24
FALTA CRECHES NA COMUNIDADE 3 3 3 MANIFESTAÇÃO FECHA A AVENIDA BRASIL 16 16 16 16 16 BAILARINA DA MARÉ VAI AO BOLSHOI 20 20 20 20 20 PREFEITURA FECHA PRÉ- VESTIBULARES 11 11 11 11 11 RIO DE JANEIRO ANO VIII Nº46 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2006 Verdades e incertezas do poder público Verdades e incertezas do poder público

Verdades e incertezas do poder públicojornalocidadao.net/pdf/Cid_46.pdfcom a obrigatoriedade nacional, porque há mais de três anos a prefeitura vem tendo um comprometimento com

Embed Size (px)

Citation preview

1O Cidadão

FALTACRECHES NACOMUNIDADE33333

MANIFESTAÇÃOFECHA A AVENIDABRASIL1616161616

BAILARINADA MARÉ VAIAO BOLSHOI2020202020

PREFEITURAFECHA PRÉ-VESTIBULARES1111111111

RIO DE JANEIRO ANO VIII Nº46OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2006

Verdades eincertezas dopoder público

Verdades eincertezas dopoder público

2 O Cidadão

O Cidadão é uma publicação do CEASMCentro de Estudos e Ações Solidárias da Maré

Sede Timbau: Praça dosCaetés, 7 - Morro do TimbauTelefones: 2561-4604

Sede Nova Holanda:Rua Sargento Silva Nunes,1.012 - Nova HolandaTelefone: 2561-4965

DireçãoAntonio Carlos Vieira • Cláudia Rose Ribeiro

Edson Diniz • Eliana S. Silva • Jailson de SouzaLéa Sousa da Silva • Lourenço Cezar

Maristela KlemCoordenadora Geral: Rosilene Matos

Editora: Renata SouzaCoordenadores de Edição:

Flávia Oliveira • Aydano André MottaCoordenadora de Reportagem: Carla Baiense

Revisão: Viviane CoutoAdministrador: Hélio Euclides

Reportagem: Renata Souza • Cristiane Barbalho Ellen Matos • Hélio Euclides • Rosilene MatosSilvana Sá • Gizele Martins • Douglas Baptista

Colaboraram nesta edição: Rede Memória • Sesi • Kita PedrosaFrancisco Valdean • A. F. Rodrigues

Jornalista Responsável:Ellen de Matos (Reg. 27574 Mtb)

Ilustrações: Mayara, Jhenri, AdelsonPublicidade: Elisiane Alcantara

Projeto Gráfico e Diagramação: José Carlos BezerraDiagramação : Fabiana Gomes da SilvaCriação do Logotipo: Rosinaldo Lourenço

Foto de Capa: Cristiane BarbalhoRepórter Fotográfico: Cristiane Barbalho

Distribuição: Patrícia dos Santos (coordenadora)Charles Alves • Roselene Ferreira da Silva

Luiz Fernando • Marcele de AraújoJosé Diego dos Santos • Jéssica de Oliveira

Raimunda Nonato Canuto de SouzaFotolitos / Impressão: EdiouroTiragem: 20 mil exemplares

Correio eletrônico: [email protected]@yahoo.com.br

Página virtual: www.ceasm.org.br

Reflexões para 2007

Pedimos desculpas pelas nossasfalhas na periodicidade que deve-rão ser resolvidas com a nova or-

ganização de trabalho da equipe do O CI-DADÃO. O grupo foi reestruturado de ma-neira que possamos ter uma edição do OCIDADÃO a cada mês, já que temos a ne-cessidade de estar cada vez mais próximosdos nossos leitores. Na equipe, teremospessoas que ficarão encarregadas de de-senvolver cada um dos processos ligadosà produção de um jornal mensal. O grupoestá otimista com as novas mudanças, jáque isso dará uma dinâmica ao jornal e àprópria equipe.

Nessa edição, temos orgulho de ofere-cer uma reflexão sobre a ausência ou até apresença do Estado na Maré. Voltamos anos interrogar sobre quais foram asefetivas mudanças ocorridas na Maré apóster sido intitulada como um bairro. Issoocorreu em 1994, com um projeto de leiaprovado pelo prefeito Cesar Maia. O pro-jeto previa o estabelecimento de serviçospúblicos, para que as comunidades pudes-

sem ter atendidas suas principais necessi-dades como creches, educação, projetosambientais entre outros. Mas o prefeitovetou todas as benfeitorias.

Procurado pelo O CIDADÃO, CesarMaia disse que não era de sua responsabi-lidade aprovar tais iniciativas e quemelhorias já tinham sido feitas no local.Entretanto, isso não foi percebido pelosmareenses, pois os serviços prestados pe-los órgãos públicos estão muito longe deatender plenamente as necessidades dosmoradores. Faltam creches, saneamento,água, luz, entre outras coisas indispensá-veis à vida, como a própria segurança domorador.

Além disso, O CIDADÃO traz matériasimportantíssimas como a proibição de pré-vestibulares comunitários por parte da pre-feitura, a necessidade de se ter uma educa-ção infantil na Maré, a manifestação dosmoradores contra a violência policial, quefechou uma das pistas da Avenida Brasil, emuito mais.

Boa leitura cidadãos!

ELES LÊEM O CIDADÃO

Acima, Ellen Damiana de Carvalho, 28 anos,moradora do Morro do Timbau. A direita, MarliAparecida Gonsalves , 63 anos, Moradora do

Salsa e Merengue

FOTOS DE CRISTIANE BARBALHO

O Programa de Criança Petrobrasatende a diversas escolas públicas da Maré.Promove oficinas e atividades que se tornam

extensão da sala de aula.

Uma conquista dos moradores da Maré

O Instituto Telemar apoiao jornal O Cidadão

A impressão deste Jornal foipossível graças ao apoio da

Rua Nova Jerusalém, 345

Bonsucesso

Tel: 3882-8200

Fax: 2280-2432

EDITORIAL

3O Cidadão

No Brasil, a educação infantil tor-nou-se obrigatória há poucomais de um ano. Já no Rio de Ja-

neiro, a prefeitura vem investindo nestamodalidade de educação há três anos. Al-guns exemplos são as creches municipaisda Maré. O bairro conta, atualmente, comcinco creches municipais, número insufi-ciente, se levarmos em consideração as 16comunidades que formam a Maré e sua po-pulação, 130 mil habitantes, segundo oCenso Maré 2000. As creches atendem àcrianças de zero a três anos.

Para a diretora da creche Monteiro Loba-to, na Baixa do Sapateiro, Mônica Varela, aobrigatoriedade do ensino para esse públi-co no país não é novidade, pois ele já era leino município do Rio. “Não notei diferençascom a obrigatoriedade nacional, porque hámais de três anos a prefeitura vem tendo umcomprometimento com a educação infantil.Não nos faltam materiais multimídias, nemalimentação, nem livros ou brinquedos”,declara a diretora.

Luana Barbosa, 21 anos, moradora daBaixa, tem um filho de três anos matriculadona creche Monteiro Lobato. Ela atesta a qua-lidade da instituição. “Esta creche é muitoboa. Meu filho fica aqui das 7h às 15h45mine fico tranqüila. A alimentação dele é muitosaudável. Notei uma evolução enorme de-pois que ele passou a freqüentar a creche”,diz Luana.

Para a diretora, o grande entrave à obri-gatoriedade do ensino é o fato de não havervagas para todas as crianças na faixa etáriaatingida. “Não adianta ser obrigatório se nãoconseguimos atender toda a deman-da”, argu-

Educação infantil é obrigatóriaNa Maré, cinco creches municipais são insuficientes para suprir a demanda

menta. Segundo dados do Censo Maré, 16%da população do bairro são compostas porcrianças de zero a seis anos, o que represen-ta, em números, 21.036 crianças. Do total,estima-se que pelo menos a metade delas(10.500) tenham de zero a três anos de idade.As creches da Maré têm capacidade paraatender a cerca de 800, menos de 10% donecessário.

Depois que saem das creches munici-pais, as crianças são encaminhadas à pré-escola. No caso da Maré, essas pré-escolas

fazem parte dosCieps da região erecebem alunos

de 4 a 6 anos. Aeducadora Yvana

Vasconcellos, doCiep Elis Regina, reconheceque as crianças que passarampela creche têm um rendimen-

to muito maior quando chegamà pré-escola, se comparado as

que não passaram por esse nívelde educação.

“As crianças que não fre-qüentaram a creche têm dificul-dade de adaptação, choram mui-

to, interagem lentamente comas outras. Ao contrário, as cri-

anças que freqüentaram a creche

são mais atentas, sabem pintar, pegar no lá-pis, participam de atividades em grupo semdificuldades. Quem vem de creche já tem umarotina de horários, entende bem a dinâmicada sala de aula”, compara a professora.

Além de existirem poucas creches naMaré, elas não contam com todos os seusfuncionários formados na área de educação.Segundo Márcia, ter um educador no qua-dro de funcionários de creches municipais équestão de sorte. Mônica conta que, umavez por mês, busca fazer um trabalho decapacitação com os funcionários, para queestes entendam a importância do ensino navida atual e futura das crianças.

Andréa Cezário de Sousa, 25 anos, mo-radora do Parque União, reconhece a im-portância do ensino, mas prefere não matri-cular seus filhos em creches municipais. “Euouço muitas mães falarem mal. Só colocariameus filhos se não houvesse alternativa.Acredito que exista um descaso muito gran-de com as crianças”, opina.

O CIDADÃO procurou a Assessoriade Imprensa da Secretaria Municipal deEducação, mas não obteve respostas so-bre a possibilidade de se fazer mais cre-ches na Maré. A Assessoria também nãorespondeu às solicitações do jornal, quetentou visitar as creches e conhecer seufuncionamento interno.

CRISTIANE BARBALHO

Mães buscam informações sobre vagas na Creche Municipal Monteiro Lobato, na Baixa do Sapateiro

EDUCAÇÃO

4 O Cidadão

O trabalhovira diversãoMaré tem ocupações queunem necessidade e prazer

CRISTIANE BARBALHO

Apresentação de circo na Lona Cultural Herbert Vianna

Odicionário explica que profissãoé uma ocupação para a subsis-tência. E que trabalho é uma ati-

vidade de caráter físico ou intelectual. Con-tudo, algumas pessoas desejam mais dassuas áreas de atuação e somam ao serviçouma pitada de criatividade: trabalham sedivertindo, sem deixar o profissionalismode lado. Um exemplo é o morador da Vilado João, Celso Pessoa, 55 anos, que des-cobriu um jeito inovador de ganhar seusustento: guardar bicicletas.

Celso, que vendia coco, comanda o bici-cletário particular da Vila do João e está fe-liz no seu novo ramo. Sua ocupação é ficarsentado, de olho em 50 veículos de duasrodas. Para guardar os populares “came-los”, o usuário precisa desembolsar R$ 2

semanalmente ou R$ 0,50 para guardar abicicleta uma vez. Márcio Nunes, 28 anos,aprovou a idéia e sente segurança em dei-xar sua companheira de pedaladas no lo-cal. “Achei criativo, deveria funcionar 24horas”, diz Márcio. O serviço funciona das4h às 20h.

Se você pergunta a um sujeito o que elefaz, e ele responder que nada, qualquer queseja o significado do “nada”, você acharáque é brincadeira, certo. Para o professor denatação da Vila Olímpica da Maré, Rodrigo

Morela, 23 anos, o “nada” representa suaprofissão, além de saúde e qualidade de vidapara muitos. “A visão das pessoas para osprofissionais dessa área está mudando. Ago-ra as pessoas vêem que não é só malhação,sabem que formamos cidadãos de caráter”,afirma. Quando argumentam que para suasaulas não é necessário nem se molhar, elenega o fato. “Entro na água, nado e apostoaté balinhas com as crianças, gosto muitodelas. Essa interação já é um lazer. Não tra-balho obrigado, amo o que faço”, conclui.

ARQUIVO PESSOAL

Espaço criativoNúcleo de artistas da Maré coordena Lona Cultural

Uma idéia na cabeça e um violãona mão. Foi mais ou menos as-sim que nasceu o Núcleo de Ar-

tistas da Maré (Nam), que administra a LonaCultural Herbert Vianna. São músicos e ato-res que oferecem à comunidade, gratuita-mente, 14 oficinas culturais. As aulas envol-vem música, geração de renda, esportes, artee dança. Os mareenses podem escolher en-tre cursos, como o de flauta, costura, capo-eira, jazz e teatro.

A idéia surgiu em 2000, quando a Prefei-tura e os artistas mareenses decidiram criaras oficinas, mas só em 2003 foram ofereci-dos os primeiros cursos. Além deste traba-lho, a Lona já abrigou diversos eventos,como o show do Palhaço Carequinha e umFestival de Rock. Segundo os organizado-res, os artistas locais são sempre prioridade.“Só chamamos alguém de fora quando nãohá, na Maré, o artista que procuramos”, dizo músico e integrante do Nam, Leonardo

Veiga Acioly.A Lona Herbert Vianna conta também com

uma biblioteca com dois mil livros e computa-dor com acesso à internet grátis. Na bibliote-ca, o visitante vai encontrar diversos clássi-cos da literatura, como Machado de Assis eEça de Queirós. A internet pode ser usadapara trabalhos e acesso ao correio-eletrônico.

Contudo a grande marca do Nam são asoficinas. Alunos, como Marcílio César, 12anos, morador de Nova Holanda, se empol-gam ao falar da sua experiência com a músi-ca. “É muito bom tocar flauta. A música faz apessoa ser ainda melhor”, declara o menino.O professor Leonardo reforça a idéia. “Elesapreendem bem toda a teoria musical e lêempartitura. A música colabora na expressãodo ser”, explica.

Para se inscrever nas oficinas é necessárioapresentar: 2 fotos 3x4, comprovante de resi-dência, identidade e CPF. Para mais informa-ções, ligue 3105-7134. Falar com Gláucia.

Celso Pessoa no meio das bicicletas de que toma conta na Vila do João

GERAL

5O Cidadão

Usina da CidadaniaRefinaria de Manguinhos vai além do petróleo e realiza projetos com a população

portadores de necessidades especiais,através da parceria com o Programa deReabilitação Comunitária da FundaçãoLar Escola Francisco de Paula (Funlar).

Segundo o coordenador da Oficina daCidadania, Flávio Cristiano, 29 anos, oprojeto propõe uma ação coletiva. “Res-peitamos as diferenças em prol do bem eda manutenção da paz. É a cidadania che-gando a todos, sem exclusão, e valori-zando o ser humano”, diz. O aluno ErickBarbosa, 14 anos, reafirma a fala do coor-denador: “Aqui aprendemos, principal-mente, a ser cidadãos”. Para continuida-de do projeto, todas as oficinas desen-volvem trabalhos com o tema: “Rede deSolidariedade”.

Quem passa em torno da Refinariade Manguinhos, na Avenida Brasil, pode já ter percebido a pre-

sença de adolescentes e jovens vestidoscom uniformes azuis. Eles estão a cami-nho da Usina da Cidadania, um projetocusteado pela Refinaria de Petróleo deManguinhos e que funciona no clube dosfuncionários, desde 1997. O trabalho é di-vidido em dois turnos, manhã e tarde, eem dois espaços. O primeiro é o NúcleoArtístico Cultural (Nac), que oferece 400vagas para oficinas artísticas com recrea-ção. Ela atende aos alunos de 10 a 16 anos.No outro espaço, o Núcleo ArtísticoProfissionalizante (Nap) oferece 260 va-gas para as oficinas profissionalizantes,cujo objetivo é a capacitação técnica dejovens e adultos.

O projeto reúne alunos dos bairros deManguinhos, Benfica, Caju e Maré, tota-lizando 27 comunidades. Dosfreqüentadores, cerca de 45% são mora-dores da Maré. Esse dado surpreendeu aequipe da Usina, tanto pela distância comopelo perigo causado pelo intenso tráfegoda Av. Brasil, já que não há calçamentoapós a entrada do Instituto Oswaldo Cruz.Em reunião com pais e alunos, os dirigen-tes do projeto informam a importância deutilizar o lado oposto para ir e vir. Para faci-litar a passagem, a Usina pediu aos órgãospúblicos a construção de uma passarela,mas não obtiveram resposta.

Atividades geram inclusão

O Nac realiza oficinas de teatro, músi-ca, dança e educação artística. Além dis-so, dá orientação aos alunos na suavida acadêmica com o refor-ço escolar, informática,recreação e ser-viço de aten-dimento psi-cológico pormeio da Comis-são de Orienta-ção e Apoio aoAluno (CO-AA). Para odesenvol-v imento

CRISTIANE BARBALHO

amplo das oficinas, o espaço reúne salase biblioteca com acesso à internet eprojeção de filmes.

Já no Nap, encontram-se adultos epessoas da 3ª idade, assistidos por psi-cólogos voluntários. São oferecidos cur-sos de marcenaria para a construção deinstrumentos musicais, como o cava-quinho, estilismo, para confecção de fi-gurinos, informática e modelagem. Naconclusão dos cursos, os alunos passampelo Programa Refino, uma espécie de in-cubadora que tem a missão de inserir oscapacitados no mercado de trabalho. O

Nap também inclui os

Crianças das oficinas realizadas pela Usina da Cidadania posam para o Jornal O CIDADÃO

Oficinas em 2007O projeto encerrou as atividades

no dia 21 de dezembro e retorna em26 de fevereiro. As inscrições paranovos alunos estão abertas a partirda primeira semana de fevereiro.Para mais informações, basta entrarem contato com Flávio Cristiano,pelo telefone 3891-2096.

CULTURA

6 O Cidadão

Léo deOliveiraO guerreiro da favela

Comunidade: Nova HolandaProfissão: Jogador de FutebolIdade: 23 anos

CRISTIANE BARBALHO

ar ele, mas é uma pessoa humilde e de cabe-ça boa”, comemora Dona Regina. Léo seemociona ao falar da mãe. “Eu a chamavade chata, mas graças a Deus vejo que ospuxõezinhos de orelha dela me fizeram che-gar aqui, inteiro e com saúde”, diz o joga-dor, que tem como principal meta dar umbom padrão de vida para a mãe.

Hoje, Leonardo quer ser espelho paramuitos jovens, para que eles sigam umbom caminho. “Quando cheguei à Gáveafui chamado de ‘Guerreiro da Favela’ edesta forma divulgo minha comunidade.Muitos têm sorte e ficam ricos de umahora para outra. Mas comigo está sendodiferente e eu estou aproveitando da me-lhor maneira possível”, afirma.

Para os meninos da Maré, Léo pensaem fazer uma escolinha de futebol para for-mar mais atletas. Para sua realização pro-fissional, Léo sonha em ser convocadopara a Seleção Brasileira, mas diz que sa-berá esperar o momento certo. “No mo-mento estou aproveitando a vida ao ladoda minha mulher, que também é jogadora,e do meu filho, que motiva ainda mais omeu trabalho”.

Léo de Oliveira, em 2007, retornou parao Nova Iguaçu, onde jogará o Campeona-to Estadual da 1ª divisão.

QQQQQuando se pensa em sonho, vemà mente os pães redondos comcreme. No entanto, para alguns

sonho não é apenas isso, é um objetivo parao qual necessitamos estar bem acordados.Quem assistiu aos jogos do Flamengo, hácerca de dois meses, não imagina que o vo-lante Léo tem essa filosofia de vida. Nascidoe criado na Nova Holanda, quando via umabola Leonardo ia atrás dela e esquecia doresto do mundo.

Léo começou freqüentando escolinhasde futebol da comunidade e logo se desta-cou. Neste período fazia carreto, ajudava aestacionar os carros no Bob´s e dali tiravauns trocados para ajudar em casa. Mas otalento mostrou um caminho novo. O ga-roto foi jogar no São Cristóvão. Naqueletime, Léo sentiu na pele a falta de dinheiro:para treinar tinha que ir a pé, pois não ti-nha dinheiro de passagem. “Tenho muitoorgulho de ter passado por essas dificul-dades, pois agora dou valor a minha pro-fissão”, comenta o atleta.

Léo já atuou nos times Marília e San-tos. No segundo clube, passou por um mo-mento difícil, pois assinou contrato por ummês e não foi aprovado pelo treinador. Dis-pensado, pensou em parar, mas a mãe e osamigos o incentivaram a continuar.

Léo estudou no Ciep SamoraMachel e na Escola MunicipalCarlos Chagas, de onde foi expulso.Nesta época, matava aula para jogar

futebol. Ainda assim, reconhece que o es-tudo é valioso. “Quando converso com ascrianças, falo que a escola é muito impor-tante para quem joga futebol. É preciso en-tender de porcentagem para fazer um bompasse e também saber dialogar para darboas entrevistas. Além disso, com o estu-do o jogador não é enrolado por empresári-os que querem ser espertos”, afirma o joga-dor que pretende voltar a estudar.

No rubro-negro, Léo jogou durante oitomeses. O primeiro jogo pelo time foi em 5 deabril de 2006, data inesquecível para a mãedele, Dona Regina. “Ele me deu um pre-sente muito bom: a estréiano Flamengo no dia emque completei 43 anos.

Foi uma luta cri-

Leonardo Luiz Andrade de Oliveira diz que na Gávea era chamado de “Guerreiro da Favela”

PERFIL

7O Cidadão

Rua 11, na quadra 5 – Vila do João. Tel: 3868-7056

Sede: Rua da Candelária, 4, Centro – Tel/fax: 2253-6443www.acaocomunitaria.org.brAÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL

RIO DE JANEIRO

Moda Maré Afro lança primeira coleçãoRaízes africanas será o tema da edição de estréia

e do Quênia. O que conferir maisoriginalidade e vínculo com otema. A 1ª Coleção traz ao mer-cado batas, bolsas e kangascapulanas (semelhante a uma tú-nica. Vestimenta característica daÁfrica). Essa iniciativa visa valori-zar a imagem do lugar e dos cer-ca de 130 mil habitantes que láresidem.

Visualmente,as peças a-traem peloseu exotismoe caráter deexclusivida-de, já que al-gumas delassão confecci-onadas comtecidos vin-dos de Ango-la, Rhuanda

Texto: Cris Araujo

Um estilo arrojado, que valori-za as raízes histórico-culturais.Essa é melhor maneira de expres-sar o que há de mais moderno nosegmento da moda dentro daAção Comunitária do Brasil/RJ(ACB-RJ). Após mostrar talento ecriativi-dade trazendo ao setor amoda social, homenageia do Bra-

sil. Seguindoa propostado núcleo deModa e Esti-lo que apre-senta cole-ções com ahistória daCidade Alta,a Moda MaréAfro vem re-velar o quehá por traz

dos becos e vielas do Complexo daMaré. O local será o tema centralda 1ª coleção da Oficina de ModaAfro a ser lançada no mês de ou-tubro.

A arte da Moda Maré Afro seráconfeccionada a partir de técnicasde pintura em tecidos e utilizaçãode materiais alternativos como se-mentes, palha, juta, conchas domar, além de metais e madeiras.Mais uma vez a ACB-RJ inova nosentido de capacitar profissional-mente. Pois, como de costume, aOng alia técnica e cultura e nestecaso, oferece aos moradores queparticipam desta oficina a possibi-lidade de se conhecerem a partirda história do lugar em que vivem.

A 1ª Coleção Moda Maré Afrotem como base tons terrosos com-binados com preto, o que resultaem cores naturais e sofisticadas.

Informe Publicitário

ANÚNCIOS

8 O Cidadão

Ligue e anuncie!

3868-40073868-40073868-40073868-40073868-4007

ANÚNCIOS

9O Cidadão

Ceasm faznove anosComemoração foi na sedeNova Holanda

FOTOS DE A. F. RODRIGUES

OCentro de Estudos e Ações So-lidárias da Maré (Ceasm) feste-jou seus nove anos de existência

num clima de alegria e confraternização. Ofestejo, que reuniu colaboradores, alunos dosprojetos e a comunidade, foi recheado deatividades organizadas pelas diversas ofici-nas oferecidas pelo Centro. O evento, queocorreu na sede da entidade em NovaHolanda, em setembro de 2006, para uma dasdiretoras, Eliana Souza, 44 anos, celebrou aprópria existência da ONG.

“O fato do Ceasm existir já é para ser co-memorado, pois os projetos desenvolvidosforçam às instâncias públicas a fazer o seutrabalho porque os resultados apresentadosacabam chamando a atenção do poder públi-co”, disse Eliana. De acordo com a diretora,apesar da instituição ter o seu espaço conso-lidado falta construir a possibilidade dosmoradores ocuparem de maneira efetiva aentidade. “Falta a inserção da comunidadeno Ceasm. Uma possibilidade é buscar umdiálogo com as pessoas que atuam ou jáatuaram nesses espaços”, afirma.

Segundo o diretor, Edson Diniz, 36 anos,apesar dos problemas que a instituição temenfrentado, há muito o que comemorar. “OCeasm tem que festejar, pois são muitas op-ções que dão nova perspectiva de vida paraos moradores da Maré, como a entrada nasuniversidades, a integração com as escolase a valorização da tradição local ”, diz.

Os moradores também começam a seapropriar do espaço. “No Ceasm encontra-mos o conhecimento. Minha filha faz partedo preparatório e foi a melhor aluna da tur-ma. Isso é gratificante”, afirma a moradorada Nova Holanda, Vera Lúcia de Lima, 37anos.

No sentido horário: bolos da festa, apresentação da banda Passarela 10, confraternização de colobadores do Ceasm e moradores e oficina de grafite

A esperança é a última que morreSurge “miroma”, guerreiro forte...Valente, que luta por sua genteHerói, símbolo da liberdadeQuerendo justiça e dignidadeSem diferença sociaisHoje a nossa “escola” se iluminaPois os direitos são iguaisDá a volta por cimaE da bandeja do amor transborda a paz

BisÔ, Ô, Ô, O “Gato” vê nessa históriaÔ, Ô, Ô, de “Bonsucesso” só a vitória

O negro escravizouE quando aqui chegaramCom paraíso se encantaramA fauna e flora que belezaNeste solo, quanta riquezaNativos em plena harmoniaAqui a igualdade existiaMas na ambição do invasor...Tudo mudou

BisDe guerra em guerra o povo lutouAinda come o pão que o diabo amassouE no milagre do povo brasileiroNão foge da luta, sem teto e sem dinheiro

Vindos de além marRumo as “novas terras” conquistarOs portugueses o comércio “explorou”Em cada porto que se passou

Presidente: Mauro Camillo | Carnavalesco: Cláudio de Jesus |Compositores: Pessanha, Divino, Geralda da Ilha, Jorge Bob eSerjão do Cavaco

Escola de Samba Gato de Bonsucesso

Carnaval 2007

Enredo: “No milagre do povo brasileiro, a esperança é aúltima que morre”

NAS REDES DO CEASM

10 O Cidadão

Escola Florestan Fernandes do MST

2ª “Noite da Belíssima”O evento já está em sua segunda edição

e é uma homenagem à beleza negra. A “Noi-te da Belíssima”, organizada por Fernandoda Raça, aconteceu no dia 16 de dezembro,na quadra do Gato de Bonsucesso, emboraestivesse prevista para o dia 17 de novem-bro, dois dias antes do Dia da ConsciênciaNegra. Durante suas festas, Fernando reali-za exposições com fotografias retiradas derevistas, de modelos e atrizes negras. “É umaforma de homenagear minha raça, mostrar oque a mídia omite grande parte das vezes”,alega o anfitrião.

Eleições diretas no

Parque MaréApós 22 anos da primeira eleição direta

na Maré, o Parque Maré relembra o fato erealiza sua eleição, com possibilidade de seus1.460 sócios exercerem seu direito de elegero presidente da Associação de Moradores.No dia 17 de setembro, cerca de 400 pessoasvotaram.

A disputa foi decidida entre duas cha-pas, a de oposição ou branca, encabeçadapor Carlos Henrique, e a de situação, a cha-pa verde, liderada por José Gomes, conhe-cido por Zé Careca. O resultado final ficouassim: 353 votos para a chapa verde, 33para a branca e três nulos.

A cultura fala mais altoAlunos do pré-vestibular do Ceasm

realizaram a 2ª Convergência Cultural noMorro do Timbau. O primeiro evento dasérie de encontros foi realizado na NovaHolanda, no Dia do Livro. Na segunda edi-ção, dia 22 de outubro, a festa começoucom um almoço, cujo prato principal foi umsaboroso salpicão. A partir das 15h, alu-nos e professores puderam “degustar” ummaravilhoso sarau, além de visitarem a ex-posição de grafite e assistirem à exibiçãode vídeos e à apresentação de bandasmusicais. No fim do evento houve a trocade livros, num animado amigo oculto.

Por uma vida melhorCom o objetivo de unir pessoas e orga-

nizações em torno dos problemas do bairroe propor ações em conjunto para superá-los, foi realizado o I Fórum Brasileiro na Maré.O encontro foi organizado pela “A Comuni-dade para o Desenvolvimento Humano”, doMovimento Humanista. Reunindo cerca de25 pessoas, os trabalhos foram divididos emduas mesas temáticas: pais na educação,jovens e estudantes. Houve ainda exibiçãode vídeos, seguida de debates. O eventoocorreu no dia 11 de novembro, na EscolaMunicipal Teotônio Vilela.

Veteranos na Vila do JoãoO Gargalo foi o vencedor do Campeona-

to de Veterano da Vila do João de 2006. Otime venceu por 2 a 0 o Esperança. A final foina manhã de 23 de agosto. O campeonato,foi disputado aos domingos, durante cincomeses, em sistema de turno e returno. Osatletas estavam na faixa etária de 35 anos.“Foium sucesso, um show de bola, com uma fi-nal surpreendente. Tenho orgulho de me de-dicar a esse trabalho”, diz emocionado Se-bastião Rodrigues, 46 anos, o conhecido Boi.

As inscrições para o próximo campeo-nato podem ser feitas aos sábados, à tar-

de ou aos domin-gos, pela manhã,

no Campo daVila do João. Ataxa de R$ 150deve ser quita-da no ato. Cadajogo custa R$30. As vagas

s ã olimi-

tadas.

Espocc forma segunda

turma de fotógrafosA segunda turma de fotógrafos popu-

lares da Escola Popular de ComunicaçãoCrítica (Espocc), que funciona no Obser-vatório de Favelas, na Nova Holanda, já seformou. A cerimônia, dia 24 de novembropassado, contou com a presença de per-sonalidades importantes, como o fotógra-fo João Roberto Ripper, coordenador docurso. A coordenadora de Proteção à Cri-ança e ao Adolescente do Unicef, AlisonSutton, veio diretamente de Brasília para aformatura. Trinta alunos participaram da co-memoração.

FRANCISCO VALDEAN

Jovens visitam Escola do

MST em São Paulo No dia 26 de maio, jovens mareenses

iniciaram viagem rumo à Escola FlorestanFernandes, do Movimento dos Trabalha-dores Sem Terra (MST). A instituição ficaem Guararema (SP). Foram dois ônibuscom 97 estudantes do Curso Pré-Vestibu-lar (CPV), um dos projetos do Ceasm. Oobjetivo foi promover um encontro entrea juventude do campo e da cidade. Outroscursos pré-vestibulares, de diversasáreas do Rio de Janeiro, também partici-param.

Formatura dos alunos de fotografia

KITA PEDROSA

Natal da Alegria Firjan,

no SESIUm dia de solidariedade e amor. Assim

foi o “Natal da Alegria Firjan”. O eventoaconteceu na tarde do dia 5 de dezembro,no Sesi. Este já é o sexto ano da festa, queé organizada pelos próprios funcionários.Cada um “apadrinha” uma criança e se res-ponsabiliza por comprar um brinquedo eum presente para ela. Além disso, prepa-ram lanches, como cachorro-quente e ge-latina. Participaram do “Natal da AlegriaFirjan” cerca de 130 crianças de três insti-tuições, “Recanto da Criança Feliz”, “Ca-minho do Senhor” e “Lar Jesus de Nazaré”.A festa teve, também, brincadeiras, comopula-pula e piscina de bolinhas, e decora-ção com bolas e árvore de natal.

Criança brinca com árvore de natal

ARQUIVO PESSOALACONTECEU NA MARÉ

11O Cidadão

Prefeitura x Pré-VestibularesSecretaria Municipal de Educação diz não aos cursos, a partir de 2007

Educadores como Darcy Ribeiro ePaulo Freire devem está se reme-xendo nos túmulos. Tudo por causa

da atitude do prefeito da Cidade do Rio deJaneiro, Cesar Maia, de proibir que as unida-des da rede municipal de ensino continuemabrigando cursos pré-vestibulares comunitá-rios. A decisão teve a adesão do Tribunal deJustiça, atendendo a uma representação de quesó a Constituição pode determinar o que fun-ciona nas escolas. Isto acaba com a lei 3.945,de 2005, que permite à prefeitura ceder as uni-dades para os cursinhos. Uma circular da Se-cretaria Municipal de Educação (SME) já foienviada às Coordenadorias Regionais de Edu-cação (CREs), comunicando oficialmente a in-terdição, que passará a vigorar em 2007.

O Jornalista Alfredo Boneff, em sua co-luna no portal do Ibase (Instituto Brasileirode Pesquisas Sociais e Econômicas), afir-ma que o resultado mais visível desta deci-são será o desalojamento de cerca de 4.500alunos beneficiados pelos cursos que fun-cionam em escolas municipais. “Além dosnúmeros, o que chama atenção é que os re-presentantes dos pré-vestibulares exigem,tão somente, uma expli-cação plausível diantede um posiciona-mento marcado pelaobscuridade”, revela.

A Prefeitura justi-fica a medida porquestões “sanitári-as e de seguran-ça”. Para adiretora doCeasm, ElianaSousa e Silva, 44anos, o ato éuma in-jus t i ça .“Essa ati-tude é ab-

surda. Justificam perguntando quem vaipagar o ônus de luz e limpeza. Isto é per-verso. Temos que nos organizar para ques-tionar o espaço público, não só para o pré-vestibular, mas também sobre o ensino ju-venil à noite”, diz .

Pré-Vestibulares

Segundo o coordenador de um cursopré-vestibular que utiliza as instalações mu-nicipais, que preferiu não se identificar, a

escola tem que seraberta para a comu-nidade, pois é um es-

paço que lhe pertence. “Des-sa forma se criam vínculos.Não acredito no argumento deque há sujeira no espaço utili-zado por nós. O pré-vestibularsupre a deficiência do ensinofundamental e médio”, afirma. AOrientadora Profissional do Pré-Vestibular da Roquete Pinto e

Praia de Ramos, AryannePaiva, 20 anos, afirma que aescola é o melhor lugar para

os pré-vestibulares. “Oprefeito está equivoca-

do e louco. Isso é umadesvalorização da

idéia de parceriae um corte da

continuidadedo ensino.A exclusão

não é a melhor

forma de investimento no estudo”, diz.Atualmente o curso está no Beco da Serra-gem 7, anexo da Igreja Batista.

A luta tem que continuar

Esse é apenas um capítulo na trajetóriados pré-vestibulares. Os organizadores domovimento prometem união. E o próximopasso é uma convocação para a realizaçãode manifestação virtual junto ao prefeito oupela ouvidoria. Com o amparo da Lei Orgâ-nica do Município, que em seu artigo 324,inciso IV diz: “ocupação dos prédios esco-lares em horário ociosos, para serem utiliza-dos em palestras, cursos e outras atividadesde interesse da comunidade local”.

Prefeitura

A Assessoria de Comunicação So-cial da SME se pronunciou em nota ofi-cial. Nela consta que o órgão se reuniucom representantes dos cursos pré-vestibulares em comunidades de baixarenda e que a medida de encerrar as ati-vidades dos cursos, a partir de 2007,não visa atingir o desenvolvimento des-se trabalho. “Trata-se de normatizar ouso das escolas públicas do Municípiodo Rio de Janeiro no sentido de seremutilizadas, exclusivamente, para a reali-zação das atividades da SME e do aten-dimento aos alunos das unidades esco-lares. E não pretende, portanto, atingir,de forma alguma, os cursos em ques-tão”, diz o texto.

CRISTIANE BARBALHO

Aryanne Paiva, orientadora profissional do pré-vestibular da Roquete Pinto e Praia de Ramos.

CIDADANIA

12 O Cidadão

“Cada uma das partes em que sedivide uma cidade ou vila”. Estaé a definição de bairro, segun-

do o popular dicionário Aurélio. Quase todosos lugares podem ser tidos como bairro seesta explicação for considerada. É daí que par-te a dúvida dos moradores, que se perguntamo que mudou, depois que a Maré entrou nes-sa categoria. Apesar do assunto já ter sidolevantado pelo jornal O CIDADÃO na ediçãode número 27, voltamos à discussão para quepossamos saber como os órgãos públicosatuam (ou não) aqui, em nosso lugar.

A prefeitura do Rio, em janeiro de1994, definiu a Maré como bairro. O projetode lei nº 307/93, do vereador José de MoraesCorrea Neto, de 31 de agosto de 1993, além deinstituir a região como bairro, falava de umasérie de benfeitorias para a área. Havia no do-cumento a recuperação das áreas ambientais,a distribuição e apropriação de serviços pú-blicos e criação de bibliotecas comunitárias.O curioso é que todos os benefícios foram

Falta dediálogoPolíticas públicas mal elaboradas prejudicam os moradores

vetados pelo, então prefeito, Cesar Maia. Elesó permitiu a criação do bairro. O CIDADÃOentrou em contato com o prefeito. Ele respon-deu que as melhorias foram canceladas por-que era papel de outro poder, o legislativo,implantar estas modificações.

Veja a resposta completa: “E todas elas estão em andamento admi-

nistrativamente. Os vetos são por razõesconstitucionais. Um poder tem suas prerro-gativas definidas na constituição. O outro nãopode substituí-lo. Portanto nada teve a vercom o conteúdo. Isso, portanto, não impediude todas estarem em andamento. As palafitasterminaram, há sistema de saúde integrado, aVila Olímpica funciona, as creches se expan-diram, etc, etc”, CM.

Mareenses

Bom, não é bem isso que os mareensestêm notado. “Desde que virou bairro, achoque não mudou nada. Fizeram uma pracinha,aqui perto, mas em local perigoso. Os brin-

quedos quebram e ninguém vem consertar.Precisamos de mais médicos, mais atençãopara as crianças. Além disso, para ser atendi-do, temos que sair muito cedo. É perigoso sairde madrugada, ainda mais com criança”, de-clara Sônia Maria Ferreira da Silva, 40 anos,moradora da Nova Holanda.

As queixas sobre os candidatos que seelegem as custas da boa-fé do povo, tambémé denunciada pelos mareenses. “Os políticossó aparecem aqui em época de eleições, jo-gam um concreto na terra e as pessoas votamnele. Depois eles vão embora. Quando come-ça a chover, solta e tudo volta a ser comoantes: sem calçamento e cheio de buracos”,aponta Renato Gomes, de 57 anos, moradorda Nova Maré.

Uma questão importante, apontada pelosmareenses, é a forma das moradias construídaspelo poder público. Elas não levam em consi-deração a realidade e a necessidade do mora-dor. “O pessoal do governo devia perguntarcomo nós queríamos a casa, quais as necessi-dades. A minha não tinha quintal, ampliei acozinha e puxei um quintal”, declara CarlosFernando, 41 anos, morador da NovaHolanda. Habitante da mesma comunidade,Roberto Nascimento, 41 anos, confirma a exis-

CRISTIANE BARBALHO

Conjunto de casas de Bento Ribeiro Dantas não permite o uso de laje, isso é um projeto de moradia do governo

CAPA

O Cidadão 13

Um pouco de nossahistória

Praça do CIEP Elis Regina, brinquedos quebrados e falta de manutenção é reflexo do abandono do governo

RENATA SOUZA

Tudo isto começou por causa dodescaso dos governos com os cidadãosde menor renda. Nunca houve uma polí-tica de habitação para esta classe. Noinício do século XX, foi efetuado um pla-no de modernização da cidade, a Refor-ma Pereira Paços (prefeito do Rio de 1902a 1906). Moradias populares e cortiçosforam destruídos. A população pobre,retirada do centro da cidade, ficou semmuitas opções. Tiveram que escolherentre as distantes áreas de periferia –onde precisariam arcar com transportese tarifas urbanas – e as encostas dosmorros. Estas, ainda não eram domina-das pela agiotagem imobiliária. Assim,

as primeiras favelas surgiram na paisagemdo Rio.

Depois, as favelas seguiram o cami-nho dos transportes, principalmente da li-nha do trem. Na Maré, os primeiros mora-dores, no início do Século XX, eram pesca-dores. Na década de 1940 e 50, chega umaleva de imigrantes nordestinos fugidos dassecas. Em 1946, é construída a Av. Brasil.Diferentes governos transferiram habitan-tes de outras áreas, como Zona Sul eMaracanã, para a Maré. Aqui recebiam ha-bitações provisórias. Em 1992, as favelas,depois de 100 anos, são oficializadas e pas-sam a fazer parte do mapa da cidade. Em1994, a Maré é transformada em bairro.

tência dos problemas. “As casas são co-bertas de telhas. Quando chove e venta maisum pouco, elas soltam. Dá goteira, escorremuita água. Já perdi som, TV, por causa dis-so”.

Segundo o coordenador do Observató-rio de Favelas, Jailson de Souza e Silva, háuma ideologia por trás desta forma de cons-truir na Maré. O pensamento agregado aessas construções, seria o de enxergar ape-nas pobreza e violência nas áreas popula-res. “Este discurso - de que não se tem nadae o que se fizer está bom - reforça uma sériede práticas negativas, em que, usa-se mate-riais de segunda qualidade. Também se crêque não é preciso consultar a população.Isto acaba sustentando a política pública ea própria ação da universidade”, explicaJailson.

Um engano também é evitar aslajes.“Então, quando criam casas sem lajes,a lógica é de impedir a forma de organiza-ção. Isto é estupidez. A população vai seexpandir de qualquer forma, só que, commais precariedade. Todo mundo sabe a im-portância que tem a laje: é reserva de valoreconômico, é herança, é possibilidade deárea de lazer”, reforça o geógrafo. Foto antiga da Baixa do Sapateiro mostra as ruas sem planejamento por falta de política habitacional

14 O Cidadão

E

Índices mostram a fragilidadedo poder público na MaréÍndice de desenvolvimento humano mostra a situação do bairro em relação aos outros

xiste um modo de medir como aMaré está em comparação com ou-tras áreas da cidade. Esta maneira é

públicos. São escolas, praças, postos desaúde em péssimas condições. Tudo isso,sem contar com as ruas sem calçamento, osproblemas de abastecimento de água, a faltade projetos públicos para a infância e ado-lescência, a violência.

Prova desse abandono é o depoimentode Gleice dos Santos, 37 anos, moradora daNova Maré. “A Prefeitura prometeu asfaltartodas as ruas do conjunto, mas até hoje nãocumpriu o acordo. Quando falta luz, a Light

através do Índice de Desenvolvimento Hu-mano (IDH). Os bairros mais desenvolvi-dos ocupam as primeiras colocações. AMaré está entre as últimas. No IDH sãoavaliados três elementos: educação, rendae saúde.

O IDH mostra que a Maré, na área deeducação, está próximo a lanterna, ocupan-do a 2ª pior colocação. Quanto à renda, aregião também fica longe dos primeiros lu-gares, com a 5ª menor posição. No desem-penho geral, o bairro ocupa a penúltima co-locação no ranking carioca.

Há fatores positivos, segundo o IDH. AMaré apresentou melhora da qualidade devida de 1991 a 2000 (ano do censo), subiucerca 7,1% na tabela do Índice. O último fi-cou com o Complexo do Alemão. Já nas pri-meiras colocações, estão os bairros deCopacabana, Lagoa, Botafogo e Vila Isabel.

Estes indicadores mostram as condiçõesem que a população local vive. Eles refletemo sucateamento dos serviços oferecidospelos poderes municipais, estaduais e fede-rais ao bairro.

Basta conversar com os mareenses paracomprovar o que diz o IDH. A reclamaçãogeral é o abandono por parte dos poderes

também demora muito para fazer os repa-ros”. Outra observação de Gleice é a cons-tante falta de água e o problema docompartilhamento destes serviços com ou-tros moradores. “As caixas d’água, as caí-das de água e esgoto ficam nas casas dasoutras pessoas. Precisamos, sempre, inco-modar os vizinhos para fazer limpezas. Quan-do há vazamento, acontecem discussões eaborrecimentos”, completa.

Há moradores, contudo, que declaramsatisfação com a atuação governamental. “Não sinto falta de laje. A minha mãe dividiu acasa. Moro com minha família em cima e meuirmão na parte de baixo”, conta CristianeMacedo, 33 anos, moradora da Nova Maré.

Para inglês ver

Um outro lado desta realidade é a formadiferenciada como são feitas as ações go-vernamentais. Fica evidente a preferênciadas políticas públicas para a infra-estrutura.Em alguns casos, são, mesmo, obras “parainglês ver”. “A parte do conjunto que ficade frente para a Linha Amarela tem calça-mento, quebra-molas, iluminação. Essa par-te em que moro (em frente ao Sesi) é esque-cida. Quem passa na Linha Amarela vê tudobonitinho, mas não sabe o que está na partede trás”, desabafa João do Vale, 42 anos,morador do Conjunto Bento Ribeiro Dantas.

Eleitores mareenses votando nas últimas eleições, em CIEP, da Maré

FOTOS CRISTIANE BARBALHO

Eleitores mareenses votando nas últimas eleições, em CIEP, da Maré

CAPA

O Cidadão 15

Como reforça Jailson de Souza: “A inter-venção é muito menor em termos de educa-ção e oferta de saúde e na geração de traba-lho e renda. Há presença do Estado, princi-palmente, no campo da infra-estrutura, nocampo da paisagem”.

Apesar das diferentes falas, uma coisafica evidente: os governos agem, mas, ficamlonge de satisfazer as necessidades domareense. “Na Maré, hoje, há presença dopoder público, mas precisa de mais qualida-de de serviços prestados para a população”,declara a historiadora Cláudia Rose Ribeiro.

Bairro Maré

Esta questão se revela quando algunsmoradores respondem que não vêem a re-gião como um bairro. “Nós questionamos,no Censo 2000, se moradores consideravam

a Maré um bairro. A imensa maioria disseque não. O bairro está muito ligado a um tipode organização específica, a forma dearruamento. È um pré-conceito. A Maré,conceitualmente, pode ser considerada bair-ro”, aponta Jailson.

Ele reafirma o que a Maré tem de especiale a importância da auto-estima dos morado-res. “Nunca será um bairro típico, por causade sua própria construção, de sua própriahistória. Nós temos que ampliar um habitatdiferenciado, que precisa receber valor. Nóstemos que nos reconhecer, a partir da pró-pria especificidade da favela, transforman-do-a em um bairro agradável, com os direi-tos, equipamentos e serviços fundamentaispara o morador exercer sua vida cotidiana.Não querer que nós sejamos iguais a Ramose Bonsucesso. Não seremos. Mas é um ab-

surdo se não desejarmos serviços com maisqualidade do que vemos hoje. Tecnicamen-te a Maré é bairro, mas, em termos de repre-sentação, o morador tende a subestimar”,diz Jailson. Então o morador cria uma alter-nativa para nomear o local em que mora. “Pre-ferem chamar de comunidade”, confirma Cláu-dia Rose.

Uma certeza que se tem é que osmareenses são atores fundamentais naconstrução do seu local de moradia. Jun-tos, podem transformar o seu local devivência, como já fizeram há anos atrás.Como se revela nos depoimentos deixadosno Museu da Maré.

“Elas vêem que os moradores se unirampara melhorar a Maré. Pensam: se fizeram istono passado, nós podemos, unidos, mudar acomunidade hoje”, revela a historiadora.

A obra inacabada do Mercado Po-pular, que teria 112 boxes e organizaria ocomércio na comunidade da Vila do Pi-nheiro, é o exemplo do descaso com acomunidade. Essa execução mal delibe-rada ocasionou o gasto desnecessáriodo dinheiro público, o fim de parte daciclovia e o acúmulo de inseto. A obra éda Riour-be e estava orçada emR$2.507,098,69. As obras estão começa-ram em novembro de 2002. O site da Pre-feitura, http://obras.rio.rj.gov.br informaque a obra foi embargada pela Funda-ção Superintendência Estadual de Riose Lagoas (Serla) desde 01/08/03. Os ser-viços executados até a data do embargoforam as fundações e blocos decoroamento, laje do piso dos boxes, al-venarias dos boxes e instalações hidro-

sanitárias, montagem parcial da estruturametálica e o preparo do terreno para inícioda cravação de estacas. A Serla nega oembargo. Já se passaram quatro anos e

nada mudou. Para um poder público quesempre culpa o povo pelos problemasdo Estado, esse é um “belo exemplo”dado à população.

Mercado Popular da Vila do Pinheironão sai do papel

Esqueleto de uma obra que beneficiaria 112comerciantes da comunidade

16 O Cidadão

E por falar em governo...Entidades governamentais no Catálogo de Instituições da Maré

Maré contra a violênciaDia das crianças é escolhido para protestar contra a Política Pública de (in) Segurança

Muitas crianças mareenses deixaram de correr, pular e brincar noseu dia, 12 de outubro, para se

manifestarem contra a violência policial quevitimou, apenas no mês de setembro, cincocrianças em comunidades do Rio de Janeiro.Os moradores da Maré, juntamente com aRede de Comunidades Contra a Violência eOrganizações Não-Governamentais (Ongs)de dentro e fora da Maré, realizaram o ato“Viva a Criança Viva”. A mobilização ocor-reu após a morte de Rennan Costa Ribeiro, 3anos, em uma ação do 22° Batalhão de Polí-cia Militar (BPM), no dia 1° de outubro, quan-do centenas de moradores passavam na ruaPrincipal, na Nova Holanda, a caminho dasZonas Eleitorais.

A manifestação, que percorreu as comu-nidades de Nova Holanda, Parque Maré, Par-que União e Parque Rubens Vaz, fechou umadas pistas da Avenida Brasil com cerca de400 pessoas. Participaram, entre crianças, fa-miliares de Rennan, estudantes, professo-res e outros cidadãos indignados, represen-tantes de ONGs, lideranças políticas, comoMarcelo Freixo, Chico Alencar e AlessandroMollon, e o ex-secretário de segurança doRio de Janeiro, Luiz Eduardo Soares. O atofoi encerrado com o Hino Nacional, em fren-te ao 22° Batalhão da Polícia Militar, que ficana Nova Holanda.

A moradora da Vila do João e tia deRennan, Josiara da Costa, 48 anos, esperaque o ato mude a atitude dos policiais. “Es-pero que esta manifestação dê fim, de umavez por todas, a violência sofrida por todosnós”, comenta Josiara. A jovem Larissa deOliveira, 21 anos, moradora do Morro doTimbau, tem o mesmo pensamento quandoo assunto é Caveirão, veículo blindado queexibe o símbolo de uma caveira utilizado pela

PM nas comunidades. “Estou aqui porquesou contra a repressão e essa forma de paci-ficar, que o Caveirão utiliza. Porque não édesta maneira que se combate a violência,mas dando oportunidades de vida e de so-brevivência”, conclui Larissa. De acordo coma organização do ato, a mobilização foi reali-zada para reivindicar uma apuração isentados crimes cometidos em favelas e a mudan-ça da Política Pública de Segurança.

COMLURB – Comp. Mun. de

Limpeza Urbana

Endereço: Rua Teixeira Ribeiro, s/nº –Nova Holanda Maré – CEP: 21044-700Telefone: 3881-8990 Vinculação: Secreta-ria Municipal de Fazenda – SMFAno de fundação: 1985Funcionamento: 2ª a sábado, 7h às 19h30Principais serviços oferecidos:Coleta de lixo domiciliar, varredura dasruas e retirada de entulhos.

Corpo de Bombeiros

Endereço: Avenida Guanabara, s/nº – Praiade Ramos Maré – CEP: 21030-080Telefone: 3399-6983 Fax: 3399-6984Home page: www.gmar.rj.gov.brVinculação: Sec. de Estado de Defesa Civil– SEDECAno de fundação: 1984Funcionamento: todos os dias, 8h às 17hPrincipais serviços oferecidos: ProjetoBotinho e curso de guardião de piscina.

REPRODUÇÃO

RENATA SOUZA

Moradores da Maré fecham Avenida Brasil por 20 minutos em manifestação contra a violência policial

MOVIMENTO SOCIAL

17O Cidadão

AV. CANAL, 41 – LOJA B

VILA PINHEIRO - AO

LADO DA LINHA AMARELA

PEÇAS PPEÇAS PPEÇAS PPEÇAS PPEÇAS PARAARAARAARAARA

AAAAAUTUTUTUTUTOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEISOMÓVEIS

NACIONAISNACIONAISNACIONAISNACIONAISNACIONAIS

TEL: 3976-84313976-84313976-84313976-84313976-8431

MARCAÇÃO ORGANIZAÇÃOE ADMINISTRAÇÃO DE

SERVIÇOS LTDA

Telefax: 2220-5368

Atividades da empresa:Serviços de Limpeza e Con-servação, Manutenção Predi-

al, Jardinagem, Telefonia,Portaria e Ascensorista.

Rua das Marrecas, 40 - Sala 701 - CentroE-mail: [email protected]

Ligue e anuncie! 3868-40073868-40073868-40073868-40073868-4007

ANÚNCIOS

18 O Cidadão

ANÚNCIOS

19O Cidadão

Psicólogos atuam na MaréMoradores das comunidades têm atendimento psicológico gratuito

CRISTIANE BARBALHO

Moradores da Maré que possu-am necessidades de atendi-mento psicológico podem

contar com duas opções de tratamento.O projeto “Digaí Maré”, na Nova Holan-da, oferece atendimento psicanalíticogratuito. Já o Centro de Referência daMulher (CRM), na Vila do João, ofereceatendimento psicológico para mulheresque sofreram violência doméstica.

Para a psicanalista Andréia Reis, doDigaí Maré, a psicanálise é uma ferra-menta muito poderosa contra o sofri-mento, o mal estar e a angustia. O trata-mento é realizado através da fala. Quan-do uma mulher é violentada pelo parcei-ro, por exemplo, tem dificuldade de ex-pressar o que está sentindo. Neste caso,o apoio de um analista é fundamental.Com a ajuda psicológica, as pessoas sãoestimuladas a voltar ao trabalho, a estu-dar, a lidar com os filhos e com o compa-nheiro, no caso das mulheres.

A psicóloga do CRM, LucianaKinijink, diz que as mulheres atendidasestão em situação de fragilidade e sevalorizam pouco. O Centro de Referên-cia oferece também serviço social e ju-rídico, quando necessário. O projetoexiste desde de 2005 e tem o apoio daUFRJ.

O endereço do Centro de Referênciada Mulher é Rua 17, Vila do João s/n°,mesmo terreno do posto de saúde. O fun-

cionamento é das 8h às 17h, de segundaà sexta. As consultas podem ser marcadaspelo telefone 3104-9896.

O projeto “Digaí Maré” inaugurou nodia 11 de novembro de 2006 sua nova sede

na Rua Sofia Azevedo 50, Nova Holanda,próximo ao Ceasm. O atendimento é gra-tuito. As pessoas que quiserem participardo projeto podem comparecer toda quar-ta-feira, às 10h, na nova sede.

COMO VOVÓ JÁ DIZIA

Previna as pias entupidas:

Pia de cozinha entupida com gordura étriste. Ajeita daqui, tenta dali e nada da á-gua ir embora. A melhor coisa é impedir queisso aconteça. Todos os dias, assim que ter-minar de lavar a louça, acostume-se a derra-mar no ralo um pouco de detergente ou sa-bão em pó e uma boa quantidade de sabãoquente. Outra providência é nunca jogar nolixo o pó do café usado. Despeje-o na pia eele ajudará a levar a gordura embora.

Lave sempre a vela do filtro:

A vela do filtro não destrói os germesda água, faz apenas com que eles fiquemretidos. Por isso, quando não é lavadaconstantemente, os micróbios e as impu-rezas se acumulam na sua superfície e,dentro de algum tempo, se torna total-mente ineficiente a filtração.

Fonte: Folhinha do Sagrado Cora-ção de Jesus, Editora Vozes.

Dicas de limpeza

Maria José é uma das funcionárias do CRM que trabalha no atendimento as pacientes

SAÚDE

20 O Cidadão

Delícia de abacaxiTia Lita, do Parque Maré, dá receita refrescante para o Verão

SABOR DA MARÉ

Bailarina da Maré no BolshoiJordana, moradora da Nova Holanda, foi para Escola de Balé em Joinville, Santa Catarina

FOTO

DE C

RISTI

ANE BARBALH

O

Jordana Moreira dos Santos,17 anos, moradora da NovaHolanda, é a nova bailarina da esco-

la do famoso Balé do Teatro Bolshoi. Ela é ex-aluna da Vila Olímpica da Maré. Jordanapassou por duas etapas e concor-reu com 57 mil candidatos. Apro-vada teve que mudar a vida e aresidência. Hoje, vive em Joinville,Santa Catarina, onde fica a sedeBolshoi, no Brasil. A bailari-na mareense estudará lápor três anos.

S e g u n d oJordana, o seu interes-

se pelo balé começou há mais oumenos seis anos, mas freqüenta àsaulas desde pequena.

Jordana aponta os maiores proble-mas que encontrou durante a sua ca-minhada pela arte da dança. “A maiordificuldade para mim era a distância, por-que nenhum lugar que eu fazia balé eraperto de casa. Também sempre encon-trei dificuldades em guardar as coisas,os passos, por exemplo. De um tempopra cá foi que consegui gravar melhor”.

Jordana sempre teve uma vida agita-da e conciliava os ensaios de balé comos estudos. “Tinha aulas de balé de do-mingo a domingo, de segunda à sexta

no Li-ceu, e

sábado edomingona VilaOlímpica

da Maré.Terminei o

ensino mé-dio”. Além dis-

to, a bailarinaconciliava suas

atividades com cur-so de pré-vestibular

no Ceasm. Outra metadela é estudar Jornalismo.

Para Jordana, o que elaaprende nas aulas de balé

serve também para o dia-a-dia.“O balé é mais que uma forma

cultural, você aprende a ter dis-ciplina, concentração, que sãocoisas que você não usa só nobalé, mas na vida. O balé me ensi-nou que não devemos ficar espe-rando as coisas acontecerem, masque temos que correr atrás doque queremos”.

O primeiro ano da bailarinaJordana no Bolshoi já está ga-rantido. A Ação da Cidadania eo Infoglobo, através do cader-no Razão Social, projeto que

financia ações culturais, estão custe-ando a permanência da jovem na com-panhia com uma bolsa auxílio de milreais.

Ingredientes:1 lata de leite condensado3 ovos1 abacaxi1 lata de creme de leite1 lata de leite de vaca1 colher de maisena4 colheres de açúcarCreme amarelo

Modo de Preparo:Levar a lata de leite condensado ao fogo

com as 3 gemas, 1 medida da lata com leitede vaca e 1 colher de maisena. Mexer emfogo brando até que vire um creme. Reser-ve.Creme bancoBater as 3 claras em neve, adicionar 1 lata decreme de leite e 2 colheres de sopa de açú-car. Mexer até que fique homogêneo. Reser-ve.AbacaxiCortar o abacaxi em cubinhos, adicionar 2colheres de açúcar e levar ao fogo com meio

copo de água até ferver. Tire os cubinhosde abacaxi da calda que se formou. Reserve.Montagem por camadasPrimeira camada de creme amarelo, segun-da com cubinhos de abacaxi sem a calda eterceira com o creme branco. Levar a gela-deira por três horas.

O BolshoiO Teatro Bolshoi, que significa

grande em Russo, é o maior símbo-lo da dança no mundo. Localizadoem Moscou, na Rússia, o Teatronasceu de um orfanato criado em1773, que se tornou Escola Coreo-gráfica de Moscou. Dela surgiu aCompanhia de Dança e, mais tarde,o Teatro Bolshoi. Os primeiros alu-nos foram crianças carentes e ser-vos. A Organização das NaçõesUnidas, ONU, tombou a sede doTeatro Bolshoi como PatrimônioArquitetônico e Cultural da Huma-nidade.

Hoje o teatro conta com mais de2500 funcionários, sendo 250 artis-tas de balé, 120 de ópera, 262 músi-cos da orquestra. Além disso, con-serva um coral adulto e outro in-fantil e um conjunto de mímica.Mantêm em cartaz 25 espetáculosde ópera e 25 de balé. Anualmente,mais de 280 funções são dadas nopalco do teatro, cuja platéia com-porta mais de 2.000 espectadores.

Jordana é uma dasselecionadas para aúnica escola doBalé Bolshoi fora daRússia

RENATA SOUZA

Tia Lita posa com a delícia de abacaxi

ESPORTES

21O Cidadão

ReciclasomMateriais reciclados virammúsica

CRISTIANE BARBALHO

m novo som surge na Maré. Ogrupo Reciclasom, formado porjovens da comunidade, traz como

grande novidade a elaboração de seus pró-prios instrumentos, inclusive com materi-ais reciclados. A oficina começou em abrilde 2005 e possui dois instrutores. Um de-les é Reinaldo Gaia, 25 anos. “A idéia dereciclagem é ótima porque aproveitamosmuitas coisas, diminuímos os custos. Asvezes os projetos não vingam por causado orçamento alto”, afirma.

“O processo de construção dos ins-trumentos é muito legal”, diz FernandaFrança, 20 anos, aluna do projeto há umano. “Sinto um orgulho imenso, ainda maisporque as pessoas não acreditam que deuma garrafa PET pode sair algum instru-mento e a gente acaba conseguindo pro-var isso”, afirma.

Taissa Machado, 27 anos, também ins-trutora da oficina, revela as ambições do gru-

po: “Pretendemos nos apresentar em outroslugares. E ainda que o projeto um dia aca-be, se os alunos quiserem, procuraremos ou-tro lugar para ensaiar. Assim, continuaremostrabalhando e nos apresentando”. Gaia dizque o maior objetivo do grupo não é formarmúsicos, mas fazer com que os alunos seenvolvam, buscando a união.

O grupo já compôs seis músicas. Se-gundo Rachel Marini, 20 anos, todos par-ticipam do processo de escolha e criação

A rua dos problemasMoradores da Rua Paraibuna reclamam do abandono

CRISTIANE BARBALHO

ARua Paraibuna, localizada na co-munidade Baixa do Sapateiro,apesar de pequena, possui gran-

des dificuldades. Os moradores reclamam dafalta de água, saneamento básico e asfalto.A água chega a faltar cerca de três dias, oscanos estão estourados e a rua está todaesburacada. Os moradores dizem que o lo-cal foi esquecido.

Maria de Lurdes Vieira, 50 anos, fala dealgumas dificuldades. “Quando chove, to-das estas casas ficam inundadas. Tem casasque alagam tanto que os moradores são obri-gados a sair. Além disso, tem semana queficamos dois a três dias sem água. Tentamosestocar água até que o abastecimento volteao normal”, conta.

Jacó João de Lima, 44 anos, possui umaempresa na rua Paraibuna, há 16 anos, e re-clama da falta de saneamento básico. “O ala-gamento ocorre por causa do esgoto, que étotalmente precário”, afirma.

Morador do local há 32 anos, Flavio deAraújo, 39 anos, está indignado com a situ-ação da rua. “Quando chove, aqui vira umlamaçal. Quando faz sol, fica uma poeira só.É necessário um asfalto para acabar comessa sujeira. Esta rua foi esquecida”, diz.

O CIDADÃO conversou com o presi-

dente da Associação de Moradores da Baixado Sapateiro, Charles Gonçalves, 48 anos.“Tenho conhecimento dos problemas e es-tou tomando providências. Fui à Cedae paraver saneamento básico e água. Eles me dis-seram que estão dispostos a ajudar, mas es-tão sem recursos no momento”, conclui.

Ensaio do grupo Reciclasom na Casa de Cultura da Maré

U

das músicas. “Um ou outro cria o ritmo e ogrupo todo vai seguindo. A nossa relaçãoé boa. Sempre decidimos em conjunto”,diz. O grupo aceita convites para apresen-tações, cobrando apenas o transporte.

O Reciclasom se reúne todasas segundas e quartas-feiras na Casa deCultura da Maré, das 16h às 18h. A Casade Cultura fica na Rua Guilherme Maxwell,26, em frente ao Sesi. Informações pelo te-lefone 3868-6748.

Lama e poças d`água fazem parte do cotidiano dos moradores da Rua Paraibuna

MARÉ MUSICAL

22 O Cidadão

ErrataNa edição anterior, de número 45,

erramos ao identificar na página 9, namatéria Oficinas de Dança, a legendada foto como alunos do curso de dan-ça. Na realidade, a foto é do grupo deteatro do Ceasm.

Meu coração se apaixona pelos meninosViolo a lua como violo teu diárioTeus segredos são mutantesNosso amor, uma controvérsia de informa-ções.Não sei...sou vocêVocê...metade de mim.Na minha cabeça não existe o pararMas meu coração parece parar o tempoOnde meninos e meninas brincamComo o entardecer de um novo dia.Apaixono-me todos os diasÉ um susto atrás do outroComo renovação de alma e de encantos.Você me seduz em um novo tempoMisturamos passado, presente e futuro.Mas meu momento é agora, hoje...Já!A minha vida é um trampolim

O Cidadão utilidade

públicaAqui no Salsa e Merengue quando

chove é uma dor de cabeça. Quando es-goto enche e invade nossas casas, dei-xando cheiro de fezes na rua e no quintal.Isso acarreta gastos com remédios, poisas crianças ficam com doenças de pele, eprejuízos aos móveis. Já fui na Prefeitura,mas não obtive solução.

Declai LindolfoSalsa e Merengue

O presidente da Associação de Moradores(Comovipi), Gelson Luiz, 35 anos, disse queisto ocorre porque a tubulação é pequenapara suportar tantas residências. Contudoacha difícil quebrarem tudo e refazerem.Confessa que já procurou respostas, junto aoestado e prefeitura, com ofícios.A Cedae Maré comunicou por intermédio doauxiliar de escritório Vilmar Gomes, 42 anos,que em 2007 haverá um projeto para toda aMaré. Com pequenas obras, o problema serásolucionado. Mas prometeu fazer uma visita aolocal. E destacou a importância de quem tiverproblema com esgoto, ligar para Cedae Maré,no telefone 2270-5286.

As cartas ou sugestões para o jornal devem ser encaminhadas para o Centrode Estudos e Ações Solidárias da Maré - Jornal O Cidadão (Praça dos Caetés,7, Morro do Timbau, Rio de Janeiro, RJ. CEP: 21042-050)

CARTASNas garrasda memória

Eu gosto disso, mas você se assusta.Você é o Pai, eu sou a Filha.Somos diferentes como meninos e meni-nasQue constroem castelos e se tornamPríncipes e princesas nas historias infan-tis.

Leticia Maria da C. R. GomesParque Maré

A Maré criou e conquistou sua história,um legado que se deixou realizar.Caminhamos anos a fio na conquistade um bairro.De um novo começo na história dashistórias.Lembrei do “bota fora”, de Pereira Pas-sos e suas inovações.Caminhamos... Caminhamos sobrepalafitas muitas vezes sem sonho,muitas vezes sem esperança.Invadiram muitas vezes nosso peque-no espaço,nossos sonhos ficaram no chão.Abrimos os braços e recebemos oscompanheiros de jornada,os grandes parceiros do mesmo sonhoe chegamos até aqui.Já fizemos de tudo um pouco:Fomos páginas de revistas,entrevistamos e fomos entrevistadospor jornalistas e estudantes.Criamos projetos, projetamos a imagemda Maréem todos os meios de comunicação.Recriamos nossas palafitas num Palá-cio silencioso,fomos motivos de seminários, chega-mos até no Big Brother Brasil.A Maré é assim... Um sonho e uma re-alidade.Um começo constante, um projeto devida que se lança a todosque buscam não apenas uma realiza-ção pessoal,mas uma mensagem que constrói his-tóriae navega sobre a poesia de cada mora-dor,de cada jovem que busca a liberdadede poder se expressaro tempo que constrói e reconstrói asua memória.

Admilson Rodrigues GomesParque Maré

Meninos & meninas

Rádio ComunitáriaVenho por meio desta mostrar o nos-

so projeto de rádio comunitária que jáexiste há dois anos no morro do Timbau,próximo ao Ceasm. Temos o privilégiode ser a rádio mais ouvida no Complexoda Maré, recebendo cerca de cinqüentaligações por dia. São moradores das 16comunidades falando entre si através darádio, oferecendo músicas, achados eperdidos, empregos e espaços paraprojetos culturais na Maré. Há ainda adivulgação de eventos da Lona CulturalHebert Viana, que é um espaço para no-vos talentos da comunidade. Enfim, umprojeto voltado para a comunidade daMaré. Gostaríamos de nos fortalecer ain-da mais buscando uma parceria com ojornal O Cidadão ou até mesmo com oCeasm.

DivanDiretor de Programação

Caro Divan, O Cidadão está de portasabertas para recebê-lo. Faça uma visita anossa redação, que fica no Ceasm doTimbau e conversaremos. Se preferir ligar,o telefone é 3868-4007.

PÁGINA DE RASCUNHO

23O Cidadão

PiadasPiadasPapagaios Um cidadão desejava comprarum papagaio, foi a uma loja quetinha três. O vendedor ofereceu o primei-ro a mil reais. Já que tocava gaita. Depois o segundo por dois milreais. Pois tocava flauta. E por último comentou sobre opapagaio que não fazia nada, mascustava três mil reais. O cliente não enten-deu e pediu explicação. E logo veio a resposta.Que ele era caro assim,porque era chamadopelos outros dois, demaestro.

Bêbado O bêbadochega em casa na pontados pés para não acordara mulher. Entra no quarto, tira aroupa inteiramente e entraembaixo do cobertor.

Após algumas horas de sonoatribulado, acorda novamente comvontade de beber. Observando a mulher ao ladoe achando que ela está dormindo,sai silenciosamente da cama e seveste atrapalhado e rapidamente,

preparando-se para sair. Quando está abrindo a

porta, a mulher ointerpela:

- Vai sair de novo,super-homem? Ele, lisonjeado, retruca:

- Que é isso mulher, estácerto que sou forte, mas nemtanto, né? - Não é isso, é que fora

ele, você é o único que euconheço que coloca a cuecapor cima da calça.

Jogo dos 8 Erros

Ligue eanuncie!

3868-4007

A Memória vaià Brasília

Prezado(a) leitor(a), a equipe do Museu da Maré desejacompartilhar com a comunidade mareense a alegria portestemunhar a importância do trabalho de Registrar, Pre-

servar e Divulgar a Memória das nossas comunidades e do seuentorno.

Como se não bastasse o reconhecimento dos moradores, oGoverno Federal, através do Ministério da Cultura, no dia 08 demaio de 2006 agraciou o desenvolvimento do nosso trabalho emrelação à Memória da Maré, com a entrega da Ordem do MéritoCultural diretamente das mãos do Presidente da República, LuizInácio Lula da Silva.

A Ordem do Mérito Cultural foi instituída pelo Ministério daCultura, em 1995 e seu objetivo é tornar público o empenho decidadãos e cidadãs que, de maneira significativa, destacaram-sena prestação de serviços à Cultura Brasileira. É considerada umadas mais importantes celebrações em legitimação e reconheci-mento às ações culturais desenvolvidas no país. Junto com oMuseu foram também homenageadas mais 40 personalidades,como o nosso querido músico Sivuca, que infelizmente faleceuem 14/12/2006. Além dele, Mestre Verequeti; a atriz Laura Cardo-so; a Banda de Pífanos de Caruaru, Grupo Corpo, Racionais MC’s;Dona Teté Cacuriá; Mário Pedrosa, Mário de Andrade e SantosDumont (esses três últimos in memoriam).

O que nos deixou mais feliz, foi a oportunidade de levar àcerimônia quase toda a equipe que atua diretamente no Museu eum morador que a equipe convidou para testemunhar esse even-to tão importante para a Maré. Sr. Atanásio, o morador convida-do, ficou muito feliz com o convite à oportunidade de conhecerpessoalmente um pouquinho da Capital do País. A entrega daOrdem, que ocorreu no Palácio do Planalto, o jantar oferecido aoshomenageados, foram momentos inesquecíveis. O Sr. Atanásio

dizia durante o jantar “A Maré recebeu esse prêmio por causa dacoragem e da vontade de vocês em divulgar a nossa história,como começou e como se desenvolveram as comunidades daMaré”. De fato o Sr. Atanásio tem razão: o Museu da Maré, divul-ga a História e a Memória do bairro. No entanto, é preciso divulgá-la ainda mais. A conscientização cidadã, passa pelo conhecimen-to territorial e social do lugar onde vivemos.

Chegando ao final do ano, o Museu da Maré é surpreendidocom uma última homenagem de 2006: o Departamento de Museu eCentros Culturais do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional) convidou o Museu para receber uma homena-gem no Cine Teatro do Museu Nacional de Belas Artes, no Centrodo Rio, pela contribuição para os museu e à museologia brasileirano Ano Nacional dos Museus - 2006.

Recebemos a homenagem das mãos do Ministro da CulturaGilberto Gil, e com muita alegria vimos o Museu da Maré ser reco-nhecido pelo seu trabalho, por toda a comunidade museológicabrasileira, o que nos motiva e nos coloca a grande responsabilida-de para continuar desenvolvendo as atividades do Museu.

O Museu foi inaugurado em 08/05/2006, mas o amigo(a) leitor(a)é testemunha que a Rede Memória da Maré vem atuando desde1998, na construção desse projeto de cidadania que passa pelapreservação e divulgação da memória do nosso bairro.

As homenagens e os prêmios são importantes para o Museuda Maré, mas o trabalho depende de que você, mareense, partici-pe. Consulte o nosso arquivo, pesquise em sua casa e com seusvizinhos, fotografias realizadas na Maré e objetos antigos quepossam ser doados, visite o Museu participando dos encontrosdo Fórum Museu da Maré. Para nós, a sua participação é o maisimportante.

Para 2007, estamos organizando algumas matérias, utilizando anossa pesquisa de História Oral, junto aos moradores mais antigos. Éa nossa história, contada por quem na Maré chegou, que contribuiuno processo de ocupação e desenvolvimento do nosso bairro.

Caro leitor, este espaço do CIDADÃO é seu. Conte sua história para que elaseja publicada aqui. Pergunte o que você gostaria de saber sobre a história daMaré e da cidade do Rio de Janeiro, e nós responderemos. Envie sua histó-ria, perguntas e sugestões para a Rede Memória nos endereços: Morro doTimbau (Pç. dos Caetés, nº 7. Tels.: 2561-4604; 2561-3946); Nova Holanda(R. Sargento Silva Nunes, 1012. Tel.: 2561-4965); Casa de Cultura (Av.Guilherme Maxwell, 26, em frente ao SESI. Tel.: 3868-6748). Se você tiverfacilidade de acesso à internet, envie sua colaboração para os seguintesendereços eletrônicos: [email protected] ou [email protected] Museu recebe homeganem do Iphan no Museu Nacional de Belas Artes

REDE MEMÓRIA DA MARÉ

A Rede Memória entrega camisa do projeto ao presidente no Palácio do Planalto