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Notícias InforFisco JULHO A SETEMBRO DE 2006 SUMÁRIO 1. LEGISLAÇÃO FISCAL PUBLICADA DE JULHO A SETEMBRO DE 2006...................................... 4 2. INSTRUÇÕES E DECISÕES ADMINISTRATIVAS ...................................................................... 5 3. HARMONIZAÇÃO FISCAL COMUNITÁRIA .............................................................................. 6 4. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO................................................ 7 5. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO NORTE (TCAN).......................... 9 6. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL (TCAS) ............................ 11 7. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS ..................... 15 8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO .......................................................................................... 20

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Notícias InforFisco

JULHO A SETEMBRO DE 2006

SUMÁRIO

1. LEGISLAÇÃO FISCAL PUBLICADA DE JULHO A SETEMBRO DE 2006...................................... 4

2. INSTRUÇÕES E DECISÕES ADMINISTRATIVAS ...................................................................... 5

3. HARMONIZAÇÃO FISCAL COMUNITÁRIA .............................................................................. 6

4. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO................................................ 7

5. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO NORTE (TCAN).......................... 9

6. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL (TCAS) ............................ 11

7. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS ..................... 15

8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO .......................................................................................... 20

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Notícias InforFisco N.º 80 - Julho a Setembro de 2006

FLASH NEWS

Diplomas aprovados em Conselho de Ministros: De 6.7.2006 - Proposta de Lei que altera o Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT) no que respeita ao acesso a elementos protegidos pelo sigilo bancário para instrução de reclamação

graciosa. Esta Proposta de Lei, a submeter à Assembleia da República, visa a simplificação do acesso

da administração fiscal à informação bancária com relevância fiscal e surge na sequência das

conclusões do Relatório sobre o Combate à Evasão e Fraude Fiscais.

Assim, este diploma vem conferir ao órgão instrutor de uma reclamação graciosa a faculdade da

averiguação plena dos factos alegados pelo contribuinte em sede de reclamação graciosa,

designadamente mediante o acesso aos elementos pertinentes protegidos pelo sigilo bancário, de modo

a que se obtenha a mais completa verdade dos factos.

(ver Proposta de Lei n.º 85/X/1, cujo texto se encontra disponível no site da Assembleia da República)

- Proposta de Lei que aprova o regime geral de taxas das autarquias locais. Esta Proposta de Lei, a

submeter à Assembleia da República, visa regulamentar a criação de taxas por parte dos municípios e

das freguesias, consagrando as grandes áreas de actividade no âmbito das quais as taxas podem ser

criadas e cobradas, os princípios a que se encontram submetidas, o procedimento de aprovação e o

regime de cobrança. Deste modo, o diploma, inovador no nosso sistema jurídico, deixa uma ampla

autonomia às autarquias locais, delimitando com rigor a figura da taxa, e clarificando que a sua exigência

só pode resultar como contrapartida de prestações efectivas por parte das autarquias locais, no âmbito

das suas atribuições.

(Ver Proposta de Lei n.º 90/X/1, cujo texto se encontra disponível no site da Assembleia da República)

De 27.7.2006 - Proposta de Lei que aprova a Lei das Finanças Locais, revogando a Lei n.º 42/98, de 6 de Agosto.

Esta Proposta de Lei, a submeter à Assembleia da República, consagra um novo sistema de

financiamento autárquico, baseado no reforço da autonomia local e nos princípios da descentralização,

neutralidade financeira, coesão territorial, sustentabilidade local, racionalização territorial, solidariedade e

transparência, num quadro de rigor orçamental. Neste sentido, consagra-se um novo modelo de

participação dos municípios nos impostos do Estado, os municípios passam a participar directamente no

IRS cobrado no concelho. Esta participação é composta por uma parcela fixa de 2%, e por uma parcela

variável que pode chegar aos 3%, cabendo aos municípios definir qual a percentagem desta que

pretendem fazer impender sobre os seus munícipes. Do mesmo modo, opta-se, também, pela

diminuição do peso do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) no montante global das receitas municipais,

. 2 .

© 2006 PricewaterhouseCoopers. Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.

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Notícias InforFisco N.º 80 - Julho a Setembro de 2006

e atribui-se um peso significativo à promoção da coesão territorial através do reforço das verbas a

distribuir através do Fundo de Coesão Municipal (FCM). Assim, o modelo actual de participação dos

municípios nos impostos do Estado, que actualmente assenta apenas no Fundo de Equilíbrio Financeiro

(FEF), correspondente a 30,5% da média aritmética da receita de IRS, IRC e IVA, é alterado, passando a

estruturar-se do seguinte modo: FEF, correspondente a 25,3% da média aritmética da receita de IRS,

IRC e IVA; Fundo Social Municipal (FSM), correspondente a 2% da média aritmética da receita de IRS,

IRC e IVA, sendo anualmente reforçado na exacta proporção das novas competências nas áreas da

educação, saúde e acção social transferidas para os municípios; e participação no IRS, correspondente

a 5% da receita cobrada no município (2% de parcela fixa + 3% de parcela variável, fixada anualmente

pelo município).

Simultaneamente, consagra-se a possibilidade de, em sede de Lei do Orçamento do Estado serem

definidos limites máximos ao endividamento municipal diferentes daqueles que se encontram

estabelecidos neste diploma. Como contrapartida, e de acordo com o princípio da solidariedade

recíproca e da participação, é reforçada a participação dos municípios no Conselho de Coordenação

Financeira do Sector Público Administrativo.

(ver Proposta de Lei n.º 92/X/1, cujo texto se encontra disponível no site da Assembleia da República)

De 31.8.2006 - Decreto-Lei que regula as condições técnicas para a emissão, conservação e arquivamento das facturas ou documentos equivalentes emitidos por via electrónica, nos termos do Código do

Imposto sobre o Valor Acrescentado. Este Decreto-Lei visa o fomento e a disseminação da factura

electrónica, de forma a simplificar procedimentos, evitar encargos excessivos para os sujeitos passivos e

permitir um clima de certeza e segurança jurídicas. Assim, esta medida, que se insere no contexto mais

vasto da promoção da modernização e dinamização das empresas, oferece novas oportunidades tanto

para o sector económico, através da possibilidade de desmaterialização dos sistemas de facturação,

como para a administração tributária, mediante a introdução de novos métodos de controlo. Deste modo,

são projectadas as seguintes medidas:

- Regular as condições técnicas para a emissão, conservação e arquivamento das facturas ou

documentos equivalentes emitidos e recebidos por via electrónica nos termos do Código do IVA;

- Prever as funcionalidades que os sistemas de facturação electrónica devem garantir;

- Prever que as funcionalidades do sistema de facturação electrónica podem ser asseguradas, no todo

ou em parte, por terceiros em nome e por conta do sujeito passivo;

- Prever que as facturas ou documentos equivalentes podem ser emitidos por via electrónica, sob

reserva de aceitação pelo destinatário, desde que seja garantida a autenticidade da sua origem e a

integridade do seu conteúdo, mediante a utilização da assinatura electrónica avançada ou de um sistema

de intercâmbio electrónico de dados que siga as condições jurídicas do «Acordo-tipo EDI Europeu»;

- Prever o acesso directo e sem restrições da Administração Tributária às facturas e documentos

. 3 .

© 2006 PricewaterhouseCoopers. Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.

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equivalentes emitidos e recebidos por via electrónica, ao sistema informático de apoio à facturação,

utilizando o seu próprio hardware e software, o do sujeito passivo ou o de entidade terceira, dentro do

país ou fora dele, a partir do território nacional.

De 28.9.2006 - Decreto-Lei que introduz alterações aos Códigos do IRS, do IRC, do IVA, do CIMI bem como ao RITI, à LGT e ao CPPT, em vista à simplificação e racionalização de procedimentos, no sentido da

diminuição dos custos de cumprimento impostos aos contribuintes.

1. LEGISLAÇÃO FISCAL PUBLICADA DE JULHO A SETEMBRO DE 2006

DIPLOMA ASSUNTO

L 33/2006,

de 28.7.2006

IVA - REGIME ESPECIAL - RESÍDUOS - SUCATAS - DESPERDÍCIOS - Estabelece regras especiais em matéria de tributação de desperdícios,

resíduos e sucatas recicláveis e de determinadas prestações de serviços

relacionadas (Ver 8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO).

L 36/2006,

de 2.8.2006

IA - BF - TRANSPORTE ESCOLAR - Prevê a isenção do imposto

automóvel para veículos adquiridos pelos municípios e freguesias que se

destinem ao transporte de crianças em idade escolar do ensino básico.

DL 150/2006,

de 2.8.2006

IRC - IRS - PAGAMENTO EM PRESTAÇÕES - Estabelece um regime

específico de pagamento em prestações de dívidas de IRS e de IRC, de

valor inferior a € 2.500 e € 5.000, respectivamente, antes da instauração

de procedimento executivo e com isenção de prestação de garantia.

DL 159/2006,

de 8.8.2006

IMI - TAXA - PRÉDIO DEVOLUTO - Estabelece os casos em que um

prédio urbano ou fracção autónoma é considerado devoluto, para efeitos

de aplicação da taxa prevista no artigo 112.º, n.º 3 do CIMI.

PORT 1022/2006,

de 20.9.2006

IMI - PRÉDIO URBANO - ZONAMENTO - COEFICIENTE DE LOCALIZAÇÃO - Introduz alterações ao zonamento e coeficientes de

localização relativos a alguns municípios previstos nas Portarias n.ºs

982/2004 e 1426/2004, de 4 de Agosto e 25 de Novembro,

respectivamente, relevantes para a avaliação de prédios urbanos ao

abrigo dos artigos 42.º e 45.º do Código do IMI. As alterações introduzidas

são aplicáveis às avaliações requeridas a partir de 21 de Setembro de

2004, sem prejuízo da sua aplicação, quando mais favoráveis aos sujeitos

passivos, às avaliações entretanto já efectuados, que deverão ser objecto

de revisão.

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2. INSTRUÇÕES E DECISÕES ADMINISTRATIVAS - CIRCULARES DA DGCI

N.º/DATA ASSUNTO

9/2006,

de 11.8.2006

AVALIAÇÕES - Remunerações aos membros das comissões de

avaliação (Inquilinato).

10/2006,

de 11.8.2006

AVALIAÇÕES - Remunerações aos membros das comissões de

avaliação (Contribuições especiais).

- OFÍCIOS-CIRCULADOS

N.º/DATA ASSUNTO

30096, da DSIVA,

de 4.7.2006

IVA - TAXA REDUZIDA - GESTÃO FLORESTAL - Divulga uma lista das

operações abrangidas pela taxa reduzida prevista na Verba 4.1 da Lista I

Anexa ao Código do IVA.

(O texto integral deste Ofício-Circulado, pode ser consultado na Base

InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA LISTA I VERBA 4.1).

30097, da DSIVA,

de 7.7.2006

IVA - ISENÇÃO - CRÉDITO À HABITAÇÃO - TAXA DE AVALIAÇÃO - São abrangidas pela isenção prevista na alínea a), do n.º 38, do artigo 9.º

do Código do IVA as taxas de avaliação cobradas pelas instituições de

crédito aos seus clientes, desde que a concessão do crédito e o seu

montante estejam dependentes do valor da avaliação, levada a efeito por

imposição legal, seguindo, deste modo, a regra aplicável à operação

principal (concessão de crédito).

(O texto integral deste Ofício-Circulado, pode ser consultado na Base

InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART9 N28 A).

20117, da DSIRS,

de 8.8.2006,

IRS - DEDUÇÃO À COLECTA - SEGUROS - Sanciona entendimento

segundo o qual não são dedutíveis em IRS as importâncias aplicadas em

seguros de vida que permitam o reembolso ou o pagamento de qualquer

capital anteriormente à verificação das condições estabelecidas no artigo

86.º do CIRS.

(O texto integral deste Ofício-Circulado, pode ser consultado na Base

InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART86).

20118, da DSIRS,

de 9.8.2006

IRS - DECLARAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO - AVALIAÇÃO - PRAZO - O

prazo de 30 dias para cumprimento da obrigação declarativa a que se

refere o n.º 2, do artigo 60.º do CIRS inicia-se, nas situações em que não

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seja solicitada segunda avaliação, após o decurso do prazo para requerer

segunda avaliação (30 dias a contar da notificação da primeira avaliação -

CIMI, artigo 76.º, n.º 1). Sendo requerida segunda avaliação, aquele prazo

inicia-se na data da notificação do respectivo resultado.

(O texto integral deste Ofício-Circulado, pode ser consultado na Base

InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART60 N2).

30098, da DSIVA,

de 11.8.2006

IVA - REGIME ESPECIAL - RESÍDUOS - SUCATAS - DESPERDÍCIOS - Divulga as regras especiais de tributação de desperdícios, resíduos e

sucatas recicláveis, aprovadas pela Lei n.º 33/2006, de 28 de Julho.

(O texto integral deste Ofício-Circulado, pode ser consultado na Base

InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART2 N1 I).

20119, da DSIRC,

de 22.9.2006

IRC - PAGAMENTO POR CONTA - SUSPENSÃO - LIMITAÇÃO - Divulga o despacho do SEAF com instruções no sentido de dispensar os

contribuintes da entrega, por transmissão electrónica de dados, da

declaração de limitação ou suspensão dos 2.º e 3.º pagamentos por

conta, nos termos do n.º 1, do artigo 99.º do CIRC. O Ofício faz ainda

referência à publicação em breve da alteração ao artigo mencionado que

permitirá eliminar a referida obrigação declarativa com efeitos retroactivos

a 1 de Janeiro de 2006.

(O texto integral deste Ofício-Circulado, pode ser consultado na Base

InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART99 N1).

3. HARMONIZAÇÃO FISCAL COMUNITÁRIA

DOCUMENTO ASSUNTO

Directiva 2006/69/CE, do

Conselho, de 24.7.2006

IVA - Altera a Directiva 77/388/CEE, relativa ao sistema comum do IVA,

no que se refere a certas medidas destinadas a simplificar o procedimento

de cobrança do imposto e a lutar contra a fraude ou evasão fiscais.

(Publicação: JOCE, n.º L 221, de 12.8.2006)

COM (2006) 555 final, de

28.9.2006

IVA - FRAUDE CARROSSEL - Ao abrigo do artigo 27.º da Sexta Directiva

77/388/CEE, autoriza o Reino Unido a designar como devedor do imposto

o adquirente de determinados bens como sejam telemóveis,

computadores e material informático, câmaras digitais e similares, em

derrrogação do artigo 28.º-G da mesma directiva.

(O texto integral desta Decisão, pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART28-G).

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4. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO

TIPO SUMÁRIO

Acórdão, de 5.7.2006,

Proc. n.º 142/06

IRC - REGIME ESPECIAL - FUSÃO - CISÃO - DEDUÇÃO DE PREJUÍZOS – 1. A transmissibilidade dos prejuízos fiscais, prevista no

artigo 69.º do CIRC, é um benefício fiscal que carece de reconhecimento

e, como tal, está sujeita ao disposto no artigo 11.º-A, n.º 1, do Estatuto

dos Benefícios Fiscais. 2. A formação do acto tácito está dependente do

preenchimento dos requisitos de deferimento tácito da pretensão: se estes

não estiverem reunidos, não pode haver formação do acto tácito. 3.

“Razões económicas válidas” e “inserção numa estratégia de

redimensionamento e desenvolvimento empresarial de médio ou longo

prazo, com efeitos positivos na estrutura produtiva” são conceitos

indeterminados cujo preenchimento cabe à Administração e que, ao

contrário do poder discricionário verdadeiro e próprio, como poder de

eleger uma de entre várias soluções igualmente válidas, só admitem uma

solução justa no caso concreto. 4. No preenchimento dos conceitos

indeterminados pode existir, ou não, a chamada margem de livre

apreciação ou discricionariedade técnica. Tanto a questão de saber se

houve “razões económicas válidas” ou se a fusão “se insere numa

estratégia de redimensionamento e desenvolvimento empresarial de

médio ou longo prazo, com efeitos positivos na estrutura produtiva” é

matéria de discricionariedade técnica, com uma longa margem de livre

apreciação da Administração. 5. Nestes casos, o juízo discricionário da

administração não pode ser fiscalizado, no ponto específico, pelos

tribunais, salvo erro grosseiro ou manifesta desadequação ao fim legal.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART69).

Acórdão, de 5.7.2006,

Proc. n.º 240/06

IRC - MAIS VALIAS - REINVESTIMENTO - TRANSPARÊNCIA FISCAL - 1. A mais-valia obtida por um Agrupamento Complementar de Empresas

com a alienação de um imóvel, na parte que coube à sociedade membro

desse Agrupamento, integra a matéria colectável desta, em sede de IRC.

2. Tendo a sociedade membro do Agrupamento Complementar de

Empresas reinvestido aquela parte recebida em bens do seu activo

imobilizado corpóreo, beneficia da isenção conferida pelo n.º 1, do artigo

44.º do Código do IRC.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART45 N1).

. 7 .

© 2006 PricewaterhouseCoopers. Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.

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Acórdão, de 16.8.2006

Proc. n.º 689/06

PT - EXECUÇÃO FISCAL - RECURSO - PREJUÍZO IRREPARÁVEL - 1.

Mau grado o carácter taxativo do disposto no artigo 278.º, n.º 3 do Código

de Procedimento e de Processo Tributário, deve ter subida imediata, sob

pena de inconstitucionalidade material do preceito - princípio da tutela

judicial efectiva (artigo 268.º da Constituição da República Portuguesa) - a

reclamação de qualquer acto do órgão da execução fiscal que cause

prejuízo irreparável ao executado ou em que, com a subida diferida, a

reclamação perca toda a utilidade (como pode ser, nomeadamente, a não

suspensão da execução com a consequente venda dos bens ou a fixação

do valor base para venda). 2. Em tal circunstância, o recurso jurisdicional

da sentença deve subir nos próprios autos - artigos 97.º, n.º 1, alínea n) e

278.º, n.º 1 do CPPT -, imediatamente - artigo 734.º, n.º 2 do Código de

Processo Civil - e com efeito suspensivo - artigos 740.º, n.º 1 do CPC e

286.º, n.º 2, in fine, do CPPT.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART278).

Acórdão, de 13.9.2006

Proc. n.º 736/06

PT - APREENSÃO DE BENS - IMPUGNAÇÃO JUDICIAL - 1. Em caso

de apreensão de bens em processo de contra-ordenação fiscal, a

impugnação dessa apreensão tem tradução legal no artigo 143.º do

CPPT. 2. Assim, tal impugnação deve ser apresentada no prazo de 15

dias a contar do levantamento do auto - n.º 1 do citado artigo. 3. A

contagem desse prazo é feita nos termos do artigo 279.º do CPC - vide

artigo 20.º do CPPT.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART143).

Acórdão, de 13.9.2006

Proc. n.º 866/06

PT - SIGILO BANCÁRIO - DERROGAÇÃO - REQUISITOS - 1. A

derrogação do sigilo bancário, nos termos da alínea e), do n.º 2 do artigo

63.º- B da LGT, na redacção da Lei n.º 30-G/2000, de 29 de Dezembro,

só é possível quando existam indícios da prática de crime doloso em

matéria tributária. 2. Não existem indícios da prática de crime doloso em

matéria tributária se apenas vem comprovada a existência de dois

empréstimos sobre o mesmo imóvel e que o interessado não colaborou

com a administração tributária. 3. Em tal caso, não é de conceder a

derrogação do sigilo bancário.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART63-B).

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© 2006 PricewaterhouseCoopers. Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.

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5. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO NORTE (TCAN)

TIPO SUMÁRIO

Acórdão, de 27.7.2006

Proc. n.º 144/01

IRC - CUSTOS - DESPESAS DE DESLOCAÇÃO - 1. Não podem

considerar-se custos para efeitos fiscais as despesas realizadas com o

aluguer de um avião durante o exercício, se não se provar a

indispensabilidade da despesa para a obtenção de proveitos sujeitos a

imposto e para a manutenção da respectiva fonte produtora. 2. Alegando

a recorrente que a utilização do avião se destinou a transportar os seus

administradores, quadros e outras entidades por si convidadas para

participarem em reuniões de organizações internacionais e reuniões de

negócios, assim evitando a perda de muitas horas de espera no caso de

utilização de voos comerciais, mas não identificando as datas, locais das

reuniões, as pessoas que utilizaram os voos, etc., e sendo ainda certo

que parte dos voos se destinaram a zonas turísticas onde se desconhece

a existência dos organismos internacionais alegados, não está provada a

indispensabilidade da despesa para a obtenção de proveitos ou

manutenção da fonte produtora da impugnante.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART23 N1 D).

Acórdão, de 27.7.2006

Proc. n.º 250/04

IRC - LUCRO TRIBUTÁVEL - ACTIVIDADE PLURIANUAL - 1. Depois de

no n.º 1, do artigo 18.º do CIRC positivar, estabelecendo os respectivos

contornos, “o princípio da especialização dos exercícios”, em cédula de

IRC, que exige a imputação, nomeadamente, dos proveitos ao “exercício

a que digam respeito”, nas duas alíneas do n.º 3 do mesmo normativo, o

legislador disponibilizou critérios legais e adequados à aplicação,

casuística, de tal princípio, com relação aos proveitos derivados de

vendas e/ou de prestações de serviços; os dois núcleos centrais do

exercício de actividade relevante por parte dos sujeitos passivos do

versado imposto. 2. Assim, relativamente aos proveitos resultantes de

vendas, deve considerar-se, “em geral” (grifamos), que se realizam “na

data da entrega ou expedição dos bens correspondentes ou, se anterior,

na data em que se opera a transferência de propriedade”. 3. Mediante

motivos ponderosos, sempre devidamente escrutinados e comprovados,

como, por exemplo, os do tipo daqueles que são referenciados na parte

final do n.º 2 do mesmo dispositivo legal, é sustentável que tal regra geral

suporte desvios e seja legitimamente possível reputar outras datas como

. 9 .

© 2006 PricewaterhouseCoopers. Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.

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as mais adequadas e conformes com os desígnios prosseguidos com a

consagração do princípio inicialmente coligido, para se considerarem

como as da realização de proveitos susceptíveis de tributação em IRC.

4. Nesta linha de raciocínio e denotando a apontada intenção em não criar

(nas alíneas do n.º 3) um regime potencialmente abrangente de todas as

situações possíveis, uma vez que a actividade económica é por definição

e natureza volátil, com ciclos e ritmos de vida privativos, verificamos que

para as intituladas “actividades de carácter plurianual”, onde,

seguramente, se radica a construção civil, por virtude das especificidades

que rodeiam o respectivo exercício, a lei sentiu necessidade de ser

expressa no sentido de os respectivos proveitos (e custos) poderem ser

“periodizados tendo em consideração o ciclo de produção ou o tempo de

construção” - cfr. n.º 5, do mesmo artigo 18.º do CIRC. 5. Pressupondo-se

no artigo 59.º, n.º 2 da LGT um dever recíproco de actuação, dos

contribuintes e da Administração Tributária/AT, segundo os ditames da

boa fé, não podemos olvidar e desvirtuar a circunstância de para esta

(AT) se tratar de imposição com chancela constitucional - cfr. artigo 266.º,

n.º 2 da CRP, que, também, mereceu consagração, genérica e para toda

a Administração, no artigo 6.º-A do CPA, em cujo n.º 2 se pode

descortinar uma exigência com conteúdo de carácter ético, “impondo aos

intervenientes no procedimento tributário que actuem com lealdade e

sinceridade recíprocas (…), abstendo-se de actuações que possam

enganar o outro interveniente, ou ocultando-lhe elementos que possam ter

proveito para a defesa das suas posições”.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART18 N5).

Acórdão, de 11.8.2006

Proc. n.º 562/06

PT - RECURSO JUDICIAL - PREJUÍZO IRREPARÁVEL - 1. Apesar do

n.º 1, do artigo 278.º do CPPT estabelecer a regra geral da subida diferida

a tribunal das reclamações das decisões do órgão de execução fiscal, o

n.º 3 estabelece as excepções àquela regra, admitindo a subida imediata

nas situações aí tipificadas. 2. A enumeração do n.º 3, do artigo 278.º do

CPPT não é taxativa. 3. A citação do executado para se opor, pedir o

pagamento em prestações ou a dação em pagamento, não constitui acto

causador de prejuízos irreparáveis, pelo que a reclamação contra esse

acto tem subida diferida.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART278).

. 10 .

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Notícias InforFisco N.º 80 - Julho a Setembro de 2006

Acórdão, de 11.8.2006

Proc. n.º 633/06

PT - SIGILO BANCÁRIO - DERROGAÇÃO - REQUISITOS - 1. A

derrogação do sigilo bancário nos termos da al. c), do n.º 2, do artigo 63.º-

B da LGT, por acto da AF só pode ter por fundamento indícios da prática

de crime doloso em matéria tributária. 2. Os indícios da prática de crime

doloso em matéria tributária não são, para efeitos deste artigo, os factos

que integram em conjunto todos os elementos de um tipo de ilícito e de

um tipo de culpa de um determinado crime de natureza tributária, mas os

factos indiciantes, que pela sua natureza e pela sua gravidade, indiquem

por si só a susceptibilidade de vir a integrar os elementos do tipo de ilícito

de crimes desta natureza; 3. Não é susceptível de vir a integrar um crime

fiscal a conduta do sujeito passivo de que resulte uma vantagem

patrimonial que não atinja indiciariamente o limiar mínimo de punibilidade

previsto no tipo de crime respectivo; 4. A decisão de levantamento do

sigilo bancário assenta em pressupostos de facto insusceptíveis de

integrar delito criminal de natureza tributária e na alínea c), do n.º 2, do

artigo 63.º-B da LGT, na redacção anterior à que lhe foi atribuída pela Lei

n.º 55-B/2004, de 30 de Dezembro, integra erro de direito porque os

factos em que assenta não são subsumíveis à previsão da norma

respectiva.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART63-B).

6. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL (TCAS)

TIPO SUMÁRIO

Acórdão, de 11.7.2006,

Proc. n.º 1187/06

PT - LGT - SIGILO BANCÁRIO - DERROGAÇÃO - REQUISITOS - A AT

para diligenciar e obter a derrogação do sigilo bancário dos contribuintes,

ao abrigo do artigo 63.º-B, n.º 2, al. c) da LGT, carece de recorrer a um

procedimento inspectivo nos termos delimitados no RCPIT.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART63-B).

Acórdão, de 11.7.2006,

Proc. n.º 1258/06

PT - SENTENÇA - EXECUÇÃO DE JULGADO - JUROS INDEMNIZATÓRIOS - 1. Na execução do julgado anulatório, a AT deve

reconstituir a situação que existiria se a ilegalidade que determinou a

anulação não tivesse ocorrido, não lhe bastando repor a situação anterior

ao cometimento daquela ilegalidade. 2. Ainda que na sentença que

. 11 .

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anulou a liquidação do imposto não se tenha ordenado o pagamento de

juros indemnizatórios, nada obsta a que no pedido de execução do

julgado se formule pedido de juros de mora, sendo o processo de

execução do julgado meio próprio para apreciar a legalidade dos actos da

AT em execução de sentença que anulou o acto tributário impugnado. 3.

A não restituição do montante anulado no prazo legalmente previsto para

o efeito implica o pagamento de juros de mora, se forem pedidos. 4. Os

juros indemnizatórios e os juros de mora coincidem no ressarcimento dos

danos provocados (a perda do rendimento do capital resultante da sua

privação), mas não se referem ao mesmo período: os primeiros são a

contar desde a data do pagamento até ao termo do prazo para o

cumprimento voluntário da sentença e os juros de mora desde esta última

data até ao efectivo pagamento.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART100).

Acórdão, de 19.9.2006,

Proc. n.º 5932/01

IRC - CUSTOS - ENCARGOS BANCÁRIOS - Não constitui um custo ou

perda do exercício o montante relativo a verba desconsiderada pela AT

como custo derivado de encargos bancários suportados pela contribuinte

por dois mútuos realizados, cujo capital se destinou à aquisição de títulos

da dívida pública espanhola, isentos em Portugal de IRC.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART23 N1 C).

Acórdão, de 26.9.2006,

Proc. n.º 1040/06

IRC - CUSTOS - DESPESAS DE DESLOCAÇÃO - 1. Nos termos do

artigo 23.º do CIRC, só se consideram custos do exercício, os que

comprovadamente foram indispensáveis para a realização dos proveitos

ou ganhos ou para a manutenção da fonte produtora. 2. O artigo 17.º, n.º

1 do CIRC estabelece que uma das componentes do lucro tributável é o

resultado líquido do exercício expresso na contabilidade, sendo este

resultado uma síntese de elementos positivos (proveitos ou ganhos) e

elementos negativos (custos ou perdas). 3. É para definir o grupo dos

elementos negativos que o artigo 23.º do CIRC enuncia, a título

exemplificativo, as situações que os podem integrar consagrando um

critério geral definidor face ao qual se considerarão como custos ou

perdas aqueles que, devidamente comprovados, sejam indispensáveis

para a realização dos proveitos ou ganhos sujeitos a imposto e para a

manutenção da respectiva fonte produtora. 4. É no conceito de

indispensabilidade ínsito no artigo 23.º do CIRC que radica a questão

. 12 .

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essencial da consideração fiscal dos custos empresariais e que assenta

na distinção fundamental entre o custo efectivamente incorrido no

interesse colectivo da empresa e o que pode resultar apenas do interesse

individual do sócio, de um grupo de sócios ou do seu conjunto e que não

pode, por isso, ser considerado custo. 5. Este é uma despesa com um

fim empresarial o que não quer dizer que tenha desde logo um fim

imediato e directamente lucrativo, mas que tem, na sua origem e na sua

causa, um fim empresarial, concedendo a lei à AT poderes bastantes para

recusar a aceitação como custo fiscal de despesas que se não possam

considerar compatíveis com as finalidades a prosseguir pela empresa. 6.

Assim, a relevância fiscal de um custo depende da prova da sua

necessidade, adequação, normalidade ou da produção do resultado

(ligação a um negócio lucrativo), sendo que a falta dessas características

poderá gerar a dúvida sobre se a causação é ou não empresarial.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART23 N1 D).

Acórdão, de 26.9.2006

Proc. n.º 1312/06

IRC - REGIME ESPECIAL - FUSÃO - CISÃO - 1. O regime especial de

fusões e cisões de sociedades consagrado no artigo 62.º do CIRC, por

respeito pelos princípios da continuidade e da neutralidade fiscal,

determina que, em matéria de mais ou menos-valias, de reintegrações e

amortizações e de provisões, tudo se passa como se não tivesse havido

fusão ou cisão. 2. A grande consequência da aplicação dessa regra é a

de que, para efeitos de determinação do lucro tributável da sociedade

resultante da fusão ou cisão, o apuramento das mais ou menos-valias

obtidas com a alienação onerosa de bens do activo imobilizado é feito

como se fossem as próprias sociedades fundidas ou cindidas a realizar

essa alienação pelo que o valor de aquisição a ter em conta é o valor por

que estas sociedades adquiriram os bens e não o valor por que estes

foram transmitidos para a nova sociedade ou sociedade incorporante. 3.

Nessa acepção o regime especial da neutralidade fiscal aplicável às

cisões e fusões não consubstancia um "princípio base" de aplicação

automática, sendo antes um regime especial aplicável preenchidos

determinados requisitos de acordo com os quais os bens serão inscritos

na contabilidade da sociedade nova ou incorporante pelos valores por que

se encontravam registados na contabilidade das sociedades fundidas ou

cindidas pois, de contrário, consideram-se imediatamente realizadas as

mais-valias, sendo as mesmas tributadas nos termos gerais. 4. Daí que

. 13 .

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não se antolha que com o acto tributário se haja violado o princípio da boa

fé, conjugado com o princípio da colaboração, porquanto, num juízo de

normalidade, a Recorrente teve acesso à contabilidade da sociedade

cindida donde resultava que o valor dos activos correspondia a um “Valor

reavaliado" e que decorria do regime legal de que se fala a respectiva

tributação como se não tivesse existido qualquer reavaliação. 5. A AT

encontra-se vinculada a aplicar o regime de neutralidade fiscal, quando,

demonstrada a verificação das condições legais supra referidas, o

contribuinte não opte pelo regime normal de tributação: e, assim, se

impõe que os bens sejam inscritos na contabilidade da sociedade nova ou

incorporante pelos valores por que se encontravam registados na

contabilidade das sociedades fundidas ou cindidas pois, de contrário,

consideram-se imediatamente realizadas as mais-valias, sendo as

mesmas tributadas nos termos gerais, com base num lucro normal. 6. É

que nos termos do disposto nos artigos 42.º e 43.º do CIRC os valores

reavaliados (valor de aquisição e amortizações acumuladas) não relevam

para apuramento dos ganhos ou perdas, independentemente do tipo de

reserva de avaliação, sendo as mais e menos valias apuradas

expurgando os valores resultantes da avaliação, pois caso contrário

aplicar-se-iam os valores de desvalorização da moeda duas vezes, uma

na reavaliação e outra em cumprimento do estatuído no artigo 43.º do

CIRC, quando, por força do artigo 62.º do CIRC, para cálculo das mais e

menos valias o valor a ter em conta é o valor de aquisição, valor histórico,

pago pela sociedade cindida e não o valor da reavaliação. 7. À luz do que

ficou expresso ... a aplicação do falado regime não configura violação dos

princípios da igualdade, da boa fé e da segurança e inconstitucionalidade

do regime de neutralidade fiscal.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART68 N1).

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7. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

TIPO SUMÁRIO

Acórdão, de 6.7.2006

Proc. C-439/04

Kittel

IVA - DIRECTIVA - DEDUÇÃO - FRAUDE CARROSSEL - Quando é

efectuada uma entrega a um sujeito passivo que não sabia nem podia

saber que a operação em causa fazia parte de uma fraude cometida pelo

vendedor, o artigo 17.º da Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17

de Maio de 1977, relativa ao sistema comum do IVA, deve ser

interpretado no sentido de que se opõe a uma norma de direito nacional

segundo a qual a anulação do contrato de venda, por força de uma

disposição de direito civil que comina a nulidade absoluta do contrato pelo

facto de este ser contrário à ordem pública por ter um fim ilícito imputável

ao vendedor, implica a perda do direito à dedução do imposto sobre o

valor acrescentado pago pelo referido sujeito passivo. É irrelevante a este

propósito, a questão de saber se a referida nulidade resulta de uma

fraude ao IVA ou de outras fraudes. Em contrapartida, quando se

demonstrar, perante elementos objectivos, que a entrega é efectuada a

um sujeito passivo que sabia ou devia saber que, com a sua aquisição,

participava numa operação que fazia parte de uma fraude ao IVA,

incumbe ao órgão jurisdicional nacional recusar ao referido sujeito passivo

o benefício do direito à dedução.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART17 N2 A).

Acórdão, de 13.7.2006,

Proc. C-89/05

United Utilities

IVA - DIRECTIVA - ISENÇÃO - JOGOS DE AZAR - O artigo 13.º, B,

alínea f) da Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de Maio de

1977, relativa à harmonização das legislações dos Estados-Membros

respeitantes aos impostos sobre o volume de negócios, deve ser

interpretado no sentido de que a prestação de serviços de «call centre»,

efectuada em benefício de um organizador de apostas por telefone e que

inclui a aceitação das apostas, em nome do organizador, pelo pessoal do

prestador dos referidos serviços, não constitui uma operação de apostas

na acepção dessa disposição e não pode, por isso, beneficiar da isenção

de IVA nela prevista.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART13 B F).

. 15 .

© 2006 PricewaterhouseCoopers. Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.

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Acórdão, de 6.9.2006

Proc. C-88/03

Rep.Portuguesa/Comissão

IRC - TAXA - REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES - Nega provimento

ao recurso de anulação da Decisão 2003/442/CE da Comissão, de 11 de

Dezembro de 2002, interposto pelo Estado Português.

Obs. Referindo-se ao regime que adapta o sistema fiscal nacional às

especificidades da Região Autónoma dos Açores - DLR n.º 2/99/A, de 20

de Janeiro de 1999 - na vertente relativa à redução das taxas do imposto

sobre o rendimento, a Comissão considerou que tal regime é compatível

com o mercado comum, salvo na parte em que seja aplicável a empresas

que exerçam as actividades financeiras previstas na secção J (códigos

65, 66 e 67) da nomenclatura estatística das actividades económicas na

Comunidade Europeia (NACE Rev. 1.1), bem como a empresas que

exerçam as actividades previstas na secção K, código 74, da mesma

nomenclatura, cujo fundamento económico é prestar serviços a outras

empresas pertencentes ao mesmo grupo, como centros de coordenação,

de tesouraria ou de distribuição. De acordo com a referida decisão,

Portugal ficou obrigado a adoptar as medidas necessárias para recuperar,

junto das empresas que exercem as referidas actividades, os benefícios

decorrentes daquela redução.

(O texto integral deste acórdão, bem como o da decisão em causa, pode

ser consultado na Base InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou DLR

2/99/A ART5).

Acórdão, de 7.9.2006

Proc. C-166/05

Heger

IVA - DIRECTIVA - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - IMÓVEL - DIREITOS DE PESCA - A cedência de um direito de pesca através da cessão a título

oneroso de licenças de pesca constitui uma prestação de serviços conexa

com um bem imóvel na acepção do artigo 9.º, n.º 2, alínea a) da Sexta

Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de Maio de 1977, relativa ao

sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART9 N2 A).

Acórdão, de 12.9.2006,

Proc. C-196/04

Cadbury Schweppes

TRATADO CE - LIBERDADE DE ESTABELECIMENTO - IMPUTAÇÃO DE LUCROS - Os artigos 43.º CE e 48.º CE devem ser interpretados no

sentido de que se opõem à incorporação na matéria colectável de uma

sociedade residente estabelecida num Estado-Membro, dos lucros

realizados por uma sociedade estrangeira controlada noutro Estado-

Membro quando esses lucros são aí sujeitos a um nível de tributação

inferior ao aplicável no primeiro Estado, a menos que tal incorporação

. 16 .

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diga apenas respeito a expedientes puramente artificiais destinados a

contornar o imposto nacional normalmente devido. A aplicação dessa

medida de tributação deve por conseguinte ser afastada quando se

verificar, com base em elementos objectivos e comprováveis por terceiros,

que, não obstante a existência de razões de natureza fiscal, a referida

sociedade controlada está realmente implantada no Estado-Membro de

acolhimento e aí exerce actividades económicas efectivas.

Obs. Esta decisão do Tribunal de Justiça refere-se a legislação do Reino

Unido no essencial idêntica à do artigo 60.º do Código do IRC, que

determina a imputação de lucros de filiais, independentemente da sua

distribuição, sempre que no país da origem a taxa efectiva de imposto

sobre sociedades seja igual ou inferior a 60% da taxa do IRC. Tratando-

se, assim, de filiais noutros Estados-Membros da União Europeia, será,

também aqui, aplicável a orientação deste acórdão.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou TRATADO CE ART43).

Acórdão, de 14.9.2006,

Proc. C-181/04

Elmeka

IVA - DIRECTIVA - ISENÇÃO - NAVEGAÇÃO MARÍTIMA - 1. O artigo

15.º, n.º 4, alínea a) da Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17

de Maio de 1977, relativa ao sistema comum do IVA, aplica-se não só aos

navios afectos à navegação no alto mar e que asseguram o transporte

remunerado de passageiros, mas também aos navios afectos à

navegação no alto mar e que exercem uma actividade comercial,

industrial ou de pesca. 2. O artigo 15.º, n.º 8 da Sexta Directiva

77/388/CEE deve ser interpretado no sentido de que a isenção prevista

nessa disposição visa os serviços prestados directamente ao armador

para as necessidades directas das embarcações de mar. 3. No âmbito do

sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, as autoridades

fiscais nacionais são obrigadas a respeitar o princípio da protecção da

confiança legítima. Compete ao órgão jurisdicional de reenvio apreciar se,

nas circunstâncias dos processos principais, o sujeito passivo podia

razoavelmente presumir que a decisão em causa tinha sido tomada por

uma autoridade competente.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART15 N4).

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Acórdão, de 14.9.2006,

Proc. C-72/05

Wollny

IVA - DIRECTIVA - MATÉRIA COLECTÁVEL - AUTOCONSUMO EXTERNO - 1. O artigo 11.º, A, n.º 1, alínea c) da Sexta Directiva

77/388/CEE do Conselho, de 17 de Maio de 1977, relativa ao sistema

comum do IVA, deve ser interpretado no sentido de que não se opõe a

que a base tributável do imposto sobre o valor acrescentado relativo à

utilização privada de parte de um imóvel afecto na totalidade pelo sujeito

passivo à sua empresa seja fixada numa fracção dos custos de aquisição

ou de construção do imóvel, determinada em função da duração do

período de ajustamento das deduções em matéria de imposto sobre o

valor acrescentado previsto em conformidade com o artigo 20.º da referida

directiva. 2. Esta base tributável deve incluir os custos de aquisição do

terreno em que o imóvel foi construído quando tal aquisição tenha sido

sujeita a este imposto e o sujeito passivo tenha obtido a respectiva

dedução.

Obs. A norma da directiva comunitária a que se reporta este acórdão

estabelece que na afectação a uso privado de bens da empresa,

relativamente aos quais houve dedução do imposto a montante -

autoconsumo externo - a matéria colectável é constituída “pelo montante

das despesas suportadas pelo sujeito passivo na execução da prestação

de serviços”. Todavia, tal norma, imperativa, não foi correctamente

transposta para o ordenamento jurídico nacional que, sem base na

directiva comunitária, estabelece que, nesta situação, a matéria colectável

é constituída pelo “valor normal do serviço” (vd. CIVA, artigo 16.º, n.º 2,

alínea c)).

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART11 A N1 C).

Acórdão, de 14.9.2006

Proc. C-228/05

Stadasfalti

IVA - DIRECTIVA - DEDUÇÃO - EXCLUSÃO - 1. O artigo 17.º, n.º 7,

primeiro período da Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de

Maio de 1977, relativa ao sistema comum do IVA, impõe aos

Estados-Membros que, para respeitarem a obrigação processual de

consulta prevista no artigo 29.º da mesma directiva, informem o comité

consultivo do imposto sobre o valor acrescentado instituído por este artigo

de que pretendem adoptar uma medida nacional que derroga o regime

geral das deduções do imposto sobre o valor acrescentado e que prestem

a este comité informação suficiente a fim de lhe permitir examinar a

medida com pleno conhecimento de causa. 2. O artigo 17.º, n.º 7,

. 18 .

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primeiro período da Sexta Directiva deve ser interpretado no sentido de

que não autoriza um Estado-Membro a excluir bens do regime das

deduções do imposto sobre o valor acrescentado sem consulta prévia do

comité consultivo do imposto sobre o valor acrescentado instituído pelo

artigo 29.º da referida directiva. A referida disposição também não

autoriza um Estado-Membro a adoptar medidas relativas à exclusão de

bens do regime das deduções deste imposto que não contenham a

indicação da sua limitação no tempo e/ou que façam parte de um conjunto

de medidas de adaptações estruturais tendo por objectivo reduzir o défice

orçamental e permitir o reembolso da dívida do Estado. 3. Na medida em

que uma exclusão do regime de deduções não foi instituída em

conformidade com o artigo 17.º, n.º 7 da Sexta Directiva 77/388, as

autoridades fiscais nacionais não podem opor a um sujeito passivo uma

disposição derrogatória do princípio do direito à dedução do imposto

sobre o valor acrescentado enunciado no artigo 17.º, n.º 1 desta directiva.

Tendo o sujeito passivo sido submetido a esta disposição derrogatória

deve poder recalcular a sua dívida de imposto sobre o valor acrescentado

em conformidade com o disposto no artigo 17.º, n.º 2 da Sexta Directiva

77/388, na medida em que os bens e os serviços foram utilizados para as

necessidades das operações tributáveis.

(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.

Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART17 N7).

. 19 .

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Notícias InforFisco N.º 80 - Julho a Setembro de 2006

8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO

As notas constantes dos números seguintes não pretendem ser uma análise exaustiva dos textos a que se

reportam, mas tão somente permitir, através de uma leitura rápida, o conhecimento dos aspectos

essenciais do seu conteúdo.

8.1. IVA - REGIME ESPECIAL aplicável às operações sobre desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis. *

Com base no artigo 27.º da Sexta Directiva 77/388/CEE, relativa ao sistema comum do imposto sobre o

valor acrescentado, o Conselho Europeu concedeu ao Estado Português uma autorização para introduzir

no ordenamento jurídico interno determinadas medidas destinadas a simplificar a cobrança do imposto e a

impedir a fraude e evasão fiscais, na área do comércio de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis (vd.

COM (2006) 263 final, de 2 de Junho de 2006). No pedido formulado, Portugal alegou dificuldades na

cobrança do imposto devido naquele sector devido à fraude fiscal. Segundo o alegado, uma forma típica

de evasão correntemente praticada consiste na falta de pagamento às autoridades fiscais, por uma

empresa da cadeia de fornecimento de resíduos, do imposto facturado após a revenda das matérias-

primas enquanto que os respectivos clientes podem legitimamente deduzir esse imposto. Esta prática é

facilitada pelo facto de as operações realizadas no sector serem efectuadas por um elevado número de

intervenientes, normalmente de reduzida dimensão a que se associa um elevado grau de informalidade.

Deste procedimento resulta acentuada quebra das receitas fiscais, a par da obtenção, por parte do

operador fraudulento, de uma vantagem de mercado injustificada e prejudicial às empresas que actuam de

forma legítima. Considerando apenas o ano de 2005, foi estimado não ter sido entregue ao Estado o

imposto apurado em 44% das declarações apresentadas relativamente ao sector em causa.

Trata-se, pois, de um sector de actividade em que a fraude e evasão fiscais atingem níveis particularmente

elevados tanto em Portugal como noutros Estados-Membros da União Europeia. Daí que após terem sido

concedidas diversas derrogações ao regime comunitário do IVA, viesse a ser aprovada no Conselho

Europeu uma directiva que, dirigida especialmente àquele sector, consagra a possibilidade de adopção de

medidas destinadas a simplificar a cobrança do imposto e a lutar contra a fraude prevendo, no essencial,

soluções idênticas àquelas que se encontravam já previstas nas diversas medidas derrogatórias já

autorizadas (vd. Directiva 2006/69/CE do Conselho, de 24 de Junho de 2006, que altera a Sexta Directiva

77/388/CEE, relativa ao sistema comum do IVA). As modificações operadas, no sentido de evitar maiores

fugas ao imposto, traduzem-se, em especial, na introdução do mecanismo da autoliquidação (inversão do

sujeito passivo ou reverse charge), a par de regras específicas em matéria de facturação.

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© 2006 PricewaterhouseCoopers. Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.

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8.1.1. Regras especiais. Com base em proposta do Governo (Proposta de Lei n.º 62/X), a Assembleia da

República aprovou a Lei n.º 33/2006, de 28 de Julho, que estabelece regras especiais relativas à tributação

de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis bem como de determinadas prestações de serviços

relacionadas com esse tipo de bens. No cerne destas novas regras encontram-se duas medidas

essenciais: a inversão do sujeito passivo e exclusão dos operadores que actuem naqueles sectores do

âmbito dos regimes especiais de isenção ou de pequenos retalhistas, previstos, respectivamente, nos

artigos 53.º e 60.º do Código do IVA. Este novo regime entra em vigor no próximo dia 1 de Outubro. Os

bens e serviços abrangidos pelo novo regime de tributação constam de uma lista anexa ao Código do IVA

(Anexo E). Esta lista, que adiante se transcreve, é sensivelmente idêntica à que constitui o Anexo M da

Sexta Directiva 77/388/CEE, conforme aditamento da Directiva 2006/69/CE do Conselho, de 24 de Julho

de 2006.

8.1.2. Inversão do sujeito passivo. A partir da referida data, sempre que um sujeito passivo, que opere

em qualquer fase do circuito económico no referido sector, adquira a outro sujeito passivo, no território

nacional, desperdícios, resíduos ou sucatas recicláveis bem como serviços referidos naquele Anexo deve

autoliquidar o imposto devido pela operação. A autoliquidação pode ser efectuada na factura emitida pelo

fornecedor dos bens ou dos serviços em causa ou em documento interno que, para o efeito, seja emitido.

Simultaneamente, é conferido ao sujeito passivo adquirente o direito à dedução do imposto autoliquidado,

na sua totalidade, ou parcialmente na medida do respectivo direito de dedução. Por seu lado, o fornecedor

dos bens ou dos serviços não liquida imposto pela operação realizada e deverá mencionar na factura a

expressão “IVA devido pelo adquirente”.

Tratando-se de aquisições feitas a particulares - não sujeitos passivos - é imputada ao adquirente dos

bens a obrigação de emitir uma factura, em nome do fornecedor, de que deverão constar, além da

identificação fiscal deste, todos os demais elementos relativos à operação. Neste caso, a elaboração da

factura pelo adquirente (autofacturação) não implica a necessidade de ser estabelecido qualquer acordo

prévio ou sequer da aceitação da factura pelo fornecedor. Neste caso, como é óbvio, não há lugar a

qualquer liquidação de imposto.

8.1.3. Reenquadramento. Como consequência do regime de inversão do sujeito passivo (autoliquidação),

fica afastada a possibilidade de os agentes que, habitualmente, operem naqueles sectores poderem

beneficiar do regime especial de isenção ou de pequenos retalhistas. Deste modo, os sujeitos passivos

que se encontrem abrangidos por esses regimes ficam obrigados a fazer entrega, até ao dia 30 de Outubro

do corrente ano, de uma declaração de alterações, definindo o seu enquadramento no regime normal de

tributação (vd. Ofício-Circulado n.º 30098, do Gabinete do Subdirector-Geral do IVA, de 11 de Agosto de

2006). A partir dessa data as respectivas actividades passam a ficar sujeitas a tributação, nos termos do

regime especial acima referido.

* Leonel Corvelo de Freitas

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ANEXO E

Lista dos bens e serviços do sector de desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis a que se refere a alínea i), do n.º 1, do artigo 2.º do Código do IVA

a) Entregas de resíduos ferrosos e não ferrosos, sucata e materiais usados, nomeadamente de

produtos semiacabados resultantes do processamento, manufactura ou fusão de metais não

ferrosos.

b) Entregas de produtos ferrosos e não ferrosos semitransformados e prestações de certos serviços

de transformação associados.

c) Entregas de resíduos e outros materiais recicláveis constituídos por metais ferrosos e não

ferrosos, suas ligas, escórias, cinzas, escamas e resíduos industriais que contenham metais ou as

suas ligas, bem como prestações de serviços que consistam na triagem, corte, fragmentação ou

prensagem desses produtos.

d) Entregas, assim como prestações de certos serviços de transformação conexos, de resíduos

ferrosos, bem como de aparas, sucata, resíduos e materiais usados e recicláveis que consistam

em pó de vidro, vidro, papel, cartão, trapos, ossos, couro, couro reconstituído, pergaminho, peles

em bruto, tendões e nervos, cordéis, cordas, cabos, borracha e plástico.

e) Entregas dos materiais referidos na alínea d) após transformação sob a forma de limpeza,

polimento, triagem, corte ou fundição em lingotes.

f) Entregas de sucata e resíduos resultantes da transformação de materiais de base.

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