63
1 Pressclipping em 22.junho.2013 "A república no Brasil é o regímen da corrupção." Lima Barreto MP junto ao TCU pede rejeição de contas da presidente Dilma Procurador Júlio Marcelo de Oliveira diz que governo petista inflou as contas públicas artificialmente para favorecer Dilma em ano eleitoral Publicado por Frederico Fernandes - 3 dias atrás O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) encaminhou aos ministros da Corte parecer em que defende a rejeição das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff por violação da Lei de Responsabilidade Fiscal . Além das controversas manobras fiscais, que consistiam em adiar a transferência de recursos para o pagamento de Bolsa Família , seguro-desemprego, abono salarial e aposentadorias pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do MP, afirma que o governo promoveu uma "verdadeira política de irresponsabilidade fiscal", fraudando contas para moldar artificialmente a imagem da presidente petista. "O que a nação assistiu perplexa foi a uma verdadeira política de irresponsabilidade fiscal, marcada pela deformação de regras para favorecer os interesses da chefe do Poder Executivo em ano eleitoral, e não os interesses da coletividade no equilíbrio das contas públicas", diz o procurador. Além das manobras, a auditoria do TCU aponta para atrasos sistemáticos de pagamento de despesas primárias obrigatórias e a para a realização de operações com recursos do FGTS sem a autorização da Lei Orçamentária, o que também é ilegal. IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

 · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

  • Upload
    vohuong

  • View
    214

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

1

Pressclipping em 22.junho.2013

"A república no Brasil é o regímen da corrupção."

Lima Barreto

MP junto ao TCU pede rejeição de contas da presidente Dilma Procurador Júlio Marcelo de Oliveira diz que governo petista inflou as contas públicas artificialmente para favorecer Dilma em ano eleitoral

Publicado por Frederico Fernandes - 3 dias atrás

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) encaminhou aos ministros da Corte parecer em que defende a rejeição das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff por violação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Além das controversas manobras fiscais, que consistiam em adiar a transferência de recursos para o pagamento de Bolsa Família, seguro-desemprego, abono salarial e aposentadorias pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do MP, afirma que o governo promoveu uma "verdadeira política de irresponsabilidade fiscal", fraudando contas para moldar artificialmente a imagem da presidente petista.

"O que a nação assistiu perplexa foi a uma verdadeira política de irresponsabilidade fiscal, marcada pela deformação de regras para favorecer os interesses da chefe do Poder Executivo em ano eleitoral, e não os interesses da coletividade no equilíbrio das contas públicas", diz o procurador. Além das manobras, a auditoria do TCU aponta para atrasos sistemáticos de pagamento de despesas primárias obrigatórias e a para a realização de operações com recursos do FGTS sem a autorização da Lei Orçamentária, o que também é ilegal.

O TCU vai analisar em sessão plenária nesta quarta-feira o relatório sobre orçamentos do governo e deverá discutir não só a legitimidade das manobras fiscais no uso de recursos de bancos públicos para o pagamento de programas sociais, mas também outras formas de maquiagem nas contas públicas promovidas pelo governo Dilma. As manobras, potencializadas em pleno ano eleitoral, serviam para o governo segurar pagamentos devidos a bancos públicos com o intuito de registrar gastos menores e melhorar artificialmente as contas para engordar a meta de superávit primário (economia feita para o pagamento de juros da dívida).

"Existem fatos novos que são tão importantes ou mais importantes que as pedaladas", disse nesta terça-feira o ministro Augusto Nardes, relator das contas da Presidência de 2014 no TCU.

"Na gestão fiscal e financeira do exercício de 2014 foram praticadas graves e intencionais violações à Lei de Responsabilidade Fiscal com o objetivo de expandir gastos públicos, sem sustentação orçamentário-

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 2:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

2

financeira, com a agravante de terem sido cometidas em ano eleitoral", critica o Ministério Público junto ao TCU.

"Além das missões intencionais na edição de decretos de contingenciamento em desacordo com o real comportamento das receitas e despesas do país, houve ainda a edição de decretos para abertura de créditos orçamentários sem a prévia, adequada e necessária autorização legislativa, violando a Lei Orçamentária anual, a LRF e Constituição", completa o memorial do MP.

O TCU pode rejeitar, de forma inédita, as contas do governo e abrir caminho para que os envolvidos sejam acusados de crime de responsabilidade, o que pode resultar no pagamento de multa e até a perda do cargo. Os responsáveis também podem ter de responder por ato de improbidade, que prevê a devolução dos recursos perdidos pela União.

Contas do MTE - O parecer do procurador chama ainda de "fraude" o fato de o governo ter ignorado pedido de recursos feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no valor de 9,2 bilhões de reais, para bancar despesas com seguro-desemprego. O pedido foi feito em 12 de fevereiro de 2014, segundo o parecer, e foi recebido e encaminhado pelo Ministério do Planejamento. Contudo, no cronograma mensal de despesas do Executivo, a ampliação orçamentária, que tem caráter obrigatório, já que se trata de despesas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, não havia sido levada em conta. A necessidade de ampliação orçamentária se deu por erro nas projeções de receita do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que banca os gastos com seguro-desemprego.

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/mp-defende-rejeicao-de-contas-da-presidente-dilma

Quer aprender Libras? Assista a 6 videoaulas gratuitas sobre língua de sinais 19 de Junho de 2015

Portal da USP oferece aulas online sobre o assunto, que podem ser acessadas gratuitamente; confira

Fonte: Shutterstock

O portal e-Aulas, da Universidade de São Paulo (USP), oferece o curso online gratuito Língua Brasileira de Sinais. São disponibilizadas diversas videoaulas sobre assuntos como língua de sinais e à deficiência auditiva, abordando a educação de surdos e à cultura surda, por exemplo.

 Leia também:» Portal da USP oferece diversas aulas online e gratuitas» 7 materiais acadêmicos online disponíveis para acesso gratuito» Todas as notícias de Educação

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 3:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

3

 O curso é coordenado pelo professor do Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Felipe Venâncio Barbosa e pela Especialista em Libras na USP, Janice Gonçalves Temoteo.

 Se você tem interesse em aprender sobre o assunto, a seguir listamos algumas aulas online grátis oferecidas pelo portal:

 1-Aula sobre a disciplina

2-Aula sobre o tema da deficiência auditiva

3-Aula sobre aquisição de línguas de sinais por crianças surdas

4-Aula sobre níveis de análises linguísticas nas línguas de sinais

5-Aula sobre a cultura surda 

Fonte: Universia Brasil

Protesto na Venezuela foi armado, afirma Ricardo Ferraço "Nós fomos sitiados por manifestantes absolutamente contratados, não tinha nada de espontâneo nessa manifestação", afirmou

Publicado por Pedro Magalhães Ganem - 1 dia atrás

O senador Ricardo Ferraço (PMDB), que estava na comissão de parlamentares brasileiros impedida de entrar na Venezuela, acredita que o protesto foi armado. "Nós fomos sitiados por manifestantes absolutamente contratados, não tinha nada de espontâneo nessa manifestação", afirmou.

O grupo de oito senadores foi à Venezuela para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares. Eles foram cercados por manifestantes e tiveram que retornar ao Brasil.

Ricardo Ferraço e os outros parlamentares retornaram da missão na madrugada desta sexta-feira (19). Ele explicou que a visita aconteceu porque a Comissão de Relações Exteriores tem recebido denúncias de autoritarismo na Venezuela.

"Nós precisamos ter uma dimensão de que todos esses problemas e desafios que acontecem nos países que são vizinhos do Brasil, no caso da Venezuela, que são parte da Mercosul, são também problemas do nosso país, porque nós estamos lidando com valores, com princípios que são muito caros ao povo brasileiro", disse Ferraço.

Para Ricardo Ferraço, a missão dos senadores brasileiros era indesejada pelo governo venezuelano. "Havia uma falta de desejo muito grande de que nós pudéssemos ir lá para chamar a atenção da sociedade

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 4:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

4

brasileira, dos meios de comunicação. E tudo que nós recebemos de denúncias e tudo que nós pudemos constatar é que na prática a situação é muito pior do que imaginávamos".

Segundo o senador, não foi garantido qualquer tipo de segurança para que a missão fosse cumprida. "Os próprios batedores que deveriam fazer a nossa segurança, eles meio que compactuavam com aquelas agressões que impediam que nós nos movimentássemos. Então nós não tivemos saída e alternativa, voltar para o aeroporto e ficar dentro da van por quase duas horas, aguardando uma solução e ela não veio", pontuou.

Os senadores queriam ir ao presídio onde está um líder político em greve de fome pelo 25º dia. "Estávamos na expectativa de que nós pudéssemos vê-lo superar esse greve de fome, porque a sua vida está em risco, mas também estaríamos com o prefeito de Caracas que também teve o seu mandato cassado pelo governo da Venezuela. O que nós podemos constatar é que se você faz oposição, se você contraia o presidente Maduro, você é cassado, é violado", completou Ferraço.

FONTE: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2015/06/noticias/política/3900429-protesto-na-venezuela-foi-...

Receita Federal caça contribuintes “pobres” nas redes sociais

16 de junho de 2015

O sujeito que mastiga pobreza na declaração do Imposto de Renda e arrota abastança em suas postagens nas redes sociais pode ser chamado a dar explicações à Receita Federal. No presente momento, em que as declarações de boa parte dos brasileiros estão sendo esquadrinhadas nos computadores do fisco, há auditores visitando também os perfis de contribuintes no Facebook e no Instagram em busca de sinais internéticos de luxo e esbanjamento.

A revelação foi feita dias atrás pelo próprio secretário nacional da Receita Federal, Jorge Rachid, em entrevista no Ministério da Fazenda.

– As redes sociais são fontes bastante ricas para fiscalização – admitiu.

A ideia é verificar o que estão postando nas redes sociais cidadãos cuja declaração revela alguma incongruência e passa a ser escrutinada pelos fiscais da Receita. A foto de um carro de luxo ou as imagens em um spa no Exterior, por exemplo, podem dar pistas de que um contribuinte está escondendo informações.

A Receita Federal em Brasília declinou o pedido de Zero Hora para que alguém falasse do assunto, mas o superintendente substituto regional, Angelo Rigoni, ofereceu algumas informações sobre como as redes sociais podem ajudar o fisco a buscar informações sobre possíveis casos de sonegação. Segundo ele, não

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 5:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

5

há nenhuma orientação oficial ou estrutura montada para monitorar os perfis na rede, mas os auditores têm autonomia para vasculhar a internet se acharem que isso pode colaborar no trabalho.

– Não há uma orientação oficial ou uma forma institucionalizada de fazer essa busca. O que existe é usar todos os veículos disponíveis para buscar alguma informação. Qualquer fonte disponível pode ser aproveitada na apuração de fatos e irregularidades. O auditor tem liberdade de entrar no Facebook porque ele é aberto e pode trazer dados interessantes, que permitam verificar informações prestadas – observa Rigoni.

Conforme o superintendente substituto, essa investigação pode acontecer quando o sistema de informática da Receita detecta alguma inconsistência em uma declaração de renda. Nesse caso, o contribuinte cai na malha fina. É então que o servidor do fisco pode recorrer à web. O expediente também é útil em caso de denúncias.

Além disso, revela Rigoni, o fisco conta também com uma equipe de analistas responsável por planejar ações fiscais. Eles se debruçam principalmente sobre os dados que estão no próprio sistema da Receita, mas também estão sempre atentos ao noticiário e, agora, às redes sociais, para definir ações e diligências.

– Toda notícia que surgir pode ser utilizada. O auditor vai então aprofundar essa informação, buscar a confirmação em outras fontes, correr atrás da comprovação – afirma.

As redes sociais também têm sido utilizadas por advogados para construir seus casos. Everson da Silva Camargo, professor de Direito da Unisinos, conta que é comum os profissionais localizarem pessoas, comprovarem relações de intimidade ou verificarem patrimônio com a ajuda do Google e de perfis nas redes sociais.

– Em um caso, já entrei no Facebook de uma pessoa que alegava não ter bens e que postou a foto de carro e escreveu: “Hoje chegou meu brinquedinho novo” – relata Camargo.

O Leão não curteVeja situações em que a Receita Federal pode bisbilhotar no perfil mantido por contribuintes em sites como o Facebook e o Instagram

Malha finaAs declarações de imposto de renda são submetidas a um sistema de informática que verifica se há inconsistência. Quando os dados não batem, a declaração cai na malha fina. Para verificar se há algum problema, auditores podem navegar nas redes sociais em busca de informações postadas pelo contribuinte.

DenúnciaSe o fisco recebe uma denúncia de sonegação envolvendo uma pessoa física ou uma empresa, ele se serve de todos os meios disponíveis para apurar a informação. Uma das possibilidades é vasculhar a internet à procura de pistas.

PlanejamentoA receita conta com equipes que trabalham na análise de informações e programam ações de fiscalização. Esses servidores ficam atentos ao noticiário e às redes sociais, podendo deflagrar investigações quando deparam com algo que chame sua atenção.

Fonte: Zero Hora

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 6:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

6

Um terço dos aquíferos do mundo está secando, mostra Nasa Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 11:17 hs.

19/06/2015 - Ameaça: os aquíferos estão sob pressão pela retirada excessiva para uso residencial, agrícola ou industrial

Chris Arsenault, da REUTERS

Roma - A água para uso humano está secando a uma taxa alarmante em cerca de um terço das bases aquíferas do mundo, com potenciais riscos para agricultores e outros consumidores, disseram pesquisadores.

Oito dos 37 principais aquíferos do mundo foram classificados como "sobre estressados", pois praticamente não têm novo volume de água entrando para compensar o uso, segundo dois estudos da Universidade da Califórnia, baseados em dados de satélites da Nasa.

Outros cinco aquíferos são classificados como "altamente estressados", o que significa que água nova está entrando nessas bases, mas elas ainda enfrentam problemas.

Os aquíferos se tornam estressados quando água em excesso é retirada de sua base para uso residencial, agrícola ou industrial, ao mesmo tempo a água da superfície não entra em volume suficiente para reabastecer as formações rochosas subterrâneas.

O Sistema Aquífero Árabe, uma fonte-chave de água para 60 milhões de pessoas na Arábia Saudita, Iraque, Catar, Síria e outros países, é o mais sobre estressado, mostrou a pesquisa.

A Base Aquífera Indu, no noroeste da Índia e no Paquistão, é a segunda mais vulnerável, e a Base Murzuk-Djado, no norte da África, é a terceira.Todas essas regiões já sofrem com variados graus de tensões políticas, e a escassez de água vai invariavelmente elevar os problemas sociais, disseram os pesquisadores.

"Estamos tentando alertar agora para apontar onde o gerenciamento ativo hoje pode proteger vidas e o sustento no futuro", disse em comunicado Alexandra Richey, autora principal dos dois estudos.

Os cientistas não sabem exatamente o quanto de água ainda resta nos aquíferos. "Em uma sociedade com escassez de água, não podemos mais tolerar esse nível de incerteza, especialmente se a água da terra está desaparecendo tão rapidamente", acrescentou.Fonte: EXAME.com

Tecnologia para agradar ao leãoIPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 7:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

7

Para atender ao leão da Receita Federal, os serviços contábeis estão mais digitais e a tendência, segundo Fernandes, é aumentar o uso de tecnologia.

A implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) vem obrigando as empresas e buscar mais tecnologia para satisfazer a demanda do governo por informações sobre o pagamento de tributos e contribuições. A afirmação é do presidente do Sescon-RJ, Lúcio da Cunha Fernandes. Para atender ao leão da Receita Federal, os serviços contábeis estão mais digitais e a tendência, segundo Fernandes, é aumentar o uso de tecnologia.

- Antigamente, todo o trabalho de coletar, organizar e transmitir as informações eram manual. Depois, passamos a fazer e mandar pela internet. Hoje é digital, online. O governo tem controle em tempo real. A relação das empresas com a contabilidade mudou por conta disso – observou a presidente do Sescon-RJ.

Fernandes lamentou que, apesar dos novos mecanismos digitais de controle de tributos, o governo não tenha se empenhado na capacitação dos usuários do sistema e mantenha manuais de instruções que são verdadeiros compêndios, com dezenas de instruções, o que se contrapõe à digitalização dos processos. Mas ele acredita que as arestas poderão ser resolvidas por meio de audiências públicas. O presidente do Sescon-RJ destacou ainda a importância do e-Social, o programa que unifica o envio de informações dos empregados pelo empregador.

- A CLT não muda, mas a forma de apresentar as informações ao governo é diferente. Toda a relação de trabalho estará consolidada em um único canal. É bom para o trabalhador e bom para o patrão – disse Fernandes.

Link: https://www.legisweb.com.br/noticia/?id=14303 Fonte: LegisWeb, O globo-RJ

Crise econômica e tributos 19 de junho de 2015

O ano de 2015 vem sendo de grandes desafios para o Brasil. Inflação acima de 8%, elevação da Selic, projeção de “crescimento negativo” do PIB, redução do crédito, ajustes fiscais e a valorização do dólar. Além das influências econômicas, não são poucas as discussões políticas e sociais com os desdobramentos da Operação Lava Jato. Para manter a competitividade em um mercado tão árduo, as empresas também têm de se adequar à nova realidade.

Temos visto demissões em massa, redução de despesas e corte de investimentos, mas nem todas as empresas focam na redução de tributos.

É preciso fazer um diagnóstico da área tributária afim de verificar se há oportunidades de reduções, como créditos de PIS, Cofins ou ICMS. Planejamentos tributários e reestruturações societárias, em plena conformidade com a Lei, são bem vindos e podem melhorar o desempenho da empresa em um ano desafiador.

Há um ditado que diz: “Não há nada tão ruim que não possa piorar”. E realmente pode piorar, se aparecer o fisco com um Auto de Infração. A Receita Federal do Brasil arrecadou em 2014 mais de R$ 150 bilhões

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 8:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

8

em autuações e estima cerca de R$ 158 bilhões em 2015, sendo que os 46 mil contribuintes que serão fiscalizados neste ano já estão identificados.

O fisco consegue realizar o cruzamento eletrônico de dados enviados pelas empresas nas diversas obrigações acessórias de forma eficiente e com rapidez.

Por exemplo, uma informação do Sped Fiscal será cruzada com a EFD Contribuições, que por sua vez pode ser cruzada com a ECD (Sped Contábil).

Em 100% das empresas e obrigações acessórias analisadas, os arquivos foram enviados com as informações incorretas ou inconsistentes, sendo que em alguns casos estes erros já poderiam ser um indício para o fisco iniciar uma fiscalização.

Hugo Amano

Fonte: DCI

Marcelo Odebrecht ameaça derrubar a República “Terão de construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma”, dizia Emilio Odebrecht, sobre possível prisão do filho. O presidente da Odebrecht, Marcelo, foi preso nesta sexta

Publicado por Shankar Cabus - 10 horas atrás

Desde que o avançar inexorável das investigações da Lava Jato expôs ao Brasil o desfecho que, cedo ou tarde, certamente viria, o mercurial empresário Emilio Odebrecht, patriarca da família que ergueu a maior empreiteira da América Latina, começou a ter acessos de raiva. Nesses episódios, segundo pessoas próximas do empresário, a raiva – interpretada como ódio por algumas delas – recaía sobre os dois principais líderes do PT: a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A exemplo dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, outros dois poderosos alvos dos procuradores e delegados da Lava Jato, Emilio Odebrecht acredita, sem evidências, que o governo do PT está por trás das investigações lideradas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas”, costuma repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”

Na manhã da sexta-feira, 19 de junho de 2015, 459 dias após o início da Operação Lava Jato, prenderam o Marcelo. Ele estava em sua casa, no Morumbi, em São Paulo, quando agentes e delegados da Polícia Federal chegaram com o mandado de prisão preventiva, decretada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal da Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações do petrolão na primeira instância. Estava na rua a 14ª fase da Lava Jato, preparada meticulosamente, há meses, pelos procuradores e delegados do Paraná, em parceria com a PGR. Quando ainda era um plano, chamava-se “Operação Apocalipse”. Para não assustar tanto, optou-se por batizá-la de Erga Omnes, expressão em latim, um jargão jurídico usado para expressar que uma regra vale para todos – ou seja, que ninguém, nem mesmo um dos donos da quinta maior empresa do Brasil, está acima da lei. Era uma operação contra a Odebrecht e, também, contra a Andrade Gutierrez, a segunda maior empreiteira do país. Eram as empresas, precisamente as maiores e mais poderosas, que ainda faltavam no cartel do petrolão. Um cartel que,

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 9:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

9

segundo a força-tarefa da Lava Jato, fraudou licitações da Petrobras, desviou bilhões da estatal e pagou propina a executivos da empresa e políticos do PT, do PMDB e do PP, durante os mandatos de Lula e Dilma.

Os comentários de Emilio Odebrecht eram apenas bravata, um desabafo de pai preocupado, fazendo de tudo para proteger o filho e o patrimônio de uma família? Ou eram uma ameaça real a Dilma e a Lula? Os interlocutores não sabem dizer. Mas o patriarca tem temperamento forte, volátil e não tolera ser contrariado. Também repetia constantemente que o filho não “tinha condições psicológicas de aguentar uma prisão”. Marcelo Odebrecht parece muito com o pai. Nas últimas semanas, segundo fontes ouvidas por ÉPOCA, teve encontros secretos com petistas e advogados próximos a Dilma e a Lula. Transmitiu o mesmo recado: não cairia sozinho. Ao menos uma dessas mensagens foi repassada diretamente à presidente da República. Que nada fez.

Quando os policiais amanheceram em sua casa, Marcelo Odebrecht se descontrolou. Por mais que a iminência da prisão dele fosse comentada amiúde em Brasília, o empresário agia como se fosse intocável. Desde maio do ano passado, quando ÉPOCA revelara as primeiras evidências da Lava Jato contra a Odebrecht, o empresário dedicava-se a desancar o trabalho dos procuradores. Conforme as provas se acumulavam, mais virulentas eram as respostas do empresário e da Odebrecht. Antes de ser levado pela PF, ele fez três ligações. Uma delas para um amigo que tem interlocução com Dilma e Lula – e influência nos tribunais superiores em Brasília. “É para resolver essa lambança”, disse Marcelo ao interlocutor, determinando que o recado chegasse à cúpula de todos os poderes. “Ou não haverá República na segunda-feira.”

Antes mesmo de chegar à carceragem em Curitiba, Marcelo Odebrecht estava “agitado, revoltado”, nas palavras de quem o acompanhava. Era um comportamento bem diferente de outro preso ilustre: o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Otávio Azevedo, como o clã Odebrecht, floresceu esplendorosamente nos governos de Lula e Dilma. Tem uma relação muito próxima com eles – e com o governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, também investigado por corrupção, embora em outra operação da PF. Otávio Azevedo se tornou compadre de Pimentel quando o petista era ministro do Desenvolvimento e, como tal, presidia o BNDES.

Não há como determinar com certeza se o patriarca dos Odebrechts ou seu filho levarão a cabo as ameaças contra Lula e Dilma. Mas elas metem medo nos petistas por uma razão simples: a Odebrecht se transformou numa empresa de R$ 100 bilhões graças, em parte, às boas relações que criou com ambos. Se executivos da empresa cometeram atos de corrupção na Petrobras e, talvez, em outros contratos estatais, é razoável supor que eles tenham o que contar contra Lula e Dilma.

A prisão de Marcelo Odebrecht encerra um ciclo – talvez o maior deles – da Lava Jato. Desde o começo, a investigação que revelou o maior esquema de corrupção já descoberto no Brasil mostrou que, em 2015, é finalmente possível sonhar com um país com menos impunidade. Pela primeira vez, suspeitos de ser corruptores foram presos – os executivos das empreiteiras. Antes, apenas corruptos, como políticos e burocratas, eram julgados e condenados. E foi precisamente esse lento acúmulo de prisões, e as delações premiadas associadas a elas, que permitiu a descoberta de evidências de corrupção contra Marcelo Odebrecht, o empreiteiro que melhor representa a era Lula. Foram necessárias seis delações premiadas, dezenas de buscas e apreensão em escritórios de empresas e doleiros e até a colaboração de paraísos fiscais para que o dia 19 de junho fosse, enfim, possível.

As provas contra a Odebrecht

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 10:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

10

Os documentos obtidos pela Lava Jato mostram como a empreiteira seguiu o roteiro de obras superfaturadas e obteve informações privilegiadas para acertar contratos com a Petrobras

Sobrepreço - Em e-mail, assessor de Marcelo Odebrecht fala em superfaturamento. O chefe não se fez de rogado. E respondeu: é para acelerar as tratativas com os concorrentes (Foto: Reprodução)

Informação privilegiada - O diretor da Odebrecht Rogério Araújo avisa que sabia de orçamento interno da Petrobras. Horas antes ele se encontrara com o diretor Paulo Roberto Costa (Foto: Reprodução)

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 11:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

11

Amigo do peito - A Polícia Federal anexou na investigação mensagens de outro empreiteiro, Léo Pinheiro, da OAS. Lula era sempre citado e tinha até apelido. E, claro, era sempre elogiado (Foto: Reprodução)

Por: Filipe Coutinho, Thiago Bronzatto e Diego Escosteguy

Fonte: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/06/marcelo-odebrecht-ameaca-derrubar-republica.html

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 12:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

12

Câmara interrompe votação de ajuste fiscal em função de incidente com senadores

19 de junho de 2015

A Câmara dos Deputados interrompeu, na tarde de hoje (18), a votação de projeto que altera as regras de desoneração da folha de pagamento, em razão das notícias de manifestações contrárias à delegação de senadores brasileiros na Venezuela. No momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre a receita bruta de empresas enquadradas na desoneração da folha de pagamentos, que substituem a contribuição social patronal.

Como as manifestações de repúdio à atitude de venezuelanos aos senadores brasileiros se prolongaram, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que não convocaria nova sessão para a noite de hoje, destinada a continuar a votação do projeto do governo, que é o último do ajuste fiscal a ser aprovado. Com isso, a sessão foi encerrada. Cunha já anunciou que colocará o projeto em votação na quarta-feira (25) e na quinta-feira (26) da próxima semana. Ele informou que não pautará a votação para terça-feira (24), porque é tradição da bancada nordestina estar em seus estados para os festejos de São João.

Os deputados da oposição que defenderam o adiamento da votação alegaram que precisam de mais tempo para analisar o parecer do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) ao projeto do governo. Picciani já anunciou que deverá manter, no parecer, alíquotas diferenciadas para quatro setores: comunicação social, transportes, produtos da cesta básica e call center. O relator está preservando em seu texto cerca de 85% do que o governo pretende arrecadar com o projeto.

Fonte: Agência Brasil

Sescon e Receita alertam para fraude de consultores tributários

18 de junho de 2015

O Sescon Blumenau tomou conhecimento recentemente de um esquema de fraudes cometidas por intermédio de escritórios de consultoria tributária e de advocacia que envolvem a compensação de tributos federais com supostos créditos de títulos.

De acordo com o delegado da Receita Federal de Blumenau – RF, Jaime Böger, a quadrilha atua em crimes contra ordem tributária, estelionato, falsificação de documento público, lavagem de dinheiro e extorsão. Os golpistas estão na região de Blumenau e as vítimas são, principalmente, empresas de médio e grande porte, mas também foram identificadas algumas de pequeno porte.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 13:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

13

O presidente do Sescon Blumenau, Nelson José Mohr, faz um alerta aos empresários que receberam propostas suspeitas de consultoria tributária dessa natureza, que procurem e comuniquem imediatamente a Receita Federal para relatar a situação.

“É preciso tomar muita cautela, para assim evitar prejuízos futuros que podem até levar uma empresa à falência”, enfatiza Mohr.

No esquema os criminosos apresentaram às vítimas proposta de contrato de liquidação de débitos federais de suas empresas, alegando possuir créditos de terceiros reconhecidos pela RF e habilitados fora de Santa Catarina, entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, e regiões do nordeste.

Nos casos já apresentados à RF, os empresários que caíram no golpe confirmaram que, após assinarem o contrato, efetuaram pagamento na conta bancária de uma terceira pessoa, um ‘laranja’, que não aparece no contrato apresentado pelos supostos consultores. Os valores pagos pelas vítimas foram entre 40, 60, 72 e 82 por cento dos tributos (impostos e contribuições) em aberto, ou seja, dos débitos com a RF que os golpistas prometiam liquidar.

Alguns empresários acreditaram tanto no golpe do ‘milagre tributário’ que chegaram até fornecer aos criminosos a procuração eletrônica da empresa junto à RF e senha acesso. Dessa forma eles conseguiram retificar os dados no sistema e até zerar as PGDAS das empresas, no caso das enquadradas no Simples Nacional, as Microempresas – ME e as Empresas de Pequeno Porte – EPP.

Esse fato gerou outro grave problema. Segundo Böger, assim que a RF identificou a alteração indevida no sistema ela gerou para esses CNPJ’s multas pesadas de até 150% sobre o valor do débito apurado, além de representação criminal e até ações penais.

As fraudes

Para as empresas do Simples Nacional, a quadrilha ofereceu proposta de contrato de liquidação de débitos, prometendo compensar com créditos de terceiros, créditos de ações judiciais e créditos da dívida pública. No entanto, esses créditos não existiam.

Já no caso das médias e grandes empresas vitimadas, as fraudes detectadas são de estelionatários, contrato de transferência de créditos de terceiros inexistentes com fundamentos em títulos da dívida pública, créditos falsos decorrentes de ações judiciais de regiões fiscais (São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e do nordeste), além de outros créditos decorrentes de declarações falsas visando ressarcimento de IRPJ e CSLL.

Dos casos já identificados, seis empresas já foram apuradas e os trabalhos de investigação concluídos, que já somam mais de R$ 30 milhões de prejuízos. Atualmente os órgãos de inteligência da RF em conjunto com o Ministério Público e Polícia Federal estão investigando mais casos em Santa Catarina.

“Em nossa região fiscal, Blumenau é a cidade com o maior números de casos identificados pela RF”, revela o delegado.

Orientação

Böger orienta os empresários da região no sentido de tomarem muito cuidado nas contratações de prestação de serviços de consultoria tributária em que possa existir indícios de fraudes envolvendo contrato de transferência de terceiros e outras modalidades.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 14:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

14

“Não existe fórmula mágica de pagamentos de tributos, muito menos com pacotes fictícios de créditos, como prometem os golpistas que, na maioria das vezes, fraudes dessa natureza resultam para os vitimados, no mínimo, o pagamento em dobro desses impostos e contribuições federais. Alguns casos resultaram em até três vezes o valor original do débito”, alerta. Fonte: Noticenter

Revisão de Cenário - Brasil: O difícil contorno• A inflação aumentou e o crescimento piorou no Brasil, tornando mais difícil a condução das políticas monetária e fiscal.

• Os indicadores de atividade econômica continuam se deteriorando. Nosso índice de difusão, baseado em um conjunto amplo de dados, segue em níveis próximos aos da crise financeira de 2008. Alteramos nossa projeção do PIB para retração de 1,7% em 2015 (ante -1,5%). Isso reduz a herança estatística para o próximo ano. Revisamos nossa projeção para crescimento de 0,3% do PIB em 2016 (ante 0,7%). Esperamos que o desemprego alcance maior patamar. Alteramos a nossa projeção para 7,6% para dezembro deste ano, e para 8,0% em 2016 (ante 7,3% nos dois anos).

• A queda mais pronunciada da atividade econômica e as dificuldades do ajuste fiscal nos levaram a reduzir nossa projeção de superávit primário para 0,7% do PIB este ano (de 0,8%) e 1,2% para o ano que vem (de 1,5%).

• Elevamos a projeção para o IPCA deste ano de alta de 8,5% para 8,8%, com aumento na projeção para os preços administrados, de 14,0% para 14,9%, e para os preços livres, de 6,9% para 7,0%. No caso dos preços administrados destaque para os reajustes acima do esperado dos planos de saúde e dos jogos lotéricos. Já a pequena revisão para os preços livres levou em conta a maior pressão de alta da alimentação nos últimos meses, bem como o câmbio um pouco mais depreciado no fim do ano. Esses efeitos mais do que compensaram a revisão para baixo na previsão de alta dos serviços. Para 2016, a nossa projeção para o IPCA segue em 5,5%, com aumento de 6,3% dos preços administrados e de 5,3% dos preços livres. No caso dos preços livres, destaque para a desaceleração mais intensa na inflação dos serviços, prevista em 6,2% para o ano que vem, em razão da piora das condições do mercado de trabalho.

• Os últimos dados vêm confirmando o ajuste (gradual) em curso nas contas externas. A perspectiva de preços menores de commodities e de reduções do ritmo da rolagem dos contratos de swap cambiais pelo Banco Central (BC) levou-nos a revisar a nossa projeção de taxa de câmbio para 3,20 reais por dólar no fim de 2015 (ante 3,10), e para 3,50 reais por dólar no fim de 2016 (ante 3,40 reais por dólar).

• O Banco Central vem reforçando a mensagem de combate à inflação, com “determinação e perseverança”. A inflação ainda mais pressionada e essa comunicação do BC levaram-nos a revisar nossa perspectiva para a política monetária. Esperamos uma última alta de 0,50 ponto percentual em julho, levando a taxa Selic para 14,25%. Os juros devem voltar a cair, mas apenas a partir de meados do segundo trimestre de 2016.

Piora do cenário desafia a política econômica

A combinação de inflação maior e crescimento menor tornou o cenário mais desafiador. O IPCA voltou a surpreender no mês, e a inflação acumulada em 12 meses deve seguir em alta (ultrapassando 9%) nas próximas divulgações. Os indicadores antecedentes e coincidentes de atividade sugerem nova contração da produção e aumento do desemprego à frente.

A redução da atividade econômica impacta a arrecadação do governo. Dessa forma, parte dessa piora se refletirá num superávit primário menor. Outra parte será provavelmente compensada com mais medidas de ajuste fiscal.

A inflação mais pressionada deve levar o Banco Central a elevar mais as taxas de juros. O BC tem IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 15:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

15

sinalizado “determinação e perseverança”, indicando manutenção de juros elevados por mais algum tempo.

Sendo assim, a piora da inflação e o desemprego sugerem um cenário mais complexo.

Deterioração da atividade econômica

Esperamos retração de 1,5% do PIB no segundo trimestre de 2015. No primeiro trimestre, o PIB recuou 0,2% ante o anterior, após ajuste sazonal. A queda no primeiro trimestre foi menos intensa do que esperávamos, mas a composição da queda - uma contração mais forte em serviços, que apresentam grau maior de persistência - projeta piora à frente. Além disso, os últimos dados seguem decepcionando na margem. Nosso índice de difusão (baseado em um conjunto amplo de dados incluindo confiança do empresário e consumidores, vendas no varejo e demanda por crédito) mostra recentemente tão poucos indicadores em alta como na época da crise financeira de 2008, o que evidencia a disseminação da fraqueza da atividade.

A produção industrial contraiu 1,2% em abril, ante março, após ajuste sazonal. Para maio, os indicadores apontam para uma nova queda. O desempenho da indústria possui alta correlação com o comércio e serviços de transporte e corrobora uma queda mais acentuada do PIB no segundo trimestre.

Os indicadores antecedentes não mostram sinais de estabilização da atividade. Em maio, a confiança dos empresários e dos consumidores voltou a cair. Os índices de confiança permanecem próximos de seus mínimos históricos. A confiança do empresário na indústria teve o quarto recuo consecutivo. Ela é um importante indicador antecedente da produção industrial, e sinaliza um desempenho fraco do setor nos próximos meses. Os estoques atingiram seu maior nível desde 2009 e também representam uma restrição à produção no curto prazo.

Alteramos nossa projeção de retração do PIB para 1,7% em 2015 (de queda de 1,5%). A intensidade da queda da atividade econômica no segundo trimestre deverá ser maior do que antecipávamos. Ademais, a disseminação da retração e a herança estatística para o terceiro trimestre indicam menor crescimento no ano.  O crescimento menor neste ano impacta a herança estatística para 2016. Além disso, a recuperação é limitada pela continuidade dos ajustes macroeconômicos e pelo consumo fraco. Alteramos nossa projeção de crescimento do PIB para 0,3% em 2016 (ante 0,7%).

A taxa de desemprego deve continuar a subir nos próximos meses. O desemprego aumentou de 5,8% em março para 6,0% em abril (nosso ajuste sazonal). No mercado formal (segundo dados da Caged), houve destruição de 158 mil empregos (dados dessazonalizados) em todos os grandes setores (indústria, serviços e comércio) no mês. Indicadores antecedentes, como o percentual de pessoas reportando que está difícil conseguir emprego, sugerem manutenção desse quadro à frente.

Esperamos que a taxa de desemprego atinja 7,6% no fim do ano e siga essa tendência altista, terminando 2016 em 8,0% em dados dessazonalizados (ante 7,3% nos dois anos).

Crédito segue fraco e inadimplência sobe em abril. A média diária das concessões de crédito livre recuou 1,0%, em termos reais e com ajuste sazonal, frente ao mês anterior. Em direção oposta, as concessões de crédito direcionado cresceram 2,4%. O saldo de crédito total segue desacelerando: o crescimento anual real caiu de 2,8% para 2,1%. Na mesma comparação, o saldo das modalidades com recursos livres continuou retraindo (-3,1%), e o direcionado desacelerou de 9,5% para 8,2%. A inadimplência do sistema subiu 0,2 p.p., para 3%. A taxa de juros e o spread do sistema também se elevaram.

Fiscal - Dificuldades aumentam

O gasto público está em queda este ano, apesar do pagamento de despesas atrasadas. A despesa federal total (excluindo a compensação ao RGPS) recuou 1,0% em termos reais no acumulado do ano ante o mesmo período do ano passado. Essa taxa se compara com um crescimento da despesa de 5,2% em 2014 e 6,4% em 2013. O destaque de abril foi que o governo começou a pagar as despesas atrasadas de

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 16:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

16

equalização de juros do programa de investimento do BNDES - PSI (R$ 2 bilhões). Já contávamos com essa despesa no mês e também no ano de 2015 (esperamos R$ 9 bi de despesas de equalização de juros no cenário fiscal de 2015).

O principal corte de despesas ocorreu no investimento (-34,7% no acumulado do ano). As despesas de custeio discricionário ainda estão subindo 0,7%. Como o Tesouro Nacional afirmou que o governo está trabalhando parar reduzir os gastos de custeio, devemos observar gastos mais baixos nessa linha à frente.

Esperamos uma queda significativa do gasto em termos reais este ano (-6,0%), à medida que o pagamento de despesas atrasadas seja reduzido e uma base de comparação mais favorável entre na conta (o gasto acelerou substancialmente no segundo semestre de 2014).

O problema é que a arrecadação também está em queda, devido à contração da atividade econômica, particularmente no consumo e no mercado de trabalho. A arrecadação tributária administrada pela Receita Federal recuou 2,6% em termos reais no acumulado deste ano, ante o mesmo período do ano passado. A receita de dividendos proveniente das empresas estatais alcançou R$ 2,2 bilhões de janeiro a abril (ante R$ 8,2 bi no mesmo período do ano passado). As receitas de royalties alcançaram R$ 10,6 bilhões este ano (R$ 16,2 bi no mesmo período do ano passado).

O governo central alcançou superávit primário de R$ 10,6 bilhões em abril, um pouco abaixo das estimativas de mercado (R$ 11,3 bi) e menor que nossa projeção (R$ 13 bi). Acumulado no ano, o governo central obteve superávit primário de R$ 15,5 bilhões. O resultado de janeiro a abril usualmente representa cerca de 50% do resultado do ano. Dessa forma, os R$ 15,5 bilhões acumulados até aqui evidenciam o desafio de se atingir a meta fiscal para o governo central (R$ 55 bi).

Os governos regionais tiveram desempenho positivo em abril e no acumulado do ano. O superávit primário dos governos regionais alcançou R$ 2,6 bilhões em abril (consenso de mercado: R$ 2,0 bi; Itaú: 0,0). No acumulado do ano, os governos regionais acumulam superávit primário de R$ 17,1 bilhões, valor acima da meta deles para 2015 (R$11 bi). Isso não quer dizer que a meta já esteja entregue: de maio a dezembro de 2014, por exemplo, os governos regionais apresentaram déficit primário de R$ 21,3 bilhões. O resultado significativamente positivo nos primeiros quatro meses deste ano deve estar associado à arrecadação do ICMS de energia elétrica, que se beneficia da alta nos preços. No entanto, o ICMS de energia elétrica é apenas cerca de 10% do ICMS total, e os outros 90% sofrerão os efeitos da queda na atividade econômica. Por isso, esperamos recuo moderado do superávit primário dos governos regionais à frente, para fechar o ano em R$ 11 bilhões (0,2% do PIB), em linha com a meta.

Reduzimos nossa projeção de superávit primário para 0,7% do PIB este ano (ante 0,8%) e 1,2% no ano que vem (ante 1,5%). A revisão de 2015 é função de uma menor arrecadação tributária (em cerca de R$ 2 bilhões) e de um menor volume de recolhimento de dividendos (em cerca de R$5 bilhões). A revisão de 2016 decorre dos seguintes fatores: (i) expectativa de arrecadação menor com o projeto de lei que reduz a desoneração da folha; (ii) menor arrecadação tributária devido a revisão para baixo na atividade econômica; (iii) mudanças mais brandas nas regras do abono salarial. Dados estes fatores, seria necessário aumento adicional de carga tributária equivalente a R$ 40 bilhões para que o superávit primário alcançasse 1,5% do PIB. Avaliamos como mais provável aumento de R$ 20 bilhões na carga tributária e, por isso, reduzimos nossa projeção de superávit primário para 1,2% do PIB em 2016.

Câmbio gera volatilidade nos resultados nominais e na dívida pública. O déficit nominal acumulado em 12 meses recuou de 7,8% do PIB em março para 7,5% em abril. A principal causa desse recuo foi o resultado favorável do Banco Central com os swaps cambiais, de R$ 31,8 bilhões em abril, ante resultado desfavorável de R$ 34,5 bilhões em março. As despesas de juros recuaram de 7,1% do PIB em março para 6,7% em abril, e o déficit primário aumentou de 0,7% para 0,8%. A dívida líquida do setor público subiu de 33,1% do PIB para 33,8%. A dívida bruta do governo geral recuou de 62,4% para 61,7%. A depreciação do câmbio tem efeito líquido favorável para a dívida líquida - porque o governo tem mais ativos do que passivos em moeda estrangeira -, mas desfavorável na dívida bruta. Como a taxa de câmbio se apreciou em abril, a dívida líquida subiu, e a bruta recuou. Avaliamos que a tendência continuará altista tanto para a dívida líquida quanto para a bruta, pois o superávit primário ainda seguirá aquém do necessário para

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 17:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

17

estabilizar a dívida pública como percentual do PIB (em torno de 2,5%).

Elevamos a projeção para a inflação no IPCA deste ano de 8,5% para 8,8%, mas mantivemos a projeção para 2016 em 5,5%

O IPCA subiu 0,74% em maio, acima da nossa projeção e do teto das expectativas de mercado. As maiores contribuições de alta vieram dos grupos alimentação, habitação, saúde e cuidados pessoais e despesas pessoais. Os resultados do grupo alimentação e de alguns preços administrados, como energia elétrica e jogos lotéricos, superaram as nossas estimativas. Com isso, o IPCA acumulou alta de 5,34% no ano, ante 3,33% no mesmo período de 2014. Nos últimos 12 meses, a alta do IPCA atingiu 8,47% - maior nível desde 2003 -, ante 6,37% no mesmo período do ano passado.

Para o mês de junho, a nossa projeção preliminar aponta alta de 0,65%. O resultado do mês contará com pressões do grupo alimentação, da tarifa de água e esgoto, dos jogos lotéricos e da passagem aérea. Confirmando-se o resultado estimado para junho, a taxa do IPCA em 12 meses subirá para 8,7%.

Para 2015, elevamos a projeção para o IPCA de alta de 8,5% para 8,8%, com novo aumento na previsão para a alta dos preços administrados, de 14,0% para 14,9%. As principais correções na projeção para os preços administrados vieram dos planos de saúde e dos jogos lotéricos. No caso dos planos de saúde, a mudança levou em conta o reajuste de 13,55% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos individuais e familiares contratados a partir de 1999. Esse reajuste - que geralmente entra no cálculo do IPCA a partir do mês de agosto até julho do ano seguinte - ficou acima da nossa estimativa (9,0%), assim como do percentual definido pela ANS no ano passado (9,65%). Com isso, a nossa previsão para a alta dos planos de saúde subiu de 9,3% para 11,3% no IPCA deste ano. Também revisamos a projeção para os jogos lotéricos, tendo em vista que os primeiros resultados captados pelo IPCA também mostraram uma alta média acima da prevista inicialmente. Para os outros preços administrados de maior peso na inflação, projetamos alta de 51% para a tarifa de energia elétrica, 10% no preço da gasolina, 12,8% na tarifa de ônibus urbano, 12,3% na taxa de água e esgoto e uma queda de 1,5% na conta de telefone fixo. Um fator de risco importante para a inflação dos preços administrados neste ano pode vir do preço da gasolina, que voltou a apresentar defasagem em relação ao preço internacional. Caso o desalinhamento de preços se mantenha ao longo dos próximos meses, não podemos descartar que haja algum reajuste no preço de refinaria ainda este ano - ainda não contemplado no nosso cenário -, com impacto direto sobre o preço da gasolina na bomba e indireto sobre o preço do etanol.

Para os preços livres, elevamos ligeiramente a nossa projeção para este ano de 6,9% para 7,0%, com alguns ajustes entre os grupos. Para os serviços, reduzimos um pouco a projeção para este ano de 7,9% para 7,7% (ante 8,3% em 2014), diante de resultados mais bem-comportados de itens relacionados a salários (empregado doméstico e mão de obra para reparos) e da passagem aérea. Dessa forma, mantemos a avaliação de que a piora das condições do mercado de trabalho e do setor imobiliário - que vem se confirmando -, com consequente moderação nos custos com salários e aluguéis, deve contribuir para a queda da inflação dos serviços privados neste ano e, de forma mais intensa, em 2016. Por outro lado, elevamos a projeção para a alimentação no domicílio de alta de 7,4% para 8,0%, tendo em vista os resultados mais pressionados na margem, bem como a nossa revisão para a taxa de câmbio no fim do ano.

Para 2016, seguimos projetando variação de 5,5% para o IPCA, com alta maior dos preços administrados e menor dos preços livres. O reajuste autorizado para os planos de saúde neste ano, acima do esperado, também nos fez elevar a projeção para os preços administrados de 2016, de alta de 6,0% para 6,3%. A projeção para a variação dos preços livres sofreu uma pequena redução, de 5,4% para 5,3%. Essa mudança levou em consideração o efeito da revisão para baixo no cenário para atividade econômica, que mais do que compensou o efeito da maior inércia inflacionária. Em termos desagregados, contemplamos alta de 3,8% dos preços industriais, de 5,5% da alimentação no domicílio e de 6,2% dos serviços. A desaceleração da inflação dos serviços tende a ser mais intensa do que a prevista para este ano, tendo em vista a perspectiva de piora das condições do mercado de trabalho. No caso dos alimentos, um alívio nos preços pode vir da confirmação do El Niño, uma vez que o fenômeno climático tende a propiciar melhores colheitas de grãos em grandes celeiros mundiais como EUA, Brasil e Argentina, para as quais as perspectivas já são em geral favoráveis. Nesse sentido, o risco hidrológico também tende a ser

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 18:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

18

menor do que nos últimos anos.

De uma maneira geral, além da fraqueza na atividade econômica, outros fatores devem proporcionar uma desinflação importante em 2016, tais como a perspectiva de melhores condições climáticas, menor depreciação cambial e importante redução na alta de preços admistrados, em especial, da energia elétrica. Por outro lado, um risco de alta que se desenha para a inflação do próximo ano reside na possibilidade de que, diante da necessidade de aumento da arrecadação, novas elevações tributárias venham a impactar, direta ou indiretamente, alguns preços de bens e serviços (livres e/ou administrados).

O IGP-M subiu 0,41% em maio, acumulando alta de 3,6% no ano e de 4,1% nos últimos 12 meses. O IPA-M - o componente de maior peso no IGP-M (60%) - subiu 0,3% no mês, após ter avançado 1,4% no mês anterior, com desaceleração nos resultados do IPA industrial (de 1,5% para 1,0%) e do IPA agrícola (de 1,3% para -1,5%). Com isso, a variação do IPA-M em 12 meses subiu para 2,3%. O IPC-M - com participação de 30% no IGP-M - variou 0,68% em maio, com a taxa em 12 meses mantendo-se em 8,3%. Já o INCC-M - com peso de 10% no IGP-M - mostrou variação de 0,45% no mês e de 6,0% nos últimos 12 meses.

Para este ano, elevamos a projeção do IGP-M de alta de 6,5% para 7,0%, com ajustes no IPA-M e no IPC-M. A revisão para o nível do câmbio no fim deste ano motivou os ajustes nas projeções para o IPA e para o IPC. Além disso, no caso do IPA, a alta recente do minério de ferro, incorporada nos índices da FGV, acabou superando as expectativas. No caso do IPC, ainda incorporamos a maior pressão de preços administrados. Em termos desagregados, projetamos alta de 6,3% para o IPA-M no ano, de 8,8% para o IPC-M e de 7,1% para o INCC-M. Para 2016, mantivemos a projeção para o IGP-M de alta de 5,8%.

Contas externas mostram sinais mais claros de melhora

A balança comercial terminou os primeiros cinco meses do ano com déficit acumulado de US$ 2,3 bilhões, resultado melhor do que o déficit de US$ 4,9 bilhões no mesmo período de 2014. Apesar das exportações seguirem penalizadas pelos preços mais baixos de commodities, as importações recuaram em ritmo forte nos últimos meses.

Os efeitos do câmbio mais depreciado e da atividade em ritmo mais lento já começaram a ser sentidos nas importações. Adicionalmente, os preços mais baixos de petróleo contribuem para um déficit menor na conta de combustíveis. Mantemos a nossa projeção de superávit comercial de US$ 4 bilhões em 2015 e de US$ 8 bilhões em 2016.

O saldo em conta corrente também apresenta resultados favoráveis nos primeiros meses de 2015. Nos primeiros quatro meses do ano, o déficit em conta corrente recuou 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 32,5 bi ante US$ 37,1 bi). A média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada do déficit recuou de um déficit de US$ 90 bi em março para um déficit de US$ 87 bi em abril de 2015. Tanto o déficit de serviços quanto o de rendas recuaram (-5,9% e -19,9%, entre janeiro e abril de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente), em linha com o cenário de atividade econômica fraca e câmbio depreciado. Os principais destaques continuam sendo os recuos no déficit de viagens internacionais e nas remessas de lucros e dividendos. Projetamos um ajuste gradual no déficit em conta corrente, que deverá atingir US$ 80 bi em 2015 e US$ 69 bi em 2016.

Do lado do financiamento, destacam-se mais uma vez os fluxos de portfólio para o mercado local de capitais (tanto renda fixa quanto ações). Entre janeiro e abril deste ano, esses fluxos somaram US$ 27,3 bi (ante US$ 18,5 bi no mesmo período do ano passado). O investimento direto, por sua vez, segue recuando em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 19 bi em 2015, ante US$ 30 bi em 2014). Assim, uma parcela maior do déficit em conta corrente tem sido financiada por fluxos para portfólio, que são tipicamente mais voláteis e dependentes das condições de liquidez global.

Ao longo do último mês, o real flutuou em níveis mais depreciados, impulsionado por fatores domésticos e internacionais. No cenário doméstico, contribuíram as incertezas acerca da aprovação das medidas de ajuste fiscal e a diminuição do ritmo de rolagem dos contratos de swap pelo Banco Central. No

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 19:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

19

cenário internacional, os dados mais fortes da economia americana reforçaram a nossa percepção de que os Estados Unidos devem subir os juros na segunda metade do ano.

Mudamos a nossa projeção para a taxa de câmbio em 3,20 reais por dólar ao fim de 2015 (ante 3,10 reais por dólar) e 3,50 reais por dólar ao fim de 2016 (ante 3,40 reais por dólar). O Banco Central diminuiu recentemente o ritmo da rolagem dos contratos com vencimento em julho. Se o novo ritmo for mantido até o fim do mês, a autoridade monetária fará a rolagem de 70% do lote total. Essa redução no ritmo de rolagem, assim como preços mais baixos de commodities, reforça o nosso cenário de câmbio mais depreciado.

Política monetária: o aperto continua

A piora na inflação e no crescimento no Brasil torna mais difícil a condução da política monetária.

A projeção de inflação de 2015 subiu, ao mesmo tempo em que a atividade continua enfraquecendo.

O BC continua reforçando o objetivo de trazer a inflação para a meta de 4,5% até o fim de 2016. Diante da inflação mais pressionada em 2015, o Banco Central alerta que é preciso “determinação e perseverança” para impedir sua transmissão para prazos mais longos.

A inflação ainda mais pressionada e a sinalização do BC levaram-nos a revisar nossa perspectiva para a política monetária.  Inicialmente, acreditávamos que o enfraquecimento importante da atividade econômica este ano levaria o BC a encerrar o ciclo de alta de juros depois da alta de junho, com a Selic em 13,75%. No entanto, o IPCA de maio significativamente acima do esperado e a última ata do Copom (11/6) nos convenceram de que o ciclo de aperto monetário deve continuar em julho.

Esperamos uma última alta de 0,50 p.p. em julho, levando a taxa Selic para 14,25%.  Acreditamos que a Selic seguirá nesse patamar até o segundo trimestre do ano que vem, o que é consistente com a sinalização de “determinação” e “perseverança” do BC. A partir daí, com o IPCA acumulado em 12 meses voltando ao intervalo da meta, o BC deve iniciar um ciclo de queda de juros, rumo a 12,00%.

 Pesquisa macroeconômica - Itaú

Ilan Goldfajn - Economista-Chefe

Liberdade de expressão

A consagração da democracia pelo Supremo17 de junho de 2015, 8h40

Por   Alexandre Fidalgo

A censura é, com frequência, lembrada em relação ao ilegítimo e perverso atua ilegítimo do Estado. Prática comum em regimes autoritários ou totalitários, não é, contudo, exclusividade do Estado. Mas a censura permeia as relações sociais, propaga-se nas circunstâncias próprias da vida. A censura recorta a história, reinventa o experimentado, pessoal ou coletivamente, omite fatos que poderiam explicitar a vida de pessoa ou de povo em diferentes momentos e locais. Censura é repressão e opressão. Restringe a informação, limita o acesso ao conhecimento, obstrui o livre expressar o pensado e o sentido. Democracia deveria escrever censura com s em seu início: semsura.... Cármen Lúcia, ADI 4815

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 20:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

20

Penso que boa parte da comunidade jurídica acompanhou, na semana passada, o julgamento da ADI 4815 pelo Supremo Tribunal Federal. Por unanimidade, a Corte constitucional brasileira declarou a desnecessidade da autorização prévia do biografado – ou de seus legitimados (parentes, herdeiros) – para a publicação de obra biográfica.

Como se percebe do voto da E. Relatora daquele julgamento, Ministra Carmen Lúcia, a discussão ficou circunscrita, em sua grande parte, na ideia dos direitos fundamentais de privacidade e de intimidade frente ao direito, também fundamental, da liberdade de expressão. No “choque” desses direitos, há de prevalecer o direito coletivo da liberdade de expressão, vedando-se, por conseguinte, qualquer espécie de censura – prévia ou a posteriori.

A Corte deixou claro que não há de se estabelecer uma posição hierárquica de direito fundamentais, mas sim que no juízo de ponderação para a hipótese das biografias o direito à informação possui prevalência frente aos outros direitos invocados, ainda que também de dignidade fundamental.

Evidentemente que o entendimento do Supremo Tribunal Federal, quando declara a impossibilidade de censura no país, não mais surpreende os operadores do Direito. São inúmeras as manifestações da Corte Suprema a fumegar com “pena capital” os entendimentos que ainda vislumbram legalidade para a censura. Podemos aqui, a título de exemplo, enumerar algumas tantas decisões do Supremo nesse sentido: Rcl 20985/SP, Min. Celso de Mello; Rcl 18566, Min. Celso de Mello; Rcl 18.290, Min. Luiz Fux; Rcl. 11292, Min. Joaquim Barbosa; Rcl 15243, Min. Celso de Mello; Rcl 18638, Min. Luís Roberto Barroso.

Mas a decisão que acompanhamos na semana passada, com um retumbante 9 x 0, vai além da análise da ADI 4815, perpassando a inconstitucionalidade alegada do artigo 20 e 21 do Código Civil e alcançando, a nosso ver, uma acertada opção política confirmada pelo Supremo Tribunal Federal.

No primeiro artigo que escrevi para essa coluna, comentava a respeito das teorias libertária e democrática, sustentando que a opção do constituinte brasileiro foi pela primeira, a que não permite a intervenção estatal no campo do conteúdo da informação. Muito embora essa assertiva desagrade a alguns, essa foi a opção do constituinte: A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição (art. 220, CF).

Ao analisar a questão das biografias, dois argumentos foram enfrentados. O primeiro, da intimidade e privacidade frente à liberdade de expressão. Como dissemos, desde a ADPF 130 o Supremo Tribunal Federal tem se manifestado pela prevalência do direito à liberdade de expressão, de natureza coletiva, ao direito individual de intimidade ou privacidade, mais ainda quando ocupa o centro da informação uma personalidade pública, cuja história interessa à sociedade.

Nesse sentido, foi brilhante a Min. Carmen Lúcia:

“Não se alegue estar-se diante de circunstâncias que respeitam sempre a quem exerce cargo do povo, pelo que este deve dele saber, não se podendo escusar de deixar que a plena luz entre sobre todos os setores de sua vida. Primeiro, porque há sempre um espaço de indevassabilidade e segredo que compõe o íntimo de uma pessoa e que é de parco ou nenhum conhecimento dos outros. Segundo, porque quem faz a sua vida e profissão na praça pública, com a presença e a confiança do povo e angaria o prestígio que o qualifica e enaltece não há de pretender esquivar-se deste mesmo público segundo o seu voluntarismo, como se a praça fosse um mecanismo virtual, com botão de liga/desliga ao sabor do capricho daquele que buscou e fez-se notório.”

O segundo argumento afastado pela decisão Supremo, refere-se ao uso comercial do nome e da história do biografado. Muito embora a decisão não tenha se dedicado especificamente ao tema da mesma forma que

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 21:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

21

elaborou para o primeiro argumento, é fato que esse assunto está inserido na ideia de que a liberdade de expressão, para a hipótese e circunstâncias das biografias, se sobrepõe a ideia defendida da exploração comercial dos direitos da personalidade do biografado.

A propósito, no direito civil, o direito da personalidade, sobretudo o direito da imagem, sofre uma grande influência do direito da propriedade, de modo a sempre se buscar um valor econômico para qualquer situação em que a imagem da pessoa esteja inserida. Ou seja, o argumento utilizado por alguns para defender a necessidade do consentimento do biografado – ou de sua família – está voltado muito mais para o aproveitamento econômico da imagem alheia, do que propriamente para a qualidade do conteúdo inserto na obra biográfica[1].

E é esse o ponto da decisão que entendemos ter havido um reforço na opção política do constituinte brasileiro, sobremaneira na ideia de prestigiar o direito à liberdade de expressão como uma condição da democracia, impedindo qualquer intervenção que o Estado pretenda fazer no conteúdo da informação, entendendo que esse direito coletivo se sobrepõe, na hipótese, ao argumento do uso patrimonial da imagem do biografado.

A ideia de possível precificação da imagem para as obras biográficas não pode suplantar o fato de as biografias retratarem, como premissa, pessoas notórias, cuja importância da vida representa um recorte da história, ainda que de um específico segmento social. Essa historicidade do biografado, pela singularidade que representa, constitui dado de interesse público, permitindo a sua publicação, sem anuência de quem quer que seja.

Condicionar a obra biográfica ao consentimento de alguém, mesmo sob a perspectiva da utilidade comercial da obra, significa estabelecer uma espécie de verdade subjetiva, determinada pelo sentimento e interesse do biografado em apresentar a sua história, de interesse público, como preferir contar, o que estaria a violar o direito fundamental da informação.

Como bem disse a ministra Cármen Lúcia:

“a biografia autorizada é uma possibilidade que não exaure a possibilidade de conhecimento das pessoas, comunidades, costumes, histórias. E entre a história de todos e a narrativa de um, opta-se pelo interesse de todos.” 

Sob todos os argumentos, da violação da honra ou do uso comercial da imagem do biografado, somente poderá haver eventual reparo se o propósito da obra for algo diverso do atendimento ao direito constitucional da informação. Em hipóteses de interesse público, e sobretudo das biografias, há de se tolerar o que podemos chamar de excessos legítimos, sustentados em veracidade, interesse e pertinência do texto dos relatos das pessoas notórias, cujas vidas merecem ser biografadas.

O Supremo Tribunal Federal mais uma vez sinaliza que o comportamento social esperado, no campo da democracia, é o prestigio à liberdade de expressão, de modo que sempre que esse valor de dignidade constitucional estiver em aparente colisão com outros direitos fundamentais, a prevalência por ele é de rigor. Como bem disse o Ministro Barroso: A liberdade de expressão não é uma garantia de verdade nem de Justiça; é garantia da democracia. Defender a liberdade de expressão pode significar eventualmente conviver com a injustiça e inverdade.

[1] Um dos casos famosos envolve a imagem do ex-jogador de futebol Garrincha. Na ação promovida pelos herdeiros de Garrincha, a família pleiteava dano moral e dano material calculado com base comercialização da obra biográfica. 

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 22:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

22

Alexandre Fidalgo é advogado e sócio do escritório Espallargas Gonzalez Sampaio Fidalgo Advogados.

Revista Consultor Jurídico, 17 de junho de 2015, 8h40

Transparência tributária

Em Habeas Data, Supremo garante a contribuinte direito a dados da Receita17 de junho de 2015, 18h53

Por   Sérgio Rodas

O Habeas Data pode ser usado pelos contribuintes para ter acesso a dados sobre a arrecadação tributária estatal. Foi o que decidiu nesta quarta-feira (17/6), por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal ao julgar Recurso Extraordinário apresentado por uma empresa que impetrou, na Justiça Federal em Santa Catarina, um Habeas Data para ter acesso a informações a seu respeito junto à Receita Federal. Ela pedia dados do Sistema de Conta Corrente de Pessoa Jurídica (Siconr), da Receita.

A decisão teve repercussão geral reconhecida. Fixou-se a seguinte tese: "Habeas data é a garantia constitucional adequada para obtenção, pelo cidadão, de dados concernentes ao pagamento de tributos constantes dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos de arreia fazendária dos entes estatais".

A decisão do tribunal de origem foi de que o Siconr é um "cadastro de uso privativo" do Fisco, "o que retira o enquadramento do direito invocado ao Habeas Data".

O Supremo seguiu o voto do ministro Luiz Fux, relator. Ele afirmou que o contribuinte tem direito de saber o que se encontra em bancos de dados públicos a seu respeito. De acordo com Fux, os sistemas de apoio à arrecadação usados pelas fazendas públicas não estão envolvidos pelo sigilo fiscal.

Este foi o primeiro caso em que o ministro Luiz Edson Fachin, empossado na última terça-feira (16/6), votou. O ministro Marco Aurélio, que nesta quarta foi homenageado por seus 25 anos de Supremo, ressaltou que este foi o primeiro Habeas Data que julgou em Plenário.

Amiga da corteA Ordem dos Advogados do Brasil participou do caso como amicus curiae. Em memorial enviado aos ministros, a entidade afirmou que a Receita viola o direito constitucional de as pessoas terem acesso a dados de seu interesse ao disponibilizar apenas informações relativas a débitos tributários, mas não a eventuais créditos ou pagamentos feitos que não estejam alocados a débitos. O documento é assinado pelo presidente do Conselho Federal, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, pelo procurador especial tributário da OAB, Luiz Gustavo Bichara, e pelo advogado Owaldo Pinheiro Ribeiro Júnior.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 23:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

23

“Com efeito, é notório que diversos pagamentos efetuados pelos contribuintes ficam sem vinculação a um débito específico. É dizer: muito embora tenha havido o pagamento de um tributo, o mesmo não é processado no sistema, constando o débito em aberto ad aeternum, inclusive servindo de motivo para que seja negada a indispensável certidão negativa para os contribuintes”, diz o memorial.

De acordo com os advogados, é inadmissível que o Fisco e o Judiciário se recusem a fornecer informações sob a alegação de sigilo fiscal, uma vez que esse princípio não pode ser invocado contra dados do próprio contribuinte. E essa recusa acaba prejudicando-o, apontam:

“A demora da Receita Federal do Brasil em fazer a consolidação de pagamentos realizados nos programas de parcelamentos (Refis e suas reaberturas, Paes, Paex etc.) é outro grave exemplo que prejudica o contribuinte, na medida em que, enquanto não há consolidação, necessita com frequência da via judicial para obter sua Certidão Negativa de Débitos, assoberbando o Poder Judiciário, inobstante o fato de ter cumprido todos os requisitos da legislação tributária”.

Para fundamentar seu argumento, o Conselho Federal da Ordem destacou que a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2012) estabeleceu que os órgãos públicos devem observar a publicidade como preceito geral. A entidade também citou a recente decisão do Supremo que privilegiou o direito à informação ao liberar as biografias não autorizadas.

Quanto à via adequada para o contribuinte requerer acesso aos seus dados, os advogados apontaram o Habeas Data, instrumento que, de acordo com voto do ministro Celso de Mello, “envolve um dos aspectos mais expressivos da tutela jurídica dos direitos da personalidade”.

Clique aqui para ler o memorial.

RE 673.707

*Texto alterado às 23h do dia 17 de junho de 2015 para correção de informações

Sérgio Rodas é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 17 de junho de 2015, 18h53

Redução da maioridade penal é uma medida correta? Publicado por Raquel Prado - 2 dias atrás

É notório que a sociedade anseia por medidas eficazes em relação aos menores infratores, a sensação de impunidade traz um desconforto no quesito segurança e consequentemente suscita um sentimento de revolta.

A medida proposta é a redução da maioridade penal como uma possível solução imediata. IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 24:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

24

Ao reduzir a maioridade penal o efeito será de uma substituição de sentimentos. O sentimento de impunidade será substituído imaginariamente por um sentimento de justiça!

Justiça? O problema da criminalidade pelo menor seria realmente resolvido por uma pena supostamente mais rígida?

Percebe-se que o interesse é apenas por uma punição severa! Esta punição consiste na privação de liberdade em um sistema prisional falido. Mas o importante é ter a sensação de justiça mesmo que de forma imaginária, pois se a prisão trouxesse a reflexão e o arrependimento não teríamos delinquentes reincidentes e se o intuito é reprimir certamente não estaríamos diante de um sistema prisional superlotado!

É de suma importância salientar que o problema relacionado à criança e adolescente é problema de todos!

Indubitável a necessidade de uma solução, porém deve ser tratada em curto e longo prazo!

Achar que a redução da maioridade irá resolver a atual situação é o mesmo que acreditar na falsa verdade vendida pelos sofistas, ou seja, deixar se levar pela propaganda enganosa.

Ao analisar a situação de um ângulo amplo não é difícil enxergar que as mudanças de paradigmas também surti o efeito negativo.

Estamos diante de uma sociedade que enfrentam problemas na base familiar, pois os pais suportam uma carga horária de trabalho para sua própria subsistência ou para manter o alto padrão de vida, desta forma, verifica-se que muitos terceirizam o cuidado e o acompanhamento que devem ter com seus filhos. Por causa do cansaço e alto nível de estresse cria-se a intolerância e a impaciência de repassar valores e princípios para uma melhor adequação em sociedade.

Assim, não existe mais uma rígida educação no seio do poder familiar, o Estado erroneamente interfere na educação dentro do contexto familiar e tiram equivocadamente a autoridade dos pais em relação aos seus filhos.

A educação é proporcionada pela família de forma primária e pelo Estado de forma secundária, entendo como uma responsabilidade subsidiária. Pais falham na educação principal e o Estado, por sua vez, falha em proporcionar escolas precárias e de baixa qualidade, gerando alunos desinteressados, estúpidos, verdadeiros analfabetos funcionais.

Diante de uma educação precária proporcionada tanto pela família como pelo Estado, os efeitos negativos são instalados, os adolescentes crescem sem noção de respeito acarretando dificuldade nas relações entre pais, professores, autoridades constituídas por Lei e principalmente o respeito pelo próximo.

O mais fácil é buscar uma solução na lei como forma de remediar a situação. Como se as leis por si só tivesse uma eficácia milagrosa!

As medidas devem ser proposta de forma coerente visando tanto o presente como o futuro, medidas de recuperação como de repressão.

A meu ver quem deve ser punido é os pais e o Estado, pois são os principais responsáveis pela formação do caráter de uma criança e o grande responsável por uma boa conduta nas demais fases da vida.

Os filhos devem estar preparados não só para viver dentro de um contexto de uma sociedade, mas como também devem possuir aptidão para formar as demais gerações.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 25:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

25

Se não aprendem uma boa conduta surti o efeito de reação em cadeia, um efeito dominó, gerações problemáticas por antepassados problemáticos.

E o problema é... Como proporcionar uma boa conduta? A obrigação é de quem mesmo? O que deve ficar mais rígido como solução, a longo prazo, é a responsabilidade poder familiar/Estado. Claro que existem várias alternativas, basta apenas enxergá-las.

Agora, uma sociedade perfeita jamais existirá! Os problemas poderão ser amenizados, erradicados impossível.

Imagine só... No início do mundo havia 2 pessoas na terra e eles tiveram a capacidade de arrumar um problema. Logo depois 4 pessoas na terra e um ainda decide matar a outro! Veja só com este tanto de gente.

Delação Premiada, instituto que dá ao infrator a oportunidade de falar a verdade e ainda ganhar “um prêmio” Quem dera falar a verdade fosse uma virtude e não uma forma de ganhar privilégios!

Publicado por Elane Souza Advocacia & Consultoria Jurídica - 3 dias atrás

Quem nunca mentiu que atire a primeira pedra! Falar a verdade, para a maioria das pessoas, só mesmo com um “prêmio” em jogo – taí o Instituto da Delação Premiada que não nos deixa mentir!

O Instituto da delação premiada no Brasil, atualmente, encontra-se previsto em diversos instrumentos legais além da Lei 8.072/90 que foi onde ela se originou, dentre os quais: Código Penal (arts. E 159, § 4º, e 288, p. U.), Lei do Crime Organizado – nº 9.034/05 (art. 6º), Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional – nº 7.492/86 (art. 25, § 2º), Lei dos Crimes de Lavagem de Capitais – nº 9.613/88 (art. 1º, § 5º), Lei dos Crimes contra a Ordem Tributária e Econômica – nº 8.137/90 (art. 16, p. U.), Lei de Proteção a vítimas e testemunhas – nº 9.807/99 (art. 14), Nova Lei de Drogas – nº 11.343/06 (art. 41), e, mais recentemente, na Lei que trata do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – nº 12.529/2011 (art. 86).

No entanto, foi somente em 2013, com a edição da Lei 12.850, que prevê medidas de combate às organizações criminosas, que a delação premiada passou a ser regulada de forma mais completa, agora sob o título de colaboração premiada.

Conceito e aplicação

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 26:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

26

“O instituto da delação premiada consiste em ato do acusado que, admitindo a participação no delito, fornece às autoridades informações eficazes, capazes de contribuir para a resolução do crime.” O conceito é da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), aplicado no julgamento do HC 90.962.

Segundo o entendimento do colegiado, não basta que o investigado confesse sua participação no crime. Ainda que conte detalhes de toda a atividade ilícita e incrimine seus comparsas, ele só fará jus aos benefícios da delação premiada se suas informações forem efetivamente eficazes para a resolução do delito.

No caso apreciado, o colegiado entendeu não haver nos autos nenhuma informação que atestasse que a contribuição do paciente foi utilizada para fundamentar a condenação dos outros envolvidos. Assim, foi reconhecida apenas a atenuante da confissão espontânea.

Em outra oportunidade, no julgamento do HC 84.609 a Quinta Turma se pronunciou a respeito da aplicação conjunta dos benefícios da confissão espontânea e da delação premiada. O habeas corpus foi interposto contra decisao do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que afastou a aplicação da redução de pena prevista no artigo 14 da Lei 9.807/99 (delação premiada) sob a justificativa de já ter sido aplicada a atenuante da confissão espontânea na adequação da pena.

A relatora, ministra Laurita Vaz, determinou que o tribunal de origem rejulgasse a apelação para que, afastada a impossibilidade da aplicação simultânea, fosse analisada a existência dos requisitos para a concessão do benefício.

“Ante a impossibilidade de valorar os elementos colhidos durante a fase policial, bem como aqueles obtidos durante a instrução processual, na estreita via do habeas corpus, é o caso de se determinar seja procedida nova análise do pleito pelo Tribunal de Justiça”, concluiu a ministra.

Incidência obrigatória

Ainda naquele julgamento, o TJSP entendeu que o deferimento dos prêmios da delação não seria um direito líquido e certo, mas uma decisão discricionária do órgão julgador. O acordão da Quinta Turma também reformou esse entendimento. Segundo o colegiado, “preenchidos os requisitos da delação premiada, sua incidência é obrigatória”.

Foi exatamente o que aconteceu no julgamento do HC 26.325. No caso, as instâncias inferiores reconheceram que as informações fornecidas pelo paciente, envolvido em crime de sequestro, efetivamente indicaram o local do cativeiro e a localização dos coautores, o que possibilitou à polícia libertar as vítimas.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo, contudo, concedeu o benefício apenas a um dos réus. Como apenas este reclamou na apelação o direito aos benefícios da delação premiada, o acórdão estadual deixou de analisar a possibilidade de estender os efeitos ao outro réu colaborador.

No STJ, a decisão foi anulada em parte, a fim de que fosse proferido novo acórdão com a observância da incidência da delação premiada.

Mensalão do DEM

No início de abril, Durval Barbosa – delator do esquema de corrupção no governo do Distrito Federal conhecido como Mensalão dos Democratas (DEM) – não conseguiu estender os benefícios de sua delação premiada à condenação por improbidade administrativa Resp 1.477.982. Em razão de sua colaboração no

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 27:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

27

âmbito da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que desbaratou o esquema de corrupção, ele tentava obter o perdão judicial por aplicação analógica dos artigos 13, 14 e 15 da Lei 9.807e do artigo 35-B da Lei 8.884/94 à condenação por improbidade.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal negou o pedido. Uma das justificativas foi que a colaboração de Barbosa no processo por improbidade não foi imprescindível para a apuração das irregularidades, que decorreu de documentação oriunda do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

O recurso ao STJ nem chegou a ultrapassar a barreira do conhecimento. O relator, ministro Og Fernandes, da Segunda Turma, reconheceu que a Lei 8.884/94 (vigente na época) previa a possibilidade de extinção da ação punitiva da administração pública mediante colaboração, mas como Barbosa não impugnou o argumento de que seu depoimento foi prescindível para o deslinde do caso, foi aplicada a Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com essa súmula, o recurso não pode ser admitido quando a decisão recorrida se apoia em mais de um fundamento suficiente e o recorrente não impugna todos eles.

Prêmios da delação

Os prêmios de um acordo de delação podem ir desde a diminuição da pena até o perdão judicial. Cabe ao magistrado decidir qual medida deve ser aplicada ao caso. Em relação a essa discricionariedade, o artigo 4º, parágrafo primeiro, da Lei 12.850 disciplina que o magistrado deve levar em consideração “a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração”.

Qualquer que seja a opção do juiz, entretanto, essa decisão deverá ser fundamentada. No julgamento do HC 97.509, também na Quinta Turma, o colegiado entendeu que “ofende o princípio da motivação, consagrado no artigo 93, IX, da Constituição Federal, a fixação da minorante da delação premiada em patamar mínimo sem a devida fundamentação, ainda que reconhecida pelo juízo monocrático a relevante colaboração do paciente na instrução probatória e na determinação dos autores do fato delituoso”.

No julgamento do HC 49.842, por exemplo, impetrado em favor de um investigador de polícia condenado por extorsão mediante sequestro, a Sexta Turma do STJ entendeu que não foram preenchidos os requisitos do perdão judicial devido à “reprovabilidade da conduta”, mas foi concedida a redução da pena em dois terços.

Delator arrependido

Pode acontecer de o delator voltar atrás e renegar as informações que tenha fornecido. Se houver arrependimento, não haverá benefícios da delação premiada, uma vez que o magistrado não poderá valer-se dessas informações para fundamentar sua decisão.

A ministra Laurita Vaz confirmou esse entendimento no HC 120.454, de sua relatoria. No caso, houve colaboração com a investigação durante o inquérito policial, porém o paciente se retratou em juízo.

No habeas corpus, a defesa alegou que o paciente havia contribuído para a investigação policial, confessando o crime e delatando todos os corréus, e por isso pediu o reconhecimento da causa de redução de pena prevista no artigo 14 da Lei 9.807.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 28:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

28

A Quinta Turma, por unanimidade, acompanhou a relatora, para a qual, embora tenha havido colaboração inicial, “as informações prestadas pelo paciente perdem relevância, na medida em que não contribuíram, de fato, para a responsabilização dos agentes criminosos”.

De acordo com a ministra, o juiz nem sequer pôde utilizar tais informações para fundamentar a condenação, visto que o delator se retratou em juízo. “Sua pretensa colaboração, afinal, não logrou alcançar a utilidade que se pretende com o instituto da delação premiada a ponto de justificar a incidência da causa de diminuição de pena”, disse Laurita Vaz.

Publicidade da delação

Segundo o artigo 7º da Lei 12.850, “o acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia”. Ou seja, o contraditório e a ampla defesa só serão exercidos depois de concluídas as diligências decorrentes das informações obtidas com a colaboração premiada.

Em outro caso envolvendo o mensalão do DEM, no julgamento da Apn 707, Domingos Lamoglia – conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Distrito Federal e também denunciado – alegou ofensa ao princípio do contraditório por não ter tido acesso à íntegra do acordo e dos documentos da delação premiada que o incriminou.

A Corte Especial do STJ não acolheu seus argumentos. O acordão citou jurisprudência do STF segundo a qual o corréu pode ter acesso ao nome dos responsáveis pelo acordo de delação, mas esse direito não se estende às informações recebidas.

“Tendo sido formulado o acordo de delação premiada no curso do inquérito policial, em razão do sigilo necessário, não há falar em violação ao princípio do contraditório”, concluiu o colegiado.

Prova de corroboração

A Lei 12.850/2013 também estabelece de forma expressa que “nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador”. Ou seja, as informações procedentes da colaboração premiada precisam ser confirmadas por outros elementos de prova – a chamada prova de corroboração.

No HC 289.853, julgado pela Quinta Turma, um homem condenado por roubo alegou nulidade absoluta de seu processo ao fundamento de que não teve a oportunidade de se defender quando foi acusado por um corréu em delação premiada. Disse ainda que as provas apresentadas seriam insuficientes para incriminá-lo.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), no recurso de apelação, rechaçou essas alegações. Segundo o acórdão, a sentença condenatória teve amparo em vasto conteúdo probatório, como o depoimento de vítimas e de testemunhas e registros telefônicos.

O relator no STJ, ministro Felix Fischer, ressalvou a impossibilidade do uso do habeas corpus para verificação das provas tidas como suficientes pelo TJMT, mas ratificou o entendimento de que a sentença não poderia se embasar apenas nas informações dadas pelo delator.

“A condenação não se baseou tão somente em depoimento extraído da delação premiada, amparando-se, outrossim, em elementos coligidos tanto na fase inquisitorial quanto judicial, não havendo falar em nulidade do processo por ofensa ao contraditório e ampla defesa”, concluiu o ministro.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 29:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

29

Fonte: http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/noticias/noticias/A-dela%C3%A7%C3%A3o-premiadaeas-garantias-do-colaborador (10/05/2015 às 08h:00)

Comentários: Elane F. De Souza OAB-CE 27.340-B

NET não pode cobrar mensalidade por ponto adicional Publicado por Gutemberg Do Monte Amorim e mais 2 usuários - 5 dias atrás

A programação do ponto-principal de TV por assinatura deve ser disponibilizada, sem cobrança adicional, para pontos-extras e para pontos de extensão instalados no mesmo endereço residencial. É o que diz o artigo 29 da Resolução nº 448/2007 da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que levou a desembargadora Nelma Branco Ferreira Perilo (foto), em decisão monocrática, a manter a sentença da juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, Suelenita Soares Correia, validando multa imposta pelo Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-GO) à Net Serviços de Comunicação S. A., no valor de R$ 2.987,64.

A multa se refere a processo administrativo do Procon-GO por conta de uma reclamação de um consumidor insatisfeito com a cobrança de ponto adicional e tarifa de emissão de boleto bancário. A desembargadora constatou que o processo administrativo deveria ser mantido já que as duas práticas são ilegais.

A Net recorreu sustentando a legalidade tanto do ponto adicional quanto da tarifa para emissão de boleto e ainda alegou irregularidades no processo administrativo. No entanto, a desembargadora observou que não houve irregularidade no procedimento já que o Procon-GO não interpretou as cláusulas contratuais, apenas reconhecendo a cobrança indevida ao consumidor.

Ponto-Extra

Quanto à cobrança do ponto-extra, Nelma Perilo esclareceu que, de acordo com a Anatel, as prestadoras só podem cobrar pela instalação e manutenção dos pontos adicionais. As empresas podem estipular a maneira pela qual cedem os aparelhos decodificadores, seja através de comodato, aluguel ou venda dos dispositivos. Dessa maneira, a locação dos aparelhos é permitida pela lei mas, ao analisar o caso, a desembargadora julgou que a cobrança da Net não seria pela locação.

A magistrada considerou que a locação dos decodificadores seria “uma típica dissimulação para ocultar a cobrança pelo contínuo custeio da rede do ponto adicional, cuja permissibilidade a Anatel já refutou”. Ela destacou que, em Goiás, a Net não disponibiliza os seus aparelhos senão pela locação, inexistindo a opção de compra. Segundo ela, não é esclarecido o valor de aquisição dos produtos pelas empresas, o que indicaria ao consumidor “transparentes e necessários elementos para extrair a abusividade ou não da cobrança do preço sob a rubrica de locação”.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 30:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

30

Emissão de boletos

Ao analisar a questão da cobrança de taxa para emissão de boletos, a magistrada também decidiu pela manutenção de sua ilegalidade. Ela frisou que a cobrança de valor para emissão de boleto bancário “é prática abusiva e ilegal que contraria o estabelecido na norma consumerista”.

Nelma Perilo ressaltou que os consumidores não são informados previamente a respeito da futura cobrança e também não recebem a cópia do contrato que assinam, concluindo que “arcar com os encargos bancários é uma obrigação que compõe a atividade do fornecedor, portanto, não pode ser repassada ao consumidor”. Veja a decisão.

(Texto: Daniel Paiva – estagiário do Centro de Comunicação Social do TJGO)

Propostas inusitadas no Congresso Nacional Publicado por Josiane Kuchar Marinhuk - 1 dia atrás

Como se sabe, o Congresso Nacional, composto pelo Senado Federal e a Câmara dos Deputados, é o órgão constitucional brasileiro responsável pela elaboração de Leis Federais ou Emendas à Constituição, exercendo pois, a função legislativa. Velho conhecido por desvios de conduta ou de recursos públicos, recentemente o Parlamento tem chamado a atenção pelas inusitadas e peculiares propostas legislativas.

Na área trabalhista, por exemplo, o PLC 5878-2013 do deputado João Paulo Lima do PT, visa permitir que o trabalhador possa receba o 13º salário na data do seu aniversário. No âmbito Econômico, o PLC 48-2015, proposto pelo Deputado Reginaldo Lopes do PT, pretende acabar com o dinheiro em espécie (cédulas de papel e moedas), permitindo somente transações eletrônicas para fins de registro histórico, com o intuito de “combater a violência e a corrupção”. Já no campo político, a PEC 52-2015 do Deputado Reguffe do PDT, estabelece que os ministros do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas da União, sejam selecionados mediante concurso público e para mandato de apenas 5 anos.

No âmbito da saúde, algumas propostas chamam a atenção: o PLC 1122-2015, proposto pelo Deputado Alex Manente do PPS, estabelece penalidades aos médicos que preencherem prontuários ou receitas de forma ilegível; o PLC 5965-2013, proposto pelo deputado Edinho Bez do PMDB, solicita a inclusão do vinho entre os alimentos que compõem a Cesta Básica Nacional, visto que segundo o autor, a bebida “é considerada um complemento alimentar essencial em vários países do mundo”; já o PLC 5363/2013, proposto por Walter Feldman do PSDB, visa garantir à exposição da população ao sol, por um tempo mínimo de 15 minutos diários, três vezes na semana, para facilitar a absorção de Vitamina D.

Com exceção dos Projetos 5878-2013 e 5363/2013, que foram recentemente arquivados, as demais propostas citadas encontram-se aguardando votação. Os dados foram retirados do site oficial da Câmara dos Deputados.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 31:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

31

Corrupção no futebol e cleptocracia Publicado por Luiz Flávio Gomes - 1 dia atrás

José Maria Marin, de todos os suspeitos de envolvimento na corrupção do futebol brasileiro (J. Hawilla, João Havelange, Ricardo Teixeira, Del Nero, Rede Globo, Nike etc.), é o que – agora – está mais próximo de prestar contas sobre as pilhagens e falcatruas investigadas pelo FBI (assim como pela procuradoria-geral norte-americana, que tem o comando das investigações e das polícias). José Maria Marin está na iminência de ser extraditado – da Suíça, onde se encontra preso, para os EUA, onde prontamente vai se deparar com um Promotor que vai lhe perguntar “guilty or not guilty (culpado ou não-culpado). Hoje, nos EUA, cerca de 97% dos processos criminais são resolvidos pelo acordo, pela negociação. Não havendo violência, terrorismo ou tráfico de drogas, a prioridade não é a cadeia, sim, o empobrecimento do réu (milhões de dólares em favor do Estado americano). Os donos da Igreja Renascer já viveram essa amarga experiência no solo norte-americano (passaram apenas alguns meses na cadeia, mas lá deixaram milhões de dólares como multa e indenização pelos crimes que foram condenados).

A corrupção no futebol (brasileiro e mundial) não pertence, estritamente falando, à cleptocracia (Estado governado por ladrões). A CBF e a Fifa são entidades autônomas. Seguem a governança privada. Não são órgãos estatais. Mas não há como negar que atuam de forma muito parecida no campo da roubalheira, da ladroagem e das propinas. Somente em sentido amplo poderíamos incluir as bandas podres dos donos do “futebol” no conceito de cleptocracia, que abarca os ladrões da pilhagem do patrimônio público. Quem são eles? As bandas corroídas dos donos do poder econômico, financeiro, político, administrativo e social (em cada uma das esferas da administração pública: federal, estadual, distrital e municipal).

Em minhas redes sociais tenho recebido muitas perguntas sobre o escândalo da Fifa. De forma sucinta, seguem minhas respostas: sim, José Maria Marin podia sim ser preso na Suíça, por ordem da Justiça norte-americana. As Justiças e as polícias desses dois países agiram em conjunto. Todos os que foram presos em Genébra não gozam de imunidade penal. Logo, vão responder normalmente pelos crimes de que são acusados.

A condição de brasileiro de José Maria Marin não impede sua extradição para os EUA, porque ele não se encontra no nosso território. Se estivesse aqui, jamais poderia ser extraditado para os EUA, por sua condição de brasileiro nato. Ele será processado nos EUA pelos crimes que afetaram suas instituições econômicas, políticas e financeiras. Se parte desses crimes ocorreram também no Brasil, aqui ele pode ser processado pelos mesmos fatos, se preenchidas as condições do art. 7. º do CP, mas a pena que cumprir lá (pelo mesmo crime) é debitada da pena imposta aqui (direito de compensação).

As empreiteiras envolvidas dos possíveis superfaturamentos das obras da Copa-2014 somente podem ser julgadas nos EUA se algum crime afetar as instituições políticas, econômicas e financeiras americanas. Fora disso, devem ser julgadas no Brasil. Nos EUA não há tanta preocupação para descobrir o local dos bens do réu. Podem estar lá ou fora de lá. Quando se faz acordo, cabe ao réu movimentar seus bens onde quer que se encontrem para pagar o que for combinado ao fisco norte-americano.

Há uma semelhança enorme entre o escândalo da Fifa e da Petrobras no seguinte ponto: em ambos já existem várias pessoas colaborando com a Justiça (J. Hawilla, por exemplo, nos EUA). Essas delações premiadas constituem o giro copérnico da justiça criminal. Desde o final do século XIX são usadas massivamente nos EUA. No Brasil, somente agora, depois da edição da lei 12.850/13 e do escândalo da Petrobras, é que elas ganharam visibilidade. Os réus confessam, apresentam provas, dão pistas sobre outras provas e desde logo fazem acordo de reparação dos danos. Nos países que contam com serviços públicos falidos, incluindo o a Justiça (como é o caso do Brasil), é praticamente a única forma de o erário ser ressarcido dos rombos que os cleptocratas promovem diária e anualmente nas contas públicas.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 32:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

32

P. S. Participe do nosso movimento fim da reeleição (veja fimdopoliticoprofissional. Com. Br). Baixe o formulário e colete assinaturas. Avante!

15 termos jurídicos que todo cliente precisa conhecer Publicado por Tiago Fachini - 2 dias atrás

Todo advogado é também um exímio especialista de termos jurídicos, que são fundamentais para o entendimento jurídico no diaadia. Mas o que entre advogados é um "idioma" comum, na relação cliente-advogado pode ser considerado uma linguagem impeditiva para a compreensão de cada etapa dentro de um processo. O advogado então cumpre o papel de explicar para seu cliente alguns termos que esclareçam o andamento do pedido. Por isso, fizemos uma seleção de 15 termos bem comuns e que estão presentes ao longo de um processo, para você compartilhar com seu cliente.

Lide: é quando há uma disputa por uma causa ou bem entre dois lados. Também chamada de demanda, litígio, pleito judicial. Como por exemplo: pai e mãe demandando a guarda do filho.

Parte: pessoa, empresa ou órgão envolvidos num processo.

Petição Inicial: é o documento que resume o que a parte (autor) está solicitando que seja posto em análise. O que o juiz decidirá terá por base o conteúdo apresentado nesta petição.

Citação: É o ato processual no qual é chamada a juízo a pessoa contra a qual é proposta a ação ou que nela tem interesse. A citação ocorre de três formas: por meio de correspondência enviada pelo correio (com aviso de recebimento), por um oficial de justiça ou por edital (sendo o citando desconhecido ou se está em lugar inacessível, pública-se em órgãos oficiais e jornais de grande circulação).

Intimação: comunicado às partes do processo para que, querendo, se manifeste. Pode ser feita pela imprensa oficial (no caso do advogado) ou por carta registrada, pessoalmente e pelo oficial de justiça (no caso das partes).

Contestação: é a resposta do réu, contestando a pretensão do autor formulada na petição inicial.

Recursos: é um instrumento para pedir a mudança de uma decisão na mesma instância ou em instância superior, sobre o mesmo processo. Existem vários tipos de recursos. Vamos dar três exemplos:

1. Embargos: diferentes tipos de recurso utilizados para contestar a decisão do juiz.2. Agravo: é o recurso que se pode intervir contra uma decisão que não põe fim ao processo,

objetivando que esta seja modificada ou reformulada.IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 33:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

33

3. Apelação: é o recurso que contrapõe a sentença proferida por juiz de primeiro grau.

Depósitos recursais: também chamados de garantias, são valores que deverão ser depositados em juízo (em uma conta pública), necessários para solicitar algum tipo de recurso (principalmente na área trabalhista).

Sentença: é o ato pelo qual o juiz finaliza o processo, decidindo ou não o mérito da causa.

Quitações: recibo; considerada a prova do pagamento. É um documento em que o credor (ou representante), reconhecendo ter recebido o pagamento do seu crédito, isenta o devedor da obrigação.

Custas: despesas, encargos, gastos acumulados com promoção ou realização de atos forenses (idas aos foros judiciais), processuais ou de registros públicos, que se somam e devem ser ressarcidos pela parte vencida no processo.

Honorários : pagamento que recebem o advogado por ter defendido seu cliente.

Você, que se interessa por este universo de palavras e significados, pode conhecer muitos outros termos acessando dicionários jurídicos na internet ou comprando livros especializados no assunto, como o Dicionário Técnico Jurídico, de Deocleciano Torrieri Guimarães (obra que utilizei para enriquecer o conteúdo desta matéria).

Os principais erros que empreendedores cometem no inícioMuitos novos empreendimentos estão condenados desde o início porque as hipóteses sobre as quais os empreendedores se basearam para construir seus modelos de negócio eram, de alguma forma, falhas.

postado Ontem 11:52:32

Você identificou uma excelente oportunidade de negócio, sua ideia era incrível e você tinha disponível um investimento financeiro inicial. Apesar de o cenário parecer favorável, sua empresa fracassou. E a pergunta que agora insiste em não sair de sua cabeça é: por quê? Onde falhei?

Muitos novos empreendimentos estão condenados desde o início porque as hipóteses sobre as quais os empreendedores se basearam para construir seus modelos de negócio eram, de alguma forma, falhas. 

Segundo dados do Sebrae, é no primeiro ano de vida das pequenas e médias empresas que o risco de algo dar errado é mais elevado. Entre os motivos citados estão a falta de experiência do empreendedor de implementar seu modelo de negócio e de preparo para realizar a gestão da empresa.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 34:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

34

Entre outros motivos que aumentam as taxas de insucesso estão a falta de planejamento, a ausência de pesquisa ou dados insuficientes sobre o mercado em que se pretende atuar e a inexistência de um diferencial competitivo em relação à concorrência.

Portanto, se pretende iniciar um novo negócio o mais indicado é que você não cometa os seguintes erros:

1. Não pesquisar o mercado em que vai atuar

Valide suas hipóteses com o público alvo que pretende atender ainda na fase de planejamento e validação. Será que realmente existem pessoas dispostas a pagar por seu produto ou serviço? Esse mercado é suficientemente grande para mais um competidor? Lembre-se que quem tem que se apaixonar por seu negócio é o seu cliente e não você!

2. Não buscar um diferencial

Ao realizar a pesquisa de mercado certifique-se que seu produto ou serviço tenha de fato um diferencial competitivo relevante em relação à concorrência. Se você pretende competir em um determinado mercado precisa saber claramente qual é o posicionamento que sua empresa irá assumir na mente do cliente: qualidade superior? Preço? Design e inovação? Experiência do consumidor? 

Sem uma vantagem competitiva claramente definida sua empresa dificilmente irá prosperar. Criar uma vantagem competitiva sustentável deve ser uma das metas mais importantes de qualquer organização!

3. Ignorar as finanças

Todo começo é incerto, por isso, fique atento aos investimentos e também ao capital de giro. Não se esqueça de avaliar e acompanhar a análise financeira desde o início do negócio. É isso que vai te sinalizar se algo está ou não está indo bem do ponto de vista financeiro. É extremamente importante fazer avaliações sobre a receita, os custos fixos e variáveis, e claro, sobre os resultados.

Seja por falta de experiência ou falta de conhecimento muitos empreendedores erram no início por não saberem avaliar corretamente os resultados da empresa. Isso significa, por exemplo, que em alguns casos a empresa pode até lucrar, mas ainda assim podem existir problemas no caixa, seja em razão de um estoque grande ou até mesmo porque está vendendo muito a prazo e demorando a receber, entre outros.

Por último, lembre-se que planejamento e acompanhamento não é garantia que você terá sucesso, até porque empreender significa correr riscos, mas com certeza tende a minimizar as chances de erros, ou aumentar as chances de acerto!

Cynthia Serva é coordenadora e professora do Centro de Empreendedorismo do Insper.

Fonte: Exame.com

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 35:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

35

Partilha de bens

Escritórios de advocacia não são sociedades empresárias, decide STJ15 de junho de 2015, 20h54

Por   Pedro Canário

As sociedades de advogados são uniprofissionais e, por isso, devem ser consideradas sociedades simples, não empresárias. Portanto, a partilha de bens depois do fim da sociedade não pode levar em conta os mesmos quesitos considerados no fim de uma sociedade empresária. Foi o que decidiu a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça no último dia 26 de maio, por unanimidade. O relator é o ministro Luis Felipe Salomão.

O caso começou em São Paulo. A discussão era se a partilha de bens de um escritório, depois da morte de um sócio, podia envolver também a carteira de clientes. A sociedade era entre três advogados e o espólio pretendia que a clientela fosse dividida como numa partilha de bens de sociedade empresária.

A primeira instância deu razão ao espólio e declarou extinto o condomínio — a sociedade de advogados. O Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a decisão por entender que “conferir a escritório de advocacia ou a sociedade de advogados o caráter de estabelecimento lucrativo é absurdo, pois depende da admissão de que eles são estabelecimentos com o objetivo de lucro”. O acórdão citou Ruy Barbosa: “Não faça da sua banca balcão”.

Ministro Salomão apontou que toda sociedade privada pode ter fim lucrativo, inclusive as formadas por advogados.

O acórdão do STJ concorda com a decisão do TJ-SP, mas não com a argumentação. Seguindo voto do ministro Salomão, a 4ª Turma fixou que sociedades de advogados de fato não podem ser consideradas sociedades empresárias. Mas a medida não pode ser a intenção de auferir lucro — já que toda sociedade privada pode ter fim lucrativo. Segundo o relator, o que deve definir é o “objeto social”.

No entendimento de Salomão, escritórios de advocacia são “sociedades simples”. Ou seja, são sociedades que exploram atividade econômica, objetivam lucro, mas não exploram atividades empresariais. São voltadas para questões intelectuais e costumam ser formadas por profissionais de um mesmo ofício. Em outras palavras, se destinam à prestação de serviços de advocacia, e não unicamente ao lucro.

Salomão explica que, “para que uma atividade econômica seja qualificada como empresária, a organização dos fatores de produção será elemento indispensável. E esses fatores de produção são o capital, o trabalho e todo acervo de bens necessários à execução da atividade econômica. Diz-se que são organizados, porque coordenados por seu respectivo titular, o empresário”.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 36:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

36

E no caso das sociedades de advogados, o principal objetivo é prestar serviços de advocacia. Até porque, afirma Salomão, o Estatuto da Ordem proíbe que bancas de advogados exerçam atividades ou adotem práticas mercantis. “A sociedade simples deve se limitar ao exercício da atividade específica para a qual foi criada, relacionada à habilidade técnica e intelectual dos sócios, não podendo exercer serviços estranhos àquele mister, sob pena de configurar o elemento de empresa, capaz de transformá-la em empresária.”

O ministro explica que, no caso dos advogados, não há uma regra de organização dos fatores de produção — ou linha de produção. Por isso, não pode ser feita a partilha de bens da forma com que o espólio de um dos sócios pretendia.

De acordo com a decisão do STJ, não é possível considerar clientela e bens imóveis para fins de partilha, já que são “elementos típicos de sociedade empresária”.

REsp 1.227.240

Clique aqui para ler o acórdão.

Pedro Canário é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.

Revista Consultor Jurídico, 15 de junho de 2015, 20h54

Aprovado manual que uniformiza procedimentos do Decreto que desjudicializa cobrança da dívida ativa

15 de junho de 2015

Aprovado hoje pelo Advogado-Geral, Onofre Alves Batista Júnior, através da Resolução nº 16, o Manual de instruções e orientações para a desjudicialização da cobrança da dívida ativa. O documento, elaborado sob a orientação do Advogado-Geral Adjunto, Marcelo Pádua Cavalcanti e coordenado pelos Procuradores Gustavo Luiz Freitas de Oliveira Enoque (ARE/Divinópolis) e Paulo Fernando Cardoso Dias (1ª PDA), com a colaboração dos Advogados Regionais, visa uniformizar os procedimentos necessários a efetivar o Decreto nº 46.757, assinado pelo governador do Estado, Fernando Pimentel, em maio, que regulamentou no âmbito do Estado a utilização de meios alternativos de cobrança de seu créditos, e de suas autarquias e fundações.

A nova legislação, que passou a vigorar em 14/05/2015, com a publicação no Diário Oficial, atende aos propósitos do projeto Execução Fiscal Eficiente, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), com o objetivo de diminuir o número de execuções fiscais, cujo custo exceda os benefícios do valor a ser recebido, propondo como alternativa de cobrança o protesto extrajudicial e a inscrição do nome do devedor em cadastro de inadimplentes, formas mais eficazes de recuperação das receitas.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 37:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

37

“A demanda por solução de controvérsias por meio do Poder Judiciário vem se ampliando ao longo do período pós-redemocratização, assumindo proporções colossais nos últimos anos. Contudo, paralelamente a esse excesso de judicialização, muitos ainda não têm efetivo acesso aos serviços da Justiça, que está literalmente sufocada por um sem número de processos envolvendo o seu principal cliente, ou seja, o Poder Público. Daí a necessidade de a Justiça se reinventar mediante a contribuição de cada um dos protagonistas desse processo e uma das soluções é, sem dúvida alguma, adotar o caminho inverso, o da desjudicialização”, explica Gustavo Enoque, Advogado Regional da ARE/Divinópólis.

O novo decreto amplia os limites de valores para cobrança de forma extrajudicial para todos os tipos de impostos e taxas. Por exemplo, os créditos tributários relativos ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), inferiores a 12.900 unidades fiscais do Estado (UFEMG) – hoje equivalentes a R$ 35.125,41 -, podem ser cobrados de forma extrajudicial. Na legislação anterior, de 2012, o valor era limitado à R$ 15 mil.

O procedimento aliviará o volume de processos das varas nos fóruns de todo o Estado em consonância com os princípios da celeridade e eficiência. De acordo com Marcelo Pádua Cavalcanti, Advogado-Geral Adjunto, “a obtenção, junto à Secretaria de Estado da Fazenda – SEF, de planilha contendo os executivos fiscais aptos a serem desjudicializados, será a primeira medida concreta necessária para que o trabalho se desenvolva de forma organizada e planejada. A obtenção prévia dos números permitirá a definição de estratégias e dos fluxos de trabalho”. Ele estima que o trabalho seja realizado em até 12 meses, já que envolve cerca de 59 mil processos do Estado.

Segundo afirmou recentemente o presidente do TJMG, desembargador Pedro Bitencourt Marcondes, em evento promovido pelo Tribunal de Contas do Estado, a taxa de congestionamento das execuções fiscais é de 87,5%, enquanto a duração das ações propostas pelo Estado de Minas Gerais é de quase 12 anos, o que comprova a ineficiência dessa forma de cobrança. Ainda segundo o presidente, a recuperação das receitas através de ações judiciais é de apenas 1%.

Fonte: Advocacia Geraldo Estado de Minas Gerais

Carga tributária pode chegar a mais da metade do preço dos produtos juninos

15 de junho de 2015

Quentão e vinho quente lideram o ranking, com 61,56% e 54,73% de tributos, respectivamente.

As quermesses típicas do mês de junho poderiam ser muito mais festivas se não fosse a alta carga tributária embutida no preço dos produtos consumidos nesta época, conforme levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT. Os itens mais tributados são as bebidas, como o quentão, que tem 61,56% de tributos, o vinho quente, com 54,73% e o refrigerante, nas versões lata (46,47%) e garrafa (44,55%).

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 38:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

38

Nos quitutes mais consumidos na festa junina, a incidência tributária é de 36,54% na cocada, paçoca, pé de moleque ou amendoim; 35,38% na canjica; 34,99% na pipoca; e 24,07% no pinhão.

O Fisco também levará sua parte de tributos nas vestimentas típicas. Os encargos chegam a 34,67% na camisa xadrez e no vestido, 33,95% no chapéu de palha e 36,17% na bota de caubói.Os fogos de artifício também possuem elevada incidência tributária de 61,56%.

“Se o valor destinado ao pagamento de impostos não fosse tão alto, e repassado no preço dos produtos, certamente o consumidor brasileiro poderia aproveitar melhor as festividades desta época do ano, comprando mais ”, afirma o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.

Produto            Carga tributáriaAmendoim 36,54%Camisa xadrez 34,67%Canjica 35,38%Chapéu de Palha 33,95%Cocada 36,54%Refrigerante (lata) 46,47%Refrigerante (garrafa)44,55%Vestido típico 34,67%Pé de moleque 36,54%Pipoca 34,99%Fogos de Artifício 61,56%Fubá 25,28%Milho cozido 18,75%Pinhão 24,07%Quentão 61,56%Vinho 54,73%

Fonte: IBPT

Tributar o conhecimento é fechar as portas para o desenvolvimento Publicado por Alexandre Pontieri - 5 dias atrás

Resumo: O presente artigo faz uma breve análise da decisão proferida em Embargos de Divergência no Recurso Extraordinária 202.149-RS, pelo Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que trata da questão da imunidade tributária aos livros eletrônicos, além da opinião pessoal do autor favorável ao entendimento com sentido mais amplo e em sintonia com os avanços tecnológicos.

Abstract: This article is a brief analysis of the decision rendered in Divergence Embargo on Extraordinary Appeal 202.149-RS, the Minister Celso de Mello, the Supreme Court, which deals with the issue of tax immunity to electronic books, besides the personal opinion of the author favorable to understanding more broadly and in tune with technological advances.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 39:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

39

Palavras-chave: Imunidade Tributária. Livros. Eletrônicos.

Keywords: Tax Immunity. Books. Electronics.

1. A decisão do ministro Celso de Mello, do STF, nos Embargos de Divergência no Recurso Extraordinário 202.149-RS.

Foi publicada no DJe nº 72 (divulgado aos 16.04.2015) decisão monocrática do excelentíssimo ministro Celso de Mello, do egrégio Supremo Tribunal Federal, em Embargos de Divergência no Recurso Extraordinário 202.149-RS, opostos contra acórdão que havia sido assim ementado:

“CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Extrai-se da Constituição Federal, em interpretação teleológica e integrativa, a maior concretude possível.

IMUNIDADE – ‘LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO’ – ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA ‘D’, DA CARTA DA REPUBLICA – INTELIGÊNCIA. A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não exaustiva” (com grifos no original).

A questão levada ao STF dizia respeito à possibilidade da extensão da imunidade tributária do art. 150, inciso VI, alínea ‘d’, da Constituição Federal de 1988, sobre as chapas de Impressão e peças sobressalentes que determinado grupo editorial havia importado da Alemanha.

O ministro Celso de Mello recebeu os embargos de divergência, “para conhecer e dar provimento ao recurso extraordinário interposto pela União Federal, ora embargante, em ordem a denegar o mandado de segurança impetrado pela empresa contribuinte ora embargada”, fundamentando sua decisão em dois (02) precedentes do STF sobre o tema:

“(...) I – A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘d’, da Constituição Federal não abrange os serviços de composição gráfica. Precedentes.

II – O Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que a imunidade em discussão deve ser interpretada restritivamente.

III – Agravo regimental improvido” (RE 631.864-AgR/MG, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI) (grifos no original).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS – ISS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, INC. VI, ALÍNEA D, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXTENSÃO AOS SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA: IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 435.978-AgR/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA) (grifos no original).

E o eminente ministro Celso de Mello explicitou em sua decisão que “embora mantendo respeitosa divergência quanto a essa orientação, devo ajustar-me, no entanto, em atenção ao princípio da colegialidade, ao entendimento prevalecente nesta Suprema Corte a propósito do litígio em exame, procedendo, em consequência, na linha dessa diretriz jurisprudencial, ao julgamento da presente causa” (com grifos no original).

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 40:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

40

Porém, o que mais nos chamou a atenção de forma positiva na decisão proferida pelo eminente ministro Celso de Mello foi sua manifestação sobre a possibilidade de interpretação extensiva da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘d’, da Constituição Federal.

Vejamos trecho da decisão dos Embargos de Divergência no Recurso Extraordinário nº 202.149-RS:

“(...) Embora vencido no julgamento do RE 203.859/SP, ocasião em que o Supremo Tribunal Federal consagrou entendimento restritivo a propósito da matéria em causa, tenho sustentado – com fundamento em autorizada lição doutrinária (HUGO DE BRITO MACHADO, “Curso de Direito Tributário”, p. 248, item n. 3.12, 20ª ed., 2002, Malheiros; ROQUE ANTONIO CARRAZZA, “Curso de Direito Constitucional Tributário”, p. 681, item n. 4.4.3, 17ª ed., 2002, Malheiros; REGINA HELENA COSTA, “Imunidades Tributárias”, p. 192, item n. 2.4.5, 2001, Malheiros, v. G.) – a possibilidade de interpretação extensiva do postulado da imunidade tributária, na hipótese prevista no art. 150, VI, d, da Carta Política, considerando, para esse efeito, a própria teleologia da cláusula que impõe, ao Estado, essa específica limitação constitucional ao poder de tributar.

Não desconheço que o postulado da imunidade consagrado pela Constituição da República, em favor dos livros, dos jornais, dos periódicos e do papel destinado à sua impressão (CF, art. 150, VI, d), reveste-se de significativa importância de ordem político-jurídica, destinada a preservar e a assegurar o próprio exercício das liberdades de manifestação do pensamento e de informação jornalística, valores em função dos quais essa prerrogativa de índole constitucional foi conferida, instituída e assegurada.

O instituto da imunidade tributária não constitui um fim em si mesmo. Antes, representa um poderoso fator de contenção do arbítrio do Estado, na medida em que esse postulado fundamental, ao inibir, constitucionalmente, o Poder Público no exercício de sua competência impositiva, impedindo-lhe a prática de eventuais excessos, prestigia, favorece e tutela o espaço em que florescem aquelas liberdades públicas.

Considero, por isso mesmo, que o postulado da imunidade qualifica-se como instrumento de proteção constitucional vocacionado a preservar direitos fundamentais – como a liberdade de informar e o direito do cidadão de ser informado -, em ordem a evitar uma situação de perigosa submissão tributária das empresas jornalísticas (reais destinatárias dessa especial prerrogativa de ordem jurídica), ao poder impositivo do Estado” (com grifos no original).

2. Considerações sobre a decisão em referência.

Pois bem. Torçamos para que fundamentos desse jaez sejam levados ao plenário do STF quando do julgamento do Recurso Extraordinário 330.817-RJ, que está sob o rito da repercussão geral - porque se trata de matéria repetida em inúmeros processos, onde será julgada a interpretação da norma constitucional do artigo 150, inciso VI, alínea d, sobre a extensão, ou não, da imunidade tributária aos livros eletrônicos.

Por óbvio que a palavra final será dada pelo egrégio STF, mas não há que se deixar de lembrar que diversos tribunais brasileiros já se posicionaram sobre o tema das Imunidades Tributárias das novas mídias eletrônicas. As discussões que anteriormente envolviam os livros, jornais e periódicos impressos em papel, passaram a contar também com os CD-Roms e novas formas de mídias eletrônicas, porque, como dispõe o artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito".

3. Alguns entendimentos de tribunais sobre a questão da imunidade tributária aos livros eletrônicos.

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 41:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

41

Assim, os tribunais não poderiam deixar de apreciar questão tão nova e interessante em nosso ordenamento jurídico.

Entendimentos contrários à possibilidade de Imunidades Tributárias aos CDs são minoria, mas ainda encontraram respaldo em alguns de nossos tribunais, como podemos verificar em decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás na Apelação Cível em Mandado de Segurança nº 55839-9/189, de 5/12/2002:

"Mandado de Segurança. Impostos. ICMS CD Rom. Imunidade Tributária - Inexistência. Hipótese não contemplada no artigo 150, inciso VI, alínea d da Constituição Federal. Interpretação não extensiva. Não é qualquer papel que está imune à tributação de impostos, mas apenas aquele destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, descabendo estender-se o benefício de natureza constitucional a outras hipóteses não contempladas pela constituição, vale dizer, para abranger outros insumos como o livro"ELETRÔNICO", em forma de CD-Rom. Apelo conhecido e improvido".[1]

Já em posição favorável à tese das imunidades tributárias aos livros eletrônicos, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro na Apelação Cível 1996.001.01801, tendo como partes o Estado do Rio de Janeiro e uma Editora, proferiu a seguinte decisão:

"Apelação Cível. Mandado de Segurança. Imunidade concernente ao ICMS. Inteligência do artigo 150, VI, d, da Constituição Federal. Comercialização do dicionário Aurélio Eletrônico por processamento de dados, com pertinência exclusiva ao seu conteúdo cultural -"software". A lição de Aliomar Baleeiro:"Livros, jornais e periódicos transmitem aquelas idéias, informações, comentários, narrações reais ou fictícias sobre todos os interesses humanos, por meio de caracteres alfabéticos ou por imagens e, ainda, por signos Braile destinado a cegos". A limitação ao poder de tributar encontra respaldo e inspiração no princípio "no tax on knowledges". Segurança concedida."[2] (Grifamos)

Os Tribunais Regionais Federais também apreciaram questões sobre a extensão das Imunidades Tributárias aos livros eletrônicos. As decisões são favoráveis, entendendo de forma teleológica, dando efetividade aos princípios constitucionais da livre manifestação de pensamento, de expressão da atividade intelectual, comunicação e de acesso à informação.

Tribunal Regional Federal da 4º Região, Processo 1998.04.01.090888-5, Relator Juiz João Pedro Gebran Neto:

"Constitucional. Tributário. Imunidade. Jornal. CD-Rom. 1 - O fato de o jornal não ser feito de papel, mas veiculado em CD-Rom, não é óbice ao reconhecimento da imunidade do artigo 150, VI, d, da Constituição Federal, porquanto isto não desnatura como um dos meios de informação protegidos contra a tributação.

2 - Interpretação sistemática e teleológica do texto constitucional, segundo a qual a imunidade visa a dar efetividade aos princípios da livre manifestação de pensamento, de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, de acesso à informação aos meios necessários para tal, o que deságua, em última análise, no direito de educação, que deve ser fomentado pelo Estado visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, havendo liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber ( art., 5º, IV, IX, XIV, 205, 206, II, etc.).[3] (Grifamos).

E, ainda, em diversos outros julgamentos proferidos pelos Tribunais Regionais Federais, temos os seguintes posicionamentos favoráveis à tese das imunidades tributárias aos chamados “livros eletrônicos”:

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 42:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

42

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. LIVROS ELETRÔNICOS E ACESSÓRIOS. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA E EVOLUTIVA. POSSIBILIDADE. 1. Na hipótese dos autos, a imunidade assume a roupagem do tipo objetiva, pois atribui a benesse a determinados bens, considerados relevantes pelo legislador constituinte. 2. O preceito prestigia diversos valores, tais como a liberdade de comunicação e de manifestação do pensamento; a expressão da atividade intelectual, artística e científica e o acesso e difusão da cultura e da educação. 3. Conquanto a imunidade tributária constitua exceção à regra jurídica de tributação, não nos parece razoável atribuir-lhe interpretação exclusivamente léxica, em detrimento das demais regras de hermenêutica e do"espírito da lei"exprimido no comando constitucional. 4. Hodiernamente, o vocábulo"livro"não se restringe à convencional coleção de folhas de papel, cortadas, dobradas e unidas em cadernos. 5. Interpretar restritivamente o art. 150, VI, d da Constituição, atendo-se à mera literalidade do texto e olvidando-se da evolução do contexto social em que ela se insere, implicaria inequívoca negativa de vigência ao comando constitucional. 6. A melhor opção é a interpretação teleológica, buscando aferir a real finalidade da norma, de molde a conferir-lhe a máxima efetividade, privilegiando, assim, aqueles valores implicitamente contemplados pelo constituinte. 7. Dentre as modernas técnicas de hermenêutica, também aplicáveis às normas constitucionais, destaca-se a interpretação evolutiva, segundo a qual o intérprete deve adequar a concepção da norma à realidade vivenciada. 8. Os livros são veículos de difusão de informação, cultura e educação, independentemente do suporte que ostentem ou da matéria prima utilizada na sua confecção e, como tal, fazem jus à imunidade postulada. Precedente desta E. Corte: Turma Suplementar da Segunda Seção, ED na AC n.º 2001.61.00.020336-6, j. 11.10.2007, DJU 05.11.2007, p. 648. 9. A alegação de que a percepção do D. Juízo a quo ingressa no campo político não merece acolhida, haja vista que interpretar um dispositivo legal é exercício de atividade tipicamente jurisdicional. 10. Não há que se falar, de outro lado, em aplicação de analogia para ampliar as hipóteses de imunidade, mas tão-somente da adoção de regras universalmente aceitas de hermenêutica, a fim de alcançar o verdadeiro sentido da norma constitucional. 11. Apelação e remessa oficial improvidas.” (Apelação em Mandado de Segurança nº 216577 do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Publicado no DJF-3 de 03.11.2008 )

“CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO - IPI E II - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - ART. 150, VI, D DA CF/88 - MATERIAL DIDÁTICO DESTINADO AO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA EM FORMATO CD-ROM, CD ÁUDIO, FITAS DE VÍDEO, FITAS CASSETE - POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO A imunidade, como regra de estrutura contida no texto da Constituição Federal, estabelece, de modo expresso, a incompetência das pessoas políticas de direito constitucional interno para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e determinadas. O disposto no artigo 150, inciso VI, alínea d, da Constituição Federal se revela aplicável, uma vez que novos mecanismos de divulgação e propagação da cultura e informação de multimídia, como o CD-ROM, aos denominados livros, jornais e periódicos eletrônicos. São alcançados pela imunidade. A norma que prevê a imunidade visa facilitar a difusão das informações e cultura, garantindo a liberdade de comunicação e pensamento, alcançando os vídeos, fitas cassetes, CD-ROM, aos denominados livros, jornais e periódicos eletrônicos, pois o legislador apresentou esta intenção na regra no dispositivo constitucional. Apelação provida.” (Apelação em Mandado de Segurança nº 307236. Publicado no DJF-3, CJ1, de 27.10.2009, página 58)

“IMUNIDADE. LIVROS. QUICKITIONARY. CF/88, ART. 150, INC. VI, ALÍNEA D. Hoje, o livro ainda é conhecido por ser impresso e ter como suporte material o papel. Rapidamente, porém, o suporte material vem sendo substituído por componentes eletrônicos, cada vez mais sofisticados, de modo que, em breve, o papel será tão primitivo, quanto são hoje a pelé de animal, a madeira e a pedra. A imunidade, assim, não se limita ao livro como objeto, mas transcende a sua materialidade, atingindo o próprio valor imanente ao seu conceito. A Constituição não tornou imune a impostos o livro-objeto, mas o livro-valor. E o valor do livro está justamente em ser um instrumento do saber, do ensino, da cultura, da pesquisa, da divulgação de idéias e difusão de ideais, e meio de manifestação do pensamento e da própria personalidade do ser humano. É por tudo isso que representa, que o livro está imune a impostos, e não porque apresenta o formato de algumas centenas de folhas impressas e encadernadas. Diante disso, qualquer suporte físico, não importa a aparência que tenha, desde que revele os valores que são

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 43:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

43

imanentes ao livro, é livro, e como livro, estará imune a impostos, por força do art. 150, VI, d, da Constituição. O denominado quickitionary, embora não se apresente no formato tradicional do livro, tem conteúdo de livro e desempenha exclusivamente a função de um livro. Não há razão alguma para que seja excluído da imunidade que a Constituição reserva para o livro, pois tudo que desempenha a função de livro, afastados os preconceitos, só pode ser livro.” (Apelação em Mandado de Segurança nº 200070000023385 do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Publicado no DJ de 03.10.2001, página 727)

4. Breve visão do autor sobre a imunidade tributária aos livros eletrônicos.

Entendemos, pois, que a questão da imunidade tributária aos livros eletrônicos deve ser analisada de forma mais ampla e entendida em seu sentido finalístico, garantindo a manifestação do pensamento, da cultura e da educação.

Pensar em se restringir essa imunidade ao formato papel é fechar os olhos diante dos inegáveis avanços que a tecnologia proporciona, tributando-se ainda mais a liberdade ao conhecimento, à cultura e à manifestação do pensamento do país.

Acreditamos na mesma esteira de pensamento adotada por grande parte dos Tribunais pátrios, que a imunidade aos livros eletrônicos deve ser compreendida em seu sentido finalístico, garantindo a manifestação do pensamento, da cultura e a expansão da educação.

Acreditamos ainda, sinceramente, que a divulgação da informação, da cultura e do conhecimento deve ser levada a todos os brasileiros, principalmente pela dimensão continental de nosso país, e, muito mais ainda, pela falta de acesso que muitas comunidades ainda têm para buscar o conhecimento.

5. Conclusão

Acompanhemos, pois, os debates de tão importante questão para na esfera constitucional-tributária, pois é inegável a presença da tecnologia em nossos Tribunais (veja-se, por exemplo, a questão do processo eletrônico já adotado por grande parte dos Tribunais brasileiros, principalmente os Superiores – STF, STJ, TST, CNJ etc.).

E, além da extensão e ampliação da manifestação do pensamento, da cultura e da educação, muitos outros fatores também tendem a sofrer grandes e benéficos impactos com a análise aprofundada do tema pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, como é o caso, por exemplo, de questões envolvendo o meio ambiente com a consequente economia de papel, dentre alguns dos diversos aspectos positivos.

Oxalá os avanços que a tecnologia proporciona possam, pelo menos em um futuro próximo, chegar a todas as escolas, casas, empresas e, inclusive, às mais diversas comunidades brasileiras, principalmente nas mais carentes, funcionando como um dos diversos mecanismos de diminuição da atual desigualdade social predominante.

Que todos, sem distinção alguma, possam ter acesso ao conhecimento, à cultura, à educação e, com isso, fortalecer o livre pensamento de ideias para o crescimento de uma verdadeira nação de pessoas pensantes e com bases sólidas para questionar e trabalhar com o propósito do crescimento do país.

São inegáveis o que os avanços tecnológicos proporcionam para a sociedade, mas tais avanços devem tentar atingir o máximo de cidadãos possíveis – seja do Oiapoque ao Chuí!

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 44:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

44

Obviamente que não é tão simples assim, mas o acesso à educação e à cultura em um país de dimensões continentais como o Brasil não pode ficar relegado a um segundo plano de comunidades distantes por razões territoriais.

Como dizia o psicanalista Sigmund Freud, “só o conhecimento traz o poder!”

O Brasil almeja grandes conquistas na esfera internacional, como, por exemplo, uma vaga no assento permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Porém, de que adiantará galgar passos tão largos se não tivermos em nossa base cidadãos com formação sólida e conscientes de seu papel no cenário democrático.

Sigamos os exemplos da Coréia do Sul, do Japão e dos países que foram devastados durante a 2ª Guerra Mundial (França, Inglaterra, Alemanha etc.), e que hoje são verdadeiras potências mundiais, graças ao trabalho árduo e, principalmente, à educação de seu povo.

Reflitamos, pois, sobre essas questões e confiemos no bom senso e equilíbrio dos nobres Ministros de nossa Suprema Corte ao julgar caso de grande relevância.

A tecnologia caminha a passos largos e deve servir para o crescimento de toda a sociedade brasileira incondicionalmente!

Façamos o debate. Acompanhemos a decisão do Supremo Tribunal Federal. Lutemos pelo conhecimento pleno a todos os cidadãos!

Alexandre Pontieri – Advogado; Pós-Graduado em Direito Tributário pelo CPPG – Centro de Pesquisas e Pós-Graduação da UniFMU, em São Paulo; Pós- Graduado em Direito Penal pela ESMP-SP – Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo.

[1] Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Apelação Cível em Mandado de Segurança nº 55839-9/189 de 5/12/2002.

[2] Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Apelação Cível 1996.001.01801.

[3] Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Processo 1998.04.01.090888-5, Relator: Juiz João Pedro Gebran Neto

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

Page 45:  · Web viewNo momento em que a notícia chegou ao plenário, estava em discussão o requerimento de retirada de pauta do projeto do Executivo que aumenta alíquotas incidentes sobre

45

IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato