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VIDA CONJUGAL - adu.org.br · PDF fileO texto de I Coríntios 7 oferece orientações nesse sentido. ... inconvenientemente _ I Co 13.4-8). Sob a ótica da responsabilidade a vida

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Page 1: VIDA CONJUGAL - adu.org.br · PDF fileO texto de I Coríntios 7 oferece orientações nesse sentido. ... inconvenientemente _ I Co 13.4-8). Sob a ótica da responsabilidade a vida

VIDA CONJUGAL

Leitura Base: I Coríntios 7

Leituras adicionais: Dt 24:1-4; Mt 5:27-32; Mt 19:3-12; Mc 10:2-12; Rm 7:1-6; Ef 5:22-33; I Pe 3:1-12

Introdução

Antes de perguntar se “a igreja vai bem", talvez seja importante perguntar: “e a família, vai bem?" Isto,

porque a igreja nasce na família e, quando esta não vai bem, a igreja também sofre as conseqüências.

Para que a família vá bem, é fundamental que haja harmonia na vida conjugal.

Nos tempos atuais a vida conjugal tem sido; para muitos casais, uma experiência tumultuada em

função de incompreensões, indiferença, infidelidade e, em muitos casos, falta de responsabilidade.

Não são poucos os lares que terminam destruídos, gerando frustrações e traumas para os cônjuges e

especialmente para os filhos. Uma experiência de vida conjugal bem sucedida, salutar e

compensadora, exige a atenção às orientações da Palavra de Deus. O texto de I Coríntios 7 oferece

orientações nesse sentido.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Para se compreender as orientações sobre vida conjugal apresentadas por Paulo nesse texto, é

necessário considerar o contexto sócio-cultural da época, em que a mulher estava numa condição de

inferioridade, estando abaixo do marido através de uma submissão incondicional.

A sociedade de Corinto era também profundamente influenciada pelo culto dedicado a Afrodite, a

deusa do amor, em que cerca de 1000 sacerdotisas prostitutas eram consagradas aquele culto pagão.

Esse culto deu origem ao baixo padrão moral característico de Corinto. Outra questão que também

envolve as orientações de Paulo e a expectativa escatológica que determinava o viver dos cristãos

naqueles dias (V. 29-31). Além disso, as perseguições e os sofrimentos estavam se intensificando e o

tempo para a evangelização se abreviava. Todos esses elementos contextuais influenciam e

determinam as orientações de Paulo acerca da vida conjugal. É por isso que ele enaltece a vocação

celibatária (vv. 1, 8, 40) e também recomenda a fidelidade e a pureza no casamento (v.2). Não

obstante as circunstâncias que cercavam os primeiros destinatários da carta, a sua mensagem é

perfeitamente aplicável ainda hoje.

APLICAÇÕES

1. A VIDA CONJUGAL DEVE SER UMA OPÇÃO VOLUNTÁRIA E CONSCIENTE

Houve uma época em que os casamentos eram “arranjados”. Os pais se encarregavam da escolha dos

pretendentes e efetuavam o casamento conforme a sua vontade e conveniências. Passamos por uma

evolução cultural e hoje o jovem tem liberdade para escolher e decidir com quem se casar. Entretanto,

e muito bom quando esta escolha encontra apoio e simpatia por parte dos pais. Conforme o ensino

bíblico, a vida conjugal se concretiza com o casamento e esta opção deve ser voluntária e também

consciente. Ao optar pelo casamento o indivíduo precisa estar consciente das implicações desta

decisão. Embora seja uma opção pessoal, a orientação divina deve ser sempre buscada. Paulo

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recomenda “casar somente no Senhor”, isto é, Deus precisa aprovar a escolha. Se, por um lado, o

celibato é um dom, o casamento também o é. É por isso que esta escolha deve ser submetida à

vontade do Senhor (Pv 18.22; 19.14). Infelizmente, há muitos jovens que entram para o casamento

sem ter a mínima consciência do que isto significa. O casamento tem sido tratado com

irresponsabilidade por muitos e tem se constituído num fracasso como instituição social, tornando-se

muitas vezes uma experiência frustrante e traumática. Os pais não devem forçar o casamento dos

filhos, pois é uma opção voluntária, mas podem e devem orientá-los. A ação pastoral nesse sentido é

também indispensável. Por sua vez, o jovem e a jovem devem refletir sobre quais estão sendo as suas

motivações para o casamento. É pressão familiar, paixão sexual, busca de prestígio, aventura, fuga da

realidade, libertação do domínio dos pais, sentimento de inferioridade, competição...? É preciso se

perguntar: as minhas motivações refletem uma opção voluntária e consciente? Ninguém é obrigado a

casar, mas quem opta pelo casamento tem o dever de honrar o seu casamento (Hb 13.4).

2. A VIDA CONJUGAL EXIGE RESPONSABILIDADE

A voluntariedade e a consciência que conduzem o indivíduo ao casamento encontram o desafio da

responsabilidade, a qual se constitui numa expressão do verdadeiro amor que “não se conduz

inconvenientemente” (I Co 13.4-8). Sob a ótica da responsabilidade a vida conjugal deve ser vivida

como:

2.1 - Uma relação exclusiva - Conhecendo o ambiente social dos coríntios, que favorecia o

desregramento moral e a promiscuidade, Paulo orienta os casados quanto à fidelidade e o

compromisso que fazem da vida conjugal uma relação exclusiva (v.2), A orientação bíblica referente à

instituição do casamento (Gn 2.18-25) encerra este princípio da exclusividade: “... deixa o homem pai e

mãe, e se une a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Esse ato de deixar pai e mãe abrange

um rompimento físico, geográfico, emocional e econômico em função da nova união para que a

mesma se torne exclusiva. Os compromissos conjugais devem ser prioritários em face de quaisquer

outros compromissos sociais. E esta exclusividade requer maior atenção especialmente quando o

problema é a possibilidade de infidelidade conjugal.

2.2 - Uma relação recíproca - Quanto à reciprocidade que deve existir na vida conjugal, Paulo

apresenta um conceito revolucionário para a época, ao considerar a mulher em situação de igualdade

com o homem em termos de direitos e deveres na vida conjugal (v. 3-5). Esta reciprocidade abrange

todos os aspectos da vida conjugal, pois o verdadeiro amor “não procura os seus interesses”, mas os

interesses da pessoa amada.

2.3 - Uma relação permanente - Conforme o texto de Mateus 19.3-8, ao ser interrogado acerca do

divórcio Jesus apresenta uma resposta que expressa o ideal de Deus para o casamento: “... o que Deus

ajuntou não o separe o homem". No texto básico (vv. 10-15), 20 Paulo reforça o conceito da

indissolubilidade do casamento: “Aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se

separe do marido... e que o marido não se aparte de sua mulher”. Há, porém, algumas condições em

que os vínculos matrimoniais podem ser desfeitos:

Abandono por parte do cônjuge não crente (v.15);

Morte ou desaparecimento do cônjuge (v. 39; Rm 7.2,3);

Relação sexual ilícita (Mt 5:32; 19.9)

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A separação por incompatibilidade de gênios ou outros motivos além dos expostos aqui, carece de

fundamentação bíblica. O ideal divino para o casamento é a permanência. O divórcio - prática

amparada por lei - é uma concessão que existe e é tolerada mais em função da dureza do coração

humano do que da vontade de Deus (Mt 19.6-8). Segundo o teólogo David J. Atkinson: “A igreja deve

ser um refúgio de apoio, para aqueles cujos relacionamentos estão em dificuldades, e uma agência de

reconciliação e de ministério de perdão sempre que possível”.

3. A VIDA CONJUGAL NAO DEVE PREJUDICAR OS COMPROMISSOS COM O SENHOR

O apóstolo levanta uma questão séria que é a falta de equilíbrio na administração dos compromissos

familiares e eclesiásticos (vv. 32-35). Paulo esclarece que não deseja impedir que as pessoas se casem;

o seu propósito é claro: “Digo isto porque quero ajudá-los. Não estou querendo atrapalhar ninguém.

Ao contrário, quero que faça o que é direito e que se entreguem ao serviço do Senhor com toda

dedicação" (vv.35. BLH). Em função das circunstâncias já referidas nesse estudo, Paulo entendia que

era mais viável não constituir família. Entretanto, no pensamento global de Paulo e no ensino geral das

Escrituras, constatamos que o casamento é visto como sublime, elevado e digno de honra; sendo até

mesmo tomado para ilustrar a relação de Cristo com a igreja. Contudo, é preciso entender que, apesar

do valor e da atenção que merecem, os compromissos conjugais não devem prejudicar os

compromissos com o Senhor. O casal que não valoriza os compromissos com o Senhor, em função da

família, às vezes nem imagina que, com esta atitude está prejudicando a própria família e ameaçando

o seu futuro (Sl 127.1; 128). Para que tudo mais vá bem, o nosso primeiro compromisso deve ser com

Deus.

DISCUSSÃO

1. Como a igreja tem encarado o divórcio e o novo casamento? A atitude da igreja esta correta?

2. Entre os compromissos conjugais e os compromissos com a igreja, o que deve merecer prioridade?

3. Que atividades a igreja pode desenvolver com os casais, visando à melhoria da vida conjugal?