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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ VERIFICAÇÃO DO PROJETO DO SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO DO TURRET DE UM NAVIO DE ARMAZENAMENTO E TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO Pedro Carvalho Behnken Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheira Mecânica. Orientador: Reinaldo De Falco. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL ABRIL DE 2014

verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

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Page 1: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

VERIFICAÇÃO DO PROJETO DO SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO DO TURRET DE UM

NAVIO DE ARMAZENAMENTO E TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO

Pedro Carvalho Behnken

Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheira Mecânica. Orientador: Reinaldo De Falco.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

ABRIL DE 2014

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II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

VERIFICAÇÃO DO PROJETO DO SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO DO TURRET DE UM NAVIO

DE ARMAZENAMENTO E TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO

Pedro Carvalho Behnken

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO

PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA

MECÂNICA.

Examinada por:

________________________________________________ Prof. Reinaldo de Falco (Orientador)

________________________________________________ Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, Ph.D.

________________________________________________ Prof. Daniel Onofre de Almeida Cruz, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

ABRIL de 2014

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III

Behnken, Pedro Carvalho

Verificação do projeto do sistema de combate a incêndio

do Turret de um navio de armazenamento e transferência de

óleo/Pedro Carvalho Behnken - Rio de Janeiro: UFRJ/ESCOLA

POLITÉCNICA, 2014.

VII, 90 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Reinaldo de Falco

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Mecânica, 2014.

Referências Bibliográficas: p. 88.

1. Bomba centrífuga. 2. Altura manométrica. 3. Curva

característica do sistema. 4. Sistema de Combate a incêndio em

navios de armazenamento de óleo. I. De Falco, Reinaldo. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia

Mecânica. III. Verificação do projeto do sistema de combate a

incêndio do Turret de um navio de armazenamento e transferência

de óleo.

Page 4: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

IV

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do Turret de um navio de

armazenamento e transferência de óleo.

Pedro Carvalho Behnken

Abril/2014

Orientador: Reinaldo De Falco

Curso: Engenharia Mecânica

Este projeto final de curso apresenta a verificação do projeto do sistema de combate a

incêndio do Turret do navio de armazenamento e transferência de óleo FSO UOTE 1, que

opera na região do pré-sal. Para tal serão recriados todos os cálculos feitos na etapa de projeto

da embarcação, acompanhados de uma avaliação dos resultados obtidos. A conformidade com

as normas reguladoras internacionais será verificada, assim como o atendimento dos

parâmetros desejados para o sistema. Por fim, serão feitas sugestões que visam à melhoria de

pontos passíveis de alterações, resultando em uma proposta de um novo projeto de combate

a incêndio para o Turret da embarcação que será então calculado.

Palavras-chave: Sistema de combate a incêndio, bomba centrífuga, plataforma de

armazenamento e transferência.

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V

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Mechanical Engineer.

Analysis of the Fire-fighting system designs for the Turret-Mooring equipment of a

floating storage and offloading platform.

Pedro Carvalho Behnken

April/2014

Advisor: Reinaldo De Falco

Course: Mechanical Engineering

This paper presents an analysis of the fire-fighting system for the turret-mooring equiment of

the floating storage and offloading platform UOTE 1, operating at the moment on the pre-salt

basin in Rio de Janeiro, Brazil. Initially, all the original calculations for the fire-fighting system

done during the project of the vessel will be presented along with an evaluation of the results.

On a second phase, the conformity with the regulation rules will be checked, as well as the

achievement of the parameters needed. At last, possible modifications on the initial project

will be suggested, resulting in a new design for the fire-fighting line.

Keywords: Fire-fighting system, centrifugal pump, floating storage and offloading platform

Page 6: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

VI

Sumário

Capítulo 1 – Introdução --------------------------------------------------------------------------------------- 1

Capítulo 2 - Objetivo do trabalho -------------------------------------------------------------------------- 5

Capítulo 3 - Conceitos básicos de mecânica dos fluidos e bombas centrífugas ---------------- 7

3.1 - Princípio de funcionamento da bomba centrífuga ---------------------------------------------- 7

3.2 – Classificação do escoamento----------------------------------------------------------------------- 10

3.2.1 - Escoamento laminar e turbulento -------------------------------------------------------------- 10

3.2.2 - O número de Reynolds ---------------------------------------------------------------------------- 12

3.3 Perda de carga ------------------------------------------------------------------------------------------- 13

3.3.1 Coeficiente de atrito --------------------------------------------------------------------------------- 13

3.4 - Perda de carga normal ------------------------------------------------------------------------------- 17

3.4.1 - Perda de carga normal em regime laminar --------------------------------------------------- 17

3.4.2 Perda de carga normal em regime turbulento ------------------------------------------------ 19

3.5 Perda de carga localizada ----------------------------------------------------------------------------- 19

3.5.1 O método direto -------------------------------------------------------------------------------------- 19

3.5.2 O método do comprimento equivalente -------------------------------------------------------- 22

3.6 Perda de carga total do sistema --------------------------------------------------------------------- 24

3.7 Altura manométrica do sistema --------------------------------------------------------------------- 24

3.7.1 Teorema de Bernoulli -------------------------------------------------------------------------------- 24

3.7.2 Altura manométrica de sucção -------------------------------------------------------------------- 26

3.7.3 Altura manométrica de descarga ----------------------------------------------------------------- 28

3.7.4 Altura manométrica total --------------------------------------------------------------------------- 29

3.8 Curva característica do sistema ---------------------------------------------------------------------- 30

3.9 Carga da bomba e curva head x vazão ------------------------------------------------------------- 32

3.10 Curva rendimento total x vazão -------------------------------------------------------------------- 34

3.11 Curva potência absorvida x vazão ----------------------------------------------------------------- 36

3.12 Apresentação das curvas características de bombas ----------------------------------------- 38

3.13 O problema da cavitação ---------------------------------------------------------------------------- 38

3.13.1 NPSH requerido e disponível --------------------------------------------------------------------- 39

3.14 Ponto de operação do sistema --------------------------------------------------------------------- 41

Capítulo 4 – Sistema de combate a incêndio em navios plataforma ---------------------------- 43

4.1 Modos de combate a incêndio em navios plataforma ----------------------------------------- 44

4.2 Funcionamento do sistema de combate a incêndio em plataformas ---------------------- 45

Page 7: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

VII

4.3 Normas de segurança ---------------------------------------------------------------------------------- 47

Capítulo 5 – O projeto original ---------------------------------------------------------------------------- 49

5.1 Área a ser protegida ------------------------------------------------------------------------------------ 49

5.2 Vazão exigida pelas normas -------------------------------------------------------------------------- 49

5.3 Vazão total do sistema --------------------------------------------------------------------------------- 50

5.4 Cálculo da velocidade na descarga ------------------------------------------------------------------ 50

5.5 Cálculo do número de Reynolds --------------------------------------------------------------------- 52

5.6 Cálculo do coeficiente de atrito na descarga ----------------------------------------------------- 53

5.7 Perda de carga normal --------------------------------------------------------------------------------- 53

5.8 Perda de carga localizada ----------------------------------------------------------------------------- 54

5.9 Perda de carga total na descarga -------------------------------------------------------------------- 56

5.10 Altura do reservatório de descarga --------------------------------------------------------------- 56

5.11 Altura manométrica total do sistema ------------------------------------------------------------ 57

5.12 A curva do sistema ------------------------------------------------------------------------------------ 58

5.13 Seleção da bomba ------------------------------------------------------------------------------------- 59

5.14 Ponto de operação do sistema --------------------------------------------------------------------- 61

5.15 Comentários -------------------------------------------------------------------------------------------- 62

Capítulo 6 – Projeto alterado ----------------------------------------------------------------------------- 64

6.1 Área a ser protegida ------------------------------------------------------------------------------------ 64

6.2 Vazão do sistema ---------------------------------------------------------------------------------------- 65

6.3 Dados da linha de sucção ----------------------------------------------------------------------------- 66

6.4 Velocidade na sucção ---------------------------------------------------------------------------------- 67

6.5 Número de Reynolds na sucção --------------------------------------------------------------------- 67

6.6 Coeficiente de atrito na sucção ---------------------------------------------------------------------- 67

6.7 Perda de carga normal na sucção ------------------------------------------------------------------- 68

6.8 Perda de carga localizada na sucção---------------------------------------------------------------- 68

6.9 Perda de carga total na sucção ---------------------------------------------------------------------- 68

6.10 Altura do reservatório de sucção ------------------------------------------------------------------ 69

6.11 Pressão do reservatório de sucção ---------------------------------------------------------------- 69

6.12 Altura manométrica de sucção --------------------------------------------------------------------- 70

6.13 Modificações na linha de descarga ---------------------------------------------------------------- 70

6.14 Velocidade na linha de descarga ------------------------------------------------------------------- 71

6.15 Número de Reynolds --------------------------------------------------------------------------------- 72

6.16 Coeficiente de atrito ---------------------------------------------------------------------------------- 72

Page 8: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

VIII

6.17 Perda de carga normal na descarga --------------------------------------------------------------- 72

6.18 Perda de carga localizada na descarga ----------------------------------------------------------- 73

6.19 Perda de carga total da descarga ------------------------------------------------------------------ 74

6.20 Altura manométrica de descarga ------------------------------------------------------------------ 74

6.21 Altura manométrica total do sistema ------------------------------------------------------------ 75

6.22 Curva do sistema -------------------------------------------------------------------------------------- 75

6.23 Novo ponto de operação ---------------------------------------------------------------------------- 76

6.24 Risco de cavitação ------------------------------------------------------------------------------------- 77

6.25 Análise da eficiência da bomba -------------------------------------------------------------------- 79

6.26 Comentários -------------------------------------------------------------------------------------------- 80

Capítulo 7 – Seleção da nova bomba -------------------------------------------------------------------- 81

7.1 Considerações gerais ----------------------------------------------------------------------------------- 81

7.2 A nova bomba selecionada --------------------------------------------------------------------------- 81

7.3 Ponto de operação -------------------------------------------------------------------------------------- 83

7.4 Análise da eficiência ------------------------------------------------------------------------------------ 84

7.5 Risco de cavitação --------------------------------------------------------------------------------------- 84

Capítulo 8 – Conclusão -------------------------------------------------------------------------------------- 86

Capítulo 9 - Referências bibliográficas ------------------------------------------------------------------ 88

Capítulo 10 – Anexos ---------------------------------------------------------------------------------------- 89

Anexo A – Arranjo geral da embarcação --------------------------------------------------------------- 89

Anexo B – Sistema de água do mar e espuma para o combate a incêndio -------------------- 90

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1

Capítulo 1 – Introdução

A empresa Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS), visando dar suporte e

possibilitar o desenvolvimento da exploração de petróleo na região do pré-sal, deu

inicio no ano de 2012 a implantação da unidade offshore de transferência e exportação

(UOTE). O objetivo desta unidade é possibilitar o transporte do óleo produzido pela

empresa diretamente para o seu destino, seja este uma refinaria em solo brasileiro ou

a exportação, sem ser necessário o transbordo do óleo em terminais em terra. A

unidade funcionará como um centro de distribuição em alto mar para todo o petróleo

extraído da região do pré-sal, no norte do estado do Rio de Janeiro.

A peça inicial e mais importante para a implantação da UOTE é a construção

do navio para armazenamento e descarga de óleo (Floating Storage and Offloading –

FSO) chamado de FSO UOTE 1, que é o tema desta projeto. Este navio era

originalmente um navio tanque com capacidade de armazenamento de 339.000

metros cúbicos que foi convertido para uma unidade de armazenamento e descarga

de óleo no final de 2013 e já está em operação em uma região localizada a 80 km da

cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro.

Um navio tipo FSO tem o papel de coletar todo o óleo produzido por uma

plataforma produtora de petróleo durante sua operação e armazená-lo. O óleo é

retirado do poço pela embarcação de produção e depois enviado para a FSO, onde é

guardado até a chegada de um navio tanque, que fará o transporte para uma refinaria,

ou até este óleo ser escoado através de um oleoduto.

Figura 1 – Esquema de um navio FSO em operação

Page 10: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

2

Existem diferentes métodos para se conectar o navio de armazenamento e

descarga ao sistema de produção. Na figura acima a conexão foi feita através do

Pipeline End Manifold (PLEM), equipamento que se destina a diminuir a quantidade de

tubulações flexíveis (Riser) que são conectadas aos navios e plataformas em

operação.

Como todas as embarcações envolvidas na exploração de petróleo offshore

estão sujeitas às condições do tempo e do mar, o movimento dos navios é inevitável, o

que torna a operação mais perigosa. Tanto o movimento vertical do navio devido às

oscilações da água como a translação das embarcações deve ser evitado, de modo a

aumentar a segurança do processo. Para tal, a conexão das tubulações flexíveis com

as embarcações é feita utilizando-se equipamentos chamados de Turret.

O Turret permite que a embarcação gire ao redor dos cabos de ancoragem

mesmo que esta esteja conectada aos dutos flexíveis, pelos quais está recebendo o

petróleo extraído. O equipamento é responsável por fazer a conexão de todos os

dutos que chagam ao navio assim como dos cabos de ancoragem e permite um grau

de liberdade entre o conjunto e o resto da embarcação.

Através do uso do Turret, o navio pode se posicionar de modo a minimizar o

impacto das correntes e ondas contra seu costado, tornando toda a operação mais

estável. Isto é feito sem torcer ou exercer esforços sobre a tubulação contendo óleo,

que não pode sofrer nenhum dano. Este sistema de recebimento das linhas pode ser

construído internamente ou externamente ao navio.

Turret interno

Este tipo de Turret permite que um número elevado de Risers seja conectado à

embarcação, podendo ultrapassar uma centena de dutos. Além disso, é adequado

para aplicações em condições de mar extremas e com profundidades entre 100 e

10.000 pés, entre 30 e 3.000 metros. O preço do equipamento é bastante alto e a

instalação demorada.

Page 11: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

3

Figura 2 – Turret interno em uma embarcação

Turret exteno

O navio tema do projeto utiliza este tipo de equipamento, que permite a

operação em condições moderadas ou extremas. Esta classe de Turret tem um custo

baixo em comparação com o equipamento interno e pode ser instalado rapidamente,

já que é adicionado ao costado e não exige mudanças internas na embarcação.

Figura 3 – Turret externo à embarcação

Page 12: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

4

Como toda vazão de óleo que chaga até o navio é recebida pelo Turret,

qualquer foco de incêndio nesta região é de extremo risco. Por conta disso, o sistema

de combate a incêndio recebe uma atenção especial. Este trabalho de conclusão de

curso se dedica a explicar todo o projeto original da linha de combate a incêndio do

Turret da embarcação FSO UOTE 1, assim como propor um novo projeto, melhorando

alguns pontos do projeto original.

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Capítulo 2 - Objetivo do trabalho

Este trabalho tem como objetivo reproduzir os cálculos originais para o sistema

de combate a incêndio do Turret do navio FSO UOTE 1, além de apresentar uma nova

proposta de projeto modificando pontos passíveis de alteração no projeto original.

Figura 4 – FSO UOTE 1

Para a realização deste objetivo de maneira clara e que possibilite a fácil

compreensão por parte dos leitores, foi feito primeiramente uma introdução à teoria

utilizada no decorrer do projeto. No capítulo 3 são explicados os conceitos relativos ao

funcionamento de bombas centrífugas e à mecânica dos fluidos, visando somente à

aplicação em bombas. Esta introdução se mostra essencial para o completo

entendimento do sistema analisado e dos resultados encontrados.

O uso de anéis e bombas para combate a incêndio em embarcações atuantes

na indústria de exploração de petróleo possui suas particularidades. Normas nacionais

e internacionais regulamentam o setor e a explicação das exigências feitas por essas

ficou a cargo do capítulo quatro.

Com todo o fundamento necessário para a efetiva análise do problema, o

projeto pode ser abordado. A primeira etapa foi uma análise do projeto original feito

Page 14: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

6

pela empresa contratada OMNI Offshore Terminals. Todos os cálculos realizados pela

empresa projetista da embarcação são apresentados no capítulo cinco,

acompanhados de explicações.

As melhorias propostas foram abordadas no capítulo seis. O projeto foi

inteiramente recalculado, corrigindo erros presentes no cálculo original e incluindo

mudanças que visam tornar o sistema de combate a incêndio mais eficiente. Cada

passo adotado nesta etapa está também acompanhado de uma detalhada explicação.

Após as alterações feitas no projeto, as características deste não foram

mantidas. Desta forma, o ponto de operação da bomba originalmente selecionada não

foi mais satisfatório. Os critérios e parâmetros para a escolha da nova bomba que

melhor se adequa às condições do novo sistema foram apresentados no capítulo sete.

A avaliação do projeto original feita pela empresa contratada ficou a cargo do

capítulo oito. Este faz uma avaliação crítica do projeto como um todo, analisa os

parâmetros e hipóteses assumidas e faz comentários sobre os critérios adotados.

Também neste capítulo é feita a conclusão e fechamento do trabalho, assim como são

apresentados os ensinamentos trazidos por ele.

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7

Capítulo 3 - Conceitos básicos de mecânica dos fluidos e

bombas centrífugas

3.1 - Princípio de funcionamento da bomba centrífuga

O objetivo geral de uma bomba é ceder energia ao líquido de modo a aumentar

sua pressão mantendo a velocidade aproximadamente constante. Uma vez que o

aumento da velocidade implicaria em um aumento da perda de carga do escoamento,

este deve ser evitado. A forma como a bomba gera o aumento de pressão é o que

diferencia os diferentes tipos de bombas.

Os sistemas de combate a incêndio em embarcações, foco deste estudo,

operam em sua maioria absoluta com bombas dinâmicas do tipo centrífugas. Sendo

assim, somente o princípio de funcionamento desta classe de bombas será explicado

de modo a facilitar a entendimento da análise feita no restante do trabalho.

O funcionamento de bombas centrífugas pode ser dividido em três etapas

distintas:

A primeira etapa consiste no fornecimento constante de líquido para a bomba.

Nesta fase o líquido deixa a linha de sucção e é admitido na bomba para ser

trabalhado. A velocidade do escoamento é neste ponto ainda baixa, assim

como sua energia total.

A segunda etapa ocorre na parte central da bomba, onde se encontra o

impelidor. Este é composto por pás e conectado a um atuador externo,

normalmente um motor elétrico, que é responsável por girá-lo. O movimento

rotacional das pás é o responsável por exercer força sobre o líquido e

movimentá-lo. Tal força acelera as partículas líquidas que, na saída do

impelidor, apresentam velocidades muito maiores do que na entrada do

mesmo, gerando uma zona de baixa pressão nessa região. O resultado é o

aumento da energia cinética das partículas do líquido.

A terceira etapa ocorre na região após a saída do impelidor, denominada

carcaça. Neste ponto a área transversal disponível para o escoamento é

progressivamente aumentada. Por conservação de massa, a velocidade do

escoamento neste momento deve cair, visando manter o fluxo mássico

Page 16: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

8

constante. Conforme comprovado pelo teorema de Bernoulli, a redução da

velocidade do escoamento está acompanhada de um aumento da pressão,

uma vez que a variação de energia potencial do fluido é desprezível e a

energia total deve ser mantida. O resultado é então uma maior pressão do

liquido na saída da carcaça do que em sua entrada, e velocidades próximas a

velocidade inicial do escoamento antes da bomba. Este constitui o objetivo da

bomba, que é então alcançado.

Algumas variações são possíveis na região da carcaça. Como a saída de

líquido do impelidor é radial, a vazão é uma função da posição angular. Algumas

bombas são equipadas então com uma estrutura chamada de voluta que tem o obtivo

de gerar o exato aumento de área ao redor do impelidor para compensar o aumento

da vazão, mantendo as pressões constantes. Somente em um segundo estágio

afastado do impelidor começa então o aumento efetivo de área, onde a velocidade cai

e a pressão aumenta. Esta configuração reduz os esforços radiais exercidos sobre o

impelidor e poupam os mancais do seu eixo, aumentando a vida útil de todo o

conjunto.

Figura 5 – Corte em uma bomba centrífuga

Page 17: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

9

Vale notar que o fornecimento de energia ao líquido é feito somente pelo

impelidor. Este recebe energia de uma fonte externa e é o responsável por transmiti-la

ao líquido de trabalho. Não há qualquer ganho de energia por parte do fluido na região

da carcaça. Nesta etapa a energia cinética do escoamento cai, porém sua energia

total permanece inalterada.

Dentro do grupo de bombas dinâmicas há a diferenciação na direção na qual o

líquido é impulsionado pelo impelidor. Em bombas centrífugas esta direção é radial,

tendo a força atuante sobre as partículas líquidas origem principalmente centrífuga.

Contudo, pequenas diferenças nas pás destas bombas configuram classificações

distintas e dividem as bombas centrífugas em dois subgrupos, ambos com o mesmo

princípio de funcionamento explicado anteriormente.

• Bomba centrífuga radial ou centrífuga pura

A direção de saída do líquido do impelidor é totalmente radial, sendo a força

puramente centrífuga. Este tipo de bomba é usado principalmente em aplicações nas

quais se deseja aplicar uma carga elevada ao líquido com vazões baixas.

• Bomba centrífuga tipo Francis

Este conceito foi desenvolvido pelo matemático e engenheiro francês Jean-

Victor Poncelet em 1820 e aperfeiçoado pelo engenheiro norte-americano James B.

Francis em 1849. As pás do impelidor desta classe de bomba possuem curvatura em

dois planos. Isso resulta em uma direção de saída do fluido não puramente axial, mas

sim com componentes axiais e radiais. As forças neste tipo de bomba são então parte

de caráter centrífugo e parte de arrasto.

Algumas condições para a operação de bombas dinâmicas centrífugas devem

ser levadas em conta ao se pensar em um sistema de combate a incêndio. Este tipo

de bomba exige que a linha esteja sempre completa com líquido desde o início da

operação e também que o fluxo de líquido seja constante. Deve ser evitado ao máximo

que bombas desta classe operem a seco, visando evitar danos tanto a bomba quanto

ao restante da tubulação.

Page 18: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

10

3.2 – Classificação do escoamento

O ponto de partida para a análise de qualquer problema envolvendo

escoamento de fluidos, incluindo a aplicação em tubulações, é a determinação do tipo

de escoamento. Este fato é de extrema importância, pois a abordagem teórica a ser

usada depende do tipo e características do escoamento em questão.

As possíveis classificações são:

Incompressível ou compressível

Uniforme ou não uniforme

Permanente ou transitório

Laminar ou turbulento

Para a aplicação neste trabalho podemos tomar o escoamento de líquidos

como incompressível, uma vez que os níveis de pressões atingidos possibilitam esta

hipótese.

Como para o combate a incêndio o líquido é somente a água, o escoamento é

sempre uniforme. Mesmo para o caso em que se usa o líquido gerador de espuma

(LGE), este somente á adicionado ao escoamento de água na parte final da tubulação,

não interferindo para a análise do escoamento como um todo.

Os primeiros instantes de funcionamento de uma bomba são caracterizados

pelo escoamento transitório. Entretanto, como o sistema rapidamente se estabiliza, o

modelo permanente exemplifica com uma precisão muito satisfatória o funcionamento

do sistema e será o modelo utilizado.

Desta forma, a classificação que fica ainda em aberto é se o escoamento é

laminar ou turbulento.

3.2.1 - Escoamento laminar e turbulento

O escoamento laminar é caracterizado pela uniformidade. Neste tipo de

escoamento todas as linhas de corrente de fluído são paralelas entre si e o

escoamento é totalmente ordenado. A velocidade das partículas de fluido dentro de

uma mesma linha não depende da posição, tendo sempre a mesma orientação e

módulo.

Page 19: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

11

Por ser bastante uniforme, a ausência de perturbações é importante para o

escoamento laminar existir. Ele ocorre quando a velocidade do fluido é baixa em

comparação com as dimensões do escoamento. Além disso, a ausência de

interferências externas como, por exemplo, o contato com uma parede muito rugosa

de uma tubulação, é um fator determinante para a existência de o escoamento

laminar.

Figura 6 – Escoamento laminar interno

O escoamento turbulento é o oposto do laminar. Nele as partículas de fluido se

movimentam em basicamente todas as direções e com velocidades que variam em

módulo de acordo tanto com a posição como com o tempo.

Como este regime de escoamento é definido pela falta de organização, ele

ocorre quando as perturbações sobre o fluido são maiores. Escoamentos com grande

velocidade sobre superfícies com alta rugosidade e com mudanças abruptas na

direção são os maiores candidatos a irem para a região turbulenta.

Figura 7 – Escoamento turbulento interno

A importância de definir se o regime é turbulento ou laminar se deve as

diferenças entre o comportamento do escoamento em cada caso. Para a aplicação em

Page 20: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

12

sistemas de combate a incêndio em navios, por exemplo, o regime resulta em

mudanças grandes no cálculo da perda de carga do escoamento, que é um dos

parâmetros mais importantes no projeto de tais sistemas e será estudado mais

adiante.

Sabendo da importância do regime e das principais diferenças entre eles, é

necessário agora identificar em qual regime um escoamento se encontra. Para isso é

preciso analisar-se o número de Reynolds.

3.2.2 - O número de Reynolds

O número de Reynolds é um número adimensional que foi introduzido pelo

físico britânico Osborne Reynolds no ano de 1883. Ele é definido para escoamento

interno em tubulações pela seguinte relação:

Onde:

Re: Número de Reynolds

D: Diâmetro interno da tubulação

V: Velocidade do escoamento

µ: Viscosidade absoluta do líquido

: massa específica do líquido

Este número adimensional representa a relação entre força de inércia e

força devido à viscosidade do fluido, mas é também o principal parâmetro usado para

determinar se o escoamento é laminar ou turbulento.

Re < 2000 Regime laminar

Re > 4000 Regime turbulento

Para a faixa de números de Reynolds entre 2000 e 4000 o regime não é

perfeitamente definido. Nestas condições, o escoamento pode estar na transição entre

laminar e turbulento ou ainda ser totalmente laminar, porém muito instável. Para o

Page 21: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

13

último, qualquer pequena perturbação ocasionaria a transição de laminar para o

regime turbulento.

Para a aplicação em tubulações e bombas, as velocidades de escoamento do

líquido tendem a ser elevadas. Isto resulta, segundo a equação 3.1, em valores altos

para o número de Reynolds, que normalmente ultrapassam a barreira de 4000. Desta

maneira, o escoamento em regime turbulento predominante em tais sistemas.

3.3 Perda de carga

A tubulação oferece sempre resistência ao escoamento do fluido em seu

interior. Tal resistência é responsável por fazer com que o fluido perca energia durante

todo seu trajeto dentro da tubulação, o que é expresso através da perda de carga.

Como a perda de energia se dá na forma de queda da pressão do fluido, a perda de

carga também pode ser interpretada como a perda de pressão do escoamento.

A grandeza perda de carga é normalmente representada pelo símbolo e

pode ser divida em dois termos, conforme sua causa. A perda de carga normal ou

distribuída é originada no trecho reto da tubulação como resultado do atrito do

escoamento com as paredes dos dutos, enquanto a perda localizada é causada pelos

acessórios acrescentados à linha.

Para que uma análise mais profunda da perda de carga relativa ao

comprimento reto da tubulação possa ser realizada, é preciso introduzir o conceito de

coeficiente de atrito.

3.3.1 Coeficiente de atrito

O coeficiente de atrito é normalmente representado pela letra e expressa,

como o próprio nome indica, o atrito feito pelas paredes da tubulação sobre o fluido

escoando. Ele é um número adimensional e depende das características tanto da

tubulação como do liquido.

Para se encontrar este coeficiente é necessário primeiro determinar o regime

do escoamento, exaltando a importância do conceito do número de Reynolds definido

anteriormente.

Page 22: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

14

Para o regime laminar, o coeficiente de atrito não depende da rugosidade da

tubulação, sendo expresso da seguinte forma:

Onde,

: número de Reynolds para o escoamento

Para o regime turbulento, o coeficiente de atrito depende não só do número de

Reynolds, mas também da rugosidade relativa da tubulação. Este conceito é

definido como a razão entre a rugosidade (𝜀) e o diâmetro interno da tubulação

(D), sendo então um número adimensional.

A rugosidade depende do material do qual a tubulação é feita, do processo de

fabricação utilizado e da idade do tubo. Como a tubulação sofre desgaste com o uso,

as paredes do tubo se tornam cada vez mais ásperas, aumentando a rugosidade e,

consequentemente, a rugosidade relativa da tubulação. A tabela abaixo mostra valores

da rugosidade para os materiais normalmente utilizados na fabricação de tubos e

diferencia entre tubos novos e velhos.

Tabela 1 – Valores típicos de rugosidade para diferentes materiais

Page 23: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

15

Com a rugosidade relativa conhecida e o número de Reynolds já calculado, o

ábaco de Moody permite encontrar-se o coeficiente de atrito. Neste ábaco,

desenvolvido pelo engenheiro e professor americano Lewis Ferry Moody, entra-se com

o número de Reynolds do escoamento no eixo das abscissas e com a rugosidade

relativa nas ordenadas do lado direito. Traçando-se uma reta horizontal a partir do

ponto onde a linha vertical de Reynolds encontra a curva de rugosidade relativa,

encontra-se o coeficiente de atrito na ordenada do lado esquerdo.

Figura 8 – O ábaco de Moody

Para o regime totalmente turbulento, quando os valores para Reynolds são

muito elevados, o coeficiente de atrito passa a ser independente de Reynolds.

A classificação de totalmente turbulento é feita de seguinte forma:

𝜀

Page 24: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

16

Nesse caso as curvas de rugosidade relativa do ábaco de Moody passam a ser

horizontais e o coeficiente de atrito pode ser então encontrado através do seguinte

gráfico:

Figura 9 – Gráfico para do coeficiente de atrito em regime totalmente turbulento

Para escoamentos com valores de Reynolds contidos no intervalo entre

, o cálculo do coeficiente de atrito classifica um caso específico. Neste

intervalo, o coeficiente de atrito pode ser encontrado da seguinte maneira:

Page 25: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

17

Com o conceito de coeficiente de atrito totalmente definido para os quatro

casos possíveis, o estudo da perda de carga pode ser completamente compreendido.

3.4 - Perda de carga normal

A perda de carga normal é a que ocorre nos trechos retos da tubulação devido

ao atrito das partículas de fluido com as paredes da tubulação pela qual o liquido

escoa. Muitos fatores interferem nos valores desta perda de carga como, por exemplo,

as propriedades do líquido escoando, a velocidades de escoamento e a resistência

que a tubulação faz ao escoamento.

Como vimos anteriormente, a determinação do regime de escoamento é muito

importante para a análise de sistemas de tubulações e bombas. Neste ponto é

possível perceber a razão de tal importância, uma vez que o regime está diretamente

ligado à velocidade do escoamento, que por sua vez está ligado à perda de carga

normal do sistema. É necessário então fazer duas análises independentes para este

parâmetro, uma em regime laminar e outra em regime turbulento.

3.4.1 - Perda de carga normal em regime laminar

O cálculo da perda de carga normal em regime laminar pode ser feito usando-

se duas equações, são elas a equação de Hagen-Poiseuille e a de Darcy-Weisbach.

Ambas encontram de maneira simples a perda de carga desejada, porém utilizam

modos diferentes para se chegar ao resultado.

A equação de Hagen-Poiseuille foi desenvolvida em conjunto pelo físico

alemão Gotthilf Heinrich Ludwig Hagen em 1839 e pelo físico francês Jean Léonard

Marie Poiseuille em 1838 e permite o cálculo da perda de carga normal de maneira

bastante direta, sendo necessário somente o conhecimento das características do

escoamento e da tubulação para tal.

Onde:

Page 26: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

18

= Perda de carga normal

𝛖 = Viscosidade cinemática do fluido

L = Comprimento reto da tubulação

= Aceleração da gravidade

D = Diâmetro interno da tubulação

V = Velocidade de escoamento do fluido

A outra forma conhecida para se encontrar a perda de carga normal é

conhecida como a equação de Darcy-Weisbach e, apesar de também ser um método

bastante usado, não é tão direta, pois utiliza o conceito do coeficiente de atrito entre a

tubulação e o liquido. A equação introduzida pelo engenheiro francês Henry Darcy e

pelo engenheiro alemão Julius Weisbach foi:

Onde:

= Perda de carga normal

= Coeficiente de atrito

= Comprimento do trecho reto da tubulação

= Diâmetro interno da tubulação

V = Velocidade do escoamento

= Aceleração da gravidade

Vale a pena observar que, como se trata da perda de carga normal para

escoamento laminar, deve ser usado o coeficiente de atrito para este regime de

escoamento.

Page 27: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

19

3.4.2 Perda de carga normal em regime turbulento

O método para o cálculo da perda de carga normal em regime turbulento é

muito parecido com o método para regime laminar, sendo feito também através da

equação de Darcy-Weisbach. A única alteração que deve ser feita está no cálculo do

fator de atrito que, como o regime em questão é turbulento, deve ser encontrado

conforme explicado no ítem 3.3.1.

3.5 Perda de carga localizada

A perda de carga localizada ocorre devido a perturbações locais que interferem

o escoamento. Tais perturbações são causadas pelos acessórios pertencentes à linha

como, por exemplo, válvulas, filtros e curvas.

Para sistemas muito longos, onde o comprimento reto da tubulação é

predominante, a perda de carga localiza tem valores muito pequenos quando

comparada à perda de carga normal. Porém, para alguns sistemas, este tipo de perda

de carga pode ser bastante relevante e tem que ser levado em conta no projeto da

linha. Dois métodos para o seu cálculo são bastante difundidos, são eles o método

direto e do comprimento equivalente.

3.5.1 O método direto

Neste método a perda de carga localizada é encontrada aplicando-se a

seguinte equação:

Onde:

= Perda de carga localizada

K = Coeficiente experimental para cada acessório presente na linha

V = Velocidade do escoamento

g = Aceleração da gravidade

Page 28: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

20

A perda de carga é expressa através desta equação em unidades de

comprimento. Utilizando as unidades do sistema internacional para velocidade e

aceleração resultaria em uma perda de carda em metros (m).

Para trechos de uma tubulação onde tanto a vazão como o diâmetro do duto

são mantidos constantes, a velocidade do escoamento não pode sofrer alterações.

Uma vez que a aceleração da gravidade não é alterada, todos os parâmetros da

equação permaneceriam constantes para o trecho em questão. Sob tais condições, o

cálculo da perda de carga localizada pode ser simplificado fazendo-se o somatório do

coeficiente K para cada acessório presente neste trecho analisado.

Onde “i” representa a quantidade total de acessórios no trecho da tubulação

onde a velocidade do escoamento é mantida constante.

O coeficiente K é normalmente fornecido pelo fabricante dos acessórios e

representa a influência do comprimento, diâmetro e coeficiente de atrito entre o

acessório e o líquido. Por depender de tais fatores, o valor de K pode sofrer alterações

caso a geometria ou o material do elemento seja modificado, por isso costuma ser

diferente de fabricante para fabricante.

Figura 10 – Coeficiente K para diferentes tipos de joelhos

Page 29: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

21

Figura 11 – Coeficiente K para diferentes l m ntos “T”

Figura 12 – Coeficiente K para diferentes válvulas angulares

Uma vez que a perda de carga no escoamento é, salvo raras exceções,

indesejável, a busca por acessórios com coeficientes menores é constante. Os

fabricantes procuram encontrar materiais mais adequados para cada tipo de

escoamento e desenvolver uma geometria que minimize a restrição e facilite o fluxo.

Sendo assim, uma tendência que se observa é a constante queda dos valores deste

parâmetro.

Page 30: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

22

3.5.2 O método do comprimento equivalente

Este método cria uma relação entre a perda de carga por conta de um

acessório presente na linha e um trecho reto de tubulação. O comprimento equivalente

de cada acessório é o comprimento que um trecho deveria ter para que este gere

exatamente a mesma perda de carga no escoamento do que o acessório analisado.

O valor do comprimento equivalente, assim como do parâmetro K no método

direto, é encontrado empiricamente e tabelado. O material do acessório e sua

geometria interferem diretamente em seu comprimento equivalente, que pode variar

conforme o fabricante da peça.

Tabela 2 – Comprimento equivalente para diferentes acessórios

Page 31: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

23

Tabela 3 – Comprimento equivalente para diferentes tipos de válvulas

Para a análise somente da perda de carga, o conjunto de todos os acessórios

pode ser considerado como sendo um único tubo reto com comprimento igual à soma

de todos os comprimentos equivalentes. O mesmo pode ser feito para todo o sistema,

incluindo-se a parte originalmente reta da tubulação.

O cálculo da perda de carga usando este método fica então:

Onde:

= coeficiente de atrito

= Comprimento equivalente de cada acessório

Page 32: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

24

3.6 Perda de carga total do sistema

A perda de carga total do sistema nada mais é do que a soma da perda de

carga normal e da perda de carga localizada, uma vez que o sistema é composto

somente de trechos retos ligados por acessórios.

Desta maneira, o cálculo da perda de carga total fica:

∑ ∑

3.7 Altura manométrica do sistema

O conceito de altura manométrica do sistema representa a energia por unidade

de peso que o sistema solicitará de uma bomba em função da vazão de

bombeamento. Em outras palavras, representa a energia que deve ser fornecida pela

bomba ao sistema, para que uma determinada vazão de fluido escoe do reservatório

de sucção até o reservatório de descarga, passando por toda a tubulação.

Todo sistema pode ser dividido em dois subsistemas com características

diferentes, chamados de sucção e descarga. O conceito de altura manométrica pode

ser aplicado a cada subsistema de modo que a altura do sistema total é a diferença de

ambos. O símbolo usado para a altura manométrica é a letra H, de modo que a altura

manométrica total fica:

Ond o índic “s” corr spond à sucção “d” à d scarga.

Para determina-se então o valor de H é preciso analisar a sucção e a descarga

do sistema separadamente, onde será aplicado o teorema de Bernoulli.

3.7.1 Teorema de Bernoulli

Apresentado pelo matemático holandês Daniel Bernoulli no ano de 1738, este

teorema afirma que a energia total de um fluido ideal se conserva durante todo seu

percurso, caso não haja aporte externo de energia. Para a análise da energia total, é

Page 33: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

25

necessário o estudo de três parâmetros do escoamento, são eles: pressão, energia

cinética e energia potencial gravitacional. Aplicando este conceito a uma mesma linha

de corrente em um escoamento, Daniel Bernoulli pode deduzir a seguinte relação:

Onde:

= Massa específica do fluido

V = Velocidade do escoamento

P = Pressão do fluido

= Aceleração da gravidade

Z = Altura do ponto do escoamento analisado

Como este modelo considera que o fluido é ideal e que nenhuma energia é

perdida durante o escoamento, ele não é aplicável em uma situação real. Para incluir o

efeito da perda de energia no cálculo, um termo referente à perda de carga deve ser

adicionado. Uma análise então para dois pontos distintos do escoamento resulta em:

Para a aplicação em bombas e sistemas de tubulações, esta equação é

normalmente apresentada como em relação ao peso específico 𝛾.

𝛾

𝛾

𝛾

Page 34: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

26

Vale notar que o teorema de Bernoulli parte da premissa que não existe

fornecimento de energia ao fluido. Este teorema não pode ser aplicado ao escoamento

que passa pela bomba, uma vez que a premissa seria violada. Parte da energia vinda

do atuador da bomba é transmitida ao fluido na região do impelidor, impossibilitando a

aplicação direta da relação. Contudo, não há qualquer aporte de energia nas linhas de

sucção e descarga, antes e depois da bomba e, caso a perda de carga seja utilizada

como termo de correção, a aplicação é válida.

3.7.2 Altura manométrica de sucção

Representa a altura manométrica por unidade de peso no flange de sucção da

bomba. Esta grandeza pode ser encontrada medindo-se a pressão no flange de

sucção e a velocidade do fluido no mesmo local, para então aplicar-se a seguinte

equação:

𝛾

Onde:

= Altura manométrica de sucção

= Pressão manométrica no flange de sucção

𝛾 = Peso específico do liquido

= Velocidade no flange de sucção

= aceleração da gravidade

Para se efetuar as medições de pressão e velocidade no flange de sucção, o

sistema precisa estar em operação. Isto representa uma grande limitação deste

modelo para o cálculo do , não sendo aplicável ao projeto de um sistema, mas

somente a sistemas que já estejam em funcionamento. A alternativa encontrada foi a

aplicação do teorema de Bernoulli para o trecho entre o reservatório de sucção e o

flange de sucção.

Page 35: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

27

𝛾

Ond o índic “s” indica o r s rvatório d sucção.

Assumindo que o liquido possui velocidade zero na superfície do reservatório,

hipótese que se mostra bastante plausível, a equação acima fornece:

𝛾

Vale lembrar que a pressão é manométrica. A pressão e a altura do

reservatório de sucção representam a energia que o fluido possui antes mesmo de

passar pela bomba. Sendo assim, quanto maior for esta quantidade de energia, menor

será a demanda sobre a bomba e menor será, portanto, a altura manométrica total do

sistema. A contribuição positiva dessas grandezas na equação 3.19 é desta forma

compreendida. Já a perda de carga representa uma perda na energia inicial que o

fluido possui que deverá ser recompensada pela bomba, elevando a altura

manométrica total. Por conta disso esta grandeza contribui negativamente para a

altura manométrica de sucção.

Figura 13 – Linha de sucção com reservatório pressurizado

Page 36: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

28

Caso o reservatório de sucção não estivesse pressurizado, mas sim submetido

à pressão atmosférica, a pressão manométrica Ps seria igual a zero. Vale também

ressaltar que o reservatório de sucção pode estar localizado abaixo da bomba, tendo a

altura Zs então uma contribuição negativa. Este fator deve ser levado em conta para o

cálculo da altura manométrica de sucção e a fórmula ficaria então:

𝛾

3.7.3 Altura manométrica de descarga

Representado pelo símbolo , este conceito á a aplicação da teoria de altura

manométrica ao sistema de descarga da bomba. O método para se calcular esta

grandeza é o mesmo apresentado na seção 3.7.2, sofrendo somente uma leva

alteração. Mais uma vez será aplicado o teorema de Bernoulli como forma de calcular

a sem que o sistema precise já estar operando para tal, possibilitando o melhor

projeto da linha.

𝛾

Assim com acontece no reservatório de sucção, a velocidade do liquido na

superfície do reservatório de descarga pode ser aproximada como zero. A altura

manométrica de descarga vale então:

𝛾

Onde:

= Altura manométrica de descarga

= Pressão manométrica de descarga

𝛾 = Peso específico do fluido

= Altura do reservatório de descarga

= Perda de carga na linha de descarga

Page 37: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

29

Figura 14 - Linha de descarga com reservatório pressurizado

A perda de carga na descarga representa mais uma vez um acréscimo na

demanda de energia sobre a bomba e possui assim contribuição positiva na equação

3.22. Diferentemente do que ocorre na linha de sucção, a pressão e altura do

reservatório na descarga elevam a quantidade de energia que o líquido bombeado

precisará ter, aumentando a exigência sobre a bomba. Ambos os termos são então

somados ao cálculo da altura manométrica de descarga, contribuindo para aumentar a

altura manométrica total do sistema.

3.7.4 Altura manométrica total

A altura manométrica total é, conforme apresentado no item 3.7, a diferença

entre a altura manométrica de descarga e de sucção. Seu cálculo pode ser realizado

então através da aplicação dos conceitos explicados nas seções 3.7.2 e 3.7.3. Para tal

será assumida a hipótese de que a velocidade do líquido em ambos os reservatórios

de sucção e descarga é nula.

𝛾

𝛾

Page 38: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

30

Agrupando os termos equivalentes para sucção e descarga pode-se visualizar

mais claramente como cada grandeza influencia a altura manométrica total.

𝛾

Como a altura manométrica total representa o quanto de energia por unidade

de peso será demandado da bomba, valores baixos para esta grandeza são

desejáveis. Tendo isso em vista, vemos que uma altura pequena do reservatório de

descarga representa uma vantagem ao sistema, exigindo menos da bomba. O oposto

acontece com o reservatório de sucção, que deve ser mantido mais elevado de forma

a aliviar a bomba.

As pressões de sucção e descarga têm o mesmo comportamento da altura,

sendo valores altos para a sucção e baixos para a descarga, mais vantajosos. Já a

perda de carga possui comportamento um pouco diferente. Como tanto na sucção

como na descarga a perda de carga representa uma perda de energia que deve ser

compensada pela bomba, esta grandeza deve sempre ser a menor possível.

Como vimos, as características do sistema interferem diretamente na altura

manométrica total e, consequentemente, na demanda de energia da bomba.

Entretanto, o sistema visa atender as necessidades da aplicação em questão, sendo

normalmente determinado pela finalidade do projeto e não sendo cabível de

alterações. Caso seja este o caso, o recurso que resta ao projetista é trabalhar em

uma bomba que atenda à demanda fixa do sistema.

3.8 Curva característica do sistema

A curva característica do sistema é uma representação gráfica da altura

manométrica total analisada no item 3.7.4. Para a construção de tal curva é necessário

avaliar o comportamento do sistema para diferentes vazões, para então se determinar

a altura manométrica como função da vazão de bombeamento.

A equação 3.24 para a altura manométrica total possui três componentes, são

eles: pressão, altura do reservatório e perda de carga. O termo da diferença de

pressões entre os reservatórios de descarga e sucção independe da vazão, sendo

Page 39: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

31

uma característica somente dos reservatórios. O mesmo acontece com o termo da

diferença de altura entre os reservatórios, que depende somente da posição de cada

reservatório no espaço e do nível de líquido contido em cada um deles. O único termo

que seria alterado com uma variação de vazão seria então o termo referente às perdas

de carga nas linhas de descarga e sucção.

Desta maneira, é possível perceber que uma parte do cálculo da altura

manométrica total é uma característica de como o sistema foi montado e é totalmente

inerente a qualquer mudança ocasionada pela atuação bomba. Esta parta é chamada

então de parte estática, uma vez que permanece constante para uma determinada

configuração do sistema. Mesmo para vazões nulas, quando nenhum líquido é

bombeado, este termo está presente e atuante no cálculo da altura manométrica total,

podendo assim ser compreendido como a altura manométrica no ponto de shut-off.

A segunda parte, referente à perda de carga, é afetada diretamente pela

atuação da bomba no sistema. Qualquer mudança de vazão impacta os valores de

, que são chamados então de parte dinâmica do sistema. Esta parte

corresponde à altura manométrica acima da altura no ponto de vazão nula e tem

comportamento parabólico de acordo com a vazão.

Figura 15 – Parte estática e dinâmica da curva característica de um sistema

Page 40: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

32

O procedimento normalmente adotado para a determinação da curva

característica de um sistema é a avaliação deste parâmetro para seis vazões

diferentes. Importante na escolha das vazões é que a vazão nula seja avaliada, assim

como a vazão de operação calculada para o conjunto. Além desses, outros quatro

valores de vazão acima e abaixo da vazão de operação são escolhidos de maneira

arbitrária. Os seis valores encontrados para a altura manométrica do sistema são

usados como pontos base para o ajuste de uma curva comum a todos os pontos,

sendo esta a curva característica do sistema.

3.9 Carga da bomba e curva head x vazão

A carga da bomba indica o quanto de energia a bomba pode fornecer ao

sistema. Para aplicações hidráulicas normalmente se explicita este parâmetro como

razão do peso específico do líquido, assim como o procedimento feito para o sistema.

Uma vez que o conceito de altura manométrica do sistema representa a

energia por unidade de peso que o sistema demanda da bomba para transportar o

fluido do reservatório de sucção para o de descarga, a carga da bomba indica o

quanto de energia por unidade de peso a bomba consegue fornecer. Naturalmente,

para o funcionamento em conjunto, tanto demanda como capacidade de fornecimento

devem ser compatíveis.

Todos os aspectos de projeto de uma bomba interferem diretamente em sua

carga. A forma do impelidor e da carcaça, assim como suas dimensões, são dois dos

principais aspectos, apresentando bastante variação de acordo com o fabricante da

bomba. Deste modo, cada modelo de bomba de cada fabricante possui

comportamentos diferentes, impossibilitando um modelo genérico para a carga de

bombas, que devem sempre ser analisadas caso a caso.

Como forma de exemplificar a influência dos dados de projeto sobre o

desempenho da bomba, o diâmetro do impelidor será analisado mais a fundo. O

diagrama abaixo mostra curvas de carga contra vazão para uma mesma bomba,

sendo a única diferença entre elas o diâmetro do impelidor usado.

Page 41: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

33

Figura 16 – Curva de carga da bomba para diferentes diâmetros de impelidor

Como a variação do diâmetro altera fortemente a curva de carga, este é um

recurso amplamente usado por projetistas para adequar a bomba às exigências do

sistema. Uma maneira rápida e barata de se reduzir um pouco a carga fornecida pela

bomba para a vazão desejada é reduzir o diâmetro do impelidor através do processo

de usinagem. Isto é mais simples do que, por exemplo, realizar qualquer alteração na

carcaça e traz resultados satisfatórios e rápidos.

Outro fator que afeta a carga que a bomba pode atingir é o modo como esta

opera. Por conta disso é feito sempre um estudo do comportamento da carga de cada

bomba ao variar-se a vazão de operação. A este comportamento dá-se o nome de

curva Head x vazão. Esta curva é usualmente feita pelo fabricante da bomba e usando

água como o liquido de bombeamento. Ao engenheiro que projeta determinado

sistema cabe a análise do próprio sistema, sendo a análise da bomba um dado

fornecido pelo fabricante.

Diferentes padrões de curva head x vazão para diferentes classes de bombas

são possíveis, dependendo das características de projeto. Esse padrão exerce

influência sobre a escolha da uma bomba para determinada operação, sendo sempre

um dado analisado no estudo de bombas.

Page 42: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

34

Figura 17 – Diferentes padrões para a curva Head x Vazão

As curvas acima mostram que, para cargas semelhantes no ponto de vazão

zero, diferentes bombas possuem comportamentos bem distintos. O caimento da

carga pode ocorrer de maneira rápida, controlada ou devagar. Um fato que é,

entretanto, sempre comum em todas as bombas é o ponto onde esta desenvolve sua

carga máxima. Como carga e vazão são inversamente proporcionais, a carga máxima

ocorre sempre no ponto de vazão nula, também chamado de ponto de Shut-Off.

3.10 Curva rendimento total x vazão

O rendimento em bombas é normalm nt r pr s ntado p la l tra gr ga “η” é

definido da seguinte forma:

Na bomba existem perdas que fazem com que a potência recebida pela bomba

não seja totalmente transmitida ao fluido, como era desejável. Por conta disso, o

rendimento η d qualqu r bomba será sempre menor do que um. As fontes de perdas

de energia pertencem a três grupos, cada um com princípios diferentes. São eles:

Princípio volumétrico

As pás do impelidor não tocam a carcaça da bomba, havendo sempre

um pequeno espaço entre eles. Por esse espaço há sempre um fluxo de fluido

Page 43: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

35

que recebe energia do impelidor, mas, ao invés de ir para a linha de descarga,

retorna para a seção de sucção da bomba. Este processo recebe o nome de

recirculação e a perda resultante dele gira em torno de 2% para bombas

grandes e 10% para bombas pequenas.

Para esta classe de perda de energia é calculado um rendimento

denominado rendimento volumétrico, representado pelo símbolo .

Princípio mecânico

O contato entre o fluido em movimento e a carcaça na região do

impelidor assim como o contato entre o eixo da bomba e seus mancais

representam perdas de energia por conta de atrito. A utilização de mancais

bem projetados com boa lubrificação e pouco contato com o eixo reduz esta

perda significativamente, mas ela não pode ser totalmente anulada.

Para esta classe de perda de energia é calculado um rendimento

denominado rendimento mecânico, representado pelo símbolo .

Princípio hidráulico

O escoamento do fluido na região do impelidor atinge grandes

velocidades e não é perfeitamente organizado. Pequenas turbulências no

escoamento podem acontecer, representando perdas de energia. Para esta

classe de perda de energia é calculado um rendimento denominado

rendimento hidráulico, representado pelo símbolo .

O rendimento total da bomba nada mais é do que o produto dos três

rendimentos acima citados.

Assim como para curva head x vazão, o comportamento da curva rendimento

total x vazão depende das características de cada bomba, sendo impossível a criação

de um modelo geral para qualquer bomba. Entretanto, as curvas costumam seguir um

padrão.

Page 44: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

36

Figura 18 – Curva rendimento total versus vazão

Para qualquer projeto, o ponto ótimo de operação da bomba será sempre o

ponto em que esta possui o maior rendimento possível. Sempre será buscado usar a

bomba correta para um determinado sistema, de modo a se atingir essa vazão de

operação que otimiza o rendimento.

3.11 Curva potência absorvida x vazão

A potência absorvida pela bomba é a potência cedida pelo acionador, que

também deve ser escolhido para o projeto. Determinar então a potência que a bomba

precisa receber é essencial para orientar qual o tipo, fabricante e acionador específico

devem ser usados.

Para a potência absorvida será feita novamente a escolha de representar esta

grandeza por unidade de peso do liquido, de forma que o cálculo fique:

𝛾

Onde:

𝛾 = Peso específico do liquido

Q = Vazão

Page 45: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

37

H = Carga de operação da bomba (também chamado de Head da bomba)

= Rendimento total da bomba

Ao realizar o mesmo procedimento feito tanto para a curva carga x vazão como

para rendimento total x vazão, pode-se determinar a curva potência absorvida x vazão.

Assim como o que ocorre para as curvas previamente analisadas, o comportamento

da potência absorvida pela bomba como função da vazão é afetado pelas

características do sistema e ponto de operação, assim como características da bomba.

Seu comportamento é então variável, porém um padrão pode ser identificado.

Figura 19 – Curva típica potência absorvida versus vazão

Como o conceito de potência útil cedida ao fluido foi introduzido no item

anterior ao se explicar o rendimento total da bomba, vale mostrar rapidamente como

esta grandeza é calculada.

𝛾

Onde, assim como para a potência absorvida:

𝛾 = Peso específico do liquido

Q = Vazão

H = Carga de operação da bomba (também chamado de Head da bomba)

Page 46: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

38

3.12 Apresentação das curvas características de bombas

Para determinar se uma bomba se encaixa em determinado sistema, a análise

dos três parâmetros previamente citados (carga, rendimento total e potência

absorvida) em relação à vazão é de extrema importância. De modo a melhorar então a

visualização das três curvas, é comum que todas sejam apresentadas em um mesmo

diagrama, chamado de curvas características de uma bomba.

Figura 20 – Curvas características de uma bomba

3.13 O problema da cavitação

O fenômeno da cavitação ocorre quando a pressão absoluta em qualquer

ponto do escoamento atinge um valor menor ou igual à pressão de vapor do liquido

para a temperatura em que ele se encontra. Caso isso ocorra, parte do liquido irá se

vaporizar, formando bolhas que seguirão o escoamento. Quando as bolhas atingem

uma região de pressão maior do que a de vapor, elas entram em colapso e fazem

novamente a transição para a fase líquida. Isso gera ondas de choque que percorrem

Page 47: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

39

o fluido gerando vibrações e danificando o material das partes da bomba. Além disso,

a diferença de volume específico entre a parte gasosa (bolhas) e a parte líquida do

escoamento altera as curvas características da bomba.

Como o fenômeno ocorre quando a pressão atinge a pressão de vapor do

liquido, o ponto mais crítico do sistema em relação à cavitação é o ponto de menor

pressão. No caso de bombas centrífugas, este ponto de menor pressão ocorre na

entrada do impelidor, onde o fluido ainda não recebeu nenhum aporte de energia e já

sofreu a perda de carga da linha de sucção.

Figura 21 – Efeito da cavitação nas curvas características de uma bomba

O fenômeno da cavitação é, portanto extremamente maléfico para o

funcionamento de bombas e deve ser evitado. Para tal é preciso avaliar-se dois

parâmetros, o NPSH requerido e disponível.

3.13.1 NPSH requerido e disponível

NPSH é uma sigla em inglês para “Net Positive Suction Head”, qu m

português significa Carga positiva líquida de sucção.

Page 48: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

40

As perdas de carga atuantes na linha de sucção, sejam elas normais ou

localizadas, provocam uma diminuição da pressão do liquido. O conceito de

representa a energia absoluta por unidade de peso que o líquido deve

ter no flange de sucção para este ser capaz de suportar a operação da bomba sem

atingir sua pressão de vapor. Este parâmetro indica a energia necessária no

reservatório de sucção para que, mesmo sofrendo a perda de carga na sucção, o

fluido não entre na zona de cavitação.

Como o depende somente das características da bomba e de

seu ponto de funcionamento, este parâmetro é normalmente fornecido pelo fabricante.

Novamente é usada uma curva que mostra como esta grandeza se comporta de

acordo com a variação da vazão.

Figura 22 – Curva de NPSH requerido

O representa a energia absoluta por unidade de peso existente

no flange de sucção acima da pressão de vapor. Esta grandeza é calculada da

seguinte forma:

𝛾

𝛾

𝛾

Page 49: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

41

Onde:

= Altura manométrica de sucção

= Pressão atmosférica local

= Pressão de vapor na temperatura de bombeamento

𝛾 = Peso específico do liquido na temperatura de bombeamento

= Pressão manométrica no reservatório de sucção

= Altura do reservatório de sucção

= Perda de carga na linha de sucção

Para evitar a cavitação é preciso então que o NPSH disponível seja maior do

que o NPSH requerido. Uma margem de segurança de 0.6 metros é normalmente

adotada, de modo a garantir que o sistema não operará em cavitação de forma

alguma. Caso este critério seja respeitado, a operação do conjunto é segura.

3.14 Ponto de operação do sistema

No item 3.7 foi estudado como o sistema demanda energia para permitir o fluxo

de fluido entre os reservatórios de sucção e descarga. No item 3.9 foi analisado como

uma bomba consegue fornecer energia a um sistema. Ambas as análises foram feitas

separadamente, sem considerar quando ambos operam em simultâneo.

Quando a bomba é instalada em um sistema e ambos trabalham juntos, é

natural pensar que uma vazão de equilíbrio será atingida, assim como uma carga

correspondente a esta vazão. Este ponto, chamado de ponto de operação, é o ponto

onde as curvas para a bomba e para o sistema se encontram quando são sobrepostas

em um único gráfico de carga versus vazão.

Page 50: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

42

Figura 23 – Ponto de operação do sistema

Page 51: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

43

Capítulo 4 – Sistema de combate a incêndio em navios

plataforma

Navios plataforma trabalham constantemente com muitos produtos inflamáveis

e possuem muitas fontes quentes, estando assim sempre propícios a incêndios. O fato

de haver um fluxo grande de óleo bruto sendo extraído pelo navio, aliado à dificuldade

de se prestar socorro a um navio que se encontra muito distante da costa, exige que a

embarcação seja autossuficiente na questão de combate a incêndio.

Acidentes ocorridos no passado foram responsáveis por tirar muitas vidas e

alertaram toda a indústria petrolífera quanto aos perigos da atividade de extração no

que se remete a focos de incêndio. Os sistemas de combate usados hoje nas

modernas plataformas de petróleo são bastante avançados e a fiscalização feita por

órgãos controladores é rigorosa, de modo que o projeto de tal sistema possui

complicações.

Todas estas medidas são tomadas visando evitar tragédias como a mostrada

abaixo, quando uma plataforma de extração pegou fogo no golfo do México. O

incidente ocorrido em Abril de 2010 feriu 17 trabalhadores e 11 perderam suas vidas.

Figura 24 – Plataforma em chamas no golfo do México

Page 52: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

44

O caso do acidente mostrado acima é a pior situação para uma embarcação de

extração de óleo. O foco de incêndio não foi contido com rapidez, permitindo que o

fogo se espalhasse a atingisse uma grande área da plataforma. As proporções foram

tamanhas que o sistema de combate de própria plataforma não foi capaz de conter o

incêndio, sendo necessária a ajuda de navios de apoio.

4.1 Modos de combate a incêndio em navios plataforma

O fogo possui três componentes básicos, necessários para a continuação da

reação, são eles: o combustível, o comburente e a fonte de calor. O sistema de

combate a incêndio em navios de uma maneira geral atua na eliminação da fonte de

calor da reação de combustão.

O navio possui uma fonte praticamente inesgotável de água, o mar. O método

normalmente usado em embarcações é a coleta da água do mar que, por meio de

bombas e tubulações, é trazida para a região do navio onde o incêndio está

ocorrendo. Ao entrar em contato com o foco do incêndio a água absorve bastante

energia da reação e reduz sua temperatura, anulando assim o componente da fonte

de calor. Para o caso de navios plataforma, contudo, a abordagem é um pouco

diferente.

Como navios plataforma trabalham constantemente com elementos altamente

inflamáveis, os cuidados devem ser redobrados. Nas áreas mais perigosas de tais

mbarcaçõ s (como é o caso do “Turr t”, foco d st trabalho) é adicionado um

composto químico à água do mar que é jogada sobre o foco do incêndio. Este

composto reage com o contato com a água e com o ar formando uma espuma

bastante densa. Tal composto recebe o nome de LGE, sigla para liquido gerador de

espuma.

Ao ser depositado sobre o local onde o incêndio está ocorrendo, a espuma

troca calor com a superfície combustível e resfria a fonte quente responsável por

fornecer energia à reação. Além disso, ela forma uma camada logo acima do

combustível que atua como uma barreira. Isso separa os vapores quentes em

combustão e o ar do combustível, eliminando o comburente da reação, sem o qual

esta é interrompida.

Page 53: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

45

Figura 25 – Espuma atuando no combate a incêndio

A figura acima ilustra a atuação da espuma ao ser depositada sobre o foco do

incêndio. É possível notar como a camada de espuma permite a passagem do vapor

quente, isolando o combustível da sua fonte de calor e de seu comburente.

4.2 Funcionamento do sistema de combate a incêndio em

plataformas

O sistema de combate a incêndio central da embarcação é composto pelos

seguintes itens, com suas respectivas funções:

Bomba principal de combate a incêndio

Deve ser destinada somente a esta função e ser projetada de tal

maneira a garantir a vazão desejada para os mecanismos de combate a

incêndio.

Bomba auxiliar de combate a incêndio

Possui acionamento obrigatoriamente diferente da bomba

principal e entra em operação em caso de falha da bomba principal ou

Page 54: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

46

se o incêndio se espalhar por uma região grande da embarcação,

aumentando a demanda por vazão do sistema.

Anel dedicado somente ao combate a incêndio

Bombas tipo Jockey

Obtivo de manter uma pressão elevada em todo o anel de

incêndio. Assim, caso qualquer sprinkler, hidrante ou canhão de água

seja usado, haverá uma queda de pressão na linha que será percebida

por sensores na bomba principal e esta entrará em operação.

Caixa de mar

Responsável por retirar água do mar e sempre suprir o sistema

com a vazão necessária. A caixa é somente uma abertura no fundo da

embarcação pela qual a água do mar entra de forma controlada,

podendo então ser bombeada e utilizada para diversos fins.

Para o caso específico da região do Turret, objeto de estudo deste trabalho, é

feito o combate a incêndio não somente com água, mas sim com uma mistura de água

e liquido gerador de espuma. Para tal é necessário, além dos itens acima citados, um

reservatório para o LGE e um proporcionador. A figura abaixo mostra como o

reservatório de LGE é misturado ao fluxo de água com o auxilio do proporcionador.

Figura 26 – Instalação do proporcionador e do reservatório de LGE

Page 55: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

47

O proporcionador é um pequeno equipamento adicionado à linha que tem a

função de controlar a mistura entre água e o LGE. Ele é conectado no final da

tubulação e possui uma ligação com o reservatório de LGE. Este equipamento regula

então a vazão de liquido que será adicionada ao escoamento de água para que se

atinja a concentração desejada da mistura. Para aplicações com hidrocarbonetos, a

composição usual da mistura é 97% de água do mar e 3% de líquido gerador de

espuma. Esta concentração pode mudar conforme o LGE utilizado.

A figura abaixo mostra um proporcionador padrão. É possível notar a entrada

para o liquido gerador de espuma na parte superior do equipamento.

Figura 27 - Proporcionador

4.3 Normas de segurança

Visando evitar ao máximo que acidentes em embarcações ocorram, foram

criadas normas que regulamentam a construção e operação de navios em geral.

Qualquer plataforma que opere em qualquer campo deve seguir tais normas para

sempre presar pela segurança de seus tripulantes.

As principais normas internacionais aplicáveis a navios plataforma são:

MODU code – Mobile Offshore Drilling Units code

IMO – International Maritime Organization

SOLA – Safety of Life at Sea

FSS – Fire Safety Systems

Page 56: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

48

A norma MODU é referente especificamente a plataformas de perfuração de

poços em mar aberto a regulamenta toda a operação de tais unidades. As normas

IMO e SOLA regulamentam embarcações de maneira geral, não sendo restritas a

atividade de perfuração, mas abrangendo também esta classe. Já a norma FSS se

refere somente aos equipamentos e procedimentos de prevenção e combate a

incêndio em embarcações.

Pela regulamentação sobre navios plataforma, o sistema de contenção de

incêndio deve ser capaz de suprir a região do Turret com:

Uma vazão de ⁄ para cada

Uma pressão de ⁄

Page 57: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

49

Capítulo 5 – O projeto original

O cálculo do sistema de combate a incêndio para a região do Turret do navio

plataforma FSO UOTE 1 foi realizado pela empresa OMNI Offshore Terminals,

localizada em Cingapura. Esta empresa foi contratada pela empresa brasileira e dona

da embarcação PETROBRAS, sendo responsável por todo o projeto do sistema de

combate a incêndio do navio. Como era inicialmente um navio tanque, as linhas e

tubulações já existentes foram modificadas para atender as novas especificações para

o uso como FSO. A conversão da embarcação foi finalizada no ano de 2013 e esta já

está operando na bacia de campos, em águas brasileiras.

5.1 Área a ser protegida

O projeto original considerou que a região do turret possui uma área de

aproximadamente 417 m², estando localizada na extensão a partir do deck principal da

embarcação.

5.2 Vazão exigida pelas normas

As normas que regulam os equipamentos de combate a incêndio em

embarcações de exploração de petróleo (IMO, FSS e MODU code) consideram a

região do turret como sendo de alta periculosidade, pois existe constante fluxo de óleo

bruto neste local. Sendo assim, é exigida uma alta vazão de descarga dos

equipamentos para contenção de incêndio, que é uma função da área a ser protegida.

Vazão exigida pelas normas:

Como vimos acima, a área do Turret a ser protegida possui aproximadamente

417 m², logo a vazão exigida é:

Page 58: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

50

5.3 Vazão total do sistema

Além da vazão de

⁄ de água do mar destinada diretamente à região do

Turret, mais um hidrante localizado do final do deck principal pode ser usado na

contenção de qualquer foco de incêndio que se inicie. O abastecimento deste hidrante

é feito pela mesma linha que abastece o turret, aumentando a vazão total do sistema.

O hidrante localizado no deck principal possui uma vazão de

⁄ que

deve ser somada à vazão de

⁄ calculada anteriormente, resultando em:

5.4 Cálculo da velocidade na descarga

A linha de descarga possui tubulações com diferentes diâmetros e vazões, o

que resulta em velocidades diferentes para o escoamento. Sendo assim, o cálculo da

velocidade deve ser feito separadamente para cada um destes trechos onde ou

diâmetro ou vazão são alterados. Por conta disso, a tubulação de descarga foi

separada em quatro trechos diferentes. Cada um deles será analisado separadamente

e terá valores diferentes para os diversos parâmetros analisados neste capítulo.

Tabela 4 – Diâmetro e vazão para cada trecho da tubulação

Trecho Diâmetro interno [m] Vazão [m³/h]

A-B 0,2985 322

B-F 0,2976 322

F-G 0,2976 322

G-H 0,1936 250

Page 59: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

51

Figura 28 – Linha de combate a incêndio original do Turret

Page 60: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

52

Sendo a vazão e o diâmetro interno de cada trecho da tubulação conhecidos, a

velocidade pode ser calculada da seguinte maneira:

Onde:

Q = Vazão para o trecho

D = Diâmetro interno da tubulação

Como a vazão possui unidade de m³/h e a velocidade é normalmente calculada

em m/s, é preciso realizar uma conversão de unidades. O cálculo da velocidade já

levando em conta a conversão fica:

Tabela 5 – Velocidade por trecho da tubulação

Trecho Velocidade [m/s]

A-B 1,278

B-F 1,286

F-G 1,286

G-H 2,359

5.5 Cálculo do número de Reynolds

A variação da velocidade em cada trecho impacta diretamente o número de

Reynolds de cada um deles. Para a aplicação da teoria explicada no item 3.2.2 é

necessário ainda o valor da viscosidade cinemática da água do mar.

Sendo que a viscosidade cinemática é definida como a razão entre viscosidade

absoluta e massa específica.

Page 61: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

53

Tabela 6 – Número de Reynolds por trecho da tubulação

Trecho Número de Reynolds

A-B 381532,9

B-F 382686,7

F-G 382686,7

G-H 456725,3

5.6 Cálculo do coeficiente de atrito na descarga

Analisando os valores de Reynolds encontrados no item 5.5 é possível

perceber que, para todos os quatro trechos da tubulação, o escoamento ultrapassa o

valor de 4000, podendo ser classificado como turbulento. Também vale notar que

todos os quatro resultados se encontram dentro da faixa entre e , permitindo a

utilização do seguinte método para se encontrar o coeficiente:

Tabela 7 – Coeficiente de atrito por trecho

Trecho Coeficiente de atrito

A-B 0,012731

B-F 0,012721

F-G 0,012721

G-H 0,012171

5.7 Perda de carga normal

O projeto original calculou a perda para os trechos retos da tubulação em

unidades de pressão. Desta forma, o cálculo para a perda de carga difere um pouco

do método apresentado no item 3.4. A fórmula utilizada no projeto consiste em

Page 62: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

54

multiplicar a equação de Darcy-Weisbach pelo peso específico do liquido, resultando

na seguinte equação:

𝛾

𝛾

Onde:

𝛾 = Peso específico do líquido

= Massa específica do líquido

= Aceleração da gravidade

Logo:

A tabela abaixo apresenta o comprimento reto de tubulação por trecho da linha

de descarga assim como a perda de carga calculada em unidades de pressão:

Tabela 8 – Comprimento reto e perda de carga normal por trecho

Trecho Comprimento reto [m] Perda de carga [Pa]

A-B 40 1428,362

B-F 19 688,274

F-G 216,5 7842,696

G-H 105,8 18971,268

5.8 Perda de carga localizada

Assim como feito no item 5.7, a perda de carga localizada também foi calculada

no projeto original em unidades de pressão. Esta maneira é semelhante ao método

Page 63: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

55

direto apresentado no item 3.5, porém multiplicado pelo peso específico do liquido,

definido na seção anterior. A equação para a perda de carga fica então:

𝛾

Tabela 9 – Acessórios em cada trecho da linha, suas quantidades e valores de K

Acessório Quantidade por trecho

K A-B B-F F-G G-H

Joelho de 90° de

raio curto 1 0 0 0 0,52

T (fluxo em linha) 5 1 7 3 0,1

T (usado como

joelho) 1 1 1 1 1,50

Válvula borboleta 1 0 0 0 0,03

Válvula gaveta 1 1 7 2 0,03

Válvula de retenção

angular 1 0 0 0 2,1

Válvula de

inundação 0 0 0 1 1

Conforme explicado no item 3.5, o coeficiente K de todos os elementos de um

trecho da tubulação pode ser somado para o cálculo da perda de carga, que é então

feito para todo o trecho da linha de uma só vez.

Tabela 10 – Valor total de K por trecho assim como a perda de carga localizada

Trecho Soma de K por trecho Perda de carga [Pa]

A-B 4,68 3918,456

B-F 1,63 1381,346

F-G 2,41 2042,358

G-H 2,86 8157,543

Page 64: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

56

5.9 Perda de carga total na descarga

Conforme explicado no item 3.6, a perda de carga total é a soma das perdas de

carga localizadas e normais.

Tabela 11 – Perda de carga total por trecho

Trecho Soma das perdas de carga por trecho [Pa]

A-B 5346,818

B-F 2069,619

F-G 9885,053

G-H 27128,810

Perda de carga total [Pa] 44430,301

Assim, a perda de carga total da descarga calculada no projeto original foi:

5.10 Altura do reservatório de descarga

Esta embarcação possui um sistema de Turret externo que fica acima do Deck

principal do navio. Para os cálculos do projeto original foi usada a altura diretamente

do conjunto do Turret em relação à bomba principal de incêndio.

Figura 29 – Altura do reservatório de descarga

Page 65: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

57

A altura do reservatório de descarga relativa ao Turret foi dessa maneira

.

5.11 Altura manométrica total do sistema

No projeto original foi analisada a perda de carga somente do sistema de

descarga da bomba principal de combate a incêndio, sendo a sucção desta não

calculada. Além disso, a pressão do reservatório de sucção foi assumida como igual à

pressão atmosférica e a altura do reservatório de sucção não foi levada em conta nos

cálculos originais.

A pressão do reservatório de descarga foi mantida igual a 0.5 MPa, o que

corresponde a ⁄ . Este valor ficou, entretanto, um pouco abaixo do mínimo

exigido pelas normas internacionais de ⁄ .

Tais considerações possuem o seguinte impacto no cálculo da altura

manométrica total:

O termo não é levado em conta.

O termo não é levado em conta

A fórmula para a altura manométrica total passa então a ser:

𝛾

𝛾

Convertendo este valor para unidades de distância, pode-se encontrar a altura

manométrica total em metros encontrada no projeto original.

𝛾

Page 66: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

58

5.12 A curva do sistema

Realizando o procedimento descrito no item 3.8, é possível determinar-se a

curva do sistema encontrada no projeto original.

Tabela 12 – Altura manométrica total do sistema para diferentes vazões

Vazão [m³/h] Altura manométrica [m] Vazão [m³/h] Altura manométrica [m]

0 88,248 550 104,331

50 88,449 600 107,131

100 88,956 650 110,138

150 89,731 700 113,349

200 90,757 750 116,763

250 92,023 800 120,378

300 93,521 850 124,191

350 95,247 900 128,203

400 97,194 950 132,410

450 99,360 1000 136,813

500 101,740

Figura 30 – Curva original do sistema

Page 67: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

59

5.13 Seleção da bomba

Foi escolhido pela empresa OMNI Offshore Terminals, responsável pelo projeto

original, o fabricante SHINKO para fornecer a bomba de incêndio principal da

embarcação. Dentre as bombas que este fabricante possui, foi instalada uma bomba

do modelo GVD300-3M.

Dados da bomba selecionada:

Vazão variando entre 650 e 975 m³/h

Head variando entre 110 e 73 m

Figura 31 - Curva Head x vazão para o modelo de bomba escolhido

Page 68: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

60

A curva da bomba fornecida pelo fabricante foi recriada, de modo a viabilizar a

comparação com a curva do sistema.

Tabela 13 – Carga da bomba para diferentes vazões

Vazão [m³/h] Carga da bomba [m] Vazão [m³/h] Carga da bomba [m]

0 127,00 550 114,00

100 126,00 600 112,00

150 125,00 650 110,00

200 123,00 700 108,00

250 122,00 750 106,00

300 121,00 800 104,00

350 119,00 850 102,00

400 118,00 900 100,00

450 116,00 950 98,00

500 115,00 1000 96,00

Figura 32 – Recriação da curva da bomba fornecida pelo fabricante

Page 69: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

61

5.14 Ponto de operação do sistema

Uma vez conhecidas as curvas tanto da bomba quanto do sistema, é possível

determinar o ponto de operação do conjunto. O gráfico representando ambos o

sistema e a bomba pode ser visto abaixo:

Figura 33 – Ponto de operação original

O ponto onde as curvas da bomba e do sistema de encontram é o ponto onde

o sistema opera. A carga (Head) e a vazão correspondentes ao ponto de operação

foram marcadas como e respectivamente no gráfico. Os valores de operação

são aproximadamente:

A vazão de operação encontrada é bastante superior à vazão de projeto de

⁄ , sendo esta bomba capaz de fornecer ao sistema a energia necessária com

uma margem de segurança bastante elevada.

Page 70: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

62

A curva de eficiência da bomba em questão, fornecida pelo fabricante do

equipamento, indica como a eficiência se comporta para diferentes vazões. Sabendo-

se o ponto de operação do conjunto é possível, através da curva de eficiência,

determinar-se com qual eficiência a bomba operará.

Figura 34 – Curva de eficiência da bomba original

A vazão de operação de 650 m³/h resulta em uma eficiência de,

aproximadamente, 81 %. Uma vez que este valor se encontra muito próximo do ponto

de máxima eficiência da bomba (84% para a vazão de 750 m³/h), esta é adequada

para o sistema. Isto faz com que o aproveitamento de energia da bomba seja próximo

do melhor possível, representando gastos otimizados com energia na operação.

5.15 Comentários

O projeto original assumiu a hipótese de que a perda de carga na sucção da

bomba de incêndio principal é desprezível. Pelo fato de ter poucos acessórios e ser

curta em comparação com a descarga, a tubulação de sucção gera uma perda de

carga menor, mas que deve ser levada em conta. A hipótese tomada representa uma

fonte de imprecisão desnecessária ao projeto original que pode ser corrigida.

Page 71: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

63

Outro fator referente à sucção da bomba que não foi considerado no projeto

original foi a pressão do reservatório de sucção. A sucção ocorre na parte de baixo do

navio, onde a água do mar está sob uma pressão devido à coluna de água que se

encontra acima.

A descarga da linha analisada no projeto original se encontra no Deck principal

da embarcação. Como o sistema se dedica ao combate de incêndio no Turret, a

descarga poderia ser feita nesta região. O acréscimo de um trecho de tubulação para

corrigir o ponto de descarga do sistema deixaria o combate ao incêndio mais eficaz.

Como explicado no capítulo 4, o sistema de combate a incêndio em

embarcações de exploração de petróleo é controlado por diferentes normas e deve

seguir diversas exigências. Tais normas determinam uma pressão na descarga para a

área do Turret de ⁄ , representando 700 kPa. O projeto original resultou em

uma pressão de 500 kPa, estando abaixo do valor mínimo exigido, o que não é

permitido.

A área do Turret utilizada para os cálculos do projeto original foi de 417 m²,

valor que não corresponde à área real deste equipamento. A escolha da bomba para o

sistema indica que este valor foi alterado na fase final do projeto, porém as alterações

não foram apresentadas. Desta forma, a vazão de água do mar refletida nos cálculos

foi incorreta, estando abaixo da vazão determinada nas normas internacionais e

resultando em um superdimensionamento do conjunto.

O fenômeno da cavitação é sempre um fator de preocupação para projetista de

sistemas hidráulicos e deve ser evitado. O projeto original não atentou para este fato,

assumindo o risco de ocorrer cavitação durante a operação da bomba.

Por indicarem pontos passíveis de mudanças cujas consequências podem ser

danosas ao funcionamento, o projeto do sistema será refeito visando aprimorar os

pontos acima citados.

Page 72: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

64

Capítulo 6 – Projeto alterado

6.1 Área a ser protegida

Como mostrado no item 4.3, a área do equipamento que deve ser protegido

pelo sistema de combate a incêndio determina a vazão deste. O esquema

apresentado abaixo é uma parte do arranjo geral da embarcação e mostra as

dimensões do Turret, necessárias para o cálculo de sua área.

Figura 35 – Dimensões do Turret

Desta forma, a área de um nível do equipamento é de 232,5 m². Contudo, o

equipamento possui três níveis, onde possíveis focos de incêndio devem ser

combatidos. Uma nova análise do arranjo geral do navio mostra os níveis citados.

Page 73: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

65

Figura 36 – Diferentes níveis do Turret

A área total do equipamento é então:

6.2 Vazão do sistema

Aplicando a determinação das normas internacionais é possível encontrar a

vazão para o sistema.

⁄ ⁄

Como esta embarcação possui ainda um hidrante localizado no final do deck

principal que auxilia no combate a incêndio do turret, a vazão deste deve ser

acrescentada à vazão encontrada acima para assim encontrar-se a valor total que

deve ser fornecido pela bomba.

Page 74: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

66

6.3 Dados da linha de sucção

A sucção da bomba é feita através de uma caixa de mar localizada no fundo da

embarcação. Esta caixa de mar consiste em uma abertura no casco do navio por onde

uma quantidade controlada de água do mar é bombeada para o anel de combate a

incêndio. O conjunto da caixa de mar pode ser visto abaixo:

Figura 37 – Caixa de mar

Como a bomba está localizada também no fundo da embarcação, o

comprimento da linha de sucção é bastante curto, sem mudanças no diâmetro interno

dos tubos e nem na vazão. Por conta disso, toda a sucção será analisada

simultaneamente.

Tabela 14 – Acessórios presentes na linha de sucção

Acessório Quantidade

Válvula angular 1

Válvula borboleta 1

Filtro 1

A tubulação de sucção não possui nenhum desvio ou junção e é a responsável

por fornecer a bomba com toda a quantidade de liquido que será bombeada. A vazão

na sucção é, portanto, igual à máxima vazão na descarga. Como visto na seção 6.2,

para a aplicação estudada a vazão será de 490,5 m³/h.

Page 75: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

67

Tabela 15 – Vazão, diâmetro interno e comprimento da linha de sucção

Vazão [m³/h] Diâmetro interno [m] Comprimento reto [m]

490,5 0,2985 2

6.4 Velocidade na sucção

Aplicando a teoria explicada na seção 5.4, o cálculo da velocidade na sucção é

possível.

6.5 Número de Reynolds na sucção

Sendo o valor da viscosidade cinemática para a sucção o mesmo que para a

descarga, já que se trata do mesmo fluido a uma mesma temperatura padrão de 25°C.

6.6 Coeficiente de atrito na sucção

O número de Reynolds para a sucção de encontra dentro do intervalo

, logo o coeficiente de atrito pode ser calculado segundo a seção 3.3.1.

Page 76: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

68

6.7 Perda de carga normal na sucção

Diferentemente do projeto original, a perda de carga normal será calculada

através da equação de Darcy-Weisbach sem ser multiplicada pelo peso específico do

líquido. O resultado se encontra desta forma diretamente em metros.

6.8 Perda de carga localizada na sucção

Aqui será usado o método direto para o cálculo, sendo necessário o valore do

coeficiente K para cada acessório.

Tabela 16 – Valores de K para cada acessório da sucção, assim como o valor total

Acessório Coeficiente K Valor total de K

Válvula angular 2,3

6,03 Válvula borboleta 2

Filtro 1,73

6.9 Perda de carga total na sucção

Page 77: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

69

6.10 Altura do reservatório de sucção

A caixa de mar por onde a agua do mar entra na linha de sucção se encontra

no fundo da embarcação, assim como a bomba de combate a incêndio principal. Desta

forma, a altura do reservatório de sucção pode ser considerada como zero.

6.11 Pressão do reservatório de sucção

O ponto onde ocorre a sucção da água do mar se encontra abaixo do nível da

água. Sendo assim, a coluna de água faz com que a pressão neste ponto seja maior

do que a pressão atmosférica. A pressão do reservatório de sucção é então a pressão

hidrostática no local, sendo calculada de seguinte forma:

Sendo:

H = profundidade onde a caixa de mar se encontra

Figura 38 – Altura da coluna de água na sucção

Page 78: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

70

H é desta forma o calado médio da embarcação menos a altura em relação ao

fundo que a bomba se encontra, sendo igual a 20,599 m. Aplicando-se este valor à

equação 6.5 encontra-se a pressão atuando sobre o local da sucção do sistema.

6.12 Altura manométrica de sucção

Uma vez que todos os parâmetros para o cálculo da altura manométrica de

sucção foram encontrados, esta pode ser calculada.

𝛾

6.13 Modificações na linha de descarga

A alteração no local da descarga da linha proposta no item 5.15 implica em

mudanças no sistema original. Como pode ser visto na ilustração abaixo, o novo ponto

de descarga se encontra mais afastado da bomba principal e mais elevado em relação

ao ponto original.

Figura 39 – Modificação do local da descarga

Page 79: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

71

Para possibilitar esta configuração será usado um joelho de 45° de raio longo

flangeado para proporcionar a curva que a tubulação deve fazer para atingir a

estrutura adicional do turret. Além disso, mais 50,268 metros de tubulação serão

usados para posicionar a descarga da linha o mais próximo possível do foco de um

possível incêndio, tornando o combate mais eficiente e mantendo uma distância

segura para a operação do sistema por um funcionário do navio.

6.14 Velocidade na linha de descarga

A mudança da vazão feita no item 6.2 adequa o projeto às normas

internacionais de combate a incêndio, mas modificam bastante os cálculos realizados.

Neste ponto vale notar que o diâmetro da tubulação adicionada é o mesmo da

tubulação já existente no trecho G-H, mas, como a vazão total foi alterada, a

velocidade do escoamento será diferente. Desta maneira, todos os parâmetros do

escoamento são modificados.

Tabela 17 – Novos valores de vazão por trecho na descarga

Trecho Diâmetro interno [m] Vazão [m³/h]

A-B 0,2985 490,5

B-F 0,2976 490,5

F-G 0,2976 490,5

G-H 0,1936 418,5

Uma vez determinado à nova vazão e mantido os diâmetros iniciais, o cálculo

para a velocidade na descarga pode ser realizado seguindo o mesmo modelo

mostrado no item 5.4.

Tabela 18 – Novas velocidades por trecho na descarga

Trecho Velocidade [m/s]

A-B 1,94702159

B-F 1,95881574

F-G 1,95881574

G-H 3,94916412

Page 80: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

72

6.15 Número de Reynolds

Assim como feito no item 5.5, o número de Reynolds é encontrado a partir dos

valores da velocidade do escoamento. A viscosidade cinemática da água do mar é

mantida, já que as propriedades da água do mar não são alteradas pela modificação

proposta.

Tabela 19 – Número de Reynolds por trecho na descarga

Trecho Número de Reynolds

A-B 581185,9

B-F 582943,6

F-G 582943,6

G-H 764558,2

6.16 Coeficiente de atrito

Como os valores encontrados no item 6.15 para todos os trechos estão dentro

do intervalo , o coeficiente de atrito é função somente do número de

Reynolds.

Tabela 20 – Coeficiente de atrito por trecho na descarga

Trecho Coeficiente de atrito

A-B 0,011459

B-F 0,011451

F-G 0,011451

G-H 0,0107

6.17 Perda de carga normal na descarga

A perda de carga normal é novamente a soma da perda de carga normal por

trecho do sistema alterado. Cada trecho será então individualmente analisado e para

tal será aplicada o mesmo método utilizado no item 6.7.

Page 81: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

73

Tabela 21 – Comprimento reto e perda de carga por trecho na descarga

Trecho Comprimento reto (m) Perda de carga [m]

A-B 40 0,296699

B-F 19 0,142968

F-G 216,5 1,629082

G-H 156,068 6,856520

A soma do valor encontrado por trecho resulta no valor total para a perda

normal.

6.18 Perda de carga localizada na descarga

Novamente será aplicado o método direto para o cálculo da perda de carga dos

acessórios, assim como mostrado no item 6.8. O coeficiente K para o Joelho de 45°

acr sc ntado foi r tirado do livro “Bombas industriais”, d Edson Ez qui l d Mattos

Reinaldo de Falco. Os acessórios na linha de descarga do sistema após a alteração,

assim como o coeficiente K para cada um deles, podem ser vistos abaixo.

Tabela 22 – Acessórios e valores de K por trecho da nova linha

Acessório Quantidade por trecho

K A-B B-F F-G G-H

Joelho de 90° de

raio curto 1 0 0 0 0,52

T (fluxo em linha) 5 1 7 3 0,1

T (usado como

joelho) 1 1 1 1 1,50

Válvula borboleta 1 0 0 0 0,03

Válvula gaveta 1 1 7 2 0,03

Válvula de retenção

angular 1 0 0 0 2,1

Válvula de

inundação 0 0 0 1 1

Joelho de 45° de

raio longo flangeado 0 0 0 1 0,11

Page 82: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

74

O valor total da perda de carga localizada é calculado através da soma dos

coeficientes K para os trechos de mesma vazão.

Tabela 23 – Soma de K e perda de carga localizada por trecho da descarga

Trecho Valor total de K Perda de carga localizada [m]

A-B 4,68 0,904

B-F 1,63 0,319

F-G 2,41 0,471

G-H 2,97 2,361

A perda de carga localizada total fica então:

6.19 Perda de carga total da descarga

A perda de carga total em toda a linha de descarga, considerando tanto a

perda localizada como a normal, é encontrada através da soma dos valores

encontrados para cada trecho.

∑ ∑

6.20 Altura manométrica de descarga

Como foi mostrado no item 5.14, o projeto original considerou uma pressão ao

final do anel na área do Turret inferior à pressão mínima exigida nas normas MODU

code. Para se adequar as normas internacionais vigentes, a pressão ao final do anel

deve ser igual a ⁄ .

Page 83: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

75

O local da descarga da linha também foi alterado. A nova altura geométrica de

descarga é agora a altura do Turret em relação ao ponto onde a bomba principal se

encontra, sendo igual a 48,6 m. Contudo, o projeto original havia utilizado

equivocadamente este mesmo valor, uma vez que a descarga original não era no

Turret, mas sim no deck principal.

𝛾

𝛾

𝛾

6.21 Altura manométrica total do sistema

6.22 Curva do sistema

Assim como feito para o projeto original e explicado no item 3.8, a curva

característica do sistema é encontrada através da determinação da altura

manométrica total para diferentes vazões. Os resultados obtidos através deste método

podem então ser apresentados em um gráfico, onde a curva do sistema como função

da vazão pode ser claramente analisada.

Tabela 24 - Altura manométrica total do novo sistema para diferentes vazões

Vazão [m³/h] Altura manométrica [m] Vazão [m³/h] Altura manométrica [m]

0 87,540 550 108,819

50 87,808 600 112,515

100 88,482 650 116,483

150 89,511 700 120,719

200 90,871 750 125,220

250 92,549 800 129,986

300 94,533 850 135,012

350 96,816 900 140,298

400 99,391 950 145,841

450 102,253 1000 151,639

500 105,397

Page 84: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

76

Figura 40 – Curva do novo sistema

6.23 Novo ponto de operação

Uma vez que as mudanças propostas alteraram a altura manométrica do

sistema, a mesma bomba escolhida no projeto original será testada para as novas

condições de operação. Como tanto a nova altura manométrica como a nova vazão

são maiores do que os valores encontrados no projeto original é possível que o ponto

de operação do conjunto seja mais coerente, mesmo sendo utilizada a mesma bomba.

A curva característica da bomba é, portanto, a mesma apresentada no item 5.12.

Figura 41 – Ponto de operação para o novo sistema com a mesma bomba

Page 85: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

77

O ponto onde as curvas da bomba e do sistema se encontram é o ponto onde o

sistema opera. A carga (Head) e a vazão correspondentes ao ponto de operação

foram marcadas como e respectivamente no gráfico. Os valores de operação

são aproximadamente:

6.24 Risco de cavitação

Para uma análise precisa do risco existe de ocorrer cavitação durante a

operação da bomba é preciso calcular-se o NPSH disponível no sistema. Assim como

foi explicado no item 3.13.1, este parâmetro pode ser calculado da seguinte maneira:

𝛾

𝛾

𝛾

A pressão do reservatório de sucção é devido à coluna de água referente à

altura entre o nível do mar e o local onde a sucção da caixa de mar se encontra, 3,69

metros acima do fundo da embarcação. Como a bomba de incêndio se encontra ao

lado da caixa de mar, a altura do reservatório de sucção em relação à bomba é

aproximadamente zero. Para a determinação da pressão de vapor da água do mar, a

temperatura média da água foi considerada 25°C com salinidade de 35 (3,5%). Tais

considerações resultaram nos seguintes dados:

Tabela 25 – Pressão de vapor da água do mar em função da salinidade e temperatura

Page 86: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

78

A curva para o NPSH requerido pela bomba como função da vazão foi

fornecida pela empresa SHINKO, fabricante da bomba selecionada. Ela foi recriada

para facilitar sua posterior análise.

Figura 42 – Curva do NPSH requerido pela bomba original

Para o cálculo dos valores do NPSH disponível como função da vazão foi

usado o sistema recalculado, considerando todas as alterações realizadas. O

resultado foi a seguinte curva:

Figura 43 – NPSH disponível no novo sistema

Page 87: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

79

Como visto no item 3.13, o valor do NPSH disponível nunca deve ser menor do

que o NPSH requerido. Na aplicação industrial de bombas é padrão considerar uma

margem de segurança de 0,6 m, garantindo que a cavitação não ocorrerá durante a

operação do conjunto.

Para a vazão de operação obtida no item 6.23 de 600 m³/h para o sistema

recalculado, o NPSH requerido pela bomba é de, aproximadamente, 2,9m. Para a

mesma vazão, o NPSH disponível no sistema vale 28,68 m. Desta maneira, é possível

afirmar que não há risco de ocorrer cavitação para este sistema operando nestas

condições.

6.25 Análise da eficiência da bomba

Uma vez determinado o ponto de operação obtido para a bomba selecionada, é

importante analisar a eficiência associada a este ponto de operação. Como

apresentado no item 5.14, o fabricante Shinko forneceu a curva de rendimento para o

modelo de bomba em questão, a partir do qual pode ser determinado com qual

eficiência este operaria.

Figura 44 – Eficiência de operação da bomba original

Page 88: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

80

Como a curva de eficiência da bomba é uma função da vazão, esta pode ser

determinada entrando-se com a vazão de operação encontrada de 600 m³/h. O valor

de 78% de eficiência está relativamente próximo do ponto ótimo de operação, onde a

bomba trabalha com 84% de eficiência.

6.26 Comentários

A empresa Shinko, fabricante da bomba GVD300-3M selecionada, limita a

vazão mínima de operação deste modelo em 650 m³/h, gerando uma carga de

aproximadamente 110m. Após as alterações propostas ao sistema, a vazão de

operação do conjunto caiu de 650 m³/h no projeto original para 600 m³/h, saindo da

faixa recomendada pelo fabricante. De modo a evitar possíveis danos que possam

ocorrer à bomba durante a operação, é prudente selecionar-se um modelo que se

adeque melhor as condições do sistema de combate a incêndio em questão.

Figura 45 – Limitações de operação da bomba fornecidas pelo fabricante

Além disso, a vazão de operação resultante do funcionamento do conjunto se

encontra bastante acima da vazão de projeto. O sistema de combate a incêndio

demanda uma vazão de 490,5 m³/h para o pleno funcionamento de todos os seus

equipamentos e o controle completo de qualquer foco de incêndio que possa surgir no

Turret. Como este modelo de bomba analisado resultaria em uma vazão de 600 m³/h,

este ultrapassaria bastante o valor demandado mesmo considerando-se uma boa

margem de segurança para o projeto. Isto torna a bomba inadequada para esta

aplicação, uma vez que o projeto estaria superdimensionado.

Page 89: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

81

Capítulo 7 – Seleção da nova bomba

7.1 Considerações gerais

Uma margem de segurança é usualmente utilizada no projeto de sistemas de

combate a incêndio de modo a capacitar o sistema a fornecer a vazão necessária para

o combate mesmo havendo falhas na linha. Neste projeto será usada uma margem de

segurança de 10% sobre o valor da vazão do sistema, assim este pode disponibilizar a

vazão demandada caso ocorram vazamentos na linha. Deste modo, a bomba deve ser

capaz de bombear uma vazão total maior do que a vazão de projeta encontrada no

item 6.2.

A carga fornecida pela bomba ao operar em conjunto com o sistema deve

também ser capaz de suprir a demanda por energia do sistema. Neste caso, a altura

manométrica calculada foi de 101,7 m e a bomba deve ter uma carga compatível com

este valor para a vazão total calculada acima.

Outro fator que deve ser levado em conta são as características do liquido que

será bombeado. O sistema trabalhará com água do mar, que possui massa específica

maior do que a água doce. A temperatura do mar pode variar bastante, dependendo

de onde a embarcação operará, portanto a bomba deve ser capaz de operar com

temperaturas do liquido que cheguem a 35°C.

Por último, deve ser analisado o risco de cavitação do conjunto. O NPSH

requerido pela bomba selecionada deve ser menor do que o NPSH disponível no

sistema acrescido de uma margem de segurança de 0,6m.

7.2 A nova bomba selecionada

Dentre os modelos de diferentes fabricantes analisados, a bomba que melhor

atendeu as exigências da aplicação explicadas no irem 7.1 foi um modelo da empresa

americana Flowserve. Esta nova bomba é do mesmo tipo do que a bomba usada

originalmente no projeto, centrífuga de simples estágio. Contudo, sua faixa de vazões

Page 90: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

82

recomendadas é um pouco menor do que a da bomba original, se encaixando melhor

para a aplicação deste projeto.

Tabela 26 – Especificações da nova bomba selecionada

Fabricante Flowserve

Modelo 200-150CPX500

Tipo Bomba centrífuga de simples estágio

Diâmetro nominal do

impelidor 457,0 mm

Capacidade 540 m³/h

Carga 102 m

Velocidade de rotação do

impelidor 1775 rpm

Peso do equipamento 450 kg

Material Aço dúctil

Figura 46 – Curvas características da nova bomba

Page 91: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

83

As curvas características da bomba foram fornecidas pelo fabricante do

equipamento, como é usualmente feito. Para possibilitar uma análise mais precisa do

ponto de operação e uma sobreposição exata com a curva do sistema, as curvas da

bomba foram recriadas.

7.3 Ponto de operação

Através do procedimento apresentado no item 3.14 é possível sobrepor às

curvas do sistema e da bomba para então determinar-se o ponto de operação do

conjunto. Como nenhuma alteração foi feita no sistema, a curva encontrada no item

6.22 continua sendo válida.

Figura 47 – Ponto de operação com a nova bomba selecionada

Seguindo o padrão usado anteriormente no trabalho, a carga de operação e a

vazão de operação estão destacadas no diagrama acima e representados por e

respectivamente. Os valores encontrados para ambas as grandezas foram:

Page 92: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

84

7.4 Análise da eficiência

Do diagrama fornecido pelo fabricante da bomba é possível obter a curva da

eficiência desta em relação à vazão bombeada. Esta curva está apresentada abaixo,

juntamente com a indicação da vazão de operação e, consequentemente, da eficiência

que esta bomba operará nas condições em questão.

Figura 48 – Eficiência de operação da nova bomba

A eficiência relativa à vazão de operação encontrada foi de 70%. Pelo

diagrama acima é possível perceber como esse valor está próximo do ponto de

máxima eficiência da bomba, relativo à vazão de 550 m³/h e igual a 71%.

7.5 Risco de cavitação

O studo do “N t Positiv Suction H ad” r qu rido p la bomba pod s r f ito

através das curvas características do modelo escolhido. Este parâmetro, assim como

todos os outros analisados, é uma função da vazão na qual o conjunto opera. Sendo

Page 93: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

85

assim, uma vez que a vazão de operação é conhecida, é possível determinar qual o

NPSH que a bomba demandará do escoamento durante a operação.

Figura 49 – Curva do NPSH requerido pela bomba

A vazão de operação de 540 m³/h foi marcada diretamente no diagrama, de

forma que o valor do NPSH requerido nestas condições pode ser facilmente

reconhecido. A bomba centrífuga de simples estágio escolhida, operando nas

condições estabelecidas, exige que o líquido tenha uma energia absoluta por unidade

de peso no reservatório de sucção de pelo menos 9m, para que não ocorra a

cavitação. Considerando a margem de segurança normalmente utilizada de 0,6m, o

valor total fica em 9,6m.

Calculando-se o NPSH disponível na linha de sucção para vazão de operação

de acordo com o método mostrado no item 3.13.1, encontra-se um valor de 29.27m.

Como este valor é maior do que o NPSH requerido levando-se em conta a margem de

segurança, não há risco de ocorrer o fenômeno da cavitação durante a operação da

bomba no sistema de combate a incêndio do Turret.

Page 94: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

86

Capítulo 8 – Conclusão

O projeto original para o sistema de combate a incêndio do Turret apresentava

pontos passíveis de melhorias. Os cálculos apresentados pela consultoria que

elaborou o projeto original se baseavam em valores equivocados para a vazão e não

refletiram as correções feitas posteriormente neste parâmetro.

O sistema foi também superdimensionado, prática comum adotada por muitos

projetistas, mas que pode ser alterada. Além disso, foram tomadas considerações que

representam fontes de imprecisão aos cálculos e poderiam ser evitadas.

A proposta feita no projeto alterado apresentou cálculos mais precisos para os

parâmetros analisados, além de buscar tornar o combate a incêndio mais eficiente.

Pelo fato da bomba principal de combate a incêndio estar localizada próximo à

caixa de mar destinada a este sistema, onde é feito a sucção da água marinha, o

comprimento da linha de sucção é pequeno, sendo de somente 2m. Principalmente

quando comparado com a linha de descarga, que tem 381,3 metros, o comprimento da

linha de sucção parece ser ainda menor. Contudo, a pressão do reservatório de

sucção e a perda de carga por conta dos acessórios presentes na linha fazem dela

uma parte importante do sistema, que deve considerada nos cálculos.

A altura manométrica de descarga é, sem dúvidas, o termo dominante para o

cálculo da altura manométrica total do sistema. Por conta disso, a contribuição da linha

de sucção foi considerada desprezível no projeto original, que analisou somente a

descarga da bomba. Para a linha de descarga foi encontrado uma altura manométrica

total de 92,667 metros, assumida como sendo a altura manométrica total do sistema.

Contudo, o valor de 20,090 metros para a sucção faz com que, caso seja considerada,

o valor total caia para 72,577 metros. Essa hipótese assumida no projeto original

gerou desta forma um erro de 21,68% na altura manométrica total, representando um

ponto cabível de melhora.

O item 4.3 se encarregou de apresentar as normas que regulam as

embarcações atuantes na atividade de exploração de petróleo. Tais normas exigem

uma pressão de descarga na linha de combate a incêndio da área do Turret igual a

⁄ . O projeto original considerou, entretanto, uma pressão de somente

⁄ , estando assim abaixo do valor exigido. O uso do valor estabelecido nas

normas para a pressão de descarga representa um aumento de 21,46% na altura

Page 95: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

87

manométrica total, que passaria de 92,667m para 112,557m nas condições originais

de projeto.

Outra exigência das normas internacionais que não foi seguida pelos

projetistas diz respeito à vazão na descarga dos equipamentos de combate no Turret.

A vazão determinada é de ⁄ para cada que será coberto pelos

equipamentos, o que representa 0,6 m³/h por metro quadrado. Como o Turret possui

três níveis com 232,5 m² cada, sua área total é de . Para se adequar às

normas, a vazão fornecida pela linha de descarga deveria ser de 418,8 m³/h, contudo,

o projeto original considerou uma vazão inferior a este valor.

O não cumprimento das normas internacionais faz com que a embarcação seja

reprovada nas inspeções realizadas periodicamente pelos órgãos controladores e que

não receba a licença de operação. Caso isto ocorra, modificações devem ser

realizadas na embarcação até esta se enquadrar nos padrões exigidos, o que pode

representar um custo elevado além de impossibilitar por determinado período a

operação do navio. Por conta disso, o não cumprimento das normas por parte do

projeto original em relação à pressão e vazão de descarga é indesejável e tem

consequências preocupantes para o decorrer do projeto.

Além da adequação às normas, o projeto original poderia ser alterado também

na disposição da tubulação. Uma vez que o Turret se encontra em uma extensão feita

a partir do deck principal a uma distância de aproximadamente 45m deste, o local

onde a descarga da linha original era feita não era muito eficiente. Caso feito no final

do deck principal como proposto, após a descarga a mistura de água do mar e líquido

gerador de espuma teria que percorrer uma grande distância até atingir o foco do

incêndio, podendo ter problemas quando operando em condições climáticas extremas.

A extensão da linha proposta melhoraria o sistema, uma vez que a descarga seria feita

próxima o bastante do Turret para permitir um combate mais eficaz de possíveis

incêndios, porém manteria uma distância suficiente para permitir que o operário do

equipamento consiga manuseá-lo sem ser atingido pelas chamas.

Através deste trabalho tive a oportunidade de analisar a fundo um projeto de

engenharia, me deparar com dificuldades de situações reais de projeto e buscar

soluções. Este projeto de conclusão de curso foi um importante fechamento da minha

formação como engenheiro mecânico e me trouxe valiosos ensinamentos.

Page 96: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

88

Capítulo 9 - Referências bibliográficas

DE MATTOS, Edson Ezequiel, DE FALCO, Reinaldo, Bombas Industriais, 2ª edição,

Rio de Janeiro, Interciência, 1998.

FOX, ROBERT W., MCDONALD, ALAN T., PRITCHARD, PHILIP J., Introdução à

Mecânica dos Fluidos, 6ª Ed. LTC 2006.

F. M. WHITE, Mecânica dos Fluidos, McGraw-Hill, 2002.

I. M. Organization, International Code For Fire Safety Systems, 2000.

Det Norske Veritas, DNV Offshore Standards, DNV-OS-D301, FIRE PROTECTION,

2008

Mobile Offshore Drilling Units Code, Classification, Certification & Related Services,

2010

Flowserve, FlowSelex Portal version 2.2.7a, 2011

Page 97: verificação do projeto do sistema de combate a incêndio do turret de

89

Capítulo 10 – Anexos

Anexo A – Arranjo geral da embarcação

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90

Anexo B – Sistema de água do mar e espuma para o combate a

incêndio