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AGRONE GC I OS As indœstrias de mÆquinas e implementos defendem a adoªo de um programa de nanciamento permanente para nªo correr o risco de uma indeniªo como a que aconteceu com o PSI. PÆgina 3 SERVI˙OS Escolhidos como motores para a recuperaªo econmica aps a crise mundial, indœstria automobilstica e construªo civil brasileira aumentam a demanda por vagas de estacionamentos. ginas 6 e 7 JC JC Empresas & Negócios COM A PALAVRA Paulo Castro, diretor- geral do Terra, aposta na transmissªo de grandes eventos esportivos pela internet e diz que a empresa estÆ obcecada pela oferta de conteœdo em vÆrias plataformas. PÆgina 5 Porto Alegre, segunda-feira, 4 de abril de 2011 - N” 48 PÆgina Central GASTRONOMIA Sabor made in Brazil TERRA/DIVULGAÇÃO/JC CLÁUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC

Venda de automóveis puxa mercado de estacionamentos

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Reportagem sobre as mudanças ocorridas no mercado de estacionamentos de Porto Alegre após a política governamental de redução do IPI. Publicada no Jornal do Comércio em 4/abr/2011

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Page 1: Venda de automóveis puxa mercado de estacionamentos

AGRONEGÓCIOSAs indústrias de máquinas e implementos defendem aadoção de um programa de Þ nanciamento permanente para não correr o risco de uma indeÞ nição como a queaconteceu com o PSI. Página 3

SERVIÇOSEscolhidos como motores para a recuperação econômica após a crise mundial, indústria automobilística e construção civil brasileira aumentam a demanda por vagas deestacionamentos. Páginas 6 e 7

JCJCEmpresas & NegóciosCOM A PALAVRAPaulo Castro, diretor-geral do Terra,aposta na transmissão de grandeseventos esportivos pela internet e diz quea empresa está obcecada pela oferta de conteúdo em várias plataformas. Página 5

Porto Alegre, segunda-feira, 4 de abril de 2011 - Nº 48

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6 Jornal do Comércio - Porto AlegreSegunda-feira, 4 de abril de 2011 JCJCEmpresas & Negócios

SERVIÇOS

Venda de automóveis puxamercado de estacionamentosEscolhidos como motores para arecuperação econômicaapós a crise mundial, indústria automobilísticae construção civil brasileira aumentam ademanda por vagas de estacionamentos. O quadro representaum momento deexpansão para omercado de garagens

Giordano Benites Tronco,especial para o JC

Porto Alegre está com mais carros nas ruas. Segundo dados do Detran-RS, só de 2009 para 2010 foram 26.724 novos veículos adicionados à frota da cidade, nú-mero maior que a soma dos oito anos anteriores. Esse fenômeno, que se repete em todo o País, afe-ta também os mercados paralelos ao setor automobilístico, como o de estacionamentos e garagens. A matemática é simples: com mais carros nas vias públicas, aumenta a necessidade de vagas para esta-cioná-los.

Essa conjuntura econômica faz com que as redes de estacio-namento vivam um momento propício para a expansão de seus negócios. Um exemplo é a Auto Park, quinta maior empresa bra-sileira do ramo, que comemora crescimentos superiores a 25% nos últimos três anos. Em 2011, a rede chega ao Rio Grande do Sul por meio de uma fusão com a por-

Auto Park e E1 passaram por um processo de fusão e totalizam 15 operações na Grande Porto Alegre

to-alegrense E1 Estacionamentos,que passará a operar sob o nomeda parceira.

Além da indústria automobi-lística, um segundo motor de cres-cimento é apontado pelo diretorda Auto Park: a construção civilque, assim como a indústria auto-mobilística, também está aqueci-da. “O mercado acelerou há doisanos”, diz Pedro Feijó Chaves,diretor da E1. A maior parte dosestacionamentos de empresascomo a Auto Park são adminis-trados em parceria com shoppingcenters, universidades e outrosestabelecimentos privados.

As redes gerenciam e prestamconsultoria econômico-fi nanceirae de viabilidade operacional paraas garagens desses empreendi-mentos e, com mais deles surgin-do, aumenta o mercado para ne-gócios. “Os centros comerciais jánascem hoje com necessidade deter um estacionamento”, declaraRogério Ribeiro Lima, diretor-ge-

ral da Auto Park. Ele lembra umamáxima americana, “no park, nobusiness”, ou seja, sem estaciona-mento não há negócios.

Há ainda um terceiro fatorpara o crescimento deste mercado,lembrado pelo presidente da As-sociação Nacional dos Estaciona-mentos Urbanos (Abrapark), An-dré Piccoli. Trata-se da segurança.O medo de virar vítima de assaltofaz com que as pessoas procuremuma vaga que ofereça proteçãopessoal e para o veículo.

Os três fenômenos são obser-vados, em maior ou menor grau,em todo o Brasil. Para justifi car aescolha por Porto Alegre na horade expandir suas operações, o di-retor-geral da Auto Park diz quea empresa diagnosticou uma fal-ta de serviços profi ssionalizadosna cidade. Segundo ele, a maiorparte das garagens está nasmãos de pequenos empresáriosque não possuem o know-howde uma grande companhia.

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Lima (e) e Chaves falam do crescimento do segmento de garagens

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Sorteio estadual com R$ 300mil emprêmios encerra campanha da FCDL-RS

A Campanha Natal dePrêmios, promovida pelaFederação das Câmaras deDirigentes Lojistas do Estado(FCDL-RS) em conjunto comas CDLs gaúchas, encerrou-se na quinta-feira passada,dia 31 de março, em PortoAlegre, com o sorteio de R$300 mil em prêmios. �Esta éuma promoção inédita emtodo o Brasil, que serve dereferência para outras fede-rações estaduais�, a�rmou opresidente da FCDL-RS e tam-bém presidente do ConselhoDeliberativo do Sebrae/RS,Vitor Augusto Koch. Mais de11 milhões de cupons parti-ciparam da promoção.

ACampanhaNatal de Prê-mios, que se estendeu com oLiquida, tchê!, foi realizada de20 de novembro de 2010 a10 de março deste ano e tevea participação de cerca de 40mil estabelecimentos de todooRioGrandedo Sul. �Esta pro-

moção cria umaoportunidadepara o varejoe gaúcho, especial-mente para os empresários demicro e pequeno porte, de setornar competitivo�, destacouVitor Koch. Os números com-provam: a campanha gerou oincremento de R$ 2,1 milhõesna venda e o aumento de 15%na comparação com a campa-nha anterior,rr de 2009/2010.TambémgerouR$357milhõesem ICMS.

Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RSRua Dr. Flores, 240 / 21 - Porto Alegre/RSTelefone: (51) 3213 1777

Assessoria de [email protected]

www.fcdl-rs.com.br // twitter.com/fcdlrs

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FCDL-RS

Vitor Koch divulga os números da Campanha Natal de Prêmios

Certi�cado de R$ 80 mil em barras de ouro:Márcio Zefe-rino, de Caxias do Sul (Loja Sulpeças). 3 automóveis zero quilômetro modelo 2011: Luciana Gi-rondi, de Santa Maria (Loja Patronato Shopping); Carlos Bayer,de Itaara (LojaMercado Universal); e Cristine Zaions, de Erechim(Loja Sports Fardo). 6 motocicletas: Claudia Luchtenberg, de Caxias do Sul (LojaEletru�s Comp. Eletrônicos); Jussara Camargo, de Campina dasMissões (Loja Casa Rosani); Anderson dos Santos, de NovoHamburgo (Loja Rebellatto); Iracema Pellizari, de Caxias do Sul(Lojão Soberana); Elzira Gnoatto Ferreira, de Paim Filho (LojaCoocimax); e Otávio Ito Muller, de Feliz (dieMentz). 3 televisores LCD 40 polegadas: Deise Loose, de Santa Ma-ria (Tumelero); Evanir da Rocha Ramos, de Panambi (Loja ChikModas); Robinson Guimarães Gomes, de Taquara (Loja Taqi). 3 refrigeradores duplex: Jadeson Cardoso, de Erechim (LojaAreal); LeandroRamosBrandolizi, deUruguaiana (LojaCentrodoVi-deo);GelsonAntonioCarvalho,deTrêsCoroas (Belotto&Cia. Ltda.). 3 lavadoras de roupa: Sergio Luis Flores Bayer, de São Pedrodo Sul; GilsonOliveira, de Sapucaia do Sul (Loja Radan); MarianaTurchiello, de São Pedro do Sul (Loja Pano�s & Moda).

Milhões de cupons participaram

Con�ra os vencedores:

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7Jornal do Comércio - Porto Alegre Segunda-feira, 4 de abril de 2011JCJCEmpresas & NegóciosSERVIÇOS

Ermildo Mocelim adminis-tra, junto com seu fi lho Carlos Alberto e neto Douglas, o Esta-cionamento Crescente, localiza-do no Centro de Porto Alegre. O Crescente foi uma das primei-ras garagens de vagas rotativas do Centro, há 38 anos. Além da matriz, com capacidade para 120 carros, os Mocelim ainda pos-suem em frente a esta uma fi lial com 60 vagas. Ambas estão em terrenos alugados.

A fi lial quase foi perdida pela família, quando em 2010 uma rede de estacionamentos ofereceu um pagamento maior ao dono do terreno alugado pe-los Mocelim. Para não perder o empreendimento, Ermildo agora paga 25% a mais pelo aluguel. O episódio ilustra bem a competiti-vidade entre garagens particula-res e de grandes redes no Centro da cidade.

Ainda assim, a família não teme a concorrência: “Para nós não mudou nada, porque o nosso atendimento é diferenciado. Os clientes sabem que vão entregar o carro e o dono da garagem es-tará junto”, diz Carlos Alberto.

A família aposta na exce-lência do atendimento, aliada à agilidade no serviço e preços competitivos, para sobreviver ao aperto da concorrência. Sempre há ao menos um deles presente

Prefeitura planeja construir estacionamentos subterrâneos

Dois grandes estacionamentos, um no Aero-porto Internacional Salgado Filho e outro no Está-dio Beira-Rio, terão edital lançado para sua cons-trução ainda este ano. Ambos os projetos serãoarcados pela iniciativa privada, que ganhará odireito de explorar comercialmente os estabeleci-mentos por um tempo determinado pelo contrato.No caso do Beira-Rio, o novo estacionamento seráfeito conjuntamente com a reforma do Estádio, epela mesma construtora. Ele será independentedas vagas já pertencentes ao Inter. “As vagas jáexistentes são administradas pelo próprio clubee continuarão assim. Já os novos prédios serãocedidos para a construtora por um espaço de 20anos”, esclarece o vice-presidente do Internacio-nal, Luís Anápio Gomes.

Outro empreendimento que promete seguircaminho semelhante é a construção de estacio-namentos subterrâneos em dois pontos de PortoAlegre: o Bom Fim, para atender o público doBrique da Redenção e do Auditório Araújo Vian-na, e o Centro da cidade. A intenção de realizartais obras foi confi rmada pelo coordenador dorecém-criado Gabinete de Assuntos Especiais da

Prefeitura, Edemar Tutikian. O local exato dasobras depende de estudos de solo, a serem feitosfuturamente.

Tutikian adianta que o Estado provavelmentenão será o administrador destes espaços. “A pre-feitura determina os critérios, as diretrizes, masquem tem que explorar é a iniciativa privada”, en-fatiza. O edital deve ser lançado ainda este ano.

Assim como o estacionamento do Beira-Rio,a intenção é que as obras fi quem prontas para se-rem usadas durante a Copa de 2014. “Nós vamostrabalhar com muita rapidez. Vai compor a novacidade que estamos construindo para a Copa”,declara.

Carlos Alberto Mocelin, um dos administra-dores do Estacionamento Crescente, no Centro,admite que estacionamentos subterrâneos podemmudar a confi guração do mercado na região. Mas,dada a grande procura por vagas, maior do queas garagens já existentes podem absorver, nãoconsidera a novidade uma ameaça aos seus ne-gócios. “É muito veículo. Acho que tem trabalhopara todo mundo. Ainda mais para aquele quetrabalha direitinho”, diz.

Empreendimento familiarresiste à concorrência

na garagem, o que gera confi an-ça no cliente. Carlos Alberto lem-bra que é impossível um gerentede uma grande companhia mar-car presença em todas as suasfi liais num mesmo dia, mas queisso é possível no seu negócio.A garagem ainda oferece águamineral gratuitamente, além debergamotas e pinhão quando éépoca. Com esses pequenos agra-dos, consegue fi delizar o público.“Nós somos conhecidos como agaragem da aguinha”, diz.

A empresa passou há dezanos por uma modernizaçãopara poder acompanhar a con-corrência. O registro de entradade carros agora é feito por com-

putador, através de um software desenvolvido a pedido da pró-pria garagem. Além disso, câme-ras foram instaladas na entrada, de modo a rastrear os carros em busca de arranhões. Isso foi fei-to para resolver problemas com clientes: alguns deles responsabi-lizam a garagem por estragos já existentes em seus carros antes de entrarem no estacionamento. Através das câmeras, é possível comprovar se o carro já estava danifi cado ou não. “Recebemos duas ou três reclamações por semana e, desde que instalamos as câmeras, nunca nos provaram errado. É o meu melhor funcioná-rio”, brinca Carlos Alberto.

Ermildo, Carlos Alberto e Douglas administramuma das primeiras garagens rota! vas da Capital

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Economista alerta para possibilidade de concentração

Segundo o economista daFundação de Economia e Estatís-tica (FEE), Augusto Pinho de Bem,a união de empresas do mercadode estacionamento, como a ocorri-da entre a Auto Park e a E1, podeapontar para uma tendência deoligopolização do mercado. Nes-te cenário, as grandes empresasiriam incorporar as garagens me-nores, incluindo aí as de “fundode quintal”. Ele compara os donosdesses estacionamentos pequenosa agricultores familiares, pessoasque, por algum acidente histórico,possuem um pedaço de terra e re-solvem explorá-lo. Essas pessoasnada poderão fazer se uma empre-sa maior quiser adquirir seu terre-no: “As unidades familiares aca-bam sendo absorvidas na maioriados mercados.”

Ele alerta que esta situaçãopode ocorrer com frequência,agora que os estacionamentosestão mais lucrativos: “Qual-quer estabelecimento que nãofuncione como uma empresa,mas tenha como trazer lucro, éuma fonte potencial de compra.Isso acontece em qualquer setorda Economia”, explica. A conse-quência para o consumidor seriao aumento do preço do serviço:“Com várias empresas, cada umatem o poder de cobrar o que qui-

ser. Se há apenas duas ou trêsempresas para decidir, elas vãotomar decisões com base no cál-culo do preço.”

André Piccoli, presidente daAbrapark, discorda da análise.Para ele, a tendência de concen-tração pode ser verdade no casode junção de grandes empresas,a exemplo da fusão da E1 com aAuto Park. Mas ele não vê a com-pra de garagens menores por redesde estacionamento acontecer. “Aconcentração vai se tornar umatendência de mercado, como emqualquer segmento. Mas acho queo pequeno empresário não vainunca sumir, aquele que tem o es-tacionamento de bairro, o estacio-namento mensalista.”

De qualquer modo, ambosconcordam que trata-se de um mer-cado fragmentado e que qualquermudança ocorrerá no longo prazo.Rogério Ribeiro Lima, diretor daAuto Park, não acredita numa mu-dança rápida, mas julga que os pri-meiros passos já foram dados. Eleargumenta que uma concentraçãode mercado trará consequênciasboas, pois irá forçar as garagens ase profi ssionalizarem. “Não que euesteja fazendo uma apologia ao oli-gopólio, mas vai tender a uma de-puração natural. Persistirão aque-les que são profi ssionais”, diz.