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ATA da Audiência Pública realizada no dia dez de agosto de dois mil e dezesseis, às dezoito horas e trinta minutos no Teatro Municipal de Nova Lima, situado na Praça Bernardino de Lima, centro de Nova Lima, promovida pela Prefeitura de Nova Lima, por meio da Secretaria De Planejamento e Gestão de acordo com o Edital 001/2016 para apresentação da proposta de requalificação da Região de Rio de Peixe, por meio de implantação de Operação Urbana Consorciada, tendo como interessados toda a população novalimense. O orador iniciou a Audiência Pública anunciando a primeira chamada às dezoito horas e trinta minutos. Às dezenove horas, o orador realizou a segunda chamada da Audiência apresentando seu tema e realizou a composição da Mesa Diretora, convidando para compô-la o Secretário de Planejamento e Gestão senhor Geraldo Magela Alvernaz Alvim, a Promotora de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais Doutora Andressa Lanchotti, o diretor da Fundação Gorceix Paulo Sérgio Santana Furtado, a arquiteta urbanista Ana Schmidt, a consultora jurídica da Fundação Gorceix Liana Portilho, a engenheira civil Edna Franco Gouveia, o engenheiro de infraestrutura aeroportuária Claudio Neves Borges, o engenheiro florestal Marcos Weber, o engenheiro ambiental Leonardo Tocafundo, o geógrafo Alceu Raposo Junior e o analista de sistemas Alan Brandt. Após a execução do Hino Nacional, o orador apresentou os objetivos da Audiência Pública de acordo com o Edital 001/2016: “A Audiência tem como objetivo específico a obtenção de dados, informações, sugestões e subsídios relacionados ao objeto do Edital de convocação com vistas a democratizar, conferir transparência e assegurar a participação popular na gestão da cidade.” Na sequencia, o orador informou que a mesa diretora iria realizar seus pronunciamentos. Dra. Andressa Lanchotti foi convidada a falar. Um participante, identificado como Sr. Julio Grilo, pediu questão de ordem solicitando informações sobre inscrições para manifestação do público em Audiências Públicas, afirmando que a organização desta audiência não garantiu este direito ao público presente. Dra. Andressa informou que o assunto seria tratado pelo Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, que estava conduzindo os trabalhos, solicitou que pudesse fazer a iniciação e seguir com sua fala antes de tratar da questão colocada pelo cidadão e ressaltou que a participação da população é a razão da realização da Audiência, portanto, a questão deveria ser sanada. Dra. Andressa cumprimentou os membros da tribuna, agradeceu e parabenizou o município e a pessoa do Secretário de Planejamento, senhor Geraldo Magela, e assegurou que iria falar sobre o papel do Ministério Público e sobre a importância e significado da audiência pública; 1/1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 1

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ATA da Audiência Pública realizada no dia dez de agosto de dois mil e dezesseis, às dezoito horas e trinta minutos no Teatro Municipal de Nova Lima, situado na Praça Bernardino de Lima, centro de Nova Lima, promovida pela Prefeitura de Nova Lima, por meio da Secretaria De Planejamento e Gestão de acordo com o Edital 001/2016 para apresentação da proposta de requalificação da Região de Rio de Peixe, por meio de implantação de Operação Urbana Consorciada, tendo como interessados toda a população novalimense. O orador iniciou a Audiência Pública anunciando a primeira chamada às dezoito horas e trinta minutos. Às dezenove horas, o orador realizou a segunda chamada da Audiência apresentando seu tema e realizou a composição da Mesa Diretora, convidando para compô-la o Secretário de Planejamento e Gestão senhor Geraldo Magela Alvernaz Alvim, a Promotora de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais Doutora Andressa Lanchotti, o diretor da Fundação Gorceix Paulo Sérgio Santana Furtado, a arquiteta urbanista Ana Schmidt, a consultora jurídica da Fundação Gorceix Liana Portilho, a engenheira civil Edna Franco Gouveia, o engenheiro de infraestrutura aeroportuária Claudio Neves Borges, o engenheiro florestal Marcos Weber, o engenheiro ambiental Leonardo Tocafundo, o geógrafo Alceu Raposo Junior e o analista de sistemas Alan Brandt. Após a execução do Hino Nacional, o orador apresentou os objetivos da Audiência Pública de acordo com o Edital 001/2016: “A Audiência tem como objetivo específico a obtenção de dados, informações, sugestões e subsídios relacionados ao objeto do Edital de convocação com vistas a democratizar, conferir transparência e assegurar a participação popular na gestão da cidade.” Na sequencia, o orador informou que a mesa diretora iria realizar seus pronunciamentos. Dra. Andressa Lanchotti foi convidada a falar. Um participante, identificado como Sr. Julio Grilo, pediu questão de ordem solicitando informações sobre inscrições para manifestação do público em Audiências Públicas, afirmando que a organização desta audiência não garantiu este direito ao público presente. Dra. Andressa informou que o assunto seria tratado pelo Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, que estava conduzindo os trabalhos, solicitou que pudesse fazer a iniciação e seguir com sua fala antes de tratar da questão colocada pelo cidadão e ressaltou que a participação da população é a razão da realização da Audiência, portanto, a questão deveria ser sanada. Dra. Andressa cumprimentou os membros da tribuna, agradeceu e parabenizou o município e a pessoa do Secretário de Planejamento, senhor Geraldo Magela, e assegurou que iria falar sobre o papel do Ministério Público e sobre a importância e significado da audiência pública; citou o artigo 225 da Constituição Federal que estabelece o dever de preservação do meio ambiente não apenas pelos poderes públicos, mas também pela coletividade como um todo, sendo um poder-dever da coletividade; certificou que várias normas infraconstitucionais vieram disciplinar esse poder-dever porque a Constituição estabeleceu uma solidariedade intergeracional, devendo as pessoas serem responsáveis pelos efeitos de suas ações, citou leis como a Lei de Acesso a Informação, o Estatuto das Cidades que disciplinam maneiras de regulamentar, de empoderar a sociedade na sua participação; afirmou também que o Estatuto da Cidade prevê uma gestão democrática da cidade através de diversos princípios e diretrizes; assegurou que o Ministério Público teve conhecimento no ano passado da proposta de Operação Urbana Consorciada Rio de Peixe, ressaltando que teve conhecimento apenas no ano passado apesar de ter sido informada posteriormente de ter havido tratativas internas no município anteriormente, mas que a questão só foi levada ao Ministério Público no ano passado, que foram realizadas reuniões com os empreendedores para conhecer o projeto e em fevereiro deste ano o Ministério Público expediu uma recomendação ao município de Nova Lima que observasse os parâmetros e princípios que norteiam a gestão democrática da cidade estabelecidos pelo Estatuto da Cidade, viabilizando a ampla participação popular nesse processo e que a Operação Urbana Consorciada é prevista no Estatuto da Cidade para requalificação urbana para o bem da coletividade como um todo, por isso a importância de que a população que vá sofrer efeitos dessa requalificação participe desde o início do planejamento. A Promotora afirmou também que a recomendação foi acatada pelo município, que convocou essa reunião. Dando continuidade, a Dra. Andressa explanou que a participação tem três pilares fundamentais, que é o direito à informação sobre a proposta e essa informação deve ser disposta em

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redes acessíveis do município e que a sociedade deve ter acesso a essa informação sobre o Plano Gestor de projetos, seus benefícios, bens públicos, apesar de que se sabe que há muita dificuldade, demora para chegar nesse nível de informação nas questões ambientais, seja no sistema ANPUR – aparato eficiente – recursos da internet que podem ser úteis no processo onde tem acesso à legislação pública nos bairros, então essa informação ainda é restrita e a audiência pública é uma oportunidade de apresentar o projeto; Dra. Andressa prosseguiu sua explanação afirmando que o segundo pilar é o direito à participação que é o que o público faz na Audiência, que essa participação é muito importante, embora muitas vezes seja apenas formal, pois as pessoas apresentam as propostas, fazem críticas e isso é descartado pelo poder público e pelos idealizadores, e garantiu que, por isso, o Ministério Público tem o papel na Audiência Pública de fiscalizar se essa participação será efetiva, pois, quando a sociedade tem poder de influenciar tomada de decisão, o Ministério Público deve cobrar de que maneira essa participação foi levada em consideração, pois a Lei Municipal número 2398 que regula a Audiência Pública, diz que essa deve ser gravada. Neste momento, a Dra. Andressa questionou a mesa se a Audiência estava sendo gravada e recebeu resposta positiva. Prosseguiu, portanto, asseverando que o objetivo do gestor é que sejam respondidas todas as indagações, seja por modificação do projeto quando os gestores entenderem que, de fato, para a população haja alguma modificação necessária, seja pela manutenção do projeto sobre os parâmetros originais; discorreu também que, além da participação, existe também a possibilidade de acesso à justiça se esses pilares anteriores forem desrespeitados, portanto, se mesmo com a audiência pública e a eficiência normativa a sociedade não conseguir exercer o seu papel com o gestor no projeto original, o judiciário deve estar aberto para que se recorra e torne válido para todo mundo tomando providências para resolver a situação da melhor maneira para preservar o direito da sociedade. Dra. Andressa afirmou também, que o Ministério Público estava presente na Audiência com o papel fiscalizatório e que não participou da organização da audiência pública, assim como o público, e, portanto, também gostaria de entender melhor o projeto e verificar se a legislação estava sendo observada, bem como o que seria possível fazer para melhorar para a sociedade como um todo e agir no futuro, caso fossem observadas irregularidades que não foram sanadas durante o processo administrativo e eventual encaminhamento do projeto de lei. Em seguida, Dra. Andressa passou a palavra para o Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, para que pudesse prosseguir e resolver a questão de ordem colocada pelo senhor Júlio Grillo. O senhor Geraldo Magela cumprimentou a mesa diretora e o público, manifestou seu contentamento em receber as pessoas, agradeceu a participação da Promotora e esclareceu que, quando conversou com a Dra. Andressa para propor fazer a Audiência Pública, deixou claro que sendo esta sobre licença ambiental, deve-se observar uma série de quesitos bastante rígidos e que o Poder Público observou a forma como outras audiências foram realizadas, as normatizações do Ministério das Cidades e do Plano Diretor e entendeu que a lista de inscrição disponibilizada na entrada do evento seria suficiente para garantir que todos os participantes que quisessem se manifestar tivessem essa oportunidade, disponibilizou-se a, de acordo com a preferência do público, providenciar outra lista de inscrição para manifestações e perguntas orais. O orador deu continuidade informando ao público que teria início o ciclo de palestras e que, ao final desse, todos poderiam fazer perguntas e que, caso algum participante não houvesse recebido o formulário de perguntas, poderia obtê-lo com as funcionárias do Cerimonial que se encontravam na plateia. Em seguida, o orador convidou para sua apresentação a Sra. Ana Schmidt, arquiteta urbanista pela UFMG (1975), mestre em Organização do Espaço Pós-UFMG, atuou como arquiteta por oito anos no SEPLAM, Secretária de Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Urbano na Prefeitura de Nova Lima, consultora da UNESCO para PAC-Cidades Históricas, participou de diversos Planos Diretores em Ipatinga, Nova Lima, Jaíba, PDI em Ibirité e Ribeirão das Neves e elaborou Planos Urbanísticos para a regulamentação das ADEs de Jardim Canadá, Vale do Sol e Mina Grande em Nova Lima. Ana Schmidt cumprimentou a mesa e informou que antes de sua apresentação seria feito uma introdução pela Dra. Liana. O Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, retomou a fala para fazer uma breve apresentação

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sobre o tema da Audiência, conforme transcrição que segue: “O Poder Executivo do Município de Nova Lima promoveu estudos para a elaboração de uma proposta de requalificação da região de Rio de Peixe conforme perímetro contido em plano de intervenção urbanística para aquela região. A iniciativa da Prefeitura Municipal, pautou-se pela necessidade de planejamento e identificação de usos voltados para as atividades caracterizadas por expressivo potencial estimulador de desenvolvimento econômico e social, tendo por pressuposto o equilíbrio, a sustentabilidade e o respeito aos elementos ambientais locais. A partir da diretriz constitucional da necessidade de qualificação do planejamento e da gestão urbana mediante ordenação do pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantia do bem estar de seus habitantes, a Administração Pública objetiva, dessa forma, ordenar o crescimento do município de Nova Lima, ancorada na legalidade e atenta aos novos parcelamentos e aos projetos apresentados para a região, a presente proposta de requalificação contempla os usos permitidos do solo urbano e a utilização de mecanismos legais de ajuste dos perímetros urbanos ao desenvolvimento e as nuances da realidade, considerando o aproveitamento dos recursos naturais, o parcelamento e a infraestrutura existentes e propostos e o interesse público local. Os estudos ora apresentados tem por objetivo potencializar e incrementar atividades relevantes para o desenvolvimento do município, gerando riqueza e renda e buscando consolidar Nova Lima como polo de desenvolvimento da região metropolitana de Belo Horizonte para além do binômio mineração-extração. Tais atividades demandaram a requalificação do uso do solo urbano na região perimétrica analisada de modo a permitir novos parâmetros de uso e de ocupação para a área de expansão urbana examinada especialmente em virtude da necessidade de promoção do desenvolvimento econômico e social local, de diversificação de matrizes econômicas do município mediante inclusão de atividades distintas da exploração mineraria, de potencialização de arrecadação tributária e de qualificação ambiental da área principalmente com a implantação de usos catalisadores, de profissionalização do turismo local com benefícios culturais e sociais para a comunidade. Por meio do estabelecimento de parcerias com o setor privado, o Poder Público pretende viabilizar os investimentos demandados, especialmente em infraestrutura, transformando a área em ponto impulsionador de desenvolvimento local. Neste contexto, foi também analisada a proposta de implantação de um aeródromo civil público na região, cujo projeto foi apresentado à Prefeitura, bem como propostas de outros empreendimentos privados para a área que demandam o delineamento de diretrizes específicas para aquela localidade. Para tanto, os estudos foram realizados com a consultoria da Fundação Gorceix, de modo a prospectarem ocupações qualificadas para a área definidas por meio de autorização do instrumento jurídico urbanístico próprio.” Em seguida, o senhor Geraldo Magela passou a palavra para o diretor da Fundação Gorceix, senhor Paulo Sérgio Santana Furtado, que cumprimentou os demais membros da mesa, apresentou-se como um dos diretores da Fundação Gorceix, afirmou que trabalha há muitos anos com a questão ambiental, é professor de sustentabilidade dos diversos cursos ministrados pela Fundação Gorceix e parabenizou o município de Nova Lima na pessoa do Secretário de Planejamento e Gestão pela importante iniciativa e agradeceu pela Fundação Gorceix ter participado desse estudo; observou que o trabalho se trata de um trabalho que visa o desenvolvimento sustentável porque o projeto apresenta melhorias sociais, econômicas e ambientais, sendo estes pressupostos da sustentabilidade, ressaltou que muitas pessoas confundem sustentabilidade apenas com a questão ambiental, apesar desse conceito ser formado por um tripé onde estão o social, econômico e ambiental e finalizou parabenizando novamente o município de Nova Lima pela iniciativa. Na sequencia, o orador informou ao público que as inscrições para manifestações estavam abertas com a funcionária Isabela, próxima ao palco, até o início dos debates. Em seguida, o orador convidou Liana Portilho para realizar sua apresentação e fez a leitura de seu currículo, conforme transcrição: “Liana Portilho, consultora jurídica da Fundação Gorceix em temas de direito urbanístico, bacharel em Direito pela UFMG, especialista em Análise Urbana pela UFMG e mestre em Direito da Cidade pela UERJ”. A Dra. Liana iniciou sua explanação afirmando que, junto com a arquiteta Ana Schimidt, presta consultoria ao município de Nova Lima através de um contrato que a

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Fundação Gorceix possui com o município e anunciou que faria uma breve contextualização de como chegou ao estudo e ao momento da Audiência; declarou que o estudo realizado pela Fundação Gorceix ficou pronto em 2015, partiu de uma demanda do município de Nova Lima, na pessoa do Prefeito e do Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, de que a Fundação examinasse em um primeiro momento a viabilidade de se adotar um instrumento jurídico urbanístico que vem sendo veiculado e se trata da Operação Urbana Consorciada, cujo objetivo da utilização desse instrumento por parte do município seria de implementar uma nova remodelação, requalificação de uso, parâmetros para uma determinada região do município e que, na ideia inicial, na concepção da Prefeitura, adotar esse instrumento resultaria na viabilização de uma conjugação de esforços públicos e privados da Prefeitura com empreendedores privados interessados em investimentos nesse determinado território da cidade. Dra. Liana assegurou também que teve a oportunidade de exarar um parecer pela Fundação Gorceix opinando favoravelmente pela adoção do instrumento da Operação Urbana Consorciada desde que sejam atendidos todos os requisitos estabelecidos na legislação de regência, como os do artigo 33 do Estatuto das Cidades, os requisitos estabelecidos de maneira mais genérica no Plano Diretor local, de modo que, a partir desse parecer e, tendo em mira o plano de Operação Urbana Consorciada, a Fundação Gorceix foi instada a fazer uma proposta de plano de requalificação para a região, ressaltando que não se trata de um plano, pois, planos no estado democrático de direito, sobretudo planos urbanísticos, não se fazem sem participação popular, afirmou que se sente a vontade com suas declarações, pois trabalha, publica, milita sobre esse tema e o defende como cidadã e como advogada; assegurou também que a Fundação Gorceix realizou um estudo preliminar sobre ideias e diretrizes de requalificação da região de Rio de Peixe, sendo evidente que não tinham, antes desse ajuntamento de mapeamentos prévios, utilização de EIV já existente na Prefeitura sobre parte da área, não tinham um condensado que pudesse ser apresentado em uma discussão pública, portanto esse foi o primeiro desafio enfrentado pela Fundação Gorceix: juntar e dar alguma coerência, com diretrizes em diferentes áreas setoriais para que, a posteriori, como já foi feito, em um primeiro momento por deliberação do Secretário Geraldo Magela e do Prefeito, que fosse então consolidado um documento mínimo e levado ao conhecimento do Ministério Público, tendo sido feito isso, salvo engano em dezembro de 2015 em uma primeira reunião em Belo Horizonte com a Dra. Marta Lacher, onde foi apresentado esse primeiro estudo, que se trata do mesmo estudo apresentado na Audiência, que tem caráter provisório, inicial, preliminar para qualquer discussão que decida continuar ou não fazendo sobre esse projeto. A título de finalização, Liana Portilho asseverou que o documento que seria apresentado se tratava de um documento evidentemente técnico que foi submetido ao Secretário, por ele levado ao Prefeito, trata-se de um ponto inicial que está amplamente sujeito, a partir da sua maior visibilidade (está disponível no site da Prefeitura, foi exposto em reuniões do Conselho) a discussões, complementações, se essa proposta for julgada pertinente e atinente ao interesse público e se a população deseje que ela avance e seja aperfeiçoada, esse é o ponto de partida, sendo o papel da Fundação Gorceix na Audiência, levar informações para que a sociedade novalimense possa opinar, debater e decidir sobre isso. Liana Portilho informou que passaria a palavra à colega Ana Schmidt para que esta pudesse detalhar a proposta, ressaltando que a íntegra dessa (todas as informações, todos os mapas, todo e qualquer estudo sobre esse assunto) existente na Prefeitura de Nova Lima, estão lá condensados, alinhados, além das atas das reuniões realizadas nos Conselhos e as respostas que foram formuladas. O orador pediu licença para ler o Edital de convocação da Audiência e posteriormente chamar a senhora Ana Schmidt para sua apresentação. O Edital de Audiência Pública número 01/2016 foi lido na íntegra. Na sequência, o orador convidou a arquiteta urbanista Ana Schmidt para realizar sua apresentação. Ana Schmidt cumprimentou a mesa diretora e o público, agradeceu pela oportunidade de participar do trabalho, afirmou que o objetivo de sua participação seria apresentar uma proposta preliminar para iniciar um processo de discussão pública muito importante, atendendo os preceitos do Estatuto das Cidades que fala sobre a gestão participativa do desenvolvimento urbano. Ana declarou que seria sintética em sua apresentação para que houvesse

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espaço para o debate e pudesse ouvir as contribuições, questionamentos e esclarecimentos necessários. A apresentação da versão preliminar consolidada da Proposta de Operação Urbana Consorciada Rio de Peixe pela Fundação Gorceix contou com o auxílio de material visual, slides com mapas e textos, apresentados para o público por meio de projeção eletrônica. As primeiras telas, de acordo com a explanação de Ana Schmidt, continham o índice do conteúdo da proposta. Ana Schmidt explanou que a questão da proposta de um plano e o uso do instrumento de Operação Urbana surge em função de vários empreendimentos que aparecem propostos dentro da Prefeitura, que são empreendimentos de grande porte e de uso residencial e citou como exemplo a Fazenda Jatobá, localizada em região apontada no mapa exposto ao público; declarou também que esse empreendimento já está em tramitação na Prefeitura, tem 902 lotes residenciais. Outro empreendimento posto como proposta, de acordo com as declarações de Ana Schmidt, é o empreendimento que tem 7 milhões e meio de metros quadrados, tem duas áreas residenciais e o aeródromo em território apresentado ao público por meio de mapa projetado; aclarou também que, com a elaboração da proposta do plano, estruturou-se levantamentos, análises de dados, para caracterização da área de estudos e delimitação do perímetro da OUC tendo em vista os projetos potenciais e os programas idealizados para a região contemplada, a delimitação desta área seria apresentada pelo mapa 1 exposto pela arquiteta, e as análises suscitadas têm como base leituras técnicas realizadas por alguns setores da Prefeitura de Nova Lima no âmbito do grupo de trabalho instituído pelo Decreto de 2014; esse grupo objetivou definir diretrizes preliminares para a área do entorno da via de integração Rio de Peixe e dados referentes aos empreendimentos com potencial interesse na região; ela se chama Rio de Peixe exatamente porque há uma proposta do Plano Diretor que é a Via de Integração de Rio de Peixe que liga a MG30 à 040, tendo um braço que irá ligar na 356, que é a BR que liga a Ouro Preto; como essas áreas estão localizadas nesse âmbito, sendo contornada por essa via estruturante, indutora de um potencial de uso e ocupação, a proposta do plano se chama Rio de Peixe. Ana Schmidt expôs a região por meio de foto aérea projetada, mostrando que a via de acesso para o empreendimento central é uma condição para a existência do empreendimento. Seguindo com a apresentação, a arquiteta afirmou que, para atingir os objetivos da Operação Urbana proposta, ela será executada em etapas e setores, de acordo com uma subdivisão perimétrica que seria apresentada: o setor 1 corresponde ao aeródromo civil público; o setor 2 é um complexo de parcelamentos residenciais e uma parte menor de área empresarial e de serviço e a Fazenda Jatobá; o setor 3 corresponde ao núcleo de São Sebastião das Águas Claras (Macacos); o setor 4: uma região de encostas e de topografias movimentadas e acidentadas chamada de ocupação sustentável; o setor 5: complexo de Rio de Peixe, que é a região do núcleo histórico de Rio de Peixe; setor 6: trecho da via de integração Rio de Peixe, que é a parte 2, que vai ligar essa região até Honório Bicalho e na MG30 e o setor 7: parte 1, que é a via de integração que vai da 040 até o ramal que dá acesso ao empreendimento proposto. Nos mapas seguintes, Ana Schmidt apresentou os setores da proposta e a região de acordo com os zoneamentos do Plano Diretor de 2007, observando que a maior parte do empreendimento previsto estaria em zona de expansão urbana e uma pequena parte em zona de área de uso sustentável, que os parâmetros urbanísticos de área de abrangência da Operação Urbana dividida em setores com seus respectivos zoneamentos resulta em uma tabela com esses parâmetros exposta ao público, que mostra resumidamente que o setor 1 teria uma zona de comércio e serviços (ZOCS2), o setor 2 com volumetria restrita e também parâmetros e coeficientes baixos, tendo partes pequenas em áreas empresariais, parcelamentos residenciais que correspondem a esses parcelamentos junto ao aeródromo e à Fazenda Jatobá, tem zona residencial 3, zona especial de uso sustentável, zona industrial que é já mantida na zona que estava no Plano Diretor ao longo da via de integração, a ZOCS1 e zona de comércio 2, zona especial de turismo e habitação, ZETURHAB e ZEPAM, e o setor 3 de São Sebastião das Águas Claras há a ZOR3 e áreas incompatíveis (pois são lotes menores e, nesses casos, ZOR3 seria de lotes de mil metros quadrados) devendo, portanto, haver um ajuste em relação à isso, a zona de requalificação urbana, zona especial de turismo e ZEPAM; no setor 4: ocupação sustentável 2, que é uma zona que está sendo criada; o setor 5 é zona

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especial de proteção ambiental e uso sustentável 2; setor 6 (ao longo da via de integração Rio de Peixe) na parte 2 que liga a MG30: comércio e serviços 1 e 2 e zona especial de turismo (ZETURHAB) e zona especial de proteção ambiental; o setor 7 (via de integração na parte que liga a 040 até a via de acesso para o empreendimento central): zona de comércio e serviços 2 e uso sustentável também. A partir de outro mapa exposto ao público, Ana Schmidt elucidou sobre o zoneamento em que se propõe o Parque da Cachoeira (indicado ZEPAM), no parcelamento que existe um plano (masterplan) está previsto área de parque na parte central e ZOR3 onde existe a proposta de uso residencial; ao longo da via existe uma faixa para atividades de comércio e serviços; apontou também no mapa áreas que são mantidas de acordo com o Plano Diretor e parte ao longo do acesso da via de integração Rio de Peixe na porção mais próxima a 040 estão previstas atividades empresariais, assim como a região que liga a MG30 em Honório Bicalho. A arquiteta Ana Schmidt explanou também que o setor 2 possui áreas específicas com características próprias, corresponde a dois parcelamentos que tem porções de uso comercial e unidades de conservação pública que correspondem a áreas de parque e áreas verdes, uso predominante residencial unifamiliar, que é a Fazenda Jatobá na subárea 4. Em outro slide, Ana apresentou um quadro contendo os setores, as zonas propostas e os coeficientes e explicou que existe coeficiente não residencial de 05 justamente para onde for de interesse a ocupação com coeficiente maior, isso possa ser negociado com contrapartidas; há também taxa de ocupação menor e a permeabilidade variando em algumas áreas com permeabilidade bem grande em termos de 60 ou 70%; apresentou também as zonas de cada subsetor e, em seguida, discorreu sobre parâmetros de controle em termos de ocupação: altura máxima no setor 1 de cinco pavimentos ou 15 metros, nos setores 4, 6 e 7 altura máxima de três pavimentos ou 10 metros, nas zonas ZOCS1 e ZIND1 (que estão no setor 6, ao longo da via de integração Rio de Peixe) obedece os mesmos parâmetros do Plano Diretor; o coeficiente de aproveitamento máximo nos setores 2, 6 e 7 de 1,5; coeficiente de aproveitamento máximo não residencial no setor 1 de 1,7, que corresponde a uma área menor que vai servir de apoio ao aeródromo que está colocado nesse setor; coeficiente de aproveitamento máximo não residencial no setor 4 para ZOCS2 é 1,2, porque o setor 4 é aquele de uso sustentável, mas que está nele localizado a via de acesso a esse grande empreendimento que está previsto na área central, mas o coeficiente ficou baixo para não haver uma ocupação maior nessa área. Outro slide mostrou módulos em função dos parâmetros nas zonas estabelecidos em relação à declividade 0 a 20% os lotes de 1.000 metros e assim por diante (ZERUR – 360; ZEUS2 – 10.000 metros, ZOCS2 – lote maior, ZEUS – 10.000 metros), em função de cada setor há zonas com a novidade da criação da ZEUS2, onde é resgatado um menor adensamento, que se perdeu no Plano Diretor de 2007. Ana Schmidt indicou que, em função da declividade os lotes vão aumentando, principalmente nas áreas de ZEUS; em função de discussões internas na Prefeitura e depois do Plano Diretor, uma série de reflexões e propostas que apareceram e são importantes para a região, foi realizada uma listagem dessas propostas em função da reestruturação da região e a importância dessas propostas para cada um dos setores, principalmente para o núcleo de Macacos e também a importância de melhorar a articulação e os acessos e o sistema viário na região, conforme transcrição: implantação de via de integração Rio de Peixe na parte 1; implantação de um ramal de acesso (condição para a existência do empreendimento) que está no setor 2; empreendimentos indutores de reestruturação que está no eixo da mobilidade; implantação da alcinha de contorno de Macacos (demanda do núcleo há muitos anos); implantação de acesso a Macacos através do Vale do Sol (estrada de Campo do Costa); implantação da alça de contorno norte de Macacos (via que liga fazendo um contorno no sentido horário a via que liga com Nova Lima até a região atrás da área da cachoeira); implantação de ciclovia (prevê nessas vias a implantação de ciclovias e uma rede complementar em função do potencial turístico); implantação de infraestrutura pra transporte e terrenos para HIS; inventário de Rio de Peixe (eixo de patrimônio cultural); ADE de Macacos (estudo super importante que detalha todas as propostas para Macacos); ADE de Rio de Peixe (que visa a preservação do patrimônio histórico e cultural); treinamento, capacitação e qualificação de mão de obra; recuperação e

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preservação de nascentes e a ETE de Macacos; Habitação de Interesse Social; construção de habitação; implantação de regularização urbanística, porque existe a regularização em Capela Velha que é regularização fundiária e o que se propõe é avançar a regularização urbanística porque existe uma série de regularizações urbanísticas necessárias; regularização fundiária do núcleo de Macacos (que apresenta problemas com relação à isso); boulevard do núcleo histórico; implantação do Parque da Cachoeira; implantação do Parque Ecológico em fundo de vale; centro de treinamentos de base de Nova Lima (que já está próximo a Honório Bicalho); inventário de São Sebastião das Águas Claras e restauração da Capela de São Sebastião. Dando continuidade, Ana Schmidt apresentou um pouco da perspectiva e das características da região do núcleo de São Sebastião das Águas Claras e a importância de se preservar e de se requalificar essa área; a região de Rio de Peixe (complexo hidroelétrico) que tem uma importância enorme para Nova Lima, abasteceu de eletricidade Belo Horizonte na época da construção da capital; mapa onde se apresentou as propostas da mobilidade e sistema viário: via de acesso de ligação, via de acesso ao empreendimento, ligação com Macacos a partir da via de integração de Rio de Peixe, detalhamento das propostas de mobilidade; mapa das intervenções gerais, alcinha e outra alça, questão da ADE de Rio de Peixe, ADE de Macacos, Habitação de Interesse Social, que tem no Plano de Habitação de Nova Lima previsto uma área para essa região e, dentro de Macacos, também seria importante haver Habitação de Interesse Social; há também as ADEs, os inventários, o parque, o boulevard, espacializando todas as propostas da listagem de contrapartidas. Em seguida, Ana Schmidt indicou a delimitação de algumas áreas para o instrumento do direito de preempção em função da característica do papel que ela desempenha na região e em função da questão de habitação de interesse social, além da questão do patrimônio histórico. Na sequência, Ana Schmidt solicitou que Liana Portilho falasse sobre as questões relacionadas à gestão feita pelo Conselho Gestor, que se trata de exigência da Operação Urbana. Liana complementou outros aspectos relevantes que foram contemplados no estudo que dizem respeito à forma de gestão prevista na legislação federal, no Estatuto das Cidades, a gestão de uma Operação Urbana se faz por meio de um conselho gestor, cuja composição pode ter a forma definida na lei que eventualmente implantar essa Operação e, em geral, recomenda-se que seja composta paritariamente de representantes da sociedade civil, representantes do poder executivo e representantes dos parceiros privados; as competências são variadas. Liana destacou a função precípua desse conselho de implementar o programa da Operação e coordenar/definir aplicação de recursos captados pelo fundo da Operação, fiscalizar a execução das contrapartidas dos investidores privados, pois a Operação urbana se sustenta no binômio contrapartidas-flexibilizações, avaliar propostas de interessados e, além disso, outro aspecto que Liana destacou foi o estudo prévio de impacto de vizinhança, afirmou que não se alongaria nesse assunto, pois a empresa Brandt (empresa que realizou o estudo) aprofundaria mais esse assunto posteriormente. Liana enfatizou também que a proposta que a Fundação Gorceix realizou levou em conta esse estudo realizado pela Brandt, que não é um estudo que contempla toda a área perimétrica da proposta de Operação e que, contudo, entende-se que, muito embora esse estudo não seja amplo, esse desenho mais específico para o impacto dos setores que são remanescentes (3 a 7 mais especificamente) terá oportunidade de ser feito a contento e com mais proficiência na medida em que empreendimentos futuros forem propostos para essas áreas e forem levados ao conhecimento do Conselho Gestor da Operação, havendo, portanto, algo mais factível para os outros setores apresentados por Ana Schmidt nos mapas, evidentemente, dentro do contexto legal, deverá apresentar os estudos de impacto de vizinhança pertinentes. Liana assegurou que o EIV não substitui a elaboração dos devidos estudos de impacto ambiental e todos os outros impactos causados no entorno. Para finalizar, Liana solicitou que pudesse apresentar os aspectos de viabilidade econômica da Operação Urbana. Embora com o tempo de fala esgotado, foi-lhe concedido mais um minuto para explanação, no qual Liana falou sobre os programas de contrapartidas da Operação Urbana Consorciada, sobre as quais manifestou entendimento de que podem se dar basicamente de duas formas: o poder público pode ter contrapartidas dos interessados na adesão à Operação Urbana Consorciada feitas em espécie – em dinheiro – e gerar efeito por venda

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de CEPACS e a outra forma é a prestação de contrapartida in natura fiscalizada pelo Conselho Gestor da Operação onde o empreendedor realiza o investimento como, por exemplo, a alcinha e o boulevard. Com o anúncio da finalização de seu tempo de fala, Liana apontou que iria falar sobre o Fundo da Operação, embora não considerasse muito necessário, que esse assunto poderia ser esclarecido em outro momento e agradeceu pela participação. Ana Schmidt agradeceu a todos. Dando continuidade, o orador convidou para palestrar o geógrafo Alceu Raposo Junior, que cumprimentou os presentes, apresentou-se e anunciou que estava participando do evento como representante da Brandt Meio Ambiente, empresa contratada para fazer o estudo de impacto de vizinhança de um empreendimento específico, portanto a apresentação anterior tratava de uma área mais abrangente, enquanto o estudo que a Brandt foi contratada para fazer corresponde a um pedaço desse contexto maior de ordenamento urbano consorciado. Alceu reiterou que a Brandt foi contratada em 2013 para realizar esse estudo de impacto de vizinhança e finalizou o trabalho em 2014. A apresentação do estudo de impacto de vizinhança realizada por Alceu contou com o auxílio de material visual, slides com imagens e textos, apresentados para o público por meio de projeção eletrônica e tratou do empreendimento chamado de aeródromo, que Alceu atestou se tratar de um aeroporto do Vetor Sul, complexo comercial e condomínios residenciais unifamiliares; foi utilizado como referência legal o Estatuto das Cidades que trata e teve um arcabouço para subsidiar a elaboração do trabalho baseado na lei federal 10.257. Retratando sobre o artigo 38 desta lei, Alceu afirmou que o EIV não substitui o estudo de impacto ambiental, portanto, havendo empreendimentos de grande porte, deve haver estudo de impacto ambiental e ressaltou que a Brandt não foi contratada para a elaboração do EIA-RIMA, mas apenas para o EIV e que o EIA-RIMA não está sendo desenvolvido e asseverou a importância dessa declaração, pois foram anunciadas reportagens e publicações a respeito disso. Prosseguindo, Alceu explanou que o objetivo do EIV é instrumentalizar o poder público de Nova Lima e o município no que se diz respeito ao uso alternativo do aeródromo associado ao complexo residencial unifamiliar, apresentou por meio de slides a área de estudo (empreendimento menor do que aquele apresentado pela Fundação Gorceix) que está dentro da OUC, faz vizinhança com Morro do Chapéu, Vale do Sol, Jardim Canadá e Macacos. Alceu afirmou que, do ponto de vista físico, trata-se de áreas sensíveis no aspecto ambiental, com alguns platôs sinclinal moeda (conhecido por todas as pessoas da região metropolitana de Belo Horizonte), são áreas montanhosas e declivosas e platôs sinclinal moeda de estremo sul de Belo Horizonte; do ponto de vista pedológico os levantamentos apresentam vários tipos de solos, desde solos mais sensíveis do ponto de vista de assoreamento como latosolos até áreas de afloramento rochoso, havendo portanto, diversidade de solos nessa área específica e caracteriza essa formação; do ponto de vista hidrológico, esse empreendimento está localizado na subacia do rio Macacos, que tem como os córregos Penteado, Marombé, Mendes, Arnica e Boiadeiros e uma parte da subcia do Capitão do Mato com duas drenagens; do ponto de vista biológico (exposição de fotos projetadas para o público) são florestas estacionais platô sinclinal moeda nas partes mais baixas conhecidos como mata atlântica e, nos pontos mais elevados, há os campos limpos de cerrado e campos sujos de cerrado e algumas porções de cerrado rupestre; ressaltou que a apresentação do projeto em si não contempla intervenção sobre mata atlântica, exclui áreas de intervenção em nascentes, cursos d’água e mata atlântica, mas contempla intervenções em campo de cerrado e áreas de pastagem. Alceu expos mapa de uso e ocupação do solo elaborado pela Brandt, que apresenta grande porção de área agropastorial, campo rupestre, campo limpo e mata ciliar (sobre a qual o projeto não apresenta intervenção); do ponto de vista social, Alceu apresentou imagens da vizinhança que será diretamente e indiretamente impactada do ponto de vista social: Jardim Canadá, Parque do Engenho, Macacos, Passárgada, Jardim Petrópolis, Morro do Chapéu, Vale do Sol e Serra dos Manacás – cada um com suas particularidades, alguns condomínios de alto padrão, outros de baixo ou médio padrão, havendo, portanto, grande diversidade social que deve ser contemplada e analisada nos próximos estudos; com relação aos impactos ambientais, Alceu afirmou que, uma vez que se propõe uma mudança do uso e ocupação do solo natural e (inaudível-1:25:37) há o desencadeamento de uma série de impactos

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apresentados pelo geógrafo em forma de pacotes: flora e fauna; valorização imobiliária; geração de ruídos; riscos de acidentes; pressão por infraestrutura e serviços urbanos; adensamento populacional; aumento de demanda de transporte e interação com infraestrutura de serviços urbanos e, uma vez alterados o uso e ocupação do solo, ocorre alteração do cenário da paisagem, passando para uma paisagem antrópica e mais artificializada. Do ponto de vista das etapas seguintes, Alceu observou que é necessário um projeto básico do aeródromo e do seu parcelamento para avançar sobre as questões de engenharia e do conhecimento mais aprofundado sobre esse projeto para se avançar na viabilidade ambiental com uma proposta de EIA-RIMA, realização de estudo de tráfego para avaliar a viabilidade e fazer com que os impactos ambientais sejam mitigados em função desse estudo, pesquisa de percepção socioambiental com as comunidades e condomínios impactados, pois é muito importante dialogar com a pesquisa de percepção socioambiental para entender a demanda e as preocupações dessas comunidades e o EIV não trata disso porque não vai até a população conversar sobre essas questões mais aprofundadas como é feito no EIA-RIMA, além da criação de um canal de comunicação para esclarecimentos, tirar dúvidas com relação a esse empreendimento por meio de ligação direta com a comunidade para evitar impactos sociais do ponto de vista de perturbações ou especulação imobiliária a respeito do empreendimento. Alceu agradeceu e cumprimentou todos os presentes. Em seguida, o orador convidou para realizar a próxima apresentação, a senhora Edna Franco Gouvea, engenheira civil especialista em engenharia urbana pela UFU, especialista em engenharia sanitarista e ambiental pela UFMG, trabalhou por dez anos como assessora técnica na área ambiental na Prefeitura de Uberlândia e atua no segmento de loteamento há 15 anos. Edna cumprimentou a todos e agradeceu a mesa diretora pelo convite, informou que estava presente representando a Elglobal, uma das sócias do empreendimento e afirmou que apresentaria informações que foram anteriormente apresentadas por Ana Schmidt e Liana Portilho, o masterplan inicial que contempla os estudos da área de objeto de parcelamento. A apresentação de Edna contou com o auxílio de material visual, slides com imagens e textos, apresentados para o público por meio de projeção eletrônica. O primeiro mapa apresentado por Edna foi referente ao mapeamento da área em 7.500.000m, em que 26% são utilizados em área parcelável. Edna assegurou que, em função das condições da área, a princípio foi feito o EIV, mas que, a partir do momento em que houver continuidade, os projetos serão tratados de forma mais detalhada e que, hoje há a importância dentro do parcelamento de que quando se utiliza a área loteada, deve-se também prever as áreas públicas e de recreação e, na área referida de 7.500.000m, há a previsão de 4.600.000m de parque que representa mais de 68%. Edna declarou também que o empreendimento tem o objetivo de respeitar todas as legislações, obedecer todas as condições de infra e toda a parte ambiental, socioeconômica, dando todo o andamento possível para que o empreendimento seja aceito e seja ótimo, porque o objetivo é empreender para que as pessoas morem bem, apontou nos mapas projetados a área do aeroporto e afirmou que essas são áreas comerciais, cuja previsão é de 700m e que a ocupação dessa área praticamente não chega nem a 15% e que o objetivo é que futuramente se tenha mais detalhes, pois atualmente há apenas o masterplan sobre estudos iniciais. Finalizando, Edna apresentou outras imagens da área e enfatizou a importância de manter, com o projeto, uma área de 4.611.000. Em seguida, o orador convidou para palestrar o senhor Claudio Neves Borges Fortes, engenheiro de infraestrutura aeroportuária, formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ex-professor assistente do ITA (cadeira de aeroportos), mestre em Ciências em Transporte Aéreo pós-graduação na École Nationale de l’Aviation Civile – Touluse-France, ex chefe de engenharia do 4º Comando Aéreo Regional, diretor técnico da empresa Dumont Engenharia Aeroportuária LTDA, responsável técnico por mais de 400 projetos no setor aeroportuário no Brasil e no exterior. Claudio cumprimentou todos os presentes e dissertou sobre o imaginário popular a respeito do aeroporto, afirmando que o empreendimento vai ter um aeroporto e que, quando se fala em aeroporto, as pessoas pensam em grandes aeroportos como o de Congonhas com boeings descendo de dois em dois minutos e decolando do outro lado, ou então o Aeroporto de Guarulhos, que tem 747 descendo e subindo, em Minas as pessoas devem pensar em Confins, que é um aeroporto muito movimentado,

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Pampulha, Carlos Prates, enfim, as pessoas são remetidas aos grandes aeroportos e se esquecem que existem os pequenos aeroportos e se propôs a falar sobre o que seria esse aeroporto, assegurando que também pode ser chamado de pista de pouso ou aeródromo. Claudio declarou que é diretor técnico da Dumont, que foi convidada há dois ou três anos para fazer a conceituação e o projeto básico desse aeródromo e já existem coisas em andamento em termos de aval da aeronáutica e etc. A apresentação de Claudio contou com o auxílio de material visual, slides com imagens e textos, apresentados para o público por meio de projeção eletrônica. Claudio informou também que gostaria de esclarecer o significado do termo “aeródromo civil público” e explicou que há três ou quatro anos existiam duas grandes famílias: os aeródromos privados e os públicos, os privados eram aqueles construídos e mantidos por um ente privado, como os aeródromos de fazendas com pistas de pouso de 500 metros de comprimento e pista de terra, como também pode ser um aeroporto grande, com pista de 4.000 metros, dotada de toda infraestrutura e ainda assim ser privado, como o aeroporto da Embraer em Gavião Peixoto no interior de São Paulo; portanto, o termo aeródromo privado não amarra o tamanho da pista nem a envergadura da infraestrutura. Claudio apontou também que só quem pode usar um aeródromo privado é o proprietário ou quem ele convide, como um convidado ou um vizinho que, quando autorizado pelo proprietário, pode pousar; o aeródromo privado não pode cobrar tarifa de nenhum tipo, aeroportuária, de pouso, de decolagem, de permanência, não pode cobrar, é totalmente vedada a cobrança de tarifa. Seguindo com sua explanação, Claudio explicou que também existem os aeródromos públicos que são construídos e mantidos por algum órgão público, prefeitura, pelo estado ou governo federal, podendo também ter pistas pequenas, como alguns no interior do Brasil com pistas de terra de 600 ou 700 metros, ou podem ser aeroportos grandes como Guarulhos e Confins; o aeródromo público pode ter cobrança de tarifa, ou não, pois em pistas pequenas de prefeituras ninguém vai cobrar nada de ninguém, mas em aeroportos grandes como Confins, é evidente que, para manutenção de toda a estrutura, é preciso cobrar as tarifas de pouso, decolagem, permanência, etc. Segundo Claudio, o aeródromo civil público é um aeródromo privado, construído por um ente privado, mantido por um ente privado que, no entanto, é aberto para o tráfego aéreo público, ou seja, qualquer avião pode descer naquela pista e funciona, portanto, na prática, como um aeroporto público, com a vantagem de que nenhuma entidade pública teve que bancar a sua construção e sua manutenção, que é um grande problema para muitos aeroportos de prefeituras que tem dificuldades, às vezes, até para roçar as laterais da pista, então essa parte de manutenção e construção fica para a iniciativa privada e a sociedade pode usufruir daquilo como se fosse um bem público; a vantagem para o ente privado é poder cobrar tarifas, o que não é um grande negócio, geralmente esse tipo de aeródromo é viabilizado através de serviços oferecidos como garagem, manutenção de aeronaves, combustível, etc. Claudio afirmou também que, há dois ou três anos atrás, foi criada essa entidade do aeródromo civil público até mesmo para fomentar um pouco o investimento privado em um setor que o governo federal tinha interesse em desenvolver, que eram os aeroportos regionais, como Dilma disse há seis ou sete anos atrás que construiria 800 aeroportos regionais para interiorizar a aviação, depois passou para 270 e, Claudio afirmou, até a data presente não ter visto nenhum deles e, em contrapartida, os aeródromos civis públicos, apesar de não serem muitos, mas alguns como o Aerovale, o Catarina e outros em gestação. Portanto, declarou Claudio, o governo federal criou uma legislação que permite a construção por entes privados e utilização com cobrança de tarifas, mas apenas para aeroportos de aviação executiva, não para aviação comercial, porque, se o governo liberasse essa cobrança para os aeroportos grandes entraria em concorrência com o plano de concessão que está em vigor; portanto, o aeródromo civil público é construído pela iniciativa privada, mantido pela iniciativa privada, aberto ao tráfego aéreo público e pode cobrar tarifas e tem a função de tentar criar esses aeroportos regionais que o governo federal não consegue. Dando continuidade, Claudio, explicou sobre a estrutura proposta para o empreendimento referido (ressaltou que se trata de uma proposta que será amplamente discutida com a sociedade e autoridades): pista de 1.620 metros; operação de aeronaves de médio e pequeno porte (aeronaves executivas e aviação geral); baixa densidade de tráfego (estimativa de no máximo 6.000 operações

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por ano); do empreendimento total (7.500.000 metros quadrados) o aeroporto vai ocupar 750.000 metros quadrados, mas a área pavimentada e de angares vai ocupar menos de 20% e 80% será de áreas verdes, gramadas, de proteção do entorno. Em seguida, Claudio enfatizou que o objetivo de sua apresentação era desmistificar inicialmente a ideia que as pessoas têm de aeroporto como algo barulhento e com voos constantes, além de discutir algumas questões que viu na imprensa da região, como a afirmação de que o aeroporto seria construído em topo de morro, ao que o palestrante alertou para o fato de que a legislação da aeronáutica está cada vez mais rigorosa, e qualquer aeroporto em um raio de quatro ou cinco quilômetros, não pode haver nada mais alto do que 45 metros do nível da pista e, em Minas Gerais, em um raio de quatro ou cinco quilômetros em qualquer lugar, deve haver uns dez morros com mais de 45 metros, ou seja, é totalmente inviável construir uma pista em um vale, entre morros, aqui em Minas, pois isso não vai ser provado pela aeronáutica, pois a legislação da aeronáutica está mais restritiva em relação a preservar o espaço aéreo em volta da pista. Claudio apontou que ouviu comentários de que esse aeroporto iria operar Boeing 737 e esclareceu que o aeroporto está sendo projetado para aviação executiva (jatos de 20 ou 25 metros de envergadura) e que se, no futuro, houver interesse do município, do estado ou do governo federal de operar boeings 737, será outra discussão, que envolverá outros tipos de aprovação e melhorias na infraestrutura da pista, portanto, por enquanto não haverá boeings 737, mas apenas aviação executiva. Na sequencia, Claudio se colocou a disposição para esclarecer dúvidas, ao que uma pessoa da plateia manifestou uma dúvida sem a utilização do microfone (inaudível). Claudio informou que o aeroporto vai ter uma pista de 1.620 metros e 30 metros de largura. O orador pediu licença ao palestrante para orientá-lo de que todas as perguntas da plateia seriam realizadas em um momento posterior, ao que o palestrante pediu desculpas e finalizou a resposta à pergunta já realizada afirmando que só de acostamento pista terá 60 metros de cada lado de área gramada, o que possibilita concluir que haverá muito mais área gramada do que pista pavimentada. Na sequencia, Claudio desculpou-se, reiterou que estaria à disposição para responder aos questionamentos no momento apropriado e encerrou sua apresentação. Dando continuidade, o orador declarou que a audiência estava aberta para perguntas e manifestações e que cada participante teria direito a 2 minutos de fala. A primeira pergunta lida pelo orador foi enviada pelo senhor Luis Fernando, conforme transcrição: Como ficou (sic) definido no projeto as vias de acesso ao empreendimento? Quais as alternativas consideradas? Ana Schmidt respondeu que o que foi exposto no slide em sua apresentação é que a via de acesso a esse empreendimento maior que compõe com as áreas residenciais, parcelamento e o aeródromo é feita por uma via (identificada no mapa pela cor amarela) e que parte da via de integração de Rio de Peixe e é a condição para esse empreendimento existir porque essa é a solução de acesso. O orador leu a segunda pergunta, enviada por escrito, conforme transcrição: Qual será o tratamento a ser dispensado as nascentes existentes no local e entorno do empreendimento? Ao que Edna respondeu que com relação ao empreendimento (falando em questão de saneamento básico), toda parte de esgotamento, água potável, isso tem que ser implantado; com relação à proteção de nascentes elas devem estar asseguradas 100%, uma vez que vai contemplar nos estudos de EIA-RIMA, tanto é que quando se faz o parcelamento, deve-se preservar e utilizar as áreas de preservação permanentes para proteger essas áreas, então elas não são passíveis de parcelamento, mas são protegidas. Em seguida, Edna passou a fala para Marcos Weber, representante da Brandt, que afirmou que as fontes e nascentes serão preservadas, mas, antes de tudo, serão objetos de estudo, que ainda não foram estudadas profundamente, que ainda não se sabe ao certo quais as vegetações existem em torno de cada uma delas e isso precisa ser estabelecido e que é necessário fazer um plano de preservação integrado de todas as nascentes, que não adianta apenas fazer uma cerca ao redor e acreditar que isso é suficiente, é preciso aprofundar muito esse assunto, uma vez que água é um assunto fundamental. Em seguida, o orador declarou que a mesa ouviria as manifestações da plateia. A primeira inscrita, Rosimere, declarou que representa a Associação Comunitária do Bairro Pasárgada e a Associação Comunitária de Macacos que todos receberam com muita surpresa, através de uma faixa, o convite para essa audiência, porque não ficou claro para ela e os demais associados que as áreas em que

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residem seriam envolvidas e que, como as associações citadas por ela se reúnem semanalmente, e contam com participantes que são ligadas à Prefeitura, essas os avisaram; manifestou que sua primeira colocação seria que a maioria das pessoas não entendeu quais as regiões afetadas (observou que a Audiência estava bem vazia), que não parece que Passárgada, Macacos e o entorno seriam envolvidos, que foi produzida pelos associados uma carta-protesto, que os associados não aceitam a priori, sem os devidos esclarecimentos, que gostaria de protocolar e entregar a carta e que gostaria que ficasse registrado em ata (entrega da carta-protesto) e que as pessoas não estão preparadas, não entenderam e tiveram uma baixíssima participação porque a convocação ficou muito pouco clara, que nunca havia ouvido falar em Rio de Peixe e questionou como deveria entregar e protocolar a carta-protesto. Em seguida, o orador anunciou a participação de Julio, que declarou que, antes que começassem a marcar seu tempo de fala, gostaria de fazer uma observação que, dentro das características de uma audiência pública, está a manifestação da sociedade, que com 2 minutos é absolutamente impossível se manifestar sobre um projeto como esse, que iria resumir o máximo, mas que seria como se não houvesse uma manifestação por parte das pessoas e que considera que esse tempo restrito é exatamente para coibir a participação da sociedade nesse processo. Julio anunciou em seguida, que teria cinco itens para falar, sendo o primeiro o seu apoio como conselheiro da Cidade à carta da ACH que deveria ter sido entregue à mesa, o segundo foi seu não entendimento de porque a Prefeitura insiste em apresentar novos projetos, que não poderiam ser apresentados antes da revisão do Plano Diretor e perguntou por que não tem dinheiro para terminar a revisão do Plano Diretor, mas tem dinheiro para desenvolver um plano como esse, afirmou também que isso é uma irregularidade, questionou a quem interessa que a análise de um processo como esses se sobreponha à revisão de um Plano Diretor; como terceiro item, Julio afirmou que, Nova Lima e a Região metropolitana de Belo Horizonte não podem aprovar nenhum empreendimento de alto impacto na bacia do Alto Velhas sem antes quantificar o volume de águas na captação de Bela Fama, que o que já foi licenciado até hoje na bacia do Alto Velhas, todos esses empreendimentos somados representam mais do que a capacidade de captação de Bela Fama, e questionou se iremos continuar licenciando projetos de alto impacto no Alto Velhas e depois deixar Belo Horizonte e região metropolitana sem água, afirmando que a captação de Bela Fama é responsável por 67% da água consumida por Belo Horizonte, portanto, o estudo da quantificação de águas deve ser feito antes de qualquer licenciamento, que o projeto impermeabiliza uma área muito grande e acaba com nascentes e áreas de recarga de aquífero, dirigiu-se ao senhor Paulo Sérgio Santana Furtado e apontou que, se este já houvesse lido o que Gro Brundtland escreveu sobre sustentabilidade, um projeto como esse deveria ser apresentado a partir... Neste momento o orador asseverou que o tempo de fala do senhor Julio havia terminado, e este anunciou que ainda gostaria de falar sobre mais dois itens. A Dra. Andressa levantou questão de ordem, atestando que, a ADN COPAM nº 12 fixa o tempo de cinco minutos para os representantes da sociedade civil, que dois minutos não é um tempo hábil para as pessoas se manifestarem e que essa questão deveria ser revista porque fica muito desigual o tempo que é fornecido para o empreendedor, para o poder público e para a sociedade e se a função da audiência é ouvir a sociedade, deve-se ter um tempo equânime para todos os lados. O secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, esclareceu que os dois minutos definidos para fala de participantes na Audiência foi estabelecido à semelhança de audiências anteriores e para garantir que todos tivessem o direito de se manifestar, mas que, havendo poucas pessoas para realizar perguntas, evidentemente o tempo de fala poderia ser acrescido de 3 minutos, perguntou ao orador quantas pessoas estavam inscritas para a realização de perguntas ou manifestações, ao que este respondeu que havia 14 inscrições. Definiu-se, portanto, que as manifestações do público teriam 5 minutos de duração. O senhor Julio deu continuidade, afirmando que um projeto como o apresentado, que acaba com nascente, área de recarga de aquífero, em princípio já não é sustentável e que os conceitos de sustentabilidade que a Fundação Gorceix apresenta deveriam ser revisados; o próximo item apresentado pelo senhor Julio foi a pergunta: quais são estudos demográficos que foram feitos para esse empreendimento? Afirmando que os estudos feitos pelo IBGE e pelo

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Cedeplar, não cabe empreendimentos deste tamanho em Nova Lima, pois o impacto disso sobre Nova Lima é muito significativo e perguntou se será permitido um impacto como esse se não haverá população para ocupar, devendo, portanto, ser repensado e, antes que esse processo inicie o licenciamento, deve fazer os estudos de água no Alto Velhas e de população e que, sem o estudo de corredores ecológicos, isso é brincadeira; em seguida, o senhor Julio agradeceu e desejou boa noite a todos. Na sequencia, o orador esclareceu que não foi ele quem estipulou os dois minutos de tempo de fala dos participantes, mas que apenas seguiu as ordens da equipe de organização da Audiência. O senhor Paulo Sérgio Santana Furtado pediu a fala para responder o comentário do senhor Julio, assegurando que, quando fala em sustentabilidade, a presente discussão faz parte da sustentabilidade, que não se trata só do ambiental, mas também o econômico e social, que a população de Nova Lima também precisa viver, ter emprego e renda. A Audiência prosseguiu com a fala do senhor Fausto, participante, que cumprimentou a todos e afirmou que faz parte da comunidade de Macacos, que há muito tempo vem lutando e que antes acreditavam que a Vale seria um adversário e hoje percebem que podem ter parcerias mais diversas possíveis, que prestou muita atenção na apresentação, na argumentação dos jovens idealistas como os da Fundação Gorceix, outros elementos que se posicionaram e que, tendo 80 anos, acompanhou e acompanha durante muito tempo todo o processo que Nova Lima vem sofrendo e que fica muito triste com a descaracterização da cidade de Nova Lima, pediu desculpas aos novalimenses e afirmou Nova Lima é linda, que todo seu espaço é muito bonito e que vale a pena lutar pela sua preservação, que a degradação que é vista na cidade hoje é muito triste, pois se perdeu a história de Nova Lima, embora alguns núcleos ainda sejam conservados mas o todo, o geral, o adensamento populacional, as edificações e tudo mais descaracterizaram uma das regiões que poderia ser muito linda, que seria o berço que deu origem a toda essa comunidade, essa grande comunidade e perguntou como foi definida a área denominada OUC, qual foi o critério, onde se baseou, por que ela inclui determinadas áreas e exclui outras áreas, por que a Vale (e afirmou ser esta empresa detentora, junto com a Morro Velho, de mais de 80% da área do município) está de fora, não está representada, mas que, pelo visto nenhuma área da Vale foi comprometida, a não ser o acesso ao aeroporto que deverá passar dentro de um território da Vale e aí a negociação será entre pessoas de grande porte, portanto, ressalta a pergunta de como foi definida a área de ocupação; perguntou também como será decidido o parecer da sociedade novalimense após a apresentação, se todos iriam levantar a mão, se a votação estaria encerrada, se haveria uma consulta aos presentes se são favoráveis ou desfavoráveis ao empreendimento, como será decidido e qual será o critério para se saber se a sociedade de Nova Lima aprova ou não aprova esse empreendimento; em terceiro lugar, questionou qual será o papel do Ministério Público após a Audiência, se será conclusiva e a partir da audiência o Ministério Público estará habilitado, assim como os empresários e a comunidade de nova Lima e Macacos e os arredores todos estão conscientes de que dentro de dois ou três anos tudo isso vai ocorrer, se podem ficar tranquilos com relação a isso e afirmou que as promessas estão sendo pinçadas e que não basta um gestor para que tudo isso possa acontecer, mas é preciso muito mais; em seguida cumprimentou todos os presentes. A dra. Andressa pediu a fala e asseverou que, tendo em vista que foi indagado o papel do Ministério Público, gostaria de responder que, como ela havia afirmado no início da apresentação, o Ministério Público enviou uma recomendação em fevereiro para o município em razão de alguns pontos entendidos como irregularidades na proposta inicial, entre elas que a Operação Urbana Consorciada não estava prevista originalmente no Plano Diretor, que o Plano Urbanístico foi elaborado sem qualquer participação popular até esse momento e que não foram realizados EIV e estudo de viabilidade econômico-financeiro também para a proposta de Operação Urbana Consorciada e que, portanto, não era possível avaliar adequadamente as intervenções necessárias para promover a valorização ambiental, as transformações urbanísticas estruturais e tampouco para mitigar os impactos, sendo esses os pontos que, antes da Audiência Pública, foram apontados pelo Ministério Público; prosseguiu assegurando que vê um problema também, do ponto de vista ambiental, que é a ausência de um basic line monitoring de toda a área prévio à definição de onde irão colocar os equipamentos propostos, seja o aeródromo ou os

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parcelamentos, etc, e que o representante da Brandt já havia informado que não foi realizado o mapeamento de nascentes, corredores ecológicos, e questionou como poderia ser apontado onde serão os empreendimento se não se conhece o entorno, já que pela moderna avaliação de impacto ambiental, o primeiro ponto é conhecer o meio ambiente para desenvolver os projetos de acordo com o meio ambiente, não é falar que não está querendo se submeter, pois é claro que sustentabilidade tem responsabilidade econômica, social, ambiental e cultural, mas se há a percepção de que isso não é seguro, o que se quer é que seja sustentável no sentido de que o meio ambiente exerça influência real e que o econômico não prevaleça como costuma acontecer e prosseguiu afirmando que, então, o papel do Ministério Público do ponto de vista ambiental e urbanístico aponta várias irregularidades como a flexibilização de parâmetros sem justificativas para isso, a questão da habitação de interesse social afirmou que o papel do Poder Público é buscar esse acordo com a sociedade civil, rever o projeto em conjunto com os empreendedores para que já vá para a Câmara de uma maneira melhor e que se não for possível uma solução consensual será possível a utilização do terceiro pilar democrático que é o acesso à justiça, que é sempre mais difícil, porque se vai o projeto para a Câmara e essa aprova de maneira ilegal, pode-se recorrer, como ela assegurou já ter realizado em outras ocasiões com relação à legislação urbanística do município que contrariava o Estatuto da Cidade e o Plano Diretor e que já teve êxito em ações judiciais extirpando o ordenamento político excedente sem precedentes e que isso pode acontecer, mas não é o que se quer, o ideal é que o Poder Público faça seu papel de gestor e aproveite o projeto do melhor jeito para a cidade. O senhor Fausto retomou a fala perguntando se a audiência vai concluir se a população é ou não favorável ao projeto. O Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, solicitou que o participante concluísse para que as outras pessoas também pudessem se manifestar. Dra. Andressa respondeu ao questionamento esclarecendo que a função da Audiência Pública não sair com uma resposta definitiva da sociedade, mas sim obter parâmetros e contribuições da sociedade para a melhoria do projeto, da proposta, para que essa seja analisada da melhor maneira possível pelo município. Em seguida, Edna complementou que, vários estudos ainda serão realizados antes da realização do empreendimento para que todos os dados sejam claros, que o estudo EIA vai caracterizar toda a área e que nada deve ser feito sem as devidas caracterizações, sem os devidos dados que vão ser avaliados por todos, pois não se pode empreender nada apenas pelos dados que foram expostos até o momento, mas que só é possível avançar mediante novos estudos que darão segurança para a população. Ana Schmidt assumiu a fala para responder com relação à delimitação da área da proposta de OUC e esclareceu que essa área foi definida em função de longos interesses de empreendimentos como a Fazenda Jatobá, que tem uma área de grande porte sendo parcelada e a área de empreendimento residencial que tem a proposta do aeródromo estão em um perímetro bastante significativa e que, além disso, há no Plano Diretor, a proposta das vias de integração Rio de Peixe que contorna toda essa região; Ana Schmidt explicou também que, como a operação prevê uma série de contrapartidas, as áreas urbanas existentes na região, que o município pretende fazer um planejamento da área, porque fazer o que está no Plano Diretor significa começar vários parcelamentos colados sem ter esse planejamento para esse perímetro desses empreendimentos da via de integração, da região de Macacos e dos seis núcleos que estão em seu entorno. Em seguida, o participante, senhor Mateus Nunes, cumprimentou todos os presentes, informou que é arquiteto e afirmou que lhe chamou a atenção o tamanho da Operação Urbana que, se for comparado com o mapa de Nova Lima, abrange mais ou menos 30% do território de Nova Lima, que se forem retirados de Nova Lima a área de mineração e a área que está caracterizada como área rural, tem-se uma área de 50 ou 60% do município, então talvez seja necessário repensar esse perímetro até mesmo para entrar em convergência com o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana que trabalha e busca uma estruturação territorial com foco em cidades mais compactas e que o modelo apresentado distribui e fragmenta todos os empreendimentos dentro de um território muito grande; outro ponto explanado por Mateus foi de que parece que o projeto não levou em consideração o macrozoneamento metropolitano, que faz a sobreposição do Vetor Sul com relação à parte que está

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sendo tratada de como área rural e áreas agrícolas, afirmou também que a proposta não converge com o Estatuto das Cidades, que prevê cidades diversificadas, ao que loteamento fechado não é diversidade de uso, diversidade social e diversidade econômica; citou também o inciso 7 do artigo 42b do Estatuto das Cidades, segundo o qual, é exigido que o município crie mecanismos para a captura da mais-valia, justa distribuição do ônus e bônus do processo de organização e um mecanismo que enquadra bem nisso é a outorga onerosa do direito de construir que a venda de potencial construtivo e que o documento que foi apresentado mostra loteamento de 1000 metros quadrados com potencial construtivo de 0,8 e 0,5 e que, se, para viabilizar todas as contrapartidas, todas as obras, depende de venda de potencial construtivo, um terreno de 1000 metros com potencial de 0,8 possibilita uma casa de 800 metros quadrados, se o que está sendo proposto é a possibilidade que o sujeito tenha uma casa de 800 metros quadrados sem pagar nada, quem vai financiar essa operação? Além disso, Mateus discorreu sobre a captura da valorização imobiliária resultante das ações do Poder Público, que também consta no inciso 7 do artigo 42b do Estatuto das Cidades, quando o Poder Público define quais são os índices de potencial construtivo de cada lote, não está gerando valorização; por que em determinadas áreas se tem potencial construtivo de [inaudível-2:16:49], questionou por que o poder público está sendo bonzinho de dar mais potencial construtivo para um e menos para outro e sugeriu, se a Operação Urbana se viabiliza por meio de venda de potencial construtivo, que toda a área seja tratada de forma isonômica e que todo potencial construtivo seja de 0,3 e que, a partir daí, tenha-se uma maximização da venda de potencial construtivo, o que se trata de viabilizar o que está sendo proposto porque a matemática está sendo muito vantajosa e, pensando em loteamentos residenciais, como o empreendimento da Fazenda Jatobá que tem 952 lotes, a ocupação desse empreendimento não será em 4 ou 5 anos, mas sim em 10 ou 20 anos, questionou como em 10, 20 anos o município vai financiar todas as obras que estarão sendo colocadas nessa área, defendeu que o documento que mostre a viabilidade financeira é imprescindível para uma Operação Urbana para que todos tenham conhecimento e encerrou sua fala com um agradecimento. Dando continuidade, o participante, senhor Tiago Abalem, cumprimentou todos os presentes e se manifestou a favor do empreendimento, afirmando que esse irá gerar empregos e renda para Nova Lima e concordou que a Audiência deveria ter sido mais divulgada, parabenizou o Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, e a Prefeitura de Nova Lima pela iniciativa e considerou que os cidadãos de Nova Lima padecem com altos índices de desemprego e deverão apoiar esse projeto e encerrou sua fala. Na sequência, o participante, senhor Flavio Mourão, cumprimentou todos os presentes e considerou que Macacos não deveria estar envolvido nessa área porque o zoneamento do Plano Diretor já atende as necessidades da região e as adequações que deveriam ser feitas pela ADE infelizmente são aconteceram. Em seguida, Liana Portilho solicitou a fala para alguns esclarecimentos e explicou que primeiramente haveria um fundo que seria alimentado pelas contrapartidas e pelo CEPAC, que é a venda de potencial construtivo, que a questão da inclusão de Macacos se dá em função de que dentro de uma proposta de Operação esses investimentos só podem ser usados em áreas que estão dentro do perímetro da área da operação e, como existe uma série de demandas de requalificação da área do núcleo de Macacos, ele foi incluído; afirmou também que dentro das características da área que está sendo delimitada, existem alguns critérios com relação aos coeficientes, de usar os coeficientes previstos na ZOCS2, por exemplo, que é utilizado e praticado no restante da cidade e apresentou uma outra proposta de coeficiente mais baixo onde se abaixa mais o coeficiente para poder ter compra através de CEPAC. O senhor Leonardo Tolentino se apresentou e afirmou que acompanhou o processo como conselheiro do ConCidade mas, como morador da região, afirmou que possui propriedade na região afetada pela OUC, que, pelo plano, o potencial construtivo de sua propriedade irá cair e perguntou como pode recusar esta condição e se retirar dos impactos do projeto, apontou as questões hídricas, ambientais e ecológicas e as modificações de potencial construtivo que acontecerão a partir do projeto, ressaltou que algumas propriedades irão, a partir da OUC, adquirir potencial altíssimo de construção que não tinha antes, e outros que tinham baixou e sem consulta, portanto, considerou que isso é totalmente

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errado, deve ser novamente discutido, mostrado, ou seja, se havia uma área com determinado potencial construtivo pelo Plano Diretor, e havia um desejo de fazer algo naquele local, foi mudado de uma hora para a outra sem consulta e sem informação. Em seguida, a participante, senhora Simone Botrel, foi convidada a fazer sua manifestação. Neste momento, o senhor Walmir Braga pediu questão de ordem afirmando que estava sendo impedido de se manifestar na Audiencia Pública, asseverou que chegou ao local da audiência as seis horas e trinta minutos, procurou lista de inscrição para manifestação e não havia, saiu do local da audiência as sete horas e anão havia iniciado a sessão, agora voltou e as pessoas da organização reconhecem que ele esteve no local as seis e trinta e afirmam que ele poderá apenas fazer a pergunta por escrito que será respondida por e-mail; declarou também que insistia em exercer seu direito de cidadão de se manifestar durante audiência pública. Secretário de Planejamento e Gestão, senhor Geraldo Magela, informou que o senhor Walmir Braga seria atendido em sua reclamação e falaria após a realização das manifestações inscritas. Liana Portilho solicitou um momento de fala para fazer alguns esclarecimentos com relação a algumas questões que foram colocadas anteriormente, especialmente sobre o que foi colocado pelo participante, senhor Leonardo, sobre a obrigatoriedade da participação, explanando que a adesão ao instrumento, às normas estabelecidas posteriormente pela lei que instituir (se instituir) essa Operação Urbana, são de adesão facultativa, inclusiva aos proprietários da área, sendo esse o entendimento que há sobre esse ponto (salvo melhor entendimento da Dra. Andressa com relação à essa matéria específica), de modo que não entende que se possa falar em lesão a proprietários da área na medida em que o conceito do instrumento é de flexibilização de parâmetros, pressupõe-se parâmetros mais restritivos, ou seja, é um princípio geral de direito que não se pode obrigar, na vigência de uma norma como o Plano Diretor, que propriedade de determinada área seja compelida a sofrer determinada restrição quando o caráter do instrumento é distinto, que o caráter do instrumento de Operação Urbana é de pactuação entre interesses públicos e privados, interesses privados que se apresentarem; Liana observou também que está faltando um clareamento melhor sobre o procedimento, pois não se pretende na audiência que se deliberasse sobre a continuidade ou não do processo, que esta é apenas uma primeira conversa e haverá outras, mas que falta clareza sobre o procedimento que se segue, pois, pela legislação há uma apresentação de estudo preliminar, de proposta, de debate e que, se isso for encampado, continuado pelo Poder Público, fatalmente muitas revisões serão feitas nessa proposta preliminar apresenta pela Fundação; afirmou também que, com relação aos questionamentos sobre os parâmetros, considerou muito pertinentes as colocações do senhor Mateus, pois tudo isso é rico e o objetivo é colher as riquezas de manifestações para que, se o poder executivo deliberar seguir adiante com essa proposta, que ela seja enriquecida, aperfeiçoada e que acolha as recomendações do Ministério Público; com relação às contrapartidas e a alegação da isonomia, Liana asseverou que falta o entendimento de que existe um instrumento que é o viabilizador dessa Operação Urbana Consorciada, que vai pautar todas as suas regras, que o projeto de lei, que uma vez encaminhado para a Câmara de Vereadores, será lá debatido e, virando norma, especificará e detalhará uma série de dúvidas que não são apenas da plateia, mas que também ela, como técnica e estudiosa do assunto também compartilha; e que haverá então, um marco legal, pois proposta/estudo não é norma, haverá um momento de transpor e detalhar, regulamentando essas diversas situações e, finalizando, falou sobre as contrapartidas e que iria opinar, por si, não pela Fundação, que imagina que um bom termo de um projeto de lei que institua uma Operação Urbana Consorciada no porte da que essa se propõe, com um empreendimento ancora que está sendo proposto, esse aeródromo, deveria ser definido pelo poder público quais contrapartidas específicas desse rol cabem a esse empreendedor, seria uma temeridade (desculpou-se com os empreendedores presentes) qual é o maior interesse que já estava em vias de obter diretrizes da prefeitura, que é o aeródromo, não se definisse previamente, pactuando com a sociedade na Câmara de Vereadores no contexto de um PL; portanto, finalizou, o que há na proposta é rol/prospecção de necessidades, de carências, no entanto, o senhor Leonardo tem toda a razão, que tudo isso deve ser equalizado, mas não no estudo, e sim no PL, que também é permeado de audiências, de oitivas, participação, por que

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não definir? E que tudo isso deve ser equalizado. A participante, senhora Simonel Botrel, iniciou sua manifestação afirmando que esse projeto já começou errado no nome, pois não adota a lógica de bacia, mas sim de nome de uma estrada que também já começou errada, que já foi embargada, que é a estrada Rio de Peixe, que o empreendimento tem o nome de Rio de Peixe, mas não é na bacia de Rio de Peixe, e sim na bacia do ribeirão Macacos, pediu uma audiência lá porque a comunidade não foi bem informada, e a Audiência está sendo realizada na bacia do Cardoso-Cristais, portanto a lógica das bacias não foi usada e que acredita que muito se trabalhou por muitos anos para que as pessoas conheçam a bacia a qual pertencem, por isso as pessoas de Macacos não estão entendendo o nome que está sendo usado na bacia de Macacos; Simone também declarou seu apoio à carta da ACH, também à um documento de várias instituições como Pro-Mutuca que também é importantíssimo, apoio à fala do senhor Julio Grillo e assegurou que, com essa confusão de bacias, deixou de fora a área de influencia de Alphaville, porque hoje em dia a água da lagoa de Alphaville já está sendo usada para abastecer a região de Nova Lima e a região metropolitana, então vai ser impactado de alguma forma, já que o uso da água de lá é que vai abastecer o entorno, então deve-se inserir; apontou também que em Água Limpa está sendo feita a licença social da Coca-Cola e já há impacto dessa região do aquífero de Alphaville em outras áreas, inclusive com a Coca-Cola já levando caminhão pipa para abastecer Brumadinho, então o impacto de qualquer empreendimento impacta todo mundo e que não viu nada na apresentação falando dessa questão da água, considerando a importância de que isso fique registrado. Na sequência, o orador convidou Maria Fernanda de Oliveira e Camila Aldertun para suas manifestações, mas ambas solicitaram que as realizassem posteriormente, bem como Isabel. O orador leu a pergunta enviada por escrito pela senhora Flávia Stortini, conforme transcrição: Qual foi o resultado dos estudos sobre o impacto do empreendimento sobre o tráfego na BR040? Ao que a autora da pergunta solicitou realizar também manifestação oral e solicitou resposta sobre essa questão pois, não lhe pareceu que, em momento algum, que um projeto que está em estudo desde 2012 ou 2011 (pois alguns apresentadores falaram que há 3 ou 4 anos estão estudando esse projeto) e que para a população é absoluta novidade porque foi tomado primeiramente como um boato no ano passado, o primeiro impacto que deveria ter sido analisado é como se chegar não pelas estradas internas, mas pela BR040 que hoje já representa um grande problema pelo volume de transporte, que atualmente a população vivencia um corte maciço das árvores na BR040 com o pressuposto de segurança no tráfego, quando seria necessário melhorar a via e que, com um volume de 900 residências, no mínimo, sobre essa via, esse impacto teria que ter sido o primeiro a ser analisado; questionou se esse projeto vai duplicar a saída da divisa Belo Horizonte-Nova Lima até Alphaville? Manifestou sua surpresa ao ouvir pessoas dizendo na Audiência que estão estudando esse projeto desde 3 anos atrás, afirmou que é presidente da Associação de Proprietários de Passárgada, que o condomínio sequer consta nos mapas ou foram citados na Audiência e que será o loteamento que provavelmente sofrerá o primeiro e maior impacto, não só ambiental do ponto de vista de barulho, de afetar as águas, mas também visual e de animais, pois existe uma fauna belíssima em Passárgada, que vai ser afetada e não foi objeto de estudos, se esse estudo preliminar que está acontecendo há 3 anos ainda não contemplou nada disso, que estudo virá a partir disso? Declarou ainda que houve uma Audiência Pública no Jardim Canadá (lugar mais próximo do impacto imediato que esse projeto pode causar) à qual o Poder Público e os empreendedores não compareceram, demonstrando profundo desrespeito com a população que vai ser afetada e que, se o município está buscando trazer esse projeto para a opinião popular, tentando com isso demonstrar o exercício da democracia, isso deve ser feito de forma diferença, porque os nativos de Nova Lima que entendem que serão beneficiados com esse projeto a partir da oferta de empregos, estão enganados, pois não sairão da sede para trabalhar lá, porque não existe transporte público, que é outro problema que deve ser analisado para esse projeto, pois não existe transporte público nem para as comunidades que já estão instaladas e que outro problema maior é que Nova Lima não possui saneamento básico, que as pessoas do Passárgada solicitam que o município passe a tratar esse assunto junto com a comunidade, pois esses não foram consultados até então.

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Continuando, o orador leu a pergunta enviada por escrito pela senhora Bruna Paula, conforme transcrição: A Associação Comunitária do Distrito de Rio de Peixe foi fundada em 2013 e nunca foi procurada e muito menos informada sobre o assunto. Por que? O que será feito com os pequenos proprietários da área? Ana Schmidt respondeu que a proposta apresentada está sendo discutida e que, nos estudos detalhados de impacto, essas questões são aprofundadas. O participante, senhor Teo Garzon, cumprimentou a mesa e dissertou que viu muitas indagações, que considera que esse empreendimento vai trazer benefícios para Nova Lima, que muitas pessoas que se manifestaram anteriormente são moradoras de condomínios que foram abertos, e perguntou: por que os moradores de Nova Lima abriram para os condomínios que já existem e agora não podem abrir para outro empreendimento? Afirmo que existem casas no morro, e outros empreendimento não podem vir gerar recursos para Nova Lima, declarou que representa diversas entidades sociais de Nova Lima que trabalham com inserção de pessoas no meio de trabalho e pede licença à mesa para observar que as pessoas envolvidas no projeto são competentes, cita a Dumont como empresa de referência no Brasil e no mundo e afirma que as pessoas querem que tudo seja certo, feito de forma legal e passe pela Câmara, porque é lá que o povo está representado, dirigiu-se ao público dizendo que este deve se mobilizar para ter uma cadeira na Câmara, porque é lá que se discute o que o povo de Nova Lima quer ou não quer. O Orador passou a palavra para Camila, que junto com outras duas participantes iniciou uma intervenção com outras duas participantes junto ao público sem utilização de microfone e com a utilização de um recipiente com terra simbolizando as condições de infraestrutura do Vale do Sol, região onde mora e afirmou posteriormente com a utilização de microfone dizendo que o Vale do Sol é a área que aguarda a implementação da ADE Vale do Sol aprovada por Audicneica Pública em 2009; que o vale do Sol foi contemplado por inúmeras rubricas de recursos federais e municipais para se executar a totalidade da rede de saneamento básico com prazo de entrega de obra para novembro de 2009, com placa na entrada do bairro de recursos do PAC e a situação hoje do bairro é de nenhum litro de esgoto captado ou tratado; que o Vale do Sol hoje tem altos índices de doenças alérgicas respiratórias e trabalhadores pais de famílias migrando, saindo do Vale do Sol, por não terem condições mínimas de infraestrutura, de calçamento, de vias, de praças, de segurança, etc. afirmou também que isso é o desenvolvimento em Nova Lima, e perguntou para o público se esse é o desenvolvimento que temos e queremos em Nova Lima; declarou que se houvesse necessidade de discutir uma OUC, que fosse para atribuir e garantir junto à todos que estão e virão para Nova Lima e nessa bacia, o direito de desfrutar desse território e não de especular a terra, uma operação consorciada que fizesse cumprir a função primordial de garantir a sustentação do ciclo hidrológico desse trecho do Espinhaço; asseverou que todos tem direito à água, à terra e que todos são soberanos à ocupação desse território pelo simples motivos de todos serem seres humanos. Isabel falou, na sequência, sobre a preocupação de muitos sobre a geração de emprego e renda, afirmando que não falta trabalho a ser feito, que há muito trabalho e que deve haver investimentos onde precisa haver investimento, pois ainda há muitas coisas pendentes e perguntou qual é o desdobramento da Audiência, se se trata de um termômetro para enviar o projeto para a Câmara ou não e, se o desdobramento for nessa direção, como um estudo ainda precário teria autoridade e capacidade de alterar o zoneamento de um município, pois se se espera há tanto tempo a revisão do Plano Diretor e de repente um projeto precário pode alterar o zoneamento do município; declarou que tem profundo respeito por todos os participantes que se manifestaram anteriormente e ressaltou que, se o projeto tem impacto sobre as águas, inevitavelmente tem impacto social e econômico. O senhor Walmir Braga cumprimentou a mesa na pessoa da Dra. Andressa, declarou que não é nativo de Nova Lima, mas escolheu viver na cidade, asseverou que a Audiência discute um pedaço da revisão do plano do crescimento de Nova Lima, que Nova Lima precisa ter um futuro sustentável, que é impossível planejar um futuro em que as partes não estão interligadas, que há um Plano Diretor, lei de 2017, que já deveria ter sido revista e que Nova Lima precisa ter um futuro sustentável, salientou a necessidade de revisão do Plano Diretor, a continuidade das ADEs e que é essencial que se olhe para o futuro da cidade de outra forma não privilegiando apenas interesses econômicos, solicitou que o documento

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assinado por várias entidades seja anexado aos documentos do processo, requereu que sejam realizadas audiências públicas em todas as regiões afetadas, além de um Plano Diretor completo. Não havendo mais nada a tratar, o orador agradeceu a presença de todos e encerrou a Audiência Pública da qual foi lavrada a presente ata e encaminhada para publicação.

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