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MARIANNA MOURA GONÇALVES PRISÃO E OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS À LUZ DA PROPORCIONALIDADE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ORIENTADOR PROF. DR. GUSTAVO HENRIQUE RIGHI IVAHY BADARÓ FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2011

Versao Resumida 2011Dissertacao de Mestrado 2011 Marianna Moura Goncalves

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  • MARIANNA MOURA GONALVES

    PRISO E OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS

    LUZ DA PROPORCIONALIDADE

    DISSERTAO DE MESTRADO

    ORIENTADOR PROF. DR. GUSTAVO HENRIQUE RIGHI IVAHY BADAR

    FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    SO PAULO

    2011

  • INTRODUO

    A proposta deste trabalho acadmico consiste em discutir e em reavaliar as principais indagaes em torno da priso e da liberdade no processo penal brasileiro, tendo por objetivo investigar o fundamento da decretao de medidas restritivas a direitos individuais no curso da persecuo penal e a legitimidade destas intervenes estatais luz

    da proporcionalidade no ordenamento jurdico nacional.

    Para a consecuo desse escopo, objetiva-se a anlise da proporcionalidade, em seus pressupostos e em seus requisitos, revelando-se esta tarefa de

    notvel importncia para a investigao da legitimidade da priso provisria, bem como para a anlise da ponderao entre o direito de liberdade individual e o reconhecimento do

    estado de inocncia do imputado e os imperativos de ordem coletiva.

    Ademais, atravs deste exame, procurar-se- identificar as justificativas para o recurso constante priso provisria, sem dvida, a restrio de magnitude intensa

    liberdade individual, compulsando as alternativas a esta providncia e apresentando uma releitura do balanceamento entre a segurana social e o direito de liberdade individual.

    De fato, a anlise da ponderao entre uma proteo penal eficiente e o

    resguardo dos direitos individuais conduz, inevitavelmente, a uma necessria investigao de medidas restritivas a direitos individuais diversas da priso provisria.1 Assim, almeja-se um estudo das propostas legislativas constantes do nosso sistema jurdico e de sistemas processuais estrangeiros.

    O recurso s medidas cautelares de carter pessoal revela-se uma constante nos sistemas processuais penais contemporneos e renova importantes

    discusses acerca dos limites da pretenso punitiva estatal. Sem dvida, entre estas providncias, a priso provisria destaca-se por sua extrema gravidade e por sua particular eficincia no resguardo dos escopos processuais. No entanto, os efeitos deletrios

    acarretados pela permanncia precoce no crcere e impostos ao indivduo presumidamente inocente justificam uma reviso do tratamento direcionado a esta temtica, assim como

    1 Neste sentido, O. SANGUIN, Prisin provisional y derechos fundamentales, Valencia, Tirant lo Blanch,

    2003, p. 656-658.

  • demandam uma nova leitura da ponderao que se tem feito entre a garantia de segurana social e o direito de liberdade individual e a presuno de inocncia.

    Ora, o questionamento central aos ordenamentos jurdicos contemporneos, quando a temtica envolve aspectos substanciais da pretenso punitiva estatal, consiste em encontrar reais e eficientes alternativas tradicional sano punitiva, em especial a pena privativa de liberdade.2 De fato, notria a inadequao deste instituto aos seus proclamados e controversos objetivos de retribuir, de intimidar e de ressocializar os condenados.3

    A pena privativa de liberdade, em seu carter punitivo e expiatrio, atende to-somente convenincia da sociedade em se ver alijada dos males representados por aqueles que delinquiram, alm de proporcionar, como j destacado, uma degradao ainda mais intensa esfera subjetiva dos apenados, o que torna absolutamente contraditria a pretenso de ressocializar atravs do crcere. 4 Os malefcios da priso, assim como do fenmeno da prisionizao decorrente do cotidiano carcerrio, apresentam-se de tal forma incisivos, que tm sido objeto de constante e de uniforme alerta por parte da doutrina.5

    Sem dvida, as perspectivas da submisso de indivduos semelhante restrio de liberdade, s condies deletrias do sistema penitencirio e ao completo distanciamento dos valores sociais vigentes na realidade externa 6 no acenam para o xito do instituto, ao contrrio, revelam a verdadeira experincia de abandono e de marginalizao social a que so entregues no cotidiano dos estabelecimentos penitencirios. E, ao contrrio do que se poderia concluir, esta realidade, h muito

    constatada, coloca-se como uma decorrncia natural de uma instituio marcada por um

    2 Neste sentido, N. G. C. SERRANO, Proporcionalidad y derechos fundamentales en el proceso penal,

    Madrid, Colex, 1990, p. 204; O. SANGUIN, Prisin provisional y ..., op. cit., p. 658; D. H. OBLIGADO, Las medidas cautelares del proceso penal, in C. A. C. DAZ e D. H. OBLIGADO (coord.), Garantas, medidas cautelares e impugnaciones en el proceso penal, Rosario, Jurdica Nova Tesis, 2005, p. 342-343; R. S. M. CRUZ, Priso cautelar dramas, princpios e alternativas, Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2006, p. 132. 3 Cf. A. A. DE S, Prisionizao um dilema para o crcere e um desafio para a comunidade, in Revista

    Brasileira de Cincias Criminais, ano 6, n. 21, jan./mar1998, p. 117. 4 Cf. A. A. DE S, Algumas ponderaes acerca da reintegrao social dos condenados pena privativa de

    liberdade, in Revista da Escola Superior da Magistratura do Estado de Pernambuco, v. 5, n. 11, 2000, p. 28. 5 Cf. A. A. DE S, Prisionizao um dilema ..., in Revista Brasileira de Cincias Criminais, op. cit., p.

    117; A. BARATTA, Por um concepto crtico de reintegracion social del condenado, in Oliveira, E., Criminologia Crtica (Frum Internacional de Criminologia Crtica), Belm, CEJUP, 1990, p. 141-157; MOURA, M. T. R. de A., Execuo Penal e Falncia do Sistema Carcerrio, in Revista Brasileira de Cincias Criminais, n. 29, jan.-mar.2000, p. 351-363. 6 Ou realidade extra-muro, como refere Augusto Thompson em A Questo Penitenciria, 5. ed., Rio de

    Janeiro, Forense, 2002, p. 11-15.

  • antagonismo evidente, em que se busca a integrao aos valores sociais atravs do isolamento em face da comunidade.

    Nesta esteira, natural que as discusses em torno de alternativas pena

    privativa de liberdade estendam-se, com maior razo, priso provisria. As restries liberdade individual e os inconvenientes aspectos da realidade carcerria emergem ainda mais agressivos aos direitos individuais, quando se tem em vista a sua adoo em carter provisrio, alm de suscitarem a indiscutvel necessidade de se conceber providncias

    menos gravosas para se alcanar equivalente eficincia processual.7

    E, de fato, torna-se ainda mais incisiva a inadequao do crcere, quando se tem em vista a priso provisria. Esta providncia, ainda quando atue de modo

    estritamente processual e isenta de quaisquer antecipaes dos efeitos de eventual condenao, como se quer sustentar em teoria, apresenta efeitos prticos de extrema

    gravidade e que no podem ser negligenciados pela doutrina.8

    Em primeiro lugar, a limitao cautelar liberdade impe ao preso provisrio uma experincia prematura na realidade carcerria, uma vez que de conhecimento que, em face das inmeras dificuldades e das insuficincias materiais enfrentadas pelo sistema penitencirio, a segregao entre presos j condenados e aqueles que ainda se encontram sujeitos a um processo revela-se absolutamente impraticvel.9

    7 Neste sentido, destacando os efeitos colaterais perversos da priso cautelar, Odone Sanguin assinala que a

    antecipao dos efeitos da pena que a priso provisria implica mais gravosa para o sujeito do que o cumprimento da prpria pena mesma, j que se encontra submetido incerteza derivada do desconhecimento do tempo real em que estar privado de liberdade. Mais adiante, o autor reconhece que, em parte, o recurso excessivo priso provisria resulta de um cruzamento perverso de vrios fatores, entre os quais se situa o culto judicirio da priso preventiva que pode ter sido induzido ou facilitado, entre outros aspectos, pela ausncia ou pelo elenco limitado de medidas alternativas (...) (Efeitos perversos da priso cautelar, in Revista Brasileira de Cincias Criminais, ano 18, n.86, set.-out./2010, p. 292-293). 8 Como ser demonstrado ao longo da exposio, a atuao estritamente instrumental da priso provisria, no

    sentido de voltar-se to-somente ao resguardo dos escopos processuais como ntida providncia cautelar, convive com posturas diversas, as quais, em outro extremo, admitem a priso provisria por razes materiais (Cf. M. Z. DE MORAES, Presuno de inocncia no processo penal brasileiro anlise de sua estrutura normativa para a elaborao legislativa e para a deciso judicial, Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2010, p. 338). 9 Como destaca Odone Sanguin, uma das principais objees apontadas pela doutrina priso provisria

    consiste no grave perigo de contgio criminal, resultante do amontoamento da populao presa em virtude da escassez de recursos materiais e financeiros para se resguardar o isolamento adequado dos presos provisrios do restante da massa reclusa. (Priso provisria e princpios constitucionais, in Fascculos de Cincias Penais, v.5, n.2, abr.-jun./1992, p. 96). Neste sentido, a crtica de Weber Martins Batista: Um dos principais problemas dos presos provisoriamente a vida promscua com os condenados, s vezes, criminosos perigosos. Apesar disso, em razo das dificuldades materiais que enfrentamos, o legislador ptrio s pode dizer que, sempre que possvel, as pessoas provisoriamente presas ficaro separadas das que j estiverem

  • Alm disso, em uma perspectiva criminolgica crtica, a segregao imposta em carter provisrio apresenta-se notoriamente estigmatizante, assim como a

    priso com carter de pena, o que imprime ao indivduo um trao marcante que condiciona e determina as suas interaes sociais, colaborando para um recrudescimento do abismo

    social em que j se encontrava inserido. 10

    Por todas essas consideraes, a imposio da priso em carter provisrio consiste em uma medida odiosa, a qual se deve recorrer em casos de extrema

    necessidade e com a devida ponderao. Ocorre que o recurso a este instrumento tem se demonstrado constante nos sistemas processuais penais contemporneos. Mais do que isto:

    a utilizao indiscriminada da priso provisria demonstra que esta se revela a principal e a mais eficaz providncia, no somente para assegurar a utilidade de eventual pronunciamento condenatrio, finalidade comum a toda medida cautelar, mas tambm para o imediato contraste aos crimes de maior incidncia social, j que denuncia uma postura repressiva e enrgica que atende aos anseios da coletividade incapaz de tolerar uma resposta punitiva to-somente anos aps o cometimento do delito.

    Desta forma, como ressalta Roberto Delmanto Jnior, a priso provisria

    assume aspectos de verdadeira justia sumria e prematura. Vale-se do crcere provisrio com o propsito primordial de se alcanar a exigncia de justia, tendo em vista ser esta uma providncia cmoda, que, aliada a celeridade com que decretvel, proporciona comunidade uma sensao de eficcia do sistema penal, de resposta

    definitivamente condenadas (...) O nosso sempre que possvel significa, na realidade prtica, um nunca possvel. O comum ver rus apenas processados junto com criminosos j condenados (...). (Liberdade provisria, op. cit., p. 19). Esta a crtica de Fernando da Costa Tourinho Filho: Embora o art. 300 do CPP diga que sempre que possvel, as pessoas presas provisoriamente ficaro separadas das que j estiverem definitivamente condenadas, o certo que, na prtica, dificilmente se observa tal preceito, por absoluta impossibilidade material. A lei, nesse particular no passou de uma promessa v e platnica. E, assim, pessoas ainda no reconhecidamente culpadas ficam em irritante promiscuidade com rus j condenados e cujos antecedentes espelham uma velha e reiterada atuao nas esferas do vcio e do crime. (Da Priso e da Liberdade Provisria, in Revista Brasileira de Cincias Criminais, n. 7, jul.-set. 1994, p. 73). 10

    Cf. A. A. DE S, Prisionizao um dilema ..., in Revista Brasileira de Cincias Criminais, op. cit., p. 117-118. Luiz Flvio Gomes e Antonio Garcia-Pablos de Molina, em suas consideraes acerca da Teoria do Etiquetamento, destacam o efeito crimingeno da pena e sua capacidade de potencializar o conflito social ao invs de resolv-lo; potencia e perpetua a desviao, consolida o desviado em seu status de delinqente e gera os esteretipos e etiologias que supem que pretende evitar, ensejando, deste modo, um lamentvel crculo vicioso (self-fulfilling profhecy). (Criminologia, 3. ed., so Paulo, Revista dos Tribunais, 2000, p. 322).

  • jurisdicional rpida e severa, uma vez que a priso , antes de tudo, a maior dentre as humilhaes que o processo penal pode impor a uma pessoa.11

    O recurso insistente priso provisria, com propsitos que notoriamente

    escapam ao seu carter cautelar, demonstra que a utilidade prtica das providncias cautelares assume uma feio extremamente problemtica no campo processual penal, em especial no tocante s medidas de carter pessoal. Em que pesem as inmeras crticas, no h como deixar de reconhecer a funo essencial desempenhada pela tutela cautelar e sua

    importncia para o efetivo e o til desempenho da atividade jurisdicional atravs do processo.

    Com efeito, a soluo imediata dos litgios atravs dos mecanismos

    jurisdicionais institudos pelo Estado remete a um ordenamento jurdico obviamente ideal, em que as demandas promovidas pudessem ser prontamente atendidas e, de forma justa e adequada, devidamente solucionados os inmeros e os diversos conflitos sociais. Esta, no entanto, no se mostrou a opo vivel aos sistemas jurdicos contemporneos, em que se mostra presente o reconhecimento de uma considervel gama de direitos e de garantias processuais, sem as quais no se concebe a realizao do que se convencionou chamar

    devido processo legal.12

    Nesta esteira, h que se concluir que a instrumentalidade do processo encontra, em mbito processual penal, uma conotao verdadeiramente especial e diferenciada, o que orienta a interpretao e a compreenso de seus institutos.13 Logo, no h dvida de que os ordenamentos jurdicos modernos - to zelosos pelo resguardo dos direitos e das garantias individuais - no podero jamais descurar da estrutura processual penal delineada por suas normas, uma vez que os institutos processuais so determinantes

    para conduzir a ndole democrtica ou autoritria de um determinado sistema jurdico.

    11

    As modalidades de priso provisria e seu prazo de durao, 2. ed., Rio de Janeiro, Renovar, 2001, p. 11. Neste sentido, W. HASSEMER, Crtica al derecho penal de hoy - norma, interpretacin, procedimiento lmites de la prisin preventiva, 2. ed., trad. por P. S. ZIFFER, Buenos Aires, Ad Hoc, 1998, p. 119; O. SANGUIN, A inconstitucionalidade do clamor pblico como fundamento da priso preventiva, in S. S. SHECAIRA (org,), Estudos em homenagem a Evandro Lins e Silva criminalista do sculo, So Paulo, Mtodo, 2001, p. 267; L. S. FERRAZ, Priso preventiva e direitos e garantias individuais, Dissertao (Mestrado), Faculdade de Direito da Universidade de So Paulo, 2003, p. 28. 12

    Nos termos do artigo 5., inciso LIV, da Constituio brasileira de 1988: ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;. 13

    Cf. A. LOPES JNIOR, A instrumentalidade garantista do processo penal, in Revista Ibero-americana de Cincias Penais, ano 2, n. 2, jan.-abr./2001, p. 17-19; A. T. DE CARVALHO, Sucesso de leis penais, 2. ed., Coimbra, Coimbra, 1997, p. 262.

  • Ocorre que a observncia desses preceitos demanda um considervel decurso de tempo, o que nem sempre se coaduna com os demais objetivos estatais. Desta forma, uma estrutura processual adequada aos propsitos de assegurar o mximo grau de racionalidade e de confiabilidade do juzo, bem como tutelar o indivduo em face da arbitrariedade estatal,14 deve contar, necessariamente, com o exerccio da tutela cautelar.

    As medidas cautelares ou providncias assecuratrias emergem, portanto, como um instrumento para se assegurar o aproveitamento da atividade jurisdicional, de modo a que o seu desempenho se mostre til e efetivo aos indivduos a que se destinam, evitando uma atuao meramente simblica do ordenamento jurdico. Em notas tradicionalmente apontadas pela doutrina, as medidas cautelares consistem na conciliao entre dois valores essenciais e nsitos atuao jurisdicional: a efetividade da tutela e a segurana quanto justia da deciso.15

    O acesso justia e o direito a todos estendido tutela jurisdicional do Estado compreende no somente uma atuao tempestiva, mas tambm a correta e a adequada valorao da realidade substancial que se coloca frente do magistrado. De nada valeria uma resposta jurisdicional pronta e imediata, se no fosse devidamente embasada em uma ampla discusso dos fatos e das disposies normativas sob o crivo do contraditrio, com a possibilidade de instruo probatria e de impugnao das decises

    judiciais.

    certo, porm, que todas essas circunstncias demandam tempo, o que faz com a deciso judicial chegue, na maioria das vezes, em um momento muito posterior ao qual foi requerida e encontre, destarte, um estado de coisas completamente diverso daquele que motivou a sua atuao. Justamente esse o campo que motiva a atuao das

    providncias cautelares: trata-se de um daqueles casos, como afirma Piero Calamandrei, em que se confrontam a necessidade entre a prestao jurisdicional adequada e de modo clere.16

    14

    Caractersticas do modelo garantista elaborado por Luigi Ferrajoli, Direito e razo teoria do garantismo penal, 2. ed., So Paulo, Revista dos Tribunais, 2006, p. 494. 15

    Cf. J. R. DOS S. BEDAQUE, Tutela Cautelar e Tutela Antecipada, Tutelas Sumrias e de Urgncia Tentativa de Sistematizao, 5. ed., So Paulo, Malheiros, 2009, p. 311. 16

    Introduzione allo studio sistematico dei provvedimenti cautelari, Padova, CEDAM, 1936, in Opere giuridiche, vol. IX, Napoli, Morano, 1983, p. 175.

  • A tutela cautelar vem atender, desta forma, ao perigo derivado da demora na obteno do pronunciamento jurisdicional principal e promove uma garantia dos escopos processuais, j que volta a sua atuao apenas e to-somente ao processo. Como providncias motivadas pela urgncia, as medidas cautelares no demandam atividades

    cognitivas amplas ou juzos de certeza, contentando-se, no mais das vezes, com meros juzos de probabilidade. Sendo assim, resta evidente que a satisfao do direito material no se encontra entre os propsitos da medida cautelar, nem ao menos em carter provisrio, devendo-se afastar de sua estrutura quaisquer pretenses de antecipao dos efeitos da tutela jurisdicional principal.

    Estas particularidades da estrutura cautelar revelam-se demasiadamente essenciais, quando de sua sistematizao no processo penal. Em face da consagrao da presuno de inocncia, a priso em carter cautelar deve ser devidamente extremada da priso com carter de pena, no obstante esta tarefa se demonstre em muito complexa em

    virtude das circunstncias prticas.

    Como questiona Rogrio Schietti Machado Cruz, poderia a priso cautelar revestir este carter nitidamente material e punitivo, distanciando-se de suas

    exigncias cautelares e protegendo outros bens e interesses que no aqueles expressamente indicados na legislao processual penal?.17 Logicamente, no.

    Sem dvida, a priso cautelar revela-se um instituto processual que afeta inmeros direitos fundamentais insculpidos em nosso ordenamento constitucional e em documentos internacionais. A principiar pelo direito liberdade de locomoo do cidado,

    os direitos vida, integridade fsica e moral, segurana, intimidade e vida privada, honra e imagem tambm resultam afrontados pelas medidas coercitivas adotadas em

    carter cautelar.18

    Como demonstrado, a segregao ao ius libertatis motivada pela priso, seja em carter provisrio, seja em carter definitivo, revela-se um pesado gravame ao indivduo, visto que fere o seu direito fundamental de liberdade. Ademais, a providncia

    restritiva promove uma degradao sua dignidade enquanto membro do corpo social.

    17

    Priso cautelar dramas ..., op. cit., p. XI. 18

    Priso provisria e princpios constitucionais, in Fascculos de Cincias Penais, v.5, n.2, abr.-jun. 1992, p. 96-97.

  • Como destaca Odone Sanguin, em sua perspectiva cautelar, a priso provisria constitui uma ofensa ao prprio postulado da igualdade, no somente em face da considerao distante de serem os infratores da lei penal, sobretudo, cidados pertencentes a classes sociais menos favorecidas, mas tambm e, principalmente, em face das margens

    de arbtrio judicial que acarretam contnuas ofensas comparativas. Alm disso, o estigma impresso ao indivduo devido sua passagem pela priso, ainda que em carter provisrio,

    acarreta quele um critrio de desigualdade perante os demais.19

    Alm disso, advindo o resultado final do processo penal condenatrio, sendo este indivduo absolvido, no h como apreciar o prejuzo sua esfera subjetiva decorrente de uma priso cautelar injusta. Ainda que o provimento jurisdicional final reconhea a improcedncia da imputao formulada, a honra objetiva do acusado, ou seja, sua honra e sua reputao perante a coletividade, culmina sensivelmente abalada.20 Ademais, em termos prticos, torna-se extremamente problemtica a questo sobre a quem

    poderia recorrer o indivduo ao final, absolvido para obter a devida e a justa indenizao pelos padecimentos, bem como pelos prejuzos materiais, fsicos e morais ocasionados por uma priso provisria. 21

    Em suma, a priso provisria, em termos prticos, termina por escapar ao seu carter estritamente instrumental, revelando, de modo antecipado, os aspectos

    negativos da segregao e a feio aflitiva da sano penal propriamente dita, ainda que sob a mscara da provisoriedade.

    Em que pese o teor de tais consideraes, o recurso priso provisria

    revela-se constante em diversos ordenamentos jurdicos, sendo esta admitida, em maior ou menor intensidade, como um mal necessrio, por implicar restrio considervel ao ius

    libertatis do cidado, resguardado por diversos preceitos de nossa Constituio, mas se demonstrar indispensvel efetiva consecuo do devido processo legal.

    Justamente por isto, no se pode adotar um exame simplista, quando se trata de aferir a as decises judiciais em torno de medidas restritivas a direitos individuais. A relevncia dos valores e dos bens jurdicos em jogo, bem como os efeitos deletrios da 19

    Priso provisria e ..., in Fascculos de Cincias Penais, op. cit., p. 96. 20

    Cf. R. DELMANTO JNIOR, As modalidades de ..., op. cit., p. 13. 21

    Cf. F. C. TOURINHO FILHO, Da priso e da liberdade provisria, in Revista Brasileira de Cincias Criminais, n.7, jul.-set. 1994, p. 73; E. L. E SILVA, A Liberdade Provisria no Processo Penal, in Revista de Direito Penal, n. 15/16, jul.-dez. 1974, p. 46.

  • passagem pelo sistema penitencirio, reclama uma maior sensibilidade por parte dos intrpretes do sistema jurdico face ao drama humano que se encontra por trs dessas decises.

    Esta linha de raciocnio tambm se estende para a anlise da elaborao normativa das medidas de limitao aos direitos individuais no curso da persecuo penal. Em que medida o legislador impe estas intervenes e quais os valores ou os interesses em confronto com os direitos fundamentais e, em especial, a presuno de inocncia e a

    liberdade pessoal, so as indagaes que devem predominar neste estudo.

    Esta anlise parte da considerao que a priso provisria, assim como demais medidas de carter pessoal adotadas no curso da persecuo penal, revela-se uma

    interveno estatal em direitos fundamentais, que tem por escopo promover a realizao de objetivos associados ao interesse social na persecuo penal dos delitos e na manuteno da ordem e da segurana coletivas.

    O estudo da teoria dos direitos fundamentais demonstra que, a partir do carter principiolgico destes direitos, resulta no somente a possibilidade de interveno, quando vista de princpios colidentes, mas tambm a concluso de que essas limitaes so passveis de observar certos limites.22 Neste campo, de limites s intervenes, a proporcionalidade desempenha um papel fundamental para o equacionamento de colises entre direitos de ndole fundamental, acenando em que medida a interveno se apresenta como legtima, ou restrio aos direitos fundamentais, ou coloca-se como limitao ilegtima, ou violao a estes direitos.23

    Desta forma, o objetivo ser apresentar as medidas restritivas a direitos fundamentais adotadas no curso da persecuo penal e aferir, em que medida, estas

    intervenes estatais aos direitos individuais revelam-se legtimas, por isso, restries, ou, ao contrrio, ilegtimas, e, por isso, violaes.24 O instrumento para este controle ser a proporcionalidade, identificada pela teoria constitucional dos direitos fundamentais como uma forma de limitao s intervenes.

    22

    Cf. S. DE T. BARROS, O princpio da proporcionalidade e o controle de constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais, Braslia, Braslia Jurdica, 1996, p. 158. 23

    O princpio da ..., op. cit., p. 155. 24

    A meno a medidas restritivas tem por objetivo demonstrar que se trata de intervenes que limitam os direitos individuais. Ademais, adota-se o termo restries para as intervenes nos direitos fundamentais legtimas, e o termo violaes para as intervenes estatais ilegtimas.

  • Este trabalho limita-se s medidas restritivas a direitos individuais do sistema processual penal brasileiro. No obstante, sero registradas as experincias de alguns sistemas processuais penais estrangeiros. O estudo comparado desses ordenamentos jurdicos revela-se de grande valia para a presente pesquisa, notadamente por apresentar vetores que iluminaram as propostas de reformas legislativas no Brasil.

    Assim, no captulo 1, sero tecidas consideraes sobre a estrutura dos direitos fundamentais e a proporcionalidade como limite s intervenes em direitos

    fundamentais. No captulo 2, parte-se para o exame do princpio da presuno de inocncia como direito fundamental. Em seguida, no captulo 3, tem-se como objetivo a anlise da tutela cautelar no processo penal, em seus fundamentos e seus pressupostos. Ademais, no captulo 4, segue-se o estudo comparado das medidas restritivas a direitos individuais adotadas no processo penal em alguns ordenamentos jurdicos estrangeiros, o que possibilitar uma compreenso mais profunda acerca destas medidas no ordenamento

    jurdico brasileiro. O captulo 5 volta-se apresentao da priso e de outras medidas adotadas no curso da persecuo penal no ordenamento jurdico brasileiro, destacando-se o direito positivo e os Projetos de Lei sobre a matria. Por fim, no captulo 6, conclui-se o estudo com a anlise das medidas de carter pessoal adotadas no curso da persecuo penal como intervenes liberdade sob o enfoque da presuno de inocncia. O objetivo deste exame ser aferir em quais circunstncias uma medida de interveno nos direitos fundamentais ter natureza cautelar, apresentando justificao constitucional que legitime a sua proporcionalidade em face do princpio da presuno de inocncia e da liberdade

    individual.

  • CONCLUSO

    O reconhecimento da presuno de inocncia como norma de tratamento do imputado e a necessidade de se recorrer priso provisria e a outras medidas restritivas a direitos fundamentais no curso da persecuo penal constroem um confronto lgico e insupervel, no se encontrando ordenamento jurdico algum que tenha solucionado esta questo em termos convincentes e satisfatrios. certo que a presuno de inocncia serve de inspirao ao tratamento digno que se deve reservar ao indivduo no

    momento em que este se encontra em um estado incontestvel de submisso, encarando-se, portanto, com extrema ateno, quaisquer posturas que impliquem um abalo a este princpio, ou distanciem-se de seus corolrios.

    Em termos realistas, a efetividade e a realizao da persecuo penal sem o recurso a restries aos direitos individuais em carter provisrio resultam inatingveis, de modo que a admisso de eventuais ingerncias a estes direitos encontram justificao no correspondente interesse estatal em tornar efetiva a punio e em obstar a frustrao dos objetivos colimados com o processo penal.

    Desta forma, simplesmente recusar a possibilidade de compatibilizao entre a presuno de inocncia e a imposio de restries excepcionais aos direitos fundamentais no colabora com a efetividade deste princpio. Assim, j assentada a necessidade da priso provisria para o desenvolvimento da persecuo penal, sendo

    admitida como uma triste necessidade social, constata-se que a atual problemtica em torno deste instituto desloca-se para a deciso acerca de seus contornos, visando ao modelo

    mais consentneo aos direitos constitucionais.25

    Neste sentido, a estrutura constitucional dos direitos fundamentais e os instrumentos de controle de suas restries oferecem os subsdios para o adequado

    equacionamento entre a perspectiva individual e as exigncias de justia e de segurana sociais, objetivos mediatos da atividade persecutria estatal. Neste embate entre interesses do indivduo e imperativos de carter coletivo deve-se evitar, ao mximo, posturas extremas, observando-se o assento constitucional de ambos os interesses em questo.

    Impe-se, pois, a recusa a solues absolutas, que confiram um carter irredutvel presuno de inocncia, bem como interpretaes que consintam com intervenes 25

    Cf. O. SANGUIN, Prisin provisional y ..., op. cit., p. 30-32.

  • arbitrrias e, por razes de ordem substancial, incompatveis com o estado de inocente do indivduo.

    Em um Estado Democrtico de Direito, com o propsito de escapar a

    estes dois extremos, deve-se preponderar o reconhecimento da presuno de inocncia como um princpio e, assim como os demais direitos fundamentais, esta no se mostra absoluta e insuscetvel de restries. Em sentido contrrio a posies ou entendimentos irrestritos, a excepcionalidade da priso provisria desponta como o princpio reitor de um

    sistema processual penal democrtico, e a soluo da contrariedade entre interesses estatais e interesses individuais remetida sua justa ponderao luz da proporcionalidade.

    Com efeito, o controle da proporcionalidade emerge como o limite das

    restries e como garantia dos direitos fundamentais, colocando-se como instrumento para se construir o equilbrio entre a observncia de valores sociais e a preservao destes

    direitos. Em um ordenamento jurdico democrtico, as intervenes estatais a esses direitos que se distanciem dos pressupostos ou dos requisitos da proporcionalidade revelam um carter ilegtimo e no se sustentam em uma anlise constitucional.

    Desta forma, constata-se que a estrutura processual penal de um Estado de Direito Democrtico enseja o conflito entre os direitos de ndole constitucional associados problemtica da priso, bem como de outras medidas restritivas a direitos fundamentais adotadas a ttulo provisrio, como uma coliso entre princpios, autnticos mandamentos de otimizao, de contedo aberto e restringveis, conforme uma relao condicionada de precedncia.

    Justamente por isto mostrou-se necessrio resgatar o conceito e a estrutura de uma norma de direito fundamental, os seus elementos e os termos de suas

    limitaes, e, em especial, a apresentao da proporcionalidade como um limite de suas restries. De fato, se entre as notas essenciais dos direitos fundamentais encontra-se a possibilidade de serem restringidos, no se duvida de que o principal questionamento neste mbito reside nos limites a estas restries. Servindo a este papel, a proporcionalidade

    desdobra-se em pressupostos e em requisitos, que permitem controlar, cada um sua maneira, a legitimidade das intervenes estatais aos direitos fundamentais.

  • O instituto da priso provisria, assim como as demais intervenes decretadas a direitos fundamentais no curso da persecuo penal, no escapa a esta sistemtica. Desta forma, as medidas restritivas a direitos individuais concebidas nos ordenamentos processuais penais devem observar as exigncias de legalidade, de

    justificao constitucional, de jurisdicionalidade, de motivao das decises, de adequao, de exigibilidade e de proporcionalidade, em seu sentido estrito. O descumprimento a

    qualquer destes pontos revela a desobedincia regra da proporcionalidade e, em decorrncia, o carter ilegtimo da interveno estatal.

    Em um sistema processual penal estruturado em sede de um Estado de

    Direito Democrtico, a instituio de medidas restritivas de direitos fundamentais submete-se, portanto, anlise da proporcionalidade, tanto em uma perspectiva abstrata, examinando-se a previso normativa, como em uma perspectiva concreta, investigando-se a interpretao, a compreenso e a aplicao da norma.

    Ademais, qualquer que seja a perspectiva eleita para o controle, priso provisria e s demais limitaes a direitos individuais no se podem associar finalidades inerentes pena, antecipando-se uma punio incompatvel ao estado de inocente. A

    legitimidade constitucional dessas restries a ttulo provisrio somente se sustenta luz de um carter instrumental e cautelar destas providncias, resguardando-as de uma atuao

    prpria de medidas de polcia ou de segurana pblica.

    Em suma, constata-se que a via a ser eleita tem em sua base a conscincia de que a singela oposio entre argumentos de segurana social e direitos individuais no

    condiz com o real conflito normativo que se quer solucionar, uma vez que, em um Estado de Direito, no se pode apartar o individual e o coletivo em termos absolutos. Desta forma,

    reconhecer a primazia da liberdade individual e a precedncia presuno de inocncia, como a regra a ser observada no significa a tutela nica e exclusiva de direitos individuais; esta concepo h de ser, hoje, superada pelo reconhecimento dos valores de ordem coletiva que informam o princpio da presuno de inocncia. Com isto, procura-se

    firmar a conscincia de se operar com uma ordem jurdica justa em seus fins e comprometida com a afirmao da dignidade da pessoa humana.

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  • RESUMO

    O reconhecimento da presuno de inocncia no se mostra incompatvel com a admisso da priso e de outras medidas de carter pessoal no curso da persecuo penal. Assim como os demais direitos fundamentais, a presuno de inocncia no se mostra absoluta ou insuscetvel de restries. O ordenamento jurdico brasileiro admite intervenes legtimas no mbito de proteo da presuno de inocncia, submetendo-as ao controle da proporcionalidade e do contedo essencial dos direitos fundamentais. A

    proporcionalidade serve como limite das intervenes e desdobra-se nos pressupostos, requisitos extrnsecos e requisitos intrnsecos j explorados. O descumprimento de qualquer destes pontos revela a desobedincia regra da proporcionalidade e, com isto, o carter ilegtimo da interveno no mbito de proteo da presuno de inocncia. Esta

    anlise pode ocorrer tanto da perspectiva abstrata, examinando-se a previso normativa, como da perspectiva concreta, analisando a aplicao e a execuo da norma.

  • ABSTRACT

    The recognition of the presumption of innocence is inconsistent with the

    admission of the prison and other measures of personal character in the course of criminal prosecution. Like other fundamental rights, the presumption of innocence does not show absolute and subject to no restrictions. The Brazilian legal system admits intervention legitimate in the context of protection of the presumption of innocence, places them under the control of proportionality and the essential content of fundamental rights.

    Proportionality serves as a limit of interventions and unfolds in the assumptions, requirements extrinsic and intrinsic requirements already explored. The breach of any of these seven elements reveals the disobedience to the rule of proportionality and, thus, the illegitimate nature of the intervention under protection of the presumption of innocence.

    This analysis can occur from both the abstract perspective, examining the legislative provision, as the concrete perspective, examining the implementation and enforcement of the standard.