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MESTRADO FORENSE E ARBITRAGEM

PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL

2016/2017

ATENÇÃO: Este documento deve ser lido com todo o cuidado e mais do que uma vez!1

Indicações gerais e Regras

A disciplina de Prática de Processual Civil tem como objeto a simulação de um

processo civil em tribunal português. O objetivo da Unidade Curricular é colocar os alunos

em situação idêntica à real nas diversas fases do processo, desde o primeiro contacto com a

história até à decisão final, em posições variadas (advogado do autor, advogado do réu,

juiz).

No ano letivo de 2016/2017, apenas será feita a simulação da fase declarativa.

O processo, suas peças e decisões, é inteiramente elaborado pelos alunos, em grupos

de 3, ao longo do semestre.

Cada grupo fará dois trabalhos, uma peça escrita (articulado, requerimento,

alegação, sentença ou acórdão) e uma participação oral numa audiência (preliminar ou

final). A peça escrita é apresentada oralmente e, depois, no prazo de 15 dias, por escrito.2

A distribuição dos trabalhos por grupo está na tabela em documento intitulado

"Grupos de Trabalho 2016". Cada aluno deve organizar-se em grupo e inscrever-se nos

trabalhos. Caso haja conflito quanto aos trabalhos pretendidos, será decidido por sorteio.

Não é permitida troca entre grupos ou trabalhos.

1 E antes de fazer qualquer pergunta aos professores!2 A peça que conta para o processo (e para os trabalhos seguintes) é a apresentada em aula.

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A nota de avaliação contínua depende da elaboração dos dois trabalhos

referidos e da entrega por escrito, no prazo de 15 dias depois da apresentação, do

trabalho escrito.

Os critérios de avaliação são, entre outros: qualidade das peças processuais

elaboradas; qualidade de articulação factual e jurídica; qualidade da apresentação oral;

capacidade de argumentação fática e jurídica; criatividade e inovação nas soluções jurídicas

encontradas; objetividade; domínio do processo civil e suas fases; domínio da oratória.

A história base do caso, assim como os documentos mais relevantes, estão em

documentos disponíveis nos elementos de apoio, sob os títulos e nos seguintes termos:

- O Caso – Versão da Trabajos y Projectos, SAL, Sucursal em Portugal – a

disponibilizar ao Grupo A;

- O Caso – Versão da Companhia dos Eléctrodos, Lda. – a disponibilizar ao Grupo

B;

- O Caso – Versão da Testes e Ensaios de Excelência, SA. – a disponibilizar ao

Grupo C;

- O Caso – Versão de acompanhamento – disponível nos elementos de apoio para

todos os Grupos;

- O Caso – Versão completa – estará disponível nos elementos de apoio, para todos

os Grupos, a partir do dia 13 de outubro.

Os alunos não podem apresentar outros documentos para além dos

disponibilizados, nem podem criar factos diferentes dos que estão nos documentos "O

Caso".

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Não pode ser requerida prova pericial e apenas as testemunhas referidas nos

documentos “O Caso” podem ser chamadas a depor, no máximo de duas por cada parte

processual.

Quaisquer dúvidas quanto aos factos devem ser enviadas por escrito até ao dia 27 de

setembro e serão respondidos na aula de 29 de setembro, sem prejuízo de dúvidas que outros

grupos tenham nas fases posteriores.

Objetivos, indicações e conselhos para cada um dos trabalhos

1. Petição inicial – Grupo A – 6 de outubro

Tarefa: Os alunos deverão redigir, com base no documento intitulado "O Caso – Versão da

Trabajos y Projectos, SAL, Sucursal em Portugal" e em exemplos de petições

disponibilizadas (que servem apenas de inspiração) a petição inicial do processo. Essa peça

processual será oralmente apresentada, mas os alunos não devem limitar-se a lê-la, antes

explicar as suas opções, estratégia e contexto. No prazo de 15 dias, deve ser entregue, em

papel e por e-mail (formato .pdf), versão escrita final do trabalho.3

Como construir uma petição inicial?

Há, essencialmente, três fases no processo de construção de uma petição inicial: pesquisa,

decisão e redação. Na fase da pesquisa, deve procurar reunir-se toda a informação do caso,

quer de facto, quer de direito, assim como as provas disponíveis. Após reunir toda a

informação possível e as diversas soluções jurídicas, há que tomar decisões sobre a

estratégia a seguir, pesando bem todos os prós e contras de cada opção. Tomadas as

decisões, só então se começa a redigir a petição.

Alguns conselhos e testes na fase da pesquisa:

3 A peça que conta para o processo (e para os trabalhos seguintes) é a apresentada em aula.

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- Conhecer bem o caso, esclarecendo todas as dúvidas de facto que possam ter – sabe

realmente o que se passou?;

- Perceber o que quer o cliente – o que lhe pede? O que verdadeiramente o satisfaria? Quais

são as características do litígio que realmente o incomodam, quais as que quer ver,

prioritariamente, resolvidas?;

- Ver todos os possíveis enquadramentos jurídicos, verificando se os factos se encaixam

nesses enquadramentos;

- Verificar que prova tem para os factos relevantes e qual a prova que a outra parte pode

ter para os factos que não lhe são favoráveis (ou podem ter leituras menos positivas para o

seu caso);

- Analisar vantagens e desvantagens, de facto e de direito, de todas as possíveis soluções,

tendo em conta também os desejos do cliente;

Alguns conselhos na fase da decisão:

- Escolher uma ou as várias soluções possíveis e seus pedidos;

- Verificar qual a causa de pedir de cada pedido (para evitar ineptidão);

- Voltar atrás e pesquisar mais, caso a conclusão seja a de que ainda há pontos em branco.

Conselhos para a redação:

- Verifique os elementos formais para a redação de uma petição inicial no Código de

Processo Civil.

- Analise a estrutura normal-tradicional da petição.

- Conte uma história em linguagem formal, mas corrente (não 100% jurídica).

- Inclua aspetos laterais (factos instrumentais) que tornem a sua história consistente e

credível aos olhos de uma pessoa normal.

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- Procure separar tanto quanto possível questões de facto de questões de direito,

preocupando-se que as primeiras cubram todas as questões de direito a dar resposta no

caso.

- Alegue factos circunstanciados – onde, quando, quem, como – e não meras generalizações

ou conceitos jurídicos.

- Procure antecipar pontos fracos do seu caso, mas nunca responda a argumentos que

imagina possam vir a ser colocados, mas ainda não foram – terá oportunidades para isso

noutros momentos do processo.

- Deduza os vários pedidos (alternativos ou subsidiários) de forma direta e coerente.

- Verifique novamente se alegou devidamente os factos necessários a fundamentar os

pedidos que formulou.

Por último, não se esqueça que é neste momento que se fazem os requerimentos

probatórios. Só pode ser requerido o depoimento de duas testemunhas (por parte) e não é

admissível o requerimento de produção de prova pericial.

Os documentos são logo juntos com a petição inicial, em anexo. Sempre que se alegar um

facto que é provado por um documento, deve, no fim desse artigo, dizer qual o documento e

referir a sua junção. Exemplo: “O A. celebrou com o R. um contrato de compra e venda de

um veículo automóvel marca X, modelo Y, no dia 1 de fevereiro de 2016 (Doc. nº.1 que se

junta e se dá por integralmente reproduzido).”

2. Contestações com reconvenção – Grupos B e C – 13 de outubro

Tarefa: Os alunos deverão redigir, com base no documento intitulados, para a 1ª Ré "O Caso –

Versão da Companhia dos Elétrodos, Lda." e para a 2ª Ré, “O Caso – Versão da Testes e

Ensaios de Excelência, S.A.”, e em exemplos de contestações disponibilizadas (que servem

apenas de inspiração) as duas contestações do processo. Cada um dos grupos representa uma

ré, com defesas separadas, pelo que não é necessária (e é aconselhável que não exista)

qualquer articulação entre os grupos. Essa peça processual será oralmente apresentada, mas

os alunos não devem limitar-se a lê-la, antes explicar as suas opções, estratégia e contexto. No

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prazo de 15 dias, deve ser entregue, em papel e por e-mail (formato .pdf), versões escritas

finais dos trabalhos.4

A elaboração da contestação segue as mesmas fases que a da petição inicial, pelo que se

sugere a leitura. Devem ter-se os seguintes especiais cuidados:

- Ler muito bem e tantas vezes quanto necessárias a petição inicial e os documentos,

assinalando todos os pontos, de facto e de direito, que levantam dúvidas ou trazem ideias

de defesa;

- Levantar todos os possíveis argumentos de defesa, quer processuais, quer substanciais;

- Verificar se há contradições de facto e/ou de direito nas diversas possibilidades de defesa;

- Ter atenção aos efeitos preclusivos estabelecidos no Código de Processo Civil, em especial

ao ónus de impugnação;

- Verificar as exigências formais inerentes à dedução de uma reconvenção: dedução em

separado, indicação do valor, etc.;

- Não escrever por referência à petição inicial ou aos seus artigos, mas procurar contar a

sua própria história, sem prejuízo de cumprir o ónus de impugnação.

3. Réplica – Grupo D – 20 de outubro

Tarefa: Os alunos deverão redigir, com base nos documentos intitulados "O Caso – Versão

Completa" e em exemplos de réplicas disponibilizadas (que servem apenas de inspiração) a

réplica do processo. Essa peça processual será oralmente apresentada, mas os alunos não

devem limitar-se a lê-la, antes explicar as suas opções, estratégia e contexto. No prazo de 15

dias, deve ser entregue, em papel e por e-mail (formato .pdf), versão escrita final do trabalho.5

4 A peça que conta para o processo (e para os trabalhos seguintes) é a apresentada em aula.5 A peça que conta para o processo (e para os trabalhos seguintes) é a apresentada em aula.

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A elaboração da réplica segue as mesmas fases que a da petição inicial e contestações, pelo

que se sugere a leitura respetiva.

Em especial, na réplica, devem ter-se o cuidado de não entrar em contradição com a petição

inicial, sem prejuízo de se poder afinar a estratégia e os argumentos. Há, ainda, que ter em

atenção as restrições importantes que o Código de Processo Civil estabelece quanto ao

conteúdo da réplica e também os efeitos preclusivos associados.

No presente caso admite-se que na réplica o Autor responda às exceções, caso as mesmas

sejam invocadas em sede de Contestação.

4. Audiência prévia – Grupos E, F, G e H – 27 de outubro

Tarefa: Os alunos participarão na simulação de uma audiência preliminar, na seguinte

distribuição:

Grupo E – Advogados do Autor

Grupo F – Advogados do 1º Réu

Grupo G – Advogados 2º Réu

Grupo H – Juízes

A audiência prévia tem diversas finalidades, conforme estabelece o artigo 591.º CPC. Neste

caso, a audiência preliminar terá a seguinte ordenação:

- Tentativa de conciliação, em que os juízes procurarão usar os conhecimentos que vêm

aprendendo na disciplina de Mediação;

- Discussão das exceções dilatórias, em que cada parte apresentará os seus argumentos,

procurando melhorar o que foi escrito nos articulados;

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- Esclarecimentos quanto aos factos – em que os juízes colocarão às partes dúvidas que

tenham sobre o que estas alegaram e estas responderão; atenção, que as dúvidas não são

algo que possa ser esclarecido por prova, mas antes incoerências dos articulados ou falhas

de alegações de factos importantes. Esta fase servirá, portanto, como uma possibilidade de

as partes aperfeiçoarem os seus articulados;

- Proferir o despacho saneador, em que os juízes vão verificar os pressupostos processuais

e, em especial, vão decidir se as exceções alegadas são procedentes ou improcedentes6;

- Identificar os temas da prova, através de propostas dos juízes discutidas com as partes;

- Decidir as eventuais reclamações sobre os temas da prova, finalizando a sua listagem;

- Fixar os meios de prova, em que as partes podem alterar os seus requerimentos

probatórios, nos termos do artigo 598.º CPC.

Não esquecer que apenas podem ser inquiridos duas testemunhas por parte e que não

pode ser requerida prova pericial.

Conselhos quanto à fixação dos temas da prova:

- Os juízes devem ler muito bem os articulados e separar os factos provados, seja por

documentos, seja por confissão, seja por não impugnação, dos factos controvertidos.

Identificados estes últimos, há que ver quais são, do ponto de visto das soluções jurídicas

aplicáveis, os factos relevantes. Feita esta segunda seleção, então há que agrupá-los em

grandes temas, que serão os temas da prova. Por exemplo, numa ação relativa ao

cumprimento defeituoso de um contrato de empreitada de uma casa, pode ser facto assente

a celebração do contrato e facto controvertido alguns defeitos da construção. Assim, os

temas da prova podem ser: infiltrações, abatimento do chão, etc.. Os juízes devem levar

para a audiência já uma proposta destes temas da prova e discuti-los em audiência com as

partes, dando a palavra a cada uma à vez.

6 Independentemente das decisões, que são livres, o processo prosseguirá com todas as partes.

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- As partes devem fazer o mesmo trabalho, mas ter o cuidado de, primeiro, garantir que

factos que considera já provados (e lhe interessam) não serem incluídos nos temas da

prova; segundo, garantir que os factos controvertidos que necessita para ganhar a ação são

incluídos na lista; controlar a formulação dos temas da prova para que não se vejam

obrigadas a provar certos factos que não lhes interessam. O modo como os temas da prova

são formulados pode ter uma importância grande por poder levar a uma determinada

distribuição do ónus da prova ou a dar relevância a factos que não interessam a uma das

partes. Embora isso esteja minimizado desde que os “quesitos” foram eliminados, há

sempre esse risco.

5. Requerimentos intermédios – Grupos I e J – 3 de novembro

Tarefa: Os alunos deverão redigir, com base em tudo o que se passou no processo e em

indicações específicas que serão entregues no dia 20 de outubro um requerimento de

produção antecipada da prova, em nome do 1º Réu (Grupo I), e um articulado superveniente,

em nome da Autora (Grupo J). Essas peças processuais serão oralmente apresentadas, mas os

alunos não devem limitar-se a lê-las, mas explicar as suas opções, estratégia e contexto. No

prazo de 15 dias, deve ser entregue, em papel e por e-mail (formato .pdf), versões escritas

finais dos trabalhos. 7

A produção antecipada de prova está prevista no artigo 419.º CPC. Os alunos podem

escolher qualquer meio de prova (já requerido pelo 1º Réu) e apresentar o seu

requerimento.

Os articulados supervenientes estão previstos nos artigos 588.º e 589.º.

Em qualquer um destes requerimentos, é necessário muita atenção aos respetivos

requisitos de admissibilidade, já que disso depende o seu deferimento e, por regra, são

vistos como manobras dilatórias, pelo que os juízes tendem a indeferir.

7 A peça que conta para o processo (e para os trabalhos seguintes) é a apresentada em aula.

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Será decidida, pelo professor, na aula o deferimento ou indeferimento destes

requerimentos.

6. Audiência final – produção de prova – Grupos K, D, A e B - 10 de novembro

Tarefa: Os alunos participarão na simulação de uma audiência final na parte da produção de

prova, na seguinte ordem:

Grupo K – Advogados do Autor

Grupo A – Advogados do 1º Réu

Grupo D – Advogados 2º Réu

Grupo B – Juízes

A ordem da audiência será a seguinte:

- Tentativa de conciliação, em que os juízes procurarão conciliar as partes através dos

métodos aprendidos na disciplina de Mediação;

- Inquirição das 2 testemunhas da Autora – inquirição pela Autora, instância pela 1ª Ré,

instância pela 2ª Ré;

- Inquirição das testemunhas da 1ª Ré – inquirição 1ª Ré, instância pela 2ª Ré + instância

pela Autora;

- Inquirição das testemunhas da 2ª Ré – inquirição pela 2ª Ré, instância pela Autora,

instância pela 1ª Ré.

As testemunhas são alunos voluntários que os grupos deverão recrutar. É importante que

estas testemunhas estejam bem dentro da personagem e da informação conhecida. A opção

por redigir as respostas da testemunha, que as limita a ler em audência, é má, porque

nunca subsiste a um bom contra-interrogatório dos colegas. Atenção, pois, a quem

escolhem e à sua preparação. Não há qualquer limitação à preparação das testemunhas,

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mas os factos não podem ser outros senão os que estão no documento “O Caso – Versão

Completa”.

Atenção: Cada parte tem direito a utilizar, no máximo, 1h de inquirição. Este tempo pode

ser usado como melhor entender. Por exemplo, 10m com cada testemunha ou 20m numa

testemunha e nenhum numa outra. Podem gerir como melhor entenderem, mas o tempo

total (1h) não pode, em caso algum, ser excedido. Tenha cuidado para não lhe faltar tempo

quando quiser fazer uma pergunta fundamental!

A inquirição de testemunhas é uma das competências mais importantes de quem quer ser

advogado. É, no entanto, uma “arte” difícil de ensinar e de aprender, pois depende muito de

outras competências, como a perspicácia, o sangue-frio, a memória, a capacidade de reagir

ao imprevisto, o à-vontade em público, etc.. Ainda assim, há técnicas e conselhos úteis que

deve, tanto quanto possível seguir. Muito importante é a preparação – não há capacidade

de improvisação que supere uma boa preparação do caso. Por isso, prepare-se, prepare-se,

prepare-se! Seguem alguns conselhos para essa preparação:

- Leia bem o processo, suas peças e documentos, assim como o que sabe que cada uma das

testemunhas sabe. Deve estar preparado para “puxar” de qualquer documento em qualquer

altura da audiência, por exemplo, quando sabe que uma testemunha está a contradizer-se.

- Determine bem quais os factos que tem de provar para ganhar o caso e quais aqueles que

levam tudo a perder.

- Determine o que pretende de cada uma das testemunhas: normalmente quererá factos

das testemunhas que apresenta e atacar a credibilidade das apresentadas pelas outras

partes.

- Tente obter o máximo de informação possível sobre cada uma das testemunhas, para

perceber quais são os seus pontos fracos e fortes. Uma pergunta certa sobre algo no CV de

uma testemunha pode desestabilizá-la e comprometer a sua coerência e credibilidade junto

do tribunal.

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- Desenhe o interrogatório para cada uma das testemunhas em função daquilo que são os

objetivos.

- Não faça perguntas cuja resposta pode ser “suicida” para os seus objetivos, mesmo que

uma resposta, para si, boa, pudesse determinar o sucesso.

- Pese bem os riscos de cada pergunta, sobretudo das várias respostas possíveis.

- Seja sempre cordato, bem educado e respeitador. Não há nenhum tribunal que aprecie um

advogado bully!

Os juízes deverão conduzir a audiência, dando a palavra a cada um dos advogados e

controlando os tempos. O tempo máximo de inquirição não pode, em caso algum, ser

ultrapassado, devendo ser cortada a palavra quando excede e, antes, ir avisando os

advogados do tempo já gasto. Os juízes devem, ainda, impedir qualquer “mau

comportamento”, quer dos advogados em relação às testemunhas, quer entre os

advogados. Por último, podem colocar às testemunhas as questões que entendem

importantes e não foram objeto de inquirição pelos advogados. Mas sempre com o cuidado

de não atropelar o trabalho dos advogados.

6. Audiência final – alegações – Grupos C,D, I e J - 17 de novembro

Tarefa: Os alunos participarão na simulação de uma audiência final na parte das alegações

de facto e de direito, na seguinte ordem:

Grupo I – Advogados do Autor

Grupo J – Advogados do 1º Réu

Grupo L – Advogados 2º Réu

Grupo C – Juízes

A ordem da audiência será a seguinte:

- Alegações de facto de cada uma das partes (15m cada parte);

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- Resposta de cada uma das partes (5m cada);

- Questões do Tribunal e respostas;

- Alegações de direito de cada uma das partes (15m cada parte);

- Resposta de cada parte (5m cada);

- Questões do Tribunal e respostas.

Nas alegações de facto, os advogados devem procurar salientar, perante os juízes, a parte

da produção de prova que mais os favorece. Devem fazer sobressair os aspetos positivos

dos documentos e testemunhos que lhe são favoráveis e os aspetos negativos

(contradições, contextualização) dos documentos e testemunhos que não lhe são

favoráveis. Não devem, porém, sair da realidade, tentando demonstrar que está provado

algum facto que ficou claro para todos os intervenientes não estar. Pode ser melhor

assumir algum ponto negativo, desde que, claro, não seja essencial ou seja rebatível por

outro. Muita atenção deve ser dada ao ónus da prova, porque pode não ser necessário

provar certos factos para ganhar, apenas demonstrar que tal prova competia à parte

contrária que não o fez.

Nas alegações de direito, os advogados devem, assumindo uma ou várias versões dos factos

credíveis (porque a decisão sobre os factos provados só será tomada na sentença), alegar o

Direito aplicável. Devem fundamentar as suas posições com doutrina e jurisprudência

relevante, assim como atacar as posições das partes contrárias. Devem estar preparados

para responder às perguntas dos juízes sobre os pontos fracos ou incoerentes das suas

posições.

Quanto à forma, os alunos podem levar as alegações escritas e ler, mas devem ter em

atenção que a atenção dos participantes é muito difícil de reter quando se está a ler um

documento. Devem, pois, procurar sempre captar a atenção dos colegas e dos juízes e não

ser maçadores. Devem, ainda, estar preparados para responder às alegações das contra-

partes e às questões dos juízes.

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Os juízes devem confrontar as partes com as suas dúvidas e com as incoerências das

posições que defendem. Os juízes devem, neste momento, ter muito clara a distribuição do

ónus da prova, devendo, portanto, fazer sentir às partes os seus efeitos no caso concreto.

7. Sentença – Grupos E e F – 24 de novembro

Tarefa: Os alunos deverão redigir a sentença do caso, com base em tudo o que se passou

anteriormente. Cada um dos grupos redige uma sentença, trabalhando separadamente. As

sentenças são oralmente apresentadas, mas os alunos não devem limitar-se a lê-las, mas antes

explicar as suas dúvidas e decisões quanto aos vários pedidos. No prazo de 15 dias, deve ser

entregue, em papel e por e-mail (formato .pdf), versões escritas finais dos trabalhos. 8

Os requisitos da sentença estão, em especial, previstos nos artigos 607.º e 608.º do Código

de Processo Civil. Deve ter-se também em conta os fundamentos de nulidade da sentença,

conforme o artigo 615.º do Código de Processo Civil.

Deve ter-se um grande cuidado na fundamentação, quer quanto à matéria de facto, quer

quanto à matéria de Direito.

Em relação à matéria de facto, deve fazer-se uma lista dos factos provados e, em relação a

cada um eles, indicar os meios de prova que os sustentam. Caso haja meios de prova

divergentes, como por exemplo dois testemunhos de sentidos opostos, o juiz tem de

justificar a razão de ter acreditado num e não noutro. Dizer, por exemplo, que a testemunha

A foi mais coerente que a testemunha B.

Deve, ainda, na sentença decidir-se todas as questões que as partes colocaram.

Especial atenção deve ser dada à decisão final, o dispositivo, com tomadas de posição claras

quanto aos vários pedidos, incluindo os reconvencionais, alegados, julgando procedente ou

improcedente cada um dos pedidos. Por último, não esquecer a condenação em custas.

8 A peça que conta para o processo (e para os trabalhos seguintes) é a apresentada em aula.

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8. Alegações de recurso – Grupos G, H e K – Alegações escritas a 1 de dezembro,

contra-alegações a 8 de dezembro e as três apresentações orais a 15 de dezembro

Tarefa: Os alunos deverão redigir alegações e contra-alegações de apelação, impugnando ou

defendendo a matéria de facto e de direito, em função de tudo o que se passou no processo até

aqui. O Grupo G fará as alegações (ou contra-alegações) pela Autora, o Grupo H as alegações

(ou contra-alegações) pela 1ª Ré e o Grupo K as alegações (ou contra-alegações) pela 2ª Ré

em função da decisão da sentença. Só com esta decisão é possível saber quem ganhou e, logo,

quem vai recorrer (alegar) e quem vai defender a sentença (contra-alegar). Os trabalhos

serão apresentados oralmente na aula de dia 15 de dezembro, mas entregues por escrito

(email em formato .pdf e word) dia 1 de dezembro ou a 8 de dezembro, em função da decisão.

As alegações são oralmente apresentadas, mas os alunos não devem limitar-se a lê-las, antes

explicar as suas opções e estratégia, dúvidas e decisões. No prazo de 15 dias (de cada uma das

datas de entrega), devem ser entregues, em papel e por e-mail (formato .pdf), versões escritas

finais dos trabalhos. 9

9. Acórdão de Apelação – Grupo L – 15 de dezembro

Tarefa: Os alunos deverão redigir o acórdão de apelação, confirmando ou anulando e

substituindo a decisão tomada na sentença, em função de tudo o que se passou no processo

até aqui. O acórdão é oralmente apresentado, mas os alunos não devem limitar-se a lê-lo,

antes explicar as suas dúvidas e decisões quanto aos vários pedidos. No prazo de 15 dias, deve

ser entregue, em papel e por e-mail (formato .pdf), versões escritas finais dos trabalhos.

9 A peça que conta para o processo (e para os trabalhos seguintes) é a apresentada em aula.

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