12
Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 2: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS

n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre 19 de Agosto de 2014 e 1 de Janeiro de 2016. Assim, a resolução do BES poder-se-á tornar um study case, que ponha em evidência o pioneirismo ou o experimentalismo da solução adoptada em Portugal.

No presente trabalho, percorre-se o caminho legislativo conducente à criação do mecanismo de resolução bancária português, desde o Memorando de Entendimento, de Maio de 2011, até às alterações ao RGICSF, de Agosto de 2014. No itinerário, destaca-se a conexão entre as sucessivas revisões do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) e a insti-tucionalização do regime de resolução, dando particular ênfase ao carácter precursor do DL n.º 31-A/2012, de 10 de Fevereiro.

Em Agosto de 2014, as especificidades do regime nacio-nal foram postas à prova pelas vicissitudes da resolução do BES, suscitando-se o debate sobre a capacidade de internali-zação dos custos pelo Fundo de Resolução.

1. o mecanismo de resolução bancária no Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica

O Memorandum of Understanding on Specific Economic Policy Conditionality 1, assinado em 17 de Maio de 2011, entre o Governo Português e a Troika (Comissão Europeia, Banco

1 Embora o “idioma da versão original e oficial” do Memorando seja o inglês, o site do Governo de Portugal disponibiliza online as traduções do Memorando original (Maio de 2011) e das doze Revisões Regulares do Programa de Assistência Económica e Financeira (Setembro de 2011 a Abril de 2014). Em rigor, o Memorando original compreende o Memorandum of Understanding on Specific Economic Policy Conditionality e dois anexos intitulados, respectivamente, Attachment I: Portugal — Memorandum of Economic and Financial Policies e Atta‑chment II: Portugal — Technical Memorandum of Understanding.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 3: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

ESPECIFICIDADES E VICISSITUDES DO MECANISMO DE RESOLUÇãO BANCÁRIA 2767

Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) dedica o ponto 2 à “Regulação e supervisão do sector financeiro”, onde, inter alia, se estabelecem os objectivos de “preservar a estabilidade do sector financeiro”, de “reforçar a regulação e supervisão bancária” e de “reforçar o enquadramento legal da reestruturação, saneamento e liquidação das instituições de crédito” 2 3.

Aliás, o Memorando consagra os subpontos 2.13 e 2.14 ao “Enquadramento legal da Reestruturação, Saneamento e Liquidação das Instituições de Crédito”.

Neste sentido, o ponto 2.13 estabelece:

“As autoridades alterarão a legislação sobre instituições de crédito em consulta com a CE, o BCE e o FMI até ao final de Novembro de 2011 para, entre outras, impor obrigações de reporte prévio baseadas em requisitos e penalizações claras. O BdP será autorizado a aplicar medidas correctivas para promo-ver a implementação de um plano de recuperação. As insti-tuições de crédito com riscos sistémicos terão de preparar planos de contingência de reestruturação, saneamento e liqui-dação sujeitos a revisão periódica” [cfr. CE/BCE/FMI/Por‑tugal (2011a, p. 9)].

Por sua vez, o ponto 2.14 acrescenta:

“As alterações introduzirão um regime de reestruturação e sanea mento das instituições de crédito em dificuldades que lhes

2 Cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2011a, p. 7).3 Num trabalho anterior, intitulado “Quem é que a austeridade

cura? Quem é que a austeridade mata? — Releitura dos Memoranda entre a Troika e os PIGS”, confrontaram-se os Memorandos de Entendimento de Portugal, da Irlanda, da Grécia e da Espanha, sublinhando-se a omnipre-sença da austeridade em todos os documentos, bem como o impacto sobre a economia real e os seus efeitos redistributivos — cfr. Quelhas (2013b).

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 4: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

2768 JOSÉ MANUEL QUELHAS

permita, sob controlo oficial, manter o exercício da actividade, para promover a estabilidade financeira e a protecção dos depo-sitantes. O regime estabelecerá requisitos claros para a sua aplicação e os instrumentos de reestruturação ao dispor das autoridades deverão incluir a recapitalização sem direitos de preferência dos accionistas, de acordo com o enquadramento europeu relevante, a transferência de activos e passivos para outras instituições de crédito e um bridge‑bank [cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2011a, p. 9)].

De sublinhar que o Memorando, de 17 de Maio de 2011, estabelecia como data limite para a introdução das alterações legislativas o final do mês de Novembro do mesmo ano, o que revela a premência da Troika com a promoção da estabilidade sistémica e com a protecção dos depositantes.

Ab initio, o Memorando define o propósito geral de exigência de obrigações de reporte prévio a todas as instituições de crédito e o objectivo específico de imposição de planos de contingência de reestruturação, sanea mento e liquidação às instituições que apresentem risco sistémico 4. Acresce que o Memorando já privilegiava a preservação do exercício da actividade por bancos em dificuldades, através da adopção de três tipos de medidas, a saber: i) a recapitalização sem direitos de preferência dos accionistas; ii) a transferência de activos e passivos para outras instituições de crédito; iii) a criação de bridge‑banks.

Destarte, o Memorando reconhece o impacto desestabi-lizador sistémico do encerramento, maxime da falência, de uma instituição de crédito, o que consagra a especificidade

4 Sobre o conceito de risco sistémico, cfr. Quelhas (2012c), especialmente o “Capítulo 3. Do risco sistémico e do «efeito de contágio»: São as crises financeiras sistémicas?”.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 5: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

ESPECIFICIDADES E VICISSITUDES DO MECANISMO DE RESOLUÇãO BANCÁRIA 2769

do negócio bancário perante outros tipos de negócio 5. Aliás, a mesma preocupação é reforçada no Anexo I — Memorando de Políticas Económicas e Financeiras 6 e no Anexo II — Memo‑rando de Entendimento Técnico 7, que acompanham o Memo‑rando de 17 de Maio de 2011.

Por sua vez, as sucessivas revisões do Programa de Assistên‑cia Económica e Financeira reiteraram os objectivos relativos à regulação e supervisão do sector financeiro, traçados no texto ori-ginal do Memorando, mormente os relacionados com o enqua‑dramento legal da reestruturação, saneamento e liquidação das insti‑tuições de crédito.

5 Sobre a especificidade do negócio bancário, cfr. Quelhas (1996), mormente em “1.1. Sobre a «revolução financeira»” e “1.2. Das conse-quências da «revolução financeira»”, bem como Quelhas (2013a), prin-cipalmente em “3. «Banca universal» ou (re)especificidade e (re)especiali-zação do sector bancário?”.

6 O ponto 34 do Anexo I — cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2011b, p. 12) — inclui a alteração do quadro legal português sobre intervenção precoce, reestruturação e saneamento de instituições de crédito entre os «benchmarks estruturais» do Memorando, ao mesmo tempo que reafirma a opção pelo princípio da manutenção do exercício da actividade dos ban-cos em dificuldades em detrimento do seu encerramento, com o objectivo de evitar a propagação do risco sistémico e de travar a deflagração de corridas bancárias contagiosas.

7 O Anexo II — cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2011c) — rea-firma a especificidade do sector bancário através da instituição de um conjunto diferenciado de «standards em termos de definições e reporte», que privilegiam as instituições de crédito, mormente: i) a exclusão das despesas de apoio à reestruturação do sector bancário do cômputo do limite do saldo orçamental consolidado das administrações públicas; ii) a exclusão das garantias executadas com os mecanismos de apoio ao sector bancário do âmbito das despesas orçamentais, no apuramento do saldo em base de caixa das entidades abrangidas pelo orçamento de estado; iii) a exclusão da dívida resultante da reestruturação do sector bancário do limite máximo de endividamento das administrações públicas, estabelecido no Protocolo sobre o procedimento relativo aos défices excessivos.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 6: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

2770 JOSÉ MANUEL QUELHAS

Em Setembro de 2011, a Primeira Revisão Regular do Pro‑grama de Assistência Económica e Financeira manteve a meta de Novembro de 2011 para a introdução das alterações legisla-tivas, apesar de acrescentar a obrigação de “criação de um fundo de resolução destinado a reforçar a protecção dos depo-sitantes e a financiar o saneamento das instituições de cré-dito” 8; de notar, ainda, que a versão portuguesa do texto actualizado do Memorando substituiu a expressão bridge‑bank por «banco de transição».

Em Dezembro de 2011, a Segunda Revisão Regular do Programa adiou para o final desse ano a introdução das alte-rações legislativas 9 e remeteu o enquadramento jurídico do fundo de resolução, incluindo os aspectos operacionais e a sua forma de financiamento, para a legislação comunitária então em preparação 10.

Em Março de 2012, no rescaldo da publicação do DL n.º 31-A/2012, de 10 de Fevereiro, a Terceira Revisão Regular

8 Cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2011d, p. 10).9 Na verdade, só em 10 de Fevereiro de 2012, foi publicado o

DL n.º 31-A/2012, que alterou de modo substancial o RGICSF, sobretudo o Título VIII, relativo ao saneamento das instituições de crédito, cuja epígrafe foi elucidativamente redenominada para “Intervenção correctiva, administração provisória e resolução”. No mesmo sentido, sublinhe-se o aditamento do Título VIII-A, sob a epígrafe “Fundo de Resolução”.

Sobre o significado das alterações introduzidas pelo DL n.º 31-A/2012, cfr. infra “2. O carácter precursor do Decreto-Lei n.º 31-A/2012, de 10 de Fevereiro”.

10 Cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2011e, p. 13). Aliás, o preâmbulo do DL n.º 31-A/2012 refere expressamente os documentos intitulados “Technical details of a possible EU framework for bank recovery and resolution”, publicado pela Direcção-Geral do Mercado Interno e dos Serviços, em Janeiro de 2011 — cfr. European Commission (2011) —, e “Key Attributes of Effective Resolution Regimes for Financial Institu-tions”, emitido pelo Financial Stability Board, em Outubro de 2011 — cfr. Financial Stability Board (2011).

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 7: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

ESPECIFICIDADES E VICISSITUDES DO MECANISMO DE RESOLUÇãO BANCÁRIA 2771

do Programa estabeleceu e calendarizou as normas de execução das principais alterações introduzidas ao RGICSF, mormente: i) a criação e operacionalização do Fundo de Resolução, até Julho de 2012; ii) a regulamentação dos planos de recuperação e de resolução, até meados de 2012; iii) a regulamentação dos bancos de transição, até Setembro de 2012 11.

Em Junho de 2012, a Quarta Revisão Regular do Programa renovou e actualizou os compromissos traçados em Março, ao mesmo tempo que reagendou algumas metas, nomeada-mente: i) até final de Julho de 2012, elaboração dos avisos relativos aos planos de recuperação das instituições de crédito autor izadas a receber depósi tos , previs tos no DL n.º 31-A/2012, de 10 de Fevereiro; ii) até final de Outubro de 2012, regulamentação dos planos de resolução 12. Por seu turno, o ponto 28 do Anexo II — Memorando de Políticas Económicas e Financeiras reitera a obrigação de o Banco de Portugal concluir a elaboração de avisos sobre planos de recuperação, até final de Julho de 2012, sobre bancos de transição, até final de Setembro de 2012, e sobre planos de resolução, até final de Outubro de 2012 13. Destarte, densi-ficam-se as medidas que reforçam o papel do Banco de Portugal na definição do conteúdo dos planos de recupera-ção e de resolução das instituições de crédito, bem como das regras de criação e funcionamento de bancos de transi-ção.

Em Outubro de 2012, a Quinta Revisão Regular do Pro‑grama reactualizou o calendário desse ano relativo à execução do novo quadro jurídico de resolução bancária, a saber: até final de Outubro, adopção dos avisos do Banco de Portugal

11 Cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2012e, p. 12).12 Cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2012a, p. 10).13 Cfr. CE/BCE/FMI/Portugal (2012b, p. 10).

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 8: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

ESPECIFICIDADES E VICISSITUDES DO MECANISMO DE RESOLUÇãO BANCÁRIA 2813

A experiência portuguesa de resolução do BES revela o risco da entrada em funcionamento de um Fundo descapita-lizado, o que desaconselha a dilação estabelecida até 1 de Janeiro de 2024, e põe em evidência que o «nível-alvo» euro-peu de 55 mil milhões de euros é insuficiente à escala dos Estados-membros participantes no Mecanismo Único de Resolução.

Referências

CE/BCE/FMI/Portugal (2011a): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica, Lisboa, 17 de Maio de 2011, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/371372/mou_pt_20110517.pdf>].

—— (2011b): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Anexo I: Portugal — Memorando de Políticas Eco‑nómicas e Financeiras, Lisboa, 17 de Maio de 2011, Governo Portu-guês [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/371357/mpef_pt_20110517.pdf>].

CE/BCE/FMI/Portugal (2011c): Memorando de Entendimento sobre as Con‑dicionalidades de Política Económica. Anexo II: Portugal — Memorando de Entendimento Técnico, Lisboa, 17 de Maio de 2011, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/371363/met_pt_20110517.pdf>].

—— (2011d): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Primeira Actualização, Lisboa, 1 de Setembro de 2011, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1160817/1R_MoU_PT_20110901.pdf>].

—— (2011e): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Polí‑tica Económica. Segunda Actualização, Lisboa, 9 de Dezembro de 2011, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/459270/mou_pt_20111209.pdf>].

—— (2012a): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Quarta Actualização, Lisboa, 27 de Junho de 2012, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/680283/4r_mou_pt_20120627.pdf>].

—— (2012b): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Quarta Actualização. Anexo II: Portugal — Memo‑

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 9: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

2814 JOSÉ MANUEL QUELHAS

rando de Políticas Económicas e Financeiras, Lisboa, 27 de Junho de 2012, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.por tugal.gov.pt/media/680280/4r_mefp_pt_20120627.pdf>].

CE/BCE/FMI/Portugal (2012c): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Quinta Actualização, Lisboa, 14 de Outubro de 2012, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/812310/5r_mou_pt_20121014.pdf>].

—— (2012d): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Sexta Actualização, Lisboa, 20 de Dezembro de 2012, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/890991/6R_MoU_PT_20121219.pdf>].

—— (2012e): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Terceira Actualização, Lisboa, 15 de Março de 2012, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/584941/3r_mou_pt_20120315.pdf>].

—— (2013a): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Polí‑tica Económica. Oitava Actualização, Lisboa, 21 de Outubro de 2013, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1342376/8R_MoU_VPT.pdf>].

—— (2013b): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Oitava Atualização. Anexo I: Portugal — Memorando de Políti‑cas Económicas e Financeiras, Lisboa, 24 de Outubro de 2013, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1342370/8R_MEFP_%20V%20PT.pdf>].

CE/BCE/FMI/Portugal (2013c): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Sétima Actualização, Lisboa, 25 de Junho de 2013, Governo Português [formato electrónico dis-ponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1177370/7R_MoU_PT_20130625.pdf>].

—— (2013d): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Sétima Actualização. Anexo I: Portugal — Memorando de Polí‑ticas Económicas e Financeiras, Lisboa, 12 de Junho de 2013, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1177367/7R_MEFP_PT_20130612.pdf>].

—— (2014a): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Polí‑tica Económica. Décima Actualização, Lisboa, 28 de Fevereiro de 2014, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1476937/11R_MoU_PT.pdf>].

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 10: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

ESPECIFICIDADES E VICISSITUDES DO MECANISMO DE RESOLUÇãO BANCÁRIA 2815

CE/BCE/FMI/Portugal ((2014b): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Décima Atualização. Anexo I: Portugal — Memorando de Políticas Económicas e Financeiras, Lisboa, 28 de Março de 2014, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1476934/11R_MEFP_PT.pdf].

—— (2014c): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Nona Actualização, Lisboa, 7 de Fevereiro de 2014, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1367734/10R_MoU_PT_%20Final.pdf>].

—— (2014d): Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica. Nona Atualização. Anexo I: Portugal — Memorando de Políticas Económicas e Financeiras, Lisboa, 27 de Janeiro de 2014, Governo Por-tuguês [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1394871/10R_MEFP_PT_20140418.pdf>].

Comissão Directiva (2014a): “Acta da reunião extraordinária da Comis-são Directiva do Fundo de Resolução, de 3 de Agosto de 2014”, 3 de Agosto, Lisboa, Fundo de Resolução [formato electrónico disponível em <http://www.fundoderesolucao.pt/pt-PT/Comu-nicados/Documents/2014_08_03_Reunião%20n.º%2027_Extraordinária_21_30Horas.pdf>].

—— (2014b): “Deliberação da Comissão Directiva do Fundo de Reso-lução, de 6 de Agosto de 2014”, 21 de Agosto de 2014, Lisboa, Fundo de Resolução [formato electrónico disponível em <http://www.fundoderesolucao.pt/pt-PT/Comunicados/Docu-ments/2014_08_06_%20Deliberação%20aprovada%20por%20proc_escrito.pdf>].

Conselho da União Europeia (2014): “Acordo relativo à transferência e mutualização das contribuições para o Fundo Único de Resolu-ção”, Actos legislativos e outros instrumentos, n.º 8457/14, 14 de Maio, Bruxelas [formato electrónico disponível em <http://data.consi-lium.europa.eu/doc/document/ST-8457-2014-INIT/pt/pdf>].

Conselho das Finanças Públicas (2014): “Análise da proposta de Orça-mento do Estado para 2015”, Relatório n.º 6/2014, Novembro, Lisboa, Conselho das Finanças Públicas [formato electrónico dis-ponível em <http://www.cfp.pt/wp-content/uploads/2014/11/CFP-Relatorio-OE-2015.pdf>].

European Commission (2011): “Technical details of a possible EU fra-mework for bank recovery and resolution”, Working document of the services of DG Internal Market and Services for discussion and consultation purposes, 6 de Janeiro de 2011, Bruxelas, 105 pp. [formato electró-

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 11: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

2816 JOSÉ MANUEL QUELHAS

nico disponível em <http://ec.europa.eu/internal_market/consul-tations/docs/2011/crisis_management/consultation_paper_en.pdf>].

European Commission (2014): “Finalising the Banking Union: European Parliament backs Commission’s proposals (Single Resolution Mechanism, Bank Recovery and Resolution Directive, and Depo-sit Guarantee Schemes Directive)”, Statement/14/119, 15 de Abril, Bruxelas, Spokesperson’s Service [formato electrónico disponível em <http://europa.eu/rapid/press-release_STATEMENT-14-119_en.htm?locale=EN>].

Financial Stability Board (2011): “Key Attributes of Effective Resolu-tion Regimes for Financial Institutions”, Outubro, Basileia [formato electrónico disponível em <http://www.financialstabilityboard.org/publications/r_111104cc.pdf>].

Fundo de Resolução (2013): Relatório e Contas 2012, Lisboa, Banco de Portugal [formato electrónico disponível em <http://www.fundode-resolucao.pt/pt-PT/RelatorioseContas/Documents/Rel2012.pdf>].

—— 2014): Relatório e Contas 2013, Lisboa, Banco de Portugal [formato electrónico disponível em <http://www.fundoderesolucao.pt/pt-PT/RelatorioseContas/Documents/Rel2013.pdf>].

Governo de Portugal (2014a): Carta de Intenções dirigida a Christine Lagarde, com cópia enviada a Jeroen Dijsselbloem, a Olli Rehn e a Mario Draghi, Lisboa, 26 de Maio de 2014, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1456970/Lol%2012R%20v%20port.pdf>].

—— (2014b): Carta dirigida à Directora‑Geral do FMI, ao Presidente da Comissão Europeia e ao Presidente do BCE, Lisboa, 12 de Junho de 2014, Governo Português [formato electrónico disponível em <http://www.portugal.gov.pt/media/1457414/Letter%20To%20EC%20ECB%20IMF%2012%2006%202014%20P.pdf>].

Ministério das Finanças (2014a): Relatório da proposta da segunda alteração ao Orçamento do Estado para 2014, Lisboa [formato electrónico disponível em <http://www.dgo.pt/politicaorcamental/Paginas/OEpagina.aspx?Ano=2014&TipoOE=Altera%u00e7%u00e3o+ao+ O r % u 0 0 e 7 a m e n t o + d o + E s t a d o & T i p o D o c u m e n t o s =Lei+%2f+Mapas+Lei+%2f+Relat%u00f3rio>].

—— (2014b): Relatório da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2015, Lisboa [formato electrónico disponível em <http://www.dgo.pt/politicaorcamental/Paginas/OEpagina.aspx?Ano=2015&TipoOE=Proposta+de+Or%u00e7amento+do+Estado&TipoDocumentos=Lei+%2f+Mapas+Lei+%2f+Relat%u00f3rio>].

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Page 12: Versão integral disponível em digitalis.uc · BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818 2766 JOSÉ MANUEL QUELHAS n.º 806/2014 se fará, de modo faseado, entre

BOLETIM DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS LVII / III (2014) 2765-2818

ESPECIFICIDADES E VICISSITUDES DO MECANISMO DE RESOLUÇãO BANCÁRIA 2817

Quelhas, José Manuel (1996): Sobre a evolução recente do sistema financeiro (Novos «produtos financeiros»), Coimbra, Separata do Boletim de Ciências Económicas da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, distribuição da Livraria Almedina.

—— (2012a): “Dos objectivos da União Bancária”, em Boletim de Ciên‑cias Económicas, vol. LV, 2012, pp. 235-298.

—— (2012b): “Sobre a criação do Comité Europeu de Risco Sisté-mico”, em Estudos em Homenagem ao Prof. Doutor Aníbal Almeida, org. por Avelãs Nunes, António José, Cunha, Luís Pedro e Mar‑tins, Maria Inês de Oliveira, Coimbra, Boletim da Faculdade de Direito, Studia Iuridica, 107, Ad Honorem, 7, Coimbra Editora, pp. 877-899.

—— (2012c): Sobre as crises financeiras, o risco sistémico e a incerteza sistemá‑tica, Coimbra, Almedina.

—— (2013a): “Nótulas sobre a reforma do sector bancário da União Europeia após a crise financeira de 2007”, em Boletim de Ciências Económicas, vol. LVI, 2013, pp. 473-549.

—— (2013b): “Quem é que a austeridade cura? Quem é que a austeridade mata? — Releitura dos memoranda entre a troika e os PIGS”, em A austeridade cura? A austeridade mata?, org. por Ferreira, Eduardo Paz, Lisboa, Lisboa Law School Editions, AAFDL, pp. 845-868.

Unidade Técnica de Apoio Orçamental (2014a): “Análise à proposta do Orçamento do Estado para 2015”, Parecer Técnico n.º 4/2014 [versão final], 29.10.2014, Lisboa, Assembleia da República, 147 pp.

—— (2014b): “Análise da 2.ª alteração ao Orçamento do Estado para 2014”, Parecer Técnico n.º 3/2014, 08.09.2014, Lisboa, Assembleia da República, 98 pp.

Resumo: O trabalho percorre o caminho legislativo conducente à criação do mecanismo de resolução bancária português, desde o Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica, de Maio de 2011, até às alterações ao Regime Geral das Instituições de Crédito e Socieda‑des Financeiras, de Agosto de 2014, destacando-se o carácter precursor do DL n.º 31-A/2012, de 10 de Fevereiro.

Em Agosto de 2014, as vicissitudes em torno da resolução do Banco Espírito Santo, S.A., puseram à prova as especificidades do regime de resolução português, que antecipou algumas das exigências consagradas pela Directiva 2014/59/UE, de 15 de Maio, e pelo Regulamento (UE) n.º 806/2014, de 15 de Julho.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt