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VI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR ...uma homenagem a Moacyr Scliar ! 2011 Precisamos acordar todas as manhãs com o olhar brilhante, mesmo que haja chuva, renascendo de todo o passado, pois o presente é o tempo de amar, é o tempo de viver, de perdoar e de ser perdoado. MOACYR SCLIAR

VI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR uma homenagem a Moacyr Scliar · Foi a minha avó que fez para ele. - Ah, então você vai à casa do caçador, certo? - Eu conheço um caminho para a casa

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VI PRÊMIO JOVEM ESCRITOR...uma homenagem a Moacyr Scliar !

2011

Precisamos acordar todas as manhãscom o olhar brilhante, mesmo que haja chuva,

renascendo de todo o passado,pois o presente é o tempo de amar,

é o tempo de viver,de perdoar e de ser perdoado.

MOACYR SCLIAR

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APRESENTAÇÃO

Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.

Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra representativa do talento, dedicação e criatividade.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Somos palavras...Palavra é sentimento.

Neuza Maria ScattoliniMANTENEDORA E DIRETORA

PREFÁCIO

O homem se faz livre por meio do domínio da palavra. É através dela que ocorre o enriquecimento intelectual e cultural do ser humano.

Os textos que compõem esse livro são a prova inquestionável do estímulo à criatividade, ao exercício da produção e interpretação textual, ao estudo da língua portuguesa e, acima de tudo, da oportunidade de trabalharmos os temas transversais: saúde, ética e cidadania, pluralidade cultural e meio ambiente.

É, enfim, um convite à reflexão sobre o sentido da vida individual e coletiva, importante experiência na formação de nossos alunos-escritores.

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA

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SUMÁRIO

14O CAPITÃO ESCOLAR – Arthur Castanheda Sarnadas

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GEÓRGIA E PODER DA ALEGRIA – Amanda Mesa Costa Lima

OS TRÊS PORQUINHOS – Lauren Nunes Grinberg

CHAPEUZINHO AMARELO – Isabela Bianchini de Souza

ENTRANDO EM UMA BRIGA – Natalie Cofino Serafini

OS HERÓIS QUE NÃO SÃO SUPER – Pedro Henrique Sabóia Campos

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O VERDADEIRO FELIZES PARA SEMPRE – Paula Augusto Poças

OS TRÊS PREGUIÇOSOS – Sabrina Schowe Machado

O ENCONTRO DAS PRINCESAS – Alexia Guerra Melo

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O ENCONTRO DAS PRINCESAS – Victor Augusto de Pádua

OS TRÊS PORQUINHOS E A FÔRMA SAGRADA – Bruno Galati Paladino Cricelli

os6 AnosEnsino Fundamental

23HECADORION, O LÍDER DOS CAVALEIROS MEDIEVAL – Larissa Martini

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A HISTÓRIA DE UM CONSTRUTOR – Luis José Naváez Burgos

O NASCIMENTO DO SONHO – Gustavo Manicardi Schneider

O NASICIMENTO DA SABEDORIA – Paula Sayuri Miyashiro Cassistas

DOM QUIXOTE DA ALEGRIA – João Victor Mesquita Pokorni

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A MALETA DE K. B. CARTON – Caio Vazzola

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HONESTIDADE EM PRIMEIRO LUGAR – Sarah Oliveira Pinto

O BOM DE SER HONESTO – Rafaela Ferreira

O HOMEM DOS DOIS DESEJOS – Giovana Gonçalves Bello

UMA DIFÍCIL DECISÃO A SER TOMADA – Marcelo Mesa Costa Lima

A HONESTIDADE QUE AJUDOU MAIS DE UMA PESSOA – Kevin Chu

O CAVALEIRO MEDIEVAL – Julia Mattos de Martini

HONESTIDADE – Isabel Kuhl Pereira Funari

os7 AnosEnsino Fundamental

32DISCUSSÃO NA SALA DE AULA – Daniela Beatriz Scaramela Pereira

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REDES SOCIAIS VERSUS ENSINO – Fernando Cintra de Campos

DESTRUINDO O VESTIDO DE NOIVA – Vitor Maron Henrique

REDES SOCIAIS: SE NÃO PODE VENCÊ-LAS... – João Victor Bellasalma Fernandes

ALTO AZUL E LISTRADO – Fernanda Veneroso de Almeida

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A MENTIRA – Artur Hungria de Luca

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INTERNET: BOA OU RUIM PARA O DESEMPENHO ESCOLAR? – Ana Catunda Tinoco

OS TERRORISTAS - A DESCOBERTA – Victória Moribe

UMA GRANDE SURPRESA – Lucas Benvenutti

MEG CABOT TE ENVIOU UMA MENSAGEM – Victória Moribe

A GARNDE SURPRESA – Ilan Aisen

SHEREK TERCEIRO: UMA AVENTURA VERDE – Daniela Beatriz Scaramela Pereira

INTERNET E REDE SOCIAIS: O DESNECESSÁRIO – Ivan Perez Moderiano

NÃO SE ENTREGUE ÀS MODINHAS – Beatriz Mattos

os8 AnosEnsino Fundamental

14OS DOIS LOBINHOS – Camila Viana da Silva

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A MORTE DO AMOR – Laura Chinellato

O COFRE – Carolina Rossi

UM ENCONTRO COM A TRÍADE – Ravi Kalyam

A SALA MISTERIOSA – Daniela Bento

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NEM SEMPRE É O QUE PARECE SER – Ricardo Checchia Whitaker

OS ASSASSINOS DE UM GÂNGSTER – Gustavo Polachini

AMIZADE x BENEFÍCIOS – Hugo Henrique Domingos Alves

POR UM FIOA – Guilherme Katinskas

O MISTÉRIO DO BECO 23 – Raquel Cintra Pryzzant

UM MISTÉRIO DEBAIXO DO CHAPÉU – Kiana Gray

TRAIÇÃO FRIA E SECA – Isabella Prestes Martins Santos

os9 AnosEnsino Fundamental

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O INEVITÁVEL– Carlos André Nunes

UM AMOR QUASE PLATÔNICO – Marcello M. Ziravello

AMOR: SURREAL DECEPÇÃO – Ricardo Fernandez

ELE PARTIU – Gabriela Stein Durazzo Monteiro

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O IMPOSSÍVEL COMEÇO DE UM CAMINHO – Ana Carolina Barreto

O DIA EM QUE TUDO DEU ERRADO – Pedro Pasqualin

os1 AnosEnsino Médio

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INFORMAÇÃO CORRETA – Lucas Credie

UM JEITO DIFERENTE DE VENCER – Carolina Scaciotti Victor

A MÍDIA, ALGO BOM OU RUIM? – Flávio Augusto Di Stefano

A INDÚSTRIA DA MÍDIA – Nadia Delai

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A IMPARCIALIDADE DA MÍDIA – Lucas Almeida Gil

“ROCK IN RIO” RETORNA AO SEU LOCAL DE ESTRÉIA EM 2011 – Chiara Battaglia Tonin

MIDIATICAMENTE FALANDO – Renata Akemi Miyashiro Cassitas

os2 AnosEnsino Médio

67AS MUDANÇAS NÃO PODEM PARAR – Cynthia Ryan

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REBELDES COM CAUSA – Rafaela Setti

A PERDA DA RIQUEZA CULTURAL – Diogo Favero Stolfo

MANIFESTO ANTROPÓFAGO VEGETARIANO – Daniel Varlese

QUEM TEM O PODER DE MUDAR – Carina Bullara de Andrade

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MISSÃO: SEREM OUVIDOS E MODELAR O MUNDO – Marina Rocha

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UM INCENTIVO À DIVERSIDADE – Lydia Takata

TODOS POR UM – Betina Sejtman

A CULTURA COMO PRODUTO – Bruno Kassabian

O CAPITALISMO NOS UNIU – Léo Ravaglia Strini

O JOVEM DE HOJE É O ADULTO DE AMANHÃ – Luis Fernando Rodrigues

¿A CUÁL CULTURA VOUS BELONG? – A QUAL CULTURA VOCÊ PERTENCE?– Maurício Cristensen Gatti

os3 AnosEnsino Médio

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VI PRÊMIOJovem Escritor

HOMENAGEM AMOACYR SCLIAR

os6 Anos

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GEÓRGIA E O PODER DA ALEGRIA (Amanda Mesa Costa Lima)

Em um dia, nasceu uma criança a que deram nome de Geórgia, mas havia algo estranho com sua marca de nascença, era um rosto feliz. Com o passar do tempo, sua mãe descobriu que a marca de sua filha tinha o poder de fazer os outros felizes e que ela era especial. A garota só não conseguia deixar duas crianças felizes, Ana e Guilherme que, mesmo sendo super amigos, zombavam de Geórgia. Foi então que ela descobriu que só tornava felizes as crianças que tinham amor no coração, o que eles não tinham. Ela disse a eles:

- Eu quero fazer uma festinha lá em casa e eu os convido!Ana respondeu:- Geórgia, eu irei se você usar seu "poder" de alegria em mim!-Olha aqui, só libero meus poderes em pessoas que tem amor em si!Um dia, no final do ano, a professora teve a ideia de dividir a classe em 4 grupos com 7

pessoas, para fazer peças de teatro. E assim foi feito. Geórgia estava com medo, pois nunca tinha feito uma peça e, com medo de fracassar, fugiu da sala de aula.

Quando se acalmou, percebeu que sua marca havia desaparecido, pois tinha perdido sua confiança e seus "poderes". Por isso decidiu voltar para o ensaio e deu tudo certo. Sua marca voltou e Ana e Guilherme, após saberem o que tinha acontecido com Geórgia, ganharam amor em si, então ela aplicou os poderes neles.

OS HERÓIS QUE NÃO SÃO SUPER ( Pedro Henrique Sabóia Campos)

Muitos pensam que, para ser um herói, é preciso ter um nome temático, algum poder ou habilidade, um uniforme criativo que combine com o nome. Mas nada disso é realmente necessário.

Veja os bombeiros, policiais, médicos, socorristas, entre tantos outros, são grandes heróis. Agora contarei a história desse tipo de herói que salvou e salva muitas vidas, o bombeiro Jim. Todos somos heróis, mas há alguns se destacam, é o exemplo de Jim. Seu maior (super) poder é não ter medo de nada e seu maior apetrecho é a coragem.

Era 15 de julho de 2004, São Paulo. Jim descansava em sua casa quando viu pela televisão que estava ocorrendo um incêndio na Avenida 9 de Julho. Ele entrou muito rápido em seu carro e foi “voando” para o local. Ao chegar, viu uma casa em chamas, olhou para todos e entrou. Lá encontrou uma enorme cratera no chão, do outro lado havia um bebê. Respirou fundo e pulou. Pegou o bebê, saiu rapidamente e, quando olho para trás, a casa estava desmoronando.

Após o ato heróico, Jim ganhou uma medalha de bravura e foi consagrado herói.

Viu como todos nós podemos ser heróis? É hora de apagar a luz e ir para a “guerra”... É só tentar!

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CHAPEUZINHO AMARELO (Isabella Bianchini de Souza)

Era uma vez, uma menina que se chamava Chapeuzinho Amarelo e morria de medo de lobos. Certo dia, sua avó pediu que lhe fizesse um favor, entregar uma salada para o caçador.

- Mas, vó, por que você quer dar essa salada ao caçador?- É porque ele faz um ótimo trabalho matando esses animais selvagens!Chapeuzinho ficou brava e disse:- Mas você sabe que tenho medo de andar na floresta! Por que você não vai?- Eu não posso, tenho que limpar a casa. Agora, seja uma boa menina e vá entregar a salada

para o caçador!Chapeuzinho resmungou, mas foi. Enquanto caminhava pela floresta, cantarolava uma

música, um rock, que era assim: “Estou andando na floresta! Yeah, yeah! Foi a minha vovó que me mandou levar! Yeah, yeah! Mas falando a verdade, essa salada está um fedor! Yeah, yeah!”.

Depois de um tempo, Chapeuzinho Amarelo viu uma coisa se mexendo e, quando olhou mais de perto, um lobo pulou na frente dela. A garota deu grito muito, mas muito alto que quase deixou o lobo surdo. Então ele disse:

- Fique calma, garotinha! Sou um lobo do bem.Chapeuzinho ficou um pouco assustada, mas o lobo perguntou a ela:- Para quem é essa salada?-É para o caçador. Foi a minha avó que fez para ele.- Ah, então você vai à casa do caçador, certo?- Eu conheço um caminho para a casa do caçador que só demora dez minutinhos.- Por onde é esse caminho?- É só você seguir pela esquerda e depois ir reto.- Ok. Obrigada pela dica!Então Chapeuzinho seguiu pelo atalho indicado pelo lobo. Enquanto ela andava pela

floresta, o lobo teve uma ideia: iria na frente dela para a casa do caçador e, quando Chapeuzinho passasse, ele iria devorá-la e a sua salada. O lobo sabia que deveria tomar cuidado, pois o caçador tinha armas e poderia matá-lo. Sendo assim, o lobo foi pelo caminho mais curto, que durava apenas cinco minutos. Sim, ele tinha enganado a Chapeuzinho.

Quando chegou à casa do caçador, ficou esperando pela Chapeuzinho do lado de fora. A menina, ao chegar, gritou:

- Caçador! Sou eu, Chapeuzinho Amarelo, abre a porta, por favor!

Quando o lobo foi atacá-la, o caçador abriu a porta, sem querer, na cara do lobo, que desmaiou. Então o caçador disse:

- Então você iria atacar a Chapeuzinho e roubar a salada? Ainda bem que abri a porta na hora certa!

O caçador matou o lobo e Chapeuzinho disse:- Obrigada, caçador, por ter salvado a minha vida e a

salada! A propósito, essa salada é para o senhor. Foi a minha avó que fez!

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- Ah... Muito obrigado! Fale para a sua avó que ela é uma excelente pessoa!Mas... Quando o caçador abriu o embrulho que cobria a salada, sentiu um cheiro horrível e

desmaiou. E Chapeuzinho falou:- Eu nunca disse que a minha avó cozinhava bem!

ENTRANDO EM UMA BRIGA (Natalie Cofino Serafini)

Um dia Calvin e Haroldo estavam se preparando para dormir, quando Calvin perguntou para Haroldo:

- Por que você nunca veste pijama?Haroldo olhou atento para ele e disse:- O fato é que eu nunca o tiro.Então os dois se deitaram na cama, mas logo a mãe de Calvin apareceu, sempre com a

insistente pergunta:- Você lavou o rosto e escovou os dentes?- Sim, nós dois. – respondeu o menino.- Ok! Então boa noite. – respondeu a mãe, dando um beijo na testa de Calvin._ Boa noite, mamãe.Depois de um tempo, Calvin começou a reclamar:- Vai pra lá, Haroldo!- Eu já estou aqui! Saí você. – disse Haroldo.Sem conseguirem chegar a um acordo, o pequeno menino e o grande tigre começaram a

brigar.PÓF! SÓC! POW!Mas Calvin, mais esperto, pegou seu travesseiro e... PAF!!! Bateu bem no rosto de Haroldo.

Enfurecido o tigrão abocanhou o menino. Vendo que seria devorado, Calvin desistiu da briga:- Ok, você ganhou!Os dois se deitaram novamente na cama, mas, de repente, Haroldo sentiu um gosto

estranho em sua boca e Calvin, um cheiro estranho em seu corpo.- Poxa, queria que você tivesse escovado os dentes antes de me

abocanhar. – reclamou o garoto.- Eca!!! E eu gostaria que você tivesse lavado o rosto. - retrucou o

tigre.

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O ENCONTRO DAS PRINCESAS (Alexia Guerra Melo)

Era uma vez, num lindo castelo, uma princesa que morava com seu marido e seus 25 lindos filhos. Ela se chamava Aurora.

Um dia ela ficou com saudades de suas amigas e mandou um mensageiro entregar uma carta para elas que dizia: “Aurora convidou-lhes para um chá hoje às 14 horas”. Quando as princesas chegaram ao castelo encontraram Aurora na porta recepcionando-as:

- Oi, Jasmine! Oi, Ariel! Oi, Cinderela e Branca de Neve! Tudo bem com vocês? - Sim! Disseram as quatro princesas em coro. - Vamos entrando! Disse Aurora. E lá foram elas conversar. - Então vocês vão bem com seus maridos? Perguntou Aurora.

- Ah, você não acredita, amiga, eu me divorciei! Desabafou Ariel.- Eu e meu marido trabalhamos em uma loja de sapatos. Disse

Cinderela. - O Alladin ficou rico e hoje trabalha na feira! Disse Jasmine.

- O meu vende frutas saborosas! Disse Branca de Neve tomando chá.

- E você, Aurora? Perguntou Ariel.- Eu e meu marido trabalhamos numa loja de costura e

ganhamos muito dinheiro. Respondeu Aurora muito satisfeita.

O VERDADEIRO FELIZES PARA SEMPRE (Paula Augusto Poças)

Era uma vez, cinco princesas que se falavam pelo Ichat para combinar o chá no lindo "Amor aos Pedaços" no Shopping Vila Olímpia. Eram elas: Cinderela, Ariel, Aurora, Branca de Neve e Jasmin.

No dia combinado, Cinderela ligou para Ariel, alertando-a de que o chá seria às 16:30. Quando as amigas chegaram ao local combinado, começaram um assunto muito interessante...

- Branca de Neve, como está a sua vida? Perguntou Ariel.- Está mal. Penso em me divorciar, porque o Ben está ficando um preguiçoso! Tenho de me

aventurar todo dia para pegar aquela fila no Mc Donalds e comprar as nossas refeições...- Também penso em me divorciar. Disse Ariel.- Eu também não aguento mais o Aladim. Concordou Jasmin.- Pior a minha vida, disse Aurora ,tenho de ficar me furando para ganhar um beijo. E você,

Cinderela? Ainda não falou nada sobre o seu casamento!- A minha vida está P-E-R-F-E-I-TÁ!!! Divorciei-me há dois meses e já fui ver a Muralha da

China e o Coliseu. Estou ótima, feliz e realizada!- Hum...Também quero!!! Disseram as outras princesas com certa inveja...

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OS TRÊS PREGUIÇOSOS (Sabrina Schowe Machado)

Três irmãos já tinham 34 anos, e eram tão preguiçosos que não queriam sair da casa da mãe. Eles comiam muito, e, a cada coisa que comiam, arrotavam, eram três porcos, literalmente.

Mas certo dia, alguém bateu na porta:TOC, TOC, TOC... Entrega de pizza!-Ai, ai... Mãe, pega a pizza!!!Ela abriu a porta, pagou ao entregador e pegou a pizza, só que ela nem percebeu que era

um lobo que sussurrou:-Essa família vai ser o meu jantar! Amo bacon!O lobo entregou a pizza e , mais tarde, voltou à casa dos “porquinhos” e gritou:-Saiam daí, senão eu vou usar o meu ventilador modelo 670 de alta potência, e ele irá

derrubar a casa de vocês!E os "porquinhos":-Ah, vá pentear macaco! A gente "tá" vendo nossa novela preferida: "Porcione"!-Nossa! É a minha novela preferida também!-Entra, então.E eles assistiram à novela, e o lobo estava com muita fome e disse:-Sabe, estou com uma vontade de comer bacon...-Ah! Então pega lá na... "peraí", eu sou bacon! Aaaaahhhh!Eles tentaram fugir, mas como eram muito gordos, não conseguiam correr. E então o lobo

devorou os três.

Todas se divertiram durante toda a tarde contando suas aventuras incríveis e saboreando as deliciosas guloseimas preparadas pela princesa Aurora!

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O CAPITÃO ESCOLAR (Arthur Castanheda Sarnadas)

Era uma vez, um homem chamado Drake. Ele sempre estava com sua mochila cheia de livros e com seus super-papéis de ensino. Drake mora no Brasil e aprendeu tudo o que sabe em suas viagens pelo mundo. Os pais dele moram nos Estados Unidos, por isso eles nunca se veem.

Drake adora ensinar e seu objetivo é criar uma escola pública de excelente qualidade, mas ele possui dois inimigos, Terry e Larry, que adoram destruir e pichar as escolas.

Em um dia ensolarado, Drake acordou muito feliz, era o seu primeiro dia como professor em uma nova escola. Ele pulou da cama e gritou:

- Hoje é o primeiro e vai ser o melhor dia na escola!Quando chegou à escola, foi recebido muito bem. Ele adorou dar aulas naquela escola e os

alunos adoraram-no! Até deram presentes para ele. Então Drake pensou:- Nossa! Eles gostam muito de mim, então vou ficar aqui, dando aulas por muitos anos.Tudo seguia normal na vida do professor, até que, em uma sexta-feira, 13, apareceram

Terry e Larry tentando perturbar a ordem da escola. Drake chamou a polícia, que chegou muito rápido! Os dois foram presos e disseram:

- Você vai pagar por isso, Drake!Dias depois a polícia ligou para ele e informou-lhe que ganharia uma recompensa de 20

milhões de reais, pois Larry e Terry eram os criminosos mais procurados pela polícia.Assim, Drake conseguiu realizar o seu sonho, construiu uma escola muito bonita! Agora

ele é chamado de “O Capitão Escolar!”

OS DOIS LOBINHOS (Camilla Viana da Silva)

Era uma vez, uma família de lobos, que vivia em uma floresta. O filho mais velho era Max, ele tinha o pelo caramelo, e a mais nova era Noor, de cor marrom. Seus pais era Kate e Tody, os dois eram marrons bem escuros. Tody, o pai, era bruxo e tinha vários poderes mágicos como transportar a casa de um lugar para outro, voar, flutuar, entre muitos outros.

Um dia, quando Max ia para a escola, um porco lhe chamou de magrelo. Ele ficou com raiva e deu um assoprão na fuça do porco. Recuperado, o porco derrubou o lobo e se sentou

em cima dele, dizendo para que nunca mais fizesse aquilo. Então, depois que as aulas acabaram, Max foi à casa dos porcos e derrubou tudo com seu super-assopro. Mas antes de ir embora, deixou um bilhete escrito assim: “Isso é por ter me chamado de magrelo e por

ter sentado em mim!”Ao chegar em casa, disse para seu pai:

- Pai, o porco me chamou de magrelo e sentou em mim enquanto eu ia para a escola!

- E o que você fez?- Eu assoprei a fuça do porco e, depois, a casa dele.

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OS TRÊS PORQUINHOS (Lauren Nunes Grinberg )

Em uma bela floresta, morava uma porca, com seus três filhos: Clariel, o mais trabalhador, Teodoro, o mais folgado, e o Justin, o melhor cantor do mundo.

Em um dia ensolarado, a mamãe porca decidiu deixar os seus filhos irem morar fora. Chegando à floresta, os porquinhos foram construir casinhas e seus estudiozinhos. O Clariel logo construiu um hotel, Teodoro foi morar em uma árvore com esquilos e Justin construiu um estúdio para cantar.

Dias depois, o lobo apareceu e ameaçou os porquinhos. Ele dizia:- Ou vocês fazem algo para mim ou irão morrer! Eu já estou avisando.Os porquinhos riram e riram, mas depois Clariel foi à casa do lobo e disse-lhe:- Deixo você se hospedar em meu hotel.- Faço um jantar cinco estrelas para você. – disse Teodoro.- Canto para você enquanto come. – falou Justin.O lobo aceitou, mas por tê-los ameaçado, os porquinhos fizeram uma armadilha, o lobo se

machucou inteiro e nunca mais apareceu por lá. Mas um dia, depois de algum tempo, encontrou-os jogando porco e poker no boteco do Valdir, o tio deles.

- Filho, isso foi errado! Agora vocês dois estão errados.- Desculpe-me, pai!No dia seguinte, Max pediu desculpas ao porco, que disse:- Não o desculpo, porque eu cansei de ser um porquinho do bem, agora sou do mal, mas se

não fosse por isso, até acho que seríamos bons amigos, porque as aparências não importam!

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O ENCONTRO DAS PRINCESAS (Victor Augusto de Pádua)

Em um belo dia, Cinderela mandou um convite para Aurora, Branca de Neve, Jasmim e Ariel para um chá de amigas no castelo dela.

No dia seguinte, já estavam todas lá desde às 13h00, menos Aurora (Bela Adormecida). Elas a esperaram, mas ela só chegou às 15h00 e, assim, puderam começar o chá.

Cinderela perguntou:- Como está a vida depois do casamento?- A minha vida está horrível! Meu marido fica no sofá o dia todo sem fazer nada, e eu é que

tenho que trabalhar. – respondeu Branca de Neve.- Pois a minha está ótima! Eu posso ficar dormindo o dia inteiro. – também respondeu

Aurora.Ariel, Cinderela e Jasmim responderam basicamente a mesma coisa. A vida delas estava

igual, seguiam toda a rotina de princesas, indo a bailes, festas e jantares.No final da tarde, todas voltaram para seus castelos e continuaram a suas vidas.

OS TRÊS PORQUINHOS E A FÔRMA SAGRADA (Bruno Galati Paladino Cricelli)

Certo dia, três irmãos que moravam com a mãe decidiram que havia chegado a hora de morarem sozinhos. Um foi morar em subúrbio, o outro, num apartamento simples e o terceiro, muito trabalhador, bondoso e rico, foi morar numa mansão com piscina, mordomo, Ferrari, alarme e tudo mais.

Algum tempo depois, o lobo humilde, namorado da mãe viúva dos porquinhos, foi pedir uma fôrma de biscoito emprestada para o porquinho que vivia no subúrbio.

Din Don! Tocou a campainha.O porquinho atendeu a porta mal-humorado:- O que é, seu lobo?- Você pode me emprestar uma forminha para eu fazer uns biscoitos?- Não posso, me desculpe, não tenho nenhuma fôrma de biscoitos. – Mas o porquinho

estava mentindo para o lobo, que respondeu:- Tudo bem! Um dia você será recompensado.

E a mesma história se repetiu com o porquinho que morava no apartamento. Mas o irmão rico e bondoso emprestou uma fôrma gigante para o lobo. De volta à sua casa, o lobo preparou uma receita mágica que fez com que o biscoito ganhasse vida. Como

castigo aos porquinhos mentirosos, o lobo ordenou que o biscoito gigante destruísse a casa deles.

Sem ter onde morar, os dois irmãos correram para a casa do irmão bondoso, que pediu que todos fizessem as pazes.

Assim foi feito, a mãe dos porcos casou-se com o lobo e todos ficaram felizes para sempre.

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VI PRÊMIOJovem Escritor

HOMENAGEM AMOACYR SCLIAR

os7 Anos

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A HISTÓRIA DE UM CONSTRUTOR (Luis José Narváez Burgos)

Eu já trabalhei em vários lugares e, em quase todos eu me decepcionei. No primeiro trabalho, eu tinha ajudado a levantar um prédio, mas quando ele ficou pronto, eu olhei como tinha ficado, daí fiquei orgulhoso e até tonto quando olhei para cima. Estava satisfeito como meu trabalho, mas meu orgulho se foi quando uma pessoa que me viu observando o prédio e me perguntou se eu estava admirando ou estava planejando roubá-lo. Fiquei muito triste, pois não podia nem mesmo admirar o prédio que eu ajudei a construir.

No meu segundo trabalho, eu tinha ajudado a construir um colégio. Fiz a massa, fiz o cimento e reboquei. Quando o colégio ficou pronto, minha filha me falou que queria estudar naquela escola, mas, ao tentar matriculá-la, disseram-me que não aceitavam pessoas pobres. A minha filha queria muito estudar naquele colégio, mas como eu ia falar que ela não podia?

No meu terceiro emprego, eu ajudei a construir uma igreja, eu pus os sinos e o badalo, fiquei com muito calo nas mãos pelo esforço e, admito, nesse trabalho não fiquei triste, pois foi lá que Cristo me disse que era para eu não ficar com medo. Eu descobri isso graças àquela novena a que fui na igreja.

DOM QUIXOTE DA ALEGRIA ( João Victor Mesquita Pokorni)

Um dia Dom Quixote estava dormindo em sua poltrona e sonhando com o carnaval no Brasil, que tanto já tinha lido em seus livros. Acordou muito animado e gritou:

- Vamos ao Brasil!!!E suas servas, achando que se tratava de mais um delírio de Dom Quixote,

perguntaram:- Para que cidade nós vamos? Como vamos? Para que vamos?Então Dom Quixote respondeu:- Vamos ao Rio de Janeiro, como no meu sonho, para vermos o carnaval. Vou entre em

contato imediatamente com o meu amigo brasileiro para que ele nos ajude com a viagem. Então, minhas servas, comecem a se arrumar.

Depois de algumas horas, estavam todos prontos e partiram para o Rio de Janeiro. Após a longa viagem, finalmente desembarcaram no Brasil e Dom Quixote já foi logo montando em seu cavalo, o Rocinante, e foi diretamente para passarela do samba, a Marquês de Sapucaí.

Quando chegou à passarela, a escola que estava desfilando era a União da Ilha do Governador e o tema do samba eram as aventuras de Dom Quixote. Quando ficou sabendo disso, ele ficou muito contente e começou a cantar o samba-enredo:

“- A Ilha vem cantar sonhoQue lindo dançarQue é que não tem uma louca ilusão?Um Dom Quixote no seu coração...”.

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O NASCIMENTO DO SONHO (Gustavo Manicardi Schneider)

Há alguns anos vi, quando passava pela Grécia, a origem dos sonhos. Permita-me explicar melhor. Todos estavam desesperados, pois o oráculo de Tebas, Tirésias, havia chegado à cidade com a notícia de que Zeus estava furioso e exigia sacrifícios humanos para se tornar mais poderoso e adquirir o poder de pensar enquanto dormia.

O homem mais poderoso da cidade, Tesunium, filho de Posêidon, foi mandado ao Olimpo para tentar aplacar a cólera de Zeus e ao se despedir de seus pais, ele não podia imaginar o que tinha pela frente.

Após horas na floresta, ele foi atacado por um leão, mas rapidamente ele se esquivou e com sua espada matou o leão. Então ele continuou a sua jornada sem perceber que, com tanta facilidade, havia matado o leão de Ragsnak, irmão mais velho do leão de Neméia.

Apesar dos desafios iniciais Tesunium chegou ao Olimpo com certa facilidade. Após subir o monte Olimpo inteiro foi falar com Zeus:

- Ó, grande Zeus, poderia, por misericórdia, não sacrificar as pessoas de minha cidade?- Mas como conseguirei pensar enquanto durmo? Indagou o deus-Crie um deus e chame-o de Morfeu.E assim que Tesunium saiu do Olimpo, nasceu Morfeu, o sonho em pessoa.

O NASCIMENTO DA SABEDORIA (Paula Sayuri Miyashiro Cassitas)

Este mito pertence à mitologia Grega.Enzo, um jovem, filho do deus Sabius e irmão de Graco, era muito esforçado e inteligente,

tudo que tinha era fruto de seu trabalho. Já, Graco, só gostava de poder, tudo para ele tinha que ser fácil e do melhor, por isso os irmãos nunca se deram bem.

Durante uma viagem de trabalho que os jovens irmãos fizeram com o pai, Sabius, Graco ficou extremamente nervoso, pois não queria trabalhar. Enzo ficou muito irritado, sempre aguentou as futilidades de seu irmão, mas chegou ao ponto de não conseguir suportar mais aquilo. Ele propôs um duelo, mas de perguntas, e o perdedor teria que sair de casa.

A única regra era que os dois poderiam convocar uma pessoa para ajudá-los. Enzo escolheu seu pai, pois era um deus e sabia de assuntos desconhecidos pelos humanos. Graco

não escolheu ninguém, pois acreditava que não existisse pessoa mais esperta que ele.

Todos estavam de acordo e o duelo começou. As perguntas eram feitas e respondidas corretamente, até que Sabius

perguntou: “O que eu falei no ouvido de sua mãe, quando ela morreu?”. Apenas ele sabia resposta, então Graco errou e teve

que sair de casa.Em homenagem ao deus Sabius, criaram a sabedoria e

definiram Enzo como o mais sábio de seu país. Graco foi embora e percebeu que, rejeitando ajuda, ele só se

prejudicou, e que a união faz a força.

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A MALETA DE K.B. CARTON (Caio Vazzola)

Um belo dia, um homem chamado Caio achou, numa praça, uma maleta preta de couro. Ele foi até ela, pegou, sentou no banco e abriu-a. Nela havia um papel dizendo “50 barras de ouro no valor de 200 mil reais” e com as siglas K.B. Carton.

Ele, então começou a pensar no que poderia fazer com 200 mil reais “Nossa todos iam se ajoelhar aos meus pés”. Lembrou-se de uma outra situação, quando achou uma carteira com 500 reais, ele procurou o dono e encontrou, devolveu-a e o homem falou que era aquilo era o que um homem de verdade faria.

Caio afastou o mau pensamento logo e resolveu procurar o dono daquela pequena fortuna. Pegou a maleta e foi para sua casa. Ligou o computador e em um site de buscas digitou K.B. Carton, encontrou 5 pessoas, ligou para todas e foi a suas casas procurar evidencias sobre o verdadeiro dono das barras de ouro.

Depois de um tempo, encontrou um homem, um era advogado bem-sucedido, que disse o dia correto em que havia perdido, a hora e quanto havia dentro de sua maleta. Caio, contente e aliviado, entregou a maleta ao dono que, muito agradecido, ofereceu-lhe como recompensa 2 barras de ouro no valor de 10 mil reais.

HONESTIDADE (Isabel Kuhl Pereira Funari)

Era bem tarde quando ela chegou em casa, encostou-se na poltrona, estava cansada. Aos 17 anos, já cuidava do irmão mais novo, trabalhava em dois empregos e, para piorar a situação, seu irmão estava extremamente doente. Depois de um tempo, levantou-se, foi até a porta do quarto e viu que seu irmão estava dormindo, ela suspirou aliviada e dirigiu-se à porta da casa. Saiu.

Já estava andando há algum tempo quando um homem aparentemente mais velho que ela parou em sua frente e perguntou:

- É seu? Disse o homem lhe mostrando um colar de ouro, com detalhes em prata e pérolas.A garota sabia que o colar ajudaria a tratar seu irmão, mas também sabia que a joia não

pertencia a ela.- Não, não é meu – ela disse num tom educado.- Este colar pertenceu a uma mulher muito rica, que morreu há

algum tempo. Para ela, era só mais um objeto, mas, para você, significa o seu sustento e o do seu irmão, fique com ele – disse o homem, que após depositar o colar nas mãos dela, foi embora.

A garota vendeu o colar e pôde ajudar o irmão e a si mesma. Depois de algum tempo, ela reencontrou o homem e perguntou-lhe porque havia dado o colar a ela e ele respondeu quer era porque ele tinha sido honesta o suficiente para dizer a verdade.

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O CAVALEIRO MEDIEVAL ( Julia Mattos de Martini )

Meu nome é André. Eu moro na França, em Paris, uma cidade onde as pessoas são educadas e gentis, com algumas exceções, como em qualquer outro lugar. Um dia, recebi uma carta anônima, em que estava escrito o seguinte: “Você receberá este nobre título de Cavaleiro Medieval se for até o mar, de navio.”.

Assim fui. Chegando ao navio, vi que estava abandonado, mas, inesperadamente, um pirata chegou e me desafiou para uma luta, dando-me uma espada. Depois de uma hora de combate, deixei o pirata desmaiado, a fim de poupar-lhe a vida. Percebi que havia deveria ter uma identidade secreta, para me tornar mais misterioso e, como iria ganhar o título de Cavaleiro Medieval, este ficou sendo o meu nome. No navio havia um baú e, dentro dele, um pergaminho, em que estava escrito assim: “Você receberá o nobre título de Cavaleiro Medieval se for à selva.”.

Fui à selva e, quando cheguei, deparei-me com um leão dormindo, mas havia alguns caçadores próximos a ele. A fera despertou, então agarrei-a e a matei com golpes de espada. Percebi que os caçadores eram inimigos que tentavam roubar o leão de mim, então peguei a minha espada e os derrotei. No pescoço do leão havia outro pergaminho, no qual havia a mensagem: “Você terá que ir à cidade de seu rei para conseguir o título de Cavaleiro Medieval.”.

Voltei à França e fui à cidade do rei. No castelo, na torre da princesa, sua única filha, havia um dragão. Mas, além de mim, lá estava também o meu pior inimigo: Daniel, outro cavaleiro que também queria matar o dragão, para ficar com a princesa. Assim, fui mais rápido e, com a minha espada, liquidei o dragão. Porém, Daniel, inconformado, quis uma revanche, então entramos em um combate.

Aquele foi um dos principais combates de que participei em toda a minha vida. Depois de quatro horas, consegui derrotar Daniel e fiquei com a princesa. Após um mês, casei-me com a princesa, tornei-me rei e, finalmente, recebi o meu esperado título de Cavaleiro Medieval.

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HECADORION, O LÍDER DOS CAVALEIROS MEDIEVAIS (Larissa Martini)

Em Godwin, na Inglaterra, vivem plebeus, cavaleiros, servos... Mas, acima de tudo, vive uma linda dama chamada Anym. Ela é o meu amor...

Eu sou Hecadorion, tenho 17 anos e, há três dias, tornei-me o líder dos cavaleiros e me casei com Anym. Como isso ocorreu? Por pura sorte! O teste para cavaleiro foi assim: tropecei em uma rocha, por impulso, joguei minha espada, que bateu no alvo (uma boneca de porcelana). Meu pai era o líder dos cavaleiros e, por algum motivo, ganhei sua força, seus reflexos e seu dom de salvar pessoas. No meu segundo dia como líder, recebi missões difíceis como lavar a minha própria roupa e passear com Franck Doce (a nossa égua).No terceiro, casei-me, mas antes tive que embarcar em uma perigosa missão: encontrar as ovelhas reais (a sua lã produz fios de ouro) e matar seus sequestradores. A recompensa para o felizardo era casar-se com Anym.

Minha jornada com mais cinco cavaleiros que fediam a lama e lodo foi assim: saímos de Godwin, seguindo o rastro feito com os fios de ouro das ovelhas reais, até chegarmos à cidade chamada Jingar, onde vi uma caverna e, sem que os outros percebessem, fui até lá. Cheguei e vi um ninho gigantesco, no qual havia dragões dormindo profundamente. Fiz a maior besteira quando gritei:

- DRAGÕES!!!No mesmo instante, eles acordaram e vieram para cima de mim. Larguei minha espada e

saí correndo, os outros foram lutar com os dragões, mas foram derrotados pelas feras. Vendo que meus parceiros seriam devorados pelos dragões, peguei a espada que estava ao meu lado e lancei-a. Ela decepou a cabeça de um dos dragões, peguei-a novamente e matei outro dragão e mais outro e, quando vi, estavam todos mortos e os cavaleiros de olhos arregalados, cheios de sangue de dragão, então eles gritaram:

- VIVA!!! Você nos salvou!!!- É, mas e as ovelhas? – perguntou outro.Ficamos pensando por um tempo, até que peguei meu manual de dragões (todo cavaleiro

deveria ter um) e vi que eles comem ovelhas!!! Sendo assim, abri o estômago de todos e, ainda vivas, as ovelhas saíram. Entregamo-las para o rei, que me coroou líder dos cavaleiros e a dama Anym se casou comigo. Agora teremos filhos dotados de incríveis poderes do pai e a beleza da mãe, Anym. Sei que ainda terei grandes aventuras como essa e pretendo me sair bem.

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HONESTIDADE EM PRIMEIRO LUGAR (Sarah Oliveira Pinto)

Em um dia, Maria Clara estava indo para seu trabalho, ela era costureira, mas não gostava daquela ocupação, ela só a fazia, porque precisava alimentar seus filhos e ainda realizar o sonho deles de ir para a Disney.

Ela, n o entanto, tem muitas dificuldades e mal consegue pagar a escola dos filhos.Infelizmente, um dia ela estava trabalhando e aconteceu o roubo da máquina de costura,

ela ficou preocupada, pois sem a máquina, não poderia trabalhar. E ela voltou arrasada para casa. Mas, ao chegar, vieram os filhos rindo e querendo brincar (eles eram a única felicidade em sua vida).

No outro dia, o gerente perguntou qual era a máquina de costura que ela tinha, enquanto mostrava fotos de vários modelos.

Ela viu cada máquina linda, que iria fazê-la ganhar tanto dinheiro. Sua ajudante ficou falando que a máquina que elas tinham era a de ouro. Maria Clara queria tanto a de ouro, mas falou que a máquina delas era a mais pobre. A ajudante ficou com muita raiva, mas, apesar disso, o gerente resolveu dar a de ouro, para ela fazer o que quisesse, de presente.

A primeira coisa que fez foi levar os filhos para a Disney.Maria Clara aprendeu que ser honesta é a melhor coisa na vida.

A HONESTIDADE QUE AJUDOU MAIS DE UMA PESSOA (Kevin Chu)

Carlos sempre teve dificuldade para sustentar sua família com um trabalho de carteiro, mas, desde criança, havia sonhado em ser arquiteto e fazer para os pais uma casa muito maior e melhor do que aquela que tinham.

No final da tarde, quando já havia entregado quase todas as cartas, ele pegou um pacote pesado e sem nenhum endereço, mas com um símbolo que nunca havia visto. Ele perguntou aos colegas de trabalho o que significava aquele símbolo e disseram que era de uma empresa famosa por construir vários edifícios. Carlos decidiu abrir o pacote e se surpreendeu ao ver meio bilhão de reais dentro dele, mas, ao pensar nas coisas que poderia comprar, ele viu no jornal uma propaganda da empresa na qual constava o telefone e o endereço dela.

Mesmo querendo ficar com o dinheiro, decidiu que iria devolvê-lo e pegou um ônibus que parava perto da empresa. Ao chegar, andou dois quarteirões e entrou

em um prédio de quarenta andares muito moderno e falou para a recepcionista que havia achado o dinheiro e que iria devolvê-lo. Ela ligou imediatamente para o chefe da empresa e, depois de dez

minutos, Carlos foi se encontrar com ele. O dono da empresa ficou muito feliz em ter o dinheiro de volta e disse que iria usar o

dinheiro para dar casas aos desabrigados e, como agradecimento, ofereceu um emprego para Carlos, que

aceitou na hora.

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O HOMEM DOS DOIS DESEJOS (Giovana Gonçalves Bello)

Antigamente havia um homem que trabalhava como gari. Ele era pobre e se dedicava ao trabalho 11 horas por dia para sustentar a família.

Um dia, ele encontrou uma mulher que parecia ser rica, e ela lhe deu 2 reais pelo seu trabalho difícil, mas, ao sair, a moça deixou cair 100 reais e o velho homem, que trabalhava cansadamente, recolhendo o lixo o dia todo, olhou para o dinheiro e o pegou pensando no que ele poderia fazer com ele.

O homem pensou demoradamente e decidiu entregar o dinheiro à mulher. Ela olhou com um sorriso e transformou-se numa deusa, dizendo-lhe:

- Por sua bravura e honestidade, eu, a Deusa da Verdade, dou-lhe esse dinheiro e lhe concedo mais dois desejos!

O homem pensou bem e desejou que o pão de sua casa nunca acabasse e que ele e sua família crescessem saudáveis e honestos.

A deusa, então, olhou para ele, fechou seus olhos calmamente para que o desejo desse certo e concedeu seus desejos simples, mas de coração.

O BOM DE SER HONESTO (Rafaela Ferreira)

Numa pequena cidade no interior de Minas Gerais, chamada Divinópolis, morava José. Ele era um homem alegre, carismático e de quem todo mundo gostava. José não tinha muito dinheiro e trabalhava em uma empresa como representante. A vida dele era muito corrida, tinha uma esposa, uma filha, e ainda ajudava a mãe nas despesas, por isso abria mão de muita coisa, porém de algo não abria mão, de sua honestidade.

Um dia, estava indo trabalhar, quando viu caindo uma nota de cem reais do bolso do paletó de um senhor. Quando olhou melhor, percebeu que era um homem que já o tinha humilhado muito. José estava com um colega do trabalho, que já sabia de toda humilhação que José havia sofrido nas mãos daquele homem.

O colega, chamado Pedro, pegou a nota e colocou-a na mão de José e disse para ele comprar um presente para sua filha. José disse que, apesar de tudo que tinha sofrido, aquilo era ser desonesto, mas Pedro falou tanto, que José pegou o dinheiro. Ele se arrependeu na hora, foi atrás do homem e devolveu o dinheiro.

O homem ficou muito agradecido e pediu desculpas por tudo de ruim que tinha deito com ele. Como forma de agradecer, convidou José para um jantar em sua casa. Depois de um tempo, os dois tornaram-se amigos, e José provou para o colega de trabalho que ser honesto valia a pena. Assim, transformou-se em um herói para seu amigo.

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UMA DIFÍCIL DECISÃO A SER TOMADA (Marcelo Mesa Costa Lima )

Charles, um morador da periferia de São Paulo, sempre foi um homem muito humilde, educado e gentil. Ele trabalhava como pedreiro de edifícios de luxo, tinha três filhas e sua esposa trabalhava como faxineira da Rolex, no shopping Cidade Jardim.

Um dos problemas de Charles é que ele possuía uma dívida com uma empresa em que já havia trabalhado, pois havia pegado dinheiro emprestado para comprar sua casa, seus móveis, Seu Volkswagen Beetle (Fusca) e suas roupas. Essa dívida já estava no valor de 278.590,00 reais.

Em um sábado, às 22h04, enquanto retornava para sua casa depois de tanto trabalhar, testemunhou um assalto em que dois bandidos roubaram os objetos de um homem milionário. Charles chamou a polícia e, quando os agentes policiais chegaram, os bandidos fugiram, deixando cair uma maleta que estava com homem, mas ninguém percebeu. Quando todos saíram de cena, Charles foi verificar o que havia na maleta, então e se deparou 5.428.320, 00 reais, um talão de cheques e um saco cheio de diamantes lapidados perfeitamente.

Ele levou a maleta escondida para casa, esperou sua família dormir e foi decidir o que seria feito com todo aquele dinheiro. “Isso pagará minha dívida e ainda sobrarão milhões para mim!” - pensou ele diante daquela fortuna. Porém, na maleta havia gravado o nome do dono e seu endereço. Pensou bem e decidiu que devolveria a maleta sem pegar nem sequer um centavo daquele dinheiro.

Ao entregá-la, o proprietário dela ficou muito feliz e entregou a Charles 500.000 reais e 7 diamantes.

Charles pagou sua dívida e realizou seus sonhos como ele desejou. PEQUENOS GESTOS FAZEM A DIFERENÇA.

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VI PRÊMIOJovem Escritor

HOMENAGEM AMOACYR SCLIAR

os8 Anos

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REDES SOCIAIS VERSUS ENSINO (Fernando Cintra de Campos)

A tecnologia, no seu contexto atual (web), traz conhecimento e informação de forma rápida a qualquer um que possa acessá-la. Porém, a internet não apenas leva conhecimento ao estudante, ela possui uma série de “chamarizes” capazes de atrair todo tipo de público; não importa o conteúdo procurado. As redes sociais são meios de comunicação, em geral, atrativos, fáceis de usar e muito ágeis, contudo, seus objetivos são muito diversos e abrangentes.

As redes sociais podem ser exclusivamente voltadas para relacionamento, fato que ocorre na maioria das vezes, levando, assim, à distração e bem-estar dos usuários. Fabiana, 16 anos, passa a maior parte de seu tempo ao computador. Ela se entretém com seus amigos e se relaciona com garotos em “paqueras virtuais”. ”É extremamente divertido e compulsivo.”, afirma a garota.

Já Cláudia, 19 anos, em época de cursinho pré-vestibular, busca o melhor entendimento das matérias estudadas em redes sociais que visam ai aprofundamento do ensino. “Sempre tive dificuldades com os estudos e as redes são sempre grandes aliadas”.

As redes sociais, assim com a internet em geral, trazem conhecimento a todos os públicos. Tudo depende das pessoas e dos conteúdos que elas buscam. Uma série de ferramentas e diversos interesses fazem das redes um elemento neutro, capaz de ajudar ou atrapalhar nos estudos.

ALTO, AZUL E LISTRADO (Fernanda Veneroso de Almeida)

O filme "Avatar", dirigido por James Cameron, conta a história de um militar ( Jake Sale) que é enviado no lugar de seu irmão, morto em um assalto, para pesquisar (no planeta Pandora) um grupo de E.Ts chamados Na'vi.

Para isso seu sistema nervoso é ligado a um corpo desenvolvido pelos cientistas, com a mistura do DNA humano eo DNA dos nativos. A sua primeira missão com seu Na'vi é se aproximar dos nativos, e nessa missão ele se apaixona por Nentiry (uma Na'vi) e pela floresta. Contrariado provoca uma guerra contra os humanos para salvar a floresta.

"Avatar" é um filme agitado do começo ao fim, briga, amor, ficção científica misture tudo isso com azul eo resultado é Avatar. "Avatar" e mais que um filme, James Cameron se baseou na guerra do Viatnã para fazer o confroNto final, com a fala do personagem Jake Sale (...Nossa vantagem é que conhecemos o território...), além disso, a mistura entre índio norte-americano e tigre deu um toque de elegância ao filme.No entanto, "Avatar" é um filme de 3 horas e por isso é cansativo.

Assistir a "Avatar", principalmente em 3D, foi uma aventura, foi divertido ver as situações inimaginásaveis por que Jake passou. Na minha opinião, vale a pena ficar 3 horas à frente da TV para assistir a "Avatar".

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DESTRUINDO O VESTIDO DE NOIVA (Vitor Maron Henrique)

Atualmente são muito comuns casamentos com temas de filmes e desenhos animados, mas o casamento de Claudia Goldenstein, foi muito além disso. Nele surgiu uma nova moda quanto ao destino dos idolatrados vestidos de noiva. Tudo bem que isso aconteceu meio sem querer...

No dia do casamento, tudo corria perfeitamente bem. A noiva havia decidido realizá-lo no jardim de sua casa de campo. Ela andou até o altar de forma deslumbrante e a cerimônia foi espetacular.

A festa estava agitada e, logo no começo, um senhor, sem querer, derramou vinho no vestido de Cláudia, que, ao contrário do esperado, nem se frustrou. Mas isso não foi tudo o que aconteceu à noiva. Continuando a série de desastres, Claudia tropeçou na cauda do vestido, bateu na mesa do bolo e desceu rolando morro abaixo, o que, no final, deixou seu vestido destruído. Ela ficou tão constrangida com sua aparência que decidiu antecipar sua saída.

Depois de alguns dias, passada a vergonha, ela percebeu que a destruição de seu vestido tinha sido engraçada e que poderia ganhar dinheiro com sua “tragédia”. Ela divulgou entre as amigas a nova moda, inventada por ela: “Tash the Dress”, ou seja, destruir vestidos de noiva após a cerimônia.

Assim, Claudia tornou-se uma bem-sucedida empresária que transformou a história de uma noiva desajeitada em um negócio lucrativo: decidiu destruir os vestidos de outras noivas que estiverem dispostas a pagar entre 1.000 e 20.000 reais por fotos nada convencionais.

REDES SOCIAIS: SE NÃO PODE VENCÊ-LAS... ( João Victor Bellasalma Fernandes)

As redes sociais prejudicam mais do que ajudam os estudos e a vida escolar dos alunos. Salvo os sites mais educativos ou de trocas de conhecimento como o “Yahoo! Respostas”.

Nós podemos, se quisermos, usar a internet como ferramenta de aprendizado, mas o problema está no “querer”. Diga-me o nome de um aluno que prefere tirar suas dúvidas escolares pela internet mais do que usar seu Orkut, Twitter ou Facebook. Esses sites são, de fato, viciantes e atrapalham tanto durante a aula quanto em casa.

Não posso, porém, culpar os sites e, tampouco, os jovens por quererem usá-los. O que fazer então? Dizer-lhes para acessar às redes sociais com menos frequência surtiria pouco ou nenhum efeito, e não há pai ou mãe que tentou e que não concorde. Proibir

os celulares em sala de aula provou-se ineficaz, pois não elimina o problema em casa.

A verdade é que não se pode competir com as redes sociais crescendo e se expandindo nesse ritmo. E ainda com tantas

maneiras de se conectar, agora ficou fácil dar uma “escapadinha”'... Bom você sabe!

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A MENTIRA (Artur Hungria de Luca)

Bruno (alegremente): Finalmente conseguimos pegar o livro de chamada.João (discordando): Vocês não devem pegar o livro do professor. Isso é contra as regras!Marcelo (bravo): Só porque você é o melhor aluno da escola e suas notas estão sempre

altas, você diz isso.Bruno (bravo): É! E nós vamos abaixar suas notas!João (assustado): Vocês não podem fazer isso. Isso é ...Marcelo (interrompe João): Contra as regras, nós sabemos, mas o professor é muito

chato.João (discordando): Não é não, pelo contrário, ele é muito legal!Bruno (bravo e discordando):Você só fala isso porque é um NERD que não tem amigos.Fernando (discordando): É mentira! Eu sou amigo dele e ele não é NERD!Marcelo (rindo): Tá bom, gente, temos dois trouxas aqui.(Todos riem, exceto João e Fernando que ficam visivelmente irritados)João e Fernando: (em voz alta e bravos) - Vocês todos deveriam se envergonhar de fazer

isso. Vocês deveriam estudar um pouco por dia, assim quando tivesse provas, vocês saberiam a matéria.

Bruno (concordando): É verdade, nos desculpem!Marcelo (arrependido): Quando o professor chegar, nós vamos nos desculpar.(O professor entra na sala)Bruno e Marcelo (arrependidos): Desculpe-nos, professor, fomos nós que te ligamos e te

enganamos.Professor (perdoando-lhes): Tudo bem, mas estudem que amanhã tem prova.(Fecham-se as cortinas)

NÃO SE ENTREGUE ÀS MODINHAS (Beatriz Mattos)

Desde pequena, sempre sonhei como seria o dia do meu casamento. Pensar na correria, nos preparativos, na festa e, principalmente, no vestido me deixava muito animada, mas quando vi uma notícia sobre uma nova moda: destruir os trajes do grande dia em lugares exóticos. Me assustei.

O preço de tal disparate também era assustador:custava entre 1.000 e 20.000 reais.Eu nunca pagaria todo esse dinheiro para destruir o meu tão sonhado vestido, mas quando vi que todas as minhas amigas iriam fazer esse tipo de coisa, fiquei constrangida, mas, mesmo assim, escolhi não destruir meu sonho de infância.

Enfim, depois de tudo isso fica a lição, não siga modinhas a menos que realmente goste delas. Meu vestido continua impecável, como no dia do casamento, e, talvez, minhas amigas sintam-se constrangidas por terem pagado para estragarem os delas.

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DISCUSSÃO NA SALA DE AULA (Daniela Beatriz Scaramela Pereira) Michael: Ele acreditou mesmo que houve um incêndio na casa dele!Jermanie: (risadas) Que trouxa! Bom, vamos mudar as notas antes que ele descubra que é

tudo mentira.Chris: É, vamos logo?

Jermanie: (pega a pasta) Hum... vou começar pelo Chris, tudo bem?

Chris: Pode ser.Jermanie: Chris, você tirou 5 em História. Quer arredondar

para o quê?Chris: 5, 5, vai.

Michael: 5,5? Por que não 6?Chris: Ah, sei lá, eu (pausa).

Professor: (entra em cena) O que estão fazendo?Michael: Foi o Jermanie!

INTERNET E REDES SOCIAIS: O DESNECESSÁRIO (Ivan Perez Moderiano)

A internet é, com toda a certeza, algo que nos “conecta” com o mundo, são infinitos sites de infinitos gostos, porém eu sempre ouvi: “A internet pode tanto ser usada para coisas negativas, como para positivas”. Isso é evidente, ao mesmo tempo em que se pode usar uma rede social para ajudar na escola, pode-se usá-la também para humilhar uma pessoa. Deve haver um limite.

Eu mesmo confesso que sou fissurado em internet. Quando aprendi o que era, foi como descobrir o mundo, por mais que meu objetivo principal fosse jogar no “Cartoon Network”. Hoje, a internet é sinônimo de rede social, toda criança de 10 anos já tem um perfil no Facebook. Mas, certamente, pode dificultar no aprendizado de uma pessoa, por isso deve haver um limite.

Conheço pessoas que madrugam ao computador e têm dificuldades escolares. Jogos de redes sociais são muito viciante e, uma vez viciado em um, não importa se é necessário ou não, se vai mudar algo em sua vida, aprofundar outros conhecimentos, mas fazem as pessoas gastar tempo, dinheiro e créditos de celular só para adquirirem a “grana verde”. Eu aprendi a me desapegar um pouco da internet com a “onda” do Transformice, um jogo on line, em que um monte de amigos meus se viciaram e não faziam mais nada além de jogar. Assim, eu consegui descobrir o que é necessário e desnecessário no uso do computador.

Proibir a internet é desnecessário. É preciso controlar seu uso, fazer as crianças se desapegarem das redes sociais, pois uma criança no ensino fundamental pode ter muitas dificuldades nos estudos se passar muito tempo navegando no mundo virtual. Aos pais, sempre é bom mostrarem aos filhos outras possibilidades, outros caminhos para se divertirem e deixarem a internet um pouco de lado.

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Professor: Não interessa quem foi! Na verdade, eu ia mudar a nota de vocês...Jermanie, Michael e Chris: O quê?!Professor: É que eu fui muito duro com vocês. Vocês são só crianças, não posso ser tão

duro.Chris: Então vai dar 10 pra todo mundo?Professor: Vocês merecem. Mas no próximo trimestre, vocês vão ter que estudar!Michael: Fechado!Jermanie: Bom, agora que tudo se resolveu, quem quer sorvete?Michael e Chris ( juntos): Eu quero!

INTERNET: BOA OU RUIM PARA O DESEMPENHO ESCOLAR? (Ana Catunda Tinoco)

Normalmente se associam as redes sociais a lugares onde alunos e colegas falam sobre festas e fofocas cotidianas, desviando seu foco dos estudos, tornando-os viciados e compulsivos. Realmente, é preciso moderar um pouco o uso delas, pois há jovens que ficam durante a madrugada ao computador e acabam sem disposição para enfrentar a rotina escolar.

Parece que as redes sociais estão desviando completamente o foco dos alunos, que chegam a utilizá-las em sala de aula (atire a primeira pedra o professor que nunca teve uma aula interrompida por um celular). Resultado: os alunos precisam procurar o conteúdo ensinado em sala de aula na internet, para, pelo menos, terem uma ideia da matéria, o que, no caso, acaba tornando as redes sociais de positivas aos estudos.

Devemos olhar os dois lados da situação antes de julgar se a internet e as redes sociais são boas ou ruins para o desempenho escolar. Provavelmente, os pais e educadores acham que é ruim, mas os alunos podem surpreendê-los, navegando em sites que os ajudem a estudar para as provas.

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UMA GRANDE SURPRESA (Lucas Benvenutti)

João (na sala de aula): Eu não sei se devemos pegar o livro de chamadas para mudar as notas.

Maria (com um tom de voz mais alto): É claro que devemos pegar, ele sempre tratou a gente mal, e sempre foi...

Leonardo (interrompendo Maria): Não é verdade, às vezes, ele é muito legal, como aquela vez em que ele levou a gente para ver um filme.

Lucas: Ele é legal, sabe quando? (pausa breve) Nunca. Ele levou a gente sim, para ver um filme chato, como era o nome? (pausa

breve) Lembrei, Crepúsculo, e só as meninas gostaram. Meninas (gritando): Não é verdade, é que...Professor (abre a porta da sala): O que está acontecendo

aqui? Por que a minha casa não estava pegando fogo? O que é que vocês querem de mim? Respondam-me rápido.

OS TERRORISTAS - A DESCOBERTA (Victória Moribe)

Aluno 1 (comemorando): É isso aí, galera! Conseguimos!Aluno 2: Agora é só pegar o livro e adeus recuperação!(Os alunos pegam o livro e vão para o centro do palco. Abrem com um pouco de receio.

Quando começam a ler, arregalam os olhos em surpresa.)Aluno 1 (com riso irônico): Acho que isso não é o livro de notas...Aluno 2 (completamente surpreso): É o diário do professor!(O aluno 3, que não tinha parado de ler começa a rir histericamente.)Aluno 3 (ainda rindo): Gente! Dá só uma olhada nisso!(Os outros leem e começam a rir também.)Aluno 1 (rindo): Não acredito! É um poema para a tia da cantina! Aluno 2: Eeeeeeca, imaginem os dois juntos.(Os três alunos, ainda rindo, olham para o nada imaginando. Subitamente param de rir e

têm alguns “calafrios”.)Aluno 3: Isso aqui tá mais pra livro de terror! Aluno 1: É mesmo. Vire para a próxima página.O aluno 2 vira a página, os alunos 1 e 3 a leem, olham para os lados e saem correndo

assustados. O aluno 2 não entende e lê a página de novo.Aluno 2 (lendo devagar e silabicamente, com ar de dúvida): Há-há-há... Pe-guei vo-cês...

Di-re-to para a... aa... Di-re-to-ri-a... Es-tão to-dos… reee-pro-va-dos.(O aluno 2 fica pensando, relê em tom baixo novamente. Quando entende, desespera-se,

sai correndo e deixa o livro no chão.)Aluno 2 (correndo): Ei! Me esperem não quero ficar sozinho!(Quando sai de cena, as cortinas fecham.)

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MEG CABOT TE ENVIOU UMA MENSAGEM (Victória Moribe)

Melissa Fuller é colunista da página de fofocas de um jornal secundário, o The New York Journal. Tudo ia bem até que sua vizinha de oitenta anos entra em coma e deixa seus bichinhos para Mel cuidar. Até aí, nada demais. O problema é quando seu único e misterioso sobrinho, Max, se muda para a casa da tia para ajudá-la.

Meg Cabot é simplesmente genial. O livro é bem dinâmico por ser todo escrito em formato de e-mails, o que pode ser considerado como crítica à comunicação da atualidade ou como uma metáfora desse processo.

O livro prende totalmente a atenção do leitor. Como diriam os americanos, é um “Page Turner”, pois a cada página, o gostinho de “quero mais” aumenta. Em meados da história, mais personagens (ou endereços de e-mail, eu diria) aparecem sem apresentação, levando o leitor a prestar atenção e a tentar descobrir o que esses personagens têm a ver com a trama.

“O Garoto da Casa ao Lado” faz parte de uma coleção em que as protagonistas dos livros trabalham todas no mesmo jornal, o The New York Journal. Sua autora, Meg Cabot é popular entre adolescentes de todo o mundo por ter escrito a série “O Diário da Princesa”, que deu origem ao filme da Disney estrelado por Anne Hattaway e Julie Andrews.

O livro merece ser lido, pois é interessante a forma como foi escrito, além da história cativante, cheia de fofocas, amores, mentiras e personagens com os quais você se identifica. Típico, da melhor maneira, da consagrada autora juvenil, Meg Cabot.

Vitória (com um tom de voz mais baixo): É que nós queríamos mudar a nota da classe, e aí ligamos para você, mentindo que sua casa estava pegando fogo. Além disso, queremos que você seja um professor legal, menos rigoroso e mais brincalhão.

Professor (com um tom de voz mais ameno): Então é isso que vocês pensam de mim? Vou lhes mostrar o caderno.

Maria (pausa): Está bem, professor!Professor (mostrando o caderno): Então, como vocês podem ver, este caderno é o lugar

em que posso me expressar. (pausa e mudando para um tom mais grave, de defesa) Mas, não escrevo diário nem poemas, tá!

Classe: Desculpe-nos, professor! Vamos melhorar!Professor (emocionado): Está bem, e eu também vou melhorar!(Fecham-se as cortinas)

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SHREK TERCEIRO: UMA AVENTURA VERDE (Daniela Beatriz Scaramela Pereira)

O ogro Shrek e sua turma estão de volta em sua terceira e extraordinária aventura. O pai de Fiona, o rei de Tão Tão Distante morreu, e Shrek e Fiona são os próximos na sucessão do trono. Porém Shrek nem sabe cuidar da própria higiene, imagine de um reino!

Então Shrek, Burro e o Gato de Botas vão à busca do único outro herdeiro do trono, Artie. Porém, durante a viagem, descobrem que Shrek vai ser pai, o que o leva a ter pesadelos, em que a vida de seus filhos estava em risco. Mas ele sabe que tem a ajuda de seus amigos quando precisar.

Quando eles encontram Artie, ele se recusa a ser rei, pois acha que é muito “mané” para isso. Então Shrek diz para Artie algo muito valioso: “Só porque te tratam como um mané não quer dizer que você seja um. O que importa é o que você pensa de si mesmo”.

Após muitas brigas (Artie é “metido a bacana” e Shrek tem pavio curto, então eles estão sempre brigando, o que, na minha opinião, enfraquece o filme) e engraçadas aventuras, eles voltam para Tão Tão Distante, e Artie decide ser rei. Enquanto isso, no seu pântano, Shrek e Fiona têm 3 bebês ogros para cuidar.

Shrek Terceiro, apesar de ser muito curto, é diversão garantida para toda a família, e merece ser assistido várias e várias vezes.

A GRANDE SURPRESA (Ilan Aisen)

José - Agora que Miguel ligou para o professor dizendo que havia um incêndio em sua casa e ele foi embora, vamos colocar meu plano em prática.

André - (antes de falar, Miguel chega correndo) Vamos pegar esse caderno logo.Miguel - Vamos fazer isso antes que ele chegue.José - (pega o caderno e abre) O quê? Aqui não tem nota nenhuma, só poemas e

pensamentos pessoais, afinal, se me permitem dizer, são muito bonitos.Miguel - (arrancando o caderno de José) Nossa! São realmente muito bonitos.André - (espichando por cima do ombro de Miguel) Puxa, não fazia ideia de que nosso

professor era um poeta nato.José - E um grande pensador também.

(Nesse momento o professor chega furioso)Professor - O que vocês estão olhando aí, posso saber?Miguel - Nós queríamos saber o que o senhor guardava no seu

caderno.André - É verdade. Nós achávamos que eram notas, mas

ficamos surpresos ao descobrir que o senhor é um poeta nato.José - Como o senhor escreve esses poemas lindos?Professor - Bem, eu comecei a escrever com 10 anos, mas

isso eu conto depois, pois se os senhores não lembram, estamos na aula de Redação.

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VI PRÊMIOJovem Escritor

HOMENAGEM AMOACYR SCLIAR

os9 Anos

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A MORTE DO AMOR (Laura Chinellato)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Os dois homens entraram na pequena casa, logo a porta se fechou atrás deles. Dentro do cômodo, um terceiro homem apareceu.

- Olá! Ainda bem que você veio. – disse o homem.Um silêncio pairou no ambiente, o que estou fazendo aqui? Os dois começaram a

conversar e o homem que tinha indicado o caminho entrou em um dos cômodos da casa e disse:

- Você veio de livre e espontânea vontade, agora espero que complete o serviço com o empenho de sempre.

- Tudo bem. Qual é a situação?!Os dois homens já se conheciam há um bom tempo, haviam realizado alguns trabalhos

juntos, mas devido a inúmeras brigas, tinham um relacionamento limitado.- Hoje você terá que realizar um trabalho mais complexo do que o habitual. – disse o chefe.- Tudo bem. Eu aceito!O chefe sempre dizia que se o trabalho não desse certo, a morte seria certa. O homem teria

que completar o serviço, mas não imaginava o que ainda estava por vir...Foram indicados o lugar do assassinato e a vítima. Tudo estava

indo bem, até que um dos vidros do carro da vítima abaixou e o homem percebeu que a vítima era sua namorada. Eu não posso fazer isso.

O homem não teve coragem de concluir a sua missão. A namorada não ficou sabendo de nada, mas foi ao enterro.

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A SALA MISTERIOSA (Daniela Bento)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Ao entrarem, pararam em uma sala muito pequena, onde caberiam somente pessoas. O lugar tinha apenas uma janela e, além da porta de entrada, uma porta vermelha. Um dos homens disse ao outro que, ao atravessarem aquela porta, nunca mais seriam os mesmos.

- Lembro-me até da história dessa sala. Dizem que até hoje nada é igual por lá. Há muito tempo, um grupo de homens trazia várias mulheres para lá, apenas para se divertir. Toda sexta-feira, à noite e, longe de suas esposas, aproveitavam ao máximo. Porém, certo dia, quando o grupo de homens entrou na sala, deparou-se com suas mulheres que, muito nervosas, levou-os à força para algum lugar, querendo vingança.

- E o que aconteceu com elas? – perguntou o outro sujeito.- Ninguém nunca soube, mas, desde então, o lugar está ficando cada vez melhor...- Melhor?! Como?! – perguntou indignado.- Agora nossas mulheres participam da noite,mas como estamos solteiros, aproveitamos

sem peso na consciência!Os dois riram, entraram na sala e tiveram a melhor noite de suas vidas!

O COFRE (Carolina Rossi)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer

pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha.

Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito

mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

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Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

O sujeito entrou seguido dele. Era uma pequena sala. A dobradiça gemeu novamente e a porta bateu. A escuridão prevaleceu. O sujeito sumira. Tremia de medo, suas pernas cambalearam e, logo, caiu. Recompôs-se e, já sentado, começara a relembrar todo o ocorrido dos últimos dias, para que, finalmente, fosse revelado.

TRIMMMM! – jogou a almofada bravamente para que o despertador se calasse. Vestiu-se e desceu as escadas. Da cozinha, ouvia a doce voz de sua esposa:

- Felipe, o café está na mesa! – deu um beijo no marido, que tomou um rápido gole de café e se despediu.

Felipe era detetive, porém trabalhava em casos pequenos, sem emoção ou mistério, o que o chateava muito. Quando saia para o almoço, seu chefe o chamou e disse-lhe que havia um caso muito importante para ser resolvido. Como era possível?

- Vá a este endereço, às sete. - o chefe colocou o papel como endereço nas mãos de Felipe e continuou: - Só lhe digo uma coisa, 6274.

O que são estes códigos? O que devo fazer? Confuso, Felipe se retirou da sala.- Ai! – Felipe levou uma pancada na cabeça e desmaiou.Quando açodou, estava novamente na sala, cercado de homens, entre eles, o sujeito do

bar. Falavam uma língua que Felipe não identificou. Após algumas horas, os homens se retiram. Felipe ficou a sós com o homem do bar, que disse com a mesma voz cava:

- Prazer, meu nome é José - indo em direção a Felipe e desamarrando-o - trabalho para seu chefe. Agora pegue o cofre e corra. - José apontou para um cofre que havia no canto da sala.

Felipe seguiu as instruções. Caminhou silenciosamente pelos corredores até encontrar a porta novamente. Estava trancada. Pegou um pedaço de madeira que estava no chão e golpeou a maçaneta com força. Tiros, gritos. Os homens corriam em sua direção e Felipe correu o mais rápido possível. Entrou no carro que o esperava e foi encontrar seu chefe.

- Felipe, você conseguiu! Abra o cofre, por favor! - disse o chefe.Ansioso, Felipe seguiu as instruções. Como eu esperava, é um

simples diário! O chefe percebeu a sua expressão:- Não é um simples diário, abra-o!“O segredo da magia.”. Um forte luz branca tomou conta

da sala. Imagens... Palavras... Felipe fechou o livro e entregou-o a seu chefe com breve sorriso.

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UM ENCONTRO COM A TRÍADE (Ravi Kalyam)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Notou que havia ali uma sala e que, assim como o beco, era úmida e mal-iluminada. Não havia ninguém ali, então ficou se perguntando como a porta foi aberta. Entrou no quarto e tudo o que viu foi uma cadeira. Depois que entrou, a porta bateu e ele sentiu uma enorme dor na cabeça, seus olhos foram tomados por uma escuridão intensa.

Acordou preso a uma cadeira que estava no centro da sala, mas não conseguia se lembrar de nada. Um homem entrou no cômodo e foi até ele com cuidado, parecia ter muito medo de ser visto por alguém, ele tinha uma aparência séria e apavorante, começou a soltar o sujeito que estava preso. Assim que conseguiu, os dois saíram correndo pelo mesmo beco úmido e escuro.

O homem se aproximou e perguntou em tom de sussurro: “O que houve lá dentro?” – ele ficou decepcionado ao perceber que não sabia responder, então tentou descrever o ocorrido: “Tudo de quer me lembro é que eu estava no local combinado, na hora certa. Fiz o sinal e um homem com características chinesas respondeu. Fui até ele e recebi ordens para segui-lo. Entramos em um beco úmido e mal-iluminado, onde havia uma porta, o homem se retirou e ordenou que eu seguisse sem ele. A porta se abriu e eu entrei. Na sala só havia uma cadeira,

depois que entrei senti uma forte dor na cabeça, como se alguém me atingisse com um objeto pesado, A partir daí, não me lembro de mais nada.” – foi tudo que conseguiu lembrar. O homem, então, retrucou: “Então estamos com sérios problemas, aqueles homens

fazem parte da “Tríade”, um antigo clã de assassinos, formado na China. Eles planejaram uma armadilha para o senhor, é melhor

vir comigo para um abrigo,pois eles não costumam deixar um serviço pela metade.

O homem foi levado a um abrigo do governo onde passou a viver como um foragido, com medo de sair do local

sem guarda-costas.

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Após um tempo, foi anunciado que os homens da Tríade tinham sido presos, mas, mesmo assim, ele teve medo de sair do abrigo e anda até hoje com seus guarda-costas.

NEM SEMPRE É O QUE PARECE SER (Ricardo Checchia Whitaker)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Ao abrir a porta, dois homens grandes e mal-encarados deram um passo à frente e lhe perguntaram a senha. Qual seria a senha?

- Esperança!- Pode passar! – disse um dos homens, que abriu espaço.Atravessou uma sala dividida em jaulas abarrotadas de animais, dos mais variados,

largados em jaulas e como uma quantidade de comida indescritível. Todos com feições entristecidas. Mais à frente, entrou em local aparentemente reservado, um homem sentado, fumando um dos cachimbos mais caros do mercado, voltou-se a ele e perguntou:

- O que faz aqui? Estás chorando? – questionou o homem de forma carinhosa.- Estou disposto a ajudá-lo. Ah... o motivo do meu choro são as lembranças passadas. –

respondeu enxugando as lágrimas.Referia-se ao seu cachorro, Lupo, que havia falecido devido a um

trágico acidente com um carro, quando tinha apenas um ano de vida.- Mas, afinal, o que queres? – o senhor já se exaltava.- Sou Diogo, representante da ONG Salve os Animais, e ouvi

falar do belo trabalho que faz aqui e estou disposto a ajudá-lo! Pois, apesar de nobre, o trabalho ainda é precário. Por isso, receberá doações mensais que são destinadas a nossa fundação.

O agradecimento era tão grande, que Diogo passou o dia conhecendo o projeto e cuidando dos animais.

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TRAIÇÃO FRIA E SECA (Isabella Prestes Martins Santos)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

O homem que abriu a porta usava um chapéu que cobria seu rosto por completo, de modo que apenas se visse o seu queixo. Ele os analisou e entrou, em seguida, os outros homens entraram.

Já, dentro da sala, o homem que havia aberto a porta, tirou o chapéu, seus olhos eram frios e vazios. Seu rosto tinha uma cicatriz, era duro, amargurado. Ele perguntou aos demais se tudo estava pronto. Os dois homens se entreolharam e um deles disse:

- Clarck, ouça, Jeff e eu fizemos a nossa parte, mas Martim nos abandonou sem ter feito nada da parte dele!

Clarck olhava para a porta pela qual entraram. O que devemos fazer? Como poderemos completar o plano sem a ajuda de Martin? Clarck se lembrou da primeira vez que viu Martin. Estavam em um bar , Martin estava lendo “O homem que calculava”, ele era um garoto cheio de ideias e expectativas, parecia perfeito para o plano.

Seus pensamentos foram interrompidos por batidas na janela. Clarck abriu-a e encontrou um bilhete pendurado no parapeito, ele o abriu e leu: “Clarck, eu sei que o decepcionei, mas entenda que não aguento a pressão... Acho que explodir a Torre Eiffel não seja uma boa ideia.

Gosto muito de você, mas não posso continuar com isso. PS: Minha parte do trabalho está pronta, é só acionar o botão. Sinto muito, Martin.”.

- Jeff, acione o botão. Disse Clarck.Jeff seguiu a ordem e ouviu-se um grande estrondo.

Martin tinha feito a sua parte do plano, mas ele tinha instalado a bomba no quarto onde todos estavam e o beco ficou exatamente como aparentava ser, silencioso e vazio.

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OS ASSASSINOS DE UM GÂNGSTER (Gustavo Polachini)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Quando a porta se abriu, havia cinco homens sentados a uma mesa de jantar, fumando charutos aguardando-os. Eu já os havia visto antes. No verão de 1994, em uma emboscada no Canadá contra um milionário empresário. Aquele grupo havia-o contratado assassinar o empresário. Eles pediram para que ele se sentasse e ofereceram-lhe comida. Enquanto a comida não chegava, eles propuseram ao homem um novo trabalho. Tão desafiador, que o deixaria em primeiro lugar na lista de mercenários. A sopa chegou, mas, na segunda colherada, o gângster caiu morto.

No dia seguinte, a polícia foi informada de seu desaparecimento e agentes foram em busca do rapaz. Meia hora depois de iniciada a busca, a central de polícia recebeu um telefonema anônimo sobre um corpo enrolado em sacos plásticos e fitas adesivas encontrado na beira de um rio.

A polícia foi até o local para examinar o cadáver e encontrou um bilhete em um dos bolsos do paletó da vítima, que dizia: “Não nos procure. Assinado: A.A.”. Procurando mais evidências, os agentes encontraram outro bilhete no qual estava escrito um endereço. O gângster sabia que seria morto naquele dia!

Os policiais seguiram para o endereço do bilhete, invadiram o local, mas já não havia mais ninguém lá. Os agentes decidiram se comunicar com as autoridades locais. No entanto, aquele era uma armadilha. Os Assassinos Anônimos aparecerem, exterminaram os policiais e sumiram para sempre.

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POR UM FIO (Guilherme Katinskas)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também. Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia

na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Ambos entraram. Era uma casa vazia, úmida e estava aparentemente abandonada. Lembrava a casa em que havia passado

a maior parte de sua vida, localizada na extrema periferia da cidade. Assim que se fechara a porta, novamente foi produzido um rangido extremamente incômodo, e uma singular

lâmpada pendurada no teto por um fio desencapado se acendeu, revelando uma velha mesa. Aquele fio

desencapado está me deixando meio receoso.

AMIZADE x BENEFÍCIOS (Hugo Henrique Domingos Alves)

Hoje, cada vez mais as pessoas querem ser amigas das outras pelo seu dinheiro, por seus bens, ou seja, por tudo aquilo que pode lhe trazer benefícios. A amizade não é isso, é um sentimento muito forte, em que você se sente capaz de se desmoralizar pelo seu amigo. Amigo de verdade é aquele que te ajuda nos momentos mais difíceis, nas horas de desespero, sempre que há uma briga, ele é o primeiro a te defender, é a sua fonte de apoio e até mesmo de felicidade e de esperança.

Dados do Ministério da Amizade revelam que 72% das pessoas não levam a amizade a sério, só como meio de conquistar benefícios; 18% não ligam para a amizade e, somente, 10% são amigos de verdade. Em uma reportagem exclusiva, a diretora do Ministério da Amizade defende que “ a amizade está sendo destruída aos poucos, pois há novos pensamentos e novas formas de se fazer amizades, a web”...

As pessoas se comunicam mais via web (Orkut, Facebook, Twitter, MSN) do que pessoalmente. Muitas vezes você nem mesmo conhece a pessoa com quem conversa, mas já a trata como se fosse seu amigo. Uma coisa tão especial quanto a amizade está se desfazendo por conta do comportamento das pessoas e, principalmente, devido ao poder da web.

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De repente, das sombras, surgiu um sujeito, baixinho, vestindo sobretudo e óculos de aros grossos. Não disse uma palavra sequer, apenas colocou uma pasta sobre a velha mesa bamba e abriu-a, revelando seu conteúdo. Ainda sem falar, apenas estendeu a mão em gesto de cumprimento. Cumprimentou-o com um movimento ágil, agarrou a pasta e se foi.

Pronto,sua missão estava cumprida. Poderia dormir tranquilo, pois já possuía a fórmula secreta do Guaraná Antárctica.

O MISTÉRIO DO BECO 23 (Raquel Cintra Pryzzant)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também. Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Um homem enorme surgiu daquela porta, no Beco 23, e perguntou para o seu amigo o motivo da visita. Ele estava satisfeito por ter conhecido, finalmente, o homem enorme, feito em que muitos policiais tinham fracassado.

Era inverno, estava realmente frio e, quando se abria a boca, uma leve fumaça surgia. Ele ouviu o som de uma pessoa andando na neve. Aguardou que alguém aparecesse, mas nada houve. Ninguém apareceu. A única recordação daquele dia foram os dizeres: “Você não foi bem-vindo, desista!” Mas o homem não desistiu. Eu tentarei novamente cada ano até descobrir a corrupção que acontecia no Beco 23. Como policial, se descobrisse a localização do Beco 23, seria a ascensão certeira da sua carreira. Durante as investigações, ele conheceu o homem enorme, com a ajuda de um amigo em quem confiou cegamente,mas não deveria.

O homem enorme continuava a esperar uma resposta, plantado na porta, no Beco 23. Fez um grunhido, mas deixá-los entrar. Dentro do lugar só se viam maletas pretas espalhadas pelo chão, certamente lá era um local de administração, pois não se via produto ou mercadoria por ali. Ele anotou tudo o que pôde e conseguiu mais algumas informações. Deixou o galpão com a promessa de trazer mais clientes ao homem enorme.

Realmente, mais tarde, ele traria, mas não o tipo de cliente que o homem enorme esperava... não mesmo.

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UM MISTÉRIO DEBAIXO DO CHAPÉU (Kiana Gray)

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente. Entraram em uma sala empoeirada, com um aspecto antigo e assustador. O homem acendeu as luzes e fechou a porta. Só se ouvia o vento batendo nas janelas, parecendo que tudo ali iria desmoronar.

O homem parecia preocupado, e então cortou o silêncio: “Júlio não morreu.”. O outro ficou espantado com a notícia e, antes que pudesse responder, o homem afirmou: “Ele sabe onde estamos e quer saber o que você esconde.”. O outro ajustou o chapéu mais próximo possível do rosto. “O que tanto esconde?” – perguntou o homem. Mas o rapaz misterioso não quis lhe responder.

Um barulho estrondoso quebrou a concentração dos dois homens: “Está vindo daquele lado, fique em silêncio”! – ordenou o rapaz de chapéu. Os dois dirigiram-se silenciosamente até o lugar de onde vinha o barulho. O pó deslizava suavemente pelo ar e, no local, havia muitos objetos largados pelo chão. A tensão aumentava, até que um homem apareceu por trás dos rapazes, assustando-os. O homem era mais velho que os outros, tinha um aspecto meio sujo e desastrado. “Então, Rogério, nos encontramos de novo, não é?!” – indaga o senhor com um tom irônico – e ele continua: “Diga-me o que você guarda debaixo desse chapéu! Tenho o direito de saber. Eu preciso! Resolverá todos os meus e os seus problemas, por favor!”.

Antes de fazer o que lhe pediam, Rogério se lembrou do dia em que andava na estrada com um grupo de amigos em seu carro. Por um momento tudo ficou preto e um calor subia e depois tudo era laranja e cinza. Rogério foi o único que se salvou, mas ficou com

sérios problemas de saúde, incluindo uma deformação em seu rosto. O rapaz sabia quem tinha causado aquele acidente e o

porquê. Esse é era o mistério que Júlio tanto queria saber. “Mas por que você quer tanto saber?” – perguntou Rogério. Júlio

pensou bem nas palavras que iria usar e, então, afirmou: “Pois eu sou o seu pai...”.

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HOMENAGEM AMOACYR SCLIAR

os1 Anos

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O INEVITÁVEL (Carlos André Nunes)

Em certa cidade, havia uma mulher em especial, que tinha tudo o que uma mulher poderia querer. Essa era eu. Tinha um bom emprego, uma boa casa e era famosa, mas me faltava algo... um homem. Alguém com quem eu pudesse compartilhar meu amor, porém, por ser muito focada no trabalho, nenhum namorado meu me aturava por muito tempo. Mas, tudo estava para mudar... ou, pelo menos, era o que eu achava.

Na ida para o trabalho, acabei passando por uma feirinha popular de rua, onde, entre tantos homens, eu o vi. Ele era lindo, charmoso, tinha uma boa postura e eu tinha que tê-lo! Convidei-o para jantar e nos apaixonamos.

Formávamos o casal perfeito que todo mundo invejava, por isso, percebi que tinha que fazer dar certo e tentei ficar mais próxima dele. Estávamos nos apaixonando cada vez mais, algo lindo de que jamais me esquecerei! Só quem não gostava era meu chefe, pois quanto mais me aproximava de meu namorado, menos tempo trabalhava e meu chefe ficou irado até o ponto de me oferecer duas escolhas: manter meu emprego ou manter meu amor.

Tentei pedir a consideração do meu amor sobre isso, que, mesmo tendo sido muito compreensivo por um tempo, também não aguentou. Disse-me que eu era viciada em trabalho e terminou comigo. Perdi o que era mais importante para mim... aconteceu o inevitável... como sempre foi e sempre será, perdi o amor.

ELE PARTIU (Gabriela Stein Durazzo Monteiro)

Ele era incrível, romântico, engraçado, carinhoso e tudo o que se pode imaginar de um homem perfeito. Ele era perfeito. Suas mãos eram macias e, ao mesmo tempo, firmes e decididas; seu olhar era como o de um leão, selvagem, mas cheio de ternura e afeto. Seu nome era Mário.

Eu estava apaixonada. Pela primeira vez na minha vida, eu estava amando. Nunca tinha sentido algo como o que sentia por ele. Era um sentimento forte e intenso.

O único problema era o fato de eu ser casada com outro homem. Meu marido era policial, trabalhava o dia e a noite toda, chegava em casa por volt das três horas da manhã e saia pontualmente às oito.

Um dia, Mário veio até minha casa e jantamos juntos. Conversamos e rimos tanto que nem percebi a hora passar. Já eram três da manhã quando a porta da sala se abriu. Era meu marido, ainda estava com a farda e quando viu que havia outro homem em casa, pegou sua arma e atirou. Entrei em pânico. Meu marido tinha matado o amor da minha vida. Não tive dúvida, tirei a arma da sua mão e atirei, por amor, matei meu marido.

Agora, aqui estou, deitada na minha cama, debruçada sobre meu travesseiro e chorando. Há dois homens mortos na minha sala e um deles foi a pessoa que eu mais amei durante toda a minha vida.

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UM AMOR QUASE PLATÔNICO (Marcello M. Ziravello)

Era uma quinta-feira, Clóvis, um garoto rico, estava na festa de 15 anos de sua prima. Lá ele conheceu Raquel, uma garota humilde, de família pobre. Foi amor à primeira vista. Eles conversaram, dançaram e trocaram o número de celular.

O casal conversava todos os dias e, após um mês de namoro, Clóvis convidou Raquel para jantar em sua casa, uma oportunidade para ela conhecer os pais dele.

Ao chegar à casa de seu namorado, ela ficou encantada, nunca tinha visto uma casa tão grande e bonita. Os pais de Clóvis pareciam muito sérios e, durante o jantar, fizeram perguntas a ela, querendo saber seus planos para o futuro e como eram seus pais. Ela, muito calma, respondeu da forma mais simples e possível.

Após o jantar, ela se despediu e foi embora. O pai de Clóvis, percebendo que ela havia se retirado, chamou seu filho para uma conversa, e a iniciou dizendo que seu relacionamento com Raquel era impossível, ele era rico e ela, pobre. Ordenou, então, que terminasse o namoro. Clóvis, inconformado, fez de tudo para mudar o pensamento de seu pai, porém, foi inútil. Ligou para Raquel, contou-lhe tudo e antes de desligar, terminou o namoro.

Depois de discutir com Clóvis, ela desligou, deitou-se em sua cama e começou a chorar. Ela sabia que ele havia tentado manter o relacionamento, mas era impossível.

AMOR: SURREAL DECEPÇÃO (Ricardo Fernandes)

Era o primeiro dia de aula. Lá estava Aline, prestes a começar outro ano na mesma escola. Já não aguentava mais. Falava para as amigas que queria fugir da escola; não aguentaria passar mais um ano trancafiada naquele lugar.

O professor já havia chegado à sala. De repente, abriu-se a porta. Por trás dela, um garoto. Perguntou se podia entrar. Apresentou-se. Seu nome, João. 15 anos (a mesma idade de Aline). Ela, logo à primeira vista, apaixonara-se. Passaram-se a 1ª, 2ª, 3ª... Todas as aulas. Tocou o sinal, decretando o fim das aulas daquele dia.

Aline falaria com o menino novo. Iria pedi-lo em namoro. Havia conversado a manhã inteira com ele, tendo uma boa primeira impressão. Diferente de todos os outros. Prometera a si mesma que até o final da aula iria se declarar a ele.

Já tinha até formulado o plano. E colocou-o em ação. Ou melhor, iria.... Por algum motivo, ele saiu correndo da sala de aula. Logo que Aline desceu as escadas, viu João. Alívio! Ela estava indo em direção a ele, até que uma garota que Aline não conhecia se aproximou de

João, que exclamou:- Maria!

Os dois se beijaram. Pronto! Estava destruído o plano de Aline. Que se apaixonou no primeiro dia de aula, e, no final,

estava com o coração partido. A garota saiu correndo para casa.

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O IMPOSSÍVEL COMEÇO DE UM CAMINHO (Ana Carolina Barreto)

Carol acorda bem cedo num domingo de manhã. Vai para o banheiro e toma um banho morno. Chega à cozinha, prepara um café com leite e torradas. Umas 7h15, vai para a garagem e sai de carro. Ela está a caminho do hospital N.S. da Ressurreição para visitar seu noivo, Paulo que está internado em razão de uma doença ainda desconhecida. Chegou ao hospital e foi direto para o quarto 72. Deparou-se com várias enfermeiras: uma tirava sangue, outra trocava a bolsa de soro, outra dava remédios...

- Bom dia, minha vida! - disse Paulo ao ver Carol.- Bom dia, meu amor! - respondeu Carol - Como passou a noite?- Muito bem. Só acordei com um pouco de dor no peito.- Vai ficar tudo bem. Vou dar uma saidinha, porque tenho que resolver uns problemas.

Volto logo-logo.- Eu estarei te esperando - disse Ricardo.Carol saiu decidida a voltar o mais breve possível para junto de Paulo, no entanto, a

resolução de seus problemas demorou mais que o esperado. Então recebeu uma ligação do hospital: ''Venha rápido!''. Entendeu imediatamente do que se tratava e saiu em disparada pela rua. Mas quando chegou ao quarto 72, já era tarde.

Voltou para seu apartamento em estado de choque e viu uma correspondência no chão. Era o resultado do seu exame de sangue. E era oficial: Carol estava grávida de Paulo. A garota sentiu o mundo desabando sob seus pés. Sua cabeça foi tomada por uma confusão de sentimentos. Ela foi para o quarto, deitou em sua cama, agarrou-se ao travesseiro do amado e aos prantos disse:

- Esse é o caminho... Ele deve ter começado, mas é impossível!

Lá, chorou, magoou-se e, por fim, tentou esquecer João. Impossível. Ele já estava em todos os seus pensamentos...

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O DIA EM QUE TUDO DEU ERRADO (Pedro Pasqualin)

Certo dia, uma moça jovem e bela decidiu fazer intercâmbio na Inglaterra, com o objetivo de aprimorar sua fluência em inglês e também para conhecer a incrível cidade de Londres. A viagem era muito cara, então pediu para o seu namorado ajudá-la a pagar e acompanhá-la na viagem. Seu namorado ficou muito feliz com o convite e aceitou, já que era de uma família que tinha bastante dinheiro.

No dia seguinte, foram até um escritório de intercâmbio, compraram roupas, mapas, dicionários e tudo de que precisavam. No final do dia, seguiram para a casa dela. Ao chegarem, encontraram o portão e a janela da sala abertos, e acharam estranho, pois ela nunca esquecia de fechar o portão e a janela. Foram entrando devagar e quando abriram a porta da sala, ficaram desesperados, haviam roubado tudo desde aparelhos eletrônicos até suas roupas.

Seu namorado disse para ela se acalmar, que ele iria à delegacia fazer um boletim de ocorrência (B.O). Ele saiu sozinho, já que ela estava muito abalada com o que lhe tinha acontecido. Quando estava entrando no carro, foi abordado por dois homens encapuzados e armados. Sua namorada percebeu que ele estava demorando para sair, olhou pela janela para ver se estava tudo bem e viu seu namorado resistindo ao assalto, ele tentou reagir e levou dois tiros no peito, os homens entraram no carro e fugiram.

A moça, sem saber o que fazer, pegou um travesseiro, deitou-se no chão e começou a chorar.

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INFORMAÇÃO CORRETA (Lucas Credie)

A mídia sempre teve como função transmitir à população, procurando informar e entretê-la. No entanto, muitas pessoas não entendem o poder de manipulação que a mídia possui.

Informar, seja qual for o conteúdo, exige certa cautela para que não haja distorção dos fatos, pois, em função de seu poder, a mídia é capaz de fazer uma pessoa mudar de opinião, mesmo que essa seja sólida em bem fundamentada. É possível, também, que fatos sejam alterados e que ideias negativas, transformadas em positivas.

Deve-se ter cuidado para que a informação chegue ao público de maneira imparcial, possibilitando aos indivíduos a livre interpretação dos fatos e a formação de seu próprio ponto de vista. No entanto, às vezes, ocorre a omissão, não de uma notícia, mas de detalhes e isso muda opiniões e a visão que as pessoas têm sobre determinado assunto.

Para todos os jornais, telejornais e revistas, deixo um recado: “grandes poderes implicam grandes responsabilidades.”.

A INDÚSTRIA DA MÍDIA (Nadia Delai)

Na era capitalista em que vivemos, o termo que prevalece e o qual é louvado como religião é o “consumo”. Isso é resultado de uma série de mecanismos utilizados por, na maioria das vezes, empresas privadas, que se valem da mídia para difundir ideias, valores e crenças. É por meio dessa estratégia que milhões de pessoas são influenciadas.

As empresas, atualmente, divulgam seus produtos através de propagandas e anúncios que nos fazem acreditar que aquilo que nós possuímos já está obsoleto, ultrapassado, obrigando-nos a comprar sempre novos objetos, mesmo que os antigos ainda funcionem.

Além disso, somos “educados” para consumir e fazer disso o ápice de nossa felicidade. Uma criança que, inevitavelmente, assiste à TV, ouve rádio ou acessa à internet, é alvo de centenas de propagandas já feitas visando despertar nesses indivíduos o desejo de possuir algo, comprar, ter o melhor para si. São, portanto, facilmente influenciados por essa arma de alienação da realidade chamada mídia.

A mídia já não é mais um meio de expor opiniões, apresentar debates, alertar e noticiar, como deveria ser. Ela é uma grande máquina controlada pela indústria capitalista, que influencia a opinião pública, distorcendo os valores da sociedade.

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UM JEITO DIFERENTE DE VENCER (Carolina Scaciotti Victor)

Liberdade. Realmente essa palavra configurou-se um assunto polêmico. Será que alguém conseguiria definir a palavra liberdade sem restringi-la?

Cada um de nós tem uma visão do que é liberdade. Para alguns é uma ida à padaria sem a companhia dos pais, para outros, liberdade é algo bem mais complexo. Vivemos em um mundo onde, hipoteticamente, somos livres para escolhermos aquilo que queremos. Somos livres para escolher o que comer, quem serão nossos amigos, nossas paixões, somos livres para tornarmo-nos a pessoa que queremos ser. Mas, mesmo com todas essas chances, por que ainda nos prendemos ao sistema? Por que escolhemos ser magras e loiras, por que a juventude de hoje em dia não consegue ser aquela que realmente é apenas por medo de ser diferente? Quem foi que disse que diferente é sinônimo de ruim? E se isso já foi dito, quem disse que está certo?

Apoiamos e idolatramos aquilo que nos é mostrado pela mídia sem contestar e tentar mudar esses padrões. Todos temos opiniões, porém, muitas vezes, abstemo-nos ou concordamos com algo apenas por receio de destoar do grupo. Todo adolescente deveria se orgulhar de suas peculiaridades e se dedicar para mantê-las e não combatê-las, pois estes serão os que vencerão porque são diferentes e, verdadeiramente, livres.

A MÍDIA, ALGO BOM OU RUIM? (Flávios Augusto Di Stefano)

Em nossa sociedade capitalista e globalizada, independente da renda e da classe social, dificilmente uma pessoa não possui um aparelho televisor e/ou rádio em casa. Sendo assim, é impossível não ser influenciado (ou regido) pela mídia, desde simples até grandes atos, essa é uma das características da sociedade contemporânea. Desse modo, não há maneira de evitar tal fato, a menos que se abra mão de todos os bens materiais e prestação de serviços que a sociedade capitalista pode oferecer.

A mídia promove ideais que influenciam e formam nossas opiniões sobre determinados assuntos, o que vestimos, o que comemos e como agimos. Assim, surgem o conceito de moda e os grupos que seguem cada estilo divulgado pela mídia. Observa-se, dessa forma, que os meios de comunicação de massa interferem significativamente no modo como cada pessoa

forma a sua opinião.Na sociedade contemporânea, a mídia é muito influente na

formação da opinião pública. Por isso, é impossível e inviável eliminá-la de nossa vida, afinal ela interfere na formação de nossa

opinião, de forma negativa ou positiva.

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MIDIATICAMENTE FALANDO (Renata Akemy Miyashiro Cassitas)

Há algo de muito interessante na mídia. De certo, a maneira como manipula a forma e o conteúdo do pensamento das pessoas é bastante singular. A propagação de ideias preestabelecidas interfere no modo como a população age, compra, critica e forma sua opinião.

Em meio a tantos meios de comunicação, que fazem propagandas, divulgam acontecimentos ou simplesmente se referem a fatos banais, o povo tira suas conclusões e decide seguir a ideia que mais compreender e lhe agradar. No entanto, existem tantos fatores subentendidos (suborno, interesses de empresas privadas, de governos ou de políticos) que tornam a liberdade de expressão individual ligeiramente limitada.

Televisão, internet, rádio, jornais... São tantos os meios de comunicação, que se torna quase impossível a alguém alienar-se da influência exercida pela mídia. É claro que a qualidade do conteúdo divulgado varia e, juntamente com as vivências e percepções de cada indivíduo, acaba formando diferentes opiniões e, assim, uma sociedade molda pela mídia.

A IMPARCIALIDADE DA MÍDIA (Lucas Almeida Gil)

A mídia possui significativa influência e importância na sociedade atual, uma vez que, por meio dela, notícias de interesse público são retratadas de diversas formas, procurando informar ao próximo, seja o leitor, o espectador ou qualquer outra pessoa. O problema surge quando os interesses particulares dos controladores de determinado meio de comunicação (redatores-chefes de jornais e revistas, donos de emissoras de televisão, etc.), sejam eles econômicos ou políticos, alteram o conteúdo ou a forma como determinada informação é transmitida.

Desde a conquista da liberdade de imprensa, a mídia possui o papel de informar a sociedade. Recentemente, a forte influência qua a mídia adquiriu sobre a opinião pública fez com que instituições, empresas e, até mesmo, pessoas formassem alianças com os principais meios de comunicação de massa para criarem uma imagem favorecida de si mesmos, na da mídia.

A busca pela imagem favorecida, por meio da mídia, resultou na acirrada rivalidade entre empresas de comunicação (Rede Globo e Record, por exemplo) e mesmo na criação de notícias fictícias ou com dados alterados, para beneficiar determinado grupo.

A comunicação tornou-se, especialmente no Brasil, uma troca de favores entre empresas de comunicação e grupos que procuram criar uma imagem idealizada de si na sociedade. Acredito que tal atitude seja prejudicial à sociedade, uma vez que o conteúdo das informações acaba sendo duvidoso, pois, o grande público, nunca sabe se os fatos apresentados são imparciais ou se foram manipulados em benefício de alguém.

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“ROCK IN RIO” RETORNA AO SEU LOCAL DE ESTRÉIA EM 2011(Chiara Battaglia Tonin)

O maior evento de música e entretenimento do mundo retorna ao Brasil nos dias 23, 24, 25 e 30 de setembro e 1º e 2 de outubro, com atrações internacionais, como Rihanna, e nacionais, como Capital inicial.

O evento acontecerá no Parque Olímpico Cidade do Rock, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Caracterizado pelo pioneirismo, o projeto inclui uma atuação sustentável e chega ao Brasil em um momento no qual o país recebe destaque também por conta da conquista dos Jogos Olímpicos em 2016 e da Copa do Mundo de 2014, os quais irá sediar, sendo este, portanto, um período de investimentos.

Três de suas edições ocorreram no Brasil (1985, 1991 e 2001), quatro em Portugal (2004, 2006, 2008 e 2010) e duas na Espanha (2008 e 2010), as quais somam mais de 5 milhões de pessoas. Em sua nona edição, o “Rock In Rio” retorna ao Brasil, especificamente ao bairro no qual estreou em 1985: Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

O evento apóia projetos de sustentabilidade, já destinou mais de 4 milhões de euros a ações de educação e conscientização ambiental, e gerou visibilidade à cidade e ao país internacionalmente, fazendo com que setores da economia, o turismo e a indústria fonográfica fossem movimentados. Até hoje, o “Rock In Rio” gerou 39 mil empregos diretos.

O maior evento de entretenimento e música do mundo conta com uma infraestrutura impecável, prezando pela qualidade das atrações e o conforto do público. Traz a questão da sustentabilidade e a ideia da união de todos através da música; que todos estão juntos e que pequenos atos têm influência sobre o futuro. Espera-se que o evento atraia cerca de 600 mil pessoas.

A programação conta com Rihanna, Elton John, Metallica e Red Hot Chili Peppers por exemplo, entre as internacionais, e Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Capital Inicial e Jota Quest entre as nacionais. Os shows têm início às 14h40 no palco Sunset, às 19 horas no Palco Mundo e às 22h no palco Eletrônica.

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VI PRÊMIOJovem Escritor

HOMENAGEM AMOACYR SCLIAR

os3 Anos

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QUEM TEM O PODER DE MUDAR (Carina Bullara de Andrade)

A arma social e política que muda a vida de milhões de pessoas com um simples clique é chamada “nova geração''. Em cada rua, em todas as cidades, por todas as partes do mundo, os jovens têm tomado sua posição e lutado, não por si mesmos, mas por toda a sociedade.

Esse ser inconstante, vulnerável, metade racional e metade sentimental, mas, acima de tudo, livre, entende uma ideia que os adultos parecem ter esquecido: fazer é ser, ser é acreditar, acreditar é mudar. Segundo Sartre, tudo começa no “fazer é ser”. Então, antes de começarem a mudar o mundo, os jovens mudaram a si mesmos, admitindo sua liberdade, suas responsabilidades e consequências. Passaram da alienação à transgressão.

O protagonismo juvenil, movimento eterno, mostra o lado mais humano dos jovens: eles são mais ações do que palavras. Têm forças para lutar por suas crenças. O resultado do engajamento dessas gerações é a revolução, e isso é a transformação da sociedade. Usando o Facebook, eles conseguiram ajudar a derrubar mais de uma ditadura, unindo forças e se importando com o bem comum. Eles nunca estão sozinhos, são como estrelas.

Quem decide se o ser humano tem asas? Se ele tem voz? Quem escreve sua história? Ou quando ele pode mudar o mundo? Quem o prende e o liberta? Ele mesmo. E os jovens sabem disso e possuem a maior arma social na atualidade: a internet.

REBELDES COM CAUSA (Rafaela Setti)

A vitalidade e a persistência são características marcantes nos jovens. Graças a esses e a outros fatores, o espírito revolucionário desperta e a vontade de justiça intensifica-se cada vez mais dentro dos peitos reprimidos de toda uma geração.

Os jovens do Oriente Médio, recentemente, uniram-se e se colocaram contra governos ditatoriais que estavam no poder há décadas. Essa atitude de mobilizar populações de vários países para lutar a favor da liberdade, nada mais foi do que a confirmação do poder e da voz ativa juvenil.

Com o auxílio da internet e das redes sociais, armas da comunicação que estão presentes no cotidiano dos jovens, eles conseguiram fazer o que poucos teriam coragem, ou mesmo oportunidade; divulgaram suas propostas e mobilizaram um contingente muito grande de pessoas lutando por um mesmo objetivo. Transformaram sociedades que viviam oprimidas e libertaram gerações que nunca haviam sentido o gosto da liberdade.

Nessa fase da vida, a cara e a coragem são elementos suficientes para enfrentar qualquer desafio. Vidas podem ser mudadas, sociedades transformadas e o mais importante, os direitos serão assegurados por aqueles que não temem o sistema e que falam o que pensam.

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MANIFESTO ANTROPÓFAGO VEGETARIANO (Daniel Varlese)

Chegou-se o tempo em que falar sobre divisões políticas, fronteiras, países e territórios tornou-se démodé. À medida que as sociedades tornam-se mais canibais umas das outras, o limite entre as diferentes culturas tornou-se cada vez mais tênue. Assim, a humanidade tem como identidade, hoje, um mesmo filme, e sua película é rodada nos mesmos cinemas e nos mesmos projetores de 35mm.

A necessidade de disseminar a informação com tamanha velocidade implica uma uniformidade, um padrão universal a fim de se economizar tempo (e dinheiro). Logo, há um

idioma universal que, ao passo que caminha pelas diferentes sociedades, leva na bagagem não só o dicionário, e sim toda uma cultura globalizada. A globalização pede um mercado cultural homogêneo, no qual as chances e probabilidades econômicas e de

marketing já são previamente conhecidas. Cria-se um padrão altamente rentável e, a partir dele, são feitos pequenos ajustes

para garantir a livre concorrência: é o efeito 3D, a prótese excêntrica, a letra pornográfica ou o homem pintado de azul

com orelhas de abano. Porém, fundamentalmente, tudo tem a mesma essência.

A PERDA DA RIQUEZA CULTURAL (Diogo Favero Stolfo )

O atual estágio do processo de globalização que vivenciamos está diretamente ligado à diversidade cultural. Além dos produtos e mercadorias, são disseminados imagens, informações, costumes e cultura de uma nação. Dessa forma, a cultura dos países desenvolvidos influencia significativamente a dos demais, comprometendo sua diversidade cultural.

Os países ricos e desenvolvidos dominam o mercado mundial e os meios de comunicação, assim, na sociedade capitalista, eles utilizam esse poder para massificar sua cultura e disseminá-la nos países subdesenvolvidos. Os Estados Unidos são o melhor exemplo dessa indústria cultural, difundindo a ideia do consumismo. Desse modo, criam-se novas regras sociais que alteram os costumes de um país em função de influências que, muitas vezes, são inadequadas às situações locais.

Com a transformação da cultura em produto, os estratos mais influentes da sociedade impõem os novos padrões aos demais indivíduos. No Brasil e em outros países, observa-se a importância que se dá ao consumo, principalmente de produtos importados como forma de demonstrar publicamente status social. Devido à valorização acrítica de padrões estrangeiros, a cultura de muitos países subdesenvolvidos é facilmente influenciada e uniformizada.

O capitalismo e a globalização, apoiados nas ideias de lucro e consumo, estão comprometendo gravemente a diversidade cultural no mundo, por meio de um processo de uniformização cultural, impulsionado, sobretudo, pela expectativa de obtenção de lucros.

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MISSÃO: SEREM OUVIDOS E MODELAR O MUNDO (Marina Rocha)

Quando se observa a sociedade contemporânea, é perceptível o fato de que ela está passando por diversas transformações, seja na política, no meio ambiente ou na tecnologia. No entanto, a área em que essas transformações são mais significativas é na social, que tem mostrado certa singularidade: a força dos jovens para tentar mudar a visão do mundo dos demais indivíduos.

Há certo tempo que os jovens buscam mudanças sociais, como o movimento hippie, as passeatas contra a Guerra do Vietnã e a ditadura militar, entre outros. Atualmente a facilidade com que eles se organizam é notável. É o caso do Egito que, por meio de contato em páginas do site do Facebook, reuniram algumas centenas de milhares de pessoas (maioria jovens) para protestar contra o regime ditatorial de Hosni Mubarak, ex-presidente do país. Por longos 18 dias de conflito, milhares de vidas foram perdidas, mas o resultado surpreendeu a todos. Mubarak renunciou ao poder no último dia.

Essa “onda” de libertação, não se limitou ao Egito, atingiu vários países no Norte da África, como a Líbia que, apesar de ainda enfrentar sérios embates ideológicos, traduzidos em episódios de violência, está se encaminhando para um futuro mais claro, democrático e menos sangrento.

A partir dos acontecimentos históricos e dos conhecimentos gerais, é possível observar como a comunidade jovem modela os ideais dessa nova era de revoluções. Sua força de vontade e sua facilidade de organização, devido aos avanços tecnológicos – que lhe permitem criar sites e páginas como as do Facebook –, continuarão a possibilitar que a juventude lute pelo pleno exercício de seus direitos. Quando quiserem ser ouvidos, farão tudo para que isso aconteça, pessoal ou virtualmente.

O filósofo alemão Adorno, em seus diversos textos sobre a indústria cultural, reiterou a singularidade com que a mídia se apresenta. Se a moda é vampiros, filmam-se vampiros; depois, vampiros que brilham. E, não satisfeitos, os comandantes da indústria do entretenimento massificado têm a coragem de publicar Dom Casmurro e Jane Austen na versão dark da literatura.

A cultura é uma mercadoria. Dessas que se compra em supermercado. E, da mesma forma que escolhemos o que colocamos no estômago, devemos selecionar o que pôr na mente. Quem dita a moda é o consumidor – apesar de Adorno defender o contrário. Por mais difícil que seja, deve-se mostrar que zumbis – na maioria das vezes – não agradam. Há quem possa dizer que chegou, novamente, a necessidade do comportamento antropofágico. Mas, todavia, entretanto, dessa vez: o vegetariano.

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¿A CUÁL CULTURA VOUS BELONG? – A QUAL CULTURA VOCÊ PERTENCE?(Maurício Cristensen Gatti)

A globalização tomou conta do mundo. Cada vez mais informações, produtos e ideais têm se difundido por diversas nações, como se não houvesse mais fronteiras. Assim, essa proliferação tem feito com que as sociedades percam gradualmente sua diversidade cultural.

Em um mundo globalizado, é possível se ver um australiano escutando música americana em seu aparelho de som japonês enquanto dirige seu carro sul-coreano em direção a um restaurante italiano em uma cidade brasileira. A globalização disseminou pelo mundo uma significativa quantidade de produtos que, apesar de contribuírem para o avanço econômico e igualar os países em termos de acesso à informação, fez com que, também, perdessem, de forma gradual, um pouco de sua cultura.

A manutenção de costumes é importante e reconfortante em momentos de saudade e solidão. Os bairros do Bixiga e da Liberdade, na cidade de São Paulo, são exemplo disso. Por meio da preservação dos costumes, os imigrantes conseguiram se sentir em casa e superar as adversidades. Sendo assim, é possível que, mesmo diante de um processo que visa massificar culturas, características de um povo sejam preservadas como forma de resguardar sua identidade.

De forma geral, um cidadão hoje só representa seu país em sua nacionalidade, pois vivemos uma época de cultura global e generalizada. Somos, assim, parte de uma mescla que, cada vez mais, leva-nos à perda de nossa identidade.

O JOVEM DE HOJE É O ADULTO DE AMANHÃ (Luiz Fernando Rodrigues)

Desde o nascimento até sua completa formação, cada indivíduo procura sua identidade. A intensidade dessa busca oscila no decorrer dessa fase de desenvolvimento, podendo ter impactos positivos ou negativos nas vidas das outras pessoas. Por exemplo, um jovem homossexual estereotipado pode tanto influenciar outros como pode ofender, por mais que não haja contato direto. Em uma incessante busca por sua individualidade, o jovem cria uma necessidade patológica de rebeldia, que pode ser canalizada para si ou para a sociedade. No Brasil de hoje, é raro encontrar casos de subversão que vise a mudanças na realidade pelos

jovens, individualistas. A satisfação desse grupo, inserido em um mundo que muda rapidamente e busca mudanças o quanto antes, pode ser alcançado por meio de medidas paliativas, que criam uma sensação de dever cumprido.

Há elementos na juventude que visam a mudanças na realidade coletiva. Estes são, muitas vezes, reprimidos por seu próprio

grupo por não ter desejos condizentes com o mundo de hoje, individualista e alienador, levando-os a buscar meios de encontrar semelhantes em outros lugares. Aí que entra o papel da internet, podendo disseminar revoltas em larga

escala, como as vistas no Egito e na Líbia.

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Ao se obterem maior autonomia, esses jovens podem se tornar mais subversivos. Passam a mostrar indícios de mudanças futuras no meio, representando perigo para o domínio vigente (líderes, elite local ou global), que busca a manutenção de seu poder pelo controle dos indivíduos abaixo. Para se controlar uma população, o melhor método é o da alienação, que cria o conformismo e, conseqüentemente, a estagnação de uma sociedade. Mas para essas mudanças permanecerem, deve-se anular os jovens principalmente, afinal, o jovem de hoje é o adulto de amanhã.

AS MUDANÇAS NÃO PODEM PARAR (Cynthia Ryan)

Os jovens anteriores criaram para a juventude atual, através de suas próprias revoluções, uma sociedade em que existe liberdade de expressão e a possibilidade de erguer a voz contra aquilo com que ele não concorda. Hoje, existe maior variedade e possibilidades dos meios de comunicação, que criam um ambiente propício para manifestações e para a reivindicação de direitos, mas, se o jovem da atualidade está usando sua crescente liberdade corretamente e ao máximo, é algo questionável. A postura individualista do jovem é muito comum, além da alienação quanto aos problemas políticos e sociais, que tornam o quietismo a postura de muitos deles.

Alguns olham para os problemas de sua cidade e de seu país e, por não serem afetados diretamente, mas com certeza são, indiretamente, acreditam que não é o seu papel fazer algo para mudá-los e tomam, portanto, uma atitude extremamente individualista. Talvez por não enxergarem o tamanho do poder que têm nas mãos quando unidos, deixam de agir e aceitam aquilo que lhes foi imposto pelas gerações anteriores sem perceber que são os jovens que escolhem e determinam como será a sociedade em que vão viver.

Sem perceber o que faziam, os líderes mundiais se permitiram colocar uma arma muito poderosa nas mãos da juventude: a internet. A maioria dos seus usuários é jovem e, nos últimos anos, foram várias as situações em que ela foi usada para disseminar ideias, protestos e, principalmente, informação. Um pensamento é divulgado na rede social Twitter e, em questão de minutos, aquilo se torna mundial. É só observar os “Trending Topics Worldwide”, ou seja, assuntos comentados em proporções globais. Mas, só a mobilização virtual não basta e é isso que a juventude ainda precisa compreender. É preciso ação, e não só da cadeira do computador.

Não há mais necessidade de dizer que os jovens de hoje serão os líderes de amanhã, e é sua a capacidade de transformar a sociedade. De modo geral, uma pessoa de 20 anos não tem os preconceitos que alguém de 50 tem, e essa mente aberta lhe possibilita a mudança. Pensamentos ultrapassados precisam ser mudados e, para isso, é necessário que nossa juventude comece a agir mais por aquilo que tem direito, usando, para isso, a liberdade que outras gerações de jovens ajudaram a conquistar.

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UM INCENTIVO À DIVERSIDADE (Lydia Takata)

O mundo sofre de um modismo massificado, que beneficia uma só cultura e economia. Muitas vezes, isso se deve ao fato de o sistema capitalista exercer grande influência na comercialização da cultura.

Diante desse quadro, há uma globalização cultural que, por meio da imposição de valores de países política e economicamente dominantes, acarreta a perda gradual da cultura das sociedades que seguem tais modelos idealizados. Para Adorno, a indústria cultural, munida de recursos como o marketing, cria realidades e situações capazes de promover a identificação entre o produto e a massa, sua consumidora. Assim, muitas vezes, os indivíduos acabam influenciados pela mensagem que está implícita no ato de consumir: adequação ou exclusão social.

A fim de romper com a imagem padronizada, criam-se grupos diferenciados, mas, devido aos costumes enraizados de se aderir massivamente ao que é novo, inicia-se um novo ciclo de modismo. Para que haja o enriquecimento cultural e econômico, é necessário haver uma transformação dos valores massificados dos consumidores, que, geralmente, são induzidos à compra de produtos e ideologias, apenas pelo status que isso pode lhes proporcionar, acarretando, ainda que de forma inconsciente, a fragilização das culturas particulares de cada sociedade

É importante considerar que o desejo de consumir aquilo que é novo deve ser usado como forma de valorizar a diversidade cultural, de modo que nenhuma cultura seja depreciada. Essa postura possibilita a criação de identidades únicas e valorizadas; além da preservação da multiculturalidade.

TODOS POR UM (Betina Sejtman)

Em diferentes épocas e por diferentes motivos, os jovens têm ido às ruas, para lutar e reivindicar por seus direitos como cidadãos. Por meio de inúmeras conquistas e mudanças foi provado o significativo papel dos jovens na transformação da sociedade. Mas por que os jovens possuem um papel de transformação tão grande?

Quando pensamos em jovens, pensamos em pessoas no início de suas vidas profissionais, que sonham com um futuro brilhante e com suas futuras famílias. Ou

seja, os jovens representam o futuro de uma sociedade, eles que conduzirão o país, tanto econômica quanto socialmente, daqui a alguns anos. Isso dá aos jovens, quando unidos, um papel e um

poder únicos, pois se eles são o futuro, cabe a eles lutar por um que seja melhor, e à sociedade repensar os questionamentos por eles

feitos.Tendo conhecimento desse poder, jovens utilizam meios

de comunicação para mobilizar cada vez mais gente, e fazendo assim, com que essa capacidade de modificação seja

ainda mais expandida.

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A CULTURA COMO PRODUTO (Bruno Kassabian)

A globalização constitui uma forte ameaça à identidade cultural e à identificação nacional. Esse processo é perceptível em todos os lugares. Todos os dias, recebemos uma enxurrada de informações e de conceitos provenientes de muitas partes do mundo, uma cultura que é disseminada e imposta à população de maneira mais contundente do que é feito em relação à cultura nacional. Os produtos e as informações a que temos acesso, carregam toda a cultura de outros países, a qual está sendo aceita e adotada por uma população que idolatra heróis norte-americanos.

No Brasil, sempre houve a valorização da cultura europeia. Nossa nação, que se nasceu no contexto do eurocentrismo e do mercantilismo e que cresceu no do imperialismo, espelhou-se e, assim, buscou se igualar aos conceitos europeus. Por essa razão, a cultura do continente não teve problemas para se disseminar por nosso país e sufocar nossa identidade, nossa religião e nosso modo de vida. Nesse sentido, observa-se que a população tornou-se alienada e aceitou de forma pouco crítica a imposição de características de outras nações, que, com a globalização da produção e da mídia, passou a ocorrer de forma mais constante.

Onde o imperialismo já era forte, a globalização aconteceu de maneira natural. Os produtos que compramos, as informações que recebemos e as empresas que se instalam no Brasil, de modo geral, pertencem a uma cultura diferente e exercem uma força tão grande que passam a nos vender também a cultura de seu país de origem, a qual é comercializada como o bem mais valioso. Assim, uma população que, em sua maioria, só valoriza a cultura estrangeira, torna-se alheia à própria realidade e consome aquilo que lhe é imposto como sinônimo de prestígio e bom gosto segundo os padrões internacionais.

A globalização não é um processo democrático, é uma imposição dos países mais poderosos e industrializados, que lucram com a disseminação da sua cultura. Isso acaba com as mais naturais formas de manifestação cultural, ameaçando a identidade de nações, mas possibilitando a expansão de mercados consumidores e, consequentemente, de lucros.

Afinal, como difunde a sabedoria popular: “A voz do povo, é a voz de Deus”; E os jovens têm justamente esse papel, ser “a voz do povo” e transformar, assim, a sociedade.

Se os jovens querem um futuro diferente do presente, um futuro melhor, a alternativa é expor seus pensamentos, não de forma individual, mas coletiva. Todos lutando por um só ideal, e assim unidos determinados, não há nada que possa impedi-los de cumprirem seu papel na sociedade, seu papel de transformação.

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O CAPITALISMO NOS UNIU (Léo Ravaglia Strini)

Na época das Grandes Navegações, quando a Europa alcançou outras regiões e encontrou culturas diferentes da sua, teve início o processo hoje chamado “Globalização”. Ao descobrir o caminho para as Índias ou a América, o conquistador europeu impunha a sua cultura aos povos “menos desenvolvidos”, um fenômeno chamado eurocentrismo. Desde o início, a Globalização é acompanhada pela padronização cultural e pela imposição de costumes do “mais forte” ao “mais fraco”.

O avanço tecnológico nas telecomunicações e nos transportes ampliou os efeitos da Globalização, mas foi o desenvolvimento do capitalismo que mais contribuiu nesse processo. Com propaganda, cultura de massa e empresas transnacionais, ficou mais fácil perceber a uniformização cultural. E os maiores irradiadores, os “mais fortes são, hoje, países desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos. No mundo todo, vestem-se as roupas que os americanos vestem, ouve-se música, come-se sua comida. As únicas sociedades que resistem a essa tendência são de orientação comunista e autoritárias, como Coreia do Norte, Cuba e China. No caso desta última, as portas para o capitalismo começaram a se abrir, mas só para os ricos empresários. A maior parte da população vive do mesmo modo como viviam seus pais, avós ou bisavós, na miséria e sem qualquer influência ocidental.

O poder da cultura de massa é impressionante, capaz de transformar o pensamento, por exemplo, de povos que, historicamente, eram inimigos. Prova disso é a União Europeia, que cogita criar uma Constituição Continental. Por séculos, guerras e rivalidades marcaram a região, mas, em poucos anos, já se pensa em unir essas diferentes culturas sob um só conjunto de leis. Uma só bandeira eles já têm. Enquanto promove a igualdade cultural entre diferentes nações, a Globalização aumenta a desigualdade social entre pessoas do mesmo país. Os ricos ficam mais ricos, pois conseguem um mercado maior para os seus produtos, e aqueles que não têm acesso às tecnologias são mais prejudicados, sendo marginalizados.

Ao mesmo tempo em que Marx defendia: “operários do mundo, uni-vos”, empresários capitalistas aumentavam seu poder. Já é impossível pensar na sociedade atual sem associá-la à globalização. Capitalistas do mundo uniram-se.

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COLÉGIO DOMUS SAPIENTIAE

www.domussapientiae.com.brPARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria ScattoliniAssistente de Direção - Márcia GavinoCoordenadora Pedagógica - Ana Maria ImperioOrientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Valéria FurtadoOrientadora Educacional (Ensino Médio) - Ângela M. M. da Encarnação

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA

Professor Alexandre Marques SilvaProfessora Maria Inez Ferreira de JesusProfessora Rejane Loli RuizProfessor Rogério Fernandes dos SantosProfessora Silvana E. O. da Matta Vívolo