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Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro - Nº 8 Viseu, Abril de 20 Redacção: ESENVIS, Rua Mestre Teotónio de Albuquerque, 3500-23 Viseu Tf: 232 480 90 / Fax: 232 480 99 / email: [email protected] / web: esenviseu.net Periodicidade trimestral Direcção: Paulo Neto Via Esen

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Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro - N.º 8 Viseu, Abril de 2011

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Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro - Nº 8Viseu, Abril de 20�� Redacção: ESENVIS, Rua Mestre Teotónio de Albuquerque, 3500-2�3 Viseu Tf: 232 480 �90 / Fax: 232 480 �99 / email: [email protected] / web: esenviseu.net Periodicidade trimestral Direcção: Paulo Neto

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A mudança de ano trouxe à Escola a transferência de instalações.

A transição trouxe a perturbação inerente a qualquer situação de mudança. A memória que muitos guardam de espaços antigos que agora surgem totalmente transformados, ou mesmo desaparecidos, cria a sensação de perda e de tristeza; os espaços ainda por terminar, que obrigam a soluções provisórias e nem sempre esteticamente adequadas e agradáveis, criando desconforto emocional; as falhas de concepção no projecto em termos de funcionalidade da escola e que nem sempre são atendidas; os equipamentos que há muito estão prometidos, mas cuja chegada continua a ser adiada e sem que exista a previsão da data em que possa ocorrer; o sistema de aquecimento com funcionamento muito irregular e criador de desconforto térmico em muitas salas.

Mas se estes são aspectos que poderão ser classificados como negativos, os equipamentos e mobiliários novos, as instalações modernizadas e uma leitura arquitectónica integradora de todos os edifícios anteriormente existentes, mostram que a requalificação valeu a pena e que a mudança de instalações efectuada no mês de Janeiro também foi positiva. Caso não tivesse ocorrido, ne-nhum dos aspectos negativos ainda estaria resolvido e muitos outros que entretanto foram detectados e que tiveram solução, teriam que aguardar até que emergissem.

A Escola, enquanto edifício e equipamentos, ganhou com a requalificação, trazendo os benefícios para a actividade educativa e permitindo actividades que extravasaram para fora das paredes do recinto escolar. Conferências, espectáculos de música, actividades desportivas, têm sido um elo de ligação entre a escola e a comunidade.

No terceiro período, haverá a continuidade destas actividades que levam a Escola para o exterior e que trazem o meio circundante para dentro da Escola, mas haverá também uma aposta na formação cívica dos nossos

alunos, com uma campanha de sensibilização a uma linguagem mais contida, evitando o palavrão.

Esta nova Escola, para poder manter a qualidade das instalações e dos equipamentos, precisa que todos os que nela trabalham e estudam ajam com responsabilidade cívica, contribuindo com a sua atitude de cidadãos responsáveis para que não ocorra a sua degradação. A requalificação da Escola foi um investimento muito elevado em termos financeiros, e se, da parte de todos nós, comunidade educativa, não houver uma atitude de cidadania, de respeito pelo bem comum, esse investimento, que teve como objectivo a criação de uma nova forma de sentir e perceber a Escola, de agir na Escola, terá sido inútil.

Durante o terceiro período continuarão ainda a ser terminadas as obras e fornecidos os equipamentos em falta, permitindo que a curto prazo, como já ocorreu em muitas outras escolas, a Escola Secundária de Emídio Navarro possa ser inaugurada oficialmente. Espera-se também que ocorra a conclusão das negociações entre a Câmara Municipal de Viseu e a Parque Escolar com o objectivo de elevar o pavimento da rua entre a Escola e o Jardim,

fechando-a ao trânsito.

Somos uma Escola com instalações renovadas, mas que traz consigo a tradição de mais de um século na educação dos jovens de Viseu. Somos uma escola eclética no que respeita à oferta formativa, procurando o equilíbrio entre os cursos Científico-Humanísticos e os Cursos Profissionais. No ensino básico, cruzamos também as turmas de currículo regular com as de ensino articulado de música, numa parceria com o Conservatório de Música Azeredo Perdigão.

Esse ecletismo cria na nossa Escola um ambiente distinto, favorável ao trabalho e à convivência saudável entre todos os alunos. É esse caminho de diversidade curricular que a Escola Secundária de Emídio Navarro deverá continuar a seguir, mantendo a sua identidade, afirmando-se e confirmando-se como uma Escola com um ensino de qualidade.

Paulo ViegasDirector da ESEN

Editorial...

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No passado dia 16 de Dezembro de 2010, realizou-se uma visita

de estudo à cidade invicta, à exposição «O Corpo Humano como nunca o viu» e ao Visionarium a Santa Maria da Feira, no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia.

Participaram os alunos da turma B, do 9º ano e os alunos das turmas A e D, do 10º ano.

Os professores da área disciplinar de Biologia, das referidas turmas, a directora da turma do 10ª A e ainda o professor de Educação Física da turma do 10º D acompanharam os alunos na visita de estudo.

Pela manhã, bem cedo, com muitas expectativas e curiosidade partiu-se em direcção à Alfândega do Porto. Aí, fez-se a divisão das turmas, em vários grupos.

De seguida, iniciou-se a visita pelas várias galerias que retratavam a constituição física do Corpo Humano. Para além da componente pedagógica e científica aliada a esta exposição, transmitiu-se a importância da aquisição de hábitos e estilos de vida saudáveis, através de alguns espécimes reais, preservados por um processo inovador de polimerização. Foi possível observar detalhadamente a fisionomia do corpo humano, dos seus sistemas e órgãos.

Promovido pela Ciência Hoje - Concurso “Se eu fosse um Cientista” (http://www.cienciahoje.pt), os alunos: Beatriz, Diogo e Helder, do 10ºA resolveram candidatar-se, assumindo o papel de Dimitri Mendeleev, “pai” da Tabela Periódica dos elementos. A equipa chama-se IRTUCEI.De acordo com as regras do concurso, submeteram, em Dezembro, a

1ª prova “Carta aos Pais”. Mendeleev escreveu à mãe, mostrando a sua convicção em querer seguir uma carreira ligada à Ciência.

Foram apurados e, no final de Janeiro, submeteram a 2ª prova “A angústia do cientista perante a investigação”. Num pequeno filme, aproximadamente de cinco minutos, Mendeleev (Helder) mostra aos seus amigos, (Diogo e Beatriz), por um lado a sua grande preocupação em relação às propriedades de alguns elementos químicos, mas por outro lado, a sua grande convicção de que está no caminho certo. Com muita coragem, propôs alterações na forma de “arrumar” alguns elementos quimicos já descobertos e foi capaz de fazer previsões sobre propriedades de elementos que só mais tarde se vieram a descobrir.

Passadas as duas provas, os alunos foram apurados e, neste momento, preparam a 3ª prova “O momento de glória”. Mendeleev terá que mostrar ao mundo a importância da sua investigação e o contributo que o seu trabalho traz ao avanço da Ciência.

Todas as informações, bem como as provas apresentadas, estão disponiveis no site acima indicado.

Concurso “Se eu fosse um Cientista”

Why is English so important?As everybody knows, there are millions of English speakers in the world. Everywhere we go

we always meet someone who knows a little bit of English.Considered a universal lan-

guage it plays an important role in fields of science or politics, music or movies. Even in job markets, it

has provided multiple opportunities. Thanks to the English language Information Technologies have been spread and developed.

So, we may say that learning English has be-come essential nowadays since it is the most impor-tant language to communicate.

Jonatã MachadoDaniela Lopes

10ºE

Existiam nove galerias, cada uma com um tema diferente. Tratou-se de um manual visual do Corpo Humano, mostrando-o tal qual como ele é, em todas as suas vertentes, permitindo desta forma , que o conhecimento até agora disponível à comunidade médica estivesse acessível a todos.

Da parte da tarde, após o almoço, visitou-se o Visionarium, um centro de ciência interactivo em Santa Maria da Feira. Começou-se a visita com visionamento de um filme. Depois, percorreram-se as várias salas temáticas, aonde nos detivemos observando atentamente tudo o que nos era proporcionado.

Na Odisseia da Vida, através dos objectos expostos, compreendeu-se melhor o funcionamento do código genético, o cérebro e os sentidos. Seguiu-se a Odisseia da Matéria, uma viagem ao mundo infinitamente pequeno. Na Odisseia do Universo contactou-se com um ambiente evocativo do espaço.

No final, os objectivos da visita foram plenamente atingidos. O convívio foi muito salutar, estabeleceram-se laços de amizade entre alunos e professores. Devem-se fazer mais visitas de estudo. Valeu a pena!

Realizado pelas alunas do 10º ano da turma A, Joana, nº 14, Margarida, nº 19 e Maria, nº 20

Relatório da visita de estudo ao Porto e a Santa Maria da Feira

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“Viseu vista por todos” é o tema escolhido para o trabalho que vamos desenvolver em Área de Projecto. Somos alunos da turma E do 12º ano e escolhemos trabalhar a Sé de Viseu, local de passagem obrigatória da cidade. Assim, decidimos dinamizar o projecto com uma visita guiada à Sé e aos seus espaços envolventes. Mas quem levar? Pensamos em crianças, jovens, idosos. Ficamos pelos últimos, os idosos, pois teríamos a certeza que iriamos proporcionar-lhes um tempo de diversão e convívio e eles iriam proporcionar-nos uma tarde de partilha de conhecimentos eexperiências. Assim, desta actividade resultaráenriquecimento mútuo.

O nosso projecto não se centra apenas nos idosos. Eles irão cooperar connosco, de forma directa, mas nós pretendemos que este trabalho seja extensivo a toda a comunidade escolar e

Viseu vista por todos viseense, em geral. Queremos também promover a história e arquitectura da zona histórica da nossa cidade, fazendo renascer o interesse por um monumento emblemático da paisagem de Viseu, perdido no tempo e na memória das pessoas.

Concluindo, o nosso pro-jecto não tem por objectivo a p e n a s p r o p o r c i o n a r u m passeio aos mais idosos, mas tambémtornar dinâmico o potencial da Sé de Viseu, possibilitando aos idosos a evocação de momentos, objectos e referências históricas que integram as suas vivências de décadas. Adriana Silva / Ana Sofia Almeida / Bruno Gouveia / Gabriel Costa / Sara Figueiredo

Realizou-se no dia 29 de Março de 2011, no Auditório do IPJ uma Conferência sobre Futebol de Praia intitulada “A Ideia de Jogo”, conduzida pelos oradores João Morais (Coordenador da Selecção Nacional), José Miguel Mateus (Seleccionador Nacional) Bruno Novo e João Carlos Delgado (jogadores da Selecção Nacional). Esta iniciati- va e toda a organização foi desenvolvida pelos alunos do 12º C da Escola Secundária Emídio Navarro, Diogo Pereira,

É imprescindível que a educação chegue a todas as pessoas, tendo em conta que cada ser humano é único, apresentando características próprias. Daí ser necessária a elaboração de currículos alternativos para responder a necessidades educativas especiais.

Perante isto, nós, alunos do 12ºano, da turma E, estamos a desenvolver um projecto no âmbito desta temática, na disciplina de Área de Projecto.

Numa primeira etapa, contactámos a APPACDM - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, com o objectivo de que o nosso projecto se realizasse na sua instituição. A resposta foi positiva e, de imediato, começámos a elaborar o nosso projecto, que tem como objectivo principal, tentar interagir com pessoas que são portadoras de deficiência e tentar ensinar-lhes algo, de uma forma diferente e divertida.

No dia 24 de Janeiro, pela primeira vez, deslocámo-nos, então, à APPACDM; numa primeira impressão limitámo-nos a conhecer a instituição, os técnicos profissionais, bem como alguns dos utentes. Neste primeiro contacto, decidimos planificar, para uma melhor organização, o horário das nossas actividades a desenvolver, ficando assim estabelecido que iríamos todas as quartas-feiras à APPACDM, das 14h às 15h30.

No dia 2 de Fevereiro, iniciámos a interacção com os utentes; desta vez, de forma mais real, tendo utilizado a música como forma

de facilitar a criação de laços, visto que estas pessoas apreciam particularmente a música.

Decidimos no terceiro dia, realizar jogos tradicionais, pois estes proporcionam uma maior interacção com os utentes, facilitando assim maior desenvolvimento cognitivo, psicológico e social. Os jogos escolhidos foram: o “jogo das cadeiras” e o jogo “1,2,3 macaquinho do chinês”. Semanalmente assim faremos até dia 9 de Maio, o último dia, na instituição. No final, pretendemos apresentar à comunidade escolar uma síntese do nosso trabalho, onde retratemos aquilo que foram as nossas actividades com a APPACDM.

Inicialmente, sentimos algumas dificuldades, pois este era um mundo totalmente desconhecido para nós, criámos muitas expectativas, que até agora se mantêm bastante elevadas. Apesar dos utentes da APPACDM revelarem algumas dificuldades a nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social, acreditamos que fazemos e iremos continuar a fazer alguma diferença no processo de desenvolvimento destas pessoas também elas diferentes.

Pensamos que esta será uma experiência muito enriquecedora para nós, enquanto cidadãos, mas também, como profissionais futuros.

Sub-projecto Interagir com a pessoa diferente

O Futebol de Praia vai à ESEN

Manuel Bravo / Mickael Lopes / Roberto Martins / Simone / Sequeira

David Pinto, David Marques e Miguel Rodrigues, no âmbito da Disciplina de Educação Física, coadjuvados pela docente da disciplina Carla Martins.

É de enaltecer a dedicação, empenho e o trabalho destes alunos, que apesar de algumas dificuldades conseguiram, com êxito, levar a bom porto esta Acção.

Fotos de Jorge Casais

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Com existência oficial desde 1984, este movimento associativo apenas recolheu alguma visibilidade quando foi criada; nesta altura, a sua divulgação ultrapassou as melhores expectativas, o que fazia prever um futuro bastante promissor. Puro engano! Decorridos quase 27 anos, a grande maioria daqueles que passaram pela nossa Escola desconhecem, com algumas excepções, a sua existência;

Hoje, se interrogássemos a população estudantil, a maioria das respostas dadas, seria um desastre!

É verdade que os responsáveis pela direcção, ao longo de todos estes anos, não souberam aproveitar a garra inicial e caíram num certo adormecimento que trouxe consequências nefastas na vida associativa. Nem a tentativa feita nestes últimos seis/sete anos de aproximação da Associação à Escola conseguiu colmatar essa falha.

A Associação dos Antigos Alunos tem procurado, de alguma forma, integrar-se na comunidade escolar no sentido de a apoiar, na medida das suas possibilidades. Mas este facto não parece ter sido bem compreendido por parte da própria Escola. O simples facto de continuar a não ser conhecida pela grande maioria dos seus alunos, aliado ao desconhecimento (e ao não reconhecimento) pela generalidade da comunidade dos prémios anuais atribuídos são pormenores suficientemente fortes para termos que expressar o nosso lamento.

A Associação tudo tem feito para que os prémios que atribuímos tenham a repercussão de que são merecedores. Podemos citar as Sessões Solenes feitas no Teatro Viriato, ou a do último, que foi celebrada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, para se poder avaliar do carinho posto na entrega dos nossos prémios e do valor que lhe dedicamos. Que pena a Escola não partilhar da nossa opinião!

Se recuarmos no tempo, chegamos à conclusão que os Antigos Alunos não são nenhuma novidade na Escola; no ano de 1950, no programa das Comemorações do Cinquentenário, podemos reparar que os antigos alunos tiveram a “parte de leão” nas intervenções então levadas a efeito. Foi dada a palavra, no primeiro dia, a um representante dos antigos alunos; no segundo dia houve uma sessão comemorativa promovida pelos antigos alunos e inauguração da sua Associação Escolar; no terceiro dia, jantar de confraternização dos antigos alunos,

na Cantina da Escola. Em 1980, nas Comemorações dos 80 Anos, a presença dos antigos alunos também esteve vincada.

Ao contrário, nas Comemorações do Centenário, os antigos alunos, já com a sua Associação formada e legalizada, a programação omite, totalmente, qualquer referência, o que nos parece elucidativo de um esquecimento imperdoável.

Ainda este ano, no Dia da Escola, o esquecimento dos Antigos Alunos foi bastante patente. Embora convidados para assistir, tivemos a mágoa de perceber que somos como um filho bastardo no seio de uma grande família. Elogiam-se todos e tudo, com maior ou menor valor, esquecendo-se que, afinal, a razão de ser de uma qualquer ESCOLA são os alunos; sejam actuais, sejam antigos, principalmente estes que lhe deram nome e prestígio ao longo de mais de cem anos. Com toda a certeza, que num dia em que preocupação principal foi a de uma Escola com 111 anos de vida, uma singela homenagem aos alunos que por lá passaram seria o mínimo exigível.

Mas a Associação continua a dar mostras de interesse por aquela que foi a ESCOLA de todos nós e o exemplo demonstrado nas Comemorações do Centenário da Morte de Emídio Navarro demonstra cabalmente que assim é. Se na Escola algo se fez para registar esse evento, foi graças à iniciativa da Associação.

Mas afinal para que serve uma Associação dos Antigos Alunos? Os objectivos enunciados nos nossos Estatutos são bem claros:

A Associação tem por finalidades criar e manter o espírito de fraterna amizade entre os seus associados, conceder prémios de mérito aos alunos que se evidenciem no seu aproveitamento escolar e, se possível, auxiliar alunos carenciados.”

E esses objectivos têm sido cumpridos. Senão vejamos:

32 Almoços Convívio realizados em Lisboa;

27 Encontros Anuais emViseu;

Cerca de 150 os alunos premiados cujo valor ultrapassa os 30.000,00 euros.

Face a estes resultados e à contrapartida, negativa, do desconhecimento generalizado, poder-se-á perguntar: justifica-se a existência de uma Associação na comunidade educativa que até está incluída no Regulamento da Escola?

Carlos AndradePresidente da Direcção da Associação_________________

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS A ilustre desconhecida

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Comunicar é uma necessidade essencial do ser humano. Desde os primórdios da sua existência, o homem procurou desenvolver formas, meios e equipamentos de comunicação, visando a satisfação das suas necessidades e a vida em comunidade.

O telemóvel é um dos equipamentos de comunicação mais recentes e que rapidamente sofreu uma grande evolução e generalização.

Actualmente, o telemóvel é um equipamento de comunicação bastante desenvolvido, versátil, de fácil utilização e praticamente acessível a qualquer indivíduo. Por isso, tem conquistado progressiva importância na vida do ser humano e proporcionado um contributo importante na organização da sua vida quotidiana, em termos pessoais e profissionais.

Além disso, tem a capacidade de realizar um dos mais antigos sonhos do ser humano, comunicar em movimento. Em qualquer ponto do globo, com ele é possível enviar, guardar e receber informações, em formato de texto e audiovisual, e efectuar um grande número de outras operações úteis e interessantes, devido às suas crescentes funcionalidades.

O telemóvel tornou-se um fenómeno praticamente global, utilizado na realização de diversas em contexto privado e profissional. É uma extensão do homem e uma ferramenta praticamente indispensável aos diversos profissionais e, por isso, a sua utilização tornou-se quase generalizada e massificada.

Na sociedade contemporânea, é inegável a crescente utilização do telemóvel e o profundo impacto que as comunicações móveis têm na maneira como olhamos o mundo e como nos relacionamos com ele.

Actualmente, o telemóvel faz parte do nosso dia-a-dia e foi incorporado na nossa vida diária, sendo uma tecnologia vista como necessária e pessoal, tal como o relógio, a agenda… O telemóvel tem como principal funcionalidade a comunicação, mas é também portador de outras funções, tais como: agenda, relógio, contactos, jogos, mp3, rádio, etc., o que, por sua vez, reforça a importância que este objecto torna na nossa rotina diária.

Daí a rápida penetração do telemóvel no mercado e nas pessoas, nomeadamente em Portugal, devido às suas características de rapidez, flexibilidade e versatilidade, que ajudaram à sua rápida massificação. O Observatório Mundial dos Sistemas de Comunicação refere que a taxa de penetração dos telemóveis na União Europeia ultrapassou, em 2006, os cem por cento, sendo que foi contabilizado mais de um equipamento móvel por pessoa.

Actualmente, existe uma equivalência entre homens

e mulheres entre a Europa e os Estados Unidos, no que diz respeito ao uso do telemóvel e no que toca à sua apropriação. Esta é muito semelhante ao que aconteceu com outros objectos tecnológicos. Contudo, o sexo masculino preocupa-se mais com as capacidades técnicas do telemóvel, em oposição ao sexo feminino que se debruça sobre os aspectos mais sociais e qualitativos, e o seu principal objectivo é utiliza-lo para que possa resolver várias necessidades ao mesmo tempo.

No caso da juventude é diferente: os SMS são usados com a mesma percentagem tanto nas raparigas como nos rapazes, mas utilizam o telemóvel com objectivos diferentes. No caso das raparigas serve para manter e reforçar as relações, em vez de utilizarem jogos e a decoração do telemóvel. Os rapazes utilizam-no para os jogos, câmara e outras aplicações lúdicas. O objectivo comum é manter a proximidade entre grupos de indivíduos.

No dia-a-dia, o telemóvel é visto como um objecto de uso importante e bastante necessário, se nos apercebermos das alterações profundas que este teve e continua a ter na sociedade e nos hábitos. Este ganhou uma importância tal na vida quotidiana dos indivíduos de todo o mundo que retirar o telemóvel do bolso para fazer uma chamada ou enviar uma mensagem tornou-se um movimento usual em todas as sociedades.

O telemóvel é o equipamento de comunicação mais cómodo e prático que temos na idade contemporânea e, por vezes, torna-se quase numa dependência.

O TELEMÓVEL um equipamento indispensávelAnabela Matos (EFA)

BREVE HISTÓRIA DA FOTOGRAFIAAnabela Massa (EFA)

Os princípios básicos da câmara fotográfica remontam à Grécia Antiga, quando Aristóteles verificou

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que os raios de luz solar, ao atravessarem um pequeno orifício, projectavam na parede de um quarto escuro a imagem do exterior. Este método recebeu o nome de câmara escura.

A primeira fotografia foi uma imagem produzida, em 1825, pelo francês Joseph Niépce. Esta fotografia foi feita com uma câmara e assente numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo, tendo estado à luz solar durante oito horas.

Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só autor, mas um processo de acumulação de avanços realizados por muitas pessoas, que trabalharam juntas ou em paralelo ao longo de muitos anos, tornando os processos mais rápidos e aperfeiçoados.

Os fotógrafos modernos têm vindo a evoluir e a melhorar a qualidade da fotografia, cujas máquinas e laboratórios também têm evoluído. Hoje em dia, existe a fotografia digital e os “chips”, deixando para trás os rolos fotográficos e os negativos.

A primeira câmara digital começou a ser comer-cializada, em 1990, pela kodak. Num instante, dominou o mercado e hoje tornou-se produto de consumo, substituindo, quase por completo, as tradicionais máquinas fotográficas.

O PODER DA PALAVRA E DA IMAGEM José C. Lopes (EFA)

A palavra e a imagem têm uma importância vital nos processos comunicacionais nos nossos dias.

Actualmente, não é possível falar das imagens do poder, nem do poder das imagens, sem pensarmos que a imagem constitui uma das formas da nossa cultura.

Alguns falam de civilização da imagem. Há quem fale de “cultura do ecrã” e também de “paradigma do vídeo” e ainda de cibercultura.

Somos atravessados por uma imensidade de imagens que, nas ruas, nos centros comerciais, saltam das montras e dos placares, invadem a nossa casa, chegam pela televisão, pelo vídeo, pelo computador, pelas consolas de jogos electrónicos…

São imagens que nos assaltam, quando vamos ao multibanco, e que nos subjugam no refúgio das salas de cinema ou embarcarmos em sessões de realidade virtual.

O actual esplendor da imagem, uma imagem que nos rodeia, atravessa, assedia, alucina e extasia, uma imagem envolta em luz eléctrica, de que só nos damos conta quando falha!

A tecnologia da imagem domina o mundo! Boa parte do poder das imagens, da sua força, está na tecnologia, ou melhor, na força da

tecnologia!Os dispositivos tecnológicos produzem e administram imagens que simulam a mais perfeita harmonia

ecológica e transparência humana. Num dispositivo tecnológico de imagens já não é a palavra que nos liga.Dizer, hoje, que “uma imagem vale mais que mil palavras” nunca fez tanto sentido. A imagem supera a palavra e cria a chamada “civilização da imagem”.

Tirar fotografias é acessível a todas as pessoas e, como já não existem as limitações que eram impostas pelos rolos,”dispara-se” por tudo e por nada.

Ter uma máquina fotográfica já não é um luxo e até existem máquinas vocacionadas para as crianças.

Muitas vezes, uma fotografia vale mais que mil palavras… e, afinal, marca um momento mágico, para mais tarde recordar…

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Alocução proferida pela Dra. Amélia Rêgo

“Eu tinha umas asas brancas / Asas que um anjo me deu. / Que, em me eu cansando da terra, / Batia-as, voava ao céu.” (A Garrett, “As minhas asas”)

E foi com essas asas, cedidas por Garrett, e pela dita vocação para a docência (Rómulo de Carvalho ou António Gedeão, professor, metodólogo e poeta disse, numa entrevista que “um professor não se faz por decreto”) que entrei, em Outubro de 1968 na, então, Escola Comercial e Industrial de Viseu.

Esperavam-me o Director, Dr. Carlos Damião Franco (que recordo com respeito e com saudade), o Chefe dos Funcionários Auxiliares, Sr. Artur Cardoso (cujo mútuo afecto se foi arreigando), um horário muito sobrecarregado e três já monstros sagrados do 8º grupo: as Dras. Ana Emília e Sousa e Maria Luísa Barroso (que lembro com saudade e com carinho) e Maria Amélia Montes, aqui presente, para quem vai um abraço cheio de ternura.

Um pouco atemorizada (mais por responsabilidade de que por timidez), lá iniciei o que pensava ser a minha odisseia.

Entre outras, atribuíram-me as turmas das Secções Preparatórias aos Institutos (com exame final), posteriormente

tornadas nos Cursos Complementares, e, finalmente, no verdadeiro Ensino Secundário: 10º, 11º e 12º anos.

Foi um ano de trabalho intenso, sem tempo para folguedos, mesmo se fim de semana. Fiquei aliviada, quando os meus alunos fizeram exame (avaliados por outros professores) e tiveram suficientes e bons resultados.

Estava instalada e chegara a uma certeza inalterável: preferia leccionar Português ou Literatura e a alunos mais velhos.

Fui dando conta que o ambiente, na Escola, era saudável e acolhedor.

Éramos menos, o que permitia uma maior aproximação entre os professores, funcionários e alunos.

Que saudades da nossa convivência, das festas, das ceias de Natal, com participação de muitos alunos, dos presentes e das piadas em verso aos seus docentes, dos bailes de finalistas realizados no Ginásio, das visitas de estudo…!

A Escola foi andando com o tempo, tornando-se Escola Secundária de Emídio Navarro de Viseu, mudando, sucessivamente, na sua estrutura física, nos programas legislados, mas a massa humana que a povoa tem tentado e tem que tentar a união possível que ultrapasse, de uma forma praticável as divergências e pontos de vista pessoais legítimos.

Assim, esta união é o motor desejável e fundamental para que essa massa humana torne a Escola concreta e pedagógica.

Verifiquei, conscientemente, a certa altura, que estava ali a minha segunda família. Ela seduzia-me e eu amava-a.

E a minha fidelidade e os meus laços eram tão definidos, que nunca a deixei.

Como a minha primeira família é pequena, e foi indo para fora de Viseu, e sendo uma pessoa solitária, dediquei-me, com tal força, talvez demasiada, que hoje, aposentada, sinto um vazio enorme.

A liberdade, que me caracteriza e de que gosto foi uma constante no meu trabalho, embora respeitando as decisões tomadas no meu grupo, com quem adorei, sempre,

DIA DA ESEN24 de Janeiro

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trabalhar, com os primeiros professores e com os outros que foram surgindo.

Dinamizei e colaborei em várias actividades extra-curriculares e cada uma foi um acto de amor.

Aos meus alunos e, enfim, à comunidade escolar, dei-me no que marca a minha personalidade: entusiasmo, razão, coerência, verdade e amor, e recebi retornos notáveis.

Hoje, os meus alunos, muitos deles, efusivamente ternos e prestáveis, são, e também foram, os eternos amigos e companheiros de jornada, portadores e transmissores do elixir da juventude, a quem muito devo e de quem recebi uma grande parte do meu sentido de vida que, agora, é impossível recuperar.

Lembro Régio, nalguns versos do poema “Colegial”:“No fundo da minha mala, / Mesmo lá no fundo, a um

canto, / Não lhes vá tocar alguém, / (Quem as lesse, o que entendia? / Só riria / Do que nos comove a nós…) / Já tenho três maços Mãe, / Das cartas que tu me escreves / Desde que saí de casa…”

Não me interpretem alguns como piegas ou ridícula, porque cada tem a sensibilidade que tem. Também eu possuo três maços de cartas que a mãe da minha segunda família me escreve: a recordação das aulas e das conversas com colegas e funcionários,. As planificações e a preparação do trabalho, a feitura dos testes e de outros elementos de avaliação, a relação privilegiada com os alunos, as exposições, a transmissão de valores e de força humana e vários episódios que foram completando a mulher de aço, de bom senso e a diplomata, como era apelidada por muitos.

E este intimismo com a Escola, e repito Régio:“(Quem as lesse, o que entendia? / Só riria / Do que nos

comove a nós…” e o meu sentimento de perda é de tal modo forte, e por vezes, comovente, o que, lucidamente previra e escrevera no artigo, publicado no jornal “Via Esen”, de 7 de Julho de 2004, sob o título “O Fado da Despedida”: “E é o momento de, serenamente, começar a envelhecer…”

Não é verdade afirmar “Nunca digas nunca”. Para mim, é o “nunca”, como activa na ESEN de Viseu, embora não me despeça dela; do seu cedro que, ainda, lembro frondoso, das suas paredes e daqueles que lhes deram e dão vida.

“E as minhas asas brancas, / Asas que um anjo me deu, / Pena a pena me caíram… / Nunca mais voei ao céu.”

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Somos um grupo de alunos do 12ºE do curso de Línguas e Humanidades e, no âmbito da disciplina de Área de Projecto pensámos desenvolver o tema: “Aprender Brincando”. Tema este que visa desenvolver um projecto com crianças, ensinando-lhes um pouco sobre a História do nosso Portugal, mas, em vez de usarmos métodos clássicos e aborrecidos usamos formas engraçadas e divertidas, porque afinal de contas estamos a lidar com crianças de 9/10 anos.

Estamos então a preparar um pequeno teatrinho que trata o tema da Implantação da República que, se for possível, iremos apresentar á comunidade escolar. Para

o efeito contamos com a colaboração do ATL CCSD 500, que nos permitiu trabalhar, em conjunto, com as crianças que frequentam a instituição.

Queremos assim transmitir conhecimentos às crianças, com quem iremos trabalhar, de uma forma lúdica e dinâmica.

Pensamos que este trabalho nos irá fazer crescer como pessoas e principalmente nos trará boas surpresas porque como dizem: “As crianças são o melhor do mundo”.

Decorreu no dia 21 de Dezembro, no Hotel Grão Vasco, a Ceia de Natal dos professores e funcionários da ESEN.

Grande adesão, magnífico ambiente em espaço condigno e festa bem ritmada a animar toda a gente...

A mais exuberante era a dr.ª Suzete Mendes da Silva. Pu-dera! Tinha acabado de receber a notícia de que chegara o seu pedido de aposentação! FELI-CIDADES!

Ensinar Brincando

O grupo de AP: Adilson Alves / Diana NeivaNatasha Moitas / Sara Lopes

CEIA DE NATAL DOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA ESEN

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Realizou-se no sábado, 26 de Março, a iniciativa “A Pedal”. Foi um dia muito participado, divertido apesar do mau tempo. Choveu quase todo o dia, mas o São Pedro deu tréguas durante o decorrer do percurso das diferentes modalidades.

Esta iniciativa mobilizou mais de 200 pessoas não apenas da Comunidade Escolar e consistiu num percurso realizado em Caminhada, Cicloturismo ou em BTT. Com início na Escola levou os participantes até Torredeita onde decorreu o almoço convívio.

O percurso de BTT, com 30km, teve participação de 34 entusiastas da modalidade, que mostraram como este desporto é hoje mobilizador.

No pelotão, que saiu da Escola, iam também os parti-cipantes na modalidade de cicloturismo num total de 25, para fazer 13km na ciclovia até Torredeita.

Na modalidade pedestre participaram 57 pessoas que foram de autocarro até à estação de Figueiró percorrendo depois a distância aproximada de 5km.

O conjunto das pessoas estava então reunido a partir das 11h30min e tentava almoçar e proteger-se da chuva que começou a cair e deu poucas tréguas a partir daí. Não se puderam realizar os jogos tradicionais que estavam agendados o que limitou os participantes ao baile que re-correu à sempre animada “Música Pimba”.

Um dos protagonistas da festa foi um “porco de espe-to”, acompanhado de arroz de feijão, o que saciou todos os presentes.

Ao almoço juntaram-se também os participantes do Projecto Comenius (48 pessoas) o que permitiu a “inter-nacionalização” da iniciativa: estiverem presentes gregos, cipriotas, polacos e italianos que mostraram grande agra-do com a festa.

Era evidente um clima de satisfação com a organização do evento e com o serviço a cargo dos alunos de Turismo Ambiental e Rural e da professora Alexandra Cabral.

Pode concluir-se, então, e em jeito de avaliação final, que este evento cumpriu os seus objectivos e deverá, a partir de agora, ser “obrigatoriamente” realizado todos os anos.

Deste se diria “O dia foi bom, o tempo esteve mau e a chuva é um estado de tempo”.

António Jorge Almeida

A PEDAL

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CEIA DE NATAL DA ESEN / LAR DE STO. ANTÓNIONo dia 16 de Dezembro, a Associação de Estudantes da Esen, com a colaboração da

Direcção da Escola, dos seus professores e funcionárias levou a efeito a Ceia-Convívio com os meninos do Lar de Santo António.

Contando duas centenas de participantes, que incluíam muitos alunos dos cursos noc-turnos, foi um êxito, não tendo faltado momento musical e um pai Natal que surgiu da noite, em “rapel”, pelas mãos do professor Sá Correia.

A Escola e o Lar de Sto. António estavam representados pelos seus directores.

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As estagiárias de Educação Social da ESEV levaram a efeito uma Acção de criação de grafitis, podendo a comunidade escolar ver directamente aquilo que, geralmente, é feito no meio de alguma clandestinidade.

Os “artistas” deram azo à criação e as propostas finais foram muitas e variadas. Ao fim, seleccionou-se o grupo vencedor e entregaram-se diplomas a todos os partici-pantes, tendo ficado os seus trabalhos em exposição.

CONCURSO / EXPOSIÇÃO DE GRAFITIS

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CONCURSO MESAS DE NATALAs estagiárias do curso de Educação Social da ESEV dinami-

zaram uma acção de formação relativa à quadra natalícia e que teve como objectivo levar as turmas a proporem o seu conceito de “Mesa de Natal”.

Foi grande e entusiástica a adesão de turmas e professores. No fim, um júri bastante heterogéneo, deliberou atribuir o 1º

prémio (pasme-se!) ao 12ºi dos Cursos Profissionais. Uma turma composta exclusivamente de rapazes que muito bem souberam organizar-se, em termos logísticos, para apresentarem um exce-lente trabalho final, que contou com a coordenação do docente Paulo Neto. Parabéns ao 12i e a todos os participantes e organi-zadores.

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Artigo para o jornal da escola – “Deixas-me CienciAr-te?”“Deixas-me CienciAr-te?”, mais que um projecto de uma área

disciplinar, mais que um powerpoint sobre um tema batido, muito mais que um projecto, é um processo de culturização, não só da comunidade escolar, em particular, mas também da nossa cidade em geral. Com uma forte vertente nas áreas da Ciência e da Arte, o projecto conta com eventos diversificados alusivos a estas temáticas.

Um desses mesmos eventos, já realizado nos passados dias 2 e 4 de Fevereiro, foi o Workshop de Fotografia, que contou com a presença do fotógrafo José Alfredo, do Eng. José Basto e da Dr.ª Isabel Medeiros. Também neste âmbito do projecto, foram colocadas duas belíssimas exposições fotográficas na escola, intituladas “Mal Olhados” e “Projecto 3008”.

Posteriormente realizou-se um animado baile, comemorativo do dia dos namorados, no dia 28 de Fevereiro, com o objectivo de angariar fundos para as restantes actividades do projecto.

O concerto de Jazz, do dia 11 de Março, aguardado com bastante expectativa, com Peninha e Quarteto, realizou -se na biblioteca da Escola, e contou com a presença de um público numeroso, que se deliciou a ouvir a música originária de Nova Orleães.

De novo, o grupo de Música voltou a entrar em acção, pou-cos dias depois, no dia 14 de Março, com a tertúlia de Alexandre Delgado acerca da ‘História da Música’, mais especificamente da música clássica, da qual o próprio orador foi um singular in-térprete.

Para vir ainda estão mais concertos, conferências, o acam-pamento de astronomia e a apresentação da peça de teatro.

Com todas estas multifacetadas actividades, esperamos não só sensibilizar, mas também criar interesse nas pessoas pela ciência e pela arte, em suma pela cultura, traço basilar do nosso projecto.

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ESTE PAíS NÃO é PARA JOVENS

No inicio do seu empolgante texto, Um Mundo Sem Regras (Difel, 2009), Amin Maalouf, escreve: “Entramos no novo século sem bússola”.

Pois foi, a crise que vivemos, sem fim previsível, deriva no essencial disso: a falta de referências culturais, cívicas e éti-cas, que nos posicionem numa sociedade afinal vulnerável, que julgávamos sólida e inamovível, mas que depois da queda do muro de Berlim, se esboroou rapida-mente.

Na verdade derrubado esse muro, de-víamos ter destruído outros, o nosso ego-centrismo político, não o deixou.

Maalouf, escreve na citada obra que “… o outro lado do Mediterrâneo, onde se ergue actualmente um alto muro que, mesmo sendo invisível, não é me-nos real, cruel e perigoso como o que outrora dividia a Europa”.

Esse mundo hoje está em implosão evidente.

Mas, há sempre um “mas” (essa partí-cula adversativa que nos garante sempre uma saída, uma alternativa) e a verdade é que para além da crise há um mundo maravilhoso, que nos fascina e nos des-lumbra, com as novas tecnologias, por exemplo.

E este mundo fantástico que temos de desfrutar e partilhar, por isso, temos de ter presentes ainda as palavras de Amin Maalouf, no referido livro: “… não pos-so saborear os frutos da modernidade com toda a tranquilidade se não tiver a certeza de que as gerações vindouras poderão saboreá-las na mesma medi-da”.

É exactamente isto que mais me preo-cupa hoje em dia: a minha intranquilidade para com as gerações que aí vêem.

Estabelecendo como padrão de refe-rência, o Portugal desde 1974, conhece-mos ao longo destes anos um fenómeno de pluralidade étnica religiosa e de cos-tumes, apostando-se na cidadania; quan-to à esperança de vida verificamos um

aumento nos homens de 60 para 64 anos, nas mulheres de 65 para 80 anos; o enve-lhecimento foi o mais rápido da Europa, sendo que, tínhamos o maior número de jovens e o menor número de idosos, hoje é o inverso; a mortalidade infantil e mater-na desceu vertiginosamente de 80 mor-tos por mil nascimentos para quatro por mil, um número que nos coloca na quarta mortalidade infantil do mundo e terceira da Europa; tínhamos as mais altas taxas de natalidade e fecundidade, hoje são das mas baixas da Europa; as nossas estru-turas familiares (divórcios, segundos ca-samentos, casamentos de homossexuais, uniões de facto, famílias unipessoais), sofreram grandes alterações; antes de 1974 havia 15% de mulheres na vida ac-tiva, hoje já são 50%; registou-se o rápido declínio do sector primário (de 30% para 5% da população activa na agricultura); o sector dos serviços explodiu estagnando o sector secundário; o país litoralizou-se; o despovoamento marca hoje grande par-te do interior; criou-se um serviço nacional de saúde com a universalização dos cui-dados de saúde pública; Redimenciona-ção da segurança social, estendendo-se a mais sectores da população; melhoria constante dos padrões de consumo, de rendimento e de bem-estar das famílias.

Quanto à educação assistiu-se à sua universalização e ao fim do analfabetismo (“no anos 60/70, Portugal tinha a taxa de analfabetismo da Inglaterra do séc. XIX”).

Então, Portugal evoluiu muito nos úl-timos anos. Podia ter-se desenvolvido ainda mais, se os sucessivos Governos tivessem dado prioridade à educação, en-quanto factor estratégico. Investir mais na educação e menos no alcatrão, te-ria sido uma opção mais positiva, para aplicação dos fundos comunitários, que jorraram de Bruxelas. Garanto-vos que a crise não seria hoje tão acentuada. Os ní-veis de resiliência serão bem maiores.

Bom, assim não foi, e para não variar, a escola também está em crise.

Não vale a pena chover no molhado, todos conhecemos bem os problemas da escola dos nossos dias, diria apenas, que o principal chama-se DESMOTIVAÇÃO.

Uma coisa é certa, estes problemas são complexos e requerem inovação, avaliação e auto-regulação. Exigem res-ponsabilidade institucional e empenho inexcedível, de todos os actores envolvi-dos nas instituições educativas.

Sem a motivação dos professores e a participação activa de pais, autarcas, pes-soal não docente e comunidade envol-vente, não teremos uma escola exigente, e os alunos não poderão obter os resulta-dos que todos lhes exigimos, em nome do seu futuro.

A escola actual tem de ter mais ciên-cia, mais empenho no desenvolvimento individual, mais incentivo aos valores da cidadania.

A crise actual está a afectar de forma intensa a nossa juventude. O nosso país não é um bom local para eles. Todos os que podem, estão a migrar.

Glosando o famoso título do romance de Cormac McCarthy, é caso para dizer, que este país não é para jovens. Para eles o futuro não é feito de esperança, an-tes de angústia. Não ter emprego, ter de abandonar o país e a família, em busca de outras paragens que lhes garantam espaços de felicidade, é um drama inten-so, imenso. Permanecer neste Portugal que não lhes abre portas, não tem ideias sedutoras, sem criatividade, sem politicas integradoras, é uma absoluta chatice. Que vai ser deste país sem jovens, que se ausentam cada vez mais do quotidiano? E que vai ser de nós pais, que os vemos partir?

Donde a educação tem de ser o espa-ço privilegiado, para seduzir os jovens, na construção de um país melhor, onde se possam realizar e serem felizes. Confor-me escreve Paul Martin em Pessoas Fe-lizes (Bizâncio, 2006): “A educação ajuda a criar pessoas felizes”.

Se a escola não for esse espaço, a cri-se não terá fim à vista.

ALEXANDRE DELGADOCompositor e violetista, nasceu em Lisboa em 1965. Estudou na Fundação Musical

dos Amigos das Crianças e foi aluno em composição de Joly Braga Santos e de Jacques Charpentier, tendo-se diplomado com o 1.º prémio de composição do Conservatório de Nice em 1990. Aluno em violeta de Barbara Friedhoff, foi vencedor do Prémio Jovens Músicos em 1987 e membro da Orquestra Juvenil da União Europeia e da Orquestra Gulbenkian. É autor da ópera de câmara O Doido e a Morte (cuja estreia dirigiu no Teatro Nacional de São Carlos em 1994 e no Theater Am Halleschen Ufer em Berlim), do Concerto para violeta e orquestra (que estreou como solista em Portugal, Espanha e Holanda), da ópera A Rainha Louca (cuja estreia dirigirá no CCB em Julho de 2011) e da lenda Santo Asinha para barítono e orquestra (cuja estreia dirigiu em Alcobaça em 2010). Assina o programa A Propósito da Música na Antena 2 desde 1996 e é autor dos livros A Sinfonia em Portugal, A Culpa é do Maestro (crítica musical) e Luís de Freitas Branco, publicados na Editorial Caminho. Director do Festival de Música de Alcobaça desde 2002, é membro do Quarteto com Piano de Moscovo desde 2005 e free-lancer como instrumentista, conferencista e comentador de concertos.

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A Fundação Francisco Ribas de Sousa que, anualmente, premeia os melhores alunos dos 9º e 10º anos do ano anterior tem uma ligação umbilical à Escola Secundária de Emídio Navarro.

Esta é uma constante em qualquer análise sobre a instituição, criada pela família do insigne professor e democrata, que pode ser considerado como o pai da Escola Comercial e Industrial.

A Constituição da Fundação Dr. Francisco Ribas de Sousa teve lugar em 5 de Março de 1982. Nesse dia, no 1º Cartório Notarial de Viseu, estiveram presentes as senhoras D. Maria Virgínia Cruz Pereira Ribas de Sousa Félix, D. Maria Antónia Cruz Pereira Ribas de Sousa Félix da Costa e seu marido, Alberto Maria Raio de Carvalho Félix da Costa. A constituição da Fundação está bem justificada na própria escritura, onde (cito) “por eles foi dito:

Que seu pai e sogro, Dr. Francisco Ribas de Sousa, foi professor da Escola, hoje designada por Escola Secundária de Emídio Navarro em Viseu.

Que, como Mestre, procurou a formação académica dos seus alunos e sempre se preocupou com a sua formação cívica, pelo que encontram os fundadores como traço fundamental da sua personalidade a do pedagogo que sempre foi na Escola e na sociedade;

Que assim pretendem que essa ligação profunda que existiu entre o Mestre e a Escola seja continuada e, nos termos do artigo cento e oitenta e cinco do Código Civil, instituem uma Fundação com a denominação “Fundação Dr. Francisco Ribas de Sousa”, com sede provisória no edifício da Escola Secundária de Emídio Navarro desta cidade… “

E, seguem-se os Estatutos que começam por caracterizá-la como uma Fundação de Solidariedade Social, indicando que “o seu objecto principal é a instituição de um prémio intitulado “Prémio Dr. Francisco Ribas de Sousa” do Mestre e Pedagogo do mesmo nome e destinado a galardoar os alunos da Escola Secundária de Emídio Navarro nas condições que constem do respectivo regulamento elaborado de acordo com os seguintes princípios informadores:

c) Terão direito ao prémio um aluno do décimo ano e outro do décimo primeiro que serão aqueles que no nono e décimo ano, respectivamente, tenham obtido melhor classificação final e queiram continuar os estudos;

d) Em caso de igualdade dar-se-á preferência ao aluno mais necessitado.”

Embora rapidamente, logo, logo… a condição económica ligada ao Prémio Ribas de Sousa tenha caído, por redundante, …a alusão à condição económica não é, no entanto, de somenos importância já que estabelece um parâmetro de actuação em prol do direito à educação dos que, pouco tendo, precisam de apoio

para se manterem a estudar e conseguirem assim ultrapassar os limites sociais da sua classe.

A permeabilidade social foi sempre um ideal democrático por que o Dr. Ribas de Sousa se bateu intransigentemente. Podemos assim distinguir duas facetas na Fundação: o apoio aos mais carenciados e o reconhecimento público aos alunos que mais se distinguem dos seus pares pelas elevadas classificações.

Na constituição da Fundação aparece como objectivo secundário “a escolha de meios e o empenhamento em os conseguir, que proporcionem a continuação de estudos aos alunos da Escola a quem faltem condições financeiras” e depois, nos vários documentos complementares que alteraram os Estatutos, vai-se ainda mais longe ao permitir “constituir um Fundo destinado a fazer face à cedência de material escolar, a título de empréstimo ou doação, ou ainda para atribuir subsídios para ocorrer a outras situações urgentes dos alunos”.

Muitos foram os que, ao longo destes anos têm beneficiado deste apoio e, podemos assegurar com absoluta certeza, alguns não teriam continuado os seus estudos sem o suporte financeiro da Fundação.

Valerá a pena aqui fazer um recuo à própria essência da nossa Escola que, desde a sua génese, esteve muito preocupada com a manutenção dos estudantes no sistema, combatendo o abandono escolar que, quantas vezes, a vida económica débil das famílias tornava inevitável.

Com efeito, a Escola nasce vocacionada para as classes operárias.

O Dr. Nazaré Oliveira, no livro “Da Escola de Desenho Industrial de Viseu à Escola Secundária de Emídio Navarro” editado na comemoração do Centenário da Escola, refere a este propósito que, quando a Escola Prática de Agricultura passa da Casa do Arco para a Quinta Agrária, o jornal viseense “A Voz da Officina” anuncia “para breve a creação, n’esta cidade, de uma escola de desenho industrial, destinada à classe operária viziense” e, após a sua abertura, as aulas decorriam das sete da tarde até às onze da noite, tentando assim cativar adultos trabalhadores. Claro que nem todos os patrões consentiam em facilitar a saída dos seus operários a tempo das aulas, o que levou o mesmo jornal a iniciar uma campanha nesse sentido.

Ribas de Sousa, quando em 1919 é criada a Escola Comercial, contactou o Presidente da Associação Comercial de Viseu para que este influenciasse “os comerciantes, no sentido de mostrarem aos seus empregados a conveniência e vantagem que lhes advêm da frequência” da Comercial. Idêntica diligência fez junto do Presidente do Grémio Alberto Sampaio (de que foi, aliás, membro activo) e da Associação dos Empregados do Comércio. As aulas começavam, nesta Escola, só às vinte horas, depois do fecho das lojas.

Será interessante recordar que Ribas de Sousa, o primeiro Director da Escola Comercial casara em 1915 com a filha do Director da Escola de Desenho Industrial (já então) de Emídio Navarro, Dr. José Augusto Pereira.

Mas voltemos à Fundação e à atribuição dos prémios pois, logo em 1984, o seu regulamento interno desempata qualquer igualdade pelas classificações de anos anteriores num esquema detalhado que contou não só com as assinaturas dos elementos

PRéMIO DR. FRANCISCO RIBAS DE SOUSA

Antero Peixeiro_________________

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do Conselho de Administração, Dr. Ilídio Cunha, presidente do Conselho Directivo, Sr. António Peixeiro, Chefe de Secretaria e Pe. Maximino de Almeida, Presidente da Associação de Pais, mas também dos seus três fundadores, Senhoras D. Maria Virgínia e D. Maria Antónia e Dr. Alberto Félix da Costa.

Do ano lectivo de 1982/83 até hoje, foram premiados 63 estudantes, 30 rapazes e 33 meninas, 3 pares de irmãos aparecem nas listas e 6 alunos conseguiram ser premiados duas vezes pelas suas notas no básico e no secundário.

Segundo o regulamento, a entrega dos prémios deve “ser feita, em princípio, na Ceia de Natal, ou num outro acto solene que o Conselho de Administração entenda por conveniente.”

Em boa hora, a então presidente da Assembleia de Escola, Professora Isabel Mendes, encetou esforços para que o Dia da Escola tivesse lugar no mesmo dia em que começaram as actividades lectivas, 24 de Janeiro de 1900.

É, portanto, essa comemoração solene que enquadra a entrega do Prémio desde então. Fazemos votos para que o Dia da Escola se perpetue e sempre tenha alunos tão brilhantes como todos os que mereceram e, por isso, ganharam o “Prémio Dr. Francisco Ribas de Sousa”.

Joana Manuela Tenreiro Pinto

Maria Gisela Antunes Lameira

Ana Ferrão André Isabel

Gisela Catarina Melo de Sousa

Joana Manuela Tenreiro Pinto

Ariana Patrícia Veiga Neves

Carlos Eduardo Brás Fonseca

Rita Luís Teixeira Nunes

Nuno Alexandre Lacerda Pereira Campos Peixeiro

Paulo Alexandre de Figueiredo Batista

Carla Susana Lopes Pinheiro

Diana Maria de Almeida Lourenço

Marina Alexandra Dias Cristino

Lara Mónica Lopes Rodrigues

Ana Filipa Melo da Silva Gonçalves

Marina Alexandra Dias Cristino

Carlos Ribeiro Nunes

João Pedro Oliveira Morgado Madaíl

Ana Rita Tenreiro Pinto

Henrique Miguel Martins da Costa

Ana Rita Lopes Simões

Ana Lúcia Ferreira Rodrigues

Cátia Vanessa Ribeiro de Almeida

Ana Rita Lopes Simões

Flávio Manuel Fernandes Cruz

Pedro Ribeiro Nunes

José Duarte Brás Cachinho

Filipe Miguel Figueiredo Murtinheira

Pedro Jorge Henriques Santos

Tânia Sofia Fernandes Cruz

Rodolfo Rondo da Fonseca

Tânia Sofia Fernandes Cruz

Filipe Daniel Rodrigues Santos

Francisco Manuel Pinheiro Pimenta

Tiago Miguel Ferreira Amaral

Dora Catarina Dias Gomes

Hélder Andrade Ferreira

David Emanuel Horta Rodrigues

Pedro Manuel Nogueira Reis

Jorge Afonso Cardoso Landeck

Victor Manuel Marques Lemos

Elisabete Rosa da Costa Almeida

Fernando Manuel Lisboa da Silva Lourenço

Luís Fernandes Rodrigues

Ana Paula do Carmo Almeida Mendes

Victor Manuel Marques Lemos

Luís Carlos da Fonte Ramos

Diamantino José Gonçalves Costa

Ana Cristina Marino Nunes Cabral Cavaleiro

João Carlos Almeida Ferreira Moreira da Silva

Alexandra do Rosário Antunes Lameira

Cristina Maria Vaz do Amaral Ferreira

Ana Cristina Marino Nunes Cabral Cavaleiro

Ana Luísa Ferreira Andrade Ramos

Carla Margarida Mendes Domingos Pedro

Carla Sofia Veiga Neves

António Jorge da Silva Morgado

Nuno Miguel Pereira Martins

Luís Filipe Torres Prata

Natacha Patrícia Ayres Costa

António José de Almeida

Sandra Mónica Simões de Matos

Maria João Ferreira Freitas

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Um dia a olhar para o céuVi uma estrelaMuito, mas muito cintilanteParecia tão pequena,Porque, para meu desagradoEstava tão distante.

Então questionei-me:“O que é a distância?”E do nada,Surgiu-me uma pequena definiçãoQue por mais fraca que fosseOu por mais errada que estivesse,Era aquela que mais certa estavaPelo menos para mim,Ou para quem mais a tivesse.

Distância era nada mais, nada menosQue a separaçãoEntre duas pessoas ou objectosQue podia ser mais pequena que uma formiga,Ou maior que um camião.

A distância pode ser física,Como quando um familiar nosso parteDe tão triste maneira,Uma que não quero aprender,Que até parece arte.

Também pode ser mental,Quer dizer, emocional,Como o caso dos jovens apaixonadosQue por, na escola, estarem em salas diferentesÉ como se quilómetros os separassem, E assim os matassem.

Seja qual for o tipo de separação,Magoa e entristece,Mas assim que acabaÉ recompensada como a ocasião merece!

Carla Simões_________________DISTÂNCIA

Viseu 4 de Abril de 2011

Assunto: Jornadas de Informática da ESEN

O grupo disciplinar de informática promove entre os dias 2 e 5 de Maio as jornadas de Informática. Esta iniciativa envolve a realização de várias actividades que potenciam o uso de novas tecnologias na área de formação dos cursos de informática que são leccionados nesta escola.

Subordinado ao tema “Onde a tradição se cruza com a inovação” as jornadas são o reflexo das práticas da ESEN que forma há mais de 20 anos técnicos qualificados na área de informática.

Do programa fazem parte um ciclo de conferências que abordam temas emergentes e transversais a estas áreas, oficinas pedagógicas dinamizadas pelas turmas do ensino profissional, Workshops para a comunidade, apresentações e instalações multimédia e exposições temáticas para divulgação de projectos interdisciplinares e trabalhos desenvolvidos pelos alunos.

A semana é composta por 4 dias que são dedicados respectiva-mente aos cursos de Informática de Gestão (2 Maio), Gestão e Pro-gramação de Sistemas Informáticos (5 Maio) e Multimédia (4 Maio) in-cluindo ainda o festival da robótica no dia 3 Maio. Os diferentes eventos ocorrem em vários espaços da escola

De entre os oradores presentes destacam-se Andreas Vilela, autor do jogo “Kill the Duck” para plataformas móveis que conta com mais de 100.000 downloads, professor Doutor Fernando Baltazar Duarte do IPV que usa há vários anos os Robôs como ferramenta Pedagógica em ambientes de aprendizagem, Mestre José Carlos Fonseca do IPG que aplica técnicas de segurança para Base de Dados em gestão de aplicações e professor Benjamim Júnior da Universidade de Aveiro que irá falar sobre os diferentes paradigmas da WEB.

Durante a semana estarão patentes várias exposições que reflect-

em as boas práticas que vão fazendo história nesta instituição. O foyer das tecnologias, espaço privilegiado para estas mostras, recebe a colecção de cartazes do seminário “Palcos Virtuais” que há 13 anos se configura como plataforma de gestão pedagógica da escola. O espaço servirá de base para a divulgação dos projectos do curso de Multimé-dia que apresentam no dia 4 os logotipos que criaram para os cursos profissionais que compõem a oferta formativa da escola. Com o nome “Moodingam-se os Tempos, Moddingam-se as Vontades” a turma de finalistas do curso de GPSI preparou uma foto-reportagem sobre o uso do computador como objecto de Design. A mostra recorda os projectos de assemblagem que desenvolveram para as feiras vocacionais onde aplicaram toda a sua criatividade na transformação de computado-res. No contexto lúdico da aprendizagem os alunos de Informática de gestão recolheram um conjunto de cartoons sobre tecnologia que vão espalhar pelos espaços públicos da ESEN numa divertida exposição.

As oficinas pedagógicas serão dinamizadas pelos alunos dos cur-sos profissionais envolvidos de forma a mobilizar competências de acordo com o perfil de cada curso. Decorrem WorkShops de Fotografia e Vídeo onde fotógrafos profissionais mobilizarão a comunidade a Des-pertar e Apurar os sentidos para a observação, atelieres de Hardware compostos por projecto de transformação de computadores onde os alunos são estimulados a aplicar a sua criatividade em trabalhos de Mooding, feiras temáticas que enfatizam a utilização de ferramentas da web 2.0 e competições de robôs onde se utilizam técnicas de condução autónoma e exploração de ambientes com recurso a linguagens de programação.

As jornadas de Informática são o culminar de alguns projectos que se desenvolveram durante o ano na área das tecnologias na ESEN. Nesta semana fazemos o lançamento da ETIC, revista electrónica de informática que surge com a premissa de informar a comunidade sobre o trabalho desenvolvido pelos seus intervenientes na área das novas tecnologias. Teremos a oportunidade de estrear o Foyer das Tecnolo-gias, espaço dinâmico para mostras e exposições que pretende ser uma janela de vivencias inter e intra comunitárias onde se olham tra-balhos e projectos escolares na área dos cursos de informática. Serão ainda montadas Instalações Multimédia com projecções de filmes.

E porque nestes espaços a Tradição se cruza com a Inovação lem-bramos a memória dos amigos que nos deixaram um legado de profis-sionalismo e simplicidade.

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“No âmbito do projecto Comenius, as delegações do Chipre, da Grécia, da Polónia, de Itália e de Portugal voltaram a juntar-se (desta vez em Portugal - Viseu).

Este projecto, para além do seu objectivo bem demarcado (energias renováveis e desenvolvimento sustentável - “Sun, Wind and Hydro: The Future of Mankind”), também tem como função a interacção entre diferentes culturas, costumes e tradições.

Com esta interacção directa com outros indivíduos, a língua inglesa é posta em prática e a nossa cultura geral aumenta subs-tancialmente - teremos então a oportunidade de interagir directamente com outras pessoas que vivem, no seu quotidiano, diferentes maneiras de estar/ser.

É sempre uma actividade favorável ao nosso desenvolvimento como seres íntegros e cidadãos interessados. O programa, devi-damente organizado, proporcionou aos participantes um ligeiro conhecimento sobre a região envolvente e um enriquecimento cultural e social.”

José Pedro Matos “A escola é isto mesmo; aproveitá-la, fazer dela o prazer mais produtivo é isto mesmo: aprender mais do que o que vem nos livros,

aplicá-lo, relacionar todos os conhecimentos, fazendo deles instrumentos e não momentos estanques, alargar horizontes, abrir a mente - crescer, no fundo. Crescer enquanto cidadãos de um mundo (feliz e infelizmente) cada vez mais global, integrarmo-nos nele como se não houvesse fronteiras, enfim, intensificar a vida ao máximo. São projectos como o Comenius que proporcionam este tipo de abrangência curricular, que fazem a escola ter sentido, numa altura em que, aparentemente, o que menos importa é aprender. Assim, no último encontro dos países envolvidos na iniciativa (que tomou lugar aqui, em Viseu), foram dignos de marca vários aspec-tos, começando no interesse e dedicação dos alunos, no estabelecimento de relações e na interacção fáceis, e na produtividade dos trabalhos.

Como não ser positiva uma ideia destas? Para além do enriquecimento cultural e interpessoal essenciais a uma vida plena, temos oportunidade de aprender acerca de temas de importância crescente, como as energias renováveis. O inglês, ponte entre nós, é es-sencial. Por isso, obviamente, conduz a um aperfeiçoamento cada vez mais minucioso da língua, que só pode trazer vantagens.

Concluindo, o balanço é positivo. Mais iniciativas assim, e, qualquer dia, até há gente com gostos, interesses e algum conheci-mento.”

Margarida Assis

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1. Breve Apresentação

· O Programa Comenius está especialmente comprometi-do com a Aprendizagem ao Longo da Vida. Inserido no QREN, recebeu a designação, no 3º Quadro Comunitário de Apoio, de Programa Sócrates - Comenius.

· O Programa destina-se a promover, essencialmente, o in-tercâmbio e a cooperação, assim como a mobilidade entre siste-mas de ensino e formação, a nível europeu, no sentido de estes se estabelecerem enquanto referência mundial de qualidade.

· O Programa Comenius visa melhorar a qualidade e reforçar a dimensão europeia da educação ao nível de todos os interve-nientes no ensino, bem como dos estabelecimentos e organiza-ções que fornecem esses níveis de ensino.

2. Alguns objectivos operacionais do programa:a) Melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos

quantitativos a mobilidade de alunos e de pessoal educativo nos diferentes Estados-Membros;

b) Melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos as parcerias entre escolas de diferentes Estados-Membros;

c) Incentivar a aprendizagem de línguas estrangeiras; d) Apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, peda-

gogias e práticas inovadores, baseados nas TIC, no domínio da aprendizagem ao longo da vida;

e) Reforçar a qualidade e a dimensão europeia da formação de professores;

f) Apoiar a melhoria dos métodos pedagógicos.

3. Os ProjectosDesde o ano lectivo 2002/2003, a ESEN desenvolveu 3 pro-

jectos no âmbito do programa referido. Dois desses projectos, subordinados aos temas:

• “A INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO NA HERANÇA ARTÍSTICA DOS NOSSOS PAÍSES E NA CULTURA POPULAR”

• “COMPARAÇÃO DE PROBLEMAS DO MEIO AMBIENTE”foram desenvolvidos nos anos lectivos 2002/2003, 2003/2004

e 2004/2005.Pela qualidade do trabalho desenvolvido e empenho demons-

trado, a Agência Nacional seleccionou a nossa Escola juntamen-

A ESCOLA SECUNDÁRIA DE EMíDIO NAVARRO E O PROGRAMA

COMENIUS DE 2002 A 2011

Projecto Comenius“Sob o olhar de uma família de acolhimento”

A ansiedade aumentava à medida que o dia 23 de Março de aproximava, afinal a única coisa que sabia era o nome e a nacionalidade do adolescente que iria acolher em minha casa.

Um turbilhão de perguntas vinham constantemente à ideia: estaria eu à altura de receber um adolescente de outra na-cionalidade, conseguiria comunicar com ele na língua oficial do projecto, o que ele pensaria da minha família, da comida, da casa…, tudo era uma incógnita.

Enfim chegou o dia, quando o fui buscar à escola, vinha com o meu filho e deparei-me com um adolescente cordial, bem educado e tímido.

Os dias foram passando e o meu adolescente de 20 anos estava integrado na nossa família, afinal eu tinha recebido um jovem mais velho que o meu filho com hábitos diferentes para os quais eu não estava preparada e penso ter conseguido ul-trapassar os meus receios.

No momento da despedida o meu adolescente abraçou-se a mim como um filho faz a uma mãe e eu retribui e disse-lhe: “ you are good boy”.

te com mais duas, a nível nacional, para apresentar os Projectos desenvolvidos numa conferência em Madrid em Abril de 2005, denominada 2nd meeting DISSEMINATION BOW Project.

Participamos também na EXPOSOCLEO, exposição organi-zada pela Agência Nacional em Lisboa no Pavilhão Atlântico, em 2004, onde as escolas expuseram os seus projectos.

Muitos professores e alunos têm estado envolvidos nos pro-jectos atrás referidos. Até ao final deste ano lectivo a Escola Emí-dio Navarro terá dado a conhecer a 32 alunos, outros países, outras culturas, outras realidades. Alunos que viajaram para a Roménia, Itália, Polónia, Espanha, Grécia e Chipre. E muitos outros alunos, que, apesar de não terem viajado, receberam na nossa escola colegas desses países, tendo tido também a oportunidade de conhecer outros sistemas educativos.

O terceiro projecto iniciou-se em 2009/2010, terminando no final deste ano lectivo de 2010/2011. O seu tema é

• “SUN, WIND AND HYDRO: THE FUTURE OF MANKIND”

Escolas Parceiras deste projectoEscola Zespół Szkół nr 1, em Gorlice, PolóniaIstituto Tecnico Industriale “ Francesco Severi”, em Padova,

ItáliaEscola Secundária Emídio Navarro, em Viseu, PortugalMakedonittissa Gymnasium, em Nicosia, Chipre – Escola

CoordenadoraGymnasio Mataragkas, Karditsa, Grécia Professoras Dinamizadoras e Turmas intervenientesIsabel Maria Quental Lemos – 10ºI (2009/2010); 11ºI

(2010/2011)Maria Alexandra Ramos – 10ºH (2009/2010); 11ºH

(2010/2011)Maria Isabel Ivo Gomes – 12ºI (2009/2010); 12ºJ

(2010/2011)Fátima Maria Carvalho Santos – 12ºE (2009/2010); 12ºD

(2010/2011)Maria Helena Viegas – 12ºA ( 2009/2010) ; 10ºK (2010/2011)Uma vez mais, a ESEN acolheu professores e alunos de paí-

ses da Comunidade Europeia, parceiros deste projecto.

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ambiente igualmente amigável e caloroso.

Embora saiba que estão muito bem assessorados pelos vossos colegas Cipriotas, não hesite em me contactar para qualquer informação que possa ser útil para a vossa viagem. A Embaixada e eu próprio teremos muito gosto em colaborar.

Espero finalmente que os documentos que entreguei possam contribuir para que os vossos alunos conheçam melhor Chipre e a ocupação do norte do seu território por parte da Turquia.

Para a Escola Emídio Navarro, para os Professores e alunos envolvidos neste Projecto e para si em especial os nossos sin-ceros Parabéns.

AtentamenteAntónio Fonseca

Estimada Professora Isabel Ivo Gomes,

Foi um prazer ter estado presente na sessão solene na Câ-mara Municipal de Viseu durante a recepção aos parceiros eu-ropeus que participam no Projecto Comenius.

Confesso que foi com muita alegria e interesse que participa-mos no almoço e no jantar na vossa Escola e no passeio e visitas durante a tarde.

Ficamos sinceramente muito impressionados com o ambi-ente que rodeia este Projecto e com a qualidade que a Escola secundária Emídio Navarro exibe. Muitos Parabéns para a Co-ordenadora do Projecto Comenius e para os seus colegas que manifestaram um envolvimento que deve ser sublinhado sobre-tudo num momento histórico de pouco optimismo.

Posso confirmar-lhe que a comitiva Cipriota estava verdadei-ramente encantada com o acolhimento que lhe dispensaram e com a cidade de Viseu.

Desejo que a vossa viagem a Chipre no próximo mês de Maio decorra também da melhor forma. Seguramente encontrarão um

Comenius Os dias em que recebemos os colegas de outros países foram fabulosos. Eu particularmente acolhi um (Cipriota) em minha casa

e adorei, pois pude mostrar-lhe como era viver em Portugal e as nossas tradições. Apreciei o convívio e as visitas que fizemos. O que mais me decepcionou foi o tempo, porque, quando fomos ao Caramulo, não dava para ver quase nada por causa do nevoeiro.

Micael Silveira Leandro 11ºH nº16

Fontes de Energia Renováveis

A ESEN EM MOVIMENTO… EM FESTA…CAMIN-HANDO… CRESCENDO…

Entre 23 e 27 de MARÇO DE 2011, realizou-se na ES-COLA SECUNDÁRIA DE EMÍDIO NAVARRO, no âmbito do PROJECTO COMENIUS: “ SUN, WIND AND HYDRO: THE FUTURE OF MAKIND”, um encontro de escolas europeias: Chipre, Polónia, Grécia e Itália.

No dia 23 de Março (quarta-feira), alguns elementos da nossa Escola deslocaram-se ao Porto, para receberem os professores e alunos das escolas parceiras. Em Viseu, os alunos europeus ficaram em casas de famílias que se dis-ponibilizaram para os receber.

No dia 24 de Março (quinta-feira), procedeu-se à recepção dos parceiros, na ESEN, com a presença do Director da Es-cola, Governador Civil, Presidente do Conselho Geral e out-ras entidades.

Visitou-se a Escola e, depois do almoço realizado na can-tina, no Auditório, deu-se início, à apresentação, pelos alunos das diferentes escolas, dos trabalhos realizados no âmbito do projecto. Planificou-se o trabalho futuro.

No dia 25 de Março (sexta-feira), os intervenientes no Pro-jecto foram recebidos no Salão nobre da Câmara Municipal de Viseu, pelo senhor presidente, Fernando Ruas. Estiveram presentes o Cônsul Honorário do Chipre e a Vice - Cônsul da Polónia.

De tarde, visitou-se a cidade: Centro Histórico, Sé e Te-souro da Sé, Museu Grão Vasco, Monumentos, Parques e Casa da Ribeira.

À noite, efectuou-se um jantar na cantina da escola com alunos, professores e famílias. A animação foi feita por um grupo de alunos da ESEN.

SUN, WINDAND HYDRO: THE FUTURE OF MANKIND

No dia 26 de Março (Sábado), apesar da chuva, fez-se uma visita aos arredores de Viseu: Parque Eólico de Fornelo do Monte, Museu do Caramulo, Torredeita (almoço, organiza-do pelos alunos do curso de Turismo) e visita às nascentes, fontes de energia geotérmica nas Termas de S. Pedro do Sul.

No dia 27 de Março (Domingo), professores e alunos das escolas parceiras regressaram a casa.

Partida de Viseu para o Porto às 7h30min, acompanhados de professores e alunos da nossa escola.

Foram dias de convívio, de aprendizagem e de partilha, só possíveis com a colaboração de professores e alunos: 10ºD, 10ºK, 10ºJ, 11º I, 11ºJ, 11ºH, 11ºF, 11ºG, 11ºO, 12ºD, 12ºG, 12º I, 12ºJ, 12ºH

Só com a contribuição de muitos colegas e funcionários, foi possível atingir os objectivos a que nos propusemos. BEM – HAJAM….

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Rua Mestre Teotónio Albuquerque, Apartado 2045, 3501-909 Viseu Tel: 232 480 190 Fax: 232 480 199 E-mail:[email protected]

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