres marinhos, de seres unicelulares e assim por diante. No

entanto, somos movidos por sonhos, quimeras, utopias e ideologias. Nãoperca de vista a consciência de que temos que acreditar em algo ou algumacoisa. Saiba que a história da humanidade é rica em experiências e verdades.

José D. Nicolini Gonçales Colegiado/Osasco/SP

[email protected]

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio Claro/SP

Antonio RodriguesAssinante/Santos/SP

Amália Marie Gerda BornheimDecana/Caxias do Sulk/RS

UNIVERSO

Ele é controverso,Uno, diverso,Igualzinho à verdade,Que além de unidadeE diversidade,Às vezes é unilateralidade,Partícula-sínteseQue perpassa o microcosmoE o macrocosmo,Tudo feitoCom mutismo,Séria curiosidade,Abismo,Ciência,Serenidade!

Ah! Que doce fantasia!Que só existe em nosso mundo.A paz e muita harmoniae que o amor seja profundo!

O AMOR, SFMPRE O AMOR

Nosso encontro foi realmente casualNão sei como cortar o cordão umbilical

Começar uma relação por veleidadeTem sabor de falsa, inexiste sinceridade

A nossa começou tímida, forteHoje com vigor, só nos separa a morte

Ou uma triste e cruel fatalidadePara nós o amor é uma realidade

Eu sou um ser sumamente apaixonadoEspero, assim, por ti ser considerado ‘

l’u representas minha primavera de alegriaLonge de ti me envolve a nostalgia

Saibas que sou simples, simples como a vidaEmbora grande parte dela já decorrida

Transformarei os poucos anos que tereiEm momentos felizes, que contigo gozarei

FLORES E AMORES

Hoje no chão frio se encontram,Delimitando o tempo passado e presente.Na memória, submersas se agitamAs flores do majestoso ipê.

Ontem no banco da praça,Envolvidas com pétalas calorosas,Sentindo que o nosso forte abraçoRefletia amorosas passagens.

Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/PR

[email protected]

INVEJA

A inveja danifica quem possuiMinando lentamente o juízoComplicando o que pode ser simplesConvertendo o sadio em sádico

Ela inventa mesuras e atitudesPara injuriar o invejadoAltera mentiras em verdadesPara induzir dramatizando

Conversa com falsetes e sorrisosCom ricto nos lábios em seu pausarGesticula muito com ambas as mãosUnindo um ou dois dedos ao polegar

Caminha, não para no mesmo lugarIndiscreta como sendo atençãoProcura saber o que estão a falarAlicia para auto afirmação

Fixa-se em quem quer depreciarIgnorando seu próprio atarantarDe não poder tudo manipularMuito menos, a todos enganar

PASSAGEM

A vida é breve...Num momento se esvai,Ficando as saudadesNos tempos do nunca mais...Os arrufos de tristezasQue vicejam em nossa vidaSão gotículas de lembrançasEm cada nova despedida.A vida é breve...Na encruzilhada do tempo,É doce sopro de ilusão,É ponteiro de relógioControlando o coração.Bendito, então, é o homemQue tem o dom de viver,Nas alegrias e tristezasE no sublime alvorecer.

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

ENCANTAMENTO

Hoje eu lhe queria tantoE você tão longe estáQueria enxugar meu prantoNo riso do seu olhar.Queria seu sorriso e sua vozQueria conversar, falar de nós,Deste nós tão impossível,Que me encanta o pensamento.Queria saber se você tambémSentiu essa força mágicaDe querer vir; saber porque não vem.Queria que você me explicasseA maravilha de um tal encantoE porque é que lhe quero tanto.

Célia Lamounier de AraújoPraeclarus/Itapecerica/[email protected]

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10 11-----------------CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------

Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

[email protected]

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

[email protected]

Bruno Nascimento AlleoniConselho/Rio Claro/SP

[email protected]

COMEMORAÇÃO DE FORMATURA!

Quarenta e um anos se passaram... Parece mentira! Foi outrodia mesmo que fazia Cursinho para prestar o Vestibular. Daí a expectativa se tinha ou nãosido aprovada. Alegria geral! Estava na Universidade. Quatro anos de Curso, sendo trêsdeles Básico para Economia, Contábeis e Administração.

Apenas no quarto e ultimo ano é que definíamos finalmente anossa profissão. Escolhi Economia. Não me arrependo. Fui feliz nesta minha escolha.Tive muitas oportunidades, trabalhei muito, conheci o mundo. Fui Controller demultinacional nos últimos 17 anos da minha carreira como executivo, antes de me aposentar.Trabalhei tanto, escrevi tantas histórias de vida, que até me esqueci de constituir minhaprópria família, não tive filhos e nem netos para agora logo mais, na minha velhice, ter paraquem contar as minhas histórias. Aposentei, não consegui ficar parada, voltei a estudare mais quinze anos, na minha segunda profissão, com muito sucesso e alegrias. Oscabelos estão platinados, graças à tecnologia, resolvemos isto. Podemos nos dar ao luxode escolher a cor e que ninguém tenha acesso aos nossos fios brancos a não ser oprofissional de nossa confiança, escolhido por nós, para nos cuidar.

De repente, um e-mail chega para nos reunirmos,no próximodia 04 de setembro, para comemorar a nossa formatura, que aconteceu em 1974. Continhas...41 Anos se passaram... Vem a reflexão! E resolvo colocar no papel tudo isto. Vem àlembrança, o primeiro dia de aula na Universidade, o tradicional trote pelos veteranos.Tínhamos que usar por período integral, uma boina cinza impressa em letras vermelhas asigla ECA (Economia; Contábeis e Administração), implantados em 1964, eles foram ostrês primeiros cursos de graduação oferecidos pelo Instituto Educacional Piracicabano(IEP) à comunidade, em pleno golpe militar.

A partir deles, a instituição passou a integrar gradativamenteoutros cursos e Faculdades, o que permitiu em 1975, o seu reconhecimento comoUniversidade – UNIMEP. Anos terríveis, que vivemos na Ditadura Militar, atrasotecnológico e cultural, até me arrepio quando ouço falar nos dias atuais: “Volta osmilicos!”.Usar saias; as alpargatas de cor marrom nos pés, durante todo o tempo de trote,a passeata dos bichos, até o baile do bicho. Motivo de muita alegria, passávamos a sergente e não um simples e desprezível calouro, lacaio dos veteranos o tempo todo.

Veio-me a memória neste momento, com tamanha nitidez, aroupa do baile do bicho: Saia longa estampada, com fundo preto, algodão acetinado, comflores amarelas e turquesas. Blusa amarela de tecido fino de seda transparente, combabado godê, nas mangas e na cintura sobrepondo a cintura da saia. Sandálias de cetimpreto, bem alta. Moda vai, moda vem... Exatamente o floral que estamos usando no momentopara a próxima estação. Éramos em torno de 140 alunos no primeiro ano, sala cheia, muitaalegria e muita brincadeira. Para jovem tudo é engraçado.

Estudava-se muito, muita informação, professoresinesquecíveis. A maior parte da bibliografia de boa qualidade, em espanhol ou inglês, quenos forçou a ir buscar novos horizontes. Nesta época ministrou aula na ECA,José PaschoalRossetti. Nunca me esqueci de quando estudamos o Iº Plano Nacional deDesenvolvimento, também chamado Iº PND (1972 - 1974), foi um Plano EconômicoBrasileiro. Foi instituído durante o governo do General Emílio Garrastazu Médici.

Com ele, houve uma prova sobre o assunto, tirei uma nota altae ele disse: “Pena que esta nota é de uma mulher que irá limpar e trocar fraldas de crianças”.Marcou-me muito por ser a segunda vez que ouvia algo semelhante, no Curso Científico,

tirei 10 de Matemática, o único na classe de 40 alunos, com o Prof. Argino Leite, no SudMenucci. E ele disse ao entregar as provas e divulgar as notas: “Pena que o único 10 é deuma mulher que irá limpar bunda de criança”. Isto me agrediu tanto, provavelmente, quenunca limpei e troquei as fraldas de nenhuma criança em meus 65 anos de existência.

Vamos lá! Como sempre, uns 30 a 40 com as esposas (os), nosencontrar para relembrar façanhas da época. Muitos já nos deixaram, estão num outroplano e talvez se façam presente entre nós. Nem todos se formaram na mesma turma em1974, outros desistiram ou foram para outras Faculdades novas que surgiramna época. Vamos brindar a vida! Pois ela não para...

MEU AMOR FIEL

VocêMe perguntaSe o meu amor é fiel!Não precisava nem perguntar,Será que não percebe,Quando falo,No meu jeito de olhar?Meu amor é fiel,Sim, muito fiel,Mesmo me desprezandoAinda continuoSendo o seu fiel escudeiro,O seu escravo,O seu amor primeiro,Ainda souO mesmo de antigamente,AqueleQue fazia tudo por vocêE para você.Quero que saibaQue ainda hoje sou seuE de mais ninguém.

REDONDILHA DO AMANHÃ

Amanhã não será ontemAmanhã não será hojeEle não é antes, nem agoraVocê nem nunca o verá

Pode, um dia, com ele, sonharVocê querer nele estarO amanhã é utopiaFuturo de a um dia chegar

É parte de um tempo a virPromessa a não se cumprirPrometida só por ouvir

O amanhã não tem atosNão é feito de fatosO amanhã, só boatos

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12 13POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Carmelinda Rodrigues da CunhaPraeclarus/Campinas/SP

[email protected]

Carlos de MoraisDecano/São Paulo/[email protected]

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]

TEMPO VAZIO Sem dizer adeus tu partistedeixando-me sozinho e tristenesta noite de luar.Enquanto meus olhos ausentesmodelavam as estrelas cadentescomecei a sonhar. Ao som da viola, de repete, a serenatacomeçou a empurrar a lua cor de pratapara um outro lugar. E a madrugada em seus descompassosveio correndo atrás de meus passospensando ajudarporque estava quase chegando à janelaquando um bem-te-vi tagarelame impediu de pular. Então, um vulto envolto na neblinae uma sombra dependurada na cortinavieram me acordar.Ficou o tempo vazio de esperanças

O DILÚVIO

Ah! Noéde bíblicas folhas,tu não fostea melhor escolha.

O dilúvio,uma inútil pena,que cobriu de águacolinas e vales,dizimou os homens,mas não os seus males.

Teus filhos,Sem, Cam c Jafé,malsinado legado,trouxeram com elestodos os pecados.

E Deus,que tudo sabiae a tudo assistia,nada fez para impedir,que a pomba altaneiravoltasse, trazendoa esperançanum ramo verdede oliveira.

VIDA

Da vida, que sei da vida?Dela, que sabe você?Eternidade resumidaNuma pergunta: Por que?

Por que sofrer tanto assimEm terrível crueldade?Para, apagar feridasOu marcar a idade?

Para que chegar a um mundoCom tanta guerra e dor?Por que não chegamos a eleE encontramos só amor?

Onde está o deus dessa vidaQue nada fala. nada vê?Para curar a feridaDeste povo que não crê?

Se existe não apareceE não aparece por quê?Cristo?! É Deus ou anjo?Afinal, quem é você?

Penso que é a alma queridaDe quem ama os olhos seusTambém é a salva de vidaDe todos os povos ateus

Vida! Semente de orvalhoMostrando pureza e pudorFlor a pender de um galhoE o símbolo do amor!

TEMPO SUBJETIVO

O relógio bateO tempo passaO relógio bateTempo cronometradoO tempo andaFluxo de consciênciaDos meus sentimentosTenho sempre todo o dia vocêNa minha almaE no meu pensamentoFluxo de consciênciaConsciência moralTempo psicológicoTempo subjetivoTempo de amor.

O GRITO

O grito,ainda que nãoexpresso,é a vontadede transformação.

Cecília Rodrigues de SouzaConselho/Manaus/[email protected]

Djanira PioAssinante/São Paulo/[email protected]

Benedita Silva Azevedo Conselho/Magé/RJ

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POETA

Ser poeta é ver alémDo real, do imaginário.É captar os sinais da almaNum itinerário de magiaE fazer maisDo que traçar seus versosCom rimas e acentos iguais.

VAZIO CAOS DEVIR

Cada dia que passa eu me sintoMais só, mais vazia,

Cercada de hipocrisia, com irradiaçãoDe mistérios, dissabores e lamentações.

As tentações se multiplicamE sem inovações, a vida me castiga,

Tentando arrasadoramente destruir meu ser.

Refaço-me a cada minuto,Mas o pranto me consome e,

Dentro do meu eu,Busco uma forma deRenascer para a vida.

Doce ilusão a minha! Triste humanidade!Gera a própria destruição! Sem saber o porquêUma sensação de paz, já não consigo sentir e

Embora tenha nascido,Sei que nunca existi.

Ah! O amor é tudo! É princípioMeio e fim. Sem

O Amor nada existe, sóRevolução, vazio, caos e devir... Sem refletir

Que o amor exista...Resista...Persista!

Mirian CuryColegiado/São Carlos/[email protected]

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14 15POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

[email protected]

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

MÃE DE VERDADE

Sentir o calor do filho no colo.Ninando-o pra dormir.Passando noites em claro.Com seu amor suprir.

Estando sempre presenteAo ouvi-lo chamar mamãeChorar com ele e por ele.Animando-o como mãe

Ê rolar com ele na cama.Em elo de rodilha.No chão na rede ou a grama.Ensinando-o confiança.

Mostrar-lhe o caminho certo.Pro seu rebento dileto.Percorrer todo trajeto.Estando sempre por perto.

Aproveitar cada momento.Doando-o toda atenção.Com Amor, sem lamento.Escutar seu coração.

É pegá-lo firme no colo.Contar-lhe bela história.Fortificando-o no ânimo.Como erário na memória.

Da vida ensinar a verdade.Trabalhando no crescimentoCom o próximo, suavidade.Em todos os momentos.

Dedicar-lhe parte da vidaCobrindo com toda atenção.Doando total guaridaAbençoando-o de coração.

O TRÁFICO DE DROGAS

A droga destrói a vidaFora do uso legal.Só seja usada, e pra cura,A laboratorial,Que já se tornou remédioNo campo medicinal.

O drogado é um problema Que bastante tem crescido. É um terrível tropeçoQue deve ser removido,Porque pra seu submundoMuitos já tem seduzido.

Alguém livrar-se de um vícioÉ muito dificultoso.Isso nem todos conseguem,O que é muito doloroso,Mas quem consegue a façanhaSai de um terreno danoso.

A sepultura, o hospícioOu a prisão é caminhoDos viciados em droga,Esse maligno espinho,Feito taça tentadoraDe um envenenado vinho.

Não seja escravo da drogaEm nenhuma ocasião,Achando que ela resolveA sua situação.Não trafegue nessa rota,Que ela só tem contramão.

Só existe traficanteDe droga, que traz terror,Porque ele tem parceiroQue é o seu consumidor.Ambos devem ser punidosCom o devido rigor.

O CANTO DO SABIÁ

Canta aqui no meu quintal,Um saudoso sabiá,É ave que aqui gorjeia,Tal qual gorjeia a de lá,

Muda a planta em que aninha,O espaço que ele tem,Não muda a saudade minha,Por ter perdido o meu bem.

Hoje, no quintal, se esgueira,Pois de cantar não cansou,Procurando a companheira,Pois, seu deus não a levou.

Seu canto de amor brejeiro,Num fino ramo a dançar,Trás a fêmea em seu poleiro,Para um novo acasalar.

Queria que os cantos meus,Estivessem onde ele está,Eu queria que o meu deus,Fosse o deus do sabiá.

VIDA EM MEIO AO VALE

E depois de abrirA portaAbriu as pernasVale eróticoDe tenras carnesInternas e externasEcoando por um eloe ego fálicoPriápicoQue as adentrasseIrmanasse os eusGotejasse o veioExpelisse vida

RETORNO

Estive distante, minha terra amiga;volto a ti aos poucos e piso devagar.

Recolho lembranças, muitas já perdidas, para novamente, poder te moldar.

Meus olhos procuram nas velhas retinas, pessoas e imagens que guardei no tempo, cercas de estacas, quintais e mangueiras, velhas bananeiras tremulando ao vento.

Juntei nas estradas, essas que se foram, mais de mil palavras pra dizer a ti.

Continuo agora meus versos antigos que inacabados, deixei por aqui.

Distante, onde estive, lembrava teu rioe para quem volta, se a saudade aperta,

reencontra o passo e se aconchega nesta tua sombra de portas abertas.

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

[email protected]

ANTAGÔNICOS

O amoré uma bênção.A paixão umatempestade.

Impossívelviver semamor epaixão.

Duas forçasque sedigladiam.

Ceres Marilyse RebouçasPraeclarus/Itabuna/[email protected]

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16 17----------------OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO----------------MARIA: MÃE DE JESUS E NOSSA MÃE

O texto abaixo, em sua íntegra foi tirado do livro “O evangelhosecreto da Virgem Maria”, escrito por Santiago Martin com base em manuscritos antigos,já com relatório dos peritos do Museu de Arqueologia de Madri, texto autêntico e ortodoxo,oculto por muito tempo temendo que as recordações da Virgem Maria pudessem questionara divindade de Jesus pois os relatos mostram o lado humano do Filho de Deus, consideradopor muito tempo como heresia e sujeito até, ser visado por um severo inquisidor..

“Que julgue o leitor o valor espiritual do texto e que deixepenetrar em si a ternura com que uma velha mãe fala de si mesma, de seu filho e daaventura que Deus, em um dia de primavera, havia posto em andamento.” (In O evangelhosecreto da Virgem Maria,tradução de Yolanda e Hilton Amaral*

“ELE me havia dito: Serás meu único ponto de apoio”. E issoincluía sentir com ele, sofrer com ele e, deste modo compartilhar tudo para repartir ealiviá-lo. Naturalmente que sua paixão foi infinitamente mais dura do que a minha. Ele eraDeus e eu não. Ele era o cordeiro que carregava o pecado do mundo e eu somente umamulher simples que havia tido a infinita sorte de ser sua mãe. Era sua mãe e se havia ummomento em que podia fazer meu privilégio, era precisamente esse.

Não apelei para minha maternidade nos momentos de glória,quando todos disputavam e lutavam para o servir. Então ele não precisava de mim. Agoraquando até seus mais chegados companheiros duvidavam dele, era o momento em queeu tinha o direito de reivindicar meu papel de mãe. Além do mais, ele me havia pedido issoe eu não queria nem podia fazer outra coisa. Este privilégio consistiu em estar a seu lado,apesar da distância, momento a momento.

O privilégio, para aquele que ama, é ajudar o ser amado. Nãoexiste prêmio maior do que este. Em instante algum naquela noite, nem no dia seguinte, seinterrompeu a comunicação entre nós. Não sei se ele o sentia. Eu o saberei quando mereunir com ele no céu, o que percebo que será breve.

O que sei é que, a partir de um determinado momento, tiveconsciência de que meu espírito estava ligado ao seu e que essa era a graça que Deushavia me concedido para aliviá-lo, embora disso ele não se desse conta.

Por isso cai de joelhos e rezei com angústia e terror notei asolidão que o envolvia e notei o sangue correr pela sua fronte, sem que a minha semanchasse, embora isso eu tivesse desejado. Enquanto ele rezava no horto das oliveiras,supliquei a Deus junto com ele, que não tivesse pressa em lhe passar o cálice, mas queantes de mais nada, fosse feita sua vontade. Quase pude ouvir os gritos dos que chegavamarmados de paus e lanças. Senti perfeitamente um beijo miserável, o beijo do traidor, emsua face e na minha, e estremeci como nunca antes o havia feito, pois pela primeira veznotei o hálito do Maligno perto do meu rosto....

...Aquela noite eu lutei junto a meu filho contra o mal. Eu oamparava enquanto ele cambaleava, para que ele pudesse vencer e acabar definitivamentecom o poder do senhor das trevas. Por isso perdoei. Por isso rezei também por Judas epor todos aqueles que o matavam, como fez meu filho na cruz... Por isso aceitei ser tuamãe e a mãe de todos, inclusive daqueles que tanto mal haviam feito e continuavamfazendo a meu filho. Porque para vencer o mal só se pode empregar o bem e porque o malcomeça a ganhar terreno quando o bem decide utilizar outras armas diferentes do perdãoe da misericórdia...

Teresa PicinatoColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

...E não houve mais nada. Muito pouco depois, apenas osoldado baixou a esponja, ele ergueu os olhos para o céu e em seguida para mim: Tudoestá cumprido”, disse-me. E deixando cair a cabeça sobre o peito, colocou definitivamenteseu espírito nas mãos do Pai. ...Beijei-o pela última vez, e me lembro que lhe disse sem

saber porque: “Filho até breve. Não estás só. Não te preocupes. Tudo vaisair bem. Amo-te muito. Até breve amor meu, filho meu, até breve...”

Foi lançado na XVII Bienal do Livro do Rio de Janeiro, Estande 12, em 12de setembro, o livro “Haras: Um amor entre o poder e a decadência”, deJosé Aparecido Araújo, Cadeira Chafique Jorge Aidar, da Área de Letras,da Galweria dos Acadêmicos praeclarus do Clube dos Escritores Piracicaba.Contato:[email protected]

O Acadêmico Alceu Brito Correa, de Brasília/DF, Cadeira João da SilveiraMello, da Área de Letras, da Galeria dos Academicus Praeclarus, do Clubedos Escritores Piracicaba, lançou o livro “Fio de Organza”. Aosinteressados em adquirir: Contato: [email protected]

DÉCIO RAZERA LANÇA E-BOOK NA INTERNET

O Acadêmico Décio Esmael Razera, de Piracicaba/SP, Cadeira ManoelErnesto da Conceição, da Área de Letras, do Colegiado Acadêmico doClube dos Escritores Piracicaba, lançou o livro “Roda de Traficantes” comoe-book pela Amazon Editora.Quem estiver interessado pode comprar olivro na Internet, por R$ 11,90.Contato: http: www.amazon.com.br/Roda-Traficantes.

ALCEU BRITO VENDE LIVRO PELA INTERNET

JOSÉ ARAÚJO LANÇA NOVO LIVRO

Acadêmica Lúcia Martins, de Ituporanga/SC, Cadeira Renato Françoso, daÁrea de Letras, do Conselho Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba,teve uma entrevista publicada no Jornal “A Comarca” daquela cidade,destacando a sua carreira literária. À destacada os nossos parabéns.

LÚCIA MARTINS FOI ENTREVISTADA EM JORNAL

Acadêmica Carmen Lúcia Hussein, de São Paulo/SP, Cadeira Solange Rech,da Área de Letras do Colegiado Acadêmico do Clube dos EscritoresPiracicaba, lançou o livro “O verão daquele ano”. Contato:[email protected]

CARMEN HUSSEIN LANÇA LIVRO

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18 19 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA---------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

José Vicente CamposPraeclarus/Jaguariúna/[email protected]

A TRANSMUTAÇÃO DA VIDA E O CAMINHO PARA O SUCESSO

Antigamente, num tempo que vai muito distante e que eraconhecido como Idade Média, surgiram os alquimistas que transformavam chumbo emouro. Claro que este processo era restrito a um grupo hermético, distante dos olharesprofanos. A alquimia, desde então, passou a exercer uma sensação fascinante sobre ohomem, levando-o a adentrar num mundo de mistérios em busca dos segredos que estãoguardados nos arcanos da sabedoria.

Vejam bem que ninguém criava ouro do nada, porque criar doNada somente para Deus é possível. Algumas das substâncias para o ritual alquímicoeram: Fogo,Ar,Terra, Água, enxofre, cloreto de sódio, mercúrio, carvão, irradiação, dentreoutros. Isto significa que era preciso dispor de substância para transformar em algodiferente. Hoje, século XXI, onde a fissão nuclear permite que se altere uma estruturaatômica da molécula, nos leva de volta aos alquimistas da idade média, que através doAtanor1conseguiam alterar a estrutura de uma substância transmutando-a em outra.

Os alquimistas trabalhavam com a transformação do metalinferior em metal nobre (chumbo transformado em ouro). Buscavam também o Elixir daLonga Vida, ou seja, a cura das doenças que assolavam a população.

Mas acima de tudo buscavam a Transmutação Interior, ouseja, a Alquimia da Vida.Quando se fala em alquimista, nos vem à mente um ser que viviaisolado em sótãos ou porões usando roupas exóticas cheias de símbolos e que eratemido pelos demais.

Porém, nós, mediante certos processos, podemos tambémtransmutar nossa vida de uma forma até mais valiosa do que o próprio ouro mineral. Apartir daí a vida passa a ser valorizada como verdadeira preciosidade, exaltando emtodos os momentos a dádiva da transformação.

Tal ação de alquimia pessoal é possível, desde que sejaempregada na transmutação interna o despertar das virtudes que residem em todos osseres,mas que,geralmente, estão adormecidas por não serem frequentemente praticadas.Tais virtudes quando exercitadas transmutam a vida do ser inferior ao Ser Superior.Sãoelas: perdão; gratidão;integridade;alegria;verdade;amor incondicional;ousadia.

Com as sete ações citadas, a Transmutação da Vida seprocessa, o Atanor Divino (Atanor vem do árabe e significa forno), purifica o Ser e otransforma em fonte de felicidade permanente.Todos possuem os ingredientes básicospara a Transmutação Alquímica da Vida, basta ousar e realizar. E ousar é uma dassubstâncias básicas que está presente na formulação do sucesso pessoal.

A ousadia parecerá para os adversários como atrevimento ououtros adjetivos depreciativos, mas ainda assim, terão que admitir que algo os incomoda:a iminência de êxito. Senão o sucesso, pelo menos a eventualidade de seu advento.

Em certa conferência, ano passado, mencionamos que os cincoverbos da Realização Pessoal são: saber, ousar, querer, calar e reinar.Ouvindo os presentes,a maioria jovens, constatei que o verbo de mais difícil

CAMA REDONDAA primeira vez que vi uma cama redonda foi num filme americano. Gostei

tanto, que tive ímpetos de fabricar uma réplica. Porém, durante muito tempo, não consegui meiospara iniciar sua construção. Todas as tentativas frustraram, porque em casa não havia climaadequado. A oposição, composta pela maioria absoluta dos parentes, era ferrenha. Nunca mederam o necessário apoio. Cama redonda era negócio de motel, muito pouco condizente com onosso ambiente familiar. Isso alegavam. Contudo, na primeira oportunidade que surgiu, mesmocom os poucos recursos disponíveis, consegui projetar e montar, a duras penas, a tão sonhadacama. Para tanto, usei madeira compensada de dois centímetros de espessura e forrei-a totalmentecom veludo carmim. Na cabeceira fiz um consolo, que foi igualmente forrado de veludo.

Tive de confeccionar, também, um colchão de espuma de náilon, colchas elençóis, porque não os encontrei à venda. A cama era muito grande, fora dos padrões normais, enenhum fabricante ousou colocar na praça produtos daquele tamanho.

Os amigos que tiveram a ventura de vê-la e de tirar umas casquinhas, nãopouparam elogios a este humilde idealizador daquela maravilha. Era uma obra de arte — diziam.Digna de qualquer exposição, aqui no Brasil ou no exterior. Poderia até constar do “GuinessBook”, pois acomodou, certa vez, oito almas sonolentas. Em seu bojo dormiram duas filhas, umasobrinha, um sobrinho, dois amigos do peito, uma querida namorada e este contador de lorotas.Oreinado da bela cama começou a ruir, quando a situação apertou e fui obrigado a mudar de residência.A desmontagem e a montagem causaram-lhe alguns estragos, principalmente no forro de veludo,que já estava um tanto empoeirado.

Aconteceram também alguns empenos e o funcionamento das arcas dos consolose dos baús, sob o colchão, deixaram muito a desejar.Três anos depois, ainda enfrentando problemasfinanceiros, eu já havia mudado de residência outras duas vezes. A bela cama sofreu novas surrase os seus módulos ficaram bem avariados. Foi quando resolvi voltar a dormir em cama tradicional,pedindo a uma amiga do peito, libanesa de origem e brasileira naturalizada, para guardar em seusítio, encravado na Mata Atlântica, as madeiras oriundas daquela obra-prima.

Pretendia recuperá-la quando me sobrasse um pouco de tempo e de dinheiro.A amiga, que não conhecia a cama, nem a sua fama, ficou olhando meio desconfiada para aquelemonte de madeiras, sem nada entender. Acho que passou pela sua cabeça que eu havia endoidadode vez e estava pretendendo construir uma nave espacial. Ainda em dúvida sobre o que seriaaquilo, cedeu-me um canto do quarto de bagulhos, nos fundos do seu pequeno sítio. Passados unsquatro meses, fui até lá. Queria matar saudade da cama redonda e da amiga de Beirute.

No almoço, regado a vinho branco, degustei inúmeros charutinhos, feitos comfolhas de parreira. Após a sobremesa, sentamos na varanda da sua simpática moradia, para saborearum licor de damasco e jogar conversa fora.Entre um e outro assunto, perguntei pela minha cama.A querida amiga apontou para um morro, em frente à casa, e disse que aquelas madeiras foramusadas na obra de uma nova caixa d’água. Olhei para onde ela apontava e quase não acreditei no quevi. Corri morro acima para constatar o estrago que a libanesa havia feito na minha amada cama efiquei muito chocado com que encontrei. Ela virou taipal. As madeiras compensadas, que por maisde mil e uma noites tinham cumprido a nobre missão de me ninar, pareciam um doce mil-folhas devitrina de padaria. As lâminas e os encaixes estavam em avançado estado de deterioração, carcomidaspelo implacável cimento que foi usado na construção do novo reservatório d’água daquela amigaque veio de longe. Ela não esboçou reação alguma. Simplesmente falou que precisou das madeirase usou-as. Estavam tão à mão... Atribuí a sua atitude a não ter entendido o que lhe falei. Talveztenha pensado que, quando lhe dei a guarda da cama, estava presenteando-a. Foi um fim muito

triste para aquela rotunda companheira de tantas noites, que infinitas alegrias mehavia proporcionado.Jamais ousei sequer tentar fazer uma réplica. Ela era una e,como tal, inigualável.

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

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20 21---------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/SP

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OPERA AFROTodos os dias quando acordo, tenho a certeza de que não dormi bem.

Às cinco da manhã já estou de pé, me preparando para tomar café, e continuo achandoque não dormi bem, porque todos os dias, quando acordo, me lembro de voc. Caminhandopelo parque, “caminhando contra o vento: sem lenço, sem documento”. Quem sabe quandoterminar a volta eu encontre com você no mesmo lugar. Todos os dias não durmo muitobem, porque morro só de pensar”. Caminho por uma hora, a passos lentos, me aposenteina bebida, do violão, e fico olhando para ver se encontro você. Entro no meu carro,”vouvoando pela vida sem querer chegar”, não posso mais parar, “estou chegando para maisum dia de rotina, enquanto lá em casa ela se prepara pro seu dia”, “eu não posso mais ficarassim a esperar, que um dia você volte de repente para mim”.

Paro no estacionamento, acendo um cigarro, e vou trabalhar. Um dianormal, cheio de expedientes, um mendigo pedindo esmola, mas sei que com um trocadonão resolverei o problema dele, que outros já não resolveram. O dia passa e termina comum pouco de cansaço, que não passa, nem quando um amigo me diz:“Ela disse me assim,tenha pena de mim, vá embora”, eu logo estendo meu ombro para ele, e respondo: “Cuidadocom as mulheres! A gente nunca sabe o que elas querem”. Ligo o meu microcomputador,que na tela tem a foto dos meus filhos mas não da minha mulher. Será que ela estásozinha? Sei lá! Tenho saudades deles, pois já vai fazer uma semana que não os vejo. Ligopara o meu filho menor, que mora com a mãe. “Alô?”A mamãe está? ela já foi? Entãoadeus”!Quando está chegando a hora de sair, pedem para que eu informe um processo.Não sou informante! Não posso informar ninguém. Toda profissão tem seus ossos doofício, e estou enrolando para ir embora, até que um colega que estava fazendo um outroserviço, resolveu me ajudar a fazer a encerrar o expediente. Já caminhando para o carro,não tenho vontade de ir para casa. “Eu sou do tipo que não gosta de casamento, e tudoque eu faço é fingimento”, entro no carro, e começo a rodar”,” procuro mas não acho, nãosei se é a pulga ou é o carrapato”, achei! “Acabei de saber, que você riu de mim”... Tocao celular,

— Bem, tô no trânsito. Vai pro centro? Encontro você lá...— Coitada... Desliga o telefone, “tão longe, tão distante, aonde irá meu

pensamento”? Nas pernas de uma linda secretária...Fui comprar um sorvete e duas belas pernas me atenderam Fui bem

atendido, acho que não vai ter grandes problemas: ” amanhã eu nem vou trabalhar”.Entãofui para a casa dela e quando cheguei ela me deu um beijo de esposa e retribui com umbeijo de marido;

— Eu sei de um restaurante bom por aqui.— Tenho orgulho da minha outra, usando essa saia curta. Uma outra

que é uma menina, enquanto a ex. “ lá em casa ela termina o seu dia”. A ex, velha e brava,e eu com uma mulher atual de cuja família não sei nada. E não preciso saber por que serácada um para o seu lado, só aparecendo de vez em quando para matar a saudade.

— Por isso que é bom! Não dá para pensar, eu fico mais contente, e nofinal, ela se despede de mim.“Sabe Deus se tu me amas ou me enganas, e na incerteza...”,vou tomar umas loiras geladas. Hoje é sexta-feira, traga mais cerveja”.

Prepare tudo por que eu to voltando”. Já é tarde e eu estou na rua, o trânsito estádifícil. Parece que aquela moça está me olhando. Deixe-a dar uma olhada, para eu me

lembrar da outra. ”Por que chora a tarde salpicando o seu leito, por quechora se tem a alegria do sol?’ “É que a tarde caminha abençoando seu dia,e depois da tormenta é dia de sol”. Chego de novo em casa e sinto que maisum dia vazio se foi...

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Darcy Reis RossiColegiado/São Paulo/[email protected]

ADEUS EM OURO E AZUL

“Tudo muda com os anos”.Dantes lenço branco é que acena adeus,Era uma asa branca despedindo a outra asa.O branco gesto tinha a pretensãoDe decretar a liberdade enfim...Dantes era assim.Agora, no entretanto, em mutação violenta,A despedida veste cores refulgentesNão mais a antiga alva de outras eras.Entuize-se de azul, recama-se de ouro,E’ o “ouro – sobre- azul” como o reguer do tempo.

Agora é bi – colorO azul eu sei e explico:Semelha o campo infindo em que se acha o céu.

Para o dourado urge confessarQue não encontra pronta associaçãoSe não á tua coroa real de ouroO azul, eu sei, está no ar que é infinito.E isso me conforta: adeus azul não é adeusPois é sempre presente na massa área azul,E não será adeus, embora azul!

DIA E NOITE

Dia não é noiteNoite não é diaDia é trabalhoNoite é poesiaDia é pressaNoite sem correriaDia tem azedumesNoite, vaga-lumesDia tem poluição,Noite tem samba-cançãoDia tem relógio cobrandoNoite tem sonhos sonhandoDia tem colarinho suandoNoite tem chopinho espumandoDia tem insolaçãoNoite tem violãoDia tem queixumeÀ noite, se arrumeNo dia me cobre o chapéuNa noite, estrelas no céuDe dia estou na ruaÀ noite fico na suaEu e a lua

Denivaldo PiaiaConselho/Campinas/SP

[email protected]

O ESCRITOR

Um bom escritornunca revelaseu livro antesde terminar.Ele retém segredosque serão reveladossó quando publicado.

Gabriele Loureiro BruschiPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

AMOR

Não posso te pedir que voltes,Porque nunca partiste.

Não posso pedir teu abraço,Porque quase somos um só.

Não posso pedir que me beijes,Porque todo nosso amor já foi provado.

Não posso pedir que me ames,Porque seria a repetição de cada dia.

Mas um pedido eu faço:Não me deixes!

Nem agora, nem na eternidade,Pois eu estaria sempre a tua procura.

Lauro TeixeiraPraeclarus/Itajubá/[email protected]

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2322 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Maria Gertrudes Horta GrecoConselho/Guaratinguetá/SP [email protected]

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

[email protected]

VIDA!

Na infância passei fome:era feia, magra e desnutrida!

Na adolescência passei vergonha:era timida, desajeitada e mal vestida!Não frequentava festasnem lugares embalados!Os garotos zombavam de mim.Não tinha amigos nem namorados...Nos sábados á noitetrancava-me no quarto pra escrever.Não havia televisores nem computadores,só velhos livros pra ler e aprender...

Na idade adulta,trabalhei demais pra sobreviver.Casei-me três vezes erestaram duas filhasque criei sozinha!Entre farrapos e deliriosfui guerreira destemidacom mil batalhas pra vencer!

Agora, na velhice,falam-me demelhores tempos que nunca conheci!Incitam-me á perseguir lembranças,mas,me pergunto sempre,recordar o quê?

Livrem-me do passado,de tristezas e amarguras!Hoje é meu dia de alegrias,agora é meu tempo de aventuras!

VER O MAR.

Gosto de sentar no quebra mar,Sentir acariciar a brisa, os cabelos,Perder o olhar no inalcançável mar,Por inteiro, e divagar...Soltar os pensamentos,Sentimentos me vêm á tona,Xeretar curiosos,Meus buliçosos sentimentos...Gosto destes poucos momentos,Eu frente a frente com o mar!- O que finda, cara a cara com o infinito!E sentado no quebra mar,Sinto-me como o mar,Pleno e bonito...O finito comungando com o infinito,Pelo menos enquanto, fechando os olhos,Aplacando as fúrias dos sentidos,Eu puder sonhar!

O VINHO

Vinho branco, vinho tintofeitos pra saborear... Incentivando até o instinto,de quem vai participar,..

Vinho, como companhia,incentivando à viver... Traz a paz e a harmoniaajudando a conviver..

Todo momento na vida,bom vinho d mais que bebida,e o melhor é aproveitar....

Tem sua oportunidade,faz parte da integridade dequem o saborear!

Eliseu OroColegiado/Descanso/SC

GIGANTE

onda do mara enlevarnosso romancesem parindíciode paixãocaminhode uniãorealidadecompartilhadavidapartilhadaidéiastrabalhadasplanos

Eliana Wissmann AlyanakConselho/São Paulo/[email protected]

VERSO E REVERSO

Das coisas há o versoE também o reverso...

Na vida há tantas chancesE, não raro, quantas revanches...

Ele encontrou vantagens,Ela porém desvantagens...

O agricultor continua na luta,O operário prossegue na labuta...

No dia-a-dia, vê-se o humanoPoder e o poder desumano...

Na existência crê-se na esperançaQue vence a desesperança...

Das pessoas admira-se o valorQue suplanta o vil desvalor...

Com freqüência, há caminhosQue se abrem e até descaminhos...

Ela trilhou a via da ventura,Ele todavia a da desventura...

O homem, às vezes, se anima,Outras vezes, ele desanima...

Há gente muito grata,Por outro lado, ingrata...

Um dia houve o encontro,No outro, surgiu o desencontro...

Enfim, há o verso pelo versoE do verso também o reverso...

Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

TEMPO QUATRO

E o que terei, ainda, para ver?A degeneração da espécie humana;O homem retornando à choupana;A desgraça sobre ele se abater.

E ver o rei deposto se baterNa pobreza mais crassa e subumana.Morrer de fome na última cabanaPorque um não soube o outrocompreender.

Aqui estarei a ver o fim da glória,A destruição mais trágica da História.Da epopéia farei o último verso.

E marcarei, no meu registro eterno,Do mundo embrionário ao modernoPorque sou a memória do Universo.

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Francisco Evandro de OliveiraColegiado/Belford Roxo/RJ

[email protected]

Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

Francisco FerreiraPraeclarus/Conceição do Mato Dentro/MG

[email protected]

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

TEMOS SEMPRE UMA SOLUÇÃO PARA VOCÊ

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Rua Lima Barreto, 212/São Paulo/SPContato: (11) 2215-1133/[email protected]

Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

A FONTE E A PONTE

Em meio à mata, em selva convertida,Surge uma fonte de água cristalina...E essa fonte, a alimentar a vida,Se expande para além de uma campina.

Um lago vai surgindo na campina,Um grande lago, de invulgar beleza...E o povo frente ao lago se fascina,E então bendiz a Deus — e a Natureza.

Passado esse momento de euforia,O povo da campina, reunido,Deseja negociar sua pescariaE ao chefe do lugar faz um pedido:

Pede uma ponte sobre o lago imenso,E que permita seu deslocamento...E a idéia dessa ponte, por consenso,Se concretiza como empreendimento...

E sobre o lago, agora com sua ponte,O povo do lugar vive a alegria:Se a mata foi o berço de uma fonte,A ponte dá-lhe o pão de cada dia...

CODINOME BEIJA-FLOR

“Mais uma dose...(é claro que estou a fim)”O sonho nunca tem fim...Por que tu te foste assim?

“Baby, suporte.A vida é bem mais perigosaque a morte.!Por que tenho que ser forte?

“Pois aquele garotoque ia mudar o mundo...mudar o mundo...”Agora assiste a tudo lá de cimazombando do meu temor.

IdeologiaPor que precisas viver,SeTeu codinomeé beija-flor?

AMIGOS

Quando criança, talvez os tivesseporque vivia sempre rodeado deles.Nas escolas por onde passei,só havia “amigos”,

Porque queriam sempreficar no meu grupo.Nas universidades.quando as cursei.tive que selecionar “amigos”.

Nos meus dias difíceis,busquei alguns “amigos”,porém não os encontrei.

Quando me afastei,eles sumiram por completo.Assim, verifiquei que “amigos”.

Talvez existam,contudo, é uma jóia raraque está perdida nessa imensidãoque é o nosso mundo.

BODAS

Vesti-me do nome mais bonitodas chitas, a mais coloridacalcei de sonhos, as mãos.

Pintei em beijos as palavras úmidasde minha tímida bocaornei meu coração – vesti-lhe sacro.

Ergui capelas em meu peitoreguei emoções, plantei-asao redor dos olhos – maquiei de amores.

E no altar à sombra do patíbulodei-te em relicário ricominha morte, minha vida, meu espírito.

O VATE

Para o poeta escritor é essencialA faculdade da percepção dos sentidos,Bem como do tempo, da causa e do localExprimirá seu íntimo e anseios doridos.

Não é ofício do poeta apontar o caminhoMas sobretudo despertar fé e ambição,Não deve só para seus leitores carinho

Mas para toda a humana multidão.

A influência do poeta não é dependênciaDe sua técnica, de seus recursos pessoais,

Mas de sua simpatia sua inteligênciaDa autenticidade de seus dotes morais.

Sempre que um poeta recolhe louvoresExerce influência ou é ridicularizado,

Pode ser pela exígua capacidade dos leitoresOu pela obscuridade do texto apresentado.

Relatar os sonhos é uma tentativa,Nas obras de autores que expressam a vontade,

É garantia de uma mente reflexivaQue comunga dos anseios da humanidade.

Em toda a obra de arte verdadeiraSeja qual for sua especialização,Procura-se imprimir alma fagueiraPara reflorir o júbilo no coração.

Geraldo José Sant’AnnaColegiado/São José Rio Preto/SP

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ENSINAR E APRENDER

na vida tudo se ensina:os sinais do tempoo germinar das plantaso ciclo perene das estaçõeso eclodir e o perecer das civilizações

na vida pouco se aprende:a compreender a linguagem silenciosada naturezaa olhar e se colocar no lugar do outroa entender a temporalidade de tudoa reparar nas coisas simplesa conhecer-se e viver com plenitude

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Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

[email protected]

Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Ieda Vieira Franco ThoméColegiado/Rio de Janeiro/RJ

[email protected]

ESSE NOME TAMANHO

Era uma vez uma criançaMuito esperta, mas tranqüilaSem sequer uma esperançaPois nascera sem a língua!

Para nossa grande surpresaParou no meio da ruaDe repente e num ímpetoCom até bastante destrezaE com muita desenvolturaGritou: paralelepípedo!

Todo mundo comentavaEste fenômeno estranhoEla que nem mamãe falavaFalar esse nome tamanho!

SINGULARIDADE À VIDA

Estrelas brilhantes cobrem o céue uma brisa gostosa

toca o meu rosto,assim como doces emoções

ocupam o meu coraçãoe a minha alma.

Imagens, cores e aromas misturam-se,alicerçando paz, amor e esperança;

valores esses importantíssimosque abrem caminhose permitem a vivência

de gostosos sentimentos,sonhos e quereres.

Pássaros cantam alegres e felizes;crianças correm e pulam euforicamente;

fogos de artifícios colorem a noite;no entanto, tal beleza

não apaga a dor e o sofrimentoexistentes em muitos corações.

Para uns, os rasgos da vida fortaleceme transpassam amadurecimento;

para outros, acumulam ressentimentose intensificam mágoas.

Portanto, é necessário recolher a matériaa ser transfigurada em arte

de toda e qualquer experiênciae, então, gestos acolhedores e fraternos

darão singularidade à vida.

O PODER DA POESIA

Os nevoeiros frios e fumacentosParecem dores de solidão.

Nestes mesmos lugares,moram toda a poesia,dádiva da criação perfeita.

O poder invisível que determinaa fascinação de escrever.

Mãos congeladas, perplexas,examinam os conteúdos da natureza.

Um coração pulsando quente,aquecendo um corpo,que se entrega ao frio imenso.

O sopro envolvente junto ao delírio,não pode alcançar o pico.Os punhos se fecham.E tudo já está escrito.

Inês Tafarelo TuonPraeclarus/Piracicaba/SP

ACABOU

Como tudo acaba na vidaO amor acabouNo inverno prescritoCaminhávamos juntosMãos dadasNas alamedas floridasDo roseiral no jardimAinda trago nos lábiosA doce pressão do teu beijoO gosto amargo da tua lágrimaA fragrância do teu cheiroGuardo fundo no peitoTudo o que sentimos unidosTodos os momentos vividos

PAZ! AINDA TE BUSCO

Por que vestes, assim,esta máscara brancaSe sabesque te buscam em cada canto da terra?Seduzes todos, num embalo louco e foges,Mesmo sabendo queaqui há guerra.

Aqui já não encontras espaçodignoPara dispores tua graça e teu louroPorque os homens ficaram cegosPelo poder, pela mentira e pelo ouro,

Mesmo assim, caminho e corroPara trazer-te de voltaNuma nuvem brancaQue se derreterá em pingos de bonança.

E hás de acalentar a criança queainda dormeO jovem que sonha com a futura caminhadaO adulto que trabalha movido de esperançaE opoeta sempre atendo a este acorde

Irene Zanette de CastañedaPraeclarus/São Carlos/SP

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CAFÉ DA MANHÃ

Quero dizer-teem outras palavrasdo amor que sinto

Que bom é tomar-teo roupão do banhonele me aconchegare tomar café contigo!

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected]

A POESIA QUE EU SEI ESCREVER

A poesia que eu sei escrever,Ela nasce do fundo da alma,Tanto em horas agitadas,Como nas horas mais calmas.

A poesia que eu sei escrever,Ela nasce do coração,Mas não tem nada de passional,Pois ela segue a lógica e a razão.

A poesia que eu sei escrever,São palavras que se combinam,Que têm sentido profundo,E, às vezes, também rimam.

A poesia que eu sei escrever,Não tem alegria, não tem tristeza,Contém a verdade puraDe acordo com a natureza.

A poesia que eu sei escrever,Retrata a sabedoria do povo,É a própria história da humanidade,Contada por um contador novo.

A poesia que eu sei escreverNão tem lamentos de febre, ou de dor,Tem, em si, a simplicidade e a purezaDa vida vivida com amor.

A poesia que eu sei escreverÉ esta que aqui se vê,É agradável para quem a escreveE, é útil, para quem a lê.

Iva da SilvaColegiado/Francisco de Paula/RS

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José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

CEMITERIO DA SAUDADE

Os muros do campo santo, são telas;de artistas plásticos, fazendo sua parte.Esses muros assim decorados revelam,a preocupação da cidade com a arte.

O colorido das paisagens pintadas,dão vida ao local de nossos mortos.Além do expor ao público seus trabalhos,Inspiram em todos pensamentos absortos.

Lá dentro o descanso merecidode ilustres e leigos da população.Na parte externa dos muros, emoções,sentimentos, pintados pelos artistas a mão.

O muro é um tapete de telas coloridas,de santos, paisagens, pontos turísticos da cidade.Mostruário das belezas naturais de Piracicaba,expostas ao ar livre para a posteridade.

SENTIDOS Por ter a boca pequenanão tenho o sorriso largo.O que meu paladar senteNão são só gostos amargos. O tempo passou serenoe não senti mais o veneno. Queria ter um bom sentidopara te sentir de fatoo perfume de mulherinvadindo meu olfato.Mas no seu teatroSou peça fora do ato. Tu és sombra no escurote tateio mas não seguro.Tu és musica sem audiçãoouvida só pelo coração. Ah! Se eu pudesse provaro gosto do seu paladar.Feliz daquele que te tenhaAh! Se eu tivesse a senha,Essa saga então seriatão prazerosa orgia. Entre luzes descoladasMeu olhar te confundiria com minha amada poesia.

José Angelo GiacomeliColegiado/Barra Bonita/SP

[email protected]

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

As andorinhas cantandoneste lindo céu de anilvoam cantando e saudandoa manhã primaveril.

A MENINA DA MINHA RUA

Na minha rua mora uma meninaQue vive sempre triste a chorarNão tem ninguém, vive no mundo da luaE quando chora ninguém vem lhe consolarPela vidraça da janela, quando a vejoSeus olhos tristes parecem me dizerOnde estará o amor que tanto almejo

E o dia passa, vindo logo o anoitecerMenina triste, gostaria que soubessesQue toda vez que passo e olho pra vocêDentro do peito o meu coração enlouqueceBate mais forte, a razão não sei por quê

Essa menina que não sei nem mesmo o nomeJá roubou o coração de um sonhadorA paixão do meu peito me consomeVivo sonhando em conquistar o seu amor

Menina triste, que eu nunca vi sorrirO jardim de sua casa não tem florSe um dia eu conseguisse reflorirTe daria para sempre o meu amor.

José Antonio NappiDecano/Piracicaba/SP

[email protected]

José Paulo Castro SouzaConselho/Blumenau/[email protected]

Marcelo Astolphi MazzeiColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

José Roberto PanaiaPraeclarus/Piracicaba/SP

José Nogueira da CostaConselho/Itajubá/MG

BENEDITO NASCIMENTO

Conheci Benedito Nascimento.Foi um poeta de mente e coração.Possuía universal conhecimentoDa lei que rege a metrificação.

De seus belos sonetos o talentoSaltava ao nosso olhar em profusão.Foi, sem sombra de dúvida, um portento,Um poeta inspirado, um campeão.

Quem lê sua gostosa poesiaFica extasiado, fica sem ação,Ante seu esplendor, sua magia.

Não vai Itajubá - não falo em vãoOutro vate gerar de igual valia,De tão grande e tão bela inspiração.

MULHER VULCÃO

Á vezes eu comparoAs mulheres com vulcãoEm três categorias:Ativo ,adormecido e extinto

A escolha de cada umPor mim não será decididoEu só faço a explicação:

O ativo é atuante sempre em erupçãoO adormecido pode acordarE tomar conta da situação

O extinto desistaEste não acorda nuncaE vulcão em extinção

Não culpo ás mulheresPois elas não sabemEm que categoria se encaixa

O amor dos homens por elasNão dependem do vulcãoApenas o amor queemana do seu coraçãoMulher vulcão.

BIBLIOTECA

O lugar onde se encontraTodo o saber que se quer.Está ali a disposição de todos.

Estão ali para quem quiserEstão ali nas prateleirasEsperando que alguém os pegue.

Estão cada vez querendo passarAs informações para as pessoas.

Aproveitem,Não deixem os livros mofarem....

PARA DRUMMOND

No caminho tinha algo.Algo que estava no meio do caminho.

No caminho tinham pedras.Pedras tinham no meio do caminho.

Se desvio caio.Se caio me machuco.

No caminho tinha algo.Algo tinha no meio do caminho.

No caminho tinham rostos.Rostos tinham no meio do caminho.

Caminhos, temos na vida.Na vida temos caminhos.

Nos caminhos temos escolhas.Nas escolhas traçamos nosso destino.

No nosso destinoDescobrimos quem somos ...

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POUCO A POUCO

Pouco a pouco meu amorPor você cresceuE pouco a poucoMeu coração te odiou.

Pouco a pouco vocêEsqueceu que um dia foi meuE pouco a pouco sua raivaPor mim aumentou

Pouco a pouco nos amamosPouco a pouco nos juntamosDe pouco a pouco nos separamosE foi de pouco em poucoQue agora só nos odiamos

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected]

Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

[email protected]

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

TÉDIO

Se existe tédio, só há o reversodas coisas, fatos, situações pendentes.Extrai-se a realidade desse anverso onde a alegria, o amor estão ausentes.

Queda-se mudo frente ao universo,ante barreiras fortes, resistentes.Enfastia-se ao recitar um verso,surgem bloqueios de emoções crescentes.

Na caminhada a inquietude aparece, se instala por dias e permanece;também a tristeza, a melancolia.

O medo nos impele sobre o muro,induz seguir falso porto seguro,restando então somente a nostalgia

SEMENTE DA VIDA

Levantei bem cedo, amolei a enxada,Preparei a terra, plantei a semente,Depois colhi o fruto, que alimenta essa gente.O fruto é o trigo, transformado em pão,O pão é a eucaristia, alimento do cristão.Hoje nessa missa, quero comungar,Do pão e do vinho, que estão sobre o altar.Agora esse pão, já se transformou,Em nosso alimento, que é o corpo do Senhor.

Bem perto desta mesa,Também quero ficar,Para receber o pão, que fazMinha vida transformar.Ao sair daqui, quero partilhar,O pão que recebi, vai me purificar.Esse é o pão do céu, mais forte que o maná,É o próprio filho de Deus, que vai nos salvar.Todo aquele que receber,O corpo e o sangue de Jesus,Não terá mais fome e nem sede,Se carregar pra junto dele a sua cruz.

Levi Maurício da SilvaColegiado/Piracicaba/SP

DOMÍNIO

Você está dominadopelo meu modo de sermulher-criança.

Você esta dominadopelo meu modo diferente de sermulher-paixão.

Você está dominadopela minha carícia de sermulher-doçura.

Você está dominadopor algo que o liberta, queima, afaga.Então, estenda-me os braços.

ALEGRIA EMBONECADA

(MOTE)Retalho, agulha, caneta,com o escritor de veneta,se recria a alegria.

(VOLTAS)Enquanto a natura dormeobedecendo ao informeque mãos gordinhas costurampaninhos... e os acinturam,espera que algo se forme...Será em próximo diao recriar da alegria.

O verde e cansado campoaguarda o final do trampo...se molha em fresca chuvinhaenquanto uma bonequinhabrilha como um pirilamponas letras da simpatiaanunciando a alegria...

Há algo distinto, novo,no sítio térreo do povoante a boneca surgida.E eis Emília com vida!Na leitura me comovocom Lobato e a fantasiaque sustenta a alegria.

Maria de Lourdes Prata GarciaAssinante/Bragança Paulista/[email protected]

AMIGO

Amigo é algo preciosoÉ aquela pessoa incrívelQue nunca decepcionaQue nos ama e nos aceitaDo jeito que a gente éQue a gente compreendeSem questionar sequerE se algo se comentaQue não é normal no amigoPrimeiro defende... depois entãoVai ver se é verdade ou não

Amigo é aquele que dá um abraçoGostoso... intenso... de todo coraçãoQue pergunta da vidaSem querer se intrometerTorcendo por sua felicidadeQue se preocupa com vocêMesmo que passem os anosMuito tempo sem se verAquele sentimento não morrePois está acima de qualquer mal que se vêE este meu amigo... pode ser você

AMIZADE Sentimento conquistado espontaneamente.Transparência na amizade,amigos verdadeiros,aqueles com quem podemos contarem todos os momentos,podendo compartilhar problemas e alegrias.Amigos, família por nós escolhida.

A MENINA

Eu ficava na esquinaolhar perdido na distânciaesperando a estrelabrilhar no firmamentoDe repente ela surgiaem plena luz do diapassava por minha ruae era mais que uma estrelaera uma meninano céu da minha ilusão.

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

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Mara Sílvia Munhoz BerniniConselho/Jaú/SP

[email protected]

Maria Antoninade Lima SoldáConselho/São Paulo/[email protected]

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

[email protected]

CONSOLO

O nada... o vazio... a tristezaEis o que restou da beleza!...De tudo que um dia sonheiDa vida... do ideal e doAmor que desejei.Desejei viver... desejei cantar ...Desejei sorrir e toda lembrança esquecerEsquecer o seu rostoQue ainda com desgostoVive em meu mundo jovem...Mundo jovem e de ilusão...Que eu mesmo criei...E na saudade da lembrançaO seu rosto recrieiE quando na solidãoSua figura me apareceProcuro-a e não encontro...E meu mundo entristeceCanto e em meu canto existeO amor que ainda persiste...Mas eu não posso só sonharE nem viver de ilusão...Vou sorrir novamentePois outros dias virão...

Luis Antonio P. da SilvaPraeclarus/Capivari/[email protected]

FRAGMENTOS POÉTICOS II

Hoje, não estou para ninguém,nem para mim mesma.Como ilha deserta,em meio ao oceano nu,tão íngreme e pontiaguda,a ponto de ferir o céu.

Ouço hinos por trás das noites.Ensaios.Prenuncio de revoadados pássaros sem asas.

Dias insanos a céu aberto.Loucuras à parte...Viver é uma arte!

Nas esquinas do medo,um dedo me aponta,afronta meu eupigmeu em si mesmo.

SONHO DE SETE DE SETEMBRO

Glorifiquemos a Independênciacom orgulho e satisfaçãoUm País gigante, de influênciaFormador de opinião.

Políticos de sapiênciaQue ama o povo e a educaçãoExaltando nossa bandeiraSímbolo da Nação!

A virtude da igualdadeEm cada segmentoA saúde com récorde de desenvolvimentoCurando a ferida aberta sem sofrimento.

Respeito mutuo e contentamentoUma grande viradano nível de vidaBloqueando os ressentimentos.

O Brasil que é campeãoNão só no futebolQue era homenageado e gritadoPor desempregados e desdentados.

Celeiro do mundoExportador de TecnologiaO Brasil potenteCheio de alegria.

Acorde ! é só hoje que podemos sonharAmanhã tudo permanece igual!

METRÔ

Na manhã triste e gelada, quantos Josés e quantas Mariasse arrastam pelas ruase começam novo dia.Na estação superlotada,ainda é preciso esperar,um trem acabou de partiroutro, logo há de chegar.Não ultrapasse a faixa! Não fume!Não fique perto das portas!Preste atenção nas escadas!Os Josés e as Marias empurrame são empurradose assim, todos os dias,seguem sem questionar,os passos de quem vai à frente.Sonhando e fazendo planos,seguem o caminhoque alguém já traçou.E os vagões vão levando lutas,sonhos, esperanças,temores, vitórias, fracassos.Jovens, velhos e crianças.E o Metropolitano vai correndo,vai ligeiro, pois não pode se atrasar,os passageiros precisam,depressa, ao destino chegar.Janelas e portas fechadasnão lhes permitem sair,desta prisão de ferroé impossível fugir.Desconhecem, com certeza,que há outras opções,que outras linhas existeme há outras estações.O trem de ferro permiteque se mude de estaçãomas... no trem do meudestino, haverá outra opção?

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

[email protected]

ALMA LIVRE.

HojeSomos, existimos.Amanhã,Lembrança do que fomosNo passado extinto.FicamosEnquanto lembradosNa memória, escritos ou falados.O corpoAos poucos se desmancha,Transforma-se, evapora.A almaÉ o que importa,Livre voa,Vai e volta.

Yara Regina FrancoPraeclarus/Araraquara/[email protected]

CORPO E LUZ

A luz mostra o corpo- demonstra o pouco –abandonado (calçada cama lama estrada casa entrada).

A luz contempla o corpodesacordado (acordadono âmago intimidado).

O corpo dispensa na luza sombra projetada.

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34 35 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

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Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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CABELEIREIROSIVAN MARQUES

Rua Riachuelo, 545 * Centro * PiracicabaFones: 3433-7077/3371-1077

NUNCA DEIXAR NOSSO SOL APAGAR

Que isso seja um propósito de honra em 2015 que se aproxima.Seja também um projeto de crença e de confiança e, acima de tudo um ato de coragemferrenha em poder acreditar com todas as forças e sem ingenuidade, que o ano que vemtrará maior consciência quanto ao ser humano, maior seriedade, sobretudo, aquele que fazdo seu esforço e persistência florescer a esperança que está começando a chegar.

Fazer retrospectivas, só se for as boas. Nada de lamentações,limitações e mágoas que levam a lembranças desastrosas que merecem ficar esquecidaspara sempre num lugar onde não as encontremos mais. “Salvar a fé” antes de tudo, mesmoem meio às tormentas da natureza que devem ser respeitadas, mas que nem assim, podemdecretar desgraças intermináveis.Nada de ressentimentos que destroem, enrugam eenvelhecem deixando no rosto e no olhar um ranço feioso que só servem para atrair maushumores, maus pensamentos e maus presságios. “Colocar a emoção à flor da pele” edesprezar as más palavras, as más companhias e os maus fluidos! Fazer planos e desejospara o futuro e jamais desacreditar da Paz. É preciso cultivar nosso sol, esquentá-lo comnossas energias positivas, nossos sorrisos e encantos, nossos abraços e beijos calorosos.

É preciso um olhar para as coisas novas enxergando de fato aalegria e a pureza das crianças que precisam ser cuidadas e conservadas, dos idosos quesó esperam acolhimento, afeto e consideração, por tudo que já passaram. Olhar as floresque se abrirão coloridamente sem serem esperadas, assim como a chuva, a madrugada e aaurora, o arco Iris e o crepúsculo de mais um dia... Se concentrar ao canto dos pássaros,ao encanto do mar, da lua e das estrelas deixando para lá tanta amargura e maldade que jácansaram, de tanto acontecer nesses tempos.

Importa não deixar nosso sol apagar! Ir a busca dele semprepara fazê-lo brilhar intensamente e cada vez mais e, dos mil motivos para sufocar o tédio,o desamparo, a solidão, o horror da dor, da tristeza e da deselegância do homem queatormentam ao limite. Afinal, um novo ano se inicia na melhor das intenções esperandopela reação ansiosa e necessitada de mais lógica, respeito, solidariedade e fraternidadetambém! A festa que é receber o ano de “2015 está quase nascendo”!

Que ele surja nos raios deste sol magnífico que aquece a Vidae faz florescer o Amor, maior presente dado por Deus, que jamais deixará de aquecer eacalentar o mundo! Uma coisa, porém é fundamental: “Não permitamosnunca que o nosso Sol se apague”, afinal esta “festa da Vida é nossa” e temque continuar sendo nossa! Um feliz Ano Novo a todos!

A VIDA DENTRO DA MÁQUINA

Adoro escrever! À lápis, com canetas variadas, na máquinade escrever e, agora, no teclado do computador.

Os momentos mais intensos e saborosos da minha vidatranscorrem durante o transe da escritura e os textos que produzo guardam a essênciado que sinto e penso, mesmo quando crio personagens e enredos ficcionais.

Ainda que passe várias horas diante do computador, nãoconfio totalmente nesta máquina, como desconfio, aliás, de todas as máquinas,porque elas têm vontade própria e, quando resolvem encrencar, não nos avisampreviamente.

Perdi muitos textos que não soube reescrever à altura,simplesmente por uma queda de energia ou por apertar a tecla errada.

Apaguei, sem querer, arquivos importantes e várias fotospreciosas sumiram como que por encanto. Hoje em dia já me entendo melhor como sistema, possuo algumas proteções e até um HD externo para ir salvando o quenão deve sumir. Mesmo assim, o risco é sempre iminente.Há vários dias venhotrabalhando no meu livro de contos, escrevendo os que faltam, revisando os jáescritos, aprontando para enviar à editora.

Ontem coloquei o ponto final. E, na mesma hora, ocomputador “morreu”, recusando-se a ressuscitar. Num sábado de manhã, quandoa assistência técnica só funciona até o meio-dia e quando eu tinha desistido de irpara a praia num final de semana ensolarado e quente, provavelmente o último antesda chuva e do frio, só para colocar em dia todas as atividades literárias em queestou envolvida.

Fiquei assustada com a minha reação. Eu não tinha salvadonada dos últimos contos, tampouco enviado ao editor. Tinha prazos e fichas deconcursos, envio de textos para várias antologias e pretendia cumprir tudo issonesse glorioso final de semana. De repente, eu me vi refém de uma máquina birrentae temperamental, totalmente indiferente à minha angústia, surda aos meus apelos,sem a menor piedade das minhas mãos úmidas e meus olhos assustados.

Essa é a grande diferença entre o homem e a máquina!Tenhoum filho-anjo que desistiu de um passeio com a família para levar o monstrengoinsensível até o técnico (que se recusou a vir em casa) e lá, depois de eu ter ligadoquase que de minuto em minuto, descobriram que a fonte tinha queimado e quenada se perdera. Ufa!“Casa arrombada, tranca de ferro”e passei boa parte do dia copiando tudo para o HD externo. Enviei logo o livro paraa editora, mesmo sem revisão, evitando assim outro susto.O que me deixoupreocupada foi a vulnerabilidade de um processo criativo que costuma ser trabalhosoe envolvente, difícil de ser refeito.

Não gostei nada de me sentir refém de uma máquina fria einsensível! Acho que vou voltar a escrever a lápis nos meus preciososcadernos. Eles não se apagam sozinhos!

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36 37POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------------------------------------------------

Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/MG

[email protected]

QUE PAÍS COMPLICADO

Os sonhos que já sonheiNão serão os sonhos seusSó eu mesmo é que seiOs conceitos que são meus.

Dirigir uma entidadeÉ preciso ser capaz,E também capacidadePra saber como se faz.

Foi na escola da vidaQue tanta cousa aprendi,As que abriram feridasLonge delas eu corri.

Que mundo tão complicadoQue virou um alçapão,Tanto político safadoQue caiu na corrupção.

Os gastos nos MinistériosContinuam aumentando.Os salários que mistérioVão na moita os dobrando.

Prefeituras mendigandoSem repasses recebendo,A cidade vai virandoO que vocês estão vendo.

A renda que ela recolheSempre é mal aplicada,As multas que ela colheDelas não sabemos nada.

Presidenta atual,Está desaparecidaEla queria ser a talQue julgava ser sabida.

Não pode mais ser vista,Onde for será vaiada,Tomara que ela desistaSenão será enxotada.

Impecheamet é soluçãoMais viável no momento,Juntou-se a tanto ladrãoQue quebraram a Nação.

Saia, peça demissão,Se lhe restar dignidade.É um estorvo pra NaçãoQue quer Paz, tranqüilidade!

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

[email protected] Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

Odila PlacênciaColegiado/Barueri/SP

[email protected]

RENASCIMENTO

A vida brota mais cedo,Tudo nasce, cresce, flui,Bem cedinho, com maior rapidez.Lá fora,Da minha janela,Vejo a menos de dois terçosDo inverno,A primavera chegando.

O pessegueiro todo em flores,De um cor-de-rosa esmaecido,Brilhante,Vivíssimo,A gerar novas vidasNa formação dos frutos,Cujas sementes gerarãoNovos seres,Novos irmãos!

Logo estará cheio de folhasPara proteger os rebentos,Seguindo o seu ciclo,Para tudo recomeçar,Perdendo as folhas, eDepois, outra vez, reflorir!

A RAZÃO DE ESTAR AQUI

A razão de estar aquié a luz que vejo em ti.Nos teus olhos a brilhar,nos teus lábios quando ri.

No teu corpo a convidar,minhas mãos a te acarinhar.No teu beijo a me chamare na tua boca a seduzir.

A razão de estar aquié o meu corpo a tremerquando olho para tie me encho de prazer.

É quando vejo no teu olharuma lágrima a rolar,pela vontade de me darteu carinho tão sincero,sem no entanto perceberquanto grita o amorque te quero oferecer.

PALAVRA

Saída dos abismos da memóriaLavra em nós a saudade como um fogo.No coração arde a secreta auroraDas palavras e seu sombrio jogo.Do lenho escuro vai brotandoA flor calada do perdão.Sombrio devaneio sorrindoPara a escória milenar.Cresce o clamor das vigas,Que soluçam ao pesoDa memória que se cala.E o rumo da sinistra cantilenaComo que corta a alma pelo meio.No coração tudo é metamorfose.Essa aranha, a palavra tece a teia,Do mito que se inflama como palha.Ferida pela espera do amorA palavra se desfaz como um novelo.Vejo a morte abolida num sorrisoFeito de paz e puro esquecimento.Vão pela estrada do incessante agora.Vão do acalanto ao patamar da aurora.Escuto o vento da herançaE o almofariz pilando a vida inteira.

emterrasdoRio Grandedo Sul.intensaemoção

Nilzaa de July Costa e SilvaPraeclarus/Porto Alegre/RS [email protected]

NOSSAS PERDASNOSSAS PERDASNOSSAS PERDASNOSSAS PERDASNOSSAS PERDAS

Faleceram os Acadêmicos Elias Salum, dePiracicaba/SP, (a esq),agora Patrono da Cadeira085, da Área de Letras, do Conselho Acadêmicodo Clube dos Escritores; Etienne do NascimentoVieira, de Quati Mirim/RJ, (a dir), agora Patrono daCadeira 022, da Área de Letras, do Clube dosEscritores Piracicaba, e Antonio Dressano, dePiracicaba/SP, (a dir e ab), agora Patrono da Cadeira001, da Área de Ciências, do Quadro de MembrosTitulares Eméritos do Clube dos EscritoresPiracicaba.Àa famílias enlutadas as nossascondolências.

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3938 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

BOM PAI

Bom pai não é aquele que somente aplaude seus filhos, sobqualquer circunstância, mas aquele que também pune quando cometer erros ou se perdemnos caminhos tolos.Bom pai é aquele que sempre está de mãos estendidas para ampararseus filhos quando estes caem, porém nunca erguendo-os simplesmente das quedas,mas ensinando-os pelo exemplo, que foram os únicos e verdadeiros responsáveis porelas, e se caíram é porque erraram, e se erraram é porque não aprenderam os ensinamentos,digna e responsavelmente ensinados pelo pai.

Por isto devem rever seus conceitos, com muita parcimônia,introjetando-os como normas balizadas e pautadas num entendimento solene das verdadesda vida. Mas que isto, nunca deve procurar as razões de suas quedas fora de si, masbuscá-las sempre dentro de si mesmos, pois permitiram que as concupiscências, osdesregramentos, as vicissitudes e os momentos inebriantes de uma facilidade tola dascoisas da vida tivessem morada perpétua dentro de si.

Bom pai se permite ver seus filhos sofrerem, mesmo que istotambém os faça sofrer, para que atinjam a plenitude dos acertos através dasquedas.

Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

[email protected]

Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

[email protected]

O pai não mais vive. O câncer ceifou- lhe a existência.O tio (sem mulher ou filhos que lhe cuidasse na velhice)

falido, na pobreza, também faleceu.Sim, são as veredas do tempo. A incógnita do amanhã...Ele, o menino introvertido, graças ao próprio dinamismo

em ser alguém enquanto trabalhava, também estudava e hoje, é um dos diretores deumaindústria estrangeira de caixas de embalagens.

Superou assim, com a força da vontade os obstáculos e osvenceu, cumprindo a promessa que se fizera de ser alguém, projetar-se na vida,contudo, de vez em quando, chegando de repente, o vazio.

A sensação de que lhe falta algo...Então, dirigindo, busca nos restaurantes ou boates, a mulher

para lhe vencer a sensaçãoangustiante através do amor carnal e...Fica à espera do próximo vazio, quando então, prosseguirá

em sua caçada à companheira que o liberte (o liberte?) daquilo que intimamentesente falta.

VEREDAS DO TEMPO

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

[email protected]

Renato Afonso MoreiraConselho/Montes Claros/[email protected]

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SOB UM JASMINEIRO

Ó viajores que vêm e vão, jamaiscrereis que alguém naquele hostil mosteiro,na clausura que o furta por inteiro,é o causador dos meus dolentes ais...

Ramo e folha... harmonias de casais...Por sobre a copa deste jasmineiro,lua cheia acendia um candeeironum céu de amor que não teremos mais.

Partiu enfim por esta velha estrada,onde outrora jornadas venci tantas,com o mesmo ardor de crente ao coração.

Hoje, envolto em divina fé sagrada,vive entre prédicas aos pés das santas,venerando em candor genuflexão...

QUIS

Quis o tempoque passa pelo espaçoque estivéssemos aqui agora

pau para obra toda horamais forte do que açosolto ao vento

Quiseram os anostodos os passadose futuros infinitos

que fosse o primeiroem seu pensamento mundanopai presente no samba,no rock ou no fadosó para ver seu sorriso bonito

Paz para noite e diaSaúde para que se cuideAmor para dar alegriaAbraços e Beijos

SOLIDARIEDADE

O ser humano, as vezes tão mesquinho,Jamais se lembra de seu pobre irmão,Que vai perambulando em seu caminho,Na busca de um bondoso coração.

Saciar o que tem fome, e carinhoE gesto de profunda doação...Dividir sempre, ainda que umpouquinho,E elevar a alma, qual uma oração!

Doemos sempre com muita alegria,Um pouco do que de Deus recebemos,Para um feliz viver no dia-a-dia...

Que será apenas um breve sorriso,Que seja uma palavra, mas doemos,Um ombro amigo, quando for preciso

Terezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

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TELA

Diviso acácia tão bela!Sinto o céu em meu olhar.Estrelas - uma só tela,não durmo, fico a sonhar.

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Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

[email protected]

MAMÃE ILHA

Em 1952, em pleno carnaval ,papai e mamãe se casaram.Na mesma noite embarcaram,e no trem adormeceram.Pela manhã chegaram ao Rio,tomaram a famosa balsa,e em Paquetá aportaram.

E já na primeira noite,no enlace das almas gêmeas,que nunca mais se largaram,a ilha encantada ambientouo clima do maior dos mistérios:o surgimento da vida.

Fui gerada em Paquetá,nessa maravilhosa ilha,que bóia despreocupada no tempo,encantada, impoluta, sossegada,delicada, singela e mágica!

Trinta anos depois retornei a Paquetá.Assim que pisei na ilha,meus olhos marejaram de lágrimase forte emoção me tomou.

Senti-me um ser especialao me deparar com a perfeição do lugar,onde meus pais me geraram.Descobri por que sou poeta!

ALGUÉM QUE QUER SER ALGUÉM

Eu conheço uma pessoaQue trabalha o dia inteiroEla diz que quer ser alguémAlguém muito importanteAlguém com fama e dinheiro.Pois acredita que a riquezaLhe trará felicidadeTenho pena desse alguémQue passa a vida lutandoSonhando em ser alguém.Mas ela, não sabe, porémQue nunca será felizSe seus sonhos não permitiremE seu sonho não é ser alguémNão é ser rico, nem importanteSeu sonho é ser feliz!E enquanto buscar felicidadeNa tortura do esforçoE na mentira das aparênciasEsse alguém não será ninguémE continuará caminhandoPelo caminho erradoAté que ouça seu coraçãoSeu sonho lhe vaisandoQue o alguém que ele tanto quer serSempre esteve lhe esperandoE que estará sempre, bem aliDo outro lado da rua.

Thaís Mariane StenicoPraeclarus/Piracicaba/[email protected]

Roberto Augusto FerrariColegiado/Carapicuíba/SP

[email protected]

Vera Regina de BarcellosConselho/Florianópolis/[email protected]

MEUS PÁSSAROS!

São meus... não sei!Quem sabe?No momentoQue olhoO compasso musicalDos vôos ondulantesSuas plumas em nuançasNos tons arcos em risqueNo momentoQue sigoO bailado de seus vôosDesconcertando o rumoDos ventosAos planos cálidosDe seus rasantes...No momentoOuçoA balada dos rouxinóisE os tons tremulantes dos pardalsAdentro no canto felizDos pequenos seresPo sentirem-se feliz por que cantamOu cantam porque são felizes?Meus cantores em plumas coloridasSão meus...No momento queEm sintonia harmoniosa com todosParticipo de cada desabrocharDe seus trinadosSim... são meus...Nestes momentosOs pássaros de Deus!

SOL E LUA

De um lado o sol declamavaversos apaixonados,

do outro, a Lua suspirava de emoção E entre eles, teu rosto angelical brilhava.

Denunciando a tua paixão

Ó imensidão de saudade que alcançou meu coração,

e que foi aplacada pelo teu amor, e és, agora, a minha eternidade!

De longe, vislumbro a cor das nossas manhãs ensolaradas. Aquecidas pelos nossos desejos,

E cantadas em minha poesia,

Ai! Comemoro em meu peito teu amor, Dentro do meu coração apaixonado,

Ó deusa da minha emoção, Grande musa da minha canção!

Finalizo esta declaração,Repleta de você,

Abençoada pelos deuses do Amor.E cantada pelos bardos inspirados

Minha vida é tua vida, Minha paz é tua paz,

E meu amor só vive do teu!

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42 43POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

VERSOS DE CONCRETO

Da pena que escreve,A amargura.Lágrimas furtivas.Olhos acabrunhados.Almas sem afeto.Cobiça que almeja o infinitoDa boca que grita.A voz do faminto.Filhos da miséria.A frieza dosTranseuntes apressadosCoaduna-se com os movimentosCálidos e cruentos da metrópole.Há indiferença nos céus,E os pássaros fugiram da fumaça.No asfalto, máquinas ensandecidas.Pelas ruas, putas, lixo, desespero,Íncolas do chão.Joias, luxo, ganância, soberba, ambição,Símios do concreto em busca de ilusão.Não sei se estão às avessasOu se é meu desatinoQue vai e vem na contramão.

Wagner Luiz AndrioteColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected] Paulo Dias Neme

Praeclarus/São Paulo/SP

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

Se não fosse pela sorteE a corda onde agarro,é no vislumbre da morte,tempo de puxar o carro.

Vem chegando a primavera,mas não no meu coração.Abrem-se as flores,o sol brilha intensamente,mas não no meu coração!

As noites são tão alegrescheias de risos e cores,mas não no meu coração.Soam melodias e canções,mas não no meu coração.

Só terei grande emoçãoquando os ipês florirem,dentro do meu coração.

MUNDO MELHOR

Ter o pensamento doce e purover só a beleza espiritual ter o pensamento firmee seguro bondosamente e bem atual.

Encontrará a preciosa felicidade a paz, saúde e o benéfico amorsaberá o que é a fraternidadedeixará contente o Criador.

Procure amar as pessoassem ódio, medo e distinçãoviver em torno de pessoas boasconhecerá a positiva emoção.

O mundo pode ser bem melhorembora esta difícil de viverdeixará de sofrer tristeza e dorterá amizade e muito saber.

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MUDANÇA DE ESTAÇÃO POESIAS SÃO PESSOAS

Poesias são pessoas bem nascidasNo peito dos poetas. Umas belas,Outras não, mas, ressoa por entre elasA essência de amor que pulsa nas vidas...

Das flores enfeitadas de aquarelasQue alegram as florestas coloridas;Das canções que dos mares são ouvidas;Das luzes que nos chegam das estrelas.

Por isso, ao despertares qualquer versoQue repousa entre as linhas do papel,Respeita-o! Não o faças com desdém...

Saibas que, ao lê-lo, adentras o universoOnde as rimas bailam como um cinzel,A esculpir os sentimentos de alguém.

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

OUTONO

Sossega coração,inda é tempo de outono,E as folhas inda caem...Sossega as batidas quedeverão ser caríciasAcalma todo barulho,que o silêncio fala fundoAinda é outono, de magroscaules desnudos,À espera de delícias...

Zeila Fátima GiangiácomoDecana/Sorocaba/SP

[email protected]

TABELA DO HIFENPelo novo acordo ortográfico

VOGAIS DIFERENTESNão use o hífen e junteAutoescola, infraestrutura, autoajuda, autoafirmação, semiaberto, semiáridoVOGAIS IGUAISUse o hífenAnti-inflamatório, micro-ônibus, micro-ondas, auto-observação, contra-ataque.CONSOANTES DIFERENTESNão use hífen e junteSuperlegal, hipermercado, intermunicipal, superpopulação.CONSOANTES IGUAISUse hífenSub-base, super-requintado, inter-relacionar, super-romântico.VOGAL + CONSOANTENão use hífen e junteSeminovo, autoreconhecimento, autodesenvolvimento.CONSOANTE + VOGALNão use hífen e junteHiperacidez, superinteressanteVOGAL + “R”/”S”Junte e dobre o “r” ou “s”Antirrugas, antissocial, ultrassonografia, autorretrato, minissaia, ultrarrigoroso, corresponsável,contrarregra.

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