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Número 2139 - Junho 2017 - Ano 89 Versão digital: www.idefran.com.br A FEEGO sediará o 2º Congresso Jurídico-Espírita Brasileiro O 2º Conjebras terá como tema central A Dignidade Huma- na, Valor Universal, Desafio Para o Século 21 e será realizado em Goiânia, na FEEGO (Federação Espírita do Estado de Goiás), de 7 a 9 de setembro de 2017. Entre os expositores, estarão André Trigueiro, Alysson Masca- ro, Anauara Maia, Gabriela Cunha Ferraz, Gilmar Bortolotto, Gusta- vo Machado, Edmar Jorge de Al- Sede da FEEGO - Federação Espírita do Estado de Goiás O hábito de julgar “Baleia azul” e a bênção da solução meida, Pedro Camilo. O evento tratará dos seguintes temas: população carcerária, re- fugiados, prevenção ao suicídio, exploração socioeconômica, afeto e família contemporânea, direitos do nascituro, à luz da Doutrina Es- pírita. Inscrições: www.ajebrasil.org. br/conjebras Informações: secretaria@aje- brasil.org.br Veja na página 8 as obras que serão distribuídas no próximo mês. Obras que circulam neste mês Clube do Livro Espírita do Idefran Não é novidade que a socieda- de humana - porque não ajuíza a racionalização dos sentimentos - tem motivos de sobra para preo- cupar-se com os riscos da própria vida. E, nos tempos modernos, mais ainda, a informação se inten- Na lição número 12, do livro Palavras de Vida Eterna, de Em- manuel, psicografado por Fran- cisco Cândido Xavier, o estima- do benfeitor espiritual reporta-se à última ceia que Jesus fez com Seus discípulos, durante a qual avisa que alguém, entre eles O trairia. Editorial, pág. 2 Pág. 6 sificou, carregando o excelente e o péssimo, o certo e o errado, o bem e o mal, e muitos de nós ressenti- mo-nos da falta de estrutura psí- quica e moral capaz de processá- -la com tranquilidade e segurança. A história de Judas incomoda- -nos tanto, a ponto de rapidamen- te condená-lo, incriminando-o, senão por gestos e atos de vio- lência – comuns nas festividades de Páscoa – ao menos por pensa- mento. Mas por que esse fato nos incomoda?

Versão digital: A FEEGO sediará o 2º ... · Haroldo Dutra Dias, em sua tra dução de O Novo Testamento, dire-tamente dos manuscritos gregos, faz significativo estudo de algumas

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Número 2139 - Junho 2017 - Ano 89Versão digital: www.idefran.com.br

A FEEGO sediará o 2º Congresso Jurídico-Espírita Brasileiro

O 2º Conjebras terá como tema central A Dignidade Huma-na, Valor Universal, Desafio Para o Século 21 e será realizado em Goiânia, na FEEGO (Federação Espírita do Estado de Goiás), de 7 a 9 de setembro de 2017.

Entre os expositores, estarão André Trigueiro, Alysson Masca-ro, Anauara Maia, Gabriela Cunha Ferraz, Gilmar Bortolotto, Gusta-vo Machado, Edmar Jorge de Al-

Sede da FEEGO - Federação Espírita do Estado de Goiás

O hábito de julgar

“Baleia azul” e abênção da solução

meida, Pedro Camilo. O evento tratará dos seguintes

temas: população carcerária, re-fugiados, prevenção ao suicídio, exploração socioeconômica, afeto e família contemporânea, direitos do nascituro, à luz da Doutrina Es-pírita.

Inscrições: www.ajebrasil.org.br/conjebras

Informações: [email protected]

Veja na página 8 as obras que serão distribuídas no próximo mês.

Obras que circulam neste mêsClube do Livro Espírita do Idefran

Não é novidade que a socieda-de humana - porque não ajuíza a racionalização dos sentimentos - tem motivos de sobra para preo-cupar-se com os riscos da própria vida. E, nos tempos modernos, mais ainda, a informação se inten-

Na lição número 12, do livro Palavras de Vida Eterna, de Em-manuel, psicografado por Fran-cisco Cândido Xavier, o estima-do benfeitor espiritual reporta-se à última ceia que Jesus fez com Seus discípulos, durante a qual avisa que alguém, entre eles O trairia.

Editorial, pág. 2

Pág. 6

sificou, carregando o excelente e o péssimo, o certo e o errado, o bem e o mal, e muitos de nós ressenti-mo-nos da falta de estrutura psí-quica e moral capaz de processá--la com tranquilidade e segurança.

A história de Judas incomoda--nos tanto, a ponto de rapidamen-te condená-lo, incriminando-o, senão por gestos e atos de vio-lência – comuns nas festividades de Páscoa – ao menos por pensa-mento. Mas por que esse fato nos incomoda?

Pág. 02 A Nova Era - Junho 2017

Editorial

AÓrgão mensal de divulgação espírita

Intermunicipalde Franca- Adolfo Mendonça Jr.Responsabilidade editorial:USE

Conselho Editorial: Mario Arias Martinez, Felipe Salomão, Euripedes B. Carvalho, Fernando A. P.Falleiros, Ademir G. Pinheiro, Marcos A. Faleiros, Maria Consuelo Aylon, Jaime B. Silva e João B. Vaz

Propriedade: Fundação Espírita Allan Kardec

Realização e responsabilidade editorial: Idefran - Instituto de Divulgação Espírita de Franca

Rua Major Claudiano, 2185, Centro, CEP: 14.400-690 - Franca ( ) - Tel.: 16 3721.8282SPwww.idefran.com.br - [email protected]

Fundado por José Marques Garcia e Martiniano Francisco de Andrade, em 15 de novembro de 1927

“Baleia azul” e abênção da solução

Não é novidade que a sociedade humana - porque não ajuíza a ra-cionalização dos sentimentos - tem motivos de sobra para preocupar-se com os riscos da própria vida. E, nos tempos modernos, mais ainda, a in-formação se intensificou, carregan-do o excelente e o péssimo, o certo e o errado, o bem e o mal, e muitos de nós ressentimo-nos da falta de estrutura psíquica e moral capaz de processá-la com tranquilidade e se-gurança.

Muitos preferem ignorar a ne-cessidade de harmonizar-se com os desígnios das Leis de Deus e, sem princípios religiosos que os susten-tem, fazem-se fragilizados e sem base firme que assimile e suporte a violência dos impactos emocionais que, a todo momento, atingem a to-dos, causando àqueles danos um tan-to mais graves.

Notícias de organizações sinis-tras que induzem adolescentes ao autoferimento e ao suicídio, por meio do fatídico “Jogo da Baleia Azul”, utilizando-se de redes sociais que veiculam induções e sugestões tão mórbidas, quanto mórbida é a sua própria visão de vida, vem in-felicitando indivíduos, famílias e a sociedade. No mundo, o número de suicídio de jovens influenciado pelo comando sinistro, segundo informa-ções, passa de cem.

Antes que se façam mais vítimas, é preciso que, de uma parte, as au-toridades e, de outra, os líderes re-ligiosos, no que lhes diz respeito, e, sobretudo, as famílias, promovam os expedientes que lhes caibam, no sentido de restabelecer a paz e a se-gurança.

Como espíritas, do nosso ângulo de apreciação, cumpre-nos ressaltar,

com toda ênfase, a necessidade de as famílias reconhecerem que tornar seguros os seus filhos, que se deixam imantar à internet fixa e móvel, ou à mídia em geral, emana do amor que deve presidir o relacionamento pais--filhos. As diretrizes do Evangelho e da educação moral representam os únicos expedientes a lhes ofere-cerem as verdadeiras prevenção e solução de tão graves problemas. Busquem-nos no centro espírita, na igreja, ou no recesso do próprio lar que, com certeza, passará, então, a qualificar-se como ambiente aben-çoado, apaziguando crianças, jovens e adultos.

Não olvidemos, jamais, as impli-cações espirituais de tudo quanto nos constitui o viver. Espíritos milena-res, na sucessão das reencarnações, herdamos de nós próprios as mes-mas qualidades que nos imprimimos no passado, com a promessa de cor-rigi-las. Se o ignoramos e preferimos usar o nosso livre-arbítrio no atendi-mento ao clamor das atrações mun-danas, o fazemos conscientemente, e porque somos os responsáveis pela própria conduta, recebemos respos-tas infelizes.

O Espiritismo tem meios de pre-venir todos os males, tanto quanto os tem para combatê-los, sem, contudo, poder arvorar-se dono da possibi-lidade absoluta, porque cabe a ele, apenas, ensinar ao paciente como aplicar-se, em si mesmo, a efetiva solução, pelas vias da transformação moral.

É preciso que nos demos conta de que já é hora de mudança íntima, para que, todos, e cada um, possam fazer jus à conclamação de Jesus no “os justos herdarão o paraíso terres-tre.”

Biblioteca do IdefranHabitue-se a frequentá-la

Pág. 03A Nova Era - Junho 2017

Pai Nosso IO Evangelho segundo o Espiritismo

Eurípedes B. Carvalho

É a prece, acreditamos, mais pro-ferida, quer em público, quer nos templos religiosos ou mesmo na inti-midade de cada lar cristão. Tornou-se um marco quando se fala em oração, já que consagrada por todos os povos cristãos, não importando a crença que professem. Não é raro servir como tábua de salvação, quando, surpre-endidos, somos solicitados a fazer a prece de abertura de uma reunião ou de qualquer cerimônia religiosa. Na sua simplicidade e singeleza, aten-de a todos os requisitos necessários àquele que dela faz uso, pois que

resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Nela imprimi-mos nossa profissão de fé, praticamos um ato de adoração e de submissão, pedimos apenas o que se limita às nossas necessidades diárias e, por fim, encontramos, implícito em seu conteúdo, o princípio da caridade. E, o que a chancela de forma incontestá-vel, como o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade, é o fato de que ela pro-cede do próprio Jesus. (resumindo o que nos disse Kardec em seus comen-tários sobre a referida oração).

A oração dominical, ou o Pai Nos-

so é-nos, pois, um legado de Jesus que, ao ouvir de um de seus discípu-los: “Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus dis-cípulos”, disse-lhes: “Orai, portanto, assim: ‘Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome, venha o teu reino; seja feita a tua vontade, no céu, também sobre a Terra. O pão nosso diário (1), dá-nos hoje, perdoa--nos nossas dívidas (2), como tam-bém perdoamos nossos devedores; e não nos introduzas (3) em tentação, mas livra-nos do mal” (Mateus; 6: 9 a 13).

Haroldo Dutra Dias, em sua tra-dução de O Novo Testamento, dire-tamente dos manuscritos gregos, faz significativo estudo de algumas pala-vras contidas nesta oração, o qual, por

seu valor, achamos por bem incluí-lo em nosso modesto comentário: (1) – Diário: “palavra rara, de significado disputado. As opções de tradução são: “diário, cotidiano, de cada dia, para o dia seguinte, para o futuro neces-sário”; (2) – Dívidas – Literalmente, “ter uma dívida/dever (débito, dívida, o que é devido, por extensão “ofensa, falta, pecado); (3) - Introduzas. Trata--se de semitismo, no qual é utilizado um verbo no causativo “não me intro-duzas, não me ponhas” com o sentido claramente permissivo “não permita que eu entre, que eu me torne vítima, que eu esteja em poder da tentação.”

Embora a simplicidade de seu enunciado, um texto considerado breve, claro, sem prejuízo de seu sentido profundo, mesmo assim tem

escapado ao entendimento da maio-ria dos religiosos. Recitam-no sem se deter no entendimento do signifi-cado de cada palavra. Escapa-lhes a essência de seu conteúdo, “sobre as aplicações de cada uma de suas par-tes”. Repetem-na como uma fórmula, um fetiche, atribuindo sua eficácia ao maior número de vezes que a re-petem. É como se se pronunciassem 30 Ave-Marias e mais 50 Pai Nossos, estariam redimindo, com mais certe-za, dos seus pecados. Quase sempre se utilizam de números cabalísticos como três, sete, nove, para atender à sua superstição. Funciona esse ritual como certa magia, impressionando mais os sentidos que a razão. Em vis-ta disso, os Espíritos que colaboraram na obra da codificação aconselharam o Codificador, com a supervisão de-les, a apresentar um estudo de cada frase da oração, desenvolvendo-lhe o sentido e mostrando as suas apli-cações. Assim, conforme o interesse do estudioso da Doutrina e o tempo de que disponha, poderá nos acom-panhar, através de nossos próximos trabalhos, esse estudo solicitado a Kardec, qual o de nos ensinar a usar a Oração dominical, aplicando-a na sua forma simples, ou na sua forma mais desenvolvida, mostrando-nos ao mesmo tempo, com maior clare-za, a profundidade de seu conteúdo. E, lembremos sempre: “a prece é a comunhão da alma com o Criador da Vida, o lenitivo das grandes dores, o refrigério dos corações atribulados”. (Expiação, Areolino Gurjão, 5. ed., Feb, 1984).

Repetem-na (a oração Pai Nosso) como uma fórmula, um fetiche,

atribuindo sua eficácia ao maior número de vezes que a repetem

Pág. 04 A Nova Era - Junho 2017

O plantão ia calmo, numa noite amena do mês de abril. Eram três da madrugada quando, incomoda-do por uma dor progressivamente mais forte, despertei do descanso. Como médico, baseado nos sinais e sintomas próprios, logo percebi que estava diante de uma cólica renal. Pra quem não teve, trata-se de uma dor horrível, que eu não desejaria pra ninguém. Fui obter algum alivio apenas após algumas horas e pesadas medicações endovenosas, aplicadas pela solícita equipe de enfermagem do setor. Ainda bem que o plantão estava tranquilo...

Depois disso, uma semana difí-cil, cheia de exames, medicamentos constantes e uma piora progressiva que culminou em internação. A “pe-dra” foi retirada e, junto a ela, infec-ção... E tome antibiótico, cateter... outra semana “perdida”.

Perdida... será? Vamos ampliar o raciocínio para todos nós.

A correria do dia a dia é capaz de nos matar. Literalmente. Estresse, ir-ritação, trabalho em excesso, horas sem descanso, noites mal dormidas, erros alimentares, sedentarismo... Logo em seguida, na busca incessan-te por resultados “pra ontem”, tam-bém deixamos de lado nosso lado es-piritual: paramos de ir ao nosso culto religioso e até mesmo de orar.

O resultado de tudo isso é um de-sequilíbrio energético perigoso, que acaba por levar seus efeitos à esfera física, através dos mais variados pro-cessos patológicos. Pode ser um sim-ples resfriado, ou uma gripe, ou có-lica de vesícula, cólica de rins, entre outros, a depender da predisposição do indivíduo, dentro da lei de causa e efeito que nos rege.

E isso é necessário. Nosso orga-nismo, gritando por socorro, puxa o freio de mão e lança a pessoa doente a um leito, a um repouso forçado. A dor, sábia professora, assegura que a lição não passará despercebida. O sofrimento vem lembrar que somos mortais, vencíveis, frágeis e que, para morrermos, basta estarmos vi-vos, como no dito popular.

A dor é uma professora cruel, po-rém muito eficaz. Ela pode significar motivo de revolta para muitos, po-rém pode ser a salvação daqueles que aceitam e entendem sua mensagem. Para os que ouvem seu recado, a dor representa o olhar para si próprio. A doença e/ou a limitação, representam momentos sagrados para uma autoa-nálise, mesmo que “na marra”.

Nesse momento, devemos procu-rar analisar nossos comportamentos, a forma como lidamos com nosso

Superando as pedras nos rins e na vida

corpo, como estamos cuidando do vaso sagrado que nos foi emprestado por Deus para prosseguirmos na obra da evolução. É momento de reajustar as energias, procu-rando pontos onde as mesmas estão sendo gastas desnecessaria-mente, em detrimento de setores de nossas vidas, extremamente importantes, que vão ficando para trás. É momento de recalcular nossos pensamentos, buscando a disciplina daqueles que entendem que um carro

desgovernado não segue viagem.Quando fazemos isso, colocamos

nosso olhar por cima da montanha, saindo dos baixos e rotineiros va-

les do dia a dia, com sua rotina implacável e causticante. Nosso olhar abrange o que se passou e o que pode advir. Compreende-mos, então, quanto

tempo desnecessário gastamos com essa ou aquela situação, essa ou aquela pessoa, esse ou aquele lugar. Entendemos, finalmente, como des-

perdiçamos nossas energias em coi-sas fúteis e passageiras, deixando de lado o que é importante e eterno.

Temos certa carga de energia vi-tal que se consome com o tempo, desde que nascemos, até o momen-to de nosso desencarne. Ela se gasta com excessos, vícios e coisas ruins, e se conserva com aquilo que é ver-dadeiro e ligado ao amor, a Deus, a si mesmo e ao próximo. Como será que estamos gastando nossa energia vital? Na direção correta? Na veloci-dade correta?

Vamos nos cuidar, enfim. E cui-dar não significa apenas colocar uma roupa legal e gozar boa aparência. Significa cuidar da casa mental, do corpo físico. Significa intensificar o lado espiritual, a conexão com Deus. Valorizar as coisas corretas, a famí-lia, os amigos de verdade. Assim se plantam saúde e equilíbrio.

Dr. Rodolfo de Moraes Silva é médico, palestrante espírita e presidente da AME--Franca (Associação Médico-Espírita de Franca).

A dor, sábia professora, assegura

que a lição não passará despercebida

AME-Franca - Associação Médico-Espírita de Franca

Rodolfo de Moraes Silva

Sacudir o póAprendendo com Emmanuel

Os próprios discípulos materia-lizaram o ensinamento de Jesus, sa-

“E se ninguém vos rece-ber, nem escutar as vossas

palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o

pó de vossos pés.” – Jesus. (Mateus, 10:14.)

servar qualquer mágoa ou qualquer detrito nas bases da vida, em face da ignorância e da perversidade que se manifestam no caminho de nossas ex-periências comuns.

Natural é o desejo de confiar a outrem as sementes da verdade e do bem; entretanto, se somos recebidos pela hostilidade do meio a que nos dirigimos, não é razoável nos man-tenhamos em longas observações e apontamentos, que, ao invés de con-duzir-nos a tarefa a êxito oportuno, estabelecem sombras e dificuldades em torno de nós.

Se alguém te não recebeu a boa--vontade, nem te percebeu a boa in-tenção, por que a perda de tempo em sentenças acusatórias? Tal atitude não soluciona os problemas espirituais. Ignoras, acaso, que o negador e o in-diferente serão igualmente chamados pela morte do corpo à nossa pátria de origem? Encomenda-os a Jesus com amor e prossegue, em linha reta, bus-cando os teus sagrados objetivos. Há muito por fazer na edificação espiri-tual do mundo e de ti mesmo. Saco-de, pois, as más impressões e marcha alegremente.

Livro: Pão Nosso – Psicografia de Fran-cisco Cândido Xavier.

cudindo a poeira das sandálias, em se retirando desse ou daquele lugar de rebeldia ou impenitência. Todavia, se o símbolo que transparece da lição do Mestre estivesse destinado apenas a gesto mecânico, não teríamos nele se-não um conjunto de palavras vazias.

O ensinamento, porém, é mais profundo. Recomenda a extinção do fermento doentio.

Sacudir o pó dos pés é não con-

Pág. 05A Nova Era - Junho 2017

Associação Jurídico-Espírita do Brasil

povo, tem regime de urgência” (Chi-co Xavier. Seara dos médiuns).

Vê-se que Emmanuel bem classi-fica o atual momento em que nos en-contramos: “em pleno movimento de recuperação da dignidade humana”.

As práticas de corrupção, que vi-sam essencialmente à conquista de dinheiro, via de regra implicam sa-crifícios de direitos da coletividade, como saúde, educação, lazer, segu-

Dignidade humana, valor universal: desafio para o século 21Maria A. Santos Essado e Tiago Cintra Essado

Parte do que assistimos na atual conjuntura da sociedade brasileira, deve-se à ausência de adequada com-preensão da essência da vida terrestre e de sua real finalidade.

A ânsia para a obtenção de cargos, títulos, dinheiro, à custa de valores e de princípios ético-morais, induz a cegueira da alma, que rompe limites que deveriam ser observados para a consciência tranquila.

O exercício de função pública e privada pressupõe o respeito às exi-gências da lei humana. Porém, acima disso, há o respeito ao próximo, e no que possui de mais valoroso: sua pró-pria dignidade.

Sempre que nossa conduta pro-vocar ofensa à dignidade da pessoa humana, estaremos violando tanto a lei humana como a natural. E algo precisa ser corrigido.

Por isso que a AJE-Brasil (Asso-ciação Jurídico-Espírita Brasileira) inseriu como tema central do 2º Con-jebras (Congresso Jurídico-Espírita Brasileiro), a ocorrer de 7 a 9 de se-tembro próximo, em Goiânia, a dig-nidade humana, valor universal, de-safio para o século 21.

É preciso jogar luz na dignidade

humana, para melhor refletirmos em torno dela e fazermos os ajustes ne-cessários visando à sua efetivação, e isso em todas as atividades humanas.

Emmanuel invoca-nos para isso: “É assim que, repetindo as lições do Cristo para o mundo atormenta-do, não nos achamos simplesmente diante de um espiritismo social, mas em pleno movimento de recuperação da dignidade humana, porquanto, em verdade, perante o materialismo irresponsável a sombrear universi-dades e gabinetes, administrações e conselhos, laboratórios e templos, cenáculos e multidões, o Evange-lho de Jesus, para esclarecimento do

Sempre que nossa conduta provocar ofensa

à dignidade da pessoa humana, estaremos violando tanto a lei

humana como a natural

rança. Em razão de apropriações ile-gais e abusivas do dinheiro público, deixa-se de investir nesses setores.

A população carcerária é tida como se fosse parcela social despre-zível a dispensar maiores atenções. O indivíduo – e em boa parte ainda sem condenação – é trancafiado em condições subumanas, como se isso fosse o suficiente para recuperá-lo, ou como se isso fosse o suficiente para nos dar de volta a ilusória sensa-ção de segurança, ou de satisfação do desejo de vingança.

O Brasil é um dos países que mais mata a comunidade LGBT nas Amé-ricas, com 343 mortes por motivação homofóbica em 2016.

Em todos esses exemplos o que se nota é a absoluta falta de respeito ao próximo, e em sua dignidade, sob diversos aspectos.

Daí que resgatar a dignidade hu-mana é de fato desafio para o século 21. Não há mais tempo a perdermos em teorias e em divisões. O momento atual nos pede ação. Que façamos a nossa parte!

Maria Auxiliadora Santos Essado é defen-sora pública/SP, membro da AJE-SP (Asso-ciação Jurídico-Espírita de São Paulo)

Tiago Cintra Essado é promotor de justiça/SP e presidente da AJE-BRASIL (Associa-ção Jurídico-Espírita do Brasil)

Diante da insuficiência do valor dos anúncios, o Idefran – Instituto de Divulgação Espírita de Franca, entidade não lucrativa, responsável pela impressão e editoração de A Nova Era, continua precisando de você, no que respeita à viabilidade financeira para a manutenção da circulação men-sal deste jornal e a irradiação semanal do progra-ma Sementeira Cristã (Rádio Imperador, 920 kHz, AM, domingos, 9 às 10 horas, ou a qualquer hora, www.idefran.com.br)

Se você pode e deseja contribuir, efetue seu depósito de qualquer valor no banco 756 (Si-coob), agência 4321, conta 2002511-4, CNPJ 51.796.035/0001-10, ou ligue (16) 3721-8282, so-licitando envio de boleto.

Antecipamos fraternais agradecimentos.

Apelamos ao leitor

Pág. 06 A Nova Era - Junho 2017

Na lição número 12, do livro Palavras de Vida Eterna, de Em-manuel, psicografado por Fran-cisco Cândido Xavier, o estima-do benfeitor espiritual reporta-se à última ceia que Jesus fez com Seus discípulos, durante a qual avisa que alguém, entre eles O trairia.

A história de Judas incomoda--nos tanto, a ponto de rapidamen-te condená-lo, incriminando-o, senão por gestos e atos de vio-lência – comuns nas festividades de Páscoa – ao menos por pensa-mento. Mas por que esse fato nos incomoda?

A Psicologia moderna explica e vamos contar uma pequena his-tória, buscando, através dela, res-ponder a essa questão:

“Uma mulher vai ao seu tera-peuta, que a atende semanalmen-te, e entra queixando-se das agres-sões verbais recebidas do marido, censurando-a por ser péssima mãe e péssima esposa. Diz ela sentir-se agredida e humilhada porque sabe ser ótima mãe e esposa devotada. O médico ouve-a atentamente e quando ela encerra as reclama-ções ele diz:

- Eu não me importaria com isso, mas sim, com a mancha que tem no rosto.

- Eu não tenho mancha no ros-to, retruca ela.

- Tem sim, eu estou vendo – afirma o médico.

- Não, eu não tenho, contesta a paciente convicta.

A conversa continua com os queixumes dela. Depois de algum tempo, ele pergunta à mulher:

- Por que você não se incomo-dou com a minha afirmação de que tinha uma mancha no rosto?

- Porque sei que não tenho, res-ponde ela.

- Eis aí, diz o médico, a res-posta que precisava para suas la-mentações. Se as agressões do seu marido lhe fazem tanto mal e a incomodam muito, é porque você própria não tem certeza de ser boa mãe e boa esposa. A agressão atin-giu-a porque refletiu sua própria realidade interior”.

Certamente, é isso que acon-tece conosco quando julgamos e condenamos o discípulo leviano e os nossos semelhantes.

Emmanuel traz para nós, na lição acima citada, a essência do ensinamento evangélico do “não julgueis para não serdes julga-dos”, por nós mesmos.

A advertência tem razão de ser, na medida em que conclama à prática do Evangelho como forma de proteção contra nós próprios, permitindo-nos sair desse círculo de sofrimentos em que nos colo-camos, pela nossa ignorância das coisas divinas.

O conhecimento e a prática dos ensinamentos de Jesus fazem-nos, lentamente, perceber que somos todos discípulos Dele, e não mes-tres como muitos supõem, apren-dendo a vigilância dos próprios atos, para não fracassarmos mais; e discípulos em testemunho, a fim de aprendermos a exemplificar, compreendendo, agindo e perdo-ando, como o Mestre sempre fez.

Estamos caminhando com bas-tante dificuldade, mas através da escola bendita da reencarnação –

O hábito de julgar

“Necessário vos é nascer de novo” –, vamos combatendo o egoísmo, sendo menos exigentes nos pra-zeres egoísticos, percebendo a necessidade do outro. Também já estamos conseguindo ter algu-ma consciência da necessidade de cuidar da vida espiritual, e não ir somente à caça de bens materiais.

Jesus sabe das nossas limita-ções e não desconhece nossas fra-gilidades, e por isso nos concla-ma, através do Seu amor, refletido em todos os Seus ensinamentos, a desenvolvermos a humildade – sentimento contrário ao orgulho – para que não apenas Ele, mas nós próprios, também, reconheça-

mos nossos limites. Esse é, sem sombra de dúvida, o primeiro passo para conseguirmos superar nossas limitações e iniciarmos a construção do edifício íntimo do Reino de Deus em nossos cora-ções.

Lembra Emmanuel, na obra supracitada, que “na edificação íntima do Reino de Deus, medi-temos nossos erros, conscientes ou não, definindo nossas respon-sabilidades e débitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram à de-serção perante o Cristo, teremos bastante força para desculpar as faltas do próximo, perguntando com sinceridade, no âmago do coração: “Por ventura existirá al-guém mais ingrato para contigo do que eu, Senhor?”

Dia virá em que, revestidos de poder e força, não mais julgare-mos nossos semelhantes, pois te-remos compreendido que quanto mais força moral e poder tiver-mos, mais nos compadeceremos das fragilidades humanas e mais estenderemos nossas mãos amo-rosas para socorrer, elevar e am-parar, exatamente como Jesus faz conosco hoje.

Leda Maria Flaborea

Páscoa quer dizer comemoração da passagem (...) dos

hebreus pelo deserto rumo a região da

palestina, após sua libertação do Egito.

Pág. 07A Nova Era - Junho 2017

Nesta edição, vamos refletir sobre como os Espíritos que não conhecem Jesus interferem em nossos pensamentos, fazendo de nós seus instrumentos quando estamos descuidados e ociosos¹. Desejamos aos leitores infantis um excelente aprendizado!

Cantinho Infantil “Scheilla”Vera Márcia Silva

Era uma família muito feliz

O espírito da maldade

Scheilla

e em como ficariam as laranjeiras quando estivessem carregadas de laranjas.

O tempo estava passando e, até àquele momento, o espírito da maldade ainda não tinha consegui-do transmitir o desejo infeliz de matar os passarinhos no ninho.

Foi então que, imediatamente, ele se lembrou de Marquinhos - um menino muito mimado pela mãe, que não o deixava trabalhar e sem-pre o protegia em suas travessu-ras³. Era um preguiçoso, isso sim! O espírito da maldade o procurou e o encontrou à porta de um bar com um cigarro à boca. As mãos e a ca-beça estavam desocupadas.

- Vamos matar passarinhos? – transmitiu o pensamento aos ouvi-dos de Marquinhos.

Marquinhos, no mesmo instante, entendeu a ideia. Saiu da porta do bar e sentiu uma vontade enorme de matar passarinhos. Sem que o garoto percebesse, o espírito da maldade o guiou até a árvore onde o ninho feliz recebia o carinho do vento. O menino matou mamãe, papai e os filhotinhos a pedradas criminosas.

Marquinhos ainda cometeu outros erros que lhe prejudicaram a vida por muitos e muitos anos.

(História original está no livro “Alvorada Cristã”, Espírito Neio Lúcio, Médium Francisco Cândido Xavier)

Até a próxima edição,

amiguinhos!

O espírito da maldade, que espalha aflições e sofrimentos em toda parte, viu um ninho de passarinhos felizes e planejou des-truir as avezinhas. A mamãe-passarinho estava muito contente

acariciando os filhotinhos, enquanto o papai-passarinho voava à procura de alimento.

O espírito da maldade viu aquela alegria e se irritou. Pensou: “Matarei todos os passarinhos. Mas, sozinho não vou conseguir. Para isto, eu pre-ciso de alguém que me ajude, empres-tando-me as mãos para eu executar² meu plano!”

A partir daquele momento, o espí-rito da maldade começou a buscar a

companhia das crianças.- Quem sabe algum meni-

no possa me obedecer!Foi à casa de Joãozinho,

mas o garoto estava muito ocupado cuidando do irmão menor.

Foi até a casa da Zelinda, mas a menina estava envol-vida com agulhas e lãs. Tri-cotava uma blusa.

O espírito da maldade não desistiu. Continuou procurando algum menino desocupado.

Em seguida, foi até a chácara atrás de Quincas, mas o garoto obedecia a uma ordem do pai e plantava mudas de laranjeiras. Como estava muito alegre, Quincas só pensava na bênção da chuva

Leve as crianças até a “Oração”. Elas querem se manter em sintonia com o Anjo Guardião para ouvir os bons conselhos e as boas ideias desse Espírito Protetor

Queridas crianças,Se vocês se mantiverem no caminho do bem e da obediência, se estiverem colaborando nas pequenas e importantes tarefas do lar, se estiverem cumprindo corretamente os compromissos escolares, vocês estarão com a mente e as mãozinhas sempre ocupadas na construção do próprio progresso espiritual e moral.

Vocabulárioociosos¹ - que estão sem trabalho, que não estão fazendo nada de útil.executar² - realizar, cumprir.travessuras³ - ações negativas.

Pág. 08 A Nova Era - Junho 2017

1 - NO VAI E VEM DA VIDA – Romance do espírito Dizzi Akibah em que a vida do jovem Monteiro é narrada com riqueza de detalhes. Ambicioso, não mede esforços para atingir seus objetivos, sem se importar com o próximo. Surpreendido pelo desencarne, encontra-se em difícil situação; sendo recolhido pelos espíritos socorristas, programa seu retorno com vistas à sua re-novação.

3 - OS PODERES DA MENTE – Excelente livro da oradora e pesquisadora Suely Caldas Schubert, em que a autora alinha ciência e doutrina espírita para afir-mar os aspectos transcedentais inerentes ao ser humano, em razão de que os poderes da mente estão no espírito e não no cérebro. Descubra os segredos de sua mente. Saiba pensar e criar.

O SONHO DE GUTO – Maria Ivo-ne de Oliveira Fonseca, com este excelente livro infantil, leva os leitores ao entendi-mento dos sentimentos. Libertar ou reter as nossas emoções? O menino Guto, com suas incertezas reflete um pouco de todos nós. A obra ensina que devemos abrir o coração e extravasar o que de bom trazemos em nosso íntimo.

2 - UMA RECEITA DE VIDA – Richard Simonetti nos apresenta este novo livro, com uma receita valiosa, em que combina autoajuda, conhecimento espírita, princípios evangélicos e poderes da mente humana. No estilo bem humorado claro e objetivo que consagrou o autor, é uma obra para esclarecer e confortar.

Opções para o próximo mêsClube do Livro Espírita do Idefran

Caso prefira, no lugar das opções aqui indicadas, ou cumulativamente, o associado poderá optar por dois exemplares das obras básicas do Espiritismo, editadas pelo IDE.

Atendemos solicitações para sobras de meses anteriores

As ótimas espitirinhas aqui publicadas estão em www.espitirinhas.blogspot.com.br e são de autoria de Wilton Pontes a quem apresentamos nosso reconhe-cimento tanto por seu trabalho como pelo desprendimento em liberar sua publicação gratuita.

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