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Paróquia São Francisco Xavier Vim para servir VIA SACRA CF 2015 IGREJA E SOCIEDADE

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Paróquia São Francisco Xavier

Vim para servir

VIA SACRA

CF 2015 ‒ IGREJA E SOCIEDADE

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Primeira estação: Jesus é condenado à morte

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Cristo padeceu por vós, deixando-vos um

exemplo, para que sigais as suas pisadas. Ele que não

cometeu pecado, nem se achou engano na sua boca!”

Da primeira carta de Pedro [2,21-22].

[Jesus]: Fui condenado à morte, porque antes de mim outros

muitos foram condenados. Continuo a ser condenado hoje nas

vítimas da sociedade que fez da lei do mercado o seu deus. Há

mais de dois milênios vos adverti: “não se pode servir a Deus

e ao dinheiro”. Como pode ser justa a sociedade que faz das

finanças seu valor supremo? Ainda não compreendeis?

[Comunidade]: Perdoai-nos, Senhor! Perdoai a nossa

sociedade. Como os primeiros discípulos, temos que

reconhecer a dureza de coração perante vossas palavras.

Todos nós somos responsáveis por uma sociedade que nos

envergonha e nos seduz! Será que nossas comunidades, nossas

igrejas, não se contaminaram com o estilo da sociedade que as

envolve? O papa Francisco nos adverte.

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Segunda estação: Jesus toma a sua cruz nos ombros

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Nossos pecados ele os carregou em

seu corpo no madeiro, a fim de que, mortos ao pecado,

vivamos para a justiça”. Da primeira carta de Pedro. [2,24].

Senhor Jesus, carregaste a cruz de todos nós. A cruz que a

insensatez e a ambição do poder põe nos ombros dos pequenos

em nossa sociedade injusta e discriminatória.

[Jesus]: Carreguei a cruz por amor ao Pai. Olhando para

os mais vulneráveis da sociedade compreendi o quanto sofre

Deus, nosso Pai, nos seus filhos mais queridos.

[Comunidade]: Obrigado, Senhor, por ensinar-nos a aliviar o

sofrimento de Deus em nossos irmãos sofredores. Obrigado

por tua compaixão desmedida.

Contigo, continuaremos teu gesto. Juntos, carregaremos a cruz

dos pequenos, teus preferidos. A cruz das mães desoladas pela

morte dos filhos, das crianças abandonadas, dos anciãos

indefesos, dos discriminados da sociedade…

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

4

Terceira estação: Jesus cai por terra.

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Ele foi esmagado por causa de nossos

crimes”, lemos no livro de Isaías [53,5].

Jesus cai com tantos que estão caindo nas ruas de nossas

cidades cada dia mais manchadas com sangue de vítimas

inocentes…

Caíste para sarar a covardia dos que pretendem dominar os

mais fracos com o poder e a força.

Caíste com as vítimas de tanta violência absurda e desumana!

[Jesus]: No chão, sinto-me mais perto dos doentes e dos

anciãos cansados de esperar nas filas dos hospitais... Sinto-me

também solidário com tantos de vós que estais ao serviço dos

doentes, dos anciãos, dos prisioneiros, das crianças

abandonadas…

[Comunidade]: Obrigado por tamanha ternura.

Tão sublime que nos custa compreender e até acreditar!

Solidários contigo, continuaremos o caminho que abriste…

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Quarta estação: Jesus se encontra com sua Mãe

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Maria]: “Meu Filho, eu te procurava aflita!”, falou de

mim Lucas no evangelho da infância, pensando neste dia. [Lc 2,48]

[Comunidade]: Encontro da mãe e do filho. Encontro sem

palavras. A dor não deixa proferir palavras!

Apenas a ternura e as lágrimas de dois olhares se encontram e

se compreendem! Dois olhares que contêm os olhares

enternecidos e desolados de tantas mães perante o sofrimento

dos filhos.

Senhor, com tua mãe, te louvamos! Tuas lágrimas e as

lágrimas de tua mãe lavam o chão tão sujo de sangue de

nossas ruas e suscitam a esperança de uma sociedade solidária

e compassiva.

Com a mãe Maria, a primeira redimida, imagem e modelo da

Igreja, queremos anunciar ao mundo a boa nova da compaixão

infinita de nosso Deus que tuas lágrimas revelam.

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Quinta estação: Simão Cireneu é obrigado a carregar

a cruz.

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Jesus]: “Quem não carrega a sua cruz e não vem após mim

não pode ser meu discípulo”, disse eu aos discípulos a

caminho da última páscoa.

Busco agora cireneus para carregar as cruzes dos

desamparados da sociedade. O Cireneu foi obrigado a

carregar a minha porque ninguém queria ajudar.

[Comunidade]: Hoje também são tantos os que dizem: Nada

tenho a ver com a violência das nossas cidades, não sou

responsável da fome das multidões!

Mas nós, com tua graça, queremos ajudar, Senhor Jesus.

Carregando nossas cruzes, Tu nos ensinaste que, sem braços

humanos, Deus não pode ajudar ninguém na terra dos homens.

Senhor, tu que ajudaste a tantos, e foste de todos abandonado,

dá-nos a graça de estar ao lado dos que não encontram ajuda, e

estão desesperadamente a sós com suas angústias.

Dá-nos a graça de aprender a lição: Teu Pai precisou de Ti e

precisa hoje de voluntários para aliviar o peso da cruz dos

seus filhos e filhas.

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

7

Sexta estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Não tinha presença nem beleza para atrair

nossos olhares, nem aparência que nos cativasse”, disse o

profeta Isaías, vislumbrando teu rosto nos rostos cobertos de

sangue dos justos outrora assassinados.

Com Verônica, queremos agora todos nós enxugar teu rosto no

rosto sangrento de tantos irmãos e irmãs que não encontram

uma mão compassiva que o faça.

[Jesus]: Eu e meu Pai vos agradecemos. Podeis estar

certos de que sinto em meu rosto o alívio de vossas mãos

compassivas quando enxugais o rosto desfigurado pelo

sofrimento dos vossos irmãos e irmãs.

Não lembrais minhas palavras? ‒ “Em verdade vos digo que

quanto fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o

fizestes”.

Maravilhados como Verónica, vereis impressa no mais íntimo

do vosso coração a minha face.

[Comunidade]: Tua santa face, Senhor Jesus! Obrigado, por

tanto amor e tanta misericórdia!

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Sétima estação: Jesus cai de novo.

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Ele suportou nossos sofrimentos e

carregou nossas dores”, profetizou Isaias [53,4].

[Jesus]: No chão, beijando o pó, senti-me solidário de

todos os caídos por terra. Quem os poderia contar?

“Só Vós, meu Pai conheceis o seu nome” ‒ murmurei, tendido

na terra.

Por amor a todos eles, suplico ao Pai que me dê e nos dê

coragem para nos levantar e continuar o caminho. Há ainda

tanto chão para juntos andarmos!

[Comunidade]: Senhor, porque caíste e te levantaste, porque

te fizeste fraco com os fracos, até a morte de cruz, Deus Pai te

levantou dentre os mortos e fez de ti nossa ressurreição e

nossa vida! Para que todos os caídos possam levantar-se.

Ressuscitar! Mesmo os que jazem nas sombras da morte!

[Jesus]: Deus Pai me ressuscitou para vos dar esperança

perante uma sociedade que vos assusta e vos parece sem

remédio.

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

9

Oitava estação: As mulheres de Jerusalém lamentam

o sofrimento de Jesus

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: Como às mulheres de Jerusalém, nos traz

aqui a compaixão. Queremos consolar-te, e nos surpreendes

invertendo os papéis: és tu que te compadeces de nós e de

nossa triste sociedade sem amor e sem alma! A sociedade que

se droga, se embriaga e se aliena, para esconder a má

consciência!

[Jesus]: “Não choreis por mim; chorai, antes, por vós e

por vossos filhos e filhas. Se ao madeiro verde fazem isto, que

se fará ao seco”? [Lucas 23,28].

[Comunidade]: Senhor, com todos os que silenciosamente

lamentam as tragédias dos seres queridos, com os que

arriscam suas vidas para estender uma mão aos que estão

sendo engolidos pelas águas turvas e traiçoeiras de nossa

sociedade, nós te agradecemos. Por tua compaixão! Por tua

advertência!

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Nona estação: Jesus cai pela terceira vez

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Jesus]: “Asseguro-vos que se o grão de trigo caído na terra

não morrer ficará só; se morrer dará muito fruto” [Jo 12, 24].

[Comunidade]: Deus não deixará o justo por mais de três

dias nas mãos dos inimigos, diziam os profetas. Por terceira

vez o Filho cai por terra. Mas o Pai lhe dá forças para se

levantar!

E Jesus se levanta, para que com ele todos se levantem. Por

mais fundo que seja o abismo em que caíram.

Obrigado, Senhor. Por tua morte e por tua ressurreição!

Obrigado, porque a todos dás a graça de se levantar e retomar

o caminho. Mesmo quando for o caminho da cruz.

Via sacra. Estrada sagrada. Consagrada por teu amor!

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Nona estação: Jesus é despojado de suas vestes

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Jesus Cristo, apesar de sua condição

divina não fez alarde de ser igual a Deus, mas esvaziou-se de

si e tomou a condição de escravo fazendo-se semelhante aos

homens, humilhou-se, fez-se obediente até a morte, morte de

cruz!”, lembra Paulo aos cristãos de Filipos e a nós [2,7-8].

[Jesus]: “Nu saí do ventre de minha mãe, nu para lá hei

de voltar” ‒ clamo com Jó do fundo do meu sofrimento.

Arrancam-me as vestes! Arrancam dos meus irmãos a glória

com que Deus os revestiu, a glória de serem filhos de Deus, e

os tornam escravos de uma sociedade desalmada!

[Comunidade]: Despojado da glória morreste, Senhor, para

que todos nós sejamos revestidos da glória de filhos de Deus e

nos tornemos teus irmãos, tuas irmãs!

Teu desprendimento nos salva e nos liberta de toda cobiça e de

toda soberba. Convida-nos a despojar-nos de quaisquer

regalias para que os pobres da terra possam vestir as vestes da

dignidade e da alegria.

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Décima primeira estação: Jesus é pregado na cruz

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Jesus]: “Quando for levantado sobre a terra atrairei

todos a mim… A luz ainda está convosco por um pouco de

tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos

surpreendam. Quem caminha às escuras não sabe para onde

vai. Enquanto tendes luz, crede na luz, para ficardes

iluminados”. [João 12, 32.35.36].

[Comunidade]: Cremos, Senhor, que do alto da cruz és a luz

do mundo.

Cremos que é chegada a hora da glorificação do Filho do

homem. A hora da “exaltação” do amor que dá a própria vida

para que nenhuma vida seja perdida.

Exaltação do amor crucificado!

Por tuas chagas, nossas feridas serão curadas.

E são tantas as feridas! Vítimas da guerra, da violência de

nossas ruas, da injustiça de nossa sociedade, do abandono e da

discriminação injusta e insensata!

Obrigado, Senhor, por tanta compaixão e tanta misericórdia!

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Décima segunda estação: Jesus morre na cruz

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “O Cristo, nosso cordeiro pascal, foi

imolado”, exclamamos com o apóstolo Paulo [1Cor 5,7].

O Cristo morto por nossos pecados!

Morto pela violência de uma sociedade surda à Palavra divina:

a Palavra enviada ao mundo em todos os tempos e em toda a

extensão da terra para ser a vida e a luz dos homens!

Morto por nossos pecados!

[Jesus]: Sim, morto por mãos desumanas, como tantos outros

que a crueldade ainda vai matar!

Ressuscitado pelas mãos do Pai para vossa salvação!

Foi a confiança no Pai, Deus dos vivos, que me amparou no

meio dos sofrimentos. Ele me deu forças para levar até o fim a

missão de revelar ao mundo o amor, a compaixão e a

fidelidade de Deus.

[Comunidade]: Obrigado, Senhor Jesus, por tua vida

consagrada ao Reino de Deus! Obrigado por tua fidelidade.

Por ter ido até o fim. Não deixaremos morrer a memória de

tua morte e de tua ressurreição e a celebraremos uma e outra

vez na eucaristia.

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Décima terceira estação: Jesus é descido da cruz

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Lamentarão sua morte, como se chora por

um filho primogênito”, profetizou Zacarias.

Lamentamos a morte do primogênito e de tantos outros irmãos

e irmãs que tiveram igual morte!

O Corpo sangrento de Jesus é entregue ao colo materno que o

acolhera tantas vezes nos alvores da vida.

O corpo ensanguentado dos seus irmãos e irmãs é entregue aos

cuidados da Igreja mãe,

[Jesus]: Aos vossos cuidados, meus irmãos, minhas

irmãs!

[Comunidade]: Senhor, que Maria, tua mãe nos ensine a

cuidar com carinho o teu corpo no corpo dolorido dos irmãos

e irmãs vítimas de uma sociedade sem entranhas de

misericórdia, a contemplá-lo com piedade, a banhá-lo com as

nossas lágrimas, a ungi-lo com o bálsamo do amor e da

gratidão.

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Décima quarta estação: Jesus é colocado no sepulcro

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: “Para a mansão triste dos mortos

desceste” [Isaías 38, 10], como todos os mortais.

Sem tempo para os unguentos fúnebres, providenciaram teus

amigos, às pressas, uma sepultura de favor.

Para o olhar da fé, guiado pelo evangelista João, “um túmulo

novo onde ninguém, até então, tinha ainda sido sepultado”.

Túmulo novo porque inaugura novo tipo de sepultura: a que

esconde no morto, o embrião da vida eterna.

Um sepulcro, no meio de um jardim ‒ o jardim-horto do

Cântico dos cânticos. O leito nupcial do Esposo, preparado,

com profusão de aromas e perfumes, pela esposa, a Igreja,

Obrigado, Senhor, do teu sepulcro jorra a esperança, para

tantos e tantas que choram a perda irreparável de vidas

queridas.

[Jesus]: Lembrai a promessa do Apocalipse: “Vi um novo

céu e uma nova terra… A cidade santa descendo do céu… A

morada de Deus entre vós. Ele habitará convosco. Sereis o seu

povo. O próprio Deus estará convosco e enxugará as lágrimas

de vossos olhos. Já não haverá morte, nem luto, nem pranto,

nem dor” [21, 3 s].

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!

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Décima quinta estação: Jesus ressuscita para a Vida

de todos

Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!

[Comunidade]: Senhor Jesus, terminamos a memória do

teu caminho da Cruz em vigília de oração, no recolhimento do

sábado santo que está começando com o pôr do sol.

O sábado mais solene, para os judeus. Esperado por eles,

como se espera uma noiva…

Assim tua Igreja, na vigília pascal, espera o Domingo mais

solene. Como se espera o Esposo. Para celebrar, solenemente,

a tua e a nossa passagem da morte para a vida.

Vigília Pascal. Novo nascimento dos nossos irmãos e irmãs

que escolheste para os sacramentos da iniciação cristã, os

sacramentos pascais!

Memória e renovação do novo nascimento de todos nós, que

sonhamos e imploramos ser uma Igreja solidária e

compassiva.

[Jesus]: Estarei convosco todos os dias até a consumação

dos tempos! [Mateus 28, 20]

Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!